«sereMos iMunes a pressões ilegítiMas ou a interesses sectoriais»

Transcrição

«sereMos iMunes a pressões ilegítiMas ou a interesses sectoriais»
Pintura Henna é
um “ritual e uma
experiência para
os 5 sentidos”
1,50 €
SEMANÁRIO | ANO 16 | Nº 805
sexta-feira | 24 de Abril de 2015
DIRECTOR: EDGAR R. AGUIAR
tribunadamadeira.pt
A arte corporal já começou
a cativar as madeirenses. 6
«Seremos
imunes a
pressões
ilegítimas ou
a interesses
sectoriais»
O empossado Presidente do XII Governo Regional da Madeira mostrou-se confiante e seguro durante o seu discurso na tomada de posse. Miguel Albuquerque enalteceu o trabalho feito
e deixado por Jardim, e não esqueceu os emigrantes. O governante também enviou uma mensagem às famílias madeirenses e portosantenses, aos jovens, aos pais e aos idosos. 8 a 11
Brito gera
expetativas
na Saúde
novo
cerco nas
“Malvinas”
32
Operação da PSP
volta a isolar o bairro para
“operação de limpeza”.
Filme “Águas”
estreia no
Teatro Municipal
13
28
Madeira
com menos
desempregados
Região ainda
longe da meta
22
Abandono escolar precoce continua
a ser mais alto na Região que no País. 12
HÁ falta de
350 novos
enfermeiros
“Open Day” de
reflexologia no
jardim do Lido
15
Informação online em www.tribunadamadeira.pt
No sábado, dia 25,
das 17 às 19 horas. 16 e 17
2
semeador
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
Selecção mundial dos “mete nojo”
Escolho estes porque são os mais
óbvios e que correm as bocas populares.
Mas cada um deles tem uma tão grande catrefada de suplentes que fico a
pensar, preocupadamente, no futuro da
Humanidade…
Casillas – o aviário
José Castelo Branco
– o andrógeno
Feio todos os dias, o seu maior
trunfo é o mesmo o da androgenia, pois os adversários nunca
sabem se vão ser comidos pela
frente ou por trás. Snifa pó-dearroz antes de entrar em campo
e joga a defesa direito com chuteiras de salto alto da Louboutin.
Mundialmente reconhecido por ser um verdadeiro aviário itinerante, o que transmite uma imensa insegurança aos seus
companheiros de equipa. Todo ele é frangos e racção adulterada. A baliza continua-lhe a ser um mistério tão insondável que
até mete nojo.
Vladimir Putin – o assassino
“O czar”, como também é conhecido, tem dificuldade em sorrir e facilidade em mandar
matar os adversários. É um jogador frio, soviético de gema, e um adepto ferrenho da “guerra fria”. Joga a trinco, congela quem lhe aparece pela frente e é patrocinado pela SOGELO, S.A.
Vitor Pereira – o bronco
É das mais recentes contratações desta selecção. Depois de só
ter feito merda na Grécia, de ter levado um enxerto de porrada
dos No Name Boys no aeroporto da Portela às 4 da manhã e de
ter sido cuspido e escarrado por antigos jogadores do FC Porto,
só lhe resta mesmo alinhar por esta merda de equipa.
Paulo Futre – o rasca
Continua labrego, boçal e altamente rasca. Aparece agora na televisão a fazer anúncios de preservativos agarrado a duas tipas de calendário de oficina. Tem voz rasca,
tem olhar rasca, tem postura rasca, tem roupa rasca e um
hálito medonho. Que acaba por ser a sua maior estratégia
para aniquilar o adversário.
Obiang – el português
Recentemente admitido na equipa da CPLP
por falar português corrente e sem mácula, Obiang é o “toque” exótico nesta selecção,
destacando-se pela sua tez e também por ser
mundialmente reconhecido enquanto violador dos direitos humanos no seu país. O que
representa uma enorme mais-valia pelo pandemónio psíquico que incute no adversário.
aNTÓNIO BARROSO CRUZ
Nicolas Maduro
– o destruidor
Conseguiu rapidamente
destruir o trabalhinho marxista do seu camarada Chávez. Destruiu a economia,
os opositores e a vida de
milhões de compatriotas.
Pelo que a posição de defesa lateral esquerdo assenta-lhe que nem um bolívar
desvalorizado.
Berlusconi – o papa-ratas
Nos balneários é quem mais gosta de exibir o material e não há
ratinha (magrebina, sul-americana ou asiática) que não queira para repasto. É adepto do “todos ao molho e fé nas virgens”.
Jogador irrequieto é raro não terminar os jogos sem levar com
um tijolo nos cornos e levanta sempre processos judiciais aos
árbitros que amiúde lhe mostram o cartão encarnado.
Varoufakis – o tigre de papel
Verdadeiro sex symbol e sempre em compita com
Berlusconi por mais uma ratinha. Dá entrevistas
em cenários ricos e requintados enquanto manda
o seu povo apertar o cinto. Demagogo encartado
augura-se-lhe uma rápida saída de cena para desgosto de muita vulva tremelicante.
Jihadi John
– o ganda maluco
O “ganda maluco” gosta tanto de bola
que não se cansa de separar cabeças
dos corpos a que pertencem. Veste de
negro e ninguém lhe conhece as fuças. O
adversário caga-se literalmente nos calções quando o vê entrar em campo com
faqueiros completos presos à cintura.
João Araújo
– o limpinho
Sempre ao ataque, é viciado em nicotina e gordura, conforme atesta o seu
barril abdominal. Feio, limpo e mau,
ainda que a sua boca lhe fuja permanentemente para a porcaria. Gosta
de ver jornalistas femininas a tomar
banho mas não assume este seu fetiche perante os microfones. É, seguramente, o melhor ponta-de-lança desta selecção nojenta.
[email protected]
editorial
Governo regulamenta fumo
em espaços fechados
A partir de 2020 será proibido
fumar em “locais de uso público em
espaços fechados com serviço”, revelou ontem o ministro da Saúde. Paulo Macedo explicou que o Governo
da República decidiu conceder “uma
moratória de 5 anos” por causa dos
investimentos que entretanto foram
realizados pelos donos dos estabelecimentos. Cigarros eletrónicos com
nicotina também serão proibidos.
As alterações à lei do tabaco, que já
tem cerca de oito anos, foram aprovadas ontem, quinta-feira, em Conselho de Ministros.
Além de proibir por completo que
se fume em espaços públicos fechados, com serviço, o Executivo regulamentou a venda de cigarros eletrónicos e a proibição de venda de tabaco com aroma. Paulo Macedo revelou que o Governo aprovou alterações à “proposta de lei do tabaco
passados cerca de oito anos da lei
vigente”. Os objetivos passam por
“proteger os cidadãos da exposição
involuntária” ao tabaco; “proteger
os fumadores” e “dar-lhe uma proteção adicional através de mais informação”, explicou o ministro.
“É determinada a proibição de
fumar nas áreas com serviço em
todos os estabelecimentos de restauração e de bebidas, incluindo nos
recintos de diversão, nos casinos,
bingos, salas de jogo e outro tipo de
recintos destinados a espetáculos de
natureza não artística, sendo esta
proibição também aplicada à utilização de cigarros eletrónicos com
nicotina”, adiantou o comunicado
do Conselho de Ministros.
Esta lei, sublinhou Paulo Macedo, “protege os trabalhadores [dos
espaços em que se fuma], ao mesmo tempo que se protege os investimentos realizados”. Assim, “instituise um período transitório, até final
de 2020, para a entrada em vigor da
proibição total de fumar nos estabelecimentos de restauração ou bebi-
das que já tenham espaços destinados a fumadores, nos moldes da
legislação anterior.”
O Governo da República regulamentou também os cigarros eletrónicos, produto para o qual não havia
qualquer regulamentação em Portugal. O Executivo determinou ainda que os avisos nos maços de tabaco “deixam de ter advertências só
em forma de texto e passam a ter
conjunto de imagens” e eliminamse referências a “suaves” e “ligths”;
os tabacos com aromas passarão a
ser proibidos a partir de Maio de
2020; o espaço de publicidade será
menor.
Fernando Leal da Costa, secretário de Estado Adjunto do Ministro
da Saúde, está convicto que a nova
legislação “não terá impacto negativo” para a restauração, uma vez
que considera que a proibição de se
fumar em espaços públicos fechados
não representa perda de clientes. l
3
Inquérito online
Está confiante
no trabalho que
o novo Governo
Regional vai
desenvolver nos
próximos quatro
anos?
Vote no site:
tribunadamadeira.pt
Pergunta anterior:
Miguel Albuquerque
tem condições para
desempenhar um bom
mandato à frente do
Governo Regional da
Madeira?
Sim - 67% | Não - 33%
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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
4
sociedade
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
«Saccharum Hotel Resort & SPA»
um tributo à cana de açúcar
O novo hotel dispõe de 175 quartos, 6 suites e 62 apartamentos
O «Saccharum Hotel
Resort & SPA» foi inaugurado no passado dia 18. Localizado na Calheta, esta nova
unidade hoteleira do empresário Avelino Farinha, oferece vários espaços aos clientes, nomeadamente: o Rhum
Bar; uma sala de conferências; Business Centre; a Sala
Melaço; piscinas exteriores;
Fly Lounge; SPA; Court de
Squash; Galeria 1425; duas
salas para eventos de conferências; etc.
Sobranceiro ao mar e próximo da Marina da Calheta, o
«Saccharum Hotel Resort &
SPA» foi concebido com um
enquadramento natural e paisagístico de excecional qualidade, que permite desfrutar,
em simultâneo, da proximidade do mar e da montanha.
Sustentado por um conceito de hotel design, o resort foi
projetado pelo moderno e inovador atelier de arquitetura
RH+, dos arquitetos Roberto
Castro e Hugo Jesus, enquanto o design de interiores ficou
a cargo da designer madeirense Nini Andrade Silva.
O hotel, que dispõe de
175 quartos, 6 suites e 62
apartamentos, foi especialmente pensado para oferecer o máximo de qualidade e
conforto.
Dos vários espaços, é de
realçar a Galeria 1425 que
surge como homenagem à
cana de açúcar e ao antigo
Engenho de Mel da Calheta,
local onde nasce o «Saccharum Hotel».
As instalações apresentam
detalhes que fazem a diferença, e no SPA é possível os
clientes reencontrar o equilíbrio entre o corpo e a mente.
Todo o ambiente que envolve o hotel oferece uma estadia
calma e relaxante aos clientes. l
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23/04/15
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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
DELICIE-SE COM O DESIGN
DO SACCHARUM HOTEL
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5
6
sociedade
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
Pintura Henna é um “ritual
e uma experiência para os 5 sentidos”
Esta arte corporal já começou a cativar as madeirenses
As tatuagens de
henna têm a particularidade de se
destacar mais na
zona das mãos e
dos pés. Cristina
Perneta dedica-se
a esta arte milenar
que pode ser aplicada em qualquer
pessoa, incluindo
grávidas.
SARA SILVINO
T
[email protected]
ribuna
da
Madeira (TM) O que a levou
a iniciar este
método da pintura Henna?
Cristina Perneta (CP) Esta actividade vem no seguimento da minha formação
em Artes Plásticas, realizada
na Universidade da Madeira. Desde muito cedo que partilho o gosto pelo desenho e
pela pintura. Nesse sentido,
foi algo natural porque está
tudo interligado. Aqui a “tela”
passa a ser o corpo. Fiquei
surpreendida quando vi pela
primeira vez esta arte, e foi
isso que me levou a explorar
esta vertente artística. Porque podemos expressar o que
vem da alma. É um privilégio
poder fazer este tipo de trabalho nas pessoas.
TM - Em que consiste a
pintura mehndi?
CP - Mehndi é a palavra
indiana usada para descrever
a Henna.
A henna é um corante vegetal temporário baseado nas
folhas da planta Lawsonia
Inermis, que é aplicado na pele
como forma de adorno. A henna é uma arte milenar usada já
pelos antepassados do Egipto.
É uma arte cheia de magia que
simboliza prosperidade, amor
e felicidade e está muito ligada
a momentos de celebração da
vida. É uma das mais antigas
formas de arte corporal, sendo usada à milhares de anos
em países da Ásia, África e do
Médio Oriente.
TM - Há quanto tem-
po faz estas pinturas
corporais?
CP - Desde Novembro de
2008. Mas só no início de
2009 comecei a fazer directamente ao público.
TM – Este método está
diretamente ligado à sua
área de trabalho?
CP - Sim está directamente ligada à minha área de
trabalho.
A minha formação base é a
pintura e o desenho, que tento aplicar nas diversas áreas
de trabalho e projectos.
TM - Como é feito
este processo de pintura
corporal?
CP - Primeiro a henna é
aplicada na pele, depois permanece durante algumas
horas para esta absorver a
tinta.
Passado um dia ou dois a
pele adquire uma tonalidade
castanha.
Gostaria também de deixar
uma breve nota sobre a henna
natural que fica sempre castanha na pele, mas que algumas
vezes é confundida com a “black henna”, um produto alterado e que pode causar alergias.
A verdadeira henna fica
sempre castanha na pele e
nunca preta. Na dúvida, é
sempre bom perguntar os
ingredientes que são adicionados à henna.
TM - os clientes já chegam com uma ideia do que
querem fazer ou também
pedem a sua opinião?
CP - Geralmente, o cliente escolhe um desenho dos
nossos catálogos, mas muitas vezes existe abertura e flexibilidade para criar algo no
momento, e isso é realmente
único. Essa confiança no nosso trabalho. Algumas pessoas por sua vez trazem já uma
ideia e um desenho que querem fazer.
Os desenhos também
podem ser criados e personalizados para o momento,
isso faz os clientes sentiremse especiais.
Mais do que uma pintura na
pele, é um ritual e uma experiência para os 5 sentidos.
TM - Quanto tempo é
que as pinturas mehndi
resistem no corpo?
CP - Duram em média
entre uma a duas semanas,
variando consoante a natureza de cada pele, o lugar escolhido e os cuidados. A pintura de henna vai saindo com
a renovação celular da pele e
com as lavagens.
TM - Quais são as zonas
do corpo que os clientes preferem para estas
tatuagens?
CP - As tatuagens de henna têm a particularidade de
se destacar mais na zona das
mãos e dos pés, que são os
lugares onde faço a maioria
das minhas tatuagens. Contudo as pessoas escolhem
sempre o lugar que mais se
identificam.
A tatuagem pode ser realizada em todo o corpo, sendo
a zona das mãos, braços, pés
e tornozelos que a henna fica
mais escura.
TM - Quantas horas
leva a fazer os desenhos e
a pintura no corpo?
CP - Depende do desenho e
da sua complexidade, podem
ser realizados em poucos
minutos como durante algumas horas. Depende do desafio que nos é proposto. Já fiz
alguns trabalhos que duraram
3 a 4 horas.
TM - Podemos afirmar
que esta será uma nova
moda para este Verão?
CP - É natural que o Verão
propicie uma maior abertura a este tipo de arte corporal,
pois o calor deixa-nos mais
abertos a novas experiências.
TM - Qualquer pessoa pode fazer essas
pinturas?
CP – Sim, qualquer pessoa pode fazer a pintura de
henna.
As pinturas podem ser realizadas tanto em crianças
como em adultos, uma vez
que são seguras para a pele e
completamente indolores. A
henna apenas fica na primeira camada da pele.
É um processo artesanal e
natural, sem qualquer contraindicação. As mulheres
que estão grávidas, também
podem fazer.
TM - Existem alguns
cuidados a ter em conta antes destas pinturas
serem feitas no corpo?
CP - Apenas que a pele
esteja sem cosméticos como
cremes, óleos, etc.
TM - Quem quiser experimentar este método o
que deve fazer, onde pode
procurar o serviço?
CP - Qualquer pessoa pode
fazer estas tatuagens temporárias, na loja Saudade Madeira, (por detrás da Sé Catedral), pode contactar através
do número 291237151, pelo
email cristinaperneta@gmail.
com, e pelo site www.cristinaperneta.com.
TM - Aconselha a tatuagem de henna indiana
para este Verão?
CP - Sim, principalmente
para aquelas pessoas que não
querem se comprometer com
uma tatuagem para sempre,
esta é uma boa alternativa.
Podem também servir para
ter uma ideia de como ficaria uma tatuagem definitiva.
Para ocasiões especiais, para
um evento ou simplesmente
para se divertir. l
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
publicidade
7
8
política
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
«Seremos imunes a pressões
ilegítimas ou a interesses sectoriais»
Garantiu Miguel Albuquerque
O empossado Presidente do XII Governo Regional da Madeira mostrou-se confiante e seguro durante o seu discurso na
tomada de posse. Miguel Albuquerque enalteceu o trabalho
feito e deixado por Jardim, e não esqueceu os emigrantes.
O governante também enviou uma mensagem às famílias
madeirenses e portosantenses, aos jovens, aos pais e aos idosos.
SARA SILVINO
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[email protected]
F
oi perante “casa
cheia”
que
Miguel Albuquerque tomou posse como Presidente do Governo Regional da
Madeira.
Junto com a equipe que
irá governar no XII Governo da Madeira, Albuquerque
mostrou-se confiante no seu
mandato garantindo que ira
cumprir as prioridades que já
haviam sido apontas.
No início do seu discurso, Albuquerque começou por
reafirmar “o compromisso
de o novo Governo Regional
tudo fazer para dignificar esta
Casa, mãe da Democracia e da
Autonomia”.
Apontou que «a recente
redução em 40% do financiamento dos partidos políticos; a eleição de uma Mesa
politicamente plural para esta
Assembleia; o compromisso de o Governo comparecer
com regularidade no Plenário e nas Comissões, e outras
medidas que se seguirão na
reforma e na credibilização do
nosso sistema político regional, são a garantia de que
vamos cumprir integralmente aquilo que prometemos aos
madeirenses e aos portosantenses». E afirmou: «Podem
contar connosco para a concretização desta missão. Uma
missão que exige um envolvi-
mento de todos nós.»
