Revista Computadorizada de Producción Porcina Volumen 14
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Revista Computadorizada de Producción Porcina Caracterização de suínos locais brasileiros/Characterization of local Brazilian pigs Volumen 14 (número 2) 2007 CARACTERIZAÇÃO DA CRIAÇÃO DE SUÍNOS LOCAIS NO CURIMATAÚ PARAIBANO Olimpia.L. Silva Filha Escola Superior do Sertão (ESSER). Universidade Estadual de Alagoas. CEP 57500-000 Santana do Ipanema. Alagoas, Brasil email: [email protected] RESUMO No Brasil, a suinocultura apresenta uma cadeia produtiva moderna, igualável aos países desenvolvidos, geralmente, gerenciada pelas agroindústrias processadoras de carne. A estimativa de produção total de carne suína para 2006 e 2007 no Brasil, é de 2 884.9, e de 2 987.0 mil toneladas, respectivamente. Desse total, a estimativa de produção de carne suína de subsistência representa 13.1%, sendo muito significativa para a população que a produz e com importância comercial para o Brasil. Porém, não é fácil uma análise mais profunda, pela falta de dados e informações, especialmente em função da alta expressividade da produção industrial brasileira encobrindo a importância da suinocultura de subsistência; pela ausência de pesquisas e pela pequena preocupação dos órgãos públicos e de fomento à pesquisa com estes animais. A região Nordeste detém um rebanho correspondente a 23% do total do Brasil, tendo importância socioeconômica expressiva para esta região. Os sistemas ideais para animais especializados, em sua maioria, não produzem os alimentos que consomem, ao contrário das produções tradicionais, nas quais existe aproveitamento de tudo o que se produz, tanto vegetal quanto animal, comercializando somente o excedente desta produção e os suínos locais têm a capacidade de aproveitamento dos diferentes alimentos oferecidos pelos sistemas tradicionais. A caracterização animal e de sistemas de produção visando à conservação zoogenética têm à sua disposição ferramentas estatísticas para uma avaliação com maior precisão das variáveis e da complexidade que as envolve. Os suínos são explorados no Curimataú Paraibano como fonte de proteína animal e de renda familiar, além de uma forma de poupança. Apesar de importância, pouco se conhece a respeito da caracterização dos sistemas de produção. Portanto, é de suma importância o incentivo a realizações de ações e pesquisas voltadas para o conhecimento dos sistemas de produções suinícolas praticados no interior do Nordeste brasileiro, carente dessas informações. Palavras-chaves: Sistemas de criação, suínos, conservação animal Título curto: Caracterização de suínos locais brasileiros CHARACTERIZATION OF LOCAL PIG PRODUCTION IN CURIMATAÚ PARAIBANO SUMMARY Brazilian pig production is a modern chain, similar to that of developed countries, generally managed by meat processing agroindustries. Estimates of total pig meat production in 2006 and 2007 account for 2 884.9 and 2 987.0 thousands tons, respectively. From these total productions, 13.1% corresponds to subsistence status, which in turn is very important for those pig producers. This subsistence pig production is of commercial importance in Brazil. On the other hand, it is not easy to achieve an analysis in deep of this activity, due to the lack of data and information related to subsistence pig production, if it is compared to the high presence of Brazilian industrial pig production, hindering the importance of subsistence pig production, the lack of investigation and, on the other hand, small public concern and encouragement of husbandry of this type of animals. Brazilian North East region pig herd accounts for 23% of Brazilian total pig population, which in turn do have a socio-economic importance for this region of the country. Ideal systems for improved pigs, overall, do not produce feedstuffs destined to those animals, in contrast to traditional pig production systems where it its utilized all type of produced materials, either of animal or vegetal origin, and then destining only surplus to market, and local pigs have the capacity for utilizing feeds arising for traditional systems. Biometrical tools for an evaluation with more accuracy of variables and involved complexity are available for characterization of animals and production systems taking into account genetic