Cavalos Marajoara e Puruca

Transcrição

Cavalos Marajoara e Puruca
INCT: Informação
Genético-Sanitária da
Pecuária Brasileira
SÉRIE TÉCNICA:
GENÉTICA
Publicado “on line’ em animal.unb.br em 25/09/2010
Cavalos Marajoara e
Puruca
Concepta McManus 1,2, José Ribamar Felipe Marques
Samuel Paiva 4, Luiza Seixas 1
1
3
CNPq / INCT / Informação Genético Sanitária da Pecuária Brasileira, Universidade de Brasília (UnB) /
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG.
2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS.
3
4
Embrapa Amazônia Oriental, Belém, PA.
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (CENARGEN), Brasília, DF.
1
Dentre as diversas raças de cavalos originadas no Brasil pode-se
destacar as Marajoara e Puruca na ilha de Marajó, no Pará. O Marajoara é
originário de cavalos da Península Ibérica, principalmente do Puro Sangue
Lusitano, que foram introduzidos no século XVII, inicialmente, em Belém,
no estado do Pará, porém, em virtude da alta prolificidade e do pequeno
espaço disponível na cidade em fase de formação, foram trasladados para a
ilha Grande Joanes, hoje ilha de Marajó.
A origem destes eqüinos veio de 300 anos, a partir dos animais
trazidos por colonizadores portugueses, por volta de 1702. Miscigenados
posteriormente com as raças Árabe, Altér e outras raças lusitanas.
Mediante a seleção natural do ambiente local, constituiu-se a raça
Marajoara, que é adaptada às adversidades climáticas (forte período
chuvoso e longo período de seca, anualmente) e às condições de
alimentação nativa nos campos naturais. É usada para o manejo extensivo
dos rebanhos bubalinos e bovinos. Por longo tempo estes eqüídeos
assumiram a condição selvagem. Mais recentemente foram consideradas
2
como raça e constituírem objeto de preservação por uma associação formal
de criadores. Nos últimos anos essa raça vem sendo descaracterizada
através
de
cruzamentos
desordenados com raças
introduzidas
mais
recentemente na ilha, ameaçando este estoque genético historicamente
constituído. A raça é importante para a economia local, já que sobrevive
em condições nas quais outras raças não conseguem, pela rusticidade
requerida. O último levantamento, realizado em 2001, mostrou que embora
apresentasse um total de 150 mil cabeças, a grande maioria já se
encontrava mestiçada por raças como a Mangalarga Paulista, Puro Sangue
Inglês e Árabe.
O pônei Puruca originou-se de animais da raça escocesa Shetland,
trazidos para o Marajó na última década do século 19. O cruzamento
destes animais com os cavalos marajoaras e outras raças presentes,
geraram pelo mesmo processo seletivo natural, o atual Puruca, pônei com
as mesma características de rusticidade e trabalho do cavalo Marajoara,
embora
de
porte
bem
menor.
Pelo
mesmo
levantamento
citado
anteriormente, o rebanho Puruca existente no arquipélago do Marajó
reduz-se a menos de mil animais.
3
O único mini cavalo do Brasil, o Puruca, com características que o
fazem enfrentar as adversidade climáticas e geográficas da maior ilha
flúvio-marinha do mundo.
Acreditem que este animal deve ter grande
participação na origem de outros importantes grupamentos de eqüinos da
região, ou seja: os cavalos Baixadeiro (Baixada maranhense) e o Lavradeiro
(dos campos de Roraima), além do Varzeiro, que domina grande parte das
áreas de várzeas de Itacoatiara (Amazonas) até Prainha (Pará).
No caso dos eqüídeos, o cavalo Marajoara e o mini cavalo Puruca,
apesar da importância para a região, as pressões para o melhoramento
genético, causadas pelos acasalamentos desordenados, os têm ameaçado.
O cavalo Marajoara vem sofrendo intenso processo de melhoramento com
introdução de outras importantes raças comerciais, visando maior porte e
beleza fenotípica, em detrimento da rusticidade, que o adapta às condições
climáticas da região (MARQUES et al., 2001).
Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos da Raça Marajoara
Endereço: Av. Almirante Barroso, 5386 ,
Parque de Exposições Presidente Médici , Belém
CEP: 66645-250
Telefone: (91) 3243 6200
E-mail: [email protected]
4
Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos da Raça Puruca
Endereço: , Belém
CEP: 66610-000
Telefone: (91) 32310339 / 3231-6917 / 8149 7182
E-mail: [email protected] / [email protected]
Conservação
A Embrapa Amazônia Oriental implantou em 1997 o Banco de Germoplasma
Animal da Amazônia Oriental - BAGAM, hoje Núcleo de Conservação de
Recursos Genéticos Animais da Amazônia Oriental.
Embrapa Amazônia Oriental
Trav. Dr. Enéas Pinheiro s/nº.
Caixa Postal, 48 Belém, PA - Brasil
CEP 66095-100.
