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Aqüicultura
Introdução
Conceitos Básicos
-Pesca: captura de indivíduos selvagens ou mantidos em tanques sem controle do
crescimento e da reprodução;
-Aqüicultura: cultivo em condições controladas de organismos aquáticos;
-Piscicultura: criação em condições controladas peixes de água doce, salobra ou
marinha;
-Monocultivo: cultivo de uma única espécie
-Policultivo: cultivo de mais de uma espécie no mesmo viveiro
-Consórcio: criação integrada de espécies em diferentes ambientes
Organismos Produzidos:
Carcinocultura
-Camarão marinho: Litopenaeus vannamei
-Local: Nordeste e sul;
-Camarão rosa - Região sul;
-Bentônico;
-Alto valor agregado;
-Problema com doenças virais;
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-Camarão água-doce: Macrobrachium rosenbergii
-Alguns produtores sudeste e sul;
-Existe demanda por pós-larvas;
-Nichos de mercado específicos;
-Policultivo;
Ranicultura
-Espécie utilizada: Rã-touro;
-Metamorfose: fase aquática e fase terrestre;
-Anfigranja e sistema inundado;
-Produção menor que a demanda;
Malacocultura
-Produção de ostras, mexilhões e vieiras;
-Santa Catarina é o principal produtor;
-Restrições: demanda por sementes, variação genética – (identificação espécies)
e poluição
Macroalgas e microalgas
-Macroalgas:
-Utilizadas na alimentação de países asiáticos (Kombu, wakame e nori)
-Agar e carragena
-Policultivo
-Microalgas:
-Larviculturas
-Fontes de ácidos graxos essenciais
-Carotenóides
-Biocombustíveis
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Sistemas de Cultivo
-Sistema Extensivo:
-Viveiros grandes ou açudes;
-Alimentação: natural;
-Policultivo;
-Sistema Semi-Intensivo:
-Viveiros de médio e grande porte;
-Alimentação: natural e ração;
-Policultivo ou monocultivo;
-Sistema Intensivo e Super-Intensivo:
-Densidade elevada;
-Alta renovação de água;
-Sistema de recirculação de água;
-Alimentação: ração balanceada;
-Maior impacto ambiental;
Cadeia Produtiva:
-Reprodução: necessita-se dominar a tecnologia de produção, estímulos
ambientais e hormonais, alimento vivo e mão-de-obra especializada. Há maior
rentabilidade.
-Larvicultura;
-Engorda: há mais gastos com a alimentação, mas custos com mão-de-obra são
mais baratos.
-Processamento: sem tem maior valor agregado final
Ex.: salga, defumação, filetagem, etc.
Objetivos da Produção:
-Produção de carne;
-Produção de organismos ornamentais;
-Programas de repovoamento;
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Construção de Viveiros (tanques):
-Tipos:
-Açudes: estruturas para retenção de água por meio de barragens eventualmente
utilizada para produção de organismos aquáticos, sem controle de entrada e saída de
água;
-Viveiros: estruturas escavadas em terra, projetadas e construídas para
aqüicultura com a possibilidade de controle e saída de água;
-Tanque-rede: tanques construídos em tela com diferentes formas, geralmente
circulares, quadrados ou poligonais. Utilizado quando não se pode ter controle sobre o
ambiente de criação e são confeccionados de Polietileno, plástico ou aço;
-Posicionamento adequado:
-Profundidade mínima de 1,8 m;
-Movimentação da água;
-Evitar aglomeração de tanques;
-Race-way:
-Tanques pequenos geralmente construídos em alvenaria, mas podem ser
também de plástico ou PVC, podem ser circulares ou retangulares estreitos;
Escolha do Local:
01-Água:
Qualidade da água
-Propriedades físicas: temperatura, cor, turbidez, etc.
-Propriedades químicas: pH, oxigênio, alcalinidade, etc.
-Propriedades biológicas: plâncton, parasitas, etc.
-Construção açude reservatório – não deve interromper o curso de água;
-Canais de abastecimento;
-Nascente deve ficar a no mínimo 30 cm acima do nível máximo do
reservatório;
-Podem ser construídos viveiros sem renovação continua;
-Race-way: renovação total a cada 15 a 60 segundos;
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02-Solo:
-Melhores solos são argilosos de coloração avermelhada
-Solos arenosos e ricos em matéria orgânica devem ser evitados;
03-Topografia:
-Determina aspectos técnicos e econômicos do investimento;
-Possibilidade de abastecimento por gravidade;
-Áreas acidentadas exigem maior movimentação de terra;
-Terrenos ligeiramente acidentados e declividade constante possibilitam
aproveitamento do desnível;
04-Tamanho e Formato:
04.1-Criação extensiva e semi-intensiva:
-Em geral viveiros ou açudes retangulares de 350 a 60.000 metros
quadrados (0,035 a 60 ha);
04.2-Criação intensiva:
-Viveiros pequenos retangulares ou redondos de até 100 metros
quadrados (0,01ha);
-Respeitar as recomendações da legislação ambiental;
-Mínimo 50 metros de outras construções e 30 metros de estradas
públicas
-Área inundada deve ser desmatada e limpa de troncos, pedras, etc.
