Primeiras páginas - A Esfera dos Livros
Transcrição
Primeiras páginas - A Esfera dos Livros
Índice ﱾﱽﱼﱻ Uma cultura com mestre Introdução 11 99 cervejas + 1 Aecht Schlenkerla Arrogant Bastard Ale Artevelde Ayinger Bräu Weisse Baden-Baden red Ale Bass Pale Ale Belikin Bells Expedition Stout Berlina Rauchbier Bluebird Bitter Black Sheep Boddingtons Bohemia Weiss Brooklyn Lager Budvar Budejovice Bush Ambrée Caracu Carta Blanca Casta Morena Cergal Challenge’s Ale Chimay Branca Cooper’s Ale Cooper’s Dark Ale Coral Coral De Verboden Vrucht Delirium Tremens Devassa Tropical Ale Devassa Tropical Lager Dieu du Ciel Aphrodis. Douglas Scotch Ale Dragon Stout Eisenbahn Dunkel Eisenbahn Pale Ale Eisenbahn Pilsen Erdinger Especial Mello Abreu Fuller’s London Porter Girardin Gueuse Golden Gate Amber Ale Grimbergen Tripel Grolsch Guinness Het Kapittel Hobgoblin James Squire Amber Ale Judas Kingfisher Kulmbacher Eisbockbier La Brunette Alemanha EUA Bélgica Alemanha Brasil Inglaterra Belize EUA Argentina Inglaterra Inglaterra Inglaterra Brasil EUA Rep. Checa Bélgica Brasil México México Portugal Inglaterra Bélgica Austrália Austrália Cabo Verde Portugal Bélgica Bélgica Brasil Brasil Canadá Escócia Jamaica Brasil Brasil Brasil Alemanha Portugal Inglaterra Bélgica EUA Bélgica Holanda Irlanda Bélgica Inglaterra Austrália Bélgica Índia Alemanha Brasil 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 Índice ﱾﱽﱼﱻ La Fin du Monde Lapin Kulta Laurentina Layla Lee’s Harvest Ale Leffe Brune Lion Lager Little Creatures Magna McEwan’s Mythos Molson Montejo Murphy’s Irish Red Murphy’s Irish Sout Negra Modelo Newcastle Brow Ale Oranjeboom Orval Palma Cristal Pilsener Urquell Polar Rheingold Ringnes Rochefort Trappistes 10 Sagres Sagres Bohemia Sagres Bohemia1835 Sagres Chopp Samuel Smith Pale Ale Saporo Schimtt Ale Sierra Nevada Pale Ale Skol Beats Spaten Stan’s Red Sky Ale Staropramen Lager Stella Artois Super Bock Super Bock Abadia Super Bock Stout Tagus Tecate Tennent’s Stout Warsteiner Westmalle Tripel Westvleteren 12 St. Sixtus 2-M Carlsberg Lager Canadá Finlândia Moçambique Israel Inglaterra Bélgica Sri Lanka Austrália Portugal Escócia Grécia Canadá México Irlanda Irlanda México Inglaterra Holanda Bélgica Cuba Rep. Checa Brasil EUA Noruega Bélgica Portugal Portugal Portugal Portugal Inglaterra Japão Brasil EUA Brasil Alemanha EUA Rep. Checa Bélgica Portugal Portugal Portugal Portugal México Escócia Alemanha Bélgica Bélgica Moçambique Portugal/Dinamarca 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 10 indicações para provar uma cerveja 127 Lista de Lojas 130 Agradecimentos 131 Uma cultura com mestre A ideia deste livro nasceu numa das minhas cervejarias preferidas, o Bar Liliput, em Porto Alegre, no Brasil. ﱾﱽ INTRODUÇÃO Liliput (que fica num dos mais bonitos bairros de Porto Alegre, o Moinhos de Vento) tem apenas duas marcas de chope na versão lager. Eu prefiro, largamente, uma delas, que produz um chope cremoso e leve, cuja espuma se forma a partir do fundo do copo, desde que o sistema de frio esteja a funcionar em pleno e os copos estejam muito bem limpos. O segredo, como me confidenciaram, tem a ver com a utilização de três barris de cerveja em simultâneo e a passagem fria de uns a outros. A espuma, desfazendo-se a partir do interior, em redemoinho, treme como se uma vaga se abatesse sobre outra, assim estivéssemos em pleno mar alto; observar o espectáculo dessa transformação é uma experiência deliciosa. Ora, o chope é, basicamente, uma cerveja de pressão e sem grandes pretensões, refrescante, suave, de baixo teor alcoólico e que deve ser bebida com a leveza da sua espuma – o do Liliput é um dos melhores lugares para o efeito (e eu percorri, talvez, centenas de bares em busca do chope perfeito). Um dos dez melhores da minha vida, se bem que isso se possa dever, também, à existência dos seus bolinhos de queijo, que vêm para a mesa acompanhados de uma pequena taça com mostarda de Dijon. A experiência vale a pena. Explico que o Liliput, basicamente, nasceu de um acaso. Os acasos, como se sabe, cruzam-se bastante com a lenda, e a lenda diz que o Liliput nasceu porque o seu criador decidiu vender, aos amigos, parte das bebidas que tinha em casa. Eu gosto desta lenda, mesmo suspeitando que não é totalmente verdadeira e que vem, directamente, de outra lendas congéneres. O 11 ﱾﱽﱼﱻ Vejo, aqui e ali, e ali mais adiante, e ali mais