LEgIsLAçãO 2010
Transcrição
LEgIsLAçãO 2010
2 e x p e d i e n t e DIRETORIA Cláudia Regina de Souza Costa Anna Lydia Collares Fernando Carlos Andrade Leão Luiz Henrique Mansur Barbosa Martha Short Soares Jorge Teixeira de Queiroz SUPLENTES Antônio Cláudio Cavalcante da Silva Inês de Oliveira Leite César Bittencourt da Silva CONSELHO FISCAL Oswaldo Salles Lima Júnior Rodrigo Mocarzel Manhães Hélio Borges Monteiro Neto SUPLENTES Wladmir Castiglia João Raposo CONSELHO CONSULTIVO Luiz Henrique Mansur Barbosa Plínio Comte Leite Bittencourt Wanderley Costa DELEGADOS REPRESENTANTES JUNTO AO CONSELHO DA FENEP Anna Lydia Collares Fernando Carlos Andrade Leão DIRETORES REGIONAIS João Raposo - Araruama Wladmir Castiglia - Itaboraí Jorge Teixeira de Queiroz - Nova Friburgo Carlos José Machado - Petrópolis Inês de Oliveira Leite - S. Pedro D´Aldeia Maurício Hanna Badr - Rio Bonito Antônio Cláudio C. da Silva -Teresópolis Silvano José Martins - Três Rios Roberto Francisco Giannattasio - Maricá Elicéa da Silveira - Cabo Frio DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÂO INFANTIL Anne Ribeiro de M. Guimarães DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÂO INCLUSIVA Anna Lydia Collares DEPARTAMENTO DE ENSINO FUNDAMENTAL & MÉDIO Zélia O´Dwyer Oliveira ENDEREÇO e CONTATOS: Av. Amaral Peixoto, 500 - s/ 1206 Centro - Niterói - RJ - 24.020-077 Tel/Fax: (021) 2717-4915 www.sineperj.org.br [email protected] Textos e Diagramação: Julia Sinder [email protected] EDITORIAL DO SINEPE RJ Em dezembro de 2009, tivemos a posse da Diretoria do Sinepe RJ, gestão 2010/2012. A partir de então, a composição da Diretoria está enriquecida com a criação de dois novos cargos: 2ª Vicepresidência e 2ª Diretoria Administrativa, ocupadas pelos Professores Fernando Leão (Colégio Salesiano Santa Rosa) e Jorge Queiroz (Colégio D. Pedro I), que desenvolverão ações em parceria com os Diretores Regionais e com a 1ª Diretoria Administrativa, ocupada pela Professora Martha Short (Travessura Casa de Brincar). Durante a festa de posse, prestamos merecida homenagem a educadoras que muito contribuíram para o cenário da Educação em Niterói: Professoras Berenice Coutinho (Curso Bittencourt Cortes), Carmen Gravina (Escola Tia Carmen), Marilene Martins (Colégio Oswaldo Cruz) e Maria Esther Latini (Colégio Betânia). Para o Professor Comte Bittencourt, Membro do Conselho Consultivo do Sindicato, Deputado Estadual e Presidente da Comissão de Educação da Alerj, esta singular iniciativa, além de estar permeada de sensibilidade, valoriza a história da Escola Particular Fluminense e o importante desempenho de seus educadores. Nesta gestão, daremos continuidade aos projetos iniciados; aprenderemos sobre Responsabilidade Social, objetivando tornar efetivas novas ações nas Escolas Associadas, por intermédio da formação de um núcleo de trabalho; aprofundaremos os temas desenvolvidos nas Práticas Pedagógicas Diferenciadas e aprimoraremos, cada vez mais, os serviços oferecidos pelo Sinepe RJ, por intermédio de suas Assessorias Jurídicas: Cível, de Cobrança e Trabalhista; Pedagógica, Contábil e de Comunicação. As regionais do Sinepe RJ iniciarão a prática de autonomia financeira, coordenada pelas 2ª Vicepresidência e Diretoria Financeira, esta ocupada pelo Professor Luis Henrique Mansur Barbosa (Centro Moderno de Ensino). Assim, objetivamos expandir o quadro de Escolas Associadas no interior do Estado e realizar maior número de atividades nos municípios. Fortalecendo nossa representação, estaremos promovendo ações importantes para melhor comunicação com as escolas particulares distantes da capital, que, com características e necessidades muito diferenciadas, terão espaços de troca e orientação garantidos. Os Departamentos, nesta gestão com novas lideranças, estarão em parceria com a 1ª Vicepresidente, Professora Anna Lydia Collares (Centro Educacional Estação do Aprender), que também está à frente do Departamento de Educação Inclusiva. A estruturação do calendário anual de Práticas Pedagógicas Diferenciadas foi iniciada em janeiro passado com as Professoras Anne Guimarães (Escola Primeiros Passos) e Zélia O’Dwyer (Colégio N. Sa. das Mercês e Escola N. Sa. do Sagrado Coração), que ocupam as Diretorias dos Departamentos de Educação Infantil e de Ensino Fundamental & Médio, respectivamente. Principalmente, continuaremos procurando aproximação, troca, aprimoramento e convivência com e entre as Escolas Associadas, para que possamos acompanhar as transformações da modernidade em nosso segmento e contribuir para a excelência da Educação em nosso Estado. Profa. Cláudia Costa, Prof. Luiz Henrique Mansur, Profa. Anna Lydia Collares, Prof. Marcelo Gomes, Profa. Martha Short e Prof. Fernando Leão, durante a posse da nova Diretoria no restaurante Buzin. 