galeno amorim

Transcrição

galeno amorim
Raquel de Queiroz
Perfil
VOCABULÁRIO
QUANTOS LIVROS
VOCÊ LEU EM 2008?
GALENO AMORIM
O missionário das letras
[índice]
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4
5
6
8
9
10
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15
editorial: Nada melhor que um livro após o outro
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lançamentos: Chamois em destaque
negócios: Livros.com
perfil: Raquel de Queiroz
mercado: Labate. Ética, respeito e muito trabalho
entrevista: Thalita Rebouças
vale conferir: Você acredita em coincidência?
atualidade: Galeno Amorim. O missionário das letras
homenagem: Ruy Barbosa
vocabulário: Quantos livros você leu em 2008?
gente que lê:
QUE
VENHA
Q
ue venha com tudo o que merecemos. Mais Paz, amor, esperança. Mais alegria no coração das pessoas, mais ternura nos sentimentos. Que 2009 venha com mais livros em cada lar e mais
leitores no nosso país.
E, para que este novo ano venha com tudo o que merecemos, separamos
para você um trecho do poema “Receita de ano novo”, de Carlos Drummond
de Andrade. Nele, uma simples receita. Coloque em prática e Feliz 2009!
Receita de ano novo
...Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
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CHAMOIS & NOTÍCIAS
E
Publicação trimestral da MD PAPÉIS LTDA
Rua Clodomiro Amazonas, 249
Itaim Bibi – São Paulo – SP – 04537-010
Tel.: 11 3491-5000
Conselho Editorial: Sergio L. Canela, Francine Felippe dos Santos
e Ruy Marum
Agradecimentos: ABL - Academia Brasileira de Letras,
Bertrand Brasil, Campus / Elsevier, César Labate, Disal, Ediouro,
Galeno Amorim, Intrínseca, Record, Rocco, Sextante,
Thalita Rebouças
Projeto Gráfico/Editorial
JTA CONCEITOS COMUNICAÇÃO
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Tel.: 11 3801-1083 - www.jta.com.br - [email protected]
Coordenação Geral: Ruy Marum ([email protected])
e Mara Ribeiro
Redação: Mara Ribeiro, Ruy Marum
Atendimento ao leitor: [email protected]
Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores
e não representam, necessariamente, a opinião dos editores.
Pré-impressão e Impressão:
Agigraf
Tiragem: 2 300 exemplares
Impresso em papel Chamois Bulk Dunas 90 g/m2, fabricado
pela MD Papéis, em harmonia com o meio ambiente.
X
P
E
D
I
E
N
T
E
[editorial]
NADA MELHOR QUE UM
LIVRO APÓS O OUTRO
D
esde seu primeiro número, o Chamois & Notícias tem se pautado pela seriedade e
compromisso com o mundo das palavras. Prestigiar grandes nomes da literatura
nacional, divulgar livros que merecem destaque, apresentar ao mercado iniciativas
e resultados, dar voz a quem merece ser ouvido por suas iniciativas e sua história.
E esta edição mais uma vez cumpre o seu objetivo. Nela,
você terá a oportunidade de relembrar os nossos queridos
acadêmicos Ruy Barbosa e Raquel de Queiroz. Um grande
homem, uma grande mulher. Duas grandes personalidades
que merecem ser lembradas todos os dias.
Nesta edição você conhecerá um pouco mais de Galeno
Amorim, um importante militante na difusão do livro, criador
do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), do Ministério da
Educação e Ministério da Cultura. Acompanhará também a
trajetória de Thalita Rebouças, a jovem escritora que está
fazendo a cabeça da garotada e provando com livros e
números que adolescente gosta de ler, sim.
Aqui também provamos que, por mais que as previsões
indiquem que a internet tomará o lugar do livro impresso,
a realidade tem se mostrado bem diferente. O leitor ainda
prefere o formato tradicional, afinal, nada melhor que um
bom livro como companheiro. E viva o papel!
Quem confirma isso também é a Labate Distribuidora.
No segmento de distribuição de papéis há 14 anos, a
empresa comemora seu sucesso com muito profissionalismo
e competência.
Nesta edição também, preparamos para você um teste. Entre nessa brincadeira e veja
como se sai. Se o resultado for satisfatório, parabéns, você é um grande leitor. Agora, se
Ruy Barbosa e
Raquel de Queiroz.
Duas grandes
personalidades que
merecem ser lembradas
todos os dias
você não ficou contente, siga nossa dica, leia mais. Quanto mais lemos, mais informações
armazenamos. Você pode começar por uma das nossas indicações de leitura: “A menina
que roubava livros” ou “Lua nova” ou ainda o livro “Crepúsculo”. Por que eles merecem
destaque? São campeões em vendas no mundo inteiro. Sucesso absoluto! E mais, são
impressos em papel Chamois.
Enfim, mais uma edição especial, para você!
Boa leitura e até a próxima edição.
CHAMOIS & NOTÍCIAS
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[negócios]
LIVROS.COM
INTERNET PARA VOCÊ
S
ímbolo do capitalismo, do mundo globalizado, a internet é,
indiscutivelmente, um dos grandes fenômenos do século
XX. Por sua causa, o mercado de trabalho teve que se reestruturar e uma nova visão foi implantada. A informação ganhou
agilidade. Nas últimas duas décadas, de ferramenta tecnológica,
passou a importante meio de informação, de trabalho e sinônimo
de sucesso. A geração pontocom assumiu o seu espaço. Surgiu então, um mundo sem fronteiras.
No final da década de 90 nasceu o Google, que em pouco tempo
transformou-se no maior site de busca da atualidade.
Consultado por milhares de pessoas diariamente, o Google causou
polêmica ao divulgar que disponibilizaria obras literárias em seu site.
Levantou-se então a questão dos direitos autorais.
Até que ponto isso é prejudicial?