conservation of pigs. Pig production at Curimataú Paraibano is focused as a source of animal protein and family income, besides that represents savings in economy. In spite of its importance, very few is known on these pig production systems. Therefore, it is very important the incentive for conducting actions and research facing the knowledge of these pig production systems in the countryside of the Brazilian North East, lacking of this type of information. Key words: Creation systems, swine, animal conservation Short title: Characterization of Brazilian local pigs 107 Revista Computadorizada de Producción Porcina Caracterização de suínos locais brasileiros/Characterization of local Brazilian pigs Volumen 14 (número 2) 2007 Tabela de conteúdo Introdução, 107 Suinocultura brasileira, 107 Sistemas de produção tradicionais, 108 Subsistemas de produção, 109 Suinocultura de subsistência, 109 Conservação e uso sustentável dos suínos locais, 110 Análise multivariada como ferramenta para à conservação de raças, 110 Considerações finais, 111 Agradecimentos, 111 Referências, 111 INTRODUÇÃO Iniciar um trabalho de caracterização morfológica e de sistema de produção dos suínos locais no Nordeste brasileiro foi um grande desafio do ponto de vista técnico-científico e operacional, além de uma oportunidade de encarar a realidade vivida pelos criadores desses animais e poder confirmar a urgente necessidade de pesquisas que possibilitem aprofundar o conhecimento dos recursos genéticos animais locais ainda existentes, sua importância econômica, sociocultural e como patrimônio genético para a região. São informações fundamentais para o planejamento de sua preservação e/ou conservação. Nos países em desenvolvimento, as iniciativas orientadas para promover a sustentabilidade agrícola e animal são muito recentes. Os enfoques das políticas de promoção do desenvolvimento sustentável estão, de forma quase generalizada, assentada no encorajamento a uma agricultura que promova a biodiversidade e provoque o mínimo impacto ambiental possível. Muitas famílias de países subdesenvolvidos e em desenvolvimento dependem diretamente de espécies genéticas animais e da biodiversidade do ecossistema para os seus sustentos. Em muitas regiões, os recursos genéticos animais (RGA) se constituem em um componente vital desta biodiversidade, onde milhões de pessoas dependem de seus animais para prover parte, ou suas necessidades diárias completas. Esses sistemas de produção, especialmente os situados em regiões com restrições ambientais e socioeconômicas importantes, em função de suas deficiências precisarem ser supridas rapidamente, requerem que os RGA sejam flexíveis, resistentes e diversos. Os sistemas de produção dos pequenos agricultores do interior da Paraíba estão em transformação, por causa da degradação dos recursos naturais e do contexto socioeconômico complexo e em crise. O primeiro objetivo dos produtores é a sua capitalização e buscam-na através de suas culturas vegetais e animais. Nos sistemas de criação dos pequenos agricultores paraibanos existe flexibilidade da gestão dos rebanhos e das áreas forrageiras, onde as famílias criam diversas espécies pecuárias, como bovinos, caprinos, ovinos, suínos e aves, em subsistemas, na maioria das vezes, associando-os às disponibilidades agrícolas. Esses rebanhos geralmente são dotados de resistência às adversidades ambientais, à escassez de alimentos e às possíveis enfermidades a que ficam expostos. Entretanto, sobre os suínos locais na Paraíba, praticamente as informações são inexistentes, necessitando esta espécie de cuidados especiais e maior atenção, pois os agricultores quando os possuem são em pequenas quantidades e, se não houverem estudos voltados para a conservação desta espécie, sua extinção será inevitável. SUINOCULTURA BRASILEIRA A carne suína é a mais produzida e mais consumida no mundo, tornando-se uma das mais importantes fontes de proteína animal, tendo como os maiores produtores mundiais: China, União Européia, Estados Unidos, Brasil e Canadá. Em relação às exportações mundiais, o Brasil permanece na quarta colocação com uma estimativa para 2006 de 700 mil toneladas de carcaças, enquanto os primeiros colocados: União Européia, Estados Unidos e Canadá, com uma estimativa para 2006 de 1.102, 1.115 e 1.000 mil toneladas de