Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço

Transcrição

Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço
Pá g . 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - No v e m b ro 2 0 1 2
logística
‘BOA NOTÍCIA’
investimentos
Cocamar vai aplicar
de R$ 50 milhões em
estruturas na região norte
Londrina I Rogério Recco - Durante jantar que reuniu produtores rurais e lideranças no último dia 6 na Casa do Criador
em Londrina, o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, anunciou investimentos para o curto prazo da ordem de R$ 50
milhões no município e região. Entre os convidados estava o
prefeito eleito de Londrina, Alexandre Kireeff, o presidente
da Sociedade Rural do Paraná, Moacir Sgarioni, e o presidente do Sindicato Rural de Londrina, Narciso Pissinati.
De acordo com Lourenço, a Cocamar vai investir na construção de estruturas de recebimento de grãos, lojas de atendimento, reformas de unidades já existentes e na instalação
de uma rede de postos de combustíveis.
GRÃOS - Ele citou que em setembro último a cooperativa entregou aos produtores um novo espaço de atendimento em
Londrina, na Avenida Tiradentes, após fazer o mesmo anteriormente em Cambé, Rolândia e Jaguapitã. Até o final do ano,
fica pronta, também, uma unidade em Carlópolis. Lourenço
informou que, entre os novos investimentos, vão ser erguidas
estruturas de recebimento de grãos na BR 369, entre Ara-
pongas e Apucarana, em Ibiporã e no Quilômetro 12 em
Cambé. “Já construímos estruturas de transbordo de grãos no
distrito de Warta e no município de Primeiro de Maio”, acrescentou o presidente, lembrando também que, recentemente,
foram adquiridos armazéns da antiga Lorenz, em Apucarana,
na BR-376.
POSTOS - “Nós viemos para ficar”, afirmou Lourenço, informando ainda que entrou em funcionamento em Rolândia o
primeiro de uma rede de postos de combustíveis operados
pela cooperativa, com a bandeira Ipiranga, para atendimento
aos produtores e ao público em geral. Em seguida, foi aberto
o de Tamarana, no dia 28, mas outros já estão programados,
para breve, em Londrina, Santa Cecília do Pavão, São Jerônimo da Serra e São Sebastião da Amoreira.
O prefeito eleito Alexandre Kireeff afirmou que
a disposição da Cocamar
de investir em Londrina
e região “é uma boa notícia” e que está aberto a
fazer parcerias com a cooperativa “voltadas ao
desenvolvimento do município”. Disse ainda que
a Cocamar vai ter todo o
apoio do poder público
caso decida implantar
indústrias na cidade.
Na foto de cima, o
evento na Casa do
Criador em Londrina.
Na de baixo, de pé,
da direita para a
esquerda: Luiz Lourenço,
Fernando Prochet,
Moacir Sgarioni e
José Luiz Vicente
da Silva; sentados:
Luiz Meneghel,
Alexandre Kireeff e
Narciso Pissinati.
Pá g . 4 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - No v e m b ro 2 0 1 2
registro
CASSIANO SAI DE CENA
Agrônomo, ele assumiu a presidência da
Cocamar com a idade de 28 anos, em 1965,
quando a cooperativa enfrentava grandes
dificuldades. Seis anos mais tarde, ao deixar
o cargo em busca de novos desafios, a
organização estava fortalecida, recuperada
e nos trilhos do crescimento
Maringá I Rogério Recco - Aos 76 anos, depois de
uma vida repleta de participações no sistema associativista e no agronegócio do país, morreu em São
Paulo, na noite de 31 de outubro, o ex-presidente da
Cocamar, agrônomo José Cassiano Gomes dos Reis
Júnior. Ele havia sofrido uma parada cardíaca no
início do mês e, desde então internado em estado
grave, não conseguiu se recuperar.
Paulista de Jaú, onde nasceu em 1936, Cassiano
assumiu a presidência da cooperativa em 1965, aos
28 anos, indicado pelo Banco do Brasil. Ao lado do
advogado Constâncio Pereira Dias, este último na
função de diretor, sua missão era ingrata: liquidar
a entidade, desacreditada em razão de problemas e
dívidas.
OUSADIA - A opção de Cassiano e Constâncio, no
entanto, foi avançar em sentido contrário. Em vez
de fechar as portas, eles se lançaram a um ousado
projeto para salvar a Cocamar. Que só deu certo porque, com seu prestígio pessoal e uma reconhecida
capacidade de articulação, o presidente buscou
apoio junto a algumas lideranças nacionais importantes, entre elas o então presidente do Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC), José Pires de
Almeida.
ALGODÃO - Foi Pires quem colocou os dois diri-
gentes em contato com o todo poderoso ministro da
Fazenda, Roberto Campos, para uma audiência em
que obtiveram ajuda financeira emergencial. E foi
Pires também quem colocou seu pescoço a prêmio
ao liberar um empréstimo de alto risco para a cooperativa comprar uma velha máquina beneficiadora
de algodão – uma nova sairia muito caro. O algodão, a única aposta possível na época para diversificar os negócios, revelou-se uma decisão correta,
embora muito arriscada, que possibilitou a recuperação econômica da Cocamar.
Na Cocamar está tudo
penteado, tudo arrumado.
É uma cooperativa
exemplar”
JOSÉ CASSIANO GOMES DOS
REIS JÚNIOR, ao participar
de uma das últimas
Assembleias Gerais
Ordinárias da cooperativa
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 5
Na era dos g rãos
É atribuída à gestão de Cassiano, concluída em
1971, a entrada em definitivo da cooperativa no segmento de grãos – soja, trigo e milho – com a construção do primeiro armazém graneleiro de fundo em
“V” do Paraná, que começou a funcionar em 1972.
Prova de que o caminho era mesmo esse, a Cocamar
precisou construir várias outras estruturas iguais,
nos anos seguintes, em sua região, para dar conta
dos volumes de recebimento.
“Cassiano foi sempre um grande apoiador da Cocamar. Quando
necessário, ele representava a cooperativa em São Paulo.
Se o convidávamos para qualquer evento em Maringá,
ele vinha com a alegria de sempre. Gostava demais da
Cocamar e dos amigos que fez aqui”
LUIZ LOURENÇO, presidente da Cocamar
“O Cassiano não gostava de datilografar. Escrevia tudo à mão e
me passava o papel para ser datilografado. Por algum tempo,
a seu pedido, eu o ajudei na Cocamar. Fui seu aluno no curso
de economia. Ficaram muitas saudades”
Ao sair para assumir a presidência da Cibrazem
em Brasília, convidado pessoalmente pelo ministro
da Agricultura, Luiz Fernando Cirne Lima, Cassiano
deixava a Cocamar “nos trilhos”, sem dívidas, capitalizada, com o prestígio em alta e grandes perspectivas de crescimento. Ele foi sucedido no cargo pelo
seu colega, o diretor Constâncio Pereira Dias.
ADEMAR SCHIAVONE, presidente da Academia de Letras de Maringá e amigo pessoal
ATIVIDADES - Antes de assumir a Cocamar, Cas-
A ENTREVISTA - No dia 17 de maio deste ano, Cassiano concedeu uma longa
siano havia presidido a Associação Rural de Maringá
(hoje Sindicato Rural) e auxiliara o pai a cuidar de
uma fazenda de café em Presidente Castelo Branco.
Durante a presidência na cooperativa, foi professor
de economia na então Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras de Maringá (o embrião da UEM) e preposto
do líder político Ney Braga na cidade. Ao deixar o
cargo, já era reconhecido como uma respeitável liderança rural do Estado. Entre outras atribuições, de
1973 a 1975 foi secretário de Estado da Agricultura,
no governo de Emílio Gomes, além de presidente da
extinta Cocap – Cooperativa Central Agropecuária do
Paraná. Ultimamente, depois de desempenhar vários
cargos em São Paulo, respondia pela superintendência da Sociedade Rural Brasileira (SRB).
“Quando Cassiano presidiu a Cocamar, fomos lá certa ocasião pedir
patrocínio para a compra de troféus. Ele mandou comprar os melhores
mas disse que quem ia pagar a conta era ele e não a Cocamar”
ANTONIO AUGUSTO DE ASSIS, jornalista de Maringá, amigo pessoal
entrevista ao Jornal Cocamar sobre a sua passagem pela direção da cooperativa, cujo
conteúdo foi aproveitado no livro que está sendo produzido para contar a história dos
50 anos da organização. Na sequência, alguns fatos dos quais se recordou.
APOIO – Quando assumiu a presidência da Cocamar, José Cassiano saiu em busca
de alguns apoios que considerava indispensáveis. Foi bater na porta de Alfredo Nyeffler, diretor da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. A empresa, na época
grande produtora de café, decidiu associar-se e entregar suas safras na cooperativa. A
segunda parada de Cassiano foi na casa do então bispo diocesano, dom Jaime Luiz Coelho, com quem tinha muita afinidade – ambos eram correligionários do ex-governador
Ney Braga. Embora não fosse dona de propriedade rural, a Diocese possuía estoques
de café, doados por fiéis, para suas obras. Com isso, a Cocamar ficou mais forte.
CAFÉ SOLÚVEL -
“Uma grande ideia, que poderia representar a salvação da
cooperativa, era café solúvel, que usa grãos quebrados, de escolha. Ouvimos que o IBC
[Instituto Brasileiro do Café] ia autorizar. Mas faltou
apoio político por parte do governador Paulo Pimentel e
do secretário da Agricultura, Joaquim dos Santos Filho.
Eles não se empenharam. Já havia a Cacique em Londrina, mas cabia outra empresa aqui. A industria usava
equipamento alemão e o BNCC [Banco Nacional de Crédito
Cooperativo] financiava. Mas perdemos para a cidade de
Cornélio Procópio. Então, a partir daí, decidimos que era
preciso fazer política.”
A partir da esquerda, em registro dos anos 90:
Constâncio Pereira Dias, José Cassiano, Osvaldo
de Moraes Corrêa, Antonio Félix Domingues
(secretário da agricultura de São Paulo e
ex-funcionário da Cocamar), Luiz Lourenço e
Osmar Dias (secretário da agricultura do
Paraná e ex-funcionário
Jornal de Serviço Cocamar
Nov e mbro 2012 - Pág. 6
ambiente
novo código
atende 92% das propriedades
do PR mas há pontos falhos
Quem, por exemplo, tem de 5 a 8
módulos e a propriedade margeada
por um rio grande, fica prejudicado
Da Redação - O novo Código Florestal (Lei 12.727) acabou com as preocupações da grande maioria dos produtores paranaenses. Para 92% das propriedades rurais
do Estado – até 4 módulos fiscais, média de 72 hectares
– os 9 vetos que a presidente da República fez ao sancioná-lo não mudam nada.
Como é lembrado, a presidente assinou adicionalmente
o Decreto 7830/2012 que regulamenta o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa da Regularização Ambiental (PRA). Os pontos vetados e não contemplados no
decreto poderão ser tratados por meio de outros instrumentos, como atos do Ministério do Meio Ambiente.
Ficou claro também que a maioria das propriedades,
com utilização já consolidada antes de 22 de julho de
2008, continua sendo beneficiada pelas dimensões de
áreas de proteção permanente – matas ciliares, por
exemplo – já em vigor, com 5 metros de matas ciliares
em áreas com até 1 módulo fiscal, e 15 para aquelas com
até quatro módulos.
Mas e quem tem 5 módulos com a sua propriedade às
margens de um grande rio? Para o deputado federal
Reinhold Stephanes (PSD/PR), o novo Código deixa alguns pontos falhos que precisam ser equacionados.
“Não há dúvida que nesse caso, o proprietário será pre-
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 7
judicado”, avalia. Para Stephanes, a nova legislação, embora de caráter flexível, “é a mais rigorosa do mundo”.
VÁRZEA - O deputado cita também o artigo 4º, que não
considerava Área de Preservação Permanente (APP) a
várzea fora dos limites pré-estabelecidos. Com o veto da
presidente, a questão fica sem regulamentação legal definida, deixando margem para vários tipos de interpretação. “Isso abre um vácuo jurídico grave, uma vez que
o produtor não terá certeza se pode ou não plantar nas
áreas de várzea”, justifica.
LIMITADOR - Um outro ponto, segundo ele, está relacionado às médias propriedades. O texto aprovado pelo Congresso Nacional incluía emenda apresentada pelo próprio
deputado, prevendo que em propriedades de quatro a dez
módulos, o limitador para recomposição seria de até 25%
do total da área. Com o veto, o deputado entende que propriedades com cinco a oito módulos, ou seja, médias propriedades, terão sua capacidade de produção
extremamente comprometida.
“Minha sugestão é que se crie uma comissão
permanente para acompanhar os efeitos das
medidas previstas na nova legislação e,
principalmente, para analisar os custos de
