Prêmio Professor Samuel Benchimol

Transcrição

Prêmio Professor Samuel Benchimol
Prêmio Professor Samuel Benchimol
Resultados de 2006
Presidência da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Luiz Fernando Furlan
Ministro
Secretaria de Tecnologia Industrial
Jairo Klepacz
Secretário
André Marcos Favero
Chefe de Gabinete
Manuel Fernando Lousada Soares
Diretor de Política Tecnológica
José Rincon Ferreira
Diretor de Articulção Tecnológica
Secretaria de Desenvolvimento da Produção
Antônio Sérgio Martins Mello
Secretário
Nilton Sacenco Kornijezuk
Diretor de Setores Intensivos em Capital e Tecnologia
Prêmio Professor Samuel Benchimol
Resultados de 2006
© 2006. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Secretaria de Tecnologia
Industrial
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada à fonte.
Brasil. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Prêmio Professor Samuel Benchimol: resultados de 2006/Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, Federação das Indústrias do Estado de Roraima. – Brasília: MDIC/STI: FIER, 2006.
293 p.
Conteúdos: Resumo dos Projetos apresentados ao Prêmio Professor Samuel Benchimol 2006.
1. Desenvolvimento sustentável. 2. Meio ambiente. 3. Amazônia. I. Federação das Indústrias do Estado de
Roraima. II. Título.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Secretaria de Tecnologia Industrial
Departamento de Articulação Tecnológica
Esplanada dos Ministérios, bloco J, sobreloja
70053-900 – Brasília-DF, Brasil
Tel.: 55 (61) 3425-7391 – Fax: 55 (61) 3425-7286
http://www.desenvolvimento.gov.br – e-mail: [email protected]
Agradecimentos
Agradecemos aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ciência e Tecnologia; Defesa;
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Integração Nacional; Meio Ambiente; Minas e Energia; Relações
Exteriores; Saúde e Turismo e à Ação Pro-Amazônia; Amazon Sat; Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa
Tecnológica (Abipti); Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA); Banco da Amazônia; Banco do Brasil;
Banco Itaú; Basf para a América do Sul; Benchimol, Irmãos e Cia (Bemol); Caixa Econômica Federal; Confederação
Nacional da Indústria (CNI); Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea); Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa);
Federação das Indústrias da Amazônia Legal, sobretudo a Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier);
Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte; Fundação Centro de Análise, Pesquisa e
Inovação Tecnológica (Fucapi); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam); Fundação de
Tecnologia do Estado do Acre (Funtac); Fundação O Boticário de Proteção à Natureza; Moto Honda da Amazônia;
Natura Cosméticos; Nokia do Brasil Tecnologia; O Boticário Franchising; Schering do Brasil Química e Farmacêutica;
Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas; Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae);
Siemens; Sociedade Fogás; Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e Universidade Federal de
Roraima, pela participação no Prêmio Professor Samuel Benchimol 2006.
Apresentação
A promoção do empreendedorismo e a geração e difusão de tecnologias inovadoras
apropriadas às especificidades amazônicas, objetivos precípuos do Prêmio Professor Samuel
Benchimol – Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, fazem parte de um
processo em que a promoção do desenvolvimento sustentável atua como impulsionador da
inovação tecnológica e da abertura de novos mercados.
Com este entendimento e preocupado com o desenvolvimento de uma região que constitui
60% do Território Nacional, abarcando no todo ou em parte 9 Estados da Federação, incentivei, em
2004, a criação deste Prêmio, com a finalidade de, anualmente, identificar propostas inovadoras e
apoiar a efetiva implementação de projetos modelos no que se refere a tecnologias ambientais e da
produção e com ganho social.
O sucesso do Prêmio Professor Samuel Benchimol evidencia sua sintonia com muitas das
demandas de amplos setores do meio empresarial dotados de visão de futuro e vinculados a
compromissos sociais e ambientais.
O Prêmio Professor Samuel Benchimol, a partir de sua terceira edição (2006), também visa à
identificação de personalidades do meio empresarial e gestores de políticas públicas cuja atuação no
âmbito amazônico possa se constituir em referência para o desenvolvimento econômicotecnológico da Região com crescimento da qualidade de vida das populações amazônicas e
utilização sustentável dos recursos naturais. Na identificação das lideranças empresariais e de
governo que apresentem um perfil dinâmico, criativo e inovador, é sumamente inspiradora a
carreira empreendedora do mentor deste Prêmio (in memoriam), o intelectual e empresário
amazonense Samuel Benchimol.
Esta iniciativa é apoiada por dez Ministérios Federais, pelos governos estaduais da Amazônia
Legal, Banco da Amazônia, Confederação Nacional da Indústria e Federações de indústrias locais,
Sebrae, empresas, universidades e centros de pesquisa e entidades da sociedade civil organizada.
Registro e agradeço mais uma vez a participação decisiva das instituições apoiadoras desta
iniciativa, em especial ao Banco da Amazônia, à Federação das Indústrias do Estado de Roraima, à
Família Benchimol, ao Governo do Estado do Amazonas, à CNI, ao Sebrae, e aos Ministérios da
Ciência e Tecnologia, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Integração Nacional, das
Relações Exteriores, do Meio Ambiente, do Turismo, da Agricultura, da Defesa, das Minas e
Energias e da Saúde, sem as quais não teria sido possível promover esta ação de desenvolvimento
regional e em prol de um País mais rico e mais justo.
Luiz Fernando Furlan
Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Sumário
Introdução .................................................................................................... 11
Documento Referencial: tecnologias para
o desenvolvimento sustentável da Amazônia .............................................. 13
Projetos agraciados em 2004 e 2005 e selecionados para fomento pelo Banco da Amazônia (Basa)
Projetos agraciados em 2006 ...................................................................... 29
Área ambiental .........................................................................................31
1.º Lugar – Mariano Colini Cenamo ...................................................31
2.º Lugar – André Luis Wendt dos Santos ..........................................39
3.º Lugar – Messias Modesto dos Passos ............................................41
Área econômica/tecnológica....................................................................49
1.º Lugar – Cândido Justino de Melo Neto .........................................49
2.º Lugar – Admilton Pinheiro Salazar ...............................................51
3.º Lugar – Francisco Samonek ..........................................................55
Área social ...............................................................................................63
1.º Lugar – César A. Domingues Teixeira .........................................63
2.º Lugar – Marlene Grade, Cezar Luiz de Mari, Ana Maria Milani..69
3.º Lugar – Josimara Martins Dias, Adalene Moreira da Silva,
Helder de Lima Queiroz e Isabel Soarez de Sousa .............................73
Projetos concorrentes ao Prêmio em 2006 ................................................. 77
Área ambiental .........................................................................................77
Área econômica/tecnológica..................................................................131
Área social .............................................................................................215
Comissão Organizadora ............................................................................. 265
Comissão Mobilizadora ............................................................................. 267
Comissão Julgadora ................................................................................... 271
Relação de autores ..................................................................................... 273
Relação de instituições .............................................................................. 277
Relação de projetos .................................................................................... 281
Introdução
A necessidade de intensificar a geração e a difusão de tecnologias apropriadas às
especificidades da Região Amazônica norteou a criação, pelo Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, do Prêmio Professor Samuel Benchimol, intelectual luminar e
empresário inovador que, pioneiramente, defendeu a importância da Amazônia no contexto do
desenvolvimento nacional e a necessidade do desenvolvimento sustentável, respeitando-se quatro
paradigmas fundamentais: ser economicamente viável, ecologicamente adequado, socialmente justo
e politicamente equilibrado.
Tendo como referência esses conceitos, a Comissão Organizadora do Prêmio conduz os seus
trabalhos visando alcançar os seguintes objetivos:
•
Proporcionar ampla reflexão sobre as perspectivas econômicas, ambientais e sociais para o
desenvolvimento sustentável;
•
Fomentar a interação permanente entre os agentes formuladores de políticas públicas
nacionais e organizações internacionais das quais o Brasil e demais países amazônicos
façam parte, o setor privado atuante na Região, universidades e institutos públicos e
privados de pesquisa, instituições de crédito e fomento e sociedade civil organizada;
•
Identificar e divulgar projetos de interesse empresarial ou comunitário com foco
empreendedor e oportunidades de investimento a potenciais financiadores, públicos e
privados; e
•
Identificar personalidades do meio empresarial com destacada atuação em prol do
desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Graças ao decisivo apoio do Banco da Amazônia, tem sido possível à Comissão
Organizadora, já a partir da primeira edição (2004), notável êxito na concretização daqueles
objetivos.
Com efeito, o Banco da Amazônia resolveu financiar, nas duas primeiras edições do Prêmio
(2004 e 2005), sete dos projetos agraciados, num total de R$ 1.466.320,00, nomeadamente:
Sistemas agroflorestais e turismo como alternativa de desenvolvimento local no assentamento
Tarumã Mirim – AM (área ambiental – 2004), Formação e manejo de bacurizeiros nativos como
alternativa econômica para áreas degradadas da Amazônia (área econômica/ tecnológica – 2004),
Água limpa para pequenas comunidades da Amazônia (área social – 2004) e Qualificação de
produtores rurais para aproveitamento de espécies vegetais destinados a insumos de fitoterápicos e
fitocosméticos (área social – 2004), Pesquisa e desenvolvimento do óleo essencial das folhas de
pau-rosa (área econômica-tecnológica -2005), Industrialização e comercialização de produtos da
pesca e fruticultura (área social – 2005) e projeto de produção sustentável de óleos essenciais na
região de várzea de Silves – AM (área econômica-tecnológica – 2005).
A implementação desses projetos tem evidenciado a viabilidade prática da promoção do
desenvolvimento sustentável da Região Amazônica, modificando positivamente a vida das pessoas
diretamente envolvidas e servindo como modelo inspirador para empreendedores, formuladores de
políticas públicas, acadêmicos, ativistas sociais e ambientais preocupados com a promoção da
qualidade de vida das populações amazônicas.
A edição 2006 do Prêmio Professor Samuel Benchimol assinala um grande salto quantitativo
e qualitativo em relação aos anos anteriores, evidenciando de forma inequívoca que o Prêmio
Benchimol vem se constituído numa relevante referência para o debate em torno de temas
relacionados ao desenvolvimento da Amazônia. De fato, em 2004 foram apresentados 56 projetos,
em 2005 esse número sobe para 98, número novamente dobrado em 2006 com 190 projetos.
Neste ano, foram agraciados nove projetos, três em cada área: social, ambiental e econômicatecnológica. Todos esses projetos agregam as seguintes qualidades: seus autores são profissionais
de excepcionais capacidades empreendedoras, acadêmicas ou de articulação social, os projetos
contemplam iniciativas factíveis com uma relação custo/benefício vantajosa, são relevantes em
termos de desenvolvimento ou difusão de tecnologias inovadoras que propiciem o desenvolvimento
regional em bases sustentáveis, seus benefícios diretos ou seu potencial de replicação abrangem
extensas áreas da Amazônia, os projetos apresentam evidente coerência com as políticas públicas
para a Região e com os interesses da população local, ao mesmo tempo em que indicam
oportunidades de negócios para investidores nacionais e estrangeiros.
Nesse contexto, tenho a grata satisfação de apresentar este resultado do Prêmio Professor
Samuel Benchimol, contendo resumos de todos os projetos apresentados em 2006 na certeza de que
a sua divulgação possa constituir fonte de inspiração para todos aqueles compromissados com a
busca de soluções inovadoras para o desenvolvimento do País.
