Working Papers - Revista Portuguesa de Marketing
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Working Papers - Revista Portuguesa de Marketing
Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português Nome e apelido Magalhães, Carla, Docente - IPAM Aveiro – The Marketing School Costa, Patrício, Docente – Universidade do Minho Faria, Sílvia, Docente – IPAM Porto e Aveiro – The Marketing School Reinares, Eva, Docente – Universidade Rey Juan Carlos, Madrid Resumo: A Distribuição Moderna tem sofrido, ao longo dos últimos tempos, muitas transformações, seja ao nível dos formatos das lojas em si, ao nível das ofertas (maior ou menor variedade de marcas/produtos) quer, ainda, às suas políticas de preços. Neste artigo pretende-se analisar os fatores que influenciam a satisfação do consumidor, que o fazem optar por um determinado ponto de venda em detrimento de outro, tentando contribuir para o aprofundar do conhecimento do sector da Distribuição Moderna (Retalho), centrando-se, essencialmente, no contexto português. Propôs-se um modelo conceptual que identificasse e analisasse as relações entre os determinantes da escolha e satisfação do consumidor relativamente ao ponto de venda, tendo sido enumeradas e, numa segunda fase, testadas, hipóteses de investigação resultantes da revisão bibliográfica efetuada aos conceitos relacionados. Os principais resultados obtidos indicam-nos que o consumidor atual é um indivíduo consciente da necessidade de mudar os seus hábitos de consumo e de analisar todas as situações que lhe permitem poupar e, consequentemente, distribui as suas compras por diferentes formatos de pontos de venda. Palavras-chave: Marketing; Comportamento do consumidor; Distribuição Moderna; Preço; Localização; Stocks; Processo de Decisão. 1 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Abstract: Modern Distribution has suffered, for the last decades, a lot of changes, in terms of the stores layout, in terms of offers and, also, in terms of price strategies. This project pretends to analyze the factors that really influence the consumer’ satisfaction and that make him/her choose for a certain store, trying to make a positive contribute to the essential knowledge of this business area – Modern Distribution (Retail) -, by focusing, essentially, in the Portuguese market. A model is proposed to identify and analyze the relations between determinants of choice and consumer satisfaction toward stores, in the retail area, through the formulation of some Hypotheses, as a result of the bibliographic study done to the related concepts and, in a second part, through testing the suggested model (by verifying the formulated hypothesis). The key results shown us that today's consumers are individuals totally aware of the need to change their consumption habits and that they consider all the situations that allow them to save money; therefore, they distribute their purchases by different formats of retail outlets. Keywords: Marketing; Consumer Behavior; Retail; Price; Location; Stocks; Decision-process. 1. Introdução Conhecer bem o consumidor, perceber como é que ele se movimenta no ponto de venda e que fatores conseguem atrair a sua atenção são algumas das questões fundamentais que podem levar ao sucesso um determinado ponto de venda num mercado que está, de facto, maduro, muito parecido e no qual o cliente parece estar “obcecado pelo preço” (Marques, 2009). Neste artigo começa-se por uma breve apresentação do sector de Distribuição Moderna em Portugal, efetua-se uma análise ao Comportamento de compra do consumidor e analisa-se como é que o consumidor pode ser melhor servido e o que fazer para o levar a voltar e a desenvolver uma relação com a Marca/Insígnia. São abordados pontos essenciais como os Serviços, a Gestão de Lineares, o Merchandising, a Acessibilidade dos produtos no Ponto de Venda, a importância do fator Localização geográfica - facilidade de acesso e de estacionamento-, a importância da Variável Preço e do Valor percebido pelo Consumidor. É apresentado o desenho da contrastação empírica propriamente dito, faz-se uma breve referência ao contexto da investigação e passa-se à apresentação e justificação da metodologia utilizada; o passo seguinte consiste em estabelecer uma relação entre os conceitos analisados e na apresentação dos resultados obtidos, referindo-se as [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 2 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers principais conclusões a que se conseguiu chegar, identificando-se as limitações inerentes ao trabalho em si e, por fim, recomendando-se temas de análise para futuros trabalhos de investigação. Assim: 1.1. Quais são as principais motivações que levam os indivíduos às compras e, em particular, a optar por um determinado formato de ponto de venda no sector do retalho? 1.2. Objetivo geral: verificar quais são os principais determinantes que levam o consumidor a optar por fazer as suas compras num determinado formato de ponto de vanda (Hiper/Super/(Soft) Discount). 2. Campo de Análise O presente artigo incide sobre os principais grupos que atuam no sector da Distribuição Moderna em Portugal, optando-se por não incluir o sector grossista (Makro e Recheio, como principais players), por se tratar de um tipo específico de ponto de venda essencialmente destinado a revenda. 3. Revisão da literatura – 3.1. A Distribuição Moderna – uma perspetiva geral – Ao longo dos últimos anos as alterações económicas e sociais que ocorreram na Europa provocaram uma alteração significativa no setor do retalho (Cliquet, 2000; Flavián et al, 2002; Fernandes, 2007; Rousseau, 2008), especialmente ao nível das ofertas e do relacionamento entre fornecedores, consumidores e distribuidores: No que diz respeito aos Consumidores podemos referir uma progressiva alteração no tocante à média de idade da população, um aumento gradual do poder de compra até finais de 2008 para, em seguida, se verificar uma redução progressiva do mesmo, por família (nota: apesar da crise há sociedades que continuam a registar uma forte tendência para o consumismo mas, de facto, há uma maior racionalização na distribuição do rendimento das famílias pelos diferentes produtos que adquirem). De uma forma geral tem-se assistido, por toda a Europa, um aumento dos níveis médios de instrução a par de um aumento do número de mulheres no mercado de trabalho e, consequentemente, alterações nos hábitos de consumo (ex.: alimentação – proliferação de eletrodomésticos potentes que visam propiciar rapidez na confeção das refeições; refeições “prontas a cozinhar”). Por último refira-se a preocupação crescente com as questões de índole ambiental e ligadas à saúde que têm levado a alterações nos padrões de consumo. [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 3 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Pensando nos Fornecedores é notório que estes sentem a necessidade de adaptar as suas ofertas às novas tendências do mercado e ao novo tipo de consumidores, indivíduos cada vez mais informados, conhecedores e exigentes. Por último, os Distribuidores viram-se obrigados a adaptar o modelo de negócio, adaptando as lojas em si e o seu lay-out (ex.: aumento do número de caixas para pagamento), alterando os horários de abertura e encerramento e incrementando uma diversidade ao nível dos produtos e serviços (ex.: entregas em casa; pedidos online; disponibilidade de meios de transporte); paralelamente, procederam à introdução de inovações tecnológicas (ex.: caixas “self-service”), a uma gestão ponderada dos lineares, shoppings constantes e a uma gestão de categorias eficaz (o que pressupõe medidas assertivas ao nível do merchandising e das promoções de venda). A Europa apresenta uma grande concentração da atividade da distribuição num reduzido números de grandes operadores o que faz com que exista um número relativamente baixo de lojas por habitante (Flavian et al, 2002); os grandes operadores de retalho na Europa são: Carrefour (Grupo francés); Metro (Grupo alemão); Tesco (Grupo británico); Rewe (Grupo alemão); Auchan (Grupo francés); Intermarché (Grupo francés); Schwarz (Grupo alemão); Aldi (Grupo alemão); Edeka (Grupo alemão); Casino (Grupo francés). De realçar que, atualmente, presencia-se na Europa uma tendência para a concentração em grandes operadores de retalho e a uma reestruturação ou encerramento das pequenas lojas de retalho ditas tradicionais (Fernandes, 2007); ao mesmo tempo. alguns players optaram pela internacionalização, expandindo a sa atividade aos mercados emergentes (Europa Central e de Leste). 3.2. O Sector da Distribuição Moderna em Portugal Os anos 80, em Portugal, foram um período caracterizado por mudanças substanciais em diversas áreas, que tiverem repercussões diretas sobre o comportamento de compra dos consumidores (Farhangmehr e Veiga, 1995): o país assistiu a uma estabilização da vida política e, com a adesão à União Europeia, a uma melhoria significativa das condições de vida da [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 4 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers população e consequente abertura de novos formatos de ponto de venda a uma velocidade considerável (Alturas, 2003). Deu-se, assim, a evolução para o que temos hoje em dia: diversos tipos de comércio, no que diz respeito a metodologia de venda, tipo de lojas, sortido/oferta e formas de comunicar com os consumidores para que eles sintam vontade de voltar (Alturas, 2003; Rousseau, 2008); quando falamos de Distribuição Moderna, falamos de grupos empresariais com um número considerável de pontos de venda com o objetivo de satisfazer o consumidor final. As lojas são segmentadas em função das estratégias de preços que adotam, dos serviços que disponibilizam e, ainda, da variedade de oferta de produtos (sortido) que colocam à disposição de quem as visita; essencialmente existem lojas de formato Hipermercado e Supermercado, sendo que os fatores que as distinguem são a dimensão/tamanho, a variedade de oferta em linear (prateleiras) e a multiplicidade de seções e o espaço a estas destinadas (Rousseau, 2008). Como formato dito intermédio, temos lojas Discount (em Portugal, “Soft-Discount”, porque o conceito puro de Discount teve que ser adaptado à realidade cultural do país e à real procura por parte dos indivíduos), pequenos supermercados com uma (ainda) menor variedade de produtos que, no começo, assentavam a sua oferta, essencialmente, em produtos Marca Própria, produtos Marca Líder e Sub-líder (Rousseau, 2008) e optavam por praticar os mesmos preços o ano inteiro (evitando as promoções, salvo no caso de ações esporádicas, designadas por IN&OUT). Estaríamos aqui a considerar as lojas Pingo Doce, Lidl e