Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço

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Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço
Foto Leonardo Kami
M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 3
mercado
Preços firmes nos próximos anos
Redução da pobreza está entre os
fatores que devem manter forte a
demanda por alimentos no mundo
Ainda que as cotações agrícolas tenham em geral recuado
recentemente no mercado internacional, em relação aos patamares históricos elas continuam elevadas, estimuladas
por fatores destacados pelo diretor da OMC: a crescente demanda, que resulta da “transição nutricional que vem junto
Da Redação - Os preços nominais das commodities agrí- com a redução da pobreza”; e da reação mais lenta do lado
colas têm tendência de alta nos próximos dez anos e de- da oferta.
verão ficar entre 10% e 30%, em média, acima das
Nesta frente, vale destacar que adversidades climáticas
cotações da década precedente. É o que afirmou o diretor- colaboraram para quebras de produção de grãos em divergeral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal sos países exportadores no ano passado.
Lamy, na abertura do ‘Global Commodities Fórum”, organizado dia 18 de março pela Agência das Nações Unidas Analistas em geral consideram que o Brasil continuará a
para Comércio e Agricultura (Unctad), em Genebra, na ser um grandes ganhadores no comércio global de produtos
agrícolas, pela sua competitividade.
Suíça.
Produtor mantém margens
Custos de produção em alta no campo, mas margens brutas elevadas ao produtor. Cotações de algumas commodities em trajetória descendente, mas preços ao consumidor ainda acima das médias históricas. Esse é o cenário traçado pelo Banco do Brasil para a safra de grãos 2013/2014, a ser iniciada oficialmente em julho. O BB
projeta uma safra mais equilibrada em 2014. Mas alerta para uma eventual, e potencialmente catastrófica, repetição da seca ocorrida nos Estados Unidos em 2012. “Teremos preços um pouco menores em relação ao ano
passado, quando houve uma forte quebra da safra americana, mas que ainda ficarão acima da média histórica”,
afirmou o vice-presidente de Agronegócios da instituição, Osmar Dias. “Deve haver uma depressão agora, mas
que deve ser recuperada no segundo semestre. Assim, teremos mais equilíbrio no fim”.
A balança comercial do agronegócio brasileiro apresentou
um superávit de US$ 5,01 bilhões em fevereiro, de acordo
com dados da Secex. O segmento de carnes foi o que mais
se destacou, com vendas de US$ 1,25 bilhão, mais que no
mesmo mês em 2012.
Em contrapartida, os problemas logísticos que dificultam
o escoamento da safra de soja no país se refletem na receita
do complexo (que inclui, além da commodity em grão, o farelo e o óleo), com um recuo de 40% no acumulado do primeiro bimestre deste ano sobre igual intervalo de 2012, para
US$ 1,283 bilhão. O principal destino das vendas externas
do agronegócio brasileiro em fevereiro foi a Ásia. Individualmente, os EUA são os maiores compradores.
Foto Agência Estado
Embarques de carnes em expansão
Caos logístico dificulta exportação de soja
Preocupação
com o milho
“Este pode ser o ano ideal
para a Conab fazer estoque regulador”, afirma Ânderson Galvão, diretor da consultoria
Céleres, diante de um provável
cenário superofertado de milho. Para ele, se uma grande
produção se confirmar, o governo terá que intervir no mercado. Em relação a isso, o diretor de Política Agrícola da
Conab, Silvio Porto, disse que
o governo espera preços “bem
mais arrefecidos” no segundo
semestre e deixou a porta
aberta para uma intervenção
no mercado. No ciclo 2012/13,
a previsão da Conab é de que
sejam colhidas 76 milhões de
toneladas de milho, contra 72,9
milhões da temporada anterior.
Demanda
por café
O diretor-executivo da Organização Internacional do Café
(OIC), o brasileiro Robério Silva, define como “brilhantes” as
perspectivas de demanda mundial de café. China, Rússia, Coreia do Sul, países do Leste
Europeu e Austrália são alguns
dos considerados novos mercados para a commodity. A demanda mundial cresceu, em
média, 1,5% ao ano na década
de 1990 e 2,5% nos anos 2000.
A previsão da OIC é que esse
ritmo seja mantido nos próximos anos.
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agricultura de precisão
Tudo pela
modernização
do campo
A agricultura de precisão, como
diz o nome, faz análise minuciosa
de cada talhão da propriedade,
recompondo eventuais
deficiências. O resultado é a
redução de custos e o aumento
da produtividade
Curso inédito de nível superior de tecnologia “Mecanização em
Agricultura de Precisão” terá vestibular em julho. Uma oportunidade para
que filhos de cooperados adquiram mais conhecimentos sobre o assunto
Da Redação - Utilizando toda a estrutura da Fundação
Shunji Nishimura de Tecnologia, foi criado em 2009
o inédito curso superior de tecnologia “Mecanização
em Agricultura de Precisão”, ministrado pela então
Faculdade de Tecnologia de Marília – Campus Pompéia, atualmente Fatec Shunji Nishimura.
No final de fevereiro, o presidente da Cocamar, Luiz
Lourenço, foi convidado a participar da solenidade de
formação da primeira turma, ao qual compareceu o
governador Geraldo Alckmin e várias autoridades. “É
uma oportunidade para que filhos de produtores cooperados da região invistam em uma profissão que vai
ajudar a potencializar os negócios da família e tem
lugar assegurado na agricultura moderna”, afirma o
presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, que disse ter
ficado impressionado com a estrutura oferecida aos
alunos.
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O diretor-executivo da Fundação Shunji Nishimura
de Tecnologia, Alberto Issamu Honda, afirma que
“O ineditismo marcou a criação desse curso no Brasil, uma vez que formação similar pode ser encontrada apenas em uma universidade dos Estados
Unidos”.
Com duração de três anos, o curso já está em sua
5ª turma, é gratuito e oferece 40 vagas no período
da manhã e 40 à noite. Atualmente estudam na
FATEC Shunji Nishimura alunos provenientes de
66 cidades de 5 Estados.
EM JULHO - O próximo vestibular será em julho
com inscrições nos meses de maio e junho pelo
site www.vestibularfatec.com.br. As datas da prova
e o período de inscrição ainda não foram divulgados pelo Centro Paulo Souza (órgão responsável
pela Fatec), comenta Carlos Henrique Augusto, coordenador de Agricultura de Precisão da Fundação.
O que faz
O tecnólogo em mecanização
em agricultura de precisão é
o profissional de nível superior que se responsabiliza pelo uso adequado de máquinas
e implementos agrícolas, com
o objetivo de obter altas produtividades agropecuárias e
baixos custos em ambiente de
agricultura de precisão. O curso visa capacitar jovens talentosos para o desenvolvimento
sustentável da agricultura brasileira através de ensino público, gratuito e de qualidade.
Parcerias para formar profissionais de alto nível
“A ideia básica é que sem parcerias teremos mais dificuldades de oferecer um
curso na qualidade que o mercado necessita. Toda parceria é bem vinda para construir um curso de boa qualidade e atender
a carência de profissionais na área de
Agricultura de Precisão em todo o Brasil”,
afirma Alberto Issamu Honda, diretor-executivo da Fundação.
Entre as atuais empresas parceiras estão
a Jacto, Otmis, Coopercitrus, Jumil, Raven,
Geo Agri, John Deere, SST Softwares,
Farm Works, Basf, Syngenta, Clealco, Baldan, Trimble, Marchesan, Mizumo, Unipac e Falker.
Para a implantação da Fatec, a Fundação
Nishimura cedeu as instalações físicas e os
laboratórios para a oferta do curso. O Estado
ficou responsável pela biblioteca e pela contratação do corpo administrativo, docentes
e técnicos administrativos para a unidade.
Em 2012, o governador Geraldo Alckmin
assinou o decreto que permitiu a implantação da instituição de ensino na cidade e comentou na ocasião que a ação se deu graças
à infraestrutura que já dispõe a Fundação.
“Ela oferece ensino de qualidade aos seus
alunos, em um ambiente privilegiado para
o curso de Mecanização em Agricultura de
Precisão”, disse o governador.
A Fundação Shunji Nishimura é mantenedora de
estruturas de ensino e cursos voltados a vários públicos:
Colégio Shunji Nishimura - de ensino fundamental, atende a alunos da Edu1) cação
infantil à 8ª série, sem custos para os pais. Aulas de Informática e
Expressão Corporal são ministradas para alunos desde os 4 anos de idade,
motivando-os e colaborando em sua formação.
Técnico Agrícola de Pompéia (ensino médio) – Gratuito, o curso tem
2) aColégio
duração de quatro anos, três em regime de internato e um estágio obriga-
tório numa fazenda do Brasil ou dos Estados Unidos. A escola funciona com
uma média de 120 alunos. A cada ano cerca de 100 estudantes com o primeiro grau completo disputam as 45 vagas abertas. A maioria com 14,15 e
16 anos e termina com 18,19 e 20. Os alunos receb em formação nas seguintes áreas: aulas práticas e projetos; desenho e topografia; administração e
economia; agricultura, mecânica agrícola; máquinas e implementos agrícolas; zootecnia; fábrica de sucos, geleias e conservas; horticultura; laboratório
de análise de solo; construções e instalações; irrigação e drenagem; culturas; tratamento fitossanitário; oficina mecânica; marcenaria e estágios e profissionalizantes.
no período da manhã e 40 à noite.
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Curso de nível superior de tecnologia em agricultura de precisão - Com du3) ração
de três anos, já está em sua 5ª turma, é gratuito e oferece 40 vagas
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agricultura de precisão
FORMATURA - O governador Geraldo Alckmin foi escolhido para ser o patrono da primeira turma do curso de graduação
tecnológica de Mecanização em Agricultura de Precisão da Fatec (Faculdade de Tecnologia) de Pompéia - Shunji Nishimura.
A cerimônia de colação de grau aconteceu na noite de 16 de fevereiro. Em discurso, o governador ressaltou o nível de qualidade
da instituição, que é referência também fora do país. "Essa é a primeira Fatec feita em parceria com a indústria e a agricultura,
com um curso inédito que só existe em Pompéia. Não existe em nenhum outro lugar da América Latina."
