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ano VII • no 41 • setembro - outubro • 2011 iPi o imposto da polêmica Câmbio automatizado descubra as vantagens entrevista José luiz gandini, presidente da Abeiva Esta revista tem suas emissões compensadas por restauro florestal em mata ciliar editorial expediente Conselho gestor Paulo Gaba Jr., Paulo Nemer, Alberto de Camargo Vidigal, José Adriano Donzelli, Saulo Fróes, Nildo Pedrosa, Carlos Rigolino Júnior, Alberto Faria, Roberto Portugal, Valmor E. Weiss, Luiz Mendonça e Carlos Faustino. Conselho Gestor (Suplentes): Carlos Teixeira, João Carlos de Abreu Silveira, Eládio Paniágua, Luiz Carlos Lang, Cássio Lemmertz, Paulo Miguel, Alberto Nemer Neto, Reynaldo Tedesco, Marcelo Fernandes, Nelma Cavalcanti. Conselho Fiscal: Antonio Pimentel, Eduardo Corrêa, Paulo Bonilha Jr., Flavio Gerdulo, Raimundo Teixeira, Jacqueline Moraes de Mello. Conselho Fiscal (Suplentes): Joades Alves de Souza, Félix Péter, José Zuquim Militerno, João José Regueira de Souza, Marco Antonio Lemos e Emerson Ciotto. Comissão Editorial: Marco Antonio Gomes, Marcio Gonçalves, Nelma Cavalcanti Sobral e Saulo Fróes. Presidente Executivo João Claudio Bourg Revista Locação Projeto, criação e execução: Scritta (11) 5561-6650 - www.scritta.com.br Jornalista responsável: Paulo Piratininga (MTPS 17.095) - [email protected] Coordenação geral: Diogo Cruz Redatores: Francisco Otake, Kátia Simões e Rafael Carrieri Revisão: Júlio Yamamoto e Leandro Luize Projeto gráfico e diagramação: Cris Tassi (11) 3287-0065 - [email protected] Impressão: Gráfica Revelação Publicidade: Cibele Cambuí (11) 5087-4831 – [email protected] Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis Rua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar Cep 04011-904 – São Paulo/SP Telefone: (11) 5087-4100 Fax: (11) 5082-1392 E-mail: [email protected] Site: www.abla.com.br SAS Quadra 01, conjunto J, 6º andar, sala 602 Edifício CNT, Cep 70070-010 – Brasília/DF Telefone: (61) 3225-6728 Fax: (61) 3226-0048 A revista Locação não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos assinados. Permitida a reprodução das matérias desde que citada a fonte. Por trás do aumento do IPI Qualquer empresário brasileiro com algum tempo de atuação no mercado não se surpreende com anúncios de aumento de impostos ou mesmo de redução de alíquotas. Por mais que estejamos vivendo um período de estabilidade e ciclo de crescimento, o versátil empresariado aceita e até entende determinadas atitudes governamentais. Mas será que, em um mundo globalizado, isso é aceitável? O capital dos investidores internacionais, que tanto se quer atrair, considera isso normal? Quando critiquei arduamente, em 2008, a redução do IPI nos veículos nacionais, com terríveis consequências para nossos ativos mesmo beneficiando a compra dos novos, estava na verdade criticando a falta de uma política estável para o nosso setor. Da mesma forma neste ano, o aumento do IPI para alguns importados, em especial asiáticos e europeus, demonstra que não existe política de longo prazo que favoreça investidores. Do ponto de vista tributário, foi acertada a decisão de não reduzir o IPI nos nacionais, mas “martelar” importadoras e montadoras com planos de investimento no Brasil certamente não foi a melhor decisão. Por mais que o mundo inteiro enxergue o Brasil como mola propulsora de crescimento, fica ainda uma desconfiança no ar. A própria China sofre ainda as consequências de agir de forma protecionista, mesmo com taxas de crescimento tão elevadas nas últimas décadas. Para se firmar como um dos quatro maiores produtores mundiais de automóveis, o Brasil precisa dar segurança a quem vai gerar tantos empregos, pagar tantos impostos e investir tantos recursos. Os próprios empresários nacionais que iriam abrir ou abriram revendas das marcas importadas são geradores de empregos, renda e impostos, no Brasil e para brasileiros. Da mesma forma é preciso garantir financiamento para o consumo interno, um dos pilares desta crescente produção. Acabou o tempo do protecionismo e da reserva de mercado. Não existem mais as “invasões” de área, o ágio e as margens garantidas. Quem for competente e lutar por isso, reduzindo margens, permanecerá. E viva a livre concorrência e o capitalismo! Contudo, a política governamental precisa, mais do que conceder benefícios fiscais, assegurar a continuidade da política vigente para que as montadoras possam investir. O setor de aluguel de carros não troca suas frotas pelo preço, mas pela garantia de peças de reposição e pela rede de assistência. Não existe o “mais bonito”, mas sim aquele com melhor valor de revenda. Não optamos pelo maior prazo de garantia, mas pelo que tem menor custo de manutenção. Não escolhemos o último lançamento, mas sim o que registra menor índice de sinistralidade e roubo. Enfim, os maiores compradores de carros do país gostariam de basear sua estratégia de compras de forma independente, mas o governo nos impede quando não promove uma política de longo prazo, em prejuízo da livre concorrência. Ruim para o setor, para o mercado automobilístico e para o Brasil! Realmente uma pena! Paulo Gaba Jr. é presidente do Conselho Gestor da ABLA setembro • outubro 2011 abla 3 índice 08 ENTREVISTA Presidente da Abeiva, José Luiz Gandini critica o aumento do IPI e o impacto para a indústria de importados 12 Especial IPI 24 O imposto que está movimentando o mercado Câmbio Confira as diferenças entre automático x automatizado 26 Test-Drive 11Locadoras rebatem Fenabrave Testamos o novo Sandero automático 20A importância dos pneus 22 Balanço do PQA 28Objetos de Desejo 34Alterações no ponto eletrônico 35Vida Executiva 36Artigos 6 abla setembro • outubro 2011 30 TURISMO Você sabe onde o sol nasce primeiro nas Américas? Siga para João Pessoa Em tempos de aumento do IPI, uma das opções para o consumidor são os veículos oriundos do México, não incluídos na medida. Na esteira dessa polêmica, a Ford anuncia a chegada do New Fiesta Hatch, com valores a partir de R$ 48.950. Segundo a montadora, o objetivo é comercializar 24 mil unidades por ano, atingindo 15% do total do segmento de hatchbacks premium. O motor é um Sigma 1.6 Flex 16V, produzido em Taubaté, no interior de São Paulo. O modelo, um dos líderes mundiais de vendas em sua categoria, simplifica a oferta de opcionais com três pacotes disponíveis. Com bons recursos de segurança, a versão completa oferece sete airbags. No banco do passageiro, um sensor de peso identifica se o ocupante é um adulto ou uma criança e também o grau do impacto para melhorar a resposta dos dispositivos de segurança. Novidade chegando A FIAT divulgou o lançamento do novo Palio no fim de outubro. O modelo apresenta 3,88 m de comprimento por 1,67 m de largura, entre eixos de 2,42 m e 1,51 m de altura. O veículo será lançado nas versões Attractive 1.0 e 1.4; Essence 1.6 16V, com opção de câmbio Dualogic; e Sporting 1.6 16V, também com o câmbio automatizado. Divulgação Fiat É Fiesta! Divulgação Ford Pit stop entrevista José Luiz Gandini A medida do governo que regulamenta o aumento do IPI para os importados pegou de surpresa boa parte do setor, inclusive a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva). Em meio à correria de eventos, viagens e reuniões, o presidente da entidade e da KIA Motors do Brasil, José Luiz Gandini, recebeu nossa reportagem para analisar os rumos dos importados. E revelou: as importadoras sequer foram comunicadas da decisão. Confira a seguir. Como a Abeiva recebeu a notícia do aumento do IPI? Gandini: Foi uma medida totalmente inesperada. Ninguém nos comunicou nada. Ninguém nos chamou para uma conversa. Simplesmente fiquei sabendo que teríamos um anúncio em Brasília e tive conhecimento da decisão durante a coletiva de imprensa do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Escutávamos rumores há seis meses, mas nem sequer fomos convidados a participar dessa negociação. 