-Taipas de no máximo 2 metros: profundidade da água de 1,5 metros;
-Viveiros profundos: zonas anaeróbicas e formação de substâncias
tóxicas;
-Talude: plano inclinado que limita um aterro;
-Fundo do viveiro: Plano com leve declividade (0,5-1,0%) em direção a
saída de água;
05-Entrada de Água:
-Gravidade ou bombeamento;
-Abastecimento individual dos viveiros;
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-Abastecimento seqüencial deve ser evitado;
-0,50 m acima do nível de entrada de água para dissolução natural do
oxigênio;
-Filtros na entrada para evitar contaminação com peixes estranhos ao
cultivo;
06-Saída de Água:
-Drenagem deve ser rápida e completa;
-A saída de água deve ser preferencialmente no fundo do viveiro;
-Vertedouro de segurança para retirada do excesso de água;
-Canos de PVC com bitolas de 100 a 150 mm,
-Caixa de retenção: acumular lodo precipitado e servir de refugio para os
peixes;
06.1-Sistemas de Controle de Nível:
-Canos de PVC (interno ou externo);
-Monge;
Construção de Race-way
01-Circulares:
-Entrada de água próxima a parede externa;
-Fundo em declive para o centro;
-Saída pelo meio;
02-Retangulares:
-Entrada por um lado e saída pelo outro;
-Evitar cantos “mortos”;
-Anteparo submerso no primeiro quarto da extensão para quebrar a força
da corrente, revolver os detritos do fundo e facilitar a alimentação
Etapas da Construção:
-Marcação do terreno;
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-Drenagem e limpeza da área;
-Instalações hidráulicas;
-Trabalhos de escavação e movimentação de terra;
-Compactação do fundo;
-Enchimento do tanque por 20 dias;
-Esvaziamento;
-Recompactação do solo;
-Reenchimento e povoamento;
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Ranicultura
-Introdução:
-Os asiáticos são os maiores produtores e consumidores;
-Ciclo de Vida:
-Fase aquática e fase terrestre;
-Fase aquática: desenvolvimento embrionário e girinos
-Imago faz a transição da fase aquática para a fase terrestre
-Dimorfismo Sexual:
Macho
Fêmea
Região timpânica 2 a 3 vezes maior que a ocular
São semelhantes
Papo mais amarelado
Papo creme esbranquiçado
Membros anteriores mais fortes (musculosos)
Membros anteriores mais finos
Coaxam
Não coaxam
Verruga ou esponja nupcial
Não apresentam
-Dimorfismo nas rãs nativas: machos apresentam acúleos na região do dedo
polegar, verrugas no peito e região interna do braço, possuem braço e antebraços mais
musculosos e tamanho (comprimento e peso), maior que a fêmea.
-Reprodução:
-Fatores que interferem na maturação das gônadas: chuva, aumento de
temperatura e aumento do fotoperíodo.
-Normalmente a reprodução ocorre na primavera e no verão;
-Macho: tem inicio da maturação com 45g e chega à maturidade sexual
com 254g;
-Fêmea: tem inicio da maturação com 109g e chega à maturidade sexual
com 209g;
-Desova:
-Rã-touro: aspecto gelationos;
-Rãs nativas: espuma
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Reprodução Induzida
-A desova induzida possibilita a reprodução independente dos estímulos
ambientais;
-O extrato de hipófise é barato e amplamente utilizado;
-A quantidade de gonadotropinas na hipófise não é padronizada, nem sempre são
obtidos os resultados esperados;
-O extrato bruto de hipófise é utilizado na dose de 7mg para cada quilo de peso
vivo;
-Nas fêmeas são aplicadas duas doses, a primeira com 10% da dosagem e a
segunda 12 horas depois;
-No macho é feita somente uma aplicação 12 horas depois da segunda dose da
fêmea;
-Uma vez induzidos os reprodutores podem ser colocados em baias de
acasalamento individual para desovarem naturalmente, ou pode ser feita a fertilização
artificial;
-O sêmen do macho é coletado uma hora depois da aplicação da hipófise, cada
macho produz de 2 a 4 ml de sêmen.
-Nas fêmeas a coleta dos ovos é feita por extrusão manual. Os ovos devem ser
coletados em um recipiente seco e limpo;
-Pouco antes da fertilização o sêmen deve ser diluído em água;
-No momento da fertilização o esperma diluído é vertido sobre os óvulos. Após
dois minutos de leve agitação os ovos fecundados devem ser misturados com água até
completar a hidratação;
-O intervalo mínimo de desovas para as fêmeas é de 2 a 2,5 meses;
-Os machos podem ser utilizados uma vez por semana durante um mês e depois
descansar;
-Reprodutores com idade máxima de três anos;
Principais Modificações:
-Fase Aquática: possui cauda natatória, a respiração se dá pela pele, pulmão e
brânquias, são onívoros, a excreção é feita por um intestino longo, o qual o produto de
excreção é a amônia, possui pela fina e sem glândulas e o sistema nervoso é pelo
sistema de linha lateral.
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-Fase Terrestre: a locomoção é feita através dos membros, a respiração se dá
pelos pulmões, pele e mucosa oral, são carnívoros, a excreção é feita através de um
intestino curto o qual o produto de excreção é a uréia, possui epiderme estratificada com
várias glândulas e há perda da linha lateral.
Técnicas de Criação
-Ranário Aurora:
-Instalações simples;
-Tanque cercado com chapas de zinco;
-Vegetação não era cortada para atrair alimento;
-Moscário flutuante para atrair as moscas;
-Todas as fases eram criadas no mesmo tanque e as desovas obtidas de
forma natural;
Tanques Múltiplos:
-Neste sistema ainda eram utilizados restos em decomposição para atrair
moscas (impacto negativo);
-Tanques Ilha;
-Confinamento;
-Anfigranja;
-Sistema Vertical (Ranabox);
-Sistema Inundado;
01-Ranário Tradicional:
01.1-Setor de Reprodução:
-Formas variadas;
-Deve ser mais afastado;
-Água circulante com abastecimento individual; -Além das piscinas, também podem haver tanques pequenos de desova, o
que facilita as coletas e aumenta o número de ovos viáveis;
-A densidade é de 2 rãs/m2, na proporção macho:fêmea de 1:1 ou 1:2.
