sucos e refrescos - Editora Definição

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sucos e refrescos - Editora Definição
BISCOITOS
l
CANDIES
l
CHOCOLATES
l
SNACKS
l
SUCOS E REFRESCOS
Nº 187
Abril 2010
Caminho sem
volta
A indústria de balas, caramelos
e pirulitos avança na trilha dos
produtos de maior valor
APAS 2010
ala de candies
estica na
vitrine top do
autosserviço
INSUMOS
a arrancada
da biomassa
de banana
Carta do editor
Renato dos Anjos
Ano XXIV - nº 187 - ABRIL de 2010
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Beatriz de Mello Helman e Hélio Helman
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Fábio Fujii
editor
Editor Fábio fujii
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A bola da vez
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P
alco das tendências que, quando consolidadas, espalhamse pelo mundo afora, o mercado norte-americano costuma
ditar as regras também na industrialização de confeitos.
Ondas como a do consumo diet/light, de energéticos ou
das barras de cereais e nutricionais são alguns dos exemplos que
emplacaram em todo o planeta e também por aqui. Alternativa ou
complemento ao açúcar recrutado em formulações de doces, biscoitos e refrigerantes, agora é o xarope de milho que começa a perder
terreno na indústria de alimentos dos EUA. Algumas companhias
de grande porte do setor, como a PepsiCo, começam a abandonar
o ingrediente em favor do açúcar, apesar da diferença enorme no
preço e num momento em que o insumo vive uma histórica alta nas
suas cotações internacionais. Mas elas alegam que estão atendendo a novas preferências de consumidores por ingredientes vistos
como mais naturais. Outro peso-pesado do setor, a ConAgra Foods
iniciou em maio a substituição da glicose (ou glucose), como também é conhecido o xarope industrial à base de milho, em sua linha de produtos Hunt’s. Acompanhando a tendência, a Kraft Foods
americana retirou a glucose das formulações dos biscoitos Nabisco
100 Kcal e Wheat Thin. No Brasil, o baixo consumo per capita de
confeitos desde sempre inspirou a indústria a não se dobrar a tendências que implicassem custos adicionais na frente de produção.
Movimentos como o de substituição de açúcar, gorduras e outros
ingredientes, dos quais o Brasil é um celeiro natural, podiam assim
ser enquadrados em ondas passageiras, pois a demanda reprimida
se encarregaria de garantir o mercado. A sinalização de mudança,
no entanto, agora vem do maior disseminador de ondas do planeta
em um momento de ascensão do mercado consumidor local. Isso
quer dizer que, até evidências contrárias, a glucose pode estar com
os dias contados também por aqui.
Circulação MAIO de 2010
Membro da Anatec
Associação Nacional das editoras
de publicações técnicas dirigidas
e especializadas.
Doce Revista ABRIL 2010
sumário
24 CAPA
24
BALAS, CARAMELOS E PIRULITOS formulações que
agregam valor
Estimulada pelo balanço positivo do primeiro trimestre, a indústria
refaz apostas sobretudo na diversificação do portfólio, com itens de
maior valor, para segurar o consumo e reabilitar as margens.
18 FEIRA
APAS 2010 o palco iluminado
Vitrine preferida das empresas do setor de alimentos, a feira e
congresso de gestão da Associação Paulista de Supermercados
avança também na preferência dos fabricantes de candies.
32 TENDÊNCIAS
CURSOS CULINÁRIOS receita para aumentar o
faturamento
Criados como coadjuvantes das vendas de coberturas e acessórios
culinários nos atacados doceiros, eles se transformaram em atração e
fonte de giro garantido para os estabelecimentos.
38 NO PÓDIO
18
32
38
NUTTY BAVARIAN vendas crocantes
A grife de confeitos e snacks doces à base de nuts como castanhas
e macadâmias invade os shoppings e aeroportos e ocupa mais de 70
pontos de venda em todo o país.
40 CANAL DE VENDA
FÁRMACIAS E DROGARIAS proibido proibir
Apesar dos protestos contra a legislação que barra a distribuição de
confeitos nesse canal, a venda de pastilhas, gomas de mascar, barras
nutricionais e similares pode desaparecer nas redes nacionais.
40
SEÇÕES
06 MIX ex-dirigente da Del Valle retorna à cena de sucos prontos com VivaFrut
10 BISCOITOS nova rodada de negócios com compradores das Américas Central e do Sul
12 INSUMOS as aplicações da biomassa de banana verde na indústria de confeitos
35 ÍCONES a trajetória do Ebicen, o salgadinho nipo-brasileiro
36 DESTAQUE o efeito dos licenciamentos nas vendas dos atacados de doces
42 AGENDA feiras, cursos e congressos
43 GIRO lançamentos
50 FICHA COMPLETA dirigente da Apas e do grupo D’Avó analisa o giro de candies no autosserviço
Doce Revista ABRIL 2010
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mix
Todos ganham
Degustação em 4D
Grife mais cintilante do portfólio de
guloseimas da Kraft Foods Brasil, a Lacta promoveu durante todo o mês de abril
uma experiência inusitada envolvendo
uma ação de cinema quadridimensional.
A marca aguçou os sentidos dos seus
consumidores no Shopping Recife, em
Pernambuco, por meio de uma experiência única. Trata-se do Lacta 4D Motion,
uma sala de projeção em quatro dimensões onde os visitantes têm todos os
seus sentidos estimulados. “Foram cerca
de três meses de planejamento em parceria com a agência Ogilvy para definirmos
uma ação que permitisse a experimentação do produto em sua totalidade. O cine
4D proporciona uma experiência além do
tridimensional, pois os consumidores vivenciam uma atividade sensorial maior,
envolvendo o olfato, a visão, o paladar
e o tato”, sintetiza Mariana Amazonas,
gerente de marketing de snacks da Kraft
Foods no Nordeste.
Na entrada da sala de projeção que
comporta até dez pessoas por vez, descreve a executiva, os visitantes recebem uma amostra do tablete de 25 gramas do chocolate Lacta e orientações
para apreciar o sabor e a sensação de
derretimento do produto na boca. Após
entrar, eles assistem a um filme onde
conhecem uma simulação criativa da
fábrica da Lacta. Em um determinado
momento, o locutor convida o grupo a
sentir o delicioso cheiro de chocolate.
Um dispositivo libera o aroma do tablete ao leite Lacta, estimulando o olfato,
enquanto o produto é degustado. “Queremos expandir a presença da marca e do
segmento de tabletes na região e nosso
objetivo com esta ação foi oferecer aos
consumidores a oportunidade de provar
o produto que tem um perfil de sabor
acentuadamente cremoso”, comenta
Mariana. Segundo apuração recente da
ACNielsen, repassa ela, a Lacta segue
liderando o segmento nacional de tabletes, com 29,3% de participação em
valor e 27,7%, em volume.
Radar de negócios
Além dos recorrentes estudos de
mercado, a indústria busca ampliar
cada vez mais seu arsenal de recursos
para fisgar o consumidor em qualquer
que seja a categoria de produtos. É de
olho nessa procura incansável, que o
Ibope Inteligência introduz o Pyxis
2010, na realidade uma base de dados
que apresenta o potencial de consumo
por grupos de produtos e por classes
sociais em todos os municípios brasileiros, anuncia Antônio Carlos Ruótolo,
diretor de geonegócios do instituto de
pesquisa. A ferramenta, completa ele,
traz informações sobre a demanda por
diferentes bens de consumo em todo
o país, para que os usuários possam
ajustar o seu negócio e minimizar os
riscos. O software também pode auxiliar o empresário a traçar suas metas,
uma vez que calcula a participação de
mercado das empresas e permite projetar quanto é necessário vender para
manter a mesma fatia no ano seguinte.
Para Ruótolo, o mercado ganha um
importante aliado para a orientação
dos negócios. “Empresários de qualquer setor ou alguém que queira, por
exemplo, investir em uma indústria de
Doce Revista ABRIL 2010
doces contam agora com algo confiável
e preço acessível para saber onde se
está pisando e como pode se encaixar
na realidade do seu mercado”, explica.
Para chegar às informações disponíveis
no Pyxis, o Ibope Inteligência utiliza
metodologias próprias e dados secundários de fontes oficiais.
Levantamento recente do Pyxis
mostra que as classes A e B representam 32% da população, mas absorvem,
juntas, acima de 55% do consumo do
país, em todos os grupos de produtos,
excetuando a alimentação. Especificamente a classe A consome três
vezes mais do que a sua presença na
população, sendo que os produtos de
maior consumo proporcional são malas,
bolsas, cintos e brinquedos. Já a classe
B consome o dobro do seu tamanho na
população e compra em maior volume
produtos de beleza, malas, bolsas,
cintos, água mineral, sucos, refrigerantes, brinquedos e bebidas fermentadas.
Os produtos da classe C, cujo consumo
é proporcional ao seu tamanho na população, são itens de mercearia, como
biscoitos e doces, carnes e derivados,
vestuário infantil e calçados femininos.
As classes D e E,
por sua vez, consomem menos do que
sua participação na
população em todas as categorias.
Do ponto de
vista regional, as
menores diferenças
ocorrem nos gastos
com alimentação
no domicílio,
com a média per
capita de R$ 1.419,00 em 2009. Ou
seja, quando se trata de alimentação
no domicílio, os consumidores gastam
valores aproximados em todas as regiões do país. Já as maiores diferenças
ocorrem com bebidas, cujo consumo
per capita médio é de R$ 98,00. A região que menos consome este produto
é o Nordeste (R$ 47,75) e a que mais
consome é o Sudeste (R$ 131,31).
São Paulo é o estado onde há maior
gasto per capita com alimentação no
domicílio. Os paranaenses são os que
mais gastam com artigos de limpeza,
os cariocas com bebidas e os gaúchos
com medicamentos.
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mix
Avanço latino
Com cerca de 30 produtos lançados
até 2009, o selo da Beneo-Orafti vem
rapidamente se disseminando pela
América Latina. “É a demonstração de
que o apelo global contido no Programa Beneo tem aceitação crescente
tanto do lado da indústria como dos
consumidores”, analisa Tim Van der
Schraelen, diretor de marketing e
comunicação da corporação belga. O
programa, lembra o executivo, nasceu
como iniciativa europeia conjunta
entre os fabricantes de alimentos e a
Beneo-Orafti na Bélgica e foi desenvolvido para comunicar os benefícios da
inulina e oligofrutose Orafti (ingredientes prebióticos) para a saúde através de um selo de qualidade fácil de
compreender. Ele agrega aos produtos
um símbolo reconhecível que indica
ao consumidor que o produto contém
uma quantidade suficiente da inulina
ou da oligofrutose Orafti para apoiar
uma alegação de saúde comprovada
cientificamente.
Criado originalmente para fornecer
aos clientes uma ampla
variedade de ferramentas para maximizar
seu conhecimento do
mercado, com dados
científicos, tendências
e pesquisas de comunicação, o selo Beneo tem
como objetivo traduzir
as descobertas científicas em uma linguagem inteligível e
atrativa, argumenta Van der Schraelen.
“Mais de 380 produtos já aderiram ao
selo em 33 países, demonstrando o
quanto ele cresceu desde a sua criação
há mais de nove anos”, completa ele.
Nos últimos 12 meses, observa o
diretor, foi registrado um grande aumento no número de produtos lançados na América Latina em uma ampla
gama de categorias. “Para mencionar
apenas alguns, vale ressaltar o leite
Fibralac para adultos da costarriquenha
Dos Pinos, a linha de pães Estar Bem
da brasileira Wickbold e os doces de
leite da também brasileira São Lourenço”, destaca Van der Schraelen.
Para ampliar a comunicação sobre os
benefícios do selo e destacar detalhes
dos lançamentos bemsucedidos, a Beneo-Orafti
renovou sua página na
Internet (www.beneo.
com), tornando-a ainda
mais dinâmica, acrescenta o dirigente. “A nova
página, que atualmente
recebe mais de 15.000
visitantes todo mês, tem
uma estrutura melhorada para torná-la
ainda mais fácil de navegar. Contém
também a seção Notícias, que oferece aos usuários um resumo das mais
recentes atividades promocionais, bem
como todos os boletins BeneoDigest
enviados a consumidores cadastrados
em diferentes países, além de uma
área restrita dedicada especificamente a profissionais de saúde com mais
informação nutricional e científica”,
informa Van der Schraelen, concluindo
que a home page está disponível para
navegação em 25 países e em 15 diferentes idiomas.
Menos sal
“Estamos aperfeiçoando nossas inovações científicas para atender o aumento de consumidores preocupados com a
saúde e desenvolver produtos específicos para grupos-chave, como mulheres
e jovens casais”. A declaração do diretor
presidente da PepsiCo, Indra Nooyi, em
março último precedeu o anúncio de que
a companhia detentora das marcas Pepsi,
Quaker, Frito-Lay e Elma Chips irá reduzir
os níveis de sal, açúcar e gorduras saturadas em seus produtos. Em nota, a empresa comunicou que, em paralelo, vai
aumentar a quantidade de grãos, frutas,
vegetais, sementes, cereais e laticínios
com baixa taxa de gordura nas linhas de
seu portfólio.
A PepsiCo se comprometeu a reduzir
os níveis desses ingredientes considerados
nocivos à saúde quando consumidos em
grande quantidade em um horizonte de
dez anos. A intenção da empresa é diminuir em 25% o conteúdo de sal até 2015
em comparação com os níveis de 2006.
Açúcar e gorduras saturadas serão eliminadas na mesma proporção até 2020.