3 Atualize-se: novidades na Legislação Em caso de dúvidas, escreva para Marilene Moreira, assessora pedagógica do SINEPE RJ: [email protected] legislação 2010 PARECER CNE/CEB Nº 20/2009 - DOU de 09/12/2009 "Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil”. RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 5, de 17 de dezembro de 2009 - DOU de 18/12/2009 “Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil”. PARECER CNE/CEB Nº 22/2009 - DOU de 11/01/2010 "Diretrizes Operacionais para a implantação do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos". RESOLUÇÃO Nº 1, de 14 de janeiro de 2010 - DOU de 15/01/2010 "Define Diretrizes Operacionais para a implantação do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos". O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, no uso de suas atribuições legais, em conformidade com o disposto na alínea “c” do § 1º do artigo 9º da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995, bem como no § 1º do artigo 8º, no § 1º do artigo 9º e no artigo 90 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e com fundamento no Parecer CNE/ CEB nº 22/2009, homologado por despacho do Senhor Ministro da Educação, publicado no DOU de 11 de janeiro de 2010, resolve: Art. 1º Os entes federados, as escolas e as famílias devem garantir o atendimento do direito público subjetivo das crianças com 6 (seis) anos de idade, matriculando-as e mantendo-as em escolas de Ensino Fundamental, nos termos da Lei nº 11.274/2006. Art. 2º Para o ingresso no primeiro ano do Ensino Fundamental, a criança deverá ter 6 (seis) anos de idade completos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula. Art. 3º As crianças que completarem 6 (seis) anos de idade após a data definida no artigo 2º deverão ser matriculadas na Pré-Escola. Art. 4º Os sistemas de ensino definirão providências complementares de adequação às normas desta Resolução em relação às crianças matriculadas no Ensino Fundamental de 8 (oito) anos ou de 9 (nove) anos no período de transição definido pela Lei nº 11.274/2006 como prazo legal de implantação do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. § 1º As escolas de Ensino Fundamental e seus respectivos sistemas de ensino que matricularam crianças que completaram 6 (seis) anos de idade após a data em que se iniciou o ano letivo devem, em caráter excepcional, dar prosseguimento ao percurso educacional dessas crianças, adotando medidas especiais de acompanhamento e avaliação do seu desenvolvimento global. § 2º As crianças de 5 (cinco) anos de idade, independentemente do mês do seu aniversário, que no seu percurso educacional estiveram matriculadas e frequentaram por mais de 2 (dois) anos a Pré-Escola, poderão, em caráter excepcional, no ano de 2010, prosseguir no seu percurso para o Ensino Fundamental. Art. 5º Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. CESAR CALLEGARI 4 ACONTECE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DiFeReNCiAdaS Em fevereiro, os professores e diretores de Nova Friburgo receberam, no Colégio Anchieta, duas personalidades da área educacional: Profa. Vânia Silva e Profa. Tânia Zagury. Com o auditório lotado, as educadoras falaram sobre os temas “Educação artística na escola” e “Liderança em sala de aula” e foram aplaudidas de pé. Conheça um pouco sobre o que foi debatido, nas entrevistas abaixo, realizadas com as duas educadoras. SINEPE RJ: Conte um pouco sobre a sua trajetória profissional. Profa. Vânia: Sou graduada em Artes Plásticas e Desenho, especialista em História da Arte e mestre em Ciências da Comunicação. Atualmente, leciono no Colégio São Francisco Xavier e no Centro Universitário Sant´Anna, em São Paulo. SINEPE RJ: Por que atualmente a cultura de massa é tão valorizada em detrimento da erudita e da popular? O que isso afeta o aprendizado em sala de aula? Profa. Vânia: A cultura de massa é fruto da indústria cultural, que em nosso país é extremamente dominante pela falta de repertório da massa (conhecimento). A criança, o adolescente e o jovem vêm para a sala de aula com repertório empobrecido, pois são vítimas deste bombardeio de informações deturpadas. SINEPE RJ: Em sua palestra, você diz que os professores não devem ir contra a informação da cultura de massa que os jovens recebem, mas sim questionar esta informação. De que maneira, na prática, isto pode ser feito? Profa. Vânia: Os professores devem mostrar exemplos de outras culturas (erudita e popular), dando oportunidade para que eles cresçam valorizando