Minipreço, realçando-se que as duas últimas começaram como conceitos puros de Discount mas que optaram por se transformar em supermercados de proximidade, com inclusão de promoções (just-in-time, no caso do Lidl e cartões-cliente, no Minipreço); apenas as lojas Pingo Doce, até ao dia 1 de Maio de 2012, se mantinham alinhadas com o conceito (Soft) Discount mas, atualmente, reposicionam-se como supermercados de proximidade capazes de realizar promoções, porque essa é a vontade dos consumidores. Atualmente e de acordo com dados Nielsen (2012 – sobre o 3º trimestre de 2011), os principais players no mercado nacional distribuem as suas quotas de mercado de acordo com o gráfico 1: [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 5 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 2009 10,00% 2010 5,00% 2011 0,00% Gráfico 1 – QUOTAS DE MERCADO DOS PLAYERS NACIONAIS Fonte: adaptada de dados Nielsen, 2012 3.3. O Comportamento de Compra dos Consumidores Diariamente, os consumidores tomam diversas decisões de compras; o objetivo de marketing será compreender, atender e ser capaz de satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores, pesquisando como é que os indivíduos, grupos ou até empresas escolhem, adquirem e utilizam os produtos, serviços e experiências que lhes são colocados no mercado (Kotler e Keller, 2006; Nunes e Driggs, 2006; Kumar, 2006). No começo as empresas, devido à menor complexidade dos mercados, conseguiam facilmente compreender os seus consumidores, através da experiência diária e do contacto direto que com eles encetavam; hoje em dia, as empresas e os mercados desenvolveram-se e, consequentemente, esvaiu-se este contacto direto/personalizado com o cliente final (Kotler, 1996; Rousseau, 2008) e aumentou a necessidade de se conhecer o perfil do segmento recetor do bem ou serviço a oferecer (Dubois, 1993; Juhnson, 1998; Mittal et al, 2008; Barbosa, 2010) : [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 6 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Obter Informação sobre o Consumidor (situação actual e futura – expectativas) Implementação (dar aos consumidores novos e melhorados serviços) Divulgar por todos os membros da Organização (preparar todos para satisfazer o consumidor) Figura 1 – OS TRÊS OBJECTIVOS DE UMA ORIENTAÇÃO PARA O CONSUMIDOR Fonte: Johnson, 1998 Estudar o comportamento do consumidor inclui verificar o que os indivíduos compram, porque o fazem, onde o fazem, quando, com que frequência e, por fim, como avaliam o que compram/utilizam (Dubois, 1993; Hallberg, 1997; Schiffinan e Kanuk, 2000; Arnould et al, 2003; Faria, 2003; Kotler et al, 2011); atente-se à recente forma de atuação da cadeia de lojas Pingo Doce e as promoções de 50% vs onda de respostas, por parte dos concorrentes e que resultam numa maior e efetiva poupança para os indivíduos. No fundo, falamos de motivação; muitos estudos foram desenvolvidos, ao longo do tempo, sobre as motivações de compra, comportamento de compra, gosto pelas compras e também sobre preferências pelos formatos de pontos de venda (Stephenson e Willet, 1969; Dardin e Ashton, 1974; Bellenger et al, 1977; Bellenger e Korgaonkar, 1980; Baker et al, 2002; Woodliffe, 2004; Backstrom e Johansson, 2006; Bava et al, 2009; Morgan e Rego, 2009). Recentemente, são muitos os autores que apontam para a importância de fatores como o prazer (hedónicos) e/ou a experiência emocional (Lipovetsky, 2008; Askegaard, 2009; Kotler et al, 2011), em direta contraposição aos estudos tradicionais, que incidiam, essencialmente, nas motivações utilitárias das compras (Pereira, 2007). Sabemos, contudo, que nem todas as nossas necessidades se transformam em fatores que levam à compra (Schiffman e Kanuk, 1994; Berman e Evans, 1998;Kotler e Armstrong, 2006; Mittal et al, 2008): [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 7 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers DESIRED STATE TENSION DRIVE (FELT DISCOMFORT) (ENERGY) GOAL OBJECT (SOMETHING THAT WILL REDUCE THE TENSION) ACTUAL STATE Figura 2 – MOTIVAÇÃO DO CONSUMIDOR (um modelo) Fonte: Mittal et al, 2008, pp. 31 Maslow criou a Hierarquia das Necessidades, tentando perceber porque é que os seres humanos são conduzidos e impulsionados por determinadas necessidades, em determinados momentos e, ainda, porque é que disponibilizam proporções distintas de tempo e energia com diferentes tipos de necessidades (Kotler e Armstrong, 2006; Mittal et al, 2008); Murray (in Mittal et al, 2008) elaborou uma lista de 12 necessidades biológicas e 28 necessidades psicológicas, dando uma perspetiva evolutiva à pirâmide de Maslow: NEED Autonomy DEFINITION To be independent and free; to act according impulse; to be irresponsible; to defy convention. Dominance To direct the behavior of Others. Naturance To give sympathy, feed, help and protect the needy. Exhibition Cognizance Exposition EXAMPLES Impulse buying; Wears unconventional clothes. Aggressively demanding attention in Service Establishments. Giving to Humanitarian causes. To make an impression; To fascinate,entertain, intrigue and amuse the others. The need to explore, ask questions and seek knowledge. The need to inform, explain, interpret. Wearing highFashion clothes. Visits museums, learns about Technology. Likes opinion leaders, and to act like them. [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 8 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Figura 3 - AS NECESSIDADES DE CONSUMO DE MURRAYS vs EXEMPLOS Fonte: Mittal et al, 2008 Atentos a estas diferentes necessidades, os players do mercado devem melhorar constantemente o espaço físico das suas lojas, dando-lhes vida, “vestindo-os” de cor e utilizando uma gestão integrada, ao nível dos produtos e serviços que têm para oferecer, que permita transforma-los em locais agradáveis e atrativos para o consumidor (Silva, 2009). 3.4. O Processo de Decisão de Compra do Consumidor Um processo de compra advém do reconhecimento de um problema ou de uma necessidade. A necessidade pode ser provocada por estímulos internos e/ou externos (Granbois,1979; Olshavsky e Granbois, 1979;Vann, 1984;Webber e Bottom, 1989; Evans et al, 1996; Solomon, 1998;Schwartz, 2004; Kotler e Armstrong, 2006;Silverstein e Butman, 2006;Mattei et al, 2006; Mittal et al, 2008; Silva, 2009): Problem Recognition Information Search Alternative Evaluation Purchase Transaction / Product Acquisition Post-Purchase Experience Evaluation Figura 4 – ESQUEMA DO PROCESSO DE DECISÃO DO CONSUMIDOR Fonte: Mittal et al, 2008 Em mercados maduros e competitivos os consumidores deparam-se com inúmeras (in) decisões de compra diárias; o consumidor relaciona-se com outros consumidores, com diferentes empresas, com o ambiente que o rodeia (social, económico, político e tecnológico) e todos estes elementos irão influenciar o seu comportamento (Zezone e Buairide, 2005; Mattei et al, 2006; Kotler e Armstrong, 2006; Mittal et al, 2008). [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 9 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Após a aquisição e consumo de um bem ou serviço, qualquer consumidor irá comparar o resultado (em marketing, benefício) obtido com o efeito que esperava (em marketing, expectativa): Real Expectativas Expectativas Real SATISFAÇÃO INSATISFAÇÃO Figura 5 – O PAPEL DAS EXPECTATIVAS NA SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR Fonte: Mittal et al, 2008 Entra-se aqui no âmbito da Satisfação, havendo autores que a definem como sendo a razão última de qualquer comportamento de consumo (Ferreira et al, 2011; Kotler et al, 2011) e quem afirme que, hoje em dia, é preciso muito mais do que a mera satisfação; “… you need to delight” (Mittal et al, 2008, pp. 345): Experienced Performance NO Performance Met or Exceeded Expectations? YES Disconfirmation Dissatisfaction GOES Satisfaction STAYS Confirmation Figura 6 – QUALIDADE vs SATISFAÇÃO Fonte: Mittal et al, 2008 [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 10 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Portanto, são vários os estudos que parecem indicar que a satisfação de um cliente com um produto ou serviço funciona como uma variável de importância inquestionável no tocante à fidelização a esse mesmo produto, serviço ou marca e, ainda, que esta constatação se pode aplicar, igualmente, à fidelização a um determinado ponto de venda; é assim que os autores determinam a existência de dois tipos de satisfação com o ponto de venda: a Satisfação Manifesta – a fidelização à loja em si (Blomer e Ruyter, 1997) - e, por outro lado, a Satisfação Latente – mera aceitação mas sem compromisso (já anteriormente referida por Bloemer e PoisPoiesz, 1989). O que fazer para servir melhor o consumidor e, consequentemente, leva-lo a escolher uma determinada loja e a desenvolver uma relação com ela tem sido a preocupação dos principais players nacionais; o indivíduo tem de tomar decisões e efetuar compras num “mundo multipolar” – multiplicidade de alternativas (Tripathi, 2009) logo, urge entender como é que os consumidores escolhem as lojas que frequentam, o que é que os leva a optar por um determinado ponto de venda em detrimento de outro, o que os faz decidir quanto gastar num espaço comercial e em outro (Fox et al, 2002; Mittal et al, 2008): Distancia: A Loja está perto de casa ou de uma rua pública? Não Não faz compras A distância é neglicenciável? Não Sim Sim A loja oferece bons preços? Os preços da loja são, pelo menos, Comparáveis? A Loja, pelo Menos, oferece Preços promocionais? Não Não Sim Não Usa apenas para sit. de emergência Divide compras regulares Não Sim A Loja oferece melhores combinações Não de preços? Sim Visita c/mt.Frequência Sim Visita ocasional/ p/compras em maior Qtd. A Loja oferece um sortido variado e bom Merchandise? Sim Visita c/pouca Frequência Figura 7 – FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE DECISÃO DE LOJAS PELO CONSUMIDOR Fonte: Mittal et al, 2008 Para muitos autores parece inegável que a variedade de serviços e a relação qualidade-preço influenciam o consumidor final a visitar (e a voltar a visitar) um ponto de venda (Engel, 2000; Fox et al, 2002; Otto et al, 2004; Balakrishnan et al, 2008; Sum e Hui, 2009; Tripathi, 2009; Ferreira et al, 2011; Kotler et al, 2011). [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 11 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Por outro lado, a comunicação é, de facto, uma das variáveis do marketing-mix com elevada capacidade de influenciar as decisões e comportamentos dos consumidores; Torquato (2002, pp. 162) afirma que através da “… comunicação, uma pessoa convence, persuade, atrai, muda ideias, influi, gera atitudes, desperta sentimentos, provoca expectativas e induz comportamento”. No