Dimensões da Internacionalização

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Dimensões da Internacionalização
Dimensões da Internacionalização: Uma Revisão1
Raul Carlos de Mello
UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – Portugal, Candidato a PhD
Prof. da Faculdade da Cidade de Santa Luzia – FACSAL
[email protected]
Ana Paula Silva
Prof.ª Assistente na ULP, Porto e CEPESE, Research Centre, Porto, Portugal
Carlos Machado dos Santos
UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – Portugal
Recebido em 25/10/2014. Aprovado em 02/12/2014
Resumo
A internacionalização vem sendo justificada, definida e mensurada por meio de
diversas teorias, hipóteses e modelos, muitos dos quais são divergentes.
Assim, qualquer contextualização deve levar em conta as suas dimensões, pois
permitem uma possível definição. Percebe-se porém que muitos dos estudos
não incluem ou formalizam as dimensões, ou ainda, fazem-no em contexto
errôneo. Esta revisão visa uma melhor elucidação a respeito do tema e, assim,
contribuir para mitigar divergências nos resultados de futuros trabalhos
empíricos.
Palavras-chave: Internacionalização, dimensões, metodologia.
Abstract
The internationalization has been justified, defined and measured through
various theories, hypotheses and models, many of which are divergent.
Therefore, any concerned review shall take into consideration its dimensions in
so far as they allow a possible definition. Notwithstanding, many of the studies
either do not include or formalize the dimensions, or they do so in a misleading
context. This review seeks to provide a better understanding of this subject,
thereby hopefully contributing to mitigate divergences in the results of future
empirical studies.
Keywords: Internationalization, dimensions, methodology.
1. Este artigo é parte integrante do projeto de pesquisa de Doutoramento em Gestão (Convênio Luso-Brasileiro) realizado na
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – Portugal, denominado “Impacto da Internacionalização Sobre o Desempenho
Econômico e Financeiro das Empresas: Evidências Brasileiras”.
Dimensões da Internacionalização: Uma Revisão
Introdução
Os fundamentos da internacionalização vêm-se desenvolvendo desde as grandes
navegações e com o advento da globalização o interesse vem-se intensificando.
Diversos debates e estudos buscam uma melhor contextualização e identificação dos
processos envolvidos. Porém, até hoje não existe consenso sobre o tema, e
designadamente sobre as características de uma empresa internacionalizada, as quais
podem ser sintetizadas como dimensões da internacionalização. Busca-se, pois as
ainda inexistentes respostas plausíveis de uma validação comum a todos os trabalhos.
Assim, reconhecendo a existência de vários posicionamentos, esta revisão
proporciona uma visão abrangente dos conceitos difundidos sobre a dimensionalidade
da internacionalização, partindo de uma contextualização sobre o seu conceito e
definição.
Internacionalização
O termo internacionalização, no seu sentido mais amplo, pode ser definido como o ato
ou efeito de tornar comum a várias nações (Ferreira, Anjos, & Ferreira, 1999).
Contudo, quando enquadrado no meio acadêmico econômico administrativo, a
complexidade deste termo eleva-se, passando a assumir diversas conotações
conceituais (Dörrenbächer, 2000), tais como: a dimensão mais elevada do processo
contínuo das empresas (Melin, 1992); os movimentos exógenos nas operações de
uma empresa (Andersen, 1993); as questões de configuração e coordenação do
desempenho de cada atividade internacional relacionadas com a cadeia de valor
(Porter, 1986); o processo em que a empresa amplia o seu envolvimento internacional
(Johanson & Vahlne, 1977; Welch & Luostarinen, 1988); as atividades que agregam
valor no exterior e que modificam a composição acionária e interferem no
gerenciamento das empresas (Dörrenbächer, 2000).
Partindo destas considerações, é possível sintetizar a internacionalização como o
envolvimento da empresa em atividades transfronteiriças ao país em que está situada.
Este envolvimento pode: (i) estar relacionado com atividades ligadas ao comércio
internacional (importação e/ou exportação), o que segundo Ietto-Gillies (2005) constitui
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o processo mais simples, antigo e relevante da internacionalização; (ii) estar mais
envolvida por meio do Investimento Estrangeiro Direto – IED, ou seja, investimento
greenfield ou aquisições, o que segundo Dunning (1996) permite a criação ou
aquisição de ativos e deste modo torna as empresas mais transnacionais; (iii) envolver
a estrutura de capital (recursos vindos do exterior), o que, segundo Eiteman et al.
