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Editorial 3 Espaço Aberto Geraldo Lúcio Tiago Fº* O Centro Nacional de Referência em Pequenos Aproveitamentos Hidroenergéticos (CERPCH) tem como missão a promoção, divulgação e difusão de referências em pequenas centrais hidrelétricas. Os primeiros resultados de nosso esforço foram a consolidação do site, do boletim eletrônico disponibilizado via internet e, principalmente, a edição da revista PCH Notícias & SHP News. Desde sua criação, estes veículos sempre foram editados com muito esforço, dedicação e responsabilidade. A revista é composta por diferentes seções de modo a contemplar matérias jornalísticas, artigos técnico-científicos, avaliados por um comitê editorial científico, espaço empresarial e um espaço onde o leitor e o internauta podem expressar suas idéias e opiniões. Com o objetivo de criar um diferencial estilístico para a revista, optouse por apresentar as matérias jornalísticas de uma maneira leve, porém com abordagem séria, técnica e ética. Dessa forma, ao longo do tempo, as charges foram incorporadas à revista. E, embora feitas com limitações artísticas, inerentes ao autor, elas vieram compor a identidade da PCH Notícias & SHP News. As charges são apresentadas com o objetivo de fazer uma crítica bem humorada e destacar as dificuldades e situações peculiares do setor energético, ocorridas no período em que a revista é publicada. Nesse sentido, de maneira alguma, teve-se a intenção de prejudicar ou ridicularizar quem quer que seja. O uso das charges se deu em função das sugestões e recomendações feitas por nossos leitores e da própria equipe de edição da revista. Jamais foi imposta. Sempre estivemos e estaremos abertos às opiniões e críticas de nossos leitores e as receberemos com humildade. Conforme a opinião da jornalista responsável pela PCH Notícias & SHP News, Fabiana Gama Viana: “acho muito importante que estejamos recebendo críticas e felicitações pela nossa revista. Temos recebido inclusive críticas em detalhes em relação aos artigos técnicos. Isso é fundamental para a nossa sobrevivência, pois o nosso feedback tem sido presente, o que nos mostra que os nossos leitores têm lido, muito atenciosamente, a revista. Fico feliz, pois o fato de conseguir fazermos nossos leitores se expressarem mostra que eles consideram a revista não como um encarte bem diagramado, mas sim um espaço para discussão e colocação de idéias de forma democrática. Graças ao esforço da equipe do CERPCH, estamos conseguindo ganhar espaço e conquistar o respeito dos pesquisadores da área. Por isso, não temos que nos ofender com críticas. Elas sempre serão bem vindas”, ou seja, como se pode concluir, ao editor não pode impingir a caricatura de ditador. A ocorrência de muitos desenhos e fotos atribuídas ao editor se dá principalmente em função de limitações em recursos humanos e financeiros. Quem sabe possamos no futuro contar com uma equipe maior e mais eclética para trabalhar com um grau elevado de profissionalismo no material de ilustração da revista. Free Space Trad. Adriana Candal CERPCH’s (National Center of Reference for Small Hydropower Plants) mission is the promotion and dissemination of references about small hydropower plants. The first results of our efforts were the consolidation of our Internet site, and mainly the magazine PCH Notícias & SHP News. Since their creation, these media have always been edited with great effort, dedication and responsibility. The magazine is composed by different sections, so that it is possible to include journalistic articles, techno-scientific articles (which are evaluated by a scientific editorial committee), a business section and a segment where the readers may express their ideas and opinions. Aiming at creating a stylistic differential for the magazine, the choice was to present journalistic articles in a lighter way, but with a serious, technical and ethical approach. This way, the cartoons became part of PCH Notícias & SHP News . Although they present artistic limitations, which are inherent to the author, they are part of the magazine’s identity. They are presented in order to make a wellhumored criticism and highlight the difficulties and peculiar situations of the energy sector. Our intention has never been to harm or ridicule anybody. The use of cartoons was a suggestion given by our readers and by the magazine staff. It has never been imposed. We have always been and will always be willing to receive suggestions and criticisms from our readers and we will receive them humbly. Fabiana Gama, the journalist who is responsible for the PCH Notícias & SHP News, said, “I think it is important to receive criticisms and compliments regarding the magazine. We have been receiving detailed criticisms in relation to the technical articles. This is mandatory for our survival. Having this kind of feedback shows us that our readers are actually reading our magazine carefully. I am happy about this. The fact that we can get our readers to express themselves shows that they consider the magazine not as a wellformatted folder, but a space that is open for discussions where you can democratically express your ideas. Thanks to the effort of the CERPCH’s team we have been gaining more space and the respect of the researches that work in this area. So, we will not be offended by criticisms. They are always welcome.” As you can see, the editor cannot be cartooned as a dictator. The reason why there are so many drawings in the magazine is the limitation in human and financial resources. Maybe, in the future, we can rely on a larger and more eclectic staff to work at a higher level of professionalism on the illustrations of the magazine. *Editor da PCH Notícias & SHP News Sumário / Contents PCH Notícias & SHP News Editorial Curso de Agroenergia / ‘Agro-Energy’ Course PAEDA Agenda Comercialização / Comercialization Incentivo / Encouragement Artigos Técnicos / Technical Article Espaço CERPCH / CERPCH’s Space Parceria / Partnership Painel do Leitor / Reader’s Painel Projeto / Project Energia no Mundo / Energy in the World Espaço do Internauta / Internet Room Patrimônio / Heritage Cooperação / Cooperation 2 3 4 5 6 8 10 13 29 30 32 33 34 36 37 38 Curso de Agroenergia / ‘Agro-Energy’ Course 4 Curso de Agroenergia Formatura da terceira turma do Curso de Agroenergia Crianças da zona rural recebem certificado de conclusão do Curso Camila Rocha Galhardo Acelerar o processo de aprendizagem nas Graduation of the third class of the ‘Agro-energy’ Course comunidades rurais no que diz respeito às fontes alternativas de energia. Esta foi a sistemática da Children who live in the rural area receive course certificate terceira edição do Curso de Agroenergia, uma Trad. Adriana Candal iniciativa do CERPCH, da UNIFEI e da Prefeitura Municipal de Itajubá (MG). O Curso, que and electric engineers, an agronomist, an Accelerating the learning process in rural aconteceu de 04 de Agosto de 2003 a 18 de economist and pedagogue and a work communities regarding the use of alternative Novembro do mesmo ano na PCH Luiz Dias, foi security technician). sources of energy. This was the idea of the third voltado para crianças da zona rural. This class had 23 students between 10 ‘Agro-energy’ Course, an initiative of the A terceira edição do Curso de Agroenergia and 12 years old. They are all students of CERPCH (National Center of Reference for tornou-se possível a partir do apoio do Ministério Ana Junqueira Ferraz Municipal School in Small Hydropower Plants), UNIFEI (Federal de Minas e Energia, através do convênio que prevê Itajubá. The school is located near Luiz Dias University of Itajubá) and the City Hall. The a implantação do Parque de Alternativas SHP. course that took place at Luiz Dias SHP between Energéticas para o Desenvolvimento AutoLearning August 4th and November 18th was targeted at Sustentável (PAEDA). Com o apoio, puderam During this course, it was observed a children from the rural areas. ser disponibilizadas bolsas-auxílio de R$ 20 para significant improvement in the student’s This edition of the course was possible complementar a renda familiar dos participantes. learning process. “Many of them didn’t like thanks to the support that came from the O Curso to study, but the application of theory through Ministry of Mines and Energy through an O Curso de Agroenergia teve carga horária practical classes made it possible for us to see agreement that forecasts the implementation de 300 horas, divididas em 10 módulos, por meio the children’s motivation”, said the of the PAEDA (Park of Energy Alternatives for dos quais os alunos adquiriram noções de meioPedagogical Coordinator of the Course, Self-Sustained Development). With this support, ambiente, fontes alternativas de energia (eólica, professor Eliane Framil. grants of R$ 20.00 were given to the students solar, biomassa e hidráulica), além de The first class of the ‘Agro-energy’ in order to help their families’ income. conhecimentos na área de petróleo, segurança no Course graduated in 2000. Since its creation, The Course trabalho e sistemas energéticos integrados. As aulas the course consists of sharing knowledge The ‘Agro-energy’ Course lasted 300 hours foram ministradas por alunos de pós-graduação among parents and children in order to that were divided in 10 modules. The students da UNIFEI e outros profissionais (engenheiro promote a better use of renewable sources of were given basic notions of environment, florestal, ambiental, agrônomo, mecânico, energy at their properties, so that they can Alternative sources of energy (wind, solar, eletricista e civil, além do biólogo, economista e stay in the country being able to enjoy a better biomass and water energy). They also learned pedagoga e um técnico em segurança do trabalho). life. “It’s an honor to be able to collaborate about petroleum, work security and integrate A terceira turma do Curso de Agroenergia with this dream,” concluded the Municipal energy systems. The classes were given by contou com vinte e três alunos, entre 10 e 12 Secretary of Education, Márcia Chiaradia, UNIFEI’s graduate students and other anos, da quarta série do ensino fundamental da at the closing ceremony on December 17th. professionals (forest, environmental, mechanic Escola Municipal Ana Junqueira Ferraz, em Itajubá. A escola fica nas imediações do sítio hidrológico Tiago Fº / Camila Galhardo da PCH Luiz Dias. Aprendizado Durante a terceira edição do Curso, o destaque coube ao significativo crescimento no processo de aprendizagem observado nos alunos. “Muitos deles não gostavam de estudar, mas, com a aplicação da teoria através de aulas práticas, pudemos ver a motivação das crianças.”, comemora a Coordenadora Pedagógica do Curso, professora Eliane Framil. O Curso de Agroenergia teve sua primeira edição em 2000. Desde sua criação, ele consiste em compartilhar os conhecimentos entre pais e filhos para promover o melhor aproveitamento das fontes renováveis de energia na propriedade rural, visando à fixação do homem no campo, a melhoria de sua vida, além da democratização da informação. “É uma honra colaborar com este sonho”, concluiu a Secretária de Educação de Itajubá, Márcia Chiaradia, na cerimônia de encerramento do Curso, em 17 de Dezembro de Terceira turma do Curso de Agroenergia / Third class of the ‘Agro-energy’ Course 2003. PAEDA PAEDA 5 rico ambiente de aprendizado Camila Rocha Galhardo PAEDA a rich environment for learning Trad. Adriana Candal Difundir as fontes renováveis de energia através de um centro de inovação tecnológica. Este é o PAEDA - Parque de Alternativas Energéticas Spreading the ideas of renewable sources of energy through a center para o Desenvolvimento Auto-Sustentável. Iniciativa do CERPCH, em of technological innovation. This is the PAEDA (Park of Energy Alternatives parceria com a UNIFEI e a CEMIG, o PAEDA ocupa a área da PCH Luiz for Self-Sustainable Development). Conceived by CERPCH (National Center Dias, situada em Itajubá (MG). of Reference for Small Hydropower Plants) in a partnership with UNIFEI O parque se destaca por ser um projeto divulgador do uso das fontes and CEMIG, the park will be located at Luiz Dias PCH area in Itajubá alternativas. Atendendo os objetivos do convênio firmado com o Ministério (MG). de Minas e Energia, a proposta do PAEDA está em aproveitar os recursos The park is a project whose aim is to spread the use of alternative naturais existentes na PCH Luiz Dias para gerar energia elétrica, bombear sources of energy. Meeting several of the objectives of the agreement signed e aquecer água e produzir gás. O parque representa um rico ambiente de with the Ministry of Mines and Energy, PAEDA’s proposal is to the natural aprendizagem, além de ser um laboratório de pesquisa e desenvolvimento. resources that can be found at Luiz Dias SHP to generate electric energy, O PAEDA pump and heat water and produce gas. In addition to being a research and O PAEDA possui diversas bancadas development laboratory, the park is a rich Tiago Fº / Camila Galhardo demonstrativas das mais diferentes formas environment for learning. de geração de energia, sejam elas PAEDA convencionais ou não-convencionais. The park has several demonstrative Essas bancadas são disponibilizadas para workbenches of the most diverse forms of alunos de graduação e pós-graduação das generating energy, whether they are Universidades conveniadas com o parque conventional or not. These workbenches are para o desenvolvimento de novos available for undergraduate and graduate equipamentos e metodologias para a students attending the universities that have geração, distribuição e consumo de energia agreements with the park, so that new com ênfase nas fontes alternativas. equipment and methodologies for energy Visitas generation, distribution and consumption O PAEDA disponibiliza um focusing on alternative sources can be cronograma de visitas para estudantes, developed. pesquisadores e professores da UNIFEI e Visitation de outras Universidades. O parque também The park has a visitation schedule for está aberto a extensionistas rurais, students, researchers and professors coming profissionais de empresas ligadas ao setor from UNIFEI or other universities. The park energético e alunos do ensino Casa de Máquinas da Usina Luiz Dias is also open to farmers, professionals from fundamental, médio e profissionalizante. Powerhouse - Luiz Dias SHP companies related to the energy sector and Os visitantes, em dia e horário previamente marcados, fazem uma visita, acompanhados por monitores treinados, às dependências do Parque e conhecem na prática as instalações de painéis fotovoltaicos, coletor termo-solar, biodigestor, microcentral hidrelétrica, monjolo, carneiro hidráulico, bomba de corda, aerogerador, roda d’água, entre outras atrações. O roteiro ainda inclui projetos ambientais, através da criação de canteiros com mudas de espécies nativas, projetos paisagísticos e de reflorestamento, além de trilhas ecológicas na mata nativa com espécimes da Mata Atlântica. A visita é finalizada com a apresentação de palestras, vídeos e distribuição de cartilhas sobre conservação de energia, geração de energia no campo e educação ambiental. Cursos de Imersão Em breve, serão disponibilizados no Parque cursos de imersão, voltados para alunos do ensino médio das áreas urbanas. Os cursos terão uma duração de dois a três dias e serão divididos em módulos relacionados aos temas: meio ambiente, energias renováveis e desenvolvimento sustentável. Os participantes, que ficarão alojados no próprio parque, contarão com uma equipe de apoio formada por engenheiros, técnicos e monitores treinados. Atualmente, o parque recebe em média 2500 visitas ao ano e, com a conclusão das obras de expansão, estima-se para o próximo ano uma média de 5000 visitas. junior high and high school students. The visitants, who must have a timetable previously set, go to a guided tour around the park with trained guides. They can see the installation of photovoltaic panels, thermal-solar collectors, a biodigester, a microhydropower plant, a water mill, a hydraulic ram pump, a rope pump, wind turbine, a water wheel, among other attractions. The tour also includes environmental projects through the creation of beds with seedlings of native trees, landscape and reforestation projects. There is also ecological hiking through native Atlantic Forest. At the end of the visit there are lectures and a distribution of primers about energy conservation, energy generation in the countryside and environmental education. Immersion Courses Soon, the park will also have immersion courses for high school students who live in urban areas. The courses will last two or three days and will be divided in modules regarding these issues: environment, renewable energy and sustainable development. The participants will stay in the park and will rely on a support team formed by engineers, technicians and trained monitors. Today, the park receives about 2,500 visits every year. After the conclusion of the expansion works, the park is forecast to receive about 5000 people every year. Para maiores informações: [email protected] ou [email protected]. For more information: [email protected] or [email protected]. Comercialização 8 ?? Comercialização de Energia Tudo sobre a comercialização de energia em PCHs Camila Rocha Galhardo 1 - Quais os riscos, vantagens e pré-requisitos para o consumidor cativo que pretende se tornar consumidor livre? Na Legislação atual, em fase de alteração pelo Novo Modelo do Setor, são Consumidores Livres aqueles que têm a liberdade de negociar a compra de energia elétrica de qualquer concessionário, permissionário ou autorizado do sistema interligado. A energia comprada pode ser para atender a totalidade ou parte da sua demanda, dadas as seguintes condições: - consumidores ligados antes de 08 de julho de 1995, em cuja unidade consumidora a demanda contratada totalize, em qualquer segmento de horas de utilização ao longo do período do dia e do ano, no mínimo 3 MW, atendidos em tensão igual ou superior a 69 kV; - consumidores ligados após 08 de julho de 1995, em cuja unidade consumidora a demanda contratada totalize, em qualquer segmento de horas de utilização ao longo do período do dia e do ano, no mínimo 3 MW, atendidos em qualquer tensão; - consumidores cuja demanda contratada totalize, em qualquer segmento de horas de utilização ao longo do período do dia e do ano, no mínimo 500 kW, atendidos em qualquer tensão, e que optem pela compra de titular de autorização ou concessão de fonte alternativa de energia (pequena central hidrelétrica, eólica, biomassa). Em todos os casos, deverá ser respeitado o atual contrato de fornecimento entre o Consumidor Cativo e a Concessionária local, sendo que esta última deve ser informada com antecedência da opção do Consumidor pelo Mercado Livre. Os riscos serão os de mercado. Será necessária por parte dos Consumidores uma profissionalização no gerenciamento do seu suprimento de energia, para buscar as melhores oportunidades no mercado para o mais novo “insumo” (Utilidade) de sua cadeia de produção. As vantagens surgirão dessa profissionalização no gerenciamento, não mais estando sujeito à regulação do governo sobre as tarifas cativas de Energia Elétrica. 2 - Na sua opinião quais as expectativas para a comercialização de energia com a aprovação do novo modelo para o setor de energia? A tendência que surge com o Novo Modelo é de estagnação e “engessamento” na área de Livre Comercialização. Isso acontecerá pois os prazos serão mais extensos para a decisão de migração do Cativo para o Livre. Somando-se a isso, teremos com a formatação do POOL uma transferência de risco para os consumidores finais. Com a estrutura do POOL, haverá uma ingerência total do governo, aumentando o risco político e regulatório do setor, e desincentivando a atração de investimentos na área de geração dentro do mesmo. 3 - No caso de um Consumidor Livre que assina um contrato com um Produtor Independente e ocorre um imprevisto e ele não possa fornecer a energia contratada, quais as garantias que o Consumidor Livre tem? Para que esse consumidor livre tenha garantia de fornecimento pelo Sistema, é necessário que o Produtor Independente (FONTE ALTERNATIVA) faça parte do MRE. 4 - Quando se define um acordo bilateral entre o consumidor livre e um produtor independente, quais as cláusulas de garantia padrão? - Garantia de Fornecimento (Gerador): MRE garantirá a entrega pelo Sistema; - Garantias Financeiras (Consumidor): Fiança Bancária equivalente de 04 a 06 meses do montante financeiro do fornecimento. Acompanhada de Procuração de Poderes para cancelamento do Registro no MAE em caso de rescisão contratual (INADIMPLÊNCIA). 5 - Especialistas do setor energético dizem que, se o Brasil retomar o crescimento econômico, há riscos de um novo racionamento em 2007. Para a comercialização, quais os efeitos deste tipo de previsão? O risco é existente. Porém está nas mãos do governo estruturar um modelo que atraia o capital privado para que os investimentos necessários, e que a iniciativa pública não tem condições de fazer, sejam feitos. O efeito de um novo racionamento será desastroso para todos os setores, não só para a comercialização; especialmente se considerarmos que em época de crescimento a oferta de energia elétrica abundante e a um custo competitivo é imprescindível. 6 - Na sua opinião, o mercado de comercialização de energia oriunda de PCHs é voltado apenas para consumidores A4 ou ele também abrange os consumidores A2? No atual cenário, posso afirmar que o Mercado que dará maior liquidez à energia oriunda de PCHs, é o mercado de consumidores A4/ A3a. Isso se dá pela simples equiparação de preços. O A2 cativo tem uma energia mais barata que as ofertas encontradas no cenário de PCH. Mas pode também ser estratégico que um A2/A3 invista em sua própria PCH. 7 - Como ficam as questões quanto à aplicação de multas devido a ultrapassagens de demanda contratada e fator de potência? Isso deverá continuar sendo tratado diretamente com as Distribuidoras que são responsáveis pelo CUSD. Entrevista: José Caio Ribeiro dos Santos - Gerente Fox Energy (São Paulo - Capital), empresa comercializadora de energia, cujo principal negócio é a compra e venda de energia elétrica. Comercialization 9 ?? Energy Comercialization Everything you wanted to know about SHP energy commercialization Trad. Adriana Candal 1 - What are the risks, advantages and legal requirements the ‘Captive Consumers ’ will face if the intend to become ‘Free Consumers’? For these ‘Free Consumers’ to have the supply assured by the System, the Independent producer (ALTERNATIVE SOURCE) must be part of the MRE (Energy Re-allocation Mechanism). According to the present legislation, which is being altered by the New Model of the Sector, Free Consumers are those who are free to negotiate the purchase of electric energy from any concessionaire, permit holder or authorizee of the interconnected system. The energy may fulfill the demand completely or just partially in accordance with the following conditions: - Consumers that were connected before July 8th, 1995, whose consuming unit’s contracted demand totalizes, at any hour period of use along the day and the year, at least 3 MW supplied at 69 kV or above; - Consumers connected after July 8th, 1995, whose consuming unit’s contracted demand totalizes, at any hour period of use along the day and the year, at least 3 MW supplied at any tension; - Consumers whose contracted demand totalizes, at any hour period of use along the day and the year, at least 500 kW, supplied at any tension, and those who opt for the purchase of energy out of alternative sources (SHP, wind or biomass). In all those cases, the present contract between the ‘captive consumers’ and the local Concessionaire must be respected. The concessionaire must be previously informed the consumer’s option of joining the Free Market. The risks are the market risks. The Consumers will have to achieve a greater professionalization for the management of their energy supplies in order to search for the best market opportunities for the newest “product” (Use) of their production chain. The advantages will come from this professionalization of the management, for it will no longer be subjected to the government’s regulation on the electric energy ‘captive’ tariffs. 