a cultura do nosso país, e não copiando outras culturas que não fazem parte do nosso repertório. SINEPE RJ: Como é possível trabalhar as questões artísticas em sala de aula e fazer com que os alunos se interessem? Profa. Vânia: As questões artísticas, quando bem trabalhadas em sala de aula, podem desenvolver conteúdos das outras disciplinas de maneira muito mais motivadora do que simplesmente aulas teó- ricas que não condizem com o universo onde hoje as crianças e adolescentes estão inseridos. Portanto, a arte permite aos educadores usarem ferramentas motivadoras em suas aulas, para que os educandos se interessem naturalmente, já que a arte está na vida deles 24 horas por dia. SINEPE RJ: De que maneira o aprendizado através da arte contribui para o desenvolvimento do aluno? Profa. Vânia: O aprendizado por meio da arte contribui em todo universo social em que ele vive e onde ele produzirá. Um aprendizado sem arte é impossível de ser concebido, já que cada um de nós, desde que nasce, cresce e vive em sociedade, desenvolve aptidões e gostos artísticos na família, com os amigos, na escola, no trabalho... em tudo que lhe diz respeito. AUDITÓRIO LOTADO 5 ACONTECE SINEPE RJ: Conte um pouco sobre a sua trajetória profissional. Profa. Tânia: Comecei na rede pública municipal, como alfabetizadora, aos 17 anos. Em 1986, publiquei meu primeiro livro. Hoje, já são dezoito; alguns foram traduzidos e publicados também no exterior. Atualmente, trabalho com pesquisas e consultoria em Educação e no treinamento de professores. o que tento mostrar aos professores é que quanto maior a carência de humanismo na sociedade e menor visão crítico-analítica dos alunos, tanto mais importante se torna o papel do professor. SINEPE RJ: A liderança em sala de aula é um dos principais pontos da palestra. Você mais superficiais se tornam os indivíduos, quanto mais os pais se tornam ausentes (por razões sociais ou afetivas, não importa), mais essencial se torna a presença e importância dos professores para as novas gerações. SINEPE RJ: Como as escolas e professores devem lidar com atos de indisciplina? Profa. Tânia: Em primeiro lugar, compreendendo que, quanto mais indisciplinado o SINEPE RJ: Em sua palestra, aluno, maior o risco social de você diz que descobriu, através ele se marginalizar, agredir o de pesquisa, que indisciplina e outro, se deprimir ou usar desmotivação são os dois prindrogas. Partindo daí, o olhar cipais problemas enfrentados da escola se modifica: em pelos professores em sala de vez de olhar o aluno como aula. Por que isso aparece com estorvo, ou como algo a ser tanta frequência nas respostas? descartado porque incomoProfa. Tânia: Porque essa é o Prof. Tânia Zagury e prof. Jorge Teixeira, 2 diretor da, passa-se a ver o quanto a realidade vivenciada pelos administrativo do SINEPE RJ esse jovem precisa de nós. docentes. A grande vantaEm segunda instância, a esgem da pesquisa com base cola tem que criar esquemas diz que ter autoridade em sala é como recientífica é exatamente essa - retrata de trabalho homogêneo, quer dizer, a ger uma orquestra. Como, na prática, os a realidade e não o que alguém "acha" escola deve criar uma espécie de "atiprofessores podem exercer a liderança? sobre a realidade. Famílias inseguras e tude pedagógica-padrão", um protoProfa. Tânia: Mostrando, antes de escola sem qualidade, além de uma socolo, definindo e especificando como tudo, competência técnica (que, a meu ciedade competitiva, violenta e voltada a equipe como um todo deve agir em juízo, é a soma de conhecimento, técpara valores imediatistas e consumisrelação ao aluno indisciplinado. Isso nica e criatividade didática); além disso, tas só podem gerar esse tipo de perfil. fortalece o professor e lhe dá também mais coragem SINEPE RJ: Muitos professores para agir, já que se sente (...) O que tento mostrar aos professores é que se dizem desacreditados do amparado pela instituição. quanto maior a carência de humanismo na ato de educar e consideram os sociedade e menor visão crítico-analítica dos jovens muito rebeldes. De que SINEPE RJ: Quais métoalunos, tanto mais importante se torna o papel maneira é possível resgatar a dos e ferramentas os prodo professor. motivação desses profissionais? fessores podem utilizar Profa. Tânia: Fazendo com a em sala de aula para catiProf . Tânia Zagury que percebam que as novas var e motivar seus alunos? gerações (especialmente a Profa. Tânia: Creio que um partir da adolescência) histoé preciso transpirar empatia e afeto grande aliado do professor é o próprio ricamente sempre foram "difíceis", no pelo aluno. Essa é a base sobre a qual aluno. No sentido de que ele