Sociedade da Mesa
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112 Sociedade da Mesa 2a quinzena de Julho 2012 clube de vinhos índice 04 - Seleção Mensal Direção Dario Taibo Esta revista é uma edição exclusiva para os associados da Sociedade da Mesa. Direção da revista Dario Taibo [email protected] Editora-chefe Paula Morales [email protected] Projeto gráfico e diagramação OC O comunicação e design www.ochoa.com.br Atendimento ao cliente [email protected] Dario Taibo sócio-diretor Contato de Publicidade [email protected] Impressão 12.500 exemplares 20- artigo: Vinagre bodega Sociedade da Mesa clube de vinhos Rua Branco de Moraes, 248/11 Chácara Santo Antônio - São Paulo - SP - Brasil CEP 04718-010 (55-11) 5180-6000 0800-7740303 www.sociedadedamesa.com.br / 12 - entrevista: Hebert Mota / / 26 - artigo: Os reservatórios de vinho dentro da / 28 - artigo: Suécia / 34- ingredientes: Queijo / 38 - entrevista: Nina Horta / 44 - artigo: Saboreando Juntos / 48 - um pouco de receita: Lasanha de beringela / 50 - Programa Saca-Rolha / 56 - acessórios / 57 - vinhos em estoque / 59 - Próximas Seleções. 04 05 Seleção Mensal Texto: Alberto Pedrajo Pérez y Javier Achútegui Dominguez Fotos: divulgação Navarra OTAZU RESERVA 2005 Navarra Espanha Navarra é uma terra de vinhedos e de vinhos. Trata-se de uma região vitivinícola extensa e acidentada, com uma grande diversidade climática e pedológica, com influências atlânticas, continentais e mediterrâneas, e alguns solos abrangendo a depressão do rio Ebro e a cordilheira dos Pirineus. Na constituição dos solos, domina o calcário. São profundos, mais ou menos pedregosos, variáveis na textura. Estes fatos permitem oferecer ao mercado uma gama alta de vinhos de qualidade: Vinhos de Pago, Vinhos com Denominação de Origem e vinhos protegidos pela Indicação Geográfica: Vinho de Pago Os vinhos de Navarra e sua origem. Navarra, localizada ao norte da Espanha, entre os Pirineus e o Vale do Ebro, tem uma extensão de 10.000 quilômetros quadrados. Assim como outras regiões da Espanha, tem uma enorme riqueza cultural e o vinho está muito ligado à sua história, sua cultura. É parte de suas vidas, seu patrimônio, sua identidade. O vinho acompanha os navarros dia a dia, taça por taça, mas acima de tudo em seus vinhedos, que fazem parte de sua paisagem e de sua identidade. É uma figura com reconhecimento especial, que protege os vinhos de alta qualidade provenientes de vinhedos com características especiais. São três os pagos reconhecidos hoje em dia pela Administração de Navarra: Pago Señorío de Arínzano, Pago Prado de Irache e Pago de Otazu. Vinhos com Denominação de Origem Dentro do território de Navarra, coexistem três denominações de origem: a “Denominação de Origem de Navarra”, que protege os vinhedos e os vinhos de 95 municípios, e que é de âmbito exclusivamente navarro; a “Denominação de Origem Rioja”, que inclui em seu âmbito protegido 8 municípios navarros situados na margem esquerda do rio Ebro, e que estão integrados dentro da subzona Baixo Rioja desta Denominação: Viana, Aras, Bargota, Mendavia, Sartaguda, Andosilla, San Adrián e Azagra, fornecendo a esta Denominação qualificada, 6.800 hectares de vinhedo. E a “Denominação de Origem Cava”, que está reservada para os vinhos espumantes produzidos em determinados municípios das províncias de Barcelona, Tarragona, Lérida, Gerona, Zaragoza, Valencia, Badajoz, La Rioja, Alava e Navarra. Em Navarra, dois municípios pertencem à D.O. Cava: Mendavía e Viana. 06 Vinhos com indicação Geografica protegida (IGP) Atualmente coexistem dois IGP: indicação geográfica “3 Riberas” como vinho de mesa com direito a menção tradicional de vinho da terra, com ámbito exclusivamente navarro. “vinho da terra de Ribera del Queiles” – indicação geográfica utilizada para designar os vinhos de mesa originários da zona vitícola do rio Queiles que compreende 9 municípios em Aragão e 7 municipios em Navarra (Ablitas, Barillas, Cascante, Monteagudo, Murchate , Tudela y Tulebras) Nas últimas duas décadas, o vinho navarro iniciou uma evolução que o transformou totalmente e não deixou de dar seus frutos. Primeiro nos anos oitenta, quando foram introduzidas variedades estrangeiras, como a branca Chardonnay e as tintas Cabernet Sauvignon, Syrah e Merlot, que começaram a conviver com as tradicionais Viura, Tempranillo e Garnacha. Variedades muito bem adaptadas à região, e que, sem arquivar o potencial sempre vivo das uvas tradicionais, foram à procura de uma nova expressão. Depois, nos anos noventa, com a entrada de um grupo de inquietos bodegueiros dispostos a dar uma virada na situação, desde a exigência até a experimentação, tendo a qualidade como objetivo. Nomes próprios que desembarcaram trazendo ares novos e um revolucionário conceito enológico, enquanto foram erguidos como dignos sucessores do melhor da tradição vinícola da região. Um fenômeno que não para e que é traduzido, na atualidade, pela incorporação de novas bodegas, com projetos baseados no terroir e na originalidade de seus vinhos. A tradição vitivinícola de Navarra tem um longo caminho. Existem achados que atestam que, em Navarra, crescia a vinha desde a época pré-histórica. A prova de que existiu Vitis silvestris na região ficou demonstrada pela existência desta espécie em alguns pontos do norte, onde a coleta de videiras selvagens era realizada para o consumo direto da fruta e não para sua vinificação. É a partir da chegada dos romanos que avança o cultivo de Vitis silvestris em Navarra e se inicia a produção de vinhos em vinícolas rudimentares. É neste momento que há evidências de que Navarra foi um importante centro produtor de vinhos, através dos achados encontrados em diferentes locais da região, como Funes, Arellano (Andelos), Liédena e Falces, os quais atestam que os romanos já elaboravam vinhos ali com critérios industriais (do século I ao V d.C.), para sua comercialização no império. 07 Mas o verdadeiro desenvolvimento do cultivo é produzido após a conquista do domínio muçulmano e do nascimento do reino cristão de Navarra. Assim, três circunstâncias influenciaram no desenvolvimento de seu vinhedo na Idade Média. Primeiro, o estabelecimento de monastérios a partir do século IX, especialmente com a influência de Cluny e Cister, nos séculos XI e XII, que impulsionaram o plantio e a produção com técnicas originárias da França. Em segundo lugar, na Idade Média, foi decisivo para o enriquecimento e desenvolvimento do mundo vitivinícola navarro, o fato de muitos de seus monarcas terem relações com as casas reais francesas. Por último, outro fator destacado foi a importância social europeia cobrada pelo Caminho de Santiago, que se tornou o motor do consumo de vinho, para que os diferentes monastérios, senhores e cavaleiros de origem francesa (francos) dessem saída comercial para seus vinhos. Por estas razões, na Idade Média, os vinhos de Navarra foram os mais influenciados pelo Bordeaux, Borgonha e Champagne, que é mantido, em seguida, pela proximidade política e geográfica. No século XIV, Navarra não era somente um reino com uma importante produção de vinho, mas também um grande exportador. A grande eclosão que o vinhedo teve nestes séculos fez com que, no século XV, sua produção fosse limitada, para que se pudesse dedicar alguns terrenos ao cultivo do trigo, os quais foram dizimados pelo rápido desenvolvimento da viticultura. Antes da ocorrência da feroz praga da filoxera, no final do século XIX, a área de vinha plantada chegou a alcançar 50.000 hectares. A Denominação de Origem Navarra A atual Denominação de Origem Navarra foi constituída em 1.975, sendo portanto uma das zonas vitivinícolas espanholas mais antigas e com mais tradição. Uma das características principais que definem a D.O. Navarra é a grande diversidade de paisagens e climas, que ocorrem em mais de 100 quilômetros que separam o norte da área, localizado perto de Pamplona, do sul, nas margens do rio Ebro. Em Navarra existe uma situação excepcional, que ocorre em poucas regiões vitivinícolas da Espanha: a convergência dos climas atlântico, continental e mediterrâneo. A proximidade do mar Cantábrico, a influência dos montes Pirineus e a estabilidade do vale do rio Ebro permitem o aparecimento de diversos climas e formações geológicas que apresentam um amplo mapa edafoclimático. Este cenário marca profundamente a paisagem navarra, onde cerca de 17.000 hectares da Denominação de Origem são baseados em 08 todos os tipos de ecossistemas e situações de cultivo: encostas, margens de rios, planaltos, planícies. Estes fatores naturais determinaram 5 áreas de produção bem diferenciadas dentro deste mapa único: Ribera Alta, Ribera Baja, Tierra Estella, Valdizarbe e Baja Montana. Ribera Alta A Ribera Alta ocupa parte do vale do rio Ebro, de clima seco e precipitação média anual de cerca de 500 mm. Compreende 26 municípios (Artajona, Beire, Berbinzana, Cadreita, Caparroso, Cárcar, Carcastillo, Falces, Funes, Larraga, Lerín, Lodosa, Marcilla, Mélida, Milagro, Miranda de Arga, Murillo el Cuende, Murillo el Fruto, Olite, Peralta, Pitillas, Sansoain, Santacara, Sesma, Tafalla e Villafranca) os quais contribuem com quase 5.000 hectares de vinhas, sendo a segunda sub-região em extensão (27% do total) e em volume de vinho produzido - 23% da Denominação de Origem Navarra. Ribera Baja Localizada no vale do rio Ebro, é a parte mais próxima à comunidade de Aragon. * Definição de Facería (Espanhol) A facería consiste em uma servidão recíproca entre várias fazendas de propriedade coletiva ou privada. A Ribera Baja é a sub-região de maior extensão da Denominação de Origem Navarra, abrangendo 14 municípios (Ablitas, Arguedas, 09 Baja Montaña Localizado no vale do rio Aragon, a leste de Navarra, seu clima é seco subúmido, com uma precipitação média anual de cerca de 700 mm. Esta sub-região compreende 22 municípios: Aibar, Cáseda, Eslava, Ezprogui, Gallipienzo, Javier, Leache, Lerga, Liédena, Lumbier, Sada, Sangüesa, San Martín de Unx, Ujué e os Concejos de Arboniés e Domeño del Valle de Romanzado e os de Rípodas, San Vicente e Tabar del Valle de Urraúl Bajo. Barillas, Cascante, Castejón, Cintruénigo, Corella, Fitero, Monteagudo, Murchante, Tudela, Tulebras e Valtierra). Trata-se da sub-região mais árida e com mais influências mediterrâneas da Denominação de Origem, com precipitação média anual de aproximadamente 450 mm. Sua participação na produção do vinho de Navarra atinge 40% da Denominação. No total, abrangem 2.600 hectares de vinhedos (18% do total do vinhedo na Denominação de Origem Navarra, e 15% do total do vinho produzido). Tierra Estella Valdizarbe Localizada nos vales dos rios Ega e Linares, esta sub-região conta com um clima seco subúmido, sendo sua precipitação média anual de quase 700 mm. Seus 38 municípios são Aberin, Allo, Arellano, Armañanzas, Arróniz, Ayegui, Barbarin, Dicastillo, Desojo, El Busto, Espronceda, Estella, Igúzquiza, Lazagurría, Los Arcos, Luquin, Mendaza, Morentin, Murieta, Oteíza de la Solana, Sansol, Torralba del Río, Torres del Río, Valle de Yerri, Villamayor de Monjardín e Villatuerta, assim como as facerías* de Cogullo Alto, Cogullo Bajo, Sarmindieta e Chandivar. No total, abrangem 2.500 hectares de vinhas, 8% da Denominação. Localizada nos vales dos rios Arga e Cidacos, no centro de Navarra, a sub-região de Valdizarbe é composta por 25 municípios: Adiós, Añorbe, Artazu, Barásoain, Biurrun, Cirauqui, Echauri, Enériz, Garínoain, Guirguillano, Legarda, Leoz, Mañeru, Mendigorría, Muruzábal, Obanos, Olóriz, Orísoain, Pueyo, Puente la Reina, Tiebas-Muruarte de Reta, Tirapu, Úcar, Unzué, Uterga e Cendea de Cizur. O clima é seco e subúmido, com uma precipitação média anual de uns 600 mm. O vinhedo alcança 1.300 hectares, 14% do total da Denominação, e 11% do total do vinho produzido na Denominação de Origem. A Denominação de Origem Navarra atualmente tem aproximadamente 12.000 hectares de vinhedos, das seguintes variedades: Tintas: Tempranillo, Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Graciano, Syrah, Pinot Noir e Mazuelo. Brancas: Viura, Chardonnay, Moscatel de Grano Menudo, Sauvignon Blanc e Malvasía. Atualmente, a Tempranillo ocupa 35,80% da superfície produtiva, seguida da Garnacha (22,78%), Cabernet Sauvignon (16,04%), Merlot (14,60%), Chardonnay (4,30%), Viura (1,75%) e outras variedades em proporção menor. 