4 - When a bilateral agreement between a ‘Free Consumer’ and an Independent Producer are defined, what are the standard guarantee provisions? 2 - In your opinion, what are the expectations regarding the commercialization of energy with the approval of the new model for the energy sector? The trend that comes along with the new Model is the stagnation in the area of Free Commercialization. This will happen because the deadlines for the decision to migrate from ‘Captive’ to ‘Free Consumption’ are longer. In addition, with the new format of the POOL, the risk was transferred to the end-users. The structure of the POOL will make it impossible for the government to be part of the management, increasing the political and regulatory risk of the sector and discouraging the attraction of investments in the generation area. 3 - In case a ‘Free Consumer’ signs a contract with an Independent Producer and because of a setback this producer will fail to supply the contracted energy, which guarantees do the ‘Free Consumers’ have? - Supplying Guarantee (Generator): MRE will ensure the System’s supply - Financial guarantees (Consumer): a bank guarantees the equivalent amount to 04-06 months of the supply. - A proxy that can be used for canceling the registration in MAE (Wholesale Energy Market) in case of a contract rescission (DEFAULT). 5 - Experts of the energy sector say that if Brazil resumes its economic growth, the country will face the risk of another energy rationing in 2007. As far as commercialization is concerned, what are the effects of this kind of prediction? The risk exists. However, the government should structure a model that attracts private capital to make the necessary investments, for the public sector does not have the conditions to make them. The effect of a new rationing plan will be disastrous for all the sectors, not for commercialization alone, especially if we consider that in times of growth, the abundant offer of electric energy at a competitive cost is indispensable. 6 - In your opinion, does the market trading the energy coming from SHP comprise A4 consumers only or A2 consumers as well? Within the present scenario I can say that the Market that will grant better liquidity for energy coming from SHPs is the market for A4/A3a consumers. This happens because of a simple price equalization. The ‘captive’ A2 has cheaper energy than the offers that are found in the SHP scenario. But A2s/A3s investing in their own SHPs may also be a strategic action. 7 - What about the application of fines because of surpluses in the contracted demand and power factor? These aspects must continue to be dealt with the Distributors, which are responsible for the CUSD (a contract for using the distribution system). Interview: José Caio Ribeiro dos Santos – Manager of Fox Energy (São Paulo), an energy trading company, whose main business is the sale and purchase of electric energy. Incentivo 10 MME inicia reestruturação do PRODEEM Seminário discute revitalização do programa Camila Rocha Galhardo Fabiana Gama Viana O Ministério de Minas e Energia (MME) realizou, nos dias 27 e 28 de Novembro de 2003 em Brasília (DF), o seminário “Jornada de Trabalho: Revitalizando o PRODEEM”. O evento reuniu agentes do setor elétrico, representantes de governos estaduais, organizações nãogovernamentais e órgãos de fomento. Na abertura, a Ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, ressaltou a importância do PRODEEM como um agente do programa de universalização de energia, visando a levar energia a todos os domicílios do país. O Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios (PRODEEM) tem o objetivo de viabilizar o fornecimento de energia às populações não atendidas pela rede elétrica convencional por meio de fontes renováveis de energia descentralizadas e sustentáveis. Inicialmente o programa deu prioridade à energia solar, visto o número considerável de equipamentos instalados na região atendida pelo PRODEEM, mas espera-se que, numa nova fase, as demais fontes renováveis (PCH, MCH, Eólica e Biomassa) possam ser contempladas. Reestruturação Instituído em Dezembro de 1984, por meio de decreto presidencial, até 1998, o programa beneficiou 1322 comunidades, atendendo a uma população de quase 350 mil pessoas (Dados PRC PRODEEM – Nov. 2003). Em 2002, o Tribunal de Contas da União (TCU), através de Auditoria de Natureza Operacional, recomendou uma reestruturação completa do programa que, acatada pelo MME, visa à integração do PRODEEM ao Programa Nacional de Universalização – Luz para Todos (veja matéria página 12). Revitalização e Capacitação A reestruturação do PRODEEM foi iniciada em Julho de 2003 com a consulta a todos os agentes envolvidos - a Coordenação (PRC é composta pelas entidades PRODEEM - MME, CEPEL, CHESF, ELETRONORTE, ELETROSUL, FURNAS E RENOVE única instituição não governamental que esteve presente) e usuários. A partir daí, foi criado o Plano de Revitalização e Capacitação do PRODEEM - PRC. Em 2004, serão realizados o levantamento, a recuperação e a regularização da situação patrimonial dos equipamentos já instalados. Até hoje foram instalados mais de 8 mil painéis fotovoltaicos, dos quais muitos têm apresentado problemas técnicos, daí a necessidade da revitalização do sistema. Nesta primeira etapa, com término previsto para Dezembro de 2004, também será feita a capacitação dos prestadores de serviços, agentes comunitários e técnicos municipais responsáveis pela guarda, operação e manutenção dos sistemas. Neste mesmo período, será feito um diagnóstico das potencialidades energéticas das comunidades para a futura ampliação do atendimento e estímulo aos usos produtivos da energia. Descentralização Em uma segunda etapa, serão estudadas as alternativas para a descentralização, com a consolidação do processo de escolha de novos beneficitários, buscando-se uma coordenação com as demais ações governamentais de eletrificação rural. A partir daí, tanto o PRODEEM como o Programa Luz no Campo passarão a ser instrumentos do Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia, acarretando na última etapa de reestruturação. Esta vai permitir a inserção gradativa do PRODEEM na universalização, indo ao encontro da promoção do desenvolvimento social rural, uso produtivo da energia e sustentabilidade dos sistemas instalados. Futuro Resta saber qual enfoque será dado com a reestruturação pois, até então, o PRODEEM deu prioridade aos painéis fotovoltaicos, tendo os mesmos demonstrado dificuldades de manutenção. Se o Programa pretende investir em outras fontes, fica a dúvida como serão dados os incentivos para as mesmas e se ele irá abranger todas as fontes alternativas de energia. Encouragement 11 PRODEEM ’s re-structuring has started Seminar discusses revitalization of the program Trad. Adriana Candal On November 27th and 28th, the Ministry of Mines and Energy organized, in Brasilia, the seminar “Working Hours: Revitalizing PRODEEM”. The event gathered agents of the electric sector, representatives of state governments, NGOs and fomenting agencies. During the opening ceremony, the Minister of Mines and Energy, Dilma Rousseff, highlighted the PRODEEM’s importance as an agent of the energy universalization program, which intends to take energy to all of the households in the country. The Program for the Energy Development of States and Cities (PRODEEM) aims at supplying energy for the population, who cannot receive energy through the conventional electric grid, by using decentralized and sustainable renewable sources of energy. Initially, the program’s priority was solar energy, for a significant amount of equipment was installed in several regions. However, in a new phase, the other renewable sources (SHPs, MSPs, wind and biomass) are expected to be considered as well. Re-structuring Instituted in December 1984 through a presidential decree, 1322 communities, about 350 thousand people) benefited from the program until 1998, according to data from PRC PRODEEM – Nov. 2003. In 2002, the TCU (Federal Audit Court) recommended a complete re-structuring of the program, which was fully accepted by the MME, aiming at integrating PRODEEM to the Universalization National Program – “Luz para Todos” – (light for everyone - refer to the article on page 12). Revitalization and Capacitation PRODEEM’s re-structuring began in July 2003 by consulting all the users and agents involved – the coordination (PRC is formed by PRODEEM’s entities - MME, CEPEL, CHESF, ELETRONORTE, ELETROSUL, FURNAS E RENOVE – the only non-governmental institution that was present). After that, PRODEEM – PRC Revitalization and Capacitation Plan was created. In 2004, the already installed equipment will be surveyed, recovered, and their equity status will be regulated. More than 8 thousand photovoltaic panels have been installed so far. Many of them have presented technical problems, which is the reason why the system revitalization is necessary. Within this first phase, which is expected to be completed by December 2004, the capacitation of service renderers, communitarian agents and city technicians responsible for guarding, operating and maintaining the systems will also be carried out. At the same time, a diagnosis will be carried out in order to find out the energy potential of each community for a future enhancement of the service and a greater encouragement towards the productive uses of the energy. Decentralization In a second phase, with the consolidation of the process for choosing new beneficiaries, the alternatives for decentralization will be studied, aiming for coordination with the other governmental actions in relation to rural electrification. Afterwards, PRODEEM, as well as the “Luz no Campo” (light in the countryside) Program will become instruments of the National Program for the Universalization of the Access and Use of Energy, which will cause a last phase within the re-structuring process. This will allow a gradual insertion of the PRODEEM into the universalization, heading towards the promotion of rural social development, productive use of energy and sustainability of installed systems. Future One still wants to know the connotation the re-structuring will receive, for PRODEEM has given most of its attention to photovoltaic panels so far, and they have shown difficulties in relation to maintenance. If the program intends to invest in other sources, some doubts remain: how will the incentives be given to these other sources and will these incentives comprise all alternative sources of energy? Incentivo / Encouragement 12 LUZ PARA TODOS energia para o Brasil Fabiana Gama Viana Levar energia para 12 milhões de brasileiros até 2008. Esta é a meta do Programa Luz para Todos, lançado pelo Governo Federal em Novembro de 2003. Através do programa, será antecipado em sete anos o objetivo de universalização do Brasil, pois a legislação atual aponta que as concessionárias de energia teriam prazo até Dezembro de 2015 para eletrificar as casas de todo o país. A incidência de domicílios sem energia é maior nas áreas com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e entre as famílias de baixa renda. Neste caso, a instalação da energia será gratuita. Com o programa, o objetivo é fazer da energia elétrica instrumento para o desenvolvimento econômico das comunidades, reduzindo a pobreza e a fome. Empregos Diretos e Indiretos A previsão é de que, através do Luz para Todos, sejam gerados, de acordo com informações do MME, cerca de 300 mil empregos diretos e indiretos nas comunidades contempladas pelo programa, pois a mão-de-obra a ser contratada para a execução dos serviços será prioritariamente local, além dos equipamentos que serão da indústria nacional. O Luz para Todos está orçado em R$7 bilhões e será feito por meio de parceria com as distribuidoras de energia e os governos estaduais. O governo federal destinará R$5,3 bilhões ao programa, e o restante será partilhado entre governos estaduais e agentes do setor. Os recursos federais virão de fundos setoriais de energia, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e a Reserva Global de Reversão (RGR). Meio Rural A população rural será a maior beneficiada com o programa, pois o campo concentra 80% dos casos de exclusão elétrica no país. E a utilização de energia elétrica no meio rural representa um dos processos mais importantes a serem incentivados no Brasil, pois é fato que a eletrificação rural é fundamental para levar adiante programas de desenvolvimento de uma região. Dessa forma, ela deve ser vista não só como um fator capaz de aumentar a produtividade no campo, permitindo a melhoria das condições de trabalho, mas também elevando as condições de vida do homem no meio rural. Incertezas Segundo especialistas do setor restam algumas dúvidas a respeito do Programa apresentado pelo Ministério. Não se sabe se ele será colocado em prática através da “eletrificação”, ou seja, a extensão da rede de distribuição de energia elétrica ou pela geração distribuída. Caso a escolha seja pela geração distribuída, quais seriam os incentivos para a implantação? E ainda: como os benefícios da CCC serão aplicados aos empreendimentos realizados pelo programa “Luz Para Todos”? Resta esperar pelas respostas. LUZ PARA TODOS energy for Brazil Trad. Adriana Candal Taking energy to 12 million Brazilians until 2008 – this is the goal of the program “Luz para Todos”, launched by the Federal Government in November 2003. Through this program, the objective of universalization of the country will be advanced by 7 years, for the current legislation says that the deadline for the energy concessionaires to take energy to the houses all over the country would be in 2015. The number of households that do not have access to energy is higher in areas where the Human Development Index (HDI) is lower and among low-income families. In this case, energy installation will be free of charge. The program’s goal is to make electric energy an instrument for the economic development of these communities, reducing poverty and hunger. Direct and Indirect Employment According to MME (Ministry of Mines and Energy) the program “Luz para Todos” is forecast to generate about 300 thousand direct and indirect jobs in the communities that will be part of the program, for the manpower hired to carry out the works will be, mainly, local, and also, the equipment will come from the national industry. “Luz para Todos” relies on a budget of R$7 billion. This money will come from partnerships with energy distributors and State Governments. The Federal Government will destine R$5.3 billion for the program, and the rest will be shared among the State Governments and agents of the sector. The federal resources will come from energy sectorial funds, the CDE (Energy Development Account) and RGR (Reversion Global Reserve). Rural Area The rural population will benefit the most from the program, for the country concentrates 80% of the cases of electric exclusion in the country. The use of electric energy in the rural area represents one of the most important processes that will be encouraged in Brazil, for it is a fact that rural electrification is fundamental for inflaming the development programs of a region. This way, it must be seen not only as a factor that is able to increase the productive in the rural area making working conditions better, but as something that will improve the life condition of the people who live and work in rural areas. Uncertainties According to experts of the sector there are still a few doubts regarding the program presented by the Ministry. No one knows whether the program will be carried out through “electrification”, an extension of the electric energy distribution grid, or through distributed generation. In case the choice is distributed generation, what would the incentives for its implementation be? And yet, how will the CCC (Fuel Consumption Account) benefits be applied to the enterprises carried out by the program? Now, all we can do is wait for the answers. * Luz para Todos: luz para 12 milhões de brasileiros até 2008, o que corresponde à soma do número de habitantes do PI, MS, AM e DF / Luz para Todos: Electricity for 12 million Brazilians by 2008, which corresponds to the sum of the inhabitants of the states of Piauí, Mato Grasso do Sul, Amazonas and Distrito Federal; * 90% das famílias sem energia elétrica têm renda inferior a 3 salários mínimos / 90% of the families that do not have electric energy have a income below 3 minimum salaries – the minimum salary in Brazil is R$ 240.00; * 84% das famílias vivem sem luz em municípios com IDH abaixo da média nacional / 84% of the families that live in towns presenting a HDI lower than the country’s average do not have electricity; * 62,5% da população rural da Região Norte (cerca de 2,6 milhões de pessoas) não têm acesso à eletricidade / 62.5% of the rural population of the Northern region of Brazil (about 2.6 million people) do not have access to electricity; * No Nordeste, este percentual é de 39,3% dos moradores da zona rural (cerca de 5,8 milhões de pessoas) / In the Northeast, this percentage is 39.3% (about 5.8 million people). (Fonte: MME) Metas de Atendimento no Meio Rural Ano 2004 2005 2006 2007 2008 Fonte: MME Novos Atendimentos Rurais 400.000 Objetivo 1: Elevar o percentual de atendimento rural dos atuais 73% para 500.000 90% ao final de 2006. / Goal 1: Increase the percentage of rural assistance 500.000 from 73% to 90% by the end of 2006. Objetivo 2: Atender 100% dos 300.000 domicílios rurais até o ano de 2008. / Goal 2: Attend 100% of the rural 300.000 households by 2008. Artigo Técnico 14 Central Hidrelétrica Flutuante (CHF): uma Tecnologia Alternativa de Geração Arthur Benedicto Ottoni - Prof. Adjunto da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) Theophilo Benedicto Ottoni Filho - Prof. Adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Resumo O Conceito de CHF é uma inovação no campo da geração hidrelétrica fluvial. Uma CHF constitui-se num conjunto de Pilares Longitudinais onde apóiam-se Módulos Flutuantes, denominados Módulos de Geração da Energia (MGE). Dentro destes, acham-se as Casas de Força da Usina. Quando toda a vazão do curso d’água é turbinada, o Módulo repousa sobre um Avental de Apoio no leito do rio. No caso do excesso de água (cheias), os Módulos passam a flutuar, mantendo o turbinamento, sendo que a vazão sobrante passa sob os mesmos. Portanto, numa CHF não há Vertedouros. Os MGE‘s apóiamse entre dois Pilares Longitudinais e neles se deslocam na direção vertical. Por efeito de obstrução do fluxo, os MGE’s geram um desnível de poucos metros entre os N.A’s de montante e jusante. A potência elétrica é gerada como função desse desnível hídrico e da vazão turbinada. Uma CHF é idealizada para trabalhar com pequenos desníveis hídricos constantes (baixa queda; menores do que 8m). Há, portanto, necessidade em se ajustar o peso total do Módulo, por adição ou subtração de tara, utilizando a água do próprio rio e os Porões dos MGE’s, com a finalidade de atender a demanda. As saídas dos Cabos Elétricos e as Estações Transformadoras estão localizadas no topo dos Pilares. Além de abrigar a Casa de Força, Porões e Casa de Bombas, um MGE deve conter todas as estruturas hidráulicas (Tomadas D’água, Penstocks, etc.). Eclusas ou Passos de Navegação também podem ser alocados, permitindo o transporte fluvial, da mesma forma que espaços para passagem de materiais flutuantes (galharias, troncos, etc.). Uma CHF pode ser implantada em rio de qualquer porte, contanto que haja uma permanência de vazões mínimas adequadas. Dependendo do porte do rio, uma CHF pode funcionar como pequena ou grande Usina. Uma CHF, ou uma série de CHF’s, são particularmente recomendadas em situações de cursos d‘água caudalosos, bem como em vales fluviais planos densamente ocupados. Igualmente promissora, é a implantação de CHF’s em trechos regularizados com pequenos desníveis hídricos não aproveitados, como os estirões embutidos numa série em “cascata” de Reservatórios. Palavras-Chave Usina Hidrelétrica de Baixa Queda; Pequena Central Hidrelétrica; Tecnologia Alternativa; Impactos Ambientais. Abstract The concept of FHP is an innovation in the field of fluvial hydroelectric generation. A FHP is composed by a set of Floating Models, called Modules of Energy Generation (MEG). Each MEG rests laterally on a pair of Pillars which are longitudinally constructed in the river section. The Plant‘s Power Houses are Located in the MEG’s. When all river flow is turbined, the Module is laid down on a Resting Pavement on the river bed. If excess of water (during floods) occurs, the Modules start floating, maintaining the turbined fluxes. In such cases, the non-turbined water flows under the Modules. So, there are no Spillway in the FHP’s. The MEG’s are only allowed to move vertically due to buoyance forces, sliding on the walls of two sucessive Longitudinal Pillars. Due to flow obstruction, the MEG’s generate a water head of a few meters upstream from the Plant section. The electic power is generated as a function of this head and the turbined discharge. A FHP is conceived to work with small and constant water heads (smaller than 8m; very small head). Therefore, also taking into account the turbined flow for generation, there is a need to adjust the Module’s total weight, by addition or subtraction of water deadweight, utilizing the river water and the MEG’s hold. The Electric Cable units and the Transformer Stations are located on the Pillar tops. Besides housing the Power House, Holds and Pump House, a MEG contains all hydraulic structures (Water Intakes, Penstocks, etc.). Navigation Locks or Navigation Passes might be allocated, allowing fluvial transportation. Spaces to make possible the flux of floating materials (branches, logs, etc.) might also be designed. A FHP can be implanted in a river of any side, as long it has minimal flows with sufficiently large duration. Depending on the river size, a FHP can work as a small or large Plant. A FHP, or a series of FHP’s in the same watercourse, are particularly recommended in situations of large-flow rivers as well as in mild densely occupied valleys. Equally promising is the implantation of FHP’s in regularized fluvial lengths (in terms of discharge) which are not being utilized for generation, as it is the case of the river sections between two successive Reservoirs. Key-Words Hydroelectric of Very Small Head; Small Hydroelectric Power; Alternative Tecnology; Environmental Impacts. 