8 abla setembro • outubro 2011 É absurda a afirmação de um ministro citando os importadores como aventureiros. Eu não posso aceitar isso. Empregamos 40 mil brasileiros na atividade de distribuição de veículos automotores importados. Somente neste ano recolheremos R$ 5,6 bilhões em impostos. Todas as marcas que estão aqui têm renome internacional e não estão no Brasil para brincar. E mais, se você parar para analisar, excluindo as quatro grandes montadoras que atuam no Brasil há muito tempo, as outras entraram da mesma maneira como nós estamos trabalhando. Iniciamos a importação de veículos, observamos a aceitação desses modelos pelo consumidor brasileiro, fazemos volume e aí sim montamos uma fábrica. Se você não permite que essas empresas importem os produtos, o volume de vendas não paga os custos de uma planta. Qual é o impacto dessa medida para as montadoras multinacionais aqui presentes? Gandini: Trata-se de uma decisão de cada marca. A Abeiva não negocia pacotes de indústrias. Somos a associação dos importadores de veículos, então, devemos negociar com o governo brasileiro. Se o governo pretende que o carro nacional tenha mais competitividade, ele deveria reduzir o IPI dos nacionais, como já havia sido proposto pelo ministro Pimentel (Fernando Pimentel, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Mas o projeto mudou na véspera e transformou-se em um aumento de tributos. Não é com mais imposto que você aumenta a competitividade. Acho até que esta é uma maneira de segurar novos investimentos. E outra: para você montar uma fábrica no país, nunca vai conseguir iniciar sua produção com 65% de nacionalização. Isso é algo que você consegue com o tempo – dois, três, quatro anos. Aliás, a medida pode fazer com que muitas marcas se desinteressem pela ideia de implantar uma fábrica no Brasil. Como essa medida impactou na tomada de decisão? Gandini: Muda tudo. Em primeiro lugar, nem dá para pensar em longo prazo, pois o novo IPI já vale a partir de 2012. Porém, com o novo prazo de vigência, nossas 27 empresas associadas estão aliviadas, porque será possível planejar a comercialização do atual estoque, bem como programar futuras aquisições no exterior. Quando você tem uma programação feita, sabendo qual é a regra, você importa o que você quer e um volume que você quer. Mudar a regra durante o jogo é muito difícil e esse é o nosso grande problema. Quais são os planos da Abeiva para o futuro? Eles podem ser alterados? Gandini: Continuaremos a questionar a medida. Vamos mostrar que ela é injusta, só fortalece as fabricantes nacionais e que o pato será pago pelo consumidor brasileiro. Os preços terão de ser elevados e as opções de compra serão mais restritas. Outra prioridade é avaliar o que fazer com os veículos já comprados pelas importadoras. Essa lei foi totalmente projetada para beneficiar as empresas locais, com medo de que os importados invadam o Brasil. Isso não é verdade. Nossa participação no mercado interno é de 5,9%. Alguns falam que o número é de 24,25%, mas é porque as próprias montadoras trazem esses outros produtos. Nunca iríamos invadir o mercado brasileiro. Até porque os 35% do imposto de importação já representam uma grande barreira alfandegária. É a maior taxa permitida setembro • outubro 2011 abla 9 entrevista pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Então, é muito difícil planejar qualquer coisa para 2012. Divulgação KIA Qual foi o principal motivador dessa medida? Há alguma relação com o avanço das montadoras chinesas no país? Gandini: É difícil eu responder o que passou na cabeça do governo para tomar essa atitude. Mas foi um lobby feito pelas próprias montadoras nacionais para mostrar que as estrangeiras poderiam “invadir” o Brasil, teoria com a qual não posso concordar. Mas não sei dizer se o aumento do IPI foi definido especificamente por conta dos chineses. Mas de fato eles acabam amedrontando os países onde iniciam operações, por terem preços muito competitivos. Vale lembrar, porém, que é muito caro trazer um carro da China para o Brasil. E sobre esse frete incide o imposto de importação e depois pagamos 35% sobre o preço final. Quer dizer, não há motivo de preocupação com a China. Nunca conseguimos grandes volumes com esses preços. Uma invasão não aconteceria em hipótese alguma. Essa invasão está sendo promovida pelas montadoras que trazem carros do México, da Argentina sem pagar os 35%, não entrando nessa nova regra. O número de veículos importados pela Abeiva cresceu 104,1% em agosto de 2011 em comparação com agosto de 2010. Quais os motivos principais para esse crescimento relevante? Gandini: Em primeiro lugar, a entrada de novas marcas no país. Quando dobra esse volume, não são simplesmente as mesmas marcas. Então, você acaba trazendo marcas e também um volume maior. Tivemos a entrada das chinesas no Brasil, que se associaram à Abeiva no fim do ano passado. Isso resultou em um crescimento acima do normal. Daqui para a frente esse crescimento não terá continuidade. Mas, mesmo assim, não podemos nos esquecer de que, apesar de dobrarmos as vendas, representamos apenas 5,9% do mercado interno. Como a Abeiva enxerga o fato de muitos consumidores optarem pela compra de importados por meio de importadoras independentes, em vez de concessionárias da própria marca? Gandini: A venda por importadoras não acontece muito. Algumas marcas trabalham dessa maneira, outras não. A Porsche, por exemplo, nem tem concessionária no país. A venda é pelo próprio importador. Na Kia, também não temos concessionárias e atuamos apenas com terceirizados. Se um consumidor comprar diretamente, nós não vendemos. Simplesmente apresentamos os preços, as opções de modelo e recomendamos a busca na concessionária. Quais são os momentos marcantes da associação nestes 20 anos? Gandini: Já passamos por três grandes sustos nestas duas décadas. O primeiro deles foi o aumento da alíquota de importação, que passou de 20% para 70% (em fevereiro de 1995). Foi trágico, pois todos os carros que estavam em navios e nos portos passaram, de uma hora para outra, a pagar essa taxa. O segundo foi à véspera da eleição do Lula, quando o dólar chegou a R$ 4. Agora estamos passando pelo terceiro grande susto. Nós sobrevivemos aos dois primeiros e vamos sobreviver a esse também. Tenho convicção disso. 10 abla setembro • outubro 2011 Pit stop Locadoras rebatem Fenabrave As declarações do presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze, sobre a compra e venda de veículos pelas locadoras causaram indignação no presidente da Federação Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores (Fenaloc), José Adriano Donzelli. Segundo Reze, as locadoras compram veículos com descontos de até 35%, para depois revendêlos com menos de um ano de uso, competindo com as concessionárias. “As montadoras deveriam conceder esses descontos também aos clientes”, afirmou. De acordo com o presidente da Fenabrave, 30% dos automóveis novos vendidos no país são adquiridos por empresas especializadas em locação. Porém, o anuário 2011 da ABLA revela que as compras do setor contabilizam somente 10% de tudo aquilo que as montadoras produzem, importam e vendem no Brasil. “Assim, não se sustenta qualquer afirmação como a da Fenabrave, que acusa indevidamente as locadoras de adquirir automóveis por meio do sistema de faturamento direto das montadoras e importadoras”, questiona. Donzelli informa que o prazo mínimo para a venda não pode ser inferior a seis meses. A entidade acredita haver interessados em “distorcer os fatos e criar versões fantasiosas, seja intencionalmente ou por falta de maior competência”. E reitera manter relação de ética e parceria com as concessionárias, auxiliando-as a obter receita com comissões, pagas independentemente do faturamento direto, e vendas de peças e serviços. CAPA O imposto da polêmica Em vigor até 31 de dezembro de 2012, a nova alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aplicada aos carros importados está dando o que falar. A indústria nacional festeja, os especialistas condenam o protecionismo ao veículo brasileiro e o consumidor sai perdendo 12 abla setembro • outubro 2011 Divulgação Fiat A nunciado em meados de setembro, o decreto presidencial nº 7.567, que regulamenta as mudanças na cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados, agradou a uma minoria e desagradou a muitos – de importadores a consumidores. Com a medida, foi elevada em 30 pontos percentuais a alíquota sobre veículos de fora do Mercosul e do México, países com os quais o Brasil mantém acordos comerciais, o que pode elevar os preços de automóveis e caminhões entre 25% e 28%. Com os novos índices, o valor do IPI sobre carros importados de até 1.000 cilindradas saltou de 7% para 37%; de 1.000 cilindradas, pulou de 11% para 41%; e os de 2.000 cilindradas, de 13% para 43%. Some-se a este percentual os 35% da taxa de importação já existente. Porém, no dia 20 de outubro, em decisão