Boletim N. 17, Janeiro de 2012 Rede de Mulheres da IANSA
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Boletim N. 17, Janeiro de 2012 Rede de Mulheres da IANSA
20720343 (Impresso), 20720335 (Online) Boletim de2012 2012 Bulletin N. No.17, 27,Janeiro January IANSA Rede de Women's Mulheres Network da IANSA Mulheres em acção: Prevenindo a Violência Armada Enfoque especial: 16 Dias de Activismo Cozinha sem Armas" Contra a Violência de Género • União Africana: Sucessos no campo do • Destaques a nível mundial controlo de armas e género • Turquia: a Conferência Nacional de Mulheres • EUA: Livro branco sobre o Plano de Ação sobre o Desarmamento Individual Nacional da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas 1325 Noticias da Rede • Próximas conferências das Nações Unidas: o • Papua Nova Guiné: Formação exclusiva de Tratado sobre o Comércio de Armas e o mulheres Programa de Ação das Nações Unidas sobre • Reino Unido: Seminário da Liga Internacional armas ligeiras e de pequeno calibre de Mulheres para a Paz e Liberdade • Israel: Sucessos da campanha “Mesas de Recursos e anúncios Boletim N. 17, Janeiro de 2012 Rede de Mulheres IANSA 16 Dias de Ativismo Contra a Violência de Género de 2011 A edição deste ano da campanha, que teve lugar entre 25 de Novembro e 10 de Dezembro de 2011, debruçouse sobre a questão transversal da violência armada e as articulações com a violência doméstica, demonstrando a importância das atividades e contributos da Rede de Mulheres da IANSA em anos recentes. A DAGROPASS está a capacitar mulheres em zonas rurais com o objetivo de liderarem um movimento a favor da eliminação das armas de pequeno porte. 25 de Novembro, SOS Femmes En Danger, Fizi, Leste da República Democrática do Congo Os 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Género foram um sucesso. A Rede de Mulheres da IANSA participou ativamente da campanha em mais de 24 países, organizando debates, marchas, exposições e conferências de imprensa sobre violência armada contra as mulheres e sobre a campanha internacional “Desarmar a Violência Doméstica”. A Rede apelou ainda aos governos para que fizessem jus aos compromissos assumidos para com os direitos das mulheres. O tema geral dos 16 Dias de Ativismo, ‘Da paz em casa para a paz no mundo’, foi igualmente importante uma vez que reconheceu que a violência contra as mulheres ocorre em todo o lado e abrange várias questões, como a violência doméstica, que não devem ser tidas em consideração de forma isolada. Para mais informações sobre a participação da Rede de Mulheres da IANSA: http://www.iansa women.org/node/648 Destaques a nível mundial Burundi: a organização Développement Agropastoral et Sanitaire (DAGROPASS) formou 30 mulheres para liderar uma campanha multidimensional sobre as origens da violência de género nas suas comunidades e chamar a atenção para as conexões entre armas de pequeno porte e ligeiras e violência de género em Bujumbura. Camarões: a organização Women in Alternative Action (WAA) formou mais de 100 jovens de Adamaoua, e das regiões norte e extremo norte sobre o impacto das violência armada na vida das mulheres e meninas durante um workshop de três dias. A WAA também organizou um seminário de um dia em Yaoundé com 45 participantes com o objetivo de refletir e partilhar experiência sobre violência armada contra mulheres e meninas. A WAA pretende aumentar o debate sobre o militarismo e a violência de género e promover uma campanha sobre ‘Desarmar a Violência Doméstica’. Chade: a Associação Women for Development and Peace organizou iniciativas de incidência política e sensibilização com líderes tradicionais, políticos e administrativos sobre o tema ‘As Mulheres e o processo de tomada de decisão’. A Associação exibiu filmes em escolas e centros de jovens em N’Djamena sobre a proliferação de armas de pequeno porte e ligeiras e direitos humanos em África, e em particular no Chade. Além disso, reuniu 53 mulheres de diversos partidos políticos e organizações de mulheres numa conferência de imprensa conjunta sobre as várias formas de violência contra as mulheres. Colômbia: A Casa Cultural Tejiendo Sororidades em Cali organizou manifestações em dois locais da Comuna 18 usando o slogan “As Mulheres pintam a vida, erradiquemos a violência contra as mulheres”. A Casa Cultural acolheu ainda uma exposição com quadros temáticos realizados por mulheres, onde foram distribuídos materiais sobre