tocante ao sector do retalho e à luta feroz entre insígnias, apesar do ruído e da hipotética incompreensão das mensagens por uma elevada percentagem de consumidores (Alfaia, 2011), sabemos que há um considerável número de indivíduos que, pura e simplesmente, absorve toda e qualquer informação sobre preços, produtos e promoções (Beirão, 2004; Zezone e Buairide, 2005; Coughlan e Shaffer, 2009), optando pelo (s) ponto (s) de venda que seja (m) capaz (es) de os levar a ver reduzido o risco associado à compra e, ainda, a sentir que despenderam o valor mais justo face aos produtos e serviços adquiridos (Berkowitz e Walton, 1980; Cobra, 1997; Ferraz, 2004; Martin e Swan, 2004; Daskapoulou e Petrou, 2005; Silverstein e Butman, 2006; Arora, 2008; Cachon et al, 2009; Xu, 2009; Alfaia, 2011). Esta comunicação, contudo, dá-se dentro e fora da loja em si; hoje em dia urge conseguir conquistar a atenção dos consumidores nos pontos de venda para se aumentar significativamente a probabilidade de venda de um ou mais produtos (Brito e Costa, 2008); quando se fala do interior da loja considera-se a exposição dos produtos nos lineares, as instalações em si e todas as ações que são desenvolvidas e os diversos materiais empregues para dar maior visibilidade e destaque a determinados produtos e marcas, comparativamente com os produtos e marcas dos concorrentes - Merchandising (Baker et al, 2002; Zezone e Buairide, 2005; Brito e Costa, 2008); tudo isto afeta o estado emocional do indivíduo que, por sua vez, desenvolve a vontade de permanecer, voltar ou evitar regressar ao ponto de venda em causa (Baker et al, 1992; Richardson et al, 1996; Russel e Pratt, 1980 e Donovan e Rossiter, 1982 in Baker et al, 2002). A par de um ambiente agradável, a necessidade de um sortido de produtos adequado com o posicionamento da loja e com os consumidores que a frequentam parece ser avaliado muito positivamente (Hoch et al, 1994; Manolis et al, 1994; Fox et al, 2002; Chernev, 2003; Daskalopoulou e Petrou, 2005; Cachon e Kök, 2007; Briesch et al, 2009; Chernev e Hamilton, 2009; Coughlan e Shaffer, 2009; Hamilton e Richards, 2009; Sela et al, 2009); um sortido que não deve/pode ser permanente (Kotler e Armstrong, 2006; Rousseau, 2008; Zezone e Buairide, 2005; Silva, 2009), pois há a necessidade de continuamente surpreender o consumidor (ex.: Topos; Folhetos), dando visibilidade e condições a artigos que até então poderiam ter permanecidos despercebidos (Beirão, 2004; Zezone e Buairide, 2005; Silva, 2009). Para um número considerável de consumidores, a variedade é um fator muito importante e de real diferenciação no momento de escolher uma loja, pois gostam/precisam de encontrar um determinado número de marcas, nas quais confiam e cuja qualidade lhes reconhecem para que [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 12 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers se sintam motivados a regressar (Manolis et al, 1994; Rojo, 1998; Hoch et al, 1999; Balakrishnan, 2008). Um outro aspeto fundamental parece ser o evitar falhas de produtos; independentemente do tipo de comportamento desenvolvido pelo consumidor depois de se deparar com uma falha de produto em linear (insatisfação pode leva-lo a comprar em outro lado, a desenvolver perceções negativas…), pode-se afirmar, de acordo com vários autores consultados e trabalhos de pesquisa desenvolvidos, que uma rutura é sempre negativa para qualquer uma das partes envolvidas pelo que deve ser evitada por todo e qualquer ponto de venda (Zinn e Liu, 2001; Cachon e Kök, 2007; Silva, 2009; Xu, 2009). Ainda de acordo com estudos desenvolvidos, podemos afirmar que uma pobre localização afeta/pode afetar de forma direta a performance de um ponto de venda, por vários anos (Fox et al, 2007; Reutterer e Teller, 2008; Paromita e Mridula, 2009; Rinaldi et al, 2009): optar por uma loja em concreto, inclusivamente no sector da Distribuição Moderna, envolve analisar e comparar várias alternativas, de acordo com vários critérios; a conveniência (localização e/ou facilidade de acesso) aparece no “top-5”: Figura 8 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO CONSUMIDOR NO MOMENTO DE ESCOLHER UM PONTO DE VENDA Fonte: Revillion e Rossi, 2002 Quem for capaz de apresentar um excelente serviço ao consumidor consegue dar-lhe uma experiência positiva e superior que, a médio-longo prazo, poderá contribuir para a criação de fidelidade ao ponto de venda e, consequentemente, aumentar os lucros do mesmo (Tripathi, 2009); oferecer produtos e serviços que conduzam ou contribuam para satisfação do consumidor promovem a sua fidelização ou o compromisso (Zhang et al, 2010). [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 13 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers 3.5. A importância do Preço e da forma como este é comunicado ao Consumidor Final São vários os autores que consideram o preço como uma variável muito importante para os consumidores (Kalyanaram e Winer, 1995; Kahn e Mcaloster, 1997; Zeithmal, 1998; Kumar et al, 1998; Eberhardt et al, 2009; Cachon e Swinney, 2009), sobretudo em momentos de crise. Desde 2009 podemos afirmar que surge um “novo” tipo de consumidor, com compras mais organizadas e planificadas, compras em maior quantidade e menos visitas por loja, contínuo grau de infidelidade às insígnias (visita diferentes pontos de venda à procura de promoções e/ou preços baixos) e crescente preocupação em adquirir produtos Marca Própria ou Primeiro Preço: Gráfico 2 – EVOLUÇÃO DE QUOTA DE MERCADO – MDD’s e M.PRIMEIRO PREÇO Fonte: ScanTrends, AcNielsen, 1º trimestre de 2010 Compreender o valor dos produtos que fazem parte do sortido de uma loja para os seus consumidores e conseguir transformar essa compreensão em estratégias eficazes de preço deve ser um dos grandes objetivos de fornecedores e distribuidores (Arora, 2008; Pechtl , 2008; Nagle e Hogan, 2008; Palazón e Delgado, 2009): [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 14 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Nível de Preço (fixação de preço) Política de preço (fixação de preços) Preço e comunicação de Valor (ferramentas de comunicação e venda de Valor) Estrutura de preço (métricas, barreiras e controles) Criação de Valor (valor económico, desenvolvimento da oferta e Segmentação) Figura 9 - A PIRÂMIDE ESTRATÉGICA Fonte: Nagle e Hogan, 2008 Independentemente da forma como o preço é comunicado, em termos de above ou bellow the line, as mensagens emitidas pelos retalhistas dão (ou parecem dar…) aos consumidores verdadeiras pistas ou estímulos para agir (Berkowitz e Walton, 1980; Nagle e Hogan, 2008). Atente-se, novamente, à campanha 50/50 do Pingo Doce a 01.05.2012 e às “réplicas” que se seguiram (o próprio Pingo Doce e muitos dos seus concorrentes); as promoções parecem conferir aos indivíduos uma sensação de domínio (Fox et al, 2002; Beirão, 2004; Silverstein e Butman, 2006; Rousseau, 2008; Silva, 2009; Cachon e Swinney, 2009; Xu, 2009), por se tratarem de ações de carácter temporário (logo, apelativas), serem planeadas tendo como objetivo incrementar as vendas de forma rápida/imediata, implicarem, sempre, a oferta de um incentivo extra, visarem a alteração de comportamentos, pretenderem fortalecer a relação entre Fornecedores e Distribuidores e serem pensadas em função dos segmentos de clientes que visitam o ponto de venda. Importa ainda realçar que existe, em quantidade crescente, um número significativo de consumidores que se podem designar por “caçadores-de-promoções” (Silva, 2009). 4. Desenho da Metodologia Investigação, Modelo Conceptual e A metodologia utilizada no presente trabalho de investigação está diretamente relacionada com a informação vária obtida ao longo da pesquisa bibliográfica efetuada a diferentes autores e mediante consulta de estudos de mercado diversos que foram sendo efetuados por algumas entidades presentes no mercado português, tendo sido criado um modelo assente num grupo de hipóteses: [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 15 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers 4.1. [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 16 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers 4.2. Justificação das Hipóteses Vários estudos têm revelado que os retalhistas começam a consciencializar-se que os atuais consumidores são cada vez mais informados, sofisticados e dispostos a tudo para poderem comprar bens e serviços aos preços mais justos e/ou baixos possível (Kalyavram e Winner, 1995; Khan e Mcaloster, 1997; Martins e Swan, 2004; Daskapoulou e Petrou, 2005; Kotler e Armstrong, 2006; Grande, 2007; Ruiz e Descals, 2007; Nagle e Hogan, 2008; Eberhardt et al, 2009; Ju-Young, 2009; Levav e Mcgraw, 2009; Palazón e Delgado, 2009); paralelamente alguns autores (Yin et al, 2007; Liu e Ryzin, 2008; Su e Zhang, 2008) afirmam que uma política de preços fixos, do tipo preços baixos todos os dias, reduz o risco percebido por parte dos consumidores que, assim, se sentem mais confortáveis e predispostos a voltar ao Ponto de Venda: há um número crescente de famílias de consumidores que revelam uma tendência a ser sensíveis aos preços, na sua globalidade, ou seja, quando procuram preços baixos, querem para todos os produtos a adquirir (Lal e Rav, 1994; Lal e Rao, 1997; Matha, 2007; Begoña et al, 2011). Lichtenstein et al (1993) investigaram as perceções dos consumidores sobre preços e a sua influência no comportamento de compra, tendo defendido a existência do que apelidaram de consciência do Preço (Price consciousness) - enquanto consumidores, os indivíduos revelam atribuir uma certa importância (ou grau de importância) ao facto de poderem adquirir bens e serviços a preços baixos. Considerando-se que, no mercado nacional, existem estratégias de preço diferentes, consoante a tipologia do ponto de venda (Hipermercado, Supermercado e (Soft) Discount), formula-se a seguinte hipótese para posterior verificação: H1: Os indivíduos tendem a preferir as lojas que lhes oferecem mais valor por cada produto ou serviço adquirido. H1a: Será de esperar que os indivíduos que tendem a preferir pontos de venda que ofereçam preços baixos todos os dias para a maioria dos produtos, optem por pontos de venda de formato (Soft) Discount. Vários autores desenvolveram estudos sobre os efeitos das promoções temporárias de vendas, identificando um grupo de consumidores que age, sempre, de forma estratégica: não decidem apenas onde comprar o produto, mas quando o devem fazer, em função, precisamente, das promoções que as lojas lhes fazem (Beirão, 2004; Martin e Swan, 2004; Zezone e Buairide, 2005; Ziliani, 2006; Arora, 2008; Roper, 2008; Rousseau, 2008; Silva, 2009; Barbosa, 2010), o que lhes aporta uma sensação