Madredeus, Frei Fado delRei

Transcrição

Madredeus, Frei Fado delRei
Madredeus, Frei Fado delRei
Arquivo de letras de música
28 de Janeiro de 2002
1
Conteúdo
A andorinha da primavera
A dança dos jograis . . .
Ainda . . . . . . . . . .
Ajuda . . . . . . . . . .
Alfama . . . . . . . . . .
Amargura . . . . . . . .
Amores do Douro . . . .
Amor popular . . . . . .
Ao longe o mar . . . . .
A praia do mar . . . . .
As cidades e os campos .
As cores do sol . . . . .
A vaca de fogo . . . . .
Céu da Mouraria . . . .
Culpa . . . . . . . . . .
Destino . . . . . . . . .
Deusa de azul . . . . . .
Donzela . . . . . . . . .
Em Coimbra serei tua . .
Guitarra . . . . . . . . .
Haja o que houver . . . .
Memórias de um trovador
Menino do mar . . . . .
Milagre . . . . . . . . .
O ladrão . . . . . . . . .
O mar . . . . . . . . . .
O Menino . . . . . . . .
O paraíso . . . . . . . .
O Pastor . . . . . . . . .
Os senhores da guerra . .
O Tejo . . . . . . . . . .
Perdi meu amor no mar .
Pregão . . . . . . . . . .
Rabelo . . . . . . . . . .
Sentimento . . . . . . .
Silêncio . . . . . . . . .
Sonho azul . . . . . . . .
Vem . . . . . . . . . . .
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A andorinha da primavera
Música: Carlos Maria Trindade
Letra: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: ’Paraíso’, 1997
Victor Almeida
Andorinha de asa negra aonde vais?
que andas a voar tão alta
Leva-me ao céu contigo, vá
Qu’eu lá de cima digo adeus ao meu amor
Ó andorinha
da Primavera
Ai quem me dera também voar
Que bom que era
Ó andorinha
na Primavera
também voar
3
A dança dos jograis
Vem
Música: José Flávio Martins; Ricardo Costa; Carla Lopes; Quico
Letra: José Flávio Martins
Intérprete: Frei Fado d’El Rei
In: ’Danças no tempo’, 1995
Música: Pedro Ayres Magalhães; Rodrigo Leão; Gabriel Gomes
Letra: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: Espírito da Paz
José Ferreira Alves (latim)
Nocte in aula iaculator
Divina est sua saltatio
Luna fulgere fortior
Odor festi est!...
Vem
Alem de toda a solidão
perdi a luz do teu viver
perdi o horizonte
Está bem
Prossegue lá até quereres
Mas vem depois iluminar
Um coração que sofre
Pertenço-te
Até ao fim do mar
Sou como tu
Da mesma luz
Do mesmo amar
Por isso vem
Porque te quero
Consolar
Se não está bem
deixa-te andar a navegar
Risus lenis glutinatus
Poetæ animam vocat
Lætitia quæ superfundit
Fabula quæ non peccat!
4
41
Sonho azul
Ainda
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Né Ladeiras
In: Né Ladeiras, ’Sonho Azul’
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
Victor Almeida
Vou dizendo
Certas coisas
Vou sabendo
Certas outras
São verdades
Amizades
Aventuras
Quem alcança
Mora longe
Da mudança
Do seu nome
Alegria
Vã tristeza
Fantasia
Incerteza
São verdades
São procuras
Amizades
Aventuras
Quem avança
Guarda o amor
Guarda a esperança
Sem favor
Ainda
Ainda
Ainda
Ainda
Levei-o no meu sonho azul
Azul, Azul
Da cor do céu
Levei-o comigo
Sonhou um sonho
Da cor do meu
Deitados no leito da lua
Na frescura, que tremor...
Trocava a vida toda
Pela vida deste amor
Meu Sonho Azul
Levei-o no meu sonho azul
Azul, azul
Da cor do mar
Levei-o comigo
Sonhou um sonho
De apaixonar
Deitados na noite das ilhas
Na frescura, que tremor...
