Relatório de resultados do inquérito aos Alunos sobre O Plano
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Relatório de resultados do inquérito aos Alunos sobre O Plano
Relatório de resultados do inquérito aos Alunos sobre O Plano Tecnológico da Educação CEPCEP- UCP Fevereiro de 2010 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Ficha técnica: Relator: Henrique Lopes 2 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Contents Sumário Executivo: ........................................................................................................................ 4 Introdução ..................................................................................................................................... 5 Design do trabalho .................................................................................................................... 6 Desenvolvimento do inquérito ............................................................................................... 10 Amostra .................................................................................................................................. 13 Resultados ................................................................................................................................... 18 A proficência dos Alunos em TIC e intensidades de uso das TIC ................................................ 18 Intensidade de uso dos computadores ................................................................................... 18 Formas de utilização do computador ..................................................................................... 23 Auto-avaliação da proficiência digital ..................................................................................... 30 Intensidade e formas de uso da Internet ................................................................................ 32 Intensidade e formas de uso da Internet para fins escolares ................................................. 43 Proficiência digital funcional dos Alunos ................................................................................ 51 Equipamento informático à disposição do Aluno ....................................................................... 61 Local de acesso à Internet ....................................................................................................... 66 Equipamento TIC da Escola ..................................................................................................... 69 Acesso à Internet na Escola..................................................................................................... 79 Impactes do acesso à Internet na vida do Aluno ........................................................................ 81 O Plano Tecnologico da Educação............................................................................................... 95 O que é o PTE? ........................................................................................................................ 95 Os Professores e as TICs no PTE .............................................................................................. 98 Acesso a informação pelos pais proporcionada pelo PTE ..................................................... 103 TICs no processo de estudo e de aprendizagem ....................................................................... 112 Auxilio das TICs para o estudo .............................................................................................. 126 TICs em sala de aula .............................................................................................................. 132 As TICs na vida do aluno fora da Escola .................................................................................... 147 Pratica de Jogos ..................................................................................................................... 147 Pertença a Redes Sociais ....................................................................................................... 150 Receios dos pais segundo os Alunos ..................................................................................... 152 3 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Sumário Executivo: O presente relatório é o primeiro volume de um trabalho de inventariação de comportamentos digitais e recolha de elementos relevantes para a gestão do Plano Tecnológico da Educação (PTE) aos principais actores sociais escolares (Alunos, Directores, Professores e Encarregados de Educação) e focaliza-se prioritariamente nos Alunos. Tem à semelhança do segundo volume dedicado aos Adultos (os três outros actores sociais escolares) carácter exploratório. Os cadernos visam descrever a experiência já alcançada nas Escolas com a implementação do PTE, encontrar elementos facilitadores ou dificultadores da implementação do PTE; saber o que sabe cada grupo acerca do PTE; procurar pistas sobre proficiência no uso de TICs em ambiente educativo e coligir informação sobre a nova postura digital de algum modo imposta pela Sociedade actual por parte dos actores sociais escolares. O conjunto de elementos a pesquisar procura ainda situações que propiciem pesquisa cientifica futura com interesse para a boa implementação do Plano Tecnológico da Educação. Doze ideias principais encontradas nos Alunos: 1. A aplicação e uso da Internet é principalmente lúdica. 2. Há uma favorabilidade muito grande em relação à Internet que promove um efeito de halo em tudo o que com ela se relacione. Esse efeito repercute-se na motivação e nas potencialidades de aprendizagem. 3. Há criticas sistemáticas à preparação em TICs dos professores 4. O uso das ferramentas TIC é principalmente para relacionamento social e manipulação da imagem. O uso para cálculo ou fins numéricos é muito mais reduzido. 5. Os Alunos definem-se como altamente proficientes em TICs 6. O grupo de resistentes às TICs é de cerca de 5% 7. A quase totalidade dos Alunos já utilizou TICs em sala de aula 8. A utilização das TICs não diminuiu substantivamente as restantes actividades 9. O programa e-escolas tem uma grande relevância no uso das TIC´s pelos Alunos 10. O PTE é mal conhecido 11. Muitos dos pais não têm preocupações em supervisionar os seus filhos nas actividades digitais 12. Os Alunos estão maioritariamente na geração web2.0 4 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Introdução O presente relatório é a fracção correspondente à inquirição dos Alunos realizada no âmbito do Observatório do Plano tecnológico da Educação (OPTE). Está articulada com outros três inquéritos, aplicados a elementos das Direcções escolares, Professores e Encarregados de Educação, reunidos num relatório próprio dedicado ao conhecimento da posição dos adultos sobre a matéria. O objectivo nuclear do trabalho foi de ouvir os principais actores sociais escolares, no caso presente os Alunos representados pelos Alunos de 9º Ano, na sua leitura sobre o Plano Tecnológico da Educação (PTE) identificando os elementos catalisadoras positivos e negativos segundo a sua interpretação, colher a dimensão empírica do trabalhos já realizado de implementação do PTE e as percepções desses actores sociais escolares. Procurou-se também inventariar os comportamentos dos alunos perante a vivência digital na perspectiva de que alguns deles podem ser reciclados para processos de aprendizagem e de escolaridade. Num segundo plano tentou-se identificar elementos de desconhecimento conceptual justificadores de pesquisa. É importante fazer notar que não houve intencionalmente uma procura de pesquisa científica no sentido de criação de doutrina ou de resposta a elementos de ordem teórica, mas tão só a recolha sistemática de uma leitura para auxilio à tomada de decisão e gestão de operações de implementação do PTE. Não há por isso confirmação de quadros teóricos mas apenas a descrição de uma realidade tal como ela é. 5 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Design do trabalho A forma de dar corpo ao trabalho visado consistiu em seleccionar um grupo de escolas que correspondesse a diferentes formas de estar e de resultados escolares. O critério empregue foi o de escolher as escolas em função da sua posição no ranking combinado de português e matemática do PISA de 2009. Nessas escolas criaram-se quatro grupos de actores sociais (Directores, Professores, Alunos e Encarregados de Educação) que foram ouvidos. Não se nega a existência de outros actores sociais escolares relevantes como os Auxiliares de acção Educativa, Funcionários Administrativos, Conselho Geral, para apenas destacar alguns. A opção foi a do estudo se centrar naqueles que poderão ter maior impacte na implementação e resultados do PTE. Os resultados dos três outros grupos de actores escolares para além dos Alunos tem a sua exposição no outro volume da presente pesquisa. Convém no entanto ter uma perspectiva global do trabalho. Entende-se por Director quem tem essas funções formais atribuídas, o subdirector, os professores adjuntos e o coordenador PTE caso não faça parte da Direcção da Escola. Os Professores são representados por quem lecciona o 9º Ano no presente ano lectivo. Os Encarregados de Educação convidados a participar são os de Alunos do 9º Ano. Finalmente os Alunos seleccionados foram os de 9º Ano. A razão de escolha do 9º Ano como ponto focal da colheita de dados resultou de que para se ter um elemento de referenciação internacional se escolheu o PISA, o qual 6 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos recorda-se abrange abrange Alunos dos 15 anos e 3 meses aos 16 anos e 2 meses. A experiência colhida em Portugal indicou a escolha do 9º Ano para a aplicação da ferramenta. Além disso o 9º Ano corresponde ao final do ensino básico histórico, isto é, o nível máximo onde se pode encontrar a quase totalidade dos Alunos e onde eles terão no ensino básico a possibilidade de melhor idearem e se exprimirem criticamente. Se a opção recaísse num outro ano, por exemplo do ensino secundário, a capacidade analítica aumentaria, mas a massa de respondentes (sociologicamente falando) diminuiria a par de uma selecção social dos Encarregados de educação. Se a escolha se centrasse em anos escolares anteriores ao 9º Ano, a demografia mantinha-se mas a capacidade analítica e expressiva dos Alunos tenderia a diminuir. Caso o trabalho venha a ser repetido em anos subsequentes poderão vir a ser colhidos elementos noutros graus de ensino para conhecer informações complementares. Para constituir o grupo dos Alunos inicialmente solicitou-se às Escolas que indicassem Alunos de 9º Ano dentro do critério etário PISA. Deveriam fazê-lo sobre a totalidade dos Alunos de 9º Ano se forem uma escola com menos de 50 Alunos enquadráveis no PISA ou seleccionar 50 aleatoriamente se forem uma escola com um número superior. Rapidamente se verificou que a aplicação do critério PISA conjugado com o 9º Ano causava dois tipos de fenómenos adulteradores dos resultados: reduzia a massa de participantes potenciais de forma drástica, por exemplo na primeira escola com que se contactou dos cerca de 60 Alunos de 9º Ano apenas 4 eram enquadráveis no critério; um segundo problema é de que tenderiam a responder apenas (ou quase) os Alunos com histórias de repetição de ano. Assumiu-se que se manteria o 9º Ano independentemente da idade. As Escolas foram seleccionadas com algum grau de aleatoriedade mas também em função da posição no ranking combinado PISA: 10 designadas como escolas de alto 7 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos desempenho (posições entre 1 e 100 do ranking), 10 de médio desempenho (posições entre 500 e 600 do ranking) e 10 de baixo desempenho (posições entre 1200 e 1300 do ranking). Foram também colocadas duas escolas por premeio (Sardoal e Sta. Iria) porque haviam participado voluntariamente na fase dos estudos qualitativos com diversos contributos, as quais substituíram as de Ferreira do Zêzere e Pintor Almada Negreiros respectivamente. Foi ainda retirada a Leonardo Coimbra. Finalmente por sugestão da DREN foi seleccionada a escola de Milheirós por substituição da de Resende por esta se encontrar em início de intervenção de trabalhos da Parque Escolar o que iria complexificar todo o processo. Ficou-se assim com um grupo de 31 escolas. Dessas nem todas participaram com Alunos por o número pretendido ser previamente definido. Ao contrário todas foram convidadas a enviar os contactos de Directores, Professores e Encarregados de educação por se necessitar de um número suficientemente alto de modo a poder acomodar as resistências e inércias. Nº Ranking PISA combinado Nome da Escola seleccionada 23 39 45 54 57 68 70 82 94 Escola Secundária com 3º Ciclo de Dr. Mário Sacramento Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Dr.ª. Maria Alice Gouveia Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Telheiras nº 1 Escola Secundária com 3º Ciclo de Eça de Queirós (Póvoa de Varzim) Escola Secundária de José Falcão Escola Secundária com 3º Ciclo de Restelo Escola Secundária com 3º Ciclo de Nelas Escola Secundária de Aurélia de Sousa Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Dr. José Santos Bessa 501 504 514 523 529 536 540 567 Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Frei André da Veiga Escola Secundária com 3º Ciclo de Madeira Torres Escola Secundária com 3º Ciclo de Miraflores Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Fazendas de Almeirim Escola Básica Integrada de Mourão Escola Básica de Palmeira Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Conde Oeiras Escola Secundária com 3º Ciclo de Moura 8 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos 1200 1203 1205 1227 1243 1251 1256 1259 Escola Básica de Rebordosa Escola Secundária com 3º Ciclo de Passos Manuel Escola Secundária D. Manuel Martins Escola Básica Integrada de Diogo Lopes Sequeira Escola Básica Integrada de Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos com Ensino Secundário Padre José Agostinho Rodrigues Escola Básica de Dr. Leonardo Coimbra Escola Secundária com 3º Ciclo de Molelos Sug. DREN Escola 23 milheirós Fase qualit. Escola Secundária de Sta Iria Fase qualit. Escola Secundária do Sardoal Os dados relativos aos três grupos de Alunos serão objecto de relatório especifico, pelo que de agora em diante apenas se refere os elementos relativos a Alunos. A participação das Escolas foi muito assimétrica. Uma das Escolas, de Aveiro, recusouse a participar no estudo não tendo enviado nenhuma das informações que lhes foi solicitada. Outra enviou os dados dos adultos mas não participou com os Alunos. Das restantes houve bastante diversidade de comportamentos. Verificaram-se diversos comportamentos defensivos que interessa compreender para optimização de êxito de futuros trabalhos. Com uma única excepção de recusa frontal nas restantes escolas verificou-se a existência de muitos receios, destaca-se: receio sobre a legitimidade da escola solicitar a participação dos Alunos sem autorização escrita dos encarregados de educação. Contribuiu para este medo o facto de o GEPE nas semanas anteriores, a propósito do estudo de percursos escolares futuros ter pedido às Escolas que solicitassem prévia autorização aos Encarregados de educação. Receio em ceder os endereços dos encarregados de educação; receio de que os endereços electrónicos pudessem mais tarde vir a ser utilizados para outros fins, designadamente os comerciais. O principal resultado foi o de em três escolas não se 9 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos ter recebido informações dos encarregados de educação, e no conjunto o programa de trabalhos de recolha de dados alongou-se várias semanas além do previsto. Para além dos receios explicitados que foram objecto de discussão franca e até à exaustão com quem os expôs, notou-se principalmente receios menos evidentes, uns acabando por vir à tona em regime de conversa informal, outros apenas intuídos pelo correr das conversas, de que para boa parte dos interlocutores as Escolas ao serem incluídas na pesquisa acabariam por ser objecto de controlo pelas DRE’s / Ministério nesta dimensão, a qual está longe de provocar sentimentos de segurança, particularmente junto de quem tenha as funções de implementação do PTE atribuídas. Não foi contudo uma posição generalizada. Após a prestação de todas as explicações que os interlocutores sentiram necessidade de receber houve casos de passagem de algum grau de resistência (mesmo formal) para uma colaboração total. Desenvolvimento do inquérito Para o desenvolvimento do inquérito de qualquer um dos grupos de inquirição procedeu-se a uma fase qualitativa de entrevistas de profundidade em várias escolas processo e resultados descritos no relatório intercalar qualitativo datado de Dezembro de 2009. Posteriormente esse resultado foi profusamente discutido com o Conselho Cientifico do Observatório do Plano Tecnológico da Educação (CCOPTE) de que resultou uma versão final a qual foi a aplicada em formato digital. A dimensão ética foi trabalhada em múltiplas dimensões: Os Alunos responderam aos inquéritos nas salas de TICs mediante a utilização de uma palavra-chave intransmissível; foi solicitado a cada Escola que garantisse uma arrumação da sala de aplicação dos inquéritos de modo a que cada Aluno pudesse dar as suas respostas em 10 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos .absoluta reserva do que escrevesse; apesar de os Alunos serem convidados a participar no inquérito enquanto actividade circumescolar, em todas as questões houve um campo de resposta que possibilitava a recusa à resposta. O sistema de captação e armazenamento de dados funcionou em double blind, isto é desconhece-se a identificação do Aluno e a escola de onde está a responder de modo a dar todas as garantias de que se preserva o absoluto sigilo. O inquérito dirigido aos Alunos foi constituído por várias peças: Proficiência em tecnologias digitais; Proficiência e formas de uso das TIC pelo Aluno; equipamento informático à disposição do Aluno; impactes da Internet na vida do Aluno; o Plano Tecnológico da Educação; as TIC nos processos de estudo e aprendizagem; as TIC na vida do Aluno fora do contexto escolar. Todos os inquéritos foram trabalhados em termos de gestão de ecrã para evitar complexidade no processo de elaboração das respostas: muito poucos conteúdos por ecrã; análise dos elementos escritos por ecrã para objectividade de resposta e evitação de processos de ambiguidade; recurso quase exclusivo a resposta por caixas de diálogo, apenas sendo solicitados elementos escritos por excepção (quando o respondente não se sinta reflectido nas alternativas de resposta); possibilidade muito simples de correcção ou alteração de respostas anteriormente dadas; garantia de possibilidade de não resposta em todos os grupos como elemento valido; autocorrecção de falhas de resposta em caso de esquecimento com geração de alerta automático. 11 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Pode-se visitar os inquéritos nos seguintes endereços: Alunos http://survey.dotschool.pt/index.php/id=23 entrar com a palavra-chave 2311313 ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO http://survey.dotschool.pt/index.php?id=24 2455191 PROFESSORES http://survey.dotschool.pt/index.php?id=26 2643636 DIRECTORES http://survey.dotschool.pt/index.php?id=25 2585933 12 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Amostra Utilizaram-se no total 715 inquéritos validados de Alunos. Os restantes grupos amostrais devem ser consultados no “Relatório Adultos”. Pode contudo adiantar-se que se coligiram com as colaborações das Escolas 467 endereços electrónicos de professores, 115 de directores e 391 de Encarregados de educação relativos a um Universo de 2398 pessoas considerando os dados informados pelas escolas, ou quando isso não foi possível os valores indicados pelo ranking PISA 2009. Detalhando: Os Alunos foram incluídos por exaustão amostral no caso das Escolas com menos de cinquenta Alunos ou extracção aleatória naquelas que têm mais do que esse número. Foram as Escolas que procederam à extracção dos Alunos. O objectivo visado foi de 600 inquéritos validos, mas a alta taxa de participação dos Alunos ao longo dos inquéritos e a riqueza de informação que transportaram nas suas respostas permitiu validar 715 inquéritos sobre uma recepção de 781 recepções. Foram excluídos os inquéritos muito incompletos, os que tinham sistemáticas respostas de picardia e os que chegaram demasiado tarde para processamento. 13 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos A composição do género foi a seguinte: Gráfico 1 – Género dos respondentes Alunos Género do respondente Masculino Feminino 47% 53% Já por seu turno a idade foi descrita em três grupos: catorze, quinze, dezasseis ou mais anos. Gráfico 2 – Idade dos respondentes Alunos Idade 14 anos 15 anos 16 ou mais anos 10% 27% 63% 14 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos As proveniências residenciais estão altamente relacionadas com as localizações escolares pelo que não se verificou qualquer ganho de informação na sua análise. Nos casos dos adultos as amostras têm dois níveis de recolha e de informação implícita: aquela que decorre do valor diferencial entre a existência digital teórica dos sujeitos e aquela que se verifica na prática, e num segundo plano, o valor diferencial entre existência digital real e a aceitação em participar no estudo. Pode este segundo elemento informativo constituir um indicador de motivação para a temática. Nos Alunos apenas se considerou o plano das respostas concretas. Os elementos das Direcções escolares têm todos endereço electrónico. Faz-se apenas reparo para um caso em que a pessoa disse só dispor de endereço electrónico após a sua escolha pelo Director para um lugar na Direcção, o que havia ocorrido há umas quantas semanas, dizendo de seguida que foi uma verdadeira descoberta e se havia tornado um adepto da tecnologia. Refere-se este evento pessoal apenas para ilustrar que mesmo para as pessoas em lugares de direcção escolar o uso recorrente de TICs não é necessariamente um elemento consolidado de longa data. Nos restantes grupos a situação é bem menos privilegiada. Nos professores não tivemos acesso ao número de pessoas sem endereço electrónico, ou se tendo-o, não é elemento do conhecimento da Escola onde trabalhem. Para todos os efeitos é inexistente. Apenas em duas escolas se indicou explicitamente a existência de professores sem endereço ou conhecimento dele. É no entanto expectável que existam em várias outras porque, o número de professores indicados face ao número de Alunos leva a crer que sim. De qualquer modo não estimamos que o número de professores sem endereço electrónico seja superior a 10% das pessoas visadas. 15 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos O caso mais complexo é o dos encarregados de educação. Solicitou-se às Escolas que indicassem os endereços electrónicos dos encarregados de educação que dispusessem em ficha. Houve algumas escolas que se ofereceram para proceder ao levantamento de existências para o que mobilizariam os Directores de turma. Essa oferta gentil não foi contudo aceite porque o que interessava neste estudo de carácter preliminar é o de conhecer os recursos que a Escola tem ao seu dispor numa situação corrente. O valor estimado de encarregados de educação no conjunto de escolas trabalhadas é de 2398 como antes se disse, embora se deva restringir a 1826 se for excluída da contagem o número de EE’s das escolas que optaram por não indicar dados relativos aos encarregados de educação. Nesta perspectiva o valor médio representado pelos 391 elementos recolhidos é de 23%. A média esconde grandes assimetrias: desde uma escola (Boliqueime) que tem todos os encarregados com endereço electrónico porque foi atribuído pela própria escola, a outras com valores perfeitamente residuais. O elemento que parece ser o incrementador das taxas de cobertura é o desenvolvimento socioeconómico porque tanto se encontram baixas taxas em regiões rurais como em urbanas socialmente deprimidas. É certo que o valor de 23% esconde uma realidade em que muitos mais EE’s têm contacto electrónico. Por exemplo numa escola com menos de 25% de EE’s referenciados, a Direcção informou que todos os EE’s têm endereço electrónico apenas nem eles o deram nem a Escola o pediu. Escola Escola Secundária com 3º Ciclo de Dr. Mário Sacramento Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Dr.ª. Maria Alice Gouveia Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Telheiras nº 1 Escola Secundária com 3º Ciclo de Eça de Queirós Escola Secundária de José Falcão Escola Secundária com 3º Ciclo de Restelo Escola Secundária com 3º Ciclo de Nelas 16 Tx EE c/ email Não participou 33% 25% 35% Não enviou EE 26% 40% Concelho Aveiro Coimbra Lisboa Povoa do Varzim Coimbra Lisboa Nelas Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Escola Secundária de Aurélia de Sousa Escola Básica Integrada Dr. Manuel Magro Machado Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Dr. José Santos Bessa Escola Secundária com 3º Ciclo de Madeira Torres Escola Secundária com 3º Ciclo de Miraflores Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Fazendas de Almeirim Escola Básica Integrada de Mourão Escola Básica de Palmeira Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Conde Oeiras Escola Secundária com 3º Ciclo de Moura Escola Básica de Rebordosa Escola Secundária com 3º Ciclo de Passos Manuel Escola Secundária D. Manuel Martins Escola Básica Integrada de Diogo Lopes Sequeira Escola Básica Integrada de Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Padre José Agostinho Rodrigues Escola Secundária com 3º Ciclo de Molelos Escola Secundária de Sta Iria Escola Secundária do Sardoal Escola 23 Milheirós 14% 36% 23% 20% 11% 33% Não enviou EE Não enviou EE 29% Não enviou EE 28% 12% 26% 0% 100% 3% 9% 15% 15% 12% Média Global ponderada pelo número de Alunos de 9º ano 23% Porto Marvão Montemor-o-velho Torres Vedras Oeiras Almeirim Mourão Braga Oeiras Moura Valongo Lisboa Setúbal Alandroal Albufeira Alter do chão Tondela Loures Sardoal Gaia Deste ponto em diante apenas haverá referência a dados dos Alunos. Os dados relativos a qualquer um dos grupos de Adultos devem ser consultado no Relatório Adultos. 