ALED – 2015: Publicação comemorativa das “Atas de Puebla

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ALED – 2015: Publicação comemorativa das “Atas de Puebla
ALED – 2015: Publicação comemorativa das “Atas de Puebla”’
Benemérita Universidade Autônoma de Puebla
X Congresso Internacional da ALED
28 a 31 de outubro de 2013
DIVERSIDADE CULTURAL, PROCESSOS DE HIBRIDIZAÇÃO
E MULTIMODALIDADE NO DISCURSO
OS JORNAIS NO FINAL DO IMPÉRIO BRASILEIRO: OS SENTIDOS DE
ABOLIÇÃO E LIBERDADE NA IMPRENSA DO SÉCULO XIX
Giovanna G. Benedetto Flores1
Resumo: Esta pesquisa propõe pensar a história da imprensa brasileira buscando
compreender como a imprensa contribuiu no processo de significação em transformar
o Brasil-Império em Brasil-República e quais foram os sentidos de abolição e
liberdade nos jornais do final do século XIX. Nossa pesquisa tem como suporte
teórico a Análise do Discurso francesa. A análise discursiva do periódico Cidade do
Rio, de 1888, é importante para compreendermos o modo de relação da imprensa com
o processo político do Brasil, período em que se os jornais se dividiam entre o apoio
da monarquia/república e abolição dos escravos.
Palavras-chave: Discurso Jornalístico, História da Imprensa Brasileira, Abolição
Résumé: Cette recherche propose une réflexion sur l'histoire de la presse brésilienne,
afin de comprendre comment la presse a contribué dans le processus de signification
en transformer l'Empire du Brésil en République et quels ont été les sens d'abolition et
liberté dans les journaux de la fin du XIXe siècle. Notre recherche a comme appui
théorique la méthode française d'analyse du discours. L'analyse discursive de la
périodique Cidade do Rio (Ville du Rio), datant de 1888, est importante pour la
compréhension de la relation entre la presse et le processus politique brésilien de
l'époque, où les journaux se trouvaient répartis entre le soutien à la
monarchie/république et l'abolition de l'esclavage..
Mots-clés: Discours journalistique, Histoire de la presse brésilienne, Abolition de
l'esclavage
1
Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem e do Curso de Jornalismo da
Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Jornalista (Unisinos/RS) Mestre em Ciências da
Linguagem (Unisul/SC) e Doutora em Linguística (Unicamp/SP). Integrante dos grupos de pesquisas
(CNPq) Discurso, Cultura e Mídia e em Produção e Divulgação do Conhecimento.
[email protected].
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DIVERSIDADE CULTURAL, PROCESSOS DE HIBRIDIZAÇÃO
E MULTIMODALIDADE NO DISCURSO
Introdução
Em minhas pesquisas sobre a história da imprensa brasileira, tenho buscado
compreender o funcionamento do discurso jornalísticos brasileiro, desde a sua
fundação, em 1821 (FLORES, 2014) com o primeiro decreto da lei de imprensa nos
anos 20 do século XIX e os sentidos de nação e liberdade nos periódicos brasileiros
nos períodos da independência e da proclamação da república.
No período da independência do Brasil, os sentidos de nação propostos pelos
periódicos que circulavam na corte dependiam das posições-sujeitos de cada jornal,
assumindo diferentes posições entre uma nação que independente de Portugal, mas
mantendo os vínculos econômicos e políticos, uma monarquia constitucional ou ainda
uma nação que desejava total rompimento e apontava para um novo sistema de
governo: a república.
Portanto, se nos anos 20 do século XIX o debate na imprensa era em torno de
nação/liberdade e independência de Portugal, qual era o tema debatido nas páginas
dos jornais que circulavam na Corte e nas Províncias nos anos 80 do mesmo século?
Quais era os sentidos de abolição/liberdade na imprensa brasileira?
Para tanto, busco analisar discursivamente os periódicos de 1888 e 1889, para
compreender o modo de relação e produção de sentidos da mídia como um processo
político afetado pelas condições sócio-históricas do Brasil no período que a imprensa
se dividia entre monarquia/república e abolicionistas/escravocratas.
Para esse congresso, trago a análise do jornal Cidade do Rio, de José do
Patrocínio e que circulou na corte entre 1887 e 1903.
Me interessa nesse no processo de análise, pensar o recorte pela noção de
memória-sentido. E aqui tomo a noção de recorte como unidade discursiva, conforme
Orlandi em Segmentar ou recortar.
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E MULTIMODALIDADE NO DISCURSO
o que existe não é um discurso fechado em si mesmo, mas um processo
discursivo, do qual se podem recortar e analisar estados diferentes. (...) o
princípio segundo o qual se efetua o recorte varia segundo os tipos de
discurso, segundo a configuração das condições de produção, e mesmo
objetivo e o alcance da análise (ORLANDI, 1981, p.14).