violência contra as mulheres. República Democrática do Congo: Em Fizi, no sul de Kivu, a SOS Femmes en Dange (SOS FED) organizou uma marcha pacífica, à qual se seguiu um debate com igrejas locais, grupos étnicos, tribos, ONG internacionais e autoridades locais. A comunidade local participou numa peça sobre não violência e crimes contra a humanidade e ainda na exibição de International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org 1 Boletim de2012 2012 Bulletin N. No.17, 27,Janeiro January um filme sobre “A redução do risco de violência sexual” e prevenção de violência sexual em massa contra as mulheres. Várias estações de rádio foram convidadas, nomeadamente a rádio People's Messenger Uvira, a rádio comunitária Mboko, a rádio comunitária de Abeka, a rádio RTNC/Bukavu e a rádio Umoja Baraka. Geórgia: Durante os 16 Dias de Ativismo, o Fundo CulturalHumanitário Sukhumi organizou mais de 130 eventos, incluindo mesas redondas, performances teatrais, exibições de filmes, programas de televisão e rádio na região ocidente da Geórgia. “Nunca permitam a violência contra as mulheres!” era um dos principais slogans. As atividades deste ano contaram com uma maior presença das autoridades locais e de pessoas de distintas idades e profissões. Algumas iniciativas foram transmitidas por canais nacionais e locais de televisão, por exemplo no canal “Rioni”, e por estações de rádio. Neste período, o Fundo Sukhumi também recolheu dados sobre violência doméstica na região ocidente da Geórgia. Para mais informações, consultar: www.fundsokhumi.ge Perú: O Instituto para a Segurança e Direitos Humanos (ISDH) acolheu uma conferência em Lima sobre “Armas de fogo: um problema para a segurança das mulheres”. A conferência destinavase a forças policiais, homens e mulheres, tendo em vista aprofundar o conhecimento sobre este tema. Filipinas: O Centro de Educação para a Paz, Sulong CARHRIHL e Pax ChristiMiriam College organizaram um debate de mulheres com o sector militar designado “Chá com as forças militares”. As forças militares e policiais foram convidadas a fazer intervenções sobre segurança, direitos humanos, paz e programas de controlo de armas de pequeno porte e ligeiras. Cerca de 200 mulheres oriundas de organizações de mulheres, direitos humanos e paz, bem como de várias esferas do governo e academia participaram no debate. O debate foi uma oportunidade para o sector de segurança discutir as suas perspectivas e programas relacionados com a segurança, direitos humanos, paz e controlo de armas e para as mulheres partilharem as suas opiniões sobre estes assuntos. Trindade e Tobago: a WINAD em parceria com o Escritório Regional do Caribe da ONU Mulheres organizou o evento sobre a Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (RCSNU) 1325 sobre “Mulheres, Paz e Segurança – os papéis das mulheres na garantia de segurança cidadã”. O evento contou com a participação de representantes de vários ministérios, incluindo o Ministério do Género, Juventude e Infância, o Ministério da Segurança Nacional e o Ministério da População e do Desenvolvimento Social; representantes de empresas de segurança privada; associações nacionais de jovens; organizações de mulheres; organizações de apoio às vitimas e associações comunitárias. No final do evento, os participantes apelaram à criação de um Plano Nacional de Ação sobre a RCSNU 1325. EUA: a nova coordenação do grupo de Direitos Humanos das Mulheres da Amnistia Internacional secção norteamericana (AIUSA) escreveu recentemente várias entradas de blog no site e na página de facebook da AIUSA. O post inicial, sobre mulheres e armas de fogo, usou como referência principal várias publicações da IANSA. http://www.amnestyusa.org/ourwork/issues/womensrights Boletim da Rede de Mulheres da IANSA, disponível em inglês, francês, espanhol e português. Compilado e editado pela Rebecca Gerome 2 IANSA Rede de Women's Mulheres Network da IANSA Turquia: a Conferência Nacional de Mulheres sobre o Desarmamento Individual No passado dia 10 de Dezembro de 2011, a Fundação Umut e a Rede de Mulheres da IANSA, com o apoio do programa de Direitos Humanos do Ministério dos Negócios Estrangeiros Holandês e da organização Oxfam Novib, organizaram uma conferência nacional sobre o tema “As Perspectivas das Mulheres sobre o Desarmamento Individual”. Entre os intervenientes estiveram Rebecca Gerome (Rede de Mulheres da IANSA), Mirjana Dokmanovic (Diretora da