VIII Vitrine do Milho Silagem

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VIII Vitrine do Milho Silagem
Edição 310 . Ano XXIII . Março de 2015. Viçosa - MG
VIII Vitrine do Milho Silagem
Arthur Frederico Magalhães
Estudante de Medicina Veterinária
No dia 4 de março de 2015 ocorreu a VIII Vitrine do Milho Silagem na área da Agronomia/
Aeroporto da UFV, em Viçosa/MG. Com participação de diversas empresas de semente de milho, fertilizantes e defensivos agrícolas, o dia de
campo contou com aproximadamente 200 presentes, dentre eles, produtores, assistidos pelo
PDPL/PCEPL, técnicos, estagiários, estudantes
e professores da UFV. A atividade faz parte do
calendário de eventos do Programa, tendo como
objetivo central a apresentação de novas tecnologias a serem aplicadas na produção de milho
para silagem aos produtores e estudantes, afim
de maximizar os rendimentos apresentando custos compatíveis.
O evento contou com a presença do Vice Reitor Prof. João Carlos Cardoso Galvão e do pró-reitor de Ciências Agrárias Prof. Rubens Alves
de Oliveira, onde ambos frisaram a excelência do
evento para a divulgação de novas tecnologias,
além da capacitação técnica dos estagiários. A
abertura realizada pelo Coordenador Geral do
PDPL/PCEPL Prof. Adriano Provezano confirmou a importância do evento para a região, visto
que é o maior dia de campo voltado para silagem
de milho da Zona da Mata Mineira, e inteirou
que o mesmo fora conduzido integralmente pelos estagiários do Programa como complementação de sua formação profissional.
O coordenador técnico Christiano Nascif relatou os baixos índices pluviométricos atingidos
na safra 2014/2015, que não foram superiores à
50% do volume total esperado para a período,
salientando os impactos pelo segundo ano consecutivo do veranico na região, confirmando a
importância da elaboração de um planejamento
de volumosos, assim como a utilização da safrinha de milho ou sorgo como estratégia para
complementar a produção, otimizando a produtividade da terra, visto seu elevado valor, intensificando o seu uso na produção de alimentação
volumosa para o rebanho.
Encerrando as apresentações iniciais os participantes foram divididos em dez grupos que
em um sistema de rodízio percorreram as estações (Pionner: Ponto de colheita e qualidade da
silagem; UFV: Estágios fenológicos da cultura
do milho; Agroceres: Importância da plantabilidade no aumento da produtividade; Biomatrix: Uso de aditivos e inoculantes na silagem;
A coleta de dados da lavoura foi realizada no dia 03 de
março juntamente com a determinação da matéria seca (MS)
dos híbridos, utilizando o Koster. Segue abaixo, os resultados
preliminares, sendo que as análises bromatológicas serão posteriormente divulgadas.
Tratamentos
Produtividade
Ton MN/
ha
Produtividade
Ton MS/
ha
Nº
Empresa
Híbrido
1
Riber
KHS
RB 9004
PRO
65,2
18,25
2
Agroeste
AS 1581
PRO
55,6
17,52
3
Santa
Helena
SH 7090
PRO 2
54,2
17,32
4
Syngenta
FEROZ VIP
56,9
17,3
5
Agroceres
AG 7098
PRO
54,09
17,3
6
Pioneer
P 3862 H
53,3
17,14
7
Biogene
BG 7049 H
52,11
17,12
8
Biomatrix
BM 3063
PRO 2
50,85
16,27
Stoller: Adubação Foliar; Riber KWS: Boas práticas X Efeitos Climáticos; Syngenta: Principais doenças na cultura do milho e seu
controle; Biogene: Manejo Integrado de Pragas; Agroeste: Transgenia na cultura do milho; Santa Helena: Manejo de resistência
de plantas daninhas) recebendo informações técnicas e aplicadas
sobre a produção de milho para silagem.
Segundo Thiago Camacho, Engenheiro Agrônomo e técnico
do PDPL/PCEPL: “O produtor deve sempre buscar o aumento
da produtividade de suas lavouras, afim de reduzir os custos de
produção, aplicando tecnologias disponíveis compatíveis com a
sua realidade”. Já para a estudante de Agronomia e estagiária do
Programa, Marcela França, o evento além de contar com a divulgação de novas tecnologias, contribuiu para o aprendizado teórico e auxílio ao produtor rural na tomada de decisão para futuros
plantios.