(2002), constitui a chave para uma empresa ser competitiva nos mercados globais; ou,
ainda, (iv) ter uma base na cultura organizacional, o que segundo Knight, Madsen e
Servais (2004), permite uma maior habilidade para perseguir e dominar as
oportunidades.
Esta complexa situação, pode ser simplificada ao aplicarem-se as ideias de Aharoni
(1971), que considera a existência de três dimensões para a definição de
multinacionais: (i) o desempenho, que emprega critérios de vendas, valor dos ativos e
número de empregados associados às posições no exterior; (ii) a dimensão estrutural,
que leva em consideração o número de países em que a empresa opera, a estrutura
organizacional, ou ainda, a nacionalidade dos executivos da alta direção; e por último,
(iii) a dimensão comportamental, que tem como base a cultura empresarial em relação
à internacionalização.
Observa-se que as dimensões ao agruparem as características da internacionalização,
facilitam o seu entendimento e permitem a sua melhor definição. Assim, com base nas
ideias de Aharoni (1971), o conceito de internacionalização aplica-se quando uma
empresa for caracterizada pelas suas dimensões, ou seja, obtiver agregação de valor
econômico, cultural ou relacionar gastos em atividades exteriores ao seu país de
origem.
Dimensões da internacionalização
O termo dimensionalidade refere-se a uma classe de atributos específica do construto
ou conceito, ou seja, está relacionado com as características de um objeto (Hair,
Black, Babin, Anderson, & Tatham, 2007; Rossiter, 2002) e vem sendo empregue em
diversos estudos acadêmicos relacionados com a identificação do nível de
internacionalização, o que exige definições rigorosas (Cooper & Schindler, 2011).
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Verifica-se que a dimensionalidade pode ter uma conotação dualística, ou seja, um
construto pode ser definido pela sua dimensão objetiva, mas ser percebido de maneira
distinta desta definição pela sua dimensão subjetiva (Hair et al., 2007). Uma empresa
pode ser percebida como nacional por não ter nenhuma atividade no exterior
(dimensão objetiva estrutural); por seu turno, será percebida como internacionalizada
caso tenha executivos vindos do exterior no seu quadro de funcionários, ou empregue
normas contabilísticas internacionais não aplicadas no país de origem (dimensão
subjetiva comportamental).
Outra questão levantada se relaciona com o número de itens empregues para
mensurar uma determinada dimensão (Cooper & Schindler, 2011). Neste caso, ao
tentar-se identificar o nível de internacionalização de empresas exportadoras, uma
única variável poderia ser empregue para identificar a dimensão desempenho, tal
como o valor das exportações em relação ao valor das receitas totais. Porém, caso a
empresa possua filiais no exterior, esta dimensão deverá incluir uma nova variávelvendas por filial em relação às vendas totais no exterior, caso seja aceite em teoria
que empresas com filiais são mais internacionalizadas.
Observa-se ainda a necessidade de identificar o número de dimensões que podem
representar um construto – unidimensionalidade ou multidimensionalidade, pois a
unidimensionalidade leva em consideração um único traço latente e subjacente aos
dados, o que caracteriza sua importância e ao mesmo tempo sua condição crítica
(Hattie, 1985). Já a multidimensionalidade é identificada na pluralidade de suas
características para distinguir um objeto, ou seja, existe mais de um caminho para
classificar o objeto (Wright & Budin, 1997). No meio académico empresarial é difícil
encontrar construtos unidimensionais. A internacionalização não é exceção, conforme
descrevem todas as suas teorias.
Apesar do conceito de dimensionalidade ser extremamente simples, classificar os
atributos é um passo muito complexo, tendo em vista que as dimensões podem variar
de acordo com as regras do construto, ou seja, com a teoria ou modelos em que está
inserido (Rossiter, 2002).
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Sintetiza-se, deste modo, a importância da identificação das dimensões de um
construto, tendo em vista que as dimensões representam em terminologia matemática,
o domínio do construto.
