Um Estudo Sobre Assassinato

Transcrição

Um Estudo Sobre Assassinato
CAPA OFICIAL DO DOCUMENTO DA CIA
Um Estudo Sobre Assassinato
TRANSCRIÇÃO
EDIÇÃO REVISTA E TRANSFORMADA EM ‘EBOOK’ POR SOKOL 2002
TRADUZIDO PARA PORTUGUÊS POR PINTAS 2009
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ÍNDICE
ÍNDICE
..... 3
PREFÁCIO
..... 4
UM ESTUDO SOBRE ASSASSINATO:
DEFINIÇÃO. EMPREGO. JUSTIFICAÇÃO
..... 6
CLASSIFICAÇÕES. O ASSASSINO
..... 7
PLANEAMENTO. TÉCNICAS
..... 8
EXEMPLOS
... 16
ANEXO 1: TÉCNICA DE SALA DE CONFERÊNCIA
... 17
ANEXO 2: ORIGINAL 'UM ESTUDO SOBRE ASSASSINATO' PÁGINAS DO DOCUMENTO ... 19
ANEXO 3: ORIGINAL 'LISTAS DE GOLPES DE ASSASSINATO GUATEMALA '54'
... 22
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PREFÁCIO
Aqui encontrará uma transcrição do documento da CIA entitulado 'Um Estudo Sobre
Assassinato'. Este documento não datado nem assinado (data estimada de publicação: 31 Dez, 1953) de 19 páginas dactilografadas, era parte de uma colecção de documentos da CIA relativos às operações PBFORTUNE e PBSUCCESS e foi desclassificado sob o Acto de Liberdade de Informação em 15 de Maio de 1997.
Após anos a responder a pedidos do Acto de Liberdade de Informação, com a sua
resposta padrão “não podemos confirmar nem negar que tais registros existem,” a
CIA desclassificou finalmente umas 1400 páginas de mais de 100,000 estimadas de
permanecerem em arquivos secretos sobre o programa de destabilização da Guatemala. Um excerto sobre este manual de assassinato aparece na página Op-Ed do
New York Times, sábado, 31 de Maio de 1997.
As operações PBFORTUNE e PBSUCCESS eram os nomes de código da CIA
1952-54 nos atentados para derrubar do governo da Guatemala sob o presidente eleito democraticamente Jacobo Arbenz Guzman.
Arbenz Guzman foi eleito Presidente da Guatemala em 1950 para continuar um processo de reformas sócio-economicas a que a CIA com desdém, se refere no seu memorando como “um programa intensamente nacionalista de progresso colorido pelo
sensível complexo de inferioridade anti-estrangeiro da ‘Republica das Bananas.’”* O
primeiro esforço da CIA para destituir o presidente da Guatemala - uma colaboração
entre a CIA e o ditador da Nicarágua Anastacio Somoza no apoio a um general malhumorado chamado Carlos Castillo Armas que recebia o nome de código Operação
PBFORTUNE - foi autorizado pelo presidente Truman em 1952.
Cedo, em Fevereiro desse ano, o Quartel General da CIA, começara a redigir memos
com títulos como “Pessoal Comunista da Guatemala a ser descartado em operações
militares,” sublinhando categorias de pessoas a ser neutralizadas por “Acção Executiva” (= assassinato) ou por aprisionamento e exílio. A lista “A” desses a ser assassinados continha 58 nomes, os quais a CIA havia retirado dos documentos desclassificados.
PBSUCCESS, autorizado pelo presidente Eisenhower em Agosto de 1953, tinha um
orçamento de 2,7 milhões de dólares para “acção política e guerra psicológica” e
"subversão," entre os outros componentes de uma pequena guerra paramilitar. Mas,
de acordo com o próprio estudo interno da CIA sobre a agência denominada “Programa K,”
* A que Arbenz Guzman havia confiscado dois-terços do terreno da United Fruit Co. Nestes dias, a paranóia anti-comunista estava no seu auge e o político que retirou as terras à United Fruit Co. (mesmo que para melhorar
as vidas dos trabalhadores das plantações, que viviam em escravidão) teve que se manter calado.
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até ao dia em que Arbenz Guzman se demitiu em 27 de Junho de 1954, “a opção de
assassinato ainda era considerada.”
Enquanto o poder da guerra psicológica da CIA, nome de código “Operação SHERWOOD,” contra Arbenz Guzman tornou essa opção desnecessária, a última etapa de
PBSUCCESS invocou uma “reunião de Comunistas e colaboradores.”
Embora Arbenz Guzman e os seus apoiantes conseguissem fugir do país, depois que
a CIA instituiu Castillo Armas no poder, centenas de Guatemalanos foram reunidos e
executados.
Entre 1954 e 1990, grupos de direitos humanos estiman que operativos da repressão
de sucessivos regimes militares tenham matado mais de 180,000 indivíduos.