implantação dessas medidas para o produtor”
1. Área de várzeas
Não é mais possível o uso das várzeas fora dos limites de proteção de matas
ciliares de 30 metros para rios de até 10 metros de largura. Agora todas as
áreas são consideradas APP. No entanto, as várzeas ocupadas até 22 de julho
de 2008 poderão ser consideradas consolidadas desde que não estejam em
áreas de risco e sejam observados critérios técnicos de conservação do solo e
da água descritos no Programa de Regularização Ambiental (PRA).
2. APP de áreas consolidadas para propriedades
maiores que 4 módulos fiscais
O Congresso Nacional tinha diminuído para 15 metros a faixa mínima de vegetação exigida ao longo das margens de rios para propriedades com tamanho
entre 4 e 15 módulos fiscais. A MP original previa que propriedades com tamanho entre 4 e 10 módulos fiscais deveriam recompor a vegetação numa
faixa de 20 metros ao longo dos cursos d’água com menos de 10 metros de largura. O decreto restabeleceu os 20 metros.
3. Uso de frutíferas em APP
A presidente vetou o artigo que permitia o uso de frutíferas para recompor
as áreas consolidadas em APP. Segundo a presidente, ao autorizar indiscriminadamente o uso isolado de frutíferas para a recomposição de APPs, indepen-
p
REINHOLD STEPHANES
IMPORTANTE S ABER
Pá g . 8 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - No v e m b ro 2 0 1 2
ambiente
dentemente do tamanho da propriedade, o dispositivo compromete a biodiversidade
das APPs, reduzindo a capacidade dessas áreas desempenharem suas funções ambientais básicas.
4. APP de 5 metros para rios
menores que 5 metros de largura.
O artigo que determinava que rios intermitentes (cujo curso tem água apenas em determinado período do ano) de até 2 metros, deveriam ter recuperação de 5 metros
para qualquer tamanho da propriedade, também foi vetado. Passa a valer a “escadinha” com as dimensões de acordo com o tamanho da propriedade.
5. Recomposição de APP e reserva legal no PRA
Foi suspenso o parágrafo sobre a implantação do Programa de Regularização Ambiental. O veto refere-se a imposição de prazo de 20 dias após a adesão do proprietário
rural ao PRA para que ele promova a regularização ambiental. Segundo a justificativa,
os prazos deverão ter uma regulamentação específica. A organização e os procedimentos para adesão ao PRA deverão ser objeto de regulamentação específica.
6. Gatilho de 25%
p
O gatilho que limitava em 25% a área a ser recomposta para propriedades maiores
que quatro módulos fiscais foi vetado. Ficam valendo as dimensões estabelecidas no
decreto.
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 9
Pá g . 1 0 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - No v e m b ro 2 0 1 2
ambiente
Para Ocepar, novo Código
desestimula a produção rural
Segundo o engenheiro
agrônomo coordenador de
meio ambiente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar),
Silvio Krinski, o texto do Código Florestal atual desestimula a produção rural. Se
permanecer sem ajustes, a
segurança alimentar estará
em risco, haverá desemprego e as pessoas deixarão
as lavouras rumo aos centros urbanos.
Ele afirma que o Brasil
tem 56% de seu território
ainda com cobertura florestal, mais elevado que a
média mundial (30%) e que
os Estados Unidos (33%) e a
China (22%), por exemplo.
Por outro lado, o país tem
a menor porção de exploração de território para a produção de alimento (31%), e
dos 270 milhões de hectares
usados para esse fim, 58
milhões são para a agricultura e 211 milhões para a pecuária.
COMO FICA? - Krinski diz
que o texto do novo Código
Florestal não asseguraria a
igualdade de tratamento
para todos os agricultores
quanto à preservação das reservas ambientais, pois um
pequeno produtor que possui uma propriedade de
pouco mais de 73 hectares
no Paraná, portanto acima
de quatro módulos fiscais,
como determina o texto em
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 11
discussão no Senado, terá
que destinar 20% de seu território para a reserva legal,
o que para ele reduz a área
agriculturável e compromete
a viabilidade e a sobrevivência da atividade.
Quem está dentro dos limites dos quatro módulos (72
hectares) não precisaria reduzir tanto a área de plantio,
na opinião de Krinski.
SUGESTÃO - “Nossa proposta é que as propriedades
com mais de quatro módulos fiscais, quando forem
fazer a recomposição da
sua reserva legal, possam
fazer somente do que exceder a esses quatro módulos”, diz.
Ele também considera que
em relação ao veto do governo sobre a questão das
várzeas (art.4º, §9º), haverá
problemas de interpretação
da legislação, necessitando
melhor esclarecimento para
que não haja conflitos legais
e prejuízos ao setor produtivo, principalmente para a
rizicultura, pois 85% do
arroz é produzido em áreas
de várzea e poderia trazer
impactos na produção deste
alimento básico à mesa da
população brasileira.
DEMANDAS - Para
Krinski, o texto que
regula as florestas
no Brasil não é o
ideal e, quando
colocado em prática, exigirá adequações em aspectos que somente serão evidenciados no dia a
dia da sua implantação. “Ao mesmo tempo,
abre a oportunidade e a
necessidade de novas discussões nos Estados, tanto para
o alinhamento da legislação
estadual com a federal,
quanto para o desafio da educação e de orientação do produtor rural em relação à
regularização das propriedades rurais”,
finaliza.
Krinski: quem está dentro dos
quatro módulos fiscais (72
hectares) não será afetado
Jornal de Serviço Cocamar
Nov e mbro 2012 - Pág. 12
lavoura-pecuária
integração
Os Ehlers planejam novos
rumos para a fazenda
O objetivo, segundo
Emerson (acima),
é custear os
investimentos da
reforma dos pastos
introduzindo o
cultivo da soja
e desenvolvendo
uma atividade
sustentável
Douradina e Ivaté I Rogério Recco - Proprietário de mil alqueires no município de Douradina, região de Umuarama, adquiridos em
1999, Carlos Alberto Ehlers, morador em Cidade Gaúcha (PR), conta que 2012 foi um
ano difícil para a atividade que mantém ali,
a pecuária.
Por causa do longo período seco no primeiro
semestre, faltou comida para alimentar as mais
de 4 mil cabeças de gado nelore, mantidas em
sistema de cria, recria e engorda. Para complicar, a situação agravou-se devido ao acúmulo
de rebanho na mesma época, o que levou a
perda de animais e ao emagrecimento de todo
o lote. Não bastasse, Carlos Alberto lembra
ainda que a cotação da carne bovina caiu mais
de 10% em um ano.
No entanto, mesmo com tantas adversidades, o produtor está otimista e cheio de planos. E confia ao filho Emerson, com a
orientação da Cocamar, a tarefa de promover
“2012 foi um
ano difícil pra
gente, com seca
e falta de pasto”
CARLOS ALBERTO
EHLERS
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 1 3
Engenheiro agrônomo, Emerson tem 40 anos e a
confiança de que, com braquiária, será possível
acomodar nesses espaços de integração a média de
6 unidades animal
Numa primeira
(UA) por hectare duetapa, cerca de 100
alqueires de pasto vão
rante o período críalqueires de pasto
tico de inverno. Com
vão ser reformados
ser reformados com
a massa verde
com o cultivo de soja
o cultivo de soja
abundante assegusemeada
inicialsemeada
inicialmente
rada pela braquiámente sobre palhada
sobre palhada de aveia
ria, a família sabe
de aveia, sendo 45
que não vai correr o
agora e os restantes
no começo de 2013 com o consórcio milho-braquiária. risco de ver o pasto acabar após uma estiagem ou
A ideia é fazer isso por dois anos mas, em vez de geada. E, segundo o agrônomo Wellison Miguel
aveia, introduzir a braquiária, aproveitando-a para pas- Mansano, da Cocamar, em vez de o rebanho ematejo do gado no inverno e para forrar o solo no verão grecer, poderá até mesmo ganhar peso naquela
seguinte. Em 2013/14, outros 120 alqueires vão ser in- época do ano.
corporados ao processo.
uma grande mudança de rota na propriedade, que
atende pelo nome de integração lavoura e pecuária.
100
Rendimento é garantido
Calculadora à mão, Mansano e o supervisor administrativo
da Cocamar em Douradina, Osvair Zanin Júnior,
fazem as contas.
1
– Nos 45 alqueires, se o produtor conseguir 100 sacas de soja por alqueire, terá 4,5 mil sacas no total. Ao preço conservador de R$ 60 a
saca, o faturamento bruto será de R$ 270 mil – média de R$ 6 mil por alqueire/ano – ou R$ 500 por alqueire/mês.
2
- Após colhida a soja e semeada a braquiária, nesses mesmos 45 alqueires a capacidade de lotação do pasto poderá ser de 6 UA por alqueire. Se ao final foi vendido cada boi com o peso de 21 arrobas, a R$ 90
por arroba, o faturamento bruto será de R$ 11,3 mil por alqueire/ano –
média de R$ 941 mensais.
3
- Somando as duas atividades, cada alqueire vai faturar cerca de R$
1.440 brutos por mês, em média. Se o ganho com a soja custear os investimentos, como se pretende, o faturamento com a pecuária vai inteiro
para o bolso no pecuarista.
1,7
unidade animal
(UA) por alqueire/ano
é a média no noroeste
do Paraná. Se o
pecuarista conseguir
terminar um boi com
21 arrobas e vender
a R$ 90 a arroba, seu
faturamento bruto será
de R$ 3,2 mil por
alqueire/ano – média
de R$ 266 mensais
Família
preparou-se
A família Ehlers tem facilidade para implementar
a integração porque já
possuía parte de máquinas, com tratores, plantadeira e colheitadeiras. Por
sua vez, Emerson lembra
que participou de vários
cursos sobre o assunto e
visitou propriedades onde
o sistema já está em andamento. “É uma boa tecnologia para recuperar a
fertilidade do solo. Se a
soja pagar todas as contas,
já será uma grande coisa”,
afirma.
Carlos Alberto, o pai de
Emerson, não torce o
nariz para a soja, como
fazem muitos pecuaristas.
Ele conta que foi pioneiro
no cultivo dessa oleaginosa, em Cidade Gaúcha,
ainda na década de 70. E,
para provar, mostra a
velha colheitadeira MF,
ano 1975, guardada como
uma relíquia na garagem
ao lado da Valtra nova em
folha. A máquina ainda
funciona normalmente.
Animado com os novos
rumos da fazenda, ele diz
que com a integração vai
ser possível tirar os bois
do confinamento para engordá-los a pasto: “Com
esse sistema, vamos ter
aqui pastagem de qualidade”.
Pá g . 1 4 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - No v e m b ro 2 0 1 2
lavoura-pecuária
Integração dos Lavagnoli
tem “chuva” garantida
Marcelo, em solo
preparado para a
semeadura de soja:
“Com irrigação, vamos
ter produtividade”.
Na página ao lado,
um equipamento
igual ao que a família
está implantando
de integração lavoura e pecuária que vai se estender inicialmente por 55 alqueires.
Sobre a irrigação, Marcelo Lavagnoli brinca que a ideia
é “aposentar São Pedro”. Depois de estudar bem o assunto, a família concluiu que em vez de contrair financiamento para construir barracões de frango, como
planejava, seria mais negócio neste momento estruturar
a propriedade para garantir que as variações do clima
não sejam uma dificuldade à integração.
Localizada em Ivaté, município próximo a Umuarama,
a Fazenda Três Irmãos, de 272 alqueires, nunca mais
será a mesma. O proprietário Arcino de Oliveira Lavag“Um aviário custaria R$ 300 mil e o pivô central, R$
noli e seus dois filhos, Marcelo e Márcio, conduzem um
projeto que tem tudo para revolucionar a propriedade e 540 mil. Decidimos pelo pivô que, se tudo der certo, deve
ser pago em apenas três anos”, comenta Marcelo.
fazer dela um modelo na região.
O primeiro passo é a implantação de um sistema de irri- NÚMEROS - Com a ajuda do agrônomo Wellison Miguel
gação por pivô central que vai cobrir 40,5 alqueires já Mansano e do supervisor administrativo Osvair Zanin Júnesta safra de verão 2012/13. O segundo é o cultivo de nior, ambos da Cocamar, Marcelo projeta que, com irrigasoja, pela primeira vez, para dar início a um programa ção, será possível obter uma produtividade média de 140
Dar uma “levantada”
A família Lavagnoli empolgou-se
com a integração lavoura e pecuária
por entender que a produção de
soja, milho e boi “vai dar uma levantada na propriedade”, conforme comenta Marcelo, enfatizando que “o
gado vai ter comida direto”.
Ele sabe que a reforma só pela pecuária não compensa financeiramente e, interessada em conhecer
mais sobre integração, sua família
