Novembro/Dezembro 2013 #38 - Sociedade Portuguesa de
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Novembro/Dezembro 2013 #38 - Sociedade Portuguesa de
ISSN: 1646-8287 38 NÚMERO • Eclipse E RISCO CARDIOVASCULAR REVISTA PORTUGUESA DE HIPERTENSÃO • Hiperuricemia Assintomática – Doença Benigna? • A Aspirina em Baixa Dose na Prevenção da Doença Vascular Aterotrombótica: Evidências e Recomendações Recentes • Qual o Valor da Ação Combinada de Longa Duração no Tratamento da HTA? • PiC Solution Assina Protocolo com Sociedade Portuguesa de Hipertensão • Summer School da Sociedade Europeia de Hipertensão 2013 • Programa Preliminar do 8º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 capa.indd 1 11/14/2013 12:36:41 PM ÍNDICE 6 ARTIGO ORIGINAL • Eclipse • Eclipse 8 ARTIGO DE REVISÃO • Hiperuricemia Assintomática – Doença Benigna? • Asymptomatic Hyperuricemia - A Benign Disease? • 12 ARTIGO DE OPINIÃO A Aspirina em Baixa Dose na Prevenção da Doença Vascular Aterotrombótica: Evidências e Recomendações Recentes 20 SIMPÓSIOS • Qual o Valor da Ação Combinada de Longa Duração no Tratamento da HTA? 26 PRESS RELEASE • PiC Solution Assina Protocolo com Sociedade Portuguesa de Hipertensão 28 SUMMER SCHOOL • Summer School da Sociedade Europeia de Hipertensão 2013 29 PROGRAMA PRELIMINAR • 8º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global • 8th International Meeting on Hypertension and Global Cardiovascular Risk Revista Médica Bimestral, excluída de registo no ICS de acordo com a alínea a) do art. 12 do D. R. nº 8/99 de Junho de 1999. N.ºs avulsos: 10€ Assinatura anual: 35€ Tiragem: 5.000 exemplares Depósito legal: 265384/07 Propriedade: ISNN 1646-8287 Av. Bombeiros Voluntários, n.º 52, Loja 8 Sala G FICHA TÉCNICA Grande Mensagem, Edições e Publicidade, Lda. 1495-022 Algés Tel: 91 439 81 85 Fax: 21 357 90 21 E-mail: [email protected] Inês Almaça Tlm: 91 485 46 00 E-mail: [email protected] Impressão: CMYKGLOSS Impressores, Lda. Estrada de Barros, Elospark, Pav. 6 2725-193 Algueirão - Mem Martins Tel: 21 926 15 97/8 Fax: 21 926 15 99 E-mail: [email protected] NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 capa.indd 3 3 11/14/2013 12:36:42 PM EDITORIAL Editor Chefe / Editor-in-Chief Prof. J. Braz Nogueira Editor Adjunto / Deputy Editor Dr. Vitor Ramalhinho Conselho Científico Nacional e Internacional National and International Scientific Board Prof. Manuel Carrageta Prof. Ricardo Seabra Gomes Prof. Luís Martins Prof. Fernando Pádua Prof. Gorjão Clara Prof. Pereira Miguel Prof. Martins Prata Prof. José Barbas Prof. Rocha Gonçalves Prof. Victor Gil Prof. Luciano Ravara Prof. Salgado Borges Prof. Rui Carrapato Prof. Jose Juanatey Prof. Josep Redon Prof. Fernando Nobre Prof. Pinto Carmona Prof. Agostinho Monteiro Prof. Massano Cardoso Prof. Luz Rodrigues Prof. Jorge Polónia Prof. Manuel Bicho Prof. José Luís Medina Prof. Davide Carvalho Prof. Luís Sobrinho Dr. Alcindo Maciel Barbosa Dr. João Saavedra Dr. Oliveira Soares Dr. Soares Franco Dr. Vital Morgado Dr. Mariano Pego Dr. Rasiklal Ranchhod Dr. Lacerda Nobre Dr. Pastor Santos Silva Dr. António Jara Conselho Redactorial / Editorial Board Prof. Pinto Carmona Prof. Agostinho Monteiro Prof. Massano Cardoso Prof. Jorge Polónia Prof. Manuel Bicho Prof. José Luís Medina Prof. Davide Carvalho Dr. Luís Calçada Correia Dr. José Nazaré Dr. Jorge Cotter Dra. Teresa Fonseca Dr. João Maldonado Dr. Carlos Moreira Dr. Mesquita Bastos Dr. José Alberto Silva Dra. Paula Amado Dra. Paula Alcântara Dra. Teresa Rodrigues Dr. Pedro Marques da Silva Dr. Fernando Pinto Dr. Pedro Guimarães Cunha 4 capa.indd 4 EDI TORI A L Ap roxima-se o final do ano e o t emp o e m qu e ap et ece a l eit u r a e a refl exão. É igu al ment e a al t u r a em qu e se começ am a p l anear as act iv idades do p róximo ano e nest e nú mero da nossa Re v ist a damos l u gar de dest aqu e ao p rogr ama p rel iminar do 8º Congresso Por t u gu ês de Hip er t ensão e Risco Cardio v ascu l ar Gl obal e ao ap el o à p ar t icip aç ão de t odos o s qu e se interessam p or est a área na int ro du ç ão d o D r. Fer nando P int o, President e da SP H. Ressal t amos, p el a imp or t ância q u e t em na p r át ic a médic a a p re venç ão da do enç a, a excel ent e re v isão do D r. Car l os P ina e Br it o sobre o u so d a “Asp ir ina” na p re venç ão da do enç a v a scu l ar at ero t rombót ic a, inc l u indo as recomendaç ões mais recent es e com u m a ref erenciaç ão bibl iogr áfic a mu it o fu ndament ada, p er mit indo a cont in u aç ão da abo rdagem e est u do p ar a al ém do qu e é ap resent ado. O u t ro do s “ar t igo s de fu ndo” abarc a u m do s asp ect os mais cont ro verso s du m asp ect o met abó l ico enqu ant o fact or/ marc ado r de r isco c a rdio v ascu l ar : a hip er u r icemia assint omát ic a. Como no t ít u l o se qu esti ona: benigna? Começ a p o r abordar o seu met abo l ismo, cont inu a com as comp l ic aç õ es e as rel aç ões com a hip er t ensão ar t er ial , o acident e v ascul ar cerebr al , a doenç a coronár ia, a i ns u ficiência c ardíac a, a do enç a renal crónic a e asp ect os p ar t icu l ares, como a discu ssão sobre a exist ência du ma cu r v a em J, ant es da conc l u são. O nú mero ainda t em o u t ros asp ect o s de int eresse como as not íci as da “ Summe r Sch ool da S ociedade E u ro p eia de Hip er t ensão” e o rel at o d um simp ó sio sobre o v al or da acç ão combinada no t r at ament o da hip er t ensão. Como de cost u me al ongu eime no descre ver do s ar t igo s qu e me p render am como l eit or p r iv il egiado do s ar t igo s nest e nú mero da nossa Re v ist a qu e esp ero t o do s p ar t il hem comigo no mesmo ent u siasmo. Conti nu amo s a ap el ar à vo ssa p ar t icip aç ão com os ar t igos qu e qu eir am su bmet er p a r a p u bl ic aç ão qu e merecer ão semp re a nossa mel ho r at enç ão. V ít or R amal hinho NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 11/24/2013 11:01:12 PM A RTIGO ORIGIN A L ORIGIN A L A RTICLE ECLIPSE ECLIPSE Joana Lopes1, Filipa Alves Rocha1, Ana Paula Pereira2, Fernando Pinto3 Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Egas Moniz - ACES Entre Douro e Vouga I 2 Assistente Graduada de Medicina Geral e Familiar e Orientadora de Formação, USF Egas Moniz - ACES Entre Douro e Vouga I 3 Assistente Graduado de Cardiologia – Centro Hospitalar Entre o Douro e Vouga 1 RESUMO Introdução: A pré-eclampsia é um tipo de hipertensão gestacional associado a proteinúria que ocorre após as 20 semanas de gestação em mulheres previamente normotensas. Requer uma monitorização e vigilância rigorosa dadas as complicações que lhe estão associadas. Descrição do caso: Mulher de 17 anos, etnia cigana, primigesta de 35 semanas, recorre ao Serviço de Urgência por quadro de escotomas, cefaleias intensas, edema dos membros inferiores e episódio convulsivo. Gravidez não vigiada apenas com realização do protocolo analítico e ecografia do 1º trimestre que não revelaram alterações. Face ao quadro clínico e exame objetivo realizado, todos os procedimentos foram orientados para um caso de eclampsia. Este diagnóstico foi também confirmado em estudo analítico e após estabilização hemodinâmica da doente, foi feita indução do parto que decorreu sem complicações. No pós-parto não houve recidiva de episódios convulsivos e no puerpério verificou-se evolução favorável com reversão clínica e laboratorial da pré-eclampsia e normalização dos valores tensionais. Conclusão: Este caso clínico alerta para a extrema importância do controlo e seguimento da pressão arterial durante a gravidez, no sentido de identificar precocemente possíveis doenças hipertensivas da gravidez, das quais é paradigma a pré-eclampsia. ABSTRACT Introduction: Preeclampsia is a type of gestational hypertension associated with protein- 6 uria that occurs after 20 weeks of gestation in previously normotensive women. Requires a rigorous monitoring and surveillance given the complications that can be associated with it. Case description: Woman, 17 years old, gypsy race, first pregnancy at 35 weeks of gestation, refers to the Emergency Room with episode of scotoma, severe headache, edema of the lower extremities and convulsive episode. It was an unsupervised pregnancy, only holding the analytical protocol and ultrasound of the first quarter of pregnancy, that showed no changes. Given the clinical and physical examination performed, all procedures were told as if it were a case of eclampsia. This diagnosis was confirmed analytically and, after hemodynamic stabilization of the patient, induction of labor was performed with no complications. In postpartum there was no recurrence of seizures and in puerperium a favorable outcome, with clinical and laboratory reversal of preeclampsia and normalization of blood pressure values. Conclusion: This case points to the extreme importance of the control and monitoring of blood pressure during pregnancy, in order to identify possible early pregnancy hypertension, which is the paradigm of pre-eclampsia. C.F.L., 17 anos, sexo feminino, etnia cigana, primigesta de 35 semanas, recorre ao Serviço de Urgência Básica (SUB) do Hospital de São Miguel, Unidade de Oliveira de Azemeis do Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga (CHEDV), por apresentar escotomas e cefaleias intensas que não cediam ao Paracetamol e ao repouso. Segundo a doente já teria tido vários episódios de cefaleias, mas de menor intensidade que o actual e auto-limitados, aliviando sobretudo com o repouso. Os primeiros destes episódios terão surgido por volta das 24 semanas de gestação. No momento da admissão, refere sentir-se muito “inchada” e com dificuldade em calçar os sapatos (sic). Na última semana tinha aumentado 2 kg. Vem acompanhada da mãe que muito assustada interrompe a conversa e explica que a sua filha teve um episódio convulsivo há cerca de uma hora, do qual não se recorda e cuja duração foi de aproximadamente 90 segundos, principal motivo pelo qual se dirigiram imediatamente ao SUB. Esta gravidez, embora não planeada era desejada, tendo sido, no entanto, mal vigiada com apenas duas consultas, uma durante o primeiro e outra no segundo trimestre. Realizou apenas o protocolo analítico e ecografia do 1º trimestre que não revelaram alterações. Relativamente à sua história pregressa: baixa escolaridade, precárias condições socioeconómicas, mas sem antecedentes médicocirurgicos relevantes. Dos antecedentes familiares destaca-se: pai com Hipertensão Arterial (HTA) e Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e avô paterno faleceu aos 62 anos na sequência de um Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM). Ao exame objectivo no SUB apresenta-se consciente, orientada no espaço e no tempo e colaborante com PA: 172/110mmHg, FR: 25 cpm, FC: 78 bpm, Sat.O2: 96%, glicemia capilar: 80mg/dl. Para além destes parâmetros destacam-se edemas bilaterais dos membros inferiores até aos joelhos e desconforto ligeiro à palpação abdominal a nível do quadrante superior direito (QSD). Sem alterações a nível de auscultação cardio-pulmonar. Face ao exposto a actuação clínica foi orientada tendo como base o quadro clínico de Eclampsia. Antes da transferência para as urgências obstétricas e ginecológicas do Hospital São Sebastião (HSS), Unidade de Santa Maria Feira do CHEDV, foi feita colheita de sangue para hemograma, bioquímica e estudo da coagulação e urina para bioquímica e Combur, no sentido de agilizar o protocolo de actuação uma vez que os resultados poderiam ser lidos posteriormente nessa unidade através da plataforma informática comum a todas as unidades do CHEDV. Do Combur destaca-se valor de proteínas no limite superior. Foi feita de imediato monitorização dos NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ArtigoOriginal1.indd 6 11/14/2013 11:22:24 AM parâmetros vitais e manutenção de acessos venosos periféricos. Por indicação dos colegas de ginecologia-obstetrícia, após contacto telefónico, a doente foi algaliada, iniciada oxigenoterapia, perfusão com sulfato de magnésio e administrados 10 mg de nifedipina po, antes de ser transferida. No núcleo de partos do HSS, a reavaliação clínica e os resultados analíticos estabelecem o diagnóstico de pré-eclampsia (PE) grave: cefaleias, perturbações visuais, dor abdominal no QSD, TAS>160 e TAD>110 mmHg, oligúria, e analiticamente proteinúria e aumento, ainda que ligeiro, das transaminases. Após estabilização hemodinâmica da doente, esta foi submetida a um parto distócico por ventosa, sob analgesia epidural, com nascimento de um recém-nascido do sexo masculino com 2,520Kg, Apgar 8/9, com boa vitalidade e sem malformações aparentes. Após o parto, embora sem recidiva de episódios convulsivos, foi mantido o protocolo de vigilância e prevenção das convulsões com perfusão de sulfato de magnésio. para além do aspecto da vigilância já referido, a importância da adequada articulação entre os diferentes níveis de cuidados para a qual é imprescindível a sensibilização dos profissionais de saúde para este tipo de entidade nosológica. Só assim poderão ser evitados ou minimizados os seus efeitos nefastos indutores de significativa morbimortalidade maternofetal. Qualquer gravidez deverá ter o brilho do sol e não a escuridão do eclipse! No puerpério, houve uma evolução favorável com reversão clínica e laboratorial da préeclampsia e normalização dos valores tensionais. Este caso clínico alerta para a extrema importância do controlo e seguimento da PA durante a gravidez, no sentido de identificar precocemente possíveis doenças hipertensivas da gravidez, das quais é paradigma a pré-eclampsia. Este tipo de HTA gestacional associado a proteinúria, que ocorre após as 20 semanas de gestação em mulheres previamente normotensas, requer uma monitorização e vigilância rigorosas, nomeadamente das manifestações clínicas indicativas de PE grave, como a ocorrência de convulsões na ausência de outras condições neurológicas, ou seja, de um quadro de eclampsia. A prevalência desta entidade nosológica é variável, mas estima-se que seja inferior a 1%. Ocorre mais frequentemente nos extremos de vida reprodutiva (<20 e >35 anos). Aproximadamente metade dos casos ocorre antes das 36 semanas de gestação, em 45% dos casos ocorre intra-parto ou nas primeiras 24h do pós-parto e em cerca de 15% pode surgir entre as 48h e as 4 semanas após o parto. O caso apresentado vem corroborar os aspectos supracitados, saindo também reforçada REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. BARRA S, CACHULO MC, PROVIDÊNCIA R, LEITÃOMARQUES A. Hipertensão arterial na grávida: o atual estado da arte, Rev Port Cardiol. 2012;31(6):425-432 2. CAMPOS DA, MONTENEGRO N, RODRIGUES T. Protocolos de Medicina Materno-Fetal, 2ª edição, 2008 3. MALDONADO J. Hipertensão na grávida, in NAZARÉ J, BRAZ NOGUEIRA J. Hipertensão arterial – Noções práticas de clínica e terapêutica. G. C. – Gráfica de Coimbra, 2012 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ArtigoOriginal1.indd 7 7 11/19/2013 7:39:35 PM A RTIGO DE REVISÃO REVIEW A RTICLE HIPERURICEMIA ASSINTOMÁTICA – DOENÇA BENIGNA? ASYMPTOMATIC HYPERURICEMIA - A BENIGN DISEASE? Peixoto L.; Janeiro Acabado A., Gomes da Costa A., Braz Nogueira J. Serviço de Medicina 1, CHLN, Clínica Universitária de Medicina 1 - FML METABOLISMO DO ÁCIDO ÚRICO O ácido úrico é o produto final de degradação das purinas, originando-se estas, principalmente de forma endógena do catabolismo dos ácidos nucleicos e da síntese de novo e ainda, em menor quantidade, de forma exógena decorrente da dieta. O ácido úrico é produzido nos tecidos que contém a enzima xantina oxidase, primariamente o fígado e o intestino delgado. O processamento renal do ácido úrico consiste em 4 etapas: filtração glomerular, reabsorção tubular, secreção e reabsorção pós-secretora. Em condições normais, é filtrado pelos rins 66-75% de urato, sendo o restante excretado pelo intestino. É de salientar que apenas é excretado pelo rim 8-12% do urato filtrado (EF). O pH da urina influencia a solubilidade do ácido úrico, mais concretamente na presença de pH 5,0 a urina é saturada com ácido úrico na concentração de 6 a 15mg/dl e se pH 7,0 ocorre saturação em concentração de 158 a 200mg/dl 1. Na idade adulta, as concentrações de ácido úrico aumentam uniformemente com o decorrer do tempo e variam de acordo com a estatura, peso, pressão arterial, função renal, dieta e consumo de bebidas alcoólicas (Figura 1). A hiperuricemia pode resultar de aumento da produção (como nos casos de rápida renovação, proliferação ou morte celulares decorrentes de terapêutica citotóxica, crises blásticas leucémicas, hemólise ou rabdomiólise); também pode ser consequência da excessiva degradação de ATP do músculo esquelético após exercício físico vigoroso, estado de mal epiléptico ou de algumas doenças de depósito de glicogénio) e/ou diminuição da excreção de ácido úrico, sendo definida como uma concentração plasmática de ácido úrico > 6,8mg/ dl, o que se verifica em 2,0 a 13,2% dos adultos. Mais de 90% dos doentes com hiperuricemia persistente apresentam um defeito no processamento renal de ácido úrico, havendo uma excreção fraccionada da carga filtrada <6% 1. HIPERURICEMIA E EVOLUÇÃO Apenas nos primatas o ácido úrico constitui o produto final deste metabolismo, uma vez que nos outros mamíferos, verifica-se a existência da uricase, uma enzima hepática que converte o ácido úrico em alantoína, um produto de excreção renal muito solúvel. A actividade desta enzima perdeu-se nos primatas devido a uma série de mutações no seu gene (Figura 2). Existem várias explicações teóricas, Metabolismo do ácido úrico síntese de novo DNA e RNA na tentativa de justificar uma possível vantagem evolutiva para a acumulação de ácido úrico 2, 3: - inteligência: a hipótese mais antiga foi colocada por Orawan em 1955, afirmando que os doentes com hiperuricemia seriam mais inteligentes, devido à semelhança entre a estrutura de ácido úrico e a cafeína, um estimulante cerebral; - capacidade antioxidante: o ácido úrico diminui o stress oxidativo implicado na etiologia das doenças neurodegenerativas, diminuindo assim a prevalência destas e melhorando o seu prognóstico (neuroprotector); - pressão arterial: num período de baixa ingestão de sal, a hiperuricemia permitiu manter a pressão arterial e consequentemente a posição vertical do ser humano, sugerindo a hiperuricemia como causa de elevação da tensão arterial. Assim, Johnson chegou a colocar a hipótese de que as mutações genéticas que levaram os primatas a diminuir os níveis de ácido ascórbico e aumentar os níveis de ácido úrico ocorreram para proporcionar vantagem de sobrevivência, auxiliando a manter a pressão sanguínea em períodos de alterações dietéticas ou stress ambiental 2. COMPLICAÇÕES DA HIPERURICEMIA São várias as complicações conhecidas da