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Virtual
EXTENSIVO
11
Interpretação
de textos
PUCRS
“Se não puder convencê-los, confunda-os.”
Harry Truman, 33.º presidente americano.
Universidades
3) IMED, UNIFRA, FAG
4) PEQUENO PRÍNCIPE, PUC-PR, PUC-MG
Universal
2) ULBRA, UCS, UPF, UNISC, ACAFE
Tradicionais
1) UFRGS, PUC, ENEM, UFSC
›› Relevância: Altíssima
›› Foco: PUC e tradicionais
Módulo 11
Texto 01
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Observe-se uma cidade brasileira. Nela, há um nítido movimento rotineiro. Do trabalho
para casa, da casa para o trabalho. A casa e a rua interagem e se completam num ciclo que
é cumprido diariamente por homens e mulheres, velhos e crianças. Pelos que ganham
razoavelmente e até mesmo pelos que ganham muito bem. Uns fazem o percurso casa-ruacasa a pé; outros seguem de bicicleta. Muitos andam de trens, ônibus e automóveis, mas
todos fazem e refazem essa viagem que constitui, de certo modo, o esqueleto da nossa
rotina diária. Há uma divisão clara entre dois espaços sociais fundamentais que dividem a
vida social brasileira: o mundo da casa e o mundo da rua - onde estão, teoricamente, o
trabalho, o movimento, a surpresa e a tentação.
É claro que a rua serve também como espaço típico do lazer. Mas ela, como conceito
inclusivo e básico da vida social - como “rua”-, é o lugar do movimento, em contraste com a
calma e a tranqüilidade da casa, o lar e a morada.
01) O convite feito pelo autor no início do texto
é para que o leitor, ao observar a realidade
focalizada, se dê conta, principalmente,
a) do ritmo estressante da vida moderna
b) da convivência democrática entre os cidadãos nas ruas brasileiras
c) dos problemas gerados pelo trânsito congestionado nas grandes cidades
d) da separação existente entre o espaço público e o espaço privado em nossa sociedade
e) do quanto o homem urbano anseia por
calma e ansiedade
III. A palavra “típico” (linha 10) significa “único”.
IV. A palavra “rua” encontra-se entre aspas na linha
11 por ter sido empregada com sentido irônico.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que está
correta a alternativa
a) I e II
b) II e III
c) I, II e IV
04) A idéia de progressão do menos para o mais
genérico pode ser depreendida dos elementos
enumerados em
a)
b)
c)
d)
homens - mulheres - velhos - crianças (linha 3)
uns - outros - muitos - todos (linhas 4-5-6)
bicicleta - trens - ônibus - automóveis (linha 5)
trabalho - movimento - surpresa - tentação
(linha 9)
e) casa - lar - morada (linha 12)
02) No texto, o autor caracteriza a .............. como
................. .
a) cidade - local desordenado e inseguro
b) rotina - espelho da segregação entre ricos
e pobres
c) vida social brasileira - dividida entre os que
trabalham e os que nada fazem
d) casa - lugar da rotina e do lazer
e) rua - espaço por excelência do lazer e do
trabalho
05) A expressão que NÃO se refere ao mesmo fato
no texto é
03) Analise as afirmativas
I.
II.
d) I, III e IV
e) I, II, III e IV
A palavra “esqueleto” (linha 6) foi utilizada com
sentido metafórico.
As palavras “fundamentais” (linha 7) e “básico”
(linha 11) têm sentido equivalente no texto.
274
a) “um nítido movimento rotineiro” (linha 1)
b) “um ciclo que é cumprido diariamente”
(linhas 2-3)
c) “o percurso casa-rua-casa” (linhas 4 e 5)
d) “essa viagem” (linha 6)
e) “o movimento” (linha 9)
Interpretação de
Textos PUCRS
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As esquinas são a expressão suprema do desencontro entre o Brasil e o Brasil, entre
um povo e outro que habita este país. São o lugar onde o Brasil que não conhece o outro
Brasil cruza com ele. E o Brasil que roda de automóvel, mora e come é confrontado com o
outro, o Brasil a pé e que pede esmolas, vestido com aquele típico uniforme de brasileiro
que inclui uma camiseta de propaganda - de político, de preferência - e sandálias havaianas.
Esse confronto pode até tomar a forma aterrorizante de um assalto, mas não é preciso
chegar-se a tanto. Basta o assalto da realidade que é o rosto de uma criança pedindo esmola
ou vendendo alguma coisa colado à janela do carro, às vezes até um rosto gracioso, puxa,
eles são capazes de fazer crianças iguais às nossas, só que sujas. Nas esquinas o Brasil se
exprime e se reconhece no desencontro entre brasileiros e brasileiros, entre os sérvios e os
croatas em que nos desdobramos e nos perdemos.
06) O texto trata, basicamente, da ........... no Brasil.
a) violência urbana
b) infância abandonada
c) a distância entre pobres e ricos
d) questão separatista
e) insegurança da classe média
07) Segundo o autor, as esquinas representam,
sobretudo,
a) o cruzamento das raças que constituem a
nossa nacionalidade
b) o confronto inevitável com a miséria, cuja
visão incomoda
c) o espaço que neutraliza as diferenças entre
os brasileiros
d) a ameaça constante da violência que aterroriza
e) a expressão única do conflito entre o Brasil
real e o imaginário
08) A palavra “expressão” (linha 1) está empregada
com sentido semelhante no texto e na alternativa
a) A liberdade de expressão é pré-requisito no
debate dos problemas sociais que nos afligem.
b) Os motoristas que buzinam no sinal fechado constituem a expressão acabada da falta
de civilidade no trânsito.
c) A expressão cândida da criança desarmou o
motorista que, contrariando seus princípios,
passou-lhe alguns trocados.
d) O jovem ambulante esforçava-se para ler
a expressão estrangeira que encabeçava o
folheto publicitário por ele distribuído.
e) As fisionomias sem expressão dos assaltantes procurados pela polícia povoam as folhas
policiais do jornal.
09) Haveria perda na força expressiva da frase com
a substituição de
a)
b)
c)
d)
e)
“suprema” (linha 1) por “máxima”
“roda” (linha 3) por “circula”
“uniforme” (linha 4) por “fardamento”
“assalto” (linha 7) por “choque”
“colado” (linha 8) por “grudado”
10) Responder à questão considerando as afirmativas abaixo sobre a linguagem do texto.
I.
As expressões “entre o Brasil e o Brasil” (linha 1)
e “entre brasileiros e brasileiros” (linha 10) ressaltam a diferença onde deveria existir igualdade.
II. Ao apresentar “o Brasil que roda de automóvel,
mora e come” (linha 3), o autor refere-se, de forma
figurada, à totalidade da população brasileira.
III. A expressão “aquele típico uniforme de brasileiro” (linha 4) dá a entender que o leitor já
conhece a realidade descrita.
IV. A expressão “Esse confronto”, no início do segundo parágrafo, indica que o autor irá descrever
uma idéia já apresentada no parágrafo anterior.
275
Qual está correta?
a) I e II
b) II e IV
c) I, III e IV
d) II, III e IV
e) I, II, III e IV
Módulo 11
11) A afirmativa INCORRETA sobre o trecho “puxa,
eles são capazes de fazer crianças iguais às
nossas, só que sujas” (linhas 8-9) é
a) O autor reproduz literalmente a reflexão
de um motorista ao ver o rosto gracioso da
criança que pede esmolas.
b) A expressão “puxa” é própria da linguagem
oral e traduz a admiração do falante diante
de um fato inesperado.
c) A oposição entre “eles” e “nossas” reforça a
idéia de distanciamento entre as realidades
que se cruzam.
d) A expressão “só que” introduz uma ressalva
à semelhança entre as crianças comparadas.
e) O recurso serve para evidenciar o distanciamento entre o autor, o leitor e o ponto de
vista reproduzido.
d) A insegurança nas grandes cidades brasileiras faz mais vítimas do que a guerra no
Leste da Europa.
e) As crianças abandonadas nas ruas constituem
a verdadeira face da sociedade brasileira.
13) Responder à questão considerando as afirmativas sobre os textos 1 e 2
I.
Ambos os textos buscam caracterizar a sociedade brasileira apresentando seus contrastes.
II. Nos dois textos, o espaço físico urbano é ponto
de partida para as análises desenvolvidas.
III. A questão social abordada no texto 2 está
implícita no primeiro texto.
IV. Enquanto o primeiro texto apresenta uma visão bastante otimista da realidade brasileira, o
segundo descreve-a de forma desalentadora.
12) A última frase do segundo parágrafo enfatiza
uma idéia fundamental no texto, que é
a) O cruzamento das duas realidades brasileiras
é um alerta sobre um possível conflito social.
b) Vivemos num país extremamente injusto,
porém de índole pacífica.
c) As desigualdades sociais e regionais ameaçam a unidade nacional.
Qual alternativa está correta?
a) I e II
b) II e III
c) I, II e III
d) II, III e IV
e) I, II, III e IV
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Tenho a impressão de que toda essa praga de música-ambiente, que nos persegue
em elevadores, supermercados, consultórios ou piscinas, tem seu motivo no esforço de “dar
vida” ao ambiente. Trata-se de dinamizar o entorno; de tornar objetivo, real e externo o
movimento que não temos dentro de nós.
É como se cada consumidor, cada indivíduo, estivesse separado da “vida” que se
manifesta nos alto-falantes e nas caixas de som. É como se cada faixa de “dance music” na
FM lhe assegurasse que está vivendo, que é uma pessoa dinâmica, esportiva, interessada
no espetáculo do universo.
A “vida” tem-se tornado uma espécie de exercício físico a ser protagonizado por outro,
o boneco, a marionete em que cada indivíduo se transformou. Ser vital e dinâmico significa
deixar de ser si mesmo. Estranho muito quando, parando num sinal de trânsito, ouço o
carro vizinho barbarizar um ruído ensurdecedor de discoteca. Concluo que o toca-fita está
vivendo por ele; que entrega à eletrônica - videogames, computadores, CDs - a função de
estar vivo.
São os aparelhos eletrônicos que se encarregam, hoje em dia, da vitalidade de que
carecemos. O som faz, assim, as vezes da vida; a barulhada absorve e aniquila o homem. É
uma máquina para distraí-lo da tarefa de ser si mesmo. Ser si mesmo: esse é o exercício mais
difícil, exigente, doloroso que pode haver.
276
Interpretação de
Textos PUCRS
14) Considere as idéias do texto. É correto afirmar
que o homem contemporâneo
a) encontra nos ambientes que freqüenta
alento para viver
b) tem dificuldade de viver autenticamente
c) busca viver através dos alto-falantes
d) é dinâmico e esportivo
e) recebe da música do entorno alívio para
suas exigências e dores
15) Segundo o texto, a música não se caracteriza
por
a)
b)
c)
d)
e)
18) De acordo com o sentido que têm no texto,
as expressões que mais se assemelham em
significado a entorno (linha 3), marionete
(linha 10) e aniquila (linha 16) são
a)
b)
c)
d)
e)
19) Sobre as expressões Ser si mesmo (linha17) é
incorreto afirmar que
dificultar-nos o autoconhecimento
estar conosco em muitas situações cotidianas
nos distrair e relaxar
dar-nos a impressão de estarmos vivos
similar um dinamismo que não temos
a) nos dois casos, mesmo reforça o significado
do antecedente si
b) o primeiro si mesmo retoma a expressão
homem
c) se homem fosse substituído por pessoa, a
palavra mesmo teria de passar para o feminino
d) se o primeiro ser si mesmo fosse substituído
por ser ele mesmo, a frase permaneceria
correta
e) por ser uma repetição, o segundo si poderia
ser eliminado, sem alteração no significado
básico da frase
16) Responder à questão considerando as afirmativas sobre as idéias do texto.
Através da música ambiental, tenta-se tornar
mais dinâmico o espaço que nos cerca.
II. Geralmente, não temos a energia necessária
dentro de nós.
III. Música de discoteca deve ser escutada apenas
em ambiente adequado.
IV. Sermos nós mesmos não é difícil; basta ficarmos
em silêncio.
Qual alternativa está correta?
a) I e II
b) II e III
c) I, II e III
d) II, III e IV
e) I, II, III e IV
espaço - bicho - desmerece
contorno - palhaço - atordoa
lugar - animal - anula
retorno - figura - desmonta
ambiente - fantoche - destrói
I.
20) A alternativa que contém uma afirmação correta é
17) De acordo com o sentido que as expressões
têm no texto, não ocorre uso de linguagem
figurada, conotativa em
a)
b)
c)
d)
essa praga de música ambiente (linha 1)
Trata-se de (...) tornar objetivo, real (linha 3)
espetáculo do universo (linha 8)
a marionete em que cada indivíduo se transformou (linha 10)
e) É uma máquina para distraí-lo (linhas 16-17)
277
a) Se a expressão o movimento (linhas 3-4)
fosse substituída por os movimentos, as
qualidades que a precedem poderiam permanecer no singular.
b) Se a palavra vida (linha 5) fosse substituída por
vozes, manifesta deveria passar para o plural.
c) Se a expressão em que cada indivíduo (linha
10) fosse substituída por em que nós, apenas
a palavra transformou deveria ser alterada.
d) Se a expressão o toca-fita (linha 12) fosse
substituída por os toca-fitas, não seria necessário haver outras alterações na frase.
e) Se a expressão a barulhada (linha 16) fosse
substituída por os barulhos, mais quatro palavras da frase deveriam passar para o plural.
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O peixe nada para a direita e para a esquerda na tela do computador. É controlado
pelos pensamentos do usuário ou, pelo menos, assim parece. As imagens são geradas pelo
sistema de computação RelaxPlus, apenas um de um número cada vez maior de programas
de software criados para amenizar o estresse. Trata-se de um sistema multimídia “ativado pela
mente” desenvolvido na Inglaterra. Um de seus jogos utiliza sensores que detectam e ampliam
alterações físicas do indivíduo, de outro modo imperceptíveis. O padrão obtido é exibido na
tela sob a forma de desenho, música e animação: se você relaxar, o peixe se transforma em
sereia, e uma figura feminina surge, flutuando como um anjo ou uma estrela. Se você ficar
tenso, a evolução se reverte e a imagem pode transformar-se outra vez num peixe.
C. Cooper, especialista em estresse, afirma que esta condição sempre existiu, mas que
a natureza mutante do trabalho e da sociedade está intensificando o sentimento de
insegurança nas pessoas. “A diferença agora é que grande parte da sociedade ocidental é
mais móvel: as pessoas vivem longe dos familiares e apresentam reduzido espírito comunitário;
perderam, assim, seus pontos de apoio”, garante.
Embora as soluções de alta tecnologia sejam sedutoras, há quem defenda outros
métodos, como o consultor R. Jackson e o terapeuta R. Holden. Aquele recomenda exercícios
físicos para reduzir os níveis de adrenalina e dissipar as tensões; este diz que o riso e a
música são excelentes formas de terapia. Esses e outros profissionais estão conscientes
de que saúde, humor e felicidade estão intimamente relacionados.
21) Considerando as idéias apresentadas no texto,
é incorreto afirmar que
23) De acordo com o significado que possuem no
texto, as expressões não apresentam oposição em
a) o primeiro parágrafo apresenta uma inovação tecnológica
b) no primeiro parágrafo, o autor utiliza descrições para melhor esclarecer o leitor
c) no segundo parágrafo, o autor contrapõe
duas situações marcadas no tempo
d) no terceiro parágrafo, o autor opõe-se aos
avanços da tecnologia, recomendando
exercício, riso e música como terapia
e) nos três parágrafos o autor apóia-se em dados da realidade para densenvolver o tema
a) detectam (...) alterações físicas do indivíduo
de outro modo imperceptíveis (linha 5/6)
b) o peixe se transforma em sereia (linhas 7/8)
a evolução se reverte (linha 9)
c) sempre (linha 10)
agora (linha 12)
d) grande parte da sociedade (linha 12)
as pessoas (linha 13)
e) soluções de alta tecnologia (linha 15)
outros métodos (linhas 15/16)
22) De acordo com o sentido que possuem no
texto, as expressões são equivalentes em
a) assim (linha 2) - é o que
b) As imagens são geradas (linha 2) - As figuras
são geridas
c) O padrão obtido (linha 6) - O dispositivo
conseguido
d) sob a forma (linha 7) - abaixo da forma
e) a natureza mutante (linha 11) - a característica muda
24) Responder à questão considerando as afirmativas a respeito das relações entre termos do
primeiro parágrafo.
assim (linha 2) refere-se à primeira frase do texto.
Um de seus jogos (linha 5) faz parte do sistema
de computação RelaxPlus (linha 3).
III. imperceptíveis (linha 6) qualifica sensores
(linha 5).
IV. o segundo se da linha 9 refere-se a imagem.
I.
II.
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Qual das alternativas está correta?
a) I e II
d) II e IV
b) II e III
e) III e IV
c) I e III
Interpretação de
Textos PUCRS
25) Analise as afirmativas
26) Analise as afirmativas
I.
II.
I. No texto 3 predomina a opinião do autor.
II. O texto 4 apresenta fatos e aponta soluções.
III. Ambos os textos criticam os efeitos nocivos da
tecnologia moderna.
IV. Os dois textos são otimistas quanto à possibilidade de o homem viver satisfatoriamente.
O texto 3 é mais coloquial do que o texto 4.
O texto 3 apresenta expressões como dance
music, videogames, CDs para reforçar a idéia
de que seguimos modismos estrangeiros.
III. Os dois textos apresentam vocabulário relacionado a inovações tecnológicas.
IV. usuário, software, multimídia, estresse são
termos exclusivos da informática.
De acordo com as afirmativas, está correta a
alternativa
a)
b)
c)
d)
e)
I e III
II e III
II e IV
II, III e IV
I, II, III e IV
De acordo com as afirmativas, está correta a
alternativa
a)
b)
c)
d)
e)
I e II
II e III
II e IV
I, II e III
II, III e IV
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Neste século, a expansão do ensino e a demonstração da ciência têm permitido à
mulher a mais fundamental das conquistas: o saber. Freqüentando escolas, aprendendo a
ler e a pensar, ela rompeu os grilhões da ignorância que a mantinham reclusa ao universo
doméstico, e passiva ao mundo masculino.
Mesmo assim, o poder concentra-se ainda nas mãos do homem, em parte graças a
uma crescente valorização de atributos culturalmente masculinos, como a agressividade. O
acesso ao conhecimento, embora indispensável, não garante tudo. Isso porque,
historicamente, a educação dos meninos predispõe-nos desde cedo à competição, à luta
pelo poder. Entre os 25 e 35 anos, os jovens investem tudo em suas carreiras. Ao contrário,
as jovens, inclinadas na infância à fluidez e à mansidão, dedicam-se a organizar novas famílias,
sendo obrigadas, quando profissionais, a duplas e até triplas jornadas de trabalho.
Além da difícil conciliação do trabalho com suas funções de matriz da espécie humana,
a mulher ainda se debate com inibições próprias, medos herdados de milênios de existência
como satélite do homem, que a fazem por vezes recuar diante de desafios que exigem
audácia, afirmação de si e liberdade. Uma tendência, entretanto, parece inquestionável: a busca da
mulher, hoje, não é o vencer por vencer, e sim o livre arbítrio na sua realização como profissional
e como mulher, com resultados positivos para seus filhos - sejam homens, sejam mulheres.
27) A idéia que se encontra no texto é
a) A mulher tem vencido a ignorância e a dependência graças ao esforço do homem em lhe proporcionar o saber.
b) A competitividade e a agressividade são características masculinas já conquistadas por muitas
mulheres.
c) As mulheres acumulam dois ou três empregos quando se profissionalizam.
d) Felizmente, por ser matriz à humanidade, a mulher tem vencido seus medos milenares.
e) O livre arbítrio pode permitir à mulher definir-se em termos profissionais e pessoais.
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Módulo 11
28) O texto fornece dados para responder à pergunta
a) Como o saber tem garantido a independência?
b) Em que época os jovens, sejam homens,
sejam mulheres, profissionalizam-se?
c) Quais são algumas das dificuldades que a
mulher encontra para se tornar mais independente?
d) De que forma a mulher pode conciliar suas
jornadas de trabalho com a família?
e) Por que os homens não desejam organizar
novas famílias?
c) cordas
d) amarras
e) limites
delicadeza
leveza
condicionamento
justiça
determinação
30) A expressão da primeira coluna que retoma corretamente, no texto, a expressão da segunda
coluna está na alternativa
29) As palavras “grilhões” (linha 3), “fluidez” (linha
10) e “arbítrio” (linha 16), equivalem, pelo sentido que têm no texto, aproximadamente a
a) correntes
b) portões
rigidez
suavidade
beleza
a) ela (linha 3) a mais fundamental das conquistas (linha 2)
b) Isso (linha 7) tudo (linha 7)
c) se (linha 10) as jovens (linha 10)
d) a (linha 14) existência (linha 13)
e) o primeiro que (l. 14) homem (linha 14)
escolha
competência
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O movimento pelo direito das mulheres e a consciência ecológica cresceram mais ou
menos juntos, e não por acaso. As mulheres e a Terra não querem mais ser desrespeitadas,
nem existirem só para procriar, servir ao homem e serem exploradas por ele. Muito menos
serem consideradas coisas passivas que agüentam tudo sem reagir. (...)
As mulheres estão voltando da China. Vêm cansadas, loucas para tirarem os sapatos e
por uma chuveirada, mas, principalmente, convictas do seu poder. Elas são a “força de
ataque” da Terra. Certamente saberão o que fazer: nada de violência, depredações, essas
coisas de homem. Uma reação organizada, civilizada e eficiente.
Afinal, estarão defendendo uma irmã.
31) Segundo o texto, o posicionamento das mulheres, no momento, deve ser de
a)
b)
c)
d)
e)
fragilidade evidente, como se pode constatar pela expressão “Vêm cansadas” (linha 5)
radicalismo exacerbado, confirmado pelas reivindicações apresentadas no primeiro parágrafo
defesa prudente, já que elas receiam a violência e as depredações
reação consciente, em defesa delas próprias e do planeta
convicção exaltada, porque são consideradas a “força de ataque da Terra” (linha 6-7)
32) Em relação às idéias apresentadas no texto, não é correto afirmar que
a) o primeiro parágrafo especifica alguns problemas que a mulher e a Terra têm enfrentado
b) a última frase do primeiro parágrafo coloca-se em oposição às idéias apresentadas na frase anterior
c) a compreensão da primeira frase do segundo parágrafo requer do leitor informação sobre tema
da atualidade
d) a segunda frase do segundo parágrafo combina a idéia de fragilidade física com a de força moral
e) a última frase do texto reforça a proximidade entre as mulheres e a Terra, já evidenciada em parágrafos anteriores
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Um recente debate entre a feminista americana Betty Friedan e a escritora francesa
Elizabeth Badinter levantou uma questão que vai dar muito no que falar: o futuro
relacionamento entre homens e mulheres no século 21. Segundo as duas autoridades no
assunto, daqui para a frente veremos o fortalecimento da androginia, presente em ambos
os sexos. Ou seja, os homens assumirão seu lado feminino e as mulheres seu lado masculino,
num encontro harmonioso e definitivo.(...)
Homem não deveria temer sutilezas, contradições, lágrimas. Não deveria sentir
vergonha de beijar seu pai, seus irmãos, seus amigos, e muito menos olhar com cara feia
para quem desconhece as regras do futebol ou usa lenço no pescoço. Neste aspecto, os
europeus estão a milhas de distância dos brasileiros: falam de maneira mais suave, vestemse com mais charme e criatividade e, quando suas mulheres têm uma situação profissional
mais bem encaminhada, não titubeiam em desfrutar a licença-paternidade. Não são menos
homens que os nossos. São só mais seguros. (...)
Jô Soares com sua afetividade, Regina Casé com sua irreverência, Fernando Gabeira
com sua doçura, Denise Frossard com sua coragem, só para citar alguns nomes, não são
pessoas que trocaram de lado, e sim pessoas que assimilaram novos papéis sem abrir mão
de sua natureza. São os andróginos do próximo milênio. Destacam-se porque, além de
competentes, souberam somar as vantagens de ambos os sexos, tornando-se mais
completos. Conseguem transitar em diversos círculos, são compreendidos em qualquer lugar e
se fazem notar neste mundo onde todos se parecem. Os que continuam achando que a
força deve permanecer de um lado do ringue e a ternura do outro desperdiçam seu tempo
vestindo Yamamoto ou plugando-se à Internet. Serão sempre do século passado.
33) A idéia que não se encontra no texto é
a) a natureza contemplou Jô Soares, Regina
Casé, Fernando Gabeira e Denise Frossard
com qualidades incomuns
b) alguns ainda consideram que o ringue está
para o homem como a ternura está para a
mulher
c) as relações entre homens e mulheres, no
futuro, tenderão a ser mais próximas e
harmoniosas
d) os brasileiros, em geral, ainda não exteriorizam o seu lado feminino
e) os europeus não são menos másculos do
que os brasileiros
c) “falam de maneira mais suave” (linha 10)
“vestem-se com mais charme” (linhas 10-11)
d) “não são pessoas que trocaram de lado”
(linhas 15-16)
“e sim pessoas que assimilaram novos papéis” (linha 16)
e) “vestindo Yamamoto” (linha 22)
“plugando-se à Internet” (linha 22)
35) A frase em que não há expressão usada conotativamente é
34) A alternativa que apresenta expressões que se
opõem no texto é
a) “veremos o fortalecimento da androginia”
(linha 4)
“os homens assumirão seu lado feminino e
as mulheres seu lado masculino” (linha 5)
b) “desconhece as regras de futebol” (linha 9)
“usa lenço no pescoço” (linha 9)
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a) “estão a milhas de distância dos brasileiros”
(linha 10)
b) “São só mais seguros” (linha 13)
c) “sem abrir mão de sua natureza” (linhas
16-17)
d) “a força deve permanecer de um lado do
ringue” (linhas 20/21)
e) “Serão sempre do século passado” (linha 22)
Módulo 11
36) Analise as afirmativas
37) Analise as afirmativas
Se “Um recente debate” (linha 1) fosse substituído por “Recentes debates”, apenas uma
palavra da frase deveria ser alterada.
II. Se “Homem” (linha 7) fosse substituído por
“Homens”, mais seis palavras deveriam ser
obrigatoriamente alteradas entre as linhas.
III. Se a expressão “os europeus” (linhas 9-10)
fosse substituída por “o europeu”, não só os
verbos mas também outras expressões deveriam ser alteradas até o final do parágrafo.
IV. Se a expressão “Os que” (linha 20) fosse substituída por “Quem”, três verbos deveriam sofrer
alterações até o final do parágrafo.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que está
correta a alternativa
I.
I.
a) I e II
b) I e IV
c) II e III
O texto nº 5 defende o acesso ao saber como
condição indispensável e exclusiva para a emancipação feminina.
II. O texto nº 6 sugere que a sobrevivência na
Terra está nas mãos das mulheres.
III. O texto nº 7 preconiza a aproximação entre
europeus e brasileiros como forma de agradar
às mulheres.
IV. Os três textos abordam, a partir de perspectivas
diferentes, os papéis do homem e da mulher
na sociedade contemporânea.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que está
correta a alternativa
d) I, II e IV
e) I, III e IV
a)
b)
c)
d)
e)
I
I e II
I e IV
II e III
II e IV
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O mês de novembro assinalou o 90º aniversário de um dos episódios mais trágicos e mais patéticos - da história brasileira: a Revolta da Vacina. Durante vários dias, as ruas do
Rio de Janeiro foram cenário de verdadeiras batalhas entre população e tropas federais. O
pivô do conflito era um jovem médico chamado Oswaldo Cruz. Filho de sanitarista, Oswaldo,
verdadeira vocação para microbiologia, estava voltando de Paris, onde cumprira brilhante
estágio no famoso Instituto Pasteur. A sua fama começava a se espalhar e o presidente
Rodrigues Alves convidou-o a assumir o cargo de Diretor da Saúde Pública, equivalente ao de
ministro de hoje.
Era uma época difícil, em todos os sentidos. Pestilências - febre amarela, peste, tuberculose
– grassavam no país. Os navios estrangeiros recusavam-se a aportar no Rio. Com razão, porque
tripulações inteiras eram dizimadas. O café, principal produto de exportação, não podia ser
embarcado. As divisas não entravam, a dívida externa crescia. A missão de Oswaldo Cruz não
tinha a ver só com saúde. Tinha a ver com a sobrevivência do país.
Desta missão, Oswaldo Cruz se desincumbia com grande competência e não menor
autoritarismo. Sua estratégia consistia em atacar as doenças uma a uma, dentro do conceito
de campanha, que popularizou. Para combater a febre amarela, por exemplo, formou
brigadas de mata-mosquitos que, fardadas, entravam nas casas em busca dos focos dos
insetos. Essas medidas enfrentavam oposição, inclusive por parte dos médicos e até dos
professores da Faculdade de Medicina. A esta altura ainda havia controvérsia sobre a causa de
tais doenças. Muitos achavam que a febre amarela era transmitida por alimentos, não
por mosquitos.
A população assistia à polêmica entre irritada e divertida, mas tudo mudou quando foi
lançada a campanha de vacinação antivariótica. Histórias estranhas começaram a circular:
dizia-se, por exemplo, que a vacina era feita com sangue de rato. E que Oswaldo Cruz tivera
a idéia de combater a peste bubônica comprando os ratos caçados pelas pessoas.(...)
Oswaldo Cruz não contava com recursos de comunicação e não teve a habilidade
suficiente para convencer o povo da necessidade da vacina. O episódio custou-lhe o cargo.
Sua vida política declinou e ele encontrou consolo refugiando-se no instituto, que fundou e
que leva seu nome. Um testemunho de sua visão de cientista - e de sua inabalável coerência.
282
Interpretação de
Textos PUCRS
38) Pela leitura do texto, entende-se que
a) outros problemas sérios afligiam os brasileiros no início do século, além das doenças
b) a transmissão da febre amarela dava-se
através de alimentos, não de mosquitos
c) Oswaldo Cruz, homem polêmico, envolveuse nos conflitos de rua, no Rio de Janeiro
d) o povo receava a vacina antivariótica devido
à peste bubônica
e) o microbiologista utilizou ratos para criar a
vacina contra a peste bubônica
40) As palavras “grassavam” (linha 10), “dizimadas” (linha 11) e “inabalável” (linha 29) equivalem, pelo sentido que têm no texto, a
a)
b)
c)
d)
e)
preocupavam / infelicidade / indefectível
afugentavam / liquidadas / irresponsável
infestavam / fraudadas / inábil
diluíam-se / contaminadas / audaciosa
alastravam-se / exterminadas / arraigada
41) A frase que está sendo utilizada conotativamente, no texto, é
39) A partir de sua caracterização no texto, pode-se
concluir que Oswaldo Cruz
a) teria sido bem-sucedido se utilizasse mais
adequadamente os recursos de comunicação de massas disponíveis.
b) encontrou resistência para seus projetos
entre a população ignorante e apoio nos
meios acadêmicos.
c) era tão intransigente que levou a população
a verdadeiras batalhas.
d) difundiu a idéia de atingir o povo através de
campanhas de vacinação.
e) era democrático e competente, características que o popularizaram.
a) Era uma época difícil, em todos os sentidos
(linha 9)
b) Os navios estrangeiros recusavam-se a
aportar no Rio (linha 10)
c) As divisas não entravam, a dívida externa
crescia (linha 12)
d) (...) ainda havia controvérsia sobre a causa
de tais doenças (linhas 19-20)
e) (...) a vacina era feita com sangue de rato
(linha 24)
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A ciência tem o direito de realizar quaisquer investigações na busca de novos
conhecimentos. A opinião foi manifestada pelo cientista Osvaldo Frota Pessoa, professor da
USP, ao participar de recente painel sobre Ética na Genética. Ele é favorável, entretanto a um
controle ético sobre a metodologia das pesquisas e suas aplicações. “A ética deve disciplinar
as ações da ciência sem interferir no seu avanço”, disse o cientista.
O homem tem o dever de conhecer, enfatizou Pessoa. “Se não houvesse pesquisa, a
roda não teria sido inventada.”. Para ele, a ciência precisa investigar em todas as áreas. Por
isso, defendeu a pesquisa realizada pelos cientistas norte-americanos que descobriram a
fórmula da duplicação do embrião humano para formação de clones - indivíduos
geneticamente idênticos. Agora, enfatizou, é necessário definir se é ou não ético permitir a
aplicação dessa técnica de reprodução humana. A ética deve evoluir para acompanhar as
descobertas da biologia e da genética, e as normas éticas já estabelecidas pela sociedade,
assinalou o cientista, devem ser transformadas em lei.
283
Módulo 11
42) Pela leitura do texto, pode-se concluir que o
cientista tem, em relação ao tema abordado,
uma posição
a) lúcida, pois defende os avanços da genética
sem descuidar aspectos éticos
b) cética, pois considera a ética um padrão
para a ciência
c) rigorosa, pois defende uma legislação intransigente para a pesquisa científica
d) inventiva, pois difunde a invenção norteamericana relacionada aos clones
e) ultrapassada, pois utiliza como exemplo de
avanço científico a invenção da roda
44) Sobre a concordância entre os termos do texto
é correto afirmar que
a) se a palavra “ciência” (linha 1) estivesse no
plural, “tem” permaneceria sem alteração
b) “investigações” (linha 1) poderia ser substituído por “investigação” sem alteração no
restante da frase
c) seria possível usar “ações das ciências” (linha
5), mas isso acarretaria o plural de “no seu
avanço” (linha 5)
d) a substituição de “pesquisa” (linha 8) por
“pesquisas” não acarretaria alteração no
respectivo verbo
e) se “ciência” (linha 7) fosse substituído por
“ciências”, “precisa”(linha 7) e “investigar”
(linha 7) deveriam ir para o plural
43) Sobre o uso de termos que retomam outros no
texto, é correto afirmar que
I.
“seu avanço” (linha 5) retoma “ações da ciência”
(linha 5), acrescentando outro dado
II. “ele” (linha 7), retoma “O homem” (linha 6)
III. “isso” (linha 8) retoma a idéia precedente no
texto
IV. “que” (linha 8) retoma “a pesquisa” (linha 8)
45) Sobre relações entre termos do texto, é incorreto afirmar que
Pela análise das alternativas, conclui-se que está
correta a alternativa
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) I, II, e IV
e) I, II, III e IV
284
a) “no seu avanço” (linha 5) poderia ser substituído por “em seu avanço” sem alteração
básica de significado
b) retirada de “em” (linha 7) alteraria o significado da frase
c) “Ele” (linha 3) retoma “Osvaldo Frota Pessoa”
(linha 2)
d) “permitir” (linha 10) poderia ser retirado do
texto sem acarretar ajustes na frase
e) a substituição de “em lei” (linha 13) por “nas
leis” tornaria o significado inadequado
Interpretação de
Textos PUCRS
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Historicamente, os recursos da saúde, no Brasil, têm sido escassos. Algumas áreas,
entretanto, graças principalmente à fibra e criatividade que nos caracterizam diante da
adversidade, desenvolvem um trabalho de excelência, de que são exemplos cirurgias
cardíacas e transplantes bem-sucedidos, e procedimentos de diagnóstico e tratamento cada
vez mais eficientes.
Paradoxal e infelizmente, os benefícios decorrentes desse progresso limitam-se a uns
poucos, enquanto as grandes massas não vêem sequer suas mais básicas angústias atendidas,
enfrentando ambulatórios superlotados, ser viços de emergências precários e profissionais
desmotivados, quando não despreparados.
Parece necessário, assim, repensar a saúde do brasileiro a partir de dois pólos: a
tecnologia de vanguarda, que nos aproxima do Primeiro Mundo, e a desassistência à maioria
da população, que nos reduz ao mais perverso dos mundos - o da miséria.
46) Pela leitura do texto, é possível afirmar que
a) há um grande descompasso entre dois aspectos relacionados com a saúde no Brasil
b) a indiferença dos médicos não permite levar
as conquistas da medicina aos carentes
c) está próximo o momento em que todos
terão acesso a transplantes e cirurgias sofisticadas
d) somente a criatividade dos médicos torna
os transplantes bem-sucedidos
e) os profissionais estão desmotivados por
receberem salários incompatíveis com sua
formação
48) Se o termo “massas” (linha 7), fosse substituído
por “massa”, o número de palavras que teriam
de ser modificadas obrigatoriamente seria
a)
b)
c)
d)
e)
49) As palavras “Paradoxal” (linha 6), “sequer”
(linha 7) e “precários” (linha 8) poderiam ser
substituídas, sem alteração do sentido básico
do texto, respectivamente, por
a)
b)
c)
d)
e)
47) Levando em conta as relações entre as expressões do texto, é possível afirmar que
“bem-sucedidos” (linha 4) tanto pode referir-se
a “transplantes” quanto a “cirurgias cardíacas e transplantes” (linhas 3-4)
II. a expressão “eficientes” (linha 5) está diretamente
relacionada com “procedimentos” (linha 4)
III. “Paradoxal e infelizmente” (linha 6) caracteriza
“benefícios” (linha 6)
IV. a expressão “atendidas” (linha 7) poderia ser
deslocada para depois de “vêem” (linha 7), sem
alteração do significado da frase
I.
contraditória / nem mesmo / insuficientes
antítese / nem sequer / pobres
contrário / ao menos / deslocados
conflitante / apenas / desatualizados
oposta / sem querer / inadequados
50) Considerando os textos 8, 9 e 10 é incorreto
afirmar que
Pela análise das afirmativas, conclui-se que está
correta a alternativa
a) I e II
b) II e III
c) I e IV
dois
três
quatro
sete
oito
d) I, II e IV
e) II, III, e IV
285
a) os textos 08 e 10 têm em comum a abordagem de problemas relativos à medicina social
b) o texto 09 discute um aspecto polêmico relacionado com a aplicação do progresso científico
c) o texto 09 aborda o tema genericamente,
enquanto os textos 08 e 10 localizam o
problema no espaço
d) os autores, nos três textos, apóiam-se em
fatos para defender suas idéias
e) os três textos fazem críticas ao sistema de
saúde pública
Módulo 11
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Geralmente, o povo de uma nação inventa, interroga e venera algum tipo de imagem
de si mesmo por duas razões. Para assoprar nas brasas do patriotismo ou porque faltam
outros argumentos para justificar a existência da nação.
Felizmente, o caso do Brasil é este (não o primeiro). Nos falta uma História moderna
de fazeres coletivos: Independência, República, Abolição vieram de cima. Não foi necessário
que o povo batalhasse nas ruas. E nos faltam registros de experiência comum. Me explico.
Saiam da atmosfera qualidade-total-controlada de um prédio da Paulista com pouso de
helicóptero no terraço e enfrentem ônibus, boteco de vila e desmoronamentos. Verão que,
entre elites e povo, a experiência básica de vida mal se sobrepõe.
Portanto, na hora de construir nossa nação moderna, era (ainda é) vital uma imagem
que representasse a razão de estarmos juntos no Brasil. Como encontrá-la?
51) O texto apresenta, como idéia central,
a) a falta de razões para o patriotismo dos
brasileiros.
b) o confronto entre a História oficial e a nossa
realidade.
c) a distância ainda existente entre ricos e
pobres no país.
d) a hegemonia das elites sobre as massas
populares no Brasil.
e) a necessária relação entre vivência compartilhada e identidade nacional.
52) As idéias apresentadas pelo autor no texto não
permitem concluir que
a) a qualidade de vida dos paulistas não tem
equivalente no país.
b) as transformações políticas de uma nação
deveriam ser fruto de construção coletiva.
c) o Brasil é um de extremos, no que diz respeito às diferenças sociais.
d) toda nação precisa ter sua existência justificada.
e) o Brasil ainda não é uma nação moderna.
Instrução: Responder à questão 54 indicando V
(verdadeiro) ou F (falso) em cada uma das afirmativas referentes aos recursos que conferem ao texto
maior expressividade.
( ) No primeiro parágrafo, uma enumeração e uma
metáfora sugerem o empenho dos povos na
construção de uma auto-imagem positiva.
( ) No segundo parágrafo, as marcas da subjetividade do autor restringem-se ao uso da 1ª
pessoa do discurso.
( ) No segundo parágrafo, a utilização de um
qualificador composto não usual reforça a idéia
de eficiente modernidade.
( ) No terceiro parágrafo, o uso da 1ª pessoa do
plural dá ênfase à critica que o autor dirige a
todos os brasileiros.
54) A alternativa que contém a seqüência correta
é:
53) A seqüência que melhor corresponde ao modo
como as idéias do primeiro parágrafo se relacionam com as do segundo é:
a) do mais genérico para o mais específico.
b) do mais concreto para o mais informativo.
c) do mais concreto para o mais abstrato.
d) do mais improvável para o mais provável.
e) do mais afastado para o mais próximo no
tempo.
286
a)
b)
c)
d)
e)
V–F–V–F
V–V–F–F
F–V–F–V
F–F–V–V
V–F–F–V
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Como psicanalista, estou destinado a me interessar mais pelos processos emocionais
que pelos intelectuais, mais pela vida mental inconsciente que pela consciente. Minha emoção
ao encontrar meu velho mestre-escola leva-me a admitir uma coisa: é difícil dizer se o que
exerceu mais influência sobre nós foi o interesse pelas ciências que nos eram ensinadas, ou
pela personalidade de nossos mestres. Nós os cortejávamos ou lhes virávamos as costas;
imaginávamos neles simpatias e antipatias que provavelmente não existiam; estudávamos
seu caráter e sobre este formávamos ou deformávamos o nosso; bisbilhotávamos suas
pequenas fraquezas e orgulhávamo-nos de sua excelência, seu conhecimento e seu senso
de justiça.
A psicanálise deu o nome de “ambivalência” a essa facilidade para atitudes
contraditórias. É na segunda metade da infância – quando se dá uma mudança na relação
do menino com o pai, e aquele descobre que este não é o mais poderoso e sábio dos seres
– que esse menino entra em contato com os professores. Estes homens, nem todos pais de
verdade, tornam-se nossos pais substitutos, e transferimos para eles o respeito e as expectativas
ligadas ao pai onisciente da infância, e logo se manifesta a ambivalência que desenvolvemos
em nossa família, e lutamos com eles como lutáramos com nossos pais de carne e osso.
55) Pela leitura do texto, é correto concluir que
Freud
a) compara sua experiência de vida à sua formação profissional.
b) vale-se de um conhecimento especializado
para justificar seus problemas infantis.
c) atribui sua opção pela psicanálise à influência de seu mestre-escola.
d) admite que a figura do professor é de grande importância na formação da criança.
e) reconhece que o aluno se identifica melhor
com o professor quando este é pai de verdade.
56) Considerando o sentido das expressões no
texto, a segunda estrutura NÃO substitui
adequadamente a primeira em
a) Minha emoção ao encontrar (linhas 2-3)
A emoção que senti quando encontrei
b) leva-me a admitir (linha 3)
faz com que eu admita
c) é difícil dizer (linha 3)
é difícil que se diga
d) que nos eram ensinadas (linha 4)
que nos ensinavam
e) que provavelmente não existiam (linha 6)
provavelmente inexistentes
Instrução: Responder à questão 57 com base nas
afirmativas abaixo, sobre o uso de algumas expressões no texto.
I. Se em lugar de “os” (linha 5), o autor tivesse
utilizado “lhes”, o sentido da frase seria mantido, mas esta ficaria incorreta do ponto de vista
norma culta.
II. A forma singular de “seu” (linha 7) relaciona
“caráter” a um professor em particular.
III. A expressão “sobre este” (linha 7) tem sentido
equivalente a “a respeito deste”.
IV. O primeiro “e” da linha 16 introduz uma conseqüência dos fatos anteriormente mencionados.
57) Pela análise das afirmativas, conclui-se que
estão corretas as da alternativa
a) I e II
b) I e IV
c) II e III
d) II e IV
e) III e IV
58) De acordo com as relações que se estabelecem no texto, o segundo termo refere-se ao
primeiro em
a) interesse (linha 4) que (linha 4)
b) segunda metade da infância (linha 11)
quando (linha11)
c) este (linha12) menino (linha12)
d) estes homens (linha13) pais de carne e osso
(linha16)
e) ambivalência (linha15) nossa família (linha 16)
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Instrução: Responder à questão 60 considerando
a veracidade das afirmativas apresentadas em 1 a 4.
Uma reflexão sobre o ensino de todo
e qualquer conteúdo pode e deve ser feita
de várias e diferentes perspectivas: a
perspectiva da própria ciência de que se
recortou o conteúdo para constituir uma
disciplina cur ricular; uma perspectiva
psicológica, que considera os processos de
aprendizagem de conteúdo específico;
uma perspectiva política, que busca
identificar os pressupostos ideológicos que
levam a instituir um certo conteúdo em
disciplina curricular e que subjazem aos
objetivos e procedimentos de ensino dessa
disciplina; uma perspectiva social, que
considera as condições sociais de
produção
de
um
deter minado
conhecimento, as condições sociais
daqueles a quem se destina o ensino e
daqueles encarregados de ensinar, o papel
e função atribuídos pela sociedade à
instituição em que ensino e aprendizagem
ocorrem, isto é, a escola; uma perspectiva
cultural, que relaciona a disciplina e seu
conteúdo com as características, as
expectativas, as necessidades do grupo
cultural a que se destina seu ensino; uma
perspectiva histórica, que reconstrói os
processos por meio dos quais um certo
conhecimento vai-se configurando como
saber escolar e, conseqüentemente, vai se
constituindo em disciplina curricular, ao
longo do tempo.
60) Analise as afirmativas
1. “todo e qualquer conteúdo” (linhas 1-2) equivale à totalidade de um conteúdo.
2. “pode e deve” (linha 2) sugere uma gradação.
3. “objetivos e procedimentos” (linha 13) correspondem, respectivamente, a metas e ações.
4. “ensino e aprendizagem” (linha 21) relacionamse como causa-conseqüência.
59) Sobre as diferentes perspectivas apresentadas no
texto, só NÃO é correto afirmar que a perspectiva
a) histórica precisa o momento em que determinado conteúdo passou a ser ensinado.
b) social envolve professor, aluno e o contexto
onde interagem.
c) política se refere ao modo de pensar dos
responsáveis pela definição dos conteúdos
a serem ensinados.
d) psicológica diz respeito, prioritariamente, ao
“como” se aprende determinado conteúdo.
e) da própria ciência se relaciona à área de
conhecimento específica do conteúdo a ser
ensinado.
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Pela análise das afirmativas, conclui-se que
estão corretas as da alternativa
a)
b)
c)
d)
e)
1–2–3–4
1–2–4
1–2–3
2–3–4
3–4
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Textos PUCRS
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Quem trabalha em fazendas está
sempre sujeito a contratempo – vai que
chove demais ou que a estiagem seja
muito longa... Além disso, há o perigo das
doenças, dos predadores. Quem mexe
com computadores, então, deve rezar com
freqüência para santos e orixás: nunca se
sabe quando essa máquinas vão pifar, e
dias de trabalho são perdidos tentando
descobrir, afinal, qual foi a “operação ilegal”
executada.
Você, professor, lida com gente.
Pessoas são infinitamente mais complexas
do que plantações e máquinas. Ainda mais
quando elas estão formando sua
personalidade e elaborando seus
conceitos sobre o mundo. (...) Nem todos
aprendem da mesma maneira. Há
basicamente três tipos de alunos: os
auditivos (que absor vem melhor o que
ouvem); os visuais (que prestam mais
atenção no que vêem); e os cinestésicos
(cujo ponto forte de aprendizagem é o que
é feito e experimentado). Toda sala de aula
tem representantes dos três tipos. Você
pode identificá-los pelos gestos (olhares
mais ou menos fixos, movimentos de
cabeça colocando a orelha em evidência)
e pelas expressões usadas (“do jeito que
eu vejo isso...”, “escuta aqui...”, “juntando
essas informações....”). Procure atender a
todos em suas aulas. Escreva no quadro
para auxiliar os visuais, abuse dos exercícios
e da formação de imagens mentais para
os cinestésicos.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que
estão corretas as da alternativa
a)
b)
c)
d)
e)
I e II
I, II e III
II e III
II e IV
III e IV
Instrução: Considerando os recursos que os autores utilizam nos quatro textos, numere toda a
coluna da direita pela coluna da esquerda.
1.
2.
3.
4.
TEXTO 11
TEXTO 12
TEXTO 13
TEXTO 14
( ) Alusão a vivências do passado.
( ) Atenção centrada no “eu”
que fala.
( ) Predomínio da linguagem
técnica.
( ) Presença de diálogo direto
com o leitor.
( ) Distanciamento do(a)
autor(a) em relação ao
tema abordado.
62) Pela análise das afirmativas, conclui-se que está
correta a alternativa
61) Analise as afirmativas
I.
II.
O autor dirige-se a um público leitor específico.
O primeiro parágrafo prepara o leitor para o
tema abordado, sem defini-lo.
III. Contrapondo outras atividades à do magistério,
o autor demonstra que nesta intervêm muitos
fatores.
IV. No segundo parágrafo, o autor evidencia que
alguns alunos têm maior dificuldade para
aprender do que outros.
289
a)
b)
c)
d)
e)
1–2–3–4–3
1–1–3–1–2
2–2–4–2–1
3–1–4–1–2
4–1–4–1–3
Módulo 11
Texto 15
d) o nível de aceitação da experiência junto à
população.
e) os objetivos que levaram os cientistas a
realizar a pesquisa.
Não vai dar certo
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32
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34
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36
37
38
39
40
41
Outro dia, dois cientistas americanos
apresentaram um pedido ao Ser viço de
Marcas e Patentes dos Estados Unidos para
registrar uma criatura que estão
produzindo em laboratório. A tal criatura
seria uma mistura de homem com animal.
Não se sabe direito que animal é este, mas
deram a entender que tanto pode ser um
macaco com um camundongo.
É fácil imaginar um homem-macaco.
Afinal, todos nós, no passado, já
protagonizamos essa dobradinha. E nem
faz tanto tempo. Conheço gente que ainda
se lembra de quando o avô desceu da
ár vore (...) Já cruzamento de um homem
com um camundongo é mais difícil de
visualizar. O único parâmetro conhecido é
o Mickey, o rato mais bem-sucedido da
história. Em cima dele, construiu-se um
império que é, na verdade, uma ratoeira
humana (...).
A idéia de cruzar artificialmente seres
humanos com animais não é nova. Já foi
imaginada no começo do século pelo
inglês H. G. Wells, em A ilha do Dr. Moreau
e, nos anos 50, pelo americano James
Clavell, em A Mosca da Cabeça Branca .
Ambas as histórias renderam vários filmes.
Em todos eles, a parte humana levou um
baita prejuízo. No filme do homem que
virou mosca, o pobre Vicent Price ficou
desesperado porque, com seu corpinho
de mosc a, não co ns eguia chama r a
atenção de sua mulher, para que esta o
fizesse voltar ao normal. E olhe que ele foi
o cientista que resolveu fazer a experiência.
Boa idéia. O ideal seria se os dois
cientistas se oferecessem como cobaias de
suas experiências. Um cruzaria o outro com
o macaco. E outro cruzaria o um com o
camundongo.
64) Quanto às expressões utilizadas no texto, é
incorreto afirmar que
a) A expressão “A tal criatura” (linha 5) anuncia
o tom crítico que caracteriza o texto.
b) Expressões utilizadas no segundo parágrafo
acentuam a ironia que perpassa o texto.
c) A expressão “ratoeira humana” (linha 20-21)
é metafórica.
d) As expressões “imaginar” (linha 10) e “visualizar” (linha 17) são utilizadas como
sinônimos.
e) A expressão “o um “ (linha 40), por seu
caráter de indeterminação, dificulta a compreensão da frase em que se encontra.
65) Se as expressões “Outro dia” (linha 1) , “A
tal criatura” (linha 5), “dobradinha” (linha
12) e “corpinho” (linha 32), características da
linguagem coloquial, fossem substituídas por
expressões do português culto formal, sem
alteração básica no significado, seria correto
utilizar, respectivamente,
a) Uma vez – a experiência – par – figura diminuta
b) Dia desses – este monstro – dualidade –
corpo minúsculo
c) Certo dia – o experimento – dupla – silhueta
pequena
d) Há pouco tempo – o resultado – casal –
corpete
e) Recentemente – esse ser – parceria – corpúsculo
63) Com relação à experiência referida no texto, as
informações permitem ao leitor conhecer
a) a identidade dos cientistas.
b) a espécie a que pertencem as cobaias a
serem utilizadas.
c) o estágio em que se encontra o estudo
desenvolvido pelos cientistas.
290
Interpretação de
Textos PUCRS
Texto 16
A zona franca do pensamento
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Qual é a invenção que lhe deixa mais perplexo, aquela que foge à sua compreensão?
Tantas. O avião, por exemplo. Como consegue voar aquele zepelim de aço, com 300
passageiros e suas respectivas bagagens provenientes de Miami? Internet: eu aqui e você
em Cingapura, conversando a um custo de eu aqui e você ali na esquina. Fax: coloco uma
folha de papel num aparelhinho e ele sai reproduzindo, no mesmo instante, em GuinéBissau. Televisão: uma câmera capta minha imagem e eu apareço, ao mesmo tempo, num
casebre do Morro da Cruz e numa mansão da Barra da Tijuca, ao vivo e em cores. Ultrasonografia. Gestação in vitro. Clonagem. Reverencio a tecnologia e hoje me arrependo de
ter matado algumas aulas de física e biologia, que me ajudariam a entender melhor como
funciona o mundo que me cerca. Só numa invenção pisoteio e cuspo em cima: no detector
de mentiras. (...) Uma geringonça que se julga capaz de adivinhar o que pensamos!
O pensamento é o território mais protegido do mundo, e ao mesmo tempo o mais
livre. Nele cabe um mundaréu de gente, todas as que conhecemos e mais aquelas que
imaginamos, e delas somos seu deus e seu diabo. (...) O pensamento não tem fronteiras,
lógica, advogado de defesa ou carrasco. É zona franca, terra de ninguém.
V i v e m o s c e r c a d o s d e m i c ro c â m e r a s , p a rd a i s , c a e t a n o s , a l a r m e s . S o m o s
constantemente vigiados, qualquer um nos localiza, identifica, surpreende. O pensamento
é o único lugar onde ainda estamos seguros, onde nossa loucura é permitida e todos os
nossos atos são inocentes. Que se instale um novo mundo cibernético, mas que virem
sucata esses detectores de mentiras, tão sujeitos a falhas. Dentro do pensamento, não há
tecnologia que consiga nos achar.
66) Quanto à relação entre escritor e leitor estabelecida pelo texto, não é correto afirmar que a cronista
a) se dirige a um público leitor familiarizado
com os avanços da ciência em várias áreas
da vida.
b) intui que, para o leitor, preservar o controle
sobre o próprio pensamento é um valor.
c) parte do princípio de que o leitor considera
a ciência uma ameaça ao ser humano.
d) procura captar a atenção do leitor dirigindose a ele diretamente.
e) omite do leitor eventuais vantagens que o
detector de mentiras possa trazer.
67) Analise das afirmativas
I.
O primeiro parágrafo apresenta o tema demonstrando a admiração incondicional da
cronista pelos avanços da tecnologia.
II. No segundo parágrafo, a autora soma argumentos na defesa de uma idéia específica.
III. A descrição presente no segundo parágrafo
dá sustentação às idéias que encerram o
parágrafo precedente.
IV. No terceiro parágrafo, a autora reafirma seu
posicionamento, defendendo o pensamento
como reduto indevassável.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que está
correta a alternativa
a) I e II
b) I, II e III
c) II e III
d) II, III e IV
e) II e IV
68) Analise das afirmativas
I.
Na expressão “zepelim de aço” (linha 2),
somam-se as idéias de passado e presente.
II. As expressões “Só numa invenção (...) cuspo em
cima” (linha 10) e “delas somos seu deus e seu
diabo” (linha 14) são pleonásticas.
III. As expressões “pisoteio e cuspo em cima” (linha
10 ) e “que virem sucata” (linhas 19-20) revelam
uma avaliação pouco racional em relação à
invenção a que se referem.
IV. As construções interrogativas e exclamativa,
assim como o diálogo com o leitor, reforçam o
caráter coloquial do texto.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que está
correta a alternativa
291
a) I, II e III
b) I, II, III e IV
c) I e III
d) II, III e IV
e) III e IV
Módulo 11
69) Considerando que ler adequadamente significa compreender também o que está subentendido no
texto, assinale a alternativa que contém a afirmativa incorreta.
a) A expressão “Tantas” (linha 2) repre-senta, no texto, uma resposta hipotética do leitor.
b) As expressões que antecedem os dois-pontos presentes nas linhas 3, 4 e 6 apresentam de modo
simplificado estruturas mais complexas.
c) Embora isoladas por pontos, as expressões da linha 8 estão encadeadas pelo sentido.
d) O trecho “todas as que conhecemos” (linha 13) refere-se a uma palavra subentendida, que podemos entender como “pessoas”.
e) Entre as frases iniciadas por “O pensamento” (linhas 12) e “Nele cabe” (linhas 13), percebe-se uma
relação de oposição.
Texto 17
O melhor substituto para a guerra
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Lenda ou não, a primeira referência ao jogo de futebol conhecida vem de um incidente
de guerra. No ano 1000, ou por volta dele, os britânicos teriam celebrado a vitória sobre um
chefe holandês invasor separando sua cabeça do restante do corpo e usando-a como uma
bola de futebol.
Não precisamos acreditar nessa história, mas sabemos que por volta do ano 1100 o
fim do Carnaval era festejado, na Inglaterra, com partidas de futebol que mobilizavam cidades
inteiras umas contra as outras: quinhentos jogadores de cada lado, um campo que podia
ter vários quilômetros de comprimento e partidas que duravam o dia inteiro, sem regras
fixas. Tornaram-se conhecidas como “futebol das massas”, e levaram a tantas lesões que, em
1314, Eduardo II baniu o jogo.
Proibições posteriores foram feitas por Eduardo III, Ricardo II e Henrique IV, não apenas
pela violência, mas por desviar a atenção da prática do arco-e-flecha, indispensável para a
segurança do reino. No final do século 17, porém, a habilidade no arco-e-flecha deixou de
ser obrigatória para os soldados, e o futebol passou a ser encorajado por Charles II. Depois
de 1863, quando a Universidade de Cambridge fixou as regras do futebol contemporâneo,
o jogo se disseminou por toda a Europa e pelo resto do mundo. Desde então, tornou-se o
esporte mais praticado e popular da história.
Os países fazem agora suas batalhas nos campos de futebol, com exércitos de calção.
Supostamente é um jogo, e é divertido, mas uma estranha lembrança dos antagonismos do
passado paira sobre cada partida e, toda vez que um gol é marcado, alguém ouve um eco
de antigas vitórias e antigas perdas. Holanda versus Espanha. Inglaterra versus França.
Polônia versus Alemanha. Quando assisti à Copa do Mundo da França, no verão de 1998,
compreendi que os europeus tinham finalmente encontrado um substituto para a guerra.
Sim, estou ciente de que existem os hooligans e sei das arruaças que ocorreram na França
durante a Copa. Mesmo assim, podemos contar nossos mortos nos dedos das mãos. Uma
geração atrás, contaríamos milhões.
292
Interpretação de
Textos PUCRS
70) Pela leitura do texto, é correto concluir que o
futebol
a) é originário da Holanda.
b) no passado, era considerado um esporte
de elite.
c) foi usado para defesa na Inglaterra de antigamente.
d) é um sucedâneo para ações bélicas do
passado.
e) incita os espectadores a um comportamento violento.
71) Ao integrar o passado ao presente, o autor referese à origem de algumas características do futebol
contemporâneo. Entre elas, não se inclui
a) a disputa pela bola.
b) a existência de regras.
c) a rivalidade entre as seleções.
d) o caráter comemorativo.
e) o uso de uniforme pelos times.
72) Quanto ao sentido das palavras no texto, é
correto afirmar que
a) “conhecida” (linha 1) e “contemporâneo”
(linha 15) têm o mesmo prefixo.
b) “incidente” (linha1) e “ciente” (linha 24)
apresentam o mesmo radical.
c) “história” está empregada com o mesmo
sentido nas linhas 5 e 17.
d) “fixou” (linha 15) pode ser substituída por
seu sinônimo “afixou”.
e) “batalhas” (linha 18) está empregada no
sentido conotativo.
73) Considerando o uso das expressões no texto,
a afirmação correta é
a) “ou por volta dele” (linha 2) relativiza a expressão a que se refere.
b) “invasor” (linha 3) qualifica a palavra “holandês”.
c) “Supostamente” (linha 19) reforça o sentido
das expressões “é um jogo” e “é divertido”.
d) “alguém” (linha 20) refere-se a um ser em
particular.
e) “atrás” (linha 26) indica anterioridade no
espaço.
Texto 18
Internautas de chuteira
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Ao iniciar-se o novo milênio, a
Inter net começa a mudar os hábitos
daqueles que assistem a futebol grudados
à TV, longe dos estádios, fora da órbita dos
delinqüentes uniformizados e do perigo
imediato das ruas. O telespectador ganhou
o direito sagrado de dizer se a cobertura
da decisão está agradando na hora do
jogo. Pode sugerir e opinar. Não antes,
nem depois, mas durante o prélio, no calor
das divididas. (...)
As grandes emissoras de televisão e
os canais da TV por assinatura abriram as
portas da interatividade para 9 milhões de
internautas brasileiros, número que cresce
sem parar. (...) Dentro desse universo
especial, navegam “técnicos de futebol”,
loucos para discutir com o comentarista da
vez ou questionar o ex-juiz viciado em
replay. (...)
Companheira no ócio e na insônia,
a televisão, ao menos no futebol, não é
mais uma caixa estática de sons e imagens.
A g e n t e e s c r e v e n o c o m p u t a d o r, o
computador avisa a TV, e a TV responde.
O processo está no começo, mas ninguém
pode detê-lo. Nem uma zaga de seleção
segura os internautas de chuteira.
Segundo o texto,
pessoas que assistem a jogos de futebol ao vivo
correm riscos.
II. apenas homens assistem a jogos de futebol.
III. 9 milhões de internautas interagem hoje ao
assistir a partidas de futebol.
IV. é certo que irá aumentar a participação de
internautas no processo mencionado.
I.
74) Conclui-se que estão corretas as afirmativas
293
a)
b)
c)
d)
e)
I e II
I, II e III
I e IV
II e III
II, III e IV
Módulo 11
Texto 19
76) Pelas referências que faz, é correto concluir que
o narrador relembra uma parte de seu passado
de modo
A primeira bola
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Não sei de que material é feita a bola
de hoje. Quando ganhei a minha primeira
bola, ela era feita de couro. Tinha uma
câmara dentro, como nos pneus. Enchiase a câmara com ar com uma bomba de
bicicleta – ou com os pulmões mesmo,
naquele tempo se tinha fôlego – e ajeitavase o mamilo da câmara dentro do couro
da melhor maneira possível, antes de
amarrar os cordões da bola, que tinha
cadarços como as chuteiras. Isso tudo foi
neste século, sim. Minha primeira bola tinha
o tamanho regulamentar, era uma número
cinco autêntica. (...) O couro reluzia.
Hesitava-se muito antes de dar o primeiro
chute na bola nova, pois o couro
começaria a ficar arranhado no primeiro
toque. Era um dilema, você não conseguia
resistir ao impulso de levar a bola para a
calçada e começar a narrar seus próprios
movimentos com ela como um locutor
entusiasmado – “Domina a número cinco,
atenção, vai marcar, dá de charles...
Gooooool! Sensacionaaaal!” – e ao mesmo
t e m p o q u e r i a p ro l o n g a r a o m á x i m o
aquela sensação de couro novo, intocado,
nas mãos. (...)
Quase tão bom quanto o cheiro da
primeira bola era correr atrás dela, mesmo
que só fôssemos craques na nossa própria
apreciação (“Que lance, senhoras e
senhores!”, eu gritava, mesmo que só
estivesse fazendo tabela com a parede).
75) Pela leitura do texto, é correto concluir que o
narrador
a)
b)
c)
d)
e)
desalentado e autêntico.
claro e detalhado.
realista e contraditório.
minucioso e hesitante.
exagerado e saudosista.
77) As duas expressões do texto presentes em cada
alternativa referem-se à mesma idéia, exceto
no caso de
a) “Quando ganhei a minha primeira bola”
(linhas 2-3) “naquele tempo” (linha 7)
b) “Tinha uma câmara dentro” (linhas 3-4)
“Enchia-se (...) com uma bomba de bicicleta” (linhas 4-5-6)
c) “tinha o tamanho regulamentar” (linhas
12-13) “era uma número cinco autêntica”
(linhas 13-14)
d) “Hesitava-se muito” (linha 15) “Era um
dilema” (linha18)
e) “Quase tão bom” (linha 28) “na nossa
própria apreciação” (linhas 30-31)
Instrução: Responder à questão 78 com base nas
afirmativas a seguir, sobre os três textos.
I.
No texto 17, os dados históricos fundamentam
as reflexões do autor.
II. O texto 18 é predominantemente informativo.
III. No texto 19, predomina a visão subjetiva do
autor.
IV. Os três textos têm em comum a relação entre
futebol e tecnologia.
78) Conclui-se que estão corretas as afirmativas
a) guarda em seu poder, como lembrança, sua
primeira bola de couro.
b) considera que seu leitor não sabe como
eram as bolas de futebol antigamente.
c) está convicto de que atualmente as bolas
de futebol não são de couro.
d) teve uma infância solitária, pois não tinha
com quem jogar.
e) tornou-se narrador de partidas de futebol.
294
a)
b)
c)
d)
e)
I e II
I, II e III
I e IV
II e III
II, III e IV
Interpretação de
Textos PUCRS
Texto 20
Quando a linguagem culta é um fantasma.
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Antes de entrar-se no exame do problema do empobrecimento cada vez mais
acentuado da linguagem dos jovens, é preciso estabelecer que em qualquer idioma há
vários níveis de expressão e comunicação: popular, coloquial, culto, profissional, grupal, etc.
As diferenças entre esses níveis são evidentes, por isso facilmente demarcáveis. Basta
comparar, por exemplo, a chamada “fala dos magrinhos” com a de um deputado em sua
tribuna.
Assim, as dificuldades do jovem não estão, a rigor, na sua incapacidade de expressarse. No seu grupo – e aí é que vive a maior parte de seu tempo – certamente ele não sente
o menor embaraço para dizer o que quer e entender o que os amigos lhe falam. A comunicação
se faz ............ perfeição, sem quaisquer ruídos: “Sábado vou dar um chego lá na tua baia,
tá?” E a resposta vem logo, curta e precisa: “Falô! Vê se leva o Beto junto. Faz tempo que ele
não pinta lá. Depois, a gente sai pra dar uma banda”.
Esse é o nível de sua linguagem grupal. Um nível meio galhofeiro e rico de tons que
ele domina galhardamente. Está como um peixe dentro de seu elemento natural. Movimentase com segurança e muito consciente de sua capacidade expressional.
As dificuldades que experimenta – e que o fazem inseguro e frustado – estão na
aprendizagem da língua “ensinada” na escola. A língua culta representa para ele um obstáculo
intransponível, uma coisa estranha que o assusta e deprime. E é fato compreensível. Para o
jovem, habituado à fala grupal, à gíria, ao jargão de seus companheiros de idade e de
interesses, a norma culta surge como um fantasma, um anacronismo com o qual não
consegue estabelecer uma convivência amistosa. Se passa 23 horas e 10 minutos .............
dizer “tu viu”, “eu vi ela”, “me alcança a caneta”, “as redação”, como irá, nos 50 minutos de
aula de português, alterar todo o comportamento lingüístico e aceitar sem relutância que o
certo é “tu viste”, “eu a vi”, “alcança-me a caneta”, “as redações”?
A força coercitiva da escola é pouca para opor-se ........... avalanche que vem de fora.
É, pensando bem, quase uma violência que se comete contra a espontaneidade da
linguagem dos jovens, principalmente quando o professor não é suficientemente esclarecido
para dar-lhes a informação tranqüilizadora de que todos os níveis de linguagem são legítimos,
desde que inseridos em contexto sociocultural próprio. Explicar-lhes, enfim, por que a escola
trabalha preferencialmente com o nível lingüistico da norma culta. Isso os tiraria da situação
constrangedora em que se acham metidos e que se manifesta mais ou menos assim: “Não
sei como é eu não consigo aprender português!”
Caso o leitor não conhecesse o significado da
palavra “anacronismo” (linha 20), ele
I. poderia chegar ao significado decompondo
essa palavra em seus elementos constitutivos
e observando o que cada um significa.
II. encontraria pistas do seu significado nas expressões “coisa estranha” (linha18), “habituado(...)
ao jargão de seus companheiros de idade”
(linha 19).
III. poderia chegar ao significado identificando a
classe gramatical dessa palavra.
1.
2.
3.
4.
5.
80) As duas palavras se referem à mesma idéia nos
casos
79) Pela análise feita, conclui-se que completam
corretamente a frase
a) apenas I
b) apenas II
c) I e II
“fala” (linha 5) “a” (linha 5)
“No seu grupo” (linha 8) “aí” (linha 8)
“grupo” (linha 8) “ele” (linha 8)
“ele” (linha 17) “o” (linha 18)
“jovem” (linha 19) “o qual” (linha 20)
d) I e III
e) I, II e III
295
a)
b)
c)
d)
e)
1e2
1, 2, 3 e 4
1, 2 e 4
3, 4 e 5
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Módulo 11
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(...) É chegada a hora de se contestar
o império das cruzinhas, responsáveis pela
perda de muitas propostas pedagógicas.
No sistema de cruzadinhas, o aluno não
faz uso de seu raciocínio, apenas opta por
uma das respostas, nascidas de outro
cérebro (o do professor) e, assim, não
elabora os conceitos, frutos de seu próprio
aprendizado. Não se diga, por isso, que
os cursinhos são a causa da “dor de
cabeça” ........... passa o ensino: apenas lhe
fornece a “aspirina”.(...)
Por tudo isso, nos parece menos
importante preocupar-se com os cursinhos
e muito mais apoiar as iniciativas para
salvar o ensino de primeiro e segundo
graus, nos quais residem as mazelas que
tanto ........... preocupando a sociedade
brasileira.
Instrução: Responder as questões 81 e 82
81)
I.
A primeira lacuna do texto deve ser completada
com “por que”.
II. A palavra “mazelas: significa “doenças”; “aflições”.
III. A segunda lacuna do texto deve ser completada
com “vêm”.
a) Apenas a I está correta.
b) Apenas a I e a II estão corretas.
c) Apenas a I e a III estão corretas.
d) Apenas a II e a III estão corretas.
e) A I, a II e a III estão corretas.
82)
I.
Pode-se inferir do texto que o “império das cruzadinhas” baliza a forma de ensino nas escolas.
II. O autor do texto toma partido dos “cursinhos”.
III. Segundo o autor, o ensino nos “cursinhos” é
muito melhor que o ensino nas escolas.
a) Apenas a I está correta.
b) Apenas a I e a II estão corretas.
c) Apenas a I e a III estão corretas.
d) Apenas a II e a III estão corretas.
e) A I, a II e a III estão corretas.
Texto 21
Sou visto, logo existo.
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Quando Or well escreveu “1984”,
ainda tínhamos quem olhasse por nós. A
guerra fria disputava cada centímetro da
Terra para sua visão de mundo, éramos
como filhos de pais separados que
discutem quem manda mais. Ele previu a
continuação do totalitarismo sob a forma
tecnológica do olho que tudo vê: o
“Grande Irmão”. Antes era Deus, para
Or well era uma televisão. Hoje estamos
.................. .
Hoje somos muito visados, porém só
na condição de consumidores universais.
Interessada no bolso e não na alma, a
propaganda seduz mas não julga. Em
última instância, ninguém, seja divindade,
potência ou multinacional, parece
interessar-se pelo destino de cada um. Foi
aí que começamos a instalar câmeras que
transmitem via Internet imagens toscas de
lares e pessoas chatas. Blogs, ou seja,
diários on-line, oferecem notícias sem
importância e confissões pueris. Reality
shows criam situações e lugares que
podem ser acompanhados ao vivo pela
televisão.
De tanto em tanto, ...................
preocupações com a invasão na
privacidade
de
telefones
e
correspondências, supondo que a
intimidade de cada um seria objeto de
espionagem, seja comercial, seja política.
.............. somos tão ciosos de uma
intimidade que temos compulsão de expor,
compartilhar e profanar?
Não dispondo de grandes ...................,
cabe aproveitar a temporada sobre a Terra,
porque a continuação é incer ta. Hoje
precisamos ser apreciados individualmente
e dentro do prazo de validade. É preciso
ser visto para ser lembrado, para existir.
(...)
Sem fé nem esperança, restou o
cotidiano. É uma pena que estejamos
reduzidos a um registro tão infantil,
interessados em assuntos tão domésticos.
O Big Brother, assim como seus similares,
são uma Big Mother, a única a quem
impor ta a higiene, a alimentação e as
banalidades de cada um. Nem a visão
apocalíptica de Or well supôs que
iniciaríamos um milênio tão desamparados
e carentes.
Interpretação de
Textos PUCRS
Instrução: Responder às questões 83 e 84 utilizando o código a seguir:
a) I e II
d) II e III
b) I, II e IV
e) III e IV
c) I, III e IV
83) Pela leitura do texto, é correto concluir que
a) Embora a propaganda seja movida por
interesses materiais, ela também é usada
para conquistar a alma das pessoas.
b) Estamos todos desamparados e carentes
porque a realidade, cada vez mais difícil, nos
transformou em ateus.
c) Somos seres paradoxais, pois gostamos de
expor nossa vida pessoal mas tendemos à
invasão de nossa privacidade.
d) Ainda que não tenha lido Orwell e não
saiba inglês, o leitor pode chegar ao sentido de “Grande Irmão”, “blogs”e “reality
shows”pelas pistas presentes no texto.
84) Considerando o sentido de certas expressões
no texto e relacionando-as com outras, fora do
texto, é correto concluir que
a) “Terra”(linha 04) está pra “Marte” assim como
“Orwell”(linha 01) está pra “Jorge Amado”.
b) “confissões pueris” (linha 23) está para confidências de criança” assim como “destino”
(linha 18) está pra “futuro”.
c) “profanar (linha 35) está para “sacralizar” assim
como “pena”(linha 44) está para “lástima”.
d) “restou” (linha 43) está para “permaneceu”
assim como “banalidades”(linha 50) está
para “particularidades”.
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86) Pela leitura do texto, é correto concluir que
85) De acordo com o texto , as palavras “ciosos”
(linha 33) e “apocalíptica”(linha 51) equivalem,
em sentido, respectivamente, a
a)
b)
c)
d)
e)
Vários pontos são intensamente
discutidos no romance “1984”, tais como
a língua, o controle da realidade e do
passado, a guerra. Tudo isso se encontra
resumido no grande lema do Par tido:
Quem controla o passado controla o
futuro; quem controla o presente controla
o passado, e também nos três lemas do
Ministério da Verdade:
GUERRA É PAZ
LIBERDADE É ESCRAVIDÃO
IGNORÂNCIA É FORÇA
O lema do Partido está explicado no
seguinte diálogo, retirado de “1984”.
– O passado existe concretamente,
no espaço? Existe em alguma parte um
mundo de objetos sólidos, onde o passado
ainda acontece?
– Não.
– Então onde é que existe o passado,
se é que existe?
– Nos registros.
– E em que mais?
– Na memória. Na memória dos
homens.
– Na memória. Muito bem. Nós, o
Partido, controlamos todas as memórias.
Nesse caso, controlamos o passado, não
é verdade?
cobiçosos – assustadora
invejosos – exagerada
cuidadosos – equivocada
zelosos – terrificante
cientes – final
297
a) o passado está nos fatos realmente acontecidos, e não nos registros.
b) o Partido pode controlar os registros, as memórias e, conseqüentemente, o passado.
c) o Partido quer que o povo lembre o passado,
porque “ignorância é força.”
d) se o Partido pode alterar os registros, não
vale a pena registrar os fatos passados.
e) os lemas do Ministério da Verdade explicam
o grande lema do partido.
Módulo 11
Texto 23
Um bebê na Universidade
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Depois do bebê de proveta, os
cientistas conseguirão, um dia, abreviar o
tempo de gestação para trinta dias? Por
mais incômoda que _____ ser a gravidez,
as mães, em geral, conformam-se com este
indispensável prazo biológico, e não há
notícias ______ tentando, de alguma
forma, apressar o ciclo de desenvolvimento
do embrião. O mesmo fazem os
agricultores: esperam, pacientemente, que
a semente germine e a planta cresça com
seu próprio ritmo (o agricultor,
necessariamente, tem que aprender a ter
paciência, esperança e previsão). Quando o
crescimento biológico perde seu ritmo
natural, transforma-se em “câncer ”,
deformando o projeto contido no código
genético.
Com o ser humano, de maneira
estranha, logo que a criança nasce, iniciase violenta pressão para que supere
rapidamente suas etapas de crescimento.
Quem
trabalha
com
crianças
pequenas, em escolas maternais e em
jardins de infância, conhece a “corrida ao
pau-de-sebo”. Enquanto a criança não
aprendeu a ler, os pais toleram que a escola
experimente os mais diversos métodos e
que siga as teorias mais modernas. Mas
quando chega a idade tradicional de
alfabetização, os pais perguntam se tudo
aquilo não é apenas brincadeira e
diversão. É que a alfabetização é o primeiro
know-how contabilizável, isto é, com valor
econômico, numa sociedade competitiva.
Daí para a frente, o problema é fazer a
c r i a n ç a e n t r a r n a c o r r i d a c u r r i c u l a r,
transpor rapidamente o primeiro grau,
entrar no segundo grau e, finalmente, o
mais cedo possível, enfrentar o vestibular.
Transposta essa barreira, cessa a angústia:
o garoto está equipado para a luta pela
vida. Ninguém pergunta se obedeceu
aos ritmos de amadurecimento, se a escola
realmente
deu
opor tunidade
à
estruturação mental, se a criança foi feliz
durante esse período de crescimento.
A entrada na quinta série, por
exemplo, exige o amadurecimento das
estruturas lógico-abstratas, sem o que toda
aprendizagem se transforma em mera
justaposição, que logo é eliminada por falta
de estruturas de assimilação. O ingresso
na universidade só deveria ser feito depois
de, digamos, 21 anos, quando o jovem
tivesse plena maturidade para manipular
a complexidade dos processos científicos.
O
resultado
é
uma
chusma
de
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doutorezinhos imaturos e semiletrados,
sem o mínimo poder de reflexão, com a
cabeça cheia de coisas decoradas. Mas os
pais estão felizes de lhes terem fornecido
o diploma, espécie de tacape com que
enfrentarão os adversários na “luta por um
lugar ao sol”. O resultado é semelhante ao
que se obtém amadurecendo fr utas à
força, por processos artificiais... E para
onde vão todos nessa corrida? Perde-se o
sentido de viver a vida em troca de subir
rápido no “pau-de-sebo”.
87) Todas as afirmativas estão corretas, com EXCEÇÃO de
a) O título do texto é uma hipérbole, empregada como estratégia para despertar a
curiosidade do leitor.
b) A interrogação (linhas 01 a 03) assinala
previamente ao leitor o caráter opinativo do
texto, levando-o a refletir sobre o tema.
c) O autor do texto argumenta por analogia, que
é um raciocínio a partir da comparação, da
semelhança: o que vale para x provavelmente
valerá para y, visto que são semelhantes.
d) Na apresentação de seus pontos de vista, o
autor mostra-se imparcial e cometido, embora o assunto que discute seja polêmico.
e) O autor, na introdução e desenvolvimento
do texto, conduz o leitor a concordar com
a idéia que defende em seu final: a universidade é um processo de reflexão só acessível
a pessoas maduras.
88) A idéia CENTRAL do texto é
298
a) A instrução obtida no ensino é um capital
altamente rentável com que os indivíduos
disputam “um lugar ao sol”.
b) A vida moderna caracteriza-se pela competitividade entre os indivíduos, embora
ninguém saiba explicar para onde todos vão
nesta corrida.
c) Os seres humanos tentam retardar a infância e acelerar a velhice, mas não conseguirão
alterar o tempo determinado pelo desenvolvimento biológico.
d) A angústia dos pais é a responsável pela
pressão a que as crianças são submetidas,
o que gera a infelicidade dos jovens.
e) Há um tempo próprio para cada etapa de
desenvolvimento dos seres: violar esse ritmo
implica distúrbios.
Interpretação de
Textos PUCRS
As aventuras da Família Brasil
89) Responder a questão conforme o código abaixo.
I.
II.
A última fala da tira é um paradoxo em relação à segunda fala.
O efeito humorístico da tira permaneceria inalterado se a última fala fosse esta: “Física, Química ou
Matemática”.
III. O efeito humorístico da tira é acentuado pela expressão “exatamente”, presente na segunda fala.
a) Apenas a I está correta.
b) Apenas a I e a II estão corretas.
c) Apenas a I e a III estão corretas.
d) Apenas a II e a III estão corretas.
e) A I, a II e a III estão corretas.
Texto 24
O canteiro de palavras
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Qual é o seu ofício – me pergunta com certa formalidade o simpático velhinho da fila
do banco, depois do cumprimento habitual e do comentário sobre o tempo, rotinas que
ser vem para quebrar o gelo (no nosso clima, literalmente) entre desconhecidos
circunstacionalmente íntimos pela espera compartilhada. Quase digo que sou jornalista,
mas me policio porque conheço o poder inibidor da minha profissão.
– Vivo de escrever! – respondo no mesmo tom evasivo, tentando decifrar o efeito da
resposta no seu olhar enrugado. Lembro de um escritor que falou coisa semelhante para
uma empregada de poucas luzes e recebeu de volta um comentário um tanto surrealista,
provavelmente buscado nos anúncios de empregos dos jornais:
– Ah, o senhor tem redação própria?
Mas o meu interlocutor momentâneo não manifesta qualquer curiosidade sobre o
gênero dos meus escritos, se preencho notas fiscais ou elaboro poemas parnasianos. Está
mais interessado em mostrar suas duas mãos, dois conjuntos desarmônicos de calos e
cicatrizes.
– Eu sou cortador de pedras – me diz com indisfarçável orgulho de quem detém um
dote raro.
Antes que a file ande, tenho o tempo ainda para ouvir algumas explicações sobre a
arte de tirar paralelepípedos da rocha bruta, sobre as ferramentas que usa e sobre a
quantidade de peças que produz. Ouço em silêncio para não perturbar a narrativa, mas seu
trabalho não me é estranho. Perto de minha casa há uma pedreira. Conheço a faina dos
homens empoeirados que lá labutam. De vez em quando fico ouvindo a distância o martelar
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Módulo 11
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dos canteiros e pensando na célebre fabula sobre ....................., escrita por Jabob Riis, que
tem como personagem exatamente um cortador de pedras. Diz mais ou menos o seguinte:
“Quando nada parece dar certo, eu observo o homem que corta pedras. Ele martela uma,
duas, centenas de vezes, sem que uma só rachadura apareça. Porém, na centésima primeira
martelada, a pedra se abre em duas. E eu sei que não foi aquela pancada que operou o
milagre, mas todas as que vieram antes”.
Pois escrever, me dou conta enquanto preencho o cheque, não deixa de ser um
processo semelhante. A gente martela centenas de vezes até que brote do cérebro (ou do
dicionário) a palavra adequada, talvez a única capaz de servir à construção literária planejada.
Nem sempre se consegue. A não ser que o canteiro de letras tenha o talento daquele escultor
de estátuas eqüestres que explicava com simplicidade como conseguia tal perfeição:
– Eu tiro da pedra tudo o que não seja cavalo.
90) A expressão que completa corretamente a
lacuna do texto, levando em consideração o
contexto, é
a)
b)
c)
d)
e)
as adversidades da existência.
a tenacidade das nossas ações.
a falta de sorte da vida.
a fraqueza diante das dificuldades.
a revolta diante dos problemas.
91) A idéia central do texto está intimamente relacionada com todas passagens a seguir, EXCETO:
a) “Adestrei-me desde os sete anos de idade
para que um dia eu tivesse a língua em
meu poder. E, no entanto, cada vez que
eu vou escrever, é como se fosse a primeira
vez. Cada livro meu é uma estréia penosa
e feliz.” (Clarice Lispector)
b) “Um texto se constrói, às vezes lentamente, muitas vezes penosamente, raras vezes
facilmente.” (Nilson de Souza)
c) “... um aprendiz de escriba tem de penar
na dura estiva de desembarcar idéias no
teclado, dispô-las numa ordem razoável,
dotá-las de algum ritmo, garimpar à procura da palavra precisa, do claro conceito.”
(Liberato Vieira da Cunha)
d) “Um simples telegrama, uma dedicatória
já representam um esforço para mim.
Consolo-me com aquele achado de Paulo
Mendes Campos, segundo o qual quem
tem facilidade para escrever não é escritor,
é orador.”(Fernando Sabino)
e) “Aprendi que, para escrever, tinha de escrever. Não adianta só ficar falando de como
é bonito...”(Moacyr Scliar)
92) Considerando a linguagem e a tipologia do
texto, é correto dizer que
I.
se trata de uma crônica: o autor parte de um
fato do cotidiano para fazer sua reflexão sobre
o ofício do escritor.
II. a linguagem do texto é informal, o que justifica
os erros gramaticais.
III. o autor emprega o presente do indicativo para
conferir maior vivacidade a um fato ocorrido no
passado.
IV. o texto, por ser jornalístico, pertence ao gênero
informativo.
300
Pela análise das afirmativas, conclui-se que
estão corretas
a)
b)
c)
d)
e)
apenas a I e a II.
apenas a I e a III.
apenas a II e a IV.
apenas a II, a III e a IV.
a I, a II, a III e a IV.
Interpretação de
Textos PUCRS
93) Um escritor sempre poderá encontrar uma
forma criativa para expressar algo, sem incorrer
em fórmulas desgastadas pelo uso excessivo.
Tal, no entanto, NÃO ocorre em
a) “Na rua, sustento o caule de uma grande
rosa negra, que se abre sobre mim na chuva.” (guarda-chuva)
b) “Aquela andorinha que vai subindo cada vez
mais longe – será mesmo uma andorinha?
OU minha saudade que te mando? (saudades)
c) “Você disse que bala mata/ bala não mata
ninguém/ a bala que mais mata/ são os
olhos do meu bem.” (quadrinha)
d) “Boião de leite que a noite leva com as
mãos de trava para não sei quem beber e
que embora levado devagarinho vai derramando pingos brancos pelo caminho.”
(lua cheia)
e) “Tu és o pão que vai matar a minha fome,
a água que vai saciar minha sede, o sol
que aquece minha vida.” (declaração de
amor)
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Aquele fogão velho, hoje extinto –
bota mais lenha, tem feijão cozinhando -,
era muito importante na minha casa. Mas
ele subsiste, porque as palavras são
capazes de atiçar-lhe o fogo. Outro fogo.
Imersa no tempo, a casa também se foi.
Mas ela não desapareceu. Ainda existem
as ár vores, aquela taipa velha e bonita, a
fonte no canto superior do parreiral. Essas
coisas ficaram lá, nos arredores de 1950.
Porém eu as per maneço através das
palavras.
94) A frase que sintetiza a idéia central do texto é:
a) As recordações da infância são as que mais
marcam o ser humano.
b) O homem perpetua o transitório mediante
a linguagem.
c) Recordar é viver, repetem com freqüência os
saudosistas.
d) Tudo passa, menos as recordações da infância.
e) A palavra é o elo que une o passado, o
presente e o futuro.
Texto 25
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Vamos admitir que o estudante se encontre diante da “página em branco”, de lápis e
papel em punho, a esperar que as idéias lhe jorrem da mente com ímpeto proporcional à
sua ansiedade. É um momento de transe .................. estão sujeitos todos os que ainda não
adquiriram o desembaraço natural advindo da prática diuturna de escrever (transe e aflição
traduzidos em mordiscar a ponta do lápis). O assunto sobre o qual se propõe a escrever é
vago, não depende de pesquisa, mas apenas da experiência e das vivências. E agora?
Vejamos como resolver isso, mediante a sábia lição do Professor Júlio Nogueira: “O
assunto é um desses temas abstratos, que nos parecem áridos, avaros de idéias: a amizade,
por exemplo.
Que dizer sobre a amizade? Como encher tantas linhas, formando períodos sobre
períodos, se as idéias nos escapam, se a imaginação está inerte, se nada encontramos no
cérebro que nos pareça digno de ser expresso de forma agradável e, sobretudo, correta?
Antes de tudo, se nosso estado de espírito é perplexidade, se nos domina essa preocupação
pungente, esse desânimo de chegar a um resultado satisfatório, o que devemos fazer é não
começar a tarefa imediatamente. Em vez de lançar a esmo algumas frases inexpressivas no
papel, devemos refletir, devemos nos concentrar. Uma quarta parte do tempo ...............
dispomos deve ser destinada a metodizar o assunto, a dividi-lo nos pontos que comporta.
95) Todas as alternativas apresentam um sinônimo adequado para a palavra em destaque, EXCETO
a) “a imaginação está inerte” (linha 11) – “sem atividade”.
b) “se nos domina essa preocupação pungente” (linhas 13 e 14) – “dolorosa”.
c) “lançar a esmo algumas frases” (linha 15) – “a custo”.
d) “destinada a metodizar o assunto” (linha 17) – “organizar”.
e) “a dividi-lo nos pontos que comporta” (linha 17) – “admite”.
301
Módulo 11
96) A atenção predominante do autor, nesse fragmento de texto, é
a) ressaltar a importância da correção gramatical na produção do texto.
b) dar conselhos para a produção de um texto
sobre a amizade.
c) enfocar a perplexidade dos vestibulandos
diante da “folha em branco” no processo
de produção textual.
d) orientar o planejamento do texto no momento da sua produção.
e) buscar explicações para o fraco desempenho dos estudantes no momento da
produção textual.
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97) Dentre as sugestões de título para a crônica
de Scliar, apresentadas a seguir, apenas uma
sintetiza a idéia nela predominante. Qual é?
a)
b)
c)
d)
e)
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Todos temos, dentro de nós, um
aventureiro em potencial. Todos ansiamos
por uma aventura, pequena ou grande. É
o antídoto contra a monotonia da rotina,
que é necessária - sem rotina nada
conseguiríamos-, mas que às vezes se
torna mortalmente aborrecida. E aí, tratase de fazer o que para nós é inusitado, e
................ mesmo excitante: escrever
um poema, saltar de pára-quedas, ter um
caso amoroso. Mas, para a maioria das
pessoas, especialmente para os jovens, a
aventura ainda se traduz em viagem.
Compreensível: viagem significa sair de
casa, romper o cordão ..............., conhecer
novos lugares, novas pessoas. Descobertas
que são também autodescober tas;
situações inesperadas, perigosas ou não,
revelam facetas desconhecidas de nossa
própria personalidade. E o inesperado é
coisa que não falta em viagem. Que, ao
menos para a classe média, já não é coisa
tão difícil: dá para conseguir passagens de
avião baratas, inclusive para o Exterior, dá
para andar de moto pelo país, dá para
recorrer a várias formas de transpor te.
(...)
Os jovens em geral viajam com
pouco dinheiro: faz parte do desafio. Se a
viagem é longa, isso significa trabalhar,
ganhando pouco - os empregadores
europeus ou americanos sabem tirar
proveito da situação de ilegalidade. E aí, é
lavar pratos, é fazer faxina, é cuidar da
portaria de hotel barato à noite, ou fazer
qualquer outra coisa. Um amigo meu
quase caiu para ....................... ao encontrar
o filho, menino mimado, tocando violão
num metrô europeu para receber algumas
moedas. De novo, tudo isso educa. Tudo,
isso ajuda a amadurecer.
Construindo a Auto-Estima
Um Lazer para Poucos
Viagem: Aventura e Crescimento Pessoal
A Rotina de Viajar
Viagens: uma Exclusividade dos Jovens
98) As palavras “antídoto” (linha 04) e “monotonia” (linha 04) têm, em sua formação,
elementos sinônimos dos prefixos presentes,
respectivamente, em
a)
b)
c)
d)
e)
antediluviano
preconceito
imoral
desvendar
contraproducente
onipresente
polivalente
microcosmo
multifacetado
unicelular
99) Os pares de palavras abaixo, de acordo com o
sentido que as primeiras têm no texto, apresentam uma relação de oposição, EXCETO no
caso de
302
a)
b)
c)
d)
e)
“aborrecida” (linha 07) - interessante
“inusitado” - (linha 08) - costumeiro
“excitante” (linha 09) - temerário
“inesperadas” (linha 18) - previsíveis
“barato” (linha 35) - dispendioso
Interpretação de
Textos PUCRS
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Viagens são importantes: o mundo
mudou por causa dos grandes
navegadores. Descobrimos muitas coisas,
e m nossas avent uras, mas uma da s
descobertas, a mais importante, só aos
poucos vai aparecendo; com a
maturidade, constatamos que a grande
aventura ainda é a aventura interior, é
visitar os estranhos lugares que temos
dentro de nós, conhecer as estranhas
pessoas que somos. É possível fazer essa
viagem na companhia de um psicanalista,
na companhia de livros; mas é possível
fazê-Ia por conta própria. Como toda
aventura, esta envolve riscos e frustrações,
mas, como toda aventura, envolve um
componente glorioso. É a glória de estar
vivo, a glória de sobreviver. É a grande
aventura.
100) A idéia principal do texto assemelha-se à idéia
predominante em
a) “Pus meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois, abri o mar com as mãos
para meu sonho naufragar.”
Cecília Meireles
b) “Restam outros sistemas fora
do solar a colonizar.
Ao acabar todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a difícil dangerosíssima viagem
de si a si mesmo. “
C. D. de Andrade
c) “Não importa se longe na praia dourada
Ficaram crianças e mãos a rendar.
Singrar é preciso, e é a própria alvorada
Que empurra a jangada pra dentro do
mar.”
G. D. Veneta
d) “Ah, quem me dera ir-me
Contigo agora
para um horizonte firme
(Comum, embora)
Ah! Quem me dera ir-me.”
Vinicius de Moraes
Instrução: Responder às questões 101 a 103 com
base no texto abaixo.
Texto 27
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e) “Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”
Fernando Pessoa
303
As grandes navegações européias à
África, à Ásia e às Américas, ........................... do
século 15, trouxeram conseqüências de
destaque para o estudo da mitologia. Pela
primeira vez ....................., esses povos
cotejaram seus costumes e crenças e
verificaram o improvável: que suas culturas,
separadas pelo tempo e pela geografia,
possuíam práticas religiosas e mitos
notavelmente similares.
No século 19, o ar tista-viajante
George Catlin (1796-1872) morou em
diversas tribos indígenas dos Estados
Unidos, seu país natal. Em uma de suas
obras, ele afirma que os rituais dessas
tribos se assemelhavam aos dos judeus do
Antigo Testamento e cita, entre outros
indícios, a observância religiosa ao período
menstr ual e uma festa parecida com
Pessach (a Páscoa judaica).
(...)
Mas foi por volta de 1900 que o olhar
rigoroso de diversas áreas do
conhecimento recaiu sobre a religião e a
mitologia, configurando-se duas abordagens básicas que hoje disputam a
aceitação científica: a primeira considera
que os mitos teriam sido produzidos em
uma região ................., como a África, e
de lá teriam se espalhado pelo mundo;
a segunda crê que os elementos centrais das
nar rativas sejam produtos da psique
humana, portanto universais.
“O mito é, sobretudo, uma forma de
consolo coletivo”, acredita o antropólogo
Everardo Rocha, da PUC-Rio. “É por meio
dele que o homem busca uma origem
para si e para sua cultura e seu possível
destino após a morte.”
Módulo 11
101) Sobre a forma e/ou o conteúdo do texto, é
correto afirmar que
a) trata-se de um texto predomi-nantemente
narrativo, pois o objetivo do autor é narrar
a viagem feita por George Catlin.
b) o uso abundante de terminologia de uma
área específica do conhecimento torna o
texto obscuro à compreensão.
c) o texto caracteriza-se como crônica, por ser
escrito em linguagem informal e apresentar
um ponto de vista do autor.
d) trata-se de um texto informativo, tal como
os freqüentemente encontra-dos em revistas de divulgação científica junto ao grande
público.
e) a ausência de uma parte do texto original,
indicada pelos três pontinhos entre parênteses da linha 21, prejudica a relação lógica
entre os dois trechos de texto (linhas 01 a
20 e 22 a 40).
102) As palavras que podem substituir “cotejaram”
(linha 06), “similares” (linha 10) e “abordagens” (linha 25-26) sem alterar o sentido que
essas têm no texto estão reunidas em
a)
b)
c)
d)
e)
organizaram / díspares / aproximações
disputaram / análogos / pressupostos
avaliaram / singulares / posturas
compararam / semelhantes / perspectivas
conflitaram / associados / posições
103) De acordo com o sentido do texto, as palavras/expressões pertencem ao mesmo campo
de significação, EXCETO
a) África (linha 29) / mundo (linha 30) / consolo
(linha 35)
b) povos (linha 05) / tribos (linha 13) / judeus
(linha 16)
c) costumes (linha 06) / crenças (linha 06) /
mitos (linha 28)
d) práticas religiosas (linha 09) / rituais (linha
15) / Pessach (linha 20)
e) estudo (linha 04) / obras (linha 15) / conhecimento (linha 24)
Texto 28
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Vejo o menino cor-de-chocolate, pés
descalços, perninhas magras, brincando
distraído com uma lata de óleo. E, nem sei
por quê, de repente me lembro do outro
Menino que a gente ocidental acredita ter
sido loiro e de olhos azuis. Penso que o
Menino estará de aniversário em poucos
dias e continuo a pensar nisso, mesmo
sabendo que os homens alteraram o
calendário e fixaram uma data que
coincidisse com festas pagãs que deveriam
ser banidas.
De repente, me invade a sensação
de ser Papai Noel e finjo estar vestida de
vermelho e ter gorda barriga apertada em
casaco de cetim e algodão. E de um saco
feito de pedaços de pano, imagino tirar um
pacote enfeitado de luzes e sinos para
presentear o menino de chocolate.
Depois, também tão de repente,
volto a pensar no Menino que dos reis
recebeu incenso e mirra, aconchegado
em seu tosco berço. Diz o Livro que havia
uma estrela enorme a indicar o caminho à
manjedoura. De repente, me escuto a
pedir a estrela. Eu, ansiando por doar, me
surpreendo pedindo.
Quero um céu profundo e
luminoso nesta noite, para que nos
acalente de paz. E que vaga-lumes imitem
nas ruas o brilho dos astros. E que se
escutem risos, e que se sinta pelo ar a
ternura que o mundo teima em esconder.
E que brote de muitos lábios uma prece
intensa pela vida e pelos seus mistérios, e
que os seres, todos eles, de repente, fiquem
impregnados de esperanças.
Eu vi um menino cor-de-chocolate,
que me fez lembrar do outro, que os
homens desenharam louro e com olhos
claros como bonitas vivazes. E, de repente,
imaginei a minha árvore de verdes grimpas
feita de enfeites de chocolate e de doces
de azul anil. E, então, me ouvi cantando
uma canção de ninar aos dois meninos,
tão próximos entre a distância de séculos.
Mas, em seguida, notei surpresa que a
minha voz era menina: de repente,
cantávamos nós, as três crianças.
Interpretação de
Textos PUCRS
104) Pela leitura do texto, é possível concluir corretamente que ele manifesta
a) uma aceitação das fantasias que nos fazem
retornar à infância.
b) um lamento pela existência de crianças
esquecidas do Papai Noel.
c) uma crítica ao encobrimento das diferenças
raciais pela sociedade ocidental.
d) um alerta contra a perda da ternura na idade
adulta.
e) um apelo em prol da doação de brinquedos
às crianças carentes no Natal.
105) Quanto à relação entre escritor e leitor estabelecida pelo texto, é correto afirmar que a
cronista se dirige especialmente a um público
a) avesso à excessiva comercialização dos
festejos natalinos.
b) indiferente à situação das crianças de rua
nas grandes cidades.
c) infantilizado pelas emoções superficiais incentivadas pela mídia nesta época do ano.
d) educado na fé cristã e imbuído de espírito
religioso.
e) familiarizado com as tradições natalinas
ocidentais.
Instrução: Responder à questão 106 indicando V
(verdadeiro) ou F (falso) em cada uma das afirmativas referentes aos recursos que conferem ao texto
maior expressividade.
( ) O tema do texto não é diretamente mencionado pela autora, e sim sugerido por expressões
como “Papai Noel” (linhas 14), “Menino” (linha
21) e “incenso e mirra” (linha 22).
( ) A repetição da expressão “de repente” remete
à realidade exterior, que altera subitamente o
fluxo de pensamentos da cronista.
( ) A metáfora da árvore, apresentada no quinto
parágrafo, aproxima o menino pobre de hoje
do “outro, que os homens desenharam louro
e com olhos claros” (linha 39).
( ) A passagem “E, então, me ouvi cantando uma
canção de ninar aos dois meninos, tão próximos entre a distância de séculos” (linhas 44 a
46), contém um pleonasmo e uma antítese.
106) A alternativa que contém a seqüência correta
é:
a)
b)
c)
d)
e)
V-F-V-V
V-V-V-F
F-F-V-F
V-F-F-V
F-V-F-V
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305
Certamente o Natal não sobreviveria
se não fosse o gosto das crianças em
ganhar presentes. O resto é subproduto:
os presentes que se trocam no amigo
secreto do escritório são tentativas, na
maior par te das vezes patéticas, de
infantilizar uma relação profissional entre
adultos; de tornar a afeição cotidiana - que
existe – em afeição excêntrica, em
descoberta de afinidades, em festa que se
desembr ulha entre grandes risadas e
pequenas decepções. Disneylândias de
fim de ano.
O filósofo Alain (1868-1951)
escreveu belas páginas, sem pieguice, a
respeito do Natal. Uma de suas idéias é que
o mais bonito, no ritual de dezembro, é
ver os três reis magos se ajoelhando, com
presentes, em face do menino Jesus na
manjedoura.
É como se o Poder se cur vasse,
imagina Alain, frente à pureza e à
espiritualidade. Não sei se é o caso de se
chegar ............. tanto. Mas os sacrifícios do
Natal nos shopping centers, o trabalho de
presentear os outros têm algo dessa
humildade, sempre renovada, que
dedicamos ............. crianças.
Alain fala de outra coisa. No
hemisfério norte, o Natal corresponde
mais ou menos noite mais longa do
ano. Ou seja: depois da noite de Natal,
as noites começam a ficar mais curtas e,
embora o inverno aguce em janeiro e
fevereiro seus rigores, na verdade já
decresce. Não é ............. toa, então,
diz Alain, que o Natal seja uma festa de
esperança e de alegria: os astrônomos
coincidem nesse ponto com os padres ao
ver, em pleno inverno, prenúncios de
vida e renovação.
Módulo 11
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No meio de um congestionamento,
com uma lista interminável de presentes a
comprar, lembro-me de Alain e procuro
consolar-me: em cada presente errado ou
certo que eu compre há algo de infantil,
há homenagens à memória católica ou
pagã, há forças de renovação – mesmo
que, depois de empanturrado com doses
imensas de peru e panetone, depois de
decepcionado ou surpreendido com os
presentes que eu próprio recebi, não
pense mais nisso. Não faz mal.
A criança – toda criança é um deus ganhou seus presentes. Merece. Nós
também.
c) no quarto parágrafo, o autor submete a
subjetividade de suas concepções filosóficas
e religiosas ao rigor objetivo da ciência.
d) no quinto parágrafo, estabelece-se uma
compensação entre o que há de bom e o
que há de ruim nos ritos natalinos.
e) o sexto e último parágrafo explica por que
o autor afirmou “Não faz mal.” (linha 53).
109) Quanto à relação entre termos do texto, é
correto dizer que retoma
a) “suas” (linha 16)
“belas páginas” (linha 15)
b) “que” (linha 27)
“o trabalho de presentear” (linhas 25 e 26)
c) “então” (linha 36)
“em janeiro e fevereiro” (linhas 34 e 35)
d) “nesse ponto” (linha 39)
“que o Natal seja uma festa de esperança
e alegria” (linhas 37 e 38)
e) “nisso” (linha 53)
“decepcionado ou surpreendido com os
presentes que eu próprio recebi” (linhas 51
e 52)
107) No texto, o autor se posiciona frente a duas
concepções de Natal. As expressões que
melhor traduzem a diferença entre essas
concepções são
a) “presentes que se trocam” (linha 04) e “descoberta de afinidades” (linha 10).
b) ‘’festa que se desembrulha entre grandes
risadas” (linhas 10 e 11) e “ritual de dezembro” (linha 17).
c) “Disneylândias de fim de ano” (linhas 12
e 13) e “prenúncios de vida e renovação”
(linhas 40 e 41).
d) “trabalho de presentear os outros” (linhas 25
e 26) e “doses imensas de peru e panetone”
(linhas 49 e 50).
e) “festa de esperança e de alegria” (linhas 37
e 38) e “homenagens à memória católica
ou pagã” (linhas 47 e 48).
108) Considerando as idéias apresentadas no texto,
é INCORRETO afirmar que
a) no primeiro parágrafo, há uma oposição
entre o que é natural, espontâneo, e o que
é artificial.
b) no segundo e no terceiro parágrafos, o
autor vale-se de uma imagem para sugerir
que mais importante do que os presentes
é a atitude de quem os oferece.
Instrução: Para responder à questão 110 considere
as palavras sublinhadas no texto 3.
Neste Natal não quero o Papai Noel das
lojas enfeitadas, do celofane brilhante das cestas
de produtos importados, das garrafas em que os
néscios afogam tristezas rotuladas de alegrias.
Quero o Menino palestino em busca de uma terra
onde nascer e viver, o Menino judeu arauto da paz
na Terra.
Neste Natal dispenso abraços protocolares,
sentimentos retóricos e emoções que escondem a
aridez do coração. Quero o amor sem dor, a oração
só louvor, a fécomungada no sabor da justiça.
306
Interpretação de
Textos PUCRS
110) De acordo com o sentido do texto, as expressões que mais se assemelham em significado
a “arauto”, “protocolares” e “aridez” são
...................., e ...................
a)
b)
c)
d)
e)
precursor - afetivos - seguras
mensageiro - formais - dureza
emissário - efusivos - dureza
adepto - formais - relevância
símbolo - efusivos - segura
Instrução: Responder à questão 111 considerando
as afirmativas sobre os três textos.
Os três textos, cada um a seu modo,
1. aprovam a prática de comprar e oferecer presentes.
2. pressupõem a existência de um Deus Menino.
3. colocam a alegria das crianças no centro das
comemorações do Natal.
4. abordam problemas decorrentes das injustiças
sociais.
5. convidam a considerar o Natal para além das
aparências.
6. vêem o Natal como um momento de renovação
da esperança.
111) Pela análise das afirmativas, conclui-se que
estão corretas
a)
b)
c)
d)
e)
1, 2 e 4.
1, 3 e 5.
2, 4 e 6.
2, 5 e 6.
3, 4 e 6.
Texto 30
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26
Para alguns, os mais pragmáticos, o
tempo não tem nada de misterioso: ele
passa, envelhecemos e um dia morremos,
ponto final. Já para outros, o tempo é um
paradoxo, nosso grande amigo e
inimigo. Amigo por nos ensinar a ser
pacientes com a impaciência dos outros, por
nos fazer esquecer coisas que devem
ser esquecidas e lembrar aquelas que
devem ser lembradas. Inimigo por
interromper vidas e relações, por mudar
coisas que não queremos que sejam
mudadas, por nos fazer esquecer coisas
que devem ser lembradas. Em termos
psicológicos, não temos dúvidas: como
ninguém consegue se lembrar do futuro,
o tempo anda sempre avante. Mas a
situação não é assim tão simples. Em arte,
podemos inventar o futuro no presente,
“visualizar” o que vai ser e tentar dar vida a
essa visão. O paradoxo, aqui, é que toda
criação depende apenas do passado:
criamos o futuro reexperimentando e
reintegrando o passado. Isso não significa
que tudo já existe: significa apenas que
existem infinitos modos de olhar para trás.
112) A expressão que serviria de título para o texto,
por sintetizar as idéias nele contidas, é
a) O tempo passa para todos.
b) A misteriosa e incontrolável força do tempo
c) O tempo como fator de insegurança na vida
das pessoas
d) A arte como forma de inventar o tempo
e) Diferentes olhares sobre o tempo
113) As pessoas menos pragmáticas consideram a
noção de tempo paradoxal porque ele
a) não pode ser facilmente definido.
b) apesar de não ter nada de misterioso, deixanos intrigados.
c) responde pelos esquecimentos e pelas
lembranças que preenchem nossas vidas.
d) embora siga sempre avante, submete-se à
invenção do artista.
e) mesmo provocando mudanças, não pode
ser modificado.
307
Módulo 11
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A velocidade é uma mania
contemporânea. Achamos que essa
urgência toda achatou nossa qualidade
de vida, quando na verdade a pressa
propriamente dita faz par te da busca
angustiada pela tal qualidade de vida.
Quando, por exemplo, uma criança
pequena fica agitada e irritadiça, exigindo
ser levada de cá para lá, que lhe alcancem
inúmeros objetos que ela em seguida
joga ao chão, consideramos que ela está
com sono, buscando nesses gestos alívio
para um mal-estar difuso, e a
tranqüilizamos para que durma.
..........
um
adulto
muda
constantemente de carro, namorado,
profissão, estilo, mostrando-se entediado
ou insatisfeito com tudo que planeja ou
conquista, consideramos que ele está
exercendo
sua
liberdade
de
escolha. ________ é bom poder mudar
de idéia na vida, mas a urgência das
trocas pode estar denunciando que,
como a criança chorosa, estamos nos
sentindo desamparados, esperando que
um objeto ou uma posição social possam
garantir bem-estar, certezas e aconchego.
Talvez dure pouco exatamente porque
somos mutantes quanto a quem somos
e ao que queremos. Não nos sentimos
inseguros porque a velocidade
desestabiliza as coisas, pelo contrário: o
culto à rapidez resulta da ansiedade de
nossa busca por respostas e alívio.
114) O objetivo geral do texto é
a) alertar sobre os danos provocados nas pessoas pelo ritmo acelerado da vida moderna.
b) refletir sobre a mania de velocidade que
acomete o homem contemporâneo.
c) comparar a inconstância dos adultos insatisfeitos às reações de uma criança mimada.
d) relacionar a angústia do homem urbano à
sua incapacidade de resistir aos apelos da
sociedade de consumo.
e) questionar a liberdade de escolha exercida
sem a devida consciência dos valores envolvidos.
115) Para responder à questão, considere as afirmativas
I.
A palavra “achatou” (l. 03) está empregada no
sentido literal e significa “reduziu”.
II. Ficar “irritadiça” (l. 08) é o mesmo que “ficar
irritada”.
III. “Um mal-estar difuso” (l. 13) é um mal-estar
generalizado e não-circunscrito.
IV. A palavra “mutantes” (l. 29) é utilizada para
caracterizar nosso estado de constante insatisfação.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que
estão corretas apenas
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) II, III e IV.
Instrução: Responder às questões 116 e 117 com
base nas afirmativas sobre o texto.
I.
A tira de Quino constitui uma narrativa porque
é marcada pela presença de um narrador.
II.
Entre o segundo e o terceiro quadrinho há uma
relação de causa – conseqüência.
III. A ação se desenvolve a partir do confronto
entre os pontos de vista das personagens.
IV. Há uma transformação que se opera no interior
da personagem principal.
116) Pela análise das afirmativas, conclui-se que
estão corretas apenas
308
a)
b)
c)
d)
e)
I e II.
I e IV.
II e III.
I, III e IV.
II, III e IV.
Interpretação de
Textos PUCRS
I.
Não obstante a diferença na pontuação, todas
as frases proferidas pelas personagens têm
valor exclamativo.
II.
No primeiro quadrinho, o verbo “chegar” está
empregado no sentido de “ter início” e não
exige complemento.
III. No segundo quadrinho, o verbo “chegar”
significa “atingir” e exige um complemento
introduzido por preposição.
IV. O processo que distingue “chegar a primavera”
de “chegar à primavera” equivale ao verificado
em “chegar o fim” e “chegar ao fim”.
117) Pela análise das afirmativas, conclui-se que
estão corretas
a)
b)
c)
d)
e)
I e II, apenas.
I e IV, apenas.
III e IV, apenas.
I, II e III, apenas.
I, II, III e IV.
da nossa costa não se satisfaz com
pequenas
falcatruas,
queremos
pororocas de sujeira, dilúvios de
canalhice. (...) Todas as sociedades deste
lado do muro são, de um jeito ou de
outro, cleptocracias, construídas pelos
mais esper tos. Nas que deram cer to o
proveito desse pioneirismo de canalhas
foi distribuído, nas que continuam a dar
er rado só uma minoria aproveita do
resultado de seus próprios crimes.
Instrução: Para responder às questões 118 a 120,
preencha os parênteses que precedem as afirmativas com V para verdadeiro e F para falso e considere
o código a seguir:
a)
b)
c)
d)
e)
V–F–F–F
F–F–F–V
V–V–V–F
F–V–V–V
F–F–V–V
118) Sobre a linguagem do texto, é correto afirmar que:
Texto 32
VERGONHA
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34
Será que a gente somos corrupto?
De nascença? Por natureza? Alguma
coisa na água, ou no leite da mãe? Em
Paris, nos aconselhavam a não dizer que
éramos “bresiliens”, pegava mal. (...)
Devíamos dizer “ du Brésil ” – para não
acabar dizendo “brasileiros, mas no bom
sentido”. No cinema americano, é para o
Brasil que vêm tradicionalmente os
grandes caloteiros, pelo menos os que
conseguem escapar com grana. Muito do
nosso
folclore
é
baseado
no
autodesprezo: somos a terra do
malandro, do indolente, do encostado.
Somos, paradoxalmente, a raça do jeito
pra tudo e a raça que não tem jeito
mesmo. Existiria, no brasileiro, uma falha
estrutural que frustraria todas as tentativas
de refor má-lo. (...)Não somos menos
morais do que os outros mas gostamos
de dizer que somos. Tem algo a ver com
o nosso tamanho. Nosso mar de lama
não é maior que os outros, a extensão
( ) Na linha 01, a concordância verbal não obedece
à norma culta da língua, impedindo, por isso,
a compreensão da frase.
( ) O contexto permite que o leitor entenda como
sinônimas as palavras em francês, mesmo que
ele não domine essa língua.
( ) Na referência à estada do cronista em Paris, são
apresentadas três possibilidades para indicar a
nacionalidade brasileira.
( ) O paradoxo a que se refere o autor no segundo
parágrafo está expresso pela antítese presente
nas linhas 15 e 17.
309
Módulo 11
119) Analisando o modo como o povo brasileiro é
apresentado no texto, conclui-se que o autor
( ) considera que somos mais propensos à
corrupção do que outros povos.
( ) mostra-se inconformado com o jeitinho
brasileiro.
( ) atribui ao brasileiro uma certa tendência
de vangloriar-se, ainda que injustificada.
( ) reconhece no brasileiro uma propensão
ao exagero.
120) Desconsiderando o uso de maiúscula ou
minúscula, o texto permaneceria correto se
acrescentássemos:
(
(
(
(
) “Também” antes de “Somos” (l. 15)
) “Portanto” antes de “Existiria” (l. 17)
) “Na verdade”, antes de “Não somos” (l. 19)
) “Por isso”, antes de “Nas que deram certo”
(l. 30)
Texto 33
Instrução: Responder às questões 121 a 123 com
base no texto, fragmento da mensagem do Papa
João Paulo II no Dia Mundial da Paz (1o de janeiro
de 1980).
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Para se passar de uma situação
menos humana para uma situação mais
humana, quer na vida nacional quer na
vida internacional, é longo o caminho a
percorrer, e nele se há de avançar por
fases. (...) Jamais haverá paz sem uma
disponibilidade para o diálogo sincero e
c o n t í n u o . A v e rd a d e d e s e n v o l v e - s e ,
também ela, no diálogo e, por outro lado,
fortifica este meio indispensável para a
paz. A verdade também não tem receio
dos entendimentos honestos, porque traz
consigo as luzes que permitem
c o m p r o m e t e r- s e n e l e s , s e m t e r d e
sacrificar convicções – e valores essenciais.
A verdade aproxima de si os espíritos; faz
ver aquilo que já une as partes até então
opostas umas às outras; faz retroceder as
desconfianças de ontem e prepara
terreno para novos progressos na justiça
e na fraternidade, na coabitação pacífica
de todos os homens. (...) Sim, eu tenho
23
24
25
26
27
28
29
30
para mim esta convicção: a verdade
fortifica a paz a partir de dentro. E um
clima de sinceridade maior há de permitir
mobilizar as energias humanas para a
única causa que é digna delas: o pleno
respeito da verdade sobre a natureza e o
destino do homem, fonte da verdadeira
paz na justiça e na amizade.
Instrução: Para responder à questão 121, considere as possibilidades de complementação da frase
a seguir, numeradas de 1 a 5.
Pela leitura do texto, é correto concluir que o
Papa João Paulo II
1. entende que a construção de uma sociedade
constitui um processo lento e paulatino.
2. aponta para a existência de injustiça em diferentes estratos da organização social.
3. mostra-se convicto de que não há sinceridade
nas relações entre povos e nações.
4. formula uma dura crítica às relações pouco
verdadeiras que se desenrolam entre as nações.
5. revela-se cético quanto à possibilidade real de
se construir um mundo mais fraterno.
121) Pela análise das afirmativas, conclui-se que
estão corretas
a) 1 e 2
b) 1, 2 e 3
c) 2, 3, 4 e 5
d) 3 e 4
e) 4 e 5
122) Quanto à relação entre termos do segundo
parágrafo, é correto dizer que ......... retoma
.......... .
310
a) “ela” (l. 09) – “uma disponibilidade para o
diálogo sincero e contínuo” (ls. 06 a 08)
b) “este meio” (l. 10) – “a verdade” (l. 08)
c) “neles” (l. 14) – “os entendimentos honestos” (l. 12)
d) “aquilo” (l. 17) – “o diálogo” (l. 09)
e) “umas às outras” (l. 18) – “as luzes” (l. 13) e
“convicções” (l. 15)
Interpretação de
Textos PUCRS
123) As expressões do texto equivalentes quanto
ao sentido e ao papel sintático que desempenham nas frases são
a)
b)
c)
d)
e)
se (l. 01)
Para (l. 01)
a (l. 04)
paz (l. 06)
diálogo (l. 07)
a)
b)
c)
d)
e)
se (l. 08)
para (l. 10)
a (l. 11)
paz (l. 24)
diálogo (l. 09)
1–2–2–1–1–1
1–2–1–2–1–2
2–1–1–2–2–2
2–1–2–1–2–1
1–2–2–2–1–2
Instrução: Responder à questão 125 com base
nas afirmativas sobre os três textos.
Texto 34
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
124) Preenchidos corretamente os espaços, concluise que a seqüência correta de números é
É célebre o paradoxo do mentiroso:
Epimênides, sacerdote de Apolo, cretense
que viveu no século VI a.C., disse de seus
compatriotas: “Os cretenses mentem o
tempo todo”. Ora, se Epimênides é mais
um cretense que vive dizendo mentiras...
nem todos os cretenses serão mentirosos.
Ou, talvez, Epimênides seja o único
cretense capaz de dizer verdades, e a
verdade, então, é que todos os cretenses
são
sempre
mentirosos,
exceto
Epimênides. A verdade mesmo é que
ninguém consegue ser mentiroso 24
horas por dia. Mentir cansa, e
possivelmente o próprio Epimênides,
mentiroso renitente, fez uma pausa e
disse essa verdade. (...) Mas se mentir o
tempo todo é impossível, dizer sempre a
verdade não é nada fácil. A verdade,
afirmou Platão, “é que a verdade é um
alvo em que poucos acertam”.
I.
Os textos 32 e 34 apresentam uma situação
concreta para fundamentar a tese de seus
respectivos autores.
II.
A linguagem do texto 33 distingue-o dos demais pelo tom coloquial e pela subjetividade.
III. Nos textos 32 e 34, os autores utilizam o discurso alheio como recurso argumentativo.
IV. Nos três textos, os autores comparam diferentes sociedades entre si.
125) Pela análise das afirmativas, é possível concluir
que estão corretas apenas
Instrução: Para responder à questão 124, considere o sentido do texto e preencha os espaços,
utilizando para isso as expressões correspondentes
aos números 1 e 2:
1. a verdade
2. uma mentira/mentiras
Conforme Epimênides, nenhum natural de
Creta falava .............. . Entretanto, pode ser
que esse sacerdote estivesse falando ............. .
Já segundo Perissé, o autor do texto, talvez o
sacerdote cretense estivesse realmente falando
.............. por ter se cansado de falar .............. .
Enfim, ainda segundo o autor do texto, é menos difícil dizer sempre ................ do que falar
................ todo o tempo.
311
a)
b)
c)
d)
e)
I e II.
I e III.
III e IV.
II e IV.
I, II e IV.
Módulo 11
Texto 35
Pelo fim da “showblicidade” de cerveja
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50
51
Em julho de 1990 pude vi s i t a r
algumas cidades do Leste europeu que
estavam saindo da ditadura socialista e
e n tr ando na eco no mia de merca d o .
Permaneci um mês entre Praga, Bratislava
e Budapeste. Em Praga e Bratislava não
havia publicidade de coisa nenhuma.
Tudo era estatal e de escassa qualidade.
Senti
saudades
do
trabalho
dos
publicitários, das informações e dos
atrativos de nossos produtos. Digo isso
p a r a d e i x a r b e m c l a ro q u e n ã o s o u
contra a publicidade comercial.
Po r é m , h á m u i t o q u e n o B r a s i l a
publicidade – sobretudo a telepublicidade
– deixou de ser informativa para se tornar
persuasiva e voraz. Perdeu aquela certa
ingenuidade de ovelha que a tornava até
simpática. Adotou estilo lobo voraz,
mesmo com roupa de carneiro.
A publicidade não trabalha mais apenas
com o desejo de informar e de competir
mostrando a qualidade do produto. Ela
quer vender a qualquer custo, ser vindose de mecanismos psicológicos de
indução ao consumo. Apoderou-se de
várias festas populares, como o Dia da
Criança e o Dia das Mães, impondo a elas
apenas sentido comercial. Cria e descria
diariamente VIPs (very important person),
cuja finalidade é vender qualquer coisa –
de revistas de fofocas a CDs de duvidoso
valor cultural – aos NIPs ( no important
person).
A publicidade comercial televisiva
está criando até um ser humano diferente,
cada dia menos homo sapiens e mais
homo bobo consumista, mostrando um
mundo sempre bonitinho, onde nada dá
errado. E é com tal mecanismo maquiador
da realidade que ela faz também
publicidade de cerveja, ou melhor,
“showblicidade” de cerveja: criou uma
“cultura da obrigatoriedade do álcool” em
festas de qualquer tipo, como se fosse
ingrediente capaz de promover felicidade.
Todas as publicidades de cerveja que
existem no Brasil mostram pessoas felizes,
realizadas porque bebem esta ou aquela
marca. Mas a verdade é outra: de cerveja
se morre.
126) Com as informações do texto, o leitor pode
responder a apenas uma das perguntas abaixo. Qual é ela?
a) Com que objetivo o autor visitou o Leste
europeu?
b) Quanto tempo o autor permaneceu em
Praga?
c) Como se caracterizava a publicidade em
Budapeste, quando o autor lá esteve?
d) Qual o teor alcoólico da cerveja?
e) Que relação existe entre datas comemorativas e publicidade comercial?
127) Pela leitura do texto, é correto concluir que
o autor
a) demonstra saudade do tempo em que
esteve no Leste europeu.
b) é contrário a várias festas populares, como
o Dia das Mães e o Dia da Criança.
c) aponta efeitos negativos da publicidade
veiculada pela televisão brasileira.
d) está desencantado com as pessoas que
abusam do álcool.
e) julga que o brasileiro se deixa influenciar
pela propaganda mais facilmente do que o
europeu.
Instrução: Resolver a questão 128 considerando o
sentido das palavras/expressões de cada par.
1. “ingenuidade” (linha 18) – “complacência”
2. “servindo-se de” (linhaS 24-25) – “utilizando”
3. “até” (linha 36) – “inclusive”
4. “promover” (linha 46) – “elevar”
5. “de cerveja” (linha 50) – “devido à cerveja”
128) As duas expressões são equivalentes em
sentido apenas no caso de
312
a)
b)
c)
d)
e)
1, 2, 3 e 5.
1, 2 e 4.
2, 3 e 5.
3 e 5.
4 e 5.
Interpretação de
Textos PUCRS
Texto 36
129) Quanto à distribuição de idéias no texto, é
correto afirmar:
Alcoolismo e adolescência
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48
A última pesquisa sobre o uso do
álcool entre adolescentes desenvolvida
pelo Centro Brasileiro de Informações
sobre Drogas Psicotrópicas, da Unifesp,
revela que 48,3% dos adolescentes entre
12 e 17 anos já beberam alguma vez na
vida (52,2% rapazes; 44,7% moças).
Desses, 14,8% bebem regularmente e
6,7% são dependentes do álcool. (...)
O
álcool
é
considerado
particularmente
perigoso
para
o
adolescente por motivos diversos. Em
primeiro lugar, pelo fácil acesso: a lei 9.294/96
proíbe a venda de bebidas alcoólicas
para menores de 18 anos, mas essa é uma
daquelas leis que “não pegam”, por
incapacidade de fiscalização das
autoridades. Em segundo lugar, a bebida
é tida como um elemento de socialização,
de auto-afirmação e de inclusão no
mundo adulto. Além do estímulo da
propaganda e dos amigos, muitas vezes
o contato com o álcool é propiciado pelos
próprios familiares do adolescente. Os pais
não têm em relação ao etanol, por
exemplo, o cuidado que costumam ter
com a maconha.
Por outro lado, pesquisa realizada pela
Universidade Duke (EUA), em 2000,
demonstrou que o uso freqüente do álcool
na adolescência produz danos ao cérebro,
afetando a memória e prejudicando a
aprendizagem, além de favorecer o
desenvolvimento de problemas familiares
e de uma vida sexual promíscua – o que
se tornou um comportamento de alto
risco na era da Aids.
Sendo a adolescência a fase de
constr ução
da
identidade,
é
particularmente perigoso que o jovem se
habitue _____ experimentar situações
específicas como festas, praia e namoro
sob o efeito do álcool. Associando o uso
de bebidas _____ sensações de prazer, o
consumo de álcool torna-se cada vez
mais freqüente, abrindo caminho _____
dependência, que pode ser tanto física
quanto psicológica.
a) No primeiro parágrafo, o autor informa que
6,7% das moças entrevistadas são dependentes de álcool.
b) No segundo parágrafo, o autor atribui à
legislação vigente o descaso com o controle
do consumo de álcool entre adolescentes.
c) No segundo parágrafo, o autor recomenda
aos pais que imponham mais limites e dêem
exemplos positivos aos adolescentes.
d) No terceiro parágrafo, o autor demonstra
que as conseqüências do uso do álcool
entre adolescentes são múltiplas.
e) No último parágrafo, o autor aponta uma
possibilidade de solução para o problema
discutido.