01.2-Desenvolvimento Embrionário:
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-Tanques de eclosão que consistem de caixas plásticas ou de cimento
amianto com circulação de água;
-A utilização destes tanques permite um maior controle de predadores,
facilita a observação das desovas e aumenta a porcentagem de eclosão e a
sobrevivência dos girinos;
-Duração: 5 a 7 dias;
01.3-Criação de Girinos:
-Tanques de terra ou de alvenaria;
-Dimensões variam de acordo com o número de girinos;
-Densidade: 0,05 até 1 girino por litro de água;
-Abastecimento individual de água (evitando doenças);
-Cobertura para evitar predadores;
-Duração: Cerca de 3 meses;
-Os girinos são onívoros filtradores;
-Dois sistemas: extensivo e intensivo;
-Sistema Extensivo:
-No sistema extensivo são utilizados tanques grandes (6.000 a 12.000 m2)
profundidade máxima de 1 metro (ideal 0,4) a alimentação é exclusivamente
com alimento natural;
-Fertilização para estimular a produtividade primária;
-Pode ser fornecida ração suplementar;
-Sistema Intensivo:
-No sistema intensivo a ração deve ser farelada contendo 35-40% de
proteína bruta e fornecida inicialmente na proporção de 12% peso vivo;
-Alimentação deve ser fracionada em pequenas porções varias vezes por
dia, para evitar sobras que podem comprometer a qualidade da água;
-Níveis muito altos de proteína podem estimular a heterogeneidade;
-No primeiro mês, recomenda-se fornecer 10% do peso vivo do animal
por dia; no 2º mês, 5% e no 3º mês, 2%;
-Alguns estudos foram realizados sobre a reversão sexual de girinos
fornecendo ração contento hormônio masculinizante. As rãs machos crescem
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mais rápido e a utilização de lotes do mesmo sexo proporcionaria plantel mais
homogêneo, reduzindo as perdas por canibalismo e produzindo carcaças mais
homogêneas.Diversas técnicas de reversão: injeção, imersão, etc.
01.4-Setor de Engorda:
-Baias na densidade de 50 rãs /m2;
-Duração: média de três meses;
-O peso médio de abate das rãs é de 180-220 gramas;
-O formato das baias varia bastante, mas em geral seguem o modelo de
confinamento da UFV (10 m2);
-As baias em geral possuem uma piscina e são parcialmente cobertas. Em
regiões de clima mais frio as baias são colocadas dentro de estufas;
-Após a metamorfose as rãs são carnívoras e devem receber ração
peletizada ou extrusada contendo entre 40 e 46% de proteína;
-Conversão alimentar de aproximadamente 2:1;
-O nível de aproveitamento dos carboidratos varia bastante dependendo
do tipo de alimento e da idade das rãs, mas a adição de 40 a 45% de carboidratos
como fonte de energia pode ajudar a economizar proteína;
-A ração deve ser fornecida na proporção de 5% do peso vivo;
-As rãs precisam de estimulo para consumir a ração, tradicionalmente
eram utilizadas larvas de mosca;
-No inicio larvas de mosca misturada na ração na proporção de 50%;
-Posteriormente redução da proporção para 20%;
-Durante a fase de imagos a ração umedecida favorece consumo;
-Devem ser fornecidas rações diferentes tamanhos conforme os animais
vão crescendo;
02-Anfigranja
-Basicamente mesmos setores do ranário tradicional;
-Engorda realizada em galpões fechados permitindo maior conforto térmico e
facilidade de higinienização;
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-Inovações tecnológicas permitem melhores resultados em relação ao ranário
tradicional;
-Redução da mortalidade (40-70% para 10% plantel);
02.1-Reprodução:
-Baias de acasalamento individual, que permitem maior controle da
progênie;
-Fora da época reprodutiva os reprodutores são mantidos em baias de
mantença na densidade de 10 rãs/m2.
-Nas baias de acasalamento individual é colocado um casal ou duas
fêmeas e um macho;
-Possibilidade de reprodução induzida;
02.2-Crescimento e Engorda:
-O setor de girinos é praticamente o mesmo do ranário tradicional, com
algumas variações;
-A engorda é conduzida em galpões de alvenaria coberto com telhas e
aberturas nas laterais;
-Inicialmente eram utilizados dois tipos de baias, crescimento inicial (rãs
com até 40 gramas de peso vivo) e terminação;
-A seguir foram desenvolvidas baias versáteis utilizadas para as duas
fases.
-Cochos vibratórios;
03-Sistema Inundado:
-Tecnologia desenvolvida em Taiwan;
-Variação da engorda onde a totalidade do piso das baias de engorda é inundado;
-Redução dos custos, pois possibilita um aumento na densidade e uniformidade
diminuindo as perdas de ração e eliminando a utilização de alimento vivo;
-Todo o piso deve ser ocupado pro rãs, sem sobreposições, em densidades que
variam de 100 a 150 rãs por m2;
-Este sistema exige grande disponibilidade de água e a ração preferencialmente
extrusada para evitar as perdas por lixiviação.
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Carcinicultura
Doenças Virais (introdução)
-No final dos anos 80 foi registrada a primeira ocorrência de vírus no camarão
de Taiwan, com graves perdas para os produtores de todo o país;
-A deterioração da qualidade da água, decorrente da alta densidade de fazendas e
do excesso de lodo no fundo dos viveiros, entre outras dificuldades, levou o camarão ao
estresse e ao surgimento de viroses.