17 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Resultados A proficiência e intensidades de uso dos Alunos nas TIC O primeiro passo essencial ao conhecimento da proficiência dos Alunos no uso das TICs é conhecer se usam e em caso afirmativo, como usam os computadores. Intensidade de uso dos computadores A quase totalidade dos Alunos inquiridos relatou o uso de computadores. Apenas 1% dos Alunos se manifestou em sentido contrário, a caracterização do grupo remanescente torna-se impossível porque o baixo número impede qualquer avaliação para além da leitura de casuística. Gráfico 3 – Taxa de uso de computadores Não 1% Utilizas o computador? Sim 99% 18 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Em reforço da interpretação do Gráfico 3 deve adiantar-se que a formulação da questão foi feita no tempo presente remetendo a utilização para uma realidade actual e não para a experienciação usualmente designada por lifetime. Seguiu-se a análise das intensidades de uso do computador e a sua diferenciação por fim de uso. Admitiu-se a existência de duas grandes áreas funcionais de utilização: a de diversão e a escolar. Não se nega as hipóteses de o acto de estudo poder ser lúdico ou de que a diversão poder ser educacional. Verifica-se na distribuição das frequências que cerca de um terço dos Alunos usa o computador para diversão todos os dias, perto de 50% de forma regular e pouco mais de 20% de modo mais espaçado. Volta a verificar-se o 1% sem uso declarado de computador. Uma nota saliente nestes dados é por comparação ao uso escolar que a intensidade para diversão é muito superior à escolar. Gráfico 4 – Intensidade de uso semanal do computador para diversão Intensidade de uso do computador para diversão Todos os dias 31,3 de 5 a 7 dias por semana 23,0 de 3 a 4 dias por semana 21,9 de 1 a 2 dias por semana Menos de 1 dia por semana 19 17,0 5,8 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Tentou-se estabelecer uma média de uso do computador para a finalidade em análise sabendo que a capacidade de qualquer um para estimar médias temporais em comportamento é diminuta e em jovens possivelmente ainda mais difícil. Deve por isso o valor declarado pelo Jovem ser um elemento de indicação, uma perspectiva e não algo necessariamente correcto e estatisticamente definido. Proporciona também um elemento de relativização dos tempos e usos porque o filtro perceptivo que adultera a leitura real e confere desvio é o mesmo para as várias circunstâncias. Um elemento notório é o da declaração por um grupo considerável de Alunos de que utilizam uma parte significativa do dia para esta actividade lúdica. Perto de 9% dos inquiridos gasta cinco ou mais horas diárias para se divertir utilizando o computador. Há alguma dificuldade em aceitar a veracidade das declarações pois significam que o tempo gasto na escolaridade, conjugando todas as actividade de aprendizagem seja aproximadamente o mesmo do que o uso do computador para fins lúdicos. Gráfico 5 – Intensidade de uso diário do computador para diversão Horas de uso diário do computador para diversão 7 ou mais horas 3,5 6 2,1 5 4 3 3,8 7,8 12,2 2 22,4 1 Menos de 1h dia 37,1 9,9 Entende-se nos dados que para parte dos Alunos o elevado valor significa a noção de uso intenso e talvez não exactamente o valor de horas. Porém, a ser verdade, mesmo que não abranja todos os que o declararam, significa que o uso do computador para 20 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos fins lúdicos poderá estar a representar um risco em diferentes dimensões de vida do jovem: antes de mais no contexto que desencadeia o presente estudo o risco de comprometimento da vida escolar e das aprendizagens, e num outro plano que excede o presente relatório, o risco de saúde no sentido amplo da palavra: saúde oftálmica, perda de actividade próprias da idade, fechamento social para apenas referir as mais comuns. Justifica-se amplamente a realização de um estudo de observação que interprete esta informação. Repetiu-se o processo de inventariação da intensidade de uso para as actividades escolares. Começou-se por verificar a distribuição ao longo da semana. A nota mais saliente é a de que, o computador é muito menos utilizado nesta área do que para fins de diversão, qualquer que seja o indicador escolhido. Começando pela distribuição semanal verifica-se uma redução de 85% no número daqueles que indicam o uso diário e de mais de 60% dos utilizadores intensivos por substituição incremental da utilização casuística ou dispersa. Gráfico 6 – Intensidade de uso semanal do computador para fins escolares Intensidade de uso do computador para fins escolares Todos os dias de 5 a 7 dias por semana de 3 a 4 dias por semana 5,0 8,0 24,3 de 1 a 2 dias por semana Menos de 1 dia por semana 21 44,9 16,8 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Seguiu-se o estudo do padrão médio diário, o qual reflecte que a concentração dos tempos de uso não compensou o tempo médio por concentração nesses dias de uma utilização intensiva. A média de uso diário para fins escolares baixa também abruptamente reforçando a leitura de que há menor uso do computador como ferramenta didáctica ou pedagógica. O grupo dos habitualmente chamados heavy users é residual ao contrário do que sucedeu na utilização lúdica. Gráfico 7 – Intensidade de uso diário do computador para fins escolares Horas de uso diário do computador para fins escolares 7 ou mais horas 1,1 6 ,7 5 1,1 4 3 3,6 8,7 2 24,1 1 Menos de 1h dia 47,8 11,5 Após a aquisição do quadro de leitura de uso do computador importava conhecer como é ele utilizado, para que finalidades dentro de cada vertente, qual a proficiência do Aluno do uso do computador (segundo a sua opinião) e, principalmente sendo a Internet uma vivência especifica dentro da utilização do computador, como a usa o Aluno nas suas imensas potencialidades. 22 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Formas de utilização do computador Inventariou-se um conjunto de formas de uso do computador questionando o Aluno sobre se as usa ou não num questionamento sim/não, a que se pediu para indicar outros tipos de funcionalidades que use para além das indicadas. Como se pode verificar no Gráfico 8 a larga maioria dos Alunos usa este recurso. Nesta como nas restantes funcionalidades retornar-se-á em ponto futuro para analisar a proficiência do inquirido. Gráfico 8 – Uso do computador para processar texto Utilização do processador de texto Não 13% Sim 87% A questão foi colocada com a ilustração de programas informáticos como o Word especificando-se que se enquadravam outros programas que realizassem a mesma tarefa. 23 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos O ponto seguinte centrou-se no trabalho com cálculo. Aqui o programa informático de ilustração escolhido foi o Excel sendo-lhes também dito que poderia ser outro qualquer programa informático que realizasse as mesmas tarefas. Verifica-se neste ponto e ao longo do trabalho será uma situação recorrente que, nos assuntos relacionados com a manipulação numérica há muito menor aptência e proficiência do que noutros programas informáticos de elevada utilização social. Apenas 19% dos Alunos reconheceram que trabalham com folha de cálculo. Gráfico 9 – Uso do computador para trabalhar cálculo Utilização de folha de cálculo Sim 19% Não 81% Quando se passa às apresentações digitais volta a subir a taxa de utilização. O programa de referência utilizado foi o PowerPoint. Três quartos dos Alunos indicam a sua utilização. Já durante a fase qualitativa essa indicação foi elevada (nesse caso a totalidade dos entrevistados) fazendo referência a que apresentação de trabalho escolar era sinónimo de preparação de uma apresentação digital. Nas várias entrevistas com professores e directores, também eles professores de carreira, houve uma indicação de que os Alunos utilizariam as apresentações digitais 24 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos de forma muito intensa, na leitura de alguns dos entrevistados, podendo mesmo ser considerada exagerada. A surpresa (a existir) foi a de 25% dos Alunos indicarem não recorrerem a este tipo de programas. Poderá isso indiciar a especialização de tarefas dentro dos grupos de trabalho dos Alunos. Gráfico 10 – Uso do computador para apresentações digitais Utilização de apresentações digitais Não 25% Sim 75% Um dado muito interessante recolhido nesta fase do trabalho é o de que o Aluno não tem inteira consciência de que utiliza (pode utilizar) o computador para recolher informações, seja directamente com programas dedicados, seja através da Internet e portanto do que significa exactamente o conceito. O valor apurado na questão remete para uma taxa relativamente baixa de utilização para este fim, 37%, enquanto que depois, quando se vai analisar a proficiência num conjunto de pontos verifica-se que utilizam o computador para proceder a recolhas de informação funcionalmente para as mais diversos fins. Representa este elemento que há uma possibilidade de trabalho com os Alunos na aquisição do conceito de pesquisa de informação e das potencialidades contidas na busca de informação. 25 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 11 – Uso do computador para documentação e recolha de informação Utilização para documentação e informação Sim 37% Não 63% O acesso à Internet colhe uma adesão quase total com 96% de declarações. Durante a fase qualitativa os Alunos entrevistados relataram que o acesso à Internet não era exclusivo do computador sendo frequente o uso de outras plataformas, destacando-se as consolas de jogos que possibilitam um largo conjunto de funcionalidades intermodais com o computador e os telemóveis para funcionalidade ligeiras. Este tipo de acesso à Internet não foi trabalhado no presente relatório. Gráfico 12 – Uso do computador para aceder à Internet Utilização para acesso à Internet Não 4% Sim 96% 26 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Solicitou-se aos Alunos inquiridos que indicassem se usavam o computador para acederem a outros programas informáticos para além dos citados podendo ser para uso lúdico ou escolar. Adiante regressar-se-á para analisar esta temática aquando da utilização por disciplina. Gráfico 13 – Uso do computador para uso de outros programas informáticos Utilização de outros programas Não 45% Sim 55% Uma funcionalidade bastante empregue é a da utilização do computador para jogar jogos digitais. Vê-se nessa funcionalidade várias vertentes relevantes para os processos de aprendizagem: treino de conceitos, desenvolvimento de competências digitais passíveis de uso noutros contextos, exercício do jogo enquanto conceito próprio. 27 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 14 – Uso do computador para jogos digitais Utilização para Jogos Não 24% Sim 76% De modo a exaurir as funcionalidades do computador questionou-se os Alunos sobre se utilizam outras actividades ainda não indicadas. Sendo uma pergunta inespecífica é de esperar uma baixa taxa de resposta particularmente tratando-se de menores. Apenas 27% deram resposta afirmativa. Quem disse que recorria a outras funcionalidades foi convidado a descrevê-las. Gráfico 15 – Uso do computador para outras actividades Utilização para outras actividades Sim 27% Não 73% 28 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Registaram-se cerca de 270 indicações sendo que houve uma concentração de casos múltiplos entre os sujeitos que acederam à resposta de desenvolvimento. Gráfico 16 – Registo de ocorrências de outras funcionalidades Outras funcionalidades utilizadas Pesquisa/estudo Técnico Passatempo (outros) Redes sociais e chats 0 20 40 60 80 100 120 Verifica-se uma forte concentração em duas classes, ambas lúdicas (formatos de comunicação e de jogo). A utilização técnica (fazer blogues, paginas, etc.) e o uso para trabalhos é muito menos expressivo. Não se detalha qualquer dos elementos porque são objecto de questionamento próprio. 29 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Auto-avaliação da proficiência digital A auto-avaliação é sempre enviesada porque potencialmente majorada pela autogratificação do Eu, bem como pelo desconhecimento do seu próprio limite face ao domínio efectivo. Ainda assim é um indicador da maior relevância e possibilita a comparação directa com trabalhos internacionais de referência. Começou-se a bateria com a auto-avaliação do grau de conhecimentos em computadores. A distribuição dos dados indica um valor de auto-reconhecimento de competências muito elevado exprimindo-se por uma média de 7,17/10 e índices de polaridade1 respectivamente de IPN de 1,5% e IPP de 36,6%. Gráfico 17 – Auto-avaliação dos conhecimentos em computadores Auto-avaliação do grau de conhecimento em computadores 30,0 25,0 % 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 Muito mau 2 3 4 5 6 7 8 9 Muito bom Os Alunos classificam-se com uma proficiência elevada a par de um pequeníssimo grupo que admite ter dificuldades em matéria de utilização de computadores. 1 IPP- Índice de polaridade positiva, IPN – Índice de polaridade negativa 30 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Propositadamente optou-se por ainda não tangibilizar esse conhecimento em competências concretizadas, mas tão-só receber a aptência genérica para a temática. A par com a dimensão de julgamento recolheu-se a dimensão emocional, no caso concretizada na leitura do “gosto pela utilização dos computadores”. A positividade é ainda superior à do julgamento com um valor médio de 8,35 e polaridades de IPP 75,5% e IPN de apenas 1,5%. Gráfico 18 – Declaração de gosto em usar computadores % Gosto pela utilização do computador 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 Não gosto nada 2 3 4 5 6 7 8 9 Gosto muito Uma tal positividade líquida confere um capital de boa vontade, em linguagem económica goodwill, muito importante, cuja expressão é da maior relevância para a gestão do PTE. Representa um capital económico no sentido da evitação de despesa que possibilita na mobilização de recursos e motivação e, um capital social no sentido da celeridade de processos que passam a estar ao alcance do gestor do sistema. 31 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Intensidade e formas de uso da Internet Idêntico processo que se fez em relação aos computadores foi realizado acerca da Internet. A taxa de utilização de Internet é calculada em função de quem tem acesso a computadores, isto é, estão excluídos do rácio os Alunos que declararam não utilizar computadores, o que recorda-se, são cerca de 1%. Dos 99% que remanescem a quase totalidade declara recorrer à Internet. Apenas um Aluno disse não a usar, o que significa que quem utiliza o computador também acede à Internet num binómio quase indissociável. Este dado vem dar consistência à interpretação encontrada na fase qualitativa em que os Alunos entrevistados estranhavam que se lhes questionasse o uso dos computadores e da Internet como conceitos separados, relatando que para eles era uma só coisa: a Internet era para eles uma das funcionalidades do computador. Gráfico 19 – Taxa de utilização da Internet Utilizas a Internet? Sim 100% 32 Não 0% Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Passou-se à inventariação dos principais usos identificados na fase qualitativa. A elencação de usos foi obtida durante a fase qualitativa à semelhança de todas as baterias de questões. Neste domínio identificaram-se três grandes áreas: formas de comunicação, informação e outras funcionalidades. O primeiro dos blocos de acesso à Internet, formas de comunicação, foi o que teve maior número de registos e dentro deste, a funcionalidade com maior taxa de utilização recursiva, 94% dos respondentes, é a de acesso para consultar mensagens de correio electrónico, vulgo emails. Gráfico 20 – Acesso à Internet para consulta de emails Utilizas a Internet para consulta de emails? Não 6% Sim 94% A segunda área de maior registo é a de jogo digital com 88% dos Alunos a relatar a actividade. Foi possível apurar na fase de desenho da ferramenta que diferentes formatos de jogo estão aqui contemplados: jogo stand alone, jogo dual e jogo em rede. Os conteúdos de jogo contêm também informação sendo por isso objecto de análise específica em ponto próprio. 33 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 21 – Acesso à Internet para jogar Utilizas a Internet para Jogos? Não 12% Sim 88% Segue-se o uso de comunidades e chat’s. Verifica-se que não há um verdadeiro conceito de comunidade electrónica de comunicação porque já nas entrevistas se tinha verificado que Alunos incluíam por exemplo o MSN nas redes sociais mas fora de comunidades. Quando se questionou sobre “comunidades” foi quase sempre entendido como um local de chating . Gráfico 22 – Acesso à Internet para comunidades e chat’s Utilizas a Internet para acesso a comunidades e chat's? Não 36% Sim 64% 34 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Há uma grande sobreposição de padrões de resposta entre o chating e o relacionamento com os amigos, significando essa informação uma utilização instrumental da primeira para obtenção da segunda. Os dois terços de Alunos que exprimem o uso da Internet enquanto meio de suporte do relacionamento social definem um grau de importância deste veículo electrónico nas trocas de informação e comunicação na Sociedade actual, pelo menos para este grupo etário. Gráfico 23 – Acesso à Internet para relacionamento com amigos Utilizas a Internet para manter relacionamento com amigos? Não 36% Sim 64% Ainda no âmbito das relações sociais aparece a informação de que mais de um quarto das Alunos utiliza a Internet para alargar a sua rede de relações sociais buscando nela novas relações. A informação encerra uma dupla vertente de riqueza por alargamento dos contactos sociais, experiências e criação de um novo horizonte social a par dos riscos de relações não filtradas pela experiência da relação humana. O alargamento de horizontes sociais é em si um enriquecimento de experiências, de possibilidade de contactos com realidade para além dos contextos sociais locais, de no limite possibilidade de treino de línguas estrangeiras se esses novos contactos 35 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos resultarem de trocas internacionais. Mas, o lado de risco também contido no contacto não observado, não confirmado nos elementos infra-estruturais, desprotegidos na possibilidade abusiva representada pela entidade criada não ser necessariamente a entidade verdadeira, representa uma nova fonte de riscos para a formação cívica, o equilíbrio e mesmo o risco físico do interlocutor, elemento acrescido na fase etária sob análise. Gráfico 24 – Acesso à Internet para angariar novos amigos Utilizas a Internet para fazer amigos fora dos locais habituais? Sim 28% Não 72% A utilização da Internet para efectuar pagamentos é ainda entre os Alunos algo escasso em conformidade com os requerimentos legais e outros inerentes à posse de cartões de débito ou crédito. Seria por isso expectável um valor residual de registos no grupo dos Alunos, apenas com valor de leitura diferencial face aos restantes grupos trabalhados. Ainda assim, 9% dos inquiridos referem que utilizam a Internet para essa finalidade, elemento que justifica futura reflexão e detalhe analítico. Uma vez que não se esperava uma utilização financeira da Internet aos 15 anos, pelo menos directamente, não se procurou detalhar os fins aplicativos dessas compras. Em conversas com Directores e Professores tidas para discussão compreensiva dos resultados foram relatados elementos de casuística onde a utilização financeira da 36 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Internet foram de risco elevado para os jovens. Será seguramente um elemento a seguir em próximos estudos. Gráfico 25 – Acesso à Internet para realização de compras e pagamentos Utilizas a Internet para compras e pagamentos? Sim 9% Não 91% Os elementos de utilização funcional da Internet que poderiam contribuir em muito para a formação técnica e instrumental do Aluno não obtiveram o mesmo grau de uso do que as formas comunicacionais. Quando instados sobre a produção de páginas Web, elemento constante nos programas lectivos das disciplinas de TIC, apenas 22% dos Alunos reconheceram fazê-lo. Gráfico 26 – Acesso à Internet para produção de páginas Web Utilizas a Internet para produção de paginas Web? Sim 22% Não 78% 37 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos No mesmo sentido a produção de blogues tem apenas 27% de presenças. Contudo, analisando os dados pelo prisma positivo, esse valor exprime que quase um terço dos Alunos possui ou possuiu pelo menos um blogue. Gráfico 27 – Acesso à Internet para produção de Blogues Utilizas a Internet para produção de Blogues? Sim 27% Não 73% A busca de informação nas suas várias vertentes é expressiva. Não se indagou acerca da intensidade com que é feita ou da sua qualificação, mas tão só se é feita. Gráfico 28 – Acesso à Internet para notícias Utilizas a Internet para acesso a notícias? Sim 41% Não 59% 38 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos A busca de notícias é declarada por mais de quarenta por cento dos Alunos. Por seu turno a busca de informações temáticas não noticiosas colhe a adesão de 23% dos Alunos, fornecendo o conjunto uma panorâmica sobre os acessos informativos mais favorável do que quando questionada ao inicio de forma conceptual. Gráfico 29 – Acesso à Internet para informação não noticiosa Utilizas a Internet para consulta de informação não noticiosa? Sim 23% Não 77% Já para a colheita de informação temática a adesão é francamente superior, com 56% dos Alunos a declara-la. Não será estranha a procura de informações para trabalhos escolares, hobbies e outras actividades que exijam aquisição de conhecimentos. Gráfico 30 – Acesso à Internet para temas específicos Utilizas a Internet para manter obter informação sobre temas específicos? Não 44% Sim 56% 39 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos O valor declarado para “outras actividades” está por certo subdimensionado se for tomado em consideração o conjunto de actividades relatado de forma circunstanciada ao longo do inquérito. Atribui-se essa discrepância à falha elicitiva. Gráfico 31 – Acesso à Internet para outras finalidades Utilizas a Internet para outras finalidades? Sim 41% Não 59% De modo semelhante ao que se fez para o uso dos computadores procurou-se estabelecer taxas de intensidade de uso para a Internet. A intensidade de utilização semanal para fins não escolares revela que a maioria dos Alunos acede à Internet todos ou quase todos os dias, sendo por oposição o grupo dos habitualmente designados ligth users de apenas cerca de 6%. Em termos de teoria de ciclo de inovação pode considerar-se que a distribuição aponta para um estado de desenvolvimento caracterizado pela larga adopção da tecnologia a par de pequenos grupos mais resistentes (last laggards). 