PROJETO NACIONAL DE MONITORAMENTO DO PINGUIM

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PROJETO NACIONAL DE MONITORAMENTO DO PINGUIM
Instituições participantes desta edição:
PROJETO NACIONAL DE
MONITORAMENTO DO
PINGUIM-DE-MAGALHÃES
(Spheniscus magellanicus):
3 ANOS DE TRABALHO.
Patricia Pereira Serafini a
Nesta edição:
Projeto Nacional do pinguim-deMagalhães: 3 anos de trabalho......... 1
Presença de Pox Vírus Aviário em
Pingüins-de-Magalhães em centros
de Reabilitação no Brasil...................3
Artigo....................................................3
Monitoramento de praias e a
importância dos pinguins-demagalhães para avaliação de impacto
das atividades marítimas de petróleo
e gás na costa brasileira....................4
Curiosidades.......................................7
Reavistamento de pinguins-demagalhães reabilitados na América
do Sul.................................................. 8
Editorial..............................................10
Número 03 - 29 de outubro de 2013
Boletim PINGUINS no BRASIL
Visitante sazonal oriundo do sul do
continente, o pinguim-de-Magalhães
(Spheniscus magellanicus) é uma
espécie de ave marinha classificada
como Quase Ameaçada (IUCN
2013) registrada todos os anos no
litoral brasileiro. Diversos atores da
sociedade e do governo brasileiros
estão atualmente engajados em
propostas procurando ampliar o
conhecimento sobre o pinguim-deMagalhães no Brasil e otimizar os
esforços de pesquisa, reabilitação e
monitoramento, possibilitando a
contribuição e integração de
iniciativas em prol de sua
conservação.
No período de 26 a 29 de
outubro de 2010 foi realizado pelo
Instituto
Chico
Mendes de
Conservação da Biodiversidade na
Academia
Nacional
da
Biodiversidade, ACADEBIO/ICMBio,
localizada em Iperó / SP, um
workshop que marcou o início de
um esforço coletivo de diversas
instituições e colaboradores para a
formulação e implementação de um
Projeto Nacional de Monitoramento
para a espécie. O propósito desta
iniciativa foi evitar o agravamento
da situação de ameaça do pinguimde-Magalhães no território nacional.
Passados três anos desta oficina,
apresentamos breve resumo sobre
sua elaboração e andamento da
implementação coletiva deste
projeto, que tem vigência até 2015.
Em 2010, duas áreas
temáticas principais (pesquisa e
reabilitação/soltura)
foram
propostas para o Projeto Nacional
de Monitoramento. Num total de 35
ações elaboradas, 19 foram
vinculadas ao Tema “Pesquisa” e
16
vinculadas
ao
Tema
“Reabilitação e Soltura”.
Das 19 ações do tema
relacionado à pesquisa, apenas
cinco ações estão com o prazo
vencido e com dificuldades de
implementação.
A
maioria
relacionada à meta “Identificação e
fomento ao desenvolvimento de
Projeto Nacional de Monitoramento do Pingüim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) 2010-2015
Boletim Pinguins no Brasil n°3, outubro de 2013
PROJETO NACIONAL DE MONITORAMENTO
DO PINGUIM-DE-MAGALHÃES (Spheniscus
magellanicus): 3 ANOS DE TRABALHO
Patricia Pereira Serafini a
linhas de pesquisa prioritárias e
complementares”. Nesta meta,
ainda está pendente a realização de
fórum de identificação de lacunas e
prioridades em pesquisa com
pinguim-de-Magalhães,
proposto
inicialmente para 2012. Já das 16
ações relacionadas ao tema de
reabilitação/soltura, oito estão com
dificuldades de continuidade e
implementação
advindas
não
apenas da falta de recursos, mas
também da necessidade de maior
articulação entre os atores
envolvidos.
Entre as ações que
necessitam de maior atenção
podemos citar aquelas relacionadas
à identificação e divulgação de
fontes de fomento; à produção de
relatórios sobre os impactos que
afetem este táxon no Brasil; à
realização de mapeamento das
áreas de ocorrência da espécie-alvo
ao longo da faixa litorânea
brasileira, das potencialidades e das
lacunas
para
seu
monitoramento/atendimento
em
caso de emergências e encalhes; à
criação e manutenção de um banco
de dados sobre a espécie-alvo; à
criação e implementação de
programas de informação e
sensibilização
da
população,
identificando e capacitando agentes
e líderes locais para difundir a
importância da conservação da
espécie alvo; e à proposição,
revisão e atualização periódica das
normativas oficiais para adequá-las
ao conhecimento científico e às
necessidades de conservação da
espécie.
