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Junio 2005 | 1 Nº26 Junho 2005 - Publicação Informativa Trimestral www.tobaccoleaf.org [email protected] 2 Comentários do Presidente Estimados colegas produtores, Reflectindo sobre os últimos oito meses, torna-se evidente que o mundo internacional do tabaco está a passar por grandes mudanças enfrentando uma série de problemas. A viabilidade dos produtores está posta em causa, em todo o mundo. Os problemas que afectam os produtores de um país, criam uma reacção em cadeia afectando outros produtores de outras nações produtoras. Embora os problemas variem de região para região, são motivo de preocupação para todos nós. Para representar de forma eficaz o produtor internacional, devemos primeiro, identificar e dar prioridade aos problemas que afectam todos os produtores mundialmente. Acho que a ITGA deve concentrar-se em assuntos fundamentais para encontrar soluções colectivas que sejam verdadeiramente valiosas para todos os seus membros. Problemas tão severos como as políticas governamentais, iniciativas antitabaco e o contrabando são certamente problemas internacionais. Estes problemas estão a aumentar e estão a causar um impacto claramente negativo em cada um de nós. Desejo convidar e encorajar todos os nossos membros para assistirem à próxima Assembleia Anual que se celebrará, este ano, em Kumming, afim de analisarmos, avaliarmos e reflectirmos juntos, sobre assuntos em agenda, de forma a podermos juntos, fixar um rumo claro e conciso para a nossa organização em benefício de todos. Atentamente, Harry Vergeer Presidente Junio 2005 | 3 Argentina p.7 Relatório dos Países Argentina 7 Brazil 9 Canadá 11 República Dominicana 12 Malawi 15 África do Sul 17 USA 19 Zimbabwe 21 Brasil p.22 Capa “Perspectivas da Produção do Tabaco na Europa de Leste” Comité Educacional, Social e do Meio Ambiente Brasil - Encontro SulBrasileiro Verde é Vida 10a Reunião de Direcção Fundação ECLT 22 Reunião Regional Latino-Americana 26 23 Reunião Regional de África 32 Reunião Regional Norte Americana 34 “Perspectivas da Produção do Tabaco na Europa de Leste” 35 Publicado pela Associação Internacional de Produtores de Tabaco >> Junho de 2005 - Nº26 >> para mais informações contactar: António Abrunhosa; Chefe Executivo, ITGA >> morada: Av. Humberto Delgado - 30 A, 1ºDtº >> Apartado 5; 6000-081 Castelo Branco - Portugal >> contactos: Tel.: 00 351 272 - 325 901/2 Fax: 00 351 272 - 325 906 >> mail: [email protected] >> website: www.tobaccoleaf.org >> composição gráfica: www.cm7.pt 4 Relatório do Chefe Executivo O século XX testemunhou uma tendência no alargamento de métodos científicos, importados na sua grande maioria da física, para muitos outros campos tais como a sociologia, medicina, genética e a economia. Esta última foi particularmente afectada, perdendo de vista a prudência dos seus fundadores que os levou a denominá-la por economia política. Infelizmente, muitos dos seus seguidores esqueceram a componente política e convenceram-se que a economia é uma ciência exacta, o que não é. Por isso, o aspecto político está a regressar em força à luz da ribalta. É um facto conhecido de que o comércio livre foi uma ideia apoiada pelas grandes economias e empresas mundiais que só tinham a ganhar com isto. A repentina e brutal emergência das economias asiáticas, em especial a China e Índia, está a exercer uma enorme pressão nas economias ocidentais e, com a transferência do desemprego de Leste para Oeste, o comércio livre e a globalização estão a começar a ser questionadas por vários sectores económicos e parte da opinião pública ocidentais, pedindo a adopção de medidas proteccionistas e subsídios governamentais que lhes permitam continuar com as suas actividades económicas. Surpreendentemente, com o sector do tabaco este fenómeno está a reverter-se. Ao mesmo tempo que os Estados Unidos eliminam o sistema de suporte aos produtores de tabaco, que o Canadá perdeu grande parte do seu mercado e apoio governamental, que a União Europeia elimina gradualmente os subsídios aos produtores de tabaco e que os países da Europa ocidental e oriental privatizam ou estão em fase de privatização dos seus monopólios estatais, o maior mercado mundial de cigarros, a China, fortalece o poder do seu monopólio nacional do sector do tabaco e anuncia a sua intenção de conceder subsídios aos produtores num montante de 3,6 a 6 mil milhões de dólares, nos próximos 3 a 5 anos, enquanto aumenta a sua produção com 100.000 hectares adicionais para a cultura do tabaco, este ano. Perante a actual queda de preços que se tem vindo a sentir desde o Canadá ao Zimbabwe, do Brasil ao Malawi e da Índia à Bulgária e com os aumentos de produção em África e Ásia, as notícias de China poderão vir a significar problemas para muitas comunidades produtoras, que não se podem dar a este luxo. Reflectindo uma expansão de membros da ITGA e sua maior presença nas regiões produtoras do mundo, esta edição do Tobacco Courier mostra a crescente preocupação por parte dos produtores, expressas nas suas reuniões regionais de África e América do Norte e Sul. A influência da ITGA também se está a alargar à Europa Oriental, onde, com o apoio da Socotab, um importante processador e comerciante de tabaco oriental, organizámos uma reunião em Sófía com a colaboração do Ministério de Agricultura e Fundo do Tabaco da Bulgária. Nesta reunião, de grande importância foram analisadas as principais tendências do tabaco oriental assim como o futuro dos produtores de tabaco nesta região. A. Abrunhosa Chefe Executivo Junio 2005 | 5 6 relatório dos países ARGENTINA Camara del Tabaco de Jujuy Comercialização da Colheita 2004/2005 Produção nacional % por tipo de tabaco 2003/2004 Produção nacional % por tipo de tabaco 2004/2005 A produção nacional para a campanha 2004/2005 poderá atingir um número recorde de 161.900 toneladas, representando um aumento de 3% relativamente à colheita do ano passado. A colheita de tabaco Virgínia está prevista terminar em finais do mês de Junho, do Burley em meados do mês de Julho e dos Criollos entre Agosto e Setembro. A produção de Virgínia manteve-se praticamente com o mesmo volume, embora tivesse havido um aumento de cerca de 8,48% para os Criollos e de cerca 5,45% para o Burley em relação ao ano 2003/2004. Na província de Jujuy já foram comercializadas 43.192 toneladas de tabaco Virgínia, até meados do mês de Maio. Registou-se uma quebra de cerca de 4,77% relativamente ao ano passado devido a condições climatéricas de humidade relativamente baixa, temperaturas elevadas e chuvas escassas. O rendimento foi inferior ao do ano passado embora a área cultivada fosse similar à do ano passado. A Cooperativa dos Produtores de Tabaco de Jujuy é a maior compradora de tabaco provincial com cerca de 64% da produção total colhida e a maior exportadora de Virgínia nacional. Junio 2005 | 7 ARGENTINA Cooperativa de Tabacaleros de Jujuy Ltda. Prémio Internacional de Qualidade A Cooperativa dos Produtores de Tabaco de Jujuy será condecorada no próximo 27 de Junho em Bruxelas (Bélgica), com um prémio internacional atribuído pelo comité da Selecção do XXXV Internacional Award For Business Leadership & Prestige (Liderança e Prestígio Internacional), criado pelo grupo editorial acima referido, em colaboração com o Trade Leaders Club. 8 Este prémio destina-se a distinguir as empresas de todos os países que se destacaram no último ano pelo prestígio e liderança atingidos no seu campo de acção pela qualidade dos seus produtos ou serviços. A decisão baseia-se na recente votação dos 7.000 sócios membros do Trade Leaders Club, oriundos de 112 países. relatório dos países BRASIL AFUBRA Mário André Poll / Maria Luiza Nunes - Gabinete de Comunicação da Afubra Safra 2004/2005 Comercialização poderá se estender até agosto A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) estima que a comercialização da safra 2004/2005 deverá se estender até o final de julho, podendo chegar à primeira quinzena de agosto. Diante da forte estiagem que atingiu as plantações, o produtor usou suas informações e a sua intuição para definir o melhor momento da veda, para obter um maior ganho na venda do seu tabaco. O fator está contribuindo para postergar a comercialização da presente safra. Segundo o tesoureiro da Afubra, Benício Albano Werner, ainda há alguns produtores com fumo estocado nos galpões da propriedade. “No entanto, a época de comercialização vai coincidir com a mesma do ano passado”, avaliou. Conforme ele, produtores de alguns pontos do Brasil, como no litoral do Estado de Santa Catarina, puderam comemorar a boa produtividade e a qualidade desta safra. O mesmo não ocorreu em outras regiões, que registraram resultados apenas considerados razoáveis. A região mais prejudicada foi a que plantou mais tarde e sofreu com a estiagem acentuada registrada a partir do final de dezembro. “Principalmente na Serra, onde se planta mais tarde, a falta de chuva afetou o fumo que ainda estava se desenvolvendo, causando prejuízos na qualidade e na produtividade”, completou. Afubra Realiza Assembleia Anual Os associados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) estarão reunidos no último sábado de julho, dia 30, no auditório da Faculdade Dom Alberto, em Santa Cruz do Sul, para a realização da assembléia ordinária anual da entidade. A primeira convocação acontece às 7:30 horas e a segunda, caso necessária, às 8 horas. Os trabalhos de condução da assembléia serão coordenados pelo presidente da entidade, Hainsi Gralow. Na pauta do encontro, constará a apresentação do relatório de atividades da safra 2004/05; a prestação de contas do último exercício mediante a apresentação do balanço encerrado em 31/12/2004 e do parecer do Conselho Fiscal; fixação das taxas, contribuições e benefícios do departamento de Mutualidade, além de assuntos diversos de interesse da entidade. A participação em plenário é restrita ao associado em dia com a tesouraria da entidade, conforme determinação estatutária. Mobilização liderada pela Afubra adia votação da Convenção A ratificação do Brasil à Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco não deverá acontecer antes de esgotadas todas as discussões sobre o assunto. A garantia foi dada pelo presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros, no dia 28 de junho, à comitiva liderada pelo presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Hainsi Gralow, que esteve na Capital Federal em busca de apoio para evitar que, no dia seguinte, o projeto fosse votado em regime de urgência urgentíssima, conforme solicitado pelo senador Tião Viana, vice-presidente da casa. Depois de verem reiterado o apoio dos senadores gaú- Junio 2005 | 9 chos Sérgio Zambiasi, Paulo Paim e Pedro Simon, e após três dias de peregrinação pelos corredores do Senado Federal, a comitiva retornou trazendo outra boa notícia: a exemplo do ocorrido em santa Cruz do Sul (RS), em dezembro de 2004, pelo menos mais duas audiências públicas vão acontecer para discutir a ratificação. A informação partiu dos senadores Jorge Bornhausen (SC) e Agripino Maia, que prometeram empenho para que as audiências aconteçam em, no máximo, dois meses, provavelmente no estado de Santa Catarina. A comitiva, composta por diretores e conselheiros da Afubra, dirigentes de entidades, federações, sindicatos patronais, dos trabalhadores rurais e dos empregados nas indústrias, prefeitos e lideranças comunitárias, entregou ao senador Calheiros um compêndio com 195.614 assinaturas dizendo não à ratificação. “O meu compromisso é que tudo evolua como conseqüência de conversação, negociação e entendimento”, destacou o senador Renan Calheiros. Diante da informação de que, no Brasil, atualmente, mais de 236 mil famílias trabalham na fumicultura, gerando mais de 830 mil empregos nas lavouras, além dos 50 mil postos de trabalho gerados nas indústrias e os empregos indiretos que, somados, ultrapassam 2,4 milhões de pessoas, o presidente do Senado disse que “o assunto exige bom senso, serenidade e equilíbrio”. Ele destacou a necessidade da mais absoluta isenção “para que se tenha uma condução do processo altamente responsável”. “O fundamental é colocar lado a lado as posições conflitantes, para que o Senado possa, levando em consideração cada um deles, decidir com responsabilidade, pensando no interesse do país”, analisou. “Acreditamos que, agora, o assunto está melhor encaminhado”, disse o presidente da Afubra, Hainsi 10 Gralow, ao avaliar a mobilização em Brasília (DF). “A manifestação traz um pouco mais de tranqüilidade ao setor”, disse. Ministro da Agricultura Outro ponto positivo foi a audiência com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, quando Roberto Rodrigues reiterou apoio à fumicultura. “O ministro afirmou que está com os fumicultores e é contrário à ratificação, pelo menos enquanto não forem encontradas alternativas viáveis, em condições idênticas ao tabaco”, disse Gralow. No Senado, o dirigente também teve um encontro com o senador Eduardo Suplicy, que presidia a Comissão das Relações Exteriores quando da audiência pública realizada em Santa Cruz. “Ele viu que não estamos, de forma nenhuma, deixando de reivindicar nosso ponto de vista”, manifestou Gralow, acentuando que “não é compreensível, quando o País tem tantos clientes querendo se abastecer do fumo brasileiro, que exatamente aqui se procure um meio de fazer com que esta atividade desapareça”. “A nossa proposta continua a mesma: que o Brasil só ratifique depois que estiver bem definida como será a reconversão de culturas”, finalizou o presidente da Afubra. relatório dos países CANADÁ The Ontario Flue Cured Tobacco Growers’ Marketing Board Lei 164 Embora uma das sessões de discussão do Projecto da Lei Provincial 164, “Lei por um Ontário Livre de Tabaco”, se tivesse realizado num país produtor de tabaco, foi negada a oportunidade a vários grupos locais a oportunidade de expor as suas posições perante o comité. A maioria dos presentes eram grupos anti-tabaco e defensores da saúde. Foram feitos ouvidos surdos às vozes do sector gastronómico e turístico, das pequenas empresas e indústria do tabaco e pouco depois da conclusão da charada que foram as audiências, o governo de Ontário aprovou a Lei 164. Esta Lei vem substituir as inúmeras proibições municipais contra o tabaco em vigor na província e proibir fumar em praticamente todos os locais fechados de trabalho e públicos. As novas restrições entraram em vigor no dia 31 de Maio de 2006. Nancy Daigneault, a Presidente de mychoice.ca, um grupo defensor da livre escolha que já conta com mais de 22.000 membros, declarou que a aprovação da Lei 164 constitui uma decepção para qualquer um que acredite que o governo deve tratar todos os seus cidadãos com igualdade e respeito. Referiu que a única surpresa da aprovação da Lei 164 será para o governo quando se aperceber que esta batalha está longe de ter terminado. Programa de Assistência ao Ajuste do Tabaco (TAAP) O Programa TAAP, que teve o apoio financeiro do governo federal e da província de Ontário, foi implementado esta Primavera. Os produtores de tabaco que foram contemplados por este processo de licitação inversa renunciaram ao seu direito de cultivar tabaco. Embora os fun- dos concedidos a este programa não tivessem sido suficientes para dissipar todas as preocupações do sector do tabaco, o Conselho considera-os o primeiro passo dum plano que procura assegurar uma solução para o sector, a longo prazo, que inclua governos, fabricantes de cigarros e produtores de tabaco. Foram eliminados cerca de 51 milhões de libras de Quotas Básicas de Produção através do TAAP. IV Conferência Nacional Sobre o Tabaco ou Saúde Os delegados da IV Conferencia Nacional sobre Tabaco ou Saúde foram informados de que as recentes medidas adoptadas por diversas províncias no sentido de implementarem um ambiente livre de tabaco constitui um passo na direcção correcta, embora o trabalho da indústria anti-tabaco e dos grupos pró saúde esteja longe de estar concluído. Alguns dos seus objectivos são os seguintes: - Aumentar os impostos sobre o tabaco roll your own, para um nível equivalente ao dos maços de cigarros industriais. - Aumentar os impostos sobre os maços de cigarros. - Normalizar os pacotes tornando-os menos atractivos. - Aumentar a superfície com avisos de saúde de 50 para 80% em cada maço, com mensagens novas, mais agressivas e eficazes. - Eliminar por completo a publicidade nos locais de venda incluindo as estantes de parede completa. - Proibir a publicidade em certos impressos, através de correio directo e em bares. Junio 2005 | 11 - Aumentar o conteúdo da rotulagem dos cigarros. - Abordar o problema do crescente volume de venda de cigarros com