B - SPMN - Sociedade Portuguesa de Medicina Nuclear | SPMN

Transcrição

B - SPMN - Sociedade Portuguesa de Medicina Nuclear | SPMN
XIII
CONGRESSO
NACIONAL
DE MEDICINA
NUCLEAR
Grande Real Villa Itália
Cascais . Portugal
25 a 27 NOV. 2011
Programa
SOCIEDADE PORTUGUESA
DE MEDICINA NUCLEAR
Presidente do Congresso
Guilhermina Cantinho
Comissão Organizadora
Presidente: Lucília Salgado
Cristina Loewenthal
Helena Pena
Maria Teresa Rézio
Sophia Pintão
Comissão Científica
Presidente: João Pedroso de Lima
Ana Isabel Santos
Carla Capelo
Durval Campos Costa
Filomena Botelho
Gracinda Costa
Hugo Duarte
Jorge Isidoro
Lina Vieira
Maria do Rosário Vieira
Teresa Faria
Teresa Martins
02
XIII
CONGRESSO
NACIONAL
DE MEDICINA
NUCLEAR
Grande Real Villa Itália
Cascais . Portugal
25 a 27 NOV. 2011
É com grande prazer que vos recebemos na aprazível cidade de Cascais durante a realização do
Congresso Nacional de Medicina Nuclear.
Como Presidente do Congresso apresento-vos as boas vindas desejando que no final guardem uma
boa recordação destes 3 dias de Novembro passados em conjunto num espaço propicio à reflexão e
troca de informação.
A área cientifica a que nos dedicamos está em grande agitação resultante dos enormes
desenvolvimentos metodológicos que se observam nos nossos dias.
Embora a Tomografia de positrões (PET) possa ser considerado o motor de todo o desenvolvimento
desde a Instrumentação à Radiofarmácia, outros temas são abordados.
É minha convicção que a abordagem dos diferentes campos da Medicina Nuclear desde os
convencionais aos mais recentes, não esquecendo a grande importância do controlo de qualidade,
irá despertar em todos nós um entusiasmo crescente, embora sempre modelado pelo nosso espírito
critico.
Renovo os desejos duns dias agradáveis em resultado do grande esforço desenvolvido pela
comissões organizadora e cientifica a quem expresso os meus agradecimentos.
Guilhermina Cantinho
(Presidente do Congresso)
03
25
NOV
8h30|9h30
6ª Feira - Manhã
COMUNICAÇÕES ORAIS - PET
SALA
B
Moderador: João Pedroso de Lima (Coimbra)
8h30
CO 01 - CAPTAÇÃO DE 18F-FDG EM LINHAS CELULARES DE CARCINOMA
HEPATOCELULAR: CORRELAÇÃO COM A EXPRESSÃO DE GLUT-1 E GLUT-3
AF Brito1, AM Abrantes1, CC Matos2, AC Gonçalves3, AB Sarmento-Ribeiro3,
JG Tralhão4, MF Botelho1
( 1-Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética
e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal , 2-Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina,
Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal ,
3-Grupo de Biologia Molecular Aplicada e Hematologia, Centro de Investigação em
Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal , 4-Serviço de Cirurgia III dos
Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; Unidade de Biofísica,
IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal )
8h38
CO 02 - GLUT-1 COMO ALVO TERAPÊUTICO NO CARCINOMA
HEPATOCELULAR: PAPEL DA CITOCALASINA-B
F Veríssimo1, AF Brito2, AM Abrantes2, JG Tralhão3, MF Botelho2
( 1-Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal , 2-Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio
Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal , 3-Serviço de Cirurgia III dos
Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; Unidade de Biofísica,
IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal )
8h46
CO 03 - ACÇÃO DA QUERCETINA NO CARCINOMA HEPATOCELULAR –
ESTUDOS COM 18F-FDG
M Ribeiro1, AF Brito2, AM Abrantes2, AC Gonçalves3, AB Sarmento-Ribeiro3,
JG Tralhão4, MF Botelho2
( 1-Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal , 2-Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio
Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal , 3-Grupo de Biologia Molecular
Aplicada e Hematologia, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e
Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal , 4-Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal; Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina da
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal )
8h54
CO 04 - CORRELAÇÃO ENTRE ESTUDOS IN VIVO E IN VITRO DE CAPTAÇÃO
DE 18F-FDG EM DIFERENTES TIPOS DE CANCRO DA MAMA
Mónica Casanova Martins1, Carolina Matos2, Ana Margarida Abrantes2,
Ana Catarina Mamede2, Paula Lapa1, Gracinda Costa1, João Pedroso de Lima1,
Maria Filomena Botelho3
( 1-Serviço de Medicina Nuclear - Hospitais da Universidade de Coimbra ,
2-Unidade de Biofísica, IBILI, CIMAGO, Faculdade de Medicina - Universidade de
Coimbra , 3-Unidade de Biofísica, IBILI, CIMAGO, ICNAS, Faculdade de Medicina Universidade de Coimbra )
04
25
NOV
8h30|9h30
6ª Feira - Manhã
COMUNICAÇÕES ORAIS - FÍSICA
SALA
A
Moderador: Fernando Godinho (Lisboa)
8h30
CO 05 - WBR / XPRESS3 VALIDAÇÃO DO ALGORÍMO XPRESS3/WBR NOS
ESTUDOS CARDÍACOS COM 123I-MIBG
Helena Pena1, Guilhermina Cantinho1, Pedro Gonçalves2, Marco Pinheiro2,
António Marques1, Fernando Godinho1
( 1-Atomedical, SA & IMN-FML, 2-Atomedical, SA )
8h38
CO 06 - WBR / XPRESS3 VALIDAÇÃO DO ALGORÍTMO XPRESS3/WBR NOS
ESTUDOS DA PERFUSÃO DO MIOCARDIO
Helena Pena1, Guilhermina Cantinho1, Sergio Figeiredo2, Paulo Gomes2,
Hermínia Chester1, Fernando Godinho1
( 1-Atomedical, SA & IMN-FML , 2-Atomedical, SA )
8h46
CO 07 - RADIOPROTECÇÃO E CONTROLO DA QUALIDADE NA
IMPLEMENTAÇÃO DA TERAPÊUTICA COM MICROESFERAS DE ÍTRIO-90
Teresa Sofia Reis, Ana Luísa Carvalho, Ana Rita Figueira, Vera Pimentel Batel,
Ana Oliveira, Patrícia Oliveira, Jorge G. Pereira
( Centro Hospitalar de São João E.P.E )
8h54
CO 08 - DOSIMETRIA INDIVIDUAL INTERNA DE PROFISSIONAIS NUM
SERVIÇO DE MEDICINA NUCLEAR
Sónia Chin, Gabriela Cardoso, Ana Isabel Santos
( Serviço de Medicina Nuclear - Hospital Garcia de Orta, EPE )
9h02
CO 09 - EXEMPLO DE ANÁLISE DE CURVAS ACTIVIDADE/TEMPO DE CORPO
INTEIRO OBTIDAS EM DOENTES COM CARCINOMA DIFERENCIADO DA
TIRÓIDE (CDT) DURANTE O INTERNAMENTO PARA TRATAMENTO COM I-131
Paulo Gil1, Jorge Isidoro2, Gracinda Costa2, João Pedroso de Lima2
( 1-Serviço de Medicina Nuclear dos Hospitais da Universidade de Coimbra , 2-S/S )
SALA
9h30|10h00
10h00|10h30
SESSÃO DE ABERTURA
Café
05
A
25
NOV
10h30|12h30
6ª Feira - Manhã
SALA
PAPEL DA MEDICINA NUCLEAR NA INFECÇÃO/
INFLAMAÇÃO
A
Moderadores: Luís Oliveira (Lisboa), Teresa Martins (Lisboa)
Infecção osteo-articular: o ponto de vista do Ortopedista
Luís Abreu (Lisboa)
Patologia vascular inflamatória: o ponto de vista do Internista
João João Mendes (Lisboa)
Infecção cardio-vascular: o ponto de vista do Cirurgião
José Fragata (Lisboa)
Leucócitos marcados: uma nova velha técnica
Ana Paula Moreira (Coimbra)
PET-CT em infecção/inflamação
Susana Carmona (Almada)
10h30|12h30
INVESTIGAÇÃO NA PRÁTICA DAS TECNOLOGIAS DE
MEDICINA NUCLEAR
SALA
B
Moderadores: Margarida Abrantes (Coimbra), Filipa Lucena (Lisboa)
Práticas Actuais em Medicina Nuclear e Contribuição do Técnico na
sua Optimização
Diana Neves (Leiria)
Estimativa da Dose Absorvida na Tiróide, como órgão crítico, em cintigrafias
com 123I e Na99mTcO4 - por métodos de Monte Carlo e Modelos Biocinéticos:
Um contributo na área da Dosimetria Interna em Medicina Nuclear
Bruno Martins (Lisboa)
Contributo para a optimização dos estudos Gated-SPECT
Lina Vieira (Lisboa)
Segmentação, Reconstrução e Quantificação 3D-Aplicação em Imagem
Funcional e Metabólica
Diogo Faria (Porto)
12h30|14h30
SIMPÓSIO/ALMOÇO COVIDIEN
RESTAURANTE
BELVEDERE
Moderador: Jorge Gonçalves Pereira (Porto)
The challenge of neuroendocrine tumors imaging: the present and future >
role of In111-Pentetreotide in the PET era
Palestrantes: Frederic Courbon (Toulouse), Luís Oliveira (Lisboa)
12h30|14h30
Almoço
06
25
NOV
14h30|16h30
6ª Feira - Tarde
SALA
CARDIOLOGIA NUCLEAR
A
Moderador: Teresa Faria (Porto)
Cardiologia Nuclear - Indicações
Elisabete Martins (Porto)
Cintigrafia de Perfusão do Miocárdio - da aquisição das imagens ao relatório
Helena Pena (Lisboa)
Perspectivas Futuras
Ana Oliveira (Porto)
14h30|16h30
PAPEL DA MEDICINA NUCLEAR NOS TUMORES
NEUROENDÓCRINOS
SALA
B
Moderadores: Sofia Semedo (Coimbra), Orlando Soares (Porto)
Que perguntas tem a clínica para a Medicina Nuclear?
Maria João Bogalho (Lisboa)
Medicina Nuclear Convencional
Ana Paula Moreira (Coimbra)
Radiofármacos PET
Hugo Duarte (Porto)
Peptide Receptor Radionuclide Therapy (PRRT)
Hugo Duarte (Porto)
16h30|17h00
Café
17h00|18h30
UTILIZAÇÃO DE RADIOFÁRMACOS PARA
RECEPTORES EM DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA
SALA
Moderador: Carla Capelo (Porto)
Isótopos radioactivos para marcação de péptidos
João Santos (Porto)
Afinidades de marcação - moléculas existentes e perspectivas futuras
Antero Abrunhosa (Coimbra)
Peptides Radiolabeling - the use of automated modules
Clemens Decristoforo (Innsbruck)
07
A
25
NOV
17h00|18h30
6ª Feira - Tarde
COMUNICAÇÕES ORAIS - ONCOLOGIA
SALA
B
Moderador: Jorge Gonçalves Pereira (Porto)
17h00
CO 10 - INCIDENTALOMAS DA TIROIDEIA EM PET-18F-FDG
Pedro Ratão, Ângelo Silva, Hugo Carvalho, Teresa C. Ferreira, Carla Oliveira,
Lucília Salgado1
( Serviço de Medicina Nuclear do Instituto Português de Oncologia de Lisboa
Francisco Gentil, EPE )
17h08
CO 11 - PET EM TUMORES DE ORIGEM DESCONHECIDA – O QUE ESPERAR?
Hugo Carvalho, Teresa C. Ferreira, Carla Oliveira, Ângelo Silva, Pedro Ratão,
Lucília Salgado
( Serviço de Medicina Nuclear do Instituto Português de Oncologia de Lisboa
Francisco Gentil, EPE )
17h16
CO 12 - PET-CT COM 18F-FDG PARA A AVALIAÇÃO DE RECIDIVA DE TUMORES DO
TIMO
André H. Dias1, Cristina Loewenthal2, Maria Rosário Vieira2
( 1-Serviço de Medicina Nuclear do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE ,
2-Hospital da Luz )
17h24
CO 13 - RESULTADOS INICIAIS DA UTILIZAÇÃO DE PET/CT COM 18F-COLINA
EM DOENTES COM CARCINOMA DA PRÓSTATA
Joana Correia, Paula Lapa, Gracinda Costa, João Pedroso de Lima
( Serviço de Medicina Nuclear - Hospitais da Universidade de Coimbra )
17h32
CO 14 - VALOR PROGNÓSTICO DA PET/CT COM 18F-FDG NO REESTADIAMENTO PÓS-CIRÚRGICO DE TUMORES DO ESTROMA
GASTROINTESTINAL
Joana Correia1, Paula Lapa1, Gracinda Costa1, João Pedroso de Lima1
( 1Serviço de Medicina Nuclear - Hospitais da Universidade de Coimbra )
17h40
CO 15 - PAPEL DA PET/CT COM 18F-FDG NA DETECÇÃO DE ENVOLVIMENTO
DA MEDULA ÓSSEA NO ESTADIAMENTO DO LINFOMA DE HODGKIN
Joana Correia, Paula Lapa, Gracinda Costa, João Pedroso de Lima
( Serviço de Medicina Nuclear - Hospitais da Universidade de Coimbra )
17h48
CO 16 - ADEQUAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO COMBINADA DE FNA-F18 E FDGF18 PARA DETECÇÃO DE LESÕES NEOPLÁSICAS COM PET/CT. RESULTADOS
PRELIMINARES
Paula Lapa1, João Pedroso de Lima1, Rafael Macedo1, Joana Correia1, Jorge Isidoro1,
Cristina Frutuoso2, Raquel Silva1
( 1-Serviço de Medicina Nuclear - Hospitais da Universidade de Coimbra , 2-Serviço
de Ginecologia - Hospitais da Universidade de Coimbra )
18h30
PROGRAMA SOCIAL
Visita ao Museu - Biblioteca Condes Castro Guimarães,
orientada pelo Exmo. Sr. Conservador Dr. José António Proença
08
26
NOV
8h30|10h00
Sábado - Manhã
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
SALA
A
Moderadora: Lucília Salgado (Lisboa)
8h30
CO 17 - CINTIGRAFIA ÓSSEA: QUE PAPEL NO ESTADIAMENTO INICIAL DO
CARCINOMA DA MAMA?
Ângelo Silva1, Carlos Gaspar2, André Dias2, Hugo Carvalho1, Pedro Ratão1,
Ana Daniel1, Carla Oliveira1, Teresa C. Ferreira1, Lucília Salgado1
( 1-Serviço de Medicina Nuclear do Instituto Português de Oncologia de Lisboa
Francisco Gentil, EPE , 2-Serviço de Medicina Nuclear do Centro Hospitalar de
Lisboa Ocidental, EPE )
8h38
CO 18 - RADIOEMBOLIZAÇÃO INTRA-ARTERIAL SELECTIVA HEPÁTICA EXPERIÊNCIA DO SERVIÇO
Ana Oliveira1, Patrícia Oliveira1, Paulo Vilares Morgado2, Renato Bessa de Melo3,
Jorge G. Pereira1
( 1-Serviço de Medicina Nuclear - Hospital de São João , 2-Serviço de Radiologia Hospital de São João, 3-Serviço de Cirurgia - Hospital de São João )
8h46
CO 19 - INFLUÊNCIA DO PESO E DIMENSÕES DAS GLÂNDULAS
PARATIRÓIDES HIPERFUNCIONANTES NO RESULTADO DA CINTIGRAFIA
COM 99MTC-SESTAMIBI (CPS) EM SITUAÇÕES DE HIPERPARATIROIDISMO
PRIMÁRIO
Tiago Saraiva, João Pedroso de Lima, Gracinda Costa, Anabela Albuquerque,
Joana Correia
( Serviço de Medicina Nuclear dos Hospitais da Universidade de Coimbra )
8h54
CO 20 - 177LU-DOTA-TATE NO TRATAMENTO DE TUMORES
NEUROENDÓCRINOS: EXPERIÊNCIA INICIAL
Inês Lucena Sampaio, Lúcia Costa, João Pedro Teixeira, Fátima Lopes,
Orlando Soares, Inês Ruiz, Carla Capelo, Raquel Martins, Joana Couto, Hugo Duarte
( IPO-Porto )
9h02
CO 21 - CONTRIBUIÇÃO DA TOMOGRAFIA PARA A IDENTIFICAÇÃO DE
TECIDO PARATIROIDEU HIPERFUNCIONANTE
Joaquim G. Santos, Susana Carmona, Ana Prata, Joaquim Araújo Sequeira,
Isabel Nascimento, Ana Isabel Santos
( Hospital Garcia de Orta )
9h10
CO 22 - NÓDULOS QUENTES INESPERADOS EM DOENTES COM TSH
NORMAL OU AUMENTADA
Rodolfo Silva, Rafael Macedo, Joana Correia, Anabela Albuquerque,
Gracinda Costa, João Pedroso de Lima
( Serviço de Medicina Nuclear dos Hospitais da Universidade de Coimbra )
9h18
CO 23 - LINFOCINTIGRAFIA NA PESQUISA DO GÂNGLIO SENTINELA DE LESÃO
MAMÁRIA – CORRELAÇÃO COM O ESTADIAMENTO PATOLÓGICO SEGUNDO A
7ª EDIÇÃO DA AJCC
Pedro Quaresma, Paula Colarinha
( Grupo Multidisciplinar de Patologia Mamária do Hospital Cuf Descobertas )
09
26
NOV
8h30|10h00
Sábado - Manhã
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
SALA
B
Moderadora: Filomena Botelho (Coimbra)
8h30
CO 24 -ESTUDO DA REGENERAÇÃO HEPÁTICA, POR MÉTODOS
CINTIGRÁFICOS, EM DOENTES IDOSOS SUBMETIDOS A HEPATECTOMIA
A Fernandes1, JG Tralhão2, AM Abrantes3, B Oliveiros4, M Ferreira1, MF Botelho3,
F Castro e Sousa5
( 1-Serviço de Gastrenterologia do CHC, EPE , 2-Serviço de Cirurgia III dos
Hospitais da Universidade de Coimbra; Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de
Medicina da Universidade de Coimbra , 3-Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de
Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de
Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal , 4-Unidade de Biofísica,
IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra , 5-Serviço de Cirurgia III
dos Hospitais da Universidade de Coimbra )
8h38
CO 25 -UTILIZAÇÃO DO PERTECNETATO DE SÓDIO (99MTCNAO4) NA
AVALIAÇÃO DA SELAGEM APICAL DO MTA EM DENTES IMATUROS
MM Ferreira1, AM Abrantes2, T Afonso1, Lusitana1, MF Botelho2
( 1-Área de Medicina Dentária, Faculdade de Medicina da Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal , 2-Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação
em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal )
8h46
CO 26 -COMPARAÇÃO ENTRE OS VALORES DE TFG OBTIDOS PELOS
MÉTODOS DE GATES E DE RUSSELL EM DOENTES COM FUNÇÃO RENAL
DIMINUÍDA. IMPACTO DA ALTERAÇÃO DA FORMA DA REGIÃO DE
INTERESSE DE FUNDO
Rodolfo Silva, Paulo Gil, Jorge Isidoro, Isilda Ferreira, Ana Paula Moreira, Gracinda
Costa, João Pedroso de Lima
( Serviço de Medicina Nuclear dos Hospitais da Universidade de Coimbra )
8h54
CO 27 -AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA LAQUEAÇÃO DA ARTÉRIA ESPLÉNICA
APÓS HEPATECTOMIA MAJOR NA FUNÇÃO E NA VIABILIDADE
HEPATOCELULAR
JG Tralhão1, AM Abrantes2, AC Gonçalves3, AC Mamede4, AF Brito2, D Cardoso5,
B Oliveiros6, R Martins5, J Oliveira5, A Pereira5, S Martins5, M Fernandes5,
AB Sarmento-Ribeiro3, MF Botelho2, F Castro e Sousa7
( 1-Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra,
Portugal; Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal , 2-Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação
em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal , 3-Grupo de Biologia Molecular
Aplicada e Hematologia, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e
Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal , 4-Unidade de Biofísica, IBILI, CIMAGO, Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; CICS-UBI, Centro de Investigação em
Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal , 5-Clinica
Universitária de Cirurgia III, Serviço de Cirurgia III, HUC , 6-Unidade de Biofísica,
IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra , 7-Serviço de Cirurgia III
dos Hospitais da Universidade de Coimbra )
10
26
NOV
Sábado - Manhã
8h30|10h00
COMUNICAÇÕES ORAIS - - MEDICINA NUCLEAR
SALA
B
( Continuação )
9h02 CO 28 -CINÉTICA DA REGENERAÇÃO HEPÁTICA APÓS HEPATECTOMIA E
SUA CORRELAÇÃO COM A AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO HEPATOCELULAR POR
MÉTODOS RADIOISOTÓPICOS
JG Tralhão1, AM Abrantes2, C Carvalho3, I Portela3, B Oliveiros4, D Cardoso5,
MF Botelho2, F Castro e Sousa6
( 1-Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra,
Portugal; Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal , 2-Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação
em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal , 3-Clinica Universitária de Cirurgia III,
Serviço de Cirurgia III, HUC , 4-Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal , 5-Departamento de Medicina Nuclear,
HUC , 6-Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra,
Portugal )
9h10 CO 29 - ESTUDO DO IMPACTO DA CLAMPAGEM SELECTIVA DA ARTÉRIA
HEPÁTICA NA FUNÇÃO HEPATOCELULAR NO MODELO ANIMAL COM FÍGADO
NORMAL
JG Tralhão1, AM Abrantes2, C Carvalho3, I Portela3, M Laranjo2, B Oliveiros4,
D Cardoso5, AC Gonçalves6, AB Sarmento-Ribeiro6, MF Botelho2, F Castro e Sousa7
( 1-Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra,
Portugal; Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal , 2-Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação
em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal , 3-Clinica Universitária de Cirurgia III,
Serviço de Cirurgia III, HUC , 4-Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal , 5-Departamento de Medicina Nuclear,
HUC , 6-Grupo de Biologia Molecular Aplicada e Hematologia, Centro de
Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de
Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal , 7-Serviço de Cirurgia III
dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal )
9h18 CO 30 - CAPTAÇÃO DE 99MTC-TOC E 117LU-DOTATATE POR CÉLULAS MIA
PACA-2 – RESULTADOS PRELIMINARES
R Gradiz1, AM Abrantes2, AC Mamede3, A Mota-Pinto1, MF Botelho2
( 1-Laboratório de Patologia Geral, Faculdade de Medicina, Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal , 2-Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação
em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal , 3-Unidade de Biofísica, IBILI,
CIMAGO, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal;
CICS-UBI, Centro de Investigação em Ciências da Saúde, Universidade da Beira
Interior, Covilhã, Portugal )
10h00|10h30
Café
11
26
NOV
Sábado - Manhã
SALA
10h30|12h30
MEDICINA NUCLEAR EM PEDIATRIA
A
Moderadores: Manuel Faria João (Coimbra), Sofia Pinho Bastos (Porto)
Hidronefrose neonatal: diagnóstico e seguimento clínico
Margarida Abranches (Lisboa)
Renografia Diurética: Estado da Arte
Ana Isabel Santos (Almada)
PET-CT em Oncologia Pediátrica
João Pedro Teixeira (Porto)
10h30|12h30
CARCINOMA DIFERENCIADO DA TIRÓIDE. QUANDO
AS COISAS COMEÇAM A CORRER MAL …
SALA
B
Moderadores: Gracinda Costa (Coimbra), Edward Limbert (Lisboa)
Iodo-131: quando ainda é uma opção…
Gracinda Costa (Coimbra)
Novas modalidades de tratamento: que opções?
Valeriano Leite (Lisboa)
Métodos de imagem: que opções?
Lutz S. Freudenberg (Essen)
Dosimetria: é uma opção?
Lutz S. Freudenberg (Essen)
12h30|14h30
SIMPÓSIO/ALMOÇO PHILIPS
RESTAURANTE
BELVEDERE
Whole body PET/ MR. The PHILIPS approach
Palestrante: Oliver Weber, Ph.D. (Clinical Scientist, Philips Healthcare, Spain)
12h30|14h30
Almoço
12
26
NOV
14h30|16h30
Sábado - Tarde
MEDICINA NUCLEAR NA DECISÃO TERAPÊUTICA
EM ONCOLOGIA
SALA
A
Moderador: Maria do Rosário Vieira (Lisboa)
Comentadores: J. Reis Santos (Lisboa), Daniel Sousa (Lisboa),
Luís Rosa (Lisboa)
PET-CT na avaliação do cancro de próstata. Indicação no estadiamento
inicial vs na recidiva bioquímica.
Cristina Loewenthal (Lisboa)
PET-CT nos tumores da cabeça e pescoço. Novos marcadores de avaliação
de hipoxia. Vantagens no planeamento para Radioterapia.
Paula Colarinha (Lisboa)
PET-CT na avaliação de doença extra-hepática dos tumores do cólon e recto.
Carlos Carvalho (Lisboa)
14h30|16h30
SALA
POSTERS - PO 01 A PO 24
PO
POSTERS P1
Moderadora: Gracinda Costa (Coimbra)
POSTERS P2
Moderadora: Teresa Martins (Lisboa)
POSTERS P3
Moderadora: Teresa Faria (Porto)
15h30
16h30|17h00
17h00
SALA
AG DA ORDEM DOS MÉDICOS
B
Café
SALA
AG DA SPMN
A
13
27
NOV
9h30|11h00
Domingo - Manhã
COMUNICAÇÕES ORAIS - CARDIOLOGIA/PNEUMOLOGIA
SALA
A
Moderadora: Guilhermina Cantinho (Lisboa)
9h30
CO 31 - ANÁLISE DE FASE EM GATED SPECT. CARACTERIZAÇÃO NO BCRE
Guilhermina Cantinho1, Helena Pena1, Inês Magno2, Ana Graça2, Elvira Fonseca2,
Fernando Godinho1
( 1Atomedical, SA & IMN-FML , 2Atomedical, SA )
9h38
CO 32 - ASSOCIAÇÃO ENTRE DENSIDADE MINERAL ÓSSEA E DEFEITOS DE
PERFUSÃO DO MIOCÁRDIO NUMA POPULAÇÃO DE DOENTES COM ARTRITE
REUMATÓIDE
Tiago S. Vieira1, Miguel Bernardes2, Elisabete Martins3, Patrícia Oliveira1,
Georgina Terroso2, Ana Oliveira1, Teresa Faria1, Maria Berta Perez1,
Francisco Ventura2, Jorge G. Pereira1
( 1-Serviço de Medicina Nuclear - Hospital de São João , 2-Serviço de Reumatologia
- Hospital de São João , 3Serviço de Cardiologia - Hospital de São João )
9h46
CO 33 - CINTIGRAFIA CARDÍACA COM MIBG-I-123 NA DOENÇA DE FABRY RESULTADOS PRELIMINARES
Ana Oliveira1, Teresa Faria1, Elisabete Martins2, João Paulo Oliveira3,
Francisco Rocha-Gonçalves2, Jorge G. Pereira1
( 1-Serviço de Medicina Nuclear - Hospital de São João , 2-Serviço de Cardiologia Hospital de São João , 3Serviço de Nefrologia - Hospital de São João )
9h54
CO 34 - CINTIGRAFIA PULMONAR NO ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS
COM ESTENOSE DA ARTÉRIA PULMONAR
André H. Dias1, Margarida Matos Silva2, Rui Anjos2, Sophia Pintão1,
Fernando Maymone Martins2, Teresa Martins1
( 1-Serviço de Medicina Nuclear do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE ,
2-Serviço de Cardiologia Pediátrica do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE )
10h02
CO 35 - VALOR DA CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO DO MIOCÁRDIO COM GATED
SPECT NA DESSINCRONIA VENTRICULAR EM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Joana Correia1, Maria João Cunha1, Maria João Ferreira2, Nuno Cabanelas2,
Luís Santos2, Anabela Albuquerque1, Ana Paula Moreira1, Gracinda Costa1,
Luís Providência2, João Pedroso de Lima1
( 1-Serviço de Medicina Nuclear - Hospitais da Universidade de Coimbra , 2-Serviço
de Cardiologia - Hospitais da Universidade de Coimbra )
10h10
CO 36 - AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA INICIAL DE UM SERVIÇO DE MEDICINA
NUCLEAR NA REALIZAÇÃO DE CINTIGRAFIA DE VENTILAÇÃO E PERFUSÃO
PULMONAR EM MODO TOMOGRÁFICO
Joaquim G. Santos, Susana Carmona, Joaquim Araújo Sequeira, Ana Prata,
Ana Isabel Santos
( Hospital Garcia de Orta )
10h18
CO 37 - VALOR PREDITIVO POSITIVO DA CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO DO
MIOCÁRDIO EM DOENTES EM AVALIAÇÃO PRÉ-TRANSPLANTE RENAL
Rodolfo Silva1, Nuno Cabanelas2, Maria João Cunha1, Maria João Ferreira2,
Gracinda Costa1, Luís Augusto Providência2, João Pedroso de Lima1
( 1-Serviço de Medicina Nuclear dos Hospitais da Universidade de Coimbra ,
2-Serviço de Cardiologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra )
11h00|11h30
Café
14
27
NOV
11h30|13h00
Domingo - Manhã
AUDITORIA CLÍNICA - QA VS QC
Moderador: Durval C. Costa (Porto)
Introdução
Durval C. Costa (Porto)
Ponto de vista da Ordem dos Médicos
Álvaro Beleza (Ordem dos Médicos)
Ponto de vista da UEMS-EBNM
Amparo Garcia-Burillo (Barcelona)
Exemplo prático de Auditoria Clínica num serviço público
Teresa Ferreira (Lisboa)
Exemplo prático de Auditoria Clínica num serviço privado
José Manuel Oliveira (Porto)
13h00
ENCERRAMENTO E ENTREGA DE PRÉMIOS
AOS MELHORES TRABALHOS
15
SALA
A
16
XIII
CONGRESSO
NACIONAL
DE MEDICINA
NUCLEAR
Grande Real Villa Itália
Cascais . Portugal
COMUNICAÇÕES ORAIS
25 a 27 NOV. 2011
SOCIEDADE PORTUGUESA
DE MEDICINA NUCLEAR
25 de Novembro de 2011
08:30/09:30 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - PET
Moderador: João Pedroso de Lima (Coimbra)
CO1- CAPTAÇÃO DE 18F-FDG EM LINHAS CELULARES DE CARCINOMA
HEPATOCELULAR: CORRELAÇÃO COM A EXPRESSÃO DE GLUT-1 E GLUT-3
AF Brito1,AM Abrantes1, CC Matos2, AC Gonçalves3, AB Sarmento-Ribeiro3, JG Tralhão4,
MF Botelho1
1
Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia
(CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 2Unidade de
Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal; 3Grupo de Biologia Molecular Aplicada e Hematologia, Centro de
Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 4Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina
da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
Introdução: A tomografia por emissão de positrões (PET) com 18F-FDG permite a detecção de
processos que decorrem com aumento da glicólise. Este radiofármaco entra nas células
principalmente através do GLUT-1 e do GLUT-3 membranares. Por outro lado, sabe-se que o
aumento da expressão de GLUT-1 está associado a tumorigénese especialmente no Carcinoma
Hepatocelular (CHC). No entanto, o mesmo tipo histológico de tumor pode apresentar diferentes
valores de captação de 18F-FDG, o que poderá estar relacionado com as diferenças existentes na
expressão de GLUT’s e com o perfil genético dos tumores.