Partindo, assim, para o contexto da internacionalização de empresas, a maioria dos
estudos iniciais atribuiu-lhe a unidimensionalidade (Buckley, Dunning, & Pearce, 1978;
Collins, 1990; Horst, 1972; Hughes, Logue, & Sweeney, 1975; Kumar, 1984; Michel &
Shaked, 1986; Rugman, Lecraw, & Booth, 1985; Siddharthan & Lall, 1982; Vernon,
1971) e somente após os estudos de Sullivan (1994, 1996) percebe-se a aceitação da
multimensionalidade (Barcellos, Cyrino, Oliveira Junior, & Fleury, 2010; Christophe &
Lee, 2005; Contractor, Kundu, & Hsu, 2003; Hassel, Hopner, Kurdelbusch, Rehder, &
Zugehor, 2000; Honório, 2009; Ietto-Gillies, 1998, 2005; Kwon & Hu, 1995; RiahiBelkaoui, 1999, 2002; Sanders & Carpenter, 1998; Tallman & Li, 1996; Unctad, 1995),
o que é totalmente coerente com as diversas teorias da internacionalização.
Entretanto, apesar desta aceitação, percebe-se ainda uma divergência quantitativa, ou
seja, quantas dimensões existem? Hassel et al. (2000) afirmam a existência de duas
dimensões para a internacionalização: a real e a financeira. Sullivan (1994, 1996) e
Dörrenbächer (2000) concordam em três dimensões: a estrutura, o desempenho e a
atitude. Kutschker e Baurle (1997) argumentam a existência de quatro dimensões: o
número e a distância geográfica cultural, o valor agregado, a integração e o tempo.
Welch e Luostarinen (1988) defendem um total de seis dimensões para a
internacionalização, sendo elas: os métodos operacionais no exterior, os objetos de
vendas, o mercado alvo, a estrutura organizacional, as pessoas, e a dimensão
financeira.
Internacionalização em duas dimensões
Os estudos de Hassel et al. (2000; 2003) contextualizam e mostram empiricamente a
internacionalização sob a forma de duas dimensões: a produção e a governança
corporativa. Para estes autores, a dimensão real corresponde às atividades no exterior
relacionadas com a produção, podendo ser expressa por meio dos percentuais das
vendas, dos ativos e do número de empregados com atividades no exterior em relação
aos totais da empresa. Por seu turno, a dimensão financeira corresponde às
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atividades relacionadas com o mercado de capital internacional e, segundo os autores,
pode ser expressa por meio do endividamento das subsidiárias, do percentual do
capital estrangeiro em relação ao percentual de todo o capital próprio da empresa, e
do uso das normas contabilísticas internacionais.
Outro ponto importante a destacar do estudo de Hassel et al. (2000, 2003) é
inexistência da covariância entre as dimensões sugeridas. Este condicionante,
para os autores, está relacionado com o fator motivacional, ou seja, a
internacionalização
financeira
não
segue
os
mesmos
motivos
da
internacionalização real.
Internacionalização em três dimensões
As três dimensões propostas por Sullivan (1994, 1996) - desempenho, estrutura, e
atitudes, seguem a proposição de Aharoni (1971) e foram contextualizadas em vários
estudos sobre a mensuração da internacionalização.
Com relação à dimensão desempenho, Sullivan (1994) associa-a a condicionantes de
resultados que ocorrem no exterior e utiliza como base as ideias de Vernon (1971).
Dörrenbächer (2000) apresenta uma melhor elucidação ao esclarecer que esta
dimensão está associada ao sucesso ou fracasso das atividades internacionais de
uma empresa para um determinado período de tempo e cita como variáveis
mensuráveis o volume de vendas e as receitas operacionais.
A dimensão estrutura relaciona-se com os recursos no exterior (Sullivan, 1994) e tem
como ponto de partida as ideias de Stopford e Wells (1972). Esta dimensão está
associada à imagem do entrelaçamento internacional em que a empresa está inserida
e pode ser mensurada pelo número de países em que a organização possui atividades
e a quantidade ou proporção de ativos no exterior (Dörrenbächer, 2000).
Já a dimensionalidade atitude é associada às orientações estratégicas internacionais
dos executivos da alta direção (Sullivan, 1994). Tem como ponto de partida as ideias
de Perlmutter (1969) e, segundo Dörrenbächer (2000), esta dimensão está associada
à forma como as multinacionais vêm um determinado país e às relações com as suas
filiais localizadas nesse país. O foco incide geralmente no processo gerencial, em
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como as decisões são tomadas ou como os altos executivos pensam a respeito dos
negócios internacionais.
