EST GE M3 D2 PIV Aula 32 13 mar 2012 Carlos Queiroz Josevan

Transcrição

EST GE M3 D2 PIV Aula 32 13 mar 2012 Carlos Queiroz Josevan
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA
DE SEGURANÇA DO TRABALHO
M3 D2 – HIGIENE DO TRABALHO II
GUIA DE ESTUDO PARTE IV – RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES
AULA 32
PROFESSOR AUTOR: ENG. CARLOS SOARES QUEIROZ
PROFESSOR TELEPRESENCIAL: ENG. CARLOS SOARES QUEIROZ
COORDENADOR DE CONTEÚDO: ENG. JOSEVAN URSINE FUDOLI
DIRETORA PEDAGÓGICA: MARIA UMBELINA CAIAFA SALGADO
13 DE MARÇO DE 2012
1
EMENTA DA DISCIPLINA: HIGIENE DO TRABALHO II
A Disciplina “Higiene do Trabalho II” está organizada em cinco partes, nas
quais são tratados os conteúdos descritos a seguir.
14/02/2012 – Aula 29 - Prática de medição de agentes químicos. Conceitos
básicos. Avaliação ocupacional. Avaliação ambiental. Tipos de amostragem.
Medição e avaliação. Equipamentos de medição. Bombas de amostragem,
calibradores, acessórios e filtros. Métodos analíticos. Normas técnicas. Normas
legais. Coletores de amostragem. Métodos analíticos. Tubos colorimétricos
Laboratórios de análise de agentes químicos. Apresentação de equipamentos de
medição de agentes químicos.
28/02/2012 - Aula 30 - Vibrações. Conceito. NR 15, Anexo 8. Normas aplicáveis.
Parâmetros utilizados na avaliação. Tabelas e gráficos. Critério técnico de
medição. Limites de tolerância. Estratégia de medição. Procedimento de
avaliação. Efeitos no organismo humano. Medidas de controle. Tipos de
exposição humana à vibração. As normas ISO 2631 e ISO DIS 5349. Metodologia
de avaliação. Equipamentos de medição. Laudos técnicos. Aplicação prática.
06/03/2012 -Aula 31 - Radiações Ionizantes: conceito, tipos de radiação, efeitos
da radiação, unidades das medidas radioativas, detecção das radiações, medidas
de controle; normas Raios X, CNEN, NR-15 Anexo 5; partículas
radioativas,avaliação doses permissíveis, efeitos biológicos, limites de tolerância.
Radiações Ionizantes como agente periculoso; acidente de Goiânia; Portaria
518/2003 do MTE. Quadro de atividades periculosas e áreas de risco.
Metodologia de medição, normas CNEN. A ex-Portaria 3.393/87.
13/03/2012 - Aula 32 - Radiações não Ionizantes. 1. Radiação visível,
infravermelho, micro-ondas, RF, ELF, ultravioleta, laser. Conceitos básicos à luz
da ACGIH e do anexo nº 15 da Portaria 3.214/78. Campos elétrico, magnético e
eletromagnético. O espectro eletromagnético. Sistemas de telecomunicações.
Prática de avaliação de instrumentos. 2. Radiação Ultravioleta. Conceito,
classificação. Utilização na indústria. Fontes emissoras de UV. Efeitos das
radiações UV. Normas e instrumentação. Medidas de atenuação.3. Radiações
laser. Fontes emissoras. Avaliação quantitativa;normas aplicáveis.
20/03/2012 - Aula 33 –Poeira e Particulados. Conceito de poeira. Conceito de
particulados. Tamanho das partículas. Limite de tolerância. Média ponderada pelo
tempo. Partícula respirável. Partícula inalável. Particulado torácico. Particulado
total. Análise gravimétrica. Grupo homogêneo de exposição. Estratégia de
amostragem. Coleta de amostras. Análise laboratorial. Efeitos sobre a saúde.
2
Aplicação da NR-15, Anexo 12. Limites de exposição da ACGIH. Instrumentos de
medição. Procedimentos de avaliação. Asbesto (NR-15, Anexo 12). Poeira de
algodão. Poeira metálica e fumos metálicos. Negro de fumo (NR-15, Anexo 12).
Poeiras de madeira.
CALENDÁRIO
O calendário atualizado da disciplina encontra-se no quadro a seguir.
Datas
Aulas
2012
14 fev
28fev
Guia de
Estudo
o
Textos Complementares de Leitura Obrigatória
N Lista
Data
Data final
Exercícios Postagem Resposta
BARAZZUTTI, LAMARTINE DINIZ. Análise de
gases em locais de trabalho. Disponível
Aula 29 em:http://www.progep.furg.br/arquivos/ppra/E_20
08_LAUDO_GASES.pdf
29
15fev
28fev
Parte II
Aula 30
30
05 mar
19 mar
Parte I
O próprio Guia de Estudo
LOPES NETTO, ANDRÉ. Radiações Ionizantes
06mar
Parte III
Disponível em: http://sobes.org.br/site/wpaula 31
content/uploads/2009/08/radioion.pdf
31
07 mar
21 mar
13 mar
Artigo: A radiação ultravioleta e a saúde. Perla
Parte IV Garcia Martins, Fisioterapeuta . Acessar o link
Aula 32 abaixo:
http://www.ck.com.br/materias/88-radiacao-.html
32
17 mar
31 mar
20 mar
Parte V
33
Aula 33
Prova do Módulo 3: 15 de maio de 2012
Neste texto, apresentamos a Parte IV Radiações Não Ionizantes
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OBJETIVOS DA PARTE III
Após o estudo da Parte IV desta Disciplina, esperamos que você seja capaz de:
1. explicar os conceitos básicos relacionados às radiações não ionizantes;
2. descrever os tipos de radiações não ionizantes;
3. descrever os efeitos das radiações não ionizantes no organismo humano;
4. explicar como se realiza a medição de radiações não ionizantes;
5. explicar a interação das radiações não ionizantes com a matéria;
6. descrever a forma de utilização das radiações não ionizantes;
7. identificar as medidas de controle contra as radiações não ionizantes;
8. descrever as consequências biológicas da interação das radiações não
ionizantes com o ser vivo;
9. explicar as radiações eletromagnéticas;
10. explicar como funciona a proteção contra raios solares.
