Optimização da produção de silagem de milho no Noroeste de
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Optimização da produção de silagem de milho no Noroeste de
1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA Optimização da produção de silagem de milho no Noroeste de Portugal com recurso a modelos de simulação R. P. Braga Escola Superior Agrária de Elvas (ESAE) Apartado 254, 7350-903, Elvas, Portugal [email protected] M. J. Cardoso Escola Superior Agrária de Ponte de Lima (ESAPL), Refóis do Lima, 4990 –706, Ponte de Lima, Portugal [email protected] J. P. Coelho Instituto Superior de Agronomia (ISA) Tapada da Ajuda, 1349-017, Lisboa, Portugal [email protected] RESUMO A produção de silagem de milho (Zea mays L.) reveste-se da maior importância no sistema de agricultura do Noroeste de Portugal. Os produtores têm de decidir à data de sementeira o tipo de duração de ciclo a semear. Regra geral, quanto mais antecipada for a data de sementeira maior deverá ser a duração do ciclo e vice-versa. Este tipo de decisões (combinação data de sementeira – duração do ciclo) e o regime de temperaturas do ano em concreto determinarão da data de colheita. Uma vez que as condições meteorológicas do ano agrícola são desconhecidas à data de sementeira, verifica-se a necessidade de estabelecer regras de suporte à decisão baseadas em dados meteorológicos históricos para optimizar a produção de silagem. Esta optimização significa um melhor ajustamento entre a data de sementeira e a duração do ciclo para produzir silagem em maior quantidade e melhor qualidade. A data de colheita deve ainda ser realizada em condições óptimas de traficabilidade do solo. Usámos o modelo CERES-Maize para o estabelecimento das regras de suporte à decisão. Os parâmetros das cultivares foram estimados a partir de dados de um ensaio de campo que envolveu 5 datas de sementeira e 6 tipos de ciclo FAO (de FAO 200 a FAO 700). O modelo foi corrido para 39 anos de dados meteorológicos históricos simulando 18 datas de sementeira de 6 tipos de cultivares. As regras de suporte à decisão foram estabelecidas com base na análise dos resultados das simulações e em 3 níveis estratégicos de atitude perante o risco. O uso das regras de suporte à decisão foi ilustrado com exemplos concretos. As limitações actuais do modelo utilizado para este tipo de aplicação são discutidas. Palavras-chave: Silagem; Milho; CERES-Maize; Suporte à decisão; Data de sementeira; ciclos FAO. 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA 1. Introdução A produção de silagem é da maior importância para a produção de leite no sistema de agricultura de Entre Douro e Minho, onde cerca de 60000 ha de milho são semeados cada ano. Os agricultores têm todos os anos de tomar decisões tácticas relativamente à cultivar a semear para cada data de acordo com o objectivo de maximizar a produtividade e a qualidade. Uma diferença fundamental entre cultivares é a duração do ciclo: ciclos longos semeados cedo, produzem mais biomassa de melhor qualidade; em datas de sementeira tardias devem ser utilizados ciclos curtos de forma a maximizar a qualidade da silagem; ciclos longos semeados tarde não produzirão grão e, portanto, conduzirão a baixa qualidade; e, ciclos curtos semeados cedo não maximizam a produção de biomassa. Apesar de estas linhas gerais serem bem conhecidas pelos agricultores, é necessário informação mais quantificada e precisa de forma a maxilar a produção de leite. Depois de a cultura estar semeada, os agricultores necessitam de estimar a data de colheita. Uma vez que as condições meteorológicas do próprio ano são desconhecidas (em particular o regime de temperaturas), os agricultores apenas podem fazer uma vaga estimativa da data de colheita baseada na informação fornecida empresas de sementes relativa a dias de calendário e não a dias-grau de crescimento. De igual modo, os agricultores necessitam de informação mais precisa sobre as datas de colheita ou, pelo menos, ter à disposição informação sobre a magnitude da variabilidade (e risco associado) que a data de sementeira pode ter dependendo da data de sementeira e da cultivar utilizada de forma a melhor planear a colheita e o sistema de produção em função das necessidades de alimento. Um maneio optimizado de produção de silagem é o que, para uma dada data de sementeira, utiliza a cultivar que maximiza a quantidade e qualidade de silagem. Sabendo a data de sementeira, o agricultor deverá estar apto a conhecer a distribuição de datas de colheita possíveis e consequente quantidade, qualidade e risco envolvido. O sucesso de uma sementeira no cedo depende de vários factores tais como a possibilidade de trabalho do solo, a preparação do agricultor, a temperatura do solo e o risco de geada tardia. A possibilidade de trabalho do solo depende do regime de pluviosidade e da textura do solo. A possibilidade de uma colheita tardia depende da traficabilidade do solo e da impossibilidade de crescimento da cultura a baixas temperaturas. Os modelos de simulação utilizam uma visão holística da realidade de forma a simular o crescimento e o desenvolvimento de culturas assim como os factores ambientais e as suas interacções. Um modelo de simulação é uma excelente ferramenta para estudos que envolvam a quantificação de efeitos do maneio da cultivar e do clima na produtividade e desenvolvimento das culturas (Jame e Cutforth, 1996.). CERES-Maize (Hoogenboom et al., 1994) tem sido extensivamente utilizado no suporte à decisão em rega, fertilização, escolha de cultivar, etc., tal como nos reporta Jones et al. (2003). O objectivo principal deste artigo é a implementação de linhas precisas e quantificadas de suporte à decisão para a optimização táctica da produção de silagem de milho no sistema de agricultura de Entre Douro e Minho com a ajuda de uma modelo de simulação de culturas. Estas linhas servirão de suporte à decisão de agricultores em termos de decidir quais as cultivares a semear para cada data de sementeira específica e que quantidade de biomassa, sua qualidade e data de colheita esperar. 