Em reforço a essa atitude, a empresa também anunciou
que planeja começar a produzir, numa fábrica piloto na cidade de Plano, no
Texas (EUA), lotes de um
novo ingrediente secreto para tornar as batatas
fritas da marca Lay’s mais
saudáveis. O ingrediente é
um novo “sal especial” com
cristais em formato e ta-
manho que reduzem a quantidade de
sódio absorvida pelo organismo ao se
mastigar as batatas. A gigante dos refrigerantes e salgadinhos, cuja divisão
Frito-Lay opera como Elma Chips no
Brasil, espera que o novo ingrediente
em pó, ainda em estudos e testes, reduza os níveis de sódio de suas batatinhas fritas Lay’s Classic em
25%. O novo sal pode ajudar
a reduzir os níveis de sódio
ainda mais nas batatinhas
temperadas da Lay’s, como as
com sabor sour cream e cebola, informa a PepsiCo, e pode
também ser usado em outros
produtos, como o salgadinho
Cheetos e as barras de cereais da marca Quaker.
mix
Abrindo o leque
Dona da marca de suplemento
infantil Sustagen,
a americana Mead
Johnson planeja ingressar com
a grife em novas
categorias de alimentos. Nestor
Sequeiros, presidente da subsidiária brasileira,
informa que estão
sendo analisados segmentos como o de
iogurtes, bebidas prontas para beber,
queijo tipo petit suisse e barras nutricionais. Segundo o executivo, essa
é uma das frentes para alavancar os
negócios no Brasil, que ganhou maior
evidência depois do desmembramento da Mead Johnson da farmacêutica
Bristol-Myers Squibb no ano passado. “O mercado brasileiro se tornou
uma das prioridades da companhia.
Temos de lançar produtos e investir.
Antes, éramos apenas uma divisão. A
velocidade das decisões agora é três
vezes maior”, resumiu Sequeiros, executivo argentino que acumula experiência de 12 anos na Mead Johnson,
com passagens pelas filiais da Argentina, México e Filipinas. O dirigente
desembarcou no Brasil no início de
2009 após três anos na China – onde
comandou as operações da Tyco Flow
Control –, e trabalha com o compromisso de fazer o faturamento da Mead
Johnson saltar de R$ 64 milhões para
R$ 100 milhões.
Sequeiros banca suas apostas no
suplemento Sustagen, número um no
seu filão com 64% de participação, e
na demanda de fórmulas para bebês,
com a marca Enfamil. Apesar de ser a
mais vendida em países como a China,
essa linha exibe baixa penetração no
Brasil. É, portanto, pelo segmento de
nutrição pediátrica que a empresa é
mundialmente conhecida. Sustagen é
o carro-chefe da Mead Johnson apenas no Brasil. No começo de abril, a
empresa inaugurou em São Bernardo
(SP) uma fábrica do produto, a primeira planta independente da Mead Johnson na América do Sul. Antes, a linha
era produzida na unidade brasileira da
Bristol. “O suplemento foi lançado no
país em 1963 e se tornou uma marca
tão forte que nos inspira a expandi-la
para outras categorias”, argumenta Sequeiros. Os novos produtos serão, portanto, voltados para o público infantil,
acompanhando a estratégia que a empresa vem adotando há pouco mais de
dez anos, com o lançamento do Sustagen Kids, na tentativa bem-sucedida
de desfazer a ideia de que suplementos
nutricionais são dirigidos unicamente
para convalescentes.
A volta do pioneiro
Um dos desbravadores do filão de
sucos prontos (SPB)
e principal articulador do desembarque da Del Valle no
país, o empresário Gabriel Salomão está
de volta à gôndolas. Foi ele, por sinal,
quem comandou a implantação no país
da marca mexicana adquirida em 2006
pela Femsa-Coca-Cola. “Após análise
desse mercado hoje com movimento em
torno de R$ 233 milhões anuais e liderado pela Del Valle e Sufresh (marca da
Wow) que, juntas, detêm pouco mais de
30% das vendas, chegamos à conclusão
de que existe espaço para mais players”,
raciocina ele. Para colocar em prática seu
plano, Salomão investiu R$ 10 milhões
na VivaFrut, que opera com fábrica em
Trindade (GO). A nova empresa produz
duas linhas de bebidas: uma de sucos sob
a marca Viva Brasil e outra de chás prontos com a grife GTea, ambas com estreia
no varejo prevista para maio.
Doce Revista ABRIL 2010
Para Salomão, ainda existe um
potencial enorme de crescimento na categoria, já que o consumo per capita é
de apenas três litros por ano. Sua estratégia para retomada da disputa na cena
de SPB está focada em duas frentes.
A primeira delas é disseminar as suas
marcas através do pequeno varejo, incluindo lojas de conveniência, padarias
e supermercados de vizinhança. “Mas ao
mesmo tempo estamos em negociações
com grandes redes do autosserviço”,
adianta o executivo. Inicialmente, os
sucos e chás serão comercializados em cinco estados
– São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas
Gerais e Espírito Santo.
Outro trunfo com o qual a
VivaFrut conta para avançar
no varejo é a aposta no desenvolvimento de sabores diferenciados,
como os de frutas nordestinas (cajá,
caju e acerola) e da Amazônia (açaí e
cupuaçu), sem descuidar dos tradicionais campeões de venda (uva, pêssego
e manga), repassa Salomão. O preço
médio do produto, salienta ele, também
deve ficar abaixo da faixa dos líderes. E
a expectativa é faturar em torno de R$
35 milhões, já no primeiro ano.
Para distribuir os sucos Viva Brasil,
a VivaFrut vai contar com apoio de
outra empresa do grupo, a Tok Take,
fornecedora de bebidas e alimentos
por meio de máquinas automáticas
(vending machines) importadas. Administrada por três filhos de
Salomão, a Tok Take tem
mais de 1.200 clientes e
500.000 usuários espalhados por 60 cidades de
dez estados. “Com esse
suporte logístico, acredito
na receptividade do varejo
para bebidas prontas consideradas saudáveis, que vêm tirando mercado dos
refrigerantes”, aposta Salomão.
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BISCOITOS
Recheio latino
Pelo segundo ano consecutivo, a
Associação Nacional da Indústria
de Biscoitos (Anib) e o Sindicato da
Indústria de Massas Alimentícias e
Biscoitos no Estado de São Paulo (Simabesp) articulam uma rodada de negócios com compradores profissionais
das Américas Central e do Sul. Agendado para meados de maio, na capital
paulista, o evento integra a programação do Projeto Comprador, promovido
pelas duas entidades em parceria com
a ApexBrasil – Agência Brasileira de
Promoção de Exportações e Investimento.
José dos Santos dos Reis, presidente do Simabesp e vice da Anib, antecipa
que nove fabricantes do circuito nacional
de biscoitos e massas já confirmaram
participação nos encontros: Itamaraty,
Bauducco, Mabel, J. Macedo, Pastifício Selmi, Marilan, Faville, Cory e CL
Alves (via trading Pacific), Produtos
Canário e Hershey’s. Os 23 potenciais
compradores que participam desta nova
edição da rodada são oriundos do Peru,
Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, El
Salvador, Guatemala, Paraguai, República
Dominicana, Uruguai e Venezuela. No ano
passado, informa Reis, as exportações de
biscoitos brasileiros foram da ordem de
54.369 toneladas e representaram um faturamento de US$ 100,5 milhões. Para o
presidente do Simabesp, o encontro deste
ano é de crucial importância para os fabricantes nacionais, pois a América Central e a América do Sul abocanham 52%
das exportações brasileiras de biscoitos.
“Os representantes de supermercados,
distribuidores e varejo
em geral terão oportunidade de conhecer
nossos produtos de
perto, visitar fábricas,
centros de distribuição
e venda e manter um
contato direto com as
indústrias”, frisa o dirigente.
Dessa forma, arremata Reis, esses
traders poderão validar não somente
a qualidade dos biscoitos brasileiros,
como a sua competitividade. “Assim,
mostraremos por que o Brasil é o segundo maior fabricante mundial de biscoitos”, assinala o presidente do Simabesp. Segundo seus cálculos, a rodada
realizada no ano passado em São Paulo
entre os dias 7 e 10 de maio, com compradores de 13 países, gerou negócios
estimados em US$ 5 milhões.
Fornadas em expansão
O balanço do mercado de pães e bolos industrializados mostra um
crescimento de 12% no
faturamento de pães e
de 6% em bolos, de 2008
para 2009, representando
um aumento no consumo
per capita de 8% em ambos os segmentos, repassam dados da
Nielsen fechados no início de abril.
Segundo Cláudio Zanão, presidente da
Abima (Associação Brasileira da Indústria de Massas Alimentícias, Pães
& Bolos Industrializados), os fatores
que mais contribuíram para essa elevação foram o aumento do poder aquisitivo das classes C e D e a maior oferta de
produtos especiais e práticos.
“A indústria está atenta ao novo
consumidor e coloca nas prateleiras alimentos mais práticos, saudáveis, menos
calóricos e que contribuam para uma
dieta balanceada”, argumenta o dirigente. É exatamente por isso que, no mercado de pães, o filão de maior expansão
é o de versões especiais (integrais, com
10
Doce Revista ABRIL 2010
fibras, diet/light) e, no de bolos prontos, destacam-se as linhas apresentadas
em monoporção, que atendem ao consumo individual. Para Zanão, o varejo está
atento a esse crescimento e, por isso,
passou a abrir mais espaço nas gôndolas
aos pães e bolos industrializados.
De acordo com mapeamento da
Nielsen, nos últimos cinco anos o faturamento de pães cresceu 46% e o de
bolos prontos 24% (ver quadro). No
que se refere ao consumo per capita,
o mercado de pães cresceu 26% e o
de bolos 17%. “O momento é especial
para o setor e vale a pena aproveitá-
lo com ações estratégicas que cativem
ainda mais esse consumidor, ampliando
o consumo e fortalecendo as marcas”,
orienta Zanão.
Para o dirigente da Abima, o maior
poder aquisitivo dos consumidores e a
crescente procura por produtos mais práticos justificam, em particular, o bom desempenho do setor de bolos industriais.
“Muitas famílias não têm mais tempo de
preparar bolos caseiros e acabam optando pela praticidade de comprar produtos
prontos, que agora chegam com muito
mais variedade às prateleiras dos pontos
de venda”, conclui Zanão.
BOLO INDUSTRIAL
Faturamento (milhões R$)
Volume (mil tons)
Preço Médio (R$/Kg)
Per Capita (kg/hab/ano)
População Brasileira
(Milhões Hab/Ano)
2005
413.023
227.210
1,82
1,2
183
2006
435.927
239.053
1,82
1,3
186
2007
464.648
251.831
1,85
1,3
188
2008
485.632
248.113
1,96
1,3
190
2009
513.893
266.198
1,93
1,4
191
Fonte: Abima/Nielsen
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INSUMOS
Alimenta e
faz bem
Biomassa de banana verde entra no cardápio da
indústria com fornecimento da Vale Mais
C
Banana verde benefícios nutricionais e prevenção contra doenças.
12
Doce Revista ABRIL 2010
onsiderado um alimento funcional de
expressiva performance nutricional,
a biomassa de banana verde (BBV)
ainda é pouco conhecida do público
em geral. Receitas à base do ingrediente,
porém, aparecem com frequência cada vez
mais acentuada no cardápio da indústria e
na mesa de consumidores que buscam alternativas saudáveis e mudanças nos hábitos
alimentares, posturas muito em voga hoje
em dia. Seja em sua opção integral (polpa e
casca) ou somente na forma de polpa, a BBV
também desponta como uma excelente opção
de insumo para diversos segmentos da indústria alimentícia, tendo aplicações que cobrem desde a fabricação de sorvetes, doces,
pães, bolos e biscoitos até a industrialização
de embutidos, como hambúrgueres, salsichas
e linguiças, além de sucos e massas, entre
outros. “A BBV pode ser utilizada em substituição à farinha de trigo, como espessante
e também como emulsificante, podendo agir
ainda como um fermento natural”, esclarece
Cleonildo Xavier, diretor da Vale Mais Alimentos, indústria especializada na produção, comercialização e exportação da BBV
e seus derivados. “Seu principal nutriente é
o amido resistente, mas outros componentes importantes também estão presentes em
concentrações consideráveis como potássio,
fibras, sais minerais, vitaminas do complexo
B (B1 e B6), betacaroteno (pró-vitamina A)
e vitamina C”, enfatiza Xavier.
Ele relata que, após três anos de pesquisas, ensaios com aplicações e desenvolvimento de embalagem, a Vale Mais introduziu
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INSUMOS
Xavier salto de 900% no
faturamento em 2010.
seu produto que, para
o empresário, de tão
inovador “é capaz de
revolucionar os processos tecnológicos na
produção industrial de
alimentos e, ao mesmo tempo, oferecer
aos consumidores uma
alternativa alimentar
que faz a diferença
para a saúde coletiva”.
Xavier frisa que as propriedades funcionais
da banana verde têm
sido cada vez mais reconhecidas por várias correntes de nutricionistas, e o seu consumo indicado como opção
saudável na alimentação cotidiana. “Com a
BBV é possível elaborar pães, bolos, sucos,
vitaminas, enriquecer feijão, sopas, patês,
doces, cremes, maioneses, recheios e massas,
entre outras diversas preparações culinárias
e gastronômicas”, assinala.
A banana é produzida na maioria dos países tropicais e é uma das frutas mais consumidas no globo, sendo o Brasil o segundo
maior produtor e o primeiro consumidor mundial, situa Xavier. Entre as variedades mais difundidas no país ele destaca a banana prata,
pacovan, prata anã, maçã, mydore, terra e d’
angola, além da nanica e nanicão, variantes
direcionadas principalmente para exportação.