Implantada como campus da Fatec Marília no 1º semestre de 2010, a faculdade ganhou autonomia em abril de 2012, quando Alckmin
assinou seu decreto de criação. Atualmente, a unidade tem mais de 400 matriculados, divididos entre as turmas da manhã e da noite.
Acompanhado
do filho Luiz
Lourenço
Júnior, o
Presidente
da Cocamar,
Luiz
Lourenço,
prestigiou a
solenidade
Governador
Geraldo
Alckmin foi
o patrono
da primeira
turma
formada
no Brasil
“Cada um dos 36 alunos formados na primeira turma de Mecanização
em Agricultura de Precisão será muito disputado no mercado de
trabalho pela sua formação graças a qualidade de ensino oferecida”
p
LAURA LAGANÁ, diretora superintendente do Centro Paula Souza
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agricultura de precisão
Nishimura, um
imigrante que fez
história na
agricultura brasileira
Shunji Nishimura foi o fundador da empresa Jacto, situada em Pompéia (SP), região de Marília. Após ter
construído uma das maiores fábricas de pulverizadores
agrícolas do mundo, ele começou a investir na formação
de jovens para trabalhar na agricultura. Sob as diretrizes da Fundação Shunji Nishimura, que surgiu em
1979, foi inaugurado em 1982 o Colégio Técnico Shunji
Nishimura, em 1989 o Colégio Shunji Nishimura e, em
2005, a escola profissionalizante Cheiko Nishimura.
Imigrante pobre, que veio do Japão apenas com sonhos
e esperança, ele trabalhou como boia-fria na colheita de
café, atuou como garçom e mecânico. Pensando em retribuir ao Brasil e à agricultura tudo o que lhe ofereceram, Shunji quis contribuir com a formação profissional
para o desenvolvimento do agronegócio. Já são mais de
mil alunos formados que estão aplicando e transmitindo
conhecimentos para os campos da agricultura e da vida.
Shunji faleceu no dia 23 de abril de 2010, aos 99 anos.
De mecânico a
empreendedor de sucesso
parar em Pompéia, a quase
500 quilômetros da capital.
Lá, resolveu usar seus conhecimentos como técnico
mecânico e colocou uma
placa na porta de casa: “Conserta-se tudo”. De consertos
em consertos, Nishimura
acabou desenvolvendo em
sua oficina projetos próprios
e novamente a agricultura
As polvilhadeiras evoluíram para modelos costais
mais leves e surgiram os
primeiros modelos montados em tratores, destinados
às grandes culturas de algo-
dão e café. A evolução foi
acompanhando as mudanças nas características dos
inseticidas e defensivos agrícolas e as transformações da
agricultura brasileira. Em
1966, a Jacto começou a fabricar pulverizadores manuais com reservatório de
plástico.
Com seu espírito
inventivo, o fundador
da Jacto, que até 1930
trabalhou na colheita
de café, desenvolveu
a primeira
colheitadeira desse
produto do planeta
Mas não era suficiente. Nishimura não deixava de pensar em um meio de otimizar
a colheita, em especial a do
café, cultura na qual ele teve
seu primeiro emprego no
Brasil. Em 1979, após seis
anos de pesquisa e desenvol-
vimento, a Jacto apresentou
a primeira colheitadeira de
café do planeta. O sucesso foi
imediato. Hoje, a empresa
exporta para mais de 90
países e é responsável pela
geração de cerca de
3.000 empregos.
p
O caminho para chegar à
fundação de uma empresa
bilionária não foi fácil. Após
abandonar a lavoura de café
na década de 1930, Nishimura passou anos de emprego e emprego – trabalhou
como garçom no Rio de Janeiro e mecânico em São
Paulo – até que resolveu ir à
estação da Luz e tomar um
trem até o destino final. Foi
apareceu em sua vida. Em
1948, o japonês começou a
produzir polvilhadeiras que
pudessem ser colocadas nas
costas do operador. A oficina
transformou-se em fábrica e
surgiu a indústria Máquinas
Agrícolas Jacto Ltda., oficializada em novembro de
1949. O nome foi inspirado
na fumaça deixada no ar
pelos aviões a jato.
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Agricultura de precisão ganha espaço
A valorização das principais commodities agrícolas na última década e a necessidade de se ampliar a produção com regras socioambientais
mais rígidas, menos desperdício e espaço limitado para a expansão dos cultivos, conferiram
um novo status à agricultura de precisão no país.
Ainda que não existam estatísticas sobre a área
ocupada por esse conjunto formado por gestão,
técnicas e equipamentos, pesquisadores estimam
que 20% das lavouras de grãos do Cerrado brasileiro, que estão entre as mais mecanizadas, já
são conduzidas com base nesses recursos. Mas,
em praticamente todas as cadeias agrícolas, é
possível notar avanços nesse sentido.
De acordo com o especialista Elvio Lupo, as
ações relacionadas à venda de produtos voltados
à agricultura de precisão vêm crescendo nas empresas brasileiras. “São equipamentos totalmente eletrônicos, superando e muito a operação
manual. Dentre outros, há barra de luz, piloto
elétrico, piloto hidráulico, desligamento de seção
em pulverizador e plantadeiras, antenas e receptores", afirma.
Com o aumento da demanda, a empresas têm
investido em capacitação de sua equipe comer-
cial, com o apoio das fábricas, para que em cada
qual se tenha um especialista em produtos voltados à agricultura de precisão. “O setor acredita
que conseguirá triplicar os números de vendas
em 2013”, afirma Lupo.
A New Holland, por exemplo, traça um cenário
positivo nesse sentido. Segundo a empresa, em
2012, houve crescimento de 75% nas vendas de
máquinas voltadas à agricultura de precisão.
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região
Investir em tecnologia e conhecimento é o caminho
Na recente safra de soja, em São Jorge do Ivaí (a
50km de Maringá) a cooperada Nádia Felippe fez a
média de 155 sacas por alqueire nos 360 que cultiva
no município. Para a produtora, o resultado é reflexo
dos investimentos que fez e melhor tecnologia: insumos, sementes de alta qualidade e máquinas de última geração, além da qualificação dos funcionários.
“É muito importante tratar a fazenda como uma empresa. E para tudo dar certo, gestão, colaboradores e
equipamentos precisam estar afinados”, diz.
Segundo Nádia, os funcionários participam de treinamentos e cursos, sem contar que viajam para várias feiras pelo Brasil em busca de novidades. É o
caso de Reginaldo Tonhato, o Naldinho, de 37 anos.
“Trabalho com uma colheitadeira equipada com GPS
que colhe até 20 alqueires por dia. São equipamentos
sofisticados, mas de fácil manejo”, afirma.
Naldinho ressalta que em um dia de treinamento
com o técnico na empresa, pegou os macetes. “Depois
é só praticar no dia a dia”, acrescentou, lembrando
que a colheitadeira tem plataforma de 22 pés e caçamba com capacidade para 100 sacas. Ela enche em
15 minutos. “O pulverizador, plantadeira e trator também são de última geração. No caso do pulverizador,
um dispositivo impede que desperdice veneno”.
(Cleber França)
Agricultora de São Jorge do Ivaí fez média de
155 sacas nos 360 que cultiva no município
Procura é maior entre os cooperados
Cresce a cada ano o uso de técnicas
de agricultura de precisão entre os
cooperados da Cocamar, segundo informa o engenheiro agrônomo Leonardo Atsushi Kami, responsável por essa
área na cooperativa. Principalmente em
anos de bons resultados como os desta
safra, a tendência é de que ainda mais
produtores invistam em equipamentos
que plantem com precisão, pulverizem
sem desperdício ou erro e monitorem a
produtividade em cada talhão.
Luiz Pedrone: correção do solo com taxa variável
priedade, uma parte a cada ano, fazendo a correção do solo com taxa variável. “Minha área era muito manchada e esse trabalho deixou o solo
mais parelho em termos de fertilidade”,
conta.
No ano passado, o produtor investiu
na compra de uma colheitadeira equipada com sensores e monitor de colheita com GPS que registra um ponto
de produtividade a cada três segundos. Com o mapa gerado em duas coTradicional produtor de soja em Cia- lheitas de soja e duas de milho, após
norte, onde cultiva 170 alqueires, o a colheita desta safra de inverno, Pecooperado Luiz Henrique Pedrone vem drone vai avaliar cada talhão aponinvestindo em agricultura de precisão tado como sendo de produtividades
desde 2008, registrando, segundo ele, menores para identificar as causas do
ganhos de 5% a 10% de produtividade problema (que podem ser deficiência
ao ano. As primeiras medidas adotadas nutricional, compactação, nematóide,
foram a análise de solo e o mapea- etc) e resolver de forma localizada.
mento georreferenciado de toda a pro- (Marly Aires)
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código florestal
Produtor, não descuide:
implantação do CAR prossegue
Na avaliação da AGU, nem mesmo a ação de
inconstitucionalidade prejudica avanço do cadastro rural
Da Redação - A implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que está
acontecendo em todo o País, não será
afetada pela Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) movida pelo Ministério Público da União questionando 39 artigos do Código Florestal
sancionado em 2012. Em reunião realizada dia 12 de março no Ministério
do Meio Ambiente (MMA), o governo
deixou claro que aguarda com serenidade a decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF), confirmando a lisura
da nova legislação que regula as relações entre a agricultura e o meio
ambiente.
Uma reunião com representantes da
Frente Parlamentar Agropecuária foi
solicitada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ao advogadogeral da União, Luiz Adams. “Não há
recuo: a mera proposição de uma Adin
não traz qualquer insegurança jurídica.
A Lei (Código Florestal) está sendo aplicada e o Cadastro Ambiental Rural está
funcionando e vai continuar a funcionar, esclareceu Adams. Para ele, os argumentos da ação são frágeis. A Advogacia Geral da União (AGU) aguardará intimação do Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar os devidos
esclarecimentos e está convicta de que
a decisão será favorável ao governo.