10 11 Otazu Reserva 2005 Señorio de Otazu A bodega Otazu combina arquitetura, natureza, arte e vinho. Localizada em uma paisagem de sonho, está catalogada como um dos 43 “châteaux” de luxo do mundo, com arquitetura única, um vinhedo excepcional e enologia de vanguarda. Destaca seu núcleo histórico, o Señorio de Otazu, composto por um imponente Palácio do século XVI, uma torre de defesa do século XIV e uma igreja românica do século XII. Tudo cercado por um frondoso bosque, que dá magia ao local. É a bodega mais setentrional da Espanha em fabricação de vinho tinto, e um dos vinhos de pago oficiais (categoria máxima para um vinhedo e seu vinho). A apenas 8 km de Pamplona, está localizada entre a Sierra del Perdón e a Sierra de Echauri, tendo o rio Arga como delimitador natural. Conta com um microclima excepcional, onde a influência atlântica é dominante, com chuvas significativas no inverno e na primavera, grande luminosidade e horas de sol no verão. Além disso, as diferenças térmicas entre o dia e a noite no processo de amadurecimento da uva contribuem para uma melhor fixação e complexidade de seus componentes aromáticos e antioxidantes. Um primeiro passo até a singularidade dos seus vinhos. A este cenário favorável somamos, igualmente, a riqueza dos solos. Terraços aluviais de argila e pedras; solo rochoso que se une a uma cobertura vegetal que reduz, de forma natural, a produção de uva, primeiro passo de nosso processo de seleção da melhor matéria-prima. A Bodega Otazu produz seus vinhos exclusivamente em 115 hectares de vinhedos, os quais formam a finca denominada Señorio de Otazu, que a cerca. Conta com as variedades de Tempranillo, Cabernet Sauvignon e merlot para tintos e Chardonnay para brancos. São as quatro variedades pelas quais apostaram e que foram plantadas estrategicamente em cada um dos diferentes solos e áreas da finca, com a seleção e busca pela perfeição do potencial de cada uma como objetivos. Uma seleção rigorosa contínua das uvas de seu pago é o fundamento de seus vinhos. Alto controle de todo o processo, desde a poda até sua posterior elaboração e crianza, em uma impressionante nave de barris. Trata-se de uma bodega atual, de materiais nobres e plenamente integrada ao entorno, com uma arquitetura exclusiva e distante de todas à sua volta. Sua nave de barris é considerada uma das mais espetaculares do mundo, dada como referência por suas abóbadas originais em concreto em várias publicações de arquitetura. Nas palavras de seu arquiteto: “As esbeltas abóbadas de concreto desta bodega criam um ambiente tão especial, soma de repouso e tranquilidade, que sua descrição só pode dar um pálido reflexo da realidade que compõem. Nascendo de robustos - mesmo que delicados - pedestais, estas abóbadas transmitem ao observador todo o sentimento associado com o espaço humano: desde a percepção telúrica derivada de seu início a partir do mesmo solo, até sua curvatura, que a mente humana relaciona com a resistência das cavernas naturais. As duas famílias de abóbadas definem um volume interno carregado de inesperados espaços colaterais, que variam de modo contínuo com o movimento do observador e transformam a visita a elas em uma experiência inesquecível.” É uma visita inevitável quando se viaja à região, mas não somente por sua arquitetura, paisagem e entorno único, mas também pelo conjunto todo que o nível de seus vinhos nos apresenta. É um projeto redondo de sucesso, como dizem os espanhóis. Região: Navarra - Espanha Uvas: 20% Tempranillo, 50% Merlot e 30% Cabernet Sauvignon Cata: Um vinho tinto bem coberto, de Otazu 2005 Reserva, Denominação de Origem Navarra Um vinho sério, maduro, elaborado com uva procedente dos vinhedos localizados na própria finca do Señorio de Otazu, a partir da variedade tempranillo 20%, merlot 50% e cabernet sauvignon 30%. Uma vez realizada a colheita de forma natural, e depois da seleção da uva na bodega, procedeu-se ainda a sua maceração pré-fermentativa e posterior fermentação nos tanques de aço inoxidável. Continua com uma crianza em carvalho francês durante um período de 14 meses, terminando com um refinamento em garrafa não inferior a 36 meses. ASPA INGENIEROS: C\ La Campa nº 11 26005 Logroño (La Rioja) www.aspaingenieros.com skype: alberto.pedrajo.aspa T: +34 941210448 cor granada intensa. Complexo no nariz, precisa ser decantado por pelo menos meia hora antes de ser consumido, para se desfrutar plenamente, momento a partir do qual manifesta suas notas de fruta negra, sobre fundo de licor e ervadoce, passando a notas balsâmicas e um toque especial de pimenta. Na boca, apresenta-se estruturado, com um tanino doce, prolongado. Sua madeira, embora presente, está integrada ao conjunto de forma harmoniosa, e seu acabamento é longo, profundo e com um final levemente alcoólico. Está muito vivo para um 2005, podemos ter um pouco de paciência e, em boas condições de conservação, poderemos desfrutá-lo em alguns anos, se conservado em condições adequadas. Temperatura: Degustar a uma temperatura entre 17 e 18˚C. Recomendamos sua abertura ao menos meia hora antes de servir, não sendo necessária sua decantação. Guarda: 3 anos crescendo em qualidade e harmonia + 2 anos estável. Total 5 anos. Harmonização: Sua estrutura e sua tanicidade obrigam a combiná-lo com pratos bem carregados de calorias, gordurosos. Começaríamos com um prato de legumes, como feijões, para continuar com um prato de cordeiro ao forno e finalizar com uma sobremesa de chocolate escuro ou um queijo curado de ovelha. F: +34 941287072 12 ENTREVISTA Texto: Blanca Rodrigues Fotos: Anderson Zaca Hebert Mota Sócio e idealizador do maior estúdio de música da América Latina e também agente de Anderson Silva, campeão de MMA. Um jovem com muita garra de vencer e cheio de bossa pra levar a vida. Hebert Mota tinha um sonho, foi lá e realizou. 13 14 Hebert Mota em Los Angeles. Conte um pouco de sua trajetória. Quem é Hebert Mota? Um jovem que sonha alto, mas que está sempre com os olhos bem abertos. Que odeia a injustiça social e pretende lutar para ser exemplo, e não estatística do IBGE. Com os exemplos dos pais, sempre procurou trabalhar com afinco e foco para que as conquistas existissem. Procura ser parceiro ao máximo, mas evita algumas amizades. Não foi fácil, e aliás, fico feliz que não tenha sido. Eu sempre acreditei que a adversidade faz com que sejamos mais dinâmicos e habilidosos na vida. Assim é a essência do brasileiro. Eu, por muito tempo, sonhei em conquistar uma base de vida bacana, mesmo sem saber, e hoje, recordome de conversas minhas em casa, com meu pai e irmão dizendo que eu lutaria para ser bem sucedido. Tinha isto na mente, mas nunca deixei de brincar na rua e fazer coisas erradas de adolescentes. 15 Recordo-me de certa vez ter sido expulso da escola porque eu simplesmente não aceitei o método de ensino e motivei a classe por várias vezes a brigar por um ensino melhor. No primeiro colegial, a professora de história estava falando de Pedro Álvares Cabral, eu levantei a mão e perguntei como isto poderia ser útil na vida de jovens da periferia do “EEPG”... Ela não teve respostas e eu logo reafirmei minha insatisfação. Disse: “eu quero ser alguém hoje, quero respostas para o hoje. Desculpe, mas Pedro Álvares Cabral no colegial não vai me ajudar.”. Logo depois fui chamado na diretoria. E já era a terceira vez que eu tinha sido chamado por criar polêmica na sala de aula, expondo os professores... Em “comum” acordo, nunca mais voltei à escola desde então. Depois disso, tinha algo em mente. Decidi procurar um caminho meu, e foi nos livros e autobiografias que aprendi muita coisa. Já mais velho, envolvido com um projeto grandioso, eu me deparei com mais uma de várias lutas para vencer. Passei adiante e sempre buscando aprender. Anos depois, via-me falando inglês fluente em reuniões em Nova Iorque, Washington, Los Angeles, França e outros países. Como surgiu a música na sua vida? Meus pais sempre estiveram envolvidos com a música na igreja. Eu cresci vendo-os e a meus tios tocando na sala de casa. Sempre tive ideia e vontade de ser músico profissional, mas em um determinado momento da minha juventude, percebi que eu organizava melhor do que tocava. E assim comecei a produzir shows musicais. Fui roadie (produtor de palco) e produtor de alguns artistas. Com isso, percorri o Brasil e o mundo fazendo shows. Anos depois, em 2008, junto com um executivo do mercado financeiro, lancei um projeto inovador, que se tornou a maior produtora de áudio da América Latina, o NACENA STUDIOS, que hoje tem como clientes artistas nacionais como Chitãozinho e Xororó, Ney Matogrosso, Seu Jorge, Dominguinhos e tantos outros. Além deles, diversos nomes internacionais já gravaram no NACENA que, aliás, acaba de inovar ao criar um braço de áudio publicitário, trazendo como sócio o renomado produtor Max de Castro. Acabamos de voltar do festival Cannes Lions, onde lançamos oficialmente nossa parceria. 16 17 MMA no país do futebol. Como será isso? Assim como nos Estados Unidos existem a NFL, a NBA, o hóquei e o baseball, temos “espaço” populacional para diversificar o MMA. Hoje temos força sócioeconômica e espaço para vários tipos de esportes. O Brasil precisa deixar de pensar como um país colonial. Somos 200 milhões de habitantes, tem espaço para vários novos esportes e o MMA é um deles. O crescimento e a aceitação serão gradativos, foi assim nos Estados Unidos também. Se não fosse empresário, quem gostaria de ser? Não vá nos dizer lutador de MMA! (risos) Hebert Mota e Anderson Silva em um raro momento de descanso. Existe alguma relação da música com esporte? Como foi parar no esporte? Sim, acredito que sim. Tanto o esporte como a música exigem comprometimento, disciplina, foco, e mexem muito com os objetivos do indivíduo. Creio que ambos transformam o olhar. Ambos envolvem as pessoas, transformam a cultura e viram estilos de vida. Esporte e música são feitos de gente. Eu comecei quando visualizei a oportunidade de negócio em fomentar o MMA através do Anderson Silva. A história dele e o carisma que ele tem são grandes diferenciais de valor de um atleta. Vi no Anderson um Michael Jordan do MMA. Como conheceu Anderson Silva? Em 2007, viajando para Los Angeles, encontrei com ele. Lá, nos falamos por telefone, e surgiu uma amizade. Depois tivemos alguns encontros, até que ele me levou para uma luta nos Estados Unidos em 2010. Dali em diante nos tornamos parceiros de trabalho e estamos juntos desde então. Meu trabalho é zelar pela imagem dele e sempre ser o “amigo” sincero. Quem é Anderson Silva? Um homem dedicado, focado, e sempre muito bem preparado e sincero. Advogado. Adoro esta profissão, meu pai é advogado formado e eu gostaria de ser. Gosto do debate de ideias, ter conhecimento de causa, acho bacana, gosto de analisar pontos de vista e entender os processos das coisas e ações. Meu pai tornou-se um advogado por vários motivos, mas na verdade, o principal foi para ser exemplo de possibilidade. Ele nos mostrou o quanto podemos ser vencedores e o quanto o esforço é fundamental para qualquer conquista. Recordome de ver meu pai sair para o trabalho às 5 da manhã e voltar à meia-noite, pois a faculdade era em Mogi das Cruzes e o trabalho na Zona Sul de São Paulo. Ele é um exemplo que gosto de seguir. Mesmo cansado, corro atrás do meu ideal. Hebert na cozinha dá samba? Não como um chef, mas um belo sous chef já sou. Recentemente, cozinhei para um amigo chef francês e o resultado foi bacana: recebi os parabéns. Adoro a cozinha. Alimentar é algo bacana, que socializa, e isto faz bem à vida. Poder compartilhar a mesa sempre é bom. É um ótimo espaço para debater ideias e pensamentos. Pode dividir conosco alguma receita de sucesso... na cozinha! Salmão ao forno com molho “Muchare” que é uma invenção secreta. Acompanha legumes e um bom vinho. Sucesso absoluto. E quanto à dieta dos campeões de MMA? Pode contar-nos um pouco? Posso falar pelo Anderson Silva, cuja dieta acompanho de perto, embora seja como todas: de redução de açúcar, gordura etc. Ele também se preocupa muito em comer aos poucos no decorrer do dia. Em época de dieta pesada, que é a mesma época na qual ele treina para uma luta, ter energia é fundamental. E também um pouco de gordura, para que a massa muscular não sofra ou venha a ter fraturas. 