dá pistas sentido de que obstaculizam, questiose erige a autoridade do professor. ao professor do que pode funcionar, nam, não aceitam aulas ruins etc. Nesquando explicita do que gosta e do se sentido, as coisas hoje estão mais SINEPE RJ: No seu entendimento, o que não gosta. O professor eficiente difíceis, porque vivemos, além de tudo que não pode faltar a um profissioparte do que o aluno gosta - música, que citei acima, uma grave crise de aunal de educação para que ele exeralegria, dar risada, conversar, estar entoridade. Também a falta de limites conça da melhor maneira a sua função? tre os seus iguais - para, aos poucos, tribui para o agravamento da questão, Profa. Tânia: O que não pode faltar, conquistá-lo para a ideia de que a sala assim como a postura da família modera meu ver, é a compreensão de que na, que não confia mais na escola como de aula é um local importante na vida quanto maior a crise de valores, quanno passado. Apesar desses agravantes, e na definição do seu próprio futuro. to maior o descaso pelo saber, quanto “ ” 6 SOCIAL NA EDUCAÇÃO diversos públicos, interno e externo. A grande novidade é que a responsabilidade social passa a ser gerida estraNeste artigo, trazemos ao debate o tegicamente, com orçamento previsto e tema Responsabilidade Social na Educaincorporado no planejamento da gestão ção, buscando, num primeiro momenescolar. Passa-se, então, da antiga filanto, discutir o que se compreende por tropia (em que eram doados recursos responsabilidade social, especialmente sem nenhum planejamento) para o incom ênfase no conceito atual de educavestimento social, com objetição para a sustentabilidade. vos claros a serem alcançados, A seguir, passamos à participação e envolvimento da R S E é forma de gestão que se define pela análise dos resultados de escola e seus colaboradores na relação ética e transparente da empresa com ações sociais comunitárias elaboração e execução dos prodas escolas particulares do todos os públicos com os quais se relaciona e pela jetos, monitoramento dos imelaboração de metas empresariais compatíveis pactos e avaliação constante da Estado do Rio de Janeiro, com o desenvolvimento sustentável da sociedade, ação, visando a contribuir com com base nas estatísticas preservandorecursos ambientais e culturais para transformações sociais efetivas. do Instituto Faça Parte, gerações futuras, respeitando a diversidade e Um programa bem estrutuque promove a iniciatipromovendo a redução das desigualdades sociais. rado de responsabilidade social va Selo Escola Solidária. (Ethos) permitirá promover o fortaleciFinalmente, abrimos mento da comunidade e da esuma discussão focada nas Valéria Lima cola, numa perspectiva contínua cial, ambiental e humana. Neste sentido, escolas particulares, no sentido de sue que contemple a valorização a educação para a sustentabilidade é engerir os meios pelos quais elas podem do capital humano e do desenvolvimento frentar, cotidianamente, o tema dos direidesempenhar um papel de vanguarda na sustentável, mas, ao mesmo tempo, agretos humanos, da diversidade cultural, do adoção de práticas socialmente respongando valor significativo à marca através meio ambiente, da igualdade de oportusáveis, promovendo a reflexão, o recodo retorno de mídia, visibilidade e de renidades, da solidariedade e dos preconnhecimento das diferenças, o combate conhecimento por parte de seus clientes. ceitos sociais, religiosos, raciais e sexuais. às desigualdades, o exercício da cidadania Na ausência de dados estatísticos Muitas escolas confundem ação específicos que revelem, com precisão, e a preocupação com o meio ambiente. um panorama da Responsabilidade Social social com um programa de respon“A Responsabilidade Social, longe das Escolas Particulares no Estado do Rio sabilidade social. A ação social é uma de se constituir enquanto ação volunde Janeiro, ilustramos o debate, conforprática geralmente pontual, em alguma tária; distante de se caracterizar enme mencionado anteriormente, com as data comemorativa, e que pode envolquanto forma de assistencialismo, ou estatísticas divulgadas pelo Instituto Faça ver os mais diversos públicos da escola, enquanto filantropia; passa fundamenParte relativas ao Selo Escola Solidária. como o plantio de mudas de árvores talmente por um conjunto de iniciativas Estas estatísticas serão analisadas como apenas na semana do meio ambiente, estratégicas que pensem e afirmem o uma aproximação do desempenho instiuma doação para alguma instituição fiindivíduo, a comunidade e a sociedade tucional do setor quanto ao tema em tela. lantrópica, dentre outros exemplos. na sua dimensão emancipatória e