Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação
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Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação
Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 1 2 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Metodologia de concepção dos instrumentos para a certificação de competências profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 3 Elaboração: Sandra Lameiro Coordenação: Olavo Delgado Correia Edição: Unidade de Coordenação do Sistema Nacional de Qualificações Apoio: PAPNEF – Proj. CV071/ Cooperação Luxemburguesa Julho de 2013 4 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais INDÍCE Nota Introdutória.....................................................................................................................4 PARTE I ....................................................................................................................................5 I.1 Princípios associados a um processo de reconhecimento de competências ...........................5 I.2 Etapas e Instrumentos para a Certificação de Competências Profissionais.............................6 I.2.1 Principais etapas e instrumentos do processo RVCC profissional ......................................... 6 I.2.2 A elaboração de um referencial de certificação profissional .............................................. 15 I.2.3 A articulação com os descritores do QNQ ........................................................................... 17 1.2.4. Instrumentos de avaliação ................................................................................................. 18 I.3 Condições de certificação .................................................................................................. 20 I.3.1 Obtenção da Qualificação .................................................................................................... 20 I.3.2. A certificação de cada Unidade de Competência ............................................................... 20 I.3.3 A validação de cada Elemento de Competência de uma determinada Unidade de Competência ................................................................................................................................ 20 PARTE II ................................................................................................................................. 22 II. A conceção dos Referenciais para a Certificação de Competências Profissionais ................... 22 II.1 Fase A – Conceção/validação do referencial de certificação profissional ................................. 22 Etapa 1 – Determinação das atividades profissionais associadas aos Elementos de Competência (EC) ................................................................................................................................................... 22 Etapa 2 – Associação de conhecimentos e atitudes a cada atividade profissional ......................... 26 Etapa 3 – Determinação e fundamentação da nuclearidade dos Elementos de Competência ....... 29 Etapa 4 – Conceção dos critérios e indicadores de avaliação .......................................................... 30 Etapa 5 – Validação do referencial de certificação profissional ...................................................... 35 II.2. Fase B – Conceção/validação dos instrumentos de avaliação .................................................. 35 Etapa 1 – Conceção de uma grelha de autoavaliação ..................................................................... 37 Etapa 2 – Conceção do guião de entrevista técnica ........................................................................ 39 2 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 5 Etapa 3 – Conceção de uma ficha de caracterização de exercício a desenvolver em contexto de prática simulada ou em posto de trabalho para cada Elemento de Competência .......................... 43 Etapa 4 – Conceção de uma grelha de avaliação de exercícios a desenvolver em contexto de prática simulada ou de observação de desempenho em posto de trabalho ................................... 46 Etapa 5 – Validação dos instrumentos de avaliação ....................................................................... 46 III. Intervenientes na conceção dos Instrumentos de certificação de competências profissionais .............................................................................................................................................. 48 IV. Template/folha de Excel.................................................................................................... 50 Glossário ............................................................................................................................... 51 Acrónimos 58 Anexos .................................................................................................................................. 54 3 6 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Nota Introdutória O presente Guia Metodológico constitui, nos termos do acordo de assistência técnica estabelecido, a resposta ao objetivo de elaboração de uma metodologia para as guias de evidências dos perfis profissionais. Neste guia entende-se que “guias de evidência” são o conjunto de instrumentos que suportam o processo de reconhecimento, validação e certificação de competências profissionais. Nesta perspetiva, a orientação metodológica para a sua elaboração deve ser precedida da apresentação do modo como se organiza o processo, dos instrumentos que solicita e das condições associadas à obtenção da certificação das competências profissionais. Assim, o documento estrutura-se em duas partes, a primeira apresenta um breve enquadramento sobre as etapas, procedimentos e instrumentos metodológicos necessários ao desenvolvimento do processo de RVCC profissional e o segundo descreve os procedimentos associados à conceção propriamente dita dos referidos instrumentos (referencial de certificação profissional e respetivos instrumentos de avaliação) para cada Unidade de Competência do perfil profissional do Catálogo Nacional de Qualificações Profissionais. 4 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 7 PARTE I I.1 Princípios associados a um processo de reconhecimento de competências Um processo de reconhecimento de competências adquiridas em contexto não formais e informais, deve ser implementado tendo por base um conjunto de princípios que suportam a orientação e a avaliação, e contribuem para a garantia da qualidade. A eficácia destes processos será tanto mais elevada quanto maior o grau de concretização destes princípios. Neste sentido, a conceção e implementação de um sistema de RVCC profissional em Cabo Verde deverá contemplar os seguintes princípios: Fiabilidade – O processo de RVCC profissional deve basear-se em critérios, métodos e instrumentos que assegurem resultados comparáveis relativamente a todos os candidatos, independentemente do momento de realização do processo. Na realidade, este princípio pretende traduzir em que medida os resultados a obter num processo desta natureza são idênticos sempre que o candidato seja avaliado segundo as mesmas condições. Validade – Os métodos e instrumentos de avaliação devem medir adequadamente a competência profissional dos candidatos. Neste sentido, pretende-se que seja alvo de avaliação, aquilo que efetivamente se pretende avaliar, pelo que as evidências deverão estar diretamente relacionadas com os referenciais utilizados para a avaliação. Objetividade – Deve ser assegurado o rigor técnico, a imparcialidade dos avaliadores e a possibilidade de rever os resultados da avaliação. Transparência e visibilidade – Os instrumentos devem ser formulados de forma clara, assim como os critérios para a utilização de cada um desses instrumentos. Deve ser garantida a coerência na combinação de vários métodos de avaliação e evitar uma abordagem subjetiva do avaliador aos procedimentos e critérios. Credibilidade e participação – A inclusão e o envolvimento de atores relevantes do sistema (stakeholders) potenciam a credibilidade e a aceitação do processo. Respeito pelos direitos individuais – Deve ser garantida a igualdade de oportunidades no acesso ao processo de RVCC profissional, o carácter voluntario da participação nesse processo e a confidencialidade do resultado da avaliação. Qualidade – Pressupõe a criação de mecanismos e instrumentos de verificação internos e externos que assegurem a qualidade, o rigor técnico e a validade do processo. 5 8 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais I.2 Etapas e Instrumentos para a Certificação de Competências Profissionais A condução de um processo de reconhecimento, validação e certificação de competências profissionais implica desenvolver a capacidade de avaliar e certificar as competências detidas por uma pessoa. Para concretizar esse objetivo torna-se necessário aplicar um conjunto de instrumentos vocacionados para a sua avaliação e, subsequentemente, analisá-las por relação a um referencial de certificação profissional que permite a sua certificação. I.2.1 Principais etapas e instrumentos do processo RVCC profissional Entende-se por “Instrumentos para a certificação de competências profissionais” o conjunto de instrumentos que permite operacionalizar o processo de RVCC profissional, no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações de Cabo Verde, os quais assumem uma natureza complementar entre si e são utilizados nas diferentes etapas de desenvolvimento deste processo. Estes instrumentos são constituídos por: (i) Um referencial de certificação profissional que enuncia as atividades profissionais e respetivos conhecimentos e atitudes que irão ser alvo de avaliação, associados a cada elemento de competência do perfil profissional, bem como um conjunto de critérios e indicadores de avaliação; (ii) Um conjunto de instrumentos de avaliação da capacidade de exercício das referidas atividades profissionais. A abordagem metodológica proposta para o desenvolvimento dos instrumentos para a certificação de competências profissionais tem por base uma análise e reflexão baseada: Na metodologia definida para a conceção de qualificações profissionais/referenciais de competências e respetivos módulos de formação); Na estrutura e descritores do Quadro Nacional de Qualificações de Cabo Verde; Nos princípios e conceitos utilizados no regime jurídico do Sistema Nacional de Qualificações; Nos princípios e conceitos teóricos comummente referenciados no âmbito do reconhecimento de aprendizagens não-formais e informais; Nas estratégias de operacionalização de dispositivos de reconhecimento de aprendizagens não-formais e informais noutros países; Nos princípios metodológicos associados à conceção de referenciais de RVCC profissionais utilizados noutros países. (perfis O Quadro 1 explicita as diferentes etapas do processo de RVCC profissional bem como os instrumentos para a certificação de competências profissionais mobilizados em cada uma delas. 6 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 9 10 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Etapa 2. Identificação de competências Esta etapa é assim de grande importância para a realização de um encaminhamento acertado no âmbito das diferentes vias de acesso à qualificação. É realizado um diagnóstico prévio da experiência e do projeto profissional do candidato e produzido aconselhamento relativamente à viabilidade do processo de reconhecimento de competências profissionais ou de outras oportunidades de qualificação que se colocam. Nesta etapa é prestada ao candidato ao reconhecimento de competências profissionais informação sobre o que é um processo de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC) profissional, os seus requisitos de acesso em termos de idade, experiência profissional e nível de escolaridade, sobre as qualificações integradas no CNQP, respetivos perfis profissionais e referenciais de formação, a organização, as etapas, as exigências do processo de RVCC profissional e os instrumentos de avaliação que o constituem. Etapa 1. Informação e orientação Etapas Análise e Informar os candidatos sobre as diferentes modalidades do SNQ e encaminhá-los para o percurso de qualificação mais adequado Objetivo geral Portefólio Encaminhamento para processo de RVCC profissional ou para percurso formativo adequado ao perfil do candidato Resultados Assessor Técnico informação orientação de e 7 Ficha percurso Referenciais do CNQP; brochuras de divulgação do SNQ e do CNQP * Intervenientes Instrumentos Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais - Preenchimento e consolidação da ficha de - Encaminhamento para processo RVCC profissional ou percurso formativo - Análise prévia do perfil do candidato, recorrendo a sessões de esclarecimento, análise curricular, entrevista individual de forma a identificar a(s) resposta(s) mais adequada(s) tendo em conta os requisitos de acesso ao processo de RVCC profissional e às modalidades de formação disponíveis no Sistema - Esclarecimento sobre o processo de RVCC profissional (condições de acesso, etapas, figuras intervenientes, explicitação do processo, instrumentos de avaliação associados) - Esclarecimento sobre a existência do CNQP, as potencialidades e a flexibilidade do SNQ (capitalização e certificação autónoma) - percursos flexíveis de qualificação (RVCC profissional com módulos formativos do CNQP) Principais atividades Quadro 1 - Etapas e instrumentos no âmbito do processo RVCC profissional Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 11 Assim, o candidato é acompanhado pelo assessor no sentido de compilar documentação que permita, comprovar, de forma Nesta etapa é apresentado o Referencial de certificação profissional, sendo ainda preenchida pelo candidato, com o apoio do assessor, a grelha de autoavaliação, possibilitando-se ao candidato o primeiro confronto com o referencial associado à qualificação cujas competências quer ver validadas. Nesta etapa é preenchida pelo candidato, a Ficha de percurso profissional e de formação, com o apoio do assessor, caso necessário, sendo muito bem “explorada” por este profissional, com o objetivo de sistematizar a informação considerada relevante para o processo. O candidato inicia a compilação de todos os documentos que possam ter relevância para o seu processo de reconhecimento, conforme lista explicitada na ficha de percurso profissional e de formação, com a ajuda do assessor. Nesta etapa promove-se a aplicação do conjunto de métodos vocacionados para evidenciar e documentar as competências profissionais detidas pelo candidato à certificação de competências. Os métodos a aplicar devem