Entre eles, os Maias massacrados em 626 ataques documentados, patrocinados ou
cometidos pelo governo a vilas nativas, hoje apenas relembrados por um pequeno
grupo de pessoas no estrangeiro como a causa do Prémio Nobel da Paz de 1992 Rigoberta Menchu, uma Maia étnica, ter começado a sua luta por direitos civis e paz na
região.
Este documento foi cuidadosamente reformatado (e corrigido* em algumas situações
em que a transcrição HTML continha erros óbvios e não relacionados com o documento original) e transformada em formato ‘e-book’ para que pudesse ser lida em
ecrã ou imprimida para leitura de lazer por Sokol. Este texto introdutório, foi em grande parte adoptado do website do George Washington University's National Security
Archive em
http://www.gwu.edu/~nsarchiv/
Sokol, Junho de 2002
(Traduzido por Pintas em Fevereiro de 2009)
* como
as linhas duplas na secção ‘Explosivos’.
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UM ESTUDO SOBRE ASSASSINATO
DEFINIÇÃO
Assassinato é um termo supostamente derivado de "Hashish", uma droga similar à
marijuana, que dizem ter sido usada por Hasan-ibn-Sabah para induzir motivação nos
seus seguidores, que eram designados a cometer assassinatos políticos entre outros,
geralmente à custa das suas próprias vidas.
É aqui usado para descrever a morte programada de uma pessoa que não se encontra sob jurisdição legal do assassino, que não está fisicamente à mercê do assassino,
que foi seleccionado por uma resistência organizacional para a morte, e que a sua
morte traz vantagens positivas a essa organização.
EMPREGO
Assassinato é uma medida extrema não empregue normalmente em operações clandestinas. Deve assumir-se que nunca será mandada executar ou será autorizada por
nenhum Quartel General dos Estados Unidos, embora o último possa em raras ocasiões concordar com a sua execução por membros de um associado serviço estrangeiro. Esta reticência é parcialmente devido à necessidade de cometer comunicações
em papel. Nenhumas instruções sobre assassinato devem ser escritas ou gravadas.
Consequentemente, a decisão para empregar esta técnica deve ser tomada no campo, no local onde o acto tomará lugar. Decisões e instruções devem ser confinadas
ao mínimo absoluto de pessoas. Idealmente, apenas uma pessoa poderá estar envolvida. Nenhum relatório deve ser feito, mas usualmente, o acto será devidamente encoberto por serviços noticiosos, cujo resultado está disponível a todos a quem concerne.
JUSTIFICAÇÃO
O assassinato não tem justificação moral. Auto-defesa pode ser discutida caso a vítima possua conhecimentos que possam destruir a organização de resistência caso divulgados.
Assassinatos de pessoas responsáveis por atrocidades ou represálias podem ser
considerados castigo justo. Matar um líder político cuja carreira em ascensão é um
claro e presente perigo à causa da liberdade pode ser considerado necessário.
Mas raramente o assassinato pode ser empregue de consciência tranquila. Pessoas
moralmente frágeis não o devem tentar.
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CLASSIFICAÇÕES
As técnicas empregues irão variar de acordo, se o sujeito não está ciente do perigo,
ciente mas desprotegido, ou protegido. Elas também irão ser afectadas caso o assassino deva ser morto juntamente com o sujeito.
A partir daqui, assassinatos em que o sujeito não está ciente do perigo, terão o termo
“simples”; aqueles em que o sujeito está ciente mas protegido terão o termo “perseguição”; aqueles em que a vítima está protegida ou guardada, terão o termo “guardado.”
Caso o assassino deva ser morto com o sujeito, o acto terá o termo “perdido.” Caso o
assassino deva escapar, o adjectivo será “seguro.” Note-se que aqui não deverão
existir compromissos. O assassino não deverá cair vivo em mãos inimigas.
Um outro tipo de divisão será causada pela necessidade de esconder o facto que o
sujeito era realmente uma vítima de assassinato, ao invés de acidente ou de causas
naturais. Se for desejável esconder esse facto, a operação irá chamar-se de “secreto”; se o secrecismo for imaterial, o acto irá chamar-se de “aberto”; enquanto que, se
o assassinato requerer publicidade para se tornar eficaz, terá o termo de “terrorístico.”
Seguindo estas definições, o assassinato de Julio César foi seguro, simples e terrorístico, enquanto que o de Huey Long foi perdido, guardado e aberto.
Obviamente assassinatos secretos bem sucedidos, não serão recordados como assassinatos de todo. [Ileg] da Tailândia e Augusto César podem ter sido vítimas de um
seguro, guardado e secreto assassinato. Assassinatos de perseguição geralmente
envolvem agentes clandestinos ou membros de organizações criminais.
