LIVRO 6
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LIVRO 6
LIVRO 6 LINGUAGENS CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS fluido. Os mercados, e não as empresas, decidem sobre os preços de produtos e serviços. (...) A empresa moderna compete em dois mundos: um físico (a praça, ou marketplace) e um mundo digital de informação (o espaço mercadológico, ou marketspace). As empresas não devem preocupar-se com a criação de um web site vistoso, mas sim de uma grande comunidade online e com o capital de relacionamento. Corações, e não olhos, são o que conta. Dentro de uma década, a maioria dos produtos será vendida no espaço mercadológico. Uma nova fronteira de comércio é a marketface — a interface entre o marketplace e o marketspace. (...) Publicidade, promoção, relações públicas etc. exploram “mensagens” unidirecionais, de um-para-muitos e de tamanho único, dirigidas a consumidores sem rosto e sem poder. As comunidades online perturbam drasticamente esse modelo. Os consumidores com frequência têm acesso a informações sobre os produtos, e o poder passa para o lado deles. São eles que controlam as regras do mercado, não você. Eles escolhem o meio e a mensagem. Em vez de receber mensagens enviadas por profissionais de relações públicas, eles criam a “opinião pública” online. Os marqueteiros estão perdendo o controle, e isso é muito bom. LÍNGUA PORTUGUESA 1. (INSPER-2012) O que motivou o apito do juiz foi (A) a necessidade de empregar a ênclise para seguir a normapadrão. (B) o uso de um objeto direto no lugar de um objeto indireto. (C) a opção pelo pronome pessoal oblíquo “o” em vez de “a”. (D) a obrigatoriedade da mesóclise nessa construção linguística. (E) a transgressão às regras de concordância nominal relacionadas ao pronome. RESPOSTA : B COMENTÁRIO: No primeiro quadro, observa-se falha gramatical na fala da cobra que usa o pronome oblíquo “o” em vez de “lhe”. O verbo “escapar” é transitivo indireto, exigindo assim o pronome com essa função, o que valida à opção (B). TEXTO PARA A PROXIMA QUESTÃO: toma por base um artigo de Don Tapscott (1947-). (Don Tapscott. O fim do marketing. INFO, São Paulo, Editora Abril, janeiro 2011, p. 22.) 2. O fim do marketing A empresa vende ao consumidor — com a web não é mais assim. Com a internet se tornando onipresente, os Quatro Ps do marketing — produto, praça, preço e promoção — não funcionam mais. O paradigma era simples e unidirecional: as empresas vendem aos consumidores. Nós criamos produtos; fixamos preços; definimos os locais onde vendê-los; e fazemos anúncios. Nós controlamos a mensagem. A internet transforma todas essas atividades. (...) Os produtos agora são customizados em massa, envolvem serviços e são marcados pelo conhecimento e os gostos dos consumidores. Por meio de comunidades online, os consumidores hoje participam do desenvolvimento do produto. Produtos estão se tornando experiências. Estão mortas as velhas concepções industriais na definição e marketing de produtos. (...) Graças às vendas online e à nova dinâmica do mercado, os preços fixados pelo fornecedor estão sendo cada vez mais desafiados. Hoje questionamos até o conceito de “preço”, à medida que os consumidores ganham acesso a ferramentas que lhes permitem determinar quanto querem pagar. Os consumidores vão oferecer vários preços por um produto, dependendo de condições específicas. Compradores e vendedores trocam mais informações e o preço se torna (UNESP-2012) Nós criamos produtos; fixamos preços; definimos os locais onde vendê-los; e fazemos anúncios. Nós controlamos a mensagem. Nas orações que compõem os dois períodos transcritos, os termos destacados exercem a função de (A) sujeito. (B) objeto direto. (C) objeto indireto. (D) predicativo do sujeito. (E) predicativo do objeto. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: Todos os termos destacados exercem a função de objeto direto. Com efeito, ligam-se diretamente (ou seja, sem a presença de uma preposição) a verbos transitivos diretos cujo sentido completam: criar, fixar, definir, fazer, controlar. A comprovação prática é que esses termos poderiam ser substituídos pelo pronome pessoal átono os (produtos, preços, os locais, anúncios) ou a (a mensagem). Verifica-se também que, se as orações em questão fossem colocadas na voz passiva, todos esses termos passariam da função de objeto direto para a de sujeito da oração. TEXTO PARA AS QUESTÃOES 3 E 4: O padeiro Levanto cedo, faço a higiene pessoal, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento − mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; 1 acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo. Está bem. Tomo meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando: – Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou por uma outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém... Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina - e muitas vezes saía já levando na mão um dos exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno. Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estavam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi uma lição daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”. E assoviava pelas escadas. RESPOSTA: A COMENTÁRIO: A expressão “sem mágica” indica circunstância de modo e reproduz o sentimento do padeiro ao explicar a razão do alerta que fazia sempre que tocava a campainha para anunciar a entrega do pão. 5. (IFPE-2012) De um jogador brasileiro a um técnico espanhol João Cabral de Melo Neto Não é a bola alguma carta que se leva de casa em casa: é antes telegrama que vai de onde o atiram ao onde cai. Parado, o brasileiro a faz ir onde há-de, sem leva e traz; com aritméticas de circo ele a faz ir onde é preciso; em telegrama, que é sem tempo ele a faz ir ao mais extremo. Não corre: ele sabe que a bola, Telegrama, mais que corre voa. (Rubem Braga, Ai de ti, Copacabana. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1960. Adaptado) 3. (IFSP-2012) Considere o trecho em que a expressão em destaque exerce a função de agente da passiva. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou por uma outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz... Assinale a alternativa em que o trecho em destaque exerce a mesma função sintática. (A) Esta é a avenida por onde passarão as escolas de samba. (B) Ele fez tudo isso por você, a quem admira muito. (C) Incomodou-o por semanas um problema que parecia sem solução. (D) O vestido, que havia sido feito por um renomado estilista, impressionou a todos. (E) Ela sentiu-se arrependida por ter respondido de forma indelicada ao funcionário. RESPOSTA: D COMENTÁRIO: apenas em C o segmento sublinhado é agente da passiva, pois indica o executor da ação sofrida pelo sujeito da oração. 4. (IFSP-2012) Assinale a alternativa em que o pronome em destaque está empregado de acordo com a norma padrão. (A) Avisaram-na de que era necessário reconhecer firma dos documentos. (B) Pediu para mim enviar-lhe as faturas do último mês. (C) Como gostou da bolsa, comprou ela sem pensar duas vezes. (D) Eu e minha irmã se encontraremos com amigos no sábado. (E) Recrutaram-o para realizar tarefas pouco prazerosas. RESPOSTA: A COMENTÁRIO: Na opção (A), o termo verbal “avisaram” apresenta transitividade direta e indireta, pois a oração subordinada substantiva “de que era necessário” exercer a função de objeto indireto e “(n)a” de objeto direto. Nas demais opções os pronomes deveriam ser substituídos por “me”, “a”, “nos” e “no”, sequencialmente, para se adaptarem às regras da gramática normativa. (Disponível em: <http://www.revista.agulha.nom.br/futebol.html#jogador> Acesso em: 12 out. 2011.) 6. (IFSP-2012) Em − Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. − o trecho em destaque expressa a circunstância de (A) modo, pois revela a maneira como o padeiro se comportou diante da situação. (B) negação, pois o padeiro não se ofendia com o tratamento recebido dos moradores. (C) meio, pois o cronista deseja enfatizar a modéstia e a inteligência do padeiro. (D) afirmação, pois, ao sorrir, o padeiro mostrava não se magoar ao ouvir que “não era ninguém”. (E) causa, pois aprendera que “não era ninguém” com as pessoas que o atendiam nos apartamentos. 2 (IFPE-2012) Quanto aos aspectos morfossintáticos do texto, assinale a alternativa correta. (A) O sujeito das duas primeiras estrofes é indeterminado, como se verifica pelos verbos “se leva” e “atiram”. (B) O predicado em “Não é a bola alguma carta” e “é antes telegrama...” é verbal, pois os verbos indicam o estado da bola. (C) O sujeito simples “brasileiro” da terceira estrofe é retomado nas demais estrofes pelo pronome “ele”. (D) O predicado da oração “Ele a faz ir”, na quarta e quinta estrofes, é verbo-nominal, pois indica ação e descreve a bola. (E) O substantivo “telegrama”, no último verso do poema, é um adjunto adnominal de “bola”. RESPOSTA: C COMENTÁRIO: A penas é correto o que se afirma em (C), pois as demais apresentam as seguintes incorreções: Em (A) o sujeito da oração subordinada adjetiva “que se leva de casa em casa” é o pronome relativo “que”, relacionando ao antecedente “carta”, por isso, simples; Em (B) os predicados das frases mencionadas são ambos nominais, pois apresentam como núcleo um predicativo do sujeito (:”alguma carta” e “telegrama”, respectivamente) e verbo de ligação (“é”); Em (D) o predicado da oração “Ele a faz rir” é verbal, pois apresenta como núcleo um verbo nacional, isto é, verbo que indica ação; Em (E) o substantivo “telegrama” exerce a função de aposto. Em (E) na expressão “Ter um hectare de terra” constitui um adjunto adnuminal. 8. (G1-CPS-2011) Em 1966, Armando Nogueira publicou o livro em que aparece a crônica que você lerá a seguir. TEXTO PARA A PROXIMA QUESTÃO: A rua do Caloca Você lerá no texto um trecho do poema “Morte e vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, importante poeta pernambucano da Geração de 45 do Modernismo brasileiro. No excerto, um retirante chamado Severino, protagonista da obra, encontra dois homens que estão carregando um defunto numa rede. Bendito o bairro em que os meninos ainda podem jogar futebol pelas calçadas. Ipanema, as ruas amenas de Ipanema estão sempre cheias de meninos a chutar bolas. Hoje de manhã, mesmo, passei por dois garotinhos, um de seis anos, outro de três, no máximo: o maior ensinava, pacientemente, o menor a chutar com o peito do pé e, ontem, a turma da Rua Barão de Jaguaribe enfrentou o time da Rua Redentor. Quando estou folgado, subo e desço as ruas da vizinhança, olhando os meninos no futebol: são vinte, trinta de cada lado, todos garotinhos abaixo de dez anos, ardendo na pelada que nunca tem hora para acabar; não há muito rigor contra a violência e só uma regra é respeitada − a mão na bola. Tocou o dedo na bola, falta, “quem cobra sou eu” e forma-se um bolinho em volta da bola, parece cobrança de pênalti no Maracanã. De quando em quando, um automóvel interrompe a partida de futebol, mas invariavelmente os motoristas têm o carinho de reduzir a marcha a uma velocidade que não ponha em risco a vida das crianças e que, por outro lado, lhes permita desfrutar, ainda que como espectadores, das emoções da pelada. Das ruas, a mais encantadora, sem desmerecer as outras, é a Redentor, que eu saúdo como a rua do time do Caloca. Pena é que, numa das esquinas, more uma senhora estranha ao clima espiritual deste bairro, onde as meninas brincam de cantigas de roda e os meninos de jogar futebol. Se eu fosse alguma coisa neste país, já teria corrido de Ipanema aquela mulher rabugenta, que, na presença de vinte meninos, furou a bola deles com uma tesoura e, depois, cortou em pedacinhos. Só porque uma rebatida imprecisa do Diguinho jogou a bola contra a casa dela. Era uma bonita bola, rosada, seleção de ouro, que os meninos tinham comprado em uma vaquinha por novecentos cruzeiros. (Nogueira, Armando. Na grande área. Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1966. Adaptado). Texto “— A quem estais carregando, irmãos das almas, embrulhado nessa rede? Dizei que eu saiba. — A um defunto de nada, irmão das almas, que há muitas horas viaja à sua morada. — E sabeis quem era ele, irmãos das almas, sabeis como ele se chama ou se chamava? — Severino Lavrador, irmão das almas, Severino Lavrador, mas já não lavra. — E de onde que o estais trazendo, irmãos das almas, onde foi que começou vossa jornada? — Onde a Caatinga é mais seca, irmão das almas, onde uma terra que não dá nem planta brava. — E foi morrida essa morte, irmãos das almas, essa foi morte morrida ou foi matada? (...) — E quem foi que o emboscou, irmãos das almas, quem contra ele soltou essa ave-bala? — Ali é difícil dizer, irmão das almas, sempre há uma bala voando desocupada. — E o que havia ele feito irmãos das almas, e o que havia ele feito contra a tal pássara? — Ter um hectare de terra, irmão das almas, de pedra e areia lavada que cultivava. — Mas que roças que ele tinha, irmãos das almas que podia ele plantar na pedra avara? — Nos magros lábios de areia, irmão das almas, os intervalos das pedras, plantava palha.” 