carcaças, respectivamente, segundo ABIPECS (2006). Discorrer sobre a suinocultura no Brasil torna-se relativamente fácil do ponto de vista comercial, como se observa através da produção e exportação mundial de carne suína. No País, concentrando-se nas regiões Sul e Sudeste, apresenta uma cadeia produtiva moderna, igualável aos países desenvolvidos, geralmente gerenciada pelas agroindústrias processadoras de carne. A estimativa de produção total (industrial e de subsistência) de carne suína para 2006 e 2007 no Brasil, segundo os dados de Embrapa Suínos e Aves (2006), é de 2 884.9 e 2 987.0 mil toneladas, respectivamente. Desse total, a estimativa de produção de carne suína de subsistência para os mesmos anos é de 393 e 390 mil toneladas, respectivamente. Já a industrial a estimativa é de 2 491 (2006) e 2 597 (2007) mil toneladas. A produção industrial representa 86.9% da produção total no país e a de subsistência, apesar de menor numericamente, com 13.1%, se concentrando também nas regiões Sul e Sudeste, é bastante representativa e significante para a população que a produz, tendo importância comercial para o Brasil. A suinocultura é uma atividade com predomínio em pequenas e médias propriedades rurais brasileiras, sendo que 81.7% dos suínos são criados em unidades de até 100 hectares. A atividade encontra-se presente em 46.5% dos 5.8 milhões de propriedades existentes no país, empregando mão-de-obra familiar, constituindo importante fonte de renda e um dos fatores de estabilidade social no meio rural (ANUALPEC 2001). 108 Revista Computadorizada de Producción Porcina Caracterização de suínos locais brasileiros/Characterization of local Brazilian pigs A região Nordeste detém um rebanho muito grande, com 8.75 milhões de cabeças, o que correspondem a 23% do total do Brasil, segundo dados do IBGE (2003), e tem uma importância social e econômica expressiva para os estados desta região. Segundo Miele e Machado (2005), a cadeia produtiva de carne suína no Brasil apresenta um dos melhores desempenhos econômicos no cenário internacional, com um aumento expressivo nos volumes e valores produzidos e exportados. Esse desempenho se deve aos avanços tecnológicos e organizacionais das últimas décadas. Os diversos agentes que compõem a cadeia produtiva da suinocultura nacional têm discutido a necessidade de implementar mecanismos de coordenação para adequar os volumes ofertados à demanda interna e externa. Um desses mecanismos é a geração, disponibilização e utilização de dados e informações acerca da produção atual e futura de suínos para o abate e de carne suína para o consumo interno e a exportação (Miele e Machado 2005). Existe uma pesquisa para o levantamento sistemático da produção e abate de suínos (LSPS), envolvendo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), em conjunto com a Embrapa Suínos e Aves e diversas organizações de representação nas principais regiões produtoras. Observando que o processo adotado leva em conta a estrutura organizacional predominante em cada região, porém, para as principais regiões produtoras. O LSPS, conforme Miele e Machado (2005) é uma pesquisa de previsão e acompanhamento conjuntural da suinocultura brasileira, que tem como objetivo fornecer estimativas dos abates e da produção de carne suína, a partir do alojamento de matrizes, da sua produtividade e do peso médio da carcaça. Os dados para realização do LSPS somente se encontram disponíveis em suinoculturas desenvolvidas ou industriais, o que demonstra a importância do LSPS para estes suinocultores. Mas, em relação à suinocultura de subsistência faltam dados para nortear uma pesquisa que dê suporte a esta atividade, consequentemente, à população que dela depende. A suinocultura de subsistência possui interferência direta na vida da população que a produz e automaticamente se beneficia dela. Quando se trata desta atividade, já não se torna tão fácil uma análise mais profunda, pela falta de dados e informações, especialmente em função da alta expressividade da produção industrial brasileira encobrindo a importância da suinocultura de subsistência; pela ausência de pesquisas e pela pequena preocupação dos órgãos públicos e de fomento à pesquisa com estes animais. Mais da metade da população nordestina depende diretamente do meio rural, o qual apresenta particularidades interessantes