Internacionalização em quatro dimensões
Com uma visão estritamente focada em processos estratégicos, Kutschker e Bäuler
(1997), apresentam a internacionalização em quatro dimensões - três estáticas e uma
dinâmica, descritas com as seguintes taxionomias: número e distância geográfica
cultural, valor agregado, integração e tempo. Para estes autores, apesar das três
primeiras dimensões já se encontrarem consolidadas por diversas pesquisas, não
representam a integralidade do conceito de internacionalização, exigindo a
necessidade de uma quarta dimensão – o tempo.
A dimensão número e distância geográfica cultural pode ser interpretada sob duas
perspectivas, uma objetiva e outra subjetiva. A primeira relaciona-se com a quantidade
de países em que uma empresa atua e quanto maior este número, maior será o nível
de internacionalização da empresa. A segunda perspectiva relaciona-se com a
distância cultural, sendo que as empresas com atuação em países com culturas bem
divergentes são consideradas mais internacionalizadas.
A dimensão valor agregado relaciona-se com as atividades internacionais de compras,
vendas, pesquisa e desenvolvimento, produção e logística: quanto maior o valor
destas variáveis, mais a empresa está internacionalizada. No caso específico das
exportações, o custo de transação é computado, criando uma ponderação virtual em
relação à venda por meio das subsidiárias e da produção local, as quais não levam em
consideração os custos da matéria-prima.
A combinação destas duas primeiras dimensões – número e distância geográfica
cultural, e valor agregado, cria uma matriz que permite retratar a atuação da empresa
numa região específica e, consequentemente, delinear a perceção da internalização.
A terceira dimensão, ou seja, a integração, envolve quatro premissas: (i) a integração
eleva-se com a intensidade do fluxo de recursos; (ii) como efeito da integração,
aumenta a participação de pessoas envolvidas; (iii) um conjunto comum de
conhecimento pode evoluir para um conjunto de orientações, as quais fomentam uma
maior integração; (iv) quanto maior a flexibilidade da infraestrutura maior a integração,
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já que a padronização dos sistemas gerenciais e da tecnologia de informação, o uso
de técnicas e produção paralela no mercado interno e externo criam condicionantes
para intercambiar a produção (Kutschker & Bäurle, 1997).
Para Kutschker e Bäurle (1997), os aspetos dinâmicos têm sido negligenciados na
literatura sobre internacionalização de empresas e, partindo deste pressuposto,
propõem a quarta dimensão da internacionalização – o tempo, que poderá ser
mensurado por meio do potencial de internacionalização.
Internacionalização em seis dimensões
Com um foco bem mais abrangente, Welch e Luostarinen (1988), estabelecem seis
dimensões para a internacionalização: os métodos operacionais no exterior, os objetos
de vendas, o mercado alvo, a estrutura organizacional, as pessoas, e a dimensão
financeira.
A dimensão métodos operacionais no exterior caracteriza-se pelos diversos métodos
que uma empresa pode empregar para a sua internacionalização: exportação direta,
exportação por agentes, exportação por subsidiárias, licenciamento, franquias ou
produção no exterior. A intensificação da internacionalização acarreta uma mudança
do método empregue, e Welch e Luostarinen (1988) citam os estudos da escola
nórdica como suporte para o seguinte padrão típico: nenhuma internacionalização,
exportação via agentes, vendas por meio de subsidiárias, e produção pela subsidiária.
Quando uma empresa internacionaliza ou amplia seu envolvimento, segundo Welch e
Luostarinen
(1988),
ela
deve
dimensionar-se
com
relação
ao
que
será
internacionalizado, ou seja, o produto ou serviço oferecido – objetos de vendas.
Segundo estes autores, existe também uma tendência de diversificação com o
aprofundamento da internacionalização, que pode ocorrer pela expansão da linha de
produtos ou pela agregação de serviços, know how, tecnologias ou uma combinação
destas.
Ao optar pela internacionalização uma empresa deve escolher em que mercado
atuará; deste modo, a dimensão mercado alvo relaciona-se com a distância física, e
com questões políticas, culturais e econômicas do país de atuação (Welch &
Luostarinen, 1988).