18 19 Ronaldo Fenômeno Nazário? Você comenta muito uma frase de Washington Olivetto: “melhor ser co-autor de uma grande história, do que autor de uma história medíocre”. Por que isso? Hebert Mota com seus sócios no NaCena Estúdios. Porque o mundo se faz de parceria. A grande árvore só cresceu porque o vento ou um pássaro jogou a semente dela naquele local, em algum dia. E assim é a vida, ninguém cresce sozinho. Esta frase faz aceitar que, embora eu possa ser único com a minha ideia, não exatamente vou conseguir aplicála sem a ajuda de outros. Aí você se torna co-autor, afinal ninguém é absoluto na vida. Foi esta a sua estratégia com Anderson Silva como agente dele? Como aconteceu a 9ine? Sim, quando ainda estava sozinho buscando oportunidades de apresentar Anderson Silva para o Brasil, um dos veículos dos quais aceitei o pedido, foi a BusTV, empresa de televisão dentro de ônibus pelo Brasil. Ao aceitar a entrevista, o presidente da empresa de comunicação, em uma conversa de bastidores, disse-me que seria bacana apresentar o Anderson Silva para o pai dele. Eu logo falei: seu pai é o Sergio Amado? Por que disse isto? Bem, dias antes, eu tinha lido sobre a criação de uma agência de Marketing Esportivo do Ronaldo Nazário com a WPP Group, na pessoa do Sergio Amado. Quando as informações “colidiram” eu logo pedi uma reunião com ele e, em dois meses de negociação, fiz com que o Anderson fosse o primeiro contratado da Agência 9ine. Hoje temos uma relação ótima. Este é um grande exemplo onde, embora eu pudesse ser “o cara” do Anderson Silva, preferi ser “um dos caras”. Está aí um belo exemplo da frase de Washington Olivetto. Um exemplo de jovem focado e decidido, de quem tem sido um grande privilégio estar próximo. A maior conquista que eu pude dar para o Anderson foi poder aproximálo do Ronaldo. A experiência dele vai somar muito para o futuro do Anderson, e ambos são referências de ídolos que podem mudar uma geração. Qual o próximo passo de Hebert Mota? Pretendo morar um tempo nos Estados Unidos com minha esposa. Ela é artista plástica e vejo que lá a carreira dela pode acontecer melhor, ou ao menos estar mais próxima da arte. Eu tenho vários contatos no mercado de entretenimento lá e, com a crescente procura pela diversidade dos países ricos em países em desenvolvimento, ter um jovem brasileiro falando inglês fluente e por perto pode ser um diferencial. Além disso, também vejo que, na minha atuação profissional, o Brasil vai precisar de pessoas totalmente capacitadas a morar lá, para aperfeiçoar e buscar excelência. Acredito que será bom. Quero também dedicar-me com mais ênfase à carreira pública do Anderson Silva nos Estados Unidos. É um rico mercado, que ainda não exploramos. Você tem algum ídolo, alguém que te inspirou profissionalmente? Eu tenho alguns ídolos que admiro e me inspiram. Um deles é o Michel Jordan: ele, com seu talento, mudou a história dentro e fora das quadras de basquete. Nike Air Jordan representa um exemplo único no mundo de valor da imagem.Um jogador que se tornou uma parte representativa no valor de uma das empresas mais valiosas do mundo, a Nike. Empreender é muito mais do que ser bom, é transformar o que você tem de melhor nas mãos, em algo rentável e exemplar. Michael Jordan me inspira assim. Ping-Pong Estúdio X Octógono Estúdio. Uma trilha sonora What is going on (Marvin Gaye). Uma luta Anderson Silva vs Forest Griffin. Uma vitória Ajudar minha família. Um sonho Não existirem pessoas solitárias. Um brinde À amizade. 20 21 Revista Sobremesa Texto: Luisa Denis Fotos: Antonio de Benito VINAGRE Discreta onipresença Seja como molho ou conservante competente, o eficaz vinagre nos acompanha desde antigamente, consistentemente, sempre em segundo plano, ao mesmo tempo humilde e necessário. Poderíamos nos perguntar ad nauseam o porquê e não chegar a nenhuma conclusão clara, mas é fato que o homem tentou destilar e fermentar quase tudo que passou por suas mãos. Assim, o vinho, a cerveja ou a sidra foram um pilar da cultura, mais relevante, sem dúvida, no desenvolvimento das civilizações, que outros marcos mais reais, como a invenção da coluna de Persépolis, o desenvolvimento do pensamento aristotélico ou a hierarquia do exército romano. Destes álcoois primários derivam inúmeras consequências históricas em ciência e sociedade, a maior parte fruto do acaso que os mesmos provocaram, coloridos na forma de revolta do chá de Boston ou da criação do celofane. É o caso, também, do vinagre. Hoje sabemos da influência das aceto-bactérias na criação deste produto, um conjunto de bacilos de Gram de natureza aeróbica, capaz de provocar uma oxidação parcial do álcool etílico, com as condições de acidez e oxigenação adequadas, produzindo ácido acético até que a concentração de etanol seja baixa. No entanto, nas civilizações originárias como a Babilônia, suspeita-se que o vinagre foi empregado primeiro como produto de limpeza (afinal de contas é um ácido – em uma proporção, geralmente, de 5 a 7% - com baixo pH, entre 2,5 e 3,5). Provavelmente, a sua descoberta ocorreu por acaso, como havia acontecido anteriormente com a fermentação do suco de uva. Os precários estados de conservação dos tonéis provocaram a reação do vinho com a Mycoderma aceti e o ar, criando assim o produto novo. Dada a necessidade de buscar utilidade a qualquer recurso disponível, foi provado em circunstâncias diferentes, resultando como mais propícia sua função antisséptica. Sendo a observação a mãe de todas as ciências, a propriedade levaria a pensar em suas possibilidades como conservante alimentício e, uma vez provocado o processo de conserva e assimilado que o sabor obtido estava longe de ser desagradável, assumiu-se como molho ou ingrediente. Não existem mais do que hipóteses arqueológicas ou históricas a respeito das origens do vinagre, ainda que existam restos claros do produto datados de 3.000 a.C. no Egito. Sabemos que no tratado romano De re coqvinaria aparecem receitas que contam, entre seus ingredientes o vinum acre: “esmagar pimenta, cominho, tomilho, erva doce em grão, menta, arruda, raiz de benjoim, pulverizar com vinagre, acrescentar tâmaras e picar bem; amalgamar com mel, garum, vinagre e óleo. Apresentar o frango frio e seco com um pano: por cima colocar o molho antes de servílo”, diz, por exemplo, Marco Gavio Apicio, em sua parte VI, dedicada às aves. 22 Os historiadores romanos, com certo lirismo, deixaram evidência do gesto nada humilde de Cleópatra dissolvendo pérolas nele, para demonstrar a Marco Antonio que um banquete para duas pessoas podia custar uma fortuna, algo bem apropriado para ficar hoje como um pateta na frente de seu par, neste recessivo Dia dos Namorados. O Talmude e a Bíblia somam inúmeras referências ao vinagre. Talvez a mais conhecida seja a que está no Novo Testamento, quando é oferecido como bebida a Jesus antes e depois de sua crucificação, algo cruel aparentemente, ainda que provavelmente se tratasse de uma obrigação ácida – a posca muito ao gosto da tropa romana desde os tempos de Julio César (e curiosamente reproduzido à sua maneira pelos samurais no Japão feudal), convenientemente diluído e adoçado. Também está documentado que muitos europeus do início do primeiro milênio, de Britânia a Trácia, usaram-no como desodorante, o qual faz supor que os aromas daqueles tempos não poderiam reduzir a capacidade dos outros. Durante a Peste Negra, muitos se lambuzavam de vinagre para se proteger dos germes, e conta a lenda que, de um grupo de ladrões obrigado a enterrar corpos afetados pela praga na França, somente quatro sobreviveram, usando vinagre e alho como proteção, dando lugar a uma marca – Vinagre dos quatro ladrões - que pode ser comprado hoje em dia no país. Os pioneiros da navegação oceânica utilizaram-no para preservar alimentos e, diante da falta de antissépticos, muitos médicos da Primeira Guerra Mundial acabaram sem piedade com barris de vinho para poder dispor de vinagre para o tratamento de feridas. A origem do vinagre foi estudada e definida pela primeira vez, segundo método científico, em 1.864, por Louis Pasteur, concentrando-se no método Orleans de produção, concebido em 1.394 por vinicultores franceses mancomunados (ainda que a expressão não tenha definidose como tal até 1.580), mais lento que o método rápido implantado por Schuetzenbach em 1.823. Ambos os sistemas, na verdade, são geniais modelos fundados na observação, sem conhecimento real do porquê. A partir daí, processos de cultivo superficial ou submerso, amadurecimento em madeira para melhorar o aroma, pasteurização... E o nascimento de uma indústria com significativa relevância. 23 Sabores e cores A simples reação química que favorece a geração do vinagre permitiu a possibilidade de criá-lo a partir de quase qualquer coisa que antes tivesse açúcar e, logo, álcool. No Naschmarkt, o mercado de rua de Viena, por exemplo, podemos encontrar vários vinagres artesanais (www.gegenbauer.at). O local quase poderia passar-se por uma sorveteria, a julgar pelos inúmeros sabores, aromas e cores expostos à nossa disposição. O vinho, a sidra e a cerveja são as matériasprimas de base com mais sucesso no Ocidente: desde os magníficos e aromáticos vinagres de Jerez (entre os que podemos desfrutar de envelhecimentos de duas ou três décadas) com Denominação de Origem própria, aos vinagres de malte, que são produzidos no Reino Unido a partir da ale de maltose, tão presentes quanto o molho em sua breve gastronomia (para mostrar: fish & chips) ou os dos bávaros da cerveja, que, segundo a variedade usada da mesma, fornecem diferentes nuances organolépticas. Os de vinho, de preferência do Mediterrâneo, implicam em inúmeras variedades do branco ao tinto, incluindo espumantes (champagnes, por exemplo) e vinhos doces, sendo de uma menor acidez que os de sidra. Estes, vendidos com frequência sem pasteurizar ou filtrar, requerem ser diluídos e, às vezes, adoçados com açúcar ou mel. O notável Aceto balsâmico di Modena – o qual ganhou participação no mercado até se converter no favorito na linha espanhola, graças à comercialização proverbial transalpina -, nascido na região italiana de Emilia-Romagna, surge a partir de uma redução do sumo das uvas trebbiano, seu fermento alcoólico e posterior conversão a ácido acético, com um envelhecimento de 12 a 25 anos que, em ocasiões excepcionais, supera o século e alguns milhares de euros por litro. Nos supermercados, por azar, o que normalmente encontramos é um blended de balsâmico com algum vinagre de vinho. Turquia e alguns países do Oriente Próximo usam as passas como matéria-prima do hall inab, imprescindíveis em suas receitas, de sabor suave e doce. Na Itália, Romênia e Espanha, são produzidos os de mel, raros de encontrar, delicados e florais. 