Março / Abril de 2011 - Associação Brasileira de Angus

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Março / Abril de 2011 - Associação Brasileira de Angus
Impresso
Março / Abril de 2011
Especial
1
9912270051 – DR/RS
Associação
Brasileira de Angus
CORREIOS
MARÇO / ABRIL DE 2011 - ANO 12 - Nº 51
INFORMATIVO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANGUS
2
Março / Abril de 2011
Associação Brasileira de Angus
Coordenação - gerente da ABA
Juliana Brunelli de Moraes
[email protected]
Jornalistas Responsáveis - editores
Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655
e Horst Knak - MTB/RS 4834
Reportagem: Eduardo Fehn Teixeira
Edição: Horst Knak
Colaboradores: jornalistas Alexandre
Gruszynski, Luciana Radicione,
Marina Corrêa e colunistas convidados
Diagramação: Jorge Macedo
Departamento Comercial: Daniela Levandovski
51 3231.6210 // 51 8116.9784
Edição, Diagramação, Arte e Finalização
Agência Ciranda - Fone 51 3231.6210
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Associação Brasileira de Angus
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* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.
Foto de Capa: Luiz Amaral/ABA
EDITORIAL
Venda de sêmen cresce com
foco na eficiência produtiva
Os números da comercialização
de sêmen bovino de 2010, recentemente anunciados pela Associação
Brasileira de Inseminação Artificial
(Asbia), trazem uma agradável e
positiva constatação: o pecuarista
está, sim, empenhado em melhorar
sua base genética, e assim elevar o
faturamento de seu negócio, dando
sua contribuição para o aumento da
oferta de carne bovina de qualidade
superior.
Essa comprovação transparece
especialmente nos números das duas
raças bovinas mais utilizadas pelos
produtores no País. O Nelore, o
maior rebanho brasileiro, segue na
liderança, com cerca de 2,9 milhões de
doses – cerca de 48% de todo o sêmen
(pouco mais de 6 milhões de doses)
vendido no ano passado. E na segunda
posição, cada vez mais consolidado
e confirmando seu crescimento ano
a ano, aparece a raça Angus, agora
já com 29,75% do total. Brahman,
Guzerá, Hereford, Simental, Senepol,
Tabapuã e Braford também aparecem
bem no levantamento.
Sob os olhos do mundo, a preferência dos pecuaristas brasileiros por
Nelore e Angus mostra o fortalecimento
do cruzamento industrial. O choque
sanguíneo entre os machos zebuínos e
as fêmeas taurinas é a combinação mais
indicada para a produção de animais
precoces, com excelente ganho de peso e
bom acabamento de carcaça. Em outras
palavras, está aí o foco da atividade na
busca de melhor carne.
O histórico recente da venda de
sêmen também depõe a favor do Angus,
raça tida como a produtora da melhor
carne no mundo. Nos últimos seis anos,
a comercialização de genética da raça
triplicou, chegando agora à marca de
1,79 milhão de doses em 2010.
Outro dado importante no relatório
da Asbia passa pelo aumento dos negócios com sêmen de maneira geral. Isso
também é positivo e mostra a ampliação
do uso de tecnologia na pecuária. To-
mando como exemplo as raças bovinas
de corte, o total comercializado no ano
passado aumentou 15,6% sobre os
números do ano anterior.
Esse avanço da venda de genética
retrata o cenário atual motivador da
pecuária nacional. A produtividade aumenta a olhos vistos nas fazendas, com
redução da idade das vacas ao primeiro
parto, aumento do desfrute (percentual
do rebanho abatido por ano) e evolução
do peso médio dos bovinos jovens, aos 24
meses de idade.
Mais do que sinais, esses sintomas
saltam aos olhos não apenas do pecuarista, mas dos frigoríficos, que podem
contar com carne de melhor qualidade
– e em maior quantidade – para vender
no exterior, e dos próprios consumidores,
que podem ter ao prato um produto de
padrão superior. Os preços na ponta
ainda estão elevados, mas é indiscutível
que a cadeia produtiva está fazendo
a sua parte para elevar o status da
atividade. E, afinal, o que é bom, tem
seu preço.
Sem perder esse foco, é importante
entretanto que o pecuarista olhe com
um pouco mais de atenção para a genética melhoradora produzida dentro
do Brasil, por selecionadores brasileiros. Nos números da raça Angus, por
exemplo, apenas 1/3 do total de sêmen
saíram da genética produzida pelas
fazendas nacionais. E convenhamos
que tudo está andando bem, mas este
percentual também precisa crescer,
porque a genética que é produzida
aqui também se adapta e produz melhor aqui em nossos ambientes.
Mas nossos criadores de Angus
estão se superando, a cada ano.
Parabéns a todos e por certo terão
muitas outras boas leituras em mais
esta edição de nosso jornal, o Angus@
newS, que como a raça Angus, também é completo.
Paulo de Castro Marques
Presidente da Associação
Brasileira de Angus
ULTRASSONOGRAFIA
HUMOR
Diretoria Biênio 2011/2012
Diretoria Executiva
Diretor Presidente
Paulo de Castro Marques
Diretor 1ºVice Presidente
José Roberto Pires Weber
Diretor Vice Presidente
Mariana Franco Tellechea
Diretor Vice Presidente
Eduardo Macedo Linhares
Diretor Vice Presidente
Valdomiro Poliselli Junior
Diretor Financeiro
Reynaldo Titoff Salvador
Diretor Administrativo
Marco Antônio Gomes da Costa
Diretor de Marketing
Felipe Moura
Diretor de Núcleos
Sérgio Colaço da Silva
Diretor de Carne
Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello
Conselho de Administração
Membros Eleitos
Antônio Maciel Neto
Renato Zancanaro
Renato Ramirez
Antonino de Souza Dornelles
Carlos Alberto Martins Bastos
Membros Natos – (Ex-Presidentes da ABA)
Angelo Bastos Tellechea
Antônio Martins Bastos Filho
Fernando Bonotto
Hermes Pinto
José Roberto Pires Weber
Reynaldo Titoff Salvador
José Paulo Dornelles Cairoli
Joaquim Francisco B. de Assumpção Mello
Conselho Fiscal
Membros Efetivos
João Francisco Bade Wolf
Ronaldo Zechlinski de Oliveira
Fábio Luiz Gomes
Membros Suplentes
Roberto Soares Beck
Frederico Fittipaldi Pons
Elio Sacco
Conselho Técnico
Susana Macedo Salvador – Presidente
[email protected]
José Fernando Piva Lobato
Ricardo Macedo Gregory
Rogério Rotta Assis
Roberto Vilhena
Ângela Linhares
Amilton Cardoso Elias - Representante ANC
[email protected]
NOTÍCIAS
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Angus cresce ainda mais e já tem
83,52% do mercado de sêmen europeu
Fotos: Divulgação / ABA
Touros rústicos da Fazenda Tradição, de Santa Vitória do Palmar, RS
A
raça Angus vem demonstrando
ano a ano um significativo crescimento no mercado brasileiro
de sêmen, situação que coloca a raça
na liderança deste segmento, mesmo
levando em consideração o cômputo
geral de vendas de todas as outras raças taurinas. Relatório da Associação
Brasileira de Inseminação Artificial,
(ASBIA) divulgado em 18 de março,
relativo ao ano de 2010, mostra que a
raça Angus apresentou no ano passado
um crescimento de vendas de 23,38%
em relação à comercialização registrada
em 2009, alcançando um volume de
1.792.496 de doses negociadas, contra
os 1.452.813 obtidos em 2009.
O resultado mantém a liderança da
Angus entre as demais raças de origem
européia, com 83,52% do mercado,
atrás somente do Nelore entre as raças
de corte. Com estes números a Angus já
responde por 29,75% de todo o sêmen
das raças de corte comercializado no
Brasil, que totalizam 6.025.214 doses.
O relatório da ASBIA mostra que
das 1.792.496 doses de sêmen Angus
vendidas em 2010, um percentual de
49,32% (ou 884.033 doses) foram para
o Centro-Oeste. Ainda de acordo com
o documento, as estimativas apontam
que apenas 9% das fêmeas em idade
reprodutiva são inseminadas no Brasil,
escancarando um supermercado ainda
a desbravar nesta área.
Para o presidente da Associação
Brasileira de Angus (ABA), Paulo de
Castro Marques, nos últimos cinco
anos a procura pela genética Angus
alcançou o percentual de 292%, triplicando do ano de 2006 para cá. “Os
pecuaristas que dirigem sua atenção
para as características de fertilidade,
precocidade sexual, musculosidade,
rápido ganho de peso e terminação
preferem Angus”, aponta o dirigente,
complementando que atualmente de
cada cinco bezerros nascidos de cruzamento industrial no Brasil, quatro são
de genética Angus.
Por que Angus?
A crescente procura por Angus
pode ser visualizada comparando-se
a evolução da raça com o crescimento
do mercado de inseminação artificial
como um todo. Segundo o técnico do
Programa Carne Angus Certificada
e do Melhoramento Angus da ABA,
nos últimos 5 anos o volume total de
sêmen comercializado no Brasil teve
crescimento de 57,52%. No mesmo
período a venda nacional de sêmen
Angus cresceu 192,22%. Este crescimento mostra fundamentalmente
que a experiência dos produtores na
utilização da genética Angus tem sido
produtiva e positiva.
As vantagens de utilizar a genética
Angus não se restringem apenas às expressivas valorizações que os novilhos
recebem no abate dentro do Programa
Carne Angus Certificada (que podem
chegar a 10% acima do mercado),
como também nos resultados dentro
da porteira. A genética Angus resulta
em animais produtivos em termos de
desempenho, fertilidade e precocidade
de terminação, tanto na raça pura como
no cruzamento industrial. No momento da comercialização, seja de animais
terminados, bezerros, novilhos para
terminação, ventres para reprodução,
o pecuarista se depara com excelente
liquidez e valorização em todos os elos
da cadeia.
No Rio Grande do Sul, berço da
raça no Brasil, por exemplo, cerca de
55% do total das doses de sêmen de
gado de corte utilizadas são da genética
Angus.
No Brasil central, o grande interesse dos pecuaristas é resultado da excelente complementaridade da genética
Angus com as raças zebuínas criadas
naquela região. Os animais cruzados
com Angus apresentam excelentes
índices zootécnicos, alcançando acabamento superior precocemente, com
ótimos pesos de carcaça, compatíveis
com os mais exigentes mercados.
Foguetório, comemorações e críticas nas centrais de genética
Nas principais centrais de genética que atuam no Brasil, ao fazerem
uma análise da performance Angus na
comercialização de sêmen em 2010,
considerando os números e percentuais
recentemente distribuídos ao mercado
pela ASBIA, uma unanimidade: todos
comemoram o crescimento do uso da
genética da raça Aberdeen Angus no
País.
CRI solta foguetes
pela vitória Angus
O diretor executivo da CRI Genética, veterinário Sérgio Saud, é dos mais
animados com os resultados das vendas
de sêmen Angus. Pudera. Ele lembra que
a CRI sempre teve a raça Aberdeen Angus como o carro-chefe de seu catálogo
corte. “Numa atualização constante, os
melhores criadores de Angus, especialmente dos Estados Unidos onde está o
melhor em Angus no mundo, são nossos
parceiros há muitos anos”, diz o executivo, afirmando que a CRI apresenta ao
mercado no Brasil o que há de mais atual
em sêmen Angus, tanto para animais de
argola (de cabanha), voltados à produção
de matrizes e reprodutores, quando para
a chamada produção de campo, com
destaque aos cruzamentos industriais.
Saud destaca toda melhoria mais
recente que foi e está sendo absorvida
com maior velocidade pela pecuária
brasileira, enfatizando a atuação dos
grandes grupos frigoríficos, que em sua
opinião se transformaram e parceiros
dos pecuaristas. “O cruzamento Angus
x Nelore é um caminho sem volta”, diz
ele, enfatizando também o crescimento
da Inseminação Artificial a Tempo Fixo
(IATF) e outras tecnologias de sanidade e
manejo. Ele também lembra que o povo
brasileiro está melhor remunerado e
exigindo carne de padrão mais elevado, e
calcula que em relação a 2009, em 2010
a comercialização de sêmen Angus na
CRI cresceu fantásticos 78@.
ABS acompanha e comemora
Vasco Beheregaray Neto, gerente
corte da ABS lembra que o que ocorre hoje no Brasil é quase óbvio, se
revisarmos os fatos que marcaram o
crescimento da raça Aberdeen Angus
especialmente nos Estados Unidos, onde
ela se transformou, há muitos anos, em
líder de mercado. Segundo ele, o auge
do uso de sêmen Angus nos cruzamentos
industriais ocorreu em 2001, com 2,4
milhões de doses. “Tempos depois os
cruzamentos entraram em crise, especialmente por problemas de nutrição e
de manejo, com o auge deste travamento
ocorrendo em 2005, que apresentou
venda de sêmen Angus de apenas 920
mil doses”, assinala.
De 2005 em diante, aí com mais critérios e maior tecnologia, os cruzamentos
decolaram, veio o uso da IATF e outras
tecnologias e aliados aos confinamentos
e ao apoio das indústrias frigoríficas,
tudo se modificou e melhorou no Brasil. “Agora, comparados ao chamado
primeiro mundo, ingressamos numa segunda fase de nossa pecuária, muito mais
profissional, mas técnica e consciente de
nossas potencialidades, e isto se revela
através do sêmen vendido, com destaque
especial ao Angus”, avalia Vasco.
CRV Lagoa questiona pequeno
espaço ao sêmen nacional
Mas o gerente corte taurinos da
CRV Lagoa, veterinário Cristiano Leal,
se por um lado comemora, de outro
bate forte. “Os números da Asbia promovem a genética Angus. Mas como
fica a genética nacional”, questiona ele,
alegando que do total vendido, apenas
34% (cerca de 600 mil doses) vinham
de touros produzidos no Brasil. “Assim,
qual é o ganho dos criadores brasileiros
com esta venda de sêmen?”, pergunta,
e dá a resposta, alegando que o ganho
maior foi de criadores norte-americanos
e argentinos, fustiga.
Cristiano lembra que a Lagoa é a
central que mais investe no fomento do
sêmen Angus nacional. Diz por exemplo,
que dos 33% do sêmen nacional negociado em 2010, nada menos que 12%
vieram de touros avaliados na Central
de Performance CRV Lagoa.
O técnico faz ainda outra advertência, com base na performance Angus
comprovada pelo relatório da ASBIA:
“E como fica a área de produção? Será
que o sêmen produzido no Brasil não
está focado somente nas filas de pista
das exposições?”, argumenta, chamando
a atenção dos criadores para as provas
de touros que vem sendo promovidas
pela CP CRV Lagoa. “Nós não estamos
apenas comercializando sêmen. Estamos
investindo em touros nacionais com
vistas à geração de uma genética adaptada às condições brasileiras e capaz de
remunerar melhor o criador nacional”,
alega Cristiano Leal.
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CONSELHO TÉCNICO
CRV Lagoa usará tecnologia Grow Safe
na prova para touros deste ano
Uma nova tecnologia para medir o desempenho de ganho de
peso dos animais em comparação com a quantidade de alimento
ingerido poderá ser usada na prova para touros Angus deste ano,
que o Centro de Performance CRV Lagoa inicia no dia 26 de
abril. Cristiano Leal, gerente de taurinos da central explica que
o equipamento importado dos Estados Unidos e muito utilizado
na Austrália detecta quais animais convertem mais alimento em
peso. “A nossa prova não é de ganho de peso, mas de performance,
e com o Grow Safe consegue-se diferenciar o animal que ganha,
por exemplo, dois quilos de peso por dia, comendo 20 quilos de
ração, de outro que ganha 1.800 gramas/dia comendo 15 quilos
de ração ou menos”, esclarece o técnico. Podem participar da
prova animais PO e PC
O
s testes têm o objetivo de
avaliar touros jovens em
confinamento com duração
de 200 dias, num ambiente onde o
desempenho dos exemplares é rigorosamente acompanhado. A utilização
do equipamento, porém, está condicionada à quantidade de animais em
teste. De acordo com Cristiano, são
necessários pelo menos 50 touros para
que o Grow Safe possa apresentar a
acuidade necessária. Até o momento
da coleta de informações para esta
matéria (segunda quinzena de março),
o número de inscrições da raça Angus
para este teste ainda não chegava aos
50 animais. As inscrições podem ser
realizadas até o dia 17 de abril. Podem
participar machos a desmama, PO,
nascidos entre 1º de agosto a 31 de
outubro de 2010. Os animais serão
recebidos no confinamento Nossa
Senhora Aparecida (Savegnago), ao
lado da CRV Lagoa, em Sertãozinho (SP) entre 19 e 24 de abril. No
dia 26 será realizada a pesagem de
entrada ou de início da prova e em
seguida os animais serão conduzidos
para uma adaptação de 42 dias em
confinamento.
“Não nos interessa qual animal
vai ganhar mais peso mas qual animal é mais eficiente e vai produzir
mais carne com menos alimento”
salienta o gerente. Ele explica que o
mercado é comprador para este tipo
Fotos: Divulgação
Tourada em prova mostra o valor da raça
de genética porque é ela que dá o rendimento no frigorífico. O teste avalia
12 características como, peso, ganho
médio diário, o perímetro escrotal,
características lineares de carcaça,
conformação, musculosidade, precocidade, umbigo e temperamento,
avaliação por Ultra-sonografia, (AOL)
Área de Olho de Lombo e Espessura
de Gordura Subcutânea.
Nos últimos três anos a CRV
Lagoa já comercializou mais de 70
mil doses de sêmen de touros Angus
que passaram pelos testes de performance realizados entre 2008 e 2010.
A empresa contratou os três melhores
reprodutores testados no primeiro e
no segundo ano e os dois melhores
de 2010 e quer continuar contratando porque a genética Angus é a
produtora de carne de qualidade que
o mercado quer, salienta Cristiano.
Ele finaliza fazendo uma observação:
“quem cruza com Angus quer ani-
mais de desempenho e performance.
Infelizmente, muitas vezes o criador
reserva seus melhores animais para as
pistas, ao invés de mandá-los para os
testes de avaliação, cuja repercussão
vai alavancar a imagem da raça”.
Mais informações sobre inscrições ao Centro de Performance
CRV Lagoa 2011 e sobre a prova de
2010 podem ser obtidas pelo fone
16.2105.2299 ou pelo site
www.crvlagoa.com.br.
Angus roubou a cena na Prova CRV Lagoa em 2010
colocaram touros na prova, a grande
vencedora foi a propriedade gaúcha
Cabanha S2, de Taquara, RS, de
propriedade da Agropecuária HJ SA.
Dos 27 tourinhos Angus avaliados
este ano, a Cabanha S2 obteve a
primeira e também a segunda colocações, respectivamente com os
touros “S2 Rito 3X17-9103 Big Eye”
e “S2 Traveler 5853-9090 Retail
Product”, ambos Deca 1, pesando
483 e 500 Kg.
A raça Angus literalmente roubou
a cena na edição 2010 do Centro de
Performance CRV Lagoa – prova
para touros de várias raças, que já é
chamada de “vestibular da pecuária”.
A raça fez a melhor média do leilão e
teve touros contratados pela importante central.
Durante 200 dias no ano passado, conforme explicou zootecnista
Cristiano Leal, gerente de taurinos
de corte da CRV Lagoa, o Centro de
Performance CRV Lagoa avaliou o
desempenho para 12 características
de interesse econômico de 430 touros
jovens pertencentes a oito diferentes
raças provenientes de 140 criadores de
13 estados brasileiros, todos reprodutores que ingressaram na prova com
média de 8 meses de idade.
Dobradinha da Cabanha S2
Entre os criadores de Angus que
A mais alta média
entre todas as raças
E no dia 23 de outubro, quando
foi realizado o 4º Leilão Virtual do
Centro de Performance CRV Lagoa,
a raça Angus novamente brilhou,
fixando, pela primeira vez, a mais
elevada média entre as demais raças
integrantes da prova: R$ 15.542,86,
enquanto o Nelore e o Nelore Mocho
tiveram média de R$ 14,5 mil. O
remate, transmitido ao vivo para todo
o Brasil pelo Canal do Boi, encerrou a
edição 2010 do CP CRV Lagoa.
