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ano VII • no 41 • setembro - outubro • 2011
iPi
o imposto
da polêmica
Câmbio
automatizado
descubra as
vantagens
entrevista
José luiz gandini,
presidente da Abeiva
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editorial
expediente
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Paulo Gaba Jr., Paulo Nemer, Alberto de
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Revista Locação
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Por trás do aumento do IPI
Qualquer empresário brasileiro com algum
tempo de atuação no mercado não se surpreende com anúncios de aumento de impostos ou
mesmo de redução de alíquotas. Por mais que
estejamos vivendo um período de estabilidade
e ciclo de crescimento, o versátil empresariado
aceita e até entende determinadas atitudes governamentais. Mas será que, em um mundo globalizado, isso é aceitável? O capital
dos investidores internacionais, que tanto se quer atrair, considera isso normal?
Quando critiquei arduamente, em 2008, a redução do IPI nos veículos nacionais, com terríveis consequências para nossos ativos mesmo beneficiando a
compra dos novos, estava na verdade criticando a falta de uma política estável
para o nosso setor. Da mesma forma neste ano, o aumento do IPI para alguns importados, em especial asiáticos e europeus, demonstra que não existe política de
longo prazo que favoreça investidores. Do ponto de vista tributário, foi acertada a
decisão de não reduzir o IPI nos nacionais, mas “martelar” importadoras e montadoras com planos de investimento no Brasil certamente não foi a melhor decisão.
Por mais que o mundo inteiro enxergue o Brasil como mola propulsora de
crescimento, fica ainda uma desconfiança no ar. A própria China sofre ainda as
consequências de agir de forma protecionista, mesmo com taxas de crescimento
tão elevadas nas últimas décadas. Para se firmar como um dos quatro maiores produtores mundiais de automóveis, o Brasil precisa dar segurança a quem vai gerar
tantos empregos, pagar tantos impostos e investir tantos recursos. Os próprios
empresários nacionais que iriam abrir ou abriram revendas das marcas importadas são geradores de empregos, renda e impostos, no Brasil e para brasileiros. Da
mesma forma é preciso garantir financiamento para o consumo interno, um dos
pilares desta crescente produção.
Acabou o tempo do protecionismo e da reserva de mercado. Não existem
mais as “invasões” de área, o ágio e as margens garantidas. Quem for competente
e lutar por isso, reduzindo margens, permanecerá. E viva a livre concorrência e o
capitalismo! Contudo, a política governamental precisa, mais do que conceder
benefícios fiscais, assegurar a continuidade da política vigente para que as montadoras possam investir.
O setor de aluguel de carros não troca suas frotas pelo preço, mas pela garantia de peças de reposição e pela rede de assistência. Não existe o “mais bonito”,
mas sim aquele com melhor valor de revenda. Não optamos pelo maior prazo
de garantia, mas pelo que tem menor custo de manutenção. Não escolhemos o
último lançamento, mas sim o que registra menor índice de sinistralidade e roubo.
Enfim, os maiores compradores de carros do país gostariam de basear sua
estratégia de compras de forma independente, mas o governo nos impede
quando não promove uma política de longo prazo, em prejuízo da livre concorrência. Ruim para o setor, para o mercado automobilístico e para o Brasil!
Realmente uma pena!
Paulo Gaba Jr.
é presidente do Conselho Gestor da ABLA
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abla
3
índice
08
ENTREVISTA
Presidente da Abeiva, José Luiz Gandini
critica o aumento do IPI e o impacto
para a indústria de importados
12
Especial IPI
24
O imposto que está
movimentando o mercado
Câmbio
Confira as diferenças entre
automático x automatizado
26
Test-Drive
11Locadoras rebatem Fenabrave
Testamos o novo
Sandero automático
20A importância dos pneus
22 Balanço do PQA
28Objetos de Desejo
34Alterações no ponto eletrônico
35Vida Executiva
36Artigos
6
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30
TURISMO
Você sabe onde o sol nasce
primeiro nas Américas?
Siga para João Pessoa
Em tempos de
aumento do IPI, uma
das opções para o
consumidor são os
veículos oriundos do
México, não incluídos na medida. Na esteira dessa polêmica,
a Ford anuncia a chegada do New Fiesta Hatch, com valores
a partir de R$ 48.950. Segundo a montadora, o objetivo é
comercializar 24 mil unidades por ano, atingindo 15% do total
do segmento de hatchbacks premium. O motor é um Sigma
1.6 Flex 16V, produzido em Taubaté, no interior de São Paulo.
O modelo, um dos líderes mundiais de vendas em sua
categoria, simplifica a oferta de opcionais com três pacotes
disponíveis. Com bons recursos de segurança, a versão
completa oferece sete airbags. No banco do passageiro,
um sensor de peso identifica se o ocupante é um adulto ou
uma criança e também o grau do impacto para melhorar a
resposta dos dispositivos de segurança.
Novidade chegando
A FIAT divulgou o lançamento do
novo Palio no fim de outubro. O modelo
apresenta 3,88 m de comprimento por
1,67 m de largura, entre eixos de 2,42
m e 1,51 m de altura. O veículo será
lançado nas versões Attractive 1.0 e 1.4;
Essence 1.6 16V, com opção de câmbio
Dualogic; e Sporting 1.6 16V, também
com o câmbio automatizado.
Divulgação Fiat
É Fiesta!
Divulgação Ford
Pit stop
entrevista
José Luiz Gandini
A
medida do governo que
regulamenta o aumento do IPI
para os importados pegou de
surpresa boa parte do setor,
inclusive a Associação Brasileira das Empresas
Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva).
Em meio à correria de eventos, viagens e
reuniões, o presidente da entidade e da KIA
Motors do Brasil, José Luiz Gandini, recebeu
nossa reportagem para analisar os rumos dos
importados. E revelou: as importadoras sequer
foram comunicadas da decisão. Confira a seguir.
Como a Abeiva recebeu a notícia do aumento do IPI?
Gandini: Foi uma medida totalmente inesperada.
Ninguém nos comunicou nada. Ninguém nos chamou
para uma conversa. Simplesmente fiquei sabendo que
teríamos um anúncio em Brasília e tive conhecimento da
decisão durante a coletiva de imprensa do ministro da
Fazenda, Guido Mantega. Escutávamos rumores há seis
meses, mas nem sequer fomos convidados a participar
dessa negociação.
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É absurda a afirmação de um ministro citando os
importadores como aventureiros. Eu não posso aceitar
isso. Empregamos 40 mil brasileiros na atividade de
distribuição de veículos automotores importados.
Somente neste ano recolheremos R$ 5,6 bilhões em
impostos. Todas as marcas que estão aqui têm renome
internacional e não estão no Brasil para brincar.
E mais, se você parar para analisar, excluindo as quatro
grandes montadoras que atuam no Brasil há muito
tempo, as outras entraram da mesma maneira como nós
estamos trabalhando. Iniciamos a importação de veículos,
observamos a aceitação desses modelos pelo consumidor
brasileiro, fazemos volume e aí sim montamos uma
fábrica. Se você não permite que essas empresas
importem os produtos, o volume de vendas não paga os
custos de uma planta.
Qual é o impacto dessa medida para as montadoras
multinacionais aqui presentes?
Gandini: Trata-se de uma decisão de cada marca. A
Abeiva não negocia pacotes de indústrias. Somos a
associação dos importadores de veículos, então, devemos
negociar com o governo brasileiro.
Se o governo pretende que o carro nacional
tenha mais competitividade, ele deveria reduzir o
IPI dos nacionais, como já havia sido proposto pelo
ministro Pimentel (Fernando Pimentel, do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Mas o
projeto mudou na véspera e transformou-se em um
aumento de tributos. Não é com mais imposto que você
aumenta a competitividade. Acho até que esta é uma
maneira de segurar novos investimentos.
E outra: para você montar uma fábrica no país,
nunca vai conseguir iniciar sua produção com 65% de
nacionalização. Isso é algo que você consegue com o
tempo – dois, três, quatro anos. Aliás, a medida pode
fazer com que muitas marcas se desinteressem pela
ideia de implantar uma fábrica no Brasil.
Como essa medida impactou na tomada de decisão?
Gandini: Muda tudo. Em primeiro lugar, nem dá para
pensar em longo prazo, pois o novo IPI já vale a partir
de 2012. Porém, com o novo prazo de vigência, nossas
27 empresas associadas estão aliviadas, porque será
possível planejar a comercialização do atual estoque,
bem como programar futuras aquisições no exterior.
Quando você tem uma programação feita, sabendo
qual é a regra, você importa o que você quer e um
volume que você quer. Mudar a regra durante o jogo é
muito difícil e esse é o nosso grande problema.