4
RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS
1. INTRODUÇÃO
Vivemos imersos em um meio eletromagnético composto por radiações ionizantes
e nãoionizantes naturais e produzidas pelos seres humanos.
O sol é a grande fonte natural de radiações. Emite ondas eletromagnéticas tais
como: luz visível, ultravioleta, infravermelho, radiofrequências, raios cósmicos.
Na atualidade, a intensidade das radiações advindas de fontes artificiais, como
linhas de transmissão de energia elétrica (campos de 50/60Hz), estações de
radio, TV, sistemasde controle de tráfego aéreo,radares,aeronaves,celulares,
satélites artificiais, computadores, internet etc., ultrapassa às radiações naturais.
2. RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES
Radiações não ionizantes, como o nome diz, são as que não produzem
ionizações, não possuem energia suficiente para produzir emissão de átomos ou
de moléculas, ou seja, são ondas eletromagnéticas cuja energia é insuficiente
para ionizar a matéria incidente.
As ondas eletromagnéticas são representadas sob a forma de ondas cujas
características estão relacionadas com o comprimento de onda (λ) e frequência
(f), que possuem relação estabelecida: f = c/λ, onde c é a velocidade da luz no
vácuo = 3 x 10 (elevado à potência 8) m/s.
A figura a seguir mostra o espectro eletromagnético colocado em ordem crescente de energia, isto é, em ordem crescente de frequência (f) e decrescente de
comprimento de onda (λ), na qual aparecem todas as radiações não ionizantes,
desde as frequências extremamente baixas (ELF), passando pelas
radiofrequências M.O., luz visível, radiação ultravioleta e uma parte das radiações
ionizantes.
Espectro Eletromagnético
5
Como resultado da interação das radiações nãoionizantes com a matéria viva
molecular, é produzida uma conversão da energia da radiação incidente em enerener
gia rotacional, vibracional,
vibracional, com capacidade de modificar a configuração eletrôeletrô
nica naquelas regiões do espectro eletromagnético com frequências
ências mais
m
altas
(radiação ultravioleta).
Esse tipo de radiação se diferencia das radiações ionizantes considerando que
seu poder energético não
não é suficiente para ionizar as estruturas atômicas molemole
culares. No entanto, apresenta energias capazes de aumentar o estado
vibracional das moléculas. Uma parte considerável dessa energia é transformada
em calor, produzindo assim o chamado efeito térmico, peculiar das radiações
nãoionizantes.
As ondas eletromagnéticas apresentam campos
campo elétrico e magnético perper
pendiculares entre si, associando uma energia (E) expressa em elétron-volt
elétron
(eV).
Esses campos estarão induzindo correntes elétricas nos seres vivos.
3. CAMPO ELÉTRICO
Quando duas placas metálicas são conectadas a uma bateria, é criado um campo
elétrico devido à tensão elétrica ou voltagem entre elas.
Se a voltagem da bateria for de 1,5 V e as placas estiverem afastadas um metro,
o campo elétrico criado
o será de:
de
(E =1,5 V/m).
Os campos elétricos ocorrem ao redor de todos os cabos de alimentação
energizados, mesmo
mo que o equipamento esteja desligado.
Campo elétrico
6
4. CAMPO MAGNÉTICO
Ligando-se
se uma bateria a uma lâmpada, uma corrente elétrica em amperes
amp
fluirá
pelo
lo circuito acendendo a lâmpada e criando
cria do um campo magnético, formado
for
por
círculos concêntricos ao redor do fio.
Campo magnético
O campo magnético só ocorre enquanto a corrente estiver fluindo no circuito, isto
é, enquanto o equipamento estiver ligado. Ele existe sempre
sempre que existir corrente
cor
elétrica fluindo.
Chama-se campo magnético estático o que ocorre ao redor de um magneto
permanente.