IANSA), e Vanessa Farr (Rede de Mulheres da IANSA e especialista em género, armas de pequeno porte e ligeiras e Desarmamento, Desmobilização e Reintegração DDR), bem como advogados e advogadas, especialistas e ativistas da Turquia, Palestina e Jordânia. O formato da conferência foi participativo e incluiu sessões sobre: Desarmamento e armas de pequeno porte e ligeiras; Terminologia e conceitos; Presença e acesso a armas de fogo na Turquia e recomendações para a revisão da legislação nacional sobre armas e munições; Dimensões de género da posse e uso de armas de pequeno porte e ligeiras; impactos diretos e indiretos da violência armada na vida das mulheres e meninas; e Experiências de ativismo e construção da paz no feminino. Se tiver interesse em organizar uma formação exclusiva de mulheres, por favor entre em contato com a Rede de Mulheres da IANSA através do email [email protected] International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org Boletim de2012 2012 Bulletin N. No.17, 27,Janeiro January Noticias da Rede IANSA Rede de Women's Mulheres Network da IANSA Papua Nova Guiné: Formação exclusiva de Mulheres sobre Armas de Pequeno Porte De 21 a 24 de Novembro de 2011, a Rede de Mulheres da IANSA conduziu uma formação exclusiva de mulheres sobre mulheres, género e armas de pequeno porte e ligeiras (SALW na sigla inglesa) em Port Moresby, Papua Nova Guiné (PNG). Dez mulheres líderes de várias organizações, incluindo do governo e do setor privado, participaram no workshop de quatro dias. Jasmin Nario Galace, da Rede de Mulheres da IANSA e do Centro de Educação para a Paz das Filipinas, e Sarah Masters, coordenadora da Rede de Mulheres da IANSA, foram as principais formadoras. A formação, a primeira do género na Papua Nova Guiné, tinha como objetivo criar um espaço para as mulheres discutirem os seus contributos para a equidade e responsabilização nos processos de elaboração de políticas relacionadas com armas ligeiras e de pequeno porte e respectiva implementação, tendo em consideração os direitos e necessidades específicas das mulheres. Em resposta ao atual recrudescimento da violência armada, as mulheres participantes decidiram criar o Grupo de Trabalho de Mulheres sobre Armas ligeiras e de Pequeno porte da Papua Nova Guiné. O objetivo deste grupo de trabalho é partilhar experiências, investir na identificação e compreensão de boas práticas e desenvolver posições comuns de incidência política e lobby sobre violência armada e controlo de armas ligeiras. Papua Nova Guiné: Participantes da Formação exclusiva de Mulheres, 2011 Helen Hakena, da Agência para o Desenvolvimento das Mulheres Leitana Nehan e Presidente do Grupo de Trabalho de Mulheres sobre Armas ligeiras e de Pequeno Porte da Papua Nova Guiné, afirmou que “Com formação e conhecimento sólidos, juntamente com o conselho e materiais de boa qualidade dos formadores e formadoras da IANSA, as mulheres aqui presentes estarão melhor preparadas para fazer ouvir as suas vozes de forma confiante e bem informada.” “O Grupo de Trabalho assegurará que as vozes das mulheres sejam ouvidas nos trabalhos e incidência política sobre prevenção de violência armada”, disse Laeko M Bala, Reino Unido: Seminário “Desafiemos o militarismo” Presidente do Conselho de Mulheres da Província Central e membro da direção do Grupo de Trabalho. Laeko Bala sublinhou No dia 3 de Dezembro de 2011, Ranveig Svenning Berg ainda “a importância de utilizar o que aprendemos aqui e (Assistente de Comunicação da Rede IANSA) representou a continuar a capacitar as mulheres no nosso país.” Rede IANSA e interveio no seminário anual da Liga Internacional de Mulheres pela Paz e pela Liberdade “Para ajudar a prevenir a violência armada e melhorar os (WILPF), secção Reino Unido, na sessão “Desafiemos o controlos sobre as armas ligeiras e de pequeno porte, o governo militarismo”. da Papua Nova Guiné reconhece que as organizações da sociedade civil, em particular os grupos de mulheres, têm um O seminário teve como objetivo desafiar a violência e o papel importante a desempenhar em parceria com o governo”, militarismo e identificar oportunidades para a paz através de afirmou Jennifer Jack, do Gabinete de Desenvolvimento das inspiração e testemunhos de intervenientes conhecidos; e Mulheres, Departamento de Desenvolvimento Comunitário. workshops interativos sobre como influenciar o processo de tomada de decisões políticas e os media