tem participado de dias de campo e
eventos técnicos promovidos pela
Cocamar.
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 1 5
sacas de soja por alqueire. Vendendo a R$ 60 a saca,
o faturamento bruto total é estimado em R$ 336 mil.
Descontando 50% desse montante com custos, o lucro
líquido será de R$ 168 mil. Após a colheita, os 40,5 alqueires vão ser cobertos com o consórcio milho e braquiária e a expectativa é produzir uma média de 250
sacas do cereal por alqueire. Se o milho for vendido a
R$ 20 a saca e os custos totais ficarem em 45%, a fazenda vai lucrar mais R$ 112 mil. “Com a garantia de
água, em três anos, tranquilamente, a gente já começa
a ter retorno do investimento”, completa Marcelo.
Quanto a pecuária, atualmente 850 cabeças de rebanho bovino são acomodadas em 220 alqueires. Com
a irrigação, a família calcula que vai conseguir aumentar a capacidade de suporte dos pastos em pelo menos
20%, podendo abrigar mais 170 cabeças.
Irrigação tem incentivo
A irrigação é incentivada pelo governo do
Estado, que concede desconto especial de
70% da tarifa quando a operação ocorre no
A implantação do sistema de irrigação está período noturno. De acordo com Marcelo, o
sendo feita por uma empresa especializada sistema - cujo funcionamento é inteiramente
de Maringá e, segundo o produtor Marcelo automático -, vai consumir 148 kW/h e cusLavagnoli, é preciso primeiramente obter au- tar R$ 211 por aplicação (já com desconto),
torização do Suderhsa (Instituto das Águas fazendo um giro de 360º das 9 da noite às 6
do Paraná), para o direito de uso de água, e horas da manhã seguinte. Isto equivale a
também do Instituto Ambiental do Paraná uma chuva de 7,5 mm. A previsão é que, de(IAP).
pendendo do clima, o equipamento não seja
usado mais do que dez noites durante uma
safra.
Para quem acha caro o custo de R$ 211 por
aplicação, Marcelo lembra que isto equivale,
hoje, a apenas 3 sacas de soja. “É um custo
pequeno diante do aumento da produtividade
que a irrigação pode trazer”, justifica, lembrando que a lavoura ficará protegida em
caso de uma estiagem mais severa, sem o
risco de sofrer um forte quebra de produção.
Pá g . 1 6 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - No v e m b ro 2 0 1 2
oportunidade
Transcocamar oferece veículos
seminovos para cooperados
e colaboradores
São 28 unidades de várias marcas e modelos que estão em
exposição no pátio da Associação Cocamar em Maringá
Maringá I Da Redação - A
Transcocamar anuncia a
venda de 28 veículos de sua
frota por valores abaixo da
tabela Fundação Instituto de
Pesquisa Econômicas (Fipe).
A preferência é para cooperados e colaboradores da Cocamar e da própria Transcocamar. Em caso de disponibilidade, negócios poderão
ser feitos também com terceiros.
Os veículos estão em exposição na Associação Cocamar em Maringá. No local,
procurar por Edson ou Ester, tel. (44) 3221-3259 ou
(44) 3221-3338. A negociação
será feita com Celso Uemoto
tel. (44) 3218-3629 e com Tavares, na área de Suprimentos da Cooperativa, tel. (44)
3221-3100
REGRAS - A aquisição do veículo deve ser feita mediante
quitação à vista e a entrega do
mesmo após transferência do
veículo com despachante, sendo os custos desse serviço por
conta do comprador. Um despachante vai ficar à disposição
para concluir os processos.
Aos colaboradores que não
dispõem do valor integral
para pagamento, a Associação Cocamar poderá disponibilizar financiamento com
desconto em folha.
A maioria dos seminovos é de
modelos Gol e Pálio básicos
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 1 7
Pá g . 1 8 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - No v e m b ro 2 0 1 2
registro
Cocamar entre as vencedoras
do Prêmio Cooperativa do Ano
Em novo formato, a 8ª edição do Prêmio Cooperativa
do Ano, promovido pelo Sistema OCB e a revista Globo
Rural, teve a Cocamar entre
as cooperativas vencedoras
em nível estadual. A divulgação do resultado foi feita
no último dia 9 durante a
realização do Fórum dos
Presidentes das Cooperativas Agropecuárias e de
Crédito, na sede da Ocepar
(Organização das Cooperativas do Estado do Paraná)
em Curitiba. Inscrito na categoria atendimento, o projeto “Integração lavoura,
pecuária e floresta” foi classificado para concorrer em
seguida, no âmbito nacional, com vencedores dos demais Estados.
Além desse projeto, a cooperativa teve outros três
contemplados com o selo
“Referência Estadual”: Inclusão social de internos da
Penitenciária Estadual de
Maringá (na categoria cooperativa cidadã), Núcleos femininos Cocamar Região
Norte (fidelização) e Virtualização dos serviços (inovação e tecnologia).
Cooperativa foi r epr esentada pelo vice-presidente
José Fernandes Jardim Júnior (centro)
MAIS UM PRÊMIO – A Cocamar foi homenageada em São Paulo, no dia 13, com a “Comenda
de Honra ao mérito de Segurança e Saúde no Trabalho (SST)”, por ter sido considerada a melhor empresa na área no setor de agroindústria. Os itens avaliados foram: política própria de SST, compromissada pela alta administração da empresa; não ter havido acidentes graves no ano anterior no prêmio;
apresentar indicadores de gestão e desempenho eficaz em SST; ações voltadas para sua participação
para a melhoria do ambiente do trabalho em sua empresa e na sociedade (Marcela Miranda)
1,4
milhão de embalagens
cartonadas, para
reciclagem, foram
recolhidas este ano
Detalhes do evento
no Cesumar;
projeto envolveu
7 mil crianças,
de 22 escolas
O encerramento do
“Fazendo Arte com Sabor”
O projeto “Fazendo Arte
com Sabor 2012”, desenvolvido pela Cocamar – por
meio dos produtos Purity - e
parceiros, foi finalizado no
último dia 20 durante solenidade no Cesumar em Maringá, após totalizar o recolhimento de 1,4 milhão de
embalagens cartonadas, para reciclagem.
Participaram 22 escolas de
Maringá, com o envolvimento de mais de 7 mil crianças.
A proposta da iniciativa é auxiliar na educação infantil,
conscientizar as crianças dos
problemas do lixo na natureza, incentivar novos hábitos
de reciclagem e contribuir para tornar a cidade cada vez
mais sustentável.
No evento, que contou com
a presença de dirigentes da
cooperativa, autoridades, representantes do Cesumar, diretores e professores de escolas, além de turmas estudantes e familiares, foram
premiados alunos que se
destacaram no decorrer da
gincana de arrecadação.
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 1 9
Jornal de Serviço Cocamar
No v e m b ro 2012 - Pág. 20
especial
carlópolis
terra do café, frutas
e recanto das águas
Carlópolis I Rogério Recco - Com
6,2 mil hectares cultivados, Carlópolis, no extremo leste do Paraná, poderia ser chamada de a
capital paranaense do café. É o
principal município produtor do
Estado, onde os cafezais expandiram-se em pelo menos 400 hectares nos últimos anos. São cerca
de 800 produtores com área
média de 14 hectares e uma safra
estimada em 160 mil sacas beneficiadas em 2012.
Milhares de turistas acorrem a
Carlópolis atraídos pela quantidade e a diversidade de peixes da
represa.
Chama atenção na cidade, ainda,
a sua rica história, que começou
em 1880 quando as primeiras famílias cruzaram a região com
destino a Santo Antonio da Platina e algumas se fixaram ali. Até
1943, o povoado, que se desenvolveu impulsionado pela economia
cafeeira, tinha a denominação de
O município de 14 mil habitan- Jaboticabal.
tes, que fica às margens da Represa de Xavantes, é conhecido
Aliás, além de importante pela
também como aprazível destino quantidade de café que produz,
de veraneio e pela qualidade de Carlópolis se posiciona pela quaalgumas espécies de frutas, entre lidade de seu produto, com a
as quais a goiaba.
maior parte das lavouras plantada em sistema adensado, para
Sem esquecer, claro, a pesca. ser trabalhada com máquinas.
Município é o maior
produtor estadual
de café, com
6,2 mil hectares
cultivadas
Luis, pequeno produtor
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 2 1
No Sítio Nossa Senhora Aparecida, de 9,5 alqueires, situado no Bairro Cachoeira, o cooperado
Luis Vicente Santos possui 17 mil pés irrigados por gotejamento que, este ano, produziram um
total de 200 sacas beneficiadas. Na atividade há 40 anos, Luis conta que cultiva as variedades
mundo novo e acaiá – das quais tira “um grão melhorado” – colhido com derriçadeira manual.
“É um café que pode ser plantado mais fechado e tem grãos graúdos”, explica o produtor.
CAFÉ 100 - Em recente dia de campo, o agrônomo da Emater em Carlópolis, Otávio Oliveira Luz, disse
que 40% dos cafezais da região passam por um processo de “esqueletamento” dos pés, sistema também
conhecido por “Café 100”. Após essa poda drástica, a produção volta com força total no segundo ano e,
se bem cuidado, o café tem potencial para chegar a uma média de 100 sacas/hectare ou até mais, compensando o ano em que nada produziu.
MAIS RESISTENTE - Para isso, segundo ele, o manejo de solo e de água “é importante”. No
caso da propriedade de Luis Vicente Santos, é feita análise de solo e correção todo ano. “Se a
raiz encontrar condições de se aprofundar, a planta vai ficar mais resistente à seca e ter melhor
produtividade”. Após “esqueletar” a planta, o produtor faz a aplicação de nitrogênio, para crescimento. O agrônomo recomenda que não se faça esse tipo de poda com cafezais de idade inferior a 7 anos, por estarem ainda em desenvolvimento.
DICA - Quanto à altura do corte, ele dá uma dica de fácil memorização: “pega-se a largura da
rua e divide por 2. Exemplo: se tem 2 metros de largura da rua, deve ser de 1 metro a altura
do corte.
“Estamos trabalhando para que os produtores tenham a média de 50 sacas por hectare sem
irrigação”, afirma Otávio, acrescentando ser indispensável aplicar no solo as dosagens adequadas de calcário, gesso e corrigir o pH de alumínio.
No entanto, ele alerta que não adianta investir no solo e perder a produtividade em razão
de descuidos com pragas e doenças.
Pá g . 2 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - No v e m b ro 2 0 1 2
Especial
Cafeicultores vão a Carlópolis para ver novidades
Carlópolis sediou no dia
26 de outubro um Encontro de Produtores de Café
reuniu cerca de 250 participantes para uma programação de palestras na
parte da manhã e visitas a
produtores à tarde. Entre
eles estava Dirceu Servelo,
antigo cooperado e cafeicultor em Terra Boa, onde
possui 100 mil pés. “A
gente precisa acompanhar
as novidades e ir aonde for
possível”, comentou Servelo, que disse fazer o “esqueletamento” das plantas.
Em quatro hectares, sua
produção em 2012 foi de
cerca de 500 sacas benefi-
ciadas, média de 50 por
hectare.
outras culturas têm liquidez garantida”, ressalta.
Da região de Maringá,
compareceu o produtor
Yassumassa Assami, de
Marialva, onde possui 19
hectares de cafezais, atendidos pelo agrônomo Renato Franco, da Cocamar.
Para ele, o café é uma interessante alternativa de diversificação dos negócios,
que incluem também a
produção de atemóia, leite
e grãos. “O café é um bom
negócio para complementar a receita. A propriedade
se sustenta no dia a dia
com o leite e a atemóia e as
A Cocamar mantém atuação em Carlópolis desde
meados de 2010, utilizando
instalações provisórias.
Conforme o gerente Marcel
Guilherme Ribeiro da Luz,
uma nova sede para o entreposto fica pronta até o
final de 2012 para oferecer
melhor atendimento aos
mais de 100 cafeicultores
cooperados e os cerca de
300 produtores ligados à
cooperativa, aos quais fornece insumos, presta assistência técnica e faz a
aquisição de café.
14 hectares, média
O técnico da Cocamar especializado em
café, Antônio Aparecido de Lima, responde
pela assistência aos produtores. De acordo
com ele, o município, maior produtor estadual de café, os aproximadamente 800 cafeicultores que se dedicam à atividade têm
área média de 14 hectares. Neste ano, a
produção é estimada em 160 mil sacas beneficiadas. As lavouras são mantidas em
sistema adensado, para operações com
máquinas, na média de 5 mil plantas por
hectare.
No alto, o produtor
Dirceu Ser velo, de
Ter ra Boa, para quem
é impor tante “estar
sempre por dentro
das novidades”.
Acima, profissionais
da Cocamar e, ao lado,