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A estrutura organizacional é a dimensão relacionada com a necessidade de adaptação
da estrutura da empresa, formal e informal, aos novos processos exigidos pela
internacionalização. Constituem exemplos elucidativos a criação do departamento de
exportação ou de uma divisão de internacionalização, ou ainda a adaptação de um
determinado setor em consequência de uma característica própria de um determinado
país, tal como o setor contabilístico.
A dimensão pessoal é caracterizada pela habilidade dos integrantes envolvidos com a
internacionalização, relacionando-se assim com o compromisso, a formação e a
experiência (Welch & Luostarinen, 1988).
Finalizando, a dimensão financeira tem que ver com os recursos empregues pelas
empresas e, segundo os autores, quanto maior a internacionalização maior a
necessidade de recursos e do aprimoramento de técnicas para a sua obtenção.
Síntese e considerações finais
A internacionalização afigura-se claramente como um processo multidimensional,
sendo que as próprias teorias já a definem em duas macro dimensões: a econômica, e
a administrativa-comportamental. Contudo, percebe-se a inexistência de um consenso
em relação à sua qualificação e quantificação nos diversos estudos empíricos
analisados – 44 no total.
Nos trabalhos relacionados com as dimensões descritas, somente a proposição de
Sullivan (1994) apresentou repercussão de considerável influência (Tabela 1 – Anexo).
Ainda assim, mesmo após a sua publicação, verificou-se, que somente 16,67% dos
estudos empíricos analisados empregaram as três dimensões propostas por Aharoni
(1971), apesar de 70,83% fazerem a sua citação, o que pode indicar uma falta de
consenso em relação a estas dimensionalidades ou falta de acesso aos atributos de
mensuração da dimensão.
A Tabela 2 demonstra o predomínio no uso de variáveis relacionadas com as
dimensões estrutura (52,63%) e desempenho (40%). As variáveis relacionadas com a
dimensão administrativa tiveram uma pífia participação de 7,37%, o que pode
caracterizar a afirmação de Hassel et al. (2003) de que nem todas as dimensões da
internacionalização podem estar relacionadas na identificação do seu nível. Pode-se
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ainda argumentar que este desnivelamento caracteriza a internalização de duas
dimensões no conceito de internacionalização das empresas – desempenho e
estrutura, pois, segundo Cooper e Schindler (2011), um conceito é um conjunto
geralmente aceite das dimensões associadas a um objeto e, nos casos mais recentes
estudados se percebe uma vincada tendência para se aceitar as referidas duas
dimensões.
Tabela 2: Utilização dos atributos nas pesquisas analisadas
Atributo
Simples
Atributo
Múltiplo
Dimensão Estrutura
Total
52,63%
Ativos no exterior
Escritórios no exterior
Empregados no exterior
Subsidiárias no exterior
Dispersão
Listagem no exterior
Produtos no exterior
Capital do exterior
Tipo de atividade no exterior
Dimensão Desempenho
2
0
1
0
0
0
0
0
0
12
2
6
6
11
2
1
2
2
17
2
7
6
11
2
1
2
2
40%
Vendas no exterior
Receitas no exterior
Vendas
Impostos
Dimensão Administrativa
19
0
0
1
15
2
1
0
34
2
1
1
7,37%
Orientação Internacional
Normas contábeis
Pesquisa e desenvolvimento
0
0
0
5
1
1
5
1
1
Fonte: Próprio autor.
Outro fator importante a ser observado relaciona-se com a existência de fatores
interdimensionais. Ao analisarem uma das técnicas mais utilizadas na atualidade com
relação à identificação dos níveis de internacionalização das empresas - a criação de
um índice a partir das várias dimensões – Ramaswamy et al. (1996) descrevem que
neste processo existe um efeito implícito de compensação entre as dimensões. Este
efeito pode ser observado no trabalho apresentado por Sullivan (1994), onde a
internacionalização é conceitualizada na forma matemática, como a soma de todas as
suas dimensões, ou seja:
Internacionalização= Dimensão Estrutura+Dimensão Desempenho+Dimensão Atitude
(1)
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O uso do processo da soma entre as dimensões conceitualiza a internacionalização
como um processo de valores dimensionais intercambiáveis, ou seja, as inter-relações
entre as dimensões podem proporcionar resultados incoerentes. No processo proposto
por Sullivan (1994), esta característica pode ser percebida em casos específicos, nos
quais os resultados podem não representar a relação de dependência de uma
dimensão em relação à outra. Considerando o exemplo da Tabela 3, a empresa United
Technologies, comparativamente com a empresa Sara Lee, obteve resultado maior na
dimensão desempenho e menor na dimensão estrutura. De acordo com a proposição
elaborada por Sullivan (1994), os níveis de internacionalização destas duas empresas
seriam os mesmos, o que resulta de uma capacidade compensatória entre as
dimensões que, neste caso específico, encobre o maior envolvimento estrutural no
exterior da empresa Sara Lee.