O leilão teve em sua oferta os 64
touros classificados como Top de Índice CP e alcançou faturamento total
de R$ 759.933,20. A média de todas
as raças foi de R$ 12.457. Nas demais
raças, o Senepol cravou média de R$
15.100, Brahman com R$ 11.466,67,
Tabapuã com R$ 10.840, Bonsmara
com R$ 7.150 e Canchim obteve
média de R$ 5.555,83.
Touros Angus
já contratados
A CRV Lagoa anunciou a contratação de 11 desses touros jovens, que
após participarem do Teste de Progênie do PAINT vão integrar a bateria
da Central. E entre esses escolhidos,
estão dois touros Angus: o “227-19
Campeiro”, apresentado à prova pela
empresa gaúcha Basso e Pancotti, e o
“3E Vietnã A425”, do presidente do
Núcleo de Criadores de Angus de São
Paulo, selecionador Renato Ramires,
proprietário da 3E Agropecuária, em
Catanduva, SP.
De acordo com Ricardo Abreu,
gerente de produto Corte Zebu da
CRV Lagoa e coordenador do CP
CRV Lagoa, os 11 touros jovens
contratados pela Central obtiveram
as melhores valorizações no leilão –
foram arrematados por valores acima
de R$ 18 mil cada.
“O CP alia o know-how técnico
nas predições dos valores genéticos,
identificando animais jovens Top em
várias características, com a disponibilidade comercial dos Deca 1 a 3
irem a leilão. Assim, registramos uma
média acima de R$ 12 mil em animais
entre 12 e 14 meses de idade, o que
consolida esta edição do CP como
fonte genética confiável de jovens
talentos para repasse da inseminação
artificial”, avalia o técnico.
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CONSELHO TÉCNICO
Lançado programa de avaliação por Ultrassonografia:
Agilidade na seleção de animais superiores
Fotos: Divulgação
Suzana Macedo Salvador
Jaime Tarouco é pioneiro na ultrassonografia, que introduziu no país em 1991
A necessidade de produção de animais com boa qualidade de carcaça - rendimento frigorífico
superior e ao mesmo tempo com excelente cobertura de gordura pressiona cada vez mais para o
uso de técnicas importantes e inovadoras, capazes de garantir ao criador dados confiáveis sobre o
potencial dos indivíduos a campo. Agilidade na seleção e padronização são os requisitos básicos
que o mercado exige.
Por Luciana Radicione
A
tenta a esta realidade, a Associação Brasileira de Angus
(ABA) está buscando inserir
um número maior de produtores
associados à ferramenta de avaliação
de carcaças de animais vivos por ultrassonografia, considerada essencial
para quem busca espaço no mercado
da carne de qualidade via produção de
animais geneticamente superiores.
O primeiro passo foi dado no ano
passado, com a formação de parceria
com a Associação Argentina de Angus
(AAA), com o objetivo de promoção,
formação de mão de obra técnica e
padronização dos procedimentos de
coleta e avaliação das imagens, se-
guindo as normas internacionais que
regem a metodologia. Até o ano passado, por meio da parceria, as imagens
eram analisadas apenas no Centro de
Interpretação de Imagens Ecografias
(CIIE), na Argentina. Já neste ano, a
ABA deu um grande passo no sentido de tornar a ultrassonografia uma
realidade nos criatórios de Angus de
todo o País, com o lançamento do
Programa de Fomento à Ultrassonografia de Carcaças.
O Brasil conta com laboratórios
credenciados que serão centros de interpretação das imagens, com técnicos
habilitados para a função. Os laboratórios cobrem as principais regiões
produtores do País: Rio Grande do
Sul, São Paulo e Minas Gerais.
Outra novidade é a isenção do
pagamento da avaliação pelos criadores. “A associação vai bancar a coleta
e análise de machos no sobreano que
estão inseridos no Promebo”, anuncia
Fábio Medeiros, subgerente da ABA
- Programa Carne Angus, para quem
a iniciativa pretende incentivar e popularizar a técnica ainda incipiente no
Brasil, mas já consolidada em países
como Argentina e Estados Unidos.
“O uso do ultrassom como ferramenta de seleção ainda não atingiu
níveis satisfatórios no Rio Grande do
Sul e no restante do Brasil, mas com
o programa de fomento, queremos
chegar a 3 mil animais avaliados neste
ano”, afirma Medeiros. O subsídio
surge como um incentivo e tanto
para o criador, uma vez que isenta
o mesmo do pagamento da coleta e
avaliação de cada animal. “Com isso,
queremos acelerar o emprego dessa
tecnologia nas propriedades, sempre
com foco no benefício maior que é
a produção de carne de qualidade”,
explica o técnico.
Aperfeiçoamento do
sistema de produção
As propriedades que participam
do Promebo, ao aderirem ao programa, terão condições e conhecer,
com os animais ainda vivos - tradicionalmente os dados são observados
apenas após o abate – os índices de
características importantes para indústria, tais como Área de Olho de
Lombo (AOL), Espessura de Gordura
Subcutânea (EGS) e percentagem de
Gordura Intramuscular/Marmoreio e
Espessura de Gordura na Picanha. Essas informações por certo vão mostrar
ao produtor os verdadeiros resultados
de seu trabalho, permitindo o aperfeiçoamento da criação e produção de
animais cada vez mais corretos, no
ponto para o abate.
Juliana Brunelli, médica veterinária e gerente da ABA, confirma
que a proposta é desenvolver a cultura do ultrassom entre os criadores.
“Queremos valorizar a técnica do
ultrassom em animais vivos, pois esta
é uma ferramenta que, junto com as
DEPs, agrega valiosas informações ao
programa”, destaca.
Para a presidente do Conselho
técnico da ABA, Susana Salvador, a
união de dados avaliados pelo ultrassom com as DEPs também abre a possibilidade da comparação de animais
de diferentes rebanhos. “É mais um
instrumento de seleção que se utiliza
dos mesmos critérios, só que agora
com a padronização internacional de
interpretação de imagens”, explica a
selecionadora e técnica. Para ela, a
nova tecnologia vai fazer com que os
criadores atinjam seus objetivos de
seleção com maior segurança dentro
das exigências do mercado.
“Queremos que o criador invista
em algo que realmente contribua
para o programa de carne do Angus,
atingindo e beneficiando os três elos
da cadeia: criador, indústria e consumidor”, justifica Susana.
Jaime Tarouco, zootecnista e professor da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), especialista
nesta tecnologia, afirma que através
da ultrassonografia é possível que o
criador avance bastante na conquista
de DEPs mais precisas na comparação
com o método tradicional do demorado teste de progênie. Pioneiro no
uso da técnica em carcaças bovinas
no Brasil, a qual introduziu no País
ainda em 1991, o especialista ressalta
que uma das grandes vantagens da
sua utilização é o ganho de tempo na
obtenção dos dados, que no mínimo,
chega a 20 meses se for comparado
com o teste de progênie tradicional.
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CONSELHO TÉCNICO
Fotos: Divulgação
“O produtor ganha ao antecipar
dados de qualidade e para a venda
de reprodutores também, lembrando que ao final do processo, quem
investe nesta tecnologia ganha ao
obter maior rendimento de carne, a
indústria, por sua vez, se beneficia
pelo maior rendimento de carcaça”,
explica. Para Tarouco, sistemas que
focam na qualidade e no rendimento
da carne produzida tendem somente
a evoluir. “É uma ferramenta imprescindível para a seleção com velocidade
e uma exigência atual do mercado de
genética e de carne”, diz.
Quem utiliza,
recomenda!
Até o final da primeira quinzena
de março, em plena época de inscrição
de animais que farão parte do Programa de Fomento à Ultrassonografia de
Carcaças, a adesão dos criadores já
era considerada satisfatória. Juliana
Brunelli, gerente da ABA, informou
que número de animais integrantes já
Angelo Bastos Tellechea
superava a quantidade obtida em todo
o ano passado, quando mil exemplares
foram avaliados.
O perfil de quem está apostando
na tecnologia é bastante diversificado,
segundo ela. “Tem alguns que estão
estreando, há os que fizeram uma
vez e agora estão retornando. Mas a
idéia é fazer com que esses que agora
terão seus animais avaliados, possam
multiplicar as informações e os benefícios dessa técnica para os demais”,
afirma.
Veja quem correu
para participar
Entre os criadores de Angus que
desde cedo manifestaram interesse
em avaliar seus animais com a nova
ferramenta está por exemplo o conhecido e premiado Ulisses Amaral.
Inscrito para participar do programa
neste ano, o criador da Cabanha Santa
Joana, de Santa Vitória do Palmar/
RS, comemora a iniciativa da ABA de
subsidiar as avaliações de machos.
“Acredito que este será um dos
motivos que levará a uma maior adesão”, prevê ele. No entanto, lembra
que a participação em programas
com esse foco vai depender muito do
interesse particular do criador. “Ele
precisa saber que a identificação de
características desejáveis vai resultar
em melhor rendimento e, consequentemente, mais preço”, lembra o
produtor adepto da ultrassonografia
desde 2001, o que o torna um dos
pioneiros no Estado.
Com 70 animais (machos e fêmeas) inscritos nesta temporada, Ulisses
considera a técnica mais uma importante ferramenta à disposição dos
criadores para o trabalho de melhoramento genético, portanto, essencial
para quem busca resultados.
Na Cabanha Umbu, de Uruguaiana/RS, o sempre presente e atualizado Angelo Bastos Tellechea está
fechando 10 anos de uso ininterrupto
da ultrassonografia na seleção de seu
rebanho. E o faz em dois momentos
importantes do ciclo produtivo: ao
desmame e no sobreano.
Adepto da pré-seleção, Angelo
precisa antecipar os dados na busca
da linha de reprodutores que vão lhe
proporcionar melhor rendimento
de carcaça. “Com os indicativos da
análise antecipo dados sobre o desempenho de reprodutores. Tenho
diferentes análises dentro de uma
mesma geração, o que possibilita
confrontá-las com outras avaliações”,
diz o pecuarista, salientando que com
o diagnóstico das imagens é possível
ajustar, corrigir alguma característica
do animal ou até mesmo descartá-lo”,
explica Tellechea.
Outro usuário que ressalta a impor-
tância da técnica é Artênio Celestino
Alves, da Cabanha Campo Novo. Há
três anos o criador de Restinga Seca,
RS, vem garantindo bons resultados
através do ultrassom. “Ela é imbatível
na análise da área de olho de lombo e
na avaliação de gordura subcutânea.
Além disso, tem a seu favor o fato de
poder ser aplicada em animais novos”,
ressalta o criador. Com foco na produção de animais superiores, neste ano
Celestino vai colocar 100 exemplares
na avaliação, sempre com a preocupação de incluir as fêmeas. “Hoje só
passam por transferência de embriões
animais que foram examinados pela
ultrassonografia”, assegura.
CARNE
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NOTÍCIAS
Terneiro certificado é bezerro valorizado
Por Marina Corrêa
Temporada de outono chegando
e as feiras de terneiros / bezerros prometem preços mais atrativos para o
produtor que utiliza genética Angus.
Se quem está com o gado magro vai
ganhar, quem investiu em qualificar
seu plantel deve arrecadar ainda
maiores lucros, fruto da valorização
estimulada pelo programa Terneiro
Angus Certificado, da Associação Brasileira de Angus (ABA). "O objetivo do
programa é agregar valor ao terneiro
Angus e cruza Angus, fomentar o uso
de touros Angus registrados e direcionar estes terneiros ao final da cadeia
produtiva, para o programa Carne
Angus", salienta a gerente da ABA,
Juliana Brunelli.
Terneiros Angus Certificados valeram 21% a mais nas feiras de 2010, se
comparados aos terneiros não certifi-
cados e de outras raças. Em operação
desde 2007, o programa objetiva a
seleção da terneirada Angus para abate
em grandes frigoríficos, casos dos parceiros da ABA Marfrig e Silva, através
do Programa Carne Angus Certificada,
que é a base da entidade.
Esta seleção, conforme explica o
subgerente ABA - Programa Carne
Angus Certificada, Fábio Medeiros,
leva em consideração, entre outros
aspectos, a idade do exemplar, peso de
carcaça e rastreabilidade. “Um técnico
da ABA visita a propriedade e faz a
seleção dos animais. Esses exemplares
escolhidos são identificados com brincos do programa, transformando-se
em terneiros Angus certificados. É a
garantia de genética diferenciada que
o produtor poderá dar mais adiante
ao frigorífico”, aponta Medeiros. O
diferencial do exemplar será rentável
ao produtor.
Uma das vantagens ao produtor de
Reunião dos técnicos do
Programa Carne Angus
Reunindo 16 profissionais atuantes na certificação da carne Angus
no Rio Grande do Sul, este ano o
encontro dos técnicos do Programa
Carne Angus Certificada, da Associação Brasileira de Angus (ABA),
foi realizado no dia 26 de março, em
Santa Maria, RS. O evento, que teve
como objetivo principal a atualização
e capacitação dos profissionais que
operam no Programa, contou como
um dos pontos altos da programação,
com a realização de atividade prática
de seleção de novilhos para o programa carne Angus, a campo.
O grupo também assistiu a palestras e participou de debates sobre
temas como Produção Intensiva de
Carne de Qualidade, Crescimento
da Raça Aberdeen Angus no Brasil
e Fatores que Afetam a Produção de
Carne de Qualidade.
Visita a um produtor
A programação do encontro dos
técnicos do Programa Carne Angus
Certificada teve ainda uma visitação
de campo. O grupo se deslocou para
São Sepé, onde conheceu o trabalho e
o plantel da Agropecuária Pulqueria,
de propriedade do produtor Fernando
Costa Beber.
Na ocasião, Costa Beber mostrou
o sistema intensivo de produção de
carne de qualidade baseado na raça
Aberdeen Angus. Além das visitas no
campo, os técnicos assistiram palestra sobre os objetivos da empresa e
conheceram o trabalho diferenciado
realizado naquela propriedade.
Segundo o técnico do Programa
Carne Angus Certificada e do Melhoramento Genético da ABA, Fábio
Medeiros, “é uma propriedade de
ponta, que explora suas vocações para
produção de alimentos e terminação
intensiva, muito bem administrada
e altamente focada em seus objetivos”. Para o técnico, foi uma visita
bastante proveitosa aos participantes
do evento.
terneiros é a padronização do rebanho.
"O Terneiro Angus Certificado leva
em conta a utilização de sangue angus
no rebanho, selecionando animais com
padrão racial Angus e cruza Angus",
explica. Com lotes nivelados em estado
e qualidade, o produtor ganha mais,
cobrindo facilmente o investimento
na genética e na certificação.
Quem ingressou no programa de
certificação de terneiros - que para
visita do técnico na propriedade para
seleção/certificação custa R$ 3,00 por
cabeça - não se arrepende. Pelo contrário. Os produtores estão convictos
de que vão ter melhor remuneração
pela bezerrada.
Administradora da fazenda Calafate, em Rio Grande, Ana Carolina Ferreira Kessler comenta que a
propriedade está no programa desde
2008. Para esta temporada de outono,
a Calafate deve ofertar 300 exemplares
certificados. “É uma iniciativa que
integra os segmentos da produção de
carne de qualidade da ABA. Aumenta
a demanda para touros Angus, valoriza
o terneiro produzido e bonifica na
terminação. É uma ação da ABA que
produz sinergia e excelência. Estou
mais do que satisfeita”, completa.
Para o veterinário e técnico da ABA
em São Borja, Josemin de Lima Guerreiro, o programa é impulsionado pela
busca da indústria por carne de quali-
dade para levar à mesa do consumidor.
“A procura pelo animal certificado é
cada vez maior, porque ele tem essa garantia de qualidade comprovadamente
superior. Os frigoríficos com plantas de
abate em São Paulo tem levado muitos
de nossos animais certificados, para
recria e engorda, porque são realmente
diferenciados. E a expectativa para
temporada é das mais animadoras”,
finaliza o especialista.
Fotos: Divulgação
Confinar ou não?
A palavra é do produtor
A Associação Brasileira de Angus
(ABA) mais uma vez figura como uma
das patrocinadoras do 6º Encontro Confinamento Gestão Técnica e Econômica,
no Centro de Convenções em Ribeirão
Preto, SP, dias 6 e 7 de abril. Iniciativa da
Scot Consultoria e da Coan Consultoria,
que programaram uma série de palestras
para elucidar o assunto e garantir aos
criadores um posicionamento consistente
sobre o tema.
“Todas as questões referentes ao negócio do confinamento serão abordadas
nesse encontro por técnicos que fazem
previsões de preço e de clima e simulam
os cenários técnicos mais adequados para
esta atividade”, diz o diretor da Scot,
Alcides Torres Jr.
“O confinamento é uma atividade
exclusiva. É uma atividade de terminação
que vai de 60 a 90 dias, porque além desse
prazo não é rentável”, afirma. Ele destaca
que em função da restrição de tempo, alguns criadores fazem o confinamento em
duas ou três etapas, em grandes lotes. O
diretor da Scot lembra que os confinadores tiveram um grande prejuízo em 2009
devido a uma sequência de fatores: o preço do boi não foi bom e compraram boi
magro muito caro e o custo de alimentação foi alto. Isto resultou que em 2010 os
grandes confinadores que estão ligados a
clubes de investimentos e grandes bancos
não confinaram. Em 2010 basicamente
quem confinou foram os fazendeiros que
fazem o ciclo completo. “Ganhou dinhei-
ro quem confinou. Os confinadores cujo
objetivo era comprar animais magros e
confiná-los para engorda, não tiveram
vez porque a ração estava muito cara”,
lembrou Torres. Ele acredita que este ano,
devido aos resultados obtidos em 2010,
haverá um significativo crescimento no
número de rebanhos confinados.
Já para Marco Túlio, encarregado
do setor de divulgação da Scot, o 6º
Encontro será um marco de decisão para
o setor pecuário. “As perspectivas para o
confinamento são grandes, o preço do boi
está alto e se mantendo e há mais procura
do que oferta no mercado”, destaca.
A opinião dos executivos da Scot é
compartilhada por Rogério Coan, diretor
da Coan Consultoria. Para o executivo as
perspectivas para o momento na pecuária
são positivas mesmo com a atual cotação
do boi magro no mercado. “O evento
coloca em debate os diferentes elos da
cadeia produtiva e o cenário que se prevê
para o ano se baseia numa adequação
entre a oferta de animais para abate e a
reposição”, acredita ele. Rogério também
comenta a baixa oferta de boi no mercado.
“A escala dos frigoríficos está em dois ou
três dias quando o normal é de sete a oito
dias e os frigoríficos estão ligando para
os pecuaristas em busca de animais para
abate. O mercado está num momento
positivo”, avalia.
Técnicos do Programa Carne Angus
Certificada estão no encontro esclarecendo dúvidas dos participantes sobre o
desempenho do Angus no confinamento,
bem como sobre os programas de premiação diferenciada a estes animais nos
frigoríficos parceiros. Fábio Medeiros,
subgerente da ABA lembra que os animais
com genética Angus são desejados pelos
confinadores por sua excelente precocidade de acabamento, o que se traduz em
maior velocidade de terminação e menos
dias na etapa final de produção.
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CARNE
Março / Abril de 2011
Lançada Carne Seara Angus
Fotos: Horst Knak / Agência Ciranda
Por Eduardo Fehn Teixeira
Na primeira semana de março o Grupo Marfrig reuniu em Porto Alegre, em
São Paulo e no Rio de Janeiro representantes da imprensa especializada e da cadeia
da carne para o lançamento da Carne Seara Angus. Sem dúvida foi uma boa notícia
para para os criadores participantes do Programa Carne Certificada Angus ligados
ao Frigorífico Marfrig. Trata-se de uma linha completa de cortes de carne com a
marca Seara, para comercialização em todo o Brasil. E somente com carne oriunda
do programa, que é a base da Associação Brasileira de Angus (ABA).