Objectivos: Determinar o perfil de captação de 18F-FDG em três linhas celulares humanas de
CHC, com diferente perfil genético da proteína p53. Estabelecer uma correlação entre a
captação, a expressão de GLUT-1 e GLUT-3 e a expressão de p53.
Materiais e Métodos: Foram utilizadas três linhas celulares humanas de CHC: HepG2
(expressão normal de p53), HuH7 (p53 mutada – mutação homozigótica localizada no codão 220
(Phe®Cys;) e Hep3B2.1-7 (não expressa p53). Para os estudos de captação, incubaram-se
suspensões das três linhas celulares com 18F-FDG, das quais foram retiradas amostras em
diferentes períodos de tempo. O pellet e o sobrenadante foram separados, e a actividade medida
num contador de poço apropriado. Os níveis proteicos de GLUT-1 e GLUT-3 membranares e
citoplasmáticos foram determinados por citometria de fluxo.
Resultados: Verificou-se que a linha Hep3b2.1-7 que não expressa p53 é aquela que apresenta
maior captação de 18F-FDG, apesar de apresentar uma expressão diminuída de GLUT-1 e de
GLUT-3. A linha celular HuH7 apresenta um perfil de captação intermédio, apresentando uma
interessante expressão membranar de GLUT-1. A linha celular HepG2 é aquela que tem uma
captação menor e, por sua vez, a expressão membranar de GLUT-1 e GLUT-3 é bastante inferior
à expressão citoplasmática o que pode ser justificação para a diminuída captação.
Conclusões: Estes resultados sugerem que o perfil de captação de 18F-FDG está intimamente
correlacionado com a expressão de p53 e de GLUT’s. Esta correlação pode ser útil quando se
avaliam por PET doentes com carcinoma hepatocelular.
Trabalho financiado pela FCG (Projecto nº 96442)
19
25 de Novembro de 2011
08:30/09:30 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - PET
Moderador: João Pedroso de Lima (Coimbra)
CO2 - GLUT-1 COMO ALVO TERAPÊUTICO NO CARCINOMA HEPATOCELULAR: PAPEL
DA CITOCALASINA-B
F Veríssimo1, AF Brito2, AM Abrantes2, JG Tralhão3, MF Botelho2
1
Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra,
Portugal; 2Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e
Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal;
3
Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; Unidade
de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
Introdução: O carcinoma hepatocelular (CHC) tem actualmente uma grande expressão,
representando entre 70 a 85% do total de casos de cancro do fígado a nível mundial e
apresentando uma elevada taxa de mortalidade. O prognóstico da doença não é dos mais
favoráveis e o tempo de sobrevida é reduzido. Não estão definidas terapias específicas para o
CHC, e as aplicadas actualmente são pouco eficazes. Alguns estudos indicam que a expressão
de transportadores de glucose, principalmente GLUT-1, se encontra modificada nas células de
CHC. Dada a estreita relação que existe entre o fígado e o metabolismo glicolítico, e a avidez de
glucose das células cancerígenas, o GLUT-1 surge como perspectiva de um alvo terapêutico.
Alguns autores demonstraram que a citocalasina-B é um potencial inibidor dos transportadores
de glucose, tornando-se importante estudar o seu potencial terapêutico no CHC.
Objectivo: O objectivo deste trabalho experimental foi avaliar o efeito da citocalasina-B como
agente citotóxico numa linha celular de CHC humano (Huh7). Pretendeu-se também observar o
efeito deste composto na captação de 18F-FDG.
Métodos: Foi estudado o efeito citotóxico da citocalasina-B através do teste de MTT, incubando
as células com diferentes concentrações deste composto e fazendo variar os tempos de
incubação, de modo a calcular o valor do IC50 (concentração inibitória média). Assim a linha
celular em estudo foi cultivada em meios com baixo e com elevado teor de glucose de modo a
realizar os estudos de captação com 18F-FDG. Para avaliar o efeito de inibição da captação deste
radiofármaco pela da citocalasina-B as células foram pré-incubadas com este composto (11µM e
5,5µM) durante 24 horas.
Resultados: Observou-se que a citocalasina-B induz uma diminuição na proliferação celular da
linha HuH7, sendo possível encontrar os valores de IC50 (IC50=15,39µM às 48 horas de
incubação). Verificou-se também que em qualquer das condições experimentais, quando as
células são pré-incubadas com citocalasina-B, os valores de influxo obtidos são inferiores aos
das células sem incubação.
Discussão/Conclusão: Podemos afirmar que a citocalasina-B possui a capacidade de inibir a
captação deste radiofármaco nesta linha celular, e por analogia ser capaz de inibir a captação de
glucose. Este composto apresenta também capacidade de inibir a proliferação celular, o que
poderá dever-se, em parte, à inibição da captação de glucose.
Trabalho financiado pela FCG (Projecto nº 96442)
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25 de Novembro de 2011
08:30/09:30 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - PET
Moderador: João Pedroso de Lima (Coimbra)
CO3 - ACÇÃO DA QUERCETINA NO CARCINOMA HEPATOCELULAR – ESTUDOS COM
18F-FDG
M Ribeiro1, AF Brito2, AM Abrantes2, AC Gonçalves3, AB Sarmento-Ribeiro3, JG Tralhão4,
MF Botelho2
1
Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra,
Portugal; 2Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e
Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal;
3
Grupo de Biologia Molecular Aplicada e Hematologia, Centro de Investigação em Meio
Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal; 4Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal; Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal
Introdução: O Carcinoma Hepatocelular (CHC) é um dos tipos de cancro mais letais sem
tratamento específico, sendo o seu prognóstico muito pobre e a sobrevida diminuta. Estudos
indicam que a expressão do GLUT-1 pode estar alterada neste tipo de tumor, uma vez que o
fígado se encontra intimamente relacionado com o metabolismo do glicogénio. A a supressão da
expressão de GLUT-1, recorrendo a siRNA (small interfering RNA) conseguiu reduzir
significativamente a tumorigénese em culturas celulares de CHC, sugerindo que o GLUT-1 pode
ser um alvo terapêutico para este tipo de tumor altamente agressivo.
Objectivo: avaliar o efeito anti-cancerígeno da quercetina, um possível inibidor do GLUT-1, numa
linha celular humana de CHC (HepG2).
Métodos: A linha celular foi mantida em cultura de acordo com a ATCC, sendo posteriormente
incubada com várias concentrações de quercetina e depois avaliado o seu efeito na proliferação
celular, recorrendo ao teste do MTT, de modo a calcular a concentração inibitória média (IC50). A
análise do tipo de morte celular induzida realizou-se através de citometria de fluxo, onde se
recorreu à dupla marcação com Anexina V e Iodeto de Propídeo. Realizaram-se estudos de
captação com 18F-FDG, na linha celular HepG2 e na mesma linha incubada previamente com
37,67µM de quercetina, foi possível verificar o influxo deste radiofármaco ao longo do tempo.
Para analisar a expressão proteica de GLUT-1 foi utilizada Citometria de Fluxo.
Resultados/Discussão: Com este estudo foi possível observar que a quercetina possui um
efeito anti-cancerígeno considerável na linha celular de CHC HepG2. A acção da quercetina na
proliferação celular das células HepG2 é dependente do tempo. Quando as células HepG2 são
propagadas em meio com elevado teor de glucose verifica-se que a quercetina tem um efeito
inibitório reduzido na captação de 18F-FDG, enquanto que, em células cultivadas em meio com
baixo teor de glucose, a inibição da captação é bastante mais notória. Ao nível da expressão
membranar e citoplasmática do GLUT-1, pode-se concluir que não existe inibição proteica do
GLUT-1 quando incubado com quercetina, o que nos leva a concluir que apenas existe inibição
deste transportador membranar quanto à função, pois inibe a captação de 18F-FDG, e não a sua
expressão. Relativamente ao tipo de morte celular induzida, verifica-se que a quercetina não tem
efeito citotóxico, apenas de inibição da proliferação celular, pois mesmo com concentrações altas
de quercetina não se observa morte além dos 50%.
Trabalho financiado pela FCG (Projecto nº 96442)
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25 de Novembro de 2011
08:30/09:30 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - PET
Moderador: João Pedroso de Lima (Coimbra)
CO4 - CORRELAÇÃO ENTRE ESTUDOS IN VIVO E IN VITRO DE CAPTAÇÃO DE 18F-FDG
EM DIFERENTES TIPOS DE CANCRO DA MAMA
Mónica Casanova Martins1, Carolina Matos2, Ana Margarida Abrantes2, Ana Catarina Mamede2,
Paula Lapa1, Gracinda Costa1, João Pedroso de Lima1, Maria Filomena Botelho3
1
Serviço de Medicina Nuclear - Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Unidade de Biofísica,
IBILI, CIMAGO, Fauldade de Medicina - Universidade de Coimbra; 3Unidade de Biofísica, IBILI,
CIMAGO, ICNAS, Fauldade de Medicina - Universidade de Coimbra
Introdução: O cancro da mama é frequentemente relacionado a uma elevada variabilidade
relativamente à captação de 18F-FDG, o que resulta em amplas variações nos valores de
sensibilidade e especificidade dos estudos PET. Estas diferenças restringem a utilização da PET
na avaliação clínica de doentes com cancro da mama.
Objectivos: O objectivo deste trabalho é determinar o padrão de captação de 18F-FDG em linhas
celulares de cancro da mama que apresentam diferenças na expressão de receptores de
estrogénio, progesterona e HER2 e estabelecer correlação com os perfis de expressão de
GLUT’s 1 e 3 de cada uma das linhas celulares utilizadas. Este estudo pretende também
comparar esses resultados com os valores de standardized uptake value (SUV) determinados em
estudos 18F-FDG PET de doentes com cancro da mama cuja caracterização histológica
apresente uma correspondência com a das linhas celulares estudadas in vitro.
Materiais e Métodos: Foram utilizadas 3 linhas celulares humanas de cancro da mama, MCF-7,
HCC1806 e HCC1954. As MCF-7 apenas expressam receptores de estrogénio, as HCC1806 não
apresentam expressão nem de receptores hormonais, nem de HER2/neu (são denominadas de
triplas negativas) e as HCC1954 apenas sobre-expressam HER2/neu. Foram realizados estudos
in vitro de captação de 18F-FDG nestas células e, por citometria de fluxo, foram determinados os
respectivos perfis de expressão de GLTU-1 e GLUT-3. Adicionalmente, foram determinados
através de análise retrospectiva, os valores de SUV de 51 estudos de 18F-FDG PET de 46
doentes, realizados entre Outubro de 2006 e Setembro de 2010. Os critérios de inclusão foram a
presença de captação mamária de 18F-FDG em tumores primitivos ou em recidiva da doença,
bem como a manifestação das mesmas características histológicas das apresentadas pelas
linhas celulares estudadas in vitro.
Resultados: Relativamente aos perfis de expressão de proteínas transportadoras de membrana,
as HCC1806 e as HCC1954 apresentam maior expressão membranar do que as MCF-7.
Contudo, no que diz respeito à captação de 18F-FDG, as MCF-7 apresentaram as maiores
percentagens de captação ao longo do tempo e a linha celular tripla negativa (HCC1806)
apresentou um perfil de captação in vitro constante e reduzido (<1,5%), ao longo do tempo.
Comparativamente, a captação in vivo de 18F-FDG foi superior (em relação aos restantes tipos
celulares) para os tumores triplos negativos (SUVmax médio=12,6 ± 7,0). Tumores triplos
negativos e tumores expressando receptores de estrogénio e HER2, mas negativos para
receptores de progesterona apresentaram valores semelhantes de captação de 18F-FDG
(respectivamente, SUVmax médio=5,2 ± 2,5 e SUVmax médio=6,6 ± 3,0). Os valores de SUV
aparentam aumentar com a diminuição do grau de diferenciação de Bloom.
Conclusões: Verificou-se a existência de uma correlação negativa entre a captação in vitro de
F-FDG e a expressão de GLUT-1 e 3 nas referidas linhas celulares. Foi observado o mesmo
tipo de correlação entre a captação in vivo de 18F-FDG e o grau de diferenciação tumoral, que se
relaciona com o grau de agressividade destes tumores. No entanto, as diferenças encontradas
nos perfis de captação entre estudos in vivo e in vitro de tumores da mama, requerem pesquisa
adicional.
18
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25 de Novembro de 2011
08:30/09:30 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - FÍSICA
Moderador: Fernando Godinho (Lisboa)
CO5 - WBR / XPRESS3 VALIDAÇÃO DO ALGORÍMO XPRESS3/WBR NOS ESTUDOS
CARDÍACOS COM 123I-MIBG
Helena Pena1, Guilhermina Cantinho1, Pedro Gonçalves2, Marco Pinheiro2, António Marques1,
Fernando Godinho1
1
Atomedical, SA & IMN-FML; 2Atomedical, SA
A metodologia de reconstrução tomográfica iterativa WBR, tem vantagens conhecidas sobre o
método convencional de retroprojecção filtrada(FBP). A implementação dum segundo algoritmo
(cardiac.Xpress3) permite tempos de aquisição ainda mais curtos ou diminuição da actividade
administrada. A aplicação do primeiro algoritmo aos estudos cardíacos com 123I-MIBG já foi
validada. O objectivo deste estudo é analisar o mais recente algoritmo Xpress3, permitindo
reduzir para um quarto a actividade administrada.
Material e métodos: Foram aleatoriamente estudados 51 doentes (25 homens e 26 mulheres),
com Paramiloidose(FAP) ou hipertensão arterial (HTA). Após a administração e.v. de 185222MBq de 123I-MIBG, foram adquiridos estudos tomográficos aos 30 minutos (HTA) ou às 3
horas (FAP). Os doentes foram submetidos a duas aquisições sequenciais: A1 (30 s/ vista/60
vistas) e A2(8 s/ vista/60 vistas).
A1 foi reconstruída por FBP e A2 por Xpress3(XP3).
Os 102 estudos foram analisados por 2 observadores independentes. Todas as imagens foram
consideradas de boa qualidade. Todos os cortes foram comparados qualitativamente de forma
emparelhada (A2 versus A1), em melhores, iguais ou piores. Na análise quantitativa da
distribuição do radiofármaco, foi determinada a extensão das lesões por percentagem e summed
score (SS), usando o método QPS de Germano. Foram analisados todos os estudos em conjunto
e separadamente, os normais (grupo I, SS<4) e os lesados (grupo II, SS>4).
Foram determinadas as médias (m) e desvios padrão (dp). O teste t de Student emparelhado e o
coeficiente de correlação de Pearson (CC) foram usados para fins estatísticos.
Resultados: Os 51 pares de estudos forneceram a este trabalho um potência de 81% (ES=0,5;
α-nível=0,05).
A análise visual não alterou o diagnóstico final em nenhum caso.
Na análise qualitativa dos cortes tomográficos, os 2 observadores atribuíram às imagens de A2
melhor ou idêntica qualidade em 97% dos casos.
A análise quantitativa conjunta revelou áreas e scores das lesões discretamente maiores com A2
(p<0,0005), com boa correlação (CC=0,87). Contudo, a análise separada do grupo II não revelou
qualquer diferença estatisticamente significativa. O grupo I é assim o responsável pelas
pequenas diferenças observadas na análise conjunta, sem repercussão na interpretação.
Conclusão: O WBR cardiac.Xpress3 aplicado aos estudos tomográficos cardíacos com 123IMIBG não afecta os resultados, com a grande vantagem de permitir uma significativa redução da
dose de radiação nos doentes.
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25 de Novembro de 2011
08:30/09:30 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - FÍSICA
Moderador: Fernando Godinho (Lisboa)
CO6 - WBR / XPRESS3 VALIDAÇÃO DO ALGORÍTMO XPRESS3/WBR NOS ESTUDOS DA
PERFUSÃO DO MIOCARDIO
Helena Pena1, Guilhermina Cantinho1, Sergio Figeiredo2, Paulo Gomes2, Hermínia Chester1,
Fernando Godinho1
1
Atomedical, SA & IMN-FML; 2Atomedical, SA
A metodologia de reconstrução tomográfica iterativa WBR foi aperfeiçoada, com a implementação
dum segundo algoritmo (cardiac.Xpress3) para tempos de aquisição mais curtos ou redução da
actividade administrada. O objectivo deste estudo foi de analisar a aplicação Xpress3, em 2
populações específicas: doentes com EPM normais e doentes com enfarte comprovado em EPM.
Métodos: 106 doentes submetidos a EPM gated-SPECT (99mTc-Sestamibi: 11-13 mCi em
esforço e 5-6 mCi em repouso).
Todos foram submetidos a duas aquisições sequenciais: a 1ª (A1) com o dobro do tempo por
vista (20 s/vista/60 vistas); a 2ª (A2) de 10 s/vista/60 vistas.
A1 foi reconstruída por Xpress e A2 por Xpress3.
Esta população foi separada em 2 grupos: 64 doentes (49 homens e 15 mulheres) com necrose e
42 (13 homens e 29 mulheres) com EPM normal. Os 424 estudos foram processados utilizando o
software de Cedars-Sinai (QGS e QPS): FEVE, volumes e quantificação da perfusão por
territórios vasculares.
Foi utilizado o teste t de Student emparelhado e o coeficiente de correlação de Pearson para
análise estatística. Os cortes tomográficos foram analisados por 2 observadores e classificados
qualitativamente em A2 melhor, pior ou igual a A1.
Resultados: Os 212 pares de estudos forneceram a este trabalho um potência de 100%
(ES=0.5; α-nível=0.05).
- Apreciação qualitativa: todas as imagens foram consideradas de boa qualidade. 98% das
imagens do 1º grupo e 83% das do 2º grupo foram consideradas de qualidade melhor ou
sobreponível (A2/A1). Não houve repercussão no relatório final.
- Análise quantitativa:
- Os scores não revelaram diferenças estatisticamente significativas.
- Na análise da extensão e a gravidade das “lesões” dos estudos normais, apenas se
encontrou um pequeno incremento (0,1%) na severidade das “lesões” em repouso (DA e CX),
sem repercussão na interpretação. Nos estudos com necrose, observou-se um discreto aumento
da extensão e severidade das lesões em repouso (DA e CD), igualmente sem influência na
interpretação.
- Os volumes revelaram-se discretamente menores com o Xpress3, apenas nos estudos com
necrose, mantendo-se sobreponível a FEVE.
- Nos estudos com necrose, todos os parâmetros apresentaram elevada correlação (CC 0,89 a
0,98).
- Os restantes parâmetros analisados não mostraram diferenças estatisticamente significativas.
Conclusão: Os bons resultados obtidos neste estudo vêm completar a validação inicial desta
tecnologia e fortalecer a nossa segurança na substituição da utilização do WBR cardiac.Xpress
pelo WBR cardiac.Xpress3 na prática clínica, permitindo-nos reduzir novamente a metade a
actividade administrada ou o tempo de aquisição.
24
25 de Novembro de 2011
08:30/09:30 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - FÍSICA
Moderador: Fernando Godinho (Lisboa)
CO7 - RADIOPROTECÇÃO E CONTROLO DA QUALIDADE NA IMPLEMENTAÇÃO DA
TERAPÊUTICA COM MICROESFERAS DE ÍTRIO-90
Teresa Sofia Reis, Ana Luísa Carvalho, Ana Rita Figueira, Vera Pimentel Batel, Ana Oliveira,
Patrícia Oliveira, Jorge G. Pereira
Centro Hospitalar de São João E.P.E
INTRODUÇÃO/OBJECTIVOS: A radioembolização com microesferas de vidro de Ítrio-90 (90Y) é
utilizada na terapêutica de tumores hepáticos.
No nosso hospital esta técnica envolve uma equipa multi-disciplinar composta por Especialistas
em Medicina Nuclear e Radiologia de Intervenção e Físicos Médicos. Foi implementada em
Agosto de 2010, com o sistema TheraSphere® (MDS Nordion) e até à data realizaram-se 12
terapêuticas.
Este trabalho tem como objectivo a descrição dos procedimentos específicos de radioprotecção e
controlo da qualidade necessários à implementação desta técnica e a sua análise crítica, face às
recomendações de Agosto de 2011 da AAPM - American Association of Physicists in Medicine.
MATERIAIS E MÉTODOS: Para dar início a esta técnica, que envolve a manipulação e a
administração de material radioactivo, devem ser seguidas todas as regras gerais definidas pela
legislação no que diz respeito ao licenciamento das instalações, autorização para importação das
fontes e armazenamento de material radioactivo.
Na implementação é também necessário definir procedimentos e atribuir responsabilidades para
as várias etapas do processo: recepção e armazenamento das fontes até ao momento da
administração ao doente, preparação da actividade para administração, processo de administração, verificação pós-aplicação e armazenamento dos resíduos contaminados associados.
Para cada terapêutica realizada, fazem parte das tarefas da Física Médica: a verificação da
actividade encomendada, as medidas da actividade administrada e as tarefas relacionadas com a
protecção radiológica. Estas responsabilidades exigem a presença física destes profissionais
durante todo o procedimento.
Tendo em conta as recentes recomendações da AAPM para esta técnica, os procedimentos
adoptados foram revistos e ajustados.
RESULTADOS/CONCLUSÕES: Nas terapêuticas até hoje realizadas, não se verificou nenhum
derrame ou contaminação na sala de angiografia, no carrinho de transporte ou nos resguardos.
Em nenhuma das situações os profissionais envolvidos apresentaram valores superiores ao
fundo ambiental, nas mãos e pés.
Em todos os doentes a percentagem de actividade administrada foi superior a 90%, comparada
com a actividade fornecida, o que está de acordo com as recomendações da AAPM.
Da análise destas primeiras 12 terapêuticas, concluímos que os procedimentos estabelecidos
permitiram a realização desta técnica em segurança e com qualidade.
Com as novas recomendações da AAPM foram introduzidos novos procedimentos.
25
25 de Novembro de 2011
08:30/09:30 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - FÍSICA
Moderador: Fernando Godinho (Lisboa)
CO8 - DOSIMETRIA INDIVIDUAL INTERNA DE PROFISSIONAIS NUM SERVIÇO DE
MEDICINA NUCLEAR
Sónia Chin, Gabriela Cardoso, Ana Isabel Santos
Serviço de Medicina Nuclear - Hospital Garcia de Orta, EPE
Objectivo: Determinar, com base no Safety Guide No. RS-G-1.2 da IAEA, a necessidade de
dosimetria interna para implementação no programa de vigilância individual dos profissionais
expostos a radiação ionizante num Serviço de Medicina Nuclear.
Metodologia: Foi realizada uma análise para todos os profissionais expostos (médicos, técnicos
de diagnóstico e terapêutica, enfermeiros e físico) e para os diversos procedimentos realizados
(eluição do gerador, marcação de kits, preparação e administração de doses e controlos de
qualidade), efectuados no ano de 2010, tendo em conta a actividade total manipulada e o
radioisótopo utilizado.
Com base nos dados recolhidos e aplicando a expressão matemática:
dj = (ATj e(g)j, inh ffs fhs fps)/0,001
Onde ATj é a actividade máxima manipulada, e(g)j, inh é a dose por unidade de incorporação por
inalação (SvBq-1) para um valor de AMAD = 5 μm, ffs é o factor de segurança da forma física, fhs é
o factor de segurança da manipulação e fps é o factor de segurança da protecção. Foi possível
determinar o factor de decisão que se for igual ou superior a 1 indica a necessidade de
monitorização individual interna.
No caso de trabalhadores que manipulam mais do que um radionuclídeo, o factor de decisão será
a soma dos factores de cada radionuclídeo: D = Σ dj
Resultados: No ano de 2010, os grupos profissionais dos técnicos e enfermeiros apresentam um
factor de decisão superior a 1 sendo o valor máximo determinado para os técnicos de 45,6 e para
os enfermeiros de 143. No caso dos médicos, foram monitorizados 5 profissionais dos quais 2
apresentam valores inferiores a 1 sendo que o maior valor calculado foi de 2,85. O físico
apresenta um valor de 0,87.
Conclusão: Os resultados obtidos indicam que, de todos os profissionais avaliados, só 2
médicos e o físico não necessitam de monitorização individual interna. Os restantes profissionais
apresentam valores superiores a 1, algo que se justifica pelas suas funções. No caso dos
enfermeiros, por efectuarem a administração de radiofármacos; no grupo dos técnicos a
realização dos procedimentos de radiofármacia e, em alguns casos a administração de
radiofármacos (nomeadamente, nas ventilações pulmonares); e, na classe médica a
administração de radiofármacos por via intradérmica e oral.
De acordo com os critérios da IAEA, deve ser implementado um programa de monitorização
interna para os trabalhadores que apresentem valores do factor de decisão igual ou superior a 1
devido à maior probabilidade de incorporação de radionuclídeos.
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25 de Novembro de 2011
08:30/09:30 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - FÍSICA
Moderador: Fernando Godinho (Lisboa)
CO9 - EXEMPLO DE ANÁLISE DE CURVAS ACTIVIDADE/TEMPO DE CORPO INTEIRO
OBTIDAS EM DOENTES COM CARCINOMA DIFERENCIADO DA TIRÓIDE (CDT) DURANTE
O INTERNAMENTO PARA TRATAMENTO COM I-131
Paulo Gil, Jorge Isidoro, Gracinda Costa, João Pedroso de Lima
Serviço de Medicina Nuclear dos Hospitais da Universidade de Coimbra; 2S/S
Introdução: Os doentes com CDT submetidos a terapêutica com I-131 são habitualmente
isolados em quartos adequadamente preparados, por períodos de cerca de 48 horas. No tecto de
cada quarto encontra-se um detector de radiação que regista o nível de exposição dos doentes
em intervalos de integração de 5 segundos. Esta informação pode ser utilizada para a
determinação da cinética de eliminação do I-131 no entanto, como o doente tem liberdade de
movimentos, as contagens obtidas são afectadas pela variação da distância entre doente e o
detector.
Objectivos: Obtenção e análise de curvas actividade/tempo de I-131 durante o internamento de
doentes com CDT, utilizando uma aplicação desenvolvida em MATLAB. Com esta ferramenta
foram comparados os tempos de semi-vida efectivo (T1/2ef.) do I-131 em função do tipo de
estimulação da TSH (hipotiroidismo versus TSH recombinante) e o objectivo da terapêutica
(ablação de restos versus tratamento adicional por doença activa).
Materiais e métodos: Foram analisados os dados obtidos durante os tratamentos efectuados em
48 doentes internados entre Janeiro e Julho de 2010. Foi desenvolvida uma aplicação em
MATLAB para processar os dados obtidos (34000/doente), uma vez que muitos desses pontos
devem ser excluídos por não corresponderem a uma geometria fixa.
A aplicação selecciona automaticamente os pontos a eliminar e aos pontos considerados válidos
ajusta uma curva mono-exponencial e determina o T1/2ef. correspondente.
Os 48 doentes foram divididos em três grupos: G1-terapêutica ablativa em hipotiroidismo (7
doentes); G2-terapêutica ablativa sob TSH recombinante (31 doentes); G3-tratamento adicional
por doença activa em hipotiroidismo (10 doentes).
Resultados: A média e desvio padrão do T1/2ef. do I-131 calculados para cada grupo foram os
seguintes: G1=11,8±2,1horas, G2=9,7±2,1horas e G3=12,0±2,2horas.
A diferença de T1/2ef. entre o G1 e o G2 é de 21%, sendo estatisticamente significativa
(p=0,011). Entre o G2 e o G3 a diferença é de 24% (p=0,002). A diferença entre o G1 e o G3 é de
apenas 1,7%, esta diferença não tem significado estatístico (p=0,41).
Conclusão: Esta aplicação permite efectuar por rotina uma monitorização contínua da exposição
dos doentes internados e possibilita, de uma forma automática, o cálculo de vários parâmetros,
nomeadamente do T1/2ef.. O exemplo prático de utilização desta ferramenta permitiu confirmar
os resultados existentes na literatura sobre o impacto do tipo de estimulação da TSH na cinética
do I-131, com valores de T1/2ef. mais curtos sempre que se utiliza a TSH recombinante,
independentemente do objectivo do tratamento.