Em relação às ações
previstas no projeto e já
implementadas, podemos citar
como aquelas que tiveram maior
impacto
neste
período:
a
elaboração do livreto do Projeto
Nacional de Monitoramento do
Pinguim-de-Magalhães, publicado
em versão digital e 500 exemplares
impressos, que compilou as
informações disponíveis em 2010
sobre a biologia da espécie,
identificou os principais fatores de
ameaça e apresentou claramente a
série de medidas planejadas para
implementação das duas áreas
temáticas principais do projeto
nacional, citando os atores
potenciais e seguindo uma escala
de prazos e prioridades; a
elaboração de banco de dados
disponível para ampla consulta no
endereço eletrônico do CEMAVE –
Centro Nacional de Pesquisa e
Conservação de Aves Silvestres –
contendo
pesquisadores,
instituições, linhas de pesquisa e
projetos ativos e potenciais
envolvendo
o
pinguim-deMagalhães no âmbito científico
nacional; a elaboração de Manual
de Campo para Colheita e
Armazenamento de Informações e
Amostras Provenientes do Pinguimde-Magalhães disponibilizado em
meio digital; e a elaboração e
divulgação de boletins informativos
eletrônicos sobre a espécie. Os
livretos, manual e boletins gerados
foram alvo de grande procura e
utilizados pragmaticamente para
diversos processos de pesquisa e
também processos de gestão da
biodiversidade, embasando, por
exemplo condicionantes, medidas
mitigadoras e compensatórias de
licenciamentos ou ações de
fiscalização.
Apesar das dificuldades
inerentes a qualquer grande projeto
envolvendo
muitos
atores,
abrangendo quase todo o litoral
brasileiro e com alta complexidade
de ameaças e interações possíveis,
o
Projeto
Nacional
de
Monitoramento do Pinguim-deMagalhães tem sido um instrumento
de gestão nacional pró-ativo no
esforço de reunir e otimizar as
iniciativas brasileiras, governamentais
e não governamentais, no sentido
de plenamente atender às
demandas apresentadas para
contribuir para a conservação da
espécie em longo prazo.
Ressaltamos que cada uma
das instituições e parceiros
envolvidos
nesta
proposta
demonstra
inquestionável
comprometimento
com
a
conservação desta espécie e da
biodiversidade brasileira como um
todo.
Projeto Nacional de Monitoramento do Pingüim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) 2010-2015
Boletim Pinguins no Brasil n°3, outubro de 2013
a – CEMAVE
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PRESENÇA DE POX VÍRUS AVIÁRIO EM
PINGUINS DE MAGALHÃES EM CENTROS DE
REABILITAÇÃO NO BRASIL
Claudia Niemeyer a, Cristiane K. M. Kolesnikovas, Patricia
Pereira Serafini, José Luiz Catão-Dias.
A bouba ou pox vírus
aviário é uma doença comum em
aves de produção, pombas e
canários. Já foi relatada em mais de
60 espécies dentre 20 famílias de
aves e apresenta distribuição
mundial. É uma doença de
desenvolvimento lento podendo
deixar a ave portadora sem o
aparecimento de quadro clínico,
servindo como reservatório e
disseminando a doença entre as
populações
locais.
Existem
diferentes cepas de pox aviário,
algumas são espécie-específicas e
outras são capazes de infectar
diferentes espécies aviárias.
A transmissão da doença
ocorre tanto por picada de mosquito
que tenha ingerido sangue de outra
ave em viremia, quanto pelo contato
direto com secreções de uma ave
infectada. A transmissão direta
pode ser um problema em animais
de cativeiro e centros de
reabilitação
devido
ao
aglomeramento populacional nos
recintos.
A infecção pode se
apresentar de duas formas: cutânea
e diftérica. A forma cutanea se dá
pela presença de lesões verrucosas
geralmente ulceradas em regiões
aptéricas, ou seja, regiões sem a
presença de penas, tais como
comissura do bico, palpebras
(figuras 01 e 02) e membros
posteriores. Essas lesões podem
ainda ser infectadas por bactérias
gerando quadros secundários que
podem agravar a situação do
animal. A ave pode também
apresentar prostração e caquexia
caso as lesões dificultem a ingestão
de alimentos.
Referências
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(Spheniscus magellanicus). Journal of
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In: Thomas N. Et al. Infectious Diseases of
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176.
a – Laboratório de Patologia Comparada
(LAPCOM). USP.
[email protected]
ARTIGO
Figuras 1 e 2. Lesões verrucosas em
região palpebral de um pinguim de
magalhães em reabilitação. Fotos:
Claudia Niemeyer
A forma diftérica se
apresenta com lesões necróticas
umedecidas localizadas na mucosa
oral, porção superior do trato gastro
intestinal e sistema respiratório.