hiperuricemia: artrite gotosa, nefrolitíase, nefropatia por urato e nefropatia aguda. No mundo actual de inactividade física e abundante dieta ocidental, a hiperuricemia transformou-se numa desvantagem, não só pelas complicações acima referidas, mas também por se relacionar com hipertensão arterial (HTA), síndroma metabólica, doença cardiovascular e doença renal crónica. nucleótidos nucleósidos dieta salvage pathway bases xantina oxidase 25-33% ácido úrico 66-75% estatura peso PA função renal álcool Figura 1: Metabolismo do ácido úrico 8 EF: 8-12% HIPERURICEMIA E HIPERTENSÃO ARTERIAL É amplamente reconhecido que a HTA constitui um factor de risco para a hiperuricemia. Estimase uma prevalência de 20 – 40% de hiperuricemia em doentes com HTA. Por um lado, a diminuição da função renal associada a HTA (nefroangioesclerose hipertensiva) assim como o aumento da resistência vascular renal e o stress oxidativo, com consequente diminuição da filtração glomerular de ácido úrico justificam em parte essa elevada prevalência; por outro lado a provável coexistência de síndroma metabólico com hiperinsulinemia NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ArtigoRevisão.indd 8 11/14/2013 12:37:10 PM conduz à diminuição da excreção renal de ácido úrico, assim como a terapêutica com diuréticos em doentes hipertensos levam a um aumento de risco de desenvolvimento de hiperuricemia em doentes com HTA. Diversos estudos tentam demonstrar a hiperuricemia como factor de risco independente para o desenvolvimento de HTA (25 a 50% dos doentes com hiperuricemia têm HTA), parecendo haver mesmo uma relação linear, uma vez que o risco de desenvolver HTA é directamente proporcional com os níveis de ácido úrico 4. O primeiro estudo foi realizado em Israel e publicado em 1972 5 e desde então múltiplos artigos têm sido publicados defendendo que níveis séricos aumentados de ácido úrico são preditores de HTA 6. O estudo MRFIT (Multiple Risk Factor Intervention Trial) 7, em 2007, investigou o desenvolvimento de HTA, num período de 6 anos, em 3073 homens normotensos com hiperuricemia com idade média de 44 anos e concluiu que estes indivíduos apresentavam um risco relativo (RR) de 1,81, ou seja, tinham 80% de maior risco de desenvolver HTA, comparando com o grupo sem hiperuricemia (Figura 3). Um outro estudo, publicado na revista Hypertension em 2003, envolveu 125 crianças, entre os 6 e os 18 anos de idade, com função renal normal e HTA recentemente diagnosticada e encontraram concentrações séricas de ácido úrico superiores 5,5mg/dl em 89% das crianças com HTA essencial, em 30% com HTA secundária, 0% com HTA da bata branca e 0% no grupo controlo, confirmando a hipótese de que a hiperuricemia poderá ter um papel patogénico precoce na hipertensão essencial 8. Também tem sido referido existir associação entre baixo peso ao nascer, desenvolvimento futuro de hipertensão e hiperuricemia. Em alguns estudos, a relação entre níveis elevados de ácido úrico e o desenvolvimento consequente de HTA revelou-se mais forte nos indivíduos de raça negra e entre estes no sexo masculino comparativamente ao sexo feminino 9. Uma meta-análise recente 10 de 18 estudos prospectivos, envolvendo mais de 5500 indivíduos, confirmou um risco aumentado de hipertensão nos que apresentavam hiperuricemia (risco relativo 1,41). Por cada 1mg/dl de aumento dos níveis de ácido úrico o risco relativo de HTA aumentava 13%, sendo este risco mais pronunciado nos jovens e no sexo feminino. De acordo com vários estudos publicados, o tratamento precoce da hiperuricemia (na maioria dos artigos com alopurinol) em doentes com hipertensão essencial ligeira (Grau 1) recentemente diagnosticada poderá conduzir à normalização Figura 2: Hiperuricemia e evolução Figura 3: Estudo MRFIT dos valores tensionais 11. Um estudo duplamente cego e aleatorizado, desenvolvido no Texas entre 2004 e 2007, envolveu 30 adolescentes entre os 11 e os 17 anos de idade com o diagnóstico recente de HTA grau 1 e com níveis de ácido úrico iguais ou superiores a 6mg/dl. Foi administrado 200mg de alopurinol 2x/dia durante quatro semanas com posterior redução dos níveis séricos de ácido úrico e também da pressão arterial 12. Ao longo dos vários estudos têm sido propostos os mecanismos que justificam a hiperuricemia como factor de risco independente para o desenvolvimento de HTA. Numa fase aguda / precoce, a hiperuricemia induz disfunção endotelial com diminuição dos níveis de óxido nítrico intrarenal e consequente activação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) 6, 11 e posteriormente, numa fase crónica, o ácido úrico penetra no músculo liso vascular induzindo a sua proliferação e provocando lesão intersticial renal 13. Assim, são propostas duas fases: a aguda em que a HTA é dependente dos níveis de ácido úrico, colocando-se a hipótese do benefício terapêutico da hiperuricemia com o objectivo de prevenir ou tratar a HTA 6, 11 e a fase crónica em que já está instalada doença microvascular renal e a HTA NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ArtigoRevisão.indd 9 9 11/19/2013 7:41:42 PM A RTIGO DE REVISÃO REVIEW A RTICLE torna-se sensível ao sal e independente dos níveis de ácido úrico, não parecendo haver benefício terapêutico com a diminuição dos níveis de ácido úrico (Figura 4) 13, 14. A maioria dos estudos que avaliam a hiperuricemia como factor de risco independente para doença cardiovascular 15 são, na realidade, da área da HTA. Contudo, outras manifestações da hiperuricemia como factor de risco para doença cardiovascular foram avaliadas, nomeadamente acidente vascular cerebral (AVC), doença coronária (DC), insuficiência cardíaca (IC) e doença renal crónica (DRC). HIPERURICEMIA E ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Figura 4: benefícios da terapêutica com alopurinol na função renal dos níveis de ácido úrico, sendo esta relação também mais evidente no sexo feminino. Um artigo de 2006, que avalia o ensaio MRFIT, 20 incluiu 12866 homens, sem história prévia de DC, com uma idade média de 46 anos e avaliados num período de 6,5 anos. Nesse ensaio concluíram que a hiperuricemia e a artrite gotosa constituíam factores de risco independentes para enfarte agudo do miocárdio, após ajuste de diferentes multivariáveis. Uma meta-análise envolvendo 16 estudos (238449 adultos) revelou que a hiperuricemia está associada a um aumento da incidência de AVC (RR 1,41) assim como a um aumento da mortalidade (RR 1,36) e ambos de forma estatisticamente significativa 16. Também Holme e colaboradores no estudo AMORIS 17 verificaram existir associações entre os níveis séricos de ácido úrico e o risco de AVC, quer isquémico quer hemorrágico, sendo esta relação mais forte no sexo feminino. Vários mecanismos estão implicados nesta associação e relacionados com a acção do ácido úrico e dos respectivos cristais: disfunção endotelial; geração de radicais livres de oxigénio; proliferação do músculo liso vascular e aumento de mediadores inflamatórios tais como o factor de necrose tumoral alfa (TNF-α) e as interleucinas-6 (IL-6); IL-1β e IL-18, descrevendo-se ultimamente o importante papel da activação da via NALP3 do inflamasoma/caspase 1 18. Ainda a salientar que a HTA, um dos principais factores de risco para AVC, está estritamente relacionado com hiperuricemia, tal como já referido anteriormente. Os diversos artigos publicados consideraram, por um lado, o nível sérico de ácido úrico como marcador independente de mau prognóstico em doentes com IC moderada a grave, parecendo haver mesmo uma relação linear entre o aumento do ácido úrico e o prognóstico e taxa de mortalidade da IC 21. No já referido estudo AMORIS 17 foi também evidenciada a associação significativa entre os níveis de uricemia e insuficiência cardíaca congestiva. Por outro lado, o tratamento da hiperuricemia com alopurinol melhorou a disfunção endotelial na IC e diminuiu o stress oxidativo, com melhoria na capacidade física destes doentes e diminuição do número de eventos cardiovasculares 22, 23. HIPERURICEMIA E DOENÇA CORONÁRIA HIPERURICEMIA E DOENÇA RENAL CRÓNICA A associação entre DC e hiperuricemia é mais controversa. Numa meta-análise publicada em 2010 19 concluiu-se que a hiperuricemia poderia aumentar marginalmente o risco de DC, sendo o risco de mortalidade por DC mais evidente no sexo feminino (RR 1,67) relativamente ao sexo masculino, quando apresentavam níveis elevados de ácido úrico, contudo mais estudos serão necessários. No estudo AMORIS 17, o risco de enfarte agudo do miocárdio associou-se a progressivo aumento 10 HIPERURICEMIA E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Outra grande questão que permanece sem resposta definitiva é se a hiperuricemia por si só possui um papel patogénico na progressão da DRC ou se simplesmente reflecte a diminuição da excreção renal de ácido úrico que ocorre na DRC por diminuição da filtração glomerular desse. Os mecanismos 14 que potencialmente medeiam este papel têm sido bastante estudados e incluem: disfunção endotelial; proliferação vascular; resistência insulínica; diminuição da síntese de óxido nítrico endotelial, hipertrofia glomerular 24 e aumento da síntese de interleucina-6. A relação causal primária do papel do urato na DRC foi duvidosa durante muito tempo devido à concomitância de outras doenças e factores de risco frequentemente observadas nestes doentes e que contribuem para a perda funcional renal, tais como HTA, diabetes mellitus, álcool e toma de anti-inflamatórios não esteroides. Dois grandes estudos populacionais prospectivos realizados no Japão 25, 26 examinaram a relação entre níveis séricos elevados de ácido úrico e desenvolvimento de DRC após ajuste para a idade, pressão arterial (PA), índice de massa corporal (IMC), hematócrito, hiperlipidemia, glicemia em jejum e creatinina sérica e verificaram a existência de uma relação linear entre o aumento dos níveis séricos de ácido úrico e o desenvolvimento de diversas co-morbilidades como doença coronária, AVC e DRC, com um RR de 1,52; 2,33 e 8,52, respectivamente. Outro dado relevante a reter foi que comparando os potenciais factores de risco para o desenvolvimento de DRC como diminuição das HDL, PA, IMC e glicemia em jejum alterada e hiperuricemia assintomática, este último foi o que mais contribuiu para uma maior incidência de DRC 26. Diversos estudos demonstraram o efeito benéfico na função renal, com a diminuição dos níveis séricos de ácido úrico em doentes sob terapêutica com alopurinol 27. Um dos artigos publicados 28 concluiu que a hiperuricemia acelera a progressão de DRC, na medida em que foi o primeiro estudo a revelar o benefício do tratamento da hiperuricemia assintomática em indivíduos com taxa de filtrado glomerular superior a 60ml/min/1,73m2 (Figura 4). FENÓMENO DA CURVA EM J Outra questão que permanece sem resposta é até quando se devem baixar os níveis séricos de ácido úrico. Alguns artigos relatam, tal como já descrito para a HTA, o fenómeno da Curva em J, ou seja, níveis elevados de ácido úrico estão associados NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ArtigoRevisão.indd 10 11/19/2013 7:42:40 PM a aumento do risco cardiovascular, mas níveis séricos demasiado baixos também se relacionam com aumento desse mesmo risco e até aumento da mortalidade, o que poderá eventualmente estar relacionado com a capacidade antioxidante do ácido úrico e que quando presente em níveis baixos esta não se reflecte, constituindo um factor de mau prognóstico 29, 30. CONCLUSÃO Como a hiperuricemia pode ser uma complicação de síndroma metabólica a sua presença poderá constituir uma indicação para a triagem e tratamento agressivo de qualquer obesidade, hiperlipidemia, diabetes mellitus ou HTA. Apesar de toda a evidência apresentada anteriormente, não existe ainda indicação para o tratamento da hiperuricemia assintomática 31 (representa pelo menos 2/3 dos doentes com hiperuricemia), excepto nos doentes que recebem tratamento com agentes citolíticos de forma a prevenir a nefropatia aguda por ácido úrico. Contudo, de acordo com o descrito, que revela a hiperuricemia como factor de risco cardiovascular independente, julgamos que poderá ser útil, por um lado, efectuar a triagem de rotina dos níveis séricos de ácido úrico e tratar a hiperuricemia assintomática, assim como se rastreia e trata a HTA e a dislipidemia e, por outro lado, dever-seiam definir os valores alvo de uricemia a atingir. BIBLIOGRAFIA 1. 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NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ArtigoRevisão.indd 11 11 11/14/2013 12:37:11 PM A RTIGO DE OPINIÃO OPINION A RTICLE com baixa dose A ASPIRINA EM BAIXA DOSE NA PREVENÇÃO DA DOENÇA VASCULAR ATEROTROMBÓTICA: gura 1) . Comparativamente a este benefício, o aumento da “As Recomendações da ESC (…) incidência de eventos hemorrágicos major extracranianos (na (2012), preconizam que, para além maioria gastrintestinais), vs. placebo foi 20 a 50 vezes inferior, dependendo da idade e do sexo . Em consequência, da sua utilização nas fases na prevenção secundária da DCV aterotrombótica o rácio de EVIDÊNCIAS RECENTES aguda e subaguda do STEMI, E RECOMENDAÇÕES benefício-risco da aspirina em baixa dose é muito favorável à sua utilização generalizada: 10 a 20 eventos vasculares, fatais a aspirina em baixa dose seja e não fatais evitados, vs. 1 a 2 complicações hemorrágicas usada Carlos Pina e Britoindefinidamente padrão, contra o qual, ou em associação ao ções hemorrágicas, sobretudo gastrintestinais) (sobretudo do tracto gastrointestinal), por 1.000 doentes/ano qual, são geralmente testados os novos antié incontroversa (4). No domínio da prevenção nestes doentes . de tratamento Médico. Membro do Grupo de Stress agregantes plaquetários. primária, tem havido alguma controvérsia relaPsicossocial da Fundação Portuguesa de Entretanto, foram-se também acumulando evitivamente ao limiar de benefício-risco a partir para prevenção secundária”. Recomendações Recentes (7) (4,7) (6) Cardiologia dências de que a aspirina em baixa dose podedo qual a aspirina em baixa dose deverá ser ria ser eficaz na prevençãoCom primária DCVevidências utilizada (nos indivíduos com risco CV global baseda nas disponíveis, as principais Reco(2) Correspondência: aterotrombótica , ou seja em indivíduos com muito alto, muito alto e alto ou muito alto, alto “As Recomendações da ESC para mendações norte-americanas – da “American Heart [email protected] um ou mais factores de risco cardiovascular e mesmo moderado?) (2,4) e também sobre a sua ciation” (AHA)/American College of Cardiology (ACC) e do o Tratamento da Doença Coronária (CV) modificáveis (hipertensão arterial, diseficácia nos indivíduos diabéticos (ainda sem (5) American – e europeias lipidemia, “pré-diabetes” ou diabetes College mellitus, of Chest DCVPhysicians manifesta)(ACCP) . Estável” (2013) preconizam que a excesso de peso/obesidade,(da tabagismo) masSociety que Como se verá mais adiante, evidências dis“European of Cardiology”-ESC e da as“European INTRODUÇÃO não tiveram eventosStroke de DCV - definida - ESO) poníveis, mostram aque, em prevenção Os efeitos aspirina antiagregantes plaquetários da Organization recomendam aspirina em baixaprimária, em baixa dose sejaainda usada como doença coronária isquémica - DCI a utilização da aspirina em baixa dose será aspirina, subjacentes aos seus efeitos benéficos dose para a prevenção secundária da DCV aterotrombótica de peito, enfarte do miocárdio EM), válida em termos de benefício-risco na maioria para prevenção secundária a longo a nível cardiovascular, foram primeiro reconhe- (angina (1) . Reportando-nos apenas às duas não Recomendações eurodos indivíduos, diabéticos ou diabéticidos nos anos 50 do século XX (1). Progressiva- doença cerebrovascular isquémica (acidente prazo em todos os doentes com peias mais recentes, as “Recomendações da ESC para o Traisquémico transitório AIT, acidente vascular cos, com risco CV global muito alto e alto e, mente, com o acumular das evidências dos escerebral - AVC – isquémico) ou doença arte- Agudo possivelmente, também percentagem tamento do Enfarte do Miocárdio comnuma Elevação do tudos clínicos, deu-se o reconhecimento global doença coronária estável” rial periférica. (8) não negligenciável de indivíduos espectro de que a aspirina em baixa dose constitui um , preconizam que, para no além Segmento ST (STEMI)” (2012) Actualmente, a “aspirina continua a ser a pedra superior do risco CV global moderado (6). elemento central das estratégias de prevenção da sua utilização nas fases aguda e subaguda do STEMI, a tuada em 2009, pela “Antithrombotic Trialists’ angularCollaboration” da prevenção farmacológica da tromsecundária da doença cardiovascular (DCV) aspirina em baixa dose seja usada indefinidamente nestes (3) (1,2) (ATTC), utilizando os dados individuais de todos os doentes bose arterial” e, no domínio da prevenção aterotrombótica . Esse papel da aspirina em doentes (apenas dos que SECUNDÁRIA sejam intolerantes) PREVENÇÃO secundária, a sua muito favorável relação de com excepção incluídos em 16de estudos mostrou que vs. placebaixa dose na prevenção eventos(n=17.000); cardiobenefício-risco (redução da incidência de evenpara prevenção secundária e as “Recomendações da ESC DA DCV ATEROTROMBÓvasculares (CV) recorrentes, levou também a bo, a aspirina em baixa dose reduz significativamente, em tos de DCV vs. risco de aumento de complicaque se tornasse o anti-agregante plaquetário TICA COM ASPIRINA para o Tratamento da Doença Coronária Estável” (2013) (3) cerca de 20%, os eventos graves de DCV (definidos como preconizam que a aspirina em baixa dose seja usada para EM não fatal, ACV não fatal ou morte de causa vascular) (Fi- 16 estudos de prevenção secundária Eventos (% por ano) Rácio (IC) das taxas anuais de eventos Aspirina Controlos(ajustados) Aspirina: controlos 880 (4.70) 1057 (5.79) 0.81 (0.72–0.92) Evento coronário major Homens Mulheres 115 (2.59) 157 (3.36) 0.73 (0.51–1.03) TOTAL 995 (4.30) 1214 (5.30) 0.80 (0.73–0.88) p<0.00001 Homens 95 (0.51) 123 (0.67) 0.73 (0.50–1.06) Mulheres 45 (1.04) 53 (1.17) 0.91 (0.52–1.57) TOTAL 140 (0.61) 176 (0.77) 0.78 (0.61–0.99) p=0.04 Homens 1255 (6.88) 1487 (8.45) 0.81 (0.73–0.90) Mulheres 250 (5.88) 314 (7.14) 0.81 (0.64–1.02) TOTAL 1505 (6.69) 1801 (8.19) AVC isquémico comcoração Evento vascular grave 3212 IC 99% 99% IC ou ou IC 95% 95% CI 0.81 (0.75–0.87) p<0.0000 0.5 0.75 1.0 Aspirina melhor 1.25 1.5 Aspirina pior Figura Figura 1 1 – Meta–análise dos 16 estudos de prevenção secundária com aspirina em baixa dose: resultados dos “endpoints” (por sexo) Meta–análisedados 167). estudos de prevenção secundária com aspirina em baixa dose: resultados dos “endpoints” (por sexo) (adaptado da ref. 7). (adaptado ref. NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ArtigoOpinião.indd 