atrás, uns sorrisos de condescendência. Compreendo-os. O chope e os bolinhos de queijo, duas amostras da arte brasileira do boteco, poderiam ter sido substituídos por algumas das primícias da gastronomia europeia e pela penumbra deliciosa de um vinho saboroso. Ora, acontece que não tenho pesos na consciência quer em relação à minha paixão pela cerveja, quer em relação à natureza da minha permanência na cozinha. O Liliput Bar é um exemplo dessa disponibilidade (o seu chope cremoso também), tal como a sua esplanada comovente, cheia de vozes ao princípio da noite, absolutamente luminosa, tranquila e, ao mesmo tempo, festiva. Aí está como eu próprio definiria a minha relação com a cerveja: pouco afectada por considerações de prestígio, festiva, tranquila e cheia de vozes. Foi nessa esplanada, depois de vários copos de chope vazios, que nasceu a ideia deste livro, entre mesas de outros bebedores, quase todos muito loquazes. Patrícia ajudou-me bastante: é gaúcha e excelente cozinheira, e devo-lhe a frase mais marcante da minha vida de mau gastrónomo, segundo a qual “a felicidade é impossível sem feijoada e sem chope”. Patrícia nunca mencionou o chope, reconheço, mas eu acrescento-o sem problemas de consciência, como uma contribuição pessoal. Os pequenos textos sobre cervejas que constam neste livro foram, na sua maioria, publicados na revista Grande Reportagem, semanalmente. São a minha escolha para um ano de cerveja, se bem que, de certo modo, escrever sobre cervejas tivesse sido uma decisão escandalosa. Mas houve dois motivos que apoiaram a minha decisão. Em primeiro lugar, se quisesse escrever sobre bebidas, qualquer bebida, talvez fosse melhor escolher o vinho, por exemplo. Não há jornal que não tenha a sua secção de vinhos, não há revista que não procure um bom crítico de vinhos. Aliás, ultimamente não é necessário saber escrever nem saber seja o que for sobre vinhos, para se ser um colunista de vinhos; o mercado regula essa necessidade de colunistas e de especialistas em vinhos. São precisos tantos ao ano. Venham eles. E são bons? Que escrevam sobre vinhos, isso basta. Ao contrário, o mercado dos colunistas de cerveja estaria encerrado por muitos e bons anos; seria uma escolha completamente fora de questão. Essa conclusão, óbvia e natural, ajudou-me bastante a optar por escrever, durante alguns anos, 13 ﱾﱽﱼﱻ a única coluna portuguesa sobre cervejas na nossa imprensa. Durante esses anos de actividade escrevi muitos horrores. Bom, a verdade é que escrevi com erros. Não erros de avaliação final, mas erros de perspectiva. Aprendi bastante com alguns bebedores, com alguns técnicos e, seguramente, com a solidão do bebedor que se senta ao balcão ou à mesa de alguns bares. E hoje, reconheço, escrevo com algum descaramento e bastante independência. Até me acontece, algumas vezes, por distracção, escrever com conhecimento de causa, o que tem como consequência que alguns dos meus juízos podem vir a estar certos. Em segundo lugar, a cerveja seria uma bebida pouco ilustre, comparada com o vinho. Em Portugal, a cerveja é ainda bebida como um refrigerante com certa percentagem de álcool. Na verdade, não faz parte da nossa cultura gastronómica nem da nossa actual cultura de bebedores. Escrever sobre cerveja significaria descer alguns degraus na escala do prestígio literário, para não mencionar a da desgraça social. Essas duas ideias levaram-me, como é bom de ver, a escrever sobre cerveja, e sem hesitar muito. Nessa altura, eu era director da revista – e podia decidir sobre o assunto. Confesso que foi uma boa decisão (em benefício próprio, além do mais). Quando abandonei o cargo para me dedicar à interessante e degradante vida de escritor free lance, o director seguinte, Joaquim Vieira, manteve a coluna. Isso permitiu-me não só continuar a pagar algumas das minhas delirantes mas humildes despesas mensais como, também, prolongar as pesquisas de campo. A cerveja exigia-o, era uma tarefa científica. Um colunista ou crítico de vinhos pode invocar a sua qualidade no currículo e nos cartões de visita. Um colunista que se dedica a escrever sobre cervejas devia esconder a ocupação ou tentar ocultá-la a todo o custo. Não é muito nobre. Não se é convidado para jantar, não há outras vantagens que me recuso a mencionar para mascarar o ressentimento, não olham para nós tentando detectar os vários graus de eloquência que o vinho é costume