Perigos Biológicos - CRMV-SP

Transcrição

Perigos Biológicos - CRMV-SP
CURSO DE SANIDADE EM
AQUICULTURA
Eliana de Fátima Marques de Mesquita
UFF
Parte II
Principais Doenças na
Malacocultura
21/05 – 21h15 – 22h30
PERIGOS BIOLÓGICOS
Biotoxinas Marinhas
BIOTOXINAS MARINHAS
TOXINAS NATURAIS
(ficotoxinas)
Em peixes e moluscos bivalves de importância
alimentar que podem se tornar perigosos para o
consumidor
Floração ou “bloom” de ALGAS
MARINHAS
[fitoplâncton]
Condições nutricionais e climáticas favoráveis
[temperatura, salinidade, pH, luz]: SAZONALIDADE
1ª suspeita
Mortalidade elevada em aves marinhas e
peixes
Indica o nível de acúmulo de toxina no plâncton
NOAA – PROGRAMA DE BIOTOXINAS MARINHAS
OU MARÉS VERMELHAS (EUA)
Harmful Algal Blooms - HABs
Harmful algal blooms, frequently referred to
as ”red tides,” result from the rapid growth
or physical aggregation of planktonic algal
cells leading to high concentrations of the
causative species.
Over the past few decades, the world's
coastal waters have experienced an increase
in the number and type of HAB events.
In the United States, only a few regions were
previously affected by HABs, but now virtually
every coastal state has reported major
blooms, frequently involving multiple
species.
http://oceanservice.noaa.gov/facts/redtide.html
NOAA – PROGRAMA DE
BIOTOXINAS MARINHAS OU MARÉS
VERMELHAS (EUA)
Dinoflagellates, diatoms, and cyanobacteria exist all
around the world and many do not cause any human health or similar
types of problems. However, when the conditions are optimal
(temperature, salinity, light intensity, nitrogen/phosphorus ratio, etc.) for
a particular species, a plankton bloom can occur. A bloom is when
an excess amount of a species is produced in one area. Some blooms can
discolor the water because a species is found in such high abundance. Not
all algal blooms are harmful. This section explores some of the different
blooms that are caused by dinoflagellates and diatoms. Each section
provides information on the species that causes the disease, the toxin
that is produced, where the disease is found in the world, the symptoms
humans face, other organisms that are affected, any treatments for
humans, and current research that is occurring with each.
http://oceanservice.noaa.gov/facts/redtide.html
TOXIC SHELLFISH (RED TIDE): aviso de perigo
Intoxicação humana por biotoxinas de mariscos ou
gastrópodes (CICLO GERAL)
INTOXICAÇÃO PARALÍTICA POR MARISCOS
Etiologia:
PSP
Dinoflagelados
Gêneros: Alexandrium
(= Gonyaulax),
Gymnodinium - Pyrodinium
Espécies: A. polyedra - A. catanella
A. acatanella - A. tamarensis
Toxina: SAXITOXINA
efeito curarizante:
Alexandrium
mais importante relacionado aos
invertebrados marinhos
Epidemias: América do Norte, Europa,
África e Ásia
ENVENENAMENTO POR TOXINAS DIARREICAS
DSP
Etiologia: Dinoflagelados
Gêneros: Dinophysis
Prorocentrum
Toxina: ÁCIDO
OKADAICO
Dinophysis
e seus derivados metílicos
Pesquisas recentes: carcinogênico, induzindo a formação de
tumores no trato digestivo [efeito citotóxico]
Ocorrência: Japão, Chile, Noruega, Holanda e
Espanha
Relatos de grande número de casos de câncer gástrico
Níveis máximos permitidos para ácido okadaico: 160µg/kg
ENVENENAMENTO POR TOXINAS NEUROTÓXICAS
NSP
Etiologia:
Dinoflagelados
Gêneros: Gymnodinium
Espécie: G.
Toxina:
breve
brevetoxina
Surtos: costa oeste da Flórida, Nova Zelândia
ENVENENAMENTO POR TOXINAS AMNÉSICAS
ASP
Etiologia:
Diatomácea
Gêneros: Pseudo-nitzshia
Toxina:
Surtos:
ÁCIDO DOMÓICO
costa da Irlanda
INTOXICAÇÃO CIGUATÉRICA POR
MOLUSCOS
Etiologia:
Dinoflagelado
Espécie: Gambierdiscus toxicus
Toxina:
CIGUATÉRICA OU CIGUATOXINA
Surtos: Estados
Unidos
A toxina concentra-se ao longo da cadeia trófica e
os grandes peixes carnívoros são os que
apresentam maior risco
Consumo
de
barracudas
Sphyraena
barracuda
Quadro de sintomas causados por ingestão de
moluscos e biotoxinas
Doença
PSP
NSP
Biotoxina
Saxitoxina
Brevetoxina
ASP Ácido domóico
DSP Ácido okadaico
Sintomas
Náusea, vômito, diarréia, problemas
respiratórios
Náusea, vômito, diarréia,
parestesia, broncoconstrição,
inversão sens. térmica
Náusea, vômito, diarréia,
parestesia, problemas respiratórios,
amnésia
Náusea, vômito, diarréia
Contaminação por outros agentes químicos
Limites permitidos
METAIS
PESADOS
µg/kg
Pesca
(peixes)
Cultivo
(peixes)
Arsênio
1000
1000
Mercúrio
1000
500
Chumbo
300
300
Cádmio
100
50
PNCRB 2011
Cadeia
Trófica
PROGRAMAS DE
MONITORAMENTO
META
SAÚDE
PÚBLICA
● OBSERVAÇÕES: AMBIENTE, PLANCTON E PEIXES MORTOS
● AMOSTRAS DE ORGANISMOS AQUÁTICOS
● ANÁLISE E IDENTIFICAÇÃO DE “Harmful Algae”
● AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
● DIVULGAÇÃO DOS INFORMES E IMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES
REGULATÓRIAS
● PLANOS DE AÇÃO E MEDIDAS
IDENTIFICAR E CONTROLAR
CORRETAMENTE OS PERIGOS E
RISCOS EM PESCADO
POR MEIO DE
ANÁLISE DE RISCO
PROCESSO DE
ANÁLISE DE RISCO
Fase 1
Determinação do Perigo
Fase 2
Caracterização do Perigo
Fase 3
Avaliação da exposição ao Perigo
(dose-resposta)
Fase 4
Caracterização do Risco
OMS - Medidas Profiláticas – PSP
Monitoramento:
vigilância dos fundos de captura – eventos
sazonais
Análise:
amostras das áreas de risco – laboratórios de
referência
Suspensão:
coleta / captura
Águas:
vermelhas ou descoloradas
Aves:
mortas ou agonizantes
BRASIL - Medidas de Controle
Notificação de surtos
A ocorrência de surtos requer a notificação imediata às autoridades de vigilância
epidemiológica municipal, regional ou central, para que se desencadeie a investigação das
fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas. Somente um caso,
pela sua gravidade e associação a alimentos de risco deve ser notificado e investigado.
