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Transcrição

- cerpch
Editorial
3
Espaço Aberto
Geraldo Lúcio Tiago Fº*
O Centro Nacional de Referência em Pequenos Aproveitamentos
Hidroenergéticos (CERPCH) tem como missão a promoção, divulgação e
difusão de referências em pequenas centrais hidrelétricas. Os primeiros
resultados de nosso esforço foram a consolidação do site, do boletim eletrônico
disponibilizado via internet e, principalmente, a edição da revista PCH Notícias
& SHP News. Desde sua criação, estes veículos sempre foram editados com
muito esforço, dedicação e responsabilidade.
A revista é composta por diferentes seções de modo a contemplar matérias
jornalísticas, artigos técnico-científicos, avaliados por um comitê editorial
científico, espaço empresarial e um espaço onde o leitor e o internauta podem
expressar suas idéias e opiniões.
Com o objetivo de criar um diferencial estilístico para a revista, optouse por apresentar as matérias jornalísticas de uma maneira leve, porém com
abordagem séria, técnica e ética. Dessa forma, ao longo do tempo, as charges
foram incorporadas à revista. E, embora feitas com limitações artísticas,
inerentes ao autor, elas vieram compor a identidade da PCH Notícias & SHP
News. As charges são apresentadas com o objetivo de fazer uma crítica bem
humorada e destacar as dificuldades e situações peculiares do setor energético,
ocorridas no período em que a revista é publicada. Nesse sentido, de maneira
alguma, teve-se a intenção de prejudicar ou ridicularizar quem quer que seja.
O uso das charges se deu em função das sugestões e recomendações feitas
por nossos leitores e da própria equipe de edição da revista. Jamais foi imposta.
Sempre estivemos e estaremos abertos às opiniões e críticas de nossos
leitores e as receberemos com humildade. Conforme a opinião da jornalista
responsável pela PCH Notícias & SHP News, Fabiana Gama Viana: “acho
muito importante que estejamos recebendo críticas e felicitações pela nossa
revista. Temos recebido inclusive críticas em detalhes em relação aos artigos
técnicos. Isso é fundamental para a nossa sobrevivência, pois o nosso feedback
tem sido presente, o que nos mostra que os nossos leitores têm lido, muito
atenciosamente, a revista. Fico feliz, pois o fato de conseguir fazermos nossos
leitores se expressarem mostra que eles consideram a revista não como um
encarte bem diagramado, mas sim um espaço para discussão e colocação de
idéias de forma democrática. Graças ao esforço da equipe do CERPCH, estamos
conseguindo ganhar espaço e conquistar o respeito dos pesquisadores da área.
Por isso, não temos que nos ofender com críticas. Elas sempre serão bem
vindas”, ou seja, como se pode concluir, ao editor não pode impingir a caricatura
de ditador.
A ocorrência de muitos desenhos e fotos atribuídas ao editor se dá
principalmente em função de limitações em recursos humanos e financeiros.
Quem sabe possamos no futuro contar com uma equipe maior e mais eclética
para trabalhar com um grau elevado de profissionalismo no material de ilustração
da revista.
Free Space
Trad. Adriana Candal
CERPCH’s (National Center of Reference for Small Hydropower
Plants) mission is the promotion and dissemination of references
about small hydropower plants. The first results of our efforts were the
consolidation of our Internet site, and mainly the magazine PCH
Notícias & SHP News. Since their creation, these media have always
been edited with great effort, dedication and responsibility.
The magazine is composed by different sections, so that it is
possible to include journalistic articles, techno-scientific articles (which
are evaluated by a scientific editorial committee), a business section
and a segment where the readers may express their ideas and opinions.
Aiming at creating a stylistic differential for the magazine, the
choice was to present journalistic articles in a lighter way, but with a
serious, technical and ethical approach. This way, the cartoons became
part of PCH Notícias & SHP News . Although they present artistic
limitations, which are inherent to the author, they are part of the
magazine’s identity. They are presented in order to make a wellhumored criticism and highlight the difficulties and peculiar situations
of the energy sector. Our intention has never been to harm or ridicule
anybody.
The use of cartoons was a suggestion given by our readers and
by the magazine staff. It has never been imposed.
We have always been and will always be willing to receive
suggestions and criticisms from our readers and we will receive them
humbly. Fabiana Gama, the journalist who is responsible for the
PCH Notícias & SHP News, said, “I think it is important to receive
criticisms and compliments regarding the magazine. We have been
receiving detailed criticisms in relation to the technical articles. This
is mandatory for our survival. Having this kind of feedback shows us
that our readers are actually reading our magazine carefully. I am
happy about this. The fact that we can get our readers to express
themselves shows that they consider the magazine not as a wellformatted folder, but a space that is open for discussions where you
can democratically express your ideas. Thanks to the effort of the
CERPCH’s team we have been gaining more space and the respect of
the researches that work in this area. So, we will not be offended by
criticisms. They are always welcome.” As you can see, the editor
cannot be cartooned as a dictator.
The reason why there are so many drawings in the magazine is
the limitation in human and financial resources. Maybe, in the future,
we can rely on a larger and more eclectic staff to work at a higher
level of professionalism on the illustrations of the magazine.
*Editor da PCH Notícias & SHP News
Sumário / Contents
PCH Notícias & SHP News
Editorial
Curso de Agroenergia / ‘Agro-Energy’ Course
PAEDA
Agenda
Comercialização / Comercialization
Incentivo / Encouragement
Artigos Técnicos / Technical Article
Espaço CERPCH / CERPCH’s Space
Parceria / Partnership
Painel do Leitor / Reader’s Painel
Projeto / Project
Energia no Mundo / Energy in the World
Espaço do Internauta / Internet Room
Patrimônio / Heritage
Cooperação / Cooperation
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Curso de Agroenergia / ‘Agro-Energy’ Course
4
Curso de Agroenergia
Formatura da terceira turma do Curso de Agroenergia
Crianças da zona rural recebem certificado de conclusão do Curso
Camila Rocha Galhardo
Acelerar o processo de aprendizagem nas
Graduation of the third class of the ‘Agro-energy’ Course
comunidades rurais no que diz respeito às fontes
alternativas de energia. Esta foi a sistemática da
Children who live in the rural area receive course certificate
terceira edição do Curso de Agroenergia, uma
Trad. Adriana Candal
iniciativa do CERPCH, da UNIFEI e da Prefeitura
Municipal de Itajubá (MG). O Curso, que
and electric engineers, an agronomist, an
Accelerating the learning process in rural
aconteceu de 04 de Agosto de 2003 a 18 de
economist and pedagogue and a work
communities regarding the use of alternative
Novembro do mesmo ano na PCH Luiz Dias, foi
security technician).
sources of energy. This was the idea of the third
voltado para crianças da zona rural.
This class had 23 students between 10
‘Agro-energy’ Course, an initiative of the
A terceira edição do Curso de Agroenergia
and 12 years old. They are all students of
CERPCH (National Center of Reference for
tornou-se possível a partir do apoio do Ministério
Ana Junqueira Ferraz Municipal School in
Small Hydropower Plants), UNIFEI (Federal
de Minas e Energia, através do convênio que prevê
Itajubá. The school is located near Luiz Dias
University of Itajubá) and the City Hall. The
a implantação do Parque de Alternativas
SHP.
course that took place at Luiz Dias SHP between
Energéticas para o Desenvolvimento AutoLearning
August 4th and November 18th was targeted at
Sustentável (PAEDA). Com o apoio, puderam
During this course, it was observed a
children from the rural areas.
ser disponibilizadas bolsas-auxílio de R$ 20 para
significant improvement in the student’s
This edition of the course was possible
complementar a renda familiar dos participantes.
learning process. “Many of them didn’t like
thanks to the support that came from the
O Curso
to study, but the application of theory through
Ministry of Mines and Energy through an
O Curso de Agroenergia teve carga horária
practical classes made it possible for us to see
agreement that forecasts the implementation
de 300 horas, divididas em 10 módulos, por meio
the children’s motivation”, said the
of the PAEDA (Park of Energy Alternatives for
dos quais os alunos adquiriram noções de meioPedagogical Coordinator of the Course,
Self-Sustained Development). With this support,
ambiente, fontes alternativas de energia (eólica,
professor Eliane Framil.
grants of R$ 20.00 were given to the students
solar, biomassa e hidráulica), além de
The first class of the ‘Agro-energy’
in order to help their families’ income.
conhecimentos na área de petróleo, segurança no
Course graduated in 2000. Since its creation,
The Course
trabalho e sistemas energéticos integrados. As aulas
the course consists of sharing knowledge
The ‘Agro-energy’ Course lasted 300 hours
foram ministradas por alunos de pós-graduação
among parents and children in order to
that were divided in 10 modules. The students
da UNIFEI e outros profissionais (engenheiro
promote a better use of renewable sources of
were given basic notions of environment,
florestal, ambiental, agrônomo, mecânico,
energy at their properties, so that they can
Alternative sources of energy (wind, solar,
eletricista e civil, além do biólogo, economista e
stay in the country being able to enjoy a better
biomass and water energy). They also learned
pedagoga e um técnico em segurança do trabalho).
life. “It’s an honor to be able to collaborate
about petroleum, work security and integrate
A terceira turma do Curso de Agroenergia
with this dream,” concluded the Municipal
energy systems. The classes were given by
contou com vinte e três alunos, entre 10 e 12
Secretary of Education, Márcia Chiaradia,
UNIFEI’s graduate students and other
anos, da quarta série do ensino fundamental da
at the closing ceremony on December 17th.
professionals (forest, environmental, mechanic
Escola Municipal Ana Junqueira Ferraz, em Itajubá.
A escola fica nas imediações do sítio hidrológico
Tiago Fº / Camila Galhardo
da PCH Luiz Dias.
Aprendizado
Durante a terceira edição do Curso, o destaque
coube ao significativo crescimento no processo
de aprendizagem observado nos alunos. “Muitos
deles não gostavam de estudar, mas, com a
aplicação da teoria através de aulas práticas,
pudemos ver a motivação das crianças.”,
comemora a Coordenadora Pedagógica do Curso,
professora Eliane Framil.
O Curso de Agroenergia teve sua primeira
edição em 2000. Desde sua criação, ele consiste
em compartilhar os conhecimentos entre pais e
filhos para promover o melhor aproveitamento
das fontes renováveis de energia na propriedade
rural, visando à fixação do homem no campo, a
melhoria de sua vida, além da democratização da
informação. “É uma honra colaborar com este
sonho”, concluiu a Secretária de Educação de
Itajubá, Márcia Chiaradia, na cerimônia de
encerramento do Curso, em 17 de Dezembro de
Terceira turma do Curso de Agroenergia / Third class of the ‘Agro-energy’ Course
2003.
PAEDA
PAEDA
5
rico ambiente de aprendizado
Camila Rocha Galhardo
PAEDA
a rich environment for learning
Trad. Adriana Candal
Difundir as fontes renováveis de energia através de um centro de
inovação tecnológica. Este é o PAEDA - Parque de Alternativas Energéticas
Spreading the ideas of renewable sources of energy through a center
para o Desenvolvimento Auto-Sustentável. Iniciativa do CERPCH, em
of technological innovation. This is the PAEDA (Park of Energy Alternatives
parceria com a UNIFEI e a CEMIG, o PAEDA ocupa a área da PCH Luiz
for Self-Sustainable Development). Conceived by CERPCH (National Center
Dias, situada em Itajubá (MG).
of Reference for Small Hydropower Plants) in a partnership with UNIFEI
O parque se destaca por ser um projeto divulgador do uso das fontes
and CEMIG, the park will be located at Luiz Dias PCH area in Itajubá
alternativas. Atendendo os objetivos do convênio firmado com o Ministério
(MG).
de Minas e Energia, a proposta do PAEDA está em aproveitar os recursos
The park is a project whose aim is to spread the use of alternative
naturais existentes na PCH Luiz Dias para gerar energia elétrica, bombear
sources of energy. Meeting several of the objectives of the agreement signed
e aquecer água e produzir gás. O parque representa um rico ambiente de
with the Ministry of Mines and Energy, PAEDA’s proposal is to the natural
aprendizagem, além de ser um laboratório de pesquisa e desenvolvimento.
resources that can be found at Luiz Dias SHP to generate electric energy,
O PAEDA
pump and heat water and produce gas. In addition to being a research and
O PAEDA possui diversas bancadas
development laboratory, the park is a rich
Tiago Fº / Camila Galhardo
demonstrativas das mais diferentes formas
environment for learning.
de geração de energia, sejam elas
PAEDA
convencionais ou não-convencionais.
The park has several demonstrative
Essas bancadas são disponibilizadas para
workbenches of the most diverse forms of
alunos de graduação e pós-graduação das
generating energy, whether they are
Universidades conveniadas com o parque
conventional or not. These workbenches are
para o desenvolvimento de novos
available for undergraduate and graduate
equipamentos e metodologias para a
students attending the universities that have
geração, distribuição e consumo de energia
agreements with the park, so that new
com ênfase nas fontes alternativas.
equipment and methodologies for energy
Visitas
generation, distribution and consumption
O PAEDA disponibiliza um
focusing on alternative sources can be
cronograma de visitas para estudantes,
developed.
pesquisadores e professores da UNIFEI e
Visitation
de outras Universidades. O parque também
The park has a visitation schedule for
está aberto a extensionistas rurais,
students, researchers and professors coming
profissionais de empresas ligadas ao setor
from UNIFEI or other universities. The park
energético e alunos do ensino Casa de Máquinas da Usina Luiz Dias
is also open to farmers, professionals from
fundamental, médio e profissionalizante. Powerhouse - Luiz Dias SHP
companies related to the energy sector and
Os visitantes, em dia e horário
previamente marcados, fazem uma visita, acompanhados por monitores
treinados, às dependências do Parque e conhecem na prática as instalações
de painéis fotovoltaicos, coletor termo-solar, biodigestor, microcentral
hidrelétrica, monjolo, carneiro hidráulico, bomba de corda, aerogerador,
roda d’água, entre outras atrações. O roteiro ainda inclui projetos ambientais,
através da criação de canteiros com mudas de espécies nativas, projetos
paisagísticos e de reflorestamento, além de trilhas ecológicas na mata
nativa com espécimes da Mata Atlântica. A visita é finalizada com a
apresentação de palestras, vídeos e distribuição de cartilhas sobre
conservação de energia, geração de energia no campo e educação ambiental.
Cursos de Imersão
Em breve, serão disponibilizados no Parque cursos de imersão, voltados
para alunos do ensino médio das áreas urbanas. Os cursos terão uma duração
de dois a três dias e serão divididos em módulos relacionados aos temas:
meio ambiente, energias renováveis e desenvolvimento sustentável. Os
participantes, que ficarão alojados no próprio parque, contarão com uma
equipe de apoio formada por engenheiros, técnicos e monitores treinados.
Atualmente, o parque recebe em média 2500 visitas ao ano e, com a
conclusão das obras de expansão, estima-se para o próximo ano uma
média de 5000 visitas.
junior high and high school students.
The visitants, who must have a timetable previously set, go to a guided
tour around the park with trained guides. They can see the installation of
photovoltaic panels, thermal-solar collectors, a biodigester, a microhydropower plant, a water mill, a hydraulic ram pump, a rope pump, wind
turbine, a water wheel, among other attractions. The tour also includes
environmental projects through the creation of beds with seedlings of native
trees, landscape and reforestation projects. There is also ecological hiking
through native Atlantic Forest. At the end of the visit there are lectures and
a distribution of primers about energy conservation, energy generation in
the countryside and environmental education.
Immersion Courses
Soon, the park will also have immersion courses for high school students
who live in urban areas. The courses will last two or three days and will be
divided in modules regarding these issues: environment, renewable energy
and sustainable development. The participants will stay in the park and will
rely on a support team formed by engineers, technicians and trained
monitors.
Today, the park receives about 2,500 visits every year. After the
conclusion of the expansion works, the park is forecast to receive about
5000 people every year.
Para maiores informações: [email protected] ou [email protected].
For more information: [email protected] or [email protected].
Comercialização
8
??
Comercialização de
Energia
Tudo sobre a comercialização de energia em PCHs
Camila Rocha Galhardo
1 - Quais os riscos, vantagens e pré-requisitos para o consumidor cativo que pretende se tornar consumidor livre?
Na Legislação atual, em fase de alteração pelo Novo Modelo do
Setor, são Consumidores Livres aqueles que têm a liberdade de negociar
a compra de energia elétrica de qualquer concessionário, permissionário
ou autorizado do sistema interligado. A energia comprada pode ser
para atender a totalidade ou parte da sua demanda, dadas as seguintes
condições:
- consumidores ligados antes de 08 de julho de 1995, em cuja unidade
consumidora a demanda contratada totalize, em qualquer segmento de
horas de utilização ao longo do período do dia e do ano, no mínimo 3
MW, atendidos em tensão igual ou superior a 69 kV;
- consumidores ligados após 08 de julho de 1995, em cuja unidade
consumidora a demanda contratada totalize, em qualquer segmento de
horas de utilização ao longo do período do dia e do ano, no mínimo 3
MW, atendidos em qualquer tensão;
- consumidores cuja demanda contratada totalize, em qualquer
segmento de horas de utilização ao longo do período do dia e do ano,
no mínimo 500 kW, atendidos em qualquer tensão, e que optem pela
compra de titular de autorização ou concessão de fonte alternativa de
energia (pequena central hidrelétrica, eólica, biomassa).
Em todos os casos, deverá ser respeitado o atual contrato de
fornecimento entre o Consumidor Cativo e a Concessionária local,
sendo que esta última deve ser informada com antecedência da opção
do Consumidor pelo Mercado Livre.
Os riscos serão os de mercado. Será necessária por parte dos
Consumidores uma profissionalização no gerenciamento do seu
suprimento de energia, para buscar as melhores oportunidades no
mercado para o mais novo “insumo” (Utilidade) de sua cadeia de
produção.
As vantagens surgirão dessa profissionalização no gerenciamento,
não mais estando sujeito à regulação do governo sobre as tarifas cativas
de Energia Elétrica.
2 - Na sua opinião quais as expectativas para a comercialização
de energia com a aprovação do novo modelo para o setor de
energia?
A tendência que surge com o Novo Modelo é de estagnação e
“engessamento” na área de Livre Comercialização. Isso acontecerá
pois os prazos serão mais extensos para a decisão de migração do
Cativo para o Livre. Somando-se a isso, teremos com a formatação do
POOL uma transferência de risco para os consumidores finais. Com a
estrutura do POOL, haverá uma ingerência total do governo,
aumentando o risco político e regulatório do setor, e desincentivando
a atração de investimentos na área de geração dentro do mesmo.
3 - No caso de um Consumidor Livre que assina um contrato
com um Produtor Independente e ocorre um imprevisto e
ele não possa fornecer a energia contratada, quais as garantias que o Consumidor Livre tem?
Para que esse consumidor livre tenha garantia de fornecimento
pelo Sistema, é necessário que o Produtor Independente (FONTE
ALTERNATIVA) faça parte do MRE.
4 - Quando se define um acordo bilateral entre o consumidor
livre e um produtor independente, quais as cláusulas de garantia padrão?
- Garantia de Fornecimento (Gerador): MRE garantirá a entrega pelo
Sistema;
- Garantias Financeiras (Consumidor): Fiança Bancária equivalente de
04 a 06 meses do montante financeiro do fornecimento. Acompanhada
de Procuração de Poderes para cancelamento do Registro no MAE em
caso de rescisão contratual (INADIMPLÊNCIA).
5 - Especialistas do setor energético dizem que, se o Brasil
retomar o crescimento econômico, há riscos de um novo
racionamento em 2007. Para a comercialização, quais os efeitos deste tipo de previsão?
O risco é existente. Porém está nas mãos do governo estruturar
um modelo que atraia o capital privado para que os investimentos
necessários, e que a iniciativa pública não tem condições de fazer,
sejam feitos. O efeito de um novo racionamento será desastroso para
todos os setores, não só para a comercialização; especialmente se
considerarmos que em época de crescimento a oferta de energia elétrica
abundante e a um custo competitivo é imprescindível.
6 - Na sua opinião, o mercado de comercialização de energia
oriunda de PCHs é voltado apenas para consumidores A4 ou
ele também abrange os consumidores A2?
No atual cenário, posso afirmar que o Mercado que dará maior
liquidez à energia oriunda de PCHs, é o mercado de consumidores A4/
A3a. Isso se dá pela simples equiparação de preços. O A2 cativo tem
uma energia mais barata que as ofertas encontradas no cenário de PCH.
Mas pode também ser estratégico que um A2/A3 invista em sua própria
PCH.
7 - Como ficam as questões quanto à aplicação de multas
devido a ultrapassagens de demanda contratada e fator de
potência?
Isso deverá continuar sendo tratado diretamente com as
Distribuidoras que são responsáveis pelo CUSD.
Entrevista: José Caio Ribeiro dos Santos - Gerente Fox
Energy (São Paulo - Capital), empresa comercializadora
de energia, cujo principal negócio é a compra e venda de
energia elétrica.
Comercialization
9
??
Energy
Comercialization
Everything you wanted to know about SHP energy commercialization
Trad. Adriana Candal
1 - What are the risks, advantages and legal requirements
the ‘Captive Consumers ’ will face if the intend to become
‘Free Consumers’?
For these ‘Free Consumers’ to have the supply assured by the
System, the Independent producer (ALTERNATIVE SOURCE) must be
part of the MRE (Energy Re-allocation Mechanism).
According to the present legislation, which is being altered by the
New Model of the Sector, Free Consumers are those who are free to
negotiate the purchase of electric energy from any concessionaire, permit
holder or authorizee of the interconnected system. The energy may fulfill
the demand completely or just partially in accordance with the following
conditions:
- Consumers that were connected before July 8th, 1995, whose consuming
unit’s contracted demand totalizes, at any hour period of use along the
day and the year, at least 3 MW supplied at 69 kV or above;
- Consumers connected after July 8th, 1995, whose consuming unit’s
contracted demand totalizes, at any hour period of use along the day and
the year, at least 3 MW supplied at any tension;
- Consumers whose contracted demand totalizes, at any hour period of
use along the day and the year, at least 500 kW, supplied at any tension,
and those who opt for the purchase of energy out of alternative sources
(SHP, wind or biomass).
In all those cases, the present contract between the ‘captive
consumers’ and the local Concessionaire must be respected. The
concessionaire must be previously informed the consumer’s option of
joining the Free Market.