Aplicações:
• Na medicina: Ressonância magnética Aplicações terapêuticas
• Na indústria:Produção de alumínio Processos eletrolíticos
eletrolí
Produção de magnetos
• Na pesquisa:
Câmara de bolhas
Acelerador de partículas
Unidades de separação de isótopos
Linhas de transmissão
Reatores de fusão termonuclear
Densidade de fluxo magnético a 60 hertz, próximo de vários
Aparelhos
parelhos em uso
7
Densidade de Fluxo Magnético de Equipamentos Elétricos nas distâncias de 3,30 e
100 centímetros
Aparelho
Secador de cabelos
Serra circular
Barbeador elétrico
Furadeira
Aspirador
Batedeira
Lâmpada flúor de mesa
Triturador de lixo
Forno de microondas
Fluorescentes fixas
Televisor
Forno elétrico
Lavadora de roupa
Secadora de roupa
Ferro de passar
Ventilador
Torradeira
Refrigerador
Densidade de fluxo magnético(MT)
3cm
30cm
6 – 2.000
< 0,01 - 7
250 – 1.000
1 – 25
15 – 1.500
0,08 – 9
400 - 800
2 – 3,5
200 – 800
2 -20
60 – 700
0,6 – 10
40 – 400
0,5 -2
80 – 250
1 -2
75 – 200
4–8
15 – 200
0,2 - 4
2,5 – 50
0,04 – 2
1 – 50
0,15 – 0,5
0,8 – 50
0,15 -3
0,3 – 8
0,08 – 0,3
8 – 30
0,12 – 0,3
2 – 30
0,03 – 4
7 – 18
0,06 – 0,7
0,5 – 1,7
0,001 – 0,25
100cm
< 0,01 – 0,03
0,01 – 1
< 0,01 – 0,3
0,08 – 0,2
0,13 – 2
0,02 – 0,25
0,02 – 0,25
0,03 – 0,1
0,25 – 0,6
0,01 – 0,01
< 0,01 – 0,15
0,01 – 0,04
0,01 – 0,15
0,02 – 0,06
0,01 – 0,25
0,01 – 0,35
< 0,01
< 0,01
Fontes ocupacionais de campos magnéticos e Densidade de Fluxo Magnético para
Equipamentos Industriais
Densid. de fluxo
magnético(mT)
Até 2,8 x 10-4
0,1 – 5,8
0,9 – 65
Até 1,0
0,2 – 0,3
7,6(média)
1 – 50
0,5 – 1,7
Fonte
VDT’s
Arco elétrico (0-60Hz)
Aquecedores de indução (50-10Hz)
Forno a arco (50Hz)
Agitador por indução (10Hz)
Processos eletrolíticos (0-60Hz0
Separação de isótopos (campo estático)
Solda elétrica(eletrodo revestido) 50/60Hz
As radiações nãoionizantes são subdivididas em:
•
•
•
•
•
•
Ultravioleta
Radiação visível
Infravermelho
Microondas
Radiofreqüência
Baixas freqüências
Essa divisão está caracterizada pelas suas propriedades e natureza.
8
Distância(m)
0,3
0,08
0,1 – 1,0
2
2
Posição operador
Posição operador
0,2 – 0,9
Efeitos fisiopatológicos das radiações óticas
Domínio
espectral
fotobiológico
UV-C
Visível
Faixa de
comprimento de
onda
100-280nm
(germicida)
320-280nm
(queimadura
solar)
400-320nm(prox.
da luz negra)
380-760nm
ir-a
760/780-1.400nm
ir-b
1,4µm - 3 µm
ir-c
3 µm - 1 µm
UV-B
UV-A
Efeito fisiopatológico
Olhos
fotoqueratite
Fotoqueimadura e catarata
fotoquímica
Catarata fotoquímica
Danos fotoquímicos e
térmicos na retina
Pele
Eritema, queimadura e
envelhecimento da pele
Aumento da pigmentação
Escurecimento do pigmento e
queimadura da pele
Escurecimento do pigmento,
reações fotossensitivas e
queimadura da pele
Queimadura da pele
Catarata e queimadura da
retina
Queimadura da
Queimadura da pele
córnea,vermelhidão,catarata
Queimadura da córnea
Queimadura da pele
5. RADIAÇÕES ULTRAVIOLETAS
Nessa região estão compreendidas as radiações nãoionizantes emitidas emum
intervalo mais alto de frequências, até 750 THz; portanto, possuem maior poder
energético que as demais.
São capazes de produzir trocas da configuração eletrônica da matéria viva
queocasionarão a produção de reações fotoquímicas.
Nos sistemas biológicos expostos se transforma a energia incidente em
energiarotacional e vibracional, com consequente aumento da energia cinética
moleculare produção de calor.
Esse espectro está subdividido em três partes, UVA, UVB e UVC, sendo que
osespectros B e C são classificados como parte do espectro que pode apresentar
ação mutagênica. Os tecidos e órgãos mais expostos a essas radiações são a
pele e os olhos.
A radiação ultravioleta (UV) faz parte do espectro eletromagnético e estáentre os
raios X e a luz visível. Ela ocupa, portanto, uma faixa do espectro em queo
comprimento de onda da radiação eletromagnética varia desde 100 nm até400
nm (nanômetros).
Radiação UV com comprimento de onda, principalmente, menor que 315 nm pode
produzir efeitos danosos, em especial à pele e aos olhos se nenhum cuidadofor
tomado.
O espectro ultravioleta geralmente é subdividido da seguinte forma:
9
•
•
•
UVA - radiação com comprimento de onda entre 400 nm e 320 nm,
denominada de luz negra;
UVB - radiação com comprimento de onda entre 320 nm e 280 nm,
denominada de eritemática;
UVC - radiação com comprimento de onda entre 280 nm e 100 nm,
denominada de germicida.
Fontes da radiação UVA
Como exemplos de emissão da radiação UVA, temos:
•
•
•
•
lâmpadas de UV utilizadas para excitar líquidos fluorescentes em controles
de qualidade (uso na área industrial);
lâmpadas de luz negra utilizadas em teatros, exposições, diversões
públicas,etc. Com a finalidade de produzir efeitos visuais;
lâmpadas "solares" utilizadas em institutos de beleza para
bronzeamento artificial;
lâmpadas de UV utilizadas em cura de resinas.
6. REFORMAS DE PROTEÇÃO CONTRA A RADIAÇÃO UVA
O posicionamento das fontes deverá ser efetuado preferencialmente de forma a
evitar a incidência direta da radiação sobre os olhos das pessoas.