Em fase de testes
O Sistema de Informações
do CAR, que está sendo implantado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), passa por fase
de testes em quatro unidades da federação e ficará à
disposição para que os Estados que não dispõem de
sistemas próprios possam
utilizá-lo. Izabella afirmou,
ainda, que os prazos para
regulamentar o Programa
de Regularização Ambiental
(PRA), etapa obrigatória
apenas para quem está com
pendências ambientais, serão cumpridos.
cluir esta etapa com os oito
que ainda restam. “O governo não vai adiar o CAR”,
garantiu Izabella.
GRATUITO - O CAR é gratuito para o agricultor famiO cadastro é pré-requisito liar e a pequena produção e
para o produtor aderir ao acontece em duas etapas.
PRA. Os prazos só começam Na primeira, o proprietário
a correr após a edição das rural ou posseiro se cadasnovas normas. A ministra tra pela Internet, nas prefeiacenou com a possibilidade turas, sindicatos ou nas
até mesmo de uma antecipa- associações, utilizando o sisção dos atos normativos, tema dos Estados ou fedeprevistos por lei para saí- ral, de acordo com a opção
rem até o dia 25 de abril. O do seu Estado. O cadastro é
MMA já firmou convênios declaratório e a averbação
com 19 Estados para im- em cartório é opcional. O
plantação do CAR. Até o computador emite um recifinal de março deverá con- bo de que a propriedade es-
tá cadastrada. Na segunda
fase, caberá aos órgãos ambientais confirmar as informações prestadas e, em caso de pendências, notificar
o produtor. “É como a declaração do imposto de renda”,
comparou a ministra.
Os ruralistas aproveitaram
a reunião para pedir ao governo que revise o Zoneamento Agro Ecológico da
Cana de Açúcar. Eles reivindicam o acesso ao crédito
agrícola para o plantio da
cana em áreas degradas ou
em substituição a culturas
consolidadas na Amazônia,
no Pantanal e na Bacia do
Alto Rio Paraguai. Foram
“O governo não vai
adiar o CAR”, garante
a ministra de Meio
Ambiente, Izabella
Teixeira
informados que o governo
já enviou projeto de lei para
o Congresso no sentido de
regulamentar o ZAE e mantém aberto o diálogo com a
subcomissão que analisa a
proposição.
geral
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Café é a bebida mais
popular do país
O café, xodó da mesa dos brasileiros, desde a época que o
Brasil era colônia, jamais foi ofuscado por nenhuma outra
bebida. Pelo contrário: atualmente é encontrado em praticamente todos os lugares. No ranking dos preferidos, ele aparece como o mais consumido pelos brasileiros e, segundo
pesquisa da Kantar Worldpanel, está em 95% dos lares.
“O café se faz presente no menu dos brasileiros, principalmente pela manhã e após o almoço, e vai muito além de um
café coado ou de um expresso. Os estabelecimentos têm o
hábito de investir em servir a bebida aos seus clientes como
uma cortesia da casa. Trata-se de um mimo com a cara do
Brasil”, explica Monica Leonardi, especialista no assunto.
Uma das constatações feitas pela Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) é que o consumo diário médio de
café subiu para o recorde de quatro xícaras por dia no Brasil,
acima da Itália, França e Estados Unidos, tradicionais consumidores.
O crescimento faz com que o setor tenha uma evolução de
3,5% ao ano, uma taxa superior a do PIB (Produto Interno
Bruto). As pesquisas da Abic indicam que o aumento de consumo ocorre também das classe C e D.
NA FEMAGRI - No dia 14 de março, profissionais da Cocamar visitaram a Feira de Máquinas,
Implementos e Insumos Agrícolas (Femagri) em Guaxupé (MG), evento promovido pela Cooperativa
Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé). Trata-se de uma importante mostra de de máquinas, implementos e insumos agrícolas para o setor da cafeicultura. Recebido pelo gerente de comunicação e marketing da Cooxupé, Jorge Florêncio Ribeiro Neto, o grupo da cooperativa foi composto
pelo gerente comercial de Café, Adenir Fernandes Volpato (Gabarito), o coordenador de culturas perenes Robson Luiz B. Ferreira, o engenheiro agrônomo Francisco Ubiratã M. Aires (responsável pela
região norte) e o técnico agrícola Antonio Carlos Spanhol (responsável pela região noroeste).
“O consumidor se adaptou a tomar café em dose única.
Alguns pontos que podemos ressaltar são que a
diversidade de marcas favoreceu o consumidor e a
mistura da bebida com outros ingredientes e de qualidade superior, os chamados tipos gourmet, atraíram a
atenção da população que, apesar de se adaptar bem a
tantas novidades, não abre mão de sentir o gostinho
do café tipicamente brasileiro”, finaliza.
4
xícaras por dia
são consumidas
em média
pelos brasileiros
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mulher
Mais de 600 produtoras
no evento em Maringá
Cocamar contou com dezenas de
representantes na celebração ao
Dia Internacional da Mulher
Marly Aires I Maringá - Pelo
quarto ano consecutivo a comemoração do Dia Internacional da Mulher em Maringá foi uma parceria entre a
Sociedade Rural de Maringá,
Cocamar, Sindicato Rural de
Maringá e Cooperativa Integrada. O evento, ocorrido no
dia 7 de março no Recinto de
Leilões “Ermelindo Bolfer” do
Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro, contou com o apoio da
Sicredi União PR e do Centro
Universitário de Maringá (Cesumar).
Mais de 600 mulheres participaram do evento que contou com palestra do engenheiro agrônomo e psicopedagogo Ainor Lotério, especialista em motivação e coo-
perativismo. A programação
foi completada com coquetel,
sorteio de brindes e a apresentação do case de sucesso
da agropecuarista Maria da
Conceição Montans Baer.
“É motivo de satisfação ver
essas mulheres reunidas para comemorar o que são, o
que representam e o que podem alcançar, mudar e construir”, afirmou na abertura a
vice-presidente da SRM, Cristiana Harue Noma.
Cerca de 70 produtoras rurais ligadas à Cocamar prestigiaram o evento. Com crescente participação na gestão
das propriedades rurais e na
cooperativa, atualmente as
mulheres respondem por
12% do quadro social da Co-
Realização aconteceu
pelo quarto ano
consecutivo
em Maringá
camar e têm uma representante no Conselho de Administração, a produtora Olga
Agulhon.
Os núcleos femininos, criados em 2005 a partir do primeiro grupo formado em Floresta, se multiplicaram e fomentam cada vez mais a participação feminina no agronegócio e no cooperativismo.
Ao todo são 26 núcleos em
toda área de ação da Cocamar,
somando 650 integrantes.
COLABORADORAS - Para
marcar a data, a Cocamar organizou também um café da
tarde para homenagear suas
colaboradoras, com apresentação do Coral Cocamar, palestra motivacional, sorteio
de brindes e distribuição de
kits de beleza. O evento foi no
dia 8 de março na Associação Cocamar em Maringá.
Dos 2.200 colaboradores da
cooperativa, cerca de 600
são mulheres.
De salto alto - De família de agricultores, Margareti
Gardin Bologuesi, de Paiçandu, é uma daquelas mulheres que não se deixa intimidar pelos desafios e gosta
de descobrir coisas novas. Aprendeu com o pai, Waldemar Gardin, a amar a terra e a cuidar dela. E com o
marido, Antonio Bologuesi, teve a oportunidade de se
aperfeiçoar no manejo das culturas. Aprendeu a manobrar o trator, faz manutenção, já assumiu a boleia do
caminhão e até a colheitadeira.
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opinião
Desleixo com uma grande
fonte de receitas cambiais
As rodovias respondem por 55% do transporte de soja,
mas são muito precárias, com vários pontos de estrangulamento
O agronegócio teve superávit comercial de US$ 10 bilhões no primeiro bimestre,
confirmando sua condição atual de principal sustentáculo do balanço de pagamentos. Sem o saldo auferido pelas exportações do agronegócio, o País teria tido um
déficit comercial da ordem de US$ 15 bilhões no período. Ainda assim, o tratamento
que esse setor recebe do governo está muito abaixo do seu valor estratégico, pelo
menos do ponto de vista logístico, como se constata com o problema do escoamento
das safras.
US$ 10
bilhões foi
o superávit
comercial do
agronegócio no
primeiro bimestre
A insuficiência de rodovias, ferrovias e hidrovias para permitir o deslocamento
das safras do Centro-Oeste até os portos do Norte do País é fato conhecido. Em 2012,
os terminais de Itaqui, no Maranhão, Itacoatiara, no Amazonas, e Santarém, no
Pará - que possibilitariam exportações da produção a custos menores para os centros consumidores -, movimentaram apenas 14% do volume total de grãos exportados, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A maior parte
dessa produção foi escoada pelos Portos de Santos e de Paranaguá.
Mas o problema se agravou muito, estendendo-se para outras regiões produtoras,
como as cidades de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério, na Bahia.
As rodovias respondem por 55% do transporte de soja, mas são muito precárias,
com vários pontos de estrangulamento.
As empresas do agronegócio, no entanto, produzem com tanta eficiência - e a preços tão competitivos - que os custos da precariedade logística acabam absorvidos.
Isso significa que aqueles preços poderiam ser ainda mais competitivos. Entre 2012
e 2013, o custo do frete de soja entre as cidades de Sinop e Sorriso, em Mato Grosso,
e Paranaguá chegou a subir de 30% a 40%, segundo os produtores. Para os transportadores, a demora para o embarque é muito onerosa. Os usuários de estradas
como a Cônego Domênico Rangoni, que liga a Imigrantes ao Guarujá, por exemplo,
também têm sido afetados.
O Brasil produzirá, nesta safra, 185 milhões de toneladas de grãos, um novo recorde. O saldo comercial do agronegócio é estimado em US$ 83,2 bilhões neste ano,
cerca de seis vezes o superávit comercial do País, reestimado em cerca de US$ 13
bilhões. O governo alardeia planos e providências, inclusive legislativas, para melhorar a infraestrutura, mas pouco do que é noticiado consegue sair do papel. Em
detrimento da grande fonte de receitas cambiais.