The risks are the market risks. The Consumers will have to achieve
a greater professionalization for the management of their energy supplies
in order to search for the best market opportunities for the newest
“product” (Use) of their production chain.
The advantages will come from this professionalization of the
management, for it will no longer be subjected to the government’s
regulation on the electric energy ‘captive’ tariffs.
4 - When a bilateral agreement between a ‘Free Consumer’
and an Independent Producer are defined, what are the
standard guarantee provisions?
2 - In your opinion, what are the expectations regarding
the commercialization of energy with the approval of the
new model for the energy sector?
The trend that comes along with the new Model is the stagnation in
the area of Free Commercialization. This will happen because the
deadlines for the decision to migrate from ‘Captive’ to ‘Free Consumption’
are longer. In addition, with the new format of the POOL, the risk was
transferred to the end-users. The structure of the POOL will make it
impossible for the government to be part of the management, increasing
the political and regulatory risk of the sector and discouraging the
attraction of investments in the generation area.
3 - In case a ‘Free Consumer’ signs a contract with an
Independent Producer and because of a setback this
producer will fail to supply the contracted energy, which
guarantees do the ‘Free Consumers’ have?
- Supplying Guarantee (Generator): MRE will ensure the System’s supply
- Financial guarantees (Consumer): a bank guarantees the equivalent
amount to 04-06 months of the supply.
- A proxy that can be used for canceling the registration in MAE (Wholesale
Energy Market) in case of a contract rescission (DEFAULT).
5 - Experts of the energy sector say that if Brazil resumes
its economic growth, the country will face the risk of another
energy rationing in 2007. As far as commercialization is
concerned, what are the effects of this kind of prediction?
The risk exists. However, the government should structure a model
that attracts private capital to make the necessary investments, for the
public sector does not have the conditions to make them. The effect of a
new rationing plan will be disastrous for all the sectors, not for
commercialization alone, especially if we consider that in times of growth,
the abundant offer of electric energy at a competitive cost is indispensable.
6 - In your opinion, does the market trading the energy
coming from SHP comprise A4 consumers only or A2
consumers as well?
Within the present scenario I can say that the Market that will grant
better liquidity for energy coming from SHPs is the market for A4/A3a
consumers. This happens because of a simple price equalization. The
‘captive’ A2 has cheaper energy than the offers that are found in the SHP
scenario. But A2s/A3s investing in their own SHPs may also be a strategic
action.
7 - What about the application of fines because of
surpluses in the contracted demand and power factor?
These aspects must continue to be dealt with the Distributors, which
are responsible for the CUSD (a contract for using the distribution system).
Interview: José Caio Ribeiro dos Santos – Manager of Fox
Energy (São Paulo), an energy trading company, whose
main business is the sale and purchase of electric energy.
Incentivo
10
MME inicia reestruturação do PRODEEM
Seminário discute revitalização do programa
Camila Rocha Galhardo
Fabiana Gama Viana
O Ministério de Minas e Energia (MME)
realizou, nos dias 27 e 28 de Novembro de 2003
em Brasília (DF), o seminário “Jornada de
Trabalho: Revitalizando o PRODEEM”. O evento
reuniu agentes do setor elétrico, representantes
de governos estaduais, organizações nãogovernamentais e órgãos de fomento. Na
abertura, a Ministra de Minas e Energia, Dilma
Rousseff, ressaltou a importância do PRODEEM
como um agente do programa de universalização
de energia, visando a levar energia a todos os
domicílios do país.
O Programa de Desenvolvimento Energético
dos Estados e Municípios (PRODEEM) tem o
objetivo de viabilizar o fornecimento de energia
às populações não atendidas pela rede elétrica
convencional por meio de fontes renováveis de
energia descentralizadas e sustentáveis.
Inicialmente o programa deu prioridade à energia
solar, visto o número considerável de
equipamentos instalados na região atendida pelo
PRODEEM, mas espera-se que, numa nova fase,
as demais fontes renováveis (PCH, MCH, Eólica
e Biomassa) possam ser contempladas.
Reestruturação
Instituído em Dezembro de 1984, por meio de
decreto presidencial, até 1998, o programa
beneficiou 1322 comunidades, atendendo a uma
população de quase 350 mil pessoas (Dados PRC
PRODEEM – Nov. 2003). Em 2002, o Tribunal de Contas da União
(TCU), através de Auditoria de Natureza Operacional, recomendou
uma reestruturação completa do programa que, acatada pelo MME,
visa à integração do PRODEEM ao Programa Nacional de
Universalização – Luz para Todos (veja matéria página 12).
Revitalização e Capacitação
A reestruturação do PRODEEM foi iniciada em Julho de 2003
com a consulta a todos os agentes envolvidos - a Coordenação
(PRC é composta pelas entidades PRODEEM - MME, CEPEL,
CHESF, ELETRONORTE, ELETROSUL, FURNAS E RENOVE única instituição não governamental que esteve presente) e
usuários. A partir daí, foi criado o Plano de Revitalização e
Capacitação do PRODEEM - PRC. Em 2004, serão realizados o
levantamento, a recuperação e a regularização da situação
patrimonial dos equipamentos já instalados. Até hoje foram
instalados mais de 8 mil painéis fotovoltaicos, dos quais muitos
têm apresentado problemas técnicos, daí a necessidade da
revitalização do sistema.
Nesta primeira etapa, com término previsto para Dezembro de
2004, também será feita a capacitação dos prestadores de serviços,
agentes comunitários e técnicos municipais responsáveis pela
guarda, operação e manutenção dos sistemas. Neste mesmo
período, será feito um diagnóstico das potencialidades energéticas
das comunidades para a futura ampliação do atendimento e
estímulo aos usos produtivos da energia.
Descentralização
Em uma segunda etapa, serão estudadas as alternativas para
a descentralização, com a consolidação do processo de escolha
de novos beneficitários, buscando-se uma coordenação com as
demais ações governamentais de eletrificação rural. A partir daí,
tanto o PRODEEM como o Programa Luz no Campo passarão a
ser instrumentos do Programa Nacional de Universalização do
Acesso e Uso da Energia, acarretando na última etapa de
reestruturação. Esta vai permitir a inserção gradativa do PRODEEM
na universalização, indo ao encontro da promoção do
desenvolvimento social rural, uso produtivo da energia e
sustentabilidade dos sistemas instalados.
Futuro
Resta saber qual enfoque será dado com a reestruturação
pois, até então, o PRODEEM deu prioridade aos painéis
fotovoltaicos, tendo os mesmos demonstrado dificuldades de
manutenção. Se o Programa pretende investir em outras fontes,
fica a dúvida como serão dados os incentivos para as mesmas e
se ele irá abranger todas as fontes alternativas de energia.
Encouragement
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PRODEEM ’s re-structuring has started
Seminar discusses revitalization of the program
Trad. Adriana Candal
On November 27th and 28th, the Ministry of Mines and Energy organized,
in Brasilia, the seminar “Working Hours: Revitalizing PRODEEM”. The
event gathered agents of the electric sector, representatives of state
governments, NGOs and fomenting agencies. During the opening ceremony,
the Minister of Mines and Energy, Dilma Rousseff, highlighted the
PRODEEM’s importance as an agent of the energy universalization
program, which intends to take energy to all of the households in the
country.
The Program for the Energy Development of States and Cities
(PRODEEM) aims at supplying energy for the population, who cannot
receive energy through the conventional electric grid, by using decentralized
and sustainable renewable sources of energy. Initially, the program’s priority
was solar energy, for a significant amount of equipment was installed in
several regions. However, in a new phase, the other renewable sources
(SHPs, MSPs, wind and biomass) are expected to be considered as well.
Re-structuring
Instituted in December 1984 through a presidential decree, 1322
communities, about 350 thousand people) benefited from the program
until 1998, according to data from PRC PRODEEM – Nov. 2003. In 2002,
the TCU (Federal Audit Court) recommended a complete re-structuring of
the program, which was fully accepted by the MME, aiming at integrating
PRODEEM to the Universalization National Program – “Luz para Todos”
– (light for everyone - refer to the article on page 12).
Revitalization and Capacitation
PRODEEM’s re-structuring began in July 2003 by consulting all the
users and agents involved – the coordination (PRC is formed by PRODEEM’s
entities - MME, CEPEL, CHESF, ELETRONORTE, ELETROSUL, FURNAS
E RENOVE – the only non-governmental institution that was present). After
that, PRODEEM – PRC Revitalization and Capacitation Plan was created.
In 2004, the already installed equipment will be surveyed, recovered, and
their equity status will be regulated. More than 8 thousand photovoltaic
panels have been installed so far. Many of them have presented technical
problems, which is the reason why the system revitalization is necessary.
Within this first phase, which is expected to be completed by December
2004, the capacitation of service renderers, communitarian agents and city
technicians responsible for guarding, operating and maintaining the systems
will also be carried out. At the same time, a diagnosis will be carried out in
order to find out the energy potential of each community for a future
enhancement of the service and a greater encouragement towards the
productive uses of the energy.
Decentralization
In a second phase, with the consolidation of the process for choosing
new beneficiaries, the alternatives for decentralization will be studied, aiming
for coordination with the other governmental actions in relation to rural
electrification. Afterwards, PRODEEM, as well as the “Luz no Campo”
(light in the countryside) Program will become instruments of the National
Program for the Universalization of the Access and Use of Energy, which
will cause a last phase within the re-structuring process. This will allow a
gradual insertion of the PRODEEM into the universalization, heading towards
the promotion of rural social development, productive use of energy and
sustainability of installed systems.
Future
One still wants to know the connotation the re-structuring will receive,
for PRODEEM has given most of its attention to photovoltaic panels so far,
and they have shown difficulties in relation to maintenance. If the program
intends to invest in other sources, some doubts remain: how will the incentives
be given to these other sources and will these incentives comprise all
alternative sources of energy?
Incentivo / Encouragement
12
LUZ PARA TODOS energia para o Brasil
Fabiana Gama Viana
Levar energia para 12 milhões de brasileiros
até 2008. Esta é a meta do Programa Luz para
Todos, lançado pelo Governo Federal em
Novembro de 2003. Através do programa, será
antecipado em sete anos o objetivo de
universalização do Brasil, pois a legislação atual
aponta que as concessionárias de energia teriam
prazo até Dezembro de 2015 para eletrificar as
casas de todo o país.
A incidência de domicílios sem energia é
maior nas áreas com menor Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) e entre as
famílias de baixa renda. Neste caso, a instalação
da energia será gratuita. Com o programa, o
objetivo é fazer da energia elétrica instrumento
para o desenvolvimento econômico das
comunidades, reduzindo a pobreza e a fome.
Empregos Diretos e Indiretos
A previsão é de que, através do Luz para
Todos, sejam gerados, de acordo com informações
do MME, cerca de 300 mil empregos diretos e
indiretos nas comunidades contempladas pelo
programa, pois a mão-de-obra a ser contratada
para a execução dos serviços será prioritariamente
local, além dos equipamentos que serão da indústria
nacional.
O Luz para Todos está orçado em R$7 bilhões
e será feito por meio de parceria com as
distribuidoras de energia e os governos estaduais.
O governo federal destinará R$5,3 bilhões ao
programa, e o restante será partilhado entre
governos estaduais e agentes do setor. Os recursos
federais virão de fundos setoriais de energia, a
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e
a Reserva Global de Reversão (RGR).
Meio Rural
A população rural será a maior beneficiada
com o programa, pois o campo concentra 80%
dos casos de exclusão elétrica no país. E a
utilização de energia elétrica no meio rural
representa um dos processos mais importantes a
serem incentivados no Brasil, pois é fato que a
eletrificação rural é fundamental para levar adiante
programas de desenvolvimento de uma região.
Dessa forma, ela deve ser vista não só como um
fator capaz de aumentar a produtividade no
campo, permitindo a melhoria das condições de
trabalho, mas também elevando as condições de
vida do homem no meio rural.
Incertezas
Segundo especialistas do setor restam algumas
dúvidas a respeito do Programa apresentado pelo
Ministério. Não se sabe se ele será colocado em
prática através da “eletrificação”, ou seja, a
extensão da rede de distribuição de energia elétrica
ou pela geração distribuída. Caso a escolha seja
pela geração distribuída, quais seriam os incentivos
para a implantação? E ainda: como os benefícios
da CCC serão aplicados aos empreendimentos
realizados pelo programa “Luz Para Todos”? Resta
esperar pelas respostas.
LUZ PARA TODOS energy for Brazil
Trad. Adriana Candal
Taking energy to 12 million Brazilians until
2008 – this is the goal of the program “Luz para
Todos”, launched by the Federal Government
in November 2003. Through this program, the
objective of universalization of the country will
be advanced by 7 years, for the current
legislation says that the deadline for the energy
concessionaires to take energy to the houses all
over the country would be in 2015.
The number of households that do not have
access to energy is higher in areas where the
Human Development Index (HDI) is lower and
among low-income families. In this case, energy
installation will be free of charge. The program’s
goal is to make electric energy an instrument for
the economic development of these communities,
reducing poverty and hunger.
Direct and Indirect Employment
According to MME (Ministry of Mines and
Energy) the program “Luz para Todos” is
forecast to generate about 300 thousand direct
and indirect jobs in the communities that will be
part of the program, for the manpower hired to
carry out the works will be, mainly, local, and
also, the equipment will come from the national
industry.
“Luz para Todos” relies on a budget of
R$7 billion. This money will come from
partnerships with energy distributors and State
Governments. The Federal Government will
destine R$5.3 billion for the program, and the
rest will be shared among the State Governments
and agents of the sector. The federal resources
will come from energy sectorial funds, the CDE
(Energy Development Account) and RGR
(Reversion Global Reserve).
Rural Area
The rural population will benefit the most
from the program, for the country concentrates
80% of the cases of electric exclusion in the
country. The use of electric energy in the rural
area represents one of the most important
processes that will be encouraged in Brazil, for it
is a fact that rural electrification is fundamental
for inflaming the development programs of a
region. This way, it must be seen not only as a
factor that is able to increase the productive in
the rural area making working conditions better,
but as something that will improve the life
condition of the people who live and work in
rural areas.
Uncertainties
According to experts of the sector there are
still a few doubts regarding the program
presented by the Ministry. No one knows whether
the program will be carried out through
“electrification”, an extension of the electric
energy distribution grid, or through distributed
generation. In case the choice is distributed
generation, what would the incentives for its
implementation be? And yet, how will the CCC
(Fuel Consumption Account) benefits be applied
to the enterprises carried out by the program?
Now, all we can do is wait for the answers.
* Luz para Todos: luz para 12 milhões de brasileiros até 2008, o que corresponde à soma do
número de habitantes do PI, MS, AM e DF / Luz para Todos: Electricity for 12 million Brazilians
by 2008, which corresponds to the sum of the inhabitants of the states of Piauí, Mato Grasso do
Sul, Amazonas and Distrito Federal;
* 90% das famílias sem energia elétrica têm renda inferior a 3 salários mínimos / 90% of the
families that do not have electric energy have a income below 3 minimum salaries – the minimum
salary in Brazil is R$ 240.00;
* 84% das famílias vivem sem luz em municípios com IDH abaixo da média nacional / 84% of the
families that live in towns presenting a HDI lower than the country’s average do not have
electricity;
* 62,5% da população rural da Região Norte (cerca de 2,6 milhões de pessoas) não têm acesso à
eletricidade / 62.5% of the rural population of the Northern region of Brazil (about 2.6 million
people) do not have access to electricity;
* No Nordeste, este percentual é de 39,3% dos moradores da zona rural (cerca de 5,8 milhões
de pessoas) / In the Northeast, this percentage is 39.3% (about 5.8 million people).
(Fonte: MME)
Metas de Atendimento no Meio Rural
Ano
2004
2005
2006
2007
2008
Fonte: MME
Novos Atendimentos Rurais
400.000 Objetivo 1: Elevar o percentual de atendimento rural dos atuais 73% para
500.000 90% ao final de 2006. / Goal 1: Increase the percentage of rural assistance
500.000
from 73% to 90% by the end of 2006. Objetivo 2: Atender 100% dos
300.000
domicílios rurais até o ano de 2008. / Goal 2: Attend 100% of the rural
300.000
households by 2008.
Artigo Técnico
14
Central Hidrelétrica Flutuante (CHF):
uma Tecnologia Alternativa de Geração
Arthur Benedicto Ottoni - Prof. Adjunto da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)
Theophilo Benedicto Ottoni Filho - Prof. Adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Resumo
O Conceito de CHF é uma inovação no
campo da geração hidrelétrica fluvial. Uma CHF
constitui-se num conjunto de Pilares
Longitudinais onde apóiam-se Módulos
Flutuantes, denominados Módulos de Geração da
Energia (MGE). Dentro destes, acham-se as Casas
de Força da Usina. Quando toda a vazão do curso
d’água é turbinada, o Módulo repousa sobre um
Avental de Apoio no leito do rio. No caso do
excesso de água (cheias), os Módulos passam a
flutuar, mantendo o turbinamento, sendo que a
vazão sobrante passa sob os mesmos. Portanto,
numa CHF não há Vertedouros. Os MGE‘s apóiamse entre dois Pilares Longitudinais e neles se
deslocam na direção vertical. Por efeito de
obstrução do fluxo, os MGE’s geram um desnível
de poucos metros entre os N.A’s de montante e
jusante. A potência elétrica é gerada como função
desse desnível hídrico e da vazão turbinada. Uma
CHF é idealizada para trabalhar com pequenos
desníveis hídricos constantes (baixa queda;
menores do que 8m). Há, portanto, necessidade
em se ajustar o peso total do Módulo, por adição
ou subtração de tara, utilizando a água do próprio
rio e os Porões dos MGE’s, com a finalidade de
atender a demanda. As saídas dos Cabos Elétricos
e as Estações Transformadoras estão localizadas
no topo dos Pilares. Além de abrigar a Casa de
Força, Porões e Casa de Bombas, um MGE deve
conter todas as estruturas hidráulicas (Tomadas
D’água, Penstocks, etc.). Eclusas ou Passos de
Navegação também podem ser alocados,
permitindo o transporte fluvial, da mesma forma
que espaços para passagem de materiais flutuantes
(galharias, troncos, etc.). Uma CHF pode ser
implantada em rio de qualquer porte, contanto
que haja uma permanência de vazões mínimas
adequadas. Dependendo do porte do rio, uma CHF
pode funcionar como pequena ou grande Usina.
Uma CHF, ou uma série de CHF’s, são
particularmente recomendadas em situações de
cursos d‘água caudalosos, bem como em vales
fluviais planos densamente ocupados. Igualmente
promissora, é a implantação de CHF’s em trechos
regularizados com pequenos desníveis hídricos não
aproveitados, como os estirões embutidos numa
série em “cascata” de Reservatórios.
Palavras-Chave
Usina Hidrelétrica de Baixa Queda; Pequena
Central Hidrelétrica; Tecnologia Alternativa;
Impactos Ambientais.
Abstract
The concept of FHP is an innovation in the field
of fluvial hydroelectric generation. A FHP is
composed by a set of Floating Models, called
Modules of Energy Generation (MEG). Each MEG
rests laterally on a pair of Pillars which are
longitudinally constructed in the river section.
The Plant‘s Power Houses are Located in the
MEG’s. When all river flow is turbined, the
Module is laid down on a Resting Pavement on
the river bed. If excess of water (during floods)
occurs, the Modules start floating, maintaining
the turbined fluxes. In such cases, the non-turbined
water flows under the Modules. So, there are no
Spillway in the FHP’s. The MEG’s are only
allowed to move vertically due to buoyance forces,
sliding on the walls of two sucessive Longitudinal
Pillars. Due to flow obstruction, the MEG’s
generate a water head of a few meters upstream
from the Plant section. The electic power is
generated as a function of this head and the
turbined discharge. A FHP is conceived to work
with small and constant water heads (smaller than
8m; very small head). Therefore, also taking into
account the turbined flow for generation, there is
a need to adjust the Module’s total weight, by
addition or subtraction of water deadweight,
utilizing the river water and the MEG’s hold. The
Electric Cable units and the Transformer Stations
are located on the Pillar tops. Besides housing
the Power House, Holds and Pump House, a MEG
contains all hydraulic structures (Water Intakes,
Penstocks, etc.). Navigation Locks or Navigation
Passes might be allocated, allowing fluvial
transportation. Spaces to make possible the flux
of floating materials (branches, logs, etc.) might
also be designed. A FHP can be implanted in a
river of any side, as long it has minimal flows
with sufficiently large duration. Depending on
the river size, a FHP can work as a small or large
Plant. A FHP, or a series of FHP’s in the same
watercourse, are particularly recommended in
situations of large-flow rivers as well as in mild
densely occupied valleys. Equally promising is
the implantation of FHP’s in regularized fluvial
lengths (in terms of discharge) which are not being
utilized for generation, as it is the case of the
river sections between two successive Reservoirs.
Key-Words
Hydroelectric of Very Small Head; Small
Hydroelectric Power; Alternative Tecnology;
Environmental Impacts.
1. Introdução
O aproveitamento hidroenergético de um curso
d’água impõe a realização de uma série de obras
envolvendo as mais diversas concepções
estruturais que, seja por sua complexidade, seja
por sua eficácia, exigem cada vez mais criatividade
e oportunidade para o seu desenvolvimento.
A implantação de obras para a geração de energia
utilizando fontes de natureza hidráulica deixou de
ser função apenas de um mercado a ser atendido e
de uma potência disponível, muitas vezes de forma
privilegiada, característica de um país com grande
vocação para a hidroeletricidade, como o nosso.
Atualmente, além do contínuo crescimento do
mercado consumidor, associado à redução dos
locais mais promissores, há que se considerar
aspectos importantes que impedem que um
empreendimento do Setor Elétrico seja concebido
e desenvolvido segundo os padrões tradicionais e
consagrados de épocas anteriores.
Desses aspectos, destacam-se as mudanças
verificadas nos critérios técnicos estabelecidos
para o planejamento e construção de obras;
mudanças verificadas na mentalidade da Sociedade,
através da atuação de seus segmentos organizados;
e mudanças verificadas na disponibilização dos
recursos
financeiros
no
Mercado.
Indiscutivelmente, a QUESTÃO AMBIENTAL é
a principal alavanca de impulsionamento dessas
mudanças.
O presente trabalho apresenta de forma sucinta
uma concepção de geração de energia hidrelétrica
de baixa queda, a Central Hidrelétrica Flutuante
(CHF), idealizada segundo os preceitos do
Desenvolvimento Sustentável, levando em conta
disponibilizar a geração de energia nos estirões
fluviais aonde os Aproveitamentos convencionais
apresentam as limitações inerentes aos aspectos
ambientais.
