Cria Memorial Roberto Burle Marx

Transcrição

Cria Memorial Roberto Burle Marx
1994
Nº
Despacho
PROJETO DE LEI Nº 707/94
“AUTORIZA O PODER EXECUTIVO A
CRIAR O MEMORIAL ROBERTO BURLE
MARX NA ESTRUTURA DA SECRETARIA
MUNICIPAL DE CULTURA E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS”.
Autora: Vereadora LEILA MAYWALD
A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
DECRETA:
Art. 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a criar na estrutura organizacional da
Secretaria Municipal de Cultura o Memorial Roberto Burle Marx.
Parágrafo Único - O Memorial Roberto Burle Marx fará parte do Complexo do Aquário
Municipal.
Art. 2º - São objetivos principais do Memorial Roberto Burle Marx:
I - Preservar a Memória do seu Patrimônio Artístico e Paisagístico;
II - Divulgar o conjunto de sua obra;
III - Promover a exposição permanente de todos os aspectos de sua criação artística e
profissional;
IV - Promover a exibição de vídeos com documentários sobre a sua biografia;
V - Estimular a visitação de alunos das escolas públicas e particulares da cidade;
VI - Colaborar para o incentivo do turismo no Parque do Flamengo.
Art. 3º - O Poder Executivo poderá acordar com entidades públicas e privadas,
municipais, estaduais, federais e internacionais, o estabelecimento de situações que
visem o desenvolvimento das atividades do Memorial Roberto Burle Marx.
Art. 4º - Os cargos comissionados e as funções gratificadas do Memorial Roberto
Burle Marx serão criados por Lei de iniciativa do Poder Executivo.
Art. 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Plenário Teotônio Villela, 3 de agosto de 1994.
Vereadora LEILA MAYWALD
Líder do Partido Verde
JUSTIFICATIVA
O local mais adequado para um Memorial em homenagem a Roberto Burle
Marx é o Parque do Flamengo, pois além de ser a sua obra máxima, era a preferida
dentre todas as que criou e a que lhe deu projeção internacional.
A sua biografia enche de orgulho aos corações dos brasileiros que se
empenham pela defesa dos valores ecológicos nacionais que ele tão bem representava.
Quando jovem, Burle Marx recebeu do pai uma receita para uma vida feliz: “O
homem deve deixar o coração guiá-lo na escolha da profissão, mas seja qual for a
profissão escolhida, ele precisa esforçar-se ao máximo para se destacar nela”.
Roberto levou o conselho a sério. Ele estudou canto, fez tapetes, desenhava,
pintava quadros, fazia cerâmicas, projetou cenários e guarda-roupas para teatro e balé tudo em nível altamente profissional. Já desenhou também milhares de jóias em ouro e
pedras preciosas.
Muitos logradouros públicos e edifícios particulares ecibem afrescos e murais
feitos por Burle Marx e seus desenhos e trabalhos em óleo fizeram dele um nome
internacional na arte contemporânea.
Pela maneira como utilizava a natureza para
exprimir os seus conceitos da vida humana, o Instituto de Arquitetos dos Estados Unidos
concedeu-lhe em 1965 a sua Medalha de Mérito Artístico.
Em 1928, quando completou 19 anos, a família mandou-o a Berlim para
estudar canto. Aí, frequantando o Jardim Botânico de Dahlem, ele abriu os olhos para a
beleza das plantas do Brasil.
Ao contrário dos brasileiros, os europeus adoravam o
bambu, as broméliáceas e as orelhas-de-elefante e todas as outras plantas exóticas dos
trópicos.
Voltando ao Brasil, Burle Marx introduziu plantas nacionais no jardim de seus
pais, onde predominavam rosas e cercas de bruxo. Não havendo onde comprá-las, ele ia
às matas e voltava cheio de tesouros. Assim começou uma atividade que ia durar uma
vida inteira e que visava, entre outras coisas, a mostrar aos brasileiros que a terra de
seus quintais era dadivosa.
Lúcio Costa, arquiteto e vizinho de Burle Marx, passando um dia por sua casa,
ficou admirado não apenas de ver o emprego que ele fazia das plantas nacionais, mas
também a perícia com que o jovem artista as combinava. Lúcio Costa, que mais tarde
iria ter fama internacional, estava projetando um edifício de exposições e o convidou para
fazer o jardim. O edifício e o jardim fizeram enorme sucesso naquele ano de 1933.
Em 1935 Roberto já fizera três jardins para o Recife: o Jardim Aquático da
Casa Forte, o Jardim de Cacto de Benfica e o Jardim da Praça da República.
Seis anos depois ele recebeu a Medalha de Ouro de Pintura da Escola Nacional
de Belas Artes, mas nunca mais deixaria de lidar com plantas.
Em 1959 lançou-se a um dos projetos mais audaciosos que foi a paisagização
do Aterro Glória-Flamengo. Uma faixa de 1 milhão e 300 mil metros quadrados tomados
ao mar para formar parques e praias.
As pistas de alta velocidade que cruzam o Aterro e os veículos coloridos que
correm por elas fazem parte do jardim, compondo com ele uma unidade com todas as
variadas funções do terreno tomado ao mar, modificando a topografia, utilizando os
vastos gramados salpicados de plantas tropicais, espessas massas de folhas de coloridos
exóticos, agrupamentos de pedras, viadutos e passagens baixas que escondem e
emolduram panoramas fascinantes.
Roberto Burle Marx desde 1949 possuía um sítio em Guaratiba onde viveu
como um rei em meuio a um esplendor que só a natureza e a arte podem proporcionar.
Nesta sítio existem plantas de todas as zonas tropicais do mundo. A casa tem uma
galeria para exposições de obras da natureza e do homem.
Ao lado da galeria,
atravessando um gramado, fica uma igrejinha barroca do século dezessete, restaurada
por ele, que parece testemunhar não ter limite o variado interesse e talento artístico
deste que foi, sem dúvida o mago dos jardins.

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