2. MATERIAL E MÉTODOS A metodologia geral do trabalho envolve três passos consecutivos e interdependentes: obtenção dos coeficientes das cultivares para o modelo CERES-Maize utilizando três anos dados de campo; b) utilização do modelo para simular a produtividade e a fenologia diversas cultivares (ciclo curtos a longos) semeados em data consecutivas durante 39 anos dados climáticos históricos; c) análise dos dados simulados de forma a obter as linhas suporte à decisão. a) de de de de 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA 2.1 Dados experimentais e estimação dos coeficientes genéticos Os dados experimentais foram obtidos a partir de um ensaio de campo em Ponte de Lima, Portugal (41.76727º N 8.58307 W) durante três anos. O objectivo do ensaio de campo foi testar várias combinações de datas de sementeira e cultivares em termos de produtividade de biomassa para a produção de silagem. A rega e o azoto foram mantidos a níveis não limitantes. Foram utilizadas seis cultivares de acordo com o seu ciclo FAO de 200 a 700. Durante os três anos foram testadas 47 combinações de data de sementeira e cultivar (tabela 1) Tabela 1. Combinações de data de sementeira e cultivar testadas no ensaio de campo. Ano 1995 1996 1997 Cultivar FAO 600 FAO 500 FAO 400 FAO 300 FAO 200 FAO 700 FAO 600 FAO 500 FAO 400 FAO 300 FAO 200 FAO 700 FAO 600 FAO 500 FAO 400 FAO 300 FAO 200 Data de sementeira Abr 20 Mai 5 Mai 20 Jun 5 Jun 19 Abr 23; Mai 8 Abr 23; Mai 8; Mai 22 Abr 23; Mai 8; Mai 22; Jun 5 Mai 8; Mai 22; Jun 5; Jun 19 Mai 22; Jun 5; Jun 19 Jun 5; Jun 19 Abr 23; Mai 7; Mai 21 Abr 23; Mai 7; Mai 21; Jun 4 Abr 23; Mai 7; Mai 21; Jun 4; Jun 18 Abr 23; Mai 7; Mai 21; Jun 4; Jun 18 Mai 7; Mai 21; Jun 4; Jun 18 Mai 21; Jun 4; Jun 18 A data de floração, o número de folhas total e a densidade de populacional à colheita foram registados em cada combinação. A colheita de biomassa foi feita quando a linha do leite se encontrava de um terço a um meio entre a coroa do grão e o ponto de inserção na espiga. Neste estádio, o teor de humidade da planta variou entre 73% e 66%, o que é considerado como ideal para a fermentação em silos horizontais tipo “bunker” (Wiersma et al.,1993). A altura de corte foi de 5 cm. A temperatura máxima e mínima do ar, precipitação e radiação solar foram registados no local de ensaio por uma estação meteorológica automática. O solo foi classificado como FAO Cumulic Anthrosols com uma profundidade de 150cm e uma média de 145 mm/m de água disponível para as plantas. O clima do local classifica-se segundo a classificação de Koppen como Csb i.e. ameno de latitude média com uma verão seco e quente. Um único FILEX DSSAT foi construído para obter os coeficientes genéticos do modelo de simulação. As 47 combinações de data de sementeira e cultivar foram definidas como tratamentos com a variação adicional da densidade populacional medida. As rotinas da água e azoto foram desligadas assumindo que não se verificaram quaisquer limitações a esse nível. O CERES-Maize utiliza 6 parâmetros, designados por coeficientes genéticos, para caracterizar as diferenças entre cultivares. Cada coeficiente genético tem uma influência directa numa variável do modelo (Tabela 2). Utilizamos estas variáveis do modelo para obter os coeficientes genéticos para cada uma das 6 cultivares. Uma vez que o número de grãos por planta e o peso seco dos grãos não foi determinado, tivemos de usar a biomassa total da planta para obter estes parâmetros. O pressuposto foi de que a parte vegetativa da planta era bem simulada pelo modelo e que qualquer ajustamento a fazer diria respeito apenas aos órgãos reprodutivos. Os coeficientes genéticos finais foram obtidos por tentativa e minimização da raiz quadrada do erro quadrático médio de cada uma das variáveis. Este processo foi efectuado segundo uma sequência predefinida tal como sugerido por Hunt e Boote (1998), i.e. primeiro P1, P2 e P5 foram determinados e depois PHINT e finalmente G2 e G3. Tabela 2. Parâmetros do CERES-Maize utilizados para caracterizar cada cultivar. Variável directamente 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA Parâmetro P1 P2 P5 G2 G3 PHINT Definição Tempo térmico desde a emergência até ao fim da fase juvenil (expresso em graus dia acima de 8ºC) durante o qual a planta não é sensível ao fotoperíodo. Grau de atraso do desenvolvimento (dias) para cada hora acima do fotoperíodo ao qual o desenvolvimento se processa à taxa máxima (considerado ser de 12,5 horas). Tempo térmico desde a floração até à maturação fisiológica (expresso em graus dia acima de 8ºC). Número máximo de grãos por planta. Taxa de enchimento do grão durante a fase linear e sob condições óptimas. Filocrão: intervalo em graus dia entre o aparecimento de folhas sucessivas. Unidade influenciada pelo parâmetro Data de floração ºC dia Data de floração dia ºC dia mg/dia ºC dia Data de colheita Número de grãos por planta Peso seco por grão Número final de folhas Actualmente, o CERES-Maize simula 7 estados fenológicos (germinação, emergência, fim da fase juvenil, iniciação da floração, 75% de floração, inicio de enchimento do grão e maturação). Estes estados fenológicos não são suficientemente detalhados para a simulação da produção de milho para silagem, uma vez que a colheita é determinada no campo pelo teor de humidade da planta (não simulado pelo modelo) ou pela posição da linha do leite no grão. Ambas as variáveis estão relacionadas sendo a linha do leite geralmente utilizada como indicador do teor de humidade da planta óptimo (Wiersma et al., 1993; Havilah et al., 1995). De acordo com estes autores, a relação genérica é: 66% de teor de humidade da planta quando a linha do leite se encontra a 50% entre a coroa do grão e o local de inserção na espiga; 63% de teor de humidade da planta quando a linha do leite se encontra a ¾ entre a coroa e o ponto de inserção; e, 60% quando a linha do leite se encontra no ponto de inserção ou não é visível. O último estado é considerado como o teor de humidade mínimo para o qual pode ser produzido silagem de boa qualidade. Para ultrapassar esta limitação, considerámos a simplificação de assumir que a linha do leite se encontra a ½ entre a coroa e o ponto de inserção 13 dias antes da maturação de acordo com as nossas observações de campo e o reportado por Wiersma et al. (1993). 