Apesar de possuírem condições semelhantes de plantio, é possível observar a variação na produtividade final, seja em matéria
natural (MN) ou matéria seca (MS), o que evidencia a particularidade de cada hídrido, sendo fundamental complementar com o
resultado da análise bromatológica. Porém, o básico não deve ser
esquecido, uma correta amostragem do solo, sua eficiente correção, e um plantio bem feito implicam significativamente no resultado final da lavoura.
Foi determinado o custo de produção da lavoura,
para efeitos de cálculo os valores para ensilagem foram
estimados. Totalizando R$68,75 a ton/MN e R$219,95 a
ton/MS.
Descrição
Custo de formação/ha
Custo/ha (Gastos estimados com a ensilagem)
Custo/ton MN (Gastos estimados com a
ensilagem)
Custo/ton MS (Gastos estimados com a
ensilagem)
Valores
(R$/ha)
2686,90
3800,00
68,75
219,95
Vista parcial da vitrine
Veja também nesta edição
Dica do Agrônomo:
Produtores: atentem-se
ao cadastramento no CAR
2
Momento do
Produtor:
Conheça o Sítio
Aurora
3
A influência da chuva na
produção de volumosos
na região de Viçosa
5
Como reduzir a CCS de
uma propriedade leiteira
6
Cadastro Ambiental Rural – CAR
Produtores atentem-se ao cadastramento no CAR,
a data final é no dia 05 de maio de 2015.
Henrique Raimundi
Estudante de Agronomia
O CAR é um registro eletrônico de abrangência nacional junto ao órgão ambiental
competente (SINIMA), obrigatório para todos
os imóveis rurais, com o objetivo de integrar
as informações ambientais das propriedades
rurais, gerando dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e o combate ao desmatamento. O produtor
que não realizar o cadastro pode ficar impedindo de obter crédito junto aos órgãos das
instituições financeiras.
O passo a passo que o produtor deve seguir é:
1. Inscrição do imóvel rural SICARMG.
Documento emitido atestando a inscrição do
imóvel no sistema.
2. Recibo de inscrição do imóvel no
CAR. Recibo emitido após a integração dos
dados inscritos no SICARMG com o SICAR
Nacional.
3. Recibo Homologado. Documento emitido pelo órgão ambiental ou por instituição
por ele habilitada.
Informativo da Produção
de Leite
4. Reserva Legal. Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos desta lei, (Não pode fazer
uma cerca de árvores, pois ambientalmente
não tem utilidade).
5. Área de Preservação Permanente –
APP. Área coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade.
6. Área rural consolidada. Área de imóvel rural com ocupação, como por exemplo,
benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris,
no caso do sistema agrossilvipastoris tem a
adoção do regime de pousio (Não tinha na
área ambiental).
7. Pousio (Prática Cultural). Prática de
interrupção temporária de atividades ou de
usos agrícolas, pecuários ou silviculturais,
por, no máximo, cinco anos, para possibilitar
a recuperação da capacidade de uso ou da estrutura física do solo.
8. Módulo Rural. É calculado para cada
imóvel rural em separado, e sua área reflete
o tipo de exploração predominante no imóvel rural (um módulo fiscal é uma área onde
uma família consegue ter subsistência, sobreviver, dignamente).
Áreas de Preservação Permanente –
APPs: As faixas marginais de qualquer curso
de água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros ( forma na hora em que está
chovendo), desde a borda da calha do leito
regular, em largura mínima de: 30 metros,
para os cursos de água de menos de 10 metros de largura; 50 metros, para os cursos de
água que tenham de 10 a 50 metros de largura; 100 metros, para os cursos de água que
tenham de 50 a 200 metros de largura.
As áreas no entorno das nascentes e dos
olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 metros.
Reserva Legal: Devem-se observar os
seguintes percentuais mínimos, em relação à
área do imóvel. Na Zona da Mata o percentual
mínimo em relação à área do imóvel é de 20%.