de domínio (Fox et al, 2002; Beirão, 2004; Silverstein e Butman, 2006; Nagle e Hogan, 2008; Rousseau, 2008; Silva, 2009; Cachon e Swinney, 2009; Xu, 2009); Lichtenstein et al (1993) e Lee (2002) defendem a existência de uma Propensão para as Promoções de Vendas, acreditando que as mesmas servem para incentivar o consumidor a agir; assim sendo: [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 17 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers H1b: Será de esperar que os indivíduos que tendem a preferir promoções temporárias, que são percebidas como um fator de surpresa e de agrado, escolham fazer a maioria das suas compras em pontos de venda de formato hiper e supermercado. Há um grupo considerável de consumidores que absorvem toda e qualquer informação disponível sobre preços, promoções e produtos disponíveis no Ponto de Venda (Beirão, 2004; Zezone e Buairide, 2005; Coughlan e Shaffer, 2009); são aqueles consumidores que valorizam a comunicação, dentro e fora da loja (ex.: devolvemos a diferença se…) e que escolhem o ponto de venda que melhor lhes transmita a sensação de risco reduzido e compra pelo valor mais justo (Berkowitz e Walton, 1980; Cobra, 1997; Ferraz, 2004; Martin e Swan, 2004; Daskapoulou e Petrou, 2005; Silverstein e Butman, 2006; Grewal e Levy, 2007; Arora, 2008; Nagle e Hogan, 2008; Tosun, 2008; Cachon et al, 2009; Silva, 2009; Xu, 2009). Será de esperar que: H2: Perante vários pontos de venda de retalho alternativos, os indivíduos tendem a visitar mais vezes aqueles cuja comunicação “outside” da loja melhor os esclarece sobre preços, promoções e produtos disponíveis e, em consequência, distribuem as suas compras por várias lojas. Um aspeto igualmente importante parecer ser a variedade de opções/oferta; se por um lado, décadas de estudos e pesquisas sugerem que a possibilidade de escolha, entre várias alternativas, aumenta a satisfação do indivíduo (Baumonl e Ide, 1956; Langer e Rolim, 1976; Berkowitz e Walton, 1980; Ehrenberg et al, 1990; Lancaster, 1990; Uncles et al, 1995; Rojo, 1998; Felisoli, 1999; Hoch et al, 1999; Parente, 2000; Zin e Liu, 2001; Kotler e Armstrong, 2006; Balakrisnan, 2008; Mittal et al, 2008; Simpson et al, 2008, Nagle e Hogan, 2008; Grupta et al, 2009; Silva, 2009), estudos em número considerável têm vindo a dar realce à aparente dificuldade de escolha, em cenários de “opções em demasia” (Sproles e Kendall, 1986; Sproles e Sproles, 1990; Manolis et al, 1994; Dhar, 1997; Czerlinski e Goldstein, 1999; Iyengar e Lepper, 2000; Chernev, 2003; Iyengar et al, 2004; Schwartz, 2004; Berger et al, 2007; Cherney e Hamilton, 2009). Neste contexto e considerando o atual panorama económico, será de esperar que: H3: Perante vários pontos de venda de retalho alternativos, os indivíduos efetuam um maior número de visitas aos que consideram ter menos marcas/produtos disponíveis. Numa perspetiva que se pretende complementar, Manolis et al (1994) tentaram analisar a influência da imagem da loja na intenção de voltar: boa seleção de produtos/marcas aliada a um linear isento de ruturas; corroborando estes autores, alguns estudos (Schary e Christopher, 1979; Brito, 2000; Zinn e Liu, 2001; Zezone e Buairide, 2005; Cachon e Köh, 2007; Rousseau, 2008; Felisoli, 1999 e Parente, 2000 in Magalhães e Borges, 2008; Hamilton e Richards, 2009; Silva, 2009; Xu, 2009) parecem demonstrar que os retalhistas tendem a oferecer uma variedade [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 18 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers de produtos e a evitar falhas dos mesmos, porque visam a satisfação e fidelização dos indivíduos. Face a isto, pretende-se verificar a seguinte hipótese: H4: Perante vários pontos de venda de retalho alternativos, os indivíduos efetuam um maior número de visitas àqueles em que existem menos ruturas de produtos em linear. Toda e qualquer loja deve esforçar-se por ter um espaço agradável, com capacidade de resposta aos mais variados níveis e oferta de serviços percebidos como um real benefício para que o consumidor deseje voltar e a recomende a terceiros (Parasuraman et al, 1988; Cronin e Taylor, 1992; Manolis et al, 1994; Ackoff, 1995; Lovelock et al, 1996; Rojo, 1998; Czerlinski e Goldsrein, 1999; Hoch et al, 1999; Grönroos, 2001; Levy e Weitz, 2001; Zinn e Liu, 2001; Jain e Singh, 2002; Lewis, 2004; Rust et al, 2004; Venkatesan e Kumar, 2004; Daskapoulou e Petrou, 2005; Solomi et al, 2005; Theodoras e Moschunis, 2005; Zezone e Buairide, 2005; Moreira, 2006; Kotler e Armstrong, 2006; Teller et al, 2006; Chaudhuri e Holbrook, 2007; Miranda, 2007; Reithal et al, 2008; Rousseau, 2008; Nagle e Hogan, 2008; Silva, 2008; Silverstein e Butman, 2008; Simpson et al, 2008; Grupta et al, 2009; Lindstrom, 2009; Silva, 2009; Sum e Hui, 2009; Tripathi, 2009; Zhang et al, 2010); logo: H5: Perante vários pontos de venda de retalho alternativos, os indivíduos efetuam um maior número de visitas aos que têm maior qualidade e diversidade de serviços. E, ainda: H6: Perante vários pontos de venda de retalho alternativos, os indivíduos tendem a preferir efetuar as suas compras naqueles em que têm atendimento personalizado. Ainda no âmbito dos Serviços e facilidades, há autores que incluem a Proximidade, a Facilidade de acesso e, ainda, a Qualidade do parqueamento (Hubbard, 1978; Engel et al, 1994; Revillion e Rossi, 2002; Kotler e Keller, 2006; Fox et al, 2007; Joseph et al, 2008; Reutterer e Teller, 2008; Rousseau, 2008; Paromita e Mridula, 2009; Rinaldi et al, 2009). Os indivíduos tendem a frequentar vários formatos de loja, de acordo com o tipo de compras que pretendem efetuar (Reutterer e Teller, 2008) e o processo de decisão sobre o ponto de venda irá ter em especial atenção as características do local onde o mesmo se situa e, ainda, os custos correspondentes a uma visita ao mesmo. Assim, será de esperar que: H7: Perante vários pontos de venda alternativos, os indivíduos tendem a distribuir as suas compras por lojas com diferente localização e facilidades de acesso e parqueamento. H7a: Perante vários pontos de venda alternativos os indivíduos tendem a efetuar as compras de maiores quantidades e, logo, destinadas a consumos mais espaçados no [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 19 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers tempo, em lojas mais afastadas do seu local de residência e/ou trabalho – normalmente as de formato Hipermercado. H7b: Perante vários pontos de venda alternativos os indivíduos tendem a efetuar as compras de menores quantidades e, logo, destinadas a consumos mais frequentes, em lojas próximas do seu local de residência e/ou trabalho – normalmente, as de formato Supermercado e (Soft) Discount. Há, ainda, uma quantia significativa de consumidores que gostam de ser tratados de forma diferente (Beirão, 2004), podendo-se recorrer a um vasto leque de alternativas que visem fomentar a fidelidade dos consumidores (ex.: programas de compras frequentes) e faze-los sentir que têm direito a um tratamento personalizado (Faria, 2003; Lewis, 2004; Hoffman e Lowitt, 2008; Silva, 2009; Tripathy, 2009; Kopalle et al, 1999 e Taylor e Neslin, 2005 in Molinero, 2010); falamos programas de fidelização - loyalty – (Beaty e Kahle, 1988; Bloemer e Kasper, 1993 e 1995; Muncy, 1996; Faria, 2003; Molinero, 2010) – e/ou de compromisso com o ponto de venda (Moorman et al, 1992; Pritchard et al, 1999; Ruyter e Wetzels, 1999) e formulam-se as seguintes hipóteses para validação: H8: Será de esperar que alguns indivíduos desenvolvam um compromisso com a loja (sinónimo de Fidelidade). H8a: Será de esperar que os indivíduos que apreciam a variedade de serviços e os programas que premeiam a compra regular de determinados produtos manifestem vontade de voltar e manter uma relação comercial com lojas de formato Hiper e Supermercado – Compromisso. H8b: Será de esperar que os indivíduos que tendem a apreciar a variedade de serviços e a preferir programas que premeiam a compra regular de determinados produtos decidam fazer as suas compras em pontos de venda de formato Hiper e Supermercado que possuam cartões de cliente, recomendando os mesmos aos seus conhecidos – Fidelidade. [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 20 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers 4.3. Esquema 1 – O MODELO 4.4. Estudo Quantitativo Após revisão bibliográfica e identificados os constructos para investigação, optou-se pela realização de um estudo exploratório quantitativo com uma amostra de 405 respostas válidas, num total de 500 questionários aplicados; as respostas totais foram 422 (84,40%), tendo-se procedido à anulação de 17 (4%) por terem muitas respostas omissas (incompletas por [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 21 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers decisão/desistência do participante – aprox. 20%); o total de participantes considerados como “válidos”, após análise e tratamento dos questionários, resultou da contabilização dos valores omissos em cada uma das escalas, tendo-se optado por retirar 17 indivíduos, por apresentarem um número elevado de não respostas (mais de 20%).Em seguida, como verificámos que tínhamos já relativamente poucos “missings”, optou-se por os substituir pela média (para todas as escalas). Incidindo a nossa análise sobre o mercado português, o estudo em desenvolvido incidiu na população das áreas metropolitanas das duas maiores cidades do país – Lisboa e Porto-, uma decisão assente no fator tempo, recursos humanos e financeiros disponíveis e, ainda, no facto de se tratarem das duas zonas geográficas nacionais com maior índice de população (INE 2011) e diversidade de presença (concentração) de formatos de pontos de venda do sector do retalho (Rousseau, 2008; Scantrends AcNielsen, 2011). Optou-se por incluir no questionário desenvolvido um grupo de questões que permitisse caracterizar os consumidores e outro que fornecesse insights importantes para o enriquecimento geral do trabalho de investigação e para a sua contribuição prática. A aplicação foi feita por telefone, recorrendo-se a ambiente de call center (empresa de estudos de mercado DOMP, na cidade do Porto). 