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Resumo de dissertação de mestrado apresentada ao programa de ciências morfológicas da UFRJ em Abril de 2011 – Bruna da Silveira Paulsen Geração de modelo para o estudo do desenvolvimento neural em esquizofrenia utilizando células-tronco humanas de pluripotência induzida (iPS) RESUMO A esquizofrenia pode ser definida como uma doença do neurodesenvolvimento que provoca mudanças no processamento dos pensamentos, percepções e emoções, geralmente levando a uma deterioração e embotamento afetivo. Alguns estudos têm demonstrado uma resposta alterada ao estresse oxidativo na esquizofrenia, no entanto, a maior parte do conhecimento foi gerada a partir de análises em cérebros post-mortem, e ainda alguns resultados são de estudos com células não neurais. Esse trabalho descreve que células neurais derivadas de células-tronco de pluripotência induzida (iPS) geradas a partir de fibroblastos da pele de um paciente esquizofrênico apresentam aumento de 2 vezes nos níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS) quando comparadas aos controles. Esta diferença nos níveis de ROS foi revertida pelo estabilizador de humor, ácido valpróico. Nosso modelo demonstra evidências de que mudanças de ROS durante a neurogênese estão associadas à esquizofrenia, o que contribui para uma melhor compreensão do desenvolvimento da doença. Além disso, foi possível destacar potenciais alvos para o tratamento e triagem de novos fármacos. ABSTRACT Schizophrenia has been defined as a neurodevelopmental disease that causes alterations in the way thoughts, perceptions and emotions are processed, usually leading to neurological deterioration and affective blunting. Previous studies have associated an abnormal response to oxidative stress to the genesis of schizophrenia. Nevertheless, most data supporting this notion were obtained from analyses of postmortem brains or even of non-neural tissues. In this work we report the successful establishment of induced pluripotent stem cells (iPSs) from fibroblasts of a schizophrenic patient and a healthy donor. Neurons differentiated from the patient’s iPS presented a 2-fold increase in the levels of reactive oxygen species (ROS) when compared to the control. The increased level of ROS was reversed by addition of the mood stabilizer, valproic acid. Our model shows evidence that changes in the ROS balance during neurogenesis can be associated to schizophrenia. In addition, it contributes to a better understanding of the development of the disease and it allows identification of potential targets for treatment and drug screening.