130) A única sugestão de reescrita para uma
parte do texto que ALTERA a correção ou o
sentido é
313
a) “O álcool é considerado particularmente
perigoso” (linhas 10-11)
Considera-se o álcool especialmente perigoso
b) “pelo fácil acesso” (linha 13)
devido à facilidade de acesso
c) “essa é uma daquelas leis que “não pegam”
(linhas 15-16)
essa é uma das leis que não são cumpridas
d) “Além do estímulo da propaganda e dos
amigos” (linhas 21 e 22)
Além de estimular a propaganda e os amigos
e) “Sendo a adolescência” (linha 38)
Como a adolescência é
Módulo 11
Instrução: Responder às questões 131 e 132 com base na tira a seguir.
Instrução: Responder à questão 131 preenchendo os parênteses com V para verdadeiro e F para falso.
Pela leitura da tira, é correto concluir que
( ) A expressão “a juventude” refere-se a uma pluralidade de seres.
( ) A expressão “continua morrendo” poderia ser substituída por “está morrendo” sem alteração no
sentido.
( ) A frase da personagem à esquerda denota que a juventude morre por atropelamento.
( ) “potência” e “velocidade” estabelecem uma relação de causa-conseqüência com “emoção”.
131) A seqüência que completa adequadamente os parênteses, de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
V–F–F–V
V–V–V–F
F–V–V–V
V–V–F–F
F–F–F–V
132) Observando-se todos os elementos do contexto, é correto concluir que a personagem da direita
a)
b)
c)
d)
e)
está distraída, e não ouve seu interlocutor.
mostra-se assustada com a imagem do automóvel.
chama a atenção de seu interlocutor para o mistério que o outdoor representa.
atribui um caráter misterioso ao fato de o carro ser fabricado pela “Newcar”.
relaciona o apelo da publicidade com o que acabou de ouvir.
314
Interpretação de
Textos PUCRS
Instrução: Responder às questões 133 a 134 com
base no texto.
Texto 37
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35
Estamos
na
sociedade
da
infor mação.
Somos
autênticos
infor mívoros ,
necessitamos
de
informação para sobreviver, como
necessitamos de alimento, calor ou
contato social. Nas ciências da
comunicação, considera-se que
informação é tudo aquilo que reduz a
incerteza de um sistema. Nesse sentido,
todos nós nos alimentamos de
informação que nos permite não apenas
prever como também controlar os
acontecimentos de nosso meio. Previsão
e controle são duas das funções
fundamentais da aprendizagem, inclusive
nos organismos mais simples. Na vida
social, a informação é ainda mais
essencial porque os fenômenos que nos
rodeiam são complexos e cambiantes e,
portanto, ainda mais incertos do que os
que afetam os outros seres vivos. A
incer teza é ainda maior na sociedade
atual, como conseqüência da
descentração do conhecimento e dos
vertiginosos ritmos de mudança em todos
os setores da vida. Um traço característico
de nossa cultura da aprendizagem é que,
em vez de ter de buscar ativamente a
infor mação com que alimentar nossa
ânsia de previsão e controle, estamos
sendo abarrotados, superalimentados de
informação, na maioria das vezes em
formato fast food . Sofremos uma certa
obesidade informativa, conseqüência de
uma dieta pouco equilibrada.
133) Com relação às idéias apresentadas no texto,
é correto concluir que
a) as ciências da comunicação ensinam o homem a lidar com o excesso de informação.
b) o culto à informação está sendo substituído
pela cultura da aprendizagem.
c) só aprendemos para melhor prever e controlar a realidade.
d) a falta de informação sobre os fenômenos
que nos cercam gera insegurança.
e) toda informação que não buscamos ativamente resulta inútil.
Instrução: Para responder à questão 134, preencha os parênteses que precedem as afirmativas
com V para verdadeiro e F para falso e selecione a
alternativa com base no código a seguir.
a)
b)
c)
d)
e)
F–V–V–F
V–V–F–V
V–F–V–F
F–V–V–V
F–F–V–V
134) Com relação à palavra “informívoros” (linha
02), é correto afirmar:
( )Está grafada em itálico por ser uma expressão da linguagem informal.
( )Relaciona-se semanticamente com “alimento” (linha 05), “fast food” (linha 33),
“obesidade” (linha 34) e “dieta” (linha 35).
( )Poderia ser substituída por “informófagos”,
de sentido análogo.
( )Expressa a ironia e a inconformidade do
autor em relação ao tema discutido.
Instrução: Responder às questões 135 a 136 com
base no texto.
Texto 38
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315
Os adolescentes usam a web como
uma espécie de laboratório social, para
testar limites do relacionamento. A
estudante paulista L.S.B., 15 anos, assídua
no Orkut e no MSN, diz ter maior
intimidade como computador do que com os pais.
“ Q u a n d o e s t o u d a n d o u m a b ro n c a ,
prefiro falar pessoalmente, mas tem coisas
que só consigo digitar”, diz. As novidades
não
dizem
respeito
apenas
a
relacionamentos e troca de informações
– mas, também, a velocidade. A
antropóloga Anne Kirah obser vou que a
maior dificuldade dos imigrantes (isto é,
aquelas pessoas nascidas quando o
telefone tinha disco e que, em caso de
urgência, enviavam telegramas) é entrar
em sintonia com o ritmo atual e acelerado
da sociedade on-line. Para os jovens, que
não conheceram outra vida, isso é
perfeitamente natural.
A tecnologia abriu uma porta para
que as pessoas possam estar em contato
Módulo 11
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34
permanente umas com as outras e para
que tenham acesso ininterrupto à
informação. Ainda é cedo para conhecer
os efeitos a longo prazo da cultura da
comunicação. O modelo é espetacular, e
seus benefícios para a difusão do
conhecimento são evidentes. Em
contrapartida, a conexão permanente
parece estar reduzindo o tempo disponível
para simplesmente sentar e pensar.
136) A relação entre o primeiro e o segundo parágrafo se estabelece numa seqüência que vai
do mais .............. para o mais ...............
a)
b)
c)
d)
e)
natural – artificial
positivo – negativo
abstrato – concreto
específico – genérico
efêmero – permanente
135) O título que melhor sintetiza as idéias do
texto é
a)
b)
c)
d)
e)
Os jovens e o computador.
A comunicação na sociedade on-line.
Os problemas do relacionamento on-line.
Os benefícios da cultura da comunicação.
A difícil adaptação às novas tecnologias.
137) A partir da análise comparativa dos três textos, é correto concluir que
a)
b)
c)
d)
A linguagem do texto 37 é mais coloquial do que a dos demais textos.
O texto 38 oferece soluções para o problema levantado no texto 1.
No texto 38, a narrativa se sobrepõe à exposição de idéias.
A tira apresenta, de forma figurada, um ponto de vista semelhante ao desenvolvido no texto
37.
e) Os três textos têm em comum o fato de se preocuparem com o futuro das relações humanas
numa sociedade marcada pelo excesso de informações.
316
Interpretação de
Textos PUCRS
Texto 39
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47
Valores apresentam diferenças
significativas conforme a cultura e o país.
Os universitários brasileiros, por exemplo,
se preocupam mais com o sucesso
pessoal e profissional do que os
argentinos e uruguaios, sentimento que
predomina também entre os homens,
independentemente da nacionalidade,
enquanto as mulheres valorizam a
simplicidade e a segurança. Os brasileiros
dão mais valor ..................... uma vida
confortável, feliz e prazerosa. Um mundo
de beleza (apreciação da arte e do que é
belo) e paz, a igualdade e a segurança
familiar são destacados pelos argentinos,
e os uruguaios priorizam a liberdade e
também a segurança familiar.
Essas conclusões fazem par te da
disser tação do professor de Administração do Campus Uruguaiana Elvisnei
Camargo Conceição, defendida no
Mestrado em Administração e Negócios
da PUCRS e orientada por Paulo Fernando
Burlamaqui. Os resultados surgiram de
questionários respondidos por 624
estudantes de universidades situadas na
fronteira, no interior ou nas capitais.
O s v a l o r e s , e x p l i c a o a u t o r,
expressam crenças duradouras, menos
sujeitas ______ influências do ambiente.
Fo r a m i n v e s t i g a d o s d o i s g r u p o s d e
valores: os relacionados aos objetivos de
vida (terminais) e os que assumimos como
orientadores de conduta social (instrumentais). Segurança familiar, felicidade e
liberdade são prioridades para os
universitários das três nacionalidades.
Como valores instrumentais, honestidade, responsabilidade e capacidade
lideraram o ranking. Ambição está em
sexto lugar entre os brasileiros e em 12º
entre argentinos e uruguaios. Quanto
______ obediência, o autor considera
que a sociedade moderna enxerga esse
valor como subser viência e submissão,
n ã o c o n d i z e n t e c o m a l i b e rd a d e d e
escolha. (...)
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60
Conforme o professor, os resultados
científicos não são generalizáveis para
toda a população, mas apontam
indicativos para os meios acadêmicos e
empresarial. Camargo ressalta que a
aplicação é multidisciplinar, podendo
interessar à Administração, à Psicologia,
à Antropologia e à Sociologia. O estudo
pode contribuir para a elaboração de
planos de marketing e de programas de
relacionamento com o cliente, para a
definição de estratégias e de ações de
endomarketing.
138) Por suas características, é correto dizer que o
texto 39 é predominantemente
a) narrativo, porque conta como se desenvolveu uma determinada pesquisa.
b) informativo, porque apresenta dados e conclusões referentes a um estudo acadêmico.
c) opinativo, porque revela juízos de valor
sobre algumas características humanas.
d) publicitário, porque faz propaganda de um
trabalho de mestrado.
e) dissertativo, porque defende o ponto de
vista dos universitários.
139) Após a leitura do texto, é possível responder
a apenas uma das perguntas abaixo. Qual
é ela?
317
a) Quantas universidades brasileiras participaram da pesquisa?
b) Quantas questões continha cada instrumento de coleta de dados?
c) A que classes sociais pertenciam os universitários entrevistados?
d) Que fatores influenciam na formação de
valores humanos?
e) Quais os quesitos menos valorizados pelos
universitários brasileiros?
Módulo 11
140) Quanto à pesquisa referida no texto, é INCORRETO dizer que ela
a) examinou dois tipos principais de valores humanos, subdivididos em diversos quesitos.
b) apresenta conclusões acerca de um universo
delimitado.
c) analisou dados a partir de indicadores como
nacionalidade e gênero.
d) reuniu dados referentes a diferentes níveis
de escolaridade.
e) oferece resultados cuja utilidade ultrapassa o
cumprimento de uma exigência acadêmica.
Instrução: Para responder às questões 141, considere o que está sendo solicitado e a veracidade
das afirmativas, assinalando V (verdadeiro) e F (falso)
nos parênteses.
141) Com base nos resultados da pesquisa apresentados no texto, conclui-se que:
(
) Mulheres e homens valorizam diferentemente
o sucesso pessoal e profissional.
(
) Homens das três nacionalidades priorizam
conforto e prazer.
(
) Segurança familiar é um valor essencialmente
feminino.
(
) Os brasileiros priorizam o valor ambição mais
do que os outros universitários.
(
) O valor paz é destaque tanto para argentinos
quanto para uruguaios.
Texto 40
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Instrução: Para responder à questão 142 considere
o uso das palavras “valor” e “valores” nos textos 1 e 2.
142) Quanto ao uso dessas palavras nos dois textos, a afirmação INCORRETA é:
O preenchimento correto dos parênteses, de
cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
Muitas vezes, passamos a utilizar
expressões sem ter cer teza de seu
significado. “Capital humano” é uma
delas. Afinal, o que significa isso? Será que
podemos mensurar o valor de um
indivíduo? Colocar etiqueta de preço e
transformá-lo em par te do patrimônio
empresarial?
Certamente tem gente que gostaria
que assim fosse. Contudo, essa atitude
não só é insensata como improdutiva.
Apenas o desenvolvimento dos talentos
e habilidades de um indivíduo que atue
com objetivos claros e de forma voluntária
e comprometida, a partir de um trabalho
integrado, pode gerar resultados de valor.
F–V–F–F–F
F–F–F–V–V
V–F–F–V–F
V–V–V–F–V
V – F– V – V – V
318
a) No texto 39, linha 01, a palavra “Valores”
está sendo usada genericamente.
b) No texto 40, “valor” apresenta sentidos
idênticos nas linhas 05 e 16.
c) No texto 40, “valor de um indivíduo” (linha
05 e 06) relaciona-se semanticamente com
“talentos e habilidades” (linhas 12 e 13).
d) A expressão “de valor”, na linha 16 do texto
40, equivale semanticamente a “que valham
a pena”, ou “positivos”.
e) No texto 39 “valor” é tratado como algo
mensurável, enquanto no texto 40 essa
possibilidade é rejeitada.
Interpretação de
Textos PUCRS
Texto 41
01
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34
35
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37
38
39
40
Texto 42
A literatura constitui modalidade
privilegiada de leitura, em que a liberdade
e o prazer são vir tualmente ilimitados.
Mas, se a leitura literária é uma
modalidade de leitura, cumpre não
esquecer que há outras, que desfrutam,
inclusive, de maior trânsito social. A
competência nessas outras modalidades
de leitura é anterior e condicionante da
participação no que se poderia chamar
de capital cultural de uma sociedade e,
conseqüentemente, responsável pelo
grau de cidadania de que desfr uta o
indivíduo. (...)
Assim, no contexto de um projeto
de educação democrática, vem à frente
a habilidade de leitura, essencial para
quem quer ou precisa ler jornais, assinar
contratos de trabalho, procurar emprego
através
de
anúncios,
solicitar
documentos na polícia, enfim, para todos
aqueles que par ticipam, mesmo que à
revelia, dos circuitos da sociedade
moderna, que fez da escrita seu código
oficial. Mas a leitura literária continua
sendo fundamental.
É à literatura, como linguagem e
como instituição, que se confiam os
diferentes imaginários, sensibilidades,
valores e compor tamentos através dos
quais uma sociedade expressa e discute,
simbolicamente, seus impasses, seus
desejos, suas utopias. Por isto, a literatura
é impor tante no cur rículo escolar: o
cidadão, para exercer plenamente sua
c i d a d a n i a , p r e c i s a a p o s s a r- s e d a
linguagem literária, alfabetizar-se nela,
tornar-se seu usuário competente. Mesmo
que nunca vá escrever um livro, ele
precisará ler muitos.
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24
Instrução: Para responder à questão 144, analise
o sentido que as expressões a seguir têm no texto,
e as possíveis relações entre elas.
1. “um sobrado” (linha 02)
2. “livros” (linha 03)
3. “(D) os instrumentos do homem”
(linhas 20)
4. “(d) o homem” (linha 20)
5. “(d) aquela casa” (linha 18)
6. “o livro” (linha 23)
7. “seu corpo” (linha 22)
143) Segundo a autora, a leitura do texto literário
a) é mais importante do que a leitura dos demais tipos e gêneros de textos que circulam
no cotidiano.
b) constitui uma forma de estimular o leitor a
eventualmente tornar-se um escritor.
c) é um privilégio, já que depende de meios virtuais, inacessíveis a boa parte da população.
d) demanda um esforço de apropriação por parte do leitor, para além da competência básica.
e) é condicionada pelo grau de cidadania de
cada indivíduo.
Muito legal o anúncio da Feira do
Livro, que mostra um sobrado construído
inteiramente de livros. (...)
N a c a s a d o s l i v ro s i m p e r a u m
f a n t a s m a p o d e ro s o c h a m a d o I m a g i nação. Haja criatividade para construir
tantos mundos de letras, na forma de
contos, crônicas, poesias e romances,
que enchem páginas e páginas de
informação e ficção. Quem lê tanto livro
em tempos de realidade vir tual? Difícil
saber, mas a verdade é que esse objeto
medieval, quase tosco se comparado
com a parafernália tecnológica dos
nossos tempos, continua atraindo a
atenção e a curiosidade das pessoas.
Borges, que deve estar em algum desvão
daquela casa encantada, definiu
magistralmente essa invenção humana:
“Dos instrumentos do homem, o mais
assombroso é, sem dúvida, o livro. Os
demais são extensão do seu corpo... Mas
o livro é outra coisa, o livro é uma
extensão da memória e da imaginação”.
144) Algumas das relações entre essas expressões
estão corretamente indicadas a seguir, EXCETO no caso de
319
a)
b)
c)
d)
e)
1 e 2 – produto – matéria-prima.
1 e 5 – equivalência.
3 e 1 – oposição.
3 e 6 – geral – particular.
4 e 7 – todo – parte.
Módulo 11
Texto 43
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Geoficção é um passatempo ou
hobby que consiste na criação de lugares
imaginários, como países, cidades,
bair ros, r uas, prédios ou até mesmo
planetas e galáxias. Adeptos da geoficção
comumente imaginam o lugar que criam
num alto nível de detalhamento, com
cada minúcia e par ticularidade que
desejam. Em geral, escrevem descrições
que contêm nomes, características
geográficas, culturais, sociais, políticas,
econômicas, históricas.
Deve-se
diferenciar
lugares
históricos de lugares fictícios, pois
enquanto os primeiros podem ser
simplesmente imaginados para
quaisquer fins, estes últimos são criados
necessariamente para obras de ficção ou
ar te, como livros, filmes, poesias,
quadrinhos, etc. A criação de países e
universos como supor te, contexto e
cenário para uma obra de ficção (como
a galáxia de Star Wars, por George Lucas,
ou a Terra Média, por J. R. R. Tolkien)
costuma ser considerada um ramo
derivado da geoficção, já que esta abarca
também a invenção de lugares por puro
deleite pessoal, sem aplicação determinada.
22 perdido a capacidade de procurar outras
23 respostas cer tas, e também perdido
24 muito em capacidade imaginativa.
Instrução: Para responder à questão 145, considere o que está sendo solicitado e as afirmativas,
preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) e
F (falso).
145) A partir da leitura do texto 44, é correto concluir que:
( ) O questionamento feito a propósito da marca
de giz gerou ansiedade porque os alunos temiam o professor.
( ) Na situação referida, o objetivo do professor
era mais formativo do que informativo.
( ) Os professores do Jardim de Infância mencionado eram mais qualificados do que os de Inglês.
( ) A escola em que estudou o autor do texto estimulava a criatividade desde o Jardim de Infância.
( ) É possível haver mais de uma solução para o
mesmo problema.
O preenchimento correto dos parênteses, de
cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
Texto 44
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21
Quando eu estava no Curso
Colegial, meu professor de inglês fez uma
pequena marca de giz no quadro-negro,
e perguntou à turma o que era aquilo.
Passados alguns segundos, alguém disse:
‘É uma marca de giz no quadro negro!’
O resto da classe suspirou de alívio,
porque o óbvio havia sido dito, e
ninguém tinha mais nada a dizer. ‘Vocês
me surpreendem’, falou o professor. ‘Fiz
o mesmo exercício ontem, com uma
tur ma do Jardim de Infância, e eles
pensaram em umas cinqüenta coisas
diferentes: o olho de uma cor uja, um
inseto esmagado, e assim por diante. Eles
estavam com a imaginação a todo
vapor’.
Nos dez anos que vão do Jardim
ao Colegial, havíamos aprendido a
encontrar a resposta certa, mas havíamos
F–F–V–V–F
V–F–V–V–V
F–V–F–F–V
V–F–F–F–F
V–V–V–F–V
Instrução: Para resolver a questão 146, considere
os dados referentes aos textos 43 e 44 e analise
as afirmativas.
I. No texto 43, predomina a narração; no texto
44, a argumentação.
II. O texto 44 é mais conclusivo do que o texto 43.
III. Ambos os textos se desenvolvem a partir de
uma característica humana abstrata.
IV. Embora apenas o texto 44 seja redigido em
primeira pessoa, os dois textos apresentam o
mesmo grau de subjetividade.
146) As afirmativas corretas são, apenas,
320
a) I e II.
b) I e IV.
c) I e III.
d) II e III.
e) II, III e IV.
Interpretação de
Textos PUCRS
Texto 45
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Texto 46
Se não tivéssemos medo, não
teríamos nenhum receio de carros em alta
velocidade, de animais venenosos e de
doenças contagiosas. Tanto nos seres
humanos como nos animais, o medo tem
por objetivo promover a sobrevivência.
Com o decorrer do tempo as pessoas que
sentiram medo tiveram mais pressão
evolutiva favorável.
Hoje, não precisamos mais lutar por
nossas vidas na selva, mas o medo está
longe de desaparecer, pois continua
ser vindo ao mesmo propósito que ser via
na época em que nos encontrávamos com
um leão enquanto trazíamos água do rio.
A diferença é que agora car regamos
carteiras e andamos pelas ruas da cidade.
A decisão de usar ou não aquele atalho
deserto à meia-noite é baseada em um
medo racional que promove a
sobrevivência. Na verdade, o que mudou
foram só os estímulos, já que corremos o
mesmo risco que corríamos há centenas
de anos e nosso medo ainda ser ve para
nos proteger da mesma forma que nos
protegia antes.
A maioria de nós jamais esteve perto
da peste bubônica (epidemia que atacou
a Europa na época medieval), mas nosso
coração para ao vermos um rato. Para o
ser humano, além do instinto, também há
outros fatores envolvidos no medo. O ser
humano pode ter o dom da antecipação,
o que nos faz imaginar coisas terríveis que
poderiam acontecer: coisas que ouvimos,
lemos ou vemos na TV. A maioria de nós
nunca vivenciou um acidente de avião,
mas isso não nos impede de sentar em um
avião e agar rar fir me nos apoios dos
braços. A antecipação de um estímulo de
medo pode provocar a mesma reação que
teríamos se vivêssemos a situação real. Isso
também é um benefício obtido com a
evolução.
147) A questão para a qual o texto NÃO apresenta
resposta é
a)
b)
c)
d)
e)
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45
Quais os fatores envolvidos no medo?
Quais os males provocados pelo medo?
Para que serve o medo?
Quando sentimos medo?
De que sentimos medo?
321
A coragem (...) só se torna uma virtude
quando a ser viço de outrem ou de uma
causa geral e generosa. Como traço de
caráter, a coragem é, sobretudo, uma fraca
sensibilidade ao medo, seja por ele ser
pouco sentido, seja por ser bem
suportado, ou até provocar prazer. É a
coragem dos estouvados, dos brigões ou
dos impávidos, a coragem dos “durões”,
como se diz em nossos filmes policiais, e
todos sabem que a virtude pode não ter
nada a ver com ela.
Isso quer dizer que ela é, do ponto de
vista moral totalmente indiferente? Não é
tão simples assim. Mesmo numa situação
em que eu agiria apenas por egoísmo,
pode-se estimar que a ação generosa (por
exemplo, o combate contra um agressor,
em vez da súplica) manifestará maior
domínio, maior dignidade, maior liberdade,
qualidades moralmente significativas e que
darão à coragem, como que por
retroação, algo de seu valor: sem ser
sempre moral, em sua essência, a coragem
é aquilo sem o que, não há dúvida,
qualquer moral seria impossível ou sem
efeito. Alguém que se entregasse
totalmente ao medo que lugar poderia
deixar aos seus deveres? (...) O medo é
egoísta. A covardia é egoísta. (...) Como
virtude, ao contrário, a coragem supõe
sempre uma forma de desinteresse, de
altruísmo ou de generosidade. Ela não
exclui, sem dúvida, uma certa
insensibilidade ao medo, até mesmo um
gosto por ele. Mas não os supõe
necessariamente. Essa coragem não é a
ausência do medo, é a capacidade de
superá-lo, quando ele existe, por uma
vontade mais forte e mais generosa. Já não
é (ou já não é apenas) fisiologia, é força de
alma, diante do perigo. Já não é uma
paixão, é uma virtude, é a condição de
todas. Já não é a coragem dos durões, é a
coragem dos doces, e dos heróis.
Módulo 11
148) Neste fragmento, o autor pretende esclarecer
ao leitor que
a) coragem e covardia são sentimentos contraditórios, mas necessários à sobrevivência.
b) os brigões, os durões não podem ser considerados valentes, são apenas estouvados.
c) como virtude, a coragem não prescinde da
vontade orientada por valores morais.
d) em sua essência, o homem é egoísta, pois
só enfrenta o perigo movido por interesses
pessoais.
e) o heroísmo consiste em nada temer quando
se trata de vencer o perigo.
150) Quanto ao emprego de pronomes no texto,
afirma-se:
1.
O “ela”, na linha 12, retoma “virtude” (linha 11).
2.
Quanto ao sentido, o “eu”, na linha 16, tem
valor equivalente ao de “alguém”, na linha 27.
3.
A palavra “algo”, na linha 23, poderia ser substituída pela expressão “um pouco”, sem prejuízo
à coerência e à correção do texto.
4.
O “os” da linha 36 retoma “desinteresses”,
“altruísmo” e “generosidade” (linhas 32 e 33).
Estão corretas apenas as afirmativas
a) 1 e 2.
b) 2 e 3.
c) 2 e 4.
d) 3 e 4.
e) 1, 3 e 4.
Instrução: Para responder às questões 149 a 152,
considerar o que é solicitado e os itens numerados
de 1 a 4.
149) Analisando o processo de composição do
texto, verifica-se que o autor
1.
apresenta de início uma definição provisória,
que, na sequência, é contestada e reformulada.
2.
parte de uma ideia geral, convidando o leitor a
examinar seus possíveis desdobramentos em
situações específicas.
3.
vale-se de contrastes, explicando o que “é” a
partir do que “não é”.
4.
utiliza questionamentos para apresentar uma
série de hipóteses a serem consideradas em
sua definição.
151) A propósito do sentido de certos vocábulos
no texto, afirma-se:
1.
“impávidos” (linha 09) significa “destemidos”
e poderia ser substituído por “valentes” sem
prejuízo à coerência da frase.
2.
“egoísmo” (linha 16) e “altruísmo” (linha 33) são
antônimos.
3.
“virtude” (linha 01) inclui, em seu sentido
amplo, os sentidos de “dignidade” (linha 20),
“liberdade” (linha 20), “qualidades” (linha 21) e
“generosidade” (linha 33).
4.
Na composição das palavras “desinteresse”
(linha 32) e “insensibilidade” (linha 35), há elementos de valor semântico equivalente.
Estão corretas apenas as afirmativas
a) 1 e 2.
b) 1 e 3.
c) 2 e 4.
d) 3 e 4.
e) 2, 3 e 4.
As afirmativas corretas são, apenas:
a) 1 e 2.
b) 2 e 3.
c) 1, 2 e 3.
d) 1, 2 e 4.
322
Interpretação de
Textos PUCRS
Instrução: Responder à questão 152 com base
na tira.
( ) O “dom da antecipação”, explicitado no texto
45 (linhas 32 a 36), pode ser ilustrado pela
manifestação das crianças, no quinto quadro
da tira.
153) A sequência correta, resultante do preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
V–F–F–V
F–V–F–V
V–V–F–F
V–F–V–F
F–F–V–V
Instrução: Responder às questões 154 com base
no texto 47.
Texto 47
152) A conclusão que NÃO pode ser deduzida do
texto é
a) Entre os bárbaros, a hostilidade é uma virtude cultivada desde a infância.
b) Para os bárbaros, ser capaz de provocar
medo nos outros é um valor.
c) Os pais se preocupam com o futuro de seus
filhos e desejam que eles se enquadrem na
sociedade.
d) Por preferir os livros às guerras, Hamlet rompe com as tradições de seu meio social.
e) Os amiguinhos de Hamlet são menos condicionados pelos valores de sua comunidade.
Instrução: Para responder à questão 153, preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso),
considerando as afirmativas sobre a tira e relacionando-as, se for o caso, com as ideias presentes
nos textos 45 e 46.
( ) No primeiro quadrinho, a palavra “hostilidade”
está sendo usada com uma conotação positiva.
( ) O conceito de “ação generosa”, apresentado
no texto 46 (linhas 14 a 27), é exemplificado
nos planos das crianças, no segundo quadro
da tira.
( ) No terceiro e no quarto quadrinhos, as falas de
Hamlet indicam que ele já vivenciou a situação
descrita.
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323
Para os povos modernos, mito e História são
considerados duas coisas distintas. Para o dito
homem primitivo, porém, ambos pertence ....... .
mesma esfera: a salva-guarda da memória.
“A mitologia possui um profundo significado para
o ato de recordação. Um mito contém a História que
é preservada na memória popular e que ajuda a
trazer ....... vida camadas enterradas nas profun
dezas do espírito humano”, afirma o filósofo russo
Nicolai Berdyaev (1874-1948).
Em Mito e significado, Lévi-Strauss defende que
nossa atual maneira de registrar o passado é simplesmente uma continuação do sistema anterior. “Não
me parece improvável que a História tenha subst
tuído ....... mitologia nas nossas sociedades e cumpra uma função idêntica, já que, para as sociedades
sem escrita e sem arquivos, a finalidade da mitologia
garantir que o futuro permaneça fiel ao passado.”
Nas culturas tradicionais, lembra o mitólogo J.
Bierlein, tudo o que acontece na vida das pessoas
apenas ....... repetição de eventos que ocorreram
nos mitos. Nesses contextos, a História, de acordo
com o sentido atual da palavra – atos específicos e únicos
de pessoas vivas e mortas –, pode até ser abolida, porque o mito é percebido como infinitamente mais significativo do que qualquer experiência humana.
Para o antropólogo Everardo Rocha, “o mito é
sobretudo, uma forma de consolo coletivo. É por meio
dele que o homem busca uma origem para si, para
sua cultura e para seu possível destino após a morte. A maioria dos mitos, se reduzida à essência, trata
de vida, morte, nascimento e renovação. São as grandes questões sem resposta para a humanidade, por
isso se repetem”.
Módulo 11
Instrução: Para responder à questão 154, relacione
as ideias aos respectivos autores, numerando os
parênteses.
Instrução: Responder às questão 156 com base
no texto 48.
1. Nicolai Berdyaev
2. Lévi-Strauss
3. J. F. Bierlein
4. Everardo Rocha
( ) Alguns povos valorizam mais seus mitos do que
os registros históricos.
( ) Mitologia e História desempenham papel comum: o de manter viva a memória.
( ) Mesmo prescindindo de registros escritos, é
possível a uma sociedade manter sua memória.
( ) Os mitos estão impregnados da memória coletiva dos povos.
( ) É por meio dos mitos que a humanidade busca
resolver seus dilemas existenciais.
154) A numeração correta dos parênteses, de cima
para baixo é
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43
a)
b)
c)
d)
e)
3–2–2–1–4
2–1–1–3–4
2–3–1–3–1
1–3–3–2–1
3–4–4–1–2
Instrução: Para responder à questão 155, relacione História e Mito, conforme seu sentido no texto
47, às características que seguem, numerando os
parênteses.
1. História
2. Mito
( ) tem suas raízes nos dilemas humanos.
( ) origina-se em crenças ancestrais.
( ) baseia-se em fatos observáveis.
( ) está na memória coletiva.
( ) é o registro do passado.
Texto 48
156) No texto, o autor caracteriza a .................
como .............. .
155) A correta numeração dos parênteses, de cima
para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
Grande parte de nossas decisões é tomada de
maneira mais ou menos automática. Esse processo
é guiado pelo valor que se dá às diversas experiências do passado. Se uma pessoa desperta boas emoções em mim, toda vez que eu a encontrar vou reviver
uma memória que se divide em dois aspectos:
o cognitivo (quem é essa pessoa) e o emocional
(é alguém de quem eu gosto). Não há memória ou
tomada de decisões neutras, sem emoção.
Na verdade, nada é mais essencial para a identidade de uma pessoa do que o conjunto de experiências armazenadas em sua mente. Por isso, o que
mais distingue a memória humana é a capacidade
de ter uma autobiografia. Cada um de nós sabe quando nascemos, quem são nossos pais, nossos amigos, quais são nossas preferências, o que já realizamos na vida… Enfim, qual é nossa história. Um chimpanzé ou um cão têm isso de forma limitada; sua memória não possui a mesma riqueza de detalhes e
abrangência. Essa diferença é amplificada pela linguagem, que codifica memórias não verbais em formas verbais, expandindo enormemente tudo o que o
ser humano é capaz de memorizar.
Cada vez que a memória decai, e conforme a idade isso ocorre em maior ou menor grau, perde-se
um pouco da interação com o mundo. Mas a ciência
vem avançando no conhecimento dos mecanismos da
memória e de como fazer para preservá-la. Pesquisas
recentes permitem vislumbrar o dia em que será realidade a manipulação da memória humana. (...)
A neurociência é um campo tão promissor que, nos
Estados Unidos, um quinto do financiamento em pesquisas médicas do governo federal vai para as tentativas de compreender os mecanismos do cérebro. E os
estudos sobre a memória têm lugar destacado nesse
esforço científico. Afinal, mantê-la em perfeito funcionamento tornou-se preocupação central nas sociedades modernas, na qual dois fenômenos desafiam: a exposição a uma carga diária excessiva de informações,
que o cérebro precisa processar, selecionar e, se relevantes, reter para uso futuro; e o aumento da expectativa de vida, que se traduz em uma população mais
vulnerável a distúrbios associados à perda de memória.
1–1–2–1–2
1–1–1–2–1
2–2–1–2–1
2–1–2–1–2
1–2–2–1–1
324
a) identidade do ser humano – uma construção da memória
b) memória – um atributo exclusivo dos seres
humanos
c) redução da memória – inevitável para humanos e animais
d) longevidade crescente – problemática para
os países desenvolvidos
e) informação diária – danosa para a mente
Interpretação de
Textos PUCRS
157) Conforme seu uso no texto, “vislumbrar”
(linha 29), “vulnerável a” (linha 43) e “distúrbios” (linha 43) equivalem, em sentido,
respectivamente, a
a)
b)
c)
d)
e)
revelar – prejudicável por – desajustes
entrever– sujeita a – problemas
iluminar – enfraquecida por – confusões
destacar – passível de – rebeliões
deparar – sensível a – perturbações
Instrução: Para responder à questão 158, analise
as informações a seguir e preencha os parênteses
com V (verdadeiro) ou F (falso).
Caso o leitor não conheça a palavra “neurociência”
(linha 31), ele pode chegar ao sentido aproximado
( ) decompondo a palavra em seus elementos constitutivos e observando o que cada um significa.
( ) buscando pistas do seu significado no conteúdo
do parágrafo anterior.
( ) identificando a classe gramatical e a função
sintática dessa palavra no contexto.
( ) relacionando a palavra com outras do mesmo
campo de significação, como “cérebro”, “estudos sobre a memória”, “esforço científico”.
158) A sequência correta de preenchimento dos
parênteses,de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
V–V–V–F
V–V–F–V
V–F–V–F
F–F–V–V
F–V–F–V
Instrução: Responder às questões 159 com base
no texto 49.
Texto 49
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Grande parte de nossas decisões é tomada de
maneira mais ou menos automática. Esse processo
é guiado pelo valor que se dá às diversas experiências do passado. Se uma pessoa desperta boas emoções em mim, toda vez que eu a encontrar vou reviver
uma memória que se divide em dois aspectos:
o cognitivo (quem é essa pessoa) e o emocional
(é alguém de quem eu gosto). Não há memória ou
tomada de decisões neutras, sem emoção.
Na verdade, nada é mais essencial para a identidade de uma pessoa do que o conjunto de experiências armazenadas em sua mente. Por isso, o que
mais distingue a memória humana é a capacidade
de ter uma autobiografia. Cada um de nós sabe quando nascemos, quem são nossos pais, nossos amigos, quais são nossas preferências, o que já realizamos na vida… Enfim, qual é nossa história. Um chimpanzé ou um cão têm isso de forma limitada; sua memória não possui a mesma riqueza de detalhes e
abrangência. Essa diferença é amplificada pela linguagem, que codifica memórias não verbais em formas verbais, expandindo enormemente tudo o
que o ser humano é capaz de memorizar.
Cada vez que a memória decai, e conforme a idade isso ocorre em maior ou menor grau, perde-se
um pouco da interação com o mundo. Mas a ciência
vem avançando no conhecimento dos mecanismos da
memória e de como fazer para preservá-la. Pesquisas
recentes permitem vislumbrar o dia em que será realidade a manipulação da memória humana. (...)
A neurociência é um campo tão promissor que, nos
Estados Unidos, um quinto do financiamento em pesquisas médicas do governo federal vai para as tentativas de compreender os mecanismos do cérebro. E os
estudos sobre a memória têm lugar destacado nesse
esforço científico. Afinal, mantê-la em perfeito funcionamento tornou-se preocupação central nas sociedades modernas, na qual dois fenômenos desafiam: a exposição a uma carga diária excessiva de informações,
que o cérebro precisa processar, selecionar e, se relevantes, reter para uso futuro; e o aumento da expectativa de vida, que se traduz em uma população mais
vulnerável a distúrbios associados à perda de memória.
Módulo 11
Instrução: Para responder à questão 159, relacione as ideias da esquerda às expressões da direitae
numere os parênteses.
1. oposição
2. hipótese
3. conclusão
4. consequência
5. síntese
6. frequência
7. comparação
(
(
(
(
(
) “Se” (linha 04)
) “Enfim” (linha 17)
) “Cada vez” (linha 24)
) “Mas” (linha 26)
) “tão ... que” (linha 31)
28
29
30
31
32
33
34
35
160) As informações fornecidas pelo texto permitem responder à(s) pergunta(s):
159) A numeração correta dos parênteses, de cima
para baixo, é
A) 2 – 5 – 6 – 1 – 4
B) 1 – 7 – 2 – 2 – 1
C) 4 – 3 – 5 – 1 – 1
D) 3 – 4 – 1 – 5 – 6
E) 2 – 7 – 3 – 6 – 4
(
(
(
(
(
a) F – V – F – V – F
b) F – F – V – F – V
c) V – V – V – V – V
d) F – F – F – F – F
e) V – V – V – V – F
Texto 50
Objetividade no jornalismo: falácia ou ideal?
Existe uma linha muito tênue entre o que é
subjetivo e o que é tendencioso.
A subjetividade não pode ser excluída do homem
e muito menos do jornalista. Todos carregamos uma
bagagem cultural diferenciada, o que faz diversa a
nossa visão de realidade. No meio jornalístico, existem
regras que elucidam a maneira correta de se
expressar; entretanto não conseguem uniformizar os
discursos. Os discursos podem ter pontos em comum
(uso de determinadas construções sintáticas, por
exemplo), mas cada um possui um estilo ímpar.
A tendenciosidade não é estilo de ninguém, é
um artifício subliminar para convencer alguém,
tentativa do jornalista de fazer com que os leitores
compartilhem forçosamente de seu ponto de vista.
Deve ser evitada no jornalismo, uma vez que a função
básica do jornalista é fornecer subsídios para a
construção de uma realidade mais próxima do fato
ocorrido.(...)
A objetividade é um ideal inatingível para o
jornalista, no entanto o profissional deve insistir em
alcançá-la. Esse paradoxo é garantia de qualidade
dos veículos de comunicação. Nunca existirá um texto
isento de subjetividade, de tons íntimos do autor.
Quando alguém se propõe a redigir (seja um conto,
seja uma cobertura de acidente automobilístico), é
sabido que a intenção é sempre convencer os leitores
) Que é subjetividade?
) Que é tendenciosidade?
) De que decorre a falta de objetividade?
) O que se pode concluir sobre o estilo?
) Qual a relação entre objetividade, falácia
e ideal,no jornalismo?
O preenchimento correto dos parênteses, de cimapara baixo, é
Instrução: Responder às questão 160 com base
no texto 50.
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27
de que o ponto de vista presente é o mais apropriado.
O que se quer com o paradoxo da objetividade é
diminuir cada vez mais a emissão de juízos de valor,
cujo teor pessoal arraigado à cultura do jornalista pode
impedir que os leitores extraiam da notícia o essencial.
Por isso, no jornalismo atual, fontes de categorias
diversas são acionadas para montar um quadro amplo
de notícia.
161) O texto nos leva a concluir que
( ) A objetividade plena no texto jornalístico é uma
falácia, pois não existem textos neutros.
( ) Na prática do jornalismo, pretender minimizar
a interferência da subjetividade é uma utopia.
( ) Há contradição, ao menos na aparência, em
visar à objetividade no texto jornalístico, já que
esta é inatingível.
( ) As idiossincrasias do jornalista podem contaminar seu trabalho na redação de uma notícia.
O preenchimento correto dos parênteses, de
cima para baixo, é
a) F – V – F – F
b) F – F – F – V
c) F – V – V – F
d) V – F – V – V
e) V – F – V – F
326
Interpretação de
Textos PUCRS
162) Todas as passagens a seguir contêm grau significativo de subjetividade, COM EXCEÇÃO DE:
a) O deputado estava visivelmente nervoso durante a entrevista na sede do partido, ontem.
Era óbvio que ficou bastante contrariado
ao reagir às indagações do repórter que o
questionava acerca dos motivos que o levaram novamente a trocar de partido, o que
demonstra claramente seu caráter volúvel.
b) O deputado fumou uma carteira de cigarros
durante a entrevista com o jornalista realizada ontem, na sede do partido. O repórter
perguntava acerca dos motivos que o levaram a trocar pela terceira vez de partido.
c) Demonstrando mais uma vez seu caráter
volúvel, o deputado mudou novamente de
partido. Apreensivo, tenso, mostrou-se ostensivamente desgostoso ao ser indagado
pelos jornalistas acerca dos motivos que o
levaram à nova filiação.
d) O deputado deu provas, mais uma vez, de
seu total desrespeito ao eleitorado ao mudar
novamente de partido. Indagado pelo repórter a respeito desta manobra ou artimanha
política, demonstrou visível constrangimento.
e) Visando unicamente a perpetuar-se no
poder, sem nenhuma preocupação com
o bem servir a comunidade, o deputado
– conhecido por sua infidelidade partidária
– mudou novamente de partido.
Instrução: Responder a questão 162 com base
no texto 51.
Texto 51
01
02
03
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05
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07
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10
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14
15
Tão paradoxal quanto o título deste editorial é o
tema por ele abordado: o horário político obrigatório –
ou gratuito, de acordo com a denominação do Tribunal Regional Eleitoral. Em primeiro lugar, não é gratuito, a não ser para candidatos, partidos e coligações,
que nada pagam pelo acesso aos meios de comunicação. A sociedade paga. As empresas de mídia recebem compensação fiscal pelos espaços que dispensam à propaganda eleitoral. A polêmica, porém, é
outra: tem sentido impor ao público uma programação geralmente demagógica e de má qualidade, que
é rejeitada por parcela expressiva de espectadores e
reduz a audiência dos programas de rádio e televisão?
No Brasil, onde o voto também é obrigatório, faz
16
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53
54
sentido. Pesquisa divulgada pelo Datafolha no mês
passado, após consulta a 10.905 eleitores em 379
municípios do país, mostrou que 65% dos entrevistados utilizam a TV como mídia preferida para obter informaçõessobre partidos e candidatos. Os jornais aparecem em segundo lugar, com 12% da preferência,
restando para o rádio e a internet o terceiro lugar, com
7%. Apenas 6% dos inquiridos disseram que se preparampara o voto com informações colhidas em conversas com amigos e familiares.
Então, é inquestionável o valor da mídia eletrônica na orientação do eleitorado. Ainda assim, não deixa de ser uma imposição incômoda para a maioria da
população. Pesquisa encomendada ao Ibope pela Associação Brasileira de Agências de Propaganda mostra que o brasileiro não simpatiza com a propaganda
eleitoral compulsória: 76% dos consultados informaram que “não gostam nada” ou “não gostam muito”.
Apenas 11% assinalaram “gostar” ou “gostar muito”.
Além de impositivo, o horário eleitoral gera outras deformações, como a formação de alianças partidárias espúrias com o único propósito de ampliar o
tempo de exposição de candidatos e siglas, com total prejuízo para os conteúdos programáticos e para
a coerência ideológica. Também o tempo exíguo dispensado aos candidatos às eleições proporcionais mal
permite que digam o nome, o número e, em certos
casos, alguma gracinha, que só serve para ridicularizar o debate eleitoral.
Ainda assim, existe pelo menos um fator insuperável a justificar a manutenção desta programação:
o direito de todos os candidatos ao acesso à mídia.
Se a propaganda fosse paga, ou dependesse apenas
do interesse jornalístico, o poder econômico poderia
prevalecer e os candidatos menos conhecidos talvez
não tivessem oportunidade de se apresentar ao
público. Agora, mesmo com todas as deformações, o
horário eleitoral possibilita este contato entre o
eleitor e os pretendentes a mandatos eletivos.
Jornal Zero Hora, 22/08/2010 (editorial)
163) Segundo as informações contidas no editorial
acima, pode-se concluir que o título que sintetiza seu tema, qualificado de “paradoxal”
(linha 01) pelo autor, é
327
a)
b)
c)
d)
e)
Mídia e Política
Imposição Incômoda
Incômodo Necessário
Alianças de Conveniência
Pontos Negativos e Positivos do Horário
Eleitoral
Módulo 11
164) Analisando-se o gênero, o conteúdo e o processo de composição do texto 51, conclui-se
que a única afirmação FALSA é:
166) A propósito do sentido de certos vocábulos
do texto, todas as afirmações são verdadeiras,
EXCETO:
a) Apresenta a questão conflitante, o ponto
de vista a ser defendido, a discussão mediante argumentos e contra-argumentos e
a conclusão.
b) Baseia-se em ideias e argumentos, marcando a posição do jornal diante de fatos
importantes do momento.
c) Tem como objetivo principal apresentar
informação de forma clara e isenta, ordenada em três partes essenciais: introdução,
desenvolvimento, conclusão.
d) Ao citar contra-argumentos, dá a impressão
de ceder à tese contrária, para depois refutála mediante argumento mais forte.
e) Apoia-se em recursos próprios da argumentação, como dados estatísticos e questionamento direto, além de nexos lógicos para
encadear ideias.
a) Pode-se chegar ao sentido aproximado de
“compulsória” (linha 32) pela observação de
outras características atribuídas, no texto,
ao horário político obrigatório.
b) “espúrias” (linha 37) significa “que não estão
de acordo com a ética”; “desonestas”.
c) “exíguo” (linha 40) é sinônimo de “diminuto”.
d) “gracinha” (linha 43) deriva de “graça”, e
significa “gracejo”.
e) “mandatos” (linha 54) dá origem a “mandatários”, que significa “mandantes”.
165) Em sua forma original, o editorial referido
apresenta um pequeno trecho em destaque,
copiado do próprio texto, para ressaltar uma
ideia especialmente importante para a posição defendida. O fragmento que tem essas
características é
a) “As empresas de mídia recebem compensação fiscal pelos espaços que dispensam
à propaganda eleitoral” (linhas 07 a 09).
b) “Apenas 6% dos inquiridos disseram que
se preparam para o voto com informações
colhidas em conversas com amigos e familiares” (linhas 23 a 25).
c) “Além de impositivo, o horário eleitoral
gera outras deformações, como a formação de alianças partidárias espúrias (...)”
(linhas 35 a 37).
d) “Também o tempo exíguo dispensado aos
candidatos às eleições proporcionais mal
permite que digam o nome (...)” (linhas 40
a 42).
e) “Existe pelo menos um fator insuperável a
justificar a manutenção desta programação:
o direito de todos os candidatos ao acesso
à mídia” (linhas 45 a 47).
Instrução: Responder às questões 167 a 169 com
base no texto 52.
Texto 52
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
328
“Reconheço”, disse o homem, “fui um poluidor
implacável. Matei todo tipo de bicho, criei todo tipo de
lixo, transformei bom oxigênio em ar irrespirável.”
E suspirou, contrito, envenenando mais um litro.
“Nem sei quanto spray usei, mas aposto meu
patrimônio: há um buraco com meu nome na tal
camada de ozônio.”
“Florestas foram arrasadas para me dar calor e
notícia. Sem falar nos troncos de lei em que canivetei
que amava uma tal de Letícia.”
“Fui um flagelo sem dó, uma horda de hunos de
um só.”
“Transformei rios em cloacas e cloacas em
rios de sujeira, em transbordante nojeira. ‘Abaixo o
ecossistema’ foi, eu quase diria, meu lema.”
“Fui um Átila irreciclável, um biodesagradável.”
“Agredi a natureza. Destruí a sua beleza.”
“Mas, em compensação, em matéria de devastação,de agressão e desatino...” (mostrando suas
próprias rugas, sua calvície, sua velhice): “... vejam o
que Ela fez com este menino.”
Interpretação de
Textos PUCRS
167) Pela leitura do texto, conclui-se que o narrador
a) revela como suas agressões à natureza
reverteram contra ele próprio.
b) apresenta-se como um ser superpoderoso,
capaz de atos de grandeza.
c) sugere que continua apaixonado por uma
garota chamada Letícia.
d) estabelece uma relação entre seus desmandos e os efeitos do avanço da idade.
e) mostra-se contrito e disposto a mudar de
atitude.
168) Considerando a forma e a função do texto, é
correto afirmar que
a) o autor se apoia em uma narrativa subjetiva
para apresentar seu ponto de vista.
b) se trata de um texto explicativo, que demonstra a extraordinária força da natureza.
c) a intenção do autor é contar a história de
um ser humano em particular.
d) o predomínio da descrição é característico
neste tipo de texto.
e) o narrador dirige-se a um leitor determinado, por se tratar da reprodução de uma fala.
Instrução: Responder a questão 170 com base
no texto 53.
TEXTO 53
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
“Quando eu era bem pequena, meus pais me levaramparapassearnapraia,numlugarquetinha mar
e luz. Tudo era bonito e alegre: a areia, as conchinhas,
asondasinquietaseatéaquelemontãodegenteque
caminhavadeumladoparaoutro,comoformigas.Um
dia, cheguei na beira da água e vi um monte de coisinhas prateadas. Fiquei curiosa. Cheguei perto e descobri que eram peixinhos, como aqueles que a gente
vê nos livros e na televisão. Só que não nadavam nem
semexiam.Nãoseiporquê,masnaquelamanhãme
deu vontade de chorar e de voltar para casa.”
O texto permite concluir que a narradora
1.
valoriza mais as boas lembranças do que as
más.
2.
chama o que vê na praia de “coisinhas prateadas” porque não conhece ainda a palavra
“peixes”.
3.
assusta-se com as ondas inquietas e a multidão
que invade a praia.
169) Considerando o sentido de algumas palavras/
expressões no texto, NÃO é correto afirmar:
4.
passa por uma quebra de expectativa no decorrer do episódio narrado.
a) As expressões “na tal” (linha 06) e “uma tal
de” (linha 10) indicam pouco caso do narrador em relação à camada de ozônio e a
Letícia.
b) “troncos de lei” (linha 09) relaciona-se a
árvores que, mesmo protegidas por lei, não
existem mais.
c) “horda”, “hunos” (linha 11) e “Átila” (linha
16) pertencem ao mesmo campo de significação.
d) “calor” (linha 08) está para lenha como
“notícia” (linha 09) está para jornal.
e) “rios” assume sentidos diferentes de acordo
com seu uso nas linhas 13 e 14.
5.
foi mais de uma vez à beira do mar.
170) Apenas estão corretas as afirmativas
329
a)
b)
c)
d)
e)
1, 2, 3 e 4.
2, 4 e 5.
1, 2 e 3.
1, 3 e 5.
4 e 5.
Módulo 11
Instrução: Responder a questão 171 com base
no texto 54.
I.
TEXTO 54
II.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
Um Maracanã de floresta acaba de desaparecer.
Isso desde que você começou a ler este texto, há um
segundo. Amanhã, neste mesmo horário, você levará
a vida como sempre – esperamos. Mas os integrantes
de 137 espécies de plantas, animais e insetos,
não. Eles terão o destino que 50 mil espécies por ano
têm: a extinção. Argumentos como “15 Maracanãs de
mata tropical devastados desde o início deste parágrafo”
são fortes, mas nem sempre suficientes. Só
que existe outro, talvez ainda mais persuasivo: dinheiro
não dá em árvore, mas árvore dá dinheiro.
Hoje, manter uma floresta em pé é negócio da
China. Em uma área estratégica perto do rio Yang Tsé,
o governo chinês paga US$ 450 aos fazendeiros por
hectare reflorestado. O objetivo é conter as enchentes
que alteram o fluxo de água do rio. Equilíbrio ecológico,
manutençãodoecossistema,maisespéciespreservadas,
esses são os objetivos do Partido Comunista
Chinês? Não. Trata-se de um investimento.
O reflorestamento mantém o curso do rio estável
e as árvores, sozinhas, aumentam a quantidade de
chuva – as plantas liberam vapor d’água durante a
fotossíntese. Resultado: mais água no Yang Tsé. O
queissotemavercomdinheiro?Aáguaalimentaturbinas
das hidrelétricas distribuídas pelo rio – inclusive
amegausinadeTrêsGargantas,50%maiorqueItaipu,
que abriu as comportas em 2008.
Investindo em reflorestamento, os chineses agem
deformapragmática.Pagarfazendeiros = maisárvores.
Mais árvores = mais água no rio. Mais água =
mais energia elétrica barata (ainda mais no país que
inaugura duas usinas a carvão por semana para dar
conta de crescer como cresce). Mais energia barata,
maisproduçãoparaaeconomia–edinheiroparapagar
os reflorestadores. O final dessa equação é surreal
para os padrões brasileiros. A China, nação que mais
polui e que mais consome matéria-prima, tem índice
dedesmatamentozero.Abaixodezero,até:elesplantam
mais árvores do que derrubam.
No texto 54, o autor
adota diferentes recursos de linguagem, como
expressões metafóricas.
apresenta dados da realidade para sustentar
seu ponto de vista.
III. utiliza interrogações de bom efeito retórico,
mas não apresenta respostas para elas.
IV. dirige-se a um público leitor especializado em
ecossistemas.
171) Estão corretas apenas as afirmativas
a)
b)
c)
d)
e)
I e II.
I e III.
III e IV.
I, II e IV.
II, III e IV.
Instrução: Para responder à questão 172, considere as afirmativas a seguir, referentes aos textos
52, 53 e 54.
I.
Os textos 52 e 53 têm em comum o uso da
primeira pessoa e o fato de constituírem relatos
pessoais.
II.
O texto 52 apresenta uma sequência de ações,
enquanto o texto 53 enfatiza uma situação
específica.
III. Considerando o trecho “A China, nação que
mais polui e que mais consome matéria-prima”
(texto 54, linhas 36 e 37), seria possível imaginar
que o narrador do texto 52 é um chinês.
IV. O texto 52 generaliza a relação homem-natureza, enquanto o texto 54 define os espaços
em que ocorre essa relação: na China e no
Maracanã.
172) Estão corretas apenas as afirmativas
330
a)
b)
c)
d)
e)
I e II.
I e IV.
III e IV.
I, II e III.
II, III e IV.
Interpretação de
Textos PUCRS
Instrução: Responder a questão 173 com base
no texto 55.
d) O uso de recursos de aproximação com o
leitor, como tratamento direto e exemplificação.
e) Uma posição polêmica na abordagem do
tema, tendendo à radicalização.
TEXTO 55
Como num show de rock A nostalgia como
um impulso para sair da inércia e construir
um futuro melhor
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
Pergunte a um admirador do rock’n’roll aonde gostaria de ir e ele responderá: a um show do Led Zeppelin,
ou talvez dos Beatles. Não é à toa que covers dessas
bandas lotam casas de espetáculos.
(...)
Já para a carência dos Beatles, que se separaram,
definitivamente, com a morte de John e mais tarde de
George, o público busca amparo nos acordes de Paul, e
esgota dois Morumbis de ingressos de uma só vez para
ouvir e rever um pedaço do que foi a grande banda, que
emplacou o rock para todo o sempre a partir dos anos
1960. (...)
É de senso comum pensar o passado como a época
dos melhores anos do rock. Pensar que o valor das
coisas está no que se fazia na geração passada.
Sabe-se que o tempo passado não volta mais e que,
embora conservemos na estante da memória os antigos
discos, livros e ideias de nossos ídolos da música, da
literatura ou da política, não serão eles os responsáveis
por fazer o presente e construir o futuro. Essa tarefa
está nas mãos daqueles que criam e produzem agora.
Mas a importância do que passou não pode ser
minimizada. É combustível para a produção do conhecimento futuro. E é ainda mais premente valer-se das
informações transmitidas por nossos predecessores
quando se busca aperfeiçoar o sistema atual. A partir de
erros e acertos, o rock se mantém aceso. Na educação,
não poderá ser diferente.
LESZCZYNSKI, Luciene. Revista Ensino Superior, São Paulo:
Segmento, n. 154, p. 50. (fragmentos adaptados)
173) É possível reconhecer no texto algumas características do gênero conhecido como artigo
jornalístico. A única que NÃO está evidente
no texto é:
a) O uso de períodos curtos, que facilitam o
processo de leitura.
b) A apresentação de um ponto de vista e de
argumentos que o sustentam.
c) A alusão a fatos pertencentes ao conhecimento de mundo do presumível leitor.
Instrução: Para responder à questão 174, analise
as afirmativas e preencha os parênteses com V
(verdadeiro) ou F (falso).
( )“Já” (linha 06) reforça a ideia de que o texto
original, entre as linhas 04 e 06, faz menção a
outro tipo de “carência”.
( )Expressões como “É de senso comum” (linha
13) e “Sabe-se” (linha 16) são compatíveis com a
objetividade da autora na abordagem do tema.
( )O conteúdo do quarto parágrafo (linhas 16 a
21) opõe-se à ideia expressa nas linhas 13 a 15,
a qual não mais será retomada.
( )A última frase do último parágrafo, que à primeira vista destoa do tema do texto, torna-se
coerente ao se identificar a fonte de onde ele foi
retirado.
174) O correto preenchimento dos parênteses, de
cima para baixo é
a)
b)
c)
d)
e)
V–V–F–V
F–V–V–F
V–F–V–F
F–V–F–V
F–F–F–V
Instrução: Responder à questão 175 com base
nas afirmativas abaixo, sobre algumas expressões
do texto.
I. “aonde” (linha 01) é uma palavra interrogativa,
usada para introduzir uma pergunta indireta
que complementa a ideia que a precede.
II. “à toa” (linha 03) evidencia o preconceito da
autora em relação às bandas cover.
III. “todo o” (linha 11) é uma expressão de ênfase,
e sua eliminação prejudicaria a coerência do
texto.
IV. Substituindo-se “Na” (linha 27) por “Com a”, a
frase permaneceria correta e coerente.
175) Estão corretas apenas as afirmativas
331
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
Módulo 11
176) Considerando o sentido de certas expressões
no texto, NÃO é correto afirmar que
177) Considerando as ideias do texto, é correto
concluir que
a) “dois Morumbis de ingressos” (linha 09)
significa um número tão grande que nem
os promotores do espetáculo puderam
precisar.
b) “de uma só vez” (linha 09) pode ser corretamente interpretada como “numa mesma
temporada”.
c) “um pedaço do que foi a” (linha 10) pode
ser substituída, mantendo-se a coerência,
por “um remanescente da”.
d) “emplacou” (linha 11) é uma palavra polissêmica, cujo sentido no texto pode ser
entendido como “consolidou”.
e) na metáfora “estante da memória” (linha
17), combinam-se duas ideias: uma material
e outra mental.
a) as inovações que caracterizaram as produções cinematográficas do início do século
passado foram recebidas com entusiasmo.
b) por ser ainda incipiente em 1928, o cinema
não despertava atenção da mídia nem do
público.
c) a emergência do “cinematographo falante”
decretou o fim imediato do cinema mudo.
d) a história da relação filme-cor passou por
diferentes momentos, mas a previsão apresentada nas linhas 11 a 13 seria confirmada
e até superada com o passar do tempo.
e) em termos mentais, o homem do início do
século XX era bastante diferente do homem
contemporâneo.
Instrução: Responder às questão 177 com base
no texto 56.
TEXTO 56
Publicado na Folha da Manhã de 14/10/1928 (mantida
a grafia original)
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
Com a applicação do cinematographo falante, surgiu
recentemente uma aguda polemica sobre qual dos
meios de expressão é o melhor. O que mais chamará
a attenção do publico: as palavras ou as acções dos
artistas? Alguns insistem em que os sons provocam
mais a curiosidade dos assistentes. Outros acham que
a ação é a verdadeira essencia do cinematographo e
sendo a voz producto das machinas mechanicas, ella
só serve para distrahir a attenção do publico.
(...)
Muitos não duvidaram em prognosticar que as
pelliculas de côres se generalisariam, chegando a serem
tão communs como as que hoje existem. Entretanto, não
demorou em que fosse descoberto que a novidade da
côr distrahia a mente nas partes mais culminantes do
drama reflectido na tela. Logo depois, surgiu um systema
de usar as côres unicamente em certas passagens
para dar uma melhor impressão de effeito esthetico,
mantendo-se invariavelmente o branco e o preto, para
poder assim ficarem registrados os verdadeiros e
intensos momentos da dramaticidade da scena.
A psychologia comprova isto. Ainda que com nossos
olhos apreciemos a natureza em suas proprias cores, o
mesmo não acontece com a nossa mente.
Instrução: Responder à questão 178 com base
nas afirmativas abaixo, sobre o uso de algumas
expressões do texto.
1.
Se em lugar de “a applicação” (linha 01) fosse
utilizado “o advento” ou “o uso”, a compreensão não seria prejudicada.
2.
“Alguns insistem” (linha 05) e “Outros acham”
(linha 06) contribuem para a relação de paralelismo entre as estruturas que iniciam.
3.
“as que hoje existem” (linha 13) faz contraponto
a “as pelliculas de côres”.
4.
“apreciemos” (linha 23) está no subjuntivo,
modo verbal exigido pelo nexo concessivo
“Ainda que”.
178) Estão corretas as afirmativas
Cinematógrafo: aparelho capaz de reproduzir numa tela o
movimento, por meio de uma sequência de fotografias.
332
a)
b)
c)
d)
e)
1 e 2, apenas.
2 e 3, apenas.
2 e 4, apenas.
1, 3 e 4, apenas.
1, 2, 3 e 4.
Interpretação de
Textos PUCRS
Instrução: Responder às questões 179 a 183 com
base no texto a seguir.
b) opinativo, pois apresenta uma tese e argumentos para sustentá-la.
c) descritivo, pois descreve o comportamento
das pessoas preconceituosas.
d) poético, pois utiliza palavras raras na linguagem cotidiana, como “vitimizar” e “inócua”.
e) informativo, pois tem como objetivo informar o leitor sobre aspectos relativos à
linguagem.
TEXTO 57
01. Não tive acesso ao conteúdo do livro “Por uma
02. vida melhor”, apenas a pequenos trechos. Portanto,
03. falo com base em informações e opiniões de terceiros.
04. Nessa perspectiva, vejo como positivo o debate que
05. a abordagem pouco ortodoxa dos autores desen06. cadeou, pondo fogo a um tema em geral tido como
07. irrelevante: a língua materna em uso. Entretanto,
08. um trecho da obra me preocupou, e destaco: “Posso
09. falar ‘os livro’?” “Claro que pode, mas dependendo
10. da situação, a pessoa pode ser vítima de preconceito
11. linguístico”.
12. Para começar, pedir licença para falar de um de
13. terminado jeito é um tiro no pé da tese defendida em
14. “Por uma vida melhor”. Porque pedir licença, neste
15. contexto, é reconhecer o poder do outro sobre nós –
16. o que parece ser exatamente o contrário do que os
17. autores pregam. Além disso, a resposta “Claro que
18. pode” é inócua: o aluno tanto sabe que pode que usa
19. essa concordância rotineiramente.
20. O problema maior, bem mais sutil e muito mais
21. complicado, porém, está na segunda parte da fala.
22. Agir livre de preconceito, o oposto de fazer alguém
23. “vítima de preconceito”, implica não só aceitar as
24. pessoas como são, mas também acreditar que todos
25. sejam capazes de evoluir por méritos próprios. Ao
26. afirmar que a modalidade “permitida” pode vitimizar
27. quem a utiliza – pela ação do “outro ameaçador” –, os
28. autores estão deslocando o foco da importância
29. de construir conhecimento de modo autônomo
30. e reflexivo e enfatizando o julgamento alheio,
31. novamente reforçando o preconceito. Ora, aula de lín32. gua materna é aula de cidadania, e ninguém se torna
33. cidadãoporreceiodo“outroameaçador”.Oalunodeve
34. ter oportunidade de conhecer e desenvolver múltiplas
35. linguagens porque assim ele poderá expressar ideias
36. e sentimentos com mais autonomia. E, talvez, com
37. menos preconceito.
38. Tudo isso pode parecer muito sutil, mas a lingua39. gem é feita de sutilezas, para o bem ou para o mal. .
179) Ao abordar o tema, a autora
a) critica as sutilezas humanas.
b) descreve múltiplas situações escolares.
c) garante que o julgamento alheio é ameaçador.
d) relaciona conhecimento de língua a cidadania.
e) justifica a falta de interesse pela língua materna em uso.
180) O texto pode ser caracterizado como predominantemente
a) narrativo, pois reproduz diálogos do livro
“Por uma vida melhor”.
181) Duas expressões-chave para compreender o
texto estão reunidas em:
a) “língua materna em uso” (linha 07)
“preconceito linguístico” (linhas 10 e 11)
B) “um trecho da obra” (linha 08)
“o poder do outro sobre nós” (linha15)
c) “um tiro no pé” (linha 13)
“segunda parte da fala” (linha 21)
d) “ação do ‘outro ameaçador’” (linha 27)
“importância de construir conhecimento”
(linhas 28 e 29)
e) “modo autônomo e reflexivo” (linhas 29 e
30) “para o bem ou para o mal” (linha 39)
182) Sobre o processo de composição do texto,
NÃO é correto afirmar que a autora
a) conclui seu texto com uma generalização
sobre a linguagem.
b) vale-se de um dado concreto, específico,
para construir seu ponto de vista.
c) entra em contradição no primeiro parágrafo,
provocando certa desconfiança no leitor.
d) apresenta uma ressalva em relação ao próprio
conhecimento sobre a obra a que vai se referir.
e) indica uma progressão de ideias com as
expressões “Para começar” (linha 12) e “O
problema maior (...) porém” (linhas 20 e 21).
183) Considerando o sentido de algumas palavras/
expressões no texto, NÃO é correto afirmar
que
a) “conteúdo do livro” opõe-se a “pequenos
trechos” (linhas 01 e 02).
b) a expressão “pouco ortodoxa” (linha 05) é
sinônima de “inconveniente”.
c) “pondo fogo” (linha 06) e “um tiro no pé”
(linha 13) são expressões coloquiais metafóricas.
d) “foco” (linha 28) e “ênfase” (“enfatizando”,
linha 30) têm sentido semelhante no texto.
e) a sequência “conhecer e desenvolver” (linha
34) sugere aprimoramento gradativo.
333
Módulo 11
Instrução: Responder às questões 184 a 189 com base nos textos a seguir.
TEXTO 58
TEXTO 59
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
Revista de maior circulação no mundo, a Time mostrou como ficaram tênues os limites entre a ciência e a ficção.
Em reportagem de capa, intitulada “Jovem para sempre”, não descarta nas entrelinhas a chance de que um dia, quem
sabe, se descubra não a cura das doenças, mas a cura da morte.
Menos sutilmente, estimula a esperança de que talvez o ser humano possa chegar aos 300 anos. A revista ancora
o sonho em moscas e minhocas que, tratadas em laboratórios, passaram a viver muitas vezes mais. A suspeita
é de que, em algum lugar, seria possível desmontar um relógio que determina o aparecimento de rugas, seios caídos,
pernas flácidas, queda de cabelo.
Ao tentar separar fantasias e bom senso, a reportagem estabelece como hipótese realista que, a partir das descobertas
médicas das próximas três décadas, a expectativa de vida suba para 120 anos. Seria a continuação do impacto
provocado pelo inglês Alexander Fleming, que descobriu o primeiro antibiótico.
Traduzindo: as crianças de hoje se lembrariam de seus pais – ou seja, nós – como pessoas que morreram jovens
porque não completaram 80 anos. Assim como achamos que nossos tataravós morriam cedo porque não completavam
60 anos de idade.
Os novos mitos nutridos pela tecnologia reforçam o absurdo brasileiro. Dezenas de milhares de crianças que
não completam parcos 12 meses de vida morrem anualmente, porque simplesmente não têm comida ou bebem água
contaminada.
334
Interpretação de
Textos PUCRS
184) A temática comum aos textos é de natureza
______, pois ambos ________________.
a) filosófica – refletem sobre os objetivos da
existência humana
b) política – criticam o desamparo da infância
e da velhice
c) existencial – abordam a eterna preocupação
humana com o envelhecimento e a morte
d) ficcional – recriam a realidade humana de
forma verossímil e criativa
e) particular – apresentam fatos específicos
localizados no tempo e no espaço
185) Sobre o processo de composição dos textos
58 e 59, NÃO é correto afirmar:
a) No texto 58, as figuras formam uma narrativa que se desenrola, sucessivamente, no
plano da fantasia e no de uma realidade
possível.
b) No texto 59, algumas expressões de sentido
figurado servem para ilustrar dados veiculados na Time.
c) No texto 58, a ausência de linguagem verbal é suprida pela reconstrução de cenas
familiares à maior parte dos leitores.
d) No texto 59, a argumentação se constrói de
modo mais explícito do que no texto 58.
e) Em ambos os textos, as ideias são expostas
com isenção, sem interferência da subjetividade dos autores.
Instrução: Para responder à questão 186, analise
as afirmativas sobre os textos 58 e 59.
I. Para uma adequada compreensão do texto 58,
é necessário levar em conta dados contextuais,
como veículo de divulgação, local e data.
II. O texto 59 visa principalmente informar o leitor
e fazê-lo refletir sobre fatos da atualidade.
III. O texto 58 mobiliza o humor do leitor na medida em que aborda um tema sério ilustrando-o
com uma metáfora.
IV. Tanto o texto 58 quanto o texto 59 podem ter
sido publicados, originalmente, em jornais.
187) Por suas características formais, por sua função
e uso, os textos 58 e 59 pertencem, respectivamente, aos gêneros
a)
b)
c)
d)
e)
editorial
artigo de opinião
artigo científico
carta do leitor
comentário político
Instrução: Responder às questões 188 a 190 com
base no texto 59.
188) Pela leitura do texto 59, é correto concluir que
a) ciência e ficção são áreas distintas do conhecimento humano.
b) o conhecimento científico precisa da ficção
para avançar.
c) as doenças de hoje serão erradicadas num
futuro próximo.
d) a descoberta dos antibióticos ampliou a
expectativa de vida para 120 anos.
e) as pesquisas científicas no Brasil estão muito
atrasadas.
189) No contexto em que foram empregados, os
adjetivos “tênues” (linha 01) e “parcos” (linha
15) significam, respectivamente,
a)
b)
c)
d)
e)
“limitados” e “infelizes”.
“finos” e “doentios”.
“sutis” e “míseros”.
“escassos” e “exíguos”.
“insignificantes” e “comedidos”.
190) As alterações a seguir mantêm o sentido e a
correção da frase, EXCETO no caso de
186) Estão corretas as afirmativas
a)
b)
c)
d)
e)
piada
cartum
charge
quadrinhos
caricatura
I e II, apenas.
I e III, apenas.
I, II e IV, apenas.
II, III e IV, apenas.
I, II, III e IV.
335
a) “se descubra não a cura” (linha 03) por “seja
descoberta não a cura”.
b) “Menos sutilmente” (linha 04) por “De modo
mais explícito”.
c) “tratadas em laboratório” (linha 05) por “se
forem tratadas em laboratório”.
d) “Ao tentar separar fantasias e bom senso”
(linha 08) por “Tentando discernir entre
fantasias e bom senso”.
e) “porque simplesmente não têm comida
ou bebem água contaminada” (linhas 15
e 16) por “pela simples razão de não terem
comida ou beberem água contaminada”.
Módulo 11
INSTRUÇÃO: Responder às questões 191 a 192
com base no texto 60.
191) A leitura do texto NÃO permite concluir que
a) a “Lei de Gérson” diz respeito à maneira
astuciosa dos brasileiros de tirar proveito
das situações em benefício próprio.
b) as artimanhas que caracterizam o modo de
agir dos brasileiros extrapolaram os jogos de
azar.
c) os brasileiros são conhecidos internacionalmente por agir de forma sagaz para obter
resultados.
d) os brasileiros não cumprem as leis no Brasil
porque são muito rigorosas e pouco fiscalizadas.
e) a própria Constituição deixa brechas que
permitem a aplicação do jeitinho brasileiro.
TEXTO 60
O jeitinho brasileiro
Não há sistema que impeça a aplicação da “Lei
de Gérson”.
01.
02.
03.
04.
05.
A propaganda de cigarros com o jogador Gérson,
nosanos70,cultuavaamentalidadedetirarvantagem
em tudo. A filosofia mais vívida no povo brasileiro,
eternizada em sambas de Bezerra da Silva, é a de
que malandro é malandro, mané é mané.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
A cultura de passar os outros para trás é uma
característicatãomarcantedosbrasileirosquedeixouas
carpetas de jogos e transferiu-se para a prática quase
diária, tornando-se mundialmente famosa. O jeitinho
brasileiro é um selo de marca registrada, tornou-se
uma forma de fazer as coisas da maneira mais fácil,
menostrabalhosaeque,àsvezes,trazalgumretorno.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
O problema é que o jeitinho se transferiu para o
âmbito jurídico e fez do Brasil o país das leis que não
são cumpridas. Até mesmo a Constituição aplaude a
malandragem. O cidadão não é obrigado a produzir
provas contra si mesmo. O maior exemplo é a Lei
Seca, elaborada para acabar com o estratosférico
número de mortes no trânsito, causado, comprovadamente, por embriaguez ao volante. Foi preciso chegar
ao rigor zero para que a lei seja cumprida, mas, ainda
assim, a Procuradoria-Geral da União contesta no
Supremo Tribunal, alegando que é inconstitucional.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
Há quem considere, no entanto, que o jeitinho
brasileiro nem sempre é uma coisa “ruim”. Há alguns
anos, era muito comum a comercialização das fichas
de passagens do transporte coletivo. As transações
nas paradas de ônibus viraram uma prática quase
profissional,o que garantia renda para alguns ambulantes. Os que negociavam vale-transporte dessa forma viam, na venda, uma alternativa para fomentar os
salários, que até hoje estão aquém das necessidades
dapopulação.Aimplantaçãodeumsistemadecartão
de crédito com passagens não evitou o comércio por
muito tempo, e a prática está novamente na rua.
Ojeitinhobrasileiroéisto:procurarumafalhanosistema
e usá-la a seu favor.
192) Quanto às estratégias argumentativas e à
progressão do texto, percebe-se que o autor
336
a) associa o jeitinho brasileiro a diferentes
manifestações culturais para alertar a população sobre as consequências geradas
por um comportamento de validade ética
questionável.
b) compara o comportamento dos brasileiros
em situações diárias com o de outros povos
para explicar como as pessoas aprenderam
a “driblar” normas no Brasil.
c) confronta duas situações da realidade
para criticar a cultura da malandragem dos
brasileiros, apresentando argumentos de
autoridade.
d) discorre sobre a evolução histórica do comportamento pouco ético da população do
Brasil, analisando suas causas.
e) recorre a fatos da realidade no Brasil para
criticar a cultura da malandragem, mas faz
uma ressalva que justificaria esse comportamento.
Interpretação de
Textos PUCRS
INSTRUÇÃO: Responder às questões 193 a 196
com base no texto 61.
de moradia em regiões pobres.
c) as soluções encontradas pelos moradores de
uma favela do Brasil para atenuar os problemas
de moradia em regiões pobres só se aplicam
a países subdesenvolvidos, como a Índia.
d) Paraisópolis representa um exemplo da eficácia
das iniciativas públicas para solucionar problemas de moradia em regiões pobres no Brasil.
e) os profissionais indianos mudaram seu
ponto de vista em relação a medidas para
melhorar as condições de moradia em regiões pobres.
TEXTO 61
Urbanistas da Índia querem importar “jeitinho
brasileiro” para favelas de Mumbai
194) A questão para a qual o texto NÃO apresenta
resposta é:
a) Qual foi a iniciativa do governo indiano para
melhorar as condições nas favelas no país?
b) Que tipos de melhorias foram feitas pelos
moradores das favelas brasileiras?
c) A que conclusão os profissionais da Índia
chegaram com a visita ao Brasil?
d) Como os visitantes reagiram diante do que
viram?
e) Qual a intenção dos urbanistas a partir da
visita ao Brasil?.
Urbanistas ficaram empolgados com coisas
que viram em Paraisópolis.
01. UmgrupodearquitetosdaÍndiaquerlevaralgu02. mas lições aprendidas nas favelas brasileiras para
03. Mumbai para melhorar as condições de moradia
04. em regiões pobres da cidade indiana.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
Arquitetos e urbanistas do Institute of Urbanology –
uma fundação dedicada à pesquisa e difusão de ideias
de urbanismo, com sede em Mumbai – acreditam
que várias iniciativas do governo indiano de reconstruir conjuntos habitacionais acabaram produzindo
apenas corrupção, prédios decrépitos e vizinhanças
miseráveis. Em alguns casos, as condições de vida
dosmoradoresnosnovosblocosatémesmopioraram
quando eles trocaram seus casebres nas favelas por
esses novos apartamentos.
15.
16.
17.
18.
19.
Os arquitetos indianos visitaram a favela de Paraisópolis, em São Paulo, e ficaram empolgados com o
que viram. Em vez de destruir casebres e construir
conjuntos habitacionais novos, a maioria dos moradores da favela deu um “jeitinho” na sua própria casa.
20. Segundo os profissionais do Institute of Urbanology,
21. isso é muito mais eficaz para melhorar as condições
22. de moradia do que simplesmente destruir favelas
23. inteiras.
193) A partir da leitura do texto, é possível inferir que
a) a corrupção na Índia deve-se às iniciativas
do governo para solucionar o problema da
habitação no país.
b) a realidade da Índia e a do Brasil são bem
diferentes quando se trata das condições
INSTRUÇÃO: Para responder à questão 195, considere o conteúdo, a organização e os elementos
constitutivos da notícia.
1. Na manchete, o uso de aspas em “jeitinho
brasileiro” indica que a expressão assume uma
acepção própria no texto, a ser explicada no
corpo da notícia.
2. O contraste entre a imagem e o conteúdo da legenda contribui para aguçar a curiosidade do leitor.
3. A frase em destaque (linhas 01 a 04) amplia a
manchete, acrescentando um elemento relativo ao fato anunciado.
4. No primeiro parágrafo do corpo do texto (linhas 05
a 14), o leitor encontra informações suficientes para
compreender a lição aprendida pelos visitantes.
5. A citação direta no último parágrafo confere
maior veracidade aos comentários do autor.
195) Estão corretas as afirmativas
a) 1, 2 e 3.
b) 1, 4 e 5.
c) 2, 3 e 4.
d) 1, 2, 3 e 5.
e) 2, 3, 4 e 5.
337
Módulo 11
INSTRUÇÃO: Para responder à questão 196, considere o texto 60 e o texto 61.
196) Sobre as ideias dos dois textos, NÃO é possível
afirmar que
a) o posicionamento crítico do autor é mais
evidente no texto 60 do que no texto 61.
b) há apresentação de dados concretos para
tratar do tema.
c) nos dois textos os autores exploram aspectos positivos e negativos do jeitinho
brasileiro.
d) o primeiro texto apresenta o jeitinho brasileiro como uma prática a ser evitada; o
segundo, como uma solução.
e) os dois textos diferem quanto à finalidade
e à composição.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
197) Pela leitura do texto, é possível completar as
frases a seguir, com EXCEÇÃO de
a) Às vezes, as câmeras de segurança são necessárias porque _________.
b) As atividades desenvolvidas pelas escolas
para incentivar a socialização das crianças
são, entre outras, _________.
c) As escolas, ao optarem pela colocação de câmeras de vigilância nas suas dependências,
agem de acordo com _________.
d) As dificuldades de as crianças adquirirem
autonomia se agrava quando _________.
e) Entre as razões que levam os pais a exigirem
a presença de câmeras na escola, pode-se
citar_________.
INSTRUÇÃO: Responder às questões 197 a 200
com base no texto 62.
TEXTO 62
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
As câmeras de vigilância estão em todos os lugares.
No começo, a novidade incomodava, evocava
ummundocontrolado,totalitário.Maslogonosdemos
conta de que elas inibem e esclarecem crimes, ajudam
em coisas prosaicas, como controlar o trânsito.
É uma vigilância barata, segura, muitas mais virão.
Porém, a presença de câmeras na escola coloca
outras questões. O objetivo seria o mesmo, proteger
e prevenir. As intenções são louváveis, mas não se
pode ignorar um fator fundamental: a escola é a
primeira socialização não controlada pelos pais e é
necessário que assim seja. Com o olhar vigilante e
onipresente da família não se cresce. Crescemos
quando resolvemos sozinhos nossos problemas,
quando administramos entre os colegas as querelas
nem sempre fáceis. Entre as crianças, inúmeras
rusgas se resolvem sozinhas, os pais nem ficam
sabendo, e é ótimo que assim seja.
O bullying deve ser combatido, mas não dessa
forma. O preço a pagar pela suposta segurança compromete a essência de uma das funções da escola,
que é aprender a viver em sociedade sem os pais e
a sua proteção, evocada pela presença da câmera.
Na sala de aula e no pátio da escola cada um
vale por si. É preciso aprender a respeitar e ser respeitado.Nós todos já passamos por isso e sabemos
como era difícil. Não existe outra forma, é isso ou a
infantilização perpétua. A transição da casa para
a escola nunca vai ser amena.
Essa proposta de vigilância não se ancora em
razões pedagógicas, e sim na angústia dos pais em
controlar seus fi lhos. Não creio que seja a escola que
reivindica câmeras, mas quem a paga. São os pais
inseguros que querem estender seu olhar para onde
não devem. Existe uma correlação forte entre pais
controladores e fi lhos imaturos, adolescentes eternos
que demoram para assumir responsabilidades. É
possível cuidar dos nossos fi lhos mesmo permitindo
a eles experiências longe dos nossos olhos. A escola
é deles, esse é o seu espaço e seu desafio.
198) O ponto de vista do autor fundamenta-se
numa concepção de escola que, acima de
tudo,
a) constitui uma extensão da vida familiar,
estimulando o respeito e promovendo o
diálogo com os pais.
b) prioriza a preocupação com a segurança
das crianças sob sua guarda, exercendo
constante vigilância.
c) reproduz a vida em sociedade, espelhando a
violência com a qual devemos, desde cedo,
aprender a conviver.
d) assume seu papel educativo, combatendo
o bullying e resolvendo os conflitos característicos da infância.
e) promove o crescimento e a autonomia dos
alunos,orientando-os
199) Conforme seu uso no texto, “prosaicas” (linha
05), “onipresente” (linha 13) e “amena”(linha
30) equivalem em sentido, respectivamente, a
a) vulgares – onipotente – agradável
b) objetivas – autoritário – encantadora
c) corriqueiras – ubíquo – serena
d) positivas – permanente – tranquila
338
Interpretação de
Textos PUCRS
e) triviais – soberano – sombria
INSTRUÇÃO: Para responder à questão 200, analise o sentido que as expressões a seguir têm no
texto e as possíveis relações entre elas.
1. “câmeras” (linha 07)
2. “escola” (linha 07)
3. “problemas” (linha 14)
4. “bullying” (linha 19)
5. “proteção” (linha 24)
6. “sala de aula” (linha 25)
7. “infantilização” (linha 29)
8. “olhos” (linha 40)
200) As relações entre essas expressões estão
corretamente indicadas a seguir, EXCETO no
caso de
a) 1 e 8 – equivalência.
b) 2 e 4 – causa – consequência.
c) 2 e 6 – todo – parte.
d) 3 e 4 – geral – particular.
e) 5 e 7 – proporção.
INSTRUÇÃO: Responder à questão 201 com base
no texto 63.
TEXTO 63
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
Ninguém se surpreendeu com a notícia de que Washingtonpossuiumpoderososistemadeespionagem,
masarevelaçãodesuaamplitudeporEdwardSnowden
criou um escândalo planetário. Nos Estados Unidos, a
novidade foi recebida com apatia. Estão distantes os
dias em que as escutas telefônicas provocavam a ira
da população.
As revelações de Edward Snowden sobre a amplitudedoprogramadevigilânciaeletrônicadaAgênciade
Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) levantam
a questão da intromissão das agências de inteligência
dos Estados Unidos na vida dos cidadãos. Contudo,
para além do registro de metadados a partir de linhas
telefônicas e da navegação na internet, esse caso revela
outrarealidade,tambémpreocupante:amaiorpartedos
norte-americanos aprova o controle das comunicações
eletrônicas privadas. ________________________
_______________________________________.
Esse consentimento perante a espionagem nem
sempre existiu nos Estados Unidos. Algumas semanas
antes do atentado de 11 de setembro de 2001, o jornal
USATodaypublicavaamanchete:“Quatroemcadadez
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
norte-americanos não confi am no FBI” (20 jun. 2001).
Durantedécadas,estudossucessivosdaSecretariade
Justiça mostraram a forte oposição da população às
escutastelefônicaspelospoderespúblicos.Entre1971e
2001,ataxadedesconfiançachegouaflutuarentre70%
e80%.MasosatentadoscontraoWorldTradeCentere
oPentágonoe,emseguida,aguerracontraoterrorismo
empreendida por George W. Bush mudaram o cenário
econduziramosnorte-americanosareconsiderarbruscamente a oposição secular à vigilância de cidadãos.
Após um século de grande oposição, a sociedade
norte-americana aprendeu a renunciar a seu direito à
confidencialidade. Para grande parte da população –
semlembrançasdessepassadonãomuitodistante–,o
medodoterrorismoamplamentedifundidoeapromessa
de respeito aos direitos dos “inocentes” tornaram-se
mais importantes que as aspirações à proteção da vida
privada e das liberdades civis. O “deserto do esquecimentoorganizado”,segundoaexpressãodosociólogo
Sigmund Diamond, deixa o caminho livre para aqueles
que desejam manter a ordem estabelecida.
INSTRUÇÃO: Para responder à questão 201,
analise as possibilidades de inserção dos períodos
a seguir na lacuna no final do segundo parágrafo.
1. Segundo pesquisa realizada pelo jornal Washington
Post alguns dias depois das declarações de Snowden,
56% da população julgam que o programa vigilância
eletrônica é “aceitável” e 45% acreditam que o Estado
deve “ser capaz de vigiar os e-mails de qualquer pessoa
na luta contra o terrorismo”.
2. Dados veiculados pelo jornal Washington Post, logo
depois das revelações de Snowden, informam que
56% da população consideram “aceitável” o programa
de vigilância eletrônica, pois, segundo 45% dos entrevistados, não é dever do Estado “vigiar os e-mails de
qualquer pessoa na luta contra o terrorismo”.
3. Logo após as denúncias de Snowden, uma pesquisa
realizada pelo jornal Washington Post confirmou que
56% da população rejeitam o programa vigilância
eletrônica e que, para 45%, cabe ao Estado “vigiar
os e-mails de qualquer pessoa para fazer frente ao
terrorismo”.
201) O(s) período(s) que pode(m) completar a
lacuna do segundo parágrafo, mantendo a
coerência do texto, é/são, apenas,
a) 1.
b) 2.
c) 3.
339
Módulo 11
d) 1 e 2.
e) 2 e 3.
(
(
202) Pelas ideias expostas no texto, é correto deduzir que o autor
a) se revolta contra a insegurança gerada pelas
escutas telefônicas.
b) é cético quanto à possibilidade de combater
o terrorismo com o uso da tecnologia.
c) defende o direito à confidencialidade, desde
que não represente ameaça à segurança
nacional.
d) espera, com seu posicionamento, conscientizar a população para que tenha mais
cuidado ao usar a internet.
e) critica a apatia do povo americano diante da
violação de direitos individuais.
203) Sobre as relações sintáticas presentes em “o
medo do terrorismo amplamente difundido
e a promessa de respeito aos direitos dos
‘inocentes’ tornaram-se mais importantes
que as aspirações à proteção da vida privada
e das liberdades civis” (linhas 36 a 40) NÃO é
correto afirmar que
a) há uma relação de equivalência entre
“medo” e “promessa”.
b) “terrorismo” está para “medo” assim como
“respeito” está para “promessa”.
c) “amplamente” e “mais”, por serem termos
acessórios, poderiam ser suprimidos.
d) “vida” e “liberdades” são, ao mesmo tempo, elementos subordinados e principais
em relação aos termos aos quais estão
relacionados.
e) “privada” e “civis” exercem a mesma função
sintática.
INSTRUÇÃO: Para responder à questão 204, analise as afirmações a seguir sobre a forma e o conteúdo dos textos 62 e 63, e preencha os parênteses
com V (verdadeiro) ou F (falso).
(
(
) O texto 62, mais subjetivo, fundamenta o
ponto de vista desenvolvido em argumentos
do senso comum.
) O texto 63, fortemente marcado no tempo,
mobiliza conhecimentos prévios mais específi
cos do leitor.
(
) No texto 63, as sequências narrativas estão a
serviço da argumentação.
) Ambos os textos valem-se da opinião de outros autores.
) Ambos os textos são notícias, pois partem
de um acontecimento particular para discutir
questões mais amplas.
204) A sequência correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é
a) V – V – F – V – F
b) V – F – V – F – V
c) F – V – F – V – F
d) F – F – V – V – V
e) V – V – V – F – F
INSTRUÇÃO: Responder às questões 205 e 209
com base no texto 64.
TEXTO 64
Analfabetismo funcional
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
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15.
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17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
340
A condição de analfabeto funcional aplica-se a
indivíduos que, mesmo capazes de identificar letras e
números, não conseguem interpretar textos e realizar
operações matemáticas mais elaboradas. Tal condição limita severamente o desenvolvimento pessoal
e profissional. [...]
Uma variação do analfabetismo funcional parece
estar presente no topo da pirâmide corporativa e na
academia.Emumalongasériedeentrevistasrealizadas
por este escriba, nos últimos cinco anos, com
diretores de grandes empresas locais, uma queixa
revelou-se rotineira: _____ a muitos profissionais
da média gerência a capacidade de interpretar de
forma sistemática situações de trabalho, relacionar
devidamente causas e efeitos, encontrar soluções
e comunicá-las de forma estruturada. Não se trata
apenas de usar corretamente o vernáculo, mas de
saber tratar informações e dados de maneira lógica
e expressar ideias e proposições de forma inteligível,
com começo, meio e fim.
Na academia, o cenário não é menos preocupante.
Colegas professores, com atuação em administração
de empresas, frequentemente reclamam
de pupilos incapazes de criar parágrafos coerentes
e expressar suas ideias com clareza. A dificuldade
Interpretação de
Textos PUCRS
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
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45.
46.
47.
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49.
50.
51.
52.
53.
54.
55.
56.
57.
58.
59.
60.
afeta alunos de MBAs, mestrandos e mesmo doutorandos. Editores de periódicos científicos da mesma
área frequentemente deploram a enorme quantidade
de manuscritos vazios, herméticos e incoerentes
recebidos para publicação. E frequentemente seus
autores são pós-doutores!
O problema não é exclusivamente tropical. Michael
Skapinker registrou recentemente em sua coluna no
jornal inglês Financial Times a história de um professor
de uma renomada universidade norte-americana.
O tal mestre acreditava que escrever com clareza
constitui habilidade relevante para seus alunos, futuros
administradores e advogados. Passava-lhes,
semanalmente, a tarefa de escrever um texto curto,
o qual corrigia, avaliando a capacidade analítica dos
autores. Pois a atividade causou tal revolta que o
diretor da instituição solicitou ao professor torná-la
facultativa. Os alunos parecem acreditar que, em um
mundo no qual a comunicação se dá por mensagens
eletrônicas e tuítes, escrever com clareza não é mais
importante.
[...] Por aqui, vivemos uma situação curiosa: de
um lado, cresce a demanda por análises e raciocínios sofisticados e complexos. E, de outro, _____
competências básicas relacionadas ao pensamento
analítico e à articulação de ideias. O resultado é ora
constrangedor, ora cômico. Nas empresas, muitos
profissionais parecem tentar tapar o sol com uma
peneira de powerpoints, abarrotados de informação
e vazios de sentido.
Na academia, __________ textos caudalosos,
impenetráveis e ocos. Se aprender a escrever é
aprender a pensar, e escrever for mesmo uma atividade
em declínio, então talvez estejamos rumando
céleres à condição de invertebrados intelectuais.
INSTRUÇÃO: Para responder à questão 205, considere o que o texto apresenta sobre “empresa” e
“academia”.
I. Na empresa há queixa da escassez de profissionais
para a gerência.
II.Tanto na empresa quanto na academia, há profissionais que se expressam de forma ininteligível.
III. Se, nas empresas, os profissionais tentam “tapar
o sol com uma peneira de powerpoints” (linhas
53 e 54), na academia isso é feito com “textos
caudalosos, impenetráveis e ocos” (linhas 56 e 57).
205) Tem (Têm) suporte no texto a(s) afirmativa(s)
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
206) Para o autor, o analfabetismo funcional
a) restringe a ascensão pessoal e profissional.
b) provém do uso inadequado da língua culta.
c) transforma-nos em “invertebrados intelectuais”.
d) aplica-se a indivíduos que não conseguem
identificar letras e números.
e) impossibilita a ascensão das empresas ao
topo da pirâmide corporativa.
INSTRUÇÃO: Para responder à questão 207,
analise as afirmações a seguir sobre os recursos
linguísticos empregados pelo autor como estratégia
argumentativa, preenchendo os parênteses com V
(verdadeiro) ou F (falso).
(
(
(
) O emprego de vocabulário mais erudito, como
“vernáculo” (linha 17) e “pupilos” (linha 24),
contrasta com tema desenvolvido no texto.
) A enumeração de adjetivos nas linhas 29, 54
e 55, 56 e 57 revela a avaliação parcimoniosa
do autor em relação aos textos produzidos no
mundo acadêmico.
) O raciocínio que encerra a argumentação (linhas
57 a 60) indica que “aprender a escrever” e
“aprender a pensar” são atividades equivalentes
e interdependentes.
207) A sequência correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é
341
a) V – F – V
b) F – V – F
c) V – F – F
d) F – F – V
e) V – V – V
Módulo 11
208) Quanto ao sentido das palavras do texto, é
correto afirmar que
a) “analfabeto” (linha 01) e “análises” (linha 48)
têm o mesmo prefixo.
b) “herméticos” (linha 29) e “impenetráveis” (linha 57) estão relacionadas por sinonímia.
c) A palavra “tal” tem o mesmo sentido nas
linhas 36 e 41.
d) “facultativa” (linha 43) está empregada em
sentido conotativo.
e) “céleres” (linha 60) poderia ser substituída
por seu sinônimo “exaltados”.
INSTRUÇÃO: Para responder à questão 209, analise as afirmações sobre a organização do texto 64.
I. Parte do particular para o geral.
II. Vale-se de linguagem figurada.
III. Trata, no 2º e no 3º parágrafos, de situações
recorrentes no Brasil.
IV. Estabelece um contraste entre a realidade brasileira e a de países desenvolvidos.
209) Estão corretas apenas as afirmativas
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
INSTRUÇÃO: Responder à questão 210 com base no texto 65.
TEXTO 65
No Brasil, 38% dos universitários são analfabetos funcionais.
Pesquisa aponta que estudantes não conseguem interpretar e associar informações.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
Entre os estudantes do ensino superior, 38% não dominam habilidades básicas de leitura e escrita, segundo
o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado nessa segunda-feira pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM)
e pela ONG Ação Educativa. Criado em 2001, o Inaf é realizado por meio de entrevista e teste cognitivo aplicado
em uma amostra nacional de 2 mil pessoas entre 15 e 64 anos. Elas respondem a 38 perguntas relacionadas ao
cotidiano, como, por exemplo, sobre o itinerário de um ônibus ou o cálculo do desconto de um produto. O indicador
classifica os avaliados em quatro níveis diferentes de alfabetização: plena, básica, rudimentar e analfabetismo.
Aqueles que não atingem o nível pleno são considerados analfabetos funcionais, ou seja, são capazes de
ler e escrever, mas não conseguem interpretar e associar informações.
210) Assinale a alternativa correta sobre os textos 64 e 65.
a) O texto 64 credita à tecnologia a atual ausência de pensamento crítico e de criatividade.
b) O texto 65 apresenta a causa do analfabetismo funcional.
c) No texto 64, pode-se depreender que o autor é um escritor renomado, o que se confirma pela
utilização da palavra “escriba” (linha 10).
d) Ambos os textos pertencem ao mesmo gênero textual.
e) Os dois textos valem-se de tipos diferentes de pesquisa para discorrer sobre o tema.
342
Interpretação de
Textos PUCRS
INSTRUÇÃO: Responder às questões 211 a 215
com base no texto 66.
211) Pela leitura do texto, é possível concluir que
a) os moradores de rua não têm preocupação
com sua intimidade.
b) aqueles que fazem da rua sua casa dão
um novo significado para seus objetos
pessoais.
c) as ruas têm uma lógica própria de funcionamento, que inviabiliza a proteção do
indivíduo.
d) os excluídos constroem nas ruas limites
invisíveis para substituir o espaço que lhes
é vedado.
e) os aspectos mais violentos da existência
humana são expostos por aqueles que
vivem na rua.
TEXTO 66
Entre o espaço público e o privado
01.
02.
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39.
Excluídos da sociedade, os moradores de rua
ressignificam o único espaço que lhes foi permitido
ocupar, o espaço público, transformando-o em
seu “lugar”, um espaço privado. Espalhados pelos
ambientes coletivos da cidade, fazendo comida no
asfalto, arrumando suas camas, limpando as calçadas
como se estivessem dentro de uma casa: assim vivem
os moradores de rua. Ao andar pelas ruas de São
Paulo, vemos essas pessoas dormindo nas calçadas,
passando por situações constrangedoras, pedindo
esmolas para sobreviver. Essa é a realidade das
pessoas que fazem da rua sua casa e nela constroem
sua intimidade. Assim, a ideia de individualização que
está nas casas, na separação das coisas por cômodos
e quartos que servem para proteger a intimidade do
indivíduo, ganha outro sentido. O viver nas ruas, um
lugar aparentemente inabitável, tem sua própria lógica
de funcionamento, que vai além das possibilidades.
A relação que o homem estabelece com o
espaço que ocupa é uma das mais importantes para
sua sobrevivência. As mudanças de comportamento
social foram sempre precedidas de mudanças físicas
de local. Por mais que a rua não seja um local para
viver, já que se trata de um ambiente público, de
passagem e não de permanência, ela acaba sendo,
senão única, a mais viável opção. Alguns pensadores
já apontam que a habitação é um ponto base e
adquire uma importância para harmonizar a vida.
O pensador Norberto Elias comenta que “o quarto
de dormir tornou-se uma das áreas mais privadas
e íntimas da vida humana. Suas paredes visíveis
e invisíveis vedam os aspectos mais ‘privados’,
‘íntimos’, irrepreensivelmente ‘animais’ da nossa
existência à vista de outras pessoas”.
O modo como essas pessoas constituem o único
espaço que lhes foi permitido indica que conseguiram
transformá-lo em “seu lugar”, que aproximaram, cada
um à sua maneira, dois mundos nos quais estamos
inseridos: o público e o privado.
INSTRUÇÃO: Para responder à questão 212, analise as afirmações a seguir sobre a organização das
ideias no texto, preenchendo os parênteses com V
(verdadeiro) ou F (falso).
(
(
(
(
) A sequência descritiva do primeiro parágrafo
confere concretude às ideias apresentadas.
) Há uma relação de oposição entre as duas
últimas frases do primeiro parágrafo.
) O segundo parágrafo discorre sobre as causas
da situação, apresentando argumentos baseados em dados históricos.
) A última frase do texto reforça o ponto de vista
do autor e propõe uma solução para o problema
discutido.
212) A sequência correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – V – F
b) V – F – F – F
c) F – F – F – V
d) V – V – V – F
e) F – V – F – V
213) Levando em conta o sentido original e a
correção do texto, o trecho _________ pode ser
substituído por _________.
a) “Excluídos da sociedade” (linha 01) – “Conquanto sejam excluídos da sociedade”
343
Módulo 11
b) “que lhes foi permitido ocupar” (linhas 02
e 03) – “cuja ocupação lhes foi permitida”
c) “ganha outro sentido” (linha 16) – “ganham
outro sentido”
d) “foram sempre precedidas de” (linha 22) –
sempre precederam
e) “dois mundos nos quais estamos inseridos”
(linhas 38 e 39) – “dois mundos aos quais
estamos inseridos”
INSTRUÇÃO: Responder às questões 216 e 217
com base no texto 67.
TEXTO 67
214) Considerando o uso das expressões no texto,
a afirmação correta é
a) “assim” (linha 07) e “Assim” (linha 13) expressam a ideia de consequência.
b) “aparentemente” (linha 17) modifica o
sentido de “lugar” (linha 17).
c) “sempre” (linha 22) refere-se a “mudanças
físicas de local” (linhas 22 e 23).
d) “mais que” (linha 23) e “mais” (linha 26)
estabelecem comparações.
e) “senão” (linha 26) contrapõe uma ideia
provável a uma certeza.
INSTRUÇÃO: Para responder à questão 215, analise as afirmações sobre o sentido e a formação das
palavras no texto.
I. Há uma relação de sinonímia entre “ressignificam”
(linha 02) e “constituem” (linha 35).
II. “calçadas” (linha 09) está para “ruas” (linha 08)
assim como “cômodos” (linha 14) está para “casas” (linha 14).
III. A relação entre “Excluídos” (linha 01) e “inseridos”
(linha 39) é a mesma que se estabelece entre “individualização” (linha 13) e “separação” (linha 14).
IV. As palavras “intimidade” (linha 13), “inabitável”
(linha 17) e “invisíveis” (linha 32) têm o mesmo
prefixo.
215) Estão corretas apenas as afirmativas
INSTRUÇÃO: Para responder à questão 216, considere as sugestões de reescrita para o slogan da
campanha.
1. Dar esmola? Não ajuda.
2. Dar esmola? Não. Ajuda.
3. Dar esmola não! Ajuda.
4. Dar esmola? Ajuda não?
5. Dar esmola ajuda, não?
216) O sentido da campanha e a correção gramatical seriam mantidos considerando-se apenas
a) 1 e 3.
b) 2 e 4.
c) 1, 2 e 3.
d) 3, 4 e 5.
e) 1, 2, 3 e 5.
217) De acordo com a ideia veiculada pela campanha, o nexo que estabeleceria a correta relação
entre as orações do cartaz mostrado pelo morador
de rua, desconsiderando-se as modificações de
pontuação, é
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II, III e IV.
a) que.
b) mesmo que.
c) portanto.
d) contanto que.
e) enquanto.
344
Interpretação de
Textos PUCRS
INSTRUÇÃO: Responder à questão 218 com base
nos textos 66 e 67.
218) Pela leitura dos textos, é possível chegar à
seguinte conclusão:
a) A linguagem do texto 66 é tão persuasiva
quanto a do texto 67.
b) Ao contrário do texto 66, o texto 67 apresenta um ponto de vista único.
c) A presença de aspas no texto 66 marca a
posição contraditória do autor.
d) Há uma passagem do texto 67 que faz uso
de ambiguidade semântica intencional
para provocar estranhamento.
e) Em ambos os textos, a variante linguística
é a norma padrão.
345
Módulo 11
“O tolo nem perdoa nem esquece; o ingênuo perdoa e
esquece, o sábio perdoa, mas não esquece.”
Thomas Szasz, psiquiatra húngaro.
NÃO
FINALIZE
ESTE
MÓDULO
Se você chegou até aqui,
parabéns.
01.D
02.E
03.A
04.B
05.E
06.C
07.B
08.B
09.D
10.C
11.E
12.A
13.C
14.B
15.C
16.A
17.B
18.E
19.E
20.B
21.D
22.A
23.D
24.D
25.A
26.A
27.E
28.C
29.A
30.C
31.D
32.B
33.A
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35.B
36.E
37.E
38.A
39.D
40.E
41.B
42.A
43.B
44.D
45.D
46.A
47.D
48.B
49.A
50.E
51.E
52.A
53.A
54.A
55.D
56.C
57.B
58.B
59.A
60.D
61.B
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63.B
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65.E
66.C
67.D
68.B
69.E
70.D
71.E
72.E
73.A
74.C
75.B
76.B
77.E
78.B
79.C
80.C
81.E
82.B
83.E
84.A
85.D
86.B
87.D
88.E
89.C
90.B
91.E
92.B
93. E
94. B
95. C
96. D
97. C
98. E
99. C
100.B
101.D
102.D
103.A
104.A
105.E
106.A
107.C
108.C
109.D
110.B
111.D
112.E
113.C
114.B
115.D
116.E
117.E
118.D
119.E
120.C
346
121.A
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123.D
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125.B
126.E
127.C
128.C
129.D
130.D
131.A
132.E
133.D
134.A
135.B
136.D
137.D
138.B
139.D
140.D
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142.B
143.D
144.C
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152.E
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171.A
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173.E
174.A
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176.A
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178.E
179.D
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181.A
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183.B
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186.D
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188.A
189.C
190.C
191.D
192.E
193.E
194.B
195.A
196.C
197.B
198.E
199.C
200.B
201.A
202.E
203.C
204.E
205.D
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207.A
208.B
209.C
210.E
211.D
212.B
213.B
214.E
215.A
216.C
217.A
218.D
12
Aulas,
modelos e
temas de
redação I
“Ninguém pode fazer você se sentir
inferior sem seu consentimento.”
Theodore Roosevelt.
Módulo 12
PUC Tema 83
– O difícil para mim é começar...
– Estou sem inspiração, hoje.
– Fico bloqueado quando tenho que escrever obrigado!
– Minha letra é horrorosa...
– Idéias até que eu tenho, o que não sei é a gramática.
– Tenho muitas idéias, mas não consigo colocá-las no papel...
– Dá muito trabalho ficar escrevendo, prefiro falar por telefone.
– Ah, não! Redação de novo?!
Embora em situação escolar muitas vezes seja possível driblar essa obrigação, ou realizá-la apenas para
“passar de ano”, mais cedo ou mais tarde chega o momento em que comunicar-se por escrito - e bem - tornase indispensável, às vezes até decisivo. Neste caso, a solução para os que não têm proficiência de escrita será
identificar suas dificuldades e buscar maneiras de superá-las.
Caso esse for seu caso, leve em consideração os seguintes questionamentos:
Por que escrever nem sempre é fácil?
O que se pode fazer para superar as dificuldades com a escrita?
Se, entretanto, você não tem dificuldades para escrever, ou prefere abordar o assunto pelo lado positivo,
poderá fazê-lo, refletindo sobre o tema seguinte:
A importância de escrever com proficiência para o sucesso pessoal e profissional.
Qualquer que seja sua opinião, organize um texto opinativo apresentando seus pontos de vista por meio
de argumentos consistentes. Não se esqueça de que em uma dissertação devem predominar nossas reflexões
sobre o tema proposto.
Modelo
O domínio da língua portuguesa
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Na sociedade atual, um domínio adequado da língua portuguesa é fundamental para a manutenção de
nossas relações pessoais e profissionais. Por domínio adequado, entende-se um conhecimento que permita
estabelecer um diálogo eficaz e que não provoque más impressões. Alguém que cometa erros elementares na fala transmite
a impressão, geralmente verdadeira, de ser inculto e até mesmo ignorante. Porém, ao nos comunicarmos
utilizando uma estrutura complexa, podemos, despropositadamente, demonstrar arrogância e afastar outras
pessoas devido a essa primeira impressão.
É comum encontrarmos indivíduos que, ao falarem, demonstram sua falta de conhecimento. Através de
erros de elementos básicos do idioma, exibem uma origem humilde e, por isso, perdem oportunidade de melhorar
sua vida. Em qualquer entrevista de emprego, os avaliadores eliminam automaticamente alguém que demonstre
não ter um bom domínio da língua portuguesa, pois, se o candidato ao emprego não sabe sequer falar corretamente,
não poderá desempenhar uma função importante, na qual, provavelmente, será necessário o uso escrito do
idioma, que exige um conhecimento ainda maior para ser usado. Então, é necessário conhecer o português em um
nível que não demonstre ignorância para ser possível viver num patamar social menos ordinário.
Por outro lado, não é necessário chegar ao extremo de saber e usar todas as regras do padrão culto do
idioma, pois até nos romances brasileiros isso é difícil de ser encontrado. O uso desta língua portuguesa formal
pode, por si só, passar a impressão de que estamos sendo esnobes e arrogantes, além de haver o risco de não
compreenderem o que dizemos. Qualquer profissional, como médicos e advogados, que precise lidar com a classe
popular, enfrentará dificuldades se utilizar um modo complexo de falar, pois seu público de clientes não conseguirá
estabelecer um diálogo eficaz com ele e tomará para si que aquele não é um bom profissional, obtendo uma má
reputação.
Assim, é essencial procurar sempre melhorar o nosso conhecimento sobre a língua portuguesa para não
passarmos impressões negativas a nosso respeito, mas sem cometer exageros, que podem ser tão ruins quando
não saber usar o idioma. O nosso modo de falar pode definir a opinião de uma pessoa sobre nós, e, por isso,
devemos saber adequar o uso de nosso domínio do Português a cada situação.
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Aulas, Modelos e
Temas de Redação 1
Aula
1“Estrutura do Parágrafo”
“Para que um grande sonho se torne realidade,
você precisa primeiro de um grande sonho.”
NÍVEL EXCELENTE:
Os parágrafos são semanticamente autônomos, bem divididos, tendo em sua maioria
mais de uma frase cada, todas elas convergentes com o tópico tratado.
NÍVEL PÉSSIMO :
Não há divisão dos parágrafos ou a divisão é arbitrária, não refletindo organização
semântica
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Módulo 12
PUC Tema 75
A tira acima, retirada de mensagem publicitária, faz graça de uma realidade bem próxima de você: o período que precede a realização do concurso vestibular, no qual todos os recursos possíveis são mobilizados,
inclusive a intermediação dos santos.
Suponha que você esteja concluindo o Ensino Médio e seja convidado a escrever um texto opinativo
para o jornal do Grêmio Estudantil de sua Escola, sobre o tema.
Fatores que tornam bem sucedida a preparação para o Vestibular.
Baseado em sua experiência e no que você observa a seu redor, redija um texto opinativo, dissertativo,
apresentando seus pontos de vista sobre o que considera importante para ser bem sucedido no vestibular.
Embora seja um texto direcionado a sua comunidade escolar, o jornal é exigente: sua dissertação deve
ser apresentada de acordo com norma culta escrita no idioma.
Modelo
Preparação
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A preparação para vestibulares concorridos é uma verdadeira fonte de estresse para muitas pessoas. A
incapacidade de alguns vestibulando de programar um roteiro de estudos que deve ser seguido por longo período,
além da supervalorização que dão a seus concorrentes, são fatores que contribuem para o aumento de seu
estresse, o qual implica, não raro, a obtenção de resultados insatisfatórios no concurso.
A organização de uma produtiva rotina de estudos, porém não exaustiva, é fundamental à preparação para
o vestibular. Entretanto, é justamente essa a dificuldade de inúmeros vestibulandos, os quais, próximo à data da
prova, percebem que, como conseqüência da ausência de um planejamento de estudos, o período de pouco
menos de um ano tornou-se insuficiente para estudar o grande volume de matéria exigida pelo concurso. Então,
ser extremamente disciplinado em relação aos horários e distribuição dos conteúdos de estudos é necessário para
o bom aproveitamento do tempo disponível até o vestibular. Ademais reservar períodos do dia para o lazer e
atividades físicas é essencial para que o estudante se mantenha disposto a estudar durante meses, sem que seja
tomado pelo estresse e pela monotonia que tal rotina pode causar.
Outro fator relevante que atrapalha os vestibulandos é a pressão que sentem devido ao grande número de
candidatos por vaga nos cursos mais concorridos. Isso acarreta em muitos o sentimento de inferioridade em
relação aos concorrentes, que nem sempre é coerente com a realidade, mas invariavelmente, baixa a auto-estima
do estudante. A fim de evitar essa frustração antecipada, é imprescindível que o vestibulando realize provas
simuladas, por meio das quais é possível comparar seu desempenho com os de outros candidatos, além de,
obviamente, avaliar se sua preparação está atendendo às suas expectativas e, caso contrária, modificá-la.
Portanto, adaptar-se a uma rotina de estudos, na qual também haja tempo para a distribuição e ter noção
de como está seu desempenho em relação ao de outros candidatos ao mesmo curso no vestibular são fatores que
tornam bem sucedida a preparação para o concurso. Sendo que o aspecto fundamental para que todo o esforço
feito durante um ano não seja em vão é a consciência de que, de fato, sabe-se tudo que foi estudado.
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Aulas, Modelos e
Temas de Redação 1
Aula
2 “Ângulo de Abordagem”
“Espere o melhor, prepare-se para o pior e aproveite o que vier.”
Zig Ziglar, escritor americano.
CLAREZA:
NÍVEL EXCELENTE:
Percebe-se claramente o ponto de vista do autor sobre o tema, ou no início ou ao
longo do texto.
NÍVEL PÉSSIMO :
O autor não expressa claramente seu ponto de vista. O texto se exime de ter idéias,
tergiversa.
Introdução -
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Conclusão Objetivo -
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Módulo 12
14) UFRGS 1996
O ser humano é capaz de experienciar uma grande variedade de estados emocionais. Assim, podemos
estar tristes, ou ansiosos, ou eufóricos, etc. Muitas vezes não sabemos por que estamos nos sentindo desta
ou daquela maneira. Há ocasiões, inclusive, em que não sabemos sequer definir o que sentimos. As emoções
são, por natureza, muito complexas.
O sentimento de solidão é um claro exemplo da complexidade das emoções humanas. Em primeiro lugar,
defini-lo não é tão simples como pode parecer à primeira vista. Solidão não significa ausência de companhia.
Podemos nos sentir solitários mesmo estando cercados de pessoas; por outro lado, muitas vezes, sozinhos,
não sentimos solidão. Outro aspecto controverso desse sentimento diz respeito ao seu valor para o indivíduo.
Será que a solidão é sempre prejudicial, ou ela pode trazer, também, benefícios?
Sua dissertação tratará deste tema - a solidão. Procure caracterizar esse sentimento e identifique um
episódio ou um momento na sua vida em que você tenha se sentido solitário. Discuta as possíveis causas e
conseqüências dessa experiência, buscando avaliar o papel que ela exerceu na formação da sua personalidade.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um
esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas
apresente-a inserida em um texto argumentativo e organizado dissertativamente.
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Para sermos leais a seu verdadeiro significado em nossas vidas, devemos considerar a solidão como a
expressão de um estado de carência sentimental que, diferentemente da significação dada a ela no dicionário,
pode manifestar-se tanto quando estamos sós como quando acompanhados por amigos. Dessa forma, a solidão
não é causada por deficiência social - falta de relacionamentos - mas sim por insuficiência sentimental.
Durante toda nossa vida buscamos relacionamentos que supram nossas necessidades sentimentais. A
relação mais importante no âmbito do sentimento é, sem dúvida, a que temos com nossos pais. São eles que nos
provêem com o incentivo e a compreensão frente às adversidades por que passamos durante a vida, bem como
com o carinho e amor necessários a consolar-nos quando fracassamos na luta para superá-las. A falta de um
deles, por qualquer que seja o motivo, abre lacunas sentimentais que, se não preenchidas rapidamente, repercutirão
nos levando à solidão. Por exemplo, um menino cuja vida foi alicerçada na proteção materna e na segurança
paterna, ficará desamparado no caso de faltar-lhe um desses, especialmente o pai, cuja segurança servia como
suporte emocional diante das provações da vida. Nessa situação (falta da estrutura paterna) esse menino, se nada
fizer para alterá-la, aprofundará a solidão e conseqüentemente tornar-se-á propenso à depressão. Pode, entretanto,
ao tentar preencher tal lacuna, tornar-se mais maduro, propiciando a formação de uma personalidade mais
responsável, uma vez que seus problemas devem ser encarados e solucionados sem o auxílio daquele que antes
lhe ditava a postura adequada para enfrentar cada situação.
Portanto, essa carência sentimental, ou seja, essa solidão, embora represente sofrimento, pode repercutir
positivamente em nossas vidas. Como exemplificado, a busca de sua superação possibilita um rápido
amadurecimento que, acompanhado de responsabilidade, permite-nos a formação de uma personalidade mais
preparada para o enfrentamento das dificuldades da vida.
Anotações
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Aulas, Modelos e
Temas de Redação 1
Aula
3 “Consistência”
“Conselho é o que nós pedimos quando sabemos a resposta mas não a desejamos.”
Erlsa Jong, escritora americana.
NÍVEL EXCELENTE:
É integra a abordagem do tema construída a partir do ponto de vista, que se mantém
ao longo do texto sem contradições ou dispersões.
NÍVEL PÉSSIMO :
O texto deixa idéias soltas, que não convergem ou se contradizem. O que se promete
não é cumprido.
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Módulo 12
13) UFRGS 1996 Projeto Piloto
Ficar irritado é um comportamento bastante comum no ser humano. É difícil definir com precisão este
estado de espírito, mas é fácil identificá-lo. Todos nós já passamos por situações em que ficamos irritados.
Na vida atribulada das grandes cidades, com todos os seus compromissos e contratempos, a irritação já faz
parte do dia-a-dia de muitas pessoas.
Várias são as circunstâncias que podem levar um indivíduo a ficar irritado: o trânsito congestionado, uma
fila que não anda, uma música barulhenta, uma gripe persistente, etc. Cada pessoa reage diferentemente a
essas situações, sendo que, muitas vezes, o que é irritante para alguns pode ser agradável para outros.
Pois bem, sua dissertação versará sobre este tema - a irritação. Para desenvolvê-la, identifique uma ou
mais situações em que você tenha ficado realmente irritado. Discuta os motivos de sua irritação, as atitudes
mais comuns que as pessoas tomam quando estão irritadas e as maneiras mais adequadas de enfrentar situações que provocam irritação. Desde já fique claro que não estará em julgamento o fato em si, mas sim o
texto que você produzirá para discutir o assunto.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um
esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas
apresente-a inserida em um texto argumentativo e organizado dissertativamente.
Modelo
A Irritação
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Atualmente, o sentido de irritação faz-se cada vez mais comum entre nós. Vivemos em uma sociedade
truculenta e repleta de dificuldades, as quais atiçam as imprevisíveis manifestações da incontida irritabilidade do
homem. Mesmo aparentando ser um comportamento inesperado, há inúmeras razões plausíveis para ficar irritado,
tais como uma dificuldade financeira, problemas amorosos, dificuldades no trabalho, congestionamento no
trânsito, entre tantos outros. Seja qual for a causa aparente da irritação, uma notória expressão desse sentimento
dá-se dentro dos nossos lares.
É comum termos a idéia de que nossas casas são o refúgio ideal para os problemas do cotidiano, evitando
que as dificuldades externas pertubem-nos, consolidando, dessa forma, nossos lares como ambientes pacíficos e
livres de casualidades exteriores que nos irritam. Todavia, o nosso lar pode ser o estopim desencadeador da
irritação. Essa aparente dicotomia é facilmente esclarecida quando analisamos o dia-a-dia de um aposentado.
Após décadas de árduo trabalho, no início do período de aposentadoria na vida do homem, a fatigante rotina do
emprego é substituída por horas de lazer e descanso dentro de casa. Inicialmente, tal situação é muito confortável,
mas ao longo do tempo, passar meses dentro de casa e estar em maior contato rotineiro começam a gerar uma
série de atritos familiares e os primeiros sinais de irritação, os quais tendem a ficar menos corriqueiros e mais
intensos, transformando-se em uma irritação exarcebada e crônica. Logo, o tédio por estar mais tempo em casa,
oriundo da falta de trabalho, e o agastamento com os demais familiares caracterizam-se como causas imediatas
da irritação. Como conseqüência, o volumoso excesso de exasperação incontida pode levar o homem a súbitas
reações violentas dentro do próprio lar como única forma de atenuar tamanha irritabilidade, misto de angústia e
sufocamento que irrita e desespera o homem nessa situação.
É evidente que estar aposentado e passar mais tempo dentro de casa são apenas motivos superficiais e
momentâneos para esse sentimento. Então, qual é a verdadeira causa de tais exarcebadas irritações? Certamente,
não são os motivos externos que desencadeiam esse estado de espírito, mas sim os próprios conflitos internos que
um aposentado experiencia diante da sua irremediável realidade. Eis, portanto, a causa primordial desse sentimento
pertubador: a inexorável desestruturação psicológica do homem em virtude da noção de paulatina desagregação
de parte de sua vida, ou seja, do trabalho a que dedicou anos a fio de incansável esforço. Esse contexto desencadeia
um profundo conflito psicológico, no qual o aposentado passa a questionar-se diante da sua nova posição
perante a vida, percebendo que não há mais os antigos objetivos que o motivavam e o impulsionavam ao
trabalho, à busca do sustento e à realização profissional. Logo, quando vislumbra que nada mais resta daquele
árduo passado – agora tão enaltecido – sente-se verdadeiramente inútil e desiludido, reflexo de uma total frustração
e insatisfação pessoal diante da vida, incrustando, em si próprio, de forma definitiva, um grande desconforto que
gera toda a irritabilidade ao seu redor, a qual eclode, de maneira repentina, em virtude dos mais ínfimos contragostos.
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Aulas, Modelos e
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Portanto, muitas razões nem sempre identificam os verdadeiros motivos da irritabilidade das pessoas; fica
claro que existem, de fato, tantas causas superficiais quanto o autêntico motivo para comportar-se de modo
irritadiço. Além disso, a junção desses fatores faz da irritação um problema permanente com o qual é muito difícil
lidar, tanto para quem está irritado quanto para quem sofre as conseqüências da irritação. Enfim, cabe a todos os
envolvidos com tal sentimento exercitar a paciência e a indulgência, a fim de amenizar ao máximo as acachapantes
conseqüências desse comportamento entre nós.
Aula
4 “Autonomia”
“Nunca aprendi nada com aqueles que sempre concordam comigo.”
Dudley Field Malone, advogado americano.
NÍVEL EXCELENTE:
O texto revela esforço pela autoria, ou por seu ponto de vista criativo e original, ou por
suas idéias incomumente relacionadas; por isso, desperta interesse.
NÍVEL PÉSSIMO :
O ponto de vista adotado é banal e apenas constata obviedades. As idéias que o sustentam trabalham no plano do senso comum e são relacionadas de forma previsível.
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Módulo 12
10) UFRGS 1994
Ao longo de nossas vidas, fazemos parte, voluntária ou involuntariamente, de diversos grupos humanos
a um só tempo. Numa tentativa de identificação de tais grupos, perceberemos que seu delineamento está
relacionado à existência de critérios de inclusão. Isso significa que determinadas características, valores,
comportamentos, etc. marcam um indivíduo como pertencendo ou não a um grupo. Em muitos casos, tais
critérios abrem duas opções ao indivíduo: ele poderá, com maior ou menor grau de consciência, aderir a eles,
tornando-se um integrante do grupo, ou negá-los, diferenciando-se do mesmo.
Digamos, por exemplo, que o grupo dos ex-fumantes se caracterize por uma conduta de eterna vigilância,
produzindo freqüentemente discursos acerca dos malefícios do cigarro e segregando os fumantes, entre outros
traços. Essa é a “bandeira” dos ex-fumantes. Muitos grupos existem, caracterizados por diferentes “bandeiras”:
os próprios fumantes, as feministas, os machões, os esportistas, os “caretas”, as “peruas”, os viajados, os conquistadores, os intelectuais, os esnobes, etc. O importante é constatar que, em relação a grupos como os acima, as
pessoas sempre têm o inarredável direito de não fazer parte deles, rejeitando seus valores e sua forma de ser.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este tema - os critérios de inclusão em um determinado grupo
e as razões pelas quais você não quer fazer parte dele.
Para desenvolvê-la, identifique um grupo humano do qual você não quer fazer parte, defina suas características, comentando-as, e exponha por que você não quer integrar esse grupo. Desde já fique claro que não
estarão em julgamento nem a imagem que você faz de determinado grupo, nem o mérito de suas opções,
mas sim a qualidade de sua análise e a consistência de sua argumentação.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um
esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas
apresente-a inserida em um texto argumentativo e organizado dissertativamente.
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Ser Modelo
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O sonho da grande parte das adolescentes brasileiras é tornar-se modelo. Entretanto, muitas dessas meninas
esquecem que participar desse grupo significa abandonar uma série de valores pessoais e começar uma batalha,
a qual, por não depender apenas da modelo, não traz, na maioria das vezes, os benefícios esperados.
A participação no grupo das modelos exige muitos sacrifícios. Para iniciar a carreira de modelo, a menina
precisa, primeiramente, mudar-se para os grandes centros urbanos, abdicando da família, dos amigos e dos
estudos. Nesses locais, as adolescentes têm péssimas condições de higiene e alimentação, pois mais de dez
meninas compartilham minúsculos apartamentos. Além disso, essas jovens são obrigadas a expor seu corpo, o
qual deve estar exatamente dentro dos padrões exigidos pelas agências. Essa supervalorização do físico acaba
denegrindo o caráter da modelo, que é, em muitos casos, confundida com prostitutas. Deve-se considerar, ainda,
que essas jovens jamais terão chance de mostrar seus sentimentos e suas opiniões, já que seu corte de cabelo, o
comprimento de suas unhas, enfim, tudo é determinado pela agência. Há, assim, uma negação da personalidade
e um descontrole perante os rumos futuros, o que torna a vida dessas adolescentes um tanto vazias, restando,
apenas, a falta de perspectiva quando o sucesso não é alcançado.
Por outro lado, fora desse grupo, muitas meninas investem em seus estudos, escolhem uma profissão e
constituem uma família. Nesse caso, existe a possibilidade do contato humano e da preocupação com os outros,
ocorrendo, então, uma humanização. Ao contrário do que acontece com as modelos, pessoas que investem no
lado intelectual e humano têm seu caráter valorizado. Exige-se, nessa situação, opiniões bem estruturadas que
possam, até mesmo, servir de exemplos para outros indivíduos, já que muitos intelectuais fazem trabalhos voluntários,
sendo capazes de influenciar na formação da opinião de grande número de pessoas humildes, devido ao carisma
que alcançam através desse tipo de ajuda. Além disso, uma pessoa escolarizada tem maior capacidade de
administrar a própria vida, não permitindo que outros a manipulem.