Trocava a vida toda
Pela vida deste amor
Meu Sonho Azul
40
5
Ajuda
Silêncio
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: Espírito da Paz
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: Espírito da Paz
Alfredo Domingues
A cantar
Lá vou nesta terra
Ao meio do mundo
E amanhece, O futuro
Sou assim
Sou este mistério
Maior que tudo
Que acontece
No meu mundo
Vontade, Mistério
Verdade, Ajuda
Assim, pouco a pouco
escolhi, o presente Silêncio
Silêncio, tão pouco querido
oh, derradeiro momento
Silêncio, Momento, Silêncio
6
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Sentimento
Alfama
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: Espírito da Paz
Música: Pedro Ayres Magalhães; Rodrigo Leão
Letra: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
Perfeito e bom sentimento
Em mim morou
Que amor maior nunca houve
E o fim, chegou
Estranho favor fez o vento
Vento que o tempo esqueceu
Venham de longe me ouvir
Que eu também vou cantar alto
Ah, já vi, O meu fado
Agora,
que lembro,
As horas ao longo do tempo;
Desejo,
Voltar,
Voltar a ti,
desejo-te encontrar;
Esquecida,
em cada dia que passa,
nunca mais revi a graça
dos teus olhos
que eu amei.
Má sorte,
foi amor que não retive,
e se calhar distrai-me...
- Qualquer coisa que encontrei.
38
7
Amargura
Rabelo
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: Espírito da Paz
Música: José Flávio Martins; Quico
Letra: José Flávio Martins
Intérprete: Frei Fado d’El Rei
In: ’Danças no tempo’, 1995
José Ferreira Alves
Amargura, descansada triste
Parece lonjura ou medo?
É quase certo,
Que nada existe
Nada está perto,
Nem eu estou triste
Meu destino
Quem mo dera
Se o comprar
Meu rio espera...
Tenho horas de caminho
Tanto rio percorrido!
O sol foge
Vai pro mar
É de noite
O meu luar...
E tão longe o cais me aguarda
Ansiosa esta chegada!
Meu barco está cheio
De vinho sagrado
E o Porto está longe
De ser alcançado
Tocam sinos
Corre o povo
Chega o vinho
O Porto é novo
Serei tua luz
Que ao Porto te leva
O cais está perto
Meu barco navega
Tocam sinos
Corre o povo
Chega o vinho
O Porto é novo
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37
Pregão
Amores do Douro
Letra e música: Francisco Ribeiro
Intérprete: Madredeus
In: Espírito da Paz
Música: Ricardo Costa; Carla Lopes
Letra: popular
Intérprete: Frei Fado d’El Rei
In: ’Danças no tempo’, 1995
[email protected] (Alfredo Domingues)
José Ferreira Alves
Olha a estrela de Alba
Chama de amanha
Ó amanha, o teu abraço
Oxalá, me não apague
A paixão na minha alma
Ó paixão, nem a manha
Apaga a luz que tem a chama
do teu belo olhar
Já é hora da chamada
Alto cantei
Ó meu amor se te fores
Leva-me no teu coração
Eu navego nos teus olhos
E tu no meu coração
O meu coração é terra
Hei-de mandar cavá-lo
Para semear saudades
Que tenho de te falar
Lá vai o rio correndo
Oh, quem mo dera agarrar
O amor é como um rio
Vai-se e não torna a voltar
Ó rio que vais correndo
Levas meu bem que eu adoro
Se te faltarem as águas
Leva as lágrimas que choro
Aí vai meu coração
Se o quiseres matar, podes:
Olha que estás dentro dele
Se o matas também morres
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9
Amor popular
Perdi meu amor no mar
Música: Carla Lopes
Letra: José Flávio Martins
Intérprete: Frei Fado d’El Rei
In: ’Danças no tempo’, 1995
Música: José Flávio Martins
Letra: José Flávio Martins; Cristina Bacelar
Intérprete: Frei Fado d’El Rei
In: ’Danças no Tempo’, 1985
José Ferreira Alves
Trago no rosto um desgosto
Que se afasta com um beijo.