emprestar. Olham para a nossa barriga em busca da desgraça. Seja como for, havia um problema: eu gostava de cerveja e havia bastante gente a bebê-la. O argumento de que o vinho é um produto nacional, elemento fundamental da nossa economia, exportado para todo 15 ﱾﱽﱼﱻ o mundo, não bastava. Eu sempre bebi vinho mas nunca senti nenhuma obrigação moral de dar de comer a um milhão de portugueses, como rezava a propaganda do velho regime. Outro argumento: a cerveja é uma bebida estrangeira, não merece atenção; duvido muito – o meu avô materno era, em Vinhais, um razoável produtor de lúpulo; há péssimos vinhos portugueses e excelentes vinhos argentinos ou chilenos ou australianos. Esse patriotismo vinícola é uma das faces mais aborrecidas do nosso provincianismo moral. Outro argumento: a cerveja é um refrigerante e, basicamente, toda ela é igual; com toda a certeza, não é. A cerveja depende de uma arte e de uma cultura comuns mas também de diferentes tradições e modos de vida. Dizer que “a cerveja é toda igual” é um caso de manifesta ignorância e de comprovada má-fé. Escura ou clara, morena ou ruiva, transparente ou quase opaca, turva ou brilhante, borbulhante ou tranquila, lager ou stout, dunkel ou rauchbier, pilsener ou bitter, não há maneira de me provarem que toda a cerveja é igual. Não é. Cada cerveja exige uma circunstância e cada momento selecciona uma cerveja determinada. Semanalmente, nas quartas-feiras de Lisboa, reúno-me com um grupo de amigos num bar onde não nos tratam muito mal. Sentamo-nos ao fim da tarde, bebendo pints de lager ruiva, geralmente, enquanto vemos um jogo de futebol, praticamos aquela nobre arte da maledicência literária ou, pura e simplesmente, falamos do Tejo, mesmo em frente. Durante um certo período, todas as semanas mudámos de cerveja (as marcas são muito inglesas…) até encontrarmos a cerveja das nossas vidas para aquele fim de tarde. E de vez em quando há rebeldias, divergências, discussões e mesmo fracções – geralmente entre a Kilkenny, a Tetley’s e a Murphy’s Irish Red. A vida não é simples e até para beber cerveja é necessário algum esforço, precisamente porque não há prazer verdadeiro sem o prazer de compreendê-lo. Não foi para isso – para grandes explicações – que escrevi este livro. Se o leitor quer, realmente, saber mais de cervejas, deve consultar um especialista. Eu sou apenas um bebedor de cerveja; podia escrever sobre a sua história milenar, a herança dos sumérios e dos incas, dos egípcios 17 ﱾﱽﱼﱻ e dos belgas – mas confesso que não diria nada de original. Estas coisas repetem-se muito, como se sabe. Poderíamos assinalar a presença da cerveja na literatura desde a epopeia de Gilgamesh (onde Enkidu se torna humano e civilizado pelo facto de saber apreciar a sua cerveja) até às narrativas dos Andes. E poderíamos, está claro, registar as suas evocações estivais e certamente refrescantes. Mas a verdade é esta: a cerveja não tem boa fama entre nós, apesar de ser bastante consumida – o que não significa “bem consumida”. Muitos argumentam que a tradição vinícola portuguesa, nobre e importante, desclassifica automaticamente a cerveja nas nossas tradições e, claro na nossa economia. Pode ser. Mas os lusitanos, palavra de Estrabão, eram grandes bebedores e produtores de cerveja embora conhecessem o vinho – que reservavam para as grandes ocasiões. Essa cerveja dos lusitanos, bem como a de toda a antiguidade, era muito diferente da que hoje se pode apreciar; ela era, de certa maneira, o “pão líquido”, apreciada pelas suas qualidades nutricionais quase tanto como pelo “espírito leve e festivo” que a sua ingestão proporcionava. Conrad Seidl, considerado quase unanimemente o “papa da cerveja”, autor de vários estudos e trabalhos de divulgação sobre o assunto, assinala que “só se conhecem duas culturas, a dos esquimós e a dos aborígenes da Austrália, que jamais se ocuparam com a fabricação da cerveja” – precisamente porque não tinham agricultura. A cerveja, como dizem os seus detractores, é só cerveja. Ou seja: é a cerveja e a sua circunstância. Beber é um acto convivial, de sociedade, amigável, literário até. Repetimos, ao elevar os nossos copos, gestos de uma tradição: a do riso, da conversa, da troca de frases, da comunhão. Não tem grande metafísica. Não tem grande dificuldade. Por isso, estas notas ressentem-se desse espírito vadio e flutuante, como a poeira dos bares, as frases suspensas a meio