Esta forma
É importante atentar para a
presença dos sinais clínicos e
evidenciar a presença da doença na
espécie para que medidas
apropriadas sejam tomadas visando
impedir a disseminação da mesma,
tanto entre os pinguins em
reabilitação, quanto o contato com
outras espécies de aves marinhas e
migratórias.
O artigo EVIDENCE FOR
NORTHWARD EXTENSION OF
THE WINTER RANGE OF
MAGELLANIC PENGUINS ALONG
THE BRAZILIAN COAST escrito
pelo grupo formado no workshop da
ACADEBIO/ICMBio em outubro de
2010, será publicado esse ano na
revista Marine Ornithology.
O
estudo
apresenta
informações que confirmam a
suposição de que esta espécie
ocorre mais ao norte do Brasil do
que se tinha registro em
publicações
anteriores.
Esse
levantamento foi feito através da
compilação de dados de pingüins
de Magalhães registrados em sete
centros de reabilitação de animais
silvestres brasileiros de 2000 a
2010. Um total de 5.404 pinguins de
Magalhães foram registrados nos
sete centros durante o outono e
inverno austral.
O artigo sairá no número 41.
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Boletim Pinguins no Brasil n°3, outubro de 2013
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MONITORAMENTO DE PRAIAS E A IMPORTÂNCIA DOS
PINGUINS-DE-MAGALHÃES PARA AVALIAÇÃO DE
IMPACTO DAS ATIVIDADES MARÍTIMAS DE PETRÓLEO E
GÁS NA COSTA BRASILEIRA
André Favaretto Barbosaa & Paulo Cirnea
As atividades marítimas de
exploração e produção (E&P) de
petróleo e gás natural no Brasil são
passíveis de licenciamento ambiental
federal conduzido pelo IBAMA, por
meio da Coordenação-Geral de
Petróleo e Gás (CGPEG). Parte do
trabalho desta Coordenação é
assegurar que estas atividades
econômicas sejam compatíveis com a
capacidade suporte do ambiente,
promovendo a mitigação ou eliminação
dos processos de degradação
ambiental e a proteção de
ecossistemas e espécies vulneráveis,
garantindo uma melhor qualidade de
vida para as presentes e futuras
gerações.
As
licenças
ambientais
expedidas pelo IBAMA possuem uma
série de condicionantes que visam o
controle,
a
mitigação ou a
compensação dos impactos negativos
das atividades de E&P, e são
entendidas pelo órgão ambiental como
imprescindíveis para garantir que o
empreendimento cause o menor
impacto ambiental possível. O não
cumprimento das condicionantes da
licença constitui crime ambiental e está
sujeito às sanções cabíveis, conforme
previsão legal.
Nos empreendimentos de
E&P localizados em ecossistemas
marinhos de maior sensibilidade
ambiental, incluindo aqueles em águas
rasas e/ou próximas à linha de costa, o
IBAMA tem exigido das empresas o
planejamento e a execução de Projetos
de Monitoramento de Praias (PMP).
Objetiva-se, por meio do patrulhamento
sistemático de faixas litorâneas nas
áreas
de
influência
dos
empreendimentos, a obtenção de
dados
referentes
a
encalhes,
mortalidade, avistagens e ocorrências
reprodutivas de mamíferos, peixes,
tartarugas e aves marinhas. Busca-se
também a obtenção de séries históricas
e a geração de modelos baseados nas
dinâmicas de populações e de
comunidades faunísticas, considerando
as flutuações naturais e as alterações
determinadas pelos impactos humanos
incidentes na biota. Os PMPs exigidos
pela CGPEG interagem com outros
projetos de monitoramento em curso ao
longo da costa brasileira, por vezes
com objetivos e métodos distintos.
Atualmente, o IBAMA vem envidando
esforços para integrar e complementar
estes
Projetos,
resultando
na
incorporação ou discussão de ações de
avaliação de impactos na rotina das
instituições locais.
Por qual razão as empresas
de petróleo devem ser responsáveis
pela execução de Projetos de
Monitoramento
de
Praias?
Historicamente, a indústria mundial do
petróleo tem contribuído de forma
contundente para a contaminação por
óleo nos oceanos. As estimativas das
entradas totais de hidrocarbonetos nos
ambientes marinhos variam entre 470
mil a 8,4 milhões de toneladas anuais,
sendo a indústria do petróleo
responsável por mais de 50% dessas
entradas (Global Marine Oil Pollution
Information Gateway, 2012; ESA,
2012). Tais entradas são atribuídas
principalmente
a
descargas
operacionais durante a limpeza de
tanques e acidentes em plataformas e
navios.