Mais de 200 supermercadistas e proprietários de restaurantes e churrascarias,
além de jornalistas, participaram dos eventos. Em Porto Alegre, a apresentação
contou com a presença do ex-presidente da ABA, Joaquim Francisco Bordagorry
de Assumpção Mello, da gerente da entidade, Juliana Brunelli, da subgerente,
Katiulci Santos.
A linha Seara Angus é composta por 23 cortes especiais desenvolvidos com
base nos menus das melhores churrascarias, parrillas e steakhouses do Brasil e do
mundo. Além dos cortes já consagrados como Picanha, Bife Ancho e T-Bone,
a linha conta com vários cortes de dianteiro, como Short Ribs, proveniente do
Acém, Peixinho, Coração da Paleta e outros. “Nesta linha não existem cortes de
segunda. Seja dianteiro ou traseiro, todos são de primeira”, explicou na ocasião
Walter Scheufler, gerente de marketing da divisão Bovinos Brasil & Food Service
do Grupo Marfrig.
Walter Scheufler
apresenta plano
a empresários
e jornalistas
Seara Angus e Marfrig:
Parceria para vencer a Copa do Mundo da pecuária
Em função da parceria com o
Programa Carne Angus Certificada,
iniciado em 2007 pela Associação
Brasileira de Angus (ABA), o Frigorífico Marfrig conseguiu aumentar
a disponibilidade de animais para
abate nos padrões e volumes que
necessários, o que é fundamental
para manter a oferta constante dos
cortes de carne com a marca Seara
Angus.
“O Programa de fomento
Marfrig Angus, que atua em todo
o Brasil, incentiva financeiramente
pecuaristas a multiplicar o que há
de melhor em termos de genética
voltada à produção da carne bovina
no Brasil, e oferece suporte técnico
a partir de parceria sólida e confiável entre indústria e produtor,
garantindo a compra dos animais
e a orientação sobre como atingir a
carcaça ideal”, ressalta o zootecnista
Luciano de Andrade, gerente de
Fomento do Marfrig.
Segundo ele, todos os animais
que geram os cortes Seara Angus
são certificados pela ABA, cujos
atributos incluem, entre outros,
percentual mínimo de sangue
Angus, idade precoce e grau de
acabamento das carcaças.
Luciano de Andrade afirma que
o lançamento da carne Seara Angus
representa um marco para a genética Angus e um verdadeiro salto
para a carne de qualidade no Brasil.
O dirigente observa que Angus já uma
raça de imagem forte no País, mas que
agora passa a contar com uma marca
de carne potente e de âmbito nacional. “Seara é uma marca nacional e
que tem forte posicionamento internacional. É patrocinadora da Copa
do Mundo e da Seleção Brasileira de
futebol”, lembra ele.
Angus é carne que representa alta
qualidade mundo afora. Mas segundo
Luciano, para criar as condições para
o lançamento de uma marca com
base em genética Angus no Brasil foi
preciso construir uma superestrutura
envolvendo indústria, criadores/produtores e consumidores/varejo.
Conforme ele, tudo começou em
2008, quando foram selecionadas as
primeiras fêmeas zebu/Nelore para
receberem sêmen Angus. “Hoje são
70 mil vacas que estão com embriões
no ventre, e estamos trabalhando
o gado para a produção dos cortes
Luciano Andrade: Programa já envolve 150 a 180 mil vaca no Brasil
que estarão no mercado já na ceia de
Natal de 2012 e em plena Copa do
Mundo”, avisa. E para conquistar a
credibilidade do mercado, garantir
o lançamento da carne Seara Angus
e também para assegurar a permanência do produto, o Programa de
Fomento Angus do Marfrig optou
por investir forte, ou seja, fechar
contratos e adiantar dinheiro e serviços ao produtor até cerca de 1,5 a até
dois anos antes de receber os animais
produzidos dentro das características
exigidas pelo programa Carne Angus
Certificada e frigorífico Marfrig.
“O Marfrig banca o IATF e faz
um adiantamento financeiro para
que o produtor não precise mobilizar
capital próprio para tocar as técnicas
reprodutivas. Esses trabalhos são
realizados por técnicos credenciados,
que operam dentro de padrões capazes
de garantir os resultados exigidos”,
explica Luciano Andrade. Assim,
com as vacadas inseminadas e com
os contratos acertados para a entrega
dos terneiros/bezerros, o produtor
vai ter todo o acompanhamento
técnico para que as fêmeas tenha
gestação e partos eficientes. “Para
os bezerros são indicados formatos modernos, tais como o creep
feeding, além de manejo com uso
de boas práticas de bem estar animal, rastreabilidade e ainda todo o
acompanhamento dos touros que
estão sendo utilizados – tudo isso
é planilhado e aí vamos saber quais
são os pais quentes”, relata o gerente de Fomento do Marfrig.
Uma continha para melhor
compreensão: o Marfrig adianta R$
10 mil ao produtor. Se ele devolver
de 36% a 45% de bezerros, ele terá
10% de desconto sobre os R$ 10 mil
antecipados – só vai devolver R$ 9
mil, e em animais ... “Esse processo
já envolve hoje no Brasil de 150 a
180 mil vacas contratadas com o
Marfrig”, revela Luciano, e isso sem
contar com aqueles produtores que
já estão trabalhando por conta na
mesma linha de qualidade, porque
já tem a certeza de que o Marfrig
irá comprar suas produções. “E é
tudo genética Angus”, comemora o
técnico e campeiro Luciano Andrade,
bom de escritório, de terno e gravata,
e melhor ainda girando pelas empoeiradas estradas que levam às fazendas
que já conheceu em quase todas as
bibocas de imenso Brasil.
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CARNE
Frigorífico Silva tem novo sistema de bonificações
Fotos: Divulgação
Para marcar posição no
mercado junto aos fornecedores
credenciados à entrega de
animais para abate no Programa
Carne Angus Certificada da
Associação Brasileira de Angus
(ABA), o Frigorífico Silva,
com base em Santa Maria,
na região central do Estado
Gaúcho, já trabalha com um
novo sistema de bonificações.
Com a novidade em operação
a partir de 1º de março, o
frigorífico parceiro da ABA
em seu programa de carne de
qualidade, passou a bonificar as
carcaças selecionadas em até 6%
sobre o preço negociado. Entre
as inovações deste sistema estão
a valorização de animais super
precoces, com peso mínimo de
165 kg de carcaça, e de machos
e fêmeas sobre a mesma base
de preços e percentuais de
premiação.
A
nteriormente a empresa vinha
trabalhando com bônus de 2%
a 3%, variando de acordo com a
classificação da carcaça, dependendo da
dentição do animal, do acabamento e da
conformação da carcaça. “São avaliados
a dentição, o peso e o acabamento das
carcaças. O animal precisa ter no máximo quatro dentes e no mínimo três
milímetros de cobertura uniforme de
gordura na carcaça”, explica o diretor
de compra de gado do Silva, zootecnista
Diogo Soccal.
Segundo ele, a implantação deste
novo sistema resulta da boa aceitação
do produto carne Angus no mercado.
“Estamos abatendo uma média mensal
de 1.500 animais classificados ao progra-
Diogo Soccal
Frigorífico passou a bonificar as carcaças selecionadas em até 6%
nário Fábio Medeiros, este novo sistema
é um estímulo e um reconhecimento à
qualidade de novilhos e novilhas Angus, que produzem carne de qualidade
diferenciada. “Um tipo de carne já
consagrada no primeiro mundo, que é
cada vez mais buscada e valorizada pelos
consumidores mais exigentes”, sintetiza
o subgerente da ABA.
ma Angus. Mas se este número crescesse
em 70%, o mercado absorveria no ato”,
revela o técnico. E agora, com este novo
incentivo, a projeção é de chegar, em apenas dois meses, ao abate médio de 2.000
animais mensais destinados ao Programa
Carne Angus Certificada.
Fomentar para
crescer e fidelizar
De olho arregalado para um
mercado que oferece um imenso
potencial de crescimento, o Frigorífico Silva investe forte na promoção
da produção de animais adequados
ao abate no Programa Carne Angus
Certificada.
Conforme Diogo Soccal, o frigorífico organiza palestras técnicas
voltadas aos produtores, faz reuniões
para ouvi-los em suas reivindicações,
mantém uma programação permanente de visitas às propriedades e
procura participar de todas as exposições e feiras de destaque no setor
pecuário.
“Nossa preocupação é ter cada vez
mais produtores, orientá-los na produção do animal adequado ao programa
Angus e fidelizá-los, para que os abates
possam crescer cada vez mais, mantendo a qualidade exigida para a carne
certificada.
Para o coordenador técnico do Programa Carne Angus Certificada, veteri-
Demanda reprimida
Gabriel da Silva Moraes, diretor
comercial do Frigorífico Silva, afirma
que o posicionamento da empresa
sempre foi o de oferecer produtos
de qualidade diferenciada para uma
clientela formada por consumidores
de maior poder de compra. Deste
modo, diz, a parceria com o programa Angus só veio agregar valor a esse
trabalho. A partir de agora, conforme
anuncia o diretor, a meta é incrementar escala para abastecer ao comércio
com volumes maiores, capazes de
manter os preços em patamares acessíveis também ao consumidor médio
desta carne diferenciada.
Mensalmente, a quantidade de
animais abatidos pela unidade frigorífica dentro do programa Angus tem
sido insuficiente para atender a uma
demanda crescente pelo produto,
principalmente nos mercados das
regiões Sul e Sudeste do País.
“Hoje o volume de animais Angus
abatidos em nossa planta frigorífica
representa pouco mais de 10% da
capacidade total de processamento.
Assim, podemos facilmente triplicar
esse volume, considerando o enorme
déficit de oferta para atender uma
demanda que não para de crescer”,
aponta Moraes.
A explicação para essa procura,
conforme depõe o dirigente do Frigorífico Silva, está mesmo na qualidade
verdadeiramente diferenciada do gado
Angus abatido segundo as especificações do programa da ABA. “Isto além
de ótima conformação frigorífica de
carcaça que permita cortes diferenciados e sanidade perfeita”, qualifica
Gabriel Moraes.
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Por que chancelar leilões?
Foto: Horst Knak / Agência Ciranda
Fábio Gomes, promotor de
um dos mais requintados leilões
de Angus – na verdade sempre um
verdadeiro leilão show - realizado
em território nacional, sempre fez
questão de chancelar seus eventos,
por acreditar que isto representa
uma garantia a mais para o leilão,
pelo apoio técnico e promocional
que o remate recebe e também como
criador e ex-dirigente da ABA, de
apoio à raça como um todo.
Ângelo Tellechea diz que o
chancelamento significa que o
evento está respaldado por uma unificação promovida pela área técnica
da Associação, e a oferta de animais
está plenamente de acordo com os
requisitos exigidos para suas respectivas classificações. Além disso,
conforme destaca o tecnificado dirigente da Umbú, o leilão chancelado
assegura a presença do técnico da
Associação no local do evento para
esclarecimentos sobres os animais
em oferta, e considerando que este
técnico é isento, isto qualifica suas
orientações. Ele ressalta também
o amparo promocional na área de
Fabiana Gomes e Luis Anselmo Cassol
Por Alexandre Gruszinski
A
no a ano o número de participantes vem aumentando e
os resultados comprovando
a certeza da opção. O trabalho promocional realizado pela ABA para a
divulgação dos leilões chancelados
envolve os departamentos de marketing e Comunicação e técnico da
entidade. Pecuaristas de porte como
Valdomiro Poliseli Jr., da VPJ Pecuária, de Jaguariúna, SP, Edmundo
Barbará Ferreira, da Cabanha Santa
Clara, de São Borja, RS, Antônio
Maciel Neto, da FSL Angus Itu, de
Itu, SP, Fábio Gomes, da Cabanha
Catanduva, de Cachoeira do Sul,
RS, e Ângelo Tellechea, da Cabanha
Umbu, de Uruguaiana, RS, além
Foto: Luiz Amaral / ABA
Antonio Maciel Neto
de muitos outros selecionadores de
Angus, avalizam o diferencial que os
leilões chancelados oferecem.
Para Edmundo Ferreira, que há
quatro anos realiza seus leilões com
a chancela da ABA, a ampla divulgação que estes leilões têm em todo
o território nacional é um fator de
destaque. “A Associação providencia
toda a divulgação e o remate fica
com um grande diferencial”, afirma
ele. Já Valdomiro Poliseli Jr, que
realiza dois leilões anuais, diz que
os eventos chancelados seguem as
orientações técnicas da ABA em
termos de qualidade. “Tanto a qualidade dos produtos à venda, quanto
à divulgação do evento, são muito
importantes para um bom resultado.
Além disso, o criador que realiza um
leilão chancelado está dando apoio
à associação”, destaca ele.
Antônio dos Santos Maciel
Neto, que começou a chancelar seus
remates em 2009 e já está com a
programação para seu terceiro leilão,
que irá realizar no 3º sábado do mês
de setembro, destaca que este tipo
de evento atinge dois públicos: “os
que já são criadores há mais tempo
conhecem quem está vendendo e
conhecem a oferta e a chancela dá
uma garantia adicional. Mas para
os novos criadores, principalmente
aqui em São Paulo e no Centro
Oeste, a chancela é uma segurança,
porque tem o aval técnico da ABA”,
conclui.
Foto: Divulgação / ABA
Entrando no seu 8º ano de realização, os Leilões Chancelados
pela Associação Brasileira de Angus (ABA) já conquistaram
definitivamente o interesse dos associados, que autorizam o
chancelamento de seus eventos comerciais apostando num
resultado que supere as expectativas.
Valdomiro Poliseli Jr
divulgação do evento que é realizada pela área de comunicação da
Associação.
Crescimento
Os primeiros leilões chancelados pela ABA foram realizados em
2003, com a promoção de apenas
dois eventos. Em 2005 o número
de leilões já havia saltado para 16, e
anualmente novos associados foram
se juntando a esta promoção.
Em 2009 o total de eventos
chancelados foi de 39, e a abrangência já atingia os estados do Rio
Grande do Sul, Paraná e São Paulo.
No ano passado foram realizados 37
leilões sob a chancela da ABA.
Chancelados neste
primeiro semestre
Para o primeiro semestre deste
ano já estão agendados como chancelados os seguintes eventos:
> 4° Leilão Conexão Angus
– Produtores e Cruzamentos, no
dia 14 de abril, no Parque de Exposições da Sociedade Rural do
Paraná (SRP), durante ExpoLondrina 2011, promoção de Antonio
Francisco Chaves Neto (Toninho).
Oferta de 20 touros Angus PO e
500 animais cruza Angus, a partir
das 20h, no Recinto de Leilões
Abdelkarim Janene.
> 32° Leilão de Elite Cabanha
Santa Clara e Convidados, de Edmundo Bárbara Ferreira, ofertará 40
touros Angus PO (Puro de Origem)
e PC (Puro por Cruza) e mais de 600
novilhas Angus e de outras raças,
no dia 15 de abril, a partir das 14h,
Recinto de Leilões do Sindicato
Rural de São Borja (RS), Parque
de Exposições Serafim Dornelles
Vargas, com transmissão ao vivo
pelo Canal Rural.
> 1º Leilão Royal Angus, promoção da Reconquista Agropecuária, de José Paulo Cairoli (Alegrete/
RS), e da Cabanha da Corticeira, de
Luis Anselmo Cassol (São Borja/
RS), dia 15 de abril, às 20h, durante
a ExpoLondrina 2011. O remate
oferece fêmeas Aberdeen Angus
PO, prenhezes e sêmen do grande
campeão da Expointer 2010, Reconquista Naco. O evento contará com
a venda de 25 lotes de fêmeas Angus
elite e 15 lotes de fêmeas rústicas.
> Leilão Virtual Angus Produção, dia 21 abril às 14h, com Transmissão pelo Canal Rural. Irão à pista
60 lotes ofertando 100 fêmeas PO a
campo. Realização da Casa Branca,
HR, 3E e Fumaça.
> Remate de Elite Raça e Tradição, dia 13 maio, às 18h30min.
Promoção do Núcleo Angus Três
Fronteiras, no Parque do Sindicato
Rural, durante a Expo Outono de
Uruguaiana, RS.
> Vendas Diretas Cabanha
Umbu, dia 15 maio, às 14h30min –
Cabanha Umbu – Uruguaiana/RS
> IV Leilão Catanduva Red
Concert, 27 de maio, às 21 horas,
promoção de Fábio Gomes, com
transmissão ao vivo pelo Canal Ru-
ral. Ao todo, 40 lotes de fêmeas elite/argola, com idade média entre 2
e 3 anos, serão ofertadas no remate,
que recebe compradores das regiões
Sul e Sudeste, além de investidores
dos países vizinhos – Argentina e
Uruguai. Algumas vacas doadoras
importantes também participarão
do leilão, como 533 Catanduva
Latina.
> Leilão Outono Angus Show,
dia 28 maio – 16h – Pista J - Parque
de Exposições Assis Brasil – Esteio
> Leilão Prime Angus, dia 15
junho – 20h – Tatersal 1- Centro
de Exposições Imigrantes - durante
a 17º Feicorte – São Paulo/SP
Divulgação
A ABA providencia a distribuição de press releases com informações completas sobre os leilões a
todos os veículos de Comunicação
que tem setores voltados a atividade
primária no País e no âmbito do
Mercosul. A divulgação também é
feita no site da ABA, no poderoso
jornal Angus@newS e no Anuário
Angus.
As informações se relacionam a
pré-venda e a pós-venda. Um técnico
designado pela ABA dá todo o suporte aos compradores no dia do leilão,
fornecendo dados sobre a genética
dos animais a venda. A Associação
também envia os folders eletrônicos
recebidos, referentes à divulgação
particular do leilão chancelado, e ainda, informa, via newsletter, a todos
associados, parceiros e interessados,
as informações do evento através do
release publicado no site. Outra contrapartida da ABA ocorre através de
anúncios publicados em destacados
veículos de Imprensa, como revistas
e jornais especializados.
Foto: Divulgação / ABA
José Paulo Cairoli
NOTÍCIAS DA ABA
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NOTÍCIAS
Hora de coletar dados
para o Promebo
ExpoLondrina 2011:
vem aí mais um show Angus
Este é o momento estratégico para os criadores providenciarem as rotinas de avaliações
genéticas de seus rebanhos para o Promebo.
É hora de remeter ao programa os dados de
nascimento da terneirada (bezerrada) da safra
de 2010, uma vez que a maior parte destes nascimentos ocorreram na última Primavera. “São
os procoletas, como chamamos esse formulário,
diz o coordenador técnico do Promebo, Leonardo Talavera Campos.
Na desmama, o produtor precisa pesar os
animais e fazer as avaliações por escores visuais,
a saber: conformação, precocidade, musculatura, caracterização racial e pelame.
Todas essas avaliações precisam ser realizadas pelos técnicos credenciados pela Associação
Brasileira de Angus (ABA). De posse desses
dados – explica Leonardo – os técnicos do
Promebo vão proceder às avaliações genéticas
e gerar os relatórios para a seleção. Os animais
que estão com um ano e também os de sobreano
(ano e meio), nascidos em 2009 ou no Outono
de 2010, também devem ser avaliados e seus
dados remetidos ao Promebo. Caso algum produtor ainda não tenha recebido os procoletas,
inclusive para fazer o pós desmama, deve fazer
contato com a ANC – Herd Book Collares:
53.3222.4576.
Conforme Leonardo Campos, nesta segunda fase, além dos dados coletados na desmama,
Foto: Horst Knak / Agência Ciranda
José Roberto Pires Weber
é hora de fazer também a medição do perímetro
escrotal dos machos, assim como a contagem
de carrapatos. E vem aí as avaliações por ultrassonografia. Os interessados devem fazer
contato com a Associação Brasileira de Angus
para ter mais informações sobre como proceder
para participar desta nova fase, que está sendo
implantada pela associação.