Meu amor não se afastou
Quem lucrou foi meu desejo...
Perdi meu amor no mar
Tão cedo não volto a vê-lo
Se a onda não mo tragar
Eu quero voltar a tê-lo
Corações, pedras caladas,
Namoram longe o adeus,
Sentem o aroma de amor
Amor não há como o meu...
Se o meu amor não regressa
Para o reino que é sagrado
Jurar-me-sei uma promessa
De voto tão castrado
Mas se fico longe eu choro
Por este amor popular,
Sinto o gosto que é amar
A vontade de ficar...
Ai, Deus!
Ai, Deus!
Traz-mo de volta à terra
Ai, Deus!
Ai, Deus!
Que o meu amor também erra
Esperei o sol raiar
E o meu amor não surgiu
Sozinha e a desejar
Que o meu coração partiu
10
35
O Tejo
Ao longe o mar
Música: José Peixoto
Letra: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: Espírito da Paz
Madrugada,
Descobre-me o rio
que atravesso tanto
para nada,
Porto calmo de abrigo
De um futuro melhor(maior)
Porventura(Ainda não está) perdido
No presente temor
Não faz muito sentido
Não esperar (Já não espero) o melhor
Vem da nevoa saindo
A promessa anterior
Quando avistei ao longe o mar
Ali fiquei, Parada a olhar
Sim, eu canto a vontade
Canto o teu despertar
E abraçando a saudade
Canto o tempo a passar
Quando avistei ao longe o mar
Ali fiquei, Parada a olhar
Quando avistei ao longe o mar
Sem querer, deixei-me ali ficar
E este encanto,
prende por um fio,
é a testemunha do que eu sei dizer.
E a cidade,
chamam-lhe Lisboa,
mas é só o rio
que é verdade,
só o rio,
é a casa de água,
casa da cidade em que vim nascer.
Tejo, meu doce Tejo, corres assim,
corres há milénios sem te arrepender,
és a casa da água onde há poucos anos eu escolhi nascer.
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11
A praia do mar
Os senhores da guerra
Música: José Peixoto
Letra: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: ’Paraíso’, 1997
Música: Francisco Ribeiro
Letra: Pedro Ayres Magalhães; Francisco Ribeiro
Intérprete: Madredeus
In: Espírito da Paz
Victor Almeida
[email protected] (Alfredo Domingues)
Corre menina à beira do mar
corre, corre, pela praia fora
que belo dia que está, não está
e o primeiro a chegar não perde
La fora estão os senhores da guerra
E cantam já hinos de vitória
Qual é a historia desta terra?
É o medo, ali mesmo
Cá dentro estão os homens á espera
Unidos no destino da terra
Já não há memoria, de paz na terra
É o medo, ali mesmo
Ó terra, Mais um dia a nascer
Ai, é menos um dia a morrer
É tão pouca a gloria duma guerra
E os os homens que as fazem sem vitorias
Já não há memoria, de paz na terra
É o medo, ali mesmo
Andam as ondas a rebentar
e o relógio a marcar horas
a sombra é quente, e quase não há
e o sol a brilhar já ferve
Corre a menina à beira do mar
corre enquanto a gaivota voa
vem o menino para a apanhar
e a menina sentindo
Anda o barquinho a navegar
vem do Porto pra Lisboa
foge a menina da beira mar
foge logo quando a maré sobe
Andam a brincar
na praia do mar
as ondas do mar
andam a rebentar
na praia do mar
andam a brincar
as ondas do mar
andam a rebentar
as ondas do mar
andam a rebentar
E é tão bonita a onda que vem
como a outra que vejo ao fundo
a espuma branca que cada tem
é a vida de todo o mundo
Nota:
Saiu ontem (Segunda) o ultimo álbum dos MadreDeus, ’O
Paraíso’, um álbum diferente dos anteriores pois não tem a
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33
O Pastor
Música: Madredeus
Letra: Pedro Ayres Magalhães
In: MadreDeus-Existir 90
jj(Dez-95)
O Pastor
Ai que ninguém volta
ao que já deixou
ninguém larga a grande roda
ninguém sabe onde é que andou
Ai que ninguém lembra
nem o que sonhou
(e)aquele menino canta
a cantiga do pastor