o imóvel em refor ma
que vai abr igar,
até o final do ano,
a nova unidade de
atendimento da
cooperativa no
município
Paraná produz 2
milhões de sacas
e consome 3
Embora o Paraná – 5º maior produtor nacional
- tenha uma produção pequena, ao redor de 2 milhões de sacas por ano, a exportação é calculada
em cerca de 1 milhão de sacas de café anualmente, para uma demanda estimada em torno de
3 milhões. Os dados são do especialista Paulo
Franzini, do Instituto Agronômico do Paraná
(Iapar), que integra a Câmara Setorial de Café.
De acordo com Franzini, o Estado, que já foi o
maior produtor mundial de café, hoje depende de
importações para suprir suas indústrias.
Ele revela que entre 2000 e 2012 a cafeicultura
paranaense apresentou uma redução de 47% na
área ocupada com cafezais, caindo de 168 mil
para 88 mil hectares, mas a queda foi compensada pelo aumento da produtividade, que subiu
de 10 a 11 sacas por hectare na década de 90, para
as atuais 24 sacas.
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 2 3
TOMORU - Um dos “pais” da cafeicultura paranaense,
o especialista Tomoru Sera, que há alguns anos
aposentou-se no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar),
dedica agora parte de seu tempo a produzir café em
uma propriedade de 12 hectares que possui no município
de Congoinhas, região norte do Estado. Sera foi um
dos convidados ao Encontro em Carlópolis.
Ele participou da concepção de variedades que hoje
respondem por grande parte da cafeicultura paranaense,
entre elas a Iapar-59, IPR-98, IPR-99 e outras.
Em seu sítio, Sera conta que produz, sem irrigação,
média de 40 sacas por hectare. “Mas meu objetivo
é chegar a 50 em breve”, finaliza.
47%
foi a redução da
área ocupada com
cafezais, no Paraná,
entre 2000 e 2012,
de 168 mil para
88 mil hectares,
segundo dados
do Iapar
Pá g . 2 4 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - No v e m b ro 2 0 1 2
Especial
Uma fazenda de café
onde tudo é mecanizado
A Fazenda Harmonia, em Carlópolis, está entre as grandes produtoras
de café do município, com área total cultivada de 265 hectares. Seu proprietário, o filho de holandeses Renee Van Der Goot, morador em Arapoti,
nos Campos Gerais, conta que adquiriu as terras em 2000, quando tudo
ainda era pastagens.
Ao lado do engenheiro agrônomo Denílson Luis Pelloso, que responde
pela assessoria técnica, Renee conta que tudo foi planejado para que as
operações na fazenda fossem executadas com máquinas. O fato de ser banhada pela Represa de Xavantes facilitou a irrigação de todo o cafezal.
“A média de produtividade varia de 40 a 50 sacas por hectare”, comenta
o produtor, que deu preferência para as variedades Mundo Novo, Catuaí,
Iapar-59 e Acaiá. “O café é pelo menos 5 vezes mais lucrativo do que a
soja”, completa.
“A média de produtividade varia
de 40 a 50 sacas por hectare”
Renee Van Der Goot, proprietário
Acima, colhedor a nova em folha e, na foto do
meio, o equipamento de pulverização. Praticamente
não existe trabalho manual na fazenda de 265
hectares que, banhada pela Represa de Xavantes,
é inteiramente irr igada
região
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 2 5
Arcebispo celebra missa
no “Cantinho do Céu”
Meio século de Movimento
Cursilhista na região foi comemorado no dia 15 de novembro
em Doutor Camargo, região de
Maringá, na propriedade “Cantinho do Céu” do cooperado
Jorge Pedro Frare.
Com o título “Peregrinando
rumo ao Jubileu”, a programação constou de uma caminhada de 10km que reuniu
Agrônomo da Spraytec
fala a cooperados
Para falar sobre tecnologias de aplicação e a linha nutricional da Spraytec Fertilizantes, o engenheiro agrônomo da
empresa, Luiz Gustavo Lapi, foi convidado pela Cocamar
para participar de reuniões com seus produtores cooperados, nas cidades de Jussara e Maringá.
Segundo Gustavo, essas palestras são importantes porque
orientam os produtores sobre aspectos cruciais que contribuem para a boa produtividade da lavoura.
centenas de participantes e terminou no local, a celebração de
uma missa pelo arcebispo metropolitano de Maringá, dom
Anuar Battisti, e um almoço.
Vários cooperados da região
compareceram ao evento, que
contou com o apoio da Cocamar.
Com o advento da soja transgênica, o glifosato passou a
ser a principal opção para o manejo seletivo de plantas daninhas. Embora o glifosato seja eficiente no manejo das
mesmas, há relatos de diferentes efeitos fisiológicos induzidos por esse herbicida absorvido pela planta não alvo,
com prejuízo no crescimento e na produtividade. Ainda dentre os efeitos provocados pelo glifosato em plantas não alvo,
pode haver diminuição na absorção e transporte de manganês, zinco e ferro.
O agrônomo Gustavo Lapi falou aos cooperados da Cocamar sobre a importância de utilizarem Ultra Plus, produto
que contém propriedade nutricional (Mn), sanidade (fosfito),
bioestimulantes (aminoácidos) e componentes que melhoram a aplicação, sendo o único compatível para solucionar
os problemas fisiológicos ocasionados por defensivos.
Jornal de Serviço Cocamar
Nov e mbro 2012 - Pág. 26
esportes
Os jogos de final de ano entre
cooperados, com futebol, truco
e bocha, começaram a ser
disputados em 1985
Apresentar-se todo
final de ano em
eventos espor tivos
da Cocamar já faz
par te do calendário
do time nacional de
masters – e também
do conhecido árbitro
Mar garida . Na foto,
com colaboradores
da cooperativa
EM CLIMA DE
SOLIDARIEDADE
FUTEBOL CLUBE
Nos dias 6, 7 e 8 de dezembro, multidões devem
fazer a festa em Rolândia e Maringá para jogos
que encerram a programação de 2012 – e iniciam
as comemorações dos 50 anos da cooperativa
Região I Da Redação – O início do mês de dezembro
vai deixando muita gente em expectativa na região
da Cocamar. Nos dias 6 e 7, à noite, a terceira edição
do Solidariedade Futebol Clube deverá levar milhares de admiradores, respectivamente, aos estádios
de Rolândia e Maringá. É a oportunidade de ver a
seleção brasileira de masters, com craques que fizeram história no futebol brasileiro e mundial.
A expectativa é que uma grande quantidade de gêneros alimentícios não perecíveis seja doada pelo
público na entrada dos estádios, a exemplo do que
se viu nos anos anteriores – para distribuição a entidades assistenciais cadastradas.
No dia 8, em Maringá, na Associação Cocamar,
acontece mais uma edição da Copa Cocamar de Futebol Suíço, com disputas de futebol – e também de
truco e bocha - que começam, como já é tradicional,
com a presença dos jogadores do selecionado de
masters. Eles enfrentam uma equipe formada por
cooperados.
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 2 7
Os jogos finalizam a programação de eventos
da Cocamar em 2012 e, ao mesmo tempo, iniciam
as comemorações dos 50 anos da cooperativa.
O Solidariedade Futebol Clube é o término da
Campanha Purity Cocamar, iniciativa apoiada
pela Sicredi União que movimenta cerca de 250
entidades assistenciais da região. No intervalo
dos jogos em Rolândia e Maringá, será realizado
o sorteio dos prêmios entre os milhares de doadores da campanha – que concorrem a cinco aparelhos netbooks, uma moto Honda 125 fan e um
carro Renault modelo Clio Campo. O objetivo da
iniciativa é totalizar R$ 2 milhões em doações,
recursos capitalizados pelas entidades.
Além dos alimentos recolhidos nos estádios –
foram mais de 5 mil quilos em 2011 - e dos recursos da Campanha Purity Cocamar, as entidades vão ficar ainda com milhares de quilos de
alimentos conseguidos no campeonato da solidariedade, uma disputa paralela à Copa Cocamar
na qual competem todos os entrepostos da cooperativa.
A exemplo dos anos
anter ior es, a previsão
é que os estádios de
Rolândia e Maringá
recebam um grande
público
No campo, astros em ação
Os garotos-propaganda do Solidariedade Futebol
Clube são nada menos que craques consagrados da
história do futebol, a maioria com passagem marcante
pela seleção, inclusive conquistando títulos mundiais.
O ex-lateral direito corintiano Zé Maria, o Super Zé,
tricampeão mundial com o Brasil em 1970, no México,
está confirmado, ao lado do também tricampeão Edu,
ex-ponta esquerda do Santos, onde atuou por uma década em companhia de Pelé. Eles vêm acompanhados
de outros nomes que encantaram torcidas pelo País e
o mundo afora, caso de Careca, impetuoso centroavante da seleção que atuou também no Nápoli, ao lado
de Maradona. A esse time estrelado se junta, ainda, o
inesquecível Biro-Biro, o talentoso Zenon e o lépido
Dinei, sem falar dos palmeirenses Rosemiro, Amaral
e João Paulo, dentre outros.
Os jogos, claro, vão ser apitados pelo árbitro Margarida – certeza de diversão.
2
mil cooperados
competidores no
futebol, truco
e bocha devem
participar das
disputas no dia 8
Pá g . 2 8 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - No v e m b ro 2 0 1 2
mercados
Oferta maior de soja
não atende consumo
O relatório divulgado no dia 9 pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA) trouxe números de produção de soja
além do esperado pelo mercado, que enfraqueceram momentaneamente as cotações do produto na Bolsa de Chicago. A expectativa agora
é quanto ao comportamento do clima na América do Sul, que pode afetar a previsão de produtividade das lavouras.
Com um incremento de quase duas sacas
• A ampliação da oferta americana deve impulsionar também a safra mundial de soja,
que agora está prevista em 267,60 milhões
de toneladas, ante as 264,28 milhões indicadas em outubro. Em relação à América do
Sul, foram mantidas as 81 milhões de toneladas para o Brasil e as 55 milhões de toneladas para a Argentina no ciclo 2012/13.
• Ao contrário do que o mercado esperava,
o USDA também elevou a projeção para a
colheita americana de milho, de 271,94 milhões para 272,43 milhões de toneladas, e os
preços acabaram contaminados.
• Mesmo com os problemas climáticos nos
Estados Unidos, a safra mundial 2012/13 deverá ser a segunda melhor da história, compensada pela boa produção de outros países.
O USDA espera que o volume suba de
839,02 milhões para 839,70 milhões de toneladas.
• O plantio da safra 2012/13 de soja, em
Mato Grosso, chegou a 6,99 milhões de hectares, um aumento de 6% sobre os 6,63 milhões da temporada anterior.
• Um dos principais itens da pauta de exportações brasileiras, a soja atingiu novo recorde
histórico no acumulado do Valor Bruto de
Produção (VBP) até outubro, alcançando R$
67,1 bilhões em 2012. O maior resultado anterior foi no ano passado, de R$ 57,4 bilhões.
• O valor mais que dobrou. Era de R$ 32,7
bilhões em 2006, uma diferença de 105%.
Estados Unidos
Consumo total: 82,22 milhões de toneladas (+3,46%)
Produção: 80,86 milhões de toneladas (+3,88%)
por hectare na projeção de produtividade das
lavouras norte-americanas, o órgão aumentou a estimativa de colheita da oleaginosa do
país para 80,86 milhões de toneladas, contra
77,84 milhões apontadas em outubro. A expectativa dos analistas era de que o número
seria de no máximo 78,6 milhões de toneladas.
Os rendimentos da soja apontados pelo USDA
para os Estados Unidos subiram de 42,37 sacas
por hectare em outubro para 44,05.
No entanto, os dados referentes ao consumo
de soja também sofreram alteração e, com isso,
a demanda total do país continua abaixo da
oferta esperada. Mesmo assim, os estoques finais foram elevados. O principal ajuste foi observado nas exportações norte-americanas de
soja, que agora estão calculadas em 36,6 milhões de toneladas, ante 34,4 milhões mostradas
no relatório de outubro. (Veja mais abaixo).
China, nosso principal destino agrícola
Os chineses compraram 24,3% dos produtos agrícolas vendidos pelo País no primeiro semestre,
ante 24,6% dos europeus, 8,2% do Oriente Médio, 7,3% da América Latina e 5,9% dos Estados
Unidos, revela o estudo Especial Agronegócio, do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).
"Com a alta dos preços da soja, é provável que a China ultrapasse a União Europeia este ano ou,
no máximo, em 2013. E temos de considerar que a China é um país, enquanto a UE é um bloco",
diz André Soares, coordenador de pesquisa e análise do CEBC. O estudo foi divulgado na 4.ª Conferência Internacional do CEBC "Brasil-China, em um mundo em transição", em São Paulo.