7. (IFPE-2012) Em relação à sintaxe dos períodos retirados no texto, é correto afirmar que: (A) Em “há muitas horas viaja à sua morada”, no segundo verso, o sujeito do verbo haver é “muitas horas”. (B) Em “há uma bala voando desocupada”, o termo destacado funciona como um adjunto adverbial de modo. (C) “um defunto de nada” é sujeito do verbo haver que aparece no mesmo verso. (D) No quinto verso, o possessivo “vossa” pode estar-se referindo apenas ao “irmão das almas”, condutor do defunto, ou a ambos, ou seja, ao condutor e ao defunto. (E) Na expressão “Ter um hectare de terra”, “de terra” constitui um objeto indireto do verbo “ter”, tendo em vista ter sido exigida uma preposição. RESPOSTA: D COMENTÁRIO: As opções (A), (B), (C) e (E) são incorretas, pois: Em (A) o verbo haver no sentido de tempo decorrido configura oração sem sujeito;. Em (B) o termo “descupada” exerce a função de predicativo do objeto direto; Em (C) o segmento da oração “um defunto de nada”, resposta à pergunta anterior “A quem estais carregando, irmão das almas, embrulhado nessa rede?”, exerce a função de objetos direto preposicionado; Assinale a alternativa em que as duas expressões em destaque são adjuntos adverbiais de lugar. (A) ... as ruas amenas de Ipanema estão sempre cheias de meninos...... parece cobrança de pênalti no Maracanã. (B) ... os meninos ainda podem jogar futebol pelas calçadas.... forma-se um bolinho em volta da bola... (C) Pena é que, numa das esquinas, more uma senhora...... ontem, a turma da rua Barão de Jaguaribe enfrentou... (D) se eu fosse alguma coisa neste país...... que eu saúdo como a rua do time do Caloca. (E) Quando estou folgado, subo e desço as ruas da vizinhança...... já teria corrido de Ipanema aquela mulher rabugenta... RESPOSTA: B COMENTÁRIO: Apenas em b) os termos grifados são adjuntos adverbiais de lugar, já que designam o espaço onde ocorrem as ações de “jogar futebol” e “formar bolinho”. Nas opções a), c), d) e e), apresentam-se como sujeito/adjunto adverbial de lugar, adjunto adverbial de lugar/adjunto adnominal, adjunto adverbial de lugar/predicativo do objeto, objeto direto/ adjunto adverbial de lugar, respectivamente 3 TEXTO PARA A PROXIMA QUESTÃO: (UNIFESP-2011) Instrução: A questão de número 10 toma por base o fragmento seguinte. Dá-se assim desde menina Na garagem, na cantina Atrás do tanque, no mato É a rainha dos detentos Das loucas, dos lazarentos Dos moleques do internato E também vai amiúde Co’os velhinhos sem saúde E as viúvas sem porvir Ela é um poço de bondade E é por isso que a cidade Vive sempre a repetir Joga pedra na Geni Joga pedra na Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni (Chico Buarque. Geni e o zepelim.) As provocações no recreio eram frequentes, oriundas do enfado; irritadiços todos como feridas; os inspetores a cada passo precisavam intervir em conflitos; as importunações andavam em busca das suscetibilidades; as suscetibilidades a procurar a sarna das importunações. Viam de joelhos o Franco, puxavam-lhe os cabelos. Viam Rômulo passar, lançavam-lhe o apelido:mestre-cuca! Esta provocação era, além de tudo, inverdade. Cozinheiro, Rômulo! Só porque lembrava culinária, com a carnosidade bamba, fofa da dos pastelões, ou porque era gordo das enxúndias enganadoras dos fregistas, dissolução mórbida de sardinha e azeite, sob os aspectos de mais volumosa saúde? (...) Rômulo era antipatizado. Para que o não manifestassem excessivamente, fazia-se temer pela brutalidade. Ao mais insignificante gracejo de um pequeno, atirava contra o infeliz toda a corpulência das infiltrações de gordura solta, desmoronava-se em socos. Dos mais fortes vingava-se, resmungando intrepidamente. Para desesperá-lo, aproveitavam-se os menores do escuro. Rômulo, no meio, ficava tonto, esbravejando juras de morte, mostrando o punho. Em geral procurava reconhecer algum dos impertinentes e o marcava para a vindita. Vindita inexorável. No decorrer enfadonho das últimas semanas, foi Rômulo escolhido, principalmente, para expiatório do desfastio. Mestre-cuca! Via-se apregoado por vozes fantásticas, saídas da terra; mestre-cuca! Por vozes do espaço rouquenhas ou esganiçadas. Sentava-se acabrunhado, vendo se se lembrava de haver tratado panelas algum dia na vida; a unanimidade impressionava. Mais frequentemente, entregava-se a acessos de raiva. Arremetia bufando, espumando, olhos fechados, punhos para trás, contra os grupos. Os rapazes corriam a rir, abrindo caminho, deixando rolar adiante aquela ambulância danada de elefantíase. (Raul Pompeia. O Ateneu.) Indique a alternativa que apresenta a função sintática do verso De tudo que é nego torto. (A) Adjunto adverbial de modo. (B) Objeto indireto. (C) Predicativo do sujeito. (D) Adjunto adnominal. (E) Complemento nominal. RESPOSTA: E COMENTÁRIO: O excerto faz parte do período “De tudo que é nego torto/Do mangue e do cais do porto/Ela já foi namorada” a que corresponderia, na ordem direta: ela já foi namorada de tudo que é nego torto do mangue e do cais do porto. Assim, “De tudo que é nego torto” é complemento do substantivo “namorada”, regido de preposição, portanto, complemento nominal, como de enuncia em (E). TEXTO PARA A PROXIMA QUESTÃO: (IFCE-2011) NASCE UM ESCRITOR 9. (UNIFESP-2011) Tendo em vista a função sintática da palavra grifada no fragmento Para que o não manifestassem excessivamente, fazia-se temer pela brutalidade, assinale a alternativa em que o termo sublinhado exerce a mesma função: (A) Dos mais fortes vingava-se, resmungando intrepidamente. (B) Para desesperá-lo, aproveitavam-se os menores do escuro. (C) Via-se apregoado por vozes fantásticas, saídas da terra. (D) Mais frequentemente, entregava-se a acessos de raiva. (E) Viam de joelhos o Franco, puxavam-lhe os cabelos. RESPOSTA: E COMENTÁRIO: No trecho “Para que o não manifestassem excessivamente, fazia-se temer pela brutalidade”, o termo sublinhado desempenhar a função de objeto direto, o que acontece também na frase “Viram de joelhos o Franco, puxavam-lhe os cabelos”. Em (A), (C) e (D), são objetos indireto, agente da passiva e objeto indireto, respectivamente, e em (B) sujeito. O primeiro dever passado pelo novo professor de português foi uma descrição tendo o mar como tema. A classe inspirou, toda ela, nos encapelados mares de Camões, aqueles nunca dantes navegados. O episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada. Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhéus foi o tema de minha descrição. Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela página seria no futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos. Passei a ser uma personalidade, segundo os cânones do colégio, ao lado dos futebolistas, dos campeões de 1 matemática e de religião, dos que obtinham medalhas. Fui 2 admitido numa espécie de Círculo Literário onde brilhavam 3 alunos mais velhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro, sensação permanente durante os dois anos em que estudei no colégio dos jesuítas. 4 5 Houve, porém, sensível mudança na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteção e colocou em minhas mãos livros de sua estante. Primeiro "As Viagens de Gulliver", depois clássicos portugueses, traduções de ficcionistas ingleses e franceses. Data dessa época minha paixão por Charles Dickens. Demoraria ainda a conhecer Mark 10. (UNIFESP-2011) De tudo que é nego torto Do mangue e do cais do porto Ela já foi namorada O seu corpo é dos errantes Dos cegos, dos retirantes É de quem não tem mais nada 4 Twain: o norte-americano não figurava entre os prediletos do padre Cabral. Recordo com carinho a figura do jesuíta português erudito e amável. Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer mais leve a minha prisão, minha primeira prisão. AMADO, Jorge. O menino Grapiúna. Rio de Janeiro. Record. 1987. p. 117-20. COMENTÁRIO: “Estranhas coisas” praticam a ação verbal de entrar para o trapiche, por isso o verbo estar conjugado no plural, concordando com o seu sujeito. 14. (FGV) Observe a seguinte frase: “Recorrendo a elas, arrisco-me a usar expressões técnicas, desconhecidas do público, e a ser tido por pedante.” Das alternativas abaixo, assinale aquela em que a palavra sublinhada exerça a mesma função sintática de pedante, dessa frase. (A) As estações tinham passado rápido, sem que tivesse sido possível vê-las direito. (B) Fui julgado culpado, embora não houvesse provas decisivas a respeito do crime. (C) Ele era difícil de convencer, mas concordou quando a quantia foi oferecida. (D) Caminhou depressa por entre os coqueiros. (E) Ele passeou demasiado ontem; hoje, doem-lhe as pernas. Vai ser obrigado a deitar-se mais cedo. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: O termo pedante, na oração, tem função de predicativo do sujeito. O único item que traz predicativo do sujeito é o item B. 11. (IFCE-2011) Pondo-se a expressão “... sensível mudança...” (ref.5) no plural, a forma verbal “Houve” (ref.4) (A) deve ser trocada por houveram. (B) não deve sofrer alteração. (C) pode ser trocada por existiu. (D) pode ser substituída por estão havendo. (E) pode ser trocada por vão haver. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: o verbo “haver”, no sentido de “existir”, é impessoal, configurando uma oração sem sujeito. Por isso, deve manter-se na terceira pessoa do singular, mesmo que acompanhados por outros verbos, o que contraria as opções a), d) e e). Poderia ser trocado por “existiram”, não o que porpõe a opção c). Assim, apenas b) é correta. 12. (IFCE-2011) A expressão “... alunos mais velhos.” (ref.3) exerce a função de (A) sujeito da forma verbal “brilhavam” (ref.2). (B) objeto indireto. (C) agente da ação expressa pela forma verbal “obtinham” (ref.1). (D) agente da passiva. (E) objeto direto. RESPOSTA: A COMENTÁRIO: Na oração “onde brilhavam alunos mais velhos”, a expressão “alunos mais velhos” exerce a função sintática de sujeito (simples). 15. (OBJETIVO-SP) Leia o fragmento de texto: "Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria cheio de preás, gordos, enormes. " ("Baleia" em: Ramos, G. "Vidas Secas". Rio de Janeiro: José Olympio, 1947.) Em “Acordaria feliz, num mundo cheio de preás.”, temos: (A) Predicado verbal com verbo intransitivo. (B) Predicado nominal com predicativo do sujeito. (C) Predicado verbal com verbo transitivo e predicativo do sujeito. (D) Predicado verbo-nominal com verbo intransitivo e predicativo do sujeito. (E) Predicado verbo-nominal com verbo transitivo e predicativo do sujeito. RESPOSTA: D COMENTÁRIO: Predicado verbo-nominal, cujos núcleos são o verbo intransitivo “acordaria” e o predicativo do sujeito “feliz”. 13. (FATEC-2010) Leia o texto seguinte e responda Logo depois transferiu-se para o trapiche [local destinado à guarda de mercadorias para importação ou exportação] o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades, as mais variadas, desde os 9 aos 16 anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que circundava o casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes dos navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações. . . INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Compare os textos I e II a seguir, que tratam de aspectos ligados a variedades da língua portuguesa no mundo e no Brasil. (AMADO, Jorge. O trapiche. Capitães de Areia. São Paulo: Livraria Martins Ed., 1937. Adaptado.) Texto I Acompanhando os navegadores, colonizadores e comerciantes portugueses em todas as suas incríveis viagens, a partir do século XV, o português se transformou na língua de um império. Nesse processo, entrou em contato – forçado, o mais das vezes; amigável, em alguns casos – com as mais diversas línguas, passando por processos de variação e de mudança linguística. Assim, contar a história do português do Brasil é mergulhar na sua história colonial e de país independente, já que as línguas não são mecanismos desgarrados dos povos que as utilizam. Nesse cenário, são muitos os aspectos da estrutura linguística que não só expressam a diferença entre Portugal e Brasil como também definem, no Brasil, diferenças regionais e sociais. PAGOTTO, E. P. Línguas do Brasil. Assinale a alternativa em que o verbo destacado tem como sujeito aquele apresentado entre colchetes. (A) Logo depois transferiu-se para o trapiche o depósito dos objetos... [os objetos] (B) ... o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes proporcionava. [o depósito dos objetos] (C) Estranhas coisas entraram então para o trapiche. [estranhas coisas] (D) ... indiferentes ao vento que circundava o casarão uivando... [o casarão] (E) ... com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações. . . [as embarcações] RESPOSTA: C 5 Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br Acesso em 5 jul. 2009 (adaptado) (A) apresenta, sem explicitar juízos de valor, costume da época, descrevendo os pratos servidos no jantar e a atitude de Nhô Tomé e de Tia Policena. (B) desvaloriza a norma culta da língua porque incorpora à narrativa usos próprios da linguagem regional das personagens. (C) condena os hábitos descritos, dando voz a Tia Policena, que tenta impedir Nhô Tomé de deitar-se após as refeições. (D) utiliza a diversidade sociocultural e lingüística para demonstrar seu desrespeito às populações das zonas rurais do início do século XX. (E) manifesta preconceito em relação a Tia Policena ao transcrever a fala dela com os erros próprios da região. RESPOSTA: A COMENTÁRIO: O narrador do texto de Cornélio Pires é inteiramente isento em relação aos hábitos que descreve e à linguagem que reproduz. Texto II Barbarismo é vício que se comete na escritura de cada uma das partes da construção ou na pronunciação. E em nenhuma parte da Terra se comete mais essa figura da pronunciação que nestes reinos, por causa das muitas nações que trouxemos ao jugo do nosso serviço. Porque bem como os Gregos e Romanos haviam por bárbaras todas as outras nações estranhas a eles, por não poderem formar sua linguagem, assim nós podemos dizer que as nações de África, Guiné, Asia, Brasil barbarizam quando querem imitar a nossa. BARROS, J. Gramática da língua portuguesa. Porto: Porto Editora, 1957 (adaptado). 