Assim como no grupo das modelos, a participação em diversos outros grupos pode trazer uma série de
malefícios para a vida pessoal do indivíduo. Cabe, portanto, a cada um escolher os grupos dos quais quer fazer
parte. Porém, antes de tomar qualquer decisão, convém analisar os aspectos positivos e negativos de cada grupo,
associando-os aos valores pessoais.
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Aulas, Modelos e
Temas de Redação 1
Aula
5 “Coesão Textual”
“Guardar ressentimento é como tomar
veneno e esperar que a outra pessoa morra.”
Malachy McCourt, escritor americano.
NÍVEL EXCELENTE:
Há um uso adequado e preciso de nexos, de modalizadores, dos tempos verbais, de
referências anafóricas e da substituição lexical.
NÍVEL PÉSSIMO :
O texto não faz uso de recursos de coesão para qualificar-se, ou emprega-os inadequadamente.
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Módulo 12
PUC Tema 78
Você sabe o que quer dizer preconceito? A palavra vem de PRÉ + CONCEITO, ou seja, é um conceito formado por antecipação, sem reflexão. Veja o que diz o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:
preconceito (...) “atitude, sentimento ou parecer insensato, especialmente de natureza hostil, assumido em
conseqüência da generalização apressada de um experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância (...).
Essa “doença da alma’, conforme define Lya Lyft, pode tomar muitas formas - preconceitos em relação à
raça, à classe social, à lingua, à aparência física, à idade, a deficiências físicas ou mentais são apenas alguns
exemplos.
Se preferir este tema, pense no que diria em resposta a esta pergunta: Qual o pior tipo de preconceito?
Após, redija sua dissertação, identificando o tipo de preconceito que selecionou e justificando sua escolha
por meio de argumentos consistentes e de exemplos.
Anotações
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Temas UFRGS
2) UFRGS 1986
Como sabemos, a linguagem funciona como uma ponte entre as pessoas, permitindo a transmissão de
idéias e o estabelecimento de relações interpessoais. No entanto, todos já passaram pela situação de não ver
bem compreendida a mensagem que pretendiam transmitir. Muitas vezes, isso ocorre por usarmos termos
que podem aludir a vários significados ou possibilitam diferentes interpretações.
Tal situação é mais freqüente quando se trata de palavras ou expressões relativamente novas, ou de significado novo. É o caso generalizado da gíria, que tem uma agilidade muito grande no que se refere a designar
fenômenos recentes, mas, ao mesmo tempo, ocasiona problemas de compreensão. Às vezes, isso se deve à
sua aplicabilidade, restrita a um fenômeno conhecido somente por pequenos grupos; às vezes, ao fato de
“subverter” o significado original de uma palavra, que passa a ter outra acepção.
Pois bem: a redação que você vai escrever deverá abordar uma palavra ou expressão de gíria. Localize
em sua experiência uma gíria que você conheça, apresente-a, defina seu significado, seu uso, os grupos em
que ela circula, as reações que ela pode suscitar, os equívocos que ela pode ocasionar, etc.
Para executar essa tarefa, lembre-se de que você está sendo solicitado a escrever uma dissertação, texto
que se caracteriza por apresentar um esforço de racionalização, de objetivação das idéias de seu autor.
Fique claro que não estará em questão a escolha da palavra ou expressão de gíria em si, sob qualquer
ponto de vista imaginável (estético, lingüístico, moral, etc.) mas sim sua capacidade de elaborar um texto
dissertativo claro, coerente e bem estruturado, que atenda à solicitação feita.
3) UFRGS 1987
As ações e atitudes que as pessoas tomam no decorrer de sua vida são, de certa maneira, regidas por
valores e normas próprias de cada um. Evidentemente, para cada decisão mais importante, concorrem diversos aspectos que são ponderados entre si e acaba prevalecendo o de maior importância para cada indivíduo.
Isso, evidentemente, também ocorre com você e é possível, depois do fato ocorrido, fazer uma reflexão
sobre essa atitude, tentando compreendê-la. Sua redação terá como tema, exatamente, uma reflexão sobre
uma atitude tomada. Você situará um ato ou atitude de sua vida passada (não interessando sua importância,
originalidade, etc) e fará uma análise crítica da mesma, verificando que alternativas de ação você tinha, quais
os valores implicados em cada uma e identificando aquele que mais pesou no seu ato. Se for o caso, você
poderá fazer uma reflexão adicional: a atitude tomada naquela ocasião seria a mesma que tomaria hoje? Quais
os motivos da manutenção ou da mudança verificada?
Embora sua redação tenha como pano de fundo um episódio, você deverá identificá-lo apenas brevemente, passando à reflexão que constituirá o foco de sua dissertação.
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Módulo 12
Modelo
Sonhos de Criança
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“O que você quer ser quando crescer? “ Essa é uma pergunta tão fácil de ser respondida quando somos
crianças, entretanto, no momento em que realmente temos de fazer essa escolha, a questão torna-se complexa.
Comigo não foi diferente. No tempo de menina não hesitava em dizer que seria médica. Hoje, a resposta surge
depois de um longo período de reflexão e já não é a mesma: optei por medicina veterinária.
Essa foi a mais difícil decisão que tomei em minha vida, pois a medicina sempre me chamou a atenção. O
heroísmo de salvar vidas e o desafio que é lidar com o ser humano me fascinam. Além disso, eu adoro trazer o bem
às pessoas, dar-lhes esperança e, pelo menos, um pouco de alegria e conforto. Na hora de decidir, coloquei no
papel todos os prós e contras dessa profissão e o resultado foi inesperado; mudei de idéia. O que mais contribuiu
para eu tomar essa decisão foi o estilo de vida de um médico. Sempre correndo, ele precisa de tempo para fazer
consultas e/ou cirurgias, realizar plantões, estudar, cuidar da própria saúde e ainda por cima ter uma vida particular.
Por outro lado, um veterinário tem um dia-a-dia mais calmo: vive em contato com a natureza e com os
animais, além de ter mais tempo para si e para a família. Por isso me identifiquei tanto com esse curso; sempre fui
muito ligada à família e quero ter tempo livre para praticar esportes e viajar. Paralelamente a isso, existe uma
grande paixão por cavalos e animais de grande porte. Economicamente, embora a veterinária apresente uma
desvantagem (na maioria das vezes, os profissionais não são reconhecidos e recompensados como deveriam ser),
ela não é suficiente para desanimar-me.
Assim, não creio em desistir de um sonho. Acredito que os sonhos infantis crescem e amadurecem com o
indivíduo, podendo até transformarem-se em outros como aconteceu comigo. Talvez, se essa decisão fosse tomada
daqui a alguns anos, a minha escolha seria um pouco diferente, uma vez que eu seria um pouco diferente.
4) UFRGS 1988
O tema da sua redação tomará por base esta pequena história que você deve ler atentamente.
Era o final da 3ª série do 2º grau. Para aquela segunda-feira, estava marcada uma prova de uma disciplina
cujo professor, ao longo de todo o ano, demonstrava muita solidariedade com os alunos, estimulando-os e
ajudando-os nas dificuldades.
Um certo aluno precisava de muita nota. Mais que isso, necessitava concluir naquele ano o 2º grau, pois
disso dependia a obtenção de algo muito desejado por ele. Entretanto, por um motivo que considerou sério,
não estudou o suficiente para a prova daquela segunda-feira.
Chegou o dia, afinal. O aluno dirigiu-se à sala, cumprimentou o professor, sentou-se e preparou seu material. Entre as folhas recebidas, colocou a “cola”, que havia preparado anteriormente.
O professor percebeu tudo; bastante contrariado, ordenou que o aluno entregasse a prova e fosse embora.
Sua nota seria zero, e ele, então, fatalmente precisaria repetir a série no ano seguinte.
Ao final do período, o aluno dirigiu-se ao professor e, além de explicar os motivos de sua atitude, pediu
que seu desempenho escolar fosse levado em conta. O professor, então, disse ao aluno que retornasse à escola
dali a dois dias, quando lhe daria uma resposta.
Essa história, relatada apenas em suas linhas gerais, é o ponto de partida para sua dissertação, que deverá
conter uma reflexão sobre a situação apresentada, apreciando e discutindo as atitudes das personagens, os
motivos que as determinaram e os critérios de valor utilizados por eles.
Se julgar necessário, você pode imaginar detalhes para sua história, tais como a matéria da prova, a expectativa que o aluno alimentava, a exigência do professor, alguma característica pessoal dos envolvidos, ou
mesmo as atitudes que possam ter antecedido o incidente ou dele ter decorrido.
Desde já fique claro que sua redação será avaliada independentemente de qualquer critério moral que
possa aprovar ou reprovar os posicionamentos que você apresentar. O essencial é que ela apresente uma reflexão crítica sobre a situação, sobre os valores e atitudes nela envolvidos, dentro de uma estrutura dissertativa,
caracterizada pela exposição clara, coerente e consistente de idéias articuladas logicamente.
360
Temas UFRGS
6) UFRGS 1990
Leia o seguinte texto:
“Em seu livro A Cartucha de Parma, o escritor francês Stendhal fez o personagem Fabrício atravessar toda
a batalha de Waterloo, durante uma viagem, sem se dar conta do que realmente estava acontecendo. À sua
volta desmoronava o grande império construído por Napoleão com seus exércitos, e ele não percebeu nada.
Algo parecido acontece atualmente com quase todos nós: vivemos em revolução (...) e poucos conseguimos
acompanhar seus desdobramentos e adivinhar a que futuro nos levará.
(...)
É fácil entender o que acontece com o personagem de Stendhal: tendo como referência apenas o campo
que podia ser abarcado por seus olhos, não tinha mesmo condições para entender o alcance maior das escaramuças militares que aconteciam a seu redor. O cidadão moderno está às voltas com o mesmo problema,
mas em escala muito maior. (...) Como o Fabrício literário, atravessamos o campo de uma grande batalha
enxergando apenas uma briga de esquina.”
Que revolução estamos vivendo? Que transformações estão acontecendo, das quais talvez nem todos
nós estamos nos dando conta?
É para reponder essa pergunta que você fará sua redação. Escolha uma mudança significativa que você
percebe estar ocorrendo (em qualquer área: nas ciências, nas artes, nos esportes, nos costumes, nas instituições sociais, etc.) e escreva sobre ela: em que ela consiste, quais suas causas, suas manifestações no cotidiano,
qual o grau de consciência que as pessoas têm dela e que modificações possivelmente ela trará no futuro.
Desde já fique claro que não estará em questão a mudança que você escolher, mas sim sua capacidade
de apresentar uma resposta à questão sugerida. Lembre-se de que seu texto deve ser uma dissertação.
Modelo
Individualismo: uma profunda mudança comportamental.
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Percebem-se, no mundo contemporâneo, diversas modificações. Dentre as quais, pode-se destacar as
transformações ocorridas no comportamento da sociedade mundial. Constata-se que a falta de espírito de
coletividade torna o ser humano moderno cada vez mais individualista e, conseqüentemente, auto-suficiente.
A grande urbanização atual e o conseqüente aumento demográfico são fatores determinante na
superficialidade dos relacionamentos estabelecidos entre as pessoas. Dessa forma, o homem atual isola-se em um
universo paralelo à realidade, o qual é restrito ao meio de trabalho e ao ambiente domiciliar. O ritmo de vida
demasiadamente acelerado faz com que as pessoas não disponham de tempo para o convívio social, acarretando,
dessa forma, a inviabilização do estreitamento de laços afetivos. Nota-se que essa situação deparada também se
vincula ao excesso de competitividade presente na sociedade atual, a qual instiga, cada vez mais, o afastamento
das pessoas e a sobreposição dos interesses individuais aos coletivos. Verifica-se, portanto, que a forma de
organização social a que somos submetidos é responsável pelas dificuldades de relacionamento e, por conseguinte,
o ser humano atual torna-se individualista e julga-se auto-suficiente.
Constata-se que a maior parte da população não está atenta ao distanciamento estabelecido entre as
pessoas. Essa falta de consciência é decorrente de uma certa resignação, a qual faz com que as pessoas se
adaptem às mais diversas realidades e não sejam capazes de questioná-las. Verifica-se o desinteresse por parte de
todos na análise dessas alterações comportamentais, acarretando, dessa forma, o crescimento das proporções do
problema deparado. Além disso, percebe-se que o individualismo é associado erroneamente à independência. Ao
fazerem essa interpretação, as pessoas acabam alienando-se da realidade e encontrando saídas estratégicas para
a verdadeira situação presenciada. A falta de consciência sobre o isolamento do ser humano atual em relação a
seus semelhantes faz com que encaremos a realidade de forma distorcida e nos conformemos com as situações
vividas.
Em um futuro próximo, o individualismo fará com que se alterem completamente os vínculos interpessoais,
de forma que não haja mais a necessidade de compartilhamento de idéias, sentimentos e emoções com aqueles
que nos cercam. É preciso ressaltar que essas transformações comportamentais farão com que certos valores que
visam ao bem-estar comum sejam esquecidos, acarretando, dessa forma, a predominância da mentalidade de
que o homem é auto-suficiente em detrimento da percepção do quão solitário estará ficando.
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Módulo 12
7) UFRGS 1991
Não é novidade nenhuma afirmar que vivemos mergulhados num mar de música, embora nem sempre
tenhamos consciência disso. A televisão embala as novelas com música, a propaganda utiliza o “jingle”; grande parte de nós trabalha ou estuda com um rádio ou um toca-fitas ligado; nos supermercados, consumimos
produtos ao som de sucessos.
Não são todas as músicas, no entanto, que nos chamam a atenção. Por algum motivo, apenas um seleto
grupo de composições musicais penetra nossa sensibilidade, às vezes a ponto de nos fazer decorar trechos da
melodia ou a letra que a acompanha. Por vezes, tais canções chegam a tornar-se verdadeiros hinos pessoais,
tamanha é sua significação para nós.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este assunto - a significação especial que certas músicas têm
para nós. Localize em sua experiência uma canção, um conjunto delas ou um tipo, que seja ou tenha sido
significativo para você ou para um grupo, e a seguir discuta os motivos pelos quais essa música desempenha
papel relevante em sua vida. Fique claro que não estará em julgamento a música ou o conjunto de músicas,
nem os motivos pelos quais a escolha foi feita, mas sim o texto que você produzirá para discutir o assunto.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um
esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas
apresente-a inserida em um texto argumentativo e organizado dissertativamente.
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O Papel Atual da Música
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No decorrer dos anos, as músicas têm sido utilizadas com diversas finalidades. Verifica-se, no mundo
contemporâneo, o constante uso de recursos musicais em campanhas publicitárias e, até mesmo, em propagandas
políticas. Dessa foram, essas canções acarretam a vinculação por grande parcela da população de determinadas
músicas a certos produtos e personalidades.
Nota-se que os recursos fonográficos utilizados para a promoção de marcas e pessoas, acabam influenciando
a população em geral. Muitas pessoas deixam-se levar pelos famosos “jingles” de determinados produtos sem que
verifiquem se o que está implícito na letra da música realmente condiz com as qualidades do artigo a ser
comprado. É preciso ter em mente que o objetivo fundamental dessas canções é impressionar o consumidor em
detrimento da mostra dos verdadeiros atributos do produto a ser comercializado. Constata-se, por isso, que,
geralmente, essas composições possuem ritmos extrovertidos e contagiantes. Essas músicas são um artifício
comercial extremamente importante para os fabricantes do produto e para as empresas responsáveis por sua
divulgação, pois, através delas, conseguem ampliar seu mercado consumidor e, conseqüentemente, aumentar
seus lucros.
Em anos de eleições, milhares de canções são compostas com o intuito de promover aqueles que visam a
um cargo eletivo e conseguir o eleitorado. Uma boa música contribui significativamente na divulgação da figura
do candidato e de suas propostas, sendo, atualmente, indispensável em uma campanha eleitoral. Assim como
ocorre com as músicas utilizadas em comerciais , as canções usadas em propagandas político-partidárias nos
remetem imediatamente à imagem do candidato a que elas se referem. Dessa forma, mesmo que sua letra não
seja lembrada ou não possua um valor significativo, a própria melodia é memorizada, sendo, portanto,
imprescindível para o êxito de uma campanha eleitoral. Inúmeras vezes podemos constatar o quão ilusórias são
as mensagens de tais canções, as quais procuram valorizar as virtudes muitas vezes inexistentes no candidato e
nos fazer acreditar em propostas impraticáveis, induzindo-nos, assim, a votar nos candidatos por elas anunciadas.
É indispensável que as pessoas estejam cientes das armadilhas que certas músicas utilizadas em comerciais
podem conter. Verifica-se que a difusão de recursos fonográficos com fins promocionais vem influenciando
significativamente as pessoas, seja na hora de consumir, seja no momento de votar. É necessário, por isso, termos
autonomia em nossas atitudes e não nos deixarmos conduzir por canções feitas com um único objetivo: enaltecer
aquilo que divulgam.
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Temas UFRGS
9) UFRGS 1993
Quando se formam grupos humanos, costuma ocorrer um fenômeno peculiar: ao mesmo tempo em
que se estabelecem traços de identidade entre os integrantes, se forjam também conceitos de exclusão em
relação a determinados elementos. Parece mesmo haver uma estreita relação entre demarcar fronteiras para
incluir certos valores e, de outra parte, indicar limites para excluir outros tantos.
Tal processo pode não ser inteiramente consciente. Grupos de jovens ou adolescentes, por exemplo,
adotam positivamente certos valores que lhes convêm, mas rotulam negativamente outros que são tidos
como indesejados, podendo estes últimos estar representados num indivíduo considerado estranho por ser
ou muito estudioso ou muito relapso, ou muito gordo, ou muito magro, ou muito pobre, ou ainda por ser de
outra raça, outra religião, outra ideologia - em suma, por ser diferente. E isso, que ocorre nessa faixa etária e
nesse âmbito, pode ocorrer em qualquer idade e em várias outras circunstâncias. O curioso é que, em todos os
casos, parece haver um paradoxo: os grupos excluem este diferente, mas precisam dele para existir, às vezes
até convivendo rotineiramente com ele.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este tema - a maneira como os grupos humanos lidam com
a diferença e com a exclusão. Para tanto, localize em sua experiência um episódio representativo (ocorrido
com você mesmo ou com alguém de cuja história você tenha tomado conhecimento), apresente-o e a partir
dele organize seu raciocínio, de forma a analisar o tema apontado. Fique claro que não estarão em julgamento
nem o episódio em si (o local, a época, as circunstâncias, as repercussões), nem o mérito de seus pontos de
vista específicos, mas sim a análise que você fará e a consistência de sua argumentação.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por
um esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se da experiência como ponto de partida, mas
apresente-a articulada num texto argumentativo, organizado dissertativamente.
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Ser Excluído
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Ao longo de nossa vida, participamos de vários grupos humanos, os quais apresentam seus valores e,
conseqüentemente, suas diferenças em relação aos que a eles não pertencem, o que gera a exclusão. Na minha
adolescência, eu andava com um grupo de meninas do meu clube que pertencia a uma classe social superior à
minha. Por causa das atividades sociais e preocupação com o futuro delas serem diferentes de meus valores, eu
acabava sendo excluída do grupo.
Na adolescência, o jovem começa a inserir-se na sociedade, mas a maneira como é feita essa inserção é
diferente em cada meio social. No meu caso, as atividades que minhas amigas faziam eram totalmente fora da
realidade financeira de minha família. Elas combinavam ir à fazenda de uma delas, a coquetéis e passeios de iate
de outra. Já que eu não possuía nada como elas, não tinha o que oferecer. Assim, acabavam deixando de me
convidar para essas atividades. Enfim, me excluíram.
Muitos indivíduos também sofrem com a exclusão devido à diferença de valores em relação à preocupação
com o futuro. Essa falta de compatibilidade de objetivos futuros também fazia com que eu fosse excluída do
grupo de amigas do clube. Enquanto eu me preocupava com minhas notas e estudo para as provas, já elas
pensavam em festas e viagens. Assim, achavam-me “careta” e estudiosa demais. O que, na verdade, fazia a
distinção de objetivos e assuntos era a situação econômica estável e segura de elas terem famílias ricas e eu não.
Se elas quisessem ficar a vida inteira sem estudar nem trabalhar, elas poderiam. Entretanto, se eu não fizesse algo
para no futuro ganhar dinheiro, passaria por necessidades.
Sendo assim, é notória a dificuldade de se ter uma relação harmônica entre os indivíduos quando esses
apresentam diferenças de comportamento e valores. Os grupos humanos, ao se formarem, criam critérios de
inclusão que excluem indivíduos os quais não têm a mesma maneira de agir. Na minha situação, os critérios
usados pelo grupo de meninas eram os financeiros.
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Módulo 12
11) UFRGS 1995
Falar com as pessoas que nos cercam é uma atividade que, de tão corriqueira, não chega a ser objeto de
nossa atenção. Nossos diálogos rotineiros nos são quase tão naturais quanto andar, comer, escovar os dentes
ou até, quem sabe, respirar. Se pararmos para pensar no assunto, no entanto, damo-nos conta de que, caso
não tivéssemos sucesso na comunicação com as pessoas com quem convivemos ou mesmo com quem nos
encontramos mais fortuitamente, teríamos enormes dificuldades. Imagine o esforço que seria refletir todo o
tempo sobre como dizer o que queríamos dizer.
De qualquer forma, cada um de nós pode certamente lembrar muitos momentos em que, por uma razão
ou por outra, esteve em dificuldades para se comunicar com alguém. Momentos em que surgem perguntas
como: o que dizer quando for inevitável conversar com aquela garota? Como conseguir explicar para a nova
faxineira chegada do interior o funcionamento do forno de microondas? O que será que o vô quis dizer com
aquela longa história que ele contou com tanta ênfase ontem? Como acompanhar aquele diretor que usa
todos os esses e erres? O que fazer com aquele estrangeiro monolíngüe que vai passar o dia lá em casa? Como
abordar o patrão para pedir um aumento de salário? Enfim, o grau de facilidades na comunicação depende
de tantos fatores que poderíamos listar uma infinidade de situações como essas.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este tema – dificuldades de comunicação e estratégias para
superá-las. Para desenvolvê-la, identifique um ou mais momentos em que você teve dificuldades em se
comunicar com alguém, explique as razões para tais dificuldades e discuta o desfecho do episódio. Desde já,
fique claro que não estará em julgamento o fato em si, mas o texto que você produzirá para discutir o assunto.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um
esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas
apresente-a inserida num texto argumentativo e organizado dissertativamente.
Modelo
Dificuldades de Comunicação
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Falar com as pessoas que nos cercam é algo tão normal que, nem sempre, percebemos o quão difícil é ter
uma boa comunicação. Contudo, as dificuldades de comunicação se tornam irrefutáveis quando ela é feita entre
pessoas com características diferentes, como o grau de escolaridade.
Nem sempre é fácil termos êxito ao tentar fazer com que as pessoas entendam o que queremos dizer.
Todavia, quando pressupomos que a pessoa a qual temos que explicar algo é incapaz de entender o que estamos
falando, a nossa comunicação fica ainda mais árdua. Alguns médicos pensam, preconceituosamente, que seus
pacientes - por não terem, grande parte das vezes, o mesmo nível de escolaridade que eles têm - não conseguem,
nem mesmo, descrever o que estão sentindo. Dessa forma evitando um provável desgaste de ter que escutar o
paciente falando sobre o seu sofrimento e, ainda, dar a ele a chance de caturrar sobre a sua doença, o que,
inexoravelmente, faria com que o médico perdesse algum tempo explorando as dúvidas do paciente, esse
profissionais limitam a sua comunicação com o enfermo a uma simples receita. Logo, essa falta de comunicação
entre médicos e pacientes, provocada, indubitavelmente pela maneira discriminatória que alguns médicos tratam
os pacientes de menor nível de escolaridade, torna o tratamento, que, muitas vezes, é traumático para o doente,
em um acachapante padecimento.
Não obstante, a culpa pela falta de diálogo não é somente do médico. Muitas vezes, o paciente tem medo
de perguntar sobre o tratamento que terá que fazer, pois acredita que qualquer questionamento ao médico
deixaria evidente a sua ignorância e que, conseqüentemente, seria ridicularizado. Sendo assim, ao surgir alguma
dúvida, como, por exemplo, sobre os efeitos colaterais da medicação, prefere parar de tomá-la. Entretanto, ao ser
questionado pelo médico sobre como está se sentindo, não fala a ele que não está seguindo as suas indicações,
pois, assim, se sente protegido contra uma provável repreensão do médico em relação às corolárias da sua atitude
de não tomar a medicação corretamente. Essa falta de comunicação, portanto, poderá tanto transformar uma
doença que poderia ser facilmente resolvida em algo mais sério, como colocar em dúvida o procedimento do
médico, afetando-o obviamente, na sua vida profissional.
Logo, a dificuldade de comunicação é gerada por vários motivos. No caso do relacionamento entre médicos
e pacientes, ele seria mais fácil caso os médicos fossem cientes da importância da anamnese, pois assim, o
paciente, irrefutavelmente, adquiriria uma maior confiança nesses profissionais, revelando a eles se estão fazendo
o tratamento corretamente, o que possibilita que o médico tenha uma maior certeza de qual é o procedimento
mais indicado em relação a cada caso.
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Temas PUC
PUC Tema 1
A validade do trote aos calouros.
Qual deve ser o objetivo do trote? De que forma pode contribuir para o perfeito entrosamento entre
calouros e veteranos?
PUC Tema 2
As grandes cidades em geral têm vários problemas. Aponte e diga como podem ser resolvidos.
PUC Tema 3
Dinheiro não traz felicidade, mas ajuda.
PUC Tema 4
A participação do jovem na vida nacional.
Apresente as formas de participação e discuta seus problemas.
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Consciência Política
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No mundo tumultuado e globalizado em que vivemos, devemos sempre ter uma opinião crítica formada
sobre qualquer assunto político. Ter consciência política, principalmente nos dias de hoje, não é mais um privilégio
dos intelectuais, mas um dever de todo cidadão.
O posicionamento político de cada cidadão sempre é muito importante e faz diferença em qualquer setor
social. Lembro-me de um caso muito peculiar. No início dos anos noventa, tramitava pelo Senado Federal
o processo de cassação do mandato do então presidente Fernando Collor. Naquela ocasião, houve uma enorme
mobilização de grande parte da população, principalmente dos jovens para derrubar o presidente. Aquelas pessoas
tinham um posicionamento político definido, tinham consciência política madura e, principalmente, tinham
união. Vemos, então, que o posicionamento político e a luta por ideais que julgamos justos e verdadeiros são
virtudes que devem caber a todo cidadão.
O posicionamento político é vital na vida de todos nós. Devemos exercê-lo em todos cenários, desde
questões de importância nacional, como pleitos eleitorais, até em situações bem mais particulares, como escolha
de um síndico. Nossa posição em relação a qualquer situação é muito importante, e só com consciência política
temos alicerce para darmos e mantermos nossa opinião. Devemos ter consciência também de que nossa opinião,
nosso posicionamento, nosso voto são de extrema importância, pois, na democracia, cada um é parte - mesmo
que muito pequena – da engrenagem que dá os rumos do país.
Consciência política é, então, ,um sentimento que está dentro de cada um de nós. Todos temos condições
para nos posicionarmos perante qualquer assunto, uns com mais argumentos e autoridade e outros mais
timidamente. Devemos sempre acreditar que só com posições políticas fortes e determinadas nossos anseios
podem, algum dia, vir a se realizarem.
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Módulo 12
PUC Tema 5
A ciência pode ser um auxiliar importante na busca de soluções para vários problemas.
Desenvolva o tema, apontando as formas dessa contribuição.
PUC Tema 6
Alienação ou participação?
Convém participar ativamente na superação de problemas ou não envolver-se com eles? Por quê?
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Alienação política
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O povo brasileiro, no âmbito político, é caracterizado por sua sobejada alienação. Tal fato pode ser justificado
por diversos motivos, entre eles, pela trajetória histórica da política brasileira e pela descrença do brasileiro no
político atual.
Desde o processo de independência, o qual foi um movimento nitidamente elitista, quando o Brasil pode
desligar-se de sua metrópole, Portugal, libertando-se formalmente do domínio luso, o povo brasileiro nunca teve
seu espaço de ação na política nacional. Em todas as tentativas de emancipar-se e de reenvidicar maior participação,
como nas revoluções regenciais, ele foi violentamente reprimido, sendo obrigado a calar-se perante a situação
vigente. Fatos como esse, no decorrer da história, incutiram a alienação política nos brasileiros, levando-os a
assimilar e até a aceitar essa dominação por parte de uma minoria elitista detentora do poder que vem perpetuando
até os dias atuais.
Além disso, a população brasileira tem desenvolvido uma ojeriza, cada vez maior, dos que, hoje, gerem o
país. Tal antipatia é decorrente das constantes frustrações que vem sofrendo diante das inúmeras promessas de
melhora das condições de vida feitas pelos governantes, as quais, na maioria dos casos, nunca são cumpridos,
sendo elas apenas mais um instrumento de manipulação e de ilusão do eleitorado nas vésperas de eleições. Esse
quadro gera no brasileiro uma aversão à política, pois, na sua concepção, tudo que esteja relacionado a ela
envolve corrupção e mentiras. Conseqüentemente, cansado de ser iludido, participa cada vez menos da política
brasileira, limitando-se a “dar” seu voto nas eleições àqueles políticos que considera menos corruptos.
A alienação do povo brasileiro, no que se refere à política, não deveria ser tão presente no país. Porém,
devido a fatores marcantes, tal alienação é compreensível, mas não passível de perpetuação, pois, caso contrário,
uma minoria sedenta pelo poder continuará gerindo o país de acordo com seus interesses e excluindo grande
parte da população.
PUC Tema 7
A emoção do ingresso em uma universidade.
Em que consiste a emoção do ingresso em uma universidade? Por quê?
Anotações
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Temas PUC
PUC Tema 8
A prática de violência entre pessoas de certa instrução.
Como se manifesta essa violência? Quais são suas causas? Ela pode ser justificada? Por quê?
Modelo
A violência no lar
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A violência tem se manifestado cada vez mais entre as pessoas, com formas e intensidades variáveis. Já não
nos causa mais espanto quando vemos, diariamente, a mídia noticiando inúmeros acontecimentos causados por
essa ação opressora e tirana, mas tão presente entre nós. Seja a violência no trânsito, no trabalho, seja na família,
a mais profunda expressão desse ato ocorre dentro dos lares em que os país agridem seus filhos.
Em famílias que possuem uma vida simples e humilde, é comum o casal ter ou um ou mais filhos. O homem,
chefe da família, encarrega-se do sustento financeiro, enquanto a mulher ocupa-se com as atividades domésticas.
Porém, mesmo com o esforço de ambos, a vida que possuem é repleta de dificuldades, fazendo com que seja
constante o sofrimento dentro da família. Todo o esforço do pai em trazer o sustento apropriado à mulher e aos
filhos, muitas vezes, é em vão, pois o salário é insuficiente para suprir as necessidades, gerando ainda mais
sofrimento e tristeza. Essa situação mostra ao homem, pai da família, que é incapaz de prover uma melhor
condição de vida à sua família, trazendo-lhe um misto de angústia e raiva. Esses sentimentos, aliados às dificuldades
habituais do cotidiano, tais como problemas no trabalho e atritos familiares, causam ainda mais tensões e
instabilidade emocionais no pai, que se sente oprimido com tantas responsabilidades e fracassos. Como
conseqüência, dá-se o extravasamento de todo esse estresse e raiva, que antes estavam reprimidos, através da
violência, tanto verbal quanto física, sobre o ser mais indefeso e menos responsável por todas as dificuldades nessa
situação: o próprio filho.
É notório que apenas o estresse no trabalho e as brigas com a mulher e o filho são incapazes de levar um pai
a uma atitude tão drástica quanto a agressão física da criança. Então, o que é capaz de forçá-lo a cometer
tamanha torpeza? Obviamente, não são motivos externos do homem os verdadeiros geradores dessa situação,
mas sim os conflitos internos que um pai experiencia diante do sofrimento irremediável da criança. Eis, então, a
causa primordial desse ato vil: a insuportabilidade do fracasso pessoal refletida na imagem do filho. A dor de um
pai quando evidencia o martírio do seu descendente, muitas vezes, sem comida, saúde e sem futuro, traz-lhe uma
angústia insuportável, que, no afã do desespero, gera ódio e raiva contra o próprio filho, fazendo uso da violência
como último recurso para livrar-se do desgosto do próprio fracasso. Há, com isso, uma clara tentativa de punição
física da criança, pois é ela quem gera toda a frustração do pai, o qual prefere a morte do filho a uma vida
desgraçada, em uma desesperada tentativa de pôr fim ao sofrimento de ambos.
Não há dúvida de que semelhantes atitudes são intoleráveis e injustificáveis, pois, por mais drástica e
desesperadora que seja a situação, um pai de família jamais deveria apelar a ímpetos agressivos, uma vez que [
seus filhos não são responsáveis por erros e fracassos que não lhes pertencem. Infelizmente, esse tipo de violência
ocorre, diariamente, em centenas de famílias, e muitas crianças têm suas vidas ainda mais comprometidas
quando vitimadas pela violência paterna. Portanto, sob qualquer aspecto, esse ato não é justificado, e somente a
tolerância e a indulgência, no âmago de cada um de nós, seriam capazes de amenizar esses atos de violência que
a todos prejudicam.
Anotações
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Módulo 12
PUC Tema 9
“Contra a violência, a melhor arma é a inteligência”. (Revista Veja, 7/03/90)
De que forma a inteligência pode superar a violência? A inteligência é realmente a melhor arma contra
a violência? Por quê?
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Inteligência e Violência
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É uma obviedade o fato de que a inteligência pode superar a violência. Afinal, as pessoas que têm acesso à
educação, conseqüentemente, tornam-se menos ignorantes em relação a inúmeros aspectos, percebem, geralmente
a importância de não banalizar a violência. A educação é, pois, fundamental para o bem-estar de uma sociedade,
motivo pelo qual devemos valorizá-la imensamente.
Determinadas sociedades observam um crescente aumento da violência decorrente, entre outros aspectos,
da falta de inteligência e cultura de parte de sua população. O aumento de uma camada social miserável e,
conseqüentemente, não instruída, resulta num maior número de criminosos e delinqüentes. A partir disso é que se
observa a estreita ligação entre a falta de inteligência e a falta de bem-estar social. Pessoas não instruídas não são
capazes de descrever o que é certo ou errado em relação à violência, bem como ter consciência da importância de
respeitar a vida. São influenciadas, muitas vezes, por uma cultura “distorcida”, que fornece a elas preceitos
completamente equivocados, como, por exemplo, a falta de respeito em relação ao próximo.
A educação é, inegavelmente, um dos aspectos mais importantes na vida de um indivíduo. Dentre as
inúmeras lições que aprendemos enquanto somos educados, está a importância de respeitar determinadas regras.
Afinal, a vida em sociedade impõe determinados limites, dentre os quais o respeito em relação à vida alheia é um
dos mais importante . É por isso que a educação é tão fundamental, pois indivíduos conscientes não são, em geral,
influenciados pelo desrespeito ao próximo e pela banalização da violência presentes em algumas sociedades, a
exemplo da brasileira. É por isso que a situação brasileira é tão calamitosa, pois a não-valorização da educação
e o crescimento constante de uma população miserável e ignorante constituem os principais fatores para que a
inteligência se torne cada vez menor e, conseqüentemente, a violência continue a aumentar.
Em suma, a principal forma de combater a violência em uma sociedade é estimular a educação e cultura
da população. Afinal, indivíduos conscientes sabem discernir o que é certo daquilo que geralmente predomina na
cultura de pessoas não instruídas: o que é errado.
Anotações
368
Temas PUC
PUC Tema 10
A busca de paz no mundo contemporâneo.
Com base nos fatos de que você tem conhecimento, analise os esforços realizados para assegurar a paz
entre as nações.
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A Paz e a Guerra
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A humanidade pôde, ao longo dos séculos, vivenciar inúmeras guerras entre as nações fomentadas pela
busca do poder, tendo, muitas delas, conseqüências catastróficas. Hoje a situação é ainda pior. Alguns países e
organizações buscam o fim dos conflitos, mas esse objetivo de poucos está cada vez mais distante da nossa
realidade.
Há séculos, as guerras eram isoladas e seus efeitos eram regionais. Atualmente, em uma era globalizada, em
que os países estão interligados pelos meios de comunicação, o mundo inteiro compartilha as tensões entre os
países inimigos, elevando o problema à escala mundial. Mesmo assim, a ambição selvagem do homem ainda
estimula as guerras, sempre calcadas nos mesmos motivos medievais: conquista de territórios e cobiça pelo poder.
O egoísmo de poucos tem trazido miséria e aniquilação de milhares. Os esforços para conterem essas hostilidades
tornam-se cada vez mais efêmeros, em virtude da presença de tantas disparidades sociais e econômicas, além do
predomínio do sentimento de ganância e de posse, sobre quaisquer tentativas apaziguadoras. Tais sintomas
acirram as disputas entre as nações fazendo da paz no mundo não mais que um devaneio, uma vez que os órgãos
competentes mostram-se, cada vez, ineficazes e subjugados pelos países fortemente militarizados.
Atualmente, a paz tem sido mantida através da imposição do poderio bélico de determinados países – uma
irônica diplomacia – chegando ao ponto de entrarem em guerra para garantir a paz no futuro. Contudo, estaria
certo fazer uma guerra contra outra nação para fim preventivos, ou seja, assegurar a paz com a própria guerra,
mesmo quando as organizações responsáveis e a opinião pública colocam-se contra tal manifestação? Há uma
evidente explicação para tal paradoxo: o medo. Tomando como exemplo os Estado Unidos, percebe-se um
grande trauma na sua formação, pois a guerra fez-se necessária para garantir sua independência e sua paz em
relação à metrópole britânica. Com o tempo, depois de fortalecido e devidamente armado, os Estados Unidos, em
função da sua própria fobia, passaram a impor seu poderio bélico aos países que representam uma possível
ameaça para sua estabilidade, em uma clara intimidação diplomática, em que os demais países ou sucumbem
aos seus demandos ou morrem na guerra pela defesa da própria dignidade. Trata-se, evidentemente, da busca
pela paz individual, a fim de suavizar o seu próprio receio de ser ameaçado e não de uma ação em prol da paz
mundial. Por trás do nacionalismo e imposição exacerbados dos norte-americanos, há o medo e o temor de perder
sua posição hegemônica e ter sua soberania abalada no cenário mundial.
Por fim, é notório que os esforços mundiais pela paz tornam-se infrutíferos quando barrados pelos interesses
e imposições das grande potências. Além disso, cabe lembrar que as instituições mundiais responsáveis pela
manutenção da paz são formadas por países que também sofrem essa pressão diplomática e receiam ser atacados
por tais países militarizados, o que os leva a uma aceitação das determinações dessas nações, as quais empenham
em guerras a fim de buscar uma futura paz para seu próprio país, e não para fazer um esforço pela paz mundial.
Infelizmente, é evidente que a humanidade está em um retrocesso moral aos tempos medievais, em que a força e
o poder predominam sobre a inteligência e a razão.
Anotações
369
Módulo 12
PUC Tema 11
Cooperação e progresso.
Tendo em vista a crescente importância da troca de informações e do trabalho cooperativo para a atualização e desenvolvimento da ciência, examine os reflexos dessa tendência em determinada área do conhecimento.
PUC Tema 12
O valor e as exigências do trabalho em grupo.
Em sua vida escolar ou profissional, você já deve ter participado de um ou de vários trabalhos em grupo.
Discuta a validade dessa experiência e diga o que é necessário para que ela se realize com sucesso.
PUC Tema 13
“Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças
Entre eles considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.”
A partir dos versos de Carlos Drummond de Andrade, comente a importância da solidariedade no
dia-a-dia das relações humanas, desenvolvendo as idéias contidas na estrofe acima em sua dissertação.
PUC Tema 14
Se o trabalhador brasileiro mudou, qual é o seu novo perfil?
PUC Tema 15
Como deve ser encarado o trabalho na infância?
PUC Tema 16
De que modo é considerado, na atualidade, o trabalho exclusivamente doméstico da dona de casa?
PUC Tema 17
Como pode o jovem trabalhar conciliando atividade profissional com estudo?
370
Temas PUC
PUC Tema 18
Não há uma só forma de amar: cada indivíduo deve descobrir a sua.
PUC Tema 19
Mesmo quando a realidade nos impõe limites, nossos sonhos continuam a nos oferecer um amplo
leque de oportunidades.
PUC Tema 20
O jovem de hoje é mais autêntico em seus relacionamentos do que o jovem do passado.
PUC Tema 21
Assistir o idoso em suas necessidades é uma questão de justiça.
PUC Tema 22
Preconceitos - formas válidas de superá-los.
PUC Tema 23
Educação e saúde - combinação necessária para o desenvolvimento de um povo.
PUC Tema 24
Soluções para os problemas do homem - conseqüências de sua busca incessante.
PUC Tema 25
Conscientização - fator primordial na doação de órgãos para transplante.
PUC Tema 26
Homens e mulheres devem somar suas diferenças se quiserem construir um futuro melhor para
a humanidade.
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Módulo 12
PUC Tema 27
“Atrás de um grande homem, existe sempre uma grande mulher” parece um conceito ultrapassado,
mas talvez não o seja.
PUC Tema 28
Salários altos e reconhecimento da sociedade geralmente não caracterizam profissões exercidas
predominantemente por mulheres.
PUC Tema 29
Mesmo que tenha avançado significativamente, nossa cultura mantém conceitos como “Homem
não chora”, ou “Isso não são modos para uma menina”.
PUC Tema 30
Tecnologia avançada - um bem ou um mal?
PUC Tema 31
Música - uma forma de expressar emoções ou idéias.
PUC Tema 32
Insegurança - uma característica do homem de hoje.
PUC Tema 33
............. e .................. : duas condições indispensáveis para uma vida feliz.
PUC Tema 34
O lazer sem sair de casa: uma tendência do homem urbano.
PUC Tema 35
Shopping-Center: o espaço social dos jovens de hoje.
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Temas PUC
PUC Tema 36
A prática de esportes arriscados: uma saída contra a rotina da vida moderna.
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O ritmo de vida cada vez mais acelerado faz com que o homem contemporâneo busque em práticas
esportivas arriscadas, como “rafting” e o pára-quedismo, uma forma de extravasar suas angústias e emoções.
Nota-se que, por estar inserido em um contexto onde o medo e a violência são constantes, os riscos representados
por tais esportes tornam-se insignificantes perante àqueles enfrentados diariamente.
O pára-quedismo, apesar de ser um esporte extremamente arriscado, se praticado sem as devidas precauções,
proporciona ao homem sensações como a de completa liberdade, as quais se contrapõem às de sua rotina
exaustiva. Constata-se, além disso, que esse esporte, ao estimular o homem a ultrapassar certos obstáculo, faz
com que essa coragem reflita-se na superação das adversidades enfrentadas em seu dia-a-dia. Nota-se que, ao se
exporem a certos perigos, as pessoas conseguem estimar o quão são valiosas suas vidas e como, apesar de todas
as tecnologias desenvolvidas, as forças da natureza podem superar às do homem.
Já ao praticar um esporte como o “rafting”, as pessoas encontram na natureza um refúgio da conturbada
vida moderna, a qual se restringe a grandes centros urbanos. Além disso, para praticar esse esporte, é necessária a
cooperação coletiva, fato cada vez mais raro no mundo contemporânreo, no qual os interesses individuais tornaram-se
preponderantes. Nota-se, portanto, que, ao praticar o “rafting”, as pessoas empenham-se e depositam todos os
seus esforços para atingir um objetivo comum: vencer as forças naturais através do comprometimento coletivo.
Constata-se também que esse esporte, por ser praticado longe das cidades, em meio da natureza, desperta no
homem a consciência do quão importante é preservar os recursos naturais, sem os quais a vida na terra seria
impossível.
Observa-se assim, que o interesse crescente por atividades esportivas que envolvam certos riscos é o reflexo
de que as pessoas necessitam testar constantemente seus limites. Verifica-se, também, que, por viver em um
mundo cada vez mais dinâmico, o homem procura formas diferentes de sair de sua rotina, as quais lhe propiciem
momentos de singular emoção embora possam lhe oferecer riscos.
PUC Tema 37
A qualidade de vida nos grandes centros e nas cidades menores.
PUC Tema 38
O que significa: ser um país moderno?
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País Moderno
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Para um país ser moderno, é preciso que o governo conceda à população o básico para se viver, como
saúde, ensino e segurança.
Ser um país moderno significa ter um governo organizado, responsável e empenhado em ajudar a população.
No Brasil, é vergonhoso o salário que professores e médicos ganham, apesar de o governo ter consciência de que
são profissões que ajudam o país a crescer. A discriminação, tanto física como cultural, de pessoas que gostariam
de ter emprego atrasa o país, aumentando o número de desempregados.
Além disso, um país evoluído precisa ter obrigatoriamente hospitais muito bem equipados. A saúde, no
Brasil, é muito precária. Pessoas que não têm condições de pagar hospitais particulares não conseguem ser
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Módulo 12
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atendidas em hospitais públicos por causa da infra-estrutura que possuem. A polícia deve ser instruída para
proteger os cidadãos. Devem também trabalhar em lugares onde o número de assaltos é maior, como em escolas
e praças.
Um país moderno não é só aquele que possui uma tecnologia avançada. Um país pode ser considerado
moderno quando ele valorizar mais sua população.
PUC Tema 39
Ficar desempregado no Brasil?
PUC Tema 40
Frequentar uma universidade?
PUC Tema 41
Aprender a aprender?
PUC Tema 42
“Deus é brasileiro”, diz o ditado popular. Será verdade?
PUC Tema 43
Condições para desenvolver o turismo no Brasil.
PUC Tema 44
Ecoturismo – uma rica possibilidade de lazer.
PUC Tema 45
Viajar: um modo prazeroso de aprender.
PUC Tema 46
Num país de milhões de analfabetos como o Brasil, transpor as portas da universidade significa
contrair uma divida social que mais cedo ou mais tarde deverá ser paga.
Posicione-se sobre a afirmativa e aponte formas de resgatar essa dívida social.
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Temas PUC
PUC Tema 47
A vida dos adolescentes brasileiros não se resume a ir a festas e ao shopping.
Analise o cotidiano dos jovens que você conhece e apresente dados que comprovem ou contestem essa afirmativa.
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Todos nós, quando vamos ao shopping em busca de lazer, por exemplo, temos a oportunidade de depararnos com adolescentes de duas classes sociais: da classe alta e da classe baixa. De uma forma geral, eles aparentam
estar nesse local pelos mesmos motivos, mas, por trás dessa falsa impressão, podemos notar que cada um deles é
dotado de razões distintas no que se refere à busca por distrações e por futilidades. Com isso, é possível definir duas
realidades diferentes a partir desse ponto em comum: a do jovem de classe alta, que visa a futilidades
despreocupadamente, e a do jovem de classe baixa, que apenas almeja não ficar à margem da sociedade.
Na maioria das vezes, os jovens com um afortunado embasamento financeiro demonstram um certo
descaso e indiferença quanto a problemas sociais, pois não se sentem na obrigação nem de contribuir para a
melhoria das classes menos privilegiadas, uma vez que as mazelas sociais encontram-se cada vez mais distantes
da sua realidade habitual, nem de empenhar-se na busca pelo seu sustento, visto que sua vasta estabilidade e
privilégio financeiro são obtidos hereditariamente, e não através de esforço nem de empenho da sua força de
trabalho. Dessa maneira, características como a grande comodidade financeira e a alienação quanto às
discrepâncias sociais, além de uma enorme vacuidade de propósitos e de objetivos concretos de vida, levam a um
delineamento padrão do perfil do jovem elitista: trata-se unicamente da busca contínua pelo lazer pueril e pelo
entretenimento imediatista, a fim de suprir o grande vazio gerado pela ausência de responsabilidades. Sob tal
perspectiva, festas, viagens, compras e eventos da alta sociedade nada mais são do que uma tentativa de encontrar
um meio que satisfaça a sua necessidade de sentir-se útil, sem, contudo, assumir qualquer carga de responsabilidade.
Dessa forma, todo o excesso de entretenimento fútil está deixando de ser um acontecimento casual, tornando-se,
cada vez mais, uma constante rotina na vida do jovem elitista, estereotipando, por conseqüência, a identidade
sócio-cultural dessa camada social e banalizando, definitivamente, a sua imagem e a sua participação dentro da
sociedade.
Contudo, ao referir-se aos adolescentes da classe baixa, torna-se evidente que a percepção da busca pelo
lazer e pelo divertimento é baseada em motivos radicalmente opostos aos adolescente de classe alta, uma vez que
possuem realidades de vida amplamente divergentes. Desde pequenos, os jovens menos favorecidos convivem
com a miséria e a necessidade, o que os leva, muitas vezes, à busca precoce pelo sustento através de muita
dedicação e esforço pessoal, desenvolvendo, assim, um forte senso de responsabilidade com seu trabalho e suas
obrigações, mesmo cientes de que seu futuro possa jamais adquirir uma perspectiva de melhora. Entretanto,
mesmo diante de tantas dificuldades, o jovem pobre deseja ter os mesmos direitos à diversão e ao entretenimento
que todos os demais adolescentes com o intuito de não se sentir completamente à margem de uma vida social
comum a todos. Logo, o devaneio de poder, algum dia, entreter-se despreocupadamente com futilidades é a
expressão máxima da persistência do seu sonho inextinguível por uma vida mais igualitária e mais feliz.
Não há dúvida de que tanto jovem de classe alta quanto jovem das camadas sociais mais inferiores
procuram por lazer e distração, mas pode-se concluir que cada classe social busca tais objetivos calcados em
razões amplamente antagônicas, o que elimina, de fato, a possibilidade de todos os jovens, só por fazerem parte
de uma mesma faixa etária, apresentarem necessariamente um perfil de comportamento semelhante, visto que a
condição social e a situação financeira são determinantes para a formação da mentalidade e do perfil da maioria
desses jovens. Além disso, é notório que os motivos que os conduzem ao lazer e à distração não só são diferentes,
como também sempre permanecerão diferentes enquanto continuarem existindo acachapantes diferenças
socioeconômicas entre os distintos blocos sociais.
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Módulo 12
PUC Tema 48
Ser solidário não significa dar esmolas nas esquinas.
Diga o que entende por “ser solidário” e apresente maneiras efetivas de agir solidariamente.
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A Solidariedade na Mundo Moderno
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O individualismo crescente que acomete a sociedade contemporânea faz com que os interesses coletivos
fiquem à margem dos anseios pessoais. Como conseqüência desse comportamento, observamos que o
cooperativismo outrora presente nas relações humanas tem sido abolido do cenário social e, por conseguinte, a
humanidade tem se tornado cada vez mais solidária.
Constata-se que um dos principais fatores impulsionadores da falta de solidariedade é o capitalismo
exacerbado, o qual instiga a competição entre os seres humanos e, por conseguinte, valoriza o individualismo
como artifício para alcançar o sucesso almejado. Além disso, verifica-se que a concentração urbana, decorrente
do crescimento demográfico faz com que os relacionamentos interpessoais tornem-se superficiais, impedindo,
dessa forma, a existência de confiança e de solidariedade entre as pessoas. Nota-se, entretanto, que, apesar desse
aparente colapso social a que estamos submetidos, temos consciência do quão o ser humano é incapaz de viver
isoladamente, necessitando, portanto, da ajuda alheia para manter sua existência. Observa-se, contudo, que,
mesmo com a notoriedade e a inevitabilidade da interdependência entre as pessoas, esta é tratada como mero
intercâmbio de interesses, no qual cada atitude é tomada visando a uma recompensa.
No entanto, mesmo que atitudes solidárias sejam escassas em um mundo demasiadamente materialista e
cada vez menos humano, há resquícios de cooperativismo, os quais são essenciais para uma convivência
harmoniosa. Verifica-se tal fato principalmente nos países onde as discrepância sociais são acentuadas,
acarretando, dessa forma a mobilização dos setores mais favorecidos da população em prol da amenização dos
problemas enfrentados por aqueles que vivem em condições subumanas. Constata-se também, nesses países, a
existências de medidas governamentais que visam à resolução de tal problemática através do incentivo à
solidariedade. Observa-se, contudo, que a solidariedade não se restringe a atitudes grandiosas, mas se faz presente,
principalmente, nos momentos de nosso dia-a-dia em que nos dispomos a ajudar os outros sem esperar alguma
atitude recíproca.
Observa-se, que, apesar da falta de solidariedade que acomete a sociedade contemporânea, o homem,
através de seu poder de transformação, tem condições de alterar essa situação. Verifica-se que através de atitudes
as quais não visem somente ao benefício individual, mas do coletivo, estamos praticando a solidariedade e
colaborando para restruturação dos relacionamentos interpessoais.
PUC Tema 49
Quando ajudamos ou outros, estamos muitas vezes beneficiando a nós mesmos.
Comente a afirmativa e aponte benefícios que as ações solidárias podem trazer a quem as realiza.
PUC Tema 50
Como se pode conciliar liberdade e responsabilidade nos meios de comunicação de massa?
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Temas ENEM
1) ENEM 2009 A
Proposta de Redação
Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da Iíngua portuguesa sobre o tema
Valorização do idoso, apresentando experiência ou proposta de ação social, que respeite os direitos humanos.
Selecione, Organize e Relacione, de forma coerente e coesa, Argumentos e Fatos para defesa de seu ponto de vista.
ESTATUTO DO IDOSO
Art. 3.° É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, a saúde, a alimentação, a educação, a cultura, ao esporte, ao
lazer, ao trabalho, a cidadania, a liberdade, a dignidade, ao respeito e a convivência familiar e comunitária. [...]
Art. 4.° Nenhum idoso sera objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou
opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
Disponível em: www.mds.gov.br/suas/arquivos/estatutojdosci.pdf Acesso em: 07 maio 2009.
Foto: Angeluci Figueredo
O aumento da proporção de idosos na população e um fenômeno mundial tão profundo que muitos
chamam de “revolução demográfica”. No último meio século, a expectativa de vida aumentou em cerca de
20 anos. Se considerarmos os últimos dois séculos, ela quase dobrou. E, de acordo com algumas pesquisas,
esse processo pode estar longe do fim.
Disponível em: http://www.comciencia.br/reportagens/envelhecimento/texto/env16.htm. Acesso em: 07 maio 2009.
Idoso e quem tem o privilégio de viver longa vida...
...velho é quem perdeu a jovialidade.
[...]
A idade causa a degenerescência das células...
...a velhice causa a degenerescência do espírito.
Você é idoso quando sonha...
.. .você é velho quando apenas dorme...
[...]
Disponível em: http://www.orizamartins.com/ref-ser-idoso.html. Acesso em: 07 maio 2009.
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Módulo 12
2) ENEM 2009 B
Proposta de Redação
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o tema
O indivíduo frente à etica nacional, apresentando proposta de ação social, que respeite os direitos humanos,
Selecione, organize e relacione coerentemente argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Andamos demais acomodados, todo mundo reclamando em voz baixa como se fosse errado indignar-se.
Millôr Fernandes
Sem ufanismo, porque dele estou cansada, sem dizer que este é um país rico, de gente boa e cordata, com
natureza (a que sobrou) belíssima e generosa, sem fantasiar nem botar óculos cor-de-rosa, que o momento
não permite, eu me pergunto o que anda acontecendo com a gente.
Tenho medo disso que nos tornamos ou em que estamos nos transformando, achando bonita a ignorância
eloqüente, engraçado o cinismo bem-vestido, interessante o banditismo arrojado, normal o abismo em cuja
beira nos equilibramos — não malabaristas, mas palhaços.
LUFT, L Pontode vista Veja Ed 1988,27 det 2006 (adaplado)
Qual e o efeito em nós do “eles são todos corruptos”?
As denúncias que assolam nosso cotidiano podem dar lugar a uma vontade de transformar o mundo só se
nossa indignação não afetar o mundo inteiro. “Eles são TODOS corruptos” e um pensamento que serve apenas
para “confirmar” a “integridade” de quem se indigna.
O lugar-comum sobre a corrupção generalizada não é uma armadilha para os corruptos: eles continuam
iguais e livres, enquanto, fechados em casa, festejamos nossa esplendorosa retidão.
O dito lugar-comum é uma armadilha que amarra e imobiliza os mesmos que denunciam a imperfeição
do mundo inteiro.
CALLIGARIS, C. A armadilha da corrupcao. Disponivel em: http://www1.folha.uol-COm.br (adaptado).
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Temas ENEM
3) ENEM 2010
O que é trabalho escravo
Escravidão contemporânea é o trabalho degradante que envolve cerceamento da liberdade
A assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, representou o fim do
direito de propriedade de uma pessoa sobre a outra, acabando com a possibilidade de possuir legalmente um escravo no Brasil. No entanto, persistiram
situações que mantêm o trabalhador sem possibilidade de se desligar de seus
patrões. Há fazendeiros que, para realizar derrubadas de matas nativas para formação de pastos, produzir carvão para a indústria siderúrgica, preparar o solo
para plantio de sementes, entre outras atividades agropecuárias, contratam
mão de obra utilizando os contratadores de empreitada, os chamados “gatos”.
Eles aliciam os trabalhadores, servindo de fachada para que os fazendeiros não
sejam responsabilizados pelo crime.
Trabalho escravo se configura pelo trabalho degradante aliado ao cerceamento da liberdade. Este segundo fator nem sempre é visível, uma vez que não mais se utilizam correntes para prender o homem à terra,
mas sim ameaças físicas, terror psicológico ou mesmo as grandes distâncias que separam a propriedade da
cidade mais próxima.
Disponível em: http://www.reporterbrasil.org.br. Acesso em: 02 sel.2010 (fragmento).
O futuro do trabalho
Esqueça os escritórios, os salários fixos e a aposentadoria. Em 2020, você trabalhará em casa, seu chefe terá
menos de 30 anos e será uma mulher
Felizmente, nunca houve tantas ferramentas disponíveis para mudar o modo como trabalhamos e, consequentemente, como vivemos. E as transformações estão
acontecendo. A crise despedaçou companhias gigantes
tidas até então como modelos de administração. Em vez
de grandes conglomerados, o futuro será povoado de
empresas menores reunidas em t0l110 de projetos em
comum. Os próximos anos também vão consolidar mudanças que vêm acontecendo há algum tempo: a busca
pela qualidade de vida, a preocupação com o meio ambiente, e a vontade de nos realizarmos como pessoas
também em nossos trabalhos. “Falamos tanto em desperdício de recursos naturais e energia, mas e quanto
ao desperdício de talentos?”, diz o filósofo e ensaísta suíço Alain de Botton em seu novo livro The Pleasures
and Sorrows of Works (Os prazeres e as dores do trabalho, ainda inédito no Brasil).
Disponivel em: http://revistagalileu.globo.com. Acesso em: 02 sel. 2010 (fragmento).
INSTRUÇÕES:
Seu texto tem de ser escrito à tinta, na folha própria.
Desenvolva seu texto em prosa: não redija narração, nem poema.
O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado texto em branco. O texto deve ter, no máximo,
30 linhas.
O Rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
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Módulo 12
4) ENEM 2011
Liberdade sem fio
A ONU acaba de declarar o acesso à rede um direito fundamental do ser humano – assim como saúde,
moradia e educação. No mundo todo, pessoas começam a abrir seus sinais privados de wi-fi, organizações e
governos se mobilizam para expandir a rede para espaços públicos e regiões onde ela ainda não chega, com
acesso livre e gratuito.
ROSA, G.; SANTOS, P. Galileu. Nº 240, jul. 2011 (fragmento).
A internet tem ouvidos e memoria
Uma pesquisa da consultoria Forrester Research revela que, nos Estados Unidos, a população já passou
mais tempo conectada à internet do que em frente à televisão. Os hábitos estão mudando. No Brasil, as pessoas
já gastam cerca de 20% de seu tempo on-line em redes sociais. A grande maioria dos internautas (72%, de
acordo com o Ibope Mídia) pretende criar, acessar e manter um perfl em rede. “Faz parte da própria socialização do indivíduo do século XXI estar numa rede social. Não estar equivale a não ter uma identidade ou um
número de telefone no passado”, acredita Alessandro Barbosa Lima, CEO da e.Life, empresa de monitoração
e análise de mídias.
As redes sociais são ótimas para disseminar ideias, tornar alguém popular e também arruinar reputações. Um
dos maiores desafios dos usuários de internet é saber ponderar o que se publica nela. Especialistas recomendam
que não se deve publicar o que não se fala em público, pois a internet é um ambiente social e, ao contrário do
que se pensa, a rede não acoberta anonimato, uma vez que mesmo quem se esconde atrás de um pseudônimo
pode ser rastreado e identificado. Aqueles que, por impulso, se exaltam e cometem gafes podem pagar caro.
Disponível em: http://www.terra.com.br. Acesso em: 30 jun. 2011 (adaptado).
DAHMER, A. Disponível em: http://malvados.wordpress.com. Acesso em: 30 jun. 2011.
INSTRUÇÕES:
O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.
380
Questões
do ENEM
Questões do ENEM
1. Estudo do texto
Considerando a relação entre os usos oral e escrito
da língua, tratada no texto, verifica-se que a escrita
1.1. Os gêneros textuais
(A) modifica as ideias e intenções daqueles que tiveram seus textos registrados por outros.
(B) permite, com mais facilidade, a propagação e a
permanência de ideias ao longo do tempo.
(C) figura como um modo comunicativo superior ao
da oralidade.
(D) leva as pessoas a desacreditarem nos fatos
narrados por meio da oralidade.
(E) tem seu surgimento concomitante ao da oralidade.
1. (ENEM 2011)
No capricho
O Adãozinho, meu cumpade, enquanto esperava
pelo delegado, olhava para um quadro, a pintura de
uma senhora. Ao entrar a autoridade e percebendo
que o cabôco admirava tal figura, perguntou: “Que
tal? Gosta desse quadro?”
E o Adãozinho, com toda a sinceridade que Deus
dá ao cabôco da roça: “Mas pelo amor de Deus,
hein, dotô! Que muié feia! Parece fote de cruis-credo, parente do deus-me-livre, mais horríver que
briga de cego no escuro.”
Ao que o delegado não teve como deixar de confessar, um pouco secamente: “É a minha mãe.” E
o cabôco, em cima da bucha, não perde a linha:
“Mais dotô, inté que é uma feiura caprichada.”
BOLDRIN, R. Almanaque Brasil de Cultura Popular.
São Paulo: Andreato Comunicação e Cultura, nº 62, 2004 (adaptado).
Por suas características formais, por sua função e
uso, o texto pertence ao gênero
(A) anedota, pelo enredo e humor característicos.
(B) crônica, pela abordagem literária de fatos do
cotidiano.
(C) depoimento, pela apresentação de experiências pessoais.
(D) relato, pela descrição minuciosa de fatos verídicos.
(E) reportagem, pelo registro impessoal de situações reais.
2. (ENEM 2010)
3. (ENEM 2010)
Tampe a panela
Parece conselho de mãe para a comida não esfriar,
mas a ciência explica como é possível ser um cidadão ecossustentável adotando o simples ato de
tampar a panela enquanto esquenta a água para
o macarrão ou para o cafezinho. Segundo o físico
Cláudio Furukawa, da USP, a cada minuto que a
água ferve em uma panela sem tampa, cerca de
20 gramas do líquido evaporam. Com o vapor, vão
embora 11 mil calorias. Como o poder de conferir
calor do GLP, aquele gás utilizado no botijão de cozinha, é de 11 mil calorias por grama, será preciso
1 grama a mais de gás por minuto para aquecer a
mesma quantidade de água. Isso pode não parecer
nada para você ou para um botijão de 13 quilos,
mas imagine o potencial de devastação que um cafezinho despretensioso e sem os devidos cuidados
pode provocar em uma população como a do Brasil: 54,6 toneladas de gás desperdiçado por minuto
de aquecimento da água, considerando que cada
família brasileira faça um cafezinho por dia. Ou 4
200 botijões desperdiçados.
Superinteressante. São Paulo: Abril, n° 247, dez. 2007.
O contato com textos exercita a capacidade de reconhecer os fins para os quais este ou aquele texto
é produzido. Esse texto tem por finalidade
XAVIER, C. Disponível em: http://www.releituras.com.
Acesso em: 03 set. 2010.
(A) apresentar um conteúdo de natureza científica.
(B) divulgar informações da vida pessoal do pesquisador.
(C) anunciar um determinado tipo de botijão de gás.
(D) solicitar soluções para os problemas apresentados.
(E) instruir o leitor sobre como utilizar corretamente
o botijão.
383
Questões do ENEM
4. (ENEM 2010)
mos, ninguém ficou ferido durante a ação. O roubo
aconteceu por volta das 23h30. Armados, os criminosos renderam 30 funcionários que estavam no
local, durante cerca de 30 minutos, e levaram 135
caixas, cada uma delas contendo mil figurinhas.
Cada pacote com cinco cromos custa R$ 0,75. Procurada pelo G1, a Panini, editora responsável pelas
figurinhas, afirmou que a falta dos cromos em algumas bancas não tem relação com o roubo. Segundo a editora, isso se deve à grande demanda pelas
figurinhas.
Disponível em: http://g1.globo.com.
Acesso em: 23 abr. 2010 (adaptado).
A notícia é um gênero jornalístico. No texto, o que
caracteriza a linguagem desse gênero é o uso de
(A) expressões linguísticas populares.
(B) palavras de origem estrangeira.
(C) variantes linguísticas regionais.
(D) termos técnicos e científicos.
(E) formas da norma padrão da língua.
Disponível em: http://www.dukechargista.com.br.
Acesso em: 03 set. 2010.
Todo texto apresenta uma intenção, da qual derivam as escolhas linguísticas que o compõem. O
texto da campanha publicitária e o da charge apresentam, respectivamente, composição textual pautada por uma estratégia
(A) expositiva, porque informa determinado assunto
de modo isento; e interativa, porque apresenta
intercâmbio verbal entre dois personagens.
(B) descritiva, pois descreve ações necessárias ao
combate à dengue; e narrativa, pois um dos
personagens conta um fato, um acontecimento.
(C) injuntiva, uma vez que, por meio do cartaz, diz
como se deve combater a dengue; e dialogal,
porque estabelece uma interação oral.
(D) narrativa, visto que apresenta relato de ações
a serem realizadas; e descritiva, pois um dos
personagens descreve a ação realizada.
(E) persuasiva, com o propósito de convencer o interlocutor a combater a dengue; e dialogal, pois
há a interação oral entre os personagens.
5. (ENEM 2010)
Assaltantes roubam no ABC
135 mil figurinhas da Copa do Mundo
Cinco assaltantes roubaram 135 mil figurinhas do
álbum da Copa do Mundo 2010 na noite de quarta-feira (21), em Santo André, no ABC. Segundo a assessoria da Treelog, empresa que distribui os cro-
6. (ENEM 2009)
Gerente – Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo?
Cliente – Estou interessado em financiamento para
compra de veículo.
Gerente – Nós dispomos de várias modalidades de
crédito.O senhor é nosso cliente?
Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou
funcionário do banco.
Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena!
Cê tá em Brasília? Pensei que você inda tivesse na
agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna.
São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).
Na representação escrita da conversa telefônica
entre a gerente do banco e o cliente, observa-se
que a maneira de falar da gerente foi alterada de
repente devido
(A) à adequação de sua fala à conversa com um
amigo,caracterizada pela informalidade.
(B) à iniciativa do cliente em se apresentar como
funcionário do banco.
(C) ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia
(Minas Gerais).
(D) à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer
seu nome completo.
(E) ao seu interesse profissional em financiar o veículo de Júlio.
384
Questões do ENEM
7. (ENEM 2009)
Diferentemente do texto escrito, que em geral compele os leitores a lerem numa onda linear – da esquerda para a direita e de cima para baixo, na página impressa – hipertextos encorajam os leitores a
moverem-se de um bloco de texto a outro, rapidamente e não sequencialmente. Considerando que o
hipertexto oferece uma multiplicidade de caminhos
a seguir, podendo ainda o leitor incorporar seus caminhos e suas decisões como novos caminhos, inserindo informações novas, o leitor-navegador passa a ter um papel mais ativo e uma oportunidade
diferente da de um leitor de texto impresso. Dificilmente dois leitores de hipertextos farão os mesmos
caminhos e tomarão as mesmas decisões.
MARCUSCHI, L. A. Cognição, linguagem
e práticas interacionais. Rio: Lucerna, 2007.
No que diz respeito à relação entre o hipertexto e o
conhecimento por ele produzido, o texto apresentado deixa claro que o hipertexto muda a noção
tradicional de autoria, porque
(A) é o leitor que constrói a versão final do texto.
(B) o autor detém o controle absoluto do que escreve.
(C) aclara os limites entre o leitor e o autor.
(D) propicia um evento textual-interativo em que
apenas o autor é ativo.
(E) só o autor conhece o que eletronicamente se
dispõe para o leitor.
8. (ENEM 2009)
Os quadrinhos exemplificam que as Histórias em
Quadrinhos constituem um gênero textual
(A) em que a imagem pouco contribui para facilitar
a interpretação da mensagem contida no texto,
como pode ser constatado no primeiro quadrinho.
(B) cuja linguagem se caracteriza por ser rápida e clara, que facilita a compreensão, como se percebe
na fala do segundo quadrinho: “</DIV> </SPAN>
<BR CLEAR = ALL> < BR> <BR> <SCRIPT>”.
(C) em que o uso de letras com espessuras diversas está ligado a sentimentos expressos pelos
personagens, como pode ser percebido no último quadrinho.
(D) que possui em seu texto escrito características
próximas a uma conversação face a face, como
pode ser percebido no segundo quadrinho.
(E) que a localização casual dos balões nos quadrinhos expressa com clareza a sucessão cronológica da história, como pode ser percebido no
segundo quadrinho.
9. (ENEM 2009)
Texto I
É praticamente impossível imaginarmos nossas vidas sem o plástico. Ele está presente em embalagens de alimentos, bebidas e remédios, além de
eletrodomésticos, automóveis etc. Esse uso ocorre
devido à sua atoxicidade e à inércia, isto é: quando em contato com outras substâncias, o plástico
não as contamina; ao contrário, protege o produto
embalado. Outras duas grandes vantagens garantem o uso dos plásticos em larga escala: são leves,
quase não alteram o peso do material embalado, e
são 100% recicláveis, fato que, infelizmente, não é
aproveitado, visto que, em todo o mundo, a percentagem de plástico reciclado, quando comparado ao
total produzido, ainda é irrelevante.
Revista Mãe Terra. Minuano, ano I, n. 6 (adaptado).
Texto II
Sacolas plásticas são leves e voam ao vento. Por
isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando
enchentes. São encontradas até no estômago de
tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos,
mortos por sufocamento.
Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para
os consumidores, mas têm um custo incalculável
para o meio ambiente.
Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitário
do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.
Na comparação dos textos, observa-se que
(A) o texto I apresenta um alerta a respeito do efeito
da reciclagem de materiais plásticos; o texto II
justifica o uso desse material reciclado.
(B) o texto I tem como objetivo precípuo apresentar
a versatilidade e as vantagens do uso do plástico na contemporaneidade; o texto II objetiva
385
Questões do ENEM
alertar os consumidores sobre os problemas
ambientais decorrentes de embalagens plásticas não recicladas.
(C) o texto I expõe vantagens, sem qualquer ressalva, do uso do plástico; o texto II busca convencer
o leitor a evitar o uso de embalagens plásticas.
(D) o texto I ilustra o posicionamento de fabricantes de embalagens plásticas, mostrando por
que elas devem ser usadas; o texto II ilustra o
posicionamento de consumidores comuns, que
buscam praticidade e conforto.
(E) o texto I apresenta um alerta a respeito da possibilidade de contaminação de produtos orgânicos e industrializados decorrente do uso de
plástico em suas embalagens; o texto II apresenta vantagens do consumo de sacolas plásticas: leves, descartáveis e gratuitas.
10. (ENEM 2009)
Em uma escola, com o intuito de valorizar a diversidade do patrimônio etnocultural brasileiro, os estudantes foram distribuídos em grupos para realizar
uma tarefa referente às características atuais das diferentes regiões brasileiras, a partir do seguinte quadro:
Região
Norte
Nordeste
alimentação
peixe
carne
de sol
música
ciranda
balão
ponto
turístico
CentroSul
Sudeste
Oeste
prato com
milho e churrasco
mandioca
música
vaneirão
sertaneja
zona
praias do
Serra de
franca de
Pantanal
litoral
Gramado
Manaus
tipo
seringueiro baiana
característico
vaqueiro
prenda
Considerando a sequência de características apresentadas, os elementos adequados para compor o
quadro da Região Sudeste são
(A) mate amargo, embalada, elevador Lacerda,
peão de estância.
(B) acarajé, axé, Cristo Redentor, piá.
(C) vatapá, Carnaval, bumba-meu-boi, industrial.
(D) café, samba, Cristo Redentor, operário fabril.
(E) sertanejo, pipoca, folia de Reis, Brasília.
11. (ENEM 2009)
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa.
Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda
úmida da chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram
se não se sentia bem. Daria abriu a boca, moveu os
lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de
branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
TREVISAN, D. Uma vela para Dario. Cemitério de Elefantes.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964 (adaptado).
No texto, um acontecimento é narrado em linguagem literária. Esse mesmo fato, se relatado em
versão jornalística, com características de noticia,
seria identificado em:
(A) Aí, amigão, fui diminuindo o passo e tentei me
apoiar no guarda-chuva ... mas não deu. Encostei
na parede e fui escorregando. Foi mal, cara! Perdi
os sentidos ali mesmo. Um povo que passava falou comigo e tentou me socorrer. E eu, ali, estatelado, sem conseguir falar nada! Cruzes! Que mal!
(B) O representante comercial Daria Ferreira, 43
anos, não resistiu e caiu na calçada da Rua da
Abolição, quase esquina com a Padre Vieira, no
centro da cidade, ontem por volta do meio-dia.
O homem ainda tentou apoiar-se no guarda-chuva que trazia, mas não conseguiu. Aos populares que tentaram socorrê-Ia não conseguiu
dar qualquer informação.
(C) Eu logo vi que podia se tratar de um ataque.
Eu vinha logo atrás: O homem, todo aprumado,
de guarda-chuva no braço e cachimbo na boca,
dobrou a esquina e foi diminuindo o passo até
se sentar no chão da calçada. Algumas pessoas que passavam pararam para ajudar, mas ele
nem conseguia falar.
(D) Vitima
Idade: entre 40 e 45 anos
Sexo: masculino
Cor: branca
Ocorrência: Encontrado desacordado na Rua
da Abolição, quase esquina com Padre Vieira.
Ambulância chamada às 12h34min por homem
desconhecido. A caminho.
(E) Pronto socorro? Por favor, tem um homem caído na calçada da rua da Abolição, quase esquina com a Padre Vieira. Ele parece desmaiado.
Tem um grupo de pessoas em volta dele. Mas
parece que ninguém aqui pode ajudar. Ele precisa de uma ambulância rápido. Por favor, venham logo!
12. (EXAMES DO MEC)
Mídia de época
Poucas coisas surgiram juntamente com a descoberta do Brasil. A propaganda é uma delas. Ou a
carta de Pero Vaz de Caminha para o rei Dom Manuel não era um baita de um “reclame” bem bolado
- muito mais que um mero relato jornalistico? Para
alguns trata-se de uma das melhores malas diretas da história. Não satisfeito, Caminha ainda criou
nosso primeiro slogan: “Em se plantando, tudo dá”.
De lá para cá, surgiram os mascastes, a imprensa,
os anúncios classificados, o rádio, a televisão, as
agências de publicidade, a Internet...
O texto acima trata do jornalismo e da publicidade
também por causa das palavras que usa, como, por
exemplo,
(A) carta e descoberta do Brasil.
(B) slogan e Pero Vaz de Caminha.
(C) slogan e mala direta.
(D) carta e Dom Manuel.
386
Questões do ENEM
13. (EXAMES DO MEC) Leia:
Comunicação contra o preconceito
Imagine assistir, na TV, a uma história infantil em
que o príncipe se apaixona por uma dama do “Palácio dos Macacos”. Ela é representada por uma atriz
branca com o rosto inteiramente pintado de preto.
Ao ser beijada pelo príncipe, selando a união sob
as benções do rei, ela se transforma: some a tinta
preta e ela agora é uma princesa toda branca.
O estarrecedor preconceito manifesto na história
não foi veiculado em programa humorístico (o que
não o tornaria menos condenável), nem em uma
produção estrangeira pobre e inconseqüente, nem
em produção independente brasileira. Foi levado
ao ar na maior rede de televisão da América Latina,
umas das maiores do mundo, em um dos programas infantis de maior audiência do Brasil.
(Fonte: LORENZO, Aldé. Sessão Opinião
do Jornal Educação Pública, 19/11/2003)
Os termos de concessão de emissoras no Brasil
prevêem compromissos com a educação, a informação e o entretenimento. A leitura do texto acima
permite afirmar que a emissora
(A) educou para a igualdade entre as etnias.
(B) informou sobre a cultura afro-brasileira.
(C) incorreu em manifestação de preconceito.
(D) esclareceu sobre a diversidade étnica.
14. (ENEM 2009 - SIMULADO)
Concordo plenamente com o artigo “Revolucione a
sala de aula”. É preciso que valorizemos o ser humano, seja ele estudante, seja professor. Acredito na
importância de aprender a respeitar nossos limites e
superá-Ios, quando possível, o que será mais fácil
se pudermos desenvolver a capacidade de relacionamento em sala de aula. Como arquiteta, concordo com a postura de valorização do individuo, em
qualquer situação: se procurarmos uma relação de
respeito e colaboração, seguramente estaremos
criando a base sólida de uma vida melhor.
Tania Bertoluci de Souza Porto Alegre – RS
Disponível em: <:http://www.kanitz.combr/veja/cartas.html.
Acesso em: 2 maio 2009 (com adaptações).
Em uma sociedade letrada como a nossa, são construídos textos diversos para dar conta das necessidades cotidianas de comunicação. Assim, para
utilizar-se de algum gênero textual, é preciso que
conheçamos os seus elementos. A carta de leitor é
um gênero textual que
(A) apresenta sua estrutura por parágrafos, organizado pela tipologia da ordem da injunção (comando) e estilo de linguagem com alto grau de
formalidade.
(B) se inscreve em uma categoria cujo objetivo é
o de descrever os assuntos e temas que circu-
laram nos jornais e revistas do país semanalmente.
(C) se organiza por uma estrutura de elementos
bastante flexível em que o locutor encaminha a
ampliação dos temas tratados para o veículo de
comunicação.
(D) se constitui por um estilo caracterizado pelo
uso da variedade não-padrão da língua e tema
construído por fatos políticos.
(E) se organiza em torno de um tema, de um estilo e em forma de paragrafação, representando,
em conjunto, as ideias e opiniões de locutores
que interagem diretamente com o veículo de comunicação.
1.2. Composição textual
Texto para as duas seguintes questões
Nós adoraríamos dizer que somos perfeitos. Que
somos infalíveis. Que não cometemos nem mesmo
o menor deslize. E só não falamos isso por um
pequeno detalhe: seria uma mentira. Aliás, em vez
de usar a palavra “mentira”, como acabamos de
fazer, poderíamos optar por um eufemismo. “Meiaverdade”, por exemplo, seria um termo muito menos agressivo. Mas nós não usamos esta palavra
simplesmente porque não acreditamos que exista
uma “Meia-verdade”. Para o Conar, Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, existem
a verdade e a mentira. Existem a honestidade e a
desonestidade. Absolutamente nada no meio. O Conar nasceu há 29 anos (viu só? não arredondamos
para 30) com a missão de zelar pela ética na publicidade. Não fazemos isso porque somos bonzinhos
(gostaríamos de dizer isso, mas, mais uma vez, seria mentira). Fazemos isso porque é a única forma
da propaganda ter o máximo de credibilidade. E, cá
entre nós, para que serviria a propaganda se o consumidor não acreditasse nela? Qualquer pessoa
que se sinta enganada por uma peça publicitária
pode fazer uma reclamação ao Conar. Ele analisa
cuidadosamente todas as denúncias e, quando é o
caso, aplica a punição.
387
Anúncio veiculado na Revista Veja.
São Paulo: Abril. Ed. 2120, ano 42, n° 27, 8 jul. 2009.
Questões do ENEM
15. (ENEM 2011)
O recurso gráfico utilizado no anúncio publicitário
- de destacar a potencial supressão de trecho do
texto -reforça a eficácia pretendida, revelada na estratégia de
(A) ressaltar a informação no título, em detrimento
do restante do conteúdo associado.
(B) incluir o leitor por meio do uso da 1ª pessoa do
plural no discurso.
(C) contar a história da criação do órgão como argumento de autoridade.
(D) subverter o fazer publicitário pelo uso de sua
metalinguagem.
(E) impressionar o leitor pelo jogo de palavras no
texto.
(A) Identificação pessoal.
(B) Formação.
(C) Experiência Profissional.
(D) Informações Adicionais.
(E) Qualificação Profissional.
18. (ENEM 2010)
16. (ENEM 2011)
Considerando a autoria e a seleção lexical desse
texto, bem como os argumentos nele mobilizados,
constata-se que o objetivo do autor do texto é
(A) informar os consumidores em geral sobre a atuação do Conar.
(B) conscientizar publicitários do compromisso ético ao elaborar suas peças publicitárias.
(C) alertar chefes de família, para que eles fiscalizem o conteúdo das propagandas veiculadas
pela mídia.
(D) chamar a atenção de empresários e anunciantes em geral para suas responsabilidades ao
contratarem publicitários sem ética.
(E) chamar a atenção de empresas para os efeitos
nocivos que elas podem causar à sociedade, se
compactuarem com propagandas enganosas.
17. (ENEM 2010)
CURRÍCULO
Identificação Pessoal
[Nome Completo] Brasileiro, [Estado Civil], [Idade]
anos
[Endereço – Rua/Av. + Número + Complemento]
[Bairro] – [Cidade] – [Estado]
Telefone: [Telefone com DDD] / E-mail: [E-mail]
Objetivo [Cargo pretendido]
Formação Experiência Profissional [Período] –
Empresa Cargo: Principais atividades:
Qualificação Profissional [Descrição] ([Local],
conclusão em [Ano de Conclusão do Curso ou
Atividade]).
Informações Adicionais [Descrição Informação
Adicional]
A busca por emprego faz parte da vida de jovens
e adultos. Para tanto, é necessário estruturar
o currículo adequadamente. Em que parte da
estrutura do currículo deve ser inserido o fato de
você ter sido premiado com o título de “Aluno
Destaque do Ensino Médio – Menção Honrosa”?
O cartaz de Ziraldo faz parte de uma campanha
contra o uso de drogas. Essa abordagem, que
se diferencia das de outras campanhas, pode ser
identificada
(A) pela seleção do público alvo da campanha, representado, no cartaz, pelo casal de jovens.
(B) pela escolha temática do cartaz, cujo texto configura uma ordem aos usuários e não usuários:
diga não às drogas.
(C) pela ausência intencional do acento grave, que
constrói a ideia de que não é a droga que faz a
cabeça do jovem.
(D) pelo uso da ironia, na oposição imposta entre
a seriedade do tema e a ambiência amena que
envolve a cena.
(E) pela criação de um texto de sátira à postura dos
jovens, que não possuem autonomia para seguir seus caminhos.
388
Questões do ENEM
19. (ENEM 2010)
20. (ENEM 2010)
Texto I
Chão de esmeralda
Me sinto pisando
Um chão de esmeraldas
Quando levo meu coração
À Mangueira Sob uma chuva de rosas
Meu sangue jorra das veias
Tampe a panela
Parece conselho de mãe para a comida não esfriar,
mas a ciência explica como é possível ser um cidadão
ecossustentável adotando o simples ato de tampar a
panela enquanto esquenta a água para o macarrão
ou para o cafezinho. Segundo o físico Cláudio Furukawa, da USP, a cada minuto que a água ferve em uma
panela sem tampa, cerca de 20 gramas do líquido
evaporam. Com o vapor, vão embora 11 mil calorias.
Como o poder de conferir calor do GLP, aquele gás
utilizado no botijão de cozinha, é de 11 mil calorias
por grama, será preciso 1 grama a mais de gás por
minuto para aquecer a mesma quantidade de água.
Isso pode não parecer nada para você ou para um
botijão de 13 quilos, mas imagine o potencial de devastação que um cafezinho despretensioso e sem os
devidos cuidados pode provocar em uma população
como a do Brasil: 54,6 toneladas de gás desperdiçado por minuto de aquecimento da água, considerando
que cada família brasileira faça um cafezinho por dia.
Ou 4 200 botijões desperdiçados.
E tinge um tapete
Pra ela sambar
É a realeza dos bambas
Que quer se mostrar
Soberba, garbosa
Minha escola é um catavento a girar
É verde, é rosa
Oh, abre alas pra Mangueira passar
BUARQUE, C.; CARVALHO, H. B. Chico Buarque de Mangueira.
Marola Edições Musicais Ltda. BMG. 1997. Disponível em: www.
chicobuarque.com.br. Acesso em: 30 abr. 2010.
Texto II
Quando a escola de samba entra na Marquês de Sapucaí, a plateia delira, o coração dos componentes
bate mais forte e o que vale é a emoção. Mas, para
que esse verdadeiro espetáculo entre em cena, por
trás da cortina de fumaça dos fogos de artifício, existe
um verdadeiro batalhão de alegria: são costureiras,
aderecistas, diretores de ala e de harmonia, pesquisador de enredo e uma infnidade de profssionais que
garantem que tudo esteja perfeito na hora do desfile.
AMORIM, M.; MACEDO, G. O espetáculo dos bastidores.
Revista de Carnaval 2010: Mangueira. Rio de Janeiro:
Estação Primeira de Mangueira, 2010.
Ambos os textos exaltam o brilho, a beleza, a
tradição e o compromisso dos dirigentes e de todos
os componentes com a escola de samba Estação
Primeira de Mangueira. Uma das diferenças que se
estabelece entre os textos é que
(A) o artigo jornalístico cumpre a função de transmitir emoções e sensações, mais do que a letra
de música.
(B) a letra de música privilegia a função social de
comunicar a seu público a crítica em relação ao
samba e aos sambistas.
(C) a linguagem poética, no Texto I, valoriza imagens metafóricas e a própria escola, enquanto
a linguagem, no Texto II, cumpre a função de
informar e envolver o leitor.
(D) ao associar esmeraldas e rosas às cores da escola, o Texto I acende a rivalidade entre escolas
de samba, enquanto o Texto II é neutro.
(E) o Texto I sugere a riqueza material da Mangueira, enquanto o Texto II destaca o trabalho na
escola de samba.
Superinteressante. São Paulo: Abril, n° 247, dez. 2007.
Segundo o físico da USP, Cláudio Furukawa, é possível ser um cidadão ecossustentável adotando
atos simples. É um argumento utilizado pelo físico,
para sustentar a ideia de que podemos contribuir
para melhorar a qualidade de vida no planeta,
(A) tampar a panela para a comida não esfriar, seguindo os conselhos da mãe.
(B) reduzir a quantidade de calorias, fervendo a
água em recipientes tampados.
(C) analisar o calor do GLP, enquanto a água estiver em processo de ebulição.
(D) aquecer líquidos utilizando os botijões de 13
quilos, pois consomem menos.
(E) diminuir a chama do fogão, para aquecer quantidades maiores de líquido.
21. (ENEM 2010)
O American Idol islâmico
Quem não gosta do Big Brother diz que os reality shows são programas vazios, sem cultura. No
mundo árabe, esse problema já foi resolvido: em
The Millions’ Poet (“O Poeta dos Milhões”), líder de
audiência no golfo pérsico, o prêmio vai para o melhor poeta. O programa, que é transmitido pela Abu
Dhabi TV e tem 70 milhões de espectadores, é uma
competição entre 48 poetas de 12 países árabes –
em que o vencedor leva um prêmio de US$ 1,3 milhão. Mas lá, como aqui, o reality gera controvérsia.
O BBB teve a polêmica dos “coloridos” (grupo em
que todos os participantes eram homossexuais). E
Millions’ Poet detonou uma discussão sobre os direitos da mulher no mundo árabe.
GARATTONI, B. O American Idol islâmico. SuperInteressante.
Edição 278, maio 2010 (fragmento).
389
Questões do ENEM
No trecho “Mas lá, como aqui, o reality gera controvérsia”, o termo destacado foi utilizado para estabelecer uma ligação com outro termo presente no
texto, isto é, fazer referência ao
(A) vencedor, que é um poeta árabe.
(B) poeta, que mora na região da Arábia.
(C) mundo árabe, local em que há o programa.
(D) Brasil, lugar onde há o programa BBB.
(E) programa, que há no Brasil e na Arábia.
Foi aí que me surgiu a idéia esquisita de, com o
auxilio de pessoas mais entendidas que eu, compor
esta história. ( ... )
Desde então procuro descascar fatos, aqui sentado
à mesa da sala de jantar, ( ... ) à hora em que os
grilos cantam e a folhagem das laranjeiras se tinge
de preto.
Vivina de A. Viana. Graciliano Ramos’ seleção de textos,
notas, estudos biográfico, histórico e critico.
São Paulo: Abril Educação. 1981, p. 25-6
22. (ENEM 2009)
No texto, o personagem afirma que vai escrever sobre a sua própria história. O trecho que mostra essa
intenção é
(A) “Desde então procuro descascar fatos”.
(B) “e a folhagem das laranjeiras se tinge de preto”.
(C) “E quando os amigos deixaram de vir discutir
política”.
(D) “Faz dois anos que Madalena morreu”.
24. (ENEM 2009 SIMULADO)
Aumento do efeito estufa
ameaça plantas, diz estudo.
BRASIL. Ministério da Saúde, 2009 (adaptado).
Os principais recursos utilizados para envolvimento
e adesão do leitor à campanha institucional incluem
(A) o emprego de enumeração de itens e apresentação de títulos expressivos.
(B) o uso de orações subordinadas condicionais e
temporais.
(C) o emprego de pronomes como “você” e “sua” e
o uso do imperativo.
(D) a construção de figuras metafóricas e o uso de
repetição.
(E) o fornecimento de número de telefone gratuito
para contato.
23. (EXAMES DO MEC)
São Bernardo
Graciliano Ramos
Faz dois anos que Madalena morreu, dois anos difíceis. E quando os amigos deixaram de vir discutir
política, isto se tornou insuportável.
O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resultante do uso de combustíveis fósseis e das queimadas, pode ter consequências calamitosas para o
clima mundial, mas também pode afetar diretamente o crescimento das plantas. Cientistas da Universidade de Basel, na Suíça, mostraram que, embora
o dióxido de carbono seja essencial para o crescimento dos vegetais, quantidades excessivas desse
gás prejudicam a saúde das plantas e têm efeitos
incalculáveis na agricultura de vários países.
O Estado de São Paulo, 20 seI. 1992, p.32.
O texto acima possui elementos coesivos que promovem sua manutenção temática. A partir dessa
perspectiva, conclui-se que
(A) a palavra “mas”, na linha 3, contradiz a afirmação inicial do texto: linhas 1 e 2.
(B) a palavra “embora”, na linha 4, introduz uma explicação que não encontra complemento no restante do texto.
(C) as expressões: “consequências calamitosas”,
na linha 2, e “efeitos incalculáveis”, na linha 6,
reforçam a ideia que perpassa o texto sobre o
perigo do efeito estufa.
(D) o uso da palavra “cientistas”, na linha 3, é desnecessário para dar credibilidade ao texto, uma
vez que se fala em “estudo” no título do texto.
(E) a palavra “gás”, na linha 5, refere-se a “combustíveis fósseis” e “queimadas”, nas linhas 1 e 2,
reforçando a ideia de catástrofe.
390
Questões do ENEM
25. (ENEM 2004)
Em uma fábrica de equipamentos eletrônicos, cada
componente, ao final da linha de montagem, é submetido a um rigoroso controle de qualidade, que
mede o desvio percentual (D) de seu desempenho
em relação a um padrão ideal. O fluxograma a seguir descreve, passo a passo, os procedimentos
executados por um computador para imprimir um
selo em cada componente testado, classificando-o
de acordo com o resultado do teste:
Ao observar os satélites de Júpiter pela primeira
vez, Galileu Galilei fez diversas anotações e tirou
importantes conclusões sobre a estrutura de nosso
universo. A figura abaixo reproduz uma anotação
de Galileu referente a Júpiter e seus satélites.
De acordo com essa representação e com os dados da tabela, os pontos indicados por 1, 2, 3 e 4
correspondem, respectivamente, a:
(A) Io, Europa, Ganimedes e Calisto.
(B) Ganimedes, Io, Europa e Calisto.
(C) Europa, Calisto, Ganimedes e Io.
(D) Calisto, Ganimedes, Io e Europa.
(E) Calisto, Io, Europa e Ganimedes.
Os símbolos usados no fluxograma têm os seguintes significados:
Entrada e saída de dados
Decisão (testa uma condição, executando
operações diferentes caso essa condição
seja verdadeira ou falsa)
Operação
Segundo essa rotina, se D = 1,2%, o componente
receberá um selo com a classificação
(A) “Rejeitado”, impresso na cor vermelha.
(B) “3ª Classe”, impresso na cor amarela.
(C) “3ª Classe”, impresso na cor azul.
(D) “2ª Classe”, impresso na cor azul.
(E) “1ª Classe”, impresso na cor azul.
A tabela abaixo resume alguns dados importantes
sobre os satélites de Júpiter.
Nome
Diâmetro (km)
Io
Europa
Ganimedes
Calisto
3.642
3.138
5.262
4.800
Período
orbital (dias
terrestres)
1,8
3,6
7,2
16,7
(Entrevista de Rui Lopes Viana Filho à Veja,
05/08/1998, n.31, p. 9-10)
Na pergunta, o repórter estabelece uma relação entre a entrada do estudante no mercado de trabalho
e a vitória na Olimpíada. O estudante
26. (ENEM 2000)
Distância
média ao
centro de
Júpiter (km)
421.800
670.900
1.070.000
1.880.000
27. (ENEM 1999) Leia o texto abaixo.
Cabelos longos, brinco na orelha esquerda, físico de
skatista. Na aparência, o estudante brasiliense Rui
Lopes Viana Filho, de 16 anos, não lembra em nada
o estereótipo dos gênios. Ele não usa pesados óculos de grau e está longe de ter um ar introspectivo.
No final do mês passado, Rui retornou de Taiwan,
onde enfrentou 419 competidores de todo o mundo
na 39ª Olimpíada Internacional de Matemática. A reluzente medalha de ouro que ele trouxe na bagagem
está dependurada sobre a cama de seu quarto, atulhado de rascunhos dos problemas matemáticos que
aprendeu a decifrar nos últimos cinco anos.
Veja – Vencer uma olimpíada serve de passaporte
para uma carreira profissional meteórica?
Rui – Nada disso. Decidi me dedicar à Olimpíada
porque sei que a concorrência por um emprego é
cada vez mais selvagem e cruel. Agora tenho algo
a mais para oferecer. O problema é que as coisas
estão mudando muito rápido e não sei qual será
minha profissão. Além de ser muito novo para decidir sobre o meu futuro profissional, sei que esse
conceito de carreira mudou muito.
(A) concorda com a relação e afirma que o desempenho na Olimpíada é fundamental para sua
entrada no mercado.
(B) discorda da relação e complementa que é fácil
se fazer previsões sobre o mercado de trabalho.
(C) discorda da relação e afirma que seu futuro profissional independe de dedicação aos estudos.
(D) discorda da relação e afirma que seu desempenho só é relevante se escolher uma profissão
relacionada à matemática.
(E) concorda em parte com a relação e complementa que é complexo fazer previsões sobre o mercado de trabalho.
391
Questões do ENEM
1.3. Escrita e de leitura nas diferentes
esferas sociais
30. (ENEM 2010)
28. (ENEM 2011)
SE NO lNVERNO É DlFÍClL
ACORDAR, IMAGINE DORMIR.
Com a chegada do inverno, muitas pessoas perdem o sono. São milhões de necessitados que lutam contra a fome e o frio. Para vencer esta batalha,
eles precisam de você. Deposite qualquer quantia.
Você ajuda milhares de pessoas a terem uma boa
noite e dorme com a consciência tranquila.
Veja. 05 set. 1999 (adaptado).
O produtor de anúncios publicitários utiliza-se de
estratégias persuasivas para influenciar o comportamento de seu leitor. Entre os recursos argumentativos mobilizados pelo autor para obter a adesão do
público à campanha, destaca-se nesse texto
(A) a oposição entre individual e coletivo, trazendo
um ideário populista para o anúncio.
(B) a utilização de tratamento informal com o leitor,
o que suaviza a seriedade do problema.
(C) o emprego de linguagem figurada, o que desvia
a atenção da população do apelo financeiro.
(D) o uso dos numerais “milhares” e “milhões”, responsável pela supervalorização das condições
dos necessitados.
(E) o jogo de palavras entre “acordar” e “dormir”, o
que relativiza o problema do leitor em relação
ao dos necessitados.
29. (ENEM 2011)
Entre ideia e tecnologia
O grande conceito por trás do Museu da Língua é
apresentar o idioma como algo vivo e fundamental para o entendimento do que é ser brasileiro. Se
nada nos define com clareza, a forma como falamos o português nas mais diversas situações cotidianas é talvez a melhor expressão da brasilidade.
SCARDOVELI, E. Revista Língua Portuguesa. São Paulo:
Segmento, Ano II, nº 6, 2006.
O texto propõe uma reflexão acerca da língua portuguesa, ressaltando para o leitor a
(A) inauguração do museu e o grande investimento
em cultura no país.
(B) importância da língua para a construção da
identidade nacional.
(C) afetividade tão comum ao brasileiro, retratada
através da língua.
(D) relação entre o idioma e as políticas públicas na
área de cultura.
(E) diversidade étnica e linguística existente no território nacional.
Revista Nova Escola.
São Paulo: Abril, ago. 2009.
Esse texto é uma propaganda veiculada nacionalmente. Esse gênero textual utiliza-se da persuasão
com uma intencionalidade específica. O principal
objetivo desse texto é
(A) comprovar que o avanço da dengue no país
está relacionado ao fato de a população desconhecer os agentes causadores.
(B) convencer as pessoas a se mobilizarem, com
o intuito de eliminar os agentes causadores da
doença.
(C) demonstrar que a propaganda tem um caráter
institucional e, por essa razão, não pretende
vender produtos.
(D) informar à população que a dengue é uma doença que mata e que, por essa razão, deve ser
combatida.
(E) sugerir que a sociedade combata a doença,
observando os sintomas apresentados e procurando auxílio médico.
31. (ENEM 2010)
Alexandria começou a ser construída em 332
a.C., por Alexandre, o Grande, e, em pouco anos,
tomou-se um polo de estudos sobre matemática,
filosofia e ciências gregas. Meio século mais tarde, Ptolomeu ergueu uma enorme biblioteca e um
museu – que funcionou como centro de pesquisa.
A biblioteca reuniu entre 200 mil e 500 mil papiros
e, com o museu, transformou a cidade no maior
núcleo intelectual da época, especialmente entre
os anos 290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu su-
392
Questões do ENEM
cessivos ataques de romanos, cristãos e árabes, o
que resultou na destruição ou perda de quase todo
o seu acervo.
33. (ENEM 2009)
Texto para as 2 questões seguintes
RIBEIRO, F. Filósofa e mártir. Aventuras na história.
São Paulo: Abril. Ed. 81. Abril 2010 (adaptado)
A biblioteca de Alexandria exerceu durante certo
tempo um papel fundamental para a produção do
conhecimento e memória das civilizações antigas,
por que
(A) eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e
zelou pelas narrativas dos seus grandes feitos.
(B) funcionou como um centro de pesquisa acadêmica e deu origem às universidades modernas.
(C) preservou o legado da cultura grega em diferentes áreas do conhecimento e permitiu sua
transmissão a outros povos.
(D) transformou a cidade de Alexandria no centro
urbano mais importante da Antiguidade.
(E) reuniu os principais registros arqueológicos até
então existentes e fez avançar a museologia
antiga.
BRASIL. Ministério da Saúde. Revista Nordeste,
João Pessoa, ano 3, n. 35, maio/jun. 2009.
32. (ENEM 2009)
O texto exemplifica um gênero textual híbrido entre carta e publicidade oficial. Em seu conteúdo, é
possível perceber aspectos relacionados a gêneros
digitais. Considerando-se a função social das informações geradas nos sistemas de comunicação e
informação presentes no texto, infere-se que
Tendo em vista a segunda fala do personagem entrevistado, constata-se que
(A) o entrevistado deseja convencer o jornalista a
não publicar um livro.
(B) o principal objetivo do entrevistado é explicar o
significado da palavra motivação.
(C) são utilizados diversos recursos da linguagem
literária, tais como a metáfora e a metonímia.
(D) o entrevistado deseja informar de modo objetivo o
jornalista sobre as etapas de produção de um livro.
(E) o principal objetivo do entrevistado é evidenciar
seu sentimento com relação ao processo de
produção de um livro.
(A) a utilização do termo download indica restrição
de leitura de informações a respeito de formas
de combate à dengue.
(B) a diversidade dos sistemas de comunicação
empregados e mencionados reduz a possibilidade de acesso às informações a respeito do
combate à dengue.
(C) a utilização do material disponibilizado para
download no site www.combatadengue.com.br
restringe-se ao receptor da publicidade.
(D) a necessidade de atingir públicos distintos se
revela por meio da estratégia de disponibilização de informações empregada pelo emissor.
(E) a utilização desse gênero textual compreende,
no próprio texto, o detalhamento de informações
a respeito de formas de combate à dengue.
34. (ENEM 2009)
Diante dos recursos argumentativos utilizados,
depreende-se que o texto apresentado
(A) se dirige aos líderes comunitários para tomarem
a iniciativa de combater a dengue.
(B) conclama toda a população a participar das estratégias de combate ao mosquito da dengue.
393
Questões do ENEM
(C) se dirige aos prefeitos, conclamando-os a organizarem iniciativas de combate à dengue.
(D) tem como objetivo ensinar os procedimentos
técnicos necessários para o combate ao mosquito da dengue.
(E) apela ao governo federal, para que dê apoio
aos governos estaduais e municipais no combate ao mosquito da dengue.
35. (EXAMES DO MEC)
Segundo Rubem Alves,
(A) a escrita é mais importante que a oral idade no
processo inicial do ensino/aprendizagem.
(B) por meio da oralidade, a criança pode aprender
a arte da leitura.
(C) contar histórias atrapalha a criança no processo de aquisição da escrita.
(D) a arte da leitura é uma fantasia que passa como
um toque de mágica.
38. (EXAMES DO MEC)
Traído pelo vinho do padre
O desempregado Francimar Lima Lira, morador da
cidade paulista de Sorocaba, aproveitou que uma
das igrejas da cidade estava às escuras, medida
para racionar energia, e decidiu roubála. Era meia-noite quando ele entrou na sacristia. Alegrou-se ao
ver um aspirador de pó e um retroprojetor ao alcance de suas mãos, e alegrou-se mais ainda ao deparar com duas garrafas de vinho que o padre utiliza
na missa. Um gole aqui, outro ali, ele enxugou as
duas garrafas. Ficou bêbado e foi preso. “O vinho
tonteia mesmo porque é muito licoroso”, disse o pároco, Camilo Munnaro.
Revista Istoé, nº 1.653, 6/6/2001.
Este texto tem a finalidade de
(A) contrapor idéias acerca dos crimes nas igrejas.
(B) demonstrar o efeito do vinho usado nas missas.
(C) denunciar roubos ocorridos em igrejas às escuras.
(D) narrar um fato que teve um desfecho inesperado.
Os jovens acreditam que o Brasil estará em uma
situação social, política e econômica melhor em um
médio prazo. Este dado foi revelado em uma pesquisa realizada. em março, pelo CIEE/SP, com 500
estudantes paulistas (61% com idade entre 16 e
20 anos). Do total de entrevistados, 78% acreditam
que a situação melhorará num futuro próximo.
Adaptado de O Estado de S Paulo 28 de abril de 2002.
A crença, expressa no texto, de que os jovens têm
boas expectativas em relação ao futuro do Brasil
está fundamentada em uma pesquisa realizada com
(A) todos os estudantes brasileiros.
(B) 78% dos jovens estudantes brasileiros.
(C) 61 % de jovens com idade entre 16 e 20 anos.
(D) 500 estudantes paulistas.
39. (ENEM 2007)
36. (EXAMES DO MEC)
“Um levantamento feito por um Centro de Medicina
Diagnóstica revelou que a saúde dos executivos vai
mal. De acordo com a análise realizada com 161
profissionais que se submeteram a um check-up, foi
constatado que 66% estavam com excesso de peso
e 40% eram sedentários. Além disso, 42% tinham colesterol elevado e 13% apresentaram hipertensão”.
Globo Rural, jun./2007.
Revista lstoé, 24/03/2004. com adaptações
Pode-se perceber que o texto acima tem um caráter
(A) literário
(B) político.
(C) informativo.
(D) dissertativo.
37. (EXAMES DO MEC)
Se fosse ensinar a uma criança, a arte da leitura não
começaria com as letras e as silabas. Simplesmente
leria as histórias mais fascinantes que a fariam entrar no mundo encantado da fantasia. Aí então, com
inveja dos meus poderes mágicos, ela quereria que
eu lhe ensinasse o segredo que transforma letras e
silabas em histórias. É assim. É muito simples.
Rubem Alves é educador, teólogo. psicanalista e escritor.
Almanaque Brasil de Cultura Popular. setembro 2004.
É título adequado para a matéria jornalística em
que o gráfico acima seja apresentado:
(A) Apicultura: Brasil ocupa a 33ª posição no ranking
mundial de produção de mel — as abelhas estão desaparecendo no país
(B) O milagre do mel: a apicultura se expande e
coloca o país entre os seis primeiros no ranking
mundial de produção
(C) Pescadores do mel: Brasil explora regiões de
mangue para produção do mel e ultrapassa a
Argentina no ranking mundial
(D) Sabor bem brasileiro: Brasil inunda o mercado
mundial com a produção de 15 mil toneladas de
mel em 2005
(E) Sabor de mel: China é o gigante na produção
de mel no mundo e o Brasil está em 15º lugar
no ranking
394
Questões do ENEM
40. (ENEM 2006)
O gráfico abaixo foi extraído de matéria publicada
no caderno Economia & Negócíos do jornal O Estado de S. Paulo, em 11/6/2006.
(D) através do jogo é possível entender que as regras são construídas socialmente e que não podemos modificá-Ias.
(E) no jogo, a participação está sempre vinculada à
necessidade de aprender um conteúdo novo e de
desenvolver habilidades motoras especializadas.
42. (EXAMES DO MEC)
A prática esportiva profissional exige do atleta moderno uma postura muito mais rigorosa que a exigida na década de 70. Programas cientificamente
elaborados garantem que o corpo trabalhe com
aproveitamento máximo. O aperfeiçoamento das
técnicas de condicionamento foi impulsionado em
conseqüência da
(A) sofisticação dos padrões esportivos tradicionais.
(B) propagação de formas de lazer mais apuradas .
(C) metamorfose ocorrida na esfera sociocultural.
(D) difusão globalizada dos eventos esportivos .
É um titulo adequado para a matéria jornalística em
que esse gráfico foi apresentado:
(A) Brasil: inflação acumulada em 12 meses menor
que a dos EUA
(B) Inflação do terceiro mundo supera pela sétima
vez a do primeiro mundo
(C) Inflação brasileira estável no período de 2001 a 2006
(D) Queda no índice de preços ao consumidor no
período 2001-2005
(E) EUA: ataques terroristas causam hiperinflação
2. Interação e identidade
2.1. Corpo e identidade
41. (ENEM 2009)
A falta de espaço para brincar é um problema muito comum nos grandes centros urbanos. Diversas
brincadeiras de rua tal como o pular corda, o pique
pega e outros têm desaparecido do cotidiano das
crianças. As brincadeiras são importantes para o
crescimento e desenvolvimento das crianças, pois
desenvolvem tanto habilidades perceptivo-motoras
quanto habilidades sociais.
Considerando a brincadeira e o jogo como um importante instrumento de interação social, pois por
meio deles a criança aprende sobre si, sobre o outro
e sobre o mundo ao seu redor, entende-se que
(A) o jogo possibilita a participação de crianças de
diferentes idades e níveis de habilidade motora.
(B) o jogo desenvolve habilidades competitivas
centradas na busca da excelência na execução
de atividades do cotidiano.
(C) o jogo gera um espaço para vivenciar situações
de exclusão que serão negativas para a aprendizagem social.
43. (EXAMES DO MEC)
Os vínculos entre o esporte e as guerras foram
muito estreitos. Há cem anos, na França, sociedades de ginástica, de tiro e de esgrima se desenvolveram sob o controle rígido do Exército.
Cabia ao esporte preparar os futuros quadros
políticos do país. Atualmente o esporte praticado pelas pessoas está mais relacionado ao
lazer.
Adaptado de RAGACHE, G. Esportes e Jogos.
São Paulo Ática, 2001
A partir da leitura do texto, pode-se inferir que, na
atualidade, a prática esportiva pessoal está mais
relacionada
(A) ao treinamento militar.
(B) à preparação de quadros políticos.
(C) ao interesse pela diversão.
(D) à participação nas Olimpíadas.
44. (EXAMES DO MEC)
O anúncio, em novembro de 1991, de que o jogador de basquete Magic Johnson tinha o vírus da
AIOS motivou a discussão sobre a prática de esportes por portadores do HIV.
Respeitando-se as condições físicas e psicológicas do portador, existe hoje um consenso de que a
prática esportiva pode auxiliar na qualidade de vida
dos atletas, especialmente por mantê-Ios integrados socialmente. Segundo o texto acima, a prática
de esporte por portadores de HIV
(A) é contra-indicada por exigir esforço físico.
(B) favorece o convívio do atleta em grupo.
(C) compromete a recuperação psicológica.
(D) pode reforçar o isolamento social.
395
Questões do ENEM
2.2. Mitos e verdades sobre os corpos masculino e feminino
45. (ENEM 2011)
Na modernidade, o corpo foi descoberto, despido e
modelado pelos exercícios físicos da moda. Novos
espaços e práticas esportivas e de ginástica passaram a convocar as pessoas a modelarem seus corpos. Multiplicaram-se as academias de ginástica, as
salas de musculação e o número de pessoas correndo pelas ruas.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Caderno do professor:
educação física. São Paulo, 2008.
Diante do exposto, é possível perceber que houve
um aumento da procura por
(A) exercícios físicos aquáticos (natação/hidroginástica), que são exercícios de baixo impacto,
evitando o atrito (não prejudicando as articulações), e que previnem o envelhecimento precoce e melhoram a qualidade de vida.
(B) mecanismos que permitem combinar alimentação e exercício físico, que permitem a aquisição
e manutenção de níveis adequados de saúde,
sem a preocupação com padrões de beleza instituídos socialmente.
(C) programas saudáveis de emagrecimento, que
evitam os prejuízos causados na regulação metabólica, função imunológica, integridade óssea
e manutenção da capacidade funcional ao longo do envelhecimento.
(D) exercícios de relaxamento, reeducação postural
e alongamentos, que permitem um melhor funcionamento do organismo como um todo, bem
como uma dieta alimentar e hábitos saudáveis
com base em produtos naturais.
(E) dietas que preconizam a ingestão excessiva ou
restrita de um ou mais macronutrientes (carboidratos, gorduras ou proteínas), bem como
exercícios que permitem um aumento de massa
muscular e/ou modelar o corpo.
46. (ENEM 2009)
Luciana trabalha em uma loja de venda de carros. Ela tem um papel muito importante de fazer a
conexão entre os vendedores, os compradores e
o serviço de acessórios. Durante o dia, ela se desloca inúmeras vezes da sua mesa para resolver
os problemas dos vendedores e dos compradores.
No final do dia, Luciana só pensa em deitar e descansar as pernas.
Na função de chefe preocupado com a produtividade (número de carros vendidos) e com a saúde e a
satisfação dos seus funcionários, a atitude correta
frente ao problema seria
(A) propor a criação de um programa de ginástica
laboral no início da jornada de trabalho.
(B) sugerir a modificação do piso da loja para diminuir o atrito do solo e reduzir as dores nas
pernas.
(C) afirmar que os problemas de dores nas pernas
são causados por problemas genéticos.
(D) ressaltar que a utilização de roupas bonitas e
do salto alto são condições necessárias para
compor o bom aspecto da loja.
(E) escolher um de seus funcionários para conduzir
as atividades de ginástica laboral em intervalos
de 2 em 2 horas.
47. (EXAMES DO MEC)
O texto abaixo é parte de uma entrevista de Tarcísio
Barros concedida a Drauzio Varella.
Profissionais propensos a problemas de coluna
Drauzio - De acordo com sua experiência pessoal,
quais profissões favorecem o aparecimento de problemas na coluna?
T. Barros – Carregadores de peso, como os estivadores, por exemplo, acabam apresentando mais
problemas porque expõe a coluna à sobrecarga
contínua. Por paradoxal que pareça, pessoas que
trabalham paradas na mesma posição sem relaxar a musculatura, como os caixas de bancos ou
quem fica horas em frente do computador, também
representam uma população de risco. Nesse caso,
é recomendável levantar-se a cada 40 ou 50 minutos, andar um pouco e colocar um tablado para
erguer alternadamente os pés e relaxar a musculatura. Motoristas de veículos pesados também se incluem no grupo de risco. Há um estudo interessante mostrando que quem dirige carros mais velhos
tem mais problemas de coluna do que quem dirige
carros novos e em melhores condições mecânicas.
(Entrevista de Tarcisio Barros, médico e professor de Ortopedia
da USP a Drauzio Varella. in http://www.drauzlovarellacom.br/
entrevistas/barros _ coluna8. asp)
A entrevista indica atitudes que diminuem as causas de problemas na coluna. Qual das opções abaixo indica uma dessas atitudes?
(A) Dirigir com mais atenção os carros em más condições mecânicas.
(B) Descansar os pés sobre um tablado, após andar por mais de 40 minutos.
(C) Intercalar movimentos no período em que se
trabalha sentado.
(D) Aumentar a resistência da coluna com o levantamento de pesos.
48. (EXAMES DO MEC)
Comer muito pouco enfraquece; comer demais engorda; muita atividade, sem descanso, desgasta
rápido. Muito descanso, com pouca atividade, também adoece.
Pensar pouco emburrece; pensar demais enlouquece!
CANALONGA. W. Folha de S Paulo. 01 de agosto de 2002
Esse texto, de uma forma bem humorada, sugere
que uma vida saudável deve
(A) combinar com equilíbrio a prática de atividades
com descanso.
(B) exigir dietas alimentares para não engordar.
(C) pedir muita atividade e pouco descanso.
(D) ser exclusivamente intelectual.
396
Questões do ENEM
49. (EXAMES DO MEC)
É bastante conhecida, no caso brasileiro, a história
do povo africano que, vivendo nas senzalas, inventou
a capoeira. Enquanto fingia estar dançando, treinava
golpes para defender-se dos seus opressores.
A partir da leitura do texto, é possível afirmar que
os povos
(A) copiam movimentos de outros lugares.
(B) criam movimentos relacionados às suas necessidades.
(C) são incapazes de elaborar movimentos.
(D) limitam-se aos movimentos que já conhecem.
50. (EXAMES DO MEC)
Nada impede que a mulher grávida pratique esportes, desde que moderadamente. Sem forçar o ritmo, a grávida pode e deve praticar exercícios que
a ajudem a viver melhor a gestação ou a fortaleçam
para o parto. A partir do quarto mês, no entanto,
ela deve evitar exercícios em posição deitada de
costas. Para descansar no intervalo dos exercícios,
sugere-se que se deite de lado.
Viva em forma o ano todo: manual prático de saúde e bem
estar Associação Pro-Teste Consumidores (com adaptações)
A prática de atividades físicas é uma orientação reconhecida para a melhoria da qualidade de vida e
da saúde das pessoas. No entanto, conforme as
orientações do texto acima, uma gestante deve
(A) fazer exercícios a partir do 5º mês de gestação.
(B) realizar atividades físicas com alguns cuidados.
(C) deitar-se de costas para fazer exercícios físicos.
(D) forçar o ritmo das atividades para ter mais força.
2.3. O corpo e a expressão artística e
cultural. O corpo no mundo dos símbolos e como produção da cultura
51. (ENEM 2010)
Saúde
A final, abrindo um jornal, lendo uma revista ou assistindo à TV, insistentes são os apelos feitos em
prol da atividade física. A mídia não descansa; quer
vender roupas esportivas, propagandas de academias, tênis, aparelhos de ginástica e musculação,
vitaminas, dietas... uma relação infindável de materiais, equipamentos e produtos alimentares que,
por trás de toda essa “parafernália”, impõe um discurso do convencimento e do desejo de um corpo
belo, saudável e, em sua grande maioria, de melhor
saúde.
RODRIGUES,L. H.; GALVÃO, Z. Educação Física na escola:
implicações para a pratica pedagógica. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008
Em razão da influência da mídia no comportamento das pessoas, no que diz respeito ao padrão de
corpo exigido, podem ocorrer mudanças de hábitos
corporais. A esse respeito, infere-se do texto que é
necessário
(A) reconhecer o que é indicado pela mídia como
referência para alcançar o objetivo de ter um
corpo belo e saudável.
(B) valorizar o discurso da mídia, entendendo-o
como incentivo à prática da atividade física,
para o culto do corpo perfeito.
(C) diferenciar as práticas corporais veiculadas pela
mídia daquelas praticadas no dia a dia, considerando a saúde e a integridade corporal.
(D) atender aos apelos midiáticos em prol da prática exacerbada de exerci cios físicos, como garantia de beleza.
(E) identificar os materiais, equipamentos e produtos alimentares como o caminho para atingir o
padrão de corpo idealizado pela mídia.
52. (ENEM 2009)
Nunca se falou e se preocupou tanto com o corpo
como nos dias atuais. É comum ouvirmos anúncios
de uma nova academia de ginástica, de uma nova
forma de dieta, de uma nova técnica de autoconhecimento e outras práticas de saúde alternativa, em
síntese, vivemos nos últimos anos a redescoberta
do prazer, voltando nossas atenções ao nosso próprio corpo. Essa valorização do prazer individualizante se estrutura em um verdadeiro culto ao corpo, em analogia a uma religião, assistimos hoje ao
surgimento de novo universo: a corpolatria.
CODO, W.; SENNE, W. O que é corpo(latria).
Coleção Primeiros Passos. Brasiliense, 1985 (adaptado)
Sobre esse fenômeno do homem contemporâneo
presente nas classes sociais brasileiras, principalmente, na classe média, a corpolatria
(A) é uma religião pelo avesso, por isso outra religião; inverteram-se os sinais, a busca da felicidade eterna antes carregava em si a destruição
do prazer, hoje implica o seu culto.
(B) criou outro ópio do povo, levando as pessoas a
buscarem cada vez mais grupos igualitários de
integração social.
(C) é uma tradução dos valores das sociedades
subdesenvolvidas, mas em países considerados do primeiro mundo ela não consegue se
manifestar porque a população tem melhor educação e senso crítico.
(D) tem como um de seus dogmas o narcisismo,
significando o “amar o próximo como se ama a
si mesmo”.
(E) existe desde a Idade Média, entretanto esse
acontecimento se intensificou a partir da Revolução Industrial no século XIX e se estendeu até
os nossos dias.
397
Questões do ENEM
2.4 Práticas corporais
53. (ENEM 2009)
O convívio com outras pessoas e os padrões sociais estabelecidos moldam a imagem corporal na
mente das pessoas. A imagem corporal idealizada
pelos pais, pela mídia, pelos grupos sociais e pelas próprias pessoas desencadeia comportamentos
estereotipados que podem comprometer a saúde.
A busca pela imagem corporal perfeita tem levado
muitas pessoas a procurar alternativas ilegais e até
mesmo nocivas à saúde.
Revista Corpoconsciência. FEFISA. V. 10 nº 2
Santo André. jul/dez. 2006, (adaptado)
A imagem corporal tem recebido grande destaque
e valorização na sociedade atual. Como consequência,
(A) a ênfase na magreza tem levado muitas mulheres a depreciar sua autoimagem, apresentando
insatisfação crescente com o corpo.
(B) as pessoas adquirem a liberdade para desenvolver seus corpos de acordo com critérios estéticos que elas mesmas criam e que recebem
pouca influência do meio em que vivem.
(C) a modelagem corporal é um processo em que o
indivíduo observa o comportamento de outros,
sem, contudo, imitá-Ios.
(D) o culto ao corpo produz uma busca incansável,
trilhada por meio de árdua rotina de exercícios,
com pouco interesse no aperfeiçoamento estético.
(E) o corpo tornou-se um objeto de consumo importante para as pessoas criarem padrões de
beleza que valorizam a raça à qual pertencem.
55. (ENEM 2011)
Disponível em http://wwwwordinfoinfo Acesso em: 27 abr 2010
O homem evoluiu. Independentemente de teoria,
essa evolução ocorreu de várias formas. No que
concerne á evolução digital, o homem percorreu
longo trajeto da pedra lascada ao mundo virtual. Tal
fato culminou em um problema físico habitual, ilustrado na imagem, que propicia uma piora na qualidade de vida do usuário, uma vez que
(A) a evolução ocorreu e com ela evoluíram as dores de cabeça, o estresse e a falta de atenção
à família.
(B) a vida sem o computador tornou-se quase inviável, mas se tem diminuído problemas de visão
cansada.
(C) a utilização demasiada do computador tem
proporcionado o surgimento de cientistas que
apresentam lesão por esforço repetitivo.
(D) o homem criou o computador, que evoluiu, e
hoje opera várias ações antes feitas pelas pessoas, tornando-as sedentárias ou obesas.
(E) o uso contínuo do computador de forma inadequada tem ocasionado má postura corporal.
56. (ENEM 2010)
54. (EXAMES DO MEC)
Raiz do cabelo
“Cabelo duro é lindo”. concluiu o antropólogo Raul
Lody ao final do seu livro Cabelos de Axé (SENAC),
que explica a símboloqia dos penteados afro desde
os primórdios até os dias atuais. (...)
Está lá escrito que nos desenhos pré-históricos,
pintados em cavernas, já se representava o homem
com cabelos exuberantes. No antigo Egito, havia o
hábito de se raspar a cabeça, para assim homens
e mulheres poderem usar perucas com penteados
especiais, ornados com ouro e pedras preciosas
que, pela sua abundância ou não revelavam a
posição na hierarquia social
O Globo 27/11/2004 (com adaptações)
O texto acima
(A) informa sobre a história dos penteados afro.
(B) mostra que o cabelo afro é algo da nossa época.
(C) mostra novas tendências de beleza para o cabelo afro.
(D) vende um produto para usar nos penteados afro.
Figura I. Disponível em: http://zuperdido.wordpress.com.
Acesso em: 27 abr. 2010.
Figura II. Disponível em: http://jornale.com.br.
Acesso em: 27 abr. 2010.
Figura III. Disponível em: http://www.alamedavirtual.com.
Acesso em: 27 abr. 2010.
O salto, movimento natural do homem, está presente em ações cotidianas e também nas artes, nas
lutas, nos esportes, entre outras atividades. Com
relação a esse movimento, considera-se que
(A) é realizado para cima, sem que a impulsão determine o tempo de perda de contato com o
solo.
(B) é na fase de voo que se inicia o impulso, que,
dado pelos braços, determina o tipo e o tempo
de duração do salto.
398
Questões do ENEM
(C) é verificado o mesmo tempo de perda de contato com o solo nas situações em que é praticado.
(D) é realizado após uma breve corrida para local
mais alto, sem que se utilize apoio para o impulso.
(E) é a perda momentânea de contato dos pés com
o solo e apresenta as fases de impulsão, voo e
queda.
(C) pode desenvolver as atividades físicas do dia-a-dia, independentemente de sua idade.
(D) pode executar suas atividades do dia a dia com
vigor, atenção e uma fadiga de moderada a intensa.
(E) pode exercer atividades físicas no final do dia,
mas suas reservas de energia são insuficientes
para atividades intelectuais.
57. (ENEM 2010)
59. (EXAMES DO MEC)
Você já deve ter ouvido falar que nos quartéis os
soldados fazem exercícios físicos todos os dias.
Também deve saber que os bailarinos enfrentam
horas de treinamento.
A constatação desses fatos nos leva a concluir que
O desenvolvimento das capacidades físicas passíveis de treinamento) ajuda na tomada de decisões
em relação à melhor execução do movimento. A
capacidade física predominante no movimento representado na imagem é
(A) a velocidade, que permite ao músculo executar
uma sucessão rápida de gestos em movimentação de intensidade máxima.
(B) a resistência, que admite a realização de considerável período de tempo, sem perda da qualidade da execução.
(C) a flexibilidade, que permite a amplitude máxima
de um movimento, em uma ou mais articulações, sem causar lesões.
(D) a agilidade, que possibilita a execução de movimentos rápidos e ligeiros com mudanças de
direção.
(E) o equilíbrio, que permite a realização dos mais
variados movimentos, com o objetivo de sustentar o corpo sobre uma base.
58. (ENEM 2009)
Saúde, no modelo atual de qualidade de vida, é o
resultado das condições de alimentação, habitação, educação, renda, trabalho, transporte, lazer,
serviços médicos e acesso á atividade física regular. Quanto ao acesso á atividade física, um dos
elementos essenciais é a aptidão física, entendida
como a capacidade de a pessoa utilizar seu corpo
- incluindo músculos, esqueleto, coração, enfim,
todas as partes -, de forma eficiente em suas atividades cotidianas; logo, quando se avalia a saúde
de uma pessoa, a aptidão física deve ser levada
em conta. A partir desse contexto, considera-se que
uma pessoa tem boa aptidão física quando
(A) apresenta uma postura regular.
(B) pode se exercitar por períodos curtos de tempo.
(A) a repetição de movimentos específicos melhora
o desempenho.
(B) o bom desempenho independe de treinamento.
(C) o esforço é desnecessário para o bom desempenho.
(D) o talento é o que melhora o desempenho.
2.5. O esporte; a dança; as lutas;
os jogos; as brincadeiras
60. (ENEM 2011)
Conceitos e importância das lutas
Antes de se tornarem esporte, as lutas ou as artes
marciais tiveram duas conotações principais: eram
praticadas com o objetivo guerreiro ou tinham um
apelo filosófico como concepção de vida bastante
significativo. Atualmente, nos deparamos com a
grande expansão das artes marciais em nível mundial. As raízes orientais foram se disseminando,
ora pela necessidade de luta pela sobrevivência ou
para a “defesa pessoal”, ora pela possibilidade de
ter as artes marciais como própria filosofa de vida.
CARREIRO, E. A. Educação Física na escola:
implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008 (fragmento).
