"Worksite Health International" (V.3.I.2)

Transcrição

"Worksite Health International" (V.3.I.2)
Publicação da International Association for Worksite Health Promotion
Saúde no Local de Trabalho Internacional
Avançando a Comunidade Global de Profissionais de Promoção de Saúde no Local de Trabalho
Volume 3, No. 2
Uma Entrevista com Wolf Kirsten
A
umentar o banco de dados de filiação
da IAWHP, especialmente fora dos EUA.
As oportunidades são imensas.
F
ortalecer o elo com a comunidade
acadêmica e tornar os alunos cientes
dos benefícios de se envolverem com
a IAWHP.
Wolf Kirsten, MS, Presidente
“International Health Consulting”
Berlim, Alemanh
C
ontatar organizações internacionais
importantes e fazer parcerias com elas.
A
umentar e melhorar muitos dos re-
cursos já fornecidos pela IAWHP como,
por exemplo, o curso de certificação
online, webinars (seminários pela web),
newsletter, etc.
WHI: O que fez com que você se envolvesse com promoção de saúde no
local de trabalho?
WK: Sendo um atleta, eu sempre me
interessei por esportes e educação física.
A faculdade que cursei na Universidade
do Alabama em Birmingham me levou a
concentrar-me cada vez mais em educação
e promoção de saúde. Meu primeiro estágio foi em promoção de saúde no local de
trabalho e, desde então, eu fiquei fascinado
pelas oportunidades de melhoria da saúde
e qualidade de vida das pessoas no local
de trabalho.
WHI: Como Presidente da IAWHP, o
que você gostaria de realizar durante
seu mandato?
WK: Acima de tudo, eu vou dar o melhor
de mim para elevar a IAWHP a um nível
mais elevado e torná-la mais significativa
globalmente. Eu acho que temos uma
ótima base e, com uma equipe talentosa
a bordo, eu realmente acredito que
podemos chegar lá. Especificamente
pretendo:
WHI: : Em países onde a medicina é
socializada, a promoção de saúde no
local de trabalho é menos predominante ou esses programas têm um foco
diferente?
WK: Promover saúde no local de trabalho
é uma tendência global, o que é muito
animador. Alguns países como Finlândia,
Singapura, ou Brasil, reconheceram os
muitos benefícios da promoção de saúde
no local de trabalho antes do que os outros
e são mais ativos. Há um tremendo
crescimento na Ásia, onde o conceito de
bem-estar foi recebido com entusiasmo
por muitos empregados. Em outras regiões,
como Oriente Médio ou África, a conscientização sobre estilos de vida saudáveis e
responsabilidade individual precisa ser
ampliada. Dadas as tendências alarmantes
de doenças crônicas, estou convencido de
que haverá crescimento.
WHI: A IAWHP recentemente apoiou o
“Total Worker Health” desenvolvido pela
NIOSH. O que é esse modelo e porque
ele é diferente dos típicos programas de
saúde ocupacional?
WK: Há um menor incentivo direto para
investir em promoção de saúde no local
de trabalho nos países em que o estado
fornece muitos benefícios de saúde e também carrega o peso dos custos. Entretanto,
isso está mudando rapidamente com o
aumento das pesquisas e comprovação
do quanto os programas podem ter um
impacto significativo na produtividade,
na moral dos empregados e na imagem
da corporação. Além disso, em muitos
países, os benefícios de saúde fornecidos
pelo Estado estão aumentando em custos
e diminuindo em alcance.
WHI: De uma perspectiva internacional, onde está o maior aumento
e/ou interesse em saúde no local
de trabalho?
Para mais informações acesse:: www.iawhp.org
WK: Para alguns empregadores, a integra-
ção de segurança e saúde ocupacional com
promoção de saúde no local de trabalho
não é novidade. Porém, numa perspectiva
global, há grande necessidade de maior
integração, uma vez que muitos programas
de saúde ocupacional concentram-se
apenas em proteger a saúde do empregado.
Fico feliz em constatar que NIOSH esteja
insistindo no modelo ! Total Worker
Health”, especialmente porque ele se alinha
com o modelo “Local de Trabalho Saudável” da Organização Mundial de Saúde
(OMS), o qual é mais abrangente e também
incorpora as áreas de responsabilidade
social e psicossocial no ambiente de
trabalho.
