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Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 MEDICINA FORENSE I =============================================== SUMÁRIO FURLANI TRADUÇÕES Traduções juramentadas em todas as línguas 1 - Notas Preliminares.......................................................1 Temas para os Seminários ...............................................1 2 - História da Medicina Legal...........................................2 3 – Conceitos de Medicina Legal ......................................3 4 - Nomenclatura...............................................................3 5 - Capítulos......................................................................3 PERÍCIA E PERITOS........................................................3 Tipos de Peritos ................................................................4 PERÍCIAS .........................................................................4 DOCUMENTOS MÉDICO-FORENSES ............................4 IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO....................................5 AGENTES MECÂNICOS ..................................................7 (A) INSTRUMENTOS CORTANTES; feridas incisas........................................................................8 (B) INSTRUMENTOS CORTOCONTUNDENTES; feridas cortocontusas.................................................8 (C) INSTRUMENTOS PERFURANTES; feridas punctórias ..................................................................8 Leis (de Filhós e Langer), ou Características da ferida punctória ..........................................................9 (D) INSTRUMENTOS PERFUROCORTANTES; feridas pérfuro-incisas................................................9 Quanto à Gravidade das lesões......................................10 (E) INSTRUMENTOS CONTUNDENTES; feridas lacerocontusas.........................................................10 Tipos de lesões de agentes contundentes......................10 1) Escoriações - importância........................................10 2) Equimoses, hematomas e bossas sanguíneas........10 3) Feridas Lacerocontusas - Mecanismos de Produção..................................................................11 4) Fraturas e luxações. Rupturas de órgãos ................11 (F) INSTRUMENTOS PERFUROCONTUNDENTES; lesões por arma de fogo............................................................12 Lesões por projéteis de armas de fogo ...........................12 Orifício de Entrada ..........................................................12 Orifício de Saída .............................................................12 SEMINÁRIO: INSTRUMENTOS PERFUROCONTUNDENTES..................................13 Agente Mecânico Interno: o Esforço ...............................13 Atos de Mecanismo do Esforço ......................................13 Efeitos Lesivos do Esforço..............................................14 HÉRNIAS e esforço ........................................................14 COMOÇÃO .....................................................................15 PROVA FINAL – matéria a ser exigida ...........................16 MACKENZIE - 2007 1 Fernando Furlani Tel.: (11) 9770-6800 [email protected] =============================================== Aula do dia 12/2/2007 1 - Notas Preliminares Normalmente a Professora pega assuntos dentro do programa, dividem-se os temas entre os alunos, para os alunos fazerem seminários. A nota é de 0 a 3. Mas os seminários estão mantidos apenas nos nonos semestres. Neste oitavo semestre, só se candidatem a fazer seminário quem realmente estiver disposto a se dedicar seriamente a isso, e a prova valerá 7,0, e o trabalho 3,0. Para quem não quiser fazer seminário, a prova valerá dez. Temas para os Seminários: i. Identificação Datiloscópica Apenas em 2005, este setor - Instituto de Criminalística - passou a ser gerido pela SPTC. Hoje, nossos peritos têm qualificação excelente. No II Semestre de 2005 foi iniciada a digitalização das fichas dos documentos, e agora, com o intercâmbio, descobre-se que muitos meliantes estão à solta tentando tirar outros documentos de identificação, mas agora estão sendo flagrados. ii. Manchas de Esperma. Hoje em dia, por incrível que pareça, o crime de violência sexual é muito presente no Brasil, resultante provavelmente de problemas sociais, culturais e psicológicos. Hoje em dia, com o exame do DNA é possível identificar (bem, ainda é ficção científica no Brasil, apesar das afirmações da professora). O ideal seria haver um banco de dados de esperma. A mancha de esperma é o uso de DNA na área criminal, em caso de corpos sem possibilidade de identificação de imediato. A análise de DNA no crime é importante. iii. Agora no oitavo semestre, estudaremos a mancha de sangue. Por óbvio que possa parecer, é extremamente difícil identificar uma mancha de sangue, principalmente passadas algumas horas; outro desafio é saber se o sangue é humano. Ora, alguém de má-fé pega sangue de animal, joga sobre si ou sobre objetos, para agravar um quadro. Ainda, em caso de crimes envolvendo várias pessoas, o desafio é saber de quem é o sangue. iv. Lesões produzidas por instrumentos perfurocontundentes. O instrumento lesivo por excelência é o projétil, que pode ser único, como bala, em forma de ogiva, ou em forma de canto vivo, a bala "dundun", que bate e explode, etc. E há os Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 projéteis múltiplos, que vão dentro de cartuchos, na forma de grãos de chumbo. Hoje em dia há um uso muito grande de armas, parece estar havendo uma involução do homem, e isso é reflexo de problemas psicológicos. São indivíduos com o "gérmen da periculosidade", e independe da classe social. Os temas que não forem objeto de seminário, serão ministrados em aulas. Os seminários devem ser muito bem apresentados aos demais alunos, com excelência, dispensando a forma escrita. Aqueles trabalhos que tirarem 3,0 podem se qualificar para ganhar 50 horas de Ensino-Pesquisa. Prazo: para estarem inscritos no "Pesquisa-Ensino", devem os alunos se inscrever agora no Núcleo. 2 - História da Medicina Legal Todos sabem que a Medicina Forense trata de "coisas feias". Em todo caso que envolva morte violenta, ou violências sem morte, temos a atuação da medicina legal, do Médico Legista, do perito do Instituto de Criminalística, do IML. Mas nem sempre foi assim. A Medicina Legal surgiu "sem nome", para melhorar a convivência da sociedade, tentando solucionar casos concretos. Sua origem remonta ao período antes de Cristo. No Código de Hamurábi havia a seguinte determinação: o médico que atender a um escravo, que viesse a morrer, após o exame da morte, o médico deveria repor aquele escravo - é a necessidade de indenização em caso de erro médico. Outra disposição do Cód. de Hamurábi: crianças, velhos, embriagados, débeis mentais e loucos não podem servir de testemunha; hoje, temos as "interdições". Nas Leis de Manu, ao se referir ao crime sexual, o suspeito era atado a uma cama no meio do templo, sem roupas, com mulheres nuas dançando; se ele tivesse uma ereção, seria considerado culpado. Há 25 anos, verificava-se a potencia de um homem diante da alegação de impotência para anulação de casamento, era assim: uma mulher experiente ia para a cama com o acusado, sob a supervisão de pessoas experientes... e o relato da mulher associado com a observação dos demais valia como prova. O Art. 129 também tem seus primórdios no Cód. de Manu. Hipócrates afirmou que o prazo máximo da gestação era de 10 meses - o que foi comprovado cientificamente, e até hoje é válido. Aristóteles: observou que sempre que ocorria a morte e expulsão de um feto, este feto morto e a mulher deveriam ser analisados, a fim de diferenciar um aborto de um infanticídio. Inumar = enterrar. Exumar = desenterrar Antigamente a autópsia (= necropsia) não era permitida, sendo possível somente, na época de Justiniano, o exame externo. 