2.2 Ensaio de simulação Levamos a cabo um ensaio de simulação com o objectivo de testar várias combinações de datas de sementeira e cultivares em termos de produção de biomassa para silagem. O ensaio teve um delineamento factorial com 18 datas de sementeira, 6 cultivares e 39 anos de dados meteorológicos históricos. O número total de tratamentos foi de 4212. As datas de sementeira foram: 1, 10 e 20 de Março (dias juliano 60,69 e 79); 1, 10 e 20 de Abril (dias julianos 91, 100 e 110); 1, 10 e 20 de Maio (dias julianos 121, 130 e 140; 1, 10 e 30 de Junho (dias julianos 152, 161 e 171); 1, 10 e 20 de Julho (dias julianos 182, 191 e 201); 1, 10 e 30 de Agosto (dias julianos 213,222 e 232). Os parâmetros das cultivares foram os obtidos a partir do ensaio de campo descrito na secção 2.1. Cada cultivar representou um ciclo diferente desde um FAO 200 até FAO 700. Os 39 anos de dados meteorológicos históricos (1961-1999) foram registados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (IM) em Braga, Portugal (41.53931º N 8.41827º W) que é a estação mais próxima (≈ 30km) de Ponte de Lima, onde os ensaio foram efectuados. A radiação solar diária não estava disponível para aquele período. Desta forma, usámos os dados da insolação diária em horas convertendo-os para radiação solar (MJ/m2) usando a equação de Ångström (Ångström, 1924). Um único ficheiro DSSAT FILEX foi construído para o ensaio de simulação. O número total de 108 combinações de data de sementeira e cultivar foram definidos como tratamentos, e os 39 anos de dados meteorológicos históricos foram considerados na variável NYERS na secção SIMULATION CONTROLS do FILEX. O solo foi considerado o mesmo utilizado nos ensaios de 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA campo e a densidade populacional de 9 plantas / m2. As rotinas de água e azoto foram desligadas assumindo que não haveria limitações para o crescimento da cultura. Nem todas as combinações no delineamento factorial são realistas em termos de aplicação de campo. No entanto, elas foram simuladas de forma a testar condições de crescimento extremas. A data de sementeira mais antecipada na simulação foi 50 dias mais cedo que a do ensaio de campo. A data de sementeira simulada mais tardia foi 60 dias mais tarde que a do ensaio do campo. De acordo com os conselhos de técnicos de campo especialistas, a data de sementeira mais antecipada possível é dia 1 de Abril (DJ 191) devido a restrições na organização do trabalho agrícola, alto risco de geadas tardias e efeitos das baixas temperaturas na densidade populacional. Datas de sementeira mais tardias que 20 de Junho (DJ 171) são consideradas conduzir a baixa qualidade da silagem devido à reduzida quantidade de grão na biomassa total. 30 de Outubro (DJ 304) é considerado ser a data de colheita o mais tardia possível devido a restrições de traficabilidade do solo. No ensaio de simulação considerámos que 10 de Novembro seria da data de colheita mais tardia possível definindo a variável HLAST para 314 na secção AUTOMATIC MANAGEMENT do FILEX. De forma a considerar a qualidade da biomassa, a produtividade de biomassa do modelo foi convertida em UFL (Unités Fourragères Lait – Unidades Forrageiras Leite) de acordo com o Sistema Energético Francês (Vermorel, M. 1988). A definição de 1 UFL é a quantidade de energia fornecida por um 1 kg de cevada a uma vaca lactante acima das necessidades energéticas de manutenção (toda a energia exportada para leite). A conversão da produtividade de biomassa do modelo em energia foi baseada na relação entre a qualidade da silagem e a proporção de grão no total da biomassa (índice de colheita) tal como demonstrado por Cox et al. (1994). Nós utilizámos os valores de 0,61 UFL/kg e 1,08 UFL/kg como concentrações energéticas de caule + folhas e espiga (grão + carolo), respectivamente. A quantidade de energia de um kg de biomassa foi calculado baseado na proporção de espiga e biomassa total conduzindo, por exemplo, a 0,61 UFL/kg se nenhuma espiga fosse produzida e a 0,845 UFL/kg se a proporção de espigas fosse de 50% do total de biomassa produzida. O valor de energia em UFL por kg resultante foi então multiplicado pelo total de biomassa colhida para calcular a produtividade energética UFL. A equação resultante foi EPUWHB = ETBR · EPUWE + (1 - ETBR) · EPUWSL EPUA = CWAH · EPUWHB Onde: EPUWHB – Energia por unidade de peso de biomassa colhida (UFL/kg) ETBR – Rácio entre o peso da espiga e o total de biomassa EPUA – Energia por unidade de área (UFL/ha) CWAH – Biomassa da cultura à colheita (kg/ha) EPUWE – Energia por unidade de peso de espigas colhidas (UFL / kg) EPUWSL – Energia por unidade de peso de caules e folhas colhidos (UFL / kg) Para garantir que fossem testadas condições extremas de crescimento e para confirmar as linhas gerais expressas na introdução, apresentamos gráficos das médias dos 39 anos para as principais variáveis (produtividade energética, produtividade de biomassa, qualidade de biomassa e data de colheita) como função da cultivar e da data de sementeira. 