Apesar de excluída da insalubridade na legislação brasileira, deve-se ter mecanismos de segurança que visam a minimização da exposição.
7. FONTES DA RADIAÇÃO UVB E UVC
A radiação UVB e UVC é emitida principalmente por:
•
•
•
•
•
arco elétrico de qualquer natureza empregado em soldagem, corte, etc.;
arco de plasma ou tocha de plasma utilizada em atividades industriais,
analíticas ou de pesquisa; metais em fusão quando a temperatura
superficial do banho exceder 2.000 °C;
lâmpadas germicidas utilizadas em hospitais, laboratórios microbiológicos,
indústrias farmacêuticas, indústrias alimentícias, laboratórios de pesquisa,
etc.;
lâmpadas a vapor de mercúrio de alta pressão e bulbo
"clara" (transparente), utilizadas, por exemplo, em prensas
de quadro basculante de indústria gráfica;
lâmpadas utilizadas em fototerapia e bronzeamento artificial.
Obs.: Esta relação não é exaustiva
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8. FORMAS DE PROTEÇÃO CONTRA RADIAÇÃO UVB E UVC
As fontes emissoras de radiação UVB e UVC deverão ser enclausuradas
sempre que tecnicamente possível, para não haver vazamentos de radiação no
meio ambiente.
Não sendo possível o seu enclausuramento, deverão ser instaladas barreiras
opacas à radiação UVB e UVC, passando a evitar a incidência da radiação sobre
os olhos das pessoas que estão nas adjacências, assim como sobre as
superfícies de alta refletância.
A maioria das barreiras feitas de materiais opacos à luz e de textura contínua,
como placas ou chapas, será adequada para blindar a radiação UVB e UVC.
Tais barreiras deverão ser fabricadas de material incombustível, preferencialmente.
No caso específico de lâmpadas germicidas ou de fontes análogas que não
emitem ou emitem pouca radiação visível (luz) juntamente com a radiação UV, a
barreira poderá ser feita de vidro ou acrílico, com espessura não inferior a 5 mm,
para assegurar a opacidade à radiação UVB e UVC.
Para o pessoal diretamente envolvido nas operações com arco elétrico deverá ser
obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual, como óculos, elmos ou
protetores faciais nas tonalidades definidas no Quadro I da Norma
Regulamentadora (NR-6) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que trata
das vestimentas adequadas.
Entende-se por pessoal diretamente envolvido não apenas o operador, mas
igualmente seu ajudante direto, assim como qualquer outra pessoa engajada na
operação e com probabilidade de se expor à radiação.
Todo o pessoal que trabalha num raio de 15 m do ponto de emissão da radiação
deverá portar óculos de segurança convencionais com lentes incolores de vidro
temperado e proteção lateral.
Os operadores de lâmpadas germicidas ou fontes análogas que não emitem ou
emitem pouca radiação visível deverão usar óculos de segurança convencionais
com lente incolor de vidro temperado e proteção lateral.
As pessoas diretamente ligadas às operações suscetíveis de exposição à
radiação UVB e UVC deverão ter sua pele protegida por vestimentas ou cremebarreiras opacas a essa radiação. As vestimentas deverão ser de tecido de trama
fechada e denso, como brim, “pop line” ou flanela.
11
Deverá ser observada uma altura mínima de 4 m para a montagem das lâmpadas
a vapor de mercúrio de alta pressão para fins de iluminação industrial.
A interação da radiação UV de comprimento de onda menor que 243 nm com o
oxigênio do ar desencadeia a formação de ozônio, que é gás incolor, tóxico e
irritante. Os danos do ozônio devem ser minimizados, assegurando adequada
ventilação nas proximidades da fonte emissora de radiação UV.
9. SINALIZAÇÃO DOS LOCAIS DE TRABALHO
Os cartazes e os rótulos de advertência deverão possuir dimensão e cores adequadas, de maneira que sejam facilmente visualizados por qualquer pessoa que
entre no recinto ou se aproxime dos equipamentos.
Estes cartazes não se aplicam às pessoas clinicamente reconhecidas como
fotossensíveis, as quais não deverão se expor ocupacionalmente à radiação UV.
A fotossensibilidade nata ou adquirida (temporária ou permanente) pode ocorrer
nos seguintes casos (relação não exaustiva):
•
•
•
•
•
portadores de albinismo
portadores de herpes;
portadores de lúpus eritematoso;
pessoas em tratamento com remédios que induzem fotossensibilidade;
pessoas que tiveram contato cutâneo com agentes fotossensibilizantes.
A critério da fiscalização, poderá ser solicitado e/ou apresentado um relatório
técnico de avaliações ambientais, comprovando a eficácia das medidas de controle adotadas na instalação.
12
10. DENSIDADE DE LENTES PROTETORAS EM SOLDAGEM
Processo de solda
Eletrodo revestido
Solda MIG (proteção com gás
inerte)
Solda MAG (proteção com gás
ativo)
Intensidade da corrente ou
diâmetro do eletrodo
Até 100 A
Até %/32)”(4mm)
100 a 300 A
(3/16)” (4,8mm) a (1/4)”
(6,4mm)
Acima de 300 A
Acima de (1/4)” (6,4mm)
Até 200 A
Acima de 200 A
Tonalidade da lente
8;9
10;11
14
14
14
10;11
12;13;14
12;13;14
Até 15 A
15 a 75 A
75 a 100 A
100 a 200 A
200 a 250 A
250 a 300 A
Solda TIG (eletrodo de
tungstênio com proteção com
gás inerte)
Eletrodo de grafite
8
9
10
11
12
13;14
14
11. DENSIDADE DA LENTE DE PROTEÇÃO CONTRA UV PARA DIFERENTES
ESPESSURAS DE MATERIAIS E DIFERENTES PROCESOS DE TRABALHO.
