Res. GARCIA et al 2009 Eletroejaculacao Caititus

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Res. GARCIA et al 2009 Eletroejaculacao Caititus
sumário
Congresso Brasileiro de Reprodução Animal, 18, 2009, Belo Horizonte, MG. Anais ... Belo Horizonte: CBRA, 2009.
(CD-ROM). ISSN1984-871.
Eficiência da eletroejaculação em caititus (Tayassu tajacu)
Efficiency of electroejaculation in collared peccaries (Tayassu tajacu)
A.R. Garcia1, O.M. Ohashi2, D.A.A. Guimarães2, R.S. Luz-Ramos2, P.R. Kahwage2,
H.L.T. Dias2, M.M.P. Bartha2
1
Embrapa Amazônia Oriental[ 2Universidade Federal do Pará.
E-mail: [email protected]
Introdução
Estudos sobre a fisiologia reprodutiva de machos Tayassu tajacu são escassos, principalmente sobre avaliação de
suas características seminais. A colheita de sêmen é um ponto crítico para o avanço da andrologia na espécie.
Apesar da eletroejaculação ser adotada com segurança em animais silvestres (Gould et al., 1978), poucos estudos
envolvendo a técnica foram realizados em caititus. Por isso, o objetivo do trabalho foi desenvolver e avaliar a
eficiência de um protocolo experimental de eletroestimulação para colheita de sêmen em caititus.
Material e Métodos
Onze machos Tayassu tajacu (idade: 76,4±37,6 meses; peso: 19,6±2,7 kg) foram submetidos a procedimento
experimental de eletroejaculação, na Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA), com intervalo mínimo de 15
dias. Os animais foram isolados em baias individuais e submetidos a jejum completo por 24 horas. Previamente à
eletroejaculação, foi aplicada acepromazina (0,2mg/Kg IM) e, após 10 minutos, foi aplicada quetamina (5mg/Kg
IM). Sedados, os animais foram submetidos a tricotomia, lavagem prepucial e remoção de fezes Em seguida,
uma probe endoretal lubrificada foi introduzida e realizou-se única sessão de 45±13 estímulos. Cada estímulo
teve máximo de 12 volts e duração de 5 seg, com 3 seg de intervalo (0 volt) entre eles. Foram realizadas 117
tentativas de colheita, entre e outubro de 2007 e fevereiro de 2009.
Resultados e Discussão
Das 117 tentativas, 75,21% (n=88) apresentaram sucesso na colheita de ejaculados com espermatozóides. Assim,
24,79% das tentativas (n=29) não foram bem sucedidas. Foram consideradas tentativas sem sucesso aquelas em
que os animais não ejacularam (n=24; 20,52%) e aquelas em que somente a fração gel (n=4; 3,42%) ou liquido
seminal (n=1, 0,85%) foram obtidos. A ausência de ejaculação pode decorrer de resistência individual à
eletroestimulação ou à estimulação insuficiente. Das amostras seminais colhidas, 9,4% (n=11) apresentaram
contaminação por urina, que pode estar associada ao posicionamento mais cranial da probe e estímulo da
inervação controladora da micção concomitante à ejaculação. Em 10,25% das tentativas, os ejaculados ficaram
retidos no prepúcio (n=12), devido ao formato em espiral da glande peniana dos caititus, que leva ao
enrolamento da mesma e à contenção do pênis. Em 55,56% das tentativas (n=65), houve colheita de amostras
com células, consideradas ideais para avaliações andrológicas e eventual processamento seminal. Não houve
acidentes ou perdas de animais. Assim, a eletroejaculação, segundo o protocolo experimental adotado, pode ser
considerada método eficiente e seguro para a colheita de sêmen em caititus.
Referências bibliográficas
Gould et al. Rectal probe electroejaculation. J Med Primatol, v.7, p.213-222, 1978.
Palavras-chave: Andrologia, eletroejaculação, sêmen, fauna silvestre, Tayassu tajacu.
Keywords: Andrology, electroejaculation, semen, wildlife, Tayassu tajacu.
Financiamento: Embrapa Amazônia Oriental e CNPq (Processo 474882/2006-3).
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