40 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 32 – Intensidade de uso semanal da Internet para fins não escolares Uso da Internet para fins não escolares Todos os dias 27,0 de 5 a 7 dias por semana 23,2 de 3 a 4 dias por semana 26,0 de 1 a 2 dias por semana Menos de 1 dia por semana 15,9 5,9 Quanto ao uso diário da Internet verifica-se que há uma média de 2h15 minutos de acesso para fins não escolares ultrapassando também aqui a final escolar. A distribuição é deslocada à esquerda com moda de 1h de utilização. A densidade semiinterquartilica situa-se entre 1h e 2h30m sendo por isso a média puxada para cima devido à existência de grupo muito expressivo (cerca de 10%) de heavy users. Um valor tão elevado, a confirmar-se em estudo de especificidade pode remeter para elementos de reflexão ligados à saúde do adolescente: risco oftálmico, redução da realidade vivida, etc. 41 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 33 – Intensidade de uso diário da Internet para fins não escolares % Nº médio de horas diárias gastas na Internet - não escolar 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 Menos de 1h 42 1 2 3 4 5 6 7 ou mais horas Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Intensidade e formas de uso da Internet para fins escolares As formas de uso da Internet para fins escolares foram também inventariadas. Durante a fase qualitativa identificou-se que a função comunicacional da Internet era muito relevante para a execução de trabalhos de grupo, em particular em grupos onde um ou mais elementos reside longe dos restantes. Do mesmo modo é expressivo o contacto genérico comunicacional com colegas. Os valores recolhidos na amostragem nacional são de que 70% dos Alunos se servem da Internet para estas finalidades. Gráfico 34 – Utilização da Internet para relacionamento com colegas Internet para relacionamento com colegas da Escola Não 30% Sim 70% Ainda na linha da Internet como ferramenta para a actividade lectiva averiguou-se o seu uso para pesquisa nos trabalhos solicitados pela Escola. Verifica-se que três quartos dos Alunos a usam como fonte de informação. Nas entrevistas pessoais os Alunos indicaram que, a fonte principal de pesquisa na Internet é a Wikipedia pela sua facilidade de acesso, nulo custo e boa organização. Outras fontes como o motor de busca Google também foram amplamente relatadas. Pontualmente o recurso a sítios estrangeiros será realizado, obrigando ao uso da língua de referência nesse sítio. Podese portanto entender o valor apurado com dupla leitura: já existem 73% dos Alunos a 43 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos consultar sítios da Internet para documentação escolar, ampliando em muito as possibilidades informativas dos instrumentos clássicos de ensino, ou na leitura complementar ainda mais de um quarto dos Alunos ainda não utiliza esse recurso e quase todos os que o usam, o podem fazer em muitas outras valências e intensidade. Umas últimas palavras para a gestão funcional dos acessos à informação. Estará essa documentação a funcionar numa base “copy-paste”? Ou há ganhos efectivos para as aprendizagens? Os dados recolhidos neste trabalho exploratório não permitiram obter indicações em qualquer das direcções, mas será importante desenvolver trabalho de pesquisa que analise especificamente este ponto determinante para se optimizar as aprendizagens efectivas. Gráfico 35 – Utilização da Internet para recolha de informação para os trabalhos Internet para recolha de informação para trabalhos da Escola Não 27% Sim 73% Já o contacto digital com os professores é muito menos frequente do que entre os Alunos encontrando-se apenas 21% de casos positivos. Representa o valor que há um largo espaço de progresso quanto à utilização da Internet enquanto forma comunicacional da comunidade escolar. Noutra dimensão de análise pode ser também 44 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos questionado todo o potencial por descobrir de instrumentos digitais de ensino e processos de aprendizagem à distância só possíveis via da Internet. Gráfico 36 – Utilização da Internet para relacionamento com professores Internet para relacionamento com Professores da Escola Sim 21% Não 79% Pouco maior, vinte e cinco porcento, é o valor que exprime o relacionamento dos Alunos com a comunidade on-line da Escola, o que significa um empobrecimento de todas as valências relacionais e funcionais possibilitadas pela via digital tanto para o Aluno como para a Escola. Gráfico 37 – Utilização da Internet para relacionamento com comunidade on-line Internet para relacionamento com Comunidade on-line da Escola Sim 25% Não 75% 45 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos A realização de pagamentos de modo digital por menores é algo de muito discutível em termos éticos e no contexto escolar também por razões deontológicas: exige a posse de meios de pagamento monetários electrónicos o que em principio está reservado aos maiores de idade, expõe o menor a riscos inerentes aos cuidados com a segurança económica em ambiente Internet, etc. Porém pode-se conceber novas dimensões de emprego financeiro com baixo envolvimento monetário e evitação de uso e deslocação na rua com dinheiro-moeda, conferindo aumento de segurança contra assaltos, má utilização do capital, etc. São exemplos de possibilidades em aberto os pagamentos de refeições, propinas, papelaria, etc. Verifica-se um muito baixo uso desta funcionalidade com apenas 4% de registos. Gráfico 38 – Utilização da Internet para pagamentos ligados à Escola Internet para pagamentos ligados à Escola Sim 4% Não 96% O facto de a larga maioria das Escolas dispor de sítios informáticos possibilita o acesso pelos Alunos à aquisição de informações sobre a vida da Escola e outras do seu interesse veiculados por esse canal. Mais de metade dos Alunos indicam essa utilização. Porém o elevado número de não adesões à funcionalidade poderá pelo menos em parte ser atribuída às razões apontadas pelos Alunos quando se trocou impressões sobre o assunto: sítios sem alteração de informações durante semanas ou meses, sítios com poucas informações ou informações já ultrapassadas, sítios 46 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos inoperacionais por largos períodos. Em todos os casos onde a temática veio a discussão indicaram que utilizariam mais se os sítios fossem ambiciosos. Gráfico 39 – Utilização da Internet para recolha de informação sobre a Escola Internet para recolha de informação ligada à Escola Sim 53% Não 47% Foram relatados diversos casos de Escolas sem Moodle acessível aos Alunos, ou pelo menos que disso tivessem conhecimento. Em contrapartida nos casos onde tal sucede houve uma óptima referência à praticabilidade do acesso. Os trinta e cinco porcento de registos poderá apenas exprimir uma realidade em evolução por parte das Escolas. Gráfico 40 – Utilização da Internet acesso ao Moodle Escola Internet para trabalho com o Moodle da Escola Sim 35% Não 65% 47 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos À semelhança do que já se tinha verificado aquando da análise da utilização dos computadores, também na Internet o uso para fins escolares é muito mais comedido do que o lúdico. No caso vertente, verificou-se que apenas 3,6% dos Alunos usa diariamente a Internet para fins escolares enquanto os ligth users somam 62%. Gráfico 41 – Intensidade diária de uso da Internet para fins escolares Uso da Internet para fins escolares Todos os dias de 5 a 7 dias por semana 3,6 5,3 27,2 de 3 a 4 dias por semana 43,4 de 1 a 2 dias por semana 18,6 Menos de 1 dia por semana Exactamente na mesma linha se regista o uso diário com um valor médio declarado de cerca de 1h e simultânea ausência de heavy users. Gráfico 42 – Intensidade semanal de uso da Internet para fins escolares Média diária de Internet para fins escolares 60,0 50,0 % 40,0 30,0 20,0 10,0 ,0 Menos de 1h 48 1 2 3 4 5 6 ou mais horas Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Os Alunos consideram-se razoavelmente proficientes em matéria de Internet. Alerta-se novamente para o facto de que se está no domínio de um julgamento feito na própria pessoa e no desconhecimento de elementos comparativos referenciais. Vale a informação enquanto elemento referenciador do Eu e daquilo que é socialmente partilhado na comparação com os pares. Falta saber se eles estão efectivamente preparados ou se é a comunidade que apresenta uma fragilidade generalizada e a auto-avaliação por isso não sai denegrida na comparação. A média declarada é de 7,1/10 com moda nos 8 pontos, mas principalmente são informativos os valores das polaridades com IPN quase nulo (0,8%) e o IPP de 48% dando nota de que, cerca de metade dos Alunos se considera altamente preparado na temática. Gráfico 43 – Auto-avaliação sobre conhecimentos acerca da Internet Conhecimento sobre Internet 30,0 25,0 % 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 Muito mau 2 3 4 5 6 7 8 9 Muito bom Ainda mantendo paridade ao que se fez com o estudo dos computadores, a dimensão emocional volta a registar um valor muito alto e propriedades de distribuição que colocam a relação afectiva com a Internet numa posição especial. A média das cotações foi de 8,4/10 e os índices de polaridade de 0,8% no IPN e 76,4% no IPP. Em termos práticos significa que o goodwill é elevadíssimo ocupando uma posição muito 49 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos próxima do que é designado em matemática por “ponto ideal” elemento buscado à exaustão quando se trata de uma marca comercial ou da promoção de um produto, serviço ou comportamento, na qual as empresas e organizações boa parte dos seus orçamentos de comunicação na esperança de obter a posição aqui já adquirida. A posição de proximidade ao ponto ideal abre espaço de manobra para a coordenação do PTE no lançamento de iniciativas dirigidas aos alunos envolvendo processos de aprendizagem assentes na Internet, aos Directores de Escola na busca de adesões dos Alunos a novas funcionalidades propostas pela Escola e aos professores na proposição de actividades lectivas e circum-escolares que requeiram elevado empenhamento dos Alunos. Gráfico 44 – Declaração de gosto no uso da Internet % Gosto de uso da Internet 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 Não gosto nada 2 3 4 5 6 7 8 9 Gosto muito Em síntese, neste ponto verificou-se que os Alunos têm uma forte atracção pelo uso da Internet, se sentem à vontade no seu manejo estando aptos a aceitar desafios que envolvam essa plataforma digital. O uso da Internet é principalmente feito fora do contexto escolar e nele por vezes tenderá a ocorrer em baixa intensidade de uso face ao desenvolvimento incipiente de recursos próprios que as Escolas e seus agentes educativos propõem aos Alunos. 50 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Proficiência digital funcional dos Alunos Uma outra forma de avaliar a proficiência digital é questionar os inquiridos sobre a sua capacidade para efectuar tarefas pré-definidas. Não se testa a efectiva capacidade, o que obrigaria à prestação de provas. Questiona-se na óptica do respondente indagando acerca da sua leitura de capacidade para a realização da tarefa. Empregouse uma bateria de tarefas comuns, a que os investigadores de TIC nesta fase etária fazem recurso como por exemplo em Espanha empregues por Segalés (2009). A primeira tarefa sobre a qual se solicitou resposta foi a de abertura de um qualquer documento digital nos ambientes que os Alunos normalmente utilizam. A distribuição das respostas aponta para uma enorme capacidade declarada, com uma polaridade positiva de 90,2% enquanto a negativa foi residual com 1,0% de registos de que resultou um deslocamento total à direita da distribuição e uma média de 9,4/10. Gráfico 45 – Declaração de proficiência na abertura de um documento digital % Abrir um documento 51 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 ,0 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos A tarefa seguinte versou sobre a capacidade declarada para imprimir um documento digital. O padrão de resposta foi absolutamente idêntico com a única diferença de incrementar ainda mais as positividades: média de 9,51/10, IPP de 92,9% e IPN de 1%, levando a crer que imprimir o documento é algo absolutamente disseminado e não constitui dificuldade alguma. Gráfico 46 – Declaração de proficiência na impressão de um documento digital % Imprimir um documento 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 ,0 A terceira tarefa consistiu em saber da facilidade em criar um documento de processamento de texto. Foi dado como exemplo o programa Word ou outro equivalente. Deve frisar-se que as múltiplas funcionalidades permitidas por esse tipo de programas não foram inventariadas, nem se questionou os Alunos sobre os conhecimentos efectivos dessas possibilidades. O padrão de resposta foi idêntico aos dois anteriores com os seguintes indicadores: média 9,43/10, IPP 91,2% e IPN de 1,1%. O valor médio é tão elevado que perante a complexidade de alternativas previstas no programa se presume um largo 52 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos desconhecimento objectivo. Interessa em paralelo registar a pressuposição de àvontade dos Alunos com este tipo de programas. Gráfico 47 – Declaração de proficiência na criação de um documento de texto % Criar um documento de texto 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 ,0 O padrão da distribuição altera-se pela primeira vez com o questionamento das tarefas de cálculo revelando menor proficiência nos assuntos de relação numérica. Gráfico 48 – Declaração de proficiência na criação de um documento de cálculo Criar um documento de cálculo 35,0 30,0 % 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 53 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Ao longo do presente relatório a situação será revista por diversas vezes: tudo o que envolva números apresenta algum grau de dificuldade pressuposta acrescida. O programa informático dado como exemplo foi o Excel. Os valores referenciais foram nesta questão: média de 7,7/10, IPP de 63,4% e IPN de 5,8%. Manteve-se contudo a positividade global da avaliação. Seguiu-se uma área que os professores nas múltiplas entrevistas tidas relataram que existia um uso intenso, dir-se-ia, quase abusivo: as apresentações digitais. O programa informático de exemplo foi o PowerPoint. Também como nos restantes se indicou que poderiam ser outros que realizassem idêntica tarefa. Gráfico 49 – Declaração de proficiência na criação de uma apresentação digital Criar uma apresentação digital 70,0 60,0 % 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 ,0 Os valores como previsto subiram em relação aos dados de cálculo. A média situou-se nos 8,97/10 pontos e as polaridades em IPP 85,4% e IPN 1,7% totalmente em linha com as indicações dos professores. Neste caso há uma avaliação (apenas qualitativa) em que nessas entrevistas era relatado que os Alunos apesar de utilizarem o ppw intensivamente o faziam com reduzidas funcionalidades. Se este antagonismo entre 54 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos percepção relatada de professores e elevada positividade declarativa de Alunos se exprime deste modo, poder-se-á presumir que também o seja nos restantes programas informáticos solicitados. A criação de uma base de dados colhe uma positividade muito menor do que qualquer das anteriores tarefas. A maior complexidade de conceitos, utilizações e aplicações tornam-na mais difícil de manipular. Ao contrário das outras tarefas não se deu indicações especificas de programas informáticos para ilustração pela razão de que não há um paradigma de programa estabelecido tão evidente quanto nas situações anteriores. Os valores da distribuição exprimem bem a diferença de tarefas: aparece pela primeira vez um grupo de sujeitos que declara desconhecimento ou grande dificuldade na tarefa de que resulta um IPN de 11,7% ao mesmo tempo que o IPP fica nos 51,2%. Um grupo expressivo de respondentes situa-se na zona central da distribuição pelo que a média se fixa nos 6,93 pontos. Gráfico 50 – Declaração de proficiência na criação de uma base de dados % Criar uma base de dados 55 20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 ,0 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Retornou-se ao padrão de respostas inicial quando se questionou acerca da utilização de um motor de busca. Indicou-se o Google ou programa similar. A média situou-se nos 9,43/10 com total ausência de sujeitos que admitissem não ser proficientes no assunto e a quase totalidade a declarar-se sem qualquer problema de utilização o que se exprimiu nas polaridades negativa de 1,1% e positiva de 91,7%. Gráfico 51 – Declaração de proficiência no uso de um motor de busca % Utilizar um motor de busca na Internet 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 ,0 Ainda no domínio da Internet questionou-se sobre o conhecimento de descarga de ficheiros de arquivo. Durante as entrevistas foi amplamente citado pelos Alunos esse uso para armazenarem musicas, filmes, jogos, etc. Também é um item recorrente nos trabalhos internacionais. Os valores sintéticos são muito elevados, com uma média de 8,80/10 mas com alguns indivíduos (poucos) a declararem dificuldades, 3,2% e 81,9% sem problemas de exercício da tarefa. 56 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 52 – Declaração de proficiência de descarga de um arquivo a partir da Internet Descarregar um arquivo da Internet 70,0 60,0 % 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 ,0 O correio electrónico tem vasto emprego no grupo estudado. De algum modo o dito “email” é um elemento icónico da Web e por isso a capacidade da sua utilização figura nos relatórios internacionais de caracterização de proficiência digital. No caso Português, os Alunos do 9º ano manifestam uma quase ausência de dificuldade de uso que se exprime na distribuição inserta abaixo. Os valores sintéticos foram uma média de 9,26/10, um IPN de apenas 1,7% e um IPP de 90,3%. Gráfico 53 – Declaração de proficiência no envio de um correio electrónico % Enviar um correio electrónico 57 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 ,0 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos À semelhança do email, a utilização de programas de mensagem instantânea como o Messenger ou o Skype entre outros equivalentes colhe grande adesão do público em particular das camadas jovens. No grupo em análise o treino obtido possibilita uma facilidade de uso muito grande. A média fixou-se nos 9,40/10 pontos e as polaridades em IPN de 1,3% e IPP de 91,1%. Gráfico 54 – Declaração de proficiência no uso de mensagem instantânea % Usar programa de mensagem instantânea 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 ,0 A passagem a elementos que exigem maior complexidade de ferramentas e conceitos regista sempre um abaixamento dos valores sintéticos positivos. Assim sucedeu no uso da Internet em termos da publicação de conteúdos em páginas Web ou produção de blogues. A maioria dos Alunos ainda se declara capaz de o fazer mas torna a aparecer um grupo de pessoas que se declaram impreparadas para o fazer, 9,8%, enquanto a média baixa para 7,37/10. Mau grado esse abaixamento é relevante que o up-loading de conteúdos se situe claramente do lado positivo da escala de que resulta um IPP de 57,8%. 58 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 55 – Declaração de proficiência na publicação de conteúdos na Internet Publicar conteúdos na Internet 30,0 25,0 % 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 O mesmo se passa ao nível dos grafismos e gestão dos conteúdos. Quando se solicitou a declaração de proficiência acerca do desenho e modificação de páginas Web e de outros formatos na Internet a positividade decai. Tal como nos pontos anteriores não se aferiu o grau de rigor das declarações, e, numa temática tão potencialmente técnica como o é o design digital, o assunto ganha foros de máxima importância. A formulação da pergunta foi realizada nos mesmos moldes dos trabalhos de referência internacional. Os valores sintéticos caem ainda mais do que no ponto anterior para um valor médio de 6,26/10 e IPP de apenas 39%, o mais baixo de todos os indicadores da bateria ao passo que o IPN sobe aos 18,6%. 59 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 56 – Declaração de proficiência no desenho ou modificação de páginas Web % Desenhar ou modificar pag. Web 60 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 ,0 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Equipamento informático à disposição do Aluno O próximo bloco de investigação dedicou-se a identificar os recursos informáticos que os Alunos dispõem para trabalhar. Um primeiro passo para a autonomia digital do Aluno é poder dispor de computador de modo a que tenha antes de mais acesso à ferramenta e se possível que seja um computador próprio para que possa organizar os tempos e formas de uso. Verifica-se que a larga maioria dos Alunos tem um computador próprio com um registo de 93% dos inquiridos. Cruzando com informação de outros pontos do inquérito chega-se a uma acessibilidade total aos computadores de 97%, situação que coloca Portugal nos lugares cimeiros à escala Mundial. Gráfico 57 – Dispõe de computador próprio Tem computador próprio Não 7% Sim 93% A forma mais escolhida (ou possuída) é o computador portátil com 85% dos Alunos a possuírem-no o que é um valor muito elevado se tomados por referencia os valores dos principais relatórios internacionais sobre a matéria. 61 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 58 – Dispõe de computador próprio portátil Dispõe de computador portátil Não 15% Sim 85% O computador de secretária entendendo-se aqui no conceito todos os formatos não portáteis, é possuído por cerca de três quartos dos respondentes. Gráfico 59 – Dispõe de computador de secretária Dispõe de computador de secretária Não 26% Sim 74% Por último questionou-se os Alunos acerca de independentemente de possuírem ou não computador próprio, se o utilizam em casa. A quase totalidade informa nesse 62 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos sentido. Apenas 3% dos Alunos inquiridos não tem possibilidade de uso de computador na sua residência. Gráfico 60 – Utiliza computador em casa Utiliza computador em casa Não 3% Sim 97% Em síntese: 1. 55% dos Alunos inquiridos tem computadores portátil e de secretária 2. 24% dos Alunos só tem computador portátil 3. 14% dos Alunos só tem computador de secretária 4. 7% dos Alunos não tem computador próprio mas pode usar em casa 5. 3% dos Alunos não acede a computadores na sua residência. Verifica-se pelos valores expostos que para os Alunos e respectivas famílias o computador se tornou uma ferramenta básica do trabalho do Aluno, pelo menos no grau de ensino estudado (9ºano). O acesso à Internet pode ainda ser feito a partir do telemóvel embora a guiarmo-nos pelas entrevistas isso não ocorra com base regular por razões financeiras e de capacidade dos equipamentos. Apesar disso indagou-se os recursos existentes numa 63 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos perspectiva de potencialidade. Mais de metade dos Alunos declara possuir essa capacidade Gráfico 61 – Dispõe de telemóvel com acesso à Internet Dispõe de telemóvel com acesso à Internet Não 43% Sim 57% Vários outros dispositivos possibilitam acesso a funcionalidades da Internet. Os Alunos referiram como veículo principal a consola de jogos PS3 mas dado que de momento apenas são utilizadas em actividades lúdicas e sem capacitação de uso escolar optouse por não se detalhar esses dispositivos. Um assunto relevante para a boa disseminação da posse do computador é a resolução da questão do problema do custo de aquisição do equipamento e acesso à Internet para as famílias dos Alunos, aparecendo o e-escolas como um programa de Estado destinado à ultrapassagem destas dificuldades. Verifica-se a elevada importância do programa e-escolas para quase metade dos Alunos, apesar de nos ter sido relatado por encarregados de educação o elevado preço que tem de ser suportado por famílias com mais de um filho, nas quais a aquisição de 64 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos um pacote comercial de adesão à Internet pode tornar o período de três anos previsto no programa e-escolas não atractivo e com alternativas comerciais mais vantajosas. Gráfico 62 – Aquisição do computador no âmbito do PTE O teu computador foi adquirido através do e-escolas? Sim 44% Não 56% 65 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Local de acesso à Internet Um principio fundamental na disseminação da Internet é proporcionar o acesso a quem o queira, por isso se inquiriu os Alunos no sentido de apurar onde fazem eles esse acesso, verificando se dependem da Escola, se possuem acesso em casa, ou outra qualquer situação que possa vir a ser integrada no processo educativo. A quase totalidade dos Alunos, noventa e três porcento, possui acesso à Internet a partir de casa, fenómeno a que não será estranho o grande impacte do programa eescolas que incorpora a acessibilidade à Internet durante um período de três anos. Gráfico 63 – Acesso à Internet a partir de casa Tens acesso à Internet em casa? Não 3% Sim 97% Este tipo de acessibilidade possibilita um conjunto de funcionalidades e sítios que uma Escola ou outro local público pode levantar dúvidas ou mesmo recusas: jogos digitais e áudio/vídeo principalmente e, em menor escala frequência de sítios inapropriados para as idades em causa. A expressividade dos números é tão elevada que se pode considerar que quase todos os Alunos possuem acesso à Internet. 66 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Passou-se depois à acessibilidade a partir da Escola. Quase metade dos Alunos invoca a condição de tal não lhe ser possível, situação algo surpreendente perante o imenso esforço de dotação da Escolas em parque informático e das orientações do PTE. Leva a informação a concluir que, ou não estão a ser aproveitados todos os recursos possíveis da Escola, ou que os indicadores oficiais de acessibilidade à Internet necessitam de ser apurados. Gráfico 64 – Acesso à Internet a partir da Escola Tens acesso à Internet na Escola? Não 43% Sim 57% O acesso em espaço público tem vindo a generalizar-se nos países da OCDE, primeiro equipando os locais de informação e consulta públicos (bibliotecas, centros culturais, cibercafés, etc.) para depois se evoluir para uma disponibilização do serviço prestado ao público (hot spots, p.e.) existindo milhões de locais de acesso público na UE proporcionados por cafés, restaurantes, hotéis, postos de turismo, administração local, etc. Esses espaços poderão ter interesse em ser conhecidos porque abrem toda uma outra possibilidade de trabalho extra-escolar e extra-doméstico muito relevante, por exemplo para a realização de trabalhos de grupo. 67 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Verifica-se que 21% dos Alunos já caminha nesse sentido, onde apesar de possuírem acesso na sua residência utilizam outros locais públicos. Será um indicador interessante de seguir em futuras pesquisas. Gráfico 65 – Acesso à Internet em locais públicos Tens acesso à Internet em locais públicos? Sim 21% Não 79% É muito provável que este valor aumente à medida que em Portugal se dissemine a prática de disponibilizar hot spots por parte dos operadores económicos locais. 