e sobre ações A Rede de Mulheres da IANSA agradece de forma especial aos desafiadoras do militarismo. Ranveig falou sobre género e o governos da Noruega e da Austrália (AusAid) pelo apoio dado à Tratado sobre o Comércio de Armas (ATT) e partilhou realização da Formação exclusiva de Mulheres na Papua Nova alguns elementos da posição da Rede de Mulheres de Guiné. IANSA sobre o ATT. International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org 3 Boletim de2012 2012 Bulletin N. No.17, 27,Janeiro January IANSA Rede de Women's Mulheres Network da IANSA Israel: Sucessos da Campanha “Mesas de Cozinha sem Armas” No dia 6 de Dezembro de 2011, o Comitê do Knesset sobre o Estatuto das Mulheres organizou uma reunião especial com vários membros da Assembleia, forças policiais e militares por ocasião da celebração do dia Internacional dos Direitos Humanos. A reunião, promovida pela Campanha “Mesas de Cozinha sem Armas”, centrouse exclusivamente nos objetivos da Campanha: reforçar o enquadramento legislativo existente tendo em vista restringir o acesso a armas de fogo dos seguranças privados aos locais de trabalho, proibindo que estes levem as armas de fogo para casa depois de cumpridos os seus turnos de trabalho. companheiro. Mais tarde, contudo, a arma de fogo voltou às mãos do marido, sem esta saber. A procuradora Smadar Ben Natan explicou a legislação atual e apontou a existência de contradições diretas entre os seus conteúdos e as instruções emitidas pelo Ministério de Segurança Pública, que permite às empresas de segurança privada que deixem os guardas portarem as armas profissionais depois do horário de trabalho. A Campanha, à qual se juntaram até à data 10 outras organizações da sociedade civil e grupos de mulheres, questionou o Knesset sobre um requerimento datado de há um ano atrás, onde se pedia ao Comitê que tomasse em atenção os perigos vividos pelas mulheres em resultado da permissão de porte de arma profissional dos seguranças privados fora do horário de trabalho. A Presidente do Comitê do Knesset sobre o Estatuto das Mulheres, Tzipi Hotoveli, deu início aos trabalhos reconhecendo a gravidade dos dados recolhidos pelos e pelas ativistas da Campanha. Zehava GalOn, membro do Knesset, defendeu a necessidade de fiscalização da atividade das empresas de segurança privada, sugerindo um congelamento da concessão de licenças a todas as empresas de segurança privada, afirmando que “Não estamos na terra de ninguém. Estas empresas não estão acima da lei.” Dirigindose ao Comitê, a ativista e membro da Rede de Mulheres da IANSA Rela Mazali sublinhou a ausência de dados policiais sobre armas usadas em homicídios e sua origem e pediu ao Comitê que instruísse a polícia a rever a sua base de dados e incluir e divulgar dados sobre homicídios de acordo com o tipo de arma usada, origem e posse. Rela Mazali explicou ainda as razões pelas quais a posse e o armazenamento de armas em casa por parte de seguranças privados constituiu uma fonte de perigo especialmente para as mulheres. Rela Mazali referiu ainda a impractibilidade do armazenamento seguro dessas armas em casa e desafiou o pressuposto de que o fardo do transporte das armas para um local de armazenamento central recairia sobre os próprios guardas. Na sua opinião a solução deveria ser financiada por quem lucra com o negócio da segurança privada, nomeadamente os diretores das empresas de segurança privada e o principal empregador destas firmas: o governo. A ativista da Campanha Alamnesh Zalaka testemunhou sobre a sua experiência pessoal de violência. Antes de ter sido atingida oito vezes à queima roupa por uma arma de fogo empunhada pelo seu marido, segurança privado, Alamnesh Zalaka tinha apresentado queixa na polícia devido ao historial de violência do seu companheiro. Depois da queixa, a licença de uso e porte de arma de fogo foi negada ao seu 4 A direção do Comitê concluiu a sessão com decisão de que o Comitê iria instruir o Ministério da Segurança Pública a garantir a aplicação da lei no prazo de dois meses. O Comitê agendará ainda um encontro para monitorizar a implementação da lei. A Campanha conseguiu gerar debate público sobre as implicações da proliferação de armas ligeiras e de pequeno porte, uma questão ainda pouco discutida na sociedade judia israelita. Vários cartazes com o slogan da Campanha “As armas dos guardas privados criam insegurança no lar” foram empunhados por ativistas na marcha