12 11/14/2013 11:20:45 AM “As Recomendações do “American Study” (PHS), “British Doctor’s Trial” (BDT), College of Chest Physicians” “Thrombosis Prevention Trial” (TPT), of Cardiology”-ESC e da “European Stroke que sejam intolerantes). “Hypertension Optimal Treatment Trial” Organization” - ESO) recomendam a aspirina Evidências Recentes (2012) (…) preconizam utilização (HOT), “Primary a Prevention Project” (PPP). em baixa dose para a prevenção secundária A mais recente e completa meta-análise dos Essa meta-análise mostrou que, vs. placebo, estudos Prevenção clínicos de prevenção secundária Primária da da DCV da DCV aterotrombótica . Reportando-nos (da aspirina em baixa dose) nos a aspirina em baixa dose reduzia significatiapenas às duas Recomendações europeias mais aspirina em baixa dose foi efectuada em 2009, Aterotrombótica com Aspirina vamente o risco de qualquer recentes, as “Recomendações da ESC para o pela “Antithrombotic Trialists’ Collaboration” indivíduos com idade igualevento ou grave de Tratamento (ATTC), utilizando os dados individuais de em Baixa Dose na População Geral do Enfarte Agudo do Miocárdio DCV (EM não fatal, AVC não fatal ou morte superior 50 anos (…)”. de causa CV)a (-15%) e de um primeiro EM com Elevação do Segmento ST (STEMI)” todos os doentes incluídos em 16 estudos (n = prevenção secundária a longo prazo em todos os doentes (ACCP) – e europeias com doença excepção dos (da “European Society EM BAIXA DOSEcoronária estável (apenas com (1) não fatal (-32%) (9). Em 2006, após a publi17.000);Evidências mostrou que Recentes vs. placebo, a aspirina em (2012) (8), preconizam que, para além da sua cação dos resultados do estudo de prevenção utilização nas fases aguda e subaguda do baixa dose reduz significativamente, em cerca (9) 2003, foi efectuada uma meta-análiseSTEMI, dos a5 aspirina grandesem baixa dose seja usada primária significativamente “Women’s Health Study” (WHS) (10), de 20%,Em os eventos graves de DCV (definidos aspirina em baixa dose reduzia, vs. placefoi conduzida uma nova meta-análise (11), innestes doentes (apenas com estudos de prevenção primária até à dataindefinidamente concluídos - “Phycomo EM não fatal, AVC não fatal ou morte bo, o risco de qualquer evento grave de DCV em ambos os (7) cluindo os 5 estudos já referidos e este último, excepção dos que sejam intolerantes) para de causasicians vascular) (Figura 1) . ComparativaHealth Study” (PHS), “British Doctor’s Trial” (BDT), (12) . em (-14% no sexo e -12% novs. sexo feminino) que mostrou que, placebo, a aspirina prevenção secundária e assexos “Recomendações da masculino mente a“Thrombosis este benefício,Prevention o aumentoTrial” da incidên(TPT), “Hypertension Optimal NoDoença entanto,Coronária ainda de acordo com reduzia os seussignificativamente autores, no sexo o risco de baixa dose ESC para o Tratamento da cia de eventos hemorrágicos major (na maioria Treatmentvs.Trial” (HOT), Prevention Project” (3) qualquersobretudo, evento gravea de DCV (-15%), o risco Estável” (2013)(PPP). preconizam que a aspirina gastrintestinais), placebo foi 20“Primary a 50 vezes masculino, a redução devia-se, uma redução meta-análise mostrou que,(4,7)vs. a aspirina emusada para prevenção de doença coronária (-23%) e oarisco de EM em baixa dose seja inferior,Essa dependendo da idade e do sexo . placebo, significativa do risco de EM (-32%) e no sexo feminino uma não fatal (-25%) (11). longo prazo em todos os doentes Em consequência, prevenção secundária da o secundária baixa dosenareduzia significativamente risco de aqualquer redução significativa de AVC (-24%) (12). outra metaAinda em isquémico 2006, foi efectuada com doença coronária estável (apenas com do risco DCV aterotrombótica o rácio evento grave de DCV de (EMbenefício-risnão fatal, AVC não fatal ou morte (12) Em 2009, a “Antithrombotic Collaboration” (ATTC) análiseTrialists’ dos mesmos 6 estudos de prevenção excepção dos que sejam intolerantes). co da aspirina em baixa dose é muito favorável de causa) (-15%) e de um primeiro EM não fatal (-32%) (9). (7) primária, que dos teve mesmos a particularidade de estratià sua utilização generalizada: 10 a 20 eventos , ainda 6 estudos efectuou nova meta-análise Em fatais 2006,e não apósfatais a publicação ficar os resultados por sexo e mostrou vasculares, evitados, vs.dos 1 a resultados do estudo de clínicos, mas utilizando os dados individuais de todas os indi- que a aspirina em baixa dose reduzia, significativa2 complicações hemorrágicas (sobretudoHealth do prevenção primária “Women’s Study” (WHS) (10), foi víduos neles mostrou que, vs. placebo, a aspiPREVENÇÃO PRIMÁRIA DAincluídos, DCV que mente vs. placebo, o risco de qualquer evento (11) tracto gastrointestinal), por 1.000 doentes/ano conduzida uma nova meta-análise , incluindo os 5 estudos rina em baixa dose reduzia significativamente o risco de qual(6) ATEROTROMBÓTICA COM grave de DCV em ambos os sexos (-14% no de tratamento . já referidos e este último, que mostrou ASPIRINA que, vs. placebo, EMa BAIXA DOSE NA sexo(-12%), masculino e -12%devido no sexoafeminino) quer evento grave de DCV sobretudo uma (12) aspirina em baixa dose reduzia significativamente o risco deGERAL . No entanto, ainda de acordo com Recomendações Recentes POPULAÇÃO redução do EM não fatal (-23%), dos eventos coronários ma- os seus autores, no sexo masculino, a redução deviaCom base nas evidências disponíveis, as (-15%), o risco de doença coqualquer evento grave de DCV jor (-18%) e do AVC isquémico (-14%) (Figura 2) (7), mas o seu se, sobretudo, a uma redução significativa do principais Recomendações norte-americanas vidências Recentes . ronária (-23%) e o risco de EM não fatal (-25%)E(11) ráciometa-análise de custo-benefício (redução da(-32%) incidência de eventos (9) risco de EM e no sexo feminino a – da “American Heart Association” (AHA)/ Em 2003, foi efectuada uma Ainda em 2006, foi efectuada outra meta-análise (12) dos mesDCV vs.primária risco de aumento de complicações uma redução significativahemorrágicas do risco de AVC “American College of Cardiology” (ACC) e dos 5 grandes estudos de de prevenção mos 6 College estudos of deChest prevenção primária, queatéteve a particulari(-24%) (12)na . ausência de do “American Physicians” à data concluídos - “Physicians Healthsobretudoisquémico extra-cerebrais, gastrintestinais), dade de estratificar os resultados por sexo e mostrou que a 6 estudos de prevenção primária Eventos (% por ano) outras terapêuticas farmacológicas de prevenção primária, Rácio (IC) das taxas anuais de eventos Aspirina Controlos(ajustados) Aspirina: controlos 635 (0.57) 801 (0.72) 0.77 (0.67–0.89) Evento coronário major Homens Mulheres 299 (0.14) 314 (0.14) 0.95 (0.77–1.17) TOTAL 934 (0.28) 1115 (0.34) 0.82 (0.75–0.90) p=0.00002 Homens 141 (0.15) 138 (0.15) 1.01 (0.74–1.39) Mulheres 176 (0.09) 229 (0.11) 0.77 (0.59–0.99) TOTAL 317 (0.11) 367 (0.12) 0.86 (0.74–1.00) p=0.05 Homens 1063 (0.95) 1193 (1.08) 0.88 (0.78–0.98) Mulheres 608 (0.28) 690 (0.32) 0.88 (0.76–1.01) TOTAL 1671 (0.51) 1883 (0.57) AVC isquémico Evento vascular grave 95% CI IC 95% 0.75 1.0 Aspirina melhor 1.25 1.5 Aspirina pior Figura 2 2 – Meta–análise de 6 estudos de prevenção primária com aspirina em baixa dose: “endpoints” (por sexo) (adaptado da ref. 7). Figura Meta–análise de 6 estudos de prevenção primária com aspirina em baixa dose: “endpoints” (por sexo) (adaptado da ref. 7). NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ArtigoOpinião.indd 13 comcoração 99% IC ou IC 99% 0.88 (0.82–0.94) p=0.0001 0.5 13 33 11/14/2013 11:20:46 AM com baixa dose A RTIGO DE OPINIÃO OPINION A RTICLE era de 2:1 nos indivíduos com um risco de DCV a 5 anos > hemorrágico (4,6,13), dado que o rácio de risco-benefício (tam- 5% (risco CV baixo), de 3.5:1 nos indivíduos com um risco de bém denominada de benefício clínico líquido) deverá se mais DCV a 5 anos entre 5% e 10% (risco CV moderado) e de 2:1 favorável quanto maior for o risco CV global. nos indivíduos com um risco de DCV a 5 anos < 10% (risco Em Abril de 2011, foi publicada uma nova meta-análise (14), não fatal (gastrointestinal ou extracraniana) (7), Em 2009, a “Antithrombotic Trialists’ Collabo- hemorrágicas extra-cerebrais, sobretudo gas(7,13 ) . Estes resultados levaram os especialistas a que incluiu os 6 estudos de prevenção primária já referidos e CV elevado) a decisão clínica de iniciar ou não prevenção ration” (ATTC) efectuou nova meta-análise trintestinais), na ausência de outras terapêuti(7) considerar que, 6embora EM ou um AVCcas não fatais tenhamde prevenção também de mais de prevenção primária com aspirinaprimária,, em baixa entretandose deverá ser , ainda dos mesmos estudosum clínicos, mas farmacológicas primária, era3 estudos tomada com base numa rigorosa utilizando dados individuais todas osem incapacidade de 2:1 nos indivíduos umconcluídos: risco de DCV maiorosprobabilidade de de resultar a longo comto, os estudos AAAT (“Aspirin forquantificação Asymptomatic do risco CV global de cada indivíduo e numa indivíduos neles incluídos, que mostrou que, a 5 anos > 5% (risco CV baixo), de 3.5:1 nos prazo do que uma hemorragia não fatal (gastrointestinal ou Atherosclerosis Trial”), POPADAD (“Progression of Arterial Diconcomitante avaliação do seu risco hemorvs. placebo, a aspirina em baixa dose reduzia indivíduos com um risco de DCV a 5 anos (7) (4,6,13) , a decisão clínica de iniciar ou5% não prevenextracraniana) and eDiabetes”) e JPAD (“Japanese Prevention rágico , dado quePrimary o rácio de risco-benefísignificativamente o risco de qualquer evento entre e 10% (risco CVseases moderado) de 2:1 (também denominadoosdeestudos benefício clínico graveção de DCV (-12%), devido a uma nos indivíduos com um risco de DCV a 5 anoswith cio primária comsobretudo aspirina em baixa dose deverá ser tomada of Atherosclerosis Aspirin for Diabetes”); PO(7,13) líquido) deverá se mais favorável quanto redução do EM não fatal (-23%), dos eventos > 10% (risco CV elevado) . Estes resultados com base numa quantificação rigorosa do risco CV global de PADAD e JPAD incluiram apenas doentes diabéticos (de pre-maior for o risco CV ser global. coronários major (-18%) e do AVC isquémico levaram os especialistas a considerar que, emcada indivíduo numa doEM seuou risco primária, clinicamente manifesta). Em sem AbrilDCV de 2011, foi publicada uma nova (-14%) (Figura 2) (7), e mas o seuconcomitante rácio de custo-avaliação bora um um AVCvenção não fatais tenham portanto (14) meta-análise , que incluiu os 6 estudos de benefício (redução da incidência de eventos de maior probabilidade de resultar em incapaciprevenção primária já referidos e também mais DCV vs. risco de aumento de complicações dade a longo prazo do que uma hemorragia QuADRO 1 Características principais dos 9 dos estudos de prevenção coma a aspirina em baixa dose Quadro I – Características principais 9 estudos de prevençãoprimária primária com aspirina em baixa dose concluídos até à data (adaptado da concluídos até à data (adaptado da ref. 4). ref. 4). comcoração Datas de recrutamento 34 Seguimento Países Ano de Nº de População médio participantes publicação participantes alvo (anos) Idade (anos) na inclusão Comparação Regime factorial de aspirina aleatorizada Controlado com placebo Não British Doctors’ Study23 Novembro 1978 RU Novembro 1979 1988 5139 5.6 Médicos do sexo masc. 19–90 500 mg/dia Nenhuma US Physicians’ Health Study24 Agosto 1981 Abril 1984 EUA 1988 22 071 5.0 Médicos do sexo masc. 45–73 325 mg em dias alternados Beta-caroteno Sim vs. placebo Fevereiro 1989 Thrombosis Prevention Trial17 Maio 1994 RU 1998 5085 6.7 Homens com fact. de risco 45–69 de DC 75 mg/dia Varfarina vs. placebo Hypertension Optimal Treatment Trial18 Europa, América do Norte e do Sul, Ásia 3.8 Homens e mulheres com PAD 100-115 mmHg 75 mg/dia 3 regimes antiSim hipertensivos Vitamina E 100 mg/dia vs. controlo aberto Não 100 mg em dias alternados Vitamina E vs. placebo Sim Outubro 1992 Maio 1994 1998 18 790 50–80 Sim Primary Prevention Project19 Junho 1993 Abril 1998 Itália 2001 4495 3.7 Homens e mulheres com 1 ou >1 45–94 fact. de risco de DC Women’s Health Study25 Setembro 1992 Maio 1995 EUA 2005 39876 10.0 Profissionais de saúde do sex fem. 100 mg/dia Anti-oxidante vs. placebo Sim ≥45 Prevention of Progression of Arterial Disease and Diabetes Trial20 Novembro 1997 RU Julho 2001 2008 1276 6.7 Homens e mulheres com diabetes ≥40 tipo 1 ou 2 e ITB ≤0.99 Japanese Primary Prevention of Atherosclerosis with Aspirin for Diabetes Trial21 Dezembro 2002 Japão Maio 2005 2008 2539 4.4 Mulheres e homens 30–85 com diabetes tipo 2 81 ou 100 mg/dia Nenhuma Não Aspirin for Asymptomatic Atherosclerosis Trial22 Abril 1998 RU Dezembro 2001 8.2 Homens e mulheres com ITB≤0.95 100 mg/dia Nenhuma Sim 2010 3350 50–75 RU = ReinoRU Unido; ITB = Unido; índice tornozelo braço tornozelo braço Legenda: = Reino ITB = índice 14 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ArtigoOpinião.indd 14 11/14/2013 11:20:46 AM FIguRA 3 Meta–análise de 9 estudos de prevenção primária com aspirina em baixa dose: resultados dos “endpoints” (adaptado da ref. 14). Meta-Análise de 9 Estudos Clínicos Incluindo os estudos AAAT, POPADAD e JPAD Ev Coronários EM não fatal e ASCEND), que incluem mais de 40.000 indivíduos sem DCV manifesta, não diabéticos e diabéticos. Os resultados desses estudos irão aumentar a base de evidência da aspirina em baixa dose no domínio da prevenção primária e permitir delimitar mais rigorosamente o limiar benefício-risco a partir da qual deverá ser utilizada (já que responderão à questão se esse limiar deverá incluir também indivíduos no espectro superior do risco CV global moderado ou apenas indivíduos com risco CV global alto ou muito alto). Risco Relativo -4 -8 -12 -13.5 (18) -14.6 -16 -18.7 -20 Bartolucci AA et al. Am J Cardiol 2011; .doi:10.1016/j.amjcard.2011.02.325 Figura 3 – Meta–análise de 9 estudos de prevenção primária com aspirina em (14) mostrou (adaptado que, vs. placebo, baixaEssa dose: meta-analise resultados dos “endpoints” da ref. 14).a aspirina em baixa dose reduzia significativamente, o risco de eventos CV (definidos como EM + AVC + morte de causa CV) (-13,5%), 3 estudos de o prevenção Julho 2011, foram publicadas mais 2 risco deprimária, EM não entretanto, fatal (-18,7%) e Em o risco dedeDCI (-14,6%) e, concluídos: os estudos AAAT (“Aspirin for meta-análises (15,16) dos referidos 9 estudos de não significativamente, risco de prevenção AVC e a mortalidade total com a aspirina Asymptomatic Atherosclerosis Trial”), o POprimária efectuados (14) (Figuraof3). A percentagem gastrintestinais PADAD (“Progression Arterial Diseases de hemorragias em baixa dose. Uma delas (15) teve resultados and Diabetes”) e JPAD no (“Japanese Primary à anterior; outra, mostrou, para ocorridas grupo da aspirina em semelhantes baixa dose foi superiora em Prevention of Atherosclerosis with Aspirin for além de uma redução, significativa vs. placebo, (9) até 0,7% à ocorrida no grupo do placebo . De uma forma Diabetes”) (Quadro I); os estudos POPADAD do risco de eventos CV (EM + AVC + morte geral,apenas os resultados desta meta-análise foram concordantes e JPAD incluiram doentes diabéticos de causa) (-12%), de EM (-17%) e de AVC (de prevençãocom primária, portanto sem DCV isquémico, uma reduçãoa da os da ATTC, reforçando, para os especialistas, im-mortalidade total clinicamente manifesta). Essa meta-análise (-6%) (16). Em Fevereiro de 2012, foi publicada portância de uma decisão terapêutica baseada no rácio de (14) mostrou que, vs. placebo, a aspirina em uma nova meta-análise (17), dos mesmos 9 benefício-risco individual. baixa dose reduzia significativamente, o risco estudos de prevenção primária, que mostrou de eventos CV EM + AVC + uma redução, significativa vs. placebo, do risco Em(definidos Julho decomo 2011, foram publicadas mais 2 meta-análises morte de causa CV) (-13,5%), o risco de EM de eventos CV (EMefectua+ AVC + morte de causa (15,16) dos referidos 9 estudos de prevenção primária não fatal (-18,7%) e o risco de DCI (-14,6%) CV) (-10%) e de EM não fatal (-20%), mas teve resuldos com a aspirina baixa Uma delas (15) da e, não significativamente, o risco deem AVC e a dose.não significativa mortalidade total (17). (14) (18) mortalidade total (Figura 3). AàpercentaNummostrou, editorial para que acompanhou a publicatados semelhantes anterior; a outra, além de (17) gem de hemorragias gastrintestinais ocorção desta última meta-análise , considera-se uma redução, significativa vs. placebo, do risco de eventos ridas no grupo da aspirina em baixa dose foi razoável utilizar a aspirina em baixa dose em CV0,7% (EM à+ocorrida AVC + no morte dedo causa) prevenção (-12%), deprimária EM (-17%) e de superior em até grupo em indivíduos com risco (16 (9) ). ou seja >10% redução da mortalidade placebo . DeAVC umaisquémico, forma geral,uma os resultados global de DCtotal a 10 (-6%) anos alto, desta meta-análise foram concordantes com os (calculado commeta-análise o algoritmo de Framingham, Em Fevereiro de 2012, foi publicada uma nova da ATTC, reforçando, para os espeacessível em http://healthlink.mcw.edu/edu/ (17) , dos mesmos 9 estudos de prevenção primária, que moscialistas, a importância de uma decisão tearticle/923521437.html; corresponde a um trou redução, significativa vs. placebo, do risco evenrapêutica baseada uma no rácio de benefício-risco risco SCORE pelo de menos ≥ 5%), desde que individual. tos CV (EM + AVC + morte de causa nãoCV) existam contra-indicações (-10%) e de EM não e após “ter em Recomendações Norte-americanas e Europeias Mais Recentes As mais recentes Recomendações publicadas nos EUA, relativas à prevenção primária com aspirina na população geral, são as da “US Preventive Services Task Force” (USPSTF) (2009) (19) e as do “American College of Chest Physicians” (2012) (20). As Recomendações da USPSTF (2009) (19) foram elaboradas fundamentalmente com base nos resultados da meta-análise estratificada por sexos anteriormente referida (12). Estabelecem que, no sexo masculino, a intervenção com aspirina em baixa dose é feita para prevenção do EM e preconizam que esta possa ser iniciada no grupo etário dos 45 aos 59 anos, nos indivíduos com um risco de DC a 10 anos ≥ 4% (calculado com o algoritmo de Framingham; equivale a um risco SCORE > 2 ou 3%) que não tenham contra-indicações, porque nesses indivíduos o rácio de benefício-risco já será favorável (19) (Figura 4). Estabelecem também que, no sexo feminino, a intervenção com aspirina em baixa dose é feita para prevenção do AVC isquémico a 10 anos e preconizam que esta possa ser iniciada no grupo etário dos 55 aos 59 anos, nos indivíduos com um risco de AVC a 10 anos ≥ 3% que não tenham contra-indicações, porque nesses indivíduos o rácio de benefício-risco já será favorável (Figura 4) (19); o risco de AVC a 10 anos deverá ser calculado com o algoritmo disponível em www.westernstroke.org/Personal/StrokeRisk1.xls (19). As Recomendações do “American College of Chest Physicians” (2012) (20), elaboradas sobretudo com base nas meta-análises NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ArtigoOpinião.indd 15 15 11/14/2013 11:20:46 AM comcoração 0 Morte CV, EM, AVC “A aspirina continua a ser aconta pedra angular as preferências do doente” (consentimento informado) . da prevenção Encontram-se actualmente ainda a decorrer 3 novos grandes estudos clínicos, aleatorizados farmacológica e em dupla ocultação, de prevenção primária da DCV aterotrombótica com aspirina em baixa dose (estudos ARRIVE, ASPREE, da trombose arterial”. 