4.4.1. A Amostra A Tabela 1 resume a caracterização da nossa amostra (dados obtidos através da aplicação de tratamento estatístico disponibilizado pelo software SPSS; de uma forma geral 37,8% dos inquiridos pertence à AM do Porto e 62,2% à de Lisboa): Tabela 1 – AS PRINCIPAIS CARATERÍSTICAS DA AMOSTRA DADOS SEXO M F CLASSE ETÁRIA 18-24 25-29 30-39 40-49 50-59 60-64 + 65 Á.METROPOLITANA Lisboa Porto N % 82 323 20,2 79,8 6 9 36 78 85 56 135 1,5 2,2 8,9 19,3 21,0 13,8 33,3 252 153 62,2 37,8 [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 22 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers DADOS ACTIVIDADE Activo Estudante Doméstica Reformado Desempregado NÍVEL ESCOLARIDADE Médio/Superior Secundário-11º/12º 3º Ciclo - 9º ano 2º Ciclo - 6º ano 1º ciclo - Primária Nenhum - Sabe ler e escrever Nenhum - Não sabe ler e escrever ESTADO CIVIL Casado(a) Solteiro(a) Divorciado(a)/Separado(a) Viúvo(a) União de facto NS/NR Nº DE ELEMENTOS DO AGREGADO FAMILIAR Um Dois Três Quatro Cinco Seis olu mais NS/NR CLASSE SOCIAL A/B-Alta e Média alta C1-Média C2-Média baixa D-Baixa REND.º MENSAL Até 500 € De 501 a 1000 € De 1001 a 1500 € De 1501 a 2000 € De 2001 a 2500 € Mais de 2500 € NS/NR N % 178 3 59 141 24 44,0 ,7 14,6 34,8 5,9 106 75 61 32 115 26,2 18,5 15,1 7,9 28,4 14 3,5 2 0,5 287 29 25 54 7 3 70,9 7,2 6,2 13,3 1,7 0,7 56 143 91 81 27 6 1 13,8 35,3 22,5 20,2 6,7 1,5 0,2 134 88 78 105 33,1 21,7 19,3 25,9 63 107 71 48 17 20 70 15,6 26,4 17,5 11,9 4,2 4,9 19,5 [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 23 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers 4.4.2. Descrição das Variáveis e respetivas Escalas PRC/VALUE - Consciência do Preço/Valor – A consciência dos Preços consiste no grau de intensidade que o consumidor desenvolve face aos preços dos produtos, focando a sua atenção, exclusivamente, nos produtos de preços baixos (i.é no (s) produto (s) que lhe permitam pagar os preços mais baixos); foi adaptada a escala de Lichtenstein et al (1993) – Price Perception and Consummer Shopping Behavior -, que relaciona a Consciência de Preços com o Valor atribuído pelo consumidor. Para estes autores a variável preço pode assumir um “papel negativo” (quantidade de dinheiro a despender numa transação) e/ou “positivo” (preço enquanto sinal de qualidade). Em consequência destes dois papéis atribuídos ao preço, os autores sugerem cinco constructos para o papel negativo e 2 para o papel positivo; para o presente trabalho optou-se pelo papel negativo, tendo-se adaptado as questões à realidade do mercado português e, ainda, ao objeto de estudo da presente investigação. O modelo original assenta em escalas de Likert de 7 pontos, variando de Discordo Totalmente até Concordo Totalmente mas, face à utilização do telefone, optou-se pela utilização de escalas de Likert de 5 pontos, pois são as preferidas pela maioria dos indivíduos que aceitam participar neste tipo de estudos (via telefone); refira-se, desde já, que este procedimento teve que ser replicado em todos os modelos de escalas de marketing utilizados no estudo. PROM – Promoção de Vendas – Alguns autores acreditam que o recurso a promoções de vendas auxilia as lojas na conquista e manutenção de uma determinada quota de mercado, evitando que os concorrentes consigam captar a atenção dos consumidores (Lee, 2002) e respondendo a uma natural propensão do indivíduo pelas compras em promoção (Lichtenstein et al, 1993); no presente trabalho atuou-se em conformidade, optando-se, para evitar a extensão do questionário e porque é aceite, ao longo desta investigação, que os consumidores se dividem por diferentes formatos de pontos de venda, por não incluir o grupo de questões relacionadas com “Price Consciousness”, originalmente incluídas na escala escolhida. COM – Comunicação – cada consumidor age de forma diferente mas, enquanto ser social, não pretende manter-se alheio às tendências do mercado; assim, após vários autores consultados, parece inquestionável que mensagens sobre produto, sobre preço e até mesmo sobre distribuição – locais onde se podem encontrar os produtos - levem a uma maior propensão para a compra, chamando a atenção dos indivíduos (Berkowitz e Walton, 1980; Aaker e Norris, 1982; Lastovicka, 1983; Puto e Wells, 1984; Park e Young, 1986; Liu e Ryziu, 2008; Pechtl, 2008; Palazón e Delgado, 2009). [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 24 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Não tendo sido possível encontrar escalas específicas que se adaptassem ao objeto deste estudo, optou-se pelo método utilizado e proposto por Puto e Wells (1984) e por adaptar ou criar questões específicas que julgamos pudessem ajudar a melhor compreender o porquê das decisões baseadas na forma de comunicação usada pela loja (ex.: Quando vi este anuncio televisivo pensei logo o quanto a marca – o ponto de venda – poderia ser útil para mim). STOCKS – Gestão do Linear, Variedade da Oferta e Imagem da Loja – A imagem de uma Loja e a variedade da sua oferta parecem exercer uma forte influência na mente do consumidor; neste estudo optou-se por adaptar duas escalas ao âmbito de estudo: a escala de Dickson e Albaum, 1977 – fatores relacionados com a formação da imagem da loja e intenção de escolha por parte do indivíduo – e a escala de Sproles e Kendall (1986) / Sproles e Sproles (1990) - que visa compreender a relação entre a variedade de produtos e marcas oferecidos, e a maior ou menor contribuição para facilitar as compras aos consumidores e fazer com que eles se sintam bem e desejem regressar. Segundo Dickson e Albaum (1977), a imagem que o consumidor forma de uma determinada loja de retalho resulta da política de preços adotada, dos produtos oferecidos, do layout em si, das instalações, serviços, pessoal, campanhas promocionais, entre outros. No pré-teste realizado verificou-se que os indivíduos, na sua totalidade, não conseguiam responder no formato proposto pelos autores (itens apresentados na forma de adjetivos (descritivos) em oposto); a solução encontrada foi colocar um adjetivo de cada vez e permitir que a resposta assentasse numa escala de Likert de 5 pontos, pedindo-se aos inquiridos que indicassem o seu grau de concordância ou discordância. Sproles e Kendall (1986) e Sproles e Sproles (1990) foram os autores da escala CSI (Consumer Styles Inventory), que escolhemos para complementar a identificação da importância e do comportamento de resposta do consumidor à maior ou menor variedade de oferta, como determinante da escolha do ponto de venda. BREAK – Ruturas em linear – pretende-se aferir da importância dada pelo consumidor a uma correta gestão de produtos e de stocks, por parte dos responsáveis dos pontos de venda; assim, qual a reação do indivíduo a uma falha momentânea de um ou mais produtos no ponto de venda? No presente trabalho, optou-se por analisarmos esta questão baseando-nos no modelo de estudo proposto por Manolis et al (1994), colocando-se as questões que visam esclarecer sobre a imagem da loja e a sua capacidade de gerir e manter essa mesma imagem (ex: a Loja tem uma boa reputação; o layout da loja é…); também, uma vez mais, se utilizou e adaptou apenas, alguns dos itens da escala, dentro da forma como temos vindo a operar, essencialmente imbuídos da preocupação em nos mantermos no “core” da investigação. [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 25 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers SERVPERF – Qualidade dos Serviços - Foi usado o modelo SERVPERF, de Cronin e Taylor (1992) que, apoiando-se no modelo SERVQUAL, defende a avaliação da qualidade dos serviços com base, apenas, na perceção do seu desempenho. Segundo os autores, as empresas fornecedoras de serviços necessitam perceber, de forma inequívoca, se os seus consumidores as vêm como capazes de fornecer serviços com um nível máximo de qualidade percebida. Para justificarem o seu modelo, Cronin e Taylor (1992) referem que a qualidade deve ser entendida como uma atitude do cliente relativamente às dimensões da qualidade e não como o resultado de uma comparação entre expectativas e real desempenho; para eles a qualidade dos serviços é um antecedente à satisfação do consumidor e esta tem um efeito significativo na sua intenção de compra (Salomi et al, 2005). CONVENIENCE/PROX – Proximidade e Facilidade de Acessos - pretende-se identificar como é que a proximidade de um ponto de venda e a facilidade de acessos interfere na escolha e frequência de visitas por parte dos consumidores. Optou-se pela utilização de afirmações, seguidas de uma escala de Likert de 5 itens, variando entre Discordo Totalmente (1) e Concordo Totalmente (5), uma adaptação da operacionalização proposta por Mridula e Goswami (2009), tendo-se utilizado apenas as afirmações que nos pareceram pertinentes, após pré-teste, para o alvo do presente estudo. COMMIT/LOYALTY – vulgo commitment -, visa expressar a intenção do indivíduo em continuar uma relação, ao longo do tempo, com um Ponto de Venda, o que em Gestão de Marketing também pode assumir a designação de Fidelização. Note-se que podem existir várias e/ou diferentes motivações por trás desta intenção de permanência que, na literatura existente, deram origem à distinção entre dois tipos de relação com a marca: afetivo e calculado (Gundlach et al., 1995; Geyskens et al., 1996; Samuelson e Sandvik, 1999); ainda de acordo com a literatura existente, trata-se de uma distinção muito importante, uma vez que cada um dos dois tipos se relaciona de forma diferente com outras variáveis, como a tolerância ao preço e a confiança (Faria, 2003). Para este trabalho, quando nos referimos à relação do consumidor com a marca (COMMIT), optou-se por utilizar a primeira dimensão - processo afetivo e/ou emocional -, uma vez que, quando comparado com a segunda dimensão - calculado -, se traduz num estado em que o indivíduo sente a vontade de manter uma relação ao longo do tempo (Castro e Armario, 1999; Bon e Tissier-D., 2000; Reinares e Ponzoa, 2002; Alturas, 2003; Faria, 2003; Ashley e Varki, 2009). Criou-se um grupo de questões em que os itens representam as principais características da relação entre o consumidor e o ponto de venda, tais como: considero-me fiel à loja X; para mim a loja X é claramente a melhor loja do mercado; recomendo que comprem na loja X; tenciono [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 26 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers continuar a comprar na loja X. Esta forma de atuação vai de encontro com a operacionalização empregue por Beaty e Kahle (1988), Bloemer e Kasper (1993, 1995), Muncy (1996) e Faria (2003) tendo, contudo, sido desenvolvidas algumas adaptações ao setor do retalho. Seguiu-se um grupo de questões que designamos por “Informação Complementar” e o questionário termina com a recolha de dados que permitem a caracterização da Amostra e, ainda, a verificação da aplicação efetiva do questionário (identificação do nome do participante e número de telefone utilizado para o contacto). 5. Medidas e Qualidades Psicométricas No momento de procedermos à análise das variáveis, ao classificar a tipologia das lojas, optouse por considerar o Lidl e o Minipreço como Supermercados, face à sua atual forma de abordar o mercado; optou-se, ainda, por proceder a uma redução do número de variáveis que medem cada constructo, tendo-se utilizado, para esse fim, a análise fatorial. 