Quais são os planos da Abeiva para o futuro? Eles
podem ser alterados?
Gandini: Continuaremos a questionar a medida. Vamos
mostrar que ela é injusta, só fortalece as fabricantes
nacionais e que o pato será pago pelo consumidor
brasileiro. Os preços terão de ser elevados e as opções
de compra serão mais restritas. Outra prioridade é
avaliar o que fazer com os veículos já comprados pelas
importadoras.
Essa lei foi totalmente projetada para beneficiar
as empresas locais, com medo de que os importados
invadam o Brasil. Isso não é verdade. Nossa participação
no mercado interno é de 5,9%. Alguns falam que
o número é de 24,25%, mas é porque as próprias
montadoras trazem esses outros produtos. Nunca
iríamos invadir o mercado brasileiro. Até porque os
35% do imposto de importação já representam uma
grande barreira alfandegária. É a maior taxa permitida
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entrevista
pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Então, é
muito difícil planejar qualquer coisa para 2012.
Divulgação KIA
Qual foi o principal motivador dessa medida? Há
alguma relação com o avanço das montadoras
chinesas no país?
Gandini: É difícil eu responder o que passou na cabeça
do governo para tomar essa atitude. Mas foi um lobby
feito pelas próprias montadoras nacionais para mostrar
que as estrangeiras poderiam “invadir” o Brasil, teoria
com a qual não posso concordar. Mas não sei dizer se o
aumento do IPI foi definido especificamente por conta
dos chineses. Mas de fato eles acabam amedrontando
os países onde iniciam operações, por terem preços
muito competitivos.
Vale lembrar, porém, que é muito caro trazer
um carro da China para o Brasil. E sobre esse frete
incide o imposto de importação e depois pagamos
35% sobre o preço final. Quer dizer, não há motivo
de preocupação com a China. Nunca conseguimos
grandes volumes com esses preços. Uma invasão
não aconteceria em hipótese alguma. Essa invasão
está sendo promovida pelas montadoras que trazem
carros do México, da Argentina sem pagar os 35%, não
entrando nessa nova regra.
O número de veículos importados pela
Abeiva cresceu 104,1% em agosto de 2011 em
comparação com agosto de 2010. Quais os motivos
principais para esse crescimento relevante?
Gandini: Em primeiro lugar, a entrada de novas
marcas no país. Quando dobra esse volume, não são
simplesmente as mesmas marcas. Então, você acaba
trazendo marcas e também um volume maior. Tivemos
a entrada das chinesas no Brasil, que se associaram à
Abeiva no fim do ano passado. Isso resultou em um
crescimento acima do normal. Daqui para a frente
esse crescimento não terá continuidade. Mas, mesmo
assim, não podemos nos esquecer de que, apesar de
dobrarmos as vendas, representamos apenas 5,9% do
mercado interno.
Como a Abeiva enxerga o fato de muitos
consumidores optarem pela compra de
importados por meio de importadoras
independentes, em vez de concessionárias da
própria marca?
Gandini: A venda por importadoras não acontece
muito. Algumas marcas trabalham dessa maneira, outras
não. A Porsche, por exemplo, nem tem concessionária
no país. A venda é pelo próprio importador. Na Kia,
também não temos concessionárias e atuamos
apenas com terceirizados. Se um consumidor comprar
diretamente, nós não vendemos. Simplesmente
apresentamos os preços, as opções de modelo e
recomendamos a busca na concessionária.
Quais são os momentos marcantes da associação
nestes 20 anos?
Gandini: Já passamos por três grandes sustos nestas
duas décadas. O primeiro deles foi o aumento da
alíquota de importação, que passou de 20% para 70%
(em fevereiro de 1995). Foi trágico, pois todos os carros
que estavam em navios e nos portos passaram, de uma
hora para outra, a pagar essa taxa.
O segundo foi à véspera da eleição do Lula, quando
o dólar chegou a R$ 4. Agora estamos passando pelo
terceiro grande susto. Nós sobrevivemos aos dois
primeiros e vamos sobreviver a esse também. Tenho
convicção disso.
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Pit stop
Locadoras rebatem Fenabrave
As declarações do presidente da
Federação Nacional da Distribuição
de Veículos Automotores
(Fenabrave), Sérgio Reze, sobre a
compra e venda de veículos pelas
locadoras causaram indignação no
presidente da Federação Nacional
das Empresas Locadoras de Veículos
Automotores (Fenaloc), José Adriano
Donzelli.
Segundo Reze, as locadoras
compram veículos com descontos
de até 35%, para depois revendêlos com menos de um ano de uso,
competindo com as concessionárias.
“As montadoras deveriam conceder
esses descontos também aos
clientes”, afirmou. De acordo com
o presidente da Fenabrave, 30%
dos automóveis novos vendidos no
país são adquiridos por empresas
especializadas em locação.
Porém, o anuário 2011 da ABLA
revela que as compras do setor
contabilizam somente 10% de tudo
aquilo que as montadoras produzem,
importam e vendem no Brasil.
“Assim, não se sustenta qualquer
afirmação como a da Fenabrave, que
acusa indevidamente as locadoras
de adquirir automóveis por meio
do sistema de faturamento direto
das montadoras e importadoras”,
questiona.
Donzelli informa que o
prazo mínimo para a venda não
pode ser inferior a seis meses.
A entidade acredita haver
interessados em “distorcer os fatos
e criar versões fantasiosas, seja
intencionalmente ou por falta de
maior competência”. E reitera manter
relação de ética e parceria com as
concessionárias, auxiliando-as a
obter receita com comissões, pagas
independentemente do faturamento
direto, e vendas de peças e serviços.
CAPA
O imposto
da polêmica
Em vigor até 31 de dezembro de 2012, a nova alíquota
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aplicada
aos carros importados está dando o que falar. A indústria
nacional festeja, os especialistas condenam o protecionismo
ao veículo brasileiro e o consumidor sai perdendo
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Divulgação Fiat
A
nunciado em meados
de setembro, o decreto
presidencial nº 7.567, que
regulamenta as mudanças
na cobrança do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) para
carros importados, agradou a uma
minoria e desagradou a muitos – de
importadores a consumidores. Com
a medida, foi elevada em 30 pontos
percentuais a alíquota sobre veículos
de fora do Mercosul e do México,
países com os quais o Brasil mantém
acordos comerciais, o que pode
elevar os preços de automóveis e
caminhões entre 25% e 28%. Com
os novos índices, o valor do IPI sobre
carros importados de até 1.000
cilindradas saltou de 7% para 37%;
de 1.000 cilindradas, pulou de 11%
para 41%; e os de 2.000 cilindradas,
de 13% para 43%. Some-se a este
percentual os 35% da taxa de
importação já existente.
Porém, no dia 20 de outubro,
em decisão unânime, o Supremo
Tribunal Federal (STF) determinou
que a medida vigore apenas
a partir de 16 de dezembro. A
alegação é de que o governo não
respeitou o prazo de 90 dias para
informar os cidadãos previamente
sobre o aumento de impostos,
conforme previsto no artigo 150
da Constituição. Quem adquiriu
carros importados e pagou mais
caro pelo IPI, de 16 de setembro
até esta data de outubro, poderá
reaver esses valores judicialmente.
As importadoras também poderão
ingressar com ações contra a União
por eventuais prejuízos.
O aumento do IPI não englobará
os carros nacionais ou importados
da Argentina e do México, que
preencham exigências como:
ter 65% de conteúdo nacional e
regional e direcionar investimentos
para novas tecnologias. De acordo
com o decreto, as empresas que
atenderem a pelo menos seis
dos onze requisitos previstos
– montagem dos veículos,
estampagem, fabricação de motores,
pinturas, entre outros, feitos no
Brasil – não terão o imposto elevado.
As empresas do setor têm até o fim
de novembro para comprovar o
atendimento aos pré-requisitos. A
previsão é que a decisão englobe
de 12 a 15 empresas e que metade
das importações tenha seu imposto
elevado para 65% de produção
regional. Vale observar, contudo, que
a medida só incide sobre os veículos
e não sobre as peças de reposição.
Anfavea
Governo e Associação
Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores (Anfavea)
compartilham do mesmo ponto
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de vista em relação à medida.
Segundo seus representantes,
o novo IPI deverá promover um
aumento de investimentos na
cadeia automotiva, geração de
novos empregos, fortalecimento
do processo produtivo e de toda a
cadeia. Resultará ainda em novos
investidores, mais competitividade
da produção nacional e equilíbrio
do comércio exterior, além
do fortalecimento e da maior
qualificação do parque industrial.