2 Chegamos à Idade Média: iniciaram-se os exames multidisciplinares - o indivíduo é submetido ao exame de vários profissionais, e o resultado disso tudo sai em um relatório único. Na época de Justiniano, este determinou que, em caso de anulação de casamento por motivo de desvirginação antes da celebração do casamento, tal anulação só podia ser feita depois de ouvir a mulher, e de esta ser examinada por um médico. Anulação por impotência na Idade Média: que ambos os cônjuges tinham que se manifestar. Não é só o homem que tem o ônus da impotência - a mulher também pode ser impotente. Além disso, um médico também iria se manifestar a respeito depois de examinar ambos. O exame era feito por um médico, um cirurgião, e um boticário (farmacêutico). Para o Direito Penal, a fragmentação do Império de Carlos Magno foi péssima, porque passaram a vigorar os Ordálios (decisões divinas). Assim, diante de alguma acusação, jogavase o acusado em águas escaldantes com um peso amarrado se ele se salvasse, seria "salvação divina". E ainda havia as queimaduras, por óleo - o que é terrível, porque com 1/3 do corpo queimado o ser humano tem grande probabilidade de morrer, porque há uma série de fatores que causam um desequilíbrio interno, dentre dor, desidratação, falência dos rins, etc. Na Idade Média, havia a condenação de ser jogado em "tachos de óleo quente". Chegamos a 1532 - Renascença - Foi inaugurada "oficialmente" a Medicina Legal, sendo finalmente possível realizar os exames médicos necessários - na França é que houve uma legislação possibilitando, em caso de morte violenta, as necropsias. A força da permissão para que isso fosse possível, foi que o primeiro corpo em que se pôde fazer isso foi o de Júlio Cesar, cujo exame microscópico foi feito às escondidas por um amigo, que detectou que a morte tinha sido causada por 23 punhaladas, sendo que apenas uma delas tinha sido mortal - este fato histórico é que abriu os olhos da sociedade para a importância do exame cadavérico. Ainda há poucos anos, as pessoas ainda relutam e fazer esse exame cadavérico; já no Séc. XXI, as pessoas já estão informadas e estão passando a exigir o exame cadavérico. Sabe-se que muitos indivíduos, até com bom preparo físico, têm a famosa "morte súbita". Há cerca de apenas 15 anos que se sabe disso na Medicina, graças aos estudos cadavéricos. Em termos de determinados estudos, o Brasil está à frente de profissionais dos EUA e da Europa. Tanto é que tais pesquisadores brasileiros costumam trabalhar em território estrangeiro. Em 1578 surgiu a primeira obra sobre Medicina Legal - fazendo uma compilação do que havia de material sobre o assunto. Percebeu-se que sempre houvera a participação da área médica ou paramédica, normalmente praticada por profissionais voluntários, da área social, que ajudavam a sociedade. Percebeu-se, então, que tal atuação ficava na esfera da área jurídica - tal área era claramente da medicina, Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 mas ligada ao direito, para solucionar fatos obscuros. Tal autor foi Ambrosio Paré (1510-1590), francês. Outro autor juntou todo o esqueleto da medicina legal em 10 livros, redigindo a espinha dorsal da Medicina Legal. O que progrediram foram as técnicas, mas a espinha dorsal já fora escrita por Paolo Zacchia (1584-1659), italiano: Tratado de Medicina Legal. Ao longo do tempo, ficou evidenciado o despreparo dos profissionais que faziam os exames, sendo necessário qualificar esses profissionais. Em 1920, a primeira faculdade a ter tal disciplina foi na Alemanha, e em 1930 Portugal teve, na faculdade de Direito, a matéria de Medicina Legal. Por exemplo, no concurso para Delegado de Polícia exige-se o conhecimento da Medicina Legal. Outros concursos também estão passando a exigir esta disciplina. Na seqüência, houve a necessidade de cuidar dos vestígios dos crimes - inaugurou-se então a Criminalística, que é desmembrada: estudo de vestígios e marcas em geral (diferente de indícios), estudados sempre no próprio local do crime. 3 – Conceitos de Medicina Legal A) Ampliativo Este conceito diz que a Medicina Legal é uma ciência autônoma, porque tem Métodos, Objetos e Objetivo próprios. Mas isso não se sustenta, porque é uma ciência interdisciplinar. B) Restritivo O médico, depois de formado, depois de passar em concurso de médico-legista, passa ainda de 6 a 9 meses na Academia de Polícia recebendo treinamento para isso. C) Intermediário Medicina Legal é o estudo e aplicação dos conhecimentos médico-biológicos ao Direito Constituído e ao Direito Constituendo. Fiscaliza o exercício profissional da medicina. Atenção com este conceito acima, ditado pela professora: se exigido em prova, deve-se colocar LITERALMENTE, sem tirar nem por nada! Também, com a deontologia médica (conjunto de deveres profissionais do médico estabelecidos em um código específico), é feita a fiscalização do exercício profissional. 4 - Nomenclatura 3 I - Identificação Ao estudar uma mancha de sangue, deve-se saber determinar de quem é aquele sangue. II - Traumatologia É o estudo dos agentes lesivos e respectivas lesões. Não podemos trocar os nomes: instrumentos cortocontundentes têm determinadas características, diferentes de outros instrumentos. III - Tanatologia Estuda a morte, os cadáveres. É a teoria ou estudo científico sobre a morte, suas causas e fenômenos a ela relacionados. IV - Sexologia Capítulo social, pois nos ensina muita coisa em termos de informação, de menores que engravidam muito cedo porque não têm informação – como nos bailes funk, por exemplo. V - Psicopatologia Área da psicologia e psiquiatria - indivíduos imputáveis, inimputáveis, e semi-imputáveis. Toxicologia, etc. Aula do dia 26/2/2007 PERÍCIA E PERITOS Uma "bofetada, por exemplo, não costuma deixar vestígios - só uma vermelhidão, sendo um "evento passageiro". Os "eventos permanentes" não duram a vida inteira, e sim apenas o tempo necessário para que alguém veja, alguém - a autoridade policial, por exemplo - que possa fazer uma requisição de corpo de delito. Ou na delegacia, ou no posto médico legal. Esse evento permanente dura o suficiente para que alguém o visse e registrasse. A perícia incide sobre os eventos denominados "permanentes". Sobre o perito: para atuar profissionalmente, ele deverá estar de plantão. Se o perito estiver, fora de seu horário de trabalho, em algum local onde ocorrer um evento digno de registro, a atuação dele não valerá - sua atuação só terá valor se o profissional estiver em serviço, em horário de expediente, para registrar um fato permanente. O perito deverá, ainda, estar nomeado por uma "autoridade competente". A autoridade competente = delegado de polícia, na fase de inquérito, e ... Medicina Legal é o mesmo programa ministrado aos Acadêmicos de Medicina - eles aprendem a fazer perícia. PERÍCIA: é a atuação de um douto (especialista) nomeado por autoridade competente, para informar ao Poder Judiciário sobre um fato de natureza permanente. Medicina Forense é a disciplina aplicada aos acadêmicos de Direito, que aprendem a INTERPRETAR os documentos médico-forenses, feitos pelos médicos. PERITO: é o douto nomeado por autoridade competente para informar ao Poder Judiciário sobre um fato de natureza permanente. 5 - Capítulos Para fins Didáticos, a matéria é dividida em capítulos: Vimos os elementos que tornam válida a figura do Perito, que por sua vez torna válida a figura da Perícia. Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 Tipos de Peritos: Perito Oficial: prestou concurso, foi preparado, tomou posse, e está exercendo seu cargo, estando de plantão. Peritos Louvados, ou Nomeados (peritos "ad hoc"): são os profissionais nomeados pelo juiz para funcionar como peritos nos locais em que não há nem Instituto de Criminalística nem Instituto Médico Legal - IML, e não há possibilidade de se solicitar atuação deles. Eles só agem nos casos para os quais tiverem sido nomeados; quando acabar o caso, cessa sua atuação. Peritos do Juiz: peritos que só atuam na área CÍVEL, e estão elencados em uma lista que o juiz possui. Exemplo: está havendo um vazamento de um apartamento para outro, e as partes não se colocam em acordo sobre a origem do vazamento. O juiz, diante da controvérsia, nomeia um de seus peritos para ir até o local verificar a origem do vazamento, e sua palavra valerá para o juiz dar sua sentença. Há sempre 3 profissionais atuando: um perito oficial, mais um assistente técnico de cada uma das partes. Quando as opiniões são conflitantes, serão lavrados 3 documentos, cada um assinado por uma parte diferente. Em um laudo de autópsia, o primeiro signatário é o mais importante, ele é que sabe de tudo. No IML, há 4 mesas para a mesma autópsia, mas na realidade os profissionais trocam idéias, e o que de fato fez a autópsia é que assina em primeiro lugar. INSTITUTOS: IC - Instituto de Criminalística: pode ser qualquer profissional, de qualquer área - o perito é denominado MÉDICO LEGISTA, e dele se exige o terceiro grau de instrução. PERÍCIAS: São realizadas em: - Pessoas: exames em pessoas vivas, seja de violência, atentado sexual, ato libidinoso diverso da conjunção carnal, enfim, existe um rol imenso de perícias que podem ser realizadas em pessoas vivas. - Cadáveres: os cadáveres não são mais considerados "pessoas". O primeiro passo é a identificação do cadáver, pelo seu sexo, idade, etc., mas, primordialmente, se aquele corpo é de uma pessoa que está realmente morta. Já que será feita uma autópsia, e o corpo será cortado, dissecado. - Ossadas: tendo em vista o grande número de ossadas encontradas na atualidade, além de se querer identificar a altura do cadáver, a idade, sexo, etc., atua um perito criminal especial, concursado, que trabalha no IML - o Dentista, que é um perito criminal que trabalha nas perícias de ossadas. Ele estuda muito Antropologia. DOCUMENTOS MÉDICO-FORENSES É como os peritos se manifestam, das seguintes formas: 4 - Atestado: é a afirmação pura e simples de um fato médico e suas conseqüências. Existe também quando uma pessoa quer pleitear seu direito, mas antes de mover uma ação ele precisa de um atestado. Exemplo: digamos que um profissional trabalha em um lugar com muita umidade ambiente, que acaba causando dores nas juntas, etc., e o médico afirma ser daquela umidade. Ora, para isso, é necessário que o médico expeça um atestado afirmando isso. - Pareceres: é a resposta dada a uma consulta feita previamente. Vale pela pessoa que o emite, depende do renome no meio em que o profissional atua. Quem vai contestar o conteúdo do parecer é a outra parte. - Auto: Conceito: existe em duas circunstâncias: 1 - O juiz, ao não entender bem o conteúdo do laudo, chama o autor do laudo para pedir esclarecimentos. 