Entrevista–continuação da página 1.
WHI: Retorno total do investimento continua a ser
o teste decisivo para muitas organizações americanas quando avaliam os programas de promoção
de saúde no local de trabalho. Qual a importância
do retorno do investimento em outros países do
Ocidente?
WK: Nos EUA, os programas tendem a estar sob maior
pressão para fornecer justificativa financeira do investimento por eles requerido. Fora dos EUA, esse conceito
pode ser visto como excessivo, uma vez que um investimento em promoção de saúde tipicamente se justifica
por resultados positivos, assim como: produtividade,
engajamento e retenção, ao invés de focalizar puramente no retorno financeiro. Eu penso que a seguinte
citação de um diretor de saúde corporativa na Europa,
vai bem diretamente ao ponto: “Há uma grande diferença entre retorno do investimento nos EUA e fora dos
EUA. Nos EUA o retorno de investimento recebe muita
atenção, mas em outros lugares, nossa expectativa se
limitaria a empatar.” Isso se reflete na pequena quantidade de pesquisas dedicadas ao retorno de investimento, realizadas fora dos EUA. Ainda que reconheça
fortemente as realidades do mundo dos negócios, eu
pessoalmente acredito que seja bom para nossa área
nos afastarmos um pouco do foco em retorno dos
investimentos
WHI: Engajamento de saúde, definido como práticas de saúde complementares e sustentadoras,
continua a ser o grande desafio dos programas,
especialmente quando se objetiva populações de
alto-risco. Isso não inclui a obtenção de resultados
desejados. Como as empresas abordam as baixas
taxas de engajamento dos empregados?
WK: Globalmente, há muitas estratégias e métodos
diferentes para abordar o desafio do engajamento.
As empresas frequentemente procuram encontrar uma
única técnica que seja a melhor, o que não existe. Parece
que nos EUA, muitos empregadores colocam todos os
ovos em uma mesma cesta como, por exemplo, fornecer
incentivos financeiros. Isso acontece em um grau muito
menor fora dos EUA. Minha experiência tem sido que,
sem o apoio ativo da liderança mais graduada da
empresa — além de aprovar os orçamentos- e sem o
envolvimento dos empregados desde o início, incluindo
aspectos como pesquisas de necessidades, comitês com
representação dos empregados, cooperação com
conselhos de trabalho e assim por diante, não há chance
de obter um engajamento sustentador. Infelizmente,
eu várias vezes trabalhei com empregadores que não
tinham nenhum desses itens ou tinham meramente
um ou outro.

Worksite Health: Volume 3, No. 2
Mensagem do Presidente
O corpo diretivo da IAWHP conduziu sua primeira reunião de planejamento
estratégico, na sede da HealthPartners, em Minneapolis, Minnesota, nos
dias 21 e 22 de Agosto. No primeiro dia, nós nos concentramos em obter
uma visão do ambiente geral do espaço de promoção de saúde no local
de trabalho e revisitamos a missão da IAWHP, seus objetivos e metas.
No segundo dia, nosso foco foram iniciativas específicas que:
M
elhoram e expandem a experiência do associado — fornecendo valores
aos profissionais de saúde no local de trabalho.
O
portunidades poderosas de expandir a visibilidade e a influência internacional da IAWHP nas áreas de políticas de saúde no local de trabalho,
pesquisa e “advocacy”.
E
xplorar mercados e modelos de serviços que: ampliam o número de
membros da IAWHP e facilitam a colaboração entre as principais partes
interessadas e formadores de opinião no campo de promoção de saúde
no local de trabalho.
Baseadas nos itens acima, equipes de projetos desenvolveram e apresentaram recomendações específicas, itens de ações preliminares e responsabilidades. As seguintes iniciativas gerais estão sendo consideradas e vão
requerer estudos adicionais, cartas de entendimento/concordância,
e aprovação do corpo diretivo:
A
purar as categorias de membros e tabelas de filiação
 Expandir nossa estrutura de membros a fim de abarcar indivíduos,
organizações e instituições acadêmicas/de pesquisa.
E
xplorar potenciais de oportunidades para rápida expansão dos membros
da IAWHP internacionalmente, incluindo a indicação de cadeiras regionais.
F
ornecer um programa de certificação básica em bem-estar no local de
trabalho.