Diferentemente do que se possa imaginar, na prática, a internet
tem, sim contribuído para o crescimento do mercado editorial. Mesmo que obras literárias sejam disponibilizadas na
versão online, nota-se que as pessoas
ainda preferem o livro físico. Em
2004, o Governo Federal
criou o site dominiopublico.gov.br onde disponibilizou livros gratuitamente na internet. Embora
amplamente divulgado,
o site teve aproximadamente 60 mil acessos. Hoje,
este número está em 860 mil.
Não há dúvidas de que houve um crescimento, mas se levarmos em
consideração que mais de 41 milhões dos brasileiros têm acesso à
rede, percebemos que ainda está bem abaixo do desejado.
Em contrapartida, o mercado editorial só tem motivos para ver na
internet uma forte aliada na comercialização de livros, contando,
inclusive, com números bem expressivos. O estudo realizado pelo
instituto de pesquisas de consumo online Nielsen/NetRatings apontou que o produto mais comercializado pelos internautas do mundo
inteiro é o livro. Trocando em números, a pesquisa foi feita em 48
países, num total de 875 milhões de consumidores, revelando que
41% deles preferem os livros. Grandes editoras brasileiras investem
na venda online e seus sites estão cada vez mais atrativos.
Em sintonia com essa tendência, escritores como Paulo Coelho também disponibilizaram seus livros para download gratuito. Engana-se
quem imagina que com isso perdeu espaço nas livrarias. Na verdade,
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CHAMOIS & NOTÍCIAS
Mesmo que obras literárias sejam
disponibilizadas na versão online,
nota-se que as pessoas ainda
preferem o livro físico
as pessoas ainda não têm a cultura da leitura no computador e, uma
vez em contato com o conteúdo da obra, o interesse do leitor só
aumenta e isso o leva à compra do livro impresso. Com essa iniciativa, o escritor acredita ter estimulado o aumento em cerca de 10%
na venda de seus livros. Por quê? “Porque ninguém gosta de ler livro
na tela de computador. As pessoas fazem o download do arquivo,
lêem algumas páginas, e, se o tema é interessante, vão à livraria
comprar o livro. É mais prático e mais efetivo”, afirma o escritor.
Para os internautas, essa é mais uma facilidade, mais uma opção de
acesso à leitura e à cultura. Para as editoras, uma grande ferramenta de negócios que, bem explorada, pode trazer resultados significativos. Para o mercado editorial, mais um ponto positivo. Para você,
leitor, seja impressa ou online, boa leitura! ‹
A PRIMEIRA DAMA
DAS LETRAS
Raquel de Queiroz
S
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[mercado]
ÉTICA, RESPEITO E
MUITO TRABALHO
A RECEITA DA
LABATE PARA
CRESCER
Cesar Labate
U
ma empresa nada mais é do que
o resultado da visão de seus líderes. Acredite em seus valores
e aplique-os, como dizia o físico alemão
Albert Einstein: “procure ser uma pessoa
de valor, em vez de procurar ser uma pessoa de sucesso. O sucesso é consequência...”. E tem sido assim desde que nasceu.
A Labate, tem conquistado seu espaço no
mercado e, de forma sólida e estruturada,
planeja, dia-a-dia, o seu futuro. Confira a
seguir, entrevista com o diretor da distribuidora de papéis, Cesar Labate.
Chamois & Notícias: Por favor, fale um
pouco do seu perfil profissional e como entrou no mercado de distribuição de papéis?
Cesar Labate: Em 1975, aos 14 anos, eu
dava muito trabalho em casa e certo dia,
apesar de meu pai, Nicola Labate, ter a sua
empresa, a São Vito Indústria e Comércio
de Papéis Ltda, sócio de seu irmão Caetano
Labate, ele me levou para trabalhar em outra empresa que mexia com couro e semijóias. Nessa empresa eu fui office-boyy e
auxiliar de escritório. Fiquei lá por quase
dois anos, quando, por não conseguir adequar os horários, passei a ser vendedor externo de papel, já na São Vito. Fiquei nesta
função durante todo meu curso de administração de empresas na Universidade
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Mackenzie, sendo que eu dedicava todo
meu tempo livre à empresa, tentando colocar em prática tudo aquilo que estava
aprendendo. Isso só foi possível porque
tanto meu pai quanto meu tio confiaram
muito em meu trabalho e me deram autonomia para que eu pudesse tomar decisões
e estar bastante atuante em todas as áreas
da empresa.
Em 1994, eu, meu pai e meu irmão, Clécio,
fundamos a Labate e, graças a Deus e a
muito trabalho, estamos até hoje.
C&N: Por favor, fale da distribuidora Labate, sua história, quanto tempo de mercado,
qual a filosofia da empresa.
CL: A fundação da Labate, em 1994, coincidiu com o Plano Real e, neste período, tivemos muita falta de produto e a indústria
não tinha interesse em abrir novos distribuidores, tivemos muita dificuldade para conseguir papel e também conseguir crédito
nas indústrias. Neste período, as nossas
vendas não passavam de 250 a 300 toneladas de papel por mês.
Após essa fase, o mercado se estabilizou e
a Labate conseguiu conquistar maior credibilidade junto aos fornecedores, chegando
hoje a um volume mensal em torno de 3
mil toneladas de papel. A filosofia da Labate tem sido, desde a sua fundação, crescer
com muito trabalho, mantendo um bom
relacionamento e respeito aos clientes, tendo a ética como princípio necessário para o
bem do nosso mercado.
C&N: Como foi o ano de 2008 para o mercado de distribuição de papéis e quais as
perspectivas para 2009?
CL: Desde sua fundação, a Labate vem conseguindo manter um bom ritmo de crescimento. O ano de 2008 não foi diferente, já
crescemos cerca de 15% em relação ao
mesmo período do ano anterior. Ainda é
difícil prever como a atual crise financeira
internacional afetará a economia do Brasil
em 2009, mas acreditamos que se essa crise não se aprofundar, manteremos nosso
ritmo de crescimento.