O ASSASSINO
Em assassinatos seguros, o assassino necessita das qualidades usuais de um agente
clandestino. Ele deve ser determinado, corajoso, inteligente, de recursos e fisicamente activo. Se for necessário o uso de equipamento especial, como armas de fogo
ou drogas, é claro que ele deverá possuir excelente técnica para uso desse equipamento.
É desejável que o assassino seja um transeunte na área, excepto em assassinatos
terrorísticos. Ele deve ter contacto mínimo possível com o resto da organização e as
suas instruções devem ser dadas oralmente por uma pessoa apenas. A sua segura
evacuação após o acto é absolutamente essencial, mas também aqui o contacto deverá ser o mais limitado possível. É preferível que a pessoa que emite as instruções,
seja a mesma que conduza qualquer retirada ou cobertura necessária.
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Em assassinatos perdidos, o assassino deverá ser um fanático de algum tipo. Política, religião e vingança são os únicos motivos viáveis. Como um fanático é
psicológicamente instável, ele deve ser tratado com extremo cuidado. Ele não deve
conhecer a identidade de outros membros da organização, porque embora seja a intenção que ele morra no acto, alguma coisa pode correr mal. Enquanto o assassino
de Trotsky nunca revelou nenhuma informação relevante, seria insano depender disto
quando o acto foi planeado.
PLANEAMENTO
Quando se chega à decisão de assassinar, as tácticas da operação devem ser planeadas, baseadas em estimativas similares às usadas em operações militares. A estimativa preliminar irá revelar falhas na informação e possivelmente indicar a necessidade de um equipamento especial que deve ser localizado ou fabricado. Quando todos os dados necessários forem recolhidos, um plano táctico eficaz poderá ser preparado. Todo planeamento deverá ser mental, nenhum papel deverá conter provas da
operação.
Em situações de resistência, o assassinato poderá ser usado como um acto de contra-represália.
Já que isto requer uma publicidade eficaz, a resistência organizacional, deve estar numa posição de alerta aos altos níveis oficiais publicamente para que as suas vidas sejam o preço da acção de represálias contra pessoas inocentes. Tal ameaça não terá
valor caso não consiga ser concluída, por isso pode ser necessário planear o assassinato de vários oficiais responsáveis do regime opressivo e ter os planos disponíveis
para serem usados prontamente mas apenas em caso de provocação por brutalidade
excessiva. Tais planos devem ser modificados frequentemente para ir ao encontro
das alterações da situação táctica.
TÉCNICAS
O objectivo final do assassinato é a morte do sujeito. Um ser humano pode ser morto
de várias maneiras mas é por muitas vezes dado como garantido por aqueles que podem ser mais desprendidos emocionalmente pela seriedade deste acto que têm intenção de cometer. A técnica específica empregue dependerá de um largo número de
variáveis, mas deve ser constante neste ponto: A morte deve ser absolutamente certa. A tentativa à vida de Hitler falhou porque a conspiração não deu atenção suficiente
a este assunto.
Técnicas podem ser consideradas como segue:
1. Manual.
É possível matar um homem pelas próprias mãos, mas muito poucos são capacitados
para o fazer bem. Mesmo um altamente experiente praticante de Judo hesitará arriscar em matar pelas próprias mãos a não ser que não haja nenhuma outra alternativa.
Contudo, as mais simples ferramentas no local são por muitas vezes o meio mais efi8
ciente de assassinato. Um martelo, machado, chave inglêsa, chave de fendas, atiçador de fogo, faca de cozinha, candeeiro, ou algo duro, pesado e prático, será suficiente. Um pedaço de corda ou arame ou um cinto é suficiente se o assassino for forte e
ágil. Todas estas armas improvisadas têm a vantagem importante de disponibilidade
e aparente inocência. A óbvia e mortífera metralhadora falhou em matar Trotsky enquanto que um item desportivo foi bem sucedido.
Em todos os casos seguros, em que o assassino pode ser sujeito de revista, seja antes ou após o acto, armas especializadas não deverão ser usadas. Mesmo no caso
perdido, o assassino pode acidentalmente ser revistado antes do acto e não deverá
carregar consigo nenhum dispositivo incriminatório se algum tipo de arma letal puder
ser improvisado no local ou próximo do local. Se o assassino transporta normalmente
armas devido à natureza do seu trabalho, pode ainda assim ser necessário improvisar
e implementar no local a fim de evitar uma possível divulgação da sua identidade.
2. Acidentes.
Para assassinatos secretos, sejam eles simples ou de perseguição, o acidente artificial ou fabricado é a técnica mais eficaz. Quando bem executado, causa pouca excitação e só casualmente é investigado.