F
ornecer aos membros maiores oportunidades internacionais de integração.
 Explorar programas de ação colaborativos que dariam à IAWHP acesso
a uma central de base de dados das melhores práticas de saúde no local
de trabalho.
Em nome do corpo diretivo da IAWHP, nós estamos entusiasmados com
o potencial de oportunidades existentes para melhoria da experiência de
membro, expansão de nossa presença internacional e aumento da colaboração entre as organizações, ao invés da competição, na área da saúde no
local de trabalho.
Resumo do Profissional
Usando Análise “D.A.T.” Para Projetar Programas
George J. Pfeiffer, MSE, FAWHP
P
ara projetar um programa é aconselhável basear-se em dados objetivos, coletados apropriadamente e aferidos através
de pré-avaliação, interpretação e priorização de elementos identificados do programa (ex: liderança, políticas, benefícios,
apoio ambiental, comunicações, intervenções), usando técnicas padronizadas de solução de problemas e planejamento.
Baseado nesses critérios, o processo de projetar programas torna-se mais efetivo e oferece os seguintes benefícios:
A
linha os elementos do programa com as metas e objetivos
F
ornece maior integração entre programas
C
oncentra investimentos/recursos que têm maior valor
G
era maior participação e engajamento
A
lcança melhores resultados
Um simples teste decisivo para avaliar o valor total de uma iniciativa que está sendo planejada, antes de implementar o verdadeiro
projeto: isso é conduzir o que chamo de uma análise “DAT”.
Análise “DAT”
ORIENTADO A DADOS
D
ecisões sobre o projeto são baseadas em dados confiáveis (ex: pré-avaliação)
O
projeto é fundamentado em planejamento apropriado (ex: priorização, recursos)
E
lementos do projeto podem ser medidos objetivamente para calcular sua eficácia.
ALINHADO
A
s decisões do projeto estão alinhadas com a cultura e os negócios da organização
A
s decisões do projeto estão alinhadas com metas e objetivos específicos (ex: promover engajamento)
A
s decisões do projeto são integradas com todo o modelo do programa (ex: saúde da população)
Testado
A
s decisões do projeto são (preferencialmente) baseadas
em evidências
O
s elementos do projeto são previamente testados (ex: grupos
focos, pilotos)
C
om base em pré-testes, os elementos do projeto podem
ser refinados, reconstruídos ou abandonados
Ao utilizar a Análise D.A.T., os profissionais têm meios
padronizados para avaliar rapidamente se uma iniciativa
proposta está baseada em evidências científicas e processos
de planejamento. Assim procedendo, o verdadeiro processo
de projetar um programa fica mais proximamente alinhado
com as metas e objetivos gerais da organização.
Worksite Health: Volume 3, No. 2

Programando
Coaching como parte Integral
da Promoção de Saúde no Local de Trabalho
Ajudando as pessoas a mudar através de coaching, usando entrevistas
motivacionais e planejamento personalizado
Terry Karjalainen PhD, RN
Estudo de Caso
Introdução
A
maioria dos profissionais nos campos de bem-estar
e promoção de saúde, e/ou cuidados de saúde, compreendem as dificuldades e valorizam as mudanças
obtidas em comportamentos de saúde. O processo para efetuar
mudança de comportamento inicia-se com a Avaliação de Riscos de Saúde (ARS), a qual tem sido, nesse mercado, o instrumento escolhido para medir o risco e probabilidade de futura
doença. Em geral, a ARS é usada para compilar uma análise de
riscos, usando medidas biométricas, tais como pressão arterial,
peso/IMC, glicose no sangue e colesterol; práticas comportamentais autodeclaradas tais como nível de atividade física e uso
de tabaco e álcool; e medidas de percepção tais como satisfação
com a vida e a saúde.
Os participantes de programas de promoção de saúde
recebem os resultados da ARS, os quais mostram seus riscos.
E depois? Deixa-se que os participantes usem seus próprios
meios? Os estudos mostraram que adotar a ARS isoladamente
não tem influência significativa na mudança do engajamento
de saúde e situação de risco. Porém, é comum que os programas
se baseiem unicamente na ARS, ou talvez na ARS combinada
com triagem biométrica, mas sem contar com uma interpretação integrada/componente de coaching. Como resultado,
o valor do investimento relativo na triagem de risco é reduzido
e os momentos de educação para engajamento de saúde são
perdidos. Por outro lado, através da implementação de uma
interpretação integrada/ componente de coaching, os momentos de ensino podem ser capturados e colocados em ação,
aumentando assim o valor do investimento da organização.
