PDF do Boletim - Arautos em Portugal

Transcrição

PDF do Boletim - Arautos em Portugal
Boletim n.º 65
Jun.- Set. - 2016
XIII E ncontro Nacional
dos A rautos do E vangelho ,
em
Fátima
Cerca de 11 mil fiéis estiveram
reunidos em Fátima, no dia 23
de Abril, para o XIII Encontro
Nacional do Apostolado do Oratório,
subordinado ao tema «Viver o Ano
da Misericórdia com Maria».
(ver págs. 4 e 5)
A Pedra inabalável
Mons. João S. Clá Dias, E. P.
A
pesar de todas as evidências, dos milagres, da
doutrina nova dotada de potência, etc., o povo não considerava
Jesus como sendo o Messias tão
esperado. Ele surgia aos olhos
de todos como o reaparecimento de anteriores profetas. Não
encontravam n’Ele a eficaz magnificência do poder político, tão
essencial para a realização do
mirabolante sonho messiânico
que os inebriava. Mas, pelo menos, aqueles seus contemporâneos ainda discerniam algo de
grandioso em Jesus.
O Filho de Deus vivo
Sem refutar os erros de apreciação do povo, Jesus quer ouvir dos próprios lábios dos seus
mais próximos o juízo que d’Ele
fazem. E pergunta: E vós, quem
dizeis que Eu sou? (Mt 16, 15)
Pedro respondeu: Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo. (Mt 16, 16)
Nesta passagem, ele é feliz
porque teve o mérito de elevar o
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seu olhar além do que é humano e, sem se deter no que provinha da carne e do sangue, contemplou o Filho de Deus por um
efeito da revelação sobrenatural
e foi o primeiro a reconhecer a
Divindade de Cristo.
Jesus edifica a sua Igreja
sobre Pedro
Perante esta proclamação de
fé, Nosso Senhor respondeu:
Também Eu te digo: Tu és
Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do
inferno nada poderão contra ela.
(Mt 16, 18)
Nesse edificarei encontra-se o real anúncio do Reino de
Jesus. O grande e divino desígnio começa a delinear-se nesse
nome, até então nunca usado: a
minha Igreja.
O “Tu es Petrus...” será aplicado a todos os escolhidos em
conclave para se sentarem na
Cátedra da Infalibilidade.
Muitos anos depois, morreu
Pedro, mas não o Papa; e é em
torno dele que a Igreja mantém
a sua unidade.
São Paulo também ensina o
mesmo, e manifesta o mistério
da unidade, ao dizer: Há um só
corpo e um só espírito, como também só uma esperança, a de vossa
vocação. Só um Senhor, uma Fé,
um batismo, um Deus (Ef 4, 4-6)”.
As chaves do Reino do Céu
Para que não houvesse qualquer dúvida sobre o poder de
Pedro, Nosso Senhor acrescenta:
Dar-te-ei as chaves do Reino do
Céu; tudo o que ligares na Terra
ficará ligado no Céu e tudo o que
desligares na Terra será desligado
no Céu. (Mt 16, 19)
Pedro tem assim o poder de
abrir e fechar a entrada nesta
Igreja temporal e, consequentemente, na eterna. A cabeça desse corpo místico sempre será
Cristo Jesus. Durante a História
da humanidade, Ele será o chefe
invisível, mas deixa entre nós um
Pedro acessível, o doce Cristo na
Terra — segundo expressão usada por Santa Catarina de
Sena — a quem todos devemos amar como bom
pai, obedecer até às suas
mais leves insinuações e
conselhos, honrar como a
um supremo monarca.
Passados 2000 anos,
continua inabalável essa nau de Pedro, tendo
Cristo no centro.
Não podiam mãos meramente humanas erigir tão portentosa obra,
só mesmo a virtude do
próprio Deus seria capaz de conferir santidade e elevar à glória eterna homens concebidos no
pecado.
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XIII E ncontro Nacional dos Arautos , em F átima
«V iver o Ano da Misericórdia com Maria »
No passado dia 23 de Abril, teve lugar
no Santuário de Fátima o XIII encontro nacional da grande família de almas dos Arautos do
Evangelho, presidido por D. Manuel da Silva
Rodrigues Linda, Bispo das Forças Armadas e
de Segurança.
Ao início da solene Eucaristia, a Imagem do Imaculado Coração de Maria foi solenemente coroada ao som de cânticos e aclamações, entoados pelos mais de 11 mil participantes do Encontro. A Celebração Eucarística foi concelebrada por vários sacerdotes
arautos e diocesanos e animada pelo coro e conjunto instrumental dos Arautos.
Em sua homilia o prelado apelou à numerosa assembleia para um maior compromisso com a evangelização,
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afirmando que “é um caminho que começa com
uma conversão espiritual, um caminho que todos
temos de percorrer” para sermos no mundo “testemunhas da misericórdia”.