5.1. As Variáveis de estudo e a Análise de Componentes Principais Foram efetuadas ACP’s a cada uma das variáveis em estudo; os dados obtidos através das ACP’s foram conseguidos através do software SPSS e permitiram reunir (e reduzir) os dados de base necessários à continuação da pesquisa: Tabela 2 - ACP’s E DIMENSÕES ENCONTRADAS VARIÁVEIS PREÇO/VALOR/PROMOÇÃO COM (COMUNICAÇÃO) DIMENSÕES/COMPONENTES Alpha de Cronbach KMO Sig Promoção; 0,856 Vales de desconto; 0,862 Preço/Qualidade; 0,651 Shoppings. 0,703 0,893 ,000 Comunicação. 0,886 0,930 ,000 [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 27 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers STOCKS/VARIETY Oferta Adequada; 0,748 0,752 Confusão. 0,816 0,821 ,000 DIMENSÕES/COMPONENTES Alpha de Cronbach KMO Sig BREAK Break 0,666 0,716 ,000 SERVEPERF (s/realização de ACP’s por se tratar de um modelo amplamente usado) Tangibilidade; 0,845 Confiança; 0,839 Capacidade de Resposta; 0,647 Garantia; 0,878 Empatia. 0,865 - - Proximidade local de residência; - (Menor) Custo de Deslocação; - Facilidade de Acessos. - - - Fidelidade à loja; 0,763 Fidelidade ao Preço e Promoções; 0,550 Fidelidade à Recompensa. 0,531 0,746 ,000 VARIÁVEIS PROXIMITY (baseado em ordem de lista de preferências) FIDELIDADE/COMMITMENT Os Alphas de Cronbach apresentam valores no limite do inaceitável (entre 0,531 e 0,550, logo, < 0,60), baixo (0,763) e moderados a elevados (0,703 a 0,878); relativamente aos dois primeiros iremos interpretar os dados com a necessária precaução, conforme DeVellis (1991) defende que se deve proceder quando em presença de cenários de investigação em ciências sociais/comportamentais. Os restantes são sinónimos de boa adequação (good adequacy). O teste de Bartlett’s revela um valor inferior a 0,05 logo, existe correlação entre as variáveis. 5.2. Testes para a Amostra 5.2.1. T-tests Área Metropolitana – em nenhuma das variáveis explicadas foi detetada diferença de comportamento entre os indivíduos das duas áreas metropolitanas em estudo – Lisboa e [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 28 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Porto-, facto aceitável se consideramos que se tratam das duas maiores cidades do país, com hábitos de vida semelhantes e, ainda, que há um número considerável de indivíduos que, embora oriundos do Porto ou de qualquer outra região do país, vivem e trabalham atualmente em Lisboa. Estas constatações permitem a extrapolação dos resultados obtidos a nível nacional. Sexo – Apenas foram detetadas diferenças de comportamento nas variáveis Tangibilidade, Confiança e Empatia, com o sexo feminino a dar-lhes maior importância no momento de escolha de um ponto de venda. Ocupação – Em nenhuma das variáveis exploradas foi detetada diferença de comportamento entre os indivíduos profissionalmente ativos e inativos; note-se que esta constatação não pode ser alheia do facto de que a maior parte dos indivíduos que compõem a amostra tem mais de 60 anos de idade. 5.2.2. O Coeficiente de Correlação r de Pearson Verificou-se que à medida que aumenta a idade dos indivíduos diminui a sua atenção e/ou a importância que os mesmos atribuem a algumas das variáveis incluídas no estudo; assim sendo: Comunicação – à medida que aumenta a idade, diminui a atenção e importância dada a este fator (-0,182); Fidelização – à medida que aumenta a idade, diminui a probabilidade dos indivíduos desenvolverem fidelidade aos pontos de venda com base no Preço, Promoção e Recompensa. Se pensarmos, ainda, na mobilidade dos indivíduos com mais idade, parece ser a proximidade (sinónimo de comodidade e facilidade) que aporta maior satisfação; Break – Aumenta a idade, diminui a importância dada a lojas que não apresentem ruturas de produtos; isto é facilmente compreensível se considerarmos que os indivíduos com mais idade estão menos ativos e encaram a ida à loja como uma distração: voltar não é, portanto, um problema. Por outro lado, sabemos que os Pontos de venda ditos de proximidade dão/têm vindo a dar uma considerável visibilidade aos produtos Marca Própria logo, dificilmente apresentam ruturas nestes que são, aparentemente, os mais procurados pelos indivíduos com mais idade. 5.2.3. A ANOVA [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 29 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Classe Social – Apenas foram detetadas diferenças significativas nas variáveis Promoção, Vales de Desconto, Shoppings, Stocks 2 (Confusão) e Empatia; em seguida tentamos analisar as diferenças efetivas por classe social: Tabela 3 – IDENTIFICAÇÃO DAS DIFERENÇAS EFECTIVAS POR CLASSE SOCIAL A/B M DT 2,864 b 0,897 C1 M DT 3,164 ab 1,027 C2 M DT 3,605 a 0,889 D M DT 3,263 a 1,098 3,294 b 0,984 3,401 b 1,093 3,832 a 0,899 3,649 b 1,174 3,915 ab 1,032 STOCKS_VAR_ 2 3,047 b 1,210 EMPATIA 4,188 ab 0,690 PROMOÇÃO VALES_DESC SHOPPINGS F(gl1;gl2) F(3,401) P 9,798 p<0,001 * 3,508 ab 1,117 4,697 p=0,003 * 4,192 a 0,823 3,938 ab 1,060 4,571 p=0,004 * 3,029 b 1,149 3,224 ab 1,078 3,548 a 1,038 4,814 p=0,003 * 4,063 b 0,776 4,336 a 0,565 4,361 a 0,640 3,916 p=0,009 * Conforme podemos verificar, à medida que desce o escalão social do indivíduo, aumenta a atenção dada às lojas com promoções, entendidas como muito positivas e capazes de contribuir de forma inquestionável para a poupança das famílias. Relativamente aos Vales de Desconto, os indivíduos pertencentes às classes sociais C2 e D revelam frequentar lojas que trabalhem de forma ativa esta variável (e/ou, pontos de venda que apostam nesta forma de diluir o preço dos bens e serviços que disponibilizam) contrariamente aos indivíduos das restantes classes sociais (A/B e C1). A variável Shoppings não aparenta consistir um critério de eleição do ponto de venda por parte dos indivíduos da classe social A/B; no que diz respeito à variável Stocks 2 (Confusão, em resultado da maior variedade de oferta), são os indivíduos das classes sociais mais baixas que revelam ter a mesma em atenção no momento de escolha da loja onde efetuar as suas compras (porque mais necessitam de justificar, perante si e perante os outros, a “boa” compra que fizeram); por último, a Empatia (capacidade da empresa em providenciar um atendimento personalizado) consta das características desejadas pelos indivíduos das classes sociais C2 e D, sendo que C1 é quem, aparentemente, atribui menor grau de importância a esta variável. [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 30 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Tipologia do Ponto de venda - Apenas foram detetadas diferenças nas variáveis Vales de Desconto, Tangibilidade e Fidelidade 3 (neste trabalho entendida como Recompensa, i.é, o desejo de permanência dos indivíduos desde que o Ponto de Venda continue a valorizar, incentivar e premiar essa pretensão de continuidade). De uma forma geral podemos referir que o indivíduo quer produtos a preços baixos, sempre competitivos, mas que não precisam ser apenas mediante a oferta de vales de desconto (ex.: pode “ser mais produto pelo mesmo PVP”) ou sistemas de recompensa (tipo cartão cliente) e quer lojas minimamente funcionais (mas sem exigir muito ao nível do equipamento e instalações em si). 5.3. Análise e Verificação do Modelo Após testarmos os efeitos das variáveis de caracterização nas diferentes dimensões avaliadas, procedemos à validação do modelo de investigação inicialmente desenvolvido para o presente trabalho, que assentou em oito hipóteses gerais, algumas das quais se subdividiram em duas hipóteses (ver, p.f., Hipóteses 1, 7 e 8). Procedeu-se, consequentemente, à realização de uma Regressão Logística Multinomial (Allison,2001, in Beldona et al, 2009), visto tratar-se de um procedimento adequado e eficaz quando se está a analisar vários grupos de variáveis que são mutuamente exclusivas, dentro de uma variável dependente (Garson, 2006 in Beldona et al, 2009), tendo como variável dependente os três locais de compra (H,S, (s)D) e como variáveis independentes as diferentes dimensões avaliadas (Promoção, Vales de desconto, etc.) e algumas variáveis de caracterização, como sendo, o sexo, a área metropolitana, etc. Com este procedimento procuramos identificar as variáveis determinantes na escolha por um ponto de venda. A presente investigação permitiu explicar aprox. 26% (pseudo R2 Nagelkerke = 0.259) do modelo desenvolvido; o tratamento estatístico efetuado levou-nos à confirmação de 5 hipóteses definidas à partida, sendo que uma hipótese acabou por ser apenas parcialmente confirmada e, para as 5 restantes não se conseguiu observar evidência empírica: Quadro 1 – CONFIRMAÇÃO DAS HIPÓTESES DO MODELO DE INVESTIGAÇÃO HIPÓTESE – Nº H1 a) HIPÓTESE – BREVE DESCRIÇÃO RESULTADO Será de esperar que os indivíduos tendam a preferir pontos de venda que ofereçam preços baixos todos os dias para a maioria dos produtos, normalmente associados ao formato (Soft)Discount. Confirmada [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 31 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers H1 b) H2 HIPÓTESE – Nº H3 H4 H5 H6 H7 a) H7 b) H8 a) H8 b) Há um número considerável de indivíduos que tendem a preferir promoções temporárias, que são percebidas como um fator de surpresa e de agrado, no momento de optarem pelo ponto de venda onde fazer a maioria das suas compras e, como tal, preferem lojas de formato Hiper e Supermercado. Perante vários pontos de venda de retalho alternativos, os indivíduos tendem a visitar mais vezes aqueles cuja comunicação “outside” da loja melhor os esclarece sobre preços, promoções e produtos disponíveis. HIPÓTESE – BREVE DESCRIÇÃO Confirmada Perante vários pontos de venda de retalho alternativos, os indivíduos efetuam um maior número de visitas aos que consideram ter menos marcas/produtos disponíveis. Perante vários pontos de venda de retalho alternativos, os indivíduos efetuam um maior número de visitas àqueles em que existem menos ruturas de produtos em linear. Perante vários pontos de venda de retalho alternativos, os indivíduos efetuam um maior número de visitas aos que têm maior qualidade e diversidade de serviços. Perante vários pontos de venda de retalho alternativos, os indivíduos tendem a preferir efetuar as suas compras naqueles em que têm atendimento personalizado. Perante vários pontos de venda de retalho alternativos, os indivíduos tendem a efetuar as compras de maiores quantidades e, logo, destinadas a consumos mais espaçados no tempo, em lojas mais afastadas do seu local de residência e/ou trabalho, normalmente as de formato Hipermercado. Perante vários pontos de venda alternativos, os indivíduos tendem a efetuar compras