No seu discurso, Albuquerque enalteceu o trabalho feito e deixado por Jardim. «Quero cumprimentar
o executivo cessante na pessoa do Doutor Alberto João
Jardim, sendo inegável reconhecer o seu papel histórico na implantação da Autonomia Política e no desenvolvimento da Região. Mais do
que os Homens, a História
fará justiça ao desempenho e
à obra de V. Exª, em prol dos
madeirenses e portosantenses», afirmou.
Albuquerque não esqueceu os emigrantes. «Envio
um caloroso abraço às nossas Comunidades Madeirenses espalhadas pelo Mundo,
afirmando de uma forma clara que este também será o
vosso Governo», apontou.
«Temos que simplificar a
linguagem política», frisou.
O governante também
política
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
enviou uma mensagem às
famílias, aos jovens, aos pais
e aos idosos. «Não posso deixar de passar uma mensagem de esperança às famílias que vivem o drama do
desemprego; aos jovens que
se vêem obrigados a sair da
nossa terra, muitas vezes por
o idoso que vive na precariedade social e na solidão».
E garantiu: «A solução passa
por políticas humanizantes e
de inclusão, que dignifiquem
cada um dos nossos concidadãos, e que os retirem do ciclo
constrangedor da pobreza e
da iniquidade». Disse ainda,
mos imunes a pressões ilegítimas ou a interesses sectoriais
que desvirtuem o nosso dever
perante a “res pública”».
Continuando: «Assumiremos as nossas responsabilidades políticas e tomaremos
as decisões, mesmo as menos
populares, necessárias à salvaguarda dos interesses da
Região», disse. «Não teremos receio em tentar estabelecer consensos com a oposição em matérias vitais e
estruturais para o futuro da
Madeira, como é o caso do
Novo Hospital, a Reforma do
Sistema Político ou a necessidade de um novo Quadro Fiscal para a Região», acrescentou ainda.
Albuquerque frisou que
«ninguém pode esperar da
nossa parte soluções mágicas ou instantâneas para
os problemas e dossiers
pendentes».
O Presidente do Governo
Regional garantiu que após
a aprovação do programa de
Governo que será apresentado à Assembleia nos prazos estatuários, «encetaremos a concretização dos nossos compromissos de governo com os Madeirenses e
Portosantenses».
Áreas com políticas
transparentes
e consistentes
para o futuro
razões de sobrevivência; para
os pais que lutam diariamente para assegurar o sustento
dos seus filhos; para os idosos que vivem na angústia de
uma escolha entre uma refeição condigna ou a compra de
medicamentos», disse. «Não
basta dar respostas convencionais. Nem muito menos
discursos demagógicos carregados de falsas promessas»,
adiantou.
Miguel Albuquerque sublinhou que «compete, em primeiro lugar, aos governantes
ter objetivos claros relativamente ao tipo sociedade em
que todos queremos viver».
«O nosso Governo não deixará de intervir na correcção das desigualdades e na
construção diária da coesão
social»
Albuquerque
realçou:
«Temos de apresentar uma
esperança. Para o jovem
desempregado, para a mãe
de família angustiada, para
«é absurdo pensar que basta o crescimento económico
para termos uma sociedade
desenvolvida».
O Presidente do Governo
Regional garantiu que a sua
equipa agora formada irá trabalhar em prol do povo.
«Eu e todos os membros
deste Governo, estamos aqui,
ao serviço da nossa Região, do
nosso Povo e do nosso País,
determinados a ultrapassar
e a vencer os desafios, mesmo os mais difíceis. Temos
total disponibilidade para
estabelecer pontes de diálogo. Temos a humildade de
ouvir os outros. Mas que ninguém duvide da nossa determinação férrea de tomar as
decisões necessárias ao bem
comum».
Sereno e confiante nas suas
palavras, que eram ouvidas
atentamente por muitas pessoas que se encontravam na
sala, Miguel Albuquerque
fez questão de realçar «sere-
Miguel Albuquerque traçou as áreas que terão políticas transparentes e consistentes para o futuro. «A sustentabilidade das Finanças
Públicas, a melhoria da Saúde
e da Educação, a questão dos
Transportes e Mobilidade, a
dinamização da nossa Economia e a redução da Carga Fiscal, o Turismo e Agricultura,
a captação de investimento e
a boa aplicação dos Fundos
Europeus, o reforço das áreas da Inclusão e da Solidariedade, o Ambiente, a preservação do nosso Património
Natural e Edificado, a Cultura», apontou.
Os canais de entendimento
com o Governo da República,
«na defesa firme e inteligente dos direitos dos Madeirenses e Portosantenses» serão,
segundo Miguel Albuquerque, mantidos e reforçados.
«Dissipando de uma vez por
todas mal entendidos e reforçando a nossa notoriedade
positiva e a nossa credibilidade em todo o País», disse.
No final do seu discurso,
Albuquerque realçou «como
principal responsável público destas Ilhas que me viram
nascer, sinto que estou unido
a cada um de vós no dia-a-dia
dos próximos quatro anos».
«Temos consciência do
imenso trabalho
que nos espera»
Tranquada Gomes é o
atual Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira (ALM), tomando assim o
lugar até agora ocupado por
Miguel Mendonça.
No seu discurso proferido
na tomada de posse do XII
Governo Regional da Madeira, Tranquada Gomes afirmou que os políticos não
podem ser desiludidos. «As
acrescidas dificuldades dos
tempos que vivemos exigem
de todos nós, responsáveis
políticos, a maior determinação e empenho, só possível se estivermos motivados e
comprometidos com as obrigações inerentes ao exercício
dos cargos que nos confiaram», disse. «É neste ambiente de mudança, de renovação,
de um novo ciclo político que
queremos seja rapidamente também social e económico, que damos hoje ‘primeiro passo de uma Legislatura
que todos desejamos venha a
corresponder às expectativas
criadas», afirmou.
Tranquada Gomes defende «temos de privilegiar o
diálogo entre nós, resolvendo internamente divergências que, natural e saudavelmente, surgirão nos próximos quatro anos, na convicção de que pugnaremos
9
todos pela credibilidade deste Parlamento, construindo
nesta Legislatura, uma nova
imagem desta Instituição
junto da opinião pública».
O Presidente da ALM garantiu «respeitaremos os direitos da maioria, mas não ignoremos os direitos da oposição, desafiando-a a prescindir de qualquer radicalismo dialético, para que possa dar, também ela, um contributo efetivo na abordagem
das problemáticas socialmente mais urgentes regionais e nacionais». Tranquada
Gomes realçou que o «novo
Executivo madeirense compromete-se a marcar presença regular neste Parlamento,
no âmbito das suas competências, reconhecendo, deste modo, a importância do
debate político com a oposição e a relevância do poder
legislativo no atual contexto
regional».
Disse ainda que «os cidadãos conhecem o que foi feito e sabem o que tem de ser
feito. Mas esperam algo mais,
esperam sinais concretos da
nova governação, que a esperança que os anima, e nos
anima a todos, nesta fase da
vida regional, não seja frustrada nem traída».
Tranquada Gomes realçou
«temos consciência do imenso trabalho que nos espera
para que a Autonomia recupere o seu espaço de afirmação e o seu poder de decisão, que em grande medida,
e espero que apenas conjunturalmente, tal como aconteceu à soberania do Estado foi
perdido». l
«Esta autonomia
já não me diz nada»
Alberto João Jardim passou o testemunho da governação
a Miguel Albuquerque. Aquele que já havia sido apontado
como um dos delfins preferidos de Jardim, mas também que
encarou o presidente cessante de frente, que teve coragem
de dar um murro na mesa, mas que também soube enaltecer o trabalho feito por Jardim ao longo da sua governação.
Palavras de agradecimento que foram deixadas no discurso
de Albuquerque na tomada de posse.
Jardim manteve-se atento ao discurso do seu sucessor. Na
sua saída, em declarações aos jornalistas, e respondendo à
questão lançada se se sente optimista em relação ao futuro,
Alberto João Jardim limitou-se a rematar: «Apenas com uma
reserva mental. É que boas intenções há do lado da Madeira,
agora do lado de Lisboa não acredito. São as minhas convicções, não sou apenas autonomista, sou um federalista. E, portanto, esta autonomia já não me diz nada. É preciso dar um
grande passo em frente, constitucional, obviamente».
Quanto a se Jardim vai manter canais de comunicação
com este novo governo, respondeu prontamente: «Sim,
eu dou-me bem com as pessoas. Aliás, o tom forte em que
decorreu o debate interno mas que depois culminou num
excelente resultado, demonstra que o partido estava mais do
que preparado para isto. Foi o meu último trabalho no PSD».
Jardim deixa o governo e o rumo da Madeira mas, certamente, será um espetador de bancada muito atento ao que
se seguirá.
10 política
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
XII Governo Regional da Madeira
Miguel Albuquerque
Presidência do
Governo Regional
da Madeira
Á Presidência do Governo são cometidas as atribuições referentes ao sector da Administração Pública do Porto Santo.
Sérgio Marques
Secretaria Regional
dos Assuntos
Parlamentares e
Europeus
Sectores atribuídos:
Administração da Justiça.
Assuntos europeus.
Assuntos parlamentares.
Comunidades madeirenses e
imigração.
Comunicação Social.
Edifícios e equipamentos públicos.
Estradas.
Obras públicas.
A Secretaria Regional dos Assuntos
Parlamentares e Europeus exerce a
tutela sobre as seguintes entidades:
a) Empresa Jornal da Madeira,
Lda.
b) VIAMADEIRA – Concessão Viária da Madeira, S.A.
São ainda cometidas à Secretaria
Regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus as atribuições referentes à manutenção, gestão e apoio às
Casas da Madeira de Lisboa, Porto e
Coimbra em território continental e
na Região Autónoma dos Açores.
Rubina Leal
Secretaria Regional
da Inclusão e
Assuntos Sociais
Sectores atribuídos:
a) Segurança social.
b) Emprego.
C) Proteção Civil.
d) Habitação.
e) Trabalho.
f) Inclusão e desenvolvimento local.
g) Inspeção do trabalho.
h) Defesa do consumidor.
i) Concertação social.
No âmbito das atribuições referidas
no número anterior, funcionam sob
a tutela e superintendência da Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos
Sociais, os seguintes serviços da administração indireta da Região Autónoma
da Madeira:
a) Conselho Económico e social da
Região Autónoma da Madeira.
b) Instituto de Emprego da Madeira, IP-RAM.
C) Instituto de Segurança Social da
Madeira, IP-RAM.
d) Serviço Regional de Proteção
Civil, JP-RAM.
A Secretaria Regional da Inclusão e
Assuntos Sociais exerce a tutela sobre a
IHM - Investimentos Habitacionais da
Madeira, EPE-RAM.
e) indústria.
f) inspeção das Atividades
Económicas.
g) Transportes.
h) Energia.
i) Qualidade.
j) Empreendedorismo.
k) Inovação.
l) Apoio às empresas.
Serviços da administração indireta da RAM que funcionam sob a tutela
da Secretaria Regional da Economia,
Turismo e Cultura:
a) Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira, atualmente
concessionada.
b) Instituto do Desenvolvimento
Empresarial, IP-RAM.
A Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura exerce a tutela
sobre as seguintes entidades:
a) Associação de Promoção da
Madeira (AP Madeira).
b) APRAM - Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira,
SA.
C) Centro de Empresas e Inovação
da Madeira, Lda.
d) EEM - Empresa de Eletricidade
da Madeira, SA;
e) Horários do Funchal - Transportes Públicos, S. A :
f) Madeira Parques Empresariais,
Sociedade Gestora, S. A.
As competências e definição das
orientações na Cimentos Madeira,
Lda. e na SILOMAD - Silos da Madeira, SA., empresas participadas integradas no sector empresarial da Região
Autónoma da Madeira, são cometidas
à Secretaria Regional da Economia,
Turismo e Cultura.
AREAM – definir as orientações
da participação detida pelo Governo
Regional.
b) Escola Profissional Dr. Francisco Fernandes.
A Secretaria Regional da Educação exerce a tutela sobre as seguintes
entidades:
a) ARDITI - Agência Regional para
o Desenvolvimento da Investigação,
Tecnologia e Inovação.
b) Pólo Científico e Tecnológico da
Madeira, Madeira Tecnopolo, S. A.
São ainda cometidas à Secretaria
Regional da Educação as atribuições
referentes à manutenção, gestão dos
recursos humanos e encargos respeitantes ao funcionamento do Parque
Desportivo dos Trabalhadores e aos
encargos na área da defesa.
Susana Prada
Secretaria Regional
do Ambiente e
Recursos Naturais
Sectores atribuídos:
a) Água.
B) Ambiente
c) Conservação da natureza.
d) Florestas.
e) Informação geográfica, cartográfica e cadastral.
f) Litoral.
g) Mar.
h) Ordenamento território.
i) Parque natural.
j) Saneamento básico.
k) Urbanismo.
A Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais exerce a tutela sobre a ARM – Águas e Resíduos da
Madeira, S.A.
Jorge Carvalho
Secretaria Regional
da Educação
Eduardo Jesus
Secretaria Regional
da Economia,
Turismo e Cultura
Sectores atribuídos:
a) Turismo.
b) Cultura.
C) Economia e empresas.
d) Comércio e serviços.
Sectores atribuídos:
a) Educação.
b) Educação especial.
C) Formação profissional.
d) Desporto.
e) Juventude.
Serviços da administração indireta
da Região Autónoma da Madeira que
funcionam sobre a tutela e superintendência da Secretaria Regional da
Educação:
a) Conservatório - Escola Profissional das Artes da Madeira- Engº Luíz
Peter Clode.
Manuel Brito
Secretaria Regional
da Saúde
1.Á Secretaria Regional da Saúde
são cometidas as atribuições referentes ao sector da Saúde. 2.No âmbito das atribuições referidas no número anterior, funciona sobre a tutela e
superintendência da Secretaria Regional da Saúde, o Instituto de Adminis-
política
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
tração da Saúde e Assuntos Sociais, IP
RAM, serviço da administração indireta da Região Autónoma da Madeira. 3.A Secretaria Regional da Saúde
exerce a tutela sobre o Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira,
E.P.E.
h) Gestão dos fundos comunitários
agropecuárias e pescas.
Funciona sobre a tutela e superintendência da Secretaria de Agricultura e Pescas, O IVBAM - Instituto do
vinho, do Bordado e do Artesanato da
Madeira, IP-RAM, serviço da administração indireta da Região Autónoma da Madeira.
A Secretaria Regional de Agricultura e Pescas exerce a tutela sobre as
seguintes entidades:
a) CARAM - Centro de Abate da
Região Autónoma da Madeira, E.P.E.
b) GESBA - Empresa de Gestão do
Sector da Banana, Lda.
As competências e definição das
orientações na ILMA - Industria de
Lacticínios da Madeira, Lda., empresa
participada integrada no sector empresarial da Região Autónoma da Madeira, é cometida à Secretaria Regional
de Agricultura e Pescas.
Humberto Vasconcelos
Secretaria Regional
de Agricultura e
Pescas
Secretaria Regional
das Finanças e da
Administração
Pública
Sectores atribuídos:
a) Administração Pública e
simplificação e modernização
administrativa.
b) Assuntos fiscais.
C) Centro Internacional de Negócios da Madeira.
d) Comunicações.
e) Contabilidade.
f) Estatística.
g) Finanças.
h) Coordenação geral dos fundos
comunitários.
i) Informática da Administração
Pública.
D Inspeção de Finanças.
k) Orçamento.
I) Planeamento.
m) Património e serviços
partilhados.
n) Tesouro.
No âmbito das atribuições referidas no número anterior, funcionam
sobre a tutela e superintendência
da Secretaria Regional das Finanças e da Administração Pública, os
seguintes serviços da administração indireta da Região Autónoma
da Madeira:
a) Gabinete de Gestão da Loja do
Cidadão da Madeira.
b) Instituto de Desenvolvimento
Regional, IP-RAM.
A Secretaria Regional das Finanças e da Administração Pública
exerce a tutela sobre as seguintes
entidades:
a) ADERAM – Agência de Desenvolvimento da Região Autónoma da
Madeira.
b) PATRIRAM – Titularidade e Gestão do Património Público
Regional, S.A.
c) Sociedade de Desenvolvimento
do Norte da Madeira, S.A.
d) Sociedade de Desenvolvimento
do Porto Santo, S.A.
e) Sociedade Metropolitana de
Desenvolvimento, S.A.
f) Ponta do Oeste – Sociedade de
Promoção e Desenvolvimento da
Zona Oeste da Madeira, S.A.
As competências e definição das
orientações na SDM – Sociedade
de Desenvolvimento da Madeira,
S.A., na Concessionária de Estradas – VIAEXPRESSO da Madeira,
S.A., e na VIALITORAL – Concessões Rodoviárias da Madeira, S.A.,
empresas participadas integradas
no sector empresarial da RAM, são
cometidas à Secretaria Regional
das Finanças e da Administração
Pública.
Em relação às demais empresas
públicas do sector empresarial da
Madeira, a Secretaria Regional das
Finanças e da Administração Pública exerce as competências que lhe
são cometidas por lei.
PUB
Sectores atribuídos:
a) Agricultura.
b) Pecuária.
C) Veterinária.
d) Desenvolvimento rural.
e) Apoio ao agricultor.
f) Artesanato.
g) Pescas.
Rui Gonçalves
11
Rede de Mupis e Abrigos de Paragem na Ilha do Porto Santo
O clima e a Praia da Ilha do Porto Santo,
proporciona às pessoas o bem-estar e felicidade.
O Liberal, comunicações, lda.