Processo
Espessura do material Tonalidad
e
2
3a4
Até l"
4
De l" a 6"
4a5
Acima de 6"
5 a4
Até (1/8)"
4a5
De (1/8)" a (1/2)"
5a6
Acima de (1/2)"
6a 8
>4
Solda fraca ou branca a maçarico
Solda forte ou brasagem a maçarico
Corte leve
Corte médio
Corte pesado
Solda leve a gás
Solda média a gás
Solda pesada a gás
Solda ou corte oxiacetilênico ou fontes
12. SINALIZAÇÃO DE ADVERTÊNCIA
CUIDADO
RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA
Proteja os olhos e a PELE
13
13. SINALIZAÇÃO DE ÁREAS DE TRABALHO SUJEITAS À RADIAÇÃO
ULTRAVIOLETA.
14. TIPOS DE RADIAÇÃO
Radiação visível
Compreende uma faixa do espectro energético da qual o ser humano tem
acuidade visual; possui menor energia. Seus principais efeitos se relacionam com
os efeitos fotoquímicos por sua capacidade de alterar a configuração eletrônica;
e se relacionam com os efeitos térmicos, como consequência da transformação
da energia rotacional e vibracional.
Radiação infravermelha
Não tem poder energético suficiente por fóton para modificar a configuração
eletrônica dos átomos da matéria incidente. Portanto, seus efeitos serão unicamente de caráter térmico.
Em nível internacional também recebe três faixas distintas: IRA, IRB e IRC,
classificadas de acordo com a sua ação no nível de pele e olhos.
A radiação infravermelha (IV) faz parte do espectro eletromagnético e está entre a
luz visível e as microondas. Ela ocupa, portanto, uma faixa do espectro em que o
comprimento de onda varia desde 760 nanômetros (nm) até l milímetro (mm).
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A radiação infravermelha com comprimento de onda entre 760 nm e 1.400 nm,
denominada IVA, penetra a pele e o tecido ocular cerca de 3mm. Pode causar
danos térmicos na pele e na retina, além de induzir a formação de catarata.
A radiação infravermelha com comprimento de onda entre 1.400 nm e 3.000 nm,
denominada IVB, penetra muito pouco na pele, cerca de 0,1mm. Pode produzir
dano térmico na córnea e induzir a formação de catarata.
A radiação infravermelha com comprimento de onda entre 3.000 nm e l mm,
denominada IVC, é absorvida muito superficialmente e, portanto, seu efeito se
limita à córnea e à camada epitelial da pele.
Fontes da radiação infravermelha
O espectro solar constitui uma das principais fontes de infravermelho no planeta.
A radiação infravermelha é emitida principalmente:
• por lâmpadas específicas de IV que não sejam as de iluminação geral;
• em operações de soldagem ou corte a "gás";
• por banhos de fusão e outras fontes cujas temperaturas superficiais sejam
superiores a 985 °C, no caso de IVB e IVC;
• por fontes com grandes áreas de emissão ou temperaturas superficiais próximas a 985 °C, no caso de IVA.
Obs.: Esta relação é exaustiva.
Formas de proteção
As fontes emissoras de radiação infravermelha devem ser enclausuradas, sempre
que tecnicamente possível, de modo a evitar a incidência dessa radiação no
pessoal direta ou indiretamente envolvido na operação.
Não sendo possível a adoção de medida descrita no item 4 da NR-6, deverão ser
instaladas barreiras opacas à radiação IV, para evitar a sua incidência sobre os
olhos do pessoal que está nas adjacências ou sobre as superfícies de alta
refletância.
As barreiras em forma de biombos ou com outras disposições que melhor se
adaptem a cada situação deverão ser de materiais não combustíveis.
Às pessoas diretamente envolvidas nas operações ou suscetíveis de serem atingidas pela radiação IV deverão ser fornecidos equipamentos de proteção individual - como óculos, elmos ou protetores faciais - nas tonalidades definidas no
Quadro I deste anexo.
O equipamento de proteção individual deverá incluir a proteção da pele diretamente exposta à radiação, na forma de vestimentas apropriadas a cada operação.
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Obs.: As medidas citadas neste item não devem ser consideradas exaustivas.
Microondas e radiofrequências
É a região do espectro eletromagnético com poder energético mais baixo. Quando
esse tipo de radiação incide sobre um sistema biológico, produzem-se perdas
energéticas que podem ser:
• de condução: pelo movimento dos íons livres.
• dielétricas: pela rotação das moléculas que ocasionam.
• dessa interação das ondas eletromagnéticas com o sistema biológico resulta
umatransferência de energia com produção de calor.
Como observamos, o poder energético e o nível de energia do fóton emitido
são:
• diretamente proporcionais à frequência da radiação;
• inversamente proporcionais ao comprimento de onda.
• Neste espectro, devemos avaliar as diferentes faixas de frequência a fim de
considerar a sua absorção pelo corpo.
Fontes
A radiação de microondas e radiofrequência podem ser produzidas de forma
natural principalmente pela eletricidade atmosférica, que é estática, não obstante
a sua intensidade muito baixa.
A exposição à radiação artificial de microondas e radiofrequências constitui um
fator ambiental recente, sendo as fontes muito variadas. As fontes de MO e
RFartificiais podem se classificar em emissores deliberados e fontes de radiação
incidental.