-A China também foi afetada e teve sua produção reduzida de 200 mil t para 50
mil t;
-De 1995 a 2005, surgiu como fato marcante a presença do vírus da mancha
branca (originário da Ásia) nos cultivos da costa sul-americana do Pacífico, da América
Central e do México;
Litopenaeus vannamei
-Resultados limitados com espécies nativas: F. paulensis e F. subtilis;
-L. vannamei já era cultivada no Equador e Panamá, demonstrando grande
capacidade de adaptação ao ambiente;
-Na primeira metade da década de 90 os laboratórios já haviam dominado a
reprodução do L. vannamei;
-1995/1996 foi demonstrada a viabilidade técnica da criação;
Safra 2004/2005 (problemas)
-Doenças virais e barreiras alfandegárias;
-Muitas fazendas fecharam;
-Produção em 2005 caiu para 65 000 toneladas;
Doenças na Carcinicultura
01-Necrose Hipodérmica:
-Mortalidade relacionada com aspectos estressantes do meio (alta densidade e
baixo oxigênio dissolvido);
-Heterogeneidade no final do cultivo;
-Perda do equilíbrio e deformações (exoesqueleto em forma de sela de cavalo);
-Normal incidência de até 5% da população;
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02-Vírus da Mancha Branca:
-Sinais Clínicos: redução na alimentação, letargia, coloração vermelha do
camarão, carapaça macia e solta, mancha branca e mortalidade até 100%.
-Sem tratamento especifico;
-Recomendações para fazendas: desinfecção entre ciclos, assegurar a limpeza da
água, realizar monitoramento dos viveiros, minimizar as contaminações cruzadas e
mudanças no sistema de produção.
-Atualmente:
-No Nordeste a introdução de boas práticas de manejo possibilitaram a
recuperação parcial da atividade;
-Carcinicultura responsável e camarão orgânico;
-Diminuição da produtividade por área, de 40 para 15 camarões/m2 e
maior utilização de alimento natural;
-Aumento da área produtiva (mais de 16 000 ha);
-Em Santa Catarina a maioria das fazendas não esta produzindo
Espécies Cultivadas
-Penaeus monodom (camarão tigre);
-Litopenaeus vannamei (camarão branco);
-Fenneropenaeus chinensis (camarão da china);
-Marsupenaeus japonicus;
Sistemas de Produção
Classificação:
01-Pelo tamanho da propriedade:
-Pequena escala: pequenos empreendimentos, com área máxima de 10 ha de lâmina de
água;
-Média escala: propriedades têm entre 11 a 100 ha de lâmina de água e empregam
regime semi-intensivo, mantendo densidade máxima de 45 camarões/m²
-Grande escala: praticada em áreas com mais de 100 ha de lâmina de água
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02-Pelo grau de intensificação:
-Extensivo: baixa densidade (5 cam/m2) e sem fornecimento de dieta artificial, com
produção de 600 kg/ha/ciclo;
-Semi-Intensivo: médias densidades (40 cam/m2) e “suplementação” com dietas
artificiais (60-80% alimento natural) com produção de 5.000 kg/ha/ciclo;
-Intensivo: altas densidades (50-100 cam/m2) e dependente de dietas artificiais, com
produção de 9.000 kg/ha/ciclo;
-Super-Intensivo: elevadas densidades (500 cam/m2) e dependente das dietas artificiais,
com produção de 60.000kg/ha/ciclo;
03-Pelo tipo de cultivo:
-Cultivo em viveiros escavados;
-Cultivo em cercados (nova tecnologia, utilizadas nas comunidades costeiras do RS e
SC, utilizando o camarão-rosa – Farfantepenaeus paulensis).
-Cultivo em tanque-rede;
Reprodução do Camarão Marinho
Biologia Reprodutiva
-Acasalamento e desova em mar aberto;
-Zonas profundas:
-L. vannamei 72 m
-F. paulensis 100 m
-Ovos são liberados durante a noite;
-Fecundação externa, ovos são fecundados no momento da liberação;
-Na desova as fêmeas nadam rapidamente;
-12 horas após a ovulação os náuplios eclodem (seres planctônicos entre 3-4
μm);
-Atraídos pela luminosidade;
-O náuplio se alimenta das reservas de vitelo, quando se transformam em
protozoea passam a se alimentar de fitoplanctôn;
-Mísis persegue e devora fito e zooplanctôn;
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-Pós-larva deixa de ser planctônica e passa a ser bentônica (pós-larvas
abandonam o ambiente marinho e se mudam para o estuário);
Órgãos Sexuais
-Petasma: órgão reprodutor masculino, localizado no primeiro par de pleópodos
e é responsável pela transferência do espermatóforo
-Télico: órgão reprodutor feminino, localizado no quinto par de pereiópodos e
pode estar coberta por placa:
-L. vannamei (sem placa)
-F. paulensis (com placa)
*Nas espécies com placas a cópula acontece logo após a ecdise, quando o exoesqueleto
ainda está mole. Depois que o exoesqueleto endurece o espermatóforo fica protegido;
*Nas espécies sem placa a cópula acontece quando a carapaça já esta consolidada para
que o espermatóforo não se perca;
Desenvolvimento Gonadal na Fêmea
-5 fases (não desenvolvido, em desenvolvimento, semi maduro, maduro e
desova);
-Controle Hormonal da Reprodução:
-Glândulas localizadas no pedúnculo ocular fazer o controle hormonal da
reprodução e da muda;
-Reprodução e muda geralmente são eventos antagônicos;
-Ablação de um dos pedúnculos provoca mudança no equilíbrio hormonal,
estimulando a reprodução;
-Ablação bilateral ineficaz: cegueira, desequilíbrio hormonal excessivo;
Controle Ambiental da Reprodução
-Apesar de ser fortemente influenciada por aspectos hormonais a reprodução só
é alcançada com o controle do ambiente;
-Salinidade, temperatura, pH, oxigênio dissolvido, fotoperíodo, etc.