Um dos problemas da violência que está presente principalmente nos grandes centros urbanos
são as brigas e os enfrentamentos de torcidas organizadas, além da formação de gangues, que se
apropriam de gestos das lutas, resultando, muitas
vezes, em fatalidades. Portanto, o verdadeiro objetivo da aprendizagem desses movimentos foi mal
compreendido, afinal as lutas
(A) se tornaram um esporte, mas eram praticadas
com o objetivo guerreiro a fim de garantir a sobrevivência.
(B) apresentam a possibilidade de desenvolver o autocontrole, o respeito ao outro e a formação do caráter.
(C) possuem como objetivo principal a “defesa pessoal” por meio de golpes agressivos sobre o
adversário.
399
Questões do ENEM
(D) sofreram transformações em seus princípios filosóficos em razão de sua disseminação pelo
mundo.
(E) se disseminaram pela necessidade de luta pela
sobrevivência ou como filosofia pessoal de vida.
61. (ENEM 2010)
(C) é possível aprender Matemática a partir dos desenhos dos movimentos da capoeira.
(D) o rigor dos movimentos da capoeira tem por
base os estudos da Geometria.
63. (EXAMES DO MEC)
É bastante conhecida, no caso brasileiro, a história
do povo africano que, vivendo nas senzalas, inventou
a capoeira. Enquanto fingia estar dançando, treinava
golpes para defender-se dos seus opressores.
Figura 1: Disponível em: http://www.clicrbs.com.br-blog/
fotos/235151 post foto.jpq
Figura 2: Disponível em: http://esporte.hsw.uol.com.br/voleijogos-olimpicos.htm
Figura 3: Disponível em. http·//www.arel.com.br/eurocup/voleil
Acesso em 27 abro 2010
O voleibol é um dos esportes mais praticados na
atualidade. Está presente nas competições esportivas, nos jogos escolares e na recreação. Nesse
esporte, os praticantes utilizam alguns movimentos
específicos como: saque, manchete, bloqueio, levantamento, toque, entre outros. Na sequência de
imagens, identificam-se os movimentos de
(A) sacar e colocar a bola em jogo, defender a bola
e realizar a cortada como forma de ataque.
(B) arremessar a bola, tocar para passar a bola ao
levantador e bloquear como forma de ataque.
(C) tocar e colocar a bola em jogo, cortar para defender e levantar a bola para atacar.
(D) passar a bola e iniciar a partida, lançar a bola ao
levantador e realizar a manchete para defender.
(E) cortar como forma de ataque, passar a bola para
defender e bloquear como forma de ataque.
A partir da leitura do texto, é possível afirmar que
os povos
(A) copiam movimentos de outros lugares.
(B) criam movimentos relacionados ás suas necessidades.
(C) são incapazes de elaborar movimentos.
(D) limitam-se aos movimentos que já conhecem.
3. Textos artísticos
3.1. Interpretação e cidadania
64. (ENEM 2011)
TEXTO I
62. (EXAMES DO MEC)
Gingado Geométrico
“Todos em roda, bate o pandeiro, soa atabaque,
vibram os berimbaus. É capoeira. No meio, dois jogando. Um pé aqui, outro ali. Aquele para o lado, o
segundo mais atrás. Gira, lenta, uma estrela no ar.
Toca do Salitre - Piauí. Disponível em
http://vwwwfurndharn.org.br. Acesso em: 27 jul. 2010.
TEXTO II
Geometria pura!?
A professora carioca Adriana de Souza Lima encontrou na capoeira e, também, na geometria que ela
desenha no chão e no ar o caminho para conquistar
uma turma de 26 crianças da escola municipal Jônatas Serrano, no Rio de Janeiro, pela Matemática”.
Revista Nova Escola. Agosto 2002 Pp /28 /29
A partir do texto acima, depreende-se que
(A) um bom professor de capoeira utiliza a Matemática para explicar seus movimentos.
(B) a música da capoeira estimula o aprendizado
da Matemática.
400
Arte Urbana Foto: Diego Singh Disponível em. http://www.
diaadia.pr.qov.br. Acesso em 27 jul. 2010.
Questões do ENEM
O grafite contemporâneo, considerado em alguns
momentos como uma arte marginal, tem sido comparado às pinturas murais de várias épocas e às
escritas pré-históricas. Observando as imagens
apresentadas, é possível reconhecer elementos
comuns entre os tipos de pinturas murais, tais como
(A) a preferência por tintas naturais, em razão de
seu efeito estético.
(B) a inovação na técnica de pintura, rompendo
com modelos estabelecidos.
(C) o registro do pensamento e das crenças das
sociedades em várias épocas.
(D) a repetição dos temas e a restrição de uso pelas
classes dominantes.
(E) o uso exclusivista da arte para atender aos interesses da elite.
de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros artistas modernistas
65. (ENEM 2010)
67. (ENEM 2010)
Opinião
Onde ficam os “artistas”? Onde ficam os “artesãos”? Submergidos no Interior da sociedade, sem
reconhecimento formal, esses grupos passam a
ser vistos de diferentes perspectivas pelos seus intérpretes, a maioria das vezes, engajados em discussões que se polarizam entre artesanato, cultura
erudita e cultura popular.
Podem me prender
Podem me bater
Podem até deixar-me sem comer
Que eu não mudo de opinião.
Aqui do morro eu não saio não
Aqui do morro eu não saio não.
Se não tem água
Eu furo um poço
Se não tem carne
Eu compro um osso e ponho na sopa
E deixa andar, deixa andar ...
Falem de mim
Quem quiser falar
Aqui eu não pago aluguel
Se eu morrer amanhã seu doutor,
Estou pertinho do céu
(A) buscaram libertar a arte brasileira das normas
acadêmicas europeias, valorizando as cores, a
originalidade e os temas nacionais.
(B) defenderam a liberdade limitada de uso da cor,
até então utilizada de forma irrestrita, afetando
a criação artística nacional.
(C) representaram a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa.
(D) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras
retratadas, defendendo uma liberdade artística
ligada à tradição acadêmica.
(E) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.
PORTO ALEGRE, M. S. Arte e ofício de artesão.
São Paulo, 1985 (adaptado).
O texto aponta para uma discussão antiga e recorrente sobre o que é “arte”. Artesanato é arte ou
não? De acordo com uma tendência inclusiva sobre
a relação entre arte e educação,
Zé Ketti. Opinião. Disponível em: http://wwwmpbnet.combr.
Acesso em: 28 abril 2010.
Essa música fez parte de um importante espetáculo teatral que estreou no ano de 1964, no Rio
de Janeiro. O papel exercido pela Música Popular
Brasileira (MPB) nesse contexto, evidenciado pela
letra de música citada, foi o de
(A) entretenimento para os grupos intelectuais.
(B) valorização do progresso econômico do país.
(C) crítica à passividade dos setores populares.
(D) denúncia da situação social e política do país.
(E) mobilização dos setores que apoiavam a Ditadura Militar.
66. (ENEM 2010)
Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao
Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para
mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as
duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção
(A) o artesanato é algo do passado e tem sua sobrevivência fadada à extinção por se tratar de
trabalho estático produzido por poucos.
(B) os artistas populares não têm capacidade de
pensar e conceber a arte intelectual, visto que
muitos deles sequer dominam a leitura.
(C) o artista popular e o artesão, portadores de saber cultural, têm a capacidade de exprimir, em
seus trabalhos, determinada formação cultural.
(D) os artistas populares produzem suas obras pautados em normas técnicas e educacionais rígidas, aprendidas em escolas preparatórias.
(E) o artesanato tem seu sentido limitado à região
em que está inserido como uma produção particular, sem expansão de seu caráter cultural.
68. (ENEM 2010)
Eu não tenho hoje em dia muito orgulho do Tropicalismo. Foi sem dúvida um modo de arrombar a festa, mas arrombar a festa no Brasil é fácil. O Brasil é
uma pequena sociedade colonial, muito mesquinha,
muito fraca.
401
VELOSO, c. In: HOLLANDA, H. B.; GONÇALVES. M
A Cultura e participação nos anos 80. São Paulo
Brasiliense, 1995 (adaptado)
Questões do ENEM
O movimento tropicalista, consagrador de diversos
músicos brasileiros, está relacionado historicamente
(A) à expansão de novas tecnologias de informação, entre as quais, a Internet, o que facilitou
imensamente a sua divulgação mundo afora.
(B) ao advento da indústria cultural em associação
com um conjunto de reivindicações estéticas e
políticas durante os anos 1960.
(C) à parceria com a Jovem Guarda, também considerada um movimento nacionalista e de crítica
política ao regime militar brasileiro.
(D) ao crescimento do movimento estudantil nos
anos 1970, do qual os tropicalistas foram aliados na crítica ao tradicionalismo dos costumes
da sociedade brasileira.
(E) à identificação estética com a Bossa Nova, pois
ambos os movimentos tinham raízes na incorporação de ritmos norte-americanos, como o
blues.
Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha, conclui-se que
(A) ambos se identificam pelas características estéticas marcantes, como tristeza e melancolia, do
movimento romântico das artes plásticas.
(B) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, representando-o de maneira realista, ao passo que o
texto é apenas fantasioso.
(C) a pintura e o texto têm uma característica em
comum, que é representar o habitante das terras que sofreriam processo colonizador.
(D) o texto e a pintura são baseados no contraste
entre a cultura europeia e a cultura indígena.
(E) há forte direcionamento religioso no texto e na
pintura, uma vez que o índio representado é objeto da catequização jesuítica.
70. (ENEM 2009)
69. (ENEM 2009)
Você sabia que as metrópoles são as grandes consumidoras dos produtos feitos com recursos naturais da Amazônia? Você pode diminuir os impactos
à floresta adquirindo produtos com selos de certificação. Eles são encontrados em itens que vão desde lápis e embalagens de papelão até móveis, cosméticos e materiais de construção. Para receber os
selos esses produtos devem ser fabricados sob 10
princípios éticos, entre eles o respeito à legislação
ambiental e aos direitos de povos indígenas e populações que vivem em nossas matas nativas.
Vida simples. Ed. 74, dez. 2008.
ECKHOUT, A. “Índio Tapuia” (1610-1666). Disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br. Acesso em: 9 jul. 2009.
A feição deles é serem pardos, maneira
d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes,
bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura,
nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar
suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta
inocência como têm em mostrar o rosto.
CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 12
ago. 2009.
O texto e a imagem têm por finalidade induzir o
leitor a uma mudança de comportamento a partir
do (a)
(A) consumo de produtos naturais provindos da
Amazônia.
(B) cuidado na hora de comprar produtos alimentícios.
(C) verificação da existência do selo de padronização de produtos industriais.
(D) certificação de que o produto foi fabricado de
acordo com os princípios éticos.
(E) verificação da garantia de tratamento dos recursos naturais utilizados em cada produto.
402
Questões do ENEM
71. (ENEM 2009)
O artesanato traz as marcas de cada cultura e,
desse modo, atesta a ligação do homem com o
meio social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar uma integração entre homem e meio ambiente, identificável no
tipo de matéria-prima utilizada.
Primeira Missa no Brasil - Cândido Portinan (1948) Disponível
em: http://www.casadeportinari.com.br
Acesso em 3 novo 2008
Ao comparar os quadros e levando-se em consideração a explicação dada, observa-se que
Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos
humanos representados, em qual região do Brasil o
artefato ao lado foi produzido?
(A) Sul.
(B) Norte,
(C) Sudeste.
(D) Nordeste.
(E) Centro-Oeste.
72. (ENEM 2009)
Distantes uma da outra quase 100 anos, as duas
telas seguintes, que integram o patrimônio cultural
brasileiro, valorizam a cena da primeira missa no
Brasil, relatada na carta de Pero Vaz de Caminha.
Enquanto a primeira retrata fielmente a carta, a segunda - ao excluir a natureza e os índios - critica a
narrativa do escrivão da frota de Cabral, Além disso, na segunda, não se vê a cruz fincada no altar.
(A) a influência da religião católica na catequização
do povo nativo é objeto das duas telas.
(B) a ausência dos índios na segunda tela significa
que Portinari quis enaltecer o feito dos portugueses.
(C) ambas, apesar de diferentes, retratam um
mesmo momento e apresentam uma mesma
visão do fato histórico.
(D) a segunda tela, ao diminuir o destaque da cruz,
nega a importância da religião no processo dos
descobrimentos,
(E) a tela de Victor Meirelles contribuiu para uma
visão romantizada dos primeiros dias dos
portugueses no Brasil.
73. (ENEM 2009)
Disponível em: http://www.uol.com.br. Acesso em: 15 fev. 2009
Primeira Missa no Brasil - Victor Meirelles (1861) Disponível
em: htlp://www.moderna.com.br.
Acesso em: 3 novo 2008.
Observe a charge, que satiriza o comportamento
dos participantes de uma entrevista coletiva por
causa do que fazem, do que falam e do ambiente
em que se encontram.
403
Questões do ENEM
Considerando-se os elementos da charge, concluise que ela
(A) defende, em teoria, o desmatamento.
(B) valoriza a transparência pública.
(C) destaca a atuação dos ambientalistas.
(D) ironiza o comportamento da imprensa.
(E) critica a ineficácia das políticas.
74. (ENEM 2009)
(A) o monumento histórico se restringe ao patrimônio arquitetônico.
(B) as criações modestas são monumentos de menor valor social e econômico.
(C) as produções culturais significativas são consideradas monumentos.
(D) monumentos históricos são testemunhos do
passado que perderam seu significado cultural.
76. (ENEM 2009 - SIMULADO)
Som de preto
O nosso som não tem idade, não tem raça
E não tem cor.
Mas a sociedade pra gente não dá valor.
Só querem nos criticar, pensam que somos animais.
Se existia o lado ruim, hoje não existe mais, porque
o ‘funkeiro’
de hoje em dia caiu na real.
Essa história de ‘porrada’, isso é coisa banal
Agora pare e pense, se liga na ‘responsa’:
se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonança.
É som de preto
De favelado
Mas quando toca ninguém fica parado
Figura 1
Disponível em: <http://www.vemprabrotas.com.br/pcastro5/
campanas/ campanas.htm>. Acesso em: 24 abr. 2009
Música de Mc’s Amllcka e Chocolate. In: Dj Malboro.
Bem funk. Rio de Janeiro. 2001 (adaptado)
À medida que vem ganhando espaço na mídia, o
funk carioca vem abandonando seu caráter local,
associado às favelas e à criminal idade da cidade
do Rio de Janeiro, tornando-se uma espécie de
símbolo da marginalização das manifestações culturais das periferias em todo o Brasil. O verso que
explicita essa marginalização é:
(A) “O nosso som não tem idade, não tem raça”.
(B) “Mas a sociedade pra gente não dá valor”.
(C) “Se existia o lado ruim, hoje não existe mais”.
(D) “Agora pare e pense, se liga na ‘responsa”.
(E) “se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonança”.
75. (EXAMES DO MEC)
A noção de monumento histórico compreende. além
da obra arquitetônica em si, os sítios urbanos e rurais, testemunhos de uma civilização determinada
de uma evolução significativa, e de fato histórico.
Compreende as grandes criações e também, as
obras modestas, que, através do tempo, adquiriram
valor cultural significativo.
Carta de Veneza, Art. 1.° Internet. <portal.iphan gov.br>
A Carta de Veneza, de 1964, é um documento internacional sobre a conservação e o restauro de
monumentos e localidades, que serve de parâmetro para a formulação de políticas de preservação
do patrimônio histórico no Brasil e no mundo. Com
base no artigo sobre monumentos históricos, é correto afirmar que
Figura 2
Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/slte/
wpcontentluploads/2008/02/ cadeira-real.jpg>
Acesso em: 30 abr. 2009
Comparando as figuras, que apresentam mobiliários
de épocas diferentes, ou seja, a figura 1 corresponde
a um projeto elaborado por Fernando e Humberto
Campana e a figura 2, a um mobiliário do reinado de
D. João VI, pode-se afirmar que
(A) os materiais e as ferramentas usados na confecção do mobiliário de Fernando e Humberto
Campa na, assim como os materiais e as ferramentas utilizados na confecção do mobiliário do
reinado de D. João VI, determinaram a estética
das cadeiras.
(B) as formas predominantes no mobiliário de Fernando e Humberto Campana são complexas,
enquanto que as formas do mobiliário do reinado de D. João VI são simples, geométricas e
elásticas.
(C) o artesanato é o atual processo de criação de
mobiliários empregado por Fernando e Humberto Campana, enquanto que o mobiliário do
reinado de D. João VI foi industrial.
404
Questões do ENEM
(D) ao longo do tempo, desde o reinado de D. João
VI, o mobiliário foi se adaptando consoante as
necessidades humanas, a capacidade técnica
e a sensibilidade estética de uma sociedade.
(E) o mobiliário de Fernando e Humberto Campana,
ao contrário daquele do reinado de D. João VI,
considera primordialmente o conforto que a cadeira pode proporcionar, ou seja, a função em
detrimento da forma.
3.2 Conteúdos estruturantes das linguagens artísticas
briedade, do concreto e do civismo. Esses artistas
misturaram o passado ao presente, retratando os
personagens da nobreza e da burguesia, além de
cenas míticas e histórias cheias de vigor.
RAZOUK. J. J. (Org.). Histórias reais
e belas nas telas. Posigraf: 2003.
Atualmente, os artistas apropriam-se de desenhos,
charges, grafismo e até de ilustrações de livros para
compor obras em que se misturam personagens de
diferentes épocas, como na seguinte imagem:
77. (ENEM 2011)
(A)
Romero Brito.”Gisele e Tom”.
(B)
Andy Warhol. “Michael Jackson”.
(C)
Funny Filez.”Monabean”.
(D)
Andy Warhol. “Marlyn Monroe”.
(E)
Pablo Picasso. “Retrato de Jaqueline Roque com as Mãos
Cruzadas”.
LElRNER, N. Tronco com cadeira (detalhe), 1964. Disponível
em: http://www.itaucultural.org.br. Acesso em: 27 jul. 2010.
Nessa estranha dignidade e nesse abandono, o objeto foi exaltado de maneira ilimitada e ganhou um
significado que se pode considerar mágico. Daí sua
“vida inquietante e absurda”. Tornou-se ídolo e, ao
mesmo tempo, objeto de zombaria. Sua realidade
intrínseca foi anulada.
JAFFÉ, A. O simbolismo nas artes plásticas. In: JUNG, C.G.
(org.). O homem e os seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2008.
A relação observada entre a imagem e o texto
apresentados permite o entendimento da intenção
de um artista contemporâneo. Neste caso, a obra
apresenta características
(A) funcionais e de sofisticação decorativa.
(B) futuristas e do abstrato geométrico.
(C) construtivistas e de estruturas modulares.
(D) abstracionistas e de releitura do objeto.
(E) figurativas e de representação do cotidiano.
78. (ENEM 2010)
Na busca constante pela sua evolução, o ser humano vem alternando a sua maneira de pensar,
de sentir e de criar. Nas últimas décadas do século
XVIII e no início do século XIX, os artistas criaram
obras em que predominam o equilíbrio e a simetria de formas e cores, imprimindo um estilo caracterizado pela imagem da respeitabilidade, da so-
405
Questões do ENEM
79. (ENEM 2009)
80. (ENEM 2009)
Os melhores críticos da cultura brasileira trataram-na sempre no plural, isto é, enfatizando a coexistência no Brasil de diversas culturas. Arthur
Ramos distingue as culturas não europeias (indígenas, negras) das europeias (portuguesa, italiana,
alemã etc.), e Darcy Ribeiro fala de diversos Brasis:
crioulo, caboclo, sertanejo, caipira e de Brasis sulinos, a cada um deles correspondendo uma cultura
especifica.
Quatro olhos, quatro mãos e duas cabeças formam
a dupla de grafiteiros “Osgemeos”. Eles cresceram
pintando muros do bairro Cambuci, em São Paulo,
e agora têm suas obras expostas na conceituada
Deítch Gallery em Nova lorque, prova de que o grafite feito no Brasil é apreciado por outras culturas.
Muitos lugares abandonados e sem manutenção
pelas prefeituras das cidades tomam-se mais agradáveis e humanos com os grafites pintados nos
muros. Atualmente, instituições públicas educativas recorrem ao grafite como forma de expressão
artística, o que propicia a inclusão social de adolescentes carentes, demonstrando que o grafite é considerado uma categoria de arte aceita e reconhecida pelo campo da cultura e pela sociedade local e
internacional.
MORAIS, F. O Brasil na visão do artista
o país e sua cultura. São Paulo: Sudameris, 2003.
Considerando a hipótese de Darcy Ribeiro de que
há vários Brasis, a opção em que a obra mostrada
representa a arte brasileira de origem negro-africana é:
(A)
Rubem Valentim. Disponível
em:http://www.ocaixote.com.br.
Acesso: em 9 jul. 2009.
(B)
Athos Bulcão. Disponivel em:
http://www.irbr.mre.gov.br. Acesso: em 9 jul. 2009
Disponível em: http://www.flickr.com.
Acesso em: 10 set. 2008 (adaptado).
No processo social de reconhecimento de valores
culturais, considera-se que
(A) grafite é o mesmo que pichação e suja a cidade,
sendo diferente da obra dos artistas.
(B) a população das grandes metrópoles depara-se
com muitos problemas sociais, como os grafites
e as pichações.
(C) atualmente, a arte não pode ser usada para inclusão social, ao contrário do grafite.
(D) os grafiteiros podem conseguir projeção internacional, demonstrando que a arte do grafite
não tem fronteiras culturais.
(E) lugares abandonados e sem manutenção tomam-se ainda mais desagradáveis com a aplicação do grafite.
81. (ENEM 2009)
(C)
Rubens Gerchman. Disponível
em: http://www.itaucultural.org.
br. Acesso em: 6 jul. 2009.
(D)
Victor Vassarely. Disponível em:
http://www.masterworksfineart.
com. Acesso em: 5 jul. 2009.
(E)
Gougon. Disponivel em: http://
www.ocaixote.com.br. Acesso
em 5 set. 2009.
406
TEXTO A
OITICICA, H. Metaesquema I, 1958. Guache s/ cartão,
52 cm x 64 cm. Museu de Arte Contemporânea – MAC/USP
Disponível em: http://www.mac.usp.br.
Acesso em: 01 de maio 2009
Questões do ENEM
TEXTO B
Metaesquema I
Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Nesta obra,
como o próprio nome define: meta - dimensão
virtual de movimento, tempo e espaço; esquema
- estruturas, os Metaesquemas são estruturas que
parecem movimentar-se no espaço. Esse trabalho
mostra o deslocamento de figuras geométricas simples dentro de um campo limitado: a superfície do
papel. A isso podemos somar a observação da precisão na divisão e no espaçamento entre as figuras,
mostrando que, além de transgressor e muito radical, Oiticica também era um artista extremamente
rigoroso com a técnica.
Disponível em: http://www.mac.usp.br.
Acesso em: 02 maio 2009 (adaptado)
Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Levando-se
em consideração o texto e a obra Metaesquema I,
reproduzidos acima, verifica-se que
(A) a obra confirma a visão do texto quanto à ideia
de estruturas que parecem se movimentar, no
campo limitado do papel, procurando envolver
de maneira mais efetiva o olhar do observador.
(B) a falta de exatidão no espaçamento entre as
figuras (retângulos) mostra a falta de rigor da
técnica empregada, dando à obra um estilo
apenas decorativo.
(C) Metaesquema I é uma obra criada pelo artista para
alegrar o dia-a-dia, ou seja, de caráter utilitário.
(D) a obra representa a realidade visível, ou seja,
espelha o mundo de forma concreta.
(E) a visão da representação das figuras geométricas é rígida, propondo uma arte figurativa.
82. (ENEM 2009)
Observe a obra “Objeto Cinético”,
de Abraham Palatnik, 1966
A arte cinética desenvolveu-se a partir de um interesse de um artista plástico pela criação de objetos
que se moviam por meio de motores ou outros recursos mecânicos. A obra “objeto cinético” do artista plástico brasileiro Abraham Palatnik, pioneiro
da arte cinética,
(A) é uma arte do espaço e da luz.
(B) muda com o tempo, pois produz movimento.
(C) capta e dissemina luz em sua ondulações.
(D) é assim denominada, pois explora efeitos retinianos.
(E) explora o quanto a luz pode ser usada para criar
movimento.
83. (EXAMES DO MEC)
CANTEIROS
E eu ainda sou bem moço
pra tanta tristeza,
Deixemos de coisa,
cuidemos da vida,
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida.
MElRELES, Cecília. Centeiros. In: Raimundo Fagner ao vivo.
Ed Warner / Chappel. 2000.
Recentemente, o compositor e intérprete Fagner
acrescentou música ao poema Canteiros, de Cecilia Meireles, associando duas manifestações artísticas. Com isso, o compositor
(A) prestigiou tanto a literatura quanto a música popular.
(B) divulgou a temàtica das belezas naturais do
Nordeste.
(C) valorizou aspectos ainda pouco conhecidos da
história do país.
(D) prejudicou o valor literário do poema na medida
em que o popularizou.
84. (EXAMES DO MEC)
Disponível em: http://www.cronopios.com.br
Acesso em: 29 abr. 2009
407
Cândido Portinari, Retirantes. 1944
Questões do ENEM
86. (EXAMES DO MEC)
Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai!
Porque tamanha judiação
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Luiz Gonzaga e Humberlo Teixeira, Asa Branca.
O pintor brasileiro Cândido Portinari representa, no
quadro Retirantes, uma cena brasileira semelhante
ao que expressa a letra da música Asa Branca, de
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Essa cena representa o problema
(A) da falta d’água nas plantações de todo o Brasil.
(B) da seca no nordeste brasileiro.
(C) do incêndio no nordeste brasileiro.
(D) do sofrimento de todas as crianças brasileiras.
85. (EXAMES DO MEC)
No texto acima, a arte africana é reconhecida como
influente na tradição .................... em especial nos
trabalhos do artista espanhol .................... e nas
esculturas expressionistas em madeira, como a de
.................... . A opção que completa
Observe:
corretamente as lacunas é
(A) americana, Barlach, Pablo Picasso.
(B) européia, Barlach, Pablo Picasso.
(C) americana, Pablo Picasso, Barlach.
(D) européia, Pablo Picasso, Barlach.
87. (ENEM 2007)
Profeta Oséias
Antônio Francisco Lisboa (1730-1814), conhecido
por Aleijadinho, é um símbolo mundial. Influenciado
pelas esculturas barrocas da Europa, que conheceu por gravuras, criou um estilo barroco particular,
trabalhando com madeira e pedra-sabão. A tendência barroca é manifestada em sua obra
(A) na imobilidade de suas figuras.
(B) nos detalhes que sugerem ação.
(C) na indiferença das fisionomias.
(D) na dissonância com a arquitetura.
Antonio Rocco. Os imigrantes, 1910,
Pinacoteca do Estado de São Paulo
Um dia, os imigrantes aglomerados na amurada da
proa chegavam à fedentina quente de um porto,
num silêncio de mato e de febre amarela. Santos.
- É aqui! Buenos Aires é aqui! - Tinham trocado
408
Questões do ENEM
o rótulo das bagagens, desciam em fila. Faziam
suas necessidades nos trens dos animais onde
iam. Jogavam-nos num pavilhão comum em São
Paulo. - Buenos Aires é aqui! - Amontoados com
trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que
pretos guiavam através do mato por estradas esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas
donde acabava de sair o braço escravo. Formavam
militarmente nas madrugadas do terreiro homens e
mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro.
Oswald de Andrade. Marco Zero II - Chão
Rio de Janeiro. Globo, 1991
Levando-se em consideração o texto de Oswald de
Andrade e a pintura de Antonio Rocco reproduzida
acima, relativos à imigração europeia para o Brasil,
é correto afirmar que
(A) a visão da imigração presente na pintura é trágica e, no texto, otimista.
(B) a pintura confirma a visão do texto quanto à imigração de argentinos para o Brasil.
(C) os dois autores retratam dificuldades dos imigrantes na chegada ao Brasil.
(D) Antonio Rocco retrata de forma otimista a imigração, destacando o pioneirismo do imigrante.
(E) Oswald de Andrade mostra que a condição de
vida do imigrante era melhor que a dos ex-escravos.
88. (ENEM 2007)
Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de
diferentes aspectos da nossa realidade em seus
quadros.
Sobre a temática dos “Retirantes”, Portinari também escreveu o seguinte poema:
( ... )
Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos
Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos
Doloridos como fagulhas de carvão aceso
Corpos disformes, uns panos sujos,
Rasgados e sem cor, dependurados
Homens de enorme ventre bojudo
Mulheres com trouxas caídas para o lado
Pançudas, carregando ao colo um garoto
Choramingando. remelento
( ... )
(Cândido Portinari. Poemas. Rio de Janeiro J Olympio. 1964)
Das quatro obras reproduzidas, assinale aquelas
que abordam a problemática que é tema do poema.
(A) 1 e 2
(B) 1 e 3
(C) 2 e 3
(D) 3 e 4
(E) 2 e 4
89. (ENEM 2002)
A leitura do poema Descrição da guerra em Guernica traz à lembrança o famoso quadro de Picasso.
(...)
Entra pela janela
o anjo camponês,
com a terceira luz na mão;
minucioso habituado
aos interiores de cereal,
aos utensílios que dormem na fuligem;
os seus olhos rurais
não compreendem bem os símbolos
desta colheita: hélices.
motores furiosos;
e estende mais o braço; planta
no ar, como uma árvore
a chama do candeeiro.
(...)
Carlos de Oliveira m ANDRADE Eugénio. Antologia Pessoal
da Poesia Portuguesa. Porto; Campo das Letras. 1999
Uma análise cuidadosa do quadro permite que se
identifiquem as cenas referidas nos trechos do
poema.
Pablo Picasso, Guernica. 1937
Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia Madri
409
Questões do ENEM
Pedro João Boa-Morte,
lavrador de Chapadinha:
talvez tenha morte boa
porque vida ele não tinha.
Podem ser relacionadas ao texto lido as partes:
(A) a1, a2, a3
(B) f1, e1, d1
(C) e1, d1, c1
(D) c1, c2, c3
(E) e1, e2, e3
(GULLAR, Ferreira. Toda poesia.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983)
90. (ENEM 2000)
Em muitos jornais, encontramos charges, quadrinhos, ilustrações, inspirados nos fatos noticiados.
Veja um exemplo:
(E) Trago-te flores, – restos arrancados
Da terra que nos viu passar
E ora mortos nos deixa e separados.
(ASSIS, Machado de. Obra completa.
Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1986)
3.3. Estéticas e minorias
91. (ENEM 2009)
Jornal do Comercio 22/8/93
O texto que se refere a uma situação semelhante à
que inspirou a charge é:
(A) Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela
- Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
(AZEVEDO Álvares de Poesias escolhidas Rio de Janeiro.
Brasília: José Aguilar/INL 1971)
(B) Essa cova em que estás
Com palmos medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
É de bom tamanho,
Nem largo nem fundo,
É a parte que te cabe
deste latifúndio.
WÉRÉ’ É TSI’RÓBÓ, E. A dança e o canto-celebração da
existência xavante. VIS-Revista do Programa de PósGraduação em Arte da UnB. V. 5, n. 2, dez. 2006.
(MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina e outros
poemas em voz alta. Rio de Janeiro: Sabiá, 1967)
(C) Medir é a medida
mede
A terra, medo do homem, a lavra;
lavra
duro campo, muito cerco, vária várzea.
(CHAMIE, Mário. Sábado na hora da escutas.
São Paulo: Summums, 1978)
(D) Vou contar para vocês
um caso que sucedeu
na Paraíba do Norte
com um homem que se chamava
A dança é importante para o índio preparar o corpo
e a garganta e significa energia para o corpo, que
fica robusto. Na aldeia, para preparo físico, dançamos desde cinco horas da manhã até seis horas da
tarde, passa-se o dia inteiro dançando quando os
padrinhos planejam a dança dos adolecentes. O padrinho é como um professor, um preparador físico
dos adolescentes. Por exemplo, o padrinho sonha
com um determinado canto e planeja para todos
entoarem. Todos os tipos de dança vêm dos primeiros xavantes: Wamar dzadadzeiwaw , Butséwaw ,
Tseretomodzatsewaw , que foram descobrindo através da sabedoria como iria ser a cultura Xavante. Até
hoje existe essa cultura, essa celebração. Quando o
adolescente fura a orelha é obrigatório ele dançar
toda a noite, tem de acordar meia-noite para dançar
e cantar, é obrigatório, eles vão chamando um ao
outro com um grito especial.
(A) partir das informações sobre a dança Xavante,
conclui-se que o valor da diversidade artística
e da tradição cultural apresentados originam-se
da A iniciativa individual do indígena para a prática da dança e do canto.
(B) excelente forma física apresentada pelo povo
Xavante.
(C) multiculturalidade presente na sua manifestação cênica.
(D) inexistência de um planejamento da estética da
dança, caracterizada pelo ineditismo.
(E) preservação de uma identidade entre a gestualidade ancestral e a novidade dos cantos a serem entoados.
410
Questões do ENEM
92. (EXAMES DO MEC)
3.4 Artes Visuais
O único espaço público que temos é o bar. Não temos outras áreas de lazer”,
94. (ENEM 2011)
Folha de S Paulo, 15/5/2006
A fala acima é do produtor cultural e poeta Sérgio
Vazo Ele coordena o projeto COPERIFA (Cooperativa Cultural da Periferia), em que poetas da periferia da Zona Sul da cidade de São Paulo reúnemse no boteco do Zé Batidão, para realizar saraus de
poesias, que chegam a reunir 400 pessoas. Com o
projeto, o bar tornou-se um espaço que oferece á
comunidade local acesso
(A) á arte e ao entretenimento.
(B) ás notícias e informações.
(C) á escolarização formal.
(D) a postos de trabalho.
93. (ENEM 2004)
O movimento hip-hop é tão urbano quanto as
grandes construções de concreto e as estações
de metrô, e cada dia se torna mais presente nas
grandes metrópoles mundiais. Nasceu na periferia
dos bairros pobres de Nova Iorque. É formado por
três elementos: a música (o rap), as artes plásticas
(o grafite) e a dança (o break). No hip-hop os jovens
usam as expressões artísticas como uma forma de
resistência política. Enraizado nas camadas populares urbanas, o hip-hop afirmou-se no Brasil e no
mundo com um discurso político a favor dos excluídos, sobretudo dos negros. Apesar de ser um movimento originário das periferias norte-americanas,
não encontrou barreiras no Brasil, onde se instalou
com certa naturalidade – o que, no entanto, não
significa que o hip-hop brasileiro não tenha sofrido
influências locais. O movimento no Brasil é híbrido:
rap com um pouco de samba, break parecido com
capoeira e grafite de cores muito vivas.
(Adaptado de Ciência e Cultura, 2004)
De acordo com o texto, o hip-hop é uma manifestação artística tipicamente urbana, que tem como
principais características
PICASSO, P. Guernica. Óleo sobre tela. 349 X 777 cm. Museu
Reina Sofa, Espanha, 1937. Disponível em: http://www.fddreis.
fles.wordpress.com. Acesso em: 26 jul. 2010.
O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um
dos mais valorizados no mundo artístico, tanto em
termos financeiros quanto históricos, criou a obra
Guernica em protesto ao ataque aéreo à pequena
cidade basca de mesmo nome. A obra, feita para
integrar o Salão Internacional de Artes Plásticas de
Paris, percorreu toda a Europa, chegando aos EUA
e instalando-se no MoMA, de onde sairia apenas
em 1981. Essa obra cubista apresenta elementos
plásticos identificados pelo
(A) painel ideográfico, monocromático, que enfoca
várias dimensões de um evento, renunciando
à realidade, colocando-se em plano frontal ao
espectador.
(B) horror da guerra de forma fotográfica, com o uso
da perspectiva clássica, envolvendo o espectador
nesse exemplo brutal de crueldade do ser humano.
(C) uso das formas geométricas no mesmo plano,
sem emoção e expressão, despreocupado com o
volume, a perspectiva e a sensação escultórica.
(D) esfacelamento dos objetos abordados na mesma
narrativa, minimizando a dor humana a serviço da
objetividade, observada pelo uso do claro-escuro.
(E) uso de vários ícones que representam personagens fragmentados bidimensionalmente, de
forma fotográfica livre de sentimentalismo.
95. (ENEM 2011)
(A) a ênfase nas artes visuais e a defesa do caráter
nacionalista.
(B) a alienação política e a preocupação com o conflito de gerações.
(C) a afirmação dos socialmente excluídos e a combinação de linguagens.
(D) a integração de diferentes classes sociais e a
exaltação do progresso.
(E) a valorização da natureza e o compromisso com
os ideais norte-americanos.
411
Brasília 50 anos. Veja. N° 2 138, nov. 2009.
Questões do ENEM
Utilizadas desde a Antiguidade, as colunas, elementos verticais de sustentação, foram sofrendo
modificações e incorporando novos materiais com
ampliação de possibilidades. Ainda que as clássicas colunas gregas sejam retomadas, notáveis
inovações são percebidas, por exemplo, nas obras
de Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro nascido no
Rio de Janeiro em 1907. No desenho de Niemeyer,
das colunas do Palácio da Alvorada, observa-se
(A) a presença de um capitel muito simples, reforçando a sustentação.
(B) o traçado simples de amplas linhas curvas
opostas, resultando em formas marcantes.
(C) a disposição simétrica das curvas, conferindo
saliência e distorção à base.
(D) a oposição de curvas em concreto, configurando certo peso e rebuscamento.
(E) o excesso de linhas curvas, levando a um exagero na ornamentação.
96. (ENEM 2010)
MONET, C. Mulher com sombrinha. 1875, 100x81cm. In:
BECKETT, W. História da pintura. São Paulo: Ática, 1997.
Em busca de maior naturalismo em suas obras
e fundamentando-se em novo conceito estético,
Monet, Degas, Renoir e outros artistas passaram a
explorar novas formas de composição artística, que
resultaram no estilo denominado Impressionismo.
Observadores atentos da natureza, esses artistas
passaram a
(D) usar pinceladas rápidas de cores puras e dissociadas diretamente na tela, sem misturá-Ias
antes na paleta.
(E) usar as sombras em tons de cinza e preto e com
efeitos esfumaçados, tal como eram realizadas
no Renascimento.
97. (ENEM 2010)
“Todas as manhãs quando acordo, experimento um
prazer supremo: o de ser Salvador Dali.”
NÉRET, G. Salvador Dali. Taschen, 1996.
Assim escreveu o pintor dos “relógios moles” e das
“girafas em chamas” em 1931. Esse artista excêntrico deu apoio ao general Franco durante a Guerra
Civil Espanhola e, por esse motivo, foi afastado do
movimento surrealista por seu líder, André Breton.
Dessa forma, Dalí criou seu próprio estilo, baseado
na interpretação dos sonhos e nos estudos de Sigmund Freud, denominado “método de interpretação
paranoico”. Esse método era constituído por textos
visuais que demonstram imagens
(A) do fantástico, impregnado de civismo pelo governo espanhol, em que a busca pela emoção
e pela dramaticidade desenvolveram um estilo
incomparável.
(B) do onírico, que misturava sonho com realidade
e interagia refletindo a unidade entre o consciente e o inconsciente como um universo único
ou pessoal.
(C) da linha inflexível da razão, dando vazão a uma
forma de produção despojada no traço, na temática e nas formas vinculadas ao real.
(D) do reflexo que, apesar do termo “paranoico”,
possui sobriedade e elegância advindas de uma
técnica de cores discretas e desenhos precisos.
(E) da expressão e intensidade entre o consciente
e a liberdade, declarando o amor pela forma de
conduzir o enredo histórico dos personagens
retratados.
98. (ENEM 2010)
(A) retratar, em suas obras, as cores que idealizavam de acordo com o reflexo da luz solar nos
objetos.
(B) usar mais a cor preta, fazendo contornos nítidos, que melhor definiam as imagens e as cores do objeto representado.
(C) retratar paisagens em diferentes horas do dia,
recriando, em suas telas, as imagens por eles
idealizadas.
412
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925,
óleo sobre tela, 65x70, IEB//USP.
Questões do ENEM
O modernismo brasileiro teve forte influência das
vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte
Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte
da arte brasileira definitivamente. Tomando como
referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que,
nas artes plásticas, a
(A) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas.
(B) forma estética ganha linhas retas e valoriza o
cotidiano.
(C) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico.
(D) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada.
(E) forma apresenta contornos e detalhes humanos.
O quadro Café faz uma representação exagerada
dos pés e mãos dos trabalhadores. Tal exagero
cumpre a função de sugerir que os trabalhadores
(A) ganhavam pouco pelos serviços prestados.
(B) usavam muita força física no trabalho rural.
(C) plantavam e colhiam para seu próprio benefício.
(D) eram solidários na divisão do trabalho.
101. (EXAMES DO MEC)
O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, Minas Gerais, possui o mais
importante conjunto de obras do artista brasileiro
apelidado Aleijadinho.
Lá estão as capelas pintadas com as cenas da
paixão de Cristo e as esculturas dos Profetas bíblicos, destacando o caráter
99. (ENEM 2009)
(A) social da obra de Aleijadinho.
(B) político da obra de Aleijadinho.
(C) econômico da obra de Aleijadinho.
(D) religioso da obra de Aleijadinho.
102. (EXAMES DO MEC)
Estão tirando o verde da nossa terra
Disponível em: http://www.helíorubíales.zip.net
A figura é uma adaptação da bandeira nacional. O uso
dessa imagem no anúncio tem como principal objetivo
(A) mostrar à população que a Mata Atlântica é
mais importante para o país do que a ordem e
o progresso.
(B) criticar a estética da bandeira nacional, que não
reflete com exatidão a essência do país que representa.
(C) informar à população sobre a alteração que a
bandeira oficial do país sofrerá.
(D) alertar a população para o desmatamento da
Mata Atlântica e fazer um apelo para que as
derrubadas acabem.
(E) incentivar as campanhas ambientalistas e ecológicas em defesa da Amazônia.
As crianças do interior do Brasil se vestem de anjos
para comparecer às procissões e festas da Igreja
Católica. A pintora Tarsila do Amaral reproduz no
quadro Anjos, de 1924, uma dessas cenas onde se
veem rostos amorenados, representando, com isso, a
100. (EXAMES DO MEC)
O pintor Portinari representou em seus quadros
muitos problemas sociais do Brasil de sua época.
(A) pobreza do mundo religioso.
(B) tristeza do povo religioso.
(C) mistura de povos no Brasil.
(D) variedade de crenças no Brasil.
413
Questões do ENEM
103 (EXAMES DO MEC)
O artista popular Mestre Vitalino modelava em barro pequenas figuras humanas que contam a vida do
Agreste de Pernambuco.
Esta obra de Mestre Vitalino retrata um comportamento característico do povo nordestino que, em
época de seca,
105. (ENEM 2005)
Os transgênicos vêm ocupando parte da imprensa
com opiniões ora favoráveis ora desfavoráveis. Um
organismo ao receber material genético de outra
espécie, ou modificado da mesma espécie, passa
a apresentar novas características. Assim, por exemplo, já temos bactérias fabricando hormônios
humanos, algodão colorido e cabras que produzem
fatores de coagulação sanguínea humana. O belga
René Magritte (1896-1967), um dos pintores surrealistas mais importantes, deixou obras enigmáticas. Caso você fosse escolher uma ilustração para
um artigo sobre os transgênicos, qual das obras de
Magritte, abaixo, estaria mais de acordo com esse
tema tão polêmico?
(A)
(A) permanece no mesmo lugar.
(B) colhe os frutos da lavoura.
(C) molha a terra constantemente.
(D) abandona suas terras.
(C)
(B)
(D)
104. (ENEM/2008)
(E)
106. (ENEM 2003)
Jean-Baptiste Debret. Entrudo, 1834.
A primeira imagem abaixo (publicada no século XVI)
mostra um ritual antropofágico dos índios do Brasil.
A segunda mostra Tiradentes esquartejado por ordem dos representantes da Coroa portuguesa.
Na obra Entrudo, de Jean-Baptiste Debret (17681848), apresentada acima,
(A) registram-se cenas da vida íntima dos senhores
de engenho e suas relações com os escravos.
(B) identifica-se a presença de traços marcantes do
movimento artístico denominado Cubismo.
(C) identificam-se, nas fisionomias, sentimentos de
angústia e inquietações que revelam as relações conflituosas entre senhores e escravos.
(D) observa-se a composição harmoniosa e destacam-se as imagens que representam figuras
humanas.
(E) constata-se que o artista utilizava a técnica do
óleo sobre tela, com pinceladas breves e manchas, sem delinear as figuras ou as fisionomias.
10 km tempo O 1 2
414
(Theodor De Bry - século XVI)
Questões do ENEM
O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um
tema que também se encontra nos versos transcritos em:
(A) “Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas.”
(B) “Somos muitos severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima.”
(Pedro Américo. Tiradentes esquartejado, 1893)
A comparação entre as reproduções possibilita as
seguintes afirmações:
I. Os artistas registraram a antropofagia e o esquartejamento praticados no Brasil.
II. A antropofagia era parte do universo cultural indígena e o esquartejamento era uma forma de se
fazer justiça entre luso-brasileiros.
III. A comparação das imagens faz ver como é relativa a diferença entre “bárbaros” e “civilizados”,
indígenas e europeus.
Está correto o que se afirma em:
(A) I apenas.
(B) II apenas.
(C) III apenas.
(D) I e II apenas.
(E) I, II e III.
(Vinícius de Moraes)
(João Cabral de Melo Neto)
(C) “O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada em arquivos.”
(Ferreira Gullar)
(D) “Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os
sonhos do mundo.”
(Fernando Pessoa)
(E) “Os inocentes do Leblon
Não viram o navio entrar (...)
Os inocentes, definitivamente inocentes tudo ignoravam,
mas a areia é quente, e há um óleo suave
que eles passam pelas costas, e aquecem.”
(Carlos Drummond de Andrade)
108. (ENEM 2002)
O autor da tira utilizou os princípios de composição
de um conhecido movimento artístico para representar a necessidade de um mesmo observador
aprender a considerar, simultaneamente, diferentes
pontos de vista.
107. (ENEM 2003)
Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que
lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num dos cantos as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No
mais, em todo o quadro, rostos colados: um ao lado
do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo
quadro a fora.
(Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)
415
Questões do ENEM
Das obras reproduzidas, todas de autoria do pintor espanhol Pablo Picasso, aquela em cuja composição foi adotado um procedimento semelhante é:
(A)
(B)
3.5. Teatro
109. (ENEM 2010)
O Arlequim, o Pierrô, a Brighella ou a Colombina são personagens típicos de grupos teatrais da
Commedia dell’art, que, há anos, encontram-se
presentes em marchinhas e fantasias de carnaval.
Esses grupos teatrais seguiam, de cidade em cidade, com faces e disfarces, fazendo suas críticas,
declarando seu amor por todas as belas jovens e,
ao final da apresentação, despediam-se do público
com músicas e poesias.
A intenção desses atores era expressar sua mensagem voltada para a
Os amantes
(A) crença na dignidade do clero e na divisão entre
o mundo real e o espiritual.
(B) ideologia de luta social que coloca o homem no
centro do processo histórico.
(C) crença na espiritualidade e na busca incansável
pela justiça social dos feudos.
(D) ideia de anarquia expressa pelos trovadores iluministas do início do século XVI.
(E) ideologia humanista com cenas centradas no
homem, na mulher e no cotidiano.
Retrato de Françoise
110. (ENEM 2009)
(C)
Os pobres da praia
(D)
Os dois saltimbancos
Gênero dramático é aquele em que o artista usa
como intermediária entre si e o público a representação. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer
dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição
literária destinada à apresentação por atores em
um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramático é complementado pela atuação dos
atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presença de
personagens que devem estar ligados com lógica
uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática
(trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens
encadeadas à unidade do efeito e segundo uma
ordem composta de exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas,
sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo
tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo)
deseja expor, ou sua interpretação real por meio
da representação.
COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1973 (adaptado).
Considerando o texto e analisando os elementos
que constituem um espetáculo teatral, conclui-se
que
(E)
Marie-Thérèse apoiada no
cotovelo
(A) a criação do espetáculo teatral apresenta-se
como um fenômeno de ordem individual, pois
não é possível sua concepção de forma coletiva.
(B) o cenário onde se desenrola a ação cênica é
concebido e construído pelo cenógrafo de modo
autônomo e independente do tema da peça e
416
Questões do ENEM
do trabalho interpretativo dos atores.
(C) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e
fragmentos textuais, entre outros.
(D) o corpo do ator na cena tem pouca importância
na comunicação teatral, visto que o mais importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os
dias atuais.
(E) a iluminação e o som de um espetáculo cênico
independem do processo de produção/recepção do espetáculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral.
3.6. Música
112. (ENEM 2011)
Pequeno concerto que virou canção
Não, não há por que mentir ou esconder
A dor que foi maior do que é capaz meu coração
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar
Ah, eu vou voltar pra mim
Seguir sozinho assim
Até me consumir ou consumir toda essa dor
Até sentir de novo o coração capaz de amor
VANDRÉ, G. Disponível em: http://www.letras.terra.com.br.
Acesso em: 29 jun. 2011.
111. (ENEM 2009)
Teatro do Oprimido é um método teatral que sistematiza exercícios, jogos e técnicas teatrais elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal,
recentemente falecido, que visa à desmecanização
física e intelectual de seus praticantes. Partindo do
princípio de que a linguagem teatral não deve ser
diferenciada da que é usada cotidianamente pelo
cidadão comum (oprimido), ele propõe condições
práticas para que o oprimido se aproprie dos meios
do fazer teatral e, assim, amplie suas possibilidades
de expressão. Nesse sentido, todos podem desenvolver essa linguagem e, consequentemente, fazer
teatro. Trata-se de um teatro em que o espectador
é convidado a substituir o protagonista e mudar a
condução ou mesmo o fim da história, conforme o
olhar interpretativo e contextualizado do receptor.
Companhia Teatro do Oprimido. Disponível em:
www.ctorio.org.br. Acesso em: 1 jul. 2009 (adaptado).
Considerando-se as características do Teatro do
Oprimido apresentadas, conclui-se que
(A) esse modelo teatral é um método tradicional de
fazer teatro que usa, nas suas ações cênicas,
a linguagem rebuscada e hermética falada normalmente pelo cidadão comum.
(B) a forma de recepção desse modelo teatral se
destaca pela separação entre atores e público,
na qual os atores representam seus personagens e a plateia assiste passivamente ao espetáculo.
(C) sua linguagem teatral pode ser democratizada
e apropriada pelo cidadão comum, no sentido de proporcionar-lhe autonomia crítica para
compreensão e interpretação do mundo em
que vive.
(D) o convite ao espectador para substituir o protagonista e mudar o fim da história evidencia que
a proposta de Boal se aproxima das regras do
teatro tradicional para a preparação de atores.
(E) a metodologia teatral do Teatro do Oprimido segue a concepção do teatro clássico aristotélico,
que visa à desautomação física e intelectual de
seus praticantes.
Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da função poética da linguagem, que é percebida na elaboração artística e criativa da mensagem,
por meio de combinações sonoras e rítmicas. Pela
análise do texto, entretanto, percebe-se, também, a
presença marcante da função emotiva ou expressiva, por meio da qual o emissor
(A) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus sentimentos.
(B) transmite informações objetivas sobre o tema
de que trata a canção.
(C) busca persuadir o receptor da canção a adotar
um certo comportamento.
(D) procura explicar a própria linguagem que utiliza
para construir a canção.
(E) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da
mensagem veiculada.
113. (ENEM 2009)
A música pode ser definida como a combinação de
sons ao longo do tempo. Cada produto final oriundo
da infinidade de combinações possíveis será diferente, dependendo da escolha das notas, de suas
durações, dos instrumentos utilizados, do estilo de
música, da nacionalidade do compositor e do período em que as obras foram compostas.
417
Figura 1
Questões do ENEM
114. (EXAMES DO MEC)
Comecei a trabalhar na roça com 11 anos. Trabalhava até o meio-dia, ia buscar o almoço do meu
pai na cidede e levava para a roça. Voltava de novo
para estudar. Às vezes chegava cansado do trabalho, não tinha nem coragem para tomar banho,
para almoçar. Aí ia para a escola, chegava lá meio
por fora. Achei melhor parar de estudar. Eu sou pobre, não tenho nada. Continuei só na roça.
Figura 2
E. F. S., 17 anos, agricultor, Folhateen,
Folha de S. Paulo, 01 de junho de 2002.
Entre os problemas enfrentados pelo estudante, E.
F. S. reclama especialmente
(A) da distância entre a escola e sua casa.
(B) da sobrecarga de trabalho enquanto estuda.
(C) da falta de amigos na escola.
(D) da falta de apoio de sua família.
Figura 3
3.7. Dança
115. (ENEM 2011)
Figura 4
Figura 1 -http://images.quebarato.com.br/photos/big/2/
D/15A12D_2.jpg.
Figura 2 -http://ourinhos.prefeituramunicipal.net/dados/
fotos/2009/07/07/normal.
Figura 3 -http://www.edmontonculturalcapital.com/gallery/
edjazzfestival/JazzQuartet.jpg.
Figura 4 -http://www.filmica.com/jacintaescudos/archivos/LedZeppelin.jpg.
Das figuras que apresentam grupos musicais
em ação, pode-se concluir que o(os) grupo(s)
mostrado(s) na(s) figura(s)
(A) 1 executa um gênero característico da música
brasileira, conhecido como chorinho.
(B) 2 executa um gênero característico da música
clássica, cujo compositor mais conhecido é Tom
Jobim.
(C) 3 executa um gênero característico da música
europeia, que tem como representantes Beethoven e Mozart.
(D) 4 executa um tipo de música caracterizada pelos instrumentos acústicos, cuja intensidade e
nível de ruído permanecem na faixa dos 30 aos
40 decibéis.
(E) 1 a 4 apresentam um produto final bastante
semelhante, uma vez que as possibilidades de
combinações sonoras ao longo do tempo são
limitadas.
A dança é um importante componente cultural da
humanidade. O folclore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de
várias regiões do país. Estão ligadas aos aspectos
religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras e caracterizamse pelas músicas animadas (com letras simples e
populares), figurinos e cenários representativos.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Proposta Curricular do
Estado de São Paulo: Educação Física. São Paulo: 2009
(adaptado).
A dança, como manifestação e representação
da cultura rítmica, envolve a expressão corporal
própria de um povo. Considerando-a como elemento folclórico, a dança revela
(A) manifestações afetivas, históricas, ideológicas,
intelectuais e espirituais de um povo, refletindo
seu modo de expressar-se no mundo.
(B) aspectos eminentemente afetivos, espirituais e
de entretenimento de um povo, desconsiderando fatos históricos.
(C) acontecimentos do cotidiano, sob influência mitológica e religiosa de cada região, sobrepondo
aspectos políticos.
(D) tradições culturais de cada região, cujas manifestações rítmicas são classificadas em um
ranking das mais originais.
(E) lendas, que se sustentam em inverdades históricas, uma vez que são inventadas, e servem
apenas para a vivência lúdica de um povo.
418
Questões do ENEM
116. (ENEM 2010)
O folclore é o retrato da cultura de um povo. A dança popular e folclórica é uma forma de representar
a cultura regional, pois retrata seus valores, crenças, trabalho e significados. Dançar a cultura de
outras regiões é conhecê-Ia, é de alguma forma se
apropriar dela, é enriquecer a própria cultura.
BREGOLATO, R. A. Cultura corporal da dança.
São Paulo: Icone. 2007
As manifestações folclóricas perpetuam uma
tradição cultural, é obra de um povo que a cria, recria e a perpetua. Sob essa abordagem deixa-se de
identificar como dança folclórica brasileira
(A) o Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral
onde personagens contam uma história envolvendo crítica social, morte e ressurreição.
(B) a Quadrilha das festas juninas, que associam
festejos religiosos a celebrações de origens pagãs envolvendo as colheitas e a fogueira.
(C) o Congado, que é uma representação de um
reinado africano onde se homenageia santos
através de música, cantos e dança.
(D) o Balé, em que se utilizam músicos, bailarinos e
vários outros profissionais para contar uma história em forma de espetáculo.
(E) o Carnaval, em que o samba derivado do batuque africano é utilizado com o objetivo de contar
ou recriar uma história nos desfiles.
117. (ENEM 2010)
Não é raro ouvirmos falar que o Brasil é o pais
das danças ou um pais dançante. Essa nossa
“fama” é bem pertinente, se levarmos em consideração a diversidade de manifestações rítmicas e
expressivas existentes de Norte a Sul. Sem contar a imensa repercussão de nivel internacional
de algumas delas.
Danças trazidas pelos africanos escravizados,
danças relativas aos mais diversos rituais, danças
trazidas pelos imigrantes etc. Algumas preservam
suas caracteristicas e pouco se transformaram com
o passar do tempo, como o Iorró, o maxixe, o xote,
o frevo. Outras foram criadas e são recriadas a
cada instante: inúmeras influências são incorporadas, e as danças transformam-se, multiplicam-se.
Nos centros urbanos, existem danças como o funk,
o hip hop, as danças de rua e de salão. É preciso
deixar claro que não há jeito certo ou errado de
dançar. Todos podem dançar, independentemente
de biótipo, etnia ou habilidade, respeitando-se as
diferenciações de ritmos e estilos individuais.
GASPARI, T. C Dança e educação física na escola:
implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro
Guanabara Koogan. 2008 (adaptado)
Com base no texto, verifica-se que a dança, presente em todas as épocas, espaços geográficos e
culturais, é uma
(A) prática corporal que conserva inalteradas suas
formas, independentemente das influências culturais da sociedade.
(B) forma de expressão corporal baseada em gestos padronizados e realizada por quem tem habilidade para dançar.
(C) manifestação ritmica e expressiva voltada para
as apresentações artísticas. sem que haja preocupação com a linguagem corporal.
(D) prática que traduz os costumes de determinado
povo ou região e está restrita a este.
(E) representação das manifestações, expressões,
comunicações e características culturais de um
povo.
118. (ENEM 2009)
No programa do balé Parade, apresentado em 18
de maio de 1917, foi empregada publicamente,
pela primeira vez, a palavra surrealisme. Pablo Picasso desenhou o cenário e a indumentária, cujo
efeito foi tão surpreendente que se sobrepôs à coreografia. A música de Erik Satie era uma mistura
de jazz, música popular e sons reais tais como tiros
de pistola, combinados com as imagens do balé de
Charlie Chaplin, caubóis e vilões, mágica chinesa
e Ragtime. Os tempos não eram propicies para
receber a nova mensagem cênica demasiado provocativa devido ao repicar da máquina de escrever,
aos zumbidos de sirene e dinamo e aos rumores de
aeroplano previstos por Cocteau para a partitura de
Satie. Já a ação coreográfica confirmava a tendência marcadamente teatral da gestualidade cênica,
dada pela justaposição, colagem de ações isoladas
seguindo um estímulo musical.
SILVA. S. M. o surrealismo e a dança. GUINSBURG. J.;
LEIRNER (Org.). O surrealismo. São Paulo:
Perspectiva. 2008 (adaptado).
As manifestações corporais na história das artes da
cena muitas vezes demonstram as condições cotidianas de um determinado grupo social, como se
pode observar na descrição acima do balé Parade,
o qual reflete
(A) a falta de diversidade cultural na sua proposta
estética.
(B) a alienação dos artistas em relação às tensões
da Segunda Guerra Mundial.
(C) uma disputa cênica entre as linguagens das artes visuais, do figurino e da música.
(D) as inovações tecnológicas nas partes cênicas,
musicais, coreográficas e de figurino.
(E) uma narrativa com encadeamentos claramente
lógicos e lineares.
419
Questões do ENEM
119. (EXAMES DO MEC)
Pinturas pré-históricas de dançarinos foram encontradas em paredes de cavernas na África e no sul
da Europa. Nessas pinturas, que podem ter mais
de vinte mil anos, a dança aparece ligada a celebrações religiosas.
O texto acima indica que a dança
(A) foi desenvolvida pelo homem moderno.
(B) faz parte da religiosidade contemporânea.
(C) está presente nos primeiros registros da história.
(D) perdeu a importância como manifestação de
cultura.
120. (ENEM 2005)
A DANÇA E A ALMA
A DANÇA? Não é movimento,
súbito gesto musical.
É concentração, num momento,
da humana graça natural.
No solo não, no éter pairamos,
nele amariamos ficar.
A dança - não vento nos ramos:
seiva, força, perene estar.
Um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado ...
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir à forma do ser,
por sobre o mistério das fábulas.
4. Estudo do texto literário
4.1. produção literária e processo
social
121. (ENEM 2011)
Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro no
vago dos gerais, que nem os pássaros de rios e lagoas. O senhor vê: o Zé-Zim, o melhor meeiro meu
aqui, risonho e habilidoso. Pergunto: -Zé-Zim, por
que é que você não cria galinhas-d’angola, como
todo o mundo faz? - Quero criar nada não... - me
deu resposta: - Eu gosto muito de mudar... [...] Belo
um dia, ele tora. Ninguém discrepa. Eu, tantas,
mesmo digo. Eu dou proteção. [...] Essa não faltou também à minha mãe, quando eu era menino,
no sertãozinho de minha terra. [...] Gente melhor
do lugar eram todos dessa família Guedes, Jidião
Guedes; quando saíram de lá, nos trouxeram junto, minha mãe e eu. Ficamos existindo em território
baixio da Sirga, da outra banda, ali onde o de-Janeiro vai no São Francisco, o senhor sabe.
ROSA, J. G. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro:
José Olympio (fragmento).
Na passagem citada, Riobaldo expõe uma situação
decorrente de uma desigualdade social típica das
áreas rurais brasileiras marcadas pela concentração de terras e pela relação de dependência entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca-se
essa relação porque o personagem-narrador
(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro’
A definição de dança, em linguagem de dicionário,
que mais se aproxima do que está expresso
no poema é
(A) a mais antiga das artes, servindo como elemento de comunicação e afirmação do homem em
todos os momentos de sua existência.
(B) a forma de expressão corporal que ultrapassa
os limites fisicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espirito.
(C) a manifestação do ser humano, formada por
uma seqüência de gestos, passos e movimentos desconcertados.
(D) o conjunto organizado de movimentos do corpo,
com ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, cantos, emoções etc.
(E) o movimento diretamente ligado ao psiquismo
do individuo e, por conseqüência, ao seu desenvolvimento intelectual e à sua cultura.
(A) relata a seu interlocutor a história de Zé-Zim,
demonstrando sua pouca disposição em ajudar
seus agregados, uma vez que superou essa
condição graças à sua força de trabalho.
(B) descreve o processo de transformação de um meeiro – espécie de agregado – em proprietário de
terra.
(C) denuncia a falta de compromisso e a desocupação dos moradores, que pouco se envolvem no
trabalho da terra.
(D) mostra como a condição material da vida do sertanejo é dificultada pela sua dupla condição de
homem livre e, ao mesmo tempo, dependente.
(E) mantém o distanciamento narrativo condizente
com sua posição social, de proprietário de terras.
122. (ENEM 2010)
Texto I
Logo depois transferiram para o trapiche o depósito dos objetos que o trabalho do dia Ihes proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o
trapiche. Não mais estranhas, porém, que aqueles
meninos, moleques de todas as cores e de idades
as mais variadas, desde os nove aos dezesseis
420
Questões do ENEM
anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por
debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento
que circundava o casarão uivando, indiferentes à
chuva que muitas vezes os lavava, mas com os
olhos puxados para as luzes dos navios, com os
ouvidos presos às canções que vinham das embarcações ...
AMADO, J. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2008 (fragmento).
Texto II
A margem esquerda do rio Belém, nos fundos do
mercado de peixe, ergue-se o velho Ingazeiro - ali
os bêbados são felizes. Curitiba os considera animais sagrados, provê as suas necessidades de
cachaça e pirão. No trivial contentavam-se com as
sobras do mercado.
TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos.
Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento).
Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados
são exemplos de uma abordagem literária recorrente na literatura brasileira do século XX. Em ambos os textos,
(A) a linguagem afetiva aproxima os narradores dos
personagens marginalizados.
(B) a ironia marca o distanciamento dos narradores
em relação aos personagens.
(C) o detalhamento do cotidiano dos personagens
revela a sua origem social.
(D) o espaço onde vivem os personagens é uma
das marcas de sua exclusão.
(E) a crítica à indiferença da sociedade pelos marginalizados é direta.
123. (ENEM 2010)
Texto I
Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda
íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este
amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos
sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a
dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque
nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este
mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel,
o único que, como a própria vida, resiste ás idades
e às épocas.
RIO, J. A rua. In: A alma encantadora das ruas. São Paulo:
Companhia das Letras, 2008 (fragmento).
Texto II
A rua dava-lhe uma força de fisionomia, mais consciência dela. Como se sentia estar no seu reino,
na região em que era rainha e imperatriz. O olhar
cobiçoso dos homens e o de inveja das mulheres
acabavam o sentimento de sua personalidade, exaltavam-no até. Dirigiu-se para a rua do Catete com
o seu passo miúdo e sólido. [ ... ] No caminho trocou
cumprimento com as raparigas pobres de uma casa
de cômodos da vizinhança.
[ ... ] E debaixo dos olhares maravilhados das pobres raparigas, ela continuou o seu caminho, arrepanhando a saia, satisfeita que nem uma duquesa atravessando os seus dominios.
BARRETO, L. Um e outro. In: Clara dos anjos Rio de Janeiro:
Editora Mérito (fragmento).
A experiência urbana é um tema recorrente em
crônicas, contos e romances do final do século XIX
e início do XX, muitos dos quais elegem a rua para
explorar essa experiência. Nos fragmentos I e II, a
rua é vista, respectivamente, como lugar que
(A) desperta sensações contraditórias e desejo de
reconhecimento.
(B) favorece o cultivo da intimidade e a exposição
dos dotes físicos.
(C) possibilita vínculos pessoais duradouros e encontros casuais.
(D) propicia o sentido de comunidade e a exibição
pessoal.
(E) promove o anonimato e a segregação social.
124. (ENEM 2009)
Se os tubarões fossem homens
Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais
gentis com os peixes pequenos?
Certamente, se os tubarões fossem homens, fariam
construir resistentes gaiolas no mar para os peixes
pequenos, com todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas
tivessem sempre água fresca e adotariam todas as
providências sanitárias.
Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas.
Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar
para a goela dos tubarões. Eles aprenderiam, por
exemplo, a usar a geografia para localizar os grandes tubarões deitados preguiçosamente por aí. A
aula principal seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. A eles seria ensinado que o ato
mais grandioso e mais sublime é o sacrifício alegre
de um peixinho e que todos deveriam acreditar nos
tubarões, sobretudo quando estes dissessem que
cuidavam de sua felicidade futura. Os peixinhos
saberiam que este futuro só estaria garantido se
aprendessem a obediência.
Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos seria condecorado com uma pequena Ordem das Algas e receberia o título de herói.
421
BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner.
São Paulo: Ed. 34, 2006 (adaptado).
Questões do ENEM
Como produção humana, a literatura veicula valores que nem sempre estão representados diretamente no texto, mas são transfigurados pela linguagem literária e podem até entrar em contradição
com as convenções sociais e revelar o quanto a
sociedade perverteu os valores humanos que ela
própria criou. É o que ocorre na narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht mostrada. Por meio da
hipótese apresentada, o autor
(A) demonstra o quanto a literatura pode ser alienadora ao retratar, de modo positivo, as relações
de opressão existentes na sociedade.
(B) revela a ação predatória do homem no mar,
questionando a utilização dos recursos naturais
pelo homem ocidental.
(C) defende que a força colonizadora e civilizatória
do homem ocidental valorizou a organização
das sociedades africanas e asiáticas, elevando-as ao modo de organização cultural e social da
sociedade moderna.
(D) questiona o modo de organização das sociedades ocidentais capitalistas, que se desenvolveram fundamentadas nas relações de opressão
em que os mais fortes exploram os mais fracos.
(E) evidencia a dinâmica social do trabalho coletivo
em que os mais fortes colaboram com os mais
fracos, de modo a guiá-los na realização de tarefas.
125. (ENEM 2009)
Texto I
[...] já foi o tempo em que via a convivência como
viável, só exigindo deste bem comum, piedosamente, o meu quinhão, já foi o tempo em que consentia
num contrato, deixando muitas coisas de fora sem
ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em
que reconhecia a existência escandalosa de imaginados valores, coluna vertebral de toda ‘ordem’;
mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado
o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são
outras agora minhas preocupações, é hoje outro o
meu universo de problemas; num mundo estapafúrdio - definitivamente fora de foco -cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e
você que vive paparicando as ciências humanas,
nem suspeita que paparica uma piada: impossível
ordenar o mundo dos valores, ninguém arruma a
casa do capeta; me recuso pois a pensar naquilo
em que não mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com
tudo isso! me apavora ainda a existência, mas não
tenho medo de ficar sozinho, foi conscientemente
que escolhi o exílio, me bastando hoje o cinismo
dos grandes indiferentes [ ... ].
NASSAR, R. Um copo de cólera. São Paulo:
Companhia das Letras. 1992.
Texto II
Raduan Nassar lançou a novela Um Copo de
Cólera em 1978, fervilhante narrativa de um confronto verbal entre amantes, em que a fúria das
palavras cortantes se estilhaçava no ar. O embate
conjugal ecoava o autoritário discurso do poder e
da submissão de um Brasil que vivia sob o jugo da
ditadura militar.
COMODO. R. Um silêncio inquietante. Istoé.
Disponivel em:http://www.terra.com.br.
Acesso em: 15 jul. 2009.
Considerando-se os textos apresentados e o contexto político e social no qual foi produzida a obra
Um Copo de Cólera, verifica-se que o narrador, ao
dirigir-se á sua parceira, nessa novela, tece um discurso
(A) conformista, que procura defender as instituições nas quais repousava a autoridade do regime militar no Brasil, a saber: a Igreja, a família
e o Estado.
(6) pacifista, que procura defender os ideais libertários representativos da intelectualidade brasileira opositora à ditadura militar na década de 70
do século passado.
(C) desmistificador, escrito em um discurso ágil e
contundente, que critica os grandes princípios
humanitários supostamente defendidos por sua
interlocutora.
(D) politizado, pois apela para o engajamento nas
causas sociais e para a defesa dos direitos humanos como uma única forma de salvamento
para a humanidade.
(E) contraditório, ao acusar a sua interlocutora de
com pactuar com o regime repressor da ditadura militar, por meio da defesa de instituições
como a família e a Igreja.
126. (ENEM 2009)
Quer evitar pesadelos? Então não durma de barriga para cima. Este é o conselho de quem garante
ter sido atacado pela Pisadeira. A meliante costuma
agir em São Paulo e Minas Gerais. Suas vítimas preferidas são aquelas que comeram demais antes de
dormir. Desce do telhado - seu esconderijo usual - e
pisa com muita força no peito e na barriga do incauto
adormecido, provocando os pesadelos. Há controvérsias sobre sua aparência. De acordo com alguns,
é uma mulher bem gorda. Já o escritor Cornélio Pires
forneceu a seguinte descrição da malfeitora: “Essa é
ua muié muito magra, que tem os dedos cumprido e
seco cum cada unhão! Tem as perna curta, cabelo
desgadeiado, quexo revirado pra riba e nari magro
munto arcado; sobranceia cerrado e zoio aceso ... “
Pelo sim, pelo não, caro amigo ... barriga para baixo e bons sonhos.
422
Almanaque de Cultura Popular.
Ano 10. out. 2008. nº 114 (adaptado).
Questões do ENEM
Considerando que as variedades linguísticas existentes no Brasil constituem patrimônio cultural, a
descrição da personagem lendária, Pisadeira, nas
palavras do escritor Cornélio Pires,
(A) mostra hábitos linguísticos atribuídos á personagem lendária.
(B) ironiza vocabulário usado no registro escrito de
descrição de personagens.
(C) associa a aparência desagradável da personagem ao desprestígio da cultura brasileira.
(D) sugere crítica ao tema da superstição como integrante da cultura de comunidades interioranas.
(E) valoriza a memória e as identidades nacionais
pelo registro escrito de variedades linguísticas
pouco prestigiadas.
127. (ENEM 2009)
Pobre Isaura! Sempre e em toda parte esta contínua importunação de senhores e de escravos,
que não a deixam sossegar um só momento! Como
não devia viver aflito e atribulado aquele coração!
Dentro de casa contava ela quatro inimigos, cada
qual mais porfiado em roubar-lhe a paz da alma, e
torturar-lhe o coração: três amantes, Leôncio, Belchior, e André, e uma êmula terrível e desapiedada,
Rosa. Fácil lhe fora repelir as importunações e insolências dos escravos e criados; mas que seria
dela, quando viesse o senhor?!. ..
GUIMARÃES, B. A escrava Isaura. São Paulo: Ática. 1995
(adaptado).
A personagem Isaura, como afirma o título do romance, era uma escrava. No trecho apresentado,
os sofrimentos por que passa a protagonista
(A) assemelham-se aos das demais escravas do
país, o que indica o estilo realista da abordagem
do tema da escravidão pelo autor do romance.
(B) demonstram que, historicamente, os problemas
vividos pelas escravas brasileiras, como Isaura,
eram mais de ordem sentimental do que física.
(C) diferem dos que atormentavam as demais escravas do Brasil do século XIX, o que revela o
caráter idealista da abordagem do tema pelo
autor do romance.
(D) indicam que, quando o assunto era o amor, as
escravas brasileiras, de acordo com a abordagem lírica do tema pelo autor, eram tratadas
como as demais mulheres da sociedade.
(E) revelam a condição degradante das mulheres
escravas no Brasil, que, como Isaura, de acordo com a denúncia feita pelo autor, eram importunadas e torturadas fisicamente pelos seus
senhores.
128. (ENEM 2009)
Texto I
Principiei a leitura de má vontade. E logo emperrei
na história de um menino vadio que, dirigindo-se
à escola, se retardava a conversar com os passarinhos e recebia deles opiniões sisudas e bons
conselhos. Em seguida vinham outros irracionais,
igualmente bem-intencionados e bem falantes. Havia a moscazinha que morava na parede de uma
chaminé e voava à toa, desobedecendo às ordens
maternas, e tanto voou que afinal caiu no fogo.
Esses contos me intrigaram com o [livro] Barão
de Macaúbas. Infelizmente um doutor, utilizando
bichinhos, impunha-nos a linguagem dos doutores. – Queres tu brincar comigo? O passarinho,
no galho, respondia com preceito e moral, e a
mosca usava adjetivos colhidos no dicionário. A
figura do barão manchava o frontispício do livro,
e a gente percebia que era dele o pedantismo
atribuído à mosca e ao passarinho. Ridículo um
indivíduo hirsuto e grave, doutor e barão, pipilar
conselhos, zumbir admoestações.
RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro:
Record, 1986 (adaptado).
Texto II
Dado que a literatura, como a vida, ensina na medida
em que atua com toda sua gama, é artificial querer
que ela funcione como os manuais de virtude e boa
conduta. E a sociedade não pode senão escolher
o que em cada momento lhe parece adaptado aos
seus fins, enfrentando ainda assim os mais curiosos
paradoxos, pois mesmo as obras consideradas indispensáveis para a formação do moço trazem frequentemente o que as convenções desejariam banir.
Aliás, essa espécie de inevitável contrabando é um
dos meios por que o jovem entra em contato com
realidades que se tenciona escamotear-lhe.
CANDIDO. A. A literatura e a formação do homem. Duas Cidades.
São Paulo: Ed. 34. 2002 (adaptado).
Os dois textos acima, com enfoques diferentes,
abordam um mesmo problema, que se refere, simultaneamente, ao campo literário e ao social.
Considerando-se a relação entre os dois textos,
verifica-se que eles têm em comum o fato de que
(A) tratam do mesmo tema, embora com opiniões divergentes, expressas no primeiro texto por meio
da ficção e, no segundo, por análise sociológica.
(B) foi usada, em ambos, linguagem de caráter moralista em defesa de uma mesma tese: a literatura, muitas vezes, é nociva à formação do
jovem estudante.
(C) são utilizadas linguagens diferentes nos dois
textos, que apresentam um mesmo ponto de
vista: a literatura deixa ver o que se pretende
esconder.
423
Questões do ENEM
(D) a linguagem fígurada é predominante em ambos, embora o primeiro seja uma fábula e o segundo, um texto científico.
(E) o tom humorístico caracteriza a linguagem de
ambos os textos, em que se defende o caráter
pedagógico da literatura.
129. (ENEM 2009)
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
[dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
(...)
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1980, p. 227-8.
A antítese que configura uma imagem da divisão
social do trabalho na sociedade brasileira é expressa poeticamente na oposição entre a doçura
do branco açúcar e
(A) o trabalho do dono da mercearia de onde veio
o açúcar.
(B) o beijo de moça, a água na pele e a flor que se
dissolve na boca.
(C) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se produz o açúcar.
(D) a beleza dos extensos canaviais que nascem
no regaço do vale.
(E) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.
130. (EXAMES DO MEC)
Cientistas europeus, americanos e japoneses vão
clonar animais extintos há cerca de 15 mil anos e
colocá-Ios em um parque aberto ao público. (...)
Esse projeto animou outros cientistas a desenvolver simultaneamente um plano alternativo: reunir os
descendentes desses animais em diversos parques
que funcionarão como unidades de preservação.
(...) Essa versão contemporânea da Arca de Noé
encontra resistência entre autoridades de saúde
pública, organizações de defesa dos animais e,
quem diria, até ecologistas. Para eles, há riscos de
transmissão de doenças, disseminação de pragas,
e de um desequilibrio ecológico irreversível.
Istoé, 10/5/2006.
No trecho de reportaçem acima, observa-se que o
fato relatado é visto
(A) com entusiasmo, pela maioria das pessoas.
(B) com apreensão, por uma parte das pessoas.
(C) como improvável, pela maioria das pessoas.
(D) como engraçado, por uma parte das pessoas.
131. (EXAMES DO MEC)
O vôo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos. – Anda, excomungado.
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matáIo. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar
alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe
como um fato necessário - e a obstinação da criança
irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não
era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro
precisava chegar, não sabia onde.
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 1973.
Em Vidas Secas, publicado em 1938, estão presentes o desamparo e a incerteza do homem quanto
ao próprio destino. A incerteza de Fabiano quanto
a seu destino aparece na seguinte passagem do
texto:
(A) O pirralho não se mexeu
(B) a obstinação da criança irritava-o.
(C) esse obstáculo miúdo ... dificultava a marcha
(D) precisava chegar, não sabia onde.
132. (ENEM 2002)
Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um
episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor Lembro-me
de que certa noite . eu teria uns quatorze anos,
quando muito . encarregaram-me de segurar uma
lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia
Municipal haviam cameado .. (...) Apesar do horror
424
Questões do ENEM
e da náusea, continuei firme onde estava, talvez
pensando assim: se esse caboclo pode agüentar
tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor
a costurar esses talhos e salvar essa vida? (. . .)
Desde que, adulto, comecei a escrever romances,
tem-me animado até hoje a idéia de que o menos
que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua
lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo,
evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia
aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror
Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos
o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos
fósforos repetidamente, como um sinal de que não
desertamos nosso posto ..
VERíSSIMO, Érico. Solo de Clarineta. Tomo I Porto Alegre:
Editora Globo. 1978.
Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que
ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como
uma das funções do escritor e, por extensão, da
literatura,
feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera,
carícia de doer, fazendo estalar de gozo.
AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento).
No romance O Cortiço (1890), de Aluízio Azevedo,
as personagens são observadas como elementos
coletivos caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita,
o confronto entre brasileiros e portugueses revela
prevalência do elemento brasileiro, pois
(A) destaca o nome de personagens brasileiras e
omite o de personagens portuguesas.
(B) exalta a força do cenário natural brasileiro e
considera o do português inexpressivo.
(C) mostra o poder envolvente da música brasileira,
que cala o fado português.
(D) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário
à tristeza dos portugueses.
(E) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com
instrumentos musicais.
135. (ENEM 2011)
TEXTO I
(A) criar a fantasia.
(B) permitir o sonho.
(C) denunciar o real.
(D) criar o belo.
(E) fugir da náusea.
Onde está a honestidade?
Você tem palacete reluzente
Tem joias e criados à vontade
Sem ter nenhuma herança ou parente
Só anda de automóvel na cidade...
133. (ENEM 1998)
E o povo pergunta com maldade:
Onde está a honestidade?
Onde está a honestidade?
O seu dinheiro nasce de repente
E embora não se saiba se é verdade
Você acha nas ruas diariamente
Anéis, dinheiro e felicidade...
O poema pode ser considerado como um texto:
(A) argumentativo.
(B) narrativo.
(C) épico.
(D) de propaganda.
(E) teatral.
Vassoura dos salões da sociedade
Que varre o que encontrar em sua frente
Promove festivais de caridade
Em nome de qualquer defunto ausente...
4.2. Formação literária e nacional
134. (ENEM 2011)
Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos
desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros,
se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfiro, acompanhado pelo
violão do Firmo, romperam vibrantemente com
um chorado baiano. Nada mais que os primeiros
acordes da música crioula para que o sangue de
toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E
seguiram-se outras notas, e outras, cada vez mais
ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando,
como cobras numa floresta incendiada; eram ais
convulsos, chorados em frenesi de amor: música
ROSA, N. Disponível em: http://www.mpbnet.com.br.
Acesso em: abr. 2010.
TEXTO II
Um vulto da história da música popular brasileira, reconhecido nacionalmente, é Noel Rosa. Ele
nasceu em 1910, no Rio de Janeiro; portanto, se
estivesse vivo, estaria completando 100 anos. Mas
faleceu aos 26 anos de idade, vítima de tuberculose, deixando um acervo de grande valor para o
patrimônio cultural brasileiro. Muitas de suas letras
representam a sociedade contemporânea, como se
tivessem sido escritas no século XXI.
425
Disponível em: http://www.mpbnet.com.br.
Acesso em: abr. 2010.
Questões do ENEM
Um texto pertencente ao patrimônio literário-cultural brasileiro é atualizável, na medida em que ele
se refere a valores e situações de um povo. A atualidade da canção Onde está a honestidade?, de
Noel Rosa, evidencia-se por meio
(A) da ironia, ao se referir ao enriquecimento de origem duvidosa de alguns.
(B) da crítica aos ricos que possuem joias, mas não
têm herança.
(C) da maldade do povo a perguntar sobre a honestidade.
(D) do privilégio de alguns em clamar pela honestidade.
(E) da insistência em promover eventos beneficentes.
136. (ENEM 2010)
O “politicamente correto” tem seus exageros, como
chamar “baixinho” de “verticalmente prejudicado”,
mas, no fundo, vem de uma louvável preocupação
em não ofender os diferentes. É muito mais gentil
chamar estrabismo de “idiossincrasia ótica” do que
de vesguice. O linguajar brasileiro está cheio de expressões racistas e preconceituosas que precisam
de uma correção, e até as várias denominações
para bêbado (pinguço, bebo, pé-de-cana) poderiam
ser substituidas por algo como “contumaz etílico”,
para lhe poupar os sentimentos.
O tratamento verbal dado aos negros é o melhor exemplo da condescendência que passa por tolerância
racial no Brasil. Termos como “crioulo”, “negão” etc.
são até considerados carinhosos, do tipo de carinho
que se dá a inferiores, e, felizmente, cada vez menos ouvidos. “Negro” também não é mais correto.
Foi substituído por afrodescendentes, por influência
dos afro-americans, num caso de colonialismo cultural positivo. Está certo. Enquanto o racismo que
não quer dizer seu nome continua no Brasil, uma integração real pode começar pela linguagem.
VERÍSSIMO. L F. Peixe na cama. Diário de Pernambuco.
10 jun 2006 (adaptado).
Ao comparar a linguagem cotidiana utilizada no
Brasil e as exigências do comportamento “politicamente correto”, o autor tem a intenção de
(A) criticar o racismo declarado do brasileiro, que
convive com a discriminação camuflada em certas expressões linguísticas.
(B) defender o uso de termos que revelam a despreocupação do brasileiro quanto ao preconceito racial, que inexiste no Brasil.
(C) mostrar que os problemas de intolerância racial,
no Brasil, já estão superados, o que se evidencia na linguagem cotidiana.
(D) questionar a condenação de certas expressões
consideradas “politicamente incorretas”, o que
impede os falantes de usarem a linguagem espontaneamente.
(E) sugerir que o pais adote, além de uma postura
linguistica “politicamente correta”, uma política
de convivência sem preconceito racial.
137. (ENEM 2010)
Capítulo III
Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xicara e,
enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata,
ouro, eram os metais que amava de coração; não
gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe
que era matéria de preço, e assim se explica este
par de figuras que aqui está na sala: um Mefistófeles
e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja, - primor de argentaria, execução
fina e acabada. O criado esperava teso e sério. Era
espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o
aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse, que estava acostumado aos seus crioulos de
Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa,
o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados brancos. Rubião cedeu com
pena. O seu bom pajem, que ele queria pôr na sala,
como um pedaço da província, nem o pôde deixar
na cozinha, onde reinava um francês, Jean; foi degradado a outros serviços.
ASSIS, M. Quincas Barba. In: Obra completa. V.1.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993 (fragmento).
Quincas Barba situa-se entre as obras-primas do
autor e da literatura brasileira. No fragmento apresentado, a peculiaridade do texto que garante a
universalização de sua abordagem reside
(A) no conflito entre o passado pobre e o presente
rico, que simboliza o triunfo da aparência sobre
a essência.
(B) no sentimento de nostalgia do passado devido á
substituição da mão de obra escrava pela dos
imigrantes.
(C) na referência a Fausto e Mefistófeles, que representam o desejo de eternização de Rubião.
(D) na admiração dos metais por parte de Rubião,
que metaforicamente representam a durabilidade dos bens produzidos pelo trabalho.
(E) na resistência de Rubião aos criados estrangeiros, que reproduz o sentimento de xenofobia.
138. (ENEM 2010)
O meu lugar,
Tem seus mitos e seres de luz,
É bem perto de Oswaldo Cruz,
Cascadura, Vaz Lobo, Irajá.
O meu lugar,
É sorriso, é paz e prazer,
O seu nome é doce dizer,
Madureira, ia, laiá.
Madureira, ia, laiá
Em cada esquina um pagode um bar,
Em Madureira.
Império e Portela também são de lá,
426
Questões do ENEM
140. (ENEM 2009)
Em Madureira.
E no Mercadão você pode comprar
Por uma pechincha você vai levar,
Um dengo, um sonho pra quem quer sonhar,
Em Madureira.
A análise do trecho da canção indica um tipo de
interação entre o indivíduo e o espaço. Essa interação explícita na canção expressa um processo de
(A) autossegregação espacial.
(B) exclusão sociocultural.
(C) homogeneização cultural.
(D) expansão urbana.
(E) pertencimento ao espaço.
139. (ENEM 2009)
Cuitelinho
Cheguei na bera do porto
Onde as onda se espaia.
As garça dá meia volta,
Senta na bera da praia.
E o cuitelinho não gosta
Que o botão da rosa caia.
Quando eu vim da minha terra,
Despedi da parenta ia.
Eu entrei em Mato Grosso,
Dei em terras paraguaia.
Lá tinha revolução,
Enfrentei fortes bataia.
A tua saudade corta
Como o aço de navaia.
O coração fica aflito,
Bate uma e outra faia.
E os oio se enche d’água
Que até a vista se atrapaia.
Nestes últimos anos, a situação mudou bastante
e o Brasil, normalizado, já não nos parece tão mítico, no bem e no mal. Houve um mútuo reconhecimento entre os dois países de expressão portuguesa de um lado e do outro do Atlântico: o Brasil
descobriu Portugal e Portugal, em um retorno das
caravelas, voltou a descobrir o Brasil e a ser, por
seu lado, colonizado por expressões linguísticas,
as telenovelas, os romances, a poesia, a comida
e as formas de tratamento brasileiros. O mesmo,
embora em nível superficial, dele excluído o plano
da língua, aconteceu com a Europa, que, depois
da diáspora dos anos 70, depois da inserção na
cultura da bossa-nova e da música popular brasileira, da problemática ecológica centrada na
Amazônia, ou da problemática social emergente
do fenômeno dos meninos de rua, e até do álibi
ocultista dos romances de Paulo Coelho, continua
todos os dias a descobrir, no bem e no mal, o novo
Brasil. Se, no fim do século XIX, Sílvio Romero
definia a literatura brasileira como manifestação
de um país mestiço, será fácil para nós defini-Ia
como expressão de um país polifônico: em que
já não é determinante o eixo Rio-São Paulo, mas
que, em cada região, desenvolve originalmente a sua unitária eparticular tradição cultural. É
esse, para nós, no inicio do século XXI, o novo
estilo brasileiro.
STEGAGNO-PICCHIO, L. História da literatura brasileira.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004 (adaptado).
Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó.
BORTONI-RICARDO, S. M.
Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004.
Transmitida por gerações, a canção Cuitelinho manifesta aspectos culturais de um povo, nos quais se
inclui sua forma de falar, além de registrar um momento histórico. Depreende-se disso que a importância em preservar a produção cultural de uma
nação consiste no fato de que produções como a
canção Cuitelinho evidenciam a
(A) recriação da realidade brasileira de forma ficcional.
(B) criação neológica na língua portuguesa.
(C) formação da identidade nacional por meio da
tradição oral.
(D) incorreção da língua portuguesa que é falada
por pessoas do interior do Brasil.
(E) padronização de palavras que variam regionalmente, mas possuem mesmo significado.
No texto, a autora mostra como o Brasil, ao longo
de sua história, foi, aos poucos, construindo uma
identidade cultural e literária relativamente autônoma frente à identidade europeia, em geral, e à
portuguesa em particular. Sua análise pressupõe,
de modo especial, o papel do patrimônio literário
e linguistico, que favoreceu o surgimento daquilo
que ela chama de “estilo brasileiro”. Diante desse
pressuposto, e levando em consideração o texto
e as diferentes etapas de consolidação da cultura
brasileira, constata-se que
(A) o Brasil redescobriu a cultura portuguesa no século XIX, o que o fez assimilar novos gêneros
artísticos e culturais, assim como usos originais
do idioma, conforme ilustra o caso do escritor
Machado de Assis.
(B) a Europa reconheceu a importância da língua
portuguesa no mundo, a partir da projeção que
poetas brasileiros ganharam naqueles países, a
partir do século XX.
(C) ocorre, no início do século XXI, promovido pela
solidificação da cultura nacional, maior reconhecimento do Brasil por ele mesmo, tanto nos
aspectos positivos quanto nos negativos.
427
Questões do ENEM
(D) o Brasil continua sendo, como no século XIX,
uma nação culturalmente mestiça, embora a
expressão dominante seja aquela produzida no
eixo Rio-São Paulo, em especial aquela ligada
às telenovelas.
(E) o novo estilo cultural brasileiro se caracteriza
por uma união bastante significativa entre as
diversas matrizes culturais advindas das várias
regiões do país, como se pode comprovar na
obra de Paulo Coelho.
141. (ENEM 2009)
O sertão e o sertanejo
Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim
crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra
o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero
desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro.
Minando à surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por
débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia
e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante
dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir
com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos
morrendo até se extinguir de todo, deixando como
sinal da avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por
toda a parte melancolia; de todos os lados tétricas
perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa
chuva, e parece que uma varinha de fada andou
por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas
jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num
trabalho íntimo de espantosa atividade. Transborda
a vida.
TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática, 1993 (adaptado).
O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Considerando o
trecho acima, é possível reconhecer que uma das
principais e permanentes contribuições do Romantismo para construção da identidade da nação é a
(A) possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo
subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva
de renovação.
(B) consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que
coibiu a exploraçâo desenfreada das riquezas
naturais do país.
(C) construção, em linguagem simples, realista e
documental, sem fantasia ou exaltação, de uma
imagem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira.
(D) expansão dos limites geográficos da terra, que
promoveu o sentimento de unidade do território
nacional e deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros.
(E) valorização da vida urbana e do progresso, em
detrimento do interior do Brasil, formulando um
conceito de nação centrado nos modelos da
nascente burguesia brasileira.
142. (ENEM 2009)
Ó meio-dia confuso, ó vinte-e-um de abril sinistro,
que intrigas de ouro e de sonho houve em tua formação?
Quem ordena, julga e pune?
Quem é culpado e inocente?
Na mesma cova do tempo
cai o castigo e o perdão.
Morre a tinta das sentenças
e o sangue dos enforcados
- liras, espadas e cruzes
pura cinza agora são.
Na mesma cova, as palavras, o secreto pensamento,
as coroas e os machados, mentira e verdade estão.
[...]
MEIRELES. C. Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1972.(fragmento)
O poema de Cecília Meireles tem como ponto de
partida um fato da história nacional, a Inconfidência
Mineira. Nesse poema, a relação entre texto literário e contexto histórico indica que a produção literária é sempre uma recriação da realidade, mesmo
quando faz referência a um fato histórico determinado. No poema de Cecília Meireles, a recriação se
concretiza por meio
(A) do questionamento da ocorrência do próprio
fato, que, recriado, passa a existir como forma
poética desassociada da história nacional.
(B) da descrição idealizada e fantasiosa do fato histórico, transformado em batalha épica que exalta a força dos ideais dos Inconfidentes.
(C) da recusa da autora de inserir nos versos o desfecho histórico do movimento da Inconfidência:
a derrota, a prisão e a morte dos Inconfidentes.
(D) do distanciamento entre o tempo da escrita e o
da Inconfidência, que, questionada poeticamente,
alcança sua dimensão histórica mais profunda.
(E) do caráter trágico, que, mesmo sem corresponder à realidade, foi atribuído ao fato histórico
pela autora, a fim de exaltar o heroísmo dos Inconfidentes.
143. (EXAMES DO MEC)
(...)
-”Não Desmatarás” - foi criado de maneira irreverente, há pouco mais de vinte anos, aqui mesmo
no Brasil.”
JB Ecológico. O 11°. Mandamento da Natureza Humana,
nov./2005. p. 7.
O texto acima traduz uma preocupação em
(A) fazer uso racional das florestas.
(B) preservar riquezas minerais.
(C) proteger animais em extinção.
(D) promover a despoluição do ar.
428
Questões do ENEM
144. (EXAMES DO MEC) Leia:
riqueza humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes.
‘Causo’ de amor
Boldrin, paulista de São Joaquim da Barra, criado
em Guaira, perto de Barretos, tem, digamos, um
causo de amor com o Brasil.
(Texto adaptado. Fonte: Jornal do Brasil.
Caderno B, 27/07/2005)
Observe a palavra causo, empregada no texto. Ela
faz parte de uma variante regional da língua portuguesa, encontrada especialmente no sertão brasileiro. No texto, retirado de um jornal, ela aparece entre
aspas (‘causo’) e em itálico (causo). Esse destaque
na redação do termo sugere que o autor quer
(A) afirmar que ele pertence ao grupo de falantes
de uma variante regional.
(B) ensinar a forma correta de escrever essa palavra na variante padrão culta.
(C) abolir o uso dessa expressão nos textos publicados pela imprensa escrita.
(D) marcar o uso intencional dessa palavra dentro
do texto em norma culta.
145. (ENEM 2007)
Texto I
Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa.
São Paulo: USP, n.” 2, 2001, p. 254.
A partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das
informações do texto II, relativas às concepções
artísticas do romance social de 1930, avalie as seguintes afirmativas.
I. O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo regionalismo pitoresco, transforma-se em
protagonista privilegiado do romance social de 30.
II. A incorporação do pobre e de outros marginalizados indica a tendência da ficção brasileira da
década de 30 de tentar superar a grande distância entre o intelectual e as camadas populares.
III. Graciliano Ramos e os demais autores da década
de 30 conseguiram, com suas obras, modificar a
posição social do sertanejo na realidade nacional.
É correto apenas o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
146. (ENEM 2007)
Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que
o segurava era a familia. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe
pisava o pé não. (...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-Ios? Sinha Vitória dormia mal na cama de varas.
Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando
crescessem, guardariam as reses de um patrão invisivel, seriam pisados, maltratados, machucados
por um soldado amarelo.
Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo:
Martins, 23.” ed, 1969, p. 75.
Texto II
Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma
tentativa de incorporação dessa figura no campo da
ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis
soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de narrador em que narrador
e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em
grande medida, o debate acontece porque, para a
intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos
aspectos, ainda é visto como um ser humano de
segunda categoria, simples demais, incapaz de ter
pensamentos demasiadamente complexos. O que
Vidas Secas faz é, com pretenso não envolvimento
da voz que controla a narrativa, dar conta de uma
O canto do guerreiro
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
– Ouvi-me, Guerreiros,
– Ouvi meu cantar.
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
– Guerreiros, ouvi-me;
– Quem há, como eu sou?
Gonçalves Dias.
Macunaíma (Epílogo)
Acabou-se a história e morreu a vitória.
Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo
na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram
de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles
lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto ... Um silêncio
imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum
conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem
podia saber do Herói?
Mário de Andrade.
Considerando-se a linguagem desses dois textos,
verifica-se que
(A) a função da linguagem centrada no receptor
está ausente tanto no primeiro quanto no segundo texto.
429
Questões do ENEM
(B) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto, no segundo, predomina a linguagem formal.
(C) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo
menos uma palavra de origem indígena.
(D) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma de organização da linguagem
e, no segundo, no relato de informações reais.
(E) a função da linguagem centrada na primeira
pessoa, predominante no segundo texto, está
ausente no primeiro.
147. (ENEM 2006)
No poema Procura da poesia, Carlos Drummond
de Andrade expressa a concepção estética de se
fazer com palavras o que o escultor Michelangelo
fazia com mármore. O fragmento abaixo exemplifica essa afirmação.
( ... )
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
( ... )
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrivel, que lhe deres:
trouxeste a chave?
Carlos Drummond de Andrade. A rosa do povo.
Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 13-14.
Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema
constante entre autores modernistas:
(A) a nostalgia do passado colonialista revisitado.
(B) a preocupação com o engajamento político e
social da literatura.
(C) o trabalho quase artesanal com as palavras,
despertando sentidos novos.
(D) a produção de sentidos herméticos na busca da
perfeição poética.
(E) a contemplação da natureza brasileira na perspectiva ufanista da pátria.
148. (ENEM 2004)
Brasil
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
– Sois cristão?
– Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
– Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval
Este texto apresenta uma versão humorística da
formação do Brasil, mostrando-a como uma junção
de elementos diferentes. Considerando-se esse aspecto, é correto afirmar que a visão apresentada
pelo texto é
(A) ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional, quanto parece
sugerir que esse processo, apesar de tudo,
acaba bem.
(B) inovadora, pois mostra que as três raças formadoras - portugueses, negros e índios - pouco contribuíram para a formação da identidade brasileira.
(C) moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do Brasil como causa da
predominância de elementos primitivos e pagãos.
(D) preconceituosa, pois critica tanto índios quanto
negros, representando de modo positivo apenas
o elemento europeu, vindo com as caravelas.
(E) negativa, pois retrata a formação do Brasil como
incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e falta de seriedade.
149. (ENEM 2004)
A polifonia, variedade de vozes, presente no poema
resulta da manifestação do
(A) poeta e do colonizador apenas.
(B) colonizador e do negro apenas.
(C) negro e do índio apenas.
(D) colonizador, do poeta e do negro apenas.
(E) poeta, do colonizador, do índio e do negro.
4.3. Concepções artísticas, procedimentos de construção e recepção de
textos
150. (ENEM 2011)
Guardar
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro
Do que um pássaro sem voos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
(Oswald de Andrade)
430
Antonio Cícero. In: MORICONI, I. .
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
Questões do ENEM
A memória é um importante recurso do patrimônio
cultural de uma nação. Ela está presente nas lembranças do passado e no acervo cultural de um
povo. Ao tratar o fazer poético como uma das maneiras de se guardar o que se quer, o texto
(A) ressalta a importância dos estudos históricos
para a construção da memória social de um
povo.
(B) valoriza as lembranças individuais em detrimento das narrativas populares ou coletivas.
(C) reforça a capacidade da literatura em promover
a subjetividade e os valores humanos.
(D) destaca a importância de reservar o texto literário àqueles que possuem maior repertório
cultural.
(E) revela a superioridade da escrita poética como
forma ideal de preservação da memória cultural.
431
Questões do ENEM
NÃO
FINALIZE
ESTE
MÓDULO
Se você chegou até aqui,
parabéns.
01. A
02. B
03. A
04. E
05. E
06. A
07. A
08. D
09. B
10. D
11. B
12. C
13. C
14. E
15. D
16. A
17. D
18. C
19. C
20. B
21. C
22. C
23. A
24. C
25. D
26. B
27. E
28. E
29. B
30. B
31. C
32. E
33. D
34. C
35. D
36. C
37. B
38. D
39. E
40. A
41. A
42. A
43. C
44. B
45. E
46. A
47. C
48. A
49. B
50. B
51. C
52. A
53. A
54. A
55. E
56. E
57. C
58. C
59. A
60. B
61. A
62. C
63. B
64. C
65. D
66. A
67. C
68. B
69. C
70. D
71. D
72. E
73. E
74. B
75. C
76. D
77. D
78. C
79. A
80. D
81. A
82. B
83. A
84. B
432
85. B
86. D
87. C
88. C
89. C
90. B
91. E
92. A
93. C
94. A
95. B
96. D
97. B
98. B
99. D
100. B
101. D
102. C
103. D
104. D
105. B
106. E
107. B
108. E
109. E
110. C
111. C
112. A
113. A
114. B
115. A
116. D
117. E
118. D
119. C
120. B
121. D
122. D
123. D
124. D
125. C
126. E
127. C
128. C
129. E
130. B
131. D
132. C
133. A
134. C
135. A
136. E
137. A
138. E
139. C
140. C
141. D
142. D
143. A
144. D
145. D
146. C
147. C
148. A
149. E
150. C
20
Interpretação
de textos
UFRGS
“Aquele que conduz um argumento por apelar para uma
autoridade não está usando sua inteligência, mas sim sua memória.”
Leonardo da Vinci, italiano multimídia.
Universidades
3) IMED, UNIFRA, FAG
4) PEQUENO PRÍNCIPE, PUC-PR, PUC-MG
Universal
2) ULBRA, UCS, UPF, UNISC, ACAFE
Tradicionais
1) UFRGS, PUC, ENEM, UFSC
›› Relevância: Altíssima
›› Foco: UFRGS
Interpretação de
textos UFRGS
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
Quando tratavam de maneiras .......... mesa, os manuais de civilidade medievais – ou
talvez devamos dizer “manuais de cortesia”, tendo em vista a época – condenavam as
manifestações de gula, agitação, a sujeira, a falta de consideração pelos outros convivas.
Tudo isso persiste nos séculos XVII e XVIII, porém novas prescrições se acrescentam
......... antigas. Em geral, elas desenvolvem ......... idéia de limpeza – já presente na Idade
Média – ordenando que se usem os novos utensílios de mesa: pratos, copos, facas, colheres
e garfos individuais. O emprego dos dedos é cada vez mais proscrito, bem como a
transferência dos alimentos diretamente da travessa comum à boca.
Isso evidencia não só uma obsessão pela limpeza, como ainda um progresso do
individualismo: o prato, o copo, o garfo, a faca, a colher e o garfo individuais na verdade
erguem paredes invisíveis entre os comensais. Na Idade Média, levava-se a mão a um prato
comum, duas ou três pessoas tomavam a sopa numa só escudela, todos comiam a carne
na mesma travessa e bebiam de uma única taça que circulava pela mesa; facas e colheres,
ainda inadequadas, passavam de um só conviva a outro; e cada qual mergulhava seu pedaço
de pão ou carne em saleiras e molheiros comuns. Nos séculos XVII e XVIII, ao contrário, cada
comensal é dono de um prato, um copo, uma faca, uma colher, um garfo, um guardanapo
e um pedaço de pão. Tudo que é retirado das travessas, molheiras e saleiros comuns deve
ser pego com os utensílios adequados e depositado no prato antes de ser tocado com os
próprios talheres e levado ........ boca. Cada conviva é encerrado numa espécie de gaiola
imaterial. Por que tais precauções, dois séculos antes de Pasteur descobrir a existência de
micróbios? O que vem a ser essa sujeira de que tanto se teme? Não será principalmente o
medo do contato com o outro?
01) De acordo com o texto,
a) os manuais de cortesia da Idade Média toleravam a sujeira e a falta de educação que eram
constantes nas refeições feitas em sociedade.
b) nos séculos XVII e XVIII era considerado educado retirar a comida com os dedos diretamente
das travessas comuns, desde que nos pratos individuais se utilizassem utensílios adequados.
c) o que parece ser uma óbvia diferença de qualidade entre a etiqueta da Idade Média e dos
séculos XVII e XVIII na verdade se trata de uma diferença cultural devida ao avanço da idéia do
individualismo.
d) as refeições comunais da Idade Média eram mais divertidas e animadas que os banquetes dos
séculos XVII e XVIII, nos quais uma atmosfera de medo era instaurada pela sujeira constante e
por uma rígida etiqueta.
e) a etiqueta dos séculos XVII e XVIII determinava que as mesas fossem divididas em nichos individuais que isolassem os convivas de qualquer contato entre si.
02) Assinale a alternativa que identifica corretamente os núcleos dos sujeitos de, respectivamente,
condenavam (linha 2), se acrescentam (linha 4), se usem (linha 6).
a)
b)
c)
d)
e)
maneiras (linha 1) - isso (linha 4) - utensílios (linha 6)
maneiras (linha 1) - prescrições (linha 4) - novos (linha 6)
maneiras (linha 1) - antigas (linha 5) - utensílios (linha 6)
manuais (linha 1) - isso (linha 4) - novos (linha 6)
manuais (linha 1) - prescrições (linha 4) - utensílios (linha 6)
741
Módulo 20
03) Assinale a alternativa em que foi corretamente
utilizada uma palavra da mesma família ou de
prescrições (linha 4) ou de proscrito (linha 7).
a) Repousei, tomei os remédios que o médico proscreveu, e logo minha obediência foi
recompensada: recebi alta e pude voltar
ao futebolzinho no quintal.
b) A lei prescreve a pena de morte para o
delito de que eu o incriminei; espero que
seja cumprida, pois assim me apossarei
de toda a sua fortuna.
c) A volta do prescrito agitou a pequena
cidadezinha do velho oeste; quereria ele
vingar-se dos seus inimigos?
04) Supondo que a palavra escudela (linha 12)
seja desconhecida para o leitor, são propostas
as estratégias seguintes para determinar seu
significado:
I.
Observar que o trecho do texto em que está
inserida trata do uso de utensílios de mesa
e que a palavra escudela deve pertencer ao
mesmo campo semântico.
II.
Pela análise morfológica da palavra, determinar que ela é formada a partir de escudo
e portanto remete à guerra e às disputas da
Idade Média.
III.
Pela análise sintática, determinar que, dada
à função que exerce na frase, a palavra não
necessita concordar em número com o sujeito.
d) A proscrição do padre confessor me apavorou: eu teria de rezar mil pai-nossos,
mil ave-marias e quinhentos credos, além
de acender uma vela para cada vez que
estivera com a vizinha.
e) O casamento não está de todo proscrito de nossa tribo, mas é inegável que
ele contraria o que ordena nosso guru:
“Amem fisicamente a todos que puderem.”.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
Quais são adequadas para a finalidade acima
expressa?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas I e II
d) Apenas II e III
e) I, II e III
– Mas pra você não é uma pouca-vergonha, é? – ela disse, secando as lágrimas. Voltava
ao desafio.
– Eu sou homem, ou você não entende isso?
– Não entendo.
O Dr. Paranhos quedou-se quieto por um tempo marcado em séculos no relógio da
agonia. Seus olhos baixaram para a mesa e assim ficaram, enquanto sua inteligência buscava
uma forma clara de ilustrar a madrinha. Por fim, suspirou e disse:
– Eu tenho um argumento que você vai entender.
Levantou-se com certa dificuldade e ausentou-se da cozinha, onde ficamos suspensos
por um fio em pleno abismo. Logo, porém, ele retornou com o argumento na mão.
Girou o tambor do argumento. Depois, com um gesto solene, botou o argumento na cintura.
Sentou-se novamente e disse, pausadamente:
– Tem uma coisinha, Dirce: ou este tal de feminismo acaba hoje, ou o que acaba é tua
mesada, se não acabar minha paciência antes. Certo? Agora vamos jantar.
05) A respeito do argumento a que se refere o texto a partir da linha 8, são feitas as afirmativas seguintes.
I.
II.
III.
O Dr. Paranhos utiliza-se de linguagem não verbal para apresentar seu argumento.
Na atitude e na fala do Dr. Paranhos está implícita a ameaça do uso da força.
Pelos dados fornecidos nas seqüências retornou com o argumento na mão. Girou o tambor do
argumento, botou o argumento na cintura, pode-se inferir que o Dr. Paranhos voltou para a cozinha
com um revólver.
Quais são as corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas I e II
742
d) Apenas II e III
e) I, II e III
Interpretação de
textos UFRGS
06) A alternativa em que ambas as palavras ou expressões se referem a um mesmo personagem é:
a) você (linha 1), você (linha 8)
b) ela (linha 1), Dirce (linha 13)
c) você (linha 3), o Dr. Paranhos (linha 5)
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
d) Eu (linha 3), você (linha 8)
e) Eu (linha 8), Dirce (linha 13)
Apesar de não termos ilusões quanto ao caráter das nossas elites, existia uma certa
resistência a essa espécie de niilismo a que o Brasil nos leva. Os escândalos na área financeira
estão acabando até com isso. Fica cada vez mais difícil espantar os burgueses. Os burgueses
não se espantam com mais nada. Alguns talvez se surpreendam quando ouvem um filho
pequeno ou um neto repetindo uma letra dos Mamonas, mas neste caso o espanto é divertido,
ou pelo menos resignado. A necessidade de se ser absolutamente claro sobre que tipos de
atividade sexual causam AIDS e como fazer para preveni-la acabou com qualquer
preocupação da imprensa e da propaganda com o pundonor (grande palavra) alheio,
embora ainda façam alguns rodeios. A linguagem ficou mais leve, ficamos menos hipócritas.
Burgueses epatáveis ainda existem, mas o acúmulo de agressões a seus ouvidos e pruridos
os insensibilizou e hoje, se reagem, não é em público.
07) Segundo lemos no texto,
a)
b)
c)
d)
e)
os escândalos financeiros estão acabando com as elites brasileiras.
os Mamonas acabaram de uma vez por todas com o espanto dos burgueses.
a imprensa não é direta quando fala em AIDS.
nós não somos mais hipócritas devido à leveza da linguagem da mídia.
os burgueses estão perdendo a capacidade de espanto.
08) Considere as afirmações:
I.
A palavra pundonor (linha 8) poderia ser substituída por pudor ou decoro, sem que o significado
do texto fosse alterado.
II.
O comentário parentético feito pelo autor logo após a palavra pundonor (linha 8) indica uma reflexão
sobre escolhas lexicais do texto.
III.
Com o comentário parentético que aparece logo após a palavra pundonor (linha 8), o autor chama
a atenção de seu leitor para um aspecto sintático do texto.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III
09) Observe as seguintes afirmações sobre concordância.
I.
Caso a palavra Alguns na linha 4 fosse substituída por Alguém, apenas dois verbos deveriam sofrer
ajustes para fins de concordância.
II.
Caso tivéssemos O burguês ao invés de Burgueses na linha 10, quatro outras palavras deveriam
sofrer ajustes para fins de concordância.
III.
Caso a seqüência da imprensa e propaganda (linha 8) fosse substituída por da mídia, o verbo façam
(linha 9) deveria sofrer ajuste para fins de concordância.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas I e II
c) Apenas I e III
743
d)
Apenas II e III
e) I, II e III
Módulo 20
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
A mãe de hoje em dia é uma mulher esbaforida, a representar papel avesso........ que
lhe foi imposto até alguns anos atrás. Ela está às voltas com o problema de ter e criar filhos e
administrar uma carreira. Em muitos casos ela é importante, quando não é a única fonte de
renda da casa. Freqüentemente ela é a ponte para que a classe média ........... à classe alta.
No limite do raciocínio, a expectativa sancionada pela sociedade repele uma mulher
que possa abandonar o trabalho, que tantas possibilidades ....... abriu, e trocá-lo pela atenção
aos filhos. A mãe tradicional, a antes louvada rainha do lar, por assim dizer, está rechaçada.
No pós-feminismo, a sensação é de que todas as chances existem para uma mulher forte e
competente chegar ao ápice em qualquer terreno. (...)
A mãe que todas as gerações conheceram - aquela que ficava em casa e tratava das
tarefas da família, especialmente dos filhos - será no futuro objeto de relato histórico a provocar
estranheza nos ouvintes.
10) Assinale a alternativa que faz uma afirmação correta sobre o significado do texto.
a) Segundo lemos nas linhas 5 a 7, a sociedade não mais espera que as mães cuidem dos filhos.
b) De acordo com o que lemos nas linha 7 a 10, o pós-feminismo trouxe a garantia de a mulher
chegar ao topo de qualquer carreira que escolher, desde que seja forte e competente.
c) De acordo com o primeiro parágrafo, a mãe da sociedade contemporânea não cria seus filhos,
mas administra uma carreira e permite que sua família mude de classe social.
d) Segundo lemos na linha 5, o raciocínio segundo o qual a sociedade não espera que as mães
abandonem seus empregos é limitado.
e) A mãe que fica em casa, segundo o último parágrafo do texto, tende a desaparecer, mesmo
que ainda possa ser conhecida pelas gerações atuais.
11) Assinale a alternativa que apresenta sinônimos adequados para as palavras sancionada (linha 5),
sensação (linha 8) e provocar (linha 11), respectivamente, considerando o contexto em que tais
palavras ocorrem.
a)
b)
c)
d)
e)
aprovada, impressão, suscitar
criada, impressão, suscitar
criada, intuição, suscitar
aprovada, intuição, incitar
aprovada, impressão, incitar
12) Assinale a alternativa que apresenta uma sugestão de reescrita que altera o significado original do
texto apontado entre parênteses.
a)
b)
c)
d)
A mãe é, hoje, uma mulher esbaforida representando papel avesso... (linha 1)
Ela é, em muitos casos, parte importante... (linhas 3-4)
Ela é a ponte para que a família freqüentemente... (linha 4)
...todas as chances existem para, em qualquer terreno, uma mulher forte e decidida chegar ao
ápice. (linhas 8-9)
e) No futuro, a mãe que todas as gerações conheceram (...) será objeto de relato histórico a provocar estranheza nos ouvintes. (linhas 10-11-12)
744
Interpretação de
textos UFRGS
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
Lá pela metade do século 21, já não haverá superpopulação humana, como hoje. Os
governos de todo o mundo – presumivelmente, todos democráticos - poderão incentivar as
pessoas à reprodução. E será melhor que o façam com as melhores pessoas. A eugenia
humana – isto é, a escolha dos melhores exemplares para a reprodução, de modo a aprimorar
a média da espécie, como já se fez com cavalos – encontrará o período ideal para sair da
prancheta dos cientistas para a vida real. Pessoas selecionadas por suas características
genéticas serão empregadas do Estado. O funcionalismo público terá uma nova categoria:
a dos reprodutores.
Este exercício de futurologia foi apresentado seriamente pelo professor do Instituto de
Biociências da USP, Oswaldo Frota-Pessoa, em palestra no colóquio Brasil-Alemanha – Ética e
Genética, quarta-feira à noite (...). Nas conferências de segunda e terça, a eugenia foi citada
como um perigo das novas tecnologias, uma idéia que não é cientificamente – e muito
menos eticamente – defensável.
13) Considere as seguintes afirmativas sobre a posição do autor com relação ao assunto de que trata
o texto.
I.
O autor é favorável à eugenia como solução para a futura queda no crescimento demográfico,
como indica o primeiro parágrafo.
II.
O autor trata as idéias do professor Oswaldo Frota-Pessoa com certa ironia, como demonstra o
uso da palavra seriamente na linha 9.
III.
Ao relatar posições contraditórias por parte de cientistas com relação à eugenia humana, o autor
revela que esta é uma concepção controversa.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas II e III
e) I, II e III
14) Assinale a alternativa que está de acordo com o texto.
a) Segundo lemos na primeira frase do texto, vivemos num mundo em que o número de pessoas
é considerado excessivo.
b) Como se conclui da leitura do primeiro parágrafo, a escolha dos melhores seres humanos para
a reprodução, através da eugenia, causará uma queda na população mundial.
c) A partir da leitura do segundo parágrafo do texto, concluímos que a especialidade do professor
Frota-Pessoa é futurologia.
d) De acordo com o significado global do último parágrafo, o maior perigo das novas tecnologias
é a ética.
e) A eugenia humana, ao tornar os reprodutores candidatos a funcionários públicos, constituirá
uma oportunidade de trabalho apenas para homens.
15) Considere as seguintes afirmações sobre a eugenia humana.
I.
O uso restritivo da palavra humana (linha 4), no texto, indica que a palavra eugenia (linha 3) não se
refere apenas à reprodução humana, mas à reprodução de qualquer espécie.
II.
Pelos princípios expostos pelo texto, o vigor físico e a inteligência serão os critérios de eugenia a
partir dos quais será feita a seleção dos melhores exemplares.
III.
Conforme o texto, a eugenia humana já existe na forma de projeto científico.
Quais são as corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas I e III
745
d) Apenas II e III
e) I, II e III
Módulo 20
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
Pais e adultos em geral são incompetentes para entender o que vai pela cabeça das
crianças; estas, por sua vez, são incapazes de detectar o que se esconde sob os gestos e as
frases dos mais velhos. Na zona cinzenta que reúne essas duas conhecidas limitações, reside
o objeto de “Quarto de Menina”, estréia literária da psicanalista carioca Lívia Garcia-Roza.
Luciana, oito anos, filha única de pais separados, é inteligente, sapeca, sem papas na
língua e mora com o pai, intelectual pacato, caladão, professor de filosofia. É ela a narradora
do livro. Ao longo de 180 páginas, relata seu cotidiano, que se limita, aqui, ao próprio
quarto, à biblioteca do pai, à sala e à casa da mãe. (...)
Apesar disso, não se trata de uma obra para crianças. A construção híbrida da narrativa
descarta episódios mais banais ou preocupações que seriam em tese mais comuns às crianças,
dando destaque para os diálogos, seja entre Luciana e os pais, seja entre a garota e suas
bonecas.
No primeiro caso, Luciana freqüentemente não entende certas insinuações dos pais,
enquanto estes ficam perplexos diantes das reações ou perguntas da filha. Já nas “conversas”
com seus amigos de quarto, a narradora expõe seu estranhamento, desabafa, chora, faz
planos e, ao mesmo tempo, revela indireta e inconscientemente a dificuldade de captar o
significado dos eventos que ela mesma narra, significado que nós, leitores presumivelmente
maduros, enxergamos logo de cara.
Nessa capacidade de explicitar ao mesmo tempo uma história e a não-compreensão
dessa mesma história pelo seu próprio narrador, aí está um dos pontos mais interessantes
de “Quarto de Menina”. (...)
16) Assinale a alternativa que apresenta o principal objetivo do autor ao escrever o texto acima.
a)
b)
c)
d)
e)
Comentar a obra literária “Quarto de Menina”, escrita por uma psicanalista carioca.
Discutir, de forma geral, as dificuldades de compreensão entre adultos e crianças.
Exemplificar a natureza da relação entre pais e filhos, com o caso da menina Luciana.
Narrar, em primeira pessoa, o cotidiano de uma menina urbana de oito anos.
Mostrar o paradoxo existente na incompreensão de uma narradora em relação aos próprios
fatos que ela narra.
17) Considere as seguintes afirmações.
I.
Segundo lemos na primeira frase do texto, é possível entender o que se passa na cabeça dos adultos, mas não na das crianças.
II.
O uso de indireta e inconscientemente (linha 16) indica que Luciana não percebe que está revelando
suas dificuldades de compreensão.
III.
Escrito por uma criança, “Quarto de Menina” tem como público-alvo interlocutores da mesma faixa
etária.
Quais delas estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I
Apenas II
Apenas I e II
Apenas II e III
I, II e III
746
Interpretação de
textos UFRGS
18) Leia o trecho que inicia em dando destaque
(linha 11) e termina em bonecas (linha 12)
e considere as seguintes afirmações a ele
relacionadas.
I.
Neste trecho são feitas alusões a fatos que
serão analisados no parágrafo seguinte.
II.
O uso de seja indica a existência de duas
referências alternativas para o termo diálogos
(linha 11)
III.
O trecho Já nas “conversas” com seus amigos
de quarto (linhas 14-15) poderia ser substituído por No segundo caso.
Quais delas estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I
Apenas I e II
Apenas I e III
Apenas II e III
I, II e III
20) Caso a expressão a narradora (linha 15) fosse
substituída por o narrador, quantas outras
palavras daquela mesma frase deveriam sofrer
modificações devidas à concordância?
a)
b)
c)
d)
e)
21) Considere as seguintes afirmações sobre o
último parágrafo do texto.
I.
A palavra aí (linha 20) refere-se a Nessa capacidade... (linha 19).
II.
A palavra aí (linha 20) poderia ser suprimida,
sem que houvesse alteração de significado.
III.
A leitura do parágrafo permite concluir que
o livro “Quarto de Menina” oferece mais de
uma fonte de interesse para o leitor.
19) Considere as seguintes afirmações sobre o
livro “Quarto de Menina”
I.
Conforme o texto nos indica, a narração do
livro em questão é feita em primeira pessoa
II.
O uso de aspas na linha 14 indica necessariamente que, ao conversar com seus amigos
de quarto, Luciana nunca fala em voz alta,
apenas pensa.
III.
O uso de presumivelmente (linha 17) expressa
uma dúvida quanto à maturidade dos leitores
do texto.
Quais delas estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
nenhuma
uma
duas
três
cinco
Apenas I
Apenas II
Apenas I e II
Apenas I e III
I, II e III
747
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I
Apenas II
Apenas III
Apenas I e III
I, II e III
Módulo 20
Ter cem anos, ser centenária
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
Porto Alegre está ficando assim, quando menos se espera aparece um centenário. (...)
Bem, nós sabemos que uma cidade centenária é muito mais do que uma cidade de cem
anos, uma cidade onde meramente vivem figuras e cenários de cem anos. Esta, basta deixá-la
vagar ao sabor do calendário, que mal ou bem corre; aquela, porém, precisa muito mais.
Precisa, por exemplo, da vibração que só acomete os dispostos a segurar o tempo pelos
cabelos e impor-lhe um ritmo, para fazer história, consistência, com a matéria-prima trivial,
dispersão.
Com seus mais de duzentos anos de existência, Porto Alegre se candidata, agora, à
honraria de ser centenária. Coisas, ambientes, filhos ilustres, artistas, instituições, ruas portoalegrenses estão fazendo acontecer, ao longo dos anos, a cidade - este silencioso depósito
de sucessivas camadas de heroísmo, covardia, ousadia, destempero, fracasso, vitórias,
esperanças, desinteresses, contrariedades e desejos, em combinações díspares, humanas.
22) Vários pronomes no texto retomam elementos anteriormente referidos. Assinale a alternativa em
que a associação entre o pronome e o elemento substituído está correta.
a)
b)
c)
d)
e)
esta (linha 3) - uma cidade centenária (linha 2)
la (linha 4) - uma cidade centenária (linha 2)
que (linha 4) - calendário (linha 4)
aquela (linha 4) - uma cidade de cem anos (linhas 2-3)
lhe (linha 6) - vibração (linha 5)
23) Assinale a alternativa que contém sinônimos adequados para as palavras meramente (linha 3),
acomete (linha 5) e díspares (linha 12), no contexto em que aparecem.
a)
b)
c)
d)
e)
geralmente, perturba, únicas
simplesmente, assalta, desiguais
comumente, assalta, únicas
simplesmente, perturba, desiguais
comumente, perturba, únicas
24) Considere as seguintes afirmações sobre o texto.
I.
O título do texto justapõe duas expressões sinônimas, quando na verdade faz referência a idéias
que serão colocadas em oposição.
II.
O verbo acontecer, em seu significado mais usual, está ligado a eventos. Em razão disso, seu uso
na linha 10 tira da cidade seu caráter estático.
III.
Considerando o significado global do texto, pode-se afirmar que Porto Alegre está se tornando
uma cidade onde se faz história.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I
Apenas II
Apenas III
Apenas I e II
I, II e III
748
Interpretação de
textos UFRGS
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
Dos anais da república.
– O Senhor não tem medo de nada, presidente?
– Nada.
– Nem de barata?
Pausa de segundos. Digo a verdade, ou minto para parecer mais humano? (...)
Não, melhor ser curto e sincero.
– Nem de barata.
25) Assinale a alternativa que apresenta a interposição correta do significado de dizer a verdade ou
de mentir, na linha 5, considerando a totalidade do texto.
a)
b)
c)
d)
e)
Dizer a verdade significa reconhecer que tem medo de barata.
Mentir significa dizer que tem medo de barata.
Dizer a verdade significa fingir que não tem medo de barata.
Mentir significa negar que tenha medo de barata.
Dizer a verdade significa reconhecer que não sabe se tem medo de barata.
26) Considere as frases abaixo.
I.
Nada (linha 3)
II.
Nem de barata? (linha 4)
III.
Pausa de segundos (linha 5)
IV.
Digo a verdade, ou minto para parecer mais humano? (linha 5)
Quais delas representam ou a fala ou o pensamento do presidente?
a) Apenas I e II
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
b) Apenas I e IV c) Apenas II e III
d) Apenas I, II e IV e) Apenas I, III e IV
Pode ser uma surpresa para quem pensa que a desonestidade é uma característica
exclusiva dos seres humanos, mas para muitos zoólogos não há dúvida: eles afirmam que os
animais usam a linguagem muito mais para dissimular e mentir do que para trocar
informações “honestas”. A natureza está repleta de bichos vigaristas, cujo comportamento
chega a ser quase humano, no pior sentido dessa expressão. Um desses trambiqueiros é
um jovem babuíno do sul da África, batizado de Paul pelos primatologistas ingleses R. Byrne e
A. Whinten, que o flagraram várias vezes passando o seguinte conto do vigário: quando
notou que uma fêmea arrancava uma suculenta raiz da terra, Paul pôs-se a gritar como se
estivesse apanhando. Imediatamente, sua mãe apareceu e, pensando que a fêmea tivesse
atacado seu filhote, expulsou-a. O esperto babuíno aproveitou para roubar e saborear o
alimento.
27) Considere as seguintes afirmações sobre o significado da seqüência eles afirmam (linha 2)
I.
Através dela, o autor mostra que não se responsabiliza pela afirmação feita.
II.
Através dela, o autor demonstra que a afirmação se baseia na autoridade dos zoólogos.