2 - Em um posto médico legal ou em uma delegacia de polícia, apenas em casos de lesão corporal leve, permite o ingresso da vítima na sala do Médico Legista, e o que ele falar o escrivão vai digitar. Se isso for para o escritório do IML Central e for impresso em papel timbrado, vai virar um laudo. Caso não seja impresso dessa forma, será engavetado. Exemplo: existe um laudo feito, mas que não foi compreendido. O juiz intima o primeiro signatário a comparecer à Vara aplicável, e o juiz pergunta o que ele quis dizer com aquilo que está escrito no parecer. Ora, o escrivão vai lavrando todos os esclarecimentos dados ao juiz, e isso se converte em um "laudo complementar". O auto lavrado na Delegacia, pode ou não se converter em Laudo. Aquele feito no Fórum sim, sempre se converte em laudo complementar. - Laudo: bem diferente dos outros dois documentos, tem caráter extensivo. Conceito: é a descrição pormenorizada de um fato qualquer, e suas conseqüências. Para que o laudo seja claro para nós, leigos, ele deve ser separado em diversas partes: 1. Preâmbulo: indica o tipo de perícia que está sendo realizada, os nomes das partes, o objeto da perícia, etc. 2. Histórico: os fatos, resumidamente. 3. Descrição: onde o perito diz tudo o que ele viu, e tudo o que ele fez no cadáver ou na pessoa viva. É uma descrição pormenorizada, é a parte mais importante. 4. Discussão Existe quando há divergência doutrinária entre estudiosos do assunto, e o perito já se adianta dizendo que conhece as opiniões conflitantes a respeito do assunto, para ganhar tempo no processo. Deve haver concorrência claríssima da Discussão com a Descrição. Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 NDN = Nada Digno de Nota. 5. Conclusão 6. Resposta aos Quesitos (perguntas) TIPOS DE QUESITOS: - Quesitos Oficiais: existem só sobre matéria PENAL, e não na área cível. Ex.: num laudo de lesão corporal, tenta-se subsumir o fato prático com o tipo penal. - Quesitos do Juiz: são os quesitos na área CÍVEL. São formulados pelo próprio juiz. - Quesitos Complementares: valem tanto para a área Penal como para a área Cível. O Delegado - na fase de inquérito - pode fazer quesitos sim! Mas a grande maioria dos delegados não apresenta quesitos, porque a maioria não sabe fazer isso. Se o laudo tiver um único signatário, ele será nulo, não terá validade, porque a lei exige no mínimo DOIS signatários. 7. Data e Assinatura: Dois na área penal, e um na área cível. ======================================== IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO 1. IDENTIDADE Conceito: identidade é o conjunto de propriedades ou características que tornam alguém essencialmente diferente de todos os demais, com quem se assemelhe ou possa ser confundido. É o conjunto de elementos positivos e estáveis que definem a pessoa física de alguém. A identidade tem dois aspectos, o subjetivo, que é a percepção de nós mesmos, e é feita pelo nosso eu/consciência, não há interesse imediato na medicina forense (resulta da consciência individual), e o objetivo, que possui interesse na medicina forense, corresponde a uma forma de aferição de características objetivamente, concretamente observadas. A identificação é o emprego de meios adequados para determinar a identidade ou a não-identidade, é a descrição de uma pessoa que se quer fazer reconhecer. Assim, a identificação é uma forma de se aferir a identidade de alguém. É o processo usado para evidenciar as propriedades exclusivamente individuais. Não se deve confundir reconhecimento com identificação, são coisas diversas. O reconhecimento é um processo que tem base empírica e não se socorre de nenhuma técnica de base científica. 2. HISTÓRICO 5 As primeiras tentativas de identificação foram muito brutas, marcava-se os assassinos amputando partes do seu corpo. A primeira tentativa científica foi medindo os ossos, depois medindo a circunferência da cabeça. Bertillon buscou identificar os pontos comuns aos seres, a sua base é a antropometria (bertilhonagem), isto culminou com Gauton que descobriu o sistema de identificação por meio de digitais. Juan Vucetich desenvolveu a dactilologia, onde cada um tem uma digital, a digital como meio de identificação. A dactiloscopia é muito mais simples e segura do que a bertilhonagem, tem a vantagem de ser aplicável em qualquer período de vida, a partir do sexto mês de vida intra-uterina até depois da morte, enquanto não for destruída a pele. É, atualmente, o melhor método para a descoberta e identificação dos criminosos, quer reconhecendo os reincidentes, cuja fichas já estão arquivadas, quer servindo para descobrir o autor de um delito que tenha deixado no local do crime sua impressão digital. A dactiloscopia é o estudo dos desenhos formados pelas papilas dérmicas ao nível das polpas digitais. É método científico. Os desenhos se formam no sexto mês de vida intrauterina e permanecem invariáveis até a destruição cadavérica. São passíveis de classificação, tendo sido descritos nos Sistemas de Vucetich e o de Galton Henry. Apresentam configuração unitária em cada pessoa e seu estudo, por decalque no papel, é simples, rápido e prático. As qualidades (requisitos técnicos) que conferem às impressões digitais valor sem igual para a identificação são a imutabilidade, unicidade, classificabilidade e praticidade. a) unicidade: o elemento usado para identificar seja único em cada indivíduo que será identificado. As impressões digitais não se repetem nos seres humanos. Ela é única, ainda que gêmeos univitelinos; b) imutabilidade: não se confundir com perenidade (perene é algo que dura para sempre não é algo que não muda). A impressão digital jamais muda, desde o momento que a pessoa nasce até o momento que o corpo entre em putrefação quando esta ainda não alcançar a mão do cadáver; c) classificabilidade: requisito pelo qual o elemento identificador deve ser retirado das próprias características da forma de identificação; d) praticidade: característica que torna essa forma de identificação prática, o método há de ser simples para poder ser prático. Há características nas impressões digitais que as classificam. O arquivo de impressões digitais não é por ordem alfabética, mas sim pela classificação das impressões digitais. "Este que aqui se encontra, um dia aqui esteve" O sistema de identidade civil é o decadactilar e o de identidade criminal é o monodactilar. 3. SISTEMA DE VUCETICH Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 A base do método de Vucetich é o delta, que vem a ser as linhas dispostas em ângulos mais ou menos obtusos e envolvendo o núcleo central da impressão. Ele divide os desenhos digitais em quatro tipos fundamentais: arco, presilha interna, presilha externa e veticilo, que se caracterizam pela ausência de delta, pela presença de delta à direita do observador, pela presença de delta à esquerda do observador e pela presença de dois deltas. Presilhas longitudinais são as que acompanham o comprimento dos dedos; transversais, as que ficam deitadas; verticiladas, as que, ao chegarem ao tórulo táctil, vão se enrolando como se fossem fazer um verticilo. Os subtipos de verticilo se definem pelo seu próprio nome. Além disso, no estudo das impressões digitais, ainda encontramos os pontos característicos, em número de 40 a 50 cm cada dactilograma. Esses pontos característicos, ilhotas, linhas cortadas, forquilhas, bifurcações e encerro, podem ser de grande utilidade diferenciadora, quando forem encontradas individuais dactiloscópicas muito semelhantes. Para se escrever uma individual dactiloscópica, procede-se da seguinte maneira: faz-se um traço de fração, escrevendo-se no numerador a notação da mão direita, que se chama série, e, no denominador, a da mão esquerda, que se chama seção. Da mão direita escreve-se a notação literal do polegar, chamada fundamental, e os números correspondentes aos demais dedos, chamados divisão. Da mão esquerda ou seção escreve-se a letra do polegar, que se chama subclassificação, e os números correspondentes aos demais dedos, chamados subdivisão. Por estas fundamentais, divisões, subclassificações e subdivisões é que se faz o arquivamento das fichas no diferentes armários. Seção Ö mão esquerda 6 basal (ou basilar) e marginal (também chamado apical) se continuam suavemente um no outro. O conjunto mostra que as linhas vão se “arqueando” da base ao ápice. A essa figura denominou arco e atribui-lhe o símbolo “A” ou o algarismo “1”. 