descontos. Outras medidas incluem: aplicação efectiva de polítcas, legislação regulamentar única de produtos que contenham nicotina, aviso com a referência “para adultos” em filmes que contenham cenas com tabaco, venda pelo Plano de Pensões do Canadá de títulos de companhias de tabaco, divulgação pública das investigações de mercado realizadas pela indústria e divulgação da natureza aditiva do tabaco. Foi apresentado, na conferência, um novo estudo publicado pelo Centro Canadiano para Políticas Alternativas e preparado por Médicos por um Canadá Livre de Tabaco. A sua principal recomendação é que “Já que o objectivo sanitário de reduzir o consumo do tabaco vai directamente contra o objectivo principal da indústria tabaqueira de lucrar, a forma de superar os problemas sanitários, sociais e económicos criados pela “grandes tabaqueiras “ é a de destituí-las do negócio de fornecer cigarros e este ser entregue a organizações públicas com um claro mandato de saúde publica”. Acordo de Produção 2005 No dia 18 de Maio o Comité Assessor do Tabaco completado por membros do OFCTGMB, fabricantes e governo, acordou fixar a produção de tabaco em 85,3 milhões de libras e aprovou uma cláusula de ajuste de até 5 milhões de libras adicionais que se aplicará em função do desempenho do mercado e da procura. REP. DOMINICANA Departamento de Relações Públicas O Instituto do Tabaco da República Dominicana assim como as recentemente eleitas autoridades do sector do tabaco da República Dominicana têm o prazer de informar que, após apenas 11 meses de trabalho, foram conseguidos progressos no que se refere à qualidade, gerência e expectativas a nível nacional e in- 12 ternacional do tabaco aromático. O agrónomo, Sr. Adalberto Rosa, Director Executivo da INTABACO, contribuiu significativamente para a melhoria dos referidos indicadores disponibilizando o seu conhecimento, as tomadas de decisões apropriadas e a sua experiência com o sec- relatório dos países tor há mais de 20 anos. No último ano conseguiu-se uma melhoria da qualidade do tabaco negro dominicano, através do reforço de programas de assistência logística aos produtores, tais como assessoria técnica, distribuição de insumos, construção de estufas e outros. A colheita 2004-2005 atingiu um total de 7.894.413.5 quilos de tabaco (7.894.41 toneladas métricas) com uma área plantada de 8.004 hectares com as variedades Olor Dominicano, Burley, Amarillo Parado e Piloto, reforçando a produção de charutos elaborados manualmente e mecanicamente. A presente colheita é constituída pelas três variedades tradicionais de tabaco negro tais como, Olor, Amarillo Parado, Piloto, e ainda Burley e para a elaboração de tabaco de capa para charutos e tabaco para mascar. Os 8.004 hectares plantados estão distribuídos da seguinte forma: Piloto 3.728 hectares, Amarillo Parado 2.050 hectares e Olor Dominicano 1.792 hectares, Burley 261 hectares, tabaco de capa 173 hectares. O nosso país também exportou um número record de charutos, ultrapassando os 400 milhões de unidades. A República Dominicana, lidera a produção de charutos no mundo e planeia, num futuro próximo, reforçar a sua posição nos mercados dos Estados Unidos e Europa, gerando actualmente mais de 70 mil empregos directos e mais de US$300 milhões de divisas. É de destacar que estes números são acompanhados do que se gera internamente em termos de mercado do produto a nível de exploração: cerca de 400 milhões de pesos. O impacto internacional do nosso tabaco tem-se repercutido positivamente no posicionamento turístico do país. É, assim reconhecido por grandes nações europeias e pelos Estados Unidos por ter o melhor solo e as condições mais favoráveis para a produção de tabaco, e que somos assim considerados os produtores de ¨folhas e aromas do mundo¨. No que respeita a investigação, toda a atenção está focada na melhoria das variedades existentes, assim como na criação de novas variedades de acordo com as exigências do sector. O Instituto do Tabaco e seu Director Executivo, o agrónomo Sr. Adalberto Rosa, implementaram, um programa de produção crescente de tabaco de capa, para suprimento das necessidades da indústria do charuto no mercado internacional. Para além disso, estão a ser feitos esforços para regulamentar e tornar transparente o mercado do charuto, com o desenvolvimento de políticas para o controle de falsificações e contrabando das nossas marcas Premium que tanto prejuízo causa à boa imagem do sector no mercado internacional. O Instituto do Tabaco e o sector privado têm uma relação estreita e saudável, peça de equilíbrio fundamental para a obtenção de um produto de qualidade de acordo com a imagem e posição da República Dominicana. As autoridades do sector tabaqueiro, com o apoio do Presidente da República, Dr. Leonel Fernández Reyna, o Ministro da Agricultura, engenheiro Amílcar Romero e o Director Executivo do INTABACO, o agrónomo Sr. Adalberto Rosa, comprometem-se a produzir o melhor tabaco do mundo. Assim prevemos que para a próxima colheita de 2005-2006, a República Dominicana contará com um sector de empresas mais desenvolvidas e inovadoras, produtoras de tabaco mais competitivos e um Instituto do Tabaco com técnicos mais aptos mais vocacionados, dedicados a fortalecer o seu sector e a trabalhar para o engrandecimento do país. Junio 2005 | 13 Área Plantada pelas três variedades comerciais da República Dominicana Variadade Amarillo Parado Olor Piloto Hectares 1,600 6,000 3,120 Produção Bruta Variedade Tripa Capote Capa Amarillo Parado 236,418.19 - - Olor 4,057,864.00 213,591.00 - Piloto 2,140,682.00 112.682.00 187,500.00 maio 31, 2005 (kg) A variedade Amarillo Parado destina-se à produção de tabaco de encher numa proporção de 20% (236.418,09), tabaco partido para cigarros, charutos fabricados mecanicamente em 30% (354.628,35) e os restantes 50% (591.047,25) são destinados à elaboração de tabaco para mascar (compressão de tabaco para cachimbo e pasta para mascar). A produção de Burley (471.998,3 quilos em 261,3 hectares) é utilizada pelas fábricas de cigarros. Estes dados provêm das explorações. No processo industrial (fermentação, stripping, limpeza, etc.) existe 1% de desperdício dependendo da variedade, o manuseamento pré e pós colheita que não está reflectido neste relatório. 14 relatório dos países MALAWI TAMA George Mituka - Relações Públicas Congresso Anual da TAMA 2005 A Associação do Tabaco do Malawi realizou o seu 17º Congresso Anual na Sexta-feira, dia 15 de Julho de 2005. Como já é tradição, foi convidado um orador para fazer uma apresentação sobre um tema pertinente durante o evento. Este ano, a TAMA convidou o recentemente eleito Governador do Banco da Reserva do Malawi, o Sr. Víctor Mbewe, muito respeitado no mundo bancário e que tem uma ampla experiência nestes círculos. A sessão de abertura do Congresso da TAMA foi oficialmente aberta pelo Ministro da Agricultura, Irrigação e Segurança Ali- Aposentação do Chefe Executivo da Região de África do ITGA O Chefe Executivo da Região de África do ITGA, Dr. Garbett Thyangathyanga reformou-se no dia 30 de Junho de 2005. O Dr. Thyangathyanga desempenhou várias funções desde a sua chegada à associação dos produtores de Dr. Thyangathyanga mentar, o Honorável Gwanda Chakwamba, que já demonstrou um grande interesse numa melhoria do sector do tabaco. tabaco nacional (TAMA), no dia 1 de Outubro de 1992. Desde logo, foi nomeado Chefe Executivo da TAMA, função que abandonou a 30 de Junho de 2003 para ser promovido a Chefe Executivo da Região de África do ITGA. Os seus sucessos e contribuições são demasiadamente numerosos para serem enumerados neste relatório. Junio 2005 | 15 Subsídio universal a fertilizantes O governo, aprovou, no seu orçamento para 2005-2006, um subsídio universal para todos os tipos de produção de chá, milho e tabaco, após pressão exercida por parte dos membros da oposição do Parlamento. Inicialmente, o governo do Malawi tinha previsto um subsídio para fertilizantes para a produção de milho e chá, excluindo o mais importante gerador de divisas nacional. Na realidade, o subsídio irá permitir uma redução de mais de 50% nos preços de alguns fertilizantes. As preocupações dos produtores incidem agora na disponibilidade dos fertilizantes no mercado já que existe o perigo de alguns comerciantes fazerem contrabando do produto para países vizinhos. Vendas Os preços médios semanais de tabaco Burley não tinham atingido os US$ 1,00 por quilo no início da semana 13 de vendas, mas ultrapassaram-no logo após. Actualmente, os preços médios diários são de US$ 1,16. Dos três locais de leilões do país, o de Limbe na região Sul, é o que conta com preços mais baixos enquanto o da região Norte, continua a dominar. Em comparação com campanhas anteriores, até à semana 12 de vendas, os preços médios da presente campanha eram inferiores aos de 2004, apesar de terem recuperado a partir da semana nº 13 em que ultrapassaram levemente os níveis obtidos em 2004 e inferiores aos de 2003. Actualmente, os preços voltaram a cair para níveis inferiores aos de 2003 e 2004. À data deste relatório, houve 16 mudanças nos locais de leilões de Lilongwe, devido à insatisfação dos produtores relativamente aos preços. No início da semana nº 10 de vendas os preços de tabaco Virgínia eram inferiores aos de 2003, mas idênticos aos de 2004. A partir desta altura, ultrapassaram os níveis de 2004 e mantiveram-se estáveis. O termo das vendas de tabaco no Malawi está previsto para finais do mês de Agosto de 2005. Previsões As previsões finais da campanha levadas a cabo por todos os intervenientes do sector do tabaco do Malawi no mês de Junho, apontam para uma produção de 105.300.000 kg de Burley, 29.000.000 kg de Virgínia, 1.500.000 kg de tabaco Dark-fired da Região Norte e 200.000 kg de tabaco Dark-fired da Região Sul. relatório dos países ÁFRICA DO SUL Tobacco RSA A. Relatório sobre a Producção 1. Campanha 2004 Item Flue-cured Air-cured Total i) Número de produtores 520 100 620 ii) Hectares Cultivated 10 419 1 082 11 501 iii) Volume (kg) 22 265 665 2 937 273 25 202 938 2. Previsão para a campanha 2005 Item Flue-cured Air-cured Total i) Número de produtores 500 100 600 ii) Hectares Cultivados 7 922 1 260 9 182 iii) Volume (kg) 19 960 000 3 550 000 23 510 000 B. Actualização da Lei para o Controle do Tabaco na República da África do Sul Até à data, o projecto de alteração à Lei para o Controle do Tabaco (o Projecto) de Outubro de 2003 ainda não foi agendado no parlamento sul-africano. O Ministério da Saúde deixou passar o prazo de 7 de Maio para assegurar a discussão da alteração do projecto de lei durante o segundo período parlamentar. O Parlamento sul-africano entrará de férias de 27 até 31 de Julho de 2005. O processo legislativo completo levará 14 semanas de sessões de trabalho, por isso, ainda existe uma possibilidade de o projecto ser agendado durante o segundo período do corrente. O Instituo do Tabaco da África do Sul segue de perto a situação e irá participar do processo legislativo em representação da totalidade do sector do tabaco nacional. Junio 2005 | 17 C. Luta Contra o Comércio Ilegal de Tabaco Levando em consideração o alarmante crescimento do comércio ilegal de produtos de tabaco na África do Sul que, segundo previsões actuais, atinge cerca de 15 % do mercado em todo o país, a indústria do tabaco, através do Instituto do Tabaco da África do Sul (TISA) e do Serviço de Impostos Internos, reuniu afim de encontrar formas de abordar este problema. Actualmente, está a ser criada uma comissão conjunta para serem definidos objectivos comuns e um plano de implementação especialmente desenhado para combater este crescente problema. D. Programa de Prevenção Contra o Tabagismo Juvenil Criado pela Industria do Tabaco A Fase III do Programa de Prevenção contra o Tabagismo Juvenil, criado pela indústria do tabaco, será implementada em Agosto do corrente. Mais de 20.000 locais de venda no país irão receber material informativo para ajudar a evitar a venda de tabaco a menores de 18 anos. A iniciativa empreendida pela indústria do tabaco sul-africana 18 provocou um certo embaraço ao Ministério da Saúde que declarou que está pensar proibir a indústria de implementar campanhas desta índole, no futuro. Se tal for o caso, o problema do tabagismo juvenil ficará na mesma, já que não há indicações de haver campanhas alternativas por parte do governo. relatório dos países USA Burley Stabilization Corporation Post Buyout—Sistema de Mercado Livre Começou uma nova era na produção de tabaco burley com o termo da plantação da campanha 2005; uma era caracterizada pela ausência de um programa de tabaco e regulamentações governamentais. De acordo com o novo sistema de mercado livre, os produtores podem cultivar o tabaco burley que conseguirem vender, sem restrições do local de produção do tabaco. Um volume considerável de burley será cultivado, em 2005, em áreas e estados sem tradição nesta cultura. Prevê-se que um grande número de produtores tradicionais, especialmente pequenos produtores, abandone a produção este ano. Uma sondagem da Universidade do Kentucky indicou que cerca de um terço dos produtores do estado não estão interessados na sua cultura, em 2005. De acordo com os relatórios de intenção de produção revelados pelo Departamento da Agricultura, os produtores nacionais pretendem plantar um total de 108.000 acres de burley no corrente, em comparação com os 154.650 acres em 2004. Os economistas prevêem que os produtores poderão vir a receber 45 a 50 centavos a menos por libra pelo seu burley. Com o declínio da produção em áreas tradicionais, algumas companhias dos Estados Unidos viram-se obrigadas a realizar experiências com burley produzido em áreas não tradicionais. Foi cedida uma verba de $264,800 a cientistas da Universidade do Estado da Carolina do Norte, para investigar o potencial de cultura e cura de burley na zona de Piedmont e partes ocidentais da Carolina do Norte. Se a produção em 2005 for bem sucedida, existe a possibilidade de aumentar a produção em cerca de 100 milhões de libras de burley no futuro. Para fornecer uma alternativa de mercado aos produtores sem contratos privados e também aos produtores com uma produção feita mas que não foi com- prada ao abrigo de um contrato, foram disponibilizados onze armazéns em áreas bem definidas na região ocidental da Carolina do Norte, a sudoeste da Virgínia, no Tennessee e Kentucky. Esta iniciativa só fornece uma alternativa de venda. Para a presente campanha 2005, não existem garantias de preços mínimos ou empréstimos de apoio decorrentes dos preços garantidos. Will Snell, Economista Agrário da Universidade do Kentucky referiu “Uma das metas inerentes ao buyout era melhorar as futuras oportunidades dos produtores de tabaco que quisessem manter-se no negócio do tabaco após a era do buyout. As incertezas em relação aos futuros níveis de quotas, as crescentes vendas de quotas e os preços de arrendamentos assim como mudanças potenciais ao programa do tabaco (incluindo a possibilidade da eliminação total do programa) impediram os produtores de fazerem investimentos a longo termo no sector durante a era pré-buyout. Idilicamente era o desejo dos políticos e dirigentes de grupos de produtores de tabaco modificarem a legislação sobre o tabaco nos Estados Unidos de forma a eliminar algumas destas incertezas. Mas, na realidade, pelo menos a curto prazo, o buyout criou um aumento e um diferente leque de incertezas para ambos os produtores e compradores. O buyout eliminou o controle da produção e as redes de segurança permitindo assim aos produtores uma expansão da produção e uma diminuição de custos no mundo do mercado livre. Mas ao iniciar a campanha de 2005, existe a incerteza sobre o número e a localização dos produtores após o buyout, níveis de produção, os efeitos da mudança de stocks existentes no mercado e a resposta geral a preços de tabaco americano mais competitivos.” Junio 2005 | 19 Primeiras Intenções de Plantação em Março (Acres)* Kentucky Carolina del Norte Ohio Tennessee Virginia Pennsylvania Outros Total 2004 106,000 5,100 5,600 25,000 6,000 0 6,950 154,650 2005 73,000 2,800 4,500 19,000 4,500 2,400 2,100 108,300 (*1. A área plantada de burley pode ter aumentado modestamente desde 1 de Março já que alguns produtores decidiram finalmente produzir em 2005. 