O governo alardeia planos e providências,
inclusive legislativas, para melhorar a
infraestrutura, mas pouco do que é noticiado
consegue sair do papel
US$ 15
bilhões seria o déficit
da balança comercial
brasileira no primeiro
bimestre, não fosse
pelo agronegócio
M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 1 7
“Esperamos que os juros baixem e
que se amplie o volume de recursos
para a safra 2013/14. Se hoje a
contribuição do agronegócio já é
expressiva em termos de balança
comercial, ela pode ser ainda maior
com mais apoio do governo”
JOÃO PAULO KOSLOVSKI, presidente
do Sistema Ocepar, antes da
entrega de um documento ao novo
ministro da Agricultura, Antonio
Andrade, propondo melhorias para
o setor. Foi pedida uma política
de renda para o produtor rural, o
aumento do limite de crédito para
investimentos de cooperativas de
R$ 100 milhões para R$ 200
milhões e o aumento no
prazo de pagamento
para investimento em
armazenamento para
18 anos a juros
reduzidos.
“O Brasil é um dos poucos países onde dá para expandir
a área plantada e a produção de forma sustentável.
Conto com o apoio atuante do cooperativismo, da
pesquisa e de toda a equipe de gestores e técnicos
do Ministério da Agricultura para conseguir”
ANTONIO ANDRADE, novo ministro da Agricultura,
do Abastecimento e da Pecuária (Mapa)
“O noroeste do Paraná tem
um grande potencial agrícola.
Basta saber explorar”
NORBERTO ORTIGARA, secretário estadual da
Agricultura e do Abastecimento (Seab), ao participar de
evento em Umuarama, no dia 16 de março, em que
foram apresentados resultados do convênio Arenito
Caiuá, firmado entre o governo federal e do governo
do Paraná. O Banco do Brasil teria investido cerca de
R$ 500 milhões nas safras 2011 e 2012 na região.
Pá g . 1 8 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - M a rç o 2 0 1 3
agosto/setembro
Cocamar organiza viagem técnica ao
Cinturão do Milho, nos Estados Unidos
Programa inclui passagens por propriedades que utilizam tecnologias de última geração e também
pela edição 2013 da Farm Progress Show, um dos maiores eventos dinâmicos em todo o mundo
Da Redação - Como vem fazendo todos os anos, a Cocamar promove no período de
24 de agosto a 2 de setembro uma viagem técnica
com a participação de produtores cooperados ao Cinturão do Milho, nos Estados
Unidos. Além de visitas a
instituições, empresas e propriedades no estado de Illinóis, onde será possível ter
contato com as mais modernas tecnologias de produção, o grupo vai conhecer a
edição 2013 da Farm Progress Show, uma das mais
importante feiras tecnológicas e dinâmicas do agronegócio em todo o mundo.
De acordo com o gerente
de produção agrícola da Cocamar, engenheiro agrônomo Leandro Cezar
Teixeira, a feira ocupa uma
área de 360 hectares, onde
se poderá ver equipamentos
de semeadura, cultivo, colheita e agricultura de precisão, operando lado a lado.
No espaço de sementes, novidades em genética e proteção de culturas. “A viagem é um grande aprendizado, que permite ao participante atualizar-se em relação ao que há de mais
avançado”, diz o gerente.
agrícola norte americana é
estar por dentro das técnicas do país que mais produz milho, soja, amendoim, trigo e algodão. “O
uso de técnicas de cultivo
cada vez mais modernas e
de maquinário agrícola
com tecnologia avançada
contribui para que o país
detenha a posição de
maior potência agropecuária do mundo”, completa
Teixeira.
SERVIÇO – A participação
dos produtores cooperados é por adesão. Os interessados devem consultar
o gerente da sua unidade
para se informar sobre os
preços.
Conhecer a indústria
O PROGRAMA
Dia 1. Sábado, 24 de agosto
Embarque no Aeroporto Internacional de São
Paulo – Guarulhos, com destino a Chicago. Voo
noturno.
Dia 2. Domingo, 25 de agosto
Chegada a Chicago, recepção do grupo e embarque no ônibus. Passeio de barco pelos canais de
Chicago.
Dia 3. Segunda-feira, 26 de agosto
Visita ao CME Group (Ex-CBOT, Bolsa de Cereais
de Chicago). Partida para Champaign. Visita a
Cooperativa Top Flight Grain.
Dia 4. Terça-feira, 27 de agosto
Visita a fazenda Wood and Wood Farm. Os produtores Rony e Louis Wood, da quarta geração
de uma família, operam o maior confinamento
de gado do estado de Illinois. Cultivam mais de
405 hectares de milho e soja. Parte do milho é
mantida para alimentar o gado. Após o almoço,
visita à fazenda Jeff Fisher Farm. O produtor Jeff
Fisher e seu pai cultivam cerca de 350 hectares
de milho e soja. Suas máquinas são todas de
alta tecnologia. Jeff permite que os visitantes en-
Conhecer os dest aques tecnológicos
trem em todas elas e explica como cada uma é
da feira, em Decatur, é um dos
usada no campo. O próprio Jeff vai falar sobre
principais itens da progr amação
plantio direto, controle de pragas, logística, culturas de rotação, dentre outros assuntos. Ele
também possui uma empresa de sementes de
milho na propriedade. O programa desse dia
será completado com a palestra de um especia- Dia 8. Sábado, 31 de agosto
lista no final da tarde.
Dia inteiro dedicado a atividades de lazer.
Dia 5. Quarta-feira, 28 de agosto
Dia todo dedicado à Farm Progress Show, em
Decatur. No fim da tarde, partida para Ottawa.
Dia 6. Quinta-feira, 29 de agosto
Retorno para Chicago. Visita a um Centro de
Pesquisa em Biotecnologia. Em seguida, embarque com destino a Orlando, Flórida.
Dia 7. Sexta-feira, 30 de agosto
Dia inteiro dedicado a atividades de lazer
Dia 9. Domingo, 1 de setembro
Dia inteiro dedicado a atividades de lazer
Dia 10. Segunda-feira, 2 de setembro.
Embarque com destino ao Brasil, em voo noturno.
Dia 11. Terça-feira, 3 de setembro
Chegada ao Aeroporto Internacional de São
Paulo – Guarulhos, de onde o grupo se deslocará
para Maringá
M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 1 9
artigo
Governo, a principal barreira do setor agropecuário
Governantes investem errado, falta visão empreendedora e parecem não ter vontade
de ver este maravilhoso país crescer ancorado na força que vem do campo
Em palestras direcionadas
a produtores de alimentos,
especialistas
costumam
dizer que apenas os verdadeiros profissionais da atividade terão condições de
sobreviver no mercado, pois
os concorrentes são impiedosos.
Não há dúvidas quanto a
esta verdade, mas além do
vizinho de propriedade e dos
demais países produtores de
grãos, o nosso grande e impiedoso concorrente é o próprio governo brasileiro. Sim,
o governo que não oferece
uma política de investimentos suficientes para melhorar nossa infraestrutura e
logística, levando ao colapso
dos transportes e portos brasileiros.
Aliás, o governo apresentase tão inoperante que não
consegue sequer acompanhar a dinâmica do setor
rural. Veja bem: dobramos
nossa produção de grãos
nesta primeira década do
séc. XXI, com destaque para
pesquisas e inovações tecnológicas que permitiram tal
avanço. Então, partindo dos
profissionais da pesquisa,
chega-se até os profissionais
do campo e o resultado é
grandioso, como podemos
verificar com o crescimento
da produção de grãos. Mas,
recomendação
o que deveria ser motivo de
comemoração, dada a importância disso em termos de
mercado mundial de grãos e
de receitas para o país, é na
verdade uma enorme dor de
cabeça, haja vista o eterno
problema de logística. Explica-se: somos excessivamente dependentes do modal rodoviário e nossos portos não recebem investimentos em melhorias significativas que permitam reduzir os custos operacionais. Só
para se ter ideia, o custo da
nossa ineficiência operacional de embarque nos portos
chega a ser 45% maior
quando comparado aos portos de outros países exporta-
dores. Assim, o Brasil vai
perdendo mercado porque os
navios ficam até 50 dias parados no porto, gerando
atraso na entrega dos produtos ao seu destino. Mas o
prejuízo maior fica mesmo é
com os produtores de alimentos, que recebem valor
menor pelos seus produtos.
Desta forma, não há como
entender a política deste governo, afinal o setor agropecuário têm a característica
de alavancar outros setores
da economia e, ao longo dos
anos, tem dado sustentação
à balança comercial, além de
produzir o suficiente para
atender o mercado interno,
ajudando a controlar a inflação dos alimentos.
Então, vemos que os profissionais do campo esbarram
na incompetência dos governantes de plantão, os quais,
não raro, investem de forma
inadequada os recursos arrecadados em impostos, não
têm visão empreendedora e
menos ainda vontade de ver
este maravilhoso País crescer ancorado na força que
vem do campo.
Justino Correia Filho
CREA/PR:3808/TD
Técnico em Agropecuária
Unicampo – Bela Vista
do Paraíso (PR)
Últimos preparativos
Colheita de café inicia em maio e agrônomo da
cooperativa orienta para o que ainda precisa ser feito
Região I Marly Aires - Para
o produtor que ainda não fez
a última aplicação contra a
ferrugem do café e as doenças do fruto, entre elas a cercosporiose (mancha do olho
pardo), o prazo é limite. O
alerta vale também para a
última dose de adubação do
cafezal, visando segurar a
carga da planta. A orientação
é do engenheiro agrônomo
especialista em café, Francisco Ubiratan Moreira Aires, o “Bira”, que atua nas
unidades da Cocamar na região norte.
“Cumpridos estes últimos
cuidados, é hora de começar
os preparativos para a co-
lheita”, afirma o agrônomo.
Dentre estes estão a manutenção das estruturas e dos
terreirões e a verificação e
de todo material que será
usado na colheita.