C&N: De que forma a crise econômica atual está afetando o mercado papeleiro?
Quais são as conseqüências sentidas pelos
distribuidores?
CL: O Brasil vinha num ritmo acelerado de
investimentos, demanda aquecida e aumento de renda, tudo isso baseado nas expectativas de crescimento da demanda
mundial, liderada, principalmente, pela
China. A crise interrompeu esse ciclo e embora a demanda interna ainda não tenha
recuado tanto, certamente não será apenas
Pesquisas mostram que o hábito de leitura
entre os brasileiros tem crescido e é possível
observar que, tanto o governo quanto ONGs
têm criado programas de incentivo à leitura
o mercado papeleiro que sentirá seus efeitos recessivos. Mas o impacto mais imediato se deu pela desvalorização do Real frente
ao Dólar, isso altera todo negócio de distribuição de papel, pois há um trade offf entre
o papel nacional e o importado, de acordo
com as alterações na relação de preços.
CN: Por favor, faça uma avaliação do quê, na
sua opinião, o Brasil tem de melhor. E de pior?
CL: A maioria dos brasileiros tem o hábito
de criticar muito a imagem do nosso país. É
verdade que ainda sofre
ção, tributação muito al
investimento produtivo,
terna e inúmeros problem
hoje, o Brasil desfruta de
muito maior perante o
condições estruturais, o
amenizar os efeitos da a
outros tempos teriam si
dispõe de sólidas institu
de crédito. Além disso,
pressivo do Mercosul, q
ganhar força no cenár
está entre os maiores pr
de papel e celulose, aço
energia elétrica, aliment
que tem uma alta propen
que tem toda a condição
se for bem conduzido.
C&N: Como tem sido o consumo de papel
por parte das editoras nos últimos anos?
Cresceu? Diminuiu? Existe alguma relação
com o hábito de leitura do brasileiro?
CL: Pesquisas mostram que o hábito de leitura entre os brasileiros tem crescido e é
possível observar que, tanto o governo
quanto ONGs (Organizações não-governamentais) têm criado programas de incentivo à leitura. Além disso, hoje é possível publicar livros com tiragens menores, o que
aumenta o número de títulos lançados
gens menores, direcionadas a públicos específicos, o que aquece as vendas.
C&N: Final de ano é uma data propícia para
planejar. Pessoalmente, quais os seus planos
para 2009?
CL: Temos algumas mudanças sendo planejadas na Labate desde o começo de 2008 e que
não foi possível colocar tudo em prática, devido a resistências pessoais e quebras de paradigmas. Espero que, em 2009, consigamos
implementar essas mudanças tornando a La
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THALITA REBOUÇAS
A QUERIDINHA DOS ADOLESCENTES
C
om nove títulos publicados, a
escritora transformou-se num
fenômeno entre os adolescentes. Seus livros já alcançaram a marca dos
200 mil exemplares vendidos. Ávida pela
leitura desde a infância, Thalita Rebouças
fez da paixão pelos livros e da vocação pela
escrita a sua escolha profissional. Formouse em jornalismo, passou por grandes veículos de comunicação, como a Gazeta
Mercantil, o jornal Lance! e a TV Globo. Do
sonho de infância à realização profissional.
Satisfeita com os resultados de seus livros e
a receptividade dos leitores, a escritora não
se destaca apenas pelos números, mas,
mente, por conseguir despertar o
em um público co-
nhecido por não ver o livro como melhor
amigo. São adolescentes de várias idades e
classes sociais, meninos e meninas, que encontraram nos livros da escritora uma nova
forma de leitura. Com uma linguagem leve
e descontraída, e recheados de termos e
gírias próprios para esta fase, livros como
“Fala sério, mãe!” e “Traição entre amigas” transformaram-se em verdadeiros
“hits” de leitura.
Chamois & Notícias: Por favor, nos fale
um pouco de você, sua infância...
Thalita Rebouças: Eu era uma criança
muito feliz, agitada, mas bem tímida.
C&N: Em suas entrevistas você já falou que
Eu er
a
uma
crian
ça
muit
o fel
iz,
agita
da, m
as
bem
tímid
a
Thalita R
ebouças
começou a escrever aos 10 anos. Por favor,
nos fale como era o seu contato com os livros antes disso. Quem a influenciou na leitura?
TR: Eu lia muito gibi da Turma da Mônica!
Era viciada em Chico Bento, gostava de ler
em voz alta imitando o sotaque caipira
dele. Daí fui para os livros. Lembro de ter
gostado muito do Marcelo, Marmelo, Martelo, da Ruth Rocha e do Menino Maluquinho, do Ziraldo.
C&N: Você imaginava que seus livros teriam tamanha repercussão entre os jovens?
TR: Eu me surpreendo cada vez mais por
meus livros atingirem tanta gente, de idades
variadas e classes sociais distintas. Nunca esperei tanta aceitação. Claro que sonhava
em viver de literatura, mas em receber o carinho de adolescentes, pais, mães e professores... Nunca achei que seria assim.
lheu o seu público leitor?
va as escolas para dire amigas” (que revisei
Rocco, três anos atrás),
dado pela minha antiga
ns de 18 a 21 anos, me
a enorme aceitação do
ente. O retorno era tão
diam para não parar de ess, diziam que odiavam ler e
meu livro se sentiram atraís... Achei muito bacana a reablico e passei a escrever excluara eles. Hoje, escrevo para que
am que livro é a melhor compaler é bacana, como diz minha
. Quero que eles passem a ter o
ler.
omo funciona o seu processo pro-
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CHAMOIS & NOTÍCIAS
dutivo? Como nasce a idéia para o tema
dos seus livros?