permitir, num primeiro momento, rastrear e identificar o conjunto de competências profissionais detidas pelo candidato. Neste momento inicial, cumpre-se um processo ainda relativamente “aberto” de procura das competências profissionais detidas pela pessoa. É nesta etapa que o assessor solicita e ajuda o candidato a reunir todos os comprovativos que possam vir a interessar para a validação de competências profissionais. Etapas identificação das competências evidenciadas de forma indireta, com base na Ficha de percurso profissional e de formação, no Portefólio e na Grelha de autoavaliação, face ao referencial de certificação profissional em causa percurso profissional e de formação, por parte do candidato, com apoio do assessor na de de de - Análise das competências com base Ficha de percurso profissional e formação, no Portefólio e na Grelha autoavaliação, face ao referencial certificação profissional em causa profissional estruturado tendo em conta o seu percurso profissional e de formação e relatório/grelha de análise de percurso profissional preenchido Resultados 8 Caso estes instrumentos não permitam demonstrar indícios de competências inerentes às Unidades de Competências do referencial de certificação em causa, cabe ao assessor tomar a decisão sobre a conclusão do / al e portefólio profissional profissional e de formação, ficha de autoavaliação, relatório com a identificação de competências passíveis de validação * Intervenientes Instrumentos Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais - Preenchimento do relatório com a identificação de competências profissionais que poderão ser passiveis de validação - Organização do Portefólio profissional tendo em conta as reflexões efetuadas sobre os saberes e as competências profissionais adquiridos nos diversos contextos, não descurando a importância da recolha do maior número e variedade de comprovativos credíveis e relevantes para o processo de Preenchimento da Grelha autoavaliação, com apoio do assessor - Preparação apoiada do Portefólio profissional de acordo com as evidências indiretas já demonstradas (ficha de percurso profissional e de formação) Objetivo geral Principais atividades 12 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais O processo de avaliação das competências profissionais do indivíduo é orientado por relação aos instrumentos para a certificação de competências profissionais (referencial de certificação profissional e respetivos instrumentos de avaliação) associados ao perfil profissional do Catálogo Nacional de Qualificações Profissionais. Para além da inventariação das competências profissionais detidas pelo indivíduo importa avaliar em que medida ele detém competências profissionais associadas ao referencial de certificação profissional ou unidades de competência que este pretende ver certificadas. Etapa 3. Avaliação e validação das competências A partir da informação que consta da Ficha de percurso profissional e de formação, da informação que já integra o Portefólio profissional, e do preenchimento da Grelha de autoavaliação, o assessor preenche um relatório de explicita quais as atividades profissionais que poderão vir a ser validadas através da análise dos comprovativos que integram o Portefólio profissional. A partir da Ficha de percurso profissional e de formação (preenchida com a colaboração do assessor), da grelha de autoavaliação e da integração de todos os documentos com potencial para o seu processo de RVCC profissional, o candidato organiza, com a ajuda do assessor, de forma mais estruturada e objetiva, o seu Portefólio profissional, que deverá ser um reflexo das competências que detém ou das atividades profissionais que sabe executar. fidedigna, o domínio que tem de determinadas competências. Etapas Avaliar e validar as atividades profissionais integradas nos EC/UC Objetivo geral Portefólio profissional consolidado com proposta de UC validadas tendo em conta os instrumentos de avaliação e o relatório de validação com a explicitação das UC validadas Resultados Comissão/Júri de validação: (2 figuras profissionais que acompanharam o candidato no âmbito do processo de RVCC profissional e um avaliador independente) Avaliador 9 Portefólio profissional; Ficha percurso profissional e de formação e instrumentos de avaliação processo de RVCC profissional nesta etapa, podendo o candidato ser encaminhado para formação profissional, concluindo assim nesta etapa o seu processo de RVCC profissional. * Intervenientes Instrumentos Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais - Consolidação do portefólio profissional - Aplicação de outros instrumentos de avaliação, designadamente do Guião de entrevista técnica, da Grelha de observação de desempenho em posto de trabalho de forma a avaliar os conhecimentos e as competências profissionais adquiridos - Análise e avaliação mais “fina” das UC que o candidato está em condições de validar com base na análise e validação das evidências demonstradas no âmbito do relatório elaborado pelo assessor. Principais atividades Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 13 Tendo em conta a informação que vai conhecendo do candidato, o avaliador apoia o candidato no processo de (re)organização do seu portefólio profissional promovendo a recolha de mais evidências/comprovativos que atestem, de forma credível e rigorosa, o exercício de determinadas atividades profissionais ou assinalando o que lhe parece mais relevante da “informação” disponibilizada no portefólio profissional, pelo candidato relativamente ao referencial de certificação profissional. A partir da informação que consta do relatório de identificação de evidências preenchido pelo assessor, al o avaliador prepara a entrevista técnica com o candidato com base no Guião de entrevista, a qual constitui um momento crucial do processo de RVCC profissional. Nesta etapa podem mobilizar-se os restantes instrumentos de avaliação, em função das Unidades de Competência (UC) que queremos validar de forma a avaliar os conhecimentos e as competências profissionais adquiridas, bem como verificar a adequabilidade, o rigor, a relevância e fiabilidade dos elementos/comprovativos recolhidos. - Realização de reunião de júri de validação Trata-se, sobretudo, de avaliar e validar as competências profissionais detidas pelos indivíduos e que foram devidamente identificadas na fase anterior com o referencial de certificação profissional associado à qualificação em causa no sentido de se assegurar que as competências reconhecidas correspondem, de facto, àquelas que são contempladas pelo referencial. Objetivo geral Resultados 10 * Intervenientes Instrumentos Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais - Explicitação dos resultados da avaliação e validação do candidato num relatório/ata e lançamento desses resultados na plataforma informática de validação de candidatos no âmbito do RVCC profissional. Principais atividades Etapas 14 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Os avaliadores independentes são recrutados a partir de uma bolsa gerida pela UCSNQ a quem cabe designar o avaliador independente para cada uma das comissões/ júris constituídos. A inclusão dos avaliadores na bolsa é feita sobre proposta dos organismos representativos dos trabalhadores e entidades patronais de cada um dos sectores de atividade em causa e após Esta etapa culmina com uma comissão/júri de validação onde parte da equipa que acompanhou o candidato no processo de RVCC profissional (2 figuras profissionais) e um avaliador independente vão deliberar sobre a validação das UC/EC do candidato. A mobilização dos instrumentos de avaliação depende da natureza de cada UC/EC/atividade profissional e das condições de contexto. Assim, pode desenvolver-se uma entrevista técnica (incidente sobre um ou mais Elementos de Competência) ou uma prova prática (observação direta no posto de trabalho ou exercícios em prática simulada). Caso o Portefólio profissional (respetivos comprovativos) e a entrevista técnica não sejam conclusivos relativamente ao domínio de determinadas atividades profissionais/competências por parte do candidato, o avaliador utiliza outras formas de verificação que passam pela observação direta no posto de trabalho e/ou pelo desenvolvimento de exercícios em contexto de prática simulada, classificando e registando os respetivos resultados. Etapas Principais atividades Resultados 11 * Intervenientes Instrumentos Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Objetivo geral Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 15 a certificação de todas as UC da qualificação, o que dará lugar à emissão de um certificado de qualificação profissional (total) a certificação de parte das UC da qualificação, o que dará lugar à emissão de um certificado de o o Este resultado poderá ser de dois tipos: A certificação das UC tem em conta os resultados obtidos ao longo da aplicação dos diferentes instrumentos de avaliação. Nesta etapa formaliza-se a certificação das Unidades de Competência com base no portefólio do candidato, visando a atribuição de um certificado de qualificação profissional (total ou parcial). O candidato obtém a certificação das suas competências quando, após deliberação por unanimidade os elementos constituintes da comissão/júri de validação, reconhecem que as competências evidenciadas estão em conformidade com o referencial de certificação profissional associado a determinado perfil profissional constante no Catálogo Nacional de Qualificações Profissionais. É a fase final do processo de reconhecimento e validação de competências profissionais em que uma entidade competente atesta que as competências avaliadas e validadas têm um valor formal por relação a um determinado referencial pré-definido. Etapa 4. Certificação de competências avaliação curricular realizada pela UCSNQ. Etapas Certificação das Unidades de Competência avaliadas e validadas Objetivo geral Plano Pessoal de Formação. Certificação das Unidades de Competência Portefólio profissional consolidado com UC certificadas. Certificado de qualificação (total ou parcial). Resultados Os intervenientes nesta etapa serão os mesmos que foram envolvidos na comissão/Júri de validação: Coordenador do processo RVCC profissional, avaliador e avaliador independente 12 Portefólio profissional * Intervenientes Instrumentos Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais - Emissão do Certificado de Qualificação profissional (parcial ou total) - Emissão do Plano Pessoal de Formação do candidato (caso este tenha obtido uma certificação parcial), que indica qual a resposta mais adequada para aquisição das competências consideradas em défice no processo de RVCC (módulos formativos do CNQPP, autoformação, prática em contexto de trabalho) Certificação das competências com base no Portefólio profissional Principais atividades 16 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Principais atividades Objetivo geral Resultados Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 13 * Intervenientes Instrumentos * a descrição de cada instrumento de avaliação vem explicitada mais à frente no documento - no ponto 1.2.4 Elaboração da proposta final de plano pessoal de formação, negociado com o candidato. Esta situação verifica-se quando o candidato não valida as Unidades de Competência necessárias para a obtenção de uma certificação profissional total, obtendo assim uma certificação parcial. Neste caso, o candidato será encaminhado para um percurso formativo com vista à aquisição das competências profissionais em falta e ser-lhe-á emitido um certificado de qualificação profissional (parcial). qualificação profissional parcial Etapas Para uma melhor compreensão sobre aa mobilização dos diferentes instrumentos para a certificação profissional ao longo do processo de RVCC profissional, será importante explicitar um conjunto de princípios associados à operacionalização deste processo, dos quais decorrem algumas opções, designadamente: O processo de RVCC é desenvolvido ao longo de um conjunto de 4 etapas – (1) Informação e orientação, (2) Identificação de competências, (3) Avaliação e validação de competências, e (4) Certificação – pelo que, o candidato à certificação deve passar por todas as etapas. Ainda que possa acontecer que a ficha de autoavaliação, a ficha de percurso profissional e de formação e o portefólio, possam demonstrar que o candidato não apresenta nenhuma evidência das competências requeridas, o candidato pode continuar no processo de RVCC profissional. Contudo, a existência desta situação não deixa de reforçar a importância da etapa (1) Informação e orientação, no âmbito da qual, após o diagnóstico do candidato, apenas se deverá encaminha-lo para o processo de RVCC se este evidenciar reunir as condições para tal. A utilização dos diferentes instrumentos de avaliação de competências profissionais poderá ser variável, quer em termos do tipo de instrumentos utilizados, quer em termos da sequência/ordem em que os mesmos são mobilizados. Com efeito, os métodos a utilizar neste tipo de processos de certificação de competências têm autonomia entre si, sendo utilizados métodos complementares em caso de necessidade de confirmação da evidência das competências requeridas. Poderemos, por exemplo, realizar uma entrevista, utilizando para tal o guião de entrevista técnica, e com ela validar todas as Unidades de Competência associadas ao referencial de certificação profissional, ou realizar complementarmente um exercício de prática simulada, utilizando para tal a ficha de caracterização de exercício em prática simulada e a respetiva grelha de avaliação. O referencial de certificação profissional é concebido integrando todas as Unidades de Competência (UC) requeridas no perfil profissional associado a uma determinada qualificação profissional, partindo do pressuposto que o objetivo último é obter a qualificação através de um processo de reconhecimento e certificação das competências profissionais. Sendo a UC o conjunto mínimo de competências, capaz de reconhecimento e acreditação em parte no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações (unidade mínima de certificação com valor para o mercado de trabalho, sendo autónoma para efeitos de reconhecimento), o candidato terá de obter certificação em todas as Unidades de Competência para obter a qualificação. Neste contexto, apesar do referencial de certificação profissional e dos instrumentos de avaliação serem concebidos integrando todas as UC, poderão ser aplicados para cada UC de forma autónoma, ou seja, estão preparados para certificar cada UC de forma individualizada. 