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25 de Novembro de 2011
17:00/18:30 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - ONCOLOGIA Moderador: Jorge Gonçalves Pereira (Porto)
CO10 - INCIDENTALOMAS DA TIROIDEIA EM PET-18F-FDG
Pedro Ratão, Ângelo Silva, Hugo Carvalho, Teresa C. Ferreira, Carla Oliveira, Lucília Salgado
Serviço de Medicina Nuclear - Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE
Introdução: A PET com 18F-FDG tem vindo a ganhar crescente importância no estadiamento e
follow-up de doentes (dts) com várias neoplasias. Assim, cada vez mais são detectados
incidentalomas da tiroideia, focais ou difusos, que muitas vezes requerem investigação adicional.
Segundo estudos recentes, os incidentalomas em PET correspondem a carcinoma da tiroideia
em 30 a 50% dos casos.
Objectivo: Determinar a prevalência de incidentalomas da tiroideia em PET-18F-FDG e avaliar a
sua etiologia.
Material / Métodos: Foram analisados os 3290 estudos PET realizados entre 01/01/2009 e
31/12/2010, no Serviço de Medicina Nuclear da nossa Instituição.
Dos doentes analisados, foram incluídos no estudo 17 dts (0.5%), dos quais 14 (82.4%) eram do
sexo feminino e 3 do sexo masculino, com uma idade média de 58 anos.
As imagens tomográficas foram adquiridas cerca de 50-60 minutos após administração e.v. de
3.7MBq/kg de 18F-FDG, em tomógrafo PET ECAT ACCEL-LSO.
Foram incluídos no estudo os dts que apresentavam hipercaptação de 18F-FDG na topografia da
glândula tiroideia, sem história conhecida de neoplasia da tiroideia. O padrão de hipercaptação
do radiofármaco foi considerado focal ou difuso, e o SUVmáx foi avaliado.
Resultados: Na análise efectuada, 15 dts (88,3%) apresentaram lesões focais da tiroideia e 2
dts, padrão difuso.
Foram investigados por outros métodos complementares de diagnóstico 13 dos 17 dts (76.5%)
incluídos no estudo: ecografia da tiroideia em 11 dts, citologia aspirativa de agulha fina (CAAF)
em 7 dts e análises em todos os dts.
Dos dts investigados, 3 apresentavam carcinoma papilar da tiroideia, todos eles com padrão
focal, correspondendo a 23.1% dos incidentalomas investigados. Dos restantes doentes
investigados, 3 tinham bócio colóide, documentado por CAAF; um dt, bócio adenomatoso,
documentado por CAAF; um dt, adenoma tiroideu; dois dts com nódulos ecográficos não
submetidos a CAAF e 3 dts (23.1%) não apresentavam alterações ecográficas. Foram revistos os
estudos destes 3dts e verificou-se que se tratava de falsos positivos da PET, por captação
laríngea em 2 dts e captação muscular (esternocleidomastoideu) no terceiro doente.
Constatou-se uma diferença nos valores médios de SUVmáx entre os nódulos malignos e
benignos, com 7.5 (5.6 – 11) e 4.3 (2 – 7.34), respectivamente.
Conclusão: De acordo com os nossos resultados, os incidentalomas focais da tiroideia estão
associados a carcinoma numa percentagem apreciável de casos, em particular os de SUVmáx.
mais elevado, pelo que devem ser investigados.
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25 de Novembro de 2011
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CO11 - PET EM TUMORES DE ORIGEM DESCONHECIDA – O QUE ESPERAR?
Hugo Carvalho, Teresa C. Ferreira, Carla Oliveira, Ângelo Silva, Pedro Ratão, Lucília Salgado
Serviço de Medicina Nuclear - Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE
Introdução: A neoplasia metastática de origem primária desconhecida é caracterizada por mau
prognóstico e a sobrevida média após o diagnóstico é inferior a um ano. Estudos recentes
referem que a PET com 18F-FDG (PET) identifica a localização tumoral primitiva em 24-40% dos
casos.
Objectivo: Avaliar a relevância da PET com 18F-FDG na abordagem diagnóstica dos tumores de
origem desconhecida (TOD).
Materiais e Métodos: Análise retrospectiva dos doentes (dts) que realizaram PET na nossa
Instituição durante o ano de 2010 (n=1752). Foram incluídos no estudo os dts com diagnóstico de
TOD: 4,3% (n=75). Destes, 65% (n=49) eram do sexo masculino e 35% (n=24) do sexo feminino,
com idade média de 64 anos [39-84 anos].
As imagens tomográficas foram adquiridas cerca de 60 minutos após administração endovenosa
de 3,7MBq/Kg de 18F-FDG, em tomógrafo PET ECAT ACCEL-LSO. Os resultados da PET foram
considerados negativos ou positivos para a localização do tumor primário. Estes resultados foram
confrontados com outros exames complementares de diagnóstico (TC, RM, ecografia, exames
endoscópicos e anatomo-patológicos).
Resultados: A apresentação inicial em 64% dos dts analisados (n=48) foi envolvimento
ganglionar: cervical em 88% (n=42), noutros territórios em 12% (n=6).
Não se identificou o tumor primário em 72% dos dts (n=54), por nenhum dos métodos.
Dos 21 dts onde foi possível localizar o tumor de origem, a PET identificou 52% dos casos
(n=11).
As localizações mais frequentes foram: cabeça e pescoço (43%), pulmão (19%), estômago
(9,5%) e cólon (9,5%). As histologias mais frequentes foram: adenocarcinoma (38%), carcinoma
pavimento-celular (33%) e carcinoma indiferenciado (10%).
A PET foi o único exame que localizou o tumor primário em 3 dos 21 dts (14%). Nos restantes
casos identificados por PET (n=8) houve concordância com TC.
Nos casos em que o tumor primário foi encontrado, a taxa de falsos negativos por PET foi 48%
(n=10) vs 14% (n=3) em TC. Verificou-se que 40% (n=4) dos falsos negativos por PET
correspondiam a localizações de distribuição fisiológica do radiofármaco.
A taxa de falsos positivos por PET foi 28% (n=21) vs 20% (n=15) em TC.
Conclusões: A PET com 18F-FDG identificou o tumor primário em 15% de todos os casos. A
histologia mais frequente foi adenocarcinoma, com localização predominante a nível da cabeça e
pescoço.
A PET foi útil na abordagem diagnóstica dos TOD, sendo o primeiro exame a identificar o tumor
primário em 11 dos 21 dts (52%) onde foi possível documentar a sua localização.
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25 de Novembro de 2011
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CO12 - PET-CT COM 18F-FDG PARA A AVALIAÇÃO DE RECIDIVA DE TUMORES DO TIMO
André H. Dias1, Cristina Loewenthal2, Maria Rosário Vieira2
1
Serviço de Medicina Nuclear do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE; 2Hospital da Luz
Introdução: Nos tumores do timo está amplamente demonstrada a importância da tomografia por
emissão de positrões com tomografia computorizada (PET-CT) usando fluorodesoxiglicose
marcada com Flúor-18 (18F-FDG). Esta técnica de imagem que avalia actividade metabólica tem
lugar no estadiamento e reestadiamento da doença, detecção precoce de recorrências e
avaliação pós-terapêutica.
Mais recentemente tem sido demonstrada a utilidade desta técnica para caracterizar o subgrupo
histológico do tumor relacionando o aspecto em CT da lesão com a quantificação da actividade
metabólica da mesma, através do valor de captação de 18F-FDG.
Objectivo: Revisão da casuística do Departamento em relação ao uso da PET-CT com
no seguimento dos tumores tímicos.
18
F-FDG
Material e Métodos: Estudaram-se 7 doentes (5 homens e 2 mulheres), com idade média de 57
(45-73) com antecedentes de tumor do timo, referenciados ao Serviço para a realização de PETCT com 18F-FDG com vista a despistar recidiva e orientar a terapêutica adjuvante.
Para a realização do exame é necessária uma preparação prévia do doente, que consiste no
jejum (de 4-6 horas), reforço hídrico prévio, esvaziamento vesical imediatamente antes do exame,
e o controlo da glicémia, que deverá, idealmente, ser mantida abaixo dos 140mg/dl. As imagens
são obtidas cerca de 60 minutos após a injecção do 18F-FDG (aproximadamente 37MBq/10Kg de
peso, não excedendo 370MBq).
As imagens foram adquiridas num tomógrafo Biograph 16® (Siemens Medical Solutions).
Nos casos em que havia suspeita morfológica de recidiva foram utilizados os acessórios de
posicionamento e imobilização para correlação com o planeamento de radioterapia.
Após a reconstrução o exame foi observado e relatado tendo em conta os restantes exames
realizados.
Resultados e Conclusão: Nas imagens de PET-CT com 18F-FDG não se demonstraram
alterações metabólicas sugestivas de doença residual ou à distância em 5 dos doentes.
Um doente mostrou alterações pulmonares e mediastínicas relacionadas com sequelas de
pneumonite rádica.
Verificou-se a existência de recidiva mediastínica de tumor em 1 doente.
A PET-CT com 18F-FDG mostrou ser um bom método para avaliar a recidiva de tumores tímicos,
permitindo num exame único o re-estadiamento completo da doença e a obtenção de informação
morfológica e metabólica para o planeamento da radioterapia adjuvante.
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25 de Novembro de 2011
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COMUNICAÇÕES ORAIS - ONCOLOGIA Moderador: Jorge Gonçalves Pereira (Porto)
CO13 - RESULTADOS INICIAIS DA UTILIZAÇÃO DE PET/CT COM 18F-COLINA EM
DOENTES COM CARCINOMA DA PRÓSTATA
Joana Correia, Paula Lapa, Gracinda Costa, João Pedroso de Lima
Serviço de Medicina Nuclear - Hospitais da Universidade de Coimbra
Introdução: A abordagem do doente com carcinoma da próstata levanta algumas questões,
sobretudo no que respeita à localização do tumor e à identificação de envolvimento ganglionar
durante o estadiamento, bem como à detecção precoce de recidiva. A colina, sendo utilizada na
síntese da membrana celular, reflecte indirectamente o nível de proliferação celular. A PET/CT
com 18F-Colina, ao detectar um aumento da captação deste radiofármaco, tem permitido
identificar e localizar lesões malignas.
Objectivo: O objectivo deste trabalho é apresentar os resultados iniciais obtidos com PET/CT
com 18F-Colina nos doentes com carcinoma da próstata referenciados ao nosso Serviço.
Material e Métodos: Foram revistos os processos clínicos de 40 doentes, com idades
compreendidas entre os 45 e os 87 anos (média de 64,2), com carcinoma da próstata
histologicamente confirmado, referenciados ao nosso Serviço entre Dezembro de 2009 e Agosto
de 2011, para realização de PET/CT com 18F-Colina. O estudo foi pedido para estadiamento (8
doentes) e por recidiva bioquímica (32 doentes). Os doentes apresentavam valores de PSA entre
0,18 e 228 ng/ml e graus de Gleason entre 5 e 9 (média de 7). O estudo foi obtido num
Tomógrafo GE Discovery ST4, após administração intravenosa de 4MBq/Kg de 18F-Colina. Em
cada doente, os resultados imagiológicos foram comparados com a evolução clínica da doença,
durante um período de seguimento que variou entre 1 e 21 meses.
Resultados: Nos 8 exames de estadiamento foi detectada doença localizada em 6 doentes e
metastizada em 2. Estes resultados permitiram orientar a conduta terapêutica, tendo-se verificado
uma evolução clínica favorável em todos os casos, excepto num doente, entretanto falecido. Nos
32 doentes com recidiva bioquímica, a PET evidenciou hipercaptação anómala de Colina-F18 em
15 (46,9%): 8 com recidiva local, 5 com metastização ganglionar e 2 com envolvimento
ganglionar e ósseo. De acordo com os estes achados, 5 doentes foram orientados para
radioterapia, 9 para hormonoterapia e 1 para quimioterapia, tendo-se verificado uma descida dos
valores de PSA em todos eles. A PET foi negativa em 17 (53,1%) doentes, dos quais 8 não foram
tratados e 9 foram submetidos a radio/hormonoterapia, por se assumir micrometastização. Até ao
momento não foram detectadas evidências clínicas de recorrência nestes 17 doentes.
Conclusão: A PET/CT com 18F-Colina revelou-se útil quer no estadiamento quer no diagnóstico
da recidiva bioquímica e teve impacto na selecção de tratamentos individualizados, influenciando
favoravelmente o prognóstico destes doentes.
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25 de Novembro de 2011
17:00/18:30 - Sala B
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CO14 - VALOR PROGNÓSTICO DA PET/CT COM 18F-FDG NO RE-ESTADIAMENTO PÓSCIRÚRGICO DE TUMORES DO ESTROMA GASTROINTESTINAL
Joana Correia, Paula Lapa, Gracinda Costa, João Pedroso de Lima
Serviço de Medicina Nuclear - Hospitais da Universidade de Coimbra
Introdução: Os tumores do estroma gastro-intestinal (GIST) constituem um grupo heterogéneo
de tumores mesenquimatosos que podem ter origem em todo o tracto gastro-intestinal, em
qualquer localização do abdómen ou no retroperitoneu. O tratamento potencialmente curativo
consiste na ressecção cirúrgica da lesão. Contudo, existe uma alta taxa de recidiva
local/recorrência e metastização à distância. A PET/CT com 18F-FDG pode fornecer informação
muito útil na avaliação da actividade tumoral, no estadiamento e na resposta precoce à
terapêutica.
Objectivo: Avaliar a utilidade da PET/CT com 18F-FDG no re-estadiamento de doentes com
GIST, submetidos a cirurgia.
Material e Métodos: Foram revistos 136 exames PET/CT com 18F-FDG realizados no nosso
Serviço, de Abril de 2005 a Fevereiro de 2011, a 41 doentes, 24 do sexo feminino e 17 do sexo
masculino, com idade média de 60,8 anos (15-85 anos) com diagnóstico de GIST confirmado
histologicamente (21 com origem no estômago, 14 no intestino delgado, 2 no esófago, 2 no recto,
1 no cólon e 1 no peritoneu). A dimensão média dos tumores era de 6,75cm (1,2-27cm). A
definição da categoria de risco (alto, intermédio, baixo e muito baixo risco) baseou-se no padrão
histológico (tamanho do tumor e índice mitótico). Em 36 doentes o exame foi realizado após a
cirurgia (tempo médio entre a cirurgia e o exame de 5 meses) e em 5 doentes para avaliação da
resposta à quimioterapia. Os resultados obtidos na PET de avaliação pós-cirúrgica foram
comparados com a evolução clínica e com os de outros exames (período médio de seguimento
33,7 meses).
Resultados: Em 28/36 doentes (77,8%), nos quais o estudo foi realizado após a ressecção do
tumor primário, não se observou captação anómala de 18F-FDG. No entanto, durante o
seguimento destes doentes, foi detectada doença em 4/28 (14,3%); todos estas situações foram
consideradas de alto risco e com evidência de captação anómala de 18F-FDG persistentemente
elevada nos estudos subsequentes. Em 8/36 doentes (22,2%) registou-se hipercaptação de 18FFDG (5 classificados de alto risco, 2 de risco intermédio e 1 de baixo risco). Durante o
seguimento foi confirmada doença em 6 (75%) doentes e 2 revelaram-se como falsos positivos.
Conclusão: Doentes com PET pós-cirúrgica negativa apresentaram recorrência da doença em
apenas 14,3% dos casos enquanto que essa percentagem foi de 75% nos doentes com
hipercaptação anómala de 18F-FDG no exame pós-cirúrgico. Este estudo retrospectivo evidencia
a importância do resultado da PET com 18F-FDG na avaliação prognóstica de doentes com GIST
operados.
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25 de Novembro de 2011
17:00/18:30 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - ONCOLOGIA Moderador: Jorge Gonçalves Pereira (Porto)
CO15 - PAPEL DA PET/CT COM 18F-FDG NA DETECÇÃO DE ENVOLVIMENTO DA MEDULA
ÓSSEA NO ESTADIAMENTO DO LINFOMA DE HODGKIN
Joana Correia, Paula Lapa, Gracinda Costa, João Pedroso de Lima
Serviço de Medicina Nuclear - Hospitais da Universidade de Coimbra
Introdução: A correcta avaliação da extensão inicial do Linfoma de Hodgkin (LH) é essencial
para a escolha da terapêutica e para a determinação do prognóstico. O envolvimento da medula
óssea é um sinal de doença em estadio avançado, sendo normalmente detectado, durante o
estadiamento, por biopsia da medula óssea (BMO), apesar das suas conhecidas limitações. A
PET com 18F-FDG é, actualmente, um exame com valor estabelecido no estadiamento e na
avaliação da resposta à terapêutica no LH.
Objectivo: O objectivo deste estudo é determinar o valor da PET-FDG na detecção de
envolvimento medular ósseo, comparativamente à BMO, durante o estadiamento.
Material e Métodos: Entre Fevereiro de 2004 e Janeiro de 2011, 50 doentes (29 do sexo
masculino e 21 do sexo feminino, com idades entre os 14 e os 57 anos, idade média de 31,4
anos) com diagnóstico recente de LH, foram submetidos a PET/CT com 18F-FDG para
estadiamento e a BMO unilateral da crista ilíaca. O resultado da BMO não era conhecido no
momento de realização do exame. Os resultados da PET com 18F-FDG foram
retrospectivamente revistos e correlacionados com os da BMO.
Resultados: Em 34 doentes (68%) os resultados da PET-FDG e da BMO foram negativos e
concordantes. Nos restantes 16 doentes (32%), a PET-FDG evidenciou infiltração da medula
óssea, em 9 de forma multifocal e em 7 de forma difusa. Dos 16 doentes com resultado PET-FDG
positivo, 4 (8%) apresentavam captação multifocal de 18F-FDG e BMO também positiva (casos
concordantes). Nos restantes 12 doentes com resultado positivo na PET/CT com 18F-FDG, a
BMO foi negativa (casos discordantes). Destes 12 doentes, em 4 a captação de 18F-FDG era
multifocal mas não incluía o local de biopsia, em 2 a captação de 18F-FDG persistiu nos estudos
de seguimento e em 6 a captação difusa na medula óssea era relacionável com a presença
concomitante de anemia.
Conclusão: Os resultados da PET com 18F-FDG e da BMO evidenciaram concordância em
38/50 (76%) doentes. Admite-se como explicações possíveis para a discordância de resultados
as limitações inerentes ao método de BMO e eventuais razões clínicas associadas, como a
anemia. Na nossa opinião, este estudo confirma o valor da PET com 18F-FDG como
complemento da BMO na detecção de envolvimento da medula óssea durante o estadiamento do
LH.
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25 de Novembro de 2011
17:00/18:30 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - ONCOLOGIA Moderador: Jorge Gonçalves Pereira (Porto)
CO16 - ADEQUAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO COMBINADA DE FNA-F18 E FDG-F18 PARA
DETECÇÃO DE LESÕES NEOPLÁSICAS COM PET/CT. RESULTADOS PRELIMINARES.
Paula Lapa1, João Pedroso de Lima1, Rafael Macedo1, Joana Correia1, Jorge Isidoro1,
Cristina Frutuoso2, Raquel Silva1
1
Serviço de Medicina Nuclear - Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Serviço de Ginecologia Hospitais da Universidade de Coimbra
Introdução: A PET/CT com Flúor-desoxi-glicose-F18 (FDG-F18) é uma técnica fundamental para
o estadiamento da maioria dos tumores malignos. Contudo, nem todas as lesões são detectáveis
usando FDG devido a diferenças no metabolismo da glicose. O fluoreto de sódio marcado com
F18 (FNa-F18), pode ser usado com os equipamentos actuais de PET/CT e permite uma
excelente avaliação do esqueleto. A administração combinada de FDG-F18 e FNa-F18 tem
potencialidade para poder detectar, num único exame PET/CT, a totalidade das lesões
neoplásicas que são detectadas por cada um daqueles radiofármacos quando usados
individualmente.
Objectivo: Avaliar se a eficácia de detecção de lesões através de um estudo combinado
(“cocktail” FDG-F18 + FNa-F18) é semelhante à que resulta do somatório das eficácias de
detecção dos dois estudos PET/CT em que aqueles radiofármacos são usados em separado.
Material e Métodos: Entre Agosto de 2009 e Maio de 2011 foram estudados, prospectivamente,
17 doentes, 16 com carcinoma da mama e 1 com carcinoma do pulmão. Dezasseis doentes são
do sexo feminino e 1 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 48 e os 79 anos
(média: 65±9,7). Cada doente realizou, em dias diferentes e num período compreendido entre 3 e
20 dias, 3 estudos PET/CT: um com FNa-F18, outro com FDG-F18 e, posteriormente, um terceiro
consistindo na combinação daqueles dois radiofármacos numa única administração. Procedeu-se
à avaliação comparativa directa dos 3 estudos, em cada doente, quanto à detecção de lesões,
sua localização e características imagiológicas.
Resultados: Da análise dos 17 estudos combinados (“cocktail” FDG-F18 + FNa-F18), verificouse existir concordância, em cada doente estudado, com os resultados obtidos no conjunto dos
respectivos estudos individuais, excepto num caso em que, no estudo combinado, não se
visualizou uma lesão detectada no exame realizado com FNa-F18. Em 8 dos 17 doentes
estudados, o FNa-F18 permitiu detectar mais lesões ósseas que o FDG-F18; em 4 outros
doentes as lesões ósseas visualizadas com o FNa-F18 foram também observadas com FDGF18; em 2 estudos detectaram-se apenas lesões com FNa-F18 não tendo sido detectadas lesões
com FDG-F18; em 3 dos 17 doentes não se observaram lesões ósseas tanto nos estudos em
separado como no estudo combinado.
Conclusão: Estes resultados preliminares sugerem que a administração combinada de FNa-F18
+ FDG-F18 poderá vir a ser usada na detecção de doença neoplásica. Ao permitir a realização de
apenas um exame apresenta também a potencialidade de redução da exposição radiológica e
dos custos hospitalares.
34
26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Lucília Salgado (Lisboa)
CO17 - CINTIGRAFIA ÓSSEA: QUE PAPEL NO ESTADIAMENTO INICIAL DO CARCINOMA
DA MAMA?
Ângelo Silva1, Carlos Gaspar2, André Dias2, Hugo Carvalho1, Pedro Ratão1, Ana Daniel1,
Carla Oliveira1, Teresa C. Ferreira1, Lucília Salgado1
1
Serviço de Medicina Nuclear do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil,
EPE; 2Serviço de Medicina Nuclear do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE
Introdução: A cintigrafia óssea é o método mais utilizado para detectar metástases ósseas,
sendo um exame muito sensível e relativamente económico, embora pouco específico.
O esqueleto representa o primeiro local de metastização em 26-50% dos doentes com carcinoma
da mama.
É importante excluir envolvimento secundário no estadiamento inicial em determinadas situações,
nomeadamente na presença de tumor localmente avançado e quando existem alterações
laboratoriais e/ou sintomas e sinais sugestivos de doença metastática.
Objectivo: Avaliar a relevância da cintigrafia óssea no estadiamento inicial do carcinoma da
mama.
Material e Métodos: Estudaram-se retrospectivamente os doentes (dts) com carcinoma da
mama seguidos na nossa Instituição, que realizaram cintigrafia óssea quando do diagnóstico
inicial durante o ano de 2010.
De um total de 2610 cintigrafias ósseas realizadas, 414 (15,8%) cumpriram os critérios de
inclusão no estudo. Foram estudados 411 dts do sexo feminino (99,3%) e 3 dts do sexo
masculino, com idade média de 59,4 anos (28-93 anos). Em 87,9% dos casos (n=364), o tipo
histológico foi carcinoma ductal invasivo, com grau de diferenciação moderado em 58,2%
(n=241).
As imagens foram adquiridas cerca de 2 horas após administração e.v. de 740 MBq (20 mCi) de
99m
Tc-HDP em câmara-gama de dois detectores. Foi valorizado apenas um estudo por doente, o
realizado na altura do estadiamento. O resultado foi considerado positivo, negativo ou duvidoso.
Nos casos duvidosos, foram avaliados outros exames complementares ou cintigrafias ósseas de
controlo.
Resultados: Previamente à cintigrafia óssea, o estadio TNM foi: estadio 0 - 1,21% (n=5); estádio
I - 17,63% (n=73); estadio II - 50,97% (n=211); estadio III - 27,78% (n=115); estadio IV - 2,42%
(n=10).
O resultado foi negativo em 82,9% (n=343), positivo em 3,1% (n=13) e duvidoso em 14% (n=58).
Destes últimos, foram esclarecidos 40 dos 58 exames (68,97%), dos quais 10% (n=4) foram
positivos.
Todos os doentes com resultado positivo apresentavam carcinoma do tipo ductal invasivo.
A cintigrafia óssea foi positiva em 0,47% (n=1) dos casos no estadio II, em 6,09% (n=7) no
estadio III e 50% (n=5) no estadio IV. Dos casos duvidosos, quatro confirmaram-se positivos:
estadio I (n=1), estadio II (n=1) e estadio III (n=2).
Conclusão: A cintigrafia óssea permitiu diagnosticar envolvimento secundário em 3,1% dos
doentes com carcinoma da mama no estadiamento inicial, alterando o estadio em 2,89% (n=12).
A grande maioria dos resultados positivos (92%) verificou-se nos estadios mais avançados (III e
IV), pelo que este exame poderá ter maior relevância nestas situações.
35
26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Lucília Salgado (Lisboa)
CO18 - RADIOEMBOLIZAÇÃO INTRA-ARTERIAL SELECTIVA HEPÁTICA - EXPERIÊNCIA
DO SERVIÇO
Ana Oliveira1, Patrícia Oliveira1, Paulo Vilares Morgado2, Renato Bessa de Melo3,
Jorge G. Pereira1
1
Serviço de Medicina Nuclear - Hospital de São João; 2Serviço de Radiologia - Hospital de São
João; 3Serviço de Cirurgia - Hospital de São João
Introdução: A radioembolização intra-arterial selectiva hepática consiste na administração
localizada de microsferas (de vidro ou de resina) marcadas com Ítrio-90. Esta técnica está
indicada no tratamento de lesões hepáticas, primárias ou secundárias. Actualmente, não é
considerado um tratamento de primeira linha, sendo reservado para casos onde foram esgotadas
as hipóteses terapêuticas convencionais. Trata-se de uma técnica pluridisciplinar que implica a
coordenação entre as especialidades de Cirurgia, Gastroenterologia, Radiologia e Radiologia de
Intervenção, e Medicina Nuclear (MN). A MN desempenha um papel determinante quer na
selecção dos doentes, quer na determinação da dose terapêutica e na programação e
administração da mesma. A avaliação dos doentes, além de clínica, laboratorial e imagiológica,
inclui a Angiografia arterial hepática e a Cintigrafia com Macroagregados de albumina-Tc-99m
(MAA), administrados durante a Angiografia. A MAA pretende prever o comportamento das
microsferas após a sua administração, permitindo avaliar o grau de vascularização das lesões e
pesquisar/ quantificar a existência de shunt extra-hepático: pulmonar e abdominal.
Objectivo: Relatar a experiência deste Serviço MN na implementação da técnica de
Radioembolização intra-arterial selectiva hepática.
Material e Métodos: Desde Ago.2010, foram referenciados pela Consulta de Grupo
Hepatobiliopancreática 18 doentes (6, sexo feminino) – 13 com Hepatocarcinoma, 1 com
Colangiocarcinoma, 4 com metastização hepática (carcinoma gástrico, carcinoma
neuroendócrino, melanoma da coróide).
Após a avaliação inicial, foram excluídos 9 doentes, 4 devido aos resultados da MAA.
Foram tratados 9 doentes (5, sexo feminino), num total de 12 terapêuticas (1 tratamento ao
fígado total, 7 ao lobo direito do fígado, e 5 ao esquerdo) - 3 doentes receberam dois tratamentos.
Neste hospital, administramos microsferas de vidro (diâmetro:≈20 -30µm), as quais incluem o
radionuclídeo como parte constituinte do próprio vidro.
No período pós-terapêutica imediato, não foram registados efeitos adversos major. Durante o
seguimento, apenas um doente faleceu, 19 semanas após a terapêutica. Os restantes doentes
apresentam uma sobrevida de 04-56 semanas, mantendo-se clinicamente estáveis. Salienta-se
um caso com redução significativa do volume das lesões, a qual permitiu a ressecção cirúrgica
das mesmas, inicialmente classificadas como irressecáveis.
Conclusão: A implementação da técnica de Radioembolização intra-arterial selectiva hepática
neste hospital decorreu com sucesso.
A Radioembolização de lesões hepáticas não é um tratamento de primeira linha, pelo que os
doentes seleccionados apresentam, à partida, mau prognóstico. Apesar disso, salientamos a
sobrevida global dos doentes e um caso em que foi possível a ressecção de lesões previamente
classificadas como irressecáveis.
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26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Lucília Salgado (Lisboa)
CO19 - INFLUÊNCIA DO PESO E DIMENSÕES DAS GLÂNDULAS PARATIRÓIDES
HIPERFUNCIONANTES NO RESULTADO DA CINTIGRAFIA COM 99MTC-SESTAMIBI (CPS)
EM SITUAÇÕES DE HIPERPARATIROIDISMO PRIMÁRIO
Tiago Saraiva, João Pedroso de Lima, Gracinda Costa, Anabela Albuquerque, Joana Correia
Serviço de Medicina Nuclear dos Hospitais da Universidade de Coimbra
Introdução: O hiperparatiroidismo primário (HPTP) caracteriza-se por um aumento anómalo, não
fisiológico, da paratormona. Uma vez que a paratiroidectomia é o único tratamento curativo, a
correcta localização da(s) paratiroide(s) hiperfuncionante(s) é determinante para o sucesso da
cirurgia. A cintigrafia é um dos meios imagiológicos mais usados para a localização préoperatória de adenomas/hiperplasia, mas a sua sensibilidade parece estar dependente de vários
factores, entre os quais o peso/dimensões da glândula patológica.
