A consequência do
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A consequência do
Revista A Revista da Renovação Carismática Católica ANO XXXIX – Nº 457 | www.comunidadeemanuel.org.br 6 ALMA FEMININA PROCURA-SE: ANJO DA GUARDA Acreditamos a escola é feita de pessoas, são elas que fazem a diferença na vida de cada criança 8 RECOMEÇAR Reencontro: é o primeiro dos 4 passos para refazer sua vida profissional 9 PAPA FRANCISCO TOCAR O POBRE É TOCAR O CRISTO Tocá-lo pode purificar-nos da hipocrisia 22 A MULHER DEVE SER SUBMISSA AO SEU MARIDO? Entre marido e mulher deve haver reciprocidade, o matriimônio não é uma “luta de classes” 35 CURSO DE INTERCESSÃO PARCEIROS DE ORAÇÃO Eles nos ajudam na batalha espiritual em nossos dia a dia R$ 13,90 Amor A consequência do A vida que o mundo nos ensina, nos leva a ser separados; cada um, uma unidade. A vida que recebemos de Jesus é uma vida que nos leva justamente à dependência uns dos outros para que todos juntos formemos uma unidade Oração Inicial DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB Muro de Proteção Por Dom Cipriano Chagas, OSB Pai , no nome de Jesus, levantamos a vós vosso(a) filho(a) dizer o nome, e oramos por um muro de proteção em volta dele/a. Muito obrigado, Pai, porque sois uma muralha de fogo em volta de dizer o nome, e colocais vossos anjos a seu redor. Nós os agradecemos, Pai, que dizer o nome habite no lugar secreto do Altíssimo e more sob a sombra do Todo Poderoso. Dizemos de vós, Senhor, que sois seu refúgio e fortaleza, e em vós ele/a confia. Cobris dizer o nome com vossas penas, e sob vossas asas ele/a confia. Dizer o nome não temerá o terror da noite nem o dardo inflamado que voa de dia. Com seus olhos dizer o nome contemplará e verá a recompensa dos maus. Porque dizer o nome fez de vós, Senhor, seu refúgio e fortaleza, nenhum mal cairá sobre ele/a, nenhum acidente o/a atingirá, nem qualquer praga ou calamidade dele/a se aproximará. Pois encarregais vossos anjos de guardar dizer o nome, e conservá-lo/a em vossos caminhos. Pai, porque colocastes vosso amor sobre dizer o nome, vós o/a libertareis. Dizer o nome vos invocará e lhe respondereis. Estareis com ele/a na dificuldade, e o/a satisfareis com uma longa vida e lhe mostrareis vossa salvação. Nenhum cabelo de sua cabeça perecerá. Em nome de Jesus. Amém. Com minha bênção sacerdotal Dom Cipriano Chagas, OSB 2016 • edição 457 • Jesus Vive e é o Senhor 1 A revista “JESUS VIVE E É SENHOR” é uma publicação mensal da Comunidade Emanuel, entidade sem fins lucrativos, declarada de Utilidade Pública pelo Decreto 8.969 de 13/05/86. A COMUNIDADE EMANUEL tem entre seus Ministérios a Evangelização através da Palavra escrita, servindo à Renovação Carismática da Igreja. Sua espiritualidade é centrada em Jesus Cristo, guiada pelo Espírito Santo de Deus, incentivando os seus leitores à vida sacramental, à oração pessoal e ao uso comunitário dos Dons e Carismas. Orientação da COMUNIDADE EMANUEL. Uma Associação Particular de Fiéis Leigos, assim reconhecida por Decreto, pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. Revista com Aprovação Eclesiástica. ® Copyright 1996 – Direitos Reservados COMUNIDADE EMANUEL CNPJ 29.983.269/0001-17 - ISSN:0103-8133 - Rua Cortines Laxe, nº 2 Centro - CEP 20090-020 - Caixa Postal 941 CEP 20001-970 - Rio de Janeiro - RJ Brasil - Tel.: 0+XX+21 2263-3725 Fax: 0+XX+21+2233-7596. Órgão Fundador da Associação Latino-americana de Revistas de Renovação no Espírito Santo. • Fundador: DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB. • Diretor-Presidente: Dom Cipriano Chagas, OSB • Diretor Responsável: Mauro Moitinho Malta • Conselho de Redação: Dom Cipriano Chagas, Maria Teresa Malta, Anna Gabriela Malta, Alexandre Honorato D. Ferreira • Redator Responsável: Jeannine Leal • Revisor: Dom Antonio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar • Coordenador de Edição: Comunidade Emanuel • Projeto Gráfico e Diagramação: Comunidade Emanuel • Revisão e Tradução: Comunidade Emanuel Os artigos publicados nesta revista são de responsabilidade dos autores. Todo material para a revista, sendo publicado ou não, não será devolvido. “A este Jesus, Deus o ressuscitou, e disto nós todos somos testemunhas. Portanto, exaltado pela direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e o derramou, e é isto o que vedes e ouvis” (At 2,32-33). “Saiba, portanto, com certeza, toda a casa de Israel: Deus o constituiu Senhor e Cristo, a este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2,36). Impressão: GRÁFICA RIO TINTO FALE CONOSCO CARTAS À REDAÇÃO • [email protected] • Cartas à redação, Jesus Vive e é o Senhor, Caixa Postal 941, 20001-970, Rio de Janeiro, RJ Inclua seu nome completo, endereço, e-mail e número de telefone. As cartas e e-mails poderão ser editadas e usadas em mídia impressa e eletrônica. ECONOMIZE TEMPO PELA INTERNET Para assinaturas e livros acesse www.comunidadeemanuel.org.br ASSINATURAS • [email protected] • 21 2263-3725 EDIÇÕES ANTERIORES [email protected] www.comunidadeemanuel.org.br MAURO MOITINHO MALTA Carta ao Leitor Frei Raniero Cantalamessa nos expõe com clareza o verdadeiro intuito de Jesus quando indagado pelos discípulos “Quantos se salvarão?” ou “Quando acontecerá a volta do Filho do Homem?”, responde informando, não o que perguntavam, mas sim o que para Ele era mais importante, ou seja, mudando o foco da pergunta para “como salvar-se”, entrando “pela porta estreita”. Esta “é a maneira de agir de alguém que deseja educar seus discípulos para que passem do plano da curiosidade