Edifício “O Liberal”
PEZO - Lote 7
9300 Câmara de Lobos
T. 291 911 300 F. 291 911 309
E. [email protected]
ABRIGOS DE PARAGEM
MUPIS
DIMENSÃO
. 1,20 x 1,76 mts
ALUGUER
. 24 faces de Mupis
.12 faces de Abrigos
LOCAL
. Mupis no Centro
. Abrigos de Paragem
nas Zonas Rurais
12 sociedade
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
Madeira ainda longe da meta
Abandono escolar precoce continua a ser mais alto na Região que no País
O abandono escolar precoce continua a ser um flagelo em Portugal,
mas há importantes avanços na
descida do indicador ao longo
dos últimos anos.
Embora os números da Madeira
sejam mais elevados que no resto do país, há a
intenção de reduzir a percentagem
para metade até
2020. O abandono escolar precoce na Região desceu de 30 para
22%, entre 2011 e
2014.
P
ortugal é o quarto país da União
Europeia no que
diz respeito ao
abandono escolar precoce. Os dados são do
Eurostat e foram divulgados
na última terça-feira. Segundo o gabinete de estatísticas europeu, o indicador português (17,4%) só é menor
que o registado em Espanha (21,9%), Malta (20,4%) e
Roménia (18,1%).
Apesar dos números pouco favoráveis, entre os países da União Europeia (UE)
foi em Portugal que a taxa
de abandono escolar precoce
mais desceu. Mesmo assim,
o valor está ainda longe da
média europeia (11,1%). Em
2006, este indicador rondava os 38,5% no país, representando uma descida para
menos de metade até 2014.
A meta da UE é fixar a média
abaixo dos 10% até 2020, que
era de 15,3% em 2006.
De acordo com os dados
divulgados pelo Eurostat, são
os rapazes que mais precocemente desistem de estudar
em Portugal. Só em 2014 quase 21% dos jovens portugueses decidiram abandonar os
estudos. Nas raparigas a taxa
foi de 14%. A média da UE é
de 12,7% para o sexo masculino e 9,5% para o feminino.
Entre os países membros
com menor taxa de abandono
escolar estão a Croácia (2,7%),
a Eslovénia (4,4%), a Polónia (5,4%), a República Checa
(5,5%) e a Lituânia (5,9%).
Madeira quer reduzir
para metade
A Região Autónoma da
Madeira (RAM) ainda está
muito acima da média nacional no que respeita ao abandono escolar precoce, embora tenha vindo a conseguir
avanços assinaláveis na redução do indicador ao longo dos
últimos anos.
Em Março deste ano, recorde-se, foi divulgado que o
indicador baixou na Madeira
de 30 para 22 %, entre 2011
e 2014. Para Jaime Freitas, o
ex-secretário regional de Educação, a redução no número
de alunos que abandonam os
estudos precocemente constituía “um dos sucessos obtidos
pelas escolas da Madeira”. O
objetivo da RAM é reduzir
o indicador para metade, ou
seja, alcançar uma diminuição de 31 para cerca de 15%
até 2020.
Segundo o ex-titular da
pasta da Educação, o objetivo da Madeira passava por
fazer voltar à escola a todos
aqueles que pelas mais variadas razões tivessem dela saído precocemente. Aposta da
Secretaria Regional, de acordo com Jaime Freitas, era
igualmente o reconhecimento, validação e certificação de
competências adquiridas no
ensino não formal.
O reconhecimento de competências fora da escola tem
sido uma das formas como
muitos madeirenses obtiveram os seus graus académicos, nomeadamente através
dos Cursos de Educação e
Formação de Adultos. A persecução do objetivo passava
igualmente por levar metade
dos alunos do Ensino Secundário a optar pelo Ensino
Profissional.
O desafio de reduzir o
abandono escolar precoce
está agora está nas mãos de
Jorge Carvalho, antigo diretor
regional de Juventude e novo
secretário Regional da Educação. l
sociedade
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
13
Malvinas
com novo
cerco
Operação da PSP volta a isolar o bairro para “operação de limpeza”
A Polícia de Segurança Pública (PSP) esteve
durante a manhã
de quarta-feira no Complexo
Habitacional da
Torre, em Câmara de Lobos, onde
desenvolveu uma
operação relacionada com o combate ao tráfico de
drogas. O trânsito foi desviado
do bairro conhecido por «Malvinas», deixando-o
isolado por várias
horas. Na vizinhança lamentase a criminalidade
crescente.
F
oi uma operação
policial de alguma
envergadura a que
na manhã de quarta-feira desenrolou-se no Complexo Habitacional da Torre, em Câmara de Lobos. A incursão da
PSP isolou o acesso ao bairro conhecido pelo nome de
«Malvinas», impedindo o
trânsito automóvel dentro do
complexo.
Há muito que este tipo de
operações têm vindo a acontecer no bairro camaralobense,
mas os vizinhos que vivem nas
imediações notam que têm sido
mais assíduas ao longo dos últimos anos. A justificação, sublinham, está na crise económica,
na falta de trabalho e na criminalidade crescente.
De acordo com relatos feitos ao «Tribuna», os roubos
têm sido cada vez mais uma
realidade associada a alguns
dos residentes no bairro das
«Malvinas». O dedo é apontado a indivíduos indiciados por
consumo de drogas.
“Tem sido uma desgraça. E
sabe uma coisa, nem as tampas em ferro dos contadores
da água de rede escapam”,
relata um morador a coberto do anonimato. “O grande
problema disto está na base.
Nada mudará enquanto não
houver fiscalização e controle
de quem compra este tipo de
materiais nas sucatas.”
Desemprego
e tráfico de drogas
Quem vive nas imediações
das «Malvinas» tem notado
que as aparatosas visitas da
PSP ao bairro têm sido cada
vez mais frequentes. Uma
maior assiduidade das forças
policiais ao complexo habitacional que já assume contornos de normalidade.
“Antes havia coisas destas
uma ou duas vezes por ano,
agora têm surgido com muito mais frequência”, afiançou
um morador da zona. “As pessoas já nem estranham muito
quando isto acontece.”
De acordo com populares,
ouvidos pelo «Tribuna», é um
fenómeno que não pode ser
dissociado da crise económica e do desemprego. Porque
são realidades especialmente
sentidas num bairro desde há
muito conhecido por focos de
criminalidade.
“Há imensas pessoas estão
sem trabalho e que não con-
seguem arranjá-lo em lado
nenhum. Entre eles há jovens
que meteram-se nas drogas
e que agora socorrem-se de
todos os meios para sustentar
os vícios”, aponta um residente. “Essa é a principal explicação para o facto dos roubos
terem aumentado muito.”
Vários indivíduos estavam
referenciados e justificaram a
operação de quarta-feira, assinalou um elemento da PSP. A
intenção da autoridade policial era proceder a uma “limpeza” focada não só no tráfico e consumo de drogas mas
também na criminalidade que
lhes são associadas.
“É esse o principal objetivo deste tipo de operações. A
droga é a fonte da maioria dos
problemas que atingem este
tipo de bairros”, confidenciou
ao «Tribuna». l
14 opinião
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
ROSAS E ESPINHOS DA NOVA AUTONOMIA
GREGÓRIO GOUVEIA
Joana Homem da Costa
gregoriogouveia.blogspot.pt
Introduzida na Ilha da
Madeira no ano de 1425, plantada no «Campo do Duque»,
no Funchal”, tendo posteriormente proliferado pela ilha e
foi a razão de terem sido criadas alfândegas em algumas
localidades, graças ao açúcar produzido. Se, em 1865,
a produção de cana atingiu
14.688 toneladas numa área
de 357 ha, eram 61.000 toneladas em 1961, numa área que
rondava os 500 ha. A partir
daquele ano, baixou constantemente até atingir, no ano
2000, 2 871 toneladas numa
área de 100 ha, tendo, depois,
aumentado lentamente, chegando a 2014 com a produção de 7 500 toneladas. Foi
esse sucessivo aumento que
levou a tutela governamental a “fazer uma festa” sempre
que aumentavam alguns quilogramas, como aconteceu no
passado dia 12.
As indefinições do Governo Regional na política agrícola foram de tal ordem que
grande parte dos canaviais
foram substituídos por bananeiras. Depois, pela “Resolução nº 807/81 - Considerando a importância da canade-açúcar na economia regional; considerando o excesso de produção de cana-deaçúcar; considerando que o
Governo Regional, através do
Instituto do Vinho da Madeira, tem subsidiado a empresa
Winton, tendo em vista a sua
cobertura do déficit industrial, o que faz apurar um
custo de produção de açúcar
muito superior ao nível das
cotações do mercado internacional; considerando que
tal custo de produção encontra raízes numa fraca rentabilidade da cultura de açúcar
e nas deficientes estruturas
da referida empresa industrial; o Governo Regional da
Madeira, reunido em plenário
em 13 de Novembro de 1981,
resolveu:
1º - Nomear uma comissão que até 31 de Janeiro/82
apresentará ao plenário do
Governo uma proposta relativa à produção da cana-deaçúcar e sua industrialização;
2º - Esta comissão é constituída por:
a) Director Regional do
Plano, que preside;
b) Director Regional da
Agricultura;
c) Director regional do
Comércio e Indústria, sendo
secretariado por um representante do Instituto do Vinho da
Madeira;
3º - O Governo delega nesta comissão poderes para
convocar todo o pessoal dos
serviços, institutos e empresas públicas dependentes do
Governo Regional, em relação aos quais entenda dever
fazê-lo bem como o direito de
lhe ser facultada toda a documentação que para o efeito
necessite.
Presidência do Governo Regional, 13 de Novembro de 1981. – O Presidente
do Governo Regional, Alberto João Cardoso Gonçalves
Jardim.”
O relatório final motivou a
feitura e publicação da Resolução nº 572/82 que considerava como hipóteses inviáveis
as seguintes:
a) Expansão da área de produção de cana-de-açúcar;
b) Abandono total do cultivo da cana-de-açúcar;
c) Encerramento completo
das indústrias sacarinas;
d) Importação de melaços
para a produção de álcool.
Foram dadas como assentes aquelas quatro hipóteses, apenas haveria duas
alternativas:
1 - Limitação do cultivo da
cana-de-açúcar para abastecimento apenas das indústrias
locais de aguardente e mel;
2 - Manutenção da pro-
dução de cana-de-açúcar
aos níveis actuais, permitindo, por um lado, o abastecimento das indústrias locais
de aguardente e mel e, por
outro, destinando-se o remanescente à indústria do açúcar, do álcool e do rum, o
qual remanescente teria de
ser completado com importações de açúcar bruto (ramas)
para ser refinado na Região, e
permitir-se, assim, a rendibilidade destas indústrias.
Se se optasse pela primeira, levaria ao encerramento
da Fábrica do Torreão e a
uma reconversão forçada de
modo a manter a produção
dum quantitativo de 10.000
toneladas de cana por ano,
bem como 520.000 litros de
aguardente e 200.000 litros
de mel.
A segunda hipótese viável
seria mais útil para a economia da Madeira, mas exigiria um grande investimento
na Fábrica do Torreão e subsídios à mesma, de modo a
“ficarem salvaguardados os
legítimos interesses dos produtores de cana, dos industriais, do Governo Regional e
dos consumidores”.
A decisão de fechar a Fábrica do Torreão foi fatídica para
as previsões quanto à produção de cana e fabrico de mel
e aguardente.A produção de
cana nunca atingiu as 10 000
toneladas, e apenas em 1988
e 1989 o mel ultrapassou as
200.000 litros, mas a produção de aguardente (rum) nem
chegou a metade dos previstos 520.000 litros.
Foi este fel que esteve na
política agrícola do PSD-M,
nomeadamente no que toca
à cana sacarina. E, de agora
para o futuro, veremos…! l
gregoriogouveia.blogspot.pt
Tirar o molde…
Parece ser tudo uma questão de moldar, e quantas
vezes acabamos por nos moldar a realidades ou consistências por uma questão de
sobrevivência. Ou será de
inércia? Surgem muitos discursos para despertar, cheios
de verdades, mas alterar algo
que tornamos a nossa verdade exige mais do que isso…
Por vezes as mudanças
são feitas de repente, outras
vezes têm que ser feitas
muito devagarinho, porque
assim como nos moldamos,
sair desse espaço de conforto, que de conforto por vezes
não tem nada, custa… Nem
tudo o que parece é e existe
muito que nos parece serem
permanências de conforto
que são somente uma moldagem que assentou. Talvez seja preciso mudar questões de fundo, paradigmas
e certezas, talvez seja preciso muito para isso ou muito
pouco, o destino trata disso.
Uma mentira dita muitas
vezes passa a verdade e uma
regra de vida devidamente imposta acaba por assentar. Existem formas de manipulação que até nem acarretam grande maldade mas
que acabam por determinar
muito. Convencemo-nos que
é dessa maneira porque não
poderia ser de outra, afunilamos a visão e, num molde
apertado e limitado, acabamos por viver assim.
Dificuldade em largar
um cenário, dificuldade em
habituarmo-nos a organizar
os dias de outra forma, dificuldade em mudar de espaço físico, dificuldade em apagar um número de telefone que sabemos que nunca mais vamos ligar, dificuldade em fazer as pazes com
uma realidade que não vai
acontecer…
Existe a dificuldade em
largar, por isso mantemos…
mantemos porque nos lembra
uma versão de nós que poderíamos ser, mesmo sabendo
que seria alguém em quem
nunca nos tornaríamos...
Enquanto mantemos, alimentamos uma esperança de
que ainda existe uma hipótese, ocupamos espaço e alimentamos assim uma ilusão.
Existe uma dificuldade em
largar, mesmo que isso implique ficarmos estagnados.
Ocupamos espaço e com
isso impedimos talvez o
seguir caminho para aquilo
que somos realmente… l
PUB
Inconsequente política do Governo
Regional na produção de cana sacarina
ACTUALIDADE SOCIAL MADEIRENSE
sociedade
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
Madeira com falta
de 350 novos enfermeiros
O presidente da
secção regional da
Ordem dos Enfermeiros alerta que
“o custo dessa
não-contratação
será passarmos de
um dos melhores
serviços de saúde
para ‘lanterna vermelha’”.
Ricardo Silva considera também
que a classe de
enfermagem não
pode ser vista
como “uma despesa da saúde”,
salientando que
o trabalho desenvolvido por esses
profissionais deve
ser encarado
como um investimento prioritário por parte
do governo e do
setor privado.
João Toledo
O
[email protected]
presidente da
secção regional da Ordem
dos Enfermeiros
reclama
que a classe de enfermagem
não pode ser vista como “uma
despesa da saúde”, salientando que o trabalho desenvolvido por esses profissionais
deve ser encarado como um
investimento prioritário.
Nesse sentido, Ricardo Silva, que falava aquando da sessão de abertura do 2º Congresso Insular de Enfermagem, subordinado ao tema
“Desafios para a Enfermagem no Século XXI”, apontou
que é necessário contratar no
mínimo 350 enfermeiros, tendo em vista garantir a “qualidade mínima” dos serviços na
Região.
15
no. “Temos apenas esperança, temos também objetivos
e uma certeza: Os enfermeiros têm uma força que desconhecem e nunca usaram”,
apontou.
O responsável pela secção regional da Ordem dos
Enfermeiros alertou, ainda,
para “a falta de ética empresarial” verificada no setor privado ligado à área da saúde.
“Alguns do setor privado querem pagar 2,50 euros à hora
por esta mão de obra altamente qualificada”, criticou.
‘Motivação dos
profissionais
é uma prioridade’
“O custo dessa não-contratação será passarmos de
um dos melhores serviços de
saúde para ‘lanterna vermelha’. Não nos podemos esquecer que um dos melhores cartazes turísticos da Região além do seu estatuto de pérola do atlântico, da sua paz
social e do seu clima – são
os seus serviços de saúde”,
argumentou.
Aquele responsável reforçou a sua pretensão evocando
um estudo realizado na Suécia, que refere que “aumentar
a sobrecarga de trabalho de
um enfermeiro está associado
a um aumento da mortalidade
de 7%” e, por outro lado, que
“a diminuição da mortalidade está diretamente associada
a um aumento da qualificação
da equipa de enfermagem”.
“Desse estudo resulta de
imediato duas leituras. A primeira, a necessidade de dotar
os serviços com enfermeiros
em número suficiente para
as necessidades e, por outro
lado, a necessidade de apostar na contratação de enfermeiros especialistas altamente diferenciados”, transmitiu
Ricardo Silva.
O presidente da secção
regional da Ordem dos Enfermeiros denunciou, ainda,
que a sobrecarga dos serviços “teve um forte reflexo na
saúde ocupacional dos nossos profissionais de saúde em
geral e dos enfermeiros em
particular”.
“Temos uma grande fatia
de profissionais com problemas graves de saúde. A qualidade dos serviços só não diminuiu para níveis drasticamente perigosos porque tínhamos
enfermeiros a ficar depois do
turno numa clara afirmação
médica e deontológica natural em situação de emergên-
cia, mas questionável em situações programadas. Fomos
também pouco estimados e
considerados e a nossa saúde
mental também sofreu”, vincou Ricardo Silva.
Desta forma, aquele responsável apela ao novo governo que passe a olhar para
a classe de enfermagem com
outros olhos. “Depois de tanto falarmos em infraestruturação na Região corremos o
risco de quando tivermos as
estruturas ideais não termos
profissionais de saúde qualificados para as mesmas, porque
as pessoas estão a emigrar.
Neste momento, a prioridade
política deverá ser os recursos
humanos”, defendeu.
Ricardo Silva afirmou,
igualmente, que “não tem
grandes expetativas” que haja
grandes mudanças a nível
das políticas de saúde, apesar de termos um novo gover-
O novo secretário regional
da Saúde, Manuel Brito, promete que tudo fará para motivar os profissionais de saúde, tendo em vista que o setor
ofereça melhores condições
aos utentes e, por sua vez,
motive os recursos humanos.
“Não há projeto nenhum que
consiga atingir os objetivos se
não tiver a motivação dos profissionais”, sublinhou.