2ª Hipótese: o sistema nuclear está presente e situado bem no centro do desenho. Nesta eventualidade, os três sistemas se entrecortarão à direita e à esquerda do observador. Assim, pode-se observar a formação de dois triângulos, cujas faces pertencem aos diferentes sistemas de linhas (nuclear, marginal e basal). Esse desenho recebe o nome de Delta (D). A presença série de Ö dois mão deltas caracteriza a presença o sistema direita nuclear centralmente localizado. Essa figura foi chamada verticilo, passou a ser designada pela letra “V” e o algarismo “4”. polegar Indicador Médio Anular Mínimo Para identificar o polegar – usam-se letras Para identificar os outros dedos – usam-se números 3ª Hipótese: sistema nuclear presente, mas marginalizado para a direita ou para a esquerda. Nestes casos, ocorre a presença de um único delta, contralateral. Fórmula Mágica A 1 I 2 E 3 V 4 Vucetich inicialmente observou que as linhas papilares se organizam em três sistemas. Um acompanha o bordo da polpa digital (M); outro forma a base do desenho, passando transversalmente de um bordo ao outro (B); um último forma um núcleo (N). Do comportamento relativo de cada sistema, resultam figuras diferentes. É mais fácil entender as situações extremas inicialmente: 1ª Hipótese: ausência do sistema nuclear (N), que também pode ser chamado central. Neste caso, os sistemas Vucetich denominou estas figuras de presilhas. A determinação do lado para o qual se dera o deslocamento do sistema nuclear começou a oferecer problemas. Os desenhos foram decalcados no papel. Se o delta situa-se à esquerda do observador a presilha é dita externa, passa a ser designada pela letra “E” e recebe o algarismo “3”. Caso o delta venha a se situar à direita do observador, a presilha será dita interna, designada pela letra “I” e recebe o algarismo “2”. 3. 1. FÓRMULA DACTILOSCÓPICA A fórmula dactiloscópica é a representação resumida e convencional dos desenhos papilares dos dez dedos das mãos, em forma fracionária, colocando-se no Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 numerador os dedos da mão direita, no denominador os da esquerda e servindo-se das letras e algarismos adotados por Vucetich. As letras designam os polegares e os algarismos são usados para os demais dedos. Arco Presilha Externa Presilha Interna Verticilo Série Seção Fórmula dactiloscópica E 1 4 3 V 2 0 (ausência de 4 dedo) A E I V 1 3 2 4 X (cicatriz) 1 Se a pessoa não tiver dedo ou falange usa-se o símbolo 0, X significa cicatriz que impede a identificação. 3. 2. PONTOS CARACTERÍSTICOS DO SISTEMA VUCETICH Os pontos característicos são acidentes apresentados pelas linhas papilares. O que faz identificar a pessoa são os pontos característicos que existem nas linhas que formam a impressão digital. Eles são os seguintes: ilhota, cortada, bifurcação, forquilha e encerro. A ilhota se caracteriza por estar a linha papilar reduzida a quase um ponto; a cortada é linha que se interrompe logo; na bifurcação uma linha se desdobra em duas em ângulo aberto e curvilíneo; na forquilha observa-se fenômeno semelhante, com ângulo agudo e quase retilíneo; o encerro é imagem resultante de duas cortadas que se opõem, formando um anel oval ou bifurcações que se interligam. 7 apresentam com a nitidez e perfeição das colhidas para organização dos arquivos, são usualmente incompletas, fragmentárias e apenas de um ou alguns dedos. Em todos os objetos podem-se procurar por impressões digitais. Elas podem se apresentar basicamente em três formas: coloridas, moldadas e latentes. As coloridas são aquelas que são deixadas porque o agente imprimiu a digital, pois sua mão está suja de alguma substância, evidenciando a impressão. É a segunda em freqüência. As moldadas são deixadas porque o objeto é mole (massa, manteiga, material), o dedo da pessoa fica impressa porque a substância é depressível, obtém-se um molde das saliências das papilas dérmicas. Não é freqüente. A latente é a que mais ocorre. Em princípio ela não é vista. Na mão humana há ácidos graxos e gorduras, que pela própria natureza ficam impressas com a digital no substrato. A revelação depende do tipo de substrato que ela se encontra. De acordo com o substrato em que ela se encontra, a técnica de revelação muda. O mais freqüente são os reveladores em pó. Ha claros e escuros (contraste). O pó precisa ser fino e pesado para não se perder a digital. O revelador liquido só é usado em objetos que podem ser mergulhados, ele recobre apenas o local que tem impressão digital. Objetos que podem ser transportados não serão analisados no local e sim levados a perícia, para análise em laboratório. A impressão revelada deve ser retirada e isto é feito por meio de fita adesiva. A digital é fotografada e aumentada para ser analisada. Aula do dia 12/3/2007 AGENTES MECÂNICOS Agentes Mecânicos: feridas incisas, punctórias e mistas Esses são os elementos realmente identificadores. Para que haja semelhança é preciso ser encontrado 12 pontos de coincidência entre a impressão digital encontrada e a que está na impressão. Há impressões digitais: a) coloridas: por exemplo, colocar a mão no sangue e ficar estampado no papel; b) latente: aquelas que não são visíveis. Há um pó de chumbo escuro muito fino que "colore" a identidade digital latente. Há também uma fita que "cola" a impressão digital, caso não seja possível transportar o material (retirar a impressão de uma parede, por exemplo). 4. IMPRESSÃO DIGITAL NO LOCAL DO CRIME Nos locais de crime encontram-se, com certa freqüência, impressões digitais dos autores. É evidente que não se Entre os agentes causadores de lesões, pela freqüência com que ocorrem se destacam os de natureza mecânica: estatisticamente, 99% dos homicídios da cidade de São Paulo são praticados com ações mecânicas. Os agentes mecânicos são distribuídos em 2 subgrupos: 1) Agentes mecânicos externos: (a) (b) (c) (d) (e) (f) Instrumentos cortantes Instrumentos perfurantes Instrumentos contundentes Instrumentos perfurocortantes Instrumentos cortocontundentes Instrumentos perfurocontundentes 2) Agente mecânico interno: o esforço ============================================ 8 Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 (A) INSTRUMENTOS CORTANTES; feridas incisas 2. Gravidade: em regra, são de pouca gravidade, mas há casos em que as incisões são profundas, mutilantes, ou atingem importantes vasos sanguíneos, causando hemorragias debilitantes ou mortais. Incisões profundas no pescoço podem deixar ar entrar no sistema circulatório (causando embolias), ou sangue no sistema respiratório (causando asfixia por sufocação). 3. Quesitos como: - Homicídio, suicídio, ou acidente? Lesão produzida por outrem, ou autolesão (pretendendo simular algo)? Podem-se responder a tais quesitos levando-se em conta circunstâncias como: localização das feridas, seu número, sua direção, o sentido em que foram produzidas, sua profundidade; a unicidade ou multiplicidade de armas; o fato de o ferido ser canhoto ou destro, ou se for alienado mental. 4. Incisões no antebraço, mão ou dedos podem muito bem ser “feridas de defesa”: a vítima procurou rebater ou agarrar a arma. Inexistirão se a vítima tiver sido surpreendida pelo agressor, ou se aquela estivesse inconsciente. Porém, o suicida também pode produzir em si próprio estas incisões, por imperícia ou exasperação. Sua ação ocorre pelo “gume”, ou corte. Exemplos: navalha (o mais típico), faca, bisturi, canivete, tesoura (desde que firam só pelo gume, e não pela ponta), A guilhotina, o cutelo das máquinas de cortar, lâminas de vidro ou de metal. A ação ocorre: (a) Por simples pressão, como na guilhotina (b) Por pressão e deslizamento (mais comum), que aumenta a capacidade de penetração do instrumento. Na maior parte dos casos é o instrumento que – acionado por força humana (de outrem ou da própria vítima) – atinge um corpo mais ou menos imóvel. Porém, ocorre ainda de o corpo se precipitar contra o instrumento que está imóvel Tipos de Feridas (instr. cortantes): a) b) c) Ferida incisa: quando o instrumento penetra os tecidos em direção mais ou menos perpendicular à superfície do corpo. Feridas com retalho: quando o instrumento, tendo penetrado obliquamente, deixa pendente do corpo um retalho cortado em bisel, preso por uma das pontas. Ferida mutilante: quando o instrumento, atravessando os tecidos de lado a lado, destaca certa parte saliente do corpo: o pavilhão da orelha, a ponta do nariz, um dedo, etc. Ainda neste tipo, a incisão da parte frontal do pescoço é chamada de “esgorjamento”; a que separa a cabeça do corpo chama-se “decapitação” ou “degola”. (B) INSTRUMENTOS cortocontusas CORTOCONTUNDENTES; feridas Sua ação ocorre (1) pela força de penetração de um gume pouco afiado, associado, ou seja, CORTE, e (2) ao peso do instrumento, mais (3) a energia do golpe desfechado [2 +3 = CONTUSÃO]. Contusão = lesão produzida por golpe ou impacto; traumatismo. Exemplos: machado, foice, enxada, facão (desde que o corte da lâmina também cause lesão). Características da Incisão (são 4): Características da lesão: (i) Além da feridas incisas causadas pela ação do corte das lâminas (que nestes instrumentos costumam não ser muito afiadas), podem se distinguir pela grande profundidade e por lesar também os ossos, normalmente, além dos órgãos internos. Costumam ter maior gravidade do que as feridas incisas. Predominância do comprimento sobre a profundidade (ação do gume). (ii) Nitidez e lisura das bordas da ferida, sem irregularidades, nem sinais de contusão. Em geral, é retilínea; mas gumes denteados ou cegos produzem incisões menos lisas. (iii) Afastamento das bordas da ferida, pela elasticidade e tonicidade dos tecidos, sendo maior quando produzida em corpo vivo. (iv) Presença de “cauda”: nas extremidades, a ferida é menos profunda do que no centro. O estudo das “caudas” da ferida serve para informar a direção em que o golpe foi dado. Problemas médico-legais das feridas incisas 1. As características da lesão permitem identificação “genérica” (instrumento cortante), mas não específica (navalha, faca), e muito menos individual (esta navalha, aquela faca). Tesouras podem determinar ferida em V. Problemas médico-legais das feridas cortocontusas Pode ser difícil distinguir ferida “cortocontusa” de “lacerocontusa” (ver adiante), para identificar o instrumento causador. Acidentes e homicídios costumam causar estas feridas, havendo também suicídios. Mutilação voluntária também: no caso da fraude de seguros ou previdência. (C) INSTRUMENTOS PERFURANTES; feridas punctórias Os instrumentos perfurantes (instrumentos simples) são longos, pontiagudos, de reduzido diâmetro transverso. Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 Exemplos de instrumentos perfurantes: chave de fenda, ATENÇÃO, ISTO SERÁ EXIGIDO EM PROVA! Outros exemplos: estaca de madeira, alumínio (aquelas colocadas sobre muros), caneta, agulha de tricô, espeto de churrasco (desde que seja cilíndrico e pontudo), tesoura fechada, alfinete, agulhas de modo geral, picador de gelo (desde que seja uma haste, na forma de sovela), grampos de pressão, prego, compasso, florete, flecha, espinhos vegetais, etc. Aula do dia 19/3/2007 A professora nos mostrou um instrumento perfurante, e uma foto com as marcas características. Eles não têm nenhuma angulação, só atingindo a pele pela ponta, são redondos. Entretanto, eles podem fazer um "arranhão". Mas estamos estudando estes instrumentos porque eles "perfuram", não porque arranham. Por não ter "gume", eles penetram no tecido "afastando" as fibras do tecido. Assim, as características da ferida dependem totalmente das "fibras" dos nossos músculos, não dependendo do instrumento – de forma diversa dos instrumentos cortantes, em que o gume é usado para cortar, e diferente ainda dos instrumentos cortocontundentes, que atuam pela "pressão", pela força. Ação do instrumento perfurante: o agressor age por pressão. As feridas por eles causadas são chamadas "punctórias" (este termo vem da palavra "ponto", segundo a professora, mas não consta do dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). Podem elas ser: - Superficiais, ou as - Profundas (ou "penetrantes"), que são: i) CAVITÁRIAS: quando o instrumento nos atinge em uma das três cavidades: cabeça, tórax e abdome, ii) TRANSFIXANTES - EXEMPLO: brinco, furo da orelha. iii) EMPALAÇÃO: quando o instrumento perfurante (e somente ele) é introduzido no: ânus, períneo (no homem, fica entre o escroto e o ânus, e na mulher entre a vagina e o ânus), ou vagina, teremos uma lesão chamada de "empalação" (e não empalamento). O corpo humano é formado de ossos, músculos e pele. Os músculos são formados de FIBRAS musculares. A carne vermelha é formada de fibras, e tais fibras têm uma direção. Sobre as fibras musculares: elas têm uma direção, e a direção delas é que irá definir a impressão, nas lesões, as características das feridas punctórias. Filhós e Langer fizeram um trabalho muito bom para descrever essas feridas, nas chamadas “Leis de Filhós e Langer”. Portanto, as características são a MESMA COISA do que as "Leis" de Filhós e Langer - PROVA! Leis (de Filhós e Langer), ou Características da ferida punctória: 1) Em uma mesma região, a direção da lesão é sempre a mesma. Ou seja, qualquer indivíduo que seja ferido na mesma 9 região do corpo, todas as feridas terão as mesmas direções. Por exemplo, isso não ocorre com os instrumentos cortantes, cuja direção da ferida é dada pelo gume, ou corte, do instrumento, e não pela direção das fibras. 2) A ferida produzida por um instrumento perfurante é "alongada e achatada", como se tivesse sido produzida por um perfurocortante de dois gumes (punhal). Qual a diferença entre uma e outra? A diferença é que a ferida do instrumento perfurante é achatada porque perfurou e repuxou, e a outra, do perfurocortante de dois gumes fica achatada porque os gumes dela fizeram um corte, e isso será identificado pelo perito. Quando uma pessoa está morta e é ferida por um instrumento perfurante, a ferida fica redondinha, porque não há mais a tonicidade muscular que faria repuxar as fibras. 3) Quando a ferida de instrumentos perfurantes tomam o aspecto de figuras geométricas: triângulo, losango, etc., é porque naquele ponto há o CRUZAMENTO de fibras musculares. Atenção: as fibras musculares são tremendamente ELÁSTICAS, e NÃO rompem. Elas não estão isoladas, e sim formadas por chumaços. (D) INSTRUMENTOS pérfuro-incisas PERFUROCORTANTES; feridas Instrumentos compostos São instrumentos que perfuram, mas que também cortam. Aqui, as fibras não determinam o sentido do corte, que é dado pelo gume das lâminas. Podem eles ter 1 ou 2 gumes (canivete ou punhal), e 3 ou mais ângulos (certos estiletes especiais). Ação: em primeiro lugar eles perfuram, e em segundo lugar também cortam. Não é possível inverter essa seqüência. A ação é por PRESSÃO, idêntica ao do instrumento perfurante. Exemplos: tesoura, desde que agindo primeiramente por pressão. ATENÇÃO COM ISTO NAS PROVAS! Outro exemplo: facas de ponta em geral (não as arredondadas). Cacos de vidro, punhal, lança, adaga, dardo, chave de fenda. Atenção: estiletes simples e navalhas NÃO são exemplos de perfurocortantes. Lembremos: para lesar, deverá o instrumento ter PONTA, sempre! Outros exemplos: canivete. Salto de sapato fino. Ponteira de guarda-chuva, varetas de guarda-chuva, desde que sejam achatadas. As feridas produzidas por instrumentos perfurocortantes são as pérfuro-incisas, que podem ser: - Superficiais - Penetrantes: - Cavitárias - Transfixantes Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 10 - A "empalação" NÃO existe aqui, porque o instrumento também corta A pele é formada por duas membranas: [i] epiderme (superficial); e [ii] derme (mais profunda), ou cório. Características de Instrumentos de 1 só gume: a ferida parece uma "botoeira", ou seja, uma casa de botão. Na análise de uma lesão destas, pode-se inferir a intenção do agressor, se era ou não matar, se ele introduziu o instrumento várias vezes, se girou o instrumento ou não, etc. A escoriação ocorre quando um instrumento contundente atua de forma leve sobre a pele e lhe arranca só a epiderme, deixando a derme (ou cório) à mostra. Quando o instrumento é mais novo, em vez de ter a forma de botoeira, a forma se assemelhará à de um triângulo. Exemplos: unha que arranha, pedra que atrita um corpo arrastado, bastão que resvala sobre o braço, etc. Evolução da escoriação Características de Instrumentos de 2 gumes: a ferida ficará alongada e achatada. A ferida produzida por um instrumento de 3 ou mais ângulos, é a ESTRELADA, cujo número de raios corresponde ao número de ângulos. – Escoriação em pessoas (vivas): tipicamente, [i] surge na pele a linfa (líquido sanguíneo incolor, com glóbulos brancos), [ii] que em 24 horas seca e se torna uma crosta serosa de cor amarelada. Quanto à Gravidade das lesões - vejamos o que prevalece: Nos instrumentos cortantes, as lesões corporais de natureza leve é que prevalecem. É possível que a escoriação seja um pouco mais grave (profunda) e atinja as “papilas dérmicas”, quando virá com a linfa uma pequena quantidade de sangue, originando depois uma “crosta soro-hemática”, que é amarelo-avermelhada. Nos instrumentos cortocontundentes, prevalecem as feridas graves e gravíssimas, pois são instrumentos pesados. Costuma ser dolorosa, e a cura se dá em poucos dias, sem deixar vestígios. Nos instrumentos perfurocortantes, prevalecem as lesões GRAVES. – Escoriação em cadáveres (ou poucos instantes antes da morte): a quantidade de linfa ou sangue que verte é insignificante, ou nula; não há formação de crosta, e a pele adquire aspecto de um pergaminho amarelo - é o chamado pergaminhamento da pele. Aula do dia 26/3/2007 (E) INSTRUMENTOS lacerocontusas CONTUNDENTES; feridas Ações contundentes são causadas quando saliências obtusas (sem corte) ou superfícies duras tocam com violência o corpo humano (ou este se choca contra aquelas). Alguns exemplos, de quase infinitos objetos (segundo Thoinot): a) b) c) Órgãos naturais de defesa e ataque de pessoas e animais: mãos, pés, dentes, cascos, unhas, chifres. Instrumentos de ataque e defesa: bastão, chicote, soco inglês, cassetete, palmatória. Instrumentos ocasionais: martelo, barra de ferro, pedra, tijolo, garrafa, perna de cadeira. Também agem como contundentes nos casos de quedas de alguma altura considerável, ou nos desabamentos e desmoronamentos; atropelamentos ou choques de veículos; explosões (objetos projetados contra os indivíduos). Tipos de lesões de agentes contundentes 1) 2) 3) 4) 5) 1) Escoriações Equimoses, hematomas e bossas sanguíneas: Feridas lacerocontusas Fraturas e luxações de ossos Ruptura das partes moles ou órgãos internos Escoriações - importância Importância médico-legal da escoriação: Embora não tenham gravidade clínica, o exame de seu número e distribuição pode indicar se houve ou não lutas, ou acidente. Escoriações nas saliências do corpo indicam quedas ou arrastamento. Já escoriações em partes menos expostas indicam violência intencional. Escoriações como indícios da intenção do agente: em torno da boca e narinas, indicam sufocação. No pescoço, esganadura (ou estrangulamento, se houver um