Entre os emissores deliberados estão as estações de rádio e televisão,
instalações de radar e sistemas de radiocomunicação. As fontes de radiação não
intencional são, por exemplo, os fornos de microondas e os equipamentos de MO
e RF usados em processos como soldagem, fusão, esterilização, etc.
Portanto, a absorção da radiação por um sistema biológico é função da distribuição de energia e constitui um processo específico de cada comprimento de
onda.
O comportamento de cada tipo de radiação de diferentes regiões do espectro ante
um sistema biológico será diferente:
16
•
•
•
As radiações ionizantes, por seu alto poder energético, penetram ionizando
a matéria.
As radiações ultravioleta, visível e infravermelha, se comportam da mesma
maneira à luz que incide sobre um sistema biológico. Podem ser refletidas,
transmitidas ou absorvidas, dependendo de seu comprimento de onda, da
luz incidente e do órgão envolvido.
As microondas e as radiofreqüências têm um grande poder de penetração
com energia muita baixa, criando campos eletromagnéticos no interior da
matériaviva.
Exemplos de utilização do espectro de RF/MO
Frequência
Nome
Técnico
Designação
Popular
Uso
30 a 300 kHz
L.F.
Ondas
longas
“Carrier”, comunicação marinha,
radiodifusão em ondas longas,
uso industrial
300 a 3.000 kHz
M.F.
Ondas
médias
Emissoras
de
Radionavegação
0,3 a 30 MHz
H.F.
Ondas curtas
AM
-
Radiodifusão, serviços
marítimos, radioamadores, uso
industrial, selagem/solda de
plásticos
30 a 300 MHz
V.H.F.
V.H.F
Comunicação em VHF, estações
de TV, polícia, bombeiros,
controle de trafego aéreo,
medicina e radioamadores
0,3 a 3 GHz
U.H.F.
Microondas
Comunicação em UHF, telefonia
celular, estações de TV, policia,
bombeiros, controle de trafego
aéreo, medicina, aquecimento
industrial
3 GHz a 30 GHz
S.H.F.
Microondas
Radioenlaces, multicanais, sistemas interurbanos e internacionais, comunicação via satélite.
30 GHZ a 300
GHz
E.H.F.
Microondas
Radioenlaces, multicanais, sistemas interurbanos e internacionais, comunicação via satélite
17
Radiação solar
A radiação solar é composta por:
•
•
•
•
•
raios cósmicos,
radiofrequência,
radiação visível,
radiação infravermelha,
radiação ultravioleta.
Ao atravessar a camada da atmosfera, a radiação solar perde cerca de um terço
de sua energia. Assim chega à superfície da Terra com apenas dois terços da
radiação inicial.
A UVC é totalmente absorvida pela camada de ozônio; então, a radiação solar
que atinge o solo é composta aproximadamente por:
• 5% ..........UV (95% UVA e 5% UVB)
• 40% ........Radiação visível
• 55% ........Radiação infravermelha
Radiação ultravioleta
• UVA........ 400 - 320 nm (10% a 20% dos efeitos danosos da radiação solar)
• UVB........ 320 - 280 nm (queimaduras, fotoenvelhecimento e câncer de pele)
• UVC........ 280 - 100 nm (totalmente absorvida pela camada de ozônio)
15. CONSIDERAÇÕES SOBRE O LAUDO
Influência do horário
11 às 15 horas ...pior período de exposição
13 horas ............ pico de exposição
12 às 14 horas ...1/3 da radiação UV
10 às 16 horas ... % da radiação UV
Influência da latitude
Próximo do equador a incidência é maior.
Influência da altitude
A cada 300 metros de altitude, a incidência aumenta 4%.
Influência da cobertura de nuvens
Mesmo em tempo coberto de nuvens podemos receber queimaduras, pois as
nuvens absorvem o infravermelho, mas não o ultravioleta.
18
Visível
Infravermelho
Epiderme
UVA
UVB
Influência do vento
O vento poderá dar uma sensação de conforto e poderemos eventualmente ficar
mais expostos à radiação UV.
Derme
16. FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR ( FPS)
Esse fator é o índice do nível de proteção que um determinado produto oferece
contra a radiação ultravioleta, isto é, serve para determinar o tempo que uma pessoa pode permanecer exposta ao sol sem produzir eritema (vermelhidão).
Um fator de proteção 10 permite que o indivíduo fique um tempo dez vezes maior
exposto que o decorrente para produzir eritema, quando sem proteção.
Multiplicando o tempo para produzir eritema pelo fator de proteção solar, obtémse o tempo de exposição solar máximo recomendado.
O FPS leva em consideração uma densidade de aplicação de 2,0 mg/cm2, que é
uma aplicação bem generosa, pois a maioria das pessoas aplica somente 0,5 a
1,3 g/cm2.
O filtro solar deve ser aplicado antes da exposição, durante e a aplicação deverá
ser renovada de acordo com o FPS do protetor utilizado.
17. CUIDADOS NA APLICAÇÂO
• Não basta usar o protetor solar na pele apenas uma vez, como a maioria das
pessoas desavisadas costuma fazer.
• Deve-se reaplicá-lo mais de uma vez, de preferência a cada três horas (no
máximo) e sempre de 20 a 30 minutos antes de se expor ao sol, para o
produto aderir à pele. Também há a necessidade da reaplicação quando se
transpira muito e no caso de se tomar banho após a primeira aplicação.
