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MARÇO DE 2015 Os desafios da magistratura para 2015 Chegamos a 2015, renovados pela convicção de que o CPPTJB cumpriu todas as metas estabelecidas para o ano que findou. É bem verdade que não logramos aprovar a PEC nº 63 que contribuirá para a solução em definitivo do crônico problema de falta de revalorização da carreira da Magistratura, mediante a imprescindível remuneração da experiência decorrente do tempo de exercício da judicatura. Isso, porém, não constitui um motivo de desânimo, pois um avanço de tamanha envergadura foi proposto com a consciência de que será alcançado em prazo adequado à conscientização política de que a Magistratura e o Ministério Público, únicas car reiras jurídicas de Estado, não podem continuar sendo remuneradas do modo distorcido atual. A luta, portanto, continua. Forte na certeza de que o problema da correta política remuneratória dos magistrados brasileiros não é de interesse meramente corporativo, mas sim, e sobretudo, de importância institucional pelos seus reflexos na eficiência do desempenho que a nação espera dos integrantes do Poder Judiciário. A difícil conjuntura nacional sinaliza a necessidade de uma prudente revisão da estratégia adotada. Isso, porém, não pode, nem remotamente, parecer recuo ou desistência. Daí porque conclamamos todos os Presidentes dos Tribunais de Justiça a permanecerem unidos na defesa da Proposta de Emenda em tramitação no Congresso Nacional. Por motivação de semelhante interesse institucional, precisamos manter em pauta a necessidade de ser eliminada a odiosa distinção remuneratória entre os magistrados em atividade e aposentados, decorrente de vantagens pecuniárias de caráter geral concedidas apenas em favor dos primeiros (não importa o nomem juris que se lhes dê). Discriminação dessa ordem, se não possui fundamentos ético-jurídicos sérios que a justifiquem entre agentes públicos efetivos, muito menos pode existir entre vitalícios. Ademais, a certeza de um futuro desfavorável na inatividade não incentiva a opção dos mais aptos por qualquer carreira e esse quadro sinaliza consequências deletérias e irreversíveis para o futuro da magistratura brasileira. Além dessas questões, outras quatro são de agendamento obrigatório no ano que inicia: 1) a segurança da magistratura; 2) as condições de saúde dos magistrados; 3) o integral respeito à proposta orçamentária que os Tribunais remetem para consolidação pelo Executivo e envio ao Legislativo; 4) e, finalmente, a elaboração do novo Estatuto da Magistratura. É claro que nesta última todas as demais matérias refletirão efeitos. Isso, contudo, não significa que devamos esperar pelo novo Estatuto para resolvermos problemas que, por terem consequências mais imediatas, podem e devem ser solucionados antecipadamente. 3 “A correta política remuneratória dos magistrados brasileiros não é de interesse meramente corporativo, mas sim, e sobretudo, de importância institucional” Desembargador Milton Nobre Presidente do CPPTJB MARÇO DE 2015 Daí porque estaremos propondo neste 102º Encontro, em Minas Gerais, a formação de Grupos de Trabalho que se encarregarão, sob coordenação de membros da Comissão Executiva, de tratar de cada qual desses temas inclusive propondo e tomando as medidas imprescindíveis às soluções adequadas para cada caso. Nesta quinta edição da Revista do Colégio, inicial do seu segundo ano de existência, cabem duas mensagem finais inseparáveis como o anverso e o reverso de uma moeda. De um lado, para despedida e de ag radecimento, pelos relevantes ser viços prestados ao Poder Judiciário, aos colegas presidentes que encer raram seus mandatos em 2015: Desembargadora Leila Mariano (TJRJ); Desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento (TJPA); Desembargador Ney Teles de Paula (TJGO); Desembargador Orlando de Almeida Per ri (TJMT); Desembargadora Maria de Fátima Moraes Bezer ra Cavalcanti (TJPB); Desembargador Aderson Silvino de Souza (TJRN); Desembargador José Carlos Malta Marques (TJAL); Desembargador Cláudio Déda Chagas (TJSE); Desembargador Guilher me Luiz Gomes (TJPR); Desembargador Roberto Bar ros dos Santos(TJAC); Desembargador Joenildo de Sousa Chaves (TJMS); Desembargador Luiz Carlos Gomes dos Santos (TJAP); Desembargadora Tânia Maria Vasconcelos Dias de Souza Cr uz (TJRR) e Desembargadora Ângela Maria Ribeiro Pr udente (TJTO). De outro lado, para apresentar boas vindas e exprimir aos Coleg as recém empossados : Desembarg ador Luiz Fer nando Ribeiro (TJRJ); Desembarg ador Constantino Augusto Guer reiro (TJPA); Desembarg ador Leobino Valente Chaves (TJGO); Desembarg ador Paulo da Cunha (TJMT); Desembarg ador Marcos Cavalcanti de Albuquerque (TJPB); Desembarg ador Claudio Santos (TJRN); Desembargador Washington Luiz Damasceno (TJAL); Desembargador Luiz Antônio Mendonça (TJSE); Desembargador Paulo Vasconcelos (TJPR); Desembargadora Cezarinete Angelim (TJAC); Desembargadora João Maria Lós (TJMS); Desembargadora Sueli Pini (TJAP); Desembargador Almiro Padilha (TJRR) e Desembargador Ronaldo Euripedes de Souza (TJTO) – a certeza de que a renovação significa revitalização da força que têm garantido ao CPPTJB, em mais de 20 anos, coadjuvar os Tribunais de Justiça no eficiente cumprimento de suas competências e finalidades institucionais. O Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil abraça tanto os que deixam de integrálo quanto os que chegam para substituí-los, reafirmando a certeza de que nessa rotação democrática se escreve a sua história – além do passado e do projeto de futuro – sua permanente contemporaneidade que o coloca sempre presente no seu tempo de hoje, como no de ontem ou de amanhã. 4 “O Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil abraça tanto os que deixam de integrá-lo quanto os que chegam para substituí-los” MARÇO DE 2015 NESTA EDIÇÃO EDUARDO FERREIRA / WIKIMEDIA Belo Horizonte será a sede do Encontro do Colégio de Presidentes PÁGINAS 30 A 39. Consciência ambiental Em defesa da autonomia financeira No Encontro de São Paulo, Colégio Permanente de Presidentes marca posição em favor da independência financeira dos tribunais. Convênio define ações de sustentabilidade no TJSP. PÁGINAS 8 A 11. PÁGINA 23. Ministro defende soluções alternativas Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), propõe a formulação de estruturas para acelerar o rito processual e aponta exemplo do Cartório do Futuro. PÁGINAS 12 E 13. Fortalecimento para superar a crise Com cenário de dificuldades na economia nacional, desembargador Milton Nobre conclama juízes a definirem ações conjuntas para garantir o funcionamento dos tribunais. PÁGINAS 18 A 20. 5 EXPEDIENTE Editor responsável WALBERT MONTEIRO DRT 1095/PA Fotos Assessorias dos Tribunais de Justiça, CNJ, Wikimedia MARÇO DE 2015 COLÉGIO PERMANENTE DE PRESIDENTES DE TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DO BRASIL Tribunal de Justiça do Acre Desa. MARIA CEZARINETE DE SOUZA ANGELIM (2015-2017) Tribunal de Justiça do Maranhão Desa. CLEONICE SILVA FREIRE (2013-2015) Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Des. LUIZ FERNANDO RIBEIRO DE CARVALHO (2015-2017) Tribunal de Justiça de Alagoas Des. WASHINGTON LUIZ DAMASCENO FREITAS (2015-2017) Tribunal de Justiça do Mato Grosso Des. PAULO DA CUNHA (2015-2017) Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte Des. CLAUDIO SANTOS (2015-2017) Tribunal de Justiça do Amazonas Desa. MARIA DAS GRAÇAS PESSOA FIGUEIREDO (2014-2016) Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul Des. JOÃO MARIA LÓS (2015-2017) Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Des. JOSÉ AQUINO FLÔRES CAMARGO (2014-2016) Tribunal de Justiça do Amapá Desa. SUELI PEREIRA PINI (2015-2017) Tribunal de Justiça de Minas Gerais Des. PEDRO CARLOS BITENCOURT MARCONDES (2014-2016) Tribunal de Justiça de Rondônia Des. ROWILSON TEIXEIRA (2013-2015) Tribunal de Justiça da Bahia Des. ESERVAL ROCHA (2014-2016) Tribunal de Justiça do Pará Des. CONSTANTINO AUGUSTO GUERREIRO (2015-2017) Tribunal de Justiça de Roraima Des. ALMIRO PADILHA (2015-2017) Tribunal de Justiça do Ceará Desa. MARIA IRACEMA MARTINS DO VALE (2015-2017) Tribunal de Justiça da Paraíba Des. MARCOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE (2015-2017) Tribunal de Justiça de Santa Catarina Des. NELSON SCHAEFER MARTINS (2014-2016) Tribunal de Justiça do DF e Territórios Des. GETÚLIO VARGAS DE MORAES OLIVEIRA (2014-2016) Tribunal de Justiça do Paraná Des. PAULO ROBERTO VASCONCELOS (2015-2017) Tribunal de Justiça de São Paulo Des. JOSÉ RENATO NALINI (2014-2016) Tribunal de Justiça do Espírito Santo Des. SÉRGIO BIZZOTTO PESSOA DE MENDONÇA (2013-2015) Tribunal de Justiça de Pernambuco Des. FREDERICO RICARDO DE ALMEIDA NEVES (2014-2016) Tribunal de Justiça de Sergipe Des. LUIZ ANTÔNIO ARAÚJO MENDONÇA (2015-2017) Tribunal de Justiça de Goiás Des. LEOBINO VALENTE CHAVES (2015-2017) Tribunal de Justiça do Piauí Des. RAIMUNDO EUFRÁSIO ALVES FILHO (2014-2016) Tribunal de Justiça do Tocantins Des. RONALDO EURÍPEDES DE SOUZA (2015-2017) COMISSÃO EXECUTIVA COM MANDATO ATÉ MARÇO DE 2016 Presidente: Desembargador MILTON AUGUSTO DE BRITO NOBRE (TJPA) Membros: Des. ARMANDO TOLEDO (TJSP) Des. JOÃO DE JESUS ABDALA SIMÕES (TJAM) Des. JOSÉ CARLOS MALTA MARQUES (TJAL) Des. MARCELO BANDEIRA PEREIRA (TJRS) Des. MARCUS ANTONIO DE SOUZA FAVER (TJRJ) Des. LUZIA NADJA GUIMARÃES NASCIMENTO (TJPA) Des. OTÁVIO AUGUSTO BARBOSA (TJDFT) Des. NELSON SCHAEFER MARTINS (TJSC) 6 MARÇO DE 2015 FOTOS: TJSP / DIVULGAÇÃO PRESIDENTES DEFENDEM AUTONOMIA FINANCEIRA 101º ENCONTRO DO COLÉGIO PERMANENTE , EM SÃO PAULO, DESTACA A INDEPENDÊNCIA DAS CORTES E A DESJUDICIALIZAÇÃO DE CASOS QUE NÃO SEJAM ESSENCIALMENTE LITIGIOSOS, COM PRIORIDADE PARA A PRIMEIRA INSTÂNCIA Com um pronunciamento enfático sobre o atual momento delicado da economia nacional, o desembargador Milton Augusto de Brito Nobre, presidente do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça, abriu em São Paulo (SP) o 101º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, no Palácio da Justiça, sede do Poder Judiciário estadual. A solenidade, realizada no dia 4 de dezembro, contou com as presenças de diversas autoridades do Judiciário brasileiro, entre as quais o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, um dos palestrantes do evento, e o desembargador José Renato Nalini, pre8 UNIÃO Foto oficial do Encontro de São Paulo. Presidentes dos TJs defendem o pressuposto da independência do Judiciário. MARÇO DE 2015 sidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, anfitrião do 101º Encontro. Durante três dias, os participantes debateram assuntos relacionados ao aperfeiçoamento da Justiça, e encerraram o Encontro divulgando a “Carta de São Paulo”, contendo os principais assuntos discutidos. O documento foi encaminhado a todos os Tribunais de Justiça, Tribunais Superiores e demais instituições. Após destacar a satisfação pessoal em conduzir o Encontro ao lado de José Renato Nalini, Milton Nobre deu o tom de seu pronunciamento de abertura afirmando que a realidade atual do Brasil leva magistrados e outros gestores dos serviços oferecidos à sociedade a uma importante e necessária reflexão. Segundo o presidente do Colégio, “o Brasil termina 2014 com expansão pífia da economia e indústria estagnada, o que enseja medidas sérias de ajuste”. Um cenário que, para ele, afeta o relacionamento entre os Três Poderes quando o assunto for o orçamento. Milton Nobre pediu aos presidentes dos Tribunais de Justiça que se mantenham unidos em defesa da autonomia financeira das Cortes, “pressuposto de independência do Judiciário”. O desembargador ressaltou que as reuniões trimestrais do Colégio de Presidentes permitem trocas de experiência e de aprendizado, e ainda o fortalecimento da unidade federativa da Justiça no Brasil. Inovações - Presidente do maior Tribunal de Justiça do País, José Renato Nalini centralizou seu pronunciamento em três linhas de pensamento: adoção de mecanismos voltados à solução de conflitos sem o equipamento jurisdicional, a desjudicialização de casos que não sejam essencialmente litigiosos e a priorização da primeira instância. “Fazer mais do mesmo já não atende à vocação de uma Justiça chamada a resolver toda e qualquer questão. Aprender com a iniciativa privada, motivar os quadros pessoais, aprimorar a utilização das Tecnologias de Comunicação e Informação, comunicarse melhor com o usuário, refletir em termos de uma demanda massiva, que tem um SOLENIDADE A abertura do 101º Encontro teve a presença de autoridades do Judiciário brasileiro. 9 MARÇO DE 2015 TJSP / DIVULGAÇÃO jurisdicionado que atua como consumidor cada vez mais exigente. Tudo o que não ousávamos pensar há algumas décadas, agora se impõem como repto urgente, posto por uma velocíssima e profunda mutação da sociedade”, afirmou o presidente do TJSP, acrescentando que é preciso ter serenidade sem perder a coragem. “E que os frutos desses Encontros se traduzam em salto qualitativo na realização do justo concreto”, reiterou o desembargador. José Renato Nalini também agradeceu a presença dos desembargadores José Carlos Malta Marques (TJAL), Luiz Carlos Gomes dos Santos (TJAP), Maria das Graças Pessoa Figueiredo (TJAM), Eserval Rocha (TJBA), Otávio Augusto Barbosa (representando o presidente do TJDFT), Samuel Meira Brasil Junior (representando o presidente do TJES), Ney Teles de Paula (TJGO), Cleonice Silva Freire (TJMA), Paulo da Cunha (presidente eleito do TJMT), Paschoal Carmello Leandro (TJMS), Luzia Nadja Guimarães Nascimento (TJPA), Constantino Augus- to Guerreiro (presidente eleito do TJPA), Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti (TJPB), Paulo Roberto Vasconcelos (vice-presidente do TJPR e presidente eleito), Leopoldo de Arruda Raposo (1º vice-presidente do TJPE, representando o presidente), Francisco Antônio Paes Landim Filho (vice-presidente do TJPI, representando o presidente), Aderson Silvino de Sousa (TJRN), José Aquino Flôres de Camargo (TJRS), Tânia Maria Vasconcelos Dias (TJRR), José Antônio Torres Marques (TJSC) e Cláudio Dinart Déda Chagas (TJSE), e ainda da juíza auxiliar da Presidência do TJTO, Silvana Maria Pasteniuk, que representou a presidente Ângela Prudente. Ele saudou ainda o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Pedro Carlos Bitencourt Marcondes, que não chegou a tempo de participar da solenidade de abertura, e o presidente eleito do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, que estava em seus estado por causa de sua eleição. 10 FRUTOS Des. José Renato Nalini espera que os Encontros do Colégio se traduzam em salto qualitativo na realização do "justo concreto". MARÇO DE 2015 TJSP / DIVULGAÇÃO A mesa de honra da solenidade de abertura do 101º Encontro foi composta pelo desembargador José Renato Nalini; desembargador Milton Nobre; desembargador Eros Piceli, vice-presidente do TJSP; Deborah Ciocci, conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); os desembargadores Artur Marques da Silva Filho, presidente da Seção de Direito Privado do TJSP, Ricardo Mair Anafe, presidente da Seção de Direito Público, e Geraldo Francisco Pinheiro Franco, presidente da Seção Criminal; Paulo Adib Casseb, presidente do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo; Arnaldo Hossepian Salles Lima Júnior, subprocurador-geral de Justiça do Estado, que representou o procurador-geral; o juiz João Ricardo dos Santos Costa, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Marcos da Costa, presidente da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A solenidade contou ainda com as presenças dos desembargadores Armando Sérgio Prado de Toledo (TJSP), João de Jesus Abdala Simões (TJAM), Marcelo Bandeira Pe- reira (TJRS) e Marcus Antonio de Souza Faver (TJRJ); dos desembargadores Fernando Antonio Maia da Cunha, presidente da Escola Paulista da Magistratura, Renato de Salles Abreu Filho, presidente da Academia Paulista de Magistrados, e Maria Cristina Zucchi, presidente do Capítulo Brasileiro da International Association of Women Judges; do ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, desembargador federal Newton de Lucca; do juiz Jayme Martins de Oliveira Neto, presidente da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis); de José Horácio Halfeld Rezende Ribeiro, presidente do Instituto de Advogados de São Paulo (Iasp); de Mario de Carvalho Camargo Neto, presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Anoreg-SP), e de desembargadores, magistrados, membros do Ministério Público e das advocacias privada e pública, policiais e servidores. (Com informações da Diretoria de Comunicação Social do Tribunal de Justiça de São Paulo). 11 HONRA Magistrados acompanham os trabalhos da Mesa, na solenidade de abertura do 101º Encontro do Colégio Permanente. MARÇO DE 2015 FOTOS: TJSP / DIVULGAÇÃO MINISTRO QUER INCENTIVO A SOLUÇÕES ALTERNATIVAS RICARDO LEWANDOWSKI, PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), DEFENDE NOVOS MÉTODOS E ESTRUTURAS PARA ACELERAR O RITO PROCESSUAL E APONTA EXEMPLO DO CARTÓRIO DO FUTURO, "INICIATIVA VANGUARDEIRA DO TRIBUNAL DE SÃO PAULO" A eficácia do Judiciário e a intensa dedicação dos mais de 16 mil magistrados do Brasil, mesmo diante de tantos desafios enfrentados diariamente, foram destacados pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em sua palestra no 101º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, realizado de 4 a 6 de dezembro de 2014, em São Paulo (SP). O ministro, que se pronunciou no último dia do evento, também voltou a ressaltar a importância de soluções alternativas para solucionar os diversos conflitos que chegam ao Judiciário. Segundo Ricardo Lewandowski, “a atual quantidade de processos em trâmite exige novos métodos e estruturas, como o Cartório do Futuro, iniciativa vanguardeira do Tribunal de São Paulo, de que tive a honra de participar em sua inauguração”. Ele citou ainda a utilização de um processo digital unificado e o Processo Judicial Eletrônico (PJe). Desenvolvido pelo CNJ em 12 TAREFA Ministro Ricardo Lewandowski colocou sua gestão no STF a serviço da autonomia das Cortes. MARÇO DE 2015 parceria com tribunais e a Ordem dos Advogados do Brasil, o PJe está sendo revisado, devido às dificuldades de implantação encontradas por alguns Tribunais. “Nada será decidido sem se ouvir os tribunais interessados”, afirmou. O presidente do STF disse também que sua maior tarefa é manter o Judiciário unido, mas respeitando a pluralidade de um país continental. Ele garantiu que sua gestão à frente do STF vai sempre valorizar a autonomia das Cortes, e no CNJ trabalhará para que o Conselho seja um órgão de consulta e apoio ao Judiciário. O ministro Ricardo Lewandowski, após sua palestra, recebeu do desembargador José Renato Nalini um diploma de participação pela presença no Encontro. CARTA O último dia do Encontro também foi marcado pela redação, aprovação e divulgação da “Carta de São Paulo”, que trata, entre outros assuntos, das ações de desjudicialização e do combate à corrupção, da garantia aos Tribunais de Justiça de plena autonomia para a implantação do processo judicial eletrônico e do apoio às ações do ministro Ricardo Lewandowski para liberação de recursos destinados aos Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF). Para o desembargador Milton Nobre, o Encontro foi bastante positivo. “Tudo ocorreu bem, como deveria ser, em se tratando de São Paulo. Houve boas discussões e trocas de experiências, e tenho certeza de que cada presidente levará a seu Estado algo novo para enfrentar a massa de processos que aflige a todos nós”, finalizou o presidente do Colégio, que recebeu do desembargador José Renato Nalini um livro – também entregue aos demais participantes – sobre o Judiciário paulista, trabalho realizado pelo chefe de gabinete da Presidência do TJSP e decano da Academia Paulista de Letras, poeta Paulo Bomfim. “Agradeço ao presidente Milton Nobre, que é um líder inconteste, aos membros do Colégio de Presidentes, seus familiares e acompanhantes, e ao presidente Ricardo Lewandowski pela parceria em prol do povo brasileiro”, declarou José Renato Nalini. EXPERIÊNCIA Encontro permitiu discussões que possam levar ao aprimoramento da Justiça nos Estados. Acima, o governador Geraldo Alckmin recebe os presidentes no Palácio dos Bandeirantes. 13 MARÇO DE 2015 FOTOS: TJSP / DIVULGAÇÃO OS CAMINHOS PARA UM JUDICIÁRIO MAIS EFICIENTE CONCILIAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO DA JUSTIÇA E SAÚDE SÃO TEMAS DESTACADOS NAS PALESTRAS DO MINISTRO MOURA RIBEIRO, DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ), DO DEPUTADO FEDERAL GABRIEL CHALITA E DA CONSELHEIRA DO CNJ DEBORAH CIOCCI As palestras do ministro Paulo Dias de Moura Ribeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do deputado federal Gabriel Chalita e da conselheira Deborah Ciocci, do Conselho Nacional de Justiça, integraram a programação do segundo dia do 101º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, que contou ainda com debates sobre o aperfeiçoamento da Justiça e temas referentes ao estatuto do Colégio de Presidentes. A programação reuniu dirigentes de tribunais estaduais, no Palácio da Justiça de São Paulo. O ministro Paulo Moura Ribeiro abordou um tema que vem dominando a pauta do Judiciário: os métodos alternativos de solução de conflitos. Após apresentar um breve histórico da legislação sobre o tema, ele ressaltou que a Constituição de 1824, na época do Império, já determinava que a solução apontada pelos árbitros já era uma sentença. “Há um poema de Paulo Bonfim que diz: ‘Quando julgamos encontrar alguma coisa original, mais cedo ou mais tarde descobrimos em suas costas a marca triste do papel carbono’. 14 PALESTRA Ministro Moura Ribeiro dissertou sobre métodos alternativos para a solução de conflitos MARÇO DE 2015 A nossa legislação, em inúmeras passagens, já incentiva a conciliação”, reiterou. Em seguida, Paulo Moura Ribeiro falou sobre a remuneração de conciliadores e mediadores. Segundo ele, “o projeto do Código de Processo Civil não menciona quem pagará os custos do trabalho desses profissionais, que hoje são voluntários. Mas não é justo que continuemos dessa forma”. O ministro encerrou sua palestra expondo os números da Justiça brasileira, que hoje acumula cerca de 100 milhões de processos em tramitação, incluindo aqueles sobre os mesmos temas. BUSCA PELA PERFEIÇÃO Uma reflexão sobre as palavras “escolha, aspiração, utopia e justiça” foi proposta pelo palestrante Gabriel Chalita, deputado federal, professor, filósofo e educador. Chalita disse que, de acordo com o filósofo grego Aristóteles, escolha é a capacidade que o homem tem de fazer o racional interferir em seus desejos. “Pelo fato de termos escolhas, organizamos nossos desejos. É o instrumental racional que orienta o dia a dia de nossas vidas”, ressaltou o professor, para quem a aspiração é o que rege a vida das pessoas. “Querer ser um juiz é escolha; querer ser um bom juiz é aspiração”, enfatizou. Ao abordar a relação utopia e justiça, Gabriel Chalita disse que os presidentes de tribunais desejam uma máquina judiciária perfeita, para que possam atender a todas as demandas. “A Justiça deixa de ser utopia quando eu sou capaz de ver até onde vai o meu poder. Se nos envolvemos apenas com os números, perdemos a dimensão, a beleza e a capacidade de percepção do que é a Justiça”, assegurou o palestrante. SAÚDE A importância do relatório “Justiça em Números” foi o tema da palestra da conselheira Deborah Ciocci, que também é juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo. Para ela, o relatório é essencial ao processo de planejamento das ações do Judiciário. “Não queremos tirar o magistrado de sua função para preencher planilhas estatísticas, mas apenas com esses dados temos a exata noção da litigiosidade”, ressaltou. FILOSOFIA No alto, o deputado federal Gabriel Chalita, no 101º Encontro: "Querer ser um juiz é escolha; querer ser um bom juiz é aspiração". 