O acidente mais eficaz, no assassinato simples, é a queda de 20 ou mais metros em
uma superfície dura. Poços de elevador, vãos de escada, janelas abertas e pontes
servem. Quedas de pontes para a água não são viáveis. Em casos simples, uma reunião privada com o sujeito, poderá ser arranjada num local adequado. O acto poderá
ser executado de repente, vigorosamente [retirado] pelos tornozelos, jogando o sujeito para borda fora. Se o assassino sair rapidamente em clamor, a fazer-se passar pela “testemunha horrificada” , nenhum alibi ou fuga oculta será necessário. Em casos
de perseguição é geralmente necessário atordoar ou drogar o sujeito antes de o largar. É necessário algum cuidado para garantir que nenhum ferimento ou condição
não atrubuível à queda é discernível após a morte.
Quedas no mar ou em rios de forte correnteza podem ser suficientes se o sujeito não
souber nadar. Será mais fiável se o assassino puder providênciar uma tentativa de
resgate, porque ele pode assim ter a certeza da morte do sujeito e assim ter tempo
para estabelecer um alibi funcional.
Se os hábitos pessoais do sujeito tornarem o acto exequível, alcool pode ser usado [2
palavras retiradas] para o preparar para forjar um acidente de algum tipo.
Quedas antes de um combóio ou metropolitano são usualmente eficazes, mas requerem timing exacto e só raramente são livres de olhares inesperados.
Acidentes automóveis são um meio menos satisfatório de assassinato. Se o sujeito é
deliberadamente atropelado, é necessário um timing muito preciso e a investigação
será provavelmente bastante minusciosa. Se o carro so sujeito for alterado, a sua
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eficácia é mínima. O sujeito pode ser atordoado ou drogado e colocado dentro do carro, mas isto só é eficaz quando o carro puder ser empurrado para um precípicio ou
águas profundas sem observação.
Fogo posto pode ser uma causa acidental de morte se o sujeito estiver drogado e deixado em um edifício a arder. A fiabilidade não é satisfatória a não ser que o edifício
seja isolado e altamente comburente.
3. Drogas.
Em todos os tipos de assassinato, excepto no terrorístico, as drogas podem ser eficazes. Se o assassino for um médico treinado ou enfermeiro e se o sujeito está sob cuidados médicos, este é um método muito raro. Uma overdose de morfina administrada
como sedativo causará a morte sem incómodos e é difícil de detectar. O volume de
dosagem depende se o sujeito usa narcóticos com regularidade. Se não, dois grãos
serão suficientes.
Se o sujeito bebe exageradamente, morfina ou um narcótico similar pode ser injectado na fase de desmaio, e a causa de morte será casualmente considerada como alcoolismo agudo.
Venenos específicos, tais como arsénico ou estricnina, são eficazes mas a sua posse
e procura são incriminatórios, e uma dosagem precisa é um problema. Foi usado veneno sem sucesso nos assassinatos de Rasputin e Kolohan, embora o último caso tenha sido descrito precisamente como assassinato.
4. Armas afiadas.
Qualquer disposítivo afiado obtido localmente pode ser empregue com sucesso. Um
mínimo de conhecimento anatómico é necessário para a sua eficácia.
Ferimentos de perfuração na cavidade corporal não são muito fiáveis a não ser que o
coração seja atingido. O coração está protegido pelas costelas e nem sempre é fácil
de localizar.
Ferimentos abdominais eram quase sempre fatais, mas os tratamentos da medicina
moderna fizeram com que isto deixasse de ser verdade.
Absolutamente fiável é quebrar a coluna na região cervical. Isto pode ser conseguido
com a ponta de uma faca ou com um leve golpe de machado ou cutelo.
Outro método fiável é cortar a jugular e os vasos sanguíneos da carótida simultaneamente em ambos os lados da traqueia.
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Se o sujeito foi colocado insconsciente por outros ferimentos ou drogas, qualquer um
dos métodos acima pode ser usado para garantir a morte.
5. Armas de arremesso.
Tal como as armas afiadas, as armas de arremesso requerem algum conhecimento
anatómico para uso eficaz. A sua maior vantagem é a sua disponibilidade universal.
Um martelo pode ser encontrado em quase todo o lugar no mundo. Bastões de baseball e [ileg] estão largamente distribuídos. Mesmo uma pedra ou um bastão pesado
servem, e nada semelhante a uma arma precisa ser procurado, transportado e consequentemente descartado.
Os golpes devem ser dirigidos à têmpora, à área mesmo abaixo e atrás da orelha e à
parte inferior de trás do crâneo. Claro que, se o golpe for muito violento, qualquer parte superior do crâneo serve. A parte inferior da cabeça, dos olhos até à garganta, podem resistir a enormes golpes sem consequências fatais.
6. Armas de fogo.
As armas de fogo são usualmente usadas em assassinatos, muitas vezes ineficazmente. O assassino geralmente possui insuficiente conhecimento técnico sobre as limitações das armas, e espera mais alcance, precisão e poder para matar do que pode ser providênciado com confiança. Já que a certeza da morte é o maior requisito,
as armas de fogo a ser usadas devem providênciar um poder destrutivo de pelo menos 100% em excesso ao que se pensa ser necessário, e o alcance deve ser metade
daquele que é considerado prático para a arma.