cidaO Instituto Faça Parte, em parJá a responsabilidade social está dã”- Eduardo Neto Moreira de Souza. ceria com MEC, CONSED, UNDIvinculada ao modelo de gestão com Compreenda-se, aqui, cidadania no ME e UNESCO, iniciou, em 2003, um base na ética e em valores humanos. seu sentido mais lato, não como o conprojeto para identificar e reconheAssim, está diretamente ligada à misjunto de direitos e deveres que cada cer as ações comunitárias desenvolsão institucional e à forma de gerir o vidas por escolas de educação básica pessoa tem num Estado civil, mas, além de todo o país: o Selo Escola Solidária. relacionamento da escola com seus disso, como constituição do coletivo, de Puppim Consult* práticas que ultrapassem o campo do eu, do indivíduo, que se prolongue ao ser coletivo, sociabilidade de cada grupo. Desta forma, não podemos pensar responsabilidade social sem estarmos referenciados à busca de um desenvolvimento sustentável, sob suas mais diversas dimensões: política, econômica, so- “ ” 7 A cada dois anos, o Selo Escola Solidária reconhece boas iniciativas, ações e projetos solidários, que mostram, com criatividade e competência, que é possível repensar a educação. Em suas edições, foram reconhecidas 20.548 (vinte mil, quinhentos e quarenta e oito) escolas de todos os estados brasileiros. Nas edições de 2007 e 2009, 848 (oitocentos e quarenta e oito) escolas participaram do Selo Escola Solidária no Estado do Rio de Janeiro, sendo que, destas, 243 (duzentos e quarenta e três) escolas pertenciam à rede particular, revelando uma participação de 29% no conjunto de estabelecimentos de ensino participantes do Selo. Quanto às iniciativas das escolas particulares, destacam-se: “campanhas, doações e comemorações” (23%), “cidadania, mobilização em direitos humanos” (23%), “educação” (22%), “esporte e lazer” (14%), “meio ambiente” (7%), ”saúde” (6%), dentre outras. Fonte: Instituto Faça Parte Fonte: Instituto Faça Parte Quanto à distribuição geográfica das escolas pelos municípios, observa-se que, nos anos de 2007 e 2009, os municípios do Rio de Janeiro (107), São Gonçalo (18), Niterói (17), Petrópolis (9), Teresópolis (7) responderam por 65% das escolas reconhecidas com o Selo de Escola Solidária, sendo que os 35% restantes, equivalentes a 85 escolas, encontravam-se pulverizadas em 37 municípios distintos. Fonte: Instituto Faça Parte 8 Frente aos dados revelados no estado pela iniciativa Selo Escola Solidária, observa-se uma tímida participação das escolas particulares, o que pode sugerir que a temática vem sendo incorporada de forma ainda incipiente nesse segmento de ensino, ou que, quanto à comunicação, as práticas desenvolvidas têm sido pouco disseminadas, debatidas e incorporadas. Vale destacar que, ao cotejarmos as escolas particulares que obtiveram o Selo com as escolas associadas ao SINEPE RJ, verificamos que apenas um conjunto de 20 escolas participou da iniciativa desde a sua criação em 2003. Outro aspecto que nos chama a atenção é que o Selo contemplou iniciativas como “campanhas, doações e comemorações”, que respondem por 23% das ações comunitárias de escolas particulares, de acordo com o segundo gráfico apresentado. Se tivermos em mente a diferença entre os conceitos de ações sociais e responsabilidade social, tal como já esclarecemos, o desempenho das escolas particulares revelaria um viés de atuação mais assistencialista do que socialmente responsável. O Selo Escola Solidária não se propõe a conferir a chancela de responsabilidade social às escolas participantes. Mesmo levando em conta esta diferença em relação aos propósitos por nós defendidos, os dados permitem constatar que as escolas públicas estaduais e municipais estão bem mais motivadas em produzir e disseminar suas ações sociais do que as escolas particulares que, ou não estão cônscias de iniciativas e práticas dessa natureza, ou, se estão, não conseguem comunicá-las de forma adequada para a sociedade. Temos a impressão de que o trabalho inovador, derivado das questões suscitadas ao longo do artigo, mais do que destacar as ações sociais comunitárias, tem o objetivo de evidenciar, incentivar e qualificar as práticas de responsabilidade social nas escolas constituintes da base do SINEPE RJ. Eis, então, o motivo da Diretoria do SINEPE RJ em nos solicitar este artigo. O Sindicato definiu como uma de suas prioridades de atuação, nesta nova gestão que ora se inicia, a discussão da responsabilidade social com as escolas associadas, na tentativa de diagnosticar as práticas que vêm sendo empreendidas em seus cotidianos, ampliando-as, aprofundando-as e difundindo-as por meio de amplos debates e reflexões