15 MARÇO DE 2015 FOTOS: TJSP / DIVULGAÇÃO Deborah Ciocci pediu aos desembargadores total apoio à questão da judicialização da saúde, a fim de que sejam constituídos nos tribunais comitês para atuação nessa área. Em 2010, frisou a conselheira, chagaram ao Judiciário mais de 250 mil processos com pedidos de medicamentos, insumos e internações, e outros relacionados ao assunto saúde. “Precisamos tomar cuidado para que o Judiciário não se torne um meio de burlar as filas. Sabemos que o orçamento do Ministério da Saúde, dos Estados e Municípios está bastante comprometido com o cumprimento de liminares, e estamos criando uma segunda fila”, alertou a magistrada. ESTATUTO No segundo dia do evento os presidentes de tribunais debateram sobre os sistemas dos processos digitais utilizados pelos tribunais; monitoramento e fiscalização do sistema carcerário e mudanças no estatuto do Colégio, incluindo sua denominação. Sérgio Luiz Junkes, vice-presidente institucional da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), solicitou a colaboração dos presidentes na realização de um diagnóstico da Justiça brasileira, a ser coordenado pela professora Maria Tereza Sadek, abrangendo o período de 2010 a 2013. PROJETOS SOCIAIS Ações na área social foram apresentadas às esposas dos presidentes dos tribunais por Maria Luiza de Freitas Nalini, presidente do Comitê de Ação Social e Cidadania do TJSP (CASC), durante uma programação paralela ao 101º Encontro do Colégio de Presidentes. As ações expostas são realizadas no Gade MMDC, edifício que abriga gabinetes da Seção de Direito Público. Maria Luiza de Freitas Nalini falou sobre as campanhas desenvolvidas pelo setor, que incluem entregas de doações a entidades assistenciais, e outras atividades realizadas junto com a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica do Poder Judiciário (Comesp) e o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), do Tribunal de São Paulo. Maria Cecília Barreira, integrante do CASC, sugeriu que o mesmo trabalho seja implantado nos demais Estados. As participantes da palestra assistiram ainda à apresentação musical do Chorus Brasil, dentro do Projeto Arte e Cultura no TJSP. 16 CNJ Conselheira Deborah Ciocci explanou sobre as questões ligadas à judicialização da saúde MARÇO DE 2015 ÍNTEGRA DA CARTA DE SÃO PAULO O Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, reunido na cidade São Paulo (SP), ao final de seu 101º Encontro, no período de 04 a 06 de dezembro de 2014, divulga, para conhecimento público, as seguintes conclusões aprovadas por unanimidade: 01 – Considerar fundamental para a melhoria da prestação jurisdicional e otimização das atividades fins a adoção, em caráter permanente, de ações que objetivem incentivar a desjudicialização e, de acordo com as Metas Nacionais do Judiciário para 2015, impulsionar o trabalho dos Centros Judiciais de Solução de Conflitos (CEJUSCs). 02 – Garantir aos Tribunais de Justiça a plena autonomia para a implantação do processo judicial eletrônico, flexibilizando os termos da Resolução 185/2013 do Conselho Nacional de Justiça, notadamente quanto ao seu artigo 44. 03 – Conclamar todos os Tribunais de Justiça a se unirem em um grande esforço nacional de combate à malversação do dinheiro público, dando ênfase aos objetivos da Meta 4 do Judiciário Nacional, ampliando o seu alcance para todos os processos que envolvam a corrupção sob qualquer de suas formas. 04 – Manifestar integral apoio às iniciativas do Ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, no sentido de que sejam alocados recursos orçamentários e humanos aos Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF) previstos na Resolução CNJ 96/2009. Cidade de São Paulo, 6 de dezembro de 2014 Desembargador Milton Nobre Presidente do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil Desembargador José Renato Nalini Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 17 MARÇO DE 2015 FOTOS: TJSP / DIVULGAÇÃO COLÉGIO DE PRESIDENTES FORTALECE OS TRIBUNAIS DESEMBARGADOR MILTON NOBRE ALERTA PARA O DIFÍCIL CENÁRIO ECONÔMICOFINANCEIRO DO PAÍS EM 2015 E CONCLAMA OS PRESIDENTES DAS CORTES A UMA ATUAÇÃO CONJUNTA EM DEFESA DA AUTONOMIA FINANCEIRA DO JUDICIÁRIO Minhas senhoras e meus senhores, Tenho dito, reiteradamente, que os pronunciamentos em solenidades de abertura de eventos, como este, devem ser necessariamente breves por inúmeras razões, dentre as quais uma sobressai pelo seu indiscutível conteúdo de certeza: o tempo dos nossos tempos, até mesmo nas academias, não mais admite discursos longos que terminam por ser maçantes e um tormento ouvir. Daí porque, embora não possa limitar a minha fala à natureza protocolar de simples saudação aos participantes e agradecimento aos organizadores deste 101º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça, bem como às autoridades e demais convidados que, com as suas presenças, conferem prestígio a este 18 CENÁRIO Des. Milton Nobre falou das dificuldades que o País enfrenta na área econômicofinanceira e convocou o Colegiado a garantir a autonomia do Judiciário Estadual. MARÇO DE 2015 ato, assumo, desde logo, o compromisso de não me alongar em demasia. Esclareço, porém, que sou forçado a ultrapassar as barreiras protocolares ou das regras etiquetais porque, numa oportunidade como esta, em que se reúne, com a presença de tão distinguidas autoridades e notórios formadores de opinião publica, o mais importante segmento do Poder Judiciário brasileiro - na medida em que, ao lado de ser o mais antigo, abriga o maior contingente dos seus Juízes, responde pela condução e resolução de cerca de 70% dos conflitos sociais judicializados no País, tem competências diversificadas e de maior amplitude, bem como capilaridade efetivamente nacional - aqui representado pelos eminentes Presidentes dos Tribunais de Justiça dos Estados, parece-me adequado tratar de um tema de interesse geral. Mas não só isto! Senti-me obrigado a proceder desse modo porque o momento brasileiro obriga uma reflexão séria, não apenas dos Presidentes dos Tribunais de Justiça, enquanto Chefes dos Poderes Judiciários dos Estados da nossa imensa Federação, mas de todos aqueles que detêm qualquer parcela de responsabilidade pela gestão da coisa pública, a respeito do preocupante quadro econômico-financeiro revelado no ano que termina e, sobretudo, do difícil cenário que projeta para 2015. O Brasil está terminando 2014, segundo se pode concluir por dados fornecidos pelo Relatório Focus, com uma expansão pífia da economia, a inflação oficial que fechará o ano em torno de 6,43%, a indústria praticamente estagnada, um elevado déficit em transações correntes (que envolve a balança comercial, os serviços e rendas), a taxa de juros de 11,25% (podendo chegar a 11,50%), cotação do dólar elevando-se para indicar um fim de ano em cerca de R$2,55 e, como se tudo isso não bastasse, com manobras para martelar a meta do superávit primário. Sem nenhum risco de ser considerado superficial ou reducionista, e mesmo não sendo doutor em economia, creio que esses dados bastam para indicar, "A integridade da autonomia financeira dos Tribunais é, ao fim e ao cabo, um verdadeiro pressuposto constitucional da independência do Poder Judiciário, sem o qual não falar em estado democrático de direito." 19 quando pouco, descontrole nas contas da União, falta de consistência nas políticas públicas necessárias à continuidade do desenvolvimento sustentável do país ou de austeridade em suas práticas, o que somente se afigura reversível através de medidas sérias de ajuste, muitas das quais terão efeitos seguros com persistência e a longo prazo, tudo indicando recuperação lenta e que o próximo ano será de grandes dificuldades. E, num país organizado federativamente, como o nosso, soa quase evidente dizer que dificuldades semelhantes, e até mesmo maiores, marcarão o panorama econômico e financeiro dos Estados em 2015, contribuindo para tornar mais complexo e sensível o de há muito complicado relacionamento entre os seus Poderes quando se trata de matéria orçamentária e financeira. No ano que ora finda, alguns Tribunais de Justiça, lamentavelmente, tiveram que se socorrer das vias judiciais na defesa de sua autonomia financeira consagrada no art. 99 da Constituição da República, bem ainda para garantir o repasse de duodécimos no prazo estipulado no art. 168 do mesmo Texto Fundamental ou com a finalidade de obrigar abertura de crédito correspondente a parcela de superávit de arrecadação que lhes era devida. Em face dessa realidade, não exagero ao alimentar forte convicção de que, para o futuro, os Presidentes dos Tribunais de Justiça devem se mobilizar, sob o pálio deste Colegiado, para juntos terem uma atuação mais forte na defesa da autonomia financeira do Judiciário Estadual, onde quer que possa haver algum sinal tendente a colocá-la em risco. A integridade da autonomia financeira dos Tribunais é, ao fim e ao cabo, um verdadeiro pressuposto constitucional da independência do Poder Judiciário, sem o qual não falar em estado democrático de direito. Contudo, nos 26 anos de vigência da atual Constituição da República - salvo no período em que o eminente Ministro Cezar Peluso exerceu a presidência MARÇO DE 2015 do Conselho Nacional de Justiça, quando foi criado um grupo para atuar em apoio na adoção de medidas necessárias à plena garantia dessa autonomia e, em tempo mais recente, por iniciativas da Comissão Executiva deste Colégio - os Tribunais de Justiça têm atuado solitariamente, amparando-se na força moral de seus Presidentes e na credibilidade dos seus membros, para não raro desmontar verdadeiros artifícios criados pelos Executivos locais com a finalidade de reduzir os recursos financeiros devidos constitucionalmente à manutenção da Justiça Estadual Esses truques orçamentários ou financeiros, marcadamente antirrepublicanos e frutos da velha cultura de governadores donatários do presidencialismo imperial, por não serem registráveis como exceções, justificam o alerta e este toque de reunir para que os Presidentes dos Tribunais de Justiça não sejam mais surpreendidos isoladamente, em especial num ano difícil como o que se aproxima. Autoridades presentes, amigos Presidentes, minhas senhoras e meus senhores. As reuniões trimestrais do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil, ao lado de propiciarem uma enriquecedora troca de conhecimento e de experiências bem-sucedidas em cada Estado da Federação, prestando grande contribuição para que se acumulem aprendizados que se traduzem em melhorias à gestão de qualidade do judiciário estadual e, por via de consequência, ao aperfeiçoamento da prestação jurisdicional em benefício da população, reforçam a unidade nacional e federativa da Justiça brasileira. São eventos de trabalho, nos quais são analisadas as adversidades enfrentadas e os êxitos alcançados pelo maior segmento do Judiciário Brasileiro, que, contando com 11.960 magistrados, recebeu em 2013 cerca de 20 milhões de processos, baixou, isto é, definitivamente arquivou 19,2 milhões (em torno de 1611 processos por magistrado) remanescendo sob "O Poder Judiciário do nosso país há muito opera no limite. E no caso da magistratura estadual que, como antes disse, responde por cerca de 70% do total dos processos em tramitação, essa realidade está levando ao desgaste físico e mental dos seus integrantes." 20 sua responsabilidade a condução 52,7 milhões de processos aos quais se somou a carga ingressada em 2014. O Poder Judiciário do nosso país há muito opera no limite. E no caso da magistratura estadual que, como antes disse, responde por cerca de 70% do total dos processos em tramitação, essa realidade, além de ser agravada pelo acumulado déficit de meios materiais, tecnológicos e humanos decorrente de muitos anos sem investimentos compatíveis para fazer face a demanda, está levando ao desgaste físico e mental dos seus integrantes. Creio já ter me estendido mais do que devia. E, portanto, para não trair minha promessa inicial, está na hora de terminar. Encerrando, devo declarar que me sinto extremamente honrado por dividir com o Desembargador José Renato Naline, douto Presidente do e. Tribunal de Justiça de São Paulo, a condução dos trabalhos deste Encontro do Colégio que se prolongará por mais dois dias nesta terra abençoada de desbravadores. Agradeço, na pessoa de sua excelência, a primorosa organização do evento e a fidalguia com que fomos recebidos. Sou também grato a todos que integram o Poder Judiciário do Estado de São Paulo ou coadjuvam suas atividades, pela afetuosa e gentil acolhida. E, do mesmo modo, confesso-me reconhecido aos colegas Presidentes que, mais uma vez, demonstram integral apoio às atividades e iniciativas deste Colegiado, mediante o comparecimento quase unânime ao Encontro. Agradeço a simpática atenção com que todos me ouviram e a presença das dignas autoridades e não menos distintos convidados que prestigiam esta ocasião, declarando, por fim, aberto este 101º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil. Muito obrigado! MARÇO DE 2015 TJSP / DIVULGAÇÃO TJSP GANHA PROJETO DE CONSCIÊNCIA AMBIENTAL CONVÊNIO ASSINADO COM O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO NORTE DEFINE AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE VOLTADAS PARA DIMINUIR, NA CORTE PAULISTA, O CONSUMO DE ÁGUA, ENERGIA, SERVIÇO TELEFÔNICO E MATERIAL DESCARTÁVEL O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) vai implantar o projeto TJ + Sustentável, criado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN). Voltado à promoção da responsabilidade social e redução de recursos, com base na diretriz da consciência ambiental, o projeto é formado por metas para diminuir o consumo de água, energia elétrica, serviço telefônico, papel e material descartável, de acordo com recomendações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A juíza Deborah Ciocci, conselheira do CNJ, assinou o convênio como testemunha. O convênio para viabilizar a implantação do projeto em São Paulo foi assinado pelo presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini, e o então presidente do TJRN, desembargador Aderson Silvi- PARCERIA Des. Aderson Silvino, do TJRN, e des. José Renato Nalini, do TJSP, assinaram o convênio. no de Sousa, no dia 5 de dezembro de 2014, dentro da programação do 101o Encontro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, realizado em São Paulo (SP). A presidência do TJSP pretende iniciar as ações do projeto já no próximo ano, na capital paulista. Após a assinatura, o presidente do Colégio de Presidentes ressaltou a importância do projeto adotado pelos dois tribunais. “São iniciativas como essa que o Colégio tem o prazer de acompanhar. É muito gratificante ver dois presidentes de tribunais que conversaram e trocaram informações para viabilizar um projeto tão importante como esse. Espero que a ideia se dissemine por todo o País”, disse Milton Nobre. 23 MARÇO DE 2015 A ERA DA PRODUTIVIDADE Administrar o maior tribunal do mundo lembra a história do menino, do idoso e do burrinho. Todos os arranjos possíveis suscitam críticas. Não há consenso, nem mesmo esperança de obtê-lo. Isso a propósito da celeuma do acervo de processos. Fenômeno lastimável de uma República integralmente judicializada. Mais de 100 milhões de processos aguardam solução em todas as instâncias do Judiciário brasileiro. Um quarto deles, entregue à Justiça paulista. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estabeleceu metas de produtividade. A população quer um Poder Judiciário eficiente, que atue no ritmo de outras atividades, sobretudo aquelas a cargo da iniciativa privada. A morosidade é um fator de descrédito no sistema de Justiça. Paradoxal, eis que, se o Judiciário é lento, por que a sociedade resiste a adotar outras fórmulas para a composição das controvérsias? Critica o Judiciário e continua a servir-se dele como se fora a única opção para a restauração de direitos ou interesses lesados ou ameaçados. A distribuição dos processos é feita eletronicamente. Isso faz com que, ao menos em tese, cada julgador tenha o mesmo número de ações para apreciar. Há hipóteses excepcionais. Aqueles que deixaram uma câmara e migraram para outra, por exemplo. Às vezes apanham um acervo considerável, não gerado por eles. Ou, ao contrário, deixam quantidade maior ao se removerem para outro posto. E quem os substitui herda um passivo de difícil administração. Além de circunstâncias como essa, existe ainda o estilo próprio. Juízes são fruto da formação jurídica. E esta ainda é anacrônica. Não dialoga com outras ciências ou outras esferas do pensamento. A normatividade não é mais o parâmetro definitivo e estável para a resolução dos conflitos. A lei é um dos fatores a serem levados em consideração. Todavia não é o único nem o mais importante deles. E, ademais, vivenciamos a “República da hermenêutica”, em que tudo é suscetível de interpretação. Por isso a possibilidade de escolha de uma jurisprudência “a la carte”, aplicável à tópica submetida à análise do julgador, que tem à sua disposição várias leituras sobre o mesmo texto normativo. Se “o estilo é o homem”, existem os concisos, objetivos, e outros que são prolixos. Ou mais minuciosos, perfeccionistas, escrupulosos. Não podem ser desconsideradas também as circunstâncias pessoais, como enfermidades, estresse, problemas fa24 Des. José Renato Nalini Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo MARÇO DE 2015 miliares. E ainda a angústia produzida pelo contato permanente com a miséria humana. Ao Judiciário apresenta-se a pior parcela da condição das criaturas: a fissura de caráter, as falhas comportamentais, a desonestidade, a mentira, a crueldade, a insensibilidade. Quem trabalha com isso tem precondições de absorver boa parte da matéria-prima abominável que é levada à consideração de juízes sensíveis. Seres humanos, com todas as falibilidades da espécie. Tudo há de ser considerado na cobrança da produtividade. Mas a cobrança existe. O Judiciário é serviço público. A atividade estatal está submetida ao princípio da eficiência. Reclama-se um grau numérico de decisões que esteja na média da seção. Não se critica aquele que esteja abaixo. Inúmeras são as razões que podem justificar um desempenho inferior. Todavia, que seja transitório. Os gabinetes são providos de servidores que são remunerados para auxiliar na elaboração de minutas e na pesquisa facilitadora da decisão. O momento é de investir em produtividade, porque esse é o valor a que dá prioridade o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Sem prejuízo da adoção de estratégias de gestão mais racionais, de disseminação da cultura da conciliação, mediação, arbitragem e de outros métodos alternativos. Multiplicação das melhores práticas. Implementação do “Cartório do Futuro”, modelo de administração inteligente das rotinas judiciais. Nesse contexto é que exortei os meus colegas, cujos nomes constam do portal do Tribunal de Justiça de São Paulo - a presidência não forneceu nome de nenhum magistrado para reportagem recente do jornal Folha de S.Paulo -, para que eles adotassem métodos de "Ninguém nega o valor da doutrina e da jurisprudência, porém o momento é de enfrentar um volume de processos em desproporção com o da enorme maioria dos julgadores." 25 aceleração na outorga da prestação jurisdicional. Ninguém nega o valor da doutrina e da jurisprudência, porém o momento é de enfrentar um volume de processos em desproporção com o da enorme maioria dos julgadores. Menos de 10% dos desembargadores estão na relação mencionada. Muitos deles com justificativas plausíveis para essa fase, que, dentro em breve, será superada. Para estes é que se sugeriu uma alteração de rumos: melhor gestão do gabinete, singeleza nos votos, que não precisam ser peças exaurientes da matéria. Não se propôs o abandono da qualidade, mas, sim, um empenho singular no enfrentamento de uma fase difícil. Fique tranquilo o pensador e filósofo Lenio Luiz Streck, que me honrou com seu artigo Juízes devem fazer ou usar a doutrina somente na hora do lazer, em sua coluna Senso Incomum, publicada no Consultor Jurídico (disponível em http://www.conjur.com. br/2015-jan-01), porque sou devoto da doutrina e já ousei perpetrar obras doutrinárias. Ele reconhece “o dilema ou o drama” do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. “O intelectual e o gestor em um lugar só, tendo que dar conta de demandas pragmáticas que somente se realizam, pelo menos no imaginário jurídico dominante, por intermédio de efetividades quantitativas. Metas: eis a palavra de ordem do CNJ” - observou. Quanto aos meus colegas, eles precisam ter presente a lógica da mídia: mencionar os mais de 300 desembargadores rigorosamente em dia, alguns com a melhor produção da Justiça brasileira, não causa impacto. O normal não é notícia. Já o atraso é tema recorrente. Principalmente nesta era da produtividade. MARÇO DE 2015 CNJ / DIVULGAÇÃO ENTREVISTA CONSELHEIRA QUER VARAS PARA A SAÚDE CONSELHEIRA DEBORAH CIOCCI, DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ), DEFENDE ATENÇÃO MAIOR DA JUSTIÇA BRASILEIRA AOS PROCESSOS NA ÁREA DE SAÚDE. META É AMPLIAR A COMUNICAÇÃO COM O EXECUTIVO NAS DEMANDAS. A implantação de medidas que visam desjudicializar, e dessa forma acelerar, as demandas que chegam aos tribunais em todo o país, voltadas aos atendimentos à população na área de saúde, é um dos objetivos do Fórum Nacional de Saúde, reativado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Responsável pelo Comitê Executivo do Fórum, a conselheira Deborah Ciocci ressalta, nesta entrevista à Revista do Colégio de Presidentes dos Tribunais de Justiça, as diretrizes do Fórum, os resultados já obtidos com a promoção dos Encontros Nacionais e que ações serão realizadas para atingir as metas traçadas. Uma dessas metas é a implantação de Varas Especializadas em Saúde para tratar sobre os processos nesta área, a fim de ampliar a comunicação com o Executivo, “sem que haja a violação na separação dos Poderes e um impacto orçamentário desastroso em outras Políticas Públicas”. A seguir, a íntegra da entrevista: 26 MONITORAMENTO Deborah Ciocci quer mais precisão no atendimento dos pleitos nas questões relacionada à saúde. MARÇO DE 2015 Após um pequeno período de paralisação, o Conselho Nacional de Justiça retomou as atividades do Fórum Nacional de Saúde, colocando sob a sua responsabilidade a supervisão de seu Comitê Executivo. Uma de suas primeiras preocupações voltou-se à necessidade de quantificar as classes processuais que demandam a saúde pública e a saúde suplementar. Em que estágio se encontra esse levantamento? Primeiramente, cabe ressaltar que a quantificação das demandas não é uma medida em si mesma, mas visa subsidiar a adoção de políticas públicas de desjudicialização e eficiência no campo da Saúde. Quanto ao levantamento (publicado em htt://www.cnj.jus.br/images/programas/forumdasaude/demandasnostribunais.forumSaude.pdf ), os tribunais vêm cumprindo a Resolução 107, de modo que, em 2014, foram acusadas 392.921 demandas na área, sendo que apenas que os Tribunais do Amazonas, Pernambuco e Paraíba não informaram. Segundo os dados informados pelos Tribunais, o campeão de ações foi o Estado do Rio Grande do Sul, com 113.953 demandas. O sistema de