a serem estudadas, como a identificação do efetivo suíno local ainda existente. Sabe-se que os suínos locais são grandes agregadores de riquezas e precursores de desenvolvimento regional, pois reúne sua fácil adaptabilidade às adversidades do meio, utilizando os alimentos oferecidos pelo ecossistema natural, transformando-os em proteína de alta qualidade. Volumen 14 (número 2) 2007 SISTEMAS DE PRODUÇÃO TRADICIONAIS A discussão sobre os sistemas de produção tradicionais neste trabalho inicia-se na evolução do setor agropecuário no último meio século, envolvendo a produção animal, a utilização dos recursos genéticos locais nos sistemas tradicionais, a importância dos suínos locais dentro destes sistemas e a qualidade do produto oriundo de uma suinocultura tradicional aliado às exigências do mercado consumidor. A modernização do setor agropecuário nos últimos 50 anos tem compartilhado de uma alta especialização das produções, segundo García (1998), dedicando-se a grandes áreas de cultivo de poucas espécies vegetais, assim como a separação dos setores agrícola e pecuário. A tendência do setor pecuário é a concentração de um grande número de animais, em geral especializados e de altos requerimentos, conduzidos em sistemas ideais de manejo e alimentação, com alta inversão de capital. Os sistemas ideais para animais especializados, em sua maioria, não produzem os alimentos que consomem, ao contrário das produções tradicionais, nas quais existe aproveitamento de tudo o que se produz, tanto vegetal quanto animal, comercializando somente o excedente desta produção. Os sistemas extensivos de produção animal se baseiam na utilização de espécies animais de interesse zootécnico, capazes de aproveitar eficazmente os recursos naturais, mediante o pastoreio. Geralmente, as espécies animais exploradas correspondem a genótipos nativos adaptados ao ambiente natural (Martín Bellido et al 2001). Corroborando, González (2003) afirma que a exploração extensiva propriamente dita, constitui um sistema tradicional de manejo baseado no aproveitamento dos recursos naturais, que com novos aportes, tem permanecido através dos tempos graças à adaptabilidade de determinadas raças animais. Os animais nativos, especialmente os suínos locais, têm a capacidade de aproveitamento dos diferentes alimentos oferecidos pelos sistemas tradicionais, que geralmente são pequenas produções envolvendo agricultura e poucos animais criados ao redor da casa. Quando os excedentes da produção agrícola são suficientes, além da comercialização, os pequenos produtores guardam para sua mantença e para o consumo animal. No mundo, a perda de biodiversidade é atualmente motivo de grande preocupação; o conhecimento dos sistemas de produção de suínos tradicionais e das medidas que se adotam para melhorá-los constituem alternativas válidas para conservar os recursos genéticos animais (Pérez et al 2005). Para se dispor de um sistema de produção de suínos locais voltados para a sustentabilidade do ambiente e das famílias produtoras, é necessária toda uma sistemática préestabelecida para acompanhamento da criação, tarefa ainda pouco desenvolvida no Brasil, especialmente no Nordeste, em decorrência dessa exploração ser exercida, em sua maioria, por pequenos produtores (as) e agricultores (as) familiares e não haver trabalhos disponíveis para delinear a forma de administração desses sistemas nem associações de criadores dos suínos locais. Por serem animais onívoros, os suínos possuem a capacidade de, além do aproveitamento da produção agrícola, como 109 Revista Computadorizada de Producción Porcina Caracterização de suínos locais brasileiros/Characterization of local Brazilian pigs excedente e/ou como perdas para comercialização e consumo humano, a utilização dos resíduos da alimentação humana, lhes conferindo uma capacidade extraordinária de transformar as mais variadas fontes de alimentação em proteína animal de boa qualidade, mesmo sem o menor critério e balanceamento adequado às suas exigências nutricionais. Os suínos das criações tradicionais, na maioria das vezes, segundo Ortiz e Sánchez (2001) recebem alimentação desequilibrada, não obstante, sua rusticidade e instinto de sobrevivência lhes permitir encontrar uma dieta que assegure sua produção e reprodução, aportando energia e proteína para a dieta