O seguinte estudo de caso mostra uma abordagem relativamente simples para integrar coaching de saúde no local de
trabalho com um sistema de avaliação de riscos de saúde já
existente, a qual é parte de um abrangente programa de promoção de saúde no local de trabalho. Assim, aproveita-se
o coaching de saúde ‘no local’ para obter melhores resultados.

Worksite Health: Volume 3, No. 2
Criando um Sistema de Triagem de Riscos
de Saúde
Uma empresa cliente acrescentou coaching de saúde a seu
processo de triagem ‘no local’. Esse local oferece anualmente
triagem de saúde que inclui ARS com exames biométricos,
entrega imediata de resultados e, agora, uma consulta com
um educador de saúde.
Enquanto o programa anterior oferecia os elementos
comuns da maioria dos programas de bem-estar/promoção
de saúde, o novo programa passou a focalizar mais fortemente
na “pessoa,” e isso melhorou os resultados.
A Tabela 1, abaixo, compara o programa anterior ao atual,
cuja abordagem é mais abrangente e personalizada.
Tabela 1
PROGRAMA ANTERIOR
PROGRAMA COM COACHING
DE SAÚDE NO LOCAL, INCENTIVOS, E RASTREAMENTO
ARS/triagem biométrica
com acompanhamento,
‘no local’ apenas no momento da triagem
ARS/triagem biométrica com
coaching formal no local
ARS oferecido online
ARS oferecido online. Incentivos
oferecidos para aumentar a
participação e coaching no local
Sem coaching formal
Coaching com avançada plataforma de monitoramento
Sem incentivos formais
Incentivos para ARS/triagem
biométrica e coaching, e para
participação em programas de
bem-estar
Programas de Bem-estar
Incentivos para participação em
programas de bem-estar
Monitoramento da ARS
no local/triagem biométrica e participação na
ARS online
Monitoramento da ARS/triagem
biométrica, ARS online e médico/
biometria, participação em coaching, participação em programas
de bem-estar e incentivos
Na reunião inicial, o coach de saúde revisa os resultados
da ARS e começa a conversa que se concentra na “percepção”
do participante de seu estado e nível de risco. Em geral, entender
essa percepção irá facilitar a abertura do diálogo sobre o verdadeiro estado de risco do participante e, assim, receber informações importantes sobre seu comportamento de saúde. Tracking
Uma vez que o coach tenha determinado o nível de conhecimento sobre esses riscos de saúde, o(a) participante irá escolher
o risco que ele/ela pretende diminuir, e como isso será feito. Juntos, eles vão desenvolver uma estratégia para melhoria da saúde
— um plano de ação — baseado nos interesses e preferências do
participante.
Monitoramento
Outro importante acréscimo ao programa foi o monitoramento de interações de coaching. Foi criada uma “plataforma”
de monitoramento para ligar a ARS com as interações de coaching, a qual permitiu acesso a informações sobre riscos de saúde.
Os profissionais de coaching foram capazes de monitorar as
interações de coaching de cada participante, seu nível de risco
e as anotações que documentam as conversas e/ou assuntos. Os
incentivos, outro grande acréscimo do programa, também foram
monitorados nessa plataforma.
O Papel da Mudança de Comportamento em
Coaching
Mudança de comportamento é a chave para melhoria da
saúde e, é preciso que o coach ajude o participante a fazer as
mudanças necessárias no comportamento e faça uma abordagem mais pessoal às questões relativas a satisfação com a vida.
O coach também pode ajudar o participante a desenvolver uma
clara compreensão de seu estado de saúde e capacidade de melhorá-la; assim também melhorando a percepção dele ou dela
de sua saúde — ou auto eficácia.
Uma parte importante da interação de coaching é desenvolver um plano de ação personalizado para o participante.
A fase da “ação” é o passo mais importante na mudança de
comportamento; também é o mais difícil. Os resultados desse
programa indicaram que coaching de saúde é efetivo para motivar o participante a agir, o que é demonstrado pela melhoria
indicadores de fatores de risco.