A novidade na nova Lei Florestal é a possibilidade de se contabilizar as APPs na reserva legal desde que:
Não implique a conversão de novas áreas
para o uso alternativo do solo (não pode suprimir a vegetação em troca por APP).
A APP a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação.
O imóvel esteja incluído no Cadastro
Ambiental Rural – CAR.
A Reserva Legal deve ser conservada com
cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural, possuidor ou ocupante a
qualquer titulo, pessoa física ou jurídica, de
direito público ou privado.
O SICAR – MG (Sistema de Cadastro
Ambiental Rural) possui um programa on-line o SISEMANET, onde numa prestação
de serviço deve ser feito o cadastro em nome
do produtor, criando uma senha + login. Para
obter mais informações sobre o CAR (Cadastro Ambiental Rural) o produtor deve procura o sindicato rural de seu município.
Você sabe o quanto sua vaca produz?
Tainara Santiago
Estudante de Zootecnia
Gabriel Mafia
Estudante de Agronomia
Em um mercado cada vez mais competitivo e especializado, onde os menos eficientes não têm espaço, é impossível imaginar
um sistema de produção onde o produto
principal não tenha sua produção mensurada. E tratando-se da produção leiteira, como
saber se uma vaca está sendo rentável ou não
dentro da sua fazenda? Para isso existem o
controle leiteiro e a lactação encerrada que
são duas ferramentas imprescindíveis para o
sucesso da produção.
O controle leiteiro consiste na mensuração da produção de uma vaca no rebanho, e
o ideal é que seja feito no mínimo uma vez
por mês. Este controle pode ser feito de várias maneiras como, por exemplo, em sistemas de ordenha balde ao pé e ordenha manual, onde pode ser medido na lata de leite;
ou mesmo em um balde graduado, em sistemas de ordenha canalizada, que pode usar o
copo medidor; e em algumas ordenhas mais
sofisticadas o medidor automático. Mas, independente de qual seja o tipo de ordenha, é
indispensável que o controle seja feito.
Essa ferramenta ainda auxilia o produtor a
dividir os lotes, de forma que a distribuição da
alimentação seja feita de acordo com a produção,
podendo também avaliar a eficiência da dieta.
No exemplo de controle leiteiro, existe um espaço observação onde o ordenador
pode anotar qualquer anormalidade, que explicaria a queda do leite como por exemplo;
Cio, ocorrência de mastite ou qualquer outra
doença ocorrida com animal.
Com o controle leiteiro em mãos podemos assim determinar a produção total de
uma vaca durante uma lactação chamamos
essa ferramenta de lactação encerrada. Essa
ferramenta tem a finalidade de identificar
animais superiores no seu rebanho possibilitando o produtor criar critérios para descarte
dos inferiores contribuindo na seleção do seu
rebanho. Essa ferramenta possui ainda duas
variáveis a lactação encerrada corrigida para
305 dias e a lactação encerrada por intervalo
entre partos. A lactação encerrada corrigida
para 305 dias tem por finalidade criar uma
base comparativa entre indivíduos, é uma
simulação como se todos os animais tivessem uma lactação ideal que durasse 305 dias
(Considerando que o animal ficasse seco 60
dias).Já na lactação encerrada por intervalo
entre parto, considera-se a produção final dividida pelo intervalo de partos em meses e
multiplica-se o valor por 12, gerando um índice em que é possível comparar os animais
com maior produção e melhor desempenho
reprodutivo, dentro do intervalo de 1 ano.
Além disso, com a ajuda desses dois índices Controle leiteiro e Lactação encerrada é
possível identificar o ponto de cobertura total por animal, que seria o mínimo de produção que o animal precisaria para cobrir todos
os seus custos tanto fixos quanto variáveis.
Uma vez que um produtor tem conhecimento do quanto uma vaca lhe gera de renda e
quanto é o seu custo, podemos determinar
o lucro que ela produz. Assim selecionamos
os animais realmente rentáveis dentro de um
rebanho e identifica-se os animais que estão
gerando prejuízo.
Contudo, foi demonstrada a grande importância de se realizar o controle leiteiro
e de encerar as lactações individualmente.