35 A RTIGO DE OPINIÃO com baixa dose OPINION A RTICLE Num editorial meta-análise (18) que acompanhou a publicação desta última , considera-se razoável utilizar a aspirina em (17) baixa dose em prevenção primária indivíduos com risco (7) da ATTC e de Raju e col. (16)em , depois de global de DC a 10 anos ou seja >10% (calculado com considerarem que,alto, em prevenção primária, a aspirina baixa dose, se tomada durante 10 o algoritmo de em Framingham, acessível em http://healthlink. anos, reduz ligeiramente a mortalidade total, mcw.edu/edu/article/923521437.html; corresponde a um risindependentemente do perfil de risco de DC, co SCORE menos ≥ 5%), que não aexistam contraquepelo nos indivíduos com desde risco moderado alto -indicações e após conta asestreitamente preferências do doente” a redução do“ter EMem se encontra (18) equilibrada com o aumento das hemorragias (consentimento informado) . major e que, os indivíduos que valorizem muito Encontram-se actualmente ainda a decorrer 3 novos granmais prevenir um EM do que evitar uma des estudos clínicos, aleatorizados duplaumocultação, hemorragia gastrintestinal serão,eseem tiverem risco moderado DC, os que terãocom aspirina de prevenção primária ou da alto DCVdeaterotrombótica de escolher tomar easpirina em baixamaior doseprobabilidade (estudos ARRIVE, ASPREE, ASCEND), que em baixa dose, preconizam a utilização desta incluem mais de 40.000 indivíduos sem DCV manifesta, não nos indivíduos com idade igual ou superior a (20) diabéticos e diabéticos. Os resultados desses estudos irão 50 anos, de preferência à sua não utilização . Asamais Recomendações publicadas aumentar baserecentes de evidência da aspirina em baixa dose no relativas à prevenção primária domínio na daEuropa, prevenção primária e permitir delimitar mais rigocom aspirina na população geral, são as da rosamente o limiar benefício-risco a partireuropeias da qual deverá ser ESC e outras 9 sociedades médicas utilizada (2012) (já que(21)responderão à questão se esse . Foram elaboradas com base na limiar deverá (7) (4) meta-análise da ATTC e no estudo HOTdo incluir também indivíduos no espectro superior risco CV e são muito mais restritivas do que as norteglobal moderado ou apenas indivíduos com risco CV global americanas: preconizam que a aspirina em alto ou muito alto).possa ser utilizada em prevenção baixa dose primária em doentes hipertensos sem história de DCV, mas com Norte-americanas função renal reduzida ou Recomendações risco CV global alto, ou seja, com um risco e Europeias Recentes SCORE ≥ Mais 5%. FIguRA 4 Limiares de risco CV para intervenção com aspirina em baixa dose em prevenção primária. 14 ≥12 12 ≥11 10 Risco Relativo fatal (-20%), mas não significativa da mortalidade total (17). ≥9 ≥8 8 6 4 ≥4 ≥3 2 0 45-59 60-69 70-79 Homens (PREV. EM) 55-59 60-69 70-79 Mulheres (PREV. AVC) Figura 4 – Limiares, por sexo e idade, de risco global de DCV para intervenAs Recomendações do “American College of Chest Physição com aspirina em baixa dose em prevenção primária, recomendados pela cians” (2012) (20),daelaboradas sobretudo com base nas melativas à prevenção primária com aspirina na população geUSPSTF (adaptado ref. 14). PREVENÇÃO PRIMÁRIA DA DCV (7) ta-análises da ATTC e de Raju e col. (16), depois de consideral, são as da “US Preventive ServicesCOM Task Force” (USPSTF) ATEROTROMBÓTICA rarem que, em prevenção primária, a aspirina em baixa dose, (2009) (19) e as do “American College of Chest ASPIRINA EM BAIXA DOSE NA Physicians” (19) se tomada durante 10 anos, reduz ligeiramente a mortalidade POPULAÇÃO DIABÉTICA foram (2012) (20). As Recomendações da USPSTF (2009) total, independentemente do perfil de risco de DC, que nos elaboradas fundamentalmente com base nos resultados da Recomendações Norte-americanas e primária - osindivíduos estudos ETDRS, POPADAD Evidências Recentes com risco moderado a alto a redução do EM se meta-análise estratificada por conjuntamente, sexos anteriormente referida Europeias Mais Recentes E JPAD e os subgrupos de doentes diabéEm 2010, foi efectuada, pela encontra equilibrada As com o aumento das he(12) Recomendações norte-americanas mais ticos dos estudos PHS,estreitamente HOT, PPP, WHS . Estabelecem no sexo masculino, a intervenção com “Americanque, Diabetes Association” (ADA), a morragias major e diabéticos que, os indivíduos que relativas valorizem muito primária com recentes, à prevenção (n=11.618) e mostrou que, nos “American Heart Association” (AHA) e a aspirina em baixa dose é feita para prevenção do EM e precona população diabética, são as Resem DCV manifesta, a terapêutica aspi-evitaraspirina “American College of Cardiology Foundation” mais prevenir um EMcom do que uma hemorragia gastrinnizam que esta possa ser iniciada com no grupo etáriode dos 45 comendações conjuntas da ADA, da AHA e rinaaos em baixa dose reduz, vs. placebo, o risco (ACCF), uma meta-análise o objectivo testinal serão, se tiverem um risco moderado ou alto(22)de DC, e as Recomendações da 59 anos,quantificar nos indivíduos com um de em DC baixa a 10 anosdo ≥ “endpoint” 4% combinado EM não fatal + AVC do ACCF (2010) os benefícios darisco aspirina os que escolher tomar aspirina ADA – “Standards of Medical Care in Diabefatal + morte deterão causa maior CV (- probabilidade 9%; tendên- de dose na população de indivíduos diabéticos (calculado com o algoritmo de Framingham; equivalenão a um (24) baixa dose, preconizam a utilização desta(2013) nos indivíduos tes- 2013” . cia favorávelem à aspirina, no limiar da significânsem DCV aterotrombótica manifesta (22). Essa risco SCORE > 2 ou 3%) que não tenham contra-indicações, (23) As primeiras (2010) (22) elaboradas com base cia estatística) um resultado considerado meta-análise, que incluiu os dados relativos com ,idade igual ou superior a 50 anos, de preferência à ,sua porque nesses indivíduos o rácio de benefício-risco jáconcordante será nos resultados da sua meta-análise conjunta, com o da anterior aos subgrupos de doentes diabéticos da meta(20) meta-análise não utilização . (22) (19) preconizam que: conjunta do ATTC (n = 4.000) (7)também , bem como (Figura 4). Estabelecem que,osno sexo fe- da ADA, AHA e ACCF . Ainda favorávelanálise As os mais recentes publicadas na Europa, rede acordo com autores desta Recomendações nova metadados de outros 3 estudos clínicos efectuados minino, a intervenção com aspirina em baixa dose é feita para lativas à prevenção na população gea) Nos indivíduos adultos com diabetes (tipo 1 análise, os seus resultados sugeremprimária que os com aspirina especificamente em populações diabéticas (esprevenção doETDRS, AVC isquémico a 10 anos e mostrou preconizam que e 2) e sem históriaeuropeias prévia de DCV, que tenham diabéticos sem manifesta tudos JPAD e POPADAD), ral,DCV são as da ESCsee encontram outras 9 sociedades médicas um risco CV global alto (risco a 10 anos de termos de risco (21) CV no limiar entre a umaser redução nãono significativa, vs. placebo, esta possa iniciada grupo etário dos 55 aos 59 em anos, (2012) . Foram elaboradas com base na meta-análise da eventos de DCV > 10%, calculado de prefeprevenção primária e a prevenção secundária, do risco de EM (fatal e não fatal) (-9%) e do (7) nos indivíduos com um risco de AVC a 10 anos ≥ 3% que não e no estudo e são muitorência mais com restritivas do que asincluam parâmetros algoritmos que ou seja, que ATTC a diabetes poderá nãoHOT constituir risco de AVC (-15%) (tendência favorável à tenham contra-indicações, porque nesses indivíduos o rácio (22) norte-americanas: preconizam que a aspirina em baixa dose relativos à diabetes, como o “UKPDS Risk um equivalente de DC manifesta, mas confere aspirina) . Engine”,em disponível www.dtu.ox.ac.uk/ um de risco CVpossa superior dos indivíduos não de benefícioriscofoi jáefectuada será favorável (Figura 4) (19); o risco Em 2011, uma nova meta-análise serao utilizada em prevenção primária doentesem hiper(23) (23) riskengine/index.php; caso o risco CV seja diabéticos sem DC sem manifesta , que incluiu estudos clínicoscom de prevenção AVC a 10 anos deverá7ser calculado o algoritmo dispotensos história .de DCV, mas com função renal reduzida ou (19) risco CV global alto, ou seja, com um risco SCORE ≥ 5%. nível em www.westernstroke.org/Personal/StrokeRisk1.xls) . As mais recentes Recomendações publicadas nos EUA, re- 16 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ArtigoOpinião.indd 16 11/14/2013 11:20:47 AM P A B E E b (A (A b d m d (7 tu E n e E 7 P d q a p calculado com o SCORE, o seu valor só será fiável nos diabéticos tipo 1 sem lesão de órgão alvo; nos “pré-diabéticos”, nos restantes diabéticos tipo 1 e nos diabéticos tipo 2 será sempre superior ao calculado) e que não tenham um risco aumentado de hemorragia, é correcto utilizar aspirina em baixa dose para prevenção primária da DCV. Os indivíduos adultos com diabetes, sem história prévia de DCV e com um risco CV global alto incluem a maioria dos homens diabéticos com idade > 50 anos e das mulheres diabéticas com idade > 60 anos que tenham também um ou mais factores de risco CV major adicionais seguintes: tabagismo, HTA, dislipidemia, história familiar de DCV prematura, albuminúria; b) A aspirina em baixa dose poderá também ser considerada para prevenção primária da DCV nos indivíduos adultos com diabetes, sem DCV manifesta e com um risco CV global moderado (risco a 10 anos de eventos de DCV entre 5 e 10%). Essa categoria de doentes inclui diabéticos mais jovens com um ou mais factores de risco CV major adicionais e diabéticos mais idosos sem factores de risco CV adicionais; c) A aspirina em baixa dose não deverá ser recomendada para prevenção primária da DCV nos indivíduos adultos com diabetes com risco CV global baixo (risco a 10 anos de eventos de DCV < 5%, ou seja homens com idade < 60 anos e mulheres com idade < 60 anos sem factores de risco CV major adicionais). As Recomendações da ADA (2013) – “Standards of Medical Care in Diabetes 2013” (24) – mantém todas as indicações descritas em a), b) e c). As Recomendações europeias mais recentes, relativas à prevenção primária com aspirina na população diabética, são as Recomendações da ESC, sobre “Diabetes, Pré-Diabetes e DCV”, elaboradas em colaboração com a “European Association for the Study of Diabetes” (EASD) e publicadas “online” em 30 de Agosto de 2013 (25). Essas Recomendações são mais restritivas do que as norte-americanas e preconizam que pode ser considerada prevenção primária com aspirina, numa base individual, nos doentes diabéticos sem DCV mas com risco CV elevado (ou seja com um SCORE ≥ 5%) (25). CONCLUSÃO Dada a sua extensa base de evidência e de experiência clínica, na prevenção secundária e primária da DCV aterotrombótica, a aspirina em baixa dose continua a ser o anti-agregante plaquetário padrão e a pedra angular da prevenção farmacológica da trombose arterial, constituindo um elemento central das estratégias de prevenção secundária (facto largamente substanciado nas Recomendações Norte-americanas e Europeias mais recentes). No domínio da prevenção primária da DCV aterotrombótica, tem havido, nos últimos anos, alguma controvérsia relativamente ao limiar de benefício-risco a partir da qual a aspirina em baixa dose deverá ser utilizada e também sobre a sua eficácia nos indivíduos diabéticos, que se tem reflectido nalguma divergência entre as Recomendações norte-americanas (mais abrangentes) e as Recomendações europeias (mais restritivas). Encontram-se actualmente a decorrer 3 novos grandes estudos clínicos de prevenção primária da DCV aterotrombótica com aspirina em baixa dose (estudos ARRIVE, ASPREE, e ASCEND), que incluem mais de 40.000 indivíduos sem DCV manifesta, não diabéticos e diabéticos, e vão permitir delimitar mais rigorosamente o limiar de benefício-risco a partir da qual deverá ser utilizada (já que responderão à questão se esse limiar deverá incluir indivíduos pelo menos no espectro superior do risco CV global moderado ou apenas com risco CV global alto ou muito alto). Enquanto os resultados desses estudos não estiverem disponíveis, deveremos ter sempre presente o menor denominador comum actual entre os especialistas, ou seja que em prevenção primária a aspirina em baixa dose pode ser utilizada, caso não existam contra-indicações, de uma forma individualizada, nos indivíduos com um risco de DCV alto ou muito alto (avaliado com o algoritmo SCORE ou de Framingham modificado) ou de DC alto ou muito alto (avaliado com o algoritmo de Framingham); essa utilização pressupõe sempre uma quantificação rigorosa do risco de DCV acompanhada de uma avaliação clínica concomitante do risco hemorrágico. Recentemente, este conceito foi reafirmado, pelo Prof. Raffaele De Caterina, co-autor de uma revisão recente (2011) sobre anti-agregantes plaquetários (26), no tratamento e prevenção da aterotrombose, num Simpósio incluído no programa científico do XXXIV Congresso Nacional de Cardiologia (27), onde salientou que “em prevenção primária da DCV, para obter um benefício clínico líquido, só devem ser tratados com aspirina em baixa dose os indivíduos com um risco global de eventos CV major (EM não fatal, AVC não fatal ou morte de causa CV) > 2%/ano”, o que corresponde a um risco global de DCV a 10 anos > 20% e a um risco de um primeiro evento de DCV fatal a 10 anos (SCORE) ≥ 4% ou ≥ 5% (21), consoante o factor de conversão utilizado, ou seja a indivíduos com risco CV global alto ou muito alto, mas também a alguns indivíduos no espectro superior do risco CV global moderado. BIBLIOGRAFIA 1. Introdução. In: Pearson TA, editor. Aspirina: Passado, Presente e Futuro. Primeira edição portuguesa. 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Anamnesis. 2011; 205: 25-27. NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ArtigoOpinião.indd 17 17 11/19/2013 7:46:23 PM A RTIGO DE OPINIÃO OPINION A RTICLE 7. Antithrombotic Trialists’ (ATT) Collaboration, Baigent C, Blackwell L, et al. Aspirin in the primary and secondary prevention of vascular disease: collaborative meta-analysis of individual participant data from randomised trials. Lancet 2009; 373: 1849-60. 8. ESC Guidelines for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation. Task Force on the management of ST-segment elevation acute myocardial infarction of the European Society of Cardiology (ESC), Steg PG, James SK, Atar D, Badano LP, BlömstromLundqvist C, Borger MA, Di Mario C, Dickstein K, Ducrocq G, FernandezAviles F, Gershlick AH, Giannuzzi P, Halvorsen S, Huber K, Juni P, Kastrati A, Knuuti J, Lenzen MJ, Mahaffey KW, Valgimigli M, van ‘t Hof A, Widimsky P, Zahger D. Eur Heart J. 2012 Oct;3 3(20): 2569-619. doi: 10.1093/eurheartj/ ehs215. 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Epub 2012 May 3. 22. American Diabetes Association, American Heart Association, American College of Cardiology Foundation, Pignone M, Alberts MJ, Colwell JA, Cushman M, Inzucchi SE, Mukherjee D, Rosenson RS, Williams CD, Wilson PW, Kirkman MS. Aspirin for rimary prevention of cardiovascular events in people with diabetes. J Am Coll Cardiol. 2010 Jun 22;55(25):2878-86. doi: 10.1016/j.jacc.2010.04.003. 23. Butalia S, Leung AA, Ghali WA, Rabi DM. Aspirin effect on the incidence of major adverse cardiovascular events in patients with diabetes mellitus: a systematic review and meta-analysis. Cardiovasc Diabetol 2011. 10: 25. doi:10.1186/1475-2840-10-25. 24. ADA. Standards of Medical Care in Diabetes – 2013. Diabetes Care 2013; 36(suppl 1): S12; Table 1. 25. ESC Guidelines on diabetes, prediabetes, and cardiovascular diseases developed in collaboration with the EASD: The Task Force on diabetes, pre-diabetes, and cardiovascular diseases of the European Society of Cardiology (ESC) and developed in collaboration with the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Eur Heart J. 2013 Oct; 34(39): 3035-87. doi: 10.1093/ eurheartj/eht108. Epub 2013 Aug 30. 26. Patrono C, Andreotti F, Arnesen H, Badimon L, Baigent C, Collet J-P, et al. Antiplatelet agents for the treatment and prevention of atherothrombosis. Eur Heart J. 2011; 32: 2922–2932. doi:10.1093/eurheartj/ehr373. 27. De Caterina R. Prelecção efectuada no Simpósio satélite “O papel da Aspirina Hoje e Amanhã”. XXXIV Congresso Português de Cardiologia, Vilamoura, 28/04/2013, 10.00 – 11.00. NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 ArtigoOpinião.indd 18 11/14/2013 11:20:48 AM SIMPÓSIOS SYMPOSIA SIM “QUAL O VALOR DA AÇÃO COMBINADA DE LONGA DURAÇÃO NO TRATAMENTO DA HTA?” Ata do Simpósio Medicamenta “Qual o valor da ação combinada de longa duração no tratamento da HTA?”, patrocinado pela Medicamenta, decorrido em vinte e três de março de dois mil e treze, no Curia Palace Hotel, na Cúria. O simpósio foi iniciado pelo Professor Luís Martins e contou com intervenções do próprio Professor Luís Martins, do Professor Jorge Polónia e do Doutor Fernando Pinto. Na Introdução, o Professor Luís Martins deu as boas vindas a todos os presentes e aos outros dois oradores da sessão: “Nem sempre temos oportunidade de falar sobre fármacos novos e esta é uma oportunidade realmente importante para trocarmos algumas impressões. Em nome do Professor Jorge Polónia, do Doutor Fernando Pinto e no meu próprio nome, reforço o prazer que temos de estar convosco. Tentaremos fazer uma sessão interativa acerca de problemas que a todos nós dizem respeito. Agradecemos o fato de a Medicamenta ter possibilitado a realização desta sessão. Nunca é demais falar de hipertensão arterial nem de risco cardiovascular. Deram-me a incumbência de fazer a introdução desta reunião, de tentar agitar um pouco as nossas consciências e de despertar a atenção para alguns pontos-chave acerca da hipertensão arterial e da doença cardiovascular. E é isso que vou tentar fazer: lançar alguma discussão acerca destas questões, para podermos ver de que forma as podemos contornar ou melhorar e como poderemos tratar melhor os nossos doentes.” Na primeira apresentação, o Professor Luís Martins falou sobre os temas “Hipertensão em geral”, incluindo referência a tópicos como “Risco cardiovascular global”; “Prevenção de eventos cardiovasculares e regressão de órgãos-alvo”; e sobre a “importância do consumo de sal”. Apresentamos de seguida um resumo da sua apresentação: “Estamos numa fase em que se fala muito da genética como a explicação dos problemas cardiovasculares. Mas a genética não explica tudo. