CASO CLÍNICO 6

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CASO CLÍNICO 6
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Anestesia para Revascularização do Miocárdio
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Revascularização do Miocárdio
CIRURGIA PROPOSTA
ACM, 52 anos, masculino
DADOS DEMOGRÁFICOS
Anestesia para Revascularização
do Miocárdio
CASO CLÍNICO
Mestrado em Anestesiologia pela Unifesp
Título Superior em Anestesiologia – Tsa/ Sba
Médico Anestesiologista do Hospital E Maternidade Sao Luiz - Sp
CRM: 92.500
Dr. Roberto Manara Victorio Ferreira
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Dados Clínicos: Paciente internou no hospital para
ser submetido à cirurgia de Tireoidectomia e, na visita pré-anestésica, relatou que apresentava angina
de peito aos grandes esforços. Relatava forte antecedente coronariano hereditário e tabagismo (20 ci-
Paciente: ACM, sexo masculino, 52 anos, 80 kg,
1,78m, branco, engenheiro.
Comorbidades associadas: Dislipidemia, Hipertensão Arterial Sistêmica, Tabagismo.
CASO CLÍNICO
Revascularização do Miocárdio
garros/dia). Apresentava exame físico normal, PA=
140X90 mmHg, exames laboratoriais com dislipidemia, ECG com alteração difusa de repolarização e
inversão de onda T e teste de esforço negativo para
isquemia. Mesmo assim, devido aos fortes antecedentes pessoais e familiares, foi realizado um exame
de ECO STRESS. Como o resultado foi positivo, optado por cateterismo com diagnóstico de obstrução
triarterial e indicação cirúrgica.
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A monitorização utilizada foi eletrocardiograma, oximetria de pulso, capnografia, pressão arterial inva-
Acesso venoso em membro superior esquerdo com
cateter 16 G, acesso venoso central com duplo lúmen em veia jugular interna direita, pressão arterial
média em membro superior esquerdo. Hidratação
com Ringer Lactato.
Perioperatório:
Clonidina 80 mcg VO, 30 minutos antes do início da
cirurgia. Paciente chegou ao centro cirúrgico tranquilo, sonolento. Efeito previsto.
Técnica anestésica: pré-anestésico:
Após esse período, procedeu- se a indução da anestesia com remifentanil em bolus de 0,5 mcg/kg e
cisatracúrio 0,2 mg/kg, sendo mantido remifentanil
por infusão contínua na dose de 0,3- 0,5 mcg/kg/
min. Procedida intubação orotraqueal e ventilação
Enquanto eram providenciados os acessos e o paciente monitorizado, foi administrado Diprivan PFS®
(propofol) por infusão alvo-controlada até BIS=45
(perda de consciência). Isso ocorreu com dose de
propofol de 1,80 mcg/mL.
siva, monitor de débito cardíaco contínuo, monitor
de atividade cerebral (BIS), monitor da junção neuromuscular em posição facial e débito urinário por
sonda vesical.
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O procedimento transcorreu sem intercorrências. Foi
mantida infusão alvo-controlada de propofol com
alvo entre 1,80 e 2,70 mcg/mL e remifentanil na dose
de 0,3- 0,5 mcg/kg/min., com bolus quando necessário. Durante todo o tempo, o BIS permaneceu entre
40 e 50 e, durante a circulação extracorpórea (CEC),
houve necessidade de aumento do alvo do propofol (2,70 mcg/mL). O cisatracúrio foi feito em dose
de bolus, segundo monitorização do Train of Four
(TOF). Foi necessária a utilização de Nitroprussiato
de Sódio, Noradrenalina e Lidocaína durante a entrada e saída de CEC. O tempo total de procedimento
foi de 5 horas e 30 minutos, com 1hora e 30 minutos
mecânica por volume controlado, com auxílio de bolus de remifentanil.
Trinta minutos antes do término do procedimento,
foi administrado 0,1 mg/kg de morfina e mantido
PCA (Patient Controlled Analgesia), segundo esquema protocolar. Paciente foi encaminhado intubado
e estável hemodinamicamente para UTI sob anestesia por infusão alvo-controlada, sendo desintubado
4 horas após o procedimento. Recebeu alta para o
quarto após 3 dias de UTI e alta hospitalar no décimo
dia de pós-operatório.
de CEC.