Esse deslocamento mostra que não se trata do fragmento em si, mas da relação
social do discurso na relação simbólica, nas condições de produção de sentido, no
batimento estrutura e acontecimento. Desse modo, por meio do recorte, podemos
compreender como o discurso funciona produzindo efeitos de sentidos.
Quando pensamos o processo de análise pela noção de memória-sentido,
concordamos que a memória para a Análise do Discurso está ligada ao interdiscurso,
que disponibiliza dizeres que foram ditos anteriormente, em outros lugares,
produzindo deslocamentos nas redes de filiações sócio-históricas e ideológicas.
Pêcheux entende que não se trata de uma memória individual, mas de “sentidos da
memória mítica, da memória social inscrita em práticas, e da memória construída do
historiador” (1999, p.50). Não podemos esquecer que essas memórias são
atravessadas ideológica, histórica e socialmente.2 Portanto, “pensar discursivamente a
memória é analisar as formas conflituosas de inscrição da historicidade nos processos
de significação da linguagem”( MARIANI, 1998, p.38)
Mariani (1998) também relaciona a memória social como o discurso
jornalístico, em que para interpretar um acontecimento é necessário haver
esquecimentos do que já foi dito, resultando assim na naturalização de um sentido
comum à sociedade.
2
Segundo Orlandi (1999. p.31) A memória tem suas características quando pensada em relação ao
discurso. E, nessa perspectiva, ela é tratada como interdiscurso. Este é definido como aquilo que fala
antes, em outro lugar, independentemente. Ou seja, é o que chamamos de memória discursiva: o saber
discursivo que torna possível todo dizer e que retorna sob a forma do pré-construído, o já dito que está
na base do dizível, sustentando cada tomada de palavra.
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(...) nas páginas do jornal se constrói uma ordem social desambiguizada
que coloca em relação e em circulação dizeres autorizados e dizeres
anônimos, dando a ilusão de consensos ou dissensos polarizados,
esquemáticos. (...) A mídia funciona, neste sistema, como um elemento
fundamental na representação e re-produção
dos “consensos de
significação” resultantes das hegemonias políticas ou, ao contrário,
participa da sua dissolução. (MARIANI, 1998, p. 43-44)
Esta naturalização dos sentidos comuns à sociedade me faz lembrar a noção de
memória coletiva formulada pelo mestre Pêcheux, na obra Ler o arquivo hoje, como o
conjunto de arquivos disponibilizado para a massa, de forma parafrástica, para que
haja reconhecimento e assim sejam legitimados pela memória da massa. Dessa forma,
as instituições precisam garantir para os sujeitos que se inscrevem nelas, que eles
compartilhem uma mesma realidade, que tenham, portanto, uma mesma memória.
Com essa memória em comum, os gestos de interpretação podem ser homogeneizados
no presente. Isso garante o controle.
O jornal do abolicionista
A minha pesquisa tem como corpus investigativo o jornal Cidade do Rio,
criado por José do Patrocínio em 1887, logo após ele deixar a redação do jornal da
Gazeta da Tarde. Segundo Bahia (2009, p.154), “ao lançar o seu jornal, em 1887,
Patrocínio é um dos homens mais conhecidos o país. Um ano depois da Abolição,
transforma-se no herói nacional. Ele é o político mais aclamado, mais ouvido, mais
admirado”.
O diretor da Cidade do Rio era filho de escrava alforriada, “tia Justina” e do
padre João Carlos Monteiro, vigário da Paróquia de Campos, no Rio de Janeiro.
Na Cidade do Rio eram publicadas notícias, crônicas e colunas assinadas
como por exemplo a coluna Através da Semana, escrita por Olavo Bilac. Segundo
Barbosa (2010, p. 114) dedicava normalmente a primeira página a matérias
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defendendo a abolição. Além de postular o fim da escravidão, através do jornal
promove uma série de manifestações públicas em favor da causa abolicionista.
Nos primeiros anos da República, José do Patrocínio e a Cidade do Rio sofrem
várias retaliações por parte do governo de Floriano Peixoto. O jornal foi fechado e o
editor preso e levado para o Amazonas, acusado de conspirar contra o sistema de
governo.
O jornal é reaberto em 1892, quando Patrocínio é beneficiado pela
aprovação da anistia e aos poucos volta a criticar o governo, tornando o jornal alvo de
várias manifestações e represálias por parte de Floriano Peixoto.
Com problemas financeiros, José do Patrocínio é obrigado a fechar o jornal
em 1893. Dois anos depois reabre o periódico, mas continuava com problemas
financeiros e inúmeros processos judiciais. No início do século XX, em 1903, a
Cidade do Rio é fechada definitivamente.