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e também em Portugal. Falamos de doenças da civilização: a obesidade, a diabetes e a hipertensão. Estas doenças resultam em grande parte da mesma situação: a colisão entre a nossa genética, que é paleolítica, e os hábitos de vida moderna. Recentemente, a revista Science chamou precisamente a atenção para esta questão: a explicação da doença cardiovascular e dos seus fatores de risco não reside só na genética. Estamos perante fatores e doenças cujas origens estão na interação entre genética e fatores ambientais. De uma forma geral, podemos concluir a este propósito que cerca de 30% dos casos podem ser explicados pela genética, sendo que os outros 70% são devidos a circunstâncias ambientais, sociais e comportamentais. Como podemos ver na imagem, estas são as vivências que todos conhecemos bem: tabagismo, inatividade física, alimentação incorreta, obesidade, stress, elevado consumo de sal, etc. Reconhecidamente, a maioria dos nossos doentes apresenta vários destes problemas. Habitualmente não têm só um fator de risco, e o seu risco cardiovascular elevado advém essencialmente da coexistência de várias destas 20 htt de pr su e ra da situações. Além dos problemas inerentes à idade, coexistem frequentemente outras circunstâncias - hipertensão, tabagismo, dislipidemia e diabetes - que contribuem decididamente para o aumento do risco cardiovascular. A título de exemplo podemos referir que, se aos fatores referidos juntarmos o sexo masculino, o sedentarismo, a obesidade e até a história familiar de doença coronária prematura, temos o conjunto dos principais fatores de risco para a doença coronária; se retirarmos o sexo masculino e a história familiar mas juntarmos a doença cardíaca e a doença carotídea, temos então o conjunto dos principais fatores para o acidente vascular cerebral. Assim sendo, podemos considerar que o centro do risco cardiovascular localiza-se na idade, no tabagismo, na hipertensão arterial, na hipercolesterolémia e na diabetes. Para além disso, existem ainda questões socioeconómicas que também exercem influências negativas sobre este cenário. Por exemplo, o PIB do país. A Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2000 indicava que Portugal, com um PIB entre os 20 e 25, tinha uma expectativa de vida de cerca de 80 anos. Se o PIB variar, a expectativa de vida do país pode também vir a ser alterada para pior. Hoje em dia, morre-se sobretudo de doenças não comunicáveis, as chamadas doenças crónicas. Na Europa e também em Portugal, as doenças não comunicáveis explicam cerca de 85% da mortalidade atual e, dessas, a doença cardiovascular quer nos homens, quer nas mulheres explica a maioria das causas de morte. E quais são essas doenças crónicas? Todos as conhecemos bem: a doença NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 simpósios.indd 20 No int ao co ca 11/24/2013 10:36:48 PM Lim Adm Co da co ris A ca ex do au SIMPÓSIO MEDICAMENTA “Qual o valor da ação combinada de longa duração no tratamento da HTA?” SIMPÓSIO MEDICAMENTA “Qual o valor da ação combinada de longa duração no tratamento da HTA?” PROFESSOR DOUTOR LUÍS MARTINS PROFESSOR DOUTOR LUÍS MARTINS acima do eeisto para A pressão arterial temideal uma relação commesmo o risco cardiovascular acima do considerado considerado ideal istojácontínua jáéépatente patente mesmo paravava- e lores de pressão arterial ainda normais. Ou seja, como se pode donaqual não háque risco e acima domesmo qual já exista esse risco.deOpressão risco cardiovasver para vercular na imagem imagem que se se segue, segue,que mesmo paravalores valores de pressão começa valores da pressão começa arterial seasituam arterial normal,a aumentar a taxa delogo eventososcardiovasculares arterial normal, a taxa de eventos cardiovasculares começa avaacimado doconsiderado considerado ideal e isto já é patente parade acima ideal e isto já é patente mesmomesmo para valores pressão ainda normais. Ou normais. seja, comoOu se pode na imagem lores dearterial pressão arterial ainda seja,ver como se podeque se mesmo para de pressão arterial de eventos versegue, na imagem quevalores se segue, mesmo paranormal, valoresa taxa de pressão cardiovasculares função de valorescomeça ligeiramente arterial normal,começa a taxaa ser de diferente eventos em cardiovasculares a SIMPÓSIO MEDICAMENTA “Qual o valor da ação combinada de longa duração no tratamento da PROFESSOR DOUTOR LUÍS MARTINS lores deHTA?” pressão arterial ainda normais.que Ouexista seja,um como pode biologicamente falando não é plausível valorse limiar abaixo mais elevados da pressão arterial. https://apps.who.int/infobase/Mortality.aspx - (acessed on 14/11/2012) https://apps.who.int/infobase/Mortality.aspx - (acessed on 14/11/2012) dessas doenças, temos fatores de risco intermediários: a dessas doenças, temos fatores de risco intermediários: a pressão arterial,vascular a glicemia, lipídeos e 14/11/2012) a obesidade. cardíaca, o acidente cerebral,oso cancro, a doença respiratória,Por a https://apps.who.int/infobase/Mortality.aspx - (acessed on pressão a Por glicemia, os lipídeos obesidade. Por sua vez,earterial, destes estão a dieta, etemos a ainatividade obesidade aatrás diabetes. detrás ainda dessas doenças, fatores defísica risco sua atrás destes estão ainda a dieta, a inatividade física intermediários: aMas pressão a glicemia, os lipídeos e a obesidade. Por e ovez, tabaco. nãoarterial, esqueçamos que ainda mais atrás, na eraiz o tabaco. Mas não esqueçamos que ainda mais atrás, na sua vez, atrás destes estão ainda a dieta, a inatividade física e o tabaco. Masa dessas doenças, temos fatores de risco intermediários: destes problemas, temos a globalização, a urbanização raiz destes problemas, temos globalização, urbanização não esqueçamos queeainda mais atrás,ana raiz destes problemas, temos aPor adapted from: Liszka H. Ann Fam Med, 2005; 3: 294-299. pressão arterial, glicemia, os lipídeos e aa obesidade. das sociedades o aenvelhecimento populacional. adapted from: Liszka H. Ann Fam Med, 2005; 3: 294-299. globalização, urbanização das sociedades odieta, envelhecimento populaciodassua sociedades edestes o envelhecimento vez,aatrás estão ainda eapopulacional. a inatividade física nal. e otop tabaco. nãodeesqueçamos que ainda mais atrás, na No 10 dos Mas fatores risco que causam a morte no mundo diferente em função de valores ligeiramente mais elevaNo topdestes 10 dosproblemas, fatores de risco queacausam a morte no mundo ser inteiro, a hipertensão arterial aparece em 1º lugar. Voltemos raiz temos globalização, a urbanização seradapted diferente em função de valores ligeiramente mais elevaNo top 10 dos fatores de risco que causam a morte no mundo inteiro, a dos da pressão arterial. from: Liszka H. Ann Fam Med, 2005; 3: 294-299. inteiro, a de hipertensão arterial aparece em 1ºda lugar. Voltemos aodas caso Portugal vejamos realidade região Norte, dos da pressão arterial. sociedades e o eenvelhecimento populacional. hipertensão arterial aparece em 1º lugar.a Voltemos ao caso de Portugal casoade Portugal e vejamos adisponíveis realidadeos região Norte, consultando os últimos números eda que foram publi- Sabemos que o doente hipertenso morre essencialmente de e ao vejamos realidade da região Norte, consultando últimos números consultando os últimos números disponíveis e que foram cados já eno decorrer destedeano. disponíveis que foram publicados já no decorrer deste ano. nopubliNo top 10 dos fatores risco que causam a morte mundo Sabemos que o em doente hipertenso morre essencialmente de vascular cerebral, dededoença coronária, de doença ser diferente função valores ligeiramente mais arelevacados já noadecorrer destearterial ano. aparece em 1º lugar. Voltemos acidente Sabemos que o doente hipertenso morrecoronária, essencialmente de acidente inteiro, hipertensão acidente vascular cerebral, de doença de doença arterial e de insuficiência cardíaca, tanto nos homens dosperiférica da pressão arterial. vascular cerebral, de doença coronária, de doença arterial ao caso de Portugal e vejamos a realidade da região Norte, como terial periférica e de insuficiência cardíaca, tanto nosperiférica homense de nas mulheres. insuficiência cardíaca, tanto nos homens como nas mulheres. consultando os últimos números disponíveis e que foram publi- como nas mulheres. Sabemos que o doente hipertenso morre essencialmente de cados já no decorrer deste ano. Também jájásabemos que, quando apressão pressão arterial diminui, a arTambém sabemoscerebral, que, quando arterial diminui, a doença acidente vascular de adoença coronária, de doença Também já sabemos que, quandocoronária pressão a cardiovascular, a doença coronária ea sobretudo acidente vascular doença ainsuficiência doença eoarterial sobretudo o homens aci-cerebral, terialcardiovascular, periférica e de cardíaca, tanto diminui, nos também diminuem. A este respeito é importante ter presente que a relação doença cardiovascular, a doença coronária e sobretudo o acidente vascular cerebral, também diminuem. A este respeito é como nas mulheres. direta da pressão arterial que com vascular é bem mais dente vascular cerebral, também diminuem. Acerebral este respeito é importante ter presente ao acidente relação direta da pressão arteimportante do presente que avascular que apresenta para éa direta doença coronária. importante ter quecerebral a relação da pressão arte- a rial com o acidente bem mais importante Também já sabemos que, quando a pressão arterial diminui, rialdoença coma oque acidente vascular cerebral é bem mais importante do que apresenta para a doença coronária. cardiovascular, a doença coronária ecerca sobretudo o aciGlobalmente, podemos dizer que, se diminuirmos de 10 mmHg dodente que a vascular que apresenta para a doença coronária.A este respeito é cerebral, diminuem. à pressão arterial sistólica outambém de 5 mmHg à pressão arterial diastólica, Globalmente, podemos dizer se diminuir-mos cerca dearteteremos ganhos nasque, manifestações de doença cardiovascular, importante tersubstanciais presente que a relação direta da pressão Globalmente, podemos dizer que, se diminuir-mos cerca de 10 mmHg à pressão arterial sistólica ou de 5 mmHg à pressão independentemente do vascular doente tercerebral ou não teré história prévia de doença rial com o acidente bem mais importante 10coronária mmHg à pressão arterial sistólica ou de 5 mmHg à pressão arterial diastólica, teremos ganhos substanciais nas maniou de acidente vascular cerebral: é possível obter diminuições do que a que apresenta para a doença coronária. de doença em cerca de 22% e independentemente de cerca de 40%nas em termos arterial diastólica, ganhos substanciais manifestações decoronária doençateremos cardiovascular, do de acidente vascular cerebral. festações de doença cardiovascular, independentemente do de doente ter ou não ter história prévia de doença coronária ou Globalmente, podemos dizer que, se diminuir-mos cerca de acidente vascular cerebral: é possível obter diminuições de doente ter ou não ter história prévia de doença coronária ou 10 mmHg à um pressão arterial sistólica ou demomento 5 mmHg à pressão assassino silencioso que representa doença coronária emcerebral: cerca deé 22% e neste de cerca de 40% em deEnfrentamos acidente vascular possível obter diminuições de 54% Lima G et al. Burden of Disease attributable to risk factors in the Northern Region of Portugal, arterial diastólica, teremos ganhos substanciais nas manidos acidentes vasculares cerebrais no mundo e 47% das manifestações Administração Regional da Saúde do Norte, Instituto Público, 2013. termos de acidente vascular cerebral. doença coronária em cerca de 22% e de cerca de 40% em Lima G et al. Burden of Disease attributable to risk factors in the Northern Region of Portugal, festações de doença cardiovascular, de doença coronária. A hipertensão arterial independentemente causa cerca de 9 milhõesdo de Administração Regional da Saúde do Norte, Instituto Público, 2013. termos de acidente vascular cerebral. doenteanuais ter ou história prévia de doença coronária ou mortes emnão todoter o mundo. Enfrentamos um assassino silencioso que neste momento Como vemos, estamos na mesma linha das tendências Como vemos, estamos na mesma linha das tendências indicadas indicapela de acidente vascular cerebral: é possível obter diminuições de representa 54% acidentes vasculares cerebrais no mundo em das pela OMS para os países de rendimentos elevados. Mais Enfrentamos umdos assassino silencioso que momento Como vemos, estamos na mesma linha das tendências indicaOMS para os países de rendimentos elevados. Mais concretamente, a A pressãocoronária arterial sistólica média em 22% Portugal eraneste de 134,6 doença em cerca de e de cerca demmHg 40% em Lima G et al. Burden of Disease attributable to risk factors in the Northern Region of Portugal, e 47% das manifestações de doença coronária. A hipertensão concretamente, a hipertensão arterial é o terceiro fator de representa 54% dos acidentes vasculares cerebrais no hipertensão arterial é o terceiro fator de risco mais importante no homem das pela OMS para os países de rendimentos elevados. Mais 2008, segundo a OMS.vascular Com essacerebral. pressão arterial em termosmundo populacioAdministração Regional da Saúde do Norte, Instituto Público, 2013. termos de acidente cercacerebrovascular de 9 milhões anuais todo o mundo. e concretamente, érisco o primeiro na mulher. mais importante no homem e é o primeiro na mulher. nais, causa as doenças emortes cardíaca eram,em e continuam a ser, a e 47% das manifestações dede doença coronária. A hipertensão a hipertensão arterial é o terceiro fator de arterial arterial causa cerca de 9 milhões de mortes anuais em todo o mundo. risco mais importante no homem e é o primeiro na mulher. Como vemos, estamos na mesma linha das tendências indica- Enfrentamos um assassino silencioso que neste momento A pressão arterial tem uma relação contínua com o risco A pressão arterial sistólica média em Portugal era de 134,6 das pela OMS para os países de rendimentos elevados. Mais representa 54% dos acidentes vasculares cerebrais no mundo emarterial 2008, segundo OMS.em Com essa pressão e biologicamente falando não é plausível que mmHg A pressão sistólica amédia Portugal era de arte134,6 Acardiovascular pressão arterial uma relação contínua com ofator risco NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 21 47% das manifestações de doença coronária. A hipertensão concretamente, atem hipertensão arterial é o terceiro de riale em termos populacionais, as doenças cerebrovascular e exista um valor limiar abaixo do qual não há risco e acima mmHg em 2008, segundo a OMS. Com essa pressão artecardiovascular e biologicamente falando não é plausível que arterialeram, causa cerca de 9 milhões de mortes anuaisdas em causas todo o mundo. risco mais importante no homem ecardiovascular é o primeiro na mulher. cardíaca e continuam a ser, a maioria de do qual já exista esse risco. O risco começa a exista um valor limiar abaixo do qual não há risco e acima rial em termos populacionais, as doenças cerebrovascular e aumentar logo que valores da pressão arterial se situama mortalidade. cardíaca eram, e continuam a ser, a maioria das causas de do já exista esseostem risco. O risco cardiovascular começa Aqual pressão arterial uma relação contínua com o risco A pressão arterial sistólica média em Portugal era de 134,6 mortalidade. aumentar simpósios.indd 21 logo que os valores da pressão arterial se situam 11/24/2013 10:38:02 PM artecardiovascular e biologicamente falando não é plausível que mmHg em 2008, segundo a OMS. Com essa pressão começa a desviar aoéfim do 4º ano e ao fim denão 25 anos é cerao fim de 25 anos muito semelhante à do hipertenso. ca de metade da de um normotenso. Num doente hipertenso Quanto aos hipertensos tratados sem atingir o objetivo, ao SIMPÓSIO MEDICAMENTA “Qual o valor da ação combinada de longa duração no tratamento da HTA?” PROFESSOR DOUTOR LUÍS MARTINS tratado e mantido dentro doessencialmente objetivo, a taxanão de mortalidade fim de 25 anos a sobrevida difere muito ao fim de 25 anos é muito semelhante à do não hipertenso. do doente não tratado. Quando tratamos os doentes, temos Quanto aostemos hipertensos tratados atingir o objetivo, ao que ser agressivos grau de controlo. Só aassim poderemos Quando umnohipertenso nãosem tratado, taxa de sobrevida fim de 25 anos a sobrevida essencialmente não difere muito começasignificativamente a desviar ao fim doa 4º ano e ao fim de 25 anos é cerdiminuir mortalidade. SIMPÓSIOS doca doente não tratado. Quando tratamos doentes, temos de metade da de um normotenso. Numosdoente hipertenso SYMPOSIA que ser agressivos no grau de controlo. Só assim poderemos mantido dentro de do hipertensos objetivo, a taxa de mortalidade Emtratado 2011, oe grau de controlo em países europeus, diminuir a mortalidade. fimsignificativamente demédios, 25 anosera é muito semelhante à do nãoa hipertenso. emaotermos de 38,8%. Relativamente Portugal, o Quanto aos hipertensos tratados sem atingir o objetivo,pelo ao grau de controlo atual de doentes hipertensos, determinado Em 2011, o Sociedade grau deacontrolo de essencialmente hipertensos em países europeus, fim deda25 anos sobrevida não édifere muito estudo Portuguesa de Hipertensão de 42,6%. em era um de Quando 38,8%. Relativamente a Portugal, o dotermos doente não tratado. tratamos os doentes, Desde 2005,médios, regista-se aumento de controlo de 11,2%temos para grau deser controlo atual no de doentes peloa que agressivos graumelhorámos de hipertensos, controlo. muito Sódeterminado assim poderemos 42,6%. É de reconhecer e isto maioria das causas de mortalidade. não hipertenso. Quanto aosque hipertensos tratados sem atingir ograças objetivo, ao estudo da Sociedade Portuguesa de Hipertensão é de 42,6%. diminuir significativamente a mortalidade. um contínuo e partilhado por todos os envolvidos nestasnão fimesforço de 25 anos a sobrevida essencialmente não difere muito do doente Na publicação mais recente da OCDE acerca das causas de Desde 2005, regista-se um aumento de controlo de 11,2% para Na publicação mais recente da OCDE acerca das causas de morte, Portratado. Quando tratamos os doentes, temos que ser agressivos no grau de questões. morte, está o ponto de vista É de que diminuir melhorámos muito e istoa mortalidade. graças a Em 2011, graupoderemos de controlo de hipertensos em países europeus, tugal estáPortugal muito