humana. Corroborando, Köhler-Rollefson (2004) afirma que cada vez está mais claro que os animais adaptados às condições locais e mantidos de forma extensiva, sem alimentação balanceada e sem profilaxia das enfermidades, rendem mais que os animais exóticos importados nas mesmas condições. São numerosos os trabalhos que atribuem aos sistemas de produção de suínos tradicionais um impacto social transcendente, conforme Aparício et al (2004). As pequenas propriedades pecuárias empregam mais pessoas que as grandes, entendendo-se que estas priorizam a automatização e tecnologias dos serviços, diminuindo mão-de-obra enquanto que, considerando o efeito multiplicador sobre o setor e sobre os serviços daquelas propriedades pequenas, geralmente estes serviços são distribuídos e os pequenos produtores gastam mais na própria comunidade local. O auge que as explorações extensivas experimentaram na década de 90 esteve motivado tanto pela eficácia da espécie suína no aproveitamento dos recursos que oferecia o ecossistema, como pela demanda de produtos de origem natural, sociais e culturalmente muito reconhecidos na atualidade (Gónzalez 2003). A produção suína atualmente está cada vez mais influenciada por critérios de qualidade. Quando se adota um sistema de qualidade, boas práticas de manejo e bem-estar animal diminuem os riscos para a saúde animal e para a humana. Os fatores relacionados à saúde dos animais, segurança alimentar, critérios ambientais, normas de bem-estar animal e qualidade do produto, na atualidade, são atributos exigidos pelos consumidores ao adquirir produtos da carne suína. Le Roy (2002) constata que, como o contexto econômico da produção de suínos sofreu grandes transformações, estas novas características têm que ser levadas em conta pelos criadores, como também a imagem que esta dá à produção, que então poderiam se tornar objetivos da seleção. Portanto, a escolha dos suínos para a criação em sistemas tradicionais deve estar relacionada à rusticidade e adaptabilidade destes animais ao ambiente que se deseja criálos. Subsistemas de produção Um modo de exploração agrícola é produto específico do trabalho que utiliza uma combinação apropriada dos meios de produção, para explorar e reproduzir um meio cultivado descendente do meio original, dadas às transformações sucessivas sobre o passado historicamente constituído, segundo Schmitz (2005). Essa combinação forma um sistema, em conseqüência do meio cultivado ter sido composto, geralmente, por espaços explorados de maneira distinta e/ou Volumen 14 (número 2) 2007 complementar, conforme o caso, afirma o mesmo autor. Por causa do trabalho, esses sistemas são constituídos também por um sistema de instrumentos coerentes, necessários e suficientes para conduzir os cultivos e criações animais compatíveis com o estado ecológico do meio. Além disso, por esta razão, tem-se um sistema de instrumentos necessários e suficientes para explorar o meio, mas igualmente necessários e suficientes para reproduzir sustentavelmente as condições de produção, fertilidade e os insumos necessários à produção (Schmitz 2005). Unidades produtivas familiares se tornam complexas por serem compostas de uma combinação de sistemas, necessários às produções praticadas, animal e/ou vegetal. Dentro de cada unidade produtiva familiar, entende-se por subsistemas de produção esta combinação dos sistemas produzidos. A criação animal na microrregião do Curimataú é praticada por quase todas as pequenas unidades produtivas familiares, mesmo que essa criação signifique de uma a três cabeças manejadas na corda (Japiot 1995). Apenas alguns produtores criam ovinos, caprinos e suínos e nos quintais domésticos é freqüente a presença de pequenos plantéis de aves (Petersen et al 2002). A pequena propriedade rural ou situada nos municípios genuinamente rurais, em geral, apresenta uma combinação dos subsistemas, como exemplo, uma criação de suínos amarrados na corda e pequenos plantéis de aves. Conforme Sidersky (s/d) é muito difícil encontrar unidades familiares de apenas um subsistema. E, em alguns casos, os espaços podem fazer parte, simultaneamente, de mais de um subsistema: as capoeiras, que são fonte de lenha e madeira e, ao mesmo tempo, fonte de forragem para os rebanhos; um roçado de milho e feijão faz parte do subsistema das culturas anuais, mas, concomitantemente, fornece