RUY A ÁGUIA DE HAIA

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RUY A ÁGUIA DE HAIA
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Ruy, a águia de Haia Ruy Barbosa nasceu em Salvador-BA no dia 5 de novembro de 1849,
há 165 anos. Foi um dos maiores juristas brasileiros, destacando-se também
como Político (com “P” maiúsculo), diplomata, escritor, filólogo, tradutor e
orador. Foi um ferrenho defensor do federalismo, do abolicionismo, dos
direitos e garantias individuais e da ética na política.
Ruy Barbosa foi deputado, senador, ministro e candidato à
Presidência da República. Foi membro fundador da Academia Brasileira de
Letras e seu Presidente entre 1908 e 1919. Em 1907, Rodrigues Alves,
presidente da República designou-o representante do Brasil na 2ª
Conferência da Paz, em Haia, na Holanda. Sua brilhante inteligência e
eloquência lhe rendeu o título de águia de Haia.
Neste momento que o Brasil vive, vale lembrar lições de Ruy
Barbosa, notadamente, o discurso aos bacharelandos da Faculdade de
Direito de São Paulo, em 1920, denominada “Oração aos Moços”. Ruy
continua sendo o inspirador de muitas, que nele vão procurar as regras de
conduta para que suas ações sejam norteadas por caminhos que levam ao
cumprimento do dever. Foi um cidadão público que fez da advocacia um
verdadeiro sacerdócio.
A leitura e reflexão das obras de Ruy Barbosa revigora nossa crença
na prevalência dos princípios morais e éticos. Na “Oração aos Moços”,
relembrou principio básico que prevalece nos dias atuais. “Entre as leis
ordinárias e a lei das leis (a Constituição) é a justiça quem decide,
fulminando aquelas quando com estas colidirem”.
A águia de Haia prezava os magistrados e os advogados. “São duas
carreiras quase sagradas, inseparáveis uma da outra, e, tanto uma como a
outra, imensas nas dificuldades, responsabilidades e utilidades”.
Ao final da inesquecível “Oração aos Moços”, Ruy foi incisivo: “Eia,
senhores! Mocidade viril! Inteligência brasileira! Nobre nação explorada!
Brasil de ontem e amanhã! Dai-nos o de hoje, que nos falta.
Mãos à obra da reivindicação de nossa perdida autonomia; mãos à
obra da nossa reconstituição interior; mãos à obra de reconciliarmos a vida
nacional com as instituições nacionais; mãos á obra de substituir pela
verdade o simulacro politico da nossa existência entre as nações”, continua
Ruy Barbosa.
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“Trabalhai por essa que há de ser a salvação nossa. Mas não
buscando salvadores. Ainda vos poderei salvar a vós mesmos. Não é sonho,
meus amigos: bem sinto eu, nas pulsações do sangue, essa ressurreição
ansiada. Oxalá não se me fechem os olhos, antes de lhe ver os primeiros
indícios no horizonte. Assim o queira Deus”.
Ruy Barbosa morreu aos 73 anos, em Petrópolis. Sua extensa
bibliografia em mais de cem volumes reúne discursos, artigos, conferências
e anotações. Sua biblioteca com mais de 50 mil títulos pertence à Fundação
Casa de Rui Barbosa, em antiga residência no Rio de Janeiro.
Nos dias atuais é preciso agir com firmeza, segurança e equilíbrio
como nos ensinou Ruy Barbosa, cuja memória não pode ser esquecida.
(Artigo publicado no Jornal Folha de S.Paulo, 04/12/2014.)