Advogado especialista em
tributos e diretor do Escritório Edson
Pinto Advogados, Edson Pinto
observa que Estados como Espírito
Santo e também o Distrito Federal,
com base na inconstitucionalidade,
concederam recentemente
liminares suspendendo a cobrança
do imposto à Venko Motors do
Brasil (veículos Chery) e à Zona Sul
Motors (multimarcas), empresas
de importação e exportação de
veículos. “Outros Estados também
deverão questionar a decisão na
Organização Mundial do Comércio
(OMC), a qual proíbe atrelar
benefícios fiscais à exigência de
conteúdo nacional. E de acordo
Divulgação Toyota
capa
com as suas regras, o único imposto
que pode ser discriminatório é o de
importação”, afirma.
Para Guilherme Handam Gontijo,
professor de economia do IBMECMG, o governo está repetindo,
anos depois, as mesmas práticas
protecionistas usadas no passado,
sobretudo nos anos 70. “Os efeitos
todos nós já conhecemos: redução
da concorrência no mercado
interno em benefício de algumas
montadoras, elevação dos preços
e estagnação da qualidade dos
produtos ofertados, obtida graças
à abertura do mercado nos anos
90”, opina. Segundo ele, uma das
principais explicações para a medida
está na geração de novos empregos
na área, mas ninguém questiona a
que preço essas vagas serão criadas
– se é que efetivamente serão
abertas. “O consumidor, com certeza,
pagará mais caro pelo bem e a
indústria local mais uma vez ganhará
espaço sem muito esforço.”
Competitividade do setor automotivo brasileiro
O desempenho dos importados
Entre 2005 e 2011, a produção nacional de veículos cresceu 45%
Entre 2005 e 2011, a entrada de importados no país cresceu 865%
ANO
UNIDADES (milhões)
ANO
2005
2,358
2005
88,1
2006
2,404
2006
142,4
2007
2,825
2007
277,1
2008
3,050
2008
375,2
2009
3,075
2009
488,9
2010
3,380
2010
660,1
2011
3.420
2011
850,0
Fonte: Anfavea
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Fonte: Anfavea
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UNIDADES (mil)
Medida temporária
O principal ponto a ser levado
em consideração é que a medida
vale apenas até o fim de 2012 e é
temporária. Fred Carvalho, diretor
e editor da Autodata, publicação
especializada no setor automotivo,
ressalta que a medida pegou todos
de surpresa. “É a primeira vez que o
governo atuou nas regras de mercado.
Mas devemos ter em mente que
a greve dos metalúrgicos foi o seu
ponto inicial. A invasão de modelos
importados, principalmente da China,
provoca a desindustrialização da
economia nacional”.
“Mesmo assim, a medida não
impacta somente as chinesas e
coreanas, mas também as marcas
que atuam no Brasil. Um bom
exemplo é a modernização do
Tiguan, da Volkswagen. Mesmo com
o aumento do IPI, a alta no preço
foi apenas um pouco acima do
praticado antes da regra”, completa.
Importações de automóveis em 2011
A maioria dos carros importados veio da Argentina e da Coréia do Sul
país
UNIDADES (jan/ago 2011)
Participação (%)
Argentina
250.050
40,0
Coréia do Sul
116.607
18,7
União Européia
91.700
14,7
México
65.361
10,5
China
60.153
9,6
Japão
21.299
3,4
Estados Unidos
5.191
0,8
Outros
14.282
2,3
Total
624.643
100,0
Fonte: Anfavea
Divulgação Chevrolet
Já Adriano Gomes, professor
de finanças da Escola Superior de
Propaganda e Marketing (ESPM),
observa que o governo abriu muitas
brechas no decreto. O volume de
liminares só cresce e, até serem
julgadas, já se passarão alguns anos.
“A pergunta que fica é: Qual é o
problema de o consumidor comprar
um carro mais barato? O caminho
correto seria buscar alternativas e
se planejar para brigar nas mesmas
condições e não encarecer todo o
mercado”, reflete.
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Divulgação Chevrolet
capa
Os números da indústria nacional no país
54 anos de atividade
US$ 70 bilhões de investimentos entre 1980 e 2010
5,2% do PIB nacional
22,5% do PIB industrial
Produção acumulada de 63 milhões de veículos
4,5 milhões/ano é a capacidade instalada
3,7 milhões de veículos mercado interno (2011)
3,4 milhões de unidades é a produção estimada para 2011
Fonte: Anfavea
Posicionamento das montadoras/ importadoras
O aumento do IPI surpreendeu as principais montadoras e
importadoras do mercado. Confira as principais medidas
tomadas pela indústria automotiva após o anúncio
Audi
}} Manterá os preços sem aumento de IPI para todos os modelos da linha 2011 em estoque
(aproximadamente 900 unidades)
}} Os modelos 2012 terão aumento gradativo de preços: inicialmente, o reajuste será de apenas 10%, com validade
até 31 de outubro deste ano
}} A Audi espera beneficiar seus clientes em reconhecimento ao prestígio que vem recebendo no país. O Brasil é o
mercado onde a marca alemã mais cresce percentualmente no mundo
}} A marca não irá alterar o plano de investimentos no país, confirmando o lançamento de 16 novos modelos até o
fim de 2012
Nissan do Brasil
Effa Motors
}} A decisão é um incentivo para que as
montadoras produzam localmente e apliquem
uma taxa de localização em torno de 65%, um percentual
justo e normal muito acima da média praticada no país
}} Manterá os preços até
outubro, mas ainda não
anunciou sua previsão para
novembro
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JAC Motors
}} Com apenas 1% de participação nas vendas da indústria automotiva do Brasil, a JAC Motors atuou
como reguladora de preços dos modelos nacionais, conforme divulgado por inúmeras reportagens
que retrataram as reduções de preços de modelos produzidos por multinacionais instaladas no país
}} Todas as marcas chinesas, somadas, representam 2,5% do mercado nacional. Portanto, não há uma invasão
chinesa!
}} Apesar de ter incomodado tanto as multinacionais instaladas no Brasil, a JAC Motors vai continuar oferecendo
automóveis bem equipados e dotados de equipamentos de segurança não disponíveis nos segmentos em que
atua no mercado nacional, com seis anos de garantia e relação custo/benefício imbatível
}} A JAC Motors Brasil informa que tem uma boa quantidade de carros nacionalizados no estoque na rede e que, por
enquanto, não vai alterar os preços sugeridos de sua família de automóveis
}} Todos os planos para a construção de uma fábrica no Brasil permanecem inalterados
Kia Motors do Brasil
Peugeot
}} Somente um
veículo será afetado e a
empresa afirma aguardar
um posicionamento do
departamento jurídico para
tomar medidas
Divulgação Hyundai
}} Este novo IPI tira dos veículos importados a
possibilidade de competir com os nacionais. Ele
acaba ainda com a principal função das montadoras de balizar
os preços praticados no Brasil. Não podemos nos esquecer de
que já somos taxados em 35% do imposto de importação
}} A exportação de veículos tende a diminuir, devido à falta de
competitividade internacional, que, por consequência, pode
reduzir postos de trabalho
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abla
17
capa
Chery
CN Auto
Divulgação Citroёn
}} A CN Auto terá uma reavaliação dos níveis de negócios
projetados para o fim de 2011 e todo o ano de 2012
}} Promoverá uma readequação dos níveis de compras no exterior a
uma nova realidade, com adequação das despesas e investimentos
}} Em relação às locadoras de automóveis, em um primeiro momento,
acredita que sentirá dificuldade de estabelecer uma política
comercial e de preços adequada ao atendimento à ABLA, em prazos
mais seguros e longos
}} A Venko Motors,
responsável pela distribuição
dos veículos da marca Chery,
obteve na Justiça Federal, em
Vitória, decisão liminar em
mandado de segurança que
adia por 90 dias a cobrança
do aumento de 30 pontos
percentuais sobre produtos
industrializados (IPI), anunciada
por meio do Decreto
7.567/2011
}} Para a resolução definitiva
do assunto, a Venko Motors
acredita que o diálogo e a
negociação entre o governo
e as empresas atingidas,
além de serem necessários, configuram-se como a melhor
e mais produtiva alternativa
As montadoras Volkswagen,
Fiat e Chevrolet vão seguir
as medidas tomadas pela
Anfavea. Mahindra, Citroёn,
Chrysler do Brasil, Hyundai, MMC
Automotores, Renault, Volvo e Ford
não se pronunciaram sobre o tema.