Objectivo: O objectivo deste trabalho consiste na determinação da sensibilidade da CPS
realizada no nosso Serviço em doentes com HPTP confirmado histologicamente e avaliar o
impacto das dimensões/peso glandular na positividade do exame.
Métodos: Foram seleccionados todos os casos de HPTP com confirmação histológica de
adenoma/hiperplasia e que tinham sido previamente submetidos a CPS (dupla fase associado à
técnica de subtracção da tiróide com 99mTc). Foram incluídos 54 doentes (41 mulheres; 13
homens), entre 30-86 anos (média=61.4±13.3). A população foi caracterizada em termos de
género, idade, histologia e, posteriormente, dividida em dois grupos com base no resultado da
cintigrafia: Grupo A com CPS positiva e Grupo B com CPS negativa. O peso e dimensões da(s)
paratiróide(s) hiperfuncionante(s) foram também registadas para cada doente.
Resultados: A cintigrafia foi verdadeiramente positiva (Grupo A) em 48/54 doentes (89%) e
falsamente negativa (Grupo B) em 6/54 casos (11%). A histologia revelou adenoma solitário em
40 doentes (74.1%), hiperplasia uniglandular em 11 (20.4%) e doença multiglandular em 3
(5.5%). A sensibilidade da cintigrafia foi de 92.5% no adenoma, de 91% na hiperplasia e de
apenas 33.3% no envolvimento multiglandular. O peso das glândulas anómalas variou entre
0.202-9.575g
(média=1.83±1.77g)
e
as
dimensões
variaram
entre
0.5-4.8cm
(média=1.97±0.98cm). A média do peso e das dimensões verificadas no Grupo A foi
respectivamente de 1.96±1.83g (0.214-9.575g) e 1.89±0.98cm (0.5-4.8cm), enquanto no Grupo B
foi de 0.79±0.47g (0.202-1.4g) e 0.98±0.52cm (0.6-2cm).
Conclusão: Este trabalho confirma a boa sensibilidade da cintigrafia na detecção de paratiroides
hiperfuncionantes (89%), particularmente na doença uniglandular, verificando-se fraco
desempenho nos casos de envolvimento de várias glândulas. Apesar do reduzido número de
doentes incluídos no Grupo B dificultar uma análise estatística rigorosa, os resultados falsamente
negativos da cintigrafia parecem estar tendencialmente associados a glândulas hiperfuncionantes
de menores dimensões e com menor peso.
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26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Lucília Salgado (Lisboa)
CO20 - 177LU-DOTA-TATE NO TRATAMENTO DE TUMORES NEUROENDÓCRINOS:
EXPERIÊNCIA INICIAL
Inês Lucena Sampaio, Lúcia Costa, João Pedro Teixeira, Fátima Lopes, Orlando Soares,
Inês Ruiz, Carla Capelo, Raquel Martins, Joana Couto, Hugo Duarte
IPO-Porto
Introdução: A terapêutica radiometabólica com 177Lu-DOTA-TATE é uma estratégia promissora
no tratamento de tumores neuroendócrinos (TNE) com expressão de receptores da somatostatina
do subtipo 2 (SSTR-2), sendo atualmente utilizada em tumores irressecáveis e/ou metastáticos.
Objetivo: Este estudo tem como objetivo apresentar os dados iniciais relativamente aos efeitos
colaterais imediatos e toxicidade do tratamento com 177Lu-DOTA-TATE e avaliar o impacto deste
tratamento no alívio sintomático dos doentes.
Material e métodos: Foram selecionados, em consulta de grupo multidisciplinar, dezasseis
doentes (11 homens; 5 mulheres; idade média no início do tratamento: 49 anos) para realizar
terapêutica com 177Lu-DOTA-TATE entre Abril e Agosto de 2011. As localizações do TNE
primário eram: pâncreas (4), intestino delgado (2), pulmão (1), reto (1), mesentério (1), tiróide (1),
paraganglioma do mediastino (1), paraganglioma cervical (2). Três doentes apresentavam TNE
de origem desconhecida, dois dos quais possivelmente pancreáticos.
Os critérios de inclusão foram: (1) TNE histologicamente comprovado; (2) doença irressecável
68
Gae/ou metastática; (3) expectativa de vida > 3 meses; (4) Índice de Karnofsky
≥50 (5)
DOTANOC PET/CT positiva (lesões com captação superior à do fígado); (6) função
hematológica, hepática e renal adequada.
A atividade de 177Lu-DOTA-TATE administrada foi, em média, 5,5 GBq por ciclo de tratamento,
tendo sido planeados um máximo de 3 ciclos de tratamento por doente. Foi adquirida uma
cintigrafia 24h após cada ciclo de tratamento. Foram avaliados os efeitos colaterais imediatos (24
horas após o tratamento) e a toxicidade de cada ciclo (avaliada às 5 e 10 semanas após o
tratamento).
Resultados: Até à data do estudo seis doentes realizaram 2 ciclos de tratamento e dez doentes
1 ciclo. Observaram-se efeitos colaterais agudos após terapêutica em 7 doentes (44% dos
casos): vómitos (2), náuseas (1), vómitos e náuseas (1), dispneia e flushing (1), dores abdominais
(1) e dor lombar (1). Registaram-se três casos de toxicidade hematológica, dois de grau 2 e um
de grau 3. Não se verificaram casos de toxicidade renal.
Nove doentes apresentavam-se sintomáticos antes do início do tratamento, tendo-se verificado
melhoria dos sintomas em 5 doentes (56%) e progressão da doença em 4 doentes (44%), três
dos quais faleceram.
Conclusão: A terapêutica com 177Lu-DOTATATE permitiu o alívio sintomático de uma
percentagem significativa de doentes (56% dos casos sintomáticos). Os casos em que se
verificou progressão de doença (4 doentes; 25% dos casos), correspondiam a doentes que foram
incluídos no estudo numa fase tardia da doença.
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26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Lucília Salgado (Lisboa)
CO21 - CONTRIBUIÇÃO DA TOMOGRAFIA PARA A IDENTIFICAÇÃO DE TECIDO
PARATIROIDEU HIPERFUNCIONANTE
Joaquim G. Santos, Susana Carmona, Ana Prata, Joaquim Araújo Sequeira,
Isabel Nascimento, Ana Isabel Santos
Hospital Garcia de Orta
Introdução: A cintigrafia das glândulas paratiroideias (CPt) assume um papel importante na
orientação terapêutica de doentes com hiperparatiroidismo, na medida em que permite a
localização de tecido paratiroideu hiperfuncionante (TPtH). Utilizando protocolos de dupla fase, a
sua eficácia pode, contudo, ser afectada negativamente pela presença de TPtH com rápida
depuração do radiofármaco (TPtHráp).
Objectivo: Avaliar o contributo da tomografia de emissão de fotão singular (SPET) precoce para
a identificação de TPtHráp.
Doentes e Métodos: Foram estudadas retrospectivamente 64 CPt (sexo masculino=15;
feminino=49; idade média=64 anos), realizadas entre Janeiro de 2008 e Julho de 2011, com
aquisição de imagens planares e de SPET aos 15 minutos e de imagens planares aos 120
minutos após a administração e.v. de 99mTc-Sestamibi. Os resultados foram comparados com a
eventual realização de cintigrafia da tiroideia (CT) e com o seguimento clínico, incluindo a
realização de cirurgia e respectivos resultados histológicos. Em SPET, foi considerada como
positiva a identificação de focos individualizados de captação do radiofármaco, bem como a
assimetria entre os lobos tiroideus, com prolongamento posterior de um deles. Foi calculada a
distribuição de frequências de TPtHráp e de TPtH com lenta depuração do radiofármaco
(TPtHlent), assim como a sensibilidade da CPt para a sua detecção.
Resultados: Das 64 CPt estudadas, 48% (N=31) foram consideradas positivas para TPtH e as
restantes, 52% (N=33), negativas.
No conjunto das CPt positivas, 45% (N=14) evidenciaram TPtHráp. A sensibilidade da SPET foi
de 64% (N=9), sendo as restantes 5 (36%) identificadas por recurso à realização adicional de CT.
Verificou-se que, no grupo de exames em que se identificou TPtHráp por SPET, foram realizadas
CT adicionais em 6 doentes, todas concordantes com os resultados da SPET. Até ao momento
foram submetidos a cirurgia 5 destes 14 doentes, e em todos a histologia confirmou a presença
de TPtH na localização identificada pelos estudos cintigráficos.
No grupo das CPt positivas com evidência de TPtHlent, que constituiu 55% das CPt positivas
(N=17), foi identificado TPtH por SPET em 94% (N=16), tendo sido operados até ao momento 6
doentes, todos com confirmação histológica de TPtH.
Discussão: Os resultados obtidos confirmam uma percentagem elevada de tecido paratiroideu
hiperfuncionante de depuração rápida do radiofármaco, reforçando a necessidade de adoptar
protocolos que facilitem a sua identificação. Neste contexto, a realização de SPET apresenta uma
sensibilidade considerável, sendo uma mais valia no esclarecimento de imagens duvidosas e na
selecção de casos a realizar cintigrafia da tiroideia adicional.
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26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Lucília Salgado (Lisboa)
CO22 - NÓDULOS QUENTES INESPERADOS EM DOENTES COM TSH NORMAL OU
AUMENTADA
Rodolfo Silva, Rafael Macedo, Joana Correia, Anabela Albuquerque, Gracinda Costa,
João Pedroso de Lima,
Serviço de Medicina Nuclear dos Hospitais da Universidade de Coimbra
INTRODUÇÃO: As recomendações actuais das Associações Europeia e Americana da Tiróide
recomendam a realização de cintigrafia da tiróide (TS) na avaliação de nódulos da tiróide apenas
se a TSH se encontrar diminuída, especialmente em zonas com dietas ricas em iodo. Esta
recomendação baseia-se no facto de os nódulos quentes da tiróide raramente serem malignos
(<1%) e serem muito pouco frequentes em doentes com TSH normal ou aumentada.
OBJECTIVO: O objectivo deste estudo foi a determinação da prevalência de nódulos quentes da
tiróide em doentes com valores de TSH normais ou elevados e que não estejam a ser medicados
com anti-tiroideus de síntese.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foram retrospectivamente avaliados os processos clínicos de 170
doentes (29 do sexo masculino; 141 do sexo feminino, média de idades de 55±16 anos, 19-87)
com TSH normal ou elevada (espectro da normalidade 0.4-4µUI/ml) que realizaram TS em 2009
e que não estavam medicados com anti-tiroideus de síntese. De acordo com a imagem da TS os
doentes foram divididos em dois grupos: 1) Grupo 1 - doentes com um ou mais nódulos quentes
e 2) Grupo 2 - doentes sem nódulos quentes. A média da TSH foi calculada para cada ambos os
grupos e os nódulos quentes foram classificados de acordo com as suas dimensões: menos de
8mm, entre 8-15mm e superior a 15mm.
RESULTADOS: Quarenta (23%) dos 170 doentes com TSH normal ou elevada e não medicados
com anti-tiroideus de síntese apresentavam nódulos quentes, 39 com TSH dentro dos valores da
normalidade e um com TSH aumentada.
TSH
Total
Hipotiroismo
clínico
Hipotiroidismo
subclinico
Eutiroidismo
Sem nódulos
quentes
9
10
111
130
Com nódulos
quentes
0
1
39
40
Total
9
11
150
170
Uma diferença estatisticamente significativa (p<0.5) foi encontrada entre o valor médio da TSH de
doentes com (0.9±0.7µUI/ml ) e sem (2±2.25µUI/ml) nódulos quentes. Contudo, o elevado desvio
padrão do último grupo diminui o seu significado estatístico. Dois nódulos apresentavam
dimensões inferiores a 8mm, 17 tinham dimensões entre 8-15mm e 21 tinham dimensões
superiores a 15mm.
CONCLUSÕES: Este estudo mostrou que, na nossa população, um elevado número de doentes
(23%) com TSH normal ou elevada e não medicados com anti-tiroideus de síntese apresentava
nódulos quentes, a maioria de dimensões significativas. Estes resultados sugerem que a TS é
mais sensível que a TSH na detecção de nódulos quentes e que a TSH não é um método infalível
na detecção de nódulos hiperfuncinantes.
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26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Lucília Salgado (Lisboa)
CO23 - LINFOCINTIGRAFIA NA PESQUISA DO GÂNGLIO SENTINELA DE LESÃO MAMÁRIA
– CORRELAÇÃO COM O ESTADIAMENTO PATOLÓGICO SEGUNDO A 7ª EDIÇÃO DA AJCC
Pedro Quaresma, Paula Colarinha
Grupo Multidisciplinar de Patologia Mamária do Hospital Cuf Descobertas
Introdução: A linfocintigrafia para pesquisa de gânglio sentinela de lesão mamária neoplásica é
uma técnica indicada para estadiamento de doença ganglionar infra-clínica.
O local de administração do radiofármaco nem sempre foi consensual, tendo sido propostas
várias metodologias; intra-tumoral, peri-tumoral, na derme supra-lesional e sub-areolar.
Métodos: Neste trabalho procedemos à revisão de um grupo de doentes com doença neoplásica
mamária comprovada que, num estadio clínico de T1N0 a T2N0, realizaram linfocintigrafia
mamária para pesquisa gânglio sentinela, sempre com administração sub-areolar do
radiofármaco.
Nesta amostra descrevem-se as taxa de: identificação cintigráfica e intra-operatória da
localização de gânglio sentinela e a distribuição do estadio anatomo-patológico da doença
ganglionar axilar.
Foram analisados retrospectivamente os processos de 148 doentes, correspondentes a 151
linfocintigrafias (3 doentes com doença mamária bilateral).
Resultados: Em quatro linfocintigrafias não ocorreu drenagem de actividade até à estrutura
ganglionar sentinela verificando-se, após esvaziamento ganglionar axilar, que três destas doentes
apresentavam metastização (pN1).
Nos restantes 147 estudos, com drenagem linfática e identificação do gânglio sentinela, foi
possível a identificação intra-operatória do gânglio sentinela em 146 deles (99%).
No grupo de linfocintigrafias com identificação de gânglio sentinela (147), 23 doentes (15%)
apresentaram metastização ganglionar (pN1), sendo que o posterior esvaziamento ganglionar
definiu, em 14 destes casos, presença de doença apenas no gânglio sentinela (60%).
Adicionalmente, em 5 de 147 linfocintigrafias foi detectada no gânglio sentinela presença de
células em trânsito ou de agregados celulares com diâmetro inferior a 0.2 mm (pN0(i+)).
Em nenhuma doente se verificou presença de doença em estrutura ganglionar satélite, sem
doença concomitante a nível do gânglio sentinela.
Conclusão: A linfocintigrafia para pesquisa de gânglio sentinela permitiu a identificação intraoperatória e caracterização histológica do mesmo na quase totalidade das doentes,
apresentando-se como o método de eleição para estadiamento de doença ganglionar em estadio
infra-clínico.
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26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Filomena Botelho (Coimbra)
CO24 - ESTUDO DA REGENERAÇÃO HEPÁTICA, POR MÉTODOS CINTIGRÁFICOS, EM
DOENTES IDOSOS SUBMETIDOS A HEPATECTOMIA
A Fernandes1, JG Tralhão2, AM Abrantes3, B Oliveiros4, M Ferreira1, MF Botelho3,
F Castro e Sousa5
1
Serviço de Gastrenterologia do CHC, EPE; 2Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da
Universidade de Coimbra; Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de
Coimbra; 3Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e
Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal;
4
Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; 5Serviço de
Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra
Introdução: O número de doentes idosos candidatos a ressecções hepáticas é cada vez maior.
Nestes casos, torna-se fundamental estabelecer de forma mais precisa a reserva funcional e o
potencial de regeneração hepáticas. A quantificação cintigráfica da fracção de extracção
hepática(FEH) da Mebrofenina é um dos métodos de avaliação dinâmica da função
hepatocelular.
Objectivos: Estudo da regeneração hepatocelular, através da quantificação cintigráfica da FEH
da Mebrofenina, em doentes idosos submetidos a hepatectomia parcial, comparativamente aos
doentes não idosos.
Doentes e métodos: Incluídos, retrospectivamente, 102 doentes submetidos a hepatectomia
parcial por lesões hepáticas primárias ou secundárias. Estudados 2 grupos: Grupo A-58 doentes
com idade<65 anos (33 homens; 53,9±8,7 anos); Grupo B-44 doentes com idade≥65 anos (32
homens; 71±5 anos). Estes grupos eram equiparáveis em diversos parâmetros clínicos/analíticos
com excepção da presença de cirrose (mais comum no Grupo B; todos os doentes apresentavam
score Child-Pugh A) e do diagnóstico inicial (Lesões primárias-Grupo B; Metástases-Grupo A). A
avaliação cintigráfica da FEH foi realizada antes da cirurgia, ao 5º e ao 30º dia pós-hepatectomia,
sendo avaliados os tempos médio (T1/2) e máximo (Tmax) de extracção. Uma FEH de 100%
corresponde a uma função hepática normal.
Resultados: A mortalidade e morbilidade foram, respectivamente, de 3,4% e 12,1% no grupo A,
e 2,3% e 11,4% no B (ns). Os valores de FEH, T1/2(min) e Tmáx(min) não apresentaram
diferenças relevantes entre os dois grupos: Grupo A (pré-operatório: FEH=99,2%±1,5%;
T1/2=36,7±21,3; Tmax=15±6. 5º dia: FEH=96,3%±10,8%; T1/2=76,4±75,9; Tmax=13,3±4,9. 30º
dia: FEH=98,4%±5,5%; T1/2=38,6±7,7; Tmax=12,8±3,6); Grupo B (pré-operatório:
FEH=95,3%±13%;
T1/2=38,1±24,1;
Tmax=15,9±9,4.
5º
dia:
FEH=98,4%±2,6%;
T1/2=106,6±131,7; Tmax=15,1±6,2. 30º dia: FEH=99%±2,1%; T1/2=40,5±27; Tmax=15,5±6,7).
Conclusões: O nosso estudo sugere que a regeneração hepatocelular após hepatectomia
parcial nos doentes idosos é sobreponível à dos doentes com idade inferior a 65 anos. Assim, a
hepatectomia não deve ser recusada a este grupo de doentes apenas com base na idade.
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26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Filomena Botelho (Coimbra)
CO25 - UTILIZAÇÃO DO PERTECNETATO DE SÓDIO (99MTCNAO4) NA AVALIAÇÃO DA
SELAGEM APICAL DO MTA EM DENTES IMATUROS
MM Ferreira1, AM Abrantes2, T Afonso1, Lusitana1, MF Botelho2
1
Área de Medicina Dentária, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra,
Portugal; 2Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e
Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
Introdução: O tratamento endodôntico de dentes permanentes imaturos, apresenta um desafio
clínico, de forma a ser tratado e preservado. A apexificação com MTA numa única sessão, é
considerada uma técnica com vantagens comparativamente à apexificação induzida com
hidróxido de cálcio em múltiplas sessões. A utilização de bactérias, de corantes ou de fluidos, são
métodos de infiltração, utilizados para avaliar a selagem apical de obturações de canais
radiculares. No entanto, a utilização de medicina nuclear é um método pouco utilizado.
Objectivos: Avaliar através do pertecnetato de Sódio (99mTcNaO4), a influência da medicação
intracanal, na infiltração apical, de dentes permanentes com ápices simulados imaturos, após a
colocação de agregado de trióxido mineral (MTA) como barreira apical.
Material e Métodos: Foram utilizados 34 dentes monorradiculares, que depois de descoronados
e removidos 2 mm apicais, foram obtidos segmentos radiculares com 15 mm e criado um modelo
estandardizado de dente com ápice aberto. Os canais foram preparados com instrumentos
rotatórios ProFile. Os segmentos radiculares foram aleatoriamente distribuídos em 4 grupos:
GHC+, medicação com Ca(OH)2 durante 1 semana (n=10), GHC- , sem medicação com Ca(OH)2
(n=10), GC+, grupo controlo (+) (n=7) e GC-, grupo controlo (-) (n=7). Em todos os grupos foi
colocada uma barreira apical de MTA com 4 mm, excepto nos do grupo GC+. Os dentes foram
revestidos com duas camadas de verniz de unhas, excepto a região apical. No GC-, a região
apical foi totalmente revestida. Ao 7º e ao 28º dia a região apical de todos os dentes foi imersa
numa solução de 99mTc-Pertecnetato de Sódio durante 3 horas e com o uso da câmara-gama
feita a contagem da radioactividade.
Resultados: Os resultados nos grupos de controlo diferiram significativamente dos grupos
experimentais. Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos
experimentais. Também não se detectaram diferenças estatisticamente significativas entre os
diferentes períodos observados.
Conclusões: O Ca(OH)2 não influenciou negativamente a capacidade de selagem do MTA como
barreira apical em dentes simulados imaturos. A medicina nuclear constitui um método
quantitativo adequado, para estes estudos de investigação in vitro.
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26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Filomena Botelho (Coimbra)
CO26 - COMPARAÇÃO ENTRE OS VALORES DE TFG OBTIDOS PELOS MÉTODOS DE
GATES E DE RUSSELL EM DOENTES COM FUNÇÃO RENAL DIMINUÍDA. IMPACTO DA
ALTERAÇÃO DA FORMA DA REGIÃO DE INTERESSE DE FUNDO
Rodolfo Silva, Paulo Gil, Jorge Isidoro, Isilda Ferreira, Ana Paula Moreira, Gracinda Costa,
João Pedroso de Lima
Serviço de Medicina Nuclear dos Hospitais da Universidade de Coimbra
INTRODUÇÃO: Em 1982 Gates publicou um artigo revolucionário descrevendo um método
cintigráfico que permite a quantificação da taxa de filtração glomerular (TFG). Várias variáveis
foram equacionadas, nomeadamente a estimativa da profundida renal, o período de captação
cortical e a correcção da radiação de fundo. Gates concluiu que a melhor correlação era obtida
utilizando um região de interesse de forma semilunar, para o fundo (BROI).
OBJECTIVO: Este estudo tem por objectivo avaliar qual a forma da BROI que proporciona a
melhor correlação entre os valores de TFG obtidos pelos metódos de Gates e de Russell, em
doentes com função renal diminuída.
MATERIAL E METÓDOS: Foram revistas as cintigrafias renais com 99mTc-DTPA e dupla
colheita de sangue realizadas em 98 doentes, entre Outubro de 2010 e Março de 2011. Quinze
doentes foram excluídos devido à presença de edemas periféricos. Oitenta e três doentes (52 do
sexo masculino e 31 do sexo feminino) foram seleccionados (média de idades: 58±18 anos, 1492). As cintigrafias renais foram re-processadas utilizando BROIs de forma semilunar, lunar e
circular. Os valores de TFG obtidos foram comparados com os valores do método de Russell
utilizando o T-test de pares emparelhados. Os doentes foram, ainda, divididos em 5 grupos de
acordo com o estádio de insuficiência renal crónica em que se encontravam (estádio 1 - 12
doentes, estádio 2- 17 doentes, estádio 3 – 37 doentes, estádio 4 – 13 doentes e estádio 5 – 4
doentes). O mesmo teste estatístico foi realizado em cada grupo.
RESULTADOS: A menor diferença entre os valores de TFG foi obtida com a utilização da BROI
semilunar (semilunar=2.5ml/min; lunar=16.2ml/min; circular=20,3ml/min). Contudo, nos dois
últimos estádios de IRC, a menor diferença entre os valores de TFG foi obtida utilizando a BROI
lunar (estádio5: semilunar=15.2ml/min, lunar e circular=0.2ml/min; estádio4: semilunar=12ml/min,
lunar=3.4ml/min e circular=7ml/min). Se os doentes dos estádios 4 e 5 forem avaliados
conjuntamente, a diferença obtida será de 12.8ml/min utilizando a BROI semilunar, 2.5ml/min
utilizando a BROI lunar e de 5.5ml/min utilizando a BROI circular.
CONCLUSÃO: Como era esperado a melhor correlação entre os valores de TFG obtidos pelos
métodos de Gates e Russell foi obtida utilizando a BROI semilunar. Contudo, se os doentes
forem divididos de acordo com os estádios de IRC, a melhor correlação parece ser obtida quando
se utiliza a BROI lunar nos dois últimos estádios. No entanto, para se retirarem conclusões
estatisticamente significativas é necessária considerar uma amostra de maiores dimensões.
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26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Filomena Botelho (Coimbra)
CO27 - AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA LAQUEAÇÃO DA ARTÉRIA ESPLÉNICA APÓS
HEPATECTOMIA MAJOR NA FUNÇÃO E NA VIABILIDADE HEPATOCELULAR
JG Tralhão1, AM Abrantes2, AC Gonçalves3, AC Mamede4, AF Brito2, D Cardoso5, B Oliveiros6,
R Martins5, J Oliveira5, A Pereira5, S Martins5, M Fernandes5, AB Sarmento-Ribeiro3,
MF Botelho2, F Castro e Sousa7
1
Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; Unidade
de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal;
2
Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia
(CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 3Grupo de
Biologia Molecular Aplicada e Hematologia, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética
e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal;
4
Unidade de Biofísica, IBILI, CIMAGO, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal; CICS-UBI, Centro de Investigação em Ciências da Saúde, Universidade da
Beira Interior, Covilhã, Portugal; 5Clinica Universitária de Cirurgia III, Serviço de Cirurgia III, HUC;
6
Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; 7Serviço de
Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra
Introdução: A insuficiência hepática é a principal causa de mortalidade após uma hepatectomia
major (HM). Uma das suas possíveis causas é a hiperperfusão portal pós-HM que causa lesões
endoteliais e do parênquima hepático remanescente.
Objectivo: Pretendemos estudar o impacto da redução da hiperperfusão portal através da
laqueação da artéria esplénica após-HM na função e viabilidade hepatocelulares.
Material e métodos: 62 ratos Wistar (machos, 8 semanas) foram divididos em dois grupos:
Grupo de hepatectomia de 85% (Grupo Hx) e Grupo de hepatectomia de 85%+laqueação da
artéria esplénica (Grupo Hx+LAE). Foi feito o doseamento da TGO, TGP, Bilirrubina total (BT),
GGT, FA e LDH e o cálculo da fracção de extracção hepatocitária (FEH) da 99mTc-mebrofenina
3 dias antes e após a intervenção cirúrgica às 24h [Hx(n=8)/Hx+LAE(n=7)], 48h
[Hx(n=5)/HX+LAE(n=6)], 72h [Hx(n=13)/Hx+LAE (n=6)] e 120h [Hx(n=9)/Hx+LAE(n=8)]. Em cada
tempo (24, 48, 72 e 120h) foram realizadas biópsias e isolados os hepatócitos (H) para: avaliação
do stresse oxidativo (determinação da produção de peróxidos intracelulares por citometria de
fluxo -CF, recorrendo à sonda DCFH2-DA-diclorodihidrofluorosceina diacetato) e caracterização
do tipo de morte celular por CF recorrendo à dupla marcação com Anexina-V e iodeto de
propídeo (AV/IP). Análise de variância com medidas repetidas a um factor.
Resultados: Os resultados obtidos mostram: 1) Aumento significativo dos parâmetros analíticos,
sem diferenças entre os grupos (ns). 2) Ausência de diferenças da evolução da FEH entre os
grupos (ns). 3) Nos H isolados verificou-se uma diminuição da produção de radicais livres de
oxigénio no grupo HX+LAE comparativamente ao grupo Hx, com significado estatístico. 4)
Diminuição da viabilidade celular estatisticamente significativa às 120 horas após HM no grupo
Hx comparativamente ao grupo Hx+LAE (31% vs. 71%) (p=0,02).
Conclusão: Este estudo experimental sugere que a laqueação da artéria esplénica após HM
aumenta a viabilidade hepatocelular; provavelmente devido à menor produção de radicais livres
de oxigénio o que favoreceria a regeneração hepática após HM.
45
26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Filomena Botelho (Coimbra)
CO28 - CINÉTICA DA REGENERAÇÃO HEPÁTICA APÓS HEPATECTOMIA E SUA
CORRELAÇÃO COM A AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO HEPATOCELULAR POR MÉTODOS
RADIOISOTÓPICOS
JG Tralhão1, AM Abrantes2, C Carvalho3, I Portela3, B Oliveiros4, D Cardoso5, MF Botelho2,
F Castro e Sousa6
1
Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; Unidade
de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal;
2
Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia
(CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 3Clinica
Universitária de Cirurgia III, Serviço de Cirurgia III, HUC; 4Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade
de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 5Departamento de Medicina Nuclear,
HUC; 6Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
Introdução: A regeneração hepática (RH) é definida como uma resposta orquestada induzida por
estímulos externos, alteração da expressão genética ou da síntese de factores de crescimento
assim como da morfologia do fígado. A fracção de extracção hepatocitária (FEH) por métodos
radioisotópicos permite quantificar o mecanismo fisiológico de captação, transporte e excreção do
sistema hepatobiliar pelo que poderá permitir estudar a regeneração hepatocelular funcional após
hepatectomia.
Objectivo: Com este estudo pretendemos correlacionar a cinética da regeneração hepática após
hepatectomia major com a função hepatocelular avaliada por métodos radioisotópicos.
Material e métodos: 1) 44 ratos Wistar (machos, 2 meses), foram divididos em 5 grupos e
submetidos a uma hepatectomia de 85%. A cinética da regeneração hepática foi estudada às 12,
24, 48, 72 e 120 horas após a ressecção hepática. Em cada tempo foi calculado: 1) FEH, T1/2,
Tmax após injecção intravenosa em bólus de 99mTc-Mebrofenina; 2) a relação entre o peso do
fígado e o peso do animal; 3) estudo da proliferação hepatociária utilizando a coloração por
imunoflurescência com BrDU. O estudo estatístico foi feito análise de variância com medidas
repetidas a um factor.