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Existem algumas estratégias protetoras como o uso
Dentre as principais características clínicas que
interferem no ato operatório, temos os pacientes
com comorbidades como: HAS (hipertensão
arterial sistêmica), Diabetes Mellitus, doenças
cerebrovasculares, dentre outras. Porém, algumas
complicações
como
insuficiência
cardíaca
descompensada, diminuição da capacidade
pulmonar e arritmias ventriculares aumentam os
riscos de complicações espontâneas.1,2
1. Quais as principais características clínicas do
paciente com coronariopatia, que influenciam na
escolha da técnica anestésica?
Seguimos um protocolo para a realização de exames
pré-operatórios para cirurgia cardíaca. Realizamos a
coleta de exames laboratorias gerais (Na, K, ureia,
2. Quais os exames pré-operatórios que devem
ser solicitados? Por quê?
de beta bloqueadores, estatinas, antiagregantes
plaquetários e a própria técnica anestésica. Sabemos
que, além do efeito cárdio protetor de determinadas
medicações (por exemplo: menor incidência de
arritmias com o uso de propofol), a estabilidade
hemodinâmica é a maior responsável pela proteção
cardíaca e é mais facilmente atingida com a técnica
de anestesia alvo-controlada.3
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Realizamos a indução para cirurgia cardíaca utilizan-
4. Como deve ser realizada a indução e a
manutenção (antes, durante e ao final da
circulação extracorpórea) para a realização da
revascularização de miocárdio? Por quê?
3. A anestesia venosa total tem indicação para
este caso? Por quê?
Quando realizamos anestesia para cirurgia de revascularização do miocárdio, temos como objetivo
manter o paciente com a melhor estabilidade hemo-
dinâmica possível.7 Talvez seja esse o maior efeito
cárdio protetor que podemos prover ao nosso paciente.8 Devemos ainda ter uma indução, manutenção e recuperação anestésica suave, previsível, com
estabilidade hemodinâmica e com possibilidade de
alterações anestésicas rápidas. Assim sendo, a anestesia venosa total se torna a melhor alternativa para
que todos esses objetivos sejam alcançados.9
creatinina, glicemia em jejum, coagulograma e
hemograma completo), ECG e raio X de tórax.4
Esses exames devem ser solicitados, pois servirão
como parâmetro basal, permitindo uma melhor
comparação de possíveis alterações durante o ato
cirúrgico e uma adequada monitoração do paciente.
Além desses, outros exames são realizados de
acordo com o estado clínico do paciente.5,6
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do de preferência o Diprivan PFS® a 2 % (menor concentração lipídica em pacientes normalmente dislipidêmicos) na concentração alvo de 2 mcg/mL10, observando o momento de perda de consciência (BIS
entre 40 e 50). Neste momento, iniciamos o remifentanil na dose de 0,3- 0,5 mcg/kg/min., com bolus de
0,5 mcg/kg/min quando necessário. Procedemos ao
bloqueador neuromuscular e realizamos a manutenção da anestesia com dose alvo de propofol necessária, para manter BIS nos valores já determinados e
remifentanil entre 0,3- 0,5 mcg/kg/min., com bolus
de acordo com o estímulo cirúrgico. Devemos ainda,
durante a CEC, aumentar a dose de propofol, devido
ao maior volume de distribuição durante esse período e de sua propriedade antioxidante e cardioproA maior parte dos pacientes que não apresentam
complicações durante o ato intraoperatório, são candidatos a programas de fast track ou desintubação
precoce, diminuindo a incidência de complicações
como infecção pulmonar e aumento do consumo de
oxigênio pelo miocárdio. Existem algumas complicações como sangramento ativo, instabilidade hemodinâmica, arritmias ventriculares e complicações
5. Como se deve proceder ao final da anestesia?
Quais os critérios para extubação precoce?
tetora.11,12 Para fins práticos, utilizamos a infusão por
uma linha acessória na CEC e não nas linhas venosas
do paciente.
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3. Normocapnia
2. Oxigenação adequada (PaO2/FiO2>200)
1. Paciente acordado e responsivo
5. Ausência de sangramentos
Temos que ter em mente que a desintubação precoce deve ser planejada desde o ato pré-operatório13
e, para que isso seja possível, 30 minutos antes do
término do procedimento, procedemos a infusão de
0,1 mg/kg de morfina e realizamos a parada de infusão de propofol e remifentanil. Revertemos o bloqueio neuromuscular, com auxílio de monitorização
e avaliamos os seguintes critérios:
Para que esse objetivo seja cumprido, preferimos
utilizar a anestesia venosa total (AVT) por infusão
alvo- controlada (IAC), com a utilização de propofol
e remifentanil, pois além de propiciar melhor controle de estabilidade hemodinâmica e efeito cardioprotetor, possibilita melhor avaliação dos pacientes.