A banana verde é considerada hoje uma das
principais fontes de amido na dieta e, além da
concentração de carboidratos, também apresenta elevada quantidade de vitaminas e minerais. É ainda considerada alimento funcional
Linha da Vale Mais aplicações como espessante e emulsificante.
14
Doce Revista ABRIL 2010
pois, quando cozida ainda verde, apresenta
alto conteúdo de amido resistente presente na
polpa da fruta, informa o diretor da Vale Mais.
“O benefício do amido resistente é similar ao
da fibra alimentar, que não é digerida e absorvida no intestino delgado, mas fermentada
somente no intestino grosso, favorecendo a
proliferação de bactérias benéficas ao funcionamento intestinal (ação simbiótica), além de
manter a integridade da mucosa responsável
pela absorção adequada dos nutrientes e pela
barreira de entrada de substâncias maléficas”,
detalha Xavier. Dessa forma, ele conclui, o
consumo de banana verde auxilia no trânsito
intestinal, atuando na prevenção e tratamento
de quadros de diarréia e constipação, além de
prevenir o desenvolvimento de doenças como
o câncer de intestino.
Ação preventiva
Fora sua contribuição para o bom funcionamento intestinal, a banana verde provoca
outros efeitos benéficos ao organismo pelo
baixo índice glicêmico. Sua digestão e absorção são mais lentas e, com isso, a quantidade de glicose liberada no sangue ocorre gradativamente, mantendo os níveis no sangue
controlados, sem a necessidade de liberação
excessiva de insulina para que a glicose entre
na célula, o que contribui para a prevenção
de diabetes, sustenta Xavier. “A banana verde auxilia ainda na prevenção do acúmulo de
gordura corporal, uma vez que permite menor
ingestão de alimentos devido ao aumento da
saciedade promovido pelo amido resistente”,
afirma o especialista.
Estudos indicam ainda que o consumo de
amido resistente também atua na redução do
colesterol sanguíneo (dislipidemias), pela redução de sua produção pelo fígado, e pelo aumento de sua eliminação por ácidos biliares.
Assim, a banana verde pode ter importante função preventiva no desenvolvimento de doenças
cardiovasculares. A literatura científica sobre o
tema é ampla. Teses de mestrado, doutorado e
pesquisas já foram publicadas e outras estão em
andamento (ver Box).
Indústria residente há três anos na Incubadora de Empresas de Santos, no litoral
paulista, a Vale Mais Alimentos tem como
foco o desenvolvimento de insumos nutricionais à base da BBV, a exemplo de uma linha
de espessante alimentar, natural e orgânico,
assinala Xavier. “Foi desenvolvida sob medida para indústrias alimentícias que buscam
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INSUMOS
enquadrar-se nos conceitos de sustentabilidade”, grifa o empresário. A empresa disponibiliza a linha atual nas variações de Biomassa de Polpa de Banana Verde e Biomassa
de Banana Verde Integral (casca e polpa),
ambas em embalagens de 500 gramas, um
quilo e três quilos, informa o executivo. Após
uma primeira etapa de pesquisa e desenvolvimento, que incluiu capacitação na norma
ISO 9001/2000, a empresa acentua agora a
fase de comercialização dos produtos e abertura de pontos de venda (PDVs) no varejo
para atender consumidores domésticos. Em
paralelo, intensifica o trabalho de prospecção junto à indústria alimentícia, disponibilizando a linha de produtos e expertise em
desenvolvimentos com BBV. Além de fornecer
a matéria-prima para a formulação de doces,
guloseimas e itens alimentícios variados, a
Vale Mais também oferece assistência técnica
às empresas interessadas em criar produtos
com o uso da biomassa.
O atendimento ao filão de food service
é o próximo alvo a ser trabalhado. “O segmento de alimentação escolar, hotelaria,
restaurantes coletivos e comerciais, entre
outros setores da alimentação fora do lar,
estão a partir deste ano entre os principais
objetivos da empresa para comercialização
da biomassa de banana verde e derivados”,
confirma Cleonildo Xavier. Com produção de
aproximadamente 10 toneladas/mês de BBV,
a Vale Mais alcançou um faturamento mensal em torno de R$ 30.000 em 2009. A partir
de maio de 2010, a empresa passa a operar em planta própria, no município de São
José do Barreiro (SP), cuja produção deverá
saltar para 80 toneladas mensais de BBV.
“Com essa expansão, o faturamento médio
deve saltar 900% alcançando o patamar de
R$ 300.000 por mês, na fase inicial”, estima o diretor. A nova fábrica inicia com um
quadro efetivo de 25 funcionários diretos,
podendo atingir 41 empregos diretos até
2012, quando a produção média deverá chegar às 500 toneladas/mês e o faturamento
a R$ 950.000/mês, projeta Xavier. Para ele,
o trabalho deve alavancar principalmente a
atividade do pequeno e médio produtor rural da região do Vale do Paraíba, que ganha
dessa forma mais uma opção de comercialização da banana.
Terapia da banana
A tese de doutorado Produtos Derivados de Banana Verde (Musa SPP) e sua Influência na
Tolerância à Glicose e na Fermentação Colônia, da pesquisadora Giselli Helena Lima Cardenette,
do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, demonstrou que os produtos derivados da fruta verde são ricos em amido resistente
(AR) e fibra alimentar (FA). Os estudos laboratoriais demonstraram uma redução da insulinemia
em relação à glicemia, o que significa que houve uma menor produção de insulina para a manutenção dos níveis de glicose, fator importante na diminuição de risco para o desenvolvimento
de diabetes tipo 2. A tese também comprovou que a ingestão da massa de banana verde (MBV)
e banana verde com casca cozida e processada aumentou de forma importante a umidade do
conteúdo intestinal, melhorando de forma significativa o funcionamento do intestino. Giselli
conclui em sua pesquisa que os produtos derivados de banana verde se mostram bastante promissores na prevenção de algumas doenças crônicas não transmissíveis.
Em sua tese de doutorado da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília
(UnB) sob o tema Massa de Banana Verde – Uma Alternativa para Exclusão do Glúten, a nutricionista Renata Puppin defendeu que a MBV beneficia principalmente os portadores da doença
celíaca, que tem como tratamento principal a exclusão do glúten da dieta. O trabalho buscou
alternativas de massas utilizando a farinha de banana verde pura ou associada com outras
farinhas livres de glúten, em substituição à farinha de trigo. “Todas as amostras de massas para
macarrão tiveram ótima aceitabilidade entre portadores de doença celíaca e não portadores,
em comparação com massas convencionais”, frisa a doutora. Além disso, ela conclui, a massa
preparada com banana verde obteve uma redução de mais de 98% dos teores de lipídeos, em
relação às convencionais. A autora destaca a importância do desenvolvimento de produtos
à base de banana verde pura ou associada como fator de maior disponibilidade aos celíacos,
contribuindo assim, para a melhoria da qualidade de vida desses indivíduos.
16
Doce Revista ABRIL 2010
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feira
O super cada vez mais hiper
Apas 2010 confirma crescimento do canal
SM no giro de doces e confeitos
A
despeito da carência de números dimensionando a participação de candies no faturamento dos supermercados, não é difícil
constatar que as seções de bonbonnière
ocupam cada vez mais espaço de exposição nesse
canal (SM). Evidentemente, isso não significa que
a tradicional relação da indústria de confectionery
com atacadistas e distribuidores anda capenga. Ao
contrário, atacados continuam sendo um canal por
excelência do setor de guloseimas. Mas é inegável
que, nos últimos anos, o menu de chocolates, balas,
gomas de mascar e demais confeitos dos supermercados avolumou-se de tal modo que hoje em dia
ocupa corredores inteiros, pontas de gôndola e até
checkouts dos supermercados (check-stand). Constatado tanto em hipermercados como em lojas de vizinhança bem menos encorpadas, esse recrudescimento não vai passar em brancas nuvens no maior e mais
importante evento do setor: a feira e congresso de
gestão da Associação Paulista de Supermercados
(Apas). Na edição deste ano, que acontece entre os
dias 10 e 13 de maio, no Expo Center Norte, em São
Paulo, 92 fabricantes de alimentos doces asseguraram participação como expositores, contra 79 no ano
passado. Na ponta do lápis, a alta foi de 13,5%.
18
Doce Revista ABRIL 2010
“Trata-se de um avanço notável. Mas, na verdade, a feira como um todo cresceu”, sublinha
João Sanzovo Neto, presidente da Apas. O aumento na área total de exposição, ele prossegue, foi de 20% em relação ao ano passado, cravando 68 mil metros quadrados – 33 mil deles de
estandes - e 500 expositores. “Há algum tempo
vínhamos pleiteando mais espaço no Expo Center Norte, justamente para atender à crescente
demanda de fornecedores interessados em expor
na nossa feira. Em 2009, a área já havia sido
ampliada, mas não usamos todo o novo espaço disponibilizado devido à perspectiva de crise
que felizmente não atingiu o varejo brasileiro.
Este ano, porém, ocupamos todo o espaço”, comemora Sanzovo, acrescentando que a expectativa é de geração de negócios da ordem de R$
4,5 bilhões.
Além do bom momento vivido pela economia
brasileira, com reconhecimento desse potencial
por parte de investidores estrangeiros, os supermercados ganham cada vez mais importância para
o setor doceiro e a economia em geral em face do
surgimento da chamada nova classe média. Fruto das medidas de estabilização econômica e do
consequente incremento de renda que beneficia
as camadas de menor poder aquisitivo, esse processo está por trás da excelente fase do setor supermercadista. Ostentando faturamento de R$ 177
bilhões no ano passado, ou 5,6% do PIB, o canal
SM registrou crescimento de dois dígitos (11,7%)
em relação a 2008. Numa demonstração de que a
performance positiva deve prosseguir em 2010, no
primeiro trimestre o setor cresceu acima de 8%.
Convivência harmônica
Números assim ajudam a explicar a natural
aproximação da indústria de candies e do canal
SM. Tal processo, sempre é bom ressaltar, não
ocorre em detrimento do escoamento de doces
e confeitos via atacadistas e distribuidores. Em
se tratando da indústria doceira, a convivência
entre o varejo de autosserviço e atacadistas e
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feira
Sanzovo, presidente
da Apas mercearia doce
13,5% maior na feira.
distribuidores tem sido harmônica. “Mesmo sem
nenhuma diminuição dos negócios no ramo
atacadista, as vendas no varejo triplicaram em
2009. As perspectivas também são muito boas
para este ano. Por isso estamos investindo mais
fortemente nesse canal, como prova nossa participação na Apas como expositores”, insere Monica Cipriano, da área de marketing da Alispec.
Originária do filão de food service, onde se consolidou como uma das principais fornecedoras de
doces, coberturas e recheios para os mercados de
panificação e festas, a Alispec ingressou no canal
varejista há pouco mais de dois anos. Para tanto,
definiu um posicionamento de preços altamente
competitivos, investindo em aumento da capacidade produtiva, novas marcas e embalagens, além
de ter elaborado parcerias de distribuição que já
permitem alcançar super e hipermercados de todas as regiões do Brasil. Para ganhar massa crítica
nesse ramo, a empresa também aumentou a capacidade produtiva com a inauguração de uma fábrica de 2.500 metros quadrados de área construída
localizada no município de Cerqueira César (SP).
Situada num terreno de 27.000 metros quadrados,
a planta caçula integra um parque fabril que conta
com unidade produtiva de 1.800 metros quadrados
construídos, localizada no bairro da Casa Verde, na
capital paulista.
Além de lançar uma linha de brigadeiro e beijinho de coco batizada de Bom da Festa e apresentada em embalagens próprias para o varejo
da categoria (latas de aço dotadas de selo de
vedação para fácil abertura, com volume acondicionado inferior a 400g), a empresa direciona aos supermercados a nova família Cobertura
em Pedaços. Disponíveis nos sabores Ao Leite,
Meio Amargo e Branco, os produtos são encontrados em três tamanhos: 1 quilo, 500 gramas e
2,5 quilos. Dessa forma, a Alispec espera atender o mercado institucional (food service), que
demanda volumes maiores, e nichos de compras
fracionadas, formado basicamente por supermercados e pequeno varejo. Em termos de sistema
de acondicionamento, a linha Cobertura em Pedaços também optou por embalagens próprias para
ao autosserviço. Trata-se de stand-up pouches,
como são chamados os invólucros flexíveis que
permitem exposição vertical nas gôndolas graças
à estrutura formada por bases sanfonadas.
Linha de coberturas da Alispec vendas em triplo
no varejo.
de goma. Entre as novidades deste ano, os visitantes do estande da empresa poderão ficar a
par do reposicionamento da marca de pastilhas
refrescantes Minty. A linha passa a apresentar
reformulação das embalagens, adequação na
fórmula e a inclusão de um novo mascote, o
pingüim Pinty. “Queremos aproximar a linha do
público formado por pré-adolescentes e jovens
adultos. Esse consumidor tem forte relação com
o universo virtual e necessidade de aceitação
a grupos sociais. Estamos trabalhando a marca
Minty nesse sentido”, argumenta Ricardo Heineck, diretor de compras e marketing da Docile.
Design com traços arredondados e cores intensas é um dos trunfos das novas embalagens. Por
sua vez, a fórmula ganhou maior refrescância
em suas oito opções de sabores mentolados,
enquanto o drageamento passa a ser feito com
bordas arredondadas, para conferir sensação
aveludada na boca. Já a criação do personagem
Pinty visa estabelecer referências no universo
humano e na natureza. “A escolha de um pingüim visa comunicar que somos uma empresa
sustentável, atenta às nossas ações junto ao
meio ambiente”, complementa Heineck.
Heineck, da Docile
destaque para
reposicionamento da
linha Minty.