alimentação para os rebanhos. Estes subsistemas se combinam de maneira diferenciada em função de diversos critérios utilizados pelas famílias produtoras. Em relação à criação de suínos locais no Curimataú, a predominância das culturas anuais ou perenes, favorece a criação destes animais com as sobras ou perdas das culturas vegetais. E um dos critérios que determina a forma em que os subsistemas se combinam, segundo Sidersky (s/d), é o socioeconômico. Suinocultura de subsistência Na região Nordeste, onde mais da metade da população depende do meio rural, a suinocultura de subsistência, com os devidos cuidados zootécnicos e ambientais, pode se tornar uma atividade ecológica e, futuramente, com alto valor agregado. Para fundamentar este pensamento considera-se a afirmação de Delgado (2005), de que a pecuária ecológica integra todas as atividades que têm como finalidade a produção de alimentos de origem animal sem empregar substâncias químicas artificiais, nem organismos modificados geneticamente (OMG), evitando a deterioração do ambiente e assegurando o bem-estar animal. Portanto, as famílias produtoras dos suínos locais, também 110 Revista Computadorizada de Producción Porcina Caracterização de suínos locais brasileiros/Characterization of local Brazilian pigs chamados de suinocultura de subsistência, respeitando os sistemas ecológicos e observando que todas as criações animais fazem parte dos subsistemas utilizados, teriam melhores condições de promover uma criação animal, com maior equilíbrio ambiental, além de uma sócioeconomia mais estável, oriunda do valor agregado ao produto ecológico. Machado (1967), em seus estudos sobre suinocultura brasileira, já reconhecia serem precárias as produções dos suínos nativos, mesmo enfatizando a enorme rusticidade. Salientava, ainda, a necessidade de se buscar combinações de cruzamentos para obter animais capazes de reproduzir e produzir adequadamente. Na escolha das raças ou grupos genéticos, deve-se ter em conta a capacidade de adaptação dos animais às condições locais, a sua vitalidade e a sua resistência às doenças, pelo que se deve dar preferência aos nativos (Rodrigues 2003). Concordando, Delgado (2005) afirma que as raças que melhor se adaptam aos sistemas ecológicos são as nativas, selecionadas pela sua rusticidade e adaptação a diversos ecossistemas, raças fortemente integradas na cultura e meio natural das regiões. É difícil convencer os produtores que os animais que são vistos como inferiores constituem-se, de fato um valioso recurso genético. Entretanto, para que este convencimento ocorra, há necessidade da dissolução dos mitos e que as informações técnicas e de “marketing” da carne sejam agregadas ao valor final dos produtos no mercado. Para tanto, as campanhas públicas de conscientização são necessárias no apoio às atividades de conservação e biodiversidade local, tornando-se uma questão fundamental no processo. Conservação e uso sustentável dos suínos locais A conservação dos suínos locais serve como uma referência útil em valor agregado às características que são negligenciadas freqüentemente, e isso poderia dar às raças em questão uma extrema competitividade, contribuindo também para o aparecimento de criadores comerciais das raças locais, como um recurso destinado para o setor menos favorecido economicamente. As formas de produção de suínos locais e a organização social, conforme Dutra Júnior (2004) conduzem à manutenção, ao aumento da fertilidade do solo, a conservação dos outros recursos naturais e à permanência e estabilidade dos valores culturais das populações rurais. Sabendo-se que a região Nordeste representa 49.7% da agricultura familiar nacional (Guanziroli e Cardim 2000) e 81.7% dos suínos no País são criados em unidades com até 100 ha, supõe-se que estes animais façam parte dos subsistemas da agricultura familiar nordestina. A produção de suínos em 2004, no Nordeste, ficou na segunda colocação com 21% do total nacional, perdendo apenas para os 45% da região Sul (IBGE 2006). O incentivo à produção de suínos locais nestas propriedades, com uma tecnologia local e voltada para uma exploração ecológica, poderá trazer grandes vantagens de renda e fixação do homem ao campo, além da conservação do patrimônio genético suíno. Volumen 14 (número 2) 2007 maioria, em instalações rústicas, muitas