Assim o produtor que tem conhecimento
da produção de seus animais e o custo de
produção dos mesmos, tem uma excelente
ferramenta de tomada de decisões para sua
propriedade.
Exemplo de um controle Leiteiro: Pesagem 10/03/2015 Fazenda: Bela Vista Proprietário: José Afonso Frederico
Animal
1º ordenha
2ºordenha
Jacobina
16 litros
9 litros
Jade
13 litros
9,4 litros
Jalinda
15 litros
5 litros
Observação
Mastite
Exemplo de uma planilha de Lactação encerrada:
Vaca
Intervalo
entre partos
Dias em
lactação
Argila
12,5 meses
301
Deusa
20 meses
Gislaine
12,1meses
Lactação encerrada
Corrigida
em 305 dias
Corrigida por intervalo de partos
7.964,0
8.074,0
7.524,2
385
11.242,0
6.093,6
6.744,5
309
9.552,3
9.423,9
9.448,8
Total
Olá, pessoal! Este mês vamos visitar o Sítio Aurora, propriedade dos senhores Alvimar Sérgio e Paulo,
localizada no município de Teixeiras/MG. Produtores assistidos pelo PDPL/PCEPL desde abril de 2007.
Sr. Alvimar Sérgio e vista panorâmica da propriedade.
A fazenda possui uma área total de 40 héctares, sendo 12,4ha destinados
ao plantio de milho para silagem, com o uso de 4,8ha na safrinha para
plantio de milho e sorgo; 1,6ha de canavial, 0,3ha de capineira, 19ha de
pastagem formada e 0,9ha de benfeitorias.
Sr. Paulo e técnico André Navarro no XXV Torneio Leiteiro PDPL, recebendo o
prêmio do 2º Lugar Primeira Cria 2 Ordenhas até 35Kg
A produção atual é de 550 litros/dia, volume esse igual ao ponto de nivelamento da propriedade, com média de 15,2 litros/VL/dia e 12,2 litros/
VT/dia. O objetivo do produtor é atingir 1.000 litros/dia, produção essa correspondente ao ponto ótimo econômico da fazenda, o que ocorrerá
em cerca de 3 anos, uma produção superior a essa é economicamente inviável devido aos grandes investimentos necessários.
O rebanho da propriedade é composto por animais das raças Holandês, Jersolando e Girolando, com grau de sangue entre 5/8HZ e PC, além de 1/4HJ e
31/32HJ. O acasalamento da propriedade está sendo dirigido, com o objetivo
de alcançar o grau de sangue entre 3/4HZ e 7/8HZ, utilizando para isso touros
holandeses e girolandos. Nas novilhas têm-se optado pelo uso de sêmen sexado
holandês, visando uma reposição mais rápida do rebanho.
Lote 1 de vacas em lactação
Um ponto forte da propriedade é o ganho de peso dos animais, atualmente o
ganho de peso ponderal médio, dos últimos 12 meses, é de 0,630Kg, levando
a uma idade de primeiro parto prevista de aproximadamente 25,2 meses – o
que mostra uma melhora visto que a atual idade de parto das novilhas é de 29,5
meses.
novilhas da propriedade
Um outro ponto forte da propriedade é a qualidade do leite, que na média, dos anos 2014/2015, obteve os seguintes
valores para CCS e CBT, respectivamente, 205 mil células somáticas/ml e 83 mil unidades formadoras de colônias/ml,
índices esses já abaixo dos parâmetros preconizados pela IN-62 para julho de 2016. Ainda falando da qualidade do
leite, outro indicador é a porcentagem de perda obtido com a análise do CMT que sempre gira abaixo de 1%. Além de
ótimos valores para sólidos do leite, gordura e proteína. Uma das grandes razões para esses bons índices de qualidade
é a dedicação e a higiene adotadas pelos funcionários: Regiane, Aloísio e Marcelino.
O acompanhamento de todas as atividades desenvolvidas na propriedade
pelos produtores, Alvimar Sérgio e Paulo, associada à assistência técnica e gerencial oferecida pelo PDPL/PCEPL, vêm contribuindo para o crescimento da
propriedade.