Resultados: Verificou-se uma correlação positiva entre a avaliação da função hepatocitária póshepatectomia pela FEH, T1/2 e Tmax e a evolução da relação entre o peso do fígado e peso do
animal (P<0,001) e a contagem de hepatócitos que poliferaram marcados pelo BrDU (P<0,001),
ambas com significado estatístico.
Conclusão: Os nossos resultados sugerem que existe um correlação entre o valor de FEH
utilizando derivados do ácido iminodiacético e a proliferação hepatócitária. Demonstraram ainda
que a regeneração hepatocitária é rápida e precoce. Este estudo experimental vem confirmar os
resultados de estudos prévios realizados por nós sobre a regeneração hepática no homem em
que utilizamos o mesmo estudo cintigráfico e que demonstram que a regeneração hepatocitária
no homem é também rápida e precoce verificando-se uma normalização da função hepática
(HEF) ao quinto dia do pós-operatório.
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26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Filomena Botelho (Coimbra)
CO29 - ESTUDO DO IMPACTO DA CLAMPAGEM SELECTIVA DA ARTÉRIA HEPÁTICA NA
FUNÇÃO HEPATOCELULAR NO MODELO ANIMAL COM FÍGADO NORMAL
JG Tralhão1, AM Abrantes2, C Carvalho3, I Portela3, M Laranjo2, B Oliveiros4, D Cardoso5,
AC Gonçalves6, AB Sarmento-Ribeiro6, MF Botelho2, F Castro e Sousa7
1
Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; Unidade
de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal;
2
Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia
(CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 3Clinica
Universitária de Cirurgia III, Serviço de Cirurgia III, HUC; 4Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade
de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 5Departamento de Medicina Nuclear,
HUC; 6Grupo de Biologia Molecular Aplicada e Hematologia, Centro de Investigação em Meio
Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal; 7Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal
Introdução: As perdas sanguíneas e as transfusões per-operatórias são factores major de
mortalidade e morbilidade após hepatectomia. Com o desenvolvimento da hepatectomia por via
laparoscópica, a repercussão das clampagens selectivas dos elementos da tríada do pedículo
hepático na função ou viabilidade hepatócitarias são motivo de estudo no nosso Serviço.
Objectivo: Estudo do efeito da clampagem selectiva da artéria hepática (CAH) na função
hepatocelular em modelo animal com fígado normal.
Material e métodos: 1) 40 ratos Wistar (machos, 2 meses), foram divididos em 4 grupos: Grupo
A: animais submetidos a 60 minutos de CAH (n=13); Grupo B: CAH intermitente de 30’+5’ de
reperfusão +30’ (n=13); Grupo C: CAH intermitente de 15’ + 5’ de reperfusão até 60 minutos de
CAH (n= 6), e Grupo D: animais sem CAH (n=8). No fim da intervenção cirúrgica (IC) foi realizada
uma biopsia hepática. 2) Doseamento da TGO, TGP, Bilirrubina total (BT), GGT, FA e LDH 3 dias
antes e imediatamente após a IC. 3) Estudo da função de extracção hepatocitária (FEH) da
99mTc-mebrofenina 3 dias antes e após a CAH. 4) Isolamento dos hepatócitos (H) a partir da
biópsia para: avaliação do stresse oxidativo - determinação da produção de peróxidos
intracelulares por citometria de fluxo (CF), recorrendo à sonda DCFH2-DA
(diclorodihidrofluorosceina diacetato) e caracterização do tipo de morte celular por CF recorrendo
à dupla marcação com Anexina-V/iodeto de propídeo (AV/IP), Bcl-2, BAX e TRAIL. Avaliação do
potencial da membrana mitocondrial por CF utilizando a sonda fluorescente JC-1. 5) Estudo
estatístico: análise de variância com medidas repetidas a um factor.
Resultados: 1) Mortalidade: Grupo A: 7,6%, Grupos B a D: 0%. 2) Observou-se um aumento
estatisticamente significativo dos valores de TGO, TGP, LDH, GGT, BT e FA mas sem diferenças
entre os grupos (ns); 3) A FEH mantêm valores normais e sem diferenças entre os grupos (ns). 4)
Não se verificaram diferenças significativas na viabilidade e no tipo de morte celulares, assim
como na produção de espécies reactivas de oxigénio ou na alteração potencial de membrana
mitocondrial nos H isolados.
Conclusões: A CAH traduz-se por uma aumento da viabilidade celular e uma diminuição do tipo
de morte celular (necrose ou apoptose) comparativamente a estudos anteriormente realizados
por nós podendo ser uma alternativa à MP em particular nos doentes submetidos a hepatectomia
por via laparoscópica tendo em conta as alterações do fluxo portal provocadas pelo
pneumoperitoneu.
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26 de Novembro de 2011
08:30/10:00 - Sala B
COMUNICAÇÕES ORAIS - MEDICINA NUCLEAR
Moderadora: Filomena Botelho (Coimbra)
CO30 - CAPTAÇÃO DE 99MTC-TOC E 117LU-DOTATATE POR CÉLULAS MIA PACA-2 –
RESULTADOS PRELIMINARES
R Gradiz1, AM Abrantes2, AC Mamede3, A Mota-Pinto1, MF Botelho2
1
Laboratório de Patologia Geral, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra,
Portugal; 2Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e
Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal;
3
Unidade de Biofísica, IBILI, CIMAGO, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal; CICS-UBI, Centro de Investigação em Ciências da Saúde, Universidade da
Beira Interior, Covilhã, Portugal
Introdução: O cancro do pâncreas, resistente à cirurgia, quimioterapia e radioterapia, é a quarta
causa de morte por cancro a nível mundial. O 99mTc-TOC (HYNIC-(D-Phe1,Tyr3-Octreotide) e o
Lu-DOTATATE são radiofármacos utilizados no diagnóstico imagiológico e no tratamento,
respectivamente, de lesões patológicas neuroendócrinas com expressão marcada de receptores
de somatostatina. A linha celular MIA PaCa-2 é um adenocarcinoma pancreático ductal humano.
177
Objectivos: 1. Estudo fenotípico das células MIA PaCa-2; 2. Se existirem receptores de
somatostina estudar a captação destas células quando submetidas a concentrações crescentes
de 99mTc-TOC e 177Lu-DOTATATE.
Materiais e métodos: As células MIA PACa-2 foram adquiridas à ATTC e cultivadas com
Dulbecco´s Modified Eagle´s medium (DMEM) complementado com soro de cavalo e soro fetal
bovino, a 37ºC e CO2 a 5%, sendo posteriormente realizado o estudo fenotípico (CK-19, MNF116, vimentina, cromogranina A, sinaptofisina, CD56) e a identificação de receptores de
somatostatina por imunohistoquímica nestas células. O 99mTc-TOC foi cedido pelo Serviço de
Medicina Nuclear do Hospital da Universidade de Coimbra e o 177Lu-DOTATATE pelo Serviço de
Medicina Nuclear do Instituto Português de Oncologia. As curvas de captação foram obtidas após
incubação de 2x106 células com 99mTc (controlo) e com concentrações crescentes de 99mTc-TOC:
25, 50, 75 e 100 micro Ci. Foi realizado um n.º de experiências médio, em amostras duplicadas,
de 14 e de 9 para o 99mTc e para o 177Lu, respectivamente, e a captação foi medida com uma
câmara gama aos 5, 10, 15, 30, 45, 60, 90 e 120 minutos. A percentagem de captação foi obtida
pela razão entre o pellet e o sobrenadante.
Conclusão: A fenotipagem das células MIA PACa-2 revelou: CK-16, MNF-116, vimentina e
cromogranina A positivos; sinaptofisina e CD56 negativos. A captação do 99mTc-TOC pelas
células MIA PaCa-2 cresceu no tempo e atingiu um valor de 1,13% com 100µCi aos 120 minutos.
O 99mTc (controlo) teve a captação mais baixa (0,84% aos 120 minutos). A captação do 177LuDOTATATE pelas células MIA PaCa-2 manteve-se estável no tempo com as diferentes
concentrações e atingiu um valor de 0,42% com 25µCi aos 15 e 30 minutos. Não foi utilizado
controlo. Este trabalho revelou que As células MIA PaCa-2 são células com características de
transição epitelio-mesenquimatosa (EMT) e com algum grau de diferenciação endócrina. A maior
captação de 99mTc-TOK foi conseguida com 100µCi. O octreótido facilita a captação do 99mTc. O
177
Lu-DOTATATE apresenta uma menor captação do que o 99mTc-TOK e do que o seu controlo.
48
com potencial de malignidade e atingimento multiorgânico, tendo com possíveis manifestações
clínicas angiomas da retina e do sistema nervoso central, feocromocitomas, quistos renais,
adenocarcinoma renal, quistos pancreáticos e tumores neuroendócrinos (TNE) pancreáticos. A
PET/CT com 68Ga-DOTANOC pode ter indicação na avaliação dos doentes com suspeita ou
diagnóstico confirmado de TNE pancreático.
Objetivo: Descrever um achado incidental de captação de 68Ga-DOTANOC em angiomas, no
contexto de Doença de Von Hippel-Lindau com TNE pancreático.
Caso clínico: Doente do sexo feminino, 52 anos, com Doença de Von Hippel-Lindau
diagnosticada em 1993, com atingimento multiorgânico: angiomas da retina esquerda, medula e
suprarrenal esquerda (submetida a adrenalectomia bilateral em 1993) e TNE do pâncreas
(submetida a duodenopancreatectomia cefálica com preservação pilórica em Fevereiro/2011).
Em Agosto de 2011 realizou PET/CT com 68Ga-DOTANOC para estadiamento do TNE
pancreático, a qual revelou hipercaptação de 68Ga-DOTANOC em gânglios inter-aorto-cava,
sugestiva de metástases e, adicionalmente, três focos de captação aumentada do radiofármaco,
um na retina esquerda e dois na espinal medula (no plano axial de C4/C5 e L1), que
relacionamos com lesões angiomatosas conhecidas a esse nível.
Conclusão: Apesar dos análogos da somatostatina marcados com radionuclídeos serem um
método com grande especificidade para neoplasias endócrinas, é importante ter presente que
lesões não neuroendócrinas podem apresentar expressão desses receptores. Este caso clínico
demonstra a possibilidade de fixação de análogos da somatostatina em angiomas, constituindo
um risco de eventuais pitfalls/falsos positivos na PET/CT com 68Ga-DOTANOC.
49
27 de Novembro de 2011
09:30/11:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - CARDIOLOGIA/PNEUMOLOGIA
Moderadora: Guilhermina Cantinho (Lisboa)
CO31 - ANÁLISE DE FASE EM GATED SPECT. CARACTERIZAÇÃO NO BCRE
Guilhermina Cantinho1, Helena Pena1, Inês Magno2, Ana Graça2, Elvira Fonseca2,
Fernando Godinho1
1
Atomedical, SA & IMN-FML; 2Atomedical, SA
A terapêutica de ressincronização (TRC) tem revelado benefícios em doentes com grave
insuficiência cardíaca. No entanto, 20-30% dos seleccionados pelos critérios convencionais, não
beneficiam. Prever quais os que vão responder é um desafio.
Metodologias baseadas na análise do ciclo cardíaco por estudo da perfusão do miocárdio
(gSPECT) têm-se revelado promissoras. Para avaliar da sensibilidade da técnica, utilizamo-la na
caracterização de indivíduos com BCRE, seleccionados pela duração do QRS.
Material e métodos: Dos doentes para investigação de doença coronária (DC), sem evidência
de EAM, seleccionamos:
- 60: QRS<90 ms e gSPECT normal, 30 mulheres (68±11 anos) e 30 homens (65±12);
- 150: BCRE e QRS>120 ms, 85 mulheres (69.5±10.5) e 65 homens (69.5±9.7). De acordo com o
resultado do gSPECT, foram agrupados em dilatados (sem DC), normais e com DC.
Todos efectuaram gSPECT, 30 mCi 99mTc-MIBI, repouso e esforço farmacológico,
processamento por método iterativo WBR. O método de Germano foi utilizado na quantificação
da função e perfusão do VE. Para análise do início da contracção mecânica do VE, utilizou-se o
método de E. Garcia: histograma de fase por análise de Fourrier com determinação: pico da fase,
desvio padrão, largura, kurtosis e skewness do histograma.
Calcularam-se a média, desvio padrão e Teste t de Student não-emparelhado. Correlacionaramse estes parâmetros com a duração do QRS.
Calcularam-se os casos com desvio ao DP dos parâmetros de fase teoricamente normais (E.
Garcia).
Resultados: Não encontramos diferenças estatisticamente significativas (ES) nas variáveis idade
e FC.
Os parâmetros da função do VE revelaram diferenças ES na população com BCRE.
Os parâmetros da diástole revelaram alterações erráticas (fraca robustez da metodologia). Não
houve correlação das variáveis do histograma com duração do QRS e sexo.
No histograma de fase, 4 dos 5 parâmetros estavam alterados nos indivíduos com BCRE
(p<0,05), com maior significado nos BCRE dilatados e nos com DC (p< 0,0001).
Mais de 90% dos casos com valores alterados em 4 parâmetros.
Conclusões: Forte poder discriminativo em 4 parâmetros que quantificam o dessincronismo nos
doentes com BCRE.
Metodologia promissora para selecção de doentes para TRC. Determina o local mais atrasado na
contracção, excluindo zonas de necrose, o que pode orientar a terapêutica. Requer estudos mais
aprofundados de correlação com os parâmetros convencionais.
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27 de Novembro de 2011
09:30/11:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - CARDIOLOGIA/PNEUMOLOGIA
Moderadora: Guilhermina Cantinho (Lisboa)
CO32 - ASSOCIAÇÃO ENTRE DENSIDADE MINERAL ÓSSEA E DEFEITOS DE PERFUSÃO
DO MIOCÁRDIO NUMA POPULAÇÃO DE DOENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE
Tiago S. Vieira1, Miguel Bernardes2, Elisabete Martins3, Patrícia Oliveira1, Georgina Terroso2,
Ana Oliveira1, Teresa Faria1, Maria Berta Perez1, Francisco Ventura2, Jorge G. Pereira1
1
Serviço de Medicina Nuclear - Hospital de São João; 2Serviço de Reumatologia - Hospital de
São João; 3Serviço de Cardiologia - Hospital de São João
Introdução: A artrite reumatóide (AR) é uma patologia inflamatória sistémica com repercussão
em todo o organismo, nomeadamente nos sistemas esquelético e cardiovascular. As
prevalências de osteoporose e de isquemia silenciosa do miocárdio estão aumentadas em
doentes com AR. No entanto, tanto quanto é do conhecimento dos autores, nenhum trabalho
prévio estudou a associação entre a densidade mineral óssea (DMO) e a perfusão do miocárdio
na AR.
Objectivo: Avaliar a associação entre DMO e defeitos de perfusão do miocárdio (DPM) na AR.
Material e Métodos: Após autorização concedida por comissão de ética para a saúde, um grupo
de 119 doentes (96 mulheres) com AR realizou densitometria óssea, pelo método DEXA, e
cintigrafia de perfusão do miocárdio com 99mTc-Tetrafosmina, sob stress farmacológico com
adenosina. A análise da DMO foi realizada na coluna lombar, no fémur, nas mãos e na primeira
falange do segundo dedo de ambas as mãos. Foi realizada uma análise multivariada, ajustando
para idade, índice de massa corporal, DAS28-4v, duração da doença, dose diária média actual de
prednisolona e duração de corticoterapia, no grupo total e em subgrupos de doentes: sob e sem
terapêutica com bifosfonatos (BF); sob e sem terapêutica com anti-TNF alfa (aTNF).
Conclusões: No grupo total de doentes verificou-se uma associação positiva entre DMO, em
todas as localizações, e DPM (p<0,05). No subgrupo de doentes sem terapêutica com BF (n=84)
verificou-se uma associação positiva entre DPM e DMO da mão direita, da falange proximal do
segundo dedo da mão direita e da mão esquerda. Nos doentes sob terapêutica com BF (n=35)
não se verificou qualquer associação entre DMO e DPM. No subgrupo de doentes sem
terapêutica com aTNF (n=64) verificou-se uma associação inversa entre DPM e DMO da mão
direita e da falange proximal do segundo dedo da mão esquerda. No subgrupo de doentes sob
terapêutica com aTNF (n=55) verificou-se uma associação positiva entre DMO e DPM, em quase
todas as localizações. Contrariamente aos resultados observados em populações com outras
patologias, neste grupo de doentes com AR verificou-se uma associação positiva global entre
DMO e DPM. Colocamos a hipótese do tratamento administrado aos doentes com AR poder
alterar a habitual associação inversa entre DMO e DPM.
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27 de Novembro de 2011
09:30/11:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - CARDIOLOGIA/PNEUMOLOGIA
Moderadora: Guilhermina Cantinho (Lisboa)
CO33 - CINTIGRAFIA CARDÍACA COM MIBG-I-123 NA DOENÇA DE FABRY - RESULTADOS
PRELIMINARES
Ana Oliveira1, Teresa Faria1, Elisabete Martins2, João Paulo Oliveira3,
Francisco Rocha-Gonçalves2, Jorge G. Pereira1
1
Serviço de Medicina Nuclear - Hospital de São João; 2Serviço de Cardiologia - Hospital de São
João; 3Serviço de Nefrologia - Hospital de São João
Introdução: A doença de Fabry (DFy) é uma doença rara, hereditária, associada ao cromossoma
X. Consiste numa doença lisossómica de acumulação, resultante da deficiência congénita deα galactosidase A.
A DFy afecta múltiplos tecidos e órgãos, sobretudo a pele, rins, córnea, endotélio vascular,
sistema nervoso periférico e coração. As principais causas de morbilidade e mortalidade, para
além de insuficiência renal e acidente vascular cerebral, incluem doença cardiovascular. Acresce
que o coração pode apresentar-se como o único órgão afectado em doentes com mutações
específicas do gene e em certas portadoras do sexo feminino, constituindo a “Variante Cardíaca
da DFy”.
Recentemente, com o aparecimento de terapêutica enzimática de substituição eficaz, tornou-se
particularmente relevante a detecção de envolvimento cardíaco, uma vez que a introdução
precoce do tratamento aumenta a sua taxa de sucesso.
O diagnóstico definitivo implica a realização de biópsia miocárdica. Actualmente, a avaliação
destes doentes inclui o ecocardiograma, o Holter e a RMN cardíaca, com resultados pouco
sensíveis e dependentes do operador. A Cintigrafia cardíaca com MIBG-Iodo-123 (CCard-MIBG)
permite a avaliação in vivo da actividade simpática cardíaca, sendo já utilizada na avaliação
cardíaca de diversos sub-grupos de doentes.
Objectivo: Avaliar a capacidade da CCard-MIBG de detectar alterações cardíacas em doentes
com DFy.
Material e Métodos: Desde Fev.2010, foram recrutados na Consulta de Cardiologia doentes com
DFy e portadoras do gene da DFy. Cada doente foi avaliado clinicamente, submetido a
electrocardiograma, ecocardiograma, estudo Holter e RMN cardíaca, e, ainda, a CCard-MIBG.
Esta consiste na aquisição de imagens planares estáticas, em projecção anterior do tórax, 20min
e 4h após a administração endovenosa de 370MBq de MIBG-Iodo-123, e de tomografia
computorizada de emissão, 4h após a injecção. Em cada caso, foi calculada a razão de
actividade coração/mediastino (C/M) precoce e tardia, e a taxa de washout miocárdico do
radiofármaco (Wcard).
Resultados: Foram avaliados 5 doentes (2, sexo feminino) com DFy e 3 portadoras. A C/M
média foi de 1,80 (± 0,25) e o Wcard médio de 41,7% (± 21,3%). Dos indivíduos avaliados,
apenas uma, com DFy, apresentava perturbações cardíacas diagnosticadas (miocardiopatia
dilatada), sendo a que apresentava CCard-MIBG mais alterada.
Conclusão: Todos os indivíduos avaliados apresentam alteração do valor de C/M e a maioria
apresenta, também, alteração do valor de Wcard. No entanto, do total, apenas um doente havia
sido diagnosticado com patologia cardíaca.
Os resultados obtidos apoiam a hipótese da potencial utilidade da Cintigrafia cardíaca com MIBGI-123 na avaliação cardíaca de doentes com DFy.
52
27 de Novembro de 2011
09:30/11:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - CARDIOLOGIA/PNEUMOLOGIA
Moderadora: Guilhermina Cantinho (Lisboa)
CO34 - CINTIGRAFIA PULMONAR NO ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS COM
ESTENOSE DA ARTÉRIA PULMONAR
André H. Dias1, Margarida Matos Silva2, Rui Anjos2, Sophia Pintão1,
Fernando Maymone Martins2, Teresa Martins1
1
Serviço de Medicina Nuclear do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE; 2Serviço de
Cardiologia Pediátrica do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE
Objectivos: Determinar a utilidade da cintigrafia pulmonar (CP) na avaliação clínica e
acompanhamento da terapêutica endovascular de estenoses das artérias pulmonares (AP) em
doentes pediátricos.
Material e métodos: Entre Novembro/1996 e Março/2010 acompanharam-se 72 crianças (32F,
40M), tratadas no nosso hospital para estenoses das artérias pulmonares: T.Fallot(31), Atrésia
AP(17), Estenose AP(12), Transposição dos grandes vasos(5), Cardiopatias complexas(4),
Patência do canal arterial(1).
O estudo de ventilação (realizado nos doentes colaborantes) consistiu na inalação de um
aerossol de 555MBq de 99mTc-DTPA seguindo-se a aquisição de vistas anterior, posterior e
oblíquas posteriores do tórax (3min,128x128). As mesmas vistas foram adquiridas no estudo de
perfusão (2min,256x256), após a administração e.v. de 99mTc-MAA (actividade ajustada à idade e
peso). Os estudos foram realizados para avaliar a eficácia de procedimentos terapêuticos e
quando clinicamente relevante durante o follow-up. Avaliou-se e quantificou-se a existência de
assimetria na perfusão e mismatch V/P, usando-se essa informação em conjunto com os dados
de ecografia e angiografia para o seguimento clínico dos doentes.
Resultados e Discussão: Realizaram-se 159 CP no período do estudo. 49 doentes efectuaram
pelo menos 2 exames de acompanhamento, 21 realizaram pelo menos 3 exames (até 7 exames
realizados por doente no período analisado). O padrão de progressão da perfusão das AP foi
específico para cada doente, com a quantificação da perfusão pulmonar relativa a assumir um
papel crucial nas decisões clínicas. Na estenose unilateral das AP a ecografia raramente mostra
aumento da pressão no ventrículo direito (VD) devido à compensação de fluxo no pulmão
contralateral. Nestes casos a CP mostra assimetria na perfusão, sendo o único exame não
invasivo que detecta e determina a gravidade da estenose e consequente necessidade de
correcção terapêutica. Na estenose bilateral significativa a ecografia mostra aumento da pressão
no VD. Aqui a CP também fornece informação importante na decisão terapêutica: quando mostra
perfusão assimétrica, o tratamento deve focar-se preferencialmente no lado mais estenosado;
quando mostra simetria a intervenção deverá ser bilateral.
Conclusão: A CP é um bom método para avaliar e acompanhar as estenoses da AP e deve ser
utilizada quando disponível. Na estenose pulmonar unilateral é o único método não invasivo que
avalia a necessidade de intervenção terapêutica. A estenose bilateral reduz o valor diagnóstico
da CP porque a perfusão relativa entre ambas as áreas pulmonares pode estar equilibrada. No
entanto a CP orienta a decisão de intervenção unilateral ou bilateral quando a pressão no VD
está aumentada.
53
27 de Novembro de 2011
09:30/11:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - CARDIOLOGIA/PNEUMOLOGIA
Moderadora: Guilhermina Cantinho (Lisboa)
CO35 - VALOR DA CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO DO MIOCÁRDIO COM GATED SPECT NA
DESSINCRONIA VENTRICULAR EM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Joana Correia1, Maria João Cunha1, Maria João Ferreira2, Nuno Cabanelas2, Luís Santos2,
Anabela Albuquerque1, Ana Paula Moreira1, Gracinda Costa1, Luís Providência2,
João Pedroso de Lima1
1
Serviço de Medicina Nuclear - Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Serviço de Cardiologia Hospitais da Universidade de Coimbra
Introdução: Encontra-se documentado o benefício da terapêutica de ressincronização cardíaca
na insuficiência cardíaca refractária permanecendo, contudo, uma questão problemática relativa
ao insucesso verificado em 30-40% dos doentes, em parte atribuível à ausência de critérios de
selecção adequados. A duração do QRS, parâmetro actual de dessincronia ventricular, nem
sempre tem sido capaz de predizer a resposta à terapêutica. Neste contexto, surge a
necessidade de uma alternativa para avaliação de dessincronia ventricular mecânica (DV).
Objectivo: Avaliar as potencialidades do Gated SPECT, ainda pouco exploradas na prática
clínica, na identificação de DV.
Material e Métodos: Analisámos retrospectivamente 44 doentes com insuficiência cardíaca, 35
homens (79,5%) e 9 mulheres (20,5%), com idade média de 61 anos, submetidos durante o ano
de 2008 a estudos de perfusão do miocárdio com Gated SPECT com 99mTc-Tetrafosmina, para
investigação etiológica de disfunção sistólica ventricular esquerda. Foram avaliadas a duração do
QRS, a fracção de ejecção (FEVE) e etiologia isquémica/não isquémica. O processamento do
Gated SPECT possibilitou, com recurso ao software Emory Cardiac Toolbox®, a avaliação da
medida da dispersão da velocidade de contracção, obtendo-se um histograma de fase e um
parâmetro quantitativo expresso na forma de desvio padrão (DP) em graus. De acordo com
literatura publicada (Samad et al, JNC, 18.1, 24-30, 2011) considerámos valores de
DP≥43°relacionáveis com DV.
Resultados: A duração média do QRS verificada foi de 108ms e a FEVE média de 36,5%. Doze
dos 44 doentes (27,3%) apresentavam etiologia isquémica e 32 (72,7%) não isquémica. A
prevalência total de DV, definida a partir do cut off de 43°, foi de 43,2%. Doentes com DV
apresentavam FEVE média de 32% e doentes sem DV de 40%. Em doentes com QRS<120ms a
prevalência de DV foi de 37,9% e com QRS>120ms de 46,7%. Doentes isquémicos
apresentaram mais frequentemente DV (58,3%±50,2) do que os não isquémicos (37,5%±36,5).
Conclusão: Na nossa amostra identificámos uma prevalência de DV de 43,2%. Essa prevalência
é mais elevada em doentes com FEVE baixas e em doentes com etiologia isquémica. A
cintigrafia de perfusão do miocárdio permite a avaliação simultânea de isquémia, quantificação de
FEVE e DV em doentes com insuficiência cardíaca. No entanto, sendo um método promissor na
avaliação desta situação terá, ainda, de ser validado por estudos prospectivos de larga escala.
54
27 de Novembro de 2011
09:30/11:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - CARDIOLOGIA/PNEUMOLOGIA
Moderadora: Guilhermina Cantinho (Lisboa)
CO36 - AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA INICIAL DE UM SERVIÇO DE MEDICINA NUCLEAR
NA REALIZAÇÃO DE CINTIGRAFIA DE VENTILAÇÃO E PERFUSÃO PULMONAR EM MODO
TOMOGRÁFICO
Joaquim G. Santos, Susana Carmona, Joaquim Araújo Sequeira, Ana Prata, Ana Isabel Santos
Hospital Garcia de Orta
Introdução: A cintigrafia de ventilação e de perfusão pulmonar com imagens planares (CV/Qplanar) é um recurso muito útil no diagnóstico e seguimento de tromboembolismo pulmonar
(TEP). Contudo, a sua interpretação é, por vezes, duvidosa. A aquisição de imagens
tomográficas (CV/Q-SPET) tem sido descrita como aumentando a acuidade diagnóstica do
exame, transmitindo maior segurança aos médicos relator e prescritor.
Objectivo: Avaliar a experiência inicial de um Serviço de Medicina Nuclear na realização e
interpretação de estudos CV/Q-SPET.
Doentes e Métodos: Foram estudados prospectivamente 53 exames, realizados a 50 doentes
(sexo masculino=15 e feminino=35) referenciados para realização de CV/Q para diagnóstico
(n=19) ou controlo evolutivo (n=34) de TEP, tendo todos dado consentimento informado. Foram
adquiridas imagens de CV/Q-planar e CV/Q-SPET, seguindo as linhas de orientação da
Associação Europeia de Medicina Nuclear. A avaliação dos estudos CV/Q-planar e CV/Q-SPET
foi realizada de forma independente, mediante o consenso de dois médicos especialistas em
Medicina Nuclear, que não tinham conhecimento do relatório final. Em cada estudo, foi atribuída,
a cada pulmão, uma pontuação, correspondendo aos defeitos de perfusão com ventilação
conservada com distribuição lobar, segmentar ou subsegmentar, traduzindo os segmentos
atingidos por TEP. Os estudos foram considerados positivos para tromboembolismo pulmonar
quando se verificou, pelo menos, uma pontuação correspondendo a um defeito segmentar ou
equivalente segmentar. Compararam-se as pontuações obtidas para os dois métodos com o teste
de Wilcoxon emparelhado, tendo sido estimado o intervalo de confiança a 95% (IC95%) para a
diferença entre as pontuações atribuídas a cada pulmão nos dois estudos.
Resultados: Nos estudos CV/Q-planar, verificou-se que 57% (n=30) eram compatíveis com TEP;
nos estudos CV/Q-SPET a respectiva proporção foi de 60% (n=32).