vezes limitadas a “fundo de quintal”. O Estado possuía um efetivo suinícola de 143 995 cabeças em 2004 (IBGE 2006) indicando que esta atividade pode ser incentivada, trabalhada de forma a não degradar o meio ambiente, aproveitando a situação de criação familiar para formação dos pequenos produtores, com incentivo à melhoria no manejo e condições de criação, conservação do patrimônio genético suíno e, conseqüentemente, agregação de valor ao produto. Considerando que a carne suína é a mais consumida no mundo, 98.5 bilhões de toneladas por ano (Roppa 2004) e considerando todos os problemas que o sistema convencional de produção tem enfrentado, a carne suína orgânica produzida no Brasil teria grande chance de ganhar a preferência dos consumidores dos paises desenvolvidos, onde existe um mercado promissor para tal produto, segundo afirma Dutra Júnior (2004). Faz-se necessário a caracterização do atual sistema de produção de suínos locais, principalmente no Nordeste Brasileiro, para que novas propostas e políticas de conservação sejam elaboradas e adotadas com a finalidade de proporcionar melhorias nas criações de suínos em sistemas tradicionais e na qualidade de vida das populações carentes na Região. ANALISE MULTIVARIADA COMO FERRAMENTA PARA A CONSERVAÇÃO DE RAÇAS Para analisar o mundo que cerca as produções animais e seus sistemas de criação, visando a conservação das raças ali existentes, necessita-se identificar todos os acontecimentos, sejam eles técnicos, históricos, ou sociais, que envolvem um grande número de variáveis. Para estabelecer relações, encontrar ou propor soluções é necessário controlar, manipular e medir as variáveis que são consideradas relevantes ao entendimento do sistema analisado (adaptado de Moita Neto 2004). A maior dificuldade em traduzir as informações obtidas em conhecimento, segundo Moita Neto (2004), é de natureza epistemológica: a ciência não conhece a realidade, apenas a representa através de modelos e teorias dos diversos ramos do conhecimento. Outra dificuldade implica e condiciona a pesquisa a uma “padronização” metodológica. Um aspecto essencial desta padronização é a avaliação estatística das informações. A estatística descritiva de uma variável quantitativa define perfeitamente uma população, são em primeiro lugar a média, como principal estatística descritiva de tendência central para se conhecer o centro da distribuição dos valores de cada variável, e em segundo lugar, as outras estatísticas como desvio padrão, erro típico da média e a categoria ou classe que informam sobre as margens em que se movem os valores variáveis e a magnitude de sua variação (Cabello 2004). Delgado et al (1991) afirmam que as análises de variância para caracterização animal permitem detectar em cada variável estudada as possíveis diferenças significativas existentes entre as variedades ou pelo contrário, informa a homogeneidade estatística entre os distintos grupos de animais estudados. A criação de suínos no Estado da Paraíba é realizada, na sua 111 Revista Computadorizada de Producción Porcina Caracterização de suínos locais brasileiros/Characterization of local Brazilian pigs Por necessitar de ferramentas estatísticas que apresentem uma visão global do sistema estudado que aquela possível numa abordagem univariada, a análise multivariada corresponde a um grande número de métodos e técnicas que utilizam simultaneamente todas as variáveis na interpretação teórica do conjunto de dados obtidos (Moita Neto 2004). Desta forma, quando se considera um conjunto de variáveis, as informações obtidas a partir de análises de característica única podem ser incompletas, principalmente quando há correlação entre as variáveis, sendo nestes casos de grande interesse o uso de análises multivariadas, segundo Souza et al (2000). sob estudo de caracterização. As análises multivariadas são ferramentas analíticas que permitem uma percepção bastante significativa acerca de fenômenos complexos envolvendo múltiplas dimensões, identificando certos padrões básicos que emergem de uma profusão de variáveis em interação (IATROS 2007). CONSIDERAÇOES FINAIS Existem diferentes técnicas multivariadas que podem ser utilizadas para diversas finalidades específicas. Estas técnicas, segundo Inácio et al (2002) são muito eficazes para a exploração de relações estruturais