Técnico Marcus Vinícius e fuincionários da fazenda durante
o XXV Torneio Leiteiro do PDPL
Arthur Frederico Magalhães
Estudante de Medicina Veterinária
Nathália Cecília da Silva Gonzaga
Estudante de Zootecnia
A influência das chuvas na produção de
volumosos na região de Viçosa
Júlio Montezano Rossi
Estudante de Agronomia
Produtividade e Perda acumulada decorrentes da deficiência hídrica (%) na cultura do milho
A agricultura a cada ano tem se mostrado mais eficiente na produção de volumosos,
a partir do momento em que os produtores
passaram a adotar técnicas de implantação e
manejo importantes para o sucesso das culturas em suas propriedades. Entretanto nem
tudo está passível de ser controlado, como
por exemplo, a época e quantidade de chuvas em determinada região.
São apresentados os dados da precipitação em milímetros (mm), com redução
de 36,5% da safra 2013/2014 para a safra
2014/2015. Em detrimento a este baixo e desuniforme índice pluviométrico (quantidade de água por metro quadrado), o plantio
do milho da primeira safra foi mais tardio,
em meados de novembro chegando até meados de dezembro (Figura 1). As culturas
como cana de açúcar e pastagens, que no
momento das chuvas estão em crescimento
vegetativo acelerado, tiveram quedas em
produtividade e qualidade. Vale salientar
que a falta de chuvas também ocasiona um
aumento significativo de insetos-praga nas
lavouras, devendo o produtor ficar atento ao
nível de ataque a fim de evitar o dano econômico.
Na cultura do milho, cuja exigência é de
500 a 800 mm por ciclo, a falta de água não
só ocasiona uma germinação desuniforme,
como afeta também as fases críticas da cultura, florescimento e enchimento de grãos,
podendo chegar esta última, a aproximadamente 30% de perdas, como ocorrido nesta
última safra (Figura 2).
Os resultados alcançados em produti-
vidade influenciam diretamente no planejamento de volumosos e acima de tudo no
custo de produção. Reduções significativas
de produtividade e qualidade diminuem a
oferta de alimento para os animais, atingindo sua produção final (litros de leite e ganho
de peso), além de aumentar os gastos com
concentrado.
Como exemplo, podemos citar o produtor assistido pelo PDPL/PCEPL, Sr. José
Maria de Barros (Faz. Lima Itapeva), de
Presidente Bernardes, MG. Foram destinadas duas áreas da fazenda para o plantio do
milho silagem, utilizando híbridos simples
e seguindo as recomendações de plantio
(espaçamento, número de sementes por metro, adubação, etc.) e técnicas de controle de
pragas. O detalhe da fazenda está no sistema
de irrigação por aspersão adotado em uma
das áreas, cuja produtividade alcançada na
área não irrigada e irrigada foi 52 ton/ha e 63
ton/ha, a um custo por tonelada de matéria
natural (R$/ ton MN) de R$71,25 e R$56,95,
respectivamente. Esses resultados só reforçam a importância da técnica da irrigação,
conseguindo suprir as exigências em água
da cultura, garantindo maiores produtividades, refletindo um menor custo de produção
da mesma.
Portanto, você produtor que quer garantir o seu sucesso na pecuária leiteira, fique atento com a próxima safra. Planeje a
compra dos insumos (calcário, fertilizantes,
inseticidas, etc.) na entressafra, não deixe de
seguir as recomendações técnicas para a implantação e manejo das culturas em sua propriedade. Devendo ficar atento às condições
climáticas para planejar melhor o plantio e
a colheita.
Curso de Inseminação:
Capacitação da mão de obra
Bruno Marzullo Ribeiro
Estudante de Medicina Veterinária
A inseminação artificial é uma das principais ferramentas para melhorar a genética
dos rebanhos. É um mercado que movimenta por ano, cerca de R$ 400 milhões, entretanto, apesar de ser uma técnica que garante
melhorias genéticas e lucro financeiro, apenas 10% das matrizes dos rebanhos no Brasil
são inseminadas. E um dos principais entraves encontrados pelo pecuarista é a falta de
mão de obra qualificada.