unânime, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a medida vigore apenas a partir de 16 de dezembro. A alegação é de que o governo não respeitou o prazo de 90 dias para informar os cidadãos previamente sobre o aumento de impostos, conforme previsto no artigo 150 da Constituição. Quem adquiriu carros importados e pagou mais caro pelo IPI, de 16 de setembro até esta data de outubro, poderá reaver esses valores judicialmente. As importadoras também poderão ingressar com ações contra a União por eventuais prejuízos. O aumento do IPI não englobará os carros nacionais ou importados da Argentina e do México, que preencham exigências como: ter 65% de conteúdo nacional e regional e direcionar investimentos para novas tecnologias. De acordo com o decreto, as empresas que atenderem a pelo menos seis dos onze requisitos previstos – montagem dos veículos, estampagem, fabricação de motores, pinturas, entre outros, feitos no Brasil – não terão o imposto elevado. As empresas do setor têm até o fim de novembro para comprovar o atendimento aos pré-requisitos. A previsão é que a decisão englobe de 12 a 15 empresas e que metade das importações tenha seu imposto elevado para 65% de produção regional. Vale observar, contudo, que a medida só incide sobre os veículos e não sobre as peças de reposição. Anfavea Governo e Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) compartilham do mesmo ponto setembro • outubro 2011 abla 13 de vista em relação à medida. Segundo seus representantes, o novo IPI deverá promover um aumento de investimentos na cadeia automotiva, geração de novos empregos, fortalecimento do processo produtivo e de toda a cadeia. Resultará ainda em novos investidores, mais competitividade da produção nacional e equilíbrio do comércio exterior, além do fortalecimento e da maior qualificação do parque industrial. Advogado especialista em tributos e diretor do Escritório Edson Pinto Advogados, Edson Pinto observa que Estados como Espírito Santo e também o Distrito Federal, com base na inconstitucionalidade, concederam recentemente liminares suspendendo a cobrança do imposto à Venko Motors do Brasil (veículos Chery) e à Zona Sul Motors (multimarcas), empresas de importação e exportação de veículos. “Outros Estados também deverão questionar a decisão na Organização Mundial do Comércio (OMC), a qual proíbe atrelar benefícios fiscais à exigência de conteúdo nacional. E de acordo Divulgação Toyota capa com as suas regras, o único imposto que pode ser discriminatório é o de importação”, afirma. Para Guilherme Handam Gontijo, professor de economia do IBMECMG, o governo está repetindo, anos depois, as mesmas práticas protecionistas usadas no passado, sobretudo nos anos 70. “Os efeitos todos nós já conhecemos: redução da concorrência no mercado interno em benefício de algumas montadoras, elevação dos preços e estagnação da qualidade dos produtos ofertados, obtida graças à abertura do mercado nos anos 90”, opina. Segundo ele, uma das principais explicações para a medida está na geração de novos empregos na área, mas ninguém questiona a que preço essas vagas serão criadas – se é que efetivamente serão abertas. “O consumidor, com certeza, pagará mais caro pelo bem e a indústria local mais uma vez ganhará espaço sem muito esforço.” Competitividade do setor automotivo brasileiro O desempenho dos importados Entre 2005 e 2011, a produção nacional de veículos cresceu 45% Entre 2005 e 2011, a entrada de importados no país cresceu 865% ANO UNIDADES (milhões) ANO 2005 2,358 2005 88,1 2006 2,404 2006 142,4 2007 2,825 2007 277,1 2008 3,050 2008 375,2 2009 3,075 2009 488,9 2010 3,380 2010 660,1 2011 3.420 2011 850,0 Fonte: Anfavea 14 abla Fonte: Anfavea setembro • outubro 2011 UNIDADES (mil) Medida temporária O principal ponto a ser levado em consideração é que a medida vale apenas até o fim de 2012 e é temporária. Fred Carvalho, diretor e editor da Autodata, publicação especializada no setor automotivo, ressalta que a medida pegou todos de surpresa. “É a primeira vez que o governo atuou nas regras de mercado. Mas devemos ter em mente que a greve dos metalúrgicos foi o seu ponto inicial. A invasão de modelos importados, principalmente da China, provoca a desindustrialização da economia nacional”. “Mesmo assim, a medida não impacta somente as chinesas e coreanas, mas também as marcas que atuam no Brasil. Um bom exemplo é a modernização do Tiguan, da Volkswagen. Mesmo com o aumento do IPI, a alta no preço foi apenas um pouco acima do praticado antes da regra”, completa. Importações de automóveis em 2011 A maioria dos carros importados veio da Argentina e da Coréia do Sul país UNIDADES (jan/ago 2011) Participação (%) Argentina 250.050 40,0 Coréia do Sul 116.607 18,7 União Européia 91.700 14,7 México 65.361 10,5 China 60.153 9,6 Japão 21.299 3,4 Estados Unidos 5.191 0,8 Outros 14.282 2,3 Total 624.643 100,0 Fonte: Anfavea Divulgação Chevrolet Já Adriano Gomes, professor de finanças da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), observa que o governo abriu muitas brechas no decreto. O volume de liminares só cresce e, até serem julgadas, já se passarão alguns anos. “A pergunta que fica é: Qual é o problema de o consumidor comprar um carro mais barato? O caminho correto seria buscar alternativas e se planejar para brigar nas mesmas condições e não encarecer todo o mercado”, reflete. setembro • outubro 2011 abla 15 Divulgação Chevrolet capa Os números da indústria nacional no país 54 anos de atividade US$ 70 bilhões de investimentos entre 1980 e 2010 5,2% do PIB nacional 22,5% do PIB industrial Produção acumulada de 63 milhões de veículos 4,5 milhões/ano é a capacidade instalada 3,7 milhões de veículos mercado interno (2011) 3,4 milhões de unidades é a produção estimada para 2011 Fonte: Anfavea Posicionamento das montadoras/ importadoras O aumento do IPI surpreendeu as principais montadoras e importadoras do mercado. Confira as principais medidas tomadas pela indústria automotiva após o anúncio Audi }} Manterá os preços sem aumento de IPI para todos os modelos da linha 2011 em estoque (aproximadamente 900 unidades) }} Os modelos 2012 terão aumento gradativo de preços: inicialmente, o reajuste será de apenas 10%, com validade até 31 de outubro deste ano }} A Audi espera beneficiar seus clientes em reconhecimento ao prestígio que vem recebendo no país. O Brasil é o mercado onde a marca alemã mais cresce percentualmente no mundo }} A marca não irá alterar o plano de investimentos no país, confirmando o lançamento de 16 novos modelos até o fim de 2012 Nissan do Brasil Effa Motors }} A decisão é um incentivo para que as montadoras produzam localmente e apliquem uma taxa de localização em torno de 65%, um percentual justo e normal muito acima da média praticada no país }} Manterá os preços até outubro, mas ainda não anunciou sua previsão para novembro 16 abla setembro • outubro 2011 JAC Motors }} Com apenas 1% de participação nas vendas da indústria automotiva do Brasil, a JAC Motors atuou como reguladora de preços dos modelos nacionais, conforme divulgado por inúmeras reportagens que retrataram as reduções de preços de modelos produzidos por multinacionais instaladas no país }} Todas as marcas chinesas, somadas, representam 2,5% do mercado nacional. Portanto, não há uma invasão chinesa! }} Apesar de ter incomodado tanto as multinacionais instaladas no Brasil, a JAC Motors vai continuar oferecendo automóveis bem equipados e dotados de equipamentos de segurança não disponíveis nos segmentos em que atua no mercado nacional, com seis anos de garantia e relação custo/benefício imbatível }} A JAC Motors Brasil informa que tem uma boa quantidade de carros nacionalizados no estoque na rede e que, por enquanto, não vai alterar os preços sugeridos de sua família de automóveis }} Todos os planos para a construção de uma fábrica no Brasil permanecem inalterados Kia Motors do Brasil Peugeot }} Somente um veículo será afetado e a empresa afirma aguardar um posicionamento do departamento jurídico para tomar medidas Divulgação Hyundai }} Este novo IPI tira dos veículos importados a possibilidade de competir com os nacionais. Ele acaba ainda com a principal função das montadoras de balizar os preços praticados no Brasil. Não podemos nos esquecer de que já somos taxados em 35% do imposto de importação }} A exportação de veículos tende a diminuir, devido à falta de competitividade internacional, que, por consequência, pode