68 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Equipamento TIC da Escola Este bloco dedicou-se ao estudo da caracterização do equipamento da escola na óptica e conhecimento dos alunos. Este aspecto é de suma importância porque, a Escola pode estar muito bem equipada em termos de parque informático, mas por razões de gestão parte do equipamento não estar a ser disponibilizado aos alunos, ou, o estilo de ensino seguido pela Escola não recorrer de forma explicita ao equipamento conduzindo os alunos a perceber um nível de equipamento inferior ao real. Tem-se portanto uma postura de prestação de serviço onde o aluno é o cliente, designando-se por isso na linguagem teórica por “análise de prestação de serviço na óptica do cliente”. As respostas sendo exercidas sobre o objecto “Escola” e não decorrentes de interpretações do respondente, devem ser lidas principalmente como reflexos da vida digital da Escola. Nesse sentido corrobora o facto de que há forte colinearidade nas respostas dos alunos de uma mesma escola. Os valores, por o grupo de respondentes ser similar por escola, no limite podem ser entendidos como aproximadamente uma leitura percentilica do parque escolar representado na amostra. A existência de zonas com acesso livre à Internet sem recurso a cabo, habitualmente designadas por zonas wi-fi ou hot spots, possibilita a existência de aulas em que os alunos possam levar os seus computadores portáteis, ou no mínimo que haja a hipótese de trabalhar com os computadores da Escola com menos fios a passarem na sala. Verifica-se que menos de metade dos alunos reconhece essa capacidade nas salas da sua escola. Não se afirmou que eram todas as salas da escola, mas apenas que há salas dotadas dessa capacidade. A aparente fragilidade é por si só limitadora de alguns processos de ensino, uso de materiais digitais embora não determinante ou incapacitante de desenvolvimento digital dos alunos ou da turma. 69 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 66 – Existência de zonas wi-fi nas salas de aula Existem zonas wi-fi nas salas de aula Sim 45% Não 55% O segundo aspecto a que se deu destaque foi a da existência de uma rede informática interna pelas possibilidades de inclusão de moodle e suas funcionalidades, gestão de conteúdos, possibilidade de existência de bibliotecas de recursos digitais, etc. cerca de dois terços dos alunos reconhecem esta valência. Gráfico 67 – Existência de Intranet Existe Intranet ou rede informática interna Não 36% Sim 64% 70 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Não se descreveu ou classificou as capacidades da rede interna, abrangendo-se todas as situações das mais frágeis às (se existirem) muito capacitadas de recursos. Um recurso digital muito em voga nas escolas é a de possuírem página de Internet onde a comunidade pode ir buscar informações. Não se abordou a questão da actualização da página, edição nem qualidade gráfica. Quase noventa porcento dos alunos refere a existência de página de Internet da sua escola, o que dá boa mostra da disseminação do recurso. Gráfico 68 – Existência de página da Escola na Internet Existe página da Escola na Internet Não 12% Sim 88% Durante a fase qualitativa houve por parte de todos os públicos entrevistados críticas ou pelo menos menções a que o parque informático não estaria nas melhores condições de manutenção. Procurou-se por isso ler as posições de cada grupo. No caso dos alunos perguntou-se apenas se sabiam da existência de um sistema de manutenção do parque informático. 71 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos A larga maioria desconhece essa actividade na sua escola, concretamente quatro quintos dizem não haver. Faz-se notar que apesar dos alunos afirmarem a não existência de manutenção não significa que ela não exista. Parte-se do princípio de que haverá, pelo simples facto de que sem manutenção qualquer parque de máquinas fica inoperacional num curto espaço de tempo. O valor da leitura incide noutro ponto: saber que o uso do material implica desgaste obrigando a gastar recursos que poderão ser empregues noutras actividades promove no aluno uma responsabilização que, pode ou não ser cumprida conforme o grau de civismo de cada um e evidencia um esforço da escola em lhe proporcionar um serviço. O estado de desconhecimento de esforço torna o uso de qualquer recurso num chamado “bem natural” onde portanto a responsabilização, cuidados, etc. tende a ser minguado face às possibilidades sociais. Os valores encontrados suscitam alguma reflexão e apontam um caminho a percorrer informando e formando os alunos para esta vertente. Gráfico 69 – Existência de manutenção de informática Existe sistema de matutenção do parque informático Sim 21% Não 79% Questionar os alunos acerca de comportamentos de professores fora da sala de aula é matéria delicada e deve por isso ser muito cautelosa. A razão de existência da presente questão é a de articulação diferencial com a seguinte e tem de ser interpretada apenas como um reflexo do que os professores possam comentar com os alunos sobre o 72 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos trabalho lectivo. Um grupo bastante considerável (38%) refere a existência dessa funcionalidade. O valor tenderá a estar sub-representado por nem todos os professores partilharem a organização lectiva com os alunos. Admite-se também que a rede a existir esteja diferenciada no acesso para os públicos da comunidade escolar tornando visível a funcionalidade dos professores. Gráfico 70 – Existência de rede remota para professores Existe acesso à rede da Escola a partir de casa para os Professores Sim 38% Não 62% O valor encontrado para os alunos vem reforçar amplamente a leitura anterior com 44% dos alunos a relatar o acesso por via remota: por certo que a funcionalidade tenderá a ser superior para professores. À semelhança dos restantes itens não se questionou os alunos sobre capacidades e qualificações da rede, acessos, etc. Contudo, a simples existência da rede com acesso remoto possibilita uma miríade de trabalhos com os alunos bem como a inserção das TIC enquanto elemento de suporte da vida comunitária da escola, elemento que apesar de possível não apareceu na fase qualitativa. 73 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 71 – Existência de rede remota para Alunos Existe acesso à rede da Escola a partir de casa para os Alunos Sim 44% Não 56% Finalmente na mesma linha de raciocínio questionou-se em relação aos encarregados de educação. Já há mais de um quarto dos pais /encarregados de educação com esta possibilidade em aberto. Gráfico 72 – Existência de rede remota para Encarregados de educação Existe acesso à rede da Escola a partir de casa para os Enc. Edu. Sim 28% Não 72% 74 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Novamente se coloca a questão da rede digital poder ser um “esqueleto” de uma comunidade em que os actores sociais não permanecem fisicamente no espaço, mas podem partilhar experiências, informações, etc. A ideia remanescente que o estudo deste ponto deixou foi a de que, já existem passos muito importantes na estrutura física da rede nacional mas, ainda falta concluir essa mesma rede e principalmente falta transformar a filosofia com que é gerida transformando-a numa verdadeira rede social da escola. O segundo bloco de estudo do equipamento consiste na inventariação do equipamento à disposição dos alunos. Iniciou-se o inventário pelas impressoras a preto. Verifica-se que a larga maioria das Escolas possui este tipo de equipamento ao serviço dos alunos. Gráfico 73 – Existência de impressoras a preto Existem impressoras a preto Não 17% Sim 83% 75 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Ainda em matéria de impressoras passou-se às de cores. Os valores são muito parecidos mas isso não significa que as mesmas escolas proporcionem idêntico equipamento. Gráfico 74 – Existência de impressoras a cores Existem impressoras a cores Não 16% Sim 84% É visível na tabela abaixo a distribuição do parque percebido dos vários tipos de impressoras. O valor de 22 alunos indicando que não há qualquer impressora exprime que todas as escolas estão dotadas desse equipamento porque provêm de várias escolas e em todas elas há diversos alunos confirmando o uso de impressoras. Impressoras a cores Não Impressoras Não a preto Sim Total 22 Sim 100 Total 122 90 503 593 112 603 715 Ficou a ideia de a larga maioria das escolas já tem ambas as variantes de máquinas à disposição dos alunos. 76 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos A presença de digitalizadores de imagem, vulgo scanners, não é tão ampla quanto a das impressoras. Apesar de tudo mais de metade das escolas está equipada. Gráfico 75 – Existência de digitalizadores Existem scanners Não 40% Sim 60% As câmaras fotográficas digitais serão material com uso predominante nas expressões, mas dado que podem ser empregues noutros contextos também foram incluídas. Os alunos referem a sua existência num quarto das escolas. Gráfico 76 – Existência de câmaras fotográficas digitais Existem camaras digitais Sim 24% Não 76% 77 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos O leitor DVD tem uma aplicação bastante ampla e útil para muitas disciplinas. Quase 70% dos alunos mencionam a sua presença. Gráfico 77 – Existência de leitores de DVD Existem leitores de DVD Não 31% Sim 69% Por outro lado a protecção das máquinas e dos trabalhos que se estão a realizar por via das UPS’s é pouco sentida: Gráfico 78 – Existência de protecção eléctrica Existem UPS's Sim 37% Não 63% 78 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Acesso à Internet na Escola Este bloco do estudo incidiu na procura de informação sobre a gestão de acesso à Internet pelos alunos. Podem eles aceder quando querem? Têm regras? Se sim quais? Começou-se por questionar acerca da possibilidade de acesso fora das aulas. Oitenta e nove porcento dos alunos reportaram essa possibilidade. Dos restantes registaram-se dois padrões: os que podem aceder sem quaisquer restrições (um terço do total) e os que podem aceder mediante solicitação, os restantes cinquenta e seis porcento. Gráfico 79 – Acesso à Internet fora das aulas Não podem aceder 11% Acesso à Internet quando não estão em aulas Sim, sem restrições 33% Sim mas mediante pedido 56% A segunda dimensão de análise consistiu em saber os moldes como se processa o acesso aos sítios da Internet. Quarenta e um porcento dos que acedem (89%) podem fazê-lo sem qualquer limitação, havendo para os restantes alguns critérios de controlo de acesso. A soma das partes ultrapassa os 100% porque há conjugações de limitações. A principal limitação é constituída por filtros pré-definidos pela escola que limitam 79 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos acesso a sítios considerados inapropriados. Em conversa com alunos verificou-se que há amplitude de critérios e interpretações. Por exemplo num local o sítio do Yahoo está interdito porque pode ser usado para ver conteúdos impróprios... A par surge o limite de tempo de utilização e a supervisão de um adulto. Gráfico 80 – Formas de acesso aos sítios da Internet Formas de acesso aos sitios da Internet Limitando o tempo de acesso Com a supervisão de um adulto Passando por um filtro automático Sem restrições 21,1 21,0 34,3 40,7 80 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Impactes do acesso à Internet na vida do Aluno Associado ao tempo gasto na Internet está muitas vezes a pressuposição de que tal é feito em detrimento de outras actividades. Indagou-se um conjunto de actividades normalmente exercidas pelos jovens auscultando-os na busca do sentido dos impactes. Começou-se pelas actividades culturais. Verifica-se que são muitos mais, cerca do quadruplo, aqueles que dizem ter visto aumentar o seu acesso a esse tipo de eventos do que os que dizem ter reduzido. A maioria indica manutenção. Cruzando esta informação com a ocorrida nas entrevistas, há uma grande sintonia sendo a explicação de que estão mais informados do que se passa, são mais solicitados por promoções, contactos de amigos, etc. Deve ter-se presente que foi entendido nas entrevistas por actividades culturais a deslocação a eventos como concertos de rock ou outra musica ligeira, festivais e similares. Não se quis propositadamente particularizar o conceito para que não fizesse rumar o Aluno para destinos pré-definidos como culturais excluindo todo o resto. Gráfico 81 – Acesso a actividades culturais Acesso a actividades culturais Diminuiu 9% Aumentou 33% Manteve-se 58% 81 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Solicitou-se depois num outro bloco de questões que os Alunos tangibilizassem o impacte nas suas vidas em função da origem causal da Internet/computador. A distribuição dos resultados está inscrita abaixo. Gráfico 82 – Distribuição do impacte na Internet nas actividades culturais % Actividades culturais 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 É visível que a maioria das pessoas toma a resposta defensiva de centro de escala. Haverá razões culturais de latinidade na sua característica de distribuição em leptocurticidade central, haverá também desconhecimento e por certo soma-se o reflexo de que em muitas famílias Portuguesas o consumo dos bens culturais é ainda muito mitigado, não se esperando por isso grande consumo cultural nos jovens dessas famílias, dadas as idades em estudo e o grau de autonomia inerente. É no entanto saliente que o lado direito da distribuição é bem maior do que o lado esquerdo reforçando a leitura do primeiro bloco e a contribuição positiva aportada pela Internet. O segundo tópico desta bateria incidiu nas deslocações. A razão da sua inserção reside em que muitas vezes, por exemplo nas entrevistas a adultos durante a fase qualitativa de desenvolvimento das ferramentas de inquirição, se presume que o comportamento 82 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos dos Alunos quando dispõem de acesso ilimitado ao computador e à Internet se tornam mais sedentários um pouco na linha dos comportamentos perante a TV. A realidade porém parece ser outra: A internet terá um efeito neutral a positivo nas deslocações físicas. As razões invocadas são as mesmas do ponto anterior: mais conhecimento e solicitação por terceiros. A larga maioria não regista movimento digno de nota. Gráfico 83 – Variação das deslocações físicas Deslocações físicas Aumentou 21% Diminuiu 13% Manteve-se 66% Igualmente a distribuição apresentou todas as características da situação anterior, negando o pressuposto social da diminuição de actividade física devida ao tempo dedicado à Internet. 83 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 84 – Distribuição do impacte na Internet nas deslocações físicas % Deslocações físicas 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 Na linha das deslocações físicas quis saber-se em concreto a componente de actividade desportiva, na medida em que vários factores de saúde pública pendem actualmente de forma preocupante sobre os jovens desta faixa etária, designadamente obesidade juvenil, para a qual a actividade desportiva será um elemento preponderante de prevenção de doenças metabólicas. A confirmar-se o sedentarismo provocado pela Internet poderia significar que a disseminação e permanência on-line representaria um elemento de saúde pública a considerar. Novamente o impacte é de neutro a positivo com uma ligeira vantagem de 9% de indivíduos a relatarem maior acesso a actividades desportivas. Também este ponto está totalmente alinhado com as entrevistas presenciais onde os Alunos relataram que por vezes estão no messenger e amigos seus os desafiam para ir jogar, os informam de que determinado evento terá lugar etc. A questão do risco colocar-se-á apenas em relação aos heavy-users. 84 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 85 – Variação no acesso a actividades desportivas Acesso a actividades desportivas Aumentou 26% Diminuiu 18% Manteve-se 56% Repetindo-se por inerência o padrão de distribuição: Gráfico 86 – Distribuição do impacte na Internet na prática desportiva Pratica de desporto 30,0 25,0 % 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 85 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Passou-se depois a dimensões mais conceptuais e relacionais. O primeiros dos tópicos do bloco foi o “conhecimento do Mundo”, representando isso o sentido lato de conhecer a realidade. A larga maioria dos respondentes, sessenta e quatro porcento, regista um aumento dos seus conhecimentos devido ao acesso à Internet ao passo que apenas 5% o fazem em sinal contrário. Este grupo de pessoas resistente à Internet acompanha todo o inquérito com um efeito de halo negativo da mesma forma que cerca de 70% manifestam um efeito de halo positivo. Cerca de um terço mantêm-se neutros. Será muito interessante lançar um estudo de especificidade que detalhe esta relação emocional com a actividade digital relacionando-a com a actividade escolar. Gráfico 87 – Variação no acesso ao conhecimento Conhecimento do Mundo Diminuiu 5% Manteve-se 31% Aumentou 64% A cotação solicitada mais tarde produziu uma distribuição de dados muito expressiva na sua mensagem de ganho inequívoco de conhecimentos. O lado esquerdo da distribuição domina totalmente, as respostas defensivas são poucas e as antagónicas à Internet quase nulas, ou seja, os que defendem o ganho de conhecimentos são 86 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos defensores militantes da ideia e, os que optam pela neutralidade ou prejuízo, quando confrontados com a solicitação reduzem a polaridade negativa. Gráfico 88 – Distribuição do impacte na Internet no conhecimento do Mundo % Conhecimento do Mundo 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 Seguiu-se a busca de informação sobre a rede social na qual o Aluno está mergulhado sendo a operacionalização da extensão o número de pessoas com que contacta. Os valores obtidos foram extremamente claros: quase três quartos dos Alunos relatam que devido à frequência da Internet aumentou o número de pessoas com que contacta, ao passo que apenas três porcento indica o contrário. A Internet apresentase assim como um veículo privilegiado de relação para estes Alunos, situação esperável mas agora quantificada e de suprema importância para a geração de um saber Vigotskiano. 87 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 89 – Variação no número de pessoa com que contacta Número de pessoas com que contactas Diminuiu 3% Manteve-se 25% Aumentou 72% A distribuição confirma e reforça a informação anterior com as mesmas características registadas no ponto anterior. Gráfico 90 – Distribuição do impacte na Internet no conhecimento do Mundo % Número de amigos 88 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Uma possibilidade em aberto seria a de que Alunos poderiam relacionar-se com maior número de pessoas mas de forma ligeira consistindo apenas numa redistribuição dos tempos de contacto. Incluiu-se então um campo destinado a avaliar a intensidade do relacionamento. Os dados indicam que, a ser uma avaliação realista, não só aumentaram os contactos sociais como para a maioria pressupõe que de uma maneira mais intensa do que se fosse realizada fora da Internet. Há um fundo psicológico muito interessante no qual uma relação mediada digitalmente se apresenta mais intensa e/ou aberta do que se for tida face a face. Gráfico 91 – Intensidade/forma como contacta com as pessoas na Internet Forma como as pessoas são contactadas Diminuiu 3% Aumentou 62% Manteve-se 35% A tangibilização da intensidade numa escala longa foi realizada através da geração de contactos com pessoas a quem considerem amigos. A escala foi então “Faço/tenho muito menos amigos” a “Faço/tenho muito mais amigos”. Igualmente nesta questão, que recorda-se foi apresentada mais tarde e em cruzamento de dados, o perfil da distribuição é não só consonante mas além disso reforçador da ideia de que a Internet 89 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos contribui para o reforço da rede de relações e para a sua qualificação. A exploração desta matéria proporcionará uma interessantíssima linha de pesquisa. Gráfico 92 – Distribuição do impacte na Internet na intensidade de relações % Convívio com amigos 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 Uma outra ideia-feita acerca da Internet e de algum modo veiculada em algumas das entrevistas com encarregados de educação e professores é a de que os jovens, uma vez atraídos pela/para a Internet encerram-se num Mundo diferente onde as solicitações a que estão expostos os inibem de aceder às realidades tradicionais, sendo o exemplo comum de comparação aquilo que os actuais adultos faziam nos seus tempos de juventude. A ideia contem em si uma critica implícita representada pela perda de algo bom (aquilo que Eu fazia) substituído por outro algo menos bom (a diferença entre o que se faz e o que Eu fazia). Confrontou-se os Alunos com a questão de dizerem na sua opinião se os hobbies poderem ser afectados pelo acesso à Internet. O resultado final é claramente positivo com uma repartição quase por metade daqueles consideram que pode até reforçar a prática de hobbies pelo jovem e a outra metade a dizer ser um impacte nulo. Os 90 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Alunos que se manifestaram negativamente foram em número reduzido (7%) na linha de um grupo resistente aos fenómenos digitais. Gráfico 93 – Afectação pela Internet do número de hobbies Tipo e número de hobbies Aumentou 50% Diminuiu 7% Manteve-se 43% A pergunta de cruzamento evidenciou os dados anteriores denotando um grupo de neutralidade ou defensivo, um pequeno de antagonistas e um largo número de leituras positivas. Gráfico 94 – Distribuição do impacte na Internet no número de hobbies Hobbies 25,0 20,0 % 15,0 10,0 5,0 ,0 91 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Será que por os Alunos dedicarem tempo à Internet isso os limita nos seus tempos livres? Os pais e professores foram muito peremptórios neste sentido durante as entrevistas. Colocando a questão aos Alunos durante as entrevistas eles pronunciaram-se em sentido contrário dizendo que as elasticidades de tempo decorriam principalmente com o tempo de TV, mas não se definiu uma linha condutora. Passando aos dados do inquérito verifica-se que o resultado é no essencial nulo com metade dos respondentes a indicar que não há afectação e da metade que admite a ocorrência de alterações a dividir-se aproximadamente ao meio para cada um dos sentidos de alteração. Tudo leva a crer nas informações recebidas inicialmente de que o fenómeno é mais de elasticidades (dir-se-á possivelmente cruzadas) do que de alocação de recurso, embora isso deva ser intermediado pelo grau de uso. Gráfico 95 – Afectação do tempo livre pela Internet Tempo livre Aumentou 24% Diminuiu 22% Manteve-se 54% A distribuição não ajuda muito à clarificação da questão porventura por ausência de conhecimento pelos próprios e pela subjectividade da questão. Regista-se apenas uma bondade implícita com a Internet facilmente atribuível ao efeito de halo. 92 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 96 – Distribuição do impacte da Internet no tempo livre Tempo livre 25,0 20,0 % 15,0 10,0 5,0 ,0 Voltando a temáticas escolares procurou saber-se o valor da Internet como ferramenta de apoio ao trabalho de grupo. Verifica-se que a larga maioria dos Alunos reconhece uma enorme mais-valia no uso da Internet para essa finalidade. Durante as entrevistas já haviam aventado este tipo de emprego, particularmente útil quando os grupos de Alunos se constituem por membros de diferentes proveniências residenciais. Por exemplo relataram casos de grupos em que um dos membros frequenta a escola por razões laborais dos seus pais, mas depois a residência se situa muito distante dos restantes colegas dificultando ou mesmo impedindo a boa colaboração. Uma outra vantagem identificada foi a de se evitar sair na medida em que se pode trabalhar com recurso ao Messenger ou programa equivalente. A leitura de mais-valia é muito una com quase todos os Alunos a situarem-se no lado positivo da escala, e destes a larga maioria a escolher os valores extremos positivos. 