1. Introdução O aproveitamento hidroenergético de um curso d’água impõe a realização de uma série de obras envolvendo as mais diversas concepções estruturais que, seja por sua complexidade, seja por sua eficácia, exigem cada vez mais criatividade e oportunidade para o seu desenvolvimento. A implantação de obras para a geração de energia utilizando fontes de natureza hidráulica deixou de ser função apenas de um mercado a ser atendido e de uma potência disponível, muitas vezes de forma privilegiada, característica de um país com grande vocação para a hidroeletricidade, como o nosso. Atualmente, além do contínuo crescimento do mercado consumidor, associado à redução dos locais mais promissores, há que se considerar aspectos importantes que impedem que um empreendimento do Setor Elétrico seja concebido e desenvolvido segundo os padrões tradicionais e consagrados de épocas anteriores. Desses aspectos, destacam-se as mudanças verificadas nos critérios técnicos estabelecidos para o planejamento e construção de obras; mudanças verificadas na mentalidade da Sociedade, através da atuação de seus segmentos organizados; e mudanças verificadas na disponibilização dos recursos financeiros no Mercado. Indiscutivelmente, a QUESTÃO AMBIENTAL é a principal alavanca de impulsionamento dessas mudanças. O presente trabalho apresenta de forma sucinta uma concepção de geração de energia hidrelétrica de baixa queda, a Central Hidrelétrica Flutuante (CHF), idealizada segundo os preceitos do Desenvolvimento Sustentável, levando em conta disponibilizar a geração de energia nos estirões fluviais aonde os Aproveitamentos convencionais apresentam as limitações inerentes aos aspectos ambientais. 2. Características das Usinas Hidrelétricas Convencionais (UHE’s) O aproveitamento de um curso d’água para a geração de energia elétrica através da construção de uma Usina Hidrelétrica convencional (UHE’S), regra geral, é concebido segundo os seguintes Arranjos tradicionais: a – Usina com Casa de Força Integrada a Barragem: Este tipo de Usina dispensa a estrutura de adução da água às máquinas, sendo constituída basicamente por Barragem, Tomada D’água, Vertedouro e Casa de Força; b – Usina com Casa de Força ao pé da Barragem: Este tipo de Usina exige a implantação de estruturas para adução da água às Turbinas, sendo constituída por todas as estruturas do tipo anterior, mais os Condutos Forçados; c – Usina com Derivação: A principal característica deste tipo de Usina é que a Casa de Força situa-se a grande distância da Barragem, exigindo, além dos dispositivos já vistos, a implantação de estruturas de derivação da água até a Casa de Força, e eventuais acessórios. Geralmente as estruturas de derivação são Artigo Técnico constituídas por Túneis, Canais ou uma combinação de ambos. Eventualmente também é necessária a instalação de um dispositivo para alívio de pressões (Chaminé de Equilíbrio). Nos 3 tipos de Arranjos de UHE’S referidos acima de forma sucinta, a magnitude dos recursos financeiros envolvidos deve ser suficiente para amparar custos diretos e indiretos incorridos nas Etapas de Estudos, Projetos, Implantação, Operação, Manutenção e Conservação, sendo os custos ambientais na Fase de Operação bastante relevantes nestes Arranjos (Viabilidade Ambiental). 3. Desenvolvimento Tecnológico: Central Hidrelétrica Flutuante (CHF) Do ponto de vista social e tecnológico, sabe-se que a carência de energia elétrica para abastecimento do País é tema de regular preocupação no Setor há aproximadamente 20 anos. Afora o que a Mídia amplamente divulga, e o que o meio especializado busca divulgar, temos a destacar como bons resultados trazidos pela crise a sensibilização para a necessidade de maiores Pesquisas sobre Alternativas de Geração que possam prever novas e mais amplas soluções para a problemática de atendimento da demanda. Levando em conta as características de oferta e demanda de energia à médio prazo , verifica-se que o Modelo Energético atual, baseado em Aproveitamentos de Alta e Média queda, terá limitação de implantação em estirões fluviais aproveitáveis, notadamente devido as questões ambientais, dada as exigências do Desenvolvimento Sustentável requeridas pela Mídia, pelo Meio Técnico Científico, e pela Sociedade. Nesse sentido, foi idealizada Matriz Energética de Aproveitamento Hidrelétrico de modo a atender aos seguintes requisitos: Aproveitamento de baixa queda; com impactos ambientais na Fase de Operação desprezíveis; cuja geração da energia seja compatível à estirões fluviais localizados em áreas urbano-industriais valorizadas, na planície amazônica, e nas quedas residuais de Aproveitamentos em série existentes; que facilite o planejamento da geração em atendimento à demanda de energia requerida. Dos requisitos acima, chegou-se a Concepção do Arranjo do Empreendimento Hidrelétrico denominado por Central Hidrelétrica Flutuante (CHF), cujas características mencionamos a seguir de forma sucinta. 15 FIGURA 1: Arranjo Geral da Matriz Energética Central Hidrelétrica Flutuante (CHF) Implantada em Seção de Encaixamento de Curso D’água. A CHF é uma nova concepção de Usina Hidrelétrica em cursos d’água, sem regularização do regime hídrico fluvial. Constitui-se num conjunto de Pilares cuja maior dimensão é longitudinal ao curso d’água. Entre Pilares apóiam-se Módulos Flutuantes, dentro dos quais acham-se embutidas as Casas de Força da Usina. O fluxo turbinado flui por dentro dos Módulos Flutuantes através de Condutos Forçados. Quando toda vazão do curso d’água é turbinada, o Módulo repousa sobre um Avental de Apoio no leito do rio. Quando há excesso de água, os Módulos passam a flutuar e a vazão sobrante passa sobre o Avental e sob os mesmos, não sendo previsto Vertedouros. Os Módulos Flutuantes são denominados MGE’s - Módulos de Geração de Energia. Neles é gerada toda a energia da Usina. Apóiam-se entre 2 Pilares Longitudinais consecutivos e podem se deslocar nesse apoio simplesmente na direção vertical, procurando sua condição de equilíbrio de acordo com as forças de empuxo hidrodinâmico. Por efeito de obstrução do fluxo, os MGE’s geram um desnível de poucos metros entre o N.A. de montante e jusante (FIGURA 2). A potência elétrica é gerada como função desse desnível hídrico e da vazão turbinada. O desnível máximo de uma CHF pode ser da ordem de 6 a 8m. FIGURA 2: O Módulo de Geração de Energia (MGE) Uma CHF é idealizada para trabalhar com desnível hídrico constante durante a maior parte de sua operação, qualquer que seja a vazão do rio ou turbinada. A flutuação dos MGE’s caracteriza a situação de se variar o peso total do Módulo, por adição ou subtração de tara, sendo a mesma constituída por água do próprio rio, a qual é armazenada em Porões no MGE. A modificação da tara (Plano de Operação dos MGE’s) se dá automaticamente, visando aumentar ou diminuir a obstrução ao curso d’água, para que o desnível se mantenha o mesmo ao longo do ano hidrológico. Pequenos Diques Laterais (Ombreiras) à seção do rio tomada pelos Pilares – denominada Seção de Encaixamento – obrigam todo fluxo a passar entre os Pilares. Tais Barramentos podem ser de terra e/ou pedra, podendo-se prever, eventualmente, que as cheias excepcionais se escoem com vertimento sobre os Diques. Eclusas ou Passos de Navegação (Módulo de Navegação), estão previstos na lateral da Seção de Encaixamento, com objetivo de manter o transporte fluvial. Prevê-se, outrossim, espaços para passagem de materiais flutuantes (galharias, troncos, ilhas flutuantes, etc...) (Módulos Flutuantes). A geração da energia hidráulica através da CHF pode se dar isoladamente, ou por uma série em “cascata” de CHF’s (FIGURA 3), sendo relevante que haja uma permanência de vazões mínimas. O aproveitamento CHF pode funcionar como pequena ou grande Usina Hidrelétrica, sendo este último particularmente recomendado para os caudalosos cursos d’águas da Bacia Amazônica. 3.1 Concepção da Tecnologia Na FIGURA 1 apresentamos o Arranjo Geral da Matriz Energética Central Hidrelétrica Flutuante (CHF) implantada em Seção de Encaixamento de curso d’água. FIGURA 3 – Série em “Cascata” de CHF’s Comparada com uma Única Usina de Grande Altura Artigo Técnico 16 3.2 O Módulo de Geração de Energia (MGE) Os MGE’s correspondem a “caixões flutuantes” com formato hidrodinâmico, apoiados e descarregando totalmente nos Pilares Longitudinais. Podem unicamente se deslocar na vertical por efeito de empuxo hidrodinâmico, cumprindo dois objetivos básicos: gerar um desnível hídrico constante a maior parte do tempo, por efeito de obstrução do fluxo; e abrigar a Casa de Força. Os MGE’s podem ser de concreto ou estrutura metálica, tendo as dimensões principais da ordem de uma ou poucas dezenas de metros. A vazão de projeto de turbinamento numa CHF usualmente deve ser a vazão mediana do curso d’água, já regularizado ou não. Portanto, em aproximadamente 50% do tempo, correspondente ao regime de vazões baixa-média, enquanto a descarga fluvial for menor que o fluxo total turbinado, toda água do rio passa por dentro do MGE, gerando energia. Neste período, o Módulo fica apoiado sobre o Aventual de Apoio no leito do rio, como um Aproveitamento Hidrelétrico convencional. Este efeito é conseguido através da manutenção de uma tara constante, adequada ao “afundamento” do MGE. Nos outros 50% de tempo, quando houver descarga sobrante, ou seja, no período das águas médias-altas, o excesso do fluxo deve passar sob o MGE, fazendo-o flutuar. Para manter o desnível hídrico constante neste período, qualquer que seja vazão sobrante sob o MGE ou turbinada, é preciso que se adicione ou subtraia tara através de bombeamentos nos Porões do MGE. Haverá tantos Porões quanto for o número de Unidades Geradoras no Módulo (FIGURA 2). Além de abrigar a Casa de Força, Porões e Casa de Bombas para variação da tara, um MGE deve conter todas as estruturas hidráulicas para tomar, aduzir e repor o fluxo de turbinamento (Tomadas D’água, Penstocks, Stop-Logs, etc.). A forma das paredes de fundo do MGE deve ser tal que maximize a estabilidade de flutuação do Módulo. As duas Paredes Longitudinais Laterais dos MGE’s devem ser planas. Não há, entretanto, Paredes de cobertura, a não ser onde estiverem localizados o teto da Casa de Força e as Lajes de acesso ao Módulo (FIGURA 2). Os equipamentos de geração são praticamente os convencionais para pequena queda e alta vazão turbinada. concreto, descarregando nos Pilares Longitudinais e tendo a função de sustentar o MGE quando ele estiver no fundo. Presos nos quatro cantos laterais do MGE, quatro dentes de apoio, de aço ou concreto, se encaixam em ranhuras nas Cabeças dos Pilares, ranhuras essas que terminam numa Câmara de Vedação. Este encaixe do Módulo no Pilar deve se realizar no período de estiagem, com o MGE no fundo do rio, para que seja possível a vedação desta Câmara e instalação das estruturas de apoio e deslizamento. A estrutura de apoio e deslizamento do MGE no Pilar é constituída basicamente de uma Treliça Metálica da mesma altura que o Dente de Apoio, e nele fixada na Câmara de Vedação. O outro apoio desta Treliça é nas paredes da Câmera de Apoio, num sistema pressurizado a óleo, com molas, lagartas e rodetes de deslizamento. Este sistema é projetado visando minimizar vibrações na estrutura do Pilar e para impedir adernamentos do MGE. A Câmara de Apoio deve se manter permanentemente se água. FIGURA 4: Croquis do Pilar Longitudinal 3.4 A Configuração do Arranjo A configuração do Arranjo de uma CHF deve basicamente definir (FIGURA 5): o eixo da Seção de Encaixamento; disposição dos Diques Laterais (Ombreiras); disposição do conjunto de Pilares Longitudinais e MGE’s; disposição dos Módulos auxiliares (da Navegação e de Passagem de Materiais Flutuantes); acessos principais: Ponte Rodoviária, Pistas Longitudinais de Acesso aos Módulos, Elevadores e Escadas para acessar a Casa de Força e Estação Transformadora, Pontilhão Transversal para deslocamento de Pórtico, etc. FIGURA 5: O Lay-out do Arranjo 3.5 A Operação do Empreendimento Uma CHF opera segundo dois princípios básicos (FIGURAS 6 e 7): não há regularização de vazões, ou seja, a descarga que passa pela Usina é sempre, praticamente, a própria vazão do rio; o desnível hídrico (NAM – NAJ) é, praticamente, constante. 3.3 O Pilar Longitudinal O Pilar Longitudinal (FIGURA4) tem a importante função de apoiar e manter o MGE na Seção de Encaixamento, estando ele no fundo ou flutuando. Tem comprimento aproximadamente igual ao do MGE e possui duas Cabeças, uma de montante, outra de jusante, onde estão localizadas as Câmaras que abrigam os Dispositivos de apoio e deslizamento do Módulo no Pilar (FIGURA 4). A cota superior dessas cabeças de Pilar corresponde aproximadamente à cota do topo das Paredes Laterais do Módulo, na flutuação de NA máximo. Entre as Cabeças de montante e jusante, o Pilar é uma estrutura vazada. O Avental de Apoio é uma Viga em duplo “T” de FIGURA 6: Fases de Operação de uma CHF Artigo Técnico 17 FIGURA 7: Curvas de Permanência numa CHF: (a) de Vazões; (b) de Potência Evitando desperdícios de água e impondo melhor utilização do equipamento, a vazão turbinada de projeto da Usina deve ser a vazão mediana do curso d’água (FIGURA 7a). Ou seja, em 50% do tempo, durante o período de águas baixas – média, a potência plena do aproveitamento não pode ser gerada, como indica a Curva de Permanência de Potências (FIGURA 7b). Nesse período de estiagem – a 1ª fase de operação – a CHF opera com todos os MGE’s no fundo do rio (FIGURA 6a). Como os MGE’s estão no fundo, a CHF opera na 1ª fase praticamente como uma Usina Convencional. Não há, pois, necessidade em ajustes da tara neste período. É a época adequada para as operações hidráulicas principais de manutenção da Usina. O desnível hídrico deve ser continuamente monitorado em estações linimétricas a montante e jusante. Se ele estiver fora dos limites aceitáveis nesta 1ª fase de operação, acima ou abaixo, de forma automática entram ou saem de operação Unidades Geradoras, respectivamente, de forma a manter a vazão total turbinada compatível com a vazão do curso d’água. Quando todas as Unidades estiverem gerando, e mesmo assim o desnível for excessivo, é porque o processo de levantamento dos MGE’s deve ser começado. É o início da 2ª fase de operação, a partir da 1ª fase (FIGURA 6b). Durante o período de cheias, por outro lado, há descarga fluvial suficiente para manter todos os Módulos em flutuação, na geração plena. Nesse período há necessidade também de uma continua monitoração do desnível visando um sistema de ajuste de tara dos MGE’s, com o objetivo de manter o desnível constante. Se este estiver acima ou abaixo de limites aceitáveis, automaticamente uma certa tara é retirada ou adicionada, respectivamente, de todos os Módulos, de forma simultânea, visando restabelecer o desnível na faixa desejada. Nessa 3ª fase de operação (FIGURA 6c), e também na 2ª fase (FIGURA 6b), a altura de flutuação HF (em relação ao fundo do rio) e a tara devem ser continuamente monitoradas em todos os MGE’s. Se HF (altura de flutuação) for muito pequena (HF < HFmin), ou seja, se os MGE’s estiverem muito próximos do fundo, é porque deve-se iniciar o afundamento pleno dos primeiros Módulos. É o início da 2ª fase, a partir da 3ª fase. A 2ª fase de operação corresponde a uma situação hidrológica de águas médias-altas. Pode ter a duração de poucos meses. É um período de transição, quando alguns MGE’s estão no fundo e outros estão flutuando com uma pequena altura HF, acima de um HFmin de alguns poucos decímetros de altura. A necessidade de HF ser superior a um HFmin é para evitar choques do Módulo no Avental. Se algum Módulo estiver nesta 2ª fase, com HF < HFmin, entra automaticamente em operação um sistema de afundamento dos Módulos para promover a ida ao fundo de um desses MGE’s. Essa operação é por adição de tara, até atingir o valor pré-determinado constante de tara da 1ª fase. Com o afundamento pleno de um MGE, todos os demais Módulos Flutuantes aumentarão de valor HF. Se, por outro lado, algum MGE tiver muito alto na 2ª fase, automaticamente um sistema de levantamento inicia o alçamento de algum Módulo que estiver apoiado no fundo. O alçamento é por subtração de tara, até atingir a tara média dos Módulos Flutuantes. Com levantamento desse Módulo, todos os demais que estiverem flutuando apresentarão diminuição de HF. Assim, o sistema de levantamento/afundamento induz à ajustes da altura de flutuação (HF) dos Módulos, de forma a mantê-la na faixa estreita desejada nesta 2ª fase de operação. 3.6 Ensaios em Modelo Reduzido Bidimensional Construiu-se um Modelo Reduzido do MGE em concreto, na escala 1:50, tendo o mesmo um formato de “paralelepípedo”, com dimensões (protótipo) (FIGURA 8): largura (transversal fluxo): 32 m; comprimento (longitudinal): 38m; altura de montante: 22,5m; altura da jusante 17,5m. Neste MGE foram instaladas duas Tomadas D’água com seus respectivos Condutos Forçados e a simulação das Turbinas através de diafragmas. O peso próprio do MGE (Protótipo) foi de 11.250 ton, e a tara máxima testada foi de 3000 ton. (Protótipo). FIGURA 8: Modelo Reduzido do MGE Artigo Técnico 18 Os estudos em Modelo Físico Reduzido na escala de 1:50 confirmaram a estabilidade de flutuação de um MGE, em diversos testes em que foram variados os desníveis hídricos, as vazões no Canal de Ensaios e as descargas turbinadas, incluindo o turbinamento nulo. Para os estudos no Modelo, reproduziram-se situações de flutuação estável do MGE, em larga faixa de variação de vazão no curso d’água ( q; vazão por metro linear de calha fluvial; q £ 50 m3/ s.m; Protótipo), para desníveis hídricos constantes na faixa de 3,0 até 8,0 m em certos casos. Os testes em Modelo possibilitaram: a ratificação dos conceitos teóricos que embasaram a tecnologia; o ajustamento de Curvas Hidráulicas Características do Empreendimento (p.e.: HF = f (tara)); caracterizar que, adaptações no cota do Avental de Apoio bem como no formato de geometria do MGE, tendem a otimizar o desnível hídrico (Dh) de forma condizente com as características de flutuabilidade do MGE; definir as “Barreiras Tecnológicas” que devem ser desenvolvidas a partir de um Estudo Piloto. 4. A CHF e a Usina Hidrelétrica Convencional há formação de Reservatório; f) Uma CHF pode prever etapas de expansões futuras na mesma seção do curso d’água ou em série ao longo do estirão, permitindo adequar a oferta da energia em conformidade com a demanda, contrariamente a uma UHE, usualmente com obras civis dispendiosas para atender sua capacidade máxima; g) As CHF’s podem reduzir significativamente o uso de Linhas de Transmissão, já que a energia gerada possibilita o uso local; h) Portanto, as CHF’s implicam em investimentos de retorno financeiro e social mais rápido. 5. Os Custos de Implantação Visando uma avaliação aproximada dos custos de implantação de uma CHF, foi elaborado um projeto preliminar de uma CHF hipoteticamente construída no Rio Araguaia (GO), no mesmo local da UHE de Santa Isabel. Os dados básicos para os dois projetos – CHF e UHE – são coincidentes e constam do Relatório Final dos Estudo de Viabilidade da UHE de Santa Isabel (junho/84), contratado pela ELETRONORTE. A UHE de Santa Isabel tem queda útil aproximada de 50m e potência instalada de 2200MW. A CHF de Santa Isabel tem as seguintes características principais: queda útil de 5,0 m; potência instalada de 180MW, com 90 Unidades Geradoras; vazão máxima de turbinamento de 3800m3/s; 18 MGE’s de 38m de largura (transversal ao rio), 40m de comprimento, 21m de altura de montante e 16m de altura de jusante; os MGE’s são de concreto, com espessura média de paredes de 25 cm, contendo 5 Unidades Geradoras cada MGE; 19 Pilares Longitudinais vazados com 5,0m de espessura, 41,60m de comprimento, 34,30m de altura na Cabeça de montante e 29,30m na Cabeça de jusante; 2 Diques Laterais (Ombreiras) de baixa altura, de pedra e núcleo de argila, com comprimento total de 1000m. Os resultados dos custos de implantação de ambas as Usinas são apresentados na TABELA 1 que se segue. TABELA 1: Comparação de Custos entre a UHE Santa Isabel (2200MW, H @ 50m) e a CHF A partir dos dados e informações dos conceitos Santa Isabel (180 MW, H = 5m), no Rio Araguaia, GO UHE’s e CHF’s anteriormente mencionados de forma sucinta, pode-se listar as vantagens comparativas/competitivas da (CHF) sobre a (UHE): a) Não há formação de Reservatórios numa CHF. Há assim pouca perturbação do fluxo sedimentológico e de nutrientes, minimizando-se problemas de assoreamento e eutrofização no curso d’água sob sua influência, contrariamente as UHE’s convencionais; b) Os espelhos d’água do Reservatório de um UHE convencional causam perdas d’água por evaporação e infiltração, perdas essas praticamente nulas numa CHF; c) Os pequenos desníveis de uma CHF, opostamente a uma UHE de grande altura, não acarretam dificuldades ao transporte fluvial. Numa CHF não há Barragem principal, Vertedouro, Bacia de Dissipação, Canal de Fuga e Comportas; d) Uma CHF é de construção mais rápida, pois os MGE’s e as obras civis podem ser simultânea e OBS: * Extraídos do Relatório Final da ENGEVIX S.A. - Estudos de Viabilidade - (junho/84) independentemente construídos. Os MGE’s ** Custos unitários e metodologia de cálculo de juros, extraídos do Relatório acima poderão ser construídos em área marginal adequada do curso d’água em pequeno estaleiro O Custo da potência instalada na CHF foi de US$ 933/kW, 15% abaixo do custo correspondente na próximo ao local da obra (a montante), sendo UHE, que foi de US$1101/kW. Entretanto, no cálculo desses custos (UHE), não levou-se em conta os navegados na época oportuna até o local do componentes dos gastos ambientais e de pagamento dos juros após a construção, o que favorece mais encaixamento entre Pilares. Tal aspecto de ainda a economicidade do kW instalado na CHF, em relação a UHE de Santa Isabel. modulação e defasagem construtiva permite Por outro lado, deve-se dizer que a UHE favorece o rendimento operacional da Usina devido a sensível redução no tempo de construção do regularização hídrica que promove, o que não acontece com a CHF. Este fato seria mais relevante, empreendimento, pois as obras civis pouco desfavorecendo a economicidade da energia gerada (kWh) na CHF de Santa Isabel, se a mesma fosse volumosas (Encontros, Pilares e Avental), construída sem uma prévia regularização do Rio Araguaia. poderão ser construídas ao mesmo tempo que os Segundo a Tabela, pode-se dizer, a grosso modo, que os custos diretos do kW instalado são maiores na MGE’s. Essa particularidade significativa abrevia CHF do que na UHE convencional (a exceção é o item (“relocações”). Em particular, há expressiva em muito o tempo de implantação da CHF, que tendência de aumento de custos por kW instalado, no item equipamentos permanentes, que passa de poderá chegar a metade ou menos do tempo da US$ 119.59 na UHE para US$ 198,72 na CHF. A participação percentual dos custos diretos, relativa construção de uma UHE de igual porte, dependendo ao custo total, também é maior em geral na CHF do que na UHE de Santa Isabel. das condições locais. O projeto e execução das Por outro lado, os custos indiretos (US$ 155,56) e financeiros (US$ 55.55) por kW instalado, são bem obras civis no leito do rio são tarefas simplificadas, menores na CHF do que na UHE (indiretos – US$ - 263,27; financeiros US$ 304,92). Esse resultado é não sendo previstos planos complexos de desvio plenamente consistente com o tempo bem menor de construção da CHF e devido as facilidades do do rio e de Engenharia de Fundação; e) A CHF é projeto e construção modulados, sem Barramento principal e Vertedouros/Bacia de Dissipação, conforme tecnologia que permite o aproveitamento do curso previsto na concepção duma CHF. d’água com baixa queda para geração de energia Finalmente, deve-se levar em conta o caráter preliminar dessa avaliação de custos, que deve ser em condições ambientalmente viáveis, pois não aprofundada numa fase futura visando a implantação de uma CHF Piloto. Artigo Técnico 6. Potencialidades de Aplicação A atratividade da CHF deve-se a 2 fatores peculiares principais: praticamente não acarreta custos ambientais na Fase de Opração; é de planificação e construção simplificadas em relação a uma Usina Hidrelétrica convencional de mesmo porte. Isto devido a sua concepção e projeto mais uniformes, a sua construção modulada e simplificada, sem Barramentos principais, Vertedouros, planos complexos de desvio do curso d’água e com menor trabalho de Engenharia de Fundações. A desvantagem básica da CHF é que ela não promove a regularização das vazões. Portanto, a Usina torna-se menos atrativa em rios de regime hidrológico muito irregular. Os casos abaixo são, portanto, exemplos de situações de maior potencialidade para uma CHF: estirões fluviais a jusante de Barramentos regularizadores de descarga; estirões fluviais com pequeno desnível, embutidos numa série em “cascata” de UHE’s convencionais; cursos d’água com grande descarga sólida e carga de poluição (eutrofização); cursos d’água com potencial para navegação interior, onde uma série em “cascata” de CHF’s pode, inclusive, apresentar o benefício adicional da Navegabilidade; cursos d’água em regiões de grande desenvolvimento, com baixos desníveis hídricos disponíveis para geração hidrelétrica e onde o alto valor da terra inviabiliza o Reservatório de acumulação de uma Usina convencional, sendo estas situações comuns em bacias litorâneas ou em vales com densa ocupação; CHF’s podem ser construídas em regiões para atender a demanda local de Cidades e Indústrias; cursos d’água em vales de alta fragilidade ambiental, como é o caso de algumas regiões na Bacia Amazônica, por exemplo; cursos d’água de alta produção hídrica, que tornam mais competitiva a energia gerada numa CHF. É o caso da Bacia Amazônica. Portanto, existem várias possibilidades que, conjugadas ou não, tornam atrativa a implantação de uma CHF isolada, ou a execução de um planejamento que integre CHF’s ou “cascatas” de CHF’s, com UHE’s convencionais. Ademais, deve-se enfatizar que os prazos de construção e para o início da plena geração de uma CHF serão regra geral bem menores do que os de uma UHE que requeira um Barramento convencional. Portanto, as CHF’s implicam em investimentos de retorno financeiro e social mais rápido. 