Tumor Rabdóide Teratóide Atípico
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Tumor Rabdóide Teratóide Atípico
Este encarte é parte integrante da edição de nº 298 do Jornal da Imagem Reunião do Clube Roentgen Abril de 2003 Escola Responsável: Med Imagem Coordenador: Dr. Douglas J. Racy São Paulo, junho de 2003 Caderno Dois Dra. Flávia Mendes Oliveira Freitas Tumor Rabdóide Teratóide Atípico História Clínica Criança 3 anos com letargia e aumento do perímetro cefálico. Diagnóstico Tumor Rabdóide Teratóide Atípico. Discussão O TRTA é uma neoplasia rara da infância que tipicamente acomete os rins e representam uma variante sarcomatosa do Tumor de Wilms. O TRTA extrarenal já descrito na região paravertebral, pulmão, coração, pélvis e trato reprodutor. O TRTA do sistema nervoso central é usualmente encontrado em crianças abaixo de dois anos, que apresentam letargia, sinais e sintomas de aumento da pressão intracraniana. e distúrbios visuais. A disseminação liquórica é comum e o prognóstico é ruim, com a maioria dos pacientes evoluindo à óbito em 12 meses após o diagnóstico. Tem sido reportado tumores supratentoriais e da fossa posterior, sendo o cerebelo a localização mais freqüente. A origem desse tumor é desconhecida. A Histologia convencional demonstra uma aparência “rabdóide” do tumor, mas não é vista diferenciação histoquímica de ultraestrutura miogênica, indicando que o mesmo não está relacionado nem ao tumos de Wilms e nem ao Rabdomiossarcoma. A associação do meduloblastoma, pineoblastoma, PNET, meduloepitelioma (todos primitivos, de origem embriológica), e astrocitoma maligno subependimário de células gigantes com tumor rabdóide renal maligno tem sido descrito. Características da Neuroimagem A tomografia computadorizada demonstra processo expansivo predominantemente hipodenso, com focos esparsos e tênues de calcificação. Podem ser encontrados no cerebelo, hemisfério cerebral e intraventricular. As massas são lobuladas e podem estar associadas a extenso edema peritumoral, quando localizado no parênquima cerebral. Intensa captação pelo meio de contraste foi demonstrada. A ressonância magnética demonstra massa heterogênea, que freqüentemente é isointensa a substância cinzenta nas imagens ponderadas em T1 e T2. Pequenos cistos e necrose estão presentes, com realce heterogêneo após a administração do gadolíneo. Disseminação para o espaço subaracnóide é freqüentemente encontrada no momento do diagnóstico ou nos exames de controle. O diagnóstico diferencial inclui vários tumores como, por exemplo, o Neuroectodérmico primitivo, ependimoma e teratoma no compartimento supra-tentorial, e com meduloblastoma no infra-tentorial. Os achados de imagem são incapazes de fazer o diagnóstico diferencial entre PNET e tumor rabdóide. Figura 1: TC sem contraste visualizando a hiperdensidade espontânea da lesão com imagens microcísticas distribuídas perifericamente. Figura 2: RM sagital T1 prégadolínio. Processo expansivo com crescimento para o interior do IV ventrículo que encontra-se alargado. Figura 3: RM axial T2 demonstrando a isointensidade da porção sólida da lesão em relação ao tecido cerebelar. Figura 4: RM axial T1 pós gadolínio, mostra impregnação heterogênea da lesão. Figura 5: RM axial difusão. Referências Bibliográficas 1. D. Reinhardt, J. Behnke-Mursch, E. Weiß, H. -J. Christen, J. Kühl, M. Lakomek, A. Pekrun. Rhabdoid tumors of the central nervous system. Child’s Nervous System, Volume 16, Number 4 (April 28, 2000), pp. 0228-0234. 2. P. Ongolo-Zogo, P. Thiesse, E. Bouffet, D. Ranchere-Vince, J. P. Chappuis, M. Brunat-Mentigny. Rhabdoid tumor of the kidney associated with a tumor of the posterior fossa. European Radiology, Volume 8, Number 2 (February 25, 1998), pp. 259-261. 3. Roger Packer, Jaclyn Biegel, Susan Figura 6: TC pós operatório mostrando cavidade cirúrgica. Blaney, Jonathan Finlay, J. Russell Geyer, Richard Heideman, Joanne Hilden, Anna Janss, Larry Kun, Gilbert Vezina, Lucy Rorke, Malcolm Smith. Atypical Teratoid/ Rhabdoid Tumor of the Central Nervous System: Report on Workshop. Journal of Pediatric Hematology/Oncology, Volume 24, Number 5 (Jun-Jul 2002), pp. 337-342. 