Dom Quixote,Cinco caminhos criativos para

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Dom Quixote,Cinco caminhos criativos para
Dom Quixote
Post (0188)+Vídeo
De tanto ler antigos livros de cavalaria, o pacato Alonso
Quijano perde o juízo e resolve levar a vida de um cavaleiro
andante. Depois de equipar-se com a velha armadura herdada do
seu bisavô e de fazer-se ordenar por um estalajadeiro,
transforma-se no mui afamado Dom Quixote de La Mancha. Na
companhia do cavalo Rocinante e do fiel escudeiro Sancho
Pança, sai mundo afora em busca de aventuras. Pelo caminho, o
engenhoso fidalgo encontra uma caravana de beneditinos, uma
procissão de penitentes e os famosos moinhos de vento – porém
a sede de aventuras, agravada pela sandice, leva-os a ver
bruxos, fantasmas hordas de gigantes.
Com alguns dos personagens e cenas mais célebres de toda a
literatura, Dom Quixote vem cativando cada vez mais leitores
desde o século XVII.
Recentemente (2012) a L&PM Editores lançou, com o apoio da
UNESCO, uma coleção chamada “Clássicos da literatura em
quadrinhos” com ilustrações e cores por David Pellet, que
entre outros títulos, tais como “Odisséia”, “A ilha do
tesouro”, “Volta ao mundo em 80 dias”, “Robson Crusoé”, “Mil e
uma noites” e “Viagem ao centro da terra”, encontramos “Dom
Quixote”. Certamente não se compara com a obra original, da
qual tenho um exemplar editado pela Abril Cultural em 1978, ou
outras edições mais elaboradas, inclusive ilustrados por
Gustave Doré. Mas não deixa de ser uma boa oportunidade para
se fazer contato com esta obra de Miguel de Cervantes
Saavedra.
NG Canela – Agosto de 2012.
Cinco caminhos criativos para
reconhecer óbvio.
Post (0187)
Onde e como vamos descobrir o óbvio?- Aqui estão algumas
perguntas e exemplos que devem conduzir a sua imaginação
através dos caminhos óbvios.
1 . Não se impressione como as coisas sempre tenham sido
feitas ou como outras pessoas gostariam de fazê-las.
– O importante é questionar : qual a maneira mais simples de
fazê-las ?
– Esqueça todas as idéias, práticas, métodos, técnicas e
tradições já usadas. Pense como uma criança desarmada de
preconceitos analisaria o problema, o que será que ela faria ?
– A experiência da vida é valiosa – porem pode intimidar,
dificultar, complicar e afastar-nos do óbvio. É preciso pensar
de forma simples, nova, original e corajosa para simplificar
qualquer coisa.
– Existe uma maneira perfeita de simplificar um projeto ou uma
idéia. Registre cada faze num papel. À medida que você for
escrevendo, aplique a pergunta-teste : “Será que este item é
absolutamente necessário ?”
– É comum a gente descobrir ter começado no ponto em que os
outros pararam. Considerando que a maioria das idéias se
desenvolveram por acréscimo – o jeito de simplificar uma idéia
é começar novamente. A técnica é eliminar todas as partes
supérfluas. Vá ao cerne do problema. Pergunte a si mesmo : “O
que eu estou tentando fazer ? E por que ?”
– Um dos nossos maiores problemas é termos muitos métodos,
práticas, costumes e tradições profundamente arraigados.
Pensamos e planejamos construindo por cima das experiências e
hábitos acumulados através de gerações. Ao invés disto,
deveríamos começar do zero, como se a cada manhã, acordássemos
num novo mundo, ondenenhum dos problemas da vida e dos
negócios, das artes e das ciências, tivessem sido jamais
resolvidos.
2 . Imagine como seria divertido se tudo pudesse ser
completamente invertido.
– Nada abre mais a mente para um caminho novo do que fazer
esta corajosa consideração. O fato de uma coisa ter sido feita
de um certo jeito, por vários séculos, significa que chegou a
hora de questioná-la. Talvez o óbvio seja inverter as coisas
de algum modo.