Após a Eucaristia foi recitado o terço diante do SSmo. Sacramento exposto, o qual foi levado em procissão junto aos fiéis, que se ajoelhavam em louvor e adoração.
Finalmente, a cerimónia encerrou com o
tradicional cortejo até à capelinha das aparições,
onde D. Manuel Linda procedeu à emotiva despedida final.
Este encontro anual pretende manifestar a imensa gratidão dos Arautos do Evangelho
à Virgem Maria, pelas abundantes graças e florescimento
do Apostolado do Oratório em
Portugal e no mundo inteiro.
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Mensagem do Sagrado Coração de Jesus
às almas sedentas de misericórdia
N
a sua infinita bondade
quis o Bom Deus comunicar-se com os homens ao longo
dos séculos. Estando nós no mês
de Junho, mês especialmente dedicado ao Sagrado Coração de
Jesus, gostaríamos de trazer aos
nossos leitores excertos das aparições à Irmã Josefa Menéndez,
Religiosa da Sociedade do
Sagrado Coração de Jesus (18901923), publicadas no seu livro
“Apelo ao Amor”.
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“Ah! Se as almas soubessem
como as espero cheio de misericórdia! Sou o Amor dos Amores!
E não posso descansar senão
perdoando!
Atirem-se nos meus braços! Não tenham medo! Conheço
o fundo das almas, suas paixões,
sua atracção pelo mundo e pelos
prazeres.
Não é o pecado que mais fere
o meu Coração. O que O despedaça é não quererem as almas refugiar-se em Mim depois de o terem
cometido (...) nunca lhes recuso a
minha graça, nem mesmo quando estão carregadas dos mais graves pecados.
Queria que compreendessem
que não é pelo facto de estarem
em pecado mortal que devem afastar-se de Mim. Não julguem que
já não há remédio para elas e que
nunca mais serão amadas como o
foram outrora! Não, pobres almas,
não são estes os sentimentos de um
Deus que derramou todo o sangue
por vós!
Vós, que estais mergulhados
no mal e que há mais ou menos
tempo viveis errantes e fugitivos por
causa dos vossos crimes(...) não deixeis que de
vós se apodere o desespero.
Enquanto tiver o homem um sopro de vida, poderá ainda recorrer à misericórdia e implorar perdão.
Desejo que as almas creiam na minha misericórdia, esperem tudo da minha
bondade e não duvidem nunca do meu
perdão. Sou Deus, mas Deus de amor!
Sou Pai, mas Pai que ama com ternura e não com severidade.
O meu coração inclina-se para os pobres pecadores com misericórdia infinita e derrama sobre
eles, com mais liberalidade
do que sobre os justos, a sua
compaixão e a sua ternura.
Dêem-me o vosso
amor e nunca desconfiem do
meu, e sobretudo dêem-me a
vossa confiança e não duvidem da minha
misericórdia.”
Especialmente durante este Ano da
Misericórdia que estamos a viver, estas
palavras incutem-nos uma confiança inabalável na infinita bondade de Deus em
relação a cada um de nós.
Que o Sagrado Coração de Jesus
derrame sobre si, caro leitor, e demais
membros da sua família copiosas graças ao
longo deste ano da Misericórdia.
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Arautos realizam Missão Mariana
em Terras de Lorvão
Sacerdotes e missionários dos Arautos do
Evangelho estiveram recentemente nas paróquias
de Lorvão, Figueira de
Lorvão e Sazes de Lorvão, na diocese de Coimbra, onde realizaram uma
Missão Mariana, levando
consigo a Imagem do Imaculado Coração de Maria.
Promovida e organizada pelo pároco local,
Pe. João Paulo Fernandes, a missão, que teve como tema “Maria,
Mãe de Misericórdia”, percorreu todas as igrejas e capelas das
três paróquias, bem como as Casas de Saúde e algumas residências onde se encontravam doentes acamados. A missão contou
ainda com a celebração do 1º sábado do mês, uma adoração de
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24 horas, a oração do terço em cada capela diante
da Imagem do Imaculado
Coração de Maria e catequeses sobre as Obras de
Misericórdia.
Os sacerdotes arautos Pe. Manuel Veiga, EP
e Pe. Jorge Filipe, EP administraram também a
Unção dos Doentes nos
Lares, Centros Sociais e
na Unidade de Cuidados
Continuados da região, tendo atendido ainda inúmeras confissões em todas as igrejas e capelas.
A Missão Mariana encerrou no domingo com uma concorrida Eucaristia na belíssima igreja do mosteiro de Lorvão, presidida pelo Pe. Jorge Filipe e concelebrada pelo pároco.
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Entrevista com a
D. Vitória Campos,
de Nelas (Viseu)
Cooperadora dos Arautos do Evangelho
e propagadora do Apostolado do Oratório
Como teve conhecimento deste
Apostolado levado a cabo pelos
Arautos do Evangelho?
A sua paróquia está num meio
rural. Quais são as maiores
dificuldades que encontra?