Jairo Klepacz
Secretário de Tecnologia Industrial
Documento referencial: tecnologias para o desenvolvimento sustentável da
Amazônia
O conceito de desenvolvimento sustentável ainda é suscetível de grandes debates pela
ausência de um marco referencial teórico de aceitação universal. Na realidade, inexiste um
paradigma de desenvolvimento sustentável, embora se perceba por toda parte um esforço para sua
construção. Na prática, porém, políticas governamentais e iniciativas de grupos ativistas têm
contribuído para uma consciência da necessidade de qualificar o crescimento econômico no sentido
de se estabelecer parâmetros para a construção das estruturas e processos que conduzam à
sustentabilidade das atividades produtivas da sociedade. Contudo, falta ainda avançar bastante
nessa direção até que se obtenha a consolidação de parâmetros universalmente aceitos e se
disponha de indicadores objetivos confiáveis. Mais do que objeto de discussões acadêmicas e de
políticas públicas difusas o desenvolvimento sustentável vem se constituindo em anseio planetário
da atual geração, com a preocupação de direcionar o crescimento econômico pelo viés do
planejamento, da racionalidade socioambiental e da exigência de ampliação dos níveis atuais de
qualidade de vida desta geração, na perspectiva de poder transmitir seus benefícios para as futuras
gerações. Trata-se, no momento, mais de uma questão de consciência e de filosofia prática de vida,
comprometida com o respeito à natureza e ao meio ambiente, na busca de convergências para
definição de um modus faciendi equilibrado, combinando a utilização do conhecimento científico
dos ecossistemas, com a capacidade de planejamento de longo prazo e o uso de tecnologias
apropriadas de baixo impacto ambiental. Em resumo, consciência social, ambiental e tecnológica,
comprometida com a qualidade de vida – e não com o consumismo e o lucro fácil – e convergência
entre tecnologias produtivas e tecnologias ambientalmente limpas, compatibilizando interesses
econômicos privados de curto prazo e interesses coletivos, sociais e ecológicos, de longo prazo.
Os temas “sustentabilidade” e “desenvolvimento sustentável” já de longa data foram
integrados à agenda do governo brasileiro, de organizações não governamentais e de grupos
ativistas que atuam no país. Também no meio empresarial é crescente a consciência da relevância e
urgência do assunto. O World Business Council for Sustainable Development – WBCSD sintetiza
o entendimento empresarial nos seguintes termos: “o desenvolvimento sustentável é bom para os
negócios e os negócios são bons para o desenvolvimento sustentável”. O Conselho Empresarial
Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável – CEBDS, representante no Brasil do WBCSD, por
sua vez, entende que “desenvolvimento sustentável é um conceito que busca conciliar as
necessidades econômicas, sociais e ambientais sem comprometer o futuro de quaisquer dessas
demandas”. E acrescenta: “hoje há consenso que tanto do ponto de vista ético, como do ponto de
vista pragmático, o desenvolvimento sustentável representa a única saída para conciliar produção
de riqueza e bem-estar para a sociedade sem comprometer a sobrevivência do planeta e da espécie
humana”.
Ainda, segundo o CEBDS, “como impulsor da inovação, de novas tecnologias e da abertura
de novos mercados, o desenvolvimento sustentável fortalece o modelo empresarial atual baseado
em ambiente de competitividade global”.
Coerentemente com essa postura, o Prêmio Professor Samuel Benchimol tem recebido
decisivo apoio de diversas empresas e entidades representativas do mundo empresarial, acadêmico
e da sociedade civil organizada comprometidas com o desenvolvimento da Amazônia.
A Amazônia e o desafio da sustentabilidade
A Amazônia tem uma dimensão continental. Com sua complexa bacia hidrográfica de sete
milhões de quilômetros quadrados, sua extraordinária biodiversidade, contando cerca de vinte
milhões de espécies vegetais e animais, sob muitos aspectos é ainda vista aos olhos do mundo
como um dos últimos santuários ecológicos do planeta. Nessa visão idealista e, portanto,
reducionista, esquece-se facilmente que a Amazônia não é somente o habitat de espécies raras da
biodiversidade, plantas e animais, mas já desde o período pré-colonial abrigava uma considerável
população nativa e nos nossos dias é ocupada por 21 milhões de seres humanos. É em favor dessas
populações amazônicas que se torna inadiável empreender o desenvolvimento sustentável. Pois, se
por um lado há muito o que ser preservado e o governo brasileiro têm feito sua parte na criação de
novas reservas e áreas de preservação ambiental, por outro lado, muito há que se fazer para
aproveitar correta e equilibradamente as potencialidades regionais e promover o desenvolvimento
sustentável em favor das populações locais. Por essa razão, o respeito à sustentabilidade amazônica
não pode admitir o imobilismo de posições conservacionistas extremadas e de ideologias
ambientalistas radicais, que não admitem o desfrute racional e planejado dos recursos naturais em
benefício da espécie humana.
O respeito ao princípio da sustentabilidade requer consciência social, competência
empresarial, comprometimento com objetivos de longo prazo, planejamento gerencial e ação
criativa e inovadora para vencer os desafios e alcançar resultados produtivos concretos que se
transmitam à sociedade em geral. Governo, empresariado e sociedade civil organizada têm sua
tarefa a cumprir e não podem ficar inertes. Encarar o desafio da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentável, sob essa ótica, significa apostar no crescimento econômico
comprometido com a manutenção da integridade dos ecossistemas, com a preservação dos recursos
hídricos e florestais, na observância da componente ambiental e na proteção à biodiversidade, tendo
como escopo a elevação da qualidade de vida dos amazônidas de hoje e de amanhã.
A meta da sustentabilidade deve crescer com qualidade de vida sem comprometer os
ecossistemas, sem desperdícios, sem poluição, sem degradação ambiental. Esse é o grande desafio
brasileiro, particularmente para a sociedade amazônica, que se coloca neste início do século XXI.
Desafio que pode se traduzir, com justeza, na definição de políticas públicas de fomento à
iniciativa empreendedora regional e à adoção de tecnologias inovadoras que tenham como objetivo
crucial o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Cumpre ressaltar que a Amazônia, em sua dimensão sul-americana, ultrapassa os limites do
Estado brasileiro. Nesse sentido, representa uma área privilegiada para a cooperação internacional.
O reconhecimento dessa característica resultou em distintas iniciativas conjuntas entre os países
amazônicos, das quais um dos mais importantes exemplos é o Tratado de Cooperação Amazônica –
TCA. Assinado em 1978 pelo Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e
Venezuela, o TCA expressa o compromisso das partes com a realização de “esforços e ações
conjuntas a fim de promover o desenvolvimento harmônico de seus respectivos territórios
amazônicos, de modo que essas ações conjuntas produzam resultados equitativos e mutuamente
proveitosos, assim como para a preservação do meio ambiente e a conservação e utilização racional
dos recursos naturais desses territórios”.
Essa iniciativa dos países amazônicos foi empreendida quase uma década antes que o
conceito de desenvolvimento sustentável ganhasse expressão no contexto mundial. Constitui,
portanto, um testemunho do empenho desses Estados em coordenar ações para elevar o padrão de
vida de suas populações na Amazônia, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
suprir suas necessidades.
O Prêmio Professor Samuel Benchimol, estímulo ao desenvolvimento
sustentável da Amazônia
O Prêmio Professor Samuel Benchimol, instituído pelo Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior – MDIC, é o resultado de uma parceria entre o governo federal, o
Banco da Amazônia, o Sebrae, as Secretarias Estaduais de Ciência e Tecnologia e a sociedade civil
representada pela CNI, federações de indústrias da região e outras instituições nacionais e regionais
comprometidas com a promoção do desenvolvimento sustentável da Amazônia.
A escolha do nome do professor Samuel Benchimol, pesquisador, empresário inovador e
escritor erudito, autor de mais de 100 livros e trabalhos de ampla repercussão, que dedicou sua vida
ao estudo da região, como amazonólogo e professor emérito da Universidade Federal do
Amazonas, justifica-se plenamente em razão da magnitude da obra que realizou e do respeito que
angariou no País e no exterior. O prêmio é um instrumento destinado a estimular, promover e
divulgar projetos de interesse regional e fomentar o empreendedorismo, premiando iniciativas que
se destaquem por apresentar propostas e perspectivas criativas e inovadoras. O prêmio distingue
duas categorias: a categoria projetos inovadores, pertinente a tecnologias sociais, ambientais e da
produção nas áreas social, ambiental; e a categoria empresários, executivos e gestores de políticas
públicas, pertinentes àqueles que tenham se destacado na promoção do desenvolvimento
sustentável da Amazônia.
A partir do lançamento da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior – PITCE,
foi criada uma nova legislação favorável à inovação (a Lei da Inovação e a chamada Lei do Bem),
concedendo incentivos à competitividade tecnológica e estimulando as empresas a investirem mais
em tecnologia. Em conjunto com os recursos disponíveis nos Fundos Setoriais, essa legislação
recente compõe um novo quadro referencial que poderá ser aproveitado pelas empresas para o
fortalecimento de suas próprias estruturas e equipes de P&D, capacitando-as a estabelecer parcerias
com pesquisadores institucionais em projetos de inovação de interesse empresarial. O Prêmio
Professor Samuel Benchimol insere-se nesse novo contexto de inovação tecnológica como
facilitador da promoção de novas tecnologias na Amazônia.
A realização do Prêmio é anual e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, por intermédio de sua Secretaria de Tecnologia Industrial, vem promovendo, em
articulação com entidades nacionais e internacionais, sua ampla divulgação. Além de visar à
inscrição e à apresentação de projetos relevantes, busca-se também facilitar a viabilização técnica e
financeira dos projetos distinguidos por ocasião do concurso público anual.
Objetivo do Prêmio Professor Samuel Benchimol
O Prêmio foi concebido como um instrumento capaz de estimular, promover e divulgar
iniciativas regionais, envolvendo projetos, pesquisas, invenções, arranjos tecnológicos e
empreendimentos que por suas características inovadoras contribuam para o desenvolvimento
sustentável. Destina-se também a dar visibilidade à ação criativa de empresários, executivos e
gestores de políticas públicas atuantes na Amazônica que tenham se destacado entre seus pares por
contribuições originais e significativas à indústria regional e, por isso, em justa retribuição em
honra ao mérito, façam jus ao reconhecimento público que o prêmio deseja conferir.
O professor Samuel Benchimol sempre defendeu a importância da Região Amazônica no
contexto nacional e internacional e a necessidade do desenvolvimento sustentável, baseado em
quatro parâmetros fundamentais: ser economicamente viável, ecologicamente adequado,
socialmente justo e politicamente equilibrado.
Ao basear-se nesses conceitos, o estabelecimento do prêmio recorre a essas ideias originais e
as retoma no esforço de promover o desenvolvimento sustentável da Região Amazônica, com
observância dos seguintes parâmetros:
1. Proporcionar ampla reflexão sobre as perspectivas econômicas, ambientais e sociais para o
desenvolvimento sustentável.
2. Fomentar a interação permanente e a sinergia de ação entre os agentes atuantes na
promoção do desenvolvimento sustentável da Amazônia: formuladores e gestores de
políticas públicas, instituições de crédito e fomento, empresários, acadêmicos e ativistas
sociais e ambientais.
3. Identificar, avaliar, selecionar e divulgar projetos de interesse empresarial ou comunitário
com foco empreendedor e oportunidades de investimento a potenciais financiadores,
públicos e privados.
4. Identificar personalidades do meio empresarial com destacada atuação em prol do
desenvolvimento sustentável da Amazônia.
O prêmio também tem por objetivo favorecer a reflexão sobre as perspectivas
socioeconómicas, tecnológicas e ambientais do desenvolvimento regional, contribuindo para a
identificação de projetos de interesse empresarial e a divulgação de oportunidades de investimento
e financiamento, bem como motivar a articulação entre os setores empresarial, acadêmico,
financeiro e governamental.
O prêmio representa ainda uma oportunidade de reconhecimento público para as empresas e
empreendedores que investem em tecnologia e inovação, fortalecendo sua posição em relação à
competitividade do mercado e dando sua parcela de contribuição ao desenvolvimento sustentável
regional.
Uma das expectativas advindas com prêmio é a de contribuir para estimular a transformação
do acervo de conhecimentos científicos e tecnológicos em práticas empreendedoras. Constata-se,
regionalmente, a ocorrência de um incômodo e persistente desequilíbrio entre a produção científica
das universidades, a produção tecnológica dos centros de pesquisa e a defasagem das empresas na
absorção e incorporação de inovação em processos, produtos e serviços. Isso ocorre pela falta de
divulgação e pela inexistência de canais interativos que transformem a produção científica e
tecnológica em estruturas produtivas capazes de gerar produto, emprego e renda.
A visão da pesquisa científica e tecnológica nem sempre tem sido corretamente orientada
para o mundo real da produção e do consumo. Muitas vezes os resultados obtidos, embora
pudessem ter aplicação imediata, ficam estocados ou esquecidos nas prateleiras das instituições
científicas, relegados à condição de meros papers ou protótipos sem utilização imediata.