presença do acordeão nem do violoncelo, mas com duas presenças novas: Carlos Maria Trindade nos sintetizadores (o rapaz foi dos Heróis do Mar) e do Fernando Júdice (T rovante)
no baixo. O álbum, como disse, é diferente, mas um diferente lindíssimo. E é tão bom ouvir novamente a Teresa :) Os
’novos’ MadreDeus são:
Teresa Salgueiro: Voz
Pedro Ayres Magalhães: Guitarra clássica
José Peixoto: Guitarra clássica
Carlos Maria Trindade: Sintetizadores
Fernando Júdice: Baixo
’Salvé, Esta é a musica que escrevemos para todos que
nos receberam. O nosso lema foi: EVITAR A SOLUÇÃO
FINAL. Estou convencido que estas canções continuarão a
crescer com a água da vossa atenção. Muito obrigado pelo
entusiasmo.’
Ao largo
ainda arde
a barca
da fantasia
e o meu sonho acaba tarde
deixa a alma de vigia
Ao largo
ainda arde
a barca
da fantasia
e o meu sonho acaba tarde
acordar é que eu não queria
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13
As cidades e os campos
O paraíso
Letra e música: Francisco Ribeiro
Intérprete: Madredeus
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: ’Paraíso’, 1997
Victor Almeida
Longe das aldeias, longe das casas
Ouvimos cantar todas as fontes
E na solidão dos velhos montes
Beijamos as águas dos ribeiros
Mas de tudo já esqueceste
Neste mundo tudo muda
Agora estou triste e sozinho
Nesta cidade escura e fria
Onde a vida é uma agonia
Minha vida
Vida
Subi a escada de papelão
Imaginada
Invocação
Não leva a nada
Não leva não
É só uma escada de papelão
Há outra entrada no paraíso
Mais apertada
Mais sim senhor
Foi inventada por um anão
E está guardada
Por um dragão
Eu só conheço
Esse caminho
Do paraíso
14
31
O Menino
As cores do sol
Música: Francisco Ribeiro
Letra: popular
Intérprete: Madredeus
In: MadreDeus-Existir 90
(canção infantil)
Música: Pedro Ayres Magalhães; Gabriel Gomes
Letra: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: Espírito da Paz
jj(Ago-95)
Meu Padre-nosso pequenino
que tem a chave do menino
-Quem lha deu, quem lha daria,
foi S.Pedro, Santa Maria
Cruzei montes, cruzei fontes,
que o pecado não encontre
nem de dia nem de noite
nem ao pino do meio dia
Já os galos pretos cantam
já os anjos se alevantam
já o Senhor subiu à cruz
para sempre
Amen
Jesus
30
Ao cair da tarde
Penso sempre mais
E a luz que me invade
São as cores naturais
Cada figura
que passa por mim
nem me perturba
e eu fico assim
Longe me leva este silêncio
e o sentir que se altera
são as cores do sol
E eu fico encantada
e eu sinto-me a arder
quando o dia se apaga
fica tanto por fazer
15
A vaca de fogo
O mar
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: ’Os dias de Madredeus’
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: Espírito da Paz
À porta
daquela igreja
vai um grande corropio
À volta
duma coisa velha
reina grande confusão
Os putos
já fogem dela
deita o fogo a rebentar
soltaram
uma vaca em chamas
com um homem a guiar
Não é nenhum poema
o que vos vou dizer
Nem sei se vale a pena
Tentar-vos descrever
O Mar, O Mar
E eu fui aqui ficando
só para O poder ver
E fui envelhecendo
sem nunca o perceber
O Mar, O Mar
São voltas
Ai amor são voltas
sete voltas
são as voltas da maralha
Ai são voltas
Ai amor são voltas
são as voltas
são as voltas da canalha
No largo
daquela igreja
vive o ser tradicional
à volta
duma coisa velha
e não muda a condição
16
29
O ladrão
Céu da Mouraria
Música: Madredeus
Letra: Pedro Ayres Magalhães; Teresa Salgueiro; Francisco Ribeiro
In: MadreDeus-Existir 90
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
jj(Dez-95)
Quando Lisboa acordar
Do sono antigo que é seu,
Hei-de ser eu a cantar,
Que eu tenho um recado só meu.