ao plano da verdadeira sabedoria; das questões ociosas que apaixonam as pessoas para os verdadeiros problemas que importam na vida.” Nos alerta “para não cair na frequente tentação de crer que, aqui embaixo, tudo vá magnificamente bem para os maus, e sem dúvida, tudo vá sempre mal aos bons. Sim, o caminho dos ímpios é largo, entretanto, só no princípio; à medida que entram nele, se faz estreito e amargo. E, em todo caso é estreitíssimo no final, porque se chega a um beco sem saída”. Ao contrário do caminho dos “justos que é estreito no começo, quando se empreende, mas depois transforma-se em uma via espaçosa, porque nela se encontra esperança, alegria e paz no coração.” Dom Cipriano, por outro lado, nos alerta que de todos os mandamentos de Deus, o mais importante é o amor. “Na Sagrada Escritura”, diz ele, encontramos dois lugares em que o Espírito Santo nos diz que passamos da morte para a vida, da morte que é estar sem o amor, sem a presença, sem a natureza e sem a vida de Deus em nós. Passamos à vida, que é ter todas essas coisas conquistadas por Jesus para nós na cruz. No evangelho de São João 5,24, e na 1Carta de João 3,14. Aplicando o que nos é recomendado nesses dois textos, “vemos que da consciência da pertença a Cristo, nasce essa relação diferente com os outros: é o amor fraterno, é o amor entre irmãos.” Esclarece, ainda, que “O Evangelho diz que aquele que recebe a doutrina de Jesus – “quem ouve a minha palavra,” diz Ele, “e crê naquele que o enviou,” tem a vida eterna e passou da morte para vida. Essa é a fé, a base da fé.” Em continuação, o autor afirma que:”Não podemos aferir a fé, olhando para ela. Aferimos a fé através do amor.” E mais adiante, esclarece: “A vida que nós recebemos de Jesus, pelo Espírito Santo que nos é dado, é uma vida que não é independente, não é autônoma. Ela é justamente o contrário. Faz você depender não só de Deus, mas dos irmãos. A tal ponto ela impulsiona você a viver nessa dependência, que cria em você uma profunda humildade.” E conclui: “Um homem que professa ser filho de Deus e ainda não ama seu irmão, na realidade, não vive plenamente essa vida de irmãos que Jesus, primogênito de muitos irmãos, derrama em nossos corações abundantemente, diz a Escritura”. Em outro artigo Dom Cipriano enfatiza o que se entende por fé, afirmando: “Para Jesus, a fé, é uma atitude de respeito e de confiança para com ele e, por conseguinte, para com Deus, fundada sobre a verdade de sua Palavra. Tendo criado essa atitude de fé em você, seu Espírito quer, agora, traduzi-la em ato, em um ato de fé. É, então, que Deus, de seu lado, age – pela simples razão de que ele é cem por cento fiel. Chega o momento em que ele o salva, gera de novo. Por esse ato, você passa da morte para a vida.” Gostaria de terminar esse texto com a frase da responsável pela Escola Dom Cipriano, afirmando que seu maior objetivo é levar os alunos da escola sonharem “E sonhando, eles acreditam. Acreditando, eles transformam. Transformam a sua vida e o mundo à sua volta.” Que cada um de nós possa sonhar um dia, transformar o mundo à nossa volta. A Paz de Jesus Mauro Malta Mauro Moitinho Malta Membro do conselho da Comunidade Emanuel, autor do livro “Perdão, o caminho da felicidade”. Testemunho FRASES Jesus mudou minha vida Meu nome é Sônia, moro em Cordeiro (RJ). Conheci Dom Cipriano participando de alguns retiros no Refúgio Nossa Senhora das Graças. Agradeço a oportunidade de conhecer alguns dos seus livros, que têm me ajudado muito. Terminei de ler “Vitória pela Palavra”, e já comecei a ler, pela segunda vez. “Moradas de Deus”. São verdades profundas que Dom Cipriano esclarece com a simplicidade do homem de Fé, aberto ao discernimento do Espírito Santo. Estou lendo, relendo e refletindo... É maravilhoso saber que em tudo dependemos de Deus que em tudo dependemos de Deus que tem por nós infinita misericórdia. E é na humildade da escuta e na simplicidade da Fé que abrimos o coração e deixamos a luz do Céu entrar. O senhor derramou sobre mim a Sua Misericórdia e, naquele momento pude experimentar o amor, envolvida pela presença de Jesus, no Santíssimo Sacramento. Em um retiro em Teresópolis, senti pela primeira vez, o desejo sincero de orar em línguas. E pedi a duas irmãs que estavam no retiro que me ajudassem. Fui levada então para a capela, para estar na presença de Jesus Eucarístico. E lá estava Dom Cipriano, que se aproximou de mim, tocou na minha cabeça, pedindo o dom de orar em línguas. Comecei então a balbuciar os primeiros sons. Nem percebi quando se afastaram. E, quando me vi sozinha diante do Senhor, eu ofereci a ele toda a minha vida e meu ser... Por uns dois momentos senti meus dedos dormentes... E fiquei ali, por um bom tempo. Diante de Jesus, chorando e dizendo: “Jesus, eu te amo”. Quando estava diante do Santíssimo, gostava de falar assim “Mistério Infinito de Amor, me faça crer sempre que a hóstia é você, Jesus, porque eu quero crer com toda minha alma, com todo meu coração, com todo o meu entendimento”. Hoje sinto mais vivamente a necessidade de visitar Jesus no sacrário e recebê-lo na Comunhão para me reabastecer no mistério de seu infinito amor. Diariamente sinto o desejo de fazer o exercício de misericórdia, principalmente, visitando pessoas doentes. E, desde aquele dia, Jesus tem me encaminhado para aqueles que precisam de um afago, de uma palavra de paz e esperança... Sei que um dia iremos ver o Senhor face a face, mas olhar hoje o mistério da Hóstia Consagrada nos antecipa a visão do Paraíso (e me lembro de que eu percebia esta