III
Através dela, o autor sinaliza que não considera verdadeira a afirmação feita.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III
749
Módulo 20
28) Entre as substituições abaixo propostas, aquelas que implicariam o uso de uma palavra mais culta
e formal do que a palavra originalmente usada no texto é:
a)
b)
c)
d)
e)
exclusiva (linha 2) - somente
dissimular (linha 3) - enganar
repleta (linha 4) - cheia
quase (linha 5) - meio
trambiqueiros (linha 5) - embusteiros
29) É incorreto afirmar que
a)
b)
c)
d)
e)
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
eles (linha 2) retoma muitos zoólogos (linha 2).
cujo (linha 4) retoma bichos vigaristas (linha 4).
que (linha 7) retoma primatologistas ingleses (linha 6).
o (linha 7) retoma um jovem babuíno (linha 6).
seu (linha 10) retoma a fêmea (linha 9).
No Brasil das últimas décadas, a miséria teve diversas caras. Houve um tempo em que,
romântica, ela batia à nossa porta. Pedia-nos um prato de comida. Algumas vezes, suplicava
por uma roupinha velha. Conhecíamos os nossos mendigos. Cabiam nos dedos de uma
das mãos. Eram parte da vizinhança. Ao alimentá-los e vesti-los, aliviávamos nossas
consciências. Dormíamos o sono dos justos.
A urbanização do Brasil deu à miséria certa impessoalidade. Ela passou a apresentarse como um elemento da paisagem. Algo para ser visto pela janelinha do carro, ora
esparramada sobre a calçada, ora refugiada sob o viaduto.
A modernidade trouxe novas formas de contato com a riqueza. Logo a miséria estava
batendo, suja, esfarrapada, no vidro de nosso carro. Os semáforos ganharam uma inesperada
função social. Passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em mãos
rotas. Continuávamos de bem com nossos travesseiros.
Com o tempo, a miséria conquistou os tubos de imagens dos aparelhos de TV. Aos
poucos, foi perdendo a docilidade. A rua oferecia-nos algo além de água encanada e luz
elétrica. Os telejornais passaram a despejar violência sobre o tapete da sala, aos pés de
nossos sofás. Era como se dispuséssemos de um eficiente sistema de miséria encanada. Tão
simples quanto virar uma torneira ou acionar o interruptor, bastava apertar o botão da TV.
Embora violenta, a miséria ainda não nos via. Vivia-se, nesta fase, a utopia da cesta básica.
Tentava-se remediar anos de omissão com programas oficiais paternalistas.
Súbito a miséria cansou de esmolar. Ela agora não pede; exige. Ela já não suplica;
toma. A miséria não bate mais à nossa porta; invade. Não estende a mão diante do vidro do
carro; arranca os relógios dos braços distraídos.
30) Considere as seguintes afirmações sobre o texto:
I.
II.
III.
O texto descreve as transformações pelas quais passou a relação entre a população miserável e o
grupo social ao qual pertence o autor, como indica o uso constante da primeira pessoa do plural
no primeiro parágrafo do texto.
O texto sugere na linha 6 que a urbanização divide a história da miséria do Brasil em duas únicas
etapas. Na primeira, a miséria é romântica; na segunda, violenta.
Segundo o autor, seu grupo social manteve-se sempre mobilizado em relação à miséria, visto como
um problema social e não individual.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
750
d) Apenas I e II
e) Apenas I e III
Interpretação de
textos UFRGS
31) O contraste entre as várias caras da miséria é
um elemento fundamental no texto. Uma das
formas através das quais ele é construído é o
uso de palavras e expressões que se opõem,
como riqueza e miséria. Assinale a alternativa
em que não há contraste entre as palavras
ou expressões retiradas do texto.
32) Um dos recursos utilizados pelo autor na
construção do texto é o emprego de expressões em sentido figurado. A referência feita
às caras da miséria ilustra tal emprego, já que
– compreendida literalmente – a miséria não
tem cara. As expressões abaixo são exemplos
desse emprego, à exceção de
a) parte da vizinhança (linha 4) / impessoalidade (linha 6)
b) batia à nossa porta (linha 2) / invade
(linha 21)
c) romântica (linha 2) / violenta (linha 18)
d) pede (linha 20) / exige (linha 20)
e) calçada (linha 8) / viaduto (linha 8)
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
a)
b)
c)
d)
de bem com nossos travesseiros (linha 12)
elemento da paisagem (linha 7)
braços distraídos (linha 22)
eficiente sistema de miséria encanada
(linha 16)
e) despejar violência sobre o tapete da sala
(linha 15)
Segundo o costume, meu bisavô casou-se cedo, aos catorze anos, com uma mulher
seis anos mais velha. Considerava-se um dos deveres da esposa ajudar a criar o marido.
A história dessa esposa, minha bisavó, foi típica de milhões de mulheres de seu tempo.
Vinha de uma família de tanoeiros chamada Wu. Como a família não era intelectual nem tinha
nenhum cargo oficial, e como ela era menina, não recebera nome algum. Sendo a segunda
filha, era simplesmente chamada de “Menina Número Dois” (Er-ya-tou). O pai morrera quando
ela era bebê, e ela fora criada por um tio. Um dia, quando tinha seis anos, o tio jantava com
um amigo cuja esposa estava grávida. No jantar, os dois homens concordaram que, se o
bebê fosse homem, seria casado com a sobrinha de seis anos. Os dois jovens nunca se viram
antes do casamento. Na verdade, apaixonar-se era considerado quase uma vergonha, uma
desgraça para a família. Não porque fosse tabu - afinal, havia uma venerável tradição de amor
romântico na China - mas porque se esperava que os jovens não se expusessem a situações
em que acontecesse uma coisa dessas, em parte porque era imoral se encontrarem, e em
parte porque o casamento era visto acima de tudo como uma obrigação, um acordo entre
duas famílias. Com sorte, a pessoa podia apaixonar-se depois de casada.
33) Pode-se identificar como tema mais desenvolvido nesse texto:
a) o casamento precoce do bisavô da autora, como se pode inferir da leitura do primeiro parágrafo
do texto
b) as circunstâncias da vida da bisavó da autora, conforme aponta a narrativa constante do segundo parágrafo
c) o casamento na China, como indicam as constantes referências a ele ao longo do texto
d) a vida da mulher chinesa, como se pode deduzir da palavra típica (linha 3)
e) a moral chinesa tradicional, conforme aponta o emprego da expressão venerável tradição (linha 11)
34) Da leitura do texto, podemos inferir que
a) o casamento na China era uma tradição venerável porque, não sendo considerado um tabu,
era compatível com o amor entre os cônjuges.
b) intelectuais e detentores de cargos oficiais chineses tinham, na China, direitos diferentes dos
que não o eram.
c) decisões sobre casamentos, na China, eram tomadas necessariamente com a participação de
todos os membros mais idosos da família.
d) fazia parte da tradição chinesa atribuir às mulheres órfãs nomes baseados em ordem hierárquica
que elas ocupavam na família.
e) milhões de mulheres chinesas compartilhavam o destino de serem filhas de tanoeiros e serem
criadas por seus tios.
751
Módulo 20
35) Se substituíssemos a palavra pessoa (linha 15)
por noivos, quantas outras palavras sofreriam
ajustes de concordância?
a)
b)
c)
d)
e)
uma
duas
três
quatro
cinco
II.
dessa esposa (linha 3) refere-se a da esposa
(linha 2).
III.
O marido (linha 2) refere-se a meu bisavô
(linha 1).
IV.
Os jovens (linha 12) refere-se a Os dois jovens
(linha 9).
Quais estão corretas?
36) Considere as seguintes afirmações sobre
expressões do texto.
I.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
A substituição de da esposa (linha 2) por de uma
esposa não acarretaria mudança de significado.
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I
Apenas III
Apenas I e III
Apenas II e IV
I, II, II e IV
Astucioso, egoísta, alerta às chances de burlar os cidadãos e o Estado, espantoso
desrespeito pelo bem comum e pelas leis - esta é a imagem que se tem do corrupto, o mais
notório personagem da realidade política atual, no Brasil, e, pode-se dizer, no mundo. “Mas
quem, afinal, são os corruptos?”, provoca o psicanalista Manoel Tosta Berlinck, de São Paulo.
Aqueles que trabalham para o governo e se apropriam de bens públicos? Os profissionais
liberais que não declaram integralmente seu imposto de renda? O chefe de compras que
aceita propina para escolher o fornecedor da empresa onde trabalha? Toda a população,
enfim, ............ não exige nota fiscal ao fazer suas compras e facilita aos comerciantes lesar o
fisco?
Um efeito dessa natureza ampla do fenômeno corrupção, que Berlinck enfatiza, é o
da arquiteta Mathilde Caetano, de São Paulo. Em 1990, ................ saída da faculdade, ela
abriu um pequeno escritório e contratou um contador. Meses depois, apareceu um fiscal da
prefeitura, que descobriu um imposto atrasado. “Há grande espaço de avaliação nas perdas
de prazo”, sinalizou o funcionário, já de olho numa propina. A arquiteta devia entender que
com um “por fora” a avaliação da dívida seria ............... .
37) Segundo lemos no texto,
a) um dos exemplos de profissionais corruptos é o dos contadores, como se pode inferir da
conexão entre as frases das linhas 10-13, que indica ter sido o contador quem levou a arquiteta
a atrasos no pagamento de impostos.
b) o autor tem certeza de suas afirmações sobre corrupção no Brasil e manifesta cautela ao
estendê-las ao resto do mundo, como se deduz do uso de pode-se dizer na linha 3.
c) a corrupção no Brasil está restrita à classe dos políticos, como se pode deduzir de referência
à realidade política feita na linha 3.
d) o cálculo dos impostos depende exclusivamente da avaliação técnica feita pelos fiscais, como
demonstra o trecho que vai da linha 13 até o final do texto.
e) a corrupção não é uma prática disseminada na cultura brasileira, mas ocorre em círculos restritos,
como se pode notar na citação de exemplos específicos feita ao longo de todo o texto.
38) Assinale a alternativa que sugere a substituição adequada de uma palavra por outra, considerando
o significado global do texto.
a) astucioso (linha 1) - inteligente
b) burlar (linha 1) - enganar
c) integralmente (linha 6) - honestamente
d) fisco (linha 9) - imposto
e) perdas (linha 13) - prejuízos
752
Interpretação de
textos UFRGS
39) Selecione a alternativa que completa adequadamente a afirmação abaixo sobre o texto.
Ao selecionar os verbos provocar (linha 4), enfatizar (linha 10) e sinalizar (linha 14), para referir-se
às ............. das pessoas mencionadas ou para citá-las, o autor ..........., também, a ............. das
mesmas.
a)
b)
c)
d)
e)
manobras - interpreta - legitimidade
palavras - interpreta - intenção
palavras - desvirtua - intenção
manobras - identifica - ética
palavras - desvirtua - legitimidade
40) Considere as seguintes afirmações sobre a seqüência dessa natureza ampla do fenômeno corrupção (linha 10).
I.
A seqüência refere-se à gama de atos corruptos mencionados através das perguntas feitas no
primeiro parágrafo.
II.
De acordo com a frase iniciada por Toda a população (linha 7), todos os cidadãos brasileiros são
afetados pela prática da corrupção; daí ser justificada a afirmação de natureza ampla.
III.
Para que a relação de um efeito com o relato sobre a arquiteta M. Caetano ficasse mais correta e
claramente expressa, o autor poderia, por exemplo, ter escrito é o caso da arquiteta ao invés de é
o da arquiteta (linha 10-11).
Quais estão corretas?
a) Apenas I
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
b) Apenas II
c) Apenas I e II
d) Apenas I e III
e) I, II e III
Alguém poderia imaginar que aquele pacato subgerente do banco deixa todos os
dias sua agência para se transformar num temeroso lutador de luta-livre? Ou que seu formal
advogado reforça o orçamento tocando bateria numa banda de rock ou encarnando um
personagem na polêmica peça Calígula? Ser um biprofissional é hoje uma solução para
driblar os baixos salários e a impossibilidade de depender de uma só carreira – às vezes
aquela da qual mais se gosta –, nem sempre em sintonia com as tendências do mercado.
Preconceitos e dificuldades à parte, cada vez mais o acúmulo de duas profissões ganha
novos adeptos, dispostos a enfrentar a versatilidade que a condição de biprofissional exige.
Afinal, é preciso estar sempre preparado para mudar repentinamente de hábitos, roupas e
ambiente de trabalho.
41) Considere os itens abaixo, sobre as possibilidades de substituição de palavras do texto por outras.
I.
Substituição de versatilidade (linha 8) por flexibilidade
II.
Substituição de temeroso (linha 2) por temerário
III.
Substituição de adeptos (linha 8) por concorrentes
Quais substituições não alterariam o significado global do texto?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I
Apenas II
Apenas III
Apenas I e II
I, II e III
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Módulo 20
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13.
14.
15.
Noutro dia, numa reunião de professores, eu dizia aos demais que o meu trabalho
como professor de segundo grau, em última análise, visava, nuclearmente, a contribuir
com a formação de pessoas competentes para a vida. Um colega mais jovem indagou-me o
que eu entendia por competência, que a seu juízo esta era uma idéia muito relativa, que o
que era competência para mim poderia não corresponder à noção que ele fazia de
competência, que, assim sendo, eu tivesse a gentileza de dizer o que era, a meu ver,
competência. ............, sem saber se me encontrava diante de uma indagação eivada da
maior profundidade ou de uma redonda .............., procurei uma resposta que seguisse,
digamos, uma linha mais .................: disse que competência não era uma coisa tão relativa
assim, que seriam as mesmas, para ele ou para mim, as expectativas sobre a competência
que deveria trazer consigo o cirurgião cardiovascular que nos estivesse a ................ uma
ponte de safena. A coisa ficou por aí. Mas é dessa maneira que se sedimenta um ambiente
onde a idéia de competência, entre outras, toma conotação relativista, e a escola de segundo
grau vai, hoje, apresentando a sua contribuição para, democraticamente, formar futuras
guildas de incompetentes profissionais.
42) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto.
a)
b)
c)
d)
e)
Perplexo, asneira, concreta, implantar
Perplexo, asneira, reta, transplantar
Ofendido, dúvida, reta, transplantar
Ofendido, asneira, concreta, transplantar
Ofendido, dúvida, concreta, implantar
43) Se substituíssemos as expectativas, na linha 10, por a expectativa, quantas outras palavras precisariam obrigatoriamente de ajuste para fins de concordância?
a)
b)
c)
d)
e)
uma
duas
três
quatro
cinco
44) Ao escrever, utilizamos vários recursos para fazer referência a elementos que já apareceram ou
questões que já foram tratadas anteriormente no texto. Dentre esses recursos, está o uso de pronomes e de palavras de sentido genérico. Assinale a alternativa que indica os elementos aos quais
se referem coisa (linha 9), nos (linha 11) e coisa (linha 12), respectivamente.
a)
b)
c)
d)
e)
resposta, o autor do texto e seu colega mais jovem, ponte de safena
resposta, o grupo de professores presentes na reunião, a discussão
competência, o grupo de professores presentes na reunião, ponte de safena
competência, o autor do texto e seu colega mais jovem, a competência
competência, o autor do texto e seu colega mais jovem, a discussão
754
Interpretação de
textos UFRGS
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07.
O movimento dos “skinheads” está ameaçado de rachar. Chega ao Brasil o “Sharp”
(“Skinheads against Racial Prejudice” - “Skinheads” contra o Preconceito Racial). A facção,
diferente das outras (que perseguem homossexuais, judeus e, em alguns casos, nordestinos
e negros), segue o lema “Orgulho sem Preconceitos”: prega igualdade entre raças e não
discrimina homossexuais nem judeus. O “Sharp” pretende “converter” os neonazistas e viver
em paz com o restante dos adeptos do movimento. Isso não significa que não usarão a
violência para defender “vítimas” de neonazistas.
45) Considere as seguintes afirmações acerca do texto.
I.
II.
III.
Na primeira sentença, o autor anuncia de forma objetiva o assunto central do texto - a cisão do
movimento “skinhead” - e, em seguida, justifica sua afirmação anunciando a formação de uma
dissidência em relação a grupos já existentes.
No final do texto, o autor comenta as estratégias de atuação pretendidas pela nova dissidência em
relação a grupos já existentes.
Considerado na sua relação com a totalidade do texto, o lema do novo grupo de “skinheads” deixa
implícito que os demais grupos são movidos pelo orgulho e pelo preconceito.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I
Apenas II
Apenas III
Apenas I e III
I, II e III
46) Caso quisesse evitar a seqüência não (...) não (linha 6), preservando o significado da sentença e a
articulação estabelecida por isso (linha 6), com a sentença anterior, o autor poderia
I.
II.
III.
simplesmente suprimir as duas negações
suprimir as duas negações e acrescentar poderão depois de que (linha 6), caso em que deverá haver
modificação na flexão do verbo usar.
substituir a seqüência isso não significa que não por ainda assim, eles poderão, caso em que deverá
haver modificação na flexão do verbo usar.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I
Apenas II
Apenas III
Apenas II e III
I, II e III
47) O segundo uso de aspas em “converter”, na linha 5, tem o objetivo de
a)
b)
c)
d)
e)
indicar transcrição textual
marcar a presença de um arcaísmo
marcar a ocorrência de um neologismo
anunciar uma síntese do que foi enunciado
indicar o sentido conotativo da expressão
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De todos os seres vivos, o homem sempre foi o que mais temeu a idéia da morte,
porque a conscientizou, recorrendo a incontáveis eufemismos para evitar a ela qualquer
referência direta. Desta permanente preocupação decorre a sua presença em todas as nossas
manifestações artísticas. A morte está presente na música, na escultura, nas múltiplas
modalidades da arte literária. Na desesperada tentativa de fugir-lhe, o homem fantasiou,
mistificou, imaginou letras inacreditáveis, buscando pelo mundo afora, com fé e vontade
inabaláveis, as fontes encantadas que lhe garantiriam a imortalidade. Não foi porém, apenas
no terreno da imaginação que o homem procurou dominar ou retardar a mor te.
Principalmente na ciência, os esforços empreendidos no passado e no presente merecem
destaque especial, porquanto, se ainda nem podemos cogitar, a não ser na ficção, de superar
o fato do desaparecimento físico, é evidente que já conseguimos retardá-lo, através de
processo por vezes sensacionais.
48) Assinale a alternativa que expressa a idéia mais abrangente do texto.
a)
b)
c)
d)
e)
O artifício de evitar referência direta à morte comprova o temor que o homem tem dela.
O temor da morte foi o móvel de avanços artísticos e científicos da humanidade.
A consciência da morte faz com que o homem a tema e procure superá-la.
Alguns avanços científicos servem de prova ao fato de que o homem teme a morte.
O objetivo da implementação de processos, às vezes espetaculares, na ciência e na medicina
tem sido retardar a morte.
49) Há no texto pronomes que substituem elementos anteriormente citados. Escolha a alternativa que
contém a associação pronome / elemento substituído correta
a)
b)
c)
d)
e)
que (linha 1) - os seres vivos (linha 1)
desta (linha 3) - referência direta (linha 3)
sua (linha 3) - preocupação (linha 3)
que (linha 7) - as fontes encantadas (linha 7)
lhe (linha 5) - mundo (linha 6)
50) Assinale a alternativa em que ocorre um exemplo de eufemismo a que se refere o texto (linha 2).
a)
b)
c)
d)
e)
Quando teu pai partir desta vida para a outra, vais sentir sua falta.
Buscas a vida, eu, a morte. Buscas a terra, eu, os céus.
A morte para os justos será a porta para um destino glorioso.
A morte é a curva da estrada. Morrer é só não ser visto.
O anjo da morte te buscará à meia-noite e tu sorrirás feliz.
756
Interpretação de
textos UFRGS
51) Considere as afirmativas seguintes, que se referem à interpretação de passagens da história abaixo.
I.
Considerando os quadros 1 a 4, podemos inferir que, para Calvin, estar numa boa é estar feliz,
contente e eufórico.
II.
Considerando os quadros 5 e 6, podemos inferir que ser feliz não está entre os desejos de Calvin.
III.
Considerando a fala de Hobbes no quadro 8, podemos dizer que seu silêncio no quadro 7 caracteriza desaprovação.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas II e III
e) I, II e III
Os itens abaixo referem-se às questões 52 e 53 e são falas extraídas da historieta.
a)
b)
c)
d)
e)
O problema com você, Hobbes, é que nunca diz nada!
Essa é a diferença entre eu e o resto do mundo.
Meu dia está arruinado.
Eu descobri que isso preserva em muito uma amizade.
Eu não!
52) Assinale a alternativa que contém uma construção bastante formal, incomum na fala cotidiana.
53) Assinale a alternativa que contém uma expressão freqüente na linguagem coloquial, mas considerada incorreta na norma culta.
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Um grupo de vinte adolescentes caminhava em passos quase marciais na direção das
areias do Arpoador, vindo da vizinha praia de Ipanema. Pareciam uniformizados - quase
todos sem camisa e só de bermuda. Falavam alto e gesticulavam muito. Estavam agitados.
Uma zoeira. Os termômetros, naquele momento, marcavam 35 graus em toda a orla marítima
da Zona Sul do Rio de Janeiro. Em frente a um hotel, o grupo que chegava se defrontou
com um outro que ocupava uma faixa na areia. Houve provocações mútuas. Passaram-se
poucos segundos entre os primeiros palavrões e uma pancadaria infernal que durou meia
hora, em meio aos gritos de ameaça dos combatentes e o pânico dos banhistas, que fugiam
apressados, deixando para trás seus pertences, já certos de que não os encontrariam na
volta - se é que voltariam.
54) Assinale o termo com o qual concordam as palavras “fugiam” (linha 8), “certos” (linha 9) e “encontrariam” (linha 9).
a)
b)
c)
d)
e)
segundos (linha 7)
palavrões (linha 7)
gritos (linha 8)
combatentes (linha 8)
banhistas (linha 8)
55) Assinale a alternativa correta a respeito do ponto de vista narrativo do texto.
a) O texto apresenta o ponto de vista do grupo de adolescentes, como se pode observar na primeira frase do texto (linha 1-2), especialmente pelo uso da expressão “passos quase marciais”.
b) O texto apresenta o ponto de vista dos banhistas, como se pode observar na última frase do
texto (linha 6-10), especialmente pelo uso da expressão “primeiros palavrões”.
c) O texto apresenta um ponto de vista externo, nem dos adolescentes nem dos banhistas, como
se pode observar pelo uso da 3ª pessoa nos verbos, por exemplo na frase que inicia na linha 6.
d) O texto apresenta o ponto de vista da polícia, como se pode observar na frase que inicia na
linha 6 e no uso da expressão “provocações mútuas” (linha 6).
e) O texto apresenta um ponto de vista híbrido, tanto dos adolescentes e dos banhistas quanto
da polícia, como se pode observar na frase que inicia com “Os termômetros” (linha 4), especialmente pela expressão “toda a orla”.
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02.
03.
04.
05.
06.
Desde os seus primeiros dias, o ano de 1919 trouxe uma inusitada excitação às ruas
de São Paulo. Era alguma coisa além da turbulência instintiva, que o calor um tanto tardio
do verão quase tropical da cidade naturalmente incitava nos seus habitantes. De tal modo
esse novo estado de disposição coletiva era sensível, que os paulistanos em geral, surpresos
consigo mesmos, e os seus porta-vozes informais em particular, os cronistas, se puseram a
especular sobre ele.
56) Assinale a alternativa que apresenta sinônimos convenientes para as palavras “inusitada” (linha 1),
“turbulência” (linha 2) e “sensível” (linha 4).
a)
b)
c)
d)
e)
estranha - ventania - perceptível
exagerada - perturbação - suscetível
estranha - perturbação - suscetível
exagerada - ventania - perceptível
estranha - perturbação - perceptível
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Interpretação de
textos UFRGS
57) Na coluna da direita estão alguns pronomes e, na coluna da esquerda, palavras ou expressões a
que, possivelmente, eles se referem.
1. “ano de 1919” (linha 1)
( ) “seus (linha 1)
2. “uma inusitada excitação” (linha 1)
( ) “seus” (linha 5)
3. “(d)a cidade” (linha 3)
( ) “ele” (linha 6)
4. “esse novo estado de disposição coletiva”(linha 4)
5. “os paulistanos em geral” (linha 4)
A associação numérica correta, de cima para baixo, da coluna da direita, é
a) 1 - 5 - 4
b) 1 - 3 - 4
c) 2 - 5 - 3
d) 2 - 4 - 1
e) 1 - 3 - 2
58) O trecho que inicia em “De tal modo” (linha 3) e vai até “sensível” (linha 4) pode ser reescrito de
várias maneiras. Assinale aquela em que há alteração do significado original.
a)
b)
c)
d)
e)
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
Era de tal modo sensível esse novo estado de disposição coletiva
De tal modo era sensível esse novo estado de disposição coletiva
Esse novo estado de disposição coletiva era de tal modo sensível
Esse novo estado de disposição coletiva de tal modo era sensível
De tal modo sensível esse novo estado era de disposição coletiva
Língua é caráter. O português brasileiro é mais anasalado do que o de Portugal. Eles
dizem “ao” onde nós ......... “ão”, por isso a nossa “corrupção” parece maior, tem a força
......... de um superlativo. É como se existisse a palavra “corrupcinha”, mas, de tão
pouco adequada aos nossos hábitos, se tivesse perdido no tempo, ......... para sempre
pelo seu ......... . Nosso português liberado pelo nosso tamanho nos ............. só aos grandes
pecados. A culpa não é nossa, é da nossa ............. . É dos nossos superlativos. Ditongo
nasal é destino. O que, mais do que uma tese, é um álibi.
59) Assinale a alternativa que completa adequadamente as lacunas marcadas com linha pontilhada
(linha 3, primeira da 5 e 6), considerando a globalidade do texto.
a)
b)
c)
d)
e)
pejorativa - oposto - democracia
pejorativa - homônimo - geografia
descritiva - oposto - geografia
descritiva - homônimo - colonização
expositiva - sinônimo - colonização
60) Considere as afirmativas sobre o uso das aspas no texto.
I.
Em “ao” (linha 2) e “ão” (linha 2), as aspas marcam segmentos tomados como exemplos para a
afirmação do autor.
II.
Em “corrupção” (linha 2), elas ressaltam o terceiro elemento de uma enumeração que inicia com
“ao” (linha 2)
III.
Em “corrupcinha” (linha 3), elas servem para marcar um estrangeirismo citado pelo autor.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas I e II
759
d) Apenas I e III
e) I, II e III
Módulo 20
61) Considere as afirmativas abaixo.
I.
II.
III.
“Corrupção” e “corrupcinha” são os exemplos utilizados pelo autor para refutar a afirmação contida
na primeira frase do texto.
O autor elabora uma argumentação não científica, porém consistente, para justificar as afirmações
feitas a partir da segunda frase.
Ser o “ao” mais ou menos anasalado, segundo o autor, depende da língua em que ele é realizado.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas II e III
e) I, II e III
É visível a cisão entre a música de “alto repertório”, composta hoje e recentemente, e a
música popular, no caso atual a música de mercado. Elas atuam em faixas sociais diferentes:
falam a segmentos de público completamente desiguais e vão em direções .................
experiências de tempo opostas. A música de concer to contemporânea explorou
conscientemente dimensões do tempo que contestam a escuta linear, negam ..............
repetição e questionam o pulso rítmico. A música das massas marca o pulso rítmico e a
repetição e apela ............ escuta linear. Uma contesta o tom e o pulso, outra repete o tom e
o pulso, gerando a polarização entre a música que convida à “dança do intelecto” e a música
que se limita à “dança hipnótica dos quadris”.
62) O texto acima é construído através da comparação de dois tipos de música, identificados, na coluna
da esquerda, pela primeira referência a eles feita no próprio texto. A coluna da direita contém outras
expressões usadas que voltam a fazer referência aos dois tipos de música. Associe-as corretamente.
(1) música de “alto repertório” (linha 1)
(2) música popular (linha 2)
( ) música das massas (linha 6)
( ) música de concerto contemporânea (linha 4)
( ) Uma (linha 7)
( ) outra (linha 7)
( ) “dança do intelecto” (linha 8)
( ) “dança hipnótica dos quadris” (linha 9)
Qual a seqüência numérica correta, de cima para baixo, da coluna da direita?
a) 2 - 1 - 2 - 1 - 1 - 2
b) 2 - 1 - 1 - 2 - 1 - 2
c) 2 - 1 - 1 - 2 - 2 - 1
d) 1 - 2 - 1 - 2 - 1 - 2
e) 1 - 2 - 2 - 1 - 2 - 1
63) Tomando por base o conjunto da historieta, considere as seguintes afirmativas sobre os dados que
estão pressupostos nas falas dos personagens.
760
Interpretação de
textos UFRGS
I.
No quadro 1, “O senhor está caindo nas pesquisas” pressupõe que o personagem sentado ou está
concorrendo a um cargo eletivo, ou está no desempenho de uma função pública.
II.
No quadro 1, “Que devo fazer?” pressupõe que o autor da pergunta quer reverter a situação descrita por seu interlocutor.
III.
No quadro 3, a fala do personagem necessariamente pressupõe uma sugestão de que o outro
beije todas as pessoas.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III
64) Assinale a alternativa correta sobre a fala do último quadro.
a)
b)
c)
d)
e)
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
Ela indica que o personagem não ouviu a pergunta do quadro anterior.
Ela indica que o personagem quer exterminar todas as pestes que assolam sua região.
Ela indica que o personagem está indignado com a sugestão feita no quadro 3.
Ela indica que o personagem gostaria de usar métodos brandos contra as pestes.
Ela indica que o personagem anseia por uma resposta explícita de seu interlocutor.
Além do óbvio apelo ...... tradição cristã do povo, que facilitava ...... transmissão da
imagem de um Cristo cívico, poder-se-ia perguntar por outras razões do êxito de Tiradentes
como herói republicano, porque não foi sem resistência que ele atingiu tal posição. Tiradentes
tinha competidores históricos ao título de herói do novo regime instaurado em 1889, entre
os quais Frei Caneca, mártir das causas liberais no Nordeste, que acabou fuzilado.
Possivelmente o motivo central da escolha do mineiro foi o fato de a conjuração de que
par ticipou jamais ter alcançado ...... ação concreta, poupando ao país violência e
derramamento de sangue e rendendo-lhe a aura de mártir imaculado.
65) Considere os seguintes pares, que apresentam, respectivamente, expressões do texto e antecedem
aos quais ela possivelmente se refere.
I.
ele (linha 3) - Tiradentes (linha 2)
II.
tal posição (linha 3) - herói republicano (linha 3)
III.
lhe (linha 8) - ação concreta (linha 7)
Quais deles apresentam corretamente a relação entre as expressões e os antecedentes?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III
66) De acordo com seu uso no texto, as palavras podem ser agrupadas segundo sua afinidade semântica. Num texto sobre atividades escolares, por exemplo, as palavras “professor”, “aluno”, “prova”
e “recuperação” participam do campo semântico “escola”. Com base neste pressuposto, assinale
a alternativa que apresenta palavras de um mesmo campo semântico segundo o uso que delas se
faz no texto.
a)
b)
c)
d)
e)
tradição cristã (linha 1) - Cristo cívico (linha 2) - aura de mártir (linha 8)
povo (linha 1) - herói republicano (linha 3) - Nordeste (linha 5)
transmissão da imagem (linhas 1-2) - causas liberais (linha 5) - conjuração (linha 6)
competidores históricos (linha 4) - Frei Caneca (linha 5) - fuzilado (linha 5)
novo regime (linha 4) - ação concreta (linha 7) - derramamento de sangue (linha 8)
761
Módulo 20
67) Segundo lemos no texto,
a) o autor não tem certeza de que Tiradentes tenha sido considerado como herói republicano,
como se pode perceber na dúvida expressa pela palavra “Possivelmente” (linha 6).
b) há uma correlação entre a inexistência de ação concreta e a razão da escolha do mineiro, como se
observa na afirmativa centrada na passagem “foi o fato” (linha 6).
c) houve vários mártires das causas liberais no Nordeste além de Frei Caneca, como se pode inferir
da passagem “entre os quais” (linhas 4-5).
d) o autor do texto reprova o excesso de liberalismo de Frei Caneca e vê nele o motivo central de
seu triste destino, como se pode ver na passagem “que acabou fuzilado” (linha 5)
e) já na época da instalação do novo regime, em 1889, perguntava-se pelas razões do êxito de
Tiradentes, como depreendemos pelo uso do tempo do verbo “poder-se-ia” (linha 2).
01.
02.
03.
04.
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06.
07.
08.
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10.
Podemos definir a mentira deslavada como aquela ........... é possível encontrar uma
prova irrefutável de que a pessoa que a disse sabe que está mentindo e o faz deliberadamente.
Os indivíduos surpreendidos em flagrante no ato de dizer mentiras descaradas não apenas
ficam desacreditados durante a interação específica, mas podem ter sua própria dignidade
destruída de forma duradoura. Entretanto, há muitas mentiras inocentes, ditas por médicos,
esteticistas e outros profissionais, provavelmente com a finalidade de resguardar os
sentimentos do público que é enganado, e tais formas de inverdades não são consideradas
desabonadoras para quem as ................ . Além disso, na vida cotidiana, algumas técnicas
de comunicação, tais como a insinuação, a ambigüidade e omissões essenciais, permitem a
qualquer pessoa aproveitar-se da mentira sem, tecnicamente, dizer nenhuma.
68) Ao usar o adjetivo “específica” (linha 4), o autor pretendeu referir-se a uma interação que acontece entre
a)
b)
c)
d)
e)
indivíduos que se freqüentam com regularidade
uma pessoa que está mentindo e outra que a flagre mentindo
pessoas que deliberaram mentir uma para a outra
uma pessoa mentirosa e uma pessoa que se deixa enganar por ela
indivíduos que se surpreendem com sua própria capacidade de mentir
69) Encontramos no texto vários pronomes que substituem elementos anteriormente referidos. Assinale
a alternativa em que a associação pronome / elemento substituído está correta
a)
b)
c)
d)
e)
a (segundo da linha 2) - uma prova irrefutável (linha 1-2)
sua (linha 4) - a interação específica (linha 4)
que (linha 7) - os sentimentos (linhas 6-7)
quem (linha 8) - (d)o público (linha 7)
as (linha 8) - tais formas de inverdades (linha 7)
762
Interpretação de
textos UFRGS
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10.
Todos os dias milhões de brasileiros, freqüentadores de supermercados, farmácias e
padarias, levam para casa, além dos produtos escolhidos, a certeza de alguns aborrecimentos.
O momento de consumir marca o início de uma pequena batalha cotidiana contra as
embalagens que envolvem uma série de produtos, porque elas ................. a coordenação
motora e, sem dúvida alguma, infernizam a paciência dos consumidores. Os mais pessimistas
perguntam como abrir aquele pote de margarina que insiste em resistir a ................. o seu
conteúdo ou aqueles vidrinhos de comida especial para bebês que afirmam a inviolabilidade
de sua tampa de metal. Se quiserem garantir um ................ digno de lembranças, os
consumidores devem tentar remover a tampas aluminizadas dos copos de água mineral e
dos potinhos de manteiga: não há como escapar de um banho ou de dedos lambuzados.
70) Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas das linhas 4, 6 e 8 do texto.
a)
b)
c)
d)
e)
desafiam - esconder - prazer
demonstram - descobrir - feito
testam - revelar - suplício
provam - declarar - privilégio
discutem - desvelar - episódio
71) Considere as afirmações que seguem sobre a estruturação do texto.
I.
O primeiro período faz um comentário geral sobre a rotina de milhões de brasileiros, sem abordar
diretamente o tema central do texto.
II.
O segundo período apresenta e discute a relação traumática entre os consumidores e as embalagens.
III.
Os últimos períodos contêm exemplificação dos problemas por que passam os consumidores brasileiros, sem apresentar uma avaliação definitiva.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I
Apenas II
Apenas III
Apenas I e II
I, II e III
01.
Não existe nada que o homem mais tema do que ser tocado pelo desconhecido. Ele
02. quer saber quem o está agarrando; ele o quer reconhecer ou, pelo menos, classificar. O
03. homem sempre evita o contato com o estranho. De noite ou em locais escuros o terror
04. diante de um contato inesperado pode converter-se em pânico.
72) Se na primeira frase do texto substituíssemos “o homem” (linha 1) por “a criatura humana”, quantas
palavras da segunda frase do texto precisariam obrigatoriamente de ajuste para fins de concordância?
a)
b)
c)
d)
e)
uma
duas
três
quatro
cinco
763
Módulo 20
73) Considere as afirmativas seguintes, que se referem à interpretação de passagens da historieta.
I.
No quadrinho 7, Hagar percebe que, embora não seja mais criança, restou em sua sensibilidade
algo do tempo passado, como se vê pelo uso da palavra “ainda”.
II.
Pode-se concluir que a frase interrompida de Helga, no quadrinho 8, seria completada com uma
repreensão, segundo se pode depreender do uso da palavra “roupas”.
III.
A palavra isolada que Hagar pronuncia no quadrinho 8, “Nada”, expressa a constatação melancólica
de que não só as boas sensações da infância permanecem em sua vida adulta.
Quais estão corretas, considerando o sentido geral da historieta?
a) Apenas I
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e III
e) I, II e III
O Rio, nos primeiros anos trinta, sabia onde eram os cafés dos sambistas, dos músicos,
dos turfistas e dos boêmios. Noel Rosa, não sei por que razão, evitava o ponto do samba o Café Nice - e preferia a Lapa, onde vivia o pessoal da madrugada, bons bebedores, alguns
cafetões, várias meretrizes, que se portavam com dignidade nas horas de folga, e gente
solidária; ignorávamos de que vivia, e nenhuma pergunta era endereçada a ele, esse amigo
de todos, Noel da Lapa. Bebendo muito e se alimentando pouco, Noel se tornou uma
presa fácil da tuberculose. Naquele tempo, a doença era meia morte.
74) Considere os trechos abaixo, retirados do texto, e as três afirmações que sobre eles são feitas.
Trecho 1: “O Rio (...) sabia onde eram os cafés“ (linha 1)
Trecho 2: “não sei por que razão” (linha 2)
Trecho 3: “ignorávamos de que vivia” (linha 5)
I.
II.
III.
Em cada um dos três trechos, há um segmento que, isolado, poderia ser transformado numa pergunta.
Os verbos das orações principais, nos três trechos, têm entre si uma estreita relação semântica.
A concordância dos verbos das orações principais se faz, nos três casos, com sujeitos não expressos.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III
75) Se na primeira frase do texto substituíssemos “os cafés” (linha 1) por “o café”, quantas outras palavras precisariam obrigatoriamente de ajuste na concordância?
a) nenhuma
b) uma
c) duas
764
d) três
e) quatro
Interpretação de
textos UFRGS
76) Supondo que a palavra “meretrizes” (linha 4) seja desconhecida para o leitor, a melhor estratégia
de que ele pode valer-se para tentar detectar o seu significado será
a) aproximá-la de outras palavras da língua portuguesa que tenham a mesma terminação, como
“atrizes” e “cicatrizes”.
b) considerá-la como designação de profissionais que, nas horas de trabalho, não se portam “com
dignidade” (linha 4).
c) associá-las aos termos “tuberculose” (linha 7) e “doença” (linha 7), de forma a desvelar seu
sentido correto, “mulheres doentes”.
d) observar o contexto sintático em que ela ocorre: antes de uma oração adjetiva e depois de um
pronome indefinido.
e) reler a primeira frase do texto para nela descobrir palavras associadas a “meretrizes”, tais como
“anos trinta” (linha 1), “sambistas” (linha 1) e “turfistas” (linha 2).
77) Considere as seguintes afirmações a respeito do texto.
I.
O autor do texto conviveu com Noel Rosa, como se depreende pelo emprego de “sei” (linha 2).
II.
Durante algum tempo, algumas pessoas não souberam de que vivia Noel Rosa, como se infere do
emprego de “ignorávamos” (linha 5).
III.
Noel Rosa foi vitimado pela tuberculose, como se depreende da leitura do trecho “se tornou presa fácil”.
Quais delas estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas I e II
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
d) Apenas II e III
e) I, II e III
No Parque do Xingu, os habitantes caçam, jogam e criam seus filhos. Por trás dessa
aparência de harmonia, se esconde uma babel: lá são faladas 17 línguas, com uma média
de 200 falantes cada. O interessante é que a distância entre elas é maior do que, por exemplo,
a que existe entre espanhol e português, de tal forma que os índios do Parque não entendem
a língua dos povos vizinhos. Algumas dessas línguas são estruturalmente bastante sofisticadas:
o kamaiurá possui declinações, como o latim, para marcar a ............ da palavra na frase
(sujeito, objeto direto, etc.). Também se expressa através de um sistema de declinações o
grau de certeza do .............. quanto ao assunto de que se fala. Se ele tem certeza, usa um
sufixo; se ouviu de terceiros, usa outro. No português, isso é indicado por expressões como
“eu acho”, “eu ouvi falar”, ou pela colocação de verbos no .................. . Em relação ao
vocabulário, o kamaiurá tem, por enquanto, cerca de 2.000 palavras já catalogadas. Seus
falantes têm centenas de palavras para árvores e, claro, nenhuma equivalente a “chip” ou
“laser”.
78) A partir de seu conhecimento anterior e de sua leitura do texto, você pode identificar as palavras
que de maneira mais precisa completam as lacunas das linha 6, 8 e 10. Tais palavras são, respectivamente,
a)
b)
c)
d)
e)
“função”, “falante” e “subjuntivo”
“posição”, “falante” e “gerúndio”
“classe”, “ouvinte” e “subjuntivo”
“classe”, “ouvinte” e “particípio”
“função”, “falante” e “particípio”
765
Módulo 20
79) A última frase do texto - que contém um dado particular – poderia servir de exemplo a uma das
afirmações abaixo, considerando-se o caráter global do próprio texto. Que afirmação é essa?
a) Tem-se constatado que povos primitivos apresentam dificuldades em assimilar palavras com
conteúdo sofisticado e difícil pronúncia.
b) A inexistência de escrita nas línguas indígenas tem gerado a impossibilidade de aquisição de
palavras oriundas de outras línguas.
c) As línguas dos povos indígenas costumam apresentar diversos sinônimos para cada substantivo,
mas poucos para adjetivos.
d) O vocabulário das línguas dos povos indígenas se caracteriza pela existência exclusiva de palavras
de conteúdo concreto.
e) O vocabulário de uma língua depende dos interesses e das vivências específicas do povo que a fala.
80) Quando lemos um texto, intuitivamente vamos identificando os sujeitos das frases que o compõem.
Assim, para compreendermos o período que se inicia na linha 7, deveremos identificar como núcleo
do sujeito de “se expressa”.
a) kamaiurá
b) sistema
c) grau
d) certeza
e) assunto
81) É possível que o leitor comum jamais tenha visto anteriormente a palavra “kamaiurá”. Seu significado,
porém, vai se explicitando no próprio texto, por informações anteriores trazidas por palavras como
a)
b)
c)
d)
e)
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
“Parque do Xingu” (linha 1) e “aparência” (linha 2)
“harmonia” (linha 2) e “línguas” (linha 2)
“falantes” (linha 3) e “índios” (linha 4)
“espanhol” (linha 4) e “vizinhos” (linha 5)
“estruturalmente” (linha 5) e “sofisticadas” (linha 5)
Até o início do século, nenhum investigador havia considerado os sonhos passíveis de
uma interpretação séria; apenas a “opinião leiga” e as massas incultas entendiam que os
sonhos constituem mensagens legíveis. Os sonhos são de fato mensagens, concordava
Freud, mas não as esperadas pelo público em geral. Não revelam seu sentido pelo método
corrente de atribuir ............ cada detalhe do sonho uma significação simbólica única e definida,
nem é possível tê-los como um criptograma a ser decifrado por meio de uma chave ingênua.
Freud declarou a inutilidade de ambos os procedimentos interpretativos populares ...........
deles, se recomendava o método catártico: o sonhador deve empregar a associação livre
renunciando à sua costumeira crítica racional aos meandros mentais, para reconhecer o
sonho ........ ele é - um sintoma.
82) Assinale a alternativa que identifica corretamente os sujeitos de “revelam” (linha 4), “renunciando”
(linha 9) e “reconhecer” (linha 9), respectivamente.
a)
b)
c)
d)
e)
os sonhos - o sonhador - o sonhador
mensagens - o sonhador - sua costumeira crítica racional
os sonhos - a associação livre - sua costumeira crítica racional
mensagens - a associação livre - o sonhador
os sonhos - o sonhador - sua costumeira crítica racional
766
Interpretação de
textos UFRGS
83) De acordo com seu uso em um texto, as palavras podem ser agrupadas segundo sua afinidade
semântica. Num texto sobre atividades escolares, por exemplo, as palavras “professor”, “aluno”,
“prova” e “recuperação”, participam do campo semântico “escola”. Com base neste pressuposto,
assinale a alternativa que apresenta palavras de um mesmo campo semântico segundo o uso que
delas se faz no texto.
a)
b)
c)
d)
e)
sentido (linha 4) - crítica racional (linha 9) - sintoma (linha 10)
opinião leiga (linha 2) - massas incultas (linha 2) - público em geral (linha 4)
início do século (linha 1) - mensagens legíveis (linha 3) - significação simbólica (linha 5)
investigador (linha 1) - método corrente (linhas 4-5) - detalhe do sonho (linha 5)
interpretação séria (linha 2) - inutilidade (linha 7) - meandros mentais (linha 9)
84)
Assinale a alternativa que completa adequadamente as lacunas da frase.
Para obter ajuda de Felini, Frederico usa vários recursos de ................., que vão desde uma sugestão
indireta da ação até uma proposta amável, talvez ..........., passando por uma ordem ................. .
a)
b)
c)
d)
e)
persuasão - hipócrita - ríspida
convicção - condescendentes - ponderada
coação - enfática - ríspida
persuasão - enfática - grosseira
coação - hipócrita - ponderada
767
Módulo 20
85) Relacione a coluna da direita - que contém afirmações sobre alguns aspectos formais - com as
falas da coluna da esquerda, transcrita das tiras.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Vamos deixar ele em rodelas!
Epa! Quem desligou a força?
Felini, meu amiguinho!
Vou pensar!
Anda logo, pulguento maldito! Me tira daqui!...
Felini, queridinho! Uma semana sem te maltratar!
( )
( )
( )
Contém uma construção usual na linguagem coloquial, ainda considerada errada
pela norma culta.
Contém uma locução verbal que substitui,
na língua falada usual, o futuro do presente
simples.
Apresenta uma palavra que contém um
sufixo bastante usado em nossa língua para
formar adjetivos de substantivos.
A ordem de numeração da segunda coluna que representa a única possibilidade correta dentre as
apresentadas é:
a) 5, 6 e 1
b) 2, 4 e 5
c) 3, 6 e 5
d) 1, 4 e 5
e) 5, 4 e 1
86) É possível que num diálogo e na sua transcrição apareçam numerosos vocativos, pela própria natureza da interação oral. Pode-se dizer que encontramos vocativos
a)
b)
c)
d)
e)
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
no primeiro, no terceiro, no quarto e no sexto quadrinhos
no segundo, no terceiro e no quinto quadrinhos
no terceiro, no quarto, no quinto e no sexto quadrinhos
no segundo, no quarto e no sexto quadrinhos
no primeiro, no segundo, no terceiro e no quarto quadrinhos
Com a grande revolução científica, filosófica do século XVII, foi se formando e reforçando
um determinado modo de conceber a ciência que, embora atacado por muitos lados e por
várias razões, ainda está presente na cultura do mundo contemporâneo. Que a ciência seja
uma lenta construção nunca concluída, à qual cada um, nos limites de suas forças,
capacidades, pode trazer a sua contribuição; que a colaboração e a cooperação sejam
fundamentais para o progresso da ciência; que a pesquisa científica tenha como finalidade
o benefício não de uma única pessoa, grupo ou raça, mas de todo gênero humano: tais
são alguns componentes essenciais, hoje convertidos em verdades de senso comum, de
concepção de ciência que tem origens históricas precisas.
87) A noção de ciência expressa no texto pode ser qualificada como
a)
b)
c)
d)
e)
solidária e humanista
supérflua e interminável
elitista e excludente
fragmentária e falaciosa
teológica e colaboracionista
88) Segundo seu significado no texto, a palavra “precisas” (linha 9) poderia ser substituída, sem alteração
de sentido, por
a) necessárias
b) definidas
c) urgentes
768
d) implícitas
e) difusas
Interpretação de
textos UFRGS
89) Do ponto de vista dos significados, as palavras podem ser reunidas em conjuntos chamados
“campos semânticos”, que se agrupam segundo referência a uma mesma área de conhecimento
de experiências humanas. Por exemplo, os termos “filho”, “mãe”, “nora”, “neto” e “pai” podem ser
reunidos no campo “família”. A partir desse conceito, assinale a alternativa que contém as palavras
de um mesmo campo semântico no texto.
a)
b)
c)
d)
e)
científica (linha 1) - filosófica (linha 1) - contemporâneo (linha 3)
formando (linha 1) - reforçando (linha 1) - atacado (linha 2)
contribuição (linha 5) - colaboração (linha 5) - cooperação (linha 5)
ciência (linha 6) - pesquisa (linha 6) - gênero (linha 7)
ciência (linha 6) - concepção (linha 9) - origens (linha 9)
90) Supondo que a expressão “senso comum” (linha 8) seja de significado desconhecido para o leitor, o
processo mais eficiente para buscar no próprio texto uma indicação que elucida a dúvida consistirá em
a) aproximar o significado dos termos “lenta” (linha 4) e “nunca concluída” (linha 4) ao da expressão
desconhecida
b) observar o trecho final do texto, especialmente a passagem “origens históricas precisas” (linha 9)
c) considerar a expressão desconhecida em oposição às palavras “limites” (linha 4) e “verdades”
(linha 8)
d) verificar a dimensão de tempo colocada na primeira frase, representada pela expressão ”século
XVII “ (linha 1) e “ainda” (linha 3)
e) tomar a expressão desconhecida em oposição à idéia de pesquisa científica segundo a sugestão
da palavra “convertidos” (linha 8)
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
Um livro é como uma casa. Tem fachada, jardim, sala de visitas, dependência de
empregada e até mesmo cozinha e porão. Suas páginas iniciais, como aquelas conversas
cerimoniosas que eram ............... regadas a guaraná geladinho e biscoito de champanhe,
servem solenemente para dizer ao leitor o que se diz .............. a uma visita de consideração.
Que não repare nos móveis, que o dono da moradia é modesto e bem-intencionado, que
não houve tempo para limpar ................. a sala ou arrumar os quartos. Que vá, enfim,
ficando à vontade e desculpando alguma coisa.
91) Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas de texto.
a)
b)
c)
d)
e)
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
antigamente - normalmente - direito
antigamente - oportunidade - certo
antigamente - oportunidade - direito
recentemente - normalmente - direito
recentemente - normalmente - certo
No dia 20 de julho de 1969, um domingo, dois homens pisaram na Lua pela primeira
vez. Passados vinte anos do evento literalmente mais espetacular da história humana
documentada, que esgotou o estoque da melhor retórica da espécie, a conquista do cosmo
parece menos próxima, em parte porque o programa espacial americano perdeu a direção,
enquanto o soviético seguiu uma rota lenta, gradual, segura - e sem muito charme. Além
disso, a ida à Lua ocorreu num período efer vescente, marcado por mudanças de toda a
sorte, em que a confiança nas possibilidades de resultados imediatos da ação humana era
seguramente maior, assim como o encantamento com a tecnologia. A Lua, em suma, chegou
antes da crise do petróleo, antes dos microcomputadores, antes que as preocupações com
a saúde e com o planeta virassem moda.
769
Módulo 20
92) Uma leitura atenta do texto permite dizer que seu próprio autor
a) situa a data precisa da redação do próprio texto.
b) lamenta o abandono a que foi relegada a corrida espacial.
c) afirma que a chegada à Lua foi anterior, entre outras coisas, à preocupação com a questão
ecológica.
d) caracteriza a ida à Lua com um fato de o período assinalado por conquistas devidas, em parte,
à sorte.
e) reforça a concepção de que a história humana só se constituiu como tal quando é documentada.
93) A coesão de um texto pode ser estabelecida por vários recursos lingüísticos; entre esses, inclui-se
o uso de palavras que resumem o conteúdo de uma ou mais frases enunciadas. No texto acima,
temos um exemplo de utilização desse recurso coesivo na palavra
a)
b)
c)
d)
e)
evento (linha 2)
história (linha 2)
programa (linha 4)
confiança (linha 7)
tecnologia (linha 8)
94) Considere a seguinte frase:
“Ainda temos esperanças de que os programas espaciais americano e russo retomem seu ritmo
acelerado e outras nações entrem nessa corrida pela conquista do cosmos.”
Escolha, entre as afirmações abaixo, aquela que está implícita na frase acima
a) As esperanças de uma retomada do ritmo acelerado nos programas espacias americano e russo
constituem um fato novo.
b) Os Estados Unidos e a Rússia desenvolveram seus programas espaciais com ritmos e objetivos
claramente diferentes.
c) Além dos Estados Unidos e da Rússia, outras nações abandonaram - anteriormente - a corrida
pelas conquistas espaciais.
d) Na organização e implementação de seu programa espacial, Estados Unidos e Rússia têm
mantido um ritmo constante.
e) A entrada de outras nações, que não os Estados Unidos e a Rússia, na corrida espacial constituiria, neste momento, um fato novo.
770
Interpretação de
textos UFRGS
95) Considere as três afirmações abaixo.
I.
Calvin dirige-se ao pai misturando formas verbais e pronominais de 2ª e 3ª pessoa.
II.
Às perguntas de Calvin, o pai responde com um advérbio que expressa radical discordância.
III.
Embora realizada no contexto familiar, a conversa utiliza vocabulário referente a mecanismos do
âmbito político.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I
Apenas III
Apenas I e II
Apenas II e III
Apenas I e III
771
Módulo 20
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
“A última grande epidemia que assaltou a cidade de Porto Alegre foi a chamada “gripe
espanhola”, ............. de outubro de 1918. As repercussões foram tão fortes, em todos os
campos, que o governo estadual resolveu até ............... censura à imprensa, ................ de
diminuir o estado de alarme da população. Quanto ao município, impôs tabelamento de
gêneros de primeira necessidade, no propósito de .................... a especulação. Em dado
momento, estando doentes os próprios coveiros do cemitério da Santa Casa, o governo
estadual se permitiu escalar sentenciados da Casa de Correção para trabalharem nas
inumações.
96) As afirmações abaixo referem-se à semântica do texto.
I.
II.
III.
O termo “assaltou” (linha 1) estabelece uma analogia entre a chegada da epidemia e a de outras
indesejadas, por exemplo, ladrões ou inimigos.
O termo “até” (linha 3) indica a existência de outras resoluções, não nomeadas no texto, do governo
estadual.
O termo “Quanto” (linha 4) insinua o grande custo dos efeitos da epidemia para o município.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I
Apenas II
Apenas III
Apenas I e II
I, II e III
97) Mesmo que algum leitor desconheça o significado da palavra “inumações” (linha 8), o contexto
permite afirmar que ela é sinônima de
a)
b)
c)
d)
e)
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
enterrros
exumações
descobertas
procissões
féretros
“Subverter as relações existentes, em um sentido ou outro, eis o objetivo das revoluções.
Suas promessas são, sem dúvida, mais atraentes para os grupos mais desfavorecidos, mas
também apresentam riscos mais elevados. Em primeiro lugar, pela incerteza quanto ao que
virá depois, e em segundo lugar, porque provocam intensos enfrentamentos sociais nos
quais, para conseguir algo mais, pode-se perder tudo. Nessas condições, o interesse e o
ponto de vista particulares tendem a diferir dos sociais. Da perspectiva individual, pode ser
mais seguro requerer menos esforço, ser menos arriscado e apresentar mais probabilidades
de êxito, tentar mudar a própria sorte dentro das relações sociais existentes que alterar estas
para mudar a sorte de todos.”
98) Ao examinar a questão das revoluções, o texto apresenta vários aspectos que as opõem entre si.
Um dos contrastes explicitamente abordados no texto é o contraste entre
a)
b)
c)
d)
e)
grupos desfavorecidos e elites conservadoras
interesses individuais e interesses coletivos
revoluções sociais e revoluções e realizações efetivas dos movimentos
luta armada e revolução pelo voto
objetivos prévios das revoluções efetivas dos movimentos
772
Interpretação de
textos UFRGS
99) Quanto à estruturação do texto acima, são feitas as três afirmações seguintes.
I.
O primeiro período não traz nenhuma afirmação geral, apresentando apenas um exemplo que será
utilizado na argumentação posterior.
II.
O período iniciado na linha 3 apresenta uma justificativa de uma afirmação de período imediatamente anterior.
III.
O período iniciado na linha 5 simultaneamente refere-se a informações anteriores e introduz uma
nova idéia.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) Apenas II e III
100) “Quanto à questão da concordância, afirmou o professor, são raros os universitários que usam a
forma popular ............ antes do substantivo feminino; entretanto, é ..............., nesse meio, o emprego de construções como ‘tu ..............’, condenadas pela gramática normativa.”
a) menas - inusual - fizestes
b) menos - inusual - fez
c) menas - usual - fizeste
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
d) menas - usual - fizestes
e) menos - usual - fizeste
O avanço do conhecimento é normalmente concebido como um processo linear,
inexorável, em que as descobertas são aclamadas tão logo venham à luz, e no qual as
novas teorias se ......... com base na evidência racional ............. os entraves da religião desde
o século 17, o conhecimento .............. florescendo de maneira livre, contínua.
Ignác Semmelweis foi o descobridor da assepsia. Médico húngaro trabalhando num
hospital de Viena, constatou que a mortalidade entre as parturientes, então um verdadeiro
flagelo, era diferente nas duas alas da maternidade. Numa delas, os partos eram realizados
por estudantes; na outra, por parteiras.
Não se conhecia a ação dos microorganismos, e a febre puerperal era atribuída às
causas mais estapafúrdias. Em 1846, um colega de Semmelweis se cortou enquanto dissecava
um cadáver, contraiu uma infecção e morreu. Semmelweis imaginou que o contágio estivesse
associado à manipulação de tecidos nas aulas de anatomia.
Mandou instalar pias na ala dos estudantes e tornou obrigatório lavar as mãos com
cloreto de cal. No mês seguinte, a mortalidade entre as mulheres caiu para 0,2%! Mas incrível
é o que aconteceu em seguida. Os dados de Semmelweis foram desmentidos, ele foi
exonerado, e as pias – atribuídas à superstição –, arrancadas.
Nos dez anos seguintes, Semmelweis tentou alertar médicos em toda a Europa, sem
sucesso. A Academia de Paris rejeitou seu método em 1858. Semmelweis enlouqueceu e foi
internado. Em 1865, invadiu uma sala de dissecação, feriu-se com o bisturi e morreu
infeccionado. Pouco depois, Pasteur provou que ele estava certo.
Para o leitor da nossa época, o interessante é que Semmelweis foi vítima de um
obscurantismo científico. Como nota o tradutor italiano no prefácio agregado à edição
brasileira, qualquer xamã de alguma cultura dita primitiva isolaria cadáveres e úteros por
meio de rituais de purificação. No científico século 19, isso parecia crendice.
101) Com base no texto, assinale a alternativa correta.
a)
b)
c)
d)
e)
Em relação aos povos primitivos, a Europa do século passado praticava uma medicina atrasada.
A comunidade científica sempre deixa de reconhecer o valor de uma descoberta.
A higiene das mãos com cloreto de cal reduziu moderadamente a incidência de febre puerperal.
Semmelweis feriu-se com o bisturi infectado porque queria provar a importância de sua descoberta.
Ignorar a redução nas estatísticas obituárias resultante da introdução da assepsia foi uma grande
estupidez.
773
Módulo 20
102) No texto, é estabelecido um contraste entre ciência e superstição. A coluna da direita contém
expressões usadas no texto que se referem a um ou outro desses dois campos semânticos. Associe
adequadamente as duas colunas.
1. ciência
2. superstição
( ) evidência racional (l. 3)
( ) causas mais estapafúrdias (l. 10)
( ) método (l. 18)
( ) rituais de purificação (l. 24)
( ) crendice (l. 24)
A seqüência numérica correta, de cima para baixo, na coluna da direita, é
a)
b)
c)
d)
e)
2 – 1 – 2 – 1 – 2.
2 – 2 – 1 – 2 – 2.
1 – 2 – 1 – 2 – 2.
2 – 1 – 2 – 1 – 1.
1 – 1 – 1 – 2 – 2.
103) A partir da leitura do texto, é possível concluir que
a) o livro A Vida e a Obra de Semmelweis recebeu recentemente uma cuidadosa tradução para o
italiano.
b) a teoria de Semmelweis foi rejeitada porque propunha a existência de microorganismos, que
não podia ser provada cientificamente.
c) a nacionalidade húngara do médico pode ter sido um empecilho para sua aceitação na Europa
do século passado.
d) Semmelweis foi execrado pelos seus pares porque transformou a assepsia numa obsessão.
e) Semmelweis enlouqueceu em conseqüência da rejeição de sua descoberta.
104) Supondo que o leitor não saiba o significado da palavra xamã (l. 23), o processo mais eficiente para
buscar no próprio texto uma indicação que elucide a dúvida consistirá em
a) considerar que a palavra encontra sua referência na cultura italiana, já que foi empregada pelo
tradutor da obra para o italiano.
b) observar o contexto sintático em que ela ocorre: depois de pronome indefinido e antes de
preposição.
c) relacionar o significado às palavras leitor (l. 21) e prefácio (l. 22).
d) relacionar o seu significado às expressões cultura dita primitiva (l. 23) e rituais de purificação
(l. 24).
e) relacionar a palavra a outras que tenham a mesma terminação, como iansã, romã e anã.
774
Interpretação de
textos UFRGS
01.
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06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
Por onde terá andado Teodora, a escrava fujona? Num dia entre 1835 e 1836, Teodora
enfeitou-se toda ............ baiana e sumiu nas ruas estreitas de Porto Alegre. Virou notícia em
anúncio publicado no jornal O Mensageiro . Teodora era assim: “De nação angola, muito
bexigosa, baixa, nariz que parece quebrado, os dentes gastos de cachimbo, beiços grandes
e grossos”. Estava bonita: “Levou vestido branco, pano de costa azul azulado, lenço achitado
na cabeça, com um de seda”. E agora uma virtude ou, quem sabe, um defeito: “Muito ladina”.
A Teodora bexigosa das marcas de varíola e muito ladina (com bom domínio do
português) é o tipo exemplar de escravo descrito pelo branco ressentido com a perda de
uma mercadoria, ou de um bicho que ganha consciência. Teodoras e Teodoros desafiadores
da escravidão apareciam nos anúncios como clichês do terror.
Um balanço de anúncios – todos tendo o cativo como mercadoria – publicados em
sete jornais do Estado, entre 1829 e 1884, apresenta uma seleção das marcas de tortura e
dos defeitos: cicatriz no beiço, ferimento na garganta por tentativa de suicídio, trapalhão e
gago, sem dentes, duas rodas salientes na testa, “surrado ........... pouco tempo”, feio de
rosto e pernóstico, aleijão no pé, nariz com marcas de fogo, manchas de sarna.
A conclusão é que os escravos eram maltratados em quaisquer circunstâncias, em
atividades domésticas ou no campo, também no Rio Grande do Sul. Os defeitos arrolados
nos anúncios de fujões ajudam ......... derrubar a cordialidade dos galpões. O livro é implacável
com o mito do revolucionário farroupilha abolicionista, que teria aderido ......... causa como
recompensa aos negros engajados na guerra contra os legalistas do Império entre 1835 e
1845.
105) De acordo com o texto,
a) os anúncios publicados no Rio Grande do Sul denunciam que os escravos eram coagidos à luta
armada.
b) os cativos foram alforriados para que se engajassem na guerra contra os legalistas do Império.
c) o jornal O Mensageiro constituía a única fonte de divulgação do mercado de escravos entre
1835 e 1836.
d) a heróica imagem do farroupilha abolicionista não condiz com os anúncios de cativos fugitivos.
e) os gaúchos torturavam os escravos nos galpões para que se engajassem na luta farroupilha.
106) Considere as afirmações abaixo.
I.
II.
III.
A interrogação que inicia o texto visa simplesmente a atrair a atenção do leitor, uma vez que o
segundo parágrafo apresenta uma resposta à interrogação inicial.
A oração todos tendo o cativo como mercadoria (l. 11) é um recurso através do qual o autor denuncia o tratamento desumano que os escravos recebiam.
A expressão quem sabe (l. 6) indica que o autor questiona o sentido do termo ladina (l. 6).
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
107) De acordo com o sentido que têm no texto, os termos clichês (l. 10), pernóstico (l. 15) e implacável (l. 18) poderiam ser substituídos, sem prejuízo para o contexto em que se encontram, por
a)
b)
c)
d)
e)
chavões – pedante – cruel.
estereótipos – nervoso – irredutível.
moldes – espevitado – desumano.
matrizes – falastrão – inexorável.
lugares – presunçoso – bárbaro.
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21.
A famosa “malemolência” ou preguiça baiana não passa de racismo, segundo concluiu
uma tese de doutorado defendida na USP. O estudo durou quatro anos.
A tese defendida pela professora de antropologia Elisete Zanlorenzi sustenta que o
baiano é tão eficiente quanto o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a visão
de que o morador da Bahia vive em clima de “festa eterna”.
“Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais trabalha. Como
51% da ............ da população atua no mercado informal, as festas são uma oportunidade
de trabalho. Quem se diverte é o turista”, diz a autora.
Segundo a antropóloga, o objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça
baiana surgiu e se consolidou. Elisete concluiu que a imagem da preguiça se derivou no
discurso ......... contra os negros e mestiços, que são 79% da população da Bahia. “A elevada
porcentagem de negros e mestiços não é uma coincidência. A atribuição da preguiça aos
baianos tem um teor racista.”
O estudo mostra que a imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado
por meio das elites de origem européia, que consideravam os escravos “indolentes”. Depois,
se espalhou de forma acentuada no Sul e no Sudeste a partir das migrações da década de 40.
“Todos os que chegavam do Nordeste viraram baianos. Chamá-los de preguiçosos foi a
forma encontrada para depreciar os trabalhadores desqualificados, para estabelecer fronteiras
entre os dois mundos”, diz.
Segundo a tese, outro segmento apropriou-se da preguiça: a indústria do turismo,
que incorporou a imagem para vender uma idéia de ........... permanente.
108) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto nas seqüências em que elas
aparecem (l. 7-11-21).
a)
b)
c)
d)
e)
mão de obra – discriminatório – lazer
mão-de-obra – discriminatório – lazer
mão-de-obra – descriminatório – laser
mão de obra – descriminatório – laser
mão-de-obra – discriminatório – laser
109) Assinale a afirmação correta de acordo com o texto.
a) A preguiça no Nordeste decorre do fato de a população ser racista nessa região do Brasil.
b) Apenas os turistas se divertem na Bahia; as pessoas nascidas lá não têm esse privilégio.
c) Na Bahia, o fato de se trabalhar durante as festas dá ao mercado de trabalho um caráter de
informalidade.
d) As elites baianas de origem européia migraram para o Sul e o Sudeste, o que explica a disseminação da visão do escravo como indolente.
e) A indústria do turismo explora a imagem da Bahia como um local de preguiça e indolência,
onde se pode descansar sempre.
110) Assinale a alternativa em que a palavra da segunda coluna constitui um sinônimo adequado para
a respectiva palavra da primeira coluna, considerando o contexto em que esta ocorre.
a)
b)
c)
d)
e)
sustenta (l. 3) – confronta
contesta (l. 4) – atesta
teor (l. 13) – conteúdo
se enraizou (l. 14) – se camuflou
depreciar (l. 18) – avaliar
776
Interpretação de
textos UFRGS
111) As alternativas abaixo apresentam passagens do texto reescritas com algumas alterações.
Assinale aquela em que a reformulação provocou modificação do sentido original.
a)
b)
c)
d)
e)
A famosa “malemolência” ou preguiça baiana não é senão racismo [...] (l. 1).
[...] contesta a visão segundo a qual o morador da Bahia vive em clima de “festa eterna” (l. 4-5).
“Pelo contrário, o período em que o baiano mais trabalha é justamente o de festas [...]” (l. 6).
[...] como surgiu e se consolidou a imagem da preguiça baiana (l. 9-10).
Elisete concluiu que da imagem da preguiça se derivou o discurso [...] (l.10-11).
112) A palavra preguiça tem, no texto, sentido equivalente ao das palavras abaixo, à exceção de
a) ociosidade.
b) licenciosidade.
c) pachorra.
d) moleza.
e) morosidade.
113) Assinale a afirmação correta de acordo com a tira.
a) Dogbert, na realidade, tinha uma ótima notícia para dar a Wally, mas resolveu dar-lhe um susto
primeiro.
b) Dogbert é um portador porque transmite notícias mal-intencionadas sobre seu colega.
c) Dogbert deu duas notícias falsas a Wally, uma para agradar ao colega e outra para assustá-lo.
d) Nenhuma das notícias que o portador profissional Dogbert deu a Wally é, de fato, uma notícia boa.
e) Wally procurou Dogbert para conversar porque vinha pedindo aumento há meses.
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20.
No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de
escravos de uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros. Essa política, a
multiplicidade lingüística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram da África
dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano,
incluindo-se aí a preservação das línguas. Os negros, porém, ao longo de todo o período
colonial, tentaram superar a diversidade de culturas que os dividia, juntando fragmentos
das mesmas mediante procedimentos diversos, entre eles a formação de quilombos e a
realização de batuques e calundus. [...]
As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos solidários, quer destruindo
os quilombos, que causavam pavor aos agentes da Coroa – e, de resto, aos proprietários de
escravos em geral –, quer reprimindo os batuques e os calundus promovidos pelos negros.
Sob a identidade cultural, poderiam gerar uma consciência danosa para a ordem colonial.
Por isso, capitães-do-mato, o Juízo Eclesiástico e, com menos empenho, a Inquisição foram
colocados em seu ............ .
Porém, alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas – e indígenas – como
um mal necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de conver tê-los ao
catolicismo, ainda, alguns ............ aprenderam as línguas africanas, como um jesuíta na Bahia
e o padre Vieira, ambos no ............ . Outras pessoas, por se envolverem no tráfico negreiro
ou viverem na África no final do Quinhentos, devem igualmente ter se familiarizado com as
línguas dos negros.
777
Módulo 20
114) Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 14, 17 e 18.
a)
b)
c)
d)
e)
encalso – cléricos – Seiscentos
encalço – clérigos – Seiscentos
encalso – cléricos – Seicentos
encalço – cléricos – Seicentos
encalso – cléricos – Seicentos
115) Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta de acordo com o texto.
a) Sendo a cultura negra um mal necessário para a manutenção dos escravos, sua eliminação foi
um erro das autoridades coloniais portuguesas.
b) Os religiosos eram autoritários, obrigando os escravos negros a se converterem ao catolicismo
europeu e a abandonarem sua religião de origem.
c) As autoridades portuguesas conduziam a política escravagista de modo que africanos de uma
mesma origem não permanecessem juntos.
d) As línguas africanas foram eliminadas no Brasil colonial, tendo os escravos preservado apenas
alguns traços culturais, como sua religião.
e) A identidade cultural africana, representada pelos batuques e calundus, causava danos às pessoas de origem européia.
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20.
O Brasil tem uma das menores populações negras do mundo, para o IBGE. “Se continuar
como está, o censo demográfico ainda irá mostrar que o Brasil tem menos negros do que a
França”, ............. Wania Sant’Anna, historiadora e pesquisadora. Com a segunda maior
população negra do mundo, conforme relatório do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento, publicado em 1997, o Brasil possuiria, para o IBGE, a pouco expressiva
porcentagem de 5% de negros em sua população, segundo o censo demográfico de 1991.
Para o IBGE, também fazem parte do caldeirão racial brasileiro 45% de pardos e 50% de
brancos.
Na mira dos ativistas negros, a categoria “pardos”, no questionário do censo do IBGE,
é vista como “inconsistente”. Segundo eles, esse é um balaio-de-gatos que dificilmente é
alçado por políticas sociais. “Um diálogo franco e aberto entre os brasileiros pode levar a
população parda a se declarar negra. Não queremos colocar camisa-de-força em ninguém.
Gostaríamos que os pardos fossem mais livres para dizer: “Eu tenho esta origem e não
tenho problemas com relação a isso”, ............. Ivanir dos Santos, secretário executivo
do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP).
A solução apontada pelo IBGE para a demanda do movimento negro é incluir no
questionário do ano 2000, além da habitual pergunta sobre cor e raça, uma questão sobre
a origem. “Acho pertinente, porque nunca investigamos no Censo as origens do povo
brasileiro. De antemão, através de nossos testes, já sabemos que poucas pessoas pardas se
dizem afrodescendentes “, ............. Simon Schwartzman, presidente do IBGE.
116) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas 3, 14 e 20 do texto.
a)
b)
c)
d)
e)
indaga – replica – afirma
indaga – esclarece – responde
afirma – replica – desabafa
ironiza – confronta – retruca
ironiza – justifica – informa
778
Interpretação de
textos UFRGS
117) Assinale a afirmativa que NÃO está de acordo com o texto.
a) Os dados censitários não refletem a realidade da composição racial da população brasileira.
b) Seguramente, há na população brasileira uma porcentagem muito maior de negros do que de
brancos.
c) Ativistas do movimento negro entendem que há uma relação entre a conscientização da população parda e sua identificação como negra.
d) O atual questionário do censo não inclui nenhuma questão relativa à origem dos brasileiros.
e) A classificação de raças utilizada pelo IBGE não permite determinar a porcentagem correta da
população negra brasileira.
118) Assinale a alternativa que apresenta o principal objetivo do texto.
a) Comentar o ponto de vista das Nações Unidas sobre o censo demográfico do IBGE realizado
no ano de 1991.
b) Discutir, de forma geral, o problema da discriminação racial no Brasil.
c) Exemplificar o tipo de serviços que o IBGE presta ao povo brasileiro.
d) Narrar o que acontece com os pardos e negros brasileiros nos dados censitários.
e) Mostrar o paradoxo existente entre os dados censitários e a real composição racial brasileira.
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21.
O octogenário Francisco Julião faleceu quietamente no México, onde morava há muitos
anos. As Ligas Camponesas, por ele fundadas, são hoje uma lembrança histórica. Uma
pergunta que se poderia fazer é: por que o Movimento dos Sem-Terra, o MST, tem mais
repercussão do que tiveram as Ligas Camponesas? Claro, as circunstâncias são diferentes,
mas quero me deter num detalhe: os nomes.
Liga Camponesa é uma expressão que deve ter saído dos antigos manuais comunistas:
“liga” não é um termo muito usual; “camponesa” muito menos. Os bolcheviques falavam da
união entre operários e camponeses, mas um homem do campo, no Brasil, jamais se
autodenominaria “camponês”.
Movimento dos Sem-Terra é outra coisa. “Sem-terra”, como “sem-teto”, é uma expressão
que fala por si. Mas o importante, no meu modo de ver, é a palavra “movimento”. Exatamente
por isto, porque diz que algo está se movendo, que não está parado, que está rumando
para um objetivo.
O movimento dá, aos seus membros, algo que é decisivo, sobretudo no mundo em
que vivemos: o sentido de pertencer (de “pertenença”, palavra que talvez não exista, mas
que deveria existir), de compartilhar ideais, de avançar, junto com outros, para um ideal. É
claro que, sob essa denominação, pode-se ir desde a extrema esquerda até a extrema direita.
No clima social e econômico em que vivemos, com pessoas sentindo-se cada vez mais
marginalizadas, isoladas, abandonadas, o termo “movimento” adquire um significado
transcendente. É esse significado que precisa ser entendido. E entendido com urgência,
porque não entender, aí, significa tragédia social.
120) No texto, o autor discute, principalmente,
a)
b)
c)
d)
e)
o significado místico de determinados conceitos políticos.
a suposta inadequação de nomes como “liga” e “camponesa”.
o descaso do governo com a ameaça representada pelo MST.
as denominações que a esquerda utiliza para designar seus movimentos.
o forte condicionamento exercido pela palavra “movimento”.
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121) Considere as seguintes afirmações.
I.
Do texto conclui-se que o sucesso do MST
também se deve ao fato de o nome “movimento” ter um significado que extrapola o
sentido original de “organização”.
II.
Para o autor, o termo “movimento”, na realidade brasileira, tem um significado que restringe
à luta pela terra.
III.
Segundo o texto, “sem-terra” e “sem-teto” são
expressões que, por seu sentido, expressam
a noção de movimento.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas I e II.
Apenas II e III.
I, II e III.
Quais delas remetem a expressões ou trechos
que só aparecem mais adiante no texto?
a) Apenas 1 e 2.
b) Apenas 1 e 3.
c) Apenas 2 e 3.
d) Apenas 2 e 4.
e) Apenas 1, 3 e 4.
124) Na frase E entendido com urgência, porque não entender, aí, significa tragédia
social. (l.20-21), a palavra aí pode ser corretamente substituída, de acordo com seu
sentido no texto, por
a) ao contrário.
d) nesse caso.
b) nesse lugar.
e) enfim.
c) entretanto.
122) Assinale a alternativa correta em relação ao
que se afirma no segundo parágrafo (l. 6 a 9).
a) A conclusão a que se chega pela leitura
do parágrafo é que, no meio rural brasileiro, havia uma resistência aos manuais
comunistas.
b) No parágrafo fica implícita a idéia de que
a doutrina comunista era desvinculada da
realidade para a qual se dirigia.
c) A relação estabelecida no texto entre “liga
camponesa” e os antigos manuais comunistas sugere que tais manuais usavam
somente termos poucos usuais.
d) Conforme se concluiu da última frase,
um homem do campo não chamaria a si
mesmo de camponês porque não gostaria
de se identificar com os bolcheviques.
e) Pela leitura do parágrafo, chega-se à
conclusão de que os antigos manuais
comunistas usavam uma linguagem que
nem sempre era familiar ao homem do
campo no Brasil.
125) Considere as seguintes afirmações sobre o
significado da tira.
I.
II.
III.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
126) Todas as frases abaixo são reformulações
corretas, e equivalentes em termos de significado, do texto original da tira, à exceção de
123) Considere as seguintes palavras e expressões
do texto.
1.
2.
3.
4.
O texto da tira atribui aos homens das cavernas a capacidade de inventar deliberadamente a língua que falavam.
As frases do segundo personagem causam
estranheza exatamente porque as palavras
do português estão ali, mas não a sintaxe.
A linguagem utilizada na tira caracteriza-se
por sua extrema formalidade.
uma expressão (l. 6)
isto (l. 12)
algo que é decisivo (l. 14)
essa denominação (l. 17)
780
a) São interessantes as palavras que inventamos...
b) Sintaxe, vamos inventar agora!
c) As palavras são interessantes que inventamos...
d) As palavras que inventamos são interessantes...
e) Agora, vamos inventar a sintaxe!
Interpretação de
textos UFRGS
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21.
22.
23.
Desenvolveu-se nos Estados Unidos, nos meios intelectuais que defendem as
minorias, a idéia do “politicamente correto”– ou seja, a substituição de termos com conotação
preconceituosa por outros carregados de positividade. Assim, a própria palavra “negro” não
seria desejável devendo-se preferir “afro-americano”. O mesmo vale para várias outras palavras,
como “deficiente”, “solteirão” – em suma, todo termo que possa dar a entender uma falha,
um defeito. E isso se acentua quando comunidades fortes – como os homossexuais da
Califórnia – interferem em roteiros de filmes, ou quando figuras históricas são condenadas
mediante critérios morais fora de sua época (como sucedeu quando um condado da Luisiana
resolveu que nenhuma escola pública de sua jurisdição deveria ostentar o nome de quem
tivesse possuído escravos – o que eliminava, por exemplo, Thomas Jefferson). Tudo isso
parece exagero e, no Brasil, é apresentado como ridículo. ............., há que destacar o que é
positivo no chamado politicamente correto: a idéia – óbvia para qualquer lingüística, psicólogo
ou psicanalista – de que a linguagem não é neutra, mas expressa, produz e reproduz uma
visão de mundo. Se a linguagem não se limita a traduzir fatos, mas tende a expressar pontos
de vista, é preciso expô-los e eventualmente combatê-los. Aqui está o que a zombaria contra
o politicamente correto dissimula: ele reage contra velhas idéias conservadoras. O que dizem
ainda hoje nossos livros escolares, a despeito de elogiáveis iniciativas (inclusive oficiais), sobre
o negro e o índio? Quantos preconceitos não rodam por aí, moldando a mente das crianças
assim com moldaram as nossas? Antes de se zombar dos exageros de certos movimentos
norte-americanos, não seria preciso romper a cumplicidade que ata nossa opinião pública a
quem incita à violência nas rádios matutinas, a quem ridiculariza e humilha a mulher nos
programas de humor? Se alguma cultura pode dar-se ao luxo de achar risível o excesso
nos direitos humanos, não é a nossa, certamente.
127) Da leitura do texto, depreende-se que
a) a idéia de ser “politicamente correto” é defendida por todos os intelectuais americanos.
b) revelamos nossa visão de mundo quando usamos determinadas expressões.
c) a expressão “politicamente correto” é somente utilizada por movimentos sociais que defendem
os direitos das minorias.
d) o patrulhamento excessivo promovido pelo “politicamente correto” mais encobre do que revela
preconceitos sociais.
e) a doutrina norte-americana do “politicamente correto” está baseada em atitudes conservadoras.
128) Vários pronomes do texto retomam elementos anteriormente referidos. Assinale a alternativa em
que a associação entre o pronome e o elemento substituído está INCORRETA.
a)
b)
c)
d)
e)
que (l. 1) – meios intelectuais (l. 1)
sua (l. 8) – figuras históricas (l. 7)
sua (l. 9) – escola pública (l. 9)
los (l. 15) – pontos de vista (l. 14-15)
ele (l. 16) – o politicamente correto (l. 16)
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Até algum tempo atrás, imaginava-se que um cérebro jovem, em sua plena vitalidade
biológica, fosse muito mais poderoso e criativo do que um outro já maduro e desgastado
pela idade. A matemática fornecia o maior dos argumentos para os defensores dessa teoria:
quase todas as grandes equações matemáticas foram propostas ou decifradas por gente
com menos de 30 anos.
Albert Einstein tinha 26 anos quando apresentou sua Teoria Geral da Relatividade – a
mais revolucionária de todas as elaborações matemáticas, que lhe valeu o Prêmio Nobel de
Física, quinze anos depois. O argumento é forte, porém ele se baseia numa idéia ultrapassada
......... respeito da mente humana. As novas descobertas estão mostrando que a inteligência
não se limita ......... capacidade de raciocínio lógico, necessária para propor ou resolver uma
complicada equação matemática. Os testes de QI, um dos antigos parâmetros usados para
medir a inteligência, já não servem mais para avaliar a capacidade cerebral de uma pessoa.
A inteligência é muito mais que isso. É uma soma inacreditável de fatores, que inclui
até os emocionais. Uma pessoa excessivamente tímida ou muito agressiva terá problemas
para conseguir um bom emprego, ........ na profissão ou ter bom relacionamento familiar,
por maior que seja seu QI. O que os novos estudos estão mostrando no momento é que
um cérebro jovem tende, sim, a ser mais inovador e revolucionário. Mas, como um bom
vinho ou uma boa idéia, ele também pode amadurecer e melhorar com o tempo. Basta ser
estimulado.
129) Assinale a alternativa que contém uma palavra que poderia substituir complicada (l. 11) no texto,
sem alteração do significado da frase em que ela se insere.
a)
b)
c)
d)
e)
intrincada
estratificada
imbricada
diferenciada
multifacetada
130) O texto, no seu todo, pode ser lido como uma resposta a uma pergunta. Assinale a alternativa que
a contém.
a)
b)
c)
d)
e)
Afinal, o que é inteligência emocional?
Por que os jovens são mais inteligentes?
Que comparação se pode estabelecer entre inteligência emocional e raciocínio lógico?
Em que área do conhecimento ocorreu a devida supervalorização do raciocínio lógico?
Como se pode caracterizar a inteligência a partir do resultado de pesquisas recentes?
131) No texto, o advérbio mais (l. 12) deixa pressuposta a idéia de que
a)
b)
c)
d)
e)
os testes de QI serviriam, no passado, para medir a inteligência.
hoje os testes de QI são melhores do que no passado para avaliar a inteligência.
os testes de QI nunca serviram para medir a inteligência.
no passado, além dos testes de QI, outros parâmetros serviram para medir a inteligência.
hoje os testes de QI não são melhores do que no passado para avaliar a inteligência.
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A notícia saiu no “The Wall Street Journal”: a “ansiedade superou a depressão como
problema de saúde mental predominante nos EUA”. Para justificar o absurdo, o autor da
matéria recorre a um psicoterapeuta e a um sociólogo. O primeiro descreve “ansiedade
como condição dos privilegiados” que, livres de ameaças reais, se dão ao luxo de “olhar
para dentro” e criar medos irracionais; o segundo diz que “vivemos na era mais segura da
humanidade” e, no entanto, “desperdiçamos bilhões de dólares em medos bem mais
ampliados do que seria justificável”. Sem meias palavras, os peritos dizem algo mais ou menos
assim: os americanos estão nadando em riqueza e, como não têm do que se queixar,
adquiriram o costume neurótico de desentocar medos irracionais para projetá-los no
admirável mundo novo ao redor.
A explicação impressiona pela ingenuidade ou pela má-fé. Ninguém contraiu o “mau
hábito” de olhar para dentro de si do dia para a noite. A obsessão consigo não é um efeito
colateral do modo de vida atual; é um dos seus mais indispensáveis ingredientes. O
crescimento exagerado do interesse pelo “mundo interno” e pelo corpo é a contrapartida
do desinteresse ou hostilidade pelo “mundo externo” e pelos outros. Diz o catecismo: só
confie em seu corpo e sua mente. O resto é concorrente; o resto está sempre cobiçando e
disputando seu emprego, seu sucesso, seu patrimônio e sua saúde. Sentir medo e ansiedade,
em condições semelhantes, é um estado emocional perfeitamente racional e inteligível.
Em bom português, sentir-se condenado a jamais ter repouso físico ou mental, sob
pena de perder a saúde, a longevidade, a forma física, o desempenho sexual, o emprego,
a casa, a segurança na velhice, pode ser um inferno em vida para os pobres ou para os
ricos. Os candidatos à ansiedade são, assim, bem mais numerosos e bem menos ociosos do
que pensam o psicoterapeuta e o sociólogo.
132) Considere a seguinte afirmação relativa à noticia veiculada no “The Wall Street Journal”;
O excelente nível de vida dos americanos ocasiona a criação de medos imaginários, os quais desencadeiam a ansiedade.
De acordo com o texto, de quem é essa opinião?
a) Apenas do sociólogo.
b) Apenas do psicoterapeuta.
c) Apenas do jornalista americano.
d) Apenas do jornalista da Folha de São Paulo.
e) Apenas do sociólogo e do psicoterapeuta.
133) No texto, é estabelecido um contraste entre o que o jornalista da Folha de São Paulo denomina de
“mundo interno” e “mundo externo”. A coluna da direita contém expressões usadas no texto que
se referem a um ou a outro desses dois mundos. Associe adequadamente as duas colunas.
1.
mundo interno
2. mundo externo
( ) riqueza (l. 8)
( ) mau hábito (ls. 11-12)
( ) dentro de si (l. 12)
( ) corpo (l. 14)
( ) concorrente (l. 16)
A seqüência numérica correta, de cima para baixo, na coluna da direita, é
a)
b)
c)
d)
e)
2 – 2 – 1 – 2 – 2.
2 – 2 – 2 – 1 – 1.
1 – 2 – 1 – 2 – 1.
1 – 1 – 2 – 1 – 2.
2 – 1 – 1 – 1 – 2.
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Módulo 20
134) Considere as seguintes afirmações sobre o significado da oração O resto é concorrente (l. 16).
I.
Por meio dela, o jornalista da Folha de São Paulo explica o que ele denomina de efeito colateral do
modo de vida atual.
II.
Por meio dela, o jornalista da Folha de São Paulo justifica o medo e a ansiedade como sentimentos
compreensíveis.
III.
Por meio dela, o jornalista da Folha de São Paulo sintetiza os diferentes comportamentos dos indivíduos ociosos.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
135) Assinale a alternativa em que a palavra proposta constitui um sinônimo adequado para a palavra
do texto, considerando o contexto em que ocorre.
a)
b)
c)
d)
e)
superou (l. 1) – destruiu
desentocar (l. 9) – desembestar
contrapartida (l. 14) – exclusão
catecismo (l. 15) – ideologia
longevidade (l. 20) – maturidade
136) Considere as seguintes afirmações sobre o uso das aspas no texto.
I.
As aspas na linha 1 servem para grifar título de um periódico referido no texto.
II.
As aspas das linhas 1 e 2 servem para assinalar que não é do jornalista brasileiro a afirmação feita.
III.
As aspas das linhas 11 e 12 sinalizam que o trecho do texto em questão está sendo usado em
sentido figurado.
Quais estão corretas?
a) Apenas II.
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b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
Está na última moda dizer que algo ou alguém que se destaque da multidão por suas
qualidades extraordinárias é diferenciado. De repente todo mundo quer ser diferenciado,
embora, curiosamente, ninguém queira ser diferente. Diferenciar diferente e diferenciado
tornou-se uma habilidade social básica, que a maioria de nós exerce de forma intuitiva, sem
pensar. Se formos refletir, porém, vamos descobrir que a diferença entre diferente e
diferenciado pressupõe valores que boa parte de nós teria vergonha de assumir.
Ninguém tem dúvida quando se anuncia que o atendimento prometido pelo gerente
daquele banco é diferenciado: quer dizer que não se confunde com o tratamento-padrão
dispensado ......... massa dos clientes otários. Inclui cafezinho, água gelada e, quem sabe,
dicas de investimentos vazadas diretamente da mesa de operações do Banco Central. O
privilégio parece natural porque também nós somos, a nossos próprios olhos, diferenciados.
Aliás, diferenciadíssimos.
Já diferente, bem, é uma história inteiramente diferente. Desde que os primeiros
hominídeos se juntaram numa tribo e decretaram que míopes e carecas não entravam, a
diferença é tudo aquilo que grupos sociais hegemônicos vêm usando para excluir ou subjugar
minorias – e ao mesmo tempo reforçar sua identidade. Localizado no corpo ou na alma,
real ou imaginário, o anátema da diferença justifica lógicas de dominação e até de extermínio.
Ser diferente é ter negado o direito ...... humanidade ou pelo menos ......... humanidade
plena.
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A trama se adensa quando nos damos conta de um paradoxo: ao mesmo tempo que
queremos ser iguais, esmagando o diferente sob ........ sola aerada de nossos Nikes Shox,
valorizamos a individualidade, o único, o que nos eleve acima da massa ignara e mal paga.
Contradição insolúvel? É aí que entra o diferenciado. O diferenciado é o melhor dos iguais,
o diferente que deu certo – o diferente que, sendo um de nós, ganha mais dinheiro do que
nós. Ninguém seria louco de dizer que a bicha do quinto andar é um cara diferenciado.
Mas, se se mudar para Paris, virar estilista da Chanel e arrasar com uma coleção prêt-àporter, na próxima vez que vier ao Brasil vai ter convite para as melhores festas, desfilará
entre queixos caídos: “Que talento diferenciado!”, dirão. Faz a maior diferença.
137) De acordo com o texto,
a)
b)
c)
d)
e)
ser diferente não é tão excludente quanto ser diferenciado.
o que nos iguala aos outros é sempre mais importante do que nossas idiossincrasias.
ser diferente pressupõe os mesmos valores que ser diferenciado.
ser diferente não basta para alguém ser aceito por grupos sociais dominantes.
ser diferente é mais valorizado socialmente do que ser diferenciado.
138) No texto, é estabelecido um contraste entre diferente e diferenciado. A coluna da direita, abaixo,
apresenta palavras e expressões usadas no texto que se referem a um ou a outro desses campos
semânticos.
(
(
(
(
1. diferente
) dicas de investimento (l. 10)
) míopes e carecas (l. 14)
) minorias (l. 16)
) o único (l. 22)
2. diferenciado
A seqüência numérica correta, de cima para baixo, na coluna da direita, é
a)
b)
c)
d)
e)
1 – 2 – 1 – 2.
2 – 1 – 2 – 2.
1 – 2 – 2 – 1.
2 – 1 – 1 – 2.
1 – 2 – 1 – 1.
139) O segundo parágrafo, predominantemente,
a)
b)
c)
d)
e)
caracteriza as futilidades que tomam o tempo das pessoas mais ocupadas.
descreve o tratamento cerimonioso dispensado aos clientes em geral.
enumera vantagens que nos concedem quando somos tratados privilegiadamente.
revela as reações de clientes a um tratamento diferenciado.
demonstra ser ilusório o domínio que o homem diferenciado exerce sobre o mundo.
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Consta que ao iniciar uma das palestras, durante sua mítica visita ao Brasil, Jean-Paul
Sartre encarou a platéia, vasculhou o recinto com os olhos incertos e disparou a pergunta:
Onde estão os negros? O Brasil não era um país de ampla população negra? Não se tratava,
além disso, de uma das raras democracias raciais do planeta? Sendo assim, onde estavam
os negros? Sartre vasculhava o recinto e não via nenhum. Por que haviam faltado naquele
dia?
Tal visita é mítica porque constitui um marco, como os mitos, e também porque, como
os mitos, deixou atrás de si uma zona de penumbra. Teria ele feito mesmo aquela pergunta
à platéia, ou fora ela inventada por outrem e atribuída a ele como a indagação perfeita que
a um filósofo perfeito cabia naquela hora e local? Não importa. O que se quer dizer aqui é
que o grande Sartre fez a pergunta errada. Ou melhor: fez a pergunta certa, mas no local
errado. Deveria tê-la feito mais adiante, quando ......... jantar, no restaurante.
Explique-se. Não surpreende que os negros não estivessem na conferência. Eles não
tinham, e continuam não tendo, acesso à boa educação. Então como agora, só uns raros
chegavam à universidade. Ir à conferência de Sartre significaria superar uma série de
obstáculos, começando pelo lar pobre e continuando com a escola precária, o cansaço
produzido por pesadas tarefas, o tempo perdido em intermináveis deslocamentos de ida e
volta a distantes periferias. Já no restaurante, ele perceberia com muito mais surpresa, que
igualmente não ............. negros – e não entre os clientes, nisso não haveria nada de
surpreendente, mas entre o próprio pessoal de serviço, ou seja, entre garçons. Ora, o ofício
de garçom é relativamente simples. ............ pés resistentes, para andar de cá para lá a noite
toda, e habilidade para segurar uma bandeja. Não precisa chegar à universidade. Tudo o
que se precisa ler é o cardápio. E no entanto, salvo exceções, não há negros entre garçons
no Brasil. Eis a discriminação no seu ponto mais cruel.
140) Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta de acordo com o texto.
a) Segundo a crença oficial, há uma correlação entre a existência de uma significativa população
negra e uma suposta democracia racial.
b) A ausência de negros na conferência de Sartre demonstra que o Brasil não tem uma política
eficaz contra o racismo.
c) O filósofo Sartre não esperava encontrar uma numerosa população negra no Brasil.
d) O autor não tem certeza de que Sartre tenha realizado a mítica visita.
e) O autor acredita que o Brasil é um país racista, mas que luta para integrar sua sociedade.
141) O último período do texto encerra
a)
b)
c)
d)
e)
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uma conclusão que prescinde da argumentação anterior.
uma constatação que traz novos argumentos à tese defendida pelo autor.
uma declaração que refuta as afirmações anteriores.
uma confirmação enfática da opinião do autor.
uma dedução contrária à tese apresentada pelo autor.
A expressão “ídolo de toda uma geração” não faz mais sentido. No passado, as gerações
se definiam pelos ícones que as representavam. James Dean era o inspirador da “juventude
transviada” dos anos 50. Os Beatles e os Rolling Stones, da turma do roque. E a geração
atual? Pode-se dizer que ela não cola um pôster na parede. Cola vários.
O adolescente hoje é infiel por natureza. Isso pode chocar os mais velhos, que se
acostumaram a passar a adolescência orando para um único roqueiro no altar do quarto.
“Eu era fã de Roberto Carlos e adorava os Beatles com a certeza de que seria para sempre”,
diz a bancária paulista Laís Soares, de 47 anos. “Minha filha não pode dizer o mesmo em
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relação a ninguém.” A filha de Laís é a estudante Flávia, de 16 anos. Ela coleciona pôsteres
de ídolos como as inglesas Spice Girls ou o ator Leonardo DiCaprio. Quando a onda passa,
guarda tudo na gaveta e começa outra coleção.
Dizer que se trata de uma geração volúvel não passa de simplificação. O que ocorreu,
na verdade, é que mudou a relação do jovem com seu ídolo. Eleger modelos é próprio da
idade. A diferença é que, no passado, os ídolos serviam para definir grupos e posavam de
guardiães de determinados valores. Quem era fã dos Beatles, que representavam rebeldia,
não podia ser fã dos Rolling Stones, que representavam uma rebeldia ainda maior. No Brasil,
quem curtia a jovem guarda não freqüentava shows dos tropicalistas e vice-versa. Hoje, a
identificação é muito menor que há dez ou vinte anos. De seus ídolos, os adolescentes
querem apenas a diversão. Guardar pôsteres. Comprar roupas parecidas. Urrar de paixão
nos shows. E depois ir para casa dormir, pensando que amanhã será outro dia. Talvez com
um ídolo novo.
142) Assinale a alternativa que está de acordo com o texto.
a) Apenas nas gerações passadas, os ídolos eram tidos como modelos pelas gerações mais jovens.
b) O fato de guardar lembranças do ídolo e urrar durante suas apresentações diferencia a geração
de hoje das gerações passadas.
c) A diversão, mais do que a identificação com um conjunto de valores representado pelo artista,
é o ponto central na escolha dos ídolos pelos jovens hoje.
d) James Dean, os Beatles e os Rolling Stones são exemplos de ídolos das gerações mais jovens
ainda hoje.
e) Os mais velhos ficam chocados porque os jovens não se identificam com idéias, apenas com
pessoas.
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A democratização da cultura tem como precondição a idéia de que os bens culturais
são direito de todos e não privilégio de alguns. Democracia cultural significa direito de acesso
e de fruição das obras culturais, direito à informação e à formação culturais, direito à produção
cultural. Ora, a indústria cultural acarreta o resultado oposto, ao massificar a Cultura. ............?
Em primeiro lugar, porque separa os bens culturais pelo seu suposto valor de mercado:
há obras “caras” e “raras”, destinadas aos privilegiados que podem pagar por elas, formando
uma elite cultural; e há obras “baratas” e “comuns”, destinadas à massa.
Em segundo lugar, porque cria a ilusão de que todos ............. acesso aos mesmos
bens culturais, cada um escolhendo livremente o que deseja, como faz o consumidor num
supermercado. No entanto, basta darmos atenção aos horários dos programas de rádio e
televisão ou ao que é vendido nas bancas de jornais e revistas para vermos que, através dos
preços, as empresas de divulgação cultural já selecionaram de antemão o que cada grupo
social pode e deve ouvir, ver ou ler.
Em terceiro lugar, porque inventa as figuras chamadas “espectador médio”, “ouvinte médio” e “leitor
médio”, às quais são atribuídas certas capacidades mentais “médias”, certos
conhecimentos “médios” e certos gostos “médios”, oferecendo-lhes produtos culturais
“médios”. Que significa isso? A indústria cultural vende Cultura. Para vendê-la, deve seduzir
e agradar o consumidor. Para seduzi-lo e agradá-lo, não pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo
pensar, fazê-lo ter informações novas que o perturbem, mas deve devolver-lhe com nova
aparência, o que ele já sabe, já viu, já fez. A “média” e o .............. comum cristalizado que a
indústria cultural devolve com cara de coisa nova. Em quarto lugar, porque define a Cultura
como lazer e entretenimento, diversão e distração, de modo que tudo o que nas obras de
arte e de pensamento significa trabalho e sensibilidade, da imaginação, da inteligência, da
reflexão e da crítica, não tem interesse, não “vende”. Massificar é, assim, banalizar a expressão
artística e intelectual.
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Módulo 20
143) No texto, são colocadas em oposição as noções de democratização da cultura e massificação da
cultura. Abaixo, a coluna da esquerda retoma essas duas noções, e a da direta lista alguns elementos
tratados no texto. Associe as duas colunas.
1.
democratização da cultura
2.
massificação da cultura
(
(
(
(
(
(
)
)
)
)
)
)
livre escolha dos bens culturais, que são acessíveis a todos sem distinção.
banalização da expressão artística e cultural.
direito de educação cultural para todos
ocupação recreativa do tempo livre
renovação aparente do que é velho
divisão dos bens culturais pelo valor por eles pago e pelo grupo social com que são identificados
A seqüência numérica correta, de cima para baixo, na coluna da direita, é
a)
b)
c)
d)
e)
2 – 1 – 2 – 1 – 1 – 2.
1 – 2 – 1 – 2 – 2 – 2.
2 – 2 – 1 – 2 – 1 – 2.
1 – 1 – 2 – 1 – 2 – 1.
1 – 2 – 1 – 2 – 1 – 1.
144) Assinale a alternativa em que se sugerem sinônimos adequados para as palavras privilégio (l. 2),
suposto (l. 5) e banalizar (l. 24), respectivamente.
a)
b)
c)
d)
e)
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artifício – inalterável – trivializar
artifício – hipotético – trivializar
prerrogativa – hipotético – trivializar
vantagem – inalterável – deturpar
prerrogativa – presumível – deturpar
Assim que a seleção francesa foi desclassificada, tirando da competição a supostamente
invencível Marselhesa, The Guardian anunciou: “O Brasil agora possui o melhor hino nacional
da Copa Mundial de 2002”. E não apareceu ninguém para desmentir ..... jornal inglês.
Para The Guardian, o nosso hino nacional é “o mais alegre, o mais animado, o mais
melodioso e o mais encantador do planeta”. A despeito da secular pinimba dos britânicos
com os franceses, não me pareceu forçada ............ restrição que fizeram ........... Marselha e
seus “belicosos apelos às armas”, desfavoravelmente comparados ao estímulo aos sentimentos
nacionais e às belezas naturais do florão da América contido nos versos que Joaquim Osório
Duque Estrada escreveu para a música de Francisco Manuel da Silva.
Cânticos de louvor ........ nações e seus povos, os hinos pouco se diferenciam: são
quase sempre hipérboles patrióticos, não raro jingoístas, demasiado apegadas a glórias
passadas e inclinadas a exortar a alma guerreira que em muitos de nós dormita. Entretanto,
comparado aos hinos dos países que nós derrotamos nas três fases da Copa, o nosso ganha
fácil em beleza melódica e expressividade poética. “É como se tivesse vindo pronto, já
composto, de uma casa de ópera”, bajulou The Guardian.
Quase um século nos separa da concepção da letra do Hino Nacional Brasileiro. Ela é
antiga, solene, inflamada, alambicada, anacrônica, como todas de sua espécie. Custamos a
nos acostumar com ela. Suas anástrofes e seus cacófagos até hoje aturdem as crianças.
Passei um bom tempo de minha infância sem atinar para o sentido de alguns versos e
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acreditando que a nossa terra era “margarida”, e não “mais garrida”. Por uma deformação
mental qualquer – ou, quem sabe, condicionado por outros hinos e por fatos de nossa
nada incruenta história -, vivia a cantar “paz no futuro e guerra (em vez de ‘glória’) no
passado”.
Encontrei uma versão em que tiraram do berço o gigante eternamente deitado: “Erguido
virilmente em solo esplêndido / Entre as ondas do mar e o céu profundo”. Prefiro os versos
originais. Não por convicções ideológicas, mas por uma questão de métrica, de eufonia – e
um pouco por desconfiar que sempre vivemos deitados em berço esplêndido, dormindo
mais do que deveríamos.
145) Assinale a única alternativa que encontra suporte no texto.
a) O nosso hino se tornou o melhor da Copa Mundial de 2002 porque sofreu forte influência da
música operística.
b) O hino nacional, por ter linguagem erudita e sintaxe complexa, nem sempre é compreendido
pela população.
c) O hino brasileiro não é de fácil compreensão, uma vez que as idéias contidas nos versos são,
hoje, vistas como ultrapassadas.
d) O hino francês não alcançou sucesso à época de sua criação porque defendia idéias belicosas
em um tempo de paz.
e) Uma das características do Hino Nacional Brasileiro é ter sido composto a muitas mãos ao longo
de sua história.
146) A respeito de algumas passagens do texto são feitas as seguintes afirmações.
I.
A expressão nossa nada incruenta história (l. 21-22) sugere que a história do Brasil foi marcada por
poucas lutas e guerras.
II.
No penúltimo parágrafo, o autor faz uma crítica à escola por não ensinar o hino nacional às crianças.
III.
Conforme se depreende do último parágrafo, uma das razões pelas quais não deveria ser modificada a letra do hino nacional é que os versos originais parecem caracterizar o modo de ser do povo
brasileiro.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas I e II.
Nenhuma.
147) Assinale a alternativa que contém sinônimos adequados para as palavras antiga, solene, inflamada, alambicada e anacrônica (l. 17), no contexto em que elas aparecem, respectivamente.
a)
b)
c)
d)
e)
velha – perene – afogueada – confusa – ultrapassada
antiquada – pomposa – entu-siasmada – afetada – ultrapassada
velha – pomposa – afogueada – confusa – atemporal
anciã – imponente – queimada – perturbada – atemporal
antiquada – imponente – queimada – afetada – desusada
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Em 1826, o pintor francês Jean-Baptiste Debret, em uma das mais expressivas obras
que pintou no Rio de Janeiro, O escravo do naturalista, registrou a participação dos escravos
e auxiliares estrangeiros que, a partir do início do século 19, percorreram várias partes do
Brasil.
A contribuição das culturas nativas para o conhecimento científico adquirido ou
construído pelos naturalistas quase sempre tem sido desconsiderada pelos historiadores da
ciência. A atenção destes é dirigida para as observações e teorias daqueles, seus instrumentos
e métodos de trabalho e para as influências políticas, filosóficas e econômicas em suas obras.
Com freqüência, eles descrevem as populações locais como iletradas e ignorantes; porém,
delas dependia, em boa medida, o êxito das expedições dos naturalistas.
Em muitos trechos de seus relatos, cientistas como Alfred Wallace, Henry Bates e Louis
Agassiz descrevem como os habitantes locais contribuíram com conhecimentos para seu
trabalho. Havia, é claro, o previsível apoio logístico e de infra-estrutura, tais como o
fornecimento de alimentos, meios de transporte e outros recursos materiais, bem como sua
presença como guias, carregadores, intérpretes e companhia pessoal. Muitas vezes, porém
– e é esse ponto que nos interessa –, verifica-se também, por parte de indivíduos e
comunidades locais, a transmissão de conhecimentos obtidos com a longa experiência na
floresta. Esses conteúdos viriam a ser sistematizados pelos naturalistas, depurados dentro da
visão científica predominante e incorporados ao cabedal científico universal.
148) Considere as seguintes afirmações.
I.
O texto questiona a imagem do naturalista como um herói desbravador que descobriu, sozinho,
grande quantidade de espécies novas de animais e plantas.
II.
Os historiadores da ciência não têm conhecimento dos relatos dos naturalistas, por isso desconhecem a importância dos nativos para o sucesso dos empreendimentos científicos.
III.
O texto afirma que o nativo foi espoliado pelo cientista estrangeiro.
Quais estão de acordo com o texto?
a) Apenas I.
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21.
22.
23.
24.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
Ao
tomarem
Cunduz,
no
Afeganistão, os homens da Aliança do
Nor te encontraram um soldado do
Taleban, Abdul Hadid, sentado na calçada,
baleado, tremendo de choque, com as
roupas ....... de sangue. No pequeno
grupo hostil e ........ que se formou ao seu
redor, Abdul percebeu que havia dois
jornalistas ocidentais, as únicas caras,
provavelmente, a mostrarem compaixão.
Endereçou a eles seu único (e último?)
pedido de ajuda da seguinte maneira:
“Tenho um amigo na Alemanha”. Depois
disso, foi levado embora – oficialmente,
para um hospital.
É como se Abdul dissesse aos que
podiam entendê-lo, ou seja, aos ocidentais
presentes: não sou “todo” daqui, minha
tribo não resume inteiramente minha
humanidade. Na hora de morrer por causa
de uma diferença étnica, ele invocou um
mundo em que, em princípio, tribos e
crenças não seriam condições de
cidadania.
25.
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28.
29.
30.
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41.
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d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
Não acredito que a frase de Abdul
fosse uma ............ oportunista. É mais
p ro v á v e l q u e e l a m a n i f e s t a s s e u m a
dolorosa contradição de fundo. Por um
lado, há a vontade de defender o que,
desde sempre, constitui uma espécie de
essência: a devoção, a fidelidade exclusiva
à tribo; por outro lado, há a sedução da
Alemanha, para onde já fora o amigo.
Qual é a força dessa sedução? Será que
está
apenas
na
abundância
de bugiganga?
Ultimamente, tem-se levantado o
........ da retomada do conflito entre Islã e
a cristandade. Mas o conflito de hoje não
é o mesmo que assolou a Idade Média,
pois a cristandade está diluída na
modernidade. O conflito de hoje não é
entre duas culturas, cada uma exclusiva,
mas entre uma cultura tradicional, que se
sustenta na exclusão (dos infiéis, por
exemplo), e a modernidade, que idealiza
a inclusão de todos.
Interpretação de
textos UFRGS
149) De acordo com o que diz o texto, a fala de
Abdul Hadid revela
a) a falsidade da tão alardeada tese da fidelidade e da capacidade de resistência dos
homens do exército do Taleban.
b) o magnetismo que um país tradicional
exerce sobre uma população marginalizada que vive em meio ao caos da guerra.
c) o desejo, em flagrante contradição com o
devotamento à tribo, de ser reconhecido
como integrante de uma cultura mais
ampla.
d) a fraqueza de um soldado diante da total
ausência de alternativas num país devastado pela guerra.
e) a perplexidade de um pobre homem diante da divisão arbitrária entre o islamismo
e o cristianismo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
150) Considere os comentários a seguir.
I.
O autor do texto, por identificar pelo nome,
Abdul Hadid, o soldado rendido, denota
conhecê-lo pessoalmente.
II.
A repetição do nome do soldado ao longo
do texto é um recurso estilístico para tornar
o fato narrado mais próximo da realidade do
leitor ocidental.
III.
Ao repetir o nome, Abdul, o texto deixa evidente que as observações feitas se restringem
a um caso individual, sem possibilidade de
generalização.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
d) Apenas II e III.
b) Apenas II.
e) I, II e III.
c) Apenas III.
Quando tomou posse na República em 31 de janeiro de 1951, Getúlio Vargas tinha
plena consciência das dificuldades e dos riscos que teria de enfrentar. Ainda antes mesmo
de se candidatar, dera-lhe a oposição udenista, em meados de 1950, através do jornalista
Carlos Lacerda, um recado claro e desafiador: “O senhor Getúlio Vargas, senador, não deve
ser candidato à Presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse.
Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar.” A estupefação que
causa hoje semelhante golpe anunciado permite medir em toda a sua extensão a evolução
política operada em meio século.
151) A última frase do texto faz uma série de afirmações. Assinale a alternativa que NÃO encontra
suporte nessa frase.
a) O recado de Lacerda não era nada menos que um anúncio, na imprensa, de um golpe de
Estado, caso Getúlio retornasse à presidência.
b) Nos últimos cinqüenta anos, a prática política evoluiu no Brasil, uma vez que não ocorrem mais
golpes.
c) Aos olhos da opinião pública dos dias atuais, uma manifestação como a do jornalista Carlos
Lacerda parece inacreditável.
d) Em meio século de história, operou-se uma significativa mudança na forma como a política é
praticada no Brasil.
e) A diferença entre a prática política de antigamente e a atual é que, hoje em dia, não se aceitariam mais pacificamente apelos à derrubada de um governo por parte da imprensa.
152) Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do enunciado abaixo, de acordo com
o texto.
Lacerda .......... : “Devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar.”
a) incitou
b) vaticinou
c) ironizou
791
d) ponderou
e) insinuou
Módulo 20
153) Considere o seguinte segmento do texto: Ainda antes mesmo de se candidatar, dera-lhe
a oposição udenista, em meados de 1950,
através do jornalista Carlos Lacerda, um
recado claro e desafiador (l. 02-04).
As alternativas a seguir apresentam reformulações corretas, e equivalentes em termos de
significado, do trecho acima, À EXCEÇÃO DE
a) Ainda antes mesmo de se candidatar, um
recado claro e desafiador lhe tinha sido dado
pela oposição udenista, em meados de
1950, através do jornalista Carlos Lacerda.
b) Ainda em meados de 1950, antes mesmo
de se candidatar, o jornalista Carlos Lacerda lhe dera um recado claro e desafiador,
através da oposição udenista.
c) Ainda antes mesmo de se candidatar,
a oposição udenista tinha lhe dado, em
meados de 1950, um recado claro e desafiador através do jornalista Carlos Lacerda.
d) Em meados de 1950,ainda antes mesmo
de se candidatar, um recado claro e desafiador lhe fora dado pela oposição udenista através do jornalista Carlos Lacerda.
e) Um recado claro e desafiador lhe dera,
em meados de 1950, através do jornalista
Carlos Lacerda, a oposição udenista, ainda
antes mesmo de ele se candidatar.
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21.
O cérebro e a memória
Como se formam lembranças no
c é r e bro de um bebê? Po r que um a
melodia romântica pode disparar
sensações tão agradáveis? Por que não
conseguimos nos lembrar do que
aconteceu conosco antes dos três anos de
idade?
Lembrar não implica apenas
arquivamento de informações. É difícil
perceber, mas precisamos da memória
para atribuir sentido ....... experiências
vivenciadas e conectá-Ias com outras. Não
notamos, mas precisamos da memória
também, por exemplo, para associar .......
bicicleta caída ...... um tombo que
levamos ou para acertar o trajeto da
cozinha ....... sala.
Na infância, quando aprendemos a
andar, há uma explosão de conexões entre
as células cerebrais. Cada experiência, por
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792
mais trivial que seja, imprime uma marca
no cérebro, formando um circuito entre
neurônios. Já as memórias que perdem o
interesse vão sendo descar tadas. Essa
constante transfor mação do cérebro
impede que haja duas pessoas iguais no
mundo.
Uma curiosidade da memória é a
seleção. Convenhamos: armazenar tudo
seria tão inútil quanto não guardar nada.
Então, para não se sobrecar regar, o
cérebro é sábio. Divide as tarefas e usa
tipos diferentes de memória. Para entender
e escrever o que se ouve ou se lê, usa-se
uma memória descar tável. Essa é a
memória de trabalho. O cérebro sabe que
não precisa guardar informações
corriqueiras por muito tempo. Por isso,
reser va espaço para a memória de longa
duração. Dessa forma, o cérebro escolhe
o que vai for mar nossa bagagem de
experiências.
Algumas lembranças, entretanto,
parecem emergir do nada: uma música
pode reacender as sensações de um jantar
romântico. Nesse caso, o cérebro associou
a melodia ao rosto, ao cheiro, ao nome
de uma pessoa. Naquele momento,
neurônios formaram conexões para
reconhecer todos os detalhes. A imagem foi
montada pelo córtex visual; o perfume
foi reconhecido no córtex olfativo; a música
e as emoções do momento foram
registradas em outras áreas do cérebro.
Mesmo finda a seqüência, a cena
ainda não estará completamente
a rq u i v a d a . A s i n f o r m a ç õ e s , f r e s c a s ,
precisam passar pelo hipocampo, que,
como uma cola, reforçará cada elo do
circuito de neurônios. Uma interrupção
pode, inclusive, causar a desgravação ou
a não gravação. Por isso, depois de um
acidente de carro, por exemplo, a vítima
esquece os momentos imediatamente
anteriores à batida. Um trauma
interrompeu uma fase de gravação.
Uma vez fixado, um circuito de
neurônios pode ficar no cérebro por
décadas. Por isso, tempos depois, num bar,
distraído, você ouve aquela música e
pronto! Uma coisa puxa a outra e será o
suficiente para reativar todo o circuito. Aliás,
a lembrança pode ser até mais agradável
do que foi o acontecimento real.
Interpretação de
textos UFRGS
154) Assinale com V (verdadeiro) as afirmações que
estão de acordo com o texto e com F (falso)
as que não concordam com o que nele se diz.
( )
( )
( )
( )
Vítimas de acidentes de carro não conseguem
lembrar-se dos momentos que antecedem
o acidente por apresentarem algum defeito
congênito no hipocampo.
É possível lembrar fatos passados se o processo de sua gravação na memória se desenvolveu de forma ininterrupta.
O hipocampo é uma espécie de cola responsável por montar somente imagens captadas
pela visão.
Lembrar-se das coisas é mais do que guardar
informações sobre eventos que ocorreram;
envolve reativar todo um conjunto de associações, por exemplo, entre objetos e fatos.
A seqüência correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
V - F - V - V.
F - F - V - F.
V - V - F - V.
F - V - F - V.
V - V - V - F.
Quais são compatíveis com o sentido do
trecho no texto?
a)
b)
c)
d)
e)
156) Sobre o sentido e a funcionalidade do último
parágrafo em relação ao todo do texto, é
correto afirmar que ele
a) nega um argumento do penúltimo parágrafo.
b) reitera uma negação do primeiro parágrafo.
c) detalha informações do terceiro parágrafo.
d) responde a uma pergunta do primeiro
parágrafo.
e) reforça com um novo exemplo a argumentação anterior.
157) Assinale a alternativa que apresenta os sinônimos mais adequados para as palavras
trivial (I. 22), formar (I. 42), emergir (I. 45) e
reacender (I. 46).
155) Observe as reformulações propostas para o
trecho Para entender e escrever o que se
ouve ou se lê, usa-se uma memória descartável. Essa é a memória de trabalho
(I. 34-37).
I.
II.
III.
Apenas I.
Apenas II.
Apenas I e III.
Apenas II e III.
I, II e III.
Para se compreender e anotar o que se lê
ou se ouve, é posta em funcionamento uma
memória descartável, a de trabalho.
A memória de trabalho é descartada depois
de cumprir seu papel de entender e registrar
o que lê ou ouve.
O entendimento e o registro de uma comunicação oral ou escrita implica o uso de uma memória descartável, de um trabalho de memória.
793
a)
b)
c)
d)
e)
inútil - organizar - brotar - reaquecer
vulgar - decidir - eclodir - rebuscar
sofisticada - compor - nascer - resgatar
comum - integrar - provir - reaproximar
prosaica - constituir - surgir - reavivar
Módulo 20
01. Fotógrafo descobria delicadeza de gestos
02.
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55.
“Tirar fotos é prender a respiração
quando todas as faculdades convergem
para a realidade fugaz. É organizar
rigorosamente as formas visuais percebidas
para expressar o seu significado. É pôr
numa mesma linha cabeça, olho e
coração.” Essa imbatível definição do ato
fotográfico, feita pelo próprio Henri CartierBresson, ser ve de ponto de partida para
entender a magnitude e a...........de sua
obra em todo o mundo.
Car tier-Bresson fotografava com o
instinto de um caçador que persegue
obstinadamente sua presa. Ele até se
enveredou pelo universo dos retratos e os
fez bem, mas seu grande diferencial era
um faro particular para capturar ......... . Sua
busca incansável era por aquilo que ele
conceituou como o instante decisivo, o
momento em que o universo em
harmonia conspira a favor do artista.
Mais do que uma técnica apurada,
o instante decisivo de Car tier-Bresson
preconizava a paixão pelo prosaico e pela
fugacidade da vida. Sua investigação não
buscava a obtenção de fotografias
grandiosas, mas, sim, a descoberta da
beleza e da delicadeza dos pequenos
gestos.
Ao aposentar-se, Bresson se abrigou
no desenho e na pintura. “Não tenho
saudades. O desenho é uma meditação,
enquanto a foto é um tiro.” A preferência
pela meditação e pela ........ era também
uma forma de fugir ao assédio.
Bresson morre no momento em que
a fotografia passa por uma profunda
transformação no mundo todo. Com a
disseminação das câmeras digitais portáteis
e dos celulares e palm tops que fotografam
e com a facilidade de circulação das
imagens via internet, uma nova linguagem
está sendo elaborada sem que saibamos
onde tudo isso vai dar.
A visão de mundo de Bresson e de
seus pares, alicerçada na sensibilidade, na
argúcia e no rigor estético, parece não ser
mais suficiente para traduzir esses novos
tempos. A era da velocidade e da
informação carrega a convicção de que o
instante decisivo ocorre o tempo todo e
está on-line . Mera ilusão. Cartier-Bresson
será sempre o fio da meada para se
reencontrar uma sensibilidade em extinção.
158) Considere as seguintes afirmações sobre o
texto.
I.
Do trecho Essa imbatível definição do
ato fotográfico (I. 08-09), infere-se que a
definição de Cartier-Bresson não pode ser
contestada.
II.
Do trecho Sua investigação não buscava a
obtenção de fotografias grandiosas, mas,
sim, a descoberta da beleza e da delicadeza dos pequenos gestos (I. 26-30), infere-se
que grandes fotógrafos não se salientam por
fotografias grandiosas.
III.
Do trecho A visão de mundo de Bresson e
de seus pares, alicerçada na sensibilidade,
na argúcia e no rigor estético, parece não
ser mais suficiente para traduzir esses
novos tempos (I. 46-50), infere-se que a
visão de mundo de Bresson e de seus pares
é ilusória.
Quais estão de acordo com o texto?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
ApenaS II.
Apenas III.
Apenas I e II.
I, II e III.
159) Assinale a alternativa que sintetiza adequadamente a idéia contida nos dois últimos
parágrafos do texto.
794
a) Os recursos tecnológicos disponíveis atualmente complementam a visão de mundo de Cartier-Bresson e de seus pares.
b) A era da velocidade e da informação é
uma ilusão que só pode ser compreendida
através da sensibilidade de Cartier-Bresson.
c) A morte de Cartier-Bresson consolida a
transformação da fotografia no mundo
todo, a qual se apóia na idéia de que o
instante decisivo está on-line.
d) A sensibilidade, a argúcia e o rigor estético
são características da nova linguagem que
está sendo elaborada.
e) Os recursos tecnológicos disponíveis carecem de sensibilidade para que a nova
linguagem que está sendo elaborada
possa ser equiparada à arte de Cartier-Bresson e de seus pares.
Interpretação de
textos UFRGS
160) Assinale a alternativa que apresenta os sinônimos mais adequados para as palavra fugaz
(I. 04), alicerçada (I. 47) e argúcia (I. 48).
a)
b)
c)
d)
e)
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31.
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efêmera - fundamentada - perspicácia
transitória - baseada - astúcia
escassa - calcada - esperteza
passageira - impressa - malícia
exígua - conquistada - sagacidade
c) Na impossibilidade de se encontrar uma
maneira eficiente de negar o valor da obra
de Neruda.
d) No dilema, de várias gerações de leitores,
de entender Neruda.
e) No peso da popularidade de Neruda.
162) Considere as seguintes afirmações sobre o
texto.
O problema Neruda
Há cem anos nasceu o poeta mais
popular de língua espanhola, com uma
obra cuja força lírica supera todos os seus
defeitos.
Sem dúvida, há um “problema Pablo
Neruda”. Foi o outro grande poeta chileno,
seu contemporâneo Nicanor Parra (depois
de passar toda uma longa vida
injustamente à sombra de Neruda), quem
o for mulou com maliciosa concisão:
“Existem duas maneiras de refutar Neruda:
uma é não lê-Io; a outra, lê-Io de má-fé.
Tenho praticado as duas, mas nenhuma
deu resultado”. A frase de Parra descreve
o dilema de várias gerações de leitores.
Ninguém duvida, ou nega seriamente, que
Neruda, cujo centenário de nascimento se
comemora no dia 12 deste mês, seja um
grande poeta - dos maiores do século 20.
Mas quase todos os leitores mais exigentes
preferem outros poetas, enquanto os mais
fiéis ner udistas admiram incondicio nalmente o pior de uma vasta obra muito
desigual na sua qualidade. Entre matronas
sentimentais e moçoilas de tornozelos
sujos, garotos tresnoitados e velhos
saudosos do stalinismo, Neruda parece
quase naufragar sob o peso de sua
popularidade. Mas sempre volta a emergir,
triunfante e definitivo, de toda leitura de
boa-fé.
I.
Do fragmento Foi o outro grande poeta
chileno (I. 07), infere-se que houve apenas
dois grandes poetas no Chile.
II.
Do fragmento Ninguém duvida, ou nega seriamente, que Neruda [...] seja um grande
poeta (I. 17-20), infere-se que é consenso que
Neruda seja um poeta de reconhecido valor.
II.
Da frase que se estende da linha 21 (Mas
quase todos os leitores...) até a linha 25
(...obra muito desigual na sua qualidade),
infere-se que os mais leais nerudistas não são
leitores muito exigentes.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas I e II.
I, II e III.
163) Considere as seguintes afirmações sobre a
relação entre alguns pronomes do texto e os
segmentos a que se referem.
I.
Na linha 08, o pronome seu remete à expressão o outro grande poeta chileno (I. 07).
II.
Através do pronome o (I. 11), está sendo
retomada a palavra Neruda (I. 10).
III.
O pronome sua (I. 25) remete à expressão
vasta obra (I. 24).
161) Em que consiste, essencialmente, o problema Neruda, referido no texto?
a) Na inveja de Nicanor Parra, que passara
toda uma longa vida injustamente à
sombra de Neruda (I. 09-10).
b) Na qualidade da vasta obra de Neruda,
muito desigual.
795
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas I e III.
I, II e III.
Módulo 20
164) Usando uma expressão idiomática, em seu sentido consagrado, pode-se dizer que o personagem
Dogbert tem a atitude de quem
a)
b)
c)
d)
e)
quer vender o peixe pelo preço que comprou.
anda com a pulga atrás da orelha.
pretende vender gato por lebre.
imagina plantar verde para colher maduro.
não tem papas na língua.
165) A palavra Vista, no primeiro quadrinho, é usada com o mesmo sentido na tira e na frase
a)
b)
c)
d)
e)
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17.
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21.
22.
23.
Fulana dá na vista com seus óculos novos.
Do avião, tem-se uma vista notável sobre o Guaíba.
A sua vista de lince impressionava a todos.
Ela não apreciava a paisagem por ser curta de vista.
Seu apartamento é de encher a vista, de tão bonito.