Basta-me um segundo
Saio porta fora
Quando o tribunal
Acordar a senhora
Céu da Mouraria... ouve,
Vai chegar o dia novo!
(e) vou ser eu quem conta
tudo ao sr. polícia
a acordar a esquadra
a trazer a milícia
E o sol, das madrugadas todas,
Névoa de um povo a sonhar,
Os teus mistérios, Lisboa
São, as pombas que ainda há...
A porta fechou-se
e ninguém lhe bateu
o senhor ladrão
nem sequer apareceu
Abriu-se a janela
veio o jardineiro
agarrou-se a ela
não sei que lhe deu
-Ah mas onde é que estão
as aldeias todas?
não veio o ladrão
já não há pessoas?
A porta fechou-se
e ninguém lhe bateu
o senhor ladrão
nem sequer apareceu
Oh Sr. Sinistro
tenha lá cuidado
que o melhor do mundo
é não ser enganado...
-Ah mas onde é que estão
as aldeias todas?
não veio o ladrão
já não há pessoas?
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17
Culpa
Milagre
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: Espírito da Paz
Música: Rodrigo Leão
Letra: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
Culpa que me segues sem eu querer
Jura que me deixas decidir
Aceitas ou não que nunca é tarde
aceitas ou não que voltarei
Se calhar, se calhar
Amanha há-de haver mais, mas eu não sei
Se calhar, devagar
Vou voltar á magoa que deixei
É grande o silêncio,
Aguardo o milagre,
chegas amor finalmente,
Ó meu amor, mesmo tarde;
E vou livremente,
contigo a meu lado,
tenho o meu mundo contente,
neste sonhar acordado.
- Onde está a tua voz, quero ouvir a tua voz...
- Onde está a tua voz, queria ouvir a tua voz...
O desejo pretende,
louvar a saudade,
A tua voz anda ausente,
e eu estar contigo é milagre.
18
27
Menino do mar
Destino
Música: Carla Lopes
Letra: Carla Lopes
Intérprete: Frei Fado d’El Rei
In: ’Danças no tempo’, 1995
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
Intérprete: Madredeus
In: Espírito da Paz
Alfredo Domingues (jeito de jj, Luís Jordão)
José Ferreira Alves
Águas paradas, Claro mar
um quase nada, muito melhor
Nesta viagem que comecei
Grave miragem a mim chamei
Se foi meu destino
contar com uma historia tão breve
e longo o caminho
mas a alma quer
Se foi meu destino
Cantar com uma voz que me chora
e longo caminho
Mas a alma adora
Ai menino pequenino
Que nasceu pra cá do mar
Ai agora vais dormir
As ondas vão-te embalar
Ai menino pequenino
Que cresceu pra lá do mar
Agora não vais dormir
Agora vais trabalhar
Só o vento só o vento
E a chuva para brincar
Corre o negro vem depressa
Não te deixes apanhar
Ai menino pequenino
Que ficou em alto mar
Ai agora vais dormir
Os anjos vão-te embalar
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19
Deusa de azul
Memórias de um trovador
Música: José Flávio Martins; Carla Lopes
Letra: José Flávio Martins
Intérprete: Frei Fado d’El Rei
In: ’Danças no tempo’, 1995
Música: José Flávio Martins
Letra: José Flávio Martins
Intérprete: Frei Fado d’El Rei
In: ’Danças no tempo’, 1995
José Ferreira Alves
José Ferreira Alves
Na água me escondo
Entre cardumes e corais
Meu caminho é bem longo
Longo demais!...