Devemos, ainda, lembrar que o programa de fast
track não contempla apenas os pacientes desintu-
7. Ausência de instabilidade hemodinâmica14
6. Ausência de arritmias
4. Temperatura normal
neurológicas, que são contraindicações relativas.
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DILUIÇÃO
1mg/mL
Utilizamos como técnica analgésica no pós-operatório a infusão contínua venosa de Morfina16,17 por PCA
(Patient Controlled Analgesia), após uma dose de
0,1 mg/ kg 30 minutos antes do término da cirurgia,
como tabela abaixo:
6. Qual a técnica de analgesia pós-operatória que
pode ser utilizada?
bados em sala, mas também aqueles nas primeiras
horas após a cirurgia. Nesse caso, os pacientes são
mantidos com AVT por IAC no ambiente de terapia
intensiva.15
1 mg
20 minutos
100 mg
DOSE DE BOLUS
INTERVALO DE TEMPO
DOSE TOTAL
Referências Bibliográficas: 1. American College of Physicians. Clinical Guideline, Part I. Guidelines for Assessing and
Managing the Perioperative Risk from Coronary Artery Disease Associated with Major Non cardiac Surgery. Ann Intern
Med. 127:309-12, 1997. 2. Burger W, Chemnitius JM, Kneissl
GD, Rucker G. Low-dose aspirin for secondary cardiovascu-
Não utilizamos bloqueios espinhais associados, devido à anticoagulação durante o ato operatório e associamos à prescrição do paciente analgésicos comuns
e anti-inflamatórios.18
1 mg/hora
DOSE DE INFUSÃO CONTÍNUA
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lar prevention: cardiovascular risks after its perioperative withdrawal versus bleeding risks with its continuation: review
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Diprivan® (propofol) é um agente de anestesia geral de curta duração, com rápido início de ação de aproximadamente 30 segundos. Indicações: Diprivan é um agente anestésico intravenoso de curta ação, adequado para indução e manutenção de anestesia geral em procedimentos cirúrgicos. Pode também ser
usado para a sedação de pacientes adultos ventilados, que estejam recebendo cuidados de terapia intensiva e, também, para sedação consciente para procedimentos cirúrgicos e de diagnóstico. Contraindicações: Diprivan é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida a qualquer componente
de sua fórmula; para sedação em crianças com menos de 3 anos de idade com infecção grave do trato
respiratório, recebendo tratamento intensivo e para sedação de crianças de todas as idades com difteria
ou epiglotite, recebendo tratamento intensivo. Cuidados e Advertências: Advertências: Quando Diprivan
é administrado para sedação consciente, procedimentos cirúrgicos e de diagnóstico, os pacientes devem
ser continuamente monitorados para sinais precoces de hipotensão, obstrução das vias aéreas e dessaturação de oxigênio. Quando Diprivan é usado para sedação durante procedimentos cirúrgicos, podem
ocorrer movimentos involuntários dos pacientes. Durante procedimentos que requerem imobilidade, esses movimentos podem ser perigosos para o local cirúrgico. A liberação do paciente da sala de recupera-
Diprivan® 1% e 2% (propofol)
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ção requer atenção especial, de modo a assegurar a completa recuperação da anestesia geral. Assim
como com outros agentes anestésicos intravenosos, deve-se tomar cuidado em pacientes com insuficiência cardíaca, respiratória, renal ou hepática, pacientes hipovolêmicos ou debilitados. Diprivan não possui
atividade vagolítica e tem sido associado com relatos de bradicardia (ocasionalmente profunda) e também
assístole. Deve-se considerar a administração intravenosa de um agente anticolinérgico antes da indução
ou durante a manutenção da anestesia, especialmente em situações em que haja probabilidade de predominância do tônus vagal ou quando Diprivan for associado a outros agentes com potencial para causar
bradicardia. Quando Diprivan for administrado a um paciente epiléptico, pode haver risco de convulsão.