2. Estes números referem-se a intenções de plantação não a previsões de produção.) USA Relatório de produção A campanha 2005 de flue cured regista, este ano, um leve atraso devido a temperaturas inferiores às normais durante o período de plantação. No entanto, um clima mais ameno e chuviscos recentes, permitiram que o tabaco recuperasse os parâmetros normais. O relatório de produção do mês de Junho indica uma área plantada reduzida em comparação com o ano passado. Devido à recente legislação de resgate de quotas, foram muitos os produtores, a abandonar a cultura do tabaco este ano. Para além do mais, devido à ausência de um programa de apoio aos preços, muitos não arriscaram correr riscos neste ano de transição. As fainas de colheita começaram no mês de Junho, na Florida. A colheita dar-se-á nos finais do mês de Julho na 20 maioria dos outros estados. Relatórios anteriores apontam para uma boa produção. Muitas empresas começarão a receber tabaco para finais do mês de Julho ou em Agosto. A Cooperativa de Estabilização de Flue-Cured abrirá de novo os seus centros de comercialização oferecendo assim um mercado de leilões para os produtores que desejam vender o seu tabaco através desta modalidade. Assuntos antitabaco Muitos estados aumentaram os impostos sobre os cigarros. Até na Carolina do Norte espera-se que a Câmara aprove um aumento de impostos. Os processos legais e as ordens de restritivas contra o fumo que limitam o consumo do tabaco continuam a dar problemas à indústria. informe de los paises ZIMBABWE Campanha de Flue-Cured 2005 As vendas nos leilões começaram no dia 5 de Abril com a transacção de pequenas quantidades e a insatisfação dos produtores pelos baixos preços oferecidos em dólares americanos. Os volumes foram recuperando logo a seguir mas mantiveram-se abaixo dos níveis de entregas diárias registadas da campanha de 2004. A média dos volumes diários entregues nas primeiras semanas foi de 200.000 quilos em comparação com a média de 400.000 quilos na campanha anterior. A média dos preços diários foi de US$c 114/quilo, contra US$c 190/kg na época anterior. A forte queda dos preços é provocada directamente por uma maior proporção de tabaco filler presente na campanha 2005, que obtiveram entre US$c 100 – 120/kg. Até 20 de Junho de 2005 (só vendas em leilões) Volume comercializado Preço médio US$c/Kg Preço médio Z$/Kg Taxa de câmbio 2005 2004 18,146,394 24,405,890 123.31 196.57 9,998.23 8,076.68 8,108 4,109 As vendas sob contrato corresponderam a 6,8 milhões de quilos, a um preço médio de US$c 147/kg. Estima-se que cerca de 35 milhões de quilos da produção nacional total de 85 milhões serão vendidos através de contratos. A grande maioria dos grandes produtores fez contratos na passada campanha. Preços por classificação X2L 165 P2L 140 L2L 265 C2L 250 B2 75 X2O 160 P3L 100 L3L 250 C3L 240 B3 49 X3L 140 P4L 85 L4L 200 NGA 20 X4L 110 O Presidente do Banco da Reserva anunciou recentemente medidas de apoio adicionais para melhorar a viabilidade económica dos produtores. Até à data, as medidas implementadas prevêem o seguinte: - Os produtores de tabaco são tratados como exportadores directos. - O preço de apoio aumentou de Z$ 2.000/kg para Z$ 5.000/kg. - A taxa de câmbio foi ajustada para um valor mais viável. - Atribuição de bónus por entrega antecipada. - A taxa de juros para empréstimos a concessionários situa-se entre os 5 e os 20%. - O imposto governamental foi eliminado. - É permitido o uso individual de 15% dos rendimentos em US$. Assegurar um relançamento da produção de tabaco continua a ser o objectivo de todos os intervenientes da indústria. Junio 2005 | 21 BRASIL Comitê social, educacional e do meio ambiente Encontro Sul-Brasileiro Verde é Vida Segunda edição enfatizou o meio ambiente e a cultura Com o enfoque na cidadania e na cultura, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) realizou nos dias 15, 16 e 17 de junho a segunda edição do Encontro Sul Brasileiro Verde é Vida. Com ênfase nos valores culturais das comunidades onde atua, nos três estados do Sul do Brasil, o evento reuniu cerca de 800 pessoas, entre estudantes e educadores das 171 escolas-pólo de 60 municípios abrangidos pelo projeto. Segundo o coordenador pedagógico, José Leon Macedo Fernandes, a iniciativa teve por objetivo promover a integração entre as escolas parceiras do Programa de Ação Socioambiental, desenvolvido pelo Verde é Vida, além da proposta de identificar e buscar soluções para os problemas socioambientais de cada localidade. Desde a abertura, as apresentações artísticas também enfatizaram a cultura, através dos estudantes atuando como porta-bandeiras e vestindo trajes típicos. Denominados “Salas dos Estados”, os espaços temáticos foram outro destaque dos três dias consecutivos de atividades. “Funcionando simultaneamente, as salas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná concentraram os relatos de experiências na área ambiental, feitos por professores e alunos enquanto, em mesas redondas, eram debatidos a Bolsa de Sementes e os Grupos Ambientais”, explicou Fernandes. O segundo encontro Sul-Brasileiro Verde é Vida também reuniu a exposição itinerante do Museu de Ciências Naturais, da Universidade de Caxias do Sul, que recebeu a visita dos participantes do evento e da comu- 22 nidade em geral. No último dia, os estudantes realizaram atividades práticas na Estação Experimental da Afubra, como o plantio de mudas de árvores nativas. A meta é transformar a área cultivada pelos alunos em um bosque que servirá de sala de aula permanente, onde será enfatizada a importância da recuperação de áreas e o uso racional dos recursos naturais. O evento marcou o final de mais um ano ambiental da Afubra. “Com a certeza de que a união com escolas, poder público e comunidade está correta e só é possível com a parceria comprometida com a preservação de um ambiente social, cultural, econômico, político e ecologicamente correto”, finalizou o coordenador pedagógico. comité educacional, social e do meio ambiente 10a Reunião de Direcção – Fundação ECLT (Masindi, Uganda, 26 de Abril / Tabora, Tanzânia, 28 de Abril de 2005) A 10a Reunião de Direcção da Fundação ECLT realizouse a 26 de Abril em Masindi, Uganda e a 28 de Abril em Tabora, Tanzânia. As reuniões oficiais em cada um destes países foram precedidas por visitas aos respectivos locais dos projectos de forma a permitir aos membros da Direcção ter um conhecimento aprofundado dos desafios enfrentados pela ECLT e dos resultados obtidos. Masindi, Uganda No Uganda, foram realizadas visitas de campo aos distritos de Budongo e Karujubu no dia 25 de Abril, onde os participantes tiveram a oportunidade de se encontrar com autoridades locais, comités para a erradicação do trabalho infantil, crianças, pais e produtores de tabaco. Da agenda também constou uma visita muito completa e instrutiva ao local onde se encontra em construção o Instituto de Formação Técnica de Kyema. A construção do Instituto de Formação Técnica está praticamente concluída. O centro irá abrir em Setembro de 2005, contando já com a inscrição de 100 estudantes e a pré-inscrição de outros 1.000 estudantes, a maioria dos quais pertencem a famílias produtoras de tabaco. A qualidade da construção do Instituto de Formação Técnica e a massiva mobilização das comunidades à volta deste projecto suscitaram repetidos louvores aos sócios do projecto ECLATU pelo enorme trabalho realizado em apenas 1 ano. O objectivo final do Instituto é aumentar as possibilidades de emprego locais já que os cursos oferecidos (carpintaria, soldadura, costura, mecânica, etc.) prevêem três disciplinas obrigatórias: formação agrícola, administração de empresas e informática. A ECLATU também ficou de verificar a possibilidade de entregar aos licenciados jogos de ferramentas que lhes permitam criar os seus próprios negócios depois de concluída a aprendizagem. O impacto positivo deste projecto no que se refere à frequentação escolar e à consciencialização dos benefícios de uma educação escolar combinado com o problema existente de escolas superlotadas nas aldeias, já criou a necessidade de construir 49 salas de classe adicionais. A integração bem sucedida do governo na orientação e implementação do projecto demonstra que os governos estão de facto receptivos a projectos desta índole, bem elaborados e apresentados. Estiveram presentes na Reunião de Direcção representantes do governo, entre os quais o Ministro do Trabalho e Desenvolvimento Social; o Ministro da Educação e do Desporto; o Ministro do Desporto Nacional e o Ministro dos Assuntos Internos, todos dando pleno apoio ao projecto. Neste sentido, as autoridades distritais estão a analisar a possibilidade de obtenção de financiamento no próximo orçamento, enquanto o Ministro da Educação propôs ceder estabelecimentos e terras para fins escolares facultando assim o acesso à educação a estudantes de aldeias vizinhas. Tabora, Tanzânia A Direcção da Fundação ECLT realizou a sua 10ª Reunião na Tanzânia, de 27 a 28 de Abril de 2005, visitando os projectos levados a cabo no distrito de Urambo no dia 27 de Abril. Os membros da Direcção representantes de sindicatos, produtores de tabaco e companhias de tabaco assim como a OIT, reuniram com os beneficiários dos projectos (comités para a erradicação do trabalho infantil, crianças beneficiárias, produtores de tabaco, pais e famílias adoptivas, e autoridades distritais), organizadores locais (5 organizações comunitárias) e autoridades distritais. Junio 2005 | 23 Este projecto trienal iniciou-se em Janeiro de 2004. Os objectivos do projecto, implementado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), é consciencializar os habitantes do problema do trabalho infantil, retirar crianças trabalhadoras do mercado de trabalho e reintegrá-las nas escolas primárias, construir salas de classe adicionais nas escolas primárias, já existentes, redireccionar crianças trabalhadoras para uma formação e oferecer às famílias vulneráveis destas crianças trabalhadoras oportunidades alternativas de sustento económico. O projecto contempla, para além disso, a construção de salas de classe adicionais para acolher o maior número de crianças inscritas nas escolas. Será dado ênfase à formação agrícola e outras disciplinadas relacionadas com esta área (construção de bombas de água, conhecimentos de mecânica, etc.) para assegurar uma instrução prática. Também será feita uma tentativa para satisfazer a necessidade de formação em administração financeira doméstica. Nos últimos doze meses, os intervenientes locais trabalharam directamente na implementação do projecto e registou-se um grande entusiasmo e um elevado nível de participação das comunidades beneficiárias. Para ajudar à implementação do projecto e como sinal de dedicação para com a causa da erradicação do trabalho infantil, o distrito de Urambo cedeu TES 4.000.000 (US$ 3.750) a actividades relacionadas com este assunto. Durante a recepção formal, o convidado de honra, Sr. Juma A. Kapuya, Ministro do Trabalho, Desenvolvimento Juvenil e Desporto, assumiu um compromisso similar ao garantir o apoio incondicional ao projecto pelo governo da Tanzânia (veja-se foto abaixo). 24 foto 2 O projecto teve um efeito multiplicador positivo nas comunidades de aldeias do distrito dos arredores com grandes sucessos nos passados 15 meses, que se resumem da seguinte forma: - Acções de formação para a consciencialização com a participação de 2.500 pessoas em 36 aldeias. O projecto original previa 25 aldeias. (Foto 1) foto 1 -717 crianças (das quais 40% são meninas) foram retiradas do mercado do trabalho e reintegradas em escolas primárias. O objectivo original era reintegrar 550 crianças. (Foto 2) foto 3 foto 4 - Está terminada a construção de 15 salas de classe (Foto 3) nas escolas primárias existentes para resolver o problema de superlotação crónica e evitar que as lições fossem dadas ao ar livre, debaixo das árvores (Foto 5). - 62 crianças terminaram programas de formação em institutos técnicos, em áreas tais como carpintaria, pedreiro e costura. Outros 180 menores irão receber uma formação similar (Foto 6). - 430 famílias bastante vulneráveis de crianças retiradas do mundo do trabalho, receberam formação nas actividades geradoras de rendimentos. Entre estas, 130 já deram início a novas actividades como diversificação de culturas, pequenas empresas e criação de gado e aves. A próxima etapa do projecto fomentará a criação de programas de créditos locais e grupos de poupança. - A Reunião de Direcção da ECLT foi considerada, em general, de grande interesse para os participantes, já que as visitas aos locais de construção lhes providenciou uma ideia da realidade enfrentada pela Fundação ECLT. No entanto, o lado mais positivo dos projectos foi a crescente cooperação entre os diversos intervenientes. Uma nota especial, merecem as diversas entidades governamentais nos respectivos países pelo apoio prestado. Com a colaboração de todas as partes envolvidas, o resultado final destes projectos só poderá ser positivo. A próxima Reunião de Direcção da Fundação ECLT ficou marcada para o dia 11 de Outubro em Divonne, Genebra. Outros projectos da Fundação ECLT Argentina – a Fundação ECLT irá continuar a prestar apoio metodológico à implementação de recomendações no relatório de avaliação, com a ajuda de um correspondente local (externo ao projecto). Também serão desenvolvidos programas de consciencialização em Jujuy e Salta. Zâmbia – Foi aprovada a nova proposta de projecto. Moçambique – Será feito um inquérito sobre trabalho infantil em quatro distritos produtores de tabaco chave, com a participação activa das companhias de tabaco locais e seus técnicos agrícolas. Malawi AECL –Foi iniciada a fase de consolidação. A avaliação final será da responsabilidade de Save the Children Norway e Denmark (Salvemos as crianças), em Junho de 2005. Quirguistão – O projecto do Quirguistão foi lançado em Fevereiro de 2005. foto 5 foto 6 Junio 2005 | 25 Reunião Regional America Latina Tepic, México 24 – 25 de maio de 2005 O anfitrião da reunião regional da América latina este ano, foi o México. Os membros da América Latina da ITGA reuniram nesta região, em Tepic, estado de Nayarit, nos dias 24 e 25 de Maio, afim de trocar informações com seus países vizinhos produtores de tabaco. Os assuntos abordados foram os factores de mercado, produtividade e possíveis abordagens aos desafios recentes enfrentados pelo sector do tabaco. A Argentina e o Brasil destacaram-se pela sua tenacidade relativamente à ratificação da Convenção para o Controle do Tabaco (CCT) e por terem conseguido, dos seus respectivos governos, que sejam levadas em consideração as consequências de uma possível ratificação. Foi precisamente a preocupação das possíveis consequências da ratificação da Convenção que justificou a presença do que poderíamos chamar de “convidados de honra” nesta reunião. A participação de uma delegação de membros do Parlamento da República Dominicana foi bastante aplaudida e serviu para demonstrar que através do diálogo, os governos podem tentar encontrar soluções que não prejudiquem as vidas dos produtores. A presença desta delegação na Reunião latino-americana teve por objectivo recolher o máximo de informação sobre as implicâncias da CCT sobre o sector do tabaco com o objectivo de elaborar um projecto de lei que controle o consumo do tabaco a nível nacional sem, no entanto, prejudicar os rendimentos dos produtores na República Dominicana. O principal objectivo desta delegação foi assim, tomar co- 26 nhecimento sobre a forma como foi abordado o assunto da ratificação noutros países e como as medidas adoptadas afectaram os produtores. No final do encontro, um dos membros parlamentares presentes, inclusive sugeriu uma reunião adicional com os fabricantes para analisar a possibilidade de incluir, nos maços de cigarros, uma nota específica com a percentagem do preço ao consumidor que reverte a favor dos cofres fiscais. Novamente, a Reunião latino-americana foi de grande interesse para todos os presentes, possibilitando uma comparação de realidades nacionais com as dos vizinhos. Como os factos apresentados durante a reunião são relevantes e de interesse para todos os nossos membros, segue-se um resumo dos relatórios apresentados durante a reunião. Brasil: O relatório do nosso membro Brasileiro não deixa espaço para dúvidas que, grande parte das recentes actividades da AFUBRA, se centrou no processo de ratificação nacional da CCT. Como o maior exportador de tabaco, em 2004 – o Brasil exportou 593 mil toneladas, num valor de US$ 1,43 mil milhões, para mais de 100 países diferentes – é evidente que se o processe de ratificação tivesse seguido em frente, ter-se-ia arriscado muito. Por isso, a AFUBRA deu inicio a uma notável campanha de consciencialização para alertar os responsáveis políticos sobre os perigos de uma subscrição irreflectida do Tratado. Os aspectos apontados como negativos e contra a ratificação da Convenção foram os seguintes: - O impacto económico da cultura de tabaco: - A cultura de tabaco gera mais de 2,4 milhões de postos de trabalho no Brasil; - Os