reduzir postos de trabalho setembro • outubro 2011 abla 17 capa Chery CN Auto Divulgação Citroёn }} A CN Auto terá uma reavaliação dos níveis de negócios projetados para o fim de 2011 e todo o ano de 2012 }} Promoverá uma readequação dos níveis de compras no exterior a uma nova realidade, com adequação das despesas e investimentos }} Em relação às locadoras de automóveis, em um primeiro momento, acredita que sentirá dificuldade de estabelecer uma política comercial e de preços adequada ao atendimento à ABLA, em prazos mais seguros e longos }} A Venko Motors, responsável pela distribuição dos veículos da marca Chery, obteve na Justiça Federal, em Vitória, decisão liminar em mandado de segurança que adia por 90 dias a cobrança do aumento de 30 pontos percentuais sobre produtos industrializados (IPI), anunciada por meio do Decreto 7.567/2011 }} Para a resolução definitiva do assunto, a Venko Motors acredita que o diálogo e a negociação entre o governo e as empresas atingidas, além de serem necessários, configuram-se como a melhor e mais produtiva alternativa As montadoras Volkswagen, Fiat e Chevrolet vão seguir as medidas tomadas pela Anfavea. Mahindra, Citroёn, Chrysler do Brasil, Hyundai, MMC Automotores, Renault, Volvo e Ford não se pronunciaram sobre o tema. Toyota }} A Toyota do Brasil tem nas suas operações no Mercosul o comprometimento e a contribuição para o crescimento e desenvolvimento da economia local }} A marca investiu mais de US$ 2 bilhões no Mercosul nos últimos 13 anos, com o investimento mais recente de US$ 600 milhões no Brasil, para a construção de sua nova planta, em Sorocaba (SP) }} A montadora japonesa mantém um relacionamento de respeito e harmonia com os governos locais, estando em acordo com as leis vigentes, o que torna suas operações eficientes e capazes de contribuir com o desenvolvimento 18 abla setembro • outubro 2011 MODELO IMPOSTO VENDAS PAÍS DE ORIGEM 1º Siena NP 5.951 Brasil/Argentina 2º GM/Agile NP 5.943 Argentina 3º Toyota/Hilux NP 3.075 Argentina 4º Hyunday/I30 P 2.726 Coreia do Sul 5º Ford/Focus Hatch NP 2.724 Argentina 6º Renault/Clio NP 2.058 Brasil/Argentina 7º Cherry/QQ P 1.926 China 8º Kia/Cerato P 1.781 Coreia do Sul Brasil/Argentina 9º VW/Spacefox NP 1.643 10º Mitsubishi/Pajero NP 1.581 Brasil 11º Honda/CR-V NP 1.494 México 12º Kia/Sorento P 1.383 Coreia do Sul 13º Kia/Soul P 1.375 Coreia do Sul 14º Renault/Fluence NP 1.266 Argentina 15º Jac/J3 P 1.265 China 16º VW/Jetta NP 1.279 México 17º Ford/Ranger NP 1.208 Argentina 18º Nissan/Sentra NP 1.140 México 19º Nissan/Tiida NP 1.190 México 20º Kia/Sportage P 1.159 Coreia do Sul 21º Hyunday/IX35 P 1.093 Coreia do Sul 22º Citroën/C4 NP 1.092 Argentina 23º Kia/K2500 P 988 Coreia do Sul 24º Mitsubishi/ASX P 978 Japão 25º GM/Captiva NP 962 México 26º Peugeot/408 NP 902 Argentina 27º Jac/J3 Turim P 898 Coreia do Sul 28º Ford/Fusion NP 885 México 29º Ford/Focus Sedã NP 880 Argentina 30º Toyota/Hilux SW4 NP 708 Argentina 31º Hyunday/Santa Fé P 692 Coreia do Sul 32º Hafei/Towner P 692 China 33º VW/Amarok NP 684 Argentina 34º Hyunday/Sonata P 658 Coreia do Sul 35º Mercedes/ C 180 P 606 Alemanha 36º Hyunday/Azera P 596 Coreia do Sul 37º Citroën/C4 Pallas NP 586 Argentina 38º Jac/J6 P 580 China 39º Hafei/Ruijy P 526 China 40º Chery/Face P 476 China NP - Não paga Divulgação Citroёn Confira a lista dos importados mais vendidos no Brasil em setembro e quais pagarão pelo IPI mais elevado: P - Paga Fonte: AutoInforme/Renavam Dos 40 importados mais vendidos no Brasil no mês de setembro, 19, ou seja, 47,5% serão afetados pela medida do governo. setembro • outubro 2011 abla 19 serviço Olha a pressão! Garantir a qualidade dos pneus de seu carro é sinônimo de economia, mas será que os motoristas se lembram disso? E ntre os muitos itens que devem exigir atenção redobrada dos motoristas, a pressão dos pneus está no topo da lista. Em média, a cada quinze dias é necessário fazer a calibragem dos quatro pneus, sem se esquecer do estepe. Se a pressão de inflação dos pneus não estiver correta, a duração já será menor. Mas como saber qual é o nível correto? Alguns motoristas preferem encher demasiadamente o ar por não conhecerem as especificações. Essa prática também é perigosa, pois a alta pressão diminui a aderência em piso seco. Em uma situação de chuva, o veículo tende a aquaplanar mais facilmente – isto é, perde o contato com o solo, provocando a perda de controle do motorista. Para evitar erros, o ideal é ter sempre em mãos o manual do veículo no momento da calibragem dos pneus. Cada modelo apresenta recomendações específicas para o eixo dianteiro, o eixo traseiro, para a carga normal do veículo e para a carga máxima. Dependendo do fabricante, existe uma indicação de pressão para altas velocidades e outra no caso de velocidades mais baixas. Dicas para prolongar a vida útil dos pneus • Quando o volante da direção estiver “vibrando”, significa que os pneus/rodas necessitam de balanceamento • Quando seu veículo estiver puxando demasiadamente para os lados ou com os pneus gastos, o problema está no alinhamento • O alinhamento assegura maior durabilidade, segurança e melhor comportamento na hora de fazer as curvas. O alinhamento é recomendado a cada 10 mil quilômetros • O rodízio de pneus deve ser feito a cada 5 mil quilômetros • Ao perceber ruídos na hora de fazer as curvas ou quando o veículo tende a ir sozinho para uma determinada direção, é necessária uma verificação. Muitas vezes, o alinhamento e o balanceamento podem ter sido alterados devido a um choque dos pneus contra obstáculos como buracos, pedras grandes, meio-fio da calçada ou guias, ou por causa de acidentes menos graves 20 abla setembro • outubro 2011 Se o pneu estiver com pressão 25% menor, sua vida útil será reduzida pela metade. A baixa pressão de inflação também pode gerar danos na estrutura interna dos pneus, muitas vezes não visíveis pelo condutor. Em determinadas circunstâncias, os estragos provocam a explosão do pneu, causando acidentes mais tarde. Especialistas apontam que os pneus exigem outras preocupações. “Além da calibragem, a manutenção do alinhamento, balanceamento e o rodízio dos pneus são fundamentais para prolongar a vida útil do equipamento e garantir a segurança do motorista”, frisa Humberto Junior, gerente de uma das unidades da DPaschoal na capital paulista. O especialista destaca ainda que os frotistas já têm um cuidado maior com o equipamento, realizando revisões periódicas das frotas a cada 20 mil quilômetros. Soluções inteligentes para Locadoras de Veículos. Matriz Curitiba/PR: (41) 3074-9900 www.euroit.com.br [email protected] www.euroit.com.br RDCar linkedin.com/company/euroit-tecnologia twitter.com/euroit O melhor e mais completo sistema de gerenciamento para Locadoras do mercado. INTERATIVIDADE Blog das Locadoras de Veículos www.blogdaslocadoras.com.br www.rdcar.com.br O primeiro gerador de reserva exclusivo para Locadoras de Veículos. www.rhlocadoras.com.br Um site especializado em www.blogdaslocadoras.com.br/forum em vagas e currículos para Fórum de Debates Online. 2011dúvidas abla Tire suas com especialistas Locadoras de Veículos. setembro • outubro Gerador de Reservas OnLine Notícias, entrevistas, materias exclusivas e muito mais. Saiba tudo sobre o negócio de Locação. PQA Rede de conhecimentos Projeto da ABLA dissemina conteúdo a profissionais do setor com mais de 4,5 mil capacitações O Projeto de Desenvolvimento Setorial em Locadoras de Automóveis celebra os resultados além da expectativa. Desde 2007, o programa, mais conhecido como Programa Nacional de Capacitação e Qualificação ABLA (PQA ABLA), aplicou 4.597 capacitações em cursos ministrados à distância ou por meio de seminários e palestras. Resultado para ser comemorado! “O PQA venceu o grande desafio de disseminar conteúdo e difundir, em âmbito nacional, os conhecimentos dessa área tão carente de cursos e bibliografia”, avalia José Adriano Donzelli, coordenador do projeto e presidente da Federação Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores (Fenaloc). A iniciativa nasceu da observação de que o setor de locação de veículos estava em descompasso com o advento do Brasil como destino internacional, com a modernização e o aumento da competitividade dos serviços em toda cadeia produtiva do turismo. Foi concebido de forma a contemplar os profissionais que atuam na linha de frente, além dos empresários, gestores e líderes do setor de locação. Com esse pensamento, a ABLA promoveu, em conjunto com a Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (Fepese) da Universidade Federal de Santa Catarina, cinco cursos à distância nos quais foram matriculados 2.024 profissionais. 