7. Conclusões 7.1 - A CHF é por vezes complementar e por vezes substituta de outros sistemas de abastecimento de energia de porte variável (UHE’s convencionais, PCH’s, Termelétricas). Algumas novas tecnologias alternativas que têm sido estudadas podem induzir ao entendimento de constituirem-se substitutos tecnológicos da CHF, tais como: usinas geradoras de energia a partir notadamente da energia cinética de natureza hidráulica; pequenas plantas de geração a partir de biomassa; geração eólica e solar; etc. Em verdade não se comparam pois tratam, em geral, de portes pequeno de geração e em condições de 19 distribuição e interligação ao Sistema significativamente diversas. A restrição à mais ampla e geral aplicação da CHF, que está na exigência de vazão mínima da operação, não se constitui desvantagem à apontar. As tecnologias convencionais são sempre Alternativas a serem consideradas e cotejadas com as CHF’s; de tal cotejo, as CHF’s apresentam várias vantagens, principalmente quanto a aspectos de custos e os ambientais, além de outras vantagens de natureza sócio-econômica, como referido; 7.2 - As pesquisas até então realizadas apontaram para as seguintes “Barreiras Tecnológicas”: Sistema de Automação para operação dos MGE’s; processos de vibração dos MGE’s; Deslizamento dos MGE’s nos Pilares Longitudinais; Geometria e material do MGE; Pesquisa de U.G. de baixa queda e alta vazão com preço mais competitivo. Tais questionamentos deverão ser concluídos através de Estudo Piloto na escala 1:1, que terá por objetivo o desenvolvimento destas “Barreiras Tecnológicas” e a elaboração de Manual de Projeto da CHF. Prevê-se que este empreendimento Piloto seja posteriormente implantado para gerar energia; 7.3 - Procuramos trazer a CHF como Alternativa de aumento na oferta de energia de forma ambiental equilibrada, perfeitamente capaz de prover quantidade de energia comparável as Alternativas tradicionais, e com curtos prazos de execução. A CHF, como uma nova concepção de Matriz Energética, pode vir a complementar os atuais Modelos de Geração Hídrica (Pequenas Centrais Hidrelétricas; Grandes Usinas Hidrelétrica), favorecendo, alternativamente, a oferta de energia e melhor se ajustando à evolução sustentável da demanda energética. A sua concepção e implantação tem característica modulada, conferindo ao empreendimento facilidades construtivas e menores investimentos e prazos de implantação. O planejamento econômico da geração obtido a partir da análise entre demanda versus a oferta de energia favorece outrossim ao Retorno do Capital Investido, mais rápido e seguro, o que significa melhor produtividade econômica. 8. Bibliografia 1) NETTO, T.B.O. Barragem Usina Flutuante: Memorial Descritivo, 1990, Rio de Janeiro/RJ. 2) FILHO, T.B.O. e NETTO, T.B.O. Barragem Usina Flutuante. Congresso de Hidrologia e Gestão de Recursos Hídricos dos Rios Amazônicos, 1991, ABRH/IWRA/UNEP/ UNESCO, Manaus/Amazonas, 1991. 3) FILHO, T.B.O. Central Hidrelétrica Flutuante. Um Estudo Experimental Preliminar. Rio-Eco/92, Rio de Janeiro/RJ, 1992. 4) NETTO, T.B.O. Principais Diferenças Físicas e Conceituais entre as CHF’s e as UHE’s, 1995, Rio de Janeiro/RJ. 5) NETTO, T.B.O., 1995, Rio de Janeiro/RJ. Estado Preliminar do Custo do Kw Instalado e do Kwh Gerado da Central Hidrelétrica Flutuante (CHF) em Santa Isabel, Rio Araguaia, 1ª Etapa de Implantação 6) NETTO, A.B.O. Estudo Preliminar de Estabilidade Estrutural do Conjunto Módulos de Geração de Energia (MGE)/ Pilares de Sustentação dos MGE’s/ Fundações, 1995, Rio de Janeiro/RJ. 7) FILHO, T.B.O. Central Hidrelétrica Flutuante: Pesquisa em Modelo Reduzido com um Módulo de Geração de Energia, 2001, Rio de Janeiro/RJ. 8) FILHO, T.B.O. Central Hidrelétrica Flutuante: Princípios de Operação Hidráulica, 2001, Rio de Janeiro/RJ. Esta publicação conta com o apoio de: This publication has the support of: Artigo Técnico 20 Bond Graphs Versus Mediciones de Laboratorio y el Método de las Características en la Simulación del Golpe de Ariete Adair Martins - UNCo - Argentina / Universidade Federal de Itajubá ([email protected]) Geraldo L. Tiago Filho - Universidade Federal de Itajubá ([email protected]) Roberto Laurent - UNCo - Argentina ([email protected]) Palabras clave anti golpe de ariete, y de I. L. De Carvalho11 (1995) ejemplo, se puede modelar Bond Graphs, Transitorios Hidráulicos, Golpe de Ariete, Método de las Características. Resumen Este articulo describe brevemente la metodología de Bond Graphs, da un panorama del estado actual de los programas de simulación basados en la misma y discute su potencialidad para simular el golpe de ariete y otros transitorios en PCHs. Se presenta la revisión de un caso de referencia basado en resultados experimentales de laboratorio. Los resultados obtenidos con Bond Graphs son comparados con las mediciones y las simulaciones realizadas con el método de las características, y se discute el efecto de la utilización de parámetros concentrados en la modelización de la tubería. 1. Introducción El golpe de ariete es el fenómeno transitorio de elevación (golpe de ariete positivo) o disminución (golpe de ariete negativo) de la presión provocado por el cierre o apertura rápida del mecanismo de control (válvula, inyector, distribuidor, etc.) de caudal en un conducto forzado. Un caso de interés es el cierre del distribuidor que el regulador de velocidad ejecuta cuando ocurre un rechazo de carga parcial o total en una pequeña central hidroeléctrica para limitar la sobrevelocidad del generador y la turbina. El conocimiento de este fenómeno transitorio es fundamental para el dimensionamiento técnica y económicamente adecuado de los sistemas hidráulicos1. El método más utilizado para la simulación de transitorios hidráulicos es el denominado método de las características, introducido en la década de 1960 por Streeter2. Las ecuaciones diferenciales parciales fundamentales: de la cantidad de movimiento y de la continuidad que modelan una tubería, son expresadas en forma de diferencias finitas e integradas numéricamente en el plano (x,t) con intervalos Dt y Dx, constantes. Lamentablemente, los programas computacionales basados en este método resultan pocos flexibles y tienen la desventaja de estar limitados a casos particulares y de presentar dificultades para modelar la interacción entre los diferentes dominios de energía: hidráulico, mecánico, eléctrico, etc., en una pequeña central hidroeléctrica. Un método que no tiene estas limitaciones y que ha comenzado a ser utilizado en los últimos años para este fin es la técnica de Bond Graphs (BG). Curiosamente, la técnica fue creada por el profesor Henry Paynter3 del Departamento de Ingeniería Mecánica del Instituto de Tecnología de Massachussets (1959) para modelar justamente la interacción entre los subsistemas hidráulico, mecánico y eléctrico en el proceso de generación hidroeléctrica. El objetivo fue superar las limitaciones de los modelos clásicos basados en funciones de transferencia y diagramas de bloques que sólo manejan una entrada y una salida. Desde entonces no ha sido muy utilizada para este fin, aunque su uso es creciente y muy popular en otras aplicaciones4-9. Se distinguen en los últimos años los trabajos de G. L. Tiago Filho10 (1994) que lo utilizó en su tesis de doctorado para la simulación de una válvula de alivio que analizó en su tesis de maestría su aplicabilidad en la simulación de transitorios hidráulicos. Los programas utilizados en estos trabajos requerían algunas aproximaciones en el modelado que hacían que los resultados no tuviesen toda la exactitud deseable. Pero su evolución ha sido formidable y estas restricciones han sido superadas completamente, ganando en flexibilidad y facilidad de uso. Previa descripción del método de BG y de los programas actuales de simulación se muestra en este artículo una revisión de un caso de referencia basado en resultados experimentales de laboratorio publicados por C.S. Watt12. 2. Breve Descripción del Método de Bond Graphs Esta técnica se basa en el flujo de potencia entre los componentes del sistema, consiste en señales, líneas y símbolos propios que permiten representar gráficamente el modelo físico. Proporciona una visualización de las interacciones entre sus distintos componentes y suministra implícita y sistemáticamente la modelización matemática del sistema en forma de variables de estado, facilitando el uso de recursos computacionales para la simulación, que se realiza directamente de esta representación grafica. Es especialmente apta para modelar los elementos de un sistema entre los que hay flujo de potencia, por ejemplo: tubería, turbina, generador y transformador en una pequeña central hidroeléctrica, y se puede combinar con diagramas de bloques y otras técnicas para modelar los componentes donde interesa solamente el flujo de señales, por ejemplo: regulador de velocidad y de tensión. Se basa en las analogías de los sistemas mecánicos con los eléctricos, lo que permite la construcción de modelos complejos con unos pocos elementos básicos. Estos elementos son los siguientes: - Fuentes de potencia: fuentes de esfuerzo Se (tensión, presión, torque, fuerza etc.) y fuentes de flujo Sf (corriente, caudal, velocidad angular, velocidad lineal etc). Nótese que el producto del esfuerzo y del flujo respectivo en cualquier sistema físico resulta en potencia. - Disipadores de potencia: resistores R (resistencia eléctrica, resistencia de fluido, fricción viscosa etc.). - Acumuladores de energía: capacitancia C (capacitancia eléctrica,capacitancia de fluido, momento de inercia, masa etc.) e inertancia I (inductancia eléctrica, inertancia de fluido, rigidez recíproca de rotación o translación etc.). - Acopladores: transformadores TF (transformador, pistón hidráulico, caja de engranajes, poleas) y giradores GY (generador y motor eléctrico, turbina y bomba hidráulica etc.). - Vínculos: vínculo “1” (generalización de la Ley de Kirchhoff de tensiones) y vínculo “0” (generalización de la ley de Kirchhoff de corrientes) Los elementos pueden ser no lineales, en cuyo caso se denominan modulados porque sus parámetros se “modulan” por funciones externas. Los componentes de un sistema con elementos distribuidos sólo pueden ser representados con elementos básicos concentrados. El modelo de una tubería, por con resistencias, inertancias y capacitancias concentradas formando un número adecuado de circuitos en serie “p” o “T”. Un modelo de BG está formado por componentes o subsistemas conectados por enlaces (bonds) que representan el flujo de potencia entre ellos. Con una media flecha se indica el sentido de la potencia que fluye y con una barra vertical (barra causal) la relación entre causa y efecto entre dos elementos. La evolución de los programas computacionales basados en esta técnica permite actualmente editar, parametrizar, asignar la causalidad automáticamente y simular un sistema en forma interactiva directamente de la representación gráfica. Generalmente permiten la modelización híbrida posibilitando combinar BG con diagramas de bloques, diagramas de íconos y ecuaciones. Los principales se ofrecen en la web: 20-SIM, SYMBOLS 2000, CAMP-G, PowerDynaMo, AMESIM, MS1, BONDLAB, etc. Un análisis preliminar permite sugerir que para uso académico y de pequeñas instituciones, teniendo en cuenta su facilidad de uso, precios relativamente bajos o nulos y la disponibilidad de versiones demo en la web, los tres programas probablemente más recomendables son: 20-SIM: Twente Sim. Fue desarrollado en el Control Laboratory University of Twente como sucesor del programa TUTSIM. Sobresale por su facilidad de uso, interfase con el usuario muy intuitiva y amigable, y una gran variedad de recursos. Posee una interfase con el programa MATLAB para posprocesamiento. Una de sus ventajas principales es no necesitar un programa externo para ser ejecutado. El precio de la versión académica estándar 3.3 es de US$500. Una versión demo se encuentra disponible en: http:// www.rt.el.utwente.nl, esta versión tiene la restricción de no permitir guardar el modelo. SYMBOLS2000: System Modeling by Bondgraph Language and Simulation. Fue desarrollado en el Indian Institute of Technology, Kharagpur. Se distingue por su notable interfase con el usuario y la modelización híbrida jerárquica orientada a objeto. Dispone de un gran número de submodelos avanzados llamados cápsulas para aplicación en diferentes dominios de la ingeniería. Requiere una versión 5 o superior de Microsoftware Developer Studio preinstalado. La compilación directa en C++ permite una fácil integración de código externo si el usuario posee alguna experiencia. El precio de la versión académica reducida de 50 o 100 estados es de US$ 1350. Una versión demo para 9 estados se encuentra en: http:// www.symbols2000.com. PowerDynaMo: Fue desarrollado por el Prof. Ernesto Kofman de la Universidad Nacional de Rosario, Argentina. Es un programa de fácil utilización, con un ambiente simple y bastante amigable. Se caracteriza por requerir necesariamente de SIMULINK para poder simular, previa conversión del modelo a diagramas de bloques mediante una interfase Artigo Técnico 21 automática. Puede obtenerse gratuitamente en la dirección: http:// www.eie.fceia.unr.edu.ar. En una primera aproximación el golpe de ariete en una pequeña central hidroeléctrica puede estimarse simulando el cierre automático de una válvula inmediatamente antes de la entrada de la turbina al detectarse un rechazo de carga. En esta aproximación se desprecia cualquier influencia de la turbina y del regulador de velocidad. El sistema a simular se limita a una fuente de presión ideal, una tubería forzada y una válvula. En la Figura 1 se muestra la representación con 20-SIM de un sistema como el mencionado mediante un diagrama híbrido: BG más diagrama de bloques. A la izquierda del esquema se observa la fuente de presión Se y a continuación la tubería discretizada con un único circuito equivalente “p”. Este circuito consiste en la inertáncia total I en serie (vínculo “1”) con la resistencia modulada total MR y la mitad de capacitáncia total C en paralelo (vínculo “0”) en el extremo derecho La resistencia es modulada con el valor absoluto del caudal (|x|) para modelar su no linealidad. La mitad de la capacitancia que correspondería al extremo izquierdo fue obviada por estar en ”paralelo” con la fuente de presión ideal. A continuación está representada la válvula con una resistencia MR modulada también por el caudal, pero además por la ley de cierre de la válvula t(t), generada por los tres bloques de la derecha. Con un solo tramo la tubería oscila muy “senoidalmente” y con una frecuencia algo menor, pero ya con cuatro tramos la solución se acerca al aspecto “triangular“ y a la frecuencia fundamental de la solución con el método de las características. Estos comentarios ilustran sobre un aspecto conceptual muy importante no observado anteriormente: la solución con modelos de tuberías con parámetros concentrados obtenida con BG tiende a la solución con parámetros distribuidos obtenida con el método de las características al aumentar el número de tramos, debido simplemente al hecho de que ambos modelos matemáticos tienden a coincidir. Figura 3. Golpe de ariete simulado con el método de las características y BG 4. Conclusiones Figura 1. Modelo típico de BG para simular golpe de ariete con 20-SIM 3. Simulación de un Caso de Referencia C.S. Watt12 (1980) obtuvo resultados experimentales en un banco de ensayo que han sido utilizados para comparar simulaciones realizadas con el método de las características y BG con éxito relativo10-11-13. El registro experimental se muestra en la Figura 2. Los datos suministrados por Watt más algunos otros adicionales identificados del registro para este trabajo son: L = 15 m, D = 5 cm, f = 0.026, HR = 1.3 m, Q0 = 0.00319 m3/s, (CdAG)0 = 0.00144, tc = 1 s, y el t(t) representado en los diez tramos lineales mostrado en la Figura 2. La notación corresponde a la utilizada por Wylie2. En la Figura 2 se comparan los resultados de la simulación con BG y la tubería modelada con cuatro circuitos “p” con los registros experimentales, observándose una diferencia mínima desde el punto de vista práctico. La simulación muestra una gran correlación durante el segundo que dura el cierre de la válvula y alguna diferencia cuando la tubería oscila libremente después de culminada la maniobra. La similitud de la primera parte se debe a que el cierre de la válvula es lento en relación al tiempo de viaje de las ondas de presión en la tubería1, por lo que el proceso está dominado por la inertancia, teniendo poca importancia como es modelada la capacitancia (concentrada o distribuida). Una vez que cierra la válvula la tubería oscila a su frecuencia natural y sus armónicos impares2, proceso en el cual es importante la capacitancia y como está distribuida. Estos conceptos son de aplicación bastante general a las centrales hidroeléctricas donde los procesos de cierre se recomienda que sean lentos. La Figura 3 muestra las simulaciones con BG y el método de las características haciendo un “zoom” entre 0.9 y 1.1 segundos, cuando se producen los picos de sobrepresión positiva y negativa y los mayores errores por la discretización del modelo de la tubería con BG. Se comparan los resultados con la tubería modelada con un tramo, con cuatro tramos y con el método de las características. Se observa que los resultados son prácticamente coincidentes alrededor de la sobrepresión máxima, con alguna diferencia en el resto, más notable en la forma de las ondas que en los valores. Figura 2. Transitorio de presión medido y simulado con BG El entorno gráfico de los simuladores basados en la metodología de BG ha evolucionado notablemente en los últimos años tornándola una herramienta muy eficiente y de carácter universal para simular sistemas donde ocurren intercambios de energía entre componentes de naturaleza física distinta. La disponibilidad de versiones demo o inclusive gratuitas en la web la hacen muy atractiva para uso académico. La simulación del golpe de ariete de un caso de referencia mostró resultados con una gran correlación con mediciones de laboratorio y simulaciones con el método de las características. La necesidad de discretizar la tubería no significó una restricción de importancia mostrándose que bastan unos pocos tramos cuando la maniobra de la válvula es lenta. Los resultados obtenidos indicaron mejoras significativas con respecto a validaciones realizadas anteriormente. El método de BG posee un gran potencial para la simulación de los diversos transitorios que pueden ocurrir en PCHs. 5. Referencias [1] Z. Souza, A. Santos y E. Bortoni, Centrais Hidrelétricas – Estudos para Implantação, Eletrobrás, 1999. [2] E.B.Wylie y V.L Streeter, Fluids Transients, McGraw-Hill, 1990. [3] J. Montbrum-Di Filipo, M. Delgado, C. Brie e H. Paynter, “A Survey of Bond Graphs: Theory, Applications and Programs”, Journal of the Franklin Institute, 565- 606, 1991. [4] D. C. Karnopp, D. L. Margolis, R.C. Rosenberg, System Dynamics Modeling and Simulation of Mechatronic Systems, John Wiley & Sons, Inc., 2000. [5] R. Rosenberg e D. Karnopp, Introduction to Physical System Dynamics, McGraw- Hill, New York, 1983. [6] D. C. Karnopp e R. C. Rosenberg, System Dynamics: A Unified Approach, John Willey, 1975. [7] J. L. Baliño, A.E. Larreteguy e E. F. Gandolfo, “A General Bond Graph Approach for Computational Fluid Dynamics”, Mathematics and Computers, 2001. [8] E. Kofman e S. Junco, “Un Ambiente Computacional para la Modelazación de Sistemas Dinámicos no Lineales con Bond Graphs”, RPIC, 1999. [9] M. Speranza Neto, F. Scofano Neto y F.R. Da Silva, “O Tratamento da Dinâmica de Sistemas Térmicos e Fluidos através da Técnica Generalizada dos Grafos de Ligação”, ENCIT, 1992. [10] G. L.Tiago Filho, “Aplicação do Método dos Gráficos de Ligações na Simulação de uma Válvula de Alivio, Anti-Golpe de Aríete, Auto Operada”, Tese de Doutorado, EPUSP, 1994. [11] I. L. De Carvalho, “Avaliação da Aplicabilidade do Método dos Gráficos de Ligações no estudo de escoamentos transitórios em condutos forçados”, Dissertação de Mestrado, EFEI, 1995. [12] C.S Watt, A.P. Boldy y J. M. Hobbs, “Combination of Finite Difference and Finite Element Techniques in Hydraulic Problems”, 3ª International conference on Pressure Surges, 1980. [13] C.A.Santana Bordón, “Análise de Transitórios Hidráulicos em Pequenas Centrais Hidrelétricas através do Método das Características “, Dissertação de Mestrado, EFEI, 1992. Artigo Técnico 22 Análise do Risco Hidrológico na Definição de Contratos de Compra e Venda de Energia Elétrica em Pequenas Centrais Hidrelétricas Afonso Henriques Moreira Santos ([email protected]) - UNIFEI Itajubá Augusto César Campos de Sousa Machado ([email protected]) - UNIFEI Itajubá José Guilherme Antloga do Nascimento ([email protected]) - BSB ENERGÉTICA S.A. Resumo O objetivo deste trabalho é discutir e propor técnicas que permitam avaliar o risco assumido por empreendedores na fixação dos montantes de energia a serem comercializados por meio de contratos bilaterais. Para definição de risco associado utilizou-se a técnica de mensuração denominada VAR – Value at Risk. Tal análise proporcionará ao Produtor Independente de Energia Elétrica (PIEE) maiores informações sobre os riscos ao qual está sujeito, devido a variação da disponibilidade hídrica local e variações dos preços de energia no mercado de “spot”, podendo assim mitigá-los, proporcionando melhores preços de seu produto (energia elétrica), tornando-se cada vez mais competitivo no mercado. O conhecimento da estrutura do risco envolvido nas transações permitirá definir o melhor mecanismo de mitigação, contrapondo-o ao MRE – Mecanismo de Realocação de Energia Elétrica. Abstract This work will be show how to consider techniques that allow to evaluate the risk taken for entrepreneurs in the definition of the electricity amount to be sell by bilateral contracts. To definition of the risk associated to this sell we were used technique of called VAR – Value at Risk. Such analysis will provide to the Independent Power Producer (IPP) larger information on the risk that it is exposed because the local hydrology variation and the prices of power in the spot market, thus being able to reduced risk, providing better prices of its product (electricity), becoming more competitive in the market. The knowledge of the risk structure involved in the transactions will allow to define the best instrument of mitigation, comparing at the MRE (Reallocation Energy Mechanism). 