2. Características das Usinas Hidrelétricas Convencionais (UHE’s)
O aproveitamento de um curso d’água para a
geração de energia elétrica através da construção
de uma Usina Hidrelétrica convencional (UHE’S),
regra geral, é concebido segundo os seguintes
Arranjos tradicionais: a – Usina com Casa de Força
Integrada a Barragem: Este tipo de Usina dispensa
a estrutura de adução da água às máquinas, sendo
constituída basicamente por Barragem, Tomada
D’água, Vertedouro e Casa de Força; b – Usina
com Casa de Força ao pé da Barragem: Este tipo
de Usina exige a implantação de estruturas para
adução da água às Turbinas, sendo constituída por
todas as estruturas do tipo anterior, mais os
Condutos Forçados; c – Usina com Derivação: A
principal característica deste tipo de Usina é que
a Casa de Força situa-se a grande distância da
Barragem, exigindo, além dos dispositivos já
vistos, a implantação de estruturas de derivação
da água até a Casa de Força, e eventuais acessórios.
Geralmente as estruturas de derivação são
Artigo Técnico
constituídas por Túneis, Canais ou uma
combinação de ambos. Eventualmente também é
necessária a instalação de um dispositivo para
alívio de pressões (Chaminé de Equilíbrio).
Nos 3 tipos de Arranjos de UHE’S referidos acima
de forma sucinta, a magnitude dos recursos
financeiros envolvidos deve ser suficiente para
amparar custos diretos e indiretos incorridos nas
Etapas de Estudos, Projetos, Implantação,
Operação, Manutenção e Conservação, sendo os
custos ambientais na Fase de Operação bastante
relevantes nestes Arranjos (Viabilidade Ambiental).
3. Desenvolvimento Tecnológico:
Central Hidrelétrica Flutuante (CHF)
Do ponto de vista social e tecnológico, sabe-se
que a carência de energia elétrica para
abastecimento do País é tema de regular
preocupação no Setor há aproximadamente 20
anos. Afora o que a Mídia amplamente divulga, e
o que o meio especializado busca divulgar, temos
a destacar como bons resultados trazidos pela crise
a sensibilização para a necessidade de maiores
Pesquisas sobre Alternativas de Geração que
possam prever novas e mais amplas soluções para
a problemática de atendimento da demanda.
Levando em conta as características de oferta e
demanda de energia à médio prazo , verifica-se
que o Modelo Energético atual, baseado em
Aproveitamentos de Alta e Média queda, terá
limitação de implantação em estirões fluviais
aproveitáveis, notadamente devido as questões
ambientais, dada as exigências do
Desenvolvimento Sustentável requeridas pela
Mídia, pelo Meio Técnico Científico, e pela
Sociedade.
Nesse sentido, foi idealizada Matriz Energética
de Aproveitamento Hidrelétrico de modo a atender
aos seguintes requisitos: Aproveitamento de baixa
queda; com impactos ambientais na Fase de
Operação desprezíveis; cuja geração da energia
seja compatível à estirões fluviais localizados em
áreas urbano-industriais valorizadas, na planície
amazônica, e nas quedas residuais de
Aproveitamentos em série existentes; que facilite
o planejamento da geração em atendimento à
demanda de energia requerida.
Dos requisitos acima, chegou-se a Concepção do
Arranjo do Empreendimento Hidrelétrico
denominado por Central Hidrelétrica Flutuante
(CHF), cujas características mencionamos a seguir
de forma sucinta.
15
FIGURA 1: Arranjo Geral da Matriz Energética Central Hidrelétrica Flutuante (CHF)
Implantada em Seção de Encaixamento de Curso D’água.
A CHF é uma nova concepção de Usina Hidrelétrica em cursos d’água, sem regularização do regime
hídrico fluvial. Constitui-se num conjunto de Pilares cuja maior dimensão é longitudinal ao curso
d’água. Entre Pilares apóiam-se Módulos Flutuantes, dentro dos quais acham-se embutidas as Casas de
Força da Usina.
O fluxo turbinado flui por dentro dos Módulos Flutuantes através de Condutos Forçados. Quando toda
vazão do curso d’água é turbinada, o Módulo repousa sobre um Avental de Apoio no leito do rio. Quando
há excesso de água, os Módulos passam a flutuar e a vazão sobrante passa sobre o Avental e sob os
mesmos, não sendo previsto Vertedouros.
Os Módulos Flutuantes são denominados MGE’s - Módulos de Geração de Energia. Neles é gerada toda
a energia da Usina. Apóiam-se entre 2 Pilares Longitudinais consecutivos e podem se deslocar nesse
apoio simplesmente na direção vertical, procurando sua condição de equilíbrio de acordo com as forças
de empuxo hidrodinâmico. Por efeito de obstrução do fluxo, os MGE’s geram um desnível de poucos
metros entre o N.A. de montante e jusante (FIGURA 2). A potência elétrica é gerada como função
desse desnível hídrico e da vazão turbinada. O desnível máximo de uma CHF pode ser da ordem de 6 a
8m.
FIGURA 2: O Módulo de Geração de
Energia (MGE)
Uma CHF é idealizada para trabalhar com
desnível hídrico constante durante a maior
parte de sua operação, qualquer que seja a
vazão do rio ou turbinada. A flutuação dos
MGE’s caracteriza a situação de se variar o
peso total do Módulo, por adição ou
subtração de tara, sendo a mesma
constituída por água do próprio rio, a qual
é armazenada em Porões no MGE. A
modificação da tara (Plano de Operação
dos MGE’s) se dá automaticamente,
visando aumentar ou diminuir a obstrução
ao curso d’água, para que o desnível se
mantenha o mesmo ao longo do ano
hidrológico.
Pequenos Diques Laterais (Ombreiras) à
seção do rio tomada pelos Pilares –
denominada Seção de Encaixamento – obrigam todo fluxo a passar entre os Pilares. Tais Barramentos
podem ser de terra e/ou pedra, podendo-se prever, eventualmente, que as cheias excepcionais se
escoem com vertimento sobre os Diques.
Eclusas ou Passos de Navegação (Módulo de Navegação), estão previstos na lateral da Seção de
Encaixamento, com objetivo de manter o transporte fluvial. Prevê-se, outrossim, espaços para
passagem de materiais flutuantes (galharias, troncos, ilhas flutuantes, etc...) (Módulos Flutuantes).
A geração da energia hidráulica através da CHF pode se dar isoladamente, ou por uma série em
“cascata” de CHF’s (FIGURA 3), sendo relevante que haja uma permanência de vazões mínimas.
O aproveitamento CHF pode funcionar como pequena ou grande Usina Hidrelétrica, sendo este último
particularmente recomendado para os caudalosos cursos d’águas da Bacia Amazônica.
3.1 Concepção da Tecnologia
Na FIGURA 1 apresentamos o Arranjo Geral da
Matriz Energética Central Hidrelétrica Flutuante
(CHF) implantada em Seção de Encaixamento de
curso d’água.
FIGURA 3 – Série em “Cascata” de CHF’s Comparada com uma Única Usina de Grande
Altura
Artigo Técnico
16
3.2 O Módulo de Geração de Energia
(MGE)
Os MGE’s correspondem a “caixões flutuantes”
com formato hidrodinâmico, apoiados e
descarregando totalmente
nos Pilares
Longitudinais. Podem unicamente se deslocar na
vertical por efeito de empuxo hidrodinâmico,
cumprindo dois objetivos básicos: gerar um
desnível hídrico constante a maior parte do
tempo, por efeito de obstrução do fluxo; e abrigar
a Casa de Força. Os MGE’s podem ser de concreto
ou estrutura metálica, tendo as dimensões
principais da ordem de uma ou poucas dezenas de
metros.
A vazão de projeto de turbinamento numa CHF
usualmente deve ser a vazão mediana do curso
d’água, já regularizado ou não. Portanto, em
aproximadamente
50%
do
tempo,
correspondente ao regime de vazões baixa-média,
enquanto a descarga fluvial for menor que o fluxo
total turbinado, toda água do rio passa por dentro
do MGE, gerando energia. Neste período, o Módulo
fica apoiado sobre o Aventual de Apoio no leito
do rio, como um Aproveitamento Hidrelétrico
convencional. Este efeito é conseguido através
da manutenção de uma tara constante, adequada
ao “afundamento” do MGE. Nos outros 50% de
tempo, quando houver descarga sobrante, ou seja,
no período das águas médias-altas, o excesso do
fluxo deve passar sob o MGE, fazendo-o flutuar.
Para manter o desnível hídrico constante neste
período, qualquer que seja vazão sobrante sob o
MGE ou turbinada, é preciso que se adicione ou
subtraia tara através de bombeamentos nos Porões
do MGE. Haverá tantos Porões quanto for o
número de Unidades Geradoras no Módulo
(FIGURA 2).
Além de abrigar a Casa de Força, Porões e Casa de
Bombas para variação da tara, um MGE deve
conter todas as estruturas hidráulicas para tomar,
aduzir e repor o fluxo de turbinamento (Tomadas
D’água, Penstocks, Stop-Logs, etc.). A forma das
paredes de fundo do MGE deve ser tal que
maximize a estabilidade de flutuação do Módulo.
As duas Paredes Longitudinais Laterais dos MGE’s
devem ser planas. Não há, entretanto, Paredes de
cobertura, a não ser onde estiverem localizados o
teto da Casa de Força e as Lajes de acesso ao
Módulo (FIGURA 2). Os equipamentos de geração
são praticamente os convencionais para pequena
queda e alta vazão turbinada.
concreto, descarregando nos Pilares Longitudinais e tendo a função de sustentar o MGE quando ele
estiver no fundo.
Presos nos quatro cantos laterais do MGE, quatro dentes de apoio, de aço ou concreto, se encaixam em
ranhuras nas Cabeças dos Pilares, ranhuras essas que terminam numa Câmara de Vedação. Este encaixe
do Módulo no Pilar deve se realizar no período de estiagem, com o MGE no fundo do rio, para que seja
possível a vedação desta Câmara e instalação das estruturas de apoio e deslizamento.
A estrutura de apoio e deslizamento do MGE no Pilar é constituída basicamente de uma Treliça
Metálica da mesma altura que o Dente de Apoio, e nele fixada na Câmara de Vedação. O outro apoio
desta Treliça é nas paredes da Câmera de Apoio, num sistema pressurizado a óleo, com molas, lagartas
e rodetes de deslizamento. Este sistema é projetado visando minimizar vibrações na estrutura do Pilar
e para impedir adernamentos do MGE. A Câmara de Apoio deve se manter permanentemente se água.
FIGURA 4: Croquis do Pilar Longitudinal
3.4 A Configuração do Arranjo
A configuração do Arranjo de uma CHF deve
basicamente definir (FIGURA 5): o eixo da Seção de
Encaixamento; disposição dos Diques Laterais
(Ombreiras); disposição do conjunto de Pilares
Longitudinais e MGE’s; disposição dos Módulos
auxiliares (da Navegação e de Passagem de Materiais
Flutuantes); acessos principais: Ponte Rodoviária,
Pistas Longitudinais de Acesso aos Módulos,
Elevadores e Escadas para acessar a Casa de Força e
Estação Transformadora, Pontilhão Transversal para
deslocamento de Pórtico, etc.
FIGURA 5: O Lay-out do Arranjo
3.5 A Operação do Empreendimento
Uma CHF opera segundo dois princípios básicos
(FIGURAS 6 e 7): não há regularização de vazões,
ou seja, a descarga que passa pela Usina é sempre,
praticamente, a própria vazão do rio; o desnível
hídrico (NAM – NAJ) é, praticamente, constante.
3.3 O Pilar Longitudinal
O Pilar Longitudinal (FIGURA4) tem a
importante função de apoiar e manter o MGE na
Seção de Encaixamento, estando ele no fundo ou
flutuando. Tem comprimento aproximadamente
igual ao do MGE e possui duas Cabeças, uma de
montante, outra de jusante, onde estão localizadas
as Câmaras que abrigam os Dispositivos de apoio
e deslizamento do Módulo no Pilar (FIGURA 4).
A cota superior dessas cabeças de Pilar corresponde
aproximadamente à cota do topo das Paredes
Laterais do Módulo, na flutuação de NA máximo.
Entre as Cabeças de montante e jusante, o Pilar é
uma estrutura vazada.
O Avental de Apoio é uma Viga em duplo “T” de
FIGURA 6: Fases de Operação de uma CHF
Artigo Técnico
17
FIGURA 7: Curvas de Permanência numa CHF:
(a) de Vazões; (b) de Potência
Evitando desperdícios de água e impondo melhor
utilização do equipamento, a vazão turbinada de projeto
da Usina deve ser a vazão mediana do curso d’água
(FIGURA 7a). Ou seja, em 50% do tempo, durante o
período de águas baixas – média, a potência plena do
aproveitamento não pode ser gerada, como indica a
Curva de Permanência de Potências (FIGURA 7b).
Nesse período de estiagem – a 1ª fase de operação – a
CHF opera com todos os MGE’s no fundo do rio
(FIGURA 6a). Como os MGE’s estão no fundo, a CHF
opera na 1ª fase praticamente como uma Usina
Convencional. Não há, pois, necessidade em ajustes da
tara neste período. É a época adequada para as operações
hidráulicas principais de manutenção da Usina.
O desnível hídrico deve ser continuamente monitorado
em estações linimétricas a montante e jusante. Se ele
estiver fora dos limites aceitáveis nesta 1ª fase de
operação, acima ou abaixo, de forma automática
entram ou saem de operação Unidades Geradoras,
respectivamente, de forma a manter a vazão total turbinada compatível com a vazão do curso d’água. Quando todas as Unidades estiverem gerando, e mesmo
assim o desnível for excessivo, é porque o processo de levantamento dos MGE’s deve ser começado. É o início da 2ª fase de operação, a partir da 1ª fase
(FIGURA 6b).
Durante o período de cheias, por outro lado, há descarga fluvial suficiente para manter todos os Módulos em flutuação, na geração plena. Nesse período há
necessidade também de uma continua monitoração do desnível visando um sistema de ajuste de tara dos MGE’s, com o objetivo de manter o desnível
constante. Se este estiver acima ou abaixo de limites aceitáveis, automaticamente uma certa tara é retirada ou adicionada, respectivamente, de todos os
Módulos, de forma simultânea, visando restabelecer o desnível na faixa desejada.
Nessa 3ª fase de operação (FIGURA 6c), e também na 2ª fase (FIGURA 6b), a altura de flutuação HF (em relação ao fundo do rio) e a tara devem ser
continuamente monitoradas em todos os MGE’s. Se HF (altura de flutuação) for muito pequena (HF < HFmin), ou seja, se os MGE’s estiverem muito próximos
do fundo, é porque deve-se iniciar o afundamento pleno dos primeiros Módulos. É o início da 2ª fase, a partir da 3ª fase.
A 2ª fase de operação corresponde a uma situação hidrológica de águas médias-altas. Pode ter a duração de poucos meses. É um período de transição, quando
alguns MGE’s estão no fundo e outros estão flutuando com uma pequena altura HF, acima de um HFmin de alguns poucos decímetros de altura. A necessidade
de HF ser superior a um HFmin é para evitar choques do Módulo no Avental.
Se algum Módulo estiver nesta 2ª fase, com HF < HFmin, entra automaticamente em operação um sistema de afundamento dos Módulos para promover a ida
ao fundo de um desses MGE’s. Essa operação é por adição de tara, até atingir o valor pré-determinado constante de tara da 1ª fase. Com o afundamento pleno
de um MGE, todos os demais Módulos Flutuantes aumentarão de valor HF.
Se, por outro lado, algum MGE tiver muito alto na 2ª fase, automaticamente um sistema de levantamento inicia o alçamento de algum Módulo que estiver
apoiado no fundo. O alçamento é por subtração de tara, até atingir a tara média dos Módulos Flutuantes. Com levantamento desse Módulo, todos os demais
que estiverem flutuando apresentarão diminuição de HF. Assim, o sistema de levantamento/afundamento induz à ajustes da altura de flutuação (HF) dos
Módulos, de forma a mantê-la na faixa estreita desejada nesta 2ª fase de operação.
3.6 Ensaios em Modelo Reduzido Bidimensional
Construiu-se um Modelo Reduzido do MGE em concreto, na escala 1:50, tendo o mesmo um formato de “paralelepípedo”, com dimensões (protótipo)
(FIGURA 8): largura (transversal fluxo): 32 m; comprimento (longitudinal): 38m; altura de montante: 22,5m; altura da jusante 17,5m. Neste MGE foram
instaladas duas Tomadas D’água com seus respectivos Condutos Forçados e a simulação das Turbinas através de diafragmas. O peso próprio do MGE
(Protótipo) foi de 11.250 ton, e a tara máxima testada foi de 3000 ton. (Protótipo).
FIGURA 8: Modelo Reduzido do MGE
Artigo Técnico
18
Os estudos em Modelo Físico Reduzido na escala
de 1:50 confirmaram a estabilidade de flutuação
de um MGE, em diversos testes em que foram
variados os desníveis hídricos, as vazões no Canal
de Ensaios e as descargas turbinadas, incluindo o
turbinamento nulo. Para os estudos no Modelo,
reproduziram-se situações de flutuação estável do
MGE, em larga faixa de variação de vazão no
curso d’água ( q; vazão por metro linear de calha
fluvial; q £ 50 m3/ s.m; Protótipo), para desníveis
hídricos constantes na faixa de 3,0 até 8,0 m em
certos casos. Os testes em Modelo possibilitaram:
a ratificação dos conceitos teóricos que embasaram
a tecnologia; o ajustamento de Curvas Hidráulicas
Características do Empreendimento (p.e.: HF = f
(tara)); caracterizar que, adaptações no cota do
Avental de Apoio bem como no formato de
geometria do MGE, tendem a otimizar o desnível
hídrico (Dh) de forma condizente com as
características de flutuabilidade do MGE; definir
as “Barreiras Tecnológicas” que devem ser
desenvolvidas a partir de um Estudo Piloto.
4. A CHF e a Usina Hidrelétrica
Convencional
há formação de Reservatório; f) Uma CHF pode prever etapas de expansões futuras na mesma seção
do curso d’água ou em série ao longo do estirão, permitindo adequar a oferta da energia em conformidade
com a demanda, contrariamente a uma UHE, usualmente com obras civis dispendiosas para atender sua
capacidade máxima; g) As CHF’s podem reduzir significativamente o uso de Linhas de Transmissão, já
que a energia gerada possibilita o uso local; h) Portanto, as CHF’s implicam em investimentos de
retorno financeiro e social mais rápido.
5. Os Custos de Implantação
Visando uma avaliação aproximada dos custos de implantação de uma CHF, foi elaborado um projeto
preliminar de uma CHF hipoteticamente construída no Rio Araguaia (GO), no mesmo local da UHE de
Santa Isabel. Os dados básicos para os dois projetos – CHF e UHE – são coincidentes e constam do
Relatório Final dos Estudo de Viabilidade da UHE de Santa Isabel (junho/84), contratado pela
ELETRONORTE.
A UHE de Santa Isabel tem queda útil aproximada de 50m e potência instalada de 2200MW. A CHF de
Santa Isabel tem as seguintes características principais: queda útil de 5,0 m; potência instalada de
180MW, com 90 Unidades Geradoras; vazão máxima de turbinamento de 3800m3/s; 18 MGE’s de 38m
de largura (transversal ao rio), 40m de comprimento, 21m de altura de montante e 16m de altura de
jusante; os MGE’s são de concreto, com espessura média de paredes de 25 cm, contendo 5 Unidades
Geradoras cada MGE; 19 Pilares Longitudinais vazados com 5,0m de espessura, 41,60m de comprimento,
34,30m de altura na Cabeça de montante e 29,30m na Cabeça de jusante; 2 Diques Laterais (Ombreiras)
de baixa altura, de pedra e núcleo de argila, com comprimento total de 1000m.
Os resultados dos custos de implantação de ambas as Usinas são apresentados na TABELA 1 que se
segue.
TABELA 1: Comparação de Custos entre a UHE Santa Isabel (2200MW, H @ 50m) e a CHF
A partir dos dados e informações dos conceitos Santa Isabel (180 MW, H = 5m), no Rio Araguaia, GO
UHE’s e CHF’s anteriormente mencionados de
forma sucinta, pode-se listar as vantagens
comparativas/competitivas da (CHF) sobre a
(UHE): a) Não há formação de Reservatórios
numa CHF. Há assim pouca perturbação do fluxo
sedimentológico e de nutrientes, minimizando-se
problemas de assoreamento e eutrofização no
curso d’água sob sua influência, contrariamente
as UHE’s convencionais; b) Os espelhos d’água
do Reservatório de um UHE convencional causam
perdas d’água por evaporação e infiltração, perdas
essas praticamente nulas numa CHF; c) Os
pequenos desníveis de uma CHF, opostamente a
uma UHE de grande altura, não acarretam
dificuldades ao transporte fluvial. Numa CHF não
há Barragem principal, Vertedouro, Bacia de
Dissipação, Canal de Fuga e Comportas; d) Uma
CHF é de construção mais rápida, pois os MGE’s
e as obras civis podem ser simultânea e OBS: * Extraídos do Relatório Final da ENGEVIX S.A. - Estudos de Viabilidade - (junho/84)
independentemente construídos. Os MGE’s ** Custos unitários e metodologia de cálculo de juros, extraídos do Relatório acima
poderão ser construídos em área marginal
adequada do curso d’água em pequeno estaleiro O Custo da potência instalada na CHF foi de US$ 933/kW, 15% abaixo do custo correspondente na
próximo ao local da obra (a montante), sendo UHE, que foi de US$1101/kW. Entretanto, no cálculo desses custos (UHE), não levou-se em conta os
navegados na época oportuna até o local do componentes dos gastos ambientais e de pagamento dos juros após a construção, o que favorece mais
encaixamento entre Pilares. Tal aspecto de ainda a economicidade do kW instalado na CHF, em relação a UHE de Santa Isabel.
modulação e defasagem construtiva permite Por outro lado, deve-se dizer que a UHE favorece o rendimento operacional da Usina devido a
sensível redução no tempo de construção do regularização hídrica que promove, o que não acontece com a CHF. Este fato seria mais relevante,
empreendimento, pois as obras civis pouco desfavorecendo a economicidade da energia gerada (kWh) na CHF de Santa Isabel, se a mesma fosse
volumosas (Encontros, Pilares e Avental), construída sem uma prévia regularização do Rio Araguaia.
poderão ser construídas ao mesmo tempo que os Segundo a Tabela, pode-se dizer, a grosso modo, que os custos diretos do kW instalado são maiores na
MGE’s. Essa particularidade significativa abrevia CHF do que na UHE convencional (a exceção é o item (“relocações”). Em particular, há expressiva
em muito o tempo de implantação da CHF, que tendência de aumento de custos por kW instalado, no item equipamentos permanentes, que passa de
poderá chegar a metade ou menos do tempo da US$ 119.59 na UHE para US$ 198,72 na CHF. A participação percentual dos custos diretos, relativa
construção de uma UHE de igual porte, dependendo ao custo total, também é maior em geral na CHF do que na UHE de Santa Isabel.
das condições locais. O projeto e execução das Por outro lado, os custos indiretos (US$ 155,56) e financeiros (US$ 55.55) por kW instalado, são bem
obras civis no leito do rio são tarefas simplificadas, menores na CHF do que na UHE (indiretos – US$ - 263,27; financeiros US$ 304,92). Esse resultado é
não sendo previstos planos complexos de desvio plenamente consistente com o tempo bem menor de construção da CHF e devido as facilidades do
do rio e de Engenharia de Fundação; e) A CHF é projeto e construção modulados, sem Barramento principal e Vertedouros/Bacia de Dissipação, conforme
tecnologia que permite o aproveitamento do curso previsto na concepção duma CHF.
d’água com baixa queda para geração de energia Finalmente, deve-se levar em conta o caráter preliminar dessa avaliação de custos, que deve ser
em condições ambientalmente viáveis, pois não aprofundada numa fase futura visando a implantação de uma CHF Piloto.