monitoramento encontra-se em funcionamento, contudo estamos trabalhando para que seja mais preciso, de modo que no futuro seja possível verificar os maiores pleitos, seja quanto a medicamentos, próteses, tratamentos ou litigantes. O Comitê conta com o auxílio dos secretários estaduais de Saúde, que estão respondendo ofícios dando conta das citações durante o ano de 2014. Quais as principais diretrizes do Fórum Nacional da Saúde? O Fórum Nacional da Saúde tem como diretrizes o monitoramento das ações judiciais que envolvam prestações de assistência à saúde, como o fornecimento de medicamentos, produtos ou insumos em geral e tratamentos; o monitoramento das ações relativas ao Sistema Único de Saúde (SU); a proposição de medidas concretas e normativas voltadas à otimização da organização e estruturação de unidades judiciárias especia- lizadas; a proposição de medidas concretas e normativas voltadas à prevenção de conflitos judiciais e à definição de estratégias nas questões de direito sanitário, além do estudo e a proposição de outras medidas consideradas pertinentes. Quais os principais resultados obtidos com os dois Encontros Nacionais do Já foram realizados os previstos "A saúde no Brasil Fórum? Encontros Estaduais? Onde? No I Encontro do Fórum Nacional é um assunto houve um contato inicial com o tema, de complexo, modo que se primou pela formação dos comitês nacional e estaduais, com solicivisto que pode tação de informações sobre o número de demandas, com o intuito de se descobrir ser prestada a escala e diversidade do problema, e aintanto por entes da o incentivo a eventos nas escolas da privados quanto Magistratura sobre o tema, visando aperfeiçoar os magistrados e servidores. No II Encontro, um pouco mais cientes públicos, e, neste das necessidades na área, houve a divisão último, ser de dos trabalhos em grupos. No Grupo 1 houve o estudo sobre o Núcleo de Apoio competência Técnico e a possibilidade de convênios com instituições independentes e com o dos entes das Conselho Federal de Medicina. Ressaltrês esferas. tou-se, também, a necessidade de fortaleAdemais, a saúde cer o papel de mediação da Defensoria e do Ministério Público com as Secretarias de Saúde, práticas que já estão sendo imé um direito plementadas. fundamental, No Grupo 2 debateu-se o acompanhamento da Ação e do Tratamento, de mas também um modo que se concluiu sobre a indispendever do Estado." sabilidade da atuação conjunta de operadores da saúde e do direito, buscando um envolvimento responsável, preventivo e regressivo. Percebeu-se a dificuldade dos Estados-membros em torno da maior responsabilidade e gestão em todos os segmentos (medicamentos, tratamentos, próteses) que envolvem a judicialização da saúde, o que gera déficits financeiros em face da ausência de ressarcimento muitas vezes pela União. Foram propostos, assim, mecanismos de ressarcimento destas despesas. Discutiram-se a necessidade de criação de mecanismos de 27 MARÇO DE 2015 TJSP / DIVULGAÇÃO controle, para evitar duplicidade de fornecimento de medicamentos; a participação dos Conselhos Regionais de Medicina no controle da qualidade dos laudos médicos para fins de responsabilização de médicos frente à inconsistência técnica de atestados e laudos, e maior compromisso nas afirmações de urgência. No grupo Grupo 3 o foco foi o Poder Judiciário e os Planos de Saúde Privados. Os comitês estaduais se comprometeram a estudar a melhor forma de cumprimento do item I, c, da Recomendação 36/2011, mediante a criação de uma forma eletrônica de contato com a ANS (Agência Nacional de Saúde) e, sempre que possível, diretamente com as operadoras de planos de saúde, inclusive objetivando uma solução amigável das demandas, bem como a viabilidade de formar Câmaras de Mediação, Conciliação e Arbitragem Permanentes, que funcionem previamente ao ajuizamento das ações judiciais. No Grupo 4 a Lei 12.401/2011 e a Ges- tão do SUS foram objeto de estudo, de "A quantificação modo que o alvo dos trabalhos foi a necessidade de discriminar as competências das demandas práticas dos entes federativos, a despeito da solidariedade, tudo para a efetivação não é uma do Direito à Saúde; a necessidade de atualização dos Protocolos do Ministério da medida em si Saúde, tendo em vista a judicialização das mesma, mas demandas relativas ao tema; a necessidade de medidas para efetivação do direito aos visa subsidiar tratamentos domiciliares, previstos na Lei 12.401/2011; as estratégias de incorporaa adoção ção de tecnologia na área de Saúde pelo de políticas SUS, e a criação de órgãos específicos junto às Secretarias de Saúde, para o cumpripúblicas de mento das decisões judiciais. desjudicialização Também foi ressaltada a necessidade de elaboração de enunciados conjuntos para e eficiência orientar os operadores de direitos e profissionais de Saúde quanto a procedimentos no campo da a serem adotados com o intuito de evitar Saúde." a judicialização de demandas de saúde ou minimizar seus problemas. Esta última medida foi, e está sendo, cumprida através 28 MARÇO DE 2015 das Jornadas de Direito à Saúde, que em sua primeira edição produziu 45 enunciados interpretativos, e que terá sua segunda edição em maio deste ano. Quanto aos encontros estaduais foram realizadas várias reuniões, sendo a última em São Paulo, já sob minha responsabilidade. A senhora tem defendido a necessidade de criação de Varas Especializadas em Saúde. Quais as justificativas? A saúde no Brasil é um assunto complexo, visto que pode ser prestada tanto por entes privados quanto públicos, e, neste último, ser de competência dos entes das três esferas. Ademais, a saúde é um direito fundamental, mas também um dever do Estado quanto ao seu atendimento, ainda quando os recursos se mostrarem insuficientes. E, por fim, engloba uma matéria com a qual o operador do direito não fora habitualmente preparado para lidar. Assim, a vara especializada, como pretende a Resolução do CNJ, possibilitaria uma maior comunicação com o Executivo, visando o cumprimento deste dever, sem que haja a violação na separação dos Poderes e um impacto orçamentário desastroso em outras Políticas Públicas. Quiçá varas de competência prioritária auxiliariam na questão. Estudiosos manifestam que a especialização de alguns magistrados na matéria é custosa e leva tempo, sendo preferível a concentração desta formação em alguns destes, do que a pouca especialização em vários. A especialização proporciona, também, ao magistrado, condição de garantir a eficácia de sua decisão, pois terá conhecimento dos meandros do sistema de saúde. Ademais, haveria um maior controle sobre a quantidade de ações e até sobre a costumeira prática de duplicidade de ações contra entes diferentes, que compromete a eficiência e celeridade do sistema. Respeitadas as opiniões em contrário, pondera-se que varas especializadas possibilitariam, por fim, maiores chances de conciliações e acordos sobre o tema, seja com entes públicos ou com os planos de saúde, tal como tivemos na exitosa semana de conciliação. Contudo, neste caso, a prática seria realizada durante o ano todo. Haveria até a possibilidade de resolução de tais conflitos em fase pré-processual. Há notícias de práticas exitosas em alguns Tribunais Estaduais. "Respeitadas as opiniões em contrário, pondera-se que varas especializadas possibilitariam, por fim, maiores chances de conciliações e acordos sobre o tema, seja com entes públicos ou com os planos de saúde, tal como tivemos na exitosa semana de conciliação." 29 Uma das grandes preocupações, no que se refere às demandas por medicamentos, está centrada no fato de o magistrado não ser obrigado a conhecer se o que está prescrito para o paciente é ou não o correto. Como contornar essa questão, considerando que, na maior parte das ações, o tempo é fundamental para o julgamento dos processos? Uma das preocupações do Fórum Nacional é o estudo de mecanismos de aparelhamento do juiz para esta decisão, através do contato célere com profissionais da área da Saúde e com estudos sobre assuntos pacificados na área, especialmente de medicina baseada em evidências. Assim, temos aproveitado as experiências já bem sucedidas de alguns tribunais para pensar em um modelo mínimo para ser adaptado aos vários Estados, de acordo com as peculiaridades locais. Uma destas iniciativas são os NATS, Núcleos de Assessoria Técnica que têm por finalidade fornecer aos magistrados informações técnicas na área do direito à saúde, de modo a possibilitar maior qualidade, conhecimento e segurança sobre aspectos médicos e farmacêuticos nas demandas de saúde, principalmente por ocasião de pedidos de tutela antecipada ou liminares. Sem embargo de outras consultas pertinentes, o principal papel do NAT será receber solicitações judiciais de informações sobre diferentes aspectos do direito sanitário, com a emissão de parecer técnico, após o exame dos elementos constantes dos autos (com o fornecimento do número dos autos e a respectiva chave de acesso ao processo). Quanto à questão da celeridade, o acesso eletrônico a estes profissionais através de sites e e-mails próprios, e o regime de plantão, têm possibilitado segurança sem comprometimento da eficácia da medida. MARÇO DE 2015 MARCELO ALBERT / TJMG JUSTIÇA DE MINAS UNE TRADIÇÃO E INOVAÇÃO COM 141 ANOS DE EXISTÊNCIA, O TJMG INVESTE NO PROGRESSO CONTÍNUO DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL SEM PERDER O FOCO DAS AÇÕES E PROJETOS DE VISIBILIDADE E IMPACTO NA PROMOÇÃO DA PACIFICAÇÃO SOCIAL O TJMG completa 141 anos elegendo como pilares não apenas o progresso contínuo da prestação jurisdicional, mas também ações e projetos de visibilidade e impacto na promoção da pacificação social Quem ingressa na magistratura mineira sabe desde o início que deverá trilhar alguns dos 853 municípios, espalhados numa área de nada menos que 586.522km², superior à da França. O Estado é o quarto maior em tamanho e o segundo em número de comarcas, um total de 296. Nas diversas unidades jurisdicionais estão ativas 5.272.313 ações judiciais. A grande extensão territorial e a diversidade de realidades a serem cobertas pelos 1.050 magistrados são desafiadoras, mas as dificuldades vêm sendo contornadas com a 30 HISTÓRIA O centenário Palácio da Justiça Rodrigues Campos, espaço democrático que abriga rotineiramente não só sessões de julgamento como o Museu da Memória do Judiciário, foi projetado pelo arquiteto italiano Rafael Rebechi. informatização e programas variados, que buscam promover a cidadania e o acesso dos mais de 20 milhões de cidadãos mineiros ao Poder Judiciário. Tudo isso afinado às diretrizes nacionais estipuladas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O TJMG coloca em movimento um corpo de 24.965 funcionários, entre servidores efetivos, estagiários, terceirizados e voluntários, uma equipe que já compreendeu que são prioridades a conciliação, a responsabilidade social, a recuperação de egressos do sistema prisional, a adaptação à tecnologia e às exigências democráticas e constitucionais, a atenção à infância e à juventude e aos idosos e o combate à violência contra a mulher. Atualmente, o Processo Judicial eletrônico (PJe) tem unido todo o País. A ferramenta vai modernizar a tramitação de feitos e reduzir o consumo de papel e os gastos com aluguel de espaços para armazenamento dos autos. Em Minas, o PJe se torna uma realidade por meio de uma rápida expansão. Paralelamente, investimentos em segurança e infraestrutura procuram melhorar as condições de trabalho da Primeira Instância. Conheça a seguir algumas das iniciativas do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Um mecanismo que vem permitindo a formulação de objetivos viáveis, a previsão de recursos para realizá-los, a avaliação permanente dos resultados e a eventual correção de procedimentos, o planejamento estratégico associa-se à meta de não só administrar a Justiça, mas também gerir a verba disponível, aplicando-a de forma lógica, responsável e econômica. O planejamento estratégico do TJMG hoje elenca como aspectos primordiais: - o melhor aproveitamento do pessoal, por meio de políticas como o conhecimento das competências, a capacitação dos profissionais do Judiciário e ações visando à redução de problemas de saúde e ao estabelecimento de um ambiente de trabalho harmonioso e inclusivo; - a reestruturação da tecnologia da informação, com foco na atualização e na ampliação do parque de microcomputadores, no RENATA CALDEIRA / TJMG MARÇO DE 2015 PJe e também em outras aplicações, como o alvará eletrônico, a disponibilização de sentenças e despachos pela internet e o depoimento especial, que possibilita a gravação de informações prestadas por crianças vítimas de abusos e maus-tratos e evita a exposição excessiva destas; - a otimização da gestão da informação e documental; - o aperfeiçoamento do pagamento de precatórios; - o incentivo ao diálogo e à composição em demandas judiciais e em situações de conflito anteriores ao ajuizamento; - a adoção da justiça restaurativa nos Juizados Especiais Criminais, para desestimular a conduta delitiva mediante o convencimento dos infratores a uma mudança de atitude; - o compromisso com a sustentabilidade e com práticas ecológicas; - o desenvolvimento de formas de cooperação com órgãos externos, como prefeituras, Ministério Público, Defensoria Pública, Ordem dos Advogados de Minas Gerais (OAB-MG), Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas). 31 MODELO O mandato de Pedro Bitencourt Marcondes, o mais jovem a ocupar a Presidência do TJMG, vai até julho de 2016 e ele elegeu como prioridades a implantação do Processo Judicial eletrônico, a atenção à Primeira Instância e a eficiência e a responsabilidade na administração pública. MARÇO DE 2015 RENATA CALDEIRA / TJMG GESTÃO DE COMARCAS Para atender a um Estado com tamanha extensão – de Montalvânia, no norte, a Camanducaia, no extremo sul, são 1.168km, enquanto de Carneirinho a Salto da Divisa, do oeste para o leste, percorrem-se 1.489km – o Judiciário adotou medidas como o plano de construções e reformas das instalações no interior, observando critérios de prioridade, sustentabilidade e acessibilidade. Também foi assegurada a presença de pelo menos um vigilante armado em pelo menos 246 comarcas, para proteção e segurança de juízes, servidores, advogados e partes que transitam pelos prédios de fóruns e juizados. Outras modalidades de aproximação com as comunidades são o programa Justiça Itinerante, pelo qual os moradores de municípios que não são sedes de comarcas recebem atendimento, se necessário com apoio para o deslocamento, e as colaborações do TJMG com outros órgãos para a oferta concentrada de serviços públicos (registro civil, retirada de documentos de identificação, aconselhamento jurídico). Sob a administração do presidente Pedro Carlos Bitencourt Marcondes, foi implantada, ainda, a gestão participativa, proposta concre- tizada em encontros com servidores e juízes. Sinalizando a abertura de um canal de comunicação com os públicos internos e a necessidade de integração entre os membros da Justiça, na forma de sugestões, opiniões e questionamentos, o desembargador Bitencourt Marcondes inaugurou um modelo de Judiciário que conta com o envolvimento de todos os seus participantes para evoluir. EXECUÇÃO FISCAL EFICIENTE Segundo o relatório Justiça em Números 2014, do CNJ, as ações de execução fiscal compreendem 37% das causas em tramitação na Justiça Estadual em todo o País. O TJMG está empenhado na redução dessas ações em Minas, através do projeto Execução Fiscal Eficiente, em vigor desde setembro de 2014. A iniciativa visa tanto a reduzir a distribuição de novos processos dessa natureza como a extinguir as ações que já estejam em curso, caso o valor executado seja inferior aos custos processuais, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal. Realizado pela 3ª Vice-Presidência do TJMG, o trabalho consiste em estimular tanto o Estado quanto os municípios a executar seus créditos por outros meios, como o protesto extrajudicial e a inclusão do nome 32 PARTICIPAÇÃO Uma das diretrizes do presidente Pedro Bitencourt Marcondes foi a introdução de encontros da administração com servidores e magistrados, para ouvir as necessidades e sugestões das comarcas. MARÇO DE 2015 FONTE: TJMG do devedor nos cadastros de inadimplentes. Estão sendo priorizadas inicialmente as comarcas com maior concentração de ações de execução fiscal, como Uberlândia – onde a prefeitura já publicou decreto em adesão ao projeto –, Juiz de Fora, Sete Lagoas, Santa Luzia, Contagem, Barbacena, Araguari, Itabira e Varginha. SEDE ÚNICA A unificação de toda a estrutura judiciária e da Secretaria de Segunda Instância em um mesmo local vai facilitar a rotina de advogados e partes e já tem data prevista. A partir de 2016, os serviços atualmente oferecidos de forma descentralizada serão reunidos em um imóvel na Avenida Afonso Pena, no Bairro Serra. O prédio foi adquirido por meio de desapropriação e conta com 18 pavimentos, em 54.823m² de área construída. Os projetos de reforma, tendo em vista parâmetros de acessibilidade e sustentabilidade, já estão em andamento. Com a mudança, várias unidades da Primeira Instância da capital, atualmente espalhadas em diversos endereços, passarão a funcionar onde estão hoje as câmaras julgadoras e os setores técnicos do Tribunal de Justiça: o complexo formado por dois anexos do Palácio da Justi- MARCELO ALBERT / TJMG ça, localizados na Rua Goiás, no Centro da cidade, e a Unidade Raja Gabaglia, no Bairro Luxemburgo. METODOLOGIA APAC Um método inovador que humaniza o cumprimento das penas privativas de liberdade foi encampado pelo TJMG em 2001 e vem sendo aplicado com sucesso em inúmeras comarcas mineiras. A Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), que se dedica à recuperação e à reintegração social de detentos, através de um método de valorização humana, já foi implementada em 36 comarcas de Minas e está em fase de implantação em outras 61. Nas Apacs, os próprios presos são corresponsáveis pela sua recuperação e têm assistência espiritual, médica, psicológica e jurídica prestada pela comunidade. Além de frequentarem cursos supletivos e profissionais, eles exercem atividades variadas, evitando a ociosidade. A segurança e a disciplina no presídio são mantidas com a colaboração dos recuperandos e o suporte dos funcionários, dos voluntários e dos diretores da entidade, sem a presença de policiais e agentes penitenciários. Estimase que a reincidência entre os egressos das 33 INOVAÇÃO O método Apac, que humaniza o cumprimento das penas privativas de liberdade, já funciona em 36 comarcas de Minas e está sendo implantado em outras 61. MARÇO DE 2015 unidades da Apac gira em torno de 15%, enquanto esse número entre os oriundos do sistema comum chega a 70%. Outra vantagem do método é que, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais, uma vaga nos estabelecimentos construídos para abrigar os reeducandos das Apacs tem custado 1/3 do valor da vaga de uma penitenciária dedicada ao sistema comum. Desde 2006, o TJMG tem inaugurado Centros de Reintegração Social (CRS) nas Apacs, oferecendo ao recuperando a oportunidade de cumprir a pena próximo de seu núcleo afetivo – família, amigos e parentes – e promovendo a formação de mão de obra especializada, a fim de favorecer a conquista de uma liberdade definitiva, com menos riscos de reincidência. PAI-PJ Conhecido em todo o País, o Programa de Atenção Integral ao Paciente Portador de Sofrimento Mental (PAI-PJ), idealizado em 2000 pela psicanalista e psicóloga do TJMG Fernanda Otoni de Barros-Brisset e instituído quatro anos depois pela Casa, levou adiante, pioneiramente, o compromisso da luta antimanicomial com a reinserção de pacientes judiciários no seio familiar e em seu círculo de relacionamentos, sempre prestando-lhes assistência médica, psicológica e jurídica. A bandeira do PAI-PJ é que nenhum paciente é irrecuperável e todo crime praticado por um portador de sofrimento mental, dos pequenos furtos às agressões mais graves, decorre de uma situação extrema de isolamento, podendo ser traduzido como um pedido de socorro. Por isso, a equipe multidisciplinar do programa busca compreender a dinâmica das relações dos indivíduos atendidos e seus parentes, amigos e vizinhos, ajudando a restabelecer os laços e a devolver o paciente a um contexto de bem-estar e estabilidade. Através do programa, são feitos exames e laudos e são determinadas medidas de segurança ambulatorial, internação ou desinternação de indivíduos, inclusive adolescentes, que foram levados a cometer crimes porque têm ou tiveram algum distúrbio mental. Entre 2012 e 2014, foram analisados 293 processos envolvendo os chamados “loucos infratores”, para os quais foram sugeridos tratamentos e encaminhamentos. No ano passado, o PAI-PJ foi o tema da mostra Imagens da Justiça, organizada pelo Tribunal, com o fito de divulgar projetos do Judiciário de Minas que tenham relevância humano-social. A exposição, com 18 obras dos fotógrafos Marcelo Albert, Renata Caldeira e Soraia Costa, explora com delicadeza a rotina de trabalho ou a vivência cotidiana dos pacientes. CONHECENDO O JUDICIÁRIO Aos quinze anos de idade, o Conhecendo o Judiciário, projeto que busca a aproximação entre a Justiça e a população, já recebeu 120 mil pessoas, entre alunos dos ensinos fundamental e médio, universitários, REPRESENTATIVIDADE Há 15 anos o projeto Conhecendo o Judiciário contribui para a formação da cidadania de jovens e adolescentes, que têm a oportunidade de conhecer a estrutura e o funcionamento da Justiça. TJMG / DIVULGAÇÃO 34 MARÇO DE 2015 RENATA CALDEIRA / TJMG idosos e associações de bairro. O programa se fundamenta em duas atividades: visitas guiadas de grupos às instalações do Judiciário ou a ida de magistrados a escolas. No primeiro caso, os convidados conhecem as dependências do Palácio da Justiça e do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, e as dos fóruns das comarcas do interior, além de receber esclarecimentos sobre as funções desempenhadas por jurados, magistrados, servidores, promotores e defensores. Nessa modalidade de visita, são distribuídas cartilhas com linguagem clara e acessível, voltadas para leigos, crianças e adolescentes. São realizadas também palestras sobre a estrutura e o funcionamento da Justiça, se o público é constituído por estudantes de direito. Já na outra atividade do programa, instituições de ensino recebem a visita de um juiz, que conversa com professores e alunos sobre assuntos do interesse das turmas, como pichação e dano ao patrimônio, bullying e consumo de álcool e drogas. O respeito à lei e a prevenção de delitos são algumas das pautas, abordadas de modo informal e franco. PAI PRESENTE E CRP Em 2009, havia no TJMG mais de 8 mil processos de investigação de paternidade paralisados, em função dos pedidos de exames de DNA represados. Foi lançado então o projeto Pai Presente, que, através de convênio com a Secretaria de Estado de Saúde, conferiu celeridade à realização desses exames, reduzindo drasticamente o prazo entre o ingresso do pedido e a audiência para divulgação do resultado. Os exames são realizados por laboratórios que vencem uma licitação. O agendamento de 550 exames por mês, a presteza do atendimento e a precisão dos resultados são fatores que contribuem para a agilização dos processos. Em 2011 foi criado em Belo Horizonte o Centro de Reconhecimento de Paternidade (CRP), para receber e ouvir mães de filhos menores, filhos maiores ou pais com seus supostos filhos que desejam obter o reconhecimento de paternidade e regularizar o registro civil de