14 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 17 I.2.2 A elaboração de um referencial de certificação profissional No âmbito da conceção de instrumentos para a certificação de competências profissionais, o primeiro recurso que importa ter será, pois, o referencial de certificação profissional por relação ao qual se orienta o processo de identificação e avaliação dessas competências e, mais tarde, de certificação das mesmas. Dito de outro modo, as competências profissionais que importa identificar num processo de reconhecimento que se orienta pelo objetivo da certificação são aquelas que se encontram explicitadas em referenciais oficialmente reconhecidos e que, nessa medida, são passíveis de serem certificadas. Deste modo, o primeiro elemento a ter em conta é o desenvolvimento do referencial de certificação profissional que suporta o processo de RVCC. O Catálogo Nacional de Qualificações Profissionais constitui o ponto de partida para este processo. O CNQP define para cada qualificação um perfil profissional organizado em unidades de competências e um programa formativo organizado em módulos formativos, o qual suporta a obtenção da qualificação por via de uma formação formal. Na medida em que estabelece as unidades de competências passíveis de certificação, o Perfil Profissional constitui o ponto de partida para o processo de RVCC profissional uma vez que nele se estabelecem as competências passíveis de certificação, independentemente de o processo de aquisição das mesmas corresponder a um percurso de aprendizagem formal ou de aprendizagens informais e não formais construídas ao longo da vida. Contudo, não obstante o Perfil Profissional incluído no CNQP identificar as competências requeridas para a obtenção da qualificação, através da decomposição das unidades de competência em elementos de competência e critérios de desempenho, a forma como estão construídos e descritos estes elementos não facilita o processo de evidenciação dessas competências. Com efeito, a possibilidade de certificar competências profissionais através de um processo de RVCC profissional exige que as competências descritas sejam verificáveis através de processos de avaliação de competências o que remete para a necessidade de a sua descrição delimitar de forma adequada a realização profissional que está em causa e o processo para a desenvolver. Em função do anteriormente referido, considera-se que o desenvolvimento de um processo de RVCC profissional recomenda que o Perfil Profissional incluído no CNQP seja complementado com a elaboração de um referencial de certificação profissional que, apresentando uma descrição mais delimitada e objetiva das atividades profissionais a realizar no âmbito de cada Elemento de Competência e dos resultados esperados, oriente o processo de identificação e avaliação das competências. Com efeito, as atividades profissionais constituem o conjunto de pequenas ações concretas e diretamente observáveis através das quais o indivíduo demonstra o domínio do EC. Correspondem a pequenas unidades de observação e de avaliação com pendor essencialmente funcional e operativo, traduzindo-se em ações e comportamentos expressos como resultados esperados. Paralelamente, é importante que um referencial de certificação profissional integre também informação relativa aos critérios e indicadores de avaliação que irão guiar a conceção dos instrumentos de avaliação bem como a sua utilização por parte dos avaliadores na operacionalização do processo de RVCC profissional. 15 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 18 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Nesta perspetiva, entende-se por referencial de certificação profissional o referencial associado a cada perfil profissional integrado no Catálogo Nacional de Qualificações Profissionais, que contempla, para cada Unidade de Competência, o conjunto de atividades profissionais e respetivos conhecimentos e atitudes, associadas aos Elementos de Competência (EC), relativamente aos quais o candidato será avaliado, bem como o conjunto de critérios e indicadores de avaliação. A Figura 1 explicita os elementos constituintes do referencial de certificação profissional associado a uma determinada qualificação profissional, bem como a sua articulação com o respetivo perfil profissional e programa de formação: FIGURA 1 – Referencial de certificação profissional Perfil profissional Referencial de certificação profissional Unidade de Competência 1 Unidade de competência 1 Elemento de Competência 1 Critério de Desempenho 1 Conhecimentos Atitudes Unidade de competência 2 Capacidades Critérios de avaliação Conteudos Atividades profissionais Conhecimentos Atitudes Critério de Desempenho 2 Critério de Desempenho n Modulo Formativo 1 Unidade formativa 1 Atividades profissionais Critério de Desempenho 2 Critério de Desempenho n Elemento de Competência n Critério de Desempenho 1 Programa de formação Unidade formativa n Capacidades Critérios de avaliação Critérios e Indicadores de Avaliação Unidade de competência n Conteudos Modulo Formativo 2 Modulo Formativo n De acordo com a Figura 1, o referencial de certificação profissional é construído a partir de informações constantes no perfil profissional e no programa de formação: As atividades profissionais decorrem dos EC e dos respetivos critérios de desempenho explicitados no perfil profissional; Os conhecimentos decorrem sobretudo do conteúdo das diferentes unidades formativas, integradas no módulo formativo associado a cada UC, explicitados no programa formativo; As atitudes decorrem quer da informação explicitada nos EC, quer do conteúdo das unidades formativas. 16 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 19 Para além das atividades profissionais, conhecimentos e atitudes, o referencial de certificação profissional integra ainda uma segunda componente que explicita os critérios e os indicadores de avaliação, bem como a forma de medição (escalas de medida) associada a cada indicador. Para a conceção destes critérios e indicadores, deve analisar-se a informação explicitada no perfil profissional e respetivo programa formativo: Os critérios de desempenho encontram-se no perfil profissional. Caso seja necessário construir novos critérios de desempenho, devido ao fato dos existentes não responderem às necessidades de avaliação de cada uma das atividades profissionais concebidas, é necessário criar critérios complementares (CC). Neste caso pode o concetor analisar a informação explicitada no programa formativo, nomeadamente a que diz respeito aos critérios de avaliação aí definidos. A conceção dos indicadores de avaliação tem como objetivo possibilitar a medição do desempenho de um candidato no âmbito de um processo de RVCC profissional na realização de cada uma das atividades constantes no referencial de certificação profissional. Assim, a conceção dos indicadores partirá dos critérios de desempenho já definidos no perfil profissional e deverá considerar os seguintes pressupostos, para a avaliação de cada uma das UC: 1. A descriminação dos EC em atividades profissionais e a associação dos critérios de desempenho considerados às atividades profissionais pode pressupor a necessidade de definir critérios e indicadores adicionais/complementares para uma adequada validação do EC/UC. 2. A forma de validação do desempenho do candidato nas atividades profissionais depende do tipo de escala utilizada (binária ou graduada). 3. As atitudes deverão ser avaliadas em articulação estreita com a avaliação das atividades profissionais, considerando que são mobilizadas no seu desempenho. 4. A dimensão dos conhecimentos associados ao desempenho da atividade profissional deverá ser considerada no desenho dos instrumentos de avaliação. Por exemplo, na conceção do guião de entrevista técnica as questões a conceber para cada atividade profissional devem refletir os conhecimentos a mobilizar para a realização daquela atividade 5. Os critérios de desempenho, os critérios complementares e os indicadores são os mesmos para o conjunto de estratégias de avaliação contempladas, ou seja, independentemente da avaliação ser conduzida a partir de observação no posto de trabalho, em prática simulada ou através de guiões de entrevista, os critérios de desempenho contemplados no perfil e os indicadores a partir deles estabelecidos devem guiar a recolha de evidências. I.2.3 A articulação com os descritores do QNQ Considerando que a competência integra para além do saber-fazer, aferido pela capacidade de realizar as atividades profissionais definidas, as dimensões do conhecimento e das atitudes, o referencial de certificação profissional, como já referido, contempla também estas duas últimas dimensões. 17 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 20 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais A opção de considerar nos referenciais de certificação de profissional os três critérios referidos constitui uma opção fundamental para articular o processo de certificação de competências com o Quadro Nacional de Qualificações (QNQ) e, mais especificamente, com os descritores que o mesmo utiliza para classificar as qualificações. Os descritores utilizados pelo QNQ para definir cada nível de qualificação contemplam os conhecimentos, as habilidades (saber-fazer) e a autonomia e responsabilidade (que assume proximidade à dimensão das atitudes). Esta organização releva a utilidade de se contemplar no referencial de certificação profissional as três dimensões que dão corpo à competência (conhecimentos, saber-fazer e atitudes), favorecendo a coerência metodológica do exercício de desenvolvimento do sistema de RVCC profissional no contexto do Sistema Nacional de Qualificações. Ao mesmo tempo, esta opção permite criar um instrumento que facilita a referenciação das qualificações incluídas no CNQP aos níveis do QNQ na medida em que, conforme se encontra organizado, o Perfil Profissional associado à qualificação não explicita essa relação. No caso da dimensão dos conhecimentos, importa destacar que esta suporta a relação entre o referencial de certificação profissional e o programa formativo, o que se torna de extrema utilidade no caso de ser necessário a prescrição de formação para completar o processo de RVCC profissional e a obtenção da qualificação. O programa formativo elenca os conteúdos de formação associados a cada qualificação e respetivas unidades de competência estabelecendo, desse modo, o roteiro dos conhecimentos a contemplar no processo de aprendizagem. Esses conhecimentos são mobilizados no exercício profissional e na realização das atividades profissionais associadas pelo que é importante que os mesmos sejam tidos em consideração no processo de reconhecimento, validação e certificação de competências. No caso da dimensão das atitudes, para além do nível de responsabilidade e autonomia no exercício das atividades, pretende-se ainda considerar outros domínios como o relacionamento interpessoal, o trabalho em equipa ou a resolução de problemas, entre outros. As atividades profissionais e respetivos conhecimentos e atitudes associadas, serão avaliadas através de um conjunto de instrumentos de avaliação construídos para o efeito. 1.2.4. Instrumentos de avaliação De acordo com a abordagem proposta, a elaboração do referencial de certificação profissional constitui o passo fundamental para permitir o desenvolvimento do processo de avaliação, sucedendo-lhe a aplicação de um conjunto de instrumentos metodológicos dirigidos a permitir avaliar as competências profissionais detidas pelo candidato ao RVCC profissional. A aplicação destes instrumentos cumpre-se ao longo do conjunto de etapas que constituem o processo de reconhecimento, validação e certificação de competências. Os referidos instrumentos de avaliação consistem no conjunto de métodos e ferramentas de auto e hétero avaliação a utilizar durante o processo de RVCC e são construídos tendo por base o referencial de certificação profissional associado a um determinado perfil profissional. È a partir 18 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 21 da aplicação destes instrumentos que permitirá, ou não, evidenciar a posse das competências exigidas para a obtenção da qualificação. O conjunto de instrumentos de avaliação inclui: Ficha de percurso profissional e de formação – ficha preenchida pelo candidato que sistematiza informação relativa ao seu percurso profissional e de formação, designadamente, experiência profissional (locais de trabalho, actividades desempenhadas,...) ações de formação, habilitações académicas. Grelha de autoavaliação – é constituída pelas Unidades de Competência, Elementos de competência, atividades profissionais, conhecimentos e atitudes associadas que compõem o referencial de certificação profissional. Tem como objetivo permitir ao candidato uma primeira autoanálise/autoavaliação das respetivas realizações, possibilitando a identificação de forma expedita do que sabe e das lacunas tem. Relatório com a identificação de competências passíveis de validação - documento preenchido pelo assessor que explicita o resultado da análise de evidências dos documentos preenchidos pelo candidato, designadamente a ficha de percurso profissional e de formação, a grelha de autoavaliação e o portefólio profissional. Guião de entrevista técnica – o guião é estruturado num conjunto de questões técnicas relativas a cada uma das atividades profissionais associadas a cada um destes EC. A entrevista técnica tem um elevado valor avaliativo, devido ao facto de poder conduzir por si só, sem a mobilização de outros instrumentos, à validação ou não dos EC e por sua vez das UC. Ficha de caracterização de exercícios a desenvolver em prática simulada ou em posto de trabalho – proposta de atividades que contempla um conjunto de informação que permite avaliar o desempenho de determinado EC, nomeadamente a identificação dos objetivos, a duração de referência, os recursos necessários. Pretende-se conceber pelo menos um exercício para cada EC, abrangendo assim a totalidade dos EC das UC que integram o referencial de certificação profissional. Grelha de avaliação de exercícios em prática simulada e grelha de avaliação de desempenho em posto de trabalho – tal como o nome indica são os instrumentos que permitem guiar a observação, no sentido de verificar se o candidato executa as diferentes atividades profissionais associadas a um determinado referencial de certificação profissional (em contexto de prática simulada ou de posto de trabalho). Portefólio profissional - documento de suporte ao processo de RVCC profissional que inclui a ficha de percurso profissional e de formação, evidências das competências demonstradas durante o processo, bem como os instrumentos de avaliação e respetivos resultados. O