Se escapar do bombardeio ............ está sendo submetido, um achado divulgado anteontem
por pesquisadores do Reino Unido poderá mudar a história da ocupação humana da
América. Segundo eles, pegadas de pessoas descobertas no centro do México teriam
40 mil anos – embora os registros mais antigos de presença humana no continente não
ultrapassem ............ 13 mil anos.A equipe, liderada pela geoarqueóloga mexicana Silvia
González, achou os rastros na beira de um antigo lago assolado por chuvas de cinza
vulcânica. Imagina-se que, depois de um desses episódios, um grupo de pessoas (entre as
quais crianças, a julgar pelas dimensões das pegadas) teria caminhado sobre a cinza,
deixando sua marca. Usando uma série de métodos diferentes, o grupo britânico datou
fósseis de animais no mesmo nível da pegada, assim como sedimentos em volta da própria,
chegando à data de por volta de 40 mil anos antes do presente. Hoje, o sítio arqueológico
das Américas mais antigo cujas datas são aceitas pelos cientistas é Monte Verde, no extremo
sul do Chile, com seus 12,5 mil anos. Poucos pesquisadores põem em dúvida a idéia de
que os primeiros americanos cruzaram o estreito de Bering, vindos do extremo nordeste
da Ásia, para chegar ao Novo Mundo.“Novas rotas de migração ............ expliquem a
existência desses sítios muito mais antigos precisam ser consideradas. Nossos achados
reforçam a teoria ............ esses primeiros colonos tenham vindo pela água, usando a rota
da costa do Pacífico”, disse González em comunicado.“Nunca se deve dar a conhecer um
achado tão importante numa entrevista coletiva”, critica o antropólogo argentino Rolando
González-José, do Centro Nacional Patagônico. O pesquisador já chegou a estudar os
antigos mexicanos junto com a arqueóloga, mas teve “divergências inconciliáveis” com
ela. “Uma data de 40 mil anos não necessariamente leva a modelos alternativos do
povoamento, muito menos recorrendo a rotas transpacíficas”, diz.
796
Interpretação de
textos UFRGS
166) Considere as seguintes afirmações.
I.
III.
A descoberta de fósseis permitiu a localização
de pegadas de um grupo de pessoas que teria
caminhado sobre a cinza proveniente de um
episódio de chuvas de cinza vulcânica.
A expressão esses primeiros colonos (l. 17)
refere-se aos migrantes que deixaram suas
pegadas no centro do México.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas I e II.
Apenas II e III.
II.
Foram descobertos, no centro do México,
fósseis de pessoas cujas pegadas têm mais
de 40 mil anos.
III.
A possível datação de 40 mil anos para o achado da equipe de González exige, segundo a
arqueóloga, que se considerem novas rotas
de migração dos primeiros povoadores da
América.
168) Considere as seguintes afirmações sobre expressões indicativas de tempo usadas no texto.
Quais estão de acordo com o texto?
I.
A palavra anteontem (l. 01) remete à ante-véspera do dia em que a reportagem foi
escrita.
II.
A palavra depois (l. 07) está relacionada a um
dos episódios de chuvas de cinza vulcânica.
III.
A expressão antes do presente (l. 11) significa
‘antes do momento da descoberta’.
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas I e II.
Apenas II e III.
167) Considere as seguintes afirmações sobre
referentes de segmento do texto.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas I e II.
Apenas II e III.
I.
O substantivo bombardeio (l. 01) refere-se
às freqüentes chuvas de cinza vulcânica que
atingem o achado.
II.
O substantivo marca (l. 09) refere-se essencialmente a pegadas de crianças.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
O Salman Rushdie era para ser a estrela da terceira Festa Literária Internacional de Parati e
foi. Só se decepcionou quem esperava que ele se comportasse como estrela. É um homem
............ e afável, e sua participação foi um dos pontos altos de um acontecimento que de
tantos pontos altos pareceu uma cordilheira. A começar pelo começo, uma bela
homenagem a Clarice Lispector, seguida de um magnífico show de Paulinho da Viola que
acabou com todo ............ sambando – até, não duvido, o Salman Rushdie. Outro pico do
evento foi a palestra do Ariano Suassuna, cujo tema era para ser “Brasil, arquipélago de
culturas”, mas no fim foi o espetáculo de Ariano Suassuna sendo Ariano Suassuna, outro
show inesquecível. Das outras mesas (que eu vi, esqueci a ubiqüidade em casa e não
pude ir a tudo), destaque para o israelense David Grossman e o sri-landês, se é assim que
se diz, Michael Ondaatje falando sobre suas obras, a crítica argentina Beatriz Sarlo e o
Roberto Schwartz – na mesa em que foi servida a iguaria intelectual mais fina da festa -, Jô
Soares e Isabel Lustosa falando de humor com muito humor, o rapper e sociólogo
espontâneo MV Bill, com Luiz Eduardo Soares e Arnaldo Jabor, no que foi certamente a
............ mais emocional e emocionante de todas, e o americano John Lee Anderson e o
português Pedro Rosa Mendes falando de suas experiências como repórteres de guerra
no Iraque e em Angola, respectivamente. Eu falei para um grande grupo de crianças na
Flipinha, um programa paralelo dirigido a escolares da região, e uma das perguntas que
vieram da platéia foi: “O senhor sabe ler?” Pergunta básica e perfeita e mais importante do
797
Módulo 20
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
que imaginava a pequena autora. Ela checava as minhas credenciais para ser escritor e
estar ali mandando todos lerem. Saber ler não significa apenas ser alfabetizado ou interpretar
um texto como faz o Salman Rushdie, que lê como o ator frustrado que confessou ser.
Também significa saber ler a realidade à sua volta, como fazem David Grossman, que vive
em Jerusalém e tenta se manter racional e humano em meio aos ódios dos dois lados, ou
MV Bill, que nasceu na Cidade de Deus e sobreviveu e hoje faz a leitura mais certa do que
é ser negro e pobre no Brasil. E aprender a ler também significa descobrir escritores, como
se faz na Flip. Saí de Parati decidido a ler tudo que encontrar do Grossman e da Beatriz
Sarlo, por exemplo. Poderia ter respondido à menina que não, ainda não sabia ler como
deveria, mas que chegaria lá.
169) Considere as seguintes afirmações:
I.
O autor sentiu-se constrangido diante da pergunta da menina, como se infere do segmento checava as minhas credenciais (l. 20).
II.
Segundo o autor, saber ler implica principalmente interpretar um texto a partir de distintas realidades.
III.
Para o autor, aprender a ler pressupõe também chegar a conhecer a obra de diversos escritores.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
170) Considere os seguintes segmentos do texto.
1. se decepcionou (l. 02)
2. se comportasse (l. 02)
4. confessou (l. 22)
5. sua volta (l. 23)
Quais deles se referem a Salman Rushdie?
a) Apenas 1, 2 e 4.
b) Apenas 1, 3 e 5.
c) Apenas 2, 3 e 4.
3. sua participação (l. 03)
d) Apenas 2, 3 e 5.
e) Apenas 3, 4 e 5.
171) Considere as seguintes propostas de substituição de segmentos do texto.
I.
Substituir a palavra começo (l. 04) por origem.
II.
Substituir a terceira ocorrência de Ariano Suassuna (l. 08) por ele mesmo.
III.
Substituir a palavra emocional (l. 15) por sentimental.
Quais propostas manteriam o sentido do texto?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
172) Assinale a alternativa em que a segunda palavra constitui um sinônimo adequado da primeira,
considerando-se o contexto em que esta ocorre.
a)
b)
c)
d)
e)
pico (l. 06) – cume
iguaria (l. 12) – petisco
espontâneo (l. 14) – franco
alfabetizado (l. 21) – letrado
decidido (l. 27) – resoluto
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Um dia desses, recebi um telefonema surpreendente de Bernd Eichinger. Ele queria muito
que eu visse seu novo filme A Queda , antes ............ em circuito. Uma oportunidade
maravilhosa. Eu sabia que o filme de Eichinger tinha desencadeado uma grande discussão
na Alemanha. A caminho do cinema, foram me passando pela cabeça alguns argumentos
aventados nesse debate. Na Inglaterra, eu tinha lido muito pouco sobre o filme até então.
Os poucos comentários mencionavam apenas que a Alemanha estava quebrando pela
primeira vez um tabu com esta representação cinematográfica de Hitler. Não só em conversas
com amigos e historiadores alemães, mas também na imprensa do país, este parecia ser
realmente um aspecto importante. As pessoas me perguntavam se a Alemanha estaria
preparada para um filme desses ou não. Se mostrar o ser humano Hitler não implicaria o
risco de perder de vista seu caráter maligno, monstruoso e demoníaco, podendo até
despertar simpatia por ele. Será que um filme desses não poderia ter o efeito indesejado de
transformar o bunker do Führer numa desagradável atração turística, para muitos até mesmo
em lugar de peregrinação? Sei o quanto os alemães são sensíveis em relação ............ época
de Hitler, mas, do ponto de vista inglês, isso parecia um caso típico de medo – compreensivo,
mas exagerado – do passado nazista e de seu desdobramento histórico. Eu achava
perfeitamente legítimo fazer um filme desses; para mim, era só uma questão de tempo.
............ alguns anos, em projeto desses teria sido ousado demais, uma provocação muito
grande, uma monstruosidade. Mas um filme desses faz parte de um processo contínuo e
inevitável de passar a enxergar e considerar ............ época de Hitler como história. Não
significa que o passado nazista deva ser contemplado sem emoção, sem consternação. O
julgamento do Terceiro Reich também não precisa ser drasticamente revidado, seus terríveis
crimes não precisam ser relativizados.
173) Considere as seguintes afirmações.
I.
II.
III.
O novo filme foi muito discutido na Alemanha, porque poderia começar a despertar simpatia da
parte dos alemães por Hitler, como a imprensa inglesa noticiou.
Os ingleses são extremamente receosos do que diz respeito ao passado nazista e do que pode
advir daí.
Um filme como A Queda inevitavelmente seria feito quando tivesse decorrido um largo período de
tempo após os crimes terríveis do Terceiro Reich.
Quais encontram suporte no texto?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas I e III.
174) O trecho que inicia na linha 20 e termina na linha 21 sugere que
a) as ações do Terceiro Reich devem ser mais debatidas, pois ainda não se chegou a uma conclusão
sobre o caráter de Hitler.
b) a imagem de um Hitler maligno, monstruoso e demoníaco pode ser atenuada se a história
nazista for narrada com emoção.
c) um filme que tratasse da crueldade de Hitler permitiria reescrever a história do Terceiro Reich.
d) a abordagem do filme, ao contemplar a outra face de Hitler, estaria relativizando seus crimes.
e) o fato de a época de Hitler agora ser considerada como história não deve atenuar a gravidade
dos crimes do Terceiro Reich.
175) Assinale a alternativa que apresenta os sinônimos mais adequados para as palavras aventados
(l. 05), consternação (l. 21) e revidado (l. 22).
a)
b)
c)
d)
e)
sugeridos – abatimento – recuperado
lembrados – desalento – contestado
inventados – horror – revisado
ocorridos – compaixão – revogado
insinuados – receio – objetado
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bom aí é... a senhora e... eu não tenho queixa dos meus alunos nunca precisei assim de
ralhar um aluno... mas no tempo que eu era guria havia muito respeito agora o que eu
vejo que as minhas colegas contam... eu fico horrorizada né?... eles não têm mesmo respeito
eu acho que... se não têm é porque eu acho que os professores é que não... que não
sabem exigir ou também é proibido passar qualquer castigo alguma coisa assim que no
tempo da gente tinha né?... a gente recebia o castiguinho... copiar a mesma lição uma
porção de vezes... quer dizer que aquilo botava o pessoal na linha... agora hoje em dia
não só o professor não pode dizer nada ele... os alunos parece que tomam conta... dos
professores... ao menos é o que eu ouço contar né? Não que eu esteja vendo porque eu
não estou estudando agora não sei...só sei que... a gente ouve dizer por aí né?...
me desculpe se falei demais...
176) No bloco superior, abaixo, estão transcritos três segmentos da entrevista com marcas de oralidade;
no bloco inferior, são feitas afirmações sobre aspectos formais dessas marcas.
Associe adequadamente o bloco superior ao inferior.
( )
no tempo que eu era guria (l. 02)
( )
aquilo botava o pessoal na linha (l. 07)
( )
me desculpe se falei demais (ls. 10-11)
1.
Contém omissão de marca de concordância obrigatória na língua culta.
2.
Contém apagamento de palavra de uso obrigatório na construção sintática da língua culta.
3.
Contém emprego de ordem sintática usual na língua falada, mas inadequada na língua culta.
4.
Contém expressão usual na língua falada, mas inadequada na língua culta.
A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
2, 4 e 1.
2, 4 e 3.
3, 2 e 4.
4, 1 e 2.
4, 3 e 1.
177) Considere as afirmações abaixo sobre referentes de segmentos do texto.
I.
A palavra agora (l. 02) refere-se a um tempo presente em relação à época da entrevista.
II.
A palavra eles (l. 03) refere-se a meus alunos (l. 01).
III.
A expressão a gente (l. 10) refere-se somente à entrevistada e à entrevistadora.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas I e II.
I, II e III.
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Assim como as outras ciências, a Medicina não escapou ao mito da estagnação medieval.
Nas obras que ainda alimentam esse clichê, lê-se que a Medicina passou quase mil anos
num sono profundo, entre a Antigüidade e o Renascimento. Os indícios que sustentam
essa conclusão convergem em alguns aspectos: a ausência de invenções espetaculares e
de médicos excepcionais, a feitiçaria onipresente e a influência da Igreja sobre as ciências.
A Medicina era domínio de monges, filósofos e charlatães.Ainda hoje, nossa visão da Idade
Média permanece impregnada dessas idéias, que se baseiam, no entanto, num ponto de
vista moderno: em vez de serem colocadas na perspectiva da época, as ciências são avaliadas
tomando como parâmetro os critérios atuais. Assim a crítica segundo a qual a Igreja teria
exercido uma dominação aniquiladora do progresso é típica de uma sociedade laica. Para
os cristãos da Idade Média, ao contrário, não existia alternativa: eles acreditavam que os
judeus, os pagãos e os hereges estavam condenados às penas do inferno. A Medicina
medieval era praticada na base de uma fé jamais colocada em questão e encontrava seu
lugar numa visão de mundo inteiramente religiosa. A Medicina era mais uma filosofia da
Natureza que uma ciência da Natureza, no sentido moderno do termo. Ora, sem as
bibliotecas monásticas, o trabalho dos monges copistas e o interesse que os eruditos
eclesiásticos demonstravam pela terapêutica, os escritos antigos de famosos médicos
romanos, gregos ou árabes estariam perdidos. Depois da queda do Império Romano,
apenas os religiosos sabiam ler e escrever e dominavam a língua erudita européia, o latim.
Dessa forma, a Igreja permitia a continuidade da cultura e a sobrevivência da filosofia antiga
– e pagã. Para o cristão devoto, a saúde e a salvação estavam alegoricamente ligadas:
a Medicina cuidava do corpo que perecia, e a religião, da alma imortal. O médico tinha de
reconhecer as doenças e buscar tratá-las pelos meios terrestres. Só se ele atingisse seus
limites é que deveria ceder lugar ............ ajuda religiosa. Os autores religiosos davam, assim,
um grande valor ............ saúde do corpo, pois a “carne fraca” do ditado era particularmente
vulnerável à influência do Maligno. A representação mais popular do Cristo médico mostra
as curas milagrosas do Novo Testamento e legitima assim a inter venção dos médicos em
caso de doença (quando ela não era um ato divino irreversível). A existência de plantas
medicinais provava, ao crente, que o Criador tinha previsto sua utilização para o alívio e a
cura. Ao contrário de um preconceito bastante difundido, uma fé inabalável não impedia
que se adotasse uma conduta ativa e pragmática para resolver os problemas que surgiam:
como hoje, os homens da Idade Média tentavam fazer tudo o que estava ............ seu
alcance para facilitar a vida aqui na Terra e preservar a saúde.
178) As paráfrases abaixo poderiam substituir as palavras que as precedem, sem causar alteração do
significado, à exceção de uma. Assinale-a.
a)
b)
c)
d)
e)
clichê (l. 02) – lugar-comum
convergem (l. 04) – estão de acordo
onipresente (l. 05) – incontestada
laica (l. 10) – não religiosa
alegoricamente (l. 21) – no plano simbólico
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179) Leia a afirmação abaixo – sobre a temática
abordada no texto – e considere as assertivas
que sobre elas são feitas, nos números de I a III.
181) As palavras monásticas (l. 16) e copistas
(l. 16) remetem, respectivamente, a
a) um tipo de local e a uma atividade.
b) uma especialização do acervo e a uma
ordem religiosa.
c) uma especialização do acervo e a uma
doutrina religiosa.
d) um tipo de local e a uma posição na hierarquia social.
e) uma especialização do acervo e a uma
nacionalidade.
Entre a Antigüidade e o Renascimento, o
pensamento médico esteve submetido à
religiosidade, não apresentando uma base
científica, razão pela qual permaneceu
estagnado.
I.
II.
III.
A afirmação em negrito não corresponde ao
ponto de vista expresso no texto, mas, sim,
a uma perspectiva moderna acerca da Medicina medieval, da qual o autor do texto não
compartilha.
O trabalho de manutenção e tradução do
pensamento médico da Antigüidade realizado por copistas e eruditos medievais aliado
à preocupação do homem medieval com a
conservação da saúde contradizem a afirmação em negrito.
182) Para a frase Nas obras que ainda alimentam
esse clichê, lê-se que a Medicina passou
quase mil anos num sono profundo, entre
a Antigüidade e o Renascimento (ls. 0203), foram propostas cinco reescritas. Assinale
aquela em que há mudança de significado.
a) Nas obras que seguem alimentando esse
clichê, lê-se que a Medicina passou quase
mil anos num sono profundo, entre a
Antigüidade e o Renascimento.
b) Nas obras que ainda alimentam esse
clichê, lê-se que, entre a Antigüidade e
o Renascimento, a Medicina passou mil
anos quase num sono profundo.
c) Lê-se, nas obras que ainda alimentam esse
clichê, que a Medicina passou quase mil
anos num sono profundo, entre a Antigüidade e o Renascimento.
d) Entre a Antigüidade e o Renascimento,
a Medicina passou quase mil anos num
sono profundo, conforme se lê nas obras
que ainda alimentam esse clichê.
e) Nas obras que ainda alimentam esse
clichê, lê-se que, entre a Antigüidade e o
Renascimento, a Medicina passou quase
mil anos num sono profundo.
No que toca à história das ciências, a afirmação em negrito pertence a uma rede de
crenças de natureza mítica acerca da Idade
Média.
Quais delas estão corretas, considerando o
conteúdo do texto?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas I e III.
I, II e III.
180) Considere as expressões abaixo, retiradas do
texto.
I.
esse clichê (l. 04)
II.
A Medicina (l. 11-12)
III.
dessas idéias (l. 15)
Quais delas fazem alusão ao mito referido
nas linhas 02e 03?
a)
b)
c)
d)
e)
183) Assinale a alternativa em que a associação
entre o pronome e o segmento que ele retoma ou a que ele se refere está incorreta.
Apenas I.
Apenas II.
Apenas I e II.
Apenas I e III.
I, II e III.
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a) eles (l. 11) – os cristãos da Idade Média
(l. 11)
b) seu (l. 13) – uma fé jamais colocada em
questão (l. 13)
c) las (l. 23) – as doenças (l. 23)
d) ela (l. 28) – doença (l. 28)
e) sua (l. 29) – plantas medicinais (ls.28 -29)
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Antes de desdenhar a terapêutica medieval, é importante lembrar que o homem “moderno”
ama recorrer a antigos modelos explicativos. Quem já fez tratamento de purificação de
toxinas, técnica de medicina suave, dá a entender que ainda acredita nas patologias humorais
e outros acúmulos prejudiciais em nosso corpo, mesmo que o êxito da purificação se deva
talvez a uma alimentação mais equilibrada e a uma maior atenção ao corpo. Muitos são os
que, nostálgicos das analogias medievais entre macrocosmo e microcosmo, ............ no
horóscopo e suas advertências em relação à saúde.O estudo da Medicina medieval deveria
nos tornar mais humildes em relação à nossa própria Medicina. ............ não muito tempo,
consideravam-se ultrapassados os medicamentos à base de plantas. Hoje, vemos que
princípios ativos de numerosas espécies vegetais e a fitoterapia voltam à tona. O médico da
Idade Média acreditava firmemente na realidade dos quatro humores, assim como o homem
moderno crê no poder dos genes. Os conceitos médicos são sempre originários do contexto
de seu tempo. Quem sabe, talvez daqui a algumas centenas de anos, os médicos do
futuro não sorrirão contemplando nossos modelos anatômicos e dizendo: “............!”.
184) O trecho
a) reforça o rechaço às práticas assemelhadas às da Medicina medieval pelas pessoas de hoje em
dia, referido no primeiro texto.
b) traz novos dados para comprovar que, efetivamente, a Medicina medieval pode ser considerada
pura crendice.
c) assinala o caráter cíclico e místico das ênfases terapêuticas na história da humanidade a partir
da Idade Média.
d) registra a independência que a boa Medicina deve ter em relação ao contexto histórico em que surge.
e) sugere que estudar a história da Medicina poderá fazer com que relativizemos nosso orgulho
diante de seus atuais avanços.
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Em sua origem, a Medicina Ocidental era uma ciência essencialmente humanística. Suas
raízes e seu sistema teórico partiam de uma visão holística que entendia o homem como
ser dotado de corpo e espírito. As causas das doenças, portanto, deveriam ser buscadas
não apenas no organismo enfermo, mas também e principalmente no que há de
essencialmente humano no homem: a alma, esse componente espiritual que distingue o
homem dos outros organismos vivos do planeta.
Este foi o modelo, a concepção de médico e de medicina que se perpetuou historicamente
– obviamente não sem mudanças, rupturas e transformações - no Ocidente até bem pouco
tempo atrás. A Antiguidade Latina e a Idade Média herdariam essa concepção e pouco lhe
acrescentariam. É certo que no Renascimento, no alvorecer da Modernidade, muitos dos
postulados clássicos começaram a ser revistos, graças ao espírito investigativo que
caracterizou o período então. Isso, entretanto, não afetou a concepção filosófica da
medicina, que, muito mais agora do que na Idade Média, se afirmava como uma ciência
essencialmente humanística.
Durante o século XIX forjou-se a imagem romântica do médico sábio, conhecedor dos
avanços científicos no campo da clínica, da patologia, da farmacologia, mas também amante
da literatura, da filosofia, da história. Homem culto, o médico romântico aliava seus
conhecimentos científicos ....humanísticos e utilizava a ambos na formulação dos seus
diagnósticos e prognósticos. Conhecedor da alma humana e da cultura .......... se inseria,
já que invariavelmente andava muito próximo .......... seus pacientes, como médico de
família que era, este respeitável doutor sabia que curar era, fundamentalmente, uma
operação que envolvia elementos de caráter cultural e psicológico.
Por outro lado, essa inserção do médico em seu meio sociocultural, fazia com que seu
papel não se restringisse ao de simplesmente atuar na cura das enfermidades. Ele era
também aquele que, frente aos limites e às impossibilidades médicas, sabia acompanhar o
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enfermo e seus familiares no sofrimento e na preparação para a morte, além de ser aquele
que inter vinha como orientador nos assuntos mais diversos, tais como o despertar da
sexualidade nos adolescentes, os problemas de relacionamento do casal e inúmeras outras
questões da vida familiar.
Paradoxalmente, o mesmo século XIX, que assistiu à consagração da moderna medicina
humanística em sua versão romântica, marcou também o início da sua crise. Principalmente
a partir da segunda metade desse século, as importantes descobertas em campos, como o
da microbiologia, desencadearam uma verdadeira revolução no terreno da patologia,
gerando profundas transformações na ciência médica como um todo. Assistia-se a um
“milagre” ímpar e, ao se iniciar o século XX, tudo dava a entender que a medicina estava
prestes a atingir a sua idade de ouro, o seu estágio de “ciência exata”.
Entretanto, à medida que o prestígio das ciências experimentais foi crescendo, o das ciências
humanas esvanecia-se no meio médico, e a medicina, então, passava a se sustentar
essencialmente nas ciências exatas e biológicas. As descobertas ainda mais surpreendentes
que ocorreram nas últimas décadas, principalmente no âmbito da biologia celular e
molecular, que ultimamente têm culminado nas pesquisas do genoma, parecem ter
definitivamente confirmado a idéia de que a chave de todo o conhecimento médico está
nas ciências experimentais. Vistas desta forma, as ciências humanas – a história, a filosofia,
a literatura – não têm mais nada a dizer à medicina, a não ser louvar as suas lutas e
conquistas e relatar a sua tremenda evolução.
De fato, todo esse processo de super valorização das ciências biológicas e dos meios
tecnológicos, que acompanharam o desenvolvimento sem precedentes da medicina nestas
últimas décadas, trouxe como conseqüência mais visível a “desumanização” do médico,
que foi se transformando cada vez mais em um técnico, um especialista. E isso, não apenas
por força das exigências de uma formação cada vez mais especializada, mas também em
função das transformações nas condições sociais de trabalho que tendem a proletarizar o
médico, restringindo a sua disponibilidade para que haja um contato mais amplo com
o paciente que assiste.
Certamente, mesmo depois de totalmente desvendado o código genético e desenvolvidas
as mais sofisticadas técnicas de diagnóstico e prognóstico clínico, os médicos continuarão
enfrentando limitações e dificuldades que exigirão mais do que o conhecimento científicotecnológico para que possam ser superadas. Sem dúvida, há uma grande necessidade de
se “reumanizar” a medicina, de se desenvolver e fornecer recursos humanísticos para
o processo de formação e de atuação do médico e dos profissionais da saúde em geral - não
só por ser uma questão de ética, mas porque só se pode falar em verdadeira evolução do
conhecimento biológico-médico quando se procura a integração dos saberes que
extrapolam o campo puramente físico-experimental.
185) Assinale a única alternativa que encontra suporte no texto.
a) Desde seu surgimento até a atualidade, no mundo todo, a medicina sempre defendeu o princípio de que o homem deve ser visto de forma holística; ou seja, não só seu corpo, mas sua
alma deve ser analisada, diagnosticada e tratada.
b) Ao longo dos séculos, a evolução do mundo ocidental foi acompanhada de descobertas científicas que muito contribuíram para a área médica, mas isso – até meados do século XIX – pouco
alterou a concepção que se tinha do ofício da medicina.
c) A imagem do médico relacionada à de um homem sábio não cabe mais nos dias de hoje, pois
os profissionais da medicina dão pouca importância à cultura e ao conhecimento científico.
d) A evolução do conhecimento científico e a precarização dos serviços de saúde transformaram os
médicos em profissionais insensíveis e pouco competentes para cuidar de seres tão complexos
como o ser humano.
e) A descoberta do código genético era a última limitação que havia no tocante ao conhecimento
sobre as doenças; daqui por diante, pouco há para ser descoberto sobre o organismo humano
e os males que o acometem.
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Interpretação de
textos UFRGS
186) A respeito de algumas passagens do texto,
são feitas as seguintes afirmações.
I.
Conforme o primeiro parágrafo, os antigos
gregos entendiam o homem como um ser
dotado de um corpo físico e uma essência
espiritual, a qual chamamos hoje de alma;
um médico devia, portanto, partir desse
pressuposto ao tratar um paciente.
II.
De acordo com o segundo parágrafo, no Renascimento houve uma série de importantes
descobertas que influenciaram a medicina em
detrimento dos antigos princípios humanísticos que norteavam essa ciência.
III.
Segundo pode-se inferir na conclusão do
texto, a medicina deve ser “reumanizada”
principalmente neste sentido: a formação dos
profissionais das ciências médicas deve voltar
a contemplar as ciências humanas, pois isso
os tornará mais capazes de perceberem com
maior sensibilidade o ser humano que há por
trás de uma doença.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas I e III.
I, II e III.
188) Assinale a alternativa cujas palavras podem
substituir Paradoxalmente (linha 30), precedentes (linha 47) e desvendado (linha
54), sem que ocorra qualquer alteração de
sentido ou necessidade de ajuste no período
em que se inserem.
a) Contraditoriamente – antecedentes – revelado
b) Contrariamente – sucessores – destapado
c) Disparatadamente – oponentes – descoberto
d) Equivocadamente – ancestrais – esclarecido
e) Coincidentemente – antecessores – exposto
189) Considere os seguintes trechos retirados do
texto.
I.
simplesmente atuar na cura das enfermidades
(linha 24).
II.
acompanhar o enfermo e seus familiares
(linhas 25-26).
III.
orientador nos assuntos mais diversos (linha 27).
Quais delas são exemplos da inserção do
médico em seu meio sociocultural, conforme
o texto?
187) O pronome isso (linha 49) refere-se
a) ao processo de supervalorização das ciências biológicas e dos meios tecnológicos.
b) ao desenvolvimento sem precedentes da
medicina.
c) à transformação gradual do médico humanista em um técnico, um especialista.
d) às exigências de uma formação cada vez
mais especializada e segmentada.
e) à proletarização dos médicos em função
das condições sociais de trabalho.
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Apenas II.
Apenas III.
Apenas I e II.
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A crítica religiosa de Erasmo tinha grandes afinidades com a que Lutero começou a
dirigir contra Roma, a partir de 1517: denúncia das indulgências, defesa de um Cristianismo
depurado de idolatrias e superstições, volta .... Bíblia, etc. Por isso, Lutero tentou
incansavelmente obter a adesão de Erasmo, mas este respondia com evasões, até que,
pressionado pelos católicos para que definisse sua posição, escreveu contra Lutero, em
1524, um texto em que se colocava frontalmente contra um dos pontos centrais da Reforma:
De Libero Arbítrio . Nesse Texto, Erasmo defendia a tese da vontade livre, consumando,
assim, sua ruptura pública com o protestantismo que, pelo menos em sua versão luterana,
era radicalmente determinista.
Lutero respondeu ..... um texto intitulado De Ser vo Arbítrio , em que defendia a tese
de que a mera hipótese de uma ação livre do homem, independente de Deus ou em
cooperação com Ele, já constituía uma limitação da liberdade de Deus e uma afronta às
Escrituras, que mostravam que a queda condenava o homem a um saber necessariamente
imperfeito e a uma razão necessariamente heterônoma. Para Erasmo, como para os
humanistas em geral, essa doutrina era inaceitável tanto por razões puramente religiosas –
pois, sem o pressuposto da liberdade, caem por terra todos os preceitos morais, dirigidos
a uma vontade que pode ou não aceitá-los – quanto por razões humanas. A Renascença
havia instalado o homem no centro da história, e Erasmo não estava disposto a abrir mão
dessa conquista, a mais valiosa dos novos tempos. Ele não aceitava a idéia agostiniana de
natura deleta da depravação congênita do homem, em conseqüência do pecado original.
Para Erasmo, o homem é por natureza dotado de razão, e ela o impele à concórdia e à
solidariedade. A violência, a guerra, a brutalidade são contrárias ...... natureza razoável do
homem.
190) É possível distinguir quatro partes na organização do texto.
Considere as seguintes sínteses dessas partes.
1.
2.
3.
4.
Apresentação da obra em que Erasmo se posiciona contra a Reforma.
Relato da tentativa de Lutero de persuadir Erasmo a juntar-se ao protestantismo, e da resposta
negativa de Erasmo.
Exposição das razões pelas quais Erasmo é contra a concepção luterana do homem.
Explicitação da posição de Lutero com relação à natureza da ação e da razão humanas.
A ordem em que essas partes se encontram no texto é
a)
b)
c)
d)
e)
1 - 2 - 3 - 4.
2 - 3 - 1 - 4.
2 - 1 - 4 - 3.
3 - 2 - 4 - 1.
3 - 4 - 2 - 1.
191) De acordo com o texto, pode-se afirmar que Rouanet
a) conduz o leitor à certeza de que existem fatos históricos que devem ser repensados à luz de
ideias iluministas.
b) argumenta a favor da idéia de que Erasmo e Lutero criticavam toda e qualquer religião, a despeito de suas próprias crenças religiosas.
c) apresenta as razões pelas quais Erasmo, na obra intitulada De Libero Arbítrio, criticou os pontos
centrais da Reforma protestante.
d) contesta a ideia de que Lutero era contra a liberdade de pensamento do homem.
e) critica o ponto de vista de Erasmo sobre a Reforma protestante.
806
Interpretação de
textos UFRGS
192) Assinale a alternativa que estabelece uma relação de referência correta entre o primeiro e o segundo
segmentos extraídos do texto.
a) isso (l. 03) - a [crítica] que Lutero começou a dirigir contra Roma (l. 01-02)
b) o primeiro sua (l. 08) - a tese da vontade livre. (l. 07)
c) essa doutrina (I. 15) - a queda condenava o homem a um saber necessariamente imperfeito (l. 13)
d) dessa conquista (I. 19) - A Renascença havia instalado o homem no centro da história (l. 17-18)
e) o (l. 21) - Erasmo (l. 21)
193) Assinale a alternativa em que, nas três palavras portuguesas,é possível reconhecer o sentido da
respectiva palavra latina transcrita do texto.
a)
b)
c)
d)
e)
Libero (l. 07) - libertino - livresco - liberal
Servo (I.10) - serviço - serventia - subserviência
Arbítrio (I. 10) - alvitre - arborescente - arbitrario
natura (l. 20) - desnaturado - nauta - nativo
deleta (l. 20) - deletar - indelével - delação
194) Considere as seguintes propostas de substituição segmentos do texto.
I.
II.
III.
Substituir de Deus (I. 11) por divina.
Substituir morais (l. 16) por da moral.
Substituir razoável (l. 22) por da razão.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas I e II.
I, II e III.
Marina me explicou muito direitinho que eu não tinha razão. O que tinha era falta de
confiança nela. Chorou, e fiquei meio lá, meio cá, propenso a acreditar que me havia
enganado.
– Posso obrigar uma pessoa a não olhar para mim? Posso furar os olhos do povo?
Não senhora. A coisa era diferente: Eles tinham sido pegados com a boca na botija,
grelando, esquecidos do mundo. Tinham ou não tinham? Sim senhor, mas sem malícia.
– Posso furar os olhos do povo?
Esta frase besta foi repetida muitas vezes, e, em falta de coisa melhor, aceitei-a. De
fato, eu não tinha visto nada. As aparências mentem. A Terra não é redonda? Esta prova da
inocência de Marina me pareceu considerável. Tantos indivíduos condenados injustamente
neste mundo ruim! Quem pode lá jurar que isto é assim ou assado? Procurei mesmo
capacitar-me de que Julião Tavares não existia. Julião Tavares era uma sensação. Uma
sensação desagradável, que eu pretendia afastar de minha casa quando me juntasse àquela
sensação agradável que ali estava a choramingar.
– Pois bem, minha filha, não vale a pena falar mais nisso. Enxugue os olhos. Se você
diz que não foi, não foi. Acabou-se, não se discute. Está aqui uma lembrancinha que eu
lhe trouxe. Vamos ver se fica bonito.
807
Módulo 20
195) Considere as seguintes afirmações sobre frases interrogativas do Texto.
I.
II.
III.
Com a frase Posso furar os olhos do povo? (I. 07), o narrador reproduz literalmente a fala de um
outro personagem.
Com a pergunta A Terra não é redonda? (l. 09), o narrador não espera uma resposta, mas quer
reforçar o argumento de que as pessoas podem se enganar.
A pergunta Quem pode lá jurar que isto é assim ou assado? (l. 11) expressa um pedido de
informação que o narrador dirige ao leitor para que este esclareça se de fato aconteceu algo entre
Julião Tavares e Marina.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
196) O bloco superior, abaixo, apresenta três trechos do texto; o bloco inferior, interpretações desses
trechos. Associe adequadamente cada um dos três trechos à sua correta informação.
( ) De fato, eu não tinha visto nada. As aparências mentem. (I. 08-09)
( ) Tantos indivíduos condenados injustamente neste mundo ruim! (l. 10-11)
( ) Procurei mesmo capacitar-me de que Julião Tavares não existia. (l. 11-12)
1. O narrador considera a possibilidade de que Marina não esteja mentindo.
2. O narrador procura persuadir-se de que há razão para não julgar sumariamente Marina.
3. O narrador apela para os fatos que justificam sua desconfiança acerca da fidelidade de Marina.
4. O narrador dispõe-se a recorrer ao que não é racional para acreditar em Marina.
A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) 1 - 2 - 4.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
b) 1 - 3 - 2.
c) 3 - 4 - 1.
d) 3 - 2 - 4.
e) 4 - 3 - 2.
Sendo a palavra escrita um produto da cultura, nisto, como em tudo mais, o indivíduo
tem o direito de adoptar a que quiser - a que lhe parecer melhor ou mais conveniente. Isso
quer dizer que, tecnicamente, .... haver tantas ortografias quantos há escritores. Terá isso o
inconveniente de, se um escritor optar por uma ortografia antipática ao público, o público
o não ler? Seja: o inconveniente é para ele, não para o público. Praticou um acto: sofreulhe ele mesmo, só ele, as conseqüências intelectuais e morais.
........ cuidadosamente entre o dever cultural e o dever social. O meu dever cultural é pensar
por mim, sem obediência a outrem; o meu dever cultural é registrar pela palavra escrita,
grafando como entendo que devo, o que pensei. Assim se cria a cultura e portanto a
civilização. Cessa aqui, porém, o que é puramente o meu dever cultural. Com a publicação
do meu escrito, estou já, simultaneamente, em duas esferas - a cultural e a social: na cultural,
pelo conteúdo do meu escrito;na social, pela acção, actual ou possível, sobre o ambiente.
O meu escrito contém elementos prejudiciais à sociedade? Se legitimamente e por mim o
pensei, continuo cumprindo meu dever cultural; meu dever social é que, consciente ou
inconscientemente, não cumpri. São fenômenos distintos, dependentes, um, da minha
contingência; outro, da minha consciência moral, se a tiver.
Ora, a ortografia é um fenômeno puramente cultural: não tem aspecto social algum,
porque não tem aspecto social o que não contém um elemento moral (ou imoral). O único
efeito presumidamente prejudicial que estas divergências ortográficas podem ter é o de
estabelecer confusão no público. Isso, porém, é da essência da cultura, que consiste
precisamente em “estabelecer confusão” intelectual - em obrigar a pensar por meio do
conflito de doutrinas religiosas, filosóficas, políticas, literárias e outras. Onde essas divergências
ortográficas produziriam já um efeito prejudicial, e portanto imoral, é se o Estado admitisse
essa divergência em seus documentos e publicações, e, derivadamente, a consentisse
nas escolas.
808
Interpretação de
textos UFRGS
197) Considere as seguintes afirmações.
( ) conseqüências intelectuais (l. 06)
I.
Ao escolher a forma ortográfica que mais lhe
convém, o escritor provoca mudanças nas
convenções ortográficas do idioma.
( ) sem obediência a outrem (l. 08)
II.
O Estado deve evitar a multiplicidade de formas ortográficas para uma mesma palavra
em textos que o representem.
A sequência correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é
III.
A variedade de ortografias é prejudicial à cultura, pois dificulta a difusão de idéias.
( ) elementos prejudiciais (l. 13)
( ) consciência moral (l. 16)
a) 1 – 2 – 1 – 2
b) 2 – 1 – 2 – 1
c) 2 – 1 – 2 – 2
Quais estão de acordo com o texto?
a)
b)
c)
d)
e)
d) 1 – 2 – 1 – 1
Apenas I
Apenas II
Apenas III
Apenas I e II.
I, II, e III.
e) 1 – 1 – 2 – 2
199) Assinale a alternativa que apresenta os
sinônimos adequados para as palavras conveniente (l. 02), distintos (l. 15) e consiste
(I. 20), respectivamente.
198) No texto, é estabelecido um contraste entre
dois planos: o cultural e o social.
Verifique a que plano dizem respeito as seguintes expressões usadas no texto, identificando-as com o número 1 (plano cultural)
ou com o número 2 (plano social).
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
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24.
a) favorável – evidentes – resulta
b) apropriada – diferentes – reside
c) convencional – diferentes – reside
d) favorável – diferentes – resulta
e) apropriada – evidentes – reside
A medicina atualmente é especializada, surgindo inclusive novas especialidades e,
dentro destas, algumas subespecialidades. É comum ouvir, ..........., que as especializações
diminuem o campo de visão do médico e há, normalmente, alusões ao conhecimento
total da ciência médica que os antigos “médicos de família possuíam. Isto dá ideia de que
a especialização é algo bastante recente, fruto de nossos dias, de nosso tempo, e que o
profissional que tratava a todos e de todas as patologias sempre existiu. A verdade não é
bem assim. Já na antigüidade, alguns milênios antes de Cristo, os egípcios possuiam médicos
especialistas. Os papiros, ........... os monumentos erigidos para alguns desses profissionais,
são documentos históricos desta realidade. Havia, no antigo Egito, médicos especialistas
em moléstias oculares que realizavam cirurgia de catarata, especialistas em moléstias de
vias respiratórias, entre outros.
Na China, nas instituições de Chou, em compilações de vários séculos antes de Cristo,
está descrita a organização hierárquica dos médicos, o que de certo modo não deixa de
ser uma forma de especialização. Havia cinco categorias de médicos: (a) médico chefe, que
coletava medicamentos e examinava outros médicos; (b) médico dietólogo, que receitava
as seis classes de alimentos e bebidas; (c) médico para enfermidades simples, como dores
de cabeça, resfriados, feridas menores, etc.; (d) médico de úlcera - talvez, cirurgiões; e (e)
médicos de animais - veterinários, portanto.
Na Grécia, ........... a medicina ganhou o completo racionalismo, e em Roma, em
que não havia especialistas como entendemos hoje, os médicos exerciam a clínica e a
cirurgia concomitantemente; entretanto, havia aqueles engajados no exército que acabavam
por “especializar-se” mais no tratamento dos traumas de guerra.
Após a queda do Império Romano, na Idade Média, todo o conhecimento científico
se desfez e teve sua evolução estagnada. A medicina ocidental passou a ser exercida dentro
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60.
dos conventos da Europa, guardada por monges que se limitaram ao que havia sido
deixado por Hipócrates, na Grécia, e por Galeno, em Roma. Dentro dos conventos, praticavase a clínica e alguns procedimentos cirúrgicos. Ao final da Idade Média, no período do
chamado Renascimento, a partir do século XV, em todas as áreas, o pensamento humano
se desenvolve em uma redescoberta do homem e de sua capacidade intelectiva, os
profissionais de medicina começam a estudar novamente anatomia, alastrando o
conhecimento científico.
..........., a tendência à especialização nos moldes como a conhecemos hoje se inicia,
na verdade, a partir do século XVIII. Isto porque, com o avanço da ciência em todos os
campos, com as novas descobertas, com os novos estudos, a medicina também amplia
seus horizontes. A especialização médica surge, então, como fruto da evolução do
conhecimento, pois o homem, no curto espaço de sua vida, não teria mais possibilidade
para dedicar-se integralmente a todos os ramos da ciência que crescia a cada dia. A
cardiologia nasce, nesse século, com os trabalhos de Giuseppe Testa, na Itália; e o primeiro
a autodenominar-se especialista em coração foi o clinico francês Jean Nicholas Cor visart,
tendo sido médico de Napoleão Bonaparte. Ainda no século XVIII, aparecem a obstetrícia,
a pediatria e a endocrinologia. Os estudos físicos sobre a luz e a cor fazem surgir a
oftalmologia, sendo fundada a primeira escola de oftalmologia, em 1773, por Maria Tereza,
em Viena. Outras especialidades foram criadas durante todo o século seguinte. No começo
do século XX, após a primeira grande guerra, observou-se a necessidade da formação de
profissionais dedicados à reconstrução corporal, à reparação humana e à cirurgia plástica,
que já vinha sendo exercida desde os primórdios da humanidade, tornar-se uma
especialidade. O avanço tecnológico do século XX multiplica as especialidades, surgindo a
radiologia, a medicina nuclear, a fisiatria e assim por diante. Assim, a especialização nasceu
da necessidade, como um tributo ao progresso da ciência. O saudosismo do eclético médico
de outrora, que adentrava os lares e cuja simples presença já era fator de cura, ainda tem
seu lugar. Entretanto, seria impossível hoje, para ele, congregar todo o conhecimento.
Todavia, sua característica mais marcante, mais saudosa e mais importante, o médico de
hoje pode cultivar: seu carisma gerado pelo carinho, pela dedicação e pelo esmero com
que ele tratava seus pacientes e pela confiança neles inspirada.
Cada especialista, no consultório ou nos hospitais, ao exercer a arte de curar, no
universo de sua especialidade, pode manter a mesma aura de nossos antepassados, fazendo
o papel de um ”médico de família” adaptado a nossos dias, desde que saiba apoiar-se
adequadamente no mais perfeito relacionamento médico-paciente; que, a despeito de
toda a evolução científica, ao longo da história da humanidade, permanece alicerçado
nos mesmos e imutáveis princípios primordiais.
200) As seguintes afirmações estão em concordância com as ações e reflexões desenvolvidas no texto,
com exceção de:
a) A evolução científica proporcionou a multiplicação de especialidades e, dentro destas, subespecialidades, mas a ciência médica permanece alicerçada nos mesmos e imutáveis princípios
primordiais.
b) Em Roma, os médicos exerciam a clínica e a cirurgia concomitantemente, mas era seu engajamento no exército que propiciava uma forma de especialização no tratamento de traumas de
guerra.
c) A concepção racionalista de medicina tem suas origens na civilização grega.
d) Há documentos históricos, como papiros e monumentos, que comprovam a existência de
médicos europeus especialistas em moléstias oculares, milênios antes de Cristo.
e) A categorização hierárquica dos médicos já organizada séculos antes de Cristo, na China, pode
ser considerada uma forma de especialização.
810
Interpretação de
textos UFRGS
201) Assinalar a alternativa que se constitui uma
falácia a respeito da especialização médica.
a) Ainda que as práticas médicas remontem à
Idade Antiga, a especialização médica (por
exemplo, a pediatria, cirurgia, oftalmologia,
etc.) surgiu por volta do século XVIII.
b) As especialidades médicas atuais estão
associadas à evolução do conhecimento.
c) A ampliação das especialidades impossibilita
ao médico congregar todo o conhecimento.
d) São exemplos de especialidades que surgiram no século XX, frutos do progresso da
ciência, a radiologia e a medicina nuclear.
e) A reconstrução corporal, a reparação
humana e a cirurgia plástica, ainda que
praticadas desde os primórdios da humanidade, constituíram-se como especialidade
no período após a primeira guerra mundial.
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202) Relativamente à figura do “médico de família”,
conforme o texto, é CORRETO afirmar que:
a) Faz parte dos tempos de nossos antepassados, sendo impossível nos nossos dias.
b) Nos tempos de outrora, sua simples presença nos lares significava a cura do paciente.
c) É uma ilusão o resgate de sua característica
mais marcante, saudosa e importante: seu
carisma no tratamento a seus pacientes.
d) Caracteriza-se, fundamentalmente, por
apreender o conjunto dos conhecimentos
da ciência médica.
e) Pode ser adaptada a nossos dias, no universo de cada especialidade, desde que
sejam cultivados o carisma, a dedicação e
a confiança na relação médico-paciente.
A importância que a rede assume para nossa população colonial prende-se, de algum
modo, à própria mobilidade dessa população. Em contraste com a cama e mesmo com o
simples catre de madeira, trastes “sedentários” por natureza, e que simbolizavam o repouso
e a reclusão doméstica, ela pertence tanto ao recesso do lar quanto ao tumulto da praça
pública, tanto à morada da vila como ao sertão remoto e rude.
Móvel caseiro e, ao mesmo tempo, veículo de transporte, é em suas redes lavradas,
por vezes luxuosamente adornadas, que saem à rua as matronas paulistanas, ou viajam
entre a vila e o sítio da roça. De Manuel João Branco contam que, tendo ido a Lisboa para
levar a el-rei o célebre cacho de bananas de ouro, andava pelas ruas da Corte em uma
rede de fios de algodão e lã de várias cores, carregada por mulatos calçados que levara de
São Paulo especialmente para esse mister. Pedro Taques, ao referir o episódio, acrescenta
que “seria objeto de grande riso esta nova carruagem em Lisboa, e na verdade só a
Providência o faria escapar às pedradas dos rapazes da Cotovia”.
Nem só as matronas, como Inês Monteiro, ou os velhos, como um Manuel João
Branco - “caduco velho”, chamava-lhe o autor da Nobiliarquia - serviam-se de semelhante
veículo. Os próprios sertanistas não desdenhavam desse meio de transporte, menos, talvez,
por amor à comodidade, do que por amor à própria distinção e ao prestígio que o aparato
impunha. O poeta José Elói Ottoni, que ainda pôde ser contemporâneo das últimas
bandeiras paulistas, fala-nos, e não sem rancor, naqueles capitães que iam pelo mato
dentro carregados “em redes, aos ombros de seus semelhantes”. E já no século passado o
cronista Baltasar da Silva Lisboa regista a mesma tradição. O fato é que as redes - redes de
dormir ou de transportar - são peças obrigatórias em todos os antigos inventários feitos
no sertão.
203) Considere as seguintes afirmações sobre o conteúdo do texto.
I.
O primeiro parágrafo informa que a posição privilegiada da rede na vida da população colonial
estava ligada à sua praticidade.
II.
O segundo parágrafo revela o desdém da população colonial pelo uso de redes na cidade.
III.
O terceiro parágrafo ilustra a importância da rede como símbolo de status social no meio rural, no
Brasil colonial.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
811
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
Módulo 20
204) No texto, lê-se que o autor utilizou diferentes fontes documentais para comentar costumes do
Brasil colonial.
Considere as seguintes fontes documentais.
1. obra intitulada Nobiliarquia
3. antologia poética da época retratada
2. crônica que refere hábitos da época
4. lista de bens de habitantes do interior no Brasil
colonial
Quais dessas fontes foram utilizadas pelo autor?
a) Apenas 1 e 2.
b) Apenas 2 e 4.
c) Apenas 1, 2 e 4.
d) Apenas 2, 3 e 4.
e) 1, 2, 3 e 4.
205) Assinale a alternativa em que a segunda palavra constitui um sinônimo adequado da primeira,
considerando o contexto em que esta ocorre.
a) assume (l. 01) - alcança
b) lavradas (l. 06) - tingidas
c) mister (l. 11) - momento
d) comodidade (l. 17) - descanso
e) aparato (l. 17) - adereço
206) Considere as seguintes afirmações acerca do sentido de expressões empregadas no primeiro parágrafo do texto.
I.
II.
III.
A expressão trastes “sedentários” (l. 03), no contexto em que ocorre, tem um sentido geral que
inclui o sentido de cama (l. 02) e catre de madeira (l. 03).
As expressões reclusão doméstica (l. 04) e recesso do lar (l. 04) têm sentidos equivalentes no
contexto em que ocorrem.
No contexto em que ocorrem, há uma oposição de sentido entre tumulto da praça pública
(l. 04-05) e sertão remoto e rude (l. 05).
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
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d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
Yaqub demorou no quintal, depois visitou cada aposento, reconheceu os móveis e
objetos, se emocionou ao entrar sozinho no quarto onde dormira. Na parede viu uma
fotografia: ele e o irmão sentados no tronco de uma ár vore que cruzava um igarapé;
ambos riam: o Caçula, com escárnio, os braços soltos no ar; Yaqub, um riso contido, as
mãos agarradas no tronco e o olhar apreensivo nas águas escuras. De quando era aquela
foto? Tinha sido tirada um pouco antes ou talvez um pouco depois do último baile de
Carnaval no casarão dos Benemou. No plano de fundo da imagem, na margem do igarapé,
os vizinhos, ........ rostos pareciam tão borrados na foto quanto na memória de Yaqub.
Sobre a escrivaninha viu outra fotografia: o irmão sentado numa bicicleta, o boné inclinado
na cabeça, as botas lustradas, um relógio no pulso. Yaqub se aproximou, mirou de perto a
fotografia para enxergar as feições do irmão, o olhar do irmão, e se assustou ao ouvir uma
voz: “O Omar vai chegar de noitinha, ele prometeu jantar conosco.”
Era a voz de Zana; ela havia seguido os passos de Yaqub e queria........o lençol e as
fronhas ........ bordara o nome dele. Desde que soubera de sua volta, Zana repetia todos
os dias: “Meu menino vai dormir com as minhas letras, com a minha caligrafia.” Ela dizia
isso na presença do Caçula, que, enciumado, perguntava: “Quando ele vai chegar? Por
que ele ficou tanto tempo no Líbano?” Zana não lhe respondia, talvez porque, também
para ela, era inexplicável o fato de Yaqub ter passado tantos anos longe dela.
812
Interpretação de
textos UFRGS
207) Em seu sentido global, o texto trata
a)
b)
c)
d)
e)
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03.
04.
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06.
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08.
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27.
de sentimentos e reminiscências provocados pelo retorno de Yaqub a seu lar.
das lembranças de Yaqub ao rever as feições do irmão em fotos antigas.
da relação entre dois irmãos, Yaqub e Omar, após o retorno do mais velho.
das emoções e lembranças de Zana, mãe de Yaqub e Omar.
das preocupações de Zana com relação ao reencontro de Yaqub com o irmão, o Caçula.
Lembro de uma crônica de João Saldanha. Falava das opiniões de um técnico do
Flamengo, não lembro quem era, a propósito de Júnior, aquele lateral e depois jogador de
meio-campo, de quem me lembro bem. O técnico achava que Júnior atacava demais, que
tinha que ficar; afinal, era lateral. João Saldanha dizia que, se Júnior parasse de atacar, se
Júnior ficasse, ele deixaria de ir ao Maracanã. E fechava a crônica mais ou menos assim:
“Júnior tem que atacar. O que ele precisa é de um cobertor. Tá no dicionário. Cobertor:
o que cobre.”
A crônica era ótima; a tese sobre tática, também, eu acho. Mas “cobertor” não significa
‘o que cobre’, Seu João, a despeito de isso parecer óbvio. Um cobertor cobre, mas nem
tudo o que cobre é cobertor. No futebol, por exemplo, não se ouve nenhum narrador ou
comentarista dizendo que determinado zagueiro é um bom cobertor. Diz-se que dá
cobertura muito bem, que cobre as subidas do lateral etc. São os fatos da língua. É só ouvir.
Tenho falado muito disso ultimamente, do fato de que o sentido da palavra pode
não depender de sua etimologia e mesmo de sua morfologia. Há outra palavra que serve
como bom exemplo para a mesma tese. Trata-se da palavra “trabalhador”. Lembro de ter
visto e ouvido várias vezes um grande empresário brasileiro dizer de boca cheia que ele
também era um trabalhador, porque trabalhava 60 horas por semana.
Pois bem, pode tratar-se de um mau exemplo político, mas é um excelente exemplo
lingüístico. Ao analisar como uma língua funciona de fato, percebe-se que a palavra
“trabalhador” tem dois sentidos: num deles, ela significa ‘aquele que trabalha’, o oposto de
preguiçoso. No outro sentido, “trabalhador” significa ‘aquele que vive do seu trabalho’,
‘aquele que trabalha para os outros’, ‘aquele que vende sua força de trabalho’. Pode ser
mais ou menos preguiçoso, mais ou menos esforçado. A questão é outra: qual o meio de
vida do sujeito?
Os empresários também trabalham, claro. Muitos trabalham muito. Muitos deles são,
de fato, empresários trabalhadores. Mas, certamente, não vivem de seu trabalho, pelo menos
não exclusivamente de seu trabalho, já que muitos outros trabalhadores trabalham para eles.
208) Considere algumas acepções da palavra “cobertor” registradas em dicionários contemporâneos de
língua portuguesa.
cobertor: 1. peça encorpada e felpuda, de lã ou de algodão, que constitui roupa de cama; 2. coberta;
3. colgadura (estofo vistoso para cobrir e ornar paredes e janelas); 4. aquilo que cobre ou tampa.
Como se vê, a acepção mencionada por João Saldanha (l. 06-07) não corresponde àquela registrada
no verbete “cobertor”, pois “o que” e “aquilo” não são expressões necessariamente equivalentes.
Este fato permite inferir que
a)
b)
c)
d)
João Saldanha deve ter consultado o dicionário, mas enganou-se.
João Saldanha não costuma consultar o dicionário para saber o significado das palavras.
Sírio Possenti provavelmente não se recorda com exatidão da frase de João Saldanha.
João Saldanha possivelmente utilizou um dicionário especializado em futebol, que Sírio Possenti
desconhece.
e) João Saldanha estava apenas fazendo um trocadilho engraçado, o que a análise de Sírio Possenti
ignora.
813
Módulo 20
209) Assinale a alternativa que resume corretamente a tese sobre o significado das palavras que o autor
defende no texto.
a)
b)
c)
d)
e)
Fatos relativos ao uso da língua são importantes para a constituição dos sentidos das palavras.
Ao contrário da palavra “trabalhador”, a palavra “cobertor” tem apenas um sentido.
Ao escrever, não se podem empregar as palavras da língua de modo criativo.
A etimologia e a morfologia de uma palavra não afetam seus sentidos.
Um empresário ser um trabalhador é um excelente exemplo linguístico, mas um jogador ser um
cobertor, não.
Instrução: A questão 210 está relacionada ao texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
Darwin passou quatro meses no Brasil, em 1832, durante a sua célebre viagem a bordo do
Beagle. Voltou impressionado com o que viu: “Delícia e urn termo insuficiente para exprimir as
emoções sentidas por um naturalistas a sós com a natureza em uma floresta brasileira”,
escreveu. O Brasil, porém, aparece de forma menos idílica em seus escritos: “Espero nunca
mais voltar a um país escravagista. O estado da enorme população escrava deve preocupar
todos os que chegam ao Brasil. Os senhores de escravos querem ver o negro como outra
espécie, mas temos todos a mesma origem.”
Em vez do gorjeio do sabiá, o que Darwin guardou nos ouvidos foi um som terrível que o
acompanhou por toda a vida: “Até hoje, se eu ouço um grito, lembro-me, com dolorosa e clara
memória, de quando passei numa casa em Pernambuco e ouvi urros terríveis. Logo entendi
que era algum pobre escravo que estava sendo torturado.”
Segundo o biólogo Adrian Desmond, “a viagem do Beagle, para Dar win, foi menos
importante pelos espécimes coletados do que pela experiência de testemunhar os horrores da
escravidão no Brasil. De certa forma, ele escolheu focar na descendência comum do homem
justamente para mostrar que todas as raças eram iguais e, desse modo, enfim, objetar àqueles
que insistiam em dizer que os negros pertenciam a uma espécie diferente inferior à dos
brancos”. Desmond acaba de lançar um estudo que mostra a paixão abolicionista do cientista,
revelada por seus diários e cartas pessoais. “A extensão de seu interesse no combate à ciência
de cunho racista é surpreendente, e pudemos detectar um impeto moral por trás de seu
trabalho sobre a evolução humana - uma crença na ‘irmandade racial’ que tinha origem em
seu ódio ao escravismo e que o levou a pensar numa descendência comum.”
210) Assinale a afirmação que está de acordo com o texto.
a) Na opinião de um especialista, Darwin não julgava importantes para seus objetivos os espécimes
que coletava em suas viagens.
b) Darwin ficou tão impressionado com o que testemunhou da violência contra os escravos no
Brasil que decidiu que nunca mais viajaria para terras desconhecidas.
c) Para Adrian Desmond, Darwin escolheu focar nas origens da espécie humana,entre outras
razões, porque acreditava que, assim, poderia demonstrar a irmandade entre raças.
d) De acordo com Desmond, a repercussão mais significativa do fato de Darwin ter presenciado
a tortura de um escravo no Brasil foi ter guardado na memória o som terrível que ouviu.
e) O biólogo Adrian Desmond conseguiu mostrar a preocupação abolicionista de Darwin após
estudo detalhado dos princípios morais que moviam seu trabalho sobre a evolução humana.
814
Interpretação de
textos UFRGS
211) Considere as seguintes propostas de reorganizagao dos parágrafos do texto.
1.
Unir o segundo paragrafo ao primeiro.
2.
Unir o terceiro paragrafo ao segundo.
3.
Segmentar o terceiro paragrafo, criando um novo a partir de Desmond acaba de... (I. 17).
Quais propostas são corretas, entendendo-se que parágrafo se conceitua como uma unidade de
sentido?
a) Apenas 1.
b) Apenas 2.
c) Apenas 3.
d) Apenas 1 e 3.
e) Apenas 2 e 3.
212) No texto, as palavras idílica (I. 04), testemunhar (I. 13) e revelada (I. 18) significam, respectivamente,
a)
b)
d)
d)
e)
‘romântica’, ‘dar um testemunho de’ e‘ confirmada’.
‘idealizada’, ‘dar um testemunho de’ e‘ atestada’.
‘idealizada’, ‘observar’ e ‘manifestada’.
‘interessante’, ‘observar’ e ‘atestada’.
‘interessante’, ‘defrontar-se com’ e ‘manifestada’.
Instrução: A questão 213 está relacionada ao texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
Eu troteava, nesse tempo. De uma feita que viajava de escoteiro, com a guaiaca
empanzinada de onças de ouro, vim varar aqui neste mesmo passo, por me ficar mais
perto da estância onde devia pousar. Parece que foi ontem! Era fevereiro; eu vinha
abombado da troteada.
Olhe, ali, à sombra daquela mesma reboleira de mato que está nos vendo,
desencilhei; e estendido nos pelegos, a cabeça no lombilho, com o chapéu sobre os
olhos, fiz uma sesteada morruda.
Despertando, ouvindo o ruído manso da água fresca rolando sobre o pedregulho,
tive ganas de me banhar; até para quebrar a lombeira... E fui-me à água que nem
capincho!... Depois, daquela vereda andei como três léguas, chegando à estância cedo,
obra assim de braça e meia de sol.
Ah! Esqueci de dizer-lhe que andava comigo um cachorrinho brasino, um cusco
muito esperto e boa vigia. Era das crianças, mas às vezes dava-lhe para acompanhar-me,
e depois de sair da por teira, nem por nada fazia caravolta, a não ser comigo.
Durante a troteada reparei que volta e meia o cusco parava na estrada e latia, e
troteava sobre o rastro – parecia que estava me chamando! Mas como eu não ia, ele
tornava a alcançar-me, e logo recomeçava...
Pois nem Ihe conto! Quando botei o pé em terra na estância e já dava as boas
tardes ao dono da casa, aguentei um tirão seco no coração... não senti o peso da guaiaca!
Tinha perdido as trezentas onças de ouro.
E logo passou-me pelos olhos um clarão de cegar, depois uns coriscos... depois
tudo ficou cinzento... De meio assombrado me fui repondo quando ouvi que
indagavam:
– Então, patrício? Está doente?
– Não senhor, não é doença; é que sucedeu-me uma desgraça; perdi uma
dinheirama do meu patrão...
– A la fresca!
É verdade... antes morresse que isso!
Nisto o cusco brasino deu uns pulos ao focinho do cavalo, como querendo lambêlo, e logo correu para a estrada, aos latidos. E olhava-me, e vinha e ia, e tornava a latir...
815
Módulo 20
213) Assinale a alternativa que melhor sintetiza o texto como um todo.
a) História de um peão que, em suas viagens, costumava levar consigo o cachorrinho brasino de
seus filhos.
b) Episódio em que um peão, depois de muito trotear, resolveu tirar uma sesteada e, quando
acordou, teve uma grande surpresa.
c) Historia de um cachorrinho brasino, muito esperto, que gostava muito de seu dono, um peão
de estância.
d) Episódio em que um peão, em viagem na qual e acompanhado por um cachorrinho brasino,
perde o dinheiro que carregava.
e) Descrição da surpresa que o peão teve quando descobriu que havia perdido o dinheiro que
carregava.
214) Há, no texto, indicações de que a história esta sendo contada pelo narrador em uma conversa com
outra pessoa em um lugar onde a história também se passou.
Assinale a alternativa que contenha um trecho que indique isso.
a)
b)
c)
d)
e)
Eu troteava, nesse tempo (I. 01)
Olhe, ali, à sombra daquela mesma reboleira de mato que está nos vendo (I. 05)
Depois, daquela vereda andei como três léguas (I. 10)
Ah! Esqueci de dizer-lhe que andava comigo um cachorrinho brasino (I. 12)
Não senhor, não é doença; é que sucedeu-me uma desgraça (I. 25)
215) Simões Lopes Neto é um dos grandes autores da literatura gaúcha, especialmente reconhecido por
incorporar de maneira natural e criativa em sua obra o falar dos pampas rio-grandenses.
Assinale a alternativa que contém apenas palavras ou expressões do texto de uso incomum no vocabulário de abrangência nacional – e que, portanto, se pode inferir que sejam regionalismos sulinos.
a)
b)
c)
d)
e)
guaiaca (I. 01) - três leguas (I. 10) - porteira (I. 14)
empanzinada (I. 02) - sesteada morruda (l. 07) - coriscos (l. 21)
onças de ouro (I. 02) - reboleira de mato (l. 05) - rastro (l. 16)
troteada (I. 04) - vereda (I. 10) - estância (l. 18)
abombado (I. 04) - capincho (I. 10) - A la fresca! (I. 27)
Instrução: As questões 216 a 218 estão relacionadas ao texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
Nos últimos 500 anos temos falado e escrito a língua portuguesa no Brasil. Nos primeiros
séculos, apenas 30% dos habitantes falavam a língua de Portugal, e nem todos a escreviam.
Os outros 70% .......... aloglotas, ameríndios e africanos. Foi necessário esperar até o século
XVIII para que a língua portuguesa efetivamente se tornasse a Iíngua majoritária do país.
Que língua e essa que falamos e que escrevemos (tão pouco)? Continua a ser o
português europeu? Ou já falamos o “brasileiro”?
Tem-se notado que desde o século XIX .......... a aparecer no português do Brasil
alguns elementos fonéticos e gramaticais divergentes do uso europeu. Vejamos alguns
poucos exemplos.
Pronunciamos todas as vogais que precedem a vogal tônica, como em telefone ,
enquanto os portugueses passaram a apagá-las, dizendo tulfón. Às vezes deixamos cair as
vogais iniciais, como em tá, por está, mantidas pelos portugueses em seu modo característico
de atender ao telefone: está? está lá? Também alteramos bastante a gramática. Para ficar
só num caso; no quadro dos pronomes pessoais, mantivemos eu e ele para a primeira e a
816
Interpretação de
textos UFRGS
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
terceira pessoas, mas estamos substituindo progressivamente tu por você e nós por a gente.
Vós desapareceu.
Significaria então que já nasceu a Iíngua brasileira? Algumas dificuldades impedem
uma resposta positiva, pois muitos dos fenômenos diferenciadores .......... já no português
medieval. Indo por aqui, o português do Brasil seria considerado mais conservador que o
português europeu, e a pergunta então não é se temos uma nova Iíngua por aqui, e sim
por que “eles” mudaram a Iíngua por lá... Muito provavelmente, o português do Brasil está
combinando características conser vadoras e inovadoras, seguindo, nisso, uma direção
distinta daquela do português europeu.
216) Considere as seguintes afirmações.
I.
O fato de o português do Brasil possuir algumas características já encontradas em períodos anteriores do português europeu é evidência contrária à ideia da existência de uma Iíngua brasileira.
II.
No Brasil do século XVIII, o português, além de ser a Iíngua mais utilizada, era muito semelhante à
modalidade europeia.
Ill.
A variedade brasileira do português é mais conservadora do que a portuguesa, o que a faz mais
fechada a variações na fala e na escrita.
Quais estão de acordo com o texto?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
217) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre segmentos do texto e os
elementos a que eles se referem.
( )
O pronome outros (I. 03) diz respeito aos habitantes que escreviam em português.
( )
O segmento por aqui (l. 19) equivale a ‘pelo Brasil’.
( )
O segmento nisso (I. 22) refere-se a ‘o modo de combinar caracterfsticas conservadoras e inovadoras’.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) F - V - V.
b) F - V - F.
c) F - F - V.
d) V - F - F.
e) V - F - V.
218) Considere, abaixo, três propostas de reescrita do seguinte período do texto.
I.
II.
III.
Foi necessário esperar até o século XVIII para que a língua portuguesa efetivamente se
tornasse a língua majoritária do país. (I. 03-04)
Efetivamente, foi necessário esperar até o século XVIII para que a língua portuguesa se convertesse
na língua majoritária do país.
Foi preciso esperar até o século XVIII para que a língua portuguesa se estabelecesse como a Iíngua
majoritária do país.
Precisou-se esperar até o século XVIII para que a Iíngua portuguesa viesse a ser de fato a língua
majoritária do país.
Quais propostas de reescrita mantêm a correção e o sentido do texto original?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas II e III.
I, II e III.
817
Módulo 20
Instrução: A questão 219 está relacionada ao
texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
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22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
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31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
Escrevendo em 1971, Pasolini dizia que o
futebol é uma linguagem, e comparava
jogadores italianos com escritores seus
contemporâneos, vendo analogias entre estilos
e atitudes inerentes a seus "discursos". Mais do
que isso, falava de um futebol jogado em prosa
e de outro jogado como poesia, identificando
processos comuns aos campos da literatura e
do esporte bretão: via na prosa a vocação linear
e finalista do futebol (ênfase defensiva, contraataque, cruzamento e finalização), e na poesia a
irrupção de eventos não lineares e imprevisíveis
(criação de espaços, ........... , autonomia dos
dribles, motivação atacante congênita). Sugeria
com isso uma maneira de abordar o jogo por
dentro, e nos dava, de quebra, uma chave para
tratar da singularidade do futebol brasileiro.
Embora sumária, sua teoria contemplava a
necessária imbricação da poesia e da prosa no
tecido do futebol. Pontuava suas gradações,
passando pelo que ele via como a prosa realista
de ingleses e alemães, a prosa dos
italianos e a poesia sul-americana. Estas seriam
vias alternativas para se chegar ao delírio
universal do gol, que suspende as oposições
porque é necessariamente um paroxismo
poético. Nada nos impede de dizer, nesta ótica,
que os lances criativos mais surpreendentes não
dispensam a prosa corrente do "arroz-comfeijão" do jogo, necessário em toda competição.
Ou de constatar, na literatura como no futebol,
que a "prosa" pode ser bela, íntegra, articulada
e fluente, ou burocrática e anódina, e a
"poesia", imprevista, fulgurante e eficaz, ou
firula retórica sem nervo e sem alvo.
O mote .......... foi formulado num momento
de apogeu do futebol-arte, em que a distinção
entre a prosa e a poesia futebolísticas era de
uma evidência e de uma pertinência centrais.
Permanece como um modelo simples e
estimulante para comentar as transformações
do futebol ao longo do tempo - e,
especialmente, a insistente natureza elíptica do
futebol brasileiro, com sua ancestral compulsão
a driblar a linearidade do esporte britânico.
219) Considere os três itens abaixo, cada um dos
quais sintetiza um dos três parágrafos do
texto.
1.
validação da teoria de Pasolini acerca da relação entre futebol e literatura por sua aplicação
a aspectos do futebol
2.
esclarecimento da importância que o autor do
texto atribui à teoria de Pasolini como modelo
para a compreensão do futebol
3.
explicitação dos elementos básicos da teoria
de Pasolini sobre a comparação do futebol
com a literatura
O primeiro, o segundo e o terceiro parágrafos
do texto estão sintetizados, respectivamente,
pelos itens
a)
b)
c)
d)
e)
1, 2 e 3.
3, 1 e 2.
2, 3 e 1.
3, 2 e 1.
2, 1 e 3.
220) Considere as seguintes afirmações, sobre o
conteúdo do texto.
I.
De acordo com a teoria de Pasolini, uma analogia pode ser estabelecida entre literatura e
futebol, pois, assim como acontece na prosa
e na poesia, o futebol comporta estilos diferentes e muitas vezes opostos.
II.
Embora restrita ao futebol sul-americano, a
teoria de Pasolini mostra claramente que o
bom futebol precisa dar margem à diversidade, inovar, surpreender e, acima de tudo,
primar pela estética dos passes e dos lances.
III.
Segundo Wisnik, não se pode adotar um modelo simples para compreender o futebol, já
que a prática deste esporte apresenta enorme
diversidade de estilos e atitudes.
818
Quais afirmações estão de acordo com
o texto?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas I e III.
Apenas II e III.
I, II e III.
Interpretação de
textos UFRGS
221) Assinale a alternativa em que se estabelece uma relação correta entre um pronome ou expressão
do texto e aquilo a que se refere.
a)
b)
c)
d)
e)
seus "discursos" (I. 05) - "discursos" dos escritores.
isso (I. 15) - o fato de ver na prosa a vocação linear do futebol e na poesia seu caráter imprevisível
suas gradações (I. 20) - gradações de Pasolini
nesta ótica (I. 27) - na ótica do delírio universal do gol
em que (l. 37) - no futebol-arte
222) Considere as seguintes propostas de substituição de palavras do texto.
1. irrupção (l. 12) por transbordamento
2. imbricação (l. 19) por entrelaçamento
3. elíptica (l. 43) por imprevisível
Quais propostas estão corretas e são contextualmente adequadas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas 1.
Apenas 2.
Apenas 3.
Apenas 2 e 3.
1, 2 e 3.
223) Na coluna da esquerda, abaixo, estão listadas quatro palavras do texto; entre as palavras da coluna
da direita, sinônimos daquelas quatro palavras.
Associe adequadamente as palavras da coluna da esquerda às da coluna da direita.
( ) paroxismo (I. 26)
1. insignificante
( ) anódina (l. 33)
2. brilhante
( ) fulgurante (I. 34)
( ) firula (I. 35)
3. extremo
4. rodeio
5. paliativo
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
3 - 4 - 1 - 5.
2 - 1 - 3 -5.
3 - 1 - 2 - 4.
2 - 4 - 3 - 1.
4 - 3 - 5 - 2.
819
Módulo 20
Instrução: As questões 224 e 226 estão relacionadas ao texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
Pede-se a quem souber
do paradeiro de Luísa Porto
avise sua residência à Rua Santos Óleos, 48.
Previna urgente
solitária mãe enferma
entrevada há longos anos
erma de seus cuidados.
Pede-se a quem avistar Luísa Porto, 37 anos,
que apareça, que escreva, que mande dizer
onde está.
Suplica-se ao repórter-amador,
ao caixeiro, ao mata-mosquitos,
ao transeunte,
a qualquer do povo e da classe média,
até mesmo aos senhores ricos,
que tenham pena de mãe aflita
e lhe restituam a filha volatilizada
ou pelo menos dêem informações.
É alta, magra, morena;
rosto penugento, dentes alvos,
sinal de nascença junto ao olho esquerdo,
levemente estrábica.,
Vestidinho simples. Óculos.
Sumida há três meses.
Mãe entrevada chamando.
Foi fazer compras na feira da praça.
Não voltou.
Nada de insinuações quanto à moça casta
que não tinha, não tinha namorado.
Algo de extraordinário terá acontecido,
terremoto, chegada de rei.
As ruas mudaram de rumo,
para que demore tanto, é noite.
Mas há de voltar, espontânea
ou trazida por mão benigna,
o olhar desviado e terno,
canção.
Mas se acharem
que a sorte dos povos é mais importante
e que não devemos atentar
nas dores individuais,
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
49.
50.
51.
52.
53.
54.
55.
56.
57.
58.
59.
se fecharem ouvidos
a este apelo de campainha,
não faz mal, insultem a mãe de Luísa,
virem a página:
Deus terá compaixão
da abandonada e da ausente,
erguerá a enferma, e os membros perclusos
já se desatam em forma de busca.
Deus lhe dirá: Vai,
procura tua filha, beija-a
e fecha-a para sempre em teu coração.
Ou talvez não seja preciso esse favor divino.
A mãe de Luísa (somos pecadores)
sabe-se indigna de tamanha graça.
E resta a espera, que sempre é um dom.
Sim, os extraviados um dia regressam,
ou nunca, ou pode ser, ou ontem.
E de pensar realizamos.
224) Considere as seguintes afirmações sobre o
poema.
I.
O poema tem origem no desaparecimento
de Luísa Porto, mas esta personagem não é
um participante ativo do poema - isto é, não
é "quem fala" nem "quem escuta" no poema.
II.
Não há explicitação dos participantes ativos
no poema; mas é possível ver na "voz que fala"
uma identificação entre o poeta e a mãe de
Luísa Porto.
III.
A "voz que fala" revela esperança e alguma
crença na intervenção alheia; mas também
ceticismo quanto a esta intervenção - e,
consequentemente, resignação.
Quais estão corretas de acordo com o poema?
a)
b)
c)
d)
e)
820
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas II e III.
I, II e III.
Interpretação de
textos UFRGS
225) Além da identificação dos "participantes" do poema, também seus elementos estruturais são complexos. Mas é possível identificar objetivos da "voz que fala" nas estrofes.
Na coluna da direita, abaixo, estão listados alguns desses objetivos; na da esquerda, referências às
três estrofes do poema.
Associe adequadamente a coluna da esquerda à da direita.
1. primeira estrofe (l. 01-27)
( ) advertir a quem lê
2. segunda estrofe (I. 28-37)
( ) exortar a quem lê
3. terceira estrofe (l. 38-59)
( ) expressar indiferença com a atitude de quem lê
( ) explicar a causa do desaparecimento de Luísa Porto
A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
1 - 2 - 3 - 3.
2 - 1 - 3 - 2.
2 - 3 - 1 - 1.
3 - 1 - 2 - 3.
3 - 2 - 2 - 1.
226) Considere as seguintes afirmações, referentes à interpretação de palavras e segmentos do texto.
I.
O adjetivo entrevada (I. 06) tem o mesmo sentido que o adjetivo perclusos (I. 48).
II.
As palavras volatilizada (I. 17) e Sumida (I. 24) são semanticamente equivalentes no texto.
III.
O segmento da abandonada e da ausente (l. 47) diz respeito ao segmento mãe de Luiza (I. 44).
Quais estão corretas?
a) Apenas II.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
821
Módulo 20
Instrução: A questão 227 está relacionada ao
texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
A história não tem sido favorável à Polônia e à
sua literatura. Os duzentos anos durante os
quais o país esteve dividido entre as potências
vizinhas - Rússia, Prússia e Áustria - exerceram
uma influência de longo alcance sobre sua
literatura. Os opressores não apenas tentaram
impor seu domínio político, mas erradicar a
cultura do povo conquistado. Um dos principais
alvos era a língua: ............ do uso oficial e das
cerimônias públicas. A literatura polonesa teve
de adotar o difícil papel de guardiã do idioma,
ameaçado pela expansão dos opressores e de
sua língua. As obras literárias passaram a ser o
único santuário onde a língua ameaçada poderia
florescer.
Consequentemente, o país, que tinha ficado
privado de seu exército regular, formou uma
divisão de poetas, com a crença profunda de
que ............ mais efetivos que unidades militares.
A língua era sua única arma contra a opressão
do Estado. Acreditava-se que perder a língua
nacional significaria perder a identidade cultural,
crença essa jamais questionada.
Assim, a poesia polonesa sentiu, desde a
época das partições, o terrível peso do dever
público. Isso originou uma série de conflitos
dentro da própria literatura. Os poetas, cuja
principal tarefa era preservar - por via da língua
- o sentido de identidade nacional, tiveram de
refrear a voz individual, uma vez que serviam à
causa polonesa, supraindividual. Tiveram de
suspender a alegria criativa da picardia e da
irresponsabilidade, por causa da gravidade de
seus objetivos. A poesia estava associada,
inextricavelmente, à extrema seriedade da
missão. E, mesmo que ............ obras escritas por
poetas em momentos descomprometidos da
vida, quando desfrutavam dos prazeres terrenos
ou se deliciavam com horas de ócio, estes não
tinham sido incluídos no cânone literário. Na
Polônia, a seriedade do objetivo modelou a idéia
popular do que a poesia é e deveria ser.
227) Considere as seguintes afirmações.
I.
A fim de impor seu domínio político e de
erradicar ar cultura polonesa, Rússia, Prússia
e Áustria impediram o idioma polonês de ser
usado oficialmente.
II.
Os poloneses acreditavam firmemente que
seus poetas seriam mais efetivos na defesa da
língua que os militares na defesa do Estado.
III.
A poesia polonesa sentiu o peso do dever público, e poetas que escreveram em momentos
descomprometidos acabaram excluídos do
cânone literário.
822
Quais estão de acordo com o texto?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas I e III.
Apenas II e III.
I, II e III.
Interpretação de
textos UFRGS
Instrução: As questões 228 a 233 estão relacionadas ao texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
Por volta de 1928, Henry Ford debatia-se com
uma ideia fixa: queria encontrar uma fórmula
salvadora para o problema do suprimento da
borracha para sua indústria. Estava cansado de
aturar os preços que os ingleses de Ceilão lhe
impunham. Como? Plantando borracha na
Amazônia. Não havia o súdito inglês Henry
Wickham transportado às escondidas para a
Inglaterra as mudas da seringueira da Amazônia?
Tudo estava em organizar seringais homogêneos
em terras apropriadas. Por conseguinte, rumo ao
Brasil, rumo à Amazônia.
O Brasil exultou. E logo o governo brasileiro
recebe os emissários de Ford como costuma
receber os americanos em geral: de braços
abertos. Começa o trabalho. A mata resiste, mas
........... . Ao passo que os tratores vão fazendo a
derrubada para a clareira, já as casas começam a
surgir, o hospital, os postos de higiene, as
quadras de tênis, as mansões dos diretores.
Dentro da floresta amazônica, o ianque fizera
surgir uma nova cidade. E tudo ............ como
convinha. Três mil caboclos trabalhavam; um
milhão de pés de seringueira eram plantados. A
floresta arquejava, mas cedia. E quando,
decorridos apenas dois anos, as seringueiras
começam a despontar em pelotões, em
batalhões, em regimentos, ninguém mais tem
dúvida sobre o desfecho da luta.
Entretanto, Ford ia recebendo e lendo
relatórios. E estes contavam histórias diferentes
das que figuravam nos frontispícios dos jornais:
definhavam as seringueiras pelo excesso de sol
e pela falta de umidade e de humo. Estavam
murchando ao sol da região. À falta de proteção
das sombras da floresta tropical, o exército de
seringueiras de Mr. Ford ............. ao sol. Triunfava
o desordenado da selva contra a disciplina do
seringal.
Devemos concluir daí que na Amazônia seja
de todo impossível estabelecer florestas
homogêneas ou que o grande vale seja de todo
impróprio para o florescimento de uma grande
civilização? Ainda não. Por enquanto, a conclusão
a tirar é outra. Na verdade, o que se fez nas
margens do Tapajós foi transplantar para o
trópico a técnica, os métodos e os processos de
resultados comprovados apenas em climas
49. temperados ou frios – a ciência e a técnica do
50. cultivo da terra próprias para os trópicos estão
51. ainda em fase empírica e elementar.
228) Em seu sentido global, o texto discute
a) os efeitos ambientais da globalização em
seus primeiros anos.
b) as relações entre comércio, indústria e
produção agrícola.
c) as relações econômicas desiguais entre
Estados Unidos e Brasil.
d) o empreendedorismo norte-americano,
representado pela figura de Ford.
e) a eficácia de métodos agrícolas norteamericanos no Brasil.
229) Considere as seguintes afirmações sobre o
conteúdo do texto.
I.
Os ingleses exportavam látex a preços mais
altos do que os brasileiros, por volta de 1928.
II.
As ações de Ford no Brasil eram notícia de
capa em jornais da época.
Ill.
O conhecimento empírico é inútil ou insuficiente no cultivo agrícola.
823
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
Módulo 20
230) Considere as três afirmações abaixo, em que
se propõem modos de completar segmentos
frasais do texto.
1-
Plantando borracha na Amazônia (I. 0607) poderia ser reescrito como Ele poderia
resolver o problema plantando borracha
na Amazônia.
2-
Por conseguinte, rumo ao Brasil, rumo
à Amazônia (l. 11-12) poderia ser reescrito
como Por conseguinte, era necessário
levar as mudas de seringueira rumo ao
Brasil, rumo à Amazônia.
3-
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas 1.
Apenas 2.
Apenas 1 e 3.
Apenas 2 e 3.
1, 2 e 3.
231) Assinale a alternativa em que a segunda palavra constitui sinônimo adequado da primeira,
considerando o contexto em que esta ocorre.
Ainda não (l. 44) poderia ser reescrito como
O grande vale ainda não é de todo
impróprio para o florescimento de uma
grande civilização.
Quais propostas estão corretas e mantêm o
sentido do trecho original?
a)
b)
c)
d)
e)
apropriadas (l. 11) – conquistadas
emissários (l. 14) – mandatários
desfecho (l. 29) – clímax
estabelecer (l. 41) – localizar
elementar (l. 51) – básica
232) Considere as propostas de reescrita abaixo para o seguinte trecho do texto.
E logo o governo brasileiro recebe os emissários de Ford como costuma receber os americanos de modo geral: de braços abertos. (I. 13-16)
I.
II.
Ill.
E logo os emissários americanos de Ford são recebidos como costuma o governo brasileiro receber
de modo geral: de braços abertos.
E logo os emissários de Ford são recebidos pelo governo brasileiro como costumam ser recebidos
os americanos de modo geral: de braços abertos.
E logo os emissários de Ford são recebidos pelo governo brasileiro como este costuma receber os
americanos de modo geral: de braços abertos.
Quais propostas mantêm a correção e o sentido original do trecho?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas lI.
Apenas III.
Apenas I e III.
I, II e III.
233) O deslocamento da ordem de palavras de um texto pode ou não afetar as relações de sentido
estabelecidas.
De acordo com o significado do texto, mantendo-se a correção e o sentido da frase original, pode-se
deslocar
a)
b)
c)
d)
e)
logo (I. 13) para imediatamente depois de governo brasileiro (I. 13).
já (I. 18) para imediatamente depois da forma verbal vão (I. 17).
apenas (I. 26) para imediatamente antes de quando (I. 25).
mais (I. 28) para imediatamente após dúvida (I. 29).
grande (I. 43) para imediatamente depois de civilização (I. 44).
824
Interpretação de
textos UFRGS
234) A derrubada da mata amazônica e o plantio de seringais são tratados, ao longo do texto, por meio
de imagens militares, como em exército de seringueiras (I. 36-37).
Assinale com M as imagens que se referem à mata e com S aquelas que se aplicam aos seringais.
(
(
(
(
) arquejava (I. 25)
) batalhões (I. 28)
) Triunfava (I. 37)
) disciplina (I. 38)
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
S
M
M
M
S
-
M
S
M
S
M
-
S
M
S
S
M
-
S.
S.
M.
M.
S.
Instrução: As questões 235 a 237 estão relacionadas ao texto abaixo.
01. Havia naquele cemitério uma sepultura em
02. torno ............. a imaginação popular tecera
03. lendas. Ficava ao lado da capela, perto dos
04. grandes jazigos, e consistia numa lápide
05. cinzenta, com a inscrição já ............. apagada
06. por baixo duma cruz em alto-relevo. Seus
07. devotos acreditavam que a alma cujo corpo
08. ali jazia tinha o dom de obrar milagres como
09. os de Santo Antônio. Floriano leu a inscrição:
10. Antônia Weber – Toni – 1895-1915. Talvez ali
11. estivesse o ponto de partida de seu próximo
12. romance...
13. Um jovem novelista visita o cemitério de
14. sua terra e fica particularmente interessado
15. numa sepultura singela a que a superstição
16. popular atribui poderes milagrosos. Vem-lhe
17. então o desejo de, através da magia da
18. ficção, trazer de volta à vida aquela morta
19. obscura. Sai à procura de habitantes mais
20. antigos e a eles pergunta: “Quem foi Antônia
21. Weber?” Alguns nada sabem. Outros contam
22. o pouco de que se lembram. Um teuto23. brasileiro sessentão (Floriano já começava a
24. visualizar as personagens, a inventar a
25. intriga), ao ouvir o nome da defunta, fica
26. per turbado e fecha-se num mutismo
27. ressentido. “Aqui há drama”, diz o escritor
28. para si próprio. E conclui: “Este homem talvez
29. tenha amado Antônia Weber ... “. Ao cabo de
30. várias tentativas, consegue arrancar dele uma
31. história fragmentada, cheia de reticências
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
49.
50.
51.
52.
53.
54.
55.
56.
57.
58.
59.
825
que, entretanto, o novelista vai preenchendo
com trechos de depoimentos de terceiros. Por
fim, de posse de várias peças do quebracabeça, põe-se a arrná-lo e o resultado é o
romance duma tal Antônia Weber, natural de
Hannover e que emigrou com os pais para o
Brasil e estabeleceu-se em Santa Fé, onde ...
Mas qual! - exclamou Floriano, parando à
sombra dum plátano e passando o lenço pela
testa úmida. Ia cair de novo nos alçapões que
seu temperamento lhe armava. Os críticos
não negavam mérito a seus romances, mas
afirmavam que em suas histórias ............ o
cheiro do suor humano e da terra: achavam
que, quanto à forma, eram tecnicamente bem
escritas; quanto ao conteúdo, porém, tendiam
mais para o artifício que para a arte, fugindo
sempre ao drama essencial. Pouco lhe
importaria o que outros pensassem se ele
próprio não estivesse de acordo com essas
restrições. Chegara à conclusão de que,
embora a perícia não devesse ser
menosprezada, para fazer bom vinho era
necessário antes de mais nada ter uvas, e
uvas de boa qualidade. No caso do romance a
uva era o tema - o tema legítimo, isto é, algo
que o autor pelo menos tivesse sentido, se
não propriamente vivido.
Módulo 20
235) O texto apresenta dois níveis de narrativa:
a história narrada como um todo e, dentro
desta, a história concebida por Floriano.
No bloco superior, abaixo, estão identificados,
de acordo com sua participação nos níveis
de narrativa, três tipos de personagens; no
inferior, estão listados quatro personagens
do texto.
Associe adequadamente o bloco inferior ao
superior.
1 - personagens da história narrada no texto
como um todo
2 - personagens da história concebida por
Floriano
3 - personagens das duas histórias
(
(
(
(
) Floriano
) Toni Weber
) o novelista
) os críticos
A sequência correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
3 - 2 - 3 - 1.
2 - 1 - 1 - 2.
1 - 3 - 2 - 1.
3 - 1 - 2 - 3.
1 - 3 - 3 - 2.
236) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, conforme descrevam ou não fatos
que acontecem no primeiro nível de narrativa, isto é, na história narrada no texto como um todo.
( ) Floriano faz uma visita ao cemitério da cidade onde se encontra.
( ) Floriano entrevista os habitantes mais antigos da cidade.
( ) Floriano escreve um livro sobre Antônia Weber.
( ) Os livros de Floriano são criticados porque carecem de drama legítimo.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
F - V - V - F.
V - F - F - V.
V - V - F - F.
F - F - V - V.
V - F - V - F.
237) Considere os seguintes segmentos retirados do texto.
1 - a imaginação popular tecera lendas (I. 02-03)
2 - milagres como os de Santo Antônio (I. 08-09)
3 - através da magia da ficção (I. 17-18)
4 - uma história fragmentada, cheia de reticências (I. 30-31)
Em quais deles há emprego de linguagem metafórica?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas 1 e 2.
Apenas 2 e 3.
Apenas 3 e 4.
Apenas 1, 3 e 4.
1, 2, 3 e 4.
826
Interpretação de
textos UFRGS
Instrução: As questões 238 a 239 estão relacionadas ao texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
No século XV, viu-se a Europa invadida por
uma raça de homens que, vindos ninguém
sabe de onde, se espalharam em bandos por
todo o seu território. Gente inquieta e
andarilha, deles afirmou Paul de Saint-Victor
que era mais fácil predizer o .............. das
nuvens ou dos gafanhotos do que seguir as
pegadas da sua invasão. Uns risonhos
despreocupados: passavam a vida esquecidos
do passado e descuidados do futuro. Cada
novo dia era uma nova aventura em busca do
escasso alimento para os manter naquela
jornada. Trajo? No mais completo .............. :
.............. sujos e puídos cobriam-Ihes os corpos
queimados do sol. Nômades, aventureiros,
despreocupados - eram os boêmios.
Assim nasceu a semântica da palavra
boêmio. O nome gentílico de Boêmia passou a
aplicar-se ao indivíduo despreocupado, de
existência irregular, relaxado no vestuário,
vivendo ao deus-dará, à toa, na
vagabundagem alegre. Daí também o
substantivo boêmia. Na definição de Antenor
Nascentes: vida despreocupada e alegre,
vadiação, estúrdia, vagabundagem. Aplicou-se
depois o termo, especializadamente, à vida
desordenada e sem preocupações de artistas
e escritores mais dados aos prazeres da noite
que aos trabalhos do dia. Eis um exemplo
clássico do que se chama degenerescência
semântica. De limpo gentílico - natural ou
habitante da Boêmia - boêmio acabou
carregado de todas essas conotações
desfavoráveis.
A respeito do substantivo boêmia , vale
dizer que a forma de uso, ao menos no Brasil,
é boemia, acento tônico em -mi-, E é natural
que assim seja, considerando-se que -ia é
sufixo que exprime condição, estado,
ocupação. Conferir: alegria, anarquia,
barbaria, rebeldia, tropelia, pirataria... Penso
que sobretudo palavras como folia e orgia
devem ter influído na fixação da tonicidade de
boemia .
Notar
também
o
par
abstêmio/abstemia. Além do mais, a prosódia
boêmia estava prejudicada na origem pelo
nome próprio Boêmia: esses boêmios não são
os que vivem na Boêmia...
238) Considere as seguintes afirmações.
I.
O substantivo comum boêmio pode designar
tanto um indivíduo que pertence ao povo
originário da Boêmia quanto um indivíduo
de vida alegre e despreocupada, dado aos
prazeres da noite.
II.
O termo boêmio designava - por causa do modo
de vida irregular, aventureiro e despreocupado - o
povo que invadiu a Europa no século XV.
III. O substantivo que exprime a condição ou o
estado correspondente a boêmio, no Brasil,
tem a forma boemia, razão por que é incorreto utilizarmos boêmia.
Quais estão corretas, de acordo com o texto?
a) Apenas I
b) Apenas lI.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
239) No bloco superior, abaixo, estão listados quatro processos pelos quais uma palavra pode
ter seu uso alterado; no inferior, sínteses de
passagens do texto que exemplificam três
desses processos.
Associe adequadamente o bloco inferior ao
superior.
1 - analogia – a palavra passa a ser usada como
outras por semelhança de forma com elas
2 - degenerescência semântica – a palavra passa
a ser usada em função de elementos negativos
de seu significado
3 - enobrecimento semântico – a palavra passa
a ser usada em função de elementos positivos
de seu significado
4 - especialização – ela passa a ser usada apenas para
um subcaso daqueles que originalmente cobria
( ) boêmio passa a designar pessoa despreocupada, desleixada, vadia (I. 17-22)
( ) boêmio passa a designar artistas amantes da
vida noturna (I. 25-29)
( ) boêmia passa a ser pronunciada como boemia
(I. 35-40)
827
A sequência correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é
a) 1 - 2 - 3.
b) 2 - 3 - 4.
c) 2 - 4 - 1.
d) 3 - 4 - 2.
e) 1 - 3 - 4.
Módulo 20
Instrução: As questões 240 a 244 estão relacionadas ao texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
Se, em um tempo futuro, muito distante, só
tivessem sobrado de nós vestígios e alguns deles
fossem encontrados, e entre esses, fotografias,
pensemos que um fato seria possível: por meio
delas, para os que as encontrariam, poderia se
operar uma revelação. As fotografias diriam
sobre quem fomos e como vivemos. Caso os
habitantes do futuro encontrassem, por acaso,
soterrado um arquivo de fotografias de guerra,
quem sabe deduziriam a ............. condição daquela
humanidade perdida e suspirariam de alívio pela
nossa ............. . Se, ao contrário, o que
encontrassem fossem álbuns de uma prosaica
família, apreciariam crianças fotografadas, ao
longo dos anos, sempre tão divertidas, cenas de
trivial alegria.
Por um lado, redução: há como superar a
finitude. Por outro, castigo: não se esquecerá
enquanto houver a fotografia. O que se lembra
diante do retrato de um anônimo fotografado no
séc. XIX? Há sempre um encanto imanente
nessas imagens do passado; são como pontos
que não se cruzam, como caminhos indicados
por setas que parecem levar a lugar nenhum.
Mas nos fazem desejar, pela expectativa do que
se pode ver do outro lado, cruzá-Ios.
Um postulado pode ser enunciado nos termos
de que, se está na imagem, existe; ou, tratandose de fotografia, se está na foto, existiu e pode
ou não ainda existir. Na esteira dessa lógica,
então, seria aceitável considerar que esquecer é
humano e lembrar é fotográfico. Se remontarmos
às nossas experiências, considerando o álbum de
família, seguramente a maioria de nós dará como
depoimento a surpresa do encontro com o
passado. A palavra encontro talvez seja um
superlativo do que realmente acontece, visto que
o máximo que a fotografia nos oferece é a
possibilidade de uma projeção do aproximar-se
com o que foi. Há uma tendência em
acreditarmos na foto, desde, é claro, que a
informação nela contida não ............ nossas
certezas projetadas em imagens mentais sobre o
passado. Uma personagem de Virginia Wolf
comenta: “Não possuímos as palavras. Elas estão
por trás dos olhos, não sobre os lábios”. E sem as
palavras, o que contariam as fotografias? Talvez
não possam contar, mas seguramente alguma
49.
50.
51.
52.
coisa do passado vem evoca da nelas, como a
dúvida, ou no mínimo a nostalgia daquele fato
fragmentado em imagem, na referência a outra
pessoa em uma festa perdida na lembrança.
240) Em seu sentido global, o texto afirma que
a) as fotografias de crianças, festas, reuniões
de família são sempre registros da prosaica
felicidade de que se constitui o cotidiano.
b) as imagens do passado suscitam sentimentos de nostalgia ou dúvida, mas não
permitem a construção de conhecimentos
acerca desse passado.
c) as fotografias, embora não recontem o
passado que registram, são indícios que
permitem sua recordação.
d) as imagens mentais de cenas vividas no passado não podem ser refutadas por registros
fotográficos.
e) a fotografia, ao contrário das palavras, reproduz fielmente a realidade e, como tal, é
prova mais confiável de sua existência.
241) Considere as seguintes propostas de substituição de palavras do texto.
828
1 - vestígios (I. 02) por resquícios.
2 - superar (I. 17) por vencer.
3 - nostalgia (I. 50) por lembrança.
Quais propostas indicam que a segunda palavra constitui sinônimo adequado da primeira,
considerando o contexto em que esta ocorre?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas 1.
Apenas 2.
Apenas 3.
Apenas 1 e 2.
1, 2 e 3.
Interpretação de
textos UFRGS
242) Para abordar o tema, a autora utiliza diferentes mecanismos de organização interna dos parágrafos.
Na coluna da direita abaixo, estão listados esses mecanismos; na da esquerda, os parágrafos do
texto que correspondem à presença ou ao predomínio desses mecanismos.
Associe adequadamente a coluna da direita à da esquerda.
1 - Primeiro parágrafo (I. 01-16).
2 - Segundo parágrafo (I. 17-26).
3 - Terceiro parágrafo (I. 27-52).
( )
Predomínio de mecanismos de contraste e de
oposição, indicados por nexos articuladores.
( )
Presença de mecanismos de explicação e de
conclusão, indicados por nexos articuladores.
( )
Predomínio de mecanismos de hipóteses e de
suposição, indicados por conjunções.
( )
Presença do mecanismo de citação, indicado por
sinal de pontuação.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
1 - 2 - 3 - 1.
1 - 3 - 2 - 1.
2 - 3 - 1 - 3.
2 - 2 - 1 - 3.
3 - 1 - 2 - 3.
243) Considere a passagem do texto abaixo transcrita e as sugestões de reescrita que a seguem.
Um postulado pode ser enuncIado nos termos de que, se está na imagem, existe; ou,
tratando-se de fotografia, se está na foto, existiu e pode ou não ainda existir (l. 27-30).
I.
Pode-se enunciar um postulado nos seguintes termos: se está na imagem, existe; ou, tratando-se
de fotografia, se está na foto, existiu e pode ou não ainda existir.
II.
Tratando-se de fotografia, um postulado pode enunciar-se nos seguintes termos: se está numa
foto ou numa imagem, existiu e pode ou não existir ainda.
III.
Pode ser postulado um enunciado nos seguintes termos: se está na imagem, existe; ou seja,
tratando-se de fotos, se está numa fotografia, existiu e não pode ainda existir.
Quais propostas mantêm a correção e o sentido original do trecho?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
244) Assinale a alternativa que, de acordo com o texto, pode substituir adequadamente os nexos de
articulação textual então (l. 31), visto que (l. 37) e mas (l. 48), nesta ordem.
a)
b)
c)
d)
e)
portanto - uma vez que - pois
portanto - uma vez que - porém
com efeito - por isso - pois
com efeito - por isso - porém
portanto - por isso - pois
829
Módulo 20
Instrução: As questões de 245 a 250 estão relacionadas ao texto abaixo.
01. Em julho, na Nhecolândia, Pantanal de
02. Mato Grosso, encontrei um vaqueiro que
03. reunia em si, em qualidade e cor, quase tudo
04. o que literatura empresta esparso aos
05. vaqueiros principais. Era tão de carne-e-osso,
06. que nele não poderia empessoar-se o cediço e
07. fácil da pequena lenda. Apenas um
08. profissional esportista: um técnico, amoroso
09. de sua oficina. Mas denso, presente, almado,
10. bom-condutor de sentimentos, crepitante de
11. calor humano, governador de si mesmo; e
12. inteligente. Essa pessoa, este homem, é o
13. vaqueiro José Mariano da Silva, meu amigo.
14. Começamos por uma conversa de três
15. horas, luz de um lampião, na copa da
16. Fazenda Firme. Eu tinha precisão de aprender
17. mais, sobre a alma dos bois, e instigava-o a
18. fornecer-me fatos, casos. Enrolado no
19. poncho, as mãos plantadas definitivamente na
20. toalha da mesa, como as de um bicho em
21. vigia, ele procurava atender-me. Seu rosto, de
22. feitura franca, muito moreno, fino, tomava o
23. ar de seriedade, meio em excesso, de um
24. homem-de-ação posto em tarefa meditativa.
25. Contou-me muita coisa.
26. Falou do boi Carocongo. Do garrote
27. Guabiru que, quando chegava em casa, de
28. tardinha, berrava nove vezes, e só por isso
29. não o matavam, e porque tinha o berro mais
30. s a u d o s o . D a v a q u i n h a B u r i v i , q u e
31. acompanhava ao campo sua dona moça,
32. colher as guaviras, ou para postar-se
33. margem do poço, guardando o banho
34. dela, sem deixar vir perto nenhuma criatura.
35. Discorreu muito. Quando estacava, para
36. tomar fôlego ou recordação, fechava os olhos.
37. Prazia ver esse modo, em que eu o imaginava
38. tornado a sentir-se cavaleiro sozinho.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
49.
50.
51.
52.
53.
54.
55.
830
Ponderava, para me responder, truz e cruz,
no coloquial, misto de guasca e de mineiro.
O sono diminuía os olhos do meu amigo;
era tarde, para quem precisava de levantar-se
com trevas ainda na terra, com os chopins
cantantes. Nos despedimos. O céu estava
extenso. Longe, os carandás eram blocos
mais pretos, de um só contorno. As estrelas
rodeavam: estrelas grandes, próximas,
desengastadas. Um cavalo relinchou, rasgado
a distância, repetindo. Os grilos, mil, mil, se
telegrafavam: que o Pantanal não dorme, que
o Pantanal é enorme, que as estrelas vão
chover ... José Mariano caminhava embora, no
andar bamboleado, cabeça baixa, ruminando
seu cansaço. Se abria e unia, com ele - vaca
negra - a noite, vaca.
Interpretação de
textos UFRGS
245) Na coluna da esquerda, abaixo, são listados modos diferentes de apresentação, pelo narrador, do
personagem, dos cenários e dos acontecimentos; na coluna da direita, passagens que correspondem à caracterização.
Associe corretamente a coluna da direita à da esquerda.
1-
Apresentação de uma cena, assemelhando-se a uma imagem fotográfica.
2-
Movimento cronológico dos acontecimentos da narrativa.
3-
Avaliação e sensações do narrador
sobre o personagem que apresenta na
narrativa.
( )
... encontrei um vaqueiro ... (l. 02)
( )
Enrolado no poncho, as mãos plantadas definItivamente na toalha da mesa,
(I. 18-20)
( )
Contou-me muita coisa. (I. 25)
( )
Prazia ver esse modo, em que eu o
imaginava tornado a sentir-se cavaleiro
sozinho. (I. 37-38)
( )
O céu estava extenso. Longe, os carandás eram blocos mais pretos, de um só
contorno. (I. 44-46)
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
1 - 3 - 2 - 2 - 1.
2 - 1 - 3 - 3 - 2.
2 - 1 - 2 - 3 - 1.
3 - 2 - 1 - 2 - 3.
3 - 3 - 2 - 3 - 1.
246) Considere as seguintes afirmações sobre o sentido de passagens do texto.
I.
A forma verbal empresta (I. 04) tem sentido equivalente a confere e concede no contexto
II.
O segmento que inicia em Seu rosto (I. 21) e vai até o final daquele parágrafo sugere que o personagem demonstrou incapacidade para contar, por esta ser tarefa meditativa.
III.
O segmento que inicia em Ponderava (I. 39) e vai até o final do parágrafo sugere que, embora
usasse palavras corriqueiras, o vaqueiro dava respostas refletidas.
Quais estão de acordo com o texto?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas lI.
Apenas III.
Apenas I e Ill.
I, II e lII.
831
Módulo 20
247) Associe cada ocorrência de sinal de pontuação, à esquerda, com o sentido, à direita,
que tal sinal auxilia a expressar no contexto
em que ocorre.
249) Considere as propostas de reescrita abaixo
para o seguinte trecho.
O sono diminuía os olhos do meu amigo; era tarde, para quem precisava de
levantar-se com trevas ainda na terra,
com os chopins cantantes (I. 41-44).
A sequência correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é
( ) Ponto-e-vírgula (I. 11)
1 - Explicação
( ) Vírgulas (I. 30-31)
2 - Ênfase
III -
( ) Reticências (I. 52)
3 - Exemplificação
III -
4 - Continuidade
a)
b)
c)
d)
e)
Quais propostas são gramaticalmente corretas e preservam o sentido original do trecho?
1- 3 - 2.
2 - 1- 4.
2 - 3 - 1.
3 - 1 - 2.
1 - 4 - 2.
248) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as
afirmações abaixo, referentes às relações
sintáticas e semânticas entre palavras e expressões do texto.
( )
O emprego de as (I. 20) tem função pronominal, uma vez que retoma mãos (I. 19).
( )
As palavras muita (I. 25) e muito (I. 35) assinalam que o narrador intensifica o fato de
seu amigo, o vaqueiro, ser um contador de
vários casos.
( )
As expressões do boi Carocongo (I. 26),
Do garrote Guabiru (I. 26-27) e Da vaquinha Burivi (I. 30) complementam o sentido
do verbo Falou (I. 26).
( )
As palavras mais (I. 29) e pretos (I. 46) modificam o sentido, respectivamente, de berro
(I. 29) e carandás (I. 45). Por isso, são adjetivos.
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas I e II.
Apenas II e III.
I, II e m.
250) Considere as seguintes afirmações sobre a
passagem Os grilos, mil, mil, se telegrafavam: que o Pantanal não dorme, que o
Pantanal é enorme, que as estrelas vão
chover... (I. 49-52).
I-
O segmento que o Pantanal não dorme,
que o Pantanal é enorme, que as estrelas
vão chover (I. 50-52) refere-se ao conteúdo
dito pelos grilos em seus cantos, constituindo,
na narrativa, o discurso indireto.
II -
A relação do verbo telegrafavam (I. 50) com
o sujeito grilos (I. 49) produz um sentido
metafórico na narrativa.
III -
Os dois-pontos marcam a inserção de uma
enumeração de orações que constituem
complementos para o verbo telegrafavam
(I. 50).
A sequência correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
Substituição de para quem (I. 42) por ele.
Substituição de precisava (I. 42) por necessitava.
Retirada da preposição de (I. 42) após precisava.
F - F - F - V.
F - V - F - F.
V - F - V - F.
V - F - V - V.
V - V - V - F.
832
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
Interpretação de
textos UFRGS
Instrução: As questões 251 a 255 estão relacionadas ao texto abaixo.
01. A pesquisa em gramática também tem
02. seus mistérios - aspectos da língua que
03. ninguém conseguiu até hoje formular direito.
04. Acho que não exagero se disser que a maioria
05. dos fenômenos gramaticais já observados não
06. tem uma explicação satisfatória. Vejamos um
07. exemplo.
08. Sabemos que, em muitas frases, o sujeito
09. exprime o ser que pratica a ação (ou, mais
10. exatamente, que causa o evento). Isso
11. acontece na frase: Minervina entortou meu
12. guarda-chuva. Acontece que, com o verbo
13. entortar, nem sempre o sujeito exprime quem
14. pratica a ação. Se não houver objeto, isto é,
15. se só houver o sujeito e o verbo, o sujeito
16. exprime quem sofre a ação, como em Meu
17. guarda-chuva
entortou.
Essa
frase,
18. naturalmente, não significa que o guarda19. chuva praticou a ação de entortar alguma
20. coisa, mas que ele ficou torto. Mesmo se o
21. sujeito fosse o nome de uma pessoa (que, em
22. princípio, poderia praticar uma ação), o efeito
23. se verifica: Minervina entortou . Essa frase
24. quer dizer que Minervina ficou torta, não que
25. ela entortou alguma coisa.
26. A mudança de significado do sujeito que
27. vimos acima acontece com muitos verbos do
28. português; por exemplo, quebrar, esquentar,
29. rasgar. Uma vez que é bastante regular, esse
30. comportamento deve (ou deveria) ser incluído
31. na gramática portuguesa.
32. Agora, o mistério: em certos casos, o
33. fenômeno da mudança de significado do
34. sujeito não ocorre, e ninguém sabe ao certo
35. por quê. Assim, podemos dizer O leite
36. esquentou , e isso significa que o leite se
37. tornou quente, não que ele esquente alguma
38. coisa. Mas na frase Esse cobertor esquenta,
39. entende-se que o cobertor esquenta a gente
40. (isto é, causa o aquecimento), e não que ele
41. se torne quente. Ninguém sabe direito por
42. que verbos como esquentar (e vários outros)
43. não se comportam como o esperado em
44. frases como essa. Provavelmente, o
45. fenômeno tem a ver com a situação evocada
46. pelo verbo. Mas falta ainda um estudo
47. sistemático, e, por enquanto, esses fatos não
48. cabem em teoria nenhuma.
49.
50.
51.
52.
53.
54.
55.
Enfim, para quem gosta de certezas e
seguranças, tenho más notícias: a gramática
não está pronta. Para. quem gosta de
desafios, tenho boas notícias: a gramática não
está pronta. Um mundo de questões e
problemas continua sem solução, à espera de
novas ideias, novas análises, novas cabeças.
251) Assinale a alternativa que expressa corretamente o sentido global do texto.
a) A gramática é um campo de investigação
no qual muito do que já foi observado
permanece apenas parcialmente compreendido.
b) A gramática é sempre uma teoria inacabada, em virtude da dinâmica das línguas,
que mudam constantemente.
c) A gramática é um campo pouco propício
àqueles que gostam de certezas, pois não
dá lugar ao estabelecimento de normas.
d) Os verbos em português, conforme se
pode constatar por meio da reunião de
vários exemplos, ainda não foram estudados sistematicamente.
e) A gramática é um conjunto de generalizações sintáticas que expressam comportamentos regulares de expressões de uma
língua.
252) Assinale a alternativa em que se estabelece
uma relação correta entre um pronome ou
expressão e aquilo a que se refere.
833
a) seus mistérios (I. 02) - mistérios da pesquisa em gramática
b) que (I. 02) - língua
c) ela (I. 25) - essa frase
d) esse comportamento (I. 29-30) - comportamento das frases
e) ele (I. 37) - o fenômeno da mudança de
significado
Módulo 20
253) Este texto é dirigido ao público em geral,
valendo-se o autor de diversos recursos textuais para se aproximar do leitor.
255) Considere os seguintes verbos do português.
1
2
3
4
Considere as seguintes afirmações, a respeito
desses recursos.
I-
O emprego da primeira pessoa do plural
Vejamos (I. 06) e vimos (I. 27) inclui autor e
leitor na ação descrita, o que cria um efeito
de participação conjunta no desenvolvimento
da argumentação.
II -
O emprego de expressões como Acontece
que (I. 12) sabe direito (I. 41) e Um mundo
(I. 53) remete a usos coloquiais da língua
portuguesa.
Ill -
O emprego de pronomes oblíquos em posições variadas, como em entende-se (I. 39) e
se torne (I. 41) só se justifica pela coloquialidade do texto, uma vez que, nas convenções
de escrita padrão do português, o pronome
só pode ocorrer depois do verbo.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas I e II.
Apenas II e III.
I, II e II!.
254) Considere as seguintes sugestões de alteração de segmentos do texto.
I-
O pronome quem (I. 16) poderia ser substituído por aquele que, neste contexto, sem
prejuízo da correção da frase em questão.
II -
O pronome ele (I. 20) poderia ser elidido da
oração, sem prejuízo da correção e da referência a guarda-chuva (I. 18-19).
III -
A substituição da forma verbal vimos (I. 27)
por nos ocupamos acarretaria outra alteração na frase para ajuste de regência.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas lI.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
- amassar
- entrar
- entregar
- secar
Assinale a alternativa que apresenta os verbos
que têm o mesmo comportamento daqueles
listados nas linhas 28-29.
a)
b)
c)
d)
e)
1- 4.
1 - 2.
1 - 3.
2 - 4.
2 - 3.
Instrução: A s q u e s t õ e s 2 5 6 e 2 5 7 e s tão relacionadas ao texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
834
O que havia de tão revolucionário na
Revolução Francesa? Soberania popular,
liberdade civil, igualdade perante a lei - as
palavras hoje são ditas com tanta facilidade
que somos incapazes de imaginar seu caráter
explosivo em 1789. Para os franceses do
Antigo Regime, os homens eram desiguais, e a
desigualdade era uma boa coisa, adequada à
ordem hierárquica que fora posta na natureza
pela própria obra de Deus. A liberdade
significava privilégio - isto é, literalmente, “lei
privada”, uma prerrogativa especial para fazer
algo negado a outras pessoas. O rei, como
fonte de toda a lei, distribuía privilégios, pois
havia sido ungido como o agente de Deus na
terra.
Durante todo o século XVIII, os filósofos
do luminismo questionaram esses
pressupostos, e os panfletistas profissionais
conseguiram empanar a aura sagrada da coroa.
Contudo, a desmontagem do quadro mental
do Antigo Regime demandou violência
iconoclasta, destr uidora do mundo,
revolucionária.
Seria ótimo se pudéssemos associar a
Revolução exclusivamente à Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, mas ela
nasceu na violência e imprimiu seus princípios
em um mundo violento. Os conquistadores da
Interpretação de
textos UFRGS
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
49.
50.
51.
52.
53.
54.
55.
56.
57.
58.
59.
60.
61.
Bastilha não se limitaram a destruir um
símbolo do despotismo real. Entre eles, 150
foram mortos ou feridos no assalto à prisão e,
quando os sobreviventes apanharam o
diretor, cortaram sua cabeça e desfilaram-na
por Paris na ponta de uma lança.
Como podemos captar esses momentos de
loucura, quando tudo parecia possível e o
mundo se afigurava como uma tábula rasa,
apagada por uma onda de comoção popular e
pronta para ser redesenhada? Parece incrível
que um povo inteiro fosse capaz de se
levantar e transformar as condições da vida
cotidiana. Duzentos anos de experiências com
admiráveis mundos novos tornaram-nos
céticos quanto ao planejamento social.
Retrospectivamente, a Revolução pode
parecer um prelúdio ao totalitarismo.
Pode ser. Mas um excesso de visão
histórica retrospectiva pode distorcer o
panorama de 1789. Os revolucionários
franceses não eram nossos contemporâneos.
E eram um conjunto de pessoas não
excepcionais em circunstâncias excepcionais.
Quando as coisas se desintegraram, eles
reagiram a uma necessidade imperiosa de
dar-lhes sentido, ordenando a sociedade
segundo novos princípios. Esses princípios
ainda permanecem como uma denúncia da
tirania e da injustiça. Afinal, em que estava
empenhada a Revolução Francesa? Liberdade,
igualdade, fraternidade.
257) Embora não descreva a Revolução Francesa,
arrolando fatos e elementos de seu contexto
histórico, vários desses fatos e elementos são
mencionados no texto. Considere as seguintes afirmações relacionadas a essas menções.
I-
A Revolução Francesa esteve relacionada a
um fenômeno histórico denominado Antigo
Regime.
II -
A data de 1789 é apresentada como marco
temporal no qual o processo denominado
Revolução Francesa atinge seu limite.
III-
A conquista de uma prisão denominada
Bastilha, cujo diretor foi degolado, é um fato
relevante na Revolução Francesa.
Que afirmações podem ser inferidas a partir
das informações contidas no texto?
a)
b)
c)
d)
e)
258) Assinale a alternativa que apresenta sinônimos para as palavras especial (I. 12), empanar (I. 20) e céticos (I. 45), no contexto em
que ocorrem.
a) notável
b) maravilhosa
c) exclusiva
d) exclusiva
e) notável
256) Em seu sentido global, o texto
a) sustenta que o caráter aparentemente
libertário da Revolução Francesa era, de
fato, tirano e injusto.
b) expõe os sistemas filosóficos do lluminismo.
c) explica a Revolução Francesa, com base
no conflito entre ideias lluministas panfletárias e o quadro mental do Antigo
Regime.
d) enfatiza a importância dos princípios defendidos
na Revolução Francesa,
apesar da violência nela presente.
e) alerta para a irrelevância de se julgar de
modo crítico a Revolução Francesa, retrospectivamente.
Apenas I.
Apenas lI.
Apenas III.
Apenas I e Ill.
I, II e III.
- anular
- embaçar
- obscurecer
- anular
- obscurecer
- descrentes
- desfavoráveis
- descrentes
- incrédulos
- desfavoráveis
259) Considere as seguintes ocorrências de artigo
no texto.
835
I - O artigo definido na linha 15.
II - O artigo definido singular na linha 17.
Ill - O artigo definido na linha 46.
Quais poderiam ser omitidos, preservando a
correção de seus contextos?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas I e II.
I, II e III.
Módulo 20
260) Considere a seguinte definição de metonímia.
A metomínia é figura de linguagem em que se
emprega uma palavra que tem uma relação
de contiguidade com o referente expresso;
por exemplo, pode-se expressar o sentido
do todo pelo uso de uma palavra que refere
uma parte.
Assinale a alternativa em que a palavra sublinhada é um emprego de metonímia no
respectivo trecho do texto.
a) ungido como o agente de Deus (I. 15).
b) a aura sagrada da coroa (I. 20).
c) um símbolo do despotismo real (I. 3031).
d) na ponta de uma lança (I. 35).
e) prelúdio ao totalitarismo (I. 47).
261) Considere as seguintes afirmações relacionadas a sentidos do terceiro parágrafo do texto.
I - O emprego da conjunção se e dos tempos
e modos verbais na linha 25 sinalizam
que a Revolução Francesa não pode ser
exclusivamente associada à Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão.
II - O emprego de não se limitaram (I. 30)
expressa que os conquistadores destruíram um símbolo e fizeram algo além disso.
Ill - O emprego do nome próprio Paris (I. 35)
localiza a sociedade sobre a qual incidem
os novos princípios revolucionários.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
Instrução: As questões 262 e 263 estão relacionadas
ao texto abaixo.
01. O menino sentado à minha frente é meu
02. irmão, assim me disseram; e bem pode ser
03. verdade, ele regula pelos dezessete anos,
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
49.
50.
51.
52.
53.
54.
836
justamente o tempo em que estive solto no
mundo, sem contato nem notícia.
A princípio quero tratá-to como intruso,
mostrar-lhe ........minha hostilidade, não
abertamente para não chocá-lo, mas de
maneira a não lhe deixar dúvida, como se lhe
perguntasse com todas as letras: que direito
tem você de estar aqui na intimidade de
minha família, entrando nos nossos segredos
mais íntimos, dormindo na cama onde eu
dormi, lendo meus velhos livros, talvez
sorrindo das minhas anotações à margem,
tratando meu pai com intimidade, talvez
discutindo a minha conduta, talvez até
criticando-a? Mas depois vou notando que ele
não é totalmente estranho. De repente fereme...............ideia de que o intruso talvez seja
eu, que ele tenha mais direito de hostilizar-rne
do que eu a ele, que vive nesta casa há
dezessete anos. O intruso sou eu, não ele.
Ao pensar nisso vem-me o desejo urgente
de entendê-to e de ficar amigo. Faço-lhe
perguntas e noto a sua avidez em respondêIas, mas logo vejo a inutilidade de prosseguir
nesse caminho, as perguntas parecem-me
formais e as respostas forçadas e
complacentes.
Tenho tanta coisa a dizer, mas não sei
como começar, até a minha voz parece ter
perdido a naturalidade. Ele me olha, e vejo
que está me examinando, procurando decidir
se devo ser tratado como irmão ou como
estranho, e imagino que as suas dificuldades
não devem ser menores do que as minhas.
Ele me pergunta se eu moro em uma casa
grande, com muitos quartos, e antes de
responder procuro descobrir o motivo da
pergunta. Por que falar em casa? E qual a
importância de muitos quartos? Causarei
inveja nele se responder que sim? Não, não
tenho casa, há muitos anos que tenho
morado em hotel. Ele me olha, parece que
fascinado, diz que deve ser bom viver em
hotel, e conta que, toda vez que faz reparos
...............comida, mamãe diz que ele deve ir para
um hotel, onde pode reclamar e exigir. De
repente o fascínio se transforma em alarme, e
ele obser va que se eu vivo em hotel não
posso ter um cão em minha companhia, o
jornal disse uma vez que um homem foi
processado por ter um cão em um quarto de
Interpretação de
textos UFRGS
55. hotel. Confirmo ........... proibição. Ele suspira e
56. diz que então não viveria em um hotel nem de
57. graça.
262) Assinale a alternativa que expressa, adequadamente, o sentido global do texto.
a) O narrador-personagem retorna para casa, porque deseja estar com a sua família e se aproximar
do irmão.
b) O narrador-personagem sai do quarto do hotel, porque não pôde ter um cão como companhia.
c) O irmão do narrador-personagem, por ter aproximadamente dezessete anos, vive em casa com
os pais.
d) O narrador-personagem, ao conhecer seu irmão, vive um conflito relacionado à falta de intimidade
e à busca de proximidade com ele.
e) O narrador-personagem distancia-se de sua casa, porque considera seu irmão um estranho e um
intruso na família.
263) Na coluna da direita, abaixo, estão presentes ideias que resumem o sentido de parágrafos do texto;
na da esquerda, indicações desses parágrafos.
Associe adequadamente a coluna da direita à da esquerda.
1 - Primeiro parágrafo (I. 01-05)
2 - Segundo parágrafo (I. 06-23)
3 - Terceiro parágrafo (I. 24-30)
4 - Quarto parágrafo (I. 31-57)
(
(
(
(
) Desejo do narrador-personagem de
aproximar-se do irmão.
) Contato inicial entre os irmãos.
) Momento de aproximação dos irmãos por
meio do diálogo.
) Momento em que o narrador- personagem
depara-se com o conflito entre o distante
e o familiar.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) 2 - 1 - 4 - 3.
b) 2 - 1 - 3 - 4.
c) 3 - 1 - 4 - 2.
d) 1 - 3 - 4 - 2.
e) 3 - 1 - 2 - 4.
837
Módulo 20
Instrução: As questões de 264 a 268 estão relacionadas ao texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
Entre as situações linguísticas que o
português já viveu em seu contato com outras
línguas, cabe considerar uma situação que se
realiza em nossos dias: aquela em que ele é
uma língua de emigrantes. Para o leitor
brasileiro, soará talvez estranho que falemos
aqui do português como uma língua de
EMIGRANTES, pois o Brasil foi antes de mais
nada um país para o qual se dirigiam em
massa, durante mais de dois séculos, pessoas
nascidas em vários países europeus e
asiáticos; assim, para a maioria dos
brasileiros, a representação mais natural é a
da convivência no Brasil com IMIGRANTES
vindos de outros países. Sabemos, entretanto,
que, nos últimos cem anos, muitos falantes
do por tuguês foram buscar melhores
condições de vida, partindo não só de
Portugal para o Brasil, mas também desses
dois países para a América do Norte e para
vários países da Europa: em certo momento,
na década de 1970, viviam na região
parisiense mais de um milhão de portugueses
- uma população superior à que tinha então a
cidade de Lisboa. Do Brasil, têm....................nas
últimas décadas muitos jovens e
trabalhadores, dirigindo-se aos quatro cantos
do mundo.
A existência de comunidades de imigrantes
é sempre uma situação delicada para os
próprios imigrantes e para o país que os
recebeu: normalmente, os imigrantes vão a
países que têm interesse em usar sua força
de trabalho, mas qualquer oscilação na
economia faz com que os nativos ................ sua
presença como indesejável; as diferenças na
cultura e na fala podem alimentar
preconceitos e desencadear problemas reais
de diferentes ordens.
Em geral, proteger a cultura e a língua do
imigrante não é um objetivo prioritário dos
países hospedeiros, mas no caso do
português tem havido ................ .Em certo
momento, o português foi uma das línguas
estrangeiras mais estudadas na França; e, em
algumas cidades do Canadá e dos Estados
Unidos, um mínimo de vida associativa tem
garantido a sobrevivência de jornais editados
49. em português, mantidos pelas próprias
50. comunidades de origem por tuguesa e
51. brasileira.
264) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas 25, 35 e 43, nesta
ordem.
a)
b)
c)
d)
e)
imigrado
emigrado
emigrado
imigrado
emigrado
–
–
–
–
–
incarem
incarem
encarem
encarem
encarem
–
–
–
–
–
exceções
exceções
exceções
excessões
excessões
265) Assinale a alternativa que expressa corretamente o sentido global do texto.
a) Os preconceitos vividos por falantes de
língua portuguesa que moram em outros
países.
b) A situação linguística, nos últimos cem
anos, do português, como uma língua
de emigrantes.
c) A relação do imigrante com o país de
origem, como modo de sobrevivência no
país hospedeiro.
d) Os motivos culturais de emigração dos
falantes do português do Brasil e de Portugal para outros países.
e) A circulação de publicações em língua
portuguesa em países nos quais há imigrantes brasileiros e portugueses.
266) Assinale a alternativa em que se estabelece
uma relação correta entre uma expressão e
aquilo a que se refere.
838
a)
b)
c)
d)
e)
aquela (I. 04) - língua
aqui (I. 07) - Brasil
o qual (I. 09) - Brasil
que (I. 24) - cidade de Lisboa
sua presença (I. 35-36) - presença dos
imigrantes
Interpretação de
textos UFRGS
267) Desconsiderando questões de emprego de
letra maiúscula, assinale a alternativa em
que se sugere um deslocamento de adjunto
adverbial que preservaria tanto a correção
quanto o sentido do segmento original.
a) Colocação de Para o leitor brasileiro (I.