16. Os textos abordam o contato da língua portuguesa com outras línguas e processos de variação e de mudança decorridos desse contato. Da comparação entre os textos, conclui-se que a posição de João de Barros (Texto II), em relação aos usos sociais da linguagem, revela (A) atitude crítica do autor quanto à gramática que as nações a serviço de Portugal possuíam e, ao mesmo tempo, de benevolência quanto ao conhecimento que os povos tinham de suas línguas. (B) atitude preconceituosa relativa a vícios culturais das nações sob domínio português, dado o interesse dos falantes dessa línguas em copiar a língua do império, o que implicou a falência do idioma falado em Portugal. (C) o desejo de conservar, em Portugal, as estruturas da variante padrão da língua grega – em oposição às consideradas bárbaras –, em vista da necessidade de preservação do padrão de correção dessa língua à época. (D) adesão à concepção de língua como entidade homogênea e invariável, e negação da ideia de que a língua portuguesa pertence a outros povos. (E) atitude crítica, que se estende à própria língua portuguesa, por se tratar de sistema que não disporia de elementos necessários para a plena inserção sociocultural de falantes não nativos do português. RESPOSTA: D COMENTÁRIO: A visão preconceituosa de João de Barros, compreensível e talvez inevitável na época, considera a língua portuguesa como propriedade dos portugueses e como entidade homogênea, pois rejeita suas variantes. Texto: Depois de um bom jantar: feijão com carne-seca, orelha de porco e couve com angu, arroz-mole engordurado, carne de vento assada no espeto, torresmo enxuto de toicinho da barriga, viradinho de milho verde e um prato de caldo de couve, jantar encerrado por um prato fundo de canjica com torrões de açúcar, Nhô Tomé saboreou o café forte e se estendeu na rede. A mão direita sob a cabeça, à guisa de travesseiro, o indefectível cigarro de palha entre as pontas do indicador e do polegar, envernizados pela fumaça, de unhas encanoadas e longas, ficou-se de pança para o ar, modorrento, a olhar para as ripas do telhado. Quem come e não deita, a comida não aproveita, pensava Nhô Tomé… E pôs-se a cochilar. A sua modorra durou pouco: Tia Policena, ao passar pela sala, bradou assombrada: — Êêh! Sinhô! Vai drumi agora? Não! Num presta… Dá pisadêra e póde morrê de ataque de cabeça! Depois do armoço num far má… mais despois da janta?!” Cornélio Pires. Conversas ao pé do fogo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1987. 17. Nesse trecho, extraído de texto publicado originalmente em 1921, o narrador Texto: 18. É correto afirmar que a charge visa (A) apoiar a atitude dos alunos e propor a liberação geral da frequência às aulas. (B) enaltecer a escola brasileira e homenagear o trabalho docente. (C) indicar a deflagração de uma greve e incentivar a adesão a ela. (D) recriminar os alunos e declarar apoio à política educacional. (E) criticar a situação atual do ensino e denunciar a evasão escolar. RESPOSTA: E COMENTÁRIO: A denúncia à situação atual do ensino é depreendida pela fi gura caricata do professor (olhos arregalados, dentes à mostra), com uma postura não amistosa, e pela própria alusão à evasão escolar, insinuada por um dos sentidos que a palavra “sujeito” pode assumir no contexto humorístico (“sujeito” como sinônimo de pessoa, indivíduo, aluno). Texto: Leia os versos de Cecília Meireles, extraídos do poema Epigrama no 8. Encostei-me a ti, sabendo bem que eras somente onda. Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti. Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil, fiquei sem poder chorar, quando caí. 19. O eu lírico reconhece que a pessoa em quem depôs sua vida representava (A) uma relação incerta, por isso os desenganos vividos seriam inevitáveis. (B) um sentimento intenso, por isso tinha certeza de que não sofreria. (C) um caso de amor passageiro, por isso se sentia enganado. 6 (D) uma angústia inevitável, por isso seria melhor aquele amor. (E) uma opção equivocada, por isso sempre teve medo de amar. RESPOSTA: A COMENTÁRIO: O poema de Cecília Meireles trata de uma relação sentimental. A instabilidade dessa relação é expressa por imagens como “onda”, “nuvem” e “frágil”. A consciência que o eu lírico possui dessa instabilidade, bem como do sofrimento advindo dela, é evidenciada pelas fl exões do verbo saber: “sabendo” e “sabia”. Texto: Todo estudante sabe que atualidade também é questão de vestibular. Para garantir um bom desempenho, fi que atento a temas que se repetem durante alguns dias em jornais, sites ou canais de TV. Quando estiver se informando, relacione os acontecimentos aos conteúdos aprendidos em sala de aula. E cuidado especial com meio ambiente, sempre em alta nas provas. (Veja, 18.05.2011.) 20. A intenção explícita do texto, considerada a interlocução nele defi nida, é (A) descrever que o próprio vestibular é um tema de atualidade. (B) orientar os vestibulandos sobre como estudar atualidade. (C) mostrar aos professores que a tv é importante para se ensinar atualidade. (D) enfatizar as divergências entre informações da mídia e da escola. (E) indicar aos estudantes que meio ambiente é um tema já desgastado. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: A partir da afirmação de que “atualidade também é questão de vestibular”, o texto orienta o aluno/vestibulando (interlocutor implícito) sobre como proceder para adquirir conhecimentos de atualidades e obter um desempenho satisfatório nas provas. A orientação fi ca explícita por meio das formas imperativas empregadas: ”fique atento”, “relacione os acontecimentos” e “(tome) cuidado”. evidenciam que “emagrecer faz bem à memória” — título adequado, já que sintetiza a ideia central do texto. 22. (Ufpa 2013) Em fevereiro de 1897, o poeta Olavo Bilac substitui o já renomado romancista Machado de Assis na função de cronista do periódico fluminense Gazeta de Notícias. A crônica, que no século XIX cumpre a função de registrar as questões mais prementes do dia, fossem políticas, culturais ou literárias, é o gênero ao qual se dedicará o poeta conhecido como um dos mestres do verso parnasiano. A respeito da crônica “A prostituição infantil”, é correto afirmar que Olavo Bilac (A) assume uma postura neutra com relação à prostituição e exploração do trabalho infantil que grassavam nas ruas do Rio de Janeiro de fins do século XIX. (B) narra seu encontro noturno com uma criança que vendia flores, demonstra sua indignação com a prostituição e exploração do trabalho infantil, pondo sua verve literária a serviço de uma causa social. (C) considera que a prostituição e o trabalho infantil não são um problema social no Rio de Janeiro de sua época. (D) afirma que todos têm “mais o que fazer”, de forma que não interessa a ele e aos leitores o destino das meninas que se prostituem e vendem flores aos passantes. (E) elogia a polícia por ter dado fim à prostituição e ao trabalho infantil nas ruas do Rio de Janeiro. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: Olavo Bilac, em “A prostituição infantil”, considera as crianças como vítimas de um sistema injusto que existe na sociedade em geral e para o qual não consegue prever solução, chegando a dizer que uma “morte providencial” seria talvez a melhor sorte para essas crianças ultrajadas e desamparadas, o que descarta as alternativas [A], [C], [D] e [E]. Assim, é correta apenas a alternativa [B]. 23. (G1 - utfpr 2013) Leia. Novo slogan político Rubem Alves Alguém escreveu num muro branco da Universidade do Porto, em Portugal, a sua exigência política: “Queremos mentiras novas”. Quem o escreveu sabia das coisas. Sabia que era inútil pedir o impossível: “Basta de mentiras!”. Na política, apenas as mentiras são possíveis. Mas ele já estava cansado de mentiras velhas, batidas, como piadas cujo fim já se conhece, que diariamente aparecem nos jornais. Mentiras velhas são um desrespeito à inteligência daqueles a quem são dirigidas. Que mintam, mas que respeitem a minha inteligência! Mintam usando a imaginação. Por isso escrevia, em nome da inteligência, do possível e do humor: “Queremos mentiras novas”. Texto: O que o excesso de gordura tem a ver com problemas de memória? Tudo, segundo estudos recentes. O último foi feito na Kent State University (EUA) e mostrou que pacientes submetidos à cirurgia bariátrica exibiram melhora na capacidade de armazenar informações 12 semanas depois da operação. “Estamos acompanhando esses indivíduos para checar se a performance continuará a mesma um ano e dois anos depois”, disse à ISTOÉ John Gunstad, líder da pesquisa. Na sua experiência clínica, o médico Roberto Rizzi, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, já havia observado a associação. “Percebe-se que após uma grande perda de peso há melhoria no poder de se lembrar das coisas”, diz. (IstoÉ, 22.06.2011. Adaptado.) ALVES, Rubem. Ostra feliz não faz pérola. São Paulo: Editora Planeta, 2008, p. 17. De acordo com o texto acima, o autor: I. gosta de ser enganado e por isso pede novas mentiras. II. acredita que na política a verdade não é possível e, portanto, pedir para que não haja mais mentiras é inútil. III. pede respeito à inteligência daqueles a quem as mentiras são dirigidas, pois, já que os políticos não falam a verdade, a repetição de mentiras chega a ser um desrespeito em dobro. 21. Um título adequado ao texto é (A) Emagrecer faz bem à memória. (B) Médico brasileiro contesta estudo americano. (C) Gordura em excesso potencializa a memória. (D) Memória fi ca inalterada até dois anos após cirurgia. (E) Cirurgia traz perda de peso e de memória. RESPOSTA: A COMENTÁRIO: Os trechos “pacientes submetidos à cirurgia bariátrica [destinada ao emagrecimento] exibiram melhora na capacidade de armazenar informações” e “após uma grande perda de peso há melhoria no poder de se lembrar das coisas” Está(ão) correta(s) apenas: (A) II e III. (B) I e III. (C) III. (D) II. (E) I. 7 RESPOSTA: A COMENTÁRIO: De acordo com o texto, o autor concorda com o pedido de mentiras novas não porque gosta de ser enganado, mas porque está tão descrente com a política que não acredita mais na possibilidade de não haver mais mentiras; pede, no entanto, que respeitem sua inteligência, com mentiras originais pelo menos. Assim, está incorreta a afirmativa I. 24. (G1 - utfpr 2013) A partir da leitura da charge (considerando imagem e texto), é correto afirmar que: (A) Em função de a charge representar apenas a semana da consciência negra, ela pouco critica a situação dos negros. (B) O homem que oferece a flor e um aperto de mão ao personagem negro representa o apoio crescente do governo para tirar os negros da situação de abandono. (C) Os negros são sempre lembrados, independente do dia da consciência negra. (D) A charge demonstra que os negros vivem em situação de abandono durante todo o ano e apenas no dia da consciência negra eles são lembrados. (E) A flor dada ao personagem negro por um personagem branco simboliza a paz entre as raças. RESPOSTA: D COMENTÁRIO: De acordo com a charge, nos dias 16, 17, 18 e 19/11, o personagem está em situação degradante, buscando alimentos no lixo. No dia 20/11, um personagem vestindo terno (talvez para representar um político) oferece a ele uma flor como homenagem ao Dia da Consciência Negra. No entanto, no dia seguinte, ele aparece em situação de abandono mais uma vez, revirando lixo. A intenção do autor da charge é de demonstrar que a sociedade continua a mesma apesar do feriado, que a “consciência negra” não parece estar na consciência da população, já que a situação dos negros não parece ter mudado com ele. COMENTÁRIO:A opção [D] assinala o castelhano, personagem de “Deve um queijo!”, e que, depois de provocar o Lessa, acaba levando a pior, pois leva uma grande surra e foge espavorido da fúria do velho gaúcho. 26. (Upf 2012) Em Triste fim de Policarpo Quaresma, a personagem principal, nos instantes que antecedem sua morte, conclui que todos os seus projetos haviam resultado em sucessivas decepções e que a pátria que idealizara não existia. Nesses momentos, ___________________ do protagonista e ___________________ do narrador é que propiciam ao leitor a possibilidade de tomar conhecimento de tais conclusões. A alternativa que completa corretamente as lacunas do texto anterior é: (A) o ufanismo - a onisciência (B) o patriotismo - a onisciência (C) a tristeza - o ufanismo (D) a tristeza - o patriotismo (E) a reflexão - a onisciência RESPOSTA: E COMENTÁRIO:Policarpo Quaresma, antes de morrer, recobra a razão e percebe que a pátria que idealizara era uma ilusão e que as suas atitudes patrióticas tinham sido inúteis e patéticas. O leitor toma consciência destas reflexões através do recurso narrativo: narrador onisciente. 