portefólio profissional reúne os elementos de avaliação que resultam da aplicação dos instrumentos previstos mas, também, os elementos coletados pelo candidato à certificação e que tendo relação com o seu percurso profissional apoiem na documentação das competências detidas pelo candidato. Nesta perspetiva, o portefólio é um espaço de integração de toda a informação útil ao 19 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 22 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais processo, sendo suficientemente flexível para permitir ao candidato ter um cunho pessoal na sua elaboração. I.3 Condições de certificação A operacionalização do processo RVCC profissional pressupõe a definição prévia de um conjunto de condições de certificação das competências profissionais associadas a uma qualificação profissional integrada no Catálogo Nacional de Qualificações Profissionais, que devem igualmente guiar a conceção dos instrumentos para a certificação de competências profissionais. Neste sentido, são definidas condições de certificação para a obtenção de uma qualificação, para a certificação de cada UC, e para a validação de cada um dos EC que integram a UC. I.3.1 Obtenção da Qualificação A obtenção de uma qualificação do Catálogo, por via de um processo de RVCC profissional exige a certificação de todas as Unidades de Competência, considerando que a unidade mínima certificável é a Unidade de Competência. I.3.2. A certificação de cada Unidade de Competência No âmbito de um processo de RVCC profissional, a certificação de uma Unidade de Competência resulta da validação de duas condições em simultâneo: Todos os Elementos de Competência nucleares terão obrigatoriamente de ser validados Pelo menos 50% dos Elementos de Competência não nucleares que integram cada Unidade de Competência têm que ser validados. Neste sentido, os Elementos de Competência que forem considerados nucleares assumem um carácter eliminatório, ou seja, terão obrigatoriamente de ser validados. A nuclearidade será definida pelos concetores do referencial de certificação e respetivos instrumentos, a partir do know-how técnico e especifico no domínio de atividade no qual se insere o EC e a UC. A atribuição da nuclearidade a cada EC deve ser feita tendo em conta o grau de importância e de imprescindibilidade para o resultado final daquela UC. Esta questão será retomada na Parte II desta metodologia. I.3.3 A validação de cada Elemento de Competência de uma determinada Unidade de Competência A validação de cada EC é realizada com base na evidência demonstrada pelo candidato na concretização das atividades profissionais, a qual implica a mobilização dos conhecimentos e atitudes associadas às mesmas. 20 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 23 No caso dos EC nucleares, exige-se a concretização de todas as atividades profissionais associadas ao EC, para a sua validação. No caso dos EC não nucleares, exige-se o cumprimento de pelo menos 60% das atividades profissionais associadas ao EC, para a sua validação. De notar que a avaliação do cumprimento das atividades profissionais resultará da aplicação dos indicadores de avaliação, em função das escalas de medida que forem utilizadas e do nível de desempenho considerado competente a definir pelo concetor dos instrumentos de certificação profissional. 21 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 24 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais PARTE II II. A conceção dos Referenciais para a Certificação de Competências Profissionais A possibilidade de desenvolver o processo de RVCC profissional pressupõe, pois, o desenvolvimento dos instrumentos de avaliação que o suportam. Embora o tipo de instrumentos mobilizados seja o mesmo, a adequação da resposta às exigências do processo exige que para cada qualificação se desenvolvam instrumentos ajustados a cada qualificação. É sobre o processo de elaboração dos referidos instrumentos que se tratará em seguida. A metodologia de conceção dos referenciais para a certificação de competências profissionais considera duas fases: Fase A – Conceção/validação do referencial de certificação profissional Fase B – Conceção/validação dos instrumentos de avaliação II.1 Fase A – Conceção/validação do referencial de certificação profissional Nota Prévia O referencial de certificação profissional consiste no referencial associado a cada perfil profissional, que contempla, para casa Unidade de Competência, o conjunto de atividades profissionais, respetivos conhecimentos e atitudes, associadas aos Elementos de Competência (EC) que integram cada UC. Para além destes elementos o referencial de certificação contempla, ainda para cada UC, um conjunto de critérios e de indicadores de avaliação, bem como a forma de medição (escalas de medida) associada a cada indicador. Neste sentido, a designação, o código e o nível de certificação das UC bem como a designação dos EC incluídos neste referencial são transpostos do perfil profissional em causa para o referencial de certificação profissional. Etapa 1 – Determinação/conceção das atividades profissionais associadas aos Elementos de Competência (EC) Esta etapa consiste em determinar as atividades profissionais a partir dos elementos de competência e dos critérios de desempenho explicitados no perfil profissional para cada UC. Apesar do conceito de Elemento de Competência no âmbito do Catálogo Nacional de Qualificações Profissionais, ser descrito como “… uma ação ou comportamento que alguém deve ser capaz de realizar e demonstrar numa situação de trabalho num determinado campo 22 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 25 ocupacional”, os Elementos de Competência integrados nas Unidades de Competência, estão descritos de uma forma muito abrangente, tornando difícil identificar ações concretas suscetíveis de guiar o processo de reconhecimento de competências profissionais. Assim, cada Elemento de Competência deve desdobrar-se num conjunto de atividades profissionais que correspondem a uma formulação mais clara dos seus níveis de concretização no âmbito dos processos de certificação profissional. Para a determinação das atividades profissionais é também importante analisar todos os critérios de desempenho associados aos Elemento de Competência, pois estes descrevem, em forma de resultados e de realizações críticas, as atividades de trabalho. A utilização dos critérios de desempenho na definição das atividades profissionais e na avaliação das mesmas reforça a coerência entre a metodologia de conceção dos instrumentos e a aplicação destes no âmbito do processo de RVCC profissional. Exemplo das atividades profissionais: Elemento de Competência EC1: Preparar elaborações básicas de múltiplas aplicações para posterior utilização na elaboração ou acompanhamento de pratos, tais como guarnições diversas, saladas, molhos frios e quentes, geleias, legumes torneados e branqueados Atividades profissionais Prepara matérias-primas e utensílios a utilizar na preparação de elaborações básicas (fundos, manteigas compostas, gelatinas…) Confeciona elaborações básicas manteigas compostas, gelatinas…) (fundos, Acondiciona e conserva elaborações básicas (fundos, manteigas compostas, gelatinas,…) Deste modo, no âmbito de um processo de RVCC profissional, as atividades profissionais associadas a cada EC e que integram o referencial de certificação profissional deverão ser “pequenas” unidades de observação e de avaliação com um pendor essencialmente funcional e operativo, com base nas quais se identificam competências detidas ou em falta pelo candidato. Estas atividades profissionais não devem ser descritas de forma demasiado abrangente para que não se confundam com o próprio EC, nem de forma demasiado exaustiva para que não se confundam com os procedimentos a definir aquando da conceção dos instrumentos de avaliação (ver Fase B). Número de atividades profissionais a definir Considerando que cada UC apresenta um número variável de EC, o nº de atividades profissionais a definir para cada EC será igualmente variável. Contudo este número não deverá ser demasiado elevado de modo a não complexificar excessivamente a avaliação dos EC, considerando ainda que as atividades profissionais serão ainda subdivididas em procedimentos. 23 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 26 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Neste contexto, considera-se razoável, que, para cada EC, sejam definidas em média cerca de 3 atividades profissionais1. De qualquer forma, cabe ao concetor a decisão sobre o número de atividades profissionais a definir para cada EC. Explicitação das atividades profissionais A explicitação das atividades profissionais deve seguir um conjunto de orientações técnicas específicas, nomeadamente: Devem ser exequíveis – realizáveis por um indivíduo. Descrevem o resultado das atividades do trabalho e não os métodos ou procedimentos associados para a sua realização. Devem ser pertinentes para o Elemento de Competência – lógicas e necessárias para a validação da Unidade de Competência. Devem ser observáveis/demonstráveis e mensuráveis – passíveis de serem avaliadas através de evidências de produto. Devem explicitar uma situação de trabalho que se identifique claramente com uma ação associada a uma profissão ou atividade profissional. Não devem referir-se a situações de aprendizagem ou de formação. Redação das atividades profissionais A redação das atividades profissionais deve seguir um conjunto de requisitos, designadamente: Devem obedecer à estrutura (Verbo (s) de ação + Objeto) Devem, sempre que possível, deduzir-se dos verbos da Unidade de Competência ou dos Elementos da Competência (a conjugação do verbo com o sujeito da ação deve configurar uma ação contida na que é explicitada no respetivo Elemento de competência e por sua vez na Unidade de Competência). 1 Tendo em conta a reflexão tida em Cabo Verde e a análise realizada a 2 perfis profissionais do CNQP (análise do nº de EC e do nº de Critérios de Desempenho), optou-se por sugerir este nº. 24 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 27 Exemplo: No caso do EC1, a “execução das operações culturais” implica preparar o solo, aplicar produtos e efetuar a sementeira e a colheita da mesma. EC EC1: Executar as operações culturais de plantas aromáticas, medicinais e condimentares Atividades profissionais Prepara o solo Aplica produtos fitofarmacêuticos Efetua a sementeira Efetua a colheita Deve evitar-se: Expressões/verbos que se refiram a “ações mentais” necessárias para produzir o resultado, pois não possibilitam uma avaliação e observação. Contudo, existiram qualificações onde esta situação poderá fazer sentido. No desenvolvimento das atividades profissionais associadas a certas qualificações profissionais é necessário mobilizar um conjunto de competências de carater cognitivo, podendo assim estas competências serem alvo de validação (Ex. Interpretar esquemas gráficos, elaborar um plano de marketing,…). A utilização de expressões muito genéricas que não permita uma avaliação e observação. Não associar expressões que refiram especificidades tecnológicas ou normas específicas. As competências do foro atitudinal ou comportamental não devem ser trabalhadas enquanto atividades profissionais. Devem sim ser consideradas no referencial de certificação profissional no “descritor/campo” “atitudes” de forma a puderem ser avaliadas aquando da realização de determinada atividade profissional. Exemplos: Comunicar com diferentes interlocutores não deve ser considerado uma atividade profissional mas sim uma atitude associada à atividade de, por exemplo, “prestar cuidados básicos de saúde à pessoa idosa” Agir e fazer agir em conformidade com as normas de higiene e segurança alimentar não deve ser considerado uma atividade profissional mas sim uma atitude associada à atividade de, por exemplo, “preparar elaborações básicas de múltiplas aplicações” Atividades profissionais comuns a diferentes Elementos de Competência Considera-se que no caso de existirem elementos de competência comuns a diferentes UC, todos as atividades profissionais são descritas da mesma forma. No caso de existirem Elementos de Competência diferentes podem existir atividades profissionais comuns a dois ou mais EC. Caso 25 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 28 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais esta situação aconteça, estas atividades profissionais devem ser sempre descritas da mesma forma, independentemente da qualificação/UC/EC em causa. Contudo, no que diz respeito à conceção dos exercícios práticos esta situação pode ser diferente. Nestes casos, pode fazer sentido existirem exercícios diferentes associados aos mesmos EC. Exemplo de atividades profissionais comuns integradas em EC diferentes A execução das operações culturais (EC1) e a correção e fertilização do solo (EC2) implicam a realização da atividade “aplicação de produtos fitofarmacêuticos” EC Atividades profissionais Prepara o solo EC1: Executar as Aplica produtos fitofarmacêuticos operações culturais de plantas aromáticas, Efetua a sementeira medicinais e Efetua a colheita condimentares EC Atividades profissionais Colhe amostras do solo EC2: Corrigir e fertilizar o solo Aplica produtos fitofarmacêuticos Distribui estrume e adubos com trator Efetua a manutenção e conservação de distribuidores de estrume e de adubos Etapa 2 – Associação de conhecimentos e atitudes a cada atividade profissional Esta etapa tem como objetivo formular um conjunto de conhecimentos e atitudes a associar a cada atividade profissional. A importância deste domínio centra-se sobretudo na necessidade de aferir se um determinado candidato detém efetivamente um conjunto de conhecimentos que possibilita a execução de uma determinada atividade profissional de forma consciente e não apenas rotinizada. O candidato deve ser capaz de transferir o conhecimento detido para um outro contexto diferente daquele em que habitualmente o desenvolve. A identificação dos conhecimentos será ainda útil para a prescrição de formação, caso o candidato não consiga validar alguma UC. Os conhecimentos serão definidos a partir da descrição do EC (identifica-se aqui o que o candidato necessita de saber para concretizar as atividades profissionais associadas ao EC), mas também e essencialmente, considerando a informação constante nos conteúdos das unidades formativas do módulo formativo associado à UC que inclui aquele EC. 26 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 29 No âmbito da operacionalização do processo de RVCC profissional, a execução de uma atividade profissional não deverá constituir apenas um conjunto de gestos aplicados sempre da mesma