Deve-se dispensar cuidado especial aos pacientes com disfunções no metabolismo de gordura e em outras condições que requeiram cautela na utilização de emulsões lipídicas. A necessidade de zinco suplementar deve ser considerada durante a administração prolongada de Diprivan, particularmente em pacientes que tenham predisposição à deficiência em zinco, tais como aqueles com queimaduras, diarreia e/ou
sépsis. O uso de Diprivan utilizando-se o sistema TCI DIPRIFUSOR é restrito à indução e manutenção de
anestesia geral, sedação consciente para procedimentos cirúrgicos e de diagnóstico e sedação de pacientes adultos ventilados, que estejam recebendo cuidados de terapia intensiva. O sistema TCI DIPRIFUSOR
não é recomendado para uso em crianças. A administração de Diprivan 2% por injeção em bolus não é
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recomendada. Uso durante a gravidez e a lactação: Categoria de risco na gravidez: B. Diprivan não deve
ser usado durante a gravidez. Todavia, este produto foi usado durante interrupção da gestação no primeiro trimestre, quando indicada. A segurança para o neonato, quando do uso de Diprivan em mulheres que
estejam amamentando, não foi estabelecida. Diprivan atravessa a placenta e pode estar associado à depressão neonatal. O produto não deve ser utilizado em anestesia obstétrica. Interações medicamentosas:
recomenda-se que os bloqueadores neuromusculares atracúrio e mivacúrio, não devem ser administrados
na mesma via IV antes de se eliminar os indícios de Diprivan. Doses menores de Diprivan podem ser necessárias em situações em que a anestesia geral é utilizada como um adjunto às técnicas anestésicas regionais. (para maiores informações vide bula completa do produto). Reações adversas: As reações adversas
mais comumente informadas são efeitos colaterais farmacologicamente previsíveis de um agente anestésico, como a hipotensão, dor local em indução, bradicardia, apneia transitória durante a indução, náusea e
vômito durante a fase de recuperação, dor de cabeça durante a fase de recuperação, sintomas de abstinência em crianças, ruborização em crianças (outras reações adversas vide bula completa do produto).
Posologia: Adultos: Indução de anestesia geral: Diprivan 1% pode ser usado para induzir anestesia através
de infusão ou injeção lenta em bolus. Diprivan 2% deve ser usado para induzir anestesia através de infusão
e somente naqueles pacientes que receberão Diprivan 2% para manutenção de anestesia. Administrar
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aproximadamente 40 mg a cada 10 segundos em adulto razoavelmente saudável, por injeção em bolus ou
por infusão, até que os sinais clínicos demonstrem o início da anestesia. Manutenção de anestesia geral: A
profundidade requerida da anestesia pode ser mantida pela administração de Diprivan por infusão contínua ou por injeções repetidas em bolus.- Infusão contínua – Diprivan 1% ou Diprivan 2% podem ser usados.
A velocidade adequada de administração varia consideravelmente entre pacientes, mas velocidades na
faixa de 4 a 12 mg/kg/h, normalmente mantêm a anestesia satisfatoriamente. Injeções repetidas em bolus
– recomenda-se que apenas Diprivan 1% seja utilizado. Se for utilizada a técnica que envolve injeções repetidas em bolus, podem ser administrados aumentos de 25 mg (2,5 mL) a 50 mg (5 mL), de acordo com a
necessidade clínica. Sedação na UTI: A velocidade de infusão deve ser ajustada de acordo com a profundidade necessária de sedação, sendo que velocidades em torno de 0,3 a 4,0 mg/kg/h devem produzir sedação satisfatória. Sedação consciente para cirurgia e procedimentos de diagnóstico: A maioria dos pacientes necessitará de 0,5 a 1 mg/kg por aproximadamente 1 a 5 minutos para iniciar a sedação. A manutenção da sedação pode ser atingida pela titulação da infusão de Diprivan até o nível desejado de sedação
– a maioria dos pacientes irá necessitar de 1,5 a 4,5 mg/kg/h. Adicional à infusão, a administração em bolus
de 10 a 20 mg pode ser usada se for necessário um rápido aumento na profundidade da sedação. Crianças:
Administração de Diprivan por sistema TCI DIPRIFUSOR não é recomendado para uso em crianças. Indu-
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ção de anestesia geral: A dose deve ser ajustada em relação à idade e/ou ao peso. A maioria dos pacientes