24 25 A paleta cromática dos vinagres varia dos tons claros e transparentes até as cores de cobre, torrado e de mogno. No Extremo Oriente, são frequentes os vinagres de fruta ou verdura, usando bases como a framboesa, o mirtilo, o marmelo ou o tomate. É assim o vinagre coreano de caqui, o gam sikcho, os chineses de groselha ou goji, o vinagre vermelho cantones, quase um tutti frutti, o da Nova Zelândia de kiwi ou o jamum sirka índio de pomarrosa. Muitos destes vinagres frutados são usados como bebida de transição entre pratos, a fim de potencializar alguns sabores delicados destas gastronomias. Japão, China e boa parte da bacia do Pacífico usam o vinagre de arroz, com suas variedades branca, negra e vermelha. Sua base é o vinho deste cereal e seu aroma é muito rápido. São usados, por exemplo, na fabricação dos onigiris (bolas de arroz comuns no sushi) como fator aglutinante. No Sri Lanka e em regiões vizinhas é comum o de água de coco fermentada, de nome impronunciável, ácido, um pouco áspero, como acontece com o sukang paombong da palmeira, de pH elevado, ou o de cana, sukang iloko, o mais popular nas Filipinas (até mesmo ao ponto de ser exportado e produzido no exterior, embora uma adaptação similar no Brasil seja considerada o limite inferior entre os vinagres), similar, ainda mais sedoso, ao de arroz, e nada doce, apesar de seu ingrediente primordial. Usos e costumes O vinagre é grato e integra-se bem a outros ingredientes. Sua produção caseira é simples e, portanto, permite combinar adições e ingredientes até o infinito: acontece com os vinagres negros da China e Japão, considerados bebidas medicinais, os quais integram todos os tipos de ervas, grãos e temperos em sua conta; com o kombucha – bebida à base de cogumelo da Manchúria - japonês ou com o sinamak filipino, picante por causa da pimenta caiena e da cebola. No Ocidente, não duvidamos em incorporar alho, estragão, pimenta e muitos outros produtos, que rapidamente combinam com a estrutura do vinagre, enriquecendo-o. É particularmente comum este costume nos países nórdicos. À parte, estão os vinagres espirituosos à base de álcool de cana, que chegam a alcançar concentrações de até 20% de ácido acético. Sobremesa é a revista de vinhos e gastronomia de Vinoselección. O vinagre é usado especialmente na preparação de molhos e vinagretes, mas também para preparar conservas e marinados. O ácido acético permite um cozimento químico dos alimentos. As anchovas no vinagre, como exemplo, são antecessoras de especialidades como o ceviche, que cozinha o peixe em outro ácido, o cítrico. A presença comercial do vinagre é fundamental nas indústrias de conserva e molho: mostarda, catchup e chutney contêm vinagre. Também é usado em sobremesas, como a torta de vinagre americana ou como recheio de bombons de chocolate. É usado na cozinha como intensificador salgado, sendo incluído em sopas e ensopados diversos. Em certas ocasiões, é consumido como bebida digestiva e estimulante das papilas. 26 27 Texto: Alberto Pedrajo Pérez y Javier Achútegui Dominguez Fotos: divulgação Qual é a função de um reservatório dentro de uma bodega? Os reservatórios de vinho dentro da bodega Quando entramos pela primeira vez em uma bodega, talvez o mais impressionante sejam os reservatórios para a produção de vinho. O tamanho às vezes surpreende, mas sobretudo chamam atenção os acabamentos e o aspecto levemente industrial. Raramente é dada a merecida importância a este elemento essencial em toda a bodega. Normalmente, o enólogo e o bodegueiro, durante as visitas, dão maior importância à origem dos barris e suas torrefações, ou ao quão cuidadosos são na seleção da uva, mas poucas explicações recebemos sobre os reservatórios de vinificação. O reservatório é o recipiente onde o vinho, ao longo de suas diferentes fases na bodega, passa os dias até chegar ao último recipiente, a garrafa. É no reservatório que, depois de receber a uva na bodega, é realizada a fermentação alcoólica, por leveduras que convertem açúcar (glucose e frutose) em etanol e gás carbônico, dando lugar ao vinho. E é também no reservatório que, após a vinificação, o vinho passa pelas fases de armazenamento e estabilização, até a ocasião de seu engarrafamento. Atualmente, o material utilizado na fabricação dos reservatórios na indústria vitivinícola é o aço inoxidável, mas nem sempre foi e nem sempre é assim. No entanto, é verdade que, desde os anos oitenta, generalizou-se o uso deste material na construção de reservatórios para vinificação e armazenamento, devido às suas excelentes propriedades, principalmente higiênicas, além de sua facilidade de limpeza e de adaptação, tanto em forma quanto em tamanho. Tradicionalmente, a produção de vinhos é altamente influenciada pela tradição vinícola e pela disponibilidade de matérias-primas para a fabricação das diferentes embalagens, recipientes ou reservatórios para a fermentação: desde os tradicionais tanques abertos de pedra em diferentes áreas de cultivo, passando pelas tinas ou vasos de barro, os barris e os tonéis de madeira, FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA MOSTO UVA açúcares LEVEDURA O reservatório é constituído, principalmente, por três elementos: o reservatório em si ou recipiente; as camisas de refrigeração, que garantem a estabilidade térmica durante o período de fermentação e, em alguns casos, elementos para facilitar a maceração da uva, como elevadores hidráulicos de pistão etc. VINHO CO2 até a progressiva implantação do concreto armado. O uso deste último condicionou o início da industrialização do setor, facilitando os preparativos e o subsequente armazenamento dos vinhos, reduzindo assim a fragilidade do barro e da madeira e melhorando as condições de armazenamento ASPA INGENIEROS: C\ La Campa nº 11 26005 Logroño (La Rioja) www.aspaingenieros.com skype: alberto.pedrajo.aspa T: +34 941210448 das vinícolas abertas. Depois do aparecimento do concreto, começaram a ser fabricados reservatórios de aço carbono revestidos internamente, a fim de evitar o contato direto do “ferro” com o mosto ou vinho. Ao longo do século XX, as inovações neste sentido foram dirigidas aos sistemas utilizados para impermeabilizar os reservatórios e também ao aparecimento da resina de poliéster reforçado. Nos anos setenta, as bodegas decidiram introduzir o aço inox como material na fabricação dos reservatórios e auxiliares nas bodegas. No princípio, sua entrada no setor foi lenta, pois se tratava de um material mais caro, e que não tinha uma indústria auxiliar especializada e bem estabelecida, além das áreas industriais do país. Como sempre, é melhor que o vizinho prove primeiro o novo, o diferente, o inovador. Foi assim que, gradualmente, as bodegas foram utilizando o aço inox para a fabricação e armazenamento dos vinhos, conforme podiam financeiramente, ou conforme viam os benefícios das outras bodegas. Atualmente, os reservatórios de aço inox convivem nas bodegas com o resto dos recipientes de madeira, poliéster, concreto armado, ou cerâmico, alguns deles somente como testemunhas do passado. F: +34 941287072 28 35 Revista Sobremesa Texto: Saúl Cepeda Fotos: Björn Tecshy e Saúl Cepeda SUÉCIA A Nova Potência Culinária O país nórdico exige, em voz alta, um posto no pódio universal da gastronomia. Seus cozinheiros acumulam prêmios, espalham-se pela mídia e criam tendências... Mas podemos realmente falar de uma revolução? Alguém muito eficaz, cujo nome é melhor não mencionar, inventou algo sobre a orquestração: “a propaganda – deixou por escrito - deve limitar-se a um número pequeno de ideias sendo repetidas sem parar e apresentadas a partir de perspectivas diferentes, mas sempre convergindo sobre o mesmo conceito, sem emendas ou dúvidas”, para sentenciar finalmente: “se uma mentira é repetida o suficiente, acaba tornando-se verdade”. A hotelaria sueca está hoje em franca ebulição, mas sua cozinha conta-nos coisas do passado. O país tem a Academia Culinária, instituição brilhante (vale mais pensar assim dos espanhóis em termos turísticos, do que aquilo que está na nossa frente) para promover comme il fault seus valores gastronômicos entre a imprensa estrangeira, agentes de turismo e investidores. Propõe, de forma convincente, uma mensagem honesta, comprometida com o meio ambiente e repleta de boas intenções, mesmo que ainda lhe falte um fervor para consolidar uma identidade gastronômica autêntica – e o mesmo para Dinamarca e Noruega - que não seja um cadáver requintado feito de pedaços (bem assimilados) de outras cozinhas ou filosofias anti-globalização previamente escritas e aplicadas durante um longo tempo em diversos lugares. As escolas de hotelaria da Suécia dispõem de amplos programas de estudos capazes de mesclar corretamente o estruturalismo da cozinha francesa e as técnicas do Mediterrâneo com o acervo culinário nórdico, com seu “leitmotiv impepinable” de matérias-primas e receitas de resistência. Enriqueceram seu know-how penetrando com sincera curiosidade na genética culinária de outros países, e desfrutam de uma economia solvente, fora da moeda única, com uma taxa de desemprego que, em seu pior momento da crise, apenas arranha 8% da força de trabalho. E, é claro, conta com uma equipe nacional de cozinha de verdade, liberada e sujeita a treinamento constante, apoiada por patrocínios sólidos da iniciativa privada, de empresas como Statoil ou Electrolux. 30 Encorajados pelo sucesso global de seu vizinho dinamarquês René Redzepi – ao qual os críticos mais radicais chamaram de “fascista culinário”, por seu modelo gastronômico quase autárquico - e seu sócio Claus Meyer (ambos promotores do movimento da Nova Cozinha Nórdica, oficialmente endossado no seu momento - 2005 - pelos ministros da agricultura e alimentação da Dinamarca, Finlândia, Noruega, Islândia e, como não, Suécia, com seu investimento público resultante), os cozinheiros suecos estabeleceram-se com absoluta comodidade nas correntes sustentáveis de km 0 e nos alimentos ecológicos, expressando um conveniente – e mesmo cheio - apego a uma série de comportamentos que, pelas próprias características naturais e sociais de seu país, se relacionam. Mas não levaram qualquer tipo de repulsa ou de liderança real que não já tenha sido dito em algum momento do movimento italiano Slow Food e seu Arca do Gosto, polinizando chefs de meio mundo, como Andoni Luis Aduriz (mentor intelectual de Redzepi, em certo sentido), na Espanha Arthur Potts Dawson, no Reino Unido e, ainda mais cedo, Alain Passard, na França, ou Alice Waters, nos Estados Unidos. A memória é frágil e precisa criar tendências para o mercado. É geralmente aceito como definitivo de revolução aquele marco que muda diametralmente determinadas circunstâncias com relação ao passado imediato. Visto desta forma, sugerir que a Suécia está revolucionando a cozinha seria tão falacioso como dizer que Steig Larsson transformou o romance. Obviamente, o incentivo institucional de uma ideia e a própria sugestão coletiva sobre um alegada alteração são, na sociologia, mais do que suficientes para que uma catarse virtual torne-se real. Pela mesma razão, a Suécia conseguira converter-se em um país referência na hora de falar sobre gastronomia, assim como o fato de que o romance sueco é, sem dúvida, importante. Acreditar, mais do que querer, é, neste caso, poder. É concebível, segundo certas taxonomias etnológicas, que alguns países sejam egoístas por natureza, enquanto outros mostram-se solidários. A Suécia é, sem dúvida, o segundo. Se a Espanha viveu sua revolução mais recente através de poucos (que poderia ter ocorrido em qualquer lugar do planeta, na realidade) e de alguns ingredientes privilegiados, no país nórdico a proeza culinária estará impulsionada pelo otimismo da coletividade, uma comunhão entre governo e cidadania, da qual muitos países poderiam aprender. 