forma, ou seja, de forma mecânica. Em termos práticos, pode verificar-se o caso de um candidato dominar, do ponto de vista da execução técnica, a confeção de um prato de cozinha mas, porque o faz de forma mecanizada e sem mobilizar os conhecimentos necessários no que se refere, por exemplo, à aplicação dos procedimentos adequados no âmbito da higiene alimentar na confeção de alimentos, não validar a atividade em causa. As especificações ao nível do domínio das atitudes são igualmente identificadas a partir da descrição do EC e das capacidades e critérios de avaliação relativos às unidades formativas do módulo formativo associado à UC que inclui aquele EC. O conjunto de conhecimentos e atitudes a formular relativamente a cada atividade profissional não deve traduzir-se numa listagem demasiado exaustiva, devendo apenas serem enunciados os conhecimentos e atitudes mais significativos e indispensáveis para o desenvolvimento das atividades profissionais. Assim, os conhecimentos e atitudes devem ser formulados de forma clara, evitando uma descrição muito detalhada dos mesmos. Pode o concetor relativamente ao “item” conhecimentos, utilizar a descrição dos conteúdos apresentados no 1º ou 2º nível de desagregação dos tópicos definidos nas unidades formativas do respetivo programa formativo. A forma de descrever os conhecimentos a integrar no referencial de certificação profissional deve assim ser a mesma que foi utilizada para descrever os conteúdos das unidades formativas do respetivo programa formativo (a forma mais ou menos descritiva dos conhecimentos a utilizar neste referencial – utilização dos conteúdos apresentados no 1º ou 2º nível de desagregação dependerá do que o concetor considerar necessário para uma explicitação clara dos conhecimentos a avaliar associados a cada uma das atividades profissionais). Relativamente às atitudes, a título de exemplo, poderão incluir: o nível de responsabilidade e autonomia no exercício das próprias atividades profissionais ou nas atividades profissionais de outros; o relacionamento interpessoal; o trabalho em equipa; a resolução de problemas, a comunicação, entre outras. Os conhecimentos devem ser devidamente identificados com o número da unidade formativa respetiva, facilitando o encaminhamento dos candidatos, mediante o Plano Pessoal de Formação, para percursos de formação de modo a adquirem as competências em falta. Dada a transversalidade de alguns conhecimentos e atitudes, pode verificar-se a repetição dos mesmos em diferentes atividades profissionais e, por conseguinte, em diferentes EC. Neste sentido, conhecimentos e atitudes podem surgir descritos da mesma forma em mais do que uma atividade profissional tendo em conta duas possíveis situações: 27 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 30 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Existência de atividades profissionais comuns (descritas da mesma forma) que por sua vez têm associados conhecimentos e atitudes igualmente comuns (situação identificada na etapa 1) Existência de atividades profissionais que não sendo comuns (ou seja não estão descritas da mesma forma) contemplam alguns conhecimentos e/ou atitudes comuns, tendo em conta a transversalidade e importância desses conhecimentos ou atitudes e a sua exigência na realização da atividade profissional (por exemplo, conhecimentos associados à higiene e segurança ou atitudes relacionadas com o trabalho de equipa…). Exemplo: excerto de referencial de certificação profissional aplicado à qualificação de cozinha EC Atividades profissionais Conhecimentos UC3 (código UC006_3): Confecionar fundos, molhos e pratos elementares MF3 (código MF006_3): Fundos, molhos e pratos elementares EC1: Preparar elaborações Prepara matérias-primas e utensílios a O departamento da básicas de múltiplas utilizar na preparação de elaborações cozinha (UF1); Higiene aplicações para posterior básicas (fundos, manteigas alimentar e manipulação utilização na elaboração ou compostas, gelatinas…) de alimentos (UF2) acompanhamento de Técnicas de cozinha pratos, tais como guarnições Confeciona elaborações básicas (fundos, manteigas compostas, (UF3); Elaborações diversas, saladas, molhos gelatinas…) culinárias básicas de frios e quentes, geleias, múltiplas aplicações legumes torneados e (UF3); Elaborações branqueados elementares (UF3); Higiene alimentar e manipulação de alimentos (UF2); Limpeza de instalações e equipamentos de restauração Acondiciona e conserva elaborações Apresentação e básicas (fundos, manteigas decoração de compostas, gelatinas,…) elaborações culinárias (UF3); Higiene alimentar e manipulação de alimentos (UF2) Atitudes Transmitir informação técnica aos colegas dos diferentes serviços; demonstrar responsabilidade sobre bens materiais e segurança alimentar; agir e fazer agir em conformidade com as normas de higiene segurança alimentar; organizar o seu posto de trabalho de forma a permitir responder às solicitações do serviço, interagindo com os outros elementos da equipa; trabalhar em equipa estabelecendo relações interpessoais e resolvendo situações imprevistas. 28 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 31 Etapa 3 – Determinação e fundamentação da nuclearidade dos Elementos de Competência Na conceção do referencial de certificação profissional, o concetor deve assumir que todas as UC integram pelo menos um Elemento de Competência nuclear, considerando o número reduzido de EC por UC existentes nos perfis profissionais. Quando um EC é considerado nuclear todas as atividades profissionais, conhecimentos e atitudes associadas a este EC são igualmente considerados nucleares. Estes EC nucleares assumem, no âmbito da operacionalização do processo de RVCC profissional, um carácter obrigatório, ou seja, deverão obrigatoriamente ser validados. Neste sentido aconselha-se uma certa prudência/moderação ao concetor, na identificação dos EC nucleares de forma a não dificultar exageradamente o processo de validação dos mesmos. A determinação de uma hierarquia ao nível dos EC, em cada UC, pressupõe que nem todos os EC de uma dada Qualificação devam ser considerados como imprescindíveis num processo de certificação. Com efeito, é possível reconhecer a aptidão para o exercício profissional sem que exista um domínio integral das competências que lhe dão forma. É este princípio que está na base da determinação de EC nucleares no quadro do processo de RVCC. A nuclearidade de cada EC corresponde ao grau de importância e de imprescindibilidade do EC para o resultado final daquela UC. Neste sentido, considera-se que o EC é nuclear quando é fundamental e critico para a concretização da UC, pelo que todos os EC considerados nucleares terão de ser obrigatoriamente validados no processo de RVCC profissional. Os critérios adotados para a fundamentação da nuclearidade destes EC devem ser claramente identificados, pelo concetor, de forma a que se tornem legíveis as razões que estiveram na base das opções tomadas. Estes critérios podem compreender, entre outros, fatores relacionados com as seguintes dimensões: qualidade/eficácia/rigor do resultado das atividades profissionais associadas ao EC; imprescindibilidade do EC para a concretização da UC; requisitos/exigências/valorização do mercado de trabalho. 29 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 32 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Exemplo de critérios a considerar para a justificação da nuclearidade das atividades profissionais Atividades profissionais Identificação e fundamentação da nuclearidade Conduzir o trator com reboque e máquinas agrícolas Unidade de competência imprescindível para a qualificação e para o desempenho da maioria das atividades. O mercado de trabalho pretende profissionais com competências que lhes permitam utilizar tratores e máquinas agrícolas, tendo em vista a produtividade dos fatores e a competitividade. Semear e plantar culturas Unidade de competência imprescindível para a qualificação. Constitui uma das atividades essenciais da produção agrícola. O mercado de trabalho pretende profissionais com competências que permitam semear e plantar por meios mecânicos e de modo a aumentar a eficácia dos processos produtivos Aplicar produtos fitofarmacêuticos A proteção da cultura constitui um dos fatores essenciais é igualmente importante para o resultado produtivo, mas também e para a segurança das pessoas que trabalham, dos animais, do ambiente e dos consumidores. A nuclearidade e os respetivos critérios serão definidos pelos concetores do referencial de certificação a partir do know-how técnico e especifico no domínio de atividade no qual se insere o EC e a UC. A explicitação destes critérios deve ser efetuada, utilizando o anexo 3 integrado nesta metodologia. É importante ainda referir que em todos os EC nucleares, o template/folha de Excel assume uma cor de fundo (cinzento), de modo a diferenciá-los, em termos gráficos, dos restantes. Etapa 4 – Determinação dos critérios de desempenho e indicadores Esta etapa consiste em determinar os critérios e respetivos indicadores de avaliação bem como a forma de medição (escalas de medida) associada a cada indicador, de modo a avaliar criteriosamente as atividades que constituem os diferentes EC contemplados nas UC. Estes critérios e indicadores, deverão ser explicitados numa matriz estruturada em EC e atividades profissionais. Num primeiro momento, deve associar-se a cada atividade profissional os critérios de desempenho já descritos no perfil profissional que sejam adequados à avaliação dessas atividades. Pode dar-se o caso de no perfil profissional existir um critério de desempenho associado a um determinado Elemento de Competência e na conceção do referencial de certificação profissional 30 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 33 esta situação não faça sentido para o concetor. Neste caso, no âmbito desta metodologia, pode o concetor associar esse mesmo critério a um outro Elemento de Competência. Não obstante, o concetor pode considerar que alguns desses critérios não se aplicam a algumas das atividades profissionais. Neste caso, não os deve associar a essas atividades, ficando esses critérios sem ser mobilizados no referencial de certificação profissional. Contudo, o concetor poderá ter necessidade de conceber outros critérios de avaliação considerados complementares, no caso dos critérios de desempenho já definidos no perfil profissional não possibilitarem, por si só, verificar: o resultado, isto é, o nível aceitável da execução da atividade profissional (é capaz de a desempenhar ou não); o processo, ou seja, o “como se faz” (os procedimentos associados à execução das atividades: planeamento, tempo, organização do trabalho, ferramentas mobilizadas); as atitudes a demonstrar na realização. Considera-se razoável, que em média, cada atividade profissional seja avaliada em função de 3 critérios de desempenho. De qualquer forma, cabe ao concetor a decisão sobre os critérios de desempenho a mobilizar e/ou a conceber para a avaliação de cada atividade profissional. Associados a cada um destes critérios de desempenho deverão ser concebidos um conjunto de indicadores que permitam evidenciar que o candidato detém as competências profissionais requeridas no referencial de certificação profissional. A conceção dos critérios e indicadores de avaliação deve respeitar o quadro concetual explicitado na matriz constante do quadro 2: 31 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 34 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 35 Indicadores 1. Para cada critério de desempenho ou critério complementar associado a cada atividade profissional devem ser definidos indicadores que permitam reconhecer o desempenho esperado, ou seja, evidenciar a posse das competências profissionais em causa. 2. A definição dos indicadores deve considerar o desempenho enunciado nos critérios adotando um formulação clara e mensurável 3. A definição dos indicadores deve ser orientada por uma potencial “decomposição” de cada critério de desempenho em resultados específicos e passíveis de serem aferidos. 4. Pode acontecer que se utilize o mesmo indicador para avaliar mais do que um critério de desempenho 5. Pode ser necessário conceber mais do que um indicador para Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 1. Os critérios de desempenho podem referir-se não só ao(s) resultado(s) da atividade também a aspetos relacionados com a organização e Elemento de desenvolvimento da mesma (mais competência* procedimentais), e ainda com as atitudes a demonstrar na sua realização. Atividade 2. Num primeiro momento, associam-se a cada atividade profissional os critérios profissional** de desempenho já definidos para o respetivo EC (constantes no perfil profissional) considerados pertinentes para avaliação dessa atividade. 3. Para além da mobilização dos critérios de desempenho já definidos no perfil profissional, o concetor pode ainda considerar critérios (e indicadores) complementares relacionados com resultados, processos ou atitudes, considerados relevantes para a avaliação da atividade. (alguns exemplos: Adequação do tempo necessário para a execução da atividade; Unidade de Competência* Critérios de Desempenho 1. Cada indicador pode ser aferido com base em dois tipos de escala: a. Escala binária (Sim/Não), quando à realização em causa não é adequado reconhecer graus diferenciados de cumprimento. Nestes casos, pretende-se avaliar se o desempenho esperado é ou não realizado pelo candidato. b. Escala graduada, quando a realização em causa pode pressupor níveis de desempenho diferenciados. Nestes casos, pretende-se avaliar o nível a que o candidato executa a realização profissional em causa. 2. A forma de medição depende, assim, da forma como se determina a Forma de Medição Quadro 2- Matriz de Critérios e Indicadores de avaliação 32 1. O processo de RVCC Profissional pressupõe a mobilização de um conjunto de instrumentos de avaliação que permitem evidenciar a posse das competências exigidas para a obtenção da qualificação. 2. os instrumentos de avaliação devem ser mobilizados em função do tipo de UC a avaliar. 3. Os instrumentos de avaliação devem ser desenhados de forma a permitir recolher informação para medir a resposta aos indicadores definidos. 