2 Caderno Dois São Paulo, junho de 2003 Neurofibroma plexiforme, displasia do esfenóide e meningocele esfeno-orbitária em paciente com neurofibromatose Dr. Océlio Cartaxo Filho História Clínica Paciente do sexo feminino, branca, 25 anos, natural do estado da Bahia com história clínica de proptose ocular direita desde o nascimento com piora nos últimos meses. Refere ainda amaurose à direita e baixa estatura. Diagnóstico Neurofibroma plexiforme, displasia do esfenóide e meningocele esfeno-orbitária em paciente com neurofibromatose. Figuras 1 e 2: RM seqüências axiais STIR e T1 FAT pós gadolínio demonstrando a meningocele esfenoorbitária e massa na região palpebral direita, com extensão intra-orbitária extra-conal correspondendo ao neurofibroma plexiforme. Hemorragia vítrea por deslocamento de retina. Figura 3: RM seqüência coronal T1 FAT pós gadolínio evidenciando o neurofibroma plexiforme na órbita direita. Discussão A neurofibromatose não é uma entidade única, mas sim, representante de um grupo heterogêneo de doenças. Classicamente é dividida em dois tipos: neurofibromatose tipo I (doença de von recklinghausem) e neurofibromatose tipo II (schwanoma acústico bilateral). A neurofibromatose tipo I (NF1) é a facomatose mais comum e representa cerca de 90% dos casos de neurofibromatose. A NF1 é a desordem autossômica dominante mais prevalecente do sistema nervoso central com cerca de uma pessoa acometida para cada 3000 à 5000 pessoas na população geral. A NF1 foi descrita inicialmente por von recklinghausem em 1882. O locus genético está no braço longo do cromossomo 17 que contém genes supressores tumorais, os quais estão inativos no portadores dessa enfermidade, o que explica a predisposição para o surgimento de neoplasias nestes pacientes. O critério para o diagnóstico de NF1 baseia-se na composição de dois ou mais achados, são eles: seis ou mais manchas café com leite maiores que 5mm; dois ou mais neurofibromas de qualquer tipo ou um neurofibroma plexiforme; glioma óptico; sardas em áreas da axila ou inquinal; dois ou mais nódulos de LISCH (hamartomas pigmentados da íris); lesão óssea distinta como displasia de esfenóide e espessamento da cortical de osso longo. Os neurofibromas plexiformes são marcas registradas da NF1, sendo encontrados em aproximadamente um terço dos pacientes. São lesões congênitas localmente agressivas, compostas por cordões tortuosos de células de schwann, neurônios e colágeno numa matriz intra celular desorganizada. Os neurofibromas plexiformes apresentam-se como massa no trajeto axial dos nervos, caracteristicamente não encapsulados com tendência a infiltrar e Figuras 5 e 6: TC axial e coronal sem contraste Figura 4: RM seqüência mostrando displasia do esfenóide e alargamento do coronal T1 pós gadolínio forame oval direito (extensão perineural da lesão). demonstrando extensão da lesão para o espaço mastigador através da fossa ptérigo-palatina. Figura 7: US do olho direito demonstrando descolamento da retina associado a imagem cística em seu aspecto mais anterior (relacionado a descolamento crônico). Não se evidencia lesão expansiva intra-ocular. separar os fascículos normais do nervo, produzindo uma aparência fusiforme. Costumam progredir ao longo do nervo de origem com acometimento intra-craniano. Os neurofibromas plexiformes da cabeça e pescoço mais comumente acometem a órbita (primeira divisão do nervo trigêmeo), onde atuam como massas causando obstáculo aos movimentos oculares e exoftalmia. Estão freqüentemente associados à displasia da asa do esfenóide e cisto aracnóide da fossa craniana média ou proeminência do espaço sub-aracnóide. Freqüentemente, há extensão posterior envolvendo o seio cavernoso. Os neurofibromas plexiformes podem apresentar degeneração sarcomatosa em 5 a 15% dos pacientes com NF1. Na RM e TC os neurofibromas plexiformes podem ocorrer em qualquer lugar, mas aparecem como massas mais comumente na região do ápice orbitário e fissura orbitária superior. Eles apresentam baixa atenuação na TC e geralmente não apresentam realce