1. Introdução Desde sua implantação, em termos mundiais, os serviços de energia elétrica sempre tem sido tratados como monopólio. Isto significa que as empresas que vendiam energia trabalhavam dentro do espírito de fazer aquilo que seria reconhecido pelo “custo do serviço”, neste caso as tarifas são reguladas com base nos custos de produção, transmissão e distribuição, não havendo diferenciação de preço (Nascimento 2002). A partir de 1995, com a Lei n° 9.074, profundas mudanças ocorreram no setor elétrico brasileiro, iniciando-se uma transição para um modelo competitivo. Analisando o novo cenário do Setor Elétrico Brasileiro, onde os Produtores Independentes de Energia Elétrica (PIEE) buscam cada vez mais uma maior e melhor capacitação aumentando sua eficiência na obtenção de menores custos e melhores preços de seu produto (energia elétrica), é que buscou-se nos métodos utilizados para análise de risco financeiro inspiração para a elaboração de instrumentos que avaliasse o risco hidrológico e de mercado nos contratos de compra e venda de energia devido à volatilidade do combustível em questão, a água, e a volatilidade dos preços de energia do mercado de “spot”. 2. O VALUE AT RISK – VAR O VAR entrou em cena em 1994, depois de uma série de desastres com derivativos, amplamente debatida na imprensa. Foi, a partir de então, que a indústria financeira reconheceu a necessidade de se utilizar um instrumento abrangente e de fácil aceitabilidade para mensurar o risco de mercado (Jorion, 1998). O VAR é um método de mensuração de risco que utiliza técnicas estatísticas padrões, comumente usadas em outras áreas técnicas. Em linguagem formal, VAR mede a pior perda esperada ao longo de um determinado intervalo de tempo, sob condições normais de mercado e dentro de determinado nível de confiança. Com base em fundamentos científicos, o VAR fornece aos usuários uma medida concisa do risco de mercado (Jorion, 1998). Esse único valor encontrado resume a exposição da empresa ao risco de mercado, bem como a probabilidade de uma oscilação adversa possibilitando aos administradores concluírem se esse nível de risco é aceitável. Caso não seja, o processo que conduziu ao cálculo do VAR pode ser utilizado para se decidir onde reduzir os riscos e quais as medidas devem ser tomadas para se proteger do mesmo. 3. A aplicação do conceito às pequenas centrais hidrelétricas - PCH trabalhando, e assim podermos definir valores mínimos de vazão para um determinado nível de confiança e intervalo de tempo (período de liquidação da carteira), dados fundamentais para o cálculo do VAR. O valor do nível de confiança deve ser adotado pelo empreendedor e é diretamente proporcional a proteção quanto ao risco que este deseja realizar. Em um nível de confiança de 99%, será calculada a vazão com a probabilidade de 1% de ocorrência, ou seja, a cada 100 (cem) meses, apenas em 1 (um) mês ocorrerá uma vazão menor que a calculada. Em nível de confiança de 95%, a cada 100 (cem) meses, apenas em 5 (cinco) meses ocorrerão valores menores que o calculado. De posse desses dados podemos constatar que quanto maior o nível de confiança adotado, menor será a vazão em questão e maior o Valor no Risco, devido às vazões afluentes estarem diretamente relacionadas às gerações mensais. O primeiro passo para a mensuração do VAR é a escolha de dois fatores quantitativos: o horizonte de tempo e o nível de confiança. Ambos são de certa forma arbitrários e dependem da percepção de risco investidor. Como o prazo de manutenção de uma carteira corresponde ao período mais longo, necessário para que a liquidação da mesma seja feita de maneira ordenada, o horizonte do VAR deve estar relacionado à liquidez dos ativos, definida em termos da extensão de tempo necessária para volumes normais de transação. Do ponto de vista dos usuários, o horizonte pode ser determinado pela natureza da carteira, o qual pode ser diário, semanal, mensal, anual e outros. Para o cômputo do VAR de uma carteira, definese W0 como o investimento inicial e R como a sua taxa de retorno. O valor da carteira no final do horizonte considerado é W = W0 (1 + R). Também temos que o retorno esperado e a volatilidade de R são ì (média) e ó (desvio padrão). Define-se agora, o menor valor da carteira, para determinado nível de confiança (nc), como W* = W0 (1 + R*). O VAR é definido como a perda em dólares relativa a média: Deve-se destacar que a utilização deste método carece de base estatística confiável, o que, no caso brasileiro, encontra-se razoavelmente Valor no Risco (média) = E(W) – W* = -W0 (R* - ì) consistida nas séries hidrológicas geradas para (1) análise hidroenergética dos aproveitamentos. Às vezes, o VAR é definido como a perda em Com base neste dados foram realizados cálculos dólares absoluta, isto é, relativa a zero ou sem estatístico, de onde foram obtidos os dados de referência com o valor esperado: média, valor mínimo, valor máximo, desvio padrão, assimetria, coeficiente de variação, moda Valor no Risco (zero) = W0 – W* = -W0 R* (2) e mediana. A finalidade da obtenção de dados Em ambos os casos, descobrir o VAR equivale a estatísticos da série de vazões é de podermos identificar o valor mínimo W*, ou o retorno analisar qual tipo de distribuição estaríamos crítico R*. Artigo Técnico 23 Sendo o Retorno do empreendimento hidrelétrico igual a R, podemos deduzir: R = (Econtratada * Preçocontrato) – (CustoOper. & Manut. + Custo do Capital) * 100 preços praticados desde a criação do MAE – Mercado Atacadista de Energia Elétrica. O Cenário de Mercado foi criado utilizando-se o programa NewWave, na configuração padrão. Elaborado o cenário de preços do mercado spot (MAE), realizamos uma (3) Investimento Inicial análise dos valores obtidos e constatamos que o mesmo possuía uma grande Sendo as únicas variáveis o Preço do Contrato e a Energia gerada, fixandovolatilidade e média dos valores muito baixa. A esperança estava muito se um valor para o contrato de venda de energia, no caso o VN, ou valor abaixo do preço do contrato de compra e venda firmado com base no VN nominal máximo estabelecido pela ANEEL, restringiremos a energia gerada estabelecido pela ANEEL. A solução encontrada para tal problema foi à a única variável da fórmula. realização de uma interação entre o preço da energia elétrica no mercado Analisando a fórmula de energia gerada: spot (MAE) e a variável hidrológica. A partir deste ponto foram realizadas E = P * T = HB * Q * ç * g * T / 1000 [MWh] interações para os maiores preços do mercado spot e menores vazões (4) turbinadas obtendo valores das despesas de compra de energia no mercado E – Energia Gerada Q – Vazão turbinada [m3/s] spot necessários ao cálculo do VAR tal que resultassem em uma probabilidade P – Potência [MW] ç – Rendimento total do empreendimento de ocorrência de 1%, ou seja, nível de confiança de 99% (nível de confiança T – Tempo [h] 2 adotado no estudo de caso). g gravidade [m/s ] HB – Altura Bruta [m] A elaboração de um cenário de mercado possibilitou uma maior realidade na Podemos constatar que a única variável existente é a vazão turbinada. Assim obtenção das despesas referentes à compra e venda de energia no mercado podemos relacionar uma taxa de retorno média esperada a vazão turbinada spot para cumprimento do contrato, no cálculo do VAR e nos fluxos de média, uma taxa de retorno mensal máxima a uma vazão turbinada máxima caixa do empreendimento (análise de viabilidade). e uma taxa de retorno mensal mínima a uma vazão turbinada mínima. Após a criação do Cenário de Mercado podemos finalizar o Cômputo do Concluindo que a volatilidade da taxa de retorno está diretamente relacionada VAR através das formulações já relacionadas, utilizando-se deste novo cálculo à volatilidade das vazões afluentes. do montante de dinheiro a ser destinado à compra de energia para Tomando a vazão mínima calculada para o nível de confiança adotado e cumprimento do contrato. multiplicando essa pela produtividade do empreendimento, obtém-se a energia Juntamente ao VAR, obtido para cada valor de contrato analisado, a gerada no período de menor disponibilidade hídrica (para determinado nível rentabilidade do empreendimento (TIR) e Valor Presente calculados através de confiança). do fluxo de caixa, proporcionam ao empreendedor uma visão mais completa de rentabilidade e riscos associados que este está sujeito, oferecendo subsídios E* = Q* * Produtividade (5) para tomadas de decisão mais seguras e eficientes. Dessa maneira o E* - Energia Gerada mínima empreendedor pode constatar, dentro de uma faixa de risco aceitável para seus negócios, qual o contrato que lhe oferece maior rentabilidade, e de que Q* - Vazão turbinada mínima maneira este pode se inserir no mercado. Protegendo-se do risco hidrológico Produtividade = (HB * ç * g * T / 1000) * (Indisponibilidade + Perdas de Transmissão) por meio do MRE, ou desconsiderando este e criando suas próprias proteções. (6) De posse de um leque seguro de informações o Produtor Independente poderá Continuando o raciocínio, temos que, subtraindo a Energia gerada, no período expor-se ao risco de maneira estratégica tornando-se cada vez mais de menor disponibilidade hídrica e de acordo com o nível de confiança competitivo no mercado. adotado, da Energia contratada, obtém-se a quantidade de energia a ser Conclusão comprada no mercado spot (MAE) e “realocada” no sistema. Como conclusão dos resultados obtidos podemos concluir que, o VAR para a análise de riscos hidrológicos no fechamento de contratos de compra e Erealocada sistma = Econtratada – E* (7) venda de energia elétrica pode vir a se tornar uma importante ferramenta, a Multiplicando-se a energia a ser realocada no sistema pelo preço do MWh qual proporcionará ao Produtor Independente uma visão clara das no mercado spot (MAE) e número de horas mensais, iremos resultar no rentabilidades e riscos associados do empreendimento, possibilitando a tomada montante de dinheiro a ser destinado à compra de energia para cumprimento de decisões mais eficientes e oferecendo um leque maior de oportunidades de do contrato. ingresso nessa nova configuração de mercado de energia elétrica que vem se formando no País. CErealocada sistema = Erealocada sistema * Preço MAE * n° de horas do mês (8) Finalizando nosso trabalho não podemos deixar de mencionar que todos os A partir deste momento podemos calcular o Retorno do Investimento para riscos assumidos devem ser devidamente monitorados e as respectivas o período de menor disponibilidade hídrica. proteções realizadas. Somente com um controle total da situação o * R =(Econtratada* Preçocontrato) – (CustoOper.&Manut.+ Custo do Capital + CErealocada sistema)*100 empreendedor obterá vantagens competitivas na realização de contratos de compra e venda de energia elétrica desconsiderando o MRE como mitigador Investimento Inicial do risco hidrológico. (9) Finalizando o processo de adaptação do VAR ao risco hidrológico podemos agora calcular o VAR do empreendimento utilizando as fórmulas citadas anteriormente. Valor no Risco (média) = E(W) – W* = -W0 (R* - ì) (10) Sendo ì o retorno médio esperado, calculado através da vazão média. Valor no Risco (zero) = W0 – W* = -W0 R* (11) O VAR calculado possibilita ao empreendedor ter uma visão clara da pior situação a um determinado nível de confiança, devido à variabilidade hidrológica, que possa vir a ocorrer, podendo assim realizar proteções contra o risco, ou mesmo alterar valores de contratos em seu benefício, expondose a riscos de maneira estratégica, obtendo vantagens competitivas. Como citado, ao finalizarmos o processo de adaptação do VAR ao risco hidrológico, nos deparamos com um problema, o preço da energia elétrica no mercado spot (MAE) é variável. De posse deste problema, a solução que propomos foi à criação de um cenário de mercado a partir da análise dos Bibliografia JORION, P. 1998, VALUE AT RISK, A Nova Fonte de Referência para o Controle do Risco de Mercado. Bolsa de Mercadorias & Futuros, BM&F. NASCIMENTO, J.G.A. 2002, Instrumentos Financeiros na Gestão de Riscos de Mercados de Energia Elétrica. NASCIMENTO, J.G.A. 2002, Situação Atual do Mercado de Energia Elétrica no Brasil. SANTOS, A. H. M., BORTONI, E. C., BAJAY, S. V. 1994, Planejamento de Pequenas Centrais Hidrelétricas Considerando Aspectos de Risco e Incertezas. Revista Brasileira de Energia Vol. 3 N° 2. SOUZA, L. A. R. 2000, Metodologia de Cálculo de VAR. www.risktech.com.br. TUCCI, C. E. M. 2001, Hidrologia, Ciência e Aplicação. Segunda Edição, ABRH. MAE – Mercado Atacadista de Energia Elétrica. 2001, Visão Geral das Regras do MAE, Etapa de Implementação, Preços Mensais. Artigo Técnico 24 Hydrokinetic turbine for isolated villages Rudi Henri van Els Department of Mechanical Engineering - University of Brasilia (UnB) Clovis de Oliveira Campos Antonio Manoel Dias Henriques Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos – Finatec Luis Fernando Balduino Abstract This paper presents a free-flow hydropower turbine, also known as a hydrokinetic turbine, designed to generate electricity using only the kinetic energy of water flow in rivers. This propeller type turbine was installed in the inland of Brazil to supply electrical energy for a small medical post. First, some efforts with hydrokinetic energy done by researchers in Brazil for the last two decades are reviewed, presenting the state of the art in this field. Next, the theoretical framework for the use of hydrokinetic energy is presented with the boundary conditions for the maximum performance in rivers, along with the different configurations experimented to transform kinetic energy in mechanical power. Details of the design of the turbine are presented and discussed, including the form of the stator, the propeller, the mechanical transmission and the electronic control system. The developed technology proved to be robust and suitable for the extremely severe conditions of the remote and isolated villages, since it is has been functioning uninterruptedly for the last seven years. This type of small hydrokinetic power plant typically can provide up to 2 kW of electric power, being a reliable alternative for the electrification of remote and isolated households, communities or social end-users. 1. Introduction The use of kinetic energy of rivers can be considered one of the firsts forms men invented to transform natural forces into mechanical work. The use of river flow always was used in navigation and the water rod may be considered one of the most sophisticated mechanism of the ancient times. Nowadays it is still common to find water pumps in the inland, driven with the use of water rods. The technology to generate electricity from hydropower traditionally is done by the use of hydraulic turbines whereto the water is channeled through dams and tubes in order to use its potential energy. The use of kinetic energy is considered to be an alternative or non-conventional form to generate electricity and has at its source a renewable energy supply. This technology is an advance in relation to environmental impacts, for it is not necessary to store potential energy in artificial lakes with the use of water dam, and so it consequently doesn’t need to interfere with the natural course of rivers. Most of the principles of this kind of turbine are derived from wind turbines, though its operation is similar. 2. Bibliographic Review The power which can be extracted from the kinetic energy obeys the law: P = kb . A . r . v3 /2 where – A = area in square meters (m² ) – r = density of water ( 1000 kg/m³ ) – v = water velocity in m/s – kb = coefficient of Betz = 16/27 = 0,592 This law was deduced in 1926 by Albert Betz to calculate the kinetic energy of wind, where he showed that only 59 percent of the energy can be extracted of the total wind energy to produce mechanical work with a turbine, and that this condition occurs only when the velocity of the flow which leaves the turbine is one third of the velocity that enters the turbine. Hydrokinetic turbines can be classified in two types. The first is the vertical axis with its rotating axis perpendicular to the water flow. The second is the axial turbine with its rotating axis in the direction of the flow. Zulcy (1999) makes an reference to hydrokinetic turbines for the generating of electrical energy which he denominated “Low head hydraulic central with hydraulic hydrokinetic turbine. In this article Zulcy analyses the characteristics of vertical axis and axial turbines and shows that the power per unit is typically up to 2 kW for water velocities of 0,6 to 1,5 m/s. Vertical axis turbines are preferred when its necessary to take advantage of kinetic energy of flow that can have its direction changed, such as for example, tidal systems. These turbines are so designed that the direction of rotation is always the same, independently of the direction of flow. One of the first patents of these kind of turbines was issued to Georges Darrieus in 1931 (DARRIEUS, 1931). He invented a turbine having its rotating shaft transverse to the flow of the current and blades with a streamlined section analogous to that of the wings of birds. The concept of the turbine developed by Darrieus suffered some modifications, in order to improve the benefit of the flows. In 1995 this conception was optimized by Alexandre Gorlov, (GORLOV, 1991) who mounted the blades in a helicoidal form, obtaining with this more uniformity in its functioning. There are few references in Brazilian literature about the use of kinetic energy to generate electricity. One of the first papers is a report of a prototype of a horizontal axis type turbine designed by the National Institute of Amazon Research (INPA), called “cata-agua” (HARWOOD, 1985). In this article Harwood described a 4 meter diameter multi blade propeller type turbine which is anchored into the river to generate electricity. This equipment was experimented in rivers in the Amazon region with water velocities of 0,7 up to 1,5 m/s and proved to be functional. However in this project there was no protection against fluctuating debris, quite common in these rivers, limiting its operation only to experimental. The mechanical transmission devices used in this system was made with chains and introduced significant losses, besides the fact of not being robust enough to support an intense working regime. (24 hours a day) The Center of Research in Electrical Energy – CEPEL, (NASCIMENTO, 1999) also made mention to hydrockinetic energy, by means of a water rod adapted to generate electrical energy and a axial type turbine. This first equipment, constructed in association with a national manufacturer of water rods and the Federal University of Rio de Janeiro – COPPE, has rods with width of 3 meters e diameter of 2 meters. It was mounted on floaters and had to generate 3,5 kW with water velocity of 1,5 m/s. The equipment was placed in operation in the Pirapó river in the state Paraná and “with the placing of load, it was observed an accentuated reducing in the rods rotation, blocking its functioning”. The second experience realized by CEPEL was done with a prototype of a axial turbine in reduced scale (5/1) with a two bladed propeller. With this prototype measures where made to evaluate the influence of a converge mouthpiece at the entrance of the propeller. These measurements did not provide significant results in the variation of the water velocity at the entrance of the turbine and the variation of power generated as a function of the use of the mouthpiece. The first well succeeded experience with hydrokinetic energy in Brazil was developed by researchers from the Department of Mechanical Engineering from the University of Brasilia with funding from the Foundation for Technological and Scientific Enterprises - FINATEC. Since 1991, o group of researchers has been experimenting with diverse prototypes of vertical and axial turbines, as shown in figure1. Figure 1 Prototypes Artigo Técnico 25 The bests results for this turbine were obtained in river with a 2 m/s speed and a six blade, eighty centimeter, diameter propeller with a solidity coefficient of 30%. The mechanical transmission system is implemented with a set of gears submersed in oil and a stage of transmission belts. The turbine is driving a 2 kVA, 220 volts AC electrical generator in 1800 rpm, generating 1 kW of electricity and making it possible to use a refrigerator, a freezer, a water pump and lightning. To control the voltage generated by the turbine which in this case tends to vary with the water velocity and the load coupled on its grid, a electronic control system was designed. The control system maintains the electrical load on the grid constant in order to stabilize the grids voltage This overvoltage protecting system, based on a 1Kwatt thyristor driven resistance, makes it possible to couple domestic electronic equipment on the grid. These experiences produced significant subsidy for the design of a hydrokinetic turbine which was placed in operation in 1996 and is functioning until now attending a medical post in the inland of the state Bahia. 3. The axial hydrokinetic turbine This project has some innovating features which where fundamental to improve the transformation of hydraulic energy in mechanical work. Different from the projects presented by Zulcy, Harwood and Nascimento, the machine has a stator at the entrance of the propeller which directs the water flow in the turbine in such a way to increase the attack angle of the blades of the propeller, optimizing the transformation of hydraulic energy. Another innovation is the use of a suction tube at the outlet of the turbine and the use of cones in the center of the turbine to minimize the generating of turbulence in the water stream. The influence of the suction tube on the performance of the turbine was tested empirically in the field, and it was noted that there was a significant increment in the overall performance of the turbine with the suction tube. 4. Conclusion Figure 3 – Photos of the turbines The rotor or propeller is composed by various blades. Experiments where made, manufacturing the blades with metallic strips and also with metallic structure involved with fiber glass. The number of blades, the transversal area and its coefficient of solidity depends on the river flow. The hydrokinetic turbines presented in this paper are functioning, producing stable electrical energy in 220 volts AC permitting the use of normal domestic equipment. The developed technology proved to be robust and suitable for the extremely severe conditions of the remote and isolated villages, since it is has been functioning uninterruptedly for the last seven years. This type of small hydrokinetic power plant typically can provide up to 2kW of electric power depending on river characteristics, being a reliable alternative for the electrification of isolated households, communities or social endusers. 5. References The turbine is composed of a protecting grid (1), a stator with directing blades (2), propeller (3), suction tube (4), cone for the incoming and outgoing flows (5), transmission box (6) Figure 2 – Turbine parts Its important to emphasize that all experiments where made in the field, in the most extreme conditions of functioning and nominal load, without the ideal instruments to monitor all the variables of the process. Two models of turbines where tested and installed as shown in figure 3. Figure 4 – Some propellers tested ELS, Rudi Henri van, CAMPOS, C., BALDUÍNO L. Turbina hidrocinética. Controlware – UnB, Brasília, 2001. HARWOOD, John H. Protótipo de um cataágua que gera 1 kW de eletricidade. ACTA Amazônica, 15 (3-4): 403-412. 