Impacto do Coaching de Saúde nos Riscos
Uma comparação dos resultados da ARS ano a ano mostraram mudanças mais favoráveis nos números de fatores de risco
quando coaching foi acrescentado ao programa de participação.
Nessa população, os que participaram somente da ARS
(N=753) foram comparados aos que participaram da ARS
com coaching (N=1194), e as mudanças nos níveis de risco
foram anotadas. Para aqueles que participaram somente da
ARS, o número de fatores de risco aumentou 29,6% comparado
a 20,8% para os que participaram da ARS somada a coaching.
Nesses mesmos grupos, a porcentagem dos fatores de risco que
diminuiu foi de 36,4% comparada a 38,9% respectivamente.
Também foi medido o nível de estado de risco. Nessa mesma população, houve uma maior migração para uma categoria
de baixo risco entre os que receberam coaching (7,9%) do que
entre aqueles que não receberam coaching (3,8%); para médio
risco, (-4,4%) para os que receberam coaching, (-2.2%) para os
que não tiveram coaching; e para alto risco, (-3.4%) para os que
tiveram coaching, (-1.5%) para os que não tiveram. Essas observações estão alinhadas com o ponto de vista de Dee Edington’s
que é “não piorar,” com base no qual, evitar que o baixo risco
migre para médio ou alto risco é a moeda corrente de qualquer
programa.
Parece claro que uma maior participação em coaching
resultou em maior porcentagem de participantes migrando
para o grupo de baixo risco e para fora dos grupos de médio
e alto riscos.
Isso, portanto, apoia a ideia de que coaching individual
dá o suporte necessário para o processo de mudança de comportamento que ajuda o participante a se comprometer a fazer essa
difícil mudança.
Acrescentando Coaching a seu Programa
A importância de coaching personalizado parece clara;
ele pode ser acrescentado a qualquer programa de bem-estar,
e sua eficácia pode ser medida através da comparação dos resultados da ARS, como foi demonstrado. Embora tenha sido uma
prática comum medir os resultados em termos de prevalência
de fatores de risco e das mudanças no perfil, medir outros componentes do programa é menos comum. Portanto, é importante
entender a necessidade de incluir o processo de coaching nessas
mensurações.
Para que o coaching atinja efeito total:
R
eduzir barreiras de acesso para coaching de saúde por meio
do fornecimento de opção ‘no local’, ao invés de outras modalidades — telefônica e/ou somente online.
O
ferecer ARS no local com triagem biométrica e imediata
avaliação de resultados, de modo a apoiar e capitalizar sobre
o “momento de ensino.”
O
ferecer coaching personalizado o ano todo; 2 a 4 semanas
depois da triagem inicial para uma revisão detalhada (estabelecer intenção, estabelecer metas, responder perguntas),

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
Programando–continuação da página 5.
um acompanhamento posterior, de 3 a 6 meses (verificação
de progresso) e, mais tarde ao longo do ano (para manutenção). Isso perfaz 3 a 4 sessões de coaching em 12 meses —
independentemente do risco. (É bom lembrar: o objetivo
é manter o baixo risco como baixo risco!)
A
crescentar e integrar os dados de coaching ao seu sistema
de avaliação
M
edir e comparar a influência do coaching na migração
dos riscos e no estado dos riscos.
A
dicionar as tendências de custos a cada ano, incluindo
coaching - participação, medidas e avaliação.
O coaching deve:
R
evisar resultados de ARS e, através de perguntas abertas,
avaliar o conhecimento relativo a riscos de saúde dos
participantes.
P
ermitir perguntas, comentários e fornecer informação
educativa para levar “para casa”.
D
ocumentar resumidamente a conversação da sessão de
coaching; incluindo o nível de conhecimento, conceitos
errôneos, necessidade de mais informação e nível de risco
geral dos resultados da ARS.
P
edir ao participante que escolha o risco a ser melhorado
e ajudá-lo a desenvolver um plano de ação.
D
ocumentar o plano de ação do participante e o nível
de prontidão para mudança.
M
arcar e documentar uma consulta de acompanhamento.

Worksite Health: Volume 3, No. 2
Conclusão e Recomendações
Há muitas estratégias usadas em coaching e muitas envolvem técnicas de entrevista motivacional e a compreensão do
modelo trans-teórico de estágios de mudança comportamental.