nascimento, dando início ao procedimento extrajudicial de averiguação de paternidade. Através do CRP é possível providenciar o exame de DNA para reconhecimento de paternidade e a emissão das certidões de nascimento, por meio de um sistema de informática integrado a todos os cartórios de registro civil da capital e do interior. O CRP de Belo Horizonte é reconhecido nacionalmente pelo seu pioneirismo e eficiência. CENTROS JUDICIÁRIOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS (CEJUS) Dezenove comarcas de Minas Gerais já contam com Centros Judiciários de Solução de 35 ARQUIVO TJMG CENTROS Em Belo Horizonte, o Centro de Reconhecimento de Paternidade agiliza a realização de exames de DNA e a regularização do registro civil para quem deseja ter o nome do pai na certidão (foto à esquerda). Acima, os Cejus, essenciais para a pacificação social. MARÇO DE 2015 MARCELO ALBERT / TJMG Conflitos (Cejus), unidades em que se concentra a realização das audiências e sessões de conciliação e mediação, processuais e pré-processuais. Os Cejus, implantados pelo TJMG conforme orientação do CNJ, oferecem também o serviço de atendimento e orientação ao cidadão. A 3ª Vice-Presidência do TJMG tem como meta a instalação de Cejus em todas as comarcas de entrância especial no ano de 2015. Em 2014 foram realizados 47 cursos para capacitação em mediação e conciliação e para explicar o funcionamento dos Cejus. No terceiro trimestre de 2014, a média mensal de acordos nos Cejus de Minas foi de 908, enquanto a média mensal de processos julgados por vara foi de 142, o que mostra a importância dos centros como instrumento eficaz para diminuir o acervo processual e promover a pacificação social. INFÂNCIA E JUVENTUDE Os esforços em prol da criança e do adolescente, quer no estímulo ao desenvolvimento de capacidades por meio do esporte, da arte, de atividades recreativas e do estudo, quer pela inserção em novas famílias, quando se esgotaram todas as possibilidade de adoção na esfera de relacionamentos dos pequenos, são a razão de ser da Coordenadoria da Infância e da Juventude (Coinj). Outra linha de ação são os cursos de atualização de magistrados da infância e da juventude, efetuados em diversas regiões do Estado. Apenas no ano passado, foram seis encontros, que capacitaram em torno de 200 magistrados. A atuação do órgão se estende ainda à Comissão Estadual Judiciária, que, servindo-se do controle rigoroso de um cadastro unificado, viabiliza a colocação de crianças e adolescentes mineiros em lares de candidatos estrangeiros ou brasileiros residentes fora do País. Esse trabalho, conduzido de forma paralela ao acompanhamento de crianças e adolescentes que, por algum motivo, têm de ser momentaneamente afastados de suas famílias, tem possibilitado mais adoções tardias, isto é, com crianças acima de 10 anos de idade. Entre as mais bem-sucedidas realizações da Coinj estão a Orquestra e o Coral Infantojuvenil, formados por meninos e meninas em situação de vulnerabilidade social ou que vivem em instituições de acolhimento. Mais de uma centena de aprendizes, oriundos da comunidade do Morro do Papagaio, da Associação Profissionalizante do Menor (Assprom) ou de instituições de acolhimento, têm aulas de musicalização, expressão corporal, canto coral, flauta doce, violino, violoncelo, viola e contrabaixo acústico. Em dezembro de 2014, uma apresentação 36 ARTE A Orquestra e o Coral Infantojuvenil do TJMG, formados por menores em situação de vulnerabilidade social, protagonizaram uma bela cantata no Natal de 2014. MARÇO DE 2015 RENATA CALDFEIRA / TJMG se destacou entre os vários concertos dos jovens músicos em Belo Horizonte: a Cantata de Natal. O evento reuniu uma heterogênea plateia de aproximadamente 2 mil pessoas, que pararam para ver a inauguração da iluminação natalina do Palácio da Justiça, fruto de uma parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), e a performance de cerca de cem crianças e adolescentes, do alto das janelas e portas da imponente edificação de estilo eclético com toques neoclássicos. A iniciativa mostrou que a música pode dar sentido à vida e ocupar um lugar cada vez maior na existência, revertendo ou minimizando um histórico de abandono e de escassez de oportunidades. JUSTIÇA VAI À ESCOLA O projeto Justiça Vai à Escola, desenvolvido pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv) do TJMG, propõe a realização de visitas periódicas às escolas das redes pública e privada de ensino do Estado, para ministrar pequenas palestras sobre a violência doméstica e a Lei Maria da Penha. As palestras são proferidas por desembargadores, juízes e outros profissionais ligados à área de prevenção e combate à violência doméstica. Em 2014, cerca de 900 alunos de nove escolas de Belo Ho- rizonte receberam as visitas. Recentemente, elas passaram a contar com a apresentação de um teatro de fantoches pelo grupo Trupe a Torto e a Direito, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que conta histórias divertidas para sensibilizar os alunos. O objetivo é conscientizá-los para que não se tornem futuras vítimas ou agressores. JUSTIÇA RESTAURATIVA A justiça restaurativa é um novo modelo de justiça voltado para as relações prejudicadas por situações de violência. Valoriza a autonomia e o diálogo, criando oportunidades para que as pessoas envolvidas no conflito (autor e vítima do fato, familiares e comunidade) possam conversar e entender a causa real do conflito, a fim de restaurar a harmonia e o equilíbrio entre todos. Através de assinatura de termo de cooperação técnica entre TJMG, Governo de Minas, Ministério Público, Defensoria Pública e Prefeitura de Belo Horizonte, foi implantada a metodologia da justiça restaurativa na comarca de Belo Horizonte, com projetos-piloto na Vara Infracional da Infância e da Juventude e no Juizado Especial Criminal. Em 2014 foram recebidos nessas unidades 227 casos, com a conclusão de 169, restando 58 em 37 CONSCIENTIZAÇÃO A apresentação de um teatro de fantoches é levada pelo TJMG a escolas de BH para sensibilizar os alunos com relação à violência contra a mulher e evitar que se transformem em futuros agressores ou vítimas. MARÇO DE 2015 andamento. Entre servidores e representantes dos órgãos convidados, 180 pessoas foram capacitadas pelo TJMG para atuar como mediadores. ESCOLA JUDICIAL DESEMBARGADOR EDÉSIO FERNANDES As atividades da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) tiveram início em 1977 e têm como finalidade o fomento a um programa que se divide nos eixos de formação inicial, educação continuada e capacitação avançada de magistrados e servidores, com a contribuição de profissionais de reconhecida competência, pertencentes ou não aos meios jurídicos. De 2012 a 2104, 55.886 pessoas, entre magistrados e servidores, foram aprovadas nos concursos públicos realizados pela Ejef, além de 5.834 estagiários, na capital e no interior. Já os 68 cursos de formação inicial e as 396 atividades de capacitação permanente registraram mais de 40 mil participações. A ampliação da educação a distância (EAD) permitiu o oferecimento de cursos aos membros do Judiciário lotados no interior com custos reduzidos para a instituição e tornou possíveis parcerias com instituições de ensino, como o curso de pós-graduação em gestão pública oferecido com a Fundação Dom Cabral nas dependências da Escola Judicial. Além disso, a Ejef deu amparo à publicação de livros e periódicos, como a obra Judiciário de Minas: Infância e Juventude em destaque e a Revista Jurisprudência Mineira. JUSTIÇA EM QUESTÃO O programa semanal Justiça em Questão estreou em 2004 e totaliza até o momento 342 edições, que abordam com criatividade diversos temas, sempre enfocando a relação destes com o mundo jurídico. Meio ambiente, adoção, comunidades quilombolas, voluntariado, destinação do lixo hospitalar, prostituição, motoboys, poliamor, humor, psicopatia, preconceito no futebol, música, moda, interdição, pessoas desaparecidas, automedicação, publicidade e moradores de rua são exemplos de assuntos já discutidos no programa. A equipe entrevista especialistas que são referência em seus ramos de conhecimento, em matérias objetivas e informativas. A qualidade do programa foi reconhecida em diversos concursos nacionais. Recentemente ele recebeu o terceiro lugar no 19º Prêmio Abrelpe de Reportagem – Soluções Sustentáveis para um Futuro Sustentável. O programa foi indicado, em 2008, ao Prêmio Aberje, um dos maiores na área da comunicação organizacional brasileira. Além disso, reportagens veiculadas pelo programa na série “Justiça nas Cidades Históricas” foram agraciadas com o Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça. O JQ também tem um canal na rede social YouTube, no qual é possível encontrar o acervo integral de reportagens. MEMÓRIA DO JUDICIÁRIO Cabe à Memória do Judiciário Mineiro (Mejud), que completou 26 anos de existência em novembro último, preservar e divulgar a história da Justiça do Estado. Equipada com um acervo de documentos – autos de processos de grande repercussão, material jornalístico digitalizado – e objetos de uso cotidiano de personalidades jurídicas, além de uma biblioteca que contém todos os livros lançados até hoje por magistrados mineiros, a Mejud possui um museu com exposições permanentes, aberto à visitação pública de 38 EXPOSIÇÃO O Espaço Cultural do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, recebeu a mostra Imagens da Justiça, com obras de fotógrafos da instituição que retratam os pacientes judiciários atendidos pelo PAI-PJ. MARÇO DE 2015 RENATA CALDEIRA / TJMG segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h30, no Palácio da Justiça. A Mejud, cuja equipe tem profissionais com formação em história, ciência da informação, museologia e arquivologia, organiza regularmente mostras abertas ao público, sendo algumas temporárias e outras itinerantes. Entre 2008 e 2014, estima-se que as instalações e as exposições da Memória foram visitadas por um público de mais de 60 mil pessoas, entre estudantes, advogados, pesquisadores e membros de comitivas de outros estados e países que visitaram o TJMG. Além disso, o setor produz publicações diversas sobre temas especializados, apoia a elaboração e a edição de pesquisas de magistrados mineiros e participa de eventos (congressos, encontros, colóquios) para aperfeiçoamento e especialização. CINECLUBE E ESPAÇOS CULTURAIS A ideia de criar um espaço para debater aspectos da produtiva articulação do cinema com o direito partiu do desembargador Sérgio Braga, que, em 2003, fundou o Cineclube TJ. Com o falecimento do magistrado, em novem39 bro de 2010, a exibição comentada de clássicos da sétima arte foi interrompida. Em outubro de 2014, porém, o projeto foi reativado, desta vez sob a coordenação do juiz Magid Nauef Láuar e a denominação Cineclube Desembargador Sérgio Braga. Os últimos filmes exibidos foram Um Lugar ao Sol (EUA, 1951), de George Stevens, em outubro de 2014, e Morangos Silvestres (Suécia, 1957), de Ingmar Bergman, em novembro. Visitantes também são bem-vindos ao Espaço Cultural Fórum Lafayette, onde, desde 2004, ocorrem apresentações musicais, teatrais e de filmes. Magistrados e servidores que desejam mostrar seu trabalho no Espaço Cultural contam com o programa Talento Forense, e nomes consagrados, como o Trio Amaranto, o grupo Menina do Céu, Lô Borges e Paulinho Pedra Azul, já fizeram shows para a comunidade no átrio do fórum ou no parquet do 1º Tribunal do Júri. O local dispõe, além disso, de uma galeria de arte, a qual já introduziu o público a obras de importantes artistas plásticos, como a mineira Sara Ávila. MUTIRÕES DO JÚRI Mutirões com temáticas variadas (DPVAT, júri, instituições bancárias, operadoras de telefonia, Juizados Especiais, ações de reconhecimento de paternidade e exames de DNA, fiscalização em presídios) já se tornaram uma receita aprovada pelo Judiciário mineiro. De janeiro de 2012 a outubro de 2014, foram realizados 888 mutirões de júri em Minas. No ano passado, na Semana do Tribunal do Júri, 12 comarcas participantes ganharam o Selo Bronze, conferido pelo CNJ às unidades jurisdicionais que realizaram pelo menos quatro sessões de julgamento no período. CENTRO DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL Uma iniciativa do TJMG que se tornou exemplo para outros tribunais do País foi a criação, em 2010, do Centro de Segurança Institucional (Cesi), órgão que tem a finalidade de implementar ações estratégicas de segurança de magistrados, servidores, usuários e patrimônio do Poder Judiciário de Minas Gerais. Vinculado diretamente à Presidência do TJMG, o Cesi é integrado por magistrados de Primeira e Segunda Instâncias e por efetivo policial militar, coordenado pelo Assessor Militar da Presidência. Todas as situações que de alguma forma envolvam a segurança na instituição são analisadas, monitoradas e atendidas pelo Cesi. . MARÇO DE 2015 BH EXALTA DIVERSIDADE DE ESTILOS ARQUITETURA, GASTRONOMIA E CULTURA DIVERSAS FAZEM DA CENTENÁRIA CAPITAL MINEIRA IMPORTANTE POLO TURÍSTICO Uma cidade pulsante, onde a tradição e a modernidade se mesclam e onde vivem quase 2,5 milhões de pessoas. Assim é Belo Horizonte, uma jovem centenária erguida aos pés da Serra do Curral para ser a sede do poder político de Minas. A cidade, uma das primeiras a ser planejadas no país, há muito ultrapassou seus contornos, expandindo-se e desenvolvendo-se vertiginosamente. Hoje, Belo Horizonte gera um PIB anual de cerca de R$ 32 bilhões, possuindo grandes indústrias e um dos mais altos Índices de Desen- volvimento Municipal Humano (IDMH) entre os municípios brasileiros. A cidade vem colecionando títulos. Em novembro de 2014, a capital mineira conquistou o posto de melhor cidade entre todas as capitais do país e o segundo lugar geral, sendo superada apenas por Santos, no litoral paulista, em pesquisa feita pela empresa de consultoria Delta Economics & Finance. O levantamento levou em conta vários aspectos, com foco nas condições de vida das cidades. Mas BH, como é carinhosamente chamada pelos seus 40 COSMOPOLITA A cidade de Belo Horizonte vista do prédio do TJMG. MARÇO DE 2015 AUGUSTO BRASIL moradores, já foi indicada pelo Population Crisis Commitee, da ONU, como a metrópole com a melhor qualidade de vida na América Latina e a 45ª entre as cem melhores cidades do mundo. Próxima de importantes cidades históricas mineiras, como Ouro Preto, Mariana e Sabará, o que amplia seu potencial turístico, Belo Horizonte notabiliza-se também por sua cena cultural. Possui uma das melhores universidades do país, a UFMG, inúmeros centros culturais, monumentos, praças e SERVIÇO Para consultar a agenda cultural, a relação de restaurantes e mais informações sobre a cidade: www.soubh.com.br www.guiabh.com.br www.yelp.com.br www.belohorizonte.mg.gov.br 41 museus, abriga grande número de festivais – dança, cinema, teatro, circo – e está no mapa de grandes exposições de arte no País. Um mosaico de estilos marca a paisagem arquitetônica da capital mineira. Datam de sua fundação, em 1897, vários edifícios com forte influência francesa, como as construções com estilo predominantemente neoclássico que contornam a Praça da Liberdade. O Conjunto Arquitetônico da Pampulha, cartão-postal da cidade, nasceu entre as décadas de 30 e 40 das mãos de alguns dos maiores nomes do modernismo brasileiro: foi projetado por Oscar Niemayer, tem pinturas de Portinari, esculturas de Alfredo Ceschiatti e jardins de Roberto Burle Marx. E há os edifícios altos da Avenida Afonso Pena e as construções e prédios modernos dos novos endereços da cidade. Dos fumegantes fogões das fazendas de Minas, surgiram iguarias que se perpetuaram no tempo e compõem o cardápio da culinária mineira, que hoje pode ser apreciado em restaurantes típicos da capital. Pratos como o feijão tropeiro, o frango com quiabo ou com ora-pronóbis, o frango ao molho pardo, a canjiquinha de milho com linguiça e carne de porco, o lombo com tutu, entre outros, que são, como se diz em Minas, de “comer de joelhos”. Mas a gastronomia em Minas também se expandiu e se sofisticou, e hoje a capital mineira é também cosmopolita em termos de paladar, oferecendo de restaurantes que fazem uma releitura da culinária regional ao melhor da cozinha internacional. Belo Horizonte é também pródiga em botecos, o que deu à cidade o título de “capital dos bares”. A seguir, confira a relação de algumas das principais atrações turísticas da capital mineira e de seu entorno. MARÇO DE 2015 MARCELO ALBERT ALTO DAS MANGABEIRAS Ao final da Avenida Afonso Pena, que corta o Centro da cidade, está o Alto das Mangabeiras, uma região arborizada, de fácil acesso e com quatro atrações para visitar. PRAÇA DO PAPA A Praça Israel Pinheiro ficou conhecida como Praça do Papa, depois da missa campal realizada pelo papa João Paulo II, em 1980. O espaço conta com um monumento para homenagear o pontífice, um parque em madeira para crianças, árvores e gramado para fazer piquenique, brincar ou descansar, espaço para soltar pipa, andar de skate, patins, bicicleta e outras diversões. É possível encontrar água de coco, pipoca e milho verde com os vendedores ambulantes, que estão sempre presentes. Endereço: Avenida Agulhas Negras, s/n 42 MIRANTE DAS MANGABEIRAS O mirante, de aproximadamente 35.000m², tem dois deques de madeira em níveis diferentes para propiciar conforto e boa visualização da paisagem de Belo Horizonte, além de iluminação e paisagismo especiais. Há uma portaria e patrulhamento 24 horas pela Guarda Municipal. Endereço: Rua Pedro José Pardo, 1.000, Mangabeiras (atrás do Palácio das Mangabeiras) Visitas: todos os dias, das 10h às 22h Excepcionalmente, o horário pode ser alterado, conforme necessidade da Fundação de Parques Municipais. Mais informações: (31) 3246-5030 MARÇO DE 2015 PARQUE DAS MANGABEIRAS Com paisagismo de Roberto Burle Marx e uma grande área de vegetação nativa, o parque conserva exemplares típicos de campo, como bromélias e canelas-de-ema, de cerrado, como barbatimão e pequi, vestígios da mata atlântica, como jequitibá e pau-d’óleo, além de outras espécies, como jacarandá, sucupira do cerrado, pau-de-tucano, aroeira, corticeira, pau-ferro, candeia, caviúna, pau-santo e gabiroba. Geralmente os quatis recebem os visitantes, e outros exemplares da fauna, como esquilos, gambás, tapitis, micos e tatus, podem ser encontrados na área de mata. Há muitas espécies de pássaros que encantam com seus cantos e cores, entre elas, andorinhas, bicos-de-veludo, cambacicas, mariaspretas, sanhaços, caras-sujas, azulões e pica-paus. Também é possível en- contrar algumas espécies de répteis e anfíbios, como a rã Hylodes uai, que tem em seu nome uma homenagem aos mineiros. Lugar para descanso, lazer e esportes, o Parque das Mangabeiras oferece aos visitantes, além dos recantos naturais, quadras de peteca, de tênis e poliesportivas, pista de skate, brinquedos e atividades culturais. São 2,3 milhões de metros quadrados para desfrutar. Endereços: Portaria Sul: Av. José do Patrocínio Pontes, 580, Bairro Mangabeiras Portaria Norte: Praça Cidade do Porto, 100, Bairro Serra Portaria Caraça: Rua Caraça, 900, Bairro Serra Visitas: de terça a domingo, das 8h às 18h (entrada até as 17h) Mais informações: 3277-8277 e 3277-9697 PARQUE DA SERRA DO CURRAL BELOTUR / DIVULGAÇÃO Símbolo de Belo Horizonte, a Serra do Curral já foi referência de localização para viajantes durante a povoação do Estado. Tombada pela Lei Orgânica do Município e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ela é o marco geográfico mais representativo da cidade, e o Parque da Serra do Curral protege esse patrimônio. Com uma área aproximada de 400.000m², o parque conta com trilhas, mirantes e praças. Sua cobertura vegetal é bem heterogênea, com espécies de campo de altitude, cerrado, campo rupestre e um maciço vegetal com vestígios de mata atlântica. O ponto mais alto tem altitude de 1.380m. É possível realizar trilhas guiadas por monitores capacitados. São oito mirantes que permitem visualizar pontos turísticos de Belo Horizonte, como a Lagoa da Pampulha, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, a Avenida Afonso Pena, o Estádio Mineirão, entre outros. No percurso da caminhada, que pode durar até três horas, os monitores abordam a preservação ambiental, a fauna, a flora e a história do parque. Endereço: Avenida José do Patrocínio Pontes, 1.951 (Praça Estado de Israel), Bairro Mangabeiras Visitas: de terça a domingo, das 8h às 17h (entrada até as 16h) Mais informações: (31) 3277-8120 43 MARÇO DE 2015 RONALDO ALVES GRUTA DE MAQUINÉ Um mergulho no berço da paleontologia brasileira. É o que propõe a visita à Gruta de Maquiné, localizada na cidade de Cordisburgo, a 120km da capital mineira. A caverna foi descoberta em 1825 pelo fazendeiro Joaquim Maria Maquiné e começou a ser explorada cientificamente cerca de uma década depois pelo paleontólogo dinamarquês Peter Wihelm Lund. Ao longo de 650m, a gruta abriga esculturas naturais e estalactites de diversas formas, esculpidas no teto da caverna pela água, ao longo de milênios. A área aberta para os visitantes possui cerca de 400m de extensão e é iluminada de maneira a realçar a beleza das esculturas naturais, espalhadas por sete salões. O passeio pela gruta é feito por passarelas e é acompanhado por um guia local. Uma vez em Cordisburgo, vale ainda uma visita ao Museu Guimarães Rosa, que homenageia aquele que é considerado um dos maiores escritores brasileiros e que nasceu na cidade, em 1908. O espaço, a casa onde o mineiro passou parte de sua infância, mantém acervo de fotos, documentos e textos do escritor. MERCADO CENTRAL Um festival de cores, sabores e aromas. Percorrer os corredores labirínticos do Mercado Central de Belo Horizonte é um pouco como adentrar um variado mercado árabe. Ali o turista encontra um mosaico dos produtos mais típicos de Minas – barracas dedicadas exclusivamente aos queijos, às cobiçadas cachaças, às pimentas e aos doces de compota – e muito mais. Surgido em 1929 para reunir produtos destinados ao abastecimento da população, que na época não chegava a 50 mil habitantes, ao longo dos anos o Mercado Central foi ampliando sua gama de produtos e firmando-se como um dos pontos turísticos mais lembrados da capital mineira. Hoje o mercado reúne cerca de 450 lojas em seus 14.000m². Ali, são encontrados não só alimentos de qualidade e referência – frutas, cereais, laticínios, carnes, legumes, verduras – mas também artesanato, licores, flores, tabaco, vinhos, temperos de todo o Brasil, panelas, objetos decorativos, entre outros. Nos finais de semana, os corredores se agitam, reunindo visitantes em torno dos petiscos e da cerveja, comercializados nos botecos do mercado. Endereço: Av. Augusto de Lima, 744, Centro Visitas: de segunda a sábado, das 7h às 18h; domingo e feriados, das 7h às 13h Mais informações: (31) 3277-4691 FEIRA DE ARTES E ARTESANATO DA AVENIDA AFONSO PENA Popularmente conhecida como Feira Hippie, acontece todo domingo na capital mineira há quase meio século e conta hoje com cerca de 2.500 expositores, que vendem as mais diversas mercadorias: artes, bijuterias, brinquedos, roupas, bolsas e calçados, móveis e objetos de decoração. E a culinária não fica de fora: a feira também oferece diversos tipos de comida, como churrasquinhos, sanduíches, caldos, salgados e milho verde. Uma das maiores feiras da América Latina, chega a receber 100 mil visitantes de vários lugares do Brasil e do mundo. Como chegar: De Belo Horizonte, seguir pela BR-040, sentido Sete Lagoas, permanecendo na rodovia até o acesso à MG-231. A gruta está localizada no km 7. Visitas: todos os dias, das 8h às 17h Mais