2.3 Implementação das linhas de suporte à decisão O objectivo das linhas de suporte à decisão é maximizar a quantidade de energia por unidade de área (EPUA, UFL/ha) em função da duração de ciclo da cultivar para determinada data de sementeira sujeita a restrições ambientais. As restrições da data de sementeira foram baseadas no conhecimento de técnicos de campo locais. Estas restrições foram: risco de perda da cultura em datas de sementeira no cedo devido à geada; risco de fraca traficabilidade 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA do solo em datas de colheita tardias; e, risco de fraca qualidade da silagem em datas de colheita tardias. Estas restrições foram implementadas de forma diferentes, tanto mecanísticas, se implementáveis no modelo, como empíricas, se caso não fosse possível. A perda da cultura devido a geada foi considerada mecanística pelo modelo CERES-Maize (Ritchie et al, 1998). De facto, o modelo cessa o crescimento e desenvolvimento logo que 4 dias com temperatura mínima do ar menor ou igual a 0ºC ocorram. Em contraste, a traficabilidade do solo foi considerada de forma empírica uma vez que o modelo não a simula. Foi considerado que 30 de Outubro (DJ 304) seria a última data de colheita aconselhável devido a limitações de traficabilidade do solo. Qualquer data de colheita posterior a essa data, classificada como Fraca Traficabilidade à Colheita, será severamente limitada pela traficabilidade do solo. Finalmente, a fraca qualidade da silagem foi levada em conta pela definição de um patamar para a variável EPUWHR – Energia por unidade de peso de biomassa à colheita (UFL/ha), que depende da variável ETBR – Rácio entre a espiga e a biomassa total. Considerámos que este patamar seria de 0,75 UFL/kg que corresponde a um valor de ETBR de 0,30 (Darby e Lauer, 2002). Qualquer valor de EPUWHR inferior a 0,75 UFL/kg foi classificado de Fraca Qualidade da Silagem. Foram considerados 3 níveis de risco para cada restrição: baixo, médio e alto risco. Estes classificadores correspondem a diferentes valores de incidência dependendo da restrição em causa. O risco de perda da cultura em datas de sementeiras no cedo devido à geada foi considerado baixo quando nenhuma perda da cultura ocorreu nos 39 anos de dados meteorológicos históricos. Risco médio e elevado correspondeu à ocorrência de uma ou duas perdas da cultura nesses mesmos anos, respectivamente. Estes valores absolutos correspondem a perda da cultura e consequente re-sementeira em 3 e 5 anos em cada 100 de cultivo. O risco de fraca traficabilidade do solo em datas de colheita tardias foi considerado baixo quando nenhuma Fraca Traficabilidade do Solo à Colheita ocorreu nos 39 anos de dados climáticos históricos i.e. a data de colheita mais tardia foi sempre anterior a 30 de Outubro (DJ 304). Risco médio e alto assumiram-se ocorrer quando pelo menos 75% e 50% dos anos não resultaram em Fraca Traficabilidade do Solo à Colheita i.e. terceiro e segundo quartis anterior a 30 de Outubro (mais baixo que 304). O risco de fraca qualidade da silagem em datas de colheita tardias foi considerado baixo quando nenhum Fraca Qualidade da Silagem ocorreu nos 39 anos de dados meteorológicos históricos i.e. valor mínimo de EPUWHB – energia por unidade de peso de biomassa à colheita (UFL/kg) foi maior que 0,75 UFL/kg. Risco médio e elevado foram assumidos ocorrer quando pelo menos 75% e 50% dos anos não resultaram em Fraca Qualidade da Silagem i.e. primeiro e segundo quartis foram maiores que 0,75 UFL/kg. A diferença de incidência dos valores dos classificadores esteve relacionada com o risco económico associado à restrição. A perda da cultura devido a sementeira demasiado cedo, e a consequente re-sementeira é um evento drástico no maneio rotineiro das explorações agrícolas em termos de organização do trabalho e do ponto de vista económico (Johnson e Mulvaney, 1980). Por esse motivo, um elevado risco foi considerado existir quando “apenas” 5 em cada 100 anos conduziram a tal condição. Em oposição, para fracas traficabilidade do solo e qualidade da silagem à colheita considerámos um elevado risco quando a restrição não foi satisfeita em 50 de 100 anos. Significa isto que em 50% dos anos, o agricultor teria de ou colher em condições de fraca traficabilidade ou colher silagem de baixa qualidade. Uma vez que estes eventos não são tão drásticos como a perda da cultura, foram admitidos patamares mais benevolentes. As limitações de fraca traficabilidade podem ser minimizadas e.g. usando equipamento de colheita alternativo. Em adição, a susceptibilidade à fraca traficabilidade do solo varia com a textura do solo e a agregação, não consideradas na aproximação empírica. De igual modo, a fraca qualidade da silagem pode ser minimizada e.g. complementando a silagem com outros alimentos. Outro argumento para considerar estes patamares benevolentes está relacionado com o compromisso entre quantidade vs. qualidade. Assumindo patamares mais severos para a qualidade da silagem, poderia estar a eliminar opções de maneio favoráveis em termos de produção de biomassa que poderia ser complementada com alimentos adicionais. 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA Os três níveis de risco (baixo, médio e alto) das três restrições (Perda da Cultura por Geada, Fraca Traficabilidade à Colheita e Fraca Qualidade da Geada) foram combinados para produzir três atitudes perante o risco integradas. As três atitudes integradas foram designadas por Baixa, Média e Alta, resultando de considerar os respectivos classificadores de cada uma das restrições. Desta forma, a atitude perante o risco foi baixa quando os níveis de risco assumidos para cada uma das três restrições foi baixo. De igual forma, a atitude perante o risco foi média quando os níveis assumidos para cada uma das três restrições foi médio. Finalmente, a atitude perante o risco foi elevada quando os níveis assumidos para cada uma das três restrições foi elevado. Este procedimento resultou da simplificação da aproximação factorial considerando todas as combinações dos níveis das restrições (total de 27). Foi considerado mais realista considerar um risco igual para todas as restrições, e portanto, apenas três atitudes integradas foram consideradas. Além deste aspecto, para a Fraca Traficabilidade à Colheita e a Fraca Qualidade da Silagem, algumas das combinações factoriais dos níveis de risco resultavam no mesmo resultado prático uma vez que estavam a restringir a mesma variável: data de colheita. Por exemplo, um risco baixo de Fraca Qualidade da Silagem produziu restrições simulares quer com um nível médio quer alto do risco de Fraca Traficabilidade à Colheita. A avaliação das atitudes perante o risco foi feita em três passos: primeiro, aplicámos as restrições para determinar as datas de sementeira possíveis para cada cultivar; segundo, a cultivar óptima para cada data de sementeira foi considerada a(s) que maximizavam EPUA – Energia por unidade de área (UFL/ha); finalmente, o terceiro passo foi comparar os valores médios através de um teste post hoc de comparação de médias de Scheffé a 5% de nível de significância. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Estimação dos coeficientes genéticos A tabela 3 mostra os coeficientes genéticos estimados para cada uma das seis cultivares. Tal como antecipado, P1 e P5 foram directamente proporcionais à duração do ciclo. P2 não foi o mesmo para todas as cultivares sugerindo uma sensibilidade para o fotoperíodo diferenciada. O intervalo de filocrão também se mostrou ligeiramente diferente entre cultivares. Uma vez que G2 e G3 foram estimados indirectamente, alguma prudência deve ser usada na interpretação dos valores resultantes. Tabela 3. Coeficientes genéticos estimados para seis cultivares baseados em ensaio de campo de 3 anos com combinações de cultivares e datas de sementeira. Ver tabela 2 para as definições. P1 P2 P5 G2 G3 PHINT FAO700 270.0 0.300 820.0 700.0 8.50 48.00 FAO600 250.0 0.300 780.0 730.0 8.50 50.00 FAO500 230.0 0.300 735.0 820.4 7.20 52.00 FAO400 200.0 0.800 710.0 680.4 6.20 50.00 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA FAO300 175.0 0.800 680.0 720.4 6.20 50.00 FAO200 140.0 0.800 685.0 580.4 6.20 50.00 A figura 1 mostra os valores simulados vs. observados para a data de floração, data de maturação, peso da cultura à colheita e número de folhas final. Está também representado a raiz do erro quadrático médio do ajustamento entre valores simulados e observados assim como a linha dos 10% de erro do valor observado. Alguns tratamentos encontram-se foram do envelope de 10% de erro em todas as variáveis. Dois comentários devem ser feitos em termos das tendências de ajustamento. Primeiro, há uma ligeira tendência para o modelo subestimar as datas de floração mais tardias (mesmo que dentro do envelope dos 10% de erro) e para sobrestimado as mais precoces. Segundo, o peso da cultura à maturação foi ligeiramente mais sobrestimado que subestimado. Não obstante, a grande maioria dos tratamentos foram simulados com uma precisão satisfatória. Estes resultados dão-nos confiança na utilização do modelo para o ensaio de simulação assim como para as resultantes linha de apoio à decisão. 100 180 170 sim ulated MDAT (dap) sim ulated ADAT (dap) 90 80 70 60 50 160 150 140 130 120 110 RMSE 40 40 50 60 70 3 94 80 90 100 100 100 110 120 observed ADAT (dap) 130 140 RMSE 8 26 150 160 170 180 observed MDAT (dap) 24 27500 22 sim ulated L#AM sim ulated CWAH (kg/ha) 23 25000 22500 20000 17500 20 19 18 17 16 15000 12500 12500 21 15 RMSE = 1494 17 kg/ha 15000 17500 20000 22500 25000 observed CWAH (kg/ha) RMSE 14 27500 14 15 16 17 18 19 20 0 87 21 22 observed L#AM Figure 1. Valores simulados vs observados para a data de floração (ADAP), data de maturação (MDAT), peso da cultura à colheita (CWAH) e número de folhas final (L#AM). A linha mais clara representa a proporção 1:1 entre valores simulados e observados. A linha a escuro acima e abaixo da linha 1:1 representa +10 % e –10% dos valores observados. É também apresentada 23 24 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA a raiz do erro quadrático médio do ajustamento entre valores simulados e observado. (dap – dias após sementeira). 3.2 Ensaio de simulação A figura 2 mostra a média de 39 anos dos valores simulados de peso da cultura à colheita, energia por unidade de peso da biomassa à colheita, energia por unidade de área, e a data de colheita em função da data de sementeira e da cultivar. Considerando o peso da cultura à colheita i.e. a produtividade de biomassa (Figura 2 – topo esquerdo) podemos observar o seguinte: ciclos mais longos produzem mais biomassa que ciclos mais curtos quando semeados antes de 20 de Junho (DJ 171) depois do qual todas as cultivares tendem a ter produtividades de biomassa idênticas; a resposta à data de sementeira antes de 20 de Junho varia de acordo com a cultivar; Ciclos mais longos (FAO 500,600 e 700) tendem a originar produtividades de biomassa similares quando semeados entre 1 de Março (DJ 60) e 20 de Junho; Ciclos mais curtos (FAO 200, 300 e 400) têm a produtividade de biomassa aumentada quando a data de sementeira é atrasada durante esse intervalo tendo uma data de sementeira óptima clara entre 20 de Maio (DJ 140) e 10 de Junho (DJ 161). Os efeitos são facilmente explicados pela duração do ciclo da cultivar (Figura 2 baixo-direita). Antes de 20 de Junho (DJ 171) ciclos mais longos resultam num atraso quase linear na data de colheita e, portanto, na duração total do ciclo. Depois de 20 de 20 de Junho as datas de colheita são, em média, as mesmas entre as diferentes cultivares e datas de sementeira. Considerando a energia por unidade de peso de biomassa à colheita i.e. a qualidade da biomassa (Figura 2 topo direita) podemos observar o seguinte: ciclos mais longos (FAO 500, 600 e 700) produzem silagem de qualidade distintamente mais elevada que os ciclos mais curtos (FAO 200, 300 e 400) quando plantados antes de 1 de Maio (DJ 121); Após esta data, a qualidade da silagem decresce progressivamente dos ciclos mais longos para os mais curtos; Ciclos FAO 700, 600 e 500 começam a mostrar um decrescimento rápido da qualidade da silagem para datas de sementeira entre 10 de Maio (DJ 130) e 1 de Junho (152); o mesmo ocorre para ciclos FAO 400, 300 e 200 para datas de sementeira entre 10 de Junho (DJ 161) e 30 de Junho (DJ 171); após 10 de Julho (DJ 191) a qualidade da silagem é mínima para qualquer ciclo. Uma vez que a energia por unidade de área i.e. produtividade energética (Figura 2 baixo esquerda) resulta da multiplicação de CWAH e EPUWHB, a média de valores simulados de EPUA reflecte directamente a resposta destas variáveis, em particular CWAH. Os resultados mostram que o modelo confirma genericamente o aconselhamento dos técnicos de campo locais. De facto, apenas as datas de sementeira após 1 de Abril (DJ 91) mostram ausência de risco de perda da cultura devido a geada (Tabela 4). Em adição, datas de sementeira posteriores a 20 de Junho (DJ 171) mostram os valores mais baixos de energia por unidade de área (EPUA) independentemente da cultivar utilizada (Figura 2 topo-direita). Infelizmente, uma vez que o modelo não simula as restrições de traficabilidade do solo, não foi possível validar o aconselhamento dos técnicos nesse aspecto particular. Finalmente, a figura 2 mostra também que a intenção de testar condições de crescimento extremas foi alcançada. De facto, as zonas de baixas produtividades em datas de sementeiras cedo e tarde foram atingidas. 