31 Durante o século XX, quem visitava a Suécia encontrava alce, arenque, batata e salmão no topo dos 10 melhores ingredientes patrióticos. Enfrentava, como especialidades típicas, as receitas caseiras – husmanskost - que incluíam aveia, manteiga ou óleo de canola, e os irredutíveis smörgåsbord (pequenos pratos servidos em forma de aperitivo, literalmente, os quais, sem vergonha, são comparados hoje às “tapas” espanholas) enquanto, no verão, não faltavam festivais nos quais bebia-se ao som de Helan Går, comendo caranguejos de rio de Sörmland e devorando torradas de pão ázimo cobertas pelo indescritível – especialmente pelo seu perfume surströmming. Passada uma década do século XX, os cozinheiros suecos fazem receitas do mar e da montanha da alta gastronomia como quimeras de salmão, alce, javali e arenque; continuam cantando para beber; o fika (um “vamos tomar café”, com mais sentido de responsabilidade do que na Espanha) segue sendo uma instituição devido à sua excelente doçaria; e a cozinha regional está concentrada em atitudes de eterno retorno à natureza (o rektún que agora está sendo falado), como se o anti-herói não global do Clube da Luta, Tyler Durden, assumisse as cozinhas centrais do país. A receita de Beowulf Se realmente existe uma nova cozinha sueca, seu pai moral, com permissão de Christer Lingström (avô moral, quem sabe), seria provavelmente Mathias Dahlgren – casado, claro, com uma mulher catalã -, vencedor do Bocuse d’Or em 1997 e proprietário dos renomados restaurantes siameses Matbaren e Matsalen, que compartilham uma servidão transitiva. Desde sua palestra como professor na Escola Universitária de Artes Culinárias em Umeå, no nordeste do país, criou verdadeira fascinação entre os jovens cozinheiros suecos por critérios culinários de temporada, apelando à pureza dos ingredientes e seu frescor, e à sublimação dos valores essenciais da terra e da água, sempre numa base sustentável. 32 E este é, realmente, o grande sucesso da Suécia como nação culinária. Encontramos poucos lugares no mundo, onde uma disciplina aberta às divergências como é a gastronomia, resulte tão coesa e homogênea entre seus artistas. Nesta linha, estão também Magnus Ek – também professor em Umeå -; Björn Frantzén; o confeiteiro Daniel Lindberg e Magnus Nilsson, que, com Dahlgren (a quem não importa tanto que seus ingredientes tenham viajado longas distâncias), estão listados, com suas casas, entre os “50 segundos melhores restaurantes do planeta”, - lista questionável por sua metodologia - que San Pellegrino (ou seja, a Nestlé) pretende conceber a cada ano e parece estar ao lado de uma aterrissagem sueca sobre o caminho aberto pelo dinamarquês Noma, assim como, no lendário herói geat Beowulf, do reino de Östergötland, forjando sua reputação, colocando em ordem aquilo que, na Dinamarca, estava em primeiro lugar. Ecologia e outras manias A Suécia quer sediar o Bocuse d’Or da Europa em 2014 (não é segredo a intensa campanha de patrocínios nórdicos – especialmente noruegueses) e sua equipe nacional, duas vezes campeã das Olimpíadas Culinárias e da Copa do Mundo da Cozinha, hoje liderada por Fredrik Björlin, expressa uma clara orientação ecológica: as suas propostas técnicas contrariam fatos como a captura ética de camarões de Bohuslän, o uso do caviar Kalix endêmico ou a extraordinária qualidade de vida dos leitões de Domta Gård. 33 A busca por ingredientes esquecidos da produção biodinâmica ou o forrageamento de frutos e ervas silvestres, contrastam com cozinhas cada vez mais cibernéticas, “made Design Lab”, nas quais são aplicadas técnicas ancestrais; ou com a aplicação de fórmulas criativas de serviço de mesa, próprias de Heston Blumenthal. Tudo isto leva a situações tão curiosas como um “podcast” com a voz de um ator local explicando o sabor do queijo artesanal enquanto comemos, ou o chefe de cozinha do Hilton de Estocolmo, Neil Ponsonby, mantendo a sua pequena exploração apícola em um terraço urbano. Por outro lado, a obsessão preciosa por apresentações supostamente simplificadas ainda está longe da economia material da alta gastronomia japonesa ou do cartesianismo francês para acrescentar elementos, embora ambas filosofias estejam claramente no plano de rota escandinavo. Sobremesa é a revista de vinhos e gastronomia de Vinoselección. A caça e a pesca na Suécia são questões fundamentais em um país com um ecossistema rico e característico, de imensa extensão e condições climáticas extremas, mas limitado a certas espécies animais e vegetais. Figuras como K. C. Wallberg, o televisivo Anders Levén ou o brilhante Magnus Nilsson não escondem sua dualidade como chefs-caçadores, compreendendo o fato caça como um ato primitivo que conecta o homem com a natureza, respeitando-a e dando sua parte, numa herança óbvia de atavismos xamânicos e animistas. Os mercados e as inúmeras empresas de alimentos estão impregnados deste entusiasmo ecológico, quase um transtorno obsessivo-compulsivo, e manipulam um constante discurso relativo à produção orgânica que, dadas as circunstâncias de mercado, não poderia ser diferente. Outra realidade refletem os cozinheiros suecos como Johan Jureskög, dos restaurantes AG e Rolfs Kök, um homem instalado no cosmopolitismo, atualmente aficionado por especialidades espanholas, cujos restaurantes não destoariam em Nova Iorque, Londres ou Madri, sem mais filosofia do que oferecer boa comida, de onde quer que venham os ingredientes de qualidade ou as boas ideias. Sayan Isaksson, chef premiado do restaurante Esperanto, também não perde a oportunidade de fundir cozinhas, em seu caso com uma clara vocação oriental, ainda que muitos pratos não nos deixem esquecer os de Mugaritz, Azurmendi ou inclusive L’Arpege. 34 35 INGREDIENTES Texto: Cristiana Couto Ilustração: estúdio QUEIJOS Milenar, a produção de queijo remonta aos mesopotâmicos, no século V A. C.. Nesta época, Egito e norte da África deram, também, sinais de sua produção. Com gregos e romanos, o queijo tornou-se presença na literatura. Importante produto de intercâmbio, alimento diário, de festas e de banquetes, oferenda aos deuses e afrodisíaco, o queijo já levava, também, outros ingredientes, como a pimenta, preferida dos gregos. Já os romanos adoravam-no com ervas aromáticas. Assim como os romanos, os celtas também tinham uma cultura queijeira. Hábeis artesãos, deixaram aos franceses e aos países alpinos, há mais de 2 mil anos, a arte de produzí-lo. Os monastérios, importantes no desenvolvimento da cultura do vinho, também se converteram, entre os séculos XI e XIV, em grandes centros produtores de queijos. Os monges foram os primeiros a elaborá-los utilizando moldes de cobre, que substituíram os recipientes de pedra e barro usados até então. É desde esta época que se produz o famoso Beaufort francês. O Beaufort, um dos quinhentos tipos de queijo que a França produz, é uma especialidade dos alpes de Saboia. Feito com leite de vaca cru, é um queijo de massa dura e 48% de gordura. É utilizado na tradicional fondue feita na região. Também conhecido como “Forme de Cantal”, o queijo Cantal, da região de Auvergne, é um dos queijos franceses mais antigos. Plínio, o Velho, já se referia a ele no século I. Originalmente feito com leite de vaca das fazendas situadas nas montanhas de Auverne, hoje é produzido em fábricas nas cidades. Sua casca, de cor bege e tons cinzentos, é semidura, e seu sabor, levemente ácido, lembra avelãs. A Lombardia é um dos paraísos de queijos italianos. Lá se produz, por exemplo, o famoso Grana Padano, desde o século X. O Grana Padano, fabricado ao longo do ano inteiro, é um queijo de massa dura, feito com leite de vaca cru. Os queijos, de formato cilíndrico, variam de 24 a 40 quilos. 36 Piemonte, Vêneto e Emilia-Romagna também elaboram o produto. Mais famoso queijo de Portugal, o da Serra da Estrela é feito com o leite de ovelhas da raça Bordaleira ou Churra Mondegueira, de maneira artesanal. Sua área e produção, de origem protegida, abrangem vários conselhos, delimitados pelas Beiras Litoral e Interior, no centro do país. Seu processo de maturação dura, pelo menos, 60 dias. O resultado é um queijo de pasta quase mole, branco-amarelado, e que pode pesar até 1,7 quilos. Sua origem é tão antiga, que envolve lendas e relatos como a alimentação de atletas e soldados. Como ocorre com os queijos de ovelha, o queijo da Serra da Estrela é feito obrigatoriamente com um coágulo de origem vegetal, que é responsável pela coagulação das proteínas do leite, transformando-o em queijo. Esse coágulo é obtido da inflorescência do cardo (Cynara cardunculus). O produto é classicamente harmonizado com vinho do Porto. Ele também tem um modo correto de servir: o queijo é aberto na face superior, e sua porção interna, que é muito cremosa, é retirada com uma colher. 37 A Baixa Saxônia, o segundo maior estado da Alemanha, produz cerca de 70% dos queijos do país. Feitos com leite acidificado, eles são geralmente conhecidos como Gelbkäse (ou queijos amarelos), e têm aroma pungente. Entre os mais conhecidos estão o Korbkäse, de sabor delicado, o Mainzer, que leva cominho e o Bauernhandkäse, que é moldado à mão. Entre os países nórdicos, a Suécia é famosa pelos queijos que produz. São mais de 200 variedades, feitas com leite de cabra e de vaca. Os mais conhecidos são o Västerbotten e o Grevé, tradicionalmente servidos com os pães suecos. O Grevé é feito com leite de vaca e é muito parecido com o Emmental francês. Sua produção, recente, data de 1964, na cidade Örnsköldsvik, no centro do país. Já o Västerbotten, feito com leite de vaca na região que lhe dá o nome, tem textura firme e granulosa, e seu sabor forte lembra o Parmesão. O estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, está entre os maiores produtores de queijo do mundo, com mais de 300 tipos. A maioria da produção é calcada em queijos europeus, como o Cheddar - o queijo mais consumido do país - o Provolone e o Camembert. Mas há queijos 100% locais, como o Colby e o Brick. Criado em 1874 por um fazendeiro da cidade que lhe dá nome, o Colby é uma variação mais suave e macia do Cheddar inglês. Já o Brick é inspirado no suíço Limburger, e tem sabor mais suave. A fabricação de queijo é uma das mais recentes investidas dos japoneses. O ingrediente não faz parte da culinária tradicional oriental, mas vem ganhando, nos últimos anos, espaço cada vez maior no Japão. As primeiras importações regulares de queijos franceses começaram na década de 1960. Desde então, o consumo anual do produto no país cresceu cinco vezes. Hoje, cerca de 150 fazendas produzem queijos artesanais no país, todos pasteurizados, de acordo com a legislação local. No início, o estilo desses produtos seguia as técnicas e o gosto europeu. Atualmente, porém, os japoneses já seguem seu próprio estilo, ao utilizar, por exemplo, folhas de shisô, bambu e saquê na elaboração dos queijos. Hokkaido, a maior região produtora de leite no país, é responsável por 90% dos queijos japoneses. No Brasil, o queijo mais cobiçado e famoso atualmente é o da Serra da Canastra, de sabor forte e textura cremosa. A Serra da Canastra é uma das microrregiões produtoras de queijo artesanal em Minas Gerais. Localizada a sudoeste do estado, a área reúne cerca de 1.600 produtores, que produzem o queijo desde o século XVIII. Desde então, a produção do Serra da Canastra não sofreu alterações. Sua elaboração começa com a coagulação do leite, no qual se acrescenta o coalho e o pingo – este, o último soro da produção anterior. Depois, os queijos são prensados, salgados e maturados. Por fim, faz-se a rala, que retira o excesso de sal e é responsável pelo acabamento do produto. Atualmente, os queijos só podem circular pelo país se tiverem um prazo de maturação mínimo de 60 dias. Sua importância e tradição foram tema recente de um filme do diretor Helvécio Raton, chamado “O Mineiro e o Queijo”. Cristiana Couto é jornalista de gastronomia, doutora em História da Ciência e autora do blog Sejabemvinho. É autora do livro Arte de cozinha: dietética e alimentação em Portugal e no Brasil (sécs. XVII-XIX), pela editora Senac-São Paulo. 