informações: (31) 3715-1310 Crédito da foto: Ronaldo Alves Endereço: Avenida Afonso Pena, perto do Parque Municipal Visitas: domingo, das 8h às 17h 44 MARÇO DE 2015 EDUARDO ECKENFELS INHOTIM O Instituto Inhotim é um complexo museológico composto por uma série de pavilhões e galerias. Há obras de arte expostas também ao ar livre. Localizado em Brumadinho, a 60km de Belo Horizonte, está entre os maiores centros de arte contemporânea do Brasil e da América Latina. O nome vem de “Inhô Tim”, como era chamado Timothy, o administrador da empresa que explorava a mineração no local, durante o século XIX. O acervo abriga obras de artistas brasileiros e estrangeiros da década de 1960 até a atualidade, em inúmeras galerias, com destaque para os trabalhos de Cildo Meireles, Tunga, Matthew Barney, Doug Aitken, Chris Burden, Yayoi Kusama, Paul McCarthy, Zhang Huan, Valeska Soares, Miguel Rio Branco, Rivane Neuenschwander. Para completar o prazer de ver e ouvir trabalhos de arte contemporânea, os jardins, matas, trilhas e lagos do Inhotim oferecem belas paisagens e um convite ao descanso nas esculturas mobiliárias do designer brasileiro Hugo França. No domínio da mata atlântica, com enclaves de cerrado nos topos das serras, os jardins do Inhotim, com plantas nativas e exóticas, compõem um paisagismo singular. Em 2010, o Instituto Inhotim recebeu a chancela de jardim botânico, atribuída pela Comissão Nacional de Jardins Botânicos (CNJB), e, desde então, integra a Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB). Como chegar: De Belo Horizonte, seguir pela BR-040 sentido Rio de Janeiro ou pela BR-381 sentido São Paulo. Depois de 30km haverá placas indicativas. Visitas: de terça a sexta, das 9h30 às 16h30; sábado, domingo e feriados, das 9h30 às 17h30 O Inhotim oferece três modalidades de visita guiada: panorâmica, temática ambiental e temática de arte. Mais informações: (31) 3571-9700 45 MUSEU DE ARTES E OFÍCIOS Com um acervo voltado para o universo do trabalho no Brasil, o Museu de Artes e Ofícios preserva objetos, ferramentas, instrumentos e utensílios do período pré-industrial. São peças originais dos séculos XVIII ao XX, que foram reunidas ali depois de passarem por um processo de restauração, conservação e pesquisa. Diversos ofícios estão ali representados, muitos deles já perdidos no tempo. Ofícios relacionados ao transporte, ao comércio, à mineração, ao fogo, à madeira, à cerâmica, à lapidação e à ourivesaria, ao couro, à terra, à conservação e à transformação dos alimentos, ao fio e ao tecido, entre vários outros. Teares, gamelas usadas pelos escravos nas minas de ouro das cidades coloniais de Minas, fotos de ex-escravos vendendo doces pelas ruas, carrancas de madeira que adornavam canoas do Rio São Francisco, cadeiras de barbeiros e engraxates do início do século XX, selas usadas pelos tropeiros e inúmeros outros objetos e imagens proporcionam uma viagem pelo mundo do trabalho. O espaço cultural fica na Praça da Estação, construída quando da fundação da capital mineira, no final do século XIX. Endereço: Praça Rui Barbosa (Praça da Estação), 600, Centro Visitas: terça e sexta, das 12h às 19h; quarta e quinta, das 12h às 21h; sábado, domingo e feriados, das 11h às 17h Mais informações: (31) 3248-8600 MARÇO DE 2015 FERNANDO HELBERT OURO PRETO “Não se pode dizer de Ouro Preto que seja uma cidade morta. (...) Ouro Preto é a cidade que não mudou, e nisso reside seu incomparável encanto”, escreveu o poeta Manuel Bandeira em 1938. De fato, visitar a cidade de Ouro Preto, localizada a 99km de Belo Horizonte, é empreender uma viagem no tempo. Joia do período colonial brasileiro erguida a partir do final do século XVII, palco da Inconfidência Mineira, a cidade foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade em 1980. As atrações são várias: o casario colonial, os chafarizes, a Praça Tiradentes – localizada no coração do centro histórico –, as igrejas centenárias, ricas em ouro e em obras de mestres como Aleijadinho, as ruas com calçamento de paralelepípedo. Tudo isso em um cenário emoldurado pelas montanhas de Minas. Entre os pontos de visitação da cidade destacam-se a Igreja São Francisco de Assis, a Matriz Nossa Senhora do Pilar, a Casa dos Contos, a Igreja Nossa Senhora do Rosário, a Igreja Nossa Senhora do Carmo, o Museu da Mineralogia e o Museu do Oratório. Como chegar: De Belo Horizonte, seguir pela BR-040, sentido Rio de Janeiro, até o trevo para a BR-356 (Rodovia dos Inconfidentes). Mais informações: (31) 3559-3282 Crédito da foto: Fernando Helbert 46 MUSEU INIMÁ DE PAULA Mineiro de Itanhomi, Inimá de Paula (19181999) foi um grande artista que se destacou pelo uso de cores intensas e pinceladas singulares. Ganhador de vários prêmios nacionais e internacionais, participou de importantes exposições individuais e coletivas. Para manter viva a obra e a memória do artista, a Fundação Inimá de Paula preserva inúmeras de suas obras, livros e objetos e ainda promove exposições temporárias de obras do circuito internacional das artes. Localizado no prédio art déco que já sediou o Clube Belo Horizonte e o Cine Guarani, o museu abriga uma exposição permanente com mais de cem obras do mestre mineiro das cores, uma remontagem de seu ateliê, uma apresentação de seus autorretratos e uma galeria virtual com 1.860 obras catalogadas. Endereço: Rua da Bahia, 1.201, Centro Visitas: terça, quarta, sexta e sábado, das 10h às 18h30; quinta, das 12h às 20h30; domingo, das 12h às 18h30 Mais informações: (031) 3213-4320 MARÇO DE 2015 MINEIRÃO Considerado o grande palco do futebol mineiro, o Estádio Governador Magalhães Pinto – o Mineirão – é o quinto maior do Brasil. Inaugurado em 1965, o espaço passou por significativas reformas para abrigar a Copa do Mundo de 2014, o que proporcionou a modernização e a melhoria das instalações. O Novo Mineirão oferece hoje 62 mil lugares e está aberto ao público que deseja conhecer sua estrutura (gramado e vestiários). A visita guiada ao espaço pode incluir ainda o Museu Brasileiro do Futebol. Nele, é possível conhecer a história do Mineirão e apreciar fotos de sua construção e inauguração e fotos da Copa das Confederações e de outros estádios que existiam na capital. O acervo do museu inclui ainda uma maquete da edificação, fichas dos mais de três mil jogos que aconteceram no Mineirão antigo e informações históricas e técnicas sobre o esporte. Há também salas que homenageiam os times, a imprensa e os grandes jogadores da história do futebol mineiro. LUAN S R/ WIKIMEDIA Endereço: Av. Antônio Abrahão Caram, 1.001, Bairro São José (Pampulha) Visitas: de terça a sexta, das 9h às 17h; sábado e domingo, das 9h às 13h. Não há visitas em dias de eventos. Mais informações: (31) 3499-4312 SÃO SEBASTIÃO DAS ÁGUAS CLARAS (MACACOS) Uma estradinha sinuosa leva a um lugar paradisíaco. Pertencente à cidade de Nova Lima, o distrito de São Sebastião das Águas Claras, mais conhecido por Macacos, devido à presença do inquieto animal, é cercado de montanhas, cachoeiras e quietude. Nasceu com a mineração do ouro, no final do século XVII, e com o passar do tempo se transformou num refúgio para quem busca gastronomia e descanso nos seus arredores. Especialmente nos finais de semana e feriados, os bares e restaurantes perto da Igreja de São Sebastião movimentam a noite, com música ao vivo e opções de comida mineira, brasileira e internacional. Em Macacos há várias opções de pousadas, casas e sítios para alugar. Como chegar: Seguir a BR-040 em direção ao Rio de Janeiro, 10km após o BH Shopping virar à direita, passar por baixo da rodovia, sempre seguindo as placas para São Sebastião das Águas Claras. Da BR ao arraial são quase 10km de estrada asfaltada. 47 MUSEU HISTÓRICO ABÍLIO BARRETO (MHAB) Objetos, textos, livros, imagens, arte e fotografia compõem o acervo do museu que preserva a história de Belo Horizonte em duas seções: peças originárias do antigo arraial Curral del Rei e peças relativas à nova capital. Idealizado pelo jornalista e escritor Abílio Barreto, a sede ocupa um casarão oitocentista da antiga Fazenda do Leitão. Inaugurado em 1943, o museu preserva um material múltiplo e revelador da trajetória da cidade e de seus cidadãos. Nos jardins do museu, estão expostos três veículos ilustrativos do desenvolvimento do transporte e da transformação urbana da capital mineira até meados do século XX: um carro de boi que pertenceu à antiga Fazenda do Leitão, uma locomotiva a vapor utilizada nos trabalhos de construção da nova capital e um bonde elétrico, um dos últimos a circular pela capital nos anos 60. Entre os objetos, há esculturas, fragmentos construtivos originários de prédios públicos e privados demolidos, mobiliário, vestuário, objetos decorativos, utensílios domésticos e de uso pessoal, objetos de iluminação e de transporte, equipamentos e instrumentos de trabalho. Endereço: Av. Prudente de Morais, 202, Cidade Jardim Visitas: de segunda a sexta, das 10h às 17h Mais informações: (31) 3342-1268 MARÇO DE 2015 COMPLEXO DA PAMPULHA As curvas modernistas do Complexo da Pampulha, assinadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na década de 40, incluem, ao redor da Lagoa da Pampulha, a Igreja de São Francisco, o Museu de Arte Moderna, a Casa do Baile e o Iate Tênis Clube, que formam um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte. Os belos jardins dos quatro edifícios foram projetados por Burle Marx. As águas da Lagoa da Pampulha formam uma orla de 18km ideal para atividades recreativas. Proveniente do represamento do ribeirão Pampulha, a lagoa compõe um cenário convidativo para contemplação, caminhada, corrida, ciclismo, piqueniques e queima de fogos. Como chegar: Seguir a Avenida Antônio Carlos, em direção à região da Pampulha. IGREJA DE SÃO FRANCISCO A igrejinha da Pampulha, como é carinhosamente chamada pelos mineiros, encanta com suas linhas curvas, a azulejaria em tons azuis, a pintura da imagem de São Francisco e os famosos painéis da Via Sacra de Cândido Portinari. Na parte externa, além do trabalho de Portinari, há uma pintura abstrata de Paulo Werneck. Alfredo Ceschiatti esculpiu os maravilhosos baixos-relevos em bronze do batistério. A Igreja da Pampulha é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG) e pela Gerência do Patrimônio Municipal. Endereço: Avenida Otacílio Negrão de Lima, 3.000 Visitas: de terça a sábado, das 8h às 17h; domingo, das 9h às 14h Mais informações: (31) 3427-1644 MARCELO ALBERT LAGOA DA PAMPULHA MUSEU DE ARTE MODERNA (MAM) Projetado para ser um cassino, que funcionou por pouco tempo, o museu abriga exposições de arte num ambiente de már more, espelhos e vidros que integ ra o espaço interno ao exter no. A beleza dos jardins é incrementada por três esculturas – de Ceschiatti, Zamoyski e José Pedrosa. O acervo do MAM reúne obras de artistas plásticos como Oswaldo Goeldi e Fayga Ostrower, dos modernistas Di Cavalcanti, Livio Abramo, Bruno Giorgi e Ceschiatti e dos contemporâneos Antonio Dias, Frans Krajcberg, Ado Malagoli, Iberê Camargo, Ivan Serpa, Milton Dacosta, Alfredo Volpi, Franz Weissmann, entre outros. Endereço: Avenida Otacílio Negrão de Lima, 16.585 Visitas: de terça a domingo, das 9h às 19h Mais informações: (31) 3277-7946 48 CASA DO BAILE Com formas circulares e uma marquise sinuosa que lembra as curvas da lagoa, a Casa do Baile fica numa pequena ilha próxima à margem. Atualmente é um espaço destinado a exposições, lançamentos de livros, seminários e eventos das áreas de urbanismo, arquitetura e design. Endereço: Av. Otacílio Negrão de Lima, 751 Visitas: de terça a domingo, das 9h às 19h Mais informações: (31) 3277-7443 IATE TÊNIS CLUBE “Uma casa-barco de linhas duras que se lança sobre as águas tranquilas da lagoa”, assim falou Oscar Niemeyer sobre o seu projeto para o clube que abriga obras de arte de Cândido Portinari e Estergilda Meniccuci. Endereço: Av. Otacílio Negrão de Lima, 1.350 / Visitas: sábado, domingo e feriados, das 8h às 20h; terça e quinta, das 7h às 23h; quarta e sexta, das 7h às 18h Mais informações: (31) 3490-8400 CLICK ESTÚDIO PROFISSIONAL / ACERVO BELOTUR MARÇO DE 2015 PARQUE MUNICIPAL AMÉRICO RENNÉ GIANNETTI Uma área verde no coração da cidade. O patrimônio ambiental mais antigo de Belo Horizonte foi inaugurado em setembro de 1897, antes mesmo da inauguração da cidade. O parque foi projetado pela comissão construtora encarregada de planejar a nova capital de Minas Gerais e preserva 280 espécies de árvores exóticas e nativas, como figueira, jaqueira, cipreste-calvo, flamboaiã, eucalipto, sapucaia, pau-mulato e pau-rei. Refúgio para a fauna silvestre, o espaço abriga várias espécies de aves, entre elas bem-te-vis, sabiás, garças, periquitos, pica-paus, sanhaços, saíras, e outros animais, como gambás e micos. Além da flora e da fauna, há nascentes que abastecem três lagoas dentro do parque. Entre as opções de lazer, há brinquedos, equipamentos de ginástica, pista de caminhada, quadra poliesportiva, pista para skate, 49 quadra de tênis, um parque de diversão, além dos tradicionais burrinhos e trenzinho. Com uma área de 182.000m², o parque contribui para amenizar o clima da região central da cidade. Endereço: Av. Afonso Pena, 1.377, Centro Visitas: de terça a domingo, das 6h às 18h Mais informações: (31) 3277-4161 Crédito da foto: Click Estúdio Profissional – Acervo Belotur MARÇO DE 2015 MARCELO ALBERT STUDIO CERRI CASA FIAT DE CULTURA CIRCUITO CULTURAL PRAÇA DA LIBERDADE O maior conjunto integrado de cultura do Brasil. Assim é reconhecido o Circuito Cultural Praça da Liberdade, desenvolvido pelo Governo de Minas em parceria com a iniciativa privada. Os antigos prédios públicos que contornam a Praça da Liberdade, no coração da capital mineira, em sua maioria edifícios neoclássicos que abrigaram as diversas secretarias de Estado, foram transformados em espaços culturais: museus, centros culturais interativos, planetário, biblioteca e espaços para oficinas, cursos e ateliês abertos. O circuito conta também com cafeterias, restaurantes e lojas. A construção da Praça da Liberdade foi iniciada na época da fundação de Belo Horizonte, no final do século XIX. Com sua alameda central emoldurada por palmeiras, o espaço foi palco de importantes manifestações políticas e culturais. Chafarizes e fontes de água, coreto, crianças andando de bicicleta, jardins bem cuidados compõem a paisagem da Praça da Liberdade, que sempre foi um espaço visitado pelos turistas e se tornou um dos mais emblemáticos endereços da cidade. Veja nas páginas seguintes algumas das principais atrações turísticas do Circuito Cultural Praça da Liberdade, que reúne ainda a Biblioteca Estadual Luiz de Bessa, o Cefar Liberdade, o Arquivo Público Mineiro e a Casa da Economia Criativa do Sebrae-MG. Endereço: Praça da Liberdade, s/n, Bairro Funcionários Mais informações: (31) 3239-2000 50 O maior quadro de Candido Portinari em Minas Gerais, o painel Civilização Mineira (1959), encontra-se instalado no saguão da Casa Fiat de Cultura. A instituição passou a integ rar o Circuito Cultural da Praça da Liberdade em 2014, quando se mudou para o Palácio dos Despachos, após uma ampla refor ma no local. A Casa Fiat possui, em seus cinco pavimentos, duas g randes g alerias com 700m² cada, onde certamente o visitante poderá encontrar exposições de alta qualidade, já que a instituição traz sempre mostras inéditas, reunindo acervos das mais importantes coleções do Brasil e do mundo. Mantida pelo Grupo Fiat, a casa já recebeu mais de 600 mil visitantes, por conta de exposições de grandes nomes da pintura mundial, como Rodin, Marc Chagall e Caravaggio. Endereço: Praça da Liberdade, 10, Bairro Funcionários Visitas: de terça a sexta, das 10h às 21h; sábado, domingo e feriados, das 12h às 18h Mais informações: (31) 3289-8920 MARÇO DE 2015 PEDRO FURTADO CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL Inaugurado em agosto de 2013, o Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte ocupa um prédio de seis andares tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG). O edifício tem projeto arquitetônico assinado por Luiz Signorelli, fundador da Escola de Arquitetura de Minas Gerais, e data de 1931. Cedido pelo Governo de Minas para abrigar a quarta unidade do CCBB no País, o espaço, que possui traços neoclássicos e de art déco, oferece 1.200m² de área para exposições, sala mutimídia, um teatro com capacidade para 264 lugares, espaço de convivência e lazer e duas salas com exposições permanentes – o Salão Nobre e o Gabinete do Secretário, com objetos que relembram a história do edifício e da cidade. As duas salas possuem as paredes decoradas e móveis de madeira, alguns de Laubisch Hirth, a mais importante fábrica de mobílias do Brasil entre as décadas de 20 e 50. Em março deste ano, o visitante poderá apreciar duas exposições itinerantes: Cabeça, de Milton Machado, e Mulheres, de Fernando Fiúza. No pátio do CCBB, funcionam cafés. Ao todo, o centro ocupa 8.000m² de espaço, que respiram cultura. Endereço: Praça da Liberdade, 450, Bairro Funcionários Visitas: de quarta a segunda, das 9h às 21h Mais informações: (31) 3431-9400 VAGNER COSTA CENTRO DE ARTE POPULAR CEMIG A riqueza e a diversidade das manifestações culturais populares de Minas podem ser apreciadas no Centro de Arte Popular Cemig. O centro nasceu para celebrar a cultura de raiz, a arte que nasce das mãos de artistas populares e artesãos mineiros. Trata-se de uma arte que remete às origens, às histórias e à crença do povo das Minas Gerais. São esculturas de madeira e cerâmica, bonecos e bonecas de barro, oratórios, objetos feitos com retalhos de tecidos, muitos deles com referências à religiosidade e ao cotidiano do povo mineiro. O acervo é de cerca de 800 peças, entre esculturas, pinturas e desenhos, criações que cobrem um vasto território imaginativo. Endereço: Rua Gonçalves Dias, 1.608, Bairro Lourdes Visitas: terça, quarta e sexta, das 10h às 19h; quinta, das 12h às 21h; sábado e domingo, das 12h às 19h Mais informações: (31) 3222-3231 51 ESPAÇO DO CONHECIMENTO UFMG Aproximar a comunidade do universo das ciências e permitir um diálogo entre a academia e a sociedade são algumas das possibilidades oferecidas pelo Espaço do Conhecimento UFMG. São três os grandes destaques do local: o Terraço Astronômico, o Planetário e a exposição permanente Demasiado Humano. O Terraço Astronômico oferece uma experiência de observação do céu, com acompanhamento de especialistas. O Planetário, com capacidade para 65 pessoas, exibe filmes ligados à astronomia e é de última geração, destacando-se por utilizar uma das mais avançadas tecnologias do mundo em projeção, o sistema digital Spacegate Duo e o projetor Skymaster ZKP4, ambos produzidos na Alemanha, o que faz com que o céu pareça real. Já a exposição Demasiado Humano, que ocupa três andares, pretende “apontar os modos como nossa civilização vê e constrói o mundo através dos tempos”. Endereço: Praça da Liberdade, 700, Bairro Funcionários Visitas: de terça a domingo, das 10h às 12h; quinta, das 10h às 21h Mais informações: (31) 3409-8350 MARÇO DE 2015 JOÃO MARCELO NITRO MUSEU DAS MINAS E DO METAL MEMORIAL MINAS GERAIS VALE Um passeio que percorre o período abrangido pelos séculos XVIII e XXI, revelando, nesse trajeto, a identidade de Minas Gerais, com suas tradições, cultura e história. É o que propõe o Memorial Minas Gerais Vale. Exemplar do gênero museu de experiência, o espaço se utiliza de cenários reais e virtuais para proporcionar experiências e sensações aos visitantes. São 31 salas, onde se mesclam recursos tecnológicos e objetos e cenários tradicionais, em três pavimentos. No primeiro andar, estão expostas a obra e dados biográficos de emblemáticos artistas mineiros: há salas dedicadas a Lygia Clark, Sebastião Salgado, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade e uma midiateca com vídeos de história, política e literatura. No segundo pavimento, o legado histórico de Minas Gerais: as cidades, a vida no passado, as famílias e os homens públicos. O terceiro andar oferece, entre outros espaços, galeria para exposições temporárias de novos talentos de Minas Gerais e o Corredor das Artes, com registros de grandes artistas plásticos mineiros. Endereço: Praça da Liberdade, s/n, Bairro Funcionários Visitas: terça, quarta, sexta e sábado, das 10h às 17h30; quinta, das 10h às 21h30; domingo, das 10h às 15h30 Minas Gerais. O próprio nome do Estado faz alusão à riqueza do seu solo, que abriga uma diversidade de metais, dos preciosos ao minério de ferro. O Museu das Minas e do Metal homenageia essa identidade da região, exaltando a mineração e a metalurgia, duas das principais atividades econômicas do Estado. O espaço se propõe a colocar essas atividades em perspectiva histórica e a mostrar o papel do metal na vida do homem. Ali estão ilustradas a diversidade e as características dos metais, dos minerais e de seus componentes e os processos produtivos relacionados. Esse universo é apresentado ao público por meio de recursos tecnológicos, de forma lúdica. São 18 salas, com 44 atrações, 11 delas dedicadas às principais minas do Estado, apresentadas aos visitantes por meio de personagens históricos. Um dos destaques é a atração “Mina de Morro Velho”, que resgata o passeio de dom Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina à mina, localizada em Nova Lima. Trata-se de um elevador virtual, que desce até 2.450m de profundidade na companhia dos monarcas. O prédio do museu foi inaugurado em 1897. Endereço: Praça da Liberdade, s/n, Prédio Rosa, Bairro Funcionários Visitas: de terça a domingo, das 12h às 18h; quinta, das 12h às 22h / Mais informações: (31) 3516-7200 MUSEU MINEIRO Momentos distintos da história e da formação da cultura de Minas Gerais estão reunidos no acervo do Museu Mineiro, que possui mais de 2.600 itens, entre pinturas, objetos históricos, achados arqueológicos, móveis, moedas, armas e objetos litúrgicos, datados dos séculos XVIII e XIX. São 36 coleções, advindas de acervos particulares e públicos, que pretendem preservar e divulgar a tradição cultural de Minas. O acervo da Pinacoteca do Estado, com pinturas, desenhos, gravuras e esculturas, também integra o museu. Entre os destaques, figuram os quadros de Mestre Ataíde, que integravam a decoração de uma capela na cidade mineira de São Domingos do Prata. Mestre Ataíde é um dos mais destacados artistas do barroco-rococó mineiro. Outro destaque do acervo é a escultura de São Miguel Arcanjo atribuída a Joaquim José da Natividade, pintor responsável pela ornamentação de várias igrejas de Minas Gerais entre 1785 e 1824. O casarão em estilo neoclássico que abriga o museu foi sede do Senado Mineiro entre 1905 e 1930 e é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Historio e Artístico (Iepha). Endereço: Av. João Pinheiro, 342, Bairro Funcionários Visitas: terça, quarta e sexta, das 10h às 19h; quinta, das 12h às 21h; sábado e domingo, das 12h às 19h Mais informações: (31) 3269-1109 52 MARÇO DE 2015 GIL LEONARDI PALÁCIO DA LIBERDADE O imponente Palácio da Liberdade destaca-se em meio ao conjunto arquitetônico da Praça da Liberdade, com sua história recheada de personagens ilustres. Como o edifício foi inaugurado em 1897 para ser a sede oficial do governo mineiro e a residência oficial dos governadores do Estado, ali viveram, entre outros destacados políticos, os ex-governadores e ex-presidentes do Brasil Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves. Hoje, os governadores não despacham mais ali, mas na Cidade Administrativa, no Bairro Serra Verde. A moradia oficial dos governadores também mudou, com a construção do Palácio das Mangabeiras. O Palácio da Liberdade foi, assim, aberto à visitação pública. A visita guiada, que dura em média uma hora, percorre 30 cômodos e permite ao visitante apreciar salões, candelabros de bronze dourados, lustres de cristal, o piso em parquet, painéis, pinturas, mobiliário de época, entre outros detalhes. Um dos destaques é a escadaria principal, em estilo art nouveau. Uma atração à parte são os jardins. Não é permitido o uso de sapatos de saltos finos no interior do edifício. Endereço: Praça da Liberdade, s/n, Bairro Funcionários Visitas: Encontravam-se suspensas em fevereiro de 2014. Para horário em outros meses, ligar para o número abaixo. Mais informações: (31) 3217-9500 53 MARÇO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS PRESIDENTES TOMAM POSSE EM 15 ESTADOS DIVULGAÇÃO TRIBUNAIS DE JUSTIÇA REALIZAM CERIMÔNIAS PARA RECEBER NOVOS DIRIGENTES PARA O BIÊNIO 2015-2017. NESTA EDIÇÃO, CONHEÇA OS MAGISTRADOS E ALGUMAS DE SUAS PLATAFORMAS DE GESTÃO DO JUDICIÁRIO. A renovação no comando do Poder Judiciário nos Estados alcançou mais da metade dos Tribunais de Justiça. Nada menos que 15 novos presidentes assumiram suas funções e vêm enriquecer a composição do Colégio já a partir da reunião de março em Belo Horizonte. Seis deles tomaram posse em janeiro (Alagoas, Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe) e sete em fevereiro (Acre, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Tocantins e Pará) para a gestão no biênio 20152017. Apenas no Tribunal de Justiça do Estado do Amapá a posse da desembargadora Sueli Pereira Pini ocorrerá neste mês de março. 