As armas de fogo têm outros aspectos negativos. A sua posse é quase sempre
incriminatória. Elas podem ser difíceis de adquirir. Elas exigem um grau de experiência por parte do utilizador.
Elas são [ileg]. O seu [ileg] é consistentemente sobre-valorizado.
Contudo, existem muitas situações em que as armas de fogo são provavelmente mais
eficientes que qualquer outro meio. Estas situações geralmente envolvem distância
entre o assassino e o sujeito, ou comparável fraqueza física do assassino, tal como
em uma mulher.
(a) A Espingarda de precisão.
No assassinato guardado, uma boa espingarda de caça ou de tiro, deverá sempre ser
considerada uma possibilidade. Absoluta fiabilidade pode ser quase sempre conseguida a uma distância de noventa metros. Em circunstâncias ideais, a distância pode
ser extendida até 230 metros.
A espingarda deve ser bem fabricada, carregando um poderoso cartucho para longa
distância. O .300 F.A.B. Magnum é provavelmente o melhor cartucho e fácilmente disponível. Outros excelentes calibres são os .375 M.[ileg].
Magnum, .270 Winchester, .30 - 106 p.s., 8 x 60 MM Magnum, 9.3 x 62 kk e outros
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deste tipo. Estes são preferíveis a comuns calibres militares, já que a munição disponível para estes é usualmente do tipo de bala expansível, enquanto que a maior
parte da munição para espingardas militares é completamente coberta e por isso não
suficientemente letal. A munição militar não deverá ser alterada por enchimento ou
perfuração da bala, já que isto afecta adversamente a sua precisão.
A espingarda pode ser da variedade bull gun, com um barril extra pesado e set de gatilhos, mas em qualquer caso deverá ser capaz de precisão máxima. Idealmente, a arma deverá ser capaz de agrupar em uma polegada a uma distância de 90 metros,
mas 2 grupos de meia polegada (1/2") são mais adequados. A mira deverá ser telescópica, não apenas para precisão, mas porque tal mira é muito melhor em fraca luz
e quase escuridão. Desde que o contorno do alvo seja discernível, uma visão telescópica irá funcionar, mesmo que a espingarda e o atirador estejam em completa escuridão.
Uma bala de caça expansível dos tais calibres descritos acima, irá produzir uma laceração extravagante e choque de perto ou a média distância. Se um homem é atingido
apenas uma vez na cavidade corporal, a sua morte é quase totalmente garantida.
Figuras públicas ou oficiais guardados podem ser mortos com grande fialibidade e alguma segurança se o ponto de fogo puder ser estabelicido préviamente à ocasião oficial. O valor de propaganda deste sistema pode ser bastante elevado.
(b) A Metralhadora.
Metralhadoras podem ser usadas em quase todos os casos em que a espingarda de
precisão é aplicável. Geralmente, isto requer a subversão de uma unidade de guarda
oficial em uma cerimónia, embora uma equipa determinada de peritos possa de um
modo escondido disponibilizar uma grupo que tome de surpresa posse do local e da
arma numa altura crítica.
A capacidade de área de fogo da metralhadora não deve ser usada para procurar um
objecto escondido. Isto foi tentado com previsivel falta de sucesso em Trotsky.
O modo automático da metralhadora deverá ser usada para aumentar a fiabilidade
colocando uma rajada de 5 segundos no sujeito. Mesmo que com um colete de protecção, isto será absolutamente letal, caso o padrão de rajada não exceda a largura
de um homem. Isto pode ser conseguido em até 140 metros. Em situações ideais,
uma bem posicionada e almofadada metralhadora pode atingir os 775 metros. A maior dificuldade é colocar a primeira rajada exactamente no alvo, a maioria dos atiradores de metralhadora são treinados para visualizar o seu alvo de fogo por observação
de tiro. Isto não irá funcionar num assassinato pois sujeito não vai esperar.
(c) A Sub-metralhadora.
Esta arma, conhecida como “pistola automática” pelos Russos e Alemães e por “Carabina automática” pelos Ingleses, é ocasionalmente útil num assassinato.
Ao contrário da espingarda e da metralhadora, esta é uma arma de curto alcance e
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como dispara munições de pistolas, é muito menos poderosa.
Para ser fiável, deverá entregar pelo menos 5 tiros no peito do sujeito, embora o calibre Norte Americano .45 tem uma margem muito maior de eficiência para matar do
que o 9mm das armas Europeias.
O alcance de assassinato da sub-metralhadora é a queima-roupa. Apesar de conseguir tiros precisos por um atirador de sub-metralhadoras a 47 metros ou até mais, isto
não é certamente suficiente para assassinato. Sob condições normais, a SMG (submetralhadora), deverá ser usada como uma arma completamente automática. Nas
mãos de um atirador capaz, um alto ciclo de tiro é uma óbvia vantagem, quando a velocidade de execução é mais desejável, particularmente em casos de multiplos sujeitos.