4. Os instrumentos de avaliação que cumprem o explicitado anteriormente são: Guião de entrevista Instrumentos de Avaliação 36 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais aferir o resultado de um critério de desempenho 6. Os indicadores devem ser descritos como: o nível de cumprimento, nível de desenvolvimento, nível de autonomia…, a taxa de execução…, o nº de ferramentas …, 7. No caso de indicadores para critérios de desempenho associados a atitudes, poderá utilizar-se uma classificação prédefinida que pode ser ajustada pelo concetor em função da natureza da UC. (alguns exemplos: Nível de responsabilidade e autonomia (executa a atividade de forma pouco autónoma e sob supervisão; executa a atividade com alguma autonomia e sem supervisão; executa a atividade com autonomia e supervisiona o trabalho de outros) Nível de Criatividade e inovação – capacidade de resolução de problemas (identifica o problema, mas não intervém; identifica o problema e intervém em função Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Respeito por normas de higiene e segurança; Capacidade de planeamento; Capacidade de resolução de problemas; Autonomia e responsabilidade) 4. A dimensão dos conhecimentos associados ao desempenho da atividade profissional deverá ser considerada no desenho de todos os instrumentos de avaliação, que poderão aferir implicitamente o domínio dos conhecimentos de base e transversais explicitamente associáveis aquela atividade profissional. qualidade de desempenho da atividade a que está associado o indicador. 3. Cabe ao concetor do referencial de certificação profissional determinar a forma de medição mais adequada para cada um dos indicadores. 4. Deve ainda ser identificado na escala de avaliação, qual o nível a partir do qual o resultado obtido pelo candidato é considerado “desempenho competente”. 33 técnica Ficha de caracterização de exercícios a desenvolver em prática simulada ou em posto de trabalho Grelha de avaliação de exercícios em prática simulada e grelha de avaliação de desempenho em posto de trabalho Portefólio profissional Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 37 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais certificação profissional (template/folha Excel) 34 O Anexo 2 apresenta um exemplo de aplicação deste quadro conceptual, na conceção de critérios e indicadores para uma UC integrada num referencial de **A definição dos critérios e indicadores de avaliação é efetuada para cada atividade profissional constante no referencial de certificação profissional *Unidades de competência e elementos de competência constantes no perfil profissional da norma estabelecida; identifica a anomalia e aplica uma nova solução); Etapa 5 – Validação do referencial de certificação profissional A etapa de validação procura assegurar uma avaliação entre pares do desenvolvimento do referencial e da sua conformidade metodológica. Nesta perspetiva, esta etapa consiste na verificação técnica de todas as etapas que constituíram o trabalho de conceção deste referencial. Pretende-se assim, aferir a qualidade e a adequação deste referencial ao perfil profissional respetivo. Assim, o validador deve analisar de forma fina, rigorosa e cuidada a proposta de referencial de certificação profissional apresentada pelo concetor e a fundamentação dos EC nucleares, tendo em conta o perfil profissional existente e respetivo programa de formação bem como a informação disponibilizada pelo concetor. Neste sentido, esta metodologia integra um instrumento de apoio à verificação da conformidade das atividades desenvolvidas pelo concetor em cada etapa de conceção dos instrumentos para a certificação de competências profissionais, face ao definido na metodologia. Esta “Matriz de Análise” encontra-se no anexo 4. II.2. Fase B – Conceção/validação dos instrumentos de avaliação A utilização de um conjunto diversificado de instrumentos de avaliação no âmbito de um processo de RVCC profissional permite, em primeiro lugar, que em cada etapa do processo se mobilizem os métodos de avaliação mais ajustados às características de cada candidato ao processo. Em segundo lugar, esta opção promove um quadro de complementaridade entre as estratégias de avaliação utilizadas, reforçando a segurança/fiabilidade dos resultados alcançados o que é de fundamental importância para a credibilidade deste tipo de dispositivos. 35 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 38 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais esta situação aconteça, estas atividades profissionais devem ser sempre descritas da mesma forma, independentemente da qualificação/UC/EC em causa. Contudo, no que diz respeito à conceção dos exercícios práticos esta situação pode ser diferente. Nestes casos, pode fazer sentido existirem exercícios diferentes associados aos mesmos EC. Exemplo de atividades profissionais comuns integradas em EC diferentes A execução das operações culturais (EC1) e a correção e fertilização do solo (EC2) implicam a realização da atividade “aplicação de produtos fitofarmacêuticos” EC Atividades profissionais Prepara o solo EC1: Executar as Aplica produtos fitofarmacêuticos operações culturais de plantas aromáticas, Efetua a sementeira medicinais e Efetua a colheita condimentares EC Atividades profissionais Colhe amostras do solo EC2: Corrigir e fertilizar o solo Aplica produtos fitofarmacêuticos Distribui estrume e adubos com trator Efetua a manutenção e conservação de distribuidores de estrume e de adubos Etapa 2 – Associação de conhecimentos e atitudes a cada atividade profissional Esta etapa tem como objetivo formular um conjunto de conhecimentos e atitudes a associar a cada atividade profissional. A importância deste domínio centra-se sobretudo na necessidade de aferir se um determinado candidato detém efetivamente um conjunto de conhecimentos que possibilita a execução de uma determinada atividade profissional de forma consciente e não apenas rotinizada. O candidato deve ser capaz de transferir o conhecimento detido para um outro contexto diferente daquele em que habitualmente o desenvolve. A identificação dos conhecimentos será ainda útil para a prescrição de formação, caso o candidato não consiga validar alguma UC. Os conhecimentos serão definidos a partir da descrição do EC (identifica-se aqui o que o candidato necessita de saber para concretizar as atividades profissionais associadas ao EC), mas também e essencialmente, considerando a informação constante nos conteúdos das unidades formativas do módulo formativo associado à UC que inclui aquele EC. 26 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 39 referencial de certificação profissional (anexo 2), será automaticamente introduzida em cada um deles a partir de um registo inicial. Etapa 1 – Conceção de uma grelha de autoavaliação A grelha de autoavaliação constitui um instrumento de autoavaliação/autodiagnóstico, onde se explicitam as Unidades de Competência, os Elementos de Competência e as respetivas atividades profissionais, conhecimentos e atitudes (anexo 2). Todos os itens contemplados nesta grelha constam no referencial de certificação profissional. Assim, tanto os Elementos de Competência, como as atividades profissionais e respetivos conhecimentos e atitudes repercutem-se automaticamente do referencial de certificação profissional para a grelha de autoavaliação, incluindo a explicitação da nuclearidade das atividades profissionais. A grelha apenas os dispõe num elenco que facilita a operação de registo da autoavaliação realizada pelo candidato. No âmbito da operacionalização do processo RVCC profissional, a mobilização deste instrumento, na etapa 2, marca o primeiro “confronto” do candidato com o referencial de certificação profissional associado à qualificação ou às UC sobre o qual vai ser avaliado. Preenchimento da grelha de autoavaliação Nesta grelha o candidato responde (com SIM ou NÂO) se sabe ou não executar as atividades profissionais associadas à saída profissional sobre o qual vai ser avaliado. O trabalho do assessor no âmbito da aplicação da grelha de autoavaliação Na aplicação deste instrumento o assessor deve estar presente para: - Apoiar o candidato no preenchimento da grelha, no caso do candidato necessitar, explicitando de uma forma clara os termos utilizados na formulação das atividades profissionais, dado que este instrumento é específico de uma dada saída profissional. - Analisar a congruência das respostas registadas do candidato (SIM ou NÃO), face à informação registada no portefólio e à própria ficha de percurso profissional e de formação. É essencial que o assessor verifique a coerência das diferentes respostas e registos do candidato nesta ficha de autoavaliação e na ficha de percurso profissional e de formação, de forma a minimizar a subjetividade associada a estes processos de autoavaliação. Por ser um instrumento com estas características, a sua aplicação por si só não chega para determinar a avaliação de nenhuma Unidade de Competência. Contudo é um instrumento de extrema importância para o assessor e para ao candidato, uma vez que possibilita uma primeira impressão das “áreas com maior potencial de certificação” e das “áreas de maior debilidade” a explorar. O resultado da grelha de autoavaliação é a opinião do candidato relativamente às capacidades e conhecimentos para a realização das atividades explicitadas no referencial de 37 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 40 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais certificação profissional. Com base na análise do resultado da grelha de autoavaliação e dos restantes documentos reunidos (nomeadamente certificados de formação, declarações comprovativas de experiencia profissional,…) devidamente contextualizados pelo candidato no portefólio profissional, o assessor verifica se o candidato tem condições potenciais para validar alguma atividade profissional, por UC, assinalando esta informação num relatório/grelha de análise de percurso profissional. É importante reforçar que mesmo numa situação como esta, onde o candidato tem fortes indícios para a validação de determinado EC/UC, o candidato é encaminhado para a fase de avaliação e validação de competências. Assim, o candidato prossegue para a etapa 3 sem qualquer validação formal das suas competências. Caso o assessor verifique que o candidato não está em condições de validar nenhuma UC o processo de RVCC profissional termina nesta etapa e o candidato será encaminhado para formação. O assessor deve justificar esta decisão no relatório/grelha de análise de percurso profissional. Exemplo de excerto de uma Grelha de autoavaliação: EC Atividades profissionais Conhecimentos Atitudes Sim Não UC3 (código UC006_3): Confecionar fundos, molhos e pratos elementares MF3 (código MF006_3): Fundos, molhos e pratos elementares Prepara matériasO departamento da primas e utensílios a cozinha (UF1); Higiene utilizar na preparação alimentar e de elaborações básicas manipulação de (fundos, manteigas alimentos (UF2) compostas, gelatinas…) Confeciona elaborações Técnicas de cozinha básicas (fundos, (UF3); Elaborações EC1: Preparar elaborações manteigas compostas, culinárias básicas de básicas de múltiplas gelatinas…) múltiplas aplicações aplicações para posterior (UF3); Elaborações utilização na elaboração ou elementares (UF3); acompanhamento de pratos, Higiene alimentar e tais como guarnições manipulação de diversas, saladas, molhos alimentos (UF2); frios e quentes, geleias, Limpeza de instalações legumes torneados e e equipamentos de branqueados restauração Acondiciona e conserva Apresentação e elaborações básicas decoração de (fundos, manteigas elaborações culinárias compostas, gelatinas,…) (UF3); Higiene alimentar e manipulação de alimentos (UF2) Transmitir informação técnica aos colegas dos diferentes serviços; demonstrar responsabilidade sobre bens materiais e segurança alimentar; agir e fazer agir em conformidade com as normas de higiene segurança alimentar; organizar o seu posto de trabalho de forma a permitir responder às solicitações do serviço, interagindo com os outros elementos da equipa; trabalhar em equipa estabelecendo relações interpessoais e resolvendo situações imprevistas. 38 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 41 Etapa 2 – Conceção do guião de entrevista técnica O guião de entrevista técnica integra, para cada EC, um conjunto de questões elaboradas a partir das atividades profissionais definidas no referencial de certificação profissional, bem como os conhecimentos e atitudes associados. A conceção do guião de entrevista técnica revela-se uma tarefa complexa, devido ao facto de na aplicação deste instrumento se poder avaliar o desempenho do candidato no desenvolvimento de cada uma das atividades profissionais que constituem cada EC. A complexidade associada à conceção deste instrumento decorre ainda da necessidade de o mesmo possibilitar aferir, aquando da validação das atividades profissionais, ainda que de forma indireta, o domínio dos conhecimentos e a mobilização de atitudes associados a cada atividade profissional. Este instrumento de avaliação assume um especial protagonismo quando falamos de avaliação de conhecimentos ou de demonstrações de atividades de tipo mais declarativo. Assim, a conceção deste instrumento tem por base a formulação de questões técnicas associadas a cada uma das atividades profissionais que procura aferir a capacidade do candidato para o seu exercício, mas também, o nível de mobilização dos conhecimento e atitudes necessários ao desempenho visado, tendo em conta o definido nos diferentes critérios de desempenho ou critérios complementares já concebidos no referencial de certificação profissional e respetivos indicadores e escalas de medida. Será importante referir que as questões contempladas no guião deverão ser meramente indicativas, pois cabe aos avaliadores que operacionalizam estes instrumentos no âmbito do processo de RVCC profissional adaptar/ajustar o guião de entrevista técnica ao candidato, tendo em conta o seu percurso profissional, de formação, entre outros aspetos que se considerem pertinentes explorar. Neste caso, as novas questões definidas pelos avaliadores serão também registadas no guião. Assim, não faz sentido definir um número máximo e mínimo de questões. Contudo, todas as novas questões a elaborar pelo avaliador têm que responder sempre aos critérios de desempenho ou complementares definidos. O objetivo é que as questões aqui concebidas avaliem o desempenho do candidato perante cada uma das atividades profissionais explicitadas no referencial de certificação profissional tendo em conta o conjunto de critérios, indicadores e escalas concebidas para a avaliação de cada uma das atividades. As questões técnicas a incluir no guião de entrevista técnica deverão ser definidas de forma: Aberta e abrangente, permitindo explorar as competências detidas pelo candidato (mas tendo por referência o âmbito de exercício profissional em que se desenvolve o processo de certificação). Adequada, respeitando as especificidades da qualificação. Coerente e articulada com as atividades profissionais, os conhecimentos e as atitudes definidas no referencial de certificação profissional. 