“Genética é um processo demorado, complicado e difícil e a gente precisa se utilizar de
todas as ferramentas disponíveis no mercado
para poder progredir e ter sucesso e reconhecimento na seleção de reprodutores”. Quem
faz essa afirmação é o tradicional selecionador
de Angus e atual vice-presidente da ABA, José
Roberto Pires Weber. Ele revela que em sua
Estância Santa Thereza, em Dom Pedrito,
RS, toca a seleção de seus animais através do
Promebo desde 1978.
“Entendemos que é mais do que importante fazer isso. É um compromisso para quem
pretende produzir e ofertar reprodutores ao
mercado”, adverte o rígido Weber. Para ele, o
Promebo é um excelente programa de seleção
e de melhoramento genético para quem quer
efetivamente progredir na atividade pecuária.
“Já na primeira seleção, feita através do Promebo, o produtor vai notar os resultados”, afirma
o criador, que atualmente é também presidente
do Sindicato Rural de Dom Pedrito.
Weber revela que, na mangueira, com machos e fêmeas separados, ele atribui notas de
1 a 5 e separa os animais; e dá notas de 6 a10
no restante. Depois, no grupo de 1 a 5, ainda
descarta alguns, e no grupo de 6 a 10 dá mais
uma revisada prá ver se aproveita um ou mais
animais. O descarte é feito ao sobreano.
São muitos os criadores que atualmente
participam e avaliam seus animais a partir do
Promebo. Weber é apenas um dos exemplos
da preocupação que esses criadores têm, a cada
ano, com a correta coleta dos dados, porque
sabem que disso depende o sucesso de seus
empreendimentos na chamada pecuária de
resultado.
Foto: Luiz Amaral / ABA
Foto: Horst Knak / Agência Ciranda
Fotos: Divulgação / ABA
Fábio Medeiros
A importante ExpoLondrina 2011 – “O show de
quem produz”, este ano em sua 51ª edição, realizase de 07 a 17 de abril, no parque de exposições
Governador Ney Braga, em Londrina, PR. Integrante do circuito do Ranking Angus e totalmente
coordenada e organizada pela Associação Brasileira
de Angus (ABA), a mostra de Angus acontece no
chamado Segundo Turno da exposição, que vai de
12 a 17 de abril.
A raça Angus apresenta um total de 170 animais,
inscritos por 22 criadores oriundos do Rio Grande
do Sul, São Paulo, Paraná e de Minas Gerais.
Na programação, a entrada dos animais Angus
fica para os dias 11 e 12; dia 12, a partir das 8h, no
recinto Milton Alcover, a ABA realiza o Seminário
sobre Produção Carne de Qualidade; a admissão tem
como data base o dia 13; no dia 14 às 9 horas será
realizado o Curso de Jurado Jovem; já no mesmo
dia às 17h haverá o julgamento dos lotes ao leilão
e às 20h o 4º Leilão Conexão Angus (chancelado
pela ABA).
Os julgamentos de machos será dia 15, às 10h,
na pista central do parque. Também no dia 15, às
20h, ocorre o 1º Leilão Royal Angus (chancelado
pela ABA) e os julgamentos de fêmeas está marcado para as 10 do dia 16 de abril, também na pista
central do parque. A confraternização e entrega de
prêmios será a partir das 18h do dia 16 de abril, no
Estande Angus.
Durante toda a ExpoLondrina 2011, um técnico
e uma promotora da Novartis, parceira da ABA,
estarão junto ao estande da Angus, no parque de
exposições, para assessorar os associados em questões
ligadas a sanidade animal.
Seminário
As tendências na produção de carne de qualidade, a padronização dos animais, a precocidade de aca-
Flávio Alves
bamento e uma melhor remuneração dos pecuaristas
são os temas básicos do Seminário sobre Produção de
Carne de Qualidade, que a ABA estará promovendo
no dia 12, durante a Expo Londrina.
O evento é destinado aos produtores rurais,
técnicos e estudantes de ciências agrárias e segundo
Fábio Medeiros, subgerente da ABA e coordenador
técnico do Programa Carne Angus Certificada, os
técnicos da Ultrabeef farão demonstração prática
de avaliação de carcaças pela técnica de ultrassonografia em animais vivos, como um dos destaques
do evento.
Entre os temas que estarão sendo tratados,
estão IATF (Inseminação Artificial a Tempo Fixo),
um salto no melhoramento genético; Tendências
na produção de carne de qualidade; Vantagens da
ultrassonografia de carcaça no melhoramento genético e no confinamento; e palestra sobre o Projeto
Fomento Marfrig, que tem como base a padronização dos animais a partir da genética diferenciada e a
consequente melhor remuneração dos produtores.
O seminário, que tem apoio da Ouro Fino Saúde
Animal, Ultrabeef, Frigorífico Marfrig, Mamelle
Assessoria e Programa Carne Angus Certificada.
Curso de jurados
O Quarto Curso Jurado Jovem que a ABA promove na Expo Londrina, será realizado no estande
da Angus, no parque, no dia 14, 9h. Estará a cargo
do Inspetor Técnico da ABA e jurado da Expointer
2010 dr. Flávio Montenegro Alves, da veterinária
Juliana Brunelli, Gerente da ABA, e do Subgerente
do Programa Carne Angus Certificada e técnico do
Melhoramento Genétido da ABA veterinário Dr.
Fábio Medeiros. O evento vai abordar questões
como o padrão racial, características importantes da
raça para observar e premiar nas pistas, introdução
ao julgamento e programas da ABA.
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Março / Abril de 2011
EXPOSIÇÕES
Angus decola em Avaré
Fotos: Luiz Amaral / ABA
Pista de Avaré mostrou que raça está amplamente adaptada às condições tropicais
A raça Angus fez bonito na 46ª Emapa (Exposição Municipal Agropecuária de Avaré), no interior
de São Paulo, mostrando animais de qualidade e tipo corretos, que pontuaram ao Ranking Nacional
da raça Angus. Promoção conjunta da Associação Brasileira de Angus (ABA) e com a impecável
organização do Núcleo de Criadores de Angus de São Paulo ( o Núcleo Angus São Paulo), a mostra
que se desenvolveu de 11 a 27 de março no Parque de Exposições Fernando Cruz Pimentel, em
Avaré, contou com uma representação de 108 animais (36 machos e 72 fêmeas), apresentados por
10 criadores/expositores de São Paulo e também de Minas Gerais. Representou também a estréia da
Angus em exposições ranqueadas neste 2011.
Por Eduardo Fehn Teixeira
Enviado especial a Avaré
O
presidente da ABA, Paulo
de Castro Marques, que
participou ativamente de
todos os momentos do evento em
Avaré, inclusive expondo animais de
sua propriedade e torcendo à beira da
pista, não tem dúvidas de que a raça
Angus precisa mostrar ao Brasil o seu
potencial no aumento da produção
de carne bovina de qualidade. “É uma
carne voltada para mercados exigentes, capazes de remunerar melhor ao
produtor. E o que é mais importante:
a raça já está plenamente adaptada
às condições tropicais”, diz, com seu
habitual e contagiante otimismo.
Já o dirigente do Núcleo Angus
São Paulo, Renato Segura Ramires
Júnior, apontou para os ganhos qualitativos que os plantéis de fora do
Rio Grande do Sul, e principalmente
os de São Paulo, vem apresentando,
especialmente nos últimos três anos.
“Estamos no caminho e assimilamos
com rapidez a produção e a criação
do Angus ideal, mas sempre vamos
precisar do apoio dos gaúchos, que
são os precursores do melhor que há
no Brasil em genética Angus”, avalia.
Junto com Castro Marques, Renato
Ramires compete no item entusiasmo
pelas conquistas da raça Angus ... Foi
o mais puro otimismo em dose dupla,
impulsionando a expansão da raça no
centro do País!
Road Show
A programação da raça Angus contou com inúmeros eventos durante a
mostra de Avaré. Foi mesmo uma movimentação para preocupar neloriasta!
E, óbvio, a maior parte desses momentos regados com a fantástica Carne
Angus, grelhada na hora e distribuída
a todos, com seu inigualável sabor e
maciez dificilmente encontrada...
O subgerente da ABA, Fábio
Medeiros, participou ativamente,
realizando palestra a um grupo de
jornalistas de várias partes do Brasil
- que integravam um "Road Show"
- sobre o Programa Carne Angus
Certificada e sobre as vantagens do
uso da genética Angus como incontestável melhoradora do zebu. Fábio
também esclareceu dúvidas de produtores sobre detalhes do Programa
Carne Angus e acerca das possibilidades de investidores nas aplicações/
investimentos no consagrado produto
Angus. “Não é por acaso que Angus
é sucesso nos Estados Unidos e em
vários países do Primeiro Mundo”,
lembrou e justificou o preparado
técnico da ABA.
Como cuidar de Angus?
Os técnicos e selecionadores gaúchos Luiz Felipe Cassol (Cabanha
Corticeira, de São Borja, RS) e Átila
Dornelles (Cabanha Olhos D’Água,
do Alegrete), prenderam a atenção
de um bom grupo de tratadores de
animais e de cabanheiros, no dia 17
de março, ao ministrarem o 2º Curso
de Formação de Cabanheiros.
Orientações objetivas
Dos dias 16 a 18, os técnicos da
ABA Tito Mondadori, Rednilson
Goes (o Redão) e Antônio Franscisco
Chaves Neto (Toninho) estiveram à
disposição de produtores e investidores para com orientações objetivas,
esclarecer dúvidas sobre cruzamento
industrial, além de demonstrar todas as
vantagens dessa técnica extremamente
vantajosa para produção de carne macia e saborosa, em menos tempo e com
redução sensível de custos.
A escolha dos campeões
Os julgamentos de classificação da
raça Angus estiveram a cargo do objetivo jurado argentino Ariel Macagno,
que apontou os campeões machos na
tarde do dia 18 e as fêmeas na manhã
do dia seguinte. Macagno é tradicional
criador de Angus em sua Cabanha
Conti Antú, na Pampa argentina.
Com a pista rodeada de criadores
que vibravam a cada nuance, torcendo
por seu animais e brincando com os
colegas, Macagno trabalhou com o
apoio de Toninho e Rednilson como
secretários de pista, da subgerente administrativa da ABA Katiulci Santos,
que lançou as premiações dos animais
em tempo real, para que, pela primeira
vez nas exposições da ABA, pudesse
ser divulgado ao final do julgamento o
resultado parcial do ranking de expositores e criadores. A novidade agradou
aos associados, mostrando a transparência com que a ABA busca atuar nas
mostras ranqueadas. O mais que gaúcho
Tito Mondadori (chamando a todos
de “Che”, como na Fronteira gaúcha)
anunciava no sistema de som cada um
dos momentos de premiação. Macagno,
com seu simpático portunhol, por várias
ocasiões explicou suas decisões e fez comentários sobre os animais em pista.
Touros para cruzamento
Ainda em meio aos julgamentos,
à noitinha, no estande da Angus no
bem parado parque de Avaré, Paulo
Marques, Renato Ramires e staff, receberam três pesquisadores do Instituto de
Zootecnia do Estado de São Paulo (IZ),
também ligados à universidade de Botucatu (UNESP). As palestras, conversas
e debates, com intervenções firmes do
comprometido Tito Mondadori (que
com sua energia chegou por vezes a
assustar), tinham como meta a busca
da formatação de um programa de
avaliação de progênie de reprodutores
Angus no cruzamento industrial.
Também apresentou seus trabalhos de pesquisa, buscando novas
ferramentas de seleção genética (e aí
a polêmica), o pesquisador Newton
Tamassia Pegolo, que além de criador
de Angus em Avaré, ligado ao Núcleo
Angus São Paulo, é integrante da Comissão Técnica de Bovinocultura de
Corte da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento de São Paulo.
“Precisamos desenvolver estas
ferramentas para podermos recomendar nossos touros a partir de avais de
instituições técnicas e de pesquisa reconhecidas no meio”, justificou Paulo
de Castro Marques.
Marfrig e CRV Lagoa direto
Outros que se fizeram presentes
com vivo interesse durante todos os
dias nos quais a raça Aberdeen Angus
esteve em destaque na programação
de Avaré foram o zootecnista Luciano
de Andrade, Gerente de Fomento do
atuante Frigorífico Marfrig e Cristiano
Leal, também zootecnista e Gerente
Corte Taurinos, um dos coordenadores do Teste de Performance da CRV
Lagoa.
Luciano chegou no início dos
trabalhos para “dar uma passadinha”,
mas foi ficando e ficou de vez ... Em
contato com os técnicos e produtores,
ele não se cansou de explicar detalhes
sobre o as estratégias da área de fomento do Marfrig e falar sobre a nova
marca de carne Seara Angus, citando
as vantagens oferecidas pelo frigorífico
aos produtores interessados em gerar
animais de padrão Angus, resultantes
de cruzamentos com zebuínos, para
abate nas plantas do Marfrig.
Já Cristiano fazia contato com os
técnicos da ABA e com os criadores
de Angus, destacando a importância
da inclusão de touros da raça no
próximo Teste de Performance que a
cenral está promovendo. “Queremos
os melhores touros, para mostrar as
enormes qualidades de performance
da raça para todo o Brasil”, diz ele,
exaustivamente.
Núcleo São Paulo
A feira de Avaré foi concluída com
uma concorrida reunião entre os integrantes do Núcleo Angus São Paulo.
Coordenada por Renato Ramires, os
criadores aproveitaram a presença de
bom número de selecionadores de Aberdeen Angus ligados ao núcleo, para tratar
de questões pontuais e planejar novos
avanços para a raça Angus naqueles pagos
e Brasil afora. Paulo Marques era dos
mais entusiasmados no encontro.
Renato Ramires e Paulo de Castro Marques
>>>
LEILÃO NOVA ERA
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EXPOSIÇÕES
Curso de Cabanheiro
A importância do tratador para o avanço da raça no País
Fotos: Luiz Amaral / ABA
dado nos fundamentos quando os
animais são mostrados ao público e
ao jurado.
“Independente do nível genético
e de competição do criatório envolvido é essencial para o produtor e de
responsabilidade das associações, que
os animais sejam bem preparados na
hora da apresentação nos julgamentos
e remates”, justifica Cassol.
Luis Felipe Cassol, Átila Dorneles e Renato Ramires Jr, com o tratador Dio
O treinamento e profissionalização dos tratadores e cabanheiros que está sendo
desenvolvido pela ABA é a chave para a compreensão do correto manejo dos
animais e pode acelerar o desenvolvimento da raça Angus no Brasil
E
ntregar um excelente exemplar Aberdeen Angus para ser
apresentado na pista por um
amador é mais ou menos como colocar um motorista de ônibus a pilotar
um Fórmula 1. E segundo os técnicos
e criadores gaúchos Luis Felipe Cassol
(leia-se Cabanha da Corticeira, de
São Borja, RS) e Átila Dorneles (da
Estância Olhos D’Água, do Alegrete),
que pela segunda vez ministraram o
Curso de Cabanheiro ou Tratador,
agora durante a Exposição de Avaré,
no interior de São Paulo, saber cuidar
e criar animais da raça Angus é a base
para todo o desenvolvimento desta
genética no Brasil, sejam animais
focados nas pistas de julgamentos,
no show, sejam exemplares rústicos,
destinados à produção de campo.
“A meta é a mesma: produzir carne
de qualidade, para atender melhor
ao mercado e buscar remunerações
superiores à toda a cadeia da carne”,
enfatizam os experts.
Via de regra – diz Átila – fora
do Rio Grande do Sul, da Argentina e do Uruguai, os tratadores
só tem experiência em cuidar e
tratar de zebuínos. Mas é preciso
muito mais conhecimento quando
se fala em Angus, uma raça que se
por um lado é mais sensível, por
outro, se corretamente conduzida,
proporciona respostas mais rápidas
e de muito mais qualidade na carne
que produz.
Já Luis Felipe argumenta que
um excelente animal, quando é mal
preparado e apresentado numa pista
de julgamento bastante concorrida,
pesada, como vem sendo as pistas de
Angus, por certo estará arriscando a
perder valiosos pontos na competição com os demais exemplares. “E
assim é também com o rústicos, porque afinal a raça é uma só, e precisa
de todo o know how possível para
expressar a sua real potencialidade”,
assegura.
O início
Foi justamente pensando nessas
situações que a Associação Brasileira
de Angus (ABA), atenta às necessidades de seu segmento Brasil afora,
organizou, pela primeira vez durante
a Expointer 2010, um Curso de Cabanheiro. “Afinal, o conceito atual
alcançado pelo produto Angus estava
a exigir esta ação, que nada mais é do
que a preparação de uma base sólida
para que a raça ganhe cada vez mais
espaços, como virtual melhoradora
da pecuária e da carne brasileira”,
examina o presidente da ABA, Paulo
de Castro Marques.
“Precisamos estar sempre atentos
e constantemente preocupados com
os aspectos que contribuem de forma
efetiva para o aperfeiçoamento de
nossa raça”, sintetizam os especialistas
Átila e Luis Felipe.
Destinado principalmente aos
tratadores das cabanhas de Angus, aos
novos criadores e demais interessados
nas particularidades da raça, o curso,
que será exaustivamente aperfeiçoado e repetido pela ABA, em
Avaré novamente registrou
enorme sucesso. “Reunimos
15 participantes em Avaré. E
a peonada ficou mais do que
satisfeita com os ensinamentos transmitidos. Afinal, tudo
é fácil, quando se sabe”, lembrou o articulado presidente
do Núcleo Angus São Paulo,
Renato Ramires.
Conforme explica Luis
Felipe Cassol, esta é a raça
que mais cresce no País e as
maiores cabanhas, difusoras
de genética de ponta, estão
mostrando seu trabalho nas
pistas, daí justificar-se o cui-
Capacitação
O curso quer capacitar os profissionais para um mercado carente de
mão de obra qualificada e permitir
que os novos criadores e investidores
possam competir em igualdade de
condições com as cabanhas mais
tradicionais.
Para Átila Leães Dorneles, além de
preparar os profissionais que já atuam
nesta área, é necessária a formação
de novos e melhores cabanheiros e
tratadores, que vão atender a um
mercado em ampla expansão. “Exigese hoje total comprometimento dos
colaboradores envolvidos no processo de criação e apresentação dos
animais em pista”, explica Dorneles,
ao reconhecer que a disseminação do
conhecimento vai facilitar o caminho
deste novo criador.
O curso contou com apresentações teóricas e aulas práticas. E
a parte prática teve a utilização de
animais pré-selecionados. Foram
tratados temas desde a postura do
cabanheiro, nutrição, identificação,
até a orientação quanto ao uso dos
melhores equipamentos de preparo
dos animais ao ingressar na pista,
entre outros itens.
“O Curso teve uma aceitação
fantástica, vagas lotadas e com toda a
certeza o seu objetivo foi alcançado,
que era realizar essa troca de experiência e conhecimento entre seus participantes, promovendo a integração
entre cabanheiros mais experientes,
tratadores, e novos criadores da raça,
para que possam futuramente representar o seu criatório e a raça Angus
da maneira mais qualificada possível”,
avaliou a Gerente da ABA, veterinária
Juliana Brunelli.
Achei que era mais trabalho,
mas o curso me encantou
Foi o que disse, de pronto, depois
de participar do curso, o tratador
Jociel Santos de Oliveira – o Dio,
como é conhecido entre seus colegas,
tratadores de Angus de São Paulo.
Ele trabalha há cinco anos na HR
Agropecuária, em Pontalinda, SP.
“o patrão, Luiz Henrique Campana
Rodrigues, me inscreveu no curso.
Aí achei que era mais trabalho para
mim em Avaré. Mas fazendo o curso,
descobri e aprendi tantas coisas que
fiquei realmente encantado”, declarou Dio.
Como grande novidade, ele citou os métodos de preparação e de
desenvolvimento dos animais, para
a apresentação na pista, aos olhos
do jurado. “Nos ensinaram como
e onde fazer a tosa, como tornar
os animais mais dóceis para serem
cabresteados e até alguns macetes
de posturas e com o uso da picana,
para que o animal mostre todo o
seu potencial frente ao jurado”,
vibrou o cabanheiro. Dio observou
que o curso foi unânime entre seus
colegas. “Todos gostaram e querem
mais”, exclamou.