O teste de Wilcoxon emparelhado estimou a diferença entre pontuações no valor de -0,75 (IC95%
de -1,0 a -0,5; p-value=9,6x10-7), traduzindo uma diferença estatisticamente significativa de cerca
de 1 defeito subsegmentar entre as duas técnicas, com vantagem para CV/Q-SPET.
Em 8 estudos a impressão diagnóstica dos dois métodos foi discordante, sendo que em 5 destes
a CV/Q-SPET foi positiva para TEP.
Discussão: Os resultados obtidos demonstram que a CV/Q SPET identifica um número de
defeitos de perfusão ligeiramente superior em relação à CV/Q-planar, e consequentemente um
maior número de exames com critérios de TEP. Contudo, só estudos posteriores, após validação
com o diagnóstico definitivo de TEP, nos permitirão avaliar se estamos perante um aumento de
sensibilidade sem prejuízo de especificidade.
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27 de Novembro de 2011
09:30/11:00 - Sala A
COMUNICAÇÕES ORAIS - CARDIOLOGIA/PNEUMOLOGIA
Moderadora: Guilhermina Cantinho (Lisboa)
CO37 - VALOR PREDITIVO POSITIVO DA CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO DO MIOCÁRDIO EM
DOENTES EM AVALIAÇÃO PRÉ-TRANSPLANTE RENAL
Rodolfo Silva1, Nuno Cabanelas2, Maria João Cunha1, Maria João Ferreira2, Gracinda Costa1,
Luís Augusto Providência2, João Pedroso de Lima1
1
Serviço de Medicina Nuclear dos Hospitais da Universidade de Coimbra; 2Serviço de Cardiologia
dos Hospitais da Universidade de Coimbra
INTRODUÇÃO: A doença cardiovascular permanece como uma das principais causas de
mortalidade e morbilidade em doentes com insuficiência renal crónica (IRC) avançada, dada a
elevada prevalência de factores de risco nesta população, como por exemplo diabetes, HTA, e o
ambiente pró-trombótico e pró-inflamatório habitualmente presente. A detecção de doença
coronária e a revascularização miocárdica, diminuem o risco cirúrgico durante o transplante e
melhoram o prognóstico a longo prazo destes doentes.
OBJECTIVOS: Avaliar o valor preditivo positivo (VPP) da cintigrafia de perfusão do miocárdio
(CPM) quando comparada com a coronariografia (gold-standard diagnóstico) em doentes com
IRC candidatos a transplante renal. Adicionalmente, pretende-se avaliar a correspondência entre
a localização dos defeitos de perfusão e a localização das estenoses nas artérias coronárias
visualizadas na angiografia.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foram seleccionados, retrospectivamente, todos os candidatos a
transplante renal, que realizaram CPM entre 2006 e 2009 (454 doentes). Destes, incluíram-se
apenas os que apresentaram resultados sugestivos de isquémia e que realizaram posteriormente
coronariografia num único centro (n=41). Compararam-se os resultados de ambos os exames em
termos de tradução angiográfica e de localização dos defeitos de perfusão observados pela CPM.
RESULTADOS: Dos 41 doentes selecionados, 36 eram do sexo masculino e 5 do sexo feminino,
com uma média de idades de 62 anos (DP: 8,8; 44-76). A coronariografia mostrou existência de
doença coronária em 25 doentes (VPP=61%). Considerando apenas as coronariografias que
apresentaram lesões coronárias que condicionavam estenoses iguais ou superiores a 50% o
número de verdadeiros positivos da CPM diminuiu para 16 (VPP=39%). Observaram-se defeitos
de perfusão no território vascular da artéria descentente anterior em 66% dos doentes com
estenose nesta artéria ou em um dos seus ramos. Este valor fixou-se em 45% para a artéria
circunflexa e em 81% para a artéria coronária direita.
CONCLUSÃO: Neste estudo o VPP da CPM foi de 61%. Contudo, este valor diminui para 39%
se considerarmos apenas as lesões angiográficas significativas. Estes resultados podem estar
relacionados com a presença de doença microvascular, mais prevalente neste grupo de doentes,
capaz de provocar isquémia miocárdica sem doença associada nos grandes vasos epicárdicos,
diminuindo o VPP da CPM. Registou-se, ainda, uma correspondência de 81% entre a localização
dos defeitos de perfusão e a estenose angiográfica da artéria coronária direita, 66% para a
descendente anterior e 45% para a circunflexa.
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XIII
CONGRESSO
NACIONAL
DE MEDICINA
NUCLEAR
Grande Real Villa Itália
Cascais . Portugal
POSTERS
25 a 27 NOV. 2011
SOCIEDADE PORTUGUESA
DE MEDICINA NUCLEAR
26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P1
Moderadora: Gracinda Costa (Coimbra)
PO1 - A CINTIGRAFIA COM 99MTC-SESTAMIBI NO ESTUDO COMBINADO DAS
PARATIRÓIDES E DA PERFUSÃO DO MIOCÁRDIO NUM DOENTE COM
HIPERPARATIROIDISMO PRIMÁRIO
Tiago S. Vieira, Patrícia Oliveira, Ana Oliveira, Teresa Faria, Maria Berta Perez, Jorge G. Pereira
Serviço de Medicina Nuclear - Hospital de São João
Introdução: O sestamibi é um complexo catiónico lipofílico utilizado para a realização de estudos
de paratiróides anómalas e de perfusão do miocárdio. Apresentamos o caso clínico de um doente
com hiperparatiroidismo primário em que uma única cintigrafia com 99mTc-sestamibi permitiu a
localização de paratiróide anómala e o diagnóstico de extenso defeito de perfusão do miocárdio.
Descrição do caso: Homem de 62 anos, com hipercalcemia desde há 3 anos, realizou estudo da
função paratiroideia que revelou PTH -135,1 pg/mL, cálcio - 12 mEq/L e fósforo - 2,2mg/L. Por
diagnóstico clínico de hiperparatiroidismo primário foi encaminhado para realização de cintigrafia
das paratiróides. O doente tinha história de hepatite C, de hipertensão arterial e de doença
arterial periférica. Não eram conhecidos antecedentes de doença renal, de enfarte agudo do
miocárdio ou de dor torácica. A ecografia cervical demonstrou patologia nodular da tiróide e uma
formação nodular localizada posteriormente ao terço inferior do lobo esquerdo da tiróide,
compatível com paratiróide hiperplasiada. O SPECT/CT da região cérvico-torácica, após
administração e.v. de 99mTc-sestamibi, confirmou a presença de paratiróide anómala, na
topografia descrita na ecografia. A análise combinada do ventrículo esquerdo em repouso, com
correcção de atenuação por CT, revelou extenso defeito de perfusão da parede lateral.
Discussão e Conclusão: O sestamibi é captado mais intensamente por tecidos com elevada
actividade metabólica, devido à abundância de mitocôndrias. O hiperparatiroidismo primário está
associado a um risco aumentado de patologia cardiovascular e foi recentemente demonstrado
que doentes com adenoma paratiroideu com defeitos de perfusão do miocárdio extensos
apresentam níveis de hormona paratiroideia plasmática mais elevados. Este caso sugere que o
estudo da perfusão do miocárdio em simultâneo com o das paratiróides pode ser útil na
identificação de doentes que beneficiarão de uma abordagem clínica dirigida.
59
26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P1
Moderadora: Gracinda Costa (Coimbra)
PO2 - CARCINOMA PAPILAR DA TIROIDEIA COM METASTIZAÇÃO MÚLTIPLA E INVULGAR
Hugo Carvalho, Ângelo Silva, Pedro Ratão, Teresa C. Ferreira, Carla Oliveira, Lucília Salgado
Serviço de Medicina Nuclear - Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE
Introdução: O carcinoma papilar da tiroideia (CPT) tem frequentemente metastização ganglionar
como forma de apresentação. A disseminação à distância é habitualmente pulmonar e óssea.
Neste caso clínico há evidência de CPT com metastização em localização invulgar.
Caso Clínico: JJBF, sexo masculino, 66 anos de idade, sem antecedentes pessoais relevantes,
saudável até Junho de 2008, altura em que iniciou quadro de queixas álgicas persistentes a nível
da bacia.
Nesta altura, fez radiografia e TC da bacia que revelaram lesão osteolítica do ilíaco esquerdo, de
grandes dimensões e com componente de partes moles associado.
Realizou biópsia da lesão e o resultado histopatológico foi: metástase de carcinoma do epitélio
folicular. Neste contexto, em Agosto de 2008 realizou tiroidectomia total, cujo resultado anatomopatológico foi: CPT multifocal, com angioinvasão e metastização ganglionar cervical (três gânglios
pré-tiroideus), pT2 N1a M1 (estádio IVC).
Em Novembro fez 1ª terapêutica com 5550MBq (150mCi) de 131I no nosso Serviço. A cintigrafia
corporal 48h após terapêutica mostrou fixação cervical e óssea extensa e multifocal, com lesão
de maiores dimensões no ilíaco esquerdo.
O valor de tiroglobulina (Tg) após esta terapêutica era de 78.710 ng/mL.
Em Fevereiro de 2009 realizou 2ª terapêutica com 550MBq (150mCi) de 131I. A cintigrafia
corporal 48h após terapêutica, para além das lesões conhecidas, mostrava duas lesões
nodulares abdominais de novo, que após estudo tomográfico (SPECT/TC) se verificou
corresponderem a lesão hepática e massa junto ao hilo hepático. A Tg após terapêutica era de
86.480ng/mL.
Realizou posteriormente mais duas terapêuticas com 131I.
Em Outubro de 2010 fez TC abdominal que mostrou lesão hepática secundária, no segmento V,
como já documentado em cintigrafia corporal, e nódulos em ambas as supra-renais.
Em Janeiro de 2011 foi submetido a última terapêutica com 5550MBq (150mCi) de 131I
(actividade cumulativa = 27750MBq [750mCi]). A cintigrafia corporal 48h após terapêutica
mostrava fixação óssea extensa e lesão hepática conhecidas, assim como duas massas
abdominais paravertebrais em topografia supra-renal, compatíveis com metástases de CPT,
corroborando os achados da TC.
A Tg após esta última terapêutica era de 17.354ng/mL.
O doente mantém-se em seguimento.
Conclusão: Este é um caso de CPT raro, com apresentação inaugural de metástase óssea. Ao
longo do seguimento e evolução da doença, para além de metastização óssea extensa, detectouse envolvimento secundário hepático e das supra-renais, locais incomuns de metastização de
CPT.
60
26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P1
Moderadora: Gracinda Costa (Coimbra)
PO3 - CORRELAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DO DFG: MÉTODOS
MATEMÁTICOS (MDRD E CKD-EPI) E DEPURAÇÃO PLASMÁTICA DE 99MTC-DTPA
André H. Dias, Sophia Pintão, Teresa Martins
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE
Introdução: O débito de filtração glomerular (DFG) é considerado o melhor índice de avaliação
da função renal.
Por ser difícil a sua determinação directa, diversos métodos de cálculo estimam-no a partir da
creatinina sérica, sendo a equação do grupo MDRD actualmente a mais utilizada.
Recentemente o grupo CKD-EPI desenvolveu uma nova equação, anunciada como sendo mais
exacta, que poderia substituir, no uso rotineiro, a MDRD.
Por terem maior exactidão do que estas equações, em especial para valores de DFG mais
elevados, os protocolos de medicina nuclear, quando disponíveis, são utilizados para a
determinação do DFG.
No nosso hospital utilizamos um método in vitro de quantificação da depuração do 99mTc-DTPA
para avaliar o DFG maioritariamente em duas populações: candidatos a dador de rim e doentes
oncológicos tratados com quimioterapia nefrotóxica.
Objectivos: Este estudo teve como objectivo comparar métodos indirectos de estimativa do DFG
com a determinação utilizando radioisótopos.
Material e métodos: Estudaram-se N=119 doentes entre Oct/2008-Mar/2010: 75 potenciais
dadores de rim (48F, 27M; idade média=45) e 44 doentes oncológicos (43F, 1M; idade
média=55).
Utilizou-se um protocolo in vitro de duas amostras sanguíneas para calcular a depuração do
99m
Tc-DTPA.
Foi colhida simultaneamente amostra para obtenção do valor actualizado da creatinina sérica,
utilizado no cálculo do DFG pelos métodos matemáticos (MDRD e CKD-EPI).
Complementarmente adquiriram-se imagens renais em gama-câmara, tendo-se calculado o DFG
pelo método de Gates.
Comparámos os valores de DFG obtidos pelos métodos in vitro e de Gates com os calculados
pelas equações MDRD e CKD-EPI.
Resultados: O DFG médio calculada pelas equações (MDRD 83.25±18.72; CKD-EPI
90.45±17.01) foi menor que o DFG calculado pelo método in vitro (101.1±25.79).
A correlação entre os métodos MDRD ou CKD-EPI e o método in vitro foi estatisticamente
significativa (p<0,001), mas apenas com moderada força de correlação. Este factor deveu-se à
perda de linearidade para valores mais elevados de DFG. A comparação entre os métodos de
Gates e in vitro mostrou maior força de correlação.
Embora os métodos matemáticos tenham mostrado boa correlação entre eles (0,89), o CKD-EPI
mostrou uma correlação mais próxima com o cálculo in vitro (0,59) do que o MDRD (0,44).
Conclusão: Em comparação com os métodos radioisotópicos, os métodos matemáticos com
base na creatinina sérica subestimaram o valor do DFG, o que está de acordo com a literatura
publicada.
A nova equação CKD-EPI parece reflectir os resultados do DFG de forma mais precisa do que a
MDRD.
61
26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P1
Moderadora: Gracinda Costa (Coimbra)
PO4 - O POTENCIAL DO 188RE-PEI-MP PARA A RADIOTERAPIA METABÓLICA DE
OSTEOSSARCOMA E CARCINOMA DA BEXIGA
S Ferreira1, M Laranjo2, MA Abrantes2, L Metello3, J Zeevart4, W Louw4, I Dormehl5, MF Botelho2
1
Serviço de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal;
Escola de Ciências, Universidade do Minho, Braga, Portugal; Curso de Medicina Nuclear, Escola
Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico do Porto, Portugal; 2Serviço de Biofísica, IBILI,
Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; Centro de Investigação em
Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal; 3Curso de Medicina Nuclear, Escola Superior de Tecnologia da
Saúde do Politécnico do Porto, Porto, Portugal; 4Departamento de Radioquímica, NECSA,
Pretoria, África do Sul; 5Departamento de Medicina Interna, Universidade de Pretoria, Pretoria,
África do Sul
Introdução: O polímero PEI-MP, polietilenoimina funcionalizada com grupos metilfosfonato,
marcado com o 188Re tem um forte potencial para a radioterapia metabólica.
Objectivos: Este estudo teve por objectivo avaliar a eficácia do
terapêutico para osteossarcoma e carcinoma da bexiga.
188
Re-PEI-MP como agente
Material e métodos: Realizaram-se estudos de citotoxidade do PEI-MP em células de
osteossarcoma (MNNG-HOS) e de carcinoma da bexiga (CRL-1472) recorrendo ao teste de MTT,
usando diferentes concentrações e tempos de incubação. Após a marcação com 188Re
determinou-se a pureza radioquímica por microcromatografia ascendente (ITLC-SG/acetona e
W3MM/citrato 1M). Posteriormente realizaram-se estudos de captação de 188Re-PEI-MP e de
Na188ReO4 pelas células MNNG-HOS durante 4 horas. Após os estudos in vitro realizaram-se
estudos de biodistribuição em ratinhos Balb/c nu/nu. Foram constituídos 6 grupos: 2 grupos de
ratinhos normais (Na188ReO4, 188Re-PEI-MP); 2 grupos com osteossarcoma (Na188ReO4 e
188Re-PEI-MP); 2 grupos com carcinoma de bexiga (Na188ReO4 e 188Re-PEI-MP). A
administração dos complexos foi i.v. na veia caudal, com o animal anestesiado e colocado em
decúbito ventral sobre o detector da câmara-gama. Imediatamente, fez-se uma aquisição
dinâmica (matriz 128x128, 20 frames, 30 segundos) e imagens estáticas (matriz 256x256, 2 min),
cada meia hora. O sacrifício realizou-se às 2 horas e às 4 horas. Os órgãos foram pesados, a
actividade medida num contador de poço, e obtiveram-se as percentagens da actividade
injectada por grama de órgão (ID%/g).
Conclusão: O MTT demonstrou que o PEI-MP não é citotóxico. A pureza radioquímica do
188Re-PEI-MP foi „d90%. A captação foi maior para o 188Re-PEI-MP do que para o Na188ReO4
na linha celular MNNG-HOS. A biodistribuição do Na188ReO4, demonstrou que a captação foi
moderadamente elevada pela tiróide, estômago e urina, seguindo uma biodistribuição normal. A
biodistribuição com o 188Re-PEI-MP, demonstrou que a excreção é principalmente por via renal
com uma pequena fracção a ser eliminada pelo sistema hepatobiliar. Nos ratinhos com
osteossarcoma e injectados com 188Re-PEI-MP a razão tumor/músculo>1 e com carcinoma da
bexiga a razão tumor/músculo>1,5. O 188Re-PEI-MP parece ser promissor no tratamento de
ambos os tipos de cancro, mas com maior potencial para o cancro da bexiga.
62
26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P1
Moderadora: Gracinda Costa (Coimbra)
PO5 - UM ADENOMA PARATIROIDEU MUITO SINGULAR E UM CARCINOMA PAPILAR DA
TIRÓIDE: UMA SUCESSÃO DE ACHADOS DESPOLETADOS PELA PESQUISA DE
METÁSTASES DE NEOPLASIA DA MAMA
Carlos Gaspar, André H. Dias, Sophia Pintão, Teresa Martins
Centro Hospitalar Lisboa Ocidental
Apresenta-se o caso clínico de uma doente do sexo feminino, 70 anos, raça caucasiana, com
antecedentes pessoais de neoplasia da mama esquerda diagnosticada em 2000 (mastectomia
total com esvaziamento axilar).
Em 2011, por aumento do CEA (10.7ng/ml) e subsequente investigação imagiológica negativa
para doença secundária, realizou PET-CT (11/01/2011) que mostrou apenas hiperfixação intensa
na região cervical anterior esquerda, não tendo sido conclusivo em relação ao seu ponto de
partida: lobo esquerdo da tiroideia vs estrutura extra tiroideia (adenopatia?). Na sequência deste
achado realizou: cintigrafia tiróide (7/03/2011) que evidenciou nódulo frio do terço superior do
lobo esquerdo; ecografia tiroideia (14/03/2011) que mostrou múltiplos nódulos bilaterais
predominantemente sólidos, sem adenomegalias com significado patológico; CAAF ecoguiada de
nódulo tiroideu (30/03/2011) compatível com bócio colóide com componente quístico.
Repetiu PET-TC (06/05/2011) havendo persistência de lesão fortemente metabólica, 16x12mm,
extra-tiroideia (adenopatia metastática vs adenoma/carcinoma paratiroideu), sem outros focos de
hipermetabolismo anómalo.
O valor da PTH em 16/05/2011 era de 55,9pg/ml (normal).
Dado não ser possível excluir malignidade, optou-se por cirurgia exploratória, realizada a
25/05/2011: excisão de lesão peritiroideia anómala e lobectomia esquerda.
O exame histológico das peças operatórias revelou:
Lesão peritiroideia: adenoma paratiroideu com 0,8cm de maior eixo;
Lobo esquerdo da tiróide: carcinoma papilar da tiroideia, variante folicular encapsulada, sem
invasão vascular nem invasão da cápsula da tiroideia.
Em 16/09/2011 apresenta CEA 6,5ng/ml e Cálcio 9,7mg/dl.
Os autores apresentam este caso como exemplo ilustrativo de um achado inesperado de
captação anómala intensa de 18F-FDG numa lesão que veio a revelar-se benigna (adenoma da
paratiroideia) , e que era até então insuspeita (sem aumento da PTH).
Destaca-se também o achado de um carcinoma papilar da tiróide após lobectomia esquerda (com
CAAF prévia negativa).
63
26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P1
Moderadora: Gracinda Costa (Coimbra)
PO6 - O IMPACTO DA NEGATIVIDADE RADIOLÓGICA DE METÁSTASES PULMONARES
(MP) NA EVOLUÇÃO CINTIGRÁFICA DE DOENTES COM CARCINOMA BEM
DIFERENCIADO DA TIRÓIDE (CBDT)
Rodolfo Silva, Tiago Saraiva, Anabela Albuquerque, Gracinda Costa, João Pedroso de Lima
Serviço de Medicina Nuclear dos Hospitais da Universidade de Coimbra
INTRODUÇÃO: Os pulmões são um dos locais mais comuns de metastização à distância em
doentes com CBDT. A capacidade de fixação de iodo e a invisibilidade radiológica das MP
parecem estar entre as variáveis associadas a um bom prognóstico.
OBJECTIVO: O objectivo deste trabalho foi comparar a evolução, cintigráfica e analítica, de
doentes com CBDT que apresentam MP em função da sua detectibilidade em estudos
radiológicos.
MATERIAL E MÉTODOS: Procedeu-se à consulta dos processos clínicos dos 808 doentes com
CBDT submetidos a tiroidectomia e a terapêutica com 131I, entre 1984 e 2009, seleccionado-se
todos os casos em que foram registadas MP. Dos 51 doentes que satisfaziam este critério, 22
foram excluídos uma vez que a informação disponível era muito escassa. A amostra fixou-se em
29 doentes (idade média: 53±15.4 anos, 16-78), 13 do sexo masculino e 16 do sexo feminino.
Vinte e dois doentes apresentavam carcinoma papilar e 7 carcinoma folicular da tiróide
(papilar/folicular=3.14). Vinte e três doentes apresentavam apenas MP e 6 doentes apresentavam
adicionalmente metástases ósseas. Os valores de TSH, tiroglobulina (Tg) e dos anticorpos antitiroglobulina foram doseados no tratamento e durante o seguimento. De acordo com a
positividade das MP em estudos radiológicos (radiografia torácica e CT) foram criados dois
grupos: Grupo 1- estudos radiológicos negativos (12 doentes); Grupo 2 - estudos radiológicos
positivos (17 doentes). A resposta à terapêutica foi avaliada pela evolução da Tg e do padrão
cintigráfico em cintigrafias pós-terapêutica com I-131.
RESULTADOS: O número de terapêuticas com I-131 por paciente variou entre 1-10. Em 11
doentes registou-se melhoria cintigráfica, em 10 doentes não se observou uma variação
significativa e em 6 doentes registou-se um agravamento. Dois pacientes foram excluídos porque
realizaram apenas uma cintigrafia. Foi encontrada uma associação entre o Grupo 1 e o padrão de
melhoria cintigráfica utilizando a análise Chi-square de Pearson (<0.05). O mesmo método não
permitiu encontrar uma correlação com a Tg.
CONCLUSÕES: Na nossa série parece existir uma associação entre a negatividade radiológica e
melhoria cintigráfica das MP. Contudo, uma relação estatística mais robusta só será possível com
uma amostra maior. A ausência de correlação entre o padrão radiológico e a variação da Tg,
deve-se talvez à presença de outras variáveis que não foram consideradas. Contudo, nenhum
doente no Grupo 1 apresentou progressão do marcador tumoral, ao contrário do Grupo 2, onde 5
doentes apresentavam valores de Tg em rápida ascensão.
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26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
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Moderadora: Gracinda Costa (Coimbra)
PO7 - TRATAMENTO DO CARCINOMA HEPATOCELULAR COM IODO-131: INFLUÊNCIA DA
P53
AR Gomes1, AM Abrantes2, M Laranjo2, MA Gomes3, AF Brito2, AC Mamede4, MF Botelho2,
JG Tralhão5
1
Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina, Faculdade de Ciências e Tecnologia,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 2Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação
em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade
de Coimbra, Coimbra, Portugal; 3Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 4Unidade de Biofísica, IBILI, CIMAGO, Faculdade
de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; CICS-UBI, Centro de Investigação em
Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal; 5Serviço de Cirurgia III dos
Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade
de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
Introdução: O Carcinoma Hepatocelular (CHC) é o tumor primário maligno do fígado mais
frequente. O seu prognóstico é reservado, e os resultados das diversas opções terapêuticas são
desanimadores. A transplantação hepática, que permite tratar simultaneamente o cancro e a
doença subjacente, é a abordagem de tratamento com melhores resultados; contudo, poucos
doentes podem beneficiar dela. As alternativas terapêuticas apresentam, maioritariamente, maus
resultados. Neste contexto, é urgente estudar e desenvolver novas estratégias terapêuticas. A
radioterapia é hoje aceite como uma das formas mais eficazes de oncoterapia, sendo utilizada
para o tratamento duma ampla variedade de tumores malignos com origens diversas e em
diferentes estadios de desenvolvimento. Uma das principais moléculas envolvidas na resposta
celular à radioterapia é o gene supressor tumoral p53. O p53 é responsável por manter a
estabilidade genómica e, em resposta a um dano celular, é capaz de induzir uma paragem do
ciclo celular e, consequentemente, conduzir a célula para apoptose.
Objectivo: Estudar a eficácia terapêutica do iodo-131 em três linhas celulares humanas de CHC
que diferem entre si na expressão de p53.
Material e Métodos: Os trabalhos experimentais foram realizados em três linhas celulares
humanas de CHC: HepG2 (p53 normal), HuH7 (p53 mutado) e Hep3b2.1-7 (não expressa p53).
Para avaliar a viabilidade celular em resposta à terapia com iodo-131 realizaram-se ensaios
clonogénicos. As linhas celulares em estudo foram submetidas a radiação interna, utilizando
diferentes doses de exposição (1, 2, 5, 10 e 20 Gy). Ao fim de 12 dias, as células foram coradas
com violeta de cristal, contadas e calculado o factor de sobrevivência (SF).
Resultados e Conclusão: A linha celular que sobre-expressa p53 (HUH7) é mais radiossensível
que as linhas celulares que expressa p53 normal (HepG2) e que não expressa p53 (Hep3B2.1-7).
Verifica-se que a viabilidade celular após tratamento com iodo-131 pode ser influenciada pelo
gene p53, dado que a linha que sobre-expressa p53, poderá ter uma maior capacidade de
reconhecer danos celulares, e consequentemente desencadear o fenómeno de apoptose ou
parada de crescimento no meio do ciclo celular, do que as linhas celulares Hep3b2.1-7 e HuH-7.
Com este estudo, concluímos que o p53 pode ser um determinante da radiossensibilidade
celular. Os resultados indicam que as células que sobre-expressam p53 são as mais
radiossensíveis, o que poderá traduzir num prognóstico mais favorável para tumores que
expressem este gene. Estes dados podem ser muito úteis na prática clínica.
Trabalho financiado pela FCG (Projecto nº 96442)
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26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
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Moderadora: Gracinda Costa (Coimbra)
PO8 - COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS NA AQUISIÇÃO DA CINTIGRAFIA DA TIRÓIDE COLIMADOR DE ORIFÍCIOS PARALELOS VS PINHOLE
Ana Carvalho, Ana Catita Gil, Silvana Sebastião, Carla Oliveira, Hugo Carvalho, Ângelo Silva,
Lucília Salgado
Serviço de Medicina Nuclear - Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE
Introdução: O colimador pinhole permite obter imagens magnificadas, com elevada eficiência
geométrica e superior resolução espacial face ao colimador de orifícios paralelos.
Recentemente, tem-se verificado um aumento da utilização do colimador de orifícios paralelos de
baixa energia e alta resolução, com aplicação de zoom, em alternativa ao pinhole, na aquisição
da cintigrafia da tiróide com pertecnetato. Contudo, no último ano, o nosso Serviço de Medicina
Nuclear utilizou os dois métodos na maioria dos doentes.
Objectivos: O objectivo deste estudo consistiu em comparar os dois tipos de aquisição,
avaliando nomeadamente as diferenças quanto à informação e qualidade das imagens.
Material e Métodos: Foi utilizada uma amostra de 35 doentes, 4 do sexo masculino e 31 do sexo
feminino, com idade média de 55 anos (17-78 anos), que realizaram cintigrafia da tiróide no
Serviço entre Julho e Setembro de 2011.
As imagens foram adquiridas numa câmara gama de dois detectores, 20 minutos após a
administração endovenosa de 185MBq (5mCi) de pertecnetato de sódio.
A imagem com o colimador pinhole foi adquirida durante 10 minutos, utilizando uma matriz de
256x256. A imagem com o colimador de orifícios paralelos de baixa energia e alta resolução foi
adquirida durante 5 minutos, utilizando uma matriz de 256x256, com zoom de 2,0.
Ambas as imagens foram adquiridas em projecção anterior, com a aproximação ideal do detector
à região cervical do doente.
A valorização dos achados teve em conta o relatório do exame e a apreciação visual de dois
médicos.
Resultados: Em 28,6% dos doentes (n=10), as imagens cintigráficas estavam dentro da
normalidade ou não apresentavam alterações focais hiper e/ou hiperfixantes.
Em 71,4% dos casos (n=25), foram individualizadas áreas focais hiper e/ou hipofixantes. Em 64%
destes doentes (n=16), verificou-se coincidência total das imagens obtidas com ambos os
colimadores. Nos restantes 36% (n=9), o pinhole forneceu informação adicional relevante,
identificando 12 alterações focais não perceptíveis na imagem adquirida com o colimador de
orifícios paralelos: 9 áreas de hipofixação e 3 áreas de hiperfixação.
Conclusão: A utilização do pinhole mostrou vantagens na detecção de áreas hipo/hiperfixantes,
não visíveis com o colimador de orifícios paralelos, em mais de um terço dos doentes com
alterações focais na cintigrafia da tiróide.
Em todos os casos, verificou-se melhor resolução espacial na imagem obtida com o colimador
pinhole, favorecendo uma melhor avaliação diagnóstica por parte dos clínicos.