produtores obtêm rendimentos superiores a 3,6 mil milhões de reais. - Quem irá indemnizar os produtores pelos investimentos realizados, por exemplo, com equipamento – só nas regiões a Sul do Brasil, este investimento corresponde a 2,7 mil milhões de reais – que único e exclusivamente pode ser utilizado no tabaco? - No Brasil já vigora uma das mais severas legislações anti - tabaco do mundo. - Por que deve o Brasil aceitar restrições impostas pelo exterior se é o maior exportador de tabaco? - Até ao momento, não existe uma cultura agrícola alternativa que dê garantias de pelo menos 10 anos e que ofereça resultados semelhantes ao do tabaco. - Uma cultura alternativa deverá oferecer a mesma garantia de mercado e gerar rendimentos comparáveis aos do tabaco para cerca de 200 mil famílias produtoras. - Seria necessário disponibilizar fundos para permitir uma conversão aos produtores. - Como seriam obtidos estes fundos e quem seria encarregue da sua administração? - Só após dez anos de implementação de um projecto de conversão com resultados positivos poder-se-ia ratificar a Convenção de uma forma segura. O Brasil estava prestes a ratificar a CCT da OMS quando a Câmara Sectorial do Tabaco soube que o projecto ia a caminho do Senado Federal. A Câmara criou um grupo temático para monitorar cuidadosamente o processo de pré-ratificação. Para fazer-se ouvir – até aquela data, este privilégio era apenas concedido a entidades pro-saúde – a Câmara Sectorial teve diversas reuniões e organizou um grande evento, planeado pela Afubra e outros membros de grupo temático, de forma a evitar que o projecto fosse submetido a votos antes da Câmara poder expor os seus argumentos contra a ratificação. Todos estes esforços culminaram com uma declaração de Fernando Bezerra, membro da Comissão de Re- lações Exteriores e Defesa Nacional, onde referia que o tabaco não podia ser erradicado da forma que alguns sugeriam e que era fundamental criar comissões dentro do senado para debater o assunto em profundidade. Estes esforços de lobby e a mobilização da opinião pública foram frutíferas, já que foram criadas, posteriormente mais duas Comissões encarregues de analisar o projecto: a Comissão de Agricultura e Reforma Agrícola e a Comissão para Assuntos Sociais. Outro dos pontos destacados pela AFUBRA durante esta reunião, foi o comércio ilegal de cigarros. A elevada taxa de impostos sobre o tabaco brasileiro exportado para países vizinhos não evitou a crescente invasão de cigarros de contrabando. Foi criado um grupo temático para analisar os factores que favorecem o contrabando e a possível colaboração com diversos intervenientes tais como a Polícia Federal e o Ministério do Trabalho para eliminar o comércio ilícito de cigarros. Outra das preocupações dos nossos membros brasileiros tem sido o desequilíbrio na distribuição de rendimentos gerados pelo tabaco. Considerando que as famílias produtoras (208.000) constituem o maior grupo deste sector, e considerando que são estas famílias que produzem a matéria prima, existe uma notória discrepância nos rendimentos de cada grupo, ou seja entre os produtores, trabalhadores, a indústria e o governo. Actualmente, do total dos rendimentos brutos gerados pelo tabaco (R$ 13,9 mil milhões), o governo recebe R$ 6,5 mil milhões ou o equivalente a 46,4%. O governo federal recebe um total de R$ 3,8 mil milhões (27,4%); os estados e municípios, R$ 2,7 mil milhões (19,0%); e a indústria, R$ 3,0 mil milhões (21,3%). O que sobra para os produtores são apenas R$ 3,6 mil milhões (26,4%) para os agricultores e R$ 0,8 mil milhões (5,9%) para os distribuidores. (Veja-se a seguinte tabela). Junio 2005 | 27 República Dominicana: O sector do tabaco do Brasil, 2003 Distribuição de Rendimentos Limpos Valor en R$ Destinatário Valor Bruto Custo Valor Limpo % Governo 5.589.683.980 --- 5.589.683.980 54,1 Indústria 3.190.991.900 --- 3.190.991.900 31,2 Produtores 2.365.250.400 1.660.910.980 704.339.420 6,9 Distribuidor 728.179.220 --- 728.179.220 7,1 1.660.910.980 10.213.194.520 100 Total: 11.874.105.500 Fonte: Afubra Com o intuito de combater o que a AFUBRA considera uma distribuição injusta dos rendimentos gerados pelo tabaco, esta associação sugeriu que o governo e a indústria reduzissem a sua parte de rendimento em benefício dos produtores mediante a criação de um Fundo do Tabaco que iria distribuir entre os produtores no final da campanha. A ilha Espanhola está dividida em dois territórios bastante distintos: a República Dominicana e o Haiti estando situada nas Caraíbas Centrais perto de Cuba, Porto Rico e a Jamaica. A República Dominicana tem uma área geográfica de 48.442 km2 e uma população de nove milhões de habitantes, o que representa uma densidade populacional de 185 habitantes/ km2. O tabaco constitui um importante elemento na economia dominicana. Este sector, gera emprego directo a 70.000 pessoas. Em época de colheita, cerca de 350.000 pessoas dependem directa ou indirectamente de actividades relacionadas com o tabaco. Por outro lado, estima-se que cerca de 60% da força laboral activa corresponde a mulheres trabalhadoras. O sector do tabaco do Brasil 2003 Distribuição Sugerida dos Rendimentos Brutos Valor en R$ Destinatário Rendimentos actuais *-10% Rendimentos Sugeridos % Governo Federal * 3.253.262.790 325.326.279 2.927.936.279 24,7 Estados/ Municípios* 2.336.421.190 233.642.119 2.102.779.071 17,7 Indústria * Produtores 3.190.991.900 2.365.250.400 319.099.190 --- 2.871.892.710 24,2 3.243.317.988 27,3 Distribuidor Total: 728.179.220 11.874.105.500 --8.78.067.588 728.179.220 6,1 10.213.194.520 100 28 Fonte: Afubra/ Secex/ Tesouraría Federal Uma fábrica de cigarros dominicanos em pleno funcionamento Para atingir esta meta, foi encarregue a um grupo temático estudar as opções para distribuir os rendimentos mais equitativamente entre os intervenientes envolvidos na extensa cadeia produtiva do sector do tabaco. Infelizmente, embora a AFUBRA tivesse apresentado abertamente todos os dados na sua posse sobre os rendimentos dos produtores, a indústria e o governo optaram por não cooperar e não fornecer a respectiva informação, inviabilizando, assim, o projecto. Foi então decidido estudar-se vias alternativas para aumentar os rendimentos dos produtores através de actividades paralelas. Actualmente, o grupo está a tentar reestruturar a classificação do tabaco. Actualmente, o sector do tabaco dominicano está a sentir uma clara melhoria: a economia local está mais dinâmica e os produtores de tabaco podem já sentir uma melhoria na sua qualidade de vida, que se reflecte num maior poder de compra. Prevê-se que a campanha 2004-2005 irá gerar cerca de 490 milhões de pesos (US$ 17,48 milhões) para os produtores nacionais de vendas efectuadas a nível de exploração. Com 95 empresas de fabricação de cigarros no país, a República Dominicana é o maior exportador de cigarros para os Estados Unidos e muitos países europeus (em 2004, foram exportadas 467,1 milhões de unidades). Exportações dominicanas de charutos e tabaco em rama em 2004 2004 Kg Tabaco não processado (folha) 8,328,863 Valor Exp. em US$ ra, produz tabaco com o propósito, exclusivo, de fabricar andullos, um tipo de charuto típico feito à mão seguindo uma técnica tradicional e artesanal, que permite valorizar estes produtores de tabaco. 47,835,220 Tabaco transformado (cigarros) 18,018,668 231,851,602 Total: 26,347,531 310,543,635 O número de produtores que cultiva tabaco varia, cada ano, entre os 3.000 e 15.000, dependendo da área cultivada. Este ano, produzem tabaco cerca de 6.000 produtores, espalhados por 10 províncias e 23 regiões produtoras. As áreas favoráveis à cultura de tabaco são classificadas de acordo com um estudo realizado para definir os diferentes tipos de tabaco e regiões de produção (“Atribuição de Zona e Classe ao tabaco negro na República Dominicana”). A superfície total destinada à cultura de tabaco varia entre os 2.000 e 31.000 hectares. Nos últimos 25 anos, a referida superfície tem tido, em média, 17.000 ha.; na presente campanha, foram cultivados cerca de 8.000 ha. Regiões produtoras de tabaco da República Dominicana Na República Dominicana existe uma região, a Azua, que, apesar de não estar classificada como zona produto- o ‘andullo’ dominicano Para além da informação de mercado referida nos parágrafos anteriores, os nossos membros dominicanos também contam com diversos programas de apoio aos produtores nacionais. Embora o governo da Republica Dominicana invista entre 5 a 7 milhões de dólares anuais no sector do tabaco nacional, foram implementadas outras iniciativas em benefício dos produtores. Desta forma, os produtores foram beneficiados com programas de assessoria técnica que fornecem transferências tecnológicas, assistência na construção e reparação de explorações e estufas, preparação de solos, venda de lenha a baixos preços, financiamento para bombas de água e sistemas de rega, como também outros serviços. Durante a presente campanha 2004-2005, houve uma distribuição gratuita de fertilizantes, 10.150 kg de fungicidas e 2.200 litros de insecticidas, num valor total de 15 milhões de pesos (US$ 535.000), principalmente para ajudar os produtores com recursos limitados e plantações não superiores a 1,5 hectares. México: Em Nayarit, o tabaco está presente em todos os aspectos culturais, económicos e sociais da vida local. O tabaco de Nayarit representa um representativo 86% do total da produção nacional, enquanto os restantes 14% representam a produção de Chiapas e Veracruz. Junio 2005 | 29 A importância social e económica do tabaco nesta zona é inegável, já que a sua cultura gera mais de 2.385.000 postos de trabalho por cada 10.000 hectares cultivados. As seguintes tabelas mostram em detalhe as superfícies destinadas à cultura do tabaco, por município e tipo de tabaco (Burley e Virginia). Embora a área plantada com tabaco seja bastante inferior à destinada a outras culturas, o tabaco gera rendimentos mais elevados por hectare comparado com outras A.R.I.C de Produtores de Tabaco, Campanha 2004-2005 Municípios Acaponeta Tecuala Rosamorada Tuxpan Ruiz Santiago San Blas Tepic Compostela Bahia de Banderas Puerto Vallarta Total Santiago Burley-S.M. 28.50 35.50 21.00 16.50 --109.25 ----970.50 170.50 --1.351.75 Tipo de Tabaco Burley-S.S. Virginia-S.S. Virginia-H.S. 15.00 --44.00 30.50 43.00 3,146.25 317.00 ----39.00 9.00 3.643.75 117.50 17.00 94.00 37.00 53.00 1,655.60 24.75 --------1.998.85 Há. Produtores 71.0% 70.0% Outros Municípios 29.0% 30.0% Total 100% 100% culturas de importância económica. Em consequência, o tabaco representa uma percentagem considerável do produto bruto interno. Resumindo, o tabaco gera, sem dúvida, inúmeros benefícios para esta região do México. As vantagens mais importantes são as seguintes: - Estímulo económico; - Segurança Social; - Seguro Agrícola; - Seguro de Vida; - Assessoria técnica; - Contratos de venda. 30 93.00 --62.00 3.00 93.00 850.75 --15.00 ------1.116,75 Total Há. Total n.° Produtores 254.00 52.50 221.00 87.00 189.00 5,761.85 341.75 15.00 970.50 209.50 9.00 8.111.10 170 35 116 46 55 2,673 201 1 387 127 5 3.816 Hectares destinados à cultura de tabaco na Campanha 2004-2005 Hectares Tipo de Tabaco Burley 4,995.50 Virginia (hornos seco) 1,116.75 Virginia (sarta sol) 1,998.85 Total: 8,111.10 No entanto, os produtores de tabaco de Nayarit, tiveram, principalmente por razões fitossanitárias, que enfrentar graves problemas de produção. As más condições fitossanitárias causaram inevitáveis quebras de rentabilidade, obrigando os produtores a uma redução das áreas dedicadas à cultura do tabaco. Em 2000-2001, foram plantados 15.505 hectares; hoje esta área foi reduzida em 48%. Nos últimos cinco anos, os preços não tiveram variações e o número de produtores de tabaco foi reduzido, nos últimos sete anos, de 13.616 a 3.816. De igual forma, a produção, que em 1997-1998 alcançou 56.625 toneladas, foi de apenas 18.500 toneladas em 2004-2005. Como se não fosse o suficiente, a qualidade e, consequentemente, o valor de mercado do tabaco de Nayarit baixou em cerca de 50%, em alguns casos a perdas podem atingir os 100%. Os desafios actualmente enfrentados pelos produtores de Nayarit são: - Elevados custos de produção; - Solos pobres com um nível de matéria orgânica reduzido; - Falta de tecnologias modernas; - Falta de infraestructuras; - Problemas fitossanitários (controlo de pragas, etc.); - Redução de rendimentos; Campanha Área 1997-1998 1998-1999 1999-2000 2000-2001 2001-2002 2002-2003 2003-2004 2004-2005 Área Produção em ton. Valor Total de la produção N.º de produt. 30,539 25,601 19,271 15,505 8,833 8,725 10,526 8,111 52,625 45,161 36,669 28,677 18,165 20,304 16,115 18,500 $654,736,525.20 $625,762,108.00 $593,803,464.18 $467,532,869.40 $306,189,340.39 $332,978,993.88 $269,935,819.30 $313,500,000.00 13,616 11,137 9,253 5,989 3,696 3,990 4,621 3,816 Nota: os números correspondentes ao valor total da produção total em toneladas para 2004-2005 são previsionais. - Má qualidade do tabaco - Falta de interesse na cultura de tabaco devido à sua pouca rentabilidade. Para contrastar com este cenário negro, as soluções deveriam incluir necessariamente um investimento razoável em investigação, desenvolvimento e promoção de novas estratégias de controlo de pragas e implementação das mesmas para proteger os vegetais, o tabaco e outras culturas de Nayarit. Por outro lado, os técnicos e produtores iriam necessitar desenvolver uma formação fitossanitária especial para ajudar a evitar situações como a presente. As directrizes gerais propostas para conseguir uma melhoria da produtividade no sector do tabaco são as seguintes: - Desenvolvimento de formação organizacional sólida; - Maior participação pró activa ao longo de toda a cadeia de produção; - Formação dos produtores em novas tecnologias; Junio 2005 | 31 - Desenvolvimento de programas para analisar e melhorar a qualidade dos solos; - Programa de terraplanagem das terras; - Formação dos produtores para o uso eficiente da água; - Investimento em novas tecnologias e estratégias de comercialização; - Desenvolvimento de novas estratégias de comercialização para aumentar o valor do tabaco em rama. Apesar das dificuldades dos últimos cinco anos na cultura do tabaco, o programa Florece, uma iniciativa que tenta erradicar o trabalho infantil dos campos de tabaco, prosseguiu o seu objectivo. A primeira fase do projecto estava relacionado com a adaptação de dois centros de de dia para crianças. Actualmente, encontram-se em funcionamento, três centros deste tipo nas comunidades produtoras ao longo da costa de Nayarit, oferecendo diversos serviços que incidem sobre a educação, tempo livre, saúde e nutrição. Florece teve muito êxito já que é o primeiro programa de apoio criado pelo sector do tabaco, a grande população produtora, representada pela ARIC e diversos orga- nismos governamentais. As crianças beneficiadas têm entre os 3 e 14 anos de idade. Em 2001 beneficiaram deste apoio 150 menores, número que aumentou para 771 em 2002, 972 em 2003 e para 1.182 em 2004. Outra iniciativa levada a cabo pela ARIC foi a criação, há quatro anos, de bolsas de estudos para crianças de produtores. Até à data, foram distribuídas bolsas a 600 estudantes. Reunião Regional de África Paradise Holiday Resort, Bagamoyo, Tanzania, 20 a 22 de Junho de 2005 A Reunião Regional de África realizou-se de 20 a 22 de Junho no Paradise Holiday Resort, na cidade costeira de Bagamoyo, Tanzânia. No dia 20 de Junho de 2005, o Presidente da Cooperativa de Tabaco Apex Lda. da Tanzânia (TTCA Ltda.) deu as boas-vindas aos delegados do Malawi, Zâmbia, Uganda, Quénia, Tanzânia e África, presentes na reunião que foi realizada na Sala de Conferências do Paradise Holiday Resort. O Zimbabwe, Burundi, Nigéria e Moçambique não puderam estar presentes. 