verdade e falava disto com Jesus). Aqui termino, pedindo a Maria que interceda por Cipriano Chagas, pedindo aos anjos do céu que o guardem, pedindo a Deus que o abençoe e ao Espírito Santo que o ilumine. Meu fraterno abraço. Sonia M. P. Gouveia Cordeiro – RJ “A fé não nega o reino natural. Se o médico diz que a pessoa tem um tumor, é tolice pretender que esse tumor não exista. No entanto, a fé se situa numa realidade superior a esse tumor. Eu posso reconhecer a existência do tumor e, ainda assim, ter fé na provisão do poder de Deus para a minha cura.” Dom Cipriano Chagas, OSB (Fundador da Comunidade Emanuel) “Se amamos a Jesus, certamente não vamos querer abrigar pensamentos que o ofendam”. Dom Cipriano Chagas, OSB (Fundador da Comunidade Emanuel) “Ser cristão significa unir a própria vida, em todos os aspectos, à pessoa de Jesus e, por meio Dele, ao Pai.” Papa Francisco Por justiça, “um homem deve honestamente a outro a manifestação da verdade”. São Tomás de Aquino (Doutor da Igreja) “Devemos, portanto, acautelar-nos contra o mau desejo, porque a morte foi colocada junto à porta do prazer.” São Bento (Santo, século IV) “É na adversidade que se prova ter paciência e amor” “Todos estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo.” Cora Coralina (Poetisa) Santa Catarina de Sena (Doutora da Igreja) 2016 • edição 457 • Jesus Vive e é o Senhor 5 Comunhão Eclesial “Tocar o pobre pode purificar-nos da hipocrisia e levar-nos a preocupar-nos com a sua condição” Tocar o pobre é tocar o Cristo PAPA FRANCISCO “Senhor, se quiseres, podes purificar-me!”. A ssim falou a Jesus um leproso; um leproso que não se resignava com a sua doença, nem com as normas sociais que faziam dele um excluído: devia manter-se separado, longe de todos. Este homem, porém, viola aquelas normas, entrando na cidade e aproximando-se de Jesus. Na sua súplica, o leproso mostra-se certo de que Jesus tem poder para curá-lo; tudo depende da vontade Dele. Profundamente impressionado com a fé daquele homem, o Senhor toca-o e diz-lhe: “Quero, fica purificado!” Quantas vezes encontramos um pobre que se aproxima de nós, conseguimos sentir compaixão e até dar-lhe uma esmola, mas 10 Jesus Vive e é o Senhor • edição 457 • 2016 habitualmente não tocamos a sua mão? Esquecemo-nos de que aquele é o corpo de Cristo! Jesus ensina-nos a não ter medo de tocar o pobre e o marginalizado, porque naquela pessoa está Ele próprio. Creio eu nisto ou não? Sim; mas… E começam as desculpas para não nos envolvermos. Tocar o pobre pode purificar-nos da hipocrisia e levar-nos a preocupar-nos com a sua condição. Mas pensemos em nós, nas nossas misérias… com sinceridade. Quantas vezes as cobrimos com a hipocrisia das “boas maneiras”. É precisamente então que é preciso estar a sós, ajoelharmo-nos diante de Deus e rezar: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me!” Líderes de diversos países de todo o mundo reuniram-se em Oslo para o Congresso Mundial Contra a Pena de Morte O DIREITO INVIOLÁVEL À VIDA PERTENCE TAMBÉM AO CRIMINOSO PAPA FRANCISCO S “O Jubileu Extraordinário da Misericórdia é uma ocasião propícia para promover, em todo o mundo, formas cada vez mais evoluídas do respeito pela vida e pela dignidade de cada pessoa” aúdo os organizadores deste Congresso Mundial Contra a Pena de Morte, o grupo de países a apoiá-lo, especialmente a Noruega, como país anfitrião, e todos os representantes de governos, organizações internacionais e sociedade civil participantes no mesmo. Igualmente manifesto o meu apreço pessoal, juntamente com os homens e mulheres de boa vontade, para o seu compromisso com um mundo livre da pena de morte. Um sinal de esperança é que a opinião pública está manifestando uma crescente oposição à pena de morte, como um meio de defesa social legítima. Na verdade, hoje em dia, a pena de morte é inaceitável; entretanto, sepultar o crime da pessoa condenada é uma ofensa à inviolabilidade da vida e à dignidade da pessoa humana. Ele também contradiz o plano de Deus para os indivíduos e para a sociedade, e sua justiça misericordiosa. Também não é consonante com qualquer finalidade apenas de punição. Ele não faz justiça às vítimas, mas em vez disso, promove a vingança. O mandamento “Não matarás” tem um valor absoluto e é válido tanto para os inocentes e para os culpados. O Jubileu Extraordinário da Misericórdia é uma ocasião propícia para promover, em todo o mundo, formas cada vez mais evoluídas do respeito pela vida e pela dignidade de cada pessoa. Não deve ser esquecido que o inviolável e direito dado por Deus para a vida, também pertence ao criminoso. Um prisioneiro beija a mão do Papa Francis em sua visita à instituição correcional Curran-Fromhold em Filadélfia, SET/2015 Hoje gostaria de encorajar todos a trabalhar não só para a abolição da pena de morte, mas também para a melhoria das condições prisionais, de modo que respeitem plenamente a dignidade humana dos presos. “Fazer justiça” não significa buscar a punição para seu próprio bem, mas assegurando que o propósito básico de toda a punição é a reabilitação do agressor. A questão deve ser tratada no quadro mais amplo de um sistema de justiça penal aberta à possibilidade de reinserção do culpado na sociedade. Não há punição adequada, sem esperança! Punição para seu próprio bem, sem espaço para a esperança, é uma forma de tortura, e não de punição. Espero que este Congresso dê um novo impulso ao esforço para abolir a pena capital. Por esta razão, incentivo todos os participantes para levar adiante esta grande iniciativa e garanto-lhes as minhas orações. Tradução do vídeo mensagem de Sua Santidade Papa Francisco ao 6º Congresso Mundial contra a Pena de Morte – Oslo, 21-23 junho, 2016. 