– Tem a história de como R.J. Pigott, Diretor de Engenharia da
Gulf Oil desenvolveu um “dispositivo óbvio” para lubrificar
ferramentas de corte. Pigott estava olhando uma ferramenta
produzir rebarbas espirais de uma peça de aço, num torno. Um
fio de óleo caía do alto, enquanto a lâmina estava cortando
por baixo. Um pensamento lhe ocorreu : Como o óleo por cima
pode fazer um bom trabalho de lubrificar a ferramenta na parte
de baixo ? – Criou um jato de alta pressão, para dirigir o
óleo diretamente entre lâmina da ferramenta e o metal
torneado, de baixo para cima. O método não só permitiu maior
velocidade de corte como também aumentou a vida da ferramenta.
– Se o revolucionário Convair Sea Dart, um avião a jato que
pode decolar da água, chegar a fazer tudo o que promete, será
porque o criador do projeto, Ernest G. Stout, usou esta mesma
técnica de inversão. Apesar das muitas vantagens, e o fato de
4/5 da superfície terrestre serem cobertos de água o
hidroavião foi relegado ao esquecimento. Todos, menos Stout, e
um pequeno grupo de homens e engenheiros da Marinha Americana.
Por mais de quatro décadas, o hidroavião não passava de um
barco com asas, o que não é um bom desenho aerodinâmico. Stout
teve uma inspiração, ao invés de desenhar um barco que podia
voar, ele se dispôs a fazer um avião que pudesse flutuar.
3 . Será que você conta com a aprovação e com a participação
do público no seu projeto ?
– Nos negócios, muitas decisões são tomadas nos escritórios e
não nos lugares onde a ação realmente acontece.
– Uma rede de supermercados de Chicago decidiu lançar sua
própria marca de café. Os especialistas podiam recomendar as
misturas e tipos de torrefação. Mas o presidente da empresa
preferiu fazer com que os clientes escolhessem a mistura e o
ponto de torrefação que desejassem. Foram preparadas quatro
amostras com graus diferentes de torrefação, embaladas em sem
identificação. Cada uma representando uma diferente combinação
de misturas e torrefação. Foram distribuídos a centenas de
domicílios com um questionário para que indicassem a sua
preferência. Desse modo, a rede lançou o “Royal Jewel – o Café
que Chicago escolheu“. O sucesso do produto já estava
garantido, o público o havia escolhido.
– Sendo o público quem decide o sucesso ou fracasso de tudo
que tentamos fazer, parece óbvio pesquisar junto ao mercado,
antes de irmos adiante.
4 . Quantas oportunidades estão passando desapercebidas porque
ninguém se importou de examiná-las ?
– Em uma companhia de seguros, um homem ganhou um grande
prêmio por uma simples idéia na caixa de sugestões: “Procure
algo com que ainda ninguém se importou”.
– Existem milhares de idéias óbvias, em todos os negócios e
profissões, que até aqui ninguém se importou em examinar. São
lugar-comum não percebidos.
– No seu livro, Ray Giles conta a seguinte história.
“Há muitos anos atrás, o vendedor de uma mercearia estava
cortando queijo – quando pediam um pedaço, ele levantava a
tampa de vidro e cortava, calculando o peso. Enquanto isso o
queijo ficava descoberto, sujeito ao pó e às moscas. Se
tivesse pouca saída, o queijo esfarelava antes de terminar. A
única proteção era uma casca grossa que ia se formando, pela
qual se tinha de pagar, juntamente com o peso do queijo. Até
que vendedor teve a idéia – uma dessas bem óbvias que podia
ocorrer a qualquer um : por que não dividir o queijo em fatias
e acondicioná-las em embalagens individuais ?”
Esse vendedor chamava-se J.L. Kraft e toda vez que você comer
um queijo Kraft não se esqueça : uma idéia simples e óbvia
pode levar à fortuna.
– Benjamin Franklin, incomodado por ter de usar dois pares de
óculos – um para perto e outro para longe – desenvolveu as
lentes bifocais, uma benção para toda a humanidade. Nada
poderia ser mais óbvio. Esse caso sugere que a melhor técnica
para descobrir o óbvio é dar uma olhada bifocal em tudo o que
usamos, fazemos e precisamos. Examinar de perto para ver se um
detalhe pode ser melhorado – olhar de longe para ver se não há
uma forma diferente para atingir o mesmo fim.