93 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 97 – Distribuição da percepção da Internet como ferramenta dos trabalhos de grupo Internet como ajuda ao trabalho de grupo 60,0 50,0 % 40,0 30,0 20,0 10,0 ,0 Não ajuda nada 2 4 5 6 7 8 9 Ajuda muito O impacte da Internet no tempo de estudo é de médio a positivo com um valor médio de 6,1/10, mas principalmente polaridades clarificadoras: IPN de 14,2% e IPP de 29,2%. Para se extrair conclusões fundamentadas dever-se-ia medir com valores objectivos e aqui apenas figuram interpretações de Alunos, as quais podem ser somente uma autojustificação de bondade para com o tempo que despendem na Internet. Gráfico 98 – Distribuição da impactação da Internet no tempo de estudo Tempo de estudo 25,0 20,0 % 15,0 10,0 5,0 ,0 94 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos O Plano Tecnológico da Educação O que é o PTE? Um aspecto que manifestou grande confusão em todos os actores sociais escolares durante a fase qualitativa foi o de se identificar correctamente o PTE, saber em concreto no que consiste, quais as funcionalidades e equipamentos que lhe correspondem, etc. Estasse portanto no domínio da gestão de marca, no sentido de marca corporativa. Um primeiro aspecto nuclear é o de saber se o target reconhece o objecto de análise que se lhe proporciona. Os dados indicam um largo caminho a percorrer pois que a grande maioria dos respondentes não faz ideia do que se está a falar quando se menciona o PTE: Quarenta e um porcento assumem desconhecer e vinte e três porcento não quiseram responder à questão. Apenas trinta e seis porcento afirmaram saber do que se tratava. Gráfico 99 – Reconhecimento do conceito PTE Conheces o Plano Tecnológico da Educação? Ns/Nr 23% Não 41% 95 Sim 36% Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Focalizando agora apenas no grupo que disse saber o que é o PTE perguntou-se acerca de um conjunto de elementos se ele fazia ou não parte do PTE. Os resultados dos Alunos foram os seguintes: O elemento mais saliente foi como é natural dado o elevado número de Alunos com computador adquirido no âmbito do e-escolas, a disponibilização de computadores, opção escolhida por 90,2% dos Alunos . Segue-se depois na identificação o computador Magalhães como sendo parte do PTE. Gráfico 100 – Percepção por parte dos Alunos dos itens que fazem parte do PTE Pertence ao PTE Computador e-escolas alunos Computador Magalhães Computador e-escolas professores Quadros interactivos Plataforma Moodle escolar Rede de Internet de banda larga Plataforma de contacto digital com os pais e… Cartões e sistema de controlo de cartões… Data shows ,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0100,0 A leitura interpretativa dos Alunos é a de que o Magalhães é o equivalente ao eescolas para os pequeninos. Sabem também maioritariamente que os professores podem adquirir os seus computadores por essa via. Ainda com identificação maioritária aparecem os quadros interactivos e a plataforma Moodle. De forma minoritária surgem os restantes aspectos, um deles algo surpreendente, os projectores que pela sua expansão no território educativo se esperaria outro reconhecimento. Numa leitura de marca corporativa pode afirmar-se que para este público há um conjunto interessante de aquisições atribucionais mas falta percorrer algum caminho no sentido da unificação e clarificação de conceitos, em suma, a parte positiva de 96 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos imagem pública que o Ministério da Educação pode extrair socialmente tanto em termos corporativos como de captação de novas adesões. A indicação de que a maioria dos Alunos não foi capaz de descrever os conceitos sobre os quais assenta o PTE não significa que desconheçam que existe um processo de implementação tecnológico a nível nacional, o qual constatam nas obras de preparação das suas escolas para receberem material digital, no parque de equipamentos instalado, etc. Esse conhecimento empírico é expresso ao longo de múltiplas respostas a elementos constituintes do PTE. O que falta é a consciencialização de que em lugar de um conjunto díspar de eventos existe um edifício articulado onde os vários elementos são as peças de um todo. De posse dessa marca corporativa pode o Ministério da Educação fazer uso para incrementar a boa vontade de todos os interessados no processo educativo para se alcançarem metas mais celeremente e com menor resistência. 97 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Os Professores e as TICs no PTE A presente bateria de inquirição incide na percepção de vantagens e desvantagens decorrentes do uso de TICs pelos professores em sala de aula na óptica dos Alunos. Na inventariação de vantagens pôde apurar-se que há uma expressão marcadamente positiva. Poderá ser causada pelo já recorrente efeito de halo positivo existente em relação às TIC, poderá também ser um reconhecimento objectivo, talvez a conjugação de ambos os elementos. Dois elementos se destacam: é dito por 78,3% dos Alunos que o uso de TICs pelos professores melhora a sua motivação para essa aula, e que, para 73,8% por os professores poderem utilizar imagens e opções similares as aulas ficam melhor ilustradas. Gráfico 101 – Identificação das vantagens de uso de TICs presentes no PTE por professores O PTE possibilita: Outra capacidade Melhorar a capacidade de motivação dos… Possibilidade de ilustrar melhor as aulas com… Potencial melhor documentação dos… Possibilita apoio mais alargado do professor … Possibilita que os professores se mantenham… ,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 Um segundo bloco invoca a melhor preparação das aulas por o professor se poder melhor documentar (68,4%) e poder prestar um apoio aos Alunos para além das aulas 98 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos (58,0%). Finalmente um aspecto curioso pela sua expressão (42,7%), que é o da importância de que o professor se mantenha actualizado nas matérias que ministra. Os outros elementos citados são residuais. No lado das críticas ao uso de TICs pelos professores salientaram a falta de preparação dos professores no manuseamento das ferramentas digitais (70%). Na fase qualitativa e nas muitas trocas de impressões com Alunos durante o processo de estudo, este foi um assunto recorrente em que disseram terem de ser eles a ajudar a resolver muitas das vezes os problemas quando o material falha por alguma razão. Foi saliente o aspecto de que apesar da crítica, bem explicita no quadro abaixo, não foi um elemento clivante, bem pelo contrário por vezes pareceu conferir alguma redistribuição de poder na sala de aula, elemento não enjeitado por quem se expressou. Gráfico 102 – Identificação de desvantagens no uso de TICs pelos professores: Grau de preparação dos professores Profs. impreparados para uso das TIC's Não 30% Sim 70% Um outro assunto muito recorrente foi o da impreparação fisica da Escola para receber o PTE, entendendo-se aí os materiais que o compõem: multiplas criticas foram transmitidas: falta de pontos de electricidade na sala de aula para que possam ligar os 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos computadores, chegando-se a intreditar tarefas como levar os computadores portáteis para a aula, pois se persistirem nessa solução gera-se muita confusão nos turnos de carregamento das baterias, etc, falta de capacidade de carga electrica para se ligar todo o parque informático, obrigando por exemplo numa das escolas da amostra a que nos dias mais frios, ou se liga o aquecimento das salas ou os computadores porque o quadro não aguenta ambas as cargas; usarem fichas triplas em número elevado para que mais computadores possam estar ligados numa mesma tomada, etc. Gráfico 103 – Identificação de desvantagens no uso de TICs pelos professores: falta de adaptação da Escola para usufruir do PTE Escola não adaptada para o PTE Não 30% Sim 70% Tem sido divulgada a realização de um grande esforço de equipamento das Escolas em material digital. Ouve-se por vezes mesmo comentários afirmando que se coloca material a mais. Mas será que os Alunos concordam com essa afirmação? Não se toma partido de a leitura estar certa ou errada, justa ou injusta. Para cerca de 40% dos Alunos o material disponível nas escolas ao seu acesso ainda não é o suficiente. 100 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 104 – Material disponível do PTE na Escola Material PTE não é suficiente Sim 38% Não 62% Na opinião pública tem-se por vezes criticado o PTE como uma solução “fácil” dotando as Escolas com equipamento informático em lugar de enfrentar outras realidades e dificuldades como sejam a preparação dos professores para o exercício profissional de excelência. Quis-se ouvir os Alunos também nesta matéria. Um terço foi concordante. Gráfico 105 – Foco de atenção estratégico Mais atenção ao material do que à qualidade dos profs Sim 37% Não 63% 101 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Pretendeu-se também ouvir cada um dos actores sociais escolares numa dimensão muito recorrente em toda a fase qualitativa: o PTE assentou na componente material (tecnologias) e não na de sala de aula (pedagógica). Diversas variantes foram referidas, a mais recorrente consistiu em afirmar que se deu pouca atenção à preparação de professores em matéria de TIC no contexto de sala de aula, limitando-se a equipar as salas sem cuidar do bom uso do material e dos processos de aprendizagem. Os Alunos pela sua posição no contexto da Escola, idade, maturidade, etc. apenas se podem pronunciar sobre resultados visíveis. Foram por isso questionados sobre a vertente em que notam maior enfoque no PTE como conceito geral: se o equipamento que aparece no espaço escolar e, se há o maior e melhor uso das TICs pelos professores. Será porventura difícil para o Aluno separar que antes criticou os professores pela sua insuficiente preparação em TIC saber se ela é devida ao enfoque do PTE se apenas existe. Embora haja uma posição estratégica declarada, o valor da pergunta é muito de contexto social, da apreciação habitualmente designadamente por word-of-mouth. O mais relevante é que os Alunos não transportam em bloco a apreciação antes feita de impreparação TIC dos professores (70%), reduzindo-se a metade da amostra essa apreciação denotando na diferença que não confundem as realidades. Gráfico 106 – Declaração de opção estratégica Apostar primeiro na formação dos profs e depois no uso lectivo Sim 50% 102 Não 50% Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Acesso a informação pelos pais proporcionada pelo PTE O facto de no PTE o Aluno poder passar a ser exposto de modo bem evidente num conjunto de comportamentos perante os seus pais / encarregados de educação levanta a questão de se saber como interpretam os Alunos a possibilidade dessa exposição. Foram questionados acerca da sua concordância em os pais / encarregados de educação terem acesso a um conjunto de elementos, não fazendo apelo ao seu caso pessoal mas de forma genérica. O primeiro elemento sob avaliação consistiu na apreciação de que o Encarregado de educação saiba se o Aluno está (ou não) na escola. A concordância foi predominantemente positiva (média de 5,9/10) mas com três subgrupos evidentes: um central de posição defensiva e dois altamente polarizados onde a escolha mais do que IP’s é mesmo de extremo sendo essas posições da escala as mais escolhidas. A posição 1 foi seleccionada por 17,5% dos Alunos e a 10 por 23,3%. As restantes posições de polaridade acabaram por receber poucas escolhas pelo que o IPN foi próximo da posição 1 ficando com 26,9% e o IPP da posição 10 ficando com 35,9%. Significam os dados que um grupo de cerca de um terço da totalidade dos Alunos concorda amplamente com o facto dos encarregados de educação saberem se eles estão ou não na escola, um quarto opõem-se fortemente a essa hipótese e os restantes não têm posição definida. Interessaria cruzar esta informação com o perfil de faltas incorrido pelos Alunos. 103 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 107 – Saber se o Aluno está na escola % Concordância em saber se o aluno está na Escola 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 Especificando a informação na dimensão das faltas às aulas melhora a positividade geral da distribuição. Sobe a média para 6,4/10, sobe o IPP para 42,5% e baixa o IPN para 22,3%. Mantêm-se contudo uma polaridade exacerbada como o uso recorrente da posição mais marcada de cada polaridade. Revela o padrão uma posição moral de que faltar às aulas parece ser mais grave do que em geral faltar à Escola, situação deveras curiosa. Gráfico 108 – Saber se o Aluno faltou 104 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos % Concordância em saber se o aluno faltou às aulas 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 Foi entendido que o aparente paradoxo pode ser solucionado se os Alunos entenderem sentir um grau de liberdade e autonomia na decisão nos tempos escolares não lectivos para saírem da escola sem que os pais saibam (ou tenham de saber) disso, enquanto que os tempo lectivos parecem revestir-se de maior grau de exigência de presença e de conhecimento da falta pelos pais. Já no que se refere ao conhecimento de saber se o Aluno levantou o almoço, preocupação para vários pais que relataram que souberam que os seus filhos adquiriam os almoços escolares para que tal ficasse registado, mas depois saíam da escola para ir comer fora com os colegas refeições de pior qualidade, ou mesmo não comerem para ficar a jogar na hora de almoço. Em idêntico sentido vai o relato de directores preocupados com o desperdício de alimentos fruto de compras de senhas de almoço depois não levantadas pelos Alunos. Porém os Alunos não têm o mesmo nível de concordância. A média baixa para 5,1/10, e o IPN sobe a 35,8% com 23,1% dos Alunos a dar a nota mínima ao passo que, o IPP desce para 27,1%. Novamente as polaridades são muito extremadas. 105 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 109 – Saber se o Aluno levantou o almoço Concordância em saber se o aluno levantou o almoço 25,0 20,0 % 15,0 10,0 5,0 ,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Um grande grupo não apresenta posição definida. Mais do que saber se o almoço foi ou não levantado, a questão parece estar muito mais na esfera de os Alunos se sentirem controlados. Pelo menos foi essa a posição daqueles com quem se conversou sobre a matéria em análise. O conhecimento das notas dos Alunos é matéria de ampla concordância. É natural que assim seja na medida em que não há uma verdadeira ampliação dos conhecimentos mas apenas um canal de acesso mais pratico e rápido do que os clássicos. Em resultado dessa interpretação os Alunos atribuíram uma média elevada, 7,5/10, numa distribuição totalmente chegada à direita quase sem sinais de oposição. Os valores extremados são-no na quase totalidade do lado positivo da escala de que resultou um IPN de apenas 9,3% ao passo que o IPP subiu aos 57,3% com 39,1% a dar a nota máxima. 106 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 110 – Saber as notas do Aluno % Concordância em saber as notas do aluno 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Uma apreciação semelhante mas mais comedida foi tida relativamente ao conhecimento das actividades escolares. Possivelmente as razões serão idênticas. A média situou-se nos 7,0/10, o IPN foi de 12,4% e o IPP de 48,5% mas é visível o incremento de Alunos que escolheram a zona de refúgio central da escala para não tomarem posição. Gráfico 111 – Saber as actividades da Escola Concordância em conhecer as actividades da Escola 35,0 30,0 % 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 1 107 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos A possibilidade dos pais / encarregados de educação acederem à plataforma electrónica da Escola também obtêm aceitação geral. Nota-se um forte grupo (vinte porcento) sem posição definida e um pequeno (o mesmo de todas as outras possibilidade de acesso) a resistir que representa cerca de 10% dos Alunos. Gráfico 112 – Possuir acesso à plataforma da Escola Concordância em aceder à plataforma electrónica da Escola 25,0 20,0 % 15,0 10,0 5,0 ,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 O valor médio ficou nos 6,5/10 com o IPN a situar-se nos 16,6% e o IPP nos 42,3% como quase sempre tem sucedido as posições de polaridade tendem a ser vincadas com a escolha dos pontos limite da escala. Um elevado número de alunos não toma posição nesta matéria, mas pode-se considerar que há algum apoio à medida. Nas actividades correntes dos encarregados de educação está em destaque o contacto com o Director de Turma. Será essa a razão pela qual não há uma verdadeira oposição à possibilidade dos pais /encarregados de educação possuírem uma linha de contacto com o Director por via digital, portanto rápida, directa e funcional. 108 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Apenas o grupo dos que não querem que os pais acedam a nada que constitua informação sobre si se opõem. Também não há posição defensiva com expressão populacional. O resultado é um valor médio 6,8/10, um pequeno IPN de 15,6% e um forte IPP de 47,7%. Gráfico 113 – Acesso ao Director de Turma Concordância em contactar o Director de turma 35,0 30,0 % 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Colocou-se a hipótese de através da plataforma electrónica os pais / encarregados de educação poderem aceder ao conhecimento dos mapas de planificação escolar, por exemplo conhecendo as marcações dos testes. Esta poderá ser uma informação de elevado valor para auxiliar os alunos a programar o seu trabalho em casa. O padrão apresentado pelas avaliações dos alunos é similar à avaliação anterior com uma pequena melhoria. 109 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 114 – Conhecer o mapa de testes Concordância em conhecer o mapa de testes 35,0 30,0 % 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 O grupo resistente mantém-se, alguns (poucos) sujeitos sem posição definida e a maioria apoiando a iniciativa o que se exprimiu por uma média de 6,9/10, IPN de 15,4% e IPP de 50,5%. Por último questionou-se de modo genérico sobre outras informações relativas ao aluno. A não concretização de que informações se trata conduziu a uma posição mais defensiva, aumentando o número dos que resistem bem como os que não tomam posição. Os que defendem esse acesso diminuiu. A média baixa para 6,3/10, o IPN sobe a 19,4% e o IPP baixa para 38,9% ainda assim um valor elevado. 110 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 115 – Aceder a outras informações do Aluno Concordância em aceder a outras informações relativas ao aluno 25,0 20,0 % 15,0 10,0 5,0 ,0 1 111 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos TICs no processo de estudo e de aprendizagem Dedicou-se alguma atenção aos processos de aprendizagem fundamentados nas TICs. Questionou-se os Alunos sobre algumas condições TIC que poderão majorar resultados das aprendizagens: O primeiro item foi o de analisar a concordância com a afirmação de que os Alunos que disponham de computador em casa têm mais hipóteses de fazer melhores trabalhos de casa. Tomando em consideração que a quase totalidade dos Alunos dispõe de acesso a computador na sua residência seria de admitir que a concordância obteria o mesmo grau de adesão. Ao contrário, um terço dos Alunos não concordou com a proposta. A ausência de concordância reveste-se de grande interesse científico. Significará que na leitura de muitos Alunos o computador é apenas uma ferramenta substitutiva de outras? Será que foram formados no sentido de utilizar as TICs para realizar e buscar aquilo que de outro modo não poderia ser alcançado? Quais os trabalhos de casa que lhes estão a ser solicitados? É todo um conjunto de repostas exigindo uma outra metodologia de estudo que analise no detalhe a forma e finalidades de uso do computador e da Internet, bem como tipificar os processos educativos e de aprendizagem em que os Alunos estão envolvidos. 112 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 116 – Computador pode melhorar os trabalhos de casa Ter computador em casa melhora os trabalhos Não 34% Sim 66% Insistindo na temática, poderá o computador não ser crítico para a qualidade dos trabalhos de casa, mas na componente documental adquirir importância. Contudo os resultados voltam a verificar-se no essencial com o mesmo perfil. Sendo a capacidade informativa uma virtude das TIC para além do nível da opinião, é-se levado a crer que serão os trabalhos de casa com que os Alunos discordantes são confrontados que não requerem competências de pesquisa e informação extra, reforçando a intuição anterior. Gráfico 117 – Computador pode melhorar a documentação dos trabalhos de casa Ter computador em casa melhora a documentação dos trabalhos Não 33% Sim 67% 113 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos A disseminação de muitas praticas sociais pode ser potenciada pela participação dos filhos dos processos de aprendizagem escolar. As TICs ao provocarem fenómenos de infoexclusão a quem se mantenha à margem do processo de digitalização crescente da Sociedade obrigam os cidadãos, todos eles, a uma inserção num novo modus vivendi que tem de ser aprendido algures. Poderá o PTE enquanto fenómeno de rápida disseminação de práticas e equipamentos promover a info-inclusão das famílias? A opinião dos Alunos reparte-se com cerca de metade dos respondentes para cada lado. Não nos sendo possível questionar os Alunos em aspectos económicos familiares que possibilitassem verificar a relação económica da concordância, fica a constatação directa. Além das relações com segmentos socioeconómicos haverá também uma dimensão não trabalhada no contexto do presente estudo que é o das dinâmicas próprias de cada família, a forma como partilham experiências e informação, etc. Fica o registo de que segundo os Alunos para quase metade das famílias há info-inclusão decorrente da sua presença nas actividades digitais. Gráfico 118 – Externalidades: O PTE como fenómeno de info-inclusão das famílias A família desenvolve-se com a familiarização com as TIC's Sim 46% Não 54% 114 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Continuando na linha de utilização do PTE como ferramenta de Estado com externalidades sobre o processo educativo directo dos Alunos, verificou-se a sensibilidade à ideia de que sendo os computadores ferramentas de elevada plasticidade, poderão compensar pelo menos parcialmente falhas de acesso a outros elementos pedagógicos e didácticos, isto é, poder funcionar como ferramenta de nivelação de capacitação dos Alunos independentemente dos seus recursos pessoais e/ou familiares. Os Alunos concordaram maioritariamente com a afirmação, (55%), não era objectivo do estudo conhecer as possibilidades de substituição dos computadores em processos educativos, mas durante as entrevistas, em particular os professores referiram que em famílias de baixos recursos financeiros e escolares os Alunos conseguem melhor conhecer e visualizar elementos que outros o poderão fazer. Foi alvitrado os casos da Geografia e História onde se torna mais fácil a um Aluno com pouca movimentação conhecer o aspecto de um dado biótopo ou para citar um professor, “saber ao menos como é Conímbriga”. Gráfico 119 – Externalidade PTE: compensação de falta de recursos da família As TIC's podem compensar faltas de recursos Não 45% Sim 55% 115 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Ainda no âmbito das externalidades, mas passando a elementos operacionais de aprendizagens decorrentes da ferramentas PTE: Se no passado havia toda uma tradição de escrita epistolar, hoje ela está a ser retomada através do email, da mensagem instantânea, ou mesmo do SMS. Será que os Alunos na sua actividade lúdica com as TICs escrevem mais do que se não as tiverem? Os dados não são claros. 