2016 • edição 457 • Jesus Vive e é o Senhor 11 Vida e Conhecimento Viva e Ativa Que “bem” a Palavra de Deus faz por nós? DA REDAÇÃO N o Sínodo dos bispos, em 2008, o tema foi a A Palavra de Deus. Os bispos examinaram as várias formas pelas quais Deus fala com seu povo – as maneiras pelas quais Sua “Palavra” fez a criação. Como vimos, o foco principal dos bispos foi sobre a Bíblia e a Palavra de Deus. Mas, mesmo assim, eles fizeram questão de enfatizar outro ponto importante: a Bíblia não existe apenas para dizer o que Deus já disse. Ela existe também, para que nós possamos ouvi-lo falando conosco nos dias de hoje. Temos a tendência de imaginar a Palavra de Deus como um conjunto de páginas cheias de palavras, contendo informações e diretivas sobre nossas vidas. Mas a Palavra de Deus é muito mais rica do que isso. Como são inspiradas pelo Espírito Santo, as Escrituras são vivas e ativas (Hb 4,12). Não são apenas Palavras de Deus, mas uma das principais formas para que a voz de Deus seja falada e escutada. A VOZ DE DEUS É ATIVA NESTE MUNDO As Escrituras nos dizem como Deus falou sobre o abismo “do deserto vazio” e trouxe a Luz onde só existiam trevas (Gn 1,2). As Escrituras nos dizem que as Palavras de Deus são tão poderosas que podem ser faladas acima do caos impenetrável, trazendo ordem, frutificação e vida. Toda a história da criação descreve Deus como Aquele que organiza o universo caótico, trazendo sentido em tudo. Simplesmente falando, Ele separa a luz das trevas. Eleva a terra seca dos mares. Distingue o dia da noite e o céu da terra. E Ele faz isso, denominando cada elemento pelo nome – quase que os resgatando da inexistência, para lhes conceder uma dignidade e um propósito específico. Ele deseja separar, dentro de nós, a luz das trevas e falar palavras com sentido, esperança e vitalidade para que, assim, possamos frutificar. Ele é um Deus que fala a seu povo; não é apenas um Deus que age. E isso significa que Ele deseja nos ensinar e nos conduzir como um Pai Amoroso. Suas palavras têm o poder de trazer a ordem à nossa mente caótica e desordenada. Ao meditarmos sobre Suas Palavras e ouvirmos Sua Voz, nossas mentes preenchem-se com tudo o que é verdade, honroso, justo, puro, amável e gracioso (Fl 4,8). Podemos aprender como pensar claramente, à medida em que Suas Palavras nos ajudem a discernir e a entender o que se está passando em nosso interior (Hb 4,12). Ao nos dar Sua Palavra, Ele pode nos ensinar como argumentar com Ele, como escolher a vida ao invés da morte, e como agir de uma forma que não apenas encha nossos corações, mas também eleve o dos outros. Isso não se parece com uma ilustração de um filme daquilo que Deus deseja fazer em nossas vidas? Pelo poder de Sua Voz, Ele deseja chamar-nos pelos nossos nomes e nos livra das trevas e do caos do pecado. 16 Jesus Vive e é o Senhor • edição 457 • 2016 Conte-nos sua experiência com a Palavra de Deus envie sua mensagem ou testemunho para [email protected] “Ele é um Deus que fala a seu povo; não é apenas um Deus que age. E isso significa que Ele deseja nos ensinar e nos conduzir como um Pai Amoroso” c i ç v ã o n o c A f é à a lev Ensino POR DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB Como a pequena bolota se torna um carvalho, como uma só célula se torna um ser humano, assim o Espírito de Deus amadurece em nós sua ação, ao ponto de nos levar à certeza. E ssa certeza é absolutamente necessária, pois, se nossa salvação depende de um ato no qual Deus se engaja totalmente, não é menos verdade que Deus nada fará se não nos vê prontos a nos engajar também totalmente para com ele. Um jovem e uma moça não se casam enquanto não têm certeza um do outro – a menos que sejam um pouco tolos. Da mesma forma, Deus não age antes de estar seguro de que estamos seguros. Essa certeza não vem de nós mesmos: só pode vir do Espírito de Deus, como fruto de sua obra de convicção. Todo o esforço dele é orientado neste sentido. É como se Deus procurasse, a todo custo, fazer nascer em nosso coração, um brotinho de amor por ele. Ele nos agrada, nos implora, nos persegue com uma ternura incrível; ele se serve, às vezes, de advertências fortes para despertar nossa consciência, mas sempre para o fito de nos revelar seu amor. Na cruz de Jesus ele já nos disse tudo. Porque somos tão lentos a compreender e a ter confiança nele? O que Deus procura, acima de tudo, é essa confiança total, que nos obriga a entregar-nos a ele, realmente, voluntariamente, com pleno conhecimento 26 Jesus Vive e é o Senhor • de causa e apesar de nossos temores. Confrontados com a pessoa de Jesus, nós nos encontramos diante de uma concepção de Deus que nos convence, nos inspira respeito e confiança absolutos, o único Deus com quem possamos dialogar, o único verdadeiro Deus. A CRENÇA NÃO É A FÉ Convém, porém, não nos esquecermos de que a Palavra de Deus nos diz que os demônios creem também nessas coisas e tremem; entretanto, eles não são salvos (Tg 2,19). É preciso mais do que uma crença para ser salvo. É preciso isso que Jesus chama “a fé”, que é outra coisa. Não se pode ter a fé, sem antes ter-se a crença. É preciso estar firmemente convencido das verdades essenciais; por isso o Espírito Santo de Deus se esforça tanto para ensiná-las a você. Mas uma vez que você está certo delas, ele quer levar você mais longe. No Novo Testamento grego, a mesma palavra pode exprimir as duas