Toyota
}} A Toyota do Brasil tem nas suas operações no Mercosul o comprometimento e a contribuição para o
crescimento e desenvolvimento da economia local
}} A marca investiu mais de US$ 2 bilhões no Mercosul nos últimos 13 anos, com o investimento mais recente de
US$ 600 milhões no Brasil, para a construção de sua nova planta, em Sorocaba (SP)
}} A montadora japonesa mantém um relacionamento de respeito e harmonia com os governos locais, estando
em acordo com as leis vigentes, o que torna suas operações eficientes e capazes de contribuir com o
desenvolvimento
18
abla
setembro • outubro 2011
MODELO
IMPOSTO
VENDAS
PAÍS DE ORIGEM
1º
Siena
NP
5.951
Brasil/Argentina
2º
GM/Agile
NP
5.943
Argentina
3º
Toyota/Hilux
NP
3.075
Argentina
4º
Hyunday/I30
P
2.726
Coreia do Sul
5º
Ford/Focus Hatch
NP
2.724
Argentina
6º
Renault/Clio
NP
2.058
Brasil/Argentina
7º
Cherry/QQ
P
1.926
China
8º
Kia/Cerato
P
1.781
Coreia do Sul
Brasil/Argentina
9º
VW/Spacefox
NP
1.643
10º
Mitsubishi/Pajero
NP
1.581
Brasil
11º
Honda/CR-V
NP
1.494
México
12º
Kia/Sorento
P
1.383
Coreia do Sul
13º
Kia/Soul
P
1.375
Coreia do Sul
14º
Renault/Fluence
NP
1.266
Argentina
15º
Jac/J3
P
1.265
China
16º
VW/Jetta
NP
1.279
México
17º
Ford/Ranger
NP
1.208
Argentina
18º
Nissan/Sentra
NP
1.140
México
19º
Nissan/Tiida
NP
1.190
México
20º
Kia/Sportage
P
1.159
Coreia do Sul
21º
Hyunday/IX35
P
1.093
Coreia do Sul
22º
Citroën/C4
NP
1.092
Argentina
23º
Kia/K2500
P
988
Coreia do Sul
24º
Mitsubishi/ASX
P
978
Japão
25º
GM/Captiva
NP
962
México
26º
Peugeot/408
NP
902
Argentina
27º
Jac/J3 Turim
P
898
Coreia do Sul
28º
Ford/Fusion
NP
885
México
29º
Ford/Focus Sedã
NP
880
Argentina
30º
Toyota/Hilux SW4 NP
708
Argentina
31º
Hyunday/Santa Fé P
692
Coreia do Sul
32º
Hafei/Towner
P
692
China
33º
VW/Amarok
NP
684
Argentina
34º
Hyunday/Sonata
P
658
Coreia do Sul
35º
Mercedes/ C 180 P
606
Alemanha
36º
Hyunday/Azera
P
596
Coreia do Sul
37º
Citroën/C4 Pallas
NP
586
Argentina
38º
Jac/J6 P
580
China
39º
Hafei/Ruijy
P
526
China
40º
Chery/Face
P
476
China
NP - Não paga
Divulgação Citroёn
Confira a lista dos importados mais vendidos no Brasil em setembro e quais pagarão pelo IPI mais elevado:
P - Paga
Fonte: AutoInforme/Renavam
Dos 40 importados mais
vendidos no Brasil no mês
de setembro, 19, ou seja,
47,5% serão afetados pela
medida do governo.
setembro • outubro 2011
abla
19
serviço
Olha a pressão!
Garantir a qualidade dos pneus de seu
carro é sinônimo de economia, mas será
que os motoristas se lembram disso?
E
ntre os muitos itens que
devem exigir atenção
redobrada dos motoristas,
a pressão dos pneus está
no topo da lista. Em média, a cada
quinze dias é necessário fazer a
calibragem dos quatro pneus, sem
se esquecer do estepe. Se a pressão
de inflação dos pneus não estiver
correta, a duração já será menor. Mas
como saber qual é o nível correto?
Alguns motoristas preferem
encher demasiadamente o ar por
não conhecerem as especificações.
Essa prática também é perigosa, pois
a alta pressão diminui a aderência
em piso seco. Em uma situação de
chuva, o veículo tende a aquaplanar
mais facilmente – isto é, perde o
contato com o solo, provocando a
perda de controle do motorista.
Para evitar erros, o ideal é ter
sempre em mãos o manual do
veículo no momento da calibragem
dos pneus. Cada modelo apresenta
recomendações específicas para o
eixo dianteiro, o eixo traseiro, para
a carga normal do veículo e para
a carga máxima. Dependendo do
fabricante, existe uma indicação
de pressão para altas velocidades e
outra no caso de velocidades mais
baixas.
Dicas para prolongar a vida útil dos pneus
• Quando o volante da direção estiver “vibrando”, significa que os pneus/rodas necessitam de
balanceamento
• Quando seu veículo estiver puxando demasiadamente para os lados ou com os pneus gastos, o
problema está no alinhamento
• O alinhamento assegura maior durabilidade, segurança e melhor
comportamento na hora de fazer as curvas. O alinhamento é recomendado
a cada 10 mil quilômetros
• O rodízio de pneus deve ser feito a cada 5 mil quilômetros
• Ao perceber ruídos na hora de fazer as curvas ou quando o veículo tende a ir
sozinho para uma determinada direção, é necessária uma verificação. Muitas
vezes, o alinhamento e o balanceamento podem ter sido alterados devido
a um choque dos pneus contra obstáculos como buracos, pedras grandes,
meio-fio da calçada ou guias, ou por causa de acidentes menos graves
20
abla
setembro • outubro 2011
Se o pneu estiver com pressão 25% menor,
sua vida útil será reduzida pela metade. A baixa
pressão de inflação também pode gerar danos
na estrutura interna dos pneus, muitas vezes
não visíveis pelo condutor. Em determinadas
circunstâncias, os estragos provocam a explosão
do pneu, causando acidentes mais tarde.
Especialistas apontam que os pneus exigem
outras preocupações. “Além da calibragem, a
manutenção do alinhamento, balanceamento
e o rodízio dos pneus são fundamentais para
prolongar a vida útil do equipamento e garantir
a segurança do motorista”, frisa Humberto
Junior, gerente de uma das unidades da
DPaschoal na capital paulista. O especialista
destaca ainda que os frotistas já têm um
cuidado maior com o equipamento, realizando
revisões periódicas das frotas a cada 20 mil
quilômetros.
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PQA
Rede de conhecimentos
Projeto da ABLA dissemina
conteúdo a profissionais do setor
com mais de 4,5 mil capacitações
O
Projeto de Desenvolvimento Setorial em Locadoras de Automóveis celebra os resultados além
da expectativa. Desde 2007, o
programa, mais conhecido como Programa
Nacional de Capacitação e Qualificação ABLA
(PQA ABLA), aplicou 4.597 capacitações em
cursos ministrados à distância ou por meio
de seminários e palestras. Resultado para ser
comemorado!
“O PQA venceu o grande desafio de disseminar conteúdo e difundir, em âmbito
nacional, os conhecimentos dessa área tão
carente de cursos e bibliografia”, avalia José
Adriano Donzelli, coordenador do projeto e
presidente da Federação Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores (Fenaloc).
A iniciativa nasceu da observação de que o setor de locação de veículos estava em descompasso com o advento
do Brasil como destino internacional, com a modernização e o aumento da competitividade dos
serviços em toda cadeia produtiva do turismo. Foi concebido de forma a contemplar os profissionais que atuam
na linha de frente, além dos empresários, gestores e líderes do
setor de locação.
Com esse pensamento, a
ABLA promoveu, em conjunto
com a Fundação de Estudos e
Pesquisas Socioeconômicos (Fepese) da Universidade Federal de
Santa Catarina, cinco cursos à distância nos quais foram matriculados 2.024
profissionais.
22
abla
setembro • outubro 2011
Os participantes puderam realizar até dois cursos simultaneamente, totalizando 3.107 capacitações em dois
eixos. O Eixo Qualidade do PQA teve início em 8 de novembro de 2010 e foi concluído no dia 30 de abril de
2011, com conteúdo focado em Atendimento Operacional e em Qualidade em Vendas. O módulo de Gestão Empresarial, por sua vez, começou no dia 16 de novembro
de 2010 e terminou no dia 30 de abril de 2011, abordando
Mercado & Marketing, Gestão de Frotas e Gestão Administrativa e Financeira.