O coach deve ser bem versado nessas teorias e técnicas através
de sua educação formal e/ou certificação; porém, o componente
mais importante de coaching é a abordagem personalizada. É
a empatia e parceria estabelecida individualmente com seu “cliente” que realmente faz a diferença. Por essas razões, concluímos
que seja efetivo e importante fornecer esse suporte de coaching
de saúde ‘no local’.
Embora, entender seu estado de saúde e nível de risco seja
um bom primeiro passo, partir para a ação a fim de melhorar
a sua saúde é um passo muito maior e mais importante; é um
passo que pouquíssimas pessoas podem dar sozinhas. Fornecer
uma abordagem personalizada e suporte ao longo do ano,
aparentemente faz uma diferença substancial na capacidade
do participante de mudar seu comportamento de saúde.
Esse estudo é preliminar e mais pesquisas sobre esses dados
estão em curso; entretanto, as conclusões iniciais parecem claras.
Se o objetivo de seu programa é fazer uma melhoria substancial
no nível de risco de sua população, recomendamos que se
forneça uma abordagem pessoal para mudança de comportamento, através de programas de suporte no local e mensuração
contínua dos resultados do programa. Mudança é difícil. Mudar
comportamentos de saúde a muito praticados requer mudar
a maneira de pensar sobre a saúde, e isso requer forte apoio.
Internacional
Quais são as Empresas mais Saudáveis na África do Sul?
Wolf Kirsten, M.S., International Health Consulting
Á
frica do Sul é uma país em desenvolvimento cujos desafios de saúde são significativos. A crise de HIV/AIDS está
bem documentada, e tem um impacto significativo no
local de trabalho. Menos conhecido internacionalmente, porém,
é o aparecimento de doenças não transmissíveis causadas por
mudanças no estilo de vida e comportamento, mais notoriamente hipertensão, colesterol alto, obesidade e diabetes. Embora
certo número de empregadores — principalmente as empresas
grandes e multinacionais — tenham programas bem-sucedidos
que focalizam a prevenção e informação sobre HIV/AIDS, a
promoção de saúde no local de trabalho sul-africana ainda está
em seus estágios iniciais.
crônicas devido a escolhas de estilo de vida, níveis de doenças
crônicas, níveis de motivação para mudança de comportamentos, níveis de estresse e capacidade de administrar o estresse,
comparando à idade vital média.
A fim de enfatizar a necessidade de abordagens mais
abrangentes, além de verificação e monitoramento, ao longo
do tempo, assuntos de saúde importantes na África do Sul,
o “Healthy Company Index” foi desenvolvido em 2010 pela
Discovery Health, a Universidade de Cape Town, a Universidade
de Witwatersrand, e o Dr. Ron Goetzel (Diretor do Instituto
de Estudos de Saúde e Produtividade da Universidade Emory).
Especificamente, os a pesquisa avaliou:
H
ábitos de alimentação mais saudáveis
o
impacto das doenças crônicas ligadas a estilo de vida nas
empresas sul-africanas.
 a prevalência das instalações de bem-estar, nos locais de trab-
alho sul-africanos.
 a té que ponto os empregados sul-africanos se engajam nas
atividades e comportamentos saudáveis.
u
ma estimativa de quantos empregados sul-africanos correm
risco de contrair doenças crônicas ligadas a estilo de vida.
O Processo de Pesquisa
Os empregados das empresas participantes completaram
um questionário sobre sua saúde, hábitos de estilo de vida,
e níveis de estresse. Em seguida, cada empregado recebeu
um relatório, resumindo seus maiores riscos de saúde e um
indicador de “idade vital.” Idade vital é uma idade baseada nos
riscos, em relação a uma pessoa saudável com a mesma idade
cronológica, que se baseia em: índice de massa corporal, nível
de exercício, hábitos de alimentação, estado de fumo, consumo
de álcool e níveis de estresse.
Cada empregador recebeu um relatório resumindo os
riscos gerais dos empregados no que se refere a contrair doenças
Com os dados gerados, os empregadores tiveram a oportunidade de conferir seus níveis com aqueles dos outros empregadores em sua área de negócios.