1985. NASCIMENTO, Marcos V. G. e outros. Opções à geração dieselétrica para sistemas isolados na região norte: eólica, hidrocinética e biomassa. IV Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica – SNPTEE, Foz de Iguaçu, Paraná, 1999. REIS Lineu Belico dos, SILVEIRA, Semida (orgs.). Energia elétrica para o desenvolvimento sustentável. São Paulo. Ed. Universidade de São Paulo, 2000. SOUZA, Zulcy de. PCH de baixa queda, Grupo de Trabajo sobre hidromecanica. 5a. reunión, IMFIA. Montevideo, Uruguay, 1999. GORLOV, Alexander. Helicoidal turbine assembly operable under multidirectional gas and water flow for power and propulsion systems. US Patent 6,155,892 Northeastern University, 2000 DARRIEUX, Georges J. M. Turbine having its rotating shaft transverse to the flow of the current. US Patent number 1,835,018 filed in 1931 Fontes na internet: Proof of Betz´s Law – http:// www.windpower.dk/stat/betzpro.htm Energy Technology Factsheet. UNEP Division of Technology, Industry and Economics Energy and Ozon action unit – http:// www.unptie.org.energy Artigo Técnico 26 Marco Legal para el Desarrollo Sustentable de Pequeñas Fuentes de Energías Renovables en la Provincia del Neuquen - Argentina Orlando Aníbal Audisio [email protected] Universidad Nacional del Comahue - Facultad de Ingeniería Dpto. de Mecánica Aplicada - Lab. de Maquinas Hidráulicas (LA.M.HI.) Resumen El presente trabajo trata de consideraciones y lineamientos generales que se deben tener en cuanta para la elaboración del marco legal para las Pequeñas Fuentes de Energías Renovables (PFER) de hasta una potencia instalada de 10 MW). Este Marco legal propuesto tendrá su ámbito de incumbencia dentro del territorio de la Provincia del Neuquen (Patagonia Argentina) y el mismo fue estructurado contemplando las características y particularidades que presenta esta provincia en lo referente a la distribución de la energía eléctrica y en la estructura poblacional rural que la conforma. Además se fijaron como objetivos centrales de esta propuesta, que la misma sirva para promover el uso sustentable y apropiado de las tecnologías sobre energías renovables. La propuesta contempla la posibilidad de una bonificación impositiva para el potencial inversor como así también se plantea la necesidad de una estabilidad fiscal por el lapso de 15 años. Además, se fijan pautas claras que se deben seguir en lo que se corresponde a los procesos de adjudicación y/o licitación de los posible sitios a explotar energéticamente. Con todos los aspectos considerados se pretende llegar a una estructura legal que sirva como herramienta para que cada iniciativa pueda generar un proceso de desarrollo sustentable baja la pauta del cobro por el servicio prestado, promover el crecimiento y el desarrollo a través del suministro de energía a costos razonables para mitigas focos de pobreza y promocionar el turismo, mejorar el standard y la calidad de vida con una fuente de energía compatible con el medioambiente. Introducción Después de haber implementado diversos programas de electrificación rural, existe actualmente numerosas familias que no están conectadas a una red de distribución eléctrica y que en un futuro cercana no lo estarán todavía. Esto está motivado en parte, por los altos costos que tiene el extender la red a áreas remotas, y el servicio de mantenimiento, manejo y cobro del servicio prestado. Para tales áreas, la opción descentralizada se presenta como la única opción real y factible de llegar a estas personas con el servicio energético. La Republica Argentina tiene un marco regulatorio del Sistema Eléctrico Nacional el cual posee la división de la funciones dentro de este sistema eléctrico que son llamadas “distintas unidades de negocios”. En consecuencia, dentro del Mercado Eléctrico Mayorista (MEM) quedaron definidos cuatro tipos de agentes principales, que son los Generadores, los Transportistas, los Distribuidores y los Grandes Usuarios. Dadas las características geográficas y socioeconómicas del país, tales como la ubicación de las fuentes de energía y de los principales centros de consumos, se ha desarrollado un sistema de transporte del Tipo Radial que cubre grandes distancias, con demandas concentradas y plantas de generación importantes alejadas de los principales centros de consumos. En este contexto, existe un sin numero de sitio en donde el sistema de tendido publico de la red eléctrica no llega, y los motivos son muy particulares de acuerdo a que región estemos analizando. En el caso particular de la Provincia de Neuquen, esta tiene a lo largo de su Precordillera gran cantidad de pequeñas comunidades las cuales muchas de ellas no tienen acceso a la energía eléctrica y no lo tendrán a través de la Red. Además, esta Provincia posee una de las comunidades de Aborígenes mas grande que existe en la República Argentina. Estas comunidades, conjuntamente con comunidades de mestizos y/o criollo, conforman pequeños grupos y con características muy dispersas. Estas pequeñas comunidades, por lo general, habitan en estos lugares precordilleranos donde el acceso a los servicios esenciales es prácticamente inexistente [VER FIGURA Nº 01]. Uno de estos servicios es el del suministro de energía eléctrica. El programa de electrificación rural del EPEN (Ente Provincial de Energía del Neuquen) consta de dos sub-programas, el de pre-electrificación y de electrificación rural, realizándose el abastecimiento por expansión de la red, energías alternativas y pequeñas centrales hidráulicas. FIGURA 01 [Sec. de Energía de la Nación Argentina] Artigo Técnico 27 La generación hidráulica es la fuente mas grande de provisión de energía renovable que existe y lo hace con una contribución equivalente de mas del 22 porciento de la electricidad que consume el mundo. Este 22 % es equivalente a 2564 TWh/año.[1] La PFER tienen una importante contribución al sistema energético mundial; en este sentido, solo las pequeñas centrales hidroeléctricas (PCH) representan 30 GW de la totalidad de la capacidad instalada en el mundo, lo que representa, por ejemplo, el 15% de la totalidad de la energía eléctrica que se genera en Europa. Pequeñas Centrales Hidroeléctricas Hasta 10 MW Mini Centrales Hidroeléctricas Hasta 2 Micro Centrales Hidroeléctricas Hasta 0,5 MW Pico Centrales Hidroeléctricas Hasta 50 KW MW Tabla Nº 01 Esta división o forma de definir a las PCH no esta totalmente acordada a nivel mundial, pero el valor de los 10 MW como tope máximo, por lo general es aceptado por la mayoría de los investigadores involucrados en la temática y por diversas instituciones a nivel mundial como por ejemplo la ESHA (The European Small Hydro Association). Esta misma sub-división, también la posemos tomas para todas las PFER existentes. Consideraciones Dada las características que presenta la población aislada y/o rural de la Provincia del Neuquen [FIGURA Nº 01], en la estructuración de un Marco Legal para las PFER, se deberá fijar como objetivo central, que la misma sirva para promover el uso sustentable y apropiado de las tecnologías sobre energías renovables; además de: a).- Incrementar la calidad y reducir los costos de las tecnologías en las PFER (componentes, sistemas, y servicios) a través de una expansión de los mercados y la industria de las Energías Renovables. b).- Fomentar e incrementar el uso de fuentes de energías limpias y renovables para mitigar y/o combatir el cambio climático global (reduciendo la emisión de gases) y proteger a nuestro medio ambiente limitando la polución; e c).- Incrementar los Standard económicos, sociales, educativos, y sanitarios en áreas rurales, en comunidades y hogares aislados de la red de abastecimiento publica utilizando PFER, a través de aplicaciones a sistemas productivos. Como primer aspecto, y para fijar reglas de juego claras para un proceso de desarrollo sustentable de las PFER, la Provincia del Neuquen debería contemplar que a nivel gubernamental se cree un ENTE (dependiente de la Secretaría de Energía de la Provincia y/o EPEN), el cual tendrá la función de poner en marcha, implemente y coordine la ejecución del marco legal que apruebe la Legislatura de la Provincia. Como complemento a esto, se debería considerar poner en marcha una serie de normas e incentivos para atraer inversiones para el desarrollo, la construcción y/o repotenciación de PCH. En función de lo ya expuesto en [1], se deberían considerar para la conformación de un marco legal para las PFER que: a).- Las PFER no necesiten pasar por un proceso de licitación para la construcción de la Central y la concesión del servicio, o por lo menos fijar una potencia máxima del emplazamiento que pueda quedar excluida de un proceso licitatorio (recomiendo el rango 0-500 kW, inclusive). b).- Las PFER puedan operar a través de una autorización extendida por el Ente Gubernamental, la que implique un tramite de proceso muy simple. c).- Las PFER deben ser registradas en el ENTE Regulador Gubernamental. d).- Las PFER deben contar con la aprobación, por parte del ENTE Gubernamental, del estudio de factibilidad y del proyecto básico de la Central. El estudio de prefactibilidad debe contemplar el análisis bajos normas internacionales de aprobación de todo lo inherente a impacto ambiental. e).- Se deberán considerar necesarios tres permisos en toda las etapas involucradas que va de la gestación de la idea hasta la puesta en marcha de la PFER: 1) Un permiso preliminar (previa aprobación inciso d), para comenzar con la obra; 2) Uno para la instalación y/o montajes de la central; 3) Un tercer permiso para permitir que la central hidráulica entre en operación. f).- se deberá contemplar que las PFER que comiencen a operar antes de los cuatro (4) años de aprobada y reglamentado el marco legal, estén exentas del pago del 50% del derecho de transmisión que todas la generadoras tienen que pagar; y las empresas distribuidoras desembolsarán el 50% del costo de transmisión remanente. Finalizado este período, queda sin efecto este descuento (o parte de este, por el lapso de 4 años mas) en la transmisión de energía. g).- Las PFER, quedarán exceptuadas del pago de regalías cuando las plantas generadoras estén ubicadas en jurisdicciones municipales. h).- La administración Gubernamental no deberá tener dentro de su programa de promoción y desarrollo de las PFER diferencias entra emplazamientos de bajas y altas alturas. i).- Se deberá plantear diferencia únicamente en los aspectos administrativos; es decir se deberá contemplar que las instalaciones de bajas alturas puedan ser, o sean, reguladas por entes regionales y/o municipales, mientras que las instalaciones de gran alturas deberán ser reguladas por el ENTE gubernamental de nivel provincial. j).- El Gobierno provincial deberá tener pautas clara para que no exista impedimentos de ninguna índole (a través de normas y/o disposiciones) para el desarrollo de las PFER. k).- Quedará únicamente para el ENTE Gubernamental la autoridad o poder de policía para resguardar todos los aspectos ambientales. l).- La Norma legal de promoción a las PFER deberá fijar como prioridad, respecto al uso recursos hídricos, el agua para consumo humano y para irrigación por sobre la de generación de hidroenergía. m).- Se deberá contemplar a través de un estudio racional aquellos proyectos que planteen la posibilidad de emplazamientos de multi usos o multi propositos. n).- Se deberán fijar pautas y normas claras y precisa que permitan el resguardo del medio ambiente. Se deberá tomar como referencia a la emanadas por la Comisión de energía de la Comunidad Europea. o).- A partir de los 500 kW de potencia de un emplazamiento, el operador de la central deberá ser una Empresa o ente que registre ciertos antecedentes que convaliden su capacidad como operador. Las PFER presentan diversos aspectos que la hacen muy atractivas, algunos de estos son: Artigo Técnico 28 a).- La generación con PFER es bien competitiva en cuanto a capacidad para satisfacer las necesidades energéticas rurales, es fácil de abastecerse de ella, como así también de distribuir (bajo peso) e instalar. b).- Estas fuentes de generación pueden suministrar energía a pequeñas industrias y talleres. Esto le da un significativo potencial como ingreso económico para el desarrollo rural y de carácter sustentable. c).- Este tipo de generación provee de energía eléctrica a casas de particulares como a instituciones publicas (escuelas, centro asistenciales, oficinas, etc.) a un costo relativamente mucho mas bajo que otro tipo de generación (solar) y a la red publica. Con el advenimiento de las lámparas compactas de bajo consumo, una comunidad que esta siendo abastecida por una micro turbina, este suministro puede, ahora, ser llevado a cabo por una pico turbina (potencia menores a 50 kW) hidráulica y a un costo de generación mucho mas bajo. Solo se logrará un desarrollo coordinado y sustentable si se concibe a este, bajo la premisa del PAGO POR EL SERVICIO PRESTADO. Caso contrario se logrará un desarrollo de muy corto plazo y NO SUSTENTABLE: Colapso del sistema. Proyecto de Ley Promoción de Energías Renovables Provincia del Neuquén, Ley de Promoción de Energía de hasta 10 Mw. Artículo 1º - Declárese de interés Provincial, el estudio, la planificación, la generación, transporte, distribución, uso y consumo de la energía a partir de fuentes renovables, como así también la radicación de industrias destinadas a la fabricación de equipamiento para tal finalidad en el territorio provincial. La actividad de generación de energía eléctrica de pequeñas fuentes alternativas no requiere autorización previa del poder ejecutivo Provincial. Artículo 2º - La generación de energía a partir de fuentes renovables, podrá ser realizada por personas físicas o jurídicas con domicilio real dentro del territorio Provincial, constituidas de acuerdo con la legislación vigente. Artículo 3º - Exímase de todo gravamen impositivo Provincial, por el término de (15) años, a la actividad de producción de equipamiento mecánico, electrónico, electromecánico, metalúrgico y eléctrico que realicen empresas radicadas o a radicarse, de origen nacional o internacional, con destino a la fabricación de equipos de generación Eólica e Hidráulica para potencia de hasta 10 Mw. Artículo 4º - Cuando las tierras necesarias para la realización del los proyectos sean de propiedad del Estado Provincial, las mismas serán vendidas al titular del proyecto al 50% de su valor fiscal y con una financiación en concordancia con la amortización del proyecto. Artículo 5º - El poder ejecutivo remunerará con diez milésimos de pesos por cada Kw.hs ($ 0,01 Kw.hs ) efectivamente generado por sistemas eólicos dentro del territorio Provincial, a aquellas empresas de generación que entreguen su energía al Mercado Mayorista Nacional (MEM) a través del sistema interconectado nacional, como así también al sistema interconectado provincial dependiente del EPEN, y en aquellos casos en que la misma este destinada a la prestación de servicios públicos. Disponiendo para tal fin de los recursos provenientes del Fondo Subsidiario para compensaciones regionales de tarifa a usuario finales, asignados a la Provincia en conformidad con el artículo 70 de la Ley Nacional Nº 24065. Este subsidio será otorgado a los ya instalados, como así también a los que se instalen en el futuro, para los primeros este beneficio no será retroactivo. Artículo 6º - Declárese de interés para el Ente Provincial de Energía del Neuquén (EPEN) la compra a un precio justo y competitivo de la energía eléctrica de origen Eólico, Hidráulico, Solar, Biomasa y Geotérmica generada por empresas de origen Cooperativo, persona jurídicas o físicas que entreguen la totalidad o excedentes de la energía al sistema interconectado que esté bajo la operación del EPEN. El precio de compra y venta respectivamente se acordarán de acuerdo a las condiciones del MEM. Artículo 7º - En los casos de generación eléctrica a partir de pequeñas fuentes de energías renovables y que estén destinada a abastecer sistemas aislados vinculados a servicios públicos, se aplicará el mismo criterio de retribución del Kw.hs generado previsto en el Artículo 5º de la presente Ley, teniendo en cuenta que los sistemas híbridos deberán satisfacer los requerimientos y calidad de servicio dentro de lo que establece las leyes vigentes. Artículo 8º - Toda actividad de generación de energía eléctrica a partir de pequeñas fuentes renovables y que entregue su producción al sistema interconectado Provincial dependiente del EPEN o esté destinada a la prestación de servicios públicos en la Provincia del Neuquén, gozará de estabilidad fiscal por el término de 15 años a partir de la vigencia de la presente Ley. Se entiende por estabilidad fiscal a la imposibilidad de afectar a la actividad con una carga tributaria mayor a la actual, o a la afectación de nuevas cargas impositivas. Artículo 9º - El poder Ejecutivo promoverá líneas de créditos especiales, con financiación a largo plazo y baja tasa de interés, destinados a la adquisición de Generadores Eólicos e Hidráulicos, Solar, Biomasa y Geotérmica, menores de 10 MW, cuyo objetivo sea el de favorecer estos emprendimientos, contando para ello con los beneficios de la Ley Provincial Nº 378 de Promoción Industrial, dándole prioridad a aquellos que se fabriquen en el territorio de la Provincia del Neuquén. Artículo 10º - El incumplimiento del emprendimiento dará lugar a la caída de los beneficios aquí acordados, y al reclamo de los tributos dejados de abonar más sus intereses y actualizaciones. Artículo 11º - Adicionalmente a lo establecido en el artículo 9º, el Poder Ejecutivo a través del IADEP implementará líneas de créditos especiales, con plazos de amortización extensos y tasas de interés inferiores hasta en un 50% a las vigentes, para el financiamiento de las inversiones necesarias. Artículo 12º - Invitase a los Municipios a instrumentar medidas promocionales dentro de sus jurisdicciones, en el mismo sentido de esta Ley. Artículo 13º - El Poder Ejecutivo reglamentará la presente en un plazo de (60) días de su entrada en vigencia. Conclusiones Con estas consideraciones y/o propuesta, lo que se pretende es comenzar a delinear un marco de trabajo organizacional que es necesario articular para un programa efectivo de largo plazo para el desarrollo sustentable de las PFER. Referencias [1] Orlando A. AUDISIO - IX ELPAH 05-09 de Noviembre del 2001 - Neuquen (Argentina). Espaço CERPCH / CERPCH’s Space 29 Brasil tem um representante na IEA Camila Rocha Galhardo Em visita à cidade de Bufallo nos Estados Unidos, no dia 27 de Julho de 2003, o Secretário Executivo do CERPCH, professor Geraldo Lúcio Tiago Filho, foi empossado como membro da Agência Internacional de Energia (IEA), sendo o primeiro latino-americano a fazer parte desta organização. Tiago, professor na Universidade Federal de Itajubá, é um dos fundadores Tiago Fº / Camila Galhardo do CERPCH. A IEA é um corpo autônomo, estabelecido em 1974 dentro da estrutura da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD). A Agência, com sede em Paris (França), trabalha em um abrangente programa de cooperação na área de energia entre 25 dos 30 países membros da OECD. Brazil has a representative with the IEA Trad. Adriana Candal Philippe Beutin, Geraldo L. Tiago Fº, Kearon Bennett, Frans Koch, Lars Hammers, Tony Tung (Da esquerda para a Direita - To left from right) While visiting the city of Buffalo in the USA on July 27th, 2003, CERPCH’s (National Center of Reference for Small Hydropower Plants) executive secretary, Professor Geraldo Lúcio Tiago Filho was accepted as a member of the International Energy Agency (IEA). He is the first Latin American to become a member of this Organization. Tiago, a professor at the Federal University of Itajubá is one of the founders of CERPCH. The International Energy Agency (IEA) was established in November 1974 in response to the oil crisis as an autonomous intergovernmental entity within the Organization for Economic Cooperation and Development (OECD) to ensure the energy security of industrialized nations. Intercâmbio Brasil e Cuba Camila Rocha Galhardo X ELPAH Referenciar a parceria entre o CERPCH e o Centro de Pesquisa da Universidade Central de Las Villas, Villa Clara, Cuba. Esta é a finalidade do Protocolo de Intenções assinado entre as duas entidades durante o X ELPAH - X Encontro Latino Americano e do Caribe em Pequenos Aproveitamentos Hidroenergéticos, em Maio de 2003 em Poços de Caldas (MG). O tratado respeita as leis internacionais de cooperação e outros acordos assinados dentro do setor acadêmico cubano. O principal objetivo desta iniciativa é desenvolver treinamentos no setor de energia hidráulica, mais especificamente no estudo do comportamento do fluido em torno das pás, coeficientes de arraste e de sustentação pelo uso de simulação através de software e aplicação do Auto CAD e implementação das metodologias para projetos de turbinas hidráulicas como Pelton Axial, Michel Banki (Turbinas Crossflow) e turbinas hidrocinéticas. O protocolo foi assinado pelo Secretário Executivo do CERPCH, professor Geraldo L. Tiago Filho, pelo professor Raul Olade da Universidade Central de Las Villas , e pelo professor do Instituto Militar de Engenharia e membro do Comitê Diretor do CERPCH, José Carlos Amorim. Brazil and Cuba exchange program Trad. Adriana Candal Raul Olade Reinforcing the partnership between CERPCH (National Center of Reference for Small Hydropower Plants) and the Research Center of Universidad central de Las Villas, Villa Clara, Cuba. This is the goal of the Intention Protocol signed by the two institutions during the 10th ELPAH – 10th Latin America and Caribbean Meeting about Small Water-energy Potentials, which was held in Poços de Caldas, Brazil. The agreement respects the international cooperation laws and other agreements that were signed in the Cuban academic sector. The main goal of this initiative is to develop training in the water energy sector, particularly in the study of the behavior of the flow around the blades and dragand and lift coefficients through simulations using a software and the application of Auto-CAD and the implementation of the methodologies for designing water turbines such as Pelton Axial, Michel Banki (Crossflow turbines) and water current turbines. The protocol was signed by CERPCH’s executive secretary, professor Geraldo Lucio Tiago Filho, by professor Raul Olade of Universidade Central de Las Villas, and by the professor of the Engineer of the Military Institute and member of CERPCH’s director board, José Carlos Amorim. Parceria / Partnership 30 Parceria Construtiva Órgão ambiental busca parceria com entidade representativa Camila Rocha Galhardo Durante a cerimônia de inauguração do COPAM Sul no dia 15 de Dezembro de 2003 na cidade de Varginha (MG) foi assinado um protocolo de intenções entre a Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), órgão vinculado à Secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Minas Gerais (SEMAD). Na ocasião, estiveram presentes Ilmar Bastos Santos, presidente da FEAM, e Shelley de Souza Carneiro, secretário Adjunto da SEMAD, representando respectivamente a fundação e a secretaria, e Henrique Gabeta, agente de negócios do CERPCH, representando a UNIFEI e o Centro de Referência. O objetivo da iniciativa é o desenvolvimento de um programa de capacitação do corpo técnico da FEAM e de demais agentes envolvidos no licenciamento ambiental para avaliação de impacto ambiental em projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas, além da elaboração de pareceres técnicos. Uma das maiores vantagens deste treinamento é a interação entre um