A produção brasileira e até mesmo a produção regional de ciência e tecnologia é de monta
razoável. O problema é encontrar os meios para transpor o vácuo ainda existente entre a academia e
a empresa, entre o pesquisador e o empreendedor, entre o protótipo e a produção em série. As
instituições de pesquisas devem abrir-se à sociedade e as empresas regionais, nessa corrida
tecnológica, em busca da inovação, devem acelerar o passo. O prêmio é, dentre outros, um
instrumento que visa a contribuir com esse esforço, no sentido de fazer avançar o compromisso
com a competitividade e a inovação tecnológica, fortalecendo os elos entre a academia e a empresa,
unindo a cadeia do conhecimento à cadeia produtiva e promovendo os passos da transformação do
saber em saber fazer e da produção científica em força de produção de bens e serviços. Exceção
feita às grandes empresas que geralmente têm seus centros de pesquisa sediados no exterior, ainda
são poucas as empresas regionais que investem sistematicamente em pesquisa e desenvolvimento
ou dispõem de estruturas de interação com as instituições de pesquisa.
As categorias de premiação
O Prêmio abrange duas categorias distintas:
•
Categoria Projetos Inovadores.
•
Categoria Empresários, Executivos e Gestores de Políticas Públicas.
Categoria Projetos Inovadores
Nessa categoria, os projetos são classificados em três áreas: econômico-tecnológica,
ambiental e social.
Podem ser selecionados até nove projetos, sendo três em cada área.
Em razão mesmo do caráter holístico da sustentabilidade, vários dos projetos concorrentes ao
prêmio são enquadráveis em mais de uma área, cabendo ao autor optar por uma delas quando da
inscrição do respectivo projeto.
Os projetos poderão ser apresentados por qualquer cidadão brasileiro, ou cidadão estrangeiro,
desde que vinculado a uma instituição nacional ou em associação com brasileiros. São incentivadas
as inscrições de pessoas que atuem em instituições de representação empresarial, sindical e
profissional; universidades, centros de pesquisa sediados no País e no exterior; agentes de crédito e
financiamento, até mesmo multilaterais; instituições públicas e privadas devotadas ao
desenvolvimento sustentável da Amazônia ou que tenham por objetivo a promoção do
desenvolvimento regional, nacional ou internacional; e empresas públicas e privadas com
investimento na Região Amazônica.
Avaliação na categoria Projetos Inovadores
A avaliação dos projetos inscritos é efetuada por uma Comissão Julgadora, de composição
multiinstitucional. Essa comissão leva em consideração, sobretudo, os efeitos sinérgicos dos
projetos, associados ao seu potencial em relação à sustentabilidade socioambiental e econômicotecnológica e sua compatibilidade com as políticas públicas vigentes, sobretudo, em relação às
seguintes diretrizes:
•
Promoção do empreendedorismo, até mesmo quando efetuada sob a forma cooperativa e
comunitária.
•
Fortalecimento e diversificação da capacidade produtiva, notadamente em setores e
atividades que promovam a inserção da região em cadeias produtivas de âmbito nacional e
global.
•
Desenvolvimento, adaptação e difusão de tecnologias da produção e tecnologias
socioambientais apropriadas à realidade regional, especialmente aquelas que imprimam
dinamismo e competitividade às cadeias produtivas de bens e serviços.
Os membros da Comissão Julgadora, para efeito de pontuação, levam em conta os seguintes
critérios:
• Benefícios a serem gerados.
•
Proporcionalidade entre os custos de execução e os objetivos almejados.
•
Prazo de implantação.
•
Originalidade.
• Coerência com as políticas públicas definidas para a região.
• Atratividade financeira.
• Viabilidade técnico-econômica.
A Comissão Julgadora indicará, preferencialmente, apenas um projeto para premiação em cada
categoria. Contudo, quando os projetos, à critério da comissão, contemplarem resultados
equivalentes ou por outro motivo relevante, poderão ser indicados até três projetos por categoria.
Valor da premiação na categoria projetos
O valor total da premiação para cada categoria é de R$65.000,00 (sessenta e cinco mil reais),
sujeito à dedução de imposto de renda. Caso ocorra a seleção de dois projetos na mesma categoria,
caberá ao primeiro colocado receber o prêmio de R$40.000,00 (quarenta mil reais) e ao segundo
colocado o prêmio de R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais). No caso de haver três projetos
selecionados em uma mesma categoria, caberá ao primeiro colocado receber o prêmio de
R$30.000,00 (trinta mil reais); ao segundo colocado o prêmio de R$20.000,00 (vinte mil reais); e ao
terceiro o prêmio de R$15.000,00 (quinze mil reais).
Projetos na área ambiental
Os projetos concorrentes ao prêmio na área ambiental podem conter propostas pertinentes ao
aproveitamento econômico racional dos recursos naturais amazônicos ou à redução do impacto
ambiental de atividades produtivas, sempre com recurso a tecnologias apropriadas ou inovadoras
que permitam a expansão da atividade econômica sem prejuízo da qualidade vida das gerações
atuais e futuras. Caso o projeto tenha foco essencialmente preservacionista, deve estar associado a
iniciativas que vinculem a preservação ambiental a atividades geradoras de emprego e renda como
turismo ecológico, aumento do cabedal de conhecimentos científicos de potencial aplicação
econômica, como a bioprospecção, a difusão de conhecimentos tradicionais das populações
amazônicas correlacionados ao aproveitamento sustentável dos recursos da biodiversidade
amazônica, a criação de parques zoobotânicos educativos ou quaisquer outras propostas em que, a
par do aspecto ambiental, estejam também evidentes os demais componentes integrantes da
sustentabilidade.
Também será incentivada a candidatura de projetos que contemplem temas mais difusos, como
aqueles pertinentes às mudanças climáticas, à redução do impacto ambiental e social de projetos de
infraestrutura produtiva, como rodovias e barragens, ao aproveitamento econômico sustentável dos
recursos hídricos, às energias renováveis ou ao ordenamento ecológico do espaço agro-silvopastoril.
A título ilustrativo, no Anexo são apresentados alguns projetos da área ambiental premiados em
edições anteriores do Prêmio Professor Samuel Benchimol:
Projetos na área social
Os projetos concorrentes ao Prêmio Professor Samuel Benchimol na área social podem conter
propostas pertinentes à formação e à qualificação de recursos humanos, à educação sobre temas
amazônicos pertinentes à esfera produtiva e, sobretudo, à promoção do empreendedorismo
individual ou em bases cooperativas, especialmente quando o escopo do projeto se referir ao
aproveitamento de recursos tipicamente amazônicos mediante tecnologias inovadoras. Os projetos
na área social podem contemplar aspectos de valorização da cultura local e do turismo sustentável.
Também serão incentivadas candidaturas de projetos que valorizem a cultura local, especialmente o
conhecimento tradicional associado ao aproveitamento econômico da biodiversidade amazônica.
A título ilustrativo, no Anexo são apresentados alguns projetos da área social premiados em edições
anteriores.
Projetos na área econômico-tecnológica
Nos projetos concorrentes ao Prêmio Professor Samuel Benchimol na área econômicotecnológica, a componente “promoção do empreendedorismo por meio da aplicação inovadora de
tecnologias sociais ou tecnologias da produção” deve aparecer com especial relevo, sempre num
contexto amplo de sustentabilidade social e ambiental e inserção política. Serão considerados tanto
projetos pertinentes a microempresas e a empresas de pequeno porte e projetos comunitários e
cooperativos quanto grandes empreendimentos estruturantes capazes de induzir a criação, em torno
de si, de uma rede de fornecedores e prestadores de serviços, mormente quando esses grandes
empreendimentos contribuírem para a diversificação da economia amazônica, seja no meio rural,
seja no meio urbano.
Também serão incentivadas candidaturas de projetos que valorizem a inserção competitiva
da economia amazônica em cadeias produtivas nacionais e globais, preferencialmente com forte
agregação de valor local.
A título ilustrativo, no Anexo são apresentados alguns projetos na área econômicotecnológica premiados em edições anteriores.
Categoria Empresários, Executivos e Gestores de Políticas Públicas
A cultura prevalente no meio empresarial desempenha papel de grande relevância na
conformação dos valores e atitudes sociais pertinentes às esferas do trabalho e da produção, e essas,
por sua vez, podem influenciar a configuração da visão de mundo da sociedade, com reflexos
importantes sobre os comportamentos das coletividades.
A cultura empresarial é um componente essencial para se conseguir a elevação da qualidade
de vida da população. Por essa razão, torna-se indispensável a reorientação dessa cultura no sentido
de valorizar aspectos como a inovação, o aprimoramento constante do ambiente organizacional, e a
vinculação da missão da empresa a finalidades competitivas, favorecendo o desenvolvimento social
e econômico em bases sustentáveis.
Nesse contexto, o Prêmio Professor Samuel Benchimol, a partir de sua terceira edição (2006),
também visa à identificação de personalidades do meio empresarial (empresários e executivos) cuja
atuação profissional no âmbito amazônico possa se constituir em referência para o desenvolvimento
econômico-tecnológico da região com crescimento da qualidade de vida das populações
amazônicas e utilização sustentável dos recursos naturais. Na identificação das lideranças
empresariais que apresentem perfil dinâmico, criativo e inovador, é sumamente inspiradora a
carreira empreendedora do mentor deste prêmio (in memoriam), o intelectual e empresário
amazonense Samuel Benchimol.
O prêmio na Categoria Empresários/Executivos tem, portanto, como objetivo, agraciar
empresários que se destacaram no desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal nas
modalidades ambiental, social e econômico-tecnológica. Serão concedidas até três honrarias do
Prêmio Professor Samuel Benchimol nessa categoria, uma por modalidade.
As indicações para a premiação com honrarias na categoria empresários e executivos serão
feitas pelas seguintes entidades:
• Instituições de representação empresarial, sindical ou profissional.
•
Instituições universitárias ou de pesquisa.
•
Agências de desenvolvimento empresarial, tecnológico e industrial.
As indicações das entidades proponentes deverão ser acompanhadas de curriculum vitae e de
uma descrição precisa das ações que justifiquem a indicação. Cada entidade poderá indicar até três
candidaturas ao Prêmio Professor Samuel Benchimol na Categoria Empresário/Executivo.
A Comissão Julgadora atuará na seleção dos indicados com base nos seguintes termos
referenciais:
• Originalidade, com ênfase na inovação tecnológica, na criação, desenvolvimento e
implantação de produtos, serviços, processos ou sistemas produtivos ou de gestão na
indústria.
• Equilíbrio entre o aumento da eficiência e da competitividade, sobretudo industrial e a
capacidade de geração de empregos, obtido com base na gestão tecnológica, ambiental e
social.
•
Contribuição ao aumento da competitividade nacional, principalmente, no domínio de
processos tecnológicos industriais e à inserção dos produtos brasileiros no mercado
mundial, respeitados os princípios do desenvolvimento sustentável da Região Amazônica.
•
Impacto de iniciativas realizadas pelos indicados, principalmente para o desenvolvimento
industrial, com o engajamento ao tema da responsabilidade social da empresa.
•
Convergência com as políticas públicas, sobretudo, nas opções estratégicas para o
desenvolvimento sustentável da Região Amazônica.
Para melhor aquilatar as realizações dos indicados à premiação com atribuição de honrarias, a
Comissão Julgadora poderá especificar os termos referenciais anteriormente mencionados em
critérios mais detalhados e também levar em consideração especificidades sociais, econômicas e
ambientais da área geográfica de atuação dos empresários e executivos indicados.
As honrarias serão conferidas aos contemplados com a premiação anual em solenidade que
será agendada pelas instituições organizadoras.
Anexos:
Gabarito de avaliação das candidaturas na categoria “projetos inovadores”
Os trabalhos serão avaliados de forma holística, tendo como principal critério o grau de
coerência e adesão aos conceitos e princípios apresentados nesse documento referencial. Para
subsidiar essa avaliação holística, será também utilizado o “gabarito” a seguir, que contém um
conjunto de indicadores e escala para a sua mensuração. Esse gabarito também poderá ser utilizado
pelos autores para avaliar a consistência de suas propostas e orientar eventuais ajustes. Alguns itens
do gabarito podem não ser aplicáveis a todas as áreas.