Artigo Técnico
6. Potencialidades de Aplicação
A atratividade da CHF deve-se a 2 fatores
peculiares principais: praticamente não acarreta
custos ambientais na Fase de Opração; é de
planificação e construção simplificadas em relação
a uma Usina Hidrelétrica convencional de mesmo
porte. Isto devido a sua concepção e projeto mais
uniformes, a sua construção modulada e
simplificada, sem Barramentos principais,
Vertedouros, planos complexos de desvio do curso
d’água e com menor trabalho de Engenharia de
Fundações. A desvantagem básica da CHF é que
ela não promove a regularização das vazões.
Portanto, a Usina torna-se menos atrativa em
rios de regime hidrológico muito irregular.
Os casos abaixo são, portanto, exemplos de
situações de maior potencialidade para uma CHF:
estirões fluviais a jusante de Barramentos
regularizadores de descarga; estirões fluviais com
pequeno desnível, embutidos numa série em
“cascata” de UHE’s convencionais; cursos d’água
com grande descarga sólida e carga de poluição
(eutrofização); cursos d’água com potencial para
navegação interior, onde uma série em “cascata”
de CHF’s pode, inclusive, apresentar o benefício
adicional da Navegabilidade; cursos d’água em
regiões de grande desenvolvimento, com baixos
desníveis hídricos disponíveis para geração
hidrelétrica e onde o alto valor da terra inviabiliza
o Reservatório de acumulação de uma Usina
convencional, sendo estas situações comuns em
bacias litorâneas ou em vales com densa ocupação;
CHF’s podem ser construídas em regiões para
atender a demanda local de Cidades e Indústrias;
cursos d’água em vales de alta fragilidade
ambiental, como é o caso de algumas regiões na
Bacia Amazônica, por exemplo; cursos d’água de
alta produção hídrica, que tornam mais
competitiva a energia gerada numa CHF. É o caso
da Bacia Amazônica.
Portanto, existem várias possibilidades que,
conjugadas ou não, tornam atrativa a implantação
de uma CHF isolada, ou a execução de um
planejamento que integre CHF’s ou “cascatas” de
CHF’s, com UHE’s convencionais.
Ademais, deve-se enfatizar que os prazos de
construção e para o início da plena geração de
uma CHF serão regra geral bem menores do que
os de uma UHE que requeira um Barramento
convencional. Portanto, as CHF’s implicam em
investimentos de retorno financeiro e social mais
rápido.
7. Conclusões
7.1 - A CHF é por vezes complementar e por
vezes substituta de outros sistemas de
abastecimento de energia de porte variável (UHE’s
convencionais, PCH’s, Termelétricas). Algumas
novas tecnologias alternativas que têm sido
estudadas podem induzir ao entendimento de
constituirem-se substitutos tecnológicos da CHF,
tais como: usinas geradoras de energia a partir
notadamente da energia cinética de natureza
hidráulica; pequenas plantas de geração a partir
de biomassa; geração eólica e solar; etc. Em
verdade não se comparam pois tratam, em geral,
de portes pequeno de geração e em condições de
19
distribuição e interligação ao Sistema
significativamente diversas. A restrição à mais
ampla e geral aplicação da CHF, que está na
exigência de vazão mínima da operação, não se
constitui desvantagem à apontar. As tecnologias
convencionais são sempre Alternativas a serem
consideradas e cotejadas com as CHF’s; de tal
cotejo, as CHF’s apresentam várias vantagens,
principalmente quanto a aspectos de custos e os
ambientais, além de outras vantagens de natureza
sócio-econômica, como referido;
7.2 - As pesquisas até então realizadas
apontaram para as seguintes “Barreiras
Tecnológicas”: Sistema de Automação para
operação dos MGE’s; processos de vibração dos
MGE’s; Deslizamento dos MGE’s nos Pilares
Longitudinais; Geometria e material do MGE;
Pesquisa de U.G. de baixa queda e alta vazão com
preço mais competitivo. Tais questionamentos
deverão ser concluídos através de Estudo Piloto
na escala 1:1, que terá por objetivo o
desenvolvimento destas “Barreiras Tecnológicas”
e a elaboração de Manual de Projeto da CHF.
Prevê-se que este empreendimento Piloto seja
posteriormente implantado para gerar energia;
7.3 - Procuramos trazer a CHF como Alternativa
de aumento na oferta de energia de forma
ambiental equilibrada, perfeitamente capaz de
prover quantidade de energia comparável as
Alternativas tradicionais, e com curtos prazos de
execução. A CHF, como uma nova concepção de
Matriz Energética, pode vir a complementar os
atuais Modelos de Geração Hídrica (Pequenas
Centrais Hidrelétricas; Grandes Usinas
Hidrelétrica), favorecendo, alternativamente, a
oferta de energia e melhor se ajustando à evolução
sustentável da demanda energética. A sua
concepção e implantação tem característica
modulada, conferindo ao empreendimento
facilidades construtivas e menores investimentos
e prazos de implantação. O planejamento
econômico da geração obtido a partir da análise
entre demanda versus a oferta de energia favorece
outrossim ao Retorno do Capital Investido, mais
rápido e seguro, o que significa melhor
produtividade econômica.
8. Bibliografia
1) NETTO, T.B.O. Barragem Usina Flutuante: Memorial Descritivo, 1990, Rio de Janeiro/RJ.
2) FILHO, T.B.O. e NETTO, T.B.O.
Barragem Usina Flutuante. Congresso de
Hidrologia e Gestão de Recursos Hídricos dos
Rios Amazônicos, 1991, ABRH/IWRA/UNEP/
UNESCO, Manaus/Amazonas, 1991.
3) FILHO, T.B.O. Central Hidrelétrica
Flutuante. Um Estudo Experimental
Preliminar. Rio-Eco/92, Rio de Janeiro/RJ,
1992.
4) NETTO, T.B.O. Principais Diferenças
Físicas e Conceituais entre as CHF’s e as
UHE’s, 1995, Rio de Janeiro/RJ.
5) NETTO, T.B.O., 1995, Rio de Janeiro/RJ.
Estado Preliminar do Custo do Kw Instalado
e do Kwh Gerado da Central Hidrelétrica
Flutuante (CHF) em Santa Isabel, Rio
Araguaia, 1ª Etapa de Implantação
6) NETTO, A.B.O. Estudo Preliminar de
Estabilidade Estrutural do Conjunto
Módulos de Geração de Energia (MGE)/
Pilares de Sustentação dos MGE’s/
Fundações, 1995, Rio de Janeiro/RJ.
7) FILHO, T.B.O. Central Hidrelétrica
Flutuante: Pesquisa em Modelo Reduzido
com um Módulo de Geração de Energia,
2001, Rio de Janeiro/RJ.
8) FILHO, T.B.O. Central Hidrelétrica
Flutuante: Princípios de Operação
Hidráulica, 2001, Rio de Janeiro/RJ.
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Artigo Técnico
20
Bond Graphs Versus Mediciones de Laboratorio y el Método de las
Características en la Simulación del Golpe de Ariete
Adair Martins - UNCo - Argentina / Universidade Federal de Itajubá ([email protected])
Geraldo L. Tiago Filho - Universidade Federal de Itajubá ([email protected])
Roberto Laurent - UNCo - Argentina ([email protected])
Palabras clave
anti golpe de ariete, y de I. L. De Carvalho11 (1995) ejemplo, se puede modelar
Bond Graphs, Transitorios Hidráulicos, Golpe de
Ariete, Método de las Características.
Resumen
Este articulo describe brevemente la metodología de
Bond Graphs, da un panorama del estado actual de
los programas de simulación basados en la misma y
discute su potencialidad para simular el golpe de ariete
y otros transitorios en PCHs. Se presenta la revisión
de un caso de referencia basado en resultados
experimentales de laboratorio. Los resultados
obtenidos con Bond Graphs son comparados con las
mediciones y las simulaciones realizadas con el método
de las características, y se discute el efecto de la
utilización de parámetros concentrados en la
modelización de la tubería.
1. Introducción
El golpe de ariete es el fenómeno transitorio de
elevación (golpe de ariete positivo) o disminución
(golpe de ariete negativo) de la presión provocado
por el cierre o apertura rápida del mecanismo de
control (válvula, inyector, distribuidor, etc.) de caudal en un conducto forzado. Un caso de interés es el
cierre del distribuidor que el regulador de velocidad
ejecuta cuando ocurre un rechazo de carga parcial o
total en una pequeña central hidroeléctrica para limitar la sobrevelocidad del generador y la turbina. El
conocimiento de este fenómeno transitorio es fundamental para el dimensionamiento técnica y
económicamente adecuado de los sistemas hidráulicos1.
El método más utilizado para la simulación de
transitorios hidráulicos es el denominado método de
las características, introducido en la década de 1960
por Streeter2. Las ecuaciones diferenciales parciales
fundamentales: de la cantidad de movimiento y de la
continuidad que modelan una tubería, son expresadas
en forma de diferencias finitas e integradas
numéricamente en el plano (x,t) con intervalos Dt y
Dx, constantes. Lamentablemente, los programas
computacionales basados en este método resultan
pocos flexibles y tienen la desventaja de estar limitados a casos particulares y de presentar dificultades
para modelar la interacción entre los diferentes
dominios de energía: hidráulico, mecánico, eléctrico,
etc., en una pequeña central hidroeléctrica.
Un método que no tiene estas limitaciones y que ha
comenzado a ser utilizado en los últimos años para
este fin es la técnica de Bond Graphs (BG). Curiosamente, la técnica fue creada por el profesor Henry
Paynter3 del Departamento de Ingeniería Mecánica
del Instituto de Tecnología de Massachussets (1959)
para modelar justamente la interacción entre los
subsistemas hidráulico, mecánico y eléctrico en el
proceso de generación hidroeléctrica. El objetivo fue
superar las limitaciones de los modelos clásicos basados
en funciones de transferencia y diagramas de bloques
que sólo manejan una entrada y una salida. Desde
entonces no ha sido muy utilizada para este fin, aunque
su uso es creciente y muy popular en otras
aplicaciones4-9.
Se distinguen en los últimos años los trabajos de G. L.
Tiago Filho10 (1994) que lo utilizó en su tesis de
doctorado para la simulación de una válvula de alivio
que analizó en su tesis de maestría su aplicabilidad en
la simulación de transitorios hidráulicos. Los programas utilizados en estos trabajos requerían algunas
aproximaciones en el modelado que hacían que los
resultados no tuviesen toda la exactitud deseable.
Pero su evolución ha sido formidable y estas
restricciones han sido superadas completamente,
ganando en flexibilidad y facilidad de uso.
Previa descripción del método de BG y de los programas actuales de simulación se muestra en este
artículo una revisión de un caso de referencia basado
en resultados experimentales de laboratorio publicados por C.S. Watt12.
2. Breve Descripción del Método de Bond
Graphs
Esta técnica se basa en el flujo de potencia entre los
componentes del sistema, consiste en señales, líneas
y símbolos propios que permiten representar
gráficamente el modelo físico. Proporciona una
visualización de las interacciones entre sus distintos
componentes y suministra
implícita y
sistemáticamente la modelización matemática del
sistema en forma de variables de estado, facilitando
el uso de recursos computacionales para la
simulación, que se realiza directamente de esta
representación grafica. Es especialmente apta para
modelar los elementos de un sistema entre los que
hay flujo de potencia, por ejemplo: tubería, turbina,
generador y transformador en una pequeña central
hidroeléctrica, y se puede combinar con diagramas
de bloques y otras técnicas para modelar los componentes donde interesa solamente el flujo de señales,
por ejemplo: regulador de velocidad y de tensión.
Se basa en las analogías de los sistemas mecánicos
con los eléctricos, lo que permite la construcción de
modelos complejos con unos pocos elementos básicos. Estos elementos son los siguientes:
- Fuentes de potencia: fuentes de esfuerzo Se
(tensión, presión, torque, fuerza etc.) y fuentes de
flujo Sf (corriente, caudal, velocidad angular,
velocidad lineal etc). Nótese que el producto del
esfuerzo y del flujo respectivo en cualquier sistema
físico resulta en potencia.
- Disipadores de potencia: resistores R (resistencia
eléctrica, resistencia de fluido, fricción viscosa etc.).
- Acumuladores de energía: capacitancia C
(capacitancia eléctrica,capacitancia de fluido,
momento de inercia, masa etc.) e inertancia I
(inductancia eléctrica, inertancia de fluido, rigidez
recíproca de rotación o translación etc.).
- Acopladores: transformadores TF (transformador,
pistón hidráulico, caja de engranajes, poleas) y
giradores GY (generador y motor eléctrico, turbina
y bomba hidráulica etc.).
- Vínculos: vínculo “1” (generalización de la Ley
de Kirchhoff de tensiones) y vínculo “0”
(generalización de la ley de Kirchhoff de corrientes)
Los elementos pueden ser no lineales, en cuyo caso
se denominan modulados porque sus parámetros se
“modulan” por funciones externas. Los componentes de un sistema con elementos distribuidos sólo
pueden ser representados con elementos básicos
concentrados. El modelo de una tubería, por
con resistencias,
inertancias y capacitancias concentradas formando un número adecuado de circuitos en serie “p”
o “T”.
Un modelo de BG está formado por componentes
o subsistemas conectados por enlaces (bonds)
que representan el flujo de potencia entre ellos.
Con una media flecha se indica el sentido de la
potencia que fluye y con una barra vertical (barra
causal) la relación entre causa y efecto entre dos
elementos.
La evolución de los programas computacionales
basados en esta técnica permite actualmente
editar, parametrizar, asignar la causalidad
automáticamente y simular un sistema en forma
interactiva directamente de la representación
gráfica. Generalmente permiten la modelización
híbrida posibilitando combinar BG con diagramas
de bloques, diagramas de íconos y ecuaciones. Los
principales se ofrecen en la web: 20-SIM,
SYMBOLS 2000, CAMP-G, PowerDynaMo,
AMESIM, MS1, BONDLAB, etc. Un análisis
preliminar permite sugerir que para uso académico
y de pequeñas instituciones, teniendo en cuenta su
facilidad de uso, precios relativamente bajos o nulos
y la disponibilidad de versiones demo en la web,
los tres programas probablemente más
recomendables son:
20-SIM: Twente Sim. Fue desarrollado en el
Control Laboratory University of Twente como
sucesor del programa TUTSIM. Sobresale por su
facilidad de uso, interfase con el usuario muy
intuitiva y amigable, y una gran variedad de
recursos. Posee una interfase con el programa
MATLAB para posprocesamiento. Una de sus
ventajas principales es no necesitar un programa
externo para ser ejecutado. El precio de la versión
académica estándar 3.3 es de US$500. Una versión
demo se encuentra disponible en: http://
www.rt.el.utwente.nl, esta versión tiene la
restricción de no permitir guardar el modelo.
SYMBOLS2000: System Modeling by Bondgraph
Language and Simulation. Fue desarrollado en el
Indian Institute of Technology, Kharagpur. Se
distingue por su notable interfase con el usuario y
la modelización híbrida jerárquica orientada a
objeto. Dispone de un gran número de submodelos
avanzados llamados cápsulas para aplicación en
diferentes dominios de la ingeniería. Requiere una
versión 5 o superior de Microsoftware Developer
Studio preinstalado. La compilación directa en
C++ permite una fácil integración de código
externo si el usuario posee alguna experiencia. El
precio de la versión académica reducida de 50 o
100 estados es de US$ 1350. Una versión demo
para 9 estados se encuentra en: http://
www.symbols2000.com.
PowerDynaMo: Fue desarrollado por el Prof.
Ernesto Kofman de la Universidad Nacional de
Rosario, Argentina. Es un programa de fácil
utilización, con un ambiente simple y bastante
amigable. Se caracteriza por requerir
necesariamente de SIMULINK para poder
simular, previa conversión del modelo a
diagramas de bloques mediante una interfase
Artigo Técnico
21
automática. Puede obtenerse gratuitamente en la dirección: http://
www.eie.fceia.unr.edu.ar.
En una primera aproximación el golpe de ariete en una pequeña central
hidroeléctrica puede estimarse simulando el cierre automático de una válvula
inmediatamente antes de la entrada de la turbina al detectarse un rechazo de
carga. En esta aproximación se desprecia cualquier influencia de la turbina y del
regulador de velocidad. El sistema a simular se limita a una fuente de presión
ideal, una tubería forzada y una válvula. En la Figura 1 se muestra la
representación con 20-SIM de un sistema como el mencionado mediante un
diagrama híbrido: BG más diagrama de bloques. A la izquierda del esquema se
observa la fuente de presión Se y a continuación la tubería discretizada con un
único circuito equivalente “p”. Este circuito consiste en la inertáncia total I
en serie (vínculo “1”) con la resistencia modulada total MR y la mitad de
capacitáncia total C en paralelo (vínculo “0”) en el extremo derecho La
resistencia es modulada con el valor absoluto del caudal (|x|) para modelar su
no linealidad. La mitad de la capacitancia que correspondería al extremo
izquierdo fue obviada por estar en ”paralelo” con la fuente de presión ideal. A
continuación está representada la válvula con una resistencia MR modulada
también por el caudal, pero además por la ley de cierre de la válvula t(t),
generada por los tres bloques de la derecha.
Con un solo tramo la tubería oscila muy “senoidalmente” y con una frecuencia
algo menor, pero ya con cuatro tramos la solución se acerca al aspecto
“triangular“ y a la frecuencia fundamental de la solución con el método de las
características. Estos comentarios ilustran sobre un aspecto conceptual muy
importante no observado anteriormente: la solución con modelos de tuberías
con parámetros concentrados obtenida con BG tiende a la solución con
parámetros distribuidos obtenida con el método de las características al aumentar
el número de tramos, debido simplemente al hecho de que ambos modelos
matemáticos tienden a coincidir.
Figura 3. Golpe de ariete
simulado con el método de las
características y BG
4. Conclusiones
Figura 1. Modelo típico de BG para simular golpe de ariete con 20-SIM
3. Simulación de un Caso de Referencia
C.S. Watt12 (1980) obtuvo resultados experimentales en un banco de ensayo
que han sido utilizados para comparar simulaciones realizadas con el método de
las características y BG con éxito relativo10-11-13. El registro experimental se
muestra en la Figura 2. Los datos suministrados por Watt más algunos otros
adicionales identificados del registro para este trabajo son: L = 15 m, D =
5 cm, f = 0.026, HR = 1.3 m,
Q0 = 0.00319 m3/s, (CdAG)0 = 0.00144, tc = 1
s, y el t(t) representado en los diez tramos lineales mostrado en la Figura 2. La
notación corresponde a la utilizada por Wylie2.
En la Figura 2 se comparan los resultados de la simulación con BG y la tubería
modelada con cuatro circuitos “p” con los registros experimentales,
observándose una diferencia mínima desde el punto de vista práctico. La
simulación muestra una gran correlación durante el segundo que dura el cierre
de la válvula y alguna diferencia cuando la tubería oscila libremente después de
culminada la maniobra. La similitud de la primera parte se debe a que el cierre
de la válvula es lento en relación al tiempo de viaje de las ondas de presión en
la tubería1, por lo que el proceso está dominado por la inertancia, teniendo
poca importancia como es modelada la capacitancia (concentrada o distribuida).
Una vez que cierra la válvula la tubería oscila a su frecuencia natural y sus
armónicos impares2, proceso en el cual es importante la capacitancia y como
está distribuida. Estos conceptos son de aplicación bastante general a las centrales
hidroeléctricas donde los procesos de cierre se recomienda que sean lentos.
La Figura 3 muestra las simulaciones con BG y el método de las características
haciendo un “zoom” entre 0.9 y 1.1 segundos, cuando se producen los picos de
sobrepresión positiva y negativa y los mayores errores por la discretización
del modelo de la tubería con BG. Se comparan los resultados con la tubería
modelada con un tramo, con cuatro tramos y con el método de las características. Se observa que los resultados son prácticamente coincidentes alrededor
de la sobrepresión máxima, con alguna diferencia en el resto, más notable en la
forma de las ondas que en los valores.
Figura 2. Transitorio de presión
medido y simulado con BG
El entorno gráfico de los simuladores basados en la metodología de BG ha
evolucionado notablemente en los últimos años tornándola una herramienta
muy eficiente y de carácter universal para simular sistemas donde ocurren
intercambios de energía entre componentes de naturaleza física distinta. La
disponibilidad de versiones demo o inclusive gratuitas en la web la hacen muy
atractiva para uso académico.
La simulación del golpe de ariete de un caso de referencia mostró resultados con
una gran correlación con mediciones de laboratorio y simulaciones con el
método de las características. La necesidad de discretizar la tubería no significó
una restricción de importancia mostrándose que bastan unos pocos tramos
cuando la maniobra de la válvula es lenta. Los resultados obtenidos indicaron
mejoras significativas con respecto a validaciones realizadas anteriormente.