com mais de 8 anos provavelmente irá necessitar aproximadamente 2,5 mg/kg de Diprivan para a indução
da anestesia. Manutenção da anestesia: A profundidade necessária de anestesia pode ser mantida pela
administração de Diprivan por infusão ou por injeções repetidas em bolus. É recomendado que somente
Diprivan 1% seja usado se forem usadas injeções repetidas em bolus. Geral: A velocidade necessária de
administração varia consideravelmente entre os pacientes, no entanto, a faixa de 9 a 15 mg/kg/h normalmente produz anestesia satisfatória. Idosos: Em pacientes idosos, a dose de Diprivan necessária para a
indução de anestesia é reduzida. Sistema TCI DIPRIFUSOR: Indução e manutenção da anestesia geral: Em
pacientes adultos com idade abaixo de 55 anos a anestesia pode normalmente ser induzida com concentrações alvo de propofol em torno de 4 a 8 mcg/mL. Uma concentração alvo inicial de 4 mcg/mL é recomendada em pacientes pré-medicados e, em pacientes sem pré-medicação, a concentração alvo inicial
recomendada é de 6 mcg/mL. O tempo de indução com estas concentrações alvo é geralmente de 60-120
segundos. As concentrações alvo podem então ser aumentadas na proporção de 0,5 a 1,0 mcg/mL em
intervalos de 1 minuto a fim de se atingir uma indução gradual de anestesia. Sedação consciente para procedimentos cirúrgicos e de diagnóstico: Em geral, serão necessárias concentrações sanguíneas de propofol no intervalo de 0,5 a 2,5 mcg/mL. O ajuste da concentração alvo deve ser titulado conforme a resposta
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do paciente, para obter a profundidade de sedação consciente desejada. Sedação na UTI: Em geral, serão
necessárias concentrações sanguíneas de propofol no intervalo de 0,2 a 2,0 mcg/mL (para informações
mais detalhadas da posologia vide bula completa do produto). Superdose: É possível que a superdosagem
acidental acarrete depressão cardiorrespiratória que deve ser tratada através de ventilação artificial com
oxigênio. A depressão cardiovascular requer a inclinação da cabeça do paciente e, se for grave, o uso de
expansores plasmáticos e agentes vasopressores. Apresentações: Diprivan 1% emulsão para injeção via
intravenosa é apresentado em embalagens com 5 ampolas contendo 20 mL ou 1 frasco-ampola contendo
50 ou 100 mL e embalagem com 1 seringa pronta para uso contendo 50 mL. Diprivan 2% emulsão para
injeção via intravenosa é apresentado em embalagem com 1 frasco-ampola contendo 50 mL ou embalagem com 1 seringa pronta para uso contendo 50 mL. USO ADULTO (Diprivan PFS 1% e 2% seringas prontas
para uso) e CRIANÇAS ACIMA DE 3 ANOS (Diprivan 1% e 2% frascos-ampolas e ampolas). VIA INTRAVENOSA. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA.
USO RESTRITO A HOSPITAIS. Para maiores informações, consulte a bula completa do produto (CDS 11.06
Janeiro/08). AstraZeneca do Brasil Ltda., Rod. Raposo Tavares, km 26,9 - Cotia - SP - CEP 06707-000 Tel.:
0800-0145578. www.astrazeneca.com.br Diprivan®. MS – 1.1618.0011
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Diprivan® (propofol) é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou
opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas.
Interações medicamentosas: recomenda-se que os bloqueadores neuromusculares
atracúrio e mivacúrio, não devam ser administrados na mesma via IV antes de se
eliminar os indícios de Diprivan®.
Contraindicações: Diprivan® é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade
conhecida a qualquer componente de sua fórmula.
Para uma anestesia geral confiável e eficaz,
siga por estas 3 direções:
VANTAGENS DO DIPRIFUSOR™:
e concentração.2
• Reconhecimento automático da medicação
sem custo para o hospital.
• Manutenção e reposição de peças,
• Aparelho em comodato.
• Treinamento e suporte científico.
Material destinado à classe médica.
1- Servin, F. S. TCI compared with manually controlled infusion of propofol: a multicentre study [Target Controlled Intravenous
Anaesthesia using ‘Diprifusor’]. Anaesthesia 1998; 53(suppl 1): 82-86. 2- Gray J. M.; Kenny G. N. C.. Development of the
technology for ˝Diprifusor TCI systems. Anaesthesia, 1998; 53(suppl 1): 22-27.
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1621143 - Produzido em Julho/2011

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