O projeto inova na concepção e na metodologia aplicada em sua execução.
Nada
Parcialmente
Muito
1
2
3
4
5
O projeto atende a importantes necessidades da sociedade.
Nada
Parcialmente
1
2
3
Muito
4
5
O projeto inclui atores dos diferentes setores da sociedade (setor privado, setor público, setor civil
etc.)
Pouca
Muita
“Inclusividade”
1
“Inclusividade”
2
3
4
5
O projeto permite a entrada de novos atores
Baixa
Alta
“Permeabilidade”
1
“Permeabilidade”
2
3
4
5
O projeto cruza ramos, setores ou indústrias diferentes em uma única rede de empreendimentos.
Nada
1
Parcialmente
2
3
Muito
4
5
O projeto constitui uma cadeia de valor com interdependência entre os atores para a entrega
do(s) produto(s)/ serviço(s).
Baixa
Interdependência
Alta
Interdependência
1
2
3
4
5
O projeto contribui para o produto econômico da região
Baixa
Alta
Contribuição
1
Contribuição
2
3
4
5
O projeto considera adequadamente o meio ambiente (preservação + restauração).
Nada
1
Parcialmente
2
3
Muito
4
5
O projeto considera as futuras gerações (sustentabilidade a médio e longo prazos).
Nada
1
Parcialmente
2
3
Muito
4
5
O projeto é autossustentável do ponto de vista econômico-financeiro.
Nada
1
Parcialmente
2
3
Muito
4
5
O projeto gera múltiplos benefícios para a região, para o País e para o planeta como um todo.
Nada
1
Parcialmente
2
3
Muito
4
5
O projeto mantém canais de comunicação e participação que viabilizam o envolvimento das
diversas partes interessadas (stakeholders).
Nada
1
Parcialmente
2
3
Muito
4
5
O projeto equilibra uso de tecnologia (“high-tech”) e contato humano (“high-touch”).
Nada
1
Parcialmente
2
3
Muito
4
5
O projeto inclui soluções para sua divulgação ampla.
Nada
1
Parcialmente
2
3
Muito
4
5
Nível de descentralização para tomada de decisões e delegação de responsabilidade aos atores.
Baixa
Alta
Autonomia
Autonomia
1
2
3
4
5
Grau de detalhamento da proposta, visando a sua execução.
Baixo
1
Alta
2
3
4
5
Criatividade para contornar restrições de recursos (materiais, financeiros, humanos, informações,
conhecimento, competências etc.)
Baixo
1
Alta
2
3
4
5
Projetos agraciados em 2004 e 2005 e selecionados para fomento pelo Banco da Amazônia
(Basa)
2004
Área Ambiental
Sistemas Agroflorestais e Turismo como Alternativa de Desenvolvimento Local no
Assentamento Tarumã Mirim-AM
José Carlos Martins Brandão, Ronisley da Silva Martins, Jader Marconi A. Portela e
Jesuéte Pacheco Brandão
Universidade Estadual do Amazonas
Área Econômica-Tecnológica
Formação e Manejo de Bacurizeiros Nativos como Alternativa Econômica para Áreas
Degradadas da Amazônia
Alfredo Kingo Oyama Homma
Embrapa Amazônia Oriental
Área Social
Água Limpa para Pequenas Comunidades da Amazônia
João Tito Borges
Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica
Qualificação de Produtores Rurais para Aproveitamento de Espécies Vegetais Destinados a
Insumos de Fitoterápicos e Fitocosméticos
Juan David Revilla Cardenas
Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia
2005
Área Econômica/Tecnológica
Pesquisa e Desenvolvimento do Óleo Essencial das Folhas de Pau-Rosa
Lauro Euclides Soares Barata
Laboratório de Química de Produtos Naturais, Instituto de Química da Unicamp
Projeto de Produção Sustentável de Óleos Essenciais na Região de Várzea de Silves-AM
Barbara Schmal
Associação Vida Verde da Amazônia
Área Social
Rede de Colaboradores Solidária para Industrialização e Comercialização de Produtos
Oriundos da Pesca Artesanal e da Fruticultura Extrativista e Familiar Social
Nicolau Priante Filho
Universidade Federal de Mato Grosso
Pagamento por serviços ambientais para a conservação florestal: proposta para criação de um
projeto-piloto na região do Apuí – Amazonas 1
Mariano Colini Cenamo
Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas
1. Contexto
As alterações climáticas e o aquecimento global são vistos hoje como o maior problema
ambiental de todos os tempos. A comprovação científica alcançada nos últimos anos não deixa
mais dúvidas acerca da interferência humana nesse processo. O aumento na concentração
atmosférica dos gases de efeito estufa (GEE) – principalmente o dióxido de carbono – poderá
desencadear, nos próximos cem anos, um acréscimo na temperatura média do planeta, de 1,4 a
5,8°C. A temperatura média na atmosfera terrestre já se encontra 1,6°C mais quente (IPCC, 2001)
do que nos últimos 100 anos. O nível dos oceanos está aumentando. A ocorrência de eventos
extremos como furacões, chuvas torrenciais e secas acentuadas, vem afetando o modo de vida de
milhões de pessoas ao redor do mundo (UNEP e UNFCCC, 2004).
Os países industrializados foram e são os principais responsáveis pelo aumento na
concentração de GEE da atmosfera. Para lidar com o problema foram estabelecidas pelas Nações
Unidas a Convenção Quadro sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e o Protocolo de Quioto (PQ)
– um acordo internacional que estabelece a redução de 5,2%, em média, nas emissões de GEE com
relação aos níveis emitidos em 1990, pelos países desenvolvidos – chamados países do Anexo I. 2
No Protocolo foram também estabelecidos mecanismos que incentivam a redução de
emissões nos países em desenvolvimento (países que não estão incluídos no Anexo I e, portanto,
não possuem metas obrigatórias para redução de emissões). Dentre eles, o principal é o Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo (MDL), que permite aos países industrializados investirem em projetos
de “energia limpa” e reflorestamento, levando em troca créditos de carbono que podem ser
utilizados para o abatimento de suas metas de redução. Por meio do MDL, desde 2004, mais de 80
projetos foram implementados no Brasil, 3 representando resultados significativos dentro do PQ.
1 O artigo está disponível, na íntegra, no portal do Prêmio Professor Samuel Benchimol 2006
http://www.amazonia.desenvolvimento.gov.br.
2
O Anexo I é composto basicamente pelos países da União Europeia, mais EUA, Canadá, Austrália e Japão. Entretanto,
os EUA e Austrália não ratificaram o PQ, estando, portanto, fora do acordo. A relação detalhada dos países e obrigações
do Protocolo de Quioto pode ser obtida no website da Convenção: www.unfccc.int.
3
Maiores informações sobre os projetos de MDL em implementação no Brasil podem ser encontradas no website da
Comissão Interministerial Brasileira sobre Mudança Global do Clima: www.mct.gov.br/ clima.
Assim, o Protocolo pode ser citado como uma das maiores conquistas alcançadas pela
Convenção do Clima, envolvendo a mitigação de emissões tanto nos países desenvolvidos como
nos países em desenvolvimento e “subdesenvolvidos”.
Entretanto, ainda resta muito a se avançar. Todo o esforço combinado por meio das
“reduções de emissões domésticas” nos países do Anexo I e dos projetos do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (nos “não-Anexo I”) remetem somente a 75%-80% do problema. A
conservação florestal ou contabilização da “floresta em pé”, como estoque de carbono, não faz
parte do Protocolo de Quioto. Apesar de sua extrema importância para o clima global – o
desmatamento de florestas tropicais corresponde 20% a 25% das emissões globais de GEE
(HOUGHTON, 2005; MOUTINHO et al. 2005), esforços que venham a ser empreendidos para
reduzir as emissões pelo desmatamento, estão excluídos de qualquer compensação na Convenção
do Clima.
No Brasil, cerca de 70% das emissões de GEE são provenientes de mudanças no uso da terra,
caracterizadas principalmente pelo desmatamento na Amazônia (MCT, 2004). Ou seja, as emissões
combinadas por toda a queima de combustíveis fósseis (geração de energia, uso industrial, etc.) e
fontes emissoras correspondem apenas a um terço do total de emissões brasileiras.
Além de funcionar como grande “reservatório” mundial de carbono, a Floresta Amazônica
provém outros serviços ambientais (ou serviços ecossistêmicos) extremamente importantes para o
equilíbrio ecológico em escala regional, nacional e mundial, como a regulação do regime de
chuvas, manutenção dos níveis dos rios e conservação da biodiversidade.
O desmatamento da Floresta Amazônica tem atingido níveis alarmantes nos últimos anos.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE, 2004), estima-se que 17% de sua
vegetação original tenha sido devastada. Não existem dúvidas de que o desmatamento da Amazônia
precisa ser controlado para evitar danos irreversíveis ao meio de sobrevivência na terra, em escalas
nacional e mundial. O Brasil tem enfrentado sérias dificuldades para conter esse processo e a
cooperação internacional tem se demonstrado insuficiente para cobrir a crescente demanda por
atividades e programas cada vez mais estruturados e eficazes.
A Convenção do Clima tem se mostrado como um eficaz instrumento para implementação de
políticas para a mitigação climática e para o desenvolvimento sustentável. O MDL é um forte
indicador de que instrumentos de mercado podem ser utilizados de forma efetiva nesse sentido. No
entanto, ao passo que o MDL financia amplamente projetos de energia, com poucos benefícios
sociais e ambientais associados, a Convenção do Clima não permite instrumentos similares para a
contenção do desmatamento das florestas tropicais. Os benefícios em escala mundial são
indiscutíveis. Entretanto, manter a floresta a salvo da forte expansão agrícola e pecuária, fomentada
pelo mercado internacional, custa caro ao governo brasileiro. Quem deve ser onerado por esse
processo? Os países desenvolvidos possuem uma “dívida ética” com os países em desenvolvimento
por terem desmatado suas florestas e serem os principais responsáveis pelas atuais mudanças
climáticas. Cabe ao Brasil e aos demais países detentores de florestas tropicais concentrar esforços
para que se possa cobrar pelos serviços prestados por suas florestas.
No entanto, as negociações sobre o tema na UNFCCC têm se mostrado lentas e burocráticas.
Banido de discussão em 2001, o assunto só voltou a entrar em pauta nas negociações da Convenção
em 2005, durante a XI Conferência das Partes (COP 11/MOP 1). Nesse meio tempo, diversos
estudos e propostas de implementação foram conduzidos, em campo paralelo, buscando formas de
compensar esforços empreendidos para a redução de emissões por desmatamento ou o chamado
“desmatamento evitado” (MOUTINHO et al. 2005). Essas iniciativas foram fundamentais para que
o assunto voltasse a ser negociado em âmbito governamental.
A proposta do Amazonas
Durante a COP 11 em Montreal, foi organizado um evento específico pelo Instituto de
Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) para inclusão do “desmatamento evitado” no âmbito da
UNFCCC. Na ocasião foi apresentada, em parceria entre o Instituto de Conservação e
Desenvolvimento Sustentável do Amazonas – IDESAM e a Secretaria de Estado do Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (SDS/AM), uma proposta independente
para criação de um Mecanismo de Compensação por Redução de Emissões de GEE e prestação de
Serviços Ambientais com atividades de Conservação Florestal no Amazonas. 4
De forma sucinta, o mecanismo propõe a redução e a manutenção das taxas de desmatamento no
Estado do Amazonas, abaixo da taxa de desmatamento na Amazônia Legal. No período de 1990 a
2005, o Estado do Amazonas desmatou, em média, 0,07% (860 km2/ano) de seu território ao ano.
Na Amazônia brasileira como um todo essa taxa foi cinco vezes superior, em média 0,3% ao ano
(18.200 km2/ano) (INPE/PRODES, 2005).
Gráfico 1. Evolução das taxas de desmatamento na Amazônia e no Estado do Amazonas.
Desde 2003 o Estado do Amazonas vem implementando uma política de conservação e
desenvolvimento sustentável denominada Zona Franca Verde, que vem produzindo repetidas
4
Documento apresentado Reducing emissions from deforestation in Amazonas, Brazil: a State Government’s
proposal for action, assim como maiores informações podem ser solicitados para o autor por intermédio do e-mail:
[email protected].
reduções nas taxas de desmatamento, servindo como exemplo para a região amazônica. Iniciativas
como essa, representam enormes custos e esforços que deveriam ser divididos entre todos aqueles
que se beneficiam dos serviços gerados.
