Boletim Agronegócio Internacional

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Boletim Agronegócio Internacional
Boletim do
Agronegócio
Internacional
Edição 01 - Junho de 2014
Soja Campeã
A soja em grão foi o principal produto exportado pelo país de janeiro a maio, representando 13,9%
das exportações totais. O minério de ferro passou para o segundo lugar na pauta das vendas externas
do Brasil.
Segundo o Levantamento de Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), há
expectativa de produção de 86,1 milhões de toneladas de soja em grão e exportação de 45,3 milhões
de toneladas na safra 2013/14. Enquanto os volumes da produção representam um crescimento de
5,6% em relação à safra 2012/13, as vendas externas devem subir 5,8%. Ao mesmo tempo, a queda
de 4,8% dos preços do grão de soja ao longo deste ano deve manter os valores totais vendidos pelo
Brasil praticamente estáveis em relação ao ano passado.
As exportações de farelo de soja cresceram 14,6% de janeiro a maio, enquanto o volume aumentou
7,6%. Segundo dados da Conab, a produção de farelo de soja deve aumentar 3,1%, passando de 27,3
milhões para 28,1 milhões de toneladas. Os dados da Associação dos Produtores de Soja e Milho
(Aprosoja) indicam que as exportações do farelo de soja da safra 2013/14 serão de 13,6 milhões de
toneladas, um crescimento de 1,84%. De janeiro a maio, os principais destinos das exportações de
farelo de soja foram Países Baixos (367,4 mil t.), Coreia do Sul (216,0 mil t.) e
Indonésia (155,4 mil t.).
As exportações de todo o complexo soja nos primeiros cinco
meses do ano chegaram a US$ 15,58 bilhões, que representam
17,1% do total vendido pelo país. Os principais destinos das exportações do complexo foram China (US$ 9,7 bi), Países Baixos
(US$ 1,3 bi) e Tailândia (US$ 501,4 mi).
Recordistas de vendas no valor exportado total – Jan-Mai 2014/2013
As primeiras cinco posições da lista de
produtos brasileiros que representaram
recordes de vendas externas no período
de janeiro a maio de 2014 são do agronegócio. Soja em grão, farelo de soja,
carne bovina, celulose e couros são os
campeões em exportações do país este
ano.
Boletim do Agronegócio Internacional
Edição 01 - Junho de 2014
Fonte: Agrostat/MAPA; Secex/MDIC. Compilação CNA.
No complexo carnes, o desempenho melhor deveu-se aos resultados obtidos com a carne bovina, que
registrou aumento de 11,2% no volume exportado e
alta de 10,7% no valor das exportações. Ao mesmo
tempo, o preço da carne de frango sofreu queda expressiva de 13,6%, o que resultou em decréscimo de
11,6% do valor das exportações, apesar de o volume
ter crescido 2,3%. Os principais destinos das exportações do complexo carnes são Hong Kong (US$ 1 bi),
Rússia (US$ 731,4 mi) e Venezuela (US$ 534,7 mi).
As exportações de couros e peles tiveram bom desempenho nos primeiros cinco meses do ano, em
comparação ao igual período de 2013. O valor das
receitas alcançou US$ 1,4 bilhão, representando
crescimento de 18,1%; e o volume aumentou 8,8%,
atingindo o total de 228,5 mil toneladas. Dentre
os 10 principais importadores de couros e peles
do Brasil, destacam-se China (47,3%), Alemanha
(32,5%), Coreia do Sul (75,4%), Hungria (30,3%) e
Vietnã (66%).
Evolução das exportações por complexo - Jan-Maio 2014/2013
Os principais destinos dos produtos do complexo sucroalcooleiro foram Estados Unidos
(US$ 333,5 mi), Bangladesh (US$ 330,3 mi)
e Argélia (US$ 273 mi). O valor bruto das exportações de açúcar teve queda de 24,6%,
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influenciada pela depreciação dos preços internacionais do produto, na faixa de 17,6%.
No total, o complexo sucroalcooleiro sofreu
queda de 28,7% no valor das exportações e
de 15% no volume de produtos exportados.
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Edição 01 - Junho de 2014
Estimativas de comércio mundial
de grãos
O consumo
mundial de
milho deve
atingir 965,8
milhões de
toneladas,
um aumento
de 12,5% em
comparação a
safra 2013/14
O comércio global de milho para 2014/15 deve
sofrer queda, devido à
redução de importações
anuais da China e do México. Segundo dados do
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA), a produção mundial de milho estimada
para a safra 2014/15 deve
alcançar 979 milhões de
toneladas, volume similar
à safra 2013/14. Ao mesmo tempo, há expectativa
de crescimento da produção na China, na Argentina e na Rússia. O consumo
mundial de milho deve
atingir 965,8 milhões de
toneladas, um aumento
de 12,5% em comparação
a safra 2013/14.
A importação mundial
de oleaginosas para safra 2014/15 será menor,
principalmente por parte da China, Irã e Brasil.
Também há estimativa de
redução das exportações
pela União Europeia, Índia
e Canadá, e de elevação
pela Argentina e China. A
produção é estimada em
515,2 milhões de toneladas para 2014/15, 2,4%
acima da safra 2013/14.
No que se refere à safra
mundial de trigo, as previsões são de queda de
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2% em relação à 2013/14,
quando a produção atingiu
697 milhões de toneladas.