DUPLICOU - Os chineses avançaram velozmente na compra de alimentos e de outros produtos
agrícolas produzidos no Brasil. Em 2008, representavam 11,5% das vendas do agronegócio brasileiro, enquanto os europeus detinham 32,9%. O comércio agrícola entre Brasil e China duplicou
em três anos, de US$ 8 bilhões em 2008 para US$ 18 bilhões em 2011.
De acordo com especialistas, o grande problema do intercâmbio bilateral é a alta concentração.
A soja representa hoje 66,7% do que o País vende para a China na área agrícola, seguida de longe
por pasta de madeira e celulose (7,5%) e por açúcar (7,3%). Os agricultores brasileiros também
estão cada vez mais dependentes da China, destino para o qual embarcam 67,1% da soja que produzem.
AINDA MAIS - E a tendência é que a soja brasileira ocupe ainda mais espaço na China. O
Brasil é o segundo principal fornecedor de soja para os chineses, atendendo a 36,9% da demanda
local, atrás dos Estados Unidos, com 42%. Os americanos, no entanto, praticamente estagnaram a
produção de soja, preferindo plantar milho. Já no Brasil ainda há bastante área agricultável disponível.
"Quando a China tiver uma gripe,
teremos uma pneumonia."
FÁBIO TRIGUEIRINHO, secretário-geral da Associação
Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove),
para quem a alta concentração é preocupante
Brasil tem que importar
ainda mais trigo
Um dos maiores importadores de trigo do mundo, o
Brasil tende a ter que importar volumes ainda maiores
do cereal nesta safra devido à quebra da produção doméstica. Conforme estimativas da consultoria Safras &
Mercado, até o fim desta safra, em julho do ano que vem,
o país deve comprar do exterior 6,6 milhões de toneladas
do cereal para atender sua demanda doméstica, na
ordem de 10,5 milhões de toneladas anuais. No ciclo anterior, o país importou 5,8 milhões de toneladas.
PROJEÇÃO - Em seu último levantamento, publicado
neste mês, a Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab) previu que o Brasil vai produzir 4,462 milhões
de toneladas de trigo, 22,9% abaixo do volume colhido
no ciclo anterior. A retração é resultado da redução da
área plantada no Paraná, cujos produtores optaram pelo
cultivo de milho, e do mau tempo que afetou as lavouras
do Estado e do Rio Grande do Sul.
MAIS ELEVADAS - O fato é que as importações do cereal
na atual temporada já estão mais elevadas. Segundo levantamento da consultoria, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), entre agosto e
outubro deste ano, o país importou 1,976 milhão de toneladas de trigo, 58,8% acima dos 1,244 milhão de toneladas importadas no mesmo período do ciclo anterior.
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 2 9
Chuvas na região da Cocamar
continuam mal distribuídas
A semeadura da safra
2012/13 vai chegando ao
final da região da Cocamar
e até o dia 23 de outubro
cerca de 95% da área total
estavam concluídos, faltando apenas alguns poucos
lugares na região de Londrina.
De acordo com a área técnica da cooperativa, 80%
das lavouras se encontram
em fase de desenvolvimento
vegetativo e, no plano geral,
as chuvas ainda têm ficado
abaixo das expectativas, havendo má-distribuição, com
mais volume em determinadas localidades e menos em
outras.
A situação é agravada
pelas altas temperaturas,
lembra o engenheiro agrô-
Lavoura em desenvolvimento no município de Doutor
Camargo, a 30km de Maringá, onde os produtores
reclamam dos baixos volumes de umidade
nomo Emerson Nunes, coordenador técnico de culturas
anuais. Segundo ele, ainda é
muito cedo para falar em
possíveis danos.
A preocupação é com a
perspectiva de veranicos em
dezembro e janeiro, conforme preveem os meteorologistas.
Jornal de Serviço Cocamar
Nov e m bro 2012 - Pág. 30
500 casais
cooperativismo
No 5º Prêmio Professor Cooperjovem,
a Cocamar teve o projeto Cooperarte,
da Escola Municipal João Canedo
da Silva, de Congonhinhas,
selecionado para representar
o Paraná em âmbito nacional
cooperativistas finalizam
programação 2012
Região I Da Redação - Uma palestra com o especialista
e mágico Marcos Zanchetta, sobre “A magia da fidelização”, foi um dos destaques do Encontro de Casais Cooperativistas promovido pela Cocamar na noite de 9 de
novembro no Excellence Centro de Eventos, em Maringá.
O Encontro, tradicional em finais de ano, serviu para o
congraçamento de cerca de 500 casais representantes
de municípios do norte e noroeste do Estado onde a
cooperativa mantém núcleos femininos.
Ao fazer a abertura, o presidente Luiz Lourenço ressaltou a importância do trabalho realizado pelos núcleos,
cujas participantes cumprem uma programação ao longo
do ano em que debatem principalmente assuntos relacionados ao cooperativismo e o maior envolvimento das
famílias no dia a dia da cooperativa. Mas ele mencionou
também a crescente participação feminina no agronegócio brasileiro e disse que esse público já responde por
mais de 10% do quadro de associados da Cocamar.
O casal Geni e Luiz Carlos Faria, morador em Altônia,
região de Umuarama, viajou 244 quilômetros para participar do evento. Ambos estão à frente de uma propriedade onde são produzidos café, limão tahiti e gado de
corte. De acordo com Geni, que é técnica agrícola, participar do núcleo feminino local permite saber mais sobre
a cooperativa, da qual o marido é associado há pelo
menos 25 anos. De Paiçandu, município vizinho a Maringá, o casal Matilde e João Bologuese aproveitou para
trazer o neto Miguel, de 3 anos. A família é produtora
de grãos e, segundo Matilde, as atividades do núcleo possibilitam aprendizado que preparam a mulher para participar com mais conhecimento, ao lado do marido, da
gestão dos negócios. (Rogério Recco)
Os núcleos femininos são muito importantes para
a Cocamar. Suas participantes nos ajudam a debater
e a esclarecer assuntos de grande valia para a
cooperativa e também para a gestão e os negócios
que suas famílias mantêm. Com suas ponderações,
elas ajudam seus maridos na tomada de decisões”
LUIZ LOURENÇO, presidente da Cocamar
650
mulheres estão inscritas
nos núcleos, distribuídos
em várias regiões da
área de atuação da
cooperativa
Noite de
confraternização foi
saudada pelo
presidente Luiz
Lourenço e atraiu
gente de longe, como
o pessoal de Altônia
(acima) e também
de perto, caso dos
Bologuese, de
Paiçandu (ao lado)
26
é o número de
núcleos femininos, que
reúnem entre cooperadas,
esposas e filhas de
produtores associados
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 3 1
Cooperjovem e Escola no Campo rendem prêmios
Os programas Cooperjovem e Escola no Campo,
desenvolvidos seguem colhendo frutos. O primeiro,
uma iniciativa do Serviço
Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
(Sescoop), acontece na região da Cocamar desde
2006. O segundo, em parceria com a Syngenta, iniciou um ano antes, em
2005.
Concorrendo com mais
de três mil redações sobre
o tema “Cooperativas
constroem um mundo
melhor” - uma referência
ao Ano Internacional das
Cooperativas -, a aluna Vitória Luiza Gomes de Oliveira, do 6º ano do ensino
fundamental do Colégio
Estadual Emílio de Menezes, de Japurá, foi uma
das seis finalistas nas
duas categorias do 6º Prêmio Nacional de Redação
do Programa Cooperjovem, na etapa estadual,
representando a Cocamar
e o Paraná no âmbito nacional. Vitória é orientada
pela professora Alzira
Derroco.
A premiação ocorreu no
dia 26 de outubro, em
Curitiba, durante a terceira edição do Encontro
Interestadual PR/SP do
Cooperjovem e A União
Faz a Vida, que reuniu
mais de 500 profissionais ligados aos dois programas realizados, respectivamente, pelo Sistema Ocepar, por meio do
Sescoop (PR), e Sicredi
Central (PR/SP).
Os premiados, de várias regiões
Além de Vitória, outros seis alunos tiveram suas redações selecionadas pela Cocamar nas duas categorias: do 1º ao 5º ano - Caroline
Bavati de Campos, da Escola Luiz Deliberador, de Sertanópolis; Júlia
Scarpim da Silva, da Escola Maria Gomes Teixeira, também de Sertanópolis; e Marcos Gabriel Rodrigues, da Escola Anazareth Nunes Ferraz, de Congonhinhas, todos estudantes do 4º ano.
E do 6º ao 9º ano: Andressa Barbosa Francisco do 7º ano da Escola
Dr. Aloysio de Barros Tostes, de Congonhinhas; Brendha Oliveira dos
Santos, do 6º ano da Escola Senador Moraes de Barros, de Jussara; e
Vitória.
Eles foram premiados com uma bicicleta 18 marchas e todos os selecionados receberam, nas escolas, um Kit do Aluno.
Mais de 11 mil alunos de escolas municipais e estaduais
da região da cooperativa já participaram desde 2006.
Só em 2012 foram mais de 3 mil alunos e 189
professores de 32 escolas e 14 municípios
A REDAÇÃO PREMIADA
Cooperar para um mundo melhor
Estamos em época eleitoral. Cooperar para um mundo
melhor, seria minha proposta a ser apresentada se pudesse concorrer a algum cargo, fosse para vereadora
ou prefeita. Já aprendi que a cooperação está ligada
com a relação entre as pessoas. São atitudes que
quando postas em prática, resultam no bem estar da
comunidade.
na escola, na comunidade ou no mundo, em qualquer
lugar a cooperação resulta em organização e sucesso.
Melhora nossa saúde física, quando cooperamos com
a limpeza, o respeito à natureza, não desperdiçando
os recursos naturais, combatendo a poluição e o desmatamento.
Aprendi que o individualismo tão presente no mundo
Melhora nossa saúde mental e espiritual, quando
de hoje, não tem demonstrado que é uma maneira in- valorizam a nossa vida e de nosso próximo, coopeteligente e sustentável de viver, é necessário mudar, rando com gestos de amor e solidariedade que resulta
as pessoas se ligarem que ideias e decisões devem ser em alegria e certamente num mundo melhor.
ouvidas, acolhidas e compartilhadas. Compartilhadas
no sentido da união, participação ativa, seja em casa,
Vitória Luiza Gomes de Oliveira
Pá g . 3 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - No v e m b ro 2 0 1 2
Prêmio Professor Cooperjovem.
Destaque para Congoinhas
No 5º Prêmio Professor
Cooperjovem, realizado
pelo Sescoop Nacional, a
Cocamar teve o projeto
Cooperarte, das turmas de
4º ano da Escola Municipal João Canedo da Silva,
de Congonhinhas, selecionado para representar o
Paraná em âmbito nacional. A premiação também
ocorreu no Encontro Interestadual.
Participaram do Cooperarte 40 alunos sob a coordenação da professora
Flávia Custódio dos Santos.
Segundo a diretora da escola, Irene Rosimeire do
Prado, o objetivo do trabalho é levar os estudantes
a compreender a importância do cooperar para melhorar a convivência em
sociedade.
Dentre as atividades realizadas no projeto constava
a elaboração de desenhos
representando o cooperativismo no dia a dia, e a votação, em assembleia, para
os melhores desenhos, que
foram pintados no muro da
escola.
Premiação ocorreu durante encontro em Curitiba
Escola no Campo envolveu 2.257 alunos
De 2005 a 2011 mais de
18 mil alunos já passaram
pelo projeto Escola no Campo, iniciativa da Syngenta
que conta com a parceria
da Cocamar. O objetivo é
levar a estudantes do ensino fundamental conhecimentos básicos e informações sobre preservação
do meio ambiente e utilização correta de agrotóxicos.
Em 2012 o projeto foi realizado em 19 unidades e 25
escolas envolvendo 120
professores e 2.257 alunos.
Estudantes fizeram desenhos e foram premiados
Como acontece todos os
anos, em outubro os alunos
fizeram desenhos ilus-
trando o que aprenderam
durante as aulas, participando de um concurso. Os
três desenhos selecionados
em cada escola receberam
um kit do aluno e os três
selecionados pela Cocamar
entre todas as escolas ganharam uma bicicleta 18
marchas. Os premiados
foram: Joice Nunes Fonseca, da Escola Estadual
Felisberto Nunes Gonçalves, de Indianópolis;
Eduarda Carretero Garcia,
da Escola Estadual Parigot
de Souza, de Mandaguaçu;
e José Eduardo Melo da
Silva, do Colégio Estadual
Duque de Caxias, de Tuneiras do Oeste.
produtores
MILHO – O Encontro de Produtores
de Milho, da Cocamar, foi promovido
nos dias 20 em Maringá (na
Associação Cocamar) e 21 em
Londrina (no Parque de Exposições
Governador Ney Braga) com
programação idêntica, reunindo cerca
de mil cooperados. Na abertura, o
presidente Luiz Lourenço destacou