Manuel Brito, que participou pela primeira como
secretário regional da Saúde
num ato oficial, traçou também “três grandes compromissos” para a área da saúde nos próximos quatro anos,
nomeadamente: melhorar
os acessos aos cuidados de
saúde; melhorar a qualidade dos serviços de saúde; e
um maior investimento na
medicina geral e familiar dos
centros de saúde (medicina
preventiva).
À margem da abertura do 2º
Congresso Insular de Enfermagem o governante admitiu
a possibilidade de receber os
“médicos descontentes” com
algumas medidas implementadas pelo Serviço Regional
de Saúde da Região, as quais
motivaram a sua saída.
“Nós vivemos numa ilha e,
por isso, convém que todos
os bons profissionais estejam
connosco, nomeadamente nas
nossas instituições públicas. É
seguramente esse esforço que
nós teremos de fazer. Penso
que muitos dos nossos colegas estarão interessados em
dar o seu contributo”, realçou
Manuel Brito. l
16 entrevista
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
«Open Day« de reflexologia
no jardim do Lido
No sábado, dia 25, das 17 às 19 horas.
O Dia Europeu
da Reflexologia é
assinalado também na Madeira com o «Open
Day». O evento contará com a
presença do responsável pelo
Centro de Reflexologia da Madeira, Eduardo Luís,
assim como de
vários profissionais que estarão disponíveis
para tirar todas as
dúvidas e curiosidades sobre a
reflexologia.
SARA SILVINO
T
[email protected]
ribuna
da
Madeira (TM)O Dia Europeu
da Reflexologia
assinala-se
a
25 de abril, com o «Open
Day» no jardim do Lido.
O que irá acontecer neste evento?
Eduardo Luís (EL) – No
«Open Day» vão estar vários
terapeutas, alunos, profissionais qualificados a fazer
demonstrações gratuitas nos
respetivos sítios. No caso do
Centro de Reflexologia da
Madeira vamos estar no Jardim do Lido, sábado, dia 25
de abril, a partir das 17 até as
19 horas. Haverá reflexologia
infantil, reflexologia facial,
metamórfica, várias técnicas
de reflexologia. Haverá também yoga para todas as pessoas que queiram ir até ao jardim do Lido. Quem aparecer
por lá, vai poder usufruir de
todas estas técnicas.
TM – Qual é o principal
objetivo deste evento?
EL - O objetivo é desmistificar a ideia errónea que existe sobre a terapia como tam-
bém dar uma maior credibilidade, mais respeito aos
reflexólogos.
Será uma tarde diferente,
de harmonia. É esse o propósito de toda a gente, estar em
harmonia e paz.
TM - As pessoas já acreditam mais na reflexologia? Nota haver mais credibilidade nessa matéria?
EL - A reflexologia em Portugal tem tido um crescimento fantástico, assim como na
Madeira, deve-se ao trabalho
que tenho andado a desenvolver junto com pessoas que me
acompanham.
TM - As pessoas não
devem ter receio de procurar a ajuda de um
reflexólogo?
EL - Não, desde que sejam
qualificados. Aqui na Madeira
deveria haver um maior controlo nas pessoas que andam
a fazer reflexologia. Não só
reflexologia mas em todas as
áreas. Começando pelo número de qualificações. Há pessoas que têm formação de um
dia e que se equiparam comigo que já tenho anos, e tenho
licenciatura e formação diferente. Pessoas que andam a
fazer reflexologia ao virar da
esquina, a fazer diagnósticos e
a prescrever. Não podem.
TM - Isso poderá dar
uma má imagem negativa
nesta área?
EL - Sim, são esses que dão
uma má imagem aos profissionais de reflexologia. Mas
acho que o povo madeirense é muito inteligente. E está
à altura de perceber quem é
que anda a difundir, quem é
que anda a levar a reflexologia para a frente.
TM - Qual é o sinal que
serve de alerta para os
“falsos” reflexólogos?
EL - A reflexologia não
pode diagnosticar, não pode
prescrever. E a partir daí, as
pessoas que recorrerem à
reflexologia e perceberem que
esse pseudo reflexólogo está a
prescrever, não é refexólogo.
TM - Esse é o sinal de
alerta?
EL - Sim, é um sinal de alerta e de que a pessoa não tem
formação. É preciso mudar.
TM - O que fazem no
Centro de Reflexologia da
Madeira?
entrevista
EL - No nosso espaço, o
Centro de Reflexologia da
Madeira, temos profissionais
qualificados, damos consultas,
estamos abertos para todos os
que nos querem procurar.
O Centro de Reflexologia da
Madeira é o único na Madeira a dar formação para terapeutas de reflexologia. Mas,
infelizmente, há muitos sítios
a dar formação de reflexologia, aquelas formações básicas de 50 horas. É importante incentivar essas pessoas a
estudar, a dar continuação na
sua formação.
TM - Os madeirenses estão rendidos à
reflexologia?
EL - Sim. Eu queria que
neste fim de semana acontecesse o que aconteceu no
ano passado, em que o jardim
do Lido encheu, foram centenas de pessoas para receber
reflexologia.
“A reflexologia
é importante
no alívio da dor”
TM - Qualquer pessoas
pode participar no “Open
Day” de reflexologia no
jardim do Lido?
EL - Sim, qualquer pessoa.
Levem os animais, os pais,
os avós, vão estar vários profissionais, eu também vou lá
estar. Será um total de 20
terapeutas qualificados e alunos que estão a estudar neste
momento.
TM - Quando as pesso-
as o procuram para expor
os seus problemas o que é
que apontam?
EL - Eu tenho tido bons
resultados, as pessoas quando
vêm ter comigo trazem uma
indicação ou porque alguém
indicou, ou porque passou
pelo Centro e sugeriu.
Muitas delas vêm por curiosidade, depois regressam.
A reflexologia é importante
no alívio da dor.
TM - Através de uma
conversa com as pessoas
consegue saber que tipo
de problema é que tem?
EL - Conseguimos perceber se a pessoa está bem
ou não. Porque as pessoas
deixam transparecer a carga
emocional e há uma necessidade do toque.
É importante porque há
um contacto físico, e a partir
daqui os resultados começam
a aparecer.
TM - Já houve sinais de
cura?
EL - Eu não posso dizer
que curo. Ninguém cura ninguém. Ninguém faz milagres. Ajudamos é que a pessoa atinja o seu equilíbrio, e
a partir daí as pessoas começam a tomar a consciência de
quem são, o que são, o que
querem. É preciso parar para
pensar porque, por vezes, o
que a mente reprime, o corpo exprime.
TM - É o Presidente da
Ordem Mundial de Reflexologia e Presidente do
Comité de Investigação,
assim como o responsável pelo Centro de Reflexologia da Madeira. Cer-
tamente, tem uma agenda muito extensa?
EL - Sou uma referência da
reflexologia a nível nacional.
Não trabalho sozinho, tenho
uma boa equipa.
Estive recentemente no X
Congresso Mundial de Naturopatia. Vou agora para outro
Congresso de Naturopatia
onde estão esperados meio
milhão de pessoas, em Leiria,
onde vou falar na importância
da reflexologia no Parkinson.
A nível nacional, estou sempre em conferências e dando formação, a nível internacional parto em Maio para a
Alemanha.
TM - Os seus objetivos estão sendo alcançados em relação à
reflexologia?
EL - A reflexologia está
a crescer, estamos a conseguir atingir os nossos objetivos mas é preciso fazer muito mais.
TM - Que mensagem
deixa às pessoas que têm
uma doença, estão desesperadas, já não acreditam numa melhoria na
saúde e estão a perder a
esperança?
EL - Aquilo que digo é que
amem-se. Se a pessoa amarse todos os dias e souber aquilo que quer para a vida é um
passo e é importante. Quando as pessoas pensarem que
não há solução, existe sempre
uma solução. Não podemos
viver do passado, temos de
viver o momento, o dia a dia.
É importante também que as
pessoas olhem para nós não
como um curativo mas como
um complemento. Há muita
coisa a fazer.
Se as pessoas querem
mudar e se têm curiosidade
que apareçam no sábado, que
17
exponham as suas dúvidas e
que falem com os profissionais de reflexologia que vão
estar no jardim do Lido.
TM - Quais são as faixas etárias que mais procuram os vossos serviços
de reflexologia?
EL - Desde bebés, jovens,
adultos, idosos.
TM - Em relação às
crianças quais são os problemas apontados?
EL - Crianças hiperativas,
com défice de atenção, por
vezes tenho situações em que
as crianças andam deprimidas e que vêm até a reflexologia, até mim, e encontram um
amigo, não um profissional.
A partir daí, começa a haver
uma relação importante entre
eu e a criança e eles sentemse bem.
TM - Que mensagem
deixa a quem tem problemas e receie pedir
ajuda?
EL - Se as pessoas querem mudar e se têm curiosidade que apareçam no sábado,
nos jardins do Lido, que exponham as suas dúvidas e que
falem com os profissionais de
reflexologia que vão estar lá.
Eu também vou lá estar.
Estamos disponíveis para
tirar todas as dúvidas que
ainda persistem sobre a reflexologia. l
CARTÓRIO NOTARIAL DO FUNCHAL A
CARGO DE SUSANA LOPES TEIXEIRA,
NOTÁRIA EM SUBSTITUIÇÃO, POR DELIBERAÇÃO DA ORDEM DOS NOTÁRIOS,
SITO NAS RUA JOÃO TAVIRA E RUA DA QUEIMADA DE BAIXO,
NÚMERO 4, FREGUESIA DA SÉ, CONCELHO DO FUNCHAL
TELEF. 291 639 600 – FAX 291 639 607 · E-mail: [email protected]
(publicado no Tribuna da Madeira a 24-04-2015)
Certifico, para fins de publicação que por escritura outorgada hoje, a folhas 91 do
Livro de notas para escrituras diversas número 23-A, deste Cartório, se encontra exarada
uma escritura de Justificação Notarial de MARIA DA LUZ GOMES SILVA, NIF 123
090 849 e marido JOSÉ PEDRO DA SILVA, NIF 123 090 830, casados sob o regime da
comunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia do Monte e ele da freguesia de Santa
Maria Maior, ambas do concelho do Funchal, residentes ao sítio do Curral dos Romeiros,
CCI 127,Funchal, afirmam-se donos e legítimos possuidores, são donos com exclusão de
outrem de duas porções de benfeitorias rústicas, feitas ao abrigo do regime de colonia,
localizadas na freguesia do Monte, concelho do Funchal, a saber:
1 - uma porção de benfeitorias rústicas, com a área de duzentos dez metros
quadrados, localizada no sítio do Lombinho Ribeiro, inscrita na matriz cadastral sob o
artigo 56/050 da Secção “B2”; e
2 - uma porção de benfeitorias rústicas, com a área de cento e setenta metros
quadrados, localizada no sítio do Lombinho, inscrita na matriz cadastral sob o artigo
56/051 da Secção “B2” – porções a confinar do Norte com o Proprietário e Carlos
Silva, Sul com o proprietário, Leste com parte com Carlos da Silva e Oeste com o
proprietário,.
Que as referidas porções de benfeitorias lhes ficaram a pertencer por doação
verbal feita no ano de mil novecentos e oitenta pelos seus pais e sogros Manuel
Gomes e Umbelina Fernandes Gomes - benfeitorias que não se encontram descritas na
Conservatória do Registo Predial do Funchal mas são feitas sobre o prédio descrito na
Conservatória do Registo Predial do Funchal sob o número mil trezentos e setenta
e quatro – freguesia do Monte, onde se encontra registada a aquisição a favor do
primeiro outorgante Roberto Jardim Huber e da representada Cecília Leitão de Branco e
Brito Jardim pelas apresentações trinta e sete de mil novecentos e sessenta e um barra
zero sete barra vinte e cinco, dois de mil novecentos e noventa e seis barra zero sete barra
zero dois e dezanove de dois mil e três barra zero sete barra dez.
Que os justificantes estão, assim, na posse das identificadas benfeitorias, em
nome próprio desde o referido ano posse esta pública, pacífica e de boa fé, contínua e
ininterruptamente, à vista de todos, exteriorizando o exercício dos poderes próprios de um
proprietário, colhendo os respectivos frutos.
Adquiriram, assim, os justificantes, a propriedade das identificadas benfeitorias a
título originário – por usucapião.
Está conforme o original aqui narrado por extracto.
Funchal, vinte e três de Abril de dois mil e quinze.
P’la NOTÁRIA,
(Graciela Maria Gonçalves Miranda – inscrita na Ordem dos Notários sob o n.º 301/16).
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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
CERTIDÃO
CARTÓRIO NOTARIAL DE GABRIEL
JOSÉ RODRIGUES FERNANDES
Notário em substituição, conforme deliberação da Ordem dos Notários
Praça da Acif, 9000-044 Funchal
(POR CIMA DA LOJA DO CIDADÃO)
(publicado no Tribuna da Madeira a 24-04-2015)
Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que no meu
Cartório Notarial e no livro de notas para escrituras diversas número
VINTE E CINCO -G, exarado a partir de folhas dez, se encontra exarada
uma escritura de JUSTIFICAÇÃO NOTARIAL, outorgada hoje, na
qual Maribel de Gois Fernandes, casada, natural da Venezuela,
residente ao sítio da Primeira Lombada, São Vicente, com o cartão do
cidadão nº 12686827, 1 ZZ5, válido até 06/10/2015, a outorgar em
nome e representação, como procuradora de:
João Ferreira de Gois, NIF 199.071.047 e mulher Teresinha
Maria Fernandes de Gois, NIF 199.672.067, casados no regime
da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Ponta Delgada,
concelho de São Vicente, onde residem à Urbanização Venezuela, casa
8, sítio do Açougue, conforme fotocópia certificada de procuração, que
arquivo, afirma em nome dos seus representados que são donos e
legítimos possuidores, com exclusão de outrém, de três prédios, sitos
na freguesia de Ponta Delgada, concelho de São Vicente, a saber:
I) Um prédio rústico, localizado ao sítio da Primeira Lombada,
Surdinha ou Vereda, com a área de quinhentos e vinte e nove
virgula trinta metros quadrados, inscrito na matriz predial, (em
nome de Manuel Jacinto Fernandes – cabeça de casal), sob o artigo
1224/417, com o valor patrimonial e atribuído de um euro e cinquenta
e um cêntimos (€ 1,51), a confrontar a norte com a Estrada Municipal,
sul e oeste com a vereda, leste com a levada, não descrito na
Conservatória do Registo Predial de São Vicente;II) Prédio rústico,
localizado ao sítio dos Enxurros, com a área de trezentos e quarenta
e três metros quadrados, inscrito na matriz predial, (metade em
nome de José Fernandes de Gois e metade em nome de Maria Leontina
Fernandes) sob o artigo 1976/041, com o valor patrimonial e o
atribuído de vinte euros e oitenta e sete cêntimos (€ 20,87), a confrontar
a norte com a Estrada Municipal, sul com Avelino Fernandes, leste com
João Andrade e oeste João Ferreira de Gois e Estrada Municipal, não
descrito na sobredita Conservatória; e III) Prédio urbano habitacional,
localizado ao dito sítio dos Enxurros, com a área total de duzentos
e seis metros quadrados, sendo noventa e um metros quadrados
de superfície coberta, a confrontar pelo norte e oeste com João Ferreira
de Góis, sul com Avelino Fernandes, leste com a estrada municipal,
inscrito na matriz predial, (em nome de Manuel Jacinto Fernandes
cabeça de casal), sob o artigo 274, pendente de avaliação e com o
valor atribuído de cinco mil euros, descrito na dita Conservatória sob
o número cento e quarenta e dois, daquela freguesia e ali inscrito
a favor de Manuel Jacinto Fernandes e mulher Maria de Jesus da Corte
Marques pela apresentação três, de catorze de Dezembro de mil
novecentos e noventa e dois.
Que os identificados prédios vieram à posse dos justificantes, no ano
de mil novecentos e oitenta e seis, por compra verbal e não titulada,
aos titulares inscritos registralmente no último prédio Manuel Jacinto
Fernandes e mulher Maria de Jesus da Corte Marques, casados que
foram sob o regime da comunhão de adquiridos, com última residência
conhecida ao sítio dos Enxurros, Ponta Delgada, São Vicente, sendo que
relativamente ao último prédio, aquele foi registado por mero lapso, pois
verbalmente já se encontrava alienado.
Assim, desde aquele ano (mil novecentos e oitenta e seis), os
justificantes estão na posse e fruição dos aludidos imóveis, que
mantiveram sem interrupção até hoje, usufruindo de todas as suas
utilidades, cultivando e colhendo todos os seus frutos, dispondo da
casa, suportando todos os impostos e encargos, tendo adquirido
e mantido a sua posse sem oposição de quem quer que fosse e com
conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente
ao exercício do direito de propriedade, sendo por isso uma posse pública,
pacífica, contínua e de boa-fé, que dura há mais de vinte anos, de forma
ininterrupta, pelo que o adquiriram a título originário – por usucapião,
não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título que legitime o seu
direito de propriedade.
É parte certificada e vai conforme o original, declarando que da parte
omitida nada consta que altere, prejudique, modifique ou condicione a
parte transcrita.
Funchal, dezassete de Abril de dois mil e quinze.
O Notário,
Gabriel José Rodrigues Fernandes
Crónicas da memória,
com e sem ficção, 15
No início do seculo vinte
não havia biblioteca que se
prezasse que não tivesse os
ditos clássicos.
Entendia-se que a primeira educação devia ser essencialmente literária e artística, para se dar plasticidade ao espirito, desenvolver a
imaginação porque se entendia, então, que só a educação
literária o pode fazer. Esta
opinião valia nessa altura
portanto no início do século
vinte, como também antes e
sobretudo depois. E o depois
são os dias de hoje. A imaginação é fundamental para
a escrita. E essa imaginação
vem da leitura.