de 25 de Novembro, em Tel Aviv. Milhares de pessoas seguiram ainda a campanha através do facebook, blogs e youtube, onde um vídeo de 1 minuto sublinha os homicídios de mulheres por armas de seguranças privados fora do horário laboral. A campanha é agora amplamente conhecida nos media mainstream em Israel, tendo sido objeto de grande cobertura jornalística. Infelizmente, a morte de Aviva Makesh Jambar em resultado de uma arma em posse de segurança privado fora do horário laboral no passado dia 11 de Dezembro, juntouse ao número já significativo de mortes preveníveis de mulheres nestas circunstâncias. "Apesar de termos conseguido prevenir estas mortes, podemos afirmar com segurança que a Campanha ajudou a trazer este tema para o debate público e para a agenda governamental”, afirmou Rela Mazali. No mesmo dia, ativistas da Campanha reuniramse com o Chefe de Gabinete do Ministro da Segurança Pública e com o seu Conselheiro Político, que os informou que o Ministério está a formular emendas à lei atual, nomeadamente relativamente à capacidade de implementação da mesma (incluindo sanções financeiras para as empresas incumpridoras e disposições para o seu encerramento). Representantes governamentais referiram que uma das razões principais para o atraso do processo se prende com o fato de as emendas exigirem discussão pormenorizada da lei existente. Na sua opinião, haverá resistências consideráveis à revisão da legislação no Knesset, razão pela qual será necessários que as e os ativistas da Campanha pressionem a revisão e aplicação da lei na esfera pública e junto de membros do Knesset. “Apesar de sabermos que vai ser difícil, queremos intervir e ajudar a obter as mudanças necessárias na lei”, afirmou Rela Mazali. International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org Boletim de2012 2012 Bulletin N. No.17, 27,Janeiro January IANSA Rede de Women's Mulheres Network da IANSA União Africana: Sucessos no campo do controlo de armas e género De 26 a 30 de Setembro de 2011, a União Africana reuniuse no Togo para discutir o controlo de armas de pequeno porte e ligeiras no âmbito da Estratégia da União Africana para o Controlo da Proliferação, Circulação e Tráfico Ilícito de Armas ligeiras e de Pequeno porte e desenvolver uma posição comum sobre o Tratado de Comércio de Armas (ATT). Estes acordos da União Africana são importantes uma vez que representam um consenso por parte da maioria dos países do continente africano e que formarão parte dos debates e negociações futuras sobre o Programa de Ação das Nações Unidas sobre armas ligeiras e de pequeno calibre (PoA) e o Tratado sobre o Comércio de Armas. A Rede de Mulheres da IANSA integrou a equipa da IANSA, constituída por 13 membros do Burkina Faso, Chade, República Democrática do Congo, Egito, Gabão, Gana, Mali, Namíbia, Ruanda, África do Sul, Togo, Uganda e Zâmbia. Juntos, trabalharam pela inclusão das perespectivas de género e da associação entre violência de género contra as mulheres e medidas de controlo de armas. A Rede de Mulheres da IANSA trabalhou ativamente em prol da inclusão das dimensões de género nos mecanismos de controlo de armas e, por essa razão, celebra agora duas vitórias especiais nos seguintes documentos: Estratégia da União Africana para o Controlo da Proliferação, Circulação e Tráfico Ilícito de Armas ligeiras e de Pequeno porte 3.3 Dimensão de género: promover e melhorar a participação de todos os grupos que trabalham as questões de género, especialmente mulheres, na elaboração e implementação de iniciativas de combate à proliferação ilícita de Armas ligeiras e de Pequeno porte a todos os níveis. Rascunho da Posição Comum da União Africana sobre o Tratado de Comércio de Armas Parâmetros e Critérios 34. As transferências de armas convencionais não devem ser autorizadas sempre que violarem os objetivos do Tratado sobre o Comércio de Armas, como expresso no artigo 25 desta posição comum, e serão avaliadas de acordo com os seguinte parâmetros: b) risco de a transferência influenciar de forma adversa a estabilidade, a paz e segurança nacionais, regionais e internacionais e perpetuar ou alimentar violência armada e/ou sexual contra mulheres e crianças, e conflitos armados. 