29% dos Alunos afirma que sim. Não se sabe se por exemplo, tal é verdade para esses Alunos e não para os restantes, se é apenas uma questão perceptiva. A fase qualitativa indiciou que essa possibilidade seja verdade, não para todos os Alunos, mas como disse uma professora: tenho Alunos que enviam mais de 1000 mensagens semanais por SMS. “Se os mandasse escrever 1000 ou 2000 linhas numa semana ninguém o fazia”. Coloca-se nesta temática também o problema do formato da escrita na sua norma e preceitos normativos mas esses não foram objecto de particular reflexão. Gráfico 120 –Externalidade PTE: o uso lúdico do equipamento incrementa a escrita A utilização lúdica das TIC's obriga a escrever Sim 29% Não 71% 116 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Um elemento referido por Alunos e professores na fase qualitativa foi o de que o uso das TICs obrigava o Aluno a conviver muito mais com a prática de línguas estrangeiras, em particular o Inglês: o simples acesso a muitos motores de busca de Internet e a presença em redes sociais. No primeiro caso começa a existir um conjunto alargado de opções em Português e nos motores não sediados em Portugal ou Brasil em muitos começa a existir a possibilidade de tradução automática, o inquérito centrou-se por essa razão apenas nos contactos em redes sociais. Em reforço desta opção está o tipo de escrita empregue, a dimensão emocional colocada na gestão de uma relação para apenas referir os elementos principais. Quarenta e um porcento dos Alunos concordam com esta leitura de que o acesso a redes sociais promove o contacto com pares de outros países e por essa via o exercício de línguas estrangeiras. O grau de concordância dos Alunos abre portas a que por exemplo nos trabalho de casa se possa estimular (com as devidas precauções de ética e segurança) o estreitamento de relações que possibilitem ao Aluno treinar de forma lúdica o exercício de línguas estrangeiras. Gráfico 121 – Externalidade PTE: treino de línguas estrangeiras A utilização das TIC's levam a maior prática de línguas estrangeiras Sim 41% Não 59% 117 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Foi referenciado por vários encarregados de educação que houve algum esforço financeiro na aquisição do equipamento informático dos seus filhos e reforçaram que na condição de representantes dos pais das turmas onde estavam os seus filhos que houve casos de bastante esforço para aquisição de computadores e ligação à Internet. A situação seria particularmente complexa nas famílias com mais de um filho porque apesar do programa e-escolas providenciar a aquisição do computador a baixo custo, obriga ao estabelecimento de um contrato de longa duração para fornecimento de acesso a Internet, o que no caso de famílias com vários filhos implica uma compra mais cara do que se for adquirido um vulgar pacote comercial. Em opção essas famílias estarão a optar por comprar computador fora do sistema e-escola. Dado que a cobertura da amostra de Alunos é mais próxima do que qualquer outra deste estudo da realidade nacional, decidiu-se perguntar aos Alunos se souberam de famílias (para não expor os Alunos a admitir situações pessoais que lhes podem ser dolorosas) onde a aquisição dos computadores representou um esforço financeiro muito grande. Os dados qualitativos confirmaram-se amplamente com quase dois terços de Alunos a concordar com a afirmação. O valor encerra várias informações: o esforço financeiro é real, generalizado no tecido sociológico nacional, mas dada a enorme disseminação da ferramenta entre os alunos significa que para os encarregados de educação o computador apesar de ser o elemento didáctico mais caro solicitado aos Alunos, as famílias sentem-no como uma peça muito importante dos processos de aprendizagem. Gráfico 122 – Relato de dificuldade financeiras na aquisição do computador Há esforço financeiro na aquisição do computador Não 38% Sim 62% 118 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Uma dimensão de crescente importância social é a de que, à medida que se complexificam as aprendizagens digitais, um maior número de pais perde a capacidade de acompanhamento do que os seus filhos fazem em ambiente digital. Num país como Portugal onde três quartos da população activa não tem o ensino secundário completo e 50% não tem o ensino obrigatório, a limitação de acompanhamento parental por infoexclusão será a nota em muitas famílias. Perguntou-se aos Alunos se era do seu conhecimento situações próximas em que os pais/encarregados de educação não têm capacidade de acompanhamento. Formulou-se a questão em termos genéricos para não colocar ninguém em causa directamente. Gráfico 123 – Incapacidade de acompanhamento das famílias por infoexclusão Em muitas famílias não capacidade para acompanhar as TIC's Sim 52% Não 48% É notória a extensão social do fenómeno. Mais de metade dos Alunos refere conhecimento próximo, presumivelmente entre a sua família, ou mesmo que haja maior afastamento relacional, significa um espalhamento muito amplo na Sociedade. Houve de seguida um convite à auto-apreciação e auto-critica do grupo de pertença. Solicitou-se aos Alunos que indicassem se em sua opinião muitos dos seus pares utilizam as ferramentas digitais essencialmente para diversão. Assume-se que há dois 119 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos pressupostos escondidos no raciocínio que falta provar: o de que o (designadamente) computador deve ser principalmente para estudar e o de que há mais aprendizagens no uso escolar do que no uso lúdico. Mas, assumiu-se uma postura social de que esses dois princípios serão razoavelmente verdade. Registou-se uma concordância generalizada com quase dois terços dos Alunos a reconhecerem esse facto. A leitura interpretativa conduz a um de dois caminhos: ou se começa a utilizar de forma sistemática e articulada a actividade lúdica para proporcionar aprendizagens de interesse escolar, e/ou se passa a solicitar maior leque de actividades escolares que requeiram uso de ferramentas digitais. Qualquer dos caminhos exige uma ampla (em conteúdos) e profunda (em volume) formação dos professores, suficiente para que eles sejam a fonte e coordenação dessas novas incumbências. Gráfico 124 – Relato de percepção de que as TIC são no essencial para diversão Muitos alunos usam as TIC's principalmente para diversão Não 38% Sim 62% Durante a fase qualitativa vários encarregados de educação mencionaram a preocupação com o facto dos seus filhos utilizarem (na sua óptica) demasiado tempo o computador e a Internet. Questionou-se os Alunos acerca da matéria e apenas um 120 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos terço o mencionou. Interpretou-se essa discrepância com o facto de que os pais / encarregados de educação entrevistados serem representantes de pais nas turmas dos seus filhos, portanto pessoas muito atentas ao fenómeno educativo, enquanto o conjunto de Alunos reflecte a totalidade das realidades do sistema educativo. Nas muitas conversas decorridas na fase pós-inquirição em que se voltou a ter conversas com os vários actores sociais escolares para ilustração de aspectos de duvida interpretativa, recolheram-se experiências individuais em que Alunos relataram que quando estavam no computador os seus pais não sabiam se eles estavam ou não a estudar, sendo muitas vezes lido como aplicação no estudo. Sendo experiências individuais não permitem a generalização à amostra mas talvez se esteja perante fenómenos similares. Gráfico 125 – Queixas dos pais sobre o uso das TICs Os pais queixam-se do uso das TICs pelos filhos Sim 33% Não 67% Conforme se fez antes para o estudo das elasticidades cruzadas de utilização de tempo existentes entre a vida não escolar e o emprego das TIC pelos Alunos, procurou-se no presente bloco com as actividades não escolares. No questionamento não se especificou se o uso das TIC era ou não para estudo. À semelhança do que já antes se tinha verificado, segundo a óptica do Aluno, o emprego de TICs não obrigou 121 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos necessariamente à redução do tempo global de estudo. Se for considerado que o estudo em casa pode ser ou não feito por via das TIC, significa que uma parte do tempo TIC é ele próprio estudo. Mais de metade dos Alunos, cinquenta e seis porcento, afirmaram não haver redução de tempo total. Os restantes indicam a redução mas interessaria saber se é devido a que algumas tarefas podem ser celeremente realizadas por via digital (pesquisas de informação p.e.) ou se é devido à solicitação lúdica. Gráfico 126 – Percepção de que o tempo de estudo se reduziu devido às TIC’s O uso das Tic's reduziu o tempo de estudo global Sim 44% Não 56% A temática de exposição dos menores a conteúdos inapropriados em ambiente TIC tem ganho espaço de reflexão na ultima década, sucedendo-se os casos mediáticos de jovens vitimas de situações de risco real ou potencial, importava por isso apesar da natureza exploratória da presente pesquisa dedicar algum espaço à recolha informação sobre o assunto. Como é uma temática muito sensível nos conteúdos e na forma como se discute não houve o objectivo de detalhar os assuntos, situação de sumo interesse mas que carece de uma abordagem mais personalizada do que a aqui presente. Colocou-se portanto a 122 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos questão em termos genéricos com apenas três dimensões de análise: o acesso a conteúdos inadequados por parte dos jovens, a exposição dos jovens e a violência sobre eles. Na primeira das dimensões, a proactividade juvenil na busca de sítios inadequados, (acesso a sítios de extrema violência, sexo explicito, promoção de consumos ilícitos e similares. Ver relatório de entrevistas da fase qualitativa), um terço dos Alunos confirma o conhecimento de casos de risco. Novamente se quis colocar ninguém em situação de julgamento pessoal pelo que se trata de conhecimento social, razão porque o valor de jovens em situação de risco está neste rácio sobrevalorizado: como se estuda comunidades mais ou menos fechadas como o são as escolas, o caso referido por um Aluno pode ser o mesmo referido por outro. Ainda assim, o valor é bastante elevado tomando em atenção a faixa etária estudada (14-16 anos). Gráfico 127 – Relato de acesso por Alunos a sítios inapropriados Sei de alunos que tiveram acesso a sites inapropriados à sua idade Sim 34% Não 66% O conceito habitualmente designado por ciber-bulling pode ser tratado no sentido exposição do sujeito perante terceiros, situação muito relatada nos Estado Unidos, 123 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos entrando aqui a exposição voluntária, habitualmente de raparigas, que num contexto de relacionamentos de proximidade oferecem fotos mais ousadas do que as sociais, para num momento posterior, interrompidos os relacionamentos, serem expostas junto da comunidade escolar ou local. Algumas ferramentas TIC como os telemóveis e a fotografia digital com máquinas fotográfica, computadores, etc. promovem a facilidade de circulação dos documentos. Outros formatos de ciber-bulling por exposição são conhecidos como a colocação das fotos em sítios digitais especificamente criados para o efeito, fotos potencialmente humilhantes, etc. Em qualquer dos casos tratasse sempre de situações muito delicadas para qualquer um em particular para o jovem numa fase de grande complexidade como é a fase de maturação da personalidade. Como o enfoque do estudo incide apenas na realidade escolar, limitou-se o conhecimento apenas a casos da escola frequentada pelo Aluno inquirido. O registo encontrado situa-se em cerca de um quarto dos Alunos a relatar situações como as descritas (24%). Não havendo um padrão internacional directamente comparável na faixa etária e situação escolar, pode considerar-se ligeiramente abaixo de trabalhos que sendo noutros contextos poderão de algum modo permitir reflexão. Nos EUA alguns estudos já adiantaram valores de 35% de jovens embora aí com faixas etárias mais amplas e contextos muito mais amplos também. Gráfico 128 – Relato de ciber-bulling por exposição Na escola já houve casos de alunos exposto por via das TIC's a situações inadequadas Sim 24% Não 76% 124 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos A outra forma de ciber-bulling é aquela em que o jovem recebe ameaças, enxovalhos e outros formatos que colocam em causa a sua auto-imagem. Não houve contributo da sua parte para a criação dos conteúdos e a fonte de disseminação pode ser anónima. Colocou-se a questão se forma muito genérica. O resultado das respostas foi exactamente o mesmo da questão anterior. Não ficou esclarecido se os Alunos não entenderam a diferença dos conceitos (a qual no contexto do presente inquérito não podia ser descrita), se os casos por eles conhecidos continham ambas as vertentes, situação frequente. Gráfico 129 – Relato de ciber-bulling por pressão Na escola já houve alunos sujeitos a formas de violência por via das TIC's Sim 24% Não 76% A intuição de que a formação para a ética em ambiente TIC é algo essencial e urgente confirmou-se com os números recolhidos, não por serem particularmente altos, mas porque já são suficientemente altos. 125 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Auxilio das TICs para o estudo Passou-se depois à procura da percepção dos Alunos sobre a capacidade de auxílio das TICs para o estudo de disciplinas concretas. Questionou-se em função do uso do computador e da Internet em separado, mas as distribuições foram praticamente iguais em cada disciplina, pelo que se apresenta apenas os resultados dos computadores sabendo que são idênticos nas indicações para a Internet. Chamou-se por isso em genérico “TICs como auxiliar do estudo de...” A análise geral dos padrões das distribuições é a de que há um comportamento muito defensivo expresso com leptocurticidade centrais e flutuações de extremos (relação emocional). Muito possivelmente o significado representa que a utilização das TICs em contexto das disciplinas afinal não é tão intenso que possibilite um conhecimento factual de que em determinada disciplina as TIC’s contribuem para as aprendizagens e noutras nem tanto, situação não surpreendente porque se for feita a média de emprego entre o tempo TIC declarado por dia para estudo a dividir pelo número de cadeiras que os Alunos têm dará um valor de cerca de 5 a 6 minutos dia. E, se se juntar as declarações dos professores sobre falta de programas informáticos dedicados, significa que os Alunos terão uma abordagem genérica com as TIC no estudo doméstico onde empregarão essas tecnologias para consulta de informação e preparação de apresentações de trabalhos individuais ou de grupo. Falta por isso dar um salto qualitativo de emprego das TICs onde o Aluno seja levado a fazer essencialmente aquilo que não poderia realizar na ausência das TICs, com os softwares adaptados aos seus programas lectivos e idades. Passando à análise da leitura dos Alunos verifica-se o seguinte por disciplina: Português: há uma positividade média, 5,6/10, com equilíbrio quase total entre polaridades (IPP de 28,4% e IPN de 26,6%). A tripolaridade indicia no essencial 126 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos desconhecimento porque ainda que se indague opiniões, o objecto de análise (TICs aplicadas à língua portuguesa) é razoavelmente tangível. A disseminação de TICs aplicadas ao ensino do Português poderá ser um caminho de ultrapassar este padrão de resposta desfrutando da boa vontade dos Alunos em relação a tudo o que se refira a TICs. Gráfico 130 – TICs como auxiliar do estudo do Português % Português 20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 ,0 Não ajuda nada 2 3 4 5 6 7 8 9 Ajuda muito Línguas estrangeiras: o padrão mantendo o perfil geral, altera a positividade e sobretudo reduz a negatividade. Os valores referenciais foram: média de 6,4/10, IPN de 18,5% e IPP de 39,2% resultando numa avaliação mais favorável. Em termos qualitativos esse elemento já havia sobressaído na fase anterior quando durante as entrevistas os Alunos estranhavam o emprego de TICs para estudar língua portuguesa mas consideravam muito bom para as línguas estrangeiras quando tinham de contactar com pares de outros países, ler textos em língua estrangeira a propósito de jogos ou programas informáticos, etc. 127 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 131 – TICs como auxiliar do estudo de Línguas estrangeiras Línguas estrangeiras 25,0 20,0 % 15,0 10,0 5,0 ,0 Não ajuda nada 2 3 4 5 6 7 8 9 Ajuda muito Curiosamente a matemática volta a baixar todo o padrão de positividades mantendo a posição defensiva de tripolaridades: média de apenas 5,3/10, IPP descendo a 24,6% ao passo que o IPN sobe aos 30,8% de que resulta um valor global negativo. Gráfico 132 – TICs como auxiliar do estudo da Matemática % Matemática 20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 ,0 Não ajuda nada 128 2 3 4 5 6 7 8 9 Ajuda muito Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Sendo a matemática uma das matérias mais passíveis de usufruto pelas TICs (p.e. cálculo automatizado, controlo do erro, etc.) é muito curiosa a resistência dos Alunos. Especulando porque não há dados de investigação de especificidade, dir-se-ia que se cruzam os efeitos de halo positivo das TICs e negativo associado à matemática para muitos Alunos. Os conteúdos disponíveis de TICs para o ensino da matemática perante os valores recolhidos, fazem supor que há um imenso caminho a percorrer. A História é outra das matérias objectivamente beneficiadoras das TICs por se poder recorrer à imagem em conteúdos com os quais os Alunos não convivem (p.e. mostrar monumentos, mapas, infografias quando se está a estudar as matérias). Os Alunos reconhecem essas vantagens dando uma média superior por exemplo à do caso anterior: 6,4/10, e polaridades globalmente positivas: IPN de 17,3% e um IPP de 39,8%. Em simultâneo verifica-se um abaixamento da reacção emocional negativa (extremo de distribuição esquerda) de que resulta um valor derivado levemente positivo. Gráfico 133 – TICs como auxiliar do estudo da História História 25,0 20,0 % 15,0 10,0 5,0 ,0 Não ajuda nada 129 2 3 4 5 6 7 8 9 Ajuda muito Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Nas ciências, o padrão é idêntico ao da História, diferenciando-se desta apenas pela redução de intensidade central da distribuição. O resultado foi uma média de 6,5/10, um IPN de 18% e um IPP de 40,5%. As razões de invocação das TICs para o ensino das ciências serão os mesmos do que para a História. Gráfico 134 – TICs como auxiliar do estudo das Ciências Ciências 25,0 20,0 % 15,0 10,0 5,0 ,0 Não ajuda nada 2 3 4 5 6 7 8 9 Ajuda muito O padrão encontrado no ensino das Expressões volta a ser muito defensivo, com a tripolaridade a aparecer de modo pujante. Lido à luz das informações anteriores em que os professores da matéria diziam não existirem disponíveis os softwares adequados ao ensino das Expressões na sala de aula, presume-se que ainda seja mais complexo que o Aluno o faça em casa, de que resultará um padrão reflectindo o desconhecimento. Outras Expressões para além do desenho não foram ouvidas na fase qualitativa, mas presume-se que a quadro de referência seja idêntico. 130 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 135 – TICs como auxiliar do estudo das Expressões % Expressões 20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 ,0 Não ajuda nada 131 2 3 4 5 6 7 8 9 Ajuda muito Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos TICs em sala de aula Em paralelo com a inquirição das actividades escolares em casa tinha de se apurar o contexto escolar de que a sala de aula é o expoente máximo. A lógica do inquérito é uma vez mais inventarial e terá de ser complementada com outras metodologias, designadamente observação directa. Em cada tecnologia principal do PTE perguntouse aos Alunos do seu uso, dos resultados do uso no contexto de sala de aula e da frequência de uso. O primeiro elemento a ser questionado foi o do uso de computador associado ao projector. Não se teceram reflexões sobre o objectivo de uso (p.e. se o computador+projector é apenas um formato moderno do antigo retroprojector) porque se entendeu que os conhecimentos pedagógicos dos Alunos e maturidade inerente à faixa etária estudada não seriam substituíveis do método de observação. Gráfico 136 – Relato de uso de computador e projector Teve aulas com uso de computador e projector Não 5% Sim 95% 132 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Verificou-se que a quase totalidade dos Alunos já teve aulas pelo menos uma vez com este sistema tecnológico, situação digna de registo mesmo no panorama internacional. O padrão de reacção a esta tecnologia é idêntico a todas as restantes variando apenas os valores dos índices: quatro elementos positivos largamente dominantes, quatro elementos negativos de expressão reduzida. As dimensões de análise foram as apuradas na fase qualitativa de desenho da ferramenta. Em todas as tecnologias os Alunos eram convidados a referir outras alternativas que considerassem relevantes, mas regra geral foram despiciendas em valor interpretativo e principalmente em número. O padrão das dimensões positivas é também repetitivo na sua estrutura: 1º maior motivação para a aula; 2º melhoria do ambiente da sala de aula; 3º melhor aprendizagem; 4º os professores que utilizam esse material já têm preparação para o fazer. Nas dimensões negativas existe igualmente uma ordem que se repete ao longo das tecnologias: 1º Nem sempre os professores sabem utilizar bem esse material; 2º perde-se tempo; 3º Aumento da confusão e 4º preferência por aulas clássicas. No caso do uso do computador com projector é muito ampla a concordância com o Gráfico 137 – Avaliação do uso de computador e projector Sobre o uso de computador e projector Os professores nem sempre sabem utilizar o … Perde-se muito tempo O ambiente fica confuso Prefiro as aulas clássicas sem esses materiais 30,9 11,3 8,7 7,0 Fico mais motivado para a aula 82,5 O ambiente da sala de aula é melhor 69,6 Aprendo melhor a matéria Os professores que utilizam esse material … 133 62,3 37,5 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos emprego de computador associado a projector, o que é coerente com a vontade de recurso à imagem em contexto lectivo. Destaca-se largamente o acréscimo de motivação. A cerca de vinte pontos de distância mas ainda muito positivos estão o ambiente da sala e a aprendizagem. Equilibram-se as opiniões positivas e negativas acerca da preparação dos professores sobre o uso deste tipo de materiais. Os restantes elementos negativos têm valores muito baixos. Quanto à frequência de uso verifica-se que ela é média a alta com uma lateralidade esquerda diminuta em crescendo para o centro da distribuição, segue-se um abaixamento para voltar a crescer, ou seja, já existe aderência dos comportamentos dos professores à incorporação deste recurso didáctico, verificando-se a existência de dois subgrupos um de utilização mais discreta e outro de uso recursivo. Os designados heavy users ainda são poucos. Gráfico 138 – Frequência de uso de quadro interactivo Uso de computador e projector 25,0 20,0 % 15,0 10,0 5,0 ,0 A segunda tecnologia didáctica analisada foi a de uso do quadro interactivo, uma tecnologia algo emblemática do PTE e com características de corte paradigmático muito superiores por exemplo à tecnologia anterior, na qual se pode encontrar alguma 134 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos evolução sobre os acetatos com retroprojector. É interessante que três quartos dos Alunos refiram já ter experimentado aulas onde essa tecnologia fosse empregue, valor superior ao esperado. Gráfico 139 – Relato de uso de quadro interactivo Teve aulas com quadro interactivo Não 25% Sim 75% O padrão geral de estrutura descritiva do uso da tecnologia é idêntico ao explicado acima, destacando-se novamente a motivação. Um dado curioso é o de, o intervalo diferencial na avaliação de preparação dos professores ser dominado por Alunos que dão nota positiva. Pode-se admitir que a recente formação de professores nesta matéria esteja a dar os seus frutos a par de a experiência dos Alunos ser baixa ou nula enquanto que por exemplo no caso anterior eles sabem utilizar razoavelmente bem o computador e o projector. A teoria de Gap indica que neste caso pela sua própria preparação ser menor, um mesmo desempenho dos professores tenderá ser melhor percepcionado. Fica contudo a nota de que para os Alunos o uso do quadro interactivo em contexto lectivo é muito bem recebido. Os valores negativos são residuais e correspondem às pessoas que ao longo das várias tecnologias manifestam resistência ou mesmo preferência por aulas de estilo clássico. 