27. (Uesc 2011) [...] Considerei-me feliz no lugar de contínuo da redação do O Globo. Tinha atravessado um grande braço de mar, agarrara-me a um ilhéu e não tinha coragem de nadar de novo para a terra firme que barrava o horizonte a algumas centenas de metros. Os mariscos bastavam-me e os insetos já se me tinham feito grossa a pele... De tal maneira é forte o poder de nos iludirmos, que um ano depois cheguei a ter até orgulho da minha posição. Senti-me muito mais que um contínuo qualquer, mesmo mais que um, contínuo de ministro. As conversas da redação tinham-me dado a convicção de que o doutor Loberant era o homem mais poderoso do Brasil; fazia e desfazia ministros, demitia diretores, julgava juízes e o presidente. Logo ao amanhecer, lia o seu jornal, para saber se tal ou qual ato seu tinha tido o placet desejado do doutor Ricardo. BARRETO, Lima. Recordações do escrivão Isaías Caminha. 3. ed. São Paulo: Ática, 1994. p. 99. O texto, articulado com a obra, permite considerar correta a alternativa (A) Isaías Caminha revela-se um ser humano desprovido de qualquer vaidade. (B) O narrador utiliza, no seu relato, uma linguagem essencialmente objetiva e precisa. (C) O narrador atribui tão somente aos outros a não realização de seus projetos de vida. (D) O narrador reconhece, na narrativa, a atuação da imprensa de seu tempo como marcada pela ética e pelo compromisso com o social. (E) Isaías, através do relato de sua trajetória de vida, mostra o ambiente social como discriminador de pessoas pobres e de negros e mulatos. RESPOSTA: E COMENTÁRIO: O primeiro romance de Lima Barreto, “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”, tem como tema a denúncia do preconceito racial e a subordinação da imprensa à elite. Através do personagem Isaías Caminha, alter ego de Lima Barreto, relata também os seus dramas individuais e as dificuldades que, na condição de mulato, teve de enfrentar na cidade do Rio de Janeiro. O narrador confessa, em linguagem que mescla subjetividade a uma visão crítica e objetiva da sociedade da época, preocupação com o seu status LITERATURA 25. (Upf 2012) No livro Simões Lopes Neto: regionalismo & literatura, Flávio Loureiro Chaves, ao referir-se ao autor de Contos gauchescos, esclarece: "[...] para o escritor existe um passado heroico e nele o que se encontra ainda é o herói gaúcho, gerado por uma tradição (em parte histórica, em parte literária) [...]". Com base nessa constatação, pode-se afirmar que a personagem de Contos gauchescos que não se constitui num representante do "herói gaúcho" no livro mencionado é: (A) Blau Nunes, personagem de "Trezentas onças" (B) o velho Lessa, personagem de "Deve um queijo!..." (C) Juca Guerra, personagem do conto de mesmo nome (D) o castelhano, personagem de "Deve um queijo!..." (E) José de Abreu, personagem de "O Anjo da Vitória" RESPOSTA: D 8 profissional (“... De tal maneira é forte o poder de nos iludirmos, que um ano depois cheguei a ter até orgulho da minha posição). Portanto, apenas e) é correta. 28. (Ufpr 2011) Cirino de Campos, o protagonista do romance Inocência, do Visconde de Taunay, apresenta-se como médico. Sabemos, no entanto, que ele jamais se formou em medicina e tirou todo seu conhecimento científico de um manual do século XIX, caracterizado como “seu livro de ouro”, o Chernoviz – na verdade o Formulário e guia médico, escrito pelo médico polonês Pedro Luís Napoleão Chernoviz (1812– 1881). A medicina e esse manual também aparecem em mais de um texto de Urupês, de Monteiro Lobato. A esse respeito, considere as seguintes afirmativas: 1. Cirino anota em seu Chernoviz tratamentos populares aprendidos com sertanejos, e isso permite que ele aplique um tratamento diferente, à base de plantas, a um homem que estava “empalamado”, ou seja, fora vítima de sucessivas maleitas e tornou-se um doente crônico. 2. Cirino, de tanto estudar o Chernoviz, acaba se convencendo de que é médico de verdade, exige ser chamado de “doutor”, explora financeiramente os sertanejos que o procuram, até mesmo os que sofrem de doenças incuráveis, sem se importar com sua saúde, e morre sem se arrepender desse seu procedimento. 3. No último texto de seu livro, o artigo “Urupês”, Monteiro Lobato caracteriza a medicina do caboclo como ignorante, baseada numa grande quantidade de remédios sem efeito, compendiados num “Chernoviz não escrito”, somados a um conjunto de simpatias que também não dão resultados. 4. O protagonista do conto “Pollice verso”, do volume Urupês, é um filho de coronel do interior que se forma no Rio de Janeiro e leva a medicina científica para a pequena cidade, dispensando o Chernoviz e enriquecendo, porque resolve problemas que a medicina popular não é capaz de resolver. 5. No conto “O engraçado arrependido”, de Urupês, o protagonista, Pontes, para obter um emprego público já ocupado por um velho cardíaco, decide matá-lo. Para isso, utiliza seu poder cômico e a leitura do Chernoviz, onde aprende que um ataque de riso pode fazer arrebentar um aneurisma fatal. Assinale a alternativa correta. (A) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. (B) Somente as afirmativas 1, 3 e 5 são verdadeiras. (C) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. (D) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. (E) Somente as afirmativas 2, 3 e 5 são verdadeiras. RESPOSTA: B COMENTÁRIO:As afirmações constantes em 2 e 4 são improcedentes. O personagem Cirino era um simples curandeiro, um praticante leigo a quem chamavam de doutor, pois tinha sido caixeiro numa botica onde obtivera conhecimentos precários de medicina antes de se aventurar pelo interior medicando as pessoas, usando conhecimentos da medicina popular, mas não era explorador nem mau-caráter. Inácio da Gama, o Inacinho, que sai de Itaoca para estudar medicina no Rio, volta à cidadezinha já formado e revela-se incompetente, mau caráter, sem nenhuma vocação para o trabalho médico, interessando-se apenas em descobrir um meio rápido de ganhar dinheiro. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: Embaixo, o rumor da água pipocando sobre o pedregulho; vaga-lumes retouçando no escuro. Desci, dei-me com o lugar onde havia estado; tenteei os galhos do sarandi; achei a pedra onde tinha posto a guaiaca e as armas, corri as mãos por todos os lados, mais pra lá, mais pra cá...; nada... nada!... Então, senti frio dentro da alma. . . o meu patrão ia dizer que eu havia roubado!... roubado... Pois então eu ia lá perder as onças!... Qual! Ladrão, ladrão, é que era!... E logo uma tenção ruim entrou-me nos miolos: eu devia matar-me, para não sofrer a vergonha daquela suposição. É, era o que eu devia fazer: matar-me... e já, aqui mesmo! Tirei a pistola do cinto: amartilhei o gatilho... benzi-me, e encostei no ouvido o cano, grosso e frio, carregado de bala... Ah! patrício! Deus existe!... No refilão daquele tormento, olhei para diante e vi... as Três-Marias luzindo na água... o cusco encarapitado na pedra, ao meu lado, estava me lambendo a mão... e logo, logo, o zaino relinchou lá em cima, na barranca do riacho, ao mesmíssimo tempo que a cantoria alegre de um grilo retinia ali perto, num oco de pau!... Patrício! não me avexo duma heresia; mas era Deus que estava no luzimento daquelas estrelas, era ele que mandava aqueles bichos brutos arredarem de mim a má tenção... O cachorrinho tão fiel lembrou-me a amizade da minha gente; o meu cavalo lembrou-me a liberdade, o trabalho, e aquele grilo cantador trouxe a esperança... Eh-pucha! patrício, eu sou mui rude... a gente vê caras, não vê corações...; pois o meu, dentro do peito, naquela hora, estava como um espinilho ao sol, num descampado, no pino do meio-dia: era luz de Deus por todos os lados!... E já todo no meu sossego de homem, meti a pistola no cinto. Fechei um baio, bati o isqueiro e comecei a pitar. (LOPES NETO, J. S. Contos gauchescos. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2008. p. 21-22.) 29. (Uel 2011) Com base no texto, assinale a alternativa correta. (A) A expressão “[...] eu sou mui rude...”, por meio da qual o narrador se caracteriza, atesta seu comportamento descortês em relação ao interlocutor. (B) A comunicação entre o protagonista e os animais estabelece uma relação de hierarquia, na qual o homem é superior. (C) A ausência de marcas de oralidade revela que o protagonista não age de acordo com os costumes de seu meio. (D) Ao “meter a pistola no cinto” e, em seguida, tentar o suicídio como última saída, o protagonista revela falta de valentia e desconsideração pelos valores religiosos. (E) A expressão “como um espinilho ao sol, num descampado, no pino do meio-dia” exprime a súbita iluminação espiritual vivenciada pelo vaqueano. RESPOSTA: E COMENTÁRIO: A caracterização que o personagem faz de si mesmo (“eu sou mui rude”) sugere humildade e consciência das suas limitações culturais e não comportamento descortês, como se afirma em [A]. As atitudes dos animais, descritas pelo narrador protagonista, sugerem identificação com o seu desespero e contribuem de forma positiva para que o ato suicida não se concretize, o que invalida [B]. Também as opções [C] e [D] estão erradas, pois há marcas de oralidade no texto (provérbios populares, interjeições de entusiasmo ou repulsa, frases idiomáticas do gaúcho) e o ato de meter a pistola no cinto é posterior à intenção de suicídio, assinalando o momento de lucidez que o demove do ato tresloucado para encontrar uma solução para o problema. Assim, está correta a opção [E]. 30. (Uel 2011) Acerca da obra Contos gauchescos, de João Simões Lopes Neto, é correto afirmar: (A) É representativa da chamada Geração de 30, de feição neorrealismo, preocupada em apresentar as desigualdades sociais do Brasil. 9 (B) Trata a afinidade entre o homem e a natureza de forma inverossímil, o que a filia à tradição do realismo mágico no Brasil. (C) Publicada antes da Semana de Arte Moderna, é uma obra representativa do regionalismo, tendência estética iniciada no período romântico. (D) Sob uma perspectiva crítica, delineia os contornos físicos e sociais dos grandes centros urbanos sulistas. (E) Caracteriza-se por conter referências à história do Brasil, indo desde a chegada dos portugueses até a Era Vargas. RESPOSTA: C COMENTÁRIO: José Simões Lopes Neto é considerado o patriarca das letras gaúchas e sua obra está inserida no regionalismo antemodernista, início do século XX. Seus contos refletem a cultura dos pampas, retratando de forma verossímil a realidade social e psicológica dos enredos e das personagens. 31. (Uel 2011) É correto afirmar que a história é narrada (A) em primeira pessoa, por João Simões Lopes Neto, que, num tom autobiográfico, conta fatos da época em que atuou na Revolução Farroupilha. (B) em terceira pessoa, por uma personagem textualmente nomeada Patrício, que relata todo o seu arrependimento por ter roubado as onças do patrão. (C) por um narrador testemunha, mais precisamente o patrão do protagonista, que registra as qualidades morais de seu empregado. (D) em primeira pessoa, pelo vaqueano Blau Nunes, que relata como e onde perdeu as onças do patrão. (E) por um narrador onisciente, não nomeado, que registra fatos relacionados à agitada e violenta época do cangaço rio-grandense. RESPOSTA: D COMENTÁRIO: O narrador em 1ª pessoa, Blau Nunes, vaqueano típico dos pampas, relata um episódio marcante em sua vida. Ele perdera uma bolsa carregada de moedas de ouro que seu patrão lhe tinha confiado e, perante a hipótese de ser considerado ladrão, resolve cometer suicídio. No entanto, no último momento, as sensações provocadas pelo cenário sugestivo devolvem-lhe o apego à vida, incutem-lhe a razão, fazendo com que se arrependa do gesto tresloucado que ia fazer, enfrente o problema e busque outra solução. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Texto Foi na estância dos Lagoões, duma gente Silva, uns Silvas mui políticos, sempre metidos em eleições e enredos de qualificações de votantes. A estância era como aqui e o arroio como a umas dez quadras; lá era o banho da família. Fazia uma ponta, tinha um sarandizal e logo era uma volta forte, como uma meia-lua, onde as areias se amontoavam formando um baixo: o perau era do lado de lá. O mato aí parecia plantado de propósito: era quase que pura guabiroba e pitanga, araçá e guabiju; no tempo, o chão coalhava-se de fruta: era um regalo! Já vê... o banheiro não era longe, podia-se bem ir lá, de a pé, mas a família ia sempre de carretão, puxado a bois, uma junta, mui mansos, governados de regeira por uma das senhoras-donas e tocados com uma rama por qualquer das crianças. Eram dois pais da paciência, os dois bois. Um se chamava Dourado, era baio; o outro, Cabiúna, era preto, com a orelha do lado de laçar branca, e uma risca na papada. Estavam tão mestres naquele piquete, que, quando a família, de manhãzita, depois da jacuba de leite, pegava a aprontar-se, que a criançada pulava para o terreiro ainda mastigando um naco de pão e as crioulas apareciam com as toalhas e por fim as senhoras-donas, quando se gritava pelo carretão, já os bois havia muito tempo que estavam encostados no cabeçalho, remoendo muito sossegados, esperando que qualquer peão os ajoujasse. (LOPES NETO, Simões. Contos gauchescos. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2008. p. 65-66.) 32. (Uel 2011) Acerca dos fatos narrados no texto, considere as afirmativas a seguir. I. Agora que já estavam velhos e cansados, os animais eram mantidos na estância para servir às mulheres e às crianças da família, especialmente para irem até o riacho. II. O riacho, local de banho da família, não ficava muito longe da casa, mas assim mesmo eles utilizavam a carreta de bois para se locomover até lá. III. Depois da higiene matinal e de tomar o café da manhã, os moradores da estância reuniam-se no terreiro para começar a trabalhar na plantação. IV. Os bois eram tão mansos e acostumados com a tarefa que até mesmo as mulheres e as crianças podiam conduzir a carreta puxada por eles. Assinale a alternativa correta. (A) Somente as afirmativas I e II são corretas. (B) Somente as afirmativas I e III são corretas. (C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. (D) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. (E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. RESPOSTA: D COMENTÁRIO:No fragmento do conto “Boi Velho” não existe referência a qualquer atividade dos moradores após a higiene matinal, o que invalida a afirmativa III. Todas as demais estão corretas. 