coletivas. Se ao longo dessa empreitada forem despertadas novas práticas de gestão necessárias à educação de maior qualidade, com vistas a formar cidadãos voltados à questão da sustentabilidade em suas vidas individuais e/ou coletivas, os objetivos do SINEPE RJ com relação à Responsabilidade Social na Educação terão sido plenamente cumpridos. * A Puppim Consult presta assessoria a Empresas na definição da modelagem e escopo de sua Responsabilidade Social, avaliando seus projetos ou estruturando a sua inserção como Empresa Socialmente Responsável. Assessora, também, as Empresas em suas relações comunitárias. Maiores informações em: www.puppimconsult.com.br 9 SINEPE RJ: Como se iniciou a história do São José? Profa. Margarida: Profa. Margarida: O Colégio São José foi fundado no ano de 1944. Ele faz parte de um projeto idealizado e mantido pela Congregação das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora para estar a serviço da educação de crianças e jovens para a justiça e solidariedade. Funcionando provisoriamente numa casa cedida às Irmãs para instalação de um orfanato, foi transferido, no mesmo ano, para um prédio próprio, onde está hoje localizado. As Irmãs passaram a receber alunas filhas de classe média, pagando mensalidade, para que fossem orientadas em seus estudos, para, com estes recursos, manter em funcionamento o orfanato. Com o crescimento do bairro em que estava localizado e demanda das famílias por escola regular, as Irmãs buscaram autorização para o funcionamento do ginásio em 1965, e, em 1966, do curso Normal. Atualmente, o Colégio São José mantém turmas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. SINEPE RJ: O que você destacaria como aprendizado há tantos anos na instituição? Profa. Margarida: Faço parte da equipe do Colégio São José desde março de 1985. Primeiro, como professora do antigo “Curso de Formação de Professores de 1ª à 4ª série”, passando pela Coordenação deste curso, Coordenação Pedagógica da Escola, Vice-direção Pedagógica e, desde 2000, como Diretora. Durante todo este período, trabalhei em outras escolas e segmentos, mas foi o trabalho das Irmãs Sacramentinas e o Colégio São José que me despertaram para a importância da Educação Solidária. SINEPE RJ: Quais foram os principais desafios para completar 65 anos e se manter atualizado com as mudanças advindas da sociedade? Profa. Margarida: Todas as instituições precisam estar sempre atentas às mudanças da sociedade, implementando inovações e atendendo às expectativas de seus alunos, familiares e professores. No entanto, seus valores e princípios precisam estar sempre vivos e preservados, para que sua marca não se perca. Este é o principal desafio: mudar, mas permanecer sempre o mesmo. SINEPE RJ: Quais são os valores que o São José preserva na sua trajetória? Profa. Margarida: •Excelência Pedagógica – oferecer ensino qualificado e orientação ao educando em processo de formação e utilização de tecnologias como instru- mento de aprendizagem. •Fraternidade, Justiça e Solidariedade – estimular a convivência harmoniosa e integrada, construindo e mantendo relações de confiança, lealdade e transparência entre funcionários, alunos e seus familiares. •Acolhimento e Respeito às diferenças – respeitar as diferenças individuais de raça, credo e cultura, buscando atender e integrar pessoas com necessidades especiais. •Responsabilidade social e ambiental – contribuir para o desenvolvimento consciente e sustentado da sociedade, favorecendo o pleno exercício da cidadania e respeitando o meio ambiente. Os princípios de Identidade, Liberdade, Justiça, Amor, Fraternidade, Solidariedade e Comunhão são o alicerce da nossa ação pedagógica. O foco da educação está voltado para a formação da pessoa humana e do cidadão; por isso privilegiamos a convivência, os trabalhos em equipe, a produção coletiva como formas de desenvolver uma inteligência mais aberta, de educar a afetividade e de aumentar a capacidade de relacionamento interpessoal. Na realização das Campanhas Solidárias durante todo o ano, concretizamos nossa Missão de Educação comprometida com a excelência pedagógica com responsabilidade social e ambiental. 