Da. Vitória Campos: Como diz o
ditado ‘Deus escreve direito por
linhas tortas’. Eu conheci a instituição devido a um grave acidente
de viação. Na convalescença recebi uma estampa de Nossa Senhora
que os Arautos me enviaram, e foi
então que pedi a Nossa Senhora
que me desse uma luz. Graças a
Ela, fiquei totalmente curada. No
ano de 2001, recebi um Flashes
de Fátima, onde tive conhecimento do Apostolado do Oratório,
tendo posteriormente organizado
um grupo de famílias na minha
paróquia e implantado oito oratórios, de que muito me orgulho.
VC: Algumas pessoas que moram no meio rural têm dificuldade em compreender a profundidade do movimento e os benefícios desta iniciativa, e, por vezes,
não olham para o Apostolado do
Oratório com o coração aberto.
No entanto, é preciso ressaltar
que no ambiente rural também há
pessoas com muita fé e devoção
a Nossa Senhora. Alegra-me saber que recebem piedosamente o
Oratório e que muitas vezes rezam o terço em conjunto.
O que a motivou a ser coordenadora do Apostolado do Oratório?
VC: A minha maior motivação
era retribuir esse grande dom e viver em ação de graças pela minha
cura, dando todo o amor que sinto
por Nossa Senhora e transmitindo-o a quem me rodeia.
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Como consegue coordenar os
Oratórios com a vida familiar?
VC: O contexto familiar consegue-se conciliar facilmente com
a coordenação dos oratórios, e
posso até dizer que gera muita união e paz familiar. Gosto
de participar no lançamento de
novos oratórios em outras paróquias, onde concilio a minha
presença com os meus deveres
familiares.
A palavra do
sacerdote
Pe. Jorge Filipe Teixeira Lopes, E.P.
Coração de Jesus, paciente e misericordioso
Considerada na sua essência, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus
é tão antiga como o próprio Cristianismo. Ela começou certamente
no momento em que S. João, o apóstolo virgem, encostou sua face no
sagrado peito do Divino Mestre, durante a Última Ceia (Jo 13, 23-25); e é ele
ainda quem descreve o momento em que a lança perfura o lado do Senhor
(Jo 19, 34)
, do qual saíram sangue e água. No entanto, será somente no século
XVII que a devoção ao Coração de Jesus se universalizou, pelas aparições
a S. Margarida Maria Alacoque, em Paray-le-Monial.
Qual a finalidade desta devoção? Amar e honrar o Divino Coração
abrasado de amor pelos homens e oferecer-Lhe reparação pelas injúrias
que Ele recebe, especialmente no Santíssimo Sacramento. Esta é uma
devoção admiravelmente fecunda em frutos de salvação, destinada, como
dizia o Papa São Pio X, a regenerar o mundo.
Neste mês em que se comemora a festa litúrgica do Sagrado Coração
de Jesus, e inserido no ano da Misericórdia, meditemos na seguinte
invocação: Coração de Jesus, paciente e misericordioso.
“Paciente” (do latim, patiens, “sofredor”) é um qualificativo digno do
Coração de Jesus, pois Ele está disposto a todos os padecimentos pela
nossa salvação. E a medida do afeto de quem ama é a disposição de sofrer
pelo amado. Assim, pode-se dizer que o valor do católico é proporcional
à sua capacidade de amar a Deus, o que se reflete no modo animado e
resignado com que supera os insucessos e dificuldades da vida.
Como posso ser paciente como o Coração de Jesus neste Ano da Misericórdia? De tantas maneiras: por exemplo, ao “sofrer com paciência as
fraquezas do nosso próximo”; ou ao esperar o momento certo para “corrigir os que erram”; ou ainda ao “perdoar as injúrias” de que sou alvo,
sofrendo por amor daqueles que me ofendem.
Estas são algumas das obras de misericórdia espirituais que posso praticar a exemplo do Sagrado Coração de Jesus, paciente e misericordioso.
Se agir assim, também eu serei alvo de sua misericórdia. Sim, preciso de
me convencer desta maravilhosa verdade: o Divino Redentor suportou
pacientemente os meus pecados; cheio de misericórdia, derramou todo o
seu Preciosíssimo Sangue a fim de me salvar. Estarei eu disposto a fazer o
mesmo por Ele?
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O inédito sobre
os Evangelhos
Uma coleção que lhe
permitirá acompanhar Nosso
Senhor Jesus Cristo ao longo
de todos os domingos do
Ano Litúrgico, através dos
comentários ao Evangelho de
Mons. João Scognamiglio Clá
Dias, fundador dos Arautos do
Evangelho.
Esta é uma ótima oportunidade para aprofundar os seus
conhecimentos sobre a vida de
Cristo.
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Cada volume: 20 €
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Uma edição da Libreria Editrice Vaticana, publicada em quatro idiomas.
Arautos do Evangelho
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