32 A Reunião Regional foi oficialmente aberta pelo convidado de honra, Membro do Parlamento, o Sr. Hezekiah V.N. Chibulunje, o Vice-ministro das Cooperativas e Comercialização que começou por referir a importância e a honra do povo da Tanzânia em ter organizado a Reunião Regional de África da ITGA, pela quarta vez. Sendo o tabaco um dos mais importantes produtos de exportação tradicionais da Tanzânia, o governo foca todos os seus esforços na criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento do sector tabaqueiro da Tanzânia, devido, principalmente, ao papel fundamental que esta cultura desempenha para a Comunidade para o Desenvolvimento do Sul de África (SADC) e para a Comunidade da África Oriental. Na Tanzânia, por exemplo, a indústria do tabaco contribui para o sustento de cerca de 300.000 pessoas, fornecendo importantes receitas para os cofres estatais: as companhias de tabaco foram tributadas em TZ$ 30,5 mil milhões (US$ 30 milhões) em 2004. À luz das pressões constantes sofridas pela indústria tabaqueira e pequenos produtores, o Ministro solicitou que os delegados abordassem, em profundidade, problemas tais como As Boas Praticas Agrícolas, a protecção do meio ambiente e o trabalho infantil. Outro ponto destacado foi a necessidade de encontrar soluções que permitam aumentar os rendimentos dos produtores e outros intervenientes na cadeia de comercialização do tabaco e assegurar a transparência do mercado e do comércio do tabaco. Uma possibilidade óbvia seria a investigação e posterior promoção de usos alternativos do tabaco. Para além dos habituais relatórios nacionais, apresentados no dia 21 de Junho (veja-se final do texto) que foram seguidos por uma conferência de imprensa, a reunião foi enriquecida pelo relatório da Universal Leaf sobre a importância da reflorestação na Tanzânia e pela apresentação de um projecto proposto pela indústria de incluir os produtores num plano de reflorestação. Este projecto estipula a quantidade de árvores que devem ser plantadas nos próximos anos e prevê a participação dos produtores de tabaco como objectivo adicional. A ideia essencial é incluir a reflorestação nos contratos de produção. O resto do dia 20 foi dedicado à apresentação de outros relatórios como: - O Perfil da Cooperativa de Tabaco Apex Ltda. da Tanzânia (TTCA Lda.). - Relatório da Dimon sobre Contratação de Produção na Tanzânia. - Relatório do Conselho do Tabaco da Tanzânia sobre Funções Regulamentares numa Indústria do Tabaco Privatizada – a Experiência da Tanzânia. - Erradicação do Trabalho Infantil no Distrito de Urambo, Região de Tabora. - Relatório da TLTC/ Universal sobre reflorestação nas regiões produtoras de tabaco. - Cooperação no sector do tabaco para os países da SADC. Outro assunto com interesse foi a aprovação da constituição da região Africana da ITGA que, desta vez, foi aprovada definindo-se que a presidência seria rotativa, por um período de dois anos, sem escritório fixo. Após o desaparecimento das estruturas de investiga- ção no Zimbabwe, a ARET, uma instituição de investigação do Malawi, ganhou proporções consideráveis. A ARET ofereceu as suas instalações e serviços ao resto da região Africana afim de usar o seu pleno potencial e ajudar outros países a evitar uma duplicação desnecessária de infraestruturas caras e a prestação de serviços, tais como a análise de solos e a produção de sementes, para enumerar alguns. No entanto, este assunto deverá ser debatido mais aprofundadamente pelos países Africanos já que todos os países presentes na reunião, ficaram de definir as regiões para potencial cooperação com a ARET. Finalmente, o último dia foi dedicado a visitas às instalações da Dimon Morogoro Tobacco Processors e Tanzânia Tobacco Processing Lda. em Morogoro para dar uma ideia aos presentes sobre a indústria transformadora da Tanzânia. Mais tarde, foi oferecido um banquete de despedida aos delegados pela TTCA Ltda. Os relatórios dos países, no dia 21 de Junho, apresentaram um breve esboço dos mais recentes acontecimentos no sector do tabaco nos respectivos países, dos quais se segue um breve resumo: MALAWI (ver relatórios dos países, por favor) ZÂMBIA A Zâmbia empreendeu um programa de expansão para o seu tabaco Virgínia e poderá vir a produzir cerca de 15 milhões de quilos no próximo ano e entre 25-35 milhões de quilos, ao longo dos próximos 5 anos. No entanto, o volume total produzido, para este ano, incluindo o Burley, irá atingir os 22,5 milhões de quilos. O preço médio do tabaco Virgínia é de US$ 1,93/kg, sendo o do Burley, US$ 1,10. A Zâmbia está presentemente envolvida num projecto para a erradicação do trabalho infantil na cultura do tabaco que foi aprovado pela Fundação ECLT. ÁFRICA DO SUL (ver relatórios dos países, por favor) UGANDA Na campanha 2004, os produtores do Uganda sofreram uma perda record de stocks de exportação devido à má qualidade do tabaco e a problemas relacionados com matérias estranhas ao tabaco. A estes problemas foram acrescidas complicações logísticas devido à mudança introduzida no sistema de comercialização. O novo sistema contribuiu para os atrasos no transporte do tabaco em rama das zonas produtoras para a fábrica de transformação de Kampala e Thika (Quénia). No procedimento, o tabaco perdeu a cor e a sua qualidade deteriorou. No ano passado registou-se uma produção total de 38.000 toneladas, que, no entanto, não ultrapassará, este Junio 2005 | 33 ano, as 24.000 toneladas sendo 15.000 toneladas, tabaco Flue-cured, 7.000 toneladas, tabaco Burley e 2.000 toneladas, tabaco Dark-fired. A comercialização do tabaco começará em Julho terminando em meados do mês de Dezembro. TANZÂNIA A Tanzânia recebeu boas precipitações entre o mês de Outubro de 2004 e Janeiro de 2005. No entanto, entre os meses de Fevereiro e Março, registou-se um período de seca que afectou as plantações tardias. No final da época de plantação, cerca de 63.000 famílias tinham plantado cerca de 54.000 hectares, prevendo-se uma produção de cerca de 52.000 toneladas de tabaco. O objectivo era atingir as 56.500 toneladas. A Tanzânia reformulou a sua grelha de classificação de tabaco reduzindo as categorias de classificação de 86 para 65. Para além disso, também foram realizadas reuniões para a negociação de preços com os patrocinadores que concordaram com um aumento de 6,5%. O documento Reunião Regional da América do Norte Os representantes dos produtores de tabaco dos Estados Unidos e do Canadá realizaram a sua Reunião Regional da América do Norte no dia 29 de Junho em Myrtle Beach, Carolina do Sul, USA. 34 que define os novos preços mínimos de referência para cada categoria já foi subscrito pelos produtores e patrocinadores. Estabeleceram-se na Tanzânia duas novas fábricas de transformação, sendo uma delas a Iringa Tobacco Company (com sede em Iringa) e a outra, Mastermind Tobacco Company (com sede em Dar-el-Salaam), dando um novo ânimo ao sector tabaqueiro da Tanzânia. Por outro lado, a Tanzânia continua com o seu projecto para a erradicação do trabalho infantil no distrito de Urambo, com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A direcção da Fundação ECLT visitou o projecto em Maio de 2005. QUÉNIA O Quénia tenciona produzir cerca de 23 milhões de quilos de tabaco, dos quais 21,5 milhões serão Flue-cured e 1,5 milhões Dark-fired. Todo o tabaco Dark-fired destina-se ao consumo doméstico. O Quénia está, presentemente, envolvido num projecto de lei sobre o controle do tabaco. Participaram na reunião representantes da Burley Tobacco Stabilization Corporation, Burley Tobacco Growers Cooperative Association, National Tobacco Growers’ Association, Flue-Cured Tobacco Cooperative Stabilization Corporation, dos Estados Unidos e o Ontário Flue Cured Tobacco Growers’ Marketing Board, do Canadá. Os participantes na reunião analisaram assuntos relacionados com os mercados globais e nacionais, o contrabando, política anti-tabaco e campanhas com o objectivo de deslegitimar o sector assim como o carácter negativo das políticas fomentadas pelo governo. O comité sugeriu diversas linhas de acção para a defesa dos direitos dos produtores e foi proposto que a ITGA buscasse ter uma presença mais visível na imprensa a nível internacional, denunciando os ataques dirigidos contra os direitos dos produtores. Também foram analisados assuntos específicos do ITGA, tais como a presente situação financeira da ITGA e a adesão de membros. ‘Perspectivas da Produção de Tabaco na Europa de Leste’ 18 de Junho 2005, Sofia, Bulgária, Best Western City Hotel A ITGA, em conjunção com o Fundo de Tabaco do Ministério de Agricultura Búlgaro e a Associação de Processadores de Tabaco organizaram uma conferência de um dia em Sofia, Bulgária, para apresentar e debater as perspectivas para a produção de tabaco que existem na Europa de Leste. A conferência foi aberta por Sr. Nihat Kabil, Ministro de Agricultura e das Florestas e pelo Chefe Executivo da ITGA, António Abrunhosa, que deram as boas vindas a todos os países que, através dos seus delegados, estavam representados neste evento, nomeadamente a Bulgária, Croácia, Hungria, Macedónia, Eslováquia e Turquia. Infelizmente a Polónia e a Servia não puderam estar presentes neste evento. O grupo de oradores convidados compreendia alguns dos mais conceituados peritas do sector de tabaco em geral e da produção e das tendências do tabaco Oriental em particular. As apresentações foram seguidas com grande interesse e atenção pois ofereceram uma apreciação bastante elucidativa da situação actual do mercado de tabaco no Leste da Europa. De interesse geral para todos, as apresentações desta conferência tão importante que teve lugar em Sofia, Bulgária a 18 de Junho, foram editadas de forma a poderem ser incluídas nesta edição do Tobacco Courier. 1. “Políticas Nacionais no Sector de Tabaco Búlgaro” – Sr. Oktay Ahmedov, Chefe Executivo do Fundo de Tabaco, Sofia, Bulgária Na Bulgária, o cultivo de tabaco ocupa uma área total de mais de 350 mil decares (10 decares equivalem a um hectare), ou seja, quase 1% de toda a terra cultivada no país. O cultivo de tabaco emprega cerca de 60 000 pessoas e é o meio de subsistência de umas 220 pessoas envolvidas no cultivo, manuseamento e processamento de tabaco. Actualmente o número de agricultores de tabaco oficialmente registados é de cerca 61000. Tradicionalmente a Bulgária produz tabaco Oriental. Mais de um terço dos distritos administrativos do país e cerca de 40% dos municípios praticam o cultivo de tabaco. A percentagem da população activa envolvida no cultivo de tabaco em 2001 era de 59,4% e 60,6%. Depois do ano 2000 o número de agricultores de tabaco Oriental aumentou visivelmente de 44.4 mil para 57 mil. Como o cultivo de Virgínia não requer tanta mão-de-obra e existem maiores possibilidades de mecanizar o processo de produção, apenas existem 170 grandes produtores que são responsáveis pela produção de 8 -10 mil toneladas de produto. Variedades de Tabaco e Volumes de Produção As variedades de tabaco que são cultivadas na Bulgária são oVirgínia, Burley e Oriental, o último estando subdividido em 13 subgrupos. Aproximadamente 90% de todo o tabaco produzido no país é do tipo Basma. Em 2003 a totalidade do tabaco produzido na Bulgária foi de 42,678 toneladas. Apesar de existirem variações de ano para ano, o rácio das quantidades produzidas é em média de 68% para o tabaco Oriental, 24% para o Virgínia e 8% para o Burley. Importação e Exportação de Tabaco Anualmente, entre 10 e 12 mil toneladas de tabaco são importadas para a Bulgária. A maior parte das importações é composta por tabaco de folha grande para as misturas produzidas no país. De acordo com a Agência Alfandegaria, um total de 10,709 toneladas foi importado durante os primeiros 10 meses de 2004, excedendo em 24% as importações para o mesmo período em 2003. Estas 10,709 toneladas importadas de Janeiro a Outubro de eram compostas por 4,667 toneladas de Virgínia (em 2003 este valor era de 4161,3 toneladas). Junio 2005 | 35 Mais de 85% de todo o tabaco exportado é tipo Oriental e ‘air-cured’. Os destinos principais para este tipo de tabaco são os EUA (8,307 toneladas a um preço médio de 3217 USD/ t), países da UE (58,237 toneladas) e o Egipto (3,525 toneladas). Nos primeiros dez meses de 2004, 1,510 toneladas de Virgínia foram exportadas principalmente para países da UE e o Egipto. Tabaco tipo Burley foi exportado na quantidade de 671 toneladas, tendo aumentado de 114 toneladas produzidas no ano anterior. Tabaco Búlgaro esta essencialmente destinado para a exportação, sendo mais de 70% de todo o tabaco Oriental utilizado para a exportação. Em 2004 a Agencia Alfandegaria registou um maior número de exportações, tendo sido exportadas 28,981 toneladas nos mesmos dez meses desse ano. Isto representa um aumento de 33% comparado ao mesmo período em 2003. O valor total das exportações anuais Búlgaras é de USD 72,335,390. Politicas Governamentais para a Produção e o Processamento de Tabaco A legislação que abrange tabaco e produtos de tabaco regula a produção, qualificação, compra, processamento industrial e transacções comerciais com produtos de tabaco. Esta também estabeleceu o sistema de quotas para a produção de tabaco e criou o Fundo de Tabaco, responsável pela implementação da política governamental no sector em conjunto com o Ministério de Agricultura e das Florestas, o Conselho de Ministros e outras autoridades competentes. Cada ano o Ministro de Agricultura e das Florestas determina a classificação das qualidades de tabaco, regiões, tipos de tabaco, origens e variedades que deverão ser utilizados na produção de tabaco. O Conselho de Ministros depois determina os preços mínimos do tabaco, baseados na proposta do Fundo de Tabaco. Esta legislação também regula os mecanismos de apoio ao agricultor, visto que o Fundo de Tabaco também oferece subsídios aos produtores de tabaco. Para o tabaco não-processado que foi produzido e entregue em 2004, o Fundo de Tabaco forneceu a 50,000 produtores de tabaco subsídios directos no valor de BGN 116,232,521 obtidos do orçamento aprovado para o Fundo. No início de cada ano de produção, a produção e venda de tabaco é feita através de acordos escritos. Os compradores são obrigados a comprar as quantidades previamente acordadas e até 20% das quanti- 36 dades produzidas adicionalmente nas mesmas áreas. Além da proibição de publicitar tabaco e produtos de tabaco, recentemente a Bulgária determinou que deveria limitar o número de ingredientes nefastos à saúde que podem legalmente ser contidos em cigarros. Em relação a organizações de produtores que são essenciais à organização geral do mercado de tabaco em folha, foi aprovada em 2001 uma legislação que define os termos e condições para o reconhecimento de organizações de produtores de tabaco. O Sector de Tabaco Búlgaro face à Acessão à UE As negociações relativas ao capítulo da agricultura que foram encerradas a 4 de Junho, determinaram os seguintes parâmetros para o sector de tabaco: - Foi estabelecido que a produção nacional fosse 47,137 toneladas. No Suplemento da Regulamentação do Conselho 2075/92 esta quota foi subdividida por variedades da seguinte forma: Flue-cured (9,023 toneladas), Light air-cured (3,208 toneladas), Basma (31,106 toneladas) e Kaba Kulak (3,800 toneladas). - Em relação ao valor mínimo fixado para o reconhecimento de grupos de produtores de tabaco, a EU aceitou o pedido da Bulgária para baixarem esse valor para 0,3% para 12 municípios na área de produção de tabaco no Norte da Bulgária e 4 municípios na área de Djebel, além desse valor ser fixado a 1% para o restante país. - Em relação à reforma radical da Política de Agricultura Comum (CAP), os fundos do pacote financeiro obtidos através de negociações serão distribuídos segundo um novo princípio – o pagamento único por hectare, através do qual os pagamentos são desligados do volume de produção. A última decisão tomada em relação à CAP, visa a eliminação gradual do apoio ao mercado, compensado através de pagamentos directos e um aumento substancial dos fundos destinados ao desenvolvimento de áreas rurais. Após a reforma CAP, o pagamento único por hectare será implementado. Os valores para pagamento directo serão oferecidos por parcela de terra. - Para receber subsídios, os agricultores de tabaco devem estar registados. As suas quotas individuais para a produção de tabaco são distribuídas por um período de três anos e baseiam-se nos dados relativos a um período de três meses do ano anterior; também, o tabaco produzido deve respeitar as normas de qualidade mínima e os produtores devem manter a sua terra em boas condições agrícolas. Deverá ser implementada uma resolução a nível nacional para que pagamentos directos no sector de tabaco possam ser complementados por verbas pagas pelo governo. 