-Reprodução ocorre em zonas marinhas onde as condições ambientais
praticamente não se alteram;
Formação do Plantel de Reprodutores
-Cerca de 10 a 11 meses para formação;
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-Três fases: engorda (3 a 4 meses), fase intermediária (2 a 3 meses) e fase final
(4 meses);
01-Fase de Engorda:
-Processo normal de cultivo;
-Viveiro com área total entre 2,5 e 20 ha;
-Duração do cultivo relacionada com a temperatura da água;
-3 a 4 meses;
-Alimentação somente com ração comercial;
-Animais despescados com 14 a 16 gramas
02-Fase Intermediária:
-Objetivo desta fase é permitir que os animais tenham espaço para crescer;
-Densidade reduzida de 25 camarões/m2 para no máximo 2 camarões /m2;
-Crescimento médio de 1,5 a 2,0 gramas por semana;
-Ração (50%) e alimentos frescos (50%);
-Peso médio de 25 gramas após mais 3 meses de cultivo;
03-Fase Final:
-Crescimento final dos reprodutores;
-Densidade de 1 camarão/m2;
-Viveiros de 0,09 ha;
-30% ração e 70% de alimentos frescos;
-Peso final:
-Machos > 30 gramas
-Fêmeas > 35 gramas
Manutenção dos Reprodutores
-Tanques de Aclimatação:
-Ao chegar no laboratório os reprodutores deverão ser transferidos para tanques
circulares ou retangulares com área útil entre 12 e 15 m3;
-Renovação em torno de 150% ao dia;
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-Alimentação com 12% da biomassa /dia;
-Alimentos frescos: Lula, artêmia, marisco e ração
-Densidade de 4 a 6 reprodutores m2 e biomassa máxima de 240 g/m2;
-Condições ambientais:
-Período de 4 horas sem renovação (descanso)
-Salinidade: 30 ppm
-Temperatura: 27,5ºC
-pH: 8,2
-Fotoperiodo: 14 horas de luz e 10 horas escuro;
-Ablação do Pedículo Ocular:
-Enucleação: com uma lâmina de barbear é realizado um corte no globo ocular
seguido da retirada do conteúdo interno do olho. Utilizar água fria para diminuir o
metabolismo
-Esmagamento: base do pedúnculo é esmagada com um alicate de ponta fina de
forma que ele não caia imediatamente. Pode-se utilizar Furacin na dosagem de 2 ppm
para diminuir risco de infecção
-Extirpação: seguida ou não de cauterização, é a técnica mais simples e rápido.
Pedúnculo é cortado com uma tesoura.
-Desova:
-Fêmeas são transferidas para os tanques de desova;
-Certificar de que estão impregnadas com as bolsas espermáticas e em estágio
final de maturação das gônadas;
-Tanques individuais ou coletivos:
-Individuais: apenas uma fêmea madura, tanque de formato cilíndrico de
fundo cônico ou retangular com 150-500 litros água do mar filtrada, no escuro e com
aeração suave ou renovação. Fêmea desova após cerca de 6 a 10 horas.
-Coletivas: várias fêmeas em tanques de 5 a 20 metros cúbicos e as
fêmeas retiradas após desova ou tempo pré estabelecido.
-Eclosão:
-Tanques cilíndrico cônico com capacidade de 100 litros;
-Densidades de 1.000 a 1.200 ovos/litros;
-Nos tanques de desova coletiva a eclosão pode acontecer no próprio tanque;
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-Após a eclosão os náuplios são concentrados com lâmpadas na bordas dos
tanques;
Larvicultura
-Dois sistemas: monofásico ou bifásico;
-Sistema monofásico: é utilizado apenas um tipo de tanque do inicio até o final (até
PLXII);
-Sistema bifásico: primeiro são utilizados tanques de 10.000 a 12.000 litros durante os
primeiros 12 dias, levando as larvas até o estágio PLI ou PLII;
Vantagens do sistema bifásico:
-Otimização das instalações
-Maior número de ciclos anuais
-Pós Larvas (PL) maior fortes e saudáveis
-Segunda fase os animais são transferidos
-Densidade e Estocagem:
-Aumentar a disponibilidade conforme as larvas crescem;
-Densidade também varia em função do tipo de instalação;
-Renovação de Água:
-Náuplios não necessitam renovação de água. Com o crescimento do camarão
tem-se a necessidade de aumentar a renovação de água gradativamente, até chegar em
100% no mísis.
-Alimentação das Larvas:
-Alimentação deve ser fornecida em no mínimo 4 alimentações diárias, ideal são
6 alimentações;
-Tamanho da partícula varia de acordo com o estágio de evolução (Ex.: náuplios
não se alimentam);
-Microalgas devem ser fornecidas durante toda larvicultura;
-Alimentação artificial está crescendo, mas artêmia ainda é imprescindível;
-Náuplios de artêmia podem ser parcialmente substituídos por rotíferos;
-Rotíferos e artêmias adultas podem ser enriquecidos com nutrientes;
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-Inoculação de microrganismos vivos (probiótico) produz bons resultados já na
larvicultura;
-Desinfecção:
-Objetivo é eliminar microrganismos potencialmente patogênicos;
-Realizada a cada ciclo de produção;
-Principais químicos: cloro, formalina, iodo, etc.