de menores quantidades e, logo, destinadas a consumos mais frequentes, em lojas próximas do seu local de residência e/ou trabalho, normalmente as de formato Supermercado e (Soft) Discount. Será de esperar que os indivíduos que apreciam a variedade de serviços e os programas que premeiam a compra regular de determinados produtos manifestem vontade de voltar e manter uma relação comercial com lojas de formato Hiper e Supermercado – Compromisso. Será de esperar que os indivíduos que tendem a apreciar a variedade de serviços e a preferir programas que premeiam a compra regular de determinados produtos, decidam fazer as suas compras em pontos de venda de formato Hiper e Supermercado que possuam cartões cliente, recomendando os mesmos aos seus conhecidos Parcialmente confirmada Não Confirmada RESULTADO Confirmada Não Confirmada Não Confirmada Confirmada Confirmada Não Confirmada Não Confirmada Fomos, em seguida, tentar ver que variáveis nos ajudavam a justificar a opção por um Hiper ou por um (Soft) Discount: [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 32 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 33 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers HIPERMERCADO vs (SOFT) DISCOUNT – Tabela 4 – COEFICIENTES DE MODELO MULTINOMIAL – HIPERMERCADO vs (SOFT) DISCOUNT Hipermercado vs (Soft)Discount Promoção Vales de desconto Comunicação Break Tangibilidade Confiança Capacidade de Resposta Garantia Fidelidade 2 Fidelidade 3 Q14_D(0-Não)–Compras uma vez Q16_D(0-Não) Proximidade (0-outros motivos) Área Metropolitana (0Lx) Profissão (0-Inactivo) Sexo (0 – M) Idade Classe Social B -,459 ,540 ,054 1,035 ,238 ,165 ,407 -,457 ,205 ,197 ,879 ErroPadrã o ,209 ,239 ,232 ,427 ,501 ,561 ,332 ,505 ,216 ,205 ,379 X2 Wald p-value (Sig.) 4,842 5,111 ,055 5,888 ,226 ,087 1,500 ,821 ,901 ,916 5,386 gl (ou df) 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Exp (B) I.C. a 95% para Exp(B) ,028 ,024 ,815 ,015 ,635 ,768 ,221 ,365 ,343 ,339 ,020 ,632 1,716 1,056 2,816 1,269 1,180 1,502 ,633 1,227 1,217 2,410 ] ,420; ,951[ ],1,075; 2,742[ ] ,671; 1 ,662[ ] 1,220; 6 ,499[ ] ,475; 3 ,385[ ] ,393; 3 ,544[ ] ,783; 2 ,881[ ] ,235; 1 ,702[ ] ,804; 1 ,872[ ] ,814; 1 ,821[ ] 1,146; 5 ,064[ ,011 -,823 ,305 ,369 ,001 4,985 1 1 ,972 ,026 1,011 ,439 ] ] ,556; 1 ,839[ ,213; ,904[ ,293 ,305 ,923 1 ,337 1,340 ] ,737; 2 ,436[ ,254 -,396 -,143 ,019 ,335 ,369 ,135 ,129 ,575 1,150 1,123 ,022 1 1 1 1 ,448 ,284 ,289 ,883 1,289 ,673 ,866 1,019 ] ] ] ] ,668; ,326; ,665; ,792; 2 ,488[ 1,388[ 1,130[ 1,312[ Nota: >1 – aumenta a probabilidade; <1 – diminui a probabilidade Neste modelo estamos a analisar a escolha entre Hipermercado e (Soft) Discount (0). Os preditores significativos neste modelo foram as Ruturas de produtos na loja, no trabalho designadas por BREAK (OR=2,816), o Menor número de visitas a lojas (OR=2,410) - Q14 D (“Costuma fazer a maior parte das suas compras uma vez por mês?”), os Vales de Desconto (OR=1,716), a Promoção (OR =, 632) e, por último, a Proximidade (OR = 0,439); as restantes variáveis não se revelaram diferenciadoras relativamente à escolha do ponto de venda. No que diz respeito a BREAKS (ruturas) é perfeitamente percetível que quem prefere as lojas de formato Hiper procura menos probabilidade de encontrar falhas, isto porque lhes associa um maior número de funcionários e uma maior capacidade de gestão de stocks; por outro lado, a ausência de ruturas vs uma correta gestão de existências indiciam a possibilidade de efetuar de uma só vez a maior parte das compras (i.é, o indivíduo não precisa deslocar-se muitas vezes às lojas, que é algo que prefere evitar). Vales de Desconto e Promoções são atitudes comerciais tipicamente usadas por este formato de loja, como forma de atrair e manter os clientes e, por último, a Proximidade não é considerada por quem frequenta lojas Hipermercado (Sig. de, 026 [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 34 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers e Exp (B) de, 439), o que é facilmente aceite pois estas lojas situam-se, por norma, mais distantes dos aglomerados habitacionais. SUPERMERCADO vs (SOFT) DISCOUNT – De acordo com a tabela 5 e tentando perceber o que leva os indivíduos a decidirem-se entre fazer as suas compras em lojas de formato Supermercado ou em lojas de formato (Soft) Discount, podemos referir que, essencialmente, se trata de uma decisão que assenta na obtenção de Vales de desconto (apesar de ser marginalmente significativo – > 0,05) e em questões de índole social – Classe Social: Tabela 5 - COEFICIENTES DE MODELO MULTINOMIAL – SUPERMERCADO vs (SOFT) DISCOUNT Supermercado vs (Soft)Discount Promoção Vales de Desconto Comunicação Break Tangibilidade Confiança Capacidade de Resposta Garantia Fidelidade 2 Fidelidade 3 Q14_D-Compras uma só vez Q16_D Proximidade Área Metropolitana Profissão Sexo Idade Classe Social B ErroPadrão X2 Wald ,096 ,509 -,086 ,291 -,838 -,094 -,056 ,231 ,262 ,253 ,256 ,464 ,571 ,345 ,173 3,771 ,117 1,286 3,269 ,027 ,026 Gl (ou df) 1 1 1 1 1 1 1 p-value (Sig.) Exp (B) I.C. a 95% para Exp(B) ,677 ,052 ,733 ,257 ,071 ,869 ,872 1,101 1,663 ,559 1,337 ,432 ,910 ,946 ],700; 1 ,731[ ],995; 2,779[ ],559; 1 ,506[ ],809; 2 ,210[ ],174; 1 ,073[ ],297; 2 ,785[ ],480; 1 ,861[ ,375 -0,21 -0,26 ,402 ,523 ,234 ,225 ,399 ,514 ,008 ,013 1,014 1 1 1 1 ,473 ,927 ,908 ,314 1,455 ,979 ,974 1,494 ],522; 4 ,054[ ],618; 1 ,549[ ],627; 1 ,514[ ],684; 3 ,266[ ,260 -,177 ,442 -,067 ,112 -,158 ,347 ,315 ,405 ,317 ,353 ,403 ,141 ,135 ,682 ,190 1,951 ,036 ,078 1,250 6,630 1 1 1 1 1 1 1 ,409 ,663 ,163 ,850 ,780 ,264 ,010 1,298 ,838 1,556 ,935 1,119 ,854 1,414 ],699; 2 ,408[ ],379; 1 ,855[ ],837; 2 ,896[ ],468; 1 ,869[ ],508; 2,465[ ],648; 1,126[ ]1,086; 1,842[ Segundo podemos ver, à medida que desce o patamar social (Classe Social) do indivíduo, aumenta a probabilidade deste eleger as lojas de formato Supermercado para efetuar as suas compras, em detrimento do formato (Soft) Discount e, paralelamente, que os indivíduos que elegem o formato Supermercado o fazem porque privilegiam pontos de venda que optam por trabalhar a variável preço com base na distribuição de Vales de desconto. [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 35 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Ao desenvolvermos este trabalho e tendo por base a recente alteração de política de abordagem do mercado por dois players (Lidl e Minipreço), optou-se por os classificar como Supermercados, uma decisão que nos levou, seguramente, aos resultados obtidos; de facto, basta dedicarmo-nos um dia a observar o consumidor tipo destas duas insígnias – Lidl e MiniPreço - para percebermos uma predominância de indivíduos pertencentes aos estratos mais baixos da sociedade. Contrariamente, as lojas Pingo Doce ao manterem a sua aposta em serviços (ex.: Talho, Peixaria) conseguiram manter um número considerável dos clientes que tinham desde a altura em que trabalhavam o mercado português num conceito de Supermercado de Gama Média e Média-alta. Daí os resultados encontrados. 6. Discussão e Principais Conclusões da Investigação Podemos afirmar que o presente estudo nos leva a identificar dois fatores essenciais que os consumidores têm em mente no momento de decidirem onde efetuar as suas compras: 1. O Consumidor, face ao panorama de insegurança socioeconómico que o tem acompanhado ao longo dos últimos anos, tornou-se um indivíduo extremamente consciente da necessidade de mudar os seus hábitos e, sobretudo, de analisar todas as possibilidades de poupança. Hoje em dia o consumidor sente uma forte necessidade de planificar as suas compras de forma consciente: ele quer estar no controlo, não deseja restringir as suas opções ao que os players do mercado decidem vender-lhe (produtos que oferecem ou políticas de preços que divulgam dentro e fora das lojas). O consumidor escolhe uma loja segundo a lógica de custo-benefício: pretende os menores custos possíveis associados ao ato de compra em si. Daí que pondere com extremo cuidado tudo o que se relacione, de forma direta ou indireta, com os produtos que tem que adquirir para o seu bem-estar e sobrevivência e, apesar de aparentemente não valorizar a comunicação desenvolvida pelas diferentes insígnias, desde logo que se preocupa em saber as estratégias de preços praticadas por cada uma delas. Por outras palavras, o escolher entre diferentes formatos de pontos de venda é sinónimo de ter reunido a informação necessária sobre os preços em si e sobre a natureza das promoções desenvolvidas (Sorescu et al, 2011). Apesar dos resultados deste estudo não terem confirmado a nossa hipótese relacionada com o peso da Comunicação na mente do consumidor, é inegável a sua efetiva importância, quer para os Distribuidores em si (revelando o que os diferencia dos seus concorrentes), quer para os Consumidores (apoiando-os no momento de decidir onde comprar); ao escolher onde fazer a maior parte das suas compras, o indivíduo prestou, antecipadamente, especial atenção à forma como o ponto de venda trabalha a variável preço (Berkowitz e Walton, 1980; Aaker e Norris, 1982; Lastovicka, 1983 – conceito “relevância”; Puto e Wells, 1984; Park e Young, 1986; Liu e Ryziu, 2008; Pechtl, 2008; Palazón e Delgado, 2009). [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 36 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers E não o preço apenas na sua forma direta, mas todas as fórmulas que os pontos de venda podem utilizar para o alterar – baixar; falamos de Promoções várias e de Vales de Desconto habitualmente difundidas pelos meios de comunicação e também pelas redes sociais. É o consumidor quem decide, em consonância com o seu orçamento e forma de estar logo, ele planifica e sente-se em controlo dos seus atos de compra: vai escolher o Hipermercado ou Supermercado de acordo com o rendimento disponível, planificando o quê, quando e quanto comprar (usufruindo em pleno das diferentes promoções com que se deparar) ou vai eleger o formato (Soft) Discount, se pretende a todo o custo evitar despesas extras que possam ocorrer em resposta a situações que conduzam à compra por impulso (picking). Considerada e compreendida de forma clara qual a política de preços praticada, em seguida o indivíduo irá fazer incidir a sua atenção na Variedade de oferta do ponto de venda, optando por efetuar a maior parte das suas compras em lojas de formato Hipermercado, pois reconhece neste tipo de lojas uma maior variedade de produtos e marcas, o que reduz o risco de não encontrar o que procura. Esta variedade de produtos e marcas são entendidos como “one-stop shopping” (Zameer e Mukherjee, 2011) o que, por sua vez, significa menor número de visitas a pontos de venda (o “inicialmente escolhido” vs “pontos de venda