05-06) entre vírgulas, imediatamente após
aqui (I. 07).
b) Deslocamento de entretanto (I. 15) para
imediatamente após partindo (I. 18).
c) Passagem de também (I. 19) para imediatamente após e (I. 20).
d) Deslocamento de normalmente (I. 32)
para imediatamente após usar. (l. 33).
e) Colocação de Em geral (I. 40) entre. vírgulas, imediatamente após é (I. 41).
268) Considere as seguintes afirmações sobre o
sentido de passagens do texto.
I - A forma verbal soará (I. 06), no contexto,
tem sentido equivalente a emitir som e
falar.
II - A palavra representação (I. 13), no contexto em que aparece, tem o sentido
de imagem ou ideia que se concebe do
mundo.
III - O segmento dirigindo-se aos quatro
cantos do mundo (I. 27-28) refere-se ao
fato de trabalhadores e jovens brasileiros
dirigirem-se a quatro países: Portugal,
França, Canadá e Estados Unidos.
Quais estão corretas?
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas I e III.
I, II e III.
839
Instrução: As questões de 269 a 272 estão relacionadas ao texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
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18.
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21.
22.
23.
24.
25.
26.
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28.
29.
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31.
32.
33.
34.
35.
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37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
Viagens, cofres mágicos com promessas
sonhadoras, não mais revelareis vossos
tesouros intactos! Hoje, quando ilhas
polinésias afogadas em concreto se
transformam em porta-aviões ancorados nos
mares do Sul, quando as favelas corroem a
África, quando a aviação avilta a floresta
americana antes mesmo de poder destruir-lhe
a virgindade, de que modo poderia a pretensa
evasão da viagem conseguir outra coisa que
não confrontar-nos com as formas mais
miseráveis de nossa existência histórica?
Ainda assim, compreendo a paixão, a
loucura, o equívoco das narrativas de viagem.
Elas criam a ilusão daquilo ............ não existe
mais, mas ........... ainda deveria existir. Trariam
nossos modernos Marcos Polos, das mesmas
terras distantes, desta vez em forma de
fotografias e relatos, as especiarias morais
.............. nossa sociedade experimenta uma
necessidade aguda ao se sentir soçobrar no
tédio?
É assim que me identifico, viajante
procurando em vão reconstituir o exotismo
com o auxílio de fragmentos e de destroços.
Então, insidiosamente, a ilusão começa a
tecer suas armadilhas. Gostaria de ter vivido
no tempo das verdadeiras viagens, quando
um espetáculo ainda não estragado,
contaminado e maldito se oferecia em todo o
seu esplendor. Uma vez encetado, o jogo de
conjecturas não tem mais fim: quando se
deveria visitar a Índia, em que época o estudo
dos selvagens brasileiros poderia levar a
conhecê-Ios na forma menos alterada? Teria
sido melhor chegar ao Rio no século XVIII?
Cada década para trás permite salvar um
costume, ganhar uma festa, partilhar uma
crença suplementar.
Mas conheço bem demais os textos do
passado para não saber que, me privando de
um século, renuncio a perguntas dignas de
enriquecer minha reflexão. E eis, diante de
mim, o círculo intransponível: quanto menos
as culturas tinham condições de se comunicar
entre si, menos também os emissários
respectivos eram capazes de perceber a
riqueza e o significado da diversidade. No final
Módulo 20
49. das contas, sou prisioneiro de uma
50. alternativa: ora viajante antigo, confrontado
51.. com um prodigioso espetáculo do qual quase
52. tudo lhe escapava – ainda pior, inspirava
53. troça ou desprezo –, ora viajante moderno,
54. correndo atrás dos vestígios de uma realidade
55. desaparecida. Nessas duas situações, sou
56. perdedor, pois eu, que me lamento diante das
57. sombras, talvez seja imper meável ao
58. verdadeiro espetáculo que está tomando
59. forma neste instante, mas ............. observação
60. meu grau de humanidade ainda carece da
61. sensibilidade necessária. Dentro de alguma
62. centena de anos, neste mesmo lugar, outro
63. viajante pranteará o desaparecimento do que
64. eu poderia ter visto e que me escapou.
271) Considere as seguintes afirmações acerca de
expressões e trechos do texto.
I - O emprego do advérbio insidiosamente (I. 26)
enfatiza o caráter enganador das ilusões a que
se refere o texto naquela passagem.
II - Os segmentos iniciados pelas formas verbais
salvar (I. 37), ganhar (I. 38) e partilhar (I. 38)
estão em paralelismo sintático que indica serem,
os três, complementos de permite (I. 37).
III - O emprego de ora ... ora (I. 50 e 53) está relacionado ao sentido da palavra alternativa (I. 50).
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
269) Assinale a alternativa que contém uma afirmação correta com relação ao sentido do texto.
a) No primeiro parágrafo, são discutidos os
motivos pelos quais, ao longo dos séculos,
destruição e miséria foram as principais
consequências das viagens.
b) No segundo parágrafo, o texto trata do
sentimento de tédio em algumas classes sociais, que acarreta o costume das
viagens.
c) No terceiro parágrafo, lê-se que as narrativas de viagens são sempre comparações
entre presente e passado.
d) No terceiro e quarto parágrafos, demonstra-se a superioridade das narrativas de
viagens escritas antes do século XVIII, em
comparação com as atuais.
e) No último parágrafo, o texto sugere que
o que se busca ver nas viagens exige
humanidade e sensibilidade da parte do
observador.
270) Assinale a alternativa que apresenta o sinônimo adequado para a respectiva palavra do
texto, considerando o contexto em que esta
é empregada.
a) avilta (I. 07) - degrada
b) evasão (I. 10) - falta
c) soçobrar (l. 21) - definhar
d) encetado (I. 31) - preparado
e) carece (I. 60) - prescinde
272) Considere as possibilidades de reescrita
apresentadas abaixo para a seguinte passagem
do texto.
Dentro de alguma centena de anos, neste
mesmo lugar, outro viajante pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter visto e
que me escapou. (I. 61-64)
I - Neste mesmo lugar, outro viajante, dentro de
alguma centena de anos, pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter visto e que me
escapou.
II - Outro viajante, dentro de alguma centena de
anos, pranteará o desaparecimento neste mesmo lugar do que eu poderia ter visto e que me
escapou.
III - Neste mesmo lugar, outro viajante, dentro de
alguma centena de anos, pranteará o desaparecimento que eu poderia ter visto e o que me
escapou.
Quais estão corretas e preservam o sentido da
frase original?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, III e III.
840
Interpretação de
textos UFRGS
Instrução: As questões de 273 a 275 estão relacionadas ao texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
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17.
18.
19.
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21.
22.
23.
24.
25.
26.
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28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
À porta do Grande Hotel, pelas duas da
tarde, Chagas e Silva postava-se de palito à
boca, como se tivesse descido do restaurante
lá de cima. Poderia parecer, pela estampa,
que somente ali se comesse bem em Porto
Alegre. Longe disso! A Rua da Praia que o
diga, ou melhor, que o dissesse. O faz de
conta do inefável personagem ligava-se mais
à importância, à moldura que aquele portal
lhe conferia. Ele, que tanto marcou a rua,
tinha franco acesso às poltronas do saguão
em que se refestelavam os importantes.
Andava dentro de um velho fraque, usava
gravata, chapéu, bengala sob o braço, barba
curta, polainas e uns olhinhos apertados na
.......... bronzeada. O charuto apagado na boca,
para durar bastante, era o toque final dessa
composição de pardavasco vindo das Alagoas.
Chagas e Silva chegou a Porto Alegre em
1928. Fixou-se na Rua da Praia, que percorria
com passos lentos, carregando um ar de
indecifrável importância, tão ao jeito dos
grandes de então. Os estudantes tomaram
conta dele. Improvisaram comícios na praça,
carregando-o nos braços e fazendo-o
discursar. Dava discretas mordidas e
consentia em que lhe pagassem o cafezinho.
Mandava imprimir sonetos, que "trocava" por
dinheiro.
Não era de meu propósito ocupar-me do
"doutor" Chagas e, sim, de como se comia
bem na Rua da Praia de antigamente. Mas ele
como que me puxou pela manga e levou-me
a visitar casas por onde sua imaginação de
longe esvoaçava.
Por to Alegre, sor tida por tradicionais
armazéns de especialidades, dispunha da
melhor matéria-prima para as casas de pasto.
Essas casas punham ao alcance dos gourmets
virtuosíssimos "secos e molhados" vindos de
Portugal, da Itália, da França e da Alemanha.
Daí um longo e .......... período de boa comida,
para regalo dos homens de espírito e dos que
eram mais estômago que outra coisa.
Na arte de comer bem, talvez a dificuldade
fosse a da escolha. Para qualquer lado que o
passante se virasse, encontraria salões
48. ornamentados, ....... maiores ou menores,
49. tabernas ou simples tascas. A Cidade divertia50. se também pela barriga.
273) Assinale a alternativa que preenche, correta e
respectivamente, as lacunas das linhas 16, 42 e 48.
a) tes - florecente - recintos
b) tez - florecente - rescintos
c) tez - florescente- rescintos
d) tes - florescente- recintos
e) tez - florescente- recintos
274) Considere as afirmações abaixo.
I - O restaurante do Grande Hotel era o melhor
restaurante de Porto Alegre.
II - A vestimenta de Chagas e Silva e a forma como
ele percorria a Rua da Praia afastavam-no do
convívio dos importantes da época.
III - A cidade de Porto Alegre era pródiga em restaurantes de qualidade.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas lI.
c) Apenas III,
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
275) O texto apresenta, em algumas passagens,
uma linguagem de caráter coloquial. Assinale a alternativa que contém duas palavras ou expressões
que cumprem essa função no texto.
841
a) À porta (I. 01) - ligava-se mais à importância (I. 08-09)
b) postava-se (I. 02) inefável personagem
(I. 08).
c) Longe disso! (I. 06) - toque final (I. 17).
d) uns olhinhos apertados (I. 15) - fazendo-o discursar (I. 25-26).
e) indecifrável importância (I. 22) - pela
barriga (I. 50).
Módulo 20
Instrução: As questões de 276 a 280 estão relacionadas ao texto abaixo.
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
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21.
22.
23.
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26.
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28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
Hoje os conhecimentos se estruturam de
modo fragmentado, separado,
compar timentado nas disciplinas. Essa
situação impede uma visão global, uma visão
fundamental e uma visão complexa.
"Complexidade" vem da palavra latina
complexus, que significa a compreensão dos
elementos no seu conjunto.
As disciplinas costumam excluir tudo o que
se encontra fora do seu campo de
especialização. A literatura, no entanto, é uma
área que se situa na inclusão de todas as
dimensões humanas. Nada do humano lhe é
estranho, estrangeiro.
A literatura e o teatro são desenvolvidos
como meios de expressão, meios de
conhecimento, meios de compreensão da
complexidade humana. Assim, podemos ver o
primeiro modo de inclusão da literatura: a
inclusão da complexidade humana. E vamos
ver ainda outras inclusões: a inclusão da
personalidade humana, a inclusão da
subjetividade humana, e, também, muito
importante, a inclusão do estrangeiro, do
marginalizado, do infeliz, de todos que
ignoramos e desprezamos na vida cotidiana.
A inclusão da complexidade humana é
necessária porque recebemos uma visão
mutilada do humano. Essa visão, a de homo
sapiens, é uma definição do homem pela
razão; de homo faber , do homem como
trabalhador; de homo economicus, movido
por lucros econômicos. Em resumo, trata-se
de uma visão prosaica, mutilada, que esquece
o principal: a relação do sapiens/demens, da
razão com a demência, com a loucura.
Na literatura, encontra-se a inclusão dos
problemas humanos mais terríveis, coisas
insuportáveis que nela se tornam suportáveis.
Harold Bloom escreve: "Todas as grandes
obras revelam a universalidade humana
através de destinos singulares, de situações
singulares, de épocas singulares". É essa a
razão por que as obras-primas atravessam
séculos, sociedades e nações.
Agora chegamos à parte mais humana da
inclusão: a inclusão do outro para a
compreensão humana. A compreensão nos
49.
50.
51.
52.
53.
54.
55.
56.
57.
58.
59.
60.
61.
torna mais generosos com relação ao outro, e
o criminoso não é unicamente mais visto
como criminoso, como o Raskolnikov de
Dostoievsky, como o Padrinho de Copolla.
A literatura, o teatro e o cinema são os
melhores meios de compreensão e de
inclusão do outro. Mas a compreensão se
torna provisória, esquecemo-nos depois da
leitura, da peça e do filme. Então essa
compreensão é que deveria ser introduzida e
desenvolvida em nossa vida pessoal e social,
porque ser viria para melhorar as relações
humanas, para melhorar a vida social.
276) Assinale a alternativa que expressa, adequadamente, o sentido global do texto.
a) O texto trata do modo como cada disciplina, em virtude de sua especialização,
exclui alguma dimensão importante da
vida humana.
b) O texto apresenta uma crítica ao modo
provisório como se compreendem as
manifestações artísticas, que tematizam
a inclusão do outro na nossa vida pessoal
e social.
c) O texto apresenta a argumentação de que
somente fazem parte da literatura universal as obras que trazem a inclusão das
dimensões humanas, do homo sapiens e
do homo economicus.
d) O texto trata da exclusão e da inclusão
das dimensões humanas na estruturação dos conhecimentos pelas disciplinas
especializadas.
e) O texto aborda as diferentes formas de
inclusão das dimensões humanas nas
manifestações artísticas, principalmente
na literatura.
277) Considere as seguintes afirmações referentes
às marcas de pessoa e de tempo no texto.
I - O emprego de primeira pessoa do plural, em
referência exclusiva ao autor, produz um efeito
de neutralidade.
II - O emprego do advérbio Hoje (I. 01) permite inferir que a argumentação proposta não é válida
para todo e qualquer tempo.
842
Interpretação de
textos UFRGS
Ill- O advérbio agora (I. 46) sinaliza a progressão
dos argumentos apresentados no texto.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e lI.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
279) Assinale a alternativa em que se estabelece
uma relação correta entre uma expressão e aquilo
a que se refere.
a) Essa situação (I. 03-04) - a existência das
disciplinas.
b) seu campo (I. 10) - o campo das disciplinas.
c) lhe (I. 13) - nada.
d) essa visão (I. 29) - a complexidade humana.
e) que (I. 34) - mutilada.
278) Considere as seguintes afirmações referentes
à interpretação de palavras e segmentos do texto.
280) Considere as seguintes afirmações sobre os
sentidos de passagens no texto.
I - As palavras fragmentado (I. 02), separado (I. 02)
e compartimentado (I. 03) apresentam sentidos
semelhantes no texto e estão enumeradas para
conferir força argumentativa ao ponto de vista
do autor sobre as disciplinas.
II - A palavra estrangeiro (I. 14; 24), relacionada a
alguém de uma nação diferente daquela a que
se pertence, está empregada com essa acepção
nas duas ocorrências.
Ill - A sequência de palavras séculos, sociedades e
nações (I. 45) caracteriza o aspecto de universalidade das obras-primas.
I - A passagem entre aspas (I. 40-43) atesta, no
texto, a presença de uma citação em discurso
indireto.
II - As expressões grandes obras (I. 40-41) e
obras-primas (I. 44) estão referencialmente
relacionadas.
III - A passagem como o Raskolnikov de Dostoievsky, como o Padrinho de Copolla (I. 51-52)
atesta a presença de personagens criminosos na
literatura, em torno da qual o autor defende a
necessidade de se compreender a criminalidade
na sociedade.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas lI.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
843
Módulo 20
AGORA
SIM,
ACABOU!!
“Um debate é uma troca de conhecimentos, uma
discussão, e não uma troca de ignorâncias.”
Robert Quillen, político americano.
Gabarito
01.C
02.E
03.B
04.A
05.E
06.B
07.E
08.D
09.E
10.E
11.A
12.C
13.D
14.A
15.C
16.A
17.B
18.E
19.D
20.C
21.E
22.C
23.B
24.E
25.B
26.B
27.D
28.E
29.E
30.A
31.E
32.B
33.C
34.B
35.C
36.A
37.B
38.B
39.B
40.E
41.A
42.A
43.C
44.E
45.E
46.D
47.E
48.C
49.D
50.A
51.C
52.D
53.B
54.E
55.C
56.E
57.A
58.E
59.C
60.A
61.B
62.B
63.D
64.C
65.D
66.A
67.B
68.B
69.E
70.C
71.E
72.C
73.D
74.D
75.B
76.B
77.D
78.A
79.E
80.C
81.C
82.A
83.B
84.A
85.D
86.C
87.A
88.B
89.C
90.E
91.A
92.C
93.A
94.E
95.B
96.D
97.A
98.B
99.E
100.D
101.E
102.C
103.E
104.D
105.D
106.B
107.A
108.B
109.E
110.C
111.E
112.B
113.D
114.B
115.C
116.E
146.C
147.B
148.A
149.C
150.B
151.B
152.A
153.B
154.D
155.A
156.D
157.E
158.A
159.E
160.A
161.C
162.E
163.C
164.C
165.B
166.C
167.C
168.D
169.C
170.C
171.B
172.E
173.C
174.E
117.B
118.E
119.D
120.E
121.A
122.E
123.C
124.D
125.C
126.C
127.B
128.C
129.A
130.E
131.A
132.E
133.E
134.B
135.D
136.B
137.D
138.D
139.C
140.B
141.D
142.C
143.B
144.C
145.B
844
175.B
176.B
177.A
178.C
179.E
180.D
181.A
182.B
183.B
184.E
185.B
186.C
187.C
188.A
189.E
190.C
191.C
192.D
193.B
194.D
195.D
196.A
197.B
198.E
199.B
200.D
201.Nula
202.E
203.C
204.C
205.A
206.C
207.A
208.E
209.A
210.C
211.D
212.C
213.D
214.B
215.E
216.D
217.C
218.D
219.B
220.A
221.B
222.C
223.C
224.E
225.B
226.B
227.C
228.E
229.B
230.A
231.E
232.C
233.A
234.B
235.C
236.B
237.D
238.A
239.C
240.C
241.D
242.C
243.A
244.B
245.C
246.D
247.B
248.E
249.D
250.E
251.A
252.A
253.C
254.E
255.A
256.D
257.D
258.C
259.A
260.B
261.A
262.D
263.C
264.C
265.B
266.E
267.E
268.B
269.E
270.A
271.E
272.A
273.E
274.C
275.C
276.E
277.D
278.C
279.B
280.B
21
Aulas,
modelos e
temas de
redação II
Aulas, modelos e
temas de redação II
Aula
6 “Caráter Dissertativo”
“Apenas porque você é paranóico não significa que eles não estejam atrás de você.”
(anônimo)
NÍVEL EXCELENTE: Predomina nitidamente o caráter dissertativo sobre as partes descritivas ou narrativas, que estão a serviço da dissertação.
NÍVEL PÉSSIMO: O texto não define seu caráter dissertativo claramente. Narração e/ou descrição se
sobrepõem à dissertação.
Introdução -
D1
D2
|
|
Conclusão Objetivo -
Introdução -
D1
D2
|
|
Conclusão Objetivo 847
Módulo 21
01) UFRGS 1985
Entre leituras de literatura brasileira que você já fez, uma, certamente, lhe deve ter sido mais significativa.
Escreva um texto dissertativo sobre ela, sem se esquecer de identificar a obra e o autor, os motivos pelos
quais a leitura foi significativa e a significação pessoal que ela teve para você.
Desde já fique claro que não estará em questão o livro ou o autor escolhido (seu mérito, valor, prestígio,
etc.), mas sim a reflexão que você fará.
Modelo
Uma Leitura Significativa
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
Diante de uma boa leitura, certamente, podemos tirar lições significativas para o resto de nossas vidas. Uma
leitura marcante de minha adolescência foi “O Espelho”, de Machado de Assis. Este conto foi muito significativo
para mim, pois pude perceber uma realidade social que, até então, pouco questionava.
Neste conto citado, Machado critica o homem que vive de aparências, através do personagem Jacobina,
que, ao ser intitulado alferes, perde seu verdadeiro Eu. Por meio dessa análise machadiana, pude tirar uma
significação pessoal muito importante, a de que o valor real das pessoas está na sua alma interior e não no que
aparentam ser ou possuir. Sem dúvida alguma, o que verdadeiramente dignifica uma pessoa é seu bom caráter,
com o qual poderá realizar atitudes honestas e justas em prol do bem comum. Além disso, o conhecimento merece
total admiração, pois é através dele que o homem evolui, tornando-se capaz de criticar e questionar valores, como
o real significado das aparências.
Outro motivo que me levou a apreciar essa leitura foi a crítica feita à sociedade, que instiga, cada vez mais,
a valorização pessoal por meio das aparências. Por mais difícil que pareça ser, não podemos dar vazão a todos
padrões impostos pela sociedade, pois, pelo contrário, da mesma forma como ocorreu no conto, acabaremos
anulando nossa essência, não reconhecendo mais quem realmente somos. Diferentemente do que ocorre, a
sociedade deveria incentivar e valorizar as qualidades e características de cada cidadão, sejam elas quais forem,
para que, por meio delas, as pessoas possam tomar atitudes que busquem o benefício de todos e, ao mesmo
tempo, a realização pessoal.
Certamente, este conto de Machado impressiona muitos leitores. Vários são os motivos pelos quais
“O Espelho” merece admiração, porém o principal é a forma como Machado consegue nos pôr diante de uma
realidadesocialque,muitasvezes,passapornósdesapercebida,nestecaso,ainstigadavalorizaçãodasaparências.
Aula
7“Competência da Argumentação”
“Pergunte sempre a quem serve uma idéia.”
Bertolt Brecht, escritor alemão.
NÍVEL EXCELENTE: A
argumentação é clara, coerente e consecutiva. Os aspectos em que o conteúdo foi dividido estão concatenados e apresentam dinâmica perceptível: por isso, o texto progride
semanticamente.
NÍVEL PÉSSIMO:
Não se distingue o caminho da argumentação. Argumentos maiores e menores não estão
hierarquizados, ou são circulares. Não há relação de anterioridade e posteridade entre eles.
848
Aulas, modelos e
temas de redação II
Introdução -
D1
D2
|
|
Conclusão Objetivo -
Introdução -
D1
D2
|
|
Conclusão Objetivo -
08) UFRGS 1992
Toda viagem nos traz interessantes oportunidades de conhecimento. Independentemente do local a
que nos deslocamos, da distância que percorremos e mesmo das companhias que eventualmente partilham
conosco a experiência, uma viagem pode nos levar a relativizar conceitos, rever posicionamentos pessoais e
retomar valores, que às vezes nos pareciam ter importância absoluta.
É claro que isso nem sempre acontece. Às vezes, por mais longe que tenhamos ido ou por mais estranho
que nos pareça o local a que tenhamos chegado, nossa mente não consegue dispor-se ao aprendizado. Ocorre
também o caso contrário, de adquirirmos experiências muito ricas em viagens curtas, para locais próximos ou
muito conhecidos, que julgávamos incapazes de nos trazer qualquer oportunidade relevante.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este assunto - as oportunidades de aprendizagem que viajar
nos proporciona. Tome como base alguma experiência de viagem (sua mesmo ou de alguém que a tenha
relatado, oralmente ou por escrito), e a seguir localize nela aspectos que tenham proporcionado aquelas
oportunidades, de forma a que você possa relatar os dados convenientes e discuti-los em seu texto. Fique
claro que não estará em julgamento nem a viagem em si (o local, a distância, a companhia, o tempo, o meio
de transporte, etc.), nem o tipo de aprendizado que daí proveio, mas sim o texto que você produzirá.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um
esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas
apresente-a articulada em um texto argumentativo, organizado dissertativamente.
849
Módulo 21
Modelo
As Experiências de uma Viagem
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
Viajar é uma das maneiras mais interessantes de se adquirir conhecimentos. Não importa o destino da
viagem, pois as experiências obtidas com ela independem do lugar visitado.
Há três anos, fiz um intercâmbio para o Canadá. Decepcionei-me com a cultura canadense ao perceber
que seus costumes são idênticos aos dos norte-americanos. Fiquei perplexa com a carência de uma identidade
cultural própria e singular. Além disso, notei que poucos jovens canadenses tinham conhecimentos sobre política,
a cultura e a geografia brasileira e latino-americana. Para a maioria, o Brasil era exclusivamente sinônimo de
índios, futebol e carnaval. Erroneamente, menospreza-se o conhecimento dos cidadãos brasileiros. Generaliza-se
e conceitua-se a todos como indivíduos incultos. Entretanto, grande parte da nossa sociedade conhece a geografia
mundial e possui algum conhecimento sobre política e economia internacional. A viagem levou-me a relativizar
os meus conceitos. Antes, eu menosprezava a cultura do meu país que, embora seja em parte dominada por
ideologias ianques, possui fortemente presentes características exclusivamente brasileiras.
Percebe-se que, em países estrangeiros, principalmente os do Hemisfério Norte, adotam-se posições um
tanto racistas e excludentes em relação aos povos do Hemisfério Sul. Rotulam negativamente os indivíduos
provindos de países subdesenvolvidos. Pude perceber essa “exclusão” quando uma amiga relatou-me o intercâmbio
que fez para os Estados Unidos. No bar da Universidade, ela foi a última a ser atendida, apesar de ter sido a
primeira a chegar no local. O atendente deu preferência aos estudantes nativos da Universidade. Ela não sabe se
foi excluída ou pelo fato de ser negra ou por ser latina. É evidente que os norte-americanos possuem uma nação
bem estruturada no campo econômico. Resta saber até quando esta sociedade se manterá pioneira do
desenvolvimento mundial sem relativizar urgentemente seus conceitos sobre humanização. Pela experiência
obtida com o relato da viagem pude fazer um paralelo entre a cultura do Norte ao Sul. Apesar de todos os entraves
que não permitem o desenvolvimento social e econômico do nosso país, o Brasil constitui-se numa nação rica pelo
fato de ser mais solidária e de não ser fechada para uma só ideologia. Temos uma variedade de culturas e
absorvemos a todas, na maior parte das vezes, sem preconceitos e exclusões.
A experiência do intercâmbio que fiz e o relato das viagens de amigos levou-me a rever a importância de
certos valores como, por exemplo, a solidariedade entre as pessoas. Além disso, passei a valorizar mais o meu povo
e a dar valor a minha cultura.
Aula
8 “Criticidade”
“Neutro é quem já se decidiu pelo mais forte.”
Max Weber, cientista social alemão.
NÍVEL EXCELENTE: A análise considera dimensões qualificadas do tema. É abrangente e crítica.
NÍVEL PÉSSIMO: A análise é superficial e desinformada, considerando apenas dimensões triviais do
assunto.
850
Aulas, modelos e
temas de redação II
Introdução -
D1
D2
|
|
Conclusão Objetivo -
Introdução -
D1
D2
|
|
Conclusão Objetivo -
05) UFRGS 1989
Como sabemos, o raciocínio a partir de hipóteses é muito produtivo, porque nos induz a estabelecer paralelos, traçar planos, prever desdobramentos. Para o caso da Universidade, ele é particularmente importante:
sem dúvida, o espírito constitui a base da vida científica.
Sua redação partirá de uma hipótese: suponha que a Universidade, constatando que um número relativamente alto de alunos troca de curso devido ao desconhecimento da realidade do curso escolhido, tenha
deliberado oferecer a todos os alunos aprovados neste vestibular de agora a oportunidade de viverem uma
experiência de um ano - antes de começarem seus estudos regulares -, ao longo do qual eles mesmos decidirão
o que fazer (estágios, viagens, estudos específicos, vivências, etc.), segundo seu interesse pessoal de acordo
com o curso e a profissão escolhidos.
Para trabalhar sobre essa hipótese, parta do pressuposto de que qualquer experiência que você eleger
pode ser realizada, sem limite de custo, de abrangência, de implicação política, de localização geográfica, etc.
Para tanto, imagine qual a experiência (ou o conjunto de experiências) mais interessante, tendo em vista a
hipótese de que ela deve propiciar maior conhecimento a respeito do curso a que você se destina; a seguir,
demonstre as relações entre ela e suas aspirações pessoais; por fim, reflita sobre tais relações e discuta as
implicações de suas idéias.
851
Módulo 21
Para executar essa tarefa, lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto
que se caracteriza por apresentar um esforço de racionalização, de objetivação das idéias do autor, as quais
devem ser sustentadas por argumentos plausíveis.
Fique claro que não estará em questão o tipo de experiência que você considerar mais apropriado, nem
o curso a que você se destina, tampouco as relações que forem estabelecidas, sob qualquer ponto de vista
moral, político ou ideológico, mas sim sua capacidade de elaborar um texto dissertativo claro, coerente e bem
estruturado, que atenda à solicitação feita.
Modelo
Experiência Profissional
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
O ingresso em uma faculdade sem o conhecimento prévio do curso escolhido pode provocar incertezas em
relação à opção feita. Tal fato demonstra o quão necessária é a vivência de experiência por parte dos alunos, nas
áreas vinculadas à sua profissão, a fim de que diminuam as trocas de curso e a formação de profissionais
frustrados.
Assim, um estudante que visa à graduação em medicina deverá visitar um hospital, para que possa entrar
em contato com situações que se tornarão corriqueiras em seu futuro profissional. Além disso, ao conhecer os
diversos setores de tal recinto, poderá analisar qual área da medicina é compatível com suas habilidades e,
principalmente, com seus interesses. Observa-se ainda que a convivência com a rotina da profissão escolhida
despertará no estudante a consciência das virtudes necessárias para o exercício de tal ofício e da grande
responsabilidade depositada na figura de um médico.
Verifica-se, contudo, que, apesar de ser de relevante importância o conhecimento do seu ambiente de
trabalho, é imprescindível que o estudante aprenda a tratar a medicina não somente de forma científica e
racional, mas também de um maneira humana. Dessa forma, é importante que o aluno trabalhe em um posto de
saúde pública, onde constatará que o bom relacionamento entre o médico e o paciente é fator determinante para
o êxito de um tratamento. Em virtude disso, o profissional deve expor de bom senso no uso da linguagem, evitando
o emprego de termo técnicos, os quais, por serem de difícil compreensão, acarretam o constrangimento do
paciente, complicando a comunicação. Além disso, devido à escassez de recursos, o estudante poderá observar
que um médico que trabalha no sistema público de saúde precisa ser versátil e capaz de se adaptar às condições
oferecidas, procurando, mesmo com adversidades, o melhor atendimento de seus pacientes.
Nota-se que, a despeito de inúmeros fatores influenciarem na escolha profissional, o preponderante é o que
se refere à compatibilidade de nossas aptidões com a profissão escolhida. Em vista disso, é fundamental que os
futuros profissionais tenham contato com o ofício escolhido e, dessa forma, possam analisar se a opção feita
corresponde a seus anseios e expectativas.
Aula
9
“Organicidade”
“A mais potente arma do opressor é a mente do oprimido.”
Steve Bito, ativista político sul-africano.
NÍVEL EXCELENTE:
NÍVEL PÉSSIMO:
O texto revela manejo adequado dos processos básicos do conhecimento
e transita ordenadamente entre parte e todo, argumento e tese, simples e
complexo, concreto e abstrato, próximo e distante.
O texto não processa adequadamente o material que mobiliza; perde-se em
detalhes quando deveria trabalhar no plano geral, ou vice-versa.
852
Aulas, modelos e
temas de redação II
Introdução D1
|
D2
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Conclusão Objetivo -
Introdução D1
|
D2
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Conclusão Objetivo -
UFRGS 2005
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Suportar sem
se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si e à possível dignidade. Pensar é transgredir. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para
nos enquadrar, seja lá no que for. Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos,
não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo.
Adaptado de: Pensar é transgredir, Lya Luft.
A redação deverá ser dissertativa e versar sobre o tema: A TRANSGRESSÃO faz parte das ações humanas, ou ela pode ser entendida como violação às normas?
Para escrevê-Ia, analise com atenção o tema proposto, defina seu ponto de vista e escolha argumentos
consistentes que lhe dêem sustentação. As referências apresentadas a seguir têm o propósito de auxiliá-Io
na contextualização do assunto em que se insere o tema.
Transgressão significa a ação humana de atravessar, exceder, ultrapassar, noções que pressupõem a existência de uma norma que estabelece e demarca limites. Seu significado transitou da esfera geográfica, na qual
fixava o limite para as águas do mar, à concepção ético-filosófica, que abriga desde preceitos morais e religiosos até as leis do Estado. Daí, as contraposições entre bem e mal, mandamento e pecado, código e infração...
853
Módulo 21
Ensinar o respeito ao modus operandi das sociedades e de seus sistemas tem sido o papel de pais e educadores ao longo da história. Mas todos também aprenderam que adaptar-se é conformar-se, acomodar-se.
Nas ações criativas humanas, transgressor e transgredido tendem a confundir-se. Por essa razão, o ato
criador não se processa em série, como numa linha de montagem predeterminada. O criador/transgressor
é o agente solitário que opera a superação de si mesmo na ruptura com o mundo que o cerca. Cada um, ao
buscar, ao inventar, ao tentar o ainda-não-ousado, o novo, incorre em transgressão, não como subversão da
ordem, mas como implementação, como criação.
Transgressão e antitransgressão movimentam-se igualmente quando se trata de suprir carências no
atendimento das condições de bem-estar individuais ou coletivas. Considere o exemplo abaixo.
Atitudes como essas indicam que todos somos potencialmente transgressores, pois cada um está, enquanto defensor de seu bem-estar, em rota de colisão com a comunidade. Atos como esses podem explicar,
por exemplo, a sonegação de impostos, mas também estão na base de movimentos de indignação contra a
má aplicação de recursos públicos e nas manifestações de defesa do meio ambiente.
Leia com atenção as instruções a seguir: sua redação deverá ter extensão mínima de 30 linhas, excluindo o título - aquém disso, ela não será avaliada -, e máxima de 50 linhas, considerando letra de tamanho
regular. O lápis poderá ser usado somente para rascunho; ao transcrever sua redação para a folha definitiva,
faça-o com letra legível, usando caneta.
854
Aulas, modelos e
temas de redação II
Aula
10“Qualidade Estilística”
“Podemos nos defender de um ataque, mas somos indefesos a um elogio.”
Freud, médico austríaco.
NÍVEL EXCELENTE:
NÍVEL PÉSSIMO:
Evidencia-se riqueza no texto: há frases complexas, vocabulário variado e
apropriado, recursos retóricos bem usados.
O texto é repetitivo e/ou trabalha com chavões; tem léxico pobre e/ou inadequado; as frases são supersimplificadas ou supercomplexificadas.
Introdução -
D1
|
D2
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Conclusão Objetivo -
Introdução -
D1
|
D2
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Conclusão Objetivo -
855
Módulo 21
12) UFRGS 1995/2
Muitas cidades possuem a característica de apresentar uma flutuação populacional ao longo do ano.
É o que ocorre com a maioria das cidades litorâneas do sul do Brasil. No verão, época tradicional de férias, as
praias são literalmente invadidas por turistas. Nesse momento, é natural que se estabeleçam as mais variadas
relações entre os moradores do local e os veranistas. Os comerciantes, por exemplo, são beneficiados com
o aumento do consumo. As pessoas em geral possuem muito mais opções de lazer à sua disposição. Pode
ser uma boa época para fazer novas amizades ou namorar. Por outro lado, podem se estabelecer relações
menos amistosas. Aumenta a competição por um espaço na praia ou nas praças de esporte. Há mais sujeira
e poluição na cidade, filas nos supermercados, etc.
Pois bem, sua dissertação versará sobre este tema - as relações entre os moradores de uma comunidade e os estranhos que se estabelecem temporariamente nessa comunidade. Identifique um ou mais
episódios em que sua cidade tenha sido “invadida” por grupos de estranhos. Ou, então, identifique um ou
mais episódios em que você tenha feito parte de um grupo que “invadiu” uma comunidade. Discuta como se
dão as relações entre moradores e “invasores”.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um
esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas
apresente-a inserida num texto argumentativo e organizado dissertativamente.
15) UFRGS 1997
Há muitas discussões sobre a reformulação do Concurso Vestibular. Alguns propõem sua extinção sumária;
outros defendem que seja substituído por concursos isolados para as diversas carreiras acadêmicas; outros
ainda advogam sua formulação parcial, sugerindo pequenos ajustes na forma atual ou propondo a existência
de questões apenas discursivas em todas as provas.
Como membro da comunidade na qual esse concurso é realizado, você certamente tem muito a dizer
sobre a adequação do vestibular ao tipo de candidato que normalmente presta aos exames. Além disso, ainda que jamais se tenha preocupado antes com o vestibular, você está, neste exato instante, envolvido com
ele. Você acha que o vestibular, na sua forma atual, seleciona de maneira eficaz os futuros alunos da UFRGS,
valorizando adequadamente seus conhecimentos, habilidades e aptidões? Ou você acredita que possa haver
uma maneira melhor de fazê-lo? Lembre-se de que qualquer proposta relativa ao vestibular, se eventualmente
adotada pela Universidade, teria reflexos extraordinários na sociedade como um todo, e não é ao seu bem
individual que a Universidade visa, e sim ao da coletividade.
Pois bem: sua redação deverá desenvolver sua resposta à questão “que reformulações deve haver no
Concurso Vestibular da UFRGS”. Para isso, parta de sua experiência pessoal, enuncie a(s) reformulação(ões)
que considera necessária(s) e apresente motivos para sua proposta. Desde logo, fique bem claro que, para
fins de atribuição de nota, não será avaliado o mérito de suas opiniões, mas sim sua capacidade de redigir
um texto correto e articulado sobre o tema.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um
esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas
apresente-a inserida num texto argumentativo e organizado dissertativamente.
856
Aulas, modelos e
temas de redação II
MODELO
Reformulações no Vestibular
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
Tendo em vista que, no Brasil, não há vagas suficientes para a demanda de aspirantes ao ensino superior,
faz-se necessário um processo seletivo. Com esse objetivo, o concurso vestibular apresenta-se satisfatório. No
entanto, algumas reformulações poderiam ser feitas a fim de que a seleção dos candidatos torne-se mais direcionada
às várias áreas de atuação dos futuros profissionais.
Nesse sentido, uma medida conveniente seria realizar provas específicas ou para cada um dos cursos ou
para agrupamentos de cursos afins. Dessa forma, poderiam ser avaliados com maior profundidade os conteúdos
relacionados às carreiras escolhidas, o que tornaria a preparação do vestibular mais útil, além de menos desgastante.
Outra vantagem da opção por essa medida é o fato de que a concorrência entre os interessados nas vagas seria
mais justa. Afinal, todos estariam competindo em patamares de conhecimento mais próximos. Logo, sem dúvida,
a preparação de provas específicas para os cursos, ou isolados ou afins, é muito apropriada, já que elas testariam
os conhecimentos que os candidatos usarão diretamente na profissão pela qual optaram.
Por outro lado, sabe-se que a realização desse tipo de concurso é bastante inviável em função do grande
número de pessoas envolvidas na elaboração e na avaliação das provas. Então, uma adaptação mais acessível
que a anterior é a adoção de questões discursivas, além das de múltipla escolha. Essas questões, indubitavelmente,
deveriam ser específicas para cada curso e ter peso maior. Com essa medida, dividindo-se o vestibular em etapas,
seria mais fácil eliminar os candidatos que não possuem os conhecimentos básicos para ingressar na universidade,
na primeira fase, quando um mínimo de acertos a ser atingido deveria ser estipulado, e selecionar aqueles que se
encontram mais preparados para iniciar o curso acadêmico, na segunda fase. Além disso, uma boa idéia é
considerar o histórico escolar ou exames com o ENEM, claro que sem ter a mesma importância da prova
do vestibular. Assim, os bons estudantes seriam valorizados e todos estimulados a prepararem-se para o vestibular
ainda no ensino médio.
Portanto, o concurso vestibular não pode ser eliminado, em absoluto. Afinal, ainda é o melhor meio de
fazer-se a seleção dos aspirantes a uma vaga na faculdade. Entretanto, a adoção de medidas que direcionem
as provasparaocursoescolhidoequelevememconsideraçãoatrajetóriaescolardoscandidatosseriaextremamente
válida.
16) UFRGS 1998
Uma das nossas preocupações, ao longo da vida, é a opinião dos outros. Não é fácil enfrentar o olhar
crítico das outras pessoas, especialmente das mais próximas. Ocorre que, dependendo de nossas reações à
crítica alheia, podemos estar determinando a forma como interagimos com o grupo com o qual convivemos.
Mas, de que maneira o valor que atribuímos à crítica dos outros afeta nosso comportamento?
Estamos sempre ouvindo opiniões a nosso respeito: “Ah, o fulano é mesquinho”, “o sicrano não faz nada direito”, “você não podia ter feito isso”, “logo você, tão inteligente”. Quantas vezes esses comentários geram vergonha
ou mesmo uma certa timidez? Em quantas outras, esses reparos nos encorajam a ter atitudes mais ousadas?
Levada ao exagero, a postura crítica de amigos, colegas e parentes pode nos levar a ter um comportamento retraído, sem criatividade ou iniciativa. Bem dosada, no entanto, ela pode ter um efeito benéfico,
banalizando nossas atitudes. De qualquer forma, não há dúvida de que é fundamental que aprendamos a
lidar com críticas se queremos levar uma vida integrada com aqueles que nos cercam, seja na família, seja na
escola ou no trabalho.
Sua redação vai versar sobre este tema: a crítica, positiva ou negativa, e seus efeitos no comportamento do indivíduo. Para desenvolvê-la, caracterize uma experiência em que a crítica de alguém causou um
efeito marcante em você, gerando algum tipo de reação. Discuta as possíveis causas e conseqüências dessa
experiência, buscando avaliar qual o papel que a crítica dos outros exerce no comportamento das pessoas.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza como
uma reflexão em torno de um tema. Utilize sua experiência para construir seu texto, mas integre-a a uma
argumentação de caráter generalizador e organizada dissertativamente.
A dissertação deve ter a extensão mínima de 30 linhas e máxima de 50, considerando letra de tamanho
regular. Inicialmente, utilize a folha de rascunho e, depois, passe a limpo na folha de redação, sem rasuras e
com letra legível, o que você redigiu. Utilize caneta; lápis, apenas no rascunho.
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Módulo 21
MODELO
Crítica
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Nas relações humanas, a crítica é um requisito determinante para a interação das pessoas com o grupo a
que pertencem. Aceitar ou não a opinião alheia fica a critério de cada indivíduo, podendo esse ter seu
comportamento afetado, à medida que atribui sobejado valor a crítica dos outros.
Dependendo da pessoa ou do grupo de quem recebemos um comentário a nosso respeito, esse repercute de
forma ou mais ou menos intensa em nosso comportamento. Em um ano que iria prestar vestibular, ao manter um
namoro com um rapaz que, naquela época, vivenciava uma etapa da vida mais avançada do que a minha, meus
pais criticaram-me constantemente por eu dar continuidade àquele relacionamento, alegando ser ele prejudicial
para mim, pois poderia desviar-me de meu objetivo principal daquele ano, o de passar no vestibular. Logo de início,
essa crítica causou-me indignação e revolta, porém, por não estar segura daquele relacionamento, passei a refletir
e a reavaliar a opinião de meus pais, chegando à conclusão de que, naquele momento, o melhor mesmo seria
resguardar-me e esperar o vestibular passar para, então, dar prosseguimento ao namoro, pois, apesar das diferenças,
eu gostava muito do rapaz. Uma crítica vinda de familiares diretos, como pai, mãe ou irmãos, sem dúvida alguma,
apresenta grande significado para nós, fazendo com que reflitamos sobre a veracidade dessa opinião. Caso seja
genuína, torna-se um ponto de apoio para nos auxiliar nas modificações a serem feitas em nossas atitudes e em
nosso comportamento, trazendo a nós grandes benefícios, mesmo que a princípio nos pareça uma crítica
sem fundamento.
Uma premissa básica para se levar uma vida integrada com aqueles que nos cercam é saber lidar com
a opinião alheia a nosso respeito. Para isso, ser flexível e tolerante torna-se um comportamento indispensável.
Porém, quando a crítica ultrapassa sua função de auxiliar ou de alertar uma pessoa e passa a ser ofensiva e
pejorativa, suas conseqüências tornam-se extremamente desagradáveis e prejudiciais para quem a recebe. São os
casos, por exemplo: “Você é incapaz” ou “Tu, sempre, fazes tudo errado”. Esse tipo de crítica, além de desencorajar
a pessoa e instigar sua insegurança, baixa sua auto-estima, levando-a a desistir de seus objetivos e sonhos.
Conseqüentemente, torna-se uma pessoa frustada e infeliz, tendendo a ficar mais retraída e passando a se isolar
cada vez mais, a ponto de comprometer seus relacionamentos com familiares, amigos e colegas.
A crítica faz parte das relações humanas. Uma crítica construtiva, que auxilia e ajuda uma pessoa a seguir
o melhor caminho ou que a evita de fazer uma escolha errada é fundamental para um bom relacionamento
em grupo. Entretanto, uma crítica exagerada ou mal expressa pode trazer grande prejuízos para o indivíduo que
a recebe, comprometendo sua auto-estima e seu relacionamento com o grupo a que pertence. Por isso, cabe a cada
um de nós refletir antes de criticar e ver a verdadeira intenção da crítica ao fazê-la.
17) UFRGS 1999
A máxima esportiva “o importante é competir” parece estar tomando conta de nossas vidas. É interessante
notar, no entanto, que ela pode ter, no mais da vida, significado oposto ao que tem como lema do esportista.
Em seu contexto, dar o valor maior à competição significa colocar o desejo de vencer em segundo plano,
com a conseqüência de o competidor respeitar as regras do jogo e o adversário. Já num mundo em que as
pessoas são colocadas em constante competição, essa forma de convívio social parece ser igualada ao desejo
de vencer a qualquer custo. Mas quais os limites para isso?
Desde a escola, recebemos notas que nos colocam em constante comparação com nossos colegas. Com
tantos candidatos por vaga para ingressar em um curso superior, não basta atender a certos requisitos acadêmicos: temos de vencer os demais. No mundo do trabalho, as coisas não são diferentes – conseguir emprego
e mantê-lo significa, muitas vezes, ser o escolhido entre muitos. Enfim, somos cada vez mais estimulados e
educados para a competitividade, que nos leva, freqüentemente, a colocar certos critérios de convivência
em segundo plano.
Esse é o caso, por exemplo, do aluno que guarda para si só a solução de um problema escolar durante
a aula, sem compartilhá-la com a turma, com o objetivo de ser o único a tê-la encontrado; ou do colega de
trabalho que se preocupa mais com os deslizes dos outros do que com a sua própria excelência profissional.
A verdade é que, em muitos momentos, somos levados a crer que a solidariedade seria um movimento inútil
e, talvez, ingênuo.
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Aulas, modelos e
temas de redação II
Sua redação versará sobre este tema: a competição como fator de organização da sociedade, suas
virtudes e seus efeitos negativos. Para escrevê-la, relate um episódio em que você se tenha visto em meio
a um excesso de competitividade ou em que a capacidade de competir lhe tenha sido útil. Lembre-se de que
você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão em
torno de um tema Utilize sua experiência para construir seu texto, mas integre-a a uma argumentação de
caráter generalizador e organizada dissertativamente.
A dissertação deve ter extensão mínima de 30 linhas e máxima de 50, considerando letra de tamanho
regular. Inicialmente, utilize a folha de rascunho e, depois, passe a limpo na folha de redação, sem rasuras e
com letra legível, o que você redigiu. Utilize caneta; lápis, apenas no rascunho.
MODELO
Competição no Vestibular
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A competição, um critério desenvolvido a partir da disputa de várias pessoas por um determinado objetivo,
está cada vez mais presente em nossa sociedade. Se, por um lado, competir traz inúmeras conseqüências negativas,
por outro, é ela a responsável pelo nosso desenvolvimento e conseqüente realização no campo social e profissional.
Competimos constantemente durante a vida para podermos alcançar nossas metas, entretanto, a primeira
competição marcante por que passamos é, sem dúvida, o vestibular.
No vestibular, a competição nos torna mais exigentes com nossos próprios resultados e com nossa vida.
Dessa forma, passamos a nos cobrar por qualquer erro cometido e por passar um determinado tempo sem ter
estudado. Ocorre, portanto, uma certa alienação por parte dos vestibulandos que, preocupados em ter um bom
desempenho nas provas, acabam esquecendo um pouco deles mesmos. A diversão passa a ser secundária e,
muitas vezes, quase inexistente, pois o principal objetivo do aluno é estudar a fim de obter vantagem sobre seus
concorrentes. Com isso, o desgaste psicológico é inevitável, pelo simples fato de ninguém conseguir manter a
mente saudável diante de tantas cobranças e sem momentos de lazer. Sendo assim, o vestibular se afasta dos
amigos e seus pensamentos são marcados pelo medo do fracasso.
Apesar das conseqüências negativas da competição, ela pode nos trazer benefícios. Ao saber que estamos
disputando uma vaga muito concorrida, passamos a nos dedicar mais aos estudos, adquirindo, assim, novos
conhecimentos que nos garantirão um melhor preparo. A concorrência, quando vencida, como passar no vestibular,
nos dá maior auto-estima e realização pessoal por termos alcançado nossos objetivos. O aluno fica mais confiante
e otimista quanto às suas potencialidades, porque conseguiu, a partir de seu esforço vencer uma batalha, marcada
por momentos felizes e por outros de insegurança, ultrapassando um dos seus primeiros grandes obstáculos.
Não há como fugir, portanto, da competição, pois ela está atualmente presente em todos os setores na
sociedade. Deve-se, sim, competir de uma forma saudável, nunca se esquecendo dos próprios limites, a fim de
tornar a competição responsável pelo aperfeiçoamento das aptidões pessoais.
18) UFRGS 2000
Os fins justificam os meios? Essa é uma pergunta recorrente que não somente perpassa muitas questões
de vida pública, mas afeta, muitas vezes, nossas decisões de esfera privada. Afinal, nem sempre é fácil decidir
qual é o mal ou o bem maior quando estamos em uma encruzilhada, forçados a tomar uma decisão entre
duas opções sem que nenhuma delas nos pareça simples.
Imagine a seguinte situação: um de seus colegas mais próximos na escola está doente e precisa realizar
um trabalho de final de curso. Você está tentado a fazer o trabalho por ele, mas não está disposto a ferir a
ética escolar. Qual seria a decisão mais correta frente a esse conflito?
Num papel um tanto diferente, imagine, por exemplo, um professor que, num conselho de classe, precisa
decidir se aprova ou não um aluno que não atingiu os objetivos em mais de uma disciplina, mas que precisa
muito concluir seu curso para poder assumir um emprego já garantido. Essa seria uma situação de extremo
conflito para o grupo de professores, já que eles sabem que, em alguns casos, um emprego para um egresso do
Ensino Médio pode significar a chance do aluno sair da escola para uma vida integrada, enquanto a repetência
pode ser um convite à marginalização. Entretanto, a ética escolar exige aprovação por aproveitamento. Aprovar
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Módulo 21
esse aluno seria, portanto, tratá-lo de maneira especial e contrária aos princípios que devem reger tal decisão.
Que fazer numa situação dessas?
Este será o tema de sua dissertação: é possível relativizar um princípio ético em nome de um bem
maior? Para redigi-la, valha-se de sua experiência, apresentando um episódio em que você ou alguém próximo a você esteve em uma situação de conflito ético; a partir dessa experiência, organize uma reflexão de
natureza dissertativa, sustentando seus pontos de vista com argumentos consistentes.
Sua dissertação deverá ter um mínimo de 30 e um máximo de 60 linhas. Você poderá utilizar lápis apenas
no rascunho; na versão final, utilize caneta e componha sua dissertação em letra legível de tamanho regular.
MODELO 1
O Uso da Ética
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A vida em sociedade é regida por princípios éticos, estreitamente ligados a valores religiosos (principalmente
os da Igreja Católica), princípios que podem (e devem) ser relativizados em nome de um bem maior, apesar de
haver muitas discussões sobre essa relativização. Uma das áreas onde mais se discutem esses dilemas éticos é na
pesquisa médica.
Desde a Grécia Antiga, a medicina tem buscado o máximo conhecimento possível para proporcionar à
sociedade o bem-estar. Durante a Idade Média, principalmente, e nos dias de hoje, a Igreja Católica tem, através
dos seus preceitos religiosos, definido o conceito de ética. Na idade Média era considerado não-ético dissecar
corpos humanos para estudo, apesar de se saber que a pesquisa traria enormes benefícios ao mundo. Analogamente,
nos dias atuais, existe a polêmica acerca da pesquisa genética, em especial a clonagem de seres humanos,
os quais são consideradosumaobradivina.MuitosfiéisdaIgrejaacreditandonosdogmasdesta,acabaramseguindo
as orientações éticas que ela propõe, o que acaba fazendo com que boa parte da sociedade condene a pesquisa
genética, sem conhecer os benefícios que ela pode trazer.
Sabe-se que, durante centenas de anos, a Igreja Católica, ao invés de buscar o bem maior, ou seja, incentivar
a pesquisa médica, quis manter o seu poder “divino”, lançando mão de idéias atrasadas (apesar de estarem de
acordo com seus dogmas) e, assim, impedindo o desenvolvimento de novas formar de curar doenças. Essa
manutenção de um rígido e inalterável padrão ético levou muitos pesquisadores à morte pela Inquisição, e muitas
pessoas à morte pela impossibilidade de curar suas doenças. O embate entre a Igreja e a comunidade médica não
é nada proveitoso: enquanto se impede a pesquisa, em nome de algo divino e hipotético, pessoas estão
concretamente padecendo de doenças que podem vir a ser curadas. Os médicos e pesquisadores que trabalham
com terapia genética, por exemplo, estão agindo corretamente, relativizando um princípio ético-religioso em
nome do bem de toda a humanidade.
Dessa forma, podemos ver que a relativização de um princípio ético, especialmente na medicina, é algo que,
apesar de não agradar a muitos setores menos esclarecidos da sociedade ou àqueles que desejam manter seu
poder “divino”, deve ser sempre aceito, em busca do bem maior, ou seja, a preservação de vidas humanas. Devemos
também nos questionar se quem afirma ter a razão e o domínio da ética está de fato praticando esta ética.
MODELO 2
Ética
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A ética define as regras que regem a vida dos indivíduos, portanto é, no mínimo, prudente que se avaliem
quais são os riscos e os falsos benefícios em relativizá-la. No caso da clonagem, é ainda imoral tentar reproduzir
um ser humano.
Muitas pessoas ditas progressistas alegam que é perfeitamente possível sobrepor um bem maior à ética. No
entanto, se nos referirmos à clonagem humana, veremos que a moral deve ser seguida, proibindo a execução
daquela. Se ainda não dominamos a técnica por completo, é inadmissível que seres humanos sejam cobaias de
um experimento em que é necessário a morte de centenas de embriões antes de chegar-se a uma pessoa. Além
disso, os indivíduos são seres únicos, dotados de livre arbítrio. Logo, não se pode impor a alguém uma estrutura
física, fabricar uma pessoa a partir da vontade própria e lhe dar características semelhantes a outro ser.
Em uma segunda análise, podemos pensar que, ao seguirmos a ética, estamos esquecendo-nos dos benefícios
possíveis na sua relativização. Nesse âmbito, a clonagem permitiria o uso de embriões para fins terapêuticos com
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Aulas, modelos e
temas de redação II
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o objetivo de pesquisar a cura de doenças e produzir tecidos de órgãos vitais para facilitar transplantes. Contudo,
o fato de os embriões serem jogados fora após o processo remonta novamente a questões éticas. Em primeiro
lugar, considerando biologicamente, os embriões são dotados de vida como nós, portanto não vale a pena
matarmos uma vida, para salvarmos outra. Em segundo momento, o fato de aproveitarmos apenas parte dessa
nova vida já torna em si esse tipo de clonagem um canibalismo genético que demonstra bem a que ponto
individualista e inconseqüente pode chegar o homem ao brincar de Deus.
Desse modo, argumentos a favor ou contra não faltam. Não obstante, se considerarmos que ainda não
existem respostas definitivas sobre a clonagem ou reprodutiva ou terapêutica, o sensato é que a ética prevaleça.
Assim, devemos seguir a moral quando não estamos seguros das possíveis vantagens em relativizá-la.
19) UFRGS 2001
Todo mundo diz preferir a verdade dos fatos a ser iludido. Mas são poucos os que não se sentem, de alguma forma, magoados quando descobrem a verdade. Por trás da negação de uma verdade, há o temor de
se descobrir que fomos enganados, traídos, ou que simplesmente a realidade é mais dura do que podemos
suportar. Este é o caso, por exemplo, da guria cujo namorado dá sinais evidentes de que está saindo com
outra. Mesmo assim, ela prefere fingir que não percebeu ou inventa uma justificativa para o comportamento
estranho dele. Outro caso seria aquele do colega que claramente nos prejudica no serviço e nós, para não
perdermos a amizade, fazemos de conta, ou até acreditamos, que nada está acontecendo. Há outras situações
em que escondemos a verdade para não passar vergonha, como quando anunciamos ao valentão da rua que
não temos medo de apanhar. O fato é que, quando a verdade incomoda, a sua negação costuma ser aceita,
em maior ou menor grau, por todos nós.
Pois bem, sua dissertação versará sobre a seguinte questão: o que você prefere: a verdade que incomoda
ou a ilusão que reconforta? Na organização de seu texto, você poderá tomar como ponto de partida sua
experiência pessoal ou a de alguém que você conheça, ou poderá valer-se de seu conhecimento de mundo,
expondo argumentos que sustentem seu ponto de vista.
A dissertação deve ter a extensão mínima de 30 linhas e máxima de 59, considerando letra de tamanho
regular. Inicialmente, utilize a folha de rascunho e, depois passe a limpo na folha de redação, sem rasuras e
com letra legível, o que você redigiu. Utilize caneta; lápis, apenas no rascunho.
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Módulo 21
MODELO
A melhor opção é a verdade.
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A verdade, muitas vezes, não corresponde aos nossos anseios e, por isso, é ocultada. A criação de situações
ilusórias para mascarar a realidade é uma solução momentânea para nossos problemas, entretanto pode acarretar
danos como a alienação e a incapacidade de superação das adversidades cotidianas.
Certa vez, pude comprovar como a falta com a verdade implica o aparecimento de problemas ainda
maiores. Um amigo meu era filho adotivo, entretanto não sabia do fato, pois seus pais aguardavam o momento
certo para expor-lhe a realidade. Com o passar dos anos, foi tornando-se cada vez mais difícil contar-lhe a verdade
e, quando o fato foi revelado, o menino, além de sofrer demasiadamente, sentiu-se enganado. Se, por acaso, esse
meu amigo pudesse ter convivido com o fato de ser filho adotivo, não teria se revoltado, mas sim teria se adaptado
à situação e superado o fato com mais facilidade. Verifica-se, portanto, que a supressão da verdade apresenta-se
como uma resolução momentânea das situações indesejadas, entretanto, ao nos depararmos com a realidade, os
problemas atingem dimensões ainda maiores. Ao fugirmos dos males que nos assolam através da criação de
mundos fictícios, intencionamos a amenização do sofrimento que esses fatos possam nos causar. Constata-se,
portanto, que a mentira nos torna pessoas alheias à realidade e incapazes de superar os obstáculos da vida com
mais maturidade e coragem.
A escolha pela verdade, inúmeras vezes, não é fácil de ser feita, pois ela representa a superação de obstáculos
que julgamos extremamente complicados. A forma mais prática encontrada para extinguirmos as adversidades
é fingindo que elas não existem. Assim, nos refugiamos em devaneios, nos tornando, portanto, seres humanos
alienados. A impossibilidade de lidarmos com os fatos reais faz com que, constantemente, fujamos da verdade
através da idealização das situações vividas. Esse tipo de comportamento nos traz a sensação ilusória de que
todos os nossos problemas foram resolvidos, entretanto eles foram somente adiados e, quando reaparecem,
podem nos causar transtornos ainda maiores. Constata-se, portanto, que a verdade, mesmo que incômoda, nos
torna pessoas mais fortes, capazes de superar os contratempos, enquanto a mentira nos torna pessoas despreparadas
para o enfrentamento de situações difíceis.
A ilusão, mesmo que reconfortante, é passageira e nos faz viver em mundos que não nos pertencem,
acarretando a não resolução das questões que nos afligem. A verdade, em contrapartida, é a motivadora das
ações que podem desencadear a solução de nossos problemas.
20) UFRGS 2002
Mais de uma geração já chegou à idade adulta desde a profunda mudança sociocultural conseqüente à
luta das mulheres por direitos sociais semelhantes aos dos homens. Mudaram muito, ao longo das últimas
décadas, os papéis que vemos homens e mulheres desempenharem em nosso cotidiano, tanto na vida
pública como na vida privada. Mas que efeitos essas mudanças vêm tendo nos sentimentos de homens e
mulheres, de moços e moças, de meninos e meninas?
Ser homem ou ser mulher é algo que se aprende no dia-a-dia, o que significa que todos nós temos uma
experiência ao mesmo tempo coletiva e individual do significado desses dois rótulos de gênero; ou seja,
todos nós, ainda que nunca tenhamos pensado nisso, temos algo a testemunhar sobre os efeitos e o atual
curso desse processo de mudança social.
Sua dissertação versará exatamente sobre este tema: o que significa ser homem e ser mulher em seu
mundo e para você. Saiba que neste trabalho você não estará sendo julgado por suas posições, idéias,
sentimentos, e muito menos por sua identidade de gênero. A avaliação incidirá sobre sua capacidade de
relacionar idéias e defender um ponto de vista acerca do tema.
A dissertação deve ter a extensão mínima de 30 linhas e máxima de 59, considerando letra de tamanho
regular. Inicialmente, utilize a folha de rascunho e, depois, passe a limpo na folha de redação, sem rasuras e
com letra legível, o que você redigiu. Utilize caneta; lápis, apenas no rascunho.
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Aulas, modelos e
temas de redação II
MODELO
Homens no mundo das mulheres
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Todos nós sabemos que tanto o homem quanto a mulher caracterizam-se por diferentes peculiaridades.
Nas últimas décadas, a definição de seus respectivos significados dentro da sociedade vem sofrendo alterações,
acarretando grandes modificações sociais no tocante às suas tarefas desempenhadas na sociedade. Além disso,
pode-se inferir que coube principalmente à mulher ter liderado a iniciativa de realizar todas essas mudanças,
deixando ao homem uma participação secundária nessa transformação, ou seja, apenas a incumbência de
moldar-se ao novo cenário social que estava por vir. Entretanto, quais foram, de fato, as razões que impulsionaram
tal remodelação e quais são, atualmente, os novos significados de ser homem e mulher?
Sob o aspecto histórico, nota-se que, apesar de séculos de vigência das mesmas tendências de posicionamento
do homem e da mulher, calcadas numa antiga idéia hierárquica de poder na qual a sociedade era regida pelo
patriarcado social, ou seja, o homem era o indivíduo ativo e dominante, a mulher conseguiu a chance de obter sua
autonomia diante do homem. Foi em meados das décadas de sessenta e setenta que as modificações começaram
a surgir, pois, nesse momento histórico, em todo o mundo, movimentos de jovens almejavam maior liberdade de
expressão e de diligência dentro de uma sociedade muito rígida. Nesse mesmo contexto, movimentos feministas
de valorização da mulher começaram a eclodir, trazendo consigo novas reivindicações para seu papel na sociedade,
rompendo com o antigo significado de ser mulher, uma vez que rejeitou definitivamente a velha postura passiva
e submissa à figura do homem e procurou a obtenção de igualdade de participação social. Portanto, a necessidade
de auto-afirmação e independência, bem como a fundamental aquisição de consciência de que a mulher era,
de fato, capaz de exercer as mesmas atividades que os homens e gozar do mesmo “status” social, alteraram e
redefiniram, de forma sólida e irrevogável, a essência do significado de ser mulher. Assim, comparativamente ao
passado, passaram a estar em maior número nas escolas, nas universidades, nas empresas, nas indústrias e em
tantos outros lugares, afirmando a busca pelo seu novo posicionamento igualitário perante o homem na sociedade.
Contudo, a razão primordial e decisiva para tamanha transmutação de significado reside em um aspecto
econômico. Logo, sob tal ponto de vista, na época da ditadura militar em nosso país, fica claro que atravessamos
penosas conseqüências do conhecido “milagre econômico”, nas quais o país obteve amplo crescimento, mas um
tímido desenvolvimento com sérias dificuldades econômicas, acarretando a irrefutável diminuição do poder
financeiro familiar das classes médias e baixas, forçando o então jovem a esquadrinhar emprego, a fim de
complementar a renda familiar e, futuramente, garantir o seu próprio sustento. Por isso, nessa nova realidade, essa
grande crise financeira transportou, de forma abrupta, inúmeras mulheres inexperientes para dentro do mercado
de trabalho, sendo compelidas a participarem ativamente, ao lado dos homens, nos mais variados setores de
trabalho. Tal conduta iconoclasta, ou seja, de ruptura com o passado ainda que inicialmente forçada pelas
circunstâncias, fez a mulher abandonar permanentemente seus antigos estereótipos sociais, dando início a essa
nova conceituação da mulher no âmbito social. Apesar de todas as dificuldade de adaptação, uma vez inserida
nesse novo contexto social, tal conquista jamais retrocedeu, visto que as mulheres, com o passar do tempo,
perceberam a enorme importância que haviam adquirido perante os homens e decidiram não mais abdicar de
seus privilégios e direitos, mas sim assegurar de forma permanente suas novas funções sociais, marcando, na
atualidade, a significação de ser mulher, a qual se encaminha para a plena igualdade diante do homem.
O homem, por sua vez, perante essas mudanças, também alterou seu significado de ser homem dentro da
sociedade e não muito pôde fazer na presença de tamanha transformação da mulher, pois, mesmo que tenha
perdido o papel de soberania social, cedendo poder e prestígio às mulheres, acabou sendo um tanto recompensado
em alguns aspectos. Tal aparente dicotomia é facilmente esclarecida sob a seguinte perspectiva: o homem, em
sua nova postura, não só ficou livre da pesada responsabilidade de proteção e da obrigação do sustento da
mulher como indivíduo de total dependência econômica, mas também percebeu, nessa nova figura feminina,
uma espécie de aliada social, uma vez que a mulher não mais estaria restrita a atividades da casa e da família,
mas poderia auxiliar igualitariamente na busca pelo sustento familiar, desonerando-o da árdua tarefa
de ser o único a carregar todas as responsabilidade pelo suporte da família e da mulher. Dessa forma, o significado atual
de ser homem é um conceito muito mais tolerante e complacente com a mulher. Entretanto, é evidente que ainda
há um certo preconceito com as mulheres, mas isso reflete apenas um posicionamento machista que tende a ser
minimizado com o decorrer do tempo. Sendo assim, contradizendo uma suposta tendência de que os homens
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negariam a participação da mulher devido à perda de sua autoridade e de seu domínio, a comunidade masculina
de forma geral tem consentido, de bom grado, a avultada presença feminina tanto no mercado de trabalho
quanto nas mais variadas atividades sociais e tem habituado-se a esse compartilhamento de tarefas, delineando,
assim, as novas diretrizes da postura e do significado de ser homem na sociedade atual.
Concluindo, é notório que os antigos papéis desempenhados na sociedade pelos homens e pelas mulheres
não sofreram apenas pequenas mudanças oriundas da casualidade, mas sim de significativas alterações resultantes
da ação conjugada de fatores históricos, culturais e econômicos, as quais conduziram homens e mulheres,
concomitantemente, ao novo significado de o que é, de fato, ser homem e mulher. Por fim, por volta de cinco
décadas atrás, seria um devaneio admitir a hipótese de que o significado de ser mulher alcançaria tal concepção
de equivalência diante do homem, e tampouco o homem admitiria tal sólido posicionamento da mulher na
sociedade. Contudo, atualmente, é impossível imaginarmos um retrocesso das conquistas femininas, pois a nova
participação ativa dentro da sociedade tem provado ser tão eficiente quanto a do homem, sustentando de forma
definitiva a colocação feminina no âmbito social. Portanto, na sociedade atual, o âmago do significado de ser
mulher e de ser homem tende, cada vez mais, a convergir para um só ponto, exprimindo um só conceito:
o conceito de igualdade.
21) UFRGS
Tema Inédito
É interessante notar o quanto a fantasia condiciona nossas ações no dia-a-dia, talvez porque sejamos,
ainda hoje, produto das emoções. Independente da ideologia pessoal, somos inevitavelmente românticos,
uma vez que, indubitavelmente, temos a necessidade de sonhar com uma relação utópica - por isso mais interessante. É justamente essa busca de mudança, essa tentativa de felicidade que faz com que optemos pela
evasão: fantasiamos a todo o instante a realidade e preferimos o que a nossa imaginação constrói às imagens
que nos são entregues como verdadeiras.
Logicamente nem todas as realidades, contudo, são passíveis de sonho. Algumas são tão permanentes e
duras, que impedem qualquer tentativa de transformação; ao contrário de outras, presas à nossa intimidade
por natureza. É inevitável lembrarmo-nos também de que a fantasia é quase sempre produto dos anseios
pessoais. Algumas pessoas são, inclusive, dependentes das “falsas imagens” - até porque vivemos num mundo
em que o domínio visual é inegável - enquanto que outras, mais céticas por não se desvencilharem do mundo
“concreto”, conseguem evitar a tentação do sonho. Assim, a imagem que acreditamos verdadeira faz com que
percamos contato com a realidade à nossa volta, tornando-nos, não raro, alienados. Há, inclusive, pessoas
que, embora não percebam e se julguem realistas, são verdadeiros produtos da fantasia.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este assunto - a maneira como somos atraídos e dominados pela
fantasia. Para redigi-la, tome como base uma experiência pessoal (em que você acreditou na aparência fantasiosa de
um produto, ou então valeu-se das fantasias criadas pelas pessoas para alcançar seu objetivo). Desde já esclarece-se
de que não estarão em julgamento carácter persuasivo da fantasia que você escolheu, ou a profundidade desta,
nem mesmo as lições tiradas dela, mas sim a qualidade das argumentações do texto que você irá produzir.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um
esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas
apresente-a inserida num texto argumentativo e organizado dissertativamente.
22) UFRGS
Tema Inédito
Ainda que se manifeste em nós apenas em olhares e ações, a inveja acaba sempre nos condicionando
à disputa. Com efeito, o invejoso cobiçará sempre aquilo ou aquele que resume todos os seus desejos e aspirações. Grosso modo, invejar alguém sempre pressupõe estar-se em situação inferior, desejando buscar a
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Aulas, modelos e
temas de redação II
posição de outro; ser o alvo das invejas significaria estar em situação priviliegiada ou de destaque. Em síntese,
a inveja surge do desejo de igualar-se (e até mesmo superar) a pessoa possuidora de algo cobiçado, de um
prestígio, ou de um privilégio.
Sentimento que se confunde com admiração e cobiça, a inveja é quase sempre inconsciente: manifesta-se
subitamente, na maioria das vezes, seu objetivo divide-se entre elevar a pessoa invejosa, a que se encontra
inferiorizada, e até tentar inferiorizar a pessoa invejada, detentora de prestígio. Quantas vezes nos vemos
numa das pontas dessa amarra em que somos, mesmo que inconscientemente, admirados ou admiradores,
desejados ou desejosos, cobiçados ou cobiçosos, e somos, ainda, sabedores de que o efeito dessas relações
poderá ser positivo ou negativo.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este tema - os malefícios ou benefícios que a inveja pressupõe na relação entre invejoso e invejado. Utilize como base para suas análises um fato de sua experiência
pessoal (que aconteceu com você, invejado ou invejoso, ou que você tenha presenciado). Desde já fica claro
que não estarão em julgamento nem o caráter da experiência nem a sua posição, de invejado ou de invejoso,
mas sim a qualidade dos argumentos do texto que você irá produzir.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um
esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas
apresente-a inserida num texto argumentativo e organizado dissertativamente.
MODELO
Inveja: um sentimento antagônico.
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A inveja é um sentimento que pode ser analisado principalmente sob duas óticas distintas. Uma pressupõe
que a pessoa detentora desse sentimento sente-se inferiorizada por ou não ser ou não possuir algo que deseja e,
por isso, extrapola valores éticos na busca de seus objetivos. A outra pressupõe que a inveja seja fruto de uma
admiração positiva e do desejo de encontrar-se em semelhante situação do ser invejado, sem, para isso, prejudicá-lo,
mas sim alcançar o sucesso por méritos próprios.
Certa vez, pude verificar como a inveja pode ser enfrentada de diferentes formas. Quando era criança,
constatava certa disputa em relação à obtenção de um bom desempenho escolar. Percebi que, em todas as
crianças, inclusive eu, aflorava um sentimento competitivo que as tornava individualistas. Negavam-se a
compartilhar o conhecimento adquirido com as demais colegas, intencionando, com isso, não darem a oportunidade
de alguém tornar-se mais sábio do que elas. Verifiquei, entretanto, que essas atitudes não acarretavam no alcance
do sucesso desejado. A partir dessa constatação, comecei a empenhar-me mais em meus estudos para alcançar
meus objetivos sem prejudicar as pessoas que me cercavam. Percebi, então, que a inveja pode servir as pessoas que
a possuem como um estímulo para atingirem a posição de destaque que tanto almejam, assim como tornar-se
um sentimento capaz de arruinar a vida de ambas as pessoas envolvidas nessa relação de cobiça.
Precisa-se utilizar essa vontade de igualar-se aos outros de forma positiva, fazendo com que ela funcione
como motivadora das ações que possam desencadear o êxito que desejamos. A inveja, contudo, encontra-se
difundida como um sentimento ruim, capaz de deteriorar as relações interpessoais, acarretando males, muitas
vezes, irremediáveis. Quando utilizamos esse sentimento de forma impulsiva, podemos transformá-lo em uma
obsessão prejudicial, não somente à pessoa vitimada por nossa admiração demasiada, mas também a nós
mesmos.
A inveja sempre é utilizada com a finalidade de nos equipararmos às pessoas que consideramos bem
sucedidas. Existem, entretanto, diferentes formas desse sentimento ser conduzido. Verifica-se, contudo, que a
escolha a qual julgamos ideal nem sempre é a correta e, por isso, pode acarretar conseqüências como o total
fracasso na busca de nossos sonhos e a deterioração de nosso relacionamento com a pessoa invejada.
865
Módulo 21
23) UFRGS
Tema Inédito
Toda injustiça produz constrangimentos. Ser ou estar injustiçado significa a ausência de defesa e de uma
verdade absoluta. É claro que a injutiça varia de acordo com os “olhos” de quem a faz ou de quem a sofre. Há
pessoas que, freqüentemente, a cometem, atingindo-nos, e, entretanto, para a pessoa injustiçada esse é um
fato não passível de esquecimento.
Notadamente há sentimentos que giram em torno desse problema, tornando-o mais delicado: ocorre
que dificilmente pode-se perceber o quanto se atinge, mas somente o quanto se é atingido. Por isso, o ato de
sofrer uma injustiça leva primeiramente a um sentimento negativo, misto de raiva e orgulho, ainda que tais
sentimentos possam trazer consigo profundas transformações.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este assunto - as causas da injustiça e as conseqüências que tal
fenômeno acarreta na convivência entre as pessoas. Tome como base uma experiência pessoal em que haja
um injustiçado (você, ou alguém que você selecionar) e, após, argumente acerca das causas e conseqüências.
Fique claro que não estarão em julgamento nem o teor da injustiça, nem a intensidade das conseqüências
para ambas as partes, mas sim o texto que você deverá produzir.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um
esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas
apresente-a inserida num texto argumentativo e organizado dissertativamente.
A dissertação deve ter a extensão mínima de 30 linhas e máxima de 50, considerando letra de tamanho
regular. Inicialmente, utilize a folha de rascunho e, depois, passe a limpo na folha de redação, sem rasuras e
com letra legível, o que você redigiu. Utilize caneta; lápis, apenas no rascunho.
MODELO 1
Injustiça leva à solidão
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Nas mais diversas situações de nossa vida, sentimo-nos sozinhos; mesmo estando em meio a um grande
grupo de pessoas, temos a sensação de que estamos sós no mundo, na maioria das vezes, sem que aqueles que nos
querem bem estejam cientes disso. Por exemplo, no vestibular passado, não obtive aprovação por míseros dois
pontos na redação. Senti-me a pessoa mais injustiçada que existia e, também, a mais sozinha, pois ninguém podia
me ajudar.
A injustiça me levou à solidão porque somente eu sabia o que era ter um sonho impedido de se realizar
devido a um fator que certamente não teria importância em minha vida profissional. Meu esforço
emaprendertudooqueerapossívelnãofoilevadoemconsideração,poissomos,sempre,maisavaliadospelosnossoserrosdo
que pelos acertos. Apenas eu sabia o que era ter de passar outro ano estudando as mesmas matérias por causa de
dois pontos a mais que alguém julgou que minha redação não merecia.
Conseqüentemente, essa sensação de estar sozinho, aliada à de injustiça, criou uma vontade quase irresistível
de desistir. Por saber que durante as provas tudo depende de mim e não confiar cegamente em meus conhecimentos,
tive a impressão de que, não importava o quanto estudasse ou a quantidade de vezes que tentasse, nunca
conseguiria ser aprovado, pois o meu esforço não era avaliado, e, desse modo, meus erros sempre se sobressaíam
aos acertos. E isso me fez ver que era preciso aprender a ser mais auto-suficiente, pois não será em todas as
situações que poderei encontrar suporte noutra pessoa para solucionar um problema, e o vestibular é uma delas.
Se não tiver segurança em minhas ações, será cada vez mais difícil obter êxito ao realizá-las.
Assim, a solidão pode acontecer em situações e ser causada por motivos que parecem ser os mais adversos
a esse sentimento. Em meu caso, a injustiça fez com que me sentisse sozinho, porque ninguém poderia mudar
o fato de eu ter sido reprovado por uma razão tão medíocre. Mas, mesmo sendo extremamente desagradável,
a solidão exibiu seu lado bom, útil ao mostrar-me que não posso ser dependente de outros em meus atos, pois, em
muitas vezes, não será possível obter esse auxílio.
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Aulas, modelos e
temas de redação II
MODELO 2
A Injustiça
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A injustiça consiste num problema social. Sua causa é histórica e as conseqüências são bastante prejudiciais
para a maioria da população.
O regime socioeconômico brasileiro, o capitalismo, estimula as injustiças, como se pode ver desde a época
colonial, quando o Brasil era uma colônia de exploração. Infelizmente, essa situação não sofreu grandes
modificações. O capital continua concentrado nas mãos de poucos, os escravos da época são os miseráveis de
hoje, que continuam sendo explorados e vitimados pela injustiça. O desejo das elites que estão no poder é
acumular capital, enriquecendo às custas do povo. Esta é a principal causa da injustiça social, uma vez que os
governantes optam por satisfazer suas ambições pessoais em detrimento das necessidades do povo, que carece,
muitas vezes, de casa e comida.
Como conseqüência da falta de recursos básicos, causada pela injustiça, parte dos jovens afetados opta por
conseguir melhorar de vida ilicitamente. A partir daí, aliada à impunidade, surge a onda de violência assola o país.
O jovem pobre cansou de trabalhar sendo mal remunerado e de ter que se contentar com pouco. Infelizmente,
alguns optam pelo mundo do crime e as classes altas procuram-se defender, seja através de grades, seja através de
seguranças particulares. O fato é que eles se defendem da situação criada por eles próprios. A injustiça, tanto na
distribuição de renda quanto nas diferenças educacionais, causa exclusão e essa trouxe a sensação de que
existem dois mundos no Brasil: o das elites, repleto de luxo e riqueza, e o das grandes massas populares em que o
dinheiro obtido através do trabalho não paga sequer a comida. Ocorre que esse processo “defende-ataca” provoca
um ódio mútuo e as elites começam a criar a imagem do pobre como ladrão e perigoso, gerando o principal
preconceito,osocial.Atravésdele,alémdediscriminararbitráriaeinjustamenteomiserável,ospoderososconseguiram
descreditar os movimentos populares, como o movimento sem-terra. Isso é de grande interesse das elites, pois, com
a falta dos movimentos, o povo não toma consciência e é muito fácil manipular uma multidão ignorante.
Portanto, deve-se tanto lutar contra as causas, denunciando a corrupção, quanto atacar as conseqüências,
pois a violência e o preconceito devem ser combatidos.
24) UFRGS
Tema Inédito
Sabemos que nossa liberdade não tem preço, porque, embora num mundo onde a disciplina seja essencial, necessitamos ser livres. Mas liberdade não pode ser confundida com libertinagem, afinal liberdade
depende também de regras. Logo, não estar disciplinado, além de confirmar nosso desapego no exercício
de ir-e-vir, caracteriza desperdício. Por outro lado, há disciplinações que ocorrem naturalmente: em geral as
pessoas almoçam ao meio-dia, dormem à noite, tomam café da manhã. Tudo nos leva a crer que, em termos
de sociedade, ainda não aprendemos a ser livres porque a liberdade é para nós algo muito recente. Se isso
for verdade mesmo, o que precisamos é disciplinar razoavelmente o que conquistamos.
Contudo, há os desagravos da ordem: regras, atitudes ou medidas, pessoas, enfim, um variado contingente de situações que acabam minando a liberdade. Quando isso ocorre, geralmente sofremos conseqüências
sérias. Perder a liberdade, afinal, parece ser tão difícil quanto perder a própria identidade, visto que acabamos
cedendo o nosso espaço individual de mundo - o que provavelmente seja a única riqueza verdadeira e nata.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este tema – a maneira como agimos ante a perda da liberdade.
Para delimitá-lo, identifique um episódio representativo, de experiência pessoal (em que você tenha sentido
essa perda, tenha a imposto a alguém, ou apenas tenha tomado conhecimento). Apresente a experiência
como embasamento aos seus argumentos e não como uma simples ilustração. Fique claro que não estarão
em julgamento nem a veracidade dos fatos citados, muito menos a qualidade de ambos, mas sim as argumentações daí decorrentes.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um
esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas
apresente-a inserida num texto argumentativo e organizado dissertativamente.
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Módulo 21
25) UFRGS
Tema Inédito
Num mundo onde todos querem vencer, é um tanto natural convergirmos nossas ambições ao plano
individual. Fato é que essa “competição de eu’s” leva à realização de poucos que, estando em iguais condições, acabam vitoriosos devido ao talento individual. É este o fator decisivo em uma concorrência, o talento:
aquele dom nato para a música ou para a dança, aquela habilidade com números, aquela facilidade de lidar
com o público, ou ainda aquela voz imponente que não só envolve os ouvintes, mas também os conquista.
Todavia, mesmo que sejamos eficientes naquilo que fizermos, estaremos correndo o risco de não obtermos
destaque, ou cairmos no lugar-comum. Assim, ainda que haja disciplina e aplicação, não haverá novidade. O
resultado será algo sem alma, porque faltará identidade. Seremos, então, mestres, donos de uma técnica que
é comum a tantos outros, e o efeito não terá a “nossa cara”. Tudo indicaria a ausência de genialidade, obtida
através desse estalo chamado talento. Quantas vezes nos surpreendemos com uma incrível atitude ou feito
de alguém? E quantas vezes nos surpreendemos com nós mesmos e aplicamos aquele soco no ar? Quantas
vezes escolhemos o ramo em que sabemos que vamos nos dar bem, “temos talento para isso, para aquilo”.
Além disso, impressiona o fato de cada um de nós possuir uma qualidade totalmente própria, um elemento
destoante que nos torna individualmente singulares, socialmente dinâmicos e, pessoalmente, talentosos.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este tema - a importância do talento para o progresso individual. Para isso, utilize como ponto de partida uma experiência pessoal em que você tenha descoberto seu
talento, ou se destacado em conseqüência dele. Você pode fazer relações, como a de obter êxito devido ao
talento, ou a de ter sido derrotado por outra pessoa mais talentosa. Fique claro que não estarão em questão
a amplitude do talento nem a complexidade dos fatos em si, mas sim o texto que você irá produzir e a qualidade dos argumentos aí expressos.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um
esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas
apresente-a inserida num texto argumentativo e organizado dissertativamente.
MODELO
A força do Talento
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As inúmeras profissões existentes no mercado de trabalho levam o indivíduo a questionar-se no que diz
respeito à conciliação de seu talento singular com uma carreira dotada de futuro promissor. Inerente a esse fator,
ao longo do aprendizado profissional, comumente percebe-se que algumas pessoas destacam-se em determinadas
atividades, extravasando talento e eficiência dinâmicos, ocultos inconscientemente.
Um exemplo claro de tal fato é o que ocorre com ginastas que, hoje, possuem notável destaque entre a
sociedade, fruto de esforço e dedicação sisudos. Embora o objetivo da maioria desses jovens profissionais, cuja
habilidade faz irromper aplausos da platéia, seja, muitas vezes, dedicar-se ao lazer de realizar conspicuosas
exibições, a valorização de seu talento na atividade citada, tanto pelos familiares quanto pela mídia, proporciona
um aumento da auto-estima, os quais incentivam a acuidade nos treinos e a confiança no potencial próprio.
Ao favorecer o aprimoramento dessa qualidade nata, a própria sociedade, já que é perceptível a boa aceitabilidade
entre o público, imisciu-se na profissão de jovem a fim de garantir o progresso individual através do respeito e da
importância relegados a esse, fato que resultará em maior empenho e satisfação da parte do profissional.
Entretanto, nem sempre qualquer talento acarreta notável reconhecimento, uma vez que a tradicional
sociedade não diversifica suas preferências, ou seja, no Brasil a cultura apresenta-se deparada em relação
ao esporte. Mesmo que haja excelentes pianistas, por exemplo, nas escolas de música, esse dom discriminado pode
suscitar a frustração do indivíduo, visto que, percebendo que a tal genialidade não é igualmente estimada dentro
da sociedade, impossibilita que a identidade torne-se passiva de aprimoramento individual no campo almejado.
Haja vista a carência de apoio social ao talento, o anterior benefício que poderia proporcionar destaque no meio
profissional esmaece em detrimento dos ditames de sociedade, fazendo com que o destoante dom permaneça
latente no indivíduo.
Em síntese, o talento é certamente um elemento favorável no desempenho de nossas tarefas, porém deve
ser valorizado acima de tudo pelo próprio indivíduo por estimular sua realização profissional, isentando-se dos
valores explorados pela mídia e aprimorando suas capacidades integrais.
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Aulas, modelos e
temas de redação II
26) UFRGS 2003
Nesta prova você deverá fazer uma redação de caráter dissertativo sobre o seguinte tema: Pode o amor
servir de justificativa para qualquer atitude tomada em nome dele?
Para redigii-la, reflita sobre a questão proposta, estabeleça seu ponto de vista e apresente argumentos
que o sustentem. Para auxiliá-lo na compreensão do assunto, seguem algumas considerações.
O amor se manifesta de diversas maneiras na vida das pessoas. Há o sentimento que temos por nossos
pais, filhos, irmãos e amigos. Há o amor afeição e desejo que une os casais, como também o amor paixão,
aquele que, às vezes, leva alguns a esquecerem-se de si mesmos, e outros a cometerem até desatinos. Existe
também o amor que dedicamos à pátria e a outras causas que consideramos nobres.
O amor faz parte da vida e revela diferentes expectativas do ser humano. À luz de sua crença, Gandhi
profere: “Dai-me um povo que acredita no amor e vereis a felicidade sobre a terra”. Camões consagra o tema
com os versos: “Amor é fogo que arde sem se ver/ É ferida que dói e não se sente/ É um contentamento descontente/ É dor que desatina sem doer”. Lupicínio afirma: “Há pessoas com nervos de aço/ Sem sangue nas
veias/ E sem coração/ Mas não sei se passando o que eu passo/ Talvez não lhes venha qualquer reação”. Geraldo
Vandré grita seu amor à pátria assim: “Nas escolas, nas ruas, campos, construções [...]/ Há soldados armados,
amados ou não/ Quase todos perdidos de armas na mão/ Caminhando e cantando e seguindo a canção [...]”.
O modo como entendemos o amor e as atitudes que tomamos em nome dele tendem a variar de acordo
com o tempo, com a cultura e até mesmo com os valores de cada um. Os relacionamentos que no tempo
de nossos avós significavam compromisso atualmente podem se traduzir por ficar. A dedicação às causas,
significativa em vários momentos da hiostória, hoje pode se manifestar diferentemente do passado. Parece
estar mudando até a forma de interpretar os laços sentimentais entre cônjuges, amigos, irmãos, pais e filhos,
laços que, por vezes, são relegados a um segundo plano em razão de interesses pessoais.
Atenção: a redação deverá ter uma extensão mínima de 30 linhas e máxima de 50, considerando letra
de tamanho regular. Você poderá utilizar lápis apenas no rascunho; ao passar a limpo na folha definitiva, use
caneta e escreva seu texto com letra legível.
MODELO
O Amor e a Sociedade Contemporânea
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A faculdade de amar é intrínseca à natureza humana. Entretanto, percebemos uma forte tendência de
o homem desvalorizar o amor e distorcer seu significado, inclusive, usando-o como justificativa para alguma
atitude impensada. Contudo, devemos ter em mente a importância e as contribuições que esse sentimento pode
nos trazer.
Ao longo de seu desenvolvimento, os grupos humanos vêm trabalhando de diferentes formas com o amor,
alguns valorizando-o, outros negligenciando-o. O certo é que, hoje, notamos uma propensão de o homem moderno
entendê-lo de maneira mais egocêntrica, restringindo-o ou ao seu âmbito familiar, ou ao seu círculo de amizades
ou à ficção de telenovelas. Além disso convivemos também com a deturpação de seu conceito, o que corrobora
para que esse sentimento seja, em diversas situações, utilizado como justificativa para ações irracionais e egoístas.
Foi dessa forma, conclamando o amor pela Alemanha, que Hitler cativou adeptos a sua ideologia e promoveu
uma guerra mundial. Da mesma maneira, nossa sociedade sofrerá as drásticas conseqüências dos atos dos
anônimos que, diariamente, cometem crimes ditos passionais, espancam seus filho no intuito de educá-los e
roubam suas empresas para melhor proverem sua família.
No entanto, devemos considerar que a pessoa que verdadeiramente ama não deseja o mal a outrem, nem
se contrapõe à razão. Ao contrário, alia-se a ela na tentativa de melhorar a si mesma e às outras. Assim, percebemos
que esse amor puro e altruísta jamais poderia ser usado como desculpa para algo errado. Por outro lado, sabemos
que esse sentimento, quando despido de quaisquer artifícios, pode servir de motivação para inúmeros atos realizados
em nome dele. Dessa forma, podemos citar Madre Tereza de Calcultá, Betinho, Gandhi, Jesus como pessoas que
amaram verdadeiramente ao próximo e fizeram desse amor sua razão de viver, lutando passivamente pela
eliminação das desigualdades sociais e pela afirmação do amor entre todos os homens.
Logo, podemos concluir que esse sentimento, há muito tido como piegas, deve ser reinterpretado pela
sociedade moderna e efetivamente incorporado a ela. Para tanto, os bons exemplos são essenciais, pois só através
deles seremos capazes de dimensionar a importância do amor como única via para a transmutação e a evolução
da humanidade.
869
Módulo 21
27) UFRGS 2004
Sua redação deverá ter caráter dissertativo e focalizar o seguinte tema: Nos dias de hoje, ter esperança
é lutar pela concretização de projetos pessoais, ou significa alimentar utopias?
A dissertação pressupõe reflexão acerca do tema proposto, a definição de um ponto de vista e a sustentação deste mediante argumentos consistentes. Por isso, apresentamos, a seguir, informações que têm a
finalidade de auxiliá-lo na contextualização do assunto.
Historicamente, foi o Renascimento que inaugurou uma perspectiva cultural centrada no homem e na sua
ilimitada capacidade de renovar-se. A ciência, a cultura e as artes atuaram como coadjuvantes da euforia provocada
pelas grandes descobertas científicas e pelas conquistas ultramarinas, revitalizando as esperanças do ser humano.
A modernidade assinala uma revolução industrial e cultural que realimenta sem parar a demanda tecnológica.
Computadores permitem, hoje, através da internet e da comunicação sem fronteiras, a circulação de riquezas,
a simultaneidade das informações, encurtando distâncias e transformando o mundo numa aldeia global.
Ao mesmo tempo, parece estar triunfando uma espécie de pensamento único, que tende a homogeneizar as aspirações e as ações dos indivíduos, levando-os a se comportar de acordo com os padrões sociais do
momento e, por vezes, a se acomodar e a abandonar os próprios sonhos.
Albert Camus diz, à luz de sua concepção, o que significa ter esperança: Já se disse que as grandes idéias
vêm ao mundo mansamente, como pombas. Talvez, então, se ouvirmos com atenção, escutaremos, em meio ao
estrépito de impérios, e nações, um discreto bater de asas, o suave acordar da vida e da esperança. Alguns dirão
que tal esperança jaz numa nação; outros, num homem. Eu creio, ao contrário, que ela é despertada, revivificada, alimentada por milhões de indivíduos solitários, cujos atos e trabalho, diariamente, negam as fronteiras e as
implicações mais cruas da história. Como resultado, brilha por um breve momento a verdade, sempre ameaçada,
de que cada e todo homem, sobre a base de seus próprios sofrimentos e alegrias, constrói para todos.
Acalentamos a esperança de concretizar projetos de vida, esperamos conquistar um lugar na Universidade,
no mercado de trabalho, construir relações afetivas. Sonhamos com um futuro melhor para nós, para nossa família
e para a sociedade em que vivemos. Esperamos ser felizes... E a realidade que nos cerca ainda permite ter essas
esperanças? Reflita sobre isso e desenvolva sua redação, posicionando-se frente à questão proposta no tema.
Leia com atenção as intruções a seguir: sua redação deverá ter extensão mínima de 30 linhas, excluindo
o título - aquém disso, ela não será avaliada -, e máxima de 50 linhas, considerando letra de tamanho regular.
O lápis poderá utilizar ser usado para rascunho; ao transcrever sua redação para a folha definitiva, faça com
letra legível, usando caneta.
MODELO
Esperança
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Devido às dificuldades impostas pela sociedade para que os indivíduos conquistem o que almejam, é
comum que se tenha esperança. Porém, tal esperança deve servir como (forma de incentivo e não de acomodação.
Ter esperança é de extremada importância para as pessoas que desejam fazer novas conquistas. Pode-se
evidenciar tal fato com os vestibulandos, que devido à esperança de serem aprovados no vestibular, motivam-se
a estudar, para dessa forma, tornar possível a realização de seus desejos. A esperança é importante, pois na sua
ausência, os candidatos por não acreditarem na realização de seus desejos, desistem do seu objetivo. Assim,
percebe-se que ser um indivíduo esperançoso garante a resistência de certo esforço para que a conquista almejada
passe do campo da imaginação para o real.
Entretanto, é preciso limites para a esperança, de forma que ela não seja a responsável pela aquisição de utopias.
É o caso daqueles vestibulandos que por estarem sempre idealizando a sua aprovação acham o estudo
desnecessário para eles, transformando, assim, seu objetivo em uma utopia, caso em que a demasiada esperança
é responsável por gerar a certeza da aprovação do candidato, envolvendo-o em uma fantasia, o que deixará o
indivíduo frustrado, pois os fatos nunca ocorrerão do modo que ele imaginou. Dessa forma, é possível que a
esperança pode também prejudicar o indivíduo quando ela for tida como fator principal para a conquista do
objetivo, inserindo, assim, o indivíduo em uma utopia.
Enfim, ter esperança é fundamental para tornar possível a realização de projetos, quando ela for utilizada
como forma de incentivo. Porém, a esperança, quando posta acima dos esforços para viabilizar o projeto, gera
utopias. Portanto, o melhor a se fazer é ter esperança, mas sem deixar com que ela se torne o principal foco.
870
Aulas, modelos e
temas de redação II
28) UFRGS 2006
Você tem de escrever um texto de caráter dissertativo abordando o tema: Basta ter TALENTO para
conquistar um lugar no mundo?
Na dissertação, analise o tema proposto, delimite um ponto de vista e escolha argumentos que o subsidiem. As informações que seguem têm o intuito de auxiliá-lo na contextualização do assunto.
A palavra TALENTO, em seu primeiro sentido, designou uma moeda e uma medida de peso da era greco-romana. Depois, passou a significar inteligência excepcional, aptidão natural, noção que fundamentou a
parábola do Evangelho de Mateus, segundo a qual um senhor distribuiu entre seus três servos talentos proporcionais à capacidade de cada um para que eles os fizessem render frutos.
Hoje, escolas se dizem fábricas de talentos, agências de publicidade divulgam seus talentos, gestores de
empresas bem-sucedidas creditam seu sucesso aos talentos da sua equipe de trabalho. Talentos em todos os
lugares... Daiane dos Santos, campeã de ginástica, é exemplo bem contemporâneo de talento.
Historicamente, conquistar um espaço no mundo tem sido aspiração do homem. Goethe, precursor do
movimento romântico, resumiu sua trajetória da seguinte forma: “Para ser o que sou hoje, fui vários homens
[ ]. Tudo o que sei custou as dores das experiências”; e Kennedy manifestou muito mais do que eloqüência
ao proferir que o limite do homem é o limite de seus sonhos.
Descobrir os próprios talentos implica a busca pelo autoconhecimento e também pressupõe a interação
do indivíduo com a realidade e com seu grupo social. Isso nos leva a pensar no ser humano como um eterno
discípulo da vida. Mesmo que suas conquistas e idéias estejam associadas a coisas simples, elas envolvem
dedicação e empenho. Construa esta redação usando o seu TALENTO!
Leia atentamente as instruções: sua redação deverá ter extensão mínima de 30 linhas, excluindo o
título – aquém disso, seu texto não será avaliado -, e máxima de 50 linhas, considerando letra de tamanho
regular. Lápis poderá ser usado apenas para o rascunho; ao passar sua redação para a folha definitiva, faça-o
com letra legível e utilize caneta.
871
Módulo 21
29) UFRGS 2009
As condições de vida de uma população podem ser avaliadas a partir de parâmetros sociais, tais como
renda, acesso a emprego, a educação, a serviços sanitários, a bens de consumo, entre outros.
Observe os dados abaixo, relativos ao Rio Grande do Sul no período de 2006 a 2007, retirados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios, realizada pelo IBGE.
AUMENTOU
DIMINUIU
RENDA: de R$ 993,00 para R$ 1.007,00. O RS está
em 7° lugar, atrás de DF (1°), SP, RJ, SC, PR e MS.
TRABALHO: de 66,6% para 66,2%. O RS supera o
PR (65,8%), mas perde para SC (67,2%). A média
nacional é 62%.
MULHER no comando da família: de 31,9% para
34,7%.
TRABALHO INFANTIL (crianças de 10 a 14 anos):
de 13,3% para 12,4%. A média nacional é 10,1%.
EMPREGO em serviços: de 36,1% para 36,5%
ESCOLARIZAÇÃO (crianças de 7 a 14 anos): de
98,4% para 97,9%. SC tem 99% de cobertura.
REDE DE ESGOTO: de 80,4% para 83,1%.
Ainda é o 5°, perdendo para SC (86,2%).
TELEFONE: de 89,5% para 89,1%. Continua acima
da média nacional (77%), só perdendo para o DF
(95,7%).
ÁGUA ENCANADA: de 84,4% para 85,3% dos
domicílios.
COLETA DE LIXO: de 89,4% para 90,8%. É o 6°, atrás
de SC (91,2%).
COMPUTADOR: de 25,5% para 29,7%. Está abaixo
de SC (37,4%). O campeão é O DF (48,4%).
Adaptado de: Zero Hora, 19 set. 2008
Tendo observado esses dados,
– associe-os a um ou mais parâmetros sociais;
– defina, a partir do(s) parâmetro(s) selecionado(s), o seu ponto de vista acerca das condições de
vida das pessoas que residem no Rio Grande do Sul; e
– redija uma redação, de caráter dissertativo, explicitando o seu ponto de vista, incluindo, se
julgar conveniente, sugestões para o desenvolvimento do estado.
Instruções:
1. Crie um título para seu texto e escreva-o na linha destinada a este fim.
2. Redija uma redação com extensão mínima de 30 linhas, excluído o título - aquém disso, seu texto não será
avaliado -, e máxima de 50 linhas, considerando-se letra de tamanho regular.
3. As redações que apresentarem segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco
terão esses espaços descontados no cômputo total de linhas.
4. Lápis poderá ser usado apenas no rascunho; ao passar sua redação para a folha definitiva, faça-o com letra
legível e utilize caneta.
872
Aulas, modelos e
temas de redação II
30) UFRGS 2011
É indiscutível que o professor é fundamental para o progresso de qualquer sociedade. Sob sua responsabilidade, formam-se vários profissionais, e, por este fato, a profissão de professor é muitas vezes
apelidada de "profissão das profissões". Entretanto, só isto não basta para caracterizar sua dimensão.
É preciso olhar para o professor com olhos de quem quer ver um país melhor.
Disponível em: <http://www.angola24horas.com/index.php?option=com_content&view=article&id = 2949: banaliza ndo-o-professor-que-sociedade-a-construir&catid=23:angola24horas&Itemid=34>.
Observe, abaixo, dados de pesquisa realizada em 2009 pela Fundação Carlos Chagas sobre a atratividade da
carreira docente no Brasil, divulgados por Zero Hora, em 2010, em matéria intitulada Jovens evitam ser professor.
1.501 jovens entrevistados, cursantes do
Onde estudam
3° ano do Ensino Médio
93% escola particular
56% mulheres
34% escola pública
44% homens
Considerou ser professor no processo
de escolha profissional
67% não pensou em ser professor
32% pensou em ser professor
1% sem resposta
Adaptado de: Zero Hora, 4 set. 2010, p. 44.
Com relação a cursos universitários de Licenciatura, ou seja, que preparam para a profissão de professor,
observe os dados que seguem, referentes à oferta de vagas e ao número de candidatos inscritos nos concursos
vestibulares da UFRGS de 2005 e de 2011.
Oferta de vagas e n° de candidatos CV/UFRGS/2005
Curso
Educação Física
Filosofia
Física - Noturno
Geografia - Diurno
Geografia - Noturno
História - Diurno
História - Noturno
Letras
Matemática - Diurno
Matemática - Noturno
Química - Noturno
Teatro
Oferta de vagas e n° de candidatos CV/UFRGS/2011
Total de
N° de
Densidade
Vagas Candidatos
78
1.048
13,44
60
305
5,08
30
151
5,03
30
169
5,63
30
231
7,70
40
448
11,20
45
506
11,24
132
845
6,40
45
275
6,11
45
252
5,60
30
152
5,07
15
74
4,93
Curso
Educação Física
Filosofia - Noturno
Física - Noturno
Geografia - Diurno
Geografia - Noturno
História - Diurno
História - Noturno
Letras
Matemática - Diurno
Matemática - Noturno
Química - Noturno
Teatro
Total de
N" de
Densidade
Vagas Candidatos
78
293
3,76
40
121
3,03
35
60
1,71
30
91
3,03
33
79
2,39
50
211
4,22
60
273
4,55
132
448
3,39
45
78
1,73
45
83
1,84
20
57
2,85
15
65
4,33
Considerando os dados dos quadros de oferta de vagas e de número de candidatos inscritos nos vestibulares de 2005 e de 2011 para os cursos de Licenciatura da UFRGS,
– avalie por que a profissão de professor se encontra desprestigiada entre os jovens;
– ilustre sua avaliação com dados da pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas e com dados comparativos de 2005 e 2011 de um ou mais cursos da UFRGS constantes nos quadros acima; e
– redija uma redação de caráter dissertativo, justificando e defendendo seu ponto de vista; inclua
também sugestões para a revalorização da profissão de professor em nossa sociedade.
Instruções:
1. Crie um título para seu texto e escreva-o na linha destinada a este fim.
2. Redija uma redação com extensão mínima de 30 linhas, excluído o título - aquém disso, seu texto não será
avaliado -, e máxima de 50 linhas, considerando-se letra de tamanho regular.
3. As redações que apresentarem segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco
terão esses espaços descontados do cômputo total de linhas.
4. Lápis poderá ser usado apenas no rascunho; ao passar sua redação para a folha definitiva, faça-o com letra
legível e utilize caneta.
873
Módulo 21
31) UFRGS 2012
Observe a figura abaixo.
Disponível em: <http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=12426>. Acesso em: 21 novo 2011.
Os dados da figura mostram que a língua portuguesa no mundo está em evidência; assim, as comunidades dos países lusófonos, em especial o Brasil, vêm se destacando no cenário econômico mundial, como
se observa na linha ascendente do gráfico na figura.
À medida que aumenta o número de pessoas que falam a língua portuguesa no mundo, especialistas em
língua e literatura portuguesas lançam instigantes reflexões acerca do nosso idioma em fóruns de discussão.
Com base nessa informação, leia o texto a seguir.
874
Aulas, modelos e
temas de redação II
A Língua Portuguesa é [ ... ] objecto das nossas preocupações; começo por citar a frase de um escritor
moçambicano - Mia Couto - que usa a língua portuguesa como o veículo transmissor da sua cultura e da sua
criatividade. A frase é simples, mas de um grande alcance universal - “o mar foi ontem o que o idioma pode
ser hoje, falta vencer alguns Adamastores”. Parafraseava o autor uma forte e bela imagem literária, criada
por Luís de Camões, querendo significar as grandes dificuldades que as naus portuguesas enfrentaram na
descoberta desse mar que “naufrágios e perdições de toda a sorte” causavam a quem se aventurava na sua
conquista. A figura do Adamastor chegou até aos nossos dias como o símbolo mítico e utópico dos obstáculos
que é preciso vencer quando desejamos algo de muito importante. [ ... ]
A expansão, a adaptação e o enriquecimento que a Língua Portuguesa foi sofrendo ao longo do tempo
valorizaram-na e tornaram-na veiculadora de múltiplas culturas. Sendo, além disso, língua comum de uma
grande comunidade de países dispersos pelos quatro continentes, a língua portuguesa poderá reforçar a
cooperação entre os povos e assumir um papel preponderante no diálogo entre as nações. Isso implica um
conjunto de desafios que é tarefa de todos nós assumirmos através de adopção e execução de políticas,
estratégias e acções verdadeiramente mobilizadoras.
Adaptado de: BOAL, Maria Eduarda. Os Adamastores da Língua Portuguesa
Disponível em: <http://observatorio-Ip.sapo.pt/pt/f/questoes-de-Iingua>. Acesso em: 21 novo 2011
Este texto revela que a “última flor do Lácio” criou raízes e gerou frutos; ao cruzar mares atravessar fronteiras, acabou por constituir uma comunidade que compartilha a mesma herança linguística, mas não a mesma identidade. Cada uma dessas comunidades construiu suas memórias com base na história que edificou.
Ademais, em alguns desses territórios, a língua portuguesa também acabo por se renovar, por apresentar
uma feição singular, pois objeto de criação dos falantes de cada comunidade lusófona. Nessa perspectiva, o
nosso idioma é, antes de tudo, uma entidade social que como tal, se movimenta através do tempo e adquire
novas configurações, edificando sua história. Assim é certo que os países lusófonos, em alguma medida,
revelam determinada identidade no cenário econômico mundial, mas, ao mesmo tempo, é da manifestação
particular dessa língua em cada pai lusófono que a noção de pertencimento a uma Nação se constrói tanto
em territórios da Europa, quanto da África, da Ásia e da América.
Considerando
- que é por intermédio do nosso idioma que nossa identidade enquanto Nação se configura,
- que essa identidade se revela na percepção da língua portuguesa como herança, como memória e
como criação e
- que cada um desses aspectos pode ser observado não só dentro de nós próprios como no âmbil coletivo,
nacional e global,
– escolha um ou mais desses três aspectos que você julgue importantes acerca da língua portuguesa;
– determine como e por que eles representam, para essa língua, algum tipo de “Adamastor”; e
– redija uma redação, de caráter dissertativo, justificando sua escolha e defendendo seu ponto de vista.
Instruções:
1. Crie um título para seu texto e escreva-o na linha destinada a este fim.
2. Redija uma redação com extensão mínima de 30 linhas, excluído o título - aquém disso, seu texto não será
avaliado -, e máxima de 50 linhas, considerando-se letra de tamanho regular.
3. As redações que apresentarem segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco
terão esses espaços descontados do cômputo total de linhas.
4. Lápis poderá ser usado apenas no rascunho; ao passar sua redação para a folha definitiva, faça com letra
legível e utilize caneta.
875
Módulo 21
32) UFRGS 2013
Chamamos atenção para isto: não há comicidade fora do que é propriamente humano. Uma paisagem poderá ser bela, graciosa, sublime, insignificante ou feia, porém jamais risível. Riremos de um
animal, mas porque teremos surpreendido nele uma atitude de homem ou certa expressão humana.
Riremos de um chapéu, mas, no caso, o cômico não será um pedaço de feltro ou palha, senão a forma
que alguém lhe deu, o molde da fantasia humana que ele assumiu. [ ... ] Já se definiu o homem como
“um animal que ri”. Poderia também ter sido definido como um animal que faz rir, pois se outro animal
o conseguisse, ou algum objeto inanimado, seria por semelhança com o homem, pela característica
impressa pelo homem ou pelo uso que o homem dele faz.
BERGSON, Henri. o Riso: ensaio sobre a significação do cômico. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.
O trecho acima foi extraído do livro O riso, uma reunião de três artigos publicados por Bergson, em 1899,
que constituem um verdadeiro tratado sobre o humor.
O tema abordado pelo filósofo permanece atual, como se pode depreender do aumento significativo
do espaço social reservado às manifestações humorísticas. No Brasil, muito se produz em matéria de humor.
Nos jornais de grande circulação, escritores e chargistas fazem diariamente a crônica bem humorada da
política e dos costumes. Emissoras de rádio destinam espaços valorizados a programas que debatem temas
atuais em uma atmosfera descontraída, com estímulo a brincadeiras e a comentários jocosos. Emissoras de
televisão, além de contarem com os tradicionais programas humorísticos, têm investido em novos formatos,
como entrevistas com apresentadores comediantes e programas que fazem um misto de jornalismo e humor.
Casas de teatro têm sido palco para uma nova leva de humoristas, que, com apenas um microfone e muitas
histórias para contar, divertem plateias cada vez mais numerosas. Na internet, além dos sites que reproduzem
piadas de autoria desconhecida, há os que apresentam uma produção própria, com textos, vídeos e charges
animadas, satirizando políticos e celebridades.
A profusão dessas manifestações revela uma ampla liberdade de expressão, para cuja conquista o humor
também teve sua parcela de contribuição. Jornalistas, escritores e comediantes saúdam essa liberdade, entendendo que o espaço para o humor não está a serviço apenas da diversão, mas também da crítica social. Há,
contudo, quem considere que, no exercício dessa liberdade, excessos estejam sendo cometidos. Em resposta
a isso, alguns afirmam não ser possível provocar o riso sem incomodar, já que o humor se constrói a partir de
um olhar crítico sobre o comportamento humano.
Considerando a popularidade atual do humor, manifestado nas mais diversas formas, em diferentes
meios de comunicação, e as reações da sociedade a essas manifestações, redija uma dissertação sobre o
papel e os limites do humor na sociedade.
Instruções
A versão final do seu texto deve:
1 - conter um título na linha destinada a esse fim;
2 - apresentar argumentos para a defesa de um ponto de vista sobre o tema proposto;
3 - ter a extensão mínima de 30 linhas, excluído o título - aquém disso, seu texto não será avaliado –,
e máxima de 50 linhas. Segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco
terão esses espaços descontados do cômputo total de linhas.
4 - ser escrita, na folha definitiva, à caneta e com letra legível, de tamanho regular.
876
Aulas, modelos e
temas de redação II
33) UFRGS 2015
( ... )
Amigo é coisa para se guardar
no lado esquerdo do peito,
mesmo que o tempo e a distância digam não,
mesmo esquecendo a canção.
O que importa é ouvir a voz que vem do coração,
pois, seja o que vier, venha o que vier,
qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar.
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.
Canção da América (Milton Nascimento e Femando Brant)
A música Canção da América, composta por Milton Nascimento e Fernando Brant, de onde foi extraída a passagem acima, fala daquela amizade capaz de resistir à distância e ao tempo, característica de uma época em que o
contato físico entre amigos era a forma mais usual de aproximação. Era um tempo em que se valorizavam os poucos
e verdadeiros amigos.
Atualmente, com a conectividade das redes sociais, a realidade é outra. Hoje é possível manter-se em contato
contínuo com pessoas que estejam em qualquer lugar do planeta, o que pennite multiplicar de modo expressivo o
número de amizades. Paradoxalmente, o apego ao mundo virtual parece estar promovendo um outro tipo de distanciamento, já que não é incomum, hoje em dia, ver amigos reunidos em um mesmo ambiente físico, mas isolados uns
dos outros pela força atrativa dos tablets e dos smartphones.
Levando em conta esse cenário, reflita sobre o tema a seguir.
Na sua opinião, o que é a amizade nos dias de hoje?
Para tanto, você deve:
- expressar a sua opinião sobre o que caracteriza a amizade nos dias atuais;
- apresentar argumentos que justifiquem o ponto de vista assumido; e
- organizar esses argumentos em um texto dissertativo.
Instruções
A versão final do seu texto deve:
1 - conter um título na linha destinada a esse fim;
2 - ter a extensão mínima de 30 linhas, excluído o título - aquém disso, seu texto não será avaliado –,
e máxima de 50 linhas. Segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco
terão esses espaços descontados do cômputo total de linhas.
3 - ser escrita, na folha definitiva, à caneta e com letra legível, de tamanho regular.
877
Módulo 21
01) UFCSPA 2006
Questão de Redação
A vida de todo indivíduo é marcada por episódios e experiências que assinalam pontos decisivos de sua
história pessoal, verdadeiras passagens entre um estado e outro, entre uma fase e outra. Em grupos indígenas, por exemplo, é comum acontecer que a entrada na adolescência seja caracterizada por um período de
recolhimento do menino ou da menina, quando este(a) aprende certas lições mediante reflexão e, em alguns
casos, chega a receber um outro nome. Em culturas ocidentais, ocorrem determinados eventos que marcam
a transição para um novo momento de vida, tanto no âmbito religioso quanto na esfera social ou na vida
escolar, tudo indicando para o adolescente que ele passa a ser diferente do que era até então.
A passagem para a idade adulta também pode ser marcada por certos ritos, certas práticas: o primeiro
emprego, a saída da casa da família, etc. O próprio vestibular, ao lado de ser um conjunto de provas para
ingresso em um curso superior, assume um aspecto ritualístico, com rotinas e expectativas que os jovens
precisam atender, correndo os riscos que todos conhecemos. Passar ou não passar no vestibular, conseguir
ou não um bom emprego logo de saída, conquistar ou não o namoro desejado talvez não impliquem uma
alteração simbólica com a dimensão da troca de nome acima referida, mas certamente deixam marcas profundas em quem vive a experiência.
Pois bem: sua redação vai versar sobre o processo de passagem para a idade adulta. Tome sua experIência pessoal como referência ou sirva-se de histórias de outras pessoas (familiares, amigos, personagens
que você conheceu na literatura, no teatro ou no cinema). Para pensar sobre o tema, você pode explorar dimensões que lhe pareçam relevantes, tais como contexto histórico, expectativas sociais, mudanças de regras
culturais ao longo dos tempos. Apresente sua reflexão . acompanhada por breve relato narrativo de alguma
situação concreta . na forma de uma dissertação.
Para a avaliação de seu texto, o que estará em causa não será a natureza do relato, nem o sucesso ou o
fracasso da experiência mencionada, nem tampouco o âmbito em que ela ocorreu (se na sua família ou não,
se com você mesmo ou não, se no campo da busca de emprego ou do namoro, etc.), mas, sim, sua capacidade
de discutir o tema proposto, relatando o episódio a ele vinculado, e de organizar sua reflexão na forma de um
texto dissertativo. Sua redação deverá ter no mínimo 25 linhas e ser escrita à caneta; lápis, apenas no rascunho.
02) UFCSPA 2007
A seguir, você encontrará dois temas para a elaboração de sua redação. Os textos ou fragmentos servem
de apoio para produzi-la e trazem orientações próprias que deverão ser observada nessa produção;
Escolha apenas XP dos temas apresentados e coloque o respectivo número do tema escolhido no
quadrado acima do título da VERSÃO DEFINITIVA, que será entregue à parte;
Apresente, na VERSÃO DEFINITIVA, sua redação de forma legível e sem rasuras. Utilize apenas caneta
esferográfica azul ou preta;
Não serão aceitas rasuras. Utilize as expressões “ digo”, ou “isto é´, caso alguma palavra necessite de correção. Em seguida, escreva a sua forma correta;
Não identifique a VERSÃO DEFINITIVA com códigos, número de inscrição, assinaturas, palavras ou marcas que permitam identificação;
Sua redação deverá ter no mínimo 25 linhas e no máximo 40 linhas e deve ser escrita à caneta.
878
Aulas, modelos e
temas de redação II
TEMA 1 – TEXTO DISSERTATIVO
“Ao certo ninguém sabe, mas calcula-se - por baixo - que existam maus de 500 000 embriões humanos
congelados em clínicas de fertilização mundo afora. (...) Alguns embriões serão usados por quem deseja ter
mais filhos, outros – com explícito consentimento prévio - serão doados ou utilizados em poucas e limitadas
pesquisas científicas, visto que seu destino mais evidente, os experimentos com células tronco, ainda patina
em tortuosas considerações. (...) O que fazer com embriões não utilizados?”
Revista Veja, 22 de março de 2006, p. 114.
BRASIL
Clínicas de reprodução assistida: 150
Embriões armazenados: 10 000 oficialmente; cerca de 30 000 de fato
Prazo máximo de armazenamento: não há
Destruição: proibida oficialmente, realizada na prática. Os embriões armazenados há mais de três anos
que tiveram o aval dos donos podem ser destinados à pesquisa
Legislação: cinco projetos de lei estão em discussão. O controle, informal, é feito pelo Conselho Federal
de Medicina
Quadro adaptado da Revista Veja, 22 de março de 2006, p. 114.
Baseado nas informações acima e em outras que você tenha tido acesso, redija um texto dissertativo no
qual você se posicione contra o tema proposto ou a favor dele.
EMBRIÕES: DO LUXO AO LIXO
TEMA 2 – TEXTO PERSUASIVO
Laboratório em casa
Exames domésticos evitam idas inúteis ao médico e fazem bem ao sistema de saúde
“Na última década, as áreas que mais ganharam destaque na medicina foram as de prevenção e de
diagnóstico precoce de doenças. Testes caseiros, além de contribuírem para a detecção de distúrbios ainda
incipientes, fazem um bem danado ao sistema de saúde.”
Revista Veja, 4 de fevereiro de 2004, p. 67.
85 Perguntas que podem salvar sua vida
Veja ouviu 35 médicos de catorze especialidades sobre um novo tipo de paciente: ele chega ao consultório
bem informado sobre a sua saúde
Revista Veja, 19 de abril de 2006, p. 96.
A relação médico-paciente tem se alterado ao longo dos anos. Hoje, muitos pacientes chegam aos consultórios informados e gabaritados; podem participar mais ativamente das decisões sobre a própria saúde.
A mudança de hábitos avança e é motivo de intensa discussão.
Os textos transcritos anteriormente constatam essas novas mudanças e discutem as relações entre
o homem e a medicina. Com o apoio nesses textos e em outras informações que você possua, redija um
texto persuasivo no qual tente convencer seu interlocutor sobre o seguinte tema:
03) UFCSPA 2008
OS MÉDICOS AINDA SÃO NECESSÁRIOS?
879
Módulo 21
Nesta prova estão sendo apresentados dois temas, e você deverá escolher apenas um deles para desenvolver sua redação. Em cada um, há fragmentos de textos que podem auxiliá-lo na compreensão dos assuntos
propostos.
Para produzir seu texto, considere as seguintes informações:
O texto deverá ter extensão mínima de 25 linhas e máxima de 30, considerando-se letra de tamanho
regular.
O texto dissertativo deverá apresentar idéias organizadas, de acordo com a norma culta da língua escrita,
fundamentar-se em argumentos consistentes e valer-se de relatos que sustentem o seu posicionamento.
Evite cópias dos textos da prova.
O texto persuasivo, organizado segundo a norma culta da língua portuguesa, deve expor sua tese de
modo a convencer o interlocutor.
Faça o rascunho de seu texto, revise-o e, a seguir, passe a limpo na folha definitiva que está devidamente identificada.
Na folha definitiva, não é permitido o uso de corretivo líquido. Caso cometa algum equívoco, risque-o
e reescreva-o.
Não serão corrigidos textos a lápis.
Textos que não abordarem um dos temas propostos e que não tiverem o número mínimo de linhas
proposto NÃO serão considerados.
TEMA 1
Há uma polêmica em curso, e ela está tendo repercussão nacional, com várias pessoas, algumas muito
conhecidas, manifestando-se através da mídia sobre o uso de animais em experiências de laboratório.
”Sim”, responde na Folha de São Paulo, a professora e filósofa Sônia Teresinha Felipe e lista para isso alguns
argumentos, dentre eles “as descobertas científicas que mais contribuíram para prolongar a vida humana
resultaram basicamente de observações e estudos clínicos, e não de testes feitos em animais”. “Mas as experiências com animais”, diz, na mesma Folha de S. Paulo, o professor e médico Luiz Eugenio de Araújo Moraes
Mello, “são absolutamente necessárias”. Ele não hesita em afirmar que “a interrupção da experimentação
animal representaria a morte de uma parte importante da ciência”. (Zero Hora, A Cena Médica - Moacyr Scliar,
24/11/07 – adaptação)
O princípio dos três “erres” - A preocupação no meio científico em relação a experimentos com animais
começou na Inglaterra logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1947, com trabalhos da Universities Federations for Animal Welfare (Federação de Universidades para o Bem Estar Animal) discutindo questões éticas
relacionadas às cobaias de laboratórios. Em 1959, o zoologista William M. Russel e o microbiologista Rex L.
Burch apresentaram para a comunidade científica o livro The Principles of Humane Experimental Techinique (“Os princípios da técnica experimental humana”), no qual propunham o princípio do “3R’s” na pesquisa
científica: Redução, Refinamento e Substituição (em inglês, Reduction, Refinement, Replacement). Os pesquisadores definiam os três erres como, respectivamente, a busca e desenvolvimento tecnológico de métodos
que minimizassem a incidência e a severidade de procedimentos científicos em animais, principalmente no
campo da toxicologia experimental; a diminuição do número de animais utilizados; e o emprego de materiais
não sensitivos, substituindo os métodos “in vivo pelos in vitro”. (http://www.comciencia.br – fragmento – acesso
em outubro/07).
Com base nas informações acima, elabore um texto dissertativo, manifestando sua opinião sobre o seguinte tema, lançado por Moacyr Scliar em sua coluna no Jornal Zero Hora: Pode, ou deve a ciência abrir mão
de experiências com animais de laboratório em nome de princípios éticos?
880
Aulas, modelos e
temas de redação II
TEMA 2
Todos os dias, infelizmente, acontecem acidentes. Pessoas sofrem cirurgias de urgência. Elas aguardam que
pessoas façam um gesto de solidariedade e doem sangue para reabilitar a vida.
Não só os acidentados precisam de transfusões. Quem sofre queimaduras e os hemofílicos, por exemplo,
também necessitam delas.
Se cada cidadão saudável doasse sangue pelo menos duas vezes por ano não seriam necessárias campanhas emergenciais para coletas de reposição de estoques. O sangue não tem substituto e por isso
a doação voluntária é fundamental. Uma simples doação pode salvar muitas vidas. Inclusive a sua. E
lembre-se: os intervalos para doação são de 60 dias para homens e de 90 dias para mulheres.
(Fonte: http://www.hemocentro.rs.gov.br, acesso em out/2007)
Transfusão de sangue é seguro? A prática de selecionar criteriosamente os doadores, bem como as
rígidas normas aplicadas para testar, transportar, estocar e transfundir o sangue doado, fizeram dele um
produto muito mais seguro do que já foi anteriormente. Apenas pessoas saudáveis e que não sejam de risco para adquirir doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como Hepatites B e C, HIV, Sífilis e Chagas,
podem doar sangue. Antes de toda doação, o candidato é submetido a um teste de anemia, à aferição de
seus batimentos cardíacos, pressão arterial e temperatura e respondem a um questionário detalhado sobre
a sua saúde e sobre seu comportamento. Somente após essas etapas, é que o candidato estará aprovado
para a doação de sangue. Todo o sangue doado será rigorosamente testado para as doenças passíveis de
serem transmitidas pelo sangue.
Algumas curiosidades sobre o assunto: a cada dois segundos, algum paciente necessita de transfusão de
sangue no Brasil; cerca de 1 em cada 5 pessoas que são internadas no Hospital necessitará de transfusão
de sangue durante o período em que permanecer internada; três é o número de vidas que são salvas com
cada doação de sangue; o sangue representa cerca de 7% do peso corporal de um indivíduo adulto; qualquer pessoa com boa saúde, entre 18 e 65 anos de idade e com mais de 50 kg de peso, pode ser doadora
de sangue. (http://www.prosangue.sp.gov.br – acesso em outubro de 2007 - adaptação)
Considerando as informações contidas nos fragmentos acima e outras que você possua acerca da importância da doação de sangue para a saúde e a vida de muitas pessoas, produza um texto persuasivo, dirigido a seus futuros colegas, convidando-os a se engajar na campanha de doação de sangue que você
está organizando. Lembre-se de que seu texto não deverá ser assinado; assuma, apenas, um pseudônimo.
881
Módulo 21
04) UFCSPA 2009
REDAÇÃO
Texto de apoio 1 -
O Bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava,
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão.
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Texto de apoio 2 -
Manuel Bandeira
Gastos com “pets”: luxo ou necessidade?