Além disso, a associação implementou ações como os
Núcleos do Conhecimento (com edições em 2009 e em
2011), que aconteceram paralelamente ao Salão e Fórum
ABLA, maior evento nacional voltado para as locadoras de
veículos. Os seminários e palestras atraíram mais de 1.490
participantes. “As metas traçadas para o programa já foram
atingidas, mas a ABLA pretende dar continuidade ao processo, para ampliar a visão estratégica das empresas e a
qualidade dos serviços prestados”, conclui Donzelli.
setembro
julho• outubro
• agosto 2011
abla
23
tecnologia
Entenda as
vantagens do câmbio
automatizado
Sistema oferece comodidade com economia
O
Divulgação Volkswagen
sistema é simples. O
câmbio automatizado
utiliza a mesma caixa
do câmbio manual,
as mesmas engrenagens e o
conjunto de embreagem. Mas duas
praticidades chamam a atenção
dos motoristas: dispensa o pedal na
troca de marchas, assemelhando-se
aos veículos automáticos, e ainda
custa bem menos.
Na prática, o sistema
24
abla
setembro • outubro 2011
proporciona economia aliada
ao conforto de um automático
e à esportividade do câmbio
manual, com a vantagem de
custar bem menos. Enquanto um
automático sai em média por R$
4.500, o automatizado representa
metade do preço. Uma alternativa
conveniente para frotistas como
locadoras e taxistas, além de
consumidores que buscam pleno
conforto na direção.
Ao dirigir o veículo, o motorista
logo sente a diferença. Pelo modelo
automatizado é possível perceber
leves trancos no momento das
trocas, mesmo aliviando o pé do
acelerador. Já câmbios automáticos
são mais modernos e podem ser
equipados com a tecnologia CVT
(Continuously Variable Transmission),
apresentando relações de marcha
continuamente variáveis. Esse
sistema garante aceleração
contínua e as trocas são suaves,
quase imperceptíveis.
Os automatizados
desembarcaram
aqui em 2007 como
grandes apostas das
principais montadoras.
Inicialmente, a novidade
foi implementada
no Chevrolet Meriva
e no Fiat Stilo, que
batizaram seus
Divulgação Chevrolet
Divulgação Renault
Se você procura conforto
e comodidade para se
deslocar na cidade, o
câmbio automatizado é
uma boa opção. Agora,
se não abre mão de uma
condução refinada
e não se importa
com a diferença de
preço, opte pelo
automático.
lançamentos como EasyTronic
e Dualogic, respectivamente (o
Dualogic também é oferecido
em outros modelos da linha Fiat).
A diferença entre os dois está
apenas nos atuadores. Enquanto
a General Motors investiu em
motores elétricos e na diminuição
do tamanho do conjunto, a Fiat
optou por um sistema hidráulico
que, segundo o fabricante, credita
Grande vantagem do automatizado
• Mantém o mesmo consumo de
combustível do que o câmbio mecânico
sua escolha à maior durabilidade do
conjunto.
A Volkswagen pegou carona
com o lançamento do Polo I-Motion,
em 2009. Mas ao contrário da
concorrência, a caixa de câmbio
tradicional teve o comando manual
substituído por uma central
eletrônica. A tecnologia, de acordo
com a condução do motorista
e a rotação do motor, transmite
Grande desvantagem
• O usuário não pode ficar “ segurando”
o veículo parado em um aclive, pois vai
“queimar” a embreagem. A montadora
pode equipar o veículo com freio ABS e
solucionar este problema acionando os
freios automaticamente, evitando que o
veículo ande para trás
comandos aos acionadores
eletro-hidráulicos, que por sua
vez movimentam a embreagem e
promovem as trocas de marchas.
Então, vamos acelerar?
Entenda as diferenças:
MANUAL - Caixa de câmbio tradicional, utilizado na grande maioria dos veículos,
necessita do pedal da embreagem para a troca de marchas
AUTOMÁTICO - Caixa de câmbio com conversor de torque, sistema que liga a
transmissão ao motor por meio hidráulico e também não necessita de embreagem
AUTOMATIZADO - Caixa de câmbio tradicional controlada por uma central eletrônica,
que comanda o engate das marchas. Aqui, nada de pedal também.
setembro • outubro 2011
abla
25
Test Drive
Automático
de cara nova
*João Claudio Bourg
Fotos divulgação Jac Motors Brasil
A
té pouco tempo atrás,
carro com câmbio
automático era luxo para
a maioria dos motoristas.
Com a expansão desses modelos,
o luxo ficou mais acessível ao
consumidor. É o caso do Sandero
2012, lançado em maio desse ano
pela Renault, que promete oferecer
mais conforto para quem não abre
mão de conduzir um carro equipado
26
abla
setembro • outubro 2011
com uma caixa de transmissão
automática convencional.
O câmbio da Renault conta com
quatro marchas, com a opção das
trocas no modo manual e recursos
típicos dos sistemas automáticos
atuais, oferecidos exclusivamente na
versão Privilège. Uma das funções
é a kickdown, ativada quando o
motorista pisa no acelerador até o
fim do curso. Neste instante, a caixa
reduz uma ou duas marchas para
buscar o melhor desempenho em
manobras como ultrapassagens.
Além disso, o sistema dispõe de
nove mapas eletrônicos adaptados
a diferentes estilos de direção – uma
tocada mais esportiva, por exemplo.
Em maio, o Sandero passou
por um face-lift e ficou ainda mais
bonito. E, na versão Privilège, é o
mais equipado da categoria, além
* João Claudio Bourg é
presidente executivo da ABLA
renault sandero Privilège 1.6 16v
O ÚNICO DO SEGMENTO A CONTAR COM
TRÊS ANOS DE GARANTIA
O Sandero é garantia
de um veículo prático,
ágil e confortável. Ele
se mostra interessante
para quem procura um
modelo de baixo custo
e com a comodidade de
um automático.
de ter espaço interno suficente para
acomodar três adultos no banco
de trás, com 1,80 m de altura. O
motor possui um bom volume de
torque, a direção é firme e precisa. A
suspensão acompanha o conjunto.
E mais: é o único do segmento a
contar com três anos de garantia.
O porta-malas de 320 litros exibe
uma ótima capacidade volumétrica,
proporcionando conforto quando
alugamos o veículo para uma família
em viagem de férias, por exemplo. A
ergonomia é boa, mas identificamos
uma oportunidade de
melhoria no sistema de
acionamento de regulagem
dos retrovisores , que fica
abaixo da alavanca de freios,
dificultando o alcance da
mão. Os botões dos vidros elétricos
finalmente saíram do painel e foram
para as portas, um dos pontos que a
Renault melhorou.
O veículo tem um bom
isolamento acústico, conforme
pudemos perceber pelo baixo
nível de ruído interno, que
normamente só é encontrado em
veículos da categoria executivo
de luxo. Velocímetro e conta-giros
são grandes e redondos, de fácil
visualização. O computador de
bordo e o conjunto de luzes-espia
retangulares ficam no centro do
painel. A versão privilège oferece
freios com sistema anti-travamento
(ABS), airbag duplo, terceiro apoio de
cabeça no banco traseiro e volante
revestido em couro como opcionais.
Na pista, o conjunto 1.6 flex
oferece 107 cv (gasolina) a 5.750
rpm ou 112 cv (álcool) a 5.750 rpm.
De acordo com a Renault, acelera
de 0 a 100 km/h em 11,7 s quando
abastecido com álcool e atinge a
velocidade máxima de 171 km/h.
O veículo registrou uma média de
consumo de 7,2 km/l de etanol em
um percurso misto que realizamos
na estrada e na cidade.
setembro • outubro 2011
abla
27
luXo
Objetos de Desejo
Prepare uma tentadora e prática refeição, regada a uma coleção exclusiva de
vinhos. Cuide bem da mamadeira do bebê, mas sem perder a elegância. Depois,
descanse e se inspire com um livro sobre grandes aventuras.
Toque final
De olho nos pequenos
Bebê a bordo requer acessórios extras como o
aquecedor de mamadeira, à venda na BB Trends
Concept Store. Com apoio loop de fácil manuseio, ele
aquece em 15 minutos uma mamadeira de 240 ml
e conta com um dispositivo que fica vermelho
avisando quando está ligado. Dimensão: 12,5 x 6 cm.
Por R$ 99. Informações pelo telefone (11) 3377-9200
Nas produções masculinas mais clássicas, um belo
par de abotoaduras faz toda a diferença. O modelo
Montblanc Contemporary Collection exibe design
contemporâneo de bronze, com banho de ródio. O
detalhe em Black Carbon dá o tom de modernidade
a um acessório poderoso. Preço à vista: R$ 1.005.
Disponível em todas as Boutiques Montblanc.
Informações: (11) 3552-8000
Pilotos de fogão
Sorte ou azar?