38 ENTREVISTA Texto: Cristiana Couto Foto: divulgação Nina Horta Nina Horta é uma das personagens mais festejadas por aqueles que gostam de comida. Colunista do Comida, caderno semanal de gastronomia do jornal Folha de S. Paulo, Nina escreve crônicas com um olhar aguçado e bem-humorado sobre o mundo da cozinha... E sobre o universo fora dela também. “A cozinha vive não só de livros de cozinha, mas de literatura, de teatro, de viagens, de música”, diz ela. Nina também é sócia do badalado buffet Ginger, que nasceu há 26 anos, depois que seus filhos cresceram. “Como sabíamos cozinhar, mas não tínhamos a menor ideia do que era um buffet, chegamos como um vento novo, mudando radicalmente o jeito de se fazer um coquetel”, lembra ela. A seguir, uma entrevista com a banqueteira, que adora internet e mantém, há alguns meses, um blog no jornal. 39 40 41 Nina, como você vê a sua profissão hoje? E afinal, o que desejam as pessoas que contratam o Ginger? Nina, como você se tornou cozinheira? De verdade, nunca me tornei cozinheira, mas sim, dona de buffet. Aprendi a cozinhar a partir dos 17 anos, quando fiquei noiva. E me encantei, principalmente pela dose de criatividade que a cozinha pede e pelo tamanho do assunto, que não tem fim. O buffet Ginger existe há 26 anos. Como ele surgiu? Ele surgiu numa fase em que meus filhos estavam indo embora de casa, e vi muitos cursos de cozinha desperdiçados, só para mim e meu marido. Comida demais, sobrando. Na época, minha cunhada, Maria Helena Guimarães, dona do America e do Ritz, me convidou para fazer os bolos do America. Ficou sócia e metemos a cara. Bom, como sabíamos cozinhar, mas não tínhamos a menor ideia do que era um buffet, chegamos como um vento novo, mudando radicalmente o jeito de se fazer um coquetel, um jantar. Era a inocência e não a criatividade! O mundo dos coquetéis nunca mais foi o mesmo depois da Ginger. Engraçado, não sei se você se lembra, os cozinheiros não eram muito paparicados pela imprensa, mas nós, donos de buffet, não tínhamos mãos a medir de tanta entrevista, matéria etc. Se o jornal precisava de alguém, era a festeira que chamavam para dar receitas. Como se os cozinheiros não existissem. Naquela época, quem estava pondo ordem nessa bagunça era o chef francês Laurent Suaudeau (atualmente, dono da Escola da Arte Culinária Laurent, em São Paulo). Ele esforçou-se muito para “ Era a inocência e não a criatividade! “ Naquela época, o cenário gastronômico era bem diferente de hoje, não? Como você o avaliaria hoje, olhando para trás? levantar o status do cozinheiro: fazia concursos, obrigava que seguissem todas as regras de higiene, que usassem uniformes perfeitos, tirava pontos pela disciplina, pela perfeição da bancada, organizava o Bocuse D`Or (concurso mundial de cozinha que ocorre a cada dois anos na França) com uma dedicação incrível, convidava chefs franceses para darem aulas no Brasil, uma coisa... Temos que dar a ele o que ele merece, foi quem levantou a classe. Despontavam os chefs Emmanuel Bassoleil (hoje no hotel Unique, SP) o Claude Troisgros (do restaurante Olympe, no Rio de Janeiro), o Alex Atala (D.O.M.), ainda bem menino, mas ainda estavam longe de alcançar o que alcançaram. Era a nouvelle cuisine começando. Ah, as pessoas não mudaram. Desejam o casamento mais lindo, uma coisa que seja fora do comum, uma comida deliciosa, uma organização maravilhosa e... Bem baratinho! Mas a concorrência, hoje, é estupidamente maior. A impressão que dá é que cada dona de casa abriu um buffet. Muitas clientes abriram mesmo, e nós, da Ginger, temos uns oito filhotes de buffets, de gente que trabalhou conosco e que abriu seu próprio negócio, buffet ou restaurante. Como você vê a cena gastronômica no Brasil? Teremos, ou já temos, muitos Atalas e Helenas (Rizzo)? O que falta alcançarmos? Ah, estamos indo devagar, mas a Helena Rizzo (restaurante Maní, SP) e o Atala são exemplos de uma evolução muito difícil de se atingir. Eles estão aí para mostrar que é possível, o que entusiasma quem passa por eles e vê que tipo de trabalho executam. Acredito, sim, que aparecerão outros como eles. E se o Brasil enriquecer, então, está no papo. O mundo dos restaurantes e dos buffets precisa de gente que possa pagar bem por boa comida, senão, como fazer? 42 43 “ Você escreve crônicas semanais para a Folha de São Paulo há muitos anos. Como você foi parar num jornal? Sempre gostei de escrever, mais até do que de cozinhar. Minto. Gosto dos dois, mas o escrever apareceu primeiro. O Josimar (Melo, crítico gastronômico do jornal) escrevia receitas para a Folha, saiu, foi para a (hoje extinta) revista Gourmet e me convidou para substituí-lo. Posso dizer, e me orgulho muito disso, que inaugurei o jeito de escrever bem coloquial sobre comida. Agora já temos muita gente, mas juro que fui a “primeirona”! Os leitores se amarram em reminiscências, nem que não seja da época deles. Mas não posso viver escrevendo sobre o passado, não dá. E principalmente, porque acho que a cozinha vive não só de livros de cozinha, mas de literatura, de teatro, de viagens, de música, uma mistura total. Agora, por exemplo, tem a física e a química.... Quando me inspiro mais para uma crônica? Num banho quente de banheira, lendo um romance bom. Para cozinhar, não é preciso a banheira, mas só uma imagem bonita, ou um relato interessante. Mas uma festeira não pode cozinhar muito, tem que estar sempre ao telefone, ou estudando, ou comendo. “ Suas crônicas versam sobre diversos assuntos, como os muitos livros de culinária e gastronomia que você lê. Que outras situações são sua maior fonte de inspiração para escrevê-las? Sempre gostei de escrever, mais até do que de cozinhar. Minto. Em 1987, você publicou um livro com as crônicas que escreve para o jornal Folha de S. Paulo. Que outros livros você deseja escrever? Adoraria ter escrito outros livros. Na Folha me deram oportunidades, escrevi contos, reportagens sobre outros assuntos e a editora Cia das Letras sempre me convida para outro livro. O primeiro foi uma coletânea de crônicas minhas na Folha. O segundo.... Não sei. Tenho muita pena de não ter tido tempo para aprender a escrever melhor, a escrever um livro de criança, mas dos bons, tipo Monteiro Lobato, ou Mark Twain. Mas, não seria capaz, então melhor ficar quieta com minhas “croniquetas”. Você demorou, mas acabou entrando na era das redes sociais. Como está sendo escrever o blog? Você crê que o faz da mesma maneira que escreve sua coluna? Eu demorei? Nem um minuto. Da primeira vez que vi um computador daqueles bem velhinhos (novos na época), lembro-me que chorei porque achei que não conseguiria aprender todos aqueles controles, letras etc. Não sou das melhores, mas fui à luta, escrevo só no computador, e para confessar toda a verdade, sou viciada. Passo horas e horas por dia, lendo e escrevendo e jogando. Celular não tenho, mas sou a maior amiga do iPad, consumo vergonhosamente todos os livros da Amazon.com, qualquer dia me levantam uma estátua de patrocinadora por lá. Adoro essa coisa de iPad, acho um milagre. Só converso com amigos por Facebook e email, não tenho celular, matei o meu com requintes de crueldade. O blog não é uma coisa que curto muito. Acho que o trabalho no buffet é muito grande e já escrevo para a Folha, para o jornal O Globo, e não sobra muito assunto. Agora acho que achei um nicho no blog, que é falar sobre buffets. Vamos ver se dá certo. No fim seria comentar, ensinar como fazer uma festa grande. Quem sabe? Cristiana Couto é jornalista de gastronomia, doutora em História da Ciência e autora do blog Sejabemvinho. É autora do livro Arte de cozinha: dietética e alimentação em Portugal e no Brasil (sécs. XVII-XIX), pela editora Senac-São Paulo. 44 SABOREANDO JUNTOS Texto: Don Alejandro [email protected] Hola, amigos da comunidade Sociedade da Mesa. Uma grande saudação a todos. Este é nosso espaço para compartilhar descobertas, experiências e dicas do mundo da boa mesa, reunindo impressões da nossa comunidade, adepta aos prazeres da gula. Aqui estarão presentes as minhas e as suas sugestões de pratos, restaurantes, bares, ingredientes, bebidas e opiniões em geral. Neste espaço, encontraremos tudo que eu mais gosto na minha querida megalópole paulista e nas cidades que visitei. Os melhores do mundo Confit de pato com vinho madeira, DOM. 45 Esta lista não é da minha autoria, inclusive, a maioria destes restaurantes não conheci ainda. Mas tenho certeza que são muito bons. São os restaurantes selecionados pela respeitada revista inglesa “Restaurant”. Apesar de não confiar muito no gosto culinário dos Ingleses, estes são, sem dúvida, grandes restaurantes, comandados pelos melhores chefs do mundo. Eles podem não comer muito bem no seu país, mas sabem o que é bom! Seguem os 100 melhores e, dentre eles, temos a sorte de ter alguns bem ao nosso alcance. Nesta nova lista, temos três nomes do nosso Brasil, que sem dúvida, são fora de série! Muito bons mesmo! Outros, podemos aproveitar em nossas viagens, mas devemos sempre lembrar de reservar com bastante antecedência. 