El método de BG posee un gran potencial para la simulación de los diversos
transitorios que pueden ocurrir en PCHs.
5. Referencias
[1] Z. Souza, A. Santos y E. Bortoni, Centrais Hidrelétricas – Estudos para
Implantação, Eletrobrás, 1999.
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[13] C.A.Santana Bordón, “Análise de Transitórios Hidráulicos em Pequenas
Centrais Hidrelétricas através do Método das Características “, Dissertação de
Mestrado, EFEI, 1992.
Artigo Técnico
22
Análise do Risco Hidrológico na Definição de Contratos
de Compra e Venda de Energia Elétrica em Pequenas
Centrais Hidrelétricas
Afonso Henriques Moreira Santos ([email protected]) - UNIFEI Itajubá
Augusto César Campos de Sousa Machado ([email protected]) - UNIFEI Itajubá
José Guilherme Antloga do Nascimento ([email protected]) - BSB ENERGÉTICA S.A.
Resumo
O objetivo deste trabalho é discutir e propor
técnicas que permitam avaliar o risco assumido
por empreendedores na fixação dos montantes
de energia a serem comercializados por meio de
contratos bilaterais. Para definição de risco
associado utilizou-se a técnica de mensuração
denominada VAR – Value at Risk.
Tal análise proporcionará ao Produtor
Independente de Energia Elétrica (PIEE) maiores
informações sobre os riscos ao qual está sujeito,
devido a variação da disponibilidade hídrica local
e variações dos preços de energia no mercado de
“spot”,
podendo
assim
mitigá-los,
proporcionando melhores preços de seu produto
(energia elétrica), tornando-se cada vez mais
competitivo no mercado. O conhecimento da
estrutura do risco envolvido nas transações
permitirá definir o melhor mecanismo de
mitigação, contrapondo-o ao MRE – Mecanismo
de Realocação de Energia Elétrica.
Abstract
This work will be show how to consider techniques
that allow to evaluate the risk taken for
entrepreneurs in the definition of the electricity
amount to be sell by bilateral contracts. To
definition of the risk associated to this sell we
were used technique of called VAR – Value at
Risk.
Such analysis will provide to the Independent
Power Producer (IPP) larger information on the
risk that it is exposed because the local hydrology
variation and the prices of power in the spot
market, thus being able to reduced risk, providing
better prices of its product (electricity), becoming
more competitive in the market. The knowledge
of the risk structure involved in the transactions
will allow to define the best instrument of
mitigation, comparing at the MRE (Reallocation
Energy Mechanism).
1. Introdução
Desde sua implantação, em termos mundiais, os
serviços de energia elétrica sempre tem sido
tratados como monopólio. Isto significa que as
empresas que vendiam energia trabalhavam dentro
do espírito de fazer aquilo que seria reconhecido
pelo “custo do serviço”, neste caso as tarifas são
reguladas com base nos custos de produção,
transmissão e distribuição, não havendo
diferenciação de preço (Nascimento 2002).
A partir de 1995, com a Lei n° 9.074, profundas
mudanças ocorreram no setor elétrico brasileiro,
iniciando-se uma transição para um modelo
competitivo. Analisando o novo cenário do Setor
Elétrico Brasileiro, onde os Produtores
Independentes de Energia Elétrica (PIEE) buscam
cada vez mais uma maior e melhor capacitação
aumentando sua eficiência na obtenção de menores
custos e melhores preços de seu produto (energia
elétrica), é que buscou-se nos métodos utilizados
para análise de risco financeiro inspiração para a
elaboração de instrumentos que avaliasse o risco
hidrológico e de mercado nos contratos de compra
e venda de energia devido à volatilidade do
combustível em questão, a água, e a volatilidade
dos preços de energia do mercado de “spot”.
2. O VALUE AT RISK – VAR
O VAR entrou em cena em 1994, depois de uma
série de desastres com derivativos, amplamente
debatida na imprensa. Foi, a partir de então, que a
indústria financeira reconheceu a necessidade de
se utilizar um instrumento abrangente e de fácil
aceitabilidade para mensurar o risco de mercado
(Jorion, 1998).
O VAR é um método de mensuração de risco que
utiliza técnicas estatísticas padrões, comumente
usadas em outras áreas técnicas. Em linguagem
formal, VAR mede a pior perda esperada ao longo
de um determinado intervalo de tempo, sob
condições normais de mercado e dentro de
determinado nível de confiança. Com base em
fundamentos científicos, o VAR fornece aos
usuários uma medida concisa do risco de mercado
(Jorion, 1998).
Esse único valor encontrado resume a exposição
da empresa ao risco de mercado, bem como a
probabilidade de uma oscilação adversa
possibilitando aos administradores concluírem se
esse nível de risco é aceitável. Caso não seja, o
processo que conduziu ao cálculo do VAR pode
ser utilizado para se decidir onde reduzir os riscos
e quais as medidas devem ser tomadas para se
proteger do mesmo.
3. A aplicação do conceito às pequenas
centrais hidrelétricas - PCH
trabalhando, e assim podermos definir valores
mínimos de vazão para um determinado nível de
confiança e intervalo de tempo (período de
liquidação da carteira), dados fundamentais para
o cálculo do VAR.
O valor do nível de confiança deve ser adotado
pelo empreendedor e é diretamente proporcional
a proteção quanto ao risco que este deseja realizar.
Em um nível de confiança de 99%, será calculada
a vazão com a probabilidade de 1% de ocorrência,
ou seja, a cada 100 (cem) meses, apenas em 1
(um) mês ocorrerá uma vazão menor que a
calculada. Em nível de confiança de 95%, a cada
100 (cem) meses, apenas em 5 (cinco) meses
ocorrerão valores menores que o calculado. De
posse desses dados podemos constatar que quanto
maior o nível de confiança adotado, menor será a
vazão em questão e maior o Valor no Risco, devido
às vazões afluentes estarem diretamente
relacionadas às gerações mensais.
O primeiro passo para a mensuração do VAR é a
escolha de dois fatores quantitativos: o horizonte
de tempo e o nível de confiança. Ambos são de
certa forma arbitrários e dependem da percepção
de risco investidor. Como o prazo de manutenção
de uma carteira corresponde ao período mais
longo, necessário para que a liquidação da mesma
seja feita de maneira ordenada, o horizonte do
VAR deve estar relacionado à liquidez dos ativos,
definida em termos da extensão de tempo
necessária para volumes normais de transação.
Do ponto de vista dos usuários, o horizonte pode
ser determinado pela natureza da carteira, o qual
pode ser diário, semanal, mensal, anual e outros.
Para o cômputo do VAR de uma carteira, definese W0 como o investimento inicial e R como a
sua taxa de retorno. O valor da carteira no final
do horizonte considerado é W = W0 (1 + R).
Também temos que o retorno esperado e a
volatilidade de R são ì (média) e ó (desvio padrão).
Define-se agora, o menor valor da carteira, para
determinado nível de confiança (nc), como W* =
W0 (1 + R*). O VAR é definido como a perda em
dólares relativa a média:
Deve-se destacar que a utilização deste método
carece de base estatística confiável, o que, no
caso brasileiro, encontra-se razoavelmente Valor no Risco (média) = E(W) – W* = -W0 (R* - ì)
consistida nas séries hidrológicas geradas para
(1)
análise hidroenergética dos aproveitamentos.
Às vezes, o VAR é definido como a perda em
Com base neste dados foram realizados cálculos
dólares absoluta, isto é, relativa a zero ou sem
estatístico, de onde foram obtidos os dados de
referência com o valor esperado:
média, valor mínimo, valor máximo, desvio
padrão, assimetria, coeficiente de variação, moda Valor no Risco (zero) = W0 – W* = -W0 R* (2)
e mediana. A finalidade da obtenção de dados
Em ambos os casos, descobrir o VAR equivale a
estatísticos da série de vazões é de podermos
identificar o valor mínimo W*, ou o retorno
analisar qual tipo de distribuição estaríamos
crítico R*.
Artigo Técnico
23
Sendo o Retorno do empreendimento hidrelétrico igual a R, podemos deduzir:
R = (Econtratada * Preçocontrato) – (CustoOper. & Manut. + Custo do Capital) * 100
preços praticados desde a criação do MAE – Mercado Atacadista de Energia
Elétrica. O Cenário de Mercado foi criado utilizando-se o programa NewWave,
na configuração padrão.
Elaborado o cenário de preços do mercado spot (MAE), realizamos uma
(3)
Investimento Inicial
análise dos valores obtidos e constatamos que o mesmo possuía uma grande
Sendo as únicas variáveis o Preço do Contrato e a Energia gerada, fixandovolatilidade e média dos valores muito baixa. A esperança estava muito
se um valor para o contrato de venda de energia, no caso o VN, ou valor
abaixo do preço do contrato de compra e venda firmado com base no VN
nominal máximo estabelecido pela ANEEL, restringiremos a energia gerada
estabelecido pela ANEEL. A solução encontrada para tal problema foi à
a única variável da fórmula.
realização de uma interação entre o preço da energia elétrica no mercado
Analisando a fórmula de energia gerada:
spot (MAE) e a variável hidrológica. A partir deste ponto foram realizadas
E = P * T = HB * Q * ç * g * T / 1000 [MWh]
interações para os maiores preços do mercado spot e menores vazões
(4)
turbinadas obtendo valores das despesas de compra de energia no mercado
E – Energia Gerada
Q – Vazão turbinada [m3/s]
spot necessários ao cálculo do VAR tal que resultassem em uma probabilidade
P – Potência [MW]
ç – Rendimento total do empreendimento
de ocorrência de 1%, ou seja, nível de confiança de 99% (nível de confiança
T – Tempo [h]
2
adotado no estudo de caso).
g
gravidade
[m/s
]
HB – Altura Bruta [m]
A elaboração de um cenário de mercado possibilitou uma maior realidade na
Podemos constatar que a única variável existente é a vazão turbinada. Assim
obtenção das despesas referentes à compra e venda de energia no mercado
podemos relacionar uma taxa de retorno média esperada a vazão turbinada
spot para cumprimento do contrato, no cálculo do VAR e nos fluxos de
média, uma taxa de retorno mensal máxima a uma vazão turbinada máxima
caixa do empreendimento (análise de viabilidade).
e uma taxa de retorno mensal mínima a uma vazão turbinada mínima.
Após a criação do Cenário de Mercado podemos finalizar o Cômputo do
Concluindo que a volatilidade da taxa de retorno está diretamente relacionada
VAR através das formulações já relacionadas, utilizando-se deste novo cálculo
à volatilidade das vazões afluentes.
do montante de dinheiro a ser destinado à compra de energia para
Tomando a vazão mínima calculada para o nível de confiança adotado e
cumprimento do contrato.
multiplicando essa pela produtividade do empreendimento, obtém-se a energia
Juntamente ao VAR, obtido para cada valor de contrato analisado, a
gerada no período de menor disponibilidade hídrica (para determinado nível
rentabilidade do empreendimento (TIR) e Valor Presente calculados através
de confiança).
do fluxo de caixa, proporcionam ao empreendedor uma visão mais completa
de rentabilidade e riscos associados que este está sujeito, oferecendo subsídios
E* = Q* * Produtividade (5)
para tomadas de decisão mais seguras e eficientes. Dessa maneira o
E* - Energia Gerada mínima
empreendedor pode constatar, dentro de uma faixa de risco aceitável para
seus negócios, qual o contrato que lhe oferece maior rentabilidade, e de que
Q* - Vazão turbinada mínima
maneira este pode se inserir no mercado. Protegendo-se do risco hidrológico
Produtividade = (HB * ç * g * T / 1000) * (Indisponibilidade + Perdas de Transmissão) por meio do MRE, ou desconsiderando este e criando suas próprias proteções.
(6)
De posse de um leque seguro de informações o Produtor Independente poderá
Continuando o raciocínio, temos que, subtraindo a Energia gerada, no período
expor-se ao risco de maneira estratégica tornando-se cada vez mais
de menor disponibilidade hídrica e de acordo com o nível de confiança
competitivo no mercado.
adotado, da Energia contratada, obtém-se a quantidade de energia a ser
Conclusão
comprada no mercado spot (MAE) e “realocada” no sistema.
Como conclusão dos resultados obtidos podemos concluir que, o VAR para a
análise de riscos hidrológicos no fechamento de contratos de compra e
Erealocada sistma = Econtratada – E*
(7)
venda de energia elétrica pode vir a se tornar uma importante ferramenta, a
Multiplicando-se a energia a ser realocada no sistema pelo preço do MWh
qual proporcionará ao Produtor Independente uma visão clara das
no mercado spot (MAE) e número de horas mensais, iremos resultar no
rentabilidades e riscos associados do empreendimento, possibilitando a tomada
montante de dinheiro a ser destinado à compra de energia para cumprimento
de decisões mais eficientes e oferecendo um leque maior de oportunidades de
do contrato.
ingresso nessa nova configuração de mercado de energia elétrica que vem se
formando no País.
CErealocada sistema = Erealocada sistema * Preço MAE * n° de horas do mês (8)
Finalizando nosso trabalho não podemos deixar de mencionar que todos os
A partir deste momento podemos calcular o Retorno do Investimento para
riscos assumidos devem ser devidamente monitorados e as respectivas
o período de menor disponibilidade hídrica.
proteções realizadas. Somente com um controle total da situação o
*
R =(Econtratada* Preçocontrato) – (CustoOper.&Manut.+ Custo do Capital + CErealocada sistema)*100 empreendedor obterá vantagens competitivas na realização de contratos de
compra e venda de energia elétrica desconsiderando o MRE como mitigador
Investimento Inicial
do risco hidrológico.
(9)
Finalizando o processo de adaptação do VAR ao risco hidrológico podemos
agora calcular o VAR do empreendimento utilizando as fórmulas citadas
anteriormente.
Valor no Risco (média) = E(W) – W* = -W0 (R* - ì) (10)
Sendo ì o retorno médio esperado, calculado através da vazão média.
Valor no Risco (zero) = W0 – W* = -W0 R* (11)
O VAR calculado possibilita ao empreendedor ter uma visão clara da pior
situação a um determinado nível de confiança, devido à variabilidade
hidrológica, que possa vir a ocorrer, podendo assim realizar proteções contra
o risco, ou mesmo alterar valores de contratos em seu benefício, expondose a riscos de maneira estratégica, obtendo vantagens competitivas.
Como citado, ao finalizarmos o processo de adaptação do VAR ao risco
hidrológico, nos deparamos com um problema, o preço da energia elétrica
no mercado spot (MAE) é variável. De posse deste problema, a solução que
propomos foi à criação de um cenário de mercado a partir da análise dos
Bibliografia
JORION, P. 1998, VALUE AT RISK, A Nova Fonte de Referência para o
Controle do
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Regras do MAE, Etapa de Implementação, Preços Mensais.
Artigo Técnico
24
Hydrokinetic turbine for isolated villages
Rudi Henri van Els
Department of Mechanical Engineering - University of Brasilia (UnB)
Clovis de Oliveira Campos
Antonio Manoel Dias Henriques Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos – Finatec
Luis Fernando Balduino
Abstract
This paper presents a free-flow hydropower
turbine, also known as a hydrokinetic turbine,
designed to generate electricity using only the
kinetic energy of water flow in rivers. This
propeller type turbine was installed in the inland
of Brazil to supply electrical energy for a small
medical post. First, some efforts with hydrokinetic
energy done by researchers in Brazil for the last
two decades are reviewed, presenting the state of
the art in this field. Next, the theoretical
framework for the use of hydrokinetic energy is
presented with the boundary conditions for the
maximum performance in rivers, along with the
different configurations experimented to
transform kinetic energy in mechanical power.
Details of the design of the turbine are presented
and discussed, including the form of the stator,
the propeller, the mechanical transmission and
the electronic control system.
The developed technology proved to be robust
and suitable for the extremely severe conditions
of the remote and isolated villages, since it is has
been functioning uninterruptedly for the last
seven years. This type of small hydrokinetic power
plant typically can provide up to 2 kW of electric
power, being a reliable alternative for the
electrification of remote and isolated households,
communities or social end-users.
1. Introduction
The use of kinetic energy of rivers can be
considered one of the firsts forms men invented
to transform natural forces into mechanical work.
The use of river flow always was used in navigation
and the water rod may be considered one of the
most sophisticated mechanism of the ancient
times. Nowadays it is still common to find water
pumps in the inland, driven with the use of water
rods.
The technology to generate electricity from
hydropower traditionally is done by the use of
hydraulic turbines whereto the water is channeled
through dams and tubes in order to use its potential
energy.
The use of kinetic energy is considered to be an
alternative or non-conventional form to generate
electricity and has at its source a renewable
energy supply.
This technology is an advance in relation to
environmental impacts, for it is not necessary to
store potential energy in artificial lakes with the
use of water dam, and so it consequently doesn’t
need to interfere with the natural course of rivers.
Most of the principles of this kind of turbine are
derived from wind turbines, though its operation
is similar.
2. Bibliographic Review
The power which can be extracted from the
kinetic energy obeys the law:
P = kb . A . r . v3 /2
where
– A = area in square meters (m² )
– r = density of water ( 1000 kg/m³ )
– v = water velocity in m/s
– kb = coefficient of Betz = 16/27 = 0,592
This law was deduced in 1926 by Albert Betz to
calculate the kinetic energy of wind, where he
showed that only 59 percent of the energy can be
extracted of the total wind energy to produce
mechanical work with a turbine, and that this
condition occurs only when the velocity of the
flow which leaves the turbine is one third of the
velocity that enters the turbine.
Hydrokinetic turbines can be classified in two
types. The first is the vertical axis with its rotating
axis perpendicular to the water flow. The second
is the axial turbine with its rotating axis in the
direction of the flow.
Zulcy (1999) makes an reference to hydrokinetic
turbines for the generating of electrical energy
which he denominated “Low head hydraulic
central with hydraulic hydrokinetic turbine. In
this article Zulcy analyses the characteristics of
vertical axis and axial turbines and shows that the
power per unit is typically up to 2 kW for water
velocities of 0,6 to 1,5 m/s.
Vertical axis turbines are preferred when its
necessary to take advantage of kinetic energy of
flow that can have its direction changed, such as
for example, tidal systems. These turbines are so
designed that the direction of rotation is always
the same, independently of the direction of flow.
One of the first patents of these kind of turbines
was issued to Georges Darrieus in 1931
(DARRIEUS, 1931). He invented a turbine having
its rotating shaft transverse to the flow of the
current and blades with a streamlined section
analogous to that of the wings of birds.
The concept of the turbine developed by Darrieus
suffered some modifications, in order to improve
the benefit of the flows. In 1995 this conception
was optimized by Alexandre Gorlov, (GORLOV,
1991) who mounted the blades in a helicoidal
form, obtaining with this more uniformity in its
functioning.
There are few references in Brazilian literature
about the use of kinetic energy to generate
electricity. One of the first papers is a report of
a prototype of a horizontal axis type turbine
designed by the National Institute of Amazon
Research
(INPA),
called
“cata-agua”
(HARWOOD, 1985).
In this article Harwood described a 4 meter
diameter multi blade propeller type turbine which
is anchored into the river to generate electricity.
This equipment was experimented in rivers in
the Amazon region with water velocities of 0,7
up to 1,5 m/s and proved to be functional. However
in this project there was no protection against
fluctuating debris, quite common in these rivers,
limiting its operation only to experimental. The
mechanical transmission devices used in this
system was made with chains and introduced
significant losses, besides the fact of not being
robust enough to support an intense working
regime. (24 hours a day)
The Center of Research in Electrical Energy –
CEPEL, (NASCIMENTO, 1999) also made
mention to hydrockinetic energy, by means of a
water rod adapted to generate electrical energy
and a axial type turbine.
This first equipment, constructed in association
with a national manufacturer of water rods and
the Federal University of Rio de Janeiro –
COPPE, has rods with width of 3 meters e
diameter of 2 meters. It was mounted on floaters
and had to generate 3,5 kW with water velocity
of 1,5 m/s. The equipment was placed in
operation in the Pirapó river in the state Paraná
and “with the placing of load, it was observed an
accentuated reducing in the rods rotation, blocking
its functioning”.
The second experience realized by CEPEL was
done with a prototype of a axial turbine in reduced
scale (5/1) with a two bladed propeller. With this
prototype measures where made to evaluate the
influence of a converge mouthpiece at the
entrance of the propeller. These measurements
did not provide significant results in the variation
of the water velocity at the entrance of the turbine
and the variation of power generated as a function
of the use of the mouthpiece.
The first well succeeded experience with
hydrokinetic energy in Brazil was developed by
researchers from the Department of Mechanical
Engineering from the University of Brasilia with
funding from the Foundation for Technological
and Scientific Enterprises - FINATEC. Since
1991, o group of researchers has been
experimenting with diverse prototypes of vertical
and axial turbines, as shown in figure1.
Figure 1
Prototypes
Artigo Técnico
25
The bests results for this turbine were obtained in
river with a 2 m/s speed and a six blade, eighty
centimeter, diameter propeller with a solidity
coefficient of 30%.
The mechanical transmission system is
implemented with a set of gears submersed in oil
and a stage of transmission belts. The turbine is
driving a 2 kVA, 220 volts AC electrical generator
in 1800 rpm, generating 1 kW of electricity and
making it possible to use a refrigerator, a freezer,
a water pump and lightning.
To control the voltage generated by the turbine
which in this case tends to vary with the water
velocity and the load coupled on its grid, a
electronic control system was designed. The
control system maintains the electrical load on
the grid constant in order to stabilize the grids
voltage This overvoltage protecting system, based
on a 1Kwatt thyristor driven resistance, makes it
possible to couple domestic electronic equipment
on the grid.
These experiences produced significant subsidy
for the design of a hydrokinetic turbine which
was placed in operation in 1996 and is functioning
until now attending a medical post in the inland
of the state Bahia.
3. The axial hydrokinetic turbine
This project has some innovating features which
where fundamental to improve the transformation
of hydraulic energy in mechanical work.
Different from the projects presented by Zulcy,
Harwood and Nascimento, the machine has a
stator at the entrance of the propeller which
directs the water flow in the turbine in such a way
to increase the attack angle of the blades of the
propeller, optimizing the transformation of
hydraulic energy.
Another innovation is the use of a suction tube at
the outlet of the turbine and the use of cones in
the center of the turbine to minimize the
generating of turbulence in the water stream.