54 * Com informações das Assessorias e Diretorias de imprensa dos 15 Tribunais de Justiça e do Portal da AMB. MARÇO DE 2015 RIO DE JANEIRO DIVULGAÇÃO / TJRJ POSSE DO DESEMBARGADOR LUIZ FERNANDO RIBEIRO DE CARVALHO produção se não houver condições mínimas para seu cumprimento. Além disso, deve ser tratada com empenho a situação dos serventuários da Justiça, que, em razão da remuneração e deficiência nos mecanismos do estímulo à capacitação, tem levado “a uma constante evasão de valores e cérebros”. Para o desembargador, o TJRJ deve intensificar seu relacionamento com a mídia impressa e eletrônica. “Quanto mais informação e transparência, melhor a orientação para o público em geral, sabido que o segredo e o desconhecido sempre carecerão de confiança e que a luz do sol é o melhor desinfetante”, afirmou. O magistrado destacou ainda a busca pelo incremento da mediação e da conciliação, além do incentivo à arbitragem como meios alternativos à jurisdição e complementares à utilização do processo judicial. DIVULGAÇÃO / TJRJ No dia 2 de fevereiro, o desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho tomou posse como presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). O evento também marcou a posse da corregedora-geral do Tribunal, desembargadora Maria Augusta Vaz. O novo presidente do TJRJ defendeu a transparência das informações, a independência do Judiciário, o fortalecimento da comunicação com a sociedade civil, a valorização dos magistrados e dos servidores e iniciativas como conciliação e mediação, além da continuidade de projetos sociais empreendidos pelo Judiciário durante a solenidade de posse da nova administração do TJRJ para o biênio 2015/2016. O desembargador destacou, entre os pontos principais da sua gestão, o enfrentamento das prioridades da 1ª instância. Para ele, não há como estabelecer metas de 55 ONONONO Onon PERFIL DO onnonono NOVO PRESIDENTE onnonono Magistrado há 32 anos, Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho foi presidente da AMB nos anos de 1998 e 1999 e da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) entre 1995 e 1997. É desembargador há 15 anos e especialista em Direito Constitucional e Processo Civil. Foi eleito presidente do TJRJ em dezembro do ano passado, na primeira eleição do Tribunal desde a alteração em seu Regimento Interno – que permitiu que todos os desembargadores se candidatassem para a direção da corte e liberou aos ex-dirigentes a oportunidade de concorrerem a funções que já tenham exercido, desde que transcorrido um intervalo de dois mandatos e por período máximo de quatro anos. MARÇO DE 2015 DIVULGAÇÃO / TJPA PARÁ PERFIL DO NOVO PRESIDENTE POSSE DO DESEMBARGADOR CONSTANTINO AUGUSTO GUERREIRO pela sociedade, a despeito de eventuais dificuldades que se tenha a superar”. Aos magistrados, Constantino Augusto Guerreiro pediu atuação com independência, serenidade e coerência, e aos profissionais de imprensa ressaltou os novos desafios e as prioridades, enfatizando o respeito à garantia do acesso à justiça e à celeridade processual. Nos próximos dois anos, ele quer estimular a solução de conflitos para agilizar resultados. O novo presidente ressaltou o simbolismo da cerimônia, afirmando se tratar de um momento especial. “Representa o degrau maior que poderia galgar alguém, como eu, que se haja determinado a ingressar e percorrer os longos e nem sempre fáceis caminhos da missão da magistratura na prestação jurisdicional." 56 DIVULGAÇÃO / TJPA Eleito em novembro de 2014, o desembargador Constantino Augusto Guerreiro tomou posse na presidência do Tribunal de Justiça do Pará no dia 2 de fevereiro em sessão solene realizada no Pleno do TJE, em substituição à desembargadora Luzia Nadja Nascimento. Na vice-presidência foi empossado o desembargador Ricardo Ferreira Nunes; na Corregedoria de Justiça das Comarcas da Região Metropolitana de Belém, Diracy Nunes Alves, e na Corregedoria de Justiça das Comarcas do Interior, Maria do Céo Maciel Coutinho. Para o novo presidente, valorizar a Magistratura é essencial para melhorar a prestação de serviços pelo Judiciário. “Há que se continuar provendo os juízes, serventuários e servidores das ferramentas que lhes permitam melhor atendimento à presteza e agilidade, justificadamente cobrados Em 1984, Constantino Augusto Guerreiro ingressou no Tribunal de Justiça do Pará por meio de concurso público para o cargo de escrivão. No ano seguinte, também por concurso, assumiu o cargo de Juiz de Direito, sendo responsável pela Comarca de Curuçá, município do nordeste paraense. Ao longo de três décadas, já esteve à frente das comarcas de Maracanã, Castanhal, Chaves, Tomé-Açu, Afuá, Marapanim, Moju, Alenquer, São Miguel do Guamá, Santarém, Rondon do Pará, Bonito, São Domingos do Capim e Cametá. Promovido por merecimento, chegou à Comarca da Capital para assumir a 12ª Vara Cível, em 1992. Também foi titular da 4ª Vara Cível e atuou na direção do Fórum Cível. O novo presidente do TJPA se tornou desembargador em 2005. De 2007 a 2008 foi corregedor das Comarcas do Interior. e de 2011 a 2012 coordenou os Juizados Especiais. MARÇO DE 2015 DIVULGAÇÃO / TJGO GOIÁS PERFIL DO NOVO PRESIDENTE POSSE DO DESEMBARGADOR LEOBINO VALENTE CHAVES ques Filho, como corregedor-geral da Justiça. “Creio que o desenvolvimento de um projeto que valorize os servidores e magistrados de primeiro grau é, indubitavelmente, o meio mais eficaz de melhorar a eficiência da prestação jurisdicional e, por via reflexa, incrementar a avaliação que a população como um todo e o próprio usuário fazem do Poder Judicante”, disse. O magistrado destacou também que outra dificuldade a ser superada é a situação sensível relacionada ao orçamento, fator, segundo ele, limitativo para um melhor atendimento de diretrizes básicas. O presidente reforçou que é sabido que as dificuldades econômico-financeiras são um fenômeno mundial em todos os setores, e que, nessa conjuntura, insere-se o Poder Judiciário. 57 DIVULGAÇÃO / TJGO A Política Nacional de Atenção Prioritária ao Primeiro Grau de Jurisdição passa a ter efetiva prioridade no cenário organizacional do Poder Judiciário, visando, entre outras diretrizes, desenvolver, em caráter permanente, iniciativas voltadas ao aperfeiçoamento da qualidade, da celeridade, da eficiência e da efetividade dos serviços judiciários de primeira instância. A afirmação é do desembargador Leobino Valente Chaves, que tomou posse como presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), no último dia 1º de fevereiro, em sessão solene realizada no Plenário da Corte Especial, em Goiânia. É o seu segundo mandato à frente do TJGO. Foram empossados também os desembargadores João Waldeck Félix de Sousa, como vice-presidente, e Gilberto Mar- O desembargador Leobino Valente Chaves nasceu em São Domingos, interior de Goiás, e se formou em Direito pela antiga Universidade Católica de Goiás – atual Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGO). Há 35 anos é magistrado, tendo atuado nas comarcas de Anápolis, Arraias, Piracanjuba e Porto Nacional, na época que este município pertencia ao território de Goiás. Em 1991 assumiu como 2º juiz da 1ª Vara Cível de Goiânia. Pelo critério de merecimento, foi nomeado desembargador em 2001, e assumiu a vice-presidência do Tribunal em 2011. No ano seguinte chegou à presidência, cargo que ocupou entre março de 2012 e janeiro de 2013, e que agora exercerá até 2017. MARÇO DE 2015 MATO GROSSO DIVULGAÇÃO / TJMT POSSE DO DESEMBARGADOR PAULO DA CUNHA o Conselho Nacional de Justiça (CJN) e investir para que as metas estipuladas pelo Conselho sejam cumpridas, entre elas a Meta 1, que prevê julgar maior número de processos de conhecimento do que os distribuídos no corrente ano. “Assegurar a satisfação do jurisdicionado e a confiabilidade da sociedade em relação ao Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso: este o objetivo maior da administração que se inicia”, destaca o presidente Paulo da Cunha. Também foram empossadas a vice-presidente, desembargadora Clarice Claudino da Silva, e a corregedora-geral de Justiça, Maria Erotides Kneip. O desembargador Paulo da Cunha destacou que irá se esforçar ao máximo para cumprir os compromissos que assumiu. DIVULGAÇÃO / TJMT A nova gestão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que tomou posse no dia 2 de fevereiro, vai administrar o Poder Judiciário Estadual em completo alinhamento com o Planejamento Estratégico que norteará as diretrizes da instituição nos próximos seis anos (2015/2020). Com base neste planejamento o novo presidente do TJMT, desembargador Paulo da Cunha, traçou como diretriz para o biênio 2015/2016 a gestão de processos, gestão tecnológica e gestão de pessoas. Esta administração será voltada para a reestruturação das áreasmeio do Poder Judiciário, a fim de propiciar as devidas condições para elas que possam dar suporte à atividade-fim, que é a solução de conflitos sociais. É seu propósito também fortalecer a parceria com 58 ONONONO PERFIL DO Onon NOVO PRESIDENTE onnonono Paulo da Cunha assume a Presionnonono dência do TJMT com 65 anos. Nascido em agosto de 1949, na cidade de Mendonça/SP, cursou a Faculdade Metropolitanas Unidas, por onde se formou em 1974. Começou a carreira em direito como advogado militante e, em 1979, ingressou no Ministério Público de Mato Grosso sendo nomeado para a comarca de Barra do Bugres. Em 1990 foi promovido ao cargo de procurador de justiça seguindo o critério de merecimento. Desde 2002 integra o Tribunal de Justiça do Estado como desembargador, em vaga reservada ao Ministério Público, pelo quinto Constitucional. Na gestão 2009/2011 foi vicepresidente do TJMT e, nos dois biênios seguintes (2011/2013 e 2013/2015), atuou como diretor da Escola da Magistratura. MARÇO DE 2015 CEARÁ DIVULGAÇÃO / TJCE POSSE DA DESEMBARGADORA MARIA IRACEMA MARTINS DO VALE gador Francisco Lincoln Araújo e Silva, vice-presidente durante a gestão 2013/2015, que classificou como “homem sereno, prudente, temperado e vivido”. Ao tomar a palavra, a presidente eleita assinalou que esta é uma “data de festejo, de grande emoção e também de muita responsabilidade”. Sobre a nova gestão, disse que será de muito diálogo. “Vou trabalhar de braços dados com a magistratura de 1º Grau, com os desembargadores e servidores dessa Casa, pedindo a Deus que me ajude.” A desembargadora Iracema do Vale destacou que sua administração estará “aberta ao diálogo e dentro do espírito da moralidade e impessoalidade”. A magistrada saudou os chefes dos poderes Executivo e Legislativo, esperando um relacionamento “respeitoso, autônomo e efetivo”. DIVULGAÇÃO / TJCE O Pleno do Tribunal de Justiça do Ceará empossou no dia 30 de janeiro último a desembargadora Maria Iracema Martins do Vale no cargo de presidente do Judiciário estadual. Na mesma solenidade, os desembargadores Francisco de Assis Filgueira Mendes e Francisco Lincoln Araújo assumiram a Vice-presidência da Corte e a Corregedoria Geral da Justiça, respectivamente. A solenidade foi conduzida pelo desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido e contou com a presença de autoridades, além de amigos e familiares dos novos dirigentes. O desembargador disse que todo o Tribunal espera muito da nova presidente, ressaltando as qualidades da magistrada. “Sei que Vossa Excelência é uma mulher prudente, decidida e determinada”. Em seguida, agradeceu ao desembar- 59 PERFIL DA ONONONO NOVA PRESIDENTE Onon Nascida em 17 deonnonono abril de 1952 em Fortaleza (CE), a desemonnonono bargadora Maria Iracema Martins do Vale é graduada em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade Federal do Ceará (UFCE), e em Administração Pública, pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Tem especialização em Direito Público, pela UFCE, e em Processo Civil, pela Escola Superior do Ministério Público, além do curso de Direito Penal, também pela Universidade Federal do Ceará, e do curso de Capacitação de Recursos Humanos para Atuar na Prevenção e Enfrentamento de Violência contra a Pessoa Idosa, realizado pela Procuradoria Geral de Justiça. Chegou ao desembargo em 28 de outubro de 2005, pelo critério do quinto constitucional, para o Ministério Público. MARÇO DE 2015 PARAÍBA DIVULGAÇÃO / TJPB POSSE DO DESEMBARGADOR MARCOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE Nacional de Justiça e impulsionar o Processo Judicial Eletrônico”. “O momento é difícil para quem assume a presidência de qualquer Tribunal, especialmente num estado nordestino dos menos industrializados, sem riquezas minerais, como outros vizinhos que já exploram o petróleo deixando royalties importantes para arrecadação da Fazenda Pública”, afirmou Cavalcanti. O presidente disse que o TJPB, assim como outros tribunais, precisa se aparelhar melhor e ter mais juízes, pois o número reduzido de magistrados é um dos motivos da morosidade da Justiça. “É preciso um estímulo com instalações eficientes que atendam o mínimo de conforto para todos que se ocupam com os trabalhos jurisdicionais, inclusive a melhoria salarial dos servidores e o bem-estar dos jurisdicionados”, pontuou. DIVULGAÇÃO / TJPB Melhorar o aparelhamento dos tribunais, investir em informatização e na construção de fóruns que ofereçam boas condições para o desenvolvimento do trabalho do Judiciário, são metas do novo presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque, empossado no dia 30 de janeiro. A solenidade de posse foi realizada no Teatro Paulo Pontes, no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa. Junto com o presidente foram empossados os desembargadores José Ricardo Porto, como vice-presidente, e Arnóbio Alves Teodósio, como corregedor-geral de Justiça. O novo presidente disse, no discurso de posse, que tem a “intenção de combater as principais mazelas do Judiciário, como a morosidade e a improbidade administrativa, além de cumprir as metas do Conselho 60 PERFIL DO ONONONO NOVO PRESIDENTE Onon Bacharel em Ciências Jurídionnonono cas e Sociais pela Faculdade onnonono de Direito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque nasceu em Mamanguape, interior da Paraíba. Juiz de Direito concursado, assumiu o cargo em abril de 1983. Atuou nas Comarcas de Belém, Mamanguape, Campina Grande e João Pessoa como juiz eleitoral. Marcos Cavalcanti de Albuquerque foi juiz substituto e titular do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba em duas gestões, e esteve à frente da Corregedoria Regional Eleitoral durante três anos consecutivos. Quando foi juiz titular da 2ª Vara da Fazenda Pública da Capital integrou, por várias vezes, as Câmaras Cível e Criminal, e o Tribunal Pleno. MARÇO DE 2015 RIO GRANDE DO NORTE DIVULGAÇÃO / TJRN POSSE DO DESEMBARGADOR CLAUDIO SANTOS gador Vivaldo Pinheiro e o ouvidor geral do Poder Judiciário, desembargador Expedito Ferreira de Souza. No discurso de posse, o novo presidente do TJRN destacou a necessidade do Poder Judiciário potiguar reduzir gastos e se adequar à realidade atual pela qual passa o Estado e o País. “O Rio Grande do Norte deve ter o Judiciário que o seu povo pode pagar. Não o que nós imaginamos que deva ser ou o que o vírus da minha veia de mecenas acredita como ideal”, sintetizou. Ele destacou que nenhum poder do Estado, instituição ou órgão público está à margem da realidade de penúria social e econômica e disse entender que “já passa da hora de se mudar a curva ascendente da insensatez na gestão dos recursos públicos, com o crescente aumento das despesas públicas”. DIVULGAÇÃO / TJRN Eleito para conduzir o Poder Judiciário do Rio Grande do Norte no período 2015-2016, o desembargador Claudio Santos tomou posse na Presidência do TJRN em 2 de janeiro, no Teatro Riachuelo, no Shopping Midway Mall. O magistrado já adiantou que pretende fazer uma gestão participativa durante seu mandato, ouvindo ideias e sugestões dos colegas da Corte, juízes de Primeiro Grau e de todos os segmentos do Judiciário potiguar. Santos foi escolhido pelos pares da Corte Estadual de Justiça em votação realizada na sessão do Pleno em 15 de outubro, tendo como vice-presidente o desembargador Amílcar Maia. Na oportunidade também foram definidos o corregedor geral da Justiça, desembargador Saraiva Sobrinho, o diretor da Escola da Magistratura do Rio Grande do Norte, desembar- 61 PERFIL DO ONONONO NOVO PRESIDENTE Onon Nascido em Jardim do Seridó, onnonono Cláudio Manoel deonnonono Amorim Santos é formado em Direito e Jornalismo pela UFRN. Destacou-se na área de Direito Tributário. Atuou como membro da Comissão de Ética e Disciplina da OAB e foi secretário da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte, entre 2003 e 2004. Claudio Santos é desembargador do TJRN desde agosto de 2004. O magistrado ocupou diversos cargos desde então como presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/ RN), corregedor regional eleitoral, corregedor geral da Justiça e atualmente é o ouvidor geral do TJRN. À frente do TRE, trabalhou pela elaboração e efetivação da Lei da Ficha Limpa, ao lado do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto. Na época, Santos era dirigente do Colégio de Presidentes de TREs. MARÇO DE 2015 DIVULGAÇÃO / TJAL ALAGOAS PERFIL DO NOVO PRESIDENTE POSSE DO DESEMBARGADOR WASHINGTON LUIZ DAMASCENO FREITAS incansável pelo fortalecimento do Poder Judiciário”. Participaram do evento os senadores Renan Calheiros, Fernando Collor de Mello e Benedito de Lira; o deputado federal Ronaldo Lessa; o ex-governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho; o ministro Humberto Eustáquio Soares Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ); o governador de Alagoas, Renan Filho; o vice-governador Luciano Barbosa; o prefeito de Maceió, Rui Palmeira; o presidente da Câmara Municipal, vereador Kelman Vieira de Oliveira; o presidente do Tribunal de Contas de Alagoas, conselheiro Otávio Lessa; a presidente da Associação Alagoana de Magistrados (Almagis), juíza Fátima Pirauá e o jurista alagoano Antônio Nabor Bulhões, entre outras autoridades. 62 DIVULGAÇÃO / TJAL O desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas assumiu a presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas, em substituição ao desembargador José Carlos Malta Marques. Um dos compromissos assumidos pelo novo presidente é trabalhar para manter a atuação da 17ª Vara Criminal da Capital no combate aos crimes cometidos principalmente por políticos e empresários, conhecidos por crimes do colarinho branco. A realização ainda este ano de concurso público, com 30 vagas para juízes e vagas para outros cargos, é outra meta anunciada pelo desembargador Washington Luiz Freitas, junto com a construção de nova sede para o fórum em Maceió e a oferta de auxílio saúde para os servidores. O novo presidente do TJAL garantiu que não decepcionará os alagoanos, que terão nele “um batalhador Nascido na cidade de Piranhas, localizada no sertão de Alagoas, Washington Luiz Damasceno Freitas tem 56 anos, e hoje é o mais antigo membro do Tribunal de Justiça. Em fevereiro de 1998 tornou-se desembargador do TJAL, ocupando a vaga destinada ao Ministério Público Estadual. Ele também já foi vice-presidente do Tribunal, no início do biênio 2003-2004, devido à aposentadoria do então presidente, Geraldo Tenório Silveira, ficando no cargo no último semestre do mandato. Foi, também, professor em várias unidades de ensino na cidade de Aracaju SE (19771979) e Diretor de unidades escolares em Piranhas e Delmiro Gouveia-AL. Exerceu a advocacia , antes de se tornar Adjunto de Promotor de Justiça da Comarca de Delmiro Gouveia-AL (1979-1982). MARÇO DE 2015 DIVULGAÇÃO / TJTO SERGIPE PERFIL DO NOVO PRESIDENTE POSSE DO DESEMBARGADOR LUIZ ANTÔNIO ARAÚJO MENDONÇA Judiciário”. A nova mesa diretora do TJSE foi eleita em 17 de dezembro de 2014. Na avaliação do ex-presidente do Tribunal, desembargador Cláudio Déda, os eleitos para o próximo biênio “são desembargadores muito experientes e competentes. Tenho certeza absoluta do bom desempenho dessa nova diretoria, como tem sido em todas as gestões do Judiciário sergipano”, ressaltou Cláudio Déda. O desembargador Luiz Mendonça já presidiu o Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, entre os anos de 2010 e 2011, e foi Corregedor Geral da Justiça, no biênio 20072009.Através de Decreto, em 15 de junho de 2005, foi nomeado para exercer o cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe. 63 DIVULGAÇÃO / TJTO Os desembargadores Luiz Mendonça, na Presidência, José dos Anjos, na Vice-Presidência, e Ricardo Múcio, na Corregedoria Geral de Justiça, compõem a nova Mesa Diretora do Tribunal de Justiça de Sergipe, que conduzirá o Judiciário estadual até fevereiro de 2017. A solenidade de posse aconteceu no dia 5 de fevereiro, no auditório do Palácio da Justiça, que recebeu, além de servidores, magistrados, amigos e familiares dos empossados, autoridades nacionais, a exemplo do Presidente do Superior Tribunal de Justiça, Ministro Francisco Cândido de Melo Falcão. O desembargador Luiz Mendonça prometeu à população, no discurso de posse, dar “a minha energia e tempo disponível para me dedicar exclusivamente ao O desembargador Luiz Antônio Araújo Mendonça nasceu no município de Itabaiana, em Sergipe. Fez sua graduação em São Paulo, na Faculdade Braz Cubas, onde concluiu o curso de Direito em 1973. Atuou como advogado até 1983, quando se tornou promotor de Justiça. Foi secretário de Estado de Segurança Pública em duas gestões, e presidente do Conselho de Segurança do Nordeste (Consene). Em 15 de junho de 2005 foi nomeado para o cargo de desembargador do TJSE. Além de corregedor-geral de Justiça, atuou como presidente do Colégio Nacional de Corregedores; presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, e presidente do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Soluções de Conflitos. A partir de abril de 2014 passou a presidir o Comitê Gestor do Planejamento Estratégico do Poder Judiciário de Sergipe. MARÇO DE 2015 PARANÁ DIVULGAÇÃO / TJPR PERFIL DO NOVO PRESIDENTE POSSE DO DESEMBARGADOR PAULO ROBERTO VASCONCELOS gestão do novo presidente. Ele também ressaltou a necessidade de implantação de novos modelos de administração. “Nesse sentido, nossa proposta maior é a mobilização de forças, através de uma gestão participativa e democrática”, declarou o desembargador. “Muitas outras atividades serão implementadas. Sempre de forma inovadora, visando a modernização do sistema organizacional”. Prestigiaram a solenidade ministros, senadores, juízes de direito, procuradores e promotores de justiça, deputados federais e estaduais, vereadores, secretários de estado, desembargadores e juízes aposentados, autoridades militares, civis e religiosas, advogados, representantes de outros Tribunais do país, representantes de Universidades, profissionais de imprensa, demais autoridades, servidores, estagiários, convidados e familiares dos empossados. 