Nos últimos anos do Império e no começo da Primeira República, O
Cidade do Rio é um dos jornais com possibilidade de êxito. Não só por ser
de Patrocínio, o campeão do abolicionismo, mas pelo programa inovador
que apresenta. É no seu tempo, o primeiro a pretender seguir o padrão
americano de informação. (BAHIA, 2009, p. 148)3
Favorável a causa abolicionista, José do Patrocínio traz nas edições da Cidade
do Rio a discussão sobre o tema tanto na forma de noticiário das sessões e atos do
governo como na forma de artigos e anúncios de liberação dos escravos.
Na edição n. 9 de 12 de janeiro de 1888, o periódico anuncia uma ação
abolicionista na Bahia que sugere que o povo não vote em candidatos a favor da
escravidão.
As 8 horas da noite de ontem teve aqui lugar um grande meeting
abolicionista, onde se tratou do recente procedimento que sobre a
abolição acaba de ter o conselheiro Moreira de Barros. O meeting
esteve muito concorrido. Oraram brilhantemente os distintos
abolicionistas Drs. Frederico da Silva Lisboa e Luiz Anselmo da
3
Grifo nosso.
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Fonseca, adjunto da higiene da faculdade de medicina. Os oradores
pediram aos eleitores que negassem seu voto aos candidatos que ainda
possuem escravos, sendo suas palavras freneticamente aplaudidas. A
reunião dissolveu-se na melhor ordem. (CIDADE DO RIO, n. 9, 12 de
janeiro de 1888).
Ou então na edição de n. 37 de 17 de fevereiro, em que traz os resultados das
eleições senatorial da Bahia, e na sessão Gazetinhas, notícias a respeito do governo
imperial:
O sr. Barão do Cotegipe mandou pedir ao presidente de S. Paulo e ao
capitão pega colatino o nome dos beneméritos da penha do Rio do
Peixe, porque deseja que o sr. Rodrigo Silva apresente um despacho as
cartas imperiais nomenado-os barões. (CIDADE DO RIO, n. 37, 17 de
fevereiro de 1888).
Já na edição de n. 94 de 25 de abril de 1888, o Cidade do Rio traz na primeira
página do jornal, com o titulo Edificante! mais uma defesa da proposta abolicionista,
afirmando que é um sentimento nacional.
(...) Apesar de reconhecermos que está feita a consciência pública em
prol dos cativos, entendemos que é preciso dar ao ministério todo o
prestigio para que ele faça a conversão do sentimento nacional em lei.
O escravismo é um Protheu, toma todas as formas. Um dia quando
forte, arma-se , dá batalha, francamente descaradamente em nome do
direito de propriedade; outro dia, sentindo-se bloqueado, apela para a
boa fé, para a legalidade, por já não poder sustentar a legitimidade da
posse do homem pelo homem; mais tarde, faz concessões, cede a
propriedade para garantir a servidão dos serviços; finalmente toma as
cores do abolicionismo, finge-se mais apreensivo que os próprios
abolicionistas pela sorte dos escravizados. Entretanto, à sombra, pisa e
procura aproveitar-se do menor descuido para reerguer-se e restaurarse no governo supremo da nação. (CIDADE DO RIO, n. 94 , 25 de
abril de 1888).
Ao mesmo tempo que assume a posição-sujeito abolicionista, a favor dos
escravos, defendendo a liberdade, o Cidade do Rio traz notícias oficias do governo, se
inscrevendo na Formação Discursiva dos periódicos da Corte:
Sua Majestade o Imperador
Segue marcha normal a pleurisia de que foi acometido o imperador; sua
majestade, porém está sofrendo de violentas comoções nervosas. Não se
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modificou a gravidade do estado de saúde do augusto enfermo; sua
majestade mostra-se bastante agitado, revelando constantemente grandes
desejos de regressar à sua pátria. Um telegrama publicado em O Dia,
jornal português, diz que é melindrosíssimo o estado do imperador, notícia
que tem causado profunda sensação. As pessoas que cercam o imperador
nada de positivo declararam a respeito da enfermidade que o ataca. Apenas
afirmam: vai indo melhor, opinião com que concorda o sr. Visconde de
Motta Maia. (CIDADE DO RIO, n. 108 de 11 de maio de 1888)
Nessa mesma edição, o jornal noticia a sessão da câmara que extingue a
escravidão, com a notícia tendo por título: A extinção dos escravos:
Foi ontem aprovado em terceira discussão, e quase unanimemente, o
projeto extinguindo a escravidão no Brasil. Falaram contra o projeto,
justificando os votos respectivos, os deputados Lourenço de
Albuquerque e Pedro Luis. Outros oradores que s achavam inscritos
desistiram da palavra para não demorar a passagem da lei, cuja
redação foi aprovada em seguida. O requerimento do deputado
Joaquim Nabuco foi levantada a sessão. O recinto da Camara estava
literalmente cheio de pessoas, representantes de todas as classes
sociais, sendo extraordinário o número de senhoras que se achavam
nas tribunas. Terminada a votação, que foi simbólica, das tribunas e
das galerias choveram flores sobre os ministros e deputados. O
entusiasmo explodiu freneticamente, os vivas recoavam e todos que
tem contribuído para o grande acontecimento nacional ouviram o seu
nome victoriado pela multidão. (CIDADE DO RIO, n. 108 de 11 de
maio de 1888)
Noticias de liberdade dos escravos:
Em Campinas, o Sr. Jeronimo Ferreira de Freitas deu liberdade a dois
escravizados com serviço por três anos.