sulco de escoriação). Na face interna das coxas e ao redor dos genitais, indicam atentados libidinosos. Escoriações podem, finalmente, indicar a forma dos instrumentos que a causaram: unha (por beliscões de sevícia), sola de sapato, rodas de veículos, etc. 2) Equimoses, hematomas e bossas sanguíneas Equimose: Lesão que deixa a pele roxa. É uma mancha na pele, de coloração variável, produzida por extravasamento de sangue que não consegue escorrer para o exterior. Eritema: não é possível verificar-se com exame de corpo de deito Edema (ou "inchaço"): é o aumento de volume na região traumatizada. Há uma contusão, por um chute por exemplo, e um aumento de volume. No caso de fratura, tem-se um edema, bem como uma escoriação, e outras contusões. Por isso é que Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 o edema é uma "lesão companheira": ela sempre acompanha uma outra contusão. O Edema é um aumento de volume, mas não tem coloração, porque esse aumento de volume é feito pelo plasma do sangue, que é incolor. De modo geral: se aumenta a gravidade, aumenta a intensidade. Hematoma: Acúmulo de sangue em um órgão ou tecido após uma hemorragia. Idem aos 4 itens acima, mais: 5) A parte restante do sangue afasta as malhas do tecido, ali se alojando. No caso de haver uma lesão do tipo do "edema", mas no couro cabeludo, chama-se de Bossa Linfática (é o vulgo "galo"), para poder analisar a gravidade da lesão. Bossa Sanguínea: seria a equimose ou o hematoma, mas no couro cabeludo. É uma lesão tão grave, que se a vítima já não está em coma, deve-se induzi-la a entrar em coma. Formação da equimose: 1) 2) 3) 4) Contusão (murro, pontapé, paulada, chicotada, sucção) Arrebentamento da parede do vaso sanguíneo. Saída do sangue do vaso sanguíneo. Infiltração do sangue nas malhas do tecido. Evolução cromática da equimose (cai em provas): - Vermelho escuro (1º e 2º dias) - Azulada (3º a 6º dias) - Esverdeada (7º ao 12º dia) - Amarelada, até normalizar a cor da pele A evolução cromática serve para determinar a data em que ocorreu o trauma. Obs.: equimoses pequenas evoluem mais rapidamente. Essa evolução de cores ocorre somente em um organismo vivo, pois em um cadáver isso não ocorre. Problemas médico-legais da equimose: 1) Podem ser de causa externa (traumática), ou interna (por esforço, como tosse, ou várias doenças como epilepsia, púrpura hemorrágica, escorbuto, tifo, varíola, etc.). Além disso, há até pessoas sadias que apresentam equimose por sofrer “emoção forte”, com evolução igual à das traumáticas. 2) Equimoses em indivíduos vivos apresentam sangue coagulado, infiltrado e preso às malhas dos tecidos, enquanto que nos cadáveres as equimoses aparecem só nas partes declives do corpo, são pequenas em tamanho e têm sangue fluido ou fracamente coagulado, não aderente aos tecidos. 11 3) Equimoses indicam, em regra, a sede (ponto central)em que o instrumento contundente foi aplicado. Exceções: ocorrer equimoses subconjuntivais em caso de fratura da base do crânio ou em contusão nos olhos; amplas equimoses na cabeça e pescoço ("máscara equimótica") em caso de contusões no tórax e abdome. 4) Em regra, a forma das equimoses é arredondada. Mas pode ser também na forma de vergões (por açoite de chicote ou bastão), quadrangular (por cabeça de martelo), grupo de cinco ou mais (dedos da mão humana), em forma de arco (dentadas). Como nas escoriações, o número e distribuição das equimoses ajudam a fundamentar conjeturas plausíveis das circunstâncias (agressão, luta, acidente, atos de caráter sexual, etc.). 5) Ocorrem ainda as simulações de equimose (soldados, operários, detentos), para atribuí-las a causa diversa, seja pela coloração da pele com tinta ou com injeção de parafina colorida, e o exame adequado irá afastar essas simulações. 3) Feridas Lacerocontusas - Mecanismos de Produção 1. Compressão (é a batida de um instrumento contundente): a pele, sob ação de violência exterior, é esmagada e se deixa atravessar. 2. Tração. Exemplo típico: o beliscão com a mão (e não com o alicate, que produz a dilaceração do tecido). O beliscão deixa roxo porque se tenta virar e puxar a pele com o vaso sanguíneo no sentido longitudinal. 3. Sucção. Sucção libidinosa (o "chupão" no pescoço, etc.) ou medicamentosa, que é utilizada na homeopatia, com ventosas. Ocorrem algumas equimoses. Temos a pressão de dentro dos vasos, e a extra-vasal. Com a sucção, fica diminuída a pressão extra-vasal, e a parede do vaso arrebenta. 4. Arrebentamento: instrumento de forma roliça (bastão, garrafa, bola de madeira) atinge uma superfície cutânea que reveste parte óssea arredondada (na cabeça, p.ex.), que faz ferida linear como se fosse ferida incisa (de instrumento cortante). 5. Esforço: é o esforço braçal, muscular, que todos fazemos, de carregar peso. A parede do vaso fica desguarnecida, e arrebenta. 4) Fraturas e luxações. Rupturas de órgãos LUXAÇÕES: as extremidades articulares dos ossos, ao se deslocar, perdem suas funções normais. Se o osso lesado for imediatamente recolocado no lugar, não oferecem gravidade, mas podem impor repouso por dias ou semanas. Criam tendência à recidiva (recorrência). Alguns casos impedem a reposição no lugar, sobrevindo incapacidade permanente do membro afetado. Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 FRATURAS: podem ser diretas (o osso se quebra onde recebeu a pancada) ou indiretas (a violência ocorre em região distante da zona fraturada). Mecanismos da fratura: [a] compressão (paulada no braço), [b] flexão (p.ex., tensão do osso, fazendo-o vergar), e [c] torção (uma das extremidades do osso é torcida, enquanto a outra é fixa em outro osso, e se quebra). Nas fraturas, podem ocorrer rupturas de órgãos internos, como nas contusões de grande violência (atropelamentos, soterramentos, quedas do alto, etc.). Ocorre ainda a esquírola (lasca/lâmina) óssea, em que, p.ex., uma ponta de costela fraturada venha a ferir o coração ou outro órgão. No encéfalo, as contusões cerebrais, com ou sem fratura do crânio, podem acarretar lacerações do tecido nervoso. Tem interesse forense a hemorragia da artéria meníngea média, em que a vítima permanece em boas condições entre o momento do trauma e o aparecimento dos sintomas graves, que podem levar à morte. Lesões da medula espinhal resultam de fraturas vertebrais, seja por violência direta, ou indireta, nos casos em que a vítima caia sentada, ou em pé, ou de ponta-cabeça. Contusões no tórax, com ou sem fratura de costelas, as compressões, quedas do alto ou acidentes com veículos costumam produzir lacerações do coração e/ou pulmões. [Nota do Furlani: lacerar = dilacerar = rasgar com força, despedaçar]. As rupturas das vísceras (mais comuns: fígado, baço, e rins) têm gravidade: as hemorragias viscerais levam à morte imediata, se forem abundantes. EXPLOSÕES: explosões de artefatos explosivos de processo físico-químico com grande força expansiva e provocando efeitos mecânicos e sonoros. Provoca lesões de diversas espécies: resultantes da onda explosiva (blast injury), pelo arremesso de fragmentos do próprio artefato, pelo desabamento/destruição de construções do local da explosão (crush injury), e pelo calor e pela chama, provocando queimaduras, além das lesões ao aparelho auditivo. (F) INSTRUMENTOS PERFUROCONTUNDENTES; lesões por arma de fogo As armas de fogo figuram em alto percentual entre os instrumentos usados para crimes dolosos e suicídio, ocorrendo também em alguns crimes culposos. O instrumento vulnerante, de ação perfurocontundente, é a bala ou os grãos de chumbo. À arma, em si, cabe a tarefa de impelir violentamente o projétil. À perícia interessam tanto a arma como o projétil dela disparado, pois com sua análise pericial se podem descobrir detalhes que ajudarão a desvendar um crime e seus detalhes. A bala, forçada no interior do cano, recebe impressões correspondentes à raiação do cano, cujos detalhes microscópicos peculiares a cada arma possibilitam a análise da “estriação lateral fina”, que individualizam a arma que produziu certo disparo, e a identificam com o projétil. 