10 EDUCAÇÃO inclusiva tuma ser entendida como adequação possível da pessoa com deficiência às ‘normalidades’ da vida social. A inEm 25 de agosto de 2009, o clusão, ao contrário, busca modificar Presidente da República ratificou a a sociedade, para que esta se adapte “Convenção sobre os Direitos das às pessoas e não as pessoas à sociePessoas com Deficiência”, aprovada dade. Em outras palavras, trata-se de pelo Congresso Nacional em julho de acolher a diversidade humana, de tal 2008 (Decreto Legislativo nº 186, de forma que as pessoas ‘diferentes’ não 09.07.2008, publicado no DOU de apenas se beneficiem da igualdade de 20.08.2008) com quorum qualificado tratamento como também sejam trade emenda constitucional (três quintadas como iguais” (grifamos). tos, em dupla votação, em ambas as Nesse sentido, a convenção recasas do Congresso). centemente aprovada determina que Dessa forma, por consistir em trasejam tomadas “todas as tado internacional de direitos medidas necessárias para humanos, nos termos do art. assegurar às crianças com Faz-se necessário entender o porquê de incluir, 5º, § 3º da Constituição da deficiência o pleno exerconscientizar-se da importância de abraçar os República, a referida Convencício de todos os direitos ção ganha status de emenda princípios e valores explicitados na norma jurídica, humanos e liberdades adequando a nossa realidade à de todas as constitucional. fundamentais, em igualpessoas, com ou sem deficiência. Isso implica dizer que o Brasil dade de oportunidades deu um passo importantíssicom as demais crianças” Beatriz Fonseca mo rumo à inclusão das pes(art. 7º). soas com deficiência: regular A referida norma vai além a questão de modo expresso, em evolução constante; do conceito de acessibilidade física, inclusive por meio de norma constitu•não deve ser restrito ou limitado por buscando definir valores e direitos: à cional. salas de aula numerosas nem por falta vida, ao acesso à justiça, à liberdade No entanto, para que sejamos de recursos materiais. e segurança, à proteção à integridauma sociedade inclusiva, considerando Portanto, pode-se dizer que esta de da pessoa, à vida independente e à principalmente os aspectos da educaé a essência da educação inclusiva: inclusão na comunidade, à mobilidade ção, outros passos devem ser dados, reconhecer a diferença, respeitá-la e pessoal, à privacidade, à educação, à a começar pela própria definição de transformar o ensino a ponto de adesaúde, ao trabalho e ao emprego. educação inclusiva. quá-lo às necessidades individuais de E define “discriminação por motivo De acordo com o Seminário InterTODOS os educandos – com ou sem de deficiência” (art. 2º) como sendo nacional do Consórcio da Deficiência necessidade especial. Sem que haja se“qualquer diferenciação, exclusão ou e do Desenvolvimento (International gregação. restrição feita com o propósito ou Disability and Development ConsorNas palavras do advogado gaúcho efeito de impedir ou impossibilitar tium - IDDC) sobre a educação incluDr. Jorge Lutz Muller, em artigo denoo reconhecimento, o desfrute ou o siva, realizado em março de 1998 em minado “Inclusão Educacional – Noexercício, em igualdade de oportuniAgra, na Índia, um sistema educaciovas Facetas Jurídicas”, ao falarmos de dades com as demais pessoas, de tonal só pode ser considerado inclusiinclusão de pessoas com deficiência, dos os direitos humanos e liberdades vo quando abrange a definição ampla há que se diferenciar as expressões fundamentais”, abrangendo “todas as deste conceito, nos seguintes termos: “inclusão” de “integração”: “esta cosformas de discriminação, inclusive a • reconhece que todas as crianças podem aprender; • reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia, língua, deficiência/inabilidade, classe social, estado de saúde (i.e. HIV, TB, hemofilia, hidrocefalia ou qualquer outra condição); • permite que as estruturas, sistemas e metodologias de ensino atendam às necessidades de todas as crianças; •faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover uma sociedade inclusiva; • é um processo dinâmico que está Beatriz Fonseca* “ ” do, então, concluir que também não tivo. Devemos entender a razão pela ‘recusa de adaptação razoável’”, i. e., é justo que lhes seja retirada a oporqual foi criado um tratado internacioa recusa de “ajustes necessários e adetunidade de conviver com os que posnal para regular tal matéria. Impõe-se quados que não acarretem ônus dessuem deficiência. a obrigação de nos aprofundarmos proporcional ou indevido(...)”. “A deficiência é parte da diversidade nessa questão e entendermos o valor No art. 24, a Convenção traz a humana, que em si não limita a pessoa. da inclusão. Qual o real sentido da paprevisão de um “sistema educacional O que descapacita é o meio em que lavra igualdade? Por que é importante inclusivo em todos os níveis” (item o indivíduo está inserido. O ambiente convivermos com as desigualdades? 