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Equipe da ABA que trabalhou em Avaré
RANKING
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EXPOSIÇÕES
Março / Abril de 2011
Os campeões e a palavra do jurado
Fotos: Luiz Amaral / ABA
Jurado Ariel Macagno considerou os animais muito bem apresentados e fez recomendações aos expositores
Em suas eleições na pista de Avaré,
nas fêmeas o jurado Ariel Macagno
apontou o exemplar 3E Jóia A 298,
da 3E Agropecuária, propriedade
do selecionador Renato Ramires Jr,
de Catanduva, SP, como a Grande
Campeã Angus, e como Reservada
de Grande Campeã da raça elegeu
a fêmea FSLH Dourada TE 605,
apresentada pela HR Agropecuária,
do expositor Luis Henrique Campana
Rodrigues, de Pontalinda, SP. O prê-
mio de Terceira Melhor Fêmea ficou
para FSLI Mafalda 901, da FSL Angus Itu, propriedade do selecionador
Antonio Maciel Neto, de Itu, SP.
Já nos machos, o Grande Campeão da raça foi o animal Garupá
7880 Dateline, levado à pista pelo
expositor Eloy Tuf fi, da Fazenda
MC, de Espírito Santo do Pinhal, SP.
O Reservado de Grande Campeão
foi o touro Cassol R900 Rabino,
da Angus Lago Dourado, de Celso
Camargo Guazzo, de Pirajú, SP e o
Terceiro Melhor Macho ficou para
o animal Kandir da Fumaça TE, da
Agropecuária Fumaça, de Elio Sacco,
em Paranapanema, SP.
Observações no bastidor
Começando pelas fêmeas, Macagno disse ter encontrado um nível
bem superior ao que viu nos machos
(considerando que é bem mais difícil
fazer um bom macho que uma boa
fêmea). Achou os exemplares muito
bem apresentados, musculosos e sem
perder a feminilidade, com boa profundidade e bons úberes.
Nos machos, o jurado destacou
quatro ou cinco animais como exemplares de ponta. “Vi touros muito
funcionais, com boas costelas, musculosos e de correta figura em termos
de caracterização racial.
Com sua experiência, ele reco-
mendou aos criadores que manejem
um pouco mais os animais, de forma
a se apresentarem melhor numa pista
de julgamentos - mais obedientes e
mais calmos. Recomendou também
não superalimentar os animais e
prestar mais atenção na correção das
cabeças. Viu um tipo muito bom,
muita qualidade e caracterização racial
e um frame de acordo com que se está
buscando na raça e de acordo com as
exigências do mercado.
>>>
Grande Campeão
Reservado de Grande Campeão
3º Melhor Macho
Grande Campeã
Reservada de Grande Campeã
3ª Melhor Fêmea
EXPOSIÇÕES
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EXPOSIÇÕES
Núcleo São Paulo quer parceria de gaúchos
Fotos: Luiz Amaral / ABA
Numa conversa à beira da pista de julgamentos de Angus, na
mostra de Avaré, o articulado presidente do Núcleo de Criadores
de Angus de São Paulo (o Núcleo Angus São Paulo, como ficou
conhecido), Renato Ramires, titular da 3E Agropecuária, abriu
seu coração para o Angus@newS, e também mostrou que é
literalmente apaixonado pela raça que cria.
R
amires contou que o primeiro
desafio que teve na direção do
grupo de criadores paulistas
que compõem o Núcleo foi a desagregação. “Não é novidade que a união
faz a força”, observou, alegando que
além dos esforços de seus antecessores,
ele levou quase um ano para fazer os
criadores compreenderem que todos
precisavam estar juntos e tratar de seus
desafios e objetivos de forma coesa e
pontual.
“Antes, todos se encontravam nas
exposições, se cumprimentavam, disputavam os prêmios na pista e depois
iam embora. E, vendo isso acontecer,
eu pensava: assim não dá, assim não
é possível ...”, lembra o dirigente,
que como a maioria dos criadores
de Angus de São Paulo, também é
um “empresário de outros ramos de
negócios”.
Hoje, conforme relata, orgulhoso,
o presidente do Núcleo Angus São
Paulo, são feitas reuniões mensais,
onde são analisadas as barreiras que
estão sendo percebidas pelos criadores
e criados os planejamentos estratégicos das ações que vão encaminhar à
solução dos entraves e ao crescimento
da raça naquela importante região
do Brasil.
“Esses nossos encontros são mensalmente pautados e realizados em
São Paulo/capital. E não lembro de
alguém ter faltado”, conta Ramires,
alegando que ainda são poucos para
o potencial representado pela raça eram 12 criadores no núcleo, até a
mostra de Avaré, onde entretanto se
Renato Ramires Jr festejou o sucesso da mostra de Avaré
percebia contados de novos investidores...
Um apelo aos gaúchos
E neste ponto, ao observar que
São Paulo funciona como a mais
eficaz vitrine de formação de imagem
e de vendas do País para qualquer produto - e por certo para a raça Angus
- Ramires fez um apelo regado a franca
emoção e direcionado aos criadores
gaúchos. “Em nossas exposições,
leilões e promoções envolvendo animais, precisamos muito da presença
dos gaúchos, dos criadores de Angus
do Sul e de seus fantásticos animais”,
proclamou ele.
Ramires aponta que os gaúchos
são os pioneiros na raça. Sabem
sobre ela muito mais do que se
possa imaginar. São mesmo autênticos criadores, e seus animais
formam o que há de melhor em
Angus no Brasil, e porque não dizer na Argentina, no Uruguai e no
mundo. “Afinal, na vitrine sempre
deve estar o que há de melhor”,
argumenta o dirigente do Núcleo
Angus São Paulo.
“Esses nossos encontros são
mensalmente pautados e realizados
em São Paulo/capital. E não lembro de alguém ter faltado”, conta
Ramires, alegando que ainda são
poucos para o potencial representado pela raça - eram 12 criadores no
núcleo, até a mostra de Avaré, onde
se percebiam contatos de novos
investidores ...
Em Avaré, a vibração dos novos criadores
“Eles inscrevem dois ou três
animais, comparecem na exposição
trazendo toda a família, acompanham
os julgamentos com vivo interesse e
vibram muito, mesmo se um de seus
exemplares receber apenas uma menção honrosa”, ilustra, falando sobre os
novos criadores de Angus, o técnico
credenciado pela Associação Brasileira
de Angus (ABA) baseado em Arapongas, PR, Antonio Francisco Chaves
Neto – o Toninho, que durante os
julgamentos em Avaré atuou como
secretário do jurado argentino Ariel
Macagno.
Queremos ser
referência em Angus
Guilherme Geraldi, médico veterinário que trabalha junto com o Tio,
Israel Geraldi, da Cabanha da Prata,
de Itatiba, SP, cria Angus desde 2005.
“Vi na mídia o circuito e detalhes sobre a raça, me informei sobre sua performance e diferenciais em termos de
produção e me interessei. Aí fui num
leilão da Fazenda MC, de Eloy Tuffi,
e comprei quatro animais, e no ano
seguinte adquiri mais cinco. Também
comprei Angus da VPJ Pecuária, do
Valdomiro Poliseli Jr e mais animais
do criador Antonio Maciel Neto, da
FSL Angus Itu”, relatou Guilherme.
Ele inclusive, com orgulho, contou
ter registrado um recorde quando
comprou um touro de campo por R$
10,8 mil na Expovel 2010.
Hoje a Cabanha da Prata já tem
produção própria de Angus, com
um plantel formado por cerca de 40
animais selecionados. “Nossas metas
são audaciosas”, informou Guilherme
Geraldi, observando que pretendem
se tornar referência como cabanha de
elite na criação de Angus e na geração
de reprodutores ao mercado,e também almejam lotear campos maiores
para implantar a produção de animais
meio sangue, para entrega ao abate no
Programa Carne Angus Certificada,
da ABA.
Angus é lucrativo e
é a melhor terapia
Com oito fêmeas Angus adquiridas da FSL Angus Itu em 2009, o médico (neurocirurgião) Erik Donatto
transformou o sítio de laser da família
na hoje Cabanha Santa Helena, em
Santa Adélia, SP.
“Sempre gostei de gado e desde
jovem alimentei o sonho de um dia
ter condições de investir em pecuária.
E quando pude, procurei uma raça de
Erik Donatto
Rogerio Stein
comprovado resultado, chegando ao
gado Angus”, declarou o Dr. Erik,
que compareceu em Avaré com a
esposa e filho pequeno – “quero que
ele já tome gosto e conheça bem o
gado”, disse.
Erik comentou ter começado
com pecuária dois anos antes – em
2007 – com os sintéticos Brangus, por
achar que teriam melhor adaptação às
condições do ambiente onde fica sua
cabanha. “Mas depois percebi que o
Angus também se dá muito bem por
aqui, e como sou apaixonado por
um bom churrasco, passei a investir
também em Angus, que são meus
preferidos”.
Agora a Cabanha Santa Helena
tem plantéis de Brangus e de Angus.
São agora cerca de 200 animais Angus. Erik está de olho na genética,
quer fazer touros para alavancar o
mercado em São Paulo. Investe em
tecnologia e já está trabalhando com
cerca de 350 receptoras, de olho num
futuro rápido e de alta qualidade.
“Angus é lucrativo e é também a
melhor terapia”, conclui o Dr. Erik,
conhecido como um workaholic em
sua profissão.
Stein descobriu o Angus
como melhorador de carcaças
Outro que observava atentamente o
trabalho do jurado Ariel Macagno, em
Avaré, era o criador Rogério Francisco
Stein, das Fazendas Stein, em Cascavel,
PR. “A gente está sempre aprendendo”,
comentou ele, sem tirar os olhos da
pista.
Começou a investir em Angus há
cerca de três anos. Trabalha com gado
de corte, na realização de cruzamentos.
“Já usei Simental e Nelore, mas buscando
melhorar ainda mais o acabamento das
carcaças, descobri o Angus, que é um
gado fantástico”, descreveu.
Foi aí que Stein verificou que havia
espaço no mercado de sua região para
touros, para reprodutores Angus. “Temos um clima de baixas temperaturas
e bons pastos e isto levou à implantação
de uma cabanha de Angus, hoje com um
plantel de 60 animais criteriosamente
selecionados”. Rogério viajou até Avaré
porque sabe que participar do circuito
Angus é importante, tanto para agregar
mais conhecimento como para conhecer
o mercado. “Quero produzir touros e
fêmeas de alta qualidade e faturar ainda
mais com um produto que é bom para
todo o mercado”, disse ele, referindo-se
ao gado Angus.
>>>
Março / Abril de 2011
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28
EXPOSIÇÕES
Março / Abril de 2011
Carcaça abatida:
A alavanca da genética Angus no Centro do Brasil
Fotos: Luiz Amaral / ABA
Tito Mondadori
Rednilson Moreli Góis
veterinário Tito Mondadori
é um gaúcho da Fronteria
radicado no Brasil Central há
alguns anos. Com eficiência indiscutível,
há anos ele trabalha na área de fomento
do Núcleo de Criadores de Angus de
São Paulo. Muito franco e com largo
conhecimento de produção pecuária e
especialmente de Angus, ele recordou
que há cerca de meia dúzia de anos foi
quando tudo realmente começou com
a raça Angus em São Paulo e no centro
do País. “No início foi lamentável. Os
investidores paulistas não conheciam
o gado Angus e adquiriram, até por
preços acima do mercado, animais não
adaptados, que deixavam a desejar em
performance”, diz o Dr. Tito, quase entristecido ao lembrar desses fatos. “Vi em
São Paulo e no Paraná vacadas que eram
lamentáveis, uma verdadeira refugagem,
adquirida sem os mínimos critérios de
avaliação”, conta o veterinário, que passou a chamar a atenção dos investidores
paulistas para a necessidade de assistência
técnica nesses negócios.
Aí surgiu outro momento, no qual
alguns criadores paulistas, descontentes
com suas compras na base da raça no
Brasil, imaginaram ter descoberto o
O
grande segredo do sucesso na formação
de plantéis Angus. “Eles foram para os
Estados Unidos, visitaram as fazendas
mais famosas em Angus de lá, trouxeram
fêmeas, embriões e sêmen, mas deram
com os burros n’água, porque desconsideraram algo de suma importância: o
meio”, avaliou Mondadori.
Mas segundo ele, hoje tudo já está
equilibrado. Especialmente os criadores
paulistas e paranaenses de Angus já fazem seus roteiros de visitas às principais
cabanhas gaúchas, e, alguns acompanhados de seus assistentes técnicos, já sabem
muito bem o que é bom, o que querem
em termos de animais.
“Esse ciclo de aprendizado, de idas e
vindas até que foi rápido. Levou pouco
mais de cinco anos. E agora o que está
impulsionando a genética Angus no
Centro do País é o Programa Carne
Angus Certificada. É a carcaça abatida
que vem funcionando como a mais forte
alavanca para a raça por esses pagos paulistanos”, afirma Tito Mondadori.
Tratadores: o gargalo para o
crescimento da raça no País
Isso mesmo. O tratador é neste
momento a grande barreira para que haja
rapidamente um maior desenvolvimento
da raça Angus, certamente do Paraná
para cima – São Paulo e Brasil Central.
Quem faz essa observação é o veterinário
e técnico credenciado da Associação
Brasileira de Angus (ABA), Rednilson
Moreli Góis – o Redão, como é conhecido no meio por criadores, técnicos e
tratadores de animais.
Segundo ele, esses tratadores estão
acostumados a cuidar de gados zebus,
especialmente Nelore, que são mais
rústicos e não exigem maiores conhecimentos. “Na verdade, só é preciso
suplementar na área de alimentação,
banhar no caso da apresentação em
pista numa exposição e ver que não falte
água”, diz Rednilson, observando que é
com esse tipo de gado que os tratadores
do centro do Brasil estão acostumados
a trabalhar.
“Aí, quando se trata de Angus,
que requer muito mais preparo, mais
profissionalismo, eles travam. É a resistência natural ao “novo”. Ninguém
ensina a eles como cuidar de Angus na
área de manejo, e como eles não sabem,
costumam não recomendar aos patrões
que façam investimentos em Angus, ou
quando o dono da fazenda compra Angus, o gado pode não ser bem adaptado
e deixar uma imagem errada”, explica
Redão.
Ele chega a brincar, dizendo que
falar em “terneira” e não numa “bezerra” para o tratador do Brasil Central é
gerar a sua total incompreensão. “Se
mandar ele buscar a terneira, é bem
capaz dele voltar com uma torneira”,
resume Rednilson.
Para o técnico, uma das melhores
iniciativas da ABA, com fortes reflexos na criação de Angus no centro
do Brasil e em outras regiões mais ao
norte está sendo a realização do Curso
de Cabanheiro, que pela primeira vez
aconteceu em Avaré. “Os tratadores
e até alguns proprietários de Angus
ficaram mais do que satisfeitos com
as dicas e os aprendizados que foram
disseminados e ensinados nesse curso,
que a ABA deveria repetir Brasil afora”,
recomenda o entusiasmado Redão.
“Eu mesmo, quando comecei a ter
contato com a raça Angus, passava
por apertos, por desconhecimento.
E quem me ensinou muito foi meu
colega e amigo Pedro Adair Fagundes
dos Santos, um dos primeiros técnicos
gaúchos a desbravar o interior de São
Paulo e a fomentar a criação de Angus
fora do Rio Grande do Sul”, recorda
Rednilson Góis, acentuando que a
adaptação do Angus no Brasil Central
hoje é uma realidade indiscutível.
DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DE AVARÉ
GRANDE CAMPEÃO
GARUPÁ 7880 DATELINE TAT.: 7880
Nascimento: 12/06/2008 Idade: 1007 dias
Pai: VERMILION DATELINE 7078
Mãe: AZUL 6169 7TROUXAS RELÂMPAGO
PESO: 1142 CE: 44,00
Expositor: ELOY TUFFI, FAZENDA MC, ESPÍRITO
SANTO DO PINHAL/SP
Criador: JOÃO VIEIRA DE MACEDO NETO
RESERVADO GRANDE CAMPEÃO
CASSOL R900 RABINO TAT.: R900
Nascimento: 15/11/2008 Idade: 851 dias
Pai: TRÊS MARIAS 6241 PAYADOR TE
Mãe: LAS MISSIONES DA CORTICEIRA L512
PESO: 965 CE: 36,00
Expositor: ANGUS LAGO DOURADO, PIRAJU/SP
Criador: LUIS ANSELMO CASSOL
3º MELHOR MACHO
KANDIR DA FUMAÇA TE TAT.: TE676
Nascimento: 28/01/2010
Idade: 412 dias
Pai: TRÊS MARIAS 6301 ZORZAL TE
Mãe: DORIS DA FUMAÇA TE 163
PESO: 563 CE: 36,00
AOL: 79,61 EGS: 5,42 P8: 9,53
Expositor: AGROPECUÁRIA FUMAÇA LTDA,
PARANAPANEMA/SP
Criador: AGROPECUÁRIA FUMAÇA LTDA
GRANDE CAMPEÃ
3E JÓIA A298 TAT.: TEA298
Nascimento: 19/03/2009 Idade: 727 dias
Pai: TRÊS MARIAS 6301 ZORZAL TE
Mãe: BECKTON EOLA K824 CH
PESO: 678 AOL: 96,46
EGS: 15,23 P8: 26,22
Expositor: 3E AGROPECUÁRIA LTDA, JOSÉ
BONIFÁCIO/RS
Criador: 3E AGROPECUÁRIA LTDA
RESERVADA GRANDE CAMPEÃ
FSL H DOURADA TE605 TAT.: TEH605
Nascimento: 23/11/2008 Idade: 843 dias
Pai: TRÊS MARIAS 6301 ZORZAL TE
Mãe: FSL E NARCISA TE89
PESO: 736 ER: C/ CRIA AO PÉ
Expositor: LUIZ HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES,
FAZENDA TABAPUÃ,
PONTALINDA/SP Criador: ANTÔNIO MACIEL NETO
3ª MELHOR FÊMEA
FSL I MAFALDA 901 TAT.: I901
Nascimento: 25/01/2010 Idade: 415 dias Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE Mãe: FSL G CAPITU 88 TE
PESO: 450 AOL: 79,16
EGS: 6,55 P8: 13,11
Expositor: FSL ANGUS ITU, ITÚ/SP
Criador: ANTÔNIO MACIEL NETO
RELATÓRIO ANUAL
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Março / Abril de 2011
PARCEIROS
Março / Abril de 2011
31
A capacitação da mão de obra reflete na sanidade do rebanho
Por Octaviano Alves Pereira Neto
A
té a década de 50 o Brasil
era um país de economia
eminentemente agrária, baseada na agricultura e na pecuária.
Desde então, muitos avanços foram
alcançados pela indústria nacional
em várias áreas, porém, como nunca,
somos o principal país com condições
de atender as demandas mundiais de
alimentos, especialmente de origem
animal. O Brasil é o país do presente
e tem um futuro muito positivo.
Este cenário promissor, entretanto, esbarra em diversos problemas
estruturais, tais como, problemas
na malha viária para escoamento da
produção, necessidade de organizar os
elos da cadeia produtiva e baixos níveis de escolaridade da mão de obra.
A indústria farmacêutica busca
incrementar a eficiência e a Foto: Divulgação
segurança de uso de seus medicamentos veterinários. Novas
moléculas, novas vacinas, novos
métodos de tratamento vêm
sendo criados visando à melhoria
da produtividade das diferentes
espécies animais. Entretanto,
uma dose errada, uma diluição
mal feita, o momento incorreto
de uso ou falhas no processo
de aplicação comprometem os
resultados esperados. As novas
tecnologias demandam de uma
melhor capacitação dos produtores e seus funcionários para
obter o máximo desempenho
em produtividade e as oporA capacitação leva ao uso correto dos
tunidades estão á disposição,
produtos e ao sucesso do tratamento
depende do interesse entre as
partes envolvidas.