12 Lesões por projéteis de armas de fogo São instrumentos perfurocontundentes. Nos casos bem típicos, a bala penetra no corpo da vítima, atravessa e sai para o exterior. Há assim um orifício de entrada, um trajeto e um orifício de saída. Orifício de Entrada: quase sempre localizado na pele (pode ser na boca, olhos, reto). Merecem atenção (i) a forma do orifício, (ii) suas dimensões, e (iii) suas zonas de contorno. (i) Forma do orifício: em regra, a bala produz ferida circular ou ovalar. Mas varia em função da direção do tiro (tiros oblíquos dão orifícios alongados, balas de raspão podem produzir uma ferida linear ou mera escoriação), da distância (nos tiros de muito perto há dilaceração dos tecidos e feridas irregulares; nos de muito longe, formam feridas atípicas por ferirem não de ponta, mas de lado ou pela base), e das condições do projétil (balas que ricocheteiam e se deformam antes de ferir). (ii) Dimensões: o tamanho do orifício de entrada deve ser considerado em relação ao projétil (o orifício em geral é menor, pela elasticidade da pele; mas nos tiros muito próximos o diâmetro da ferida será maior do que o da bala), e em relação ao orifício de saída (em regra é maior do que o de entrada, mas há várias exceções a se considerar no caso concreto). (iii) Orlas e Zonas de Contorno: o orifício de entrada da bala apresentará estas orlas e zonas, cujas características dependerão da distância do tiro. (a) Orla de Contusão: antes de atravessar as duas camadas da pele, a bala contunde a derme (interna, e mais densa) exibe pequena orla escoriada e de cor escura, chamada de orla de contusão, característica do orifício de entrada. (b) Orla de Enxugo: a bala sai da arma com resíduos (da pólvora, de ferrugem do cano), e ao entrar na pele ela se “enxuga” dessas impurezas nas bordas da ferida, deixando-as no orifício de entrada. (c) Zonas de Tatuagem: como parte da pólvora sai ainda incombusta do cano, os respectivos grânulos se dispersam diante da boca da arma, formando um cone de fogo cuja base fica para o lado do alvo. Se o alvo estiver muito perto, os grânulos e poeiras que ficarem superficialmente na pele serão a zona de “esfumaçamento”, e aqueles que ficarem incrustados na pele formarão a “zona de tatuagem”. A zona de tatuagem é útil para a perícia determinar a distância do tiro, a qualidade da pólvora, se o tiro foi oblíquo ou perpendicular. (d) Zona de Esfumaçamento: formada pelos elementos da pólvora não completamente queimada que se depositam em torno do orifício de entrada, cobrindo a zona de tatuagem. São superficiais e facilmente removidos. (e) Zona de Chamuscamento: área da pele, pêlos e/ou roupa que ficam chamuscados pelos gases superaquecidos ou grânulos de pólvora queimados fora do cano (na lingüeta de fogo), nos tiros muito próximos (queima-roupa). Orifício de Saída: elementos que o diferenciam do de entrada - (i) o projétil que sai do corpo sofreu deformações pela resistência do corpo, e traz fragmentos de tecidos, e portanto o de saída tem tamanho maior, (ii) tem forma irregular ou de fenda, (iii) não apresenta orla de contusão, nem de enxugo, Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 nem zonas de tatuagem; (iv) há presença de tecidos orgânicos por fora da ferida. As vestes: podem produzir indícios dignos de apreciação, pois apresentarão sinais de combustão na zona da entrada da bala. Problemas Periciais: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Identificação do atirador pelo exame da arma: por impressões digitais nela deixadas. Determinação da qualidade da pólvora, que pode permitir verificar a data do último disparo: o exame do sarro (fuligem que a pólvora queimada deixa nas armas) permite verificar se o disparo foi feito com pólvora negra (deixa abundante resíduo) ou pólvora sem fumaça (deixa pouco resíduo). Identificação da arma pelo exame do estojo (estojo = cápsula: parte da bala que acomoda a espoleta, a pólvora e o projétil). Os estojos detonados, que podem ser encontrados no local dos disparos, merecem ser examinados acerca das marcas feita pela superfície externa do cano, marcas deixadas na espoleta pelo percussor, marca do extrator na gola do estojo, etc., que serão confrontadas com as que foram feitas nos tiros de prova dados com a arma suspeita. Identificação da arma pelo exame da bala. A diferença de raiação das balas e a estriação lateral fina, comparadas com as balas dos tiros de prova, é que ajudarão na identificação da arma suspeita. Qual mão atirou? A questão surge para diferenciar homicídio de suicídio, e nos casos em que a arma é colocada na mão do cadáver para simular suicídio. Distância do tiro. (i) Tiro encostado: apresenta na pele a "câmara de mina", com paredes enegrecidas pela pólvora e fumaça; (ii) Tiro próximo, ou a curta distância, ou à queima-roupa: apresenta as zonas de contorno - além de possuir orifício com as orlas de contusão e de enxugo, caracteriza-se pelas zonas de tatuagem (sobretudo). Apresenta orifício + orlas de contusão/enxugo + zona de tatuagem, mas a tatuagem será levíssima, semelhante a uma cinza de cigarro. Ao bater no alvo, ela se esfumaça; portanto, apresenta a “zona de esfumaçamento”. No tiro à queima-roupa, gases superaquecidos saem do cano da arma e, em contato com o oxigênio, entram em combustão – sai então uma lingüeta de fogo que se apaga rapidamente. Assim, tudo o que estiver perto dessa lingüeta de fogo sofrerá um chamuscamento: roupa, pele, pêlos, etc. (iii) Tiro à distância: com orifício, caracterizado pelas orlas de contusão e de enxugo. Não apresenta zonas de contorno. Aula do dia 28/5/2007 SEMINÁRIO: INSTRUMENTOS PERFUROCONTUNDENTES O conteúdo do seminário, já enviado pela Internet aos alunos, será exigido em prova. 13 Comentários da Professora sobre o seminário: A professora nos ensinou a importância do teste de RESIDUOGRAFIA METÁLICA, que é feito na mão de um suspeito, para o estudo da balística. Este estudo, de extrema importância, foi desenvolvido pela professora Irene e colegas da área (Regina do Carmo Pestana de Oliveira Branco, perita criminal química, especialista na área de físico-química), sobre o que ela orienta que nos informemos melhor. Aula do dia 14/5/2007 Agente Mecânico Interno: o ESFORÇO Trata-se de qualquer tipo de esforço: tanto o estudante que carrega seu material escolar, até o estivador que carrega volumes pesadíssimos. A diferença é que um tipo de esforço causa uma lesão aguda, e o outro tipo causa uma lesão crônica. Não se pode confundir "esforço" (agente lesivo mecânico) com "fadiga" (que gera tóxicos, e pode agir por processo bioquímico). A forca braçal, que é a mais primitiva de todas, está relacionada com mão-de-obra, de pouca remuneração; por isso é que esse esforço, que causa uma lesão, deve ser protegido, pelo direito do trabalho. Esforços Internos: o fato de tossir, de urinar, ou defecar - para tudo isso usamos nossas musculaturas, de forma voluntária ou involuntária. Por exemplo: quem, desde jovem, faz esforço para defecar, porque não tem uma função intestinal regulada, acaba desenvolvendo pequenas lesões chamadas "divertículos"; isso costuma se transformar, na terceira idade, em diverticulite inflamação nos divertículos. Conceito de Esforço: O esforço é a atuação de uma potência representada por uma energia de contração muscular para contrabalançar outra potência ou vencer uma resistência. Lembrem-se: na prova, a professora irá querer exatamente o conceito ditado por ela; ela afirma que há essa exigência, que não é dela, e sim da própria disciplina. Quando vemos, na TV, um indivíduo que pega peso, em modalidade olímpica, ou outros atletas que sabem pegar pesos, que sabem a forma mais adequada de pegar pesos e fazer esforços. Ora, mesmo essas pessoas podem desenvolver lesões, como hérnias na região baixa - abaixo dos quadris, ou ainda varicocele nos homens (varizes no pênis). Atos de Mecanismo do Esforço: Temos oito (8) atos do mecanismo do esforço, vejamos: 1) Ato de inspiração Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 14 Inspiração, com fechamento da glote, ou seja, inspirar e segurar a respiração. preocupam com as "predisposições" tidas por alguns pacientes, e por isso é que as perícias costumam demorar. Antes de fazer um esforço, é necessário fazer uma inspiração profunda. b) Fora do Aparelho Locomotor 2) Fechamento da Glote 3) Contração expiratória É o ato de prender o ar - é um ato que dá "explosão", que triplica a força normal. 4) Aumento da Tensão Intratorácica 5) Aumento da Pressão Intra-abdominal 6) Aumento da pressão Intracraniana Ao segurar o ar, tudo fica mais comprimido. 7) Aumento da pressão sanguínea No esforço, a pressão sanguínea aumenta; um hipertenso, ou cardíaco, não podem fazer esforço, porque se arriscaria a morrer. 8) Contração dos Músculos Agindo sobre tendões e articulações, faz-se o esforço. Efeitos Lesivos do Esforço a) No Aparelho Locomotor 1) Aparelho circulatório O aumento da pressão sanguínea ocorrido durante um esforço (ao empurrar um veículo ou ao levantar um grande peso) pode fazer romper as válvulas cardíacas, ou até a válvula mitral, mas sempre se pensa em predisposição a isso, por doenças infecciosas, arteriosclerose, sífilis, alcoolismo, etc. 2) Aparelho respiratório A lesão típica (por aumento da pressão intratorácica) é nos pulmões (já doentes antes), causada pelo respiração de ar poluído, existente nas grandes metrópoles; além disso, lesões causadas pelo hábito de fumar. Exemplos: hemoptise (expectoração de sangue vindo dos pulmões, como na tuberculose) por esforço, pneumotórax (presença de ar na pleura) por esforço, enfisema. 3) Abdome No abdome, não temos tecidos que o sustentem, a não ser um chumaço de fibras musculares, que, em quem não faz exercícios abdominais, são frágeis como um chumaço de cabelos. Mesmo em quem tem os músculos abdominais desenvolvidos, essas fibras musculares não são muito resistentes. Podem ocorrer rupturas do estômago, do intestino, do útero grávido, etc. A lesão típica é a hérnia, que hoje em dia passou também a afetar as mulheres. A tendência da hérnia é crescer; o tratamento é unicamente cirúrgico. Ela pode crescer tanto que não poderá ser mais operada. 1. Músculos: um ato desajeitado pode causar lesão à musculatura, principalmente quando esta está fria, ou esfria de mau jeito. A falta de hábito do indivíduo e do músculo para realizar movimento insólito são as principais causas da ruptura de um músculo. 