TR: Idéias estão por aí e me pegam às vezes
no supermercado, na praia, ao ouvir uma
conversa de elevador... Muitas vezes nascem por sugestão dos adolescentes, como
“Fala sério, professor!”.
e Luis Fernando Veríssimo. Sou apaixonada
pela literatura deles.
C&N: Em relação à leitura, como você vê o
jovem atualmente?
TR: Eles estão lendo cada vez mais.
C&N: Desde que se lançou como escritora,
qual a sua maior realização?
TR: Fazer meu livro chegar às mãos de gente que nunca gostou de ler, ver bibliotecárias me dizerem que meus livros têm fila de
espera nas bibliotecas...
C&N: Quais as suas influências literárias?
TR: Fernando Sabino, João Ubaldo Ribeiro
C&N: Entre todos os títulos, quantos livros
vendeu até hoje?
TR: Já passei dos 200 mil exemplares
vendidos.
C&N: Como você se mantém atualizada na
linguagem dos adolescentes?
TR: Visito escolas semanalmente, então estou sempre a par do que eles dizem, do que
eles estão a fim de ouvir, essas coisas.
CN: Você já passou por grandes veículos de
comunicação. Como foi essa transição?
TR: No começo, senti falta da adrenalina
diária do jornalismo.
Hoje, não me imagino sem meus dias “zero
rotina”, em que trabalho inventando pessoas e fatos... Não me imagino de volta a
uma redação. ‹
[vale conferir]
VOCÊ ACREDITA EM COINCIDÊNCIA?
A
lguns livros têm o poder de encantar seus leitores. Não por
acaso, transformam-se em fenômenos de vendas no mundo inteiro. Não
por acaso têm na sua essência o tempero
certo. Um autor de talento, história cativante, uma boa impressão e… por que
não, falar no papel?
Um papel de qualidade faz toda a diferença, e como faz!
Veja só, um bom papel permite uma leitura
agradável e isso é fundamental para o leitor. Sem falar no aspecto estético.
O papel certo tem o poder de dar mais
vida, brilho a uma obra.
O livro “A menina que roubava livros”, por
exemplo, já está na sua 15ª edição. Outros
dois grandes sucessos de vendas são “Crepúsculo”, na 5ª edição e “Lua Nova”, na 4ª
edição”.
O que eles têm em comum?
Além do sucesso no mundo inteiro, são impressos em papel Chamois.
Não por acaso estão na lista dos mais vendidos desde os seus respectivos lançamentos.
E você, ainda acredita em coincidência? ‹
Crepúsculo
Stephenie Meyer
Tradução: Ryta Vinagre
Intrínseca
416 páginas
Chamois Fine Dunas 75g
A menina que
roubava livros
Markus Zusak
Tradução: Vera Ribeiro
Intrínseca
500 páginas
Chamois Fine Dunas 75g
Lua nova
Stephenie Meyer
Tradução: Ryta Vinagre
Intrínseca
480 páginas
Chamois Fine Dunas 75g
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[atualidade]
O MISSIONÁRIO DAS LETRAS
F
oi na infância que Galeno Amorim fez a escolha que definiria
sua vida: a profissão. Ainda aos 13 anos optou pelo jornalismo, o mundo das letras, das palavras. A escolha precoce lhe
trouxe bons frutos. Passou por grandes veículos de comunicação,
publicou 11 livros, alcançou a marca de 150 mil livros vendidos, foi
secretário de Cultura de Ribeirão Preto, coordenou o programa
Fome de Livro na Fundação Biblioteca Nacional (que deu início à
implantação de 700 bibliotecas no país) e foi o responsável, em
2006, pela criação do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), do
Ministério da Educação e Ministério da Cultura. Mas não é só. Em
sua trajetória pessoal e profissional, Galeno Amorim tem se destacado por sua dedicação e compromisso com a leitura. Sua missão?
Levar o livro para o maior número de pessoas possível e, nelas, semear o gosto pela leitura. Pela sua história, tem conseguido.
Chamois & Notícias: Por favor, nos fale um pouco de você, sua
história, sua escolha pelo jornalismo.
Galeno Amorim: Meus pais eram goianos, mas fui nascer em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. De lá, fui levado, aos seis meses de
idade, para Sertãozinho. Foi lá que eu descobri e comecei a sonhar
com as palavras, que nunca mais deixariam a minha vida. Primeiro o
jornal, depois os livros. Achava que o jornalismo era um caminho para
ajudar a mudar o mundo. Como tinha pressa e ainda faltavam alguns
anos para ingressar na faculdade, aos 12 ou 13 anos fui fazer um
curso de jornalismo por correspondência e, em seguida, comecei a
trabalhar. Nunca mais parei de escrever. Trabalhava de dia numa loja
de móveis e estudava à noite. Tirava os domingos e deixava de almoçar durante a semana para escrever reportagens como correspondente dos jornais da região. Pouco tempo depois virei correspondente –
depois, repórter e chefe de sucursal – do jornal O Estado de S. Paulo,
onde fiquei quase 20 anos. Passei pela revista Afinal, pela Rede Globo, Jornal da Tarde, Rádio Eldorado e Agência Estado, entre outros.
Depois, fui fazer outras coisas, mas nunca deixei o jornalismo por
completo. Hoje, por exemplo, mantenho um blog sobre livro e leitura
na internet – que tem uma revista eletrônica que vai para mais de 70
mil pessoas toda semana – e tenho sob minha responsabilidade uma
agência de notícias sobre o tema e uma revista sobre livros.
C&N: Nos conte como começou sua história com os livros e de incentivo à leitura.