Não é raro vermos um patrimônio investe em técnicas de última geração,
de milhares de reais administrado por como a FIV ou inseminação com sêfuncionários com baixíssima escola- men sexado, mas e seus funcionários,
ridade e falta de capacitação. É bem eles conseguem ler e entender as bula
verdade que este quadro vem mudan- dos medicamentos, usando-os corredo, principalmente na agricultura, tamente? O uso de Equipamentos de
porém e na pecuária, qual a situação? Proteção Individual (EPI), que visam
O funcionário que trata aquele touro proteger a integridade física do trabacampeão ou uma doadora de alto lhador e você de futuros transtornos
valor genético (e econômico) está trabalhistas, é uma realidade ou ainda
plenamente habilitado a fazê-lo? Você são considerados supérfluos por am-
bas as partes?
Constata-se que as empresas que têm buscado capacitar
melhor sua força de trabalho,
são as mesmas que, consequentemente, apresentam resultados
diferenciados na produtividade.
Isso não é mero fruto do acaso,
mas de uma opção pelo aperfeiçoamento.
A correria do cotidiano dificulta atender plenamente todas
as necessidades do negócio. Esta
é uma realidade de empresas urbanas e rurais, portanto as palavras chave para atingir o sucesso
são: capacitação e delegação.
A delegação de tarefas por
um gestor, ou seja, a possibilidade de confiar à outra pessoa
tarefas, as quais “devem ser feitas
na hora e de forma correta”, não é algo
fácil, pois dependerá diretamente de
quão capacitada esta a pessoa designada para realizar as funções pretendidas
e do seu nível de maturidade para
desempenhar estas funções.
Já vi produtores dizerem que
caso capacitem seus funcionários eles
poderão ir embora. Então é melhor
mantê-los inabilitados em sua fazenda
do que correr este “risco”? Na minha
visão, é preferível que eles saiam por
ruins e não por bons. Há evidências
que a capacitação é uma das formas
de preservar os melhores funcionários
e qualificar aqueles que ainda não
estejam no nível de desempenho
desejado. Pesquisas evidenciam que o
investimento em capacitação melhora
não só o desempenho, mas também o
comprometimento dos colaboradores.
Em contrapartida, a empresa rural
deverá reconhecer esta melhoria de
maneira adequada, criando um ciclo
virtuoso de progresso.
O produtor é peça chave neste
processo. Nós da indústria estamos
aqui para apoiá-los nessa tarefa que
tem um papel transformador e poderá
trazer resultados fantásticos em toda
a cadeia produtiva.
Méd. Vet., Mestre em Zootecnia
Gerente Técnico – Bovinos
Novartis Saúde Animal Ltda.
® Marca Registrada Novartis, AG,
Basiléia, Suíça.
Trabalhos citados no texto estão à
disposição dos interessados.
Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução total ou
parcial do conteúdo desta publicação
sem a autorização da Novartis
Saúde Animal
NOTÍCIAS
Teste de Avaliação de Touros
Angus da Embrapa na etapa final
O 1º Teste de Avaliação de
Touros Angus realizado pela
Embrapa CPP Sul (Centro de
Avaliação Pecuária Sul), de Bagé,
RS será encerrado neste mês de
abril. Os dados foram coletados a
cada 28 dias, durante os 12 meses
do teste, informa o pesquisador
de gado de corte da entidade, Joal
Brazzale Leal.
Os 23 animais integrantes
foram pesados e tomadas
suas medidas de perímetro
escrotal, avaliação de olho de lombo, gordura subcutânea e outras”
destaca. No final do teste um
trio de técnicos escolhidos pela
Associação Brasileira de Angus
fará a avaliação fenotípica dos
animais e utilizará uma fórmula
para concluir a avaliação final dos
touros. Nesta etapa final também
“
será incluída a ultrassonografia.
De acordo com o Joal Brazzale
Leal, as avaliações obtidas durante
o teste são muito importantes para a
raça Angus - especialmente "porque
mostram características positivas no
melhoramento genético, num ambiente específico, como os campos
do Sul". Segundo ele, "os que se
destacam terão seu sêmen congelado
e transmitirão suas características
melhoradoras para seus filhos, que
serão animais superiores em relação
a média”. Dentro de 60 a 90 dias a
Embrapa Pecuária Sul dará início a
outro teste de avaliação.
A médica-veterinária e gerente
da Associação Brasileira de Angus
(ABA), Juliana Brunelli, destaca
a importância destes testes de
avaliação a campo, realizados em
conjunto com a Embrapa. “Existe
a constante preocupação em se
coletar um número cada maior
de informações confiáveis referentes ao desempenho produtivo
da raça em diferentes ambientes
e situações. Com isso formarmos
uma base sólida que, em conjunto
com as outras informações e ferramentas que já possuímos, nos
proporcionam um crescimento
ainda maior da produtividade e
da qualidade da carne Angus”.
Juliana Brunelli salienta também
a chancela da Embrapa, uma instituição pública de pesquisa com
grande reconhecimento e credibilidade nacional e internacional,
que leva o nome da raça Angus
aos quatro cantos, contribuindo
com o fomento da raça e com o
trabalho da Angus na produção de
carne de qualidade.
Vem aí a Expo de Uruguaiana
A Associação Brasileira
de Angus informa a realização da 9ª Exposição de
Outono de Uruguaiana,
que será realizada
De 10 a 15 de maio será
realizada a 9ª Exposição de
Outono de Uruguaiana,
no parque de exposições
daquela cidade da Fronteira gaúcha.
A destacada mostra, que integra
o Ranking Angus 2011, está sendo
organizada e coordenada pelo Núcleo
Angus Três Fronteiras, com o apoio
da Associação Brasileira de Angus
(ABA).
Confira a programação: 11/05 - Entrada dos
animais
12/05 - Admissão
dos animais – 8h
13/05 - Remate de
Elite Raça e Tradição –
18h30min
14/05 - Julgamento de Fêmeas
Argola – 9h
Mais informações podem ser obtidas na ABA – 51.3328.9122 ou diretamente no núcleo: 55 3411.5601.
Embrapa Pecuária Sul tem novo chefe
O novo chefe-geral da Embrapa
Pecuária Sul (Bagé/RS), Alexandre
Varella, tomou posse oficialmente dia
22 de março. Varella, de 40 anos, é
engenheiro agrônomo. Pesquisador
da Embrapa desde 2005, atua na área
de forrageiras. Foi chefe-adjunto de
Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação da Embrapa Pecuária Sul entre
2006 e 2009. Varella sucede a Roberto
Collares, que esteve no cargo entre setembro de 2006 e dezembro de 2010.
Na oportunidade, foi reinaugurado o
auditório da Unidade, que recebeu o
nome de Auditório Dr. José Mendes
Barcellos, homenagem póstuma ao exchefe da então Fazenda Experimental
de Criação (FEC) Cinco Cruzes (atual
Embrapa Pecuária Sul). Durante sua
gestão (1954-1967), Barcellos organizou a FEC para as primeiras atividades
de pesquisa no local. A Embrapa Pecuária Sul atua em Bovinocultura de
Corte e de Leite, Ovinocultura, Forrageiras e Integração Lavoura-Pecuária,
Sanidade Animal, Desenvolvimento
Territorial e Transferência de Tecnologia e Comunicação.
32
REPORTAGEM
Março / Abril de 2011
Carrapato
Inimigo minúsculo,
Fotos: Divulgação
Um inimigo minúsculo que habita as pastagens e se hospeda no boi está à espreita, Brasil afora.
É o carrapato, esta praga quase invisível que causa prejuízos maiúsculos à pecuária de corte e leite
no mundo, estimados mais de US$ 2 bilhões ao ano no país e mais de US$ 7 bilhões no mundo.
Detentor do maior rebanho bovino comercial do mundo – com pouco menos de 200 milhões de
cabeças, o Brasil parece esperar o pior para iniciar um combate eficiente ao carrapato. Segundo a
defesa sanitária animal, 95% da infestação está nas pastagens, ou seja, decorre do manejo inadequado
do gado e na divisão e uso dos piquetes de pasto.
Por Horst Knak
P
ara quem cria gado europeu, o
carrapato pode ser um verdadeiro flagelo, já que o animal
precisa ser exposto periodicamente,
para manter sua imunidade contra as
doenças transmitidas pelo carrapato.
“Como regra, o criador do Brasil central não deveria trazer vacas prenhas
de regiões onde não existe carrapato.
O risco de perda é muito grande”,
fulmina o técnico da Associação
Brasileira de Angus, Antônio Chaves
Neto, que atua no norte do Paraná e
São Paulo.
Se os animais vierem de uma
propriedade que não tem carrapato,
o produtor precisa seguir com rigor
uma série de procedimentos: acompanhamento diário, verificando se o
animal está se alimentando normalmente, controle diário da temperatura
corporal nos primeiros 60 dias. É fundamental também medir a infestação,
fazendo a contagem de teleóginas na
parte de trás do animal. Se houver
mais de 10 visíveis a olho nu, o animal
deve ser banhado.
Se o carrapato é o vilão, o criador
não deveria acabar com ele, mas sim
monitorar a sua presença em níveis
toleráveis. “De nada adianta usar um
coquetel de produtos quando a infestação atinge o nível de risco”, explica
Toninho. Se não for diagnosticada
a tempo, pela falta de orientação e
treinamento, a alta infestação acaba dando muito trabalho a peões,
campeiros e capatazes, a ponto de
comprometer o quadro de pessoal do
estabelecimento.
Por isso, o técnico da ABA destaca a importância do treinamento da
mão-de-obra nas regiões promissoras
da raça – Sudeste e Centro-Oeste.
Cursos de controle, de identificação
das fases, o controle estratégico, tudo
isso deveria ser transferido para o
pessoal que lida no dia-a-dia com
os animais no campo. Afinal, como
os zebuínos são pouco afetados pelo
carrapato – já que são naturalmente
resistentes a ele – a maioria dos estabelecimentos do centro do País não
possuem banheiros específicos. Entretanto, os banhos podem ser realizados
nos mesmos banheiros utilizados para
combater a mosca do chifre, que ataca
os zebuínos.
“Carrapatograma”,
ainda um palavrão
carrapato só é realizado no final da
estação quente e úmida, quando a
infestação está no pico. Geralmente,
o produtor fica apavorado no outono,
após permitir a infestação, que cresce
durante toda a primavera e verão. As
alterações climáticas, porém, estão
derrubando por terra alguns conceitos
tradicionais de controle do parasita.
Após o inverno, grande parte
das larvas podem ter morrido em
decorrência do frio (Região Sul) ou
da estiagem (estação seca no CentroOeste e Sudeste). Mas na primavera,
há um recrudescimento da infestação,
que cresce à medida que avança a
primavera, surge o verão e finaliza
no outono. Em média, cada fêmea
de carrapato que chega à fase adulta
deposita de 1.500 a 3.000 ovos, que se
tornam larvas que vão infestar a pastagem. Dando pouca atenção a esta
seqüência, a infestação vai crescendo
exponencialmente, explica o gerente
técnico de bovinos da Novartis Saúde
Animal, méd. vet. Octaviano Alves
Pereira Neto.
Mesmo na indústria de medicamentos, há consenso de que é
impossível e insustentável controlar
os carrapatos única e exclusivamente
por meio de produtos carrapaticidas.
Exigem-se técnicas de controle integrado e manejo, combinados com a
aplicação dos produtos, o que garante
uma redução no número de tratamentos ao longo do ano, baixando o custo
final do criador.
O maior erro do criador é iniciar o
combate ao carrapato quando a infestação é muito grande, ou seja, no final
do verão. O correto é acompanhar a
infestação a partir de setembro, pulverizando nas primeiras infestações, de
forma a manter o número de carrapaControle estratégico
tos sob controle. Para os que possuem
e o banho bem dado
animais europeus puros é recomendável, segundo Antônio Chaves Neto,
O controle estratégico de carrapafazer um carrapatograma, capaz de tos dos bovinos é a concentração de
definir quais os melhores princípios banhos ou tratamentos dos bovinos
ativos que funcionam na propriedade. com carrapaticidas em períodos
Já que os resultados da análise podem desfavoráveis ao desenvolvimento
levar até 30 dias, é recomendável fazer do carrapato na pastagem. Como
o carrapatograessas condições
ma no início do
variam de região
ciclo.
para região no
Da mesma
país, o controle
forma que as
estratégico deve
pessoas só recorser regionalizado.
rem ao médico
Basicamente, é
quando estão ou
durante a fase em
se sentem doenque o carrapates, o produtor
to se encontra
rural costuma
no campo que
combater o carse deve atuar esrapato quando
trategicamente,
a infestação já
já que durante a
se configurou.
fase parasitária,
O combate ao
as condições de
Antonio Chaves Neto
vida do carrapato são constantes e
adequadas ao seu desenvolvimento.
As duas variáveis climáticas que mais
influenciam o desenvolvimento e a
sobrevivência das fases do carrapato
no ambiente são a temperatura e a
umidade. Dependendo da altitude
da região, a variação de um ou outro
desses fatores causa prejuízos biológicos, diminuindo a quantidade de
larvas na pastagem, sendo o momento
propício para a atuação estratégica.
O que se deve buscar então é atuar
“estrategicamente” sobre uma geração de desenvolvimento rápido e de
menor população, para, reduzindo-a
ainda mais, gerar cada vez menos descendentes nas gerações subseqüentes.
Além da atuação na época adequada,
os outros dois pilares do controle
estratégico referem-se à utilização do
produto comprovadamente eficaz
para a população a ser controlada
(determinação por meio de testes
específicos) e da utilização deste da
forma mais correta possível, o popular
“banho bem dado”.
Envolvido desde os anos 70 na
pesquisa do carrapato, o ex-professor
João Carlos Gonzáles, ligado Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (Ufrgs) identificou uma grande
modificação na histórica infestação
de carrapatos na sua área de atuação.
Doutor em Parasitologia e Doenças
Parasitárias e autor de uma verdadeira
bíblia do setor: O Carrapato do Boi,
publicado em 1973, Gonzáles diz que
em áreas próximas há propriedades
com e sem carrapatos. Isto porque
houve a introdução de lavouras de
soja, arroz, pastagens cultivadas,
pomares comerciais e grandes reflorestamentos, que estão ganhando
ainda mais corpo com a chegada das
grandes indústrias de celulose ao Rio
Grande do Sul.
Banheiros de imersão
devem ser substituídos
por aspersores
Segundo Gonzáles, a falta de novos produtos de combate, banheiros
inadequados, dosagens incorretas
provocadas por diagnósticos errados,
falta de rotação de piquetes, entre
outros erros, estão criando maior
resistência no carrapato. Segundo
ele, metade dos 9.500 banheiros de
imersão tradicionais foi aterrada e
substituídos pelos de aspersão, que
permitem um combate mais preciso
>>>
REPORTAGEM
Março / Abril de 2011
33
PREJUÍZO MAIÚSCULO
Fotos: Divulgação
ao parasita.
Para ele, as técnicas de manejo,
associadas ao uso de carrapaticidas,
ainda oferecem os melhores resultados. Porém, o desenvolvimento
de linhagens resistentes a diversas
gerações de acaricidas, a permanência
de resíduos químicos nos produtos de
origem animal e a poluição ambiental
estão estimulando estudos para uma
vacina contra o carrapato, que utiliza
proteínas estratégicas – a Bm86,
extraída dos intestinos do carrapato.
Mas esta vacina ainda é um produto
longe de pronto para ser usado massivamente no mercado pecuário.
O especialista alerta que “os banhos costumam ser feitos de maneira
inadequada, com alta freqüência e
baixo volume de calda por todo o
ano”. A maior parte dos produtores
não percebe as desvantagens que
podem ser atribuídas aos banhos
carrapaticidas, principalmente as
econômicas. O combate quími-
co ainda é visto como parte uma
obrigação e não como parte de um
programa preventivo. Isto mostra que
há forte deficiência na transferência
de tecnologia para o setor pecuário,
favorecendo o estabelecimento da
resistência aos carrapaticidas.
carrapato bovino de forma controlada, de preferência na primavera,
quando a população de carrapato no
campo costuma ser menor. Assim se
promove uma imunização natural,
regulada pelos animais e sua integração no meio.
O B. microplus é o principal
vetor do Anaplasma marginale,
Babesia bovis e B. bigemina responsáveis por mortes de bezerros ou de
animais adultos que não tenham sido
expostos ao carrapato. Essas doenças
formam um complexo conhecido
como tristeza parasitária dos bovinos
(TPB). Em busca de meios mais
eficientes de controle da TPB, a
exemplo do que ocorreu na Austrália,
Argentina e Uruguai, cepas de B.
bovis e B. bigemina foram atenuadas
nos Laboratórios da Embrapa, UFPel
(Federal de Pelotas, RS), UFV (Federal de Viçosa, MG) e no Instituto
de Pesquisas Veterinárias Desidério
Finamor (IPVDF), no RS, visando
à produção de uma vacina contra
Vacinas ainda não
produzem resultados
Uma das doenças transmitidas
pelo carrapato, a tristeza parasitária
bovina (TPB) pode não estar entre
as doenças mais famosas que volta
e meia estampam as manchetes dos
jornais, a exemplo do estardalhaço
quando do surgimento de um foco
de febre aftosa. Entretanto, é uma das
enfermidades que mais pode causar
prejuízos aos pecuaristas, caso não sejam tomadas medidas de prevenção.
A principal medida a ser usada como
prevenção dessa doença é a exposição
dos animais à infestação natural pelo
Mario Piccoli
estas doenças.
Juntamente com uma cepa Sul
Africana de A. centrale ou A. marginale não atenuada (UFV) foram
incorporadas em vacinas que atualmente estão em uso a campo principalmente no Sul e Sudeste do País.
As vacinas vivas atenuadas surgiram
nas décadas de 80 e 90, como uma
boa alternativa ao método clássico
de premunição, e mesmo sofrendo
aperfeiçoamentos, ainda estão longe
do ideal. O mesmo se diz de vacinas
que utilizam proteínas recombinantes como antígenos, que surgiram no
mercado mundial nos últimos anos.
Apesar dos avanços, os resultados
estão longe de controlar este parasita
e as doenças por ele transmitidas.
DEP pode informar
resistência ao carrapato
Com o objetivo de reduzir a
infestação de carrapatos no rebanho
e o possível contágio por TPB está
na seleção genética de animais mais
resistentes à presença dos vetores.
Esse trabalho vem sendo desenvolvido pela GenSys e já obteve bons
resultados. “Realizamos a contagem
dos carrapatos para identificar quais
os touros mais resistentes”, explica
o médico-veterinário Mario Luiz
Piccoli. A partir desse trabalho, as
informações serão publicadas no sumário de touros, dando a possibilidade
de os compradores contarem com a
vantagem de adquirir animais mais
resistentes ao carrapato. “A raça Angus tem passado por um processo de
adaptação no Centro-Oeste, por isso
precisamos garantir maior resistência
à tristeza, com animais de pelos mais
curtos e mais grossos”, observa.
O contagem dos carrapatos, diz
Piccoli, deve ser feita no período
pós-desmame, preferencialmente em
conjunto com a pesagem e as medida
de perímetro escrotal, de ultrassom
e as avaliações de conformação,
precocidade, musculatura e tamanho. Assim, a formação dos grupos
contemporâneos fica mais fácil. Se a
contagem for realizada em outra época, é necessário coletar a data da contagem e o grupo de manejo no qual
o animal permaneceu os últimos 60 a
90 dias. “É importante não permitir
uma infestação excessiva, o que leva a
um tempo maior para a realização da
contagem por animal. Para realizar a
contagem os animais devem apresentar um número mínimo de 20 fêmeas
de carrapatos em ingurgitamento em
todo o corpo”, explica Piccoli.