22 abla setembro • outubro 2011 Os participantes puderam realizar até dois cursos simultaneamente, totalizando 3.107 capacitações em dois eixos. O Eixo Qualidade do PQA teve início em 8 de novembro de 2010 e foi concluído no dia 30 de abril de 2011, com conteúdo focado em Atendimento Operacional e em Qualidade em Vendas. O módulo de Gestão Empresarial, por sua vez, começou no dia 16 de novembro de 2010 e terminou no dia 30 de abril de 2011, abordando Mercado & Marketing, Gestão de Frotas e Gestão Administrativa e Financeira. Além disso, a associação implementou ações como os Núcleos do Conhecimento (com edições em 2009 e em 2011), que aconteceram paralelamente ao Salão e Fórum ABLA, maior evento nacional voltado para as locadoras de veículos. Os seminários e palestras atraíram mais de 1.490 participantes. “As metas traçadas para o programa já foram atingidas, mas a ABLA pretende dar continuidade ao processo, para ampliar a visão estratégica das empresas e a qualidade dos serviços prestados”, conclui Donzelli. setembro julho• outubro • agosto 2011 abla 23 tecnologia Entenda as vantagens do câmbio automatizado Sistema oferece comodidade com economia O Divulgação Volkswagen sistema é simples. O câmbio automatizado utiliza a mesma caixa do câmbio manual, as mesmas engrenagens e o conjunto de embreagem. Mas duas praticidades chamam a atenção dos motoristas: dispensa o pedal na troca de marchas, assemelhando-se aos veículos automáticos, e ainda custa bem menos. Na prática, o sistema 24 abla setembro • outubro 2011 proporciona economia aliada ao conforto de um automático e à esportividade do câmbio manual, com a vantagem de custar bem menos. Enquanto um automático sai em média por R$ 4.500, o automatizado representa metade do preço. Uma alternativa conveniente para frotistas como locadoras e taxistas, além de consumidores que buscam pleno conforto na direção. Ao dirigir o veículo, o motorista logo sente a diferença. Pelo modelo automatizado é possível perceber leves trancos no momento das trocas, mesmo aliviando o pé do acelerador. Já câmbios automáticos são mais modernos e podem ser equipados com a tecnologia CVT (Continuously Variable Transmission), apresentando relações de marcha continuamente variáveis. Esse sistema garante aceleração contínua e as trocas são suaves, quase imperceptíveis. Os automatizados desembarcaram aqui em 2007 como grandes apostas das principais montadoras. Inicialmente, a novidade foi implementada no Chevrolet Meriva e no Fiat Stilo, que batizaram seus Divulgação Chevrolet Divulgação Renault Se você procura conforto e comodidade para se deslocar na cidade, o câmbio automatizado é uma boa opção. Agora, se não abre mão de uma condução refinada e não se importa com a diferença de preço, opte pelo automático. lançamentos como EasyTronic e Dualogic, respectivamente (o Dualogic também é oferecido em outros modelos da linha Fiat). A diferença entre os dois está apenas nos atuadores. Enquanto a General Motors investiu em motores elétricos e na diminuição do tamanho do conjunto, a Fiat optou por um sistema hidráulico que, segundo o fabricante, credita Grande vantagem do automatizado • Mantém o mesmo consumo de combustível do que o câmbio mecânico sua escolha à maior durabilidade do conjunto. A Volkswagen pegou carona com o lançamento do Polo I-Motion, em 2009. Mas ao contrário da concorrência, a caixa de câmbio tradicional teve o comando manual substituído por uma central eletrônica. A tecnologia, de acordo com a condução do motorista e a rotação do motor, transmite Grande desvantagem • O usuário não pode ficar “ segurando” o veículo parado em um aclive, pois vai “queimar” a embreagem. A montadora pode equipar o veículo com freio ABS e solucionar este problema acionando os freios automaticamente, evitando que o veículo ande para trás comandos aos acionadores eletro-hidráulicos, que por sua vez movimentam a embreagem e promovem as trocas de marchas. Então, vamos acelerar? Entenda as diferenças: MANUAL - Caixa de câmbio tradicional, utilizado na grande maioria dos veículos, necessita do pedal da embreagem para a troca de marchas AUTOMÁTICO - Caixa de câmbio com conversor de torque, sistema que liga a transmissão ao motor por meio hidráulico e também não necessita de embreagem AUTOMATIZADO - Caixa de câmbio tradicional controlada por uma central eletrônica, que comanda o engate das marchas. Aqui, nada de pedal também. setembro • outubro 2011 abla 25 Test Drive Automático de cara nova *João Claudio Bourg Fotos divulgação Jac Motors Brasil A té pouco tempo atrás, carro com câmbio automático era luxo para a maioria dos motoristas. Com a expansão desses modelos, o luxo ficou mais acessível ao consumidor. É o caso do Sandero 2012, lançado em maio desse ano pela Renault, que promete oferecer mais conforto para quem não abre mão de conduzir um carro equipado 26 abla setembro • outubro 2011 com uma caixa de transmissão automática convencional. O câmbio da Renault conta com quatro marchas, com a opção das trocas no modo manual e recursos típicos dos sistemas automáticos atuais, oferecidos exclusivamente na versão Privilège. Uma das funções é a kickdown, ativada quando o motorista pisa no acelerador até o fim do curso. Neste instante, a caixa reduz uma ou duas marchas para buscar o melhor desempenho em manobras como ultrapassagens. Além disso, o sistema dispõe de nove mapas eletrônicos adaptados a diferentes estilos de direção – uma tocada mais esportiva, por exemplo. Em maio, o Sandero passou por um face-lift e ficou ainda mais bonito. E, na versão Privilège, é o mais equipado da categoria, além * João Claudio Bourg é presidente executivo da ABLA renault sandero Privilège 1.6 16v O ÚNICO DO SEGMENTO A CONTAR COM TRÊS ANOS DE GARANTIA O Sandero é garantia de um veículo prático, ágil e confortável. Ele se mostra interessante para quem procura um modelo de baixo custo e com a comodidade de um automático. de ter espaço interno suficente para acomodar três adultos no banco de trás, com 1,80 m de altura. O motor possui um bom volume de torque, a direção é firme e precisa. A suspensão acompanha o conjunto. E mais: é o único do segmento a contar com três anos de garantia. O porta-malas de 320 litros exibe uma ótima capacidade volumétrica, proporcionando conforto quando alugamos o veículo para uma família em viagem de férias, por exemplo. A ergonomia é boa, mas identificamos uma oportunidade de melhoria no sistema de acionamento de regulagem dos retrovisores , que fica abaixo da alavanca de freios, dificultando o alcance da mão. Os botões dos vidros elétricos finalmente saíram do painel e foram para as portas, um dos pontos que a Renault melhorou. O veículo tem um bom isolamento acústico, conforme pudemos perceber pelo baixo nível de ruído interno, que normamente só é encontrado em veículos da categoria executivo de luxo. Velocímetro e conta-giros são grandes e redondos, de fácil visualização. O computador de bordo e o conjunto de luzes-espia retangulares ficam no centro do painel. A versão privilège oferece freios com sistema anti-travamento (ABS), airbag duplo, terceiro apoio de cabeça no banco traseiro e volante revestido em couro como opcionais. Na pista, o conjunto 1.6 flex oferece 107 cv (gasolina) a 5.750 rpm ou 112 cv (álcool) a 5.750 rpm. De acordo com a Renault, acelera de 0 a 100 km/h em 11,7 s quando abastecido com álcool e atinge a velocidade máxima de 171 km/h. O veículo registrou uma média de consumo de 7,2 km/l de etanol em um percurso misto que realizamos na estrada e na cidade. setembro • outubro 2011 abla 27 luXo Objetos de Desejo Prepare uma tentadora e prática refeição, regada a uma coleção exclusiva de vinhos. Cuide bem da mamadeira do bebê, mas sem perder a elegância. Depois, descanse e se inspire com um livro sobre grandes aventuras. Toque final De olho nos pequenos Bebê a bordo requer acessórios extras como o aquecedor de mamadeira, à venda na BB Trends Concept Store. Com apoio loop de fácil manuseio, ele aquece em 15 minutos uma mamadeira de 240 ml e conta com um dispositivo que fica vermelho avisando quando está ligado. Dimensão: 12,5 x 6 cm. Por R$ 99. Informações pelo telefone (11) 3377-9200 Nas produções masculinas mais