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26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
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Moderadora: Teresa Martins (Lisboa)
PO9 - DENSIDADE MINERAL ÓSSEA NUMA POPULAÇÃO FEMININA COM ARTRITE
REUMATÓIDE: CORRELAÇÕES DOS OSSOS DAS MÃOS COM O FÉMUR E COM A
COLUNA LOMBAR
Tiago S. Vieira1, Miguel Bernardes2, Ana Oliveira1, Patrícia Oliveira1, Teresa Faria1,
Maria Berta Perez1, Francisco Ventura2, Jorge G. Pereira1
1
Serviço de Medicina Nuclear - Hospital de São João; 2Serviço de Reumatologia - Hospital de
São João
Introdução: A artrite reumatóide (AR) condiciona perda acelerada de densidade mineral óssea
(DMO), localizada e generalizada, que resulta primariamente do aumento da actividade
osteoclástica. Os ossos na proximidade de articulações inflamadas, como os ossos das mãos,
são susceptíveis a perda de DMO devido à inflamação. Com este estudo pretende-se estudar a
utilidade clínica da densitometria das mãos numa população de mulheres com AR, utilizando o
método de dual energy X-ray absorptiometry (DEXA).
Objectivo: Investigar a relação da DMO dos ossos das mãos com a DMO do fémur e da coluna
lombar, e avaliar a hipótese da densitometria das mãos poder substituir a densitometria do fémur
e da coluna lombar na análise da DMO, numa população de doentes do sexo feminino com AR.
Material e Métodos: Após autorização concedida por comissão de ética para a saúde, realizouse densitometria óssea de ambas as mãos e do fémur e da coluna lombar numa população de
mulheres com AR (n=30), pelo método DEXA. Foi determinada a DMO de cada um dos cinco
metacarpos e do conjunto das falanges de cada um dos cinco dedos das mãos, bem como a
DMO do fémur e da coluna lombar. Calcularam-se estatisticamente as correlações entre a DMO
dos metacarpos e das falanges dos dedos das mãos e a DMO do fémur e da coluna lombar.
Conclusão: Verificaram-se correlações estatisticamente fortes entre a DMO dos metacarpos e
das falanges dos dedos das mãos e a DMO do fémur e da coluna lombar. O fémur apresentou
correlação mais forte com o 5º dedo da mão esquerda (R2=0,6308). A coluna lombar apresentou
correlação mais forte com o 4º dedo da mão direita (R2=0,6253). Este estudo levanta a hipótese
de a avaliação da DMO nos ossos das mãos poder substituir a avaliação da DMO no fémur e na
coluna lombar em mulheres com AR.
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26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P2
Moderadora: Teresa Martins (Lisboa)
PO10 - UM CURIOSO ARTEFACTO NA CINTIGRAFIA ÓSSEA
Ângelo Silva, Hugo Carvalho, Pedro Ratão, Ana Carvalho, Carla Oliveira, Ana Daniel,
Teresa C. Ferreira, Lucília Salgado
Serviço de Medicina Nuclear - Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE
Introdução: Na cintigrafia óssea podem surgir artefactos. Alguns ocorrem pela presença de
material metálico devido aos efeitos de atenuação dos raios gama, condicionando uma imagem
fotopénica. São exemplos destas situações: pacemakers, material ortopédico e a presença de
objectos como cintos e moedas. Na maioria dos casos são facilmente reconhecidos pela sua
localização e configuração típicas, porém podem condicionar falsos positivos.
Caso clínico: CS, sexo masculino, 75 anos de idade, seguido na nossa Instituição com
diagnóstico de adenocarcinoma do esófago em Setembro/2010, submetido a quimio-radioterapia
de Fevereiro a Março de 2011.
Em Abril/2011, realizou PET com 18F-FDG para avaliação da resposta à terapêutica. Este exame
evidenciou lesões hipermetabólicas em localização óssea (D1, asa do ilíaco direito e acetábulo
ipsilateral), sem outras alterações.
Em Maio/2011, efectuou cintigrafia óssea, que foi compatível com envolvimento ósseo secundário
multifocal, mostrando maior número de lesões que na PET, nomeadamente na grelha costal, no
sacro, no acetábulo esquerdo e diáfise femoral ipsilateral.
Identificou-se, ainda, pequena imagem focal hipocaptante na região abdominal esquerda, fora do
contorno ósseo, em provável relação com artefacto. Confrontámos a cintigrafia óssea com
radiografia abdominal de Abril/2011. Este exame revelou a presença de pacemaker em
localização correspondente à imagem fotopénica encontrada na cintigrafia óssea.
Verificou-se que o doente tinha colocado pacemaker em 2008 por antecedentes de bloqueio
completo auriculo-ventricular. Em Fevereiro/2011, antes de iniciar radioterapia, devido à sua
proximidade do local a irradiar, o pacemaker foi colocado em loca abdominal.
Conclusão: Este caso descreve um artefacto invulgar na cintigrafia óssea, designadamente a
presença de pacemaker em localização abdominal.
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26 de Novembro de 2011
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Moderadora: Teresa Martins (Lisboa)
PO11 - HISTIOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS DO ADULTO E MEDICINA
NUCLEAR
Hugo Carvalho, Ângelo Silva, Pedro Ratão, Teresa C. Ferreira, Carla Oliveira, Lucília Salgado
Serviço de Medicina Nuclear - Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE
Introdução: A histiocitose de células de Langherhans do adulto é uma situação rara,
caracterizada por proliferação das células dendríticas de etiologia desconhecida.
Caso clínico: JAGP, sexo masculino, 40 anos de idade, com hábitos tabágicos moderados, sem
outros antecedentes pessoais relevantes.
Em Setembro de 2007 iniciou história de edema facial e dor referida ao seio maxilar esquerdo,
sem febre ou perda ponderal e sem resposta a antibioterapia, com cerca de 3 meses de
evolução.
A TC do crânio (Novembro 2007) revelou lesão osteolítica no pavimento do seio maxilar
esquerdo, com cerca de 40mm. Realizou biopsia da mucosa do seio maxilar esquerdo e o
diagnóstico histopatológico foi: histiocitose de células de Langerhans. Nesta altura, foi submetido
a cirurgia.
O doente foi posteriormente referenciado a consulta de Hematologia do IPOLFG.
A cintigrafia óssea de estadiamento inicial (Abril 2008) mostrou lesões focais no seio maxilar
esquerdo (lesão primária), hemimandíbula ipsilateral e parietal direito; e ligeira heterogeneidade
de captação na coluna lombar.
A TC do crânio (Maio 2008) confirmou a lesão osteolítica parietal direita.
Foi submetido a quimioterapia em Junho 2008.
A reavaliação após terapêutica por cintigrafica óssea (Outubro de 2008) revelou: manutenção das
lesões já conhecidas, mas aparecimento de lesões focais de pequenas dimensões e baixa
intensidade de fixação em L3 e L4, com componente fotopénico associado, sugestivo de lesões
osteolíticas.
A RM confirmou a presença de lesões osteolíticas na coluna lombar.
O doente foi posteriormente submetido a radioterapia externa (RTE) da coluna lombar.
Na cintigrafia óssea de controlo (Março 2009) verificou-se estabilidade de todas as lesões
previamente identificadas, sem evidência de alterações focais de novo.
O doente mantém-se em seguimento, sem progressão de doença óssea, e não apresenta
evidência de doença sistémica noutras localizações.
Conclusão: A cintigrafia óssea neste caso mostrou relevância clínica, tanto no estadiamento
como na avaliação da resposta à terapêutica desta doença rara no adulto, apesar de as lesões
ósseas mais frequentes serem de predomínio osteolítico.
De acordo com a classificação da histiocitose de células de Langerhans do adulto, estamos
perante doença de um único sistema, com doença óssea multifocal.
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26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P2
Moderadora: Teresa Martins (Lisboa)
PO12 - SUPERSCAN EM CINTIGRAFIA ÓSSEA NO ESTADIAMENTO DE TUMOR DE
ORIGEM DESCONHECIDA (TOD) - UM CASO CLÍNICO RARO
Hugo Carvalho, Ângelo Silva, Pedro Ratão, Teresa C. Ferreira, Carla Oliveira, Lucília Salgado
Serviço de Medicina Nuclear - Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE
Introdução: A neoplasia metastática de origem primária desconhecida é caracterizada por mau
prognóstico e sobrevida média após o diagnóstico inferior a um ano. Os tumores mais
frequentemente associados a esta situação são o carcinoma do pulmão e do pâncreas. Na vasta
maioria dos casos, o tumor primitivo não é identificado.
Caso Clínico: JJJ, sexo masculino, 70 anos de idade, sem antecedentes pessoais relevantes
conhecidos.
Recorreu ao médico assistente em Janeiro de 2009 por volumosas massas nas regiões axilar
esquerda e cervical bilateralmente, com vários meses de evolução e sem outra sintomatologia
associada.
A citologia ganglionar cervical e da massa axilar revelou: carcinoma com ponto de partida
desconhecido. Neste contexto, em Fevereiro de 2009 realizou tomografia por emissão de
positrões (PET) com 18F-FDG. Para além de confirmar as lesões ganglionares, a PET revelou
alterações ósseas, sem outras captações anómalas valorizáveis.
Em Março de 2009 realizou cintigrafia óssea, que revelou aumento generalizado de fixação em
praticamente todo o esqueleto, sugestivo de envolvimento ósseo secundário difuso, com
ausência de visualização de actividade renal e muito ténue actividade vesical, compatível com
padrão de Superscan.
Não foi encontrada nenhuma alteração metabólica durante a investigação que justificasse o
padrão cintigráfico referido.
O doente realizou ainda TC cervico-toraco-abdomino-pélvica que revelou envolvimento
ganglionar múltiplo, linfangiose pulmonar e lesões ósseas múltiplas extensas, já identificadas por
PET e cintigrafia óssea.
Foi submetido a radioterapia externa paliativa para controlo da dor óssea.
Em Junho de 2010, no decorrer da investigação e após realização de ecografia vesical que
revelou espessamento da parede posterior da bexiga, foi submetido a biópsia vesical, onde foi
possível identificar a localização primária do tumor. Tratava-se de uma neoplasia de origem
primitiva urotelial.
Conclusão: Neste caso clínico, e de acordo com a revisão da literatura efectuada, a localização
tumoral primária identificada do TOD (bexiga), bem como a sua apresentação inicial, são
invulgares.
O carcinoma urotelial pode ser causa de envolvimento secundário extenso e difuso do esqueleto,
com padrão cintigráfico ósseo de Superscan, embora esta seja também uma situação rara.
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26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
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Moderadora: Teresa Martins (Lisboa)
PO13 - MELHORAR O CONTRASTE ESTRIADO/FUNDO NOS ESTUDOS COM IOFLUPANO:
USO DE UMA DUPLA JANELA DE ENERGIA PARA A CORRECÇÃO DO SCATTER
André H. Dias, Carlos Gaspar, Sophia Pintão, Pedro Almeida, Teresa Martins
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE
Introdução: Com vista a melhorar a qualidade das imagens dos estudos com Ioflupano, o físico
do Serviço estudou a utilização de uma dupla janela de aquisição para a redução do scatter
usando como modelo um fantoma dos núcleos estriados. A subtracção de uma janela ponderada
de 100keV foi calculada como sendo a forma mais eficaz de reduzir o scatter nas chamadas
áreas de fundo. Este método é fácil de implementar, proporcionando melhor contraste entre a
captação no estriado e a actividade de fundo.
Objectivo: Este estudo teve como objectivo confirmar a utilidade visual e clínica deste método.
Procurou-se também demonstrar a sua eficácia usando análise semiquantitativa.
Material e Métodos: De Junho/2008 a Março/2011, realizaram-se 107 estudos com Ioflupano no
nosso departamento. Como preparação para o exame, os fármacos que interferem com a
captação do ioflupano foram suspensos e a glândula tiroideia bloqueada com uma solução de
iodeto de potássio per os 1h antes da administração e.v. de 150MBq de 123I-Ioflupano.
Adquiriu-se estudo tomográfico do cérebro (128v, 35’’/v, 128x128) utilizando duas janelas de
energia (159keV e 100keV), 4h após a injecção, numa gama-câmara de 2 detectores (SMV).
As imagens foram processadas numa estação de trabalho GE Xeleris® usando apenas a janela
de 159keV ou subtraindo a janela de 100keV da janela de 159keV para correcção de scatter. Foi
feita uma comparação visual e por métodos semi-quantitativos da captação no estriado.
Resultados: Visualmente, as imagens processadas usando a janela de correcção de scatter
demonstraram melhor contraste entre a captação no estriado e as regiões de fundo (occipital).
Este facto foi confirmado pelos valores da semiquantificação que demonstraram diferenças
estatisticamente significativas (p<0,001) entre ambos os métodos: Captação corrigida
estriado/occipital (3.18±0.84); não corrigida (2.68±0.58).
Dividindo os resultados em quartis verificamos que o uso da correcção de scatter aumenta mais o
contraste estriado/fundo nos doentes com valores mais elevados de captação. [Rácio de
captação estriado/occipital >3,7: corrigida (4.10±0.46); não corrigida (3.30±0.36)].
Esta diferença diminui quando a captação no estriado é baixa [rácio de captação
estriado/occipital <2,5: corrigida (2.09±0.32); não corrigida (1.93±0.25)].
Conclusões: O estudo demonstrou que a aquisição de uma janela de correcção de scatter
melhora o contraste de imagem levando a uma melhor avaliação da captação no estriado.
Embora esta melhoria não tenha influência directa no resultado do exame, facilita a avaliação
visual, permitindo melhor discriminação nas situações em que as alterações da captação no
estriado são ligeiras.
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26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
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Moderadora: Teresa Martins (Lisboa)
PO14 - O ÁCIDO ASCÓRBICO COMO POTENCIAL AGENTE IMAGIOLÓGICO E
TERAPÊUTICO: ESTUDOS IN VITRO E IN VIVO NUMA LINHA CELULAR DE
ADENOCARCINOMA COLORECTAL
AS Pires1, AM Abrantes2, AC Mamede3, ME Serra4, AB Sarmento-Ribeiro5, MF Botelho2
1
Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina, Faculdade de Ciências e Tecnologia,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 2Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação
em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade
de Coimbra, Coimbra, Portugal; 3Unidade de Biofísica, IBILI, CIMAGO, Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; CICS-UBI, Centro de Investigação em Ciências da
Saúde, Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal; 4Departamento de Química, Faculdade
de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 5Grupo de Biologia
Molecular Aplicada e Hematologia, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e
Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
Introdução: A incidência do cancro colorrectal tem aumentado em todo o mundo e constitui uma
das principais causas de morte nos países mais desenvolvidos. As vitaminas antioxidantes e a
sua aplicação na prevenção e terapia do cancro têm sido amplamente estudadas, sugerindo uma
nova e valiosa abordagem na oncologia. A vitamina C apresenta-se na forma reduzida (ácido
ascórbico - AA) e na forma oxidada (ácido dehidroascórbico - DHA) e atua na prevenção e
tratamento do cancro através das suas propriedades: (1) antioxidante, pela neutralização de
espécies reactivas de oxigénio – ROS; e (2) pró-oxidante, pela formação de ROS,
comprometendo a viabilidade celular.
Objetivos: Marcar o AA com tecnécio-99m e desenvolvimento de uma metodologia de controlo
de qualidade e investigação do seu potencial imagiológico através de estudos de captação numa
linha celular de adenocarcinoma colorrectal e estudos de biodistribuição em ratinhos normais
(Balb/c) e com xenotransplantes (Balb/c nu/nu).
Material e métodos: A marcação do AA foi efectuada com 99mTc usando cloreto de ferro III
(FeCl3) como agente redutor e a eficiência de marcação foi controlada por HPLC, diferenciando o
composto pretendido (99mTc-AA) das impurezas radioquímicas, tecnécio livre (99mTcO4-) e
tecnécio reduzido e hidrolizado (99mTc-RH). O método de HPLC foi desenvolvido usando como
fase estacionária uma coluna Nucleosil com pré-coluna e como fase móvel um gradiente de
KH2PO4 (0,025M, pH=3) e metanol na proporção de 96/4 (v/v). A cultura de células de
adenocarcinoma colorrectal (WiDr, ATCC) foram desenvolvidas em DMEM com 10% de soro
bovino fetal. Os estudos de captação do 99mTcO4- e 99mTc-AA foram realizados durante 120
minutos. Ratinhos Balb/c nu/nu foram injectados com células WiDr e, após três semanas,
injectados com 99mTc-AA, com o intuito de realizar aquisições estáticas e dinâmicas até aos 360
minutos após a administração da formulação farmacêutica. Após o sacrifício dos animais, os
diferentes órgãos, incluindo o tumor, foram excisados e contados no contador de poço.
Conclusão: Um método de marcação adequado foi desenvolvido e uma formulação farmacêutica
estável e de elevada pureza radioquímica obtida. Dos resultados in vitro e in vivo, verificou-se
que a captação de 99mTc-AA e de 99mTcO4- são estatisticamente diferentes, que a excreção do
composto marcado é feita pelas vias renal e hepatobiliar, e que o pico de captação do tumor se
obtém 150 minutos após a absorção do radiofármaco. Estes factos evidenciam o potencial
imagiológico do 99mTc-AA e sugerem uma nova abordagem terapêutica no tratamento do cancro
colorrectal.
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26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P2
Moderadora: Teresa Martins (Lisboa)
PO15 - FALSO-POSITIVO NA CINTIGRAFIA COM 123I-MIBG- REVISÃO DE UM CASO
CLÍNICO
Inês Lucena Sampaio, Lúcia Costa, João Pedro Teixeira, Fátima Lopes, Orlando Soares,
Leonor Pereira, Hugo Duarte
IPO-Porto
Introdução: A cintigrafia com 123I-MIBG é um método de diagnóstico com eficácia comprovada
no estadiamento e follow-up de neuroblastomas, sendo uma das maiores vantagens deste estudo
a sua elevada especificidade (cerca de 95%), apresentando uma percentagem reduzida de
falsos-positivos.
Objetivo: Apresentar um caso clínico de neuroblastoma no qual se verificou um resultado falsopositivo na cintigrafia com 123I-MIBG .
Caso clínico: Criança do sexo feminino, 4 anos de idade, com diagnóstico de neuroblastoma
abdominal em Fevereiro/2009, estadio IV, com metástases hepáticas, ósseas (órbita esquerda,
com extensão intracraniana) e ganglionares. Foi decidido realizar tratamento cirúrgico da lesão
primária (ressecção incompleta da lesão nodular aderente à supra-renal esquerda), seguido de
quimioterapia, tendo sido posteriormente encaminhada para a nossa Instituição para transplante
autólogo de medula óssea, o qual realizou em Novembro/2009. Em Janeiro/2010 foi pedida uma
cintigrafia com 123I-MIBG para avaliação pós-transplante, na qual se verificou um foco único de
captação do radiofármaco, de localização para-vertebral abdominal esquerda, interpretado como
neuroblastoma. Em Novembro/2010 repetiu o estudo, tendo-se verificado novamente um foco de
captação único na mesma região. Dado a evolução clínica e imagiológica favorável desta criança,
ponderou-se a possibilidade deste foco se encontrar na dependência de estase renal e sugeriuse reavaliação passado 6 meses com estudo SPECT/CT. Realizou igualmente uma RM
abdominal em Novembro/2010, na qual se identificou uma ligeira irregularidade dos contornos
posteriores e laterais do rim esquerdo. Em Fevereiro/2010 repetiu a cintigrafia com 123I-MIBG e
estudo complementar com SPECT/CT, na qual se verificou que o foco de actividade presente nos
estudos anteriores correspondia a acumulação calicial esquerda do radiofármaco, em provável
relação com irregularidade do contorno posterior documentada na RM. A criança mantém-se sem
evidência de doença até à presente data.
Conclusão: A retenção urinária de 123I-MIBG no trato urinário é a causa mais frequente de falsospositivos na cintigrafia com 123I-MIBG, podendo ser, em alguns casos, difícil de identificar. Este
caso clínico é ilustrativo dessa dificuldade e demonstra a importância da correlação dos achados
imagiológicos com a evolução clínica do doente e da aquisição SPECT/CT na avaliação
complementar destes casos.
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26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P2
Moderadora: Teresa Martins (Lisboa)
PO16 - COMPARAÇÃO DE DOIS TIPOS DE COLÓIDES TECNECIADOS NA DETECÇÃO DE
GÂNGLIO SENTINELA
Lucinda Dias, Ana Geão, Andrea Santos, Ana Mota, Pedro Quaresma, Paula Colarinha
Hospital CUF Descobertas
Introdução: O gânglio sentinela define-se como o primeiro gânglio detectado numa via de
drenagem linfática do tumor primário. O marcador ideal para pesquisa de gânglio sentinela deve
apresentar: retenção persistente neste gânglio, reduzida acumulação de radiofármaco nos
gânglios satélites e depuração rápida do local de injecção. Há dois tipos de colóides tecneciados
que são frequentemente utilizados em linfocintigrafia – colóides de albumina humana e colóides
de sulfureto de rénio.
Objectivo: Comparar os dois radiofármacos tecneciados - colóides de albumina humana e
colóides de sulfureto de rénio – quanto a: 1) tempo de migração e visualização do gânglio
sentinela e 2) incidência de gânglios satélites, quando utilizados em linfocintigrafias para
pesquisa de gânglio sentinela em doentes com carcinoma da mama.
Material e Métodos: Analisaram-se os estudos de pesquisa de gânglio sentinela de 138
pacientes com carcinoma da mama. Em 63 doentes a linfocintigrafia foi realizada com colóides de
albumina humana (Nanocoll®) e em 75 doentes o radiofármaco utilizado foi colóides de sulfureto
de rénio (Nanocis®). Procedeu-se à aquisição de imagens iniciais após administração do
radiofármaco e foram sendo adquiridas imagens seriadas aos 60min, 90min, 120min, 180min,
240min, 300min e 360min até aparecer o gânglio sentinela. Considerou-se como término do
estudo o momento de visualização do gânglio sentinela. Em 5 pacientes não se visualizou gânglio
sentinela; 3 correspondiam a colóides de albumina humana e 2 correspondiam a colóides de
sulfureto de rénio. Estes 5 casos foram excluídos deste estudo.
Resultados: Verificou-se que no grupo de doentes a quem foi administrado colóides de albumina
humana, o intervalo de tempo para visualização do gânglio sentinela foi de; 130’ (média),
120’(mediana), com um tempo mínimo de 10’ e máximo de 330’. Neste grupo não foram
visualizados gânglios satélites.
No grupo de doentes a quem foi administrado colóides de sulfureto de rénio o intervalo de tempo
para visualização do gânglio sentinela foi de; 145’(média) 150’(mediana), com 10’ de mínimo e
360’ de tempo máximo. Neste grupo de doentes foram observados gânglios satélites em 2 caos.
Conclusão: Nesta amostra não foi observada diferença significativa entre os dois radiofármacos
utilizados quanto a: taxa de detecção e tempo para visualização do gânglio sentinela, assim como
quanto à incidência de visualização de gânglios satélite
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26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P3
Moderadora: Teresa Faria (Porto)
PO17 - LESÃO HIPERMETABÓLICA: SECUNDÁRIA OU PRIMITIVA? CASO CLÍNICO DE
DOENTE COM VÁRIAS NEOPLASIAS
Carla Oliveira1, Teresa C. Ferreira1, Ângelo Silva1,Hugo Carvalho1, Pedro Ratão1,
Silvana Sebastião1, Ana Catita Gil1, António Moreira2, Lucília Salgado1
1
Serviço de Medicina Nuclear do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil,
EPE; 2Serviço de Oncologia Médica do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco
Gentil, EPE
Introdução: O aparecimento de uma lesão em PET-18F-FDG nem sempre corresponde a
envolvimento secundário pela neoplasia conhecida, podendo traduzir um segundo tumor
primitivo.
Tumores distintos apresentam grau de diferenciação celular e padrão de metastização diferentes,
como acontece no presente caso clínico.
Caso clínico: JPSB, 68 anos, sexo masculino, com antecedentes de GIST gástrico com
metastização hepática em 2001, tratado por quimioterapia, seguida de imatinib. A terapêutica
com imatinib mantém-se até ao presente.
Em TC de Maio/2006, detectou-se nódulo no lobo superior do pulmão direito. Este nódulo
apresentava hipercaptação de 18F-FDG (SUVmáx. de 3,78) em PET de Agosto/2006, sem
evidência de outras lesões.
Fez lobectomia superior direita em Janeiro/2007. O estudo anatomo-patológico (A.P.) revelou
adenocarcinoma pouco diferenciado, pT1N0M0.
Em Fevereiro/2007, surgiu nova lesão hipermetabólica na língula (SUVmáx. de 2,07).
Foi submetido a lobectomia superior esquerda em Abril/2009. O estudo A.P. revelou carcinoma
pouco diferenciado com áreas de carcinoma neuroendócrino de células grandes (CNCG). As
características morfológicas e imunofenotípicas eram semelhantes às do tumor do pulmão
contralateral, favorecendo a hipótese de metástase do tumor do pulmão direito – pTxN0M1.
Em PET de Dezembro/2009, observou-se lesão hipermetabólica na supra-renal esquerda
(SUVmáx.= 9,7) sugestiva de metástase.
Fez adrenalectomia esquerda em Abril/2010. O estudo A.P. revelou metástase de carcinoma
compatível com neuroendócrino primitivo do pulmão.
No seguimento, a PET de Agosto/2011 revelou lesões hipermetabólicas na loca da supra-renal
esquerda, estendendo-se à cauda do pâncreas (SUVmáx. de 9,13) e no seio renal direito, com
envolvimento do bacinete (SUVmáx. de 8,64). Estas lesões foram confirmadas por TC toracoabdomino-pélvica.
Recentemente foi-lhe diagnosticado carcinoma da próstata.
Conclusão: No contexto de GIST, um nódulo pulmonar “de novo” com comportamento
hipermetabólico far-nos-ia pensar numa metástase. Contudo, em cerca de 33% dos casos um
nódulo solitário do pulmão pode corresponder a neoplasia primitiva.
Embora o CNCG possa expressar receptores de somatostatina, existem estudos que
demonstram a sua avidez de 18F-FDG. O facto de o tumor primitivo ser um carcinoma pouco
diferenciado (com áreas de CNCG) explicaria, só por si, a hipercaptação de 18F-FDG pela lesão
primária e pelas suas metástases.
As actuais massas na loca supra-renal esquerda e no seio renal direito aguardam caracterização
histológica. Apenas desta forma será possível o diagnóstico diferencial entre: lesões secundárias
de GIST; metástases do tumor pulmonar; neoplasia primitiva do pâncreas.
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26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P3
Moderadora: Teresa Faria (Porto)
PO18 - HEMANGIOENDOTELIOMA HEPÁTICO INFANTIL – UM FALSO POSITIVO COM
MIBG-I-123
Teresa Faria1, Ana Oliveira1, Tiago S. Vieira1, Ana Paula Fernandes2, Maria do Bom Sucesso2,
Helena Barroca3, Filomena Barreto3, Anabela Braga4, Jorge G. Pereira1
1
Serviço de Medicina Nuclear - Hospital de São João; 2Unidade de Hemato-Oncologia Pediátrica
- Hospital de São João; 3Serviço de Anatomia Patológica - Hospital de São João; 4Serviço de
Radiologia - Hospital de São João
Introdução: O Hemangioendotelioma Hepático Infantil (HHI), apesar de raro, é o tumor vascular
hepático benigno mais comum na infância. As lesões podem ser solitárias ou multifocais.
Dependendo das dimensões das lesões, das características de crescimento, da localização e das
complicações, o curso varia de assintomático a potencialmente letal, podendo ocorrer
insuficiência cardíaca ou insuficiência hepática fulminante. A regressão espontânea é possível,
mas é necessário tratamento, na maioria dos casos.
Objectivo: Evidenciar um possível falso positivo na cintigrafia com MIBG-I-123.
Material e métodos: Os autores apresentam um caso clínico de um lactente do sexo masculino,
assintomático, referenciado aos 3 meses de idade cronológica por nódulos hepáticos multifocais
detectados em ecografia abdominal, em contexto de seguimento por prematuridade (31
semanas). Foi realizada uma cintigrafia corporal com MIBG-I-123, uma vez que a ressonância
magnética abdominal havia levantado a hipótese de se tratar de envolvimento hepático
secundário por neuroblastoma. A cintigrafia revelou marcada heterogeneidade de captação do
radiofármaco a nível hepático, com focalizações hipercaptantes dispersas, embora não tivesse
sido identificada a suposta lesão primária. Também foi evidente hiperfixação na região cervical,
bilateralmente, sugestiva de captação fisiológica na gordura castanha. A biópsia das lesões
nodulares hepáticas, no entanto, determinou o diagnóstico de HHI.
Discussão: Tratando-se de um tumor vascular, e uma vez que há expressão de receptores betaadrenérgicos nos vasos sanguíneos, seria expectável uma captação aumentada de MIBG-I-123,
num caso como o acima descrito. Não é frequente encontrarem-se HHI em cintigrafias com
MIBG-I-123, dado que, para além de serem raros, habitualmente são diagnosticados por outros
métodos de imagem, antes de se ponderar realizar a cintigrafia com MIBG-I-123. Por esses
motivos, não há muitas referências na literatura. Abordagens terapêuticas recentes incluem,
precisamente, o uso de um bloqueador beta (propanolol), nestes doentes, com excelentes
resultados, tendo sido essa a opção neste caso. Actualmente, todas as lesões hepáticas
regrediram completamente.
Conclusão: Dado que não é frequente encontarem-se HHI em cintigrafias com MIBG-I-123 e que
não havia essa suspeita diagnóstica, essa hipótese não foi ponderada aquando da análise das
imagens. A cintigrafia com MIBG-I-123 não se revelou útil neste caso. Contudo, permitiu
identificar um possível falso positivo, o qual, apesar de raro, deve ser tido em conta na avaliação
destes exames, no futuro.