O sr. José Estanislau do Amaral, no bairro do Quilombo, na mesma
cidade, deu liberdade a todos os seus escravizados com a clausula de
serviços até o fim da próxima colheita, fazendo-lhes salários desde ja
(CIDADE DO RIO, n. 10 de 13 de janeiro de 1888)
Com esse duplo movimento, noticiando atos da corte, da câmara, assuntos
oficiais, e com noticias sobre a libertação de escravos por parte dos donos de fazenda,
o jornal vai construindo o sentido de neutralidade jornalística. Ou seja, para poder ser
legitimado, poder falar e escapar da censura, a Cidade do Rio trabalha na dicotomia
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entre a notícia oficial e a não oficial, num movimento que produz sentidos de
neutralidade jornalística como modo de poder dizer.
A notícia é pois uma versão de um fenômeno social, não a tradução
objetiva, imparcial e descomprometida de um fato. Qualquer redator ou
relator de um fato é parcial inclusive ao escolher o “melhor ângulo” para
descreve-lo, como se recomenda nas redações. (...) É razoável concluir
que, por sua origem, e pelos seus defensores, a imparcialidade não
passava, e não passa ainda hoje, de mera retórica, sendo usada para
preservar o discurso e os interesses dos próprios veículos. A neutralidade
jornalística é um mito cotidiano desfeito nas redações, a partir da
elaboração da pauta que determina a forma de se buscar os fatos, o
conteúdo pretendido e, eventualmente, indica os propósitos da editoria.
(LUSTOSA, 1996, p. 21-22).
Ou seja, o sujeito-jornalista, ao descrever um fato, narrar um acontecimento,
faz a partir de um “pseudo” distanciamento, um recuo imaginário, tentando apagar as
marcas de sua posição-sujeito neste discurso, como se fosse um observador/narrador
imparcial desses acontecimentos
Entendo que há um processo de identificação. Para poder se legitimar o
Cidade do Rio se identifica com os jornais da corte, mas ao mesmo tempo se inscreve
na luta pela abolição da escravatura.
Esse efeito de imparcialidade, de neutralidade jornalística, é o que temos até
hoje no jornalismo brasileiro e que penso que teve inicio nos anos 80 do século XIX.
Mas isso já é uma outra “história”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAHIA, J. História da imprensa brasileira: Jornal, história e técnica. vol. 1. 5. ed. Rio
de Janeiro: Mauad X, 2009
BARBOSA, M. História cultural da imprensa: brasil 1800-1900. Rio de Janeiro:
Mauad X, 2010.
CIDADE DO RIO. Disponível na Fundação Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro.
1888
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FLORES, G. G. B. Os sentidos de nação, liberdade e independência na imprensa
brasileira (1821-1822) e a fundação do discurso jornalístico brasileiro. Porto Alegre:
EDIPUCRS, Palhoça, Ed. Unisul, 2014.
MARIANI, B. O PCB e a Imprensa: os comunistas no imaginário dos jornais (19221989). Rio de Janeiro: Revan; Campinas: Ed. da Unicamp, 1998.
ORLANDI, E. P. Análise de Discurso – Princípios e Procedimentos. Campinas:
Pontes, 2005.
_____ Interpretação – autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Campinas:
Pontes, 2004.
_____ Segmentar ou recortar? Rio de Janeiro: PUC, 1981
PÊCHEUX, M. Discurso: Estrutura ou acontecimento. Campinas: Pontes.(1983)
2006.
_____ Ler o Arquivo hoje, In: ORLANDI, E. (org) Gestos de Leitura. Campinas:
Ed. da Unicamp. (1982) 2010.
_____ Semântica e Discurso – uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: Ed. da
Unicamp. (1975) 2009.
_____ Papel da memória, In: ACHARD, P. et alii. Papel da Memória. Campinas:
Pontes. (1983) 2009.

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