Copa do mundo
Lucky aposta na
edição limitada para
a Copa.
20
Mesmo sem abrir mão de sua consolidada relação com atacadistas e distribuidores, a gaúcha
Docile também participa da Apas na expectativa
de aumentar no canal SM o giro de suas linhas
de chicles, pastilhas, refrescos em pó e balas
Doce Revista ABRIL 2010
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A também gaúcha Florestal apresenta na
Apas deste ano novidades na sua linha de chicles,
entre elas o lançamento Olho de Coruja. Em pirulitos, a empresa vai na garupa da Copa do Mundo
ao apresentar a linha Golaço, que explora a temática futebolística. Também ligada ao esporte bretão, a marca Petiskato de snacks e confeitos de
amendoim foi recentemente incluída no menu da
Florestal, e será apresentada na Apas numa ampla gama de sabores, incluindo as versões queijo
cheddar e salsa. No balcão da coligada Boavistense, destaque para a promoção Dardo, com a
qual clientes podem ganhar brindes conforme sua
pontaria. A participação na Apas marca ainda o
a estreia da nova logomarca da Boavistense. Em
termos de produto, a empresa leva ao ExpoCenter
Norte os novos sabores da goma de marcar com
cristais e isenta de açúcar O2. A empresa também vai apresentar novidades nas suas linhas de
amendoins, caramelos e pirulitos.
Tendo nos supermercados seu canal de vendas
por excelência, os fabricantes de biscoitos e snacks também adiantam algumas das novidades que
apresentarão na Apas. No caso de salgadinhos,
muitos lançamentos enveredam pelo gancho de
marketing do ano, a Copa do Mundo da África do
Sul, que começa no dia 11 de junho. Exemplo disso irrompe no portfólio da PepsiCo, cuja recémlançada edição limitada Torcida Aperitivos do
Mundo, da marca Lucky, será apresenta na feira.
Vendidos em embalagens de 120 gramas, os produtos são encontrados em três sabores (pimenta
biquinho brasileira, queijo provolone e linguiça
calabresa temperada). As embalagens homenageiam graficamente três países que disputam a
Copa 2010 (Brasil, Itália e Espanha).
Nas gôndolas de biscoitos e chocolates, a
Itamaraty aproveita a feira para anunciar a ampliação do portfólio de bombons, wafers e rosquinhas.
No balcão de bombons, Priscila Nery, supervisora
de marketing da empresa, destaca as novas versões Beijinho e Brigadeiro da linha Bombonella.
Com casquinhas para divertir a criançada na hora
do lanche, a linha de biscoito recheado Spantoo,
por sua vez, ganhou embalagens do tipo flow pack,
na gramatura de 100g. Novas apresentações também foram reservadas para a família de rosquinhas,
agora vendida em filme metalizado. Já os bisocoitos wafers chegam à Apas em novos sabores de
frutas tropicais (laranja, abacaxi e limão).
Amendoim, pirulitos
e Cia. pontos altos no
menu da Florestal e
Boavistense.
capa
Agora vai
Indústria de balas, caramelos e pirulitos
redescobre a trilha do crescimento
A
pesar de não registrar avanço expressivo no último ano,
o reduto de balas, caramelos e pirulitos vem conseguindo
escapar do beco que vinha sufocando as vendas domésticas, com investimentos sobretudo em modernização. As
apostas têm se traduzido em linhas igualmente atualizadas, de
maior valor reconhecido pelo consumidor e custos condizentes,
que enfeitam as gôndolas e vitrines do varejo doceiro, recompondo as margens do setor. A maioria dos fabricantes percebeu que o
esgotamento da negociação de estoques e preços redirecionaria o
mercado a uma canibalização generalizada, dentro de um quadro
favorável às importações. Tendo atravessado a crise de 2009 sem
abalos financeiros, as empresas entretanto apenas empataram
seus ganhos, o que não é pouco considerando a explosão histórica nas cotações do açúcar e o ciclo de alta na ponta de insumos
como ingredientes e embalagens. “Os dados oficiais do segmento
apontam uma queda de vendas em função do cenário econômico
de 2009. Encerramos o ano mantendo o share de mercado com
um pequeno crescimento. E para 2010 a tendência é segurar esse
avanço. Acreditando no otimismo do cenário econômico projetado para o Brasil neste e nos próximos anos, estamos preparando
terreno para segurar as oportunidades e elevar as vendas”, assinala Dirceu Pezzin, diretor presidente da Peccin, sintetizando as
expectativas de todo o setor.
Embora tenha amargado leve declínio na produção, a ala de
candies conseguiu segurar o consumo aparente, com ligeira queda nas exportações e manutenção dos volumes importados. Levantamento da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de
Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) indica que,
em 2009, o setor produziu 467.000 toneladas (t) de confeitos (
inclusos balas, caramelos, pirulitos) contra 477.000 t no período
anterior. As importações repetiram no ano passado as 7.000 t
internadas no exercício anterior e as exportações, que já vinham
declinantes desde 2004, ficaram em 104.000 t, apenas 11 t a
menos do que em 2008. Oscilante durante toda a década atual, o consumo interno cravou empate técnico nos dois últimos
balanços, com 369.000 t de candies. “Esses altos e baixos são
uma constante no nosso mercado, e as indústrias reagiam basicamente buscando maior produtividade com redução de custos
e pesos de embalagens para manter as linhas enquadradas nos
24
Doce Revista ABRIL 2010
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valores das moedas correntes”, analisa
Alexandre Heineck, diretor da Docile, empossado no início do ano vice-presidente
da área de balas da Abicab. “Nos meses
de maio e junho vamos reunir os diversos
fabricantes associados com o objetivo de
levantar as necessidades do setor e propor algumas ações”, antecipa o dirigente,
sem abrir detalhes. No balcão do varejo,
os números da consultoria Euromonitor
International confirmam a percepção da
indústria e o diagnóstico predominante de
flutuação geral. Pelas planilhas do instituto, apenas as vendas de balas, caramelos
mastigáveis, toffees, nougat e pirulitos no
ano passado totalizaram 124.800 t contra
123.700 t – alta de 1% – com demanda puxada por linhas de pirulitos. Apesar
de acusar maior volume, esse último segmento registrou redução de 62.100 t para
62.000 t no período. Essas vendas movimentaram R$ 2,462 bilhões, cravando alta
de 6% sobre os valores de 2008. Projeções
da consultoria indicam que no presente
exercício os volumes desses itens devem
alcançar 125.400 t, com faturamento estimado em R$ 2,593 bilhões ou 5% maior.
Correção de rota
Depois de anos competindo tanto no
plano doméstico como no exterior com
linhas básicas, consideradas commodities
no universo dos candies, o setor começa
a mudar esse panorama. Com consumo
per capita brasileiro ainda engatinhando e
milhões de bocas para adoçar, a indústria
se acomodou à realidade de uma demanda
cativa e só acordou nesta última década.
Pressionada pelo acirramento na disputa interna e efeitos da globalização, saiu
em busca de novos mercados. No início,
os produtos brasileiros foram acolhidos
como novidade e, por conta da alta competitividade decorrente da disponibilidade
de açúcar a custo baixo os embarques só
fizeram crescer. De 2001 a 2004, as exportações saltaram de 90.000 t para 154.000
t, pico que a partir de 2005 entrou em declínio, estabilizando-na faixa de 120.000
t. Com imagem de fabricante de produtos
populares, o país só conseguia emplacar
vendas com preços negociados na bacia
das almas. “Já há alguns anos o setor vem
trabalhando no sentido de agregar valor
às linhas básicas e tem conseguido mudar
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a sua imagem, como indicam os resultados obtidos em participações recentes em
feiras de negócios internacionais, como
a ISM na Alemanha”, comenta Getulio
Ursulino Netto, presidente da Abicab e
principal articulador da parceria do setor
com a ApexBrasil, agência governamental de incentivo às exportações, uma das
responsáveis pelas alterações no perfil dos
fabricantes nacionais.
A mudança no figurino dos produtos
beneficiou diretamente o mercado interno,
coincidindo com a ascensão das classes
de baixa renda. “Apesar do consumo em
segmentos como o de balas e gomas ser
predominantemente por impulso, a melhora na condição socioeconômica da população impactou a intenção de compra. Itens
que antes não faziam parte da realidade de
consumo de uma família passaram a fazer,
quando ela teve seu poder de compra incrementado”, observa Tatiana Cecchia, gerente de marca Mentos balas da Perfetti van
Melle (PVM). Heineck, da Docile, endossa
que uma boa fatia do potencial de crescimento do mercado de candies se deve à ascensão dessas classes emergentes. “Existe
algum espaço para ser ocupado nesse patamar de consumo, mas o avanço do setor
e consequentemente das vendas está no
desenvolvimento de alternativas diferenciadas”, grifa Mario Fazan Junior, diretor
comercial da Aladim. Wagner Nascimento,
diretor da Cory, observa que é flagrante
o crescimento do país, com a previsão do
PIB para este e os próximos anos alterada
para cima e a existência de um movimento
de ascenção social nas classes C e D. “Isso
tudo influencia o consumo de produtos,
especialmente aqueles que oferecem mais
valor”, grifa o dirigente.
Foi justamente essa a trilha escolhida pela maioria das empresas e que tem
norteado os investimentos nas fábricas e
desenvolvimentos nas linhas de produtos.
“Reafirmo que o caminho é se reinventar com produtos inovadores, alternativos e lucrativos para o varejo, pois com
isso podemos manter o segmento ativo,
crescente e atrativo”, reforça Dirceu Pezzin. Na Florestal Alimentos, que controla também a Boavistense, o gerente
de marketing Adriano Orso lembra que o
consumo per capita brasileiro ainda é pequeno e exibe espaço para ser preenchido.
capa
Pezzin, da Peccin
reinventar
com produtos
inovadores,
alternativos e
lucrativos para
o varejo.
Heineck, da
Docile altos e
baixos são uma
constante no
mercado.
26
As tendências atuais, segundo ele,
inspiram produtos mais elaborados,
que apresentam ao consumidor
múltiplas propostas de entrega de
sabor, interatividade e diversão.
“Isso não desqualifica produtos de
consumo massivo, como balas duras e mastigáveis, pirulitos e gomas
populares, porém começa a exigir
dos fabricantes maior atenção a novas preferências”, sublinha.
Para Orso, o imenso leque de
sabores hoje disponível e apelos
como diversão, interatividade e
funcionalidade têm colocado uma miríade de opções para os produtos ofertados. Inúmeras são
as propostas que tem surgido e estão para surgir
no mercado brasileiro. “A adesão a esses atributos faz com que vários diferenciais estejam em
evidência, não destacando apenas um ou outro.
Cabe a indústria promover a adequada união entre as inovações que valorizam cada produto e
dessa forma atender ao consumo e consolidar a
tendência”, assinala o gerente.
Onda saudável
Entre as correntes da ala de nutrição presentes no menu da indústria de confeitos, a de
produtos funcionais é a que reúne maior unanimidade. Sob o guarda-chuva de saúde e bemestar (health and wellness) também na ala de
candies – como na de alimentos em geral – foram se acomodando tendências, antes enclausuradas nos chamados nichos de mercado, tais
como diet/light, funcionais ou nutracêuticas,
orgânicas, biodinâmicas e sustentáveis ou com
origem de procedência, entre outras que surgem
a cada dia. “Subir nessa onda de saudabilidade pode ser uma estratégia para conquistar um
novo mercado. Mas acredito também que escolher um doce regular continua sendo um gesto
de autoindulgência, que proporciona prazer, ou
uma forma de repor as energias de uma maneira prazerosa”, opina Heineck, da Docile. Fazan
Junior, da Aladim, aposta na
tendência que considera global e, até agosto, deverá ter
uma linha enquadrada nesse
segmento. “Trabalhando dentro desse conceito, estamos
desenvolvendo uma ideia, que
irá agregar valor tanto para a
indústria como para os
canais de distribuição
e, principalmente, aos
clientes finais”, anteci-
Doce Revista ABRIL 2010
pa ele. Com um portfólio que comporta mais de
100 SKUs (Stock Keeping Unit), a esmagadora
maioria com link em alguma tendência de saúde
e bem-estar, a Perfetti van Melle considera que,
apesar da alta motivação de compra na categoria, somente agora os consumidores começam
a demonstrar sinais de aceitação e preferência.
A companhia, por sinal, surfou nessa onda no
ano passado. “O crescimento das vendas da marca Mentos foi de aproximadamente 15%, uma
performance que pode ser atribuída à postura
ousada, com o lançamento de 37 itens nos segmentos de balas e gomas”, frisa a gerente Tatiana Cecchia.
Na Peccin, além das extensões de sabores
para a linha de pirulitos e chicles, a empresa
soltou oito novidades em 2009 e, em fevereiro
deste ano, iniciou um projeto para agregar valor
dentro da categoria de balas. “Lançamos a linha
Hitz Intense, de balas duras com recheio em pó
que realça o sabor da fruta, inovando no design
e apresentação final da embalagem, com foco no
público jovem moderno, que aprecia sabores intensos e marcantes”, comenta Dirceu Pezzin. Em
março, a empresa detonou a linha refrescante
Full Mint, também direcionada ao público jovem
e adulto. “Tanto a Hitz como a Full Mint foram
desenvolvidas para que o varejista possa ter um
produto diferenciado em sua loja, sem abrir mão
do lucro”, sublinha o dirigente da Peccin.