Fone: (91) 3204-1000 - Fax: (91) 3276-9845
Padrões
Os padrões das raças estabelecidas pelas respectivas Associações ainda são
provisórias.
Marajoara
Puruca
Pelagem
Todos exceto Albino e Pampa
Altura
Machos:1,35m a 1,56m
Machos: 1,10m a 1,18m
Fêmeas: 1,30 a 1,50m
Fêmeas: 1,00 a 1,16m
Forma
Porte
médio
bem Porte
pequeno
bem
proporcionado
e proporcionado e musculatura
musculatura definida
definida
especialmente
a
espádua
Constituição
Forte
Temperamento Energético, vivo e ativo
Energético, vivo, ativo e dócil
Aptidão
Serviço
Serviço e passeio
Andamento
Trote em todas as modalidades, andamento com apoio,
bipedal diagonalizado
Cabeça e Pescoço
Cabeça
Harmônica em relação ao pescoço de tamanho moderado
Larga, aparência seca e bem
implantada
Perfil
Sub-convexo
com Convexilíneo com tendência
tendência ao retilíneo
ao retilíneo
Olhos
Vivos e expressivos
Grandes, Vivos e expressivos
5
Orelhas
Lábios
Narinas
Pescoço
Crina
Cernelha
Peito
Costelas
Tórax
Dorso
Dorso-lombo
Garupa
Ancas
Cauda
Órgãos
genitais
Espádua
Braços
Antebraço
Joelhos
Coxas
Jarretes
Canelas
Boleto
Quartelas
Cascos
Proporcionais, medianas Proporcionais, pequenas a
e bem implantadas
medianas e bem implantadas
Móveis, finos, firmes e justapostos
Grandes e flexíveis
Comprimento
médio, Comprimento
mediano,
inserção bem definido
musculoso,
bem
inserido,
piramidal e na base superior
arredondado inserção bem
definido
Abundante e larga
Tronco
Bem definida e bem Baixa, bem implantada com
implantada
altura não superior a da
garupa
Profundo e amplo
Profundo e larga
Arqueadas, conferindo boa amplitude torácica
Amplo e profundo
Curto, proporcional
Firme, curto, proporcional e
bem sustentado
Comprimento médio
Longa,
larga
sem
proeminência no sacro, boa
cobertura muscular,
Harmonicamente inserida na região lombar suavemente
inclinada e de altura superior a cernelha
Suavemente inclinada
De boa inserção, bem De
inserção
baixa,
bem
implantada e dirigida
inserida e dirigida, larga na
sua
base
com
pêlos
abundantes
Externos,
bem Bem
definidos
e
bem
conformados
conformados
Membros
Bem pronunciada e obliqua
Fortes e musculosos
Médios
e
de
boa Pequenos, bem articulados e
cobertura muscular
de boa cobertura muscular
Comprimento médio e Pequenos e musculosos
musculoso
Retos e bem suportados
Musculosas
Secos e lisos
Secas
Secas, retas, descamadas
com tendões fortes
Definido
e
bem Definido e bem articulado
suportado
Médias e fortes
Pequenas e bem separadas
Médios e arredondados Pequenos,
arredondados,
de preferência pretos
sólidos,
fortes,
não
encastelados e de preferência
escuros
6
Perfil
Pelagem
Orelha
Lábios
Andamento
Dorso-lombar
Garupa
Membros
Aparelho
genital
Altura
Defeitos
Excessivamente convexilíneo
Albino ou Pampa
Mal implantada ou mal dirigida
Com relaxamento, caídos
Qualquer outro que não
seja trote em todas as
modalidades
Concavilíneo, convexilíneo e
de desvio lateral da coluna
Demasiadamente
inclinada
mais alta da cernelha tolerada
uma diferença de 2cm nas
fêmeas
Taras ósseas congenitais ou
hereditárias e defitos graves
de aprumo
Anorquidia,
criptorquidia,
anomalias congenitais
Acima ou abaixo dos limites
Referencias:
COSTA, M.R., MARQUES, J.R.F., SILVA, C.S., SAMPAIO, M.I.C., BERMEJO,
J.V.D., SILVA, F.K.S., VEGA PLA, J.L. Distâncias genéticas em equinos
(Equus caballus) por meio de marcadores microssatélites, REVISTA
BIOCIÊNCIAS, UNITAU. V.15, n.1, 2009. http://periodicos.unitau.br/ojs2.2/index.php/biociencias/article/viewFile/798/620
MARQUES, J. R. F. M; COSTA, M.R; SILVA, A. O. A. da. Banco de Recursos
Genéticos Animais. Biotecnologia Ciênciae Desenvolvimento. v.21, p.3239,2001.
TEIXEIRA, J.C. Condicionamentos históricos e ecológicos do Cavalo
marajoara. O Cavalo Marajoara, n.12, p.13, 1995.
http://pt.calameo.com/read/0003469665b6bb340bf8a
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