19
• É importante lembrar que o efeito da radiação ultravioleta é cumulativo, ou
seja, mesmo quinze a vinte anos depois de parar de se expor ao sol, as
alterações na pele (o câncer de pele, inclusive) podem se manifestar.
• Não use filtros solares em bebês com menos de 6 meses de idade.
Mantenha-os fora do alcance dos raios solares. Quando sair de casa e estiver
fazendo sol, use sempre chapéu de aba e guarda-sol. Um chapéu eficiente
deve proteger as orelhas, nariz e lábios. Isso também reduz os riscos de a
criança vir a ter catarata no futuro.
18. Características de bronzeamento em função do tipo de pele
Tipo
A
Indivíduos
Ruivos e loiros
INV
15
Verão
30
T(min)
15-24
Observações
Nunca se bronzeiam, mas
sempre se queimam
B
Morenos claros
5-10
20-25
31
Sempre se queimam e às
vezes se bronzeiam
C
Morenos escuros
10-15
48
Às vezes se queimam e
em geral se bronzeiam
D
Mulatos e negros
5-10
66
Sempre se bronzeiam e
raramente se queimam
T = Tempo estimado para início de queimadura para exposição semproteção
19. RECOMENDAÇÕES PARA APLICAÇÃO DO PROTETOR SOLAR
• Use filtro solar de amplo espectro que proteja dos raios ultravioleta dos
tiposUVA e UVB.
• Passe uma porção equivalente a mais ou menos dois gramas (e não 0,5 g
como se costuma fazer).
• Mesmo com protetor, use chapéu com aba para cobrir as orelhas, óculos
escuros e guarda-sol de náilon.
• Use óculos de sol com lentes que protejam do ultravioleta.
• Mesmo em dias nublados, cerca de 80% dos raios UV atravessam as nuvens
e a neblina.
• Cuidado com a luz refletida. A luz do sol reflete na areia, na neve, nas salinas,
noconcreto e na água, atingindo a pele, mesmo com a pessoa estando na
sombra.
• Proteja crianças e jovens, pois em geral, quando se cuida da pele até os
dezoito anos, cerca de 85% dos casos de câncer podem ser evitados.
• Hidrate a pele após ter tomado sol, para restaurar a umidade perdida,
evitando assim o seu ressecamento.
• Consulte o dermatologista quando perceber alguma alteração na pele, como
uma pinta que aumentou de tamanho ou mudou de cor.
• Permaneça na sombra sempre que possível.
O bronzeado é a resposta da pela a uma lesão provocada pelo sol, aumentando a
produção de melanina.
20
Laser
O termo "laser" é a abreviação de light amplification by stimulated emission of
radiation e significa amplificação da luz por emissão estimulada de radiação. A
luz de uma fonte laser vibra em um único plano, propaga-se em uma única direção e é monocromática, ou seja, tem um único comprimento de onda. É chamada de luz coerente.
Na emissão de luz normal (incoerente), os fótons são emitidos, aleatoriamente,
em todas as direções e em várias frequências. Em uma emissão estimulada, os
fótons são emitidos, simultaneamente, em uma frequência característica da fonte, gerando um feixe de luz altamente coerente, abrangendo faixas do infravermelho até o ultravioleta.
Tipos de laser
Existem vários tipos de laser, cujo material gerador pode ser sólido, líquido,
gasoso ou semicondutor. O laser é classificado pelo tipo de material utilizado para
sua geração.
•
•
•
•
•
Laser de estado sólido: é o laser cujo material de geração é distribuído
sobreuma matriz sólida. Um exemplo é o laser de rubi e o Yag de
neodímio.
Laser a gás: os lasers a gás mais comuns são o de hélio e hélio-neônio,
que emitem luz vermelha. O laser de CO2 emite energia na faixa do
infravermelho com comprimento de onda longo. É utilizado para cortar
materiais resistentes.
Laser excimer: utiliza gases reagentes (como o cloro e o flúor) misturados
com gases nobres (argônio, radônio e xenônio). O nome é derivado das
palavras excited e dimmer.
Laser de corantes: utiliza corantes orgânicos complexos em solução líquida
ou em suspensão (rodamina 6G).
Laser semicondutor: costuma ser muito pequeno e utiliza baixa energia. É
chamado de laser de díodo e é utilizado em impressoras laser ou
aparelhos de CD.
20. Comprimento de onda
O laser de rubi é um laser do estado sólido e emite luz no comprimento de
onda de 694 nm. O laser de CO2 é um laser a gás extremamente perigoso,
pois emite radiação na faixa do infravermelho, podendo derreter qualquer
material, por isso é utilizado no corte de chapas de aço.
21
A tabela a seguir fornece alguns tipos de laser com seus respectivos
comprimentos de onda.
Tipo de laser
Cor
λ(nm)
Aplicações estéticas e
cirúrgicas
Fluoreto de argônio
Fluoreto de criptônio
Cloreto de xenônio
Nitrogénio
Argônio
uv
uv
uv
uv
Azul
193
248
308
337
488
Argônio
Vapor de cobre
Hélio-neônio
Hélio-neônio
Corante rodamina 6G
Verde
verde
Verde
Vermelho
(Ajustável)
514
520-578
543
632
570-650
Rubi (CrA103)
Vermelho
694
Selagem de vasos
sanguíneos na retina e
na cirurgia plástica
Alinhamento de feixes
Tratamento de tecidos
malignos (vermelho,
630nm)
Cirurgia
plástica,
destruição de tecidos
dermatológicos
Cirurgia geral
Corte de
tecidosoftalmológicos
Incisão cirúrgica
IMd:Yag
l\ld:Yag-(Q-ligado)
IV próximo
Vis. e vermelho
Dióxido de
carbono
1 V distante
1.064
632
10.600
21. Classificação do laser
Os lasers são classificados segundo o seu potencial de provocar danos biológicos. Assim, são divididos em cinco classes:
•
•
•
•
•
Classe I: é composta por lasers que não emitem radiação em níveis
considerados perigosos.