As perspectivas de aumento
na produção nacional de petróleo nos
próximos
anos,
decorrentes
principalmente
das
atividades
relacionadas aos megacampos do présal, apontam para a possibilidade de
impactos cada vez mais expressivos na
biota marinha, com especial relevância
para as espécies mais vulneráveis.
Neste contexto se insere o pinguim-demagalhães, Spheniscus magellanicus.
Visitantes frequentes da nossa costa
nos meses de inverno, os pinguins
podem ser considerados como uma
das espécies mais sensíveis à poluição
por óleo no ambiente marinho.
Derramamentos e poluição
crônica por óleo têm sido assim
extensivamente documentadas como
responsáveis pela mortalidade de S.
magellanicus tanto durante estações
reprodutivas quanto durante seus
deslocamentos sazonais (Ruoppolo et
al., 2012). A permeabilidade das penas
dos pinguins diminui em contato com
óleo na água, resultando muitas vezes
em mortalidade por hipotermia ou por
intoxicação, esta última determinante
na diminuição de imunidade e maior
vulnerabilidade a doenças (Carrasco et
al., 2001; Valim et al., 2004).
No Brasil, evidências dos
impactos negativos da poluição por
óleo sobre pinguins e outras aves
marinhas têm sido identificadas em
diversos estudos. Em 620 km de costa
do Rio Grande do Sul, Mader et al.
(2010) estimaram uma mortalidade
anual
de
19.500
pinguins-de-
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Boletim Pinguins no Brasil n°3, outubro de 2013
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MONITORAMENTO DE PRAIAS E A IMPORTÂNCIA DOS
PINGUINS-DE-MAGALHÃES PARA AVALIAÇÃO DE
IMPACTO DAS ATIVIDADES MARÍTIMAS DE PETRÓLEO E
GÁS NA COSTA BRASILEIRA
André Favaretto Barbosaa & Paulo Cirnea
magalhães, sendo a proporção de
carcaças com presença de óleo na
plumagem de 30%. Petry e Fonseca
(2002) identificaram 61,5% das 1319
carcaças de aves marinhas amostradas
no RS com manchas de óleo na
plumagem, a maior parte sendo S.
magellanicus. Dos 354 pinguins-demagalhães recebidos no Centro de
Reabilitação de Animais Marinhos
(CRAM/ FURG), entre os anos de 1998
e 2007, 71% estavam impactados por
óleo, sendo que 71% dos juvenis e
73% dos adultos estavam petrolizados.
Em setembro de 2008, o CRAM
respondeu à uma emergência
envolvendo mais de 300 pinguins-demagalhães atingidos por uma mancha
de óleo órfã no litoral de Santa Catarina
e no inverno de 2011 recebeu para
atendimento mais de 150 pinguins-demagalhães
cobertos
por
óleo
(Canabarro et al., 2012).
Em
outras
áreas
de
distribuição da espécie, os números
são ainda mais contundentes. Em
referência aos dados de Gandini et al.
(1994), estima-se que a poluição por
óleo tenha sido responsável por taxas
de mortalidade anuais superiores a
20.000 adultos e a 22.000 indivíduos
em estágio juvenil na costa Argentina.
Dos 2.370 pinguins recebidos em 19
anos no Centro de Resgate e
Reabilitação da Fauna Marinha da
Fundación Mundo Marino (FMM), a
causa principal de entrada foi a
contaminação por óleo (Heredia, 2008).
Impactos decorrentes de diferentes
eventos de derrames de óleo na
Argentina também foram relacionados
por Sardi (2012) com graves
consequências para os pinguins.
No âmbito dos Projetos
exigidos pelo licenciamento conduzido
pela CGPEG, alguns resultados
importantes começam a surgir. O
Relatório Anual do PMP-ES/BC
(período 2010/ 2011) executado pela
CTA, consultora capixaba contratada
pela Petrobras- UO ES, nas Bacias de
Campos e do Espírito Santo, registrou
734 ocorrências de aves marinhas em
sua área de cobertura de mais de 750
km de praias entre Conceição da Barra
e Saquarema. Do total das aves, 391
(53,8%) indivíduos eram da espécie S.
magellanicus, dos quais 98 foram
encontrados vivos pelas equipes de
monitores. Para esta espécie, cerca de
10% dos indivíduos apresentaram
evidências de contaminação por óleo.
Análises preliminares conduzidas pelo
CENPES/Petrobras demonstraram a
presença de derivados do petróleo em
13 aves examinadas.