órgão regulador e uma instituição representativa do setor de PCHs, possibilitando aos técnicos da FEAM a realização de análises mais criteriosas no que se refere aos Estudos de Impacto Ambiental relativos aos empreendimentos que aguardam a Licença Ambiental (LI) , a fim de atender as metas do PROINFA. Constructive Partnership Environmental organ searches for partnership with representative entity Trad. Adriana Candal During the ceremony that inaugurated COPAM Sul in the city of Varginha on December 15 th, 2003, an intention protocol was signed between FEAM (Environmental State Foundation), an organ linked to the Department of Environment and Sustainable Development of the state of Minas Gerais, whcih was represented by Mr. Ilmar Bastos Santos (FEAM’s President) and Mr. Shelley de Souza Carneiro, and the Federal University of Itajubá and CERPCH (National Center of Reference for Small Hydropower Plants), both represented by Mr. Henrique Gabeta (CERPCH’s business agent). The goal of the initiative is the development of a program to capacitate FEAM’s technicians and the other agents that are involved in the environmental license process for the evaluation of environmental impacts of SHP projects and the elaboration of technical judgement. One of the greatest advantages of this training is the interaction between a regulating agency and a representative institution of the SHP sector. This will make it possible for FEAM’s technicians to carry out more detailed analyses regarding the Study of Environmental Impacts for the enterprises that are waiting for the Environmental License (LI), so that PROINFA’s goals can be fulfilled. Tiago Fº / Camila Galhardo Reunião ocorrida na UNIFEI em Novembro de 2003 para definição dos pontos a serem abordados no protocolo de intenções entre a Universidade e a FEAM. / Meeting at UNIFEI occurred in November of 2003 regarding definition of points to be approached in the intention protocol between the University and FEAM . Parceria / Partnership 31 PROINFA em Minas Gerais / PROINFA in Minas Gerais O Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia (PROINFA) prevê 1100 MW para cada uma das fontes - PCH, Eólica e Biomassa – sendo destinado o valor máximo para contratação de 15% de energia oriunda de PCHs por estado, o que corresponde a 165 MW no estado de Minas Gerais. Cabe ressaltar que essa limitação é aplicada em uma primeira rodada de contratações. Caso o estado não venha a contratar a cota destinada para cada tecnologia, o valor remanescente será destinado aos estados que tiverem alcançado o valor total e que tenha excedente. O PROINFA é rateado por todos os estados do sistema interligado nacional. No momento, encontram-se na FEAM 8 projetos aguardando a licença ambiental, com uma potência estimada de 119,1 MW no total. A busca por treinamento e pessoal especializado é uma iniciativa do governo estadual, visando a atender a oferta do PROINFA e garantindo que estes recursos não sejam destinados para outros estados, além de assegurar para os investidores maior rentabilidade e retorno. PROINFA (a program to encourage the use of alternative sources of energy) forecasts 1100 MW for each alternative source - SHP, wind and biomass – and each state can contract no more than 15% of the energy coming from SHPs, which corresponds to 165 MW in the state of Minas Gerais. It is important to mention that this limitation is applied at the first contraction round. In case the state is unable to contract the quota destined to each technology, the remaining value will be destined to states that have reached the total value and still have surplus. PROINFA is shared among all the states that are part of the national interconnected system. At the moment, there are 8 projects at FEAM waiting for the environmental license. Their estimated power is 119,1 MW. The search for training and qualified people is an initiative of the state government, aiming at meeting PROINFA’s offer and ensuring that these resources are not destined to other states, and ensuring the investors greater profits and return. Meio Ambiente inaugura COPAM - Sul Environmental inaugurates Copam-Sul O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, inaugurou, no dia 15 de Dezembro de 2003, a segunda unidade descentralizada do Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM, em Varginha, Sul de Minas. O Conselho de Política Ambiental é um órgão do Sistema Estadual de Meio Ambiente e tem por finalidade deliberar sobre diretrizes, políticas, normas regulamentares e técnicas padrão e outras medidas de caráter operacional para proteção e conservação do meio ambiente e dos recursos ambientais, bem como a sua aplicação pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, por meio das entidades a ela vinculadas – Instituto Estadual de Florestas (IEF), Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) e Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e dos demais órgãos seccionais e os órgãos locais. A regionalização do COPAM é parte das diretrizes da nova política administrativa do governo Aécio Neves, através do Sistema Estadual de Meio Ambiente. Esta regionalização possibilitará aos membros do Conselho maior proximidade e identificação dos problemas em que se localizam os empreendimentos industriais e rurais que estarão licenciando. Além disso, a nova unidade do COPAM vai propiciar o encontro das comunidades locais, através de suas lideranças, num foro comum para discussão de políticas ambientais que serão balizadoras de suas decisões no licenciamento. O coordenador dos trabalhos de descentralização do COPAM, secretário-adjunto Shelley de Souza Carneiro, observou que assim será possível “tornar os procedimentos regulatórios mais eficientes e menos dispendiosos tanto para o Estado quanto para os usuários”. Outras cinco unidades regionais estão em processo de criação: Unidade Alto São Francisco, sede em Divinópolis; unidade Jequitinhonha, sede em Diamantina; unidade Leste Mineiro, sede em Governador Valadares; unidade Norte de Minas, sede em Montes Claros, e unidade Zona da Mata, sede em Ubá. A primeira já foi implantada no Triângulo Mineiro, com sede em Uberlândia. A posse dos conselheiros aconteceu no dia 31 de Outubro do ano passado e contou com a presença de cerca de 300 pessoas, entre autoridades locais, representantes de unidades ambientalistas, sociedade pública e civil. A proposta é de que os Conselhos Regionais estejam totalmente implantados até o primeiro semestre de 2004. The State Secretary of Environment and Sustainable Development of Minas Gerais, José Carlos Carvalho, inaugurated the second decentralized unit of the State Council for Environmental Policy – COPAM in Varginha, South of Minas Gerais, on December 15th, 2003. The Council for Environmental Policy is an organ of the State Environmental System and is responsible for deliberating over guidelines, policies regulating and technical rules, standards and other measures regarding operation, protection and conservation of the environment and environmental resources, as well as their application by the State Department of Environment through its several entities – Forest State Institute (IEF), Environmental State Foundation (FEAM), Water Management Institute of Minas Gerais and other sectional and local organs. The regionalization of COPAM is part of the guidelines of Governor Aécio Neves’s new administrative policy through the Environmental State System, and it will make it possible for the members of the Council to be closer to the areas where the industrial and rural enterprises they will be giving the licenses to are located. In addition, the new unit of COPAM will be a meeting place for local communities where their leaders can talk to the members, so that they can discuss environmental policies that will guide their decisions in relation to the licenses. The coordinator of COPAM decentralization works, Shelley de Souza Carneiro, observed that this way it would be possible to “make the regulating procedures more efficient and less costly for the State and for the users as well.” Five other regional units are being created: Alto São Francisco Unit in Divinópolis; Jequitinhonha Unit in sede em Diamantina; Leste Mineiro Unit in Governador Valadares; Norte de Minas Unit in Montes Claros; and Zona da Mata Unit in Ubá. The first one has already been implemented in Triângulo Mineiro in the city of Uberlândia. The ceremony took place on October 31st and more than 300 people were present: state and local authorities, environmentalist unit representatives and the community in general. All the Regional Councils are expected to have been fully implemented by the end of the first semester of 2004. Painel do Leitor / Reader’s Painel 32 Envie sua opinião à PCH Notícias & SHP News pelo endereço CERPCH / LHPCH Avenida BPS, 1303 Bairro Pinheirinho, CEP: 37500-903 - Itajubá (MG) - Brasil ou pelo e-mail [email protected]. Send your opinion to PCH Noticias & SHP News using the following address: CERPCH / LHPCH - Avenida BPS, 1303 Bairro Pinheirinho, CEP: 37500-903 - Itajubá (MG) - Brazil, or you can email us: [email protected]. Prezado Prof. Tiago, como vão as coisas? Sabemos que as PCHs continuam tendo que lutar por um espaço no cenário nacional. Infelizmente nossos “comandantes” ainda não se concientizaram da importância estratégica de nossas PCHs, continuam colocando obstáculos e dificuldades diversas, para que nossa sociedade possa tirar o máximo proveito desse recurso energético. Como grande admirador, tenho certeza que um dia as coisas trilharão um caminho mais fácil. Um grande abraço, Dear Prof. Tiago, How are things going? We know that SHPs still have to struggle for some space in the national scenario. Unfortunately our ‘commanders’ are not aware of the strategic importance of our SHPs and continue to put several obstacles and difficulties preventing our society from benefiting from this energy resource. As I am a person who appreciates your work, I’m sure that someday things will follow an easier path. Best regards, Marcos Franco Moreira (Ex-Coordenador do Programa CEMIG PCH) CEMIG- Superintendência de Relacionamento Institucional Marcos Franco Moreira (Former Coordinator of CEMIG’s SHP Program CEMIG – Superintendence of Institutional Relationship) Recebo as suas notícias do PCH Notícias.Não sei como dizer isto sem ofender ninguém, mas recentemente publicaram um artigo de minha co-autoria e me constrange apresentá-lo junto com a Revista. O motivo são as ilustrações do Geraldo Tiago. Dado o nível de qualidade que está recentemente adquirindo a revista, não seria bom chamar um consultor de editoração gráfica e melhorar a apresentação dela? Vocês podem discoradr, mas acho pouco conveniente encher as páginas com desenhos tão “primitivos”. Não acho que entrem na categoria de arte naiff. Me parecem mais desenhos de alguém que não sabe desenhar, mas tem o poder de editorar uma revista e exagera na inclusão destas caricaturas. Acho que a Revista deve ser o espelho do bom trabalho técnico que é feito no país, e além disso espelhar opiniões do corpo editorial e de pessoas externas a ele. Mas isto tem que ser dosado, muito bem ponderado e muito bem embasado em dados confiáveis. A caricatura é uma arma muito perigosa que pode provocar reações nas pessoas afetadas, contrárias a revista. Acho que Maurício Tolmasquin, sério como ele é, não merece ser fantasiado de Dom Quixote (número Fev. Mar. Abr. 2003). Tudo isso que está na caricatura de capa pode muito bem ser escrito com fundamentações técnicas sem agredir as figuras em questão. A caricatura deve ficar restrita a quem a merece. Isto quando a pessoa é “caricaturável” ou comete atos caricaturáveis. Atos que podem ser debochados. Não creio que seja esse o caso da maioria das caricaturas incluídas na Revista. Normalmente as revistas científicas que apresentam caricaturas, além de serem discretas e pequenas, apresentam 1 ou duas em cada número. Não seria possível convencer a Editoração para, de uma maneira polida, diminuí-las chegando até a sua substituição por materiais de melhor qualidade? Acho que a revista merece isto. Atenciosamente e pedindo desculpas se ofendi alguém. I receive the PCH Notícias & SHP News .I don’t know how to say Prof. Juan Jose Verdesio - Universidade de Brasília UnB Prof. Juan Jose Verdesio - Universidade de Brasília UnB this without sounding offensive, but recently, you published an article, of which I was the co-author, and showing this article in this magazine makes me feel embarrassed. Mr. Geraldo Tiago’s illustrations are the reason. The magazine has been achieving a great level of quality and wouldn’t it be good to call a graphic designing advisor in order to improve its presentation? You may disagree, but I think it’s not convenient to fill the pages with drawings that are so ‘primitive’. I don’t think they fall into the category of ‘art naïf’. It seems to me that they are drawings made by a person who can’t draw, but has the power to edit a magazine and exaggerates the inclusion of these caricatures. In my opinion, the magazine must reflect the good technical work that has been carried out in the country, as well as the opinions of those who are part of the magazine and those from outside. However, the magazine’s work must be very wellbalanced and it must also be based on reliable data. A caricature is a dangerous weapon that may cause people, who are affected by the magazine, to have different reactions. I think that Maurício Tolmasquin, serious as he is, does not diverse to be drawn as Don Quixote (Feb, Mar, April 2003). Everything that is expressed by the caricature on the cover can be written with all of the necessary technical basis without offending anybody. The caricature must be restricted to those who deserve it, when the person is ‘caricaturable’ or does ‘caricaturable’ acts. I don’t think this is the case of most caricatures included in the magazine. Customarily, scientific magazines that present caricatures make sure they are small and discrete and they usually display one or two in each issue. Wouldn’t it be possible to convince the editing staff to reduce the number of caricatures and eventually replace them all using better quality articles? I think the magazine deserves that. Once again, I’m sorry if I offended someone. Regards, Projeto / Project 33 CELESC recebe Diagnóstico Energético Camila Rocha Galhardo CELESC Carries Out Energy Diagnosis Trad. Adriana Candal A Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC) contratou o Centro Nacional de Referência em Pequenos Aproveitamentos Hidroenergéticos CELESC (Electric Company of the State of Santa Catarina) hired (CERPCH) para fazer um diagnóstico energético e recomendações para a the CERPCH (National Center of Reference for Small Hydropower Plants) geração de energia elétrica em todo o estado. O principal objetivo do to carry out an energy diagnosis and give some advice about the trabalho é otimizar o sistema através da inserção da geração descentralizada generation of electric energy in the state. The main goal of the study is to e verificar os benefícios advindos da aplicação das fontes renováveis de optimize the system through the inclusion of decentralized generation energia (PCHs, Centrais Térmicas à Biomassa e Centrais Eólicas). and verify the benefits that come from the use of renewable sources of O estudo, entregue energy (SHPs, biomass thermal pelo Centro de Referência power plants and wind plants). em Dezembro de 2003, criou The study, which was um modelo espacial delivered in December 2003, georeferenciado para a developed a georeference spatial visualização espacial das model for the spatial cargas e fontes elétricas. A visualization of electric loads partir destas informações, and sources. Based on this definiram-se cenários das information, the present condições atuais e em uma condition scenario and a tenprojeção de 10 anos (dados year projection were determined. fornecidos pela Celesc). Keeping the present conditions Mantendo as condições as being ideal, the socioatuais como ideais, foram economic impacts were defined definidos os impactos through the introduction of socioeconômicos através da decentralized generation using introdução da geração alternative sources of energy. descentralizada fazendo uso Georeference Spatial das fontes alternativas de Model energia. The Georeference Spatial Modelo Espacial Model is a methodology Georeferenciado developed by CEPCH’s team. It Exemplo de Mapa Tridimensional das Cargas no Estado de Santa Catarina O Modelo Espacial Example of a tridimensional map of the loads in the state of Santa consists of the georeference of Georeferenciado é uma Catarina generation sources and loads, metodologia desenvolvida considering the characteristics of pela equipe técnica do CERPCH, que consiste no georeferenciamento das the concessionaire’s transmission and distribution systems and the fontes de geração e das cargas, considerando as características do sistema territorial limits of the concession area. de transmissão e de distribuição da concessionária e os limites territoriais By using a mathematical and statistical treatment based on present da área de concessão. and future scenarios, the impacts of the inclusion of decentralized Através de um tratamento matemático e estatístico, como base nos generation are studied. The methodology allows the optimization of the cenários atual e futuro, fez-se um estudo dos impactos da inserção da system in relation to new demands, maintaining or improving the geração descentralizada. A metodologia permite otimizar o sistema em reliability levels. função das novas demandas, mantendo ou aprimorando os níveis de Advantages confiabilidade. While the study was being carried out, it was also considered the Vantagens impacts of decentralized generation with different sources of energy on Ao se desenvolver o estudo, foi considerado o impacto no sistema CELESC’s system, as it is forecast in the Federal Government’s program CELESC da geração descentralizada com diferentes fontes de energia, PROINFA (a program to encourage the use of alternative sources of como está previsto no Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de energy). Energia (PROINFA) do Governo Federal. With the implementation of the use of renewable energy, in ten years, Com a implantação da energia renovável, espera-se que, em 10 anos, the state of Santa Catarina is expected to reduce its dependency on o estado de Santa Catarina reduza sua dependência de energia oriunda de energy coming from other states by 1,360 GWh/year. A reduction in the outros estados na ordem de 1.360 GWh/ano, além da redução das potências power of substations, a reduction in the investments in power lines, the das sub-estações, diminuição dos investimentos em linhas de transmissão, minimization of losses in transmission and the improvement in the balance minimização das perdas na transmissão e melhoria no equilíbrio da rede de of the system’s distribution grid are also expected. distribuição no sistema. Another aspect that was approached by the diagnosis is the creation Outro aspecto abordado no diagnóstico é a geração de empregos. of jobs. One can estimate the creation of about 1,200 direct new jobs Calcula-se que, na fase de implantação das novas plantas, o estado geraria during the implementation of the new plants. Other 350 direct and indirect aproximadamente 1200 empregos diretos e, na fase de Operação e jobs will be created during the maintenance and operation phase. The Manutenção, cerca 350 diretos e indiretos. Também foram levantadas as tax advantages for the state were also studied. The ICMS (a tax similar to vantagens fiscais para o estado. Estima-se que o ICMS arrecadado na fase VAT) collected during the construction phase is expected to range about de construção seja de aproximadamente US$88.350 mil e o ISS cerca de US$88,350 thousand and the ISS (local service tax) about US$17,100 US$17.100 mil. thousand. 34 Energia no Mundo / Energy in the World Apagão não acontece só no Brasil EUA, Canadá e Europa também são atingidos por Blecautes Camila Rocha Galhardo Colaboração: Fabiana Gama Viana Blackouts: they happen everywhere A venda de lâmpadas econômicas, geradores, lanternas e, até mesmo, velas, explodiu. De um lado, os produtos alternativos à luz elétrica prometiam revigorar parte da economia brasileira. De outro, discutia-se qual seria o futuro econômico do país, já que a energia elétrica movimenta desde grandes indústrias até pequenas empresas, importantes ferramentas para incrementar o produto interno bruto nacional. A crise energética por que passou o Brasil em 2001 deixou toda a população nacional sob os auspícios de um Plano de Racionamento que determinava 20% de economia no consumo de energia. Muitos foram os problemas apontados como causadores da crise brasileira: falta de investimentos, de planejamento, chuvas escassas, crescimento econômico e populacional do país, entre outros. O Brasil não está sob o Plano de Racionamento desde o dia 1º de Março de 2002, e a população e a economia saíram ‘provisoriamente’ da crise sem o grande colapso que muitos previram. Em decorrência, foi criado o Seguro Apagão. Este é cobrado dos consumidores para garantir o pagamento do aluguel de 58 usinas termelétricas. Essas usinas, que produzem energia a um custo maior que as hidrelétricas, devem entrar em funcionamento em caso de novo risco de falta de energia. Os gastos com o seguro anti-racionamento são estimados em R$ 4,1 bilhões até o final de 2005. O fato é que crises de abastecimento de energia não são exclusividade do Brasil. Em 2003, problemas semelhantes ocorreram no mundo, evidentemente não com a mesma repercussão do que a crise brasileira no cotidiano das pessoas. Países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Itália enfrentaram blecautes que agiram sobre grande parte da população das cidades atingidas e evidenciaram sistemas elétricos vulneráveis a pequenos acidentes e nações dependentes da energia importada de outros países. EUA e Canadá O primeiro apagão aconteceu em 14 de Agosto nos Estados Unidos e no Canadá. A causa do megablecaute foi um problema na linha de transmissão Niagara Mohawk entre os dois países. O problema atingiu cerca de 13 cidades de EUA e Canadá. Em Nova York, a falta de energia tomou dimensões maiores, pois a população local, ainda traumatizada com os acontecimentos de 11 de Setembro de 2001, se apavorou com o trânsito caótico, a comunicação interrompida e, com o cair da noite, moradores da cidade ainda tentavam chegar às suas casas. Também foram atingidos pelo apagão seis aeroportos – Kennedy, LaGuardia, Newark, Cleveland, Toronto e Ottawa – que ficaram temporariamente fechados. Nos Estados Unidos, ficaram sem energia cidades como Cleveland, Ohio, Detroit e Michigan. No Canadá, o blecaute chegou à capital, Ottawa, e ao principal centro financeiro, Toronto. De acordo com o governo do país, 10 milhões de canadenses ficaram sem eletricidade, dos quais dois milhões e meio não tiveram como voltar para casa. Segundo as autoridades norte-americanas, o maior problema enfrentado no país foi o pânico da população em Nova York. Na cidade, foi decretado estado de emergência, pois apesar de as autoridades terem garantido à população que não se tratava de ataque terrorista, os moradores da cidade reagiram ao apagão como se estivessem na iminência de um novo 11 de Setembro. The USA, Canada and Europe also have blackouts Trad. Adriana Candal Colaboration: Fabiana Gama Viana The sale of economical light bulbs, generators, flashlights, and even candles boomed. On one hand the products offering an alternative to electricity promised to invigorate part of the Brazilian economy. On the other hand, the economic future of the country was being discussed, for it is the electric energy that moves big