64 DIVULGAÇÃO / TJPR “Nosso compromisso será cumprido rigorosamente, com muito trabalho, dedicação transparência e responsabilidade”, afirmou o desembargador Paulo Roberto Vasconcelos, ao tomar posse, no dia 2 de fevereiro, na presidência do Tribunal de Justiça do Paraná, tendo como 1º vice-presidente o desembargador Renato Braga Bettega; como 2º vice-presidente o desembargador Fernando Wolff Bodziak; como corregedor-geral de Justiça o desembargador Eugênio Achille Grandinetti e como corregedor o desembargador Robson Marques Cury. Paulo Roberto Vasconcelos substituiu o desembargador Guilherme Luiz Gomes. Melhorar a estrutura organizacional do Tribunal, priorizar a construção do novo Centro Judiciário do Ahú, reformar o Palácio da Justiça e construir o prédio do Centro Administrativo do Tribunal, ao lado da Sede Mauá, estão entre as metas da Filho de Hermógenes Vasconcelos e Dejanira Teixeira Duarte Vasconcelos, nasceu em Santo Thomaz de Aquino (MG), no dia 8 de dezembro de 1947. Formou-se em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Paraná, em 1973 e em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica do Paraná, em 1975. Em 1984, após Concurso Público para juiz substituto, exerceu suas funções nas Comarcas de Guarapuava, Palmital, Pitanga, Prudentópolis, Paranaguá, Clevelândia e Guaratuba. Foi juiz de Direito titular, de 1986 a 1989, na Comarca de entrância inicial de Tomazina. Promovido para Comarca de entrância intermediária de Foz do Iguaçu, em 1989, exerceu o cargo de titular junto à 2ª Vara Criminal e à 3ª Vara Cível. Em 1992 foi promovido para mesma Comarca, que foi elevada a entrância final. Em 1996 foi removido para o cargo de Juiz de Direito Substituto em Segundo Grau. Em 2002 foi nomeado juiz do Tribunal de Alçada. Em 2004, foi promovido ao cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná. Foi presidente da Associação dos Magistrados do Paraná (gestão 2006/2007). Eleito 1° Vice-presidente do TJPR para o biênio 2013/2014. Eleito Presidente do Tribunal de Justiça do Paraná tomou posse em 02 de fevereiro de 2015. É casado com Maria do Rocio Salmon Vasconcelos e tem três filhos: Paulo Roberto Vasconcelos Filho, Claudia Maria Vasconcelos e Thiago Roberto Vasconcelos. MARÇO DE 2015 DIVULGAÇÃO / TJAC ACRE PERFIL DA NOVA PRESIDENTE POSSE DA DESA. MARIA CEZARINETE DE SOUZA AUGUSTO ANGELIM palavras de Jesus citando as Escrituras Sagradas e disse que vai honrar a confiança nela depositada. “Como disse o Mestre Jesus: sem mim nada podeis fazer. E é nele que deposito minha confiança. Agradeço aos meus familiares, aos membros do Judiciários, a Defensoria, a OAB. Tudo farei para honrar a confiança que me é depositada.” A promoção da justiça social é a prioridade máxima da nova presidente. Segundo ela, o Judiciário precisa estar mais atento “aos reclamos das vozes que estão mais distantes”, e às necessidades “dos que mais precisam”. A desembargadora anunciou que o fomento à conciliação também é uma de suas metas. “Precisamos ser agentes pacificadores da sociedade e, acima de tudo, disseminar a cultura de conciliação, certos de que ela é a justiça fraterna pela qual lutamos há tanto tempo”, declarou Cezarinete. 65 DIVULGAÇÃO / TJAC Ao chegar aos 50 anos de funcionamento, o Tribunal de Justiça do Estado do Acre, pela primeira vez, tem duas mulheres na presidência e na vice-presidência, fato inédito na história da instituição. No dia 6 de janeiro foi realizada a solenidade de posse das desembargadoras Cezarinete Angelim, a nova presidente, e Denise Bonfim, como vice-presidente. A Corregedoria-Geral de Justiça é ocupada por Regina Ferrari. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Acre, Marcos Vinicius Jardim Rodrigues, que no inicio de sua carreira assessorou Cezarinete Angelim, quando a magistrada ainda era juíza, disse que o Tribunal de Justiça estará em boas mãos nesses próximos dois anos e colocou a OAB à disposição do Judiciário. Em seu discurso, bastante emocionada, Cezarinete Angelim lembrou as Natural de Rio Branco, capital do Acre, Maria Cezarinete de Souza Augusto Angelim concluiu a graduação em Direito pela Universidade Federal do Acre em 1978. Dez anos depois, em 18 de março de 1988, ingressou na Magistratura. Em 1990 ela foi promovida à Juíza de Direito Titular da Comarca de Cruzeiro do Sul. Também foi Juíza Eleitoral da 4ª Zona Eleitoral – que abrange as comarcas de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves e Porto Walter; Juíza da 1ª Zona Eleitoral do Estado, em ONONONO Rio Branco; Juíza de Direito Onon de Segunda Entrância; viceonnonono presidente do TJAC e coordeonnonono nadora dos Juizados Especiais do Estado do Acre. Atualmente, a desembargadora é aluna de MBA em Gestão do Poder Judiciário, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/Rio). MARÇO DE 2015 DIVULGAÇÃO / TJMS MATO GROSSO DO SUL PERFIL DO NOVO PRESIDENTE POSSE DO DESEMBARGADOR JOÃO MARIA LÓS OAB-MS, discursou o presidente Júlio Cezar Souza Rodrigues. Ele lembrou que o TJMS atua com os demais operadores do Direito com um único fim: revelar a mais adequada aplicação da lei como melhor forma de servir aos cidadãos sul-mato-grossenses, titulares do direito fundamental ao serviço constitucional. O Procurador-Geral de Justiça, Humberto de Mattos Brittes, cumprimentou a nova administração, não sem antes lembrar o excelente trabalho realizado pelo Des. Paschoal Carmello Leandro enquanto esteve à frente do TJMS. O Des. Lós começou seu discurso agradecendo a confiança que lhe foi depositada por seus pares e garantiu que trabalhará com afinco para corresponder a essa credibilidade, agindo com moralidade e independência funcional. “Parodiando o Presidente Kennedy, rogo a todos que em vez de indagar o que o Judiciário fará por nós, indaguem o que nós poderemos fazer pelo Judiciário.” 66 DIVULGAÇÃO / TJMS “A caminhada até aqui foi acidentada, mesmo que breve, com desafios reais, mas não intransponíveis. E esses desafios reais, ainda muitos e sérios, seguramente serão enfrentados com determinação pelo novo presidente Des. João Maria Lós”. Com essas palavras e bastante emocionado, o Des. Paschoal Carmello Leandro transmitiu a Presidência do Tribunal de Justiça para o Des. João Maria Lós e por ele foi empossado Vice-Presidente da Corte para o próximo biênio. O Des. Julizar Barbosa Trindade assumiu o cargo de Corregedor-Geral de Justiça. Em nome do Tribunal de Justiça falou o Des. Claudionor Miguel Abss Duarte. Antes de recepcionar o novo presidente do TJMS, ele mencionou que no período em que exerceu a Presidência, o Des. Paschoal demonstrou raro pendor administrativo, “sublinhado pelo caráter conciliador e pela capacidade laboral”. Pela O desembargador João Maria Lós nasceu em São José dos Campos, interior de São Paulo. Concluiu o curso de Direito na Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, em 1976. Como juiz de Direito da Comarca de Miranda, no Mato Grosso, ingressou na magistratura em maio de 1981. Pelo critério de antiguidade foi promovido a desembargador em junho de 1997, para o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, onde foi vice-presidente no biênio 2005/2006. Também foi membro substituto do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul, instituição na qual foi vicepresidente e corregedor regional eleitoral. MARÇO DE 2015 TOCANTINS DIVULGAÇÃO / TJTO POSSE DO DESEMBARGADOR RONALDO EURÍPEDES DE SOUZA celeridade dos julgamentos de processos, e deve continuar evoluindo. “É preciso reconhecer que a justiça palpável ao cidadão é aquela que se apresenta na sala de audiência, lá no Fórum, no 1º Grau, onde toda a esperança de solução do conflito é depositada. Por isso, meu enorme respeito aos magistrados e magistradas de 1ª Instância, verdadeiros agentes de transformação social. Sei que muito foi feito, Sei que muito ainda há por fazer.”, declarou o desembargador Ronaldo Eurípedes. O presidente agradeceu à Corte do Tocantins. “Registro a minha satisfação e sei da responsabilidade a mim confiada. Temos um Judiciário maduro, e vivenciar esse momento é muito relevante", afirmou. DIVULGAÇÃO / TJTO Dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo realizado, a fim de melhorar os serviços oferecidos à população pelo Judiciário, é a principal meta do desembargador Ronaldo Eurípedes, que foi empossado na presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins no dia 2 de fevereiro, em solenidade realizada no salão do Tribunal Pleno. Também tomaram posse os desembargadores Luiz Aparecido Gadotti, na vice-presidência, e Eurípedes Lamounier, na Corregedoria-Geral de Justiça. Participaram da cerimônia o governador do Estado, Marcelo Miranda, magistrados, servidores e demais integrantes do Judiciário local. Segundo o novo presidente do TJTO, nos últimos anos o Tribunal registrou um avanço na 67 PERFIL DO ONONONO NOVO PRESIDENTE Onon Mineiro de Ituiutaba, Ronalonnonono do Eurípedes de Souza onnonono nasceu em 16 de abril de 1961, e iniciou a vida profissional em 1980, após ser aprovado em concurso para o Banco do Brasil. É formado em Direito, pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, e começou a carreira jurídica atuando na advocacia privada, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional de Goiás, em 1992. Em 1996 se mudou para o Tocantins, onde trabalhou na advocacia por 20 anos, e fundou a Associação Tocantinense de Advogados. Chegou ao desembargo em 2012, escolhido em lista sêxtupla pela OAB/TO e lista tríplice pelo Tribunal Pleno do TJTO, e nomeado por Decreto Governamental. No período de 2013 a 2015 foi Vice Corregedor Geral de Justiça. MARÇO DE 2015 DIVULGAÇÃO / TJAP AMAPÁ PERFIL DA NOVA PRESIDENTE POSSE DA DESEMBARGADORA SUELI PEREIRA PINI decorrentes das Eleições Gerais. Durante a posse estiveram presentes magistrados, servidores, jornalistas e familiares da Desembargadora. Emocionada, a Magistrada agradeceu: “Chegar aqui é uma imensa conquista, e ser a primeira mulher a chegar ao Desembargo do Amapá completa ainda mais essa felicidade”. A desembargadora, que a partir de 1996 passou a trabalhar com a Justiça Itinerante, por via terrestre e fluvial, ressaltou que inicia a partir de hoje um desafio árduo em sua carreira, pois compor a Corte de Justiça de um Estado é uma grande responsabilidade, e ela destacou. “Vou trabalhar incansavelmente para não frustrar expectativas. A sociedade torceu para nós estarmos aqui, em especial por ser a primeira mulher que chega ao Tribunal de Justiça do Estado.” 68 DIVULGAÇÃO / TJAP A desembargadora Sueli Pereira Pini tomou posse na presidência do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP). Na mesma ocasião, o Juiz de Direito Mário Euzébio Mazurek assumiu o cargo de Juiz Membro Substituto do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá para o biênio 2012/2014. A escolha dos Juízes Membros, Substitutos e Suplentes do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá ocorre de acordo com a regra de antiguidade indicada pelo Tribunal de Justiça do Estado. O Pleno Tribunal Regional Eleitoral do Amapá é formado por 7 membros, sendo que sua composição é de 2 Desembargadores, 1 Juiz Federal, 2 Juízes de Direito Estaduais e 2 Advogados como Juízes da Classe dos Juristas. Todos exercem o mandato de 2 anos. Compete ao Pleno Tribunal Regional Eleitoral do Amapá julgar as ações Nascida no Estado do Amapá, em 1960, a desembargadora Sueli Pereira Pini se formou em Direito pela Universidade Estadual de Londrina (PR), aos 22 anos. Logo após a formatura, se mudou para Rondônia, onde trabalhou como advogada durante dois anos, sendo aprovada em concurso público para o cargo de Procuradora, ficando à frente da Procuradoria do Contencioso. Chegou à magistratura no Estado do Amapá em 1991, como titular da Vara Criminal na capital, Macapá. Coordenou o Juizado Especial Cível e Criminal da Capital. É juíza de Direito desde 1991, e já atuou como diretora do Fórum dos Juizados Virtuais da Comarca de Macapá; titular do Juizado Especial da Fazenda Pública da Comarca de Macapá; Coordenadora dos Juizados Especiais Cível e Criminal da Comarca de Macapá; presidente do Fórum Nacional dos Juizados Especiais (Fonaje). MARÇO DE 2015 RORAIMA DIVULGAÇÃO / TJRR POSSE DO DESEMBARGADOR ALMIRO PADILHA Temos que dar continuidade ao trabalho desempenhado pela desembargadora Tânia, e procurar tornar o Judiciário ainda mais transparente para que a sociedade acompanhe o que nós estamos fazendo”. Em seu pensamento, para se ter um Judiciário célere é preciso haver uma conscientização de todos os atores, não só dos magistrados: “O Judiciário é composto não só de magistrado, mas de um conjunto de atores. Tem que haver uma conscientização e é isso que eu vou procurar trabalhar com eles. Precisamos diminuir o sofrimento de quem espera há anos o resultado de um julgamento”, disse. Seu desejo é, junto com a equipe de magistrados e servidores, alcançar o 1º lugar no ranking do Índice de Produtividade Comparada (IPCJus), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). DIVULGAÇÃO / TJRR A nova diretoria do Tribunal de Justiça de Roraima, composta pelos desembargadores Almiro Padilha, como presidente, Ricardo Oliveira, como vice-presidente, e Tânia Vasconcelos Dias como Corregedora-Geral de Justiça, foi empossada para o biênio 2015/2017 no último dia 30 de janeiro, no auditório do Fórum Advogado Sobral Pinto. Tomaram posse. A eleição foi feita em 1º de dezembro de 2014 e todos tiveram votação unânime. Em discurso, o desembargador Almiro Padilha afirmou que, receber a presidência do Tribunal de Justiça de Roraima das mãos da desembargadora Tânia Vasconcelos Dias, era uma missão difícil e fácil ao mesmo tempo. “Difícil porque seremos sempre confrontados com a gestão que ela fez. E fácil porque receberemos tudo organizado e preparado para novas conquistas”, disse. “Os desafios são poucos. 69 PERFIL DO NOVO PRESIDENTE Almiro Padilha é natural de Júlio de Castilho - ONONONO RS. Formou-se Onon em Ciência Jurídica e Social pela onnonono Unicruz - Universidade de Cruz onnonono Alta - RS, em 1988. Chegou em Roraima em 01/12/1990. Atuou na advocacia de 1990 a 2001. Foi presidente da OAB/RR por três vezes (1993/1994; 1995/1997; 2001). Tomou posse no cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Roraima em setembro de 2001. Presidiu a Associação dos Magistrados de Roraima Amarr, no biênio 2002/2005. Foi vice-presidente/corregedor do Tribunal Regional Eleitoral-TRE/ RR, no biênio 2005/2006. Foi presidente do TRE nos anos de 2007/2008. Presidiu o Tribunal de Justiça no biênio 2009/2011. Foi Corregedor Geral de Justiça por duas vezes (2003/2005 e 2011/2012). Foi vice-presidente do TJRR. É doutorando em Direito Privado, na Universidade Del Museo Social de Buenos Aires Argentina. MARÇO DE 2015 HOMENAGEM AOS PRESIDENTES COLÉGIO PERMANENTE DESTACA A CONTRIBUIÇÃO DE EX-DIRIGENTES DOS TRIBUNAIS DOS ESTADOS PELA EXCELÊNCIA NA GESTÃO E PELO TRABALHO EM PROL DO FORTALECIMENTO DA MAGISTRATURA Não seria justo de nossa parte – nós que sempre defendemos a Justiça! - ficar omissos no momento em que nada menos que 15 desembargadores encerram seus mandatos à frente de seus respectivos Tribunais, sem deixar registrado o mais eloquente agradecimento da Comissão Executiva do Colégio Permanente de Presidentes ao excelente trabalho desenvolvido com competência e solidariedade! As lutas travadas na defesa das principais teses que defendemos, demonstrando a nossa força e união, não teriam o mesmo vigor e resultados sem a partici- pação de todos e de cada qual! A despedida, no momento, cinge-se à função! Como em nossa tradição, lembrando os versos da canção popular, “amig os para sempre é o que nós iremos ser”. Boa sorte, amigos(as) desembargadores(as)! Desa. Leila Maria Carrilo C R Mariano (RJ) Desa. Luzia Nadja Guimarães Nascimento (PA) Des. Ney Teles de Paula (GO) Des. Orlando de Almeida Perri (MT) Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido (CE) Desa. Maria de Fátima Moraes Cavalcanti (PB) Des. Aderson Silvino de Souza (RN) Des. José Carlos Malta Marques (AL) Des. Cláudio Dinart Déda Chagas (SE) Des. Guilherme Luiz Gomes (PR) Des. Roberto Barros dos Santos (AC) Des. Paschoal Carmello Leandro (MS) Des. Ângela Maria Prudente (TO) Des. Luiz Carlos Gomes dos Santos (AP) Des. Tânia Maria V Dias de Souza Cruz (RR) 70 MARÇO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS RIBAMAR PINHEIRO TJMA DEFINE PROJETO DE SEDE DA CASA DA CRIANÇA TRIBUNAL TAMBÉM APRESENTA A PLANTA DA FUNDAÇÃO DA CIDADANIA. PROJETOS CONTEMPLAM INSTITUIÇÕES MANTIDAS PELO PODER JUDICIÁRIO PARA ASSISTIR CRIANÇAS E JOVENS SOB A CUSTÓDIA DA JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO. A presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), desembargadora Cleonice Freire, apresentou no dia 13 de fevereiro o projeto arquitetônico da obra das sedes da Casa da Criança Menino Jesus e da Fundação da Cidadania e Justiça, em construção no Bairro do São Francisco, em São Luís. Desenvolvido pela Diretoria de Engenharia do tribunal, o projeto foi mostrado à coordenadora especial da Infância e da Juventude, Lucileide Ribeiro Gonçalves, e à equipe técnica da Casa da Criança, instituição social mantida pelo Poder Judiciário que atende a uma clientela formada por crianças de até 3 anos de idade sob a custódia da Justiça estadual. O espaço contempla, em dois pavimentos, auditório, dormitórios, berçários, fraldário, refeitório, farmácia, brin- quedoteca, sala de estudos e de oficinas profissionalizantes e quadra para a prática de atividades esportivas e de lazer, lavanderia, copa e cozinha, além de gabinetes para serviços administrativos. Conta, ainda, com área para estacionamento com guarita de segurança e horta. A desembargadora orientou a equipe sobre a realização das atividades da área da infância e da juventude previstas para 2015 e convidou a equipe da Casa da Criança para visitar o canteiro de obras. "Já demos início às obras visando à concretização, este ano, desse projeto grandioso, que é voltado não apenas para as crianças assistidas pela Casa da Criança, mas também para os jovens das instituições de abrigamento do estado e do município", disse a presidente do TJMA. 71 NOVO ESPAÇO A presidente mostra o projeto das sedes da Fundação da Cidadania e da Casa da Criança. MARÇO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS FOTOS: TJTO / DIVULGAÇÃO COMARCA DE ARAGUAÍNA AVANÇA NA DIGITALIZAÇÃO VARA DE COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DO MUNICÍPIO, NO TOCANTINS, TEM 100% DE PROCESSOS DIGITALIZADOS. JUÍZA COORDENADORA DIZ QUE AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS AUMENTAM A TRANSPARÊNCIA DO TRÂMITE PROCESSUAL. Um total de 1.960 processos que tramitam na Vara de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, na Comarca de Araguaína (TO), já está digitalizado. Com esse número, todo o acervo físico remanescente da Vara está 100% em meio eletrônico. O trabalho de digitalização mobilizou 22 pessoas, sendo sete servidores da Comarca e 14 estagiários. Destes, dois são estagiários da própria Vara de Combate à Violência Doméstica, sete do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFTO), três cedidos pelo gabinete do juiz Kilber Correia Lopes, dois voluntários. A equipe contou com o apoio de uma policial militar. A titular da Vara, juíza Cirlene Maria de Assis Santos Oliveira, coordenadora dos trabalhos, disse que a digitalização dos processos também contribui para melhorar a divulgação dos atos do Poder Judiciário. Segundo ela, a digitalização permite à Justiça se conectar com as inovações tecnológicas, aumentando a transparência do trâmite processual e valorizando a sustentabilidade, ao reduzir o consumo de papel, tinta e outros insumos. Com todos os processos digitalizados os prédios ganham mais espaço físico, melhorando o ambiente para os servidores. Estes, ainda conforme a juíza, ampliam a produtividade por não perderem mais tempo com “tarefas repetitivas, e os jurisdicionados, advogados e demais partes podem acompanhar seus processos de forma transparente e segura, sem ônus de ter que comparecer aos fóruns”. 72 SEGURANÇA Funcionários trabalham na digitalização de processos, em Araguaína. Inovação reduz consumo de papel e tinta. MARÇO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS DECISÃO BENEFICIA FAMÍLIA HOMOAFETIVA MAGISTRADO AUTORIZA CERTIDÃO DE NASCIMENTO COM OS NOMES DO PAI E DE DUAS MÃES. REGISTRO ATENDE A RECURSO IMPETRADO PELAS AUTORAS DA AÇÃO, APÓS DECISÃO EM CONTRÁRIO NA 1ª INSTÂNCIA DO JUDICIÁRIO GAUCHO. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul concedeu o direito à multiparentalidade a uma criança que nasceu em uma família homoafetiva. Um casal de mulheres, que mantém uma união estável desde 2008, foi autorizado pela Justiça a registrar a filha com os nomes das duas mães e do pai. O relator do processo, juiz de Direito José Pedro de Oliveira Eckert, convocado ao Tribunal de Justiça, atendeu ao recurso impetrado pelas duas autoras da ação, após decisão em contrário na 1ª Instância, e autorizou que na certidão de nascimento da criança conste a tripla filiação. O casal de mulheres, quando decidiu ter um filho pelo método natural, recorreu a um amigo. Uma das mulheres e o amigo são os pais biológicos da criança. Mas como os três acompanharam efetivamente os nove meses de gestação, o casal decidiu apelar à Justiça para que na certidão de nascimento fossem colocados os nomes das duas mães e do pai. Em 1ª Instância foi considerada a “impossibilidade jurídica do pedido”. No entanto, o casal recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça. “As duas mulheres e o homem são efetivamente mães e pai da criança, pois gestaram e nutriram, em conjunto, o projeto de prole, não sendo lícito desconsiderar o vínculo de casamento entre as duas mães e a paternidade, tanto biológica como afetiva do pai, lançando mão da proteção especial que o Direito das Famílias atual deve dar às relações fundadas no afeto e na condição individual do ser humano, de rigor o reconhecimento da multiparentalidade e a consequente retificação do registro civil da criança”, afirmou o relator, que concluiu, após a análise do caso, que no âmbito do Direito das Famílias não há impossibilidade jurídica para atender ao pedido do casal, mesmo diante da inexistência de lei específica sobre o tema. Sobre a possibilidade de a decisão causar problemas psicológicos à criança, o juiz José Pedro de Oliveira Eckert argumentou que “no tocante à filha recém-nascida não se cogita qualquer prejuízo, muito pelo contrário, haja vista que essa criança terá uma rede de afeto ainda mais diversificada a amparar seu desenvolvimento”. O voto do relator pela concessão do pedido ao casal foi acompanhado pelos desembargadores Luiz Felipe Brasil Santos e Alzir Felippe Schmitz. (Com informações de Sérgio Trentini). AVOLORE / SXCHU 73 MARÇO DE 2015 PELOS TRIBUNAIS DIVULGAÇÃO / TJPA PROJETO GARANTE ACESSO À HISTÓRIA DO ADOTADO DESDE ABRIL DE 2014, O PROGRAMA CONHECENDO MINHA HISTÓRIA, DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ (TJPA), JÁ DIGITALIZOU QUASE 900 PROCESSOS DE ADOÇÃO EM NOVE COMARCAS. TRABALHO SERÁ AMPLIADO EM 2015. Garantir ao adotado o direito de conhecer e ter acesso a sua origem biológica é um dos objetivos do projeto Conhecendo Minha História. Institucionalizado em abril do ano passado, o projeto já digitalizou quase novecentos processos de adoção em nove Comarcas do Estado do Pará. O Conhecendo Minha História foi elaborado pela Coordenadoria Estadual de Infância e Juventude (Ceij) do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), que o incluiu no Banco de Boas Práticas do Judiciário paraense. O Banco de Boas Práticas cataloga ideias e projetos de magistrados e servidores que resultem na melhoria da prestação jurisdicional. As Comarcas de Ananindeua, Aurora do Pará, Belém, Benevides, Marituba, Paragominas, São Miguel do Guamá, Santa Izabel do Pará e Santa Maria do Pará já dispõem dos processos de adoção e relacionados a eles de forma digitalizada. São 867 processos, cuja digitalização deverá ser concluída até o final do mês de fevereiro. A partir desta data, começarão a serem digitalizados os processos de Varas de Icoaraci, Mosqueiro, Barcarena, Abaetetuba, Moju, Tailândia, Goianésia, Breu Branco e Tucuruí. O objetivo é preservar as informações contidas nos processos de adoção, assim como nos documentos relacionados a eles, com a garantia de segurança no manuseio e armazenamento desses documentos. Integrante da equipe de elaboração do projeto, a servidora Maria José Chagas Torres, da Ceij, explica que os processos físicos já transitados em julgado e devidamente arquivados são captados junto aos arquivos das respectivas Comarcas e trazidos para o Arquivo Central de Belém após tramitação no sistema Libra. “No arquivo central são higienizados, digitalizados pela Divisão de Documentação e Arquivo e deverão ter a imagem gerada em pdf arquivada (guarda virtual) no sistema Libra. Os processos físicos ficarão, a princípio, arquivados no arquivo central de Belém”, esclarece. De acordo com projeto elaborado pela 74 DIVULGAÇÃO / TJPA AVANÇO Reunião do Ceij no TJPA. Digitalização facilita o trabalho e melhora a prestação de serviço jurisdicionais. MARÇO DE 2015 Ceij, a digitalização dos processos de adoção e os relacionados a eles traz ao Poder Judiciário do Pará o cumprimento de determinações legais, como as previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei nº 12.010/2009, a preservação de seu patrimônio processual e a disponibilização de novos serviços aos usuários da justiça. Além disso, possibilita às Varas da Infância e Juventude o controle do seu acervo e praticidade para acesso às informações e a eliminação do risco de perda de documentos. Para além do que prevê a legislação, quando se refere ao direito do adotado em conhecer sua origem biológica e sua história de vida, mas considerando também que os dados de uma instituição são patrimônios indeléveis, armazená-los e organizálos da melhor maneira possível é uma das prioridades do TJPA, trazendo benefícios não só para a própria instituição, mas para a sociedade. A servidora Maria José Torres afirma que o acesso é gratuito e deve ser solicitado pelo interessado, no caso o próprio adotado ou o representante legal, por meio de requerimento específico padronizado disponível no site do TJPA, diretamente às Varas com competência em Infância e Juventude. De acordo com a Ceij, a pessoa interessada solicitará cópia do processo por meio de requerimento específico dirigido ao juiz da Vara de Infância e Juventude que dará vistas ao Ministério Público. Após manifestação do órgão ministerial, se o pedido for feito à Vara onde tramitou o processo, o juiz deverá se manifestar, sendo a Secretaria da Vara responsável por providenciar a documentação de acordo com a manifestação do magistrado, transcorridos até 15 dias do ingresso do pedido. Caso o pedido seja feito em Comarca diversa da tramitação do processo, o juiz que o receber encaminhará solicitação à Vara de origem, considerando o caráter sigiloso do feito. O juiz da Vara de origem se manifesta- DIVULGAÇÃO / TJPA DIVULGAÇÃO / TJPA rá, sendo a Secretaria da respectiva Vara responsável por enviar a documentação à Vara demandante, de acordo com a manifestação do magistrado, transcorridos até 30 dias do ingresso do pedido do interessado. No total, 108 Comarcas serão atendidas pelo projeto Conhecendo o Minha História, que é capitaneada pela Ceij, dirigida pelo desembargador José Maria Teixeira do Rosário. (Will Montenegro / Coordenadoria de Imprensa do TJPA) 75 DIREÇÃO Acima, o desembargador José Maria Teixeira do Rosário, coordenador da Infância e Juventude do TJPA. No alto, reunião do Ceij no TJPA. MARÇO DE 2015 ACESSO ON-LINE A TODOS OS REGISTROS DE IMÓVEIS Com apenas um click em www.indisponibilidade.org.br já é possível fazer um rastreamento eletrônico em todos os cartórios de registro de imóveis do Brasil para localizar propriedades imobiliárias registradas no nome de determinada pessoa. O sistema já é utilizado por 13 Tribunais. Na Central Nacional de Indisponibilidade de Bens – CNIB, criada e regulamentada pelo Provimento Nº 39/2014, da Corregedoria Nacional de Justiça, o Magistrado ou assessor autorizado cadastra a Ordem de indisponibilidade que será acessada por todos os cartórios do país. Ao localizar titularidade de domínio ou outro direito real sobre imóvel em nome do atingido pela decisão judicial a indisponibilidade o registrador de imóveis averbará a constrição na matrícula e informará na própria CNIB os dados dos imóveis respectivos. Esses dados retornarão ao Juízo emissor da Ordem. A CNIB substituiu o antigo modelo de comunicações de indisponibilidades que era restrito às serventias do próprio Estado e que a partir da Central passaram a ter abrangência nacional, evitando a dilapidação do patrimônio do atingido, constituindo-se ainda em importante ferramenta no combate ao crime organizado e na recuperação de ativos de origem ilícita. No antigo sistema, as ordens de indisponibilidades percorriam um longo caminho até se tornarem efetivas com a averbação na matrícula do imóvel de propriedade da pessoa que teve seus bens atingidos por esse tipo de constrição judicial. A CNIB proporciona que a Ordem Judicial chegue em tempo real ao conhecimento de todos os Registros Imobiliários do país. A ineficácia do provimento judicial compromete não só a efetivação do direito buscado, no âmbito da lide, mas também abala a credibilidade do Poder Judiciário, perante a sociedade, para solução dos litígios, dado o sentimento geral de denegação da justiça e de restrição do acesso à jurisdição. O primeiro objetivo da CNIB é dar eficácia e efetividade às decisões judiciais e administrativas de indisponibilidades, divulgando-as em tempo real para Tabeliães de Notas, Oficiais de Registro de Imóveis e outros usuários do sistema. O segundo é dar segurança aos negócios imobiliários de compra e venda e de financiamento de imóveis, 76 Flauzilino Araújo dos Santos presidente da ARISP MARÇO DE 2015 bem como a outros negócios jurídicos, evitando-se, ademais, a multiplicação de embargos de terceiros e outras ações judiciais. A anulação de um negócio imobiliário ou de outra natureza acarreta prejuízos que atingem não só os vendedores, compradores e financiadores, mas todo o mercado, gerando alto custo social com ações judiciais, problemas de saúde, de família e outras consequências. Além dos negócios imobiliários a indisponibilidade de bens atinge todos os demais bens do indivíduo, sejam eles carros, barcos, aeronaves, quadros, joias, ações etc. Além disso, a partir do momento em que alguém está com seus bens indisponíveis, aquele que adquiri-los ou financiá-los, o fará por sua própria conta e risco. Na prática, a CNIB realiza verdadeiro rastreamento de todos os bens que o atingido pela indisponibilidade possui no território nacional. Todos os notários e registradores de imóveis do Brasil estão cadastrados na CNIB com dados do Sistema de Justiça Aberta do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A CNIB foi idealizada a partir de constatações feitas em inspeções realizadas pela Corregedoria Nacional de Justiça, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que as ordens de indisponibilidades de bens não chegavam ao conhecimento de todos os cartórios do país. Por isso, imóveis de propriedade de pessoas que haviam sido atingidas por decretos de indisponibilidades permaneciam como se estivessem absolutamente livres. E assim, eram vendidos ou financiados, envolvendo pessoas de boa fé que teriam, ao depois, de peregrinar por Juízos e "Todos os notários e registradores de imóveis do Brasil estão cadastrados na CNIB com dados do Sistema de Justiça Aberta do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)." 77 Tribunais a fim demonstrar que os gravames lhes eram ocultos. A CNIB foi desenvolvida pela ARISP conformidade com o Termo de Acordo de Cooperação Técnica CNJ Nº 084/2010, firmado em 14 de junho de 2010, e funciona como módulo da Central de Serviços Eletrônicos Compartilhados dos Registradores de Imóveis (www.registradores.org.br). O sistema é operado pela Associação dos Registradores Imobiliários de São Paulo - ARISP, com o apoio institucional do Instituto de Registro Imobiliário do Brasil – IRIB, sob acompanhamento da Corregedoria Nacional de Justiça. O Sistema permite também o acompanhando pelas Corregedorias Gerais de Justiça dos Estados no que se refere a utilização pelas serventias locais. Para mais informações acesse www.indisponibilidade.org.br. MARÇO DE 2015 HISTÓRIA A JUSTIÇA EM PERNAMBUCO NOMES E ATOS QUE MARCAM A SUA HISTÓRIA TEXTO: MICARLA XAVIER FOTOS: ASSIS LIMA E ARQUIVO TJPE O Tribunal da Relação da Província de Pernambuco foi instalado no dia 13 de agosto de 1822. Por meio de alvará, em 6 de fevereiro de 1821, Dom João VI determinou a sua criação, justificando-a com a citação de algumas dificuldades enfrentadas pelos habitantes de Pernambuco ao terem que recorrer judicialmente, até então, ao Tribunal da Relação da Bahia. A partir da instalação do seu tribunal, os pernambucanos não mais enfrentariam inconvenientes tais quais despesas excessivas, distância, interrupção do trabalho e, até mesmo, separação das suas famílias, para prosseguirem na busca de solução para as suas causas judiciais. Por sete décadas, este tribunal administrou a Justiça em terras pernambucanas, mediando os conflitos que 78 necessitavam de sua intervenção. Nesse período, a sua sede enfrentou constantes mudanças, funcionando, inicialmente, no antigo Colégio dos Jesuítas, localizado na antiga Praça XVII, hoje Praça da República; em seguida no antigo prédio do Erário, situado na mesma praça; passando a se instalar, posteriormente, no andar superior da Cadeia Pública, na Rua da Cadeia – MARÇO DE 2015 IMAGEM antiga do Palácio da Justiça de Pernambuco hoje Rua do Imperador –, onde funcionou até a sua extinção, em 1892. Em cumprimento à Constituição Federal, promulgada em 24 de fevereiro de 1891, o Tribunal da Relação deu passagem ao novo modelo republicano de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), criado por lei estadual. Em sua primeira década de existência, o STJ teve como presidentes os desembargadores Gervásio Pires, Francisco Correia de Andrade e Manoel do Nascimento Fonseca Galvão. Funcionou até o advento da Constituição Federal de 1934, quando foi denominado Corte de Apelação. Com a decretação do Estado Novo e a Constituição de 1937, o mesmo passou a ser chamado de Tribunal da Apelação, permanecendo assim até o ano de 1946, quando foi constituído como Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). 79 “Este livro há de servir para nelle se lavrar a Acta da Abertura da nova Relação, mandada instalar nesta Villa do Recife e Província de Pernambuco, por Carta Régia de S.A.R., o Príncipe Regente Constitucional e Defensor Perpétuo do Reyno do Brasil, de 2 de junho do anno corrente, assim como prova os termos dos lavramentos e posse do Chanceler, e mais Desembargadores que foram empregados na mesma Relação. Vai por mim numerado erubricado com o meo acolhido prévio e tem no fim hum termo de encerramento. Recife aos 13 de agosto de 1822. Como Chanceler interino Antônio José Osório de Pina Leitão”. Termo de Abertura do Livro de Atas do Tribunal da Relação da Província de Pernambuco, lavrado por seu primeiro presidente, desembargador Antônio José Osório de Pina Leitão. O documento marca o início da história do TJPE. MARÇO DE 2015 NO PALÁCIO da Justiça de Pernambuco, os amplos pátios caracterizam uma arquitetura exuberante Palácio da Justiça de Pernambuco Adentrar no Palácio da Justiça de Pernambuco é passear majestosamente em seu passado; é como saborear as madeleines proustianas e vislumbrar a história de sua edificação. Sua pedra fundamental foi lançada no dia 2 de julho de 1924 pelo governador do Estado e juiz federal, Sérgio Loreto, durante as comemorações do primeiro centenário da Confederação do Equador. A inauguração do novo prédio aconteceu no dia 7 de setembro de 1930, na gestão do governador Estácio Coimbra, que, no ano de 1927, sucedeu a Sérgio Loreto. Na ocasião, o Judiciário pernambucano era presidido pelo desembargador Bellarmino Gondim. O projeto escolhido para a obra do Palácio da Justiça foi de autoria de Giácomo Palumbo - arquiteto italiano formado pela Escola de Belas Artes de Paris - com colaboração de Evaristo de Sá. O local escolhido para a edificação do palácio – o bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife - está intimamente rela80 cionado com a história do Estado de Pernambuco. Válido é ressaltar que aquela área pertenceu ao Palácio Friburgh, conhecido como o “Palácio dos Despachos de Maurício de Nassau”. Para a construção do novo prédio, houve a necessidade de demolir a antiga ala das enfermarias do Convento de Santo Antônio e o prédio do 2º Batalhão da Força Pública, situado defronte a Praça da República. A demolição deste último fez com que um novo quartel fosse construído no bairro do Derby. MARÇO DE 2015 CÚPULA e esculturas do Palácio: imponência simbólica PILARES coríntios revelam influência da arquitetura greco-romana O edifício-sede do TJPE marca a paisagem do Recife por sua relevância arquitetônica. A presença de certos elementos na sua composição arquitetônica como, por exemplo, os frisos greco-romanos e os pilares coríntios, encimados por capitéis jônicos, fazem com que o prédio possa ser classificado como um dos mais belos representantes da arquitetura eclética em Pernambuco. Considerado, por muitos profissionais e estudiosos, como uma das últimas edificações, em seu porte, no Estado. Com uma área de 2.506 metros quadrados, o palácio possui três pavimentos, além da cúpula, que abriga mais dois. A fundação do prédio passou por um difícil processo, devido à constituição do terreno, situado numa área de mangue. Outrora, em suas proximidades, havia um braço de rio que fora aterrado no período da presença holandesa em Pernambuco (1630-1654). A parte central do prédio foi reforçada, em sua fundação, com 12 pilastrões, que têm como intuito distribuir o peso da cúpula. A fachada principal do Palácio da Justiça é adornada por dois conjuntos de esculturas, que representam a Justiça e a Ciência do Direito, executadas pelo escultor pernambucano Bibiano Silva, sob orientação de A. Freyhoffer. Bibiano também executou os bustos de Paula Batista e Gervásio Pires, dois nomes importantes na história da Justiça pernambucana, localizadas na entrada da Sala dos Passos Perdidos. 81 MARÇO DE 2015 O CONJUNTO de vitrais do alemão Heinrich Moser está entre as obras de arte de reconhecimento internacional Vitrais O conjunto de vitrais que enriquecem o Palácio da Justiça foi criado pelo alemão Heinrich Moser, que veio ao Recife, em 1910, para desenvolver projetos arquitetônicos do novo prédio da Casa Alemã, na Rua Barão de Vitória, hoje Rua Nova. Também desenhista, Moser marcou Pernambuco com a sua sensibilidade artística. No vestíbulo da sua escadaria principal, há a representação da cena do primeiro Parlamento Democrático em terras americanas, convocado pelo conde Maurício de Nassau. Esses vitrais são compostos de três janelas, cada uma com cinco quadros. A obra é conhecida e aclamada não apenas no Brasil. Foi apresentada na Holanda, no Siegener Zeitung, em 3 de junho de 1955, e também no catálogo da Exposição Johann Moritz Von Nassau-Siegen, em 1979, no transcurso do terceiro centenário da morte de 82 Maurício de Nassau. Heinrich Moser executou, ainda, outro belo trabalho na Sala Desembargador Antônio de Brito Alves, onde, por muito tempo, funcionou o Tribunal do Júri do Recife, no qual atualmente se reúne o Tribunal Pleno do TJPE. Ali, Moser retratou, em 1934, a representação da Justiça, um óleo sobre tela que mede 3,10 x 2,50 m, assentada ao fundo da sala e considerada uma das mais expressivas alegorias da Justiça. MARÇO DE 2015 Mobiliário Os luxuosos móveis da sede do TJPE foram projetados pelo arquiteto M. Noziéres, após a inauguração do prédio, em 7 de setembro de 1930. As peças foram executadas pelas Casas Leandro Martins e Cia., do Rio de Janeiro e artisticamente entalhadas com o intuito de rememorar o antigo Tribunal da Relação de Pernambuco. “Esta casa bem que se poderá chamar o Templo da Justiça. E que haverá sobre a terra que mais mereça um templo? A Justiça é a mais pura faculdade do espírito humano”. Antônio Carneiro Leão, Secretário da Justiça, na ocasião da inauguração do Palácio da Justiça de Per nambuco, em 7 de setembro de 1930. “O nosso Palácio da Justiça é, incontestavelmente, um verdadeiro monumento de arte”. Trecho de matéria veiculada no Jornal Pequeno do Recife, em 08.09.1930, referente à inauguração do Palácio da Justiça. 83 MARÇO DE 2015 O PRÉDIO do Palácio passou por mudanças para se adaptar aos padrões contemporâneos sem perder seus traços históricos O Palácio da Justiça hoje Da data de sua inauguração até os dias atuais, o Palácio da Justiça passou por diversas mudanças. Um dos exemplos refere-se à Sala de Casar, onde aconteciam os casamentos civis, que cedeu o espaço ao Salão Nobre. Para facilitar a circulação dos magistrados, servidores e usuários da Justiça, o principal acesso deixou de ser efetuado pela fachada central, voltada para a Praça da República, passando a ser feito pela fachada lateral, situada na Rua do Imperador. Ressalta-se, também, a colocação de uma nova ordem de colunas nos dois pátios in- ternos. No período de gestão dos desembargadores José Ferraz Ribeiro do Valle, Mauro Jordão e Luís Belém de Alencar, à frente da presidência do TJPE, respectivamente, as mudanças contemplaram a substituição das lâmpadas holandesas do Salão Nobre por outra iluminação mais moderna, sem, para isso, descaracterizar o ambiente; nova pintura na entrada principal; cessão de espaço no segundo pavimento para abrigar as câmaras criminais, para as quais foram confeccionados móveis semelhantes aos do pavimen84 to inferior; restauração das redes de eletricidade e telefonia; instalação do Tribunal Pleno, composto pelos 49 desembargadores da Corte, no salão que antes abrigava o Tribunal do Júri do Recife, transferido, por sua vez, para o Fórum Thomaz de Aquino Cirylo Wanderley, que também é sede da Corregedoria Geral da Justiça. A gestão do desembargador Waldemir Oliveira Lins como presidente do TJPE, dentre outras realizações, trouxe um novo projeto de cores para o palácio. Para tanto, contou com um programa gráfico de informática, através do MARÇO DE 2015 VISTA aérea do Palácio da Justiça de Pernambuco qual foram desenhadas, por meio de um levantamento arquitetônico, todas as fachadas do prédio, aplicando-se, posteriormente diversas propostas de cores. A escolha final recaiu para tons derivados do ocre, indo da cor bege até a marrom, levando-se em conta as cores de outros edifícios construídos no mesmo estilo. Na oportunidade, o TJPE contou com o apoio técnico da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, que preserva os prédios tombados em âmbito estadual, bem como da empresa Coral, que não apenas forneceu o material, mas o suporte necessário no tocante aos cuidados que antecediam a aplicação da tinta. A iluminação externa do palácio também foi efetivada com o intuito de destacar e valorizar o prédio no período noturno. Para a execução, o TJPE contou com a parceria da empresa Philips do Brasil, que doou todo o equipamento necessário para a concretização do projeto. Os vitrais de Heinrich Moser também foram restaurados e o trabalho compreendeu o desmonte, a lavagem e a remontagem de toda a obra, com a colaboração da Fundação 85 Banco do Brasil. O Palácio da Justiça continua sendo admirado pela população pernambucana e pelos turistas que visitam a cidade do Recife. Sua constante restauração só demonstra o quanto esta obra é valorizada pelos magistrados que vêm presidindo o TJPE. Sua majestosa edificação é um patrimônio edificado na história pernambucana, abrigando consigo um significativo acervo de arte e, principalmente, cumprindo a sua função de fortaleza para as justas decisões - obra maior do Poder Judiciário de Pernambuco. MARÇO DE 2015 COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO Des. Frederico Ricardo de Almeira Neves PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO Des. Leopoldo de Arruda Raposo 1º VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO Des. Fernando Eduardo de Miranda Ferreira 2º VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO Des. Eduardo Augusto Paurá Peres CORREGEDOR GERAL Des. Frederico Ricardo de Almeira Neves Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (2014-2016) Jones Figueirêdo Alves Fausto de Castro Campos José Fernandes de Lemos Francisco Manoel Tenório dos Santos Bartolomeu Bueno de Freitas Morais Cláudio Jean Nogueira Virgínio Jovaldo Nunes Gomes Nivaldo Mulatinho de Medeiros C. Filho Fernando Eduardo de Miranda Ferreira Antônio Carlos Alves da Silva Frederico Ricardo de Almeida Neves Francisco Eduardo Gonçalves Sertório Canto Eduardo Augusto Paurá Peres José Ivo de Paula Guimarães Leopoldo de Arruda Raposo Josué Antônio Fonseca de Sena Marco Antônio Cabral Maggi Agenor Ferreira de Lima Filho Roberto Ferreira Lins Itabira de Brito Filho Adalberto de Oliveira Melo Alfredo Sérgio Magalhães Jambo Antônio Fernando Araújo Martins Roberto da Silva Maia Luiz Carlos de Barros Figueiredo Jorge Américo Pereira de Lira Cândido José da Fonte Saraiva de Moraes Erik de Sousa Dantas Simões Alberto Nogueira Virgínio Stênio José de Sousa Neiva Coêlho Ricardo de Oliveira Paes Barreto André Oliveira da Silva Guimarães Fernando Cerqueira Norberto dos Santos Odilon de Oliveira Neto Gustavo Augusto Rodrigues de Lima Rafael Machado da Cunha Cavalcanti Antônio de Melo e Lima Itamar Pereira da Silva Júnior Francisco José dos Anjos Bandeira de Mello Evandro Sérgio Netto de Magalhães Melo Antenor Cardoso Soares Júnior Daisy Maria de Andrade Costa Pereira José Carlos Patriota Malta Eudes dos Prazeres França Alexandre Guedes Alcoforado Assunção Carlos Frederico Gonçalves de Moraes Eurico de Barros Correia Filho Fábio Eugênio Dantas de Oliveira Lima Mauro Alencar de Barros 86 LUTA DE TODOS. E DE TODAS. LUTA DE TODOS. E DE TODAS. Chega de violência! Chega de violência! 8 de março. 8 de março. Dia Internacional da Mulher. Dia Internacional da Mulher. GRIFFO GRIFFO Secretaria de Justiça e Direitos Humanos Secretaria de Justiça e Direitos Humanos