A importância e a recorrência
dos eventos de arribadas de pinguins
nos estados do Rio de Janeiro e
Espírito Santo,
sua intrínseca
correlação com a poluição por óleo e a
complexidade da condução dos
processos de reabilitação destas aves
motivaram o IBAMA a exigir como
condicionante da empresa Perenco
Petróleo e Gás a complementação do
PMP da Petrobras-UO ES. Por meio do
apoio ao Instituto de Pesquisa e
Reabilitação de Animais Marinhos
(IPRAM), a Perenco vem custeando o
atendimento e a reabilitação dos
pinguins que foram recolhidos na área
de cobertura do PMP da Petrobras na
temporada de 2012 (Figura 1). Até o
mês de outubro, mais de 280 pinguins
vivos foram recebidos no IPRAM. O
primeiro lote de 69 indivíduos
reabilitados e com anilhas do CEMAVE
foi devolvido ao mar em 04.10.2012.
Figura 1. Centro de Reabilitação de
Pinguins, condicionante para atividades de
E&P no Espírito Santo e operado pela
ONG IPRAM.
No litoral nordestino, a equipe
da Fundação Mamíferos Aquáticos
(FMA) contratada pela Petrobras-UO
SEAL para executar o PMP das Bacias
de Sergipe/Alagoas encontra-se agora
se estruturando para realizar o
atendimento às aves marinhas
arribadas, oleadas ou não. Conforme
consta
no
1°
Relatório
de
Acompanhamento Anual do Projeto de
Monitoramento de Encalhes e
Anormalidades,
englobando
a
temporada de março de 2010 a
fevereiro de 2011, na área de 275 km
compreendida entre o sul de Alagoas e
o norte da Bahia foram registradas 466
aves durante os monitoramentos, com
predomínio de espécies oceânicas
Projeto Nacional de Monitoramento do Pingüim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) 2010-2015
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MONITORAMENTO DE PRAIAS E A IMPORTÂNCIA DOS
PINGUINS-DE-MAGALHÃES PARA AVALIAÇÃO DE
IMPACTO DAS ATIVIDADES MARÍTIMAS DE PETRÓLEO E
GÁS NA COSTA BRASILEIRA
André Favaretto Barbosaa & Paulo Cirnea
(pardelas e petréis). Foram registrados
somente 6 pinguins-de-magalhães. Do
total das aves, 25 apresentaram óleo
na plumagem. Já no Rio Grande do
Norte e Ceará, o PMP da Petrobras
UO-RNCE que cobre 332.34 km entre
os municípios de Caiçara do Norte até
Aquiraz sob responsabilidade de
execução da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte e da Aquasis
registraram a entrada de 16 aves
marinhas no setor de veterinária, sendo
somente 1 pinguim-de-magalhães
(Britto et al., 2012).
Diversos fatores têm sido
citados, de forma isolada ou
sinergética, como determinantes para o
alto grau de ameaça imposto aos
pinguins-de-magalhães. Destacam-se
entre estes os processos de destruição
de habitat, o turismo desordenado, a
redução na oferta de recursos devido à
pesca predatória, a captura incidental,
as mudanças climáticas e a poluição
marinha por diferentes agentes,
incluindo os derramamentos de óleo
nos ecossistemas marinhos e costeiros
(Gandini et al., 1994, Petry e Fonseca,
2002, Schiavini et al., 2005; GarcíaBorboroglu et al., 2006; Pinto et al.,
2007; Mäder et al., 2010). Nas últimas
três décadas observa-se a existência
de processos globais de declínio
populacional moderadamente rápidos,
assim determinantes na categorização
desta espécie pela IUCN como “em
perigo” (Birdlife International, 2012;
IUCN, 2012). Considera-se, entretanto,
que a principal ameaça à espécie
corresponde justamente à poluição
marinha por óleo (IUCN, 2012),
denotando uma clara e importante
relação com as atividades E&P, tanto
em escalas locais quanto globais, o
que justifica a execução dos PMPs no
âmbito dos processos de licenciamento
ambiental.
Um dos desafios impostos
inicialmente ao IBAMA por meio dos
PMPs foi mapear e dimensionar
nacionalmente as ocorrências de
pinguins oleados ao longo do nosso
litoral. A etapa atual é de examinar os
resultados obtidos, visando avançar na
proposição de medidas de âmbito
nacional para mitigação do impacto
gerado pela indústria de E&P. Neste
sentido, a evolução dos PMPs vem
levando à exigência de análises mais
aprofundadas
e
específicas
relacionadas à avifauna marinha e ao
tipo de óleo encontrado nas
plumagens, bem como aos processos
humanos geradores de contaminação
por óleo no mar.