No Brasil, a indústria de produtos e serviços envolvendo animais de estimação deve movimentar, este ano,
US$ 3,3 bilhões (cerca de R$ 6 bilhões), segundo a Anfal Pet (Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos
para Animais de Estimação). Os dados revelam que em relação ao ano passado o crescimento é de 17%. Os
cuidados com os bichinhos de estimação são arrojados e exigentes, mas podem custar caro. A estudante do
curso de Direito Larissa Nogueira, 23, falou que gasta, em média, R$ 1 mil por ano com o cachorro Foster, da
raça Cocker Spaniel. “Cuido dele como se fosse um filho”, diz a estudante. O valor inclui consultas e vacinas
de raiva, pneumonia e leishmaniose. Entre os mimos, Larissa fala que não dispensa ossinhos e ursinhos de
pelúcia, que, garante, são os preferidos de Foster. O cuidado com a alimentação é reforçado, assim como a
água, que é mineral, gelada e trocada várias vezes ao dia. Foster em breve ainda terá plano funerário. (RODRIGUES, Mara. Gastos com “pets”: luxo ou necessidade? Disponível em <http://meditorial.blogspot.com/2007/10/
gastos-com-pets-luxo-ou-necessidade.html> Acesso em: out. 2008)
TEMA 1 – TEXTO DISSERTATIVO
Os textos acima transcritos evidenciam uma profunda inversão de valores: seres humanos tratados como
animais e animais tratados como seres humanos. Reflita sobre o tema e, com base em informações a que você
tenha acesso e em sua experiência de vida, elabore um texto dissertativo no qual você se posicione sobre o tema:
QUAIS SÃO AS CAUSAS DA INVERSÃO DE VALORES POR QUE PASSA NOSSA SOCIEDADE?
TEMA 2 – TEXTO PERSUASIVO
Com base nos textos acima transcritos e nas demais informações a que você tenha acesso, redija um
texto persuasivo no qual você tente convencer o dono de um animal de estimação a gastar menos com seu
animal e investir mais em ações sociais para minimizar a miséria e a fome entre os menos favorecidos
Tome por base o seguinte tema: TRATAR GENTE COMO GENTE E ANIMAIS COMO ANIMAIS.
Escolha uma entre as duas propostas acima apresentadas. Posicione-se, a partir do exposto, selecione
argumentos pertinentes e consistentes em defesa de seu ponto de vista e elabore seu texto com base
no tema e na tipologia textual por você escolhida.
Não assine ou identifique seu texto. No caso de escolha do texto persuasivo, assine como “um vestibulando”.
Seu texto deverá ter de 30 a 35 linhas.
Use a folha de rascunho que se apresenta com a prova e passe o texto a limpo na folha de redação, com
letra legível e a caneta (azul ou preta).
Serão anulados textos que não abordem o tema proposto, que não contemplem a tipologia textual
escolhida, que forem ilegíveis, escritos a lápis ou com número insuficiente de linhas.
882
Aulas, modelos e
temas de redação II
PUC Tema 51
Como a televisão brasileira pode contribuir para a melhoria das condições de vida das populações mais pobres?
PUC Tema 52
Na era da informática, as possibilidades e as conseqüências do mais novo tipo de relacionamento entre
as pessoas: a amizade virtual.
PUC Tema 53
As dificuldades encontradas no cotidiano pelas pessoas não familiarizadas com as máquinas eletrônicas
PUC Tema 54
“Como explicar que uma geração bem nutrida e cercada de conforto, que freqüentou escola e teve à
disposição as melhores oportunidades de vida, escolha por vocação a prática da violência?”
Instrução: Responda ao questionamento, apontando e discutindo possíveis causas para a violência entre
os jovens que formam a geração mencionada.
PUC Tema 55
“A agressividade é inerente ao ser humano”. Instrução: Posicione-se em relação à afirmação e fundamente seu ponto de vista mostrando como essa característica humana se revela no cotidiano.
PUC Tema 56
“Dê um trote legal”. Instrução: Discuta a possibilidade de o “trote” ser uma experiência positiva e fundamente sua opinião com exemplos.
PUC Tema 57
O excerto que segue foi retirado de uma entrevista concedida pelo professor José Murilo de Carvalho,
que leciona História do Brasil na Universidade Federal do Rio de Janeiro, à revista Época, e publicada em 23
de agosto de 1999.
Época: Como se poderia comemorar os 500 anos em grande estilo?
José Murilo: Há muitas maneiras de comemorar 500 anos. A pior é uma festa a que o povo assista bestificado, como fez
na Proclamação da República.
A três meses da data que assinala a chegada dos portugueses ao Brasil, considere o seu significado e as
palavras do professor José Murilo e apresente sugestões de iniciativas que possam envolver efetivamente os
brasileiros no registro dos 500 anos desta História, explicitando as razões de sua proposta.
883
Módulo 21
PUC Tema 58
Em maio de 1999, a revista Época realizou uma pesquisa nacional para verificar o que o povo brasileiro pensa de si mesmo. Reproduzimos abaixo uma das questões e as respectivas respostas, que poderão auxiliá-lo
na elaboração do seu texto.
Época: Qual destes dois conceitos melhor descreve o povo brasileiro?
Trabalhador ................62%
Sem imaginação ........22%
Tolerante .....................78%
Esperto.........................58%
Incompetente............22%
Injusto ..........................23%
Honesto .......................70%
Triste .............................20%
Frio ................................20%
Criativo.........................76%
Violento .......................38%
Pessimista ...................29%
Competente ...............76%
Justo .............................73%
Irresponsável .............22%
Alegre ...........................79%
Afetivo..........................79%
Egoísta .........................28%
Pacífico.........................59%
Otimista .......................69%
Autoritário ..................25%
Preguiçoso ..................35%
Responsável ...............76%
Intolerante ..................19%
Trouxa ..........................40%
Generoso.....................70%
Desonesto...................27%
Democrata ..................71%
Selecione os traços que, na sua opinião, melhor caracterizam o modo de ser e agir do brasileiro, mostrando
como eles influem (positiva ou negativamente) sobre nossa vida.
PUC Tema 59
A mesma pesquisa apresentou, ainda, a seguinte pergunta:
Época: Você considera o povo brasileiro preparado para a modernidade?
Sim 29%
Não 68%
E você, o que responderia? Sim? Não? Em parte?
Se você optar pelo tema 59, deixe claro seu posicionamento em relação à pergunta formulada pela revista
Época, sustentando-o com fatos e/ou exemplos da realidade, e discutindo outros aspectos que lhe parecerem relevantes ao tema.
PUC Tema 60
“O professor que desrespeita a curiosidade do educando, seu gosto estético, sua inquietude, sua linguagem, que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que ele “se ponha no lugar” ao mais tênue sinal de
rebeldia legítima, tanto quanto o professor que se exime do cumprimento de seu dever de propor limites à
liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, transgride os princípios éticos de nossa existência.” (p. 66)
Considerando que cada nível de ensino requer um professor com características particulares, e que você
está às portas da Universidade, disserte sobre a questão abaixo.
Que características deve possuir um professor universitário
para ser considerado competente?
884
Aulas, modelos e
temas de redação II
PUC Tema 61
“Saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção
ou construção. Quando entro em uma sala de aula, devo agir como um ser aberto às indagações, às inibições
dos alunos; um ser crítico e inquiridor, inquieto diante da tarefa que tenho – a de ensinar, e não a de transferir
conhecimento.” (p. 52)
Considerando que a aprendizagem depende de inúmeros fatores, entre eles o comprometimento do
próprio aprendiz, disserte sobre o tema abaixo.
O papel do aluno na construção do seu próprio conhecimento.
PUC Tema 62
“A autoridade coerente democrática, fundamentando-se na importância de si mesmo e da liberdade
dos educandos para a construção de um clima e real disciplina, jamais minimiza a liberdade. Empenha-se em
desafiá-la sempre e sempre; jamais vê na rebeldia da juventude um sinal de deterioração da ordem.”
Considerando eu um ambiente propício à construção do conhecimento pressupõe disciplina e autonomia, disserte sobre a questão abaixo.
Como conciliar liberdade com responsabilidade na escola?
PUC Tema 63
“A principal coisa da vida não é o conhecimento, mas o uso que fazemos dele”. (Talmud)
“A ciência não é a deusa benfeitora exaltada pela Renascença, pelo Iluminismo e pelo Neopositivismo
Lógico. É sua função capital estar a serviço da humanidade. Ser, na sugestiva e apropriada expressão cunhada
por Edgar Morin em 1982, uma ‘ciência com consciência’.
Analise as afirmações acima e discuta o tema que elas apresentam, apoiando suas idéias em fatos da realidade.
PUC Tema 64
Estamos cercados por descobertas da inteligência humana que nos ajudam a viver mais e melhor, embora
não tenhamos plena consciência disto.
Tendo como ponto de partida a idéia acima, discuta os aspectos positivos do desenvolvimento científico,
apresentando exemplos.
PUC Tema 65
A revista Época publicou recentemente os dados abaixo, resultantes de enquete da qual participaram
1.190 pessoas:
ÉPOCA: O desenvolvimento da genética poderá permitir que se escolham as características de um ser
humano. Quais delas você considera mais importantes?
Não escolheria. Acho isso errado do ponto de vista moral e (ou) religioso........... 50,2%
Inteligência ............ 43,9%
|
Beleza ............ 3,5%
|
Força e habilidades físicas........... 2,4%
Posicione-se sobre o tema, sustentando seu ponto de vista com argumentos consistentes e, se for o caso,
indicando livremente características que considera importantes para um ser humano.
885
Módulo 21
PUC Tema 66
A prática de um esporte – ou mesmo seu acompanhamento como torcedor/a – pode ter repercussões
positivas sobre o ser humano, tanto como indivíduo quanto como membro de uma coletividade.
Reflita sobre sua experiência como esportista ou torcedor/a, ou sobre a realidade à sua volta, e elabore
seu texto apontando e analisando um ou mais benefícios que o esporte traz ao ser humano. Apóie seus
argumentos em fatos da realidade.
MODELO
O Esporte a Integração Social
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O esporte é uma prática que socializa as pessoas. Instintos animais –obstinação, garra, força – agregam-se
às peculiaridades psíquicas humanas – como a razão e a abstração -, resultando em uma paixão que une milhões
de pessoas em todo o mundo.
Para grande parcela da população mundial, o futebol é visto como o esporte mais apaixonante e um dos
mais violentos da atualidade. A paixão e a violência, entretanto, não são vistas exclusivamente dentro dos limites
do campo, mas principalmente fora deles. Os torcedores, ao contrário da maioria dos atletas, amam o futebol não
pelas cifras que este movimenta, mas pelo “alívio social” que proporciona. A escolha de um time, contrariando
qualquer teoria vinda de um torcedor fanático, é mera casualidade. Ao entrar em um estádio, o torcedor quer, e
consegue, participar de algo maior do que a sua vida é capaz de lhe proporcionar – dinamismo, conquistas, união em
prol de uma causa. Portanto, dessa premissa, entendemos o porquê do fanatismo ser, geralmente, mais
acentuado em países subdesenvolvidos. Tomando como exemplo o Brasil, observamos que nem a história e nem
as decisões políticas aqui implantadas foram muito acessíveis às camadas populares. Dessa forma, consideradas
as devidas proporções, o futebol surge como uma saída tangente aos problemas das classes mais desfavorecidas:
a explosão que o descaso social diariamente provoca é abafada uma, duas vezes por semana, com um denso
escarro cheirando à cachaça nas costas do juiz. É bem provável que esta seja uma das razões pelas quais a política
brasileira recente tanto se atrelou ao desempenho de nossa seleção. Fica a critério de nossos governantes decidir
se o juiz escarrado representa maior benefício a eles ou à população.
Por outro lado, as atividades físicas e a integração social – que deveriam ser as únicas contribuições do
esporte à sociedade – representam um meio adequado de educar o cidadão para a vida. São muitos os casos de
pessoas que, mesmo recebendo educação de alto nível, somente aprenderam a equacionar relacionamentos e
trabalhos em equipe ao praticar um esporte. A prática, muito mais do que a torcida, induz a pessoa a ter disciplina,
paciência, companheirismo e poder de abstração – essenciais à vivência em sociedade. O bom atleta geralmente
é o espelho de um bom cidadão. Deveríamos procurar incentivar o esporte investindo na sua prática não como um
meio de produzir profissionais qualificados, mas de auxiliar nossos métodos pouco eficientes de formação social.
A prática esportiva é um dos grandes legados que a evolução trouxe à humanidade. O uso desse artifício
como um vetor capitalista – outra herança da evolução – é compreensível e vital para as equipes profissionais que,
se, por um lado, movimentam milhões de dólares, por outro mexem com os sentimentos mais sinceros de seus
torcedores. Entretanto, não podemos esquecer o benefício maior que o esporte nos traz: a integração social.
Investir no esporte puramente amador pode não trazer marés de calmaria à cotação do dólar, mas traz educação
e disciplina àqueles que não têm onde as encontrar. O incentivo ao esporte obrigatoriamente traz benefícios
inestimáveis à sociedade.
PUC Tema 67
As últimas décadas têm-se caracterizado por profundas mudanças em nosso modo de viver e conviver,
embora alguns valores permaneçam. O modo de viver a infância não escapa desse processo.
Considere o que conhece sobre o modo de ser e/ou de agir das crianças de hoje e sobre o que sabe da infância de seus pais e avós e elabore seu texto comparando a infância de hoje com a infância do passado, no(s)
aspecto(s) que considera mais significativo(s). Não se esqueça de apresentar fatos que sustentem seus argumentos.
886
Aulas, modelos e
temas de redação II
PUC Tema 68
A INTERNET está cada vez mais presente em nosso dia-a-dia, facilitando nossa vida, de um lado, e criando
novas necessidades, de outro.
Reflita sobre essa afirmação e aponte uma ou mais mudanças que a popularização da INTERNET está
trazendo às nossas vidas, analisando suas repercussões e exemplificando com fatos que você conhece.
PUC Tema 69
Um dos mais importantes papéis da Universidade é preparar o acadêmico para exercer em plenitude a
profissão que escolheu. Diante dessa constatação, questiona-se:
É importante para a formação acadêmica e profissional que o estudo da língua materna
– no nosso caso, o português – prossiga na Universidade?
Qualquer que seja sua resposta, justifique-a, apresentando argumentos que a sustentem.
PUC Tema 70
Paulo, João e Renata estão conversando no bar de sua escola, onde costumam se encontrar, após a aula,
para um “bate-papo”. Paulo, ao ouvir de João e Renata frases como: “Ele trouxe os convites para mim entregar.”,
“Tu foi na festa da Alice?”, “Não vi ela nos últimos dias”, procura logo corrigi-los, afirmando que eles deveriam
ter dito: “Ele trouxe os convites para eu entregar”, “Tu foste à festa de Alice?”, “Não a vi nos últimos dias.”
Considerando a situação descrita acima, questionamos:
O que você pensa da atitude de Paulo? E das falas de João e Renata?
Qualquer que seja sua resposta, fundamente sua opinião com argumentos lógicos e consistentes.
PUC Tema 71
“A mídia impressa, eletrônica e informática desempenha um papel fundamental na difusão do inglês.
Esses meios representam o principal recurso para pôr-se em contato com essa língua, pois alcançam o maior
número de pessoas, de forma mais freqüente e mais variada (...)”.
Claude Trouchot. L’anglais dans le monde contemporain. Le Robert: Paris, 1990 (adaptado).
Como se pode concluir do parágrafo acima, o aprendizado e/ou aperfeiçoamento do inglês pode-se processar fora do ambiente formal de ensino, que é a sala de aula, mediante, no caso mencionado, a exposição
do sujeito aprendiz aos recursos da mídia.
Além desses, outros meios podem contribuir para o desenvolvimento de nossa competência comunicativa, tanto em língua estrangeira, quanto na língua materna.
Diante dessa afirmação, questiona-se:
De que forma e em que circunstâncias se pode aprender e desenvolver
a nossa língua materna – o português – fora da sala de aula?
Qualquer que seja sua resposta, fundamente sua opinião com argumentos lógicos e consistentes.
887
Módulo 21
PUC Tema 72
O clássico da ficção científica “1984” é um livro que, sem dúvida alguma, deve ser colocada em posição
de destaque em qualquer biblioteca, não somente de leitores de ficção científica, e sim de todos os que
procuram uma prosa carregada de significado e reflexões profundas.
“1984”, escrito em 1948, por George Orwell, famoso por outros livros críticos, como “A revolução
dos bichos”, apresenta uma ficção clara, que, sem perder a profundidade, mostra, de uma forma às vezes
surpreendente, todos os mecanismos necessários para manter um sistema de poder, mecanismos esses
não limitados ao totalitarismo, alvo nominal do romance, e sim a qualquer sistema político imaginável
pelo homem. (...)
Embora o tempo em que decorre a ação tenha-se tornado passado, “1984” constitui literatura do
mais alto nível, que utiliza elementos da ficção sem interesses científicos e sim crítico-especulativos. Uma
leitura simplesmente imperdível.
Acima são representados fragmentos de uma análise crítica de “1984”, livro escrito em 1948 por George
Orwell, na qual o autor apresenta argumentos favoráveis à sua leitura.
Se você escolher o Tema 72, pense sobre as leituras que você fez e identifique, entre elas, uma obra que
lhe pareça imperdível. Após, redija um texto dissertativo, identificando o livro que escolheu e analisando-o
criticamente, com o objetivo de apresentar a seu leitor as vantagens de lê-lo.
PUC Tema 73
A TV brasileira acaba de dar mais um passo em direção ao nada; aliás, dois passos: “Big Brother Brasil”, da Globo”, e “Casa dos Artistas”, do SBT, assinalam ambos uma aposta persistente no vácuo cultural.
A idéia dos programas, como se sabe, é a de captar cenas do cotidiano de “pessoas comuns” em um espaço
privado, com câmeras espalhadas em todos os aposentos, banheiros inclusive. Os escolhidos são catapultados para a fama por conta do “voyeurismo eletrônico” e costumam ser especialistas em bobagens. (...)
O autor do fragmento de texto acima é uma das muitas vozes que criticam com veemência a mais recente novidade televisiva no Brasil, os chamados “reality shows”. A esses críticos se contrapõe, entretanto,
uma multidão de telespectadores que, grudados à telinha de suas tevês, acompanham diariamente o grupo
confinado e somam altos índices percentuais de audiência.
Se escolher o tema 73, você deverá posicionar-se sobre programas televisivos como o “Big Brother” e “Casa
dos Artistas”, apresentando em um texto dissertativo suas idéias, favoráveis e/ou contrárias.
888
Aulas, modelos e
temas de redação II
PUC Tema 74
Mais duas voltas da Terra em torno do Sol e estaremos no meio do ano fatídico de Orwell. Não temos,
porém, por que nos assustar. Não há sinais de que, em 1984, a serpente rompa a casca do ovo. (...) Só temos,
por enquanto, mecanismos locais de opressão, ainda artesanais. É que, embora já exista tecnologia para
isso, até agora não foram sequer armadas equações políticas de cuja solução depende a implantação, em
dimensão mundial, de um sistema eletrônico de compressão da realidade.
O anunciado Big Brother de Orwell é como um computador: frio e programado. Como não tem interesses próprios ou nacionais – que poderiam levá-lo a agir emocionalmente – será na sociedade condicionada
que terão origem os seus impulsos tirânicos. Assim, não surgirá de repente – como um ladrão na noite ou
uma tempestade elétrica no verão – mas no final de sucessivas experiências de enquadramento coletivo;
um longo processo de tentativas ainda longe de ser arrematado e que, ao que tudo indica, jamais o será.
Limeira Tejo. Correio do Povo, 20/06/1982.
O fragmento acima foi retirado do artigo “Quem tem medo do Big Brother”, publicado em 1982, dois anos
antes de 1984, portanto. Nele o autor defendia a idéia de que, ao que tudo indicava, a humanidade jamais
seria submetida a um regime tirânico em termos planetários.
Se você escolher o tema 74, deverá localizar-se no ano de 2007, verificando se a afirmação de Limeira Tejo
continua verdadeira. Ou seja: somos, hoje, dominados planetariamente por uma ideologia ou regime político? E quanto ao futuro, existe perspectiva de que isso venha a acontecer? Qualquer que seja sua escolha,
apresente argumentos que façam seu ponto de vista parecer verdadeiro aos olhos do leitor.
PUC Tema 76
“O trabalho do professor é uma obra em aberto: sempre sujeita a alterações, acréscimos, reformulações.
Concretiza-se numa busca contínua, pautada pela vontade de acertar e aprender mais, pela ânsia de dividir
conhecimentos, pelo desejo de passar a limpo o que está rascunhado, pela sensibilidade para amar.” (Jane
Rita Caetano da Silveira, lingüista e professora universitária. Mensagem aos formandos do Curso de Letras
da PUCRS, 2002/2)
“O papel do médico não é somente o de um conselheiro paternal e confortador, mas não pode também
ficar restrito ao de um cientista que aprendeu somente a lidar com instrumentos e fazer experimentação
laboratorial, ou de um arquivo informatizado que dá respostas automatizadas conforme a solicitação do
paciente.” (Aloyzio Achutti, médico e professor universitário. Zero Hora, 11/5/95)
“Publicitário. [Do fr. Publicitaire.] (...) Profissional que exerce em caráter regular artísticas ou técnicas pertinentes ao planejamento, concepção e veiculação de mensagens de propaganda.” (Hollanda, Aurélio Buarque
de. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. p. 1664)
Se você está aqui, hoje, é porque fez sua escolha profissional. Professor, médico, publicitário, economista,
fisioterapeuta, assistente social – qualquer que tenha sido sua opção, você deve ter uma idéia bem aproximada
da importância do profissional dessa área na sociedade.
Para desenvolver este tema, preencha a lacuna com a profissão que escolheu e redija um texto dissertativo, apresentando suas idéias e sustentando-as, se possível, com dados da realidade.
O papel do/da ____________ na sociedade em que vivemos.
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Módulo 21
MODELO
O Papel Social do Médico
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As pessoas, quando não se sentem bem, muitas vezes procuram um médico. Os médicos são profissionais
formados para determinar um comportamento anômalo no organismo e definir como tratá-lo. Acontece que seu
papel na sociedade não se restringe a mero medicante.
A medicina tem, como princípio fundamental, a manutenção da saúde. No entanto, manter a saúde não se
resume a evitar a contaminação por doenças, mas procurar que o maior número de pessoas gozem de bem-estar
físico, mental e social. É fundamentalmente, portanto, um modo de colaborar para uma melhoria na qualidade
de vida. Para que o médico exerça com plenitude sua função, é necessário o conhecimento da realidade do paciente,
que geralmente se encontra física e emocionalmente debilitado. Doenças geradas pela pobreza, fome, falta de
água potável, como exemplo, divergem daquelas iniciadas pelo estresse, tensão no trabalho ou vida sedentária,
mas da mesma maneira causam danos e exigem adequação, doação e qualidade assistencial. Os médicos
trabalham para lidar com essas particularidades e dar-lhes atenção e tratamento.
Com o constante desenvolvimento tecnológico e biológico, com os diversos tipos de instrumentos e técnicas
avançadas para verificar quais são os problemas que estão afetando seus pacientes, muitos médicos acabam,
porém, celebrando (e exaltando) somente a face científica que compõe a Medicina, excluindo o importante
envolvimento humano gerado em qualquer consulta (ou contato), mesmo que emergencial. A manutenção da
saúde (em seu amplo sentido) exige empenho do indivíduo e de seu médico, fundamentando-se no relacionamento
estabelecido por eles. A confiança e a disposição são aliados na busca de evitar ou curar doenças, e cabe ao
profissional da saúde estimular essa melhora integral, abandonando o estado enfermo.
É dentro desse contexto, portanto, que se focaliza a discussão sobre o papel do médico na sociedade. O que
se faz necessário, atualmente, dentro do exercício médico, é não apenas o reconhecimento de profissionais
cientistas, mas também o reconhecimento do envolvimento emocional e existencial contemplado na atividade.
O papel do médico será sempre o de interessar-se pelo ser humano e seu bem-estar, atenuando seus males, medos e
restabelecendo um importante equilíbrio vital.
PUC Tema 77
“Reportagem recente da revista Veja revelou os resultados de uma pesquisa em que se constata que, ao contratar
ou promover um funcionário homem, o patrão está dando prioridade para aquele que tiver certas características
femininas, como saber trabalhar em equipe, planejar a longo prazo, preocupar-se com detalhes e seguir intuição.”
Martha Medeiros, jornalista e escritora. Zero Hora, 73/3/1999.
“Na medicina, as mulheres se concentram na pediatria, enquanto as cirurgias cardíacas e neurológicas
exibem o domínio masculino. Muitos dos gerentes de banco são mulheres, mas a reengenharia do setor confiou
a elas as contas de pessoas físicas. Já os gerentes homens, majoritariamente, ficam com as contas das empresas.”
Sônia Correa, antropóloga. Época, 8/3/1999.
Tradicionalmente, boneca é brinquedo “para menina” e futebol, atividade “para menino”, de acordo com
suas tendências naturais, ou com os padrões culturais impostos pela sociedade. Por outro lado, foi-se o tempo em que apenas o magistério era profissão “para mulher”: mulheres deste milênio exercem atividades em
qualquer área de conhecimento, em alguns casos com vantagens sobre os homens. E também os homens
começam a atuar – e bem – em áreas reservadas, no passado, às mulheres.
Você acha que homens e mulheres escolhem seu rumo profissional de acordo com seu sexo/gênero?
Podemos considerar que algumas profissões” não são para homem” e outras “não são para mulher”?
Se você escolher esta proposta, discutirá o tema seguinte:
Profissões “masculinas” e profissões “femininas” – mito ou realidade?
Para tanto, apresente seu ponto de vista e sustente-o com argumentos consistentes, ilustrando-o, se
possível, com dados da realidade.
890
Aulas, modelos e
temas de redação II
PUC Tema 79
O Rio de Janeiro foi o primeiro estado do Brasil a reservar cotas para negros e pardos nas universidades
públicas. Imediatamente, a medida tornou-se o foco de acirrada discussão, surgindo os mais diversos pontos
de vista, como se pode depreender das falas abaixo, de estudantes universitários cariocas.
“Sou fortemente contra esse sistema, que é discriminatório também. Confirma o despreparo na rede
pública e tira a responsabilidade do Governo. Seria melhor aplicar um pré-vestibular gratuito e único.”
Rodrigo Pinto Oliveira, 19, 3º. período - Direito
“Sou a favor das cotas pelo caráter emergencial. Como afro-descendente, vejo uma diferença no espaço
ocupado. Com o passar dos anos, esse projeto da UniRio e outros que virão poderão melhorar o quadro atual.”
Maria Lúcia Gomes, 30, 4º. período - Biblioteconomia
“É um assunto bastante complexo. As cotas são uma solução a curto prazo, temporária, mas o ideal seria
investir na educação pública para que as pessoas de todas as cores tivessem chances iguais.”
Carolina Dias Badajós, 24, 9º. período - Direito
Senda esta a sua escolha, apresente seu ponto de vista sobre a adoção de cotas para negros e pardos
nas universidades, sustentando-o com argumentos consistentes.
PUC Tema 80
Um turista que, vindo ao nosso pais, visite apenas o Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, e ao
voltar para casa diga que conhece o Brasil, estará no mínimo equivocado. Isso porque o povo brasileiro é
resultado dos encontros e desencontros de uma riqueza extraordinária de raças, crenças, falares, culturas,
costumes, disseminados em um imenso território, caracterizado, ele também, por diferenças no clima,
no relevo, na economia.
Se você escolher o tema 80, seu tema será este: O Brasil é feito de vários brasis. Aborde-o pelo ângulo que preferir, mas não se esqueça de que deve escrever um texto dissertativo, ou seja, apresentar seus
pontos de vista sobre o tema proposto. Seu texto poderá ter trechos descritivos, mas apenas para dar mais
consistência às suas reflexões.
PUC Tema 81
De acordo com publicações recentes, o mercado de trabalho nos próximos 25 anos estará cada vez mais
aberto para os que se interessam por carreiras não-tradicionais. Entre elas, podem-se citar as de Arqueólogo
Submarino, Consultor de Lazer, Programador de Genes e Escritor Virtual.
Fazendo um exercício de imaginação, pense no futuro e no que ele pode trazer como demandas da
sociedade, sejam essas motivadas por problemas ou pelo desejo de mais conforto, de novos serviços, etc.
Identifique, após, uma ou mais carreiras “de futuro” e aborde as possibilidade de atuação desse profissional e a importância dessa profissão para a comunidade.
Sinta-se livre para usar sua imaginação, mas não deixe de fundamentar suas idéias de modo consistente,
com fatos, evidências, exemplos, etc.
891
Módulo 21
PUC Tema 82
“Dentre as competências necessárias ao homem e ao profissional do século XXI, destaca-se o domínio de
idiomas, fator fundamental para a comunicação e o exercício da cidadania num mundo quase sem fronteiras.”
Se preferir o tema 82, reflita sobre a afirmativa acima e redija um texto dissertativo no qual você discutará
as vantagens de saber uma ou mais línguas estrangeiras no contexto em que vivemos, apresentando
sugestões sobre a melhor forma de aprendê-las.
PUC Tema 84
O homem irá até onde é possível ir. Perto ou longe. Cedo ou tarde. Parece que faz parte da essência humana o impulso irresistível de ampliar fronteiras.
Depois que plantou uma bandeirola na Lua, em 1969, o homem voltou seu olhar para Marte. Recentemente, as missões se intensificaram, com dois jipes-robôs da NASA - o Spirit e o Opportunity - passeando no
Planeta Vermelho, observando detalhes, tirando fotos, quebrando rochas, fazendo análises e revelando fortes
indícios de presença de água.
Entretanto, não são poucas as pessoas que contestam a importância da exploração do espaço, principalmente devido aos extraordinários investimentos que os países ricos expendem em seus projetos espaciais.
E você, o que pensa a respeito desta questão? Vale a pena investir tantos recursos humanos e financeiros na exploração do espaço?
Tendo elaborado sua resposta a esse questionamento, redija um texto dissertativo, apresentando seu
ponto de vista e sustentando-o com argumentos convincentes. Se você tiver conhecimentos para tanto, inclua
em seu texto dados da realidade ou exemplos para conferir mais força a suas idéias.
PUC Tema 85
Assim como Sócrates, na Antigüidade, preceituava o “Conhece-te a ti mesmo”, Kierkegaard, bem mais recentemente, afirmou: Aventurar-se, no sentido mais elevado, é precisamente tomar consciência de si mesmo...”
Um passo para o autoconhecimento é procurar respostas para questionamentos do tipo: “Que imagem
tenho de mim mesmo/a?”“Que rumo quero dar à minha vida? “O que eu deveria/poderia mudar para me sentir
melhor comigo e com os outros?” Na busca de respostas, às vezes tendemos a atribuir ao outro a responsabilidade por nossos problemas: “Não me dão oportunidades...” “Ninguém me entende!”.
Entretanto, o poder de alterar a nós mesmos e as circunstâncias em que vivemos está em nosso interior, pois,
em última análise, depende sobretudo de nossas escolhas o que somos, o que fazemos e o destino que teremos.
Diante dessas constatações, converse com você mesmo, e selecione um ou mais aspectos que você
gostaria de mudar em si, para tornar-se ainda melhor do que já é. Após, redija sua dissertação, identificando esses aspectos e refletindo sobre as conseqüências que a permanência ou a mudança deles
pode trazer para sua vida.
PUC Tema 86
A rotina é algo que, se prolongada, pode nos levar a um cotidiano monótono, robotizado, numa sucessão interminável de dias sempre iguais. Preparar-se dia após dia para o concurso vestibular, ir diariamente ao
escritório para cumprir as mesmas tarefas, arrumar a casa continuamente (sabendo que a ordem logo será
quebrada...) são apenas alguns exemplos de atividades rotineiras que nos impedem, às vezes, de usufruir
nossa existência de forma mais proveitosa, criativa, exuberante.
892
Aulas, modelos e
temas de redação II
Mas existem formas de quebrar a rotina que nos aprisiona - algumas grandiosas, como atravessar um
continente com uma mochila nas costas e pouco dinheiro no bolso -, outras bem mais modestas - como
apenas por um dia trocar o estudo por uma tarde à beira do Guaíba, em Itapuã.
Se você tivesse um amigo/uma amiga muito estressado/a com a rotina, que precisasse urgentemente
romper a mesmice da própria vida, que sugestões daria a ele/ela?
Busque informações em seu conhecimento de mundo, nas leituras que fez, e elabore um texto dissertativo no qual você abordará a importância de quebrar a rotina e apresentará uma ou mais formas de
fazê-Io, justificando sua escolha.
PUC Tema 87
O significado do Natal
Faltam 12 dias para o Natal e, queiramos ou não, somos envolvidos pelo clima de festa que nos leva a
refletir sobre o significado das tradições e dos rituais associados a essa comemoração.
Há os que pensam que Natal é festa capitalista, instituída para vender e comprar (à vista ou a prazo...).
Outros acreditam que é uma data para reflexão, para busca, em nosso interior, da verdadeira razão da existência. Outros, ainda, acham que é o dia de pensar nos pobres, nos excluídos, que não têm o que comemorar...
E você, o que pensa a respeito? Qual o significado do Natal para você? Por que celebrar (ou não) essa
data? Qual a melhor maneira de participar das comemorações (ou evitá-Ias)?
Se você escolheu este tema, reflita sobre as questões acima, apresente seu ponto de vista e justifique-o
com argumentos consistentes.
PUC Tema 88
Mudanças para 2007
Queiramos ou não, fim-de-ano é época de fazer um balanço do que passou e estabelecer metas para o
futuro. Seja no plano pessoal, seja em contextos mais amplos - a família, o grupo de amigos, o país, o mundo
- é tempo de contabilizar perdas e ganhos, reafirmar certezas e propor mudanças.
Se você optar pelo tema 88, escolha um desses contextos (pessoal, familiar, etc.) para dizer o que gostaria de
ver mudado em 2007, apresentando fatos ou depoimentos que justifiquem essa necessidade de mudança. Se quiser, analise também os obstáculos a serem superados e/ou os efeitos positivos que a(s) mudança(s) acarretaria(m).
Não se esqueça de delimitar o contexto, propor uma ou mais mudanças e sustentar suas idéias com
consistência.
PUC Tema 89
O Papel da Fantasia em Nossa Vida
Crianças ou adultos, nossos sonhos e fantasias se intensificam na época do Natal. Papai Noel nos trará
o mais esperado brinquedo, o pinheiro se cobrirá de neve, os amigos se farão próximos, a humanidade se
tornará mais fraterna - e tudo será diferente.
O Natal se vai, mas o poder de fantasiar permanece.
Em alguns casos, a fantasia é a brecha por onde escapamos das dores da vida real: viajar para um lugar
exótico, viver um amor impossível são sonhos que tornam o peso do cotidiano mais aceitável.
Em outros, ela é o ponto de partida para realizações concretas. Sem um tanto de fantasia, teria Santos
Dumont voado? Teria Diane dos Santos se revelado? Teria você, eu, concretizado aquele sonho, em princípio
inatingível?
893
Módulo 21
Mas sonhar muito pode nos impedir de concretizar projetos mais objetivos, e nem por isso menos necessários - é quando a fantasia age contra nós.
E você, o que acha? A fantasia, o sonho, ajudam ou atrapalham?
Reflita sobre o tema e apresente seu ponto de vista. Procure sustentar seus argumentos com dados da
realidade, exemplos, comparações, etc., para dar mais consistência a seu texto.
PUC Tema 90
“Os agricultores esperam, pacientemente, que a semente germine e a planta cresça com seu próprio
ritmo. Com o ser humano, de maneira estranha, logo que a criança nasce, inicia-se uma violenta pressão para
que supere rapidamente suas etapas de desenvolvimento. Ora, os biologistas verificaram que, quanto mais
longa a infância de um animal, mais perfeito ele é como adulto. Como o desenvolvimento é uma complexa
construção (a interação entre o organismo e o meio), quanto mais tranqüilo for o processo, mais ricos serão
os resultados das combinações que ocorrerão. Por isso a entrada na universidade só deveria ser feita depois
de, digamos, 21 anos...”
(Lauro de Oliveira Lima, “Um bebê na universidade”, março de 1981).
Diante dessa afirmação e das razões apresentadas pelo autor, é possível questionar-se, por exemplo:
Qual é o momento certo de entrar na universidade?
Que etapas da vida o estudante já deve ter percorrido para que possa apropriar-se, com maturidade, da complexidade dos conhecimentos científicos?
Quais as dificuldades enfrentadas por quem ainda não está preparado para esse momento?
Reflita sobre essas e outras questões e elabore um texto dissertativo expondo seu ponto de vista sobre
o momento mais adequado para entrar na Universidade?
PUC Tema 91
“É cada vez mais comum as pessoas repetirem que o tempo anda correndo demais e nunca dá para fazer
tudo aquilo que elas precisam ou gostariam. Este é o principal sintoma da chamada síndrome da pressa. É um
mal moderno: segundo especialistas, hoje 33% dos brasileiros sofrem de ‘stress’ – algo que gera ansiedade e
pressa, muita pressa. (...) Não por acaso, cresce na Europa e nos Estados Unidos o ‘slow movement’ (algo como
‘movimento do devagar’). A idéia básica é incentivar a qualidade de vida”.
(http: //revistacriativa.globo.com/Criativa/0.19125.ETT1003040-2245.00.html) – adaptado.
“Não se trata de defender uma volta à era das carruagens, mas sim de um esforço para encontrar o tempo certo, humano, de cada coisa. Viva a Internet, os jatos e a excitante correria diária, mas nem sempre é
preciso ir de carro até a esquina ou trocar um belo prato de macarronada por uma caixinha aquecida no
microondas”.
(Cláudia Laitano. “Slow motion”. Zero Hora, 25/09/2004) – adaptado.
A falta de tempo, a pressa e a ansiedade gerada por tal situação têm afetado, direta ou indiretamente,
crianças, jovens e adultos. Os fragmentos acima discutem o problema e propõem uma solução que nem
sempre pode ser adotada por todos. Trata-se de uma questão difícil de ser resolvida, mas que merece ser
discutida. Caso queira fazê-lo em sua dissertação, você pode se orientar pelas seguintes perguntas:
Quais são as causas e as conseqüências da pressa na vida das pessoas?
Como vencer as pressões do dia-a-dia e melhorar a qualidade de vida?
894
Aulas, modelos e
temas de redação II
PUC Tema 92
"Amor – chama e, depois, fumaça...
medita no que vais fazer:
O fumo vem, a chama passa...”
Manuel Bandeira
“O verdadeiro amor nunca se desgasta.
Quanto mais se dá, mais se tem”.
Antoine de Saint-Exupéry
A reflexão acerca da ação do tempo sobre o amor tem inspirado poetas e escritores de todas as épocas.
Os fragmentos acima mostram quão diversas podem ser as conclusões para a eterna pergunta:
Um verdadeiro amor dura para sempre?
Caso você queira desenvolver este tema, disserte sobre a questão acima, apresentando o seu ponto de
vista sobre a duração do amor. Você pode se apoiar nas palavras de outros autores ou na sua própria existência,
mas não deixe de fundamentar bem sua opinião.
PUC Tema 93
Recentemente, os jornais noticiaram com um certo destaque: um pai de família que sofre grandes dificuldades para sustentar seus numerosos filhos com um salário irrisório, tendo encontrado um envelope com
dinheiro no sofisticado clube em que trabalha, tratou logo de devolvê-lo ao dono.
Que princípios estavam em jogo quando esse funcionário optou pela honestidade? Que vantagens ele
teve de sacrificar?
E você, o que faria em tais circunstâncias? Entregaria o envelope? Ou omitira a verdade, guardando o
dinheiro para si e para sua família?
Reflita sobre essa situação concreta e sobre as questões acima propostas, e disserte sobre este tema:
Dizer a verdade ou omiti-la: uma difícil escolha.
PUC Tema 94
Por não - verdade é preciso entender (...) todas as formas e todos os níveis de ausência, de recusa e de
desprezo da verdade: mentira propriamente dita, informação parcial e deformada, propaganda sectária,
manipulação dos meios de comunicação e outras ainda.
João Paulo II
Considerando os acontecimentos recentes veiculados pelos meios de comunicação no Brasil – propaganda eleitoral, escândalos políticos, conquistas econômicas e sociais, etc. – como avaliar, à luz das palavras de
João Paulo II, o que lemos e ouvimos a respeito de nosso país, a fim de que possamos exercer uma cidadania
consciente?
Reflita sobre essa questão e apresente o seu ponto de vista, fundamentando-o com dados da realidade,
a partir desta proposta:
Verdades e mentiras a respeito de um país chamado Brasil e do povo que nele habita.
895
Módulo 21
PUC Tema 95
Se a gente acreditasse que o braço
pode se erguer para construir empilhando pedra sem lugar de cadáveres
ou dúvidas,
Se admitíssemos que a ternura, a lealdade, a ética e a fraternidade são eventualmente possíveis, que se pode criar,
não só matar, existir, não só vegetar,
talvez se pudesse ler nas estrelas
o reflexo do que haveria na terra: a
promessa de, um dia, longínquo e
frágil brilhar o milagre da paz.
................................................
Os versos acima, escritos por Lya Luft, convidam-nos a refletir sobre a possibilidade de contribuirmos para a
construção de um mundo menos violento, mais humano.
O que é preciso fazer para que possamos viver nesse mundo de harmonia e paz? Devemos esperar pelos
governantes? Ou começar por nós mesmos? Mas, por onde? Como?
Apresente sua proposta, dissertando sobre o seguinte tema:
Como construir um mundo de paz.
PUC Tema 96
Estatísticas apontam para um número cada vez maior de acidentes de trânsito, muitas vezes tendo como
resultado mortes ou graves seqüelas. Diante desse cenário, perguntamos:
Como cidadão ou como autoridade, que medidas você proporia para reduzir o número e a gravidade
dos acidentes de trânsito?
PUC Tema 97
Conforme se sabe, o alto consumo de álcool entre adolescentes, que hoje se constata, é muito preocupante, pelos problemas pessoais e sociais dele decorrentes.
Algumas questões que se colocam são:
O que leva adolescentes e jovens a consumirem álcool tão cedo?
Que tipo de satisfação eles/elas procuram?
Que medidas deveriam ser adotadas para reduzir o problema?
O que seria mais adequado: Prevenir? Educar? Controlar? Penalizar?
Reflita sobre essas questões e elabore um texto dissertativo sobre o seguinte tema:
Consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes: um grave problema a resolver.
PUC Tema 98
Todos os dias, a qualquer hora, somos apresentados a novos produtos – o celular com funções incríveis,
o automóvel antiestresse, a geladeira que não só conserva os alimentos, mas também preserva o meio ambiente... Muitos, na verdade, são produtos inúteis, fabricados e anunciados para levar nosso dinheiro.
Olhe à sua volta: quantas coisas em sua casa, na sua mesa de trabalho, apenas ocupam espaço, mais
atrapalham do que ajudam a viver? E quantas são verdadeiramente úteis e necessárias?
Feito esse inventário, escolha um ou mais objetos sem os quais você acha que não poderia viver e desenvolva o seguinte tema em sua dissertação:
Um bem indispensável para uma vida confortável
Se você escolher este tema, apresente um ou mais objetos que você valorize muito e justifique sua escolha.
896
Aulas, modelos e
temas de redação II
PUC Tema 99
Indagado sobre o que se pode fazer com as informações na hora de estudar, o educador Paulo Afonso
Ronca, da Unicamp, apresentou uma série de recomendações aos leitores do Anuário Fera! Vestibular&Carreira
– edição 2007. Eis algumas das “dicas”:
• Reflita mais e memorize menos.
• Organize o pensamento e dê menos respostas simples e objetivas.
• Procure adquirir conhecimento interdisciplinar, compreendendo como os temas podem se relacionar com
várias áreas.
• ................................................................................................................................................
Se você optar pelo tema 1, reflita sobre um ou mais desses conselhos, discuta sua validade e diga o que
seria necessário fazer para pô-lo(s) em prática. Se preferir, use a linha pontilhada para acrescentar uma outra
recomendação aos estudantes que se preparam para ingressar no ensino superior, justificando, com argumentos consistentes, sua inclusão na lista.
PUC Tema 100
O que distingue a educação escolar e acadêmica de outras tantas maneiras de educar é o fato de baseada
no processo de pesquisa e formulação própria.
Pedro Demo – Educar pela pesquisa
Considerando que pesquisa significa busca ativa de informações para produzir e socializar conhecimentos
tendo em vista um projeto específico de formação acadêmica, científica e/ou profissional, disserte sobre a
seguinte proposta:
Por que desejo aprofundar meus estudos sobre ........................ durante o curso superior.
Para tanto, complete a linha pontilhada com o tema ou a área de conhecimento que mais atrai você, justificando seu interesse e analisando as possibilidades de investir nessa pesquisa durante o curso de graduação.
PUC Tema 101
Assim como a estudante mencionada no texto 2 desta prova, muitos jovens admitem ter mais intimidade
com o computador do que com pais, familiares ou colegas de escola. Para eles, a vida on-line é mais intensa,
menos intimidante e limitada. Há, porém, quem questione os relacionamentos pela internet, entre outras
razões porque acontecem no mundo virtual, muito distinto da realidade.
E você, o que pensa disso?
O computador favorece ou dificulta as relações interpessoais?
Apresente o seu ponto de vista sobre essa questão, fundamentando-o com fatos, exemplos ou outros
dados da realidade.
PUC Tema 102
Cada indivíduo tem valores próprios, que se estruturam sob a influência de diferentes fatores, como família,
sociedade, experiências pessoais, e que podem (e em certos casos devem) mudar no decorrer da vida.
Você também tem os seus. E é sobre isso que você vai escrever, se escolher o tema 1.
Para tanto, sugerimos que pergunte inicialmente a si mesmo: O que é que eu mais valorizo na vida? Após,
tendo escolhido um ou mais valores que sejam fundamentais para você, elabore um texto dissertativo, no
qual você apresentará esses valores e fará uma reflexão sobre a importância deles em sua vida.
Você pode usar a primeira pessoa, mas não precisa se limitar à sua opinião; pode confrontá-la com outros
pontos de vista, a fim de desenvolver uma reflexão mais objetiva sobre o tema.
897
Módulo 21
PUC Tema 103
Basta abrir um jornal ou ouvir um noticiário para concluirmos que o Brasil está carente de valores positivos
em diferentes contextos: familiar, social, estudantil, profissional, só para citar alguns. Diante desse problema,
e a partir do que você conhece da realidade brasileira, reflita sobre a questão e selecione um ou mais valores
que estão faltando aos brasileiros.
Após, elabore um texto dissertativo no qual você apresentará esse(s) valor(es) e comentará quais as
conseqüências da sua ausência na vida dos brasileiros, apresentando sugestões para recuperá-lo(s).
Para melhor desenvolver o tema, você pode fundamentar seu ponto de vista apresentando fatos históricos,
dados da atualidade, ou mesmo fazendo uma comparação com a realidade de outros países.
PUC Tema 104
“Pedro é um funcionário correto, mas não tem iniciativa.”
“Carlos é um cara que sabe conviver com as diferenças.”
“Se Maria puder criar uma confusão, ela cria.”
“Se José não conseguir resolver este problema, ninguém mais resolve.”
Frases como essas, ouvidas com freqüência em nosso cotidiano, correspondem ao que especialistas em
planejamento de carreira profissional consideram “slogans” pessoais. Ou seja: assim como alguns produtos
são associados automaticamente a uma marca, cada pessoa tem – ou pode vir a ter – uma (e às vezes mais
de uma) “marca registrada”, geralmente compatível com os valores que cultiva.
Considerando este contexto, e também o fato de que você pretende ingressar na Universidade, reflita
sobre esta questão e selecione uma “marca registrada” pessoal, pela qual você gostaria de ser conhecido, no
“Mundo PUCRS”, por seus professores e colegas.
Após, elabore um texto dissertativo, no qual você identificará a sua “marca registrada” e fará uma
reflexão sobre como essa característica poderá repercutir em sua vida acadêmica.
Você pode usar a primeira pessoa, mas procure demonstrar que a sua escolha é fruto de uma reflexão
objetiva e aprofundada sobre o tema.
PUC Tema 105
Mesmo que não sejamos adeptos da geoficção, somos capazes de criar lugares imaginários. Podemos, por
exemplo, imaginar como seria a cidade, a região ou o país ideal para viver, a partir daquilo que mais valorizamos.
Caso escolha este tema, apresente o lugar que, para você, seria ideal para viver, defendendo os
princípios que você valoriza e que orientariam a criação desse lugar.
Não esqueça: seu texto poderá utilizar a primeira pessoa e apresentar trechos descritivos, mas o que deve
predominar são seus argumentos em defesa das qualidades que importam para você.
PUC Tema 106
Crianças pequenas costumam ter imaginação muito fértil. Com o passar dos anos, geralmente vai-se
reduzindo essa abertura para a fantasia, essa criatividade tão acentuada nos primeiros anos de vida, e que
nos permite criar mundos imaginários, seres superpoderosos, amigos invisíveis.
Entretanto, a criatividade é um importante atributo em todos os campos humanos, do pessoal ao profissional. Profissionais criativos, atualizados, abertos a inovações são pessoas que provavelmente não deixaram
morrer a fantasia, direcionando seu foco e adequando-a a diferentes situações.
Se você escolher este tema, deverá escrever sobre a importância da criatividade na vida profissional,
apresentando exemplos ou situações em que ela seja um fator decisivo para o sucesso.
898
Aulas, modelos e
temas de redação II
PUC Tema 107
A escola tem sido bastante criticada por não estimular a formação de um aluno reflexivo, questionador,
que perceba a importância de desenvolver referenciais que lhe possibilitem constituir-se como cidadão atuante na sociedade e no meio profissional.
A partir de sua experiência de vida e do que você tem observado e aprendido, reflita:
Que características deve ter a escola e tudo que nela se inclui – professores, alunos, pais, direção,
recursos – para ser realmente efetiva?
Para desenvolver seu texto, você pode focalizar um ou dois desses componentes do universo escolar,
discorrendo sobre o seu papel e a contribuição que ele(s) pode(m) trazer para a melhoria dessa instituição.
PUC Tema 108
Sobre o medo, suas consequências e a necessidade de enfrentá-lo.
Provisoriamente não cantaremos o amor,
Que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços.
Em “Congresso internacional do medo”, Carlos Drummond de Andrade antecipa o sentimento que,
mais e mais, vem condicionando nossas vidas. Desde crianças aprendemos a evitar os perigos da rua, a
não confiar em estranhos, a nos prevenir contra doenças contagiosas... Com tantos temores, fica difícil
manter o equilíbrio e seguir vivendo com alegria, já que a maior parte de nossos medos nos acompanha na
vida adulta.
Se você decidir escrever sobre este tema, considere uma situação ou um problema específico que lhe
provoque medo. Diga como ele pode afetar a sua vida e a de outras pessoas e apresente sugestões para
superar este sentimento.
PUC Tema 109
Sobre o heroísmo e seu significado na sociedade contemporânea
O ser herói, Marília, não consiste / em queimar os impérios: move a guerra / espalha o sangue humano, / e
despovoa a terra / também o mau tirano. / Consiste o ser herói em viver justo: / e tanto pode ser herói o pobre, /
como o maior Augusto. (Tomás Antônio Gonzaga)
Os antigos heróis de faroeste deram lugar aos astros da música ou do futebol. Mas nem todos os heróis
surgem nas telas de cinema ou frequentam as principais páginas dos jornais. De vez em quando nos deparamos
com exemplos mais próximos de heroísmo, como o do rapaz anônimo que, em meio à enchente, arriscou a
vida para salvar a passageira de um carro levado pela enxurrada.
Ao optar por este tema, você pode refletir sobre as seguintes questões: o que faz de um indivíduo qualquer um herói na atualidade? Por que suas ações se destacam e provocam tanta admiração nas pessoas?
Apresente seu ponto de vista e analise dados da realidade para fundamentá-lo.
899
Módulo 21
PUC Tema 110
Sobre o aprendizado e a prática das virtudes
“Se a virtude pode ser ensinada, como creio, é mais pelo exemplo do que pelos livros.” (André Comte-Sponville)
Além da coragem, existem outras virtudes que distinguem positivamente os indivíduos que as praticam.
Frequentemente ouvimos falar (e bem) de um funcionário polido, de um professor justo, de um amigo fiel. Mas
no que consiste, exatamente, a polidez, a justiça, a fidelidade? E o que dizer da solidariedade, da gratidão, da
generosidade, da perseverança, da compaixão, da responsabilidade...? Ninguém nasce virtuoso, daí o mérito
de quem aprende a ser assim.
Caso você opte por este tema, escolha uma das virtudes acima elencadas ou outra que você considere
especialmente importante. Procure defini-la, explicando, depois, em que situações ela mais se faz necessária
e, principalmente, como é possível aprender ee praticar essa virtude no dia a dia e nas diferentes etapas da vida.
PUC Tema 111
À medida que a vida vai passando, nossas experiências vão se transformando em lembranças. Desde bem
jovens, já acumulamos memórias que podem marcar-nos profundamente, determinar comportamentos e até
mesmo orientar decisões. Afinal, como afirma o autor do texto 2, “não há memória ou tomada de decisões
neutras, sem emoção”. E essas emoções estão, em grande parte, armazenadas na memória.
Se você escolher este tema, busque em suas lembranças um ou mais acontecimentos ou pessoas
marcantes que aconteceram/passaram em sua vida, apresente-os e justifique sua escolha.
PUC Tema 112
Há quem afirme que para planejarmos bem o futuro é necessário, além de ter os pés firmes no presente,
lembrar as lições do passado.
Com a proximidade das eleições no Brasil, o que vivenciamos, observamos e aprendemos sobre a História
– recente ou antiga – do nosso país adquire uma importância vital. Afinal, o futuro do país será o resultado
do voto de cada eleitor.
Se você escolher este tema, procure definir que fatos/atos da história recente ou antiga do Brasil irão
guiar suas escolhas diante das urnas. Em outras palavras, defina o que você considera que deve mudar
e o que deve permanecer no país e justifique suas ideias com fatos e dados da realidade.
PUC Tema 113
“A neurociência é um campo tão promissor que, nos Estados Unidos, um quinto do financiamento em pesquisas médicas do governo federal vai para as tentativas de compreender os mecanismos do cérebro”, afirma o
autor do texto 2. O conhecimento dos mecanismos do cérebro realmente parece ser da maior importância
para o desenvolvimento humano, e o Brasil não fica atrás, realizando pesquisas de ponta. O desenvolvimento
científico, entretanto, demanda investimentos financeiros enormes. Em um país como o Brasil, como justificar – àqueles que não têm as mínimas condições de saúde, que superlotam os corredores dos hospitais, que
morrem à espera de atendimento – que faltam recursos financeiros para a saúde do povo?
Se você tivesse poder para tanto, que medidas tomaria para atenuar/resolver o problema da saúde
no Brasil? Que prioridades elegeria para destinar os recursos financeiros disponíveis para a saúde?
Apresenteas, justificando sua escolha.
900
Aulas, modelos e
temas de redação II
PUC Tema 114
A importância da leitura de jornais
Você já deve ter presenciado a cena: alguém, de manhã cedinho, alimentando o corpo e o espírito,
servindo-se da primeira refeição e lendo o jornal – ritual matinal de preparação não apenas para mais um dia
de trabalho, mas também para a vida.
Caso você opte por esse tema, discuta a importância da leitura de jornais, apontando benefícios que
ela pode proporcionar. Sendo possível, apresente dados da realidade que sustentem seus argumentos.
PUC Tema 115
A importância de uma imprensa livre
Segundo o Instituto Análise,
• 91% dos brasileiros consideram a imprensa uma arma anticorrupção, ao divulgar escândalos de políticos
e autoridades;
• 97% se declararam a favor da investigação e da divulgação de casos suspeitos de corrupção;
• 69% consideram a imprensa apartidária;
• 88% veem a imprensa como digna de credibilidade ao revelar desvios e irregularidades;
• nove em cada dez entrevistados defendem que os meios de comunicação não devem ser submetidos a
nenhum tipo de censura.
Para Alberto Carlos Almeida, diretor do Instituto Análise, o fato de jornais, rádios e TVs serem vistos como
os principais canais de denúncias de corrupção revela a boa imagem de que a imprensa desfruta e o descrédito
da população em outras instituições.
(Informações obtidas no jornal O Estado de S. Paulo)
Se você optar por este tema, apresente suas ideias sobre o papel da imprensa em uma sociedade com
ampla liberdade de expressão, sustentando-as com dados da realidade. Se quiser, use como contraponto fatos
e problemas ocorridos em países que não têm imprensa livre.
PUC Tema 116
Será verdade que o jovem brasileiro de hoje não se interessa por política?
Segundo conclusões de um estudo do Instituto Akatu e da Indicator Opinião Pública, o jovem brasileiro
tem um alto interesse no consumo, mas pouco quer saber de política. Tem muita preocupação com o futuro
profissional, usa a televisão como principal meio de informação e tem pouco gosto pela leitura. O lazer e o
entretenimento são outra grande preocupação nessa faixa etária (de 18 a 25 anos), que demonstra muito
interesse por sair com amigos, dançar, ouvir música e desfrutar a natureza.
Se o tema escolhido for este, reflita sobre o envolvimento – ou não – dos jovens na política nacional
e apresente o seu ponto de vista, justificando-o com bons argumentos e dados da realidade.
901
Módulo 21
PUC Tema 117
De que forma posso, como cidadão, contribuir positivamente para a preservação do planeta?
Esta proposta solicita que você avalie sua responsabilidade em relação ao meio ambiente, e aponte atitudes que você pode tomar para preservá-lo, explicando a importância dessas ações.
PUC Tema 118
Acredito que, no futuro, o meio ambiente no planeta Terra estará muito ............. (melhor/pior),
porque .............
De acordo com esta proposta, você deverá posicionar-se em relação ao futuro do planeta Terra, em termos de meio ambiente.
Se você está otimista, considere que preencheu a primeira lacuna com “melhor” e apresente formas de
tornar real essa previsão positiva.
Se você tem razões para ser mais pessimista, considere que preencheu a lacuna com “pior” e apresente
evidências que justifiquem sua escolha.
PUC Tema 119
Uma experiência que foi decisiva para a minha vida
Dependendo do impacto sobre nós, certas experiências podem promover profundas alterações em nosso
modo de pensar e/ou de viver. A personagem do texto 53 (Livro 1, Módulo 11), por exemplo, pode ter optado
por uma profissão ligada à preservação da natureza, em decorrência do episódio narrado.
Se escolher este tema, procure lembrar-se de algum fato que tenha sido marcante em sua vida, apresente-o
e comente sua importância.
Não se esqueça de que você deve redigir um texto opinativo. Portanto, procure ser breve ao apresentar
o fato e aprofunde sua reflexão sobre as repercussões dessa experiência em sua vida.
PUC Tema 120
Cada geração traz renovadas esperanças para a humanidade: os jovens e adultos que a constituem têm
a possibilidade de observar o passado, retirando dele os ensinamentos advindos das melhores experiências
e, ao mesmo tempo, projetar seu presente e seu futuro de acordo com suas convicções pessoais.
Nesse contexto, pergunta-se:
Que experiências vividas ou relatadas pelas gerações passadas você valoriza?
Quais você não vai querer reproduzir?
Reflita sobre as ideias que essas questões suscitam e redija um texto opinativo, de caráter dissertativo, no
qual você se posicionará sobre o tema, fundamentando seus pontos de vista com dados da realidade e
argumentos consistentes.
A opção pelo(s) aspectos(s) que você irá abordar – tais como família, profissão, política, comunicação
virtual, relações internacionais, etc. – é sua. Selecione livremente o foco (ou focos) que mais lhe convier(em).
902
Aulas, modelos e
temas de redação II
PUC Tema 121
Considerando que a educação formal, praticada nas escolas, se transforma a partir de erros e acertos,
proponha-se a seguinte questão:
Quais são os erros e os acertos da Escola e da Educação de hoje, no Brasil?
A partir da própria experiência, ou da realidade vivida por outras pessoas, reflita sobre a Escola que
considera ideal, apontando suas características positivas e os erros que devem ser evitados. A seguir, redija
um texto opinativo, de caráter dissertativo, fundamentando seus pontos de vista com dados da realidade e
argumentos consistentes.
PUC Tema 122
Música s.f. (sXIV) 1 combinação harmoniosa e expressiva de sons 2 a arte de se exprimir por meio de sons,
seguindo regras variáveis conforme a época, a civilização, etc (...)
Houaiss, Antônio et al. Dicionário Houaiss de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009, p. 1335.
As definições acima, embora corretas, dizem muito pouco do que a música representa para o ser humano,
para além das regras e da arte de combinar sons.
Se é verdade que cada época e cada civilização expressam de modo diverso suas preferências musicais,
também é verdade que cada um de nós admira determinados intérpretes, grupos, gêneros, a partir de estímulos os mais variados e muitas vezes inconscientes.
Se você escolher este tema, diga por que a música é importante em sua vida, apresente sua preferência musical – cantor(a), grupo, gênero – e justifique sua escolha, apresentando razões, fatos ou outros
dados que julgar relevantes para sua argumentação.
Os temas a seguir se relacionam, direta ou indiretamente, com o texto que fundamenta as questões desta
prova. Leia as propostas e selecione aquela que mais lhe convém.
PUC Tema 123
“Preconceito s.m. (...) 1 qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico (...) 2 sentimento
hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma impressão pessoal ou imposta pelo
meio; intolerância (...).”
HOUAISS et al. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 1539.
Agir livre de preconceito (...) implica não só aceitar as pessoas como são, mas também acreditar que todos
sejam capazes de evoluir por méritos próprios.
Aceitar as pessoas como elas são não é um objetivo fácil de ser alcançado. Passar pela vida sem ter sofrido
em alguma situação esse “sentimento hostil” descrito por Houaiss é raro.
Se você preferir este tema, apresente uma situação em que você foi vítima de preconceito OU uma
situação em que você agiu preconceituosamente em relação a alguém, e diga o que aprendeu com esse
episódio.
903
Módulo 21
PUC Tema 124
O aluno deve ter oportunidade de conhecer e desenvolver múltiplas linguagens porque assim ele poderá
expressar ideias e sentimentos com mais autonomia.
Como instrumento de comunicação, a língua materna pode apresentar muitas variações, dependendo
da situação e dos falantes. O padrão culto da língua é uma dessas variantes, e usá-lo com familiaridade e
adequação em situações formais pode trazer benefícios.
Se você quiser abordar este tema, disserte sobre a importância de conhecer e desenvolver o padrão
culto da língua, justificando seu ponto de vista por meio de argumentos e de exemplos.
PUC Tema 125
A escola é um espaço privilegiado para o desenvolvimento da cidadania. Nas aulas, em diferentes disciplinas, e no convívio com os demais atores da comunidade escolar – colegas, professores, funcionários, gestores
–, o aluno deve ser formado para exercer seus direitos, cumprir seus deveres e respeitar o outro. Esse objetivo
requer a adesão de todas as partes que intervêm na comunidade escolar.
Baseado em suas experiências escolares e no que você pensa a respeito, diga o que entende por ser
cidadão e aponte algumas iniciativas que podem contribuir para uma formação cidadã dos alunos,
justificando a sua seleção.
PUC Tema 126
A vida depois dos 70
Considere a possibilidade – cada vez mais viável – de viver 80, 90, quem sabe 100 anos. Você já pensou
nisso? Como pretende se preparar para esta fase da vida?
Apresente seus planos e justifique-os de modo a convencer outros jovens a compartilhá-los, já que a
sociedade do futuro e a maneira como os idosos nela viverão dependem muito do que pensam e planejam
os jovens de hoje.
PUC Tema 127
Os limites e as possibilidades da ciência
Pode a ciência “driblar” a morte e prolongar a vida sem qualquer limite? Quais as consequências sociais
e éticas que precisarão ser enfrentadas caso isso, de fato, venha a acontecer um dia?
Reflita sobre essa hipótese, discutindo as possíveis consequências, de modo a evidenciar o seu ponto
de vista sobre o assunto.
PUC Tema 125
O desenvolvimento da ciência no Brasil
Em um país com tantos paradoxos econômicos, culturais e sociais, qual seria a prioridade dos investimentos
em ciência e tecnologia?
Eleja o problema brasileiro para o qual deveriam ser direcionados os esforços dos cientistas e os investimentos do governo com o objetivo de diminuir a distância entre modernidade e atraso no Brasil.
Justifique sua escolha com os dados da realidade que julgar adequados.
904
Aulas, modelos e
temas de redação II
PUC Tema 126
A expressão “jeitinho” é utilizada para designar um modo de agir do brasileiro, não baseado em regras
estabelecidas, diante de situações inesperadas, difíceis ou complexas.
Você considera o jeitinho brasileiro um comportamento antiético ou uma forma criativa de solucionar problemas?
Se você escolher esse tema, considere a questão proposta para expressar seu ponto de vista. Para melhor
fundamentá-lo, você pode apresentar exemplos, fatos de sua experiência e outros dados da realidade.
PUC Tema 127
O direito à habitação, como ressaltam vários instrumentos internacionais, não se restringe apenas à presença de um abrigo, ou um teto, mas engloba uma concepção mais ampla. Este direito se estende a todos e,
assim, toda a sociedade e cada um de seus membros têm de ter acesso a uma habitação provida de infraestrutura básica e outras facilidades.
Que medida(s) poderia(m) ser adotada(s) pela população e/ou pelo governo para melhorar as
condições de moradia dos brasileiros?
Caso você se decida por esse tema, analise a questão e defenda uma ou duas medidas, justificando sua
proposta e apresentando argumentos coerentes e consistentes para sustentá-la.
PUC Tema 128
Foram aprovadas alterações na Lei 11.705, conhecida como Lei Seca. A tolerância para a combinação
bebida alcoólica e volante passa a ser zero, e as possibilidades de prova de etilismo dos motoristas também
foram ampliadas.
Tornar a Lei Seca mais rigorosa será suficiente para reduzir a violência no trânsito?
Ao optar por esse tema, opine sobre a questão, discutindo a eficácia da Lei para tornar o trânsito mais
seguro. Procure apoiar seu ponto de vista em evidências e dados concretos.
PUC Tema 129
Proteção e autonomia
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade,
o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profi ssionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Considerando o texto constitucional e a visão que você tem sobre a educação de jovens e crianças, refl
ita sobre a seguinte pergunta:
Como podem os pais e os educadores dosar o cuidado com as crianças e os adolescentes sem impedir
que eles conquistem, aos poucos, a maturidade e a autonomia necessárias à vida em sociedade?
Caso você escolha o tema 1, procure responder à questão proposta, expondo o seu ponto de vista sobre
o assunto. Para fundamentá-lo, você pode se valer de exemplos, da análise de uma situação particular, ou da
opinião de especialistas, desde que devidamente referenciada.
905
Módulo 21
PUC Tema 130
Exposição pública e direito à privacidade
A tecnologia nos oferece a oportunidade de controlar o que o mundo vê – escolhendo e atuando para uma
audiência. (...) Precisamos de privacidade, certas coisas devem ser compartilhadas apenas com as pessoas em
quem realmente confiamos.
Tom Chatfield. Como viver na era digital Se optar pelo tema 2, você pode se inspirar nas palavras do autor para analisar e discutir a exposição a que estamos submetidos nas redes sociais. O que pode e o que não
pode ser revelado? Até que ponto a privacidade continua sendo um direito a ser preservado numa sociedade
em que “ser visto” e reconhecido pelo maior número possível de pessoas tornou-se uma espécie de troféu?
A análise dessas questões pode contribuir para o desenvolvimento e a apresentação de um ponto de
vista claro e bem fundamentado sobre o problema.
PUC Tema 131
Espionagem internacional e controle da internet
Nos últimos meses, informações revelaram que os americanos grampeiam os telefones e a internet de embaixadas de vários países e que vigiam e-mails de milhões de pessoas ao redor do mundo. Uma reportagem no
programa Fantástico, da Rede Globo, deu indícios de que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em
inglês) também espionou as comunicações da presidente Dilma Roussef e as mensagens de celular do presidente
mexicano Enrique Peña Nieto.
Considerando os fatos recentemente noticiados, relacionados à espionagem internacional, bem como a
reação das nações envolvidas – Brasil, México, Alemanha, entre outras – apresente o seu ponto de vista sobre
o seguinte dilema:
Você é favorável à criação de uma organização mundial capaz de controlar a internet, ou pensa que a
rede não pode ser submetida a qualquer tipo de censura ou de controle dos governos?
Analise as implicações do problema e fundamente o seu posicionamento com dados da realidade que
julgar relevantes para a argumentação.
PUC Tema 132
Escrita digital e clareza de expressão
Considerando sua experiência com a transmissão de mensagens pelo celular ou pela Internet, reflita
sobre a afirmação de Thomaz Wood Jr:
Os alunos parecem acreditar que, em um mundo no qual a comunicação se dá por mensagens eletrônicas e
tuítes, escrever com clareza não é mais importante.
O que significa “escrever com clareza”? Você concorda com a ideia de que, na escrita digital, a
clareza perde importância?
Para dissertar sobre o tema 1, você pode analisar as vantagens e desvantagens da escrita digital, compará-la
com a escrita tradicional, entre outras abordagens, desde que relacione o ato de escrever com a necessidade
– ou não – de se expressar com clareza.
906
Aulas, modelos e
temas de redação II
PUC Tema 133
Motivos para estudar Matemática
Analfabeto funcional é a denominação dada à pessoa que, mesmo com a capacidade de decodificar minimamente as letras e os números, não desenvolve, entre outras habilidades, a de fazer operações matemáticas.
Por que aprender Matemática é essencial para a vida? Por que ela é muito mais do que uma disciplina importante para passar no vestibular?
Se escolher o tema 2, reflita sobre a utilidade dos conhecimentos matemáticos para realizar atividades
do dia a dia e para a ascensão profissional.
PUC Tema 134
Analfabetismo funcional
Existem pessoas que são lançadas ao mar, à vida, com pedaços faltando. Pedaços esses que correspondem às habilidades básicas para viver e se comunicar.
Vamos entender o que é analfabetismo funcional. 23/10/2012. http://www.inovareduca.com
Faz quase uma década que tais habilidades são avaliadas no Brasil, e o analfabetismo funcional persiste
entre os mais jovens, afetando, inclusive, os estudantes do nível superior. Segundo o Indicador de Alfabetismo
Funcional (Inaf ), 38% desses estudantes apresentam dificuldades nas tarefas que envolvem leitura e escrita.
Caso opte pelo tema 3, analise as consequências do analfabetismo funcional entre os estudantes brasileiros e apresente sugestões práticas para recuperar o que estiver “faltando” e diminuir o problema.
PUC Tema 135
Moradores de rua X Circulação pública
Não é trabalho dos mais difíceis encontrar estruturas que impeçam a presença de moradores de rua junto
a prédios na área central de Porto Alegre. Mesmo em regiões mais afastadas do Centro Histórico, é possível
achar estratégias variadas para afastar essa população, normalmente sob o pretexto de que exalam mau
cheiro e deixam os locais sujos.
O caso de uma grade instalada para impedir a presença de sem-tetos sob a marquise de um prédio
da Rua da República, no bairro Cidade Baixa, levantou o debate nas redes sociais sobre a rejeição à presença
de moradores de rua.
Fragmento adaptado de: http://zh.clicrbs.com.br/rs/porto-alegre/noticia/2014/08/
estruturas-antimoradores-de-rua-se-espalham-por-porto-alegre-4574237.html. Acesso em 21 ago. 2014
Se escolher o tema 1, você deverá apresentar o seu ponto de vista sobre a instalação de estruturas
antimoradores de rua em calçadas e demais ambientes públicos.
PUC Tema 136
Ajuda X Esmola
Foi de uma premissa simples que as amigas Luana Flôres, 30 anos, Helena Legunes, 22 anos, e Laura
Camardelli Brum, 24 anos, iniciaram o projeto que espalha cabides pela cidade para que as pessoas deixem
roupas e agasalhos: “se você precisa, é seu”. Para reproduzir o Amor no cabide, as idealizadoras recomendam
907
Módulo 21
que as roupas não sejam penduradas em árvores e fi quem ao abrigo da chuva. O projeto foi copiado em
cidades do interior e de outros estados, como Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
Adaptado de: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/07/
jovens-espalham-cabides-nas-ruas-para-doacao-de-agasalhos-4558281.html.
Acesso em 22 ago. 2014.
Você considera projetos como Amor no cabide uma medida efetiva ou paliativa para amenizar os
problemas sociais no País?
PUC Tema 137
Público X Privado
O papel social de indivíduo (e de cidadão) é uma identidade social de caráter nivelador e igualitário.
Essa seria sua característica ideal e normativa, de modo que, como cidadão, eu só clamo direitos iguais aos
de todos outros ‘homens’. O conjunto de cidadãos, assim, é um conjunto de unidades teoricamente idênticas
e absolutamente iguais e paralelas.
Mas o que ocorre comigo quando saio de casa e vou para o mundo da rua e das relações impessoais que
ali estão implicadas? O que ocorre comigo quando me transformo em cidadão?
DaMatta, Roberto. A casa e a Rua: espaço, cidadania, mulher e a morte no Brasil.
5 ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997. Fragmento publicado em
http://www.cronologiadourbanismo.ufba.br/apresentacao.php?idVerbete=1429. Acesso em 30 ago. 2014.
Se você optar pelo tema 3, deverá analisar o modo como algumas pessoas modifi cam seu comportamento quando estão em espaços públicos, discutindo as consequências de comportamentos inadequados
em ambientes compartilhados.
908
Questões
do ENEM
Questões do ENEM
1. Estudo do texto literário
2. (ENEM 2010)
Texto I
1.1. Concepções artísticas,
procedimentos de construção
e recepção de textos
1. (ENEM 2011)
XLI
Ouvia:
Que não podia odiar
E nem temer
Porque tu eras eu.
E como seria
Odiar a mim mesma
E a mim mesma temer.
Lépida e leve
Língua do meu Amor velosa e doce,
que me convences de que sou frase,
que me contornas, que me vestes quase,
como se o corpo meu de ti vindo me fosse.
Língua que me cativas, que me enleias
os surtos de ave estranha,
em linhas longas de invisíveis teias,
de que és, há tanto, habilidosa aranha...
[...]
Amo-te as sugestões gloriosas e funestas,
amo-te como todas as mulheres
te amam, ó língua-lama, ó língua-resplendor,
pela carne de som que à ideia emprestas
e pelas frases mudas que proferes
nos silêncios de Amor!...
MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores
poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001
(fragmento).
A poesia de Gilka Machado identifca-se com as
concepções artísticas simbolistas. Entretanto, o
texto selecionado incorpora referências temáticas e
formais modernistas, já que, nele, a poeta
(A) procura desconstruir a visão metafórica do
amor e abandona o cuidado formal.
(B) concebe a mulher como um ser sem linguagem
e questiona o poder da palavra.
(C) questiona o trabalho intelectual da mulher e antecipa a construção do verso livre.
(D) propõe um modelo novo de erotização na lírica
amorosa e propõe a simplifcação verbal.
(E) explora a construção da essência feminina, a
partir da polissemia de "língua", e inova o léxico.
HILST, H. Cantares. São Paulo: Globo, 2004 (fragmento).
Texto II
Transforma-se o amador na cousa amada
Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Camões. Sonetos. Disponível em: http://www.jornaldepoesia.
jor.br. Acesso em: 03 set. 2010 (fragmento).
Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e deCamões, a temática comum é
(A) o “outro” transformado no próprio eu lírico, o
que serealiza por meio de uma espécie de fusão de doisseres em um só.
(B) a fusão do “outro” com o eu lírico, havendo,
nosversos de Hilda Hilst, a afrmação do eu lírico de que odeia a si mesmo.
(C) o "outro" que se confunde com o eu lírico, verifcandose, porém, nos versos de Camões, certa
resistênciado ser amado.
(D) a dissociação entre o “outro” e o eu lírico, porque oódio ou o amor se produzem no imaginário, sem arealização concreta.
(E) o “outro” que se associa ao eu lírico, sendo
tratados, nos Textos I e II, respectivamente, o
ódio e o amor.
3. (ENEM 2010)
As doze cores do vermelho
Você volta para casa depois de ter ido jantar com
sua amiga dos olhos verdes. Verdes. Às vezes
quando você sai do escritório você quer se distrair um pouco. Você não suporta mais tem seu
trabalho de desenhista. Cópiasplantas réguas mi-
911
Questões do ENEM
límetros nanquim compasso 360º.de cercado cerco. Antes de dormir você quer estudar para a prova de história da arte mas sua menina menortem
febre e chama você. A mão dela na sua mão é um
peixe sem sol em irradiações noturnas. Quentes
ondas.Seu marido se aproxima os pés calçados
de meias noschinelos folgados. Ele olha as horas
nos dois relógiosde pulso. Ele acusa você de ter
fcado fora de casa o dia todo até tarde da noite
enquanto a menina ardia emfebre. Ponto e ponta.
Dor perfume crescente...
CUNHA, H. P. As doze cores do vermelho. Rio de Janeiro:
Tempo Brasileiro, 2009.
A literatura brasileira contemporânea tem abordado, sob diferentes perspectivas, questões relacionadasao universo feminino. No fragmento, entre os
recursosexpressivos utilizados na construção da
narrativa,destaca-se a
(A) repetição de “você”, que se refere ao interlocutor da personagem.
(B) ausência de vírgulas, que marca o discurso irritadoda personagem.
(C) descrição minuciosa do espaço do trabalho,
que seopõe ao da casa.
(D) autoironia, que ameniza o sentimento de opressãoda personagem.
(E) ausência de metáforas, que é responsável pelaobjetividade do texto.
4. (ENEM 2009)
No texto, o personagem narrador, na iminência da
partida, descreve a sua hesitação em separar-se
da avó. Esse sentimento contraditório fica claramente expresso no trecho:
(A) “A princípio com tranquilidade, e logo com obstinação, quis novamente dormir” (ℓ. 1-3).
(B) “Restava-me, portanto, menos de duas horas,
pois o trem chegaria às cinco” (ℓ. 4-6).
(C) “Calcei os sapatos, sentei-me um instante à beira da cama” (ℓ. 12-13).
(D) “Partir, sem dizer nada, deixar quanto antes minhas cadeias de disciplina e amor” (ℓ. 7-9).
(E) “Deveria fugir ou falar com ela? Ora, algumas
palavras...” (ℓ. 14-15).
5. (ENEM 2009)
Sentimental
1 Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
4 e debruçados na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.
Desgraçadamente falta uma letra,
7 uma letra somente
para acabar teu nome!
- Está sonhando? Olhe que a sopa esfria!
10 Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências este cartaz amarelo:
"Neste país é proibido sonhar."
Andrade, C.D. Seleta em Prosa e Verso. Rio de Janeiro:
Record, 1995.
A partida
1
Acordei pela madrugada. A princípio com
tranquilidade, e logo com obstinação, quis novamente
dormir. Inútil, o sono esgotara-se. Com precaução,
4 acendi um fósforo: passava das três. Restava-me,
portanto, menos de duas horas, pois o trem chegaria
às cinco. Veio-me então o desejo de não passar mais
7 nem uma hora naquela casa. Partir, sem dizer nada,
deixar quanto antes minhas cadeias de disciplina e de
amor.
10 Com receio de fazer barulho, dirigi-me à
cozinha, lavei o rosto, os dentes, penteei-me e,
voltando ao meu quarto, vesti-me. Calcei os sapatos,
13 sentei-me um instante à beira da cama. Minha avó
continuava dormindo. Deveria fugir ou falar com ela?
Ora, algumas palavras... Que me custava acordá-la,
16 dizer-lhe adeus?
LINS, O. A partida. Melhores contos. Seleção e prefácio de
Sandra Nitrini. São Paulo: Global, 2003.
912
Com base na leitura do poema, a respeito do uso
e da predominância das funções da linguagem no
texto de Drummond, pode-se afirmar que
(A) por meio dos versos "Ponho-me a escrever o teu
nome" (v.1) e "esse romântico trabalho" (v.5), o
poeta faz referências ao seu próprio ofício: o gesto de escrever poemas líricos.
(B) a linguagem essencialemente poética que constitui os versos "No prato, a sopa esfria, cheia de
escamas e debruçados na mesa todos contemplam" (v.3 e 4) confere ao poema uma atmosfera
irreal e impede o leitor de reconhecer no texto
dados constitutivos de uma cena realista.
(C) na primeira estrofe, o poeta constrói uma linguagem centrada na amada, receptora da mensagem, mas, na segunda, ele deixa de se dirigir a
ela e passa a exprimir o que sente.
Questões do ENEM
(D) em "EU estava sonhando..." (v.10), o poeta demonstra que está mais preocupado em responder à pergunta feita anteriormente e, assim, dar
continuidade ao diálogo com seus interlocutores
do que em expressar algo sobre si mesmo.
(E) no verso "Neste país é proibido sonhar." (v.12),
o poeta abandona a linguagem poética para fazer uso da função referencial, informando sobre
o conteúdo do "cartaz amarelo" (v.11) presente
no local.
6. (ENEM 2009)
Canção amiga
Eu preparo uma canção,
em que minha mãe se reconheça
todas as mães se reconheçam
e que fale como dois olhos.
BOTA ESQUERDA - Ora, pois, mana, respiremos e
filosofemos um pouco.
BOTA DIREITA - Um pouco? Todo o resto da nossa
vida, que não há de ser muito grande...
ASSIS, Machado de. Filosofia de um par de botas. In: O
Cruzeiro. Rio de Janeiro, 23/abril/1878.
O texto acima é o fragmento de um diálogo entre
dois personagens inanimados apresentados por um
narrador. A expressão que introduz estes personagens para o leitor é:
(A) "...eis o que diziam as botas..."
(B) "Mas não era eu...!"
(C) "...umas pontas de tachas enferrujadas..."
(D) "...filosofemos um pouco..."
8. (EXAMES MEC)
[...]
Leia:
Aprendi novas palavras
E tornei outras mais belas.
Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças
"(...) no começo de 1937, utilizei num conto a lembrança de um cachorro sacrificado na Maniçoba, interior de Pernambuco, há muitos anos. Transformei
ANDRADE, C.D. Novos Poemas Rio de Janeiro: José Olympo,
1948. (fragmento)
A linguagem do fragmento acima foi empregada pelo
autor com o objetivo principal de
(A) transmitir informações, fazer referência a acontecimentos observados no mundo exterior.
(B) envolver, persuadir o interlocutor, nesse caso, o
leitor, em um forte apelo à sua sensibilidade.
(C) realçar os sentimentos do seu lírico, suas sensações, reflexões e opiniões frente ao mundo real
(D) destacar o processo de construção de seu poema, ao falar sobre o papel da própria linguagem
e do poeta.
(E) manter eficiente o contato comunicativo entre o
emissor da mensagem, de um lado, e o receptor,
de outro.
o velho Pedro Ferro, meu avô, no vaqueiro Fabiano;
minha avó tomou a figura da Sinhá Vitória, meus tios
pequenos, machos e fêmeas, reduziram-se a dois
meninos (...)"
(fragmento de carta de Graciliano Ramos a João Conde, 1944,
in http://www.navedapalavra.com.br)
Sinhá Vitória, Fabiano, Baleia e os dois meninos são
personagens do romance Vidas Secas (1938). A carta acima é de seu autor, Graciliano Ramos (18921953). Ela nos informa que, para compor a identidade das personagens citadas, o escritor
(A) fez pesquisas em livros de história.
(B) recriou elementos de suas memórias.
(C) entrevistou parentes e amigos.
(D) inspirou-se em outros romances.
9. (EXAMES DO MEC)
Leia:
7. (EXAMES MEC)
Mas não era eu! Eram as botas que falavam entre
si, suspiravam e riam, mostrando, em vez de dentes,
umas pontas de tachas enferrujadas. Prestei o ouvido; eis o que diziam as botas:
És pura beleza num solidário chão num céu azulado em
toda natureza desse meu torrão tão grande e amado.
Neuza Costa - Gaivota
No quinto verso do fragmento do poema Gaivota,
913
Questões do ENEM
o eu lírico expressa seu sentimento usando a palavra "torrão". Dependendo do contexto, uma palavra
pode possuir significados diferentes. Nesse contexto, o termo ressaltado significa
(A) pedra de açucar.
(B) lugar ignorado.
(C) terra natal.
(D) pedaço de doce.
11. (EXAMES DO MEC)
Entre as várias características da personagem Siquê presentes no poema, há uma que é feita por
meio de uma comparação, que ocorre no verso:
(A) Tinha uma cicatriz no meio da testa.
(B) Piá branca nenhuma corria mais do que ela.
(C) Com voz de detrás da garganta, a boquinha tuíra.
(D) Quando se machucava, dizia: Ai Zizus!
10. (EXAMES DO MEC)
12. (EXAMES DO MEC)
Circuito Fechado
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete,
água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo,
pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias,
sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fosfóros.
O diminuitivo escurinha empregado na primeira estrofe, para caracterizar Siquê, expressa
(A) agressividade.
(B) ironia.
(C) Carinho.
(D) indiferença.
13. (EXAMES DO MEC)
RAMOS, R. Circuito Fechado. In: Os melhores contos
brasileiros de 1973. Porto Alegre: Globo, 1974.
O texto apresenta, em uma sequência,
(A) os objetos de uma casa.
(B) uma lista de compras.
(C) as mercadorias de uma loja.
(D) as ações do cotidiano de um homem.
Texto
Cunhantã
Vinha de Pará
Chamava Siquê.
Quatro anos. Escurinha. O riso gutural da raça.
Piá branca nenhuma corria mais do que ela.
Tinha uma cicatriz no meio da testa:
- Que foi isso Siquê?
Com voz de detrás da garganta, a boquinha tuíra:
- Minha mãe (a madrasta) estava costurando
Disse vai ver se tem fogo
Eu soprei eu soprei eu soprei não vi fogo
Aí ela se levantou e esfregou com minha cabeça na brasa
Riu, riu, riu
Uêrêquitáua.
O ventilador era a coisa que roda.
Quando se machucava, dizia: Ai Zizus!
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1993.
914
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava,
abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas
e janelas alinhadas. (...) Daí a pouco, em volta das
bicas era uma zunzum crescente; uma aglomeração
tumultuosa de machos e fêmeas.Uns, após outros,
lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de
água que escorria da altura de uns cinco palmos. O
chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço,
que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para
o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam
a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com
força as ventas e as barbas, fossando e fungando
contra as palmas da mão (...)
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço, São Paulo, Ática, 1987.
No romance O Cortiço, enquanto os seres inanimados aparecem humanizados, os humanos aparecem
animalizados. Considerando os trechos grifados no
texto, assinale a alternativa em que isso se manifesta.
(A) o cortiço acordava/fossando e fungando.
(B) do fio de água que escorria/prender as saias entre as coxas.
(C) O chão inundava-se/tostada nudez dos braços.
(D) suspendendo o cabelo todo/metiam a cabeça
bem debaixo da água.
Questões do ENEM
14. (ENEM 2005)
Leia estes textos.
Texto 1
(A) afirmam que o homem é capaz de alcançar a paz.
(B) concordam que o desarmamento é inatingível.
(C) julgam que o sonho é um desafio invencível.
(D) têm visões diferentes sobre um possível mundo
melhor.
(E) transmitem uma mensagem de otimismo sobre
a paz.
15. (ENEM 2005)
Texto 1 - Auto-retrato
(QUINO. O mundo da Mafalda. São Paulo: Martins Fontes,
1999. p. 3)
Texto 2
Sonho Impossível
Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.
(J. Darione – M. Leigh – Versão de Chico Buarque de Hollanda
e Ruy Guerra, 1972.)
A tirinha e a canção apresentam uma reflexão sobre
o futuro da humanidade. É correto concluir que os
dois textos
Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província;
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico* profissional.
(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:
Aguilar, 1983. p. 395.)
(*) tísico=tuberculoso
Texto 2 - Poema de sete faces
Quando eu nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
(....)
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto é o meu coração.
(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro:
Aguilar, 1964. p. 53.)
915
Questões do ENEM
Esses poemas têm em comum o fato de
C
(A) descreverem aspectos físicos dos próprios autores.
(B) refletirem um sentimento pessimista.
(C) terem a doença como tema.
(D) narrarem a vida dos autores desde o nascimento.
(E) defenderem crenças religiosas.
16. (ENEM 2004)
Cândido Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de Minha Vida de Infância, descreve os pés dos
trabalhadores.
Pés disformes. Pés que podem contar uma história.
Confundiam-se com as pedras e os espinhos. Pés
semelhantes aos mapas: com montes e vales, vincos como rios. (...) Pés sofridos com muitos e muitos
quilômetros de marcha. Pés que só os santos têm.
Sobre a terra, difícil era distingui-los. Agarrados ao
solo, eram como alicerces, muitas vezes suportavam apenas um corpo franzino e doente.
D
(Cândido Portinari, Retrospectiva, Catálogo MASP)
As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da
natureza e do homem americano e a crítica social
foram temas que inspiraram muitos artistas ao longo de nossa História. Dentre estas imagens, a que
melhor caracteriza a crítica social contida no texto
de Portinari é
E
A
17. (ENEM 2003)
B
Do pedacinho de papel ao livro impresso vai uma
longa distância. Mas o que o escritor quer, mesmo,
é isso: ver o seu texto em letra de forma. A gaveta é
ótima para aplacar a fúria criativa; ela faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho. Em certos casos, a cesta de papel
é melhor ainda.O período de maturação na gaveta é
necessário, mas não deve se prolongar muito. ‘Tex-
916
Questões do ENEM
tos guardados acabam cheirando mal’, disse Silvia
Plath, (...) que, com esta frase, deu testemunho das
dúvidas que atormentam o escritor: publicar ou não
publicar? guardar ou jogar fora?
(Moacyr Scliar. O escritor e seus desafios.)
Nesse texto, o escritor Moacyr Scliar usa imagens
para refletir sobre uma etapa da criação literária. A
idéia de que o processo de maturação do texto nem
sempre é o que garante bons resultados está sugerida na seguinte frase:
(A) “A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa.”
(B) “Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda.”
(C) “O período de maturação na gaveta é necessário, (...).”
(D) “Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o
seu texto em letra de forma.”
(E) “ela (a gaveta) faz amadurecer o texto da mesma
forma que a adega faz amadurecer o vinho.”
18. (ENEM 1999)
E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei
lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não
existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que
há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris
de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande
artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de
elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu
grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim,
que assim é o amor, oh! Minha amada; de tudo que ele
suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar.
Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
(BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 20.ed.)
O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu assim sobre a obra de Rubem Braga:
O que ele nos conta é o seu dia, o seu expediente
de homem, apanhado no essencial, narrativa direta
e econômica. (...) É o poeta do real, do palpável, que
se vai diluindo em cisma. Dá o sentimento da realidade e o remédio para ela.
Em seu texto, Rubem Braga afirma que “este é o
luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes
com o mínimo de elementos”. Afirmação semelhante
pode ser encontrada no texto de Carlos Drummond
de Andrade, quando, ao analisar a obra de Braga,
diz que ela é
(A) uma narrativa direta e econômica.
(B) real, palpável.
(C) sentimento de realidade.
(D) seu expediente de homem.
(E) seu remédio.
1.2. Produção de textos literários,
sua recepção e a constituição do patrimônio literário nacional. Relações
entre a dialética cosmopolitismo/
locatismo e a produção literária nacional. Elementos de continuidade e
ruptura entre os diversos momentos
da literatura brasileira
19. (ENEM 2011)
Estrada
Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,
Interessa mais que uma avenida urbana.
Nas cidades todas as pessoas se parecem.
Todo mundo é igual.
Todo mundo é toda a gente.
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.
Cada criatura é única.
Até os cães.
Estes cães da roça parecem homens de negócios:
Andam sempre preocupados.
E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um
bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz
dos símbolos,
Que a vida passa! que a vida passa!
E que a mocidade vai acabar.
BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967.
A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão
de signifcados profundos a partir de elementos do
cotidiano. No poema Estrada, o lirismo presente no
contraste entre campo e cidade aponta para
(A) o desejo do eu lírico de resgatar a movimentação
dos centros urbanos, o que revela sua nostalgia
com relação à cidade.
(B) a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia da vida rural.
(C) a opção do eu lírico pelo espaço bucólico como
possibilidade de meditação sobre a sua juventude.
917
Questões do ENEM
(D) a visão negativa da passagem do tempo, visto
que esta gera insegurança.
(E) a profunda sensação de medo gerada pela refexão acerca da morte.
20. (ENEM 2009)
(D) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em comparação com as prendas resgatadas de Itabira.
(E) apresenta influências românticas, uma vez que
trata da individualidade, da saudade da infância
e do amor pela terra natal, por meio de recursos
retóricos pomposos.
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
[comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem
de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e
[sem horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me
diverte, é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas
que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 2003.
Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes
do movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou
poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos.
Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe claramente
na construção do poema Confidência do Itabirano.
Tendo em vista os procedimentos de construção do
texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima
(A) representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatório e à utilização de expressões e usos linguísticos típicos da oralidade.
(B) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e dados históricos.
(C) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a
sua comunidade, por intermédio de imagens que
representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo.
918
21. (ENEM 2006)
Namorados
O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:
— Antônia, ainda não me acostumei com o seu
[ corpo, com a sua cara.
A moça olhou de lado e esperou.
— Você não sabe quando a gente é criança e de
[ repente vê uma lagarta listrada?
A moça se lembrava:
— A gente fica olhando...
A meninice brincou de novo nos olhos dela.
O rapaz prosseguiu com muita doçura:
— Antônia, você parece uma lagarta listrada. A moça
arregalou os olhos, fez exclamações. O rapaz concluiu:
— Antônia, você é engraçada! Você parece louca.
Manuel Bandeira. Poesia completa & prosa. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1985.
No poema de Bandeira, importante representante da
poesia modernista, destaca-se como característica
da escola literária dessa época
(A) a reiteração de palavras como recurso de construção de rimas ricas.
(B) a utilização expressiva da linguagem falada em
situações do cotidiano.
(C) a criativa simetria de versos para reproduzir o
ritmo do tema abordado.
(D) a escolha do tema do amor romântico, caracterizador do estilo literário dessa época.
(E) o recurso ao diálogo, gênero discursivo típico do
Realismo.
22. (ENEM 2006)
Erro de Português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de Sol
O índio tinha despido O português.
Oswald de Andrade. Poesias reunidas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
Questões do ENEM
O primitivismo observável no poema acima, de
Oswald de Andrade, caracteriza de forma marcante
(A) o regionalismo do Nordeste.
(B) o concretismo paulista.
(C) a poesia Pau-Brasil.
(D) o simbolismo pré-modernista.
(E) o tropicalismo baiano.
23. (ENEM 1998)
A discussão sobre gramática na classe está “quente”. Será que os brasileiros sabem gramática? A professora de Português propõe para debate o seguinte
texto:
PRA MIM BRINCAR
Não há nada mais gostoso do que o mim sujeito de
verbo no infinito. Pra mim brincar. As cariocas que
não sabem gramática falam assim. Todos os brasileiros deviam de querer falar como as cariocas que
não sabem gramática. As palavras mais feias da língua portuguesa são quiçá, alhures e miúde.
(BANDEIRA, Manuel. Seleta em prosa e verso. Org: Emanuel
de Moraes. 4ª ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1986. Pág. 19)
Com a orientação da professora e após o debate sobre o texto de Manuel Bandeira, os alunos chegaram
à seguinte conclusão:
(A) uma das propostas mais ousadas do Modernismo foi a busca da identidade do povo brasileiro
e o registro, no texto literário, da diversidade das
falas brasileiras.
(B) apesar de os modernistas registrarem as falas
regionais do Brasil, ainda foram preconceituosos
em relação às cariocas.
(C) a tradição dos valores portugueses foi a pauta
temática do movimento modernista.
(D) Manuel Bandeira e os modernistas brasileiros
exaltaram em seus textos o primitivismo da nação brasileira.
(E) Manuel Bandeira considera a diversidade dos falares brasileiros uma agressão à Língua Portuguesa.
24. (ENEM 2008)
Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa
e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre
o poema e o momento histórico de sua produção.
(A) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na pri-
meira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu
com traje “rico e fino”.
(B) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como
núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade
do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade
da terra da Colônia.
(C) O bucolismo presente nas imagens do poema é
elemento estético do Arcadismo que evidencia a
preocupação do poeta árcade em realizar uma
representação literária realista da vida nacional.
(D) A relação de vantagem da “choupana” sobre a
“Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
(E) A realidade de atraso social, político e econômico
do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à
transformação do pranto em alegria.
25. (ENEM 2010)
Soneto
Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora me seu mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é
(A) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.
(B) a melancolia que frusta a possibilidade de reação
diante da perda.
(C) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade.
919
Questões do ENEM
(D) o desejo de morrer como alívio para a desilusão
amorosa.
(E) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.
em 1836. Durante quatro decênios, imperaram o “eu”,
a anarquia, o liberalismo, o sentimentalismo, o nacionalismo, através da poesia, do romance, do teatro e do
jornalismo (que fazia sua aparição nessa época).
MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São
Paulo: Cultrix, 1971 (fragmento).
26. (ENEM 2010)
Reclame
De acordo com as considerações de Massaud Moisés no Texto II, o Texto I centra-se
Se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes
... ou transforme o mundo
ótica olho vivo
agradece a preferência.
CHACAL et al. Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2006.
Chacal é um dos representantes da geração poética
de 1970. A produção literária desse geração, considerada marginal e engajada, de que é representativo
o poema apresentado, valoriza
(A) o experimentalismo em versos curtos e tom jocoso.
(B) a sociedade de consumo, com o uso da linguagem publicitária.
(C) a construção do poema, em detrimento do conteúdo.
(D) a experimentação formal dos neossimbolistas.
(E) o uso de versos curtos e uniformes quanto à métrica.
27. (ENEM 2010)
Texto I
Se eu tenho de morrer na for dos anos,
Meu Deus! não seja já; Eu quero ouvir na laranjeira,
à tarde,
Cantar o sabiá!
Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morro
Respirando esse ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os gozos do meu lar!
Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu de meu Brasil!
Se eu tenho de morrer na for dos anos,
Meu Deus! Não seja já!
Eu quero ouvir cantar na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
ABREU, C. Poetas românticos brasileiros. São Paulo: Scipione, 1993.
Texto II
A ideologia romântica, argamassada ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, introduziu-se
920
(A) no imperativo do “eu”, reforçando a ideia de que
estar longe do Brasil é uma forma de estar bem,
já que o país sufoca o eu lírico.
(B) no nacionalismo, reforçado pela distância da pátria e pelo saudosismo em relação à paisagem
agradável onde o eu lírico vivera a infância.
(C) na liberdade formal, que se manifesta na opção
por versos sem métrica rigorosa e temática voltada para o nacionalismo.
(D) no fazer anárquico, entendida a poesia como negação do passado e da vida, seja pelas opções
formais, seja pelos temas.
(E) no sentimentalismo, por meio do qual se reforça
a alegria presente em oposição à infância, marcada pela tristeza.
28. (ENEM 2009)
No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a
tese de que no Brasil havia duas literaturas independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito diferentes por
formação histórica, composição étnica, costumes,
modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escritor gaúcho,
Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade, literaturas setoriais diversas, refletindo as características locais.
CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros
ensaios. São Paulo: Ática, 2003.
Com relação à valorização, no romance regionalista
brasileiro, do homem e da paisagem de determinadas regiões nacionais, sabe-se que
(A) o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela
temática essencialmente urbana, colocando em
relevo a formação do homem por meio da mescla de características locais e dos aspectos culturais trazidos de fora pela imigração europeia.
(B) José de Alencar, representante, sobretudo, do
romance urbano, retrata a temática da urbaniza-
Questões do ENEM
ção das cidades brasileiras e das relações conflituosas entre as raças.
(C) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo
acentuado realismo no uso do vocabulário, pelo
temário local, expressando a vida do homem em
face da natureza agreste, e assume frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos.
(D) a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso,
as raízes africanas e indígenas que caracterizam
o nosso povo.
(E) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancistas das
décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem urbano em confronto com a modernização do país promovida
pelo Estado Novo.
29. (ENEM 2001)
Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga
com a carta de Pero Vaz de Caminha:
“A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muito,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais
Diamantes tem à vontade
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui”.
MENDES, Murilo. Murilo Mendes — poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste, como ocorre em:
(A) A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais
(B) Salvo o devido respeito / Reforçai, Senhor, a arca
(C) A gente vai passear / Ficarei muito saudoso
(D) De plumagens mui vistosas / Bengala de castão
de oiro
(E) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à
vontade
30. (ENEM 2001)
No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época:
o romantismo.
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da
nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa.
Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é
romance, em que o autor sobredoura a realidade e
fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também
não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda
ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos
da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno,
que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins
secretos da criação.”
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio
de Janeiro: Jackson,1957.
A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:
(A) ... o autor sobredoura a realidade e fecha os
olhos às sardas e espinhas ...
(B) ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa
raça ...
(C) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza,
cheia daquele feitiço, precário e eterno, ...
(D) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou
dezesseis anos ...
(E) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os
fins secretos da criação.
31. (ENEM 2000)
“Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento modernista brasileiro de 1922.
No poema, o autor elabora críticas e propostas que
representam o pensamento estético predominante
na época.
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e
[manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no
dicionário o
[cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
921
Questões do ENEM
.................................................................................
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa.Rio de Janeiro.
Aguilar, 1974)
Com base na leitura do poema, podemos afirmar
corretamente que o poeta:
(A) critica o lirismo louco do movimento modernista.
(B) critica todo e qualquer lirismo na literatura.
(C) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
(D) propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico.
(E) propõe a criação de um novo lirismo.
1.3. Associações entre concepções
artísticas e procedimentos de construção do texto literário em
seus gêneros (épico/narrativo, lírico
e dramático) e formas diversas
Mas não admita choro de criança. Ai! Punha-lhe os
nervos em carne viva.
[...]
A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar
de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de
escravos - e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao
regime novo - essa indecência de negro igual.
LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores
contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000
(fragmento).
A narrativa focaliza um momento histórico-social de
valores contraditórios. Essa contradição infere-se,
no contexto, pela
(A) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas.
(B) receptividade da senhora para com os padres,
mas deselegante para com as beatas.
(C) ironia do padre a respeito da senhora, que era
perversa com as crianças.
(D) resistência da senhora em aceitar a liberdade
dos negros, evidenciada no final do texto.
(E) rejeição aos criados por parte da senhora, que
preferia tratá-los com castigos.
33. (ENEM 2010)
32. (ENEM 2010)
Prima Julieta
Negrinha
Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta?
Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e
olhos assustados.
Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha,
sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.
Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do
mundo, amimada dos padres, com lugar certo na
Igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço
na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o
vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma
virtuosa senhora em suma - "dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral", dizia
o reverendo.
Ótima, a dona Inácia.
922
Prima Julieta irradiava um fascínio singular. Era
a feminilidade em pessoa. Quando a conheci,
sendo ainda garoto e já sensibilíssimo ao charme
feminino, teria ela uns trinta ou trinta e dois anos
de idade.
Apenas pelo seu andar percebia-se que era uma
deusa, diz Virgílio de outra mulher. Prima Julieta
caminhava em ritmo lento, agitando a cabeça para
trás, remando os belos braços brancos. A cabeleira loura incluía refexos metálicos. Ancas poderosas.
Os olhos de um verde azulado borboleteavam. A voz
rouca e ácida, em dois planos: voz de pessoa da alta
sociedade.
MENDES, M. A idade do serrote. Rio de Janeiro: Sabiá, 1968.
Entre os elementos constitutivos dos gêneros, está o
modo como se organiza a própria composição textual, tendo-se em vista o objetivo de seu autor: narrar,
descrever, argumentar, explicar, instruir. No trecho,
reconhece-se uma sequência textual
Questões do ENEM
(A) explicativa, em que se expõem informações objetivasreferentes à prima Julieta.
(B) instrucional, em que se ensina o comportamentofeminino, inspirado em prima Julieta.
(C) narrativa, em que se contam fatos que, no decorrerdo tempo, envolvem prima Julieta.
(D) descritiva, em que se constrói a imagem de primaJulieta a partir do que os sentidos do enunciador captam.
(E) argumentativa, em que se defende a opinião
doenunciador sobre prima Julieta, buscando-se
aadesão do leitor a essas ideias.
(C) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao
mesmo gênero.
(D) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com
finalidades distintas.
(E) as linguagens que constroem significados nos
dois textos permitem classificá-los como pertencentes ao mesmo gênero.
35. (ENEM 2009)
Isto
34. (ENEM 2009)
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Texto 1
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
[...]
Tudo o que sonho ou passo
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
ANDRADE, C.D. Antologia poética. Rio de Janeiro/São Paulo:
Record. 2000. (fragmento)
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Texto 2
Sentir? Sinta quem lê!
PESSOA, F. Poemas escolhidos
São Paulo: Globo, 1997.
Fernando Pessoa é um dos poetas mais extraordinários do século XX. Sua obsessão pelo fazer poético não encontrou limites. Pessoa viveu mais no
plano criativo do que no plano concreto, e criar foi
a grande finalidade de sua vida. Poeta da "Geração
Orfeu", assumiu uma atitude irreverente.
DAVIS, J. Garfield, um charme de gato - 7.
Trad. da Agência Internacional Press.
Porto Alegre: L&PM, 2000.
A comparação entre os recursos expressivos que
constituem os dois textos revela que
(A) o texto 1 perde suas características de gênero
poético ao ser vulgarizado por histórias em quadrinho.
(B) o texto 2 pertence ao gênero literário, porque
as escolhas linguísticas o tornam uma réplica
do texto 1.
Com base no texto e na temática do poema Isto,
conclui-se que o autor
(A) revela seu conflito emotivo em relação ao processo de escritura do texto.
(B) considera fundamental para a poesia a influência
dos fatos sociais.
(C) associa o modo de composição do poema ao estado de alma do poeta.
(D) apresenta a concepção do Romantismo quanto à
expressão da voz do poeta.
(E) separa os sentimentos do poeta da voz que fala
no texto, ou seja, do eu lírico.
923
Questões do ENEM
36. (ENEM 2009)
37. (ENEM 2009)
Ouvir estrelas
Texto 1
"Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo
perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
que, para ouvi-las, muito vez desperto
e abro as janelas, pálido de espanto...
O Morcego
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra parede..."
Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh'alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
E conversamos toda noite, enquanto
a Via-Láctea, como um pálio aberto,
cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto,
inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?" Que sentido
tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
ANJOS, A. Obra Completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994.
BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde , 1919.
Ouvir estrelas
Texto 2
O lugar-comum em que se converteu a imagem
de um poeta doentio, com gosto do macabro e
do horroroso, dificulta que se veja, na obra de
Augusto dos Anjos, o olhar clínico, o comportamento analítico, até mesmo certa frieza, certa impessoalidade científica.
CUNHA, F. Romatismo e moderinidade na poesia.
Rio de Janeiro: Cátedra, 1988 (adaptado).
Em consonância com os comentários do texto 2
acerca da poética de Augusto dos Anjos, o poema
O morcego apresenta-se enquanto percepção do
mundo, como forma estética capaz de
(A) reencantar a vida pelo mistério com que os fatos
banais são revestidos na poesia.
(B) expressar o caráter doentio da sociedade moderna por meio do gosto macabro.
(C) representar realisticamente as dificuldades do
cotidiano sem associá-lo a reflexões de cunho
existencial.
(D) abordar dilemas humanos universais a partir de
um ponto de vista distanciado a analítico acerca
do cotidiano.
(E) conseguir a atenção do leitor pela inclusão de
elementos das histórias de horror e suspense na
estrutura lírica da poesia.
924
Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo
que estás beirando a maluquice extrema.
No entanto o certo é que não perco o ensejo
De ouvi-las nos programas de cinema.
Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo
que mais eu gozo se escabroso é o tema.
Uma boca de estrela dando beijo
é, meu amigo, assunto p'ra um poema.
Direis agora: Mas, enfim, meu caro,
As estrelas que dizem? Que sentido
têm suas frases de sabor tão raro?
Amigo, aprende inglês para entendê-las,
Pois só sabendo inglês se tem ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e
humorismo: Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961.
A partir da comparação entre os poemas, verifica-se
que,
(A) no texto de Bilac, a construção do eixo temático
se deu em linguagem denotativa, enquanto no
de Tigre, em linguagem conotativa.
(B) no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis,
distantes, e no texto de Tigre, são próximas,
acessíveis aos que as ouvem e as entendem.
(C) no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais
trabalhada, como se observa no uso de estruturas
como "dir-vos-ei sem pejo" e "entendê-las".
Questões do ENEM
(D) no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metaliguística no trecho "Uma boca de estrela dando beijo/é, meu amigo, assunto p'ra um
poema."
(E) no texto de Tigre, a visão romântica apresentada
para alcançar as estrelas é enfatizada na última
estrofe de seu poema com recomendação de
compreensão de outras línguas.
38. (EXAMES DO MEC)
Leia:
dia nublado
e no peito do sabiá
sol do meio-dia
(RUIZ, Alice in Revista Entrelivros, setembro/05)
Haikai é uma forma de poesia vinda do Japão. Em rigor, compõe-se de dezessete sílabas, distribuídas em
três versos, e não possui título. No haikai de Alice Ruiz,
duas palavras possuem sentidos contrários. São elas:
(A) dia e peito.
(B) sol e sabiá.
(C) nublado e sol.
(D) sabiá e meio-dia.
39. (EXAMES DO MEC)
Quero me casar
Na noite na rua
No mar ou no céu
Quero me casar.
Procuro uma noiva
Loura morena
Preta ou azul
Uma noiva verde
Uma noiva no ar
Como um passarinho.
Depressa, que o amor
Não pode esperar!
Pelas suas características, esse texto é
(A) uma propaganda.
(B) um poema.
(C) um anúncio.
(D) uma notícia.
40. (ENEM 2009 - SIMULADO)
É próprio da poesia de Manoel de Barros valorizar seres
e coisas considerados, em geral de menor importância
no mundo moderno. No poema de Manoel de Barros,
essa valorização é expressa por meio da linguagem
(A) denotativa, para evidenciar a oposição entre elementos da natureza e da modernidade.
(B) rebuscada de neologismos que depreciam elementos próprios do mundo moderno.
(C) hiperbólica, para elevar o mundo dos seres insignificantes.
(D) simples, porém expressiva no uso de metáforas
para definir o fazer poético do eu-lírico poeta.
(E) referencial, para criticar o instrumentalismo
técnico e o pragmatismo da era da informação digital.
1.4. Articulações entre os recursos
expressivos e estruturais do texto
literário e o processo social relacionado ao momento de sua produção
41. (ENEM 2011)
TEXTO I
O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias,
mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar,
1994 (fragmento).
TEXTO II
João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio,
transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o
Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A
autoapresentação do personagem, na fala inicial do
925
Questões do ENEM
texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se
defne, menos se individualiza, pois seus traços biográfcos são sempre partilhados por outros homens.
SECCHIN, A. C. João Cabral: a poesia do menos. Rio de
Janeiro: Topbooks, 1999 (fragmento).
Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto
I) e na análise crítica (Texto II), observa-se que a relação entre o texto poético e o contexto social a que
ele faz referência aponta para um problema social
expresso literariamente pela pergunta "Como então
dizer quem fala / ora a Vossas Senhorias?”. A resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio da
(A) descrição minuciosa dos traços biográfcos do
personagem-narrador.
(B) construção da fgura do retirante nordestino como
um homem resignado com a sua situação.
(C) representação, na fgura do personagem-narrador, de
outros Severinos que compartilham sua condição.
(D) apresentação do personagem-narrador como
uma projeção do próprio poeta, em sua crise
existencial.
(E) descrição de Severino, que, apesar de humilde, orgulha-se de ser descendente do coronel Zacarias.
(A) descreve as propriedades do açucar.
(B) se revela mero consumidor de açucar.
(C) destaca o modo de produção do açucar.
(D) exalta o trabalho dos cortadores de cana.
(E) explicita a exploração dos trabalhadores.
43. (ENEM 2009)
Como se assistisse à demonstração de um espetáculo mágico, ia revendo aquele ambiente tão característico de família, com seus pesados móveis
de vinhático ou de jacarandá, de qualidade antiga, e
que denunciavam um passado ilustre, gerações de
Meneses talvez mais singelos e mais calmos; agora,
uma espécie de desordem, de relaxamento, abastardava aquelas qualidades primaciais. Mesmo assim
era fácil perceber o que haviam sido, esses nobres
da roça, com seus cristais que brilhavam mansamente na sombra, suas pratas semiempoeiradas
que atestavam o esplendor esvanecido, seus marfins e suas opalinas - ah, respirava-se ali conforto,
não havia dúvida, mas era apenas uma sobrevivência de coisas idas. Dir-se-ia, ante esse mundo que
se ia desagregando, que um mal oculto o roía, como
um tumor latente em sua entranhas.
CARDOSO, L. Crônica da casa assassinada. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2002 (adaptado).
42. (ENEM 2010)
Açúcar
O branco açucar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre
[...]
Em lugares distantes
Onde não há hospital,
Nem escola, homens que não sabem ler e morrem
de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Quer viraria açucar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E dura
Produziram este açucar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.
GULLAR, F. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1980 (fragmento).
A Literatura Brasileira desempenha papel importante
ao suscitar reflexão ocorre porque o eu lírico
926
O mundo narrado nesse trecho do romance de Lúcio Cardoso, acerca da vida dos Meneses, família
da aristocracia rural de Minas Gerais, apresenta não
apenas a história da decadência dessa família, mas
é, ainda, a representação literária de uma fase de desagregação política, social e econômica do país. O
recurso expressivo que formula literariamente essa
desagregação histórica é o de descrever a casa dos
Meneses como
(A) ambiente de pobreza e privação, que carece de
conforto mínimo para a sobrevivência da família.
(B) mundo mágico, capaz de recuperar o encantamento perdido durante o período de decadência
da aristocracia rural mineira.
(C) cena familiar, na qual o calor humano dos habitantes da casa ocupa o primeiro plano, compensando a frieza e austeridade dos objetos antigos.
(D) símbolo de um passado ilustre que, apesar de
superado, ainda resiste à sua total dissolução
graças ao cuidado e asseio que a família dispensa à conservação da casa.
(E) espaço arruinado, onde os objetos perderam seu
esplendor e sobre os quais a vida repousa como
lembrança de uma passado que está em vias de
desaparecer completamente.
Questões do ENEM
44. (ENEM 2009)
Cárcere das almas
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação
Catarinense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993.
Os elementos formais e temáticos relacionados ao
contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são
(A) a opção pela abordagem, em linguagem simples
e direta, de temas filosóficos.
(B) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em
relação à temática nacionalista.
(C) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.
(D) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras.
(E) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de
temas do cotidiano.
45. (EXAMES DO MEC)
E se somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que é a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
MELO NETO, J. C. Morte e vida severina.
São Paulo: Aguilar, 1999.
As repetições de palavras e de estruturas presentes
neste trecho de Morte e Vida Severina são recursos
expressivos que pretendem mostrar que
(A) a vida no sertão nordestino é diferente de pessoa
para pessoa.
(B) Severino conhece muitas pessoas como o mesmo nome que o seu.
(C) há muitas mulheres com o nome de Severina no
sertão nordestino.
(D) a fome e a miséria atingem muitos habitantes do
sertão nordestino.
46. (EXAMES DO MEC)
Dia das mães
Mãe Argentina
30.000 filhos desaparecidos
(entre eles 400 crianças)
(...)
Mãe Brasileira
144 filhos desaparecidos
Mãe latino-americana
90.000 filhos desaparecidos
Achei liquidificadores, achei batedeiras de bolo, brincos e colares, televisores em cores e mesmo flores.
Mas em nenhuma loja ou magazine encontrei um só
filho seu pra dizer: presente!
Henfil. Diretas já. Rio de Janeiro: Record, 1984, p. 51-2.
O verdadeiro "presente" para as mães citadas no
texto, segundo Henfil, é
(A) ganhar liquidificadores e batedeiras.
(B) ganhar qualquer coisa, mesmo que flores.
(C) ter os seus filhos de volta.
(D) ter os seus filhos vivos, com televisores.
47. (EXAMES DO MEC)
Leia:
A Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas,
Pensem nas meninas
Cegas inexatas,
Pensem na mulheres
Rotas alteradas,
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas.
927
Questões do ENEM
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa, da rosa!
Da rosa de Hiroshima,
A rosa hereditária,
A rosa radioativa
Estúpida e inválida,
A rosa com cirrose,
A anti-rosa atômica.
Sem cor, sem perfume,
Sem rosa, sem nada.
(Vinícius de Moraes)
O poema de Vinícius de Moraes (1913-1980) foi musicado na década de 70 pelo grupo Secos e Molhados. Em seus versos, constrói-se um apelo para que
não seja esquecida a
(A) situação econômica de um bombardeado.
(B) potência destrutiva de uma bomba nuclear.
(C) falta de alimento nos países em desenvolvimento.
(D) presença de mulheres nas guerras mundiais.
48. (ENEM 2008)
São Paulo vai se recensear. O governo quer saber
quantas pessoas governa. A indagação atingirá a
fauna e a flora domesticadas. Bois, mulheres e algodoeiros serão reduzidos a números e invertidos
em estatísticas. O homem do censo entrará pelos
bangalôs, pelas pensões, pelas casas de barro e de
cimento armado, pelo sobradinho e pelo apartamento, pelo cortiço e pelo hotel, perguntando:
— Quantos são aqui?
Pergunta triste, de resto. Um homem dirá:
— Aqui havia mulheres e criancinhas. Agora,
felizmente, só há pulgas e ratos.
(A) expressar o tema de forma abstrata, evocando
imagens e buscando apresentar a idéia de uma
coisa por meio de outra.
(B) manter-se fiel aos acontecimentos, retratando os
personagens em um só tempo e um só espaço.
(C) contar história centrada na solução de um enigma, construindo os personagens psicologicamente e revelando-os pouco a pouco.
(D) evocar, de maneira satírica, a vida na cidade, visando transmitir ensinamentos práticos do cotidiano, para manter as pessoas informadas.
(E) valer-se de tema do cotidiano como ponto de
partida para a construção de texto que recebe
tratamento estético.
49. (ENEM 2005)
As dimensões continentais do Brasil são objeto de
reflexões expressas em diferentes linguagens.
Esse tema aparece no seguinte poema:
“(....)
Que importa que uns falem mole descansado
Que os cariocas arranhem os erres na garganta
Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais?
Que tem se o quinhentos réis meridional
Vira cinco tostões do Rio pro Norte?
Junto formamos este assombro de misérias e
grandezas,
Brasil, nome de vegetal! (....)”
(Mário de Andrade. Poesias completas. 6. ed. São Paulo:
Martins Editora, 1980.)
O texto poético ora reproduzido trata das diferenças
brasileiras no âmbito
E outro:
— Amigo, tenho aqui esta mulher, este papagaio,
esta sogra e algumas baratas. Tome nota dos seus
nomes, se quiser. Querendo levar todos, é favor...
(...)
E outro:
— Dois, cidadão, somos dois. Naturalmente o sr.
não a vê. Mas ela está aqui, está, está! A sua saudade jamais sairá de meu quarto e de meu peito!
Rubem Braga. Para gostar de ler. v. 3.
São Paulo: Ática, 1998, p. 32-3 (fragmento).
O fragmento acima, em que há referência a um fato
sócio-histórico — o recenseamento —, apresenta
característica marcante do gênero crônica ao
928
(A) étnico e religioso.
(B) lingüístico e econômico.
(C) racial e folclórico.
(D) histórico e geográfico.
(E) literário e popular.
50. (ENEM 1998)
Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber
adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo.
Para exemplificar este fato, seu professor de Língua
Portuguesa convida-o a ler o texto Aí, Galera, de
Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca
com situações de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte.
Questões do ENEM
Aí, Galera
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um
jogador de futebol dizendo “ estereotipação”?E, no
entanto, por que não?
- Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
- Minha saudação aos aficionados do clube e aos
demais esportistas, aqui presentes ou no recesso
dos seus lares.
- Como é?
- Aí, galera.
- Quais são as instruções do técnico?
- Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho
de contenção coordenada, com energia otimizada,
na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um
contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação
momentânea do sistema oposto, surpreendido pela
reversão inesperada do fluxo da ação.
- Ahn?
- É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles
sem calça.
- Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
- Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a
uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive,
genéticas?
- Pode.
- Uma saudação para a minha progenitora.
- Como é?
- Alô, mamãe!
- Estou vendo que você é um, um...
- Um jogador que confunde o entrevistador, pois não
corresponde à expectativa de que o atleta seja um
ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
- Estereoquê?
- Um chato?
- Isso.
Correio Braziliense, 13/05/1998.
O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas:
(A) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início
da entrevista, e a saudação final dirigida à sua
mãe.
(B) a linguagem muito formal do jogador, inadequada
à situação da entrevista, e um jogador que fala,
com desenvoltura, de modo muito rebuscado.
(C) o uso da expressão “ galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “ progenitora”, por parte do
jogador.
(D) o desconhecimento, por parte do entrevistador,
da palavra “ estereotipação”, e a fala do jogador
em “ é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá
eles sem calça” .
(E) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas
de estereotipação e o jogador entrevistado não
corresponder ao estereótipo.
5. Representação
literária: natureza, função,
organização e estrutura do
texto literário; relações entre
literatura, outras artes e
outros saberes
51. (ENEM 2010)
Quincas Borba mal podia encobrir a satisfação do
triunfo. Tinha uma asa de frango no prato, e trincava-a com flosófca serenidade. Eu fz-lhe ainda algumas
objeções, mas tão frouxas, que ele não gastou muito
tempo em destruí-las.
— Para entender bem o meu sistema, concluiu ele,
importa não esquecer nunca o princípio universal, repartido e resumido em cada homem. Olha: a guerra,
que parece uma calamidade, é uma operação conveniente, como se disséssemos o estalar dos dedos
de Humanitas; a fome (e ele chupava flosofcamente
a asa do frango), a fome é uma prova a que Humanitas submete a própria víscera. Mas eu não quero
outro documento da sublimidade do meu sistema,
senão este mesmo frango. Nutriu-se de milho, que
foi plantado por um africano, suponhamos, importado de Angola. Nasceu esse africano, cresceu, foi
vendido; um navio o trouxe, um navio construído de
madeira cortada no mato por dez ou doze homens,
levado por velas, que oito ou dez homens teceram,
sem contar a cordoalha e outras partes do aparelho
náutico. Assim, este frango, que eu almocei agora
mesmo, é o resultado de uma multidão de esforços
e lutas, executadas com o único fm de dar mate ao
meu apetite.
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro:
Civilização Brasiliense, 1975.
A filosofa de Quincas Borba - a Humanitas -contém
princípios que, conforme a explanação do personagem, consideram a cooperação entre as pessoas
uma forma de
929
Questões do ENEM
(A) lutar pelo bem da coletividade.
(B) atender a interesses pessoais.
(C) erradicar a desigualdade social.
(D) minimizar as diferenças individuais.
(E) estabelecer vínculos sociais profundos.
Texto II
As lavadeiras de Mossoró, cada uma tem sua pedra
no rio: cada pedra é herança de família, passando
de mãe a filha, de filha a neta, como vão passando
as águas no tempo [...]. A lavadeira e a pedra formam um ente especial, que se divide e se reúne ao
sabor do trabalho. Se a mulher entoa uma canção,
percebe-se que nova pedra a acompanha em surdina...
[...]
52.(ENEM 2009)
Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
ANDRADE, C. D. Contos sem propósito. Rio de Janeiro: Jornal
do Brasil, Caderno B, 17/7/1979 (fragmento).
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
[...]
O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
Com base na leitura dos textos, é possível estabelecer uma relação entre forma e conteúdo da palavra
"pedra", por meio da qual se observa
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.
(A) o emprego, em ambos os textos, do sentido conotativo da palavra "pedra".
(B) a identidade de significação, já que nos dois textos, "pedra" significa empecilho.
(C) a personificação de "pedra" que, em ambos os
textos, adquire características animadas.
(D) o predomínio, no primeiro texto, do sentido denotativo de "pedra" como matéria mineral sólida e dura.
(E) a utilização, no segundo texto, do significado de
"pedra" como dificuldade materializada por um
objeto.
Predomina no texto a função da linguagem
54. (ENEM 2009)
(A) fática, porque o autor procura testar o canal de
comunicação.
(B) metalinguística, porque há explicação do significado das expressões.
(C) conativa, uma vez que o leitor é provocado a participar de uma ação.
(D) referencial, já que são apresentadas informações sobre acontecimentos e fatos reais.
(E) poética, pois chama-se a atenção para a elaboração especial e artística da estrutura do texto.
Esta gramática, pois que gramática implica no seu
conceito o conjunto de normas com que torna consciente a organização de uma ou mais falas, esta
gramática parece estar em contradição com o meu
sentimento. É certo que não tive jamais a pretensão
de criar a Fala Brasileira. Não tem contradição. Só
quis mostrar que o meu trabalho não foi leviano, foi
sério. Se cada um fizer também das observações
e estudos pessoais a sua gramatiquinha muito que
isso facilitará pra daqui a uns cinquenta anos se salientar normas gerais, não só da fala oral transitória
e vaga, porém, de expressão literária impressa, isto
é, da estilização erudita da linguagem oral. Essa estilização é que determina a cultura civilizada sob o
ponto de vista expressivo. Linguístico.
53. (ENEM 2009)
Texto I
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra
[...]
ANDRADE, Mário. Apud PINTO, E. P. A gramatiquinha de
Mário de Andrade: texto e contexto. São Paulo: Duas Cidades:
Secretaria de Estado de Cultura, 1990 (adaptado).
ANDRADE, C. D. Reunião. Rio de Janeiro: José Olympio. 1971
(fragmento).
930
O fragmento é baseado nos originais de Mário de
Andrade destinados à elaboração de sua gramati-
Questões do ENEM
quinha. Muitos rascunhos do autor foram compilados, com base nos quais depreende-se do pensamento de Mário de Andrade que ele
(A) demonstra estar de acordo com os ideais da gramática normativa.
(B) é destituído da pretensão de representar uma linguagem próxima do falar.
(C) dá preferência à linguagem literária ao caracterizá-la como estilização erudita da linguagem oral.
(D) reconhece a importância do registro do português do Brasil ao buscar sistematizar a língua na
sua expressão oral e literária.
(E) reflete a respeito dos métodos de elaboração das
gramáticas, para que ele se torne mais sério, o
que fica claro na sugestão de que cada um se
dedique a estudos pessoais.
(A) informática e invencionática são ações que, para
o poeta, correlacionam-se: ambas têm o mesmo
valor na sua poesia.
(B) arte é criação e, como tal, consegue dar voz às
diversas maneiras que o homem encontra para
dar sentido à própria vida.
(C) a capacidade do ser humano de criar está condicionada aos processos de modernização tecnológicos.
(D) a invenção poética, para dar sentido ao desperdício, precisou se render às inovações da informática.
(E) as palavras no cotidiano estão desgastadas, por
isso à poesia resta o silêncio da não comunicabilidade.
56. (ENEM 2007)
O canto do guerreiro
55. (ENEM 2009 - SIMULADO)
O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In.
PINTO, Manuel da Costa.
Antologia comentada da poesia brasileira do século 21. São
Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.
Considerando o papel da arte poética e a leitura do
poema de Manoel de Barros, afirma-se que
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?
Gonçalves Dias.
Macunaíma
(Epílogo)
Acabou-se a história e morreu a vitória.
Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo
na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram
de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barra

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