O que foi apurado nessa pesquisa indicou uma lista anual
de vencedores nas seguintes categorias:
E
mpresa mais saudável
L
ocal de trabalho mais saudável
M
elhor forma física (IMC)
M
otivação mais saudável para melhoria da saúde
M
aior conhecimento de saúde
M
ais isento de fumo
A
mbiente de trabalho mais propício
M
ais fisicamente ativo
África do Sul: Importantes
Fatores de Saúde
• A expectativa de vida no momento do nascimento é de
apenas 53,5 anos para pessoas do sexo masculino e 57,2
anos para pessoas do sexo feminino.
• Ocorrência de AIDS em adultos (de 15 a 49 anos) é estimada
em 10,6% (5,21 milhões).
• 29,8% da população masculina e 54,9% da população
feminina está obesa e acima do peso.
• 26,5% das crianças menores de 7 anos passaram fome
em algum momento do ano devido a pobreza.
• 27,5% das pessoas do sexo masculino e 9,1% das pessoas
do sexo feminino consome tabaco.
• Os sul-africanos consomem mais de 5 bilhões de litros
de bebidas alcoólicas por ano, o que perfaz 120 litros
por pessoa por ano.
• A região do cabo na África do Sul tem os maiores índices
registrados de síndrome alcoólica fetal (SAF) no mundo:
122 por 1.000 nascimentos vivos.
Fonte:Perspectivas Globais em Promoção de Saúde no Local de Trabalho, 2011
Para saber quais são as empresas mais saudáveis, acesse: http://www.healthycompanyindex.co.za.
7

Worksite Health: Volume 3, No. 2

Pesquisa Aplicada
Promoção de Saúde no Local de Trabalho para o Século XXI: Parte 2
Dee Edington, PhD and Thomas Golaszewski EdD
E
m nosso último debate, foi introduzido o tema da avaliação de promoção de saúde no local de trabalho no século
XXI. Tomando emprestado o conselho do futurista Alvin
Toffler que diz: deve-se buscar as soluções no futuro e não no
passado, nós nos focalizamos na avaliação de riscos de saúde
(ARS), talvez a ferramenta mais estabelecida dessa área, e examinamos suas limitações. A Parte 2 dá continuidade a esse debate,
oferecendo sugestões selecionadas sobre como a ARS pode ser
aprimorada, enquanto ferramenta de mensuração e recolocada
na estratégia de avaliação do século XXI.
As ARSs atuais são claramente melhores do que suas
predecessoras, com novas características tais como avaliação
do estado de mudança, capacidade de utilizar vários idiomas,
relatórios individuais adaptados e coleta de dados online. Esses
novos acréscimos são bem-vindos, mas o que a próxima geração
de ARS poderia incluir? E, mais importante, como seus resultados podem ser usados de maneira mais efetiva? Aqui está uma
amostra das ideias que podem ser aplicadas.
O futuro da ARS pode começar com uma ênfase menor
em fatores de risco de saúde e um menor foco em intervenções
baseadas neles. O nível de saúde individual é a foco da abordagem. Subsequentemente, tomando emprestada a terminologia
usada na avaliação de qualidade de vida (Renwick, Brown & Nagler, 1996), um novo nome se faz necessário; talvez Avaliação do
Estado de Saúde (AES). Dois fatores definem o estado de saúde:
função, uma combinação de capacidades físicas e cognitivas; e
emoções ou percepções. Portanto, estado de saúde é representado por uma confluência de indicadores de desempenho que descrevem o funcionamento humano em múltiplas dimensões, tais
como capacidade aeróbica, força e equilíbrio, e dimensões cognitivas, como a memória, solução de problemas e criatividade. As
emoções de uma pessoa também são igualmente importantes e
são medidas ao longo de um continuum múltiplo; por exemplo,
de ansioso a contente; deprimido a animado; sofrido a confortável; ou de exausto a energético. Muitos desses aspectos são
obtidos por meio de novas mini-escalas previamente avaliadas e
testadas, ao invés das questões relativas a um só item atualmente
usadas nas ARS que medem domínios cognitivos.
humanos pode concentrar-se em
satisfação no trabalho ou na vidaA
área de treinamento corporativo
poderá incluir medidas de capacidade cognitiva, e assim por diante.