Com vendas estáveis no último ano, a Docile faz
planos ousados para 2010. “Com base nas vendas do
primeiro trimestre, revisamos nosso planejamento e
devemos crescer 12,5% no atual exercício”, estima
Heineck. Para isso, a empresa segue firme com os
lançamentos que iniciaram a série atual no ano passado. As principais novidades de 2009 foram a linha
de chicles recheados Zoah! e as balas de gelatinas
Tatiana, da PVM nova
realidade de consumo
das famílias.
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capa
Gummies, repassa o dirigente. Em 2010, a
empresa já colocou várias extensões e acaba
de lançar a linha Explode Coração, com cinco combinações de sabores (morantutti, morancia, limancia, uvacaxi e frambolin) e em
formato de coração com listras coloridas. “O
conjunto das características desse produto o
torna único no mundo”, acentua o Heineck.
Avanço em 2010
Fazan Junior, da
Aladim pirulitos
planos e balas
recheadas no menu.
Na Aladim, Fazan Junior destaca
que, até 2008, o crescimento anual da
empresa oscilava na faixa entre 15% e
20%, graças a investimentos na capacidade instalada e conseqüente aumento
no mix de produtos. Já no ano passado as vendas cravaram alta de 11%, o
que pode ser considerada uma façanha
diante da conjuntura degustada pelo
setor de confeitos. Em 2009, o foco dos
lançamentos recaiu sobre linhas de chicles, mas no presente exercício a Aladim retoma a reformulação que vinha empreendendo
nos segmentos de pirulitos. “Agora em maio
iniciaremos a fabricação de uma renovada linha de pirulitos planos e, a partir de junho,
entramos com a produção de balas recheadas”,
adianta o diretor.
Um dos pêndulos do segmento de candies,
o grupo Florestal também passou como rolo
compressor sobre a crise de 2009. Fechou o
ano com um crescimento de 11,5 % e projeta
faturamento de 15,2% para o atual exercício,
somando os resultados das marcas Florestal e
Boavistense. Para Adriano Orso, o balanço favorável se deve sobretudo aos 31 lançamentos
que foram feitos, consolidando a estratégia da
companhia de inovar sem parar. “Para 2010
entre as duas marcas deverão ser lançados 27
produtos nos segmentos de pirulitos, gomas de
mascar, balas duras e mastigáveis e produtos
diet/light”, adianta o gerente.
Com resultado no ano passado 20% superior
ao do período anterior, a Berbau também prevê novo saldo positivo no presente exercício.
“Ainda não sabemos quanto vamos crescer, mas
Orso, da Florestal
mais atenção às
novas preferências.
28
Doce Revista ABRIL 2010
Nascimento, da Cory interatividade direta com o
consumidor.
tudo indica que iremos continuar o processo de
consolidação da marca e colhendo os resultados
da forte parceria com clientes e distribuidores”,
grifa o diretor Gustavo Zaffari Frey.
Apesar do impacto nos custos gerados pelo
aumento do açúcar, as vendas da Cory subiram
mais do que o esperado em 2009. “O resultado
inspira previsão ainda melhor para 2010 e a expectativa é de crescer mais de 15% em balas, cifra que já é realidade no fechamento do primeiro trimestre”, repassa Wagner Nascimento. Ele
detalha que a Cory avançou 8,3% em 2009, na
comparação com o ano anterior, com as vendas
puxadas pela sua tradicional marca Icekiss e
jogadas de marketing, a
exemplo das figurinhas
interativas Iceclicks e
da promoção Balas Premiadas. “No Iceclicks os
consumidores
enviam
fotos que se transformavam em figurinhas e nas
Balas Premiadas, através
do envio de SMS, os adolescentes podem baixar
conteúdos para o celular e participar de um
programa de fidelidade
através do site”, enfatiza
Nascimento. Outros produtos que contribuíram
para o crescimento da
Cory, lembra ele, foram
Icekiss Chicle e a linha
de balas mastigáveis Lí- Frey, da Berbau
lith nos sabores maçã avanço de 20% com
verde e framboesa.
consolidação da marca.
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capa
Boa pergunta
Opinião unânime de especialistas do ramo de candies enfatiza que, apesar de andar de lado no ano passado, o mercado
de balas, caramelos e pirulitos ainda exibe atrativos para a indústria. Com base nessa premissa, as questões que se impõem
são qual o futuro desses segmentos e quais tendências devem prevalecer? Confira abaixo algumas das respostas.
“Ao analisarmos o segmento tradicional e popular, acreditamos
que ele deve continuar com pouco crescimento. O que realmente irá incrementar o setor são os produtos diferenciados, que já
estão surgindo. O consumidor atual pede novidades, diferenciação e valor agregado. A indústria tem que se reinventar
para crescer e se manter competitiva nesse cenário. Nossa
empresa está inserida fortemente nessa linha de atuação. Entre
as tendências em voga se destacam os produtos com recheios,
efeitos especiais e formatos diferentes, nas quais já marcamos
presença acompanhando de perto a evolução”.
Dirceu Pezzin, diretor presidente da Peccin
“Daqui para frente vai se acentuar a demanda de produtos
consumidos por todas as classes sociais, e à medida que esses itens forem agregando valor podem vir a deslocar outras
categorias de guloseimas. O mercado é ávido por novidades
e aí está o nosso esforço e expertise para sempre apresentar
produtos com essas características”.
Alexandre Heineck, diretor da Docile
“Mesmo saturado para os produtos tradicionais, os confeitos diferenciados possuem um amplo mercado no Brasil, pois os consumidores estão abertos a novidades. Os itens com recheio de chicles
já não trazem mais nenhum diferencial para os fãs da categoria.
Hoje os produtos com centro líquido estão iniciando um ciclo de
crescimento e devem se estabelecer por um longo tempo”.
Mario Fazan Junior, diretor da Aladim
“O brasileiro é criativo e gosta de experimentar novidades. A
categoria tem lançado novos conceitos e principalmente alternativas de embalagem que cabem em todos os bolsos e possibilitam
ampliar o número de consumidores. Acredito que o mercado continuará aquecido para receber novidades. Embalagens cada vez mais
práticas e sabores de frutas e menta especiais puxam as tendências de sucesso no segmento de balas, caramelos e pirulitos”.
Tatiana Cecchia, gerente de marca Mentos balas da
Perfetti van Melle
30
Doce Revista ABRIL 2010
“Sabor, diversão, interatividade e funcionalidade,
entre outros apelos, formam um leque de opções
para levar diferentes propostas aos consumidores.
Inúmeros são os conceitos que têm surgido e estão
para ser descobertos no mercado brasileiro. A atenção a esses atributos faz com que vários diferenciais
estejam em evidência, não destacando mais apenas
uma ou outra variante de produto. Cabe à indústria
conseguir fazer a adequada junção entre os atributos
que valorizam cada produto. E isto sim é capaz de
atender ou criar tendências”.
Adriano Orso, gerente de marketing da Florestal e
Boavistense
“Tudo influencia no consumo de produtos, especialmente
aqueles que oferecem mais valor, seja pela qualidade ou
pela parte lúdica, ligada a figurinhas e outras formas de
entretenimento. Nosso setor é movido a novidades. Em
2009 lançamos 12 itens e, neste ano, já foram dois dentro
da tendência de balas com recheio de chicle. Esse tipo de
confeito, aliás, vem apresentando um crescimento interessante. E vem mais novidades por aí. Novas marcas, grandes
sucessos que voltarão aproveitando a onda retrô, sabores
exclusivos e coleções de figurinhas”.
Wagner Nascimento, diretor da Cory
“Em futuro não muito distante acredito que os produtos
irão se diferenciar pela funcionalidade. Continuaremos
tendo itens cujo maior apelo ainda será o preço acessível, ou seja, para serem vendidos pelo valor cheio
da moeda (R$0,50 e R$ 1,00), modalidade que sempre
vai existir não só aqui como em todo o mundo. Mas os
confeitos escorados no apelo da saudabilidade, além de
serem uma megatendência, são o caminho natural para
incorporar às linhas maior valor agregado e, conseqüentemente, melhor rentabilidade”.
Gustavo Zaffari Frey, diretor da Berbau
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tENDÊNCIAS
Doce aprendizado
cresce o interesse por cursos de fabricação
de confeitos nos atacados
Curso da
Chocolândia
150 aulas e 4.000
clientes por mês.
32
D
epois de praticamente esgotar as
táticas para incrementar o giro de
candies, o setor atacadista doceiro
passou a trabalhar frentes em que
atividades como consultoria de pequenos
negócios e prestação de serviços têm ganho
maior foco. Nos últimos anos, a promoção
de cursos culinários, por exemplo, com o
intuito de capacitar clientes domésticos e
donas de casa a ingressar no ramo de doces,
vem crescendo vertiginosamente. Uma das
desbravadoras dessa ala, a atacadista Chocolândia, por exemplo, promove atualmente
mais de 150 aulas por mês, atraindo número superior a 4.000 clientes no período. Em
contrapartida, esses potenciais empresários
adquirem todos os ingredientes e acessórios que necessitam – ou que são indicados nas aulas – nas gôndolas do atacado.
“Fomos um dos primeiros a trabalhar com
Doce Revista ABRIL 2010
esse público 20 anos atrás. A diferença é
que, naquela época, ministrávamos poucas
aulas e era apenas uma complementação dos
negócios da venda de doces. Hoje é um dos
carros-chefe da Chocolândia”, relata Osvaldo Nunes, diretor do atacarejo instalado na
zona Sul de São Paulo.
Além de reverter em vendas imediatas de
ingredientes para as receitas aprendidas nas
aulas, a realização permanente dos cursos
é uma eficiente ferramenta de fidelização,
considera Nunes. Mas, para isso, o estabelecimento precisa dispor de todo arsenal necessário, tendo muitas vezes de ingressar em
segmentos colaterais ao negócio de confeitos
industrializados. “Para atender o pessoal cuja
atividade é a fabricação e venda de bolos de
festa, ofertamos todos os insumos necessários, que incluem bicos, espátulas, formas,
cortantes, decoradores”, exemplifica o ataAcesse: www.docerevista.com.br
cadista. Ele comenta que, apesar do
investimento em infraestrutura (sala
de aula, cozinha profissional, mobiliário e sistema de áudio e vídeo),
no início, os cursos eram promovidos em parceria com a indústria. Na
maioria das vezes, fabricantes de insumos como coberturas de chocolate
forneciam tanto o profissional para
palestra ou aula como amostras de
produtos para manipulação durante
o curso. Hoje em dia, a Chocolândia
banca a maior parcela do investimento. “É um custo que supera a faixa
de R$ 30.000 mensais, mobilizando equipe interna de 16 pessoas e
mais de 35 professores. Já virou uma
empresa à parte”, sublinha Nunes.
Quanto as parcerias, ele situa que
hoje elas têm participação pequena
no negócio. “Já foi maior, mas ultimamente nem contamos mais com os
fornecedores”, diz.
Demonstrações e aulas que ensinavam, sobretudo, a manipulação de
chocolate surgiram e se multiplicaram
há cerca de 15-20 anos, com o boom
dos fabricantes artesanais. Outro pioneiro na implementação desses cursos
foi o atacado Bondinho, que continua
firme na atividade, mesmo com a mudança recente no comando do estabelecimento, fincado há 33 anos na zona
Oeste paulistana. “Assumimos o negócio há apenas dois meses, mas continuamos com os cursos, que acontecem duas vezes por semana com cerca
de 15 alunos por aula”, informa Alessandra Heilberg, diretora do atacado
que, aliás, é chef de pâtisserie formada em gastronomia pela Faculdade
Anhembi Morumbi, com pós-graduação em confeitaria na The French
Pastry School de Chicago (EUA), ela
própria habilitada a ministrar cursos
culinários. O Bondinho, no entanto,
segue com a política de parcerias com
seus fornecedores e sua programação
inclui palestras e aulas de especialistas dessas indústrias cobrindo ampla
variedade de temas. “Nesses dois últimos meses promovemos cursos de
confeitaria, mais especificamente sobre bombons, ovos de Páscoa, tortas
frias, bolos decorados, pão de mel,
muffins e embalagem, além de uma
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Alessandra, do Bondinho procura
crescente por cursos de trufas e bolos.
degustação de chocolates de origem
com a Barry Callebaut”, conta Alessandra. Para a realização dos cursos,
o Bondinho conta com infra similar
a dos estabelecimentos que também
atuam com essa atividade, incluindo
sala para 30 pessoas e cozinha completa. A seleção dos temas é feita pelos próprios alunos que, ao final de
cada curso, preenchem um formulário
indicando as áreas de maior interesse.
Definido o assunto, Alessandra cuida
pessoalmente da elaboração de calendários e programações, juntamente
com profissionais e chefs enviados
pelas indústrias parceiras. Já na Chocolândia, insere Nunes, essa definição
parte de uma prática que evoluiu de
um contato direto com a clientela.
“Hoje a praxe tem sido a de enviar
à casa de clientes consultores que,
além de trazer para a empresa as preferências dos interessados nos cursos,
os orientam por exemplo na montagem de um atelier doceiro”, ressalta
o atacadista.
Terapia com chocolate
Apesar do contato recente com
esse público, Alessandra grifa que o
entusiasmo de parte a parte tem sido
grande. “Vejo clientes empolgados
tENDÊNCIAS
Nunes, da
Chocolândia
ferramenta eficiente de
fidelização.
para começar um negócio em casa, que me
pedem sugestões de produto, informações
sobre preços, embalagens e até trazem amostras para experimentação e avaliação”, observa a diretora do Bondinho, completando
que a demanda pelos cursos é acentuadamente crescente. Em paralelo, o giro de insumos
também avança na loja. Juntamente com aulas de fabricação de trufas, as coberturas de
chocolate e as formas são os itens de maior
giro. Já nos cursos de pasta americana (para
cobertura de bolos e confeitos), além da
pasta em si os clientes levam ingredientes
Cremasco, da Harald maior serviço de cursos
culinários do Brasil.
www.grinx.com.br
Tel.: 11 3326-9222
ino
s
s
a
C
Chocolate
e utensílios como cortadores, corantes e enfeites. “As aulas de maior sucesso são as de
bolos decorados, trufas, pão de mel e bem
casado”, nota Alessandra.