39 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 42 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais No âmbito da operacionalização do processo de RVCC profissional, a entrevista técnica, precedida e complementada da aplicação da grelha de autoavaliação, é o primeiro instrumento que pode conduzir por si só à validação de atividades profissionais contempladas no referencial sem que seja necessário recorrer a qualquer outro instrumento de avaliação. Para além de constituir um instrumento com “forte potencial” para avaliar os conhecimentos do candidato relativamente à “demonstração” de cada atividade profissional/UC, a sua aplicação implica custos mais reduzidos, comparativamente com a utilização de outros instrumentos de avaliação. Abertura e flexibilidade do instrumento Este instrumento deve ser entendido como um instrumento aberto, devendo permitir ao avaliador desenvolver outras questões que considere necessárias explorar no decurso do processo de modo a melhor aferir o domínio das competências profissionais em causa, tendo em conta o que ficou definido no referencial de certificação profissional, ou seja respondendo sempre aos critérios de desempenho definidos e respetivos indicadores e escalas. Relação com outros instrumentos Este instrumento, através das questões existentes para cada atividade profissional, deve ainda permitir ao profissional confirmar/clarificar as respostas dadas na grelha de autoavaliação e ainda validar a informação explicitada e as evidências demonstradas na ficha de percurso profissional e de formação. Assim, o guião é aplicado, após o preenchimento da grelha de autoavaliação. Na aplicação deste guião de entrevista o avaliador verifica a fiabilidade e a veracidade das respostas dados pelo candidato no preenchimento da grelha de autoavaliação, tal como a consistência dos diferentes comprovativos associados ao portefólio. Complexidade do instrumento A complexidade da aplicação deste instrumento prende-se com a necessidade de aferir não só se o candidato sabe realizar determinada atividade, o que por si só já é uma tarefa bastante complexa, mas também porque se pretende verificar se, para essa execução, o candidato mobiliza os conhecimentos que lhe estão associados assim como as atitudes que deve demonstrar. A título de exemplo, um candidato demonstra que sabe elaborar um bolo realizando todos os procedimentos de forma correta (pesa os ingredientes, mistura os ingredientes de acordo com…), contudo fá-lo sem os cuidados de higiene necessários. Esta situação poderia ser suficiente para que este candidato não visse validada a sua atividade profissional. Numa entrevista técnica o avaliador tem de conseguir deduzir os conhecimentos da explicitação técnica de determinada atividade profissional, baseando a avaliação desse conhecimento nas questões associadas à execução dessa mesma atividade. Assim o avaliador não deve simplesmente questionar o avaliado sobre conteúdos teóricos, mas sim tentar contextualizálos na atividade profissional do candidato (questionar por exemplo: porque faz assim? Quando faz assim? E se o contexto fosse outro, como faria?). 40 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 43 Nalgumas situações, no âmbito da aplicação da entrevista é possível, dependendo dos perfis dos candidatos e das saídas profissionais em questão, realizar determinados exercícios práticos (exemplo: dar um nó de marinheiro, escrever um oficio, ….) que facilitem a demonstração das atividades profissionais, podendo assim tornar a entrevista um instrumento com um maior grau de flexibilidade. Exceções na aplicabilidade do instrumento No âmbito da operacionalização do processo de RVCC profissional, poderão existir alguns EC associados a UC constantes no Catálogo Nacional de Qualificações Profissionais, que, dada a sua natureza e especificidade, não são passíveis de serem avaliados no âmbito de uma entrevista. Exemplo disso, são os profissionais que trabalham com crianças. A execução de determinadas atividades obrigam à mobilização de um conjunto alargado de competências do foro das atitudes, que muitas vezes só em contexto real de trabalho se conseguem validar. Formato da entrevista técnica A entrevista a realizar pelo avaliador pode ser mais ou menos estruturada tendo em conta o perfil do candidato. Quando as evidencias/comprovativos parecem explicitar um conhecimento aprofundado das atividades profissionais, a entrevista tende a ser mais estruturada e diretiva, explorando mais finamente as dúvidas ou inconsistências identificadas. Ao contrário, quando existe um reduzido número de evidências e comprovativos, a entrevista é menos estruturada, ou seja, mais aberta, com o objetivo de explorar diferentes temas. Na continuação da entrevista o avaliador irá “afunilar” o debate para questões mais fechadas e concretas de forma a perceber se pode ou não validar determinadas atividades profissionais. A coluna “notas” Neste guião de entrevista existe uma coluna designada de “notas” que se pretende que funcione como uma espécie de “lembrete”, de forma a que, no momento da preparação da entrevista a um candidato, o avaliador possa registar neste campo alguns aspetos específicos que pretende abordar, em função do percurso profissional e de formação do candidato. Exemplo de excerto de guião de entrevista: 41 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 44 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais UC Atividades Profissionais Questões Conhecimentos Atitudes NOTAS UC3 (código UC006_3): Confecionar fundos, molhos e pratos elementares MF3 (código MF006_3): Fundos, molhos e pratos elementares Prepara matériasprimas e utensílios a utilizar na preparação de elaborações básicas (fundos, manteigas compostas, gelatinas…) EC1: Preparar elaborações básicas de múltiplas aplicações para posterior utilização na elaboração ou acompanhamento de pratos, tais como guarnições diversas, saladas, molhos frios e quentes, geleias, legumes torneados e branqueados Confeciona elaborações básicas (fundos, manteigas compostas, gelatinas…) Acondiciona e conserva elaborações básicas (fundos, manteigas compostas, gelatinas,…) Demonstrar responsabilidade sobre bens materiais e segurança alimentar; agir e fazer agir em conformidade com as normas de higiene segurança alimentar; organizar o seu posto de trabalho de forma a permitir responder às solicitações do Que tipos de elaborações Técnicas de serviço, interagindo básicas conhece? O que entende cozinha (UF3); com os outros por elaboração culinária básica? Elaborações elementos da equipa; Escolha uma que considere mais culinárias básicas trabalhar em equipa complexa e diga como se de múltiplas estabelecendo executa, que aplicações têm e aplicações relações que cuidados de higiene deve (UF3);Elaborações interpessoais e ter. Identifique medidas de elementares resolvendo situações higiene pessoal no âmbito desta (UF3); Higiene imprevistas. atividade profissional. Descreva alimentar e uma técnica culinária, manipulação de explicitando tudo o que deve ter alimentos (UF2); em conta para a utilizar Limpeza de (procedimentos, instalações e instrumentos,...). Refira equipamentos de comportamentos ou atitudes restauração suscetíveis de produzir contaminação; Identifique as normas higiénico-sanitárias de cumprimento obrigatório relacionadas com as instalações de restauração. Explique os riscos e principais infeções tóxicas de origem animal e suas consequências para a saúde Que tipo de procedimentos Apresentação e utiliza no empratamento de decoração de elaborações culinárias básicas? elaborações Explicitar os diferentes métodos culinárias (UF3); e lugares de conservação dos Higiene alimentar produtos obtidos. Proponha e manipulação de uma medida corretiva para alimentos (UF2) obter um produto em ótimas condições. Que tipos de matérias-primas pode ter que utilizar nas diferentes elaborações básicas? E que utensílios? Escolha um que considere mais complexo e diga as matérias-primas e utensílios necessários para a sue confeção. Identificar as normas higiénico-sanitárias de cumprimento obrigatório relacionadas com as instalações de restauração. O departamento da cozinha (UF1); Higiene alimentar e manipulação de alimentos (UF2) 42 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 45 Etapa 3 – Conceção de uma ficha de caracterização de exercício a desenvolver em contexto de prática simulada ou em posto de trabalho para cada Elemento de Competência Nesta etapa irá ser concebido, para cada EC que integra o referencial de certificação profissional, um exemplo de exercício prático a desenvolver em contexto de prática simulada ou em posto de trabalho. Esta ficha de caracterização de exercício contempla a seguinte informação: Designação do EC Objetivos de cada exercício Duração global de referência Recursos (materiais, equipamentos, ferramentas, fichas técnicas, …) Atividades profissionais e respetivos procedimentos associados Conhecimentos associados Atitudes passíveis de avaliação com a realização deste exercício Esta ficha de caracterização de exercício será assim um instrumento de apoio à grelha de avaliação, possibilitando deste modo a avaliação dos exercícios a desenvolver em prática simulada ou em contexto de trabalho permitindo avaliar a realização das atividades profissionais associadas aos EC, respetivos conhecimentos e atitudes. Este instrumento é meramente indicativo, podendo, no âmbito do processo de RVCC profissional, o profissional que acompanha o candidato, recorrer a outros exercícios que permitem realizar a aferição das competências em causa. Contudo, no caso de o profissional optar por propor a realização de um exercício prático diferente do incluído na ficha deve ter em atenção a necessidade desse exercício pressupor uma solicitação adequada à demonstração das competências e atividades profissionais em causa. Por essa razão, a escolha do exercício a realizar não pode ser aleatória e a sua articulação com o referencial de certificação deve estar fundamentada. A primeira atividade a realizar no âmbito da conceção desta ficha consiste na identificação dos objetivos para a realização do exercício (o que é que se pretende demonstrar com a realização do exercício) bem como na identificação dos procedimentos a considerar para o desenvolvimento de cada uma das atividades profissionais. Tendo em conta que estamos a conceber um exercício prático onde as atividades profissionais têm de ser demonstradas, os objetivos deverão ser definidos adotando verbos que traduzam o cariz operacional do mesmo. Os objetivos deverão traduzir um exemplo concreto de exercício, não devendo estar descritos de forma generalista. 43 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 46 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Relativamente aos procedimentos, estes devem explicitar os diferentes passos sequenciais, ou não, nos quais as atividades profissionais se desdobram, de modo a que se possa avaliar, de forma fina e rigorosa se o candidato sabe ou não executar a respetiva atividade. Estes procedimentos devem, tal como os objetivos, ser formulados utilizando verbos operativos que traduzam o seu carácter funcional, devendo ser descritos na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo à semelhança do que acontece com a descrição das atividades profissionais. Uma vez definidos os objetivos para o exercício e os procedimentos associados à realização de cada uma das atividades profissionais é necessário determinar todas as condições exigidas para o desenvolvimento do exercício prático. Estas condições traduzem-se na determinação de uma duração global de referência e na identificação dos recursos necessários (materiais, equipamentos, informações técnicas, …) para a realização do exercício. No âmbito da operacionalização do processo de RVCC profissional, poderão existir alguns EC associados a UC constantes no Catálogo Nacional de Qualificações Profissionais, que, dada a sua natureza e especificidade (por exemplo, profissionais que exercem a sua atividade com crianças ou idosos,…), não são passíveis de serem avaliados em contexto de prática simulada. Neste caso, este instrumento apenas será aplicado em processo de avaliação em contexto de trabalho 44 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 47 Exemplo de uma ficha de caracterização de um exercício prático: FICHA DE CARACTERIZAÇÃO EXERCÍCIO A APLICAR EM CONTEXTO DE PRÁTICA SIMULADA OU POSTO DE TRABALHO UC3 (código UC006_3): Confecionar fundos, molhos e pratos elementares MF3 (código MF006_3): Fundos, molhos e pratos elementares EC2: Preparar e apresentar elaborações culinárias elementares de acordo com a definição do produto e as técnicas básicas de elaboração Os procedimentos não podem ser disponibilizados ao candidato FICHA DE CARACTERIZAÇÃO EXERCÍCIO A APLICAR EM CONTEXTO DE PRÁTICA SIMULADA OU POSTO DE TRABALHO Objetivos: Confecionar um sufle de bacalhau Tempo previsto: 1H Nome do/a candidato/a: Recursos (Materiais, Equipamentos, Ferramentas, etc.) Bancada de trabalho; bancada de lavagem; balança; equipamento de frio; fogão; banho-maria; batedeiras; célula de arrefecimento e congelação rápida; colheres de polieteleno; tachos; banho-maria de canudo; tigelas inox; medidores; matéria-prima inerente à atividade profissional e utensílios de empratamento. Outros recursos (informações técnicas, fichas técnicas, etc.) Receita (em anexo), temperatura do forno: 200 graus Atividades profissionais Procedimentos Conhecimentos Atitudes Prepara matérias-primas e utensílios a utilizar na preparação de elaborações culinárias elementares Prepara o local de trabalho; Seleciona os ingredientes inerentes à receita (bacalhau, batatas, leite, ….); Efetua cálculos e pesagens; (…). O departamento da cozinha (UF1); Higiene alimentar e manipulação de alimentos (UF2) Confeciona elaborações culinárias elementares Confeção de soufle de bacalhau: Descasca as batatas; Coze o bacalhau; Junta as batatas com o bacalhau e homogeneiza, Deixa arrefecer; Bate as claras em castelo; Envolve ao preparado anterior; Coloca na forma para ir ao forno (…). Técnicas de cozinha (UF3); Elaborações culinárias básicas de múltiplas aplicações (UF3); Elaborações elementares (UF3); Higiene alimentar e manipulação de alimentos (UF2); Limpeza de instalações e equipamentos de restauração Emprata elaborações elementares (…) Acondiciona e conserva elaborações culinárias elementares Demonstrar responsabilidade sobre bens materiais e segurança alimentar; agir e fazer agir em conformidade com as normas de higiene segurança alimentar; organizar o seu posto de trabalho de forma a permitir responder às