idéias, no entanto, tão diferentes! (Jo 6,66-71; At 8,13-20, Tg 2,14-26). Quando Jesus estava sobre a terra, era seguido de uma multidão de gente, impressionada, sobretudo por seus edição 457 • 2016 milagres, e da qual, muitos já se consideravam seus discípulos. Mas Jesus não se fiava neles (Jo 2,23-25). Para ele, os verdadeiros discípulos era aqueles que fundavam sua fé, não sobre seus milagres (Lc 16,31), mas sobre sua palavra, e a obedeciam; pois Satanás, também, pode fazer milagres notáveis (At 8,9-11). Os outros admiradores, finalmente, o abandonaram, e vários deles até se voltaram contra ele. Ensinava ele: “Muitos me dirão naquele dia (o julgamento): “Senhor, Senhor…” e eu lhes direi: “Não vos conheço; afastaivos de mim, vós que praticais a iniquidade!” (Mt 7,22-23). O que as pessoas chamam de “fé”, geralmente não passa de uma crença, aliás, frequentemente mal fundada e, às vezes mesmo, misturada com superstição. Para Jesus, a fé é, primeiro, uma atitude de respeito e de confiança para com ele e, por conseguinte, para com Deus, fundada sobre a verdade de sua Palavra. Tendo criado essa atitude de fé em você, seu Espírito quer, agora, traduzi-la em ato, em um ato de fé. É, então, que Deus, de seu lado, age – pela simples razão de que ele é cem por cento fiel. Chega o momento em que ele o salva, gera de novo. Por esse ato, você passa da morte para a vida. DONDE VEM A FÉ? “A fé vem do que se ouve, e se ouve quando a palavra de Cristo é anunciada” (Rm 10,817). Literalmente traduzido “a fé, isto é, a confiança, vem da escuta (ou de se ouvir), e a escuta (ou o ouvir-se) vem através da palavra de Cristo”. Compreendemos aqui, seja “a palavra que diz respeito ao Cristo”, isto é o Evangelho ou o Novo Testamento, seja “a palavra pronunciada pelo próprio Cristo”, isto é, seu ensinamento, sobretudo os quatro evangelhos. Mas, no fundo, tudo isto quer dizer a mesma coisa, pois que todo o Novo Testamento é fundado sobre as declarações de Jesus Cristo. É escutando Deus através de sua Palavra, quando ele fala de Cristo, que você chega a crer. Assim, a sua fé nasce da Bíblia, e sobretudo, do Novo Testamento. Quando você ouve a palavra de Cristo, quando você se convence dela, não lhe resta senão apropriar-se dela. Deus diz que Jesus Cristo é o Filho dele, que ele pagou pelo pecado de você e que a ressurreição dele é a prova disto: se você crê nisto, não pode deixar de dizer-lhe “muito obrigado”, um imenso “muito obrigado” que engaja você a fundo, que lança você em seus braços, com plena e total confiança. É isto a fé! Essa é a resposta que ele espera de você! A fé não vem de nós mesmos. Não podemos fabricá-la. Ela é criada em nosso coração pelo Espírito de Deus, quando ouvimos sua voz em nossa consciência. Tudo o que sabemos a respeito de Cristo, provém da Bíblia; é, pois, unicamente através da Palavra de Deus, que ouvimos Deus; é unicamente ela que produz em nós, a fé. À força de ler ou de ouvir o Evangelho, nos o reconhecemos como sendo a verdade. Uma vez convencidos, reagimos, seja negativamente, recusando-o, seja afirmativamente, aceitando-o. Dizendo “sim”, confiamos nesse Deus verdadeiro e maravilhoso que começamos a reconhecer. O Espírito, como dissemos, serve-se da Palavra de Deus para revelar-nos o Filho de Deus e é finalmente através dele que conhecermos o Pai. Dom Cipriano Chagas, OSB – Monge beneditino, fundador da Comunidade Emanuel, escritor, pregador e um dos precursores da Renovação Carismática Católica no Brasil. 2016 • edição 457 • Jesus Vive e é o Senhor 27 pastor, a quem propôs: “Me mostras o caminho de Ars e eu te mostrarei o caminho do céu”. Hoje, quem vai a Ars pode ver um monumento que perpetuou o encontro. A postura caridosa, mas austera, e seu exemplo de santidade, foi mudando a situação da cidade. Na paróquia, fazia todos os tipos de serviço. Sua rotina era intensa: rezava muito, comia e dormia pouco, cerca de três horas por noite. Sempre estava à disposição dos pobres, inclusive, o dinheiro herdado de sua mãe foi todo gasto na assistência a eles. O povo viu em sua vocação um grande sinal de reconciliação com Deus. Treze anos depois de chegar a Ars, os bares estavam vazios e a igreja cheia. A fama de seus dons e de sua santidade correu entre os fiéis de todas as partes da Europa. Muitos acorriam para a paróquia de Ars, com um só objetivo: ver o cura e, acima de tudo, confessar-se com ele – mesmo que para isto tivessem de esperar horas ou dias inteiros. Assim, o local tornou-se um centro de peregrinações. Em 4 de agosto de 1859, aos 73 anos de idade, o incansável sacerdote descansou. A paróquia de Ars tornou-se um grande santuário de peregrinação, onde se encontra o corpo incorrupto de São João Maria Batista Vianney. Foi canonizado no dia 1º de novembro de 1924 e proclamado pela Igreja Padroeiro dos Sacerdotes. O dia de sua festa, 4 de agosto, foi escolhido para celebrar o Dia do Padre. Fonte: Radio Vaticano Jeannine Leal é jornalista e colaboradora da Comunidade Emanuel, na revista Jesus Vive e é o Senhor. 