concorrentes”) e menores custos associados (Darke et al, 20120; Zameer e Mukherjee, 2011). Em consequência, existe um número considerável de indivíduos que opta por fazer a maior parte das suas compras em lojas de formato Hipermercado ou Supermercado, pois estes espaços optaram por os esclarecer relativamente ao mix de produtos que podem encontrar nos seus lineares; a maior variedade presente em qualquer um destes formatos indicia um menor risco em não encontrar o produto pretendido ou a elevada probabilidade em descobrir uma alternativa “à altura” para o mesmo; paralelamente, o consumidor aprendeu a privilegiar imenso a inexistência de falhas – ruturas – de produtos em linear (Aastrup e Kotzab, 2009; Trautrims et al, 2009) e esta importância é tanto maior, quanto maior o consumo dos bens em causa e a sua tipologia em concreto. De facto, não encontrar um determinado produto habitualmente exposto no ponto de venda – quer seja na forma habitualmente preferida, no sabor/odor mais procurado ou no tamanho/peso mais procurado – resulta bastante negativo para o consumidor final e pode implicar uma não venda, quer para o Fornecedor quer para o Distribuidor (B2C). Os consumidores, por sua vez, estão devidamente conscientes desta importância em não se depararem com ruturas de produtos em linear, pois as mesmas implicam/pode implicar a necessidade de proceder a uma visita a um outro ponto de venda (e, uma vez mais, custos inerentes) na tentativa de encontrar o produto desejado. Realce-se que, apesar da amostra que aceitou participar no nosso estudo não ter revelado, de forma direta, a satisfação que sente em resultado de uma adequada e diversificada prestação de serviços por parte da loja em si e dos seus funcionários – loja escolhida-, ao preferir uma oferta adequada às suas necessidades, que lhe permita obter o que deseja e precisa, sem ruturas e, consequentes custos inerentes a estas, os indivíduos acabam por indiciar que, sem serviços de [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 37 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers qualidade e condicentes com as suas expectativas, não consideram o ponto de venda como um bom local para efetuar as suas compras. Mas, mesmo disponibilizando estes serviços, se não se tiver cuidadosamente planificado a localização e toda uma rede de acessos e facilidades (ex.: parqueamento), a loja dificilmente será considerada pelo indivíduo (Sinha e Banerjee, 2004; Zameer e Mukherjee, 2011). 2. O Consumidor dos nossos dias distribui as suas compras por diferentes formatos de ponto de venda, procurando sempre justificar perante si próprio que fez a compra acertada, no local acertado e com os menores custos possíveis. Assistimos, nos últimos anos, a consideráveis mudanças das condições sociais; a crise instalouse, primeiramente a nível internacional e, rapidamente, a nível nacional. Alteraram-se os rendimentos disponíveis, aumentou o número de famílias sem capacidade de fazer frente aos seus diferentes encargos (empréstimos diversos, combustível, educação, alimentação, luz, água, entre outros), mudaram-se os padrões de comportamento e alterou-se a forma de ser, estar e comprar do indivíduo. Os consumidores procuram, de facto, reduzir ao máximo o número de deslocações aos pontos de venda e tentam, sempre que possível, resolver a maior parte das suas aquisições numa determinada loja; não obstante, desejam sempre poder decidir adquirir determinados produtos em pontos de venda em concreto pois, desta forma, acreditam fazer a melhor escolha, a compra acertada e a despesa desejada. São em número significativo os consumidores que optam por fazer a maior parte das suas compras, especialmente em categorias específicas de produtos (DPH, Higiene Pessoal, Pequeno Almoço, Mercearia Seca, entre outros) em lojas de formato Hipermercado – onde se deslocam, por norma, uma vez por mês - e, depois, repartem as demais compras do mês por visitas de periodicidade maioritariamente semanal a lojas que fiquem próximo do seu local de residência – Supermercados ou (Soft) Discounts-, conforme a maior proximidade, o tipo específico de produtos (ex.: frescos) e, ainda, a sua maior ou menor preocupação em enfrentar situações que possam conduzir a uma vontade de comprar algo mais do que o inicialmente previsto (picking); estamos aqui a considerar tipos de produtos em concreto, como frescos, talho, alguns de mercearia e padaria e estamos, ainda, a ter em linha de conta que há produtos que só se conseguem encontrar em lojas específicas. Lembramos aqui alguma informação complementar (porque não pedida, mas fornecida…) que nos foi possível recolher, aquando da aplicação do questionário aos participantes e que nos deu, desde logo, esta mesma indicação – “No Lidl há umas bolachinhas… e uns iogurtes”; “No Pingo Doce há umas pizzas da marca deles que são as melhores do mercado…”. Ao analisar e considerar, quer o número de visitas efetuadas quer a distância a percorrer até chegar ao (s) ponto (s) de venda, o indivíduo habituou-se a acrescentar o tempo despendido, os custos relacionados com o meio de transporte em si e a facilidade de parqueamento ao custo [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 38 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers total a despender na compra dos bens que necessita. E, uma vez mais, ao decidir de forma coerente e planificada o quê e quanto comprar, por tipologia de loja, ele está, igualmente, a exercer a tal capacidade pessoal de controlo do processo de compra. Note-se que, como resposta a esta distribuição de visitas por diferentes formatos de pontos de venda, alguns Grupos optaram por apostar em diversos tipos de lojas para, desta forma, apesar de um provável processo de canibalização ser suscetível de ocorrer, aproveitar a aparente mera migração dos consumidores entre lojas e canaliza-los de forma a não afetarem negativamente os seus resultados consolidados – ex.: Sonae e Jerónimo Martins, a apostar em Lojas de proximidade (Gonçalves, 2011; Alfaia, 2011). É possível concluir que o estudo cumpriu os seus objetivos, pois permite-nos uma visão mais adequada ao mundo atual e às transformações ocorridas desde a crise internacional e nacional que sobre nós se abateu: um consumidor mais racional no tocante à gestão do seu rendimento mas que gosta que o surpreendam (com ações de promoção diversas) e que o façam sentir-se no controlo do processo de compra. 7. Limitações e Recomendações para trabalhos Futuros A principal limitação do presente trabalho, a nosso ver, prende-se com o facto de termos ficado restritos, por questões de tempo e de recursos vários à apresentação do questionário em causa por método telefónico; teria sido extremamente útil poder ter complementado os questionários conseguidos com outros cuja aplicação tivesse ocorrido em alguns pontos de venda em concreto, um procedimento que facilitaria ainda mais a nossa caracterização do cliente tipo de cada um dos diferentes formatos de loja. Outra limitação que reconhecemos resulta da amostra conseguida: centramo-nos apenas nos indivíduos residentes nas duas grandes cidades do país embora acreditamos que uma amostra mais alargada – nível nacional – permitiria maior compreensão de determinados aspetos. Entretanto, tendo em linha de conta os resultados conseguidos, pensamos que foram reunidas novas bases que possam servir como guide-lines para futuras linhas de investigação. Numa primeira instância, deu-se conta de um consumidor que, mais do que atento aos preços ditos diretos (preços expostos nos pontos de venda, junto dos produtos), está atento a todas as fórmulas que o ponto de venda possa utilizar para diminuir o valor dos mesmos: vales de desconto, mais produto por menos valor (ex.: packs Leve 2 pague 1, valor em cartão cliente), etc. Assim, estamos perante indivíduos cada vez mais atentos, com menor nível de rendimento disponível, que querem estar em controlo: desejam e fazem de tudo para poder ser eles, depois [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 39 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers de feita a necessária procura e auscultação do mercado, a decidir o que, quando, quanto e onde comprar. Recomendam-se estudos que incidam, de forma precisa, nas fórmulas que as insígnias poderão utilizar para reduzir o custo final dos produtos aos olhos dos consumidores e para fazer com que eles se sintam em controlo da compra (e, desta forma, transformarem-se para eles no lugar ideal para efetuar a maior parte das suas compras): que ações promocionais em concreto pretendem os consumidores encontrar nos pontos de venda? Qual a periodicidade ideal (quer em termos de datas em concreto, quer em termos de duração da promoção em si). Qual a modalidade de descontos que preferem – vales de desconto imediato? Vales de desconto em compra posterior? Oferta de mais produto por menos valor? Cross-selling? Complementar o modelo deste estudo com variáveis que tocassem no Marketing sensorial e na criação de emoções, tentando perceber se, de facto, estes são campos que permitem, ou podem permitir aos diferentes Grupos, distinguirem-se – diferenciarem-se – uns dos outros, aos olhos dos consumidores, conforme artigos que recentemente têm sido publicados nesta área. Para este fim, recomenda-se a realização de Grupos Focais, ou seja, de uma pesquisa mais qualitativa e que incentive o diálogo e a livre troca de opiniões e sugestões. A falta de verificação de algumas das hipóteses que inicialmente foram consideradas poderá servir a futuros investigadores como elemento de partida para novos estudos, quer no sector da Distribuição Moderna, quer em outros sectores cuja importância e contribuição para a riqueza do país e bem-estar do indivíduo assim o justifiquem. Por último, a replicação deste estudo no futuro, em hipotético cenário de estabilidade ou, qui ça, crescimento económico, pode funcionar como um barómetro incontestável do comportamento de compra de bens de grande consumo: até que ponto a crise leva os indivíduos a privilegiarem uns fatores em detrimento de outros, a “não” crise eleva a procura por serviços em concreto e, por último, qual o GAP entre intenções agora reveladas, referentes a hábitos de compra e de consumo e efetivos comportamentos por parte dos indivíduos no futuro. [Análise dos principais determinantes no processo de escolha de um ponto de venda do retalho pelo consumidor – o caso do mercado português, Carla Balcão, Patrício Costa, Sílvia Faria, Eva Reinares] 40 Research Unit in Marketing & Consumption Working Papers Referências bibliográficas Aastrup, J. e Kotzab, H. (2009). Analyzing out-of-stock in independent grocery stores: an empirical study. 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