GA: Minha mãe adotiva era analfabeta, filha de imigrantes italianos;
meu pai, descendente de escravos que se radicaram em Minas, era
um bom contador de “causos”. Mas, nessa família de oito filhos,
onde quase todo mundo trabalhava na roça, havia uma “professorinha”. Ela me apresentou ao mundo mágico dos livros. Chegava a
caminhar quilômetros para ir, todo santo dia, à casa dela – onde
havia uma estante com meia dúzia de livros de Monteiro Lobato. Li
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CHAMOIS & NOTÍCIAS
Galeno Amorim
e reli cada um deles até não poder mais. Descobri, então, a biblioteca pública e aquilo me pareceu a porta de entrada do céu: me tornei
sócio da biblioteca municipal, de uma biblioteca comunitária e de
todas as demais nas escolas por onde passei, até concluir a faculdade. Nunca mais parei de ler. De tanto ler para os meus filhos, um dia
descobri que também podia escrever histórias – por isso, a maior
parte dos meus 11 livros é de literatura infantil. Acabei montando
uma editora que ganhou um Prêmio Jabuti de Melhor Livro do Ano
no Brasil e virei secretário de Cultura de Ribeirão Preto. Uma idéia
fixa me perseguia e não consegui sossegar até que ela não saiu da
cabeça e do papel: abri 80 bibliotecas na cidade em pouco mais de
três anos – uma para cada 5 mil pessoas –, criei a primeira Lei do
Livro numa cidade brasileira e uma Feira Nacional do Livro, que reúne até hoje mais de 300 mil pessoas em praça pública. Em pouco
tempo, o índice de leitura havia aumentado de 2 para 5 livros por
habitante/ano. Fui convidado pelo então ministro Gilberto Gil para
fazer o mesmo no governo federal, onde acabei criando o Plano
Nacional do Livro e Leitura (PNLL), que voltou a unir em torno do
tema os ministérios da Cultura e da Educação. Foi um tempo profícuo, com o fim dos impostos sobre livros, a criação de uma câmara
setorial, um programa que começou a zerar
o número de cidades sem bibliotecas (eram
1.300 em 2004), o lançamento do Prêmio
Vivaleitura e tantos outros.
C&N: Como vê o atual momento do livro e
da leitura no Brasil?
GA: Os brasileiros já estão lendo mais. Menos do que gostaríamos e precisamos, porém mais do que imaginávamos. Também
nesse tema há dois brasis: um que lê e
apresenta índices parecidos com os dos países desenvolvidos; e um outro, que anda
de mãos dadas com os países mais atrasados nesse assunto. Mas é preciso que se
diga que esta primeira década do novo milênio tem sido marcada por avanços importantes nesta área, resultado direto do que
foi plantado no século anterior desde as invencionices literárias e editoriais de Monteiro Lobato até as novas e boas safras de escritores e entusiastas e militantes da causa
da leitura por toda parte. Em 2003, o Brasil
ganhou a Lei do Livro, o mais importante
marco regulatório e que criou o ambiente
para o que viria em seguida: a extraordinária mobilização de 2005, que foi a celebração do Ano Ibero-americano da Leitura
(com mais de 100 mil atividades), o PNLL e
milhares de ações empreendidas pela sociedade pelo país afora. É certo que ainda há
muito o que fazer, mas é inegável que tem
havido avanços importantes. É caso, agora,
de apertar o passo e aumentar o ritmo.
C&N: Na sua opinião, qual a relação entre o
preço do livro e os baixos índices de leitura
dos brasileiros?
GA: Retratos da Leitura no Brasil, pesquisa
que eu coordenei e que acaba de virar livro
do mesmo nome, mostrou que a questão
da baixa leitura dos brasileiros está relacionada, principalmente, a fatores ligados à
falta de habilidade técnica para ler – leia-se
analfabetismo e analfabetismo funcional –
e à falta de acesso público. Países ricos que
resolveram antes de nós esse problema
contaram, como contam até hoje, com recursos que facilitam a vida dos leitores e o
acesso aos livros: uma biblioteca pública de
qualidade. O Brasil, evidentemente, não
pode querer se dar ao luxo de resolver a
questão do acesso à leitura pela via exclusiva do mercado que é, sem dúvida, um canal importantíssimo. É um erro grave agir
diferente. Apenas 7% da população afirma
que não lê mais por falta de dinheiro. Mas
não há dúvidas de que livros com preços
mais acessíveis melhoraria o acesso às pessoas. Hoje em dia, num país de quase 200
milhões de habitantes temos apenas 36 milhões de compradores de livros. Os livros de
bolso, que começaram a chegar no mercado após a desoneração fiscal, em 2004,
pode ser um bom começo.
C&N: Na sua opinião, qual o principal problema educacional do Brasil?
GA: A qualidade do ensino da escola pública. A escola pública é, por essência, democrática, inclusiva e solidária. Nossas elites
econômicas e políticas pegaram o bonde
errado ao apostar no esfacelamento delas.
C&N: Podemos dizer que a má condição de
ensino somada à falta de estímulo familiar
são fatores determinantes para que os alunos não adquiram o gosto pela leitura?
GA: Quando perguntamos aos leitores de
hoje – e o Brasil tem 95 milhões deles – se
eles se lembram de algum adulto lendo
para eles, em casa ou na escola, quando
estavam sendo iniciados nos livros, dois em
cada três respondem que sim. É mais ou
menos o mesmo tanto que, entre os 77 milhões de não leitores – uma população
maior do que a maioria dos países do mundo –, responde exatamente o contrário:
não, não se lembra de nunca alguém estar
lendo, sejam os pais, outros adultos da família ou mesmo os professores. O exemplo
e a disposição de estimular o gosto pela leitura falam também aqui bem alto, para o
bem e para o mal.
C&N: Você acredita que se tivéssemos mais
bibliotecas teríamos mais leitores?