Ao utilizar-se a taxa de desmatamento da Amazônia como cenário de referência (Gráfico 1)
para o Estado do Amazonas, propõe-se que as iniciativas de sucesso implementadas na contenção
do desmatamento no Amazonas sejam quantificadas e remuneradas, quanto a sua contribuição para
a redução de emissões de GEE no âmbito da Convenção do Clima.
O mecanismo propõe sua implantação por meio de duas diretrizes fundamentais:
a) Pagamento ao governo do Estado para ações de assistência técnica, monitoramento e
gestão das unidades de conservação:
b) Pagamento individual aos proprietários de terras que possuem florestas, pelos serviços
ambientais prestados:
O projeto-piloto no Apuí
Histórico
No início de 2005, o governo do Amazonas criou o Mosaico de Unidades de Conservação do
Apuí. Ao todo são nove Unidades de Conservação (UCs) com diferentes modalidades e propostas
de uso que somam mais de 3 milhões de hectares de áreas protegidas (Figura 1). A principal
motivação de criação do mosaico foi em razão da necessidade de contenção do processo de
desmatamento e grilagem de terras, bastante intensos na região, principalmente na área de fronteira
com o Estado do Mato Grosso.
Os custos relacionados à gestão e manutenção de UCs estão sempre relacionados a fatores,
como tamanho, localização geográfica, modalidades de uso, existência de conflitos e pressões de
ocupação, presença de populações residentes na UCs, dentre outros. Ao analisar-se esses fatores
perante a gestão do Mosaico do Apuí é possível afirmar que os custos necessários para sua
manutenção são bastante significativos. Tais custos devem ser analisados sob a perspectiva
daqueles que se oneram com manutenção da floresta e também daqueles que realmente se
beneficiam com os serviços ambientais gerados. Assim como na divisão dos benefícios, deve haver
também a divisão dos custos incorridos com a conservação florestal dessas áreas.
Ao norte do Mosaico, próximo à sede do município e ao longo da área de influência da antiga
Rodovia Transamazônica (Figura 1), existem também extensas áreas desmaiadas, sem uso ou com
baixa produtividade agrícola. Nessa região, durante a década de 1970, foi criado pelo Incra o
projeto de assentamento do Rio Juma, com uma área original de cerca de 690 mil ha e capacidade
para assentar 7.500 famílias. Com a evolução do assentamento, houve pouco controle fundiário e
assistência técnica, de forma que a atividade predominante se tornou a pecuária e agricultura
extensiva. Entretanto, em razão da baixa qualidade dos solos da região e do manejo inadequado das
culturas, grande parte das propriedades se encontra com a atividade econômica comprometida e
insustentável a longo prazo, demonstrando fortes sinais de abandono e dando margem a processos
de grilagem de terras e exploração florestal ilegal.
Dessa forma, uma proposta que venha a fomentar a atividade florestal nas propriedades
rurais, quer seja com reflorestamento, quer seja com conservação, quer seja com manejo florestal,
possui um caráter amplamente estratégico e atrativo sob o ponto de vista econômico, ambiental e
social. Do ponto de vista do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), a grande maioria das
áreas pode ser considerada elegível para concepção de um projeto, visto que o processo de
desmatamento se deu antes de 1990 e as atividades predominantes nos últimos anos têm sido a
pecuária e a agricultura de ciclo curto. Assim, essas atividades seriam também analisadas dentro do
projeto-piloto aqui proposto.
Ao considerar-se a implementação efetiva de um “mecanismo estadual de compensação por
serviços ambientais no Amazonas” (conforme apresentado), é de extrema importância o
estabelecimento de áreas prioritárias ou projetos pilotos, de menor escala, que possibilitem a
geração de informações e a aquisição de experiência quanto à estruturação econômica, jurídica e
operacional do programa e á aplicação dos conceitos em atividades práticas, que antecedam a
possível consolidação do programa em escala estadual. Nesse sentido, a região sul do estado e, em
particular, o município do Apuí, onde existe uma forte pressão por desmatamento e uma
combinação de fatores favoráveis ao estabelecimento de ações para a conservação, coloca-se com
uma ótima oportunidade para a instalação do Projeto-piloto de pagamento por serviços ambientais
para a conservação florestal – ponto focal: município de Apuí.
Embriogênese somática em Paullinia cupana (guaranazeiro): propagação massal clonal de
genótipos elite e produção de compostos com potencial biotecnológico
André Luis Wendt dos Santos
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
O cultivo de espécies vegetais nativas como o guaranazeiro (Paullinia cupana, variedade
sorbilis (Martius) Duke) tem se caracterizado como atividade econômica de grande importância
para a Região Norte do Brasil. Entretanto, a utilização de produtos oriundos do guaranazeiro ainda
não é tratada com a devida atenção, pois faltam alternativas tecnológicas e econômicas que os
tornem competitivos nos mercados local, regional, nacional e internacional. A semente de guaraná
é rica em cafeína, além de conter substâncias com potencial para a indústria farmacêutica como a
teobromina (vasodilatadora), teofilina (bronco dilatadora) e tanino (antioxidante).
Embora esses compostos estejam presentes em baixas concentrações nas plantas e seu
processo de purificação seja oneroso, a maioria deles tem encontrado aplicações comerciais. Por
outro lado, como esses compostos são utilizados em grandes quantidades, a produção pelas plantas
nem sempre é satisfatória.
Apesar de a Amazônia ser o centro de origem do guaranazeiro, a produção de sementes de
guaraná, no Estado do Amazonas, ainda é inferior aos índices obtidos em outras Regiões do Brasil.
Essa baixa produção está associada à idade das plantas que são utilizadas no cultivo, aos tratos
culturais inadequados, à falta de conhecimentos da fisiologia da espécie, às dificuldades na
propagação e ao armazenamento das sementes (recalcitrante). Além disso, a constituição genética
altamente heterozigótica do guaranazeiro faz com que as características desejáveis sejam perdidas
ao longo dos cruzamentos (propagação sexuada), em função da segregação dos genes. Portanto, o
desenvolvimento de tecnologias inovadoras e com baixo custo se faz necessário para o
estabelecimento de programas eficientes, visando ao melhoramento genético do guaranazeiro e à
produção de compostos vegetais biologicamente ativos.
Técnicas baseadas na biotecnologia proporcionam métodos eficientes e de baixo custo para
micropropagação e melhoramento genético de plantas, além de serem fontes de material para
produção, em larga escala, de compostos vegetais biologicamente ativos. Dentre as técnicas de
micropropagação vegetal, a embriogênese somática destaca-se como uma técnica altamente
versátil, possibilitando a propagação massal clonal de genótipos elite e a produção, em larga escala,
de compostos vegetais de interesse para a indústria farmacêutica, como a cafeína, teobromina,
teofilina e tanino. O projeto “Embriogênese somática em Paullinia cupana (guaranazeiro):
propagação massal clonal de genótipos elite e produção de compostos com potencial
biotecnológico” faz parte de uma estratégia de pesquisa utilizando abordagens metodológicas e
científicas inovadoras para a Região Norte do Brasil. O presente projeto permitirá o aumento de
produtividade no guaranazeiro por meio da perpetuação do ganho genético (captura da variação
genética aditiva e não aditiva) nos clones com alta produtividade. Além disso, o estabelecimento de
um sistema in vitro permitirá a obtenção de produtos biotecnológicos que possam ser úteis para
estruturar e consolidar a cadeia produtiva do guaraná na Amazônia.
A Cuiabá-Santarém (BR-163) no contexto das políticas públicas para o desenvolvimento
(in)sustentável da Amazônia brasileira 5
Messias Modesto dos Passos
Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente/SP
Introdução
A rodovia Cuiabá-Santarém era um velho sonho de exatamente 126 anos. Sua necessidade já
era sentida em 1844, quando foi apresentado o primeiro projeto para construção de uma ferrovia
que escoasse a produção da região central brasileira para o porto de Santarém e, daí, até o
Atlântico, numa rota de mais de 800 km pelo rio Amazonas. A nova BR-163, com 1.777 km, além
de permitir a ligação de regiões mineradoras, agropastoris e madeireiras com um porto exportador,
abriria à colonização às terras atravessadas no norte do Mato Grosso e sul do Pará.
No Mato Grosso, a estrada motivaria a penetração de grandes projetos agropecuários e de
colonização comandados por grupos particulares. No Pará, no trecho entre Santarém e a
Transamazônica, predominaria a colonização dirigida para pequenos proprietários, comandada pelo
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Ao longo de toda a estrada, a
valorização das terras, a atração de correntes migratórias e a especulação fundiária teriam impactos
imediatos sobre a população local – especialmente os povos indígenas.
Desenvolvimento da Amazônia ou desenvolvimento para a Amazônia
Os
programas
de
desenvolvimento
regional
têm
um
caráter
predominante
de
“desenvolvimento da Amazônia” em detrimento do “desenvolvimento para Amazônia”. Nesse
primeiro item do artigo, explicitar-se-ão os programas “implantados” a partir de 1970, objetivando
o desenvolvimento da região centro-norte do Brasil.
• Programa para a Integração Nacional (PIN) na primeira metade dos anos 1970
• Programa Polamazônia de 1974 a 1980
• Programas de desenvolvimento rural integrados, do início dos anos 1980
• A nova política regional da “Amazônia Sustentável”
5
O artigo está disponível, na Integra, no portal do Prêmio Professor Samuel Benchimol http://
www.amazonia.desenvolvimento.gov.br.
• Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal
BR-163: estrada dos colonos?
Coube ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) o planejamento e a
execução do programa de assentamento de colonos ao longo da Transamazônica e da BR-163. Essa
transferência “dos homens sem terra” para “a terra sem homens” foi efetuada em consonância com
o discurso e os objetivos do Plano de Integração Nacional (PIN) e se viabilizou, notadamente, pela
abertura de estradas e pela implantação de agrovilas.
As sucessivas mudanças dos “planos de desenvolvimento”, ao sabor das conjunturas políticas
e econômicas, contribuíram para a falência da grande maioria dos projetos de colonização – seria
mais correto denominá-los de transferência de colonos – conforme se pode constatar a partir das
viagens de estudos que foram realizadas nos últimos quatro anos ao longo da Cuiabá- Santarém e
da Transamazônica.
As agrovilas implantadas ao longo da BR-163, a intervalos de 10 km, compreendem uma
área de 100 hectares, nas quais estão assentadas as moradias dos colonos, uma escola primária, uma
capela ecumênica, um pequeno armazém, uma farmácia e uma clínica, sendo dirigidas por
Assistente Rural. Muitas dessas agrovilas retratam a frustração do Projeto Incra, e dos próprios
colonos, e encontram-se em estado de total pobreza e à mercê do esquecimento dos gestores
públicos.
Apesar de o Plano de Colonização prever a instalação de uma rurópolis, a cada 150 km da
rodovia, que teria duas agrópolis sob sua jurisdição, constatou-se que apenas uma dessas cidades
foi efetivamente implantada ao longo da Cuiabá-Santarém, no entroncamento com a
Transamazônica. Trata- se da Rurópolis Presidente Médici que, mais tarde, foi rebatizada tãosomente de Rurópolis. A placa de inauguração do hotel, construído no mesmo momento da
construção da rurópolis, dá uma precisa ideia da euforia desenvolvimentista da época.
Um modelo excludente
No esforço de escolher uma imagem/uma expressão que seja reveladora do ambiente da
fronteira atual eu diria que essa imagem é o da “exclusão”. E por quê? É que a fase atual é de “criar
corpo”. Criar corpo deve ser traduzido pela necessidade de responder aos elevados custos de
produção a partir do aumento do volume. Volume do “parque de máquinas”, volume da extensão
da área de plantio, volume no domínio da cadeia de produção: financiar o plantio, financiar a
colheita, financiar as máquinas, financiar a camionete. Quem não consegue criar corpo, fazer
volume, vai enfrentar sérias dificuldades doravante, e está sob riscos de desaparecer.