a necessidade de os produtores
investirem mais no aumento da
produtividade das lavouras. Em
seguida, houve duas palestras: a
primeira com o pesquisador Gessi
Ceccon, da Embrapa, sobre o
consórcio milho e braquiáia; a
segunda, com o engenheiro
agrônomo Sérgio Hitoshi Watanabe,
da cooperativa, a respeito de
aplicação de fungicida para altas
produtividades. O evento foi
concluído com um debate que
abordou o novo texto do Código
Florestal, com o coordenador
de meio ambiente da Ocepar,
Silvio Krinski. Na foto, o
Encontro em Maringá.
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 3 3
um museu
Pá g . 3 4 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - No v e m b ro 2 0 1 2
almanaque
Trava-Língua)
(p
pido
ara falar bem rá
Bote a bota no
bote e tire
o pote do bote.
Você sabe o
que significa a
palavra maçaroca,
na roça?
(é o milho antes
de ser desfolhado)
E como se dizia
da mulher que se
recusa a dançar?
(“Ela deu tábua”)
Você sabia?
A cidade de
Mandaguaçu,
antes de ter
este nome, era
conhecida por
“Cala boca”?
Trova
Em Belém,
sinos tocaram,
Pela data
especial.
Os anjos
anunciaram
Do Deus
Menino,
o Natal.
(Silvia Araújo Motta)
na propriedade
Ao preservar equipamentos e maquinários desde a década de 70, Nazareno
Maróstica, de Doutor Camargo, ajuda a entender a evolução da agricultura regional
Doutor Camargo I Cleber França
- Quem chega a propriedade de
Nazareno Maróstica, em Doutor
Camargo, região de Maringá, faz
uma viagem no tempo. Logo na
entrada se depara com um enfileirado de implementos agrícolas
encostados debaixo de pés de
ameixa e pitanga. São grades niveladoras, gradões, cultivadores
e diversos outros equipamentos
bem conhecidos por quem é do
meio. Pouco utilizados na agricultura moderna, eles estão inseridos no processo de evolução
agrícola na região.
CARPIDEIRAS - O próprio agricultor, de 57 anos, sabe contar
bem essa história. O pai dele,
Luiz Maróstica, chegou a Doutor
Camargo em 1970 e, pouco anos
depois, já eram semeadas as primeiras lavouras de soja do município. No terreiro, por muito
tempo utilizado para secar a produção de café, hoje estão as primeiras carpideiras (fabricadas
na década de 50), compostas por
uma ou três chapas, utilizadas
para capinar ervas daninhas no
meio das ruas de soja. Elas eram
puxadas por animais e até por
pessoas. Depois delas apareceram as carpideiras puxadas por
tratores: bem maiores, limpavam
até 13 linhas de soja.
“Eu lembro que a gente morria
de sono pra operar isso”, conta
Nazareno. “E outra: uma bobeada e você dava cortava um
monte de linhas de soja. Por isso,
naquela época (década de 80), se
O produtor guarda tudo
com carinho. Ele conta que
como as primeiras
semeadeiras tinham poucas
linhas, demorava mais
de um mês para semear
100 alqueires. Hoje, não
gasta mais de 13 dias
para vencer o trabalho
em 315
viam grandes falhas no meio
das plantações. Mais um detalhe:
limpava só no meio da rua. Depois a gente tinha que voltar e
carpir com enxada o mato que
sobrava na beirada da linha de
soja”.
DESPREPARO - De acordo com
o produtor, esses equipamentos
foram abandonados assim que
surgiu o Scepter e Trifluralina
(fim da década de 80), herbicidas
incorporados no solo com grades
niveladoras pouco antes do plantio. “Depois de colher a safra de
inverno se passava o gradão, se
fazia a primeira nivelada e a incorporação. O próximo passo era
o plantio”, explica Maróstica. “Por
falta de informação, a gente assassinava a terra”.
Pouco tempo depois surgiram
os subsoladores, que faziam a
vez dos gradões – e funcionavam melhor nas lavouras onde
tinha sido colhido trigo. Eram
equipamentos compostos por
ganchos que escarificavam a
terra – os mais comuns de 5, 7,
9 e 11 pés. Tanto o gradão, como
a grade niveladora e subsolador
foram aposentados no início da
década de 90, com o advento do
plantio direto.
Atualmente são utilizados apenas para transformar pastagens
e outras áreas “sujas” em terrenos mecanizados. Também
fazem parte do “acervo” de Nazareno Maróstica, ainda, uma
carpideira de curva de nível e
um terraceador, fabricado por ele
mesmo, com a estrutura de duas
grades niveladoras. Quem vê o
equipamento percebe a similaridade com os atuais e – segundo
o produtor, funcionava muito
bem.
VENENO - Andando pela sede
da propriedade, se encontra
ainda um dos primeiros pulverizadores adquiridos por ele. Tratase de um Jacto fabricado na
década de 70 para aplicar ve-
neno em pó. “Também trabalhei
muito com pulverizadores costais motorizados de capacidade
para 20 litros. Nessa época a
gente aplicava veneno puro, que
caia pelas costas. Era um perigo
e a gente nem se dava conta”, recorda-se.
A soja crescida e o vento traiçoeiro causavam problemas.
“Quando o vento virava, o veneno vinha todo na gente.
Quando a soja estava muito
grande, a gente se enroscava e
caia. Se passava de 10 a 15 alqueires por dia, sempre em duas
pessoas, pois cansava demais”,
cita.
RELÍQUIA - Por fim, encostado
em uma pequena garagem descansa o segundo trator da família. Um Valmet 62 ID ano 1972,
conhecido por “queixo-duro” (volante muito pesado). Durante a
operação na roça o volante dava
solavancos nos braços, que ficavam doloridos.
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 3 5
PEIXÃO
Receita
Cuca alemã, uma delícia!
Cristine, de Arapongas, ensina a fazer um espécie de bolo tradicional
entre os alemães, que pode ser uma sugestão para o Natal
Para Cristine Gysi Gellert, integrante do núcleo feminino
mantido pela Cocamar em
Arapongas, este tradicional e
saboroso bolo alemão traz
muitas lembranças alegres. A
receita foi trazida pela avó
quando ela veio para o Brasil
e, durante décadas, o prato
fez parte dos cafés e reuniões
entre seus familiares, quando
eles se sentavam à mesa
para conversar sobre o dia a
dia e relembrar fatos. Cristine
lembra que aprendeu a fazêlo com a mãe. “Enquanto ela
preparava, eu ficava ao lado,
querendo experimentar. É
algo que faz parte da nossa
história e pode ser uma sugestão para o Natal”, cita.
• 1 colher (chá) de canela em pó
• Margarina para misturar
formando pequenas
bolinhas
PREPARO
INGREDIENTES
• 500 gramas farinha trigo
• 1 colher (sopa) de
fermento de padaria
• ½ xícara de açúcar
• 3 ovos
• 1 pitada de sal
• 1 copo de leite
• Casca ralada de limão
FAROFA
• 1 xícara de açúcar
• 1 xícara de farinha
de trigo
Misture os ingredientes
da cuca, amassando bem.
Fica meio mole, grudando
nos dedos. Deixe crescer
por meia hora. Abra a
massa com a mão em uma
forma untada com margarina e farinha. Coloque a
farofa por cima e leve para
assar por 30 minutos. Se
quiser rechear, pode colocar banana ou pedaços de
marmelada por baixo da farofa, pressionando com um
garfo contra a massa.
O jaú é um peixe de grande
porte, podendo alcançar mais
de 2m de comprimento total e
180 kg. O corpo é grosso e
curto; a cabeça grande e
achatada. A coloração varia
do pardo esverdeado claro a
escuro no dorso, mas o ventre
é branco; indivíduos jovens
apresentam pintas claras espalhadas pelo dorso.
CAVALINHO
“Einstein” é o menor cavalo
do mundo. Do tamanho de um
cachorro, ele pode ser confundido com um pônei, mas não
é. Tem apenas 50cm de altura
e nasceu no ano passado em
uma fazenda nos Estados
Unidos.
Pá g . 3 6 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - No v e m b ro 2 0 1 2
família do Campo
Os Dolfini, em Floresta,
sempre na vanguarda
Floresta (PR I Rogério Recco
- O nortão do Paraná estava
só começando, em 1935,
quando os primeiros Dolfini
desembarcaram em Cambé
com a disposição de fazer a
vida na cafeicultura. Animado com as notícias de
oportunidades em terras paranaenses, o jovem casal
Cuirico e Rosa Tereza, descendente de italianos, deixava para trás Pirassununga (SP) para enfrentar as estradas barrentas, o mato e
as incertezas na região de
Londrina. Mas não tinham
dúvidas: valeria a pena!
O desejo de cultivar as próprias terras começou a realizar-se com a compra de 15
alqueires. Cuirico e Rosa Tereza formaram roça, estruturaram-se como puderam e
tocaram a vida adiante, colocando uma dezena de filhos
no mundo. Em ordem alfabética: Antonio Luciano,
Prevendo o declínio do café, eles apostaram na soja,
até então desconhecida por aqui, levaram para a
propriedade uma das primeiras colheitadeiras da
região e, não bastasse, partiu da família a decisão
de construir curvas de nível para segurar as enxurradas e a erosão, ainda uma novidade das grandes
Em 1965, a soja
Ajudando ao pai, os cinco filhos homens trabalharam juntos, progredindo sempre. Em
1981, a família decidiu investir
em terras também no Mato
Grosso. Hoje, são produtores
de grãos, algodão e dedicamse à pecuária, mas cada com
seu negócio.
Aparecida, Clementina, Ettore, Laura, Maria de Lourdes, Neide, Nestor, Ormindo
(já falecido) e Ricardo,
ringá - sempre pensando no
café.
em Floresta foi adquirido
em 1963, ano de geada
brava. Apesar disso, FloFoi então que o filho Nes- resta se mostrou tão promistor, em 1958, mudou-se de sora para os Dolfini que, nos
Com tanta gente, era pre- mala e cuia para Ivatuba, anos seguintes, a família inciso mais terras e foi o que já casado com Ivone. Ele se teira se estabeleceria ali. “A
aconteceu em 1951, quando recorda: “Viemos numa gente foi comprando lotes
a família enxergou além carroça puxada por uma pequenos e emendando”,
dos limites de Cambé e mula”.
conta Nestor, um dos únicos
comprou lotes em Ivatuba e
cujo sobrenome é escrito diÁgua Boa, na região de Ma- O primeiro pedaço de terra ferente, Dolphine.
Em 1973, a “esquisitice” das curvas de nível
Preocupados com a erosão,
os Dolfini tiveram a ideia de
fazer uma coisa esquisita para a época, chamada de “curva de nível”, para segurar a
enxurrada. Eles dizem que só
tinham visto algo assim em
Cambé, na Fazenda São Manoel. Até então, o costume era
plantar “de comprido”.
A família havia acabado de
comprar o sítio e, para sistematizar as curvas, foi preciso
enterrar a estrada que passava por ali, quase arrumando enguiço com os vizinhos. Porém, a “esquisitice”
deu certo: foi possível controlar de forma eficiente a erosão, abriu-se uma outra es-
trada sem o risco de correr
água e o local virou motivo de
visitação de produtores e autoridades, encantados com a
solução simples para um problema muito sério até então.
Daí que a prefeitura começou a incentivar e o pessoal do
governo do Estado veio co-
nhecer. Hoje, quando se recordam disso, os Dolfini ficam orgulhosos, pois o Paraná, ao
criar um programa específico
para fazer as microbacias hidrográficas, tornou-se uma referência internacional em
conservação de solos. O plantio direto, em seguida, aperfeiçoou esse trabalho.
Como geava muito em Floresta, judiando do café, os Dolfini
decidiram
buscar
alternativas. Em 1965, eles iniciam o cultivo, nas ruas do
café, de um tipo de feijão chamado de “soja”. Diziam ser um
negócio do futuro - e era
mesmo. Aos poucos, com o
concurso de um pequeno trator Ford, os cafeeiros foram
arrancados.
Nestor, Ettore e Ricardo contam que quando o cafezal acabou, a terra ficou solta e, vindo
a chuva, abriu-se erosão, controlada na base do desespero,
apenas com enxadas.
“Quando o cafezal
acabou, a terra ficou
solta e, vindo a
chuva, abriu-se
erosão, controlada
na base do
desespero, apenas
com enxadas”
ETTORE
Na foto do alto,
a partir da esquerda,
o gerente da Cocamar
em Floresta, Frederico
João Altrão, com Nestor,
Ricardo, Ettore e João
(este último, filho
de Nestor). Ao lado,
instalações antigas
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 3 7
O casal Nestor
e Ivone tem um
espaço onde preserva
fotos que contam a
história da família
Grãos eram ensacados
Pioneiros na formação de uma microbacia hidrográfica, os Dolfini figuram também entre os primeiros a
cultivar soja na região e, já em 1971, surpreenderam
mais uma vez ao comprar uma pequena colheitadeira
de grãos, coisa que pouca gente tinha botado os olhos.
Nestor conta que era uma SLC, a qual fazia também o
ensacamento, pois ninguém recebia a tal soja a granel.
Nesse ano, eles entregaram a safra no armazém de
Wilson Pulzatto, em Maringá. No ano seguinte, o destino passou a ser a Cocamar, que levantou um armazém graneleiro para 30 mil toneladas, coisa de cinema.