A imaginação não em sentido estrito mas em sentido amplo. A educação literária tem uma utilidade muito própria e quase exclusiva e
cabe perguntar como se deverá fazer essa realização. E a
conclusão só pode ser através das primeiras leituras. E
perguntavam-se alguns autores de então quais ao autores
mais úteis para se começar
a cultivar essa iniciação de
cultura e a que escala etária
deveriam os jovens começar
a ler os ditos, e considerados então clássicos. Convém
lembrar que estamos a falar
do início do século vinte. Perguntavam-se alguns autores
se deveriam começar essas
primeiras leituras pelos contos populares, muito em voga
na altura, se pelos romances
ou pela poesia, fábulas, curtas narrativas, etc.
E continuavam-se perguntando, os responsáveis, pela
educação, quando deveriam
os jovens começar a ler. Se
quando a capacidade receptiva estivesse mais desenvolvida. Porem a conclusão
foi quase sempre que esse
desenvolvimento iria desenvolver-se conforme as leitura
se fossem sucedendo.
Começam então a surgir pequenas antologias. Se
calhar já existiram antes, mas
repito nos inícios do seculo
vinte e para alguns autores,
o pensamento para o desenvolvimento passava pela ela-
boração de pequenas antologias que pudessem iniciar os
jovens na leitura de obras, as
então, como referimos consideradas clássicas.
E esta de 1916 que lemos
continha muitos autores, já
divididos pelos seus países.
Assim começava o autor desta antologia pela Grécia, berço de tanta coisa mas também de textos clássicos fundamentais a começar por
Homero e a acabar em Teócrito (tinham o cuidado de
ordena-los alfabeticamente).
Depois Itália, Virgílio, Horácio, Dante. Depois a Espanha
e o incontornável Cervantes.
Depois a França, Inglaterra,
Alemanha, Noruega e a Rússia e obviamente Portugal.
Referiremos os autores
que estavam incluídos nessa antologia numa próxima
oportunidade porque esta
crónica já vai longa e não há
espaço para fazermos algumas considerações sobre
alguns autores.
H. Nóbrega
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18 crónicas
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CLÍNICAS
19
MÉDICOS
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saúde
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
Dr. Rui Pereira Vasconcelos
Especialista em:
Pediatria - Neuropediatria
Asma em idade escolar
não está diagnosticada
Laboratório de Prótese
Dentária da Madeira
Rua João de Deus, 12-B
Telef.: 291 228 004
291 773 948
Rua Nova da Vale da Ajuda, 14
Apartamentos Ajuda, Loja C - Funchal
A Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica vai assinalar o Dia Mundial da Asma, no próximo dia
5 de maio, com a realização
de sessões de esclarecimento em escolas do ensino básico e secundário, por forma a
promover o diagnóstico precoce desta doença em idade
escolar.
“Tendo em conta que a
criança passa 30 por cento do seu tempo na escola é
necessário que todos os seus
intervenientes tenham conhecimento sobre a asma. Os
mitos e problemas relacionados com alergias respiratórias
podem ser desmascarados. E
se a asma for devidamente
diagnosticada e controlada,
se os professores tiverem formação nesta área e se existir
um plano de atuação, a asma
não terá implicações na vida
da criança”, explica Libério
Ribeiro, pediatra e presidente
da Sociedade Portuguesa de
Alergologia Pediátrica.
E acrescenta: “há uma forte
ocorrência de casos de asma
nas aulas de Educação Física. Esta situação leva, muitas vezes, a que alunos com
asma não pratiquem certos exercícios ou, no limite,
não pratiquem atividade física, o que acaba por ter um
impacto negativo na criança
quer a nível psicológico como
fator discriminatório, quer a
nível físico por não praticar
atividade necessária ao seu
desenvolvimento”.
O diagnóstico precoce da
asma evita a progressão da
doença e a sua evolução para
formas persistentes que a tornam irreversível. Em resposta a vários estímulos, as vias
aéreas das crianças asmáticas tornam-se mais estreitas
e inflamadas, provocando sintomas como tosse, sensação
de aperto no peito, pieira e
falta de ar.
A asma afeta 300 milhões
de pessoas em todo o mundo
e em 2025 será a doença crónica mais prevalente da infância e uma das maiores causas
de encargos em saúde. l
Cruz Vermelha Portuguesa
realiza mais uma campanha
nacional de recolha de alimentos
Nos próximos dias 24, 25
e 26 de abril, sexta, sábado
e domingo, a Cruz Vermelha Portuguesa vai realizar
mais uma campanha nacional de Recolha de Alimentos,
em todas as lojas Continente
do país. Durante os três dias,
voluntários da Cruz Vermelha Portuguesa vão estar em
mais de 200 lojas de todo o
país e ilhas, a apoiar na recolha dos alimentos. Todos os
portugueses podem aderir a
esta causa e contribuir com
produtos como papas e produtos para bebés, leite e leite em pó, enlatados diversos,
farinha, azeite, cereais, arroz,
massa, açúcar, entre outros
bens essenciais.
Os bens doados serão pos-
teriormente distribuídos por
famílias carenciadas, identificadas pelas cerca de 100 Delegações da Cruz Vermelha Portuguesa, de acordo com as
necessidades mais urgentes
de cada região, a nível nacional, com o objectivo de ajudar
muitas famílias portuguesas
que procuram apoio junto da
Instituição. l
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O Dia Mundial da Asma assinala-se a 5 de maio
Este espaço
pode ser seu
E-mail: [email protected]
Telef: 291 911 300
O TRIBUNA não é apenas feito
para si, também é feito por si.
Envie-nos sugestões, informações,
comentários, fotografias e as suas
opiniões para o e-mail:
[email protected]
20 opinião
CARTÓRIO NOTARIAL DE GABRIEL
J RODRIGUES FERNANDES
Rua das Comunidades Madeirenses, nº 7 C – 9350-210 Ribeira Brava
Tef. 291 952 230 Fax: 201 951 690
E-mail – notá[email protected]
(publicado no Tribuna da Madeira a 24-04-2015)
Certifico para fins de publicação que por escritura lavrada a vinte e um de Abril de
2015, exarada de folhas cinquenta e seis e seguintes, do Livro de Notas para Escrituras
Diversas número 213-A, deste Cartório Notarial, José Ricardo Fernandes Sargo
Nif 218.698.844 e mulher Susana Oliveira dos Reis Fernandes, Nif 200.183.117,
casados sob o regime da comunhão geral, naturais, ela da freguesia e Campanário e
ele da freguesia da Ribeira Brava, ambas do concelho da Ribeira Brava, onde residem
na Estrada da Banda de Além, Entrada 58-A-5, 1º direito, declaram-se, com exclusão
de outrem donos e legítimos possuidores, de dois prédios rústicos, de batata
doce, localizados ao sitio da Murteira, freguesia da Ribeira Brava, não descritos na
Conservatória do Registo Predial da Ribeira Brava, a saber: I) - Com área de cento e
quarenta e seis metros quadrados, que confronta a Norte com a Ribeira, sul, Leste e
Oeste com Manuel Carlos Andrade, inscrito na matriz sob o artigo 17.737, com o valor
patrimonial de € 6,66 e com o valor atribuído de cem euros. II) - Com área de cento e
quinze metros quadrados, que confronta a Norte e Oeste com Manuel Carlos de Macedo,
Sul com Caminho e Leste com António Correia, inscrito na matriz sob o artigo 17.738,
com o valor patrimonial de € 7,04, e com o valor atribuído de duzentos euros.
Que os identificados prédios vieram à posse do justificante marido, por os terem
adquirido por compra verbal e como tal não titulada, feita no ano de mil novecentos e
noventa e quatro, ainda no estado de solteiro, menor, tendo posteriormente casado um
com o outro, compra essa feita por intermédio de seu pai, Eduardo Ubaldo Fernandes, a
Manuel Macedo, solteiro, maior, residente que foi ao sítio dos Moinhos, da dita freguesia
de Ribeira Brava. E que desde então os referidos prédios se encontram na posse dos
justificantes, portanto há mais de vinte anos, sem a menor oposição de quem
quer que seja, desde o seu início, posse essa que sempre exerceram sem interrupção
e ostensivamente, com conhecimento de todas as pessoas, sendo por isso uma posse
de boa fé, pública, pacifica e contínua, sendo consenso que os imóveis lhes pertencem,
pois praticam todos os actos inerentes à qualidade de proprietários, cultivando a terra,
pagando as respectivas contribuições, usufruindo da sua utilização ou seja, retirando
em seu exclusivo proveito as respectivas utilidades. Que esta posse conduziu à aquisição
dos imóveis por usucapião, que invocam, justificando o seu direito de propriedade para
efeitos de registo, dado que essa aquisição não poder ser comprovada por qualquer outro
título extrajudicial.
Cartório Notarial Privado do Notário Gabriel Fernandes, sito na Ribeira Brava, 21 de
Abril de 2015.
O Notário:
(Gabriel José Rodrigues Fernandes)
CARTÓRIO NOTARIAL DO FUNCHAL A
CARGO DE SUSANA LOPES TEIXEIRA,
NOTÁRIA EM SUBSTITUIÇÃO, POR DELIBERAÇÃO DA ORDEM DOS
NOTÁRIOS, SITO NAS RUA JOÃO TAVIRA E RUA DA QUEIMADA DE BAIXO,
NÚMERO 4, FREGUESIA DA SÉ, CONCELHO DO FUNCHAL
TELEF. 291 639 600 – FAX 291 639 607
E-mail: [email protected]
(publicado no Tribuna da Madeira a 24-04-2015)
Certifico, para fins de publicação que por escritura outorgada hoje, a folhas 73
do Livro de notas para escrituras diversas número 23-A, deste Cartório, se encontra
exarada uma escritura de Justificação Notarial de Conceição Gonçalves de Abreu,
NIF 131 607 910 e marido José de Abreu, NIF 130 057 355, naturais da freguesia do
Estreito de Câmara de Lobos, concelho de Câmara de Lobos, residente ao Caminho do
Lombo do Foro, número 18, freguesia do Jardim da Serra, concelho de Câmara de Lobos,
casados no regime da comunhão geral, afirmam-se donos e legítimos possuidores,
com exclusão de outrem, do prédio rústico, composto de pastagem ou pasto, cultura
arvense de regadio e leitos de curso de água, ao sítio da Serra, freguesia do Jardim da
Serra, concelho de Câmara de Lobos, a confrontar pelo Norte com a Ribeira, Sul com
Manuel Silvestre Jesus, Leste com Manuel Fernandes Camacho e Oeste com herdeiros
de João Pestana, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 1/462 da Secção D8,
prédio não descrito na Conservatória do Registo Predial de Câmara de Lobos.
Declaram para os efeitos previstos no artigo 112º número 4, do Código do Registo
Predial, que o prédio acabado de identificar, não tem qualquer relação, por não ser o
mesmo, com os prédios semelhantes descritos na Conservatória do Registo Predial
de Câmara de Lobos, sob os números dois mil seiscentos e vinte e três; cinco mil
quatrocentos e dois e, quinze mil quinhentos e dezoito a folhas setenta e sete verso do
Livro quarenta e um, todos da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos.
Que o referido prédio veio à posse dos justificantes, no ano de mil novecentos e
oitenta e cinco, através de doação meramente verbal feita pelos pais da justificante
mulher Adelino Gonçalves e Filomena de Jesus do Espirito Santo, casados no regime da
comunhão geral, e residentes ao Caminho do Lombo do Foro, número 16, dita freguesia
do Estreito de Câmara de Lobos.
Que os justificantes estão assim na posse do identificado prédio, em nome próprio
desde o referido ano, posse esta pública, pacífica e de boa fé e, assim, contínua e
ininterruptamente à vista de todos, exteriorizando o exercício dos poderes próprios de
um proprietário cultivando-os e colhendo os respectivos frutos.
Adquiriram, assim, os justificantes, a propriedade dos identificados prédios a título
originário – por usucapião.
Está conforme o original aqui narrado por extracto.
Funchal, vinte e um de Abril de dois mil e quinze.
P’la NOTÁRIA,
(Zélia Fernandes Gomes – inscrita na Ordem dos Notários sob o n.º 301/16).
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
Jerónimo Pina
Associado do Sindicato Nacional
de Oficiais de Polícia (SNOP) no
Comando Regional da Madeira.
Lei do álcool, Será que é desta?
O governo prepara-se para
efetuar uma nova alteração a
lei do álcool que estabelece
o regime de disponibilização,
venda e consumo de bebidas
alcoólicas em locais públicos e
abertos ao público, estando já
para aprovação em conselho
de ministros a nova Lei.
A última alteração remonta
a abril de 2013, onde o governo estabeleceu a idade mínima de 18 anos para as bebidas espirituosas com elevado
teor de álcool p.ex., destiladas
(Gin, Whisky, Aguardente) e
16 anos para as bebidas não
espirituosas p.ex., fermentadas (cerveja ou vinho). Dois
anos volvidos e sendo notório
que a alteração realizada em
2013 não teve o impacto pretendido, na redução do consumo de álcool por parte dos
jovens, o governo irá estabelecer a idade mínima em 18
anos para todas as bebidas
alcoólicas (parece que é desta). Esta medida inicialmente tinha sido prevista em 2013
mas, porque razão não foi
adoptada? Terá sido pelas críticas e pressão exercidas por
parte das empresas associadas
ao vinho e a cerveja? O facto
é que o governo recuou e na
altura não seguiu as recomendações de diversos profissionais ligados a saúde que alertaram para os diversos riscos
desta droga, lamentando que
“os interesses das empresas
que vendem álcool se sobreponham ao interesse da saúde
dos portugueses”.
O consumo de álcool nos
jovens, esta associado a danos
cerebrais (perdas de memória, depressão, perturbação
do sono, suicídio) e neurocognitivos com implicações na
aprendizagem e no desenvolvimento intelectual, instabilidade de movimentos, dificuldades respiratórias, doenças
cardiovasculares, úlceras, problemas sexuais, entre outros
problemas.
Alguns estudos referem
que a adolescência é o período em que as características
dos jovens são propícias ao
inicio do consumo de drogas,
inclusive, a sua tendência para
a dependência, onde p.ex., o
estímulo para beber álcool
pode partir do meio familiar
ou do meio social (pelo consumo regular dos pais, familiares ou amigos), por outro lado
quando o início do consumo
é retardado para depois dos
18 anos, o risco de um jovem
sofrer problemas com o álcool
é reduzido em 50%.
Por todos estes factores,
parece-me importante que
seja exercida uma fiscalização
apertada por parte das entidades com competência de fiscalização (ASAE, PSP e GNR) e
ainda a necessidade de aumentar o valor das coimas previstas em caso de infração, onde
atualmente o valor pode ir de
500 euros a 3740 euros, caso
o infrator seja pessoa singular, ou de 2500 euros a 30000
euros caso estejamos perante
pessoa coletiva.
Não se vislumbra uma tarefa fácil por parte das entidades fiscalizadoras, por um
lado a dificuldade na fiscalização, nomeadamente a falta
de recursos humanos e materiais, por outro lado as infrações têm que ser detetadas em
flagrante delito. Em caso de
infração caberá a entidade fiscalizadora levantar o auto de
contraordenação ao estabelecimento visado e nos casos em
que os menores evidenciem
intoxicação alcoólica deverá ser elaborada a notificação
ao responsável legal do menor
i.e., implicando perigo para o
menor a entidade fiscalizadora “deve diligenciar para lhe
por termo, pelos meios estritamente adequados e necessários e sempre com preservação da vida privada do menor
e da sua família (…) podendo ainda solicitar a cooperação da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens ou
do representante do Ministério Público territorialmente
competentes”.
Um maior número de alterações à Lei não implica uma
maior eficácia da mesma (neste caso revela até má técnica legislativa uma vez que não
produziu quaisquer efeitos
jurídicos). A eficácia dependerá sempre da envolvência
de todos os atores, refiro-me
ao governo responsável pela
elaboração da lei com medidas que podem fazer diminuir o consumo do álcool por
parte dos jovens, às associações e comissões que desempenham um papel fulcral na
sensibilização e os Órgãos de
Policia Criminal, responsáveis pela aplicação da Lei que
deverão exercer uma fiscalização com o rigor e a imparcialidade que se lhes impõe e que
se espera. Porém estes intervenientes que acabei de referir
só deviam atuar caso os responsáveis pela disponibilização/distribuição do álcool aos
jovens contrariem a Lei, pelo
que são estes a chave principal para o sucesso do cumprimento e da aplicabilidade
da mesma. Numa perspectiva financeira, a ilicitude dos
actos nunca pode compensar
face ao cumprimento da Lei
e por isso a prevenção geral
das contra-ordenações aqui
em apreço é o aspecto nuclear e que deve operar de forma
profunda junto dos vendedores e distribuidores de bebidas
alcoólica, p. ex., em determinados países a venda de bebidas alcoólicas a menores pode
levar ao encerramento imediato do estabelecimento, por
isso não há bebida alcoólica
que seja vendida antes de existir uma confirmação mediante
a apresentação de documento identificativo, se o cidadão
não o tiver consigo, não existe
sequer a venda.
Relativamente aos pais
estes esperam que, caso os
seus filhos/menores, sob a sua
responsabilidade, se dirijam a
um estabelecimento lhe seja
negado o acesso ao álcool uma
vez que é contra legem, porém
estes não podem olvidar que
são os primeiros e principais
responsáveis, pois os valores e
educação adquirem-se maioritariamente em casa e também não me parece que os
pais queiram ver a sua ação e
responsabilidade de “fiscalização” substituída pela polícia,
devendo ser estes os primeiros
a transmitirem bons padrões
de comportamento aos filhos
não se esquecendo que são a
sua referência. l
DIVAGANDO...
CARTÓRIO NOTARIAL PRIVADO
DE SÃO VICENTE
(com extensão de competência ao concelho do PORTO MONIZ)
NOTÁRIO: JOÃO PAULO MARQUES ROSA
(piso superior ao Serviço de Finanças de São Vicente)
Vila, São Vicente / Telef: 291842129
VIRGÍLIO PEREIRA
Comemorar o 25 de Abril
Aqui e ali, por este país
fora, comemora-se o 25 de
Abril de 1974, como também
se invoca a implantação da
República em cada 5 de Outubro e ainda se festeja no 10
de Junho de cada ano o dia
de Portugal, de Camões e das
Comunidades Portuguesas.