Como o período entre o florescimento do cafezal e a
maturação dos grãos leva
em média 225 dias, Bira estima que a colheita na região
deve começar na segunda
quinzena de maio, tendo seu
pico no final de junho e início de julho.
Para o produtor que tem interesse em fazer a colheita
mecanicamente e já tem sua
área adaptada para a en-
trada da máquina, Bira
orienta buscar informações
junto ao engenheiro agrônomo que o acompanha
sobre os proprietários de colhedoras que estão agendando colheita na região.
“A mecanização tende a
crescer cada vez mais diante
da crescente falta de mão de
obra e da necessidade de reduzir os custos com a operação, que representam cerca
de 50% a 60% do total”, destaca o agrônomo.
No caso da colheita manual, é preciso tomar alguns
cuidados na hora de fazer a
arruação. “A retirada das fo-
Produtor deve colher a maior q uantidade
possível de grãos em estágio cereja
lhas caídas no chão precisa
ser feita de forma suave utilizando um rodo ou rastelo
para não comprometer as raízes do cafezal”, diz.
Bira ressalta ainda a importância de atentar para a qualidade do produto final,
colhendo com o máximo de
grãos no estágio cereja, levando tudo para secar no
mesmo dia e adotando um
bom manejo no terreiro, mexendo várias vezes ao dia
para garantir uma secagem
uniforme.
“O consumidor tem se tornado extremamente exigente quanto à qualidade do
café. Exemplo disso é que
em 2000 não havia nenhuma marca de café gourmet nos supermercados e
atualmente há 110”, finaliza.
Pá g . 2 0 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - M a rç o 2 0 1 3
iLPF
DIA DE CAMPO
NA SANTA BRÍGIDA
Evento foi realizado pelo terceiro
ano consecutivo em Ipameri (GO)
com a participação de dirigentes,
técnicos e cooperados da Cocamar
Da Redação - A Fazenda
Santa Brígida, situada em
Ipameri (GO) e considerada
uma referência nacional em
integração lavoura, pecuária
e floresta (iLPF), recebeu
pelo terceiro ano consecutivo
um grupo de dirigentes, técnicos e cooperados da Cocamar para um Dia de Campo
sobre o assunto. O evento foi
organizado pela Rede de Fomento à iLFP, do qual a cooperativa é participante.
Com 920 hectares, a Santa
Nas duas fotos, detalhes
da iniciativa que visa
demonstrar os avanços
do programa de integração lavoura, pecuária
e floresta
Brígida tinha suas terras
completamente degradadas
até 2006, reproduzindo um
cenário típico da região do
Cerrado no sul de Goiás,
onde os pastos são repletos
de cupins.
EMBRAPA - A proprietária
Marize Porto Costa, dentista,
havido perdido o marido e,
sem saber o que fazer com a
fazenda, só não a vendeu porque, segundo ela, a partilha
ficaria muito caro. O destino
colocou Marize diante de técnicos da Embrapa Arroz e
Feijão que, sabendo da falta
de um projeto para a propriedade, fizeram a ela a proposta
de implantar ali uma área demonstrativa da empresa –
aceita de imediato.
A história da Santa Brígida mudaria completamente a partir de então. A
Embrapa instalou um programa completo e exemplar sobre integração lavoura, pecuária e floresta um tema inovador e ainda
desconhecido por muita
gente. Mas que pode representar uma revolução na
agricultura brasileira a
partir da recuperação de
pastos degradados para a
produção de soja, carne e
madeira. Os números da fazenda, publicados nesta reportagem, revelam não
apenas o sucesso da iniciativa mas também a grandeza do potencial brasileiro
para ampliar a oferta de
alimentos.
920
hectares é a área da propriedade,
que fica a 220km de Goiânia
João “K”, o “ponta
de lança” do sistema
O pesquisador da Embrapa mais requisitado para falar sobre
o assunto é João Klutchoski, mais conhecido por João “K”. Ele
tem sido, desde o início, o “ponta de lança” do programa desenvolvido na Santa Brígida. Segundo João “K”, o Brasil tem
mais de 100 milhões de hectares de pastagens degradadas
que podem ser convertidas para a iLFP. Essa área, só para se
ter ideia, é quase o dobro do que o País cultiva atualmente.
Assim, em lugar de terras com baixíssima ocupação, que
no Brasil varia de 0,4 a 0,7 unidade animal (UA) em média
por hectare, a propriedade pode ampliar em pelo menos seis
vezes essa quantidade, com a vantagem de o gado ser abatido
com 14 a 18 meses. Detalhe: ocupando apenas o período de outono e inverno – época em que geralmente os pastos ficam
enfraquecidos em razão do frio e da menor incidência de chuvas. Entre a primavera e o verão, as terras são destinadas à
produção de soja, gerando os recursos que vão financiar o incremento da pecuária. A receita é complementada com o cultivo de eucalipto em espaços intercalares, gerando renda com
a produção de madeira e também sombra para o bem-estar
dos animais.
“O Brasil tem 100 milhões de
pastagens degradadas que podem ser
incorporadas ao processo produtivo”
M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 2 1
Espelho para o Paraná
A Santa Brígida tem servido de espelho para produtores paranaenses que, levamos pela Cocamar nos
dois últimos anos para dias
de campo em Ipameri, voltaram entusiasmados e deram início a programas se-
melhantes em suas propriedades ou, pelo menos, aprimoraram a forma como
vinham trabalhando. A integração vem ganhando
força em várias regiões,
principalmente em Umuarama e municípios próxi-
mos. Aliás, desde meados
da década de 1990 que o
sistema integração lavourapecuária é desenvolvido
em terras paranaenses,
conduzido sob a orientação
técnica do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
Pá g . 2 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - M a rç o 2 0 1 3
iLPF
Braquiária é a base
O sucesso da integração no Paraná, a exemplo do que
ocorre em Goiás e outros Estados, reside em uma solução simples, que se resume apenas em atender aos anseios da própria natureza. A introdução do capim
braquiária como base da integração, à princípio, assustou alguns produtores. Mas esse capim de origem africana se adaptou tão bem na função que lhe foi confiada,
que chegou a surpreender os próprios pesquisadores
pelos resultados obtidos. Plantado no início do outono,
ele viceja e produz grande quantidade de massa verde
para alimentar o rebanho no inverno, suportando o frio
mais intenso. Na primavera, às vésperas da semeadura
da safra de verão, o capim é dessecado para servir de
palha que vai formar um “cobertor” para proteção do
solo contra a alta temperatura no verão. Mantendo o
A Rede de Fomento
Criada em abril de 2012, a Rede de Fomento à iLFP
é fruto de um acordo de cooperação celebrado entre
a Embrapa, a Cocamar, as empresas John Deere e
Syngenta Seeds e a Fundação Eliseu Alves. O objetivo é apoiar e difundir o sistema no Brasil.
“A Rede é um laboratório importante para nós, para
avaliarmos como buscar uma interação mais efetiva
com o setor privado, a fim de que inovações geradas
pela pesquisa agropecuária cheguem mais cedo ao
usuário final”, comenta o presidente da Embrapa,
Maurício Lopes. Na visão de Leandro Conte, diretor
de Assuntos Corporativos da Syngenta do Brasil, há
uma experiência de sucesso com pecuaristas utilizando tecnologias de iLPF: “estamos animados e dispostos a colaborar e a aprender. Acreditamos na
parceria público-privada representada nesta Rede”.
Para o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, a iLPF
é a alternativa mais promissora para o agronegócio
brasileiro. “O maior problema, no entanto, é o convencimento do pecuarista brasileiro. Essa necessidade de mudança de comportamento talvez seja o
nosso maior desafio”, salientou.
“O maior problema é o
convencimento do pecuarista
brasileiro. Essa necessidade
de mudança de comportamento
talvez seja o nosso maior desafio”
LUIZ LOURENÇO, presidente da Cocamar
solo úmido e fresco por mais tempo após a chuva, a braquiária contribui para o desenvolvimento da lavoura,
minimizando o impacto de estiagens de curta duração.
A braquiária tem outras vantagens, que foram percebidas ao longo dos anos: entre elas, o controle do
processo erosivo, a inibição do desenvolvimento de
ervas daninhas e a gradativa da recuperação da fertilidade do solo.
A aplicação da iLPF, segundo explica o engenheiro
agrônomo Rafael Franciscatti dos Reis, coordenador técnico de integração lavoura, pecuária e floresta da Cocamar, demanda tecnologia adequada com a devida
orientação técnica.
Propriedade em
Ipameri (GO) é
referência em
integração no País
M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 2 3
DADOS DA FAZENDA SANTA BRÍGIDA
A Fazenda faz consórcio triplo de milho, braquiária
e leguminosa durante o inverno. Isto contribui para a
diversidade biológica e alta fixação de Nitrogênio (N),
proporcionando forragem com alto valor protéico
Pá g . 2 4 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - M a rç o 2 0 1 3
iLPF
Em Cidade Gaúcha e região,
produtores estão empolgados
Cidade Gaúcha I Cleber
França – Cerca de oitenta
agropecuaristas de Cidade
Gaúcha e municípios vizinhos, no noroeste do Estado,
participaram no final de fevereiro de um dia de campo
promovido pela Cocamar sobre integração lavoura, pecuária e floresta na propriedade do cooperado João Luiz
Ehlers, de 73 anos. Além de
palestras e demonstrações
“in loco”, os participantes puderam constatar a boa produtividade obtida pela lavoura de soja, de 138,2 sacas
por alqueire, que foi surpresa para vários deles.
O produtor João Ehlers conta que decidiu apostar na
proposta da integração feita
pela Cocamar e destinou 10.8
alqueires dos 120 que possui
para começar o sistema, que
consiste de plantar capim
braquiária mexendo o mínimo possível no solo, soltar o
gado para pastejar durante o
inverno e, na sequência, dessecar o capim e plantar a
soja. "A soja surgiu como
uma alternativa de produção, além de ajudar a elimi-
nar ou reduzir um problema
comum no inverno aqui na
região: a falta de alimento
para o gado. Meus animais
nunca morreram de fome,
mas quando chega a época
mais fria do ano eles não
ganhavam peso, pelo contrário, perdiam”, revelou.