Era até engraçado: no começo, os produtores levavam
soja e trigo em sacos para a cooperativa e os irmãos
dão risada quando se recordam da enorme fila de caminhões que se formou - e todos aguardavam pacientemente a vez de descarregar.
E as lavouras, colhidas com facão
Eles também não contêm os risos com as
lembranças dos primeiros tempos da soja,
quando iam para a roça cortar a lavoura
com facão, levando tudo para o terreiro de
café. O passo seguinte era o cambão, que separava os grãos das vagens, um trabalho sofrido e de pouco rendimento.
Segundo Ricardo, o serviço da roça era
feito manualmente, puxando enxada e carregando-se a produção nas costas, mas ninguém achava ruim. “Trabalhava-se feliz, não
se conhecia outra realidade.”
Depois, com os pequenos tratores, muitos
dos quais nem tinham cabines, dizia-se que
o agricultor “tratorizado” vivia no luxo e não
podia reclamar de cansaço.
Hoje, eles são donos de máquinas tão bem
equipadas e confortáveis quanto a de seus
colegas norte-americanos - é só ver a reluzente colheitadeira novinha em folha que
descansa na garagem da casa de Nestor.
De geração em geração
Falando sobre o sucesso
da família na agricultura,
os irmãos Nestor, Ricardo e
Ettore dizem que os filhos
apenas deram continuidade
ao trabalho iniciado pelos
avós e que foi transmitido a
seus pais, sempre com entendimento, honestidade e
muito trabalho. “Nunca fizemos loucura, o que a gente
Nestor e Ivone já vieram
casados para a região de
Floresta, em 1958
fez e faz é com os pés no
chão”, comenta Ettore.
Cada um dos irmãos tem
a sua independência nos
negócios, mas eles permanecem unidos e, quando
um acaba de fazer a colheita ou plantio, corre para
ajudar os outros a terminar
o serviço.
É muita gente
A partir do casal Cuirico e Rosa
Tereza, os Dolfini formaram
uma família tão grande que, somando apenas os dez filhos, os
cônjuges e seus frutos, são 44 integrantes.
Casado com Ivone, Nestor tem
7 filhos, enquanto Ettore e Maria
geraram 2; Ricardo e Ivone, por
sua vez, trouxeram três filhos ao
mundo, ao passo que Ormindo
e Elza, 4, mesmo número de Antonio Luciano e Maria, Neide e
Osvaldo e Aparecida e Amadeu.
Maria de Lourdes e Justino (falecido), tiveram 5, e Laura e Geraldo, 3. Clementina, casada com
Leonildo, é a campeã, com 8.
Pá g . 3 8 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - No v e m b ro 2 0 1 2
prestação de serviços
Dirigentes, fundadores
e parceiros da Unicampo,
homenageados com
uma placa no último
dia 14, durante jantar
em Maringá
Única cooperativa do
gênero no Paraná e
uma das maiores do
mundo em seu setor,
entidade tem atuação
inclusive fora do País
Maringá I Rogério Recco Terra fértil para o cooperativismo, que prospera em
vários ramos, Maringá
sedia uma das maiores cooperativas de prestadores
de serviços agronômicos
do mundo - um surpreendente caso de sucesso im-
AOS 20 ANOS, UNICAMPO
CRESCE E APARECE
pulsionado pela força do
agronegócio.
mil associados – dos quais
1,5 mil ativos - e uma carteira de clientes com mais
Com atuação em 22 Es- de 40 das principais comtados, incluindo países do panhias multinacionais
Mercosul, a Unicampo, que oferecem produtos e
única do gênero no Pa- serviços ao produtor.
raná e a maior em seu
setor no Brasil, possui 4,5
Formatada em 1992 a
Em todo o Brasil
partir de um programa de
terceirização de serviços
realizado pela Cocamar, a
entidade avança em ritmo
chinês e planeja fechar
2012 com um faturamento
acima de R$ 50 milhões –
10% a mais que no ano
passado.
NIVALDO BARBOSA
DE MATTOS, presidente
Em um país que se tornou uma das grandes potências
mundiais em produção de alimentos, a Unicampo possui
profissionais prestando assistência técnica a agricultores
e empresários rurais em todas as regiões produtoras, compreendendo as mais diversas culturas.
Para Mattos, a maior conquista da entidade foi ter
conseguido assegurar benefícios e estabilidade aos associados para exercer a profissão “com uma remuneração digna”, além de proporcionar uma série de outros
benefícios.
O presidente da cooperativa, Nivaldo Barbosa de Mattos,
agrônomo que está entre os seus fundadores, conta que um
dos méritos da entidade foi ter sobrevivido a uma série de
grandes crises que assolaram a agricultura a partir da década
de 90, justamente quando surgiu. “O início do Plano Real,
que castigou o setor, quase decretou o nosso fim”, lembra.
MUDOU A VIDA - Fábio Gonçalves Pirajá, formado em
2001 pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), iniciou
dois anos depois um curso de pós-graduação na UEM,
época em que conheceu a Unicampo. Ele conta que ficou
sabendo da cooperativa por meio de um cartaz em um
mural. “Os colegas avisaram que ia ter seleção para trabalhar em uma empresa e eu fui atrás”, diz.
A esse desafio se somou outro não menos difícil, acrescenta Mattos: o governo passou a combater de forma sistemática as cooperativas de prestadores por julgar que
elas estavam a serviço de empresas interessadas apenas
em burlar o fisco. “No começo nem era muito fácil ter clientes, havia muitas desconfianças por parte deles”, observa.
“O início do
Plano Real,
que castigou
o setor, quase
decretou o
nosso fim”
Passando a trabalhar na região, Pirajá nunca mais deixou de ser associado e lembra que de lá para cá a Unicampo dobrou de tamanho. “A entidade cresce e possibilita
aos profissionais a oportunidade de se desenvolverem em
suas carreiras.”
4,5
mil é o número de
associados da
cooperativa, dos
quais 1,5 mil ativos
22
são os Estados
onde a entidade
está presente
No v e m b ro 2 0 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 3 9
Ideia “concebida a fórceps”
O sucesso da cooperativa
não condiz com seu início
tumultuado e cheio de incertezas.
“A Unicampo foi uma ideia
concebida a fórceps”, exagera o engenheiro agrônomo Edilberto José Alves,
diretor da Cocamar no início dos anos 90. Ele se recorda que a cooperativa
terceirizou o departamento
de assistência técnica, na
época com cerca de 120 profissionais, entre agrônomos
e técnicos agrícolas. “Foi um
processo muito desgastante.
A cooperativa de prestação
de serviço só nasceu, ainda
dores, confirma: “Não foi
fácil a mobilização em torno
da fundação da cooperativa”. Segundo ele, poucos
de interessaram, porque
não viam segurança. Martins garante que mais de
mil foram convidados para
a fundação, mas só 19 apareceram para tomar as decisões e assinar uma ata.
Edilber to José Alv es
assim na marra, porque o
pessoal foi todo demitido e
tinha que se virar”, conta.
Ramon Ponce Martins,
um dos agrônomos funda-
Campo de atuação ampliado
Para o agrônomo José Roberto Gomes, que exerce a
profissão em Maringá desde
1971 e foi o primeiro agrônomo da Cocamar, o processo de desenvolvimento
humano e tecnológico trouxe
muitas inovações para o trabalho desse profissional, ampliando o seu campo de
atuação. “Além da assistência
prestada a agricultores no
planejamento, orientação técnica e acompanhamento dos
negócios em todas as suas
fases, ele marca presença em
vários outros segmentos. A
gestão de atividades relacionadas ao meio ambiente, por
exemplo, criou forte demanda por esse profissional”, afirma Gomes.
Ele acrescenta que o advento dos cultivos geneticamente modificados propiciou, da mesma forma, novos conceitos na agricultura
e desdobramentos “que colocaram o engenheiro agrônomo à frente de uma revolução de modernidade”.
Na época, o mercado de
trabalho era restrito e, de
acordo com dados da Associação dos Engenheiros
Agrônomos do Paraná, 72%
dos profissionais formados
nos cinco anos anteriores
não atuavam na área.
Assistido pelo engenheiro agrônomo Joelson Luiz Marques, da Unicampo, e o gerente da agência do Banco
do Brasil de Sertanópolis (PR), Geraldo de Jesus Varandas, o produtor Rico Longhi, daquele município, teve
acesso a recursos oferecidos pelo Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) para construir e modernizar
o barracão de máquinas em sua propriedade.
O financiamento foi possível em razão de projeto elaborado pela Unicampo e o BB. De acordo com Joelson, o
Programa agrega valor à propriedade rural, gera sustentabilidade e melhora a eficiência na produção, com responsabilidade para com o meio ambiente, otimizando os
recursos naturais. O produtor tem prazo de pagamento
em até 12 anos, a juros efetivos de 5,0% ao ano.
Atrás das
multis
Como a Cocamar ajudou
financeiramente no início,
a entidade seguiu adiante,
mas “aos trancos e barrancos”, recorda-se Marino Hideo Akabane, que
assumiu a presidência,
em 1993. Conforme Akabane, quando a Cocamar
cortou o cordão umbilical,
em 1996, a única saída foi
cor-rer atrás das companhias multinacionais, o
que acabou dando certo.
Um livro resgata a história
Com 190 páginas, o livro “Unicampo 20 anos
unindo forças no
campo” resgata os
20 anos de história
da cooperativa. A
publicação, entregue aos convidados
do evento que marcou os 20 anos da
entidade, está sendo
distribuído para empresas parceiras e
relacionadas ao setor, universidades, bibliotecas e outros.
Produtor constrói Barracão
pelo Programa ABC
de assistência técnica
e traz depoimentos
com fundadores, antigos colaboradores e
pessoas que, de alguma forma, estão ligados à trajetória da
Unicampo ao longo
de seus 20 anos.
A obra contextualiza a presença da
cooperativa
de
prestadores de serviço
em
um cenário de
São 190 páginas de
desenvolvimento
do agrodepoimentos e histórias
negócio e faz menção, também, à evolução do tra+
De autoria do jornalista plica porque a Cocamar de- balho dos engenheiros
Rogério Recco, o livro ex- cidiu terceirizar a sua área agrônomos.
A partir da esquerda: o produtor Rico Longhi,
o ger ente do BB Geraldo de Jesus Varandas e o
engenheiro ag rônomo Joelson Luiz Mar ques
Uma oportunidade
Justino Correia Filho*
O agronegócio brasileiro
vive um bom momento, amparado principalmente pela
forte demanda externa por
alimentos. Condição que favorece a valorização dos
produtos oriundos do campo, depois de muito trabalho
e esperança.
O agricultor é competitivo
dentro da porteira. As dificuldades e os gargalos são
muitos e estão fora da propriedade, ligados, principalmente a infraestrutura e
logística deficitária, que limitam nosso potencial de crescimento no mercado externo. O governo, têm timidamente sinalizado certo reconhecimento a importância
do setor agrícola e sua capacidade ímpar de alavancar
demais setores da econo-
mia. Como exemplo, citamos a redução nas taxas de
juros para custeio e com
destaque para investimento,
taxa de 2,50%aa., com até 10
anos de prazo na linha Finame Rural PSI, condição
que permite aos agricultores investirem em tecnologias e principalmente adquirir maquinários que possibilitem melhor rendimento operacional, favorecendo assim, ganhos de
produtividade nas lavouras.
A Cooperativa Unicampo,
por meio dos profissionais
de assistência ao crédito
rural, está à disposição para
encaminhar aos agentes financeiros as demandas dos
agricultores, sejam elas, de
custeio ou investimento.
(*) Técnico agropecuário da
Unicampo em Bela Vista do
Paraíso (PR)
Pá g . 4 0 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - No v e m b ro 2 0 1 2
serviços
agora, os postos
Detalhe do posto
em Rolândia,
que está em
funcionamento
desde o dia 7/11
Em novembro, eles foram abertos em Rolândia e Tamarana, mas há outros quatro previstos para os próximos meses
Região I Da Redação - Depois de, há alguns
anos, começar a fornecer óleo diesel para
seus cooperados pelo sistema TRR (transportador, revendedor, retalhista), a Cocamar
entra para valer, também, no segmento de
postos de abastecimento.
No dia 7 de novembro, foi inaugurado em
Rolândia o primeiro de uma rede de postos linha de produtos e serviços, oferecendo preque a cooperativa pretende implantar na re- ços competitivos para cooperados e o público
gião norte do Estado, todos com a bandeira em geral.
Ipiranga. No dia 28, foi a vez de Tamarana.
Depois de Rolândia e Tamarana, será a vez
O coordenador comercial de Insumos, Wil- de Londrina, Santa Cecília do Pavão, São Jeson Miranda, explica que eles vão funcionar rônimo da Serra e São Sebastião da Amonormalmente, como qualquer outro, com sua reira.