-Além dos tanques, deve ser feita desinfecção geral do laboratório: sistema de
água, salas, vidrarias, etc.
-Resíduos de cloro podem ser retirados com vitamina C (10% da quantidade
total de Cl2 disponível) ou com Tiossulfato de sódio – concentração de 1N;
Cultivo de Microalgas
-Microalgas que formam colônias não são muito utilizadas: difícil ingestão pelas
larvas;
-Microalgas redondas e pequenas também não são eficientes: crescimento
rápido, mas pobres em nutrientes;
-Microalgas quadradas são as mais utilizadas: resistentes e ricas em nutrientes;
-Diatomáceas: algas com parede celular formada por dióxido de silício.
Importantes na alimentação do camarão;
Fases do Cultivo:
01-Fase Lag:
-Fase inicial de desenvolvimento
-Logo após inoculação
-Sem mudanças no número de células
-Células aumentam de tamanho e se tornam mais ativas
02-Fase Log:
-Crescimento exponencial do número de células
-Divisão constante e continua das células
-Taxa máxima de crescimento na cultura
03-Fase Estacionária:
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-Estabilização do crescimento
-Mesmo em condições favoráveis
-Crescimento igual a mortalidade
04-Fase de Declínio:
-Mortalidade maior do que a natalidade
-Proliferação de bactérias
*Na larvicultura do camarão o ideal é utilizar cultura em fase “log”, neste fase as células
aumentam a produção de ácidos graxos poliinsaturados fundamentais na alimentação
das larvas;
Métodos de Cultivo
-Sistema unialgal: grandes volumes de algas são obtidos a partir do inóculo de
uma única espécie;
-Método estacionário (“batch”): as culturas são sucessivamente transferidas
para recipientes maiores até atingirem o patamar desejado;
-Método semi-contínuo: as culturas não são transferidas de recipiente. Antes de
atingirem a fase estacionária o recipiente é parcialmente drenado e usado na
larvicultura. Depois o volume é recomposto com água de meio de cultura;
-Método contínuo: é mais complexo, a cultura é mantida com volume constante
e em equilíbrio dinâmico;
Meios de Cultura:
-Nutrientes para crescer e se multiplicar;
-Não possuem raízes, absorvem nutrientes diretamente da água;
-Inúmeros meios: extrato de solo, água do mar enriquecida com nitratos e
fosfatos, metais, meio de Guillard, etc.
Condições de Cultivo:
-Cada espécie possui requerimentos específicos;
-Espécies de água frias (10 graus) e águas quentes (> 40 graus);
-A maioria precisa de luminosidade superior a 10.000 lux;
Armazenamento de Algas:
-Algumas espécies podem ser concentradas para posterior utilização;
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-Suspensão da aeração e adição de formalina para fazer as algas decantarem;
-Armazenagem em geladeira com temperatura de 4ºC;
*Espuma na cultura indica que está havendo mortalidade excessiva;
Cultivo de Artêmia:
-Alimento vivo extensamente utilizado;
-Micro crustáceo;
-Alta tolerância ambiental: temperaturas de entre -18 e 40 graus, salinidade entre
12 e 34 partes por mil;
-Ciclo de 30 dias;
-Náuplio de artêmia é a larva recém-eclodida. Possui vitelo rico em nutrientes.
Utilizar náuplios recém eclodidos na larvicultura;
-Duas vias de reprodução;
-Em condições normais fêmeas são ovovivíparas;
-Em estresse produzem cistos;
-300 cistos/náuplios a cada 5 dias;
-Quantidade de náuplios por grama de cisto – ideal são mais de 300.000
náuplios/grama;
-Eclosão em tanques cilíndricos cônicos translúcidos ou brancos;
-Salinidade entre 22 e 25‰;
-Máximo de 2 gramas de cisto para cada litro de água;
-Mecanismo fisiológico da eclosão é disparado pela luz;
-Eclosão em cerca de 24 horas;
-Temperatura influência na eclosão;
Cultivo de Rotíferos:
-3 μg e 950 células;
-Boas características para o cultivo e alimento vivo;
-Reprodução rápida: 1.000 células pode chegar a 1.000.000 em 7 dias a 25
graus;
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-Tamanho pequeno (120-500 μm);
-Baixa velocidade de natação;
-Não possui as mesmas características nutricionais do náuplio de artêmia, mas
pode ser enriquecido artificialmente;
-Alternativa na utilização da artêmia em função de oscilação na oferta;
-Dois tipos de reprodução: sexuada e assexuada;
-Rotíferos vivem poucos dias. Fêmeas começam a se reproduzir com 18 horas;
-Na reprodução sexuada os rotíferos produzem cistos semelhantes aos da
artêmia;
-Ao contrário da artêmia não é utilizado logo após a eclosão, como o ciclo é
curto compensa esperar as fêmeas terem a primeira reprodução;
Engorda do Camarão
Manejo Produtivo:
-Preparo do Viveiro:
-Correção do solo, adubação e desinfecção;
-Evitar solos ácidos e ricos em matéria orgânica;
-Solo ideal: 15 a 25% de argila, com teores médios de matéria orgânica e
pH neutro;
-Colocar filtros de tela nas entradas de água;
-Fertilização inicial para estimular a produtividade. Importante
disponibilizar alimento natural desde início;
-Carboidratos (melaço, farelos vegetais) melhora a relação carbono
nitrogênio, e melhora a produtividade natural;
-Trocas de Água:
-Ideal seria renovação somente para repor as perdas por infiltração e
evaporação;
-Aumento da renovação deve ser feito sempre que for necessário;
-Projeto de construção deve prever renovação diária de cerca de 15% do
volume dos tanques;