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA 25000 0,90 0,85 20000 0,80 kg/ha UFL/kg 15000 10000 0,75 0,70 5000 0,65 0 0,60 50 75 50 100 125 150 175 200 225 250 75 100 125 150 175 200 225 250 Planting Date (DOY) Planting Date (DOY) 25000 320 310 20000 Harvest Date (DOY) 300 UFL/ha 15000 10000 290 280 270 260 250 240 5000 230 220 0 50 75 100 125 150 175 200 225 250 Planting Date (DOY) 50 75 100 125 150 175 200 225 250 Planting Date (DOY) Figura 2. Médias de 39 anos de valores simulados de Peso da cultura à colheita (topoesquerda), Energia por unidade de peso de biomassa à colheita (topo-direita), Energia por unidade de área (baixo-esquerda) e data de colheita (baixo-direita) em função da data de sementeira e cultivar (DOY – dia juliano do ano). 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA 3.3 Implementação de linhas de suporte à decisão A tabela 4 mostra os resultados base para a implementação da restrição: risco de perda da cultura em datas de sementeira no cedo devido à geada. Datas de sementeira antes de 10 de Março (DJ 69) resultam em alto risco de perda de cultura independentemente da duração do ciclo. Para datas de sementeira mais tardias, os níveis de risco desta restrição dependem da duração do ciclo utilizado. Cultivares de ciclos mais curtos resultam num menor risco de perda da cultura até ao dia 1 de Abril (DJ 91). Depois desta data, o risco de perda da cultura é baixo (i.e. nulo). Entre 10 de Março e 1 de Abril, o risco de perda da cultura depende bastante da duração do ciclo da cultivar. A diferente vulnerabilidade entre cultivares está relacionada com a resposta do crescimento da cultura à temperatura e com o timing dos estádios fenológicos susceptíveis (Kiniry, 1991; Ritchie et al., 1998). Para aquele período em particular, devem ser utilizadas cultivares de ciclo curto. Tabela 4. Número simulado de anos com perda da cultura devido a geada em função da data de sementeira (Dia Juliano) e cultivar (duração do ciclo FAO) no total dos 39 anos simulados. Cultivar FAO Data de sementeira Data de sementeira (DJ) 200 300 400 500 600 700 1 Mar 60 2 2 2 2 2 2 10 Mar 69 2 2 2 2 2 2 20 Mar 79 0 1 2 2 2 2 1 Abr 91 0 0 0 0 1 1 10 Abr 100 0 0 0 0 0 0 20 Abr 110 0 0 0 0 0 0 1 Mai 121 0 0 0 0 0 0 10 Mai 130 0 0 0 0 0 0 20 Mai 140 0 0 0 0 0 0 1 Jun 152 0 0 0 0 0 0 10 Jun 161 0 0 0 0 0 0 20 Jun 171 0 0 0 0 0 0 1 Jul 182 0 0 0 0 0 0 10 Jul 191 0 0 0 0 0 0 20 Jul 201 0 0 0 0 0 0 1 Ago 213 0 0 0 0 0 0 10 Ago 222 0 0 0 0 0 0 20 Ag 232 0 0 0 0 0 0 A tabela 5 mostra os resultados da implementação da restrição: risco de fraca qualidade da silagem em datas de colheita tardias. Cada valor da tabela representa o mínimo, o primeiro e o segundo quartis da variável energia por unidade de peso da biomassa colhida (dependendo do nível de risco) em função da data de sementeira e da duração do ciclo (de FAO 200 a 700). Quanto mais tardia a data de sementeira e mais longo o ciclo, maior a probabilidade de ocorrência de Fraca Qualidade da Silagem. Como resultado, de acordo com 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA esta restrição e assumindo um determinado nível de risco, ciclos mais longos devem ser semeados até certa data (e.g. cultivares FAO 700 devem apenas ser semeadas até 10 de Abril, 10 de Maio e 20 de Maio para um nível de risco baixo, médio e alto, respectivamente). Para datas de sementeira mais tardias, cultivares de ciclo mais curto devem ser usados (e.g. cultivares FAO 200 podem ser semeadas até 10 de Junho para um nível de risco baixo). Tabela 5. Valores de Energia por unidade de peso de biomassa à colheita (EPUWHB, UFL/kg) representando os classificadores Baixo, Médio e Alto da restrição Fraca Qualidade da Silagem em função da data de sementeira (dia juliano) e da cultivar (duração do ciclo FAO). Os valores a negrito dão destaque às combinações eliminadas de data de sementeira e cultivar de acordo com o respectivo classificador de risco. O critério foi um valor de EPUWHB acima de 0.75. Baixo Risco (0% abaixo de 0.75) Data de seme nteira 200 300 400 500 600 700 Médio Risco (25% abaixo de 0.75) 200 300 400 500 600 700 Alto Risco (50% abaixo de 0.75) 200 300 400 500 600 700 60 0.77 0.76 0.76 0.80 0.82 0.82 0.79 0.80 0.79 0.83 0.84 0.84 0.80 0.80 0.79 0.83 0.85 0.84 69 0.77 0.76 0.77 0.80 0.82 0.82 0.79 0.79 0.79 0.82 0.84 0.84 0.80 0.80 0.79 0.83 0.85 0.85 79 0.76 0.77 0.76 0.80 0.81 0.81 0.78 0.79 0.78 0.83 0.84 0.84 0.79 0.80 0.79 0.84 0.85 0.85 91 0.76 0.76 0.76 0.80 0.82 0.81 0.78 0.79 0.79 0.83 0.84 0.84 0.79 0.80 0.80 0.84 0.85 0.84 100 0.75 0.77 0.77 0.80 0.82 0.80 0.78 0.79 0.78 0.83 0.84 0.83 0.79 0.80 0.79 0.84 0.85 0.84 110 0.75 0.76 0.77 0.78 0.81 0.61 0.78 0.79 0.78 0.83 0.84 0.83 0.79 0.80 0.79 0.84 0.85 0.85 121 0.76 0.77 0.75 0.79 0.61 0.61 0.78 0.79 0.78 0.83 0.84 0.83 0.79 0.79 0.79 0.83 0.85 0.84 130 0.76 0.75 0.76 0.80 0.61 0.61 0.78 0.78 0.78 0.83 0.84 0.82 0.79 0.79 0.79 0.84 0.85 0.84 140 0.75 0.76 0.75 0.61 0.61 0.61 0.77 0.78 0.78 0.82 0.84 0.61 0.78 0.79 0.79 0.84 0.85 0.83 152 0.75 0.75 0.61 0.61 0.61 0.61 0.77 0.78 0.78 0.81 0.61 0.61 0.78 0.79 0.79 0.83 0.61 0.61 161 0.75 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.77 0.78 0.61 0.61 0.61 0.61 0.78 0.79 0.78 0.74 0.61 0.61 171 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.76 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.78 0.74 0.61 0.61 0.61 0.61 182 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 191 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 201 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 213 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 222 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 232 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 0.61 A tabela 6 mostra o resultado da implementação da restrição: risco de fraca traficabilidade do solo em datas de colheita tardias. Cada valor na tabela representa o máximo, o terceiro e segundo quartis da data de colheita (dependente dp nível de risco) como função da data de sementeira e duração do ciclo. Quanto mais tardia a data de sementeira e mais longo o ciclo, maior a probabilidade de ocorrência de Fraca Traficabilidade do Solo à Colheita. Como resultado, de acordo com esta restrição e assumindo um nível de risco especifico, ciclos mais longos devem ser plantado antes de determinada data (e.g. cultivares FAO 700 devem ser plantadas antes de 1 de Abril, 1 de Maio e 10 de Maio para níveis de risco Baixo, Médio e Alto, respectivamente). Para datas de sementeira tardias, ciclos mais curtos devem ser utilizados. 