2. “Os Mercados de Tabaco Mundiais: Características e Tendências Globais” – Sr. Orlando Astuti, Director Geral da Deltafina, Itália O Mercado mundial de tabaco pode ser definido como sendo global, maduro, aberto e cíclico: Global porque cerca 124 países no mundo, produzem tabaco (dos 1.4 milhões de hectares da China, aos 400,000 hectares do Brasil até aos 50 hectares dos Emiratos Árabes Unidos). O mercado de tabaco também é maduro porque tem um crescimento lento. Entre 1990 e 2003 a produção global de cigarros tem vindo a crescer cerca de 0.6% por ano. Este crescimento lento deve ser interpretado tomando em conta o inexorável declínio actual do conteúdo de tabaco por cigarro: pode-se estimar que o efeito do progresso tecnológico no fabrico de cigarros fez com que o conteúdo de tabaco por cigarro tivesse baixado para 0.7 gramas. Em muitos países ainda se fala de vendas de cigarros por kg, equivalente a mil cigarros, sendo a premissa tradicional que um cigarro contem uma grama de tabaco: isto por seu lado demonstra que ao longo das décadas tem havido uma redução de 30% na quantidade de tabaco utilizado por cigarro. Do ponto de vista da procura por tabaco, o único factor mensurável de dinamismo neste sector é o peso crescente do cigarro tipo ‘American blend’ na produção geral de tabaco. Enquanto que o mercado total tem vindo a crescer em média 0.6% por ano, o mercado para cigarros do tipo americano tem vindo a crescer em média 1.1%, ou seja, quase o dobro. Em 2003, mais de 37% da produção global, cerca de 5.700 biliões de unidades, representavam este tipo de cigarro. Além do mais, o mercado de tabaco também é aberto e integrado. Um terço de todo o tabaco produzido no mundo é exportado para fora do país de origem; esta percentagem chega a atingir os 50% se excluirmos desta comparação ambas a produção e a exportação da China. Ao longo do tempo, esta percentagem tem crescido continuamente. Mais, ultimamente esta interligação entre as diferentes áreas de produção tem sido aumentada pela instabilidade das taxas de câmbio de diversas moedas nacionais face ao dólar americano, que continua a ser a moeda predominante no comércio mundial de tabaco. Por último, tal como muitos outros mercados agrícolas, o mercado mundial de tabaco está marcado por importantes ciclos devido à pressão engendrada pelas mudanças constantes no equilíbrio da procura e oferta e pelas flutuações a nível de preço que este desequilíbrio comporta. Porém, os ciclos “naturais” do mercado de tabaco foram ampliados, essencialmente devido a três factores: 1. O mercado é integrado e aberto. Flutuações na procura e oferta espalham-se rapidamente e sem barreiras de um país para o outro. 2. A facilidade relativa com a qual produtores de tabaco podem ajustar a sua produção, aumentando ou diminuindo a produção. O tabaco é cultivado anualmente, em geral sem requerer grandes investimentos, é altamente rentável em pequenas parcelas de terra e depende muito da mão-de-obra familiar; 3. Do lado da procura, existe um factor multiplicante, representado pelas ditas durações de stocks. Esta é uma política seguida pela Indústria que considerou estratégico ter inventários de todos os tabacos que precisam para compor as suas misturas para um período não inferior a 18 a 24 meses. Por exemplo, se uma empresa industrial prevê um aumento de 10% nos volumes de vendas dos cigarros e tem uma duração de stocks de 24 meses, os stocks dessas variedades de tabacos aumentariam para o dobro, quer dizer 20%. Consequentemente, a compra desses tabacos no ano seguinte também aumentaria em 20%. Infelizmente este sistema também se aplica a previsões de consumo reduzido (devido a uma baixa nas vendas ou no consumo de cigarros) em que o impacto negativo sobre a compra de tabaco no ano seguinte também seria duplicado. Devido a todos estes factores, as flutuações dos mercados de tabaco nos anos 90 tornaram-se mais profundas em dimensão e mais curtas em comprimento, comparado aos ciclos das décadas anteriores. A produção mundial de tabaco de folha grande e variedades orientais, ou seja tabaco para cigarros) atingiu 5.4 milhões de toneladas em 1990. A produção cresceu rapidamente, chegando em 1992 e 1993 à quantidade recorde de 6.4 milhões de toneladas. Em 1994 a produção caiu para 4.7 milhões de toneladas mas voltou a atingir um novo recorde de 6.6 milhões de toneladas em 1997. A partir desse ponto deuse uma certa estabilidade, seguida por um crescimento para mais de 6 milhões de toneladas (previsão para 2006). As razões para estas flutuações são novamente múltiplas: 1. O crescimento lento do consumo aliado à redução de conteúdo de tabaco por cigarro enfraqueceu a procura de tabaco a longo prazo; Junio 2005 | 37 2. As incertezas associadas com a economia mundial. Hoje tornou-se claro que as duas crises de 1994 e 1998 originaram das dificuldades das economias na Rússia e no Extremo Oriente respectivamente. 3. As incertezas concretas que marcaram esta indústria a partir da segunda metade da década 90 (campanhas antitabagistas, acções judiciais contra a indústria, a Convenção Quadro da OMS). Este cenário não só afectou o consumo global, como presumivelmente também forçou a indústria a reduzir a duração dos seus stocks. 4. O processo de privatização que decorre e as fusões de empresas produtoras de cigarros. Enquanto que este projecto permitiu introduzir novos países produtores no mercado internacional, também fez com que os stocks de duas entidades que fizessem uma fusão fossem reduzidos. As características do mercado global de tabaco têm evoluído nos últimos 15 anos, como pode ser depreendido dos dados sumários sobre as recentes evoluções quantitativas das três variedades de tabaco: - A produção de Flue-cured representa a componente mais importante e determina as tendências da produção global de tabaco. Foi a produção desta variedade que culminou em 1992-93 e novamente em 1997; e também é o Flue-cured que agora está a marcar o paço do actual aumento. Enquanto que a sua produção baixou ligeiramente em 2003 (3,392 milhões de kg, comparado a 3,651 milhões de kg em 2002), atingiu 3,765 milhões em 2004 e prevê-se que cresça novamente, atingindo 3,877 milhões de kg na actual colheita. Examinando os dados de países exportadores separadamente, esta situação é ainda mais visível; em 2004 os exportadores aumentaram sua produção em 274 milhões de kg, seja 18%, em relação à produção de 2003. Previsões para a colheita de 2005 indicam que a produção continua a subir, embora ligeiramente. A maior parte deste aumento vem do Brasil com uma produção recorde de mais de 700 milhões de kg. A Índia e Argentina contribuíram para este aumento, enquanto que a queda na produção do Zimbabué foi mais do que absorvida por outros países de origem africana. Como podia ser antecipado, os stocks aumentaram, atingindo em Junho 2004 o nível mais elevado desde 1999 (mais de 100 milhões de kg). - O mercado de Burley é tradicionalmente mais estável do que o de tabaco Flue-cured, estando a sua produção concentrada num menor número de países, a maior parte dos quais são exportadores. Após culminar em 1999, a produção baixou para um valor mínimo 38 de 771 milhões na colheita de 2001. A colheita de 2002 sofreu um ligeiro aumento mas voltou a diminuir na colheita de 2003. A produção de Burley aumentou significativamente em 2004 em 110 milhões de kg, seja 14%. Previsões para 2005 sugerem que o aumento recente poderá não estabilizar. Praticamente todos os países produtores (com excepção do mercado de quotas da UE) poderão sofrer aumentos com o Brasil quase a ultrapassar o Malawi como país produtor de topo. 3. A produção de tabaco Oriental (incluindo tabacos semi-orientais) tem sofrido uma queda contínua desde 1997, de 644 milhões de kg para 342 milhões de kg em 2003. Esta queda afectou praticamente todos os países produtores de tabaco. Previsões para a colheita de 2004 anunciam uma produção mais equilibrada de 400 milhões de kg. Os stocks não são muito significativos, com a excepção óbvia dos stocks detidos pela Tekel Turquia. Esta tendência deverá ser apreciada tomando em consideração as mudanças drásticas que tiveram lugar nos países onde tabaco Oriental – e ainda mais no caso dos países produtores de tabacos semi-orientais – é cultivado: a mudança progressiva de produção apoiada pelo governo para uma realidade muito mais orientada para o mercado (ex. através do cultivo por contrato). 3. “Os Novos Parâmetros da Produção de Tabaco na Europa: Uma Perspectiva de Agricultura Sustentável a longo Prazo”, Doutor ir. J. Debaveye - DG AGRI Comissão Europeia Produção de Tabaco em Folha na UE A produção de tabaco mundial está a enfrentar muitos desafios face às pressões crescentes para se respeitar as normas básicas da Agricultura Sustentável. Por Agricultura Sustentável entende-se que a produção agrícola tenha mais do que apenas viabilidade económica; para além de ser economicamente viável, o cultivo de tabaco deve respeitar parâmetros socialmente aceitáveis e deve demonstrar ser ambientalmente integre. Na Europa a produção de tabaco em folha assim teve Evolução da Produção de Tabaco em Folha na UE-15 (t) que fazer frente a inúmeros desafios e ao longo dos anos, a diminuição na produção de tabaco tem sido evidente. O gráfico abaixo mostra a evolução da produção de tabaco ao longo da última década, enquanto que o gráfico que segue subdivide a produção de tabaco na Europa por variedade. Produção de Tabaco em Folha na UE, por Variedade (colheita 2003) 2. Sistema de Limitação da Produção: O Sistema de Limitação da Produção estabelece um limite de valor garantido e que foi inicialmente fixado em 350 600 toneladas. Os principais Estados Membro produtores são a Itália, a Espanha e a Grécia. Após sua acessão, a Polónia, Hungria, Chipre, Eslováquia juntaram-se com um total de 52,353 toneladas, enquanto que a Bulgária, após sua acessão, irá entrar com 47,137 toneladas e a Roménia com 12,312 toneladas. 3. Medidas para Converter a Produção: Existem duas medidas que permitem que a produção seja convertida: A Reaquisição de Quotas (Quota Buy-back) e o Fundo de Tabaco Comunitário. O Novo Contexto Legislativo – As Medidas de Reforma da Política e Agricultura Comum (CAP) O Regime de Pagamento Único é introduzido a partir de 2005 e implica o desligamento total de subsídios da produção a um nível individual e histórico. Porém, Estados Membro podem: Kaba Koulak (VIII) 2,62199 2,14581 4,12957 3,50395 2,50377 Basmas (VI) Sun-cured (V) Fire-cured (IV) Air cured escuro (III) 2,98062 2,38423 2,38423 Katerini (VII) Premio (•/kg) Air cured ligeiro (II) Grupo de variedades Flue-cured (I) Legislação Actual A legislação actual (CMO) compreende regras relativas a três elementos diferentes: 1. Sistema de Prémios: Este sistema classifica as variedades de tabaco em 8 grupos, de acordo com as técnicas de curar utilizadas. O Conselho depois fixa o prémio para cada grupo de variedade para o período de três anos. - Quando é justificado, começar a aplicação após o período transitório; - Manter parte dos subsídios ligados; - Optar por uma aplicação regional. A CAP visa: - Aumentar a capacidade competitiva e orientação para o mercado dos produtores; - Aumentar a eficiência dos apoios e estabilizá-los (através da transferência de apoio para pagamentos directos); - Tomar em conta o risco de desertificação e de riscos particulares a certas regiões de produção (através do desligamento parcial ou através de medidas estruturais para se assistir a regiões produtoras de tabaco); - Aumentar o respeito pelo meio ambiente (através de condições de cumprimento de regras intersectoriais); - Simplificar e harmonizar a CAP (através da integração no Esquema de Pagamento Único); - Fazer respeitar o plafond orçamental (através de modulação e disciplina financeira); Junio 2005 | 39 - Aumentar a consistência da Agri Política com outras políticas da UE (Saúde Pública, Desenvolvimento, Políticas Ambientais). Para Novos Estados Membro (NEM), pagamentos directos são introduzidos de acordo com o calendário de introdução (30%, 35%, 40%, etc.). Novos Membros podem escolher entre: - Pagamentos Directos, ou seja: - O plafond nacional está dividido por regiões; - Produtores com explorações na região recebem direitos (direito = plafond nacional/ número de hectares elegíveis); - Produtores deverão receber parte dos seus direitos em forma de direitos de pousio (excepto pequenas explorações). - SAPS (Esquema de pagamento único) + CNDP (Pagamentos nacionais directos complementares itle IVA). O valor do SAPS equivale ao plafond nacional/ número de há elegíveis. O CNDP é um pagamento complementar que utiliza o orçamento nacional e fundos de pesquisa e desenvolvimento de acordo com as provisões da estratégia nacional para agricultura, pesquisa e desenvolvimento. A avaliação de impacto a baixo fornece uma análise das três opções que estão disponíveis para produtores dos diversos Estados Membro (EM): Perspectivas Perspectivas para o futuro obedecerão certamente as seguintes tendências e recomendações: - Apoios tenderão a distanciar-se do apoio ao produto e aproximar-se do apoio desligado ao rendimento, apesar do último depender do respeito às Boas Práticas Agrícolas e directivas ambientais; - Apoio ao Desenvolvimento Rural irá aumentar; - O sector de tabaco terá que adaptar a sua estrutura a um Sistema de Mercado Livre em que o preço é determinado pela oferta e procura; - Custos e despesas terão que ser reduzidos; - Práticas culturais terão que ser organizadas e simplificadas; - A duração do trabalho deverá ser reduzida; - Cooperação e organização intersectoriais tornar-se-ão mais importantes, para que orientação técnica e administrativa (formação, sementes, seguros), assistência de comercialização e terra para experimentações possam ser dadas aos produtores. Os resultados imediatos atingidos através do seguimento de tais recomendações serão a garantia de qualidade e ‘traçabilidade’ do tabaco em folha. 40 4. “Novos Desafios e Tendências no Cultivo de Tabaco Oriental: Uma Apreciação Global” – Sr. Gustav Stangl, Presidente e Director Geral da Silverleaf Trading, Ltd. Actualmente existem muitos desafios para a produção de tabaco Oriental. Estes incluem a privatização de Tekel e Bulgartabak, a pressão crescente exercida pelas campanhas antitabagistas direccionadas à indústria, os desenvolvimentos e mudanças drásticos da política de subsídios da EU e o interesse decrescente de produtores turcos no cultivo de tabaco devido à existência de produtos agrícolas mais lucrativos. Desenvolvimentos na produção do tabaco Oriental fizeram com que a produção de tabaco italiano e grego esteja gradualmente a desaparecer devido à política de subsídios à produção de tabaco da EU. Os mais recentes desenvolvimentos no programa de subsídios à produção de tabaco irão afectar severamente a produção de tabaco na Europa em geral e nos países produtores de tabaco Oriental, Itália e Grécia, em particular. Na Grécia o conhecido e histórico Kabakoulak irá ou já está a desaparecer, visto que este tabaco que nos anos 80 atingiu 35,000 toneladas caiu para 2,000 toneladas e deverá diminuir para zero em 2006. É previsível que em 2006 a produção total dos tabacos Basma e Katerini irá rondar as 40,000 toneladas, enquanto que em 2007 não deverão ser produzidas mais do que 25,000 toneladas. A colheita de 2007 estará dependente dos preços pagos aos produtores pela colheita de 2006 serem aceitáveis. Na Turquia a produção de tabaco Oriental tem estagnado. Particularmente na região mais importante, Aegean, o cultivo de tabaco deixou de ser tão aliciante como já o foi. Muitos produtores estão a mudar para culturas alternativas como as azeitonas que actualmente oferecem rendimentos mais elevados aos produtores. Algumas das áreas mais importantes para o cultivo de tabaco como Gavurkoy já não cultivam tabaco por a área inteira ter sido urbanizada. Não obstante, a Turquia continua a ser o país mais importante para a produção de tabaco Oriental e continua a ter um potencial impressionante. Dos países Orientais clássicos é apenas a Bulgária e a FYRO Macedónia que podem ser considerados estáveis e até com potencial para crescimento. Quando se analisa o potencial de cada país, a Bulgária sobressai claramente pois a Macedónia é pequena de mais para adoptar um papel mais preponderante no mercado. A tabela e o gráfico que seguem mostram o declínio constante, embora pequeno, na produção de Oriental em folha. Outra queda drástica irá surgir devido às reduções supramencionadas da Grécia e da Itália. Produção de Oriental em Folha por Ano de Colheita (milhões de kg verdes) Exportadores 2000 Turkey (Total) 198 Izmir 114 Grecia 79 Bulgaria 20 Macedonia 21 Italia 10 Tailandia 9 Sub-Total 336 Outros 62 Total Acumulado 398 129 C.I.S. Total Mundial 527 2001 2002 141 156 91 106 70 64 30 45 23 26 9 5 9 7 281 303 54 53 336 356 101 76 437 432 2003 2004E 109 130 66 82 58 60 26 36 20 20 5 2 6 5 224 253 51 58 274 311 66 66 340 376 Produção de Tabaco Oriental em Folha por Ano de Colheita para Países Seleccionados (milhões de kg verdes) Resposta à Produção de Oriental Decrescente em Países Clássicos Como os tabacos Orientais italianos são tabacos de enchimento baratos, não-aromáticos e que podem ser substituídos mais facilmente, estes caiem numa categoria separada. Tabacos do Leste da Turquia ou de países da antiga União Soviética podem equivaler a este tipo de tabaco e ter preços igualmente baixos. Isto já não é verdade dos tabacos Orientais e aromáticos gregos e turcos que não podem ser substituídos tão facilmente. A