Contudo, enche-me de tristeza de sentir e ver que os
portugueses, na sua esmagadora maioria, não estão sensibilizados para participarem
nessas cerimónias em honra
de factos extraordinariamente marcantes e importantes
para a sua História.
E porquê? Julgo porque
eles são comemorados segundo um figurino de cerimónias solenes que os afastam
naturalmente, pela sua índole de “montra de passagem
de pessoas importantes” que
detêm os diversos poderes em
Portugal.
Mas falamos do 25 de Abril
de 1974 que será invocado no
próximo sábado. Nos primeiros anos que se sucederam a
esse acontecimento ímpar na
vida do nosso país, porque foi
ele que devolveu a Liberdade
aos cidadãos e acresce ainda o
facto de que a nós, Povo desta Região, possibilitou a instituição da Autonomia. Por discutível que ela seja, quanto à
sua importância, foi aquela
que nos proporcionou dar um
qualitativo, altamente positivo no nosso desenvolvimento económico, social, infra-estrutural e educacional, nesses primeiros dez, quinze ou
vinte anos, poucas entidades
comemoraram-no em pequena escala, segundo o figurino de cerimónias hoje constatado: o hastear da bandeira nacional e das suas companheiras habituais, discursos
dos representantes dos partidos políticos, discurso do Presidente da República e finali-
21
za com o Hino Nacional.
Pouco mais se pode constatar nas comemorações de data
tão importante para os portugueses que além da Liberdade, vieram a ganhar mais tarde a Democracia.
Os políticos mandantes vestem-se a rigor, emprestam-se
um aspecto o mais importante possível, usam a linguagem
estereotipada para demonstrarem as suas capacidades
culturais e perante um punhado, por vezes muito pequeno,
de cidadãos comuns, presidem assim a actos “solenes”
mediáticos.
Se esse costume perdurar
por muitos anos, corre-se o
risco de que a maioria das
pessoas esquecerá completamente a importância histórica que esses acontecimentos
tiveram para a sua Comunidade e a interacção importante que Portugal terá com países terceiros, sejam ou não da
União Europeia, tornar-se-á
cada vez mais ténue. A nossa
voz colectiva valerá cada vez
menos, até ser inaudível.
Nos primeiros anos que se
seguiram ao golpe de estado, os militares revolucionários e os políticos que deram
um novo rosto ao poder civil
comemoravam “Abril” com
decisões e actos coerentes com
a revolução. Ou seja, todas as
leis que se publicassem ou
todos os actos públicos que
se assumissem, procuravam
dar às pessoas melhor qualidade de vida, concretizadas
através de medidas ou obras
que se julgavam atingir esse
objectivo.
Não devemos esquecer
os erros cometidos no pós25 de Abril, designadamente
no Processo Revolucionário
em Curso (PREC), nomeadamente as excessivas nacionalizações e muitos saneamentos injustos. Mas também
não devemos esquecer aqueles que foram da autoria dos
governantes do regime anterior e noutras épocas de toda
a nossa História, até porque
isso ajudar-nos-á a não repe-
tir no presente e no futuro os
mesmos erros.
Assim, nessa época, comemorava-se “Abril” trabalhando e fazendo obra, por mais
pequena que fosse, para o
bem comum. Não havia tempo nem lugar para exibição de
vaidades.
Se comemorassem o 25 de
Abril de 1974 para além das
cerimónias solenes, através de
medidas e obras que visassem
o bem comum, designadamente de cariz cultural, desportivo e de lazer, que apelassem a todos os níveis etários
mas em particular aos jovens,
então talvez cresça significativamente o gosto colectivo por
essa comemoração.
Espectáculos de índole diversa, festas populares
e eventos desportivos hão-de
dar um novo fôlego ao interesse pelas comemorações desses
acontecimentos históricos.
Post scriptum: Durante quase quarenta anos os
governos do PSD/Madeira liderados pelo Dr. Alberto
João Jardim, como também
as autarquias social-democratas, assumiram um estilo de
governação que tirou a Região
da miséria e em que atingimos um patamar de desenvolvimento interessante.
Confio serenamente que
o novo governo, acabado de
ser empossado, igualmente do PSD/Madeira e liderado pelo Dr. Miguel Albuquerque, vai continuar nessa senda e orientação, ainda que,
naturalmente, os perfis do
seu Presidente e dos restantes
membros, bem como a actual
situação financeira europeia e
nacional o obrigue a caracterizar com significativas diferenças em relação à anterior
governação. l
(publicado no Tribuna da Madeira a 24-04-2015)
Certifico para fins de publicação que, por escritura celebrada hoje, iniciada a folhas
cinquenta e nove do livro de notas para escrituras diversas número trinta e três - A deste
Cartório, se encontra exarada uma escritura de justificação notarial, pela qual António
Eduardo Mendes, NIF 142 497 215, e mulher, Maria Cesária José, NIF 109 675 509,
casados na comunhão geral de bens, naturais da freguesia e concelho de São Vicente,
residentes à Rua Conde Carvalhal, número 44, freguesia de Santa Maria Maior, concelho
do Funchal, se declaram donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos
prédios seguidamente identificados, todos localizados ao Sítio das Ginjas, freguesia e
concelho de São Vicente, a saber:
Um - Prédio misto, composto por terra de cultivo e casa para habitação, com a
área total de quatrocentos e trinta e um vírgula sessenta metros quadrados, dos quais
quarenta e um vírgula setenta e quatro metros quadrados são de superfície coberta e
vinte e quatro vírgula sessenta e quatro de logradouro, a confrontar a Norte e a Este com
António Eduardo Mendes, a Sul com o Caminho Municipal e a Levada e a Oeste com João
Gonçalves, inscrito na matriz, em nome de João Augusto de Sousa, sob o artigo urbano
1639 e os artigos rústicos, 4442 e parte (1/12) do 4443, descrito na Conservatória
do Registo Predial de São Vicente sob o número mil duzentos e quarenta e quatro da
freguesia de São Vicente, onde se acha inscrito, em comum e sem determinação de parte
ou direito, pela apresentação três, de vinte e oito de Outubro de mil novecentos e noventa
e seis, a favor de Maria Teresa de Sousa, viúva, Elias Augusto de Sousa e mulher, Maria
Isabel Teixeira de Abreu, Maria de Sousa, viúva, Manuel João de Sousa e mulher, Isabel
Pestana, e Cecília de Jesus Sousa França e marido, Mário António de França;
Dois - Prédio rústico, composto por terra de cultivo, com a área de mil e noventa e seis
vírgula dez metros quadrados, a confrontar a Norte com o Caminho e a Levada, a Sul com
Gregório de Abreu, a Este com o Limite do Domínio Público Hídrico da Ribeira e a Oeste
com Manuel Marques Rosa, inscrito na matriz, em nome de João Augusto de Sousa, sob
parte (2/10) do artigo 4438, e o artigo 4439, descrito na Conservatória do Registo Predial
de São Vicente sob o número mil duzentos e quarenta e cinco da freguesia de São Vicente,
onde também se acha inscrito, em comum e sem determinação de parte ou direito, pela
apresentação três, de vinte e oito de Outubro de mil novecentos e noventa e seis, a favor
de Maria Teresa de Sousa, viúva, Elias Augusto de Sousa e mulher, Maria Isabel Teixeira
de Abreu, Maria de Sousa, viúva, Manuel João de Sousa e mulher, Isabel Pestana, e
Cecília de Jesus Sousa França e marido, Mário António de França.
Que a divergência de área entre a descrição predial e o presente título, no que se
refere ao prédio identificado na alínea a), decorre de simples erro de medição, não tendo
ocorrido qualquer alteração na configuração do prédio, o que é declarado nos termos e
para os efeitos do disposto na alínea a) do número 2 do artigo 28º-C do Código do Registo
Predial, e a divergência de área entre a descrição e o presente título, no que diz respeito
ao prédio identificado na alínea b), decorre de simples erro de medição, o que é declarado
nos termos e para os efeitos do disposto no número 1 do artigo 28º-C conjugado com o
artigo 28º-A do Código do Registo Predial.
Três - Prédio rústico, composto por terra de cultivo, com a área de mil duzentos
e setenta metros quadrados, a confrontar a Norte com António Gonçalves, a Sul com
Eduardo Rodrigues Mendes, a Este com Manuel Francisco e a Oeste com António Eduardo
Mendes, inscrito na matriz sob o artigo 17237, em nome de Vicente Rodrigues Mendes,
não descrito na Conservatória do Registo Predial de São Vicente;
Quatro - Prédio rústico, composto por terra de cultivo, com a área de dois mil trezentos
e setenta e três metros quadrados, a confrontar a Norte e a Sul com António Gonçalves,
a Este com António Eduardo Mendes e a Oeste com Eduardo Rodrigues Mendes e outro,
inscrito na matriz sob o artigo 17238, em nome de Armando Nunes, não descrito na
Conservatória do Registo Predial de São Vicente.
Que os prédios identificados sob os números Um e Dois vieram à posse dos justificantes
no ano de mil novecentos e noventa e três, por compra não titulada efetuada aos titulares
inscritos: Maria Teresa de Sousa, à data viúva e entretanto falecida, residente ao Sítio
das Ginjas, freguesia e concelho de São Vicente; Elias Augusto de Sousa e mulher, Maria
Isabel Teixeira de Abreu, entretanto falecida, residentes ao Sítio da Vargem, freguesia e
concelho de São Vicente; Maria de Sousa, viúva, residente ao Sítio das Ginjas, freguesia
e concelho de São Vicente; Manuel João de Sousa e mulher, Isabel Pestana, residentes
ao Sítio das Ginjas, freguesia e concelho de São Vicente; e Cecília de Jesus Sousa França
e marido, Mário António de França, residentes à Rua Jardel França, São Vicente, São
Paulo, Brasil.
Que o prédio identificado sob o número Três veio à posse dos justificantes no ano de
mil novecentos e oitenta e um, por doação não titulada efetuada pelos pais do justificante
varão, Manuel Rodrigues Mendes e Celeste Augusta Andrade, já falecidos, residentes que
foram ao Sítio das Ginjas, freguesia e concelho de São Vicente; e o prédio identificado sob
o número Quatro veio à posse dos justificantes no ano de mil novecentos e oitenta, por
compra verbal efetuada a Maria Olívia Nunes e Manuel Gonçalves Quitéria, já falecidos,
residentes que foram na Venezuela.
Que, para efeitos de reatamento do trato sucessivo, foi efetuada a prévia notificação,
mediante o envio de carta e pela afixação de editais na Conservatória do Registo Predial
e na Junta de Freguesia de São Vicente, os quais arquivo no maço respetivo.
Que, desde as referidas datas e sem interrupção, os justificantes entraram na
posse e fruição dos identificados prédios, usufruindo de todas as utilidades por eles
proporcionadas, nomeadamente, amanhando e plantando a terra, conservando a moradia
e suportando as suas contribuições e encargos, agindo por forma correspondente ao
exercício do direito de propriedade, com ânimo de quem exercita direito próprio, sendo
a sua posse pública, pacífica, contínua e de boa-fé, a qual dura há mais de vinte anos,
pelo que declaram adquirir os referidos prédios por usucapião.
É extrato certificado da escritura e vai conforme o original.
São Vicente, vinte de Abril de dois mil e quinze.
O Notário,
João Paulo Marques Rosa
PUB
opinião
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
22 economia
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
Madeira com menos desemprego
No final de março, o número total
de desempregados na Região era
de 22534, o que
significa uma descida de 1,5% em
relação ao mês
anterior.
João Toledo
[email protected]
D
e acordo com os
últimos dados
divulgados pelo
Instituto
do
Emprego e For-
mação Profissional (IEFP), no
final do mês de março de 2015
o número total de desempregados na Região era de 22534,
o que significa uma descida
de 1,5% em relação ao mês
anterior, onde existiam 22872
(+338) desempregados inscritos no Instituto de Emprego da Madeira.
Por sua vez, se compararmos com o mês homólogo do
ano transato verificamos que
o número de desempregados
diminuiu 3,9%, sendo que em
março de 2014 as estatísticas
davam conta de 23447 (+913)
pessoas sem emprego.
Se analisarmos o todo
nacional observamos que,
no final do mês de março de
2015, estavam inscritos, como
desempregados, nos Cen-
tros de Emprego do Continente e Regiões Autónomas,
590 605 indivíduos, número
que representa 70,7% de um
total de 835 626 pedidos de
emprego.
Registe-se, ainda, que
o total de desempregados
registados no País diminuiu
em comparação com o mês
homólogo de 2014 (-14,4%;
-99 220) e face ao mês anterior (-2,3%; -13 709).
A evolução, comparativamente a março de 2014, mostra a descida do desemprego nos homens (-15,3%) e nas
mulheres (-13,5%). Quanto ao
grupo etário, ambos os segmentos de análise (jovens e
adultos) apresentavam uma
descida anual do desemprego, respetivamente -18,3% e
-13,8%.
Os dados do IEFP mostram, ainda, que a nível regional, e comparando com o mês
de março de 2014, o desemprego diminuiu em todas as
regiões do País. Relativamente ao mês anterior, todas as
regiões apresentaram menos
desempregados inscritos. l
Valor da Comercialização de vinho generoso
com quebra homóloga de 10,6%
Segundo dados do IVBAM,
a comercialização de vinho
generoso “Madeira” rondou os 750 milhares de litros
nos primeiros três meses de
2015, traduzindo-se em receitas de primeira venda de 3,9
milhões de euros. Comparativamente ao período homólogo registou-se um decréscimo 8,4% na quantidade e de
10,6% no valor.
Os dados mostram também
que o mercado regional foi
um dos impulsionadores desta diminuição tendo o mesmo
observado quedas de 32,3%
na quantidade e de 34,9% no
valor. No mercado comunitário, as reduções foram menos
acentuadas, mais precisamente de 7,0% no volume e
de 2,0% no valor. O mercado francês permanece como
o mais representativo dentro da UE, tendo as exportações para aquele país crescido
5,9% em quantidade e 6,0%
em valor.
No caso dos países terceiros a evolução verificada foi
de aumento nas quantidades (+5,1%) e de quebra no
valor (-5,0%). Os EUA – que
no trimestre em referência
foram, em termos de receitas, o segundo mercado externo mais importante, depois
da França – reduziram a sua
procura de vinho Madeira
comparativamente ao período homólogo, observando-se
quedas de 25,0% no volume
comercializado e de 19,2% no
valor.
Registe-se, ainda, que a
comercialização de bebidas
espirituosas produzidas na
RAM ultrapassou em 2014 os
642 milhares de litros, observando-se um incremento de
1,5% face ao ano precedente. Para este crescimento contribuiu o aumento verificado na comercialização de licor
(+6,4%), que compensou a
diminuição registada no rum
da Madeira (-1,7%).
Relativamente à comercialização de vinho DOP «Madeirense» registaram-se fortes
subidas face a 2013, mais concretamente de 35,4% na quantidade e de 44,3% no valor de
primeira venda. Já no vinho
IGP «Terras Madeirenses»,
apesar da quebra na quantidade comercializada (-13,5%),
o valor gerado por este tipo
de vinho registou um ligeiro
aumento (+0,3%). l
Lusitania Seguros Reforça presença na Madeira
A Lusitania Seguros, seguradora de capital integralmente nacional, inaugurou,
no passado dia 23 de abril,
um novo balcão da Companhia e uma nova loja na ilha
da Madeira, representada
pelo Agente M.I.M, aumentando, desta forma, a sua
representatividade local e a
sua resposta às necessidades
dos madeirenses.
“Providenciar um serviço de qualidade é prioritário”
para João Lira e João Ramos,
responsáveis pela Loja M.I.M
– Madeira Insurances Management, localizada na vila da
Ponta do Sol. “Ambicionamos
oferecer um acompanhamento premium ao cliente com
serviços atrativos e direcionados para cada tipo de necessidade. A conjugação do apoio
da Lusitania ao nosso projeto
e uma equipa motivada e profissional, serão o nosso fator
de sucesso”, salientam aqueles responsáveis.