após a administração do contraste intravenoso. Na RM as massas são heterogêneas, apresentando baixo sinal comparado ao cérebro nas imagens ponderadas em T1 e alto sinal nas ponderações T2. A impregnação após o contraste paramagnético é variável, embora uma pequena porção do tumor freqüentemente sofra impregnação. Cinco a dez por cento dos pacientes com neurofibromas plexiformes apresentam proptose do globo ocular por causa da deiscência e displasia do osso esfenóide. A displasia do esfenóide é um dos seis critérios diagnósticos da NF1 afetando a grande ou pequena asa, bem como todo o corpo do esfenóide. A asa maior e freqüentemente a asa menor não desenvolvem normalmente e têm defeito de ossificação. Isto fornece a aparência característica de órbita vazia na radiografia simples. A maioria das cefaloceles ocorre como anomalia isolada não associadas com síndromes, sendo as principais representantes desse grupo classificadas de acordo com o local do defeito craniano, através do qual a herniação ocorre. As principais cefaloceles são occipito-cervical, occipital, parietal, lateral, inter-frontal, temporal, fronto-etmoidal, esfeno-orbitária, esfeno-maxilar e nasofaringea. A encefalocele basal lateral inclui os tipos esfenoorbitária e esfeno-maxilar. A encefalocele esfenoorbital passa através da fissura orbitária superior para dentro da órbita, causando proptose freqüentemente pulsátil. Este tipo é comumente associado a neurofibromatose e é considerado uma expressão do componente mesodermal da doença. A encefalocele/meningocele é comumente vista em pacientes com NF1, porém a encefaloce esfenoidal é rara. As que envolvem o corpo do esfenóide estão associadas com hipertelorismo, rinorréia e distúrbios visuais. A encefalocele esfeno-orbitária ocorre quando o óstio de herniação acomete o forame óptico, a fissura orbitária superior ou defeito envolvendo a parede orbitária. A neurofibromatose não está associada com descolamentos de retina, apesar de poder cursar com lesões intra-oculares. As lesões no olho consistem em neurofibromas plexiformes ou pedunculados da conjuntiva, córnea, íris, coróide e retina. Hamartomas da íris, nódulos ciliar e coroidal podem ser vistos na neurofibromatose. Glaucoma congênito também pode estar associado com a facomatose em questão. Se estas lesões forem grandes podem ser bem demonstradas pela TC e RM. A ultrassonografia é superior à ressonância magnética e à tomografia computadorizada na avaliação dos descolamentos de retina. Referências Bibliográficas 1. Soh JS, Abenota P, Galloway H, Everson L. Peripheral (extracranial) nerve tumors: correlation of MR imaging and histologic findings. Radiology 1992; 183: 341-346. 2. Smirniotopoulos J, Murphy F. The phakomatoses. AJNR Am J Neuroradiol 1992; 13: 725-736. 3. Reed D, Roberton WD, Rootman J, et al. Plexiform neurofibromatosis of the orbit: CT evaluation. AJNR Am J Neuroradiol 1986; 7: 259-263. 4. Harkens K, Dolan KD. Correlative imaging of sphenoid dysplasia accompanying neurofibromatosis. Ann Otol Rhinol laryngol 1990; 99: 137-141. 5. Mafee, MF, Peyman GA. Retinal and choroidal detachments: role of magnetic resonance imaging and computed tomography. Radiol Clin North Am 1987; 25: 487-807. São Paulo, junho de 2003 Caderno Dois 3 Obstrução Duodenal Congênita (Pâncreas anular) Dr. Gilberto Miyazaki Otta História clínica Gestante F.M.L., 27 anos, G3C2, IG 33 sem (US), veio ao Pronto Socorro do Hospital Beneficência Portuguesa, com queixa de perda de líquido vaginal. Nega doenças anteriores ou antecedentes obstétricos relevantes e sem exames ultra-sonográficos prévios. Encaminhada à Med Imagem para a realização de US obstétrico com doppler, no qual foi evidenciado: oligodrâmnio (amniorrexe), sinais de centralização hemodinâmica fetal ao doppler e no abdome notava-se distensão gástrica e duodenal interpretada como quadro obstrutivo duodenal (atresia?, membrana duodenal?, pâncreas anular?). (Figs.1 e 2) Paciente submetida a parto cesariana. Recém-nascido pré-termo, sexo masculino, 2.410g (AIG), Apgar 7-9, evoluindo com distensão abdominal alta e vômitos não