Decorativa, a caixa de jogos em forma de um
atraente dado vermelho vem acompanhada
de baralhos e, é claro, de vários dados. Ideal para os
amantes de um bom carteado. É da Full Fit. À venda
por R$ 125 na Fina Estampa, tel.: (11) 3823-2456
28
abla
setembro • outubro 2011
Para gourmets que adoram se aventurar na
cozinha, a marca francesa Le Creuset acaba de
lançar a Linha Ocean, em elegante tom azulado.
São quatro modelos e tamanhos de panelas à
venda com a nova cor. Os utensílios, feitos de ferro
fundido, possuem acabamento esmaltado e são
os únicos que podem ir ao forno sem necessidade
de retirar os puxadores nem a tampa. Na foto,
Caçarola Buffet com 30 cm por R$ 882. Outras
informações no site www.lecreuset.com.br
Pequena notável
Altas comemorações
A Enoteca Fasano sugere aos amantes do bom vinho
a cobiçada coleção Selezione Fasano, que armazena,
em uma caixa de madeira exclusiva, cinco dos mais
significativos produtores italianos. Um exemplo? Da
região do Vêneto, a mais famosa área de produção
deste espumante, vem o Prosecco di Valdobbiadene. Já
a região da Toscana é representada pelo mítico Chianti
Classico. Por R$ 1.334. Televendas (11) 3074-3959
Divertida e super fashion, para carregar
pequenos objetos como dinheiro,
documentos, chaves e celular, a bolsa
joaninha é um dos acessórios top da
coleção de Sarah Chofakian. O modelo
também pode ser encontrado na cor
branca. Por R$ 238.
Endereços das lojas no site
www.chofakian.com.br
Hotel butique
Reforma doméstica
Para pequenos ou grandes reparos,
é fundamental ter à mão uma caixa
de ferramentas como esta da Mayle,
acondicionada em uma prática maleta
e composto por 110 peças. Entre os
itens estão cinco pequenos extensores,
uma chave de trava e quatro de fenda,
além de um jogo de chaves para carro
da Allen. Por R$ 351,81 na rede Leroy
Merlin. Tel.: (11) 3612-6200
O que era chique ficou melhor ainda. O Clarion Faria Lima,
administrado pela Atlantica Hotels, passou por uma reformulação em
seus 30 apartamentos. As acomodações ganham um piso revestido
por carpete de madeira, novo enxoval e paparicos exclusivos na
abertura de camas. Nas Suítes Royal, os visitantes contam com escaldapés de cortesia. As salas de eventos também estão com novo visual,
com papel de parede mais clean, toalhas de Lycra, equipamentos
modernos de projeção e telas de LCD. O empreendimento, localizado
próximo à Avenida Brigadeiro Faria Lima, uma das mais tradicionais de
São Paulo, tem diárias de casal a partir de R$ 373 (mais 5% de taxas).
setembro • outubro 2011
abla
29
turIsmo
Descubra a costa paraibana,
onde o sol nasce primeiro nas Américas
Praia de Tambaba (no detalhe Centro Histórico de João Pessoa)
Quem adora as praias nordestinas pode se preparar:
na região de João Pessoa o que não falta é beleza
U
ma das mais antigas capitais do Nordeste, João
Pessoa, fundada em 1585, remonta ao passado
com suas construções históricas, casarões,
igrejas e praças. Com vários bens tombados
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan), o destino exibe uma orla exuberante, com belas
praias aliadas a um povo hospitaleiro e acolhedor. E toda
essa beleza tem na moldura um sol abençoado. Aliás, é lá
que o astro-rei decide nascer primeiro nas Américas.
A tranquilidade da orla soma-se a uma excelente
infraestrutura, em praias com quiosques organizados
e areias limpas, além de comodidades como
estacionamento e duchas. Mas João Pessoa é muito mais
do que praia. O visitante tem à disposição uma série de
30
abla
setembro • outubro 2011
atividades de entretenimento para curtir dias agradáveis
na região. Apreciar o pôr do sol na praia do Jacaré e fazer
uma visita ao Conjunto de São Francisco, um dos mais
importantes complexos barrocos do país, estão entre as
opções preferidas.
Os mais jovens podem curtir a vida noturna na
Avenida Olinda, a mais movimentada nas madrugadas.
São inúmeros barzinhos com música ao vivo, restaurantes
e casas noturnas. Para quem deseja trazer lembranças aos
amigos e familiares, uma visita ao Mercado de Artesanato
Paraibano torna-se roteiro obrigatório, com suas mais de
120 lojas.
Após desvendar toda a capital, é hora de pegar a
estrada com o carro alugado e seguir pelo caminho das
Estação Cabo Branco de Ciência, Cultura e Artes de João Pessoa
Fotos Cacio murilo / setur joão Pessoa
praias do sul. Em um roteiro que percorre os principais
destinos turísticos do Nordeste, basta uma viagem de 40
km para conhecer a bela Costa do Conde, terminando a
viagem na econaturista Tambaba.
A 20 quilômetros, dirija-se à Costa do Conde, ótima
alternativa para sentir a brisa nordestina e suas praias de
água morna e mansa. Com sete praias, um dos destaques
fica para a barra de Gramame. Lá, o encontro do rio com
o mar cria uma lembrança única e inesquecível. Pelo rio,
aproveite para realizar um passeio de barco ou lancha,
onde é possível apreciar a vegetação do mangue ou
mesmo fazer uma relaxante pescaria. Se estiver a dois,
não deixe de apreciar a Praia do Amor, onde índios caetés
realizavam rituais de casamento.
Mais 20 km e chega-se a Tambaba. Além de belas
trilhas para a prática do ecoturismo, o naturismo reina
no local. Afinal, é a primeira praia oficial de naturismo
do Brasil. Quem busca escapar da agitação das cidades
também encontra ali o destino certo. Qualquer que seja
seu perfil, o que importa é estar no paraíso, sob os olhares
atentos daquele sol.
reúna sua família e amigos
e alugue o carro adequado.
Para curtir o cenário de
tirar o fôlego no destino, só
mesmo pegando a estrada
Parque Sólon de Lucena, em João Pessoa
setembro • outubro 2011
abla
31
Praia de Tambaba
A
Como chegar a João Pessoa
De avião - Há voos diários partindo das principais capitais do país em direção
ao aeroporto internacional Presidente Castro Pinto, distante 8 quilômetros do
centro.
De carro - Vindo do Sudeste, do Sul e dos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas
e Pernambuco: acesso pela BR-101
Vindo de Fortaleza (CE): BR-116, BR-304, BR-406 e BR-101
B
Percurso Total:
47,6 km
João Pessoa - Conde: 28,5 km
Conde - Tambaba: 19,1 km
A João Pessoa (PB)
B Conde (PB)
De ônibus - As empresas São Geraldo e Itapemirim mantêm saídas das
principais capitais do país para João Pessoa
C
C Tambaba (PB)
Principais distâncias
Fortaleza
688 km
Salvador
949 km
Belo Horizonte
2.171 km
Brasília
2.343 km
Rio de Janeiro
2.544 km
São Paulo
2.788 km
Confira todas as locadoras da região
associadas à ABLA no site www.abla.com.br
32
abla
setembro • outubro 2011
Circulando - A melhor maneira de circular por João Pessoa e conhecer os
atrativos dos seus arredores é de carro. É fácil dirigir na cidade, bem sinalizada
e com estradas novas como a PB-008, que leva às belas praias do litoral sul.
Dica para o leitor
Alugando o veículo, o viajante admira as belas praias da região,
prolonga suas férias e conhece mais três capitais brasileiras nas
proximidades, a apenas 120 quilômetros do Recife (PE), 185 de
Natal (RN) e 379 de Maceió (AL).
pit stop
Estivemos presentes
A BMW anunciou que
construirá uma fábrica em solo
brasileiro, a primeira na América
Latina. A montadora alemã
mantém unidades produtivas
na Alemanha, Inglaterra, Estados
Unidos, África do Sul, Índia e
China. Segundo Klaus Draeger,
executivo da marca, uma fábrica
no país é a peça que falta na estratégia global de produção de
automóveis. Neste ano, o índice de vendas registrou alta de 70%.
Em meio às discussões sobre o aumento do IPI para
importados, a JAC Motors também oficializou o plano de uma
fábrica em território nacional, na Bahia. Ao custo de R$ 900
milhões e com capacidade para produzir 100 mil veículos, a
indústria terá 80% de capital brasileiro. A montadora chinesa
ainda estuda local da planta e data para início das obras.
Divulgação BMW
O Brasil na rota
Segue a lista dos eventos que contaram
com a participação do presidente executivo
da ABLA, João Claudio Bourg.