A sub-metralhadora é especialmente adaptada para trabalho indoor quando mais que
um sujeitos estão para ser assassinados. Uma técnica eficaz foi inventada para o uso
de um par de atiradores de sub-metralhadoras, em um quarto contendo até uma dúzia de sujeitos que pode ser “purificado” em cerca de vinte segundos sem nenhum ou
quase nenhum risco para os atiradores. Está ilustrado em baixo.
Enquanto que as sub-metralhadoras Norte Americanas disparam um cartucho mais
letal, o mais elevado ciclo de rondas de algumas armas estrangeiras permite que o
atirador cubra um alvo mais rapidamente e com um padrão mais denso de aceitação.
O modelo Bergmann de 1934 é particularmente bom neste aspecto. A SMG Holandesa Madsen tem um moderado ciclo de rondas e é admiravelmente compacta e fácil de
esconder. As Russas SHGs têm um bom ciclo de rondas, mas são limitadas pelo seu
leve e pequeno projéctil que requer mais tiros para um semelhante efeito de morte.
(d) A Caçadeira.
Uma caçadeira de canos longos é um intrumento para matar eficaz desde que o seu
alcance seja mantido em menos de 10 metros. Normalmente deverá ser usada em
um alvo único pois não pode disparar successivamente com sucesso. Os seus canos
podem ser “serrados” para conveniência, mas isto não é um factor significante na sua
performance para matar. O seu alcance óptimo é logo após o alcance do sujeito. .00
munição de espingarda de caça é considerado o melhor tamanho de tiro para uma arma de 12 bitolas, mas tudo desde esferas simples a esferas para pássaros servirá se
o alcance for o certo. O assassino deverá apontar para o plexo solar já que o seu padrão de tiro é curto e em curta distância pode facilmente [ileg] a cabeça.
(e) A Pistola.
Enquanto uma pistola é bastante ineficiente como uma arma para assassinato, ela é
também bastante usada, parcialmente porque está prontamente disponível e pode ser
escondida numa pessoa, e também porque as suas limitações não são largamente
apreciadas. Enquanto muitos famosos assassinatos foram executados com pistolas
(Lincoln, Harding, Ghandi), tais tentativas falham tanto como são bem sucedidas,
(Truman, Roosevelt, Churchill).
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Se uma pistola é usada, deverá ser tão poderosa quanto possível e disparada no
mais curto alcance à vítima. A pistola e a caçadeira são usadas em situações tácticas
semelhantes, excepto que a caçadeira é muito mais letal e a pistola muito mais fácil
de esconder. Nas mãos de um perito, uma poderosa pistola, é bastante mortal, mas
tais peritos são raros e raramente estão disponíveis para missões de assassinato.
.45 Colt, .44 Especial, .455 Kly, .45 A.S.[ileg] (Serviço Norte Americano) e a .357 Magnum são todos calibres eficientes.
Calibres menos poderosos podem ser suficientes mas são menos fiáveis. Cartuchos
de baixo poder como os de .32 e .25 devem ser evitados.
Em todos os casos, o sujeito deve ser atingido pelo menos três vezes para melhor fiabilidade.
(f) Armas de Fogo silenciosas.
O som da explosão no propulsor numa arma de fogo, pode ser silenciado efectivamente por anexos apropriados. No entanto, o som do projéctil a passar pelo ar não se
pode silenciar, já que este som é gerado fora da arma. Em casos em que a velocidade da bala excede largamente a velocidade do som, o som gerado é bastante mais alto que o da explosão.
Já que todas as poderosas espingardas têm uma velocidade de saída do projéctil de
mais de 600 metros por segundo, elas não podem ser silenciadas.
Balas de pistolas, por outro lado, viajam usualmente a velocidades inferiores à do
som e o som do seu vôo é negligenciável. Portanto, pistolas, sub-metralhadoras e
qualquer tipo de carabina ou espingarda improvisada acarretarão cartuchos de baixa
velocidade e poderão ser silenciados. O utilizador não se deve esquecer que o som
da operação de uma acção repetida é considerável, e que o som de impacto de uma
bala particularmente em osso, é bastante alto.
Armas de fogo silenciosas são apenas ocasionalmente úteis para o assassino, embora tenha sido largamente publicitada esta ligação. Devido à baixa velocidade permitida, uma precisão eficaz de alcançe é restricta aos 90 metros com armas tipo espingarda ou carabina, enquanto que com pistolas, silenciosas ou não, são mais eficazes
à distância de um braço. A característica de silenciador tenta providenciar um certo
grau de segurança para o assassino, mas a mera posse de uma arma de fogo silenciosa é suficiente para causar perigo que contraria a vantagem do seu silêncio. A pistola silenciosa combina as desvantagens de qualquer pistola com a adição do seu
anexo com o seu óbvio objectivo clandestino.