1. Noma, Copenhague, Dinamarca 2. El Celler De Can Roca, Girona, Espanha 3. Mugaritz, San Sebastian, Espanha 4. D.O.M., São Paulo, Brasil 5. Osteria Francescana, Modena, Itália 6. Per Se, Nova Iorque, E.U.A. 7. Alinea, Chicago, E.U.A. 8. Arzak San Sebastian, Espanha 9. Dinner, Heston Blumenthal, Mandarin Oriental, Londres, Reino Unido 10. Eleven Madison Park, Nova Iorque, E.U.A. 11. Steirereck, Viena, Áustria 12. L’atelier De Joel Robuchon Paris, Paris, França 13. The Fat Duck, Bray, Reino Unido 14. The Ledbury, Londres, Reino Unido 15. Le Chateaubriand, Paris, França 16. L’arpege, Paris, França 17. Pierre Gagnaire, Paris, França 18. L’astrance, Paris, França 19. Le Bernardin, Nova Iorque, E.U.A. 20. Frantzén/lindeberg, Estocolmo, Suécia 21. Oud Sluis, Sluis, Holanda 22. Aqua, Wolfsburg, Alemanha 23. Vendome, Bergisch Gladbach, Alemanha 24. Mirazur, Menton, França 25. Daniel, Nova Iorque, E.U.A. 26. Iggy’s, Singapura 27. Les Creation De Narisawa, Tokio, Japão 28. Nihonryori Ryugin, Tokio, Japão 29. Quay, Sydney, Austrália 30. Schloss Schauenstein, Fürstenau, Suíça 31. Asador Etxebarri, Atxondo, Espanha 32. Le Calandre, Rubano, Itália 33. De Librije, Zwolle, Holanda 34. Fäviken Magasinet, Jarpen, Suécia 35. Astrid Y Gaston, Lima, Peru 36. Pujol, Mexico City, México 37. Momofuku Ssam Bar, Nova Iorque, E.U.A. 38. Biko, Mexico, México 39. Waku Ghin, Singapura 40. Quique Dacosta Restaurant, Denia, Espanha 41. Mathias Dahlgren, Estocolmo, Suécia 42. Hof Van Cleve, Kruishoutem, Bélgica 43. The French Laundry, Yountville, E.U.A. 44. Amber, Hong Kong, China 45. Vila Joya, Albufeira, Portugal 46. Il Canto, Siena, Itália 47. Bras Restaurant, Laguiole, França 48. Manresa, Los Gatos, E.U.A. 49. Geranium, Copenhague, Dinamarca 50. Nahm, Bangkok, Tailândia 51. Mani, São Paulo, Brasil 52. Bo Innovation, Hong Kong, China 53. Les Amis, Singapura 54. Caprice, Hong Kong, China 55. Ristorante Cracco, Milan, Itália 56. Chez Dominique, Helsinque, Finlândia 57. The Tasting Room At Le Quartier Francais, Franschhoek, África do Sul 58. Coi, San Francisco, Califórnia 59. Combal Zero, Rivoli, Itália 60. Varvary, Moscou, Rússia 61. Marque, Sydney, Austrália 62. Malabar, Lima, Peru 63. Attica, Melbourne, Austrália 64. La Maison Troisgros, Roanne, França 65. Restaurant Sant Pau-carme Ruscalleda, Sant Pol De Mar, Espanha 66. Jean Georges, Nova Iorque, E.U.A. 67. Martin Berasategui, Lasarte-Oria, Espanha 68. Restaurant Andre, Singapura 69. Spondi, Atenas, Grécia 70. Dal Pescatore, Canneto, Itália 71. Roberta Sudbrack, Rio de Janeiro, Brasil 72. La Vie, Osnabrück, Alemanha 73. Maison Pic, Valence, França 74. The Test Kitchen, Cape Town, África do Sul 75. Restaurant Relae, Copenhague, Dinamarca 76. Tetsuya’s, Sydney, Austrália 77. Blue Hill At Stone Barns, Nova Iorque, E.U.A. 78. Guy Savoy, Paris, França 79. Momofuku Ko, Nova Iorque, E.U.A. 80. Viajante, Londres, Reino Unido 81. La Grenouillere, La Madelaine Sous Montreuil, França 82. Robuchon A Galera, Macau, China 83. Zuma, Dubai, Emirados Árabes Unidos 84. Bukhara, Nova Delhi, Índia 85. Die Schwarzwaldstube, Baiersbronn, Alemanha 86. Tantris, Munich, Alemanha 87. Septime, Paris, França 88. Le Gavroche, Londres, Reino Unido 89. Piazza Duomo, Alba, Itália 90. Masa, Nova Iorque, E.U.A. 91. Landhaus Bacher, Mautern, Áustria 92. In De Wulf, Dranouter, Bélgica 93. Lung King Heen, Hong Kong, China 94. Hibiscus, Londres, Reino Unido 95. Mr And Mrs Bund, Shanghai, China 96. La Petit Maison, Dubai, Emirados Árabes Unidos 97. Restaurant Sat Bains, Nottingham, Reino Unido 98. Chez Panisse, Berkeley, E.U.A. 99. Chaika, Moscou, Rússia 100. Hakkasan, Londres, Reino Unido Vale a pena conferir. E se você tiver oportunidade de ir, mande seu comentário. Escreva para [email protected]. Arroz de China, Mani. 46 seleção Grandes Vinhos 4 seleções/ano Por aí “São Paulo” ASTOR Meu boteco preferido Um bar para chamar de meu: assim defino este estiloso boteco. Um lugar onde me fazem sentir à vontade. Steak Tartar, Astor. Foto: Tadeu Brunelli. O espaço é bem ao estilo art deco anos 50, com espelhos, luminárias e decoração da época. Placas e cartazes nas paredes com os pratos e as bebidas da carta, e um bar balcão trazido dos E.U.A. escolhido a dedo para este lugar. Tudo se encaixa e tudo me agrada. Por isso, pelo menos uma ou duas vezes por semana, vou lá tomar meu Gin Tonic. Aliás, é o único bar que conheço que tem uma carta exclusiva de Gin Tonic, com diferentes marcas de gin e diferentes ingredientes para cada um. A comida é sensacional, com pratos da culinária internacional como o Filé à mostarda, Steak tartare e pratos da nossa culinária, como o espetacular Picadinho. Só para lembrar: Seleção Grandes Vinhos, apenas 4 vezes por ano. Entre os petiscos, grande destaque para os canapés com vários ingredientes, um melhor que o outro. O sanduíche de filé com queijo Palmira também é imperdível. Como não podia deixar de ser, este boteco tem o melhor chope da cidade: leve e cremoso como só eles sabem tirar. O Astor é visitado por todo tipo de pessoas, eclético ao extremo, ponto de encontro da boêmia paulista.O serviço, comandado pelo Juca e sua equipe, é altamente preparado e treinado para fazer você se sentir no seu boteco. Além da assinatura da Seleção Mensal, a Sociedade da Mesa também oferece a Seleção Grandes Vinhos (trimestral). Na Seleção Grandes Vinhos (trimestral) são selecionados vinhos para guardas mais longas e para situações especiais. Uma seleção mais formal com um valor fora do alcance da seleção mensal. Seleções de 2011 Funciona tal como a Seleção Mensal, exceto que o envio é feito de 3 em 3 meses e o preço médio por garrafa é R$100,00. A Seleção Grandes Vinhos (trimestral) é anunciada no mês que antecede a seleção pelo informativo, newsletter e site, e os cancelamentos devem ser feitos até o dia dez do mês da seleção. Vale a pena conferir. Se você for, escreva para mim e comente. E se você tem alguma dica, escreva para [email protected]. Valeu, gente! Viva el buen comer! Viva la Vida! Astor Rua Delfina, 163 - Vila Madalena - SP - BR Tel 11 3815-1364 www.barastor.com.br Don Alejandro é um colaborador convidado. Entusiasta do livre exercício dos prazeres da mesa, ilustra com depoimentos pessoais as suas aventuras enogastronômicas. março/11 junho/11 setembro/11 dezembro/11 Cadastre-se já pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone 0800 774 0303 e receba também a Seleção Grandes Vinhos! Sociedade da Mesa weine vin vino wine vinho wine vino vin Sociedade da Mesa O mundo do vinho na porta da sua casa. 0800 774-0303 www.sociedadedamesa.com.br Sociedade da Mesa vinho 0800 774 0303 weine vin vino wine vinho wine vino vin Sociedade da Mesa Sociedade da Mesa O seu clube de vinho no Brasil www.sociedadedamesa.com.br 0800 774-0303 sa.com.br www.sociedadedame clube de vinhos O seu clube de vinho no Brasil 0800 774-0303 www.sociedadedamesa.com.br Sociedade da Mesa 48 49 UM POUCO DE RECEITA Texto: Mateus Giovanni Fotos: divulgação Sabor Grego Lasanha de berinjela Vamos dar um toque grego à nossa receita deste mês. Eles usam muito a berinjela para o preparo dos mais diversos pratos, como a moussaka. A moussaka é diferente, pois leva carne moída e molho branco bechamel. Lasanha é uma expressão italiana, mas como usamos berinjela em camadas, adaptamos com esse toque greco-mediterrâneo. Para preparar uma assadeira para 6 pessoas, vamos precisar de 6 berinjelas grandes cortadas em fatias de aproximadamente 1cm na transversal. É preciso deixar a casca, para que o prato mantenha a estrutura. Do contrário, amolece demais, ficando difícil de servir. Lasanha de berinjela. Essas fatias deverão ser empanadas em 2 ovos bem batidos, com um pouco de flor de sal e pimenta do reino, depois diretamente na farinha de trigo e levadas à fritura até dourarem. Escorra bem, encostando o papel-toalha nos dois lados das fatias de berinjela. Salpique levemente com flor de sal. Se apreciar, para dar mais autenticidade ao sabor grego, deve-se salpicar sutilmente cravo e canela moídos, lembrando que o sabor é muito marcante. Usaremos 400g de queijo mussarela combinado com o feta. O queijo feta é tipicamente grego, de consistência macia e sabor marcante. Feito de leite de cabra, é levemente curado, mas pode ser ralado. Vamos usar 200g dele, ralado. Para intercalar as camadas de berinjela e queijos, usaremos um molho de tomate caseiro enriquecido (no final do preparo) com 100ml de vinho tinto, alho, cebola e azeitonas pretas ou verdes, sem caroço e fatiadas. As ervas do molho devem ser a salsa, cebolinha e tomilho fresco. Iniciamos a montagem em uma travessa de louça refratária. Colocamos uma camada de molho ao fundo e berinjelas bem encostadas umas nas outras. Antes de outra porção de molho, é importante distribuirmos camadas dos 2 tipos de queijo: a mussarela fatiada e o feta grosseiramente ralado. Os queijos devem ficar em contato direto com a berinjela, para passar seu sabor a ela. Depois, vem o molho novamente e assim por diante, sendo que a última camada deve levar queijo e um pouco de molho por cima. Levamos ao forno por 30 minutos para gratinar. Para acompanhar, vai bem uma salada de folhas amargas, como rúcula ou agrião, e um bom vinho tinto. Desfrute! 50 51 Sociedade da Mesa é muito bem-vinda e não paga rolha PROGRAMA SACA ROLHA Aqui nesta coluna publicaremos bares e restaurantes onde você, associado da Sociedade da Mesa, poderá desfrutar de bons ambientes e boa gastronomia, com a liberdade de levar seu próprio vinho sem pagar a rolha! * São Paulo Av. Ministro Gabriel de Resende, 319 Moema - SP (11) 5054-1199 FREDDY São Paulo Rua Pedroso Alvarenga, 1170 Itaim bibi - SP (11) 3167-0977 GENOVA São Paulo Rua Lisboa, 346 Pinheiros - SP (11) 3064-3438 São Paulo Rua Marechal Hastinfilo de Moura, 233 Morumbi - SP (11) 3743-6039 AMATXU São Paulo Rua José Maria Lisboa, 1065 Jardim Paulista - SP (11) 3582-5918 GIBRAN São Paulo Rua Comendador Miguel Calfat, 296 V. Olímpia – São Paulo – SP Tel.: (11) 2083-1593 ÁVILA São Paulo Rua Bandeira Paulista, 520 Itaim Bibi - SP (11) 3167-2147 JARDIM AURELIA São Paulo Rua Tabapuã, 838 Itaim bibi - SP (11) 3168-6467 BÁRBARO São Paulo Rua Dr. Sodré, 241A Vila Olímpia - SP (11) 3845-7743 LA FRONTERA São Paulo Rua Coronel José Eusébio, 105 Higienópolis - SP (11) 3255-8867 CHE BÁRBARO São Paulo Rua Harmonia, 277 Vila Madalena - SP (11) 2691-7628 LIMONN São Paulo Rua Manuel Guedes, 545 Jardim Europa - SP (11) 2533-7710 CALÁ DEL GRAU São Paulo Rua Joaquim Távora, 1266 Vila Mariana - SP (11) 5549.3210 MARIPILI São Paulo Rua Alexandre Dumas, 1152 Chácara Santo Antônio - SP (11) 5181.4422 MONET São Paulo Rua Fradique Coutinho, 37 Pinheiros - São Paulo - SP Tel.: (11) 3032-7403 NICO São Paulo Rua Costa Aguiar, 1586 Ipiranga - SP (11) 2068-3000 EÑE São Paulo Rua Dr. Mario Ferraz, 213 Itaim bibi - SP (11) 3816-4333 ORYZA São Paulo Rua Mato Grosso, 450 Higienópolis (11) 3151-4463 GRAZIE A DIO São Paulo Rua Girassol, 67 Vila Madalena - SP (11) 3031-6568 CASUAL MIL São Paulo Rua Hungria, 1.000 Jardim Europa - SP (11) 2579-1029 EL PATIO São Paulo Rua Normandia, 12 Moema - SP (11) 5536-0490 BOTTEGA PARADISO São Paulo Rua Pirapora, 218 Vila Mariana - SP (11) 3052-1473 FLORIANO São Paulo Rua Joaquim Floriano, 466 Itaim-bibi - SP Brascan Open Mall (11) 3079.3500 LA TASCA São Paulo Av. Carinás, 592 Moema - SP (11) 2308-1091 ATMOSPHERE Calá del Grau FORNERIA DO SANTA Genova restaurante e delivery 52 NA COZINHA O POTE DO REI QUINTA DO MUSEU SANTA GULA SPADACCINO TANGER ZEFFIRO São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Rua Haddock Lobo, 955 Jardins - SP (11) 3063-5374 Rua Joaquim Antunes, 224 Pinheiros - SP (11) 3068-9888 Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705 Jardim Paulistano - SP (11) 3031-0005 Rua Fidalga, 340 Vila Madalena - SP (11) 3812-7815 Rua Mourato Coelho, 1267 Vila Madalena - SP (11) 3032-8605 Rua Harmonia, 359 Vila Madalena - SP (11) 3037-7223 - 3031-8466 São Paulo Rua Frei Caneca, 669 Consolação - SP (11) 3259-0932 São Paulo Rua Deputado Lacerda Franco, 478 Vila Madalena - SP (11) 3031 3543 São Paulo Rua Conselheiro Brotero, 903 Santa Cecília - SP (11) 3664-8313 São Paulo Rua Rio Grande, 304 Vila Mariana - SP (11) 4304-0300 restaurante rotisseria YAM EL TRANVIA SACRA ROLHA VILLA CIOÈ PARRILLA SAN PABLO APRIORI CUCINA São Paulo SANTOS São Paulo 53 Rua Tupi, 564 Higienópolis - SP Tel: (11) 3662-1121 Rua Tolentino Filgueiras 55 Gonzaga - Santos – SP TEL: (13) 3288-1982 Av. Portugal, 694 Brooklin - SP TEL: (11) 5041-6818 PRESS HILÁRIO Porto Alegre Rua Hilário Ribeiro, 281, Bairro Moinhos de Vento, Porto Alegre (RS) (51) 3222-7718 CASCUDO São Roque Estrada Municipal Darcy Penteado, 3301 São Roque - SP (11) 4714-2041 PASTA DEL CAPITANO Ilhabela Av. Pedro Paula de Morais, 703 Ilhabela - SP (12) 3896-5241 CEDRO DiVino Sto Antônio do Pinhal Estrada do Pico Agudo, km 5, Bairro Sertãozinho - Sto. Antônio do Pinhal (12) 3666-1873 DIVINO Nova Lima Quinta Avenida, 144 – Loja 6 Vale do Sol - Nova Lima (MG) Reservas: (31) 3541-4272 e 9958-9512 RONCO DO BUGIO Piedade Estrada PDD, 128 Bairro dos Pires – Piedade – SP (11) 8259-7788 DIVINA GULA Maceió Av Eng. Paulo Brandão Nogueira, 85 Jatiúca - Maceió - Alagoas (82) 3235-1016 RESERVA AROEIRA Piraí Estrada Fazenda Aroeira, 757 Piraí - RJ (21) 2487-4011 FLORES Belo Horizonte Rua Oriente, 609 Serra - Belo Horizonte - MG (31) 3227-6760 DEGLI ANGELI Belo Horizonte Rua Francisco Deslandes, 156 Anchieta - Belo Horizonte - MG (31) 3281-7965 BAR DO ARGENTINO Sorocaba Rua Luiz Fernando de Carvalho, 183 Central Park - Sorocaba - SP (15) 3221-5215 ILHA SPLENDOR Ilhabela Av. Cel. José Vicente Faria Lima, 2107 Reino - IlhaBela - SP (12) 3896-3346 TAYPÁ Brasília QI 17, Comercial, Bloco G, lojas 208/210 Fashion Park - Lago Sul - Brasília (61) 3248.0403 / 3364.0403 * O nosso Programa Saca-Rolha possibilita que você, associado, leve 2 garrafas de vinho, à sua escolha, para degustar com a sua companhia. Você pode ir quantas vezes desejar no mesmo restaurante participante. 