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-Berçários:
-Recria é realizada em viveiros berçário menores do que o viveiro de
engorda;
-Densidade de 50 a 200 Pl/m2;
-Alimentação em bandejas e à lanço para favorecer alimentação;
-Ponto crítico é a transferência juvenis para o viveiro de engorda;
-Pode ser feita em tanques-rede dentro do viveiro de engorda;
-Pré-Berçário:
-Menos comum na região Sul. Venda de pós-larvas maiores (Pls20);
-No Nordeste são vendidas pós larvas menores (Pls7,10);
-Substratos verticais;
-Povoamento Direto:
-Maiores
osmoregulação;
riscos:
larvas
sensíveis,
sem
muita
capacidade
-Aclimatação correta é importante;
-20-25 camarões por m2;
Manejo das Pós-Larvas:
-Transporte das Pós-Larvas:
-Água, pH e salinidade dos sacos próximos ao do ambiente;
-Horários de temperatura amena;
-Sacos plásticos contendo oxigênio;
-Sacos transportados em caixas térmicas;
-Densidade de 800-1500Pl/L;
-Aclimatação das Pós-Larvas:
-Ideal é usar tanques de aclimatação de 500 litros com sistema de
aeração;
-Densidade varia de 300-500 pós-larvas por litro;
-Desinfetar bem os tanques;
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de
-Encher tanques com água e utilizar 1 grama de EDTA/ 500 litros;
-EDTA produto químico que remove metais da água, reduzindo
contaminação e estresse dos animais;
-Pode ser utilizado gelo para reduzir a temperatura do tanque de
aclimatação;
-Colocar sacos de transporte ainda fechados dentro dos tanques;
-Misturar lentamente as águas;
-A aclimatação de salinidade deve seguir um padrão;
-Manter sempre a água oxigenada;
-Carvão ativado absorve compostos tóxicos e pode ser utilizado para
melhorar a qualidade da água quando a aclimatação demorar muito;
Alimentação:
-Alimento Natural:
-Camarões preferem se alimentar de alimento natural;
-Quanto maior a disponibilidade, menor o consumo de ração;
-Pode corresponder a 85% da alimentação do camarão em sistemas semiintensivos;
-Mesmo em regime intensivo corresponde a 35%;
-Substratos Verticais:
-Técnica recente;
-Aumento da eficiência do processo produtivo;
-Mantas especificas, ou mesmo tela de mosquiteiro;
-Telas são colonizadas por organismos bentônicos que formam um
biofilme;
-Telas correspondem a até 10% da área do viveiro;
-Qualidade da Dieta:
-Proteína da dieta fornece os aminoácidos para a formação de órgãos e
tecidos;
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-Ração mais rica em proteína (45% PB) no inicio do cultivo;
-Inicio 12% do peso vivo;
-Proteína animal pode ser totalmente substituída;
-Redução na proteína e na quantidade conforme o animal cresce;
-Fonte de lipídeo é muito importante para o camarão marinho;
-Omega-3, omega-6, eicosapentaóico (EPA) e decohexaenóico (DHA);
-Fosfolipídios e colesterol também são essenciais. Colesterol é precursor
de hormônio (ecdisona) relacionado com ciclo da muda;
-Os camarões utilizam os carboidratos da dieta de forma limitada.
Mesmo assim devem ser incluídos na dieta para economizar proteína.
Manejo Alimentar:
-Alimentação a lanço e em bandejas;
-Comedouros fixados em estacas (20-50 unidades por hectare);
-Vantagens:
-Maior possibilidade de controle da alimentação
-Diminuição do desperdício de ração
-É possível observar os animais
-Substrato e proteção
-Biofilme de bactérias
-Menor impacto ambiental
-Ração peletizada;
-Camarão se alimenta mais de noite;
-No mínimo 3 alimentações diárias;
-Conversão alimentar entre 0,9 e 1,5;
-Muda é um processo que envolve alto gasto de energia;
-Exoesqueleto mole impede manipulação do alimento;
-Na época da muda os camarões diminuem o consumo;
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-Intervalo de mudas de 7 a 18 dias, normalmente na época da mudança de lua
para quarto crescente ou quarto minguante;
-Reduzir o fornecimento de ração em até 75%;
Sanidade do Camarão Marinho:
-Doenças:
-Equilíbrio dos organismos com o meio ambiente;
-Enfermidades geralmente estão ligados a um desequilíbrio;
-Estresse dos animais ou ambientes adversos;
-Uso indiscriminado de quimioterápicos trouxe problemas;
-Algumas doenças não estão muito ligados as condições ambientais, como a
doença da mancha branca;
-Os protozoários e fungos estão presente normalmente nos cultivos, e o tamanho
da população é indicador da qualidade ambiental;
-Bactérias também provocam infecções secundárias;
-Bactérias heterotróficas inibem bactérias patogênicas (probiótico);
-Controle:
-Não existem drogas eficazes;
-Há a necessidade de boas práticas de manejo
-Tratamentos preventivos;
-Formalina na concentração de 100 a 150 ppm é utilizada para separar pós-larvas
doentes das saudáveis. Coletar somente as pós-larvas que nadam ativamente;
-A cada ciclo de produção eliminar do viveiro possíveis vetores do vírus;
-Preparo viveiros:
-Viveiro seco por 10 dias
-Encher com 5 cm de água por 3 dias
-Aplicar cloro acidificado (hipoclorito de sódio)
-180 kg/ha
-Esperar dois dias antes de encher
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-Pós-larvas SPF: são criadas em condições controladas para serem livres da
contaminação com patógenos;
-Probióticos:
-Inoculação de microrganismos benéficos na água para melhorar as condições de
qualidade da água e a saúde dos camarões;
-Bactérias láticas, leveduras, actinomicetos, etc.