1) e dispõe que, para assegurá-la, “as em que vivemos não diz respeito soQuais os benefícios em buscar pessoas com deficiência não sejam mente às questões individuais, mas soexcluídas do sistema educabretudo às coletivas”, escional geral sob alegação de deficiência e que as crianças A deficiência é parte da diversidade humana, que clarece Laís Vanessa C. de com deficiência não sejam em si não limita a pessoa. O que descapacita é o Figueiredo Lopes, advogaexcluídas do ensino primário meio em que o indivíduo está inserido. O ambiente da integrante do Comitê Nacional da OAB Federal, em que vivemos não diz respeito somente às gratuito e compulsório ou do questões individuais, mas sobretudo às coletivas. que participou das 6ª, 7ª e ensino secundário, sob ale8ª sessões do Comitê ad gação de deficiência” (item Laís Vanessa C. de Figueiredo Lopes hoc da ONU que elabo2, ‘a’). Esse artigo refere-se rou a Convenção sobre os à “meta de inclusão plena” Direitos das Pessoas com (item 2, ‘e’), à capacitação perceber e atender às necessidades Deficiência. de profissionais e equipes (item 4) e educativas especiais de todos os sujeiPelas poucas linhas acima exposà provisão de adaptações razoáveis tos-alunos, em salas de aula comuns, tas, levando em consideração também (item 5). em um sistema regular de ensino? o viés jurídico, podemos concluir que, Por outro lado, a referida ConEm artigo intitulado “A Proteção para nos tornarmos um sistema eduvenção prevê que os Estados Partes Constitucional das Pessoas Portadoras cacional - e uma sociedade - efetivaa implementem “em conformidade de Deficiência”, veiculado na Revista mente inclusivos, não basta incluir por com seus sistemas jurídico e adminisdo Advogado (publicação pela Assoincluir, sob pena de segregação. Faz-se trativo” (art. 33, 2), trazendo razoabiciação dos Advogados de São Paulo), necessário entender o porquê de inlidade e proporcionalidade à sua aplios Professores José Luiz Ragazzi e cluir, conscientizar-se da importância cação, tendo em vista que gestores e Luiz Alberto David Araújo ressaltam: de abraçar os princípios e valores exeducadores devem preparar-se para “Crianças diferentes, com problemas plicitados na norma jurídica, adequanimplementar a educação inclusiva. diferentes, criam uma situação de sodo a nossa realidade à de todas as pesDessa forma, dentre os vários paslidariedade e permitem a todos convisoas, com ou sem deficiência. sos rumo à efetivação da sociedade inver com mais tolerância”. “ clusiva, encontra-se a conscientização acerca dos princípios e garantias trazidos pelo ordenamento jurídico posi- ” É nesse cenário que devemos, também, olhar sob o ângulo daqueles que não possuem deficiência, poden- * Beatriz Fonseca é assessora jurídica cível do SINEPE RJ. ESCOLA DE DEMOCRACIA O Programa Escola de Democracia, lançado pela Câmara dos Vereadores de Niterói, tem o objetivo de estimular os estudantes da rede pública e privada de nossa cidade sobre a importância do processo democrático na construção da cidadania brasileira, com ênfase no sistema legislativo. Dividido em dois módulos, o Programa é dirigido para crianças e adolescentes do primeiro ao nono ano do ensino fundamental, e aberta à participação dos alunos das redes pública e privada. Para alunos do primeiro ao quinto ano, o Módulo Câmara Mirim fará visita guiada dos alunos à Câmara dos Vereadores, conhecendo os seus setores, o plenário e a históriia do Lesgilativo de Niterói, com a distribuição de uma Revista em Quadrinhos sobre a Câmara. Já para os alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental, o Módulo Câmara Jovem irá criar uma eleição em cada um das nossas escolas para a escolha de 18 "vereadores-mirins", que assumirão o seu mandato na Câmara Municipal, participando do dia a dia do legislativo municipal, elegendo a mesa diretora e defendendo em plenário as suas plataformas de trabalho. A Câmara de Vereadores de Niterói acredita que com tal iniciativa está contribuindo para o fortalecimento do regime democrático em nosso país e ofe- recendo aos estudantes, a oportunidade de conhecer mais profundamente a vida política e administrativa de Niterói. A escola interessada em participar deve inscrever-se junto ao Cerimonial da Câmara e agendar o horário de sua visita através do telefone 21 2613-5126. * Para acompanhar o grupo de alunos em todo o percurso da saída da escola ao transporte e visitação do prédio, cada escola deverá enviar um responsável devidamente identificado em qualificado para cada 15 alunos inscritos, perfazendo o máximo de 35 alunos. * O deslocamento dos estudantes e seus responsáveis ficará a cargo da Câmara Municipal, com autorização prévia de seu representante legal.
Documentos relacionados
bullying - Sinepe RJ
CONSELHO FISCAL Oswaldo Salles Lima Júnior Rodrigo Mocarzel Manhães Hélio Borges Monteiro Neto
Leia mais