GA: Não há dúvidas que a falta de bibliotecas e, pior ainda, a situação precária da
rede de 6 mil bibliotecas municipais e mais
de 10 mil comunitárias, são poderosos entraves ao desenvolvimento da leitura no
Brasil. Tanto é que os leitores que estão nas
escolas – mais 60 milhões de brasileiros estão lá! – lêem duas vezes mais do que os
leitores que saíram dela. Mais do que obri-
gados, como mostrou a própria pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, eles se sentem
estimulados a ler e foi justamente isso, somado aos programas sociais do Estado brasileiro que têm ampliado o acesso sobretudo
dos mais pobres ao livro gratuito, que fez
aumentar os índices de leitura no Brasil. Que
só não são maiores porque os leitores simplesmente somem de bibliotecas que funcionam mal, têm acervos desatualizados e, na
maioria dos casos, fecham justamente nos
horários que as pessoas podem ir. Com isso,
só 10% da população vai com freqüência a
uma biblioteca – mesmo assim, esse índice
vai diminuindo conforme o leitor sai da escola e vai envelhecendo. Se ele vai duas ou três
vezes e nunca encontra o livro que quer, dificilmente ele volta. Está passando da hora
do país criar uma ampla política de bibliotecas públicas.
C&N: Como o Brasil está em índices de leitura em relação aos demais países da América
Latina?
GA: O Brasil estreou uma nova metodologia
de medição do comportamento do leitor.
Até então, cada país media de uma forma. O
Brasil mesmo, em 2000, só media a leitura
daqueles que possuíam mais de 15 anos de
idade e pelo menos três anos de escola – ou
seja, excluía a população leitora com idade
entre 5 e 14 anos e os recém-alfabetizados,
fossem crianças em idade escolar ou adultos. A partir de agora, todos, incluindo nãoleitores tradicionais como os analfabetos,
são investigados, até mesmo para saber as
razões da não-leitura, já os demais países
ainda têm medições que não são uniformes
e impedem uma comparação. Pelos poucos
12
CHAMOIS & NOTÍCIAS
O desenvolvimento
cultural está fortemente
vinculado à questão
da leitura e um acaba
alimentando e
desenvolvendo o outro
números disponíveis, o Brasil ainda está, de
uma maneira geral, numa posição um pouco
melhor do que a de seus vizinhos graças às
políticas sociais que têm buscado universalizar o acesso à educação. Mas se comparamos a classe média ou os mais ricos desses
países, a sensação é que o Brasil fica atrás de
países como a Argentina ou o Chile.
C&N: O assunto do momento é crise. Na sua
opinião, a crise econômica pode afetar o
mercado editorial?
GA: Tenho a impressão que todos os setores
receberão algum tipo de impacto, por menor que seja. Em muitos casos, certamente
causados pela fobia social em torno do
tema. No mercado editorial, o que logo começou a ser sentido foi a redução do crédito. É preciso, no entanto, investigar um
pouco melhor para saber o impacto disso
sobre aquelas editoras que mais dependem
disso.
C&N: Atualmente, como está pautada a sua
vida profissional? Tem projetos em andamento?
GA: Depois que deixei o governo, presidi o
comitê executivo de um organismo internacional que atua na área – o Centro Regional
de Fomento ao Livro na América Latina e no
Caribe (Cerlalc/UNESCO) e atuei como consultor de políticas públicas do livro e leitura
em organismos internacionais. Em 2006, organizei o Manifesto do Povo do Livro, que
apresentou aos candidatos a presidente da
República a agenda do livro e leitura para os
anos seguintes exigindo que todos se comprometessem com ela. Agora, dirijo o Observatório do Livro e da Leitura, que articula e
realiza estudos e pesquisas para cooperar
com as políticas públicas setoriais e mantém
diversos projetos, como a agência de notícias Brasil Que Lê, o Blog do Galeno (que
monitora a execução de políticas públicas e
ajuda a disseminar informações de interesse
da área) e edita publicações sobre o assunto,
como a revista Panorama Editorial. Também
criei o Instituto de Desenvolvimento de Estudos Avançados do Livro e Leitura (IDEALL),
que realiza estudos e pesquisas. Como voluntário, estou apoiando a implantação de
um ousado projeto da Fundação Palavra Mágica, que criei há 10 anos, para disseminar
oficinas de leitura e escrita para jovens de
baixa renda e um projeto-piloto que só em
Ribeirão Preto, onde voltei a morar, está
abrindo cem clubes de leitura. E faço de
duas a três palestras e conferências toda semana, algumas como serviço comunitário,
sobre o papel social da leitura e seu poder de
mundo. Tem sido pra mim tão prazeroso
quanto ler um bom livro! ‹
[homenagem]
DIA DE RUY BARBOSA OU DIA NACIONAL DA
CULTURA? NÃO IMPORTA A ORDEM, MAS, SIM,
O NOSSO RECONHECIMENTO A UM DOS MAIS
ILUSTRES E DIGNOS BRASILEIROS
Ruy Barbosa deixou-nos
um legado imenso, de
sua ampla e intensa
atividade jurídica...
tória do Modernismo”, de 1939, deixou o
seguinte depoimento: “Este é o clássico,
formidável de vocabulário e sintaxe, conservador e criador, grandíloquo e polimorfo”.
Ainda, o embaixador Carlos Henrique Cardim, um estudioso da vida de Ruy Barbosa,
nos mostra que além de todos os atributos
intelectuais e um dos brasileiros de maior
estatura cultural e moral de nossa história,
o grande baiano foi também um dos patronos da diplomacia brasileira, honraria antes
atribuída apenas ao Barão do Rio Branco,
aliás, na sua visão, ambos tiveram semelhante grau de importância para a política
externa brasileira. Para Henrique Cardim, a
visão universalista dos acontecimentos, especialmente dos conflitos, que hoje ganha
corpo na política internacional, era defendida por Ruy Barbosa já nos tempos da Primeira Guerra Mundial. Henrique Cardim
ainda revela, em entrevista a José Fonseca
Filho, do Portal Nossa Bahia, que a grande
vocação de Ruy estava mesmo na política
nacional, tendo participado intensamente
na implantação da República; por ter sido o
primeiro ministro da Fazenda, o primeiro da
industrialização do país, foi quem teve as
primeiras idéias de transformar o Brasil em
uma potência industrial, lastreada no ensino técnico e profissional, sem descuidar da
Ruy Barbosa
base agrícola. Mas destaca que, como uma
ironia da história, que Ruy foi um derrotado
na política. Ele foi um dos fundadores da
República, mas acabou exilado pela república que ajudou a implantar. E depois veio
a combater a Constituição de 1891. Às vezes demonstrava amargura e decepção
com a política nacional, onde sofreu várias
derrotas. Sua única vitória em vida foi na
política externa. Especialmente em dois
grandes momentos: na Conferência de
Haia e na Primeira Guerra Mundial. Ou
seja: ele se dedicou tanto à política interna,
mas seu grande reconhecimento, em vida,
foi na política externa.