clássicas, um belo par de abotoaduras faz toda a diferença. O modelo Montblanc Contemporary Collection exibe design contemporâneo de bronze, com banho de ródio. O detalhe em Black Carbon dá o tom de modernidade a um acessório poderoso. Preço à vista: R$ 1.005. Disponível em todas as Boutiques Montblanc. Informações: (11) 3552-8000 Pilotos de fogão Sorte ou azar? Decorativa, a caixa de jogos em forma de um atraente dado vermelho vem acompanhada de baralhos e, é claro, de vários dados. Ideal para os amantes de um bom carteado. É da Full Fit. À venda por R$ 125 na Fina Estampa, tel.: (11) 3823-2456 28 abla setembro • outubro 2011 Para gourmets que adoram se aventurar na cozinha, a marca francesa Le Creuset acaba de lançar a Linha Ocean, em elegante tom azulado. São quatro modelos e tamanhos de panelas à venda com a nova cor. Os utensílios, feitos de ferro fundido, possuem acabamento esmaltado e são os únicos que podem ir ao forno sem necessidade de retirar os puxadores nem a tampa. Na foto, Caçarola Buffet com 30 cm por R$ 882. Outras informações no site www.lecreuset.com.br Pequena notável Altas comemorações A Enoteca Fasano sugere aos amantes do bom vinho a cobiçada coleção Selezione Fasano, que armazena, em uma caixa de madeira exclusiva, cinco dos mais significativos produtores italianos. Um exemplo? Da região do Vêneto, a mais famosa área de produção deste espumante, vem o Prosecco di Valdobbiadene. Já a região da Toscana é representada pelo mítico Chianti Classico. Por R$ 1.334. Televendas (11) 3074-3959 Divertida e super fashion, para carregar pequenos objetos como dinheiro, documentos, chaves e celular, a bolsa joaninha é um dos acessórios top da coleção de Sarah Chofakian. O modelo também pode ser encontrado na cor branca. Por R$ 238. Endereços das lojas no site www.chofakian.com.br Hotel butique Reforma doméstica Para pequenos ou grandes reparos, é fundamental ter à mão uma caixa de ferramentas como esta da Mayle, acondicionada em uma prática maleta e composto por 110 peças. Entre os itens estão cinco pequenos extensores, uma chave de trava e quatro de fenda, além de um jogo de chaves para carro da Allen. Por R$ 351,81 na rede Leroy Merlin. Tel.: (11) 3612-6200 O que era chique ficou melhor ainda. O Clarion Faria Lima, administrado pela Atlantica Hotels, passou por uma reformulação em seus 30 apartamentos. As acomodações ganham um piso revestido por carpete de madeira, novo enxoval e paparicos exclusivos na abertura de camas. Nas Suítes Royal, os visitantes contam com escaldapés de cortesia. As salas de eventos também estão com novo visual, com papel de parede mais clean, toalhas de Lycra, equipamentos modernos de projeção e telas de LCD. O empreendimento, localizado próximo à Avenida Brigadeiro Faria Lima, uma das mais tradicionais de São Paulo, tem diárias de casal a partir de R$ 373 (mais 5% de taxas). setembro • outubro 2011 abla 29 turIsmo Descubra a costa paraibana, onde o sol nasce primeiro nas Américas Praia de Tambaba (no detalhe Centro Histórico de João Pessoa) Quem adora as praias nordestinas pode se preparar: na região de João Pessoa o que não falta é beleza U ma das mais antigas capitais do Nordeste, João Pessoa, fundada em 1585, remonta ao passado com suas construções históricas, casarões, igrejas e praças. Com vários bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o destino exibe uma orla exuberante, com belas praias aliadas a um povo hospitaleiro e acolhedor. E toda essa beleza tem na moldura um sol abençoado. Aliás, é lá que o astro-rei decide nascer primeiro nas Américas. A tranquilidade da orla soma-se a uma excelente infraestrutura, em praias com quiosques organizados e areias limpas, além de comodidades como estacionamento e duchas. Mas João Pessoa é muito mais do que praia. O visitante tem à disposição uma série de 30 abla setembro • outubro 2011 atividades de entretenimento para curtir dias agradáveis na região. Apreciar o pôr do sol na praia do Jacaré e fazer uma visita ao Conjunto de São Francisco, um dos mais importantes complexos barrocos do país, estão entre as opções preferidas. Os mais jovens podem curtir a vida noturna na Avenida Olinda, a mais movimentada nas madrugadas. São inúmeros barzinhos com música ao vivo, restaurantes e casas noturnas. Para quem deseja trazer lembranças aos amigos e familiares, uma visita ao Mercado de Artesanato Paraibano torna-se roteiro obrigatório, com suas mais de 120 lojas. Após desvendar toda a capital, é hora de pegar a estrada com o carro alugado e seguir pelo caminho das Estação Cabo Branco de Ciência, Cultura e Artes de João Pessoa Fotos Cacio murilo / setur joão Pessoa praias do sul. Em um roteiro que percorre os principais destinos turísticos do Nordeste, basta uma viagem de 40 km para conhecer a bela Costa do Conde, terminando a viagem na econaturista Tambaba. A 20 quilômetros, dirija-se à Costa do Conde, ótima alternativa para sentir a brisa nordestina e suas praias de água morna e mansa. Com sete praias, um dos destaques fica para a barra de Gramame. Lá, o encontro do rio com o mar cria uma lembrança única e inesquecível. Pelo rio, aproveite para realizar um passeio de barco ou lancha, onde é possível apreciar a vegetação do mangue ou mesmo fazer uma relaxante pescaria. Se estiver a dois, não deixe de apreciar a Praia do Amor, onde índios caetés realizavam rituais de casamento. Mais 20 km e chega-se a Tambaba. Além de belas trilhas para a prática do ecoturismo, o naturismo reina no local. Afinal, é a primeira praia oficial de naturismo do Brasil. Quem busca escapar da agitação das cidades também encontra ali o destino certo. Qualquer que seja seu perfil, o que importa é estar no paraíso, sob os olhares atentos daquele sol. reúna sua família e amigos e alugue o carro adequado. Para curtir o cenário de tirar o fôlego no destino, só mesmo pegando a estrada Parque Sólon de Lucena, em João Pessoa setembro • outubro 2011 abla 31 Praia de Tambaba A Como chegar a João Pessoa De avião - Há voos diários partindo das principais capitais do país em direção ao aeroporto internacional Presidente Castro Pinto, distante 8 quilômetros do centro. De carro - Vindo do Sudeste, do Sul e dos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco: acesso pela BR-101 Vindo de Fortaleza (CE): BR-116, BR-304, BR-406 e BR-101 B Percurso Total: 47,6 km João Pessoa - Conde: 28,5 km Conde - Tambaba: 19,1 km A João Pessoa (PB) B Conde (PB) De ônibus - As empresas São Geraldo e Itapemirim mantêm saídas das principais capitais do país para João Pessoa C C Tambaba (PB) Principais distâncias Fortaleza 688 km Salvador 949 km Belo Horizonte 2.171 km Brasília 2.343 km Rio de Janeiro 2.544 km São Paulo 2.788 km Confira todas as locadoras da região associadas à ABLA no site www.abla.com.br 32 abla setembro • outubro 2011 Circulando - A melhor maneira de circular por João Pessoa e conhecer os atrativos dos seus arredores é de carro. É fácil dirigir na cidade, bem sinalizada e com estradas novas como a PB-008, que leva às belas praias do litoral sul. Dica para o leitor Alugando o veículo, o viajante admira as belas praias da região, prolonga suas férias e conhece mais três capitais brasileiras nas proximidades, a apenas 120 quilômetros do Recife (PE), 185 de Natal (RN) e 379 de Maceió (AL). pit stop Estivemos presentes A BMW anunciou que construirá uma fábrica em solo brasileiro, a primeira na América Latina. A montadora alemã mantém unidades produtivas na Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, África do Sul, Índia e China. Segundo Klaus Draeger, executivo da marca, uma fábrica no país é a peça que falta na estratégia global de produção de automóveis. Neste ano, o índice de vendas registrou alta de 70%. Em meio às discussões sobre o aumento do IPI para importados, a JAC Motors também oficializou o plano de uma fábrica em território nacional, na Bahia. Ao custo de R$ 900 milhões e com capacidade para produzir 100 mil veículos, a indústria terá 80% de capital brasileiro. A montadora chinesa ainda estuda local da planta e data para início das obras. Divulgação BMW O Brasil na rota Segue a lista dos eventos que contaram com a participação do presidente executivo da ABLA, João Claudio Bourg. 