Dois fatores definem
estado de saúde: função,
uma combinação de
capacidades físicas e
Em algum momento, os
cognitivas; e sentimentos
dados são compartilhados com
os provedores de saúde, os
ou percepções.
quais acrescentam os resultados
padronizados de laboratório
e exames. Assim, a AES é multidimensional e estabelece um elo
entre promoção de saúde no local de trabalho e assistência médica
tradicional. E, mais importante, funcionamento e emoções são
seus indicadores chave e se tornam linhas de tendências paralelas
e interativas. Idealmente, elas melhoram durante o início da vida
produtiva e se mantêm até adiantada meia idade.
A identificação de riscos continua sendo um objetivo de avaliação, porque o risco pode comprometer a performance e os aspectos
emocionais. O risco individual diminui como ponto focal, tanto da
avaliação como da intervenção. Entretanto, a medida que a performance e a saúde emocional melhoram, provavelmente o risco
se estabilizará, se não diminuir. Além disso, a intervenção não está
unicamente baseada no indivíduo. É dada atenção considerável, se
não maior, a mudanças no ambiente social, na estrutura organizacional, na comunidade e nas políticas públicas, porque tudo isso
influencia nosso desempenho e nossas emoções.
*Referência: Renwick, R., Brown, I. & Nagler, M. (Eds.). (1996). Qualidade
de vida em promoção de saúde e reabilitação: Abordagens conceituais,
questões e aplicações. Thousand Oaks, CA: Sage Publications.
Com os avanços eletrônicos em coleta e armazenamento de
dados, o processo de AES é contínuo ao longo de toda a vida de
trabalho. Os resultados são mantidos em um banco de dados seguro e são constantemente atualizados. Por exemplo, a academia
de ginástica da empresa pode fornecer medidas de desempenho
físico. O programa de assistência ao empregado (“EAP”) oferece
informações psicossociais, enquanto o departamento de recursos

Worksite Health: Volume 3, No. 2

8
[email protected]
Saúde no Local de Trabalho Internacional
Avançando a Comunidade Global de Profissionais de Promoção de Saúde no Local de Trabalho
Exercício “World Café” na cúpula da IAWHP
em Las Vegas, no dia 27 de março.
IAWHP Corpo Editorial
Editor Senior
George J. Pfeiffer, MSE, FAWHP
EDITORES ASSOCIADOS
Susan M. Bailey, MS, CHES, IC®
William B. Baun, EPD, FAWHP
Dee W. Edington, PhD
Thomas Golaszewski, EdD
John Harris, MEd, FAWHP
Wolf Kirsten, MS
Garry M. Lindsay, MPH, CHES
Brenda Loube, MS, FAWHP
Lauve M. Metcalfe, MS, FAWHP
Takashi Muto, MD, PhD
Nicolaas Pronk, PhD
Phillip Smeltzer, MS
Neil Sol, PhD, FAWHP
PRODUÇÃO
Catalina McChesney, layout/design gráfico
Worksite Health é publicado trimestralmente
e serve como publicação oficial da Associação
Internacional de Promoção de Saúde no Local
de Trabalho (International Association for Worksite Health Promotion - IAWHP). Perguntas relativas a admissão podem ser dirigidas a George J.
Pfeiffer, Editor Senior, pelo endereço eletrônico:
[email protected].
MISSÃO DA IAWHP
Informação dos Autores
Wolf Kirsten, MS
Presidente, Consultoria de Saúde Internacional
(International Health Consulting)
Berlim, Alemanha
[email protected]
George J. Pfeiffer, MSE, FAWHP
Presidente, The WorkCare Group, Inc.
[email protected]
de trabalho, através de informação de alta
Dee W. Edington, PhD
Presidente
Edington Associates
[email protected]
oportunidades de fazer contatos em rede.
Nós gostaríamos de agradecernossos patrocinadores:
WorkCare Group, Inc.
sionais de promoção de saúde no local
Thomas Golaszewski, EdD
A Faculdade de Brockport–SUNY
[email protected]
Terry Karjalainen PhD, RN
Diretor, Research & Outcomes
Soluções de Saúde
[email protected]
The
Avançar a comunidade global de profis-
qualidade, serviços, atividades educativas,
desenvolvimento pessoal e profissional e
Para mais informações acesse:
www.iawhp.org
International Association for Worksite Health Promotion,
401 West Michigan Street
Indianapolis, IN 46202