“É fundamental chegar
junto dos nossos mediadores e oferecer um conjunto de
soluções e serviços adequados
que se refletem num melhor
e mais atento atendimento ao cliente. O novo balcão,
localizado no centro do Funchal junto à Câmara Municipal, apresenta infraestruturas renovadas e uma equipa
de profissionais atentos que
primam por um serviço de
excelência”, destaca Rodrigo
Lucas, gerente do novo balcão
Lusitania do Funchal. l
Internacionalizar 2020
Apresentação para associados
No âmbito da atividade da rede europeia de apoio às empresas Enterprise Europe Network, a ACIF-Câmara de
Comércio e Indústria da Madeira, em
Apresentação do Documento Estratégico
para o Mar da RAM
resultado de uma parceria com o Insti- Sistema de Incentivos à Internacionatuto de Desenvolvimento Empresarial lização das Empresas da Região Autóda RAM, convida as suas associadas a noma da Madeira – Internacionalizar
27 de
participar na sessão de apresentação
do abril
2020 que terá lugar na próxima quarta-
feira, às 9h30, à Rua dos Aranhas 26
A entrada é gratuita mas sujeita
a inscrição através do telefone 291
206800
Apresentação do Documento Estratégico
Apresentação do Documento Estratégico
para o Mar da RAM
para o Mar da RAM
27 de abril
27 de abril
Programa
10h30: Receção dos participantes
11h00: Sessão de abertura
Presidente da Direção da ACIF-CCIM, Cristina Pedra Costa
Programa
Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas
10h30: Receção dos participantes
11h30: Apresentação do Documento Estratégico para o Mar da RAM
11h00: Sessão de abertura
IESE, Oliveira das Neves e João Figueira de Sousa
Presidente da Direção da ACIF-CCIM, Cristina Pedra Costa
Sessão deeencerramento
Ministra12h30:
da Agricultura
do Mar, Assunção Cristas
Programa
11h30: Apresentação do Documento Estratégico para o Mar da RAM
Secretária Regional do Ambiente e Recursos Naturais, Susana Prada,
em representação
doePresidente
do Governo
Regional
IESE, Oliveira
das Neves
João Figueira
de Sousa
12h30: Sessão de encerramento
Entrada livre mas sujeita a inscrição
Secretária
Regional
do participantes
Ambiente e Recursos Naturais,
10h30:
Receção
dos
em representação do Presidente do Governo Regional
11h00: Sessão de abertura
Almoço
Susana Prada,
Entrada livre mas sujeita a inscrição
13h00 - Pestana Casino Park Hotel
Almoço
Presidente da Direção da ACIF-CCIM, Cristina Pedra Costa
13h00 - Custo
Pestana
Casino
Hotel
do almoço
porPark
pessoa:
45 €
(sócios) e 55 € (não associados)
Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas
Custo do almoço por pessoa: 45 € (sócios) e 55 € (não associados)
Sujeito a reserva
Sujeito a reserva
Inscrições
e reservas:do
e-mail
[email protected] ||Estratégico
telefone
291 206800para o Mar da RAM
11h30:
Apresentação
Documento
Inscrições
e reservas: e-mail
[email protected]
telefone 291 206800
IESE, Oliveira das Neves e João Figueira de Sousa
12h30: Sessão de encerramento
Secretária Regional do Ambiente e Recursos Naturais, Susana Prada,
24 opinião
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
Raquel Coelho
RICARDO FREITAS
Deputada do PTP
Dirigente sindical
Velhos hábitos
nunca mudam
BIP...BIP...BIP...BIP...BIP___________
Imaginem a expressão
sonora que os aparelhos de
uma unidade de cardiologia apresenta ao monitorizar
um doente, indicando o ritmo cardíaco, a sua intensidade e pressão. Repentinamente, o BIP - BIP, transformase num som contínuo e a curva visível nos monitores dá
lugar a um risco contínuo. Só
com um conjunto de procedimentos tendentes à reanimação, o doente poderá voltar a
um estado de equilíbrio e de
estabilidade.
É com esta imagem de
angústia, de risco e de incerteza que me assalta quando nos vão dando relato pela
comunicação social, da calamidade criminosa dos milhares de refugiados que atravessam o mediterrâneo, procurando sobreviver, procurando
abrigo, procurando paz.
Muitos morreram, tentando chegar a bom porto. Muitos mais se seguirão. Será que
continuaremos, a UE, a fazer
o pouco que tão maus resultados tem obtido? Será?
As migrações têm a tendência de mudar o mundo e esta
realidade, fruto das guerras
PRE
Edifício O Liberal · PEZO, Lote7, Socorridos
9004-006 Câmara de Lobos
Tel. 291 911 300 · Fax 291 911 309
Email: [email protected]
ÇO D
E CU
STO
PUB
O Jornal da Madeira tinha
como hábito presentear-nos
diariamente com inúmeras
fotos/notícias de Jardim e do
PSD. Para não falar nos artigos de opinião dos escribas
do regime que outra coisa não
faziam, senão enaltecer os feitos da Madeira Nova e denegrir a imagem dos seus opositores políticos.
Embora os tempos sejam
de propalada renovação, atrevendo-se os mais poéticos a
afirmar que Abril chegou pela
primeira vez à Madeira. A
verdade é que pouco mudou
desde então e basta abrirmos
o Jornal da Madeira, para nos
perguntarmo-nos onde está a
renovação?
Tive o cuidado de contar
quantas fotos trouxe o Jornal
da Madeira de Albuquerque
num só dia, um total de nove
fotografias e onze notícias do
novo executivo, sendo que o
Diário de Notícias também
não lhe tem ficado atrás.
Durante as eleições inter-
nas do PSD, Miguel Albuquerque foi alvo das línguas
viperinas do Jornal da Madeira, provando pela primeira
vez do veneno do próprio partido. Revoltado tratou logo de
defender a entrega do Jornal à diocese, alegando que
era antidemocrático e um
desperdício do dinheiro dos
contribuintes.
Mas agora que chegou ao
Governo, a história é outra,
passou de diabo a santo no
dito jornal e já goza dos mesmos privilégios que Jardim.
Moral da história, mudamse as personagens, mas o formato do jornal é sempre o
mesmo.
No tempo do fascismo, o
Jornal da Madeira resumia-se
a duas coisas: desporto e Salazar, depois passou para desporto e Jardim e agora é desporto e Albuquerque. Enfim, é
caso para dizer: “Velhos hábitos nunca mudam”. l
civis, da fome, da doença, da
insegurança, que grassa em
países inviáveis, ou em reconversão, são, antes de mais, um
problema humanitário.
O mundo e a UE, terão de
encontrar uma resposta pronta, da mesma forma que se
mobiliza para fazer, ante o
combate ao terrorismo ou a
outros fenómenos e acidentes globais.
Provavelmente, teremos
de defender um principio de
ingerência em outros territórios, por forma a acautelar os
desastres humanitários. Nesse plano, a ONU seria o organismo apropriado para conjugar uma resposta a este problema, articulando com a UE.
Sabemos que para conter o
fluxo dos migrantes, deveríamos criar as condições para
que nos países de origem dos
mesmos as condições de vida,
fossem as suficientes para
criar as condições de confiança, de segurança, de desenvolvimento, que levassem à
normal fixação das suas gentes. Mas quando no território
de origem não existe, na verdade, qualquer país, só uma
capacidade de ingerência de
forças pacificadoras, poderemos responder a esse propósito. Teremos a vontade e a
determinação para tal? Teremos ou não uma consciência
colectiva de defesa dos direitos humanos e de defesa da
humanidade que se sobreponha aos interesses mesquinhos da geopolítica regional,
ou aos custos financeiros de
uma tal operação?
De qualquer forma e, antes
de mais, teremos de socorrer
os que abraçam o risco da travessia. Teremos de ter operações mais eficientes e eficazes
no socorro. Teremos de combater, mais e melhor, os carrascos e as organizações criminosas que se aproveitam
da fraqueza dos necessitados.
Teremos de acolher os refugiados e entender que esse
acto não é, nem pode ser, da
responsabilidade só dos países do sul da Europa, mas do
conjunto da mesma.
Será que é necessário uma
movimentação dos cidadãos,
com manifestações, vigílias e
um conjunto de outras pressões para que esta temática
tenha o relevo que merece?
Será que os parceiros sociais,
partidos e principalmente os
governantes continuarão a
pouco fazer?
Impõem-se um envolvimento da opinião pública
sobre esta matéria. Falta um
“lobbying” pelos refugiados.
____________ BIP...BIP...
BIP...BIP...BIP, temos de ressuscitar o “doente”. De resto,
se analisarmos as coisas bem,
o verdadeiro “doente” somos
nós. l
O CALHAU €
10,00
da LAPA
Marisa Mendes
desporto
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
25
Desde 1952 perto do mar
e dos madeirenses
www.clubenavaldofunchal.com
Atualidade
Pescando títulos
A pesca desportiva foi uma
das primeiras modalidades
dinamizadas pelo Naval e
aquela que, a meados do século passado, mais nos prestigiou a nível internacional,
através dos recordes do Dr.
António Ribeiro. Por isso, é
com satisfação que vemos o
esforço desenvolvido na formação, ao longo dos últimos
anos, dar frutos também nesta
modalidade. São disso exemplos Francisco Teixeira e Carlos Abreu que, no passado fim
de semana, sagraram-se Campeões Regionais de Juvenis e
de Juniores U21, respetivamente. Eles são o topo de uma
pirâmide onde se incluem ainda o Vice-Campeão Regional
de Juvenis, o Luís Pereira, e
outros jovens que, não tendo alcançado pódios, comungam uma dedicação exemplar
a uma modalidade que tira
Francisco Teixeira.
Carlos Abreu.
partido das potencialidades
desta nossa maior infraestrutura que é o mar. Foi a experiência ganha no litoral da
Madeira que dotou outro nosso atleta, o Ricardo Santos, da
qualidade suficiente para lançar no Campeonato Nacional
de Juniores U16, cuja participação terá início este fim de
semana. A acompanhar estará o técnico e coordenador
Rui Oliveira a quem se deve
a dinâmica e resultados desta modalidade. Quem sabe
se não estará nesta “fornada”
de novos valores do Naval,
outros atletas internacionais
que honrem a nossa tradição
e promovam a Madeira numa
modalidade que conta milhares de praticantes por essa
Europa fora.
Bom fim de semana
Mafalda Freitas
Presidente
Crónicas, Recordações e Memórias do Naval
Quarto grande não era grande coisa
Há cerca de 15 anos, normalmente em meados de
junho, fazíamos um estágio
quando acabavam as aulas e o
meu primeiro foi na Vidigueira que, para quem não sabe,
fica em Beja, no Alentejo interior. Como tinha um exame
na universidade, acabei por
juntar-me mais tarde à equipa. Cheguei já de madrugada e como havia treino no dia
seguinte, foi chegar e dormir
no mesmo quarto com o Filipe
Rebelo. No dia seguinte correu
tudo normalmente, treinámos,
almoçámos e só depois, quando fomos para a habitual sesta, tive oportunidade de olhar
como deve ser para o quarto
onde estava a ficar, já gabado
pelo Filipe: «Já viste, consegui o maior quarto só para nós
os dois», dizia ele. É óbvio que
estava também contente com
a boa-nova, mas qual não foi o
meu espanto quando constatei
que aquele era o único quarto
do apartamento onde ficámos
sem ar condicionado! Tinha
apenas uma ventoinha que
fazia um barulho como nunca
ouvi na minha vida e não nos
deixava dormir. Ora, na altura estava já um calor absurdo,
cerca de 40 graus — houve até
um dia sem treinos por causa
disso —, pelo que vivemos um
pequeno inferno nesse estágio. Até no chão nos deitámos
na esperança de nos sentirmos
mais fresquinhos.
Lembro-me que os treinos decorriam numa piscina
municipal, aberta ao público, e
se os das 9 da manhã corriam
sem problemas, à tarde as pistas que alugávamos eram frequentemente alvo de mergulhos e “bombas”. Até tínhamos
“adeptos” debaixo de água a
aplaudir-nos porque achavam
piada àquilo!
André Cunha
GANHE UM VOUCHER NAVAL
Em que ano foi inaugurada a Marina do Funchal?
Respostas para: [email protected]
26 desporto
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
Navalistas em grande no MOCHE Circuito Regional de Surf
Títulos na crista da onda
Os surfistas do Naval continuam na crista da onda no
MOCHE Circuito Regional
de Surf. Na 3.ª etapa, disputada sábado, na Fajã da
Areia (São Vicente), a vitória fugiu em apenas 1 das 8
categorias em disputa e, nalguns casos, o pódio foi preenchido por navalistas. Assim,
a duas etapas do fim, já há
navalistas campeões, casos
de Tomás Lacerda (Sub14),
Francisco Ornelas e Mafalda
Abreu (Sub16) e Jess Dunsdon (Sub18). Este quarteto
tem já garantida a participação no Campeonato Nacional
de Surf Esperanças, cuja 1.ª
etapa está agendada para 4 de
julho, em Peniche.
Na prova disputada em São
Vicente, nos Sub14, os 5 primeiros classificados enverga-
ram o emblema do Naval, tendo Tomás Lacerda conquistado a vitória, enquanto Gonçalo Gomes e Bernardo Correia foram os 2.º e 3.º classificados, respetivamente. Nos
Sub16 a história dominadora do Naval repetiu-se, agora alargada aos 7 primeiros
classificados, com Francisco Ornelas a subir ao degrau
mais alto do pódio, ladeado
por Lourenço Faria e Duarte Pessoa. Neste mesmo escalão etário, mas em femininos, só subiram navalistas ao
pódio, com Catarina Melim
no 1.º lugar, Mafalda Abreu
no 2.º e Matilde Faria no 3.º.
Um trio que não variou muito nos sub-18: Mafalda foi
3.ª, Matilde foi 2.ª e o triunfo foi de Jess Dunsdon. Nos
Sub18 masculinos, Francisco
Ornelas levou a melhor sobre
a concorrência mais direta,
Francisco e Carlos são campeões
todo o campeonato.
Por seu turno, nos Juniores U21, Carlos Abreu, vencedor da primeira etapa, alcançou um 3.º lugar no sábado e um 2.º posto no domingo, o que lhe garantiu o título com 6 pontos. Carlos foi,
em duas etapas, responsável
pela maior captura, primeiro com um exemplar com 197
gramas e depois com um de
523 gramas.
Francisco Teixeira e Carlos
Abreu sagraram-se Campeões Regionais, confirmando
as expectativas com que partiram para as derradeiras etapas dos respetivos campeonatos regionais. Nas provas disputadas sábado e domingo, na
Praia Formosa, sob condições
algo difíceis devido a alguma “levadia” que se fez sentir,
os pescadores do Naval rentabilizaram as lideranças que
traziam da primeira etapa.
Nos Juvenis, Francisco Teixeira somou dois 3.ºs lugares,
o suficiente para terminar o
campeonato no 1.º lugar, com
um total de 7 pontos (1+3+3),
menos 2 pontos do que Luís
Pereira, Vice-Campeão Regional, seu colega do Naval, que
nestes dois dias somou um
1.º e um 2.º lugar, mas trazia um 6.º da primeira etapa (6+1+2). Luís foi mesmo o
atleta com o maior exemplar,
com 61 gramas, capturado em
panheiras Catarina Melim e
Matilde Faria. No Open masculino, o melhor navalista foi
Tomás Lacerda, no 4.º lugar.
Finalmente, na Masters, a
vitória foi de André Pontes,
que bateu na final o também
navalista André Rodrigues. l
Equipa do Naval com bons motivos para festejar.
Navalistas em grande na pesca desportiva
Carlos Abreu sagrou-se Campeão Regional U21.
toda ela do Naval, nomeadamente Nuno Faria e Tomás
Lacerda, os 2.º e 3.º classificados, respetivamente.
Na classe Open, em femininos, Jess Dunsdon garantiu o seu segundo êxito do dia,
agora secundada pelas com-
Ricardo Santos
no Nacional U16
Ricardo Santos inicia este
fim de semana, em Troia, a
sua participação no Campeonato Nacional de Juniores
U16. Será a segunda participação do navalista a este
nível, pelo que há boas expectativas em torno da sua performance técnica. A estreia
será na Praia Soltroia-Rio,
seguindo-se etapas na Praia
do Forte Novo (Quarteira), a
16 e 17 de maio, e da Praia de
Quiaios (Figueira da Foz) nos
dias 6 e 7 de junho. l
Cross Training
Naval Box Trust Us
nos Promofitgames
A Naval Box Trust Us participará, este fim de semana, no
Promofitgames VI, competição nacional de cross training,
que terá lugar no Centro de Desportos e Congressos de
Matosinhos, no âmbito da Convenção Internacional Promofitness. Blenda Corte, Miguel Faria, Rebecca Sousa e Rodrigo Lucas compõem o quarteto do Naval que ganhou lugar
entre as 15 equipas participantes. Esta modalidade fitness,
que vem crescendo exponencialmente a nível mundial nos
últimos anos, é conhecida pela sua grande exigência física. A prova inclui desafios diversos desconhecidos à partida
pelos atletas, tanto assim que o lema é qualquer coisa como
“preparados para o imprevisto”. O projeto Naval Box conta 18
meses e ganhou recentemente um espaço próprio no Complexo Desportivo da Nazaré.
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
«Preciouse
Stone»
Fernando Olim: «A riqueza do ser humano
não se mede pelos bens que tem mas pela
maneira como desfruta deles e os coloca ao
serviço dos outros».
Ingredientes:
1/3 dose Vodka Smirnoff
1/3 dose Green Curaçau Licor
1/3 dose Madeira Seco
Preencher com Brisa Maracujá
Decoração:
Tira de casca de Abacaxi; flores de cerejas e casquinha de
limão; raminho de groselha;
estrela de maçã.
Confecção: Shaker
O cocktail «Preciouse Stone» foi elaborado para lembrar o quão
precioso é o nosso planeta, relembrando as pedras preciosas que
são extraídas e usadas para embelezamento e na criação de joias
exóticas.
PUB
Com o patrocínio da Associação de Barmen da Madeira.
cocktail
27
28 sociedade
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
Filme “Águas” estreia a 25 de abril
no Teatro Municipal
A produção é do Clube de Cinema
da Jaime Moniz
“Águas” é a última produção do
Clube de Cinema da Jaime Moniz e
terá a sua estreia no sábado, dia 25
de abril, no Teatro Municipal Baltazar Dias, pelas 21:30H.
A exemplo dos anos anteriores,
e relembre-se que esta já é a oitava produção do Clube Cinemoniz,
este trabalho conta com a participação de um grupo grande de pessoas,
entre alunos, docentes, funcionários,
encarregados de educação, ex alunos
e docentes aposentados.
O grupo de atores e figurantes
ultrapassa a centena.
A realização deste filme está a
cargo do coordenador do Clube, o
docente Luís Miguel Jardim.
Na tela mágica do cinema os espetadores poderão assistir a um filme
retratar, com alguma ficção, de um
importante episódio da História da
Madeira: a revolta das Águas de 1962
que teve lugar na freguesia da Ponta do Sol.
Mais um episódio da nossa História capaz de revelar o espírito reivindicativo e corajoso das gentes da
Ilha, e no caso concreto da Lombada
da Ponta do Sol, que em pleno Estado Novo, enfrentaram o poder vigente como forma de defender “as suas
águas”, e assim salvaguadar a produtividade das suas terras, principal
fonte de sustento de muitas familias.