Documentos relacionados

Apresentação 1 - Cocamar Jornal De Serviço

Apresentação 1 - Cocamar Jornal De Serviço Ibiporã é dotada de quatro moegas e dois silos para 12 mil toneladas. Assaí conta com quatro moegas e silos para 24 mil toneladas. Aricanduva possui 3 moegas e dois silos de 700 toneladas

Leia mais

Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço

Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço menos. Se a simples presença do homem já é capaz de afugentar espécies acostumadas à tranquilidade da vida rural, o que dirá, agora, com o avanço das máquinas? Cada vez mais a agropecuária se mecan...

Leia mais

Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço

Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço Em Floresta, próximo a Maringá, a soja apresentava bom desenvolvimento no dia 20/11

Leia mais

Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço

Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço dez módulos fiscais, nos cursos d’água com mais de dez metros de largura. Além disso, a soma de todas as áreas de preservação permanente não ultrapassará 25% da propriedade. (*) Deputado federal (P...

Leia mais

Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço

Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço força econômica do País, Mas, paradoxalmente, é a mais fraca politicamente. Além disso, temos um ministro com período de mandato contado, em razão das eleições de 2014. Mais grave ainda é o uso do ...

Leia mais

Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço

Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço não resistiram ao convite: aproveitaram para fazer um test-drive. A foto acima é da passagem da equipe, no dia 16 de abril, pela edição 2016 da ExpoLondrina, onde foram visitados os estandes das em...

Leia mais