05/09 Seminário AutoData Veículos do Futuro 09/09 Lançamento do Renault Fluence 13/09 Lançamento do Calendário Ubrafe 19/09 Entrega do Prêmio Personalidade Mundial de Vendas 2011 28/09 Confraria AutoData 04/10 Salão Duas Rodas WTC Convention Center - São Paulo (SP) São Paulo (SP) Parque Anhembi - São Paulo (SP) Esporte Clube Sírio - São Paulo (SP) Museu do Futebol - São Paulo (SP) Anhembi - São Paulo (SP) 17/10 Seminário Perspectivas 2012 - Autodata WTC Convention Center - São Paulo (SP) 19/10 Feira das Américas/ABAV Riocentro - Rio de Janeiro (RJ) PIT STOP Ponto eletrônico só em 2012 Mais uma vez as empresas têm o prazo estendido para atender à obrigatoriedade do Registro Eletrônico de Ponto (REP), conforme determina a Portaria nº. 1.510, de 21 de agosto de 2009, do Ministério do Trabalho e Emprego. A nova data passou a ser 1º de janeiro de 2012, segundo portaria nº 1.979 do Ministério do Trabalho, em medida de caráter improrrogável. A data anterior, de 3 de setembro, representou o terceiro adiamento desde a primeira promulgação da lei. O novo sistema abrange todas as empresas com mais de dez funcionários, e promete impactar setores variados – incluindo a locação de veículos. “Uma atividade como a nossa, que absorve uma considerável quantidade de profissionais, terá prejuízos irreparáveis”, afirma o diretor regional da King Rent a Car, do Espírito Santo, Márcio Gonçalves. O empresário critica especialmente os altos custos para a implantação dos equipamentos. “Além da impressão em cada momento de registro, ainda devemos arcar com a manutenção das máquinas. Na verdade, as prorrogações já mostram que a medida apresentava problemas”, completa. “O gasto para a compra do equipamento gira em torno de R$ 2 mil a R$ 4,5 mil, acrescidos de outras despesas necessárias para a alteração”, reforça Vitor Almeida, sócio-diretor da Divisão Trabalhista e Previdenciária da auditoria e consultoria BDO RCS. De acordo com o Ministério, durante os 90 primeiros dias a fiscalização será para orientação. Nas duas primeiras visitas, será estabelecido o prazo de um a três meses para adequação. Após a terceira visita serão aplicadas ações repressivas. Locadoras ganham mais uma batalha O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editou no dia 28 de setembro a Deliberação 115/2011, que adia para o dia 1º de julho de 2012 o início da vigência da Resolução 363/10. A medida exige o reconhecimento de firma por autenticidade do condutor e do proprietário do veículo no preenchimento do Formulário de Identificação do condutor infrator. A resolução deve trazer transtornos tanto para os usuários como para os empresários do setor. “Está sendo criado um procedimento caro, trabalhoso e incompatível com a atual dinâmica da locação”, reitera Adriano Augusto Pereira de Castro, advogado especialista na indústria de locação de veículos e assessor jurídico do Sindiloc/MG e da ABLA. A prorrogação foi oficializada no dia 5 de setembro, em Brasília, por meio de um pedido conjunto da ABLA, da Associação Nacional das Empresas de Transportes 34 abla setembro • outubro 2011 Urbanos (ANTU), Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) e do Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores e Bens Móveis do Estado do Paraná (Sindiloc/PR). No encontro, o presidente do Sindiloc/PR, Carlos Rigolino, apresentou as reivindicações dos frotistas ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), que deliberou o adiamento do prazo. Entenda a Resolução 363/2010 Com a norma, ao cometer uma infração de trânsito, o proprietário e o condutor do veículo devem se dirigir a um cartório, ou órgão de trânsito, para fazer o reconhecimento de firma por autenticidade. É obrigatória a presença de ambos, implicando custos financeiros, perda de tempo e mais burocracia. VIDa eXeCutIVa Viagem em miniatura Mais uma super atração para quem planeja curtir férias com os filhos em Orlando (EUA). Além dos já conhecidos e famosos parques da Disney e Universal, Sea World e Busch Gardens, os viajantes podem curtir o mais novo parque temático da Lego, o Legoland. Com uma grande diversidade de cenários formados por miniaturas de prédios, animais selvagens e até um castelo, o local terá quatro montanhas-russas e outras atrações feitas com as peças de montar. Entre elas um Ford Explorer montado com 380 mil bloquinhos. Criado por uma equipe de 22 designers, o modelo levou 2.500 horas para ficar pronto e chama a atenção dos aficionados por carros. dica de leitura Jogando para Vencer A filosofia do maior técnico da história do basquete universitário norteamericano, John Wooden, foi retratada na obra Jogando para Vencer. Reconhecido pela conquista de dez títulos nacionais, sendo sete consecutivos, o treinador transformou seus comandados em vencedores com uma tese simples, mas arrebatadora. Para ele, a qualidade fundamental do atleta seria a paz de espírito, proveniente da consciência de ter feito o maior esforço possível para ser o melhor de acordo com seu potencial. O treinador inspirou até a criação da Pirâmide do Sucesso de Wooden, um guia prático para a conquista da excelência no esporte e também na vida. Seu comportamento influenciou nomes como Bernardinho, que apresenta e comenta o livro. É o terceiro título da coleção Na Vida como no Esporte, organizada pelo técnico da seleção brasileira de vôlei masculino. Tem horas? Para os que ainda sabem o valor de uma peça que não somente acompanha o tempo, mas também expõe o estilo de seu usuário, os relógios continuam em alta. E mesmo com a geração dos celulares e suas multifunções. Com modelos que chegam a R$ 20 mil, a Raymond Weil aporta no Brasil até o fim do ano. Criada em 1976 em Genebra (Suíça), pelo fundador de mesmo nome, a marca mescla seu portfólio de modelos mais esportivos com desenhos mais tradicionais, elegantes em qualquer ocasião. Carne do sol nascente Quem imagina o Japão apenas como um polo tecnológico se surpreende ao saber que de lá também vem a carne mais cara do mundo: o kobe bife. Apesar de não terem a tradição de grandes produtores mundiais como Estados Unidos, Brasil, China e União Europeia, os japoneses criaram com detalhismo e perfeição a carne mais valiosa e uma das mais saborosas. Proveniente do gado wagyu, sua extrema maciez provém da gordura. Mais precisamente da gordura intramuscular, que fica entre as fibras. Além do clima, a seleção do gado é minuciosa, incluindo raças europeias, como shorton e angus, e coreanas. Depois, o processo de obtenção da carne ainda depende de alimentação, manejo e idade de abate. O preço? Cerca de R$ 150 por um prato bem caprichado. setembro • outubro 2011 abla 35 ARTIGO A quem interessa o aumento do IPI? Algumas considerações do ponto de vista da indústria de locação de veículos. A recente medida adotada pelo governo federal de elevar em 30% o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados é fato de interesse geral da sociedade brasileira e, também, para a pauta específica da indústria de locação. A elevação do IPI para veículos importados se propõe a ser analisada como componente da política econômica governamental. A motivação dessa medida, segundo pronunciamento do governo, é proteger a indústria automobilística nacional da concorrência predatória de veículos estrangeiros. Os resultados esperados seriam a preservação do parque fabril diversificado e os empregos a eles associados. A partir desses elementos tributários e de política econômica, inicia-se a exposição técnica do ponto de vista das locadoras de veículos. O interesse das locadoras de veículos Sendo as locadoras compradoras de 10% da produção nacional, qualquer medida que impacte o preço e a disponibilidade dos veículos é de seu interesse. Entretanto, restringir a análise a esse tópico é ignorar as demais inter-relações entre locadoras e montadoras de automóveis. As locadoras são a porta de entrada da inovação automotiva no mercado consumidor. Elas reproduzem em ritmo acelerado todo o ciclo econômico do veículo no varejo, permitindo às montadoras anteciparem qual será a reação do mercado a inovações e lançamentos que se constituam em diferenciais competitivos. Vidros e travas elétricos, quatro portas, ar condicionado, freios ABS, air bags e motores flexfuel são apenas algumas das inovações que se tornaram padrão da indústria de locação antes de se difundirem no restante do mercado. Essa mesma característica favorece a entrada de novos concorrentes no mercado automotivo, que oferecem novas propostas e outros diferenciais aos consumidores que aperfeiçoam a experiência da locação. 