solicitações do serviço, interagindo com os outros elementos da equipa; trabalhar em equipa estabelecendo relações interpessoais e resolvendo situações imprevistas. (…) Apresentação e decoração de elaborações culinárias (UF3); Higiene alimentar e manipulação de alimentos (UF2) 45 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 48 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Etapa 4 – Conceção de uma grelha de avaliação de exercícios a desenvolver em contexto de prática simulada ou de observação de desempenho em posto de trabalho A grelha a elaborar, nesta etapa, aplica-se na avaliação de exercícios a desenvolver em contexto de prática simulada ou de observação de desempenho em posto de trabalho de acordo com a ficha elaborada na etapa 3. Esta grelha de avaliação é constituída pela matriz estruturada na fase A, que integra os critérios de desempenho e critérios complementares e respetivos indicadores de avaliação para cada atividade profissional associada a cada EC. O objetivo deste instrumento consiste assim na avaliação das atividades profissionais, utilizando os critérios de desempenho e respetivos indicadores de avaliação. Esta grelha de avaliação repercute/reflete assim um conjunto de campos já concebidos na fase A desta metodologia. Contempla ainda um campo relativo à classificação do candidato em cada atividade profissional. Etapa 5 – Validação dos instrumentos de avaliação Esta etapa consiste na verificação técnica de todas as etapas que constituíram o trabalho de conceção dos instrumentos de avaliação. Pretende-se assim, aferir a qualidade e a adequação destes instrumentos ao referencial de certificação profissional. Assim, o validador deve analisar de forma fina, rigorosa e cuidada a proposta de instrumentos de avaliação apresentada pelo concetor e propor eventuais ajustamento que entenda serem úteis ao aperfeiçoamento dos instrumentos. Tal como já explicitado na etapa 5 da Fase A, esta metodologia integra um instrumento de apoio à verificação da conformidade das atividades desenvolvidas pelo concetor em cada etapa de conceção dos instrumentos para a certificação de competências profissionais, face ao definido na metodologia. Esta “Matriz de Análise” encontra-se no anexo 4. 46 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 49 47 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 50 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais III. Intervenientes na conceção dos Instrumentos de certificação de competências profissionais Na conceção dos instrumentos de certificação de competências profissionais intervêm duas figuras profissionais, nomeadamente um concetor e um validador, com as seguintes atribuições: Cabe ao concetor a construção do referencial de certificação profissional e dos correspondentes instrumentos de avaliação, associados a um determinado perfil profissional. Excetuam-se da responsabilidade do concetor a elaboração da ficha de percurso profissional e de formação e o portefólio profissional. Cabe ao validador aferir a qualidade, adequação e coerência das propostas de referencial de certificação profissional e dos respetivos instrumentos de avaliação, associados a esse mesmo perfil profissional. A existência de duas figuras profissionais associadas à conceção destes referenciais tem por base um objetivo de minimizar a margem de subjetividade que pode advir deste processo e contribuir para uma avaliação mais objetiva dos respetivos desempenhos no âmbito de um processo de RVCC profissional. Neste contexto, o concetor do referencial de certificação profissional deve: Propor e acordar com o validador uma metodologia de trabalho que pode integrar momentos de trabalho individual e/ou em equipa. Disponibilizar ao validador a proposta final de referencial de certificação profissional e respetivos instrumentos de avaliação, integrada no template/modelo de instrumentos de certificação de competências profissionais. Explicitar ao validador os critérios que estiveram na base da determinação dos EC nucleares. Listar um conjunto cuidado e exaustivo de aspetos críticos sobre os quais incida a análise do validador. Entre estes aspetos, destacam-se, nomeadamente, dúvidas e situações consideradas mais complexas e subjetivas na proposta apresentada (exs.: definição e número de atividades profissionais, nuclearidade dos EC, aplicação dos critérios de desempenho às atividades profissionais de cada EC, etc.). O validador, por sua vez, deverá: Validar com o concetor a metodologia de trabalho proposta. Analisar de forma criteriosa a proposta de referencial de certificação profissional, em particular a proposta de indicadores de avaliação e a sua adequabilidade às UC a avaliar Avaliar e a fundamentação dos EC e das atividades profissionais nucleares, bem como as orientações e a informação disponibilizada pelo concetor. Analisar de forma criteriosa a proposta de instrumentos de avaliação apresentados pelo concetor, em função dos indicadores de avaliação definidos 48 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 51 Listar um conjunto cuidado e exaustivo de aspetos a aprofundar com o concetor, designadamente dúvidas e situações em desacordo. Perfil dos concetores e validadores: Os concetores e validadores devem ser profissionais da mesma área técnica/família profissional, devendo ser privilegiadamente os coordenadores das famílias profissionais (figuras profissionais que conceberam os perfis profissionais e programas formativos constantes no Catálogo Nacional de Qualificações Profissionais de Cabo Verde). Algumas competências requeridas: Domínio técnico aprofundado da Família Profissional específica Experiência profissional em pelo menos uma das profissões da Família respetiva, Experiência comprovada na elaboração de perfis profissionais e programas de formação associados a determinada família profissional e integrados no Catalogo Nacional de Qualificações Desejável experiência como formador/a em formação modular baseada na abordagem por competências Domínio de Tecnologias de informação e comunicação (nomeadamente na construção de folhas de cálculo - excel…) Domínio da língua portuguesa falada e escrita 49 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 52 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais IV. Template/folha de Excel O template que consta do anexo 2, constitui uma ferramenta de trabalho em formato Excel, de suporte à atividade de conceção de instrumentos de reconhecimento de competências profissionais. O template/folha de Excel é constituído por um conjunto de “separadores” que inclui o referencial de certificação profissional e os diversos instrumentos de avaliação apresentados na 2ª etapa desta metodologia. Exceciona-se a ficha de percurso profissional e de formação, pelo facto deste instrumento já estar concebido à partida, não justificando assim ser uma atividade do concetor. A existência deste template/folha de Excel visa agilizar a implementação desta metodologia, permitindo facilitar o processo de inserção e alteração da informação, pois é possível, mediante a aplicação de determinadas regras permitir que as “unidades de referência” (Unidades de Competência, Elementos de Competência, atividades profissionais,…) se repliquem/ automaticamente, do referencial de certificação profissional para os instrumentos de avaliação. Deste modo, esta ferramenta procura orientar e padronizar as práticas, bem como facilitar o registo e articular os instrumentos. 50 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 53 Glossário Atitudes Capacidade de aplicar as capacidades pessoais e sociais em situações profissionais e de formação para efeitos de desenvolvimento profissional e pessoal. Atividades profissionais Conjunto de ações concretas e diretamente observáveis através das quais o indivíduo demonstra o domínio das competências requeridas para a validação de cada EC. Correspondem a pequenas unidades de observação e de avaliação com pender essencialmente funcional e operativo. Referem-se a um conjunto de ações e comportamentos expressos como resultados esperados. Competência É a capacidade reconhecida para mobilizar conhecimentos, aptidões e atitudes em contextos de trabalho, de desenvolvimento profissional, de educação e de desenvolvimento humano e pessoal (Decreto-Lei nº 20/2010 de 14 de Junho). Competência profissional A competência profissional é o conjunto de conhecimentos e capacidades que permite o exercício de uma atividade profissional em conformidade com as exigências da produção e do mercado de emprego (Decreto-Lei n.º 65/2010 de 27 de Dezembro). Conhecimentos Constituem o acervo de factos, princípios, teorias e praticas relacionados com a área de estudo, trabalho ou formação profissional enquanto resultado da assimilação de informação através da aprendizagem (Decreto-Lei n.º 65/2010 de 27 de Dezembro). Critério de desempenho Os critérios de desempenho devem expressar o nível aceitável de realização profissional para cada elemento de competência, que atenda aos objetivos das organizações produtivas e fornece orientações para a avaliação da competência profissional (Decreto-Lei n.º 65/2010 de 27 de Dezembro). É a componente do enunciado de competência que descreve em forma de resultados e de realizações criticas as atividades de trabalho, o nível requerido dos elementos da competência. Elemento de competência O elemento de competência é a componente do enunciado de competências que descreve uma ação ou comportamento que alguém deve ser capaz de realizar e demonstrar numa situação de trabalho num determinado campo ocupacional (Decreto-Lei n.º 65/2010 de 27 de Dezembro). 51 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 54 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Elementos de competência nucleares Elementos de competência considerados fundamentais/ imprescindíveis para o resultado final de determinada Unidade de Competência. Estes Elementos de Competência nucleares têm obrigatoriamente que ser validados para a certificação da Unidade de Competência. Ficha de percurso profissional e de formação Ficha preenchida pelo candidato na etapa de identificação de competências, com o apoio de um profissional, que sistematiza informação referente ao seu percurso profissional (locais de trabalho, funções desempenhadas, duração, condições de exercício do trabalho, entre outras) e de formação (ações de formação frequentadas). Indicador - Um indicador pode ser definido como a medida de um objetivo a atingir, de um recurso mobilizado, um efeito obtido, uma dimensão de qualidade ou de uma variável de contexto. Um indicador produz informação quantificada. Instrumentos de avaliação Conjunto de instrumentos mobilizados no decurso das diversas etapas no âmbito de um processo de RVCC profissional. Estes instrumentos estão diretamente associados ao referencial de certificação profissional. Módulo formativo É constituído por blocos associados a cada uma das unidades de competência e quando necessário por módulos transversais a várias delas. O módulo formativo é a menor unidade de formação credível para se estabelecer cursos conducentes à concessão de diplomas e/ou certificados de qualificação profissional (Decreto-Lei n.º 65/2010 de 27 de Dezembro). Perfil profissional Perfil profissional, a descrição detalhada de um conjunto de atividades e saberes requeridos para o exercício de uma determinada atividade profissional (Decreto-Lei nº 20/2010 de 14 de Junho). Procedimentos Conjunto de etapas sequenciais nas quais uma atividade profissional se desdobra, de modo a que se possa avaliar com rigor se o candidato sabe ou não executá-la. Programa formativo O programa formativo da qualificação, enquanto referencial de formação, é composto pelos módulos de formação do Catálogo Modular de Formação Técnico-profissional (CMFTP) que compõem o diploma ou certificado de qualificação profissional correspondente (Decreto-Lei n.º 65/2010 de 27 de Dezembro). 52 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 55 Reconhecimento, validação e certificação de competências O reconhecimento, validação e certificação de competência é o processo formal que permite aos indivíduos o reconhecimento, a validação e a certificação das competências de que dispõe, independentemente de como os tenha adquirido (Decreto-Lei nº 20/2010 de 14 de Junho). Referencial de certificação profissional O referencial de certificação profissional consiste no referencial associado a cada perfil profissional, que contempla, para casa Unidade de Competência, o conjunto de atividades profissionais, conhecimentos e atitudes respetivos, associadas aos respetivos Elementos de Competência (EC) que integram cada UC. Referencial de formação O referencial de formação é o conjunto de informações que orienta a organização e o desenvolvimento da formação, em função do perfil profissional ou do referencial de competências associadas, referenciada no Catálogo Nacional de Qualificações Profissionais (Decreto-Lei nº 20/2010 de 14 de Junho). Relatório/grelha de análise do percurso profissional – documento preenchido pelo assessor que explicita o resultado da análise de evidências dos documentos preenchidos pelo candidato, designadamente a ficha de percurso profissional e de formação, grelha de autoavaliação e o portefólio profissional. Unidade de Competência É um conjunto mínimo de competências, capaz de reconhecimento e acreditação em parte (Decreto-Lei n.º 65/2010 de 27 de Dezembro). É a unidade mínima de certificação com valor para o mercado de trabalho sendo autónoma para efeitos de reconhecimento. 53 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 56 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Acrónimos Acrónimos Descrição SNQ Sistema Nacional de Qualificações QNQ Quadro Nacional de Qualificações CNQP Catálogo Nacional de Qualificações Profissionais CD Critério de desempenho CC Critério Complementar UC Unidade de Competência EC Elemento de Competência AP Atividade profissional MF Módulo formativo UF Unidade formativa RVCC Reconhecimento, validação e certificação de competências 54 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 57 Anexos Anexo 1 - Ficha de percurso profissional e de formação Anexo 2 - Template/Excel que contempla o referencial de certificação profissional e respetivos instrumentos de avaliação (exemplo para um Elemento de Competência) Anexo 3 – Grelha de fundamentação da nuclearidade dos Elementos de Competência Anexo 4 – Matriz de análise/validação – conceção de instrumentos para a certificação de competências profissionais 55 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais 58 Subsistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais
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