de uma conversa. Para falar das qualidades de uma cerveja seria também necessário falar do mundo que ela evoca. Estas são apenas cem cervejas escolhidas de entre milhares. A maior parte delas está disponível 19 ﱾﱽﱼﱻ em bares e supermercados portugueses, e os seus preços são, ainda, razoáveis. No final do livro, o leitor mais curioso e mais dado a cair em armadilhas, encontrará um pequeno capítulo sobre a arte de beber e de provar cerveja. Advirto-o de que não são textos sacerdotais, cheios de conhecimento e de sapiência. São, antes, o resultado de experiências gratificantes e marcadas por aquele sorriso de placidez que o bebedor concede depois dos primeiros minutos de vitória sobre a sede. Quis, com eles, chamar a atenção para alguns princípios básicos que é necessário observar para beber cerveja, sem esquecer que nenhum desses princípios tem precedência sobre o princípio do prazer e do gosto pessoal. Espero que as minhas notas pessoais o ajudem a encontrar as suas próprias cervejas, sem esquecer as sábias palavras de um rabino da minha eleição, um bom homem de há muitos séculos: “Nunca perguntes o caminho a quem o conhece, pois de contrário não te poderás perder.” Repetimos, ao elevar os nossos copos, gestos de uma tradição: a do riso, da conversa, da troca de frases, da comunhão. Não tem grande metafísica. Não tem grande dificuldade. Mas, por detrás de cada cerveja há uma história e um trabalho notável, um conhecimento do paladar – qualquer visita a uma brasserie perto das abadias belgas que ainda produzem cerveja artesanal (são actualmente seis as “cervejas de abadia” oficialmente reconhecidas como tal), a uma cervejaria na Alemanha ou na República Checa, a um velho pub inglês, mostra que há razões para desconfiar dos que dizem que uma cerveja é só uma cerveja. Em primeiro lugar, cada uma delas corresponde a um tipo e a uma circunstância. Temperaturas mais baixas exigem cervejas menos claras, mais densas, geralmente mais escuras, até com teor alcoólico mais elevado; o Verão quente do sul ou os trópicos favorecem a escolha de cervejas leves, refrescantes, abertas, amargas. De igual modo, é natural que um português (que consome essencialmente as lagers dominantes) tenha dificuldade em apreciar a complexidade de uma doppelbock alemã adocicada, de alto teor alcoólico, uma ale escocesa, encorpada, ou até uma cerveja de trigo, turva e amarga. Da mesma forma, alguém que tenha sido criado na crença de que só as cervejas belgas trapistas têm qualidade, por exemplo, terá 21 ﱾﱽﱼﱻ dificuldade em acreditar que as lager americanas ou australianas merecem o nome de cerveja. Mas a verdade é que nenhuma dessas cervejas é de má qualidade – são apenas diferentes, e obedecem a um determinado tipo de construção e de tradição. Regra número um: o bebedor de cerveja deve estar disponível para as diferenças entre elas. Dizer que a cerveja brasileira, por exemplo, é leve e clara, incorre num erro de perspectiva: não há “uma cerveja brasileira”, mas um tipo dominante de lager brasileira (lager é o tipo dominante de cerveja no mundo – como as nossas Sagres e Super Bock), e que é completamente distinta de outras cervejas do Brasil, como a Schmitt, a Eisenbahn ou a Baden Baden, mais artesanais, complexas e de tradição europeia. Da mesma forma, não há “uma cerveja americana” (como a Bud, clara e fácil de beber, bem elaborada) – nem “uma cerveja portuguesa”. Essas diferenças fazem a sua grandiosidade e emprestam ao acto de beber um tom mais cuidadoso e tranquilo. Apreciar a sua cor (do tom claro até ao negro opaco, passando pelo dourado, pelo rubi, pelo alaranjado, pelo castanho-escuro), o seu sabor (amargo, de lúpulo; afrutado, ou licoroso e com reflexos de caramelo nas mais escuras, com maltes mais tostados), o seu aroma (intenso, leve, floral, achocolatado), é trabalho para especialistas extremamente bem preparados – mas não custa começar a prestar atenção aos pormenores. Uma cerveja é também feita deles, como se acentua nas notas de prova que se seguem. Existem, em Portugal, cervejas de razoável qualidade – elas são, também, produto do rejuvenescimento e maior exigência do mercado, para além do facto de hoje não podermos esconder, nos nossos supermercados, a abertura de fronteiras que nos permite saborear cervejas importadas de tipos diferentes. O aparecimento de novas cervejas tem a ver com essa procura da qualidade. Vamos a elas. 23 ﱽ