A Ruy Barbosa, a nossa reverência. Ao Dia
da Cultura, a justa homenagem a um ilustre brasileiro. ‹
Foto: ACERVO ABL
P
or inspiração em Ruy Barbosa –,
que nasceu no dia 5 de novembro
de 1849 –, é que ficou estabelecido, em 1970, por Lei Federal, o Dia Nacional da Cultura e da Ciência. A exemplo do
que acontece em outras partes do mundo,
também no Brasil, a data escolhida procurou homenagear uma personalidade das
letras e da ciência.
Grande intenção, justa homenagem!
Agora, Ruy Barbosa, por quê?
Para ser lembrado, sempre? E precisaria
isso estar explicitado em Lei? Parágrafo
Único: “As comemorações a que se refere
o presente artigo terão como escopo o
Conselheiro Ruy Barbosa, nascido a 5 de
novembro de 1849”.
Segundo as intenções do tal Parágrafo Único, justamente, foi o de estimular o conhecimento da personalidade histórica de Ruy
Barbosa, através da divulgação de sua vida
e de sua obra, principalmente, no âmbito
escolar.
E, precisaria?
Não fosse o nosso pais carente de memória, de cultura e de reverência aos seus
grandes nomes, esse fato jamais estaria
prescrito em Lei. A homenagem e o respeito àqueles que fizeram a nossa história deveria ser uma atitude natural, através de
seu conhecimento, também natural.
Ruy Barbosa, esse ilustre brasileiro, foi um
dos fundadores e, por longos anos, presidente da Academia Brasileira de Letras, em
sucessão a Machado de Assis.
Ruy Barbosa deixou-nos um legado imenso,
de sua ampla e intensa atividade jurídica,
parlamentar, jornalística e literária, uma
obra hoje constante de 137 tomos, editados pela Fundação Casa de Rui Barbosa.
A respeito de Ruy Barbosa, o crítico literário
Tristão de Ataíde, em “Contribuição à His-
[vocabulário]
QUANTOS LIVROS
VOCÊ LEU EM 2008?
N
ão é novidade que, quanto mais estimulamos nosso cérebro, maior é a sua capacidade de armazenar informações,
afinal, a leitura é a melhor e mais eficiente maneira de exercitar essa fantástica máquina de apenas 1,4 quilo e que comporta
mais de 12 trilhões de neurônios. E, para ler, não há contra indicações, só benefícios. Adquirimos mais conhecimento, ampliamos
nosso vocabulário e, ainda, viajamos no tempo e no espaço sem
sair do lugar.
E você, quantos livros leu em 2008?
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1 - Beijo / 2 - Vaia / 3 - Dedo grande do pé / 4 - Muitíssimo / 5 - Aquele que vinga, vingador / 6 - Ignorante, estúpido, pessoa que não sabe /
7 - Venenoso / 8 - Em algum lugar, em alguma parte / 9 - Semelhante ao nácar, rosado / 10 - Medo de alfinetes e agulhas, objetos que perfuram
14
Você já parou para pensar quantas palavras novas aprendeu com a
sua leitura?
O Chamois & Notícias preparou um teste especialmente para você
testar o seu conhecimento. São apenas 10 palavras com três opções cada uma. Veja como você se sai. Se o resultado for acima de
7, parabéns, você é um grande conhecedor da língua portuguesa,
logo, um leitor exemplar. Se foi abaixo de 5, siga nossa dica, leia
mais, exercite mais a sua máquina pessoal, o seu cérebro. Em pouco tempo você se surpreenderá com os resultados. ‹
[gente que lê]
Escritora
Empresário
Minúsculos assassinatos
e alguns copos de leite
Fal Azevedo
204 páginas
Editora Rocco
“Acabei de ler o “Minúsculos assassinatos e
alguns copos de leite”, da Fal Azevedo. Meu
Deus! Que livro! Bem escrito, com humor,
com emoção, às vezes te faz rolar de rir, na
página seguinte te mata de tanto chorar. Ela é
incrível!”
SINOPSE
O livro conta a história da pintora quarentona
Alma, que mesclando os papéis de biógrafa e
biografada, paciente e analista, passa a limpo
sua sofrida trajetória, constituindo uma delicada colcha de retalhos da vida e virando do
avesso quem se propõe a acompanhá-la nesta
jornada marcada por perdas, feridas e cicatrizes. Afinal, a indesejada morte sempre nos
pega de surpresa e rouba um pedaço da gente.
Divulgação
Galeno Amorim
Divulgação
César Labate
Divulgação
Thalita Rebouças
Jornalista e escritor
O monge e o executivo
James C. Hunter
144 páginas
Editora Sextante
“Ganhei da MD Papéis há algum tempo atrás,
“O monge e o executivo”. Acho que todas as
pessoas que exercem qualquer tipo de liderança dentro de um grupo deveriam ler.”
As memórias do livro:
romance manuscrito de
Sarajevo
Geraldine Brooks
Tradução: Marcos
Malvezzi Leal
400 páginas
Ediouro
Multidão
Michael Hardt,
Antonio Negri
532 páginas
Record
“Estou lendo dois: “As memórias do livro”, de
Geraldine Brooks, e “Multidão”, de Michael
Hardt e Antonio Negri.”