2. Ossos: sim, é possível ossos se quebrarem por esforço, mas se for causada só por esforço (interno) sempre se pensa em lesão óssea preexistente (ou concausas), como ossos já fragilizados atacados antes por tuberculose, sífilis, tumores malignos, osteoporose senil, etc. Também, observa-se em pessoas que tomaram muito cálcio quando crianças, e seus ossos adquiriram uma dureza acima o normal, e assim ficam mais fáceis de quebrar por não ter a flexibilidade comum que deveriam apresentar. 3. Articulações: muitas vezes, um movimento ou ato desajeitado é muito mais perigoso e maléfico do que um grande esforço propriamente, pois levam a entorses (lesão dos ligamentos) e luxações. As "pernas" são também chamadas "apêndices abdominais", e os braços são chamados de "apêndices torácicos". As perícias se preocupam com o quadro completo do paciente que sofreu lesão, a fim de estabelecer um vínculo entre a ação e o efeito danoso. Afinal, o direito e medicina do trabalho se Aula do dia 21/5/2007 HÉRNIAS e esforço - Conceito: Hérnia é a saliência formada pela saída de um órgão ou porção de órgão da cavidade que o contém através de um orifício natural ou acidental. - Fatores da hérnia Fatores = fatos existentes que poderão levar à hérnia ou não. a) Locus minoris resistentia É a existência de um ponto fraco, de menor resistência, como no umbigo, a cicatriz cirúrgica, ou estrias nos músculos. O problema da estria: onde há estria, o músculo fica esgarçado, e é por ali que pode sair uma hérnia. Portanto, as estrias são ruins do ponto de vista funcional e estético. b) Pressão intra-abdominal É a pressão do órgão, ou seja, o "peso" do órgão. Por exemplo, um fígado costuma pesar 1,8 kg, podendo chegar a mais de 2 Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 kg no caso de quem bebe álcool com freqüência (que faz o fígado aumentar de tamanho), e o próprio intestino. TIPOS DE HÉRNIAS A) Acidente A hérnia não se presta a uma "fraude" de acidente de trabalho. Este tipo surge de um esforço grande, súbito, e é violento, manifestando-se naquele mesmo momento, arrebentando os tegumentos na hora. Se isso ocorrer durante uma atividade remunerada, caracteriza o acidente de trabalho, porque dali a pessoa terá que ir para uma emergência médica do hospital. Não é possível, por exemplo, alegar hérnia sem ter ido diretamente para um atendimento médico de emergência. B) Doença Decorre de um "esforço repetitivo". Este tem seu efeito lesivo decorrente da repetitividade do esforço. Pode ser, por exemplo, até mesmo de uma criança que chora muito (e sofre lesão pela contração dos órgãos internos), ou então a criança que se senta de forma errada à carteira da escola, ou a criança que carrega sua mochila pesada de forma errada. A professora nos orienta que, como de 50 a 60 por cento das doenças são muito influenciadas pelo emocional, é uma minoria reduzida de pacientes que pode saber a verdade de todo o diagnóstico. É tema da psicopatologia médica. Digamos que um indivíduo vá ao médico sentindo dores e, ao saber que é uma hérnia, diz ele "ter certeza de que foi de seu trabalho". Esse trabalhador irá então ser submetido a uma perícia, e também seu local de trabalho será periciado. Essas perícias são demoradas mesmo, para se ter certeza do nexo causal da hérnia. Agora, veremos algo propriamente da área da medicina, que costuma ter implicações jurídicas: a Comoção, a Inibição Cardíaca, e a Emoção. ========================================== COMOÇÃO Atenção: trata-se de uma lesão material, física, sendo uso impróprio da palavra quando se quer dizer "comoção" de ordem emocional. Conceito: comoção é o abalo violento de um órgão, produzido por um golpe direto ou indireto, acarretando um mau funcionamento do órgão, mas desprovido de lesão material. Exemplo: uma pessoa recebe um soco fortíssimo, mas ela sai caminhando normalmente como se nada tivesse acontecido. E, por outro lado, outra pessoa recebe um "piparote" (soquinho leve), e morre instantaneamente. Ao fazer um exame (ressonância, etc.), não aparece nenhum resultado. 15 1) Abalo (mais leve) O indivíduo fica obnubilado, sente um apito no ouvido, e cai, que é o caso típico do lutador de boxe que vai à lona, nocauteado; este é um caso leve. - Não há lesão material: diante de um exame, não existe nada. - Há amnésia retrógrada É aquela amnésia curtinha, mas irreversível, do momento que antecedeu a pancada, só daquele pequeno momento. Exemplo: o filho do Paulo Silvino, chamado Flávio Silvino, ou ainda do cantor Herbert Viana. É o caso típico das crianças que batem a cabeça - e batem fortemente a cabeça, porque as crianças não conhecem limites, nem sabem o perigo que correm. Nesses casos de pancadas fortes nas cabeças de crianças, a orientação é para que, nos momentos seguintes à pancada, a criança seja mantida em observação, para ver se não há vista dupla, etc., e avisar aos pais para continuarem observando, e no dia seguinte levar a exame. 2) Contusão Cerebral (mais grave) O indivíduo (lutador, p.ex.) recebe um golpe, fica obnubilado, e beija a lona; mas há uma diferença: ele não consegue enxergar mais, só se consegue ver a parte branca de seus olhos; mas, depois de 10 segundos fora do ar, ele sai andando. É mais grave, e no dia seguinte deverá ser feita ressonância ou outro exame, para ver se aparece alguma lesão material, mas só no dia seguinte, porque a lesão só vai aparecer no dia seguinte. A "vista dupla" é um sinal de evidência de lesão material - aí é que passa a ser "contusão cerebral", e deixa de ser "comoção". Ou seja, não foi mero abalo. Pode ser que o indivíduo entre em coma, pelo agravamento do quadro clínico. O médico pode até induzir a coma, para que o cérebro "repouse", e assim se acelere a recuperação. a) Contusão b) Há lesão material c) Amnésia mesmo: não há amnésia retrógrada Aqui, o indivíduo não se lembra de absolutamente nada, embora possa aos poucos recuperar "flashes" de certos fatos, 3) INIBIÇÃO Cardíaca, ou Reflexo de Hering Causa morte súbita, normalmente, e não deixa reflexos nem vestígios, nem ninguém para "contar história". No bulbo raquiano existe um centro nervoso que, quando excitado, ocasiona o retardamento do ritmo cardíaco ou mesmo a parada do coração (síncope cardíaca): é o centro inibidor do coração. Morte por inibição: quaisquer regiões periféricas do organismo humano (externas ou internas) podem, quando atingidas por estímulos mecânicos, produzir uma corrente nervosa reflexa inibidora do coração, fazendo-o parar. Matéria de Medicina Forense I, preparada por Fernando Furlani com base nas aulas do 8º Semestre de Direito – Mackenzie em 2007 Locais: - Pescoço: Caso do rapaz dançando forró que, enciumado, deu um chacoalhão na moça, e a moça morreu. Feita a autópsia, absolutamente nada foi detectado. - Abdome (é terrível) Uma pessoa que brigava com um seu desafeto, discutindo, e deu uma joelhada leve na barriga do outro, e este caiu morto. Feita a autópsia, nada foi detectado. - 16 Perícia e Peritos Documentos Médico-Legais Instrumentos Cortantes e Cortocontundentes Instrumentos Perfurocortantes e Perfurantes Instrumentos Contundentes Instrumentos Perfurocontundentes Manchas de Esperma (Tema de Seminário) Identificação Humana e Dactiloscópica (Tema de Seminário) Esforço e Hérnias Comoção Inibição - Órgãos genitais - tremendamente sensíveis. Exemplo: o homem que foi agarrar uma moça, esta, surpresa, deu um apertão no pênis e o afastou, e o homem caiu morto. A inibição cardíaca já foi cientificamente observada em casos de simples injeções medicamentosas em locais normais, na simples retirada de um esparadrapo da pele de paciente, no caso de água fria entrar em contato com a pele ou no estômago de pessoas com corpo aquecido, enfim, simples estímulos em regiões sensíveis. Entretanto, para ocorrer morte há a existência de condições preexistentes debilitantes do organismo, e ainda o período da digestão parece exercer papel importante para haver morte por inibição. Ademais, a emoção é fator adicional de forte influência (pessoas que crêem que irão sofrer muito ao passar por uma situação estão mais predispostas a morrer por inibição). Destas histórias, podemos concluir que: i) A Inibição cardíaca se prova por “exclusão”. Ao se fazer a autópsia, e nada se acha, será inibição. ii) A inibição cardíaca “não tem trauma”, sendo apenas um abalo leve, um toque periférico, do lado de fora. iii) O que atua é o “centro da vida vegetativo”. É diferente da emoção, que o que atua é o centro superior do cérebro. 4) Choque O “estado de choque” (em inglês, shock) sobrevém a lesões produzidas na pele, tórax, abdome, e extremidades. Os traumas ocorrem em acidentes (atropelamento, desabamento, esmagamento); em intervenções cirúrgicas (choque operatório), ou em crimes (açoites, atos de tortura). Sua manifestação fundamental é o colapso (queda), ou seja, a súbita diminuição da energia vital, com sinais de: (a) depressão nervosa, inquietação; (b) baixa na temperatura; (c) queda da tensão arterial – cuja evolução tende para a morte. =================================== PROVA FINAL – matéria a ser exigida: =============================================== FURLANI TRADUÇÕES Traduções juramentadas em todas as línguas Fernando Furlani Tel.: (11) 9770-6800 [email protected] ===============================================