The influence of the suction tube on the
performance of the turbine was tested empirically
in the field, and it was noted that there was a
significant increment in the overall performance
of the turbine with the suction tube.
4. Conclusion
Figure 3 – Photos of the turbines
The rotor or propeller is composed by various
blades. Experiments where made, manufacturing
the blades with metallic strips and also with
metallic structure involved with fiber glass. The
number of blades, the transversal area and its
coefficient of solidity depends on the river flow.
The hydrokinetic turbines presented in this paper
are functioning, producing stable electrical energy
in 220 volts AC permitting the use of normal
domestic equipment.
The developed technology proved to be robust
and suitable for the extremely severe conditions
of the remote and isolated villages, since it is has
been functioning uninterruptedly for the last
seven years. This type of small hydrokinetic power
plant typically can provide up to 2kW of electric
power depending on river characteristics, being a
reliable alternative for the electrification of
isolated households, communities or social endusers.
5. References
The turbine is composed of a protecting grid (1),
a stator with directing blades (2), propeller (3),
suction tube (4), cone for the incoming and
outgoing flows (5), transmission box (6)
Figure 2 – Turbine parts
Its important to emphasize that all experiments
where made in the field, in the most extreme
conditions of functioning and nominal load,
without the ideal instruments to monitor all the
variables of the process. Two models of turbines
where tested and installed as shown in figure 3.
Figure 4 – Some propellers tested
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for power and propulsion systems. US Patent
6,155,892 Northeastern University, 2000
DARRIEUX, Georges J. M. Turbine having its
rotating shaft transverse to the flow of the current.
US Patent number 1,835,018 filed in 1931
Fontes na internet:
Proof
of
Betz´s
Law
–
http://
www.windpower.dk/stat/betzpro.htm
Energy Technology Factsheet. UNEP Division
of Technology, Industry and Economics
Energy and Ozon action unit – http://
www.unptie.org.energy
Artigo Técnico
26
Marco Legal para el Desarrollo Sustentable
de Pequeñas Fuentes de Energías Renovables en
la Provincia del Neuquen - Argentina
Orlando Aníbal Audisio
[email protected]
Universidad Nacional del Comahue - Facultad de Ingeniería
Dpto. de Mecánica Aplicada - Lab. de Maquinas Hidráulicas (LA.M.HI.)
Resumen
El presente trabajo trata de consideraciones
y lineamientos generales que se deben
tener en cuanta para la elaboración del
marco legal para las Pequeñas Fuentes de
Energías Renovables (PFER) de hasta una
potencia instalada de 10 MW). Este Marco
legal propuesto tendrá su ámbito de
incumbencia dentro del territorio de la
Provincia del Neuquen (Patagonia
Argentina) y el mismo fue estructurado
contemplando las características y
particularidades que presenta esta
provincia en lo referente a la distribución
de la energía eléctrica y en la estructura
poblacional rural que la conforma. Además
se fijaron como objetivos centrales de esta
propuesta, que la misma sirva para
promover el uso sustentable y apropiado
de las tecnologías sobre energías
renovables.
La propuesta contempla la posibilidad de
una bonificación impositiva para el
potencial inversor como así también se
plantea la necesidad de una estabilidad
fiscal por el lapso de 15 años. Además, se
fijan pautas claras que se deben seguir en
lo que se corresponde a los procesos de
adjudicación y/o licitación de los posible
sitios a explotar energéticamente.
Con todos los aspectos considerados se
pretende llegar a una estructura legal que
sirva como herramienta para que cada
iniciativa pueda generar un proceso de
desarrollo sustentable baja la pauta del
cobro por el servicio prestado, promover
el crecimiento y el desarrollo a través del
suministro de energía a costos razonables
para mitigas focos de pobreza y
promocionar el turismo, mejorar el standard
y la calidad de vida con una fuente de
energía compatible con el medioambiente.
Introducción
Después de haber implementado diversos
programas de electrificación rural, existe
actualmente numerosas familias que no
están conectadas a una red de distribución
eléctrica y que en un futuro cercana no lo estarán todavía. Esto está motivado en parte,
por los altos costos que tiene el extender la red a áreas remotas, y el servicio de
mantenimiento, manejo y cobro del servicio prestado. Para tales áreas, la opción
descentralizada se presenta como la única opción real y factible de llegar a estas personas
con el servicio energético.
La Republica Argentina tiene un marco regulatorio del Sistema Eléctrico Nacional el cual
posee la división de la funciones dentro de este sistema eléctrico que son llamadas
“distintas unidades de negocios”. En consecuencia, dentro del Mercado Eléctrico
Mayorista (MEM) quedaron definidos cuatro tipos de agentes principales, que son los
Generadores, los Transportistas, los Distribuidores y los Grandes Usuarios.
Dadas las características geográficas y socioeconómicas del país, tales como la ubicación
de las fuentes de energía y de los principales centros de consumos, se ha desarrollado
un sistema de transporte del Tipo Radial que cubre grandes distancias, con demandas
concentradas y plantas de generación importantes alejadas de los principales centros de
consumos.
En este contexto, existe un sin numero de sitio en donde el sistema de tendido publico de
la red eléctrica no llega, y los motivos son muy particulares de acuerdo a que región
estemos analizando. En el caso particular de la Provincia de Neuquen, esta tiene a lo
largo de su Precordillera gran cantidad de pequeñas comunidades las cuales muchas de
ellas no tienen acceso a la energía eléctrica y no lo tendrán a través de la Red. Además,
esta Provincia posee una de las comunidades de Aborígenes mas grande que existe en la
República Argentina. Estas comunidades, conjuntamente con comunidades de mestizos
y/o criollo, conforman pequeños grupos y con características muy dispersas. Estas
pequeñas comunidades, por lo general, habitan en estos lugares precordilleranos donde
el acceso a los servicios esenciales es prácticamente inexistente [VER FIGURA Nº 01].
Uno de estos servicios es el del suministro de energía eléctrica. El programa de
electrificación rural del EPEN (Ente Provincial de Energía del Neuquen) consta de dos
sub-programas, el de pre-electrificación y de electrificación rural, realizándose el
abastecimiento por expansión de la red, energías alternativas y pequeñas centrales
hidráulicas.
FIGURA 01
[Sec. de
Energía de la
Nación Argentina]
Artigo Técnico
27
La generación hidráulica es la fuente mas grande de provisión de energía renovable que
existe y lo hace con una contribución equivalente de mas del 22 porciento de la electricidad
que consume el mundo. Este 22 % es equivalente a 2564 TWh/año.[1] La PFER tienen
una importante contribución al sistema energético mundial; en este sentido, solo las
pequeñas centrales hidroeléctricas (PCH) representan 30 GW de la totalidad de la
capacidad instalada en el mundo, lo que representa, por ejemplo, el 15% de la totalidad de
la energía eléctrica que se genera en Europa.
Pequeñas Centrales Hidroeléctricas Hasta 10 MW
Mini Centrales Hidroeléctricas
Hasta 2
Micro Centrales Hidroeléctricas
Hasta 0,5 MW
Pico Centrales Hidroeléctricas
Hasta 50 KW
MW
Tabla Nº 01
Esta división o forma de definir a las PCH no esta totalmente acordada a nivel mundial,
pero el valor de los 10 MW como tope máximo, por lo general es aceptado por la mayoría
de los investigadores involucrados en la temática y por diversas instituciones a nivel
mundial como por ejemplo la ESHA (The European Small Hydro Association). Esta
misma sub-división, también la posemos tomas para todas las PFER existentes.
Consideraciones
Dada las características que presenta la población aislada y/o rural de la Provincia del
Neuquen [FIGURA Nº 01], en la estructuración de un Marco Legal para las PFER, se
deberá fijar como objetivo central, que la misma sirva para promover el uso sustentable
y apropiado de las tecnologías sobre energías renovables; además de:
a).- Incrementar la calidad y reducir los costos de las tecnologías en las PFER
(componentes, sistemas, y servicios) a través de una expansión de los mercados y la
industria de las Energías Renovables.
b).- Fomentar e incrementar el uso de fuentes de energías limpias y renovables para
mitigar y/o combatir el cambio climático global (reduciendo la emisión de gases) y
proteger a nuestro medio ambiente limitando la polución; e
c).- Incrementar los Standard económicos, sociales, educativos, y sanitarios en áreas
rurales, en comunidades y hogares aislados de la red de abastecimiento publica utilizando
PFER, a través de aplicaciones a sistemas productivos.
Como primer aspecto, y para fijar reglas de juego claras para un proceso de desarrollo
sustentable de las PFER, la Provincia del Neuquen debería contemplar que a nivel
gubernamental se cree un ENTE (dependiente de la Secretaría de Energía de la Provincia
y/o EPEN), el cual tendrá la función de poner en marcha, implemente y coordine la
ejecución del marco legal que apruebe la Legislatura de la Provincia. Como complemento
a esto, se debería considerar poner en marcha una serie de normas e incentivos para
atraer inversiones para el desarrollo, la construcción y/o repotenciación de PCH.
En función de lo ya expuesto en [1], se deberían considerar para la conformación de un
marco legal para las PFER que:
a).- Las PFER no necesiten pasar por un proceso de licitación para la construcción de la
Central y la concesión del servicio, o por lo menos fijar una potencia máxima del
emplazamiento que pueda quedar excluida de un proceso licitatorio (recomiendo el rango
0-500 kW, inclusive).
b).- Las PFER puedan operar a través de una autorización extendida por el Ente
Gubernamental, la que implique un tramite de proceso muy simple.
c).- Las PFER deben ser registradas en el ENTE Regulador Gubernamental.
d).- Las PFER deben contar con la aprobación, por parte del ENTE Gubernamental, del
estudio de factibilidad y del proyecto básico de la Central. El estudio de prefactibilidad
debe contemplar el análisis bajos normas internacionales de aprobación de todo lo
inherente a impacto ambiental.
e).- Se deberán considerar necesarios tres permisos en toda las etapas involucradas que
va de la gestación de la idea hasta la puesta en marcha de la PFER:
1) Un permiso preliminar (previa aprobación inciso d), para comenzar con la obra;
2) Uno para la instalación y/o montajes de la central;
3) Un tercer permiso para permitir que la central hidráulica entre en operación.
f).- se deberá contemplar que las PFER que
comiencen a operar antes de los cuatro (4)
años de aprobada y reglamentado el marco
legal, estén exentas del pago del 50% del
derecho de transmisión que todas la
generadoras tienen que pagar; y las
empresas distribuidoras desembolsarán el
50% del costo de transmisión remanente.
Finalizado este período, queda sin efecto
este descuento (o parte de este, por el lapso
de 4 años mas) en la transmisión de energía.
g).- Las PFER, quedarán exceptuadas del
pago de regalías cuando las plantas
generadoras
estén
ubicadas
en
jurisdicciones municipales.
h).- La administración Gubernamental no
deberá tener dentro de su programa de
promoción y desarrollo de las PFER
diferencias entra emplazamientos de bajas
y altas alturas.
i).- Se deberá plantear diferencia
únicamente
en
los
aspectos
administrativos; es decir se deberá
contemplar que las instalaciones de bajas
alturas puedan ser, o sean, reguladas por
entes regionales y/o municipales, mientras
que las instalaciones de gran alturas
deberán ser reguladas por el ENTE
gubernamental de nivel provincial.
j).- El Gobierno provincial deberá tener
pautas clara para que no exista
impedimentos de ninguna índole (a través
de normas y/o disposiciones) para el
desarrollo de las PFER.
k).- Quedará únicamente para el ENTE
Gubernamental la autoridad o poder de
policía para resguardar todos los aspectos
ambientales.
l).- La Norma legal de promoción a las PFER
deberá fijar como prioridad, respecto al uso
recursos hídricos, el agua para consumo
humano y para irrigación por sobre la de
generación de hidroenergía.
m).- Se deberá contemplar a través de un
estudio racional aquellos proyectos que
planteen la posibilidad de emplazamientos
de multi usos o multi propositos.
n).- Se deberán fijar pautas y normas claras
y precisa que permitan el resguardo del
medio ambiente. Se deberá tomar como
referencia a la emanadas por la Comisión
de energía de la Comunidad Europea.
o).- A partir de los 500 kW de potencia de
un emplazamiento, el operador de la central
deberá ser una Empresa o ente que registre
ciertos antecedentes que convaliden su
capacidad como operador.
Las PFER presentan diversos aspectos que
la hacen muy atractivas, algunos de estos
son:
Artigo Técnico
28
a).- La generación con PFER es bien
competitiva en cuanto a capacidad para
satisfacer las necesidades energéticas
rurales, es fácil de abastecerse de ella, como
así también de distribuir (bajo peso) e
instalar.
b).- Estas fuentes de generación pueden
suministrar energía a pequeñas industrias
y talleres. Esto le da un significativo
potencial como ingreso económico para el
desarrollo rural y de carácter sustentable.
c).- Este tipo de generación provee de
energía eléctrica a casas de particulares
como a instituciones publicas (escuelas,
centro asistenciales, oficinas, etc.) a un
costo relativamente mucho mas bajo que
otro tipo de generación (solar) y a la red
publica.
Con el advenimiento de las lámparas
compactas de bajo consumo, una
comunidad que esta siendo abastecida por
una micro turbina, este suministro puede,
ahora, ser llevado a cabo por una pico
turbina (potencia menores a 50 kW)
hidráulica y a un costo de generación
mucho mas bajo.
Solo se logrará un desarrollo coordinado y
sustentable si se concibe a este, bajo la
premisa del PAGO POR EL SERVICIO
PRESTADO. Caso contrario se logrará un
desarrollo de muy corto plazo y NO
SUSTENTABLE: Colapso del sistema.
Proyecto de Ley
Promoción de Energías Renovables
Provincia del Neuquén, Ley de Promoción
de Energía de hasta 10 Mw.
Artículo 1º - Declárese de interés
Provincial, el estudio, la planificación, la
generación, transporte, distribución, uso
y consumo de la energía a partir de fuentes
renovables, como así también la radicación
de industrias destinadas a la fabricación
de equipamiento para tal finalidad en el
territorio provincial. La actividad de
generación de energía eléctrica de
pequeñas fuentes alternativas no requiere
autorización previa del poder ejecutivo
Provincial.
Artículo 2º - La generación de energía a
partir de fuentes renovables, podrá ser
realizada por personas físicas o jurídicas
con domicilio real dentro del territorio
Provincial, constituidas de acuerdo con la
legislación vigente.
Artículo 3º - Exímase de todo gravamen
impositivo Provincial, por el término de (15)
años, a la actividad de producción de
equipamiento mecánico, electrónico,
electromecánico, metalúrgico y eléctrico
que realicen empresas radicadas o a
radicarse, de origen nacional o
internacional, con destino a la fabricación
de equipos de generación Eólica e
Hidráulica para potencia de hasta 10 Mw.
Artículo 4º - Cuando las tierras necesarias
para la realización del los proyectos sean
de propiedad del Estado Provincial, las
mismas serán vendidas al titular del
proyecto al 50% de su valor fiscal y con
una financiación en concordancia con la
amortización del proyecto.
Artículo 5º - El poder ejecutivo remunerará
con diez milésimos de pesos por cada
Kw.hs ($ 0,01 Kw.hs ) efectivamente
generado por sistemas eólicos dentro del
territorio Provincial, a aquellas empresas
de generación que entreguen su energía al
Mercado Mayorista Nacional (MEM) a
través del sistema interconectado nacional,
como así también al
sistema
interconectado provincial dependiente del
EPEN, y en aquellos casos en que la misma
este destinada a la prestación de servicios
públicos. Disponiendo para tal fin de los
recursos provenientes del Fondo
Subsidiario para compensaciones
regionales de tarifa a usuario finales,
asignados a la Provincia en conformidad
con el artículo 70 de la Ley Nacional Nº
24065. Este subsidio será otorgado a los
ya instalados, como así también a los que
se instalen en el futuro, para los primeros
este beneficio no será retroactivo.
Artículo 6º - Declárese de interés para el
Ente Provincial de Energía del Neuquén
(EPEN) la compra a un precio justo y
competitivo de la energía eléctrica de origen
Eólico, Hidráulico, Solar, Biomasa y
Geotérmica generada por empresas de
origen Cooperativo, persona jurídicas o
físicas que entreguen la totalidad o
excedentes de la energía al sistema
interconectado que esté bajo la operación
del EPEN. El precio de compra y venta
respectivamente se acordarán de acuerdo
a las condiciones del MEM.
Artículo 7º - En los casos de generación
eléctrica a partir de pequeñas fuentes de
energías renovables y que estén destinada
a abastecer sistemas aislados vinculados
a servicios públicos, se aplicará el mismo
criterio de retribución del Kw.hs generado
previsto en el Artículo 5º de la presente
Ley, teniendo en cuenta que los sistemas
híbridos
deberán
satisfacer
los
requerimientos y calidad de servicio dentro
de lo que establece las leyes vigentes.
Artículo 8º - Toda actividad de generación
de energía eléctrica a partir de pequeñas
fuentes renovables y que entregue su
producción al sistema interconectado
Provincial dependiente del EPEN o esté
destinada a la prestación de servicios
públicos en la Provincia del Neuquén,
gozará de estabilidad fiscal por el término
de 15 años a partir de la vigencia de la
presente Ley. Se entiende por estabilidad
fiscal a la imposibilidad de afectar a la
actividad con una carga tributaria mayor a
la actual, o a la afectación de nuevas cargas
impositivas.
Artículo 9º - El poder Ejecutivo promoverá
líneas de créditos especiales, con
financiación a largo plazo y baja tasa de
interés, destinados a la adquisición de
Generadores Eólicos e Hidráulicos, Solar,
Biomasa y Geotérmica, menores de 10 MW,
cuyo objetivo sea el de favorecer estos
emprendimientos, contando para ello con
los beneficios de la Ley Provincial Nº 378
de Promoción Industrial, dándole prioridad
a aquellos que se fabriquen en el territorio
de la Provincia del Neuquén.
Artículo 10º - El incumplimiento del
emprendimiento dará lugar a la caída de
los beneficios aquí acordados, y al reclamo
de los tributos dejados de abonar más sus
intereses y actualizaciones.
Artículo 11º - Adicionalmente a lo
establecido en el artículo 9º, el Poder
Ejecutivo a través del IADEP implementará
líneas de créditos especiales, con plazos
de amortización extensos y tasas de interés
inferiores hasta en un 50% a las vigentes,
para el financiamiento de las inversiones
necesarias.
Artículo 12º - Invitase a los Municipios a
instrumentar medidas promocionales
dentro de sus jurisdicciones, en el mismo
sentido de esta Ley.
Artículo 13º - El Poder Ejecutivo
reglamentará la presente en un plazo de
(60) días de su entrada en vigencia.
Conclusiones
Con estas consideraciones y/o propuesta,
lo que se pretende es comenzar a delinear
un marco de trabajo organizacional que es
necesario articular para un programa
efectivo de largo plazo para el desarrollo
sustentable de las PFER.
Referencias
[1] Orlando A. AUDISIO - IX ELPAH 05-09 de Noviembre del 2001 - Neuquen
(Argentina).
Espaço CERPCH / CERPCH’s Space
29
Brasil tem um representante na IEA
Camila Rocha Galhardo
Em visita à cidade de Bufallo nos Estados Unidos, no dia 27 de Julho de 2003, o Secretário Executivo do CERPCH, professor Geraldo Lúcio Tiago Filho,
foi empossado como membro da Agência Internacional de Energia (IEA), sendo o primeiro latino-americano a fazer parte desta organização. Tiago,
professor na Universidade Federal de Itajubá, é um dos fundadores
Tiago Fº / Camila Galhardo
do CERPCH.
A IEA é um corpo autônomo, estabelecido em 1974 dentro
da estrutura da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OECD). A Agência, com sede em Paris (França),
trabalha em um abrangente programa de cooperação na área de
energia entre 25 dos 30 países membros da OECD.
Brazil has a representative with the IEA
Trad. Adriana Candal
Philippe Beutin, Geraldo L. Tiago Fº, Kearon Bennett, Frans Koch, Lars
Hammers, Tony Tung (Da esquerda para a Direita - To left from right)
While visiting the city of Buffalo in the USA on July 27th,
2003, CERPCH’s (National Center of Reference for Small
Hydropower Plants) executive secretary, Professor Geraldo Lúcio
Tiago Filho was accepted as a member of the International Energy
Agency (IEA). He is the first Latin American to become a member
of this Organization. Tiago, a professor at the Federal University
of Itajubá is one of the founders of CERPCH.
The International Energy Agency (IEA) was established in
November 1974 in response to the oil crisis as an autonomous
intergovernmental entity within the Organization for Economic
Cooperation and Development (OECD) to ensure the energy
security of industrialized nations.
Intercâmbio Brasil e Cuba
Camila Rocha Galhardo
X ELPAH
Referenciar a parceria entre o CERPCH e o Centro de Pesquisa da Universidade Central de
Las Villas, Villa Clara, Cuba. Esta é a finalidade do Protocolo de Intenções assinado entre as duas
entidades durante o X ELPAH - X Encontro Latino Americano e do Caribe em Pequenos
Aproveitamentos Hidroenergéticos, em Maio de 2003 em Poços de Caldas (MG).
O tratado respeita as leis internacionais de cooperação e outros acordos assinados dentro do
setor acadêmico cubano. O principal objetivo desta iniciativa é desenvolver treinamentos no
setor de energia hidráulica, mais especificamente no estudo do comportamento do fluido em
torno das pás, coeficientes de arraste e de sustentação pelo uso de simulação através de software
e aplicação do Auto CAD e implementação das metodologias para projetos de turbinas hidráulicas
como Pelton Axial, Michel Banki (Turbinas Crossflow) e turbinas hidrocinéticas.
O protocolo foi assinado pelo Secretário Executivo do CERPCH, professor Geraldo L.
Tiago Filho, pelo professor Raul Olade da Universidade Central de Las Villas , e pelo professor
do Instituto Militar de Engenharia e membro do Comitê Diretor do CERPCH, José Carlos
Amorim.
Brazil and Cuba exchange program
Trad. Adriana Candal
Raul Olade
Reinforcing the partnership between CERPCH (National Center of Reference for Small
Hydropower Plants) and the Research Center of Universidad central de Las Villas, Villa Clara,
Cuba. This is the goal of the Intention Protocol signed by the two institutions during the 10th
ELPAH – 10th Latin America and Caribbean Meeting about Small Water-energy Potentials,
which was held in Poços de Caldas, Brazil.