NÚMEROS - Outra vantagem da braquiária que João
Ehlers disse ter gostado
muito é o controle da erosão.
Sobre a soja, ele utilizou sementes selecionadas de ciclo
indeterminado (16 plantas
por metro linear – variedade
Potência), 700 quilos de adubo por alqueire, além do controle de pragas e doenças
conforme orientação técnica
da Cocamar. O investimento
por alqueire foi de R$ 3.452,
valor inteiramente segurado.
Conforme estimativa da
área técnica da Cocamar, como a produção superou as
130 sacas por alqueire o lucro real do produtor foi de
aproximadamente R$ 34
mil, média R$ 3.100 por alqueire. “Planto braquiária para alimentar o gado e com a
“Planto braquiária para
alimentar o gado e com a palha
do capim ainda produzo soja”
palha do capim ainda produzo soja”, comemora Ehlers.
A soja não é novidade para
ele. Na década de 70, precisamente no ano de 1976, foi
feita uma tentativa de produzir o grão, mas a baixa produtividade, motivada por
inexistência de tecnologia
apropriada no momento, o
desmotivou a continuar.
AUMENTAR - Diante dos
bons resultados, João Ehlers
pretende aumentar a área
destinada à braquiária e consequentemente à soja. “Com
o apoio da cooperativa e a
ajuda do meu filho a ideia é,
aos poucos, conhecer bem a
integração, que tem sido
muito vantajosa”, completa.
Convencido pela Cocamar, João Luiz Ehlers decidiu
apostar na integração lavoura, pecuária e floresta
e disse ter ficado satisfeito com o resultado do
primeiro ano, tanto que pretende ampliar
R$ 3.452
foi o investimento por alqueire.
138,2
sacas por alqueire,
a média de produtividade.
R$ 3.100
Foi quanto o produtor João Ehlers
lucrou por alqueire
M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 2 5
Faltou chuva, mas deu certo “É um sistema cíclico”
Pela primeira vez o produtor Cassiano Silvestre
Pereira, de 32 anos, investiu em agricultura. Ele destinou 10% dos 100 alqueires que possui em Cidade
Gaúcha para iniciar a integração lavoura, pecuária
e floresta. A área dele sofreu um pouco mais com a
falta de chuvas no início do desenvolvimento da lavoura, mas a média não foi tão ruim: ficou em 90
sacas por alqueire. Pereira conta que usou sementes
selecionadas, aplicou 750 quilos de adubo por alqueire e mais 300 quilos de cobertura, além de ficar
bem atento ao controle de pragas e doenças, principalmente as fúngicas. “O meu objetivo maior é ter
pasto no inverno. Colhi a soja, agora o pasto está
sendo formado”, comenta o produtor, afirmando que
o confinamento ficou inviável em razão dos alto
custo, estimado em R$ 100 por boi ao mês.
Cassiano Pereira:
objetivo é ter pasto
no inverno
Ademir Ferrarini:
se convenceu no
Fórum da Abag
EMPRESTAR MÁQUINAS - O médico e pecuarista
Ademir Ferrarini, também de Cidade Gaucha, também investiu na integração. De seus 86 alqueires,
18 receberam o sistema. “A primeira vez que ouvi
falar nisso foi no Fórum da Abag em Maringá. A
explicação foi tão boa que decidi adotar”, disse Ferrarini. Sua lavoura de soja alcançou média de 100
sacas por alqueire. Por ser o primeiro ano, a maior
dificuldade que teve foi arrumar as máquinas destinadas ao plantio, a pulverização e a colheita. “A
gente saiu emprestando dos vizinhos e no fim tudo
deu certo”.
“Estamos testemunhando
uma revolução no sistema
de produção do noroeste do
Estado”. Com essas palavras o zootecnista da Emater, João Batista Barbi, iniciou sua palestra sobre a integração. “É um sistema cíclico. Por dois anos o pecuarista planta soja sobre a
braquiária dessecada e nos
próximos três utiliza apenas
a pastagem”, explicou.
Outra recomendação está
relacionada à idade dos animais que vão pastejar nas
áreas da integração. Devem
ser animais novos, com peso entre 250 e 300 quilos.
“O boi mantido nesse sistema é abatido um ano
antes, sem contar que um
alqueire suporta quase 10
Barbi e Tormena: potencial para o desenvolvimento
da integração é grande na região noroeste
animais, volume bem superior se comparado com pastagens normais”, comparou
Barbi. O esterco deixado
pelos animais é outra vantagem.
O gerente de produção da
Cocamar, Luiz Américo Tormena, que responde pelas
unidades de Tapira e Douradina, ressalta que o potencial de expansão do sistema
na região é grande. São 60
mil hectares de pastagens,
em grande parte degradadas, que poderiam ser aproveitadas. A área com agricultura é de apenas 1,3 mil
hectares.
Jornal de Serviço Cocamar
M a rç o 2013 - Pág. 26
especial
Em Cambé, produtor recolhe
embalagens há 4 décadas
Sempre atento aos cuidados com a preservação
ambiental, Waldemiro Kopp chegou a manter
dois barracões repletos de embalagens vazias.
Recolhimento obrigatório no Brasil teve início
apenas em 2002
Cambé I Marly Aires - Muito
antes de se começar a discutir o assunto ou buscar soluções para as embalagens
vazias de defensivos agrícolas, que teve início em 2002,
o cooperado Waldemiro
Kopp, de Cambé, já fazia a
sua parte no sentido de preservar o meio ambiente – e
de forma voluntária, sem
nenhuma exigência da legislação, como acontece hoje.
Ele se recorda que na época
o costume de muitos era enterrar. Outros se livraram
das embalagens jogando-as
em matas, campos, acostamentos de rodovias e até
mesmo em rios. E havia tam-
bém quem ateava fogo.
O produtor, entretanto,
tinha o hábito de lavar cada
embalagem e armazenar cuidadosamente em seus barracões. Ele chegou a manter
dois deles repletos por vários
anos. “Teve gente que quis
comprar os frascos de plásticos. Eu podia ganhar dinheiro e me livrar do problema, mas não vendi nada
por medo de fazerem mau
uso”, afirma.
Quando o recolhimento
obrigatório das embalagens
começou por meio do Inpev
(Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Va-
Brasil é modelo
Atualmente, 94% das embalagens plásticas
primárias (aquelas que entram em contato
direto com o produto) são devolvidas pelos
agricultores brasileiros nas mais de 400
unidades de recebimento presentes em 25
estados e no Distrito Federal. Índices como
esses colocam o Brasil na posição de referência mundial no assunto, ao destinar percentualmente mais embalagens plásticas do
que os países que possuem sistemas semelhantes.
zias) e da Anpara (Associação Norte Paranaense dos
Revendedores de Agroquímicos), Waldemiro foi um
dos primeiros a entregar,
surpreendendo a todos com
a quantidade, que lotava três
caminhões. “Acho que fui um
dos poucos a fazer isso no
Brasil por muito tempo. Pen-
sava: um dia alguém vai recolher e reciclar essas embalagens”, comenta.
Entre 2011 e 2012, ele recebeu vários prêmios como reconhecimento por seu compromisso com a preservação
do meio ambiente. Foi Destaque Campo Limpo em home-
Kopp: consciência
ambiental que passou
de pai para filho
nagens feitas pela Anpara e
Inpev e recebeu título semelhante do município de
Cambé.
“Resisti antes de usar herbicida”
Atualmente Waldemiro
Kopp cultiva 200 alqueires
entre área própria, dos três
filhos, e arrendada, colhendo em média até 150
sacas de soja por alqueire.
Ele se recorda que o seu primeiro cultivo de soja na região foi em 1966, numa área
arrendada. Dois anos depois, comprou uma propriedade em Cambé. Mas na
mesma terra fértil que produzia soja em abundância,
vicejavam também muitas
plantas daninhas.
Em vez de lançar mão de
herbicidas, Waldemiro tinha
na “carpideira” uma velha
aliada. “Resisti muito para
começar a usar o herbicida”,
conta. Mesmo após iniciar
o plantio direto, em 1973,
ainda usou a carpideira por
um tempo e dessecava para
plantar a soja. Os filhos iam
atrás do trator guiando a
carpideira para acertar a entrelinha da soja. “Outros produtores passaram herbicida
protegendo a soja com uma
chapa de fibra de vidro acoplada”, conta.
Essa consciência ambiental
ele aprendeu com o pai, de
origem austríaca, que veio
para o Paraná em 1923. “Ele
sempre preservou e ensinou
a fazer a coisa certa”, finaliza
M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 2 7
Município produz grãos, café e laranja
A unidade da Cocamar em
Cambé atua em uma ampla
área, com 22 mil hectares de
soja, cuja produtividade média é de 3 mil quilos por hectare ou 120 sacas por alqueire, segundo informa o gerente Adilson Esteves Jardim
Nocchi. Ali se cultiva também
milho e trigo no inverno, há
700 hectares de café e 400 de
pomares de laranja.
Os 17 colaboradores da cooperativa se distribuem entre o entreposto de atendimento, a loja agropecuária
(a estrutura readequada foi
entregue em julho de 2012)
e três pontos de recebimento:
o armazém graneleiro, com
capacidade para 54 mil toneladas, o silo (21 mil tonela-
A bem servida
unidade da
Cocamar
das) e o transbordo no chamado Quilômetro 12.
HISTÓRIA - Denominado inicialmente Nova Dantzig,
Cambé recebeu a primeira
leva de migrantes em 1932.
O nome foi trocado na década de 1940, por imposição
do governo federal, em
razão de conflitos com o governo alemão na Segunda
Guerra Mundial. Com mais
de 98 mil habitantes, o município tem sua economia
fortemente baseada na agricultura além de um rico parque industrial onde se
destacam agroindústrias e
indústrias químicas.