Em várias propriedades, tanto de gado
leiteiro quanto de corte, para aumentar a
eficiência produtiva do rebanho, têm-se
decidido por investir em cursos de capacitação de mão de obra. Ainda que muitos não
dêem a devida importância para este assunto, poupando investimentos no curto prazo,
é possível perceber que há um considerável
aumento de custo devido à baixa produtividade, falta de qualidade e alta rotatividade.
Dessa forma, capacitar funcionários é um
investimento com retorno garantido para a
empresa, influenciando significativamente
os seus resultados e o seu crescimento.
Observando que as soluções podem vir
através de parcerias com todos os envolvidos na cadeia produtiva do leite o Programa
de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira –
PDPL, acreditando no desenvolvimento e
crescimento sustentável da pecuária leiteira,
oferece serviços de forma a promover o desenvolvimento, crescimento e aumento da
renda e da lucratividade do produtor de lei-
te. Dentre os serviços disponibilizados, está
o Curso de Inseminação Artificial oferecido
aos produtores e funcionários conveniados
com o programa. Esse curso conta com uma
parte prática e uma parte teórica, ministrada
na própria propriedade. Os alunos do curso,
que podem ser os reitireiros das propriedades ou os próprios produtores, primeiramente são orientados sobre as vantagens,
desvantagens e os fatores determinantes
para o sucesso da técnica, por meio de uma
palestra, posteriormente os alunos treinam
passar a cervix, montar e utilizar corretamente o aplicador de sêmen em peças anatômicas de úteros de vacas e posteriormente
seguem o mesmo protocolo da Inseminação Artificial, treinados anteriormente, em
animais devidamente selecionados. Após a
confirmação dos monitores do curso, de que
os alunos estão aptos a inseminar, eles já podem exercer o papel de inseminador nas propriedades que trabalham e ainda recebem
um certificado de conclusão do curso. E é
com esse emprenho e dedicação que o PDPL
nesse ano, já atendeu há 8 propriedades, formando e capacitando 8 alunos, tornando se
parte de mais uma tecnologia utilizada nas
propriedades.
Muitas vezes os melhores treinamentos
acontecem na beira do cocho, dentro da sala
de ordenha, em cima do caminhão de adubo. O principal benefício não está no conforto, mas, sobretudo, na satisfação pessoal
das pessoas que passam a tornar-se “entendidos” daquelas que são suas atividades e as
realizam com prazer e sabedoria.
Como reduzir a CCS de uma propriedade
leiteira
Letícia Magri P. Ramos
Estudante de Zootecnia
no leite. O passo seguinte é a imersão dos
tetos em solução desinfetante (Pré-dipping)
seguida da secagem dos tetos com papel toalha descartável. As teteiras são acopladas e,
após a ordenha completa, devem ser retiradas e os tetos passarão por uma nova imersão em solução desinfetante (Pós-dipping).
3. Tratamento dos casos de mastite clínica: O tratamento dos casos visa curar casos
de mastite clínica de maneira rápida e eficiente, diminuindo o desconforto e assegurando o bem estar animal; eliminar a infecção, prevenir sua recorrência, diminuir sua
disseminação para quartos sadios e para as
outras vacas do rebanho. Restaurando assim
a qualidade do leite dos quartos infectados.
4. Terapia da vaca seca: A terapia da vaca
seca tem como objetivo curar as infecções sub
clínicas existentes e prevenir novas infecções
durante o período seco, já que nessa fase há
possibilidade de utilizar antibióticos que permanecem maior tempo no úbere do animal.
5. Limpeza e manutenção dos equipamentos de ordenha: A ordenha deve ser realizada de forma a minimizar lesões nos tetos
e reduzir a transferência de bactérias entre
vacas durante a ordenha. Portanto, o equi-
pamento de ordenha deve ser dimensionado
de acordo com padrão e a realidade de cada
propriedade; e a assistência técnica programada deve ser uma realidade da fazenda.
6. Segregação e descarte dos animais
com mastite crônica: O descarte dos animais
com mastite crônica é uma das práticas mais
importantes de controle de mastite contagiosa, no entanto, é muito pouco adotada nas
fazendas. Obviamente o descarte deverá
considerar outros fatores como idade, estágio de lactação, valor zootécnico etc. A segregação ou separação de animais com mastite
para que estes sejam ordenhados por último,
também é uma prática bastante importante,
principalmente em rebanhos com alta prevalência de infecções causadas por agentes
contagiosos.