O consumo mundial do
produto também deve ser
reduzido em 1%, quando
comparado à safra anterior. A despeito destas
projeções, estima-se um
crescimento da produção
do trigo no Brasil, na Argentina, na União Europeia e na China, nesta safra 2014/15. Há previsão
de que China, Irã e Brasil
reduzam as importações
do produto e também de
que venha a ocorrer queda
na demanda por parte da
União Europeia, da Índia e
do Canadá.
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Blocos econômicos
e países
As exportações para os principais blocos econômicos registraram melhor desempenho na
comparação com o mesmo período do ano
passado. De janeiro a maio, cresceu o valor
das exportações para a Oceania (4,7%), para a
Ásia - incluindo a China, (4,6%); e para a América Latina e Caribe (0,1%). O volume total
das exportações aumentou, mas o valor das
vendas diminui em razão da queda dos preços de algumas commodities. Nos principais
destinos dos produtos brasileiros, houve aumento do volume de exportações para a Europa Oriental (21,1%), para a Ásia (7,9%), para a
Oceania (6,2%) e para o Mercosul (4,0%).
Edição 01 - Junho de 2014
Sanidade
Durante a 82ª Assembleia Geral da Organização
Mundial de Saúde Animal (OIE), foram aprovadas 23 recomendações. Dentre elas estão a
que mantém o status do Brasil como risco insignificante para a doença da vaca louca ou BSE
(encefalopatia espongiforme bovina) e a que
reconhece os estados de Alagoas, Rio Grande
do Norte, Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão e a
região Norte do Pará como livres de febre aftosa, com vacinação. Com isto, toda a região Nordeste está oficialmente reconhecida como livre
da doença.
O Centro Pan-americano de Febre Aftosa (Panaftosa), ligado à OIE, vai elaborar um parecer
técnico com o objetivo de demonstrar a ausência de risco de transmissão do vírus da febre aftosa na comercialização de carne bovina
desossada e maturada. A iniciativa apresentará
embasamentos técnico-científicos que serão
posteriormente incorporados ao Código Sanitário dos Animais Terrestres. Os Estados Unidos
já têm o mesmo entendimento em relação à
BSE, permitindo, a partir de novembro de 2013,
a importação da carne bovina desossada e maturada, independentemente da classificação
de risco do país exportador. A Rússia, também,
aceita esse posicionamento.
A CNA está trabalhando para consolidar um entendimento internacional que ajudará a remover as restrições dos países importadores para a
carne bovina desossada e maturada brasileira.
Fonte: Agrostat/MAPA
Acesso ao mercado chinês
Recentemente, o governo chinês
aprovou acordo para importar
milho do Brasil, com o objetivo de reduzir a dependência
das importações dos Estados
Unidos, que fornecem mais de
90% do milho comprado pelos
chineses. Atualmente, o consumo de milho pela população
chinesa representa somente
2% do total do produto comercializado no mercado interno.
Em consequência, há expectativa de aumento das importações pela China nos próximos
anos, tendo em vista a previsão de elevação da produção
de carne bovina e da demanda
das indústrias processadoras
de alimentos.
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A carne bovina é outro complexo de grande potencial a ser
explorado no mercado chinês.
Segundo relatório do Rabobank
Group, os produtores do país asiático não são capazes de suprir a
demanda doméstica, apesar do
apoio financeiro do governo. A
expectativa é de crescimento das
importações de 15% a 20% por
Boletim do Agronegócio Internacional
ano, nos próximos cinco anos.
Os principais desafios a serem
enfrentados pelo mercado chinês, em relação ao complexo
carnes, incluem genética animal, criação, produtividade,
pasto e ração que, atualmente,
comprometem a política de autossuficiência proposta pelo governo. As previsões são de crescimento marginal da produção
de carne bovina para 2014/15,
e o aumento mais expressivo da
produção deve ocorrer a partir
de 2016.
Edição 01 - Junho de 2014
Recentemente, a China retirou o
embargo às importações de carne bovina da Austrália. Durante
a visita do Presidente Xi Jinping
ao Brasil, no próximo mês de
julho, o país espera o anúncio
da abertura do mercado chinês
para a carne bovina brasileira.
Relações do trabalho
A CNA representou os empregadores do setor agropecuário brasileiro na 103º Assembleia geral
da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, Suíça, no período de 28 de maio a
12 de junho de 2014. Entre os principais temas debatidos, destacam-se os crescentes desafios
provenientes da migração, a formalização das relações trabalhistas e a adoção de medidas para
a erradicação das formas de trabalho forçado.
Após duas semanas de negociações, os delegados aprovaram o texto do protocolo sobre trabalho forçado. O instrumento reafirma a definição do conceito de trabalho forçado ou obrigatório
prevista na Convenção 29 da OIT, de 1930, e dispõe sobre medidas para que governos, empregadores e trabalhadores possam combater essas práticas ilegais. Para gerar efeitos internos, o
instrumento ainda deve ser ratificado pelos 185 países membros da OIT. No caso do Brasil, cabe
ao Congresso Nacional, por meio de Decreto Legislativo, a aprovação de acordos internacionais.
BOLETIM DO AGRONEGÓCIO
INTERNACIONAL é um
boletim mensal elaborado pela
Superintendência de Relações
Internacionais com diagramação
e revisão da Comunicação da
CNA, em Brasília/DF
CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA
E PECUÁRIA DO BRASIL
SGAN - Quadra 601 - Módulo K
70.830-021 Brasília - DF
(61) 2109-1419
[email protected]
www.canaldoprodutor.com.br
Reprodução permitida desde que citada a fonte.
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