5 . Quais são as necessidades específicas do caso ?
– Muitas vezes, a própria situação indica a oportunidade de
aperfeiçoamento, que ainda não foi considerada.
– Para exemplificar tem o caso dos Hartford Brothers, com suas
lojas tipo “Pegue e Pague” . Woolworth, com suas lojas de dois
mil réis. A caneta esferográfica que acabou com o tinteiro. A
Du Pont com suas fibras sintéticas que não amarrotam…
-Todas estas soluções foram criativamente óbvias. E também
atenderam aos desejos e necessidades do público, muitas vezes
não expressos e nem mesmo percebidas. Entretanto, no momento
em que alguém as transformou em soluções, ficou óbvio que
estas já existiam há muito tempo.
– O mundo está cheio de desejos, vontades e necessidades não
expressas, esperando que se faça o óbvio para resolver os
grandes problemas. Boa sorte !
Texto de Robert R. Updegraff – Resumido – NG Canela (0187) –
Agosto de 2012
Leia
mais
em
“Obvio”
http://www.obvio.ind.br/Adams%20Obvio.htm
Veja
também
“Mude”
http://ngcanela.blogspot.com/2011/12/mude.html
De repente, classe C
Post (0184)
– Sou ex-pobre. Todos querem me vender geladeira agora. O
coletivo ainda quebra todo dia, o bairro alaga. Mas na TV até
trocaram um jornalista para me agradar.Eu era razoavelmente
feliz até descobrir que não sou mais pobre e que agora faço
parte da classe C.
– Com a informação, percebi aos poucos que eu e minha nova
classe somos as celebridades do momento. Há empresas e
institutos de pesquisa exclusivamente dedicados a investigar
as minhas preferências: se gosto de azul ou vermelho, batata
ou tomate e meus filmes favoritos.
– A televisão também estudou minha nova classe e, mudou seus
planos: além do aumento dos programas que relatam crimes
bizarros, as telenovelas agora têm empregadas domésticas como
protagonistas e até mesmo personagens ricos que moram em
bairros mais ou menos como o meu. Um telejornal famoso até
trocou seu antigo apresentador, um homem fino e especialista
em vinhos, por um mais povão, do tipo que fala alto e gosta de
samba. Um sujeito mais parecido comigo, talvez.
– As empresas decidiram que minha classe é seu novo alvo de
consumo, antes, quando eu era pobre, de certo modo não existia
para elas. Agora elas querem me vender carros, geladeiras de
inox, engenhocas eletrônicas, planos de saúde e TV por
assinatura. Tudo em parcelas a perder de vista e com redução
do IPI.
– As universidades privadas, então pipocado. Os cursos custam
poucos reais ao mês, e isso se eu não quiser pagar menos,
estudando à distância. Assim como toda pasta de dente é a mais
recomendada entre os dentistas, essas universidades estão
sempre entre as mais indicadas pelo MEC, como elas mesmas
alardeiam. Se é verdade ou não, quem pode saber?
– Não que eu esteja infeliz com meu novo status de consumidor.
Agora mesmo escrevo em um notebook, minha TV tem canais de
esporte e minha mãe prepara a comida num fogão novo; se isso
não for felicidade, do que se trata, então?
– O problema é que me esforço, juro, mas o ceticismo ainda é
minha perdição: levo 2h30 para chegar ao trabalho, meu plano
de saúde não cobre minha doença no intestino e
morro de medo das enchentes no bairro. Ou seja,
ao mesmo tempo em que todos querem me atingir
por meu razoável poder de consumo, passo por
perrengues do século passado. Eu e mais de 30
milhões de pessoas que não somos pobres, mas
classe C.
– Deixa eu terminar por aqui o texto, porque daqui a pouco vão
me chamar de chato ou, pior, de comunista. Logo eu, que só li
Marx na versão resumida em quadrinhos.
Texto resumido do publicado na Folha de São Paulo por Leandro
Machado – NG Canela – Agosto de 2012
Leia um pouco mais em:
http://unacomportamentodoconsumidor.blogspot.com.br/2011/10/cl
asse-c-ascensao-e-comunicacao.html

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