2016 • edição 457 • Jesus Vive e é o Senhor 31 Point Jovem E stas palavras nos causam surpresa, porque todos sabemos que, primeiro, é preciso lavrar, semear e cultivar, para depois, no tempo devido, se poder ceifar uma messe grande. Jesus, ao invés, afirma que “a messe é grande”. Quem trabalhou para que houvesse tal resultado? A resposta é uma só: Deus. Evidentemente, o campo de que fala Jesus é a humanidade, somos nós. E a ação eficaz, que é causa de “muito fruto”, deve-se à graça de Deus, à comunhão com Ele (cf. Jo 15,5). Assim a oração, que Jesus pede à Igreja, relaciona-se com o pedido de aumentar o número daqueles que estão ao serviço do seu Reino. Por isso, do íntimo do nosso coração, brota, primeiro, a admiração por uma messe grande que só Deus pode conceder; depois, a gratidão por um amor que sempre nos precede; e, por fim, a adoração pela obra realizada por Ele, que requer a nossa livre adesão para agir com Ele e por Ele. Embora na pluralidade das estradas, toda a vocação exige sempre um êxodo de si mesmo para centrar a própria existência em Cristo e no seu Evangelho. Quer na vida conjugal, quer nas formas de consagração religiosa, quer ainda na vida sacerdotal, é necessário superar os modos de pensar e de agir que não estão conformes com a vontade de Deus. É “um êxodo que nos leva por um caminho de adoração ao Senhor e de serviço a Ele, nos irmãos e nas irmãs” (Discurso à União Internacional das Superioras Gerais, 8 de Maio de 2013). Não devemos ter medo: Deus acompanha, com paixão e perícia, a obra saída das suas mãos, em cada estação da vida. Ele nunca nos abandona! Tem a peito a realização do seu projeto sobre nós, mas pretende consegui-lo contando com a nossa adesão e a nossa colaboração. 32 Jesus Vive e é o Senhor • edição 457 • A vocação brota do coração de Deus PAPA FRANCISCO Disse, então, aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe” (Mt 9,35-38) Também hoje Jesus vive e caminha nas nossas realidades da vida ordinária, para Se aproximar de todos, a começar pelos últimos, e nos curar das nossas enfermidades e doenças. Dirijo-me agora àqueles que estão dispostos justamente a pôr-se à escuta da voz de Cristo, que ressoa na Igreja, para compreenderem qual possa ser a sua vocação. Convido-vos a ouvir e seguir Jesus, a deixar-vos transformar interiormente pelas suas palavras que “são espírito e são vida” (Jo 6,63). A vocação é um fruto que amadurece no terreno bem cultivado do amor uns aos outros que se faz serviço recíproco, no contexto duma vida eclesial autêntica. Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno. Porventura não disse Jesus que “por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 35)? 2016 O próprio Jesus nos adverte: muitas vezes a boa semente da Palavra de Deus é roubada pelo Maligno, bloqueada pelas tribulações, sufocada por preocupações e seduções mundanas (cf. Mt 13,19-22). Todas estas dificuldades poder-nos-iam desanimar, fazendo-nos optar por caminhos aparentemente mais cômodos. Mas a verdadeira alegria dos chamados consiste em crer e experimentar que o Senhor é fiel e, com Ele, podemos caminhar, ser discípulos e testemunhas do amor de Deus, abrir o coração a grandes ideais, a coisas grandes. Disponhamos, pois, o nosso coração para que seja “boa terra” a fim de ouvir, acolher e viver a Palavra e, assim, dar fruto. E a colheita será grande, proporcional à graça que tivermos sabido, com docilidade, acolher em nós. Com estes votos e pedindo-vos que rezeis por mim, de coração concedo a todos a minha Bênção Apostólica. Vaticano, 15 de janeiro de 2014 – mensagem do santo padre francisco para o 51º dia mundial de oração pelas vocações, 11 de maio de 2014 – IV domingo de páscoa 2016 • edição 456 • Jesus Vive e é o Senhor 33 Curso de Intercessão Parceiros de oração POR DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB P or que os líderes cristãos precisam de parceiros de oração pessoais? Já se disse que os que estão em evidência são alvos maiores para Satanás porque ele sabe que, se puder fazer com que caiam, muitos outros cairão com eles, num efeito dominó. Satanás vai contra eles com maior vingança do que contra o cristão normal na assembleia. Lembre-se de que foi o próprio Príncipe da Pérsia que combateu para impedir que a palavra chegasse a Daniel. Toda batalha que valha ser empreendida exige mais recursos do que os que o líder dispõe por si mesmo. Assim foi com Moisés. Na batalha contra os amalecitas, o exército de Josué prevalecia enquanto Moisés estava na montanha com as mãos levantadas. Mas suas mãos ficavam pesadas, de modo que Aarão e Ur ajudaram a mantê-las levantadas. Da mesma maneira, muitos líderes cristãos não são capazes de terminar a carreira que Deus lhes deu porque não são fortalecidos por uma adequada cobertura de oração. O inimigo os pressiona, vêm as distrações, as perseguições e eles simplesmente desistem. Muitos deixam, assim, o ministério. Qualquer que seja o seu serviço para Deus, você precisa de alguém que o ajude e clame a Deus em seu favor. Outra razão pela qual líderes cristãos precisam de intercessão pessoal é que o combate da parte do inimigo ficou mais sofisticado. Os que os servem, engajam-se em jejuns e intercessão ímpios. Vou ler para vocês o trecho de uma carta de um líder cristão norte-americano da Igreja Batista: “Num voo de Detroit estava sentado a meu lado um homem que parecia ter pouco interesse em conversar. Num certo momento, inclinou a cabeça como se estivesse rezando. Depois que seus lábios pararam de mover-se e ele levantou a cabeça, perguntei: “Você é cristão?” Eu não lhe tinha dado nenhuma indicação de que eu era pastor batista e professor universitário. “Ele pareceu chocado com a minha pergunta e comentou: “Ah, não. Você se enganou. Eu não sou cristão. Na verdade sou satanista. Eu lhe perguntei qual o motivo de ele estar rezando, sendo um satanista. Ele respondeu: “Você quer saber realmente?” Disse-lhe que sim, e ele falou: “Minha atenção primeira é dirigida para a queda de pastores cristãos e suas famílias que moram em New England.” Ele levava a sério a sua missão e não se interessou por continuar a conversa.” Essas orações satânicas e jejuns ímpios têm algum poder real? A Bíblia diz que sim. Jezebel convocou um jejum ímpio contra o justo Nabot (1Rs 21,9-10). MOBILIZANDO PARCEIROS DE ORAÇÃO E m primeiro lugar, vejamos Lucas 11,9: “E vos digo: pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e abrirse-vos-á”. 