35. Ao aplicar estes critérios, devem ser tido em consideração: xi. se a transferência poderá exacerbar a violência de género, em violação das Resoluções das Nações Unidas 1325, 1820, 1889. EUA: Livro branco sobre o Plano de Ação Nacional da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas 1325 Depois do anúncio da criação de um Plano de Ação Nacional da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas 1325 por parte de Hillary Clinton, a Liga Internacional de Mulheres pela Paz e pela Liberdade (WILPF), secção EUA, lançou o seu relatório final sobre as consultas com a sociedade civil sobre o Plano de Ação Nacional. O relatório inclui 64 Recomendações para a implementação da Resolução do Conselho de Segurança das Nações 1325 através de um Plano de Ação Nacional, que resultam das perspectivas de mulheres norteamericanas sobre paz e segurança. O relatório é importante para o nosso trabalho uma vez que faz a ligação entre a Resolução do Conselho de Segurança das Nações 1325, o controlo de armas de ligeiras e de pequeno porte e a prevenção de violência armada e apresenta recomendações específicas neste sentido: Esferas internacional e nacional 31. Reconhecer e atentar sobre as ligações entre a proliferação de armas de pequeno porte e ligeiras a nível internacional e nacional, sobretudo em centros urbanos, e a violência contra as mulheres. Relativamente ao Ambiente, Produção e Uso de Armas 45. Apoiar controlos mais robustos e sanções para o não cumprimento, e apuramento de responsabilidades, na medida dos possíveis, pelos efeitos poluidores das armas nas comunidades afetadas por conflitos armados. 48. Associar e articular de forma explícita os tratados sobre armas – incluindo minas terrestes, munições cluster, armas químicas e biológicas, armamento radiológico e armas ligeiras e de pequeno porte – com a segurança e saúde das mulheres. C. Promover a proteção dos direitos das mulheres e a eliminação da violência sexual em contextos de conflito, tendo em consideração os impactos desproporcionados e únicos dos conflitos armados na vida das mulheres e logo a responsabilidade da comunidade internacional em erradicar a violência sexual em situações de conflito. A presença e acesso a armas de pequeno porte – muitas delas de produção norteamericana – aumenta a probabilidade de violência sexual contra mulheres. Contudo, a violência de género é apenas mencionada raramente nas discussões internacionais sobre o Tratado do Comércio de Armas (ATT). O relatório completo está disponível em: http://wilpf.org/files/Report_of_Women_Peace_Security_Cons ults_%282011%29.pdf International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org 5 Boletim de2012 2012 Bulletin N. No.17, 27,Janeiro January Próximas Conferências das Nações Unidas Tratado sobre o Comércio de Armas (TCA) 4ª sessão do Comitê Preparatório do ATT: Fevereiro de 2012 Conferência de Negociação do ATT: 227 de Julho de 2012 A Rede de Mulheres da IANSA vai continuar a fazer lobby pela inclusão das armas de pequeno porte e ligeiras e respectivas munições no âmbito do ATT bem como pela integração de medidas que visem prevenir a violência de género e a violência sexual contra as mulheres. Na PrepCom, a Rede de Mulheres da IANSA apelará à inclusão de trechos específicos como: “Um Estado membro não deverá autorizar transferências de armas sempre que houver, na opinião do potencial Estado originário da transferência, um risco substancial de essas armas serem: a)Usadas para cometer ou facilitar violações do regime internacional de direitos humanos ou do direito humanitário, incluindo violência sexual e violência de género. ou b) Usadas para perpetuar ou facilitar um padrão de violência de género, em particular violações e outras formas de violência sexual. Além disso, a Rede de Mulheres espera que mais delegados se juntem a esta causa, uma vez que as armas ligeiras e de pequeno porte bem como respectivas munições facilitam violência doméstica, violação e outras formas de violência sexual contextos de conflito e não conflito. No Comitê Preparatório de Julho de 2011, estiveram presentes 116 mulheres num total de 523 participantes, o que corresponde a 22%. Um dos principais compromissos da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas 1325 é garantir uma maior participação de mulheres em processos de tomada de decisão sobre assuntos relacionados com a paz e a segurança. A Estónia, o Mónaco, e Saint Kitts e Nevis participaram no Comitê com uma delegação exclusivamente constituída por mulheres. A Jamaica e o Luxemburgo contaram com 75% de participação feminina. A Guiana, Eslováquia, Eslovênia e Trindade e