industries as well as small ones, which are important tools to increase the national gross product. The energy crisis that Brazil experienced in 2001 left the whole population under the rules of a rationing plan that established a reduction of 20% in energy consumption. Many problems were pointed out as being responsible for the crisis: lack of investments, planning and rain and the country’s economic and population growth, among others. Brazil has not been living under the Rationing Plan since March 1st, 2002. So far, the population and the economy have overcome the crisis without the huge collapse that some had predicted. As a result, a ‘Blackout Insurance’ was created. It is charged from the consumers in order to assure the payment of the rent of 58 thermal power plants. These plants, which produce energy at a higher cost than the hydroelectric plants, must start operating whenever there is a risk of energy shortage. It is estimated that the expenses with the anti-rationing insurance will reach R$ 4.1 billion by the end of 2005. The fact is that energy supply crises do not affect only Brazil. In 2003, similar problems took place around the world. Evidently, the impacts on people’s lives were not the same. Countries such as the United States, Canada, England and Italy faced blackouts that struck large areas, making it clear that they have vulnerable electric systems and that they depend on the energy from other countries. The USA and Canada The first blackout took place in the USA and Canada on August 14th. The cause of the ‘megablackout’ was a problem in the Niagara Mohawk power line between both countries. About 13 cities in the USA and Canada suffered with the problem. In New York City the blackout had bigger dimensions, for the local population, still traumatized by September 11th, was in panic because of the chaotic traffic and the communication system that did not work; and by nightfall, the city’s dwellers were still trying to reach their homes. Six airports were also struck by the blackout and were temporarily closed: Kennedy, La Guardia, Newark, Cleveland, Toronto and Ottawa. In the United States, cities like Cleveland and Detroit spent some time in the dark. In Canada, the blackout reached the capital, Ottawa, and the country’s most important financial center, Toronto. According to the Canadian government 10 million people didn’t have electricity in their houses and about two million of them couldn’t get back home. According to American authorities the greatest problem faced by the country was the panic that took over the population of NYC. The city was under alert, for although the authorities had assured the population that the blackout had nothing to do with a terrorist attack, the population reacted to the blackout as if they were at the brink of a new September Energia no Mundo / Energy in the World Inglaterra Na seqüência à série de blecautes pelo mundo, Londres foi atingida no dia 28 de Agosto. Em pleno rush, cerca de mil trens regionais e nacionais e 60% da rede de metrô londrina foram afetados pelo corte de energia que durou quase uma hora. Os passageiros tiveram que ser retirados dos trens e do metrô. O trânsito no centro da cidade ficou lento porque os semáforos pararam de funcionar, e os usuários do metrô tiveram de usar os ônibus e os táxis. O sul de Londres foi a região mais afetada. Acredita-se que cerca de 100 mil pessoas ficaram sem energia. A causa do apagão foi um problema no National Grid, empresa que fornece energia à Inglaterra e ao País de Gales. Itália Segundo as autoridades italianas, pelo menos cinco pessoas morreram por causa de acidentes ocorridos durante o blecaute do dia 28 de Setembro, considerado o maior da história do país. A falta de energia atingiu toda a Itália e afetou mais de 50 milhões de pessoas. Cerca de 30 mil ficaram presas em trens. A queda de uma árvore sobre uma linha de transmissão na Suíça ocasionou o blecaute. Com o acidente, as linhas de transmissão que vêm da França ficaram sobrecarregadas, causando um efeito dominó que apagou todo o sistema italiano, deixando clara a dependência da Itália da energia importada. O país chega a comprar 24% do seu consumo noturno e 16% do 35 11 th. England In the sequence of blackouts around the world, London was struck on August 28th. Right at rush hour, about a thousand regional and national trains and 60% of the London Underground were affected by the energy cut that lasted almost an hour. The commuters had to be taken out from the trains and the underground. Some of them had to travel by bus of taxi. The traffic downtown was slow because the traffic lights were not working. The south of London was the most affected area. It is believed that about 100 thousand people didn’t have electricity. The cause of the blackout was a problem in the National Grid, a company that supplies energy to England and Wales. Italy The Italian authorities say that at least five people died because of accidents that took place during the blackout on September 28th – the biggest one in the country’s history. The blackout struck all the country, affecting over 50 million people. About 30 thousand were stuck inside trains. A tree that fell on a power line in Switzerland caused the blackout. With the accident, the power lines that come from France were overloaded, causing a domino effect that shut off the whole Italian system, making it clear Italy’s dependence on imported energy. The country purchases approximately 24% of its night consumption and 16% of the day peak consumption. The long drought of the European summer reduced the Italian energy production and increased the dependence on imported energy, overloading the power lines. The same problem happens in other countries and it indicates the lack of regulation of the European electric sector, which hasn’t advanced enough in relation to the integration of national grids. Today, 8% of the energy consumed in the European Union must cross some borders. Decentralized Generation Within a period of forty days, there were four major blackouts consumo no pico do dia. in the world, and most of them A forte seca do verão europeu reduziu a produção were caused by problem in the energética italiana e agravou a dependência de energia power lines. They are too long and importada, sobrecarregando as linhas de transmissão. they increase the price of energy. Esse problema ocorre em outros países e indica a They also cause significant losses desregulamentação do setor elétrico europeu que in power, which may range about ainda não avançou o suficiente na integração das 10%. redes nacionais. Atualmente, 8% da energia According to experts, consumida na UE cruzam fronteiras. decentralized generation would be Geração Descentralizada a good solution. It allows a Durante quarenta dias, ocorreram quatro reduction in costs and a reduction blecautes no mundo, e a maior parte deles foi causada in losses as well. In addition, it por problemas nas linhas de transmissão. Estas são presents a greater control in the muito longas e encarecem a energia, causando também energy generation process. perdas significantes de potência; perdas estas que Decentralized generation chegam a cerca de 10%. promotes the diversification of the Segundo especialistas, uma solução seria a energy matrix, making it possible geração descentralizada. Esta permite a redução dos for alternative sources of energy custos e também das perdas, além de ocasionar um to be used, assuring the maior controle do processo de geração de energia. preservation of the environment Além disso, a geração descentralizada promove a and natural resources. Another diversificação da matriz energética, fazendo uso de solution pointed out by analysts fontes alternativas de energia, garantindo a is the investment in areas of the preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. electric sector that were set aside Outra solução apontada por analistas é o such as the creation of new power investimento em áreas relegadas do setor energético lines, investments in energy como a criação de novas linhas de transmissão, efficiency and in the rational use investimentos em eficientização energética e uso of energy. racional da energia. Patrimônio / Heritage 37 Projeto de revitalização de PCHs é inaugurado Camila Rocha Galhardo A Fundação do Patrimônio Histórico de São Paulo (FPHESP), em parceria com o grupo ARBEIT, fez o lançamento do projeto de revitalização de quatro PCHs. O evento aconteceu na Usina de Corumbataí em Rio Claro, interior do Estado de São Paulo, uma das usinas do projeto. Este tornou-se possível com base na resolução da ANEEL de nº 698 de 29 de Dezembro de 2003, a qual estabelece que a FPHESP poderá atuar como produtora independente de energia, permitindo a continuidade do projeto iniciado em 1999. O evento de lançamento do projeto contou com a presença do Secretário Estadual de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento do Estado de São Paulo, Dr. Mauro Guilherme Jardim Arce. “Pela primeira vez uma instituição cultural utilizará recursos advindos da geração de energia para custear projetos sociais”, afirmou o secretário. O trabalho será subsidiado pela venda da energia produzida nos empreendimentos, e as usinas funcionarão como museus e parques para a população da região, servindo de fonte de cultura, lazer e educação. O investimento é da ordem de R$ 12 milhões, e a produção esperada é de 40.000 MWh/ano. As outras PCHs ficam em Salesópolis, Santa Rita do Passa Quatro e Brotas. A FPHESP visa com este projeto a divulgar e disseminar junto à sociedade conhecimentos sobre eletricidade por meio das usinas e do acervo de museus reunido durante décadas pelas áreas de patrimônio das empresas detentoras das usinas, no caso CESP e Eletropaulo. Segundo Arce, “a importância da recuperação destes empreendimentos transcende sua capacidade de geração”. SHP refurbishment project has started Trad. Adriana Candal The FPHESP (a foundation that takes care of the heritage properties of the state of São Paulo) in a partnership with the group ARBEIT launched a project to carry out the refurbishment of four SHPs. The event took place at Corumbataí Plant in the city of Rio Claro, one of the plants that will benefit from the project. The project became viable based on ANEEL’s (Brazilian Electricity Regulatory Agency) resolution No 698, December 29th, 2003, which establishes that the FPHESP will be able to act as an independent producer of energy, allowing the project that started in 1999 to continue. The Secretary of Energy, Water Resources and Sewage of the state of São Paulo, Mr. Mauro Guilherme Jardim Arce, was present in the ceremony that launched the project. “This is the first time that a cultural institution will use the resources coming from energy generation for funding social projects”, said the secretary. The project will be subsidized by the sale of the energy produced in the enterprises, and the plants will work as museums and parks for the population of the area. They will be a source of culture, leisure and education. The value of the investment ranges about R$ 12 million and the expected production is 40,000 MWh/year. The other SHPs are located in the cities of Salesópolis, Santa Rita do Passa Quatro and Brotas. With this project, FPHESP intends to disseminate knowledge about electricity to the society by using the plants and the collections of the museums that were gathered for decades by the companies that own the plants – CESP and Eletropaulo in the state of São Paulo. According to Arce the importance of refurbishing these enterprises goes beyond its generation capacity. FEAM Usina de Corumbataí - Rio Claro - São Paulo Corumbataí Plant - Rio Claro - SP Usina de Corumbataí Construída em 1895, a Usina de Corumbataí gerou até 1970, quando foi desativada. Tombada pelo patrimônio histórico em 1982, foi doada à Fundação da Energia em 1999, sendo restaurada e adequada para funcionar como Museu da Energia e Usina Parque. Desde então, a usina recebe estudantes de várias regiões dentro de um projeto de educação ambiental e patrimonial. A Usina de Corumbataí está localizada na bacia do Rio Piracicaba entre os rios Corumbataí e Ribeirão Claro, no município de Rio Claro, interior do estado de São Paulo. Corumbataí Plant Built in 1895, Corumbataí plant generated energy until 1970 when it was decommissioned. The plant became a state heritage property in 1982, and it was donated to the Energy Foundation 1999, and then it was refurbished and adapted so that it could work as the Energy Museum and the Park. Since then, the plant has been receiving students from several regions, which is part of a project of environmental and heritage education. Corumbataí plant is located on the River Piracicaba basin between the rivers Corumbataí and Ribeirão Claro, in the city of Rio Claro, São Paulo. Está em fase de negociação um programa educacional voltado a crianças do ensino fundamental e médio a fim de explicar a importância do processo de geração de energia e difundir o uso racional da água e a energia limpa. Este projeto segue os moldes do Curso de Agroenergia, implantado no sítio hidrológico da Usina Luiz Dias, fruto de parceria do CERPCH com a Prefeitura Municipal de Itajubá. An educational program for junior high and high school students is being discussed. It indents to explain the importance of the process of energy generation and disseminate the idea of a rational use of water and clean energy. This project follows the characteristics of the ‘Agro-energy’ Course that was implemented at Luiz Dias SHP. The course is the fruit of a partnership between UNIFEI/CERPCH and Itajubá Cityhall. Cooperação 38 Brasil e Canadá discutem acordo bilateral Representantes dos dois países se reuniram em evento realizado em São Paulo Camila Rocha Galhardo Tiago Fº / Camila Galhardo Discutir oportunidades de cooperação em inovação tecnológica nos setores de Tecnologia Espacial, Biotecnologia, Inovação na Indústria, Energias Sustentáveis e Maricultura. Este foi o Workshop Brasil – Canadá, realizado nos dias 04 e 05 de Novembro de 2003 no Hotel Blue Tree Convention Plaza, São Paulo, Capital. O evento foi resultado de um esforço comum da Embaixada Canadense e do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Durante o evento, especialistas de Brasil e Canadá se reuniram para traçar possíveis parcerias. O resultado foi uma carta compromisso entre os participantes e uma agenda de eventos para dar continuidade às negociações do acordo bilateral. “Este acordo é de extrema importância para os dois países (...), e o Canadá e o Brasil têm muito em comum, diminuindo as dificuldades de intercâmbio”, afirma Eduardo Soriano, Coordenador de Energia do MCT. Acordo Bilateral De acordo com Desmond Mullan, do National Research Council Canada, os pontos principais do acordo são a geração de empregos e Desmond Mullan (Nacional Research Council Canada) e Eduardo Soriano (MCT) a troca de tecnologias. Isto se dará nos níveis (da esquerda para a direita / from left to right) empresarial, tecnológico e de formação de pessoal em nível superior, completa Soriano. O Canadá, Em relação às PCHs, Mullan enfatiza a afirma Mullan, por meio de acordos bilaterais, vê Soriano destaca o papel do acordo como um importância deste aproveitamento energético ao a possibilidade de ajudar no crescimento agente catalisador da universalização, levando se referir aos recentes problemas enfrentados econômico brasileiro, trazendo melhorias na energia para as comunidades isoladas. “Os infra-estrutura e ganhos ambientais. pequenos aproveitamentos são uma ótima Ele vê os acordos bilaterais como uma oportunidade de se levar energia para estas tendência mundial. “Acredito que seja comunidades, com uma grande vantagem, “Este acordo é de extrema importância para um esforço mundial em prol do fazendo uso de uma fonte de energia limpa”, os dois países (...), e o Canadá e o Brasil têm desenvolvimento global”, explica. E afirma. E Mullan completa: “existe uma muito em comum, diminuindo as dificuldades o Canadá já tem proposto outros grande preocupação do Canadá no que se acordos com países como Alemanha, refere à qualidade de vida e à redução na de intercâmbio”, afirma Eduardo Soriano, Inglaterra, entre outros. emissão de poluentes”. Coordenador de Energia do MCT. Para a assinatura do acordo, será Além disso, o Brasil possui tecnologia formada uma comissão binacional. O aplicada aos pequenos aproveitamentos setor de energia sustentável contará hidroenergéticos através de equipamentos tanto no Canadá, quanto com uma divisão exclusiva nesta comissão, Europa e Estados Unidos, voltada apenas às energias renováveis. sendo que, até o momento, a Participaram do evento representantes de “Acredito que seja um esforço mundial em principal causa destes, organizações e empresas de todos os setores das levantada por especialistas, é energias renováveis. As áreas escolhidas para que prol do desenvolvimento global” - Desmond a não utilização da geração o intercâmbio ocorra foram biomassa, eólica, Mullan (Nacional Research Council Canada) descentralizada. “E as PCHs células a combustível e pequenas centrais têm uma grande importância hidrelétricas (PCHs). para sistemas descentralizados, Durante o Workshop, o Centro Nacional de pois geram energia para regiões menores e alagam Referência em Pequenos Aproveitamentos nacionais de qualidade e capazes de competir no áreas menores, diminuindo o impacto ambiental”, Hidroenergéticos (CERPCH) foi convidado a mercado internacional. “Esta é uma ótima explica Mullan. Além disso, as PCHs possuem fazer parte da comissão representando o setor de oportunidade de mostrarmos nossas habilidades uma tecnologia amplamente utilizada no Canadá, hidrelétricas de pequeno porte. para o mercado mundial”, comemora Soriano. completa. PCHs Cooperation 39 Brazil and Canada talk about bilateral agreement Representatives of both countries were together at event in São Paulo Trad. Adriana Candal The Brazil - Canada Workshop was held at the Blue Tree Convention Plaza Hotel in São Paulo on November 4 and 5. The event was the result of joined efforts from the Canadian Embassy and the Ministry of Science and Technology (MTC), and representatives of both countries talked about cooperation opportunities on technological innovation in the sectors of Space Technology, Biotechnology, Industry, Sustainable Energy and Mariculture. During the event, Canadian and Brazilian experts were together to delineate possible partnerships. The results were an agreement between the participants and a new agenda, so that the discussions can continue. “This agreement is extremely important for both countries (...), Canada and Brazil have a lot in common, reducing any exchange difficulties”, said Eduardo Soriano, MCT’ Energy Coordinator. Bilateral Agreement According to Mr. Desmond Mullan of the National Research Council Canada, the main points of the agreement are the creation of new jobs and the technology exchange, which will take place at company and technological levels, as well as staff college formation, completes Mr. Soriano. Mr. Mullan also says that through bilateral agreements, Canada sees the possibility of helping Brazil’s economic growth, bringing infra-structural improvements and environmental benefits. He considers bilateral agreements as a worldwide trend. “I believe this a world effort towards global development”, he explains. Canada has also proposed other agreements with countries such as Germany, England, etc. A binational commission will be created to sign the agreement. The sustainable energy sector will rely on an exclusive segment within this commission, which will only deal with renewable energy. Representatives of organizations and companies that belong to the renewable energy sector took part in the event. The areas chosen to be part of the exchange program were: biomass, wind energy, fuel cells and Small Hydropower Plants (SHPs). During the Workshop, CERPCH (National Center of Reference for Small Hydropower Plants) was invited to be part of the commission representing the sector of SHPs. SHPs In relation to SHPs, Mr. Mullan emphasizes the importance of this energy potential when he mentions the recent problems that Canada, Europe and the USA have faced, and, so far, experts believe that their main cause is the scarce use of decentralized generation. “The SHPs are greatly important for decentralized systems, for they generate energy for smaller regions and they flood smaller areas, reducing environmental impacts”, Mr. Mullan explains. He goes on to say that this technology is widely used in Canada. Mr. Soriano highlights the role of the agreement as a catalyst agent of universalization, taking energy to isolated communities. “SHPs represent a great opportunity for taking energy to these communities. Also, they present a huge advantage: It is a clean source of energy”, Says Mr. Mullan. “Canada is deeply concerned about quality of life and the reduction in the emission of pollutants”. In Addition, the technology Brazil is using at SHPs is mainly national and has very good quality, which makes it very competitive in the international market. “This is a very good opportunity to show our skills to the world market”, celebrates Mr. Soriano. Importante / Important Prezado Senhor (a), O Centro Nacional de Referência em Pequenos Aproveitamentos Hidroenergéticos – CERPCH - recebeu da Secretaria de Política de Informática e Tecnologia, do Ministério de Ciência e Tecnologia, a incumbência de realizar uma prospecção no sentido de identificar convênios e acordos tecnológicos existentes na área de pequenos aproveitamentos hidroenergéticos ou possibilidades de ocorrência destes convênios e acordos entre o Brasil e o Canadá. Portanto, se houver algum convênio, acordo ou ainda o interesse na ocorrência dos mesmos, entre a instituição ou empresa da qual V.Sa. faz parte, solicitamos, por gentileza, que nos informe a área de interesse, tipo de parceiro requerido, entre outros dados, conforme formulário na folha seguinte. Contamos com a colaboração de V.Sa. para que possamos identificar as reais possibilidades de crescimento tecnológico nesta área em nosso país. Colocando-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos, aguardamos o vosso pronunciamento. Atenciosamente, Prof. Geraldo Lúcio Tiago Filho - Secretário Executivo do CERPCH Dear Sir, The Secretary of Data Processing and Technology of the Ministry of Science and Technology asked CERPCH (National Center of Reference for Small Hydropower Plants) to carry out a survey in order to identify technological partnerships and agreements that exist in the field of water energy small potentials or the possibility of partnerships and agreements between Brazil and Canada. This way, if there are partnerships or agreements or the interest in having them between the institution you work for and a Brazilian company or institution, we would like to ask you to kindly inform us your interests: the field, the type of partner and other information according to the attached form. We count on your cooperation, so that we can identify the real possibilities of technological growth in our country. We are available for any questions or information you may require and we are looking forward to hearing from you. Regards, Prof. Geraldo Lúcio Tiago Filho - CERPCH’s Executive Secretary Os formulários devem ser enviados para Av. BPS, 1303 - Bairro Pinheirinho - CEP 37500-176 - Itajubá - MG aos cuidados de Geysa Tibúrcio até o dia 30 de Março de 2004. No caso de dúvida, entre em contato através do e-mail [email protected] ou pelo telefone (35) 3629-1278. / The forms must be sent to Av. BPS, 1303 - Bairro Pinheirinho - 37500-176 - ITAJUBÁ – MG - a/c Geysa Tibúrcio until Mar.30.04. In case of doubts, you can contact us 55.35.3629.1278 or [email protected].