The agreement respects the international cooperation laws and other agreements that
were signed in the Cuban academic sector. The main goal of this initiative is to develop training
in the water energy sector, particularly in the study of the behavior of the flow around the blades
and dragand and lift coefficients through simulations using a software and the application of
Auto-CAD and the implementation of the methodologies for designing water turbines such as
Pelton Axial, Michel Banki (Crossflow turbines) and water current turbines.
The protocol was signed by CERPCH’s executive secretary, professor Geraldo Lucio Tiago
Filho, by professor Raul Olade of Universidade Central de Las Villas, and by the professor of the
Engineer of the Military Institute and member of CERPCH’s director board, José Carlos
Amorim.
Parceria / Partnership
30
Parceria Construtiva
Órgão ambiental busca parceria com entidade representativa
Camila Rocha Galhardo
Durante a cerimônia de inauguração do COPAM Sul no dia 15
de Dezembro de 2003 na cidade de Varginha (MG) foi assinado um
protocolo de intenções entre a Fundação Estadual do Meio
Ambiente (FEAM), órgão vinculado à Secretária de Estado do
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Minas
Gerais (SEMAD). Na ocasião, estiveram presentes Ilmar Bastos
Santos, presidente da FEAM, e Shelley de Souza Carneiro, secretário
Adjunto da SEMAD, representando respectivamente a fundação e
a secretaria, e Henrique Gabeta, agente de negócios do CERPCH,
representando a UNIFEI e o Centro de Referência.
O objetivo da iniciativa é o desenvolvimento de um programa
de capacitação do corpo técnico da FEAM e de demais agentes
envolvidos no licenciamento ambiental para avaliação de impacto
ambiental em projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas, além
da elaboração de pareceres técnicos. Uma das maiores vantagens
deste treinamento é a interação entre um órgão regulador e uma
instituição representativa do setor de PCHs, possibilitando aos
técnicos da FEAM a realização de análises mais criteriosas no que
se refere aos Estudos de Impacto Ambiental relativos aos
empreendimentos que aguardam a Licença Ambiental (LI) , a fim
de atender as metas do PROINFA.
Constructive Partnership
Environmental organ searches for
partnership with representative entity
Trad. Adriana Candal
During the ceremony that inaugurated COPAM Sul in the city of Varginha on
December 15 th, 2003, an intention protocol was signed between FEAM
(Environmental State Foundation), an organ linked to the Department of
Environment and Sustainable Development of the state of Minas Gerais, whcih
was represented by Mr. Ilmar Bastos Santos (FEAM’s President) and Mr. Shelley
de Souza Carneiro, and the Federal University of Itajubá and CERPCH (National
Center of Reference for Small Hydropower Plants), both represented by Mr.
Henrique Gabeta (CERPCH’s business agent).
The goal of the initiative is the development of a program to capacitate
FEAM’s technicians and the other agents that are involved in the environmental
license process for the evaluation of environmental impacts of SHP projects and
the elaboration of technical judgement. One of the greatest advantages of this
training is the interaction between a regulating agency and a representative
institution of the SHP sector. This will make it possible for FEAM’s technicians to
carry out more detailed analyses regarding the Study of Environmental Impacts
for the enterprises that are waiting for the Environmental License (LI), so that
PROINFA’s goals can be fulfilled.
Tiago Fº / Camila Galhardo
Reunião ocorrida na UNIFEI em Novembro de 2003 para definição dos pontos a serem abordados no
protocolo de intenções entre a Universidade e a FEAM. / Meeting at UNIFEI occurred in November of
2003 regarding definition of points to be approached in the intention protocol between the University
and FEAM .
Parceria / Partnership
31
PROINFA em Minas Gerais / PROINFA in Minas Gerais
O Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia
(PROINFA) prevê 1100 MW para cada uma das fontes - PCH, Eólica
e Biomassa – sendo destinado o valor máximo para contratação de 15%
de energia oriunda de PCHs por estado, o que corresponde a 165 MW
no estado de Minas Gerais. Cabe ressaltar que essa limitação é aplicada
em uma primeira rodada de contratações. Caso o estado não venha a
contratar a cota destinada para cada tecnologia, o valor remanescente
será destinado aos estados que tiverem alcançado o valor total e que
tenha excedente. O PROINFA é rateado por todos os estados do sistema
interligado nacional.
No momento, encontram-se na FEAM 8 projetos aguardando a
licença ambiental, com uma potência estimada de 119,1 MW no total.
A busca por treinamento e pessoal especializado é uma iniciativa do
governo estadual, visando a atender a oferta do PROINFA e garantindo
que estes recursos não sejam destinados para outros estados, além de
assegurar para os investidores maior rentabilidade e retorno.
PROINFA (a program to encourage the use of alternative sources of
energy) forecasts 1100 MW for each alternative source - SHP, wind and
biomass – and each state can contract no more than 15% of the energy
coming from SHPs, which corresponds to 165 MW in the state of Minas
Gerais. It is important to mention that this limitation is applied at the first
contraction round. In case the state is unable to contract the quota
destined to each technology, the remaining value will be destined to
states that have reached the total value and still have surplus. PROINFA
is shared among all the states that are part of the national interconnected
system.
At the moment, there are 8 projects at FEAM waiting for the
environmental license. Their estimated power is 119,1 MW. The search
for training and qualified people is an initiative of the state government,
aiming at meeting PROINFA’s offer and ensuring that these resources
are not destined to other states, and ensuring the investors greater profits
and return.
Meio Ambiente inaugura COPAM - Sul
Environmental inaugurates Copam-Sul
O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável, José Carlos Carvalho, inaugurou, no dia 15 de Dezembro
de 2003, a segunda unidade descentralizada do Conselho Estadual de
Política Ambiental – COPAM, em Varginha, Sul de Minas.
O Conselho de Política Ambiental é um órgão do Sistema Estadual
de Meio Ambiente e tem por finalidade deliberar sobre diretrizes,
políticas, normas regulamentares e técnicas padrão e outras medidas de
caráter operacional para proteção e conservação do meio ambiente e
dos recursos ambientais, bem como a sua aplicação pela Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, por meio
das entidades a ela vinculadas – Instituto Estadual de Florestas (IEF),
Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) e Instituto Mineiro de
Gestão das Águas (IGAM) e dos demais órgãos seccionais e os órgãos
locais.
A regionalização do COPAM é parte das diretrizes da nova política
administrativa do governo Aécio Neves, através do Sistema Estadual de
Meio Ambiente. Esta regionalização possibilitará aos membros do
Conselho maior proximidade e identificação dos problemas em que se
localizam os empreendimentos industriais e rurais que estarão
licenciando. Além disso, a nova unidade do COPAM vai propiciar o
encontro das comunidades locais, através de suas lideranças, num foro
comum para discussão de políticas ambientais que serão balizadoras de
suas decisões no licenciamento.
O coordenador dos trabalhos de descentralização do COPAM,
secretário-adjunto Shelley de Souza Carneiro, observou que assim será
possível “tornar os procedimentos regulatórios mais eficientes e menos
dispendiosos tanto para o Estado quanto para os usuários”.
Outras cinco unidades regionais estão em processo de criação:
Unidade Alto São Francisco, sede em Divinópolis; unidade Jequitinhonha,
sede em Diamantina; unidade Leste Mineiro, sede em Governador
Valadares; unidade Norte de Minas, sede em Montes Claros, e unidade
Zona da Mata, sede em Ubá.
A primeira já foi implantada no Triângulo Mineiro, com sede em
Uberlândia. A posse dos conselheiros aconteceu no dia 31 de Outubro do
ano passado e contou com a presença de cerca de 300 pessoas, entre
autoridades locais, representantes de unidades ambientalistas, sociedade
pública e civil.
A proposta é de que os Conselhos Regionais estejam totalmente
implantados até o primeiro semestre de 2004.
The State Secretary of Environment and Sustainable
Development of Minas Gerais, José Carlos Carvalho, inaugurated
the second decentralized unit of the State Council for Environmental
Policy – COPAM in Varginha, South of Minas Gerais, on December
15th, 2003.
The Council for Environmental Policy is an organ of the State
Environmental System and is responsible for deliberating over
guidelines, policies regulating and technical rules, standards and
other measures regarding operation, protection and conservation
of the environment and environmental resources, as well as their
application by the State Department of Environment through its
several entities – Forest State Institute (IEF), Environmental State
Foundation (FEAM), Water Management Institute of Minas Gerais
and other sectional and local organs.
The regionalization of COPAM is part of the guidelines of
Governor Aécio Neves’s new administrative policy through the
Environmental State System, and it will make it possible for the
members of the Council to be closer to the areas where the industrial
and rural enterprises they will be giving the licenses to are located.
In addition, the new unit of COPAM will be a meeting place for local
communities where their leaders can talk to the members, so that
they can discuss environmental policies that will guide their decisions
in relation to the licenses.
The coordinator of COPAM decentralization works, Shelley de
Souza Carneiro, observed that this way it would be possible to
“make the regulating procedures more efficient and less costly for
the State and for the users as well.”
Five other regional units are being created: Alto São Francisco
Unit in Divinópolis; Jequitinhonha Unit in sede em Diamantina;
Leste Mineiro Unit in Governador Valadares; Norte de Minas Unit
in Montes Claros; and Zona da Mata Unit in Ubá.
The first one has already been implemented in Triângulo Mineiro
in the city of Uberlândia. The ceremony took place on October 31st
and more than 300 people were present: state and local authorities,
environmentalist unit representatives and the community in general.
All the Regional Councils are expected to have been fully
implemented by the end of the first semester of 2004.
Painel do Leitor / Reader’s Painel
32
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Prezado Prof. Tiago, como vão as coisas? Sabemos
que as PCHs continuam tendo que lutar por um espaço
no cenário nacional. Infelizmente nossos
“comandantes” ainda não se concientizaram da
importância estratégica de nossas PCHs, continuam
colocando obstáculos e dificuldades diversas, para
que nossa sociedade possa tirar o máximo proveito desse
recurso energético. Como grande admirador, tenho certeza que
um dia as coisas trilharão um caminho mais fácil.
Um grande abraço,
Dear Prof. Tiago, How are things going? We know
that SHPs still have to struggle for some space in
the national scenario. Unfortunately our
‘commanders’ are not aware of the strategic
importance of our SHPs and continue to put several
obstacles and difficulties preventing our society
from benefiting from this energy resource. As I am a person
who appreciates your work, I’m sure that someday things will
follow an easier path.
Best regards,
Marcos Franco Moreira
(Ex-Coordenador do Programa CEMIG PCH)
CEMIG- Superintendência de Relacionamento Institucional
Marcos Franco Moreira
(Former Coordinator of CEMIG’s SHP Program CEMIG –
Superintendence of Institutional Relationship)
Recebo as suas notícias do PCH Notícias.Não sei como dizer
isto sem ofender ninguém, mas recentemente publicaram um
artigo de minha co-autoria e me constrange apresentá-lo junto
com a Revista. O motivo são as ilustrações do Geraldo Tiago.
Dado o nível de qualidade que está recentemente adquirindo a
revista, não seria bom chamar um consultor de editoração
gráfica e melhorar a apresentação dela? Vocês podem
discoradr, mas acho pouco conveniente encher as páginas com
desenhos tão “primitivos”. Não acho que entrem na categoria
de arte naiff. Me parecem mais desenhos de
alguém que não sabe desenhar, mas tem o
poder de editorar uma revista e exagera na
inclusão destas caricaturas. Acho que a
Revista deve ser o espelho do bom trabalho
técnico que é feito no país, e além disso
espelhar opiniões do corpo editorial e de
pessoas externas a ele. Mas isto tem que ser
dosado, muito bem ponderado e muito bem
embasado em dados confiáveis. A caricatura
é uma arma muito perigosa que pode provocar
reações nas pessoas afetadas, contrárias a
revista. Acho que Maurício Tolmasquin, sério
como ele é, não merece ser fantasiado de Dom
Quixote (número Fev. Mar. Abr. 2003). Tudo isso
que está na caricatura de capa pode muito
bem ser escrito com fundamentações
técnicas sem agredir as figuras em questão. A
caricatura deve ficar restrita a quem a merece.
Isto quando a pessoa é “caricaturável” ou comete atos
caricaturáveis. Atos que podem ser debochados. Não creio que
seja esse o caso da maioria das caricaturas incluídas na
Revista. Normalmente as revistas científicas que apresentam
caricaturas, além de serem discretas e pequenas, apresentam
1 ou duas em cada número. Não seria possível convencer a
Editoração para, de uma maneira polida, diminuí-las chegando
até a sua substituição por materiais de melhor qualidade? Acho
que a revista merece isto. Atenciosamente e pedindo desculpas
se ofendi alguém.
I receive the PCH Notícias & SHP News .I don’t know how to say
Prof. Juan Jose Verdesio - Universidade de Brasília UnB
Prof. Juan Jose Verdesio - Universidade de Brasília UnB
this without sounding offensive, but recently, you published an
article, of which I was the co-author, and showing this article in this
magazine makes me feel embarrassed. Mr. Geraldo Tiago’s
illustrations are the reason. The magazine has been achieving a
great level of quality and wouldn’t it be good to call a graphic
designing advisor in order to improve its presentation? You may
disagree, but I think it’s not convenient to fill the pages with drawings
that are so ‘primitive’. I don’t think they fall into the category of ‘art
naïf’. It seems to me that they are drawings
made by a person who can’t draw, but has
the power to edit a magazine and
exaggerates the inclusion of these
caricatures. In my opinion, the magazine
must reflect the good technical work that has
been carried out in the country, as well as
the opinions of those who are part of the
magazine and those from outside. However,
the magazine’s work must be very wellbalanced and it must also be based on
reliable data. A caricature is a dangerous
weapon that may cause people, who are
affected by the magazine, to have different
reactions. I think that Maurício Tolmasquin,
serious as he is, does not diverse to be drawn
as Don Quixote (Feb, Mar, April 2003).
Everything that is expressed by the
caricature on the cover can be written with
all of the necessary technical basis without offending anybody.
The caricature must be restricted to those who deserve it, when the
person is ‘caricaturable’ or does ‘caricaturable’ acts. I don’t think
this is the case of most caricatures included in the magazine.
Customarily, scientific magazines that present caricatures make
sure they are small and discrete and they usually display one or
two in each issue. Wouldn’t it be possible to convince the editing
staff to reduce the number of caricatures and eventually replace
them all using better quality articles? I think the magazine deserves
that. Once again, I’m sorry if I offended someone. Regards,
Projeto / Project
33
CELESC recebe Diagnóstico Energético
Camila Rocha Galhardo
CELESC Carries Out Energy Diagnosis
Trad. Adriana Candal
A Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC) contratou o Centro
Nacional de Referência em Pequenos Aproveitamentos Hidroenergéticos
CELESC (Electric Company of the State of Santa Catarina) hired
(CERPCH) para fazer um diagnóstico energético e recomendações para a
the CERPCH (National Center of Reference for Small Hydropower Plants)
geração de energia elétrica em todo o estado. O principal objetivo do
to carry out an energy diagnosis and give some advice about the
trabalho é otimizar o sistema através da inserção da geração descentralizada
generation of electric energy in the state. The main goal of the study is to
e verificar os benefícios advindos da aplicação das fontes renováveis de
optimize the system through the inclusion of decentralized generation
energia (PCHs, Centrais Térmicas à Biomassa e Centrais Eólicas).
and verify the benefits that come from the use of renewable sources of
O estudo, entregue
energy (SHPs, biomass thermal
pelo Centro de Referência
power plants and wind plants).
em Dezembro de 2003, criou
The study, which was
um modelo espacial
delivered in December 2003,
georeferenciado para a
developed a georeference spatial
visualização espacial das
model for the spatial
cargas e fontes elétricas. A
visualization of electric loads
partir destas informações,
and sources. Based on this
definiram-se cenários das
information, the present
condições atuais e em uma
condition scenario and a tenprojeção de 10 anos (dados
year projection were determined.
fornecidos pela Celesc).
Keeping the present conditions
Mantendo as condições
as being ideal, the socioatuais como ideais, foram
economic impacts were defined
definidos os impactos
through the introduction of
socioeconômicos através da
decentralized generation using
introdução da geração
alternative sources of energy.
descentralizada fazendo uso
Georeference Spatial
das fontes alternativas de
Model
energia.
The Georeference Spatial
Modelo Espacial
Model is a methodology
Georeferenciado
developed by CEPCH’s team. It
Exemplo de Mapa Tridimensional das Cargas no Estado de Santa Catarina
O Modelo Espacial Example of a tridimensional map of the loads in the state of Santa
consists of the georeference of
Georeferenciado é uma Catarina
generation sources and loads,
metodologia desenvolvida
considering the characteristics of
pela equipe técnica do CERPCH, que consiste no georeferenciamento das
the concessionaire’s transmission and distribution systems and the
fontes de geração e das cargas, considerando as características do sistema
territorial limits of the concession area.
de transmissão e de distribuição da concessionária e os limites territoriais
By using a mathematical and statistical treatment based on present
da área de concessão.
and future scenarios, the impacts of the inclusion of decentralized
Através de um tratamento matemático e estatístico, como base nos
generation are studied. The methodology allows the optimization of the
cenários atual e futuro, fez-se um estudo dos impactos da inserção da
system in relation to new demands, maintaining or improving the
geração descentralizada. A metodologia permite otimizar o sistema em
reliability levels.
função das novas demandas, mantendo ou aprimorando os níveis de
Advantages
confiabilidade.
While the study was being carried out, it was also considered the
Vantagens
impacts of decentralized generation with different sources of energy on
Ao se desenvolver o estudo, foi considerado o impacto no sistema
CELESC’s system, as it is forecast in the Federal Government’s program
CELESC da geração descentralizada com diferentes fontes de energia,
PROINFA (a program to encourage the use of alternative sources of
como está previsto no Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de
energy).
Energia (PROINFA) do Governo Federal.
With the implementation of the use of renewable energy, in ten years,
Com a implantação da energia renovável, espera-se que, em 10 anos,
the state of Santa Catarina is expected to reduce its dependency on
o estado de Santa Catarina reduza sua dependência de energia oriunda de
energy coming from other states by 1,360 GWh/year. A reduction in the
outros estados na ordem de 1.360 GWh/ano, além da redução das potências
power of substations, a reduction in the investments in power lines, the
das sub-estações, diminuição dos investimentos em linhas de transmissão,
minimization of losses in transmission and the improvement in the balance
minimização das perdas na transmissão e melhoria no equilíbrio da rede de
of the system’s distribution grid are also expected.
distribuição no sistema.
Another aspect that was approached by the diagnosis is the creation
Outro aspecto abordado no diagnóstico é a geração de empregos.
of jobs. One can estimate the creation of about 1,200 direct new jobs
Calcula-se que, na fase de implantação das novas plantas, o estado geraria
during the implementation of the new plants. Other 350 direct and indirect
aproximadamente 1200 empregos diretos e, na fase de Operação e
jobs will be created during the maintenance and operation phase. The
Manutenção, cerca 350 diretos e indiretos. Também foram levantadas as
tax advantages for the state were also studied. The ICMS (a tax similar to
vantagens fiscais para o estado. Estima-se que o ICMS arrecadado na fase
VAT) collected during the construction phase is expected to range about
de construção seja de aproximadamente US$88.350 mil e o ISS cerca de
US$88,350 thousand and the ISS (local service tax) about US$17,100
US$17.100 mil.
thousand.
34
Energia no Mundo / Energy in the World
Apagão não acontece só no Brasil
EUA, Canadá e Europa também são atingidos por Blecautes
Camila Rocha Galhardo
Colaboração: Fabiana Gama Viana
Blackouts: they happen everywhere
A venda de lâmpadas econômicas, geradores, lanternas e, até mesmo,
velas, explodiu. De um lado, os produtos alternativos à luz elétrica
prometiam revigorar parte da economia brasileira. De outro, discutia-se
qual seria o futuro econômico do país, já que a energia elétrica movimenta
desde grandes indústrias até pequenas empresas, importantes ferramentas
para incrementar o produto interno bruto nacional.
A crise energética por que passou o Brasil em 2001 deixou toda a
população nacional sob os auspícios de um Plano de Racionamento que
determinava 20% de economia no consumo de energia. Muitos foram os
problemas apontados como causadores da crise brasileira: falta de
investimentos, de planejamento, chuvas escassas, crescimento econômico
e populacional do país, entre outros.
O Brasil não está sob o Plano de Racionamento desde o dia 1º de
Março de 2002, e a população e a economia saíram ‘provisoriamente’ da
crise sem o grande colapso que muitos previram. Em decorrência, foi
criado o Seguro Apagão. Este é cobrado dos consumidores para garantir o
pagamento do aluguel de 58 usinas termelétricas. Essas usinas, que produzem
energia a um custo maior que as hidrelétricas, devem entrar em
funcionamento em caso de novo risco de falta de energia. Os gastos com o
seguro anti-racionamento são estimados em R$ 4,1 bilhões até o final de
2005.
O fato é que crises de abastecimento de energia não são exclusividade
do Brasil. Em 2003, problemas semelhantes ocorreram no mundo,
evidentemente não com a mesma repercussão do que a crise brasileira no
cotidiano das pessoas. Países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e
Itália enfrentaram blecautes que agiram sobre grande parte da população
das cidades atingidas e evidenciaram sistemas elétricos vulneráveis a
pequenos acidentes e nações dependentes da energia importada de outros
países.
EUA e Canadá
O primeiro apagão aconteceu em 14 de Agosto nos Estados Unidos e
no Canadá. A causa do megablecaute foi um problema na linha de transmissão
Niagara Mohawk entre os dois países. O problema atingiu cerca de 13
cidades de EUA e Canadá.
Em Nova York, a falta de energia tomou dimensões maiores, pois a
população local, ainda traumatizada com os acontecimentos de 11 de
Setembro de 2001, se apavorou com o trânsito caótico, a comunicação
interrompida e, com o cair da noite, moradores da cidade ainda tentavam
chegar às suas casas.
Também foram atingidos pelo apagão seis aeroportos – Kennedy,
LaGuardia, Newark, Cleveland, Toronto e Ottawa – que ficaram
temporariamente fechados. Nos Estados Unidos, ficaram sem energia cidades
como Cleveland, Ohio, Detroit e Michigan.
No Canadá, o blecaute chegou à capital, Ottawa, e ao principal centro
financeiro, Toronto. De acordo com o governo do país, 10 milhões de
canadenses ficaram sem eletricidade, dos quais dois milhões e meio não
tiveram como voltar para casa.