Os resultados, porém, só se
tornarão expressivos quando um
maior número de criadores iniciar
a contagem visual, porque surgirão
parâmetros que envolverão maior
número de rebanhos e, especialmente, reprodutores. Atualmente, há
rebanhos no Paraguai que já possuem
índices (DEP - Diferença Esperada
na Progênie) para carrapato. No
Brasil, alguns empreendimentos
agropecuários como o Programa
Natura já oferecem Deps para carrapato. “Este índice é muito positivo, já
que sua herdabilidade é alta, de 0.4”,
explica Piccoli. Na esfera da pesquisa,
a Embrapa está mapeando o genoma
de reprodutores para identificar quais
possuem genes que os tornam mais
resistentes ao carrapato.
34
INTERNACIONAL
Março / Abril de 2011
Denver 2011: ainda mais grandiosa
Fotos: Divulgação
A National Western Stock Show, em Denver (Colorado, Estados Unidos), é tradicionalmente gigante em número de raças bovinas
e exemplares expostos. O Angus, por sua vez, também é tradicionalmente a raça com maior número de animais presentes. Mas, o
que poucos esperavam era o número de animais participantes e leilões realizados em 2011: foram 983 produtos Angus expostos e 6
remates. Além disso, criadores da Rússia, da Turquia e do Canadá fizeram aquisições.
Grande Campeão Aberdeen Angus
R
ealizada na primeira quinzena de Janeiro, essa foi
105ª edição da exposição de
Denver. Localizada na mile-high city,
expressão para a cidade de Denver em
vista dela estar localizada a 1 milha
(1.610 metros) acima do nível do
mar, as suas instalações possibilitam
ver as belíssimas Montanhas Rochosas e não forçam nem o público e nem
os animais de argola a se molhar em
chuva e afundar em pistas de julgamento cheias de barro. Na National
Western, animais e público ficam
em ambientes climatizados e acarpetados. Há, pelo menos, 5 décadas
é assim. Aliás, foi este padrão de
exposição que inspirou a organização
da Feicorte, no Brasil.
Dos 983 exemplares Angus presentes para julgamento, 644 eram
PO de pelagem preta e 243 eram PO
de pelagem Vermelha. Além disso,
houve também um julgamento de
carcaças que envolveu mais 96 touros
jovens pretos.
Conforme a American Angus
Association (AAA), os 644 Aberdeen
Angus estiveram divididos em 434
fêmeas e 210 touros. Desses números,
326 animais eram de argola, 182 participaram no julgamento dos juniors
e 136 eram touros rústicos.
No Aberdeen Angus, os grandes
campeões de argola e seus reservados
foram os seguintes:
Grande Campeão: DAJS Shockwave 612. Nascido em Maio de
2009 e com menos de dois anos em
Denver, ele é filho de Gambles Hot
Rod e pertence à parceria formada
por Jennifer e Matthew Ewing (de
Rushville, Illinois) com Katy Satree
(de Montague, Texas).
Reservado de Grande Campeão:
Lazy JB Top Shelf 9000. Ele é de
propriedade da parceira formada
pela Cherry Knoll Farm Inc. (de
Grande Campeã Aberdeen Angus
West Grove, Pensilvânia) e Britney
Creamer (de Montrose, Colorado).
Nascido em Março de 2009, este
reprodutor é filho de WK Uptown.
Grande Campeã: Malsons Savannah 27W. Mark e Carla Malson
(de Parma, Idaho) e Wooden Shoe
Farms (de Blackfoot, Idaho) são os
proprietários desta fêmea filha de
LCB Powerball 3106R nascida em
Março de 2009.
Reservada de Grande Campeã:
Top Line Lady 9111. De Morgan
Kramer (de Farina, Illinois), ela nasceu em Setembro de 2009 e é filha
de SAV Bismarck 5682.
Da variedade vermelha, a Red
Angus Association of America
(RAAA) informa que participaram
207 animais de argola e 36 touros
rústicos, o que totaliza 243 produtos.
No julgamento de argola do Red
Angus, os títulos máximos foram
obtidos pelos seguintes animais:
Grande Campeão: Red Northline
Fat Tony 605U. Da parceria formada
por Wendy e Howard Schneider (de
Ardrossan, Alberta, Canadá) e Darlene e Glen Glessman (de Barrhead,
Alberta, Canadá), o reprodutor
nasceu em Abril de 2008 e é filho do
touro Red SVR Gangster 14S.
Reservado de Grande Campeão:
WEBR TC Card Shark 1015. De Fe-
vereiro de 2010 e com menos de um
ano de idade em Denver, ele é filho
de WEBR Doc Holiday 2N e pertence à Weber Land & Cattle Company
(de Lake Benton, Minesota) e a Ty
Bayer (de Ringle, Wisconsin).
Grande Campeã: Meado-West
TC Jackie. Fruto da seleção da
Meado-West Farms (de Menomonie,
Wisconsin) e de propriedade de Ty
Bayer (de Ringle, Wisconsin), essa
fêmea nasceu no final de Março de
2010, estava com pouco mais de 9
meses em Denver e é filha de HXC
Jackhammer 8800U.
Reservada de Grande Campeã:
Red Spittalburn Bayberry 1X. Filha
do touro Red Towaw Indeed 104H,
ela nasceu em Janeiro de 2010 e
pertence ao Wildcat Creek Ranch
(de Newton, Kansas).
Em termos de comercialização,
foram realizados 6 leilões oficiais.
Equanto cinco ofertaram produtos
Aberdeen Angus e foram organizados
pela AAA e Colorado State Angus
Association, um ofertou produtos
Red Angus e foi capitaneado pela
RAAA. Abertos a todos os expositores, esses leilões ratificam uma das
receitas do sucesso da raça Angus
nos Estados Unidos: quanto maiores
forem as possibilidades comerciais
para os criadores numa exposição,
Grande Campeão Red Angus
maior será o número de animais da
raça, expositores e público presentes.
Assim se consolida exposições, se fomenta uma raça e se reafirma a força
comercial dela.
As médias gerais do Aberdeen
Angus nos leilões de Denver 2011
foram:
Touros: US$ 6.916,00
Novilhas: US$ 6.412,00
Prenhezes: US$ 6.000,00
Doses de sêmen: US$ 1.332,00
Embriões: US$ 569,00
Vacas adultas não costumam ser
ofertadas lá e não foram colocadas
à venda.
O preço Top da raça foi pago
pelo lote 3 do famoso leilão Bases
Loaded. Uma parceria formada por 7
criadores pagou US$ 150 mil por 2/3
do touro HF Kodiak 5R e 500 doses
de sêmen do reprodutor. Da Wilbar
Farms (de Dundurn, Saskatchewan,
Canadá), ele tem TC Advantage
(filho de Krugerrand of Donamere
490 e mesma genética de QLC
Krugerrand B459E) na linha alta
e Vermilion Yellowstone (filho de
Vermilion Dateline 7078) na linha
baixa. O segundo preço mais alto
foi pago pelo atual Grande Campeão
da North American International
Livestock Exposition (NAILE), de
Louisville (Kentucky). Uma parceria
de 15 criadores desembolsou US$
102 mil por 1/3 do reprodutor EXAR
Wanted 9732B, da Express Angus
Ranches (de Yukon, Oklahoma).
Na linha alta, ele tem a genética de
EXAR Lutton 1831 (um filho de
Northern Improvement 4480GF) e,
na linha baixa, tem o sangue de Twin
Valley Precision E161.
No leilão Red Angus Mile High
Classic, da RAAA, as médias do Red
Angus foram:
Touros: US$ 6.909,00
Novilhas: US$ 4.338,00
Fêmeas prenhas: US$ 6.528,00
Prenhezes: US$ 10.750,00
Flushings: US$ 1.875,00
Embriões: US$ 414,00
Sêmen: US$ 154,00
O preço Top do leilão foi pago
pelo touro Red Diamond T Hips
Stout 107U. Do Brylor Ranch e SSS
Red Angus (ambos da província de
Alberta, Canadá), ele tem genética
totalmente aberta (Red Lazy MC
Stout 30S na linha alta e Red Towaw
Monique 2K na linha baixa) e saiu de
pista por US$ 39 mil. O segundo preço mais alto foi pago pela fêmea JKC
Berry Advance 36W, da Whitney St.
Clair/3 Fires Cattle e JK Cattle Company (ambas do Estado do Kansas).
Com Red Fine Line Mulberry 26P na
linha alta e Perks Advancer 9088 na
linha baixa, ela era a única fêmea do
leilão com prenhez de Stout 107U e
foi vendida por US$ 23 mil.
Todos os leilões de Aberdeen e
Red Angus movimentaram um total
de cerca de US$ 3,4 milhões. Além
da qualidade dos animais e o sucesso
nas vendas, a programação do Angus
reuniu pessoas de 5 continentes. Os
compradores da Rússia, da Turquia
e do Canadá compraram touros,
novilhas e embriões Aberdeen.
Informações: American Angus
Association e Red Angus Association of America
Tradução: Stefan Staiger
Schneider
Grande Campeã Red Angus
INTERNACIONAL
Touros Angus Top 10 em registros
nos Estados Unidos em 2010
Fotos: Divulgação
%L Norseman King 2291, líder entre os vermelhos
Março / Abril de 2011
35
Gira de Outono 2011
no Uruguai
Mytty in Focus, lider entre os pretos
Como em todos os anos, a American Angus Association (AAA), a Associação Americana de Angus, e a Red Angus
Association of America (RAAA), a Associação de Red Angus dos Estados Unidos, divulgaram os seus respectivos
rankings de touros pais líderes em registros de animais Puros de Origem (PO). Portanto, conheça os touros Angus
Top 10 de 2010:
Posição:
Nome do Touro Aberdeen Angus (pelagem preta):
Número de Filhos Registrados na AAA:
1.
MYTTY IN FOCUS
8.785
2.
SS OBJECTIVE T510 0T26
8.402
3.
GAR PREDESTINED
7.707
4.
SAV FINAL ANSWER 0035
6.141
5.
SAV NET WORTH 4200
5.025
6.
TC TOTAL 410
3.528
7.
SAV BISMARCK 5682
3.430
8.
HARB PENDLETON 765 J H
2.651
9.
SAV 8180 TRAVELER 004
2.545
10.
GAR NEW DESIGN 5050
2.465
Posição:
Nome do Touro Red Angus (pelagem vermelha):
Número de Filhos Registrados na RAAA:
1.
5L NORSEMAN KING 2291
701
2.
LJC MISSION STATEMENT P27
641
3.
RED FINE LINE MULBERRY 26P
546
4.
RED SIX MILE SAKIC 832S
497
5.
BROWN COMMITMENT S7206
449
6.
FEDDES BIG SKY R9
368
7.
MESSMER PACKER S008
298
8.
GMRA LARAMIE 5110
237
9.
LCC MAJOR LEAGUE A502M
234
10.
5L SUMMIT 1145-6327
208
Os números se baseiam nos anos fiscais da AAA e RAAA. Com relação a 2010, eles começaram em 1o de Outubro
de 2009 e terminaram em 30 de Setembro de 2010.
Informações: American Angus Association e Red Angus Association of America
Tradução: Stefan Staiger Schneider
A Sociedade de Criadores de Angus do Uruguai promove nos dias
8 e 9 de abril a Gira de Outono 2011, que tem o objetivo de congregar os criadores da raça, que conhecerão sistemas de criação a campo,
rebanhos gerais, sistemas extensivos e intensivos, além de participarem
de palestras e apresentações. O evento será realizado com a visitação de
propriedades nos departamentos de Soriano e Rio Negro.
No dia 8 de abril, sexta-feira, os participantes conhecerão o estabelecimento Santa Emilia de Sierra Madera S.A. e El Cerro de Rio
Frontera S.A. No final da tarde, às 17 horas, conhecerão a unidade
de engorda intensiva do Marfrig/Taquarembó, em Rio Negro. No
início da noite, na Associação Rural de Soriano, palestra promovida
pelo Laboratório Santa Elena S.A., sobre o controle das doenças reprodutivas, como ferramentas para otimizar a produção bovina, a cargo
do Dr. Gonzalo Leániz. O primeiro dia será encerrado com jantar na
mesma associação rural.
O segundo dia da Gira de Outono, dia 9 de abril, inicia com visita
à estância La Colorada, de Germán Morixe, às 9 horas. Em seguida,
haverá visitação à Curupy Del Salvador, de Jorge Mailhos e outros,
onde será servido o almoço. À tarde, os participantes visitam as demais
instalações do estabelecimento, encerrando-se a gira às 17 horas.
Em 2010, a gira foi realizada nos dias 4 e 5 de junho, quando os
participantes perceberam o bom desempenho do Angus diante do
difícil período de estiagem enfrentado pela agropecuária uruguaia
no ano passado. A Sociedade Uruguaia conclama à participação de
seus associados e convidados, de forma a repetir o total êxito obtido
em 2010.
Remate Gala Angus valoriza a raça no Uruguai
A edição 2011 do Remate Gala Angus, ocorrida em 18
de fevereiro de 2011, movimentou o mercado de genética
na badalada praia de Punta del Este no Uruguai. O palco do
grandioso evento foi nada menos que o Conrad Punta del Este
Resort & Casino, ponto alto dos grandes acontecimentos da
temporada.
O já reconhecido remate de verão, promovido pela Sociedade de Criadores de Aberdeen Angus do Uruguai contou
com 33 lotes de animais de elite da raça Aberdeen Angus entre
fêmeas jovens e doadoras. Veja os resultados dos negócios, que
superaram em mais 50% os valores de 2010: Fêmeas jovens,
25 lotes, média de US$ 8.104,00; Doadoras, 8 lotes, média de
US$ 4.200,00. Média Geral; 33 lotes, US$ 7.157,00.
O grande destaque do remate e animal mais valorizado foi
o Lote 3 - Conce 313 Credito T.E, da Sociedad Ganadera San Luis y La Concepcion (Soriano), nascida em 23/07/2008.
Este exemplar foi a Campeã Vaquilhona Maior na Expo-Prado
2010 e vendida 50% por US$ 24.000,00. Conce 313 é uma
filha de Stratum 1333 Credito Discovery em vaca Rito 3X25
OF 5H11. Produto uruguaio com genética americana. Segundo
o Méd. Vet. Fernando F. Velloso, técnico da ABA que esteve
presente na edição 2010, o Gala Angus é um grande encontro de confraternização dos criadores de Angus do Uruguai.
Aproveita-se o momento de descanso das famílias em Punta e
realiza-se uma bela festa com grande impacto em divulgação
no país como um todo.
36
Março / Abril de 2011
PERFIL
Porque não criar Angus?
Diz Rogério Assis, à frente de uma genética feita em casa ...
Fotos: Divulgação
Rogério Assis: paixão, tecnologia e parceria com a família
Quando o trabalho do dia junto aos animais termina e os
raios de sol vão dando adeus no céu, Rogério Rotta Assis, 39
anos, se acomoda na larga varanda de paredes alvas da Estância
Tradição, em Santa Vitória do Palmar. Iluminada pelo tom róseo
do entardecer, a tourada Angus desfila em frente a Rotta, fazendo
com que o produtor analise e planeje o manejo de seus exemplares,
seus reprodutores de seleção, sua safra. É um momento de reflexão.
Com mate amargo de um lado e papel e caneta do outro, ele tece
os planos da propriedade.
Por Marina Corrêa
A
organização e a persistência foram dádivas herdadas do avô,
Nico Rotta, grande incentivador do gosto pelas lides do campo
e precursor na criação de Angus na
família. Foi esse planejamento o fio
condutor do sucesso da propriedade,
que conseguiu com os seus exemplares
o bicampeonato do Ranking Nacional
da raça nos exemplares rústicos, o
foco da produção da Estância Tradição. A criação de Angus pode ter
sido iniciada com o vô Nico, mas foi
renovada por Rotta e seu irmão mais
velho. Há sete anos, a família investe
em melhoramento genético. Rotta
aparta os melhores animais e planeja
os cruzamentos. Mestre em produção
animal, o produtor ajuda a formar
campeões. Desde 2002, a fazenda
começou a levar animais para exposições e o resultado foram dezenas de
prêmios. Um trabalho meticuloso, de
conhecer cada matriz e acompanhar
de perto cada nascimento, separando
para cuidar, dia a dia, as melhores promessas entre a bezerrada. “É preciso
olhar, daqui e dali, e fazer caminhar,
todos os dias...”, observa, com o olhar
de sabedoria, o criador.
Já na primeira exposição, em
Santa Vitória do Palmar, RS, um
animal do trio de rústicos levado por
Rotta recebeu o prêmio de melhor do
evento. Os bons resultados foram um
dos incentivos para seguir em frente.
“Mas não foi só isso. Na fazenda, após
o falecimento do meu avô, encontrei
umas folhas escritas à mão por ele. É
como um diário, ali ele conta tudo.
Desde como foi a vinda da Itália para
cá, detalhes de parentes. São palavras
de muito otimismo, que fazem a gente
ver que mesmo em meio à dificuldade,
o importante é seguir em frente. De
tanto que eu li, já decorei as folhas.
São sagradas para mim”, relata.
Otimismo, perseverança e planejamento são palavras de ordem na
Tradição. Rotta acreditou no trabalho
desenvolvido e apostou numa produção própria, com pouca interferência
de genética de fora das porteiras do
criatório. “Cerca de 80% do nosso
rebanho foi feito em casa. No início, buscamos genética de fora, ano
passado importamos 14 matrizes da
De terra sem lei, a campos produtivos
Santa Vitória do Palmar, no extremo Sul do Brasil, no Rio Grande do Sul, tem contada em sua história dos
antigamentes que em 1777, portugueses e espanhóis celebraram o tratado de Santo Ildefonso, onde estes trocavam
a Colônia do Sacramento pelas Missões. Pois entre estes dois territórios ficou uma faixa de terra “sem dono”.
Essa zona (da Estação Ecológica do Taim ao município do Chuí) é onde, hoje, se encontra Santa Vitória
do Palmar, que naquela época era chamada de Campos Neutrais, fazendo analogia a campos neutros, ou seja,
não pertencentes nem a espanhóis e nem a portugueses. Por esse motivo e pela extrema proximidade com o
Uruguai, ficou também conhecida, na época, como “terra sem lei”.
Mais tarde, as terras passaram a ter dono de acordo com o Tratado de Tordesilhas: os portugueses. Se bem
que a Estância Tradição se formou na mão de imigrantes italianos.
Argentina, mas o que apresentamos
nas feiras é coisa nossa”, orgulha-se.
Ainda que Rotta seja fã de genética show, os rústicos são sua grande
paixão e não há pretensão momentânea de produzir animais de argola.
Criado a campo, o plantel Angus da
Tradição se alimenta de pastagem
cultivada e suplemento a cocho. “Os
animais têm que mostrar por si só seu
desempenho. E o Angus é perfeito
para isso. Me perguntam por que
criamos Angus, ao que eu respondo:
por que não criar Angus? Não há
resposta”, comenta.
Por serem reconhecidos pelas
performances em exposições, o remate
“Só Angus”, em parceria com mais
quatro cabanhas, realizado tradicionalmente em outubro, é sempre mui-
to concorrido. “A produção caseira da
Tradição rendeu visita de produtores
escoceses no ano passado”, conta, com
orgulho, o criador.
Distante 40 km do centro de
Santa Vitória do Palmar, Rotta conta
que a rigidez da organização com que
conduz a estância perdura só durante
a semana. Nos sábados e domingos, a
Tradição é palco de grandes reuniões
familiares. O produtor confessa ser o
momento em que enxerga que todo
seu trabalho faz sentido. “Quando
meu filho de cinco anos está aqui,
me emociono de ver como ele vive a
estância, adora. Vai para mangueira,
tem seu cavalo, seus arreios e fica
muito brabo quando não o trago.
Tudo indica que nosso trabalho terá
continuidade”, conclui.
ARTIGO
Março / Abril de 2011
37
Fatos históricos condicionam às atuais
demandas – GLOBALG.A.P. e BPA
O decréscimo no consumo de carne bovina, nos últimos anos, é fato: segundo
dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), dentre os
dez principais países consumidores de carne bovina per capita, metade diminuiu o
consumo em até 13,51%, entre 2006 e 2010. A explicação para tal acontecimento
está condicionada a fatos históricos, que relacionam a evolução da sociedade e a
produção de alimentos. Ademais, esta associação colabora para o aparecimento de
novas exigências feitas pelos consumidores.