entre grande quantidade de variáveis, sendo uma ferramenta importante em estudos ambientais interdisciplinares. Para explorar dados de caracterização animal e de sistemas de produção de uma maneira analítica e quantitativa, utiliza-se como ferramenta muitos procedimentos estatísticos exploratórios, conhecidos em seu conjunto como análises multivariadas (adaptado de Inácio et al 2002), que objetivam reduzir um grande número de variáveis a poucas dimensões com o mínimo de perda de informação, permitindo a detecção dos principais padrões de similaridade, de associação e de correlação entre as variáveis, conforme Inácio et al (2002). A rigor, segundo IATROS (2007), esse conjunto inclui a regressão linear múltipla e as técnicas de regressão nãolinear, mas também muitas outras, tais como análise de variância (anova), análise fatorial, análise de conglomerados (cluster analysis) e escalonamento multidimensional. Ribeiro Júnior (2001) afirma que a análise de componentes principais, conhecida por ACM, tem como objetivo, a obtenção de um pequeno número de combinações lineares (componentes principais) de um conjunto de variáveis, que retenham o máximo possível da informação contida nas variáveis originais. Freqüentemente, um pequeno número de componentes pode ser usado, em lugar das variáveis originais, nas análises de regressões, análises de agrupamentos, et cetera. Os componentes são extraídos na ordem do mais explicativo para o menos explicativo. Teoricamente o número de componentes é sempre igual ao número de variáveis. Entretanto, alguns poucos componentes são responsáveis por grande parte da explicação total (Ribeiro Júnior 2001). A análise de variáveis canônicas, atendendo a critérios multivariados como explica Cabello (2004), permite utilizar a variação, aportadas pelas distintas variáveis medidas em trabalhos de caracterização animal, para estabelecer agrupamentos no espaço das distintas subpopulações. Desta maneira, facilita a compreensão da morfologia dos agrupamentos populacionais dos animais estudados. A definição espacial das variáveis canônicas é de máxima eficiência para a diferenciação morfométrica de populações Volumen 14 (número 2) 2007 No entanto, analisar as diferentes situações encontradas nas criações animais não é uma tarefa fácil, pela complexidade de sistemas de produção animais e agrícolas, ou seja, um sistema agropecuário, e pelas interações de suas variáveis. Portanto, a caracterização animal e de sistemas de produção visando à conservação zoogenética têm à sua disposição ferramentas estatísticas para uma avaliação com maior precisão das variáveis e da complexidade que as envolve. Os suínos são animais explorados como fonte de proteína animal e como uma forma de poupança, a ser utilizada em um determinado momento estratégico e como fonte de renda familiar. Apesar de sua criação e importância, pouco se conhece a respeito da caracterização dos sistemas de produção e tecnologias aplicadas pelas famílias produtoras que se encontram no Nordeste do Brasil. Portanto, é de suma importância o incentivo a realizações de ações e pesquisas voltadas para o conhecimento dos sistemas de produções suinícolas praticados no interior do Nordeste brasileiro, carente dessas informações. O Nordeste por suas características edafoclimáticas, não teria condições de competir em igualdade de condições com a suinocultura tradicional ou industrial, com as regiões produtoras de grãos. Porém, deve-se pensar na suinocultura nordestina como uma atividade diferenciada, em manejo, alimentação, instalações e qualidade dos produtos, oriundos de uma produção tradicional, de forma que seja adaptável e rentável dentro da realidade regional. É possível criar alternativas de exploração de suínos locais no Nordeste brasileiro, com pesquisa e desenvolvimento de tecnologias adequadas ao local. AGRADECIMENTOS Esta resenha foi construída a partir do referencial teórico da tese do autor (Silva 2006), que expressa fortemente o agradecimento aos editores pelo convite e abertura para a realização desta publicação. REFERÊNCIAS ABIPECS. 2006. A carne suína em 2006. Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS). Versión electrónica disponível em: http://www.abipecs.org.br ANUALPEC. 2001. Anuário da Pecuária Brasileira (ANUALPEC). 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