A fronteira organiza-se em função dos mercados e das conjunturas momentâneas. Ela alterna
fases de prosperidade com fases de depressões, de regressões. Esse caráter volátil é reflexo do
menosprezo que se tem, na fronteira e além da fronteira, do seu maior patrimônio: o homem e o
meio. A discussão sobre as potencialidades das variáveis ambientais (clima, solo, água,
biodiversidade) é ofuscada pelos enfoques oportunistas. Faz falta uma territorialização do ambiente
e, notadamente, uma avaliação, a partir de indicadores objetivos, da sustentabilidade ambiental.
Todo o esforço e, diga-se de passagem, o sucesso no aumento da produtividade, não é revertido em
benefício do produtor e nem mesmo do meio ambiente. De um lado, o aumento da produtividade
tem motivado uma competição em que aqueles produtores que não têm capacidade de “criar corpo”
são excluídos. De outro lado, o aumento da produtividade não tem contribuído de forma
significativa para reduzir o ritmo do avanço da fronteira às áreas de floresta. A fronteira continua
avançando, mesmo que essa mobilidade não tenha respaldo numa possível necessidade de produzir
mais. Há muito mais áreas desmatadas do que as áreas efetivamente ocupadas economicamente. O
avanço da fronteira ignora as áreas que, embora degradadas, ofereceriam melhores condições para
o uso agrícola, notadamente, no quesito da logística de transporte e, claro, da preservação das áreas
de florestas.
Um modelo produtivista
A opção política pelo modelo neoliberal – entrega do processo de dinamização da economia
da área às forças de mercado com o retraimento do Estado, está ameaçando perigosamente a
sustentabilidade do desenvolvimento regional. Está havendo na região apenas crescimento
econômico, um pseudo-desenvolvimento, porquanto o crescimento do homem tem sido relegado a
segundo plano. A concentração de renda acentua-se, os pequenos e médios produtores não
encontram espaços para o seu crescimento, os grandes grupos econômicos, incluindo
multinacionais, dominam esses espaços/áreas marginais.
Áreas marginais
Está-se considerando como “áreas marginais”, os espaços definidos pelas seguintes
características:
•
parcelas territoriais distanciadas dos dois principais corredores de sustentação da
logística de transporte: BR-163 e BR-158;
•
áreas cujas condições geopedológicas e climato-hidrológicas são menos favoráveis ao
cultivo agrícola;
•
mas, apesar desses conflitos, estão sendo aproveitadas pelos produtores de soja, em
razão do aquecimento do mercado internacional da soja, ou seja, dos bons preços
praticados nas safras de 2002-2003 e 2003-2004;
•
esses territórios são apropriados tão-somente para a produção agrícola, notadamente de
soja. Nos últimos anos a fronteira agrícola tem acentuado o seu caráter “produtivista”,
em que o processo de colonização, propriamente dito (fundação de cidades,
assentamento de colonos, definição de uma estrutura agrária mais equitativa etc.) está
fora de moda.
A ocupação das áreas florestadas já não é um “privilégio” da pecuária. É muito recorrente o
fato de se observar o plantio de soja a partir do primeiro ano de desmate da floresta de transição.
Não se está longe ao se afirmar que primeiro chegam as trades e as cooperativas nacionais e, logo
após, os plantadores de soja. Aquela fase de “é preciso amansar a terra”, com o plantio de arroz nos
primeiros dois, três anos após o desmate, está totalmente defasada no cenário atual: “já temos
tecnologia para o plantio de soja imediatamente após o desmate”, afirmam muitos produtores
entrevistados.
Desflorestamento e fragmentação contínua das florestas amazônicas
Os estudos recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE, 2000, 2002, 2005),
no âmbito dos quais o desmatamento é qualificado a partir da interpretação de imagens de satélites,
mostram que a área total de floresta tropical derrubada na Região Amazônica aumentou para 631
mil km2 em 2003. Isso equivale a 15,4% da área coberta pela floresta tropical na Amazônia Legal,
calculada por Skole e Tucker (1993) em 4,1 milhões de km2.
Estimativas oficiais do governo divulgam que 26,1 mil km2 teriam sido desmatados entre
agosto de 2003 e julho de 2004. Esse índice somente é inferior ao pico histórico de 29 mil km2, em
1995, ano de implementação do Plano Real. Isso indica que em meados de 2005 a área derrubada
na Amazônia seja maior de 670 mil km2. Pelo menos 120 mil km2 de área desmatada estão
abandonados.
Até 1975, somente 0,6 % das florestas tropicais amazônicas havia sido derrubada. A partir de
então, as estratégias de desenvolvimento do governo e os impactos relacionados às atividades dos
atores humanos aumentaram rapidamente a taxa de desmatamento – regionalmente muito
diferenciada (em 2003: Amazonas 2,2 %; Mato Grosso 32,2 %; Tocantins 90,5 %) – e causaram
danos enormes (FEARNSIDE, 2000; MMA, 2001). A taxa média anual de desflorestamento bruto
na Amazônia brasileira entre 1978 e 1988 foi de cerca de 21 mil km2e, no período de 1988-1998, de
16 mil km2. Mato Grosso já lidera há anos o desflorestamento, deixando o Pará no segundo lugar.
Em 2003, Mato Grosso participou com 48 % das derrubadas na Amazônia e quase duplicou a sua
extensão desmatada de 2000 até 2004, consequência da expansão rápida do agronegócio e da
conversão direta de áreas de florestas em plantações. Novas frentes de desmatamento (Terra do
Meio, no sul do Pará, Humaitá, no sul do Amazonas etc.) causam uma crescente fragmentação das
florestas tropicais.
Atividades madeireiras
A contribuição da Amazônia para a produção total de madeira do Brasil aumentou
rapidamente de 14% para 85% em duas décadas. Em 1997, a produção de madeira em toras na
Região Amazônica chegou a 28 milhões de m3, dos quais 75% foram extraídos no Pará e no Mato
Grosso (SMERALDI, VERÍSSIMO, 1999). A exportação de madeira da Amazônia para os
mercados externos responde por apenas 14,4% do volume total, enquanto 56,1% do consumo de
madeira amazônica se concentra no Sudeste e no Sul do Brasil. Com a destruição das florestas do
Sudeste Asiático, a Amazônia é vista pelas empresas transnacionais como a principal fonte de
madeiras tropicais no futuro (COTTON, ROMINE, 1999). As empresas asiáticas, em especial da
Malásia, estão entrando no Brasil e, obviamente, tentam obter concessão para extração de madeira
em larga escala.
A extração ilegal está aumentando (AMIGOS DA TERRA, 1997) – em Mato Grosso o
próprio gerente do IBAMA foi acusado de comandar uma quadrilha da madeira (VEJA, 8/6/2005)
– e grupos de madeireiros danificam gravemente de 10 a 15 mil km2 de floresta por ano, que não
estão incluídos nas estatísticas de desmatamento (NEPSTAD et ai, 1999), tendo em vista o fato de
a extração de madeira espalhar-se para grandes áreas da região amazônica sem nenhuma
regulamentação. É necessário organizar o zoneamento dessa atividade conforme critérios
ecológicos e a proteção de áreas específicas contra a extração deve ser rigorosamente controlada
(VERÍSSIMO et al, 1998). Em 2001, 189 milhões de m3 de madeira em tora foram apreendidos,
78% a mais do que em 2001 (FOLHA DE S. PAULO, 11/6/ 2002).
Após o fracasso das iniciativas do governo para diminuir as formas predatórias de exploração
da floresta (LELE et ai, 1999), surgiram, em 1997, os certificados de silvicultura baseados em
padrões sociais e ambientais, com objetivo de promover a gestão florestal sustentável (LEROY,
FATHEUER, 1996). Entre as iniciativas de certificação, o Forest Stewardship Council (FSC)
ganhou reconhecimento significativo. Até hoje, apenas um pequeno número de empresas recebeu o
selo do FSC no Brasil (SCHOLZ, 1999). A demanda por certificados dependerá da consciência do
consumidor final de madeiras e dos regulamentos do mercado e do comércio internacional.
Considerações finais
O “Plano BR-163 Sustentável” tem como objetivo o combate à ocupação ilegal de terras
públicas, a criação e consolidação de Unidades de Conservação e Terras Indígenas, a oferta de
serviços nos núcleos urbanos (água tratada, saneamento básico), o aumento da segurança alimentar,
a valorização dos conhecimentos tradicionais sobre a biodiversidade, dentre outros. O Plano atende
às demandas da sociedade civil para a sustentabilidade da região, consolidadas na Carta de
Santarém, de abril de 2004. A carta inclui demandas relacionadas a serviços básicos, ordenamento
fundiário e combate à violência, manejo dos recursos naturais, fortalecimento social e cultural das
populações locais, gestão ambiental e monitoramento. As primeiras audiências públicas sobre o
EIA-RIMA da BR-163 tiveram lugar em abril de 2004. O início do asfaltamento de 750 km da BR163 estava previsto para meados de 2005, mas até essa data nada foi concretizado.
A gravidade dos problemas vinculados com o projeto da BR-163, um mero corredor de
transporte para commodities agrícolas, motivou ampla mobilização de organizações do movimento
social – indígenas, produtores familiares, extrativistas -, de ONGs, de órgãos governamentais e de
instituições de pesquisa em quatro polos regionais, nos Estados do Pará e do Mato Grosso
(DUBREUIL, BARIOU, PASSOS, 2004).
A visão geopolítica tradicional da Amazônia como um vasto espaço vazio e uma reserva de
recursos naturais, refletida no planejamento regional das décadas passadas, foi um erro
fundamental. O significado geopolítico da Amazônia em tempos da globalização é o da grande
fronteira do capital natural (BECKER, 2005, p. 72). Hoje a abordagem da sustentabilidade como
única alternativa aceitável do desenvolvimento regional futuro (ANDERSON, 1990; GOODMAN,
HALL, 1990; CLUSENER-GODT, SACHS, 1995; CASTRO, PINTON, 1997; SCHNEIDER eia/.,
2000a, b; HALL, 2000; HADDAD, RESENDE, 2002; COY, KOHLHEPP, 2005) e o conceito de
conservação produtiva (HALL, 1997) competem com a ideologia do desenvolvimento
extremamente destrutivo dos grandes programas.
Nos projetos, entendidos como economicamente necessários, deve haver uma escala de
classificação totalmente nova sobre o que significa “desenvolvimento”, como custos e fatores de
tempo: os custos ecológicos e sociais, diretos e indiretos, e custos subsequentes devem ser incluídos
nos projetos e testados no sentido de um efeito positivo a médio e longo prazos.
Consequentemente, elas criarão consciência para a qualidade dos processos econômicos e sociais,
que deverão ir além do “capitalismo selvagem” e da mentalidade de exploração e conquista e além
da mera extração dos recursos naturais. Para tal é necessário consenso político, mais forte do que o
lobby econômico.
O IAG (2003a) mencionou, no seu XIX Relatório (agosto de 2003), que, obviamente, repetese na Amazônia um “ciclo de expectativa, especulação, expulsão e extensão”. “A transversalidade
de políticas e práticas não está ocorrendo nas frentes de expansão da Amazônia, onde se observa
uma retomada e aceleração na apropriação de terras públicas, na degradação das florestas por ação
de madeireiros e na expansão da pecuária para amansar o solo antes da expansão da soja”.
Isso indica que a Amazônia ainda não saiu de uma situação de “encruzilhada” (HALL, 2000).
Há ainda o confronto violento entre a exploração tradicional e desrespeitosa dos recursos naturais
como “modelo” de desenvolvimento regional na Amazônia, nas regras da globalização e as
iniciativas de uso sustentável dos recursos regionais, fundamentadas em base ecológica, social,
econômica e ética para o benefício da população regional e da rica biodiversidade da Amazônia.
Muitos problemas causados pela expansão da rede viária e das frentes pioneiras obviamente se
repetem. Até agora os novos programas, como o Plano Amazônia Sustentável (PAS), ainda não
ultrapassaram, de forma marcante, a fase retórica. O desenvolvimento regional da Amazônia,
baseado na sustentabilidade, continua sendo um objetivo central para o futuro.