Por um reinado homens lutavam
Por uma honra homens sonhavam
Diz-me meu rei qual o caminho
Que eu seguirei forte e sozinho
Na onda me enrolo
E o mar é meu
O céu traz-me ao colo
Julga-me seu!
Sou trovador
Sirvo o meu rei
Faço canções e nunca amei
Subo a calçada
Não ligo a nada
Mas vou cantando na doce chegada
Se triste me encontras
No azul do mar
Uma história me contas
Pra me encantar
Versos de um dia poemas de outrora
Minha melodia acabou-se agora
Para outro reino eu vou chegando
Sempre cantando mui nobre senhor
Se eu voar
Teu nome hei-de lembrar
No céu, no mar
Onde o amor me deixar!
Sou trovador
Sirvo o meu rei
Faço canções e nunca amei
Subo a calçada
Não ligo a nada
Mas vou cantando na doce chegada
20
25
Haja o que houver
Donzela
Letra e música: Pedro Ayres Magalhães
In: ’O Paraíso’, 1997
Música: Carla Lopes
Letra: José Flávio Martins
Intérprete: Frei Fado d’El Rei
In: ’Danças no tempo’, 1995
Victor Almeida
Haja o que houver
eu estou aqui
haja o que houver
espero por ti
Volta no vento
Ó meu amor
Volta depressa
por favor
Há quanto tempo já esqueci
Porque fiquei
longe de ti
Cada momento
é pior
Volta no vento
por favor
José Ferreira Alves
Donzela de corpo frio
Diz-me onde te encontrar
O teu novelo sem fio
E um sorriso de encantar
Se eu soubesse onde estavas
Teu castelo eu trepava
Só pra sentir o teu sorrir
E te amar, bem devagar
Eu sei, eu sei
Quem és para mim
Haja o que houver
volta para mim
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Em Coimbra serei tua
Guitarra
Música: Né Ladeiras; Pedro Ayres Magalhães
Letra: Pedro Ayres Magalhães
Música: Pedro Ayres Magalhães; Rodrigo Leão
Letra: popular: poetas do fado
Intérprete: Madredeus
Victor Almeida
Três luzes acesas
Serão o meu sinal
Quando me cantares
A serenata dos teus desejos
Guitarras tremendo baixinho
À noite naquele choupal
Quando uma guitarra trina
Nas mãos de um bom tocador
A própria guitarra ensina
A cantar seja quem for
Em Coimbra serei tua
Em Coimbra serei tua
Eu quero que o meu caixão
Tenha uma forma bizarra
A forma de um coração
A forma de uma guitarra
Num barco sózinho
Desceremos o Mondego
Quando me cantares
A serenata dos teus desejos
Guitarras tremendo baixinho
À noite naquele choupal
Guitarra, guitarra querida
Eu venho chorar contigo
Sinto mais suave a vida
Quando tu choras comigo
Em Coimbra serei tua
Em Coimbra serei tua
Nota:
Acerca deste album deixa-me acrescentar que reuniu do que
melhor há em termos de instrumentistas em Portugal, a ver:
Mário Laginha e António Emiliano no piano, Tomás Pimentel, Edgar Caramelo e Carlos Taínha nos metais e outras cornetas, António José de Almeida na bateria Pedro Ayres de
Magalhães (sintetizadores e guitarras) e Ricardo Camacho (sintetizadores).
’Este disco pertence a todas as pessoas que, desde o dia
10 de Agosto de 1959, fizeram do cinzento um «Sonho Azul»
(não vale a pena acusar-Vos, Vocês sabem muito bem quem
são!)... e ao Miguel, porque é meu filho, tendo sido meu sonho.’
Né Ladeiras
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