33. (Uel 2011) Contos gauchescos é uma obra representativa (A) da escola romântica, pelas imagens poéticas na descrição espacial e pelo retrato de personagens sensíveis e heroicas. (B) da estética naturalista, pois defende a determinação do comportamento das personagens pelo espaço geográfico e por fatores genéticos. (C) da tendência regionalista em literatura, por retratar a substância real de um espaço e a relação entre ele e o homem que o habita. (D) do movimento realista, por assumir forte tom de crítica social e adotar uma linguagem científica na construção da narrativa. (E) da fase heroica do Modernismo brasileiro, caracterizada pela incorporação da oralidade e pela criação de neologismos. RESPOSTA: C COMENTÁRIO: José Simões Lopes Neto é a principal figura do regionalismo rio-grandense no período do pré-modernismo da Literatura brasileira. A obra Contos Gauchescos é constituída por 19 contos que retratam o cotidiano do gaúcho no interior do Rio Grande do Sul e a personalidade dos vaqueanos em perfeita harmonia com animais e paisagem. 6 Viajam de bonde silenciosamente. Devia ser quase uma hora, pois o veículo já se enchia do público especial dos domingos. 2 Eram meninas do povo envolvidas nos seus vestidos empoados com suas fitinhas cor-de-rosa ao cabelo e o leque indispensável; eram as baratas casemiras claras dos ternos, [...] eram as velhas mães, prematuramente envelhecidas com 7 a maternidade frequente, a acompanhar a escadinha dos filhos, ao lado dos maiores, ainda moços, que fumavam os mais compactos charutos do mercado — era dessa gente que 1 10 se enchia o bonde e se via pelas calçadas em direção aos jardins, aos teatros em matiné, aos arrabaldes e às praias. 3 4 Era enfim o povo, o povo variegado da minha terra. As napolitanas baixas com seus vestidos de roda e suas africanas, as portuguesas coradas e fortes, caboclas, mulatas e pretas — era tudo sim preto, às vezes todos exemplares em bando, às 8 vezes separados, que a viagem de bonde me deu a ver. E muito me fez meditar o seu semblante alegre, a sua força prolífica, atestada pela cauda de filhos que arrastavam, a sua despreocupação nas anemias que havia, em nada significando 5 a preocupação de seu verdadeiro estado — e tudo isso muito me obrigou a pensar sobre o destino daquela gente. BARRETO, Lima. O domingo. Contos completos de Lima Barreto. Organização e introdução de Lília Moritz Schwarcz. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 589. 34. (Uesc 2011) O texto traduz preferência do autor por (A) retratar aspectos marcantes da beleza exótica do cotidiano do interior. (B) apresentar características negativas de uma metrópole pós-moderna. (C) narrar ações de tipos pouco comuns, idealizados, do mundo contemporâneo. (D) descrever cenários naturais da paisagem física local, adversos aos da paisagem humana. (E) observar a realidade da vida num centro urbano e, sobretudo, revelar sua preocupação com o homem. RESPOSTA: E COMENTÁRIO: O texto reproduz, além da realidade da cidade, a preocupação do autor com o homem, o que pode ser observado no último parágrafo (“E muito me fez meditar… tudo isso muito me obrigou a pensar sobre o destino daquela gente”). Poema Encontrado por Thiago de Mello No Itinerário de Pasárgada Vênus luzia sobre nós tão grande, Tão intensa, tão bela, que chegava A parecer escandalosa, e dava Vontade de morrer. Manuel Bandeira 36. (Fgvrj 2013) Nesse breve poema de Bandeira, manifesta-se um aspecto que alguns de seus principais estudiosos consideram central e decisivo na obra do poeta, a saber, (A) a aversão tipicamente modernista ao belo natural. (B) a rejeição do que é grande e, também, do que é sublime. (C) o sestro romântico de transfigurar a paisagem. (D) a conjugação da maior expansão vital e do sentimento de morte. (E) o erotismo de caráter amoral, que contamina todo o cosmo. RESPOSTA: D COMENTÁRIO: Trata-se de uma poética que celebra o milagre da existência em momentos de plenitude vivenciados pelo eu lírico, ao mesmo tempo que a consciência da morte os torna únicos e irrepetíveis, como se afirma em [D]. 37. (Ucs 2012) Leia os fragmentos do conto “Primeiro de Maio”, do livro Contos Novos, de Mário de Andrade. No grande dia Primeiro de Maio, não eram bem seis horas e já o 35 pulara da cama, afobado. Estava bem disposto, até alegre, ele bem afirmara aos companheiros da Estação da Luz que queria celebrar e havia de celebrar. (p. 35) 35. (Unifesp 2013) Leia o poema Prece, de Fernando Pessoa. Senhor, a noite veio e a alma é vil. Tanta foi a tormenta e a vontade! Restam-nos hoje, no silêncio hostil, O mar universal e a saudade. (...) Deu um ódio tal no 35, um desespero tamanho, passava um bonde, correu, tomou o bonde sem se despedir do 486, com ódio do 486, com ódio do primeiro de maio, quase com ódio de viver. (p. 41) (ANDRADE, Mário. Contos novos. 17. ed. Belo Horizonte, Rio de Janeiro: Itatiaia, 1999.) Mas a chama, que a vida em nós criou, Se ainda há vida ainda não é finda. O frio morto em cinzas a ocultou: A mão do vento pode erguê-la ainda. Em relação a essa narrativa, considere as seguintes afirmações. I. No início do conto, o 35 está eufórico porque é Primeiro de Maio e ele organizará uma grande festa em homenagem aos trabalhadores. II. O protagonista, ao longo da narrativa, vai se decepcionando e retorna para casa cansado, sem voltar ao trabalho. III. No fragmento em questão, a mudança no registro ortográfico da expressão primeiro de maio sugere uma modificação da personagem principal em relação a seu sentimento sobre essa data. Dá o sopro, a aragem – ou desgraça ou ânsia –, Com que a chama do esforço se remoça, E outra vez conquistaremos a Distância – Do mar ou outra, mas que seja nossa! (Fernando Pessoa. Mensagem, 1995.) Extraído do livro Mensagem, o poema pode ser considerado nacionalista, na medida em que o eu lírico (A) apresenta Portugal como uma nação decadente, que não faz jus ao seu passado de heroísmo e glórias. (B) inspira-se no passado de heroísmo do povo português que, no presente, já não acredita na sua história. (C) busca reviver o sonho de uma da nação grandiosa, cantando um Portugal almejado por seus feitos gloriosos. (D) reconhece o desejo de o povo português glorificar seus heróis, o que não foi possível até o seu presente. (E) descreve o Portugal de seu tempo como uma nação gloriosa e marcada por histórias de heroísmo. RESPOSTA: C COMENTÁRIO: É correta a opção [C], pois, nos versos “Mas a chama… / A mão do vento pode erguê-la ainda” e “E outra vez conquistaremos a Distância – / Do mar ou outra”, o eu lírico expressa o desejo de que as glórias do passado possam ser revividas em um futuro próximo. Das afirmativas acima, pode-se dizer que (A) apenas I está correta. (B) apenas III está correta. (C) apenas II e III estão corretas. (D) apenas I e III estão corretas. (E) I, II e III estão corretas. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: As afirmações I e II estão incorretas, pois I – o protagonista, para celebrar o Primeiro de Maio, decidira percorrer a cidade e passar na Estação da Luz para cumprimentar os amigos; II – no final do conto, o 35 não retornou para casa, entrou num café, comeu um pão com manteiga, comprou uma maçã 11 e voltou à Estação da Luz onde estavam os seus companheiros. A interação das palavras, a composição do poema e as linhas da imagem produzem uma ilusão (A) de frescor marítimo e de correntes de ar. (B) de queda de água e de distorção de objetos. (C) de movimento de onda e de vibração óptica. (D) de ruído do mar e de dinamismo social. RESPOSTA: C COMENTÁRIO: A alternância de fonemas nasais e orais nas palavras “onda”, “anda”, “ainda” e “aonde” reproduzem o som do mar, assim como a disposição das palavras nos versos, o seu movimento. Também as linhas onduladas da imagem provocam um efeito de ilusão óptica de vibração, como se afirma em [B]. 38. (Ufrgs 2012) Considere as seguintes afirmações sobre a poesia de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa. I. Em Todas as Cartas de Amor São, o eu lírico recusa-se a escrever porque prefere sonhar a viver. II. No Poema em Linha Reta, a trajetória do indivíduo é descrita como sendo vinculada a fracassos e vilezas, o que provoca seu cansaço e sua revolta. III. Em Aniversário, o eu lírico, acreditando ter recuperado a perfeição do passado, renega os familiares mortos. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e II. (D) Apenas I e III. (E) I, II e III. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: A única afirmação correta é a II. Em Todas as Cartas de Amor São, o heterônimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, deixa transparecer sua visão prática do mundo: as cartas de amor são ridículas, porque as pessoas, quando estão apaixonadas, agem de maneira ridícula. Trata-se de uma visão bastante realista do amor. Assim, é incorreto afirmar que o eu lírico prefere sonhar a viver. Em Aniversário, o eu lírico relembra dias mais felizes, dias inocentes da infância, em que os seus familiares se reuniam por ele. Em momento algum ele renega os familiares mortos, pelo contrário, recorda-os saudoso: “O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas), / O que eu sou hoje é terem vendido a casa, / É terem morrido todos, / É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...”. Assim, está errada a afirmativa III. 40. (Ufpr 2012) “A ambição do grupo [modernista] era grande: educar o Brasil, curá-lo do analfabetismo letrado, e, sobretudo, pesquisar uma maneira nova de expressão, compatível com o tempo do cinema, do telégrafo sem fio, das travessias aéreas intercontinentais”. (Boaventura, M. E. A Semana de Arte Moderna e a Crítica Contemporânea: vanguarda e modernidade nas artes brasileiras. Conferência – IEL-Unicamp, 2005, p.5-6. Fonte: http://www.iar.unicamp.br/dap/vanguarda/artigos.html). Conforme o trecho acima e os conhecimentos sobre a Semana de Arte Moderna de 1922 e o modernismo brasileiro subsequente, é correto afirmar: (A) A Semana de 1922 marcou o modernismo inspirado em vanguardas europeias, buscando uma nova arte com uma identidade brasileira experimental, miscigenada, antropofágica e cosmopolita. O movimento celebrava o progresso da nação, simbolizado pelo desenvolvimento da cidade de São Paulo. (B) A Semana foi o grande marco da arte moderna brasileira, caracterizando-se pela busca por uma imitação do surrealismo e do cubismo, realizada por acadêmicos em constante contato com os artistas europeus. (C) A Semana de 1922 somou-se ao regionalismo nordestino para mostrar as raízes da cultura brasileira, recusando qualquer interferência da arte estrangeira. Os modernistas fizeram, com isso, uma forte crítica à modernização e à alfabetização brasileira. (D) Monteiro Lobato e Mário de Andrade lideraram a Semana de 1922, que teve o intuito de aliar as produções mais recentes no campo da música, literatura e artes plásticas futuristas com as obras tradicionalistas da arte brasileira. (E) Os modernistas passaram a se organizar, depois da Semana de 1922, para efetivar uma arte revolucionária nos moldes do realismo soviético, pois acreditavam na conscientização da população para uma mudança no poder. RESPOSTA: A 39. (Ueg 2012) São incorretas as opções [B], [C], [D] e [E], pois: Em [B], a Semana de 22 foi organizada por um grupo de artistas que se opunha à arte conservadora dos estéticas anteriores. A nova intelectualidade brasileira criticava o academicismo, desconhecedor e distante e dos movimentos artísticos das vanguardas europeias que começavam a chegar ao Brasil, principalmente o futurismo; Em [C], os modernistas pretendiam reconstruir a cultura brasileira sobre bases nacionais, através de uma revisão crítica da história e das tradições culturais do país para valorizar o primitivo e o natural, ao mesmo tempo em que reconheciam a importância da tecnologia em uma nova sociedade industrializada; Em [D], Monteiro Lobato era avesso às novas concepções artísticas das vanguardas europeias, tecendo severas críticas à A onda Manuel Bandeira AONDA a onda anda aonde anda a onda? a onda ainda ainda onda ainda anda aonde? aonde? a onda a onda Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. p. 267. 12 exposição de Anita Malfatti, cujas pinturas demonstravam influências do cubismo, expressionismo e futurismo; Em [E], o objetivo dos modernistas não era ideológico nem político, pretendiam renovar o ambiente artístico e cultural da cidade à luz do que vinha acontecendo na Europa e começava a chegar ao Brasil. 41. (Upf 2012) Sobre Libertinagem, de Manuel Bandeira, é correto afirmar: (A) Verifica-se, nos poemas, a sobreposição da estética parnasiano-simbolista sobre a estética modernista. (B) A linguagem coloquial se faz presente na obra. (C) O desejo de liberdade, expresso no título do livro, não se manifesta na temática dos poemas. (D) O desejo de liberdade, expresso no título do livro, não se manifesta na forma dos poemas. (E) O verso livre está ausente da obra. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: Em “Libertinagem”, Manuel Bandeira sintetiza as aspirações libertárias do Modernismo, tanto no aspecto estético quanto temático: valorização do cotidiano, linguagem coloquial, uso de versos livres, emancipação do rigor sintaxe lusíada, humor crítico e ironia. Assim, é correta a opção [B]. I. revela o comportamento do personagem. II. é próprio do contexto socioeconômico da época. III. afeta diretamente a vida do personagem. Está correto o que se afirma em (A) I e II, apenas. (B) II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) III, apenas. (E) todas. RESPOSTA: E COMENTÁRIO: O poema “Crackar” é um dos 163 capítulos do romance “Memórias Sentimentais de João Miramar”, escrito em diversos estilos: cartas, poemas, citações, diálogos, impressões, relatos de viagem, etc. João Miramar é uma espécie de caricatura do homem paulistano das classes mais abastadas que será vítima das suas atitudes inconsequentes e dos descalabros financeiros que o levarão à falência. Assim, todas são corretas. 44. (Pucrs 2010) Leia o trecho Memórias sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade. “A costa brasileira depois de um pulo de farol sumiu como um peixe. O mar era um oleado azul. O sol afogado queimava arranha-céus de nuvens. Dois pontos sujaram o horizonte faiscando longínquos bons dias sem fio. Os olhos hipócritas dos viajantes andavam longe dos livros – agora polichinelos sentados nas cadeiras vazias.” TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Verbo crackar Eu empobreço de repente Tu enriqueces por minha causa Ele azula para o sertão Nós entramos em concordata Vós protestais por preferência Eles escafedem a massa A aproximação do texto literário à prosa cinematográfica, caracterizada pela _________, permite afirmar que o fragmento acima, de autoria de Oswald de Andrade, enquadra-se na estética _________. (A) simultaneidade de imagens / modernista (B) exaltação de objetos / romântica (C) presença da ironia / realista (D) idealização da paisagem / pós-moderna (E) exploração do local / simbolista RESPOSTA: A COMENTÁRIO: Oswald de Andrade representou muito bem o movimento modernista ao ousar, fazendo a aproximação do texto literário à prosa cinematográfica. Sê pirata Sede trouxa Abrindo o pala Pessoal sarado. Oxalá que eu tivesse sabido que esse verbo era irregular. (Oswald de Andrade) Azula: foge Abrindo o pala: escapando Sarado: valentão, abusado 42. (Ita 2012) Com base no poema, a única opção que não contempla a proposta modernista é (A) o escape da visão lírico-amorosa. (B) a apresentação de problemas existenciais. (C) a inovação da linguagem literária. (D) a apresentação de problemas sociais. (E) a ironia ao sistema econômico-social. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: O poema “crackar” de Oswald de Andrade exemplifica a proposta modernista de romper com o academicismo e adotar recursos avessos a fórmulas preestabelecidas pelos cânones das estéticas anteriores. Rejeitando as propostas do Parnasianismo, a poesia revela-se no verso livre e branco para tematizar o cotidiano vulgar, como a instabilidade econômica advinda das variações na Bolsa da cotação do café. O verbo “crackar”, classificado pelo eu lírico de irregular, estabelece paralelo com a poesia moderna, avessa a idealizações amorosas e a temáticas metafísicas ou existenciais para transcrever, em linguagem coloquial e muitas vezes de forma irônica, os problemas do dia a dia. 43. (Ita 2012) romance, INGLÊS THE 5 WORST COMPUTER VIRUS ATTACKS OF ALL TIME It’s just another day as you slide into your seat and hit the start button on your computer. You guzzle coffee as you wait for your system to start up, and bam! Your stomach drops as you stare at the deep indigo colored screen. It’s not a folk tale, it’s not an urban legend…it’s the blue screen of death. (BSOD) Yikes. There goes your day. We all know that it’s common sense to stay away from funny looking email. If you don’t know who sent it, don’t open it. It’s a great concept, in theory. In fact, lots of us with itchy, triggerhappy fingers (verb) email titled I LOVE YOU only to be bitten by the love bug. Ouch. Let’s take a look at some of the worst network attacks of all time. - I LOVE YOU (2000) The ILOVEYOU is one of the first viruses to trick users into opening a file. The virus used mailing lists as its source for targets, so the messages appeared to come from someone known to the user, such as a friend or relative, making it seem safe to open. In reality, the file was a VBS script with an avalanche of junk mail that deleted thousands of files, including multimedia, music, and personal files. The author is not known, (conjuction) it started in the Philippines. O título do poema “Crackar”, relacionado ao 13 -Nimda (2001) Built on Code Red’s attack system of finding multiple avenues into machines such as email, websites, and network connections, Nimda (admin backwards) computer worm infected Web servers and user machines. It was so effective it managed to leave a wide trail of casualties in its wake a mere 22 minutes after it was released. Nimda heavily impacted users of Windows programs. Some groups linked Nimda to AlQaeda because of the massive and quick destruction it caused, but this theory (passive voice). The author of Nimda remains unknown but left $635 million in destructive damage. -Slammer (2003) The Slammer computer worm spread rapidly, infecting most of its 75,000 victims (preposition) ten minutes. When routers started to crash, it slowed the Internet to a crawl and shut down thousands of websites. The Slammer was named by Christopher J. Rouland because of it’s sudden effect. Although named SQL Slammer, it did not use SQL language. 22,000 systems were affected worldwide and South Koreans reported th Internet shut downs for hours nationwide on January 25 , 2003. -MyDoom ? 2004 When MyDoom hit the scene it became the fastestspreading computer worm of all time. Once it succeeded to infect computers, it would in turn send even more junk mail through infected computers with the subject “andy; I’m just doing my job, nothing personal, sorry”. There was speculation that MyDoom was used to attack the website of SCO Group, in retaliation of legal actions against a Linux or open source supporter. This claim since then has been dismissed and denied. The Author of this worm is not known. -Storm ? 2007 Storm, a backdoor Trojan horse, swooped in and infected thousands of computers using an email with a subject line about a weather disaster. A Trojan (adverb) appears to perform a specific action, but destructs and infects through a virus attack by performing something completely different. Trojans install backdoor programs. It mutated and spread via email spam with a fake attachment, and infected 10 million computers. So is it over? Attackers continue to probe and sniff out weaknesses in hardware or software to gain access to networks, so take sensible precautions. In 2006, Malware resulted in $13.3 billion in damages across corporate America. Remember to avoid opening attachments or download programs that seem questionable or odd because it can take one click to bring down your (genitive case). Adpated by Jefferson Celestino from http://www.palaestratraining.com/ 45. Match the correct sequence of translations: a) to guzzle b) to stare c) itchy d) to trick e) backwards f) to dismiss g) to spread h) crawl i) claim j) to swoop k) attachment l) to probe ( ( ( ( ) de trás pra frente ) velocidade muito baixa ) atacar rapidamente ) beber avidamente ( ) anexo ( ) alegação ( ) irrequieto ( ) sondar, investigar ( ) rejeitar, por de lado, descartar ( ) enganar ( ) propagar, espalhar, difundir ( ) fitar RESPOSTA: E, H, J, A, K, I, C, L, F, D, G, B COMENTÁRIO: 1. A sequencia correta é: a) to guzzle = beber avidamente b) to stare = fitar c) itchy = irrequieto d) to trick = enganar e) backwards = de trás pra frente f) to dismiss = rejeitar, por de lado, descartar g) to spread = propagar, espalhar, difundir h) crawl = velocidade muito baixa i) claim = alegação j) to swoop = atacar rapidamente k) attachment = anexo l) to probe = sondar, investigar 46. The expression in fact (2nd paragraph) can be replaced by: (A) Although (B) Also (C) Therefore (D) Indeed (E) Unless RESPOSTA: D COMENTÁRIO:A expressão in fact tem o mesmo sentido de indeed: de fato, na verdade. 47. According to the text, fill in the gaps of the following sentence meaningfully: Up till now, _________________ of the authors of the ________________ viruses ever created were _______________________. (A) all – worse – caught (B) none – worst – arrested (C) some – most deadly – taken (D) nobody – most badly – incarcerated (E) not a soul – most dangerous – released. RESPOSRA: B COMENTÁRIO: Consoante o texto, “até agora, nenhum dos autores dos piores vírus já criados foi preso” (Up till now, none of the authors of the worst viroses ever created were arrested). 48. The introduction of the text: (A) advises that you should be careful with some kinds of Web viruses. (B) tells a story impossible to happen depite being an apparently common situation. (C) shows an unpleasant situation that could happen to anyone. (D) explains how to avoid worms and viruses in your computer. (E) reports the day the author’s computer was attacked by five viruses. RESPOSTA: C COMENTÁRIO: A introdução do texto descreve uma situação que pode acontecer a qualquer pessoa: você chega ao trabalho, toma um café enquanto espera seu computador ligar e, de repente, percebe que há algo errado com sua maquina, lá se vai o seu dia. 14 49. Which of these questions cannot be answered by the text? (A) How many people were directly affected by Slammer? (B) Why was Al-Qaeda linked to Nimda? (C) How many machines were damaged by Storm? (D) What can be done to avoid computers are infected by viruses? (E) Which are the world’s most efficient anti-virus programs? RESPOSTA: E COMENTÁRIO: A pergunta Which are the world’s most efficient anti-virus programs? (Quais são os programas antivirus mais eficientes do mundo?) não pode ser respondida pelo texto. 50. Which of the following words cannot receive the suffix –ness as weakness (last paragraph)? (A) Wild. (B) Good. (C) Alone. (D) Selfish. (E) Nervous. RESPOSTA: A COMENTÁRIO: Apenas o vocábulo wild (selvagem) não recebe o sufixo –ness. Os demais: goodness (bondade), aloneness (solidão), selfisheness (egoísmo) e nervousness (nervosismo). 51. Fill in the gap (verb) in the text. (A) have not opened (B) has opened (C) have opened (D) has not opened (E) have open RESPOSTA: C COMENTÁRIO: Apenas o Present Perfect Tense (to have + past participle) completa a lacuna, já que a ação descrita ocorre em um tempo não definido no passado: have opened (abriu). 52. Fill in the gap (conjunction) in the text: (A) also (B) but (C) besides (D) furthermore (E) hence RESPOSTA: B COMENTÁRIO: É necessária a utilização de uma conjunção adversativa porque o trecho em questão mostra que apesar do fato do autor do vírus ILOVEYOU ser desconhecido, sabe-se que o vírus partiu das Filipinas: But (mas). 53. Fill in the gap (passice voice) in the text: (A) is dismissed (B) would be dismissed (C) will be dismissed (D) were be dismissed (E) was dismissed RESPOSTA: E COMENTÁRIO: A estrutura passiva a ser utilizada precisa estar no passado, pois a sentença indica que a teoria que ligava o vírus Nimda à rede terrorista Al-Qaeda “foi descartada” (was dismissed). COMENTÁRIO: A preposição a ser utilizada deve indicar o período de tempo em que uma determinada ação ocorreu. Apenas within (dentro de) possui tal função dentre as apresentadas, 55. Fill in the gap (adverb) in the text (A) likely (B) nearly (C) highly (D) widely (E) wholly RESPOSTA: A COMENTÁRIO: Apenas likely completa a lacuna corretamente: A trojan likely appears to perform a specific action (Um cavalo de tróia provavelmente aparece para executar uma ação especifica). 56. Fill in the gap (genitive case) in the text: (A) company entire’s network (B) company’s entire network (C) company’s entire’s network (D) company’s entire network (E) company entire network’s RESPOSTA: B COMENTÁRIO: A estrutura do Genitive Case (‘s ou ‘) deve ser acrescentada ao possuidor, logo, teremos a estrutura company’s entire network (a rede inteira da companhia) como resposta correta. 57. (UFRJ) Choose the best option: Before _______________ sent to prison, the thief will be given the right to defend himself. (A) being (B) be (C) to be (D) he will be (E) he has been RESPOSTA: A COMENTÁRIO:Após a preposição before usamos o verbo na forma ING 58. (Unesp-SP) Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna. Unfortunately, many people _________________ after the first week or second week. (A) stop dieting (B) stop not diet (C) don’t stop dieting (D) don’t stop to diet (E) stop and go on a diet RESPOSTA: A COMENTARIO: O verbo stop no sentido de “deixar de fazer algo é seguido de um verbo na forma ING. 59. In the excerpt below: President Barack Obama has approved a significant troop increase for Afghanistan, Pentagon officials said Tuesday. The new troop deployment is expected to include 8.000 Marines from Camp Lejeune, North Carolina, as well as 4.000 additional Army troops from Fort Lewis, Washington. Adapted by Jefferson Celestino from http://www.cnn.com/POLITICS/02/17obama.troops/indexhtl. 