Tobago apresentaram 67% de participação feminina, enquanto que metade dos participantes dos Barbados, da Finlândia, Grenada, Guatemala, Mali, Mongólia, Nova Zelândia, Sérbia, Uruguai e Vanuatu eram mulheres. Como é do vosso conhecimento, a Rede de Mulheres da IANSA tem trabalhado sobre estas questões há alguns anos e disponibiliza recursos e informações em: Terceiro Comitê Preparatório do Tratado sobre o Comércio de Armas: posição da Rede de Mulheres da IANSA (2011) www.iansawomen.org/node/657 Mulheres, Paz e Segurança: o papel do Tratado dobre o Comércio de Armas (2009) www.iansawomen.org/node/273 IANSA Rede de Women's Mulheres Network da IANSA Programa de Ação das Nações Unidas sobre Armas Ligeiras e de Pequeno Calibre (PoA) Comitê Preparatório (PrepCom): 1923 de Março de 2012 Conferência de Revisão (RevCon): 27 de Agosto7 de Setembro de 2012 Em Agosto de 2012 terá lugar a Conferência de Revisão (RevCon) do Programa de Ação das Nações Unidas para Prevenir, Combater e Erradicar o Comércio Ilícito de Armas Ligeiras e de Pequeno Calibre em Todos os seus Aspectos (PoA). Esta é uma oportunidade importante para melhorar o PoA e tornálo mais sensível às questões de género. Em 2010, o departamento regional do Escritório das Nações Unidas para os Assuntos do Desarmamento e a IANSA reviram as “Guidelines for gender mainstreaming for the effective implementation of the UNPoA” [“As Directrizes do mainstreaming de género para uma implementação eficaz do Programa de Ação das Nações Unidas sobre Armas Ligeiras e de Pequeno Calibre (PoA)”, em português]. O PoA contém apenas uma referência a género, que está presente no Preâmbulo, no Parágrafo 6, onde os Estados expressam grandes preocupações pelas consequências devastadoras do comércio ilícito de armas de pequeno porte na vida de crianças, “bem como o impacto negativo nas mulheres e idosos”. Os homens não são referidos de nenhuma forma. O lobby sobre género no campo do controlo de armas de pequeno porte e ligeiras cresceu exponencialmente na última década. Apesar disso, a falta de vontade política para institucionalizar e implementar políticas sensíveis às questões de género continuam a frustrar a iniciativa e os esforços das mulheres. É necessário um maior compromisso com a promoção da igualdade de género no âmbito do processo das Nações Unidas sobre armas de pequeno porte, nomeadamente em termos de recursos. A Rede de Mulheres da IANSA continuará no futuro a apelar aos Estados para que adotem uma abordagem de Género na implementação do PoA. As mulheres e os homens têm direitos iguais a participarem e serem tidos em conta nestes processos. Os papéis de género devem ainda ser considerados relativamente aos impactos das armas de pequeno porte e ligeiras nas vidas de homens, mulheres, rapazes e raparigas. Oportunidades para a inclusão de perspectivas de género e tornar mais eficaz a implementação do PoA: Áreas principais: • Mainstreaming de género no PoA; • Comércio ilícito de armas de pequeno porte e ligeiras (SALW na sigla inglesa) e articulações entre as diferentes formas de tráfico, incluindo tráfico de drogas, pessoas e exploração sexual; • Mainstreaming de género nos objectivos, relevância e recomendações dos processos de Desmobilização, Se o ATT incluir as armas ligeiras e de pequeno porte no Desarmamento e Reintegração (DDR); seu âmbito, o ATT e o PoA serão complementares. Nesse • Objectivos de género dos pontos focais nacionais e regionais e caso, o ATT não tornará o PoA redundante, o que poria em das Comissões Nacionais de armas de pequeno porte e ligeiras; causa o valor dos compromissos assumidos no PoA, • Recomendações sobre a identificação de necessidades nomeadamente as disposições sobre stocks e especificas e respostas adequadas às necessidades; armazenamento de armas ou sobre programas de recolha e • Recomendações sobre o envolvimento inclusivo com a destruição. É importante lembrar que o PoA abrange mais sociedade civil e iniciativas de sensibilização. temas de controlo de armas do que o ATT. 6 International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org Boletim de2012 2012 Bulletin N. No.17, 27,Janeiro January Recursos IANSA Rede de Women's Mulheres Network da IANSA Why Women? Relatório do Seminário ‘Why Controlling Small Arms Effective Engagement Matters to Women’ for Small Arms Control IANSA e Fórum Parlamentar sobre Armas de Pequeno Porte e Corey Barr e Sarah Ligeiras Masters, Rede