Relembre-se que recentemente o
Clube Cinemoniz havia produzido o
filme “Miradouro do Mar”, um trabalho que teve como temática central
o injusto e caduco regime da colónia,
que marcou profundamente a História da Madeira.
Algumas vivências da época são
retratadas no filme, embora a cena
mais emblemática seja mesmo a
guarda pelo povo das águas no cabo
da ribeira, facto que se arrastou por
três meses e que só terminou com
uma intervenção violenta de forças
policiais, ordenada pelo presidente
da Junta Geral, superiormente ditada pelo Governo Salazarista.
No papel de dono do cinema da
Ponta do Sol está João Carlos Abreu,
e Carlos Lélis tem a tarefa de dar corpo ao Presidente da Junta Geral da
época. Estes são os convidados especiais do filme “Águas”. l
opinião
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
Miguel Santos
-Deve-se valorizar: a experiência dos eremitas do deserto, que tinham animais “selvagens” como companheiros,
“discípulos” e “executores”
funerários. E o facto de várias
ordens monásticas medievais
(cistercienses, cartuxos, carmelitas…) valorizarem a dieta
vegetariana.
Militante do PAN Madeira
Mapas para a sublimação
biocêntrica das religiões
abraámicas (PARTE 2,
Cristianismo e Islamismo):
Conforme prometi no meu
último artigo neste semanário, irei apresentar alguns
«mapas» para o que chamo
«uma sublimação biocêntrica», mas também poderia denominar «mística», na
verdadeira acepção da palavra, das três religiões abraámicas, que ao longo da história, e infelizmente, tanta violência têm originado; como
mais uma vez se viu em Paris,
recentemente. As três religiões, para além das suas vertentes institucionais, oficiais
e verticais, de uma maneira
ou outra comprometidas com
o Poder, e com os poderes,
tantas vezes cruéis e grosseiros, deste mundo, sempre
tiveram, também, paralelamente, e subterraneamente,
correntes heterodoxas, gnósticas e ‘místicas’ que, nunca
se «vendendo» às «gaiolas
douradas» da matéria e das
prisões deste mundo, comunicaram-nos uma mensagem
de Paz, respeito por todos os
seres, e ascensão espiritual.
É baseado nessas correntes
heterodoxas, e nas leituras
não superficiais que fizeram
dos textos sagrados abraámicos, que vos proponho estes
«mapas». Quer queiramos,
quer não, as religiões, e as
espiritualidades que delas
emergiram, têm um papel
importante a desempenhar
ainda e sempre na evolução
futura da humanidade, isto,
se quisermos ascender para
além da superfície, porque
se desejarmos somente «rastejar» em torno do estômago e da matéria, fixados apenas nos objectivos económicos e políticos, como o fizeram todas os totalitarismos
do século XX, à Esquerda
e à Direita, mereceremos o
«destino branco» para o qual
já caminhamos á milénios…
-Deve-se dar ênfase ao trabalho, pleno de Amor pela
Vida e por todos os seus seres,
da mística medieval Hildegarda de Bingen; e dar cen-
-ISLAMISMO:
-No Corão evidenciar e dar
centralidade às suratas 6:38,
16:68, 22:37, 23:19 e 24:41,
onde se afirma compaixão
pelos animais, se defende o
seu bom trato, e se recusam os
sacrifícios animais e se explicita que Deus não aprecia ou
necessita de carne para si, e à
surata que evidencia a igualdade original entre homens e
mulheres (surata 4: 1).
-Valorizar, também, as tradições sufis, que demonstram
Amor e compaixão concreta
pelos seres não humanos da
Vida (Ibn Arabi, Farid ud-din
Attar, Rumi, Kabir Sahib…).
-E, muito importante,
estender e prolongar o estado de ‘Ihram’, que acontece durante a peregrinação a
Meca, no qual não se pode
matar animais e exercer violência e Poder subtractivo, para a vida quotidiana
de todo o ano, santificando-o
em nome de Deus. A Vida é
uma peregrinação permanente, devemos mover-nos nela
‘santificados’ continuamente
num estado de ‘Ihram Permanente’. l
-Dentro do Cristianismo,
devem-se valorizar os insights, e estudos, que sugerem
a ligação de Jesus de Nazaré ao movimento dos gnósticos essénios, do Mar Morto, que defendiam um pacifismo radical, a relação mística, sem sacerdotes, com
o Divino, e praticavam o
vegetarianismo.
-Deve-se expandir a noção
de ‘próximo em Deus’ aos
demais seres não humanos
da Vida, para afirmar que a
sublimação mística evangélica
de todos os mandamentos no
Mandamento Único: ‘ama o
teu próximo como a ti mesmo’,
refere-se não só aos membros
da comunidade religiosa, ou à
humanidade, mas a ‘todos’ os
seres vivos existentes.
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-Devem-se valorizar, também, as tradições de profunda compaixão pelos seres da
Vida, e consequente vegetarianismo, dos cristãos gnósticos (ebionitas, carpocratianos, priscilianos, paulicianos,
bogomilos e albigenses…); e
a assunção plena da ‘Bênção
Original’, sobre a noção agostiniana de “Pecado Original”,
dos silvanitas primitivos, dos
pelagianos, dos amalricanos
da Irmandade do Espírito
Livre, dos begardos e taboritas, juntamente com a valorização das tradições neo-adamitas dos “Quackers” e dos
adventistas do sétimo dia,
que, também, defendiam os
direitos das mulheres.
tralidade ao exemplo radical
e extraordinário de Francisco
de Assis, ao seu Amor agápico e incondicional pela Vida
de todos os seres e aconteceres concretos, mesmo os mais
desprezados e tidos por desprezíveis, e à sua crença no
valor individual e insubstituível aos olhos de Deus de todos
eles (que a sua ordem, após a
sua morte, foi paulatinamente esquecendo, excepção seja
feita aos, heterodoxos, dulcinitas e joaquinitas); valorizando ainda a intuição franciscana primitiva de que os
animais e aconteceres naturais são, e devem ser, abrangidos pela redenção evangélica como foram abrangidos
pela ‘Bênção Original’.
E, finalmente, deve-se
aprofundar o trabalho da
Ecoteologia moderna (da
qual foram inspiradores Martin Buber e Teillard de Chardin, e da qual foram e são
expoentes Thomas Berry,
Mathew Fox, Lynn White,
John B. Cobb, Nancy Mangabeira Unger…) que procura interpretar o papel do ser
humano no seio da Criação,
não como Rei, Dono e Mestre, mas como Guardião respeitador, escrupuloso, pacífico e benevolente.
29
Director:
Edgar R. de Aguiar
Redacção:
Juan Andrade
Sara Silvino
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30 frases
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
“
“
Ninguém pode
esperar da
nossa parte
soluções mágicas
ou instantâneas
para os problemas
e dossieres
pendentes, mas
após a aprovação do
programa de governo
(…) encetaremos a
concretização dos
nossos compromissos
de governo com
os madeirenses e
portosantenses”
Miguel Albuquerque,
presidente do Governo
Regional da Madeira
Não é aceitável que,
tendo havido todos
estes escândalos
– o BPN, que terá
custado aos portugueses
seis a sete mil milhões de
euros, e o BES –, não haja
bens confiscados”
Paulo Morais, candidato à
presidência da República – Público
“
Estamos todos
cansados da
ideia de sermos
governados
por modelos
macroeconómicos”
António Costa, secretáriogeral do PS – Expresso
“
A Região tem
um governo
legitimado, uma
Assembleia
democraticamente
eleita, tem todas as
condições para os
desafios que enfrenta,
o desemprego, as
acessibilidades, a saúde
e a educação”
Ireneu Barreto, representante da
República para a Madeira
“
Independentemente
de integrar o PSD, a
partir de hoje serei o
presidente de todos
os deputados e, por isso,
peço a vossa ajuda para o
desempenho das minhas
funções, bem como os
demais elementos da mesa
agora eleitos”
Tranquada Gomes, presidente da
Assembleia Legislativa da Madeira
“
A estrita política
de austeridade
na Grécia deve
terminar”
Paul Krugman, economista
“
Parece que ele
(Boris Neme,
médico da seleção
croata) vem de
outro Mundo, um
extraterrestre”
Carlo Ancelotti, treinador do Real
Madrid – Record
“
A TAP é uma grande
marca (…). Não há
greve irresponsável
que possa pôr isto
em causa”
Paulo Portas, vice-primeiroministro – Lusa
“
Eu tenho sido
apontado como
responsável, e
assumo-me como
responsável político,
mas fui enganado,
porque foi um projeto
mau (construção da
Marina do Lugar de
Baixo) e nós fomos
enganados”
Cunha e Silva, ex-vicepresidente do Governo
Regional da Madeira
opinião
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
31
Sociedade de Advogados, RL
Novas propostas de apoio à natalidade
sídios ou subvenções públicas a empresas que tenham
sido condenadas pelo despedimento ilegal de mulheres
que se encontrem naquelas
condições. Futuramente, e
caso o projecto venha, efectivamente, a ser aprovado, “As
entidades nacionais que procedam à análise de candidaturas a subsídios ou subvenções públicos ficam obrigadas
a consultar a Comissão para a
Igualdade no Trabalho e no
Emprego sobre a existência
de condenação transitada em
julgado por despedimento
ilegal de grávidas, puérperas
ou lactantes relativamente a
todas as entidades concorrentes”.
No que respeita à nova
modalidade de trabalho na
função pública, e com o intuito de criar políticas de apoio
às famílias e ao exercício da
parentalidade, propõe-se a
criação da meia jornada de
trabalho, a qual consiste na
redução, em metade, do período normal de trabalho a
tempo completo, contandose, para efeitos de antiguidade, integralmente o tempo
de serviço. A opção pela referida modalidade tem como
destinatários os funcionários
com, pelo menos, 55 anos que
tenham netos com idade inferior a 12 anos, todos os funcionários que tenham filhos
menores de 12 anos e todos
aqueles que tenham filhos
com deficiência ou doença
crónica (independentemente
da idade) e implicará uma
redução salarial, passando
o beneficiário a auferir uma
“remuneração correspondente a 60% do montante total
auferido em regime de prestação de trabalho em horário
completo”.
Também os agregados
familiares que tenham mais
de três dependentes a seu cargo poderão requerer à Autoridade Tributária que lhe seja
concedida uma isenção correspondente a 50% do montante do Imposto sobre Veículos na aquisição de auto-
móveis ligeiros de passageiros
com lotação superior a cinco
lugares.
Foram, igualmente, aprovados os projectos do Bloco de
Esquerda, Partido Comunista
Português e Partido Ecologista “Os Verdes”, os quais
visam, respectivamente, promover a Igualdade na parentalidade para protecção das
mulheres na maternidade e
no emprego, reforçar os direitos de maternidade e paternidade e estipular que nenhuma
criança fique sem médico de
família.
Cabe, por fim, salientar que
os referidos Projectos de Lei
terão, ainda, de ser votados
na especialidade, sendo cada
um dos artigos votado individualmente, pelo que, por
enquanto não passam disso
mesmo: de meros projectos
legislativos. Esperamos, contudo, que os mesmos venham
a ser, efectivamente, aprovados, aguardando, pois, que as
referidas medidas alcancem
os resultados esperados. l
PUB
Dra. Mariana Queirós Marques
Advogada-Estagiária,
área de actuação, Contencioso Civil, Penal e Laboral.
e-mail: [email protected]
A Assembleia da República
aprovou, na generalidade, no
passado dia 17 de Abril de
2015, nove projectos de lei que
têm como objectivo comum
promover o incremento da
natalidade em Portugal.
A maioria do pacote legislativo foi, na sua grande maioria, proposto pelos partidos
da coligação PSD e CDS/PP,
os quais propuseram, entre
outras medidas, a criação de
um mecanismo de protecção
das trabalhadoras grávidas,
puérperas e lactantes, a criação de uma nova modalidade
de trabalho na função pública
(a chamada meia jornada) e
a introdução de uma isenção
de 50% em sede de Imposto
sobre Veículos para famílias
numerosas.
Com o objectivo de “dissuadir todas as empresas a
laborar no território nacional
da prática de acções ilegais
para com as trabalhadoras”
grávidas, puérperas e lactantes, os referidos partidos propõem que sejam negados sub-
www.tribunadamadeira.pt
l A detenção do vice-presidente do conselho de administração do Grupo Lena fez
elevar para sete o número de
arguidos detidos no âmbito da «Operação Marquês»,
que envolve o ex-primeiro-ministro José Sócrates.
O último arguido conhecido, Joaquim Barroca Rodrigues, 43 anos e administrador do Grupo Lena, foi detido na quarta-feira, depois de
buscas realizadas à sede do
grupo, na Quinta da Sardinha, no concelho de Leiria.
O detido, juntamente com
António Barroca Rodrigues,
presidente do grupo, terá
sido o autor de algumas das
transferências de dinheiro
que foi acumulado nas contas da Suíça por Carlos Santos Silva, arguido suspeito
de ser testa de ferro de José
Sócrates
l O tesouro português
conseguiu ontem trocar cerca de 4000 milhões de euros
de dívida que atingia a sua
maturidade nos dois próximos anos por dívida que apenas tem de ser paga dentro
de 10 e 15 anos. A operação
de troca sugerida pela Agência de Gestão da Tesouraria
e da Dívida Pública (IGCP)
foi bem recebida pelos investidores. De acordo com os
dados disponibilizados no
final da manhã de quintafeira, o IGCP comprou 2358
milhões de euros de títulos
com maturidade em Outubro
de 2017 e 2178 milhões de
euros de títulos com maturidade em Junho de 2018.
l A proposta de António Costa para a criação de
uma taxa turística em Lisboa pode ser ilegal. Isto porque a legislação da União
Europeia proíbe a discriminação em razão de nacionalidade. De acordo com Bruxelas, esta proibição aplicase às “discriminações ostensivas em razão da nacionalidade” e “às formas dissimuladas de discriminação”. Critérios que, aponta a Comissão Europeia, levam ao mesmo resultado, uma vez que
“são suscetíveis de afetar em
maior grau os cidadãos da
UE do que os nacionais e de
os colocar numa situação de
particular desvantagem”. Os
responsáveis europeus consideram ainda que “as taxas
Previsão
para hoje
TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Abril de 2015
Períodos de céu
parcialmente nublado.
Vento fraco.
Max. 20º Min. 14º
Brito gera
expetativas
na Saúde
Conhecimento do setor por
parte novo secretário regional
é uma vantagem
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros não tem dúvidas que o passado de Manuel Brito como médico
e gestor hospitalar pode constituir
uma mais valia
para a resolução
dos problemas
que o setor da
Saúde atravessa
na Madeira. Mesmo assim, Juan
Carvalho deixa
alguns alertas.
A
s expetativas no
Serviço Regional
de Saúde estão
elevadas, no que
respeita ao futuro desempenho do novo secretário regional com a tutela da
Saúde. Juan Carvalho, o presidente do Sindicato dos Enfer-
turísticas, incluindo as taxas
locais, têm efeitos negativos
sobre a competitividade da
indústria do turismo”.
l Várias organizações
católicas apelaram ontem
meiros da Madeira (SERAM),
Manuel Brito, enquanto médico e ex-diretor clínico do Hospital Central do Funchal, tem
todas as condições para solucionar alguns dos problemas
que afligem a classe.
“O novo secretário regional é um profundo conhecedor das dificuldades pelas
quais passamos e sabe perfeitamente quais são as lacunas
que atingem o sector. Esperamos que esse conhecimento de causa permita-lhe contribuir para a resolução destas questões”, aponta o dirigente sindical.
Na quarta-feira, durante o
2º Congresso Insular de Enfermagem da Madeira e Açores, que decorreu até ontem
no Funchal, Manuel Brito fez
uma promessa para os próximos quatro anos do seu mandato: motivar os profissionais
de saúde na Madeira.
“Não é possível motivar os
profissionais de saúde quando
há disparidades salariais dentro de uma classe, como acontece no caso dos enfermeiros”,
alerta Juan Carvalho. “Espero que essa seja uma das prioridades do Governo Regional, porque deixar tudo como
está não só é injusto como
indigno.”
No 2º Congresso Insular
de Enfermagem da Madeira
e Açores, onde Manuel Brito
fez a primeira aparição oficial
enquanto governante, o secretário regional assumiu vários
compromissos. Entre eles a
melhoria no acesso dos doentes à prestação de cuidados de
saúde, a aposta na qualidade
dos serviços e o investimento
na medicina preventiva e nos
cuidados de saúde primários.
“Apraz-nos registar que as
medidas preconizadas pelo
senhor secretário regional
da Saúde são as mesmas que
temos vindo a defender ao longo dos últimos anos”, assina-
la o presidente do SERAM.
“Esperamos que, ao longo do
seu mandato, possa passar das
palavras aos atos. Só dessa forma é que teremos uma evolução para melhor.”
O médico Manuel Brito foi
um dos nomes que Miguel
Albuquerque levou a votos nas
Eleições Legislativas Regionais antecipadas, sufrágio que
o PSD-M ganhou com maioria
absoluta. O antigo presidente
da Ordem dos Médicos (OM)
na Madeira acabou por ser a
aposta do novo presidente do
Governo Regional para liderar
a área da Saúde.
Além de presidente da secção regional da OM, Manuel
Brito foi diretor clínico do
Hospital Central do Funchal
e administrador dos hospitais
civis de Lisboa. l
aos portugueses para que se
vistam de branco para chamar à atenção para a situação das vítimas da imigração forçada, muitas das
quais morrem a tentar chegar à Europa. As organizações “apelam a todos os por-
tugueses para que, no próximo domingo, 26 de Abril,
coloquem nas suas janelas
um pano branco ou usem
uma peça de roupa branca e se unam, em oração ou
num minuto de silêncio, aos
milhares de pessoas solidá-
rias com todos os que buscam uma vida melhor e partem diariamente das suas
terras na procura legítima de
melhores condições de vida”,
adiantam em comunicado. A
campanha tem a designação
“somostodospessoas”.
Passar das palavras
aos atos