54. Fill in the gap (preposition) in the text: (A) amid (B) among (C) between (D) within (E) into RESPOSTA: D (A) there are two different verb tenses. (B) there is no auxiliary verb. (C) there are only regular verbs. (D) there is only one verb tense (E) there are only irregular verb. RESPOSTA: A 15 COMENTÁRIO: O excerto em questão apresenta dois tempos verbais distintos: Present Perfect (has approved – aprovou) e Simple Past (said – disseram). A construção is expected (espera-se) é voz (passiva) e não tempo. include cell phones and other kinds of gadgets (laptops or electric razors, for example) used by drivers as they drive. In response to this problem some states in the US have banned the use of hand-held cell phones while people are driving. Alcoholic drinks may be also considered a distraction. That’s why anyone with 01 of blood alcohol is considered unfit to drive. Other potentially dangerous habits are rubbernecking and tailgating. The first one occurs when drivers slow down to look at another accident on the road or anything that looks unusual. That’s dangerous because the driver in the car behind often doesn’t have enough time to slow down. The same applies for tailgating in that a driver who is following a car too closely may not have enough distance to stop suddenly. Texto para as questões de 61 e 63. Working women in Japan are more likely to be married than not these days, a sharp reversal of the traditional pattern. But for most of them, continuing to work after the wedding is an easier choice than having children. Despite some tentative attempts by government and business to make the working world and parenthood compatible, mothers say Japan’s business culture remains unfriendly to them. Business meetings often begin at 6 p.m. or later, long hours of unpaid overtime are expected, and companies, routinely transfer employees to different cities for years. As a result, many women are choosing work over babies, causing the Japanese birthrate to fall to a record low in 1990 – an average 1.34 babies per woman – an added woe for this aging nation. THE WASHINGTON POST NATIONAL WEEKLY EDITION August 21, 2000 60. Fuvest According to the passage, the majority of working women in Japan (A) expect to stop working after getting married. (B) do not like the idea of having children. (C) are choosing to remain single in order to keep their jobs. (D) have been afraid to fight against traditional roles. (E) would rather keep their jobs than have children. RESPOSTA: E COMENTÁRIO: Segundo o texto, a maneira das mulheres trabalhadoras do Japão preferem manter o emprego do que ter filhos. 61. Fuvest “attempts (...) to make the working world and parenthood compatible” (lines 5-6) means that: (A) married couples are expected to delay having children. (B) efforts have been made to improve the working conditions of workers with children. (C) working women have to fight hard in order to have children. (D) the government has proved that work and children are incompatible. (E) companies tend to think that people with children make better workers. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: O trecho do texto quer dizer que esforços tem sido feitos para melhorar as condições de trabalho das mulheres com filhos. 62. Fuvest Which of these statements is true according to the passage? (A) The Japanese birthrate used to be much lower. (B) The percentage of marriages in Japan has fallen lately. (C) The Japanese population is getting older. (D) Japan’s population has stopped growing since 1999. (E) Working women do not have more than one child. RESPOSTA: C COMENTÁRIO: Segundo o texto, a população Japonesa está ficando mais velha. (http://wzinearticles.com/?top-causes-of-caraccidents&id=302163,adaptado) Who causes car acidents? Percentage of at-fault accidents in all accidents with injuries (2006) 63. It is true to assert that: (A) Both the teens and the erderly have the lowest accident rates. (B) Both the teens and the elderly have the highst accident rates. (C) Middle-aged drivers cause more accidents than teengagers. (D) Middle-aged drivers cause more accidents than the elderly. (E) The erderly cause many more accidents than teenagers. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: Podemos afirmar que os adolescentes e idosos apresentam o maior índice de acidentes de carro. 64. One can argue that middle-aged drivers drive more: (A) recklessly (B) aggressively (C) dangerously (D) cautiously (E) impatiently. RESPOSTA: D COMENTÁRIO: A gente pode afirmar, segundo o texto, que os motoristas de meia-idade dirigem com mais cautela. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Texto para as questões 64 e 65. The risks of distraction Cell phones use while driving and alcohol causes most of the car accidents. Drive distractions are the major causes of car accidents. They 16 TEN YEARS OF FEAR, GRIEF, REVENGE AND RESILIENCE The Samaritan By John Maguire It is one of the day’s most familiar and most chilling images: rescue workers carrying the beloved Fire Department chaplain Father Mychal Judge from the rubble. But the man nearest Judge was no rescue worker: he was a 28-year-old associate at Goldman Sachs. Seeing papers flying in the air outside his office, he headed into the chaos on the ground. Just after the first tower fell, he found the men struggling to carry the dying Judge. It was too late to perform CPR, so John Maguire started back toward Ground Zero. Then the second tower collapsed. “I jumped under a truck, and everything went black,” he recalls. “I thought, ‘I guess this is how it’s going to end.’ ” Maguire eventually made it to the apartment of his sister, who showed him the photo the next day: “It seemed surreal.” He found solace in an unexpected place. Recalled to active duty, the West Point graduate served as a civic-affairs officer in Iraq from 2006 to 2007. Doing so was his therapy, alleviating a crushing sense of futility. Today, Maguire is back at Goldman. “_____(I)_____ because I commute through that site every day.” unique experiences which can alter the relationship of the population with their politicians in a dramatic way. RUBIO, K. & MESQUITA, R. M. (2011) Olympic Studies and Olympism - the Brazilian and the International Scenarios. EDIPUCRS, pág.171. 66. (Pucrs 2012) The best definition for the verb “facing” (ref. 6), as it is used in the text, is (A) being opposite to someone/something so that your front is towards them. (B) having to deal with something that is happening or is to happen. (C) not wanting something because it is unpleasant. (D) accepting that a bad situation exists and is the truth. (E) competing against someone who will probably beat you. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: A alternativa diz: ter que lidar com algo que está acontecendo ou vai acontecer. “facing” – enfrentando. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Brazil police occupy Rio favela in World Cup operation Brazilian security forces have occupied one of Rio de Janeiro's biggest slums as part of a major crackdown ahead of the 2014 World Cup and 2016 Olympics. Some 800 police and special forces moved into the Mangueira shantytown, without needing to fire a shot, having announced the raid in advance. The slum – or favela – is close to Rio's famous Maracana stadium, where the World Cup final will be played. The pre-dawn operation involved armoured vehicles and helicopters. According to the newspaper, O Globo, leaflets were thrown out of the helicopters, some with photos of wanted criminals. Others were printed with the police special forces' telephone number so that residents could pass on information about drugs traffickers or weapons. BBC Brazil correspondent Paulo Cabral says most of Mangueira's residents co-operated with the operation, as they want to rid the area of drug dealers. He says that Rio's authorities are making an effort to gain the trust of those living in the slums, who – after decades of abuse – have got used to seeing the police as their enemy. Mangueira – home to one of Rio's most famous samba schools – is the 18th favela that the authorities have occupied recently. www.newsweek.com 65. (Mackenzie 2012) The right sequence of words that properly fill in blank I in the text is (A) It’s hard for myself to really don’t think about… (B) It’s hard for me to really not think about… (C) It’s hard for me to really think not about… (D) It’s hard to really don’t think about for me… (E) It’s hard for me not to really think about… RESPOSTA: E COMENTÁRIO: A forma negativa do Infinitivo, em inglês, é “not to”, e a única alternativa que contém a forma correta é a [E]. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Adapted from: http://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-13833037 The symbols, the memory and the history of the Olympic Games are an important legacy, since the material things 1 created strengthen the image of the event in the local population’s memory, along with the memory of viewers everywhere who have watched the competitions. They also 2 3 represent a source of income as they are goods sold during the event. One of the most effective ways to ensure that the host city will get the legacy of the Olympic Games is to have the population 4 participate in planning the work to be done. It is the very community who knows what a neighborhood needs, in terms of facilities, and how these can be of use after the event. The best legacy is the one that is incorporated into the life of and brings benefits to the community. The organization process shared with the community may give the legacy a meaningful dimension. Learning how to discuss the needs of the 6 community, democratically facing the differences in interests, 5 and gathering partnerships for the viability of projects are 67. (Unioeste 2012) “-got used to” refers to (A) something that is normal, part of everyday activities. (B) the process of something becoming normal. (C) the consumption of something. (D) something that was true but is not anymore. (E) something that happened regularly in the past but no longer happens. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: “Get used to” significa “acostumar-se a”, e a alternativa [B] diz: “the process of something becoming normal” – o processo de algo tornar-se normal (tradução livre). TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: GUITAR HERO INTERVIEW: NOEL GALLAGHER By Marcel Anders 17 Oasis lead guitarist Noel Gallagher has been described as “the elder statesman” of British rock. Yet this is a description that he rejects, pointing out that, at the age of 41, he is still a young man, when compared with the likes of Mick Jagger, Keith Richards and even Paul Weller. Gallagher, who has often been in conflict with the Oasis lead singer, his younger brother Liam, recently met with the press in order to promote the band’s latest album, Dig Into Your Soul. As he explained, some of its songs were inspired by his memories of LSD trips as a teenager in Manchester: Noel Gallagher: What do you write about when you’re 41? I don’t know. You know, __( I )__famous? Nobody wants to hear about that. __( II )__ in a band? That was kind of what Definitely Maybe was about. Women? Too boring, you know. Money? Nobody wants to hear about that. Politics? __( III )__, you know. Save the planet? __( IV )__. You know, I don’t know. So, the most __( V )__ thing is like, well, I remember when I was 16 and, you know, __( VI )__ acid, it was like, “Yeah, there’s stories to be told there, I think.” BACK ON TRACK Many critics say that Oasis are “back on track” with this album, but Gallagher has his reservations: Noel Gallagher: For me personally, I don’t know what anybody else in the band thinks, but when I sit down and write a song I don’t think: “Well, is this as good as what I’ve done?” I just write them, you know, and record them and other people decide. So, if other people decided that we were back, you know, after “Don’t Believe The Truth,” then great, do you know what I mean? But I… it’s not something that I would ever… I wouldn’t enter into a debate about it. How can I, you know? I don’t… I’m not a professional songwriter, do you know what I mean? I kind of… it’s what… I’ve been writing songs for as long as I can remember, you know, for fun, it’s just so now lots of people buy them, but if nobody bought the records tomorrow, I still wouldn’t stop writing songs, but I’d write songs just to play to my mates. It’s kind of what I do. ABBEY ROAD Dig Out Your Soul was recorded at London’s famous Abbey Road studios, whose previous occupants have included The Beatles and Pink Floyd. Rumour has it that Oasis had previously been banned from the studios on account of their unruly behaviour: Noel Gallagher: We had to pay the money upfront and promise to be on our best behaviour. We had to pay the money upfront, and so they said, “If… if you have to leave, then you’re gonna lose the deposit.” Well, it’s different now, you know, when we were in there in ’97, everybody was in their 20s and whacked out on drugs all the time, so it’s different now. Everybody’s got kids, you know. Everybody’s a little bit more… a little bit less mental, you know, but we still have a good time, though. We made a great record, that’s the main thing about it, you know, and it’s good for Abbey Road, that somebody’s finally made a great record there! (Speak Up) 68. (Mackenzie 2010) The right form of the words be, bore, interest and take which appropriately complete blanks I, II, III, IV, V and VI, in the excerpt of the text, are: (A) been, been, boring, bored, interested and taking. (B) being, be, bored, boring, interesting and taken. (C) be, be, boring, boring, interested and take. (D) been, being, bored, boring, interesting and taken. (E) being, being, boring, boring, interesting and taking. RESPOSTA: E COMENTÁRIO: Tradução de cada termo dentro do contexto: (I) being (vb): ser; (II) being (vb): estar; (III) boring (adj): chato, entediante; (IV) boring (adj) : chato, entediante; (V) interesting (adj): interessante; (VI) taking (vb): tomar, usar. Petrobras approves first offshore heavy oil development Petrobras has approved the development project for its Siri field in the Campos basin, according to a news report from Brazil. The field will be the first in the world ________ extra heavy oil from an offshore site. Siri field, off the coast of Southeast Brazil, _________ in production tests since March and the company plans to contract production equipment in 2011. www.ogfj.com 69. (Fgv 2010) Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a primeira lacuna no texto. (A) the product (B) in production (C) will produce (D) is produced (E) to produce RESPOSTA: E COMENTÁRIO: O candidato deveria reconhecer o uso do infinitivo (com "to") após um número ordinal (the first). 