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA Tabela 6. Valores da data de colheita representando os classificadores Baixo, Médio e Alto do risco de Fraca Traficabilidade do Solo à Colheita em função da data de sementeira e da cultivar. Os valores a negrito dão destaque às combinações eliminadas de data de sementeira e cultivar de acordo com o respectivo classificador de risco. O Critério foi o valor da data de colheita anterior a 30 de Outubro. Baixo Risco (100% antes JD304) Risco Médio (75% antes JD304) Data de 200 300 400 500 600 700 200 sementeira 300 400 500 600 700 Alto Risco (50% antes JD304) 200 300 400 500 600 700 60 250 250 262 268 286 294 230 234 242 248 260 269 224 230 238 244 250 254 69 253 256 263 272 287 295 232 239 243 254 265 270 225 232 240 246 252 260 79 254 261 265 274 289 298 236 243 249 258 266 273 230 236 243 249 257 263 91 256 266 274 285 292 302 240 246 253 262 271 282 234 240 248 251 262 266 100 263 269 273 287 294 307 245 250 258 271 277 285 237 242 250 257 265 274 110 268 272 282 288 306 314 250 258 267 275 283 292 243 248 259 264 271 281 121 275 282 291 297 314 314 259 268 275 280 288 302 252 257 265 270 282 290 130 274 291 303 313 314 314 265 273 283 287 299 307 257 263 273 278 290 301 140 291 298 313 314 314 314 273 282 291 298 310 314 267 274 283 289 300 309 152 303 313 314 314 314 314 285 295 307 310 314 314 277 287 298 304 314 314 161 309 314 314 314 314 314 294 306 314 314 314 314 287 298 308 313 314 314 171 314 314 314 314 314 314 310 314 314 314 314 314 305 313 314 314 314 314 182 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 191 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 201 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 213 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 222 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 232 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 314 A Fraca Traficabilidade do Solo à Colheita é mais restritiva para a data de sementeira do que Fraca Qualidade da Silagem. De facto, em média, a Fraca Traficabiliadde do Solo à Colheita impõe um avanço de 10 dias das datas de sementeira recomendáveis, independentemente da duração do ciclo ou da atitude perante o risco. A tabela 7 mostra a média de produtividade energética de diferentes combinações de data de sementeira e duração do ciclo. Os valores a negrito representam o mais elevado valor distinto de produtividade para cada data de sementeira. Como esperado, ciclos mais longos semeados no cedo conduz a maior produtividade energética por ha. Table 7. Média da produtividade energética ( 103 UFL/ha) para diferentes combinações de data de sementeira e cultivar. Os valores a negrito representam os valores mais elevados não significativamente diferentes (Teste Scheffé, 0,005) para cada data de sementeira. As colunas da direita mostram a amplitude de variação da produtividade. 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA Produtividade média x103 Data de sementeira 200 300 400 500 600 Max - Min 700 200 300 400 500 600 700 60 9.50 11.62 12.88 16.00 18.93 20.84 4.66 3.36 5.48 7.82 9.28 9.54 69 9.39 11.92 12.83 16.80 19.70 20.82 3.99 5.43 6.57 8.85 7.30 7.86 79 9.67 12.65 13.14 17.12 19.82 20.80 3.78 6.17 6.39 8.14 9.26 8.86 91 10.02 12.49 13.82 17.24 19.82 20.37 5.26 6.47 7.02 7.38 7.92 8.34 100 10.27 12.57 14.00 17.29 19.65 20.62 5.29 7.29 6.22 8.23 8.60 7.39 110 10.58 13.26 14.16 17.64 19.43 20.61 6.57 7.10 6.87 6.13 6.48 10.07 121 10.90 13.34 13.98 17.29 19.46 20.90 6.14 5.69 5.22 5.50 8.59 10.07 130 11.19 13.39 14.55 17.53 19.49 20.40 5.08 6.82 5.74 6.23 8.71 10.88 140 11.70 13.69 14.67 17.57 19.71 18.96 5.49 4.56 5.09 7.23 9.31 152 11.70 13.88 14.53 17.01 14.94 14.58 4.43 4.90 6.68 9.40 10.30 11.82 161 11.81 13.76 13.42 14.22 13.43 13.32 5.52 6.97 7.04 8.53 10.17 10.86 171 10.98 11.36 10.70 11.07 11.63 11.39 5.29 6.35 6.18 8.25 10.57 9.65 5.85 182 8.75 9.17 9.09 9.21 9.65 9.59 4.56 6.18 6.35 4.75 5.01 4.87 191 7.41 7.78 7.66 7.96 8.00 8.05 4.50 3.75 4.19 4.97 5.53 5.63 201 6.01 6.35 6.31 6.36 6.35 6.38 2.95 4.14 4.26 4.44 4.30 4.12 213 4.58 4.88 5.01 4.84 4.87 5.08 3.12 3.42 3.43 3.73 3.63 3.87 222 3.64 3.79 3.85 3.65 3.78 3.98 3.31 3.79 3.40 3.96 4.31 4.46 232 2.53 2.46 2.54 2.23 2.33 2.40 3.62 3.79 4.02 3.84 3.96 4.15 As produtividades energéticas da Tabela 8 não foram restringidas por qualquer das três restrições implementadas. As produtividades restringidas encontram-se na tabela 8. O número de combinações de datas de sementeira permitidas variou com o nível de risco. De facto, uma estratégia de risco mais elevado originou um maior número de combinações possível de datas de sementeira e cultivares. Isto foi atingido à custa de um maior risco de condições adversas de maneio da cultura. Em termos práticos, agricultores menos avessos ao risco dispõe de uma maior variedade de combinações de maneio em termos de decidir que cultivares semear para cada data de sementeira em particular. Não obstante, a máxima produtividade média não é significativamente diferente entre as 3 atitudes de risco. O seu valor variou entre 17.24 e 20.90 x 103 UFL/ha. A amplitude total de variação encontra-se na tabela 7. Agricultores mais avessos ao risco não