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Projeto Nacional de Monitoramento do Pingüim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) 2010-2015
Boletim Pinguins no Brasil n°3, outubro de 2013
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MONITORAMENTO DE PRAIAS E A IMPORTÂNCIA DOS
PINGUINS-DE-MAGALHÃES PARA AVALIAÇÃO DE
IMPACTO DAS ATIVIDADES MARÍTIMAS DE PETRÓLEO E
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empetrolada (Resolución Nº 25/08
MayCDS).
2O Congresso LatinoAmericano de Reabilitação da Fauna
Marinha, p. 80-83, 2012.
SCHIAVINI, A.; YORIO, P.; GANDINI, P.; REY,
A. R.; BOERSMA, P. D. 2005. Los
pingüinos de lãs costas Argentinas:
estado poblacional y conservación.
Hornero, v. 20, p. 5-23, 2005.
VALIM, M. P.; SILVA, L. H. M.; AMORIM, M.;
SERRAFREIRE, N. M. Encontro de
Spheniscus mangellanicus (Forster,
1781)
(Aves:
Sphenisciformes)
parasitado
por
Austrogoniodes
bifasciatus (Piaget, 1885) (Ishnocera:
Philopteridae) na região dos lagos,
Estado do Rio de Janeiro, Brasil.
Entomologia y Vectores, v.11, n.1, p.
191-194, 2004.
a - IBAMA – Diretoria de Licenciamento,
Coordenação-Geral de Petróleo e Gás. Rio de
Janeiro. [email protected] e
[email protected]
CURIOSIDADES
Aurélea Mäder a
Um estudo feito no litoral do
Rio Grande do Sul (Nunes et al.,
dados não publicados) indicam uma
maior quantidade de fêmeas
encontradas nas praias gaúchas.
De 43 carcaças sexadas
encontradas nos litorais sul e norte
do Rio Grande do Sul, 65%
revelaram fêmeas e 35 %, machos.
Mas será que isso é
padrão? Ou foi um ano atípico?
Será que há migração diferencial
entre machos e fêmeas? O as
fêmeas são mais vulneráveis?
O artigo publicado por
Vanstreels et al. (2013) amostrou
indivíduos entre 2002 e 2009 (um
total de 528 pinguins sexados) no
mesmo estado brasileiro. Eles
encontraram uma proporção de
fêmeas semelhante ao estudo
acima, o que pode indicar que a
razão sexual assimétrica realmente
ocorre no estado.
Mas e fora do Rio Grande
do Sul? Será que isso ocorre? Reis
et al.(2011) identificaram o sexo de
15 pinguins encontrados mortos no
Rio de Janeiro e Sergipe, e
encontraram 70% de fêmeas,
indicando que a predominância de
fêmeas pode ser um padrão
ocorrente em toda a costa
brasileira.
Mas para essa afirmação,
mais sexagens de pingüins
decorrentes de outros estados
devem ser averiguadas. Então
mãos a obra!
Referências
NUNES, G.T.; GABRIELA PAULA
FERNÁNDEZ, G.P.; MÄDER, A;
BARRETO, J.S.; LEAL, G.R.; LOPES,
D.D.; FREITAS, T.R.O. Razão sexual
assimétrica entre carçacas de
Spheniscus
magellanicus(Forster,
1781) na costa norte do Rio Grande
do Sul (Dados não publicados).
REIS, E.C.; R.M. AIRES; J.F. MOURA;
C.A.R. MATIAS; M. TAVARES; P.H.
OTT; S. SICILIANO & G. LÔBOHAJDU. 2011. Molecular sexing of
unusually
large
numbers
of
Spheniscus
magellanicus
(Spheniscidae) washed ashore along
the Brazilian coast in 2008. Genetics
and Molecular Research 10: 37313737.
VANSTREELS, R.E.T.; A.C. ADORNES;
P.L. CANABARRO; V. RUOPPOLO;
M. AMAKU; R.P. SILVA-FILHO & J. L.
CATÃO-DIAS. 2013. Female-biased
mortality of Magellanic Penguins
(Spheniscus magellanicus) on the
wintering grounds. Emu 113: 1.
a – ARDEA Consultoria Ambiental
[email protected]
Projeto Nacional de Monitoramento do Pingüim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) 2010-2015
Boletim Pinguins no Brasil n°3, outubro de 2013
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REAVISTAMENTO DE PINGUINS-DEMAGALHÃES REABILITADOS NA
AMÉRICA DO SUL
Valeria Ruoppoloa & Ralph Eric Thijl Vanstreels
Em julho de 2012, num
esforço conjunto de um grupo de
onze pesquisadores, publicamos
um artigo na revista científica
Marine Pollution Bulletin em que
descrevemos os achados de
pinguins-de-Magalhães reabilitados
e reavistados na América do Sul. O
artigo reúne uma década de dados
sobre as atividades de reabilitação
de seis instituições atuando no
Brasil, Argentina, Uruguai e Chile
(International Fund for Animal
Welfare, Fundación Mundo Marino,
Centro de Recuperação de Animais
Marinhos,
Natura
Patagônia,
Associação R3 Animal, e Mar del
Plata Aquarium) que, através de
suas atividades de rotina e de
respostas a sete derramamentos de
óleo, atuaram na reabilitação de
mais de 2000 pinguins.