Medidas preventivas
Evitar o consumo de frutos do mar de locais onde há concentração ou crescimento excessivo de algas
ou da chamada "maré vermelha"; não comer barbatanas ou frutos do mar utilizados como iscas; pessoas
imunodeprimidas, devem evitar o consumo; lembrar que as toxinas marinhas não são destruídas pelo
calor; as autoridades locais devem monitorar o crescimento de dinoflagelados e evitar ou proibir a pesca
nos períodos de risco; a vigilância sanitária deve monitorar as áreas de risco e a vigilância epidemiológica
fornece suporte para a investigação de casos e identificação das causas.
Orientações poderão ser obtidas junto à Central
de Vigilância Epidemiológica - Disque CVE, no
telefone 0800-55-5466
Medidas em epidemias
investigação e identificação dos produto; alertas à população; controle/proibição da pesca em
áreas de risco.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO ou
DESENCADEAMENTO DO QUADRO
PSP: cerca de 30 min a 2 h após a ingestão
do alimento
NSP: de 2 a 5 min,
min podendo o período de
incubação variar de 3 a 4 horas
DSP: 30 min,
min podendo variar de 2 a 3 h
ASP: o quadro intestinal aparece cerca de
24h após a ingestão
neurológico, 48 h após
do
produto
e
o
INTOXICAÇÕES POR CONSUMO DE MOLUSCOS
SINOPSE DAS MANIFESTAÇÕES
Formigamento
Ardor ou insensibilidade nos lábios e / ou
ponta
dos dedos
Ataxia
Sonolência
Pressão na garganta
Linguagem incoordenada
Afagia
Febre
Paralisia respiratória
TRATAMENTO
suporte ao paciente
Não há tratamento específico para os
quadros causados por toxinas marinhas.
O
tratamento
de
suporte
é
fundamental ao paciente para manter
as funções vitais e para controle das
complicações do quadro.
BRASIL
Aqüicultura
Grande importância para o
BRASIL
Programas de pesquisa e monitoramento
apoio de órgãos de fomento e segmentos privados
BRASIL e o MUNDO
Bibliografia consultada
1. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Control of
Communicable Diseases Manual. Abram S. Benenson, Ed., 16 th
Edition, 1995, p. 193-194.
2. CDC. Epidemiologic Notes and Reports Paralytic Shellfish
Poisoning -- Massachusetts and Alaska, 1990. MMWR 40 (10):157-161,
March 15, 1991 and MMWR 40(14):242, April 12, 1991 (Errata Notice).
URL: http://www.cdc.gov/ncidod/dbmd/diseaseinfo/.htm
3. CDC (2003). Marine Toxins. Division of Bacterial and Mycotic
Diseases. URL:
http://www.cdc.gov/ncidod/dbmd/diseaseinfo/marinetoxins_g.htm
4. FDA/CFSAN (2003). Bad Bug Book. Various Shellfish-Associated
Toxins. URL: http://www.cfsan.fda.gov/~mow/chap37.html
BRASIL. Site da Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e
Alimentar, 2003. Acesso 2012.
BRASIL – Santa Catarina UNIVALI
ATLÂNTICA, Rio Grande, 21: 121-127 – NOTA BREVE
PRODUÇÃO DE ÁCIDO OKADAICO, UMA TOXINA DIARRÉICA POR
Dinophysis acuminata EM SANTA CATARINA.
L. A. PROENÇA, F. SCHMIT, M. S. TAMANAHA, S. GUIMARÃES & L. RÖRIG
Universidade do Vale do itajaí
Centro de Ciências Tecnológicas, de Terra e do Mar - CTTMar.
Rua Uruguai, 458, C. Postal 360, 88 302-202 - Itajaí, SC
[email protected]
RESUMO
A presença de ácido okadaico,
okadaico uma toxina do veneno diarreico de mariscos,
foi observada e quantificada em células do dinoflagelado Dinophysis
acuminata isoladas a partir de uma amostra coletada na Praia de
Cabeçudas, litoral catarinense. A análise feita pelo método de cromatografia
líquida de alta eficiência, com derivatização pré-coluna e detecção por
fluorescência, indicou a concentração de 2,7 pg por célula de D. acuminata.
PALAVRAS-CHAVE: ácido okadaico, DSP, Dinophysis, cultivo de moluscos, Santa Catarina.
BRASIL - Santa Catarina
ASP
PSP
DSP
NSP
CFP
MUITO OBRIGADA!
[email protected]
(21) 2629-9533 (LAB)