Segundo as autoridades norte-americanas, o maior problema enfrentado
no país foi o pânico da população em Nova York. Na cidade, foi decretado
estado de emergência, pois apesar de as autoridades terem garantido à
população que não se tratava de ataque terrorista, os moradores da cidade
reagiram ao apagão como se estivessem na iminência de um novo 11 de
Setembro.
The USA, Canada and Europe also have blackouts
Trad. Adriana Candal
Colaboration: Fabiana Gama Viana
The sale of economical light bulbs, generators, flashlights, and even
candles boomed. On one hand the products offering an alternative to
electricity promised to invigorate part of the Brazilian economy. On the
other hand, the economic future of the country was being discussed, for it
is the electric energy that moves big industries as well as small ones, which
are important tools to increase the national gross product.
The energy crisis that Brazil experienced in 2001 left the whole
population under the rules of a rationing plan that established a reduction
of 20% in energy consumption. Many problems were pointed out as
being responsible for the crisis: lack of investments, planning and rain
and the country’s economic and population growth, among others.
Brazil has not been living under the Rationing Plan since March 1st,
2002. So far, the population and the economy have overcome the crisis
without the huge collapse that some had predicted. As a result, a ‘Blackout
Insurance’ was created. It is charged from the consumers in order to
assure the payment of the rent of 58 thermal power plants. These plants,
which produce energy at a higher cost than the hydroelectric plants, must
start operating whenever there is a risk of energy shortage. It is estimated
that the expenses with the anti-rationing insurance will reach R$ 4.1
billion by the end of 2005.
The fact is that energy supply crises do not affect only Brazil. In
2003, similar problems took place around the world. Evidently, the impacts
on people’s lives were not the same. Countries such as the United States,
Canada, England and Italy faced blackouts that struck large areas, making
it clear that they have vulnerable electric systems and that they depend on
the energy from other countries.
The USA and Canada
The first blackout took place in the USA and Canada on August 14th.
The cause of the ‘megablackout’ was a problem in the Niagara Mohawk
power line between both countries. About 13 cities in the USA and Canada
suffered with the problem.
In New York City the blackout had bigger dimensions, for the local
population, still traumatized by September 11th, was in panic because of
the chaotic traffic and the communication system that did not work; and
by nightfall, the city’s dwellers were still trying to reach their homes.
Six airports were also struck by the blackout and were temporarily
closed: Kennedy, La Guardia, Newark, Cleveland, Toronto and Ottawa.
In the United States, cities like Cleveland and Detroit spent some time in
the dark.
In Canada, the blackout reached the capital, Ottawa, and the country’s
most important financial center, Toronto. According to the Canadian
government 10 million people didn’t have electricity in their houses and
about two million of them couldn’t get back home.
According to American authorities the greatest problem faced by the
country was the panic that took over the population of NYC. The city was
under alert, for although the authorities had assured the population that
the blackout had nothing to do with a terrorist attack, the population
reacted to the blackout as if they were at the brink of a new September
Energia no Mundo / Energy in the World
Inglaterra
Na seqüência à série de blecautes pelo mundo,
Londres foi atingida no dia 28 de Agosto. Em pleno
rush, cerca de mil trens regionais e nacionais e 60% da
rede de metrô londrina foram afetados pelo corte de
energia que durou quase uma hora. Os passageiros
tiveram que ser retirados dos trens e do metrô. O trânsito
no centro da cidade ficou lento porque os semáforos
pararam de funcionar, e os usuários do metrô tiveram
de usar os ônibus e os táxis.
O sul de Londres foi a região mais afetada.
Acredita-se que cerca de 100 mil pessoas ficaram sem
energia. A causa do apagão foi um problema no National
Grid, empresa que fornece energia à Inglaterra e ao
País de Gales.
Itália
Segundo as autoridades italianas, pelo menos cinco
pessoas morreram por causa de acidentes ocorridos
durante o blecaute do dia 28 de Setembro, considerado
o maior da história do país. A falta de energia atingiu
toda a Itália e afetou mais de 50 milhões de pessoas.
Cerca de 30 mil ficaram presas em trens.
A queda de uma árvore sobre uma linha de
transmissão na Suíça ocasionou o blecaute. Com o
acidente, as linhas de transmissão que vêm da França
ficaram sobrecarregadas, causando um efeito dominó
que apagou todo o sistema italiano, deixando clara a
dependência da Itália da energia importada. O país chega
a comprar 24% do seu consumo noturno e 16% do
35
11 th.
England
In the sequence of blackouts around the world, London
was struck on August 28th. Right at rush hour, about a thousand
regional and national trains and 60% of the London
Underground were affected by the energy cut that lasted almost
an hour. The commuters had to be taken out from the trains
and the underground. Some of them had to travel by bus of
taxi. The traffic downtown was slow because the traffic lights
were not working.
The south of London was the most affected area. It is
believed that about 100 thousand people didn’t have electricity.
The cause of the blackout was a problem in the National Grid,
a company that supplies energy to England and Wales.
Italy
The Italian authorities say that at least five people died
because of accidents that took place during the blackout on
September 28th – the biggest one in the country’s history. The
blackout struck all the country, affecting over 50 million people.
About 30 thousand were stuck inside trains.
A tree that fell on a power line in Switzerland caused the
blackout. With the accident, the power lines that come from
France were overloaded, causing a domino effect that shut off
the whole Italian system, making it clear Italy’s dependence
on imported energy. The country purchases approximately
24% of its night consumption and 16% of the day peak
consumption.
The long drought of the European summer reduced the
Italian energy production and increased the dependence on
imported energy, overloading the power lines. The same
problem happens in other countries and it indicates the lack of
regulation of the European electric sector, which hasn’t
advanced enough in relation to the integration of national
grids. Today, 8% of the energy consumed in the European
Union must cross some borders.
Decentralized Generation
Within a period of forty days,
there were four major blackouts
consumo no pico do dia.
in the world, and most of them
A forte seca do verão europeu reduziu a produção
were caused by problem in the
energética italiana e agravou a dependência de energia
power lines. They are too long and
importada, sobrecarregando as linhas de transmissão.
they increase the price of energy.
Esse problema ocorre em outros países e indica a
They also cause significant losses
desregulamentação do setor elétrico europeu que
in power, which may range about
ainda não avançou o suficiente na integração das
10%.
redes nacionais. Atualmente, 8% da energia
According to experts,
consumida na UE cruzam fronteiras.
decentralized generation would be
Geração Descentralizada
a good solution. It allows a
Durante quarenta dias, ocorreram quatro
reduction in costs and a reduction
blecautes no mundo, e a maior parte deles foi causada
in losses as well. In addition, it
por problemas nas linhas de transmissão. Estas são
presents a greater control in the
muito longas e encarecem a energia, causando também
energy generation process.
perdas significantes de potência; perdas estas que
Decentralized
generation
chegam a cerca de 10%.
promotes the diversification of the
Segundo especialistas, uma solução seria a
energy matrix, making it possible
geração descentralizada. Esta permite a redução dos
for alternative sources of energy
custos e também das perdas, além de ocasionar um
to be used, assuring the
maior controle do processo de geração de energia.
preservation of the environment
Além disso, a geração descentralizada promove a
and natural resources. Another
diversificação da matriz energética, fazendo uso de
solution pointed out by analysts
fontes alternativas de energia, garantindo a
is the investment in areas of the
preservação do meio ambiente e dos recursos naturais.
electric sector that were set aside
Outra solução apontada por analistas é o
such as the creation of new power
investimento em áreas relegadas do setor energético
lines, investments in energy
como a criação de novas linhas de transmissão,
efficiency and in the rational use
investimentos em eficientização energética e uso
of energy.
racional da energia.
Patrimônio / Heritage
37
Projeto de revitalização de PCHs é inaugurado
Camila Rocha Galhardo
A Fundação do Patrimônio Histórico de São Paulo
(FPHESP), em parceria com o grupo ARBEIT, fez o lançamento
do projeto de revitalização de quatro PCHs. O evento aconteceu
na Usina de Corumbataí em Rio Claro, interior do Estado de
São Paulo, uma das usinas do projeto.
Este tornou-se possível com base na resolução da ANEEL
de nº 698 de 29 de Dezembro de 2003, a qual estabelece que a
FPHESP poderá atuar como produtora independente de energia,
permitindo a continuidade do projeto iniciado em 1999. O
evento de lançamento do projeto contou com a presença do
Secretário Estadual de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento
do Estado de São Paulo, Dr. Mauro Guilherme Jardim Arce.
“Pela primeira vez uma instituição cultural utilizará recursos
advindos da geração de energia para custear projetos sociais”,
afirmou o secretário.
O trabalho será subsidiado pela venda da energia produzida
nos empreendimentos, e as usinas funcionarão como museus e
parques para a população da região, servindo de fonte de cultura,
lazer e educação. O investimento é da ordem de R$ 12 milhões,
e a produção esperada é de 40.000 MWh/ano.
As outras PCHs ficam em Salesópolis, Santa Rita do Passa
Quatro e Brotas. A FPHESP visa com este projeto a divulgar e
disseminar junto à sociedade conhecimentos sobre eletricidade
por meio das usinas e do acervo de museus reunido durante
décadas pelas áreas de patrimônio das empresas detentoras das
usinas, no caso CESP e Eletropaulo. Segundo Arce, “a
importância da recuperação destes empreendimentos transcende
sua capacidade de geração”.
SHP refurbishment project has started
Trad. Adriana Candal
The FPHESP (a foundation that takes care of the heritage
properties of the state of São Paulo) in a partnership with the
group ARBEIT launched a project to carry out the refurbishment
of four SHPs. The event took place at Corumbataí Plant in the
city of Rio Claro, one of the plants that will benefit from the
project.
The project became viable based on ANEEL’s (Brazilian
Electricity Regulatory Agency) resolution No 698, December
29th, 2003, which establishes that the FPHESP will be able to
act as an independent producer of energy, allowing the project
that started in 1999 to continue. The Secretary of Energy, Water
Resources and Sewage of the state of São Paulo, Mr. Mauro
Guilherme Jardim Arce, was present in the ceremony that
launched the project. “This is the first time that a cultural
institution will use the resources coming from energy generation
for funding social projects”, said the secretary.
The project will be subsidized by the sale of the energy
produced in the enterprises, and the plants will work as museums
and parks for the population of the area. They will be a source
of culture, leisure and education. The value of the investment
ranges about R$ 12 million and the expected production is
40,000 MWh/year.
The other SHPs are located in the cities of Salesópolis,
Santa Rita do Passa Quatro and Brotas. With this project,
FPHESP intends to disseminate knowledge about electricity to
the society by using the plants and the collections of the museums
that were gathered for decades by the companies that own the
plants – CESP and Eletropaulo in the state of São Paulo.
According to Arce the importance of refurbishing these
enterprises goes beyond its generation capacity.
FEAM
Usina de Corumbataí - Rio Claro - São Paulo
Corumbataí Plant - Rio Claro - SP
Usina de Corumbataí
Construída em 1895, a Usina de
Corumbataí gerou até 1970, quando foi
desativada. Tombada pelo patrimônio
histórico em 1982, foi doada à Fundação
da Energia em 1999, sendo restaurada e
adequada para funcionar como Museu da
Energia e Usina Parque. Desde então, a
usina recebe estudantes de várias regiões
dentro de um projeto de educação
ambiental e patrimonial.
A Usina de Corumbataí está localizada
na bacia do Rio Piracicaba entre os rios
Corumbataí e Ribeirão Claro, no
município de Rio Claro, interior do estado
de São Paulo.
Corumbataí Plant
Built in 1895, Corumbataí plant
generated energy until 1970 when it was
decommissioned. The plant became a state
heritage property in 1982, and it was
donated to the Energy Foundation 1999,
and then it was refurbished and adapted
so that it could work as the Energy Museum
and the Park. Since then, the plant has
been receiving students from several
regions, which is part of a project of
environmental and heritage education.
Corumbataí plant is located on the
River Piracicaba basin between the rivers
Corumbataí and Ribeirão Claro, in the
city of Rio Claro, São Paulo.
Está em fase de negociação um programa educacional voltado a crianças do
ensino fundamental e médio a fim de explicar a importância do processo de geração de
energia e difundir o uso racional da água e a energia limpa. Este projeto segue os moldes
do Curso de Agroenergia, implantado no sítio hidrológico da Usina Luiz Dias, fruto de
parceria do CERPCH com a Prefeitura Municipal de Itajubá.
An educational program for junior high and high school students is being
discussed. It indents to explain the importance of the process of energy generation and
disseminate the idea of a rational use of water and clean energy. This project follows
the characteristics of the ‘Agro-energy’ Course that was implemented at Luiz Dias
SHP. The course is the fruit of a partnership between UNIFEI/CERPCH and Itajubá
Cityhall.
Cooperação
38
Brasil e Canadá discutem
acordo bilateral
Representantes dos dois países se reuniram em evento realizado em São Paulo
Camila Rocha Galhardo
Tiago Fº / Camila Galhardo
Discutir oportunidades de cooperação em
inovação tecnológica nos setores de Tecnologia
Espacial, Biotecnologia, Inovação na Indústria,
Energias Sustentáveis e Maricultura. Este foi o
Workshop Brasil – Canadá, realizado nos dias 04
e 05 de Novembro de 2003 no Hotel Blue Tree
Convention Plaza, São Paulo, Capital. O evento
foi resultado de um esforço comum da Embaixada
Canadense e do Ministério de Ciência e
Tecnologia (MCT).
Durante o evento, especialistas de Brasil e
Canadá se reuniram para traçar possíveis
parcerias. O resultado foi uma carta compromisso
entre os participantes e uma agenda de eventos
para dar continuidade às negociações do acordo
bilateral. “Este acordo é de extrema importância
para os dois países (...), e o Canadá e o Brasil têm
muito em comum, diminuindo as dificuldades de
intercâmbio”, afirma Eduardo Soriano,
Coordenador de Energia do MCT.
Acordo Bilateral
De acordo com Desmond Mullan, do
National Research Council Canada, os pontos
principais do acordo são a geração de empregos e
Desmond Mullan (Nacional Research Council Canada) e Eduardo Soriano (MCT)
a troca de tecnologias. Isto se dará nos níveis
(da esquerda para a direita / from left to right)
empresarial, tecnológico e de formação de pessoal
em nível superior, completa Soriano. O Canadá,
Em relação às PCHs, Mullan enfatiza a
afirma Mullan, por meio de acordos bilaterais, vê
Soriano destaca o papel do acordo como um
importância deste aproveitamento energético ao
a possibilidade de ajudar no crescimento
agente catalisador da universalização, levando
se referir aos recentes problemas enfrentados
econômico brasileiro, trazendo melhorias na
energia para as comunidades isoladas. “Os
infra-estrutura e ganhos ambientais.
pequenos aproveitamentos são uma ótima
Ele vê os acordos bilaterais como uma
oportunidade de se levar energia para estas
tendência mundial. “Acredito que seja
comunidades, com uma grande vantagem,
“Este acordo é de extrema importância para
um esforço mundial em prol do
fazendo uso de uma fonte de energia limpa”,
os dois países (...), e o Canadá e o Brasil têm
desenvolvimento global”, explica. E
afirma. E Mullan completa: “existe uma
muito em comum, diminuindo as dificuldades
o Canadá já tem proposto outros
grande preocupação do Canadá no que se
acordos com países como Alemanha,
refere à qualidade de vida e à redução na
de intercâmbio”, afirma Eduardo Soriano,
Inglaterra, entre outros.
emissão de poluentes”.
Coordenador de Energia do MCT.
Para a assinatura do acordo, será
Além disso, o Brasil possui tecnologia
formada uma comissão binacional. O
aplicada aos pequenos aproveitamentos
setor de energia sustentável contará
hidroenergéticos através de equipamentos
tanto no Canadá, quanto
com uma divisão exclusiva nesta comissão,
Europa e Estados Unidos,
voltada apenas às energias renováveis.
sendo que, até o momento, a
Participaram do evento representantes de
“Acredito que seja um esforço mundial em
principal causa destes,
organizações e empresas de todos os setores das
levantada por especialistas, é
energias renováveis. As áreas escolhidas para que
prol do desenvolvimento global” - Desmond
a não utilização da geração
o intercâmbio ocorra foram biomassa, eólica,
Mullan (Nacional Research Council Canada)
descentralizada. “E as PCHs
células a combustível e pequenas centrais
têm uma grande importância
hidrelétricas (PCHs).
para sistemas descentralizados,
Durante o Workshop, o Centro Nacional de
pois geram energia para regiões menores e alagam
Referência em Pequenos Aproveitamentos
nacionais de qualidade e capazes de competir no
áreas menores, diminuindo o impacto ambiental”,
Hidroenergéticos (CERPCH) foi convidado a
mercado internacional. “Esta é uma ótima
explica Mullan. Além disso, as PCHs possuem
fazer parte da comissão representando o setor de
oportunidade de mostrarmos nossas habilidades
uma tecnologia amplamente utilizada no Canadá,
hidrelétricas de pequeno porte.
para o mercado mundial”, comemora Soriano.
completa.
PCHs
Cooperation
39
Brazil and Canada talk about
bilateral agreement
Representatives of both countries were together at event in São Paulo
Trad. Adriana Candal
The Brazil - Canada Workshop was held at the Blue Tree Convention
Plaza Hotel in São Paulo on November 4 and 5. The event was the result of
joined efforts from the Canadian Embassy and the Ministry of Science and
Technology (MTC), and representatives of both countries talked about
cooperation opportunities on technological innovation in the sectors of
Space Technology, Biotechnology, Industry, Sustainable Energy and
Mariculture.
During the event, Canadian and Brazilian experts were together to
delineate possible partnerships. The results were an agreement between the
participants and a new agenda, so that the discussions can continue. “This
agreement is extremely important for both countries (...), Canada and
Brazil have a lot in common, reducing any exchange difficulties”, said
Eduardo Soriano, MCT’ Energy Coordinator.
Bilateral Agreement
According to Mr. Desmond Mullan of the National Research Council
Canada, the main points of the agreement are the creation of new jobs and
the technology exchange, which will take place at company and
technological levels, as well as staff college formation, completes Mr. Soriano.
Mr. Mullan also says that through bilateral agreements, Canada sees the
possibility of helping Brazil’s economic growth, bringing infra-structural
improvements and environmental benefits. He considers bilateral
agreements as a worldwide trend. “I believe this a world effort towards
global development”, he explains. Canada has also proposed other
agreements with countries such as Germany, England, etc.
A binational commission will be created to sign the agreement. The
sustainable energy sector will rely on an exclusive segment within this
commission, which will only deal with renewable energy.
Representatives of organizations and companies that belong to the
renewable energy sector took part in the event. The areas chosen to be part
of the exchange program were: biomass, wind energy, fuel cells and Small
Hydropower Plants (SHPs).
During the Workshop, CERPCH (National Center of Reference for
Small Hydropower Plants) was invited to be part of the commission
representing the sector of SHPs.
SHPs
In relation to SHPs, Mr. Mullan emphasizes the importance of this
energy potential when he mentions the recent problems that Canada, Europe
and the USA have faced, and, so far, experts believe that their main cause
is the scarce use of decentralized generation. “The SHPs are greatly important
for decentralized systems, for they generate energy for smaller regions and
they flood smaller areas, reducing environmental impacts”, Mr. Mullan
explains. He goes on to say that this technology is widely used in Canada.
Mr. Soriano highlights the role of the agreement as a catalyst agent
of universalization, taking energy to isolated communities. “SHPs
represent a great opportunity for taking energy to these communities.
Also, they present a huge advantage: It is a clean source of energy”,
Says Mr. Mullan. “Canada is deeply concerned about quality of life and
the reduction in the emission of pollutants”.
In Addition, the technology Brazil is using at SHPs is mainly national
and has very good quality, which makes it very competitive in the international
market. “This is a very good opportunity to show our skills to the world
market”, celebrates Mr. Soriano.
Importante / Important
Prezado Senhor (a),
O Centro Nacional de Referência em Pequenos
Aproveitamentos Hidroenergéticos – CERPCH - recebeu da
Secretaria de Política de Informática e Tecnologia, do Ministério
de Ciência e Tecnologia, a incumbência de realizar uma prospecção
no sentido de identificar convênios e acordos tecnológicos existentes
na área de pequenos aproveitamentos hidroenergéticos ou
possibilidades de ocorrência destes convênios e acordos entre o
Brasil e o Canadá. Portanto, se houver algum convênio, acordo ou
ainda o interesse na ocorrência dos mesmos, entre a instituição ou
empresa da qual V.Sa. faz parte, solicitamos, por gentileza, que nos
informe a área de interesse, tipo de parceiro requerido, entre outros dados,
conforme formulário na folha seguinte.
Contamos com a colaboração de V.Sa. para que possamos identificar as reais
possibilidades de crescimento tecnológico nesta área em nosso país.
Colocando-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos, aguardamos o
vosso pronunciamento.
Atenciosamente,
Prof. Geraldo Lúcio Tiago Filho - Secretário Executivo do CERPCH
Dear Sir,
The Secretary of Data Processing and Technology of the
Ministry of Science and Technology asked CERPCH (National
Center of Reference for Small Hydropower Plants) to carry out
a survey in order to identify technological partnerships and
agreements that exist in the field of water energy small potentials
or the possibility of partnerships and agreements between Brazil
and Canada. This way, if there are partnerships or agreements
or the interest in having them between the institution you work
for and a Brazilian company or institution, we would like to ask
you to kindly inform us your interests: the field, the type of
partner and other information according to the attached form.
We count on your cooperation, so that we can identify the
real possibilities of technological growth in our country.
We are available for any questions or information you
may require and we are looking forward to hearing from you.
Regards,
Prof. Geraldo Lúcio Tiago Filho - CERPCH’s Executive
Secretary
Os formulários devem ser enviados para Av. BPS, 1303 - Bairro Pinheirinho - CEP 37500-176 - Itajubá - MG aos cuidados de
Geysa Tibúrcio até o dia 30 de Março de 2004. No caso de dúvida, entre em contato através do e-mail [email protected]
ou pelo telefone (35) 3629-1278. / The forms must be sent to Av. BPS, 1303 - Bairro Pinheirinho - 37500-176 - ITAJUBÁ – MG - a/c Geysa
Tibúrcio until Mar.30.04. In case of doubts, you can contact us 55.35.3629.1278 or [email protected].

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