Tabela 3: Efeito compensação interdimensionais
Dimensões
Empresa
United Technologies
Sara Lee
Internacionalização
Estrutura
Desempenho
Administrativa
0,93
0,99
0,33
0,27
0,00
0,00
1,26
1,26
Fonte: Ramaswamy et al. (1996, p. 169).
Um maior volume nas exportações de uma empresa pode compensar um maior
investimento direto no exterior de outra empresa? Segundo o modelo de Uppsala
(Johanson & Wiedersheim‐Paul, 1975) ou o modelo da internacionalização com base
no ciclo do produto (Vernon, 1966), este condicionante não ocorre, ou seja, as
empresas com maior investimento em estrutura no exterior são as mais
internacionalizadas. Percebe-se assim que o índice gerado não é coerente com os
conceitos, ou melhor, não permite representar o valor real de cada uma das
dimensões.
Finalizando, esta revisão visou proporcionar um melhor entendimento das dimensões
da internacionalização, pois é notória a inexistência de um consenso em estabelecer
quantas e quais as dimensões da internacionalização, o que pode levar a uma
distorção do conceito, tendo em vista que as dimensões caracterizam o objeto.
Ressalta-se que “para se entender e comunicar informações sobre um objeto e fato,
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deve haver um senso comum sobre como fazer isso. Os conceitos servem a esses
propósitos” (Cooper & Schindler, 2011, p. 57). A falta deste consenso segundo Cooper
e Schindler (2011), induz a confusão sobre o significado do conceito e pode destruir o
valor do estudo de uma pesquisa sem que o pesquisador perceba, ou ainda, segundo
Girardi Junior (2007), pode conduzir à apropriação incontrolada de um construto ou
conceito e, deste modo, evitar o avanço de uma pesquisa. Sinaliza-se assim que os
estudos sobre a internacionalização podem estar a tomar rumos indesejáveis, por não
compreenderem ou por não possuirem a disponibilidade de dados das dimensões
relacionadas com as teorias existentes.
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Dimensões da Internacionalização: Uma Revisão
Anexo: Tabela 1
Tabela 1 – Dimensões analisadas
Estudo
Vernon (1971)
Horts (1972)
Hugles, Logue
e Sweeny
(1975)
Buckley,
Dunning e
Pearce (1978)
Siddharthan e
Lall (1982)
Kumar (1984)
Errunza e
Senbet (1984)
Yoshihara
(1984) (1985)
Rugman,
Lecraw e Boot
(1985)
Shaked (1986)
Michel e
Shaked (1986)
Grant (1987)
Bühner (1987)
Grant, Jammine
e Thomas
(1988)
Daniels e
Bracker (1989)
Geringer,
Beamish e
daCosta (1989)
Kim (1989)
Collins (1990)
Ramaswamy
(1993)
Variáveis
Empregues
Dimensões
Dimensões de
de Hassel et
Sullivan (1994)
al. (2003)
Dimensões de
Kutschker e
Bäuler (1997)
Dimensões de Welch e
Luostarinen (1988)
FSTS
FSTS
Real(1)
Real(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
Financeira(1)
FSTS
Real(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
FSTS
Real(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
FSTS
Real(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
FSTS
Real(1)
Financeira(1)
FSTS, OSTS, PDIO, FSA
Real(4)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Valor Agregado(2),
Desempenho(2), Nº e Distância
Estrutura(2),
Geográfica
Cultural(2)
FSTS
Real(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
FSTS
Real(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
FSTS
Real(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
FSTS