bem, sob muito o ponto bem, de vistasob de doença coronária, mas éde ao 42,6%. controlo. Sóoreconhecer assim significativamente doença coronária, mascerebral é ao nível acidente vascular cerebral um esforço contínuo e era partilhado por todos os envolvidos nestas em termos médios, de 38,8%. Relativamente a Portugal, o nível do acidente vascular que do o país está pior: Em 2011, o grau de controlo de hipertensos em países europeus, em Na publicação mais recente da OCDE acerca das causas de Vejamos uma publicação recente do Infarmed sobre a utilização que o país está pior: termos médios, era de 38,8%. Relativamente a Portugal, o grau de controlo questões. grau de controlo atual de doentes hipertensos, determinado pelo medicamentos do aparelho cardiovascular nos últimos 11 anos. morte, Portugal está muito bem, sob o ponto de vista de deatual de doentes hipertensos, determinado estudo da éSociedade Porestudo da Sociedade Portuguesa de pelo Hipertensão de 42,6%. doença coronária, mas é ao nível do acidente vascular cerebral tuguesa de Hipertensão é de 42,6%. Desde 2005, regista-se um aumento Desde 2005, regista-se um aumento de controlo para Vejamos uma publicação recente do Infarmed sobredea11,2% utilização que o país está pior: de controlo de 11,2% para 42,6%. É de reconhecer que melhorámos muito É de reconhecer quecardiovascular melhorámos nos muito e isto11 graças dee42,6%. medicamentos do aparelho últimos anos.a isto graças a um esforço contínuo e partilhado por todos os envolvidos um esforço contínuo e partilhado por todos os envolvidos nestas Na publicação mais recente da OCDE acerca das causas de nestas questões. questões. morte, Portugal está muito bem, sob o ponto de vista de doença coronária, mas é ao nível do acidente vascular cerebral Vejamos uma publicação recente do Infarmed sobre a utilização de medicamentos aparelho cardiovascular 11 sobre anos. a utilização Vejamosdouma publicação recentenos do últimos Infarmed que o país está pior: de medicamentos do aparelho cardiovascular nos últimos 11 anos. Furtado C. Medicamentos do Aparelho Cardiovascular: Uma Análise dos padrões de utilização e despesa em Portugal Continental entre 2000 e 2001, Infarmed, 2013. OECD (2011), Health at a Glance 2011: OECD Indicators, OECD Publishing. htto://dx.doi.org/10.1787/health_glance-2011-en Furtado C. Medicamentos do Aparelho Cardiovascular: Uma Análise dos padrões de utilização e Reparem na utilização de anti-hipertensores e antidislipidémidespesa em Portugal Continental entre 2000 e 2001, Infarmed, 2013. cos ao longo da última década: a utilização destes dois grupos de fármacos aumentou significativamente. Logo a seguir Reparem na utilização de anti-hipertensores e antidislipidémiestão vasodilatadores, que cuja utilização praticamente não cos ao os longo da última década: a utilização destes dois grusiderando a taxa de sobrevida em 25 anos: variou, e depois todos os outros medicamentos que viram Vejamos agora uma comparação entre normotensos e pos Furtado C. Medicamentos do Aparelho Cardiovascular: Uma Análise dos padrões de utilização de fármacos aumentou significativamente. Logo a seguirae despesa em Portugal Continental entre 2000 e 2001, Infarmed, 2013. cardiotóniutilização diminuir (venotrópicos, antiarrítmicos, hipertensos, considerando a taxa de sobrevida em 25 anos: estão os vasodilatadores, que cuja utilização praticamente não OECD (2011), Health at a Glance 2011: OECD Indicators, OECD Publishing. cos e simpaticomiméticos). De salientar o aumento 520% variou, e depois todos os outros medicamentos que de viram a htto://dx.doi.org/10.1787/health_glance-2011-en Reparem nadas utilização de eanti-hipertensores e antidislipidémina utilização estatinas de apenas de cerca de 100% dos utilização diminuir (venotrópicos, antiarrítmicos, cardiotónicos ao longo da última década: a utilização destes doisaogruReparem na utilização de anti-hipertensores e antidislipidémicos longo anti-hipertensores. e simpaticomiméticos). De salientar o aumento de 520% Vejamos agora uma comparação entre normotensos e cos pos de fármacos aumentou significativamente. Logoaumentou a seguir da última década: a utilização destes dois grupos de fármacos utilização das estatinas eque deestão apenas de cerca de que 100% hipertensos, considerando a taxa de sobrevida em 25 anos: nasignificativamente. Logo a seguir osutilização vasodilatadores, cujados utilizaestão os vasodilatadores, cuja praticamente não Recordemos que em Portugal, a principal causa de morte não anti-hipertensores. ção praticamente não variou, e depois todos os outros medicamentos que variou, e depois todos os outros medicamentos que viram é viram a doença coronária mas sim o acidente vascular cerebral.ae a utilização diminuir (venotrópicos, antiarrítmicos, cardiotónicos utilização diminuir (venotrópicos, antiarrítmicos, cardiotóniAssim, poderemos estar a utilizar estatinas a mais provavelsimpaticomiméticos). De salientar aumento de 520% nae, utilização das Recordemos que em Portugal, ao principal de morte não cos e simpaticomiméticos). De salientarcausa o aumento de 520% estatinas e de apenas de cerca de 100% dos anti-hipertensores. mente, os anti-hipertensores deveriam merecer muito mais é anadoença coronária mas sim acidente cerebral. utilização das estatinas e deo apenas de vascular cerca de 100% dos atenção da nossa estar parte.a Lamentavelmente, nestae,publicação Assim, poderemos utilizar estatinas a mais provavelanti-hipertensores. Recordemos que em Portugal, a principal causa de morte não é a doença não se os consideram os antidiabéticos como medicamentos mente, anti-hipertensores deveriam muito mais coronária mas sim o acidente vascular cerebral.merecer Assim, poderemos estar a para o sistema cardiovascular. atenção da nossa parte. Lamentavelmente, nestadepublicação utilizar estatinas a mais provavelmente, os anti-hipertensores deveriam Recordemos que eme,Portugal, a principal causa morte não não consideram os antidiabéticos comovascular medicamentos merecer muito coronária mais atenção da nossa Lamentavelmente, nesta é asedoença mas sim parte. o acidente cerebral. Alguns fatores podem o grau controlo dos publicação não se consideram antidiabéticos como medicamentos para para o sistema cardiovascular. Assim, poderemos estarinfluenciar a os utilizar estatinas ade mais e, provavelBenetos A et al. J Hypertens. 2003; 21: 1635. o sistema cardiovascular. nossos doentes. A título de exemplo saliente-se que, do ponto mente, os anti-hipertensores deveriam merecer muito mais Alguns fatores podem influenciar o grau denesta controlo dos atenção da nossa parte. Lamentavelmente, publicação Alguns fatores podem influenciar o grau de controlo dos nossos doentes. Benetos A et al. J Hypertens. 2003; 21: 1635. nossos doentes. A título de exemplo saliente-se que, do ponto não se consideram os antidiabéticos como medicamentos A título de exemplo saliente-se que, do ponto de vista dos pacientes, a 23.03.2013 - 05 paradeoverbas, sistema cardiovascular. falta a não aderência à terapêutica e os efeitos colaterais dos OECD (2011), Health at a Glance 2011: OECD Indicators, OECD Publishing. Vejamos agora uma comparação entre normotensos e htto://dx.doi.org/10.1787/health_glance-2011-en hipertensos, considerando a taxa de sobrevida em 25 anos: Vejamos agora uma comparação entre normotensos e hipertensos, con- Quando 23.03.2013temos um hipertenso não tratado, a taxa de sobrevida começa Benetos et al.do J Hypertens. 21:de 1635. a desviar ao Afim 4º ano e2003; ao fim 25 anos é cerca de metade da de um normotenso. Num doente hipertenso tratado e mantido dentro do objetivo, a taxa de mortalidade ao fim de 25 anos é muito semelhante à do 23.03.2013 22 medicamentos podem prejudicar o grau de controlo. Por isso se torna tão importante falar de podem um novo influenciar medicamento.o grau de controlo- 05 Alguns fatores dos - nossos doentes. A título de exemplo saliente-se que, do ponto Outros fatores de não controlo estão relacionados com os próprios sistemas de saúde. Segundo uma publicação de 2010 da OCDE, existem - 05 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 simpósios.indd 22 11/14/2013 11:21:03 AM próprios sistemas de saúde. Segundo uma publicação de 2010 da OCDE, existem diferentes atuações dos Sistemas de Saúde e sua regulação. Vejamos quatro tipos: muita regulação, com preocupação sobre os sinais do mercado; muita regulação, mas sem valorizar os sinais do mercado; pouca regulação e ignorância dos sinais do mercado; pouca regulação e com foco no mercado. O impacto na saúde destes quatro tipos de sistema é certamente diverso. Relembremos que quando falamos em risco cardiovascular falamos fundamentalmente em hipertensão, obesidade, dislipidémia e diabetes. E o centro do problema é que os doentes têm concomitantemente todos esses fatores: o hipertenso diferentes atuações dos Sistemas dealteração Saúde e sua nas regulação. Vejamos quatroo apresenta frequentemente outras variáveis, tipos: muita regulação, com preocupação sobre os sinais do mercado; muita dislipidémico também tem hipertensão e quando olhamos regulação, mas sem valorizar os sinais do mercado; pouca regulação e para o diabético, esmagadora maioriae dos casos ignorância dos sinais doamercado; pouca regulação com foco no também mercado. hipertensão e dislipidémia. Oapresentam impacto na saúde destes quatro tipos de sistema é certamente diverso. Relembremos que qual quando cardiovascular falamos portuAssim sendo, é falamos o perfilemderisco risco dos hipertensos fundamentalmente em hipertensão, obesidade, dislipidémia e diabetes. gueses? Seja nos cuidados hospitalares, seja nos cuidados E o centro do problema é que os doentes têm concomitantemente todos primários, maioria dos doentes estão nasalteração categorias de risco esses fatores: oahipertenso apresenta frequentemente nas outras acrescentado alto outambém muitotem alto, ou seja, oe nosso em variáveis, o dislipidémico hipertensão quandodoente olhamosé, para o geral, diabético, esmagadora dos casos também apresentam hipertenuma doente de maioria alto risco. são e dislipidémia. Barrios V et al. J Clin Hypertens 2007; 9: 324 O estudo PRESCOT mostrou que, com monoterapia, controla-se a pressão arterial a 25% dos doentes, mas se o doente tem síndrome metabólico já só se controlam 17%. Se o doente tem elevação da PCR, já só se controlam 15,4% e se for diabético só se controlam 6,3%. No caso da dislipidémia, 26% Odos estudo PRESCOT mostrou que, com monoterapia, doentes são controlados com fármacos controla-se mas se o doente a tem pressão arterial a 25% dos doentes, mas se doente tem síndrome síndrome metabólico já só são ocontrolados 17%, e se for metabólico já só se controlam 17%. Se o doente tem elevação da PCR, já diabético só são controlados 12%. Quando queremos controsó se controlam 15,4% e se for diabético só se controlam 6,3%. No caso tanto a pressão como a dislipidémia, só conseguidalar dislipidémia, 26% dos arterial doentes são controlados com fármacos mas se o mos tem controlar 8,6% dos doentes se o doente doente síndrome metabólico já só são e controlados 17%, for e se diabético for diabético são controlados 12%. Quando queremos controlar tantoarterial a pressãoe a só só conseguimos controlar a dislipidémia, a pressão arterial como a dislipidémia, só conseguimos glicose a cerca de 1% dos doentes. controlar 8,6% dos doentes e se o doente for diabético só conseguimos controlar a dislipidémia, a pressão arterial e a glicose a cerca de 1% dos doentes. Podemos então concluir que os principais fatores que influenciamentão o grau de controlo são a fatores diabetes e a síndrome mePodemos concluir que os principais que influenciam o grau e não tanto eaaidade, o género ou ae não insuficiência renal. detabólica, controlo são a diabetes síndrome metabólica, tanto a idade, o Sabemos que 28% dos doentes hipertensos em Portugal são género ou a insuficiência renal. Assim sendo, qual é o perfil de risco dos hipertensos portugueses? Seja nos Retomando o estudo do Infarmed acerca da medicação para diabéticos. Importa também referir quea maioria quandodosafirmamos cuidados hospitalares, seja nos cuidados primários, doentes Retomando o estudo do Infarmed acerca da medicação para o aparelho o aparelho cardiovascular em Portugal, verificamos que há quenas 43% dos doentes estão controlados, continuamos estão categorias de risco acrescentado alto ou muito alto, ou seja, oa ter cardiovascular em Portugal, verificamos que há diferenças importantes diferenças emPortermos das áreasconsome geográficas. nosso é, em geral,não um doente de alto risco. termos das importantes áreas geográficas. exemplo, o Porto menos Por 57%doente de doentes controlados, e este valor poderá ter em exemplo, o Porto consome menos medicamentos que Évora. medicamentos que Évora. tendência a agravar-se caso não consideremos os riscos Sabemos que 28% dos doentes hipertensos em Portugal são diabéticos. inerentes à situação atual do país. Importa também referir que quando afirmamos que 43% dos doentes estão controlados, continuamos a ter 57% de doentes não controlados, e este Quanto dos doentes que neste valor poderá àterterapêutica tendência a agravar-se caso nãohipertensos consideremos os riscos momento tomam medicação, verificámos que a viragem inerentes à situação atual do país. em termos de presença ou ausência de controlo tensional Quanto dos doentes hipertensos de que dois neste fármacos momento tomam ocorreà terapêutica essencialmente na utilização versus medicação, verificámos que a viragem em termos de presença ou ausência a monoterapia. de controlo tensional ocorre essencialmente na utilização de dois fármacos versus a monoterapia. Atualmente, em Portugal continental, cerca de 30% dos Atualmente, em Portugal continental, cerca de 30% doslivres doentese hipertendoentes hipertensos tomam combinações cerca de sos tomam combinações livres e cerca de 70% combinações fixas. Também a 70% combinações fixas. Também verificámos que estamos verificámos que estamos a utilizar muitas combinações com diuréticos e utilizar muitas combinações com diuréticos e muito poucas muito poucas com antagonistas de cálcio, quando deveria ser exatamente antagonistas de cálcio, quando deveria ser exatamente o com contrário. o contrário. Relativamente aos doentes hipertensos diabéticos, verificámos que cerca deRelativamente 81% são doentesaos de risco alto e hipertensos risco muito alto e que nestesverificámos a taxa de doentes diabéticos, controlo é substancialmente inferior (cerca de 27,5%). Furtado C. Medicamentos do Aparelho Cardiovascular: Uma Análise dos padrões de utilização e despesa em Portugal Continental entre 2000 e 2001. Infarmed, 2013. que cerca de 81% são doentes de risco alto e risco muito alto Mas vejamos uma outra análise: o Porto gasta poucos medicae daque nestes a otaxa de controlo éPROFESSOR substancialmente inferior Fundamentalmente, que afeta a taxa de controlo dos DOUTOR doentes éLUÍS o facto de ção no tratamento HTA?” MARTINS mentos e uma temoutra um análise: custo de tratamento baixo. Em relação a de 27,5%). o (cerca doente “ter tudo”. Mas vejamos o Porto gasta poucos medicamentos e Évora, gastam-se muitos medicamentos, masgastam-se com ummuitos custo tem um custo de tratamento baixo. Em relação a Évora, medicamentos, mas baixo. com umEcusto de tratamento baixo. ECastelo temos, por de tratamento temos, por exemplo, Branco Fundamentalmente, o que afeta a taxa de controlo dos doentes rência à exemplo, Castelo quemedicamentos não gasta tantos medicamentos e que tem de que não gastaBranco tantos e que tem um custo é o facto de o doente “ter tudo”. s podem um custo de tratamento bastante mais alto. tratamento bastante mais alto. portante com os de 2010 de Saúde ção, com gulação, ulação e om foco de siste- vascular ade, disdoentes pertenso iáveis, o - 06 - Barrios V et al. J Clin Hypertens 2007; 9: 324 O estudo PRESCOT mostrou que, com monoterapia, controla-se a pressão arterial a 25% dos doentes, mas se o doente tem síndrome metabólico já só se controlam 17%. Se o doente tem elevação da PCR, já só se controlam 15,4% e se for diabético só se controlam 6,3%. No caso da dislipidémia, 26% simpósios.indd 23 dos doentes são controlados com fármacos mas se o doente Considerando os estadios epidemiológicos da doença cardiovascular: Pestilência e fome, Pandemias em regressão, Doenças degenerativas, Doenças degenerativas retardadas e Regressão da saúde por instabilidade social, 23.03.2013 onde se situa o nosso país? Estamos no estadio designado por Doenças degenerativas retardadas, ou seja, uma taxa de mortalidade por doença cardiovascular de cerca de 50% e caracterizada por acidentes isquémicos, doença coronária e insuficiência cardíaca em indivíduos idosos. De salientar que os estádios de doença cardiovascular coexistem todos ao mesmo tempo no mundo, havendo países que se encontram em cada um desses 5 estadios. A nossa situação NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 23 11/14/2013 11:21:03 AM SIMPÓSIO MEDICAMENTA “Qual o valor da ação combinada de longa duração no tratamento da HTA?” SIMPÓSIOS Considerando os estadios epidemiológicos da doença cardioSYMPOSIA vascular: Pestilência e fome, Pandemias em regressão, Doenças degenerativas, Doenças degenerativas retardadas e Regressão da saúde por instabilidade social, onde se situa o nosso país? PROFESSOR DOUTOR LUÍS MARTINS modulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona e os antagonistas do cálcio, mais benefícios poderão ser conseguidos. A este respeito salienta-se um outro facto que me parece muito importante: enquanto que nos estudos mais antigos, a média de fármacos necessários para atingir os objetivos era de 3,2, quando se analisam os estudos mais recentes, a média baixa para cerca de 2,2. Ora, os estudos mais recentes caracterizam-se pela utilização preferencial dos antagonistas do cálcio e dos moduladores do SRA.” Estamos no estadio designado por Doenças degenerativas retardadas, ou seja, uma taxa de mortalidade por doença carnão é necessariamente podendo regredir, especialmente diovascular deimutável, cerca de 50% vir e acaracterizada por acidentes tendo em conta o contexto socioeconómico do nosso país. De acordo com isquémicos, doença coronária e insuficiência cardíaca em inuma publicação de 2010 nos Estados Unidos, os impactos que as crises divíduos idosos. De salientar que os estádios de doença cardioeconómicas têm nos sistemas de saúde podem ser muito significativos e, vascular coexistem todos são ao mesmo no mundo, infelizmente, nestes últimos meses, inúmerostempo os exemplos citadoshavendo na países que se encontram em cada um desses 5 estadios. imprensa escrita em que se vislumbram sinais de que a crise atual poderá A nossa não é necessariamente imutável, podendo vir estar a pôr em situação causa os progressos na Saúde dos portugueses. a regredir, especialmente tendo em conta o contexto socioecoÉ importante contapaís. que os têm outros nómicoterdoemnosso Defármacos acordo anti-hipertensores com uma publicação de 2010 efeitos para de diminuírem os valores da pressão título nos além Estados Unidos, os impactos que asarterial. crisesAeconómicas de exemplo, o acidente vascular cerebral: têm tomemos nos sistemas de saúde podem serembora muitoverifiquemos significativos e, que os inibidores da enzima de conversão (IECA) acarretam benefícios infelizmente, nestes últimos meses, são inúmeros os exemquando diminuem a pressão arterial, tais benefícios estão intimamente plos citados na imprensa escrita em que se vislumbram relacionados à diminuição da pressão. O mesmo não se passa com os sinais de que crise com atualospoderá a pôr causanaos progressos medicamentos deixaram de ter indicação, exceto os IECAs, os ARAs e os antagonistas do acálcio, quais seestar verificou queem mesmo ausência antagonistas do cálcio. Portanto, quanto mais cedo usarmos a modulação na Saúde dos portugueses. de diminuição da pressão arterial há benefícios em termos de acidente i-hipertenm os valores o acidente ibidores da quando ditimamente não se passe verificou são arterial erebral. Por tilização de m benefício tinente para lar cerebral. farmacológicos têm alguma indicação; quando o doente ainda não teve eventos e tem diabetes, síndrome metabólica, hipertensão ou outras variáveis, alguns grupos deixam de ter qualquer indicação; e quando o doente só tem doença subclínica (hipertrofia esquerda, aterosclerose, microalbuminúria ou disfunção renal) praticamente todos os medicamentos deixaram de ter indicação, exceto os IECAs, os ARAs e os anBakris et al. Am J Med 2004; 116(5A): 308; Dahlof et al. Lancet 2005; 366: 895 Jamersontagonistas et al. Blood Press 2007; 16: 80; Jamerson et al. N Englquanto J Med 2008; 359: 22417. do cálcio. Portanto, mais cedo usarmos a Ex-Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão. O Professor Luís Martins concluiu desta forma a sua intervenção. 