Área econômica/tecnológica
Turbina hidrocinética para comunidades isoladas na Amazônia, aperfeiçoamento e
adequação do uso de produto
Cândido Justino de Melo Neto
Universidade Federal do Maranhão
Núcleo de Inovação Tecnológica e Energia Departamento de Física
A Amazônia tem necessidade de expandir seu parque energético, porém, os impactos
ambientais causados pela construção de grandes usinas hidrelétricas são uma preocupação, sendo
os mais conhecidos à inundação de florestas e o deslocamento de populações. Além disso, muitas
comunidades não são beneficiadas com a energia vinda das usinas hidrelétricas localizadas na
região em razão da inexistência de subestações. É comum observar redes de transmissão cortar
cidades totalmente dependentes de geradores movidos a diesel.
Sabendo-se que a Amazônia é rica em fontes naturais de energia, é imprescindível reconhecer
o valor desses recursos naturais para a criação de mecanismos de produção de energia. Ela é
denominada pelos cientistas de “oceano verde” pelo fato de o processo de formação de nuvens ser
similar àquele que acontece sobre os oceanos.
Na Amazônia existe um número muito grande de cursos de água, que possuem correntezas ou
corredeiras que podem ser aproveitadas para a geração de energia utilizando a energia cinética das
correntezas dos rios. A partir desse fator, a Universidade Federal do Maranhão resolveu criar um
projeto de aprimoramento dos produtos existentes relacionados com a geração de energia mediante
correntes dos rios. Esse projeto visa a sanar algumas deficiências apresentadas pelos modelos atuais
(como, por exemplo, os obstáculos impostos pela natureza dos rios, detritos, peixes e outros
animais que fazem parte da vida marinha) e também possibilitar a criação de um modelo de fácil
instalação em comunidades isoladas de difícil acesso da Amazônia e em todo Brasil, no sentido de
melhorar a qualidade de vida das pessoas que ali se encontram.
Fito Cosmético Preparado com Nanotecnologia
Admilton Pinheiro Salazar
Ct-Pim – Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação do
Polo Industrial de Manaus
Resumo
A Proposta consiste em transformar um produto cosmético atual, produzido com extratos
naturais, em produtos preparados com tecnologia das nanopartículas, resultando em um novo
produto com maior poder de penetração e atividade superior sobre camadas mais profundas da pele,
produzindo seu rejuvenescimento. O extrato natural escolhido foi o Mulateiro da várzea, que
corresponde ao Calycophyllum spruceanum. As cascas do Mulateiro são coletadas por
comunidades ribeirinhas, sob orientação da Empresa Pronatus do Amazonas Ind. e Com. e PFC
Ltda., contando com pessoa experiente na classificação botânica, para garantir sempre a mesma
espécie da várzea. Conta, também, com amplo programa de manejo florestal com distribuição de
sementes.
O processo atual de preparo do extrato consiste: a) na maceração a seco das cascas,
pulverizadas e posteriormente secas ao ar ambiente; b) na solução hidro-alcoólica, pelo processo de
percolação, descrito na Farmacopeia Brasileira. A única caracterização atual consiste na
determinação do percentual de resíduo seco, a partir do processo gravimétrico, pela evaporação do
solvente em sistema de infravermelho. Para viabilizar a padronização de quantidade de resíduo
solúvel no extrato para posterior incorporação nos sistemas de microemulsões e/ou lipossoma, o
extrato deverá ser seco, utilizando-se a tecnologia de Spray Drying. Os sistemas de lipossoma e
microemulsões serão desenvolvidos a partir de insumos farmacêuticos bio-compatíveis e de custo
que proporcione a agregação de nanotecnologia ao produto acabado, de acordo com os objetivos
desejados, mas que também contemple uma relação adequada entre custo-benefício. A tecnologia a
ser utilizada na preparação dos nano sistemas será a de homogeneização em alta pressão, para a
qual é possível a transposição entre as escalas de laboratório, semi-industrial e industrial,
mantendo-se os parâmetros de geometria e de eficiência de homogeneização nas diferentes escalas
de produção. Além disso, essa tecnologia permite a obtenção dos dois sistemas planejados para a
incorporação do extrato, microemulsão e/ou lipossoma, para implemento da atividade biológica e
controle da liberação.
A proposta de trabalho deste projeto será a Padronização, Caracterização e Estabilidade do
extrato de Calycophyllum spruceanum (Mulateiro) por meio da determinação de um padrão ou
componente químico do extrato mais representativo, para servir de controle em toda a fase do
desenvolvimento e, posteriormente, para controle de processo. Os processos serão repetidos para
testar a reprodutibilidade, eficácia e produtividade. Com esses dados, a planta piloto será projetada.
Os ensaios em escala serão realizados em planta industrial e por operários, visando a obter dados de
dificuldades de processo e dados para documentação de execução, para treinamento e definição das
Normas Técnicas de Operação.
Para cada elemento adicionado à composição, deverá ser efetuada a caracterização
simplificada, para comprovar a não deterioração do extrato. A caracterização das nano estruturas
serão observadas por microscopia eletrônica. Ao ser incorporado o extrato a um creme e outros
compostos químicos adicionados, os resultados de análise química, inicialmente realizada com
extrato puro, poderão sofrer alterações que deverão ser estudadas, para separar efeito que mascare o
resultado, ou seja, modificação definitiva nos compostos do extrato. O efeito dessas alterações
deverá ser acompanhado por ensaios, conforme definido por legislação especifica de cosméticos. A
cada transformação, em função do processo, novas caracterizações serão feitas, como testes de
alergia, comedogenicidade, estabilidade, sensibilidade e outros.
Dentre os principais objetivos, têm-se: implementação de absorção cutânea e liberação
controlada de extrato de Mulateiro utilizado como fitocósmetico; incorporação de tecnologia de
encapsulamento e transformação do extrato em nano dispersões, com fase interna oleosa, o que se
enquadra nos objetivos da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior, nas áreas de bio
e nanotecnologia; potencialização da eficácia do extrato como cosmético em comparação ao
método atual de emulsificação simples, qualificando e avaliando suas funções como agente
antienvelhecimento; acréscimo de um apelo de avanço tecnológico, comprovado à marca de um
produto amazônico sustentável, desde que o extrato seja obtido a partir da casca de uma planta que
é renovada naturalmente e anualmente, sendo encontrada em larga escala na floresta em vários
Estados amazônicos.
Importância
Os produtos da Biodiversidade amazônica são produzidos por técnicas tradicionais e simples
de processos químicos e biológicos, com pouco ou nenhum controle da procedência das matériasprimas e das etapas das transformações na indústria. A melhoria esperada por este projeto será a
introdução de controles e uma caracterização profunda do extrato do Mulateiro, para garantir sua
reprodutibilidade ao longo do processo e ao longo do tempo em diferentes colheitas de sua casca.
Objetiva-se introduzir a tecnologia das nanopartículas e, assim, trazer o produto natural a um
patamar de preço de mercado de 5 a 10 vezes mais elevado que o atual, com reflexos em toda a
cadeia de suprimentos. Além de trazer para os laboratórios locais a experiência de universidades
onde a nanotecnologia já se encontra sedimentada, busca-se encaminhá-la, também, às empresas de
processamento de cremes umectantes, que vão se transformar em cremes de beleza,
rejuvenescedoras, atendendo a um mercado de forte demanda. Deve ser ressaltado, ainda, que não
há dano ambiental na coleta do insumo do modo como é feito hoje, pois a troca de casca é natural e
realizada anualmente em árvores adultas. Pretende-se, ao cabo de dois anos, ter um produto da
Amazônia oferecido no mercado local, nacional e de exportação, com as suas partículas preparadas
e atuando na pele dentro do espectro da nano dimensão.
Dentre as explicações possíveis para uma maior penetração, melhor controle da liberação e
um tempo de atividade na pele mais longo para as nanopartículas estão os seguintes fatos: primeiro,
sua dimensão nano métrica é igual ou menor que os poros e adjacências dos pelos na pele,
permitindo, assim, sua penetração mais profunda; Segundo, sua similaridade com os componentes
da pele faz que haja menor rejeição, permitindo ultrapassar a condição de impermeabilidade
característica da pele humana.
Os encauchados de vegetais kaxinawá e shanenawa: a ciência e o saber tradicional
transformando o látex nativo em uma borracha amazônica sustentável 6
Francisco Samonek
Universidade Federal do Acre,
Departamento de Filosofia e Ciências Sociais
Resumo do projeto
O saber tradicional dos povos indígenas na manipulação do látex nativo está sendo
recuperado a partir da técnica de fabricação dos encauchados, em que o látex não é coagulado nem
defumado, mas concentrado por meio da secagem pela evaporação na temperatura ambiente. A essa
técnica somam- se elementos da ciência e da tecnologia modernas, quando a vulcanização
industrial da borracha se transforma em um simples e acessível processo artesanal de prévulcanização, acelerada do látex de campo e a complexa incorporação de cargas à borracha nas
indústrias de artefatos vira uma simplificada mistura manual de fibras vegetais curtas ao látex prévulcanizado. A partir daí, surge um composto de borracha, ainda aquoso, que é desidratado
naturalmente e se transforma, no meio da floresta, com o uso de moldes artesanais, sem a
necessidade de energia elétrica, máquinas e/ou estufas, em borracha vegetal sustentável, agregando
valor na base produtiva e gerando trabalho, renda e qualidade de vida aos povos da floresta. Essa é
uma opção para os fazedores de políticas públicas para recuperar e reativar a atividade extrativa da
borracha na Amazônia.
Objetivos
Geral
Consolidar a implantação do projeto encauchados de vegetais nas aldeias indígenas Kaxinawá
e Shanenawa localizadas no rio Envira, município de Feijó (AC), gerando trabalho e renda com
agregação de valor na base produtiva, melhorando a qualidade de vida da população envolvida,
mantendo a floresta em pé e sua biodiversidade, reduzindo o avanço nos desmatamentos e
queimadas e permitindo um convívio harmônico do homem com a natureza.
Específicos
6
O artigo está disponível, na íntegra, no portal do Prêmio Professor Samuel Benchimol
http://www.amazonia.desenvolvimento.gov.br.
Construir e aparelhar 11 unidades produtivas sustentáveis, uma em cada aldeia, para a coleta e
o processamento do látex nativo, das fibras e dos pigmentos vegetais;
Realizar 33 cursos de educação e qualificação profissional, com 40 horas cada um,
capacitando jovens e adultos, homens e mulheres, sendo:
a) 11 em coleta e pré-vulcanização do látex nativo;
b) 11 em coleta e preparo das fibras e pigmentos vegetais; e,
c) 11 na fabricação de compostos de látex pré-vulcanizado, fibras e pigmentos vegetais e
produção artesanal de telhas, mantas e pequenos objetos de borracha;
Orientar, fiscalizar e monitorar, durante a vigência do projeto, a extração, coleta e
processamento do látex, das fibras e pigmentos vegetais de espécies arbóreas nativas, nas 11
unidades de produção sustentável, de modo que as atividades sejam realizadas dentro de padrões
que não prejudiquem ou interfiram no desenvolvimento dos indivíduos e/ou da população das
espécies exploradas, não causem danos ao meio ambiente, nem prejudiquem a saúde dos
trabalhadores envolvidos;
Assegurar, durante o período de implantação do projeto, a apropriação pelos seus
participantes dos seguintes processos tecnológicos que fazem parte do sistema produtivo dos
encauchados de vegetais:
a) produção de água de cinzas, utilizada para conservar o látex, higienizar as fibras e extrair
os pigmentos de cascas, tubérculos, folhas e sementes;
b) sangria, coleta e pré-vulcanização acelerada do látex de campo;
c) coleta seletiva e de baixo impacto de material, fabricação e padronização de fibras
vegetais curtas e de pigmentos vegetais;
d) fabricação de compostos de látex pré-vulcanizado, com fibras curtas e pigmentos
vegetais;
e) fabricação de telhas, laminados, e pequenos objetos de borracha;
f) pinturas em relevo com látex pré-vulcanizado pigmentado em tecido e em borracha;
Adequar os produtos gerados aos padrões e às condições exigidas pelo mercado (design, cor,
cheiro, espessura, acabamento);
Proporcionar condições para que no final de sua implantação, o projeto seja gerido pela
própria comunidade, através da OPIRE, instituição que representa os povos indígenas daquela
região.