Real(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
FSTS
FSTS
Real (1)
Real (1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
Financeira(1)
FSTS
Real (1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
FSTS, FATA
Real (2)
Desempenho(1),
Valor Agregado(2)
Estrutura(1)
Financeira(2)
FSTS
Real (1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
FETE
FSTS
Real (1)
Real (1)
Estrutura(1)
Integração(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Pessoal(1)
Financeira(1)
FATA
Real (1)
FSTS, FATA, OSTS, PDIO,
Sullivan (1994)
TMIE
Real (5)
Unctad (1995)
FSTS, FATA, FETE
Real(3)
Kwon e Hu
(1995)
Nº de anos de experiência em
atividades internacionais,
Nº de países em que atua,
Nº de produtos com atuação
Real(3)
Estrutura(1)
Valor Agregado(1)
Financeira (3),
Mercado Alvo(1)
Financeira(1)
Valor Agregado(2),
Estrutura(3), Tempo(1),
Nº
Financeira(3), Mercado
Desempenho(1),
e Distância
Alvo(1), Pessoal(1)
Atitude(1)
Geográfica
Cultural(1)
Desempenho(1), Valor Agregado(2),
Financeira(2),
Estrutura (2)
Integração(1)
Pessoal(1)
Atitude(1),
Tempo(1),
Pessoal(1), Mercado
Estrutura(2)
Nº e Distância
Alvo(1), Objetos de
Geográfica
Venda(1)
Cultural(2)
50 – 69 ∙ jan./dez. 2014 ∙ n. 1 ∙ v. 3∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 67
Dimensões da Internacionalização: Uma Revisão
Estudo
Variáveis
Empregues
Dimensões
Dimensões de
de Hassel et
Sullivan (1994)
al. (2003)
Dimensões de
Kutschker e
Bäuler (1997)
Dimensões de Welch e
Luostarinen (1988)
Valor Agregado(1),
Nº e Distância
Geográfica
Cultural(1)
Financeira(1),
Mercado Alvo(1)
no mercado mundial
Tallman e Li
(1996)
FSTS, Nº de países em que
atua
Real(2)
Desempenho(1),
Estrutura(1)
Dunning (1996)
FATA, FETE e percentuais
das despesas em P & D
Real(3)
Estrutura(3)
Hitt, Hoskisson Baseado no peso das vendas
e Kim (1997)
externas
Divisão do número de países
estrangeiros em que a
empresa possui filiais pelo
Ietto-Gillies
número total de países em que
(1998)
tenham ocorrido atividades de
IED, menos um, FSTS, FATA,
FETE
Sander e
Carpenter
(1998)
Riahi-Belkaoui
(1999)
Geringer,
Tallman e
Olsen (2000)
Hassel et al.
(2000)
Financeira(1),
Valor Agregado(1),
Pessoal(1), Estrutura
Integração(2)
Organizacional(1)
Real(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
Real(4)
Nº e Distância
Geográfica
Estrutura(3),
Cultural(1), Valor
Desempenho(1)
Agregado(2),
Integração(1)
Estrutura
Organizacional(1),
Financeira(2),
Pessoal(1)
FSTS, FATA, OSTS
Real(3)
Desempenho(1),
Estrutura(2)
Desempenho(2),
Nº e Distância
Geográfica
Cultural(1)
Financeira(2),
Mercado Alvo(1)
FATA, FRTR
Real(2)
Estrutura(1),
Valor Agregado(2)
Desempenho(1)
Financeira(2)
FSTS
Real(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
Capital estrangeiro como
Valor Agregado(2),
Financeira(3),
percentual do capital total,
Desempenho(2), Integração(3),
Estrutura
FSE, Tipo de normas
Real(3),
Estrutura(2),
Nº e Distância
Organizacional(1),
contábeis, FSTS, FETE, Três Financeira(3)
Atitude(2)
Geográfica
Pessoal(1), Métodos
grupos de dispersão
Cultural(1)
Operacionais(1)
geográfica
Kwok e Reeb
(2000)
FATA
Real(1)
Estrutura(1)
Valor Agregado(1)
Financeira(1)
Chkir e Cosset
(2001)
Impostos pagos no exterior
em relação aos impostos
totais
ReaL(1)
Estrutura(1)
Nº e Distância
Geográfica
Cultural(1)
Financeiro(1)
Riahi-Belkaoui
(2002)
FSTS, FPTP, FATA
Real(3)
Estrutura(1),
Valor Agregado(3)