Os resultados apresentam
as informações sobre 41 pinguins
que
foram
reavistados
posteriormente à sua reabilitação e
liberação, e trazem vários achados
importantes para os esforços de
reabilitação destas aves. As aves
reabilitadas foram capazes de nadar
distâncias enormes, chegando a ser
reavistadas a até 2160 km da
localidade em que foram liberadas;
em média, os pinguins reabilitados
foram reavistados a 604 km do local
de soltura. Os dados também
demonstram que as aves podem
ser reavistadas muito tempo após
sua liberação: em média, os
pinguins foram reavistados 789 dias
(2 anos e 2 meses) após a soltura.
Em alguns casos, houveram aves
que foram reavistadas até 9 anos
após sua liberação. Além disto, os
dados trazem outras boas notícias:
em 73% dos reavistamentos os
pinguins estavam vivos e, destes,
43% estavam em ninhos ativos,
copulando, incubando ovos ou
criando filhotes.
Estes resultados enfatizam
a importância do uso de protocolos
de reabilitação internacionalmente
reconhecidos. Em especial, a
sobrevivência das aves no período
pós-soltura depende do uso de
critérios rigorosos de liberação, para
garantir que apenas aves em
excelentes condições de saúde
sejam liberadas à natureza. O
quadro abaixo resume os critérios
de soltura elaboradas através do
acúmulo de quase duas décadas de
experiência conjunta do IFAW, do
CRAM-FURG e da Fundación
Mundo Marino, e segundo estes
protocolos apenas as aves que
satisfaçam todos os critérios podem
ser liberadas.
Os pinguins que foram
reavistados haviam sido recebidos
com até 100% de sua superfície
corpórea coberta por óleo (em
média, 46%), corroborando a
experiência de que mesmo aves
intensamente petrolizadas podem
se recuperar e retornar à natureza.
Outros critérios, como parâmetros
hematológicos (hematócrito
e
proteína plasmática total) e massa
corpórea,
são
sabidamente
melhores
indicadores
de
sobrevivência e os animais recémadmitidos devem ser avaliados para
estes parâmetros a fim de indicar o
melhor tratamento. O quadro abaixo
lista as referências de protocolos
internacionais para a reabilitação de
pinguins-de-Magalhães:
PROTOCOLOS DE
REABILITAÇÃO DE PINGUINSDE-MAGALHÃES
• Heredia, S.A.R., Alvarez,
C.K., Loureiro, J.D., 2008.
Aves marinas empetroladas:
Guía práctica para su
atención y manejo.
Fundación Mundo Marino.
San Clemente Del Tuyú,
Argentina. 138 p.
• Ruoppolo, V., Adornes,
A.C., Nascimento, A.C.,
Silva-Filho, R.P., 2004.
Reabilitação de pingüins
afetados por petróleo.
Clínica Veterinária 51, 7883.
• Silva-Filho, R.P., Ruoppolo,
V., 2007. Sphenisciformes
(Pinguim). In: Cubas, Z.S.,
Silva, J.C.R., Catão-Dias,
J.L. (Eds.). Tratado de
animais selvagens: Medicina
veterinária. Roca, São
Paulo, Brasil, pp. 309-323.
Uma discussão importante
acerca dos resultados desta
pesquisa é de que a taxa de
reavistamento aparentemente baixa
(41/2183 = 1.88%) na realidade é
esperada e compatível com a
biologia da espécie. Com uma
população de 1.7 milhões de casais
distribuídos em mais 80 colônias
reprodutivas, das quais menos de
um décimo é regularmente
monitorada, é natural e esperado
que poucos pinguins sejam
reavistados. Observou-se que
derramamentos que ocorreram no
verão e em proximidade a colônias
Projeto Nacional de Monitoramento do Pingüim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) 2010-2015
Boletim Pinguins no Brasil n°3, outubro de 2013
8
REAVISTAMENTO DE PINGUINS-DEMAGALHÃES REABILITADOS NA
AMÉRICA DO SUL
Valeria Ruoppoloa & Ralph Eric Thijl Vanstreels
reprodutivas
monitoradas
por
pesquisadores tiveram taxas muito
superiores
de
reavistamento,
indicando que a taxa de
reavistamento não reflete uma baixa
sobrevivência das aves, mas sim
um forte efeito de diluição pelo
tamanho
populacional.