76
26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P3
Moderadora: Teresa Faria (Porto)
PO19 - HIPERCALCÉMIA – UM CASO CLÍNICO DE SÍNDROME PARANEOPLÁSICO
Hugo Carvalho, Carla Oliveira, Ângelo Silva, Pedro Ratão, Teresa C. Ferreira, Lucília Salgado
Serviço de Medicina Nuclear - Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE
Introdução: São várias as situações que podem estar na origem de hipercalcémia, entre as
quais a produção anómala de “PTH related protein” (PTH-rP) por células tumorais (síndrome
paraneoplásico). No diagnóstico diferencial das causas de hipercalcémia, um valor de cálcio
acima de 13mg/dL é sugestivo de neoplasia, assim como um nível muito reduzido de PTH. Dos
tumores envolvidos com maior frequência, há a destacar os linfomas de alto grau, tal como
exemplificado neste caso clínico.
Caso clínico: STQGD, sexo feminino, 66 anos, com antecedentes de bócio multinodular tóxico
submetido a terapêutica com 131I.
Em estudo laboratorial (Fevereiro/2011), após osteodensitometria que mostrou osteopenia da
coluna lombar, detectou-se défice de vitamina D e hiperparatiroidismo secundário ligeiro: PTH=
99,1pg/mL ; Ca2+=9,4mg/dL, vitamina D=13,7ug/L. Foi medicada com vitamina D.
Em Junho/2011, após traumatismo torácico, fez ecografia das partes moles da parede torácica
posterior esquerda, que mostrou extensa “formação” com cerca de 102x43mm nos planos
profundos, envolvendo arcos costais, de etiologia inespecífica (lipomatosa? hemática?).
Analiticamente (Agosto/2011), verificou-se Ca2+=16,3mg/dL. Foi internada por hipercalcémia
grave, procedendo-se à sua correcção com hidratação, pamidronato e corticoterapia.
Fez biópsia ecoguiada da massa torácica detectada (Agosto/2011), que revelou linfoma B difuso
de grandes células (LBDGC).
A confrontação de TC tóraco-abdomino-pélvica e PET com 18F-FDG (Agosto/2011) revelou
hipercaptação intensa do radiofármaco na neoformação expansiva já conhecida na parede
torácica, com extensão à parede abdominal superior e envolvimento osteolítico de arcos costais.
No decurso do estadiamento, realizou biópsia da medula óssea, que não mostrou infiltração
linfomatosa.
Iniciou quimioterapia com associação CHOP + rituximab.
Conclusão: A hipercalcémia foi inicialmente interpretada como secundária a défice de vitamina
D, no contexto de detecção de osteopenia. Perante o diagnóstico de LBDGC, poder-se-ia
suspeitar de infiltração óssea como causa de hipercalcémia. Contudo, a biópsia medular foi
negativa e o envolvimento de arcos costais não explica os níveis tão elevados de calcémia.
Estávamos, assim, perante um síndrome paraneoplásico.
No LBDGD, a PET/TC é o exame de eleição no estadiamento (não substituindo a biópsia
medular), na avaliação intermédia e na avaliação final da resposta à terapêutica. Este linfoma é
potencialmente curável e a precocidade na instituição da terapêutica tem impacto no seu
sucesso.Este caso chama-nos a atenção para a importância de realizar um correcto despiste de
síndromes paraneoplásicos.
77
26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P3
Moderadora: Teresa Faria (Porto)
PO20 - PLANEAMENTO DE RADIOTERAPIA COM PET-CT. CONDIÇÕES TÉCNICAS
Denise Calado, Diana Ferreira, Paulo Saragoça, Carlos Ovidio, Ana Maria Costa, Carla Miguel,
Rosario Vieira, Francisco Mascarenhas
Hospital da Luz
Introdução: O PET-CT no planeamento de radioterapia permite maior precisão no diagnóstico
conduzindo a maior segurança no cálculo de dose de radiação e no controlo loco-regional da
doença oncológica, contribuindo para uma melhoria na segurança e qualidade de vida do doente
oncológico. O PET-CT para planeamento, causou um impato direto na delimitação do volume
alvo. Permite uma mudança da abordagem terapêutica em 10 a 30% dos doentes, relativamente
a outras modalidades de imagem (Gupta, T. et al, 2010). Surge um novo conceito de volume, o
Volume Tumoral Biologicamente Activo (BTV) (Ling, CC et al, 2001). É criado a partir do Volume
Tumoral Visível (GTV- biológico e anatómico), permitindo planear uma dose para cada secção do
Dose Painting (PTV), das zonas biológicamente activas e/ou radiorresistentes com abordagens
distintas. Pode definir-se dentro do GTV, um ou mais BTV´s e aplicar a IMRT (IntensityModulated Radiation Therapy). O objectivo deste trabalho é mostrar a nossa experiência, dos
requisitos e procedimentos associados ao planeamento de RT com o PET-CT.
Métodos: Foi realizada uma análise retrospectiva dos 43 doentes que realizaram planeamento
de RT com PET-CT, 17 sexo feminino, 26 sexo masculino, com média de idades 62 anos.
Resultados: O posicionamento ideal do doente e o método de imobilização baseia-se na
situação clínica, na extensão do volume do tumor e órgãos circundantes. A reprodutibilidade
diária depende da posição e imobilização do doente durante o processo de aquisição de imagem,
tendo em conta a condição física do doente, e conforto, devendo corresponder exactamente ao
modo como irá ser realizado o tratamento. Existem requisitos para a obtenção de
reprodutibilidade: tampo de mesa; sistema de lasers móveis; acessórios de posicionamento e
imobilização. A nossa amostra encontra-se caracterizada conforme tabela abaixo:
Patologia:
nº
CANAL ANAL
1
CABEÇA E PESCOÇO
7
COLO UTERO
3
ENDOCOLO
1
ENDOMETRIO
2
LINFOMA HODGKIN
1
LNH
1
PROSTATA
6
PULMAO
14
TIMO
1
Discussão e conclusão: O PET-CT permite que dados da CT e da PET sejam obtidos num
único equipamento fornecendo informação funcional e anatómica. A radioterapia guiada por
imagem biológica possibilita a administração óptima da dose com elevada precisão geométrica e
alta conformacionalidade, com uma nova abordagem terapêutica. Deverá existir uma excelente
comunicação entre o departamento de Medicina Nuclear e o departamento de Radioterapia,
obrigando à realização de reuniões regulares para verificação e adaptação dos protocolos, e
resolução de outras situações pendentes.
78
26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P3
Moderadora: Teresa Faria (Porto)
PO21 - CAPTAÇÃO DE 18F-FDG NUMA LINHA CELULAR DE ADENOCARCINOMA
COLORECTAL: INFLUÊNCIA DO OXIGÉNIO, GLICOSE E EXPRESSÃO DO GLUT-1 E -3
AM Abrantes1, CC Matos2, AC Mamede3, AF Brito1, AS Pires2, AC Gonçalves4,
AB Sarmento-Ribeiro4, MF Botelho1
1
Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia
(CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 2Unidade de
Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal; 3Unidade de Biofísica, IBILI, CIMAGO, Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; CICS-UBI, Centro de Investigação em Ciências da
Saúde, Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal; 4Grupo de Biologia Molecular Aplicada e
Hematologia, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO),
Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
Introdução: A diminuição da concentração de oxigénio constitui uma característica dos tumores
sólidos, como o adenocarcinoma colorectal. Dados clínicos indicam que a hipóxia afecta
negativamente o resultado da radioterapia e quimioterapia em vários tipos de cancro, enfatizando
a necessidade de detectar/quantificar de forma não invasiva a hipóxia tumoral. A aplicação clínica
do 18F-fluorodeoxiglicose (18F-FDG) baseia-se na hiperglicólise tumoral e na consequente
regulação dos transportadores de glicose (GLUT) e das enzimas glicolíticas. Tal significa que a
percentagem de captação tumoral de 18F-FDG pode estar alterada em função do nível de hipóxia.
Objectivo: Determinar o padrão de captação do 18F-FDG numa linha celular de adenocarcinoma
colorectal em condições de normóxia/hipóxia, em ambiente tumoral de baixo/elevado teor de
glicose e correlacionar os resultados com a expressão de GLUT-1 e -3.
Material e métodos: Os estudos foram realizados numa linha celular de adenocarcinoma
colorectal (WiDr, ATCC). Uma suspensão celular de 2x106 células/ml foi incubada com 18F-FDG
(25µCi/ml). Ao longo do tempo foram foi retiradas amostras de 200µL para eppendors que foram
centrifugados. Posteriormente, a radioactividade dos pellets e dos sobrenadantes celulares foi
medida num contador de poço. Estes estudos foram conduzidos sob condições de normóxia e
hipóxia (2% de oxigénio), assim como em elevado (4,5g/L) e em baixo (1g/L) teor de glicose. A
expressão proteica de GLUT-1 e GLUT-3 foi determinada por citometria de fluxo.
Conclusão: A captação de 18F-FDG em hipóxia é cerca de duas vezes superior ao registado em
normóxia, Quanto aos resultados de captação deste radiofármaco em ambiente de baixo e
elevado teor de glicose são comparados (em normóxia), verifica-se que a captação de 18F-FDG é
muito superior no meio de cultura com baixo conteúdo de glicose. Desta forma, os nossos
resultados parecem reforçar fortemente a importância da baixa glicemia quando se obtém uma
imagem PET com este análogo da glicose. A expressão de GLUT-1 e -3 na linha celular em
estudo é baixa, indicando que a expressão destes transportadores de glicose não é decisiva na
captação de 18F-FDG na linha celular em estudo. Trabalho financiado pela FCG (Projecto nº
96317.
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26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P3
Moderadora: Teresa Faria (Porto)
PO22 - INFLUÊNCIA DA GLUCOSE E DOS SEUS TRANSPORTADORES NA CAPTAÇÃO DE
18F-FDG EM DUAS LINHAS CELULARES DE CANCRO DA PRÓSTATA: COMPARAÇÃO
COM A CAPTAÇÃO DE 18F-CHO
AC Mamede1, AM Abrantes2, RJ Teixo3, CC Matos3, AC Gonçalves4, JE Casalta-Lopes5,
AB Sarmento-Ribeiro4, MF Botelho2
1
Unidade de Biofísica, IBILI, CIMAGO, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra,
Coimbra, Portugal; CICS-UBI, Centro de Investigação em Ciências da Saúde, Universidade da
Beira Interior, Covilhã, Portugal; 2Unidade de Biofísica, IBILI, Centro de Investigação em Meio
Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de
Coimbra, Coimbra, Portugal; 3Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina, Faculdade de
Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; 4Grupo de Biologia
Molecular Aplicada e Hematologia, Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e
Oncobiologia (CIMAGO), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal;
5
Unidade de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra,
Portugal
Introdução: A aplicação clínica do 18F-fluorodeoxiglucose (18F-FDG) na oncologia nuclear
baseia-se na hiperglicólise tumoral e na consequente regulação dos transportadores de glucose
(GLUT) e das enzimas glicolíticas. Cada GLUT desempenha um papel específico no metabolismo
glicolítico, determinado pelo seu padrão de expressão, especificidade do substrato e cinética de
transporte. No cancro da próstata (CP), o 18F-FDG não se tem mostrado muito útil no
estadiamento ou detecção de recorrências devido à baixa glicólise tumoral e à excreção urinária
do 18F-FDG. Por estas razões, têm surgido recentemente novos traçadores oncológicos para o
PC, tal como a 18F-fluorocolina (18F-CHO).
Objectivo: Determinar o perfil de captação do 18F-FDG num ambiente de baixa/elevada glucose
em duas linhas celulares de CP e correlacionar os resultados obtidos com a expressão de GLUT1, -3, -5 e -12. Finalmente, será comparada a captação de 18F-FDG com a de 18F-CH.
Material e métodos: Os estudos foram realizados em duas linhas celulares de CP (androgénio/
estrogénio dependente LNCaP e androgénio/ estrogénio independentes PC3; ATCC). Uma
suspensão celular foi incubada com 18F-FDG ou 18F-CH (25μCi/ml) e foram posteriormente
recolhidas amostras de 200μl para eppendorfs. Os eppendorfs foram centrifugados e a
radioactividade dos pellets e dos sobrendantes foi medida. Os estudos foram conduzidos em
condições de elevado (4,5 g/L - HG) e baixo (1g /L - LG) teor de glucose. Foram também
realizadas experiências num meio de cultura HG sem vermelho de fenol (análogo do estrogénio).
A expressão proteica de GLUT-1, -3, -5 e -12 foi avaliada por citometria de fluxo.
Conclusão: Comparando a captação de 18F-FDG em ambas as linhas celulares, a linha PC3
apresenta um perfil de captação superior. Verifica-se que a captação de 18F-FDG varia com a
disponibilidade de glucose e de vermelho de fenol no meio. Em ambas as linhas celulares
verificou-se que a captação de 18F-FDG é maior no meio de cultura LG e mais baixa no meio HG.
O valor de 18F-FDG no meio de cultura HG mas sem vermelho de fenol é superior ao registado
quando existe vermelho de fenol no meio, indicando que a disponibilidade dos receptores de
estrogénio pode influenciar a captação de 18F-FDG. O GLUT-1 é um dos maiores responsáveis
pela captação de glucose no CP, enquanto o GLUT-5 e o GLUT-12 assumem um importante
papel na mobilização da glucose citosólica. A captação de 18F-CHO é cerca de cinco vezes
superior à de 18F-FDG.
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26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P3
Moderadora: Teresa Faria (Porto)
PO23 - PET COM 18F-FDG NO NEUROLUPUS: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
Joana Correia, Maria João Cunha, Gracinda Costa, João Pedroso de Lima
Serviço de Medicina Nuclear - Hospitais da Universidade de Coimbra
Introdução: O lúpus eritematoso sistémico (LES) é uma doença auto-imune multissistémica
crónica caracterizada por períodos de remissão e exacerbação. Os doentes com LES podem
desenvolver disfunção do sistema nervoso central (SNC), condicionando défices neurológicos
transitórios ou permanentes, com redução na qualidade de vida dos doentes e impacto
significativo na taxa de mortalidade. Os sintomas neuro-psiquiátricos podem surgir como episódio
inaugural ou durante os períodos de exacerbação da doença. O diagnóstico é complexo,
existindo dificuldade em diferenciar alterações relacionáveis directamente com o LES, de
secundárias a outras patologias ou ao tratamento efectuado. Os métodos de neuroimagem
estruturais e funcionais têm revelado utilidade na confirmação de envolvimento do SNC.
Objectivo: Apresentar o caso de uma mulher jovem com manifestações neuro-psiquiátricas de
LES, em que a PET com 18F-FDG confirmou imagiologicamente a suspeita clínica.
Caso Clínico: Doente de 33 anos com diagnóstico de LES há cerca de 12 anos. Antecedentes
de internamento em Psiquiatria em 1999 por surto psicótico, posteriormente transferida para o
internamento do Serviço de Medicina por eritema malar, trombocitopenia e alterações
imunológicas (anticorpos anti-SSA +, anti-SSB+, ANA+ padrão mosqueado). Teve alta
assintomática com o diagnóstico de LES com aparente preservação da função renal, pulmonar,
cardíaca e articular medicada com terapêutica corticóide, hidroxicloroquina, neuroléptica, sedativa
e estabilizadora do humor. Durante cerca de 10 anos as manifestações do ponto de visto neuropsiquiátrico foram surgindo recorrentemente. Em Novembro de 2010 foi internada por
comportamento desinibido e desadequado, alterações dos padrões do sono e ideias delirantes de
conteúdo místico e persecutório. Apresentava, ainda, quadro de síndrome nefrótico (nefrite
lúpica). Durante o internamento realizou TC-CE e RMN-CE sem alterações substanciais. Neste
contexto foi solicitada PET com 18F-FDG, que revelou grande heterogeneidade na distribuição do
radiofármaco, com áreas de acentuado compromisso metabólico alternadas com áreas
metabolicamente conservadas, envolvendo de modo marcado o lobo occipital e as regiões
parieto-occipitais, fronto-parietais e mais discretamente os lobos temporais, compatível com
significativo envolvimento do SNC (neurolupus). Iniciou imunossupressão com ciclofosfamida,
melhorando gradualmente o seu estado clínico. Teve alta com o diagnóstico de manifestações
neuro-psiquiátricas de LES medicada com ciclofosfomida, metilprednisolona e hidroxicloroquina.
Conclusão: O presente caso evidencia a utilidade da PET cerebral na identificação de
envolvimento do SNC numa situação em que a RMN foi inconclusiva. A PET com 18F-FDG,
apesar de ser um exame pouco específico, tem utilidade em casos complexos influenciando a
conduta terapêutica e o prognóstico do doente.
81
26 de Novembro de 2011
14:30/16:30 - Sala Posters
POSTERS - P3
Moderadora: Teresa Faria (Porto)
PO24 - CAPTAÇÃO AUMENTADA DE 68GA-DOTANOC EM ANGIOMAS, NO CONTEXTO DE
DOENÇA DE VON HIPPEL-LINDAU
Inês Lucena Sampaio, Lúcia Costa, João Pedro Teixeira, Fátima Lopes, Orlando Soares,
Ana Fonseca, Hugo Duarte
IPO-Porto
Introdução: A Doença de Von Hippel-Lindau é uma doença genética rara, de transmissão
autossómica dominante, caracterizada clinicamente pelo desenvolvimento de quistos e tumores
com potencial de malignidade e atingimento multiorgânico, tendo com possíveis manifestações
clínicas angiomas da retina e do sistema nervoso central, feocromocitomas, quistos renais,
adenocarcinoma renal, quistos pancreáticos e tumores neuroendócrinos (TNE) pancreáticos. A
PET/CT com 68Ga-DOTANOC pode ter indicação na avaliação dos doentes com suspeita ou
diagnóstico confirmado de TNE pancreático.
Objetivo: Descrever um achado incidental de captação de 68Ga-DOTANOC em angiomas, no
contexto de Doença de Von Hippel-Lindau com TNE pancreático.
Caso clínico: Doente do sexo feminino, 52 anos, com Doença de Von Hippel-Lindau
diagnosticada em 1993, com atingimento multiorgânico: angiomas da retina esquerda, medula e
suprarrenal esquerda (submetida a adrenalectomia bilateral em 1993) e TNE do pâncreas
(submetida a duodenopancreatectomia cefálica com preservação pilórica em Fevereiro/2011).
Em Agosto de 2011 realizou PET/CT com 68Ga-DOTANOC para estadiamento do TNE
pancreático, a qual revelou hipercaptação de 68Ga-DOTANOC em gânglios inter-aorto-cava,
sugestiva de metástases e, adicionalmente, três focos de captação aumentada do radiofármaco,
um na retina esquerda e dois na espinal medula (no plano axial de C4/C5 e L1), que
relacionamos com lesões angiomatosas conhecidas a esse nível.
Conclusão: Apesar dos análogos da somatostatina marcados com radionuclídeos serem um
método com grande especificidade para neoplasias endócrinas, é importante ter presente que
lesões não neuroendócrinas podem apresentar expressão desses receptores. Este caso clínico
demonstra a possibilidade de fixação de análogos da somatostatina em angiomas, constituindo
um risco de eventuais pitfalls/falsos positivos na PET/CT com 68Ga-DOTANOC.
82
XIII
CONGRESSO
NACIONAL
DE MEDICINA
NUCLEAR
Grande Real Villa Itália
Cascais . Portugal
ÍNDICE DE AUTORES
25 a 27 NOV. 2011
SOCIEDADE PORTUGUESA
DE MEDICINA NUCLEAR
ABRANTES, AM
PO 21, PO 22, PO 14, CO 24, CO 1, CO 2, CO 3, CO 25, CO 27, PO 7, CO 28,
CO 29, CO 30
ABRANTES, ANA MARGARIDA
CO 4
ABRANTES, MA
PO 4
AFONSO, T
CO 25
ALBUQUERQUE, ANABELA
CO 35, CO 19, CO 22, PO 6
ALMEIDA, PEDRO
PO 13
ANJOS, RUI
CO 34
BARRETO, FILOMENA
PO 18
BARROCA, HELENA
PO 18
BATEL, VERA PIMENTEL
CO 7
BERNARDES, MIGUEL
CO 32, PO 9
BOTELHO, MARIA FILOMENA
CO 4
BOTELHO, MF
PO 4, PO 21, PO 22, PO 14, CO 24, CO 1, CO 2, CO 3, CO 25, CO 27, PO 7,
CO 28, CO 29, CO 30
BRAGA, ANABELA
PO 18
BRITO, AF
PO 21, CO 1, CO 2, CO 3, CO 27, PO 7
CABANELAS, NUNO
CO 35, CO 37
CALADO, DENISE
PO 20
CANTINHO, GUILHERMINA
CO 5, CO 6, CO 31
CAPELO, CARLA
CO 20
CARDOSO, D
CO 27, CO 28, CO 29
CARDOSO, GABRIELA
CO 8
CARMONA, SUSANA
CO 21, CO 36
CARVALHO, ANA LUÍSA
CO 7
CARVALHO, ANA
PO 10, PO 8
CARVALHO, C
CO 28, CO 29
CARVALHO, HUGO PO 10, CO 17, CO 10, PO 17, PO 19, PO 11, PO 2, PO 12, CO 11, PO 8
CASALTA-LOPES, JE
PO 22
CHESTER, HERMÍNIA
CO 6
CHIN, SÓNIA
CO 8
COLARINHA, PAULA
PO 16, CO 23
CORREIA, JOANA
CO 35, CO 19, PO 23, CO 13, CO 14, CO 15, CO 16, CO 22
COSTA, ANA MARIA
PO 20
COSTA, GRACINDA
CO 9, CO 35, CO 19, PO 23, CO 13, CO 14, CO 15, CO 22, PO 6, CO 26,
CO 37, CO 4
COSTA, LÚCIA
CO 20, PO 15, PO 24
COUTO, JOANA
CO 20
CUNHA, MARIA JOÃO
CO 35, PO 23, CO 37
DANIEL, ANA
PO 10, CO 17
DIAS, ANDRÉ H.
CO 12, PO 3, PO 13, CO 34, PO 5
DIAS, ANDRÉ
CO 17
DIAS, LUCINDA
PO 16
DORMEHL, I
PO 4
85
DUARTE, HUGO
CO 20, PO 15, PO 24
FARIA, TERESA
PO 18, CO 33, CO 32, PO 9, PO 1
FERNANDES, ANA PAULA
PO 18
FERNANDES, A
CO 24
FERNANDES, M
CO 27
FERREIRA, DIANA
PO 20
FERREIRA, ISILDA
CO 26
FERREIRA, MARIA JOÃO
CO 35, CO 37
FERREIRA, MM
CO 25
FERREIRA, M
CO 24
FERREIRA, S
PO 4
FERREIRA, TERESA C. PO 10, CO 17, CO 10, PO 17, PO 19, PO 11, PO 2, PO 12, CO 11
FIGEIREDO, SERGIO
CO 6
FIGUEIRA, ANA RITA
CO 7
FONSECA, ANA
PO 24
FONSECA, ELVIRA
CO 31
FRUTUOSO, CRISTINA
CO 16
GASPAR, CARLOS
CO 17, PO 13, PO 5
GEÃO, ANA
PO 16
GIL, ANA CATITA
PO 17, PO 8
GIL, PAULO
CO 9, CO 26
GODINHO, FERNANDO
CO 5, CO 6, CO 31
GOMES, AR
PO 7
GOMES, MA
PO 7
GOMES, PAULO
CO 6
GONÇALVES, AC
PO 21, PO 22, CO 1, CO 3, CO 27, CO 29
GONÇALVES, PEDRO
CO 5
GRADIZ, R
CO 30
GRAÇA, ANA
CO 31
ISIDORO, JORGE
CO 9, CO 16, CO 26
LAPA, PAULA
CO 13, CO 14, CO 15, CO 16, CO 4
LARANJO, M
PO 4, PO 7, CO 29
LIMA, JOÃO PEDROSO DE
CO 9, CO 35, CO 19, PO 23, CO 13, CO 14, CO 15, CO 16, CO 22,
PO 6, CO 26, CO 37, CO 4
LOEWENTHAL, CRISTINA
CO 12
LOPES, FÁTIMA
CO 20, PO 15, PO 24
LOUW, W
PO 4
LUSITANA
CO 25
MACEDO, RAFAEL
CO 16, CO 22
MAGNO, INÊS
CO 31
MAMEDE, AC
PO 21, PO 22, PO 14, CO 27, PO 7, CO 30
MAMEDE, ANA CATARINA
CO 4
MARQUES, ANTÓNIO
CO 5
MARTINS, ELISABETE
CO 33, CO 32
MARTINS, FERNANDO MAYMONE
CO 34
MARTINS, MÓNICA CASANOVA
CO 4
MARTINS, RAQUEL
CO 20
MARTINS, R
CO 27
MARTINS, S
CO 27
MARTINS, TERESA
PO 3, PO 13, CO 34, PO 5
MASCARENHAS, FRANCISCO
PO 20
86
MATOS, CAROLINA
CO 4
MATOS, CC
PO 21, PO 22, CO 1
MELO, RENATO BESSA DE
CO 18
METELLO, L
PO 4
MIGUEL, CARLA
PO 20
MOREIRA, ANA PAULA
CO 35, CO 26
MOREIRA, ANTÓNIO
PO 17
MORGADO, PAULO VILARES
CO 18
MOTA, ANA
PO 16
MOTA-PINTO, A
CO 30
NASCIMENTO, ISABEL
CO 21
OLIVEIRA, ANA
PO 18, CO 33, CO 18, CO 7, CO 32, PO 9, PO 1
OLIVEIRA, CARLA PO 10, CO 17, CO 10, PO 17, PO 19, PO 11, PO 2, PO 12, CO 11, PO 8
OLIVEIRA, JOÃO PAULO
CO 33
OLIVEIRA, J
CO 27
OLIVEIRA, PATRÍCIA
CO 18, CO 7, CO 32, PO 9, PO 1
OLIVEIROS, B
CO 24, CO 27, CO 28, CO 29
OVIDIO, CARLOS
PO 20
PENA, HELENA
CO 5, CO 6, CO 31
PEREIRA, A
CO 27
PEREIRA, JORGE G.
PO 18, CO 33, CO 18, CO 7, CO 32, PO 9, PO 1
PEREIRA, LEONOR
PO 15
PEREZ, MARIA BERTA
CO 32, PO 9, PO 1
PINHEIRO, MARCO
CO 5
PINTÃO, SOPHIA
PO 3, PO 13, CO 34, PO 5
PIRES, AS
PO 21, PO 14
PORTELA, I
CO 28, CO 29
PRATA, ANA
CO 21, CO 36
PROVIDÊNCIA, LUÍS AUGUSTO
CO 37
PROVIDÊNCIA, LUÍS
CO 35
QUARESMA, PEDRO
PO 16, CO 23
RATÃO, PEDRO
PO 10, CO 17, CO 10, PO 17, PO 19, PO 11, PO 2, PO 12, CO 11
REIS, TERESA SOFIA
CO 7
RIBEIRO, M
CO 3
ROCHA-GONÇALVES, FRANCISCO
CO 33
RUIZ, INÊS
CO 20
SALGADO, LUCÍLIA
PO 10, CO 17, CO 10, PO 17, PO 19, PO 11, PO 2, PO 12, CO 11, PO 8
SAMPAIO, INÊS LUCENA
CO 20, PO 15, PO 24
SANTOS, ANA ISABEL
CO 8, CO 21, CO 36
SANTOS, ANDREA
PO 16
SANTOS, JOAQUIM G.
CO 21, CO 36
SANTOS, LUÍS
CO 35
SARAGOÇA, PAULO
PO 20
SARAIVA, TIAGO
CO 19, PO 6
SARMENTO-RIBEIRO, AB
PO 21, PO 22, PO 14, CO 1, CO 3, CO 27, CO 29
SEBASTIÃO, SILVANA
PO 17, PO 8
SEQUEIRA, JOAQUIM ARAÚJO
CO 21, CO 36
SERRA, ME
PO 14
SILVA, ÂNGELO
PO 10, CO 17, CO 10, PO 17, PO 19, PO 11, PO 2, PO 12, CO 11, PO 8
SILVA, MARGARIDA MATOS
CO 34
SILVA, RAQUEL
CO 16
87
SILVA, RODOLFO
CO 22, PO 6, CO 26, CO 37
SOARES, ORLANDO
CO 20, PO 15, PO 24
SOUSA, F CASTRO E
CO 24, CO 27, CO 28, CO 29
SUCESSO, MARIA DO BOM
PO 18
TEIXEIRA, JOÃO PEDRO
CO 20, PO 15, PO 24
TEIXO, RJ
PO 22
TERROSO, GEORGINA
CO 32
TRALHÃO, JG
CO 24, CO 1, CO 2, CO 3, CO 27, PO 7, CO 28, CO 29
VENTURA, FRANCISCO
CO 32, PO 9
VERÍSSIMO, F
CO 2
VIEIRA, MARIA ROSÁRIO
CO 12
VIEIRA, ROSARIO
PO 20
VIEIRA, TIAGO S.
PO 18, CO 32, PO 9, PO 1
ZEEVART, J
PO 4
88
Patrocínios
AAA - Advanced Accelerator Applications
Covidien
DPR Fluência
First Solutions
GE Healthcare
Genzyme
Hologic
Instituto Tecnológico PET
Isoder
Laboratórios Medix
Philips Portuguesa
Siemens Healthcare Diagnostics
Sociedade Avanço
Apoio
Câmara Municipal de Cascais
Secretariado Executivo:
Veranatura – Conference Organizers
Rua Augusto Macedo, 12-D, Escritório 2/3 • 1600-503 Lisboa - Portugal
Tels. +351 21 7120778 | Fax +351 21 7120204 | [email protected]