135 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 140 – Avaliação do uso do quadro interactivo Sobre o uso de Quadro Interactivo Os professores nem sempre sabem utilizar o … 24,2 Perde-se muito tempo O ambiente fica confuso Prefiro as aulas clássicas sem esses materiais 10,5 6,7 4,6 Fico mais motivado para a aula 81,7 O ambiente da sala de aula é melhor 72,1 Aprendo melhor a matéria Os professores que utilizam esse material … 61,6 47,1 Se ficou demonstrada a aptência e experienciação dos Alunos no uso do quadro interactivo, a frequência de utilização é uma outra realidade com uma distribuição deslocada à esquerda, um centro expressivo uma distribuição lateral direita pequena significando isso que o emprego do quadro interactivo tende a ser ainda casuístico na maioria dos professores. Gráfico 141 – Frequência de uso de quadro interactivo Uso de Quadros Interactivos 25,0 20,0 % 15,0 10,0 5,0 ,0 136 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos O próximo passo foi o de inventariar o recurso à Internet enquanto tecnologia lectiva. O relato dos Alunos manifesta que a quase totalidade (96%) já teve aulas em que foi utilizada a Internet evidenciando que é uma tecnologia adquirida no processo de ensino. Gráfico 142 – Relato de uso de Internet Não 4% Teve aulas com Internet Sim 96% Também aqui o padrão de polaridades se mantém com largo número de avaliações positivas e um grupo de cerca de 5% dos Alunos a resistir às TIC em sala de aula. A avaliação dos professores é globalmente positiva se tomada em balanço. Gráfico 143 – Avaliação do uso da Internet Sobre o uso da Internet Os professores nem sempre sabem utilizar o … Perde-se muito tempo O ambiente fica confuso Prefiro as aulas clássicas sem esses materiais 19,6 10,1 8,8 5,5 Fico mais motivado para a aula 81,3 O ambiente da sala de aula é melhor 67,1 Aprendo melhor a matéria Os professores que utilizam esse material … 137 64,9 46,7 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos A intensidade de uso exprime-se numa distribuição claramente deslocada à direita mas com um forte centro e um subgrupo de professores pouco distanciado do centro, aparecendo um grupo de heavy users em crescendo. De forma sintética pode afirmar-se que a Internet entrou no contexto didácticopedagógico, aceite por professores e Alunos, sendo-lhe reconhecidos largos méritos. O ciclo de inovação da tecnologia no tecido sociológico aponta para um estado de amadurecimento e larga disseminação com poucos last laggards. Gráfico 144 – Frequência de uso da Internet % Uso de Internet 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 ,0 O estado de amadurecimento da população para esta tecnologia requer um aprofundamento das soluções ao nível dos conteúdos porque, a generalização de usos de qualquer tecnologia implica uma diversidade de contextos e públicos cuja satisfação de necessidades tende a ser cada dia mais ampla e complexa. A próxima tecnologia a ser inventariada, o recurso ao computador pessoal em sala de aula não depende apenas da tecnologia em si: há toda uma envolvente de 138 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos externalidades como o risco de transporte de e para a escola de um bem de elevado valor transacionavel, o esforço físico desse transporte, e, numa outra vertente a possibilidade da sala de aula acomodar um parque de máquinas com o número de pontos de electricidade suficiente. Apesar das limitações físicas referidas (entre outras) mais de um terço dos Alunos mencionou já ter passado pela experiência, o que se considera um valor elevado. Gráfico 145 – Relato de uso de computador pessoal Teve aulas onde levasse o seu computador pessoal Sim 37% Não 63% Apesar do padrão geral se manter tanto nas quatro dimensões positiva como nas negativas, as primeiras tendem a ser menos positivas e as segundas mais elevadas do que comparativamente às restantes tecnologias em análise. As externalidades apontadas acima por certo contribuem para ambos os efeitos. O uso do computador em sala de aula não exige que o Aluno traga o seu aparelho pois que, o número de computadores com que o PTE equipou as escolas possibilita um amplo recurso às TIC sem que se tenha de carregar a máquina, correr eventuais riscos de roubo, perda ou danificação no transporte, e, como disseram repetidamente nas 139 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos entrevistas da fase qualitativa, ter de disputar os pontos eléctricos para carregar o computador. Gráfico 146 – Avaliação do uso do computador pessoal Sobre o uso do computador pessoal Os professores nem sempre sabem utilizar o … 13,3 Perde-se muito tempo 10,9 O ambiente fica confuso 10,2 Prefiro as aulas clássicas sem esses materiais 8,6 Fico mais motivado para a aula 76,2 O ambiente da sala de aula é melhor 67,2 Aprendo melhor a matéria Os professores que utilizam esse material … 57,4 38,7 Mau grado todos estes aspectos negativos que minguam a positividade geral, é notória a disseminação de pratica no tecido educativo. Os valores percebidos não devem ser levados “à letra” mas sim ser entendidos como percepções, significando isso que “nunca” ou “sempre” são estados de memória no instante da inquirição. Gráfico 147 – Frequência de uso de computador % Uso de Computador 140 20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 ,0 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos A alternativa ao recurso ao computador pessoal é a de utilizar o da escola. Com a extensão de parque informático instalado aumentou em muito a referenciação de uso passado, cobrindo a quase totalidade dos Alunos. Gráfico 148 – Relato de uso de computador da escola Teve aulas em que fosse utilizado o computador da Escola? Não 6% Sim 94% Dadas as vantagens objectivas de ultrapassar os problemas antes descritos os valores positivos aumentam um pouco e os negativos caem também um pouco. A estrutura dos dados mantém por ser no essencial o mesmo emprego tecnológico. Gráfico 149 – Avaliação do uso do computador da escola Sobre o uso do computador da Escola Os professores nem sempre sabem utilizar o … 16,6 Perde-se muito tempo 8,8 O ambiente fica confuso 8,4 Prefiro as aulas clássicas sem esses materiais 4,4 Fico mais motivado para a aula 78,3 O ambiente da sala de aula é melhor 65,7 Aprendo melhor a matéria Os professores que utilizam esse material … 141 59,3 43,3 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos O passo seguinte foi o de inventariar o uso programas informáticos específicos em contexto de sala de aula. Utilizaram-se no questionamento aqueles que surgiram nas entrevistas da fase qualitativa. A utilização das apresentações digitais é recorrente por Alunos e professores quando têm de mostrar algo à turma. Durante as entrevistas percebeu-se que apresentação digital e PowerPoint (PPW) eram uma mesma coisa pelo que por simplicidade de entendimento se inquiriu directamente acerca desse programa. Verifica-se que o uso do PPW é muito amplo caracterizando-se por possuir uma distribuição quase totalmente deslocada à direita. Gráfico 150 – Frequência de uso de apresentações digitais % Uso de PPW 20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 ,0 Alguns professores referiram que necessitavam de utilizar programas específicos para as suas disciplinas, dizendo em simultâneo que não o faziam mais porque as Escolas normalmente não possuíam as licenças de utilização requeridas, estando limitados a versões demo ou de editoras. 142 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Em resultado dessas dificuldades a utilização desses programas informáticos é muito mais escassa. Deve juntar-se à menor utilização (se comparada com programas standard) a pouca disponibilidade de conteúdos adaptados aos programas e à língua portuguesa, referindo os professores a necessidade de possuir bibliotecas de recursos digitais específicos para os programas aprovados, o que abriria portas a muitas novas actividades lectivas. De facto a distribuição é quase mesocurtica com bossas centrais. Gráfico 151 – Frequência de uso de softwares específicos % Uso de softwares específicos das disciplinas 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 ,0 A tradicional resistência de muitos Alunos às matérias quantitativas em Portugal reflecte-se também no uso das TIC para fins quantitativos. Foram aceites todos os programas que envolvessem cálculo e não só o Excel do pacote Office. É muito pequeno o emprego e em baixa frequência. Significa que está aqui aberto um horizonte de utilização potencial muito interessante, mas o qual exigirá formação dos professores e disponibilização de conteúdos adaptados aos programas lectivos. 143 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Gráfico 152 – Frequência de uso de material de cálculo % Uso de material de cálculo digital 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 ,0 Foi referido por professores de desenho entrevistados na fase qualitativa que no caso das suas disciplinas a questão dos programas específicos ainda adquiria uma expressão mais destacada por muito da evolução do sector gráfico estar a passar por digitalização de todas ou quase todas as actividades e as escolas não possuírem programas como o Corel ou outros similares. Houve em dois casos referência de que os professores os estariam a utilizar sem licença comprada. Gráfico 153 – Frequência de uso de software de desenho Uso de software de desenho 35,0 30,0 % 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 144 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos De facto o emprego desse tipo de programas é muito reduzido, confirmando as declarações dos professores de que há pouco material e quando mostram aos Alunos é pontualmente, a partir de computadores pessoais onde têm esses programas. Para exaurir a inventariação procurou-se junto dos Alunos se utilizavam outras quaisquer aplicações TIC. Pela própria amplitude de “outros”, o padrão de resposta é pouco informativo, sendo uma distribuição aproximadamente normal com os dois extremos incrementados pelas situações extremas. Gráfico 154 – Frequência de uso de outras aplicações TIC % Uso de outras aplicações TIC 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 ,0 Questionou-se os Alunos sobre qual é em seu entender o total de horas médias diárias em que usam as TICs para fins escolares. Caberá portanto aqui os tempos gastos em casa e na escola, o recurso a todos os dispositivos de TIC, etc. O valor médio é aproximadamente o mesmo do que declaram gastar com a Internet em casa. Daqui se concluem vários elementos: os Alunos apresentam grande dificuldade de diferenciação no uso de tempos e tecnologias, situação que só poderá ser resolvida com estudo de observação / inventariação diária de utilizações; a principal utilização TIC terá de ser a de uso doméstico de Internet situação que conduz a uma percepção adulterada 145 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos tomando o todo pela parte; os restantes formatos de TIC têm de possuir reduzida expressão para que se apague de forma tão marcada o seu rasto. Gráfico 155 – Frequência de uso de computador % Nº horas/dia em TIC's escolares 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 ,0 Menos de uma h por dia 146 1 2 3 4 5 ou mais Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos As TICs na vida do aluno fora da Escola Pratica de Jogos Tal como se fez com a utilização TIC escolar procedeu-se à inventariação dos usos lúdicos. Nessas praticas identificou-se os jogos digitais como sendo algo muito disseminado com 84% dos Alunos a relatarem o seu emprego. Embora não seja objectivo do presente trabalho apurar resultados em termos diferenciais mas tão só inventariar elementos decorrentes ou concorrentes para o sucesso do PTE, as diferenças entre géneros foram tão intensas na presente bateria de questões que são apresentados alguns elementos. Gráfico 156 – Joga jogos digitais Joga jogos digitais Não 16% Sim 84% Um primeiro aspecto relevante é o de que sendo o jogo digital uma pratica muito espalhada no tecido escolar a diferença de género fez-se notar com uma diferenciação 147 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos muito elevada (Sig χ2 de =,000) com 95% dos rapazes a jogarem ao passa que “apenas” 75% das raparigas o fazem. Do mesmo modo as tipificações de jogos digitais obtêm em todas as classes uma diferenciação máxima, (Sig χ2 de =,000), entre géneros. As raparigas obtêm o score mais elevado no jogo Sims (jogo de construções) com 61%, seguindo-se o Bubbles (27%) e curiosamente um jogo de guerra, counter strike, com 18%. Os restantes são residuais. Por seu turno os rapazes jogam mais, com duas orientações: guerra e futebol. No primeiro grupo identificam-se o conter strike com 71%, o call of duty, 45%, age of empires, 32%, e medal of honor, 30%. No grupo de desporto destacam-se o PES, 53% e o Fifa com 41%. Um terceiro tipo de jogo mas não enquadrável nas classes anteriores é o auto thef, jogo vocacionado para a violência e a infracção automobilística com 51% de praticantes. Gráfico 157 – Tipos de jogos declarados Jogos digitais declarados Sims Counter strike Pro evolution soccer Grand Theft Auto Call of duty Fifa Bubbles Age of empires Medal of honor Grand Turism ,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 O conjunto de jogos foi apurado na fase qualitativa. Para garantir a inserção de outros fenómenos inquiriu-se os Alunos em resposta aberta sobre outros tipos de jogos digitais que utilizassem. Os resultados foram muito mais pobres e dentro da linha de orientações já descrita. O quadro síntese é o seguinte: 148 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Outros tipos de jogos Jogos de desporto (football e carros) WarRock (guerra) Facebook-Fishville, Petville, Poker Metin2 (luta e morte) Outros de estratégia Criar e gerir personagens Assasins Creed Playboy Aventuras Simuladores de voo Dofus Uso de drogas Música 4,9% 3,8% 2,4% 2,4% 1,1% 1,0% 0,4% 0,4% 0,3% 0,3% 0,1% 0,1% 0,1% Os valores indicados são calculados sobre o conjunto da amostra. É notória a presença entre os rapazes de jogos envolvendo violência e nalguns jogos mesmo comportamentos desviantes. Nas raparigas há muito mais elementos construtivos e recreativos. 149 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Pertença a Redes Sociais Também as Redes Sociais têm um espalhamento social notável e a exigir outro estudo para além deste exploratório. Quase todos (97%) dos Alunos estão presentes em redes sociais revelando um alinhamento pela geração web2.0. Gráfico 158 – Pertença a redes sociais Não 3% Pertença a Redes Sociais Sim 97% As redes com maior penetração são o MSN com 90,8%, o Hi5 com 77,3% e o Facebook com 51,3%. A quarta opção, Orkut, não tem uma verdadeira expressão social com somente 4,7% de presenças. À semelhança do que se fez com os jogos questionou-se em campo aberto sobre outras redes para além das pré-indicadas, mas neste caso ainda se obteve menor expressão com o conjunto de todas as redes a somar apenas 10% de indicações. 150 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Não houve uma verdadeira diferenciação por género mas há uma tendência, (Sig χ2 de =,045) para as raparigas apresentarem uma maior taxa de pertença (98%) do que os rapazes (95,5%). A pertença às redes não apresenta uma destrinça por género com apenas o Hi5 e o Facebook a terem mais 6% de raparigas. Gráfico 159 – Presença em redes sociais Redes sociais MSN Hi5 Facebook Orkut ,0 151 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Receios dos pais segundo os Alunos O presente bloco procura inventar os receios dos pais percebidos pelos Alunos, porque para apurar os receios efectivamente tidos pelos pais e encarregados de educação existe um bloco de análise no volume a eles dedicado. A percepção de que os pais se preocupam efectivamente com o uso da Internet pelos seus filhos é relativamente reduzida (43%) pois que a maioria não o relata. Duas leituras serão possíveis perante tal declaração: os Alunos não sentem que os pais se preocupem com o assunto mas eles terão receios a esse propósito apenas não o transmitindo de forma visível, ou muitos deles não se preocupam mesmo. O cruzamento dos dados dos Alunos com os qualitativos dos encarregados de educação (quase todos pais dos Alunos) leva a apontar mais para a segunda hipótese. Durante a fase qualitativa ficou a ideia exactamente contrária, pois todos eles se manifestaram de forma reiterada ao assunto, mas também é verdade que todos esses países ocupam lugares de ligação à escola o que não os torna “pais médios”. Um valor objectivo para ponderar por qual das duas alternativas seguir é o da taxa de resposta dos pais ao presente estudo tanto directa (taxa de adesão) como indirecta (taxa sobre valor real de pais. Em ambos os casos os valores foram muito baixos. Não devem estes comentários ser lidos como indicação de negligencia mas tão só o de que a taxa de efectividade é baixa. Só há preocupação com o que se conhece. Se for tomado como referencial que há escolas onde a percentagem de pais a disponibilizar endereços electrónicos à escola para assuntos dos seus filhos raia os 0%, e bastantes abaixo dos 15%, significa que entre os pais / encarregados de educação também há um caminho a realizar para acompanharem os seus educandos nesta matéria de TIC’s. 152 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Nem sequer a figura social tradicional de prestar maior proteccionismo às raparigas do que aos rapazes apareceu, não que seja aqui defendida, pois houve exactamente a mesma taxa de pais a manifestarem receios no uso da Internet em ambos os géneros. Gráfico 160 – Receio dos pais em relação à Internet Pais manifestaram receios no uso da Internet Sim 43% Não 57% Procurou apurar-se entre os pais que manifestaram posição no assunto quais os receios partilhados com os filhos. Para este fim fez-se a inquirição totalmente em regime de resposta aberta. Nem todos os Alunos especificaram, apenas dois em cada três que haviam revelado preocupação dos pais num total de 226 respostas. receios manifestados pelos pais Falar com desconhecidos e dar dados pessoais Acesso a pornografia não ter tempo para estudar fique viciado Vírus informáticos violência saúde (doenças da vista e wireless) “ganhe ideias estranhas" 153 Em relação aos 226 58% 19% 9% 5% 4% 4% 1% 1% Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Não se sabe se este grupo é representativo das preocupações dos pais, mas é-o seguramente em relação aos que se pronunciam. Duas categorias destacam-se: o medo que cedam dados pessoais a desconhecidos e que acedam a sítios de pornografia. Os restantes itens são esparsos. Dada a baixa densificação não se procedeu a análise diferencial. O passo seguinte consistiu em analisar os receios agora na perspectiva dos Alunos. Quando instados a indicar o maior risco de utilização em casa da Internet pronunciaram-se 564 dos 715 Alunos. As respostas foram sujeitas a análise de conteúdo, tendo sido formadas as seguintes classes: MAIOR RISCO USO NET EM CASA contacto com desconhecidos nenhum risco (desde que se saiba usar) vírus informáticos sexo e violência poder-se ter acesso a dados pessoais vício em computadores roubos em compras on-line afectar os estudos é caro faz mal à saúde 32,6% 20,0% 17,2% 15,6% 7,4% 2,3% 2,0% 1,8% 0,9% 0,2% A diversidade de classes é mais rica que a por eles entendida acerca dos pais com quatro classes a destacarem-se: contacto com desconhecidos, receber vírus informáticos e acesso a sexo e violência (possibilidade que está dentro da sua esfera de decisão mas interpretada como um risco, o que é de extremo interesse de pesquisa). A segunda classe mais escolhida é a de que não há riscos associados à Internet se se souber utilizar correctamente. Esta nuance confere espaço de recepção a formação sobre ética e segurança digital por representar o reconhecimento de que há uma postura correcta de utilização (e pela negativa) que se não cumprida pode por 154 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos o utilizador em risco. As restantes classes são de reduzida expressão social embora com sentido na escolha. Procedeu-se igualmente à inventariação das medidas de segurança mais frequente. Escolheram-se para esse fim alguns cuidados e foi perguntado aos Alunos se sabiam que os pais o faziam. Abre-se aqui a pressuposição de que os pais podem ter iniciativas do desconhecimento dos seus filhos. A verificação do histórico do computador pode proporcionar aos pais a informação dos sítios por onde os filhos navegaram, mas isso exige conhecimento técnico, e se os filhos o sabem podem apagar entradas não desejadas. Ainda assim dezoito porcento dos Alunos relata esse cuidado dos seus pais. Gráfico 161 – Verificação do histórico dos computadores Pais verificam histórico do computador Sim 18% Não 82% De foro mais visível é e objectivo é o controlo dos tempos de acesso ao computador e Internet em casa. Diferentes razões podem conduzir à limitação temporal: prevenção da saúde ocular, garantia de realização de tarefas escolares e outras, etc. Um pouco mais de um terço dos Alunos relata esse cuidado. Não há neste relatório pronuncio de 155 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos que a acção é boa ou má, ou sequer se tem fundamento científico. Apenas que os pais o fazem. Gráfico 162 – Limitação do tempo de uso do computador Pais colocam limites de tempo no uso do computador Sim 35% Não 65% A preocupação de que o computador desvie o Aluno de outras actividades, designadamente as escolares foi amplamente referido (ver relatório da fase qualitativa) pelos pais entrevistados. Os dados objectivos das elasticidades de tempo (segundo os Alunos) não vão exactamente nesse sentido. A realidade é que 31% dos pais intervêm para garantir que isso não aconteça. Gráfico 163 – Reserva de uso do computador 156 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Pais não deixam que computador substitua outras actividades Sim 31% Não 69% Uma outra referência habitual é a de limitar ou interditar os menores na colocação de fotos nas páginas de redes sociais de modo a não ceder dados a terceiros desconhecidos. Esse cuidado é feito por 12% dos pais. Gráfico 164 – Limitação à colocação de fotos nas redes sociais Pais não deixam colocar fotos nas redes sociais Sim 12% Não 88% Em sentido mais genérico está a recomendação de que os filhos tenham cuidado na exposição pública que possam ter na Internet. É um medo difuso e a reserva mesmo de quem não conhece o funcionamento da Internet mas que recomenda cautela. Nas entrevistas da fase qualitativa havia sido ventilado pelos vários actores sociais a ideia de que há uma larga panóplia se sujeitos aguardando na Internet pelo deslize dos jovens num qualquer assunto para disso tirar proveito: abuso sobre menores, dados 157 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos financeiros das famílias, etc. A característica difusa de resguardo leva a que 60% dos pais manifeste a preocupação contrariamente a valores muito mais reduzidos em qualquer um dos cuidados de especificidade. Gráfico 165 – Recomendação de cuidado na exposição pública Pais recomendam cuidado na exposição pública Não 40% Sim 60% Recomendações da vertente Alunos2 1. Aproveitar a boa vontade dos Alunos em relação à Internet e de forma geral às TIC em favor dos processos de aprendizagem e de estudo. Conforme se demonstrou a quase totalidade dos Alunos tem um enorme goodwill em relação às TIC que se bem aproveitado pode transportar positividade para disciplinas ou processos de aprendizagem complexos. A boa adesão emocional às TIC proporciona também o estabelecimento de relações de afecto positivas com matérias onde elas estejam em falta. Para isso é necessário: a. Promover a criação, adaptação e desenvolvimento, eventualmente em conjunto com Alunos, de conteúdos educacionais com vertente lúdica. b. Nas matérias com relacionamento historicamente mais difícil, por exemplo na matemática, intensificar o recurso a ferramentas digitais. 2 Não inclui as recomendações decorrentes do estudo de Directores, Professores e Encarregados de Educação 158 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos 2. Progredir e aprofundar o relacionamento digital da comunidade escolar. Ainda nem todas as Escolas possuem uma Intranet e as que têm normalmente não exploram as funcionalidades possíveis, recomenda-se: a. Intensificar a via de contacto digital entre Professores e os seus Alunos. b. Facultar páginas e sítios digitais da Escola actualizados onde se possa saber mais da vida da comunidade escolar, informações relevantes, etc. c. Facultar acesso remoto a todos os actores sociais escolares, designadamente os Alunos. d. Possibilitar o acesso do Aluno aos conteúdos relevantes para a sua turma e de si próprio. 3. Melhorar a preparação digital dos professores. É importante que os professores não sejam colocados perante os Alunos em situação menorizante ou dependente. A preparação deve ir além da simples capacidade manipulativa de equipamentos. Sugere-se: a. Formação base a todos os professores que lhe confiram os conhecimentos de manipulação dos equipamentos pedagógicos e didácticos de que necessitem em trabalho junto de Alunos, b. Formação para que possam ser animadores de comunidades digitais de Alunos c. Formação sobre gestão de TIC em sala de aula, sua inserção nos processos de aprendizagem e ensino. 4. Adaptação das salas de aula e outros espaços escolares para um verdadeiro uso do equipamento disponibilizado pelo PTE. a. Com pontos de electricidade em quantidade suficiente para que não haja perdas de tempo lectivo para gerir esse assunto. b. Em condições de segurança para os utentes do espaço. 159 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos c. Com carga suficiente para que não seja necessário desligar outro equipamento lectivo ou de conforto da sala. 5. Alargar o espaço lectivo para lá da sala de aula com recurso às TIC. Uma vez que ficou documentado que os Alunos despendem largo tempo em TIC com actividades não lectivas será desejável que a Escola compita de forma positiva e construtiva por parte desse tempo. a. Reforçando o trabalho em rede entre os Alunos b. Reforçando a captação e gestão da informação em ambiente TIC c. Criando Redes Sociais ligadas à Escola e à Comunidade Escolar d. Reforçando a ligação da Escola às Forças Sociais Orgânicas circundantes à Escola 6. Reforçar amplamente a segurança de uso das TIC a. Formar os Alunos de modo sustentado nos conteúdos e no tempo para uma cultura de ética e segurança na utilização das TIC b. Formar os Encarregados de Educação para a problemática da ética em TIC e supervisão de menores em ambiente digital c. Evidenciar na Escola uma preocupação com a ética e segurança de utilização das TIC d. Discutir quem na Escola deve supervisionar o quê nas TIC, com que código de ética, relativamente a que actores sociais escolares. 7. Reforçar através das TIC o conceito do Aluno-cidadão. a. Implantar uma cultura de preservação dos equipamentos de TIC b. Formar os Alunos para Boas Práticas de utilização do material TIC colocado à disposição da comunidade escolar 160 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Anexo 1 161 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Inquérito destinado a Alunos Observatório do Plano Tecnológico da Educação Versão 2 Caro Aluno, o Observatório do Plano Tecnológico para a Educação está a efectuar um estudo para avaliar o impacte das tecnologias de informação e comunicação nos processos de aprendizagem e ensino. Gostaríamos por isso de conhecer a tua opinião, as expectativas, preocupações e outros elementos que queiras exprimir, os quais em teu entender possam contribuir para a reflexão sobre o assunto. As tuas opiniões são muito importantes. Agradecíamos que nos respondesses a algumas perguntas. As questões que te vão ser colocadas não têm respostas certas ou erradas. Apenas estamos interessados na tua leitura dos factos. Está garantido o anonimato daquilo que nos disseres. 