só dispõe de menos opções de maneio mas também têm uma janela de oportunidade menor para maximizar a produtividade. De facto, este agricultores podem esperar a máxima produção apenas quando a data de sementeira for durante o mês de Abril e utilizando cultivares com ciclo FAO 500. Os ciclos mais curtos (200, 300 e 400) podem ser utilizados nas primeiras semanas de Maio à custa de menores produtividades. Os agricultores mais dispostos a correr riscos vêm a sua janela de oportunidade de obter produtividades máximas alargada para o período de 1 de Março a 1 de Junho usando ciclos FAO 600 e 700. As tabelas 6, 7 e 8 podem ser combinadas para atingir o principal objectivo do trabalho: desenvolver linhas de suporte à decisão para a produção de silagem de milho em termos de escolha da duração do ciclo a semear em cada data e de estimar a produtividade de biomassa 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA e data de colheita. Primeiro é necessário definir uma estratégia integrada de risco para o agricultor em estudo. Esta estratégia integrada integra três tipos de atitude perante: (a) risco de perda da cultura em datas de sementeira no cedo devido à geada; (b) risco de fraca traficabilidade do solo em datas de colheita tardias; e, (c) risco de fraca qualidade da silagem em datas de colheita tardias. Podem ser atribuídos três níveis para cada uma destas atitudes parciais: Baixo, Médio e Elevado. Os factores em consideração, tal como foi enfatizado anteriormente, incluem: possibilidades financeiras do agricultor para aguentar a perda da cultura; disponibilidade de equipamento de colheita compatível com a fraca traficabilidade do solo à colheita; textura do solo em consideração, agregação, topografia e outros atributos que influenciam a traficabilidade do solo; disponibilidade de alimento para complementar a silagem, etc. 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA Tabela 8. Relação entre data de sementeira, cultivar e produtividade energética média ( x103 UFL/ha) para as três estratégias integradas de risco. Os valores a negrito correspondem aos mais elevados valores não significativamente diferentes (test scheffé, 0,05) para cada data de sementeira e atitude perante o risco. LOW 200 300 400 MED 500 600 700 200 300 400 HIGH 500 600 700 200 300 400 500 600 700 60 9.50 11.62 12.88 16.00 18.93 20.84 69 9.39 11.92 12.83 16.80 19.70 20.82 79 91 9.67 10.02 12.49 13.82 17.24 9.67 12.65 9.67 12.65 13.14 17.12 19.82 20.80 10.02 12.49 13.82 17.24 19.82 20.37 10.02 12.49 13.82 17.24 19.82 20.37 100 10.27 12.57 14.00 17.29 19.65 10.27 12.57 14.00 17.29 19.65 20.62 10.27 12.57 14.00 17.29 19.65 20.62 110 10.58 13.26 14.16 17.64 10.58 13.26 14.16 17.64 19.43 20.61 10.58 13.26 14.16 17.64 19.43 20.61 121 10.90 13.34 13.98 17.29 10.90 13.34 13.98 17.29 19.46 20.90 10.90 13.34 13.98 17.29 19.46 20.90 130 11.19 13.39 14.55 11.19 13.39 14.55 17.53 19.49 11.19 13.39 14.55 17.53 19.49 20.40 140 11.70 13.69 11.70 13.69 14.67 17.57 11.70 13.69 14.67 17.57 19.71 152 11.70 11.70 13.88 11.70 13.88 14.53 17.01 161 11.81 11.81 13.76 171 182 191 201 213 222 232 1º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA Para ilustração vamos assumir uma média atitude integrada perante o risco e uma data de sementeira de 1 de Maio. De acordo com a tabela 8, a produtividade mais elevada atingível é de 19,46 x 103 UFL/ha e 20,90 x 103 UFL/ha se foram utilizados ciclos FAO600 e FAO700, respectivamente. Os dois ciclos não atingem produtividades significativamente diferentes e portanto podem ser arbitrariamente utilizadas. Assumindo que o agricultor se decide por uma FAO600, a tabela 7 pode ser utilizada para obter a amplitude total do valor expectável de produtividade. Finalmente a tabela 6 pode ser utilizada para obter a variabilidade da data de colheita. Adicionalmente à sua utilização em decisões tácticas, as tabelas 6, 7 e 8 podem ser utilizadas num modo estratégico para definir os intervalos óptimos de data de sementeira. Obviamente que estes intervalos óptimos podem ser definidos apenas com base na produtividade energética ou complementarmente com a data de colheita. Por exemplo, sabendo que uma determinada combinação de data de sementeira, produtividade e data de colheita não conduzirá à produtividade máxima o agricultor pode utilizar essa informação para reduzir as taxas de fertilização. 4. CONCLUSÕES Linhas gerais de orientação técnicas não são suficientes para uma agricultura competitiva em geral e para a produção de leite em particular. A silagem de milho é de extrema importância para a produção de leite no sistema de agricultura de Entre Douro e Minho. Os agricultores necessitam de conhecimento quantificado de forma a poderem tomar decisões correctas. Eles necessitam de poder lidar com o risco associado às condições meteorológicas dadas as suas múltiplas implicações no processo produtivo. Os modelos de simulação provaram ser excelentes ferramentas para estudos que envolvam quantificação dos efeitos do maneio, genética e condições meteorológicas na produtividade e fenologia. Linhas de suporte precisas e quantificadas para a optimização da produção de silagem foram implementadas com sucesso. Os agricultores podem usá-las como um ábaco para decidir que ciclos semear numa dada data de sementeira e que produtividades e data de colheita esperar. O formato de ábaco pretende permitir portabilidade e facilidade no uso. Futuros esforços de investigação deverão incluir a modelação da traficabilidade do solo e da qualidade da cultura em adição a uma fenologia mais detalhada. As perspectivas de previsão das condições meteorológicas a médio prazo (2-3 meses) poderão ter grande impacte nas actividades de suporte à decisão tais como a apresentada neste trabalho. Referencias Ångström, A., 1924. Solar and terrestrial radiation. Quarterly Journal of the Royal Meteorological Society, 50:121-125. Cox W.J., Cherney, J.H. Cherney, D.J.R., Pardee, W.D., 1994. Forage quality and harvest index of corn hybrids under different growing conditions. Agronomy Journal 86 (2): 277282. 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