SINOPSE
Você está convidado a juntar-se a um grupo
que durante uma semana vai estudar com um
dos maiores especialistas em liderança dos Estados Unidos.
Leonard Hoffman, um famoso empresário que
abandonou sua brilhante carreira para se tornar monge em um mosteiro beneditino, é o
personagem central desta envolvente história
criada por James C. Hunter para ensinar de
forma clara e agradável os princípios fundamentais dos verdadeiros líderes.
“O monge e o executivo” é, sobretudo, uma
lição sobre como se tornar uma pessoa melhor.
SINOPSE
“As memórias do livro: romance manuscrito
de Sarajevo”. Da Espanha de 1480 até a enfraquecida Sarajevo de 1996, um livro sagrado
de valor incalculável é caçado por fanáticos
políticos e religiosos. Seu destino está nas
mãos de Hanna, uma talentosa conservadora
de livros, e sua recuperação resulta em um
mistério histórico arrebatador. Quando Hanna
é chamada a Sarajevo para examinar o Hagadá, um código judaico do século XV que havia
desaparecido durante a guerra da Bósnia, ela
não pode acreditar que um documento tão
maravilhoso estava preservado.
CHAMOIS & NOTÍCIAS
15
[lançamentos]
CHAMOIS EM DESTAQUE
A ceia dominicana:
romance neolatino
Reinaldo Santos Neves
518 páginas
Bertrand Brasil
Chamois Fine Dunas 80g
Ironia como matéria-prima da literatura.
Acrescente pitadas de fábula e jorros de erudição. Você obterá uma amostra grátis de “A
ceia dominicana: romance neolatino”.
Santos Neves é um homem de letras; de formação literária – estudou Letras na Federal
do Espírito Santo –, mas, sobretudo um leitor
voraz. Busca inspiração em obras da Antiguidade Clássica e em temas polêmicos do cotidiano, como erotismo, machismo, vaidade, e
tabus, como virgindade. Tudo regado a sátira
e sarcasmo.
A estratégia do
oceano azul
Renee Mauborgne/
W. Chan Kim
Tradução: Afonso Celso
da Cunha Serra
241 páginas
Campus/Elsevier
Chamois Fine Dunas 75g
O livro apresenta uma nova maneira de pensar sobre estratégia, resultando em uma criação de novos espaços (o oceano azul) e uma
separação da concorrência (o oceano vermelho). Os autores estudaram 150 ganhadores
e perdedores em 30 indústrias diferentes e
viram que explicações tradicionais não explicavam o método dos ganhadores. O que eles
acharam é que empresas que criam novos
nichos, fazendo da concorrência um fator irrelevante, encontram um outro caminho
para o crescimento. O livro ensina como colocar em prática essa estratégia.
Destaque-se: realize o que a
concorrência não consegue
James Champy
Tradução: Alessandra
Mussi Araújo
182 páginas
Campus/Elsevier
Chamois Fine Dunas 90g
Aforismos sem juízo
Daniel Piza
112 páginas
Bertrand Brasil
Chamois Fine Dunas 80g
Dividido em temáticas que vão da moral,
passam por dinheiro e poder, amor e sexo, e
chegam a cultura e saber, o livro reúne frases
de um jornalista contemporâneo do Brasil.
Os mais de 500 aforismos – que Piza publica
todo domingo em sua coluna em O Estado
de S. Paulo – foram garimpados para o livro
com o propósito de ressignificar algumas palavras, expressões, bordões do senso comum
para fazer o leitor pensar sob um novo ponto
de vista. Além de uma breve passagem sobre
a origem dos aforismos e de seus principais
representantes na literatura, o livro apresenta
assuntos que rendem uma releitura de frases
feitas e de citações de célebres pensadores.
Este livro conciso e de rápida leitura mostra
como alcançar um crescimento impressionante, superando os concorrentes com coerência
e inteligência. Champy revela lições surpreendentes aprendidas com empresas que alcançaram um crescimento extraordinário por, no
mínimo, três anos seguidos. Com base nas
estratégias de algumas das melhores empresas da atualidade, o autor identifica 8 maneiras poderosas de competir mesmo nos merr
cados mais difíceis. Você descobrirá como
galgar posições privilegiadas no mercado e
obter vantagens sustentáveis em produtos,
serviços, métodos de distribuição e clientes
inesperados, com necessidades imprevistas.
Othello
William Shakespeare
Adaptação e tradução:
Marilise Rezende Bertin
e John Milton
224 páginas
Disal Editora
Chamois Fine Dunas 90g
Escrita por William Shakespeare, Othello é
talvez uma das mais maduras tragédias de
autoria do dramaturgo. Em um enredo único, Shakespeare desenvolve o tema do ciúme
nutrido pelo mouro Othello em relação à jovem, bela e casta esposa Desdêmona. Esse
ciúme é fomentado por Lago, que com uma
sagacidade sem tamanho, induz Othello a
suspeitar da fidelidade de sua mulher. Versão
adaptada, bilíngüe.
Tempo das cerejas
Márcia Maia Conforti
120 páginas
Editora Rocco
Chamois Fine Dunas 70g
Maria Luísa é carioca, tem 19 anos e faz faculdade de História. Mas somente quando
descobre, ao acaso, o diário de sua avó, já
falecida, é que Malu começa a entender verdadeiramente o sentido da palavra “História” em sua vida. A protagonista conduz o
leitor por uma deliciosa viagem a Portugal,
ao contar a história de sua família luso-brasileira. Misturando narrativa em primeira pessoa, passagens em forma de diário, bilhetinhos entre mãe e filha, crônicas e e-mails, o
livro lembra uma colorida colcha de retalhos,
daquelas bem costuradas, tal qual a usada
pela avó de Malu em sua infância.
CHAMOIS & NOTÍCIAS
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