Na Harald, fornecedora de coberturas e ingredientes para a fabricação de chocolates e
doces, as parcerias com os atacados vêm sendo mantidas desde 1992. “Realizamos mais de
6.000 cursos de culinária por ano para mais
de 200.000 transformadores. Temos o maior
serviço do gênero no Brasil atuando diretamente nos pontos de venda (PDVs) dos nossos
produtos”, posiciona Jacob Cremasco, diretor
comercial da Harald. Ele acrescenta que os
cursos são gratuitos e ensinam, basicamente, a trabalhar com o chocolate. “Destinamse ao público em geral, que inclui donas de
casa, boleiras, quituteiras, enfim pessoas que
buscam mais uma renda ou até mesmo vivem
dela”, argumenta o executivo. Para isso, a Harald conta com um quadro de 47 instrutoras
atuando em lojas de artigos de festas, casas
de doces e até em supermercados. A programação da empresa cobre todo o Brasil, pois
em quase todos os estados a empresa mantém
uma instrutora e as parceiras (atacados, lojas,
supermercados) são selecionadas pelos representantes que atendem os estabelecimentos
em cada região. “Em 18 anos de cursos, ouvimos depoimentos interessantes de muitos
clientes e alunos de como conseguiram ter
sucesso. São pessoas que ficaram desempregadas e, depois de participar dos cursos, ingressaram em uma nova fase e, por incrível
que pareça, pessoas que por algum tipo de
depressão passaram a se controlar e relaxar
fazendo as aulas”, conta Cremasco.
Ícones
O samurai dos snacks
com 30 anos de mercado, Ebicen é um toque nipônico
em salgadinhos no brasil
O
s cerca de 1,5 milhão de japoneses e
descendentes que vivem no Brasil certamente desempenham papel importante nessa história, mas não explicam por
si só o sucesso no país do snack de origem nipônica Ebicen. Surgida em São Paulo em 1976, ao
longo desses 34 anos a marca de salgadinho à
base de camarão também conquistou legiões de
brasileiros sem nenhuma ascendência oriental.
Basta entrar no Orkut para perceber essa multiplicidade. Diferentes comunidades da rede social
preferida dos internautas brasileiros reúnem aficionados e fãs do produto, descendentes de japoneses ou não. “Foi nosso primeiro lançamento
e é um campeão de vendas até hoje, tanto que
em 2008 decidimos adotar o nome Ebicen como
marca corporativa”, insere Chen Wei Chow, diretor de marketing da Glico Alimentos, empresa que trouxe o conceito de snacks de camarão
para o Brasil nos anos 70.
A façanha coube ao imigrante taiwanês
Huang Chin Piao, que chegou em São Paulo nos
anos 1960. Após experiências em outros ramos
do mercado alimentício, entre eles o de macarrão instantâneo, Piao decidiu fundar a Glico
Alimentos justamente para iniciar a produção
dos snacks de camarão. “Embora originários do
Japão, produtos similares ao nosso Ebicen estão
disseminados por toda a Ásia. Em cada país dessa região há uma versão local do salgadinho de
camarão, com as devidas adaptações de matéria-prima e sabor. Apesar disso, a alma da linha
Ebicen é essencialmente nipônica, incluindo
maquinário e processos. Nesse sentido, o fato
de o fundador da empresa ser fluente em japonês ajudou na implantação de Ebicen no Brasil”,
conta o diretor da Glico, lembrando que ebi em
japonês significa camarão, enquanto o sufixo
cen vem de sembei, que quer dizer biscoito.
Outro fator por trás do sucesso da marca
Ebicen é o pioneirismo em relação ao quesito
saudabilidade. Desde que foram lançados, os
salgadinhos são torrados, e não fritos. Além de
eliminar gordura trans da fórmula, esse método
garantiria teores de gorduras saturadas por porção que não ultrapassam 2% da ingestão diária.
A utilização de camarão natural na composição,
de tal modo que muitos alérgicos ao crustáceo
precisam manter distância do snack, também
é tida como um segredo da trajetória no azul.
“Além de maior saudabilidade, a utilização de
ingredientes naturais confere perfil de produto
artesanal à nossa linha”, comenta Chei. O mesmo posicionamento se dá, ele diz, com os snacks sabor cebola.
Fundada em 1976, em Osasco (SP), a Glico
Alimentos opera no mesmo endereço até hoje,
mais precisamente no quilômetro 17 da Rodovia
Castelo Branco. A poucos minutos do Rodoanel
Mário Covas e das Marginais dos rios Pinheiros
e Tietê, a localização facilita o fornecimento de
insumos e o escoamento da produção. A capacidade produtiva, informa Chen, é de 100 toneladas/mês, com taxa de ociosidade em torno de
30%. “Mas esta lacuna deve ser preenchida até o
final de 2010, graças ao aquecimento da economia brasileira e a eventos sazonais como a Copa
do Mundo, que geram expectativas positivas no
mercado de snacks”, prevê o diretor de marketing. Além da família Ebicen, que hoje conta com
uma versão cebola isenta de camarão, a empresa
atua com as linhas Glico Snacks e Croc-cen.
Na parte de distribuição, o mercado da Grande São Paulo é atendido por
uma frota própria formada por
15 veículos. Nas demais praças
a logística se dá a partir dos
canais de distribuidores e atacadistas. As vendas dividemse igualmente entre atacado e
varejo. “Também estamos nos
esforçando para aumentar a
presença em supermercados de
vizinhança, além de canais do
pequeno varejo, como padarias,
bonbonnières, lojas de conveniências e vending machines”,
grifa Chen.
36
Doce Revista ABRIL 2010
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Doce Revista ABRIL 2010
37
no pódio
Desdobrando
o foco
Nutty Bavarian investe em snacks de amendoim
de olho em shoppings populares
Nutty Bavarian
presença em 71 PDVs de
shopping centers.
É
praticamente impossível passar por um
dos 71 pontos de venda da Nutty Bavarian espalhados por shopping centers
e aeroportos do país sem ter o olfato
aguçado pelo indefectível aroma de canela
exalado durante o preparo de nuts glaceadas
da marca. Deleitante para uns, enjoativo para
outros, esse odor deverá ganhar novos ares nos
próximos meses.
Mirando o aquecido segmento de shoppings
populares, a empresa está investindo em produtos com preços mais acessíveis, que, também
Doce Revista ABRIL 2010
apostando no poderoso marketing olfativo, serão vendidos sob a grife Nutt e Cia. “O canal de
shoppings centers populares atrai cada vez mais
investimentos no Brasil. Mas nosso produto tradicional é caro para boa parte do público que o
frequenta. Para não perder essa oportunidade de
crescimento, decidimos criar um item alternativo e mais barato”, fala Daniel Miglorância, CEO
da Nutty Bavarian.
Em vez do mix de amêndoa, nozes e macadâmia que desde o início dos anos 1990 faz
sucesso nos quiosques brasileiros da grife, a
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nova chancela venderá basicamente snacks
glaceados à base de amendoim e castanha. “O
modo de preparo será o mesmo, assim como
os tradicionais cones usados como embalagem
de nossas nuts”, insere Daniel. Para efeito de
comparação, um cone da marca Nutty Bavarian custa R$ 10, contra R$ 6 de um vendido
sob a chancela Nutt e Cia. Dois pontos de venda da nova marca já estão operando em São
Paulo, nos shoppings D e Interlagos. Essas lojas são próprias, mas, segundo Daniel, já há
potenciais franqueados interessados no novo
modelo de negócios.
Bandeira própria
Em paralelo à estratégia voltada aos shoppings populares, a Nutty Bavarian está investindo em perfis de público mais exigentes
com o lançamento da bandeira Go Nuts. Neste caso, em vez de carrinhos ou quiosques, a
empresa aposta em lojas propriamente ditas,
com ampla variedade de produtos, incluindo
as embalagens batizadas de Nutty Express.
Própria para o varejo de autosserviço, essa
apresentação responde por 4% do faturamen-
to da empresa, que deve bater a
marca de R$ 28 milhões em 2010.
Os 71 pontos de venda da empresa
(15 deles próprios e o restante franqueados) demandam atualmente 1
tonelada de nuts por dia. À exceção
de quatro quiosques instalados em
aeroportos, todos os demais operam
em shopping centers.
Ao sinalizar a possibilidade de ampliar fronteiras na base do franchising,
os novos modelos de negócio da Nutty Bavarian surgem como um divisor
de águas na trajetória da empresa.
“Os volumes vendidos deverão crescer rapidamente, e esse é um grande
desafio para nós”, grifa o CEO da empresa. A Nutty Bavarian, ele informa,
chegou em 1996 ao país. Apesar da
receita alemã, importada da região de
Bavária, a dona da grife é norte-americana. A controladora possui mais de
800 pontos ao redor do mundo e, depois dos EUA, a operação brasileira é a
mais representativa.
Daniel demanda superior a uma
tonelada de nuts por dia.
canal de venda
Fora do receituário
Venda de balas e confeitos em farmácias
pode estar com os dias contados
Canal farma
sinal verde apenas
para alimentos
funcionais
registrados pela
Anvisa.
40
U
m novo desdobramento do arcabouço
jurídico envolvendo restrições à venda
de doces e confeitos em farmácias e
drogarias acaba de vir à tona. Na primeira quinzena de abril, o Superior Tribunal de
Justiça (STJ) suspendeu liminar da Abrafarma
(Associação Brasileira de Redes de Farmácias
e Drogarias) e da Febrafar (Federação Brasi-
Doce Revista ABRIL 2010
leira das Redes Associativas de Farmácias)
que garantia a livre comercialização nesses estabelecimentos de itens de conveniência como
chocolates, balas, barras de cereais e gomas
de mascar. Mesmo com a suspensão da liminar,
farmácias vinculadas à ABCFarma (Associação
Brasileira do Comércio Farmacêutico), que detém decisão provisória em vigor, podem continuar a venda de produtos que não se enquadram
como farmacêuticos. A liminar havia sido obtida
em outubro último em resposta a uma resolução
(RDC 44/09) e a duas instruções normativas (9 e
10) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Tais medidas estabelecem normas
polêmicas para a exposição e venda de produtos
no canal de farmácias e drogarias.
A princípio, as regras deveriam ser cumpridas
desde fevereiro. Além de contestáveis restrições
ao giro de itens de conveniência como candies e
confeitos, a resolução e as instruções normativas determinam que remédios com venda isenta
de prescrição devem ir para trás do balcão das
farmácias, obrigando o consumidor a solicitar
tais produtos a um vendedor ou farmacêutico.
No caso de alimentos, Pedro Menegasso, diretor do Conselho Regional de Farmácia de São
Paulo, afirma que não é de hoje que esses estabelecimentos só podem vender itens registrados
pela Anvisa e com propriedades funcionais comprovadas. Assim, só podem ficar nas gôndolas,
com livre acesso, produtos fitoterápicos e de
perfumaria. Alimentos, só os funcionais, como
granola, pastilhas para garganta e determinados
itens diet/light. Portanto, uma série de outros
confeitos e guloseimas, incluindo muitos daqueles enquadrados na tendência de saudabilidade,
podem compulsoriamente deixar de ser vendidos
em drogarias e farmácias.
“Entendemos que deva haver um controle,
visto que existem farmácias vendendo até ração para cachorro. Porém, a comercialização de
alimentos que ajudam o consumidor a ter um
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estilo de vida mais saudável deveria continuar
liberada”, protesta Edouard Thomé, diretor comercial da Vitao Alimentos, empresa curitibana
conhecida por suas linhas de biscoitos e snacks
integrais. Os produtos da marca que possuem
registro no Ministério da Saúde, caso da linha
diet, continuarão a ser vendidos em farmácias
e drogarias. “Quanto aos demais, infelizmente
precisaremos buscar novos canais”, lamenta o
dirigente.
Ainda que farmácias e drogarias não respondam por mais de 5% das vendas da indústria
brasileira de doces e confeitos, as medidas da
Anvisa chamam atenção por destoar de tendências mundiais. Na União Europeia, por exemplo,
a desregulamentação do setor farmacêutico vivencia um processo de aceleração. Os europeus
nada mais fazem do que seguir um movimento que se vê há muitos anos nos EUA, onde as
grandes redes de drugstore comercializam vasta
gama de produtos não-medicamentosos, sem
quaisquer prejuízos para os consumidores. No
Brasil a força reguladora natural dos mercados
parece mais uma vez estar sendo ignorada.
Demanda ascendente
“Estamos em guerra a favor do livre direito
de escolha de preços e produtos pelo consumidor e do direito do cidadão brasileiro de ter
acesso a uma farmácia do mesmo nível que se
encontra no exterior”, define Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da Abrafarma. A principal preocupação do setor, prossegue o dirigente,
é a queda de faturamento que as imposições da
Anvisa devem causar. “Precisamos manter o mix
de produtos para compor a lucratividade”, complementa Barreto, defendendo ainda que a Anvisa, como autarquia federal, não tem competência para baixar determinações como as da RDC
44/09. “A rigor, nenhuma lei proíbe farmácias de
vender produtos de conveniência no país. Pelo
contrário, existem no Brasil 18 leis que autorizam a comercialização de itens de conveniência
e assemelhados em farmácias. Segundo a Constituição, essas leis são obviamente superiores a
portarias, resoluções e demais atos inferiores”,
pontua o dirigente.