1. Pedi. O primeiro passo é rezar e pedir ao Senhor que designe parceiros de oração pessoais em seu favor. 2. Buscai. Faça uma lista daqueles que você sente 34 Jesus Vive e é o Senhor • que podem rezar por você em base regular. Escute o que as pessoas lhe dizem ao saírem da reunião de oração ou depois que você falar. Alguns dirão repetidamente: “Eu rezo por você e sua família diariamente.” Dedique tempo para entrevistar alguns destes quanto ao que ouvem do Senhor quando rezam por você. Se você está no ministério, Deus já separou edição 457 • 2016 alguém que está rezando por você. Mobilizá-los para uma intercessão eficaz é usualmente uma simples questão de reconhecer o que Deus já fez. 3. Batei. Escreva uma carta àqueles que o Senhor coloca no seu coração, pedindo-lhes que sejam intercessores pessoais. Você quererá falar com alguns pessoalmente. A AS DIFICULDADES SÃO GRANDES meaças de perder o emprego, os filhos começam a sofrer todo tipo de perturbações; e parece que para onde se volta, tudo se esfria. É preciso dizer basta a esses ataques. Sente-se para rezar e busque a vontade do Senhor a prover intercessores pessoais. Depois de fazer uma lista de intercessores, o próximo passo é escrever uma carta, pedindo-lhes um compromisso de rezar por você. Esta carta deve acentuar a confidencialidade dos pedidos. Explique-se que isso implicaria em compartilhar detalhes íntimos que não devem ser revelados a ninguém, senão aos parceiros de oração. Muitos se comprometerão a rezar em base diária. Você se surpreenderá com a resposta. Dentro de uma semana, sua vida começará a mudar sensivelmente. QUAIS SÃO ALGUMAS QUALIFICAÇÕES A CONSIDERAR NA ESCOLHA DE PARCEIROS PESSOAIS DE ORAÇÃO? 1. O compromisso de rezar. 2. Confidencialidade 3. Capacidade de ouvir a direção de Deus e compartilhá-la de um modo que não seja intimidante. 4. O chamado do Senhor a rezar por você e seu ministério. Dom Cipriano Chagas, OSB – Monge beneditino, fundador da Comunidade Emanuel, escritor, pregador e um dos precursores da Renovação Carismática Católica no Brasil. Espaço Musical Q uando estou à frente de uma assembleia para dirigir o louvor, seja no grupo de oração ou na missa, noto que há pessoas que chegam ensimesmadas em suas realidades. Muitas vezes, essas realidades cotidianas tomam uma proporção tal em suas vidas que limitam a visão sobre a ação de Deus. Grosso modo, podemos comparar a limitação das realidades cotidianas diante da realidade divina, como se estivéssemos diante de um painel de Portinari, não à distância, mas bem próximos, e só conseguíssemos ver o que está imediatamente à nossa frente e não nos déssemos conta da totalidade da obra... Embora se perceba nas pessoas um desejo de mudança total e íntima, na superfície desse desejo está aquilo que é mais imediato – não só a cura física ou a libertação –, mas a solução do que as preocupa e aflige. Este imediatismo atrapalha a visão de algo maior, de um mistério divino que se descortina diante de nós. Descobrir algo maior nos leva a renunciar a nós mesmos, até ao que nos faz sofrer, para nos render diante da presença de Deus. Dentro desse contexto, o ministério de música tem a oportunidade de, em seu exercício, conduzir o povo a colocar de lado suas aflições e problemas, não no sentido de uma alienação, mas para mostrar que diante de Deus, tudo aquilo é menor. O ministério de música deve conduzir e mostrar aos irmãos que o Senhor está presente e quer ser um com seu povo, com todos e cada um, e levá-lo a uma experiência pessoal com Jesus. A música tem uma propriedade espetacular de atingir a alma humana. Ela entra pelos sentidos e toca as sensações. Muitas vezes, os sentidos nos dão sinais do mover de Deus. Embora o ministério de música toque as pessoas pela emoção, não deve se limitar a ficar apenas no sensorial, mas levar os irmãos a se aprofundarem na oração, no louvor e na adoração. Dessa maneira, elas Essa é a nossa missão POR ALEXANDRE HONORATO nistrar essa mesma presença e unção que querem se manifestar nos corações dos homens e mulheres para, de fato, torná-los templos do Espírito Santo, de maneira que o mal não tenha lugar dentro deles, que seja lugar da presença de Deus. E saiba, podemos realizar isso! Essa é a nossa missão! É necessário transportar os corações a uma experiência mais profunda com Deus. “Descobrir algo maior nos leva a renunciar a nós mesmos, até ao que nos faz sofrer, para nos render diante da presença de Deus” se sentirão mais abertas a uma mudança de vida, ao perceberem que é possível experimentar a ação do Senhor em suas vidas, de que o Reino de Deus é dinâmico, vivo, real, e, assim, receberem os dons e as graças de Nosso Deus. Na leitura do Segundo Livro das Crônicas, observamos que a glória de Deus se manifestou, de tal forma, durante o louvor que encheu o templo, e ninguém pôde entrar nele. Uma presença forte, uma unção poderosa encheu aquele lugar. No exercício do ministério de música, devemos mi- Ao contrário dos atores de teatro que entram e saem da personagem, somos integralmente ministros do Senhor, integralmente adoradores e lugar de santidade, integralmente ministros do Senhor – não desempenhamos uma personagem – é nossa vida. Vivamos