No Quilômetro 12, nova estrutura traz comodidade
A Cocamar passou a contar
desde o dia 15 de março com
uma estrutura de recebimento de grãos na Rodovia
Jacídio Corrêa (PR-536) no
Quilômetro 12. Está localizada em um entrocamento
onde existem 5 acessos de
estradas. No local foram
construídos dois silos-pulmão com capacidade para 15
mil toneladas e três moegas
para 450 toneladas.
Segundo o gerente Adilson
Jardim Nocchi, o investimento da cooperativa foi
muito elogiado pelos cooperados, que passam a ter
mais facilidade de entrega
da produção.
Disparo Gomes, Juliano
Disparo Gomes, Geraldo
Gomes, Alexandre Parra
Gomes, Antonio Aparecido
Zabini, Osvaldo de Santa,
Aparecido Jorge Maricato,
Valdemir Antonio Scramin,
Sebastião Carlos Di Pietro,
No dia 15 de março, os Luiz Carlos Massacani,
primeiros carregamentos Jose Panhan, Natal Marde soja foram levados à co- ques de Jesus, Odete Panoperativa pelos produtores choni Gouveia Brazão e
Milton Di Pietro, Renato Everton Luiz Pizaia.
Localidade situada em região estratégica evita que produtores
façam grandes deslocamentos. No detalhe, um dos primeiros
caminhões na entrega de soja, no último dia 15
Pá g . 2 8 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - M a rç o 2 0 1 3
família do Campo
Os Ferrareto e sua bela história
Eles vieram do interior de São Paulo para o Paraná em 1935, enfrentando
sertão fechado e todas as dificuldades no povoado de Cornélio Procópio
João e Alzira com
filhos e netos
Sertaneja I Marly Aires Em 1935, após uma longa
viagem, o trem finalmente
chegou ao destino: Cornélio
Procópio. Curioso, quando
João Demetre Ferrareto espiou pela janela, tudo o que
enxergou foi mato. Foi a
visão marcante e assustadora do lugar onde a família, vinda de Birigui (SP),
iria viver por duas décadas.
Com quatro anos, João era
o caçula de oito irmãos, filhos do casal João e Páscoa.
Ele se recorda que no povoado, onde se estabeleceram
inicialmente, só havia oito
ou nove casas cercadas da
intensa vegetação. “Ainda
estavam abrindo as estradas de acesso”, conta.
Eles moraram por seis
meses no povoado e só se
mudaram dali para os 12 alqueires que haviam comprado após a mata ter sido
derrubada e erguida uma
casa. João conta que, em
pouco tempo, a grande floresta veio abaixo nos arredores de Cornélio Procópio,
dando lugar a uma “floresta
de café”. A família permane-
A terra podia ser ruim para
café, mas para soja “é o que
há”. Em 1972 a família descobriu a vocação da terra de
Sertaneja, iniciando o cultivo
de soja. Daí, compraram uma
plantadeira de quatro linhas
e um pequeno trator. Para
viabilizar a colheita, em
acordo com alguns vizinhos
que também haviam plantado, eles arranjaram uma
máquina alugada.
ceu naquele sítio até 1953,
quando vendeu e se mudou
para outro lugar que oferecia melhores possibilidades:
o município de Sertaneja, na
divisa com o Estado de São
Paulo.
Casado com Alzira, João
teve cinco filhos que lhes
deram 10 netos. Dos dois filhos homens, Paulo Sérgio
foi quem optou por continuar sendo agricultor. Atualmente cultivam 35 alqueires com soja e milho.
A porcada no mato
As terras que hoje formam o município de Sertaneja pertenciam a Cornélio Procópio e foram adquiridas e loteadas pela Cia Agrícola Barbosa entre
1940 e 1945. Neste período, era comum “dar de topa”
com os “safristas” de porco que se embrenhavam
nas matas, abriam clareiras, plantavam milho e soltavam os porcos para “pastar”. Quando pronta para
abate, a porcada era tocada de volta pelas trilhas até
as cidades próximas para venda dos animais. Com
a peste suína, a prática teve fim.
Foi nesta época, em 1944, que os Ferrareto compraram os 35 alqueires onde ainda moram.
Ruim para café, boa para soja
Em Cornélio Procópio os Ferrareto colheram muito café.
Mas após quase 20 anos e
muitas colheitas, o cafezal “já
estava fracassando” quando
venderam a propriedade e se
estabeleceram em Sertaneja.
Não demoraram muito
para descobrir que ali não
era ter-ra para café, por
causa das geadas. Além
disso, apareceu a broca, que
ficou fora de controle.
Então, na década de 1960
as pastagens para gado de
corte avançaram sobre os
cafezais.
A dita cuja da máquina, no
entanto, era morosa demais.
Demorava duas semanas para colher dois alqueires e toda a produção tinha que ser
ensacada”, recorda-se João.
De 60 a 70 sacas por alqueire
colhidas inicialmente, a família saltou para uma produção
de 130 sacas por alqueire em
média. Toda produção ia para
São Paulo. Também lidavam
com amendoim, mamona, girassol, feijão e outros grãos.
O casal na antiga casa
com os filhos ainda pequenos
e (abaixo) João, quando o café
foi substituído pelo gado
Tinha que rezar para
não chover no dia do
casamento ou do enterro
M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 2 9
Como as estradas ficavam intransitáveis em dias de
chuva, ir a pé a cidade era melhor do que atolar com o
carroção. Por isso, as famílias tinham que rezar para
não chover no dia do casamento ou para ninguém morrer em dia de chuva.
“A gente punha a melhor roupa, dobrava a calça e com
os sapatos nas mãos ia para a igreja. Até os noivos iam
descalços para o casamento. Chegando na cidade, era
O carroção de roda dura era o meio de transporte da só lavar os pés e colocar o sapato limpo”, recorda-se o
família. A produção, a mudança, tudo era transportado bem humorado João. Mas a coisa pior, para ele, era pronos carroções, já que não havia caminhões. O automóvel videnciar “enxoval” para defunto em dia de chuva. O
João só conheceu aos 15 anos, quando chegou o pri- caixão, feito com madeira do próprio sítio, precisava ser
meiro “pé de bode” na cidade. “Fez o maior sucesso”, levado a pé para a cidade, há cinco quilômetros. “Todo
mundo tinha que se revezar na alça do caixão”.
conta.
“Sertão do Paranapanema”
Os pais de Alzira (esposa de João), José Cleante e Amelide,
chegaram em 1948 a Sertaneja, ou “Sertão do Paranapanema”, como foi chamado inicialmente o município, vindos
de Novo Horizonte (SP). Cruzaram o Paranapanema de
balsa. Mas como estava chovendo muito, a mudança teve
que ficar na outra margem por dois dias, esperando o rio
baixar.
Com barro até o tornozelo, eles se recordam que percorreram a pé os oito quilômetros de trilhas da margem do rio
até o sítio de alguns parentes, levando cerca de duas horas.
Os 10 alqueires comprados pela família Cleante já tinham
café plantado.
A fuga do seminário
João por pouco não se tornou padre. Quatro de suas
irmãs se tornaram freiras e o sonho de sua mãe era
que um dos homens fosse para o seminário. Quando
ele tinha nove anos, os pais o mandaram para um que
havia no interior de São Paulo. Inconformado, pois se
achava sem vocação para o ofício, deu um jeito de cair
fora. Pegando carona, retornou ao sítio dos pais.
“Acabei levando uma surra mas não voltei para o
seminário”, diz. Sua vida, então, era cuidar da roça,
andar a cavalo, caçar, pescar, correr livre pelo
campo e pelo mato. “Não dava para ser padre não”
– acrescentar.
Na propriedade da família também foram construídas
uma venda, escola, igreja e campo de futebol da comunidade. E como não havia professora, tendo estudado apenas
até a quarta série, Alzira é que se tornou a mestra, ensinando o pouco que sabia às crianças.
Eram todas pequenas propriedades com duas a três famílias morando em cada uma. “Na Água do Horácio havia
mais de 200 famílias e atualmente mal chega a cinco”, comenta Alzira.
No comecinho,
a colhedeira
demorava uma
semana inteira
para colher um
único alqueire
e a produção
ainda precisava
ser ensacada
Na primeira foto,
os pais, João e Páscoa
com parte da família.
Ao lado, Alzira nos
tempos que dava aula
e abaixo o casal um
dos poucos que
permanecem na
Água do Horácio
Jornal de Serviço Cocamar
"Os sábios não dizem o que sabem,
os tolos não sabem o que dizem"
M a rç o 2013 - Pág. 30
almanaque
ABACAXI
Além de fruto delicioso,
o abacaxi possui
propriedades terapêuticas.
Ajuda na digestão, no
emagrecimento, a
dissolver coágulos
sanguíneos, a reduzir
inflamações, a acelerar
a cicatrização de tecidos.
Previne a osteoporose e
as fraturas ósseas.
Contra artrite, ácido
úrico. Você sabia?
ENROLA-LÍNGUA
Diga depressa:
Fia, fio a fio,
fino fio, frio a frio
(foi difícil até de ler?)
O QUE É?
“ATÉ NA ORÊIA”
(Em linguagem caipira,
significa: cheio demais)
DICA
Não tempere o bife com
o sal antes de fritá-lo, pois
o sal desidrata a carne
fazendo-a perder suas
propriedades nutritivas.
(Provérbio oriental)
Um ano positivo
A família Tadim é pioneira em Paraíso do Norte, onde
vive desde 1968, embora tenha chegado ao Paraná bem
antes, em 1953. Neste ano, o produtor Itamar Dumont
Tadim decidiu reunir os familiares e amigos para celebrar
o resultado da safra de verão 2012/13.
Com o apoio da esposa Fátima, ele cultiva 29 alqueires
de soja e milho e, como bom cooperado, faz questão de
dizer que segue todas as recomendações técnicas da Cocamar. Ao término da colheita, obteve a média de 138
receita
sacas por alqueire, quantidade que considerou muito boa
em razão das dificuldades enfrentadas com o clima. “Cheguei a temer o pior, como na safra passada, quando a seca
castigou bastante”. Felizmente, as chuvas voltaram com
boa intensidade, trazendo alívio.