Estudo da própria Abrafarma indica que a
venda de não medicamentos no balanço geral
das cadeias farma – inclusos confeitos, entre diversos outros artigos – ocupa uma faixa em torno de 20% das vendas totais do setor. Apesar de
ascendente, essa demanda se mantém um pouco
abaixo do resultado dos remédios, que avança
em torno de 10% ao ano. Ainda assim, os não
medicamentos são fundamentais na composição
das vendas e remuneração dos custos das redes.
Para efeito de comparação, na Walgreens, maior
rede de drogarias dos EUA, as vendas de não
medicamentos abocanham em torno de 25% do
faturamento geral.
A Abrafarma afirma ainda que apenas 34%
da população vão a uma farmácia com o único
objetivo de adquirir remédios. Quase 60% dos
pesquisados compram medicamentos e outros
artigos. No campo específico dos confeitos
diet/light, as farmácias são um canal de experimentação: a primeira e a segunda compra
de um consumidor da categoria é sempre feita
nesse tipo de estabelecimento, que se consolidou como canal por excelência de produtos
enquadrados na tendência de saúde e bem-estar (health and wellness). Isso significa que,
depois de experimentar o confeito adquirido
em um estabelecimento farmacêutico, o consumidor parte para a compra em outros balcões do varejo, como o supermercado. Desse
ponto de vista, as farmácias constituem, sim,
um canal extremamente importante para a indústria de confeitos.
Thomé, da Vitao em
busca de novos canais.
Barreto, da Abrafarma
Anvisa na contramão de
tendências mundiais.
agenda
junho
Gôndolas mexicanas
Numa promoção da Alimentaria
Exhibitions, joint venture da Fira de
Barcelona com a Reed Exhibitions,
a Cidade do México sedia de 1 a 3
no Centro Banamex a 10.ª edição
da feira Alimentaria México. Segundo estimativa dos organizadores, o evento deve receber mais de 12.000 visitantes
profissionais locais e do exterior, sendo já confirmadas as
participações de 25 países. Entre os 450 expositores deste
ano, além de empresas dos segmentos de alimentos e bebidas industrializados, a feira contará com uma área específica
para exposição de produtos agrícolas. Também será realizada
a primeira edição do Pavilhão Pymes, um esforço da organização do evento para apoiar pequenos produtores. Entre as
atividades paralelas um dos pontos altos é o 5º Congresso
Mexicano de Gastronomia Tendências Alimentaria. Também
estão programados seminários de nutrição, degustações de
vinhos e palestras sobre logística e distribuição, além da final do concurso Cozinheiro do Ano.
Local: Centro Banamex – Av. Conscripto 311- Col. Lomas de
Sotelo - Del. Miguel Hidalgo -C.P.11200 - México D.F.
Informações: Alimentaria Exhibitions Tel. +34 (93) 452 11
04 ou pelo site www.alimentaria-mexico.com
Garfada dupla
Eventos integrados à Semana Internacional da
Alimentação, a Fispal Food Service e a Fispal Tecnologia movimentam bilhões em negócios na ala de
alimentos e bebidas e, este ano, acontecem entre os dias 7 e 11,
em São Paulo. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias da
Alimentação (Abia), o setor vem abocanhando resultados positivos nos últimos anos e, em 2009, faturou mais de R$ 268 bilhões.
É sob esse pano de fundo que a Brazil Trade Shows (BTS) promove
as duas principais feiras com a marca Fispal. Mais uma vez os
eventos correm em paralelo à Semana Internacional da Alimentação, que reúne os principais representantes do setor no Brasil.
A Fispal Food Service (de 7 a 10 de junho) e a Fispal Tecnologia
(8 a 11) ganham os holofotes quase simultaneamente e ocuparão
dois dos maiores pavilhões de exposição da cidade de São Paulo:
o Expo Center Norte e o Anhembi, respectivamente. Em 2009, as
duas feiras geraram negócios estimados em R$ 7 bilhões.
Locais: Fispal Tecnologia – Pavilhão de Exposições do
Anhembi – Av. lavo Fontoura, 1.209 – S.Paulo (SP); Fispal
Food Service – Expo Center Norte – Rua José Bernardo Pinto,
333 - São Paulo (SP).
Informações: BTS – Brazil Trade Shows pelo site www.fispal.com
Drageados e chocolate
Vitrine do oriente
Plataforma internacional de apresentação, encontros e negócios do setor de ingredientes para a indústria alimentos e bebidas, a Food Ingredients Asia-China acontece de 2
a 4 em Xangai, na China. Promovida pela Shangai UBM Sinoexpo
International Exhibition, a feira ganha nova edição nas dependências do Shangai New International Expo Centre, reunindo expositores de países asiáticos e de outras regiões do globo, tais
como os EUA, França, Grã Bretanha, Austrália, Bélgica e Itália.
Além de reunir fornecedores de ingredientes para alimentos e bebidas, entre os quais sobressaem empresas que cultivam, extraem,
processam ou fornecem insumos, a Fi Asia-China dedica especial
atenção aos setores de saúde, nutracêuticos, ingredientes orgânicos e funcionais.
Local: Shangai New International Expo Centre – Xangai (China).
Informações: Shangai UBM Sinoexpo International Exhibition Co.,Ltd. – 10/F Xian Dai Mansion, 218 Xiang Yang Road
(s) - Xangai (China). Tel: + (86)- (21)-64371178.
42
Doce Revista ABRIL 2010
Com a missão de difundir conhecimentos técnicos e científicos,
contribuindo para o aperfeiçoamento da indústria nacional, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital-APTA) realiza, periodicamente,
treinamentos destinados à capacitação de profissionais que atuam
nas áreas de alimentos e embalagens, além de complementar a formação de estudantes. Dando seqüência ao calendário deste semestre,
o Cereal Chocotec – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Ital,
unidade especializada no setor de confeitos, promove nos dias 10 e
11 o Curso de Tecnologia de Fabricação de Confeitos Drageados Duros
de Açúcar e de Drageados de Chocolate e Compounds. Além de base
teórica/prática, serão abordadas as diferenças entre os tipos de produtos, as variantes mais requisitadas no mercado e os principais ingredientes envolvidos no processo. A programação segue nos dias 24
e 25 com o curso de Processo Industrial de Fabricação de Chocolate.
Local: Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) - Campinas/SP.
Informações: Ital/ Setor de Eventos. Fones: (0**19) 37431758/ 3743-1759; Fax: (0**19) 3743-1761. E-mail: [email protected] /[email protected]/[email protected]
Acesse: www.docerevista.com.br
giro
QUEM: ALADIM
PRODUTO: CHICLE DE BOLA
GANCHO: FIGURINHAS E ÁLBUM
A Aladim Alimentos promove desde
o início de abril a divulgação do seu
chicle de bola exclusivo Robrother.
Disponível nos sabores tutti-frutti e
hortelã, a novidade no portfólio da empresa agrega como atrativos figurinhas
adesivas e álbum para as crianças co-
lecionarem. “Para turbinar ainda mais
o lançamento, que sobressai tanto pela
qualidade do confeito como pela concepção gráfica do produto, preparamos
uma campanha completa, com material
publicitário de apoio, cartazes e um
hotsite (www.robrother.com.br) muito
incrementado”, adianta Mario Fazan
Junior, diretor da Aladim. Segundo informa, os álbuns serão distribuídos nos
pontos de vendas (PDVs) ou enviados
diretamente para os consumidores,
mediante pedidos por e-mail. “A embalagem do Robrother conta com um
diferencial que é uma mão na roda para
o trade: o fundo da caixa vira um expositor de gôndola, promovendo uma
melhor visualização no PDV”, conclui
Fazan Junior.
QUEM: ARCOR
PRODUTO: CHOKKO SNACK
GANCHO: TAMANHO FAMÍLIA
Conhecida do público pelos tabletes
de 48 gramas e bombons, a marca ChoKKo
Snack apresenta aos consumidores uma
extensão de linha que marca pontos pela
inovadora versão de tablete com 160 gramas do chocolate ao leite da Arcor. Formulado com cereais crocantes e reforçado
com amendoim, o lançamento está disponível nos pontos de venda (PDVs) de todo
o Brasil desde abril, confirma Gabriel Porciani, diretor de marketing de chocolates
e guloseimas da Arcor. Ele sustenta que o
tablete em tamanho família deve emplacar
sucesso de público por conta de uma pesquisa qualitativa realizada pelo instituto
CPM Research. “Os consumidores indicaram que, além de uma combinação irresistível de sabores e sensações, o produto
realmente apresenta uma ótima relação de
custo/benefício”, assinala Porciani. A marca ChoKKo Snack, segue ele, agora em sua
giro
versão família, explora com mais ênfase a
essência que possibilitou todo o seu sucesso e crescimento nos últimos anos: a
união de uma grande porção de chocolate,
associada à qualidade dos ingredientes e o
preço acessível aos consumidores. O executivo observa ainda que, em virtude do
ótimo desempenho dos tabletes de 48 gramas, próprios para o consumo por impulso,
ChoKKo Snack conquistará novos consumidores, principalmente porque vai marcar
um novo momento de compra e consumo.
“Desde o lançamento em 2006, a marca
apresenta crescimentos vertiginosos. Com
mais esta novidade, atingiremos um novo
público, que tem por hábito comprar tabletes para o consumo compartilhado”,
finaliza o diretor.
QUEM: BOAVISTENSE
PRODUTO: AMENDOIM
GANCHO: LINHA SNACKS
A Boavistense, empresa da Florestal
Alimentos, já vinha há tempos namo-
rando o mercado de guloseimas salgadas e, no início deste ano, agregou uma
linha de derivados de amendoim ao seu
portfólio. Os primeiros lançamentos
subiram às gôndolas em abril, no formato de uma família de amendoins salgados sob a marca Boavistense. “Para
testar esse segmento, desenvolvemos
três diferentes versões: amendoim Torrado e Salgado, Temperado com Salsa
e Cebola e do Tipo Japonês”, anuncia
Adriano Orso, gerente de marketing da
Florestal Alimentos. Acompanhando as
tendências, acrescenta ele, a versão
torrada e salgada e a tipo japonês são
comercializadas em embalagens de 70 e
30 gramas, respectivamente. A versão
de menor gramatura pode também ser
conferida em tiras contendo 5 unidades, facilitando a exposição do produto
no ponto de venda (PDV) e o acesso dos
consumidores. Já o amendoim temperado com salsa e cebola está disponível
na forma avulsa ou em tiras, exclusivamente em embalagens “tira-gosto” de
30 gramas. Orso destaca que as embalagens foram desenvolvidas em poliéster e polipropileno laminado e recebem
fechamento flowpack.
QUEM: FLORESTAL
PRODUTO: CHICLE DE BOLA
GANCHO: OLHO DE CORUJA
Olho de Coruja é o mais novo chicle
drageado da Florestal, que se inspirou
na ave noturna para bolar o desenvolvimento. “A coruja é uma ave que sai à
noite para se alimentar e, por esta condição, desenvolveu um olhar brilhante
e vista apurada. Tais atributos de força
e energia não passaram despercebidos
pela Florestal, que subtraiu toda esperteza do olhar da coruja para esse seu
mais recente lançamento”, interpreta
Adriano Orso, gerente de marketing da
indústria gaúcha. Disponível no sabor
tutti-frutti, o chicle tem o formato de
uma bola na cor amarela que, segundo
o executivo, transmite alegria e descontração. A novidade, descreve ele,
possui embalagem individual com fechamento
flowpack e duas unidades
de 4,5 gramas, totalizando
9 gramas. “Apresenta um
layout atraente e divertido, que imita os olhos de
uma coruja, com a parte
frontal transparente permitindo a visualização do
44
Doce Revista ABRIL 2010
produto”, observa Orso. Para o trade,
o Olho de Coruja é disponibilizado em
display de 360 gramas contendo 40 pares de chicles.
QUEM: GAROTO
PRODUTO: TALENTO
GANCHO: VERSÃO BOMBOM
berto com o chocolate Talento. Com
ênfase em detalhes de acabamento
como brilho e textura aveludada, a
novidade chega ao mercado em uma
elegante caixa composta por 14 unidades, embaladas individualmente. Disponível nacionalmente desde
abril, a caixa de bombom Talento é
ideal para presentear e enfeita as vitrines do trade com preço sugerido
de R$ 16,90.
QUEM: SUKEST
PRODUTO: CHICLE DE BOLA
GANCHO: COPA DO MUNDO
Em mais um desdobramento de
marca, a Garoto apresenta o seu chocolate premium Talento na versão
bombom. Elaborados com ingredientes do produto original, os confeitos
incorporam avelãs inteiras envolvidas por recheio cremoso de avelã co-
A Sukest turbinou as linhas de
chicles de bola Festball e Splow!
com o tema da Copa do Mundo.
Ambas as novidades podem ser
conferidas nos balcões do trade da
categoria na versão pinta língua,
agregando mais uma divertida brincadeira ao arsenal de itens que irão
agitar a torcida brasileira durante os
jogos do mundial de futebol. Mauro
Paparelli, gerente de marketing da
Sukest, detalha que o Festball Pinta
Língua Brasil vem coberto com miçangas da cor da bandeira brasileira
(verde, amarelo, azul e branco) e
com recheio que embute efeito pinta língua, “para deixar a garotada
ainda mais em clima de copa”. Já o
Splow! Pinta Língua Brasil incorpora
casquinha verde e amarela e entra
em campo com o sabor bem brasileiro de banana, além do recheio pinta
língua, completa ele.
giro
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QUEM: YOKI
PRODUTO: REFRESCO EM PÓ
GANCHO: RECEITAS DIVERTIDAS
nos sabores uva, pera, maracujá, morango, pêssego e manga, repassa Luís
Carlos Pereira, diretor de marketing da
Yoki. “Essas são apenas algumas sugestões, mas a ideia é que o consumidor
crie suas próprias receitas usando a
imaginação e os outros sabores, como
goiaba, laranja, abacaxi, limão, maçã
etc.”, orienta ele.