Desempenho(2)
Estrutura
Organizacional(1),
Financeiro(2)
Ruigrok e
Wagner (2003)
FSTS
Real(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
Contractor,
Kundu e Hsu
(2003)
FSTS, FETE, FOTO
Lu e Beamich Nº de subsidiárias no exterior,
(2004)
Nº de países com subsidiárias
Christophe e
Lee (2005)
FSTS, FATA, OSTS, PDIO,
TMIE
Real(3)
Real(2)
Real(5)
Valor Agregado(1),
Integração(1),
Financeira(1),
Desempenho(1),
Nº e Distância
Pessoal(1), Mercado
Estrutura(2),
Geográfica
Alvo(1)
Cultural(1)
Nº e Distância
Estrutura(2)
Geográfica
Mercado Alvo(2)
Cultural(2)
Desempenho(1), Valor Agregado(1), Financeira(2), Mercado
Estrutura(3),
Nº e Distância
Alvo(2), Pessoal(1)
Atitude(1)
Geográfica
Cultural(2),
Tempo(1)
50 – 69 ∙ jan./dez. 2014 ∙ n. 1 ∙ v. 3∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 68
Dimensões da Internacionalização: Uma Revisão
Estudo
Variáveis
Empregues
Li (2005)
FSTS
Forte e Sette FSTS, FOTO, OSTS, PDIO,
Junior (2006)
TMIE
Pangarkar
(2008)
Dispersão das vendas pelas
regiões geográficas
Honório (2009)
FSTS, PDIO
Barcellos,
FRTR, FATA, FETE, TMIO,
Cyrino,
PSWVR, Atividades, PDIO,
Oliveira Junior Experiência internacional,
e Fleury (2010)
FSE
FSTS, FATA, Nº de países
Lin, Liu e
com subsidiárias em relação
Cheng (2011)
ao maior nº de países
representados na amostra
Chiang e Wang
(2011)
FSTS, FATA
Dimensões
Dimensões de
de Hassel et
Sullivan (1994)
al. (2003)
Dimensões de
Kutschker e
Bäuler (1997)
Dimensões de Welch e
Luostarinen (1988)
Real(1)
Desempenho(1) Valor Agregado(1)
Financeira(1)
Valor Agregado(1),
Desempenho(1), Nº e Distância
Financeira(2), Mercado
Real(5)
Estrutura(3),
Geográfica
Alvo(2), Pessoal(1)
Atitude(1)
Cultural(3),
Tempo(1)
Nº e Distância
Real(1)
Estrutura(1)
Geográfica
Mercado Alvo(1)
Cultural(1)
Nº e Distância
Estrutura(1), Geográfica Cultural Mercado Alvo(1),
Real(2)
Desempenho(1)
(1), Valor
Financeiro (1)
Agregado(1)
Nº e Distância
Financeira(3),
Geográfica
Pessoal(3), Estrutura
Estrutura(6),
Real(7),
Cultural(1), Valor
Organizacional(1),
Desempenho(1),
Financeira(2)
Agregado(2),
Mercado Alvo(1),
Atitude(2)
Intergração(4),
Métodos
Tempo(2)
Operacionais(1)
Valor Agregado(2),
Financeira(1),
Estrutura(2),
Nº e Distância
Estrutura
Real(1)
Desempenho(1)
Geográfica
Organizacional(1),
Cultural(1)
Mercado Alvo(1)
Financeira(1),
Desempenho(1),
Real(1)
Valor Agregado(2)
Estrutura
Estrutura(1)
Organizacional(1)
Fonte: Próprio autor.
Legenda: FATA: Proporção dos ativos no exterior em relação aos ativos totais; FETE: Proporção do nº de empregados no
exterior em relação ao nº de empregados totais; FOTO: Proporção do nº de escritórios no exterior em relação ao nº de
escritórios totais; FRTR: Proporção das receitas externas em relação às receitas totais; FSTS: Proporção de vendas
externas em relação às vendas totais; FSA: Valor monetário das vendas no exterior; OSTS: Proporção das Subsidiárias no
exterior em relação ao total de subsidiárias; PDIO: Dispersão física das operações internacionais; TMIE: Experiência
internacional dos executivos. FSE: Listagem no mercado de capitais do exterior; PSWVR Percentual de ações com
direito a votos no exterior; FPTP: Proporção dos lucros no exterior em relação aos lucros totais.
50 – 69 ∙ jan./dez. 2014 ∙ n. 1 ∙ v. 3∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙ 69

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