Procura Asiática/ Chinesa: Um Novo Mercado? Existem indícios de que poderá haver uma possível falta de tabacos aromáticos Orientais – mesmo sem que seja considerado um possível aumento na procura asiática/ chinesa. Se o rendimento continua a crescer em certos pontos da Ásia, e sobretudo na China, com o mesmo momento dos anos anteriores, iremos testemunhar um aumento rápido na procura de cigarros de melhor qualidade e por conseguinte também tabaco de melhor qualidade. Para a indústria a China é o país com o maior potencial de crescimento. Consumo de tabaco Chinês (kg verdes/ano) Este gráfico demonstra claramente a importância do mercado chinês. Mais de um terço de todos os fumadores vivem na China. Se apenas uma parcela deste mercado passasse a dar preferência a cigarros do tipo americano, em vez dos agora tradicionais cigarros de FCV, tipo ‘British blend’, teríamos subitamente uma procura excepcionalmente elevada e seria possível haver uma falta de tabacos Orientais aromáticos de boa qualidade. Tornou-se público que a STMA decidiu manter cigarros chineses com FCV, em vez de produzir cigarros com misturas de tabaco, por exemplo do tipo americano. Apesar desta notícia e apesar do facto de empresas internacionais continuarem a ser pequenas na China, a indústria de cigarros multinacional irá penetrar o mercado chinês com determinação. A BAT detem actualmente a fatia maior do Mercado, principalmente através de cigarros importados. Ambos a Gallaher e Imperial chegaram recentemente a acordos com empresas de tabaco chinesas relativamente à produção e distribuição de uma das suas marcas internacionais (West, Memphis, etc.) na China. Enquanto que a Phillip Morris e JTI ainda estão a lutar para penetrarem o mercado, não há dúvida que eles irão consegui-lo. Para a indústria a China é o mercado com o maior potencial de crescimento. Como reagirão a poderosa e rica indústria de cigarros chinesa, o Grupo Shanghai Tobacco, o Grupo Hongta ou outros de forma a protegerem as suas fatias do mercado? Não irão eles introduzir um cigarro de mistura ou então não tentarão eles comprar uma empresa ocidental com um sólido repertório de marcas? Face aos desenvolvimentos acima referidos, poderá ser dito que a longo pra- Junio 2005 | 41 zo a indústria chinesa não irá certamente ficar indiferente e passiva, satisfeita por competir com as importações ocidentais. A China irá certamente começar a exportar para o mercado internacional e a competir nele. Sumário de Tendências Identificadas - Menor produção na Grécia, Itália e Turquia (no mínimo não haverá mais crescimento nas áreas tradicionais); - Talvez menos procura no mercado ocidental – consumo menor, embora a redução seja moderada; - Mais procura, particularmente pelos tabacos de maior qualidade provenientes da Ásia/ China. Respostas Possíveis - Mudança para novas áreas de produção e, idealmente, mais perto da procura (China, Tailândia, Kyrgistão, etc.); - Bulgária, um país com clima e solos indicados, comunidades agrícolas habilitadas e com potencial para cultivar tabacos adicionais. volume de produção começaram em 1996 através de adiantamentos monetários dados aos produtores. Anos de Estabilização (1997 – 2000) - A recuperação económica começou com a assistência de instituições financeiras internacionais; - Estabilização do Lev Búlgaro (BGL) através do seu ligamento ao Marco Alemão (1.000:1) em Junho 1997 e a sua re-denominação (BGN) em Julho 1999 a um rácio de 1:1; - Aumento da privatização de antigas indústrias do estado; - Estabilização gradual da produção de tabaco a níveis de utilização. Consumo de tabaco Chinês (kg verdes/ano) 5. “Perspectivas para a Produção de Tabaco Oriental na Bulgária” – Sr. Franz Szoncsitz, Vice-Presidente e Chefe Executivo da Silverleaf Trading Ltd. I. Enquadramento Histórico Os Tempos de Ouro - Depois da II. Guerra Mundial toda a indústria de tabaco foi nacionalizada; - Produção de folha era feita para consumo doméstico e exportações; - A produção mais elevada de Oriental atingiu 125.000 toneladas em 1977; - Nos anos 80 a Bulgartabac tornou-se conhecida como a maior exportadora de cigarros com valores recorde de 50.000 toneladas de cigarros e 20.000 toneladas de tabacos Orientais exportados para a antiga União Soviética. Anos de Desafios (1990 - 1996) - Depois da desintegração do sistema político antigo nos finais de 1989, anos difíceis de transformação seguiram; - A situação económica era difícil e culminou numa inflação dramática (500 % p.a.) no final de 1996 que resultou numa depreciação forte do Lev Búlgaro; - A produção de Oriental caiu para o seu nível mais baixo, 15.000 toneladas, em 1995; - Os dealers de tabaco em folha internacionais apareceram no mercado após a abolição da Lei o Monopólio; - Os primeiros programas de incentivos ao aumento do 42 II. A Situação Actual Legislação - A lei relativa ao tabaco e aos produtos de tabaco (LTTP) representa uma boa base para equilibrar a produção face ao consumo e aos preços dos produtores; - Minimum village purchase prices are in place for quality categories (I., II. and III.); - A Quota system in place made on the basis of the processors’ demand; - Sistemas de Prémios aos Produtores e Sistemas de Subsídio Total ao Preço já existem. Acordos da UE - Seguem-se as Quotas de Produção para a produção de 2007 que foram acordadas pela EU durante as negociações que antecederam a acessão: Grupo I Grupo II. Grupo VI. Grupo VIII. Total Oriental: Total folha grande: 9.023 ton. (Flue-Cured Virginia) (Air-Cured Ligero, Burley)3.208 ton. 31.106 ton. (Basmas) 3.800 ton. (Kabakoulak, Classic) 34.906 ton. 12.231 ton. Grande Total: 47.137 ton. -No grupo VI. (Basmas) estão incluídos todos os tipos de tabaco Orientais que são cultivados no sul da Bulgária (Djebel Basma, Krumovgrad, Nevrokop, Dupnitza, Melnik, Perustitza, Harmanli, Leste dos Balcãs, Srednogorna Yaka, Svilengrad e Topolovgrad); - No grupo VIII. está incluído o tipo North Bulgária; - O prémio para produtores foi fixado em 25 % dos prémios oficialmente anunciados pela UE com uns 5% adicionais durante os próximos 3 anos; - Adicionalmente um prémio de 10 % poderá ser oferecido a partir do orçamento nacional. III. O Futuro Incertezas Relativas à Acessão à UE - Quando irá a Bulgária tornar-se membro da UE (2007 ou mais tarde)? - Tabaco é e continua a ser o alvo principal para tratamento restritivo dentro da Politica de Agricultura Comum (CAP); - Como irá o desligamento afectar o sector de tabaco búlgaro? - Como irão reagir os produtores ao novo sistema de prémios? - Existem produtos agrícolas alternativos ao tabaco? Aspectos Tecnológicos - Actualmente existem 13 tipos diferentes de tabaco que são cultivados; - É preciso dar maior visibilidade aos tipos aromáticos que têm muita procura, ou seja, Krumovgrad e um tipo de tabaco que substituirá o Basma grego; - Uma ou duas variedades dos tipos semi-aromáticos (Nevrokop, North Bulgária, Perustitza) poderá permanecer se os preços forem competitivos; - Os restantes tipos de tabaco deverão desaparecer gradualmente nos próximos anos; - Boas Práticas Agrícolas devem ser aplicadas, seguindo os parâmetros estabelecidos pela indústria de cigarros (programas de responsabilização); - Evitar todo tipo de material estranho ao tabaco, a qualquer nível do processo de cultivo do tabaco; - Redução das doses de químicos aplicadas nas plantas; - O cultivo só deverá ser feito em áreas designadas para tal efeito e com solo adequado; - É necessário prestar-se atenção à pureza das sementes. Aspectos Comerciais - Qual é o custo da produção de tabaco Oriental? - Um valor terá que ser estabelecido unanimemente entre os partidos envolvidos (produtores, fabricantes e oficiais do governo); - Um índice regulador deverá ser identificado para compensar os produtores aquando as colheitas fracas; - O objectivo é permitir ao produtor cobrir as suas despesas e conseguir uma certa margem de lucro, assegurando simultaneamente que o processador e o consumidor final estejam satisfeitos com o produto. A Situação do Mercado - A indústria de cigarros mundial tornou-se muito ciente dos preços da sua matéria-prima, tabaco, e particularmente do tabaco Oriental; - Logo que o preço de um tipo de tabaco se torna excessivamente alto, independentemente das razões para tal, a indústria começa a buscar alternativas; - Tabaco Oriental dos países mediterrânicos continua a ser, pelo seu sabor, uma componente importante de cigarros tipo ‘American Blend’; - A redução prevista nos volumes de produção na Grécia e também na Turquia dá à Bulgária a oportunidade de se evidenciar como um mercado alternativo ainda mais importante no futuro. 6. “O Futuro da Produção de Tabaco Grega” - Sr. Nikos Allemanis, Director Geral da G.A. Allamanis S.A., Grécia, Presidente da Associação Helénica das Indústrias de Processamento de Tabaco Enquadramento O cultivo, processamento e comércio de tabaco na Grécia partilha um passado distante mas comum com toda região do Sul dos Balcãs e da Ásia Menor, regiões estas que ainda hoje seguem actividades muito semelhantes. Junio 2005 | 43 Este passado comum já dura desde o Império Otomano com grandes semelhanças no tipo de tabaco que é produzido, – clássicas variedades Orientais – nos métodos de processamento, nas estruturas de comércio, no uso que os fabricantes de cigarros dão ao tabaco e até mesmo à terminologia utilizada visto que quase todos termos técnicos se mantiveram iguais em todos os países e regiões produtores desta área. Apesar de diferenças no desenvolvimento económico, social e político dos países dessa região durante a segunda metade do século XX, a estrutura e natureza da produção de tabaco manteve as suas semelhanças até aos finais dos anos 70. De facto, em 1980, pouco antes da Grécia se tornar membro da Comunidade Europeia, o país produzia primariamente um largo espectro de variedades Orientais clássicas que ainda são usadas principalmente para a produção de cigarros Orientais (domésticos), para cigarros tipo Europeu e, desde os anos 60 e a um nível crescente, para cigarros tipo americano, tal como aconteceu com a Turquia, Bulgária e Jugoslava. 44 Mudanças na Estrutura da Produção de 1981 a 2005 Analisando a estrutura da produção na Grécia em 1981, as seguintes conclusões podem ser tiradas: - O volume da produção era na altura o mesmo que se verificou em 2000, cerca de 126.000 toneladas. - 84% do tabaco produzido era do tipo Oriental, enquanto que 16% representam a produção de Burley. Na altura não era cultivado Virgínia. - Da produção total a fatia maior, 36%, pertencia aos tabacos de tipo neutro, Kababoulak, Elassona, Agrinion Myrodata e diminutas quantidades de variedades outrora bem conhecidas como Zychomyrodata, Tapezous, F1, Myrodata Smyrna, etc., cuja produção foi abandonada pouco após 1981. - 21% da produção total eram compostos pelas variedades Tzembelia e Mavra, na altura conhecidas como variedades domésticas, primariamente utilizadas para a produção de cigarros gregos. - Apenas 27% da produção total (32% dos tabacos Orientais) eram constituídos pelas variedades de Basma e Katerini. A Grécia aderiu à CE sob o regime de tabaco de 1970, que oferecia um apoio generoso aos preços, apoios em forma de prémios aos produtores e nenhumas restrições a nível da produção (quotas). Este regime vigorou até 1992 e durante este período, particularmente depois de 1987, testemunhou-se uma mudança drástica na estrutura de produção de tabaco na Grécia. Olhando para a composição das variedades cultivadas em 1993 detecta-se o padrão seguinte: - Tendo-se mantido o volume total quase igual (130.000 t), a produção de Oriental decresceu em 62% do total, Burley baixou para 9% e a produção de Virginia subiu de forma a compor 29% da produção total. - A produção de tipos neutros limitou-se a 18% do total Produção de Tabaco Grega, Colheita 1981 (Total 126.896 toneladas) Produção de Tabaco Grega, Colheita 1993 (Total 130.728 toneladas) e a 13% dos tipos domésticos. Nesta altura Basma e Katerini representavam exactamente 50% da produção Oriental. O regime de tabaco adoptado pela UE a partir de 1993 introduziu quotas de produção, apoio ao rendimento do produtor através de subsídios directos por quilo e um sistema mais rígido de contrato entre produtores e fabricantes. Em 1998 a transferência de quotas de uma variedade para outra foi autorizada e um sistema de resgate foi introduzido para incentivar produtores a abandonarem a produção. Como resultado, mais mudanças aconteceram no período de 1993 a 2005. Na estrutura de produção actual, entre 1993 e 2005 mais mudanças aconteceram. Analisando a estrutura de produção actual (quotas para a colheita de 2005) pode-se constatar que: - O volume total baixou em 13%, para 113.000 toneladas devido ao resgate e transferências para outras variedades. - Virginia constitui agora 39% da produção total e a de tabaco Oriental representa apenas 53%. - Devido ao colapso da produção de tipos neutros e domésticos, a produção de Basma e Katerini constitui agora 83% da produção Oriental. Assim, a Grécia é actualmente produtora de apenas três variedades de tabaco, Virginia, Basma e Katerini, todas elas ingredientes do cigarro tipo americano. Estas mudanças nos padrões de produção podem ser subdivididas em duas categories: Mudanças originadas por subsídios ou por factores de mercado. A mudança originada por subsídios foi a introdução e o aumento de tabacos tipo Virginia que podem ser explicados pelo coeficiente elevado do prémio por kg (ca. 3•) em relação ao custo de produção. Neste caso, o prémio foi o incentivo principal para a produção, enquanto que os preços comerciais variaram entre •0,10 a •1,00 durante o período de 1993 a 2004. Uma mudança originada por factores de mercado foi a alteração na estrutura de produção nas variedades Orientais, distanciando-se dos tipos domésticos e aproximando-se das variedades de Basma e Katerini. Os preços comerciais destas variedades aumentaram após 1995 para •3 a •4 para o Basma e para •2 a •2,50 para o Katerini, cobrindo assim uma parte considerável dos custos. As variedades domésticas no entanto viram a sua procura cair a pique quando os cigarros gregos tradicionais perderam toda a sua quota de mercado. A procura por variedades neutras sofreu um declínio a nível mundial devido à posição dominante que cigarros tipo Americano, American blend, adquiriram na Europa e no resto do mundo, ao detrimento de cigarros de tipo europeu tradicional nos quais tabaco neutro Oriental era frequentemente usado. É claro que parte destas mudanças aconteceu devido a uma combinação das forças de mercado e a influência dos subsídios. O melhor exemplo é a variedade neutra Kabakoulak cuja procura tem, nos últimos 10 anos, baixado mais lentamente do que a oferta. Nesse caso, a pro- Produção de Tabaco Grega, Colheita 2005 (Total 113.491 toneladas, quotas) Junio 2005 | 45 dução estava a ser reduzida por causo do prémio ao coeficiente do custo de produção que era pouco favorável comparado ao de Virginia. A Nova Política de Agricultura Commum da UE A CAP introduziu algumas alterações radicais como o desligamento dos subsídios da produção, o apoio aos produtores através do Regime de Pagamento Único e consequentemente também a abolição de restrições à produção através de limiares ou quotas garantidas; a ideia básica subjacente a estas alterações é que produções agrícolas deverão orientar-se completamente pelos factores de mercado, tanto em relação aos volumes de produção, como em relação à sua estrutura. Desligamento Total para o Sector na Grécia Uma vez que a Grécia optou pelo desligamento total do sector de tabaco, seria de esperar um abandono de toda a produção que se apoia em subsídios, ou seja, a produção de variedades que têm um baixo valor comercial em relação ao coeficiente do custo da produção. Por isso, Virginia, Burley, e as restantes variedades Orientais neutras não serão mais cultivadas, causando uma queda imediata de 50-60% na produção total na sua primeira fase. A produção de variedades com um valor comercial relativamente alto em relação ao coeficiente do custo da produção irá sobreviver (ex. Basma e Katerini). Porém, durante o período de quatro anos até 2010, o elemento crucial irá ser a qualidade, pois apenas a produção de elevada qualidade pode assegurar o equilíbrio entre o custo de produção e os preços oferecidos aos produtores. Mesmo assim, a pergunta se o mercado internacional irá sustentar os níveis actuais dos preços para o produto processado, continua sem resposta. Os desenvolvimentos nos mercados mundiais de tabaco mostram uma tendência para terem matéria-prima de menor custo médio, e a necessidade de se incluir tabaco Oriental altamente aromático nas misturas para cigarros, está ser questionada. Tomando em conta todas estas considerações, poder-se-á prever que a produção de tabaco grega irá ser imediatamente limitada às variedades Orientais aromáticas e o volume de produção irá baixar gradualmente de possivelmente 45,000 toneladas em 2006 para 15,000 toneladas ou talvez ainda menos em 2009, dependentemente da capacidade e vontade dos produtores se adaptarem às crescentes pressões para produzirem tabaco de melhor qualidade a custos de produção actuais. A possibilidade da produção de tabaco na Grécia se extinguir neste cenário não pode ser menosprezada. Apesar da sua história de mais de dois sécu- 46 los, a Grécia agora tem que fazer face à hipótese de ter apenas mais alguns anos de actividade em declínio. A perda de competitividade devido a alguns factores como custos elevados, a força da moeda local, desenvolvimentos internacionais pouco favoráveis, a baixa na qualidade da folha, etc., reduziram os rendimentos de todos envolvidos nesta actividade, inclusive os produtores, muitos dos quais se deixaram desincentivar por esses factores. O volume total da produção será significativamente reduzido a partir de 2006. Tabaco Oriental neutro como Kabakoulak e Agrinion Myrodata, irá desaparecer, tal como acontece com a diminuta produção de antigos tabacos domésticos Tzembelia e Mavra. Virginia e Burley irão provavelmente também desaparecer, visto que a sua produção era quase integralmente originada pela existência de subsídios e não por factores de mercado. Variedades aromáticas clássicas terão mais probabilidades de sobreviver até ao ano 2010, mas só em certas condições sendo as mais importantes a grande melhoria da qualidade da produção e a vontade que mercados internacionais têm para continuar a pagar um preço razoável pelos tipos aromáticos de tabaco Oriental clássico. As decisões da política da UE a partir de 2010 representam uma situação insustentável para a maioria dos produtores de tabaco na UE. Porém, é crucial que certos volumes de produção sejam mantidos durante o período de transição, possibilitando que os países produtores de tabaco desenvolvam políticas melhoradas. Como já se sabe, 50% dos subsídios serão transferidos do Regime de Pagamento Único dos produtores, para o envelope do “programa de desenvolvimento regional”; o seu uso em benefício do produtor de tabaco representa sempre uma possibilidade caso haja o desejo político de o fazer e se se formar uma forte aliança estratégica com os Estados Membro afectados. 