24 23.03.2013 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 simpósios.indd 24 mo a glice- Diretor do Serviço de Cardiologia, CHEDV EPE, Santa Maria da Feira. Professor de Medicina e Cardiologia, Universidade Fernando Pessoa, Porto. Diretor da Faculdade das Ciências da Saúde, Universidade Fernando Pessoa, Porto. PM/TWY-131041 do sistema renina-angiotensina-aldosterona e os antagonistas do cálcio, vascular cerebral. Por outras palavras, em termos cerebrovasculares, a utilização de antagonistas dos canais do cálcio permite obter um benefício É importante ter em conta que os fármacos anti-hiperten- mais benefícios poderão ser conseguidos. independente da queda da pressão e isto édepertinente para aosnossa sores têm outros efeitosarterial para além diminuírem valores A este respeito salienta-se um outro facto que me parece muito imsituação em termos de taxa de acidente vascular cerebral. da pressão arterial. A título de exemplo, tomemos o acidente portante: enquanto que nos estudos mais antigos, a média de fármacos vascular cerebral: embora verifiquemos que os inibidores da necessários para atingir os objetivos era de 3,2, quando se analisam os esTendo em conta algumas variáveis metabólicas como a glicemia, a senside aconversão acarretam benefícios quando bilidadeenzima à insulina, diabetes e a(IECA) dislipidémia, podemos verificar que os di- tudos mais recentes, a média baixa para cerca de 2,2. Ora, os estudos mais minuem a pressão arterial, tais benefícios estão intimamente recentes pela utilização preferencial do fármacos anti hipertensores têm outros efeitos. Saliente-se a propósito Bakris etcaracterizam-se al. Am J Med 2004; 116(5A): 308; Dahlof et al. Lancet 2005;dos 366:antagonistas 895 Jamerson Blood Press 2007; 80; Jamerson et al. N Engl J Med 2008; 359: 22417. e doset al. moduladores do16:SRA.” relacionados à diminuição davariáveis pressão. O mesmo se pas- cálcio que, efeitos favoráveis ou neutros nessas metabólicas sãonão obtidos duração no tratamento da HTA?” DOUTOR LUÍS MARTINS quando se com utilizam moduladores do do PROFESSOR sistema angiotensina os sa os os antagonistas cálcio, renina com os quais se everificou antagonistas do cálcio.na Peloausência contrário,de comdiminuição os diuréticosda ou com os be-arterial O Professor Luís Martins concluiu desta forma a sua intervenção. que mesmo pressão O Professor Luís Martins concluiu desta forma a sua intervenção. tabloqueadores, os efeitos obtidos a esses são deletérios. há benefícios em termos de níveis acidente vascularecerebral. Por nça cardio- modulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona os outras palavras,mais em termos cerebrovasculares, a utilização de ão, Doenças Tendo antagonistas conseguidos. em contadoo cálcio, referido nasbenefícios guidelines,poderão no que ser respeita às indicações antagonistas dos canais do cálcio permite obter umé possível benefício e Regressão formais para as diferentes classes de fármacos anti-hipertensores, independente da queda da pressão arterial e isto é pertinente sso país? verificar A esteorespeito um outro que me parece seguinte:salienta-se no caso de doentes que facto já sofreram eventos, prati- para a nossa situação em termos de taxa de acidente vascular cerebral. muito importante: enquanto que nos estudos mais antigos, camente todos os grupos farmacológicos têm alguma indicação; quando erativas re- o adoente médiaainda de fármacos necessários para atingir os objetivos era não teve eventos e tem diabetes, síndrome metabólica, doença car- hipertensão de 3,2, quando seconta analisam osalguns estudos maisdeixam recentes, a média ou em outras variáveis, grupos de ter qualquer Tendo algumas variáveis metabólicas como ainglicer acidentes dicação; baixamia, para cerca 2,2. Ora, estudossubclínica mais recentes e quando ode doente só tem doença (hipertrofia esquerda, a sensibilidade àosinsulina, a diabetes e caraca dislipidémia, microalbuminúria ou os disfunção renal) praticamente aca em in- aterosclerose, terizam-se pela verificar utilizaçãoque preferencial dos antagonistas dotodos ostêm podemos fármacos anti hipertensores nça cardio- cálciooutros e dos moduladores do SRA.” efeitos. Saliente-se a propósito que, efeitos favoráveis do, havendo ou neutros nessas variáveis metabólicas são obtidos quando se estadios. A utilizam os moduladores do sistema renina angiotensina e os anodendo vir tagonistas do cálcio. Pelo contrário, com os diuréticos ou com os to socioecobetabloqueadores, os efeitos obtidos a esses níveis são deletérios. ão de 2010 económicas Tendo em conta o referido nas guidelines, no que respeita ficativos e, s os exemàs indicações formais para as diferentes classes de fármacos bram sinais anti-hipertensores, é possível verificar o seguinte: no caso de Professor Doutor Luís Martins progressos doentes que já sofreram eventos, praticamente todos os grupos - 07 - 11/14/2013 11:21:04 AM Anunc COMUNICADO À IMPRENSA PRESS RELEASE PIC SOLUTION ASSINA PROTOCOLO COM SOCIEDADE PORTUGUESA DE HIPERTENSÃO Com o objetivo de promover a saúde pública e o combate à hipertensão, a marca PiC Solution e a Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPHTA) assinaram um protocolo de cooperação no passado dia 20 de Setembro. Todos os medidores de braço da tensão arterial da marca Pic Solution, que já estavam validados clinicamente de acordo com o protocolo internacional de validação clínica da Sociedade Europeia de Hipertensão, têm agora o reconhecimento e a recomendação da Sociedade Portuguesa de Hipertensão. indivíduos. Constituída por sofisticados medidores de tensão digitais, a gama PiC Solution foi desenvolvida para responder a todas as necessidades dos utilizadores, garantindo uma elevada fiabilidade e exatidão na medição da tensão arterial. Os seus produtos são líderes, num mercado cada vez mais exigente, competitivo e em constante evolução. O seu carácter inovador e a sua tecnologia de ponta, fazem com que estes medidores de tensão arterial digitais garantam elevados padrões de qualidade e a satisfação máxima de todos os consumidores. Na sequência de colaborações já existentes entre a PiC Solution e a Sociedade Portuguesa de Hipertensão, os medidores de braço da tensão arterial PiC Solution são agora recomendados pela SPHTA, que reconhece, assim, as suas características distintivas e a sua validação científica, tendo superado, com excelência, o rigoroso Protocolo Internacional da European Society Of Hypertension (ESH – Sociedade Europeia de Hipertensão). Estes medidores de tensão arterial são altamente precisos e recomendados para uso domiciliar, sendo, ainda, aconselhados pela dabl Educational Trust (www.dableducational.org), um site técnico, medico-científico, extremamente conceituado no meio. Com a formalização desta parceria, a Sociedade Portuguesa de Hipertensão recomenda o uso da já vasta gama de medidores de tensão de braço PiC Solution, muito simples e práticos de utilizar: PERSONAL CHECK Este medidor de tensão arterial automático de braço possui um indicador de tensão arterial elevada personalizável, o que permite monitorizar a tensão arterial de forma precisa e contínua. O seu visor, de dimensão extra, permite uma leitura fácil dos valores. Para além da indicação da data e hora da medição, informa a média das 3 últimas medições e possui um indicador de irregularidade do ritmo cardíaco. Permite ainda transferir as medições para o PC, através de um software específico. HELP CHECK CLASSIC CHECK O presidente da SPHTA, Dr. Fernando Pinto, Daily Check Medidor de tensão arterial automático de braço, com Medidor de tensão arterial de braço, completamente congratula-se comMedidor este protocolo, como sendo de tensão arterial automático de braço, com display de grande dimensão e indicador de tensão arterial elevada, bem como data e indicador de estabilidade hemodinâmica, de tensão arteautomático. A função one touch permite a sua utilização da medição. Com 120 memórias,rial informa a média das 3 últimas medições. É calibrável e permite ligação a PC para transferência dos “mais um passo nahora prevenção e controlo da hiperelevada e de hipertensão. Com 120 memórias, data e de uma forma fácil, simples e intuitiva. Possui também valores medidos para software tensão e consequentemente uma melhoria na específico. hora da medição, informa também a média das 3 últimas um visor de grande dimensão e 30 memórias. É calibrável qualidade de vida de muitos portugueses”. medições. É calibrável e permite ligação a PC para transe permite ligação a PC para transferência dos valores Classic Check ferir as medições efetuadas. medidos. a sua utilização de uma forma fácil, simples Para Aurélio Vieira, Product da PiC Medidor deManager tensão arterial deSobraço, completamente automático. A função one touch permite DAILY CHECK MAMY CHECK e intuitiva. Possuiser também um visor de grande dimensão e 30 memórias. É calibrável e permite ligação a PC para transferência dos valores lution, “é uma honra para a marca reconhecida Medidor de tensão arterial automático de braço, com Como o nome indica, este medidor de tensão arterial medidos. e recomendada por esta entidade, através de um display de grande dimensão e indicador de tensão arterial automático de braço é especialmente indicado para gráviprotocolo que visa o combate à hipertensão, para o elevada, bem como data e hora da medição. Com 120 das. Apresenta um display de grande dimensão, indicador Mamy Check qual a PiC tem vindo a contribuir com uma maior memórias, informa a média das 3 últimas medições. É de hipertensão, 120 memórias com data e hora e a média Como o nome indica, este medidor tensão arterial automático depara braço é especialmente indicado para grávidas. fiabilidade, exatidão e facilidade de utilização dos decalibrável e permite ligação a PC transferência das 3 últimas medições. É calibrável e possibilita a ligação Apresenta um display de grande dimensão, indicador de hipertensão, 120 memórias com data e hora e a média das 3 últimas medições. É seus aparelhos”. dos valores medidos para software específico. a PC para transferência dos valores medidos. calibrável e possibilita a ligação a PC para transferência dos valores medidos. A hipertensão arterial é um reconhecido fator de risco das doenças cardiovasculares. Em Portugal, existem cerca de dois milhões de hipertensos. Destes, só 76,8% tem conhecimento que tem pressão arterial elevada; apenas 74,9% está medicado e apenas 42,6% estão controlados. No entanto, a tensão arterial pode ser controlada, tornando possível a prevenção de doenças cardiovasculares e a melhoria da qualidade de vida dos 26 Para mais informações: Beatriz Almeida GCI Braamcamp 212476926 [email protected] e www.picsolution.com www.sphta.org.pt NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 *P Press-release.indd 26 11/24/2013 10:44:36 PM AF PIC CURSOS DE VERÃO SUMMER SCHOOL SUMMER SCHOOL DA SOCIEDADE EUROPEIA DE HIPERTENSÃO 2013 2013 ESH HYPERTENSION SUMMER SCHOOL PORTUGAL 21-27 SETEMBRO Congratulamo-nos com o enorme sucesso do Summer School da Sociedade Europeia de Hipertensão recentemente organizado pela SPH em Espinho. Esse sucesso foi claramente reflectido por: a) um nº record de students (72) provenientes não só da Europa mas também, por pedido expresso nosso, da América Latina (4 do Brasil, 1 da Argentina e 1 do México) e de Moçambique, b) pela 1ª vez foi incluído no programa científico a apresentação de abstracts pelos students do seu trabalho (antecipadamente solicitámos que enviassem) na forma de poster (17) ou comunicação oral (12), c) os rasgados elogios dos membros da faculty, com particular realce para a Presidente da ESH (Prof. Anna Dominiczak) e Directora das Actividades Educaionais da ESH (Prof. Renata Cífková), d) classificação de excelente em todos os itens (programas científico e social, sala de reuniões, hotel, refeições) do evaluation form preenchido pelos students, e) mas principalmente pelo facto que muitos dos students, espontaneamente, tiveram a amável iniciativa de nos virem expressar pessoalmente a sua opinião sobre a excelente qualidade da reunião agradecendo efusivamente a oportunidade que tiveram de estar presentes. Assim em nome da Direcção da SPH quero reiterar os meus agradecimentos a todos os que tornaram possível este magnífico evento, destacando naturalmente os prelectores e os membros desta e das anteriores Direcções pelo seu apoio incondicional. Fernando Pinto Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão & Course Director do ESH Summer School 2013 28 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 SummerSchool.indd 28 11/13/2013 2:11:12 PM 8º CONGRESSO PORTUGUÊS DE HIPERTENSÃO E RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL / 8 TH INTERNATIONAL MEETING ON HYPERTENSION AND GLOBAL CARDIOVASCULAR RISK Caros Colegas O 8º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global vai realizar-se em Vilamoura de 20 a 23 de Fevereiro de 2014. Caros Colegas A reuniãoPortuguês científica anual da Sociedade Portuguesa de Hipertensão vindo, passe a imodéstia, a O 8º Congresso de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global vaitem realizar-se em Vilamoura como de um2014. dos congressos mais atractivos do panorama médico nacional (e assumidamente de 20 aafirmar-se 23 de Fevereiro também internacional, já que neste ano temos fundadas expectativas de contar com quase meia centena de inscrições colegas de outros países). Uma vez mais desenhado ser um aespaço A reunião científica anual dade Sociedade Portuguesa de Hipertensão tem foi vindo, passe apara imodéstia, ondecomo possamos experiências e anseios, dificuldades saberes,(eda teoria à prática do afirmar-se um dospartilhar congressos mais atractivos do panorama médicoe nacional assumidamente seguimento dos doentes com patologia cardio-vascular, com óbvio destaque principal causa de também internacional, já que neste ano temos fundadas expectativas de contarpara coma quase meia Caros Congressistas morte e de incapacidade no de nosso país: a hipertensão arterial. centena de inscrições de colegas outros países). Uma vez mais foi desenhado para ser um espaço onde possamos partilhar experiências Arterial e anseios, e saberes, da teoria O 7º Congresso de Hipertensão vaidificuldades decorrer em Vilamoura de 28 àdeprática do A Direcção da Sociedade Portuguesa de Hipertensão delegou no Prof. Mesquita a seguimento dos doentes com patologia cardio-vascular, com óbvio destaque para a causaBastos de Fevereiro a 3 de Março de 2013 e, pretende-se que seja o encontro paraprincipal debate de nosso presidir deste evento onde estarão envolvidos morte eresponsabilidade de incapacidade no país:a aComissão hipertensãoOrganizadora arterial. de ideias, de todos os que se dedicam ao estudo do doente com risco cardiovascureconhecidos membros da nossa Sociedade, da Sociedade Europeia de Hipertensão (incluindo a sua lar Presidente global, embora com um enfoque especial na vertente da hipertensão arterial. a Prof.Portuguesa Anna Dominiczak) bem como delegou das Sociedades Brasileira e Moçambicana. A Direcção da actual, Sociedade de Hipertensão no Prof. Mesquita Bastos a Envolverá destacados membros da nossa Sociedade e da Sociedade Europeia de responsabilidade de presidir a Comissão Organizadora deste evento onde estarão envolvidos Hipertensão incluindo otraçado seuSociedade, actual Presidente, o eProf. Josep No seguimento doda rumo nos anos dando expressão aos princípios estatutários reconhecidos membros nossa daanteriores Sociedade Europeia deRedon. Hipertensão (incluindo a sua da SPH,actual, firmemente aquandobem da como tomada posse desta Direcção, o Congresso tem como Presidente a Prof.reiterados Anna Dominiczak) dasdeSociedades Brasileira e Moçambicana. Como habitualmente, o Congresso é organizado pela Sociedade Portuguesa objectivo contribuir significativamente para a formação contínua de todos os de Médicos, sendo Hipertensão que, à semelhança do ano anterior, voltou a delegar no Dr. Fernando particularmente dirigido aos colegas de Medicina Geral e Familiar, visto serem eles que lidam No seguimento do rumo traçado nos anos anteriores e dando expressão aos princípios estatutários da com a Pinto a responsabilidade de liderar a Comissão Organizadora evento. Pretendemos enormíssima maioria dos doentes hipertensão e/ou comDirecção, risco deste cardiovascular. SPH, firmemente reiterados aquando dacom tomada de posse desta o Congresso tem como que constitua uma significativamente oportunidade para,para através da partilha de experiências, os nossos objectivo contribuir a formação contínua de todos osactualizarmos Médicos, sendo agilizarmos as complementaridades nossas actividades diárias particularmente aos colegas dedestaque Medicina