biliosos, radiografia simples de abdome mostrando sinal da dupla bolha (Fig.3). No segundo dia de vida foi realizada nova radiografia que revelou a presença de ar nos segmentos distais do intestino, inferindo quadro semi-oclusivo (pâncreas anular?, membrana intraluminal perfurada?). (Fig.4) No terceiro dia, o paciente evolui com desidratação e distúrbios eletrolíticos, sendo então submetida a laparotomia, onde foi identificado um tecido fibroso pancreático envolvendo o duodeno, sendo realizado derivação do trânsito alimentar com anastomose duodenoduodenal. Discussão O pâncreas anular é um anel tecido fibroso, que envolve o duodeno na altura da ampola de Vater e que se desenvolve por volta da sexta semana de gestação devido à fusão precoce dos folhetos pancreáticos antes da rotação do folheto ventral em direção ao dorsal, que ocorre Figuras 1e 2: Ultra-som, num corte do abdome mostrando a cavidade gástrica , o piloro e o bulbo duodenal dilatado Figura 3: Rx. Sinal da dupla bolha, observa-se ainda pequena quantidade de ar em alguns segmentos intestinais distais. Figura 4: Rx de abdome revelando a presença da distribuição gasosa das alças intestinais. recém-nascidos, que geralmente são prematuros e necessitam de atendimento de alta complexidade. Radiológico: O sinal da dupla bolha, que se associado a ausência de ar em segmentos intestinais distais e grande dilatação gástrica sugere obstrução completa duodenal (atresia, membrana intraluminal). Caso seja observado ar distalmente, a porção duodenal sugere obstrução incompleta (pâncreas anular, membrana intraluminal perfurada). Estudo baritado: Observa-se compressão extrínseca na segunda porção do duodeno sem alterações do pregueado mucoso. Deve-se ressaltar que o achado do sinal de dupla bolha não é patognomônico de pâncreas anular, mas apenas indica a presença de obstrução no nível duodenal. A RMN e a TC são excelentes métodos para a visualização do pâncreas anular. Frente à suspeita clínica de obstrução duodenal no recém nascido, a radiografia simples ou com contraste oral são suficientes para confirmação do caso, não necessitando a realização de outros métodos, uma vez que a conduta cirúrgica é a mesma não dependendo do diagnóstico etiológico da obstrução. Referências bibliográficas por volta da sétima semana. Diferentes graus de obstrução podem ocorrer de acordo com o grau de compressão, podendo ser sintomático (50% dos casos) desde o nascimento levando a vômitos não biliosos e distensão gástrica, e assintomático que são diagnosticados incidentemente ou devido às complicações que podem ocorrer (pancreatites de repetição com estenose duodenal, úlceras duodenais). A incidência é de aproximadamente 1/ 7000 nascidos e pode estar associado a Síndrome de Down em 30%. O pâncreas anular pode ocorrer concomitantemente à membrana duodenal ou estenose duodenal em aproximadamente 20% dos casos. Outras anomalias esqueléticas, cardíacas e intestinais podem estar associadas. Diagnóstico Pré-natal (US Obstétrico): No terceiro trimestre, apesar de haver relatos de diagnósticos antes de 24 semanas, pôde se observar o sinal da dupla bolha num corte axial do abdome sendo necessário a identificação de continuidade entre as duas bolhas, para que se possa descartar os cistos de duplicação ou uma hidronefrose, que podem simular este sinal. O polidrâmnio está presente e pode levar a amniorrexe e ao parto prematuro. A importância do diagnóstico pré-natal deve ser ressaltada, pois este diminui a morbidade e mortalidade desses 1. Einserberg , R L . Gastrointestinal Radiology , 3º edição 1996. 2. Liston A ,Orr. Sonographic Demonstration of Annular Pancreas in Newborn , J. Ultrasound Med. 11:373375 , 1992. 3. Lees RF, Alford BA, Brenbridge NAG, et al: Sonographic of Annular Pancreas. J Perinat. Med 17:361 , 1989. 4. Putman CE, Textbook of Diagnostic Imaging, 1988, vol.2 , 828-829. 5. Dewbury K, Meire H, Cosgrove D, Farrant D. Ultrasound in Obstetrics and Gynaecology. 2001, 2ºedição, vol 3, 389-390. 6. Gazelle GS, Saini S, Mueller PR. Hepatobiliary and Pancreátic Radiology Imaging and Intervention,1998, 257-258. 