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7. Explosivos.
Bombas e cargas de demolição de vários tipos têm sido usadas frequentemente em
assassinatos. Tais dispositivos, em assassinatos terroríficos e abertos, podem providênciar segurança e ultrapassar barreiras de guardas, mas é curioso que bombas tenham sido frequentemente implementadas em assassinatos perdidos.
O maior factor que afecta a fiabilidade é o uso de explosivos para assassinatos. A carga deve ser grande o bastante e a detonação deve ser controlada axactamente com o
tempo em que o assassino observa o seu suspeito. Uma carga pequena ou moderada de explosivos é altamente ineficaz como causa de morte, e o tempo de espera ou
dispositivos de armadilhas são extremamente tidos como causa de morte do homem
errado. Em adição aos aspectos morais e de indiscriminada matança, a morte de ocasionais transeuntes, pode em vários casos produzir reacções desfavoráveis por parte
do público para a causa para que o assassinato é executado.
Bombas ou granadas nunca devem ser atiradas a um sujeito. Apesar disto causar
grande comoção e até a possível morte do sujeito, é descuidado, incerto, e má propaganda. A carga não deve ser muito pequena e o assassino nunca tem certeza de : (1)
chegar à sua posição de ataque, (2) colocar a carga perto o suficiente do alvo e (3)
disparar a carga no tempo certo.
Colocar a carga prévia e ocultamente permite usar uma carga de tamanho adequado,
mas requer uma precisa previsão dos movimentos do sujeito.
Quatro quilos e meio de explosivos devem ser considerados normalmente como o
mínimo, e isto para explosivos de fragmentação de material. Este pode consistir em
qualquer tipo de material rígido, [ileg] desde que os fragmentos sejam grandes o suficiente. Fragmentos de metal ou de pedra deverão ser do tamanho e formato de uma
noz ao invés de uma caneta. Se placas sólidas forem usadas, para romperem na explosão, ferro com uma polegada de espessura, resulta em excelente fragmentação.
Explosivos fortes, militares ou comerciais, são práticos para usar em assassinatos.
Explosivos improvisados ou de fabrico caseiro, devem ser evitados. Enquanto possivelmente poderosos, eles tendem a ser perigosos e incertos. Misseis explosivos antipessoal são excelentes, dado que o assassino tenha suficiente conhecimento técnico
para os usar adequadamente. Obuses de morteiro de 81 ou 82 mm ou de 120 mm,
são particularmente bons. Obuses anti-pessoal de 85, 88, 90, 100 e 105 mm de armas e howitzers, são ambos grandes o suficiente para serem completamente fiáveis e
pequenos o suficiente para serem transportados por um homem.
A carga deve ser colocada de modo que o sujeito não fique nunca a dois metros da
carga no momento de detonação.
Uma carga grande, com o [ileg] preenchido com fragmentos de ferro (tais como porcas e parafusos de uma polegada) irá disparar um altamente letal [ileg] estilo caçadeira até 45 metros. Esta reacção não foi testada minusciosamente, no entanto, uma ré15
plica exacta do dispositivo proposto deve ser disparado préviamente como forma de
determinar o seu alcance exacto, tamanho de padrão, e penetração de fragmentos.
Os fragmentos devem penetrar pelo menos uma polegada em um pinheiro ou algo
equivalente para testar sua mínima fiabilidade.
Qualquer arma de fogo que permita um controle exacto por parte do assassino pode
ser usada.
Um simples explosivo militar ou comercial é eficiente, desde que seja armado para
acção instantânea sem temporizador no sistema.
O prudente [ileg] alvo eléctrico pode servir como dispositivo de gatilho e permitir um timing exacto do mais longe possível para que o assassino possa acertar no alvo com
segurança. Isto vai evitar as desvantagens de colocar um arame entre a suposta posição do assassino e do sujeito, e também permitir que o assassino dispare a carga numa variedade de posições possíveis.
O comando de rádio pode ser [ileg] para disparar [ileg], embora a sua fiabilidade seja
algo inferior e encontrá-lo pode não ser fácil.
EXEMPLOS
[Ileg] pode apresentar breves contornos, com avaliações críticas dos seguintes assassinatos e tentativas:
Marat
Lincoln
Harding
Grand Duke Sergei
Pirhivie
Archduke Francis
Rasputin
Madero
Kirov
Huey Long
Alexander of Yugoslavia
Heydrich
Hitler
Roosevelt
Truman
Mussolini
Ferdinand Benes
Aung Sang
[ileg]
Abdullah
Ghandi [sic]
Trotsky
16
TÉCNICA DE SALA DE CONFERÊNCIA
1.
(1) Entra na sala rapidamente
mas em silêncio
(2) Permanece na porta
2.