especial Geral e Familiar, visto serem eles queclínicas lidam com a com Vaiconhecimentos ser, maisdirigido umaevez, dado um nodas programa dos trabalhos, à parvista a beneficiarmos cada vez mais os nossos doentes prevenirmos o aparecimento enormíssima maioria dos doentes com hipertensão e/ou come,risco cardiovascular. Pretendemos que ou ticipação dos colegas de Medicina Geral e Familiar. Oidealmente, Congresso é-lhes especialretardarmos a evolução das constitua uma oportunidade para,potenciais através da partilha deconstante experiências, actualizarmos mente dirigido, numa perspectiva de complicações. actualização através do debateosdenossos conhecimentos e agilizarmos as complementaridades das nossas clínicas diárias com ideias, apresentação de casos clínicos e organização de umactividades curso prático de formaComo vem sendo hábito, para além dos Simpósios conjuntos com membros da Sociedade vista a beneficiarmos cada vez mais os nossos doentes e, idealmente, prevenirmos o aparecimento ou de ção pós-graduada, à imagem e na sequência do que foi feito no último Congresso.Europeia Hipertensão e de Sociedades de complicações. outros países (Hungria, França, Brasil, Moçambique) teremos espaço retardarmos a evolução das potenciais para discussão prática de casos clínicos e para abordarmos temas mais ou menos controversos numa Organizaremos Simpósios conjuntos com destacados membros da Sociedade perspectiva formativa, par com a revisão teórica dos grandes temas da da Sociedade área cardio-vascular. Como vem sendo hábito, paraaalém dos Simpósios conjuntos com membros Europeia deNatural Europeia de Hipertensão eIIIcom outras Sociedades e, esperamos poder apresen-em resposta a destaque paradeooutros Curso Prático de Formação Pós-graduada, organizado Hipertensão e detambém Sociedades países (Hungria, França, Brasil, Moçambique) teremos espaço tardiscussão os resultados do da prevalência da que hipertensão e do de sal bem da numa frequentaram asconsumo ediçõescontroversos prévias, como para múltiplas solicitações e sugestões para prática de estudo casos clínicos edos paracolegas abordarmos temas mais ou menos população portuguesa, da responsabilidade da nossa Sociedade. os Cursos Práticos Ecografia queteórica permitem maior familiarização a avaliação Natural de lesões de perspectiva formativa, a pardecom a revisão dos grandes temas da áreacom cardio-vascular. órgãos-alvo. destaque também para o III Curso Prático de Formação Pós-graduada, organizado em resposta a Mais uma vez e, apesar da crise económica que nos perturba e porprévias, vezes bem nos inibe, múltiplas solicitações e sugestões dos colegas que frequentaram as edições como para vamos ter uma presença e um apoio importantes da Indústria Farmacêutica, Numa altura em que somos confrontados com aumento crescente de preocupações financeiras, os Cursos Práticos de Ecografia que permitem maior familiarização com a avaliação deque lesões de não torna possível cumprir nossos de actualização científica. podemos deixar de terosem contaobjectivos as evidências científicas, consubstanciadas nas Guidelines das órgãos-alvo. Sociedades Científicas, pelo que as recentes actualizações destas merecerão amplo debate com vista àaltura sua integração nadelinear nossa prática clínica diária. em que somos confrontados com aumento para crescente financeiras, não Numa É nosso objectivo, a melhor estratégia tratardeospreocupações nossos doentes e, podemos deixarimportante, de ter em conta as evidências científicas, consubstanciadas Guidelines ainda mais prevenir a ocorrência de eventos que tenham nas relação mais das palavra de com apreço o relevante da Indústria Farmacêutica de Equipamentos Sociedades Científicas, pelo que as recentes destas merecerão amploedebate com vista que ou Uma menos directa os para factores de actualizações riscoapoio da nossa população. mesmo nos difíceisclínica da actual conjuntura sócio-económica, permite que prossigamos o nosso à sua integração natempos nossa prática diária. desiderato formação continuada e actualização científica. Todos juntosdefaremos um bom Congresso. Uma palavra de apreço para o relevante apoio da Indústria Farmacêutica e de Equipamentos que juntos faremos bom Congresso. mesmoTodos nos tempos difíceis um da actual conjuntura sócio-económica, permite que prossigamos o nosso Até Vilamoura. desiderato de formação continuada e actualização científica. Aguardo por todos em Vilamoura. José Nazaré Todos juntos faremos um bom Congresso. PORTUGUÊS DE SÃO H IPoECaRrdTiovEasN cular Global e Risc ETING IONAL ME ON ION Y P E R T E N Su l a r R i s k th AT 8 INTERN Hn d G l o b a l C a r d i o v a s c a vereiro 20 a 23 Fe Tivoli Marina 2014 Vilamoura PROGRAMA PRELIMINAR SOCIEDADE DE PORTUGUESA ÃO HIPERTENS Portuguese Society of Hypertension g.pt www.sphta.or Presidente da SPH Fernando Pinto Presidente da SPH Aguardo por todos em Vilamoura. 03 8ºcongresso.indd 29 O 8º CONGRESS 03 Fernando Pinto Presidente da SPH NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 29 11/13/2013 2:11:24 PM 8º CONGRESSO PORTUGUÊS DE HIPERTENSÃO E RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL 8 TH INTERNATIONAL MEETING ON HYPERTENSION AND GLOBAL CARDIOVASCULAR RISK PROGRAMA PRELIMINAR/PRELIMINARY PROGRAM 20 FEVEREIRO FEBRUARY QUINTA-FEIRA THURSDAY 13:00 ABERTURA DO SECRETARIADO SECRETARY OPENING 14:30 COMUNICAÇÕES ORAIS / CARTAZES ORAL / POSTER SESSION 17:00 CURSO DE PÓS GRADUÇÃO EM HTA - SESSÃO 1 POST GRADUATION COURSE ON HTN - 1ST SESSION ar bolismo - Efeitos Secundários da Terapêutica Anti-hipertensora e Follow-up do Hipertenso Medicado - Side Effects Of Antihypertensive Medication And Follow- Up of the Treated Hypertensive Patient 17:00 MINI-CONFERÊNCIAS MINI-CONFERENCES -10 Anos de Summer School Portugesa 10 Years of Portuguese Summerschool - HTA no Idoso HTA In The Elderly - A Anunciar To Be Announced - A Anunciar To Be Announced êutica 18:00 SESSÃO SOLENE DE ABERTURA OPENING CERIMONY 18:30 CONFERÊNCIA INAUGURAL INAUGURAL LECTURE 19:00 SIMPÓSIO SATÉLITE SATELLITE SYMPOSIUM 20:00 PORTO DE HONRA WELCOME PORTO-WINE COKTAIL APAH) MA) 07 30 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 8ºcongresso.indd 30 11/13/2013 2:11:24 PM 21 FEVEREIRO FEBRUARY SEXT SEXTA-FEIRA FRIDAY 08:00 COMUNICAÇÕES ORAIS / CARTAZES ORAL / POSTER SESSION 14:30 SIMP SATE 09:00 MESA REDONDA ROUND TABLE 15:30 SESS MAG 15:30 CURS - HTA e Cérebro - Hypertension and Brain 10:30 Coffee Break 11:00 MESA REDONDA ROUND TABLE - Cas - Clin - HTA Resistente - Resistant Hypertension 11:00 13:00 Coffe 17:30 CON LECT -OP - The CURSO DE PÓS GRADUÇÃO EM HTA - SESSÃO 2 POST GRADUATION COURSE ON HTN - 2ND SESSION - Como Avaliar HTA Secundária a Doença Parenquimatosa Renal ou a Estenose Renal - How to Evaluate Secondary Hypertension due to Renal Hypertension or to Renal Artery Stenosis 12:00 17:00 17:30 -AH Ar SIMPÓSIO SATÉLITE SATELLITE SYMPOSIUM 18:00 Almoço | Lunch 08 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 8ºcongresso.indd 31 CON LECT 31 11/13/2013 2:11:25 PM SIMP SATE 8º CONGRESSO PORTUGUÊS DE HIPERTENSÃO E RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL 8 TH INTERNATIONAL MEETING ON HYPERTENSION AND GLOBAL CARDIOVASCULAR RISK PROGRAMA PRELIMINAR/PRELIMINARY PROGRAM 20 a 23 Fevereiro Marina 2014 Tivoli Vilamoura SEXTA-FEIRA FRIDAY 14:30 SIMPÓSIO SATÉLITE SATELLITE SYMPOSIUM 15:30 SESSÃO MAGNA SPH-APMGF MAGNA SESSION SPH-APMGF 15:30 CURSO NÚCLEO DE INTERNOS DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE HTA-NISPH - Casos Clínicos Interativos: HTA no Doente Complexo - Clinical Cases in the Complex Hypertensive Patient 17:00 Coffee Break 17:30 CONFERÊNCIA LECTURE - O Papel da Automedição da PA - The Role of Home Boold Pressure 17:30 ion CONFERÊNCIA LECTURE - A HTA na Mulher Arterial Hypertension in Women 18:00 SIMPÓSIO SATÉLITE SATELLITE SYMPOSIUM 09 32 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 8ºcongresso.indd 32 11/13/2013 2:11:25 PM 22 FEVEREIRO FEBRUARY SÁBADO SATURDAY SÁBA 08:00 COMUNICAÇÕES ORAIS / CARTAZES ORAL / POSTER SESSION? 09:00 SYMPOSIUM "3ÈMES RENCONTRES FRANCO-LUSITANIENNES" "3RD PORTUGUESE-FRENCH MEETING" SYMPOSIUM 09:00 CURSO NÚCLEO DE INTERNOS DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE HTA-NISPH Coffee Break 11:00 SIMPÓSIO ESH-SPH ESH-PSH SYMPOSIUM 11:00 SIMP SATE 15:30 SIMP POR - HTA - HTN - Como Orientar uma Consulta de Hipertensão: Abordagem Estruturada do Doente e Recurso a Ferramentas para Estratificação de Risco - How to Manage a Hypertensive Consultation: The Aproach of the Patient and the Use of Tools to Stratify the Cardiovascular Risk 10:30 14:30 15:30 -AD - Sex 17:00 Coffe 17:30 CON LECT CURSO DE PÓS GRADUÇÃO EM HTA - SESSÃO 3 POST GRADUATION COURSE ON HTN - 3RD SESSION A HT Whit - HTA e Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono - HYPERTENSION and Sleep Apneia Sindrome 12:00 13:00 18:00 SIMP BRAZ 19:00 ASS PSH 20:30 JANT GALA SIMPÓSIO SATÉLITE SATELLITE SYMPOSIUM Almoço | Lunch 10 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 8ºcongresso.indd 33 MES ROU 33 11/13/2013 2:11:25 PM 8º CONGRESSO PORTUGUÊS DE HIPERTENSÃO E RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL 8 TH INTERNATIONAL MEETING ON HYPERTENSION AND GLOBAL CARDIOVASCULAR RISK PROGRAMA PRELIMINAR/PRELIMINARY PROGRAM 20 a 23 Fevereiro Marina 2014 Tivoli Vilamoura SÁBADO SATURDAY 14:30 SIMPÓSIO SATÉLITE SATELLITE SYMPOSIUM 15:30 SIMPÓSIO LUSO-HÚNGARO PORTUGUESE-HUNGARIAN SYMPOSIUM - HTA em Portugal e na Hungria - HTN in Portugal and in Hungary E HTA-NISPH urada 15:30 e Patient MESA REDONDA ROUND TABLE - A Disfunção Erectil como Marcador de Risco Cardiovascular - Sexual Disfunction - A Marker of Cardiovascular Risk 17:00 Coffee Break 17:30 CONFERÊNCIA LECTURE A HTA da Bata Branca, HTA Mascarada White Coat Hypertension, Masked Hypertension 18:00 SIMPÓSIO BRASIL-MOÇAMBIQUE-PORTUGAL BRAZIL-MOZAMBIQUE-PORTUGAL SYMPOSIUM 19:00 ASSEMBLEIA GERAL DA SPH PSH GENERAL ASSEMBLY 20:30 JANTAR DE ENCERRAMENTO GALA DINNER 11 34 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 8ºcongresso.indd 34 11/13/2013 2:11:25 PM 23 NORM PARA FEVEREIRO FEBRUARY 09:00 DOMINGO SUNDAY Também dispo CURSO DE PÓS GRADUÇÃO EM HTA - SESSÃO 4 POST GRADUATION COURSE ON HTN - 4TH SESSION 01 - A data limit 02 - A submissã 03 - Serão admi 04 - Todos os re científicos identificar n 05 - Os resumos previamen 06 - Os resumos e conclusõ 07 - Todas as ab 08 - Em local pr 09 - Toda a com de e-mail d (qualquer i 10 - O autor que Se o primei solicitar que Sociedade P para o ende 11 - Não há sup digital (slide do início da 12 - A apresenta minutos de 13 - A apresenta discussão. 14 - No momen todos os ca - Como Utilizar Normas de Orientação Clínica e Guidelines da Sociedade Europeia de Hipertensão - How to Use Portuguese Standards of Hypertension and the European Guidelines of Hypertension 10:00 A ANUNCIAR TO BE ANNOUNCED 11:00 Coffee Break 11:30 "HIGHLIGTS" DO CONGRESSO 12:00 CONFERÊNCIA DO PRESIDENTE DA SPH PRESIDENT'S LECTURE 12:30 ENCERRAMENTO E ENTREGA DOS PRÉMIOS CLOSING AND AWARDS TÍTULO: de NOME DOS lugar - não INSTITUIÇÃ E-MAIL: ga MODO DE A TEMAS: ide pretende in Medicina Tr Coração & V TEXTO: lim 15 - A Comissão 16 - O primeiro ou recusa d apresentaçã 12 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 8ºcongresso.indd 35 35 11/13/2013 2:11:26 PM 8º CONGRESSO PORTUGUÊS DE HIPERTENSÃO E RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL 8 TH INTERNATIONAL MEETING ON HYPERTENSION AND GLOBAL CARDIOVASCULAR RISK PROGRAMA PRELIMINAR/PRELIMINARY PROGRAM 8º CONGRESSO PORTUGUÊS DE HIPERTENSÃO NORMAS PARA RESUMOS e Risco Cardiovascular Global 8 t h I N T E R N AT I O N A L M E E T I N G O N HYPERTENSION and Global Cardiovascular Risk 20 a 23 Fevereiro Marina Vilamoura 2014 Tivoli Também disponíveis no site www.sphta.org.pt 01 - A data limite para o envio dos resumos é 31 de Dezembro de 2013 até às 23h59 . 02 - A submissão faz-se unicamente por via electrónica (Internet), através do site da SPHTA. 03 - Serão admitidos trabalhos sob 2 formas de apresentação: Comunicações Orais e Posters. 04 - Todos os resumos apresentados serão submetidos a apreciação anónima por revisores científicos (referees), pelo que não poderão conter no seu texto referências que permitam identificar nem os autores, nem o serviço/hospital de origem. 05 - Os resumos só poderão apresentar material original, não publicado ou apresentado previamente à realização do Congresso. 06 - Os resumos deverão ser informativos, concisos, contendo objectivos, métodos, resultado e conclusões. 07 - Todas as abreviaturas deverão ser definidas quando apresentadas pela primeira vez. 08 - Em local próprio deverá ser identificado o autor que fará a apresentação da comunicação oral. 09 - Toda a comunicação com os autores se fará por via electrónica (e-mail), pelo que o endereço de e-mail do autor responsável pela apresentação deverá ser comunicado obrigatoriamente (qualquer incorrecção na ortografia do mesmo será da responsabilidade dos autores). 10 - O autor que fará a apresentação deverá estar inscrito no Evento a que se refere o trabalho. Se o primeiro autor/autor que apresenta for um interno complementar, o mesmo pode solicitar que a sua inscrição e/ou alojamento no Congresso sejam assegurados pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão (enviando e-mail dirigido ao Presidente do Congresso para o endereço: [email protected]) 11 - Não há suporte em papel, todas as comunicações são exclusivamente apresentadas sob forma digital (slides powerpoint), que deverão ser entregues no slide desk pelo menos 1 horas antes do início da sessão. 12 - A apresentação sob a forma de Comunicação Oral não poderá ultrapassar os 8 minutos + 2 minutos de discussão. 13 - A apresentação sob a forma de Poster não poderá ultrapassar os 4 minutos + 1 minuto de discussão. 14 - No momento da submissão electrónica dos resumos deverão ser obrigatoriamente preenchidos todos os campos previstos, nomeadamente: edade pean TÍTULO: deverá estar em maiúsculas. NOME DOS AUTORES: o nome do que fará a apresentação deverá estar indicado em primeiro lugar - não indicar títulos ou cargos INSTITUIÇÃO: hospital e serviço - único lugar onde poderá figurar esta informação. E-MAIL: garantir que seja um contacto que efectivamente funcione. TELEFONE/TELEMÓVEL MODO DE APRESENTAÇÃO - PREFERIDO: oral ou poster. TEMAS: identificar, de entre os indicados pela Comissão Científica, qual o tema em que pretende incluir a apresentação (Epidemiologia, Ensaios Clínicos, Investigação Fundamental & Medicina Translaccional, Hipertensão em populações especiais, Terapêutica, HTA Secundária, Coração & Vasos, Rim, Cérebro, Risco Cardiovascular, Outros) TEXTO: limitado a 2000 caracteres para a comunicação oral e poster. 15 - A Comissão Científica reserva-se o direito de selecção e da forma de apresentação. 16 - O primeiro autor será informado, via e-mail, em data a informar brevemente, da aceitação ou recusa do trabalho apresentado, bem como da forma, dia, hora, local e moderadores da apresentação, em caso de aceitação. 13 36 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 8ºcongresso.indd 36 11/13/2013 2:11:26 PM PRESIDENTE DO CONGRESSO Dr. Fernando Pinto COMISSÃO ORGANIZADORA Presidente Prof. Mesquita Bastos Tesoureiro Dra. Luísa Moreira Vogais Dra. Clarinda Neves Dr. J. C. Marinho Dr. Pedro Cunha Dr. Pedro Damião Dra. Raquel Ferreira Dr. Rasiklal Ranchhod Dr. Tiago Adrega Dra. Vitória Cunha SOCIEDADE PORTUGUESA DE HIPERTENSÃO Portuguese Society of Hypertension www.sphta.org.pt COMISSÃO CIENTIFICA Prof. Agostinho Monteiro Prof. Albertino Damasceno Prof. Alberto Zancheti Prof. Anna Dominiczak Prof. António Coca Dr. António Jara Dr. Carvalho Rodrigues Dra. Cristina Alcântara Prof. Csaba Farsang Dr. Fernando Pinto Dr. J. C. Marinho Dra. Joana Campina Dr. João Maldonado Dr. João Saavedra Prof. Jorge Cotter Prof. Jorge Polónia Dr. José Alberto Silva Prof. José Braz Nogueira AGÊNCIA OFICIAL Viagens Abreu S.A. Av. dos Aliados, 207 4000-067 Porto Telf. :+351 22 2043570 Fax: +351 22 2043693 e-mail: [email protected] Prof. José Carmona Dr. José Nazaré Prof. Krzysztof Narkiewicz Prof. Luís Martins Dra Luisa Moreira Dra. Maria João Lima Dr. Mariano Pego Prof. Mesquita Bastos Dra. Paula Alcântara Prof. Peter Nilson Prof. Peter Sleight Prof. Ramon C Hermida Dr. Rasiklal Ranchold Prof. Serap Erdine Prof. Stéphane Laurent Dra. Teresa Rodrigues Dr. Vitor Paixão Dias Dr. Vítor Ramalhinho SECRETARIADO EXECUTIVO Veranatura – Conference Organizers Rua Augusto Macedo, 12-D Escritório - 2 1600-503 Lisboa Telfs. +351 21 7120778 Fax +351 21 7120204 e-mail: [email protected] NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 8ºcongresso.indd 37 37 11/13/2013 2:11:26 PM AGENDA 2013 CONGRES S O S NAC IO NA IS E I N T ERNAC IO NAIS 2013 NACIONAIS I N T ERNACIONAIS 7 º C o n g re s s o Po r t u g u ês d e H ip e r t e n s ão e Ris c o C ardio v as c u lar 2 8 Fe ve re i ro a 3 Ma rço 2013 C e ntro d e C ongre s so s do Al gar ve V i l a m o u r a Ma r i no te l - Al gar ve ACC - A m er ic a n Col lege of C a rd iolog y Meet ing 9 a 11 de Març o 2013 S. Fr ancisco - EUA A SH - A m er ic a n S ociet y of Hy per ten sion Meet ing 15 a 18 de Maio 2013 S. Fr ancisco - EUA XX V I I C o n g re s s o Po r t ug uês d e Ne f ro lo g ia 1 0 a 1 3 Ab r i l 2 0 1 3 C e ntro d e C ongre s so s do Al gar ve V i l a m o u r a Ma r i no te l - Al gar ve PORTO S. FRANCISCO XXX IV C o n g re s s o Po r t ug uês d e C ardio lo g ia 2 8 a 3 0 Ab r i l 2 0 1 3 C e ntro d e C ongre s so s do Al gar ve V i l a m o u r a Ma r i no te l - Al gar ve ESC - Europea n S ociet y of C a rd iolog y C ong res s 31 Agost o a 4 S e te mb ro 2013 Amest erdão - H ola nd a 1 9 º C o n g re s s o Nac io na l d e M e dic in a In t e r n a 22 a 25 Maio 2013 C e ntro d e C ongre s so s do Al gar ve V i l a m o u r a Ma r i no te l - Al gar ve VILAMOURA X I I Jo r n adas de C ardiolog ia d a M e dic in a Familiar de Aveiro No r t e 1 0 e 1 1 d e O u tu b ro d e 2013 H o te l S o l ve rd e - E sp i nho ESH - Europea n S ociet y of Hy per ten sion Cong res s 14 a 18 de Ju nho 2013 Mil ão - It ál ia EA SD - European As s ociat ion f or the S t ud y of D iabet es 23 a 27 S et embro 2013 Barcel ona - E spa nha AMESTERDÃO A HA - A m er ic an Hear t of C a rd iolog y Meet ing 16 a 20 de No vemb ro 2013 Dal l as - E UA 2 6 Jo r n adas de C ardiolog ia d a U n idade de C ardio lo g ia d o Hos p it al E g as M o n iz 1 1 e 1 2 d e O u tu b ro d e 2013 H o te l V i l a G a l é Óp e r a - Lisboa X IV J o r n adas de H ip er ten são A r t e r ial e Ris c o C ard io va sc ula r de M at o s in h o s 1 5 e 1 6 d e No ve m b ro d e 2013 H o te l S h e r a ton - Po r to COIMBRA 38 NOVA IORQUE NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 Datas.indd 38 11/13/2013 2:11:42 PM