Maria Eugênia Andrighetto Canozzi1,
Luciana Fagundes Christofari2,
Júlio Otávio Jardim Barcellos3
O
rebanho bovino é um importante
componente da sociedade e por centenas de anos ajudou a espécie humana,
não somente no fornecimento de alimento,
mas também para o trabalho, para a confecção
têxtil e para o lazer. Com o passar dos anos, a
produção animal foi buscando maximizar seu
desempenho. Na segunda metade do século
passado, produção foi substituída por produtividade e, mais recentemente, pela eficiência
de produção.
A ocorrência da Revolução Verde, a partir
dos anos de 1960 e 1970, provocou a disseminação de novas sementes e práticas agrícolas,
as quais permitiram um grande aumento na
produção. O modelo baseava-se na intensiva
utilização de sementes modificadas, insumos
industriais, mecanização e diminuição de
custos do manejo. Em contrapartida, causou
inúmeros impactos ambientais e uma grande
desestruturação social.
Já a década de 90 foi caracterizada pela
abertura do comércio internacional, por crises
alimentares e pela associação de alimentos de
origem animal com enfermidades em humanos.
Como exemplo, pode ser mencionada a correlação da Encefalopatia Espongiforme Bovina (Bovine Spongiform Encephalopaty - BSE) com a
Variant Cruetzfeldt-Jacob Disease (vCJD) em
Fotos: Divulgação / ABA
humanos, em 1996, na Inglaterra.
Os consumidores estão cientes destes acontecimentos, já que a disseminação das informações é imediata. A preocupação com a qualidade
do alimento a ser consumido, desde então, passa
a ser crescente. A carne comercializada na forma
de commodity não perde a sua importância,
porém o processo de comercialização de um
produto diferenciado por todos os segmentos
aparece como uma alternativa para a valorização do produto e inserção do Brasil em novos
mercados. O processo de certificação surge
como uma forma de validação de processos de
produção diferentes e dois importantes mecanismos – GLOBALG.A.P. e BPA – buscam
integrar uma produção economicamente viável,
socialmente justa, ambientalmente correta,
além de propiciar bem-estar animal.
GLOBALG.A.P. é uma certificação originária do varejo inglês, no ano de 1997.
Inicialmente chamada de EUREPGAP, por
estar restrita ao continente europeu, hoje é
reconhecida por mais de 80 países, existindo
mais de 35.000 produtores certificados e mais
de 60 países cobertos pela certificação. A norma
foi elaborada, principalmente, para reafirmar
perante os consumidores que a produção alimentar nas unidades de produção agrícolas é
realizada através da minimização dos impactos
negativos de operações agrícolas no meioambiente, redução do uso de insumos químicos
e garantia de uma abordagem responsável dos
assuntos de saúde e segurança dos empregados
e saúde animal.
No que tange o mercado nacional, somente
em 2005 foi lançado, oficialmente, o “Programa de Boas Práticas Agropecuárias Bovinos
de Corte”. Os pressupostos para adesão a esta
certificação encontram-se definidos em uma
proposta formulada pela Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). No Rio
Grande do Sul, o Programa BPA é coordenado
pela Embrapa Pecuária Sul, sendo a Associação
dos Produtores dos Campos de Cima da Serra
(APROCCIMA) o elo gaúcho dos produtores
que aderiram ao Programa (14 em 2010).
Parece ser simples a adesão a um destes
protocolos de certificação, mas na realidade não
é isto que acontece. Para atender aos inúmeros
requisitos (veja na Figura 1), dedicação e organização são as palavras-chaves para o sucesso.
Cada fundamento tem um princípio, mas o
objetivo final é sempre o mesmo: produção de
carne com diferencial de qualidade. A função
social trata do atendimento a critérios e exigências estabelecidas em lei na área social e do
ambiental rural. A gestão dos recursos humanos
considera como base da relação produtor rural –
trabalhador a ética, e como parceiros, a cultura
e os valores morais. O ambiente e as pastagens
devem ser manejados de maneira correta, para
manter a conservação do solo, da biodiversidade, dos recursos hídricos e da paisagem. As
instalações devem ser adequadas, de modo a
não causar danos ao couro e a carcaça bovina
e garantir a segurança do pessoal responsável
pelo manejo dos animais. O conhecimento do
comportamento animal e a aplicação de estra-
tégias de manejo, considerando as necessidades
fisiológicas, permitem ganhos diretos e indiretos
na produção de carne e couro de qualidade. A
suplementação alimentar considera a qualidade
dos insumos e aditivos utilizados na alimentação
animal. A identificação individual e o registro de
ocorrências contribuem na avaliação do desempenho individual e do rebanho e no rastreamento
das informações. O manejo sanitário assegura a
produção de um alimento saudável e, finalmente,
o reprodutivo visa otimizar o desempenho do
rebanho de cria, de forma racional, econômica
e sem promover a degradação ambiental.
A história serve como fonte de explicação
para as atuais demandas de carne bovina.
Aspectos relacionados ao ambiente, ao social
e ao animal tornam-se relevantes em sistemas
de produção que buscam ‘ser diferentes’. Os
protocolo GLOBALG.A.P. e BPA, por valorizarem um conjunto de fatores determinantes
da produção, são certificações promissoras em
uma realidade, um tanto quanto, conturbada
para a cadeia da carne bovina.
Méd. Vet., Mestranda do Programa de
Pós-Graduação em Zootecnia, Faculdade de
Agronomia – Ufrgs/Nespro. E-mail: mecanozzi@
yahoo.com.br
2
D.Sc. Professora do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria/
Cesnors/Palmeira das Missões/RS
3
D.Sc. Professor de Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul – Ufrgs/Nespro
1
38
Março / Abril de 2011
ARTIGO
Obtenha ganhos genéticos em seu
rebanho através do Promebo®!
Todos os técnicos credenciados da
ABA estão aptos a realizar as avaliações, bem como técnicos da área e os
criadores que se credenciaram junto a
ABA-ANC/Promebo. São realizados
anualmente cursos de credenciamento
e reciclagem para avaliação da raça
Angus.
Por Leonardo T. Campos
& Gabriel S. Campos*
A Associação Nacional de Criadores e a Associação Brasileira de Angus,
com o objetivo de promover o progresso genético dos rebanhos Angus
do Brasil, vem trabalhando através do
Promebo® para ampliar o número de
criadores usuários deste Programa de
Avaliação Genética.
Atribuições da ABA
=> Orientação do Corpo Técnico;
=> Divulgação do programa (site,
jornal, assessoria de imprensa, etc);
=> Organização e promoção de
treinamentos e reciclagens;
=> Suporte aos criadores participantes
Atribuições específicas
da ANC/Promebo
=> Manter o banco de dados
componente do Arquivo Zootécnico
Nacional dos rebanhos registrados e/
ou controlados pela Entidade.
=> Realizar as avaliações genéticas, contando com a assessoria do
Gensys.
Quem pode participar?
Todos os produtores que possuem
rebanhos PO, PC, Cruzamentos ou
Gado Comercial (associados ou não
da ANC ou ABA).
Pré-requisito para participar
Rebanho Controlado: animais
identificados, com controle de nascimentos, pais conhecidos (ou RM) e
avaliações em momentos estratégicos
(desmame e pós-desmame).
Balança apropriada (com bom
nível de precisão).
Quem pode realizar a avaliação
dos animais ?
Características importantes
Todos os animais do rebanho
em controle participam (Não há
pré-seleção);
Os animais são criados e avaliados
nas condições normais de cada estabelecimento;
Para serem avaliados os produtos
devem pertencer a um grupo contemporâneo (mesmo sexo e regime
alimentar), ou seja, receber oportunidades iguais (Manejo e alimentação
uniformes);
O programa é bastante Simples
para o criador, podendo, em rebanhos
com uma única estação de produção
(primavera), envolver somente um
manejo de mangueira por ano.
Lembre-se: quanto maior o grupo
contemporâneo melhor a qualidade
da informação.
Momentos de avaliação
Os animais devem ser avaliados na
desmama (aprox. 5-8 meses de idade)
e ao sobreano (aproximadamente 16
– 20 meses de idade).
Características avaliadas
Principais Peso ao Nascer
Peso ao Desmame (ajustado
aos 205 dias e à idade da mãe)
Peso ajustado ao ano (12 meses) ou Sobreano (18 meses).
Perímetro escrotal Escores Visuais,
para estimar a composição do ganho
de peso dos animais, onde:
C = Conformação
P = Precocidade
M = Musculatura
T = Tamanho
Complementares Escores para pelame (relacionado à
adaptação e resistência ao calor)
Resistência ao carrapato (relacionado ao nível de infestação)
Medidas de carcaça por Ultra-som:
- Área de olho de lombo
- Espessura de gordura sub-cutânea
- Marmoreio
Resultados práticos = permite
selecionar:
a) Candidatos a touro;
b) Animais dupla marca (decas
superiores, conforme a raça).
c) Melhores novilhas para a reposição através da performance da mãe e
da sua própria performance;
d) Melhores touros pais em utilização, através da performance de suas
progênies;
e) Vacas de melhor eficiência
reprodutiva e maior capacidade
em desmamar terneiros pesados.
f) Melhores touros pais em utilização,
que estão incluídos no Sumário de
Touros da ANC ANGUS2010.
Como realizar a inscrição e iniciar
as avaliações genéticas?
Entre em contato com o Assessor
Técnico da ABA (té[email protected].
br, fone 51 3328 9122) ou com o
Promebo na ANC para obter maiores
informações sobre o programa ([email protected], 53 – 3222
4576 ou 3228 7735).
* Informações produzidas pelo
Comitê de Melhoramento da Raça
Angus
Objetivos e recomendações práticas
para os produtores de carne bovina
quanto ao controle da performance
Mudanças de Manejo
ou de Objetivos
Prática
Descrição da Prática
1- Nenhuma mudança
Compra de touros
Testados pela performance
com DEPs próprias ou dos touros pais
apropriadas
Efeito Possível: aumento da performance dos filhos na característica selecionada.
2- Nenhuma mudança
Descarte de vacas
Baseando-se na sanidade física e com
bezerro ao pé
Efeito Possível: eliminar vacas com performance reprodutiva inferior e problemas físicos; aumento na produção de
bezerros e peso à desmama.
3- Numeração
Identificação individual
Brinco, tatuagem, marca a fogo
Efeito Possível: coleta de registros de performance individuais; permite uma seleção e descarte mais precisos.
4- Coleta de dados de pesagens
Pesagem individual dos animais;
coletar dados de nascimento
Registro da data de nascimento
dos bezerros; Pesos a desmama
e ao sobreano reais e ajustados;
computação de dados reprodutivos
Efeito Possível: aumento do peso à desmama e peso ao sobreano; evidencia vacas que não estão parindo a cada 365
dias; identifica vacas que parem tarde na estação; identifica vacas inferiores em produção.
5- Redução no número de vacas falhadas
Diagnóstico de gestação
Eliminação de vacas falhadas
Efeito Possível: aumento na fertilidade; diminuição nos custos de criação dos bezerros.
6- Menor duração da estação de parição
Diagnóstico de gestação, redução
da estação de monta
Eliminar acasalamentos no tarde,
remover os touros após uma estação
reprodutiva limitada
Efeito Possível: aumento no peso real médio; aumento na taxa reprodutivas.
7- Obter vantagens do vigor híbrido e
variabilidade genética
Cruzamentos
Acasalamento de vacas de uma raça
com touros de outra; uso de vacas
cruzadas
Efeito Possível: ganho em peso à desmama; aumento na % de bezerros produzidos; ganho no peso ao ano ou
sobreano; aumento na variação da progênie; uso específico de novilhas de reposição.
8- Aumentar a eficiência do processo de
seleção
Seleção das novilhas de reposição
Seleção para reposição das novilhas
de mais idade e maiores no grupo
contemporâneo
Efeito Possível: novilhas selecionadas seriam de vacas que: 1) parem no cedo; 2) são de boa produção de leite;
3) transmitem um impulso de crescimento adequado; são novilhas de desenvolvimento mais fácil até atingir peso de
acasalamento.
9- Dados de performance
Novilhas de reposição
individualmente identificadas
Repetibilidade: descartar vacas com base na produção média da 1ª e 2ª cria.
* Adaptado a partir de BIF Guidelines
[email protected]
Manter registros de performance para
vaquilhonas de 1ª e 2ª cria; descarte
de fêmeas com base na 1ª e 2ª crias
OPINIÃO
39
Março / Abril de 2011
Rastrear ou não rastrear, eis a questão!
A rastreabilidade, além de ser uma exigência de alguns mercados, deve se tornar no longo prazo uma prática comum,
já que garante a rastreabilidade total do animal abatido, contribuindo com a qualidade do produto final
Por Por Alex Lopes da Silva
O
futuro da pecuária nacional, com
tendência de aplicação crescente de
tecnologia e melhoria da qualidade
de produção e processos, passa necessariamente pela identificação dos animais, tanto para
atender mercados exigentes, como medida de
controle do rebanho.
Dessa forma, o Brasil implantou em 2002
um sistema de rastreabilidade bovina, regido
pela Instrução Normativa 17 do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), que após algumas modificações passou a ser denominado, a partir de 2006, Sistema
de Identificação e Certificação de Bovinos e
Bubalinos (SISBOV).
Atualmente existem duas categorias de
monitoramento para as propriedades que fazem
parte do SISBOV: Fazendas ERAS e Fazendas
TRACE.
As fazendas ERAS são propriedades que
cumprem todas as exigências do Sisbov, porém
ainda não estão aptas a exportar para o mercado
europeu.
Quando liberadas para exportação através
de auditorias, passam a ser denominadas fazendas Trace, ou pertencentes à Lista Trace, e
produzem o chamado “boi Europa”.
Esses animais são produzidos dentro de
diversas exigências, e sendo assim, na venda,
normalmente existe pagamento de ágios sobre
o valor da arroba. Cada frigorífico define sua
bonificação.
Em 2008 o ágio para a arroba do “boi Europa” chegou aos 10% sobre o valor de mercado
físico. As exportações para o bloco europeu
estavam em crescimento.
Atualmente paga-se, em média, R$2,00 a
mais pela arroba do “boi Europa” em relação
ao “boi comum”, em todo o Brasil.
Porém, nem sempre há ágio.
A partir do segundo semestre do ano,
entressafra, cresce a oferta de boiadas de confinamento, principalmente entre outubro e
novembro. Essas propriedades confinadoras,
na grande maioria das vezes, são caracterizadas
por alto nível tecnológico, com a rastreabilidade
fazendo parte do sistema.
Dessa forma, o aumento na oferta de animais lista Trace leva a uma redução do ágio,
sendo que em muitas vezes, como ocorreu em
2010, os frigoríficos deixam de pagar preços
diferenciados por esses animais.
Mas afinal, qual o custo para implantação
da rastreabilidade no rebanho?
Custo de implantação da rastreabilidade
Existem alguns tipos de identificadores no
mercado e o preço de cada um desses insumos
influencia de diretamente nos custos de implantação do sistema.
Considerando os identificadores, o produtor pode escolher entre as seguintes opções
permitidas pelo SISBOV:
A - Um brinco e um botton padrão. (método 1)
B - Um brinco ou um botton padrão e um
dispositivo eletrônico. (método 2)
C - Um brinco padrão em uma orelha e
uma tatuagem na outra. (Método 3)
D - Um brinco padrão e o número de manejo do SISBOV marcado a fogo. (método 4)
E - Um dispositivo único com identificação
visual e eletrônica. (Método 5)
F - Somente um brinco padrão.
Apesar de possível a utilização de somente
um marcador, a associação dos tipos de identificação é a mais indicada e a mais utilizada já que
minimiza a perda da numeração e consequente
rastreabilidade do animal.
Para estimar os custos envolvidos na
identificação dos bovinos, considerou-se uma
propriedade de referência com um rebanho
estável de 1.325 cabeças, em sistema de ciclo
completo (de cria, recria e engorda), composto
por matrizes, novilhas, bezerros e bezerras,
garrotes para a engorda e touros.
Além dos gastos com insumos – brinco,
botton, tinta, unguento, etc -, estão incluídos
no custo final, despesas com mão de obra, com
a empresa certificadora e a depreciação dos
equipamentos.
As formas de identificação apresentadas
nesta análise serão o brinco e o botton (brbo),
brinco e marcação a fogo (brmf) e brinco e
tatuagem (brta), por serem as mais utilizadas.
Veja na tabela 1 os resultados no primeiro
ano, com a implantação do sistema.
Considerando, no rebanho em questão,
um desfrute de 25%, ou seja, um abate de 332
cabeças, e diluindo os custos do primeiro ano
na boiada que irá para o abate, considerando
18@ de média, o preço da associação brinco e
botton será de R$1,46/@. Tabela 2.
Considerando a remuneração média do
“boi Europa”, R$2,00 a mais por arroba, o
pecuarista terá um ganho de R$0,54/@ para o
brinco mais botton, R$0,61/@ para a marcação
a fogo mais brinco e R$0,47/@ para a associação
do brinco e da marca a fogo.
Abatendo 332 cabeças, com média de 18@,
o ganho com a rastreabilidade pode variar de
R$2,8mil a R$3,6mil por ano.
No entanto, no segundo ano, com a rastreabilidade já estabelecida, os custos diminuem.
Considerando nesse rebanho 400 matrizes,
com uma taxa de natalidade de 60%, nascerão
240 animais por ano. Supondo a brincagem em
todos e o mesmo desfrute médio do rebanho,
os resultados são melhores.
Nesse ano o ganho advindo da rastreabilidade pode chegar a R$8,8mil por ano, utilizando
os mesmos parâmetros de peso dos animais e
número de cabeças abatidas.
É importante lembrar que em um rebanho
maior os custos com deslocamento do técnico
serão diluídos, assim como os custos fixos,
levando a melhores resultados.
Final
A rastreabilidade, além de ser uma exigência
de alguns mercados, deve se tornar no longo
prazo uma prática comum, já que garante a
rastreabilidade total do animal abatido, contribuindo com a qualidade do produto final.
Porém, a adoção ou não do sistema será
sempre uma decisão individual, que deve
considerar todos os aspectos que envolvem a
atividade, como a sistema adotado na fazenda,
estratégias de mercado, política dos compradores e a análise dos custos envolvidos.
Zootecnista
Scot Consultoria
Tabela 1.
Custo para implantação da rastreabilidade, em R$/ano
Materiais
Custos fixos
Aplicador de brincos
Conjunto de números de marca a
fogo
Conjunto de números para tatuador
Flambador
Tatuador
Custos fixos
Custos variáveis
Botton
Brinco
Certificadora
Deslocamento do técnico
Gás
Mão-de-obra para manejo dos
animais
Remuneração do técnico
Tinta
Unguento
Custos variáveis
Custo total
Custo por cabeça
brbo
brmf
brta
58,50
-
58,50
11,70
58,50
-
58,50
22,50
92,70
18,00
288,00
364,50
861,25
1.325,00
2.782,50
1.200,00
662,50
1.325,00
2.782,50
1.200,00
120,00
662,50
1.325,00
2.782,50
1.200,00
662,50
1.800,00
8.631,25
8.689,75
6,56
1.800,00
298,13
8.188,13
8.280,83
6,25
1.800,00
975,00
8.745,00
9.109,50
6,88
Tabela 2.
Custos da rastreabilidade no primeiro ano.
Custos
Custo total rebanho (R$/ano)
Custo por cabeça abatida (R$/cab/ano)
Custo por arroba (R$/@/ano)
brbo
8.689,80
26,23
1,46
brmf
8.280,83
25,00
1,39
brta
9.109,50
27,50
1,53
Tabela 3.
Custos da rastreabilidade a partir do segundo ano
Custos
Custo total rebanho (R$/ano)
Custo por cabeça abatida (R$/cab/ano)
Custo por arroba (R$/@/ano)
brbo
3.078,50
2,32
0,52
brmf
3.130,70
2,36
0,53
brta
3.453,50
2,61
0,58
40
Março / Abril de 2011

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