54 55 Novidade do Mês Receita do restaurante Diversità Bistro - Chef Alencar Ribeiro Filé de Pintado ao Molho de Aniz com Refogadinho de Linguiças Portuguesas e Banana da Terra Diversità Bistro Bistro reabre nos Jardins com novo cardápio (2 porções) Salão superior. Foto: Gladstone Campos / Realphotos O Diversità Bistro acaba de reabrir suas portas no bairro dos Jardins. Nascido em 2009 em Santana, onde era reconhecido como o primeiro bistrô da zona norte, agora o restaurante está instalado em uma das ruas de maior movimento no circuito gastronômico paulistano, a Haddock Lobo. A casa oferece gastronomia contemporânea, mesclando combinações clássicas e ingredientes nacionais em suas receitas. Desde criança, a chef proprietária Andrea Faustino observava suas avós adaptarem as tradicionais receitas portuguesas aos ingredientes brasileiros. Essa experiência é a principal inspiração para a criação do menu, com combinações únicas. Somado a isso, o chef Alencar Ribeiro, que teve como professor o renomado chef francês Michel Darque, traz na bagagem suas experiências nos restaurantes D.O.M., Ateliê Michel Darque e Blú Bistrô. Carre de cordeiro com molho de vinho. Foto: Gladstone Campos / Realphotos Bolo rústico com sorvete e caqui. Foto: Gladstone Campos / Realphotos Ingredientes: Para o filé: 300 gr de filet de pintado 30 ml de azeite Sal e pimenta do reino a gosto Para o refogadinho: 1 banana da terra 2 gomos de linguiça portuguesa 1 tomate tipo salada ½ abobrinha 1 colher de chá de alho picado 1 cebola roxa pequena picada finamente 30 ml de azeite Sal a gosto Pimenta-do-reino a gosto 1 pitada de cominho 10 folhas de manjericão fresco Para o molho de aniz: 40 gr de manteiga ½ cebola roxa pícada finamente 50 ml de vinho branco 150 ml de creme de leite fresco 150 ml de caldo de peixe 4 sementes de aniz Sal a gosto Pimenta do reino a gosto Salsinha picada a gosto Foto: Gladstone Campos / Realphotos Modo de preparo: Tempere os filés com sal e pimenta. Leve uma frigideira ao fogo com o azeite e grelhe os filés de ambos os lados. Refogadinho: Corte a banana, a linguiça, o tomate e a abobrinha em cubos de cerca de 1cm. Leve uma frigideira ao fogo com o azeite e refogue a cebola e o alho em fogo moderado. Junte a linguiça em cubos e continue a refogar até que fiquem levemente dourados. Junte os demais ingredientes cortados em cubos e tempere com sal e pimenta a gosto. Deixe refogar até que os legumes fiquem macios, junte as ervas frescas e reserve. Molho: Leve uma panela ao fogo com a manteiga, junte as cebolas e refogue levemente. Junte o vinho branco e deixe reduzir por alguns segundos. Acrescente o caldo de peixe e deixe ferver por cerca de 1 minuto. Misture o creme de leite e as sementes de aniz e deixe ferver por mais 1 minuto. Retire as sementes de aniz e deixe cozinhar até que o molho fique um pouco mais encorpado (ponto de napê leve). Bata este molho no liquidificador e retorne-o à panela. Tempere com sal e e pimenta a gosto e reserve. Montagem: Coloque uma porção do refogadinho no centro do prato, ajeite os filés por cima e regue com o molho de aniz. Salpique salsinha picada para decorar. Diversit`a Bistro R. Haddock Lobo, 1014, Jardins - SP. (11) 2737-4009. NOVIDADE ACESSÓRIOS Faça suas compras por telefone (0800-7740303) ou site e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos. Preço para associado: R$ 69,00 Faça seu pedido até dia 10 do mês, e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos! BOLSA “SEIS” BOLSA “TRÊS” TAÇAS BORGONHA VACUVIN Modelo Sommelier De lona vermelha modelo engradado. Prática e ideal para carregar até 6 garrafas. De lona verde com detalhes em couro. Ideal para carregar até 3 garrafas. Par de taças de Cristal Bomba de vácuo com rolhas para melhor garantir as características do vinho. Preço para associado: R$ 84,00 Preço para associado: R$ 120,00 SERVIÇOS Abaixo nossos vinhos em estoque. Faça seu pedido por telefone (0800-7740303) ou site e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos. DECANTER CRISTALEX SACA-ROLHAS Preço para associado: R$ 28,00 57 Preço para associado: R$ 50,00 (o par) Campo Sanz 2009 Sanz Verdejo 2010 Hécula 2009 Origem: Espanha Uva: Tempranillo Preço para associado: R$ 38,50 Origem: Espanha Uva: Verdejo Preço para associado: R$ 40,50 Origem: Espanha Uva: Monastrel Preço para associado: R$ 39,60 Heuchelberg Dornfelder 2009 Chateau La Gravette Lacombe 2009 Vinha do Bispado Origem: Alemanha Uva: 100% Dornfelder Preço para associado: R$ 39,70 Preço para associado: R$ 57,00 Revistas Vinhos em consignação e-news Nossas revistas estão disponíveis para consulta, pesquisa e curiosidade. Acesse nosso site e faça download de nosso acervo. Boa leitura! Se você vai fazer um evento, festa, jantar, e precisa de vinhos, consulte-nos. Consignamos o vinho para você. Assim, nem sobrará nem faltará. Sem contar que será um prazer ajudá-lo a escolher o vinho mais adequado para a ocasião. Enviamos mensalmente informações sobre harmonização com o vinho do mês e artigo técnico sobre a cultura do vinho. Origem: França Uva: Syrah, Malbec e Cabernet Sauvignon Preço para associado: R$ 103,00 Origem: Portugal Uvas: Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz Preço para associado: R$ 39,80 VINHOS EM ESTOQUE 56 Las Perdices Gran Seleccion de Barricas Tonada Finca La Anita 2007 Origem: Argentina Uvas: 80% Malbec, 10% Petit Verdot, 5% Cabernet Sauvignon, 5% Tannat Preço para associado: R$ 98,00 Origem: Argentina Uvas: Syrah, Malbec e Cabernet Sauvignon Preço para associado: R$ 39,80 IMPORTANTE Lembrete: recordamos aos associados que comuniquem quaisquer alterações no envio do mês, tais como alteração de quantidades, pedidos de seleção especial, acréscimo de vinhos do estoque ou suspensão até o dia 10 do mês. Pedidos sujeitos a confirmação no estoque. Quem disse que o que é bom não dá para melhorar? Eu ganhei! Traga um novo associado para a Sociedade da Mesa e receba duas taças Borgonha com a próxima entrega. 59 Promoção Amigo é pra essas coisas! Agosto Seleção Mensal E eu também! Casilda 2009 Gran Reserva REGIÃO: D.O. Valle del Maule - Chile UVAS: Cabernet Sauvignon (70%) e Carmenère (30%) A próxima escala do nosso passeio ao globo vinícola leva-nos ao Chile, importante país produtor e exportador mundial, que possui vinhos de alta qualidade em quase todas as suas latitudes. Conta a história que as primeiras vides chegaram ao Chile no ano de 1.548. E o produtor do mês, Bodegas & Viñedos de Aguirre, afirma que Dom Francisco de Aguirre plantou suas primeiras vides no ano de 1.551. A vinícola está localizada no Valle del Maule, D.O. muito tradicional do Chile, que se situa a apenas 80 quilômetros do Oceano Pacífico. Esta região tem uma sinuosa e ampla geografia, com um crisol de solos que permite uma excelente adaptação da maioria das variedades de uvas. Historicamente, foi uma região de vinhos de granel, mas, há anos, vários enólogos apostaram muito ali, para conseguir grandes vinhos. A alta qualidade da Cabernet Sauvignon no Chile é unanimidade mundial, mas eles também afirmam que o Valle del Maule tem grandes tesouros a serem descobertos; e que a Carmenère tem encontrado, nessa região, o seu berço. Seus solos argilosos mostram que, quando secam, dão muito vigor às plantas. E assim, as uvas amadurecem muito bem, sem perder o lado fresco que identifica os vinhos do Valle. Por sua localização privilegiada, recebe bastante influência marítima, o que proporciona uma excelente complexidade, tanto à Carmenère quanto à Cabernet Sauvignon . Selecionamos, para o mês de agosto, o Casilda 2009 Gran Reserva. Um corte de Cabernet Sauvignon (70%) e Carmenère (30%) produzido pela Bodegas & Viñedos de Aguirre, e envelhecido, durante 15 meses, em madeira francesa nova, de excelente qualidade. Descubra você, nosso associado, este tesouro do Maule. E trazendo um novo associado para a Sociedade da Mesa, seu amigo também ganha um par de taças! Envie os dados de seu amigo ao e-mail [email protected], site ou pelo telefone 0800-7740303. Nós entramos em contato com ele e, em caso de associação de seu amigo, você recebe um par de taças borgonha de cristal e seu amigo também! Envie o nome completo com telefone particular e comercial de seu amigo. Promoção válida apenas em caso da associação de seu amigo. PRÓXIMAS SELEÇÕES 62 Valor para associado: R$ 40,20 Valor aproximado no mercado: R$ 54,00 IMPORTANTE Sociedade da Mesa c lub e de vin h os Aqui você se preocupa em brindar, o resto deixa com a gente. 0800 774 0303 www.sociedadedamesa.com.br Lembrete: recordamos aos associados que comuniquem quaisquer alterações no envio do mês, tais como alteração de quantidades, pedidos de Seleção Grandes Vinhos, acréscimo de vinhos do estoque ou suspensão até o dia 10 do mês. Pedidos sujeitos a confirmação no estoque. Quem disse que não dá para conhecer o mundo sem sair de casa? Sociedade da Mesa clube de vinhos O mundo do vinho na porta de sua casa. A Sociedade da Mesa é o maior clube de vinhos do Brasil. Pertencente a um dos maiores grupos de clubes de vinho do mundo, leva com exclusividade a seus associados as melhores seleções de vinhos a valores especiais comparados aos do mercado, uma revista mensal gratuita, cursos, viagens, acessórios e mais do que isso, uma oportunidade única para desfrutar do mundo do vinho. São duas opções de assinatura: Seleção Mensal: Seleção Grandes Vinhos (trimestral): 1 caixa de vinhos de 4 ou 6 garrafas mensalmente 1 revista com a descrição do vinho que está recebendo, a Seleção Mensal do próximo mês e seu valor e informações sobre o mundo do vinho de uma forma ampla e simples. O valor da garrafa é de R$39,00 aproximadamante. Não há cota de associação. O sócio poderá suspender o recebimento do vinho quantas vezes preferir. 1 caixa de vinhos de 4 ou 6 garrafas a cada 3 meses 1 revista com a descrição do vinho que está recebendo, a Seleção Grandes Vinhos do próximo mês e seu valor e informações sobre o mundo do vinho de uma forma ampla e simples. O valor da garrafa é de R$100,00 aproximadamante. Não há cota de associação. O sócio poderá suspender o recebimento do vinho quantas vezes preferir. Escolha a sua (ou fique com as duas!) e deixe o resto com a Sociedade da Mesa. Sociedade da Mesa clube de vinhos Aqui você se preocupa em brindar, o resto deixa com a gente. 0800 774 0303 www.sociedadedamesa.com.br