70. A intenção do autor com o texto anterior nos parece ter sido: (A) dizer que, para se reeleger, Obama lançará mão de um Retweet. (B) dizer que Obama é um dos poucos políticos que usa redes sociais. (C) mostrar que Obama está atualizado quanto às redes sociais. (D) criticar o uso do Twitter por Obama. (E) dar a entender que Obama é inteligente. RESPOSTA: A COMENTÁRIO: Para essa questão , levemos em consideração que dizem que Obama se elegeu graças ao uso das redes sociais e desta vez usará o Retweet. 18 ESPANHOL RESPOSTA : D COMENTÁRIO: Para resolver a questão, basta recordar a regra da silaba tonica, quando o acento (tonicidade) recai na vogal débil (i/u), esta deve ser acentuada, desfazendo o ditongo. Sonreia. Es mentira, de verdad... 76. Acentúa correctamente las palabras: I. policia II. pajaros III. pátio IV. fogon V. dormitórios 71. Com a tira, podemos enteder que: (A) a sra. Cospedal é um passarinho. (B) a sra. Cospedal tem um salário bastante duvidoso. (C) a sra. Cospedal quebrou o pé direto. (D) a sra. Cospedal ganha 8 mil pesos. (E) a sra. Cospedal passará 40 dias presa. RESPOSTA: C COMENTÁRIO: Escayolar – Enyesar, inmovilizar por médio de un vendaje de yeso o de escayola un miembro roto, deslocado etc. Ej.: Tuvieron que escayolarle el brazo porque se habia fracturado el codo. 72. En la frase “... solo de momentos”, lo destacado es expresión sinónima de: (A) solamente. (B) piso. (C) suelo. (D) soledad. (E) música cantada o tocada por una persona apenas. RESPOSTA: A COMENTÁRI: O adverbio sólo (somente) tem como sinônimo o vocábulo solamente ou unicamente. Não confundi-lo com solo, que pode ser adjetivo (sozinho, sem companhia....) ou substantivo (solo musical, passo de dança que se executa sem casal ou um tipo de jogo no baralho). 73. Solo y Solo se clasifican, respectivamente, como: (A) substantivo y adjetivo. (B) adverbio y adjetivo. (C) adjetivo y adverbio. (D) substantivo y adverbio. RESPOSTA: C COMENTÁRIO: O adverbio sólo (somente) tem como sinônimo o vocábulo solamente ou unicamente. Não confundi-lo com solo, que pode ser adjetivo (sozinho, sem companhia....) ou substantivo (solo musical, passo de dança que se executa sem casal ou um tipo de jogo no baralho). 74. La palabra sabiéndole está acentuada porque es: (A) aguda acabada en vocal. (B) grave acabada en vocal. (C) verbo acentuada que recibió pronombre. (D) sobresdrújula. (E) todas las esdrújulas son acentuadas. RESPOSTA: D COMENTÁRIO: Sabiéndole é uma forma proparoxítona (esdrújula) y toda forma proparoxítona é acentuada. 75. La palabra sonreía está acentuada: (A) por ser una grave acabada en vocal. (B) por ser un verbo derivado de una palabra acentuada. (C) para deshacer el diptongo. (D) porque cuando en un encuentro vocálico la tonacidad cae en la vocal débil, esta es acentuada. (E) porque es una palabra esdrújula. (A) Son acentuadas I, IV, V. (B) Son acentuadas I, II, IV. (C) No son acentuadas I, III, V. (D) Todas son acentudas. (E) Ninguna es acentuda. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: Veja a acentuação correta das palavras: Policia (hiato) Pájaros (esdrújula). Pátio. Fogón (aguda terminada em N). Dormitórios. Portanto, estão corretos os números I, II, IV. 77. El acento de la expresión verbal repugna en “... el prestigio de lo que repugna a la inmensa mayoría.”, reace en la sílaba que la clasifica como una palabra: (A) aguda (B) grave (C) esdrújula (D) sobresdrújula RESPOSTA: B COMENTÁRIO: A palavra repugna, é classificada como uma palavra grave ou llana, ou seja, o acento recai sobre a penúltima silaba. 78. Marca la alternativa en que todas las palabras se acentuam de acuerdo con la misma regla: (A) republicación, elaboró, además. (B) públicas, académicos, Cortázar. (C) utilizó, Andaluciá, Isaías. (D) filólogos, también, jóvenes. (E) Península, París, fantasía. RESPOSTA: A COMENTÁRIO: As palavras publicación, elaborá e ademas estão acentuadas pela mesma regra, que diz: acentuamos todas as palavras agudas (silaba tônica é a ultima) terminada em vogal, N, S. 79. ? Puedes decirme__________ son aquellas personas que están hablando con Antonio? (A) quiénes (B) quién (C) quien (D) quienes (E) que RESPOSTA: A COMENTÁRIO: “? Puedes decime quiénes son aquellas personas...?” Utilizamos quiénes para concordar com aquellas personas, que é plural. Acentuamos porque, nesse caso, tratase de um pronome interrogativo, assim, é obrigatório o acento. 80. Dónde(la señora pregunta dónde está el andén...) lleva acento: (A) Porque es una palabra grave terminada en e. 19 (B) Porque es una palabra llana terminada en e. (C) Porque es una palabra esdrújula terminada en vocal. (D) Porque es una palabra aguda. (E) Porque es una partícula interrogativa indirecta. RESPOSTA : E COMENTÁRIO: Nesse caso, a palabra donde está acentuada porque figura um caso de interrogativa indireta; que assim como os interrogativos diretos também recebe acento gráfico. 81. “El solo hecho de pagar impuestos....” “..... no sólo a sus órganos de gobierno ...”. En las frases arriba transcritas, el vocablo solo aparece sin acento (en el sentido de único) y con acento (en el sentido de solamente). La tilde, diacrítica, tambien está presenta en: (A) poesía. (B) canción. (C) aún. (D) después. RESPOSTA: C COMENTÁRIO: O acento diacrítico ou diferencial para diferenciar um vocábulo com a mesma grafia só que com classe gramatical diferente. Aún é um dos casos. Veja ainda: Aun – todavia – ainda (advérbio de tempo) Aun – incluso – inclusive (advérbio de quantidade) 82. El árbol lleva articulo masculino pues: (A) es masculina. (B) es femenina. (C) usamos regla de eufonia. (D) está equivocado. RESPOSTA: A COMENTÁRIO: Árbol recebe artigo masculino não pela regra de eufonia, mas sim porque e uma palavra masculina. 83. Está correcta la regla de eufonia en: (A) Clara y yema. (B) Español y inglês. (C) Tu y yo. (D) Historia y portugués. RESPOSTA: A COMENTÁRIO: A conjunção Y é substituída por E quando vier antes de vocábulos começados por l ou HI seguidos de consoantes. Assm teríamos: Clara y yema. Español y inglês Tú y yo. Historia y portugués. 84. Estaria correcto el uso de el delante de todas las palabras siguientes, menos: (A) arbol (B) auge (C) hache (D) viaje RESPOSTA: C COMENTÁRIO: Para essa questão, devemos levar em consideração as regras de euforia, mais precisamente a 1°, que diz: sempre que a palavra for feminina e começar por A ou HÁ tonica, devemos substituir os artigos LA/UMA pelos masculinos EL/UN para evitar um som desagradável. Vale lembrar que temos 3 exceções: o nome das mulheres, o nome das letras A e H (hache) e a cidade Haya, com elas sempre usamos os artigos femininos, mesmo que causem cacofonia. (A) para evitar una cacofonia, mejor dicho, un sonido desagradable al oído. (B) delante de palabras empezadas, respectivamente, por Y y U. (C) por un motivo que no es de eufonia. (D) a causa de un equívoco gramatical que se admite excepcionalmente. RESPOSTA: A COMENTÁRIO: A conjução Y é substituída por E quando vier antes de vocábulos começados por I ou HI seguidos de consoantes. Tudo isso ocorre para evitar uma cacofonia, ou seja, um som desagradável. 86. “... así como el agua puede quitar la sed...” El vocablo agua es precedido del articulo definido el, visto que: (A) pertenece al género masculino. (B) se incluye entre los substantivos ambíguos en cuanto al género. (C) se busca evitar un sonido desagradable al oído. (D) admite los dos géneros, con variación de significado. RESPOSTA: C COMENTÁRIO: O vacabulo agua é um substantivo feminino começado por A tônico, por isso, não se usa artigo feminino LA, e sim EL para evitar cacofonia. 87. Indica la opción en que el empleo de los artículos esté debidamente observado: (A) El habla, el Haya, la águila. (B) El arena, el habla, el yarda, la hacha. (C) La Ana, el haba, la Águeda. (D) La Ana, el alta cumbre, un árida tierra. RESPOSTA: C COMENTÁRIO: Para essa questão, devemos levar em consideração as regras de eufonia, mais precisamente a que diz: sempre que a palavra for feminina e começar por A ou HA tônica, devemos substituir os artigos LA/UNA pelos masculinos EL/UN para evitar um som desagradável. Vale lembrar que temos 3 exceções: o nome das mulheres, o nome das letras A e H (hache) e a cidade HAYA, com elas sempre usamos os artigos femininos, mesmo que causem cacafonia. 88. “_________alma melancólica puede curarse con el cariño, que es ________ hada milagrosa.” (A) El, el (B) El, la (C) La, la (D) La, el RESPOSTA: A COMENTÁRIO: Ver regras da questão anterior. Alma começa por A tônica, recebe EL; hada começa por HA tônico, também recebe EL. 89. “________ linguaje de ________ prensa es muy pesado.” (A) El, la (B) La, la (C) El, el (D) Lo, la RESPOSTA: A COMENTÁRIO: As palavras terminadas em AJE e OLOR são todas masculinas! Portanto, temos: el linguaje e la prensa (prensa significa imprensa). 85. Las conjunciones y (“y recibe al mismo tiempo una caricia”) y o (“... hermoso o feo”) se convierten en e y , respectivamente: 20 TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: COMENTÁRIO: A obra “Hoy caviar, mañana sardinas” é um livro de memórias escrito pela família Posadas, após vivenciarem fatos inusitados nas embaixadas em que seu pai trabalhou. LA VUELTA AL MUNDO ENTRE PLATOS Y EMBAJADAS Relato autobiográfico, viaje sentimental, recetario… Carmen y Gervasio Posadas fueron testigos de anécdotas impagables en Madrid, Moscú, Buenos Aires y Londres, ciudades en las que su padre fue embajador. La obra de Carmen ha sido traducida a veintiún idiomas y su hermano, Gervasio, escritor y publicista, también se dedica a actividades como la formación y la consultoría. Carmen y Gervasio Posadas Hoy Caviar, Mañana Sardinas “Un diplomático suele trabajar con dos armas: la política y la cocina”. Por eso esta obra incluye, entre otras cosas, apuntes sociológicos y recetas de diferentes épocas y lugares. A partir de 1965, la familia Posadas transitó por Madrid en el último tramo del franquismo, el Moscú de la Guerra Fría o el Londres de los ochenta. No todo fueron cócteles y recepciones fastuosas: sus recuerdos que combinan ironía y ternura a partes iguales, desmitifican la imagen que suele asociarse a la vida de la embajada. Carmen y Gervasio rinden también un homenaje a su madre, sufrida esposa del embajador y autora de agudas reflexiones contenidas en estas páginas. Ministros, divas, vividores y marquesas – en una galería que abarca desde Franco a Lady Di – desfilan por un menú aderezado con escenas jugosas y consejos ingeniosos, como el pastel de langosta sin langosta. El resultado garantiza una lectura apasionante y muy apetitosa. Como dijo entonces el ministro Fraga: “¡Cuando le invitan a comer a uno en la embajada de Uruguay, no hay forma de mantener el régimen!”. (Texto adaptado de Círculo de Lectores – Revista 4/2012 – nº. 258) 90. (Ufpr 2013) De las informaciones que se dan sobre la familia Posadas es cierto decir que: (A) el padre, como buen diplomático, entendía que la política es como la cocina. (B) han vivido en diferentes países de Europa y también en Argentina. (C) la madre era una mujer poco crítica, que sufría con la vida que llevaba su marido. (D) los hermanos Posada fueron traducidos para muchos idiomas. (E) era conocida por preparar los platos más caros en las recepciones de la embajada. RESPOSTA: B COMENTÁRIO: De acordo com as informações sobre a família Posadas, se informa no texto que: “Carmen y Gervasio Posadas fueron testigos de anécdotas impagables en Madrid, Moscú, Buenos Aires y Londres, ciudades en las que su padre fue embajador.” O trecho indica que a alternativa [B] está correta, já que indica que a família viveu em diferentes países da Europa e também na Argentina. 91. (Ufpr 2013) La obra "Hoy caviar, mañana sardinas" es considerada: (A) a) un relato ficcional sobre el día a día en una embajada. (B) b) un libro de recetas con los platos que se preparaban en la embajada. (C) c) un libro de memorias donde los hechos se mezclan con recetas de cocina. (D) d) una autobiografía sobre los momentos más graciosos vividos en la embajada. (E) e) un relato de viajes por las embajadas de Madrid, Moscú, Buenos Aires y Londres. RESPOSTA: C 21