Na foto, o produtor com a esposa Fátima, as filhas Leila,
Ana e Simone, os genros Marcelo Cripa, Claudemir Toledo
e Cresley Gauze e os netos Leonardo, Pedro, André Luis
e Ana Carla.
Tem homem na cozinha
Osmar Nalin, cooperado em
Atalaia, ensina a preparar “torta
para toda hora”
Quebrando um pouco a tradição desta coluna, em que apenas mulheres têm ensinado
receitas, chegou a vez de um representante do sexo masculino.
E, se depender do cooperado
Osmar Nalin, de Atalaia, seu
prato não fica devendo em nada
ao que existe de mais gostoso
em matéria de tortas salgadas.
Quando está sem muito tempo
para cozinhar, é a essa receita
que ele recorre. Prática, simples
e irresistível, assim como suas
feijoadas e galinhadas, bastante
populares entre parentes e amigos. A família de Osmar cultiva
cerca de 100 alqueires com culturas de grãos.
INGREDIENTES
Para a massa:
• 4 ovos
• 250 ml de óleo Cocamar
• 300 ml de leite
• 2 ½ xícara de farinha de trigo
• 1 colher de fermento em pó
• 1 pacote de queijo ralado
• 1 pitada de sal
PREPARO
Bata todos os ingredientes da
massa em uma batedeira de
bolo. Coloque, em seguida, metade da massa em uma assa-
deira untada com óleo. Espalhe
o recheio e cubra com o restante da massa. Leve ao forno
quente por 30 a 40 minutos. Experimente e depois diga o que
achou.
Para o recheio:
• 150 gramas de mussarela ralada
• 150 gramas de presunto ralado
• 2 tomates ralados
• 2 cebolas raladas
• 1 lata de ervilha e milho verde
• Sal, cebolinha, salsinha,
pimenta e orégano a gosto
Osmar: um prato simples, fácil de preparar e muito saboroso
M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 3 1
safra
Para alguns, São Pedro
foi bem camarada...
No geral, a produtividade das lavouras
de soja na região noroeste foi prejudicada
pelo clima mais seco do início do ciclo e
as quebras variam de uma propriedade
para outra. Mas há exceções, caso do
produtor Alex Lavaria, de Apucarana,
que colheu 200 sacas por alqueire
deve ao grande volume de
palha deixada pela aveia no
inverno. “Certamente por
estar bem nutrida, a soja resistiu bem ao clima seco”,
afirma.
Este ano, entretanto, foi
muito mais do que ele esperava. Ao final da colheita,
contabilizou a média de 200
sacas por alqueire. Para LaApucarana I Marly Aires – apenas quatro anos.
varia,
não existe segredo
As médias de produtividade
Na safra 2011/12, quando algum: além da terra ser nade soja no sítio de 10 alqueires do produtor Alex Lava- a estiagem castigou a re- turalmente fértil e bem esria, em Apucarana (PR), têm gião, fazendo com que vizin- truturada, ele diz seguir
ficado historicamente entre hos colhessem de 50 a 90 todas as recomendações téc140 e 150 sacas por alqueire. sacas de soja por alqueire, nicas da equipe da Cocamar,
Para quem sempre lidou ele conseguiu 140 sacas em inclusive rotacionando soja
com café e gado de leite, ele dois alqueires e meio que com milho no verão e aveia
ainda pode ser considerado possui e em cinco que e milho safrinha no inum iniciante na cultura, a arrendava. O agricultor verno, mantendo o solo desqual começou a cultivar há acredita que o resultado se compactado e com cober-
Para quem acha que adotar
o manejo fica caro, Lavaria
mostra que o resultado é altamente compensador. Ele investiu R$ 3.347,00 por alqueire, considerando todas as
operações até a colheita. Com
a produção que conseguiu,
Para o pr odutor Alex
Lavar ia, de Apucarana,
não existe segredo:
“basta investir”
tura. A produtividade de milho tem sido de 420 sacas
no verão e 250 sacas no inverno, refletindo também o
êxito do manejo adotado.
DIFERENCIADO - O engenheiro agrônomo Uemerson
Manzotte, que acompanha a
propriedade, relata que este
ano o produtor fez uma adubação diferenciada na soja
com 700 quilos por alqueire
da formulação recomendada
pela Cocamar (06-24-12) que
contém nitrogênio na base
para auxiliar no arranque
inicial da cultura, até que a
planta inicie a fixação natural do nutriente. Ele fez também inoculação da semente
e tratamento da mesma com
fungicida e inseticida.
Vale a pena investir
descontando tudo, o lucro líquido foi de R$ 7.800,00 por
alqueire, comercializando a
saca de soja a R$ 55,00.
tores da região - que produziram em média 140 sacas
por alqueire -, o investimento médio de produção de um
alqueire de soja, até a colFazendo um comparativo, heita, foi de R$ 2.700,00.
a tecnologia média adotada Com isso, o lucro médio
por grande parte dos produ- chegou a R$ 4.750,00 por
alqueire.
“GOZAÇÃO” - Alex Lavaria
certamente não foi o único
na região da Cocamar a ultrapassar a média de 200
sacas por alqueire. Perto de
Maringá, um produtor que
R$ 7.800
foi o lucro líquido
por alqueire, com
a saca de soja
vendida a R$ 55,00
Além dos demais tratos e
cuidados necessários, foram
ainda três aplicações de fungicidas e três de adubação
foliar: uma de cálcio e boro
no florescimento para segurar a carga e duas a base de
potássio para reforçar o enchimento de grãos. A variedade escolhida foi a VTop.
prefere não se identificar,
teria colhido 215 sacas por
alqueire em um lote de sua
propriedade, mas ele desconversa, temendo passar por
mentiroso. “Se isso sair no
jornal, o pessoal vai ficar de
gozação”, justifica.
Pá g . 3 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - M a rç o 2 0 1 3
citros
Cuidados com o pomar garantem
boa florada e produção
Produtor não pode vacilar em relação ao
controle de pragas, nutrição do solo e
manejos culturais
Maringá I Marly Aires - Investir uma boa florada para
que o pomar consiga reter a
maior quantidade possível
de frutos, inclui uma série
de cuidados fitossanitários,
nutricionais e tratos culturais que o produtor deve
executar entre o final do
verão e o início do outono.
As recomendações são feitas
pelo engenheiro agrônomo
Sérgio Lemos, que atua na
região de Paranavaí (PR).
Dentre os cuidados fitossanitários, o produtor deve
ficar atento às inspeções de
pragas, que precisam ser feitas a cada 15 dias. Com a
chegada de temperaturas
mais baixas, as condições
climáticas se tornam desfavoráveis ao aparecimento de
insetos, entre os quais o psilídeo, cigarrinhas, ácaros e
outros, além de inibir doenças como o cancro. O produtor, entretanto, não pode
descuidar, atentando ainda
para os índices de ocorrência, principalmente de ácaro
da ferrugem e ácaro da leprose.
GREENING E CLIMA - Sérgio Lemos destaca que o período atual é o mais indicado
para se fazer as inspeções de
greening. “Os sintomas,
como folhas mosqueadas e
frutos tortos, são mais visíveis nessa época do ano”,
afirma.
Por outro lado o clima, que
tende a ser mais seco, vai
demandar alguns tratos cul-
Amostra de solo
turais para manter o pomar
em boas condições de produtividade. Para evitar a competição, plantas daninhas
devem ser eliminadas, fazendo-se o controle químico
com herbicida na entrelinha
e o controle mecânico com
roçadeira no meio da rua. No
caso de produtores com po-
mares que tenham menos de
um ano, o agrônomo recomenda aguar pelo menos
uma vez por semana, em
caso de uma estiagem muito
prolongada. “Isso vai ajudar
o desenvolvimento das
mudas, evitando comprometer a qualidade dos novos
pomares”, diz.
Neste período o produtor
deve também fazer amostragens de solo e de folha, buscando orientação de seu
agrônomo para a aplicação de
calcário e gesso nas quantidades necessárias. O uso adequado dos dois corretivos
favorece a absorção de outros
nutrientes essenciais à planta, como fósforo e boro, que
serão aplicados no decorrer
dos meses.
(fósforo e boro) a aplicação
precisa ser via solo, seguindo
todas as recomendações da
equipe técnica da Cocamar. O
potencial de absorção da
planta pelas raízes é mais eficiente. “O uso de doses erradas, principalmente do boro,
pode causar deficiência, tanto
em pequenas quantidades
quanto em doses excessivas”,
orienta Sérgio.
Amostragens de solo e folha
No caso destes nutrientes
• Fazer 50 a 60 dias após a última adubação, calagem e adubação orgânica.
• Percorrrer a área em zig-zag.
• Coletar no mínimo 15 pontos com o trado na profundidade de 0-20 cm.
• Fazer uma amostra única com solo da região adubada e de 50 cm para fora da saia.
• Usar ferramentas limpas e baldes que nunca foram usados com fertilizantes.
• Misturar bem as amostras simples para formar a composta.
• Preencher as informações no saquinho de coleta.
• Encaminhar a amostra para o laboratório de confiança.
Amostra de folhas
• Fazer 10 dias após a última pulverização.
• Usar talhões com mais de quatro anos, os mesmos da amostra de solo.
• Amostras de 25 plantas aleatórias.
• Coletar a terceira folha após o fruto (na altura do rosto).
• Folha deve ser sadia sem nenhum ferimento.
• Preencher as informações no saquinho de coleta.
• Encaminhar a amostra para o laboratório de confiança no mesmo dia da coleta. Caso
não consiga, guardar as folhas na geladeira dentro dos sacos de papel por até dois dias.
“Os sintomas,
como folhas
mosqueadas e
frutos tortos, são
mais visíveis
nessa época
do ano”
SÉRGIO LEMOS,
engenheiro agrônomo
da Cocamar que atua
na região de Paranavaí,
falando que o período
atual é o mais indicado
para as inspeções do
greening

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