de Este relatório do seminário “Why Controlling Small Arms Mulheres da IANSA Matters to Women”, que ocorreu a 25 de Outubro de 2011, na Outubro de 2011 sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, durante a reunião Em virtude das da Primeira Comissão da Assembleia Geral das Nações continuadas questões e Unidas, está agora disponível em: http://www.iansa desafios à participação women.org/sites/default/files/report_why_controlling_salw_mat das mulheres nos ters_women_2011.pdf domínios da paz e da segurança, este Women, Gender and Gun relatório procura Violence in the Middle East demonstrar a De Rebecca Gerome importância da Rede de Mulheres da IANSA participação das Outubro de 2011 mulheres nas iniciativas Este relatório apresenta os de controlo de armas e principais resultados de um desarmamento através estudo conduzido no Líbano, na da consolidação de Jordânia e nos Territórios informação e opinião de vários e várias especialistas sobre Ocupados da Palestina entre género e segurança. Está disponível em: http://www.iansa Janeiro e Maio de 2011. Contém women.org/node/710. uma análise geral da situação, e uma avaliação dos desafios Os artigos 'Why is women's participation important in small actuais bem como recomendações para futuras intervenções. arms control and disarmament?' e 'Challenges and areas for O relatório está disponível em: http://www.iansa action' sumariam os principais pontos do relatório. Os artigos women.org/sites/default/files/newsviews/iansa_wn_mena_pap estão disponíveis em: http://www.iansawomen.org/node/731. er_2011.pdf Anúncios Marque na agenda: 1117 de Junho de 2012 – Semana Global de Ação Contra a Violência Armada É com prazer que anunciamos que a próxima Semana Global de Ação Contra a Violência Armada terá lugar entre 11 e 17 de Junho de 2012. Todos os anos, a Rede de Mulheres da IANSA participa ativamente e, com certeza, o ano de 2012 não será exceção. A Semana de Ação põe em destaque a campanha internacional para erradicar a proliferação e uso indevido de armas de pequeno porte e ligeiras. Na edição anterior, várias atividades tiveram lugar em mais de 80 países, confirmando a ideia de que a Semana de Ação é sinónimo de união global por parte de organizações da sociedade civil em torno desta questão. O logo da Semana de Ação de 2012 está disponível para download no site da IANSA: http://iansa.org/globalweekof actionagainstgunviolencematerials. Também estão disponíveis endereços de email e sugestões de como utilizar o logo. Todos os materiais estão disponíveis em inglês, francês e espanhol. Juntos podemos fazer da Semana de Ação de 2012 a mais participada de sempre! Escritório das Nações Unidas para os Assuntos do Desarmamento: Novo gabinete em Viena O recém criado gabinete de Viena do Escritório das Nações Unidas para os Assuntos do Desarmamento (UNODA na sigla inglesa) entrou em funcionamento com a chegada do seu chefe, Franz Kolar, no dia 2 de Novembro de 2011. O gabinete está localizado no Centro Internacional de Viena com o apoio administrativo e logístico do Escritório das Nações Unidas em Viena (UNOV). A criação do gabinete em Viena enquanto parte da UNODA responde à necessidade crescente de cooperar e facilitar uma articulação mais estreita e eficaz em todas as áreas do desarmamento, não proliferação e controlo de armas com a UNOV e com outras organizações e agências especializadas neste domínio. Entre estas incluemse a Agência Internacional de Energia Atómica e a Comissão Preparatória da Organização do Tratado de Interdição Completa de Ensaios Nucleares (CTBTO), e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) bem como outras organizações regionais intergovernamentais, como a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org 7 Boletim de2012 2012 Bulletin N. No.17, 27,Janeiro January IANSA Rede de Women's Mulheres Network da IANSA A Rede de Mulheres da IANSA é a única rede internacional dedicada às conexões entre género, direitos das mulheres, armas de pequeno porte e violência armada. Foi estabelecida em 2001 enquanto um grupo de discussão de mulheres nos eventos da IANSA, tendo sido formalizada em 2005. Actualmente associa países tão diversos como as Ilhas Fiji, Senegal, África do Sul, Argentina, Canadá e Sudão. Agradecemos o apoio do governo norueguês e Oxfam Novib. 8 International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org
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