diariamente essa experiência de levar os irmãos e irmãs que estão sedentos da presença de Deus até Sua presença. Sejamos theotókos, portadores de Deus. Para transportá-los do sofrimento e das trevas até a luz. 2016 Alexandre Honorato é membro da Comunidade Emanuel e ministro de Louvor. • edição 457 • Jesus Vive e é o Senhor 35 Educação Saúde da criança na perspectiva educacional Considerações sobre a importância da família na relação entre os processos saúde/doença e ensino/aprendizagem POR VANESSA TAVARES RAMALHO Esses dados são fundamentais para que se conheçam os marcos do desenvolvimento neuropsicomotor e se antecipe questões relativas ao aprendizado e a socialização, como dificuldades motoras e na fala, baixa visão, questões neurológicas, entre outras. Aprendendo cores em inglês de forma divertida – Blue, Green, Red... Turma 1o Ano S egundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os seres humanos saudáveis não são aqueles que estão isentos de doenças, mas os que apresentam condições biológicas, psicológicas e sociais que garantam a promoção e proteção de sua saúde. Desta forma, é possível refletir o quanto os problemas sociais intervêm diretamente no processo saúde/ doença e ensino/aprendizagem. Assim, o Estatuto da Criança e do Adolescente, ao tratar dos direitos fundamentais considera o direito à vida e à saúde enquanto porta de entrada para a cidadania, pois sem eles, nenhum dos outros direitos, como educação, esporte e convívio familiar, pode se efetivar. Com isso, o desenvolvimento da criança deve ser acompanhado por pediatras e equipes de saúde, respeitando, sobretudo, o calendário vacinal. Diante dessas considerações, como podemos pensar na saúde da criança, a partir da perspectiva educacional? Quais as ferramentas que a comunidade escolar 38 Jesus Vive e é o Senhor • edição 457 • “É fundamental que as famílias esclareçam aos profissionais da educação, informações referentes ao pré-natal, parto, pós parto e os primeiros anos de vida da criança” deve se apropriar junto às famílias para garantir o acesso à saúde para as crianças acolhidas nesses ambientes educacionais? Para responder a essas perguntas devemos nos deportar a rotina escolar e as demandas insurgentes a partir das interações nesse espaço. Desta maneira, é fundamental que as famílias esclareçam aos profissionais da educação, informações referentes ao pré-natal, parto, pós parto e os primeiros anos de vida da criança. 2016 Assim, além de anamnese, é necessário que a aproximação entre escola e família seja garantida, pois é fundamental o desvendamento da realidade extra escolar para se compreender demandas verbais e não verbais apresentadas pelos alunos. Para isso, é fundamental que os responsáveis participem de conselhos de pais (expondo as diferentes culturas presentes no espaço escolar); procurem atendimentos em grupos de mediação de conflito familiar (encontrando formas de expor questões comuns na busca por resolutividade e resiliência); participação e organização de campanhas educativas na escola, de forma a prevenir a infestação de doenças e agravos; esclarecimentos sobre questões sanitárias; visitas domiciliares, entre outras. Todas essas ações potencializam o trabalho dos gestores nas escolas e facilitam a elaboração e aplicação dos projetos pedagógicos abarcados pelos professores, pois a eficácia das ações está condicionada ao conhecimento da realidade acerca do público atendido. Com isso, conclui-se que as famílias têm participação direta não apenas no processo saúde/doença, mas também na relação ensino/aprendizagem, pois suas contribuições extrapolam o ambiente familiar e devem cooperar diretamente para a criação de projetos institucionais e comunitários que interfiram cada vez mais na realidade, de forma crítica, propositiva e democrática, garantindo o bem estar biopsicossocial de suas crianças. Vanessa Tavares Ramalho é professora da Escola Dom Cipriano Chagas. Casa de Maria e José Sede da Comunidade Emanuel – Rio de Janeiro rua cortines laxe, nº 2, centro - rio de janeiro – (21) 2263-3725 Agenda SEMANAL Agenda mensal casa de maria e josé MISSA COM ORAÇÃO DE CURA 12h Celebrante Dom Cipriano Chagas, osb transmissão ao vivo pela internet – www.comunidadeemanuel.org.br ATENDIMENTO E ACONSELHAMENTO ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO Na capela | 11h às 15h GRUPO DE ORAÇÃO DE SÃO PADRE PIO Na capela | 14h às 16h30 ATENDIMENTO E ACONSELHAMENTO com hora marcada | 13h às 16h com hora marcada 10h às 15h Toda terceira quarta-feira do mês TARDE DE CURA ORAÇÃO PELO PAPA FRANCISCO Na capela | 14h às 15h30 Na capela | 15h às 16h Toda primeira quinta-feira do mês GRUPO DE ORAÇÃO EMANUEL ORELHÃO ESPIRITUAL 19h às 20h30 Na capela | 14h às 16h O grupo emanuel é um dos primeiros grupos da de oracão do rio de janeiro Dom Cipriano Chagas, OSB Monge beneditino do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, um dos precursores da Renovação Carismática no Brasil e Presidente-fundador da Comunidade Emanuel ATENDIMENTO E ACONSELHAMENTO – por ordem de chegada e da revista Jesus Vive e é o Senhor Casa de Maria e José Sede da Comunidade Emanuel – Rio de Janeiro rua cortines laxe, nº 2, centro - rio de janeiro – (21) 2263-3725 RETIRO DE CURA COM TERESA ARRUDA DIAS 7, 8 e 9 de outubro no refúgio nossa senhora das graças Faça sua inscrição (21) 2263-3725 (21) 3429-0351 /comunidade_emanuel @comEMa_RJ 40 Jesus Vive e é o Senhor • edição 457 • 2016 Assinatura à vista Anual R$160,00 2 anos R$300,00
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