-Microrganismos colonizam o ambiente e ocupam os espaços disponíveis;
-Liberação de substâncias bactericidas;
-Produtos comerciais normalmente precisam ser ativados antes da aplicação;
-Solução com água e melaço durante dois dias até iniciar a produção de gases;
-O probiótico pode ser utilizado em conjunto com Bokashi para aumentar a
eficiência. Bokashi é uma mistura fermentada de farelos vegetais e farinhas animais;
Despesca:
-Esvaziamento do viveiro deve ser lento (ideal 2 dias);
-Redução do nível estimula a muda, deve haver tempo para exoesqueleto
endurecer completamente;
-Observar porcentagem de camarões com casca mole na despesca. Porcentagem
não deve ser maior que 7%;
-Suspensão do arraçoamento para evitar o surgimento de manchas negras;
-Nível de água inferior a 30%;
-Gelo é indispensável para realizar choque térmico e posterior armazenamento
dos animais. Rápida deterioração;
-Transporte rápido a proporção deve ser 25% de gelo e 75% de camarões na
caixas de transporte;
-Bissulfito de sódio é utilizado para evitar a proliferação de bactérias;
-Concentração final não pode exceder 100 mg/kg no camarão fresco e 30 mg/kg
no camarão cozido;
Cultivo em Água Doce:
-Condições mínimas:
-Salinidade superior a 0,5‰
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-Cloretos maior que 300 ppm
-Alcalinidade superior a 100 ppm
-Alcalinidade e dureza são fundamentais;
-Vantagens:
-Menores restrições ambientais
-Menores investimentos na construção
-Utilização de águas salobras impróprias para consumo
-Menor disseminação de doenças virais
-Desvantagens:
-Aclimatação mais difícil
-Maior incidência de competidores
-Maior incidência de bacterioses
-Maior estresse
-Variação na chuva pode ser fatal
-Maiores cuidados com efluente;
01-Cultivo em Tanque-Rede:
-Alternativa de renda para micro produtores e comunidades tradicionais;
-Alternativa mais barata;
-Alternativa para restrições topográficas;
-4 a 7 kilos/m2 (até 500 camarões/m2) ;
-Menos controle em relação as doenças virais;
-Restrições dos órgãos ambientais por ser uma espécie exótica;
-Maior dependência da ração;
02-Cultivo em Race-way:
-Cultivo em raceway em estufas está despertando a atenção de pesquisadores em
clima temperado;
-Sistema de alta tecnologia;
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03-Cultivo em Meio Heterotrófico:
-Sistema de cultivo superintensivo;
-Sem renovação de água;
-Cultivo de uma biota predominantemente aeróbica e heterotrófica (organismo
incapazes de sintetizar o seu próprio alimento e que necessitam de oxigênio para
sobreviver);
-Aeração intensiva;
-Formação de bioflocos bacterianos
*Formação dos Bioflocos:
-Relação Carbono: Nitrogênio (Ideal entre 15:1 e 20:1);
-Nitrogênio proveniente das rações e das excretas dos animais;
-Melaço de cana ou dextrose como fonte de carbono;
-Bio-flocos formados no final da sucessão bacteriana;
-Bactérias, microalgas, fezes, exoesqueletos, restos de organismos mortos,
protozoários, etc.
-Microrganismos mantém a qualidade e servem como suplemento alimentar;
-Até 30% da alimentação e redução dos níveis de proteína da dieta;
04-Policultivo com Tilápia:
-Salinidade ideal entre 8 e 14 ppt;
-Linhagens de tilápia adaptadas a água salobra;
-Salinidades entre 10 e 12 ppt são consideradas isosmóticas para a tilápia;
-Menor gasto de energia na osmoregulação e maior potencial de crescimento
-Somente as tilápias são alimentadas com ração;
-Restos de ração e excremento dos peixes fertilizam o meio ambiente,
estimulando a produção de alimento vivo para o camarão;
-No ambiente marinho a tilápia cresce bem e não apresenta problema de gosto
desagradável (off-flavor);
-Alevinos de tilápia tipo 2 e PL2;
-1 a 2 peixes e 10 a 15 camarões/m2;
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-Primeiro o camarão e um mês depois coloca a tilápia;
-Tilápia controla macrofilas, fitoplâncton e acumulo de matéria orgânica;
-Melhoria da qualidade da água e das condições do viveiro;
05-Modelo Asiático:
-Modelo de cultivo intensivo – cerca de 100 camarões/m2;
-Praticado na Ásia a 10 anos por produtores sem conhecimento técnico, mas com
experiência e convívio com os viveiros;
-Não exige alto conhecimento tecnológico, mas demanda acompanhamento
continuo e intenso;
-Viveiros pequenos de 0,5 a 1,0 há;
-Revestimento dos viveiros para corrigir a influência do solo;
-Tratamento da água para retirar os sólidos em suspensão e potenciais vetores;
-Utilização de Pós-larvas SPF;
-Ração de boa qualidade com cerca de 40% PB;
-Probióticos e manejo das populações microbianas (cultivo heterotrófico);
-Aeração, baixa taxa de renovação e reaproveitamento da água de um ciclo para
o outro;
-Desinfecção dos tanques nos intervalos entre os ciclos;
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Referências Bibliográficas
Material de Aqüicultura: Prof. Dr. Thiago El Hadi Perez Fabregat – CAV/UDESC
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