Classe IA: é composta por lasers com limite superior de energia de 4 mW
e não devem ser olhados diretamente.
Classe II: é composta por lasers visíveis de baixa energia, com limite
superior de l mW.
Classe III A: é composta por lasers de energia intermediária e são
perigosos se olhados de frente. Os apontadores a laser se encaixam
nessa classificação.
Classe IV: é composta por lasers de alta energia (os contínuos de 500 mW
e os pulsados de 10 J/cm2). Há risco para a visão, diretamente ou
refletidos.
22
Sinalização de alerta para laser
Funcionamento do laser de rubi
Para entender melhor o que é radiação estimulada, descrevemos aqui o funcionamento de um laser de rubi.
O laser de rubi consiste em um bastão de rubi com um espelho em um dos
lados 10 outro um espelho semitransparente, uma fonte de excitação que é um
tubo flash.
O tubo de flash dispara, injetando luz no cilindro de rubi. A luz excita os átomos
do rubi, cujos elétrons passam para uma órbita superior de maior energia, e,
como eles são instáveis, voltam para a camada inferior, emitindo um fóton.
Esses fótons correm em direção paralela ao cilindro e são refletidos pela superfície espelhada, provocando outras emissões até que, em determinado nível de
excitação, saem pela superfície semitransparente na forma de uma luz monocromática, monofásica e alinhada chamada de "laser".
A diferença entre a luz comum e o laser (luz estimulada) é que na luz comum os
fótons são emitidos aleatoriamente e em vários comprimentos de onda, enquanto
no laser todos os fótons são emitidos simultaneamente e em um único comprimento de onda.
22. EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO LASER NOS OLHOS
Diferentes estruturas dos olhos podem ser afetadas por diferentes comprimentos
de ondas da radiação laser.
• Danos na córnea:
A radiação laser na faixa espectral do ultravioleta e do infravermelho distante (>
1.400 nm) produz danos nos olhos, principalmente na córnea. Para cada caso, a
máxima exposição permitida está bem abaixo da energia requerida para
produzir um dos danos descritos a seguir:
• Ultravioleta (180 nm a 400 nm): o dano é causado pela absorção do UV leve por
porções sensitivas de células da córnea. Essa ação não é térmica, mas
fotoquímica. Muitas proteínas e outras moléculas (DNA e RNA) absorvem a
23
UV leve e são desnaturadas pela radiação. A excessiva exposição à UV leve
pode provocar fotofobia, vermelhidão dos olhos e lacrimejamento.
• Infravermelho (1.400 nm a l mm) (laser de CO2, 10.600 nm): a excessiva
exposição à radiação infravermelha provoca perda de transparência da
córnea ou irregularidades superficiais. Os danos são causados pelo aquecimento de lágrimas e da água dos tecidos da córnea pela radiação infravermelha, além da ação fotoquímica da exposição ao UV.
•Danos na retina (400 nm a 1.400 nm): os maiores danos ocorrem quando a
radiação é focalizada no ponto central da retina. A exposição a laser pulsante
ou de alta potência, como os Q-ligados, pode produzir um buraco na retina.
Efeitos biológicos da radiação laser na pele
A exposição à radiação ultravioleta actínica (230 nm a 380 nm) pode provocar
queimadura solar (eritema), câncer de pele e envelhecimento. Os danos mais
sérios à pele são provocados pela absorção de radiação ultravioleta-B (280 nm a
315 nm). Fora da região UV, os efeitos da exposição não são bem conhecidos.
24
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES (ANATEL). Diretrizes para Limitação
da Exposição a Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos Variáveis no
Tempo(Entre 9kHz e 300GHz), 1999.
AMERICAN CONFERENCE OF GOVERNMENTAL
(ACGIH).TLV’sandBEI’s. EUA, 2011.
INDUSTRIAL
HYGIENISTS
BARRADAS, G. Telecomunicações Sistemas de Rádiovisibilidade. São Paulo: Livros
Técnicos e Científicos,1998
FEDERAL COMMUNICATIONS COMMISSION (FCC).Maximum Permissible Exposure
(MPE) Limits.FCC.OET Bulletin 65, EUA, 1996.
HEWITT, P. G. Física Conceitual. São Paulo: Bookman, 2007
SPINELLI, R.; BREVIGLIERO, E. POSSOBON, J. Higiene Ocupacional, São Paulo:
SENAC, 2010
SAFETY ISSUES ASSOCIATED WITH BASE STATION USED FOR PERSONAL
WIRELESS COMMUNICATIONS. IEE EngMed Biol. mar/apr 2001. pp 110-114
TEJO, F. de A. F. Impacto dos Campos Eletromagnéticos Ambientais sobre a Saúde
e a Necessidade de Adotar-se o Princípio da Precaução. In: Caderno Jurídico Poluição Eletromagnética. São Paulo: Escola Superior do Ministério Público de São
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WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Manual: Establishing an Dialogue on Risks
of Electromagnetic Fields Radiation and Health Environmental.Department of Protection
of the Human Environmental. Geneva, 2002.69 p.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). International EMF Project. 2010.
Disponível em: <http://www.who.int/peh-emf/projecVen>. Acesso em: 10 mar. 2011
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