(2) Abre fogo no primeiro sujeito a
reagir. Percorre o grupo em direcção
ao centro de massa. Cornometra
a rajada a descarregar a camera da
arma no final do percurso.
(1) Cobre o grupo para prevenir
reacções individuais perigosas;
se necessário, dispara rajadas
individuais de 3 cartuchos.
3.
(2) Termina rajada. Comanda
"mudar." Retorna à [sic]
porta. Substitui carregador.
Cobre corredor.
4.
(1) Termina rajada. Comanda
"mudar". Retorna à [sic]
porta. Substitui carregador.
Cobre corredor.
(1) No commando "mudar", abre fogo no
lado oposto ao alvo, oscila uma rajada
sobre o grupo.
(2) No comando "mudar", reentra na sala. Cobre o grupo: mata
sobreviventes com rajadas de 2
cartuchos.
Deixa propaganda.
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5.
(2) Deixa a sala. Comanda "VAI".
Cobre a traseira com um carregador
quase cheio.
6.
(1) No comando "VAI", lídera retirada,
cobrindo a frente com um carregador
cheio.
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DOCUMENTO ORIGINAL – PÁGINA 1
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DOCUMENTO ORIGINAL – PÁGINA 4
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DOCUMENTO ORIGINAL – PÁGINA 5
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PRIMEIRA PÁGINA DE UMA DAS MUITAS LISTAS DE ASSASSINATO COMPILADAS PELA CIA DURANTE PLANEAMENTO PARA A OPERAÇÃO PBSUCCESS. COMO INDICA O MEMORANDO, O CHEFE DE UMA DAS DIVISÕES DA
CIA ENVOLVIDO NO GOLPE (O NOME DA DIVISÃO FOI APAGADO) REQUISITOU UMA LISTA DE NOMES DE
LÍDERES DE GOVERNO DE ALBERT GUZMAN, MEMBROS DO PARTIDO COMUNISTA E “INDIVÍDUOS DE IMPORTÂNCIA TÁCTICA CUJA REMOÇÃO POR RAZÕES PSICOLÓGICAS, ORGANIZACIONAIS, OU OUTRAS RAZÕES, É
MANDATÓRIA PARA O SUCESSO DA ACÇÃO MILITAR.”
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O MEMO PEDE QUE PESSOAL DA CIA LEIA A LISTA E INICIAIS DE NOMES DAQUELES QUE DEVERIAM
SER INCLUÍDOS NA "LISTA FINAL DE DESCARTADOS." A LISTA (E AS INICIAIS OU NOMES DE TODOS
OS OFICIAIS DA CIA PRESENTES NESTE DOCUMENTO) FOI RETIDA. NA NOTA ESCRITA À MÃO ANEXADA
NO FINAL DO MEMO LÊ-SE:
Lista de Eliminação
Abril [ileg] - [Ileg] está a tirar uma cópia da lista de
nomes para confirmar com o [ileg]
7 de Abril – Memo Original
com dados Biográficos em anexo
foi passada a [apagado]
Devolvida por [apagado] em 1 de Junho de 1954
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PRIMEIRA PÁGINA DE OUTRA VERSÃO DE LISTAS DE ASSASSINATO COMPILADA PELA CIA E CARLOS CASTILLO
ARMAS (NOME DE CÓDIGO CALLIGERIS) NO DECURSO DE PREPARAÇÃO PARA O GOLPE DE 1954.
OS NOMES DAS AGÊNCIAS DAS VÍTIMAS PRETENDIDAS FORAM DIVIDIDAS EM DUAS CATEGORIAS: PESSOAS A SER
DESCARTADAS POR “ACÇÃO EXECUTIVA” (I.E. ASSASSINADAS) E AQUELAS A SER PRESAS OU EXILADAS DURANTE
A OPERAÇÃO. ANTES DE LANÇAR ESTE DOCUMENTO AO PÚBLICO, A CIA APAGOU TODOS OS NOMES, DEIXANDO
APENAS AS FILAS DE NÚMEROS QUE INDICAVAM QUANTOS SERIAM ALVO.
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'ANEXO # 1' DO DESCRITO ACIMA. A LISTA DE INDIVIDUOS A SEREM ASSASSINADOS CONTINHA 58 NOMES.
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'ANEXO # 2' DO DESCRITO ACIMA. 74 INDIVIDUOS FORAM SELECCIONADOS PARA APRISIONAMENTO OU EXÍLIO.
COMO OS NOMES FORAM APAGADOS EM AMBAS AS LISTAS, É IMPOSSÍVEL VERIFICAR O AFIRMADO PELA CIA QUE
GARANTIA QUE APESAR DO NÚMERO DE ASSASSINATOS PROPOSTOS, NENHUM DELES ERA REALMENTE LEVADO A
CABO DURANTE O GOLPE.
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