05/09
Seminário AutoData Veículos do Futuro
09/09
Lançamento do Renault Fluence
13/09
Lançamento do Calendário Ubrafe
19/09
Entrega do Prêmio Personalidade
Mundial de Vendas 2011
28/09
Confraria AutoData
04/10
Salão Duas Rodas
WTC Convention Center - São Paulo (SP)
São Paulo (SP)
Parque Anhembi - São Paulo (SP)
Esporte Clube Sírio - São Paulo (SP)
Museu do Futebol - São Paulo (SP)
Anhembi - São Paulo (SP)
17/10 Seminário Perspectivas 2012 - Autodata
WTC Convention Center - São Paulo (SP)
19/10
Feira das Américas/ABAV
Riocentro - Rio de Janeiro (RJ)
PIT STOP
Ponto eletrônico só em 2012
Mais uma vez as empresas têm
o prazo estendido para atender
à obrigatoriedade do Registro
Eletrônico de Ponto (REP), conforme
determina a Portaria nº. 1.510, de
21 de agosto de 2009, do Ministério
do Trabalho e Emprego. A nova
data passou a ser 1º de janeiro de
2012, segundo portaria nº 1.979
do Ministério do Trabalho, em
medida de caráter improrrogável.
A data anterior, de 3 de setembro,
representou o terceiro adiamento
desde a primeira promulgação da lei.
O novo sistema abrange todas
as empresas com mais de dez
funcionários, e promete impactar
setores variados – incluindo a
locação de veículos. “Uma atividade
como a nossa, que absorve
uma considerável quantidade
de profissionais, terá prejuízos
irreparáveis”, afirma o diretor regional
da King Rent a Car, do Espírito Santo,
Márcio Gonçalves.
O empresário critica
especialmente os altos custos para a
implantação dos equipamentos. “Além
da impressão em cada momento
de registro, ainda devemos arcar
com a manutenção das máquinas.
Na verdade, as prorrogações já
mostram que a medida apresentava
problemas”, completa.
“O gasto para a compra do
equipamento gira em torno de
R$ 2 mil a R$ 4,5 mil, acrescidos de
outras despesas necessárias para
a alteração”, reforça Vitor Almeida,
sócio-diretor da Divisão Trabalhista
e Previdenciária da auditoria e
consultoria BDO RCS.
De acordo com o Ministério,
durante os 90 primeiros dias a
fiscalização será para orientação.
Nas duas primeiras visitas, será
estabelecido o prazo de um a três
meses para adequação. Após a
terceira visita serão aplicadas ações
repressivas.
Locadoras ganham mais uma batalha
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editou
no dia 28 de setembro a Deliberação 115/2011,
que adia para o dia 1º de julho de 2012 o início
da vigência da Resolução 363/10. A medida exige
o reconhecimento de firma por autenticidade
do condutor e do proprietário do veículo no
preenchimento do Formulário de Identificação do
condutor infrator.
A resolução deve trazer transtornos tanto para
os usuários como para os empresários do setor. “Está
sendo criado um procedimento caro, trabalhoso
e incompatível com a atual dinâmica da locação”,
reitera Adriano Augusto Pereira de Castro, advogado
especialista na indústria de locação de veículos e
assessor jurídico do Sindiloc/MG e da ABLA.
A prorrogação foi oficializada no dia 5 de setembro,
em Brasília, por meio de um pedido conjunto da ABLA,
da Associação Nacional das Empresas de Transportes
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Urbanos (ANTU), Associação Nacional do Transporte
de Cargas e Logística (NTC), Associação Brasileira
das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros
(Abrati) e do Sindicato das Empresas Locadoras de
Veículos Automotores e Bens Móveis do Estado do
Paraná (Sindiloc/PR).
No encontro, o presidente do Sindiloc/PR, Carlos
Rigolino, apresentou as reivindicações dos frotistas ao
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), que
deliberou o adiamento do prazo.
Entenda a Resolução 363/2010
Com a norma, ao cometer uma infração de trânsito,
o proprietário e o condutor do veículo devem se
dirigir a um cartório, ou órgão de trânsito, para fazer
o reconhecimento de firma por autenticidade. É
obrigatória a presença de ambos, implicando custos
financeiros, perda de tempo e mais burocracia.
VIDa eXeCutIVa
Viagem em miniatura
Mais uma super atração para quem planeja curtir férias com os filhos
em Orlando (EUA). Além dos já conhecidos e famosos parques da Disney
e Universal, Sea World e Busch Gardens, os viajantes podem curtir o mais
novo parque temático da Lego, o Legoland.
Com uma grande diversidade de cenários formados por miniaturas de
prédios, animais selvagens e até um castelo, o local terá quatro montanhas-russas e outras atrações
feitas com as peças de montar. Entre elas um Ford Explorer montado com 380 mil bloquinhos. Criado por uma equipe de
22 designers, o modelo levou 2.500 horas para ficar pronto e chama a atenção dos aficionados por carros.
dica de leitura
Jogando para Vencer
A filosofia do maior técnico da história do
basquete universitário norteamericano, John
Wooden, foi retratada na obra Jogando para
Vencer. Reconhecido pela conquista de dez
títulos nacionais, sendo sete consecutivos,
o treinador transformou seus comandados
em vencedores com uma tese simples, mas arrebatadora. Para
ele, a qualidade fundamental do atleta seria a paz de espírito,
proveniente da consciência de ter feito o maior esforço possível
para ser o melhor de acordo com seu potencial.
O treinador inspirou até a criação da Pirâmide do Sucesso
de Wooden, um guia prático para a conquista da excelência no
esporte e também na vida. Seu comportamento influenciou
nomes como Bernardinho, que apresenta e comenta o livro. É o
terceiro título da coleção Na Vida como no Esporte, organizada
pelo técnico da seleção brasileira de vôlei masculino.
Tem horas?
Para os que ainda sabem o valor de
uma peça que não somente acompanha o
tempo, mas também expõe o estilo de seu
usuário, os relógios continuam em alta. E
mesmo com a geração dos celulares e suas
multifunções. Com modelos que chegam a
R$ 20 mil, a Raymond Weil aporta no Brasil
até o fim do ano.
Criada em 1976 em Genebra (Suíça), pelo
fundador de mesmo nome, a
marca mescla seu portfólio
de modelos mais esportivos
com desenhos mais
tradicionais, elegantes
em qualquer ocasião.
Carne do sol nascente
Quem imagina o Japão apenas como um polo tecnológico se surpreende ao saber que de
lá também vem a carne mais cara do mundo: o kobe bife. Apesar de não terem a tradição de
grandes produtores mundiais como Estados Unidos, Brasil, China e União Europeia, os japoneses
criaram com detalhismo e perfeição a carne mais valiosa e uma das mais saborosas.
Proveniente do gado wagyu, sua extrema maciez provém da gordura. Mais precisamente da gordura intramuscular,
que fica entre as fibras. Além do clima, a seleção do gado é minuciosa, incluindo raças europeias, como shorton e angus,
e coreanas. Depois, o processo de obtenção da carne ainda depende de alimentação, manejo e idade de abate. O preço?
Cerca de R$ 150 por um prato bem caprichado.
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ARTIGO
A quem interessa o aumento do IPI?
Algumas considerações do ponto de vista da indústria de locação de veículos.
A recente medida adotada pelo governo federal
de elevar em 30% o Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) para veículos importados é fato de
interesse geral da sociedade brasileira e, também, para
a pauta específica da indústria de locação.
A elevação do IPI para veículos importados se
propõe a ser analisada como componente da política
econômica governamental. A motivação dessa medida,
segundo pronunciamento do governo, é proteger a
indústria automobilística nacional da concorrência
predatória de veículos estrangeiros. Os resultados
esperados seriam a preservação do parque fabril
diversificado e os empregos a eles associados.
A partir desses elementos tributários e de política
econômica, inicia-se a exposição técnica do ponto de
vista das locadoras de veículos.
O interesse das locadoras de veículos
Sendo as locadoras compradoras de 10% da
produção nacional, qualquer medida que impacte
o preço e a disponibilidade dos veículos é de seu
interesse. Entretanto, restringir a análise a esse tópico
é ignorar as demais inter-relações entre locadoras e
montadoras de automóveis.
As locadoras são a porta de entrada da inovação
automotiva no mercado consumidor. Elas reproduzem
em ritmo acelerado todo o ciclo econômico do veículo
no varejo, permitindo às montadoras anteciparem qual
será a reação do mercado a inovações e lançamentos
que se constituam em diferenciais competitivos. Vidros
e travas elétricos, quatro portas, ar condicionado, freios
ABS, air bags e motores flexfuel são apenas algumas
das inovações que se tornaram padrão da indústria de
locação antes de se difundirem no restante do mercado.