4 Caderno Dois São Paulo, junho de 2003 Trombose Venosa Superficial com Infarto Hemorrágico Dr. Humberto Lobato McPhee História Clínica Paciente do sexo feminino, 46 anos. Cefaléia intensa. Diagnóstico Trombose Venosa Superficial com Infarto Hemorrágico Discussão A trombose venosa é uma patologia que não raramente acomete o SNC, levando à oclusão tanto dos seios venosos da dura-mater, como das veias corticais superficiais. Sua complicação mais feqüente é o infarto venoso, que pode ou não ser hemorrágico, e normalmente ocorre quando existe oclusão de veias corticais. Os fatores de risco para desenvolvê-las são diversos, dentre os mais freqüentes estão as otomastoidites, gestação, coagulopatias, desidratação, trauma e o uso de anticoncepcionais. Esta patologia pode acometer desde neonatos até adultos, com melhor prognóstico em crianças. A trombose venosa pode ser dividida em superficial e profunda dependendo de qual sistema de drenagem foi acometido. Os seios sagital superior, inferior, tranversos e sigmóides pertencem ao sistema superficial e as veias cerebrais internas, a veia de galeno e o seio reto são do profundo. Clinicamente os sintomas são inespecíficos e variam desde leve cefaléia até o coma. A trombose dos seios sagitais superior e dos transversos são as mais freqüentemente encontradas e determinam um importante estado de congestão venosa cerebral. Os achados de imagem diretos são: a identificação do trombo no interior do seio venoso dural ou de uma veia cortical, bem como a falha de enchimento destes nas imagens após o uso de contraste. Os trombos variam de atenuação ou de sinal dependendo da fase de degradação da hemoglobina em que se encontram. Figura 1: Axial T1 spin eco: Lesão hipointensa na cortical e na substância branca subcortical do lóbulo parietal inferior direito. Figura 4: Axial T2 Gradiente: Marcado foco de hipossinal, relacionado a subprodutos de degradação da hemoglobina . Os sinais indiretos são o edema cortical e subcortical, normalmente adjacente ao local da trombose, hemorragias focais ou extensas de permeio, congestão dural, proeminência das veias corticias, transparenquimatosas e realce leptomeníngeo. Apesar de qualquer local poder ser acometido, a identificação de edema ou de hemorragia córtico-subcortical, em situação parasagital ou nas porções posteriores dos lobos temporais, deve levantar a hipótese de infarto venoso, sobretudo naqueles quadros de instalação súbita em pacientes com fatores de riscos. Como “Pitffals”citamos as granulações de Pacchioni e os artefatos de fluxo . Na RM o trombo em fase de deoxihemoglobina Figuras 2 e 3: Sagital e Axial T2: Área heterogênea córtico-subcortical com componente hemorrágico e edema circunjacente. Figura 5: Axial T1 pós GD: congestão na veia de Labbé direita. aparece com hipossinal em T2 e pode simular o flow void habitual das estruturas vasculares. A trombose do sistema venoso profundo (seio reto, veia de galeno e cerebrais internas) leva a edema nos núcleos da base e nos tálamos, devendo ser diferenciada com gliomas talâmicos, infarto em território da artéria basilar e encefalites virais. Em geral os diagnósticos diferenciais são com neoplasias, infartos arteriais e encefalites. A ângio-RM venosa com gadolíneo vem substituindo a angiografia por cateterismo, por ser bastante sensível em demostrar a falha de enchimento no interior do vaso e por ser um método não invasivo. Porém o Figura 6: Coronal T1 pós GD: congestão na veia de Labbé direita. Impregnação heterogênea e giriforme na lesão. diagnóstico “padrão ouro” quantitativo continua sendo a angiografia venosa. Referências bibliográficas 1. Burrows PE, Robertson RL, Barnes PD. Angiography and the evaluation of cerebrovascular disease in childhood. Neuroimag Clin North Am 1996; 6(3) 561-588. 2. Atlas SW. Magnetic Resonance Imaging of the Brain and Spine. 3 rd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002: 962-967. 3. Yock DH. Magnetic Resonance Imaging of CNS Disease: A Teaching File, 2nd ed. St. Louis, Missouri: Mosby, 2002: 398-405.
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