162 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Parte A – Conteúdos de entrevista 1- Afinidade tecnológica do entrevistado PA.1. És utilizador de computadores? Sim Não PASSE PARA A PERGUNTA PA.14 . NS/NR PASSE PARA A PERGUNTA PA.14. PA.2. Em média, quantos dias por semana usas o computador, para fins de divertimento? Menos que 1 dia por semana 1-2 3-4 5-7 Todos os dias, mais de 1h em média NS/NR PA.2.1-A. Fazendo uma média diária expressa em horas, quanto tempo gasta por dia para fins de diversão no computador sem contar com o tempo para a Internet? NS/NR PA.3. Em média, quantos dias por semana usas o computador, para fins escolares? Menos que 1 dia por semana 1-2 3-4 163 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos 5-7 Todos os dias, mais de 1h em média NS/NR PA.3.1-A. Fazendo uma média diária expressa em horas, quanto tempo gasta por dia para assuntos escolares no computador sem contar com a Internet? NS/NR PA.4. Que funcionalidades utilizas do computador? Processamento de texto (word ou similar) Calculo (Excel ou similar) Apresentações digitais (PowerPoint ou similar) Documentação e informação Acesso à Internet Utilização de programas informáticos específicos (diversão ou escolares) Jogos Outros tipos de actividades. Quais? __________________________ NS/NR PA5. Numa escala de 1 a 10, em que 1 significa muito mau e 10 significa muito bom, como avalias o teu grau de conhecimentos em computadores? NS Recusa 1 164 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos PA6. Agora numa escala também de 1 a 10, em que 1 significa não gosto nada de ter de usar o computador e 10 significa gosto muito de usar o computador, como te situas nessa escala? NS Recusa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 O MESMO AGORA EM RELAÇÃO À INTERNET PA.7. És utilizador da Internet? Sim Não PASSE PARA A PERGUNTA PA.14. NS/NR PASSE PARA A PERGUNTA PA.14. PA.8. Que tipo de utilização costumas fazer da Internet a nível pessoal? Entretenimento/passatempo por exemplo jogos e actividades afins Notícias e informação similar Comunidades Online/chat Produção de páginas Web Produção de Blogues Pertença a redes Sociais Quais? _________________________________ Manter relacionamento com amigos que de outra forma seria muito difícil Compras/pagamentos (bens e serviços) Informação sobre temas/interesse específicos Consulta de informações de serviços não noticiosas Arranjar amigos fora dos locais habituais 165 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Outra. Qual?___________________________________ NS/NR PA.9. Em média, quantos dias por semana usas a Internet, para fins não escolares ? Menos que 1 dia por semana 1-2 3-4 5-7 Todos os dias mais de 1h NS/NR PA.9.1-A. Fazendo uma média diária expressa em horas, quanto tempo gastas por dia para assuntos não escolares na Internet? NS/NR PA.10. Que tipo de utilização costumas fazer da Internet a nível escolar? Relacionamento escolar com colegas Relacionamento com professores e outras pessoas ligadas à Escola Comunidades Online da Escola Compras/pagamentos (bens e serviços) de carácter escolar Informação sobre temas/interesse específicos ligados à actividade escolar Consulta de informações e documentação para trabalhos da Escola Colocação de informação e trabalho com o Moodle da Escola Outra. Qual?___________________________________ NS/NR 166 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos PA.11. Em média, quantos dias por semana usas a Internet, para fins escolares? Menos que 1 dia por semana 1-2 3-4 5-7 Todos os dias mais de 1h NS/NR PA.11.1 Fazendo uma média diária expressa em horas, quanto tempo gastas por dia para assuntos escolares na Internet? NS/NR PA12. Numa escala de 1 a 10, em que 1 significa muito mau e 10 significa muito bom, como avalias o teu grau de conhecimentos em Internet? NS Recusa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 99 PA13. Como classificarias, numa escala de 1 a 10, em que 1 significa não gosto nada de usar a Internet e 10 significa gosto muito de usar a Internet, como te situa nessa escala? NS Recusa 1 167 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos PA.14. Tens algum do seguinte material? Computador de secretária Computador portátil PDA Telemóvel com acesso à Internet NS/NR PA.14.1. Esse computador foi adquirido através do programa e-escolas? Sim Não NS/NR PA- 15. Até que ponto te sentes capaz de realizar cada uma das seguintes tarefas? Use a escala de 1 a 10, onde 1 significa “Não sei nada do assunto” e 10 “Sei e sou capaz de fazer sozinho(a) sem qualquer problema”. NS Recusa a) Abrir um arquivo ou documento 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa b) Imprimir um documento 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa c) Criar um documento de texto (Word ou similar) 168 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos NS Recusa d) Criar uma folha de cálculo. (Excel ou similar) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa e) Criar uma apresentação digital (PowerPoint ou similar) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa f) Criar uma base de dados 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa g) Utilizar um buscador de Internet (Google ou similar) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa h) Descarregar um arquivo da Internet 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa i) Enviar um correio electrónico 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa j) Utilizar um programa de mensagem instantânea (Messenger, Skype, etc.) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa i) Publicar conteúdos na Internet (Blogues, Web,...) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa i) Desenhar ou modificar páginas Web ou de Blogues. 1 169 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos PA.16. O teu acesso à Internet faz-se habitualmente a partir de (multipla): Casa Escola Local de acesso público Outro Local. Qual? __________________ NS/NR 170 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos PA.17. O uso da Internet e dos computadores aumentou, manteve identico ou diminuiu o conjunto de actividades descritas abaixo relativamente ao período em que tinhas menos contacto com essas tecnologias? Se aumentou coloca 1 na quadrícula, se diminuiu coloca -1, se não houve a alterações marca 0. a. O acesso às actividades culturais. b. Deslocações a pé ou motorizadas c. Actividade física (exercício e desporto) d. Maneira de ser como Sujeito Humano e. Conhecimento do Mundo e da realidade circundante f. Número de pessoas com que contacta g. Forma como contacta com essas pessoas h. Tipo e número de hobbies i. Tempo livre NS/NR PA18. Em que medida o uso da Internet ajuda na realização de trabalhos de grupo? Usa uma escala de 1 a 10, em que 1 significa não ajuda nada e 10 significa ajuda muito usar a Internet. NS Recusa 1 171 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos 2- Relação do Aluno com as TIC’s A- 22. Vamos agora apresentar-te um conjunto de actividades e saberes que podem ou não ser afectadas pelo uso dos computadores e da Internet. A escala vai de 1 (faço/tenho muito menos por causa dos computadores e da Internet) até 10 (faço/tenho muito mais por causa dos computadores e da Internet). NS Recusa a) Actividades culturais 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa b) Deslocações físicas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa c) Desporto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa d) Conhecimento do Mundo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa e) Número de amigos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa f) Hobbies 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa g) Tempo livre 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa h) Convivio com amigos 1 172 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos NS Recusa i) Tempo de estudo 1 173 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Conhecimento do PTE pelo Aluno PA-23. Consideras que conheces o Plano Tecnológico da Educação (PTE)? Sim Não Ns / Nr PA-24. Indica nos seguintes itens quais associas ao PTE. Computador Magalhães Computador e-escolas alunos Computador e-escolas professores Cartões e sistema de controlo de cartões magnéticos Plataforma Moodle escolar Quadros interactivos Data shows Rede de Internet de banda larga Plataforma de contacto digital com os pais e encarregados de educação Outra. Qual?______________________________ Não sabe Não responde Até ao fim do presente bloco vão ser apresentadas questões com afirmações sobre o uso de tecnologias. Se concordares que é verdadeira assinalas com um X, se não souberes ou não concordares não escreves nada. Não há respostas certas nem erradas, apenas estamos a ouvir a tua opinião, a qual consideramos muito importante. Se considerares que tens sugestões a fazer em qualquer dos grupos que não estejam lá escritas e penses que seria importante que estivesse deves escrevê-las na linha de “Outra. Qual___________”. 174 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos PA-25 Indica quais as vantagens que reconheces no PTE para o trabalho dos professores em geral. Potencial melhor documentação dos professores nas matérias que vão leccionar Possibilidade de ilustrar melhor as aulas com recurso a imagens e situações similares Melhorar a capacidade de motivação dos alunos Possibilita que os professores se mantenham actualizados nas matérias que leccionam Possibilita apoio mais alargado do professor para além do que se faz na sala de aula Outra. Qual?______________________________ Outra. Qual?______________________________ Outra. Qual?______________________________ Não sabe Não responde PA-26. Quais as desvantagens que o PTE pode levantar no trabalho dos professores em geral? Muitos professores não estão suficientemente preparados para lidar com os novos materiais previstos no PTE A Escola não está adaptada para o uso dos materiais previstos no PTE O material distribuído não é suficiente para a Escola Dá-se muita atenção ao material e não à qualidade dos professores Deve-se primeiro apostar na formação dos professores no uso das tecnologias e só depois no seu uso lectivo Outra. Qual?______________________________ Outra. Qual?______________________________ Outra. Qual?______________________________ Não sabe Não responde PA-37. Identificar vantagens concretas do PTE na vida escolar familiar do aluno Os alunos que disponham de computador e internet em casa melhoram bastante a qualidade dos trabalhos de casa A documentação que os alunos recolhem para realizar os seus trabalhos e mais completa e extensa A família como um todo tende a desenvolver-se com a familiarização com as TIC’s Os alunos de menores recursos podem por via das TIC’s compensar parte da sua menor acessibilidade a outros meios pedagógicos e didácticos A utilização das TIC’s aumenta a possibilidade dos alunos que moram longe dos colegas fazerem os trabalhos de grupo O recurso às TIC para uso escolar ou lúdico obriga os alunos a escreverem mais do que se não as utilizarem A disponibilidade de uso de TIC intensifica os contactos dos alunos com pares estrangeiros e assim praticam o exercício de línguas curriculares Outra. Qual?______________________________ Outra. Qual?______________________________ Outra. Qual?______________________________ Não sabe Não responde 175 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos PA-38. Identificar desvantagens concretas do PTE na vida escolar familiar do aluno Em algumas famílias a necessidade de adquirir o equipamento TIC (computador, internet, etc.) tem sido um esforço muito grande. Em muitas famílias não estão criadas as bases para que os pais / encarregados de educação possam /saibam acompanhar essa nova ferramenta. Muitos alunos em vez de utilizarem o equipamento TIC para estudo usam-no principalmente para fins de diversão Os pais queixam-se acerca do uso das TIC’s pelos seus filhos O uso das TIC’s reduziu o tempo de estudo global dos alunos Tive conhecimento de situações envolvendo acesso de alunos a sites de grande violência, sexo explícito, ou outros materiais inapropriados à sua idade Na escola já houve casos de alunos expostos por via de TIC’s a situações inadequadas Na escola já houve casos de alunos sujeitos a formas de violência por via das TIC’s Outra. Qual?______________________________ Outra. Qual?______________________________ Outra. Qual?______________________________ Não sabe Não responde PA-39. Já tiveste aulas em que fosse utilizado computador e projector (data show)? Sim passa para PA-39A Não passa para PA-40 Ns/Nr passa para PA-40 PA-39.A Qual a apreciação que fazes dessa utilização? (escolhe as alternativas com que concordares) Fico mais motivado para a aula Aprendo melhor a matéria O ambiente da sala de aula é melhor Os professores que utilizam esse material sabem bem como fazê-lo Prefiro as aulas clássicas sem esses materiais Perde-se muito tempo O ambiente fica confuso Os professores que utilizam esse material nem sempre sabem utiliza-lo Outra característica. Qual?______________________________ PA-40. Já tiveste aulas em que fosse utilizado um Quadro Interactivo? Sim passa para PA-40A Não passa para PA-41 Ns/Nr passa para PA-41 176 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos PA-40.A Qual a apreciação que fazes dessa utilização? (escolhe as alternativas com que concordares) Fico mais motivado para a aula Aprendo melhor a matéria O ambiente da sala de aula é melhor Os professores que utilizam esse material sabem bem como fazê-lo Prefiro as aulas clássicas sem esses materiais Perde-se muito tempo O ambiente fica confuso Os professores que utilizam esse material nem sempre sabem utiliza-lo Outra característica. Qual?______________________________ PA-41. Já tiveste aulas em que fosse utilizada a Internet? Sim passa para PA-41A Não passa para PA-42 Ns/Nr passa para PA-42 PA-41.A Qual a apreciação que fazes dessa utilização? (escolhe as alternativas com que concordares) Fico mais motivado para a aula Aprendo melhor a matéria O ambiente da sala de aula é melhor Os professores que utilizam esse material sabem bem como fazê-lo Prefiro as aulas clássicas sem esses materiais Perde-se muito tempo O ambiente fica confuso Os professores que utilizam esse material nem sempre sabem utiliza-lo Outra característica. Qual?______________________________ PA-42. Já tiveste aulas em que fosse pedido para levares o teu computador pessoal? Sim passa para PA-42A Não passa para PA-43 Ns/Nr passa para PA-43 177 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos PA-42.A Qual a apreciação que fazes dessa utilização? (escolhe as alternativas com que concordares) Fico mais motivado para a aula Aprendo melhor a matéria O ambiente da sala de aula é melhor Os professores que utilizam esse material sabem bem como fazê-lo Prefiro as aulas clássicas sem esses materiais Perde-se muito tempo O ambiente fica confuso Os professores que utilizam esse material nem sempre sabem utiliza-lo Outra característica. Qual?______________________________ PA-43. Já tiveste aulas em que fosse utilizado computador da Escola? Sim passa para PA-43A Não passa para Grupo seguinte Ns/Nr passa para Grupo seguinte PA-43.A Qual a apreciação que fazes dessa utilização? (escolhe as alternativas com que concordares) Fico mais motivado para a aula Aprendo melhor a matéria O ambiente da sala de aula é melhor Os professores que utilizam esse material sabem bem como fazê-lo Prefiro as aulas clássicas sem esses materiais Perde-se muito tempo O ambiente fica confuso Os professores que utilizam esse material nem sempre sabem utiliza-lo Outra característica. Qual?______________________________ PA- 44. Taxa de utilização do material referido em sala de aula Acerca do material mencionado acima e algumas outras ferramentas informáticas, indica por favor, a sua frequência de utilização em sala de aula, usando a escala de 1 a 10, onde 1 significa “Nunca” e 10 “Sempre”. NS Recusa a) Quadros Interactivos 178 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa b) Projectores (data show) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa c) Computador nas suas várias funções 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa d) Internet: consultas, etc. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa e) PowerPoint 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa f) Softwares específicos da disciplina 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa g) Material de cálculo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa h) Softwares de desenho 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa i) Outras aplicações de TIC’s 1 2 3 4 5 6 PA.45. Indica uma estimativa do número de horas por dia que gastas com: PA.45.1. TIC’s para fins escolares 179 7 8 9 10 88 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos NS/NR PA.45.2. TIC’s para fins lúdicos NS/NR 180 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos 5- Em casa do aluno PA.200. És utilizador de computadores em casa? Sim Não PASSE PARA A A PERGUNTA PA.110 . NS/NR PASSE PARA A PERGUNTA PA.110 PA.201. Tens computador próprio? Sim (Passa para 201.A) Não NS/NR PA.201.A Esse computador é : Portátil De secretária NS/NR PA.202. Que tipos de jogos no computador / Internet jogas. Atenção, não estamos a perguntar sobre jogos de consola como os da PS, Xcube, etc. Pro evolution soccer Fifa Counter strike Call of duty Sims Age of empires Bubbles Grand Turism Grand Theft Auto 181 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Medal of honor Outro. Qual?____________________ Outro. Qual?____________________ Não jogo este tipo de jogos NS/NR PA.203. Pertences a redes sociais? Quais Hi5 Facebook Orkut MSN Outra. Qual?___________ Outra. Qual?___________ Não estou inscrito em redes sociais NS/NR 182 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos A- 204. Nas seguintes disciplinas indica a tua opinião sobre se o uso dos computadores ajuda no seu estudo em casa. Na escala 1 significa que não ajuda nada e 10 que ajuda muito. NS Recusa a) Português 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa b) Línguas estrangeiras 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa c) Matemática 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa d) História 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa e) Ciências 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa f) Expressões (EV/ET/etc.) 1 183 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos A- 205. Nas seguintes disciplinas indica a tua opinião sobre se o uso da Internet ajuda no seu estudo em casa. Na escala 1 significa que não ajuda nada e 10 que ajuda muito. NS Recusa a) Português 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa b) Línguas estrangeiras 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa c) Matemática 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa d) História 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa e) Ciências 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa f) Expressões (EV/ET/etc.) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 PA- 211. Já alguma vez os teus pais te manifestaram receios relativamente ao uso em casa da internet? Sim Quais receios? ________________________________________________________________ 184 88 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos _______________________________________________________________________ _ Não NS/NR PA- 211.1. Qual o maior risco que vês no uso da Internet em casa? _______________________________________________________________________ _ _______________________________________________________________________ _ PA.212. Indica, se caso disso, comportamentos protectivos que os teus pais tenham manifestado em relação ao uso de Tecnologias da Informação em casa. Verificam regularmente o “histórico” do computador Colocam limites de tempo ao uso do computador Não deixam que o uso do computador seja substituto de outras actividades Não permitem que coloques fotos nas redes sociais Recomendam cuidado na exposição pública que possa ter em redes sociais ou situações idênticas Outra. Qual?___________________________________ NS/NR 185 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos PA- 113. Vão agora ser apresentados elementos que o PTE pode proporcionar aos teus pais/ encarregados de educação através do computador ou do seu telemóvel acerca do seu filho Indica a tua concordância em cada uma das alternativas usando a escala de 1 a 10, onde 1 significa “Não concordo nada” e 10 “ Concordo totalmente”. NS Recusa a) Saber se ele(a) está na escola 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa b) Saber se faltou às aulas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa c) Saber se levantou o almoço 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa d) Saber as notas dos períodos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa e) Conhecer as actividades da Escola 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa f) Aceder à plataforma electrónica da Escola 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa g) Contactar o Director de Turma 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa h) Conhecer o mapa de testes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa 186 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos i) Outras informações relativas ao aluno 187 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Parte B – Caracterização do respondente 1. Caracterização do entrevistado PB.1.1: Por favor, regista o teu género Masculino Feminino PB.1.2. Qual a tua idade?__________________ NS/NR PB.1.3. Por favor indica o distrito e concelho onde habitas a) Distrito:________________ b) Concelho:________________ Caracterização do agregado familiar do entrevistado 188 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos PB.2.2. Quantas pessoas, ao todo, contando consigo, fazem parte do teu agregado familiar? NS/NR PB.2.2-A. Destas, quantas têm menos de 15 anos? NS/NR PB2.4. Caracterização de hábitos culturais familiares actuais Tens abaixo um conjunto de afirmações sobre hábitos educacionais e culturais actuais. Para cada uma, indica por favor em que medida concorda ou discorda, usando a escala de 1 a 10, onde 1 significa “discordo totalmente” e 10 “concordo totalmente”. NS Recusa a) É frequente comprar-se livros não escolares ou não profissionais 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa b) Costumo ir ao teatro ou ao cinema 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 c) Quando passeio é usual procurarmos as atracções culturais dos locais visitados 88 99 NS Recusa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 d) Em minha casa há quem tenha actividades culturais (tocar, dançar, pintar, etc.) 88 99 NS Recusa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa 189 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos e) Costumo ir a espectáculos de música clássica 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 f) As despesas com cultura representam uma parte significativa do orçamento familiar 88 99 NS Recusa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa g) Sinto que se deveria gastar mais em cultura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa h) Costumo ir a museus e/ou exposições 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa i) Leio regularmente jornais 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa j) Costumo ir a concertos de música moderna como os Festivais de Verão 190 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos B-3.1. Indica o quanto gostas das seguintes disciplinas. Na escala 1 significa que não gosto nada e 10 que gosto muito. NS Recusa a) Português 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa b) Inglês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa c) Francês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa d) História 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa e) Geografia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa f)EV/ET 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa g) Ciências Naturais 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa h) Físico-química 1 191 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos NS Recusa i) Educação física 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 B-3.2. Indica o quanto sentes estar preparado nas seguintes disciplinas. Na escala 1 significa que muito mal preparado e 10 que muito preparado. NS Recusa a) Português 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa b) Inglês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa c) Francês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa d) História 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa e) Geografia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa f)EV/ET 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa g) Ciências Naturais 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa 192 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos h) Físico-química 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 NS Recusa i) Educação física 1 193 2 3 4 5 6 7 8 9 10 88 99 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos Caracterização da Escola do entrevistado PB.2.7. A tua Escola dispõe de? Zonas wi-fi nas salas de aula Intranet ou rede informática interna Página na Internet Sistema definido de manutenção do parque informático Acesso à rede da Escola a partir de casa para os Professores Acesso à rede da Escola a partir de casa para os Alunos Acesso à rede da Escola a partir de casa para os Encarregados de Educação PB.2.9. A tua Escola dispõe dos seguintes periféricos para actividades educativas? Impressoras a preto Impressoras a cores Scaners Câmaras digitais Leitores de DVD UPS (protectores de computador) Outros. Quais?_______________________ PB.2.10. Quando os alunos não estão em aulas mas se encontram dentro da Escola podem aceder aos computadores ligados à Internet? Sim, sem restrições ................................... 1 Sim mas mediante pedido ........................ 2 Não podem aceder ................................... 3 NS/NR ........................................................ 99 194 Observatório do Plano Tecnológico da Educação - Volume Alunos PB.2.11. O acesso dos alunos aos sítios da Internet pode fazer-se: Sem restrições ........................................... 1 Passando por um filtro automático .......... 2 Com a supervisão de um adulto................ 3 Limitando o tempo de acesso.................... 4 NS/NR ........................................................ 99 195