36 abla setembro setembro •• outubro outubro 2011 2011 O sistema de incentivos da medida Demonstrado o agudo interesse das locadoras de veículos na questão do aumento do IPI para veículos importados, resta identificar como tal medida contribuirá para o progresso do Brasil. Afinal, toda e qualquer política econômica produz sistema de incentivos que afeta o mercado e, por esse motivo, deve atender à seguinte determinação constitucional: “Constituição, art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (…)” Os princípios constitucionais previstos no art. 170 da Constituição vão da promoção da soberania nacional e da busca do pleno emprego ao respeito à propriedade privada, à proteção da livre concorrência e à proteção do consumidor. Os princípios devem ser interpretados em conjunto, identificando-se o impacto de determinada política econômica na promoção ou supressão de determinado objetivo constitucional. O aumento do IPI dos veículos importados se trata de uma medida discriminatória que coloca veículos nacionais em posição competitiva privilegiada no mercado interno, ofendendo ao princípio da livre concorrência. A menor oferta de veículos também tende a reduzir as forças de mercado que induzem ao fornecimento de veículos de melhor qualidade a menores preços, causando prejuízo ao princípio da defesa do consumidor. O princípio da soberania nacional também não parece atendido, pois o aumento do IPI dos veículos importados não induz ao desenvolvimento de diferenciais competitivos pela indústria automobilística para concorrer em nível mundial, apenas gera barreira tributária que tende a longo prazo confinar a indústria brasileira nas protegidas fronteiras nacionais. E a busca do pleno emprego não parece ser atendida, porque o pleno emprego de qualidade se dá Adriano Augusto Pereira de Castro com o crescimento econômico sustentável pelas forças do mercado, não com barreiras tributárias que podem a qualquer momento ser derrubadas. Os princípios constitucionais aplicáveis à ordem econômica não parecem ser atendidos pela medida. Não se entende a medida como instrumento de política econômica de qualidade. Certamente o aumento do IPI não é medida de política monetária com o objetivo de combater a inflação, pois encarecer o preço dos veículos importados apenas gera mais inflação. A medida não integra a política cambial, pois a despeito de recente aumento da cotação do dólar nas últimas semanas há anos o Brasil padece do excesso de dólares na economia nacional, valorizando artificialmente o real e retirando competitividade do produto nacional frente ao importado. Na contramão de várias outras medidas tomadas pelo governo nos últimos anos para evitar o ingresso de dólares no Brasil, o aumento do IPI claramente induz à manutenção desses dólares no país, acentuando o problema cambial. A medida em análise também não parece ser política fiscal, pois o governo adotara várias medidas de austeridade, e o discricionário aumento de tributação certamente inibirá a expansão da atividade das montadoras estrangeiras e tende a reduzir o marketshare de tais empresas no país, a longo prazo reduzindo a arrecadação. Uma última análise: a medida não parece pertencer a política industrial digna desse nome. No passado recente, o governo adotou instrumentos tributários com claro intuito de política industrial, marcadamente a redução do IPI ocorrida a partir de 2008. Não se concebe política industrial baseada no aumento dos preços dos produtos, como ocorre com o aumento do IPI, mas com a adoção de medidas para aumentar a eficiência da indústria nacional. Boas políticas industriais promovem o aumento da eficiência da indústria beneficiada, resultado que não é percebido como factível com o aumento do IPI dos veículos importados. Conclusão O aumento do IPI dos veículos importados só interessa às próprias montadoras nacionais, as quais com os bons números apresentados nos últimos tempos não precisavam de ajuda para enfrentar a concorrência. A indústria nacional vende muito, exporta muito e sofre competição saudável do produto estrangeiro. As locadoras de veículos são diretamente afetadas pelo aumento do IPI, que inibe seu papel como agentes que introduzem a inovação da indústria automotiva no mercado consumidor. Infelizmente, a medida governamental impede que as locadoras de veículos ofereçam mais e melhores alternativas a menores preços aos seus clientes, resultado muito indesejável para o desenvolvimento do setor. O aumento do IPI dos veículos importados é medida que produz perverso sistema de incentivos. Ao induzir ao aumento da competitividade da indústria nacional, não cria bases para a expansão sustentável de postos de trabalho, não se alinha a qualquer política de proteção ao consumidor e não promove nenhum princípio constitucional aplicável à ordem econômica. Como política econômica, parece uma medida amplamente equivocada em várias dimensões, pois incentiva o aumento da inflação pelo encarecimento dos veículos e agrava a questão cambial ao induzir à manutenção de dólares na economia nacional, sem incentivar nenhum aumento da eficiência da indústria nacional como boas políticas industriais devem fazer. Trata-se de infeliz exemplo de “política pública” equivocada. Adriano Augusto Pereira de Castro Advogado especialista na indústria de locação de veículos (OAB/MG 94.950) Assessor jurídico do Sindloc-MG e da ABLA - (31) 3224-1292 ou [email protected] Professor e mestre em Direito Empresarial setembro • outubro 2011 abla 37 Conrado Adolpho O poder das redes sociais para a geração de negócios Em uma leitura atenta dos meios de Se antes só veículos como TV e jornal detinham os comunicação, sejam jornais, rádios, sejam programas meios para produzir e veicular a informação, hoje de TV, percebemos a profusão de notícias sobre qualquer consumidor pode fazer seu próprio programa novatos do mercado, como Facebook, Orkut, YouTube de TV com uma câmera de celular e divulgá-lo no ou Twitter. YouTube, o que gera uma grande conversa – esse é o O mundo empresarial tradicional – aquele formado de aço e tijolos –, perplexo diante de princípio das redes sociais. Percebemos, portanto, que o “novo mundo” não mudanças que mal pode acompanhar, se pergunta traz regras tão diferentes das do “velho mundo”. Nossos para onde vamos. As conversas de corredores mais costumes mudaram. O paradoxo em que estamos parecem a anunciação do apocalipse. inseridos, contudo, reside no fato de que, ainda que O fato é que, se pararmos para analisar esse o ser humano não tenha mudado em sua essência, quadro, veremos que o ser humano não mudou segue guiando nossa economia pelos caprichos de sua muito nos últimos, digamos, mil anos. Continuamos própria espécie. As transformações baseadas nas novas com nossas angústias diante da morte, precisando tecnologias são mais profundas do que saber mexer no comer e viver em pares. O que mudaram foram as Facebook ou “subir” um vídeo no YouTube. A mudança é ferramentas, o chamado “contexto”. sociocultural. Não existia o Orkut na década de 80, mas as pessoas A chave para transformar redes sociais em entoavam o bordão Quem matou Odete Roitman? É fácil, instrumentos de negócio é entender a essência do ser hoje, imaginar uma comunidade no Orkut com esse humano. A lógica do “produzir e comunicar para vender” nome, bem como é fácil imaginar uma comunidade dá lugar ao “comunicar para engajar, ouvir para produzir com o nome “Eu amo Ovomaltine do Bob’s”. Pessoas e adaptar para vender”. Algo bem complexo para ter sempre cultuavam marcas e as tomavam como pano mudado apenas nos últimos 10 ou 15 anos e exigir a de fundo de sua própria identidade. Falavam bem de rápida adaptação das empresas. produtos ou exprimiam seus estilos de vida por meio O sucesso nas redes sociais não tem tanto a ver com de adesivos de carro ou bordões populares. Com a perfis na internet, tem muito mais relação com fazer de crescente massificação da internet e da banda larga, forma verdadeira e interessada aquilo que o consumidor veio a denominada web 2.0. Agora somos nós, reles desde sempre desejou como ser humano: ser ouvido. mortais consumidores, quem produzimos o conteúdo que invade o mercado – o que sempre quisemos dizer, mas que nunca nos deram chance nem espaço de falar. Em qualquer modelo econômico, quem detém os meios de produção tem o braço forte na economia. 38 abla setembro • outubro 2011 Conrado Adolpho é palestrante, escritor, professor universitário e especialista em marketing e gestão empresarial
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