Neste
sentido, o sucesso em longo prazo
dos esforços de reabilitação destas
aves só poderá ser determinado
quando uma maior fração das
colônias reprodutivas da espécie
forem
monitoradas
para
o
reavistamento de aves anilhadas.
especial a P. Dee Boersma, Luciana
Pozzi, Pablo García-Borboroglu,
Claudia Godoy, Agustina Gómez
Laich,
Corporación
Nacional
Forestal de Chile (Alejandra Silva,
Roberto Fernandez), Consejo
Agrario Provincial de Santa Cruz Areas Protegidas (Pablo Irazoqui,
Mario Beroiz). À Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de
São
Paulo
(2009/53956-9,
2010/51801-5).
Referências
Ruoppolo V., Vanstreels R.E.T., Woehler
E.J., Heredia S.A.R., Adornes A.C.,
Silva-Filho R.P., Matus R., Poleschi C.,
Griot K., Kolesnikovas C.K.M., Serafini
P. 2012. Survival and movements of
Magellanic penguins rehabilitated from
oil fouling along the coast of South
America, 2000–2010. Marine Pollution
Bulletin 64:1309-1317.
Mesmo assim, a publicação
é o primeiro estudo de grande
escala examinando o destino dos
pinguins-de-Magalhães após a
reabilitação, e há evidência
suficiente para concluir que, à
semelhança do observado para
outras espécies de pinguins, a
reabilitação
de
pinguins-deMagalhães é uma estratégia que
contribui para a mitigação dos
efeitos adversos da poluição crônica
e dos derramamentos de petróleo.
Agradecimentos
Site: www.ifaw.org
Ao International Fund for Animal
Welfare (IFAW), International Bird
Rescue, Fundación Mundo Marino,
Centro de Recuperação de Animais
Marinhos
(CRAM-FURG),
Associação R3 Animal, Natura
Patagonia, Fundación Patagonia
Natural, Mar del Plata Aquarium e a
todos os seus profissionais e
voluntários. A todos aqueles que
reportaram
reavistamentos
e
contribuíram ao trabalho, em
a – Valeria Ruoppolo ([email protected])
Ralph Eric Thijl Vanstreels
([email protected])
Projeto Nacional de Monitoramento do Pingüim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) 2010-2015
Boletim Pinguins no Brasil n°3, outubro de 2013
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SEGUNDA EDIÇÃO DO MANUAL DE
CAMPO PARA A COLHEITA E
ARMAZENAMENTO DE INFORMAÇÕES
E AMOSTRAS BIOLÓGICAS
Em 2012 saiu a segunda edição do:
Para participar da lista de discussão
PINGUIMBR:
[email protected]
EDITORIAL
Este Boletim é uma publicação do
Projeto Nacional de Monitoramento do
Pingüim-de-Magalhães.
Coordenação 2010-2015:
Para submeter textos para a próxima
publicação do Boletim Pingüins no
Brasil enviar ate:
30 de outubro para a próxima edição
Textos
Word
Fonte Arial Narrow 12
Espaçamento Simples
Até 7000 caracteres sem espaços
Máximo 3 figuras
Link para acesso:
http://intranet.cemave.net/downloads/
projeto_pinguins/manual_campo_ce
mave_colheita_pinguins_2ed.pdf
Aurélea Mäder
Biol. MSc. em Diversidade e
Manejo de Vida Silvestre.
(ARDEA Consultoria Ambiental)
Patrícia Serafini
Veterinária
Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade
(ICMBio)
Publicação
Aurélea Mäder
Para enviar artigos para publicação no
Boletim PINGUINS NO BRASIL entre
em contato com Aurélea Mäder
Revisão
Patrícia Serafini
[email protected]
Tradução
Ralph Vanstreels
Publicação anual:
Enviar até 30 de outubro.
Maiores informações sobre:
Para receber os Boletins anteriores
entre em contato com Aurélea Mäder
Pesquisadores cadastrados no banco de dados do Projeto Nacional de
Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães
[email protected]
Projetos ativos cadastrados no banco de dados do Projeto Nacional de
Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães
ou baixe-os dos arquivos do grupo do
Yahoo PINGUIMBR
As metas do Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães
http://www4.icmbio.gov.br/cemave//index.php?id_menu=480
Agradecimentos:
Agradecemos ao ICMBio – CEMAVE
pela iniciativa, workshop e projeto e
também aos autores desta edição e
colaboradores do Grupo Pinguimbr.
Projeto Nacional de Monitoramento do Pingüim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) 2010-2015
Boletim Pinguins no Brasil n°3, outubro de 2013
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