Hoje, deveríamos considerar ainda um
sétimo ponto no programa, correspondente
ao treinamento de mão de obra, que é cada
vez mais crucial na atividade leiteira. Os
funcionários, gerentes e proprietários devem estar cientes da importância de seguir
os protocolos, garantindo que o programa
funcione e que seja corrigido o mais rápido
possível, caso algum ponto venha a falhar.
REPRODUÇÃO
Nos anos recentes, vem aumentando a
demanda por produtos lácteos de alta qualidade, tanto pelos consumidores, quanto pela
indústria. Essa busca é refletida na realidade
do produtor e cada vez mais existe a necessidade de matéria prima (leite cru) de boa procedência. Alguns fatores, como a segurança
do ponto de vista da saúde pública, direcionam o uso da contagem de células somáticas
(CCS) como medida da qualidade do leite.
A CCS no leite é um sinal de inflamação da
glândula mamária da vaca, quando os microrganismos invadem um quarto do úbere
e começam a se multiplicar, o organismo da
vaca responde aumentando o número de células de defesa para combater a infecção. A
principal razão com a preocupação em manter baixos os níveis de CCS nos rebanhos é
econômica. Há uma perda crescente de produção de leite à medida que aumenta a CCS
do leite total do rebanho. A interferência direta de altas CCS com a composição química
do leite e a relação entre altas CCS e as taxas
de infecção dos quartos mamários são outras
razões para a necessidade de redução da CCS.
Quando existe no rebanho um problema
de alta CCS uma série de fatores devem ser
avaliados. As medidas de controle são conhecidas desde a década de 60-70 e podem
ser aplicadas de forma efetiva tanto em rebanhos pequenos ou grandes, confinados ou a
pasto. Este conjunto de medidas é conhecido
como Programa dos 6 Pontos, que abrange
as seguintes medidas:
1. Higiene e conforto dos animais: A
correta rotina inicia-se antes dos animais
chegarem à sala de ordenha, sendo importante que as vacas permaneçam em local
limpo, seco, tranqüilo, confortável, com boa
disponibilidade de água e área de cocho
adequada. A ordenha deve ser um processo
rotineiro, para evitar os fatores que podem
interferir com o sistema imune e os mecanismos de defesa da glândula mamária, aumentando o risco de infecções intramamárias. 2. Rotina de ordenha: O primeiro passo
para iniciar a ordenha é a higienização das
mãos dos operadores. O procedimento a
partir deste ponto segue uma sequência lógica que se inicia no teste da caneca de fundo
escuro, objetivando a observação de grumos
As 10 maiores produtividades do mês de Fevereiro de 2015
As 10 maiores produtividades do mês de Fevereiro de 2015
Ord
Produtor
Município
Produção
1
Antônio Maria
Cajuri
134200
2
Joaquim Júnior
Dores do Turvo
52933
3
Hermann Muller
Visc. do Rio Branco
52481
4
Marco Túlio
Oratórios
48693
5
Rafaela Araújo
Guaraciaba
43072
5
6
Paulo Cupertino
Coimbra
43100
6
7
Cristiano Lana
Piranga
31117
7
8
Sérgio Maciel
Coimbra
23140
8
9
Cláudio Cacilhas
Visc. do Rio Branco
20618
10
Ozanan Moreira
Ubari
19859
Ord
Produtor
Município
Produtividade por
vaca em lactação
Produtividade por
total de vacas
1
Antônio Maria
Cajuri
24,8
22,2
2
Rafaela Araújo
Guaraciaba
21,8
17,9
3
Áureo de Alcântara
Guaraciaba
19,0
16,4
4
Paulo Cupertino
Coimbra
18,9
16,2
Rogério Barbosa
Teixeiras
19,5
16,1
José Maria de Barros
Pres. Bernardes
19,3
15,5
José Francisco Gomide
Cajuri
17,5
14,3
Ozanan Moreira
Ubari
20,4
13,9
9
Cláudio Cacilhas
Visc. do Rio Branco
15,1
12,8
10
João Bosco
Porto Firme
14,7
12,5

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