7. “O futuro da produção de tabaco turco – implementações e o seu futuro”, Sr. Ahmet Hamdi Gumush, Director da Autoridade Regulamentadora de Tabaco, Produtos de Tabaco e Bebidas alcoólicas (TAPDK), Turquia De acordo com um estudo feito pela FAO da UN, é previsto que as exportações de tabaco de países desenvolvidos irão diminuir, havendo paralelamente um aumento na procura. Simultaneamente o potencial de exportação de países em vias de desenvolvimento aumentará face às suas necessidades de importação. Por isso, qualquer decréscimo no apoio dado à produção de tabaco em países desenvolvidos irá inevitavelmente fazer com que a produção se mude para países em vias de desenvolvimento como o Brasil, a China, o Malawi, a Turquia e Zimbabué. Apesar dos efeitos do consumo de tabaco sobre a saúde estarem sempre mais a ser em atacados, o tabaco continua a ser um produto agrícola importante que cria empregos e que acrescenta valor considerável à economia turca. Sejam empregos na produção de tabaco em si ou empregos em actividades relacionadas (transportes, armazenagem, marketing, comércio, produção, etc.), mais de um milhão de pessoas trabalham no vasto sector de tabaco. O texto que segue foca particularmente os desenvolvimentos recentes no sector de tabaco turco e as consequências que a lei de 2002 teve na prática. Produção de Tabaco, Utilização e Comércio na Turquia Analisando a tabela mais abaixo pode-se ver que para além da baixa visível no número de produtores a partir do ano 2000, existe também uma queda nos volumes produzidos em 2003 e 2004. No entanto é preciso tomar-se em consideração que os contratos entre produtores e compradores estipulavam que os volumes produzidos durante esses anos deveriam ser de 148 e 156 mil toneladas respectivamente. Devido às condições climatéricas pouco favoráveis, esse limite, porém, não foi atingido. Estado da Produção de Tabaco na Turquia 1990-1999 2000 2001 2002 2003 2004* Número de Produtores 540.950 583.474 477.829 402.889 318.496 285.437 Producção Àrea (ha) 283.211 237.722 198.827 199.458 183.616 193.783 Produção Volume (tons) 265.342 208.002 152.571 159.521 112.155 131.500 *Dados Provisórios Fonte: TAPDK e Registos Tekel Junio 2005 | 47 Devido à eliminação de garantias de aquisição pelo Estado e a introdução de uma nova lei, a Tekel não é autorizada a comprar tabaco a não ser para sua própria produção de cigarros. Porém, como não existem mais compradores nas regiões de Leste e Sudeste de Anatólia, a Tekel tem uma ligeira margem de tolerância para comprar um pouco mais do que aquilo que precisa. É certo que uma vez que a Tekel seja totalmente privatizada, as suas comprar irão diminuir. A Tekel, outrora o jogador principal no sector de tabaco e de cigarros turcos, perdeu actualmente essa posição: Desde que duas empresas do sector privado começaram a produzir para satisfazerem a procura doméstica e, 1993, a percentagem ocupada pela Tekel no Mercado de cigarros nacional regrediu de 100% para 40%. Actualmente, para além da Tekel, quatro empresas (PM, JTI, BAT, European Tobacco) produzem e vendem tabaco. Em breve uma quinta empresa deverá terminar a construção da sua fábrica e começará a operar no mercado. A produção de tabacos Flue-cured e Burley começou no final dos anos 80. Enquanto que a produção inicial rondava umas meros 200-300 toneladas, em 1996 atingiu 6000 toneladas e manteve-se a esse nível até hoje. FCV e Burley são cultivados por 3500 produtores e rendem cerca de 6-7 mil toneladas que geralmente são utilizadas dentro do mercado nacional. A produção é supervisionada contratualmente por três empresas. Apesar da procura por esse tipo de tabaco ter atingido 50 mil toneladas, a produção não tem sofrido alterações desde 1996, o que se deve principalmente aos elevados custos de produção, comparado aos de países como o Zimbabué e Brasil. Por conseguinte ainda não foram feitos investimentos em equipamento novo como estufas. Relativamente à percentagem que as exportações de tabaco ocupam nas exportações globais turcas, uns anos atrás os rendimentos obtidos através de exportações em geral, rondavam os 2%. Devido ao aumento das exportações em geral e à queda das exportações de tabaco em concreto, esse valor caiu para 1%. Mais, enquanto que a percentagem de exportações de tabaco representavam mais de 10% de todas exportações agrícolas em 1990, estas baixaram recentemente para uns meros 7%. Comércio Externo de Tabaco em Folha na Turquia 1990-1999 2000 2001 2002 2003 2004* Volume de exportação (1.000 ton) 123 91 95 86 114 107 Valor de exportacões ($ milhões) 459 447 348 280 328 388 Volume de importações (1000 ton) --- 71 56 48 64 53 Valor de importacões ($ milhões) --- 327 256 176 201 200 *Dados Provisórios 48 Fonte: TAPDK e Registos Tekel A Turquia tem sido no passado um dos países exportadores mais importantes com exportações de mais de 100 mil toneladas por ano. Devido às importações de tabaco que se iniciaram em 1989, a Turquia tornou-se um país comprador de tabaco. Em 1990 o volume de tabaco importado era de 3 mil toneladas e por causa do aumento no consumo doméstico o volume de importação subiu para 71 mil toneladas em 2000. Para além do aumento a nível de consumo de cigarros, também tem havido procura crescente por cigarros tipo americano no mercado doméstico e subsequentemente também uma procura por tabacos precisos para produzir este tipo de cigarros (tabaco expandido e reconstituído, tabacos Flue-cured e Burley estrangeiros). Essas mudanças nos hábitos dos consumidores traduziram-se numa procura menor por tabacos Orientais. Produção, Consumo e Exportação de Cigarros na Turquia (biliões de unidades) 2000 2001 2002 Produção 122 125 130 121 120 Consumo 111 111 110 108 109 12 13 16 13 9 Exportação *Dados Provisórios 2003 2004 Fonte: TAPDK e Registos Tekel Enquanto que o consumo de cigarros a nível mundial baixou em 4% no período entre 1990 e 1999, na Turquia aumentou em 52%, de 73,27 biliões de unidades para 111,5 biliões de unidades. Nos últimos 5 anos o consumo de cigarros tem estagnado por volta das 110 biliões de unidades. Funcionamento do Mercado de Tabaco e da Legislação sobre o Tabaco na Turquia Lei n.°1177 sobre Tabaco e o Monopólio de Tabaco de 1969 era a lei que estabelecia vária regras relativas à produção e ao comércio de tabaco até 2001. Esta legislação trazia graves limitações às áreas nas quais tabaco era cultivado; tabaco não podia ser cultivado sem licença, não podia ser transportado sem um documento para esse fim e os produtores tinham que obedecer a uma série de regras que determinavam onde e quando as sementeiras podiam ser preparadas, e os produtores eram obrigados a estar em contacto permanente com a Tekel durante todas as fases de produção. Esta lei não previa o planeamento da produção, nem a introdução de um sistema de quotas, pelo qual não eram impostas limitações ao número de pessoas que se candidatavam à produção de tabaco. Quando a produção de tabaco turco ultrapassou as necessidades de consumo doméstico e de exportações e os stocks aumentaram, um sistema de quotas foi finalmente implementado em 1994 e manteve-se em vigor até 2001. Lei n.° 4733, passada em 2002, deixa muitos aspectos por regulamentar e o mercado manteve-se portanto em relativa liberdade. Os aspectos mais importados abordados por essa lei foram as alterações à ordem de comercialização dos tabacos e a eliminação de sistemas de apoio. Esta lei permitiu que o cultivo por contrato, bem como o sistema de leilões, se tornassem viáveis na Turquia. Esta lei também estabelecia que o tabaco comprado aos produtores devia ser registado nos centros de venda de tabaco ou na TAPDK (Autoridade para a Regulamentação de Tabaco, Produtos de Tabaco e Bebidas Alcoólicas); os tabacos que se encontram em conformidade com os parâmetros definidos podem ser comprados e vendidos a nível nacional e podem ser transportados e exportados. A TAPDK foi criada para monitorizar e regulamentar o mercado enquanto que a Tekel se prepara para ser privatizada. A produção de tabaco turca funcionou através de um sistema de garantia de aquisição durante anos, querendo isto dizer que em vez de lhes serem assegurados preços com prémios, os produtores tinham a garantia que a Tekel iria comprar todo o tabaco que tinham produzido. A eliminação deste tipo de compra subsidiada acarretou novos riscos comerciais; enquanto que previamente nenhum tabaco ficava nas mãos do produtor, hoje esse risco existe e só pode ser evitado através da produção por contrato. Embora o sistema de leilões ofereça maior independência ao produtor, também significa que um produtor nunca saiba qual o volume de tabaco que irá conseguir vender. As incertezas associadas com os leilões estão a impedir alguns produtores de recorrerem a esta prática. O ano 2002 foi difícil para os produtores de tabaco por estes ainda estarem habituados a um sistema que garantia a compra da totalidade da sua produção. Os produtores tiveram que aguardar durante meses para vender o tabaco contratado e ainda o tabaco que tinham produzido sem contrato ou para além das quantidades fixadas no contrato. Acabaram por conseguir vender o tabaco, embora a preços muito baixos. Em 2003 problemas semelhantes voltaram a surgir pois as empresas não compraram qual- Junio 2005 | 49 quer tabaco produzido sem contrato. Apenas duas companhias optaram por comprar pequenas quantidades por leilão. Como resultado grande parte da colheita ficou nas mãos dos produtores. A Acessão da Turquia à UE Dados o desejo e a determinação da Turquia se tornar membro da UE, o governo já adoptou várias regulamentações do Conselho e da Comissão sobre o Tabaco. De facto, essas regulamentações foram incluídas no Programa Nacional para conseguir a harmonização da legislação turca com a da EU. Tendo agora a possibilidade de produzir por contrato, as únicas diferenças que persistem entre o sector de tabaco turco e o europeu são as seguintes: - Na Turquia não existem apoios especiais aos produtores de tabaco e a ajuda directa ao rendimento foi fixada a uns meros 90•/ ha; - Existe uma falta extrema de legislações que regulamentem a produção de tabaco não-contratual; - As vendas por leilão e por contrato foram introduzidas praticamente ao mesmo tempo, sem que houvesse um sistema de quotas e as vendas por leilão quase não existem; - Na Turquia não existem estruturas de controlo para monitorizar a produção de tabaco e os pagamentos subsequentes aos produtores. Assim, apesar de já não existir uma diferença significativa entre os mecanismos de produção de tabaco na UE e na Turquia, existem lacunas no sector de tabaco turco que precisam de ser preenchidas; enquanto que a UE ainda fornece apoios aos seus produtores e oferece regulamentações e estruturas institucionais que ajudam a implementar esses mecanismos de apoio, a Turquia ainda tem que se organizar para atingir esse objectivo. Porém, tudo isso não invalida que a Turquia tenha capacidade para harmonizar as suas legislações com as da EU. O Futuro do Sector de Tabaco Turco O Mercado de tabaco turco começou o novo milénio com mudanças radicais. Apesar da produção ter diminuído, estabilizou por volta das 150 mil toneladas e é previsível que este nível se mantenha a curto e médio prazo. Analisando as perspectivas deste mercado a longo prazo, é claro que existem oportunidades e desafios que precisam de ser enfrentados. Visto que a posição dominante da Tekel tem enfraquecido, o mercado tem-se tornado cada vez mais competitivo. Porém, enquanto que nos anos 70 a Turquia tinha 59 empresas das quais podia comprar tabaco, esse número baixou para 12. 50 O funcionamento harmonioso do Mercado está comprometido pela existência de empresas que dominam o Mercado com o seu elevado poder negocial. Mesmo assim, existe a possibilidade da Turquia se tornar uma base de produção de cigarros, sobretudo a partir do momento em que a quinta empresa começar a operar. Por isso, a Turquia deverá conseguir manter os seus volumes de produção ou até aumentá-los. Em relação à procura por tabaco Oriental para o mercado doméstico, pode-se esperar uma queda, especialmente tomando em conta a privatização da Tekel e as mudanças nas preferências dos consumidores. Oportunidades poderão surgir para o sector de tabaco turco por causa da Organização Comum do Mercado de Tabaco não Processado da EU. Subsídios para produtores de tabaco irão futuramente ser desligados da produção. Particularmente na Grécia isto irá causar um declínio visível na produção de tabaco Oriental. Mais, alterações iminentes nos gostos dos consumidores, particularmente a preferência por cigarros tipo americano em grandes mercados como por exemplo a China, irão engendrar um aumento na procura por tabaco Oriental pelo mundo fora. Como maior exportadora e produtora de tabaco Oriental, a Turquia poderá usufruir desta oportunidade e aumentar a sua produção de Oriental. Do lado negativo, a idade média de produtores de tabaco está a aumentar e está a tornar-se sempre mais difícil motivar a população mais jovem a iniciar-se na produção de tabaco, visto que a produção de tabaco Oriental é difícil e requer mão-de-obra intensiva. Por conseguinte, em dada altura tornar-se-á complicado encontrar produtores suficientes para manter os níveis de produção actuais. Considera-se ainda que os produtores de tabaco turcos não estão suficientemente organizados para que o sector de tabaco possa funcionar sem percalços. Existem apenas poucos agricultores que são membros activos de cooperativas de produtores e ainda assim, essas organizações ainda não funcionam tão eficientemente como deveriam. Assim, o produtor encontra-se indefeso face aos contratos que têm que assinar com as grandes empresas. Esta situação também contribui para desincentivar potenciais produtores novos a se dedicarem ao cultivo de tabaco. Além do mais, o aumento rápido na produção de tabaco Oriental em certos países asiáticos como a China ou o Quirguistão pode ser considerado uma ameaça ao sector de produção de tabaco Oriental turco. Apesar de ser vital monitorizar-se futuros desenvolvimentos em mercados emergentes, o know-how dos produtores turcos e a qualidade do seu tabaco oferecem alguma garantia para a viabilidade do futuro do mercado de tabaco turco. Junio 2005 | 51 52