Essa mesma característica favorece a entrada de novos
concorrentes no mercado automotivo, que oferecem
novas propostas e outros diferenciais aos consumidores
que aperfeiçoam a experiência da locação.
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O sistema de incentivos da medida
Demonstrado o agudo interesse das locadoras de
veículos na questão do aumento do IPI para veículos
importados, resta identificar como tal medida contribuirá
para o progresso do Brasil. Afinal, toda e qualquer política
econômica produz sistema de incentivos que afeta o
mercado e, por esse motivo, deve atender à seguinte
determinação constitucional:
“Constituição, art. 170. A ordem econômica,
fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios: (…)”
Os princípios constitucionais previstos no art. 170 da
Constituição vão da promoção da soberania nacional e
da busca do pleno emprego ao respeito à propriedade
privada, à proteção da livre concorrência e à proteção do
consumidor. Os princípios devem ser interpretados em
conjunto, identificando-se o impacto de determinada
política econômica na promoção ou supressão de
determinado objetivo constitucional.
O aumento do IPI dos veículos importados se trata de
uma medida discriminatória que coloca veículos nacionais
em posição competitiva privilegiada no mercado interno,
ofendendo ao princípio da livre concorrência. A menor
oferta de veículos também tende a reduzir as forças de
mercado que induzem ao fornecimento de veículos de
melhor qualidade a menores preços, causando prejuízo
ao princípio da defesa do consumidor. O princípio da
soberania nacional também não parece atendido, pois
o aumento do IPI dos veículos importados não induz
ao desenvolvimento de diferenciais competitivos pela
indústria automobilística para concorrer em nível mundial,
apenas gera barreira tributária que tende a longo prazo
confinar a indústria brasileira nas protegidas fronteiras
nacionais. E a busca do pleno emprego não parece ser
atendida, porque o pleno emprego de qualidade se dá
Adriano Augusto Pereira de Castro
com o crescimento econômico sustentável pelas forças
do mercado, não com barreiras tributárias que podem
a qualquer momento ser derrubadas. Os princípios
constitucionais aplicáveis à ordem econômica não
parecem ser atendidos pela medida.
Não se entende a medida como instrumento de
política econômica de qualidade. Certamente o aumento
do IPI não é medida de política monetária com o
objetivo de combater a inflação, pois encarecer o preço
dos veículos importados apenas gera mais inflação. A
medida não integra a política cambial, pois a despeito
de recente aumento da cotação do dólar nas últimas
semanas há anos o Brasil padece do excesso de dólares
na economia nacional, valorizando artificialmente o real
e retirando competitividade do produto nacional frente
ao importado. Na contramão de várias outras medidas
tomadas pelo governo nos últimos anos para evitar o
ingresso de dólares no Brasil, o aumento do IPI claramente
induz à manutenção desses dólares no país, acentuando
o problema cambial. A medida em análise também não
parece ser política fiscal, pois o governo adotara várias
medidas de austeridade, e o discricionário aumento de
tributação certamente inibirá a expansão da atividade das
montadoras estrangeiras e tende a reduzir o marketshare
de tais empresas no país, a longo prazo reduzindo a
arrecadação.
Uma última análise: a medida não parece pertencer a
política industrial digna desse nome. No passado recente,
o governo adotou instrumentos tributários com claro
intuito de política industrial, marcadamente a redução
do IPI ocorrida a partir de 2008. Não se concebe política
industrial baseada no aumento dos preços dos produtos,
como ocorre com o aumento do IPI, mas com a adoção
de medidas para aumentar a eficiência da indústria
nacional. Boas políticas industriais promovem o aumento
da eficiência da indústria beneficiada, resultado que não
é percebido como factível com o aumento do IPI dos
veículos importados.
Conclusão
O aumento do IPI dos veículos importados só
interessa às próprias montadoras nacionais, as quais com
os bons números apresentados nos últimos tempos não
precisavam de ajuda para enfrentar a concorrência. A
indústria nacional vende muito, exporta muito e sofre
competição saudável do produto estrangeiro.
As locadoras de veículos são diretamente afetadas
pelo aumento do IPI, que inibe seu papel como agentes
que introduzem a inovação da indústria automotiva
no mercado consumidor. Infelizmente, a medida
governamental impede que as locadoras de veículos
ofereçam mais e melhores alternativas a menores preços
aos seus clientes, resultado muito indesejável para o
desenvolvimento do setor.
O aumento do IPI dos veículos importados é medida
que produz perverso sistema de incentivos. Ao induzir
ao aumento da competitividade da indústria nacional,
não cria bases para a expansão sustentável de postos de
trabalho, não se alinha a qualquer política de proteção
ao consumidor e não promove nenhum princípio
constitucional aplicável à ordem econômica. Como
política econômica, parece uma medida amplamente
equivocada em várias dimensões, pois incentiva o
aumento da inflação pelo encarecimento dos veículos
e agrava a questão cambial ao induzir à manutenção de
dólares na economia nacional, sem incentivar nenhum
aumento da eficiência da indústria nacional como boas
políticas industriais devem fazer. Trata-se de infeliz
exemplo de “política pública” equivocada.
Adriano Augusto Pereira de Castro
Advogado especialista na indústria de locação de veículos (OAB/MG
94.950)
Assessor jurídico do Sindloc-MG e da ABLA - (31) 3224-1292 ou
[email protected]
Professor e mestre em Direito Empresarial
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Conrado Adolpho
O poder das redes sociais
para a geração de negócios
Em uma leitura atenta dos meios de
Se antes só veículos como TV e jornal detinham os
comunicação, sejam jornais, rádios, sejam programas
meios para produzir e veicular a informação, hoje
de TV, percebemos a profusão de notícias sobre
qualquer consumidor pode fazer seu próprio programa
novatos do mercado, como Facebook, Orkut, YouTube
de TV com uma câmera de celular e divulgá-lo no
ou Twitter.
YouTube, o que gera uma grande conversa – esse é o
O mundo empresarial tradicional – aquele
formado de aço e tijolos –, perplexo diante de
princípio das redes sociais.
Percebemos, portanto, que o “novo mundo” não
mudanças que mal pode acompanhar, se pergunta
traz regras tão diferentes das do “velho mundo”. Nossos
para onde vamos. As conversas de corredores mais
costumes mudaram. O paradoxo em que estamos
parecem a anunciação do apocalipse.
inseridos, contudo, reside no fato de que, ainda que
O fato é que, se pararmos para analisar esse
o ser humano não tenha mudado em sua essência,
quadro, veremos que o ser humano não mudou
segue guiando nossa economia pelos caprichos de sua
muito nos últimos, digamos, mil anos. Continuamos
própria espécie. As transformações baseadas nas novas
com nossas angústias diante da morte, precisando
tecnologias são mais profundas do que saber mexer no
comer e viver em pares. O que mudaram foram as
Facebook ou “subir” um vídeo no YouTube. A mudança é
ferramentas, o chamado “contexto”.
sociocultural.
Não existia o Orkut na década de 80, mas as pessoas
A chave para transformar redes sociais em
entoavam o bordão Quem matou Odete Roitman? É fácil,
instrumentos de negócio é entender a essência do ser
hoje, imaginar uma comunidade no Orkut com esse
humano. A lógica do “produzir e comunicar para vender”
nome, bem como é fácil imaginar uma comunidade
dá lugar ao “comunicar para engajar, ouvir para produzir
com o nome “Eu amo Ovomaltine do Bob’s”. Pessoas
e adaptar para vender”. Algo bem complexo para ter
sempre cultuavam marcas e as tomavam como pano
mudado apenas nos últimos 10 ou 15 anos e exigir a
de fundo de sua própria identidade. Falavam bem de
rápida adaptação das empresas.
produtos ou exprimiam seus estilos de vida por meio
O sucesso nas redes sociais não tem tanto a ver com
de adesivos de carro ou bordões populares. Com a
perfis na internet, tem muito mais relação com fazer de
crescente massificação da internet e da banda larga,
forma verdadeira e interessada aquilo que o consumidor
veio a denominada web 2.0. Agora somos nós, reles
desde sempre desejou como ser humano: ser ouvido.
mortais consumidores, quem produzimos o conteúdo
que invade o mercado – o que sempre quisemos dizer,
mas que nunca nos deram chance nem espaço de falar.
Em qualquer modelo econômico, quem detém os
meios de produção tem o braço forte na economia.
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setembro • outubro 2011
Conrado Adolpho
é palestrante, escritor, professor universitário
e especialista em marketing e gestão empresarial

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