Atenta às tendências, a Yoki promove uma renovação nos sabores da sua
linha de refrescos em pó, produto que
está presente em 90% dos lares brasileiros, e ainda afaga os consumidores
com receitas que agradam a toda a família. Para refrescar os dias mais quentes, a empresa introduz os sabores Cajá,
de gostinho cítrico, e Graviola, mais
adocicada. As duas frutas, cultivadas
principalmente no Nordeste brasileiro,
chegam para agregar ainda mais valor
à lista de 14 variantes do produto. Para
promover os lançamentos, a Yoki adquiriu os direitos de uso da marca A Grande Família, da TV Globo, e leva para os
pontos de venda (PDVs) de todo o país
receitas inspiradas no temperamento
dos personagens que fazem sucesso na
TV brasileira. O Sorvete do Cunhado Folgado, a Mousse da Mamãe, o Calmante
do Papai, o Gelinho da Filhinha do Papai, o Pudim da Cabeleireira e o Drink
da Pastelaria são os nomes das receitas,
que podem ser preparadas, respectivamente, com os refrescos em pó da Yoki
QUEM: PERFETTI VAN MELLE
PRODUTO: FRUITTELLA
GANCHO: NOVA CAMPANHA
Doce Revista ABRIL 2010
Fruittella, uma das mais tradicionais
marcas de bala do portfólio da Perfetti van Melle (PVM), volta à mídia com
a campanha Um Exagero de Prazer,
criada pela agência NovaS/B. A ação
é composta por anúncios impressos
com foco em dois produtos: Fruittella
Swirl Morando (morango com creme de
leite) e Choc Filled (caramelo com recheio de chocolate). O investimento na
campanha tem como objetivo reforçar
a marca por meio de uma mensagem
que mostra, de forma provocante, o sabor único e indescritível dos produtos
Fruittella, resume Ariane Steck, gerente
de marca da PVM. Em uma das peças,
uma embalagem gigante de Fruittella
Choc Filled, está deitada em um sofá
em cena romântica com uma linda garota. Na outra, um motoqueiro badboy
se apresenta em uma moto agarrandose a uma Fruittella Swirl Morango. “São
peças inusitadas e que fazem uma conexão direta com o sabor, diversão e
momentos de prazer, que é a mensagem
que a Fruittella quer reforçar para os
consumidores, aproveitando que estes
já têm essa visão positiva da marca”,
explica Ariane.
De acordo com a executiva, a volta
da campanha se justifica nos resultados
obtidos anteriormente. “Após a ação,
que atingiu mais de oito milhões de
pessoas, a marca obteve um aumento de
vendas da ordem
de 10%. Com esse
novo investimento, nosso objetivo
é aumentar mais
10%”, crava ela.
Os anúncios serão veiculados nas
principais revistas
masculinas, femininas e de variedades ao longo de
2010, iniciando
em abril e maio,
informa Ariane.
Acesse: www.docerevista.com.br
QUEM: KRAFT FOODS
PRODUTO: TRAKINAS
GANCHO: EMBALAGEM LANCHE
Inovando mais uma vez para atender aos desejos de fãs, Trakinas, a
marca número um no filão de biscoitos
recheados, apresenta a Mini Trakinas,
uma nova versão do biscoito em tamanho pequeno. Prática e conveniente,
cada embalagem contém 25 gramas
– quantidade adequada para o lanche
das crianças – de biscoitos em versão
miniatura. “Uma preocupação constante das mães gira em torno da difícil
tarefa de controlar a quantidade de guloseimas que seus filhos ingerem e, ao
mesmo tempo, atender aos pedidos dos
pequenos. O Mini Trakinas ajuda a achar
esse equilíbrio, oferecendo um produto
que as crianças adoram, na quantidade
certa”, explica Ana Ferrell, gerente de
marketing de biscoitos da Kraft Foods,
detentora da marca. Além disso, enfatiza ela, a embalagem do Mini Trakinas
é ideal para levar para qualquer lugar,
promovendo praticidade e conveniência
para o lanche das crianças. Os pacotes
são comercializados tanto individualmente como em embalagens com cinco
unidades. “Para apoiar o lançamento,
estamos apostando em uma forte campanha de apoio de mídia”, grifa a gerente. Um filme em animação 3D que
encorpa a campanha Fabrika traz personagens interagindo e se divertindo com
a miniaturização dos biscoitos Trakinas
em um mundo fantasioso. A marca investe também no relacionamento com
as mães, através de outro filme que
mostra mãe e filha em uma situação
divertida do dia a dia. Ambas as peças
publicitárias estão no ar desde março,
veiculados no Rio de Janeiro, Curitiba,
Porto Alegre e Florianópolis. A campanha para mães conta ainda com anúncios nas principais revistas femininas
de grande circulação do país, informa
Ana Ferrell.
QUEM: M.DIAS BRANCO
PRODUTO: BISCOITO MARIA
GANCHO: SABOR CHOCOLATE
Marca de massas e biscoitos do grupo M. Dias Branco que domina a cena
no Nordeste brasileiro, a Fortaleza estende sua linha de bolachas Maria inserindo o sabor chocolate em versão livre
de gordura trans. A novidade desembarca no trade da categoria com sabor predominante de chocolate e posicionado
para consumo em diversas ocasiões do
giro
dia por adultos e crianças. Segundo a
empresa, além de opção para café da
manhã e lanche da tarde, o produto é
versátil e também pode ser usado em
receitas de doces e sobremesas como
pavê. O Maria Chocolate Fortaleza está
disponível nos principais pontos de
vendas (PDVs) nos estados do Ceará,
Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Sergipe, Bahia, Alagoas, Pará,
Pernambuco e Amazonas. Apresentado
em pacote com 400 gramas, tem preço
sugerido de R$ 2,80 a unidade.
QUEM: LINDT
PRODUTO: LINDOR
GANCHO: KIT NAMORADOS
A Lindor oferece ainda para datas especiais, como Dia das Mães, a Lindor
Milk 200g de chocolate ao leite com
preço sugerido ao consumidor de R$
38,20; o Lindor Assorted 200g, em
embalagem recheada com bombons
Lindor de sabores sortidos (chocolate ao leite, chocolate ao leite com
pedaços de avelãs, chocolate meio
amargo e chocolate branco) e preço
sugerido de R$ 38,20; o Lindor Dark
60% Cacau 200g, com teor de 60% de
sólidos de cacau na casca e recheio
amargo cremoso ao preço sugerido de
R$ 38,20; o Lindor Milk 150g, em saquinho recheado com bombons Lindor
de chocolate ao leite a R$ 25,40; o
Lindor Milk 250g, em caixa recheada
com bombons Lindor de chocolate ao
leite a R$ 46,50; e o Lindor Milk Gold
Can 250g, uma charmosa leiteira com
bombons Lindor de chocolate ao leite
com preço sugerido de R$ 71,00.
QUEM: GOURMAND
PRODUTO: BOMBONS
GANCHO: DATAS ESPECIAIS
Em comemoração ao Dia dos Namorados, a suíça Lindt, grife do portfólio da importadora Aurora, sugere
para presentear a caixa Lindor Heart
Tin 48g, desenvolvida especialmente para a data. O kit contém quatro
bombons de chocolate ao leite com
recheio cremoso, que segue a receita do tradicional chocolate da marca.
Eles vêm numa caixa metálica estilizada em formato de coração e têm
preço sugerido de R$ 12,40 a unidade.
Atenta a datas não tão visadas
pelo comércio de confeitos, a importadora Gourmand Alimentos preparou
duas sugestões especiais de presente, que podem ser opção para o Dia
das Mães, dos Namorados, da Secretária, dos Professores e por aí vai. O
kit comporta bombons finos sortidos,
com diferentes formatos, a preços
convidativos, das tradicionais marcas
Belgian e Hamlet.
A linha Belgian traz caixas de 200
gramas e 125 gramas recheadas de finos
chocolates em formato de coração, com
consistência macia e sabor marcante.
Já na linha Hamlet, vale destacar os estojos com bombons sortidos em caixas
decoradas de 250 gramas e 125 gramas.
Os produtos já podem ser conferidos
nas principais lojas de delicatessen e
grandes redes de varejo.
Pioneira e referência no mercado
alimentício de produtos importados,
a Gourmand Alimentos sobressai pela
inovação e tradição, trazendo do mundo inteiro o que há de melhor em relação aos principais lançamentos da ala
gastronômica. O preço médio sugerido
para a linha Belgian é de R$ 32,00 a
caixa com 200 gramas e
R$ 12,00 a caixa com 125 gramas.
Já o kit Hamlet pode ser arrematado por
R$ 20,00 a caixa Amor com 125 gramas;
R$ 25,00 a caixa com 125 gramas; e R$
44,00 a caixa com 250 gramas.
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MAIS AÇÚCAR EM SUAS VENDAS
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Venham até nós
Dirigente da Apas reivindica maior proximidade entre a indústria de
confectionery e o canal supermercadista
P
ós-graduado em engenharia elétrica e formado em engenharia de produção e economia, Martinho Paiva Moreira é um daqueles profissionais cujo dia a dia parece ter exercido mais influência em seu trabalho do que o currículo acadêmico em si. Ocorre que,
na prática, ele é um dos principais especialistas em supermercados do país. Vice-presidente
de comunicação da Associação Paulista de Supermercados (Apas) e ex-diretor comercial da
central de compras Arcos, Moreira é ainda acionista da tradicional rede paulistana D’Avó
Supermercados, na qual orgulha-se de ter implementado o Cartão Confiança. Falando como
porta-voz da Apas, nesta entrevista ele defende que os fabricantes de pirulitos, balas, chicles e demais guloseimas doces que ainda não atuam no setor supermercadista estão perdendo dinheiro. As razões disso e as expectativas do varejo para a Copa do Mundo da África
do Sul, que começa em 11 de junho, são comentadas pelo dirigente a seguir.
DR – Por que os supermercados
tornaram-se tão importantes para a
indústria doceira?
Moreira – Nos últimos anos, os supermercados transformaram-se em centros
de compras, conveniência e até entretenimento. Essa mudança consagrou a
sinergia entre o canal supermercadista
e a indústria de candies. Assim, os fabricantes de doces e confeitos vêm desenvolvendo estratégias para aumentar
sua presença nas gôndolas e checkouts
de supermercados. Ao apostar em estratégias próprias para os supermercados,
incluindo embalagens menores e produtos de maior valor agregado, a indústria
de candies só tem a ganhar
DR – As seções de candies dos
supermercados rivalizam de alguma
forma com os tradicionais atacadistas
doceiros?
Moreira – Não, absolutamente. Esses
dois canais já provaram que podem
conviver em harmonia. Não sou um
especialista na indústria de candies. Mas, até onde sei, mesmo com
o maior giro de candies em supermercados, o número de atacadistas e
distribuidores de doces vem crescendo país afora, especialmente no nordeste, em decorrência da melhora de
renda e do processo de estabilização
econômica. O fato é que as seções
50
Doce Revista ABRIL 2010
de bonbonnière dos supermercados
não roubam clientes dos atacadistas
doceiros. São públicos e situações de
consumo distintos. Ambos merecem
atenção da indústria de candies, sob
pena de desperdiçar oportunidades
de negócio preciosas.
DR – Acredita que o giro de doces
e confeitos nos supermercados está
próximo do limite?
Moreira – Pelo contrário, está muito
longe do limite. Não saberia te precisar números. Mas, se comparados aos
europeus e americanos, os supermercados brasileiros vendem poucos candies.
Os fabricantes desses produtos podem
se inspirar na indústria de chocolate,
cujas vendas em supermercados explodiram nos últimos anos. Contando com
apresentações e versões cada vez mais
diversificadas, os chocolates constituem um ótimo exemplo do potencial
de negócios que o canal supermercadistas representa para a indústria de confectionery.
DR – Quais as estratégias da indústria
de candies para estimular as vendas
nos supermercados?
Moreira – Os fabricantes de doces precisam, antes de mais nada, adaptar
suas embalagens a esse canal. No lugar
das apresentações maiores destinadas a
atacadistas, pacotes menores são ide-
ais para atender pequenas famílias ou
mesmo o consumidor single. Um bom
exemplo desse tipo de adaptação vem
do mercado de biscoitos, que, ao oferecer embalagens e produtos para os mais
distintos perfis de consumidor, tem o
supermercado como seu canal de venda
por excelência.
DR – A Apas tem alguma previsão
para a Copa do Mundo?
Moreira – Não temos um número específico. Mas estamos muito confiantes em relação ao acréscimo de negócios que a Copa africana deve gerar no
nosso setor. É claro que não será uma
ampliação tão significativa quanto a
esperada para 2014, quando a Copa do
Mundo será realizada no Brasil. Mas o
aumento das vendas deve superar as
expectativas mais otimistas, até por
que atravessamos um período de estabilidade econômica. Além disso, 2010
é um ano eleitoral, fator que por si só
aumenta a quantidade de dinheiro em
circulação e, por tabela, as vendas dos
supermercados.
DR – Além de snacks e cerveja, a Copa
deve inspirar ações promocionais em
quais categorias?
Moreira – Com certeza vai alavancar as
vendas de refrescos em pó e gomas de
mascar.
Acesse: www.docerevista.com.br

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