Atuais parceiros do projeto
FUNAI/Administração Regional do Acre (Diagnóstico, conscientização, capacitação dos
multiplicadores, monitoramento e avaliação); FUNAI/PPTAL; UFAC/Departamento de Filosofia e
Ciências Sociais e Centro de Antropologia Indígena da Amazónia Ocidental; UFAC/CNPq; Pólo
de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais – POLOPROBIO;
Fundação O Boticário de Proteção à Natureza – Fundo de Apoio a projetos de
Ecodesenvolvimento; Organização dos Povos Indígenas do rio Envira – OPIRE; Associação dos
Produtores Kaxinawá da Aldeia Paroá (APROKAP) (Aldeias Paroá, Belo Monte e Pupunha da Tl
Katukina Kaxinawá); Associação dos Produtores Indígenas de Nova Vida (APROINV) (Aldeia
Nova Vida da Tl Katukina/ Kaxinawá); Associação Comunitária Shanenawa (ACOSMO) (Aldeias
Morada Nova, Paredão e Cardoso da Tl Katukina/Kaxinawá); Associação dos Seringueiros e
Produtores de Artesanato Kaxinawá de Nova Olinda (ASPAKNO) (Aldeias Formoso e Nova
Olinda da Tl Kaxinawá de Nova Olinda).
Benefícios esperados
Econômicos
Situação atual
Um quilo de borracha bruta (CVP, Pranchas, PBD, coágulos de tigela) equivalente a dois
litros látex de campo, no modelo convencional (seringueiro + associação/cooperativa + usina +
indústria pneumática/de artefatos), com subsídios locais está sendo comercializado a R$ 2,00. Na
forma de látex de campo, com subsídios, está sendo experimentalmente comercializado, em
Xapuri, pela indústria de preservativos a R$ 2,00 o litro.
Melhoria esperada
Um quilo de borracha de encauchados de vegetais equivalentes a dois litros de látex + 200
gramas fibras vegetais curtas, na forma de laminados de bborracha (1,20 m X 2,00 m), deduzidos
os insumos está sendo comercializado ao nível local por RS 25,00. Outros produtos como pequenos
objetos e artesanatos (jogos americanos, porta-lápis, bolsa para embalagem, bolas lúdicas e
fisioterápicas), estão sendo comercializados por preços que oscilam entre R$ 50,00 e R$ 100,00/kg.
A estrutura produtiva dos encauchados de vegetais em fase de instalação terá condições, em
pleno funcionamento, de coletar e transformar 1.200 litros de látex/mês, equivalendo com a mistura
das cargas vegetais, a 500 kg de produtos para o mercado, que podem ser comercializados, no
mínimo, a R$ 25,00/kg, ex-impostos e frete, podendo atingir um faturamento bruto mensal de até
R$ 12.500,00 por aldeia. Isso fará uma verdadeira revolução econômica nas aldeias e seus
moradores não necessitarão mais de se deslocar para a cidade na busca de emprego, educação,
lazer, transporte, comunicação. Tudo isso será possível nas suas próprias aldeias, no meio da
floresta, mantendo os seus costumes e tradições, respeitando o meio ambiente, sem mudar o seu
estilo e modo de vida.
Tecnológicos
Situação atual
No modelo convencional industrial têm-se as seguintes situações:
a) Processamento da borracha coagulada
• Borracha bruta (CVP, pranchas, PBD, coágulos de tigela).
Os processos de transformação do látex nativo em borracha bruta, desde o início da
introdução da borracha vegetal como importante matéria-prima para uso industrial, no século
XVIII, sofreu pequenas alterações. Retirada a defumação que prejudicava a saúde do seringueiro,
introduziu-se a coagulação por meio do ácido acético ou do leite extraído da árvore da caxinguba,
cujos processos permanecem até nossos dias. Nos seringais de cultivo, a coagulação nas tigelas
evita que o seringueiro faça a sangria e colha o látex diariamente, deixando a borracha ir se
acumulando na tigela, produzindo, dessa forma, os coágulos de tigela. A coleta é feita de dez em
dez dias. Nos seringais nativos, o seringueiro ainda sangra e colhe diariamente produzindo as
pranchas. A borracha bruta é comercializada pelas associações de seringueiros e/ou cooperativas
com as usinas.
• Usina
A usina, utilizando-se de potentes calandras lavadoras e laminadoras, transforma a borracha
bruta em grânulos de borracha que são levados para uma estufa, secados, prensados e embalados,
matéria-prima para uso industrial.
• Indústria
A borracha beneficiada nas usinas, denominada de Granulado Escuro Brasileiro – GEB, passa
nas indústrias pneumáticas e de artefatos por dois diferentes setores para a sua transformação em
um artefato. O primeiro é o setor dos compostos, em que, por meio de máquinas conhecidas como
misturadores abertos e/ou fechados, são realizadas misturas com outros componentes como cargas,
agentes vulcanizantes, dentre outros, necessários para a fabricação do produto final desejado. Feito
o composto, ele segue para outro setor para ser moldado, no qual por meio de prensas hidráulicas e
moldes apropriados, a uma temperatura de 150°, vulcaniza-se e transforma-se no produto final
desejado.
b) Processamento do látex de campo para a fabricação de preservativos.
Os seringueiros apenas colhem o látex de campo e o estabilizam com a amónia (NH3),
fornecendo-o in natura para a fábrica, que irá centrifugá-lo a 60% retirando com máquinas parte da
água existente, pré-vulcanizá-lo com máquinas e transformá-lo com a utilização de estufas
apropriadas, em produtos para o mercado.
Melhoria esperada
Encauchados de vegetais
Estão sendo combinados três diferentes processos tecnológicos, um de saber tradicional e dois
de uso industrial, mas adaptados e aprimorados para uso sem a dependência de máquinas, de
energia elétrica e/ou de estufas.
•
A técnica indígena de fabricação dos encauchados está sendo recuperada. Quando a
borracha começou a ser pesquisada para uso industrial pelos europeus, no século XVIII, a
técnica indígena utilizada para a fabricação da borracha foi ignorada. O látex não era
coagulado e sim desidratado. O látex era aplicado em moldes de madeira em finas
camadas, deixando que o calor da temperatura ambiente se encarregasse de promover a
evaporação da água, permanecendo apenas a parte sólida do látex, a borracha. Porém, os
produtos assim gerados (utensílios, garrafas, potes, cobertura de tendas, bolas lúdicas,
vestimentas)
degradavam-se
rapidamente,
mas
atendiam
satisfatoriamente
as
necessidades locais da época;
•
A função da vulcanização da borracha é melhorar a sua qualidade, assegurando maior
durabilidade e resistência a intempéries. A inserção da vulcanização aos encauchados
permitiu transformá-los em produtos para o mercado. Utilizamos a tecnologia conhecida
como pré-vulcanização, ou seja, a vulcanização da borracha ainda na fase líquida (látex).
Porém para que isto fosse possível foi necessário aprimorar e adequar tal tecnologia às
condições de rusticidade do ambiente florestal. Transformá-la em uma tecnologia
artesanal para permitir o uso do látex de campo e em pequenas quantidades e a sua
apropriação pelos extrativistas, sem máquinas, estufas e/ou energia elétrica. Assim surgiu
a pré-vulcanização artesanal acelerada do látex de campo, onde o seringueiro adiciona
uma pequena dosagem de agentes vulcanizantes ao látex colhido diariamente aquecendo,
embalando e armazenando para uso gradativo, sem riscos de degradação, de
contaminação do meio ambiente ou de riscos à sua saúde;
•
Outra tecnologia utilizada é a mistura de cargas e pigmentos à borracha. Existem cargas
minerais (caulim, sílica, nego de fumo) e cargas vegetais, também conhecidas como fibras
vegetais curtas (farinha de madeira, pó-de-serra). Utilizamos as cargas vegetais
disponíveis a baixos custos na região. Os pigmentos são produzidos a partir de cascas de
árvores (jatobá, mogno, cedro), frutos (jenipapo), sementes (urucum), folhas (pau-brasil).
As fibras e pigmentos vegetais são misturados ao látex nativo pré-vulcanizado. O
composto é desidratado na temperatura ambiente em moldes de alumínio ou de madeira,
no formato de lâminas de borracha (1,20 m X 2,00 m) ou do produto desejado (jogos
americanos, porta-lápis, bolsa para embalagem, bolas lúdicas, telhas para cobertura).
Sociais
Situação atual
O modelo convencional industrial, mesmo com os subsídios governamentais locais, não
agrega valor aos produtos gerados, não assegurando ganhos sociais que permitam avanços na
qualidade de vida da população extrativista, índios e seringueiros. Continuam sendo uma categoria
social em extremo estado de miserabilidade, totalmente pauperizada e excluída de qualquer
processo inclusório.
Melhoria esperada
A recuperação da técnica indígena de manipulação do látex nativo com a inserção das
tecnologias atuais permite a manutenção dos traços culturais das comunidades indígenas,
respeitando o seu modo e estilo de vida, num convívio harmônico com a sociedade moderna e com
o meio ambiente, garantindo inclusão social, cidadania com acesso a saúde, educação, lazer, sem
precisar sair do seu habitat, a floresta.
O presente projeto está beneficiando 11 aldeias indígenas Kaxinawá e Shenenawa do rio
Envira, localizadas nas Terras Indígenas Katukina/Kaxinawá do rio Envira, Kaxinawá do Seringal
Curralinho e Kaxinawá de Nova Olinda. Poderá ser ampliad3 para outras etnias de outros
municípios e Estados da região Amazônica, além de Unidades de Conservação, para seringueiros,
como as Reservas Extrativistas e Florestas Nacionais.
Ambientais
Situação atual
Os seringais nativos existem e estão localizados em toda a Amazônia brasileira desde o
Arquipélago do Marajó (PA), no norte do Mato Grosso, Rondônia, Acre e Amazonas, adentrando
na parte amazônica da Colômbia, Peru e Bolívia. O modelo convencional de produção da borracha
praticado desde o início da era industrial tornou-se obsoleto e insustentável para o precário
extrativismo da Amazônia. Veio a substituição das florestas pelo capim e mais recentemente pela
soja, sendo destruídos milhares de hectares de seringais nativos com toda a sua rica biodiversidade,
sem ao menos ser conhecida e estudada. Mesmo em Unidades de Conservação, como as Reservas
Extrativistas e Florestas Nacionais e em Terras Indígenas, sem atividades econômicas sustentáveis,
que assegurem a inclusão social de seus moradores o avanço nos desmatamentos e a destruição das
florestas pelo fogo, continuará como vem ocorrendo em escala ascendente nos últimos anos.
Melhoria esperada
A replicabilidade do presente projeto, através da implantação de pequenas unidades
produtivas coletivas ou familiares, para toda a região amazônica, principalmente em Unidades de
Conservação e Terras Indígenas, cria condições para a manutenção da floresta em pé,
transformando o índio e o seringueiro em um fiscal e vigia da Natureza. Incluído socialmente,
mantido no seu habitat, através de um convívio harmônico com o meio ambiente, ele utiliza os
recursos florestais sem destruí-los, garantindo uma sobrevivência digna e humana e ao mesmo
tempo conservando o ecossistema. Os desmatamentos e queimadas poderão gradativamente ir sendo
reduzidos na região. É possível implantar um programa abrangente a toda a Amazônia, incluindo os
demais países da região, como na Tríplice Fronteira, na região do MAP – Madre de Dios (Peru),
Acre (Brasil) e Pando (Bolívia), passagem da Estrada do Pacífico, onde os impactos negativos
gerados pelas queimadas e desmatamentos são preocupantes e vem se apresentando em escala
crescente. Existem em toda a região enormes e exuberantes seringueiras nativas, inexploradas, mas
altamente produtivas, bem como mão-de-obra, farta e ociosa, desejosa de oportunidades para um
trabalho e uma renda mínima que assegure condições para uma vida mais digna e humana. Isto
proporciona condições para viabilizar com sucesso o desenvolvimento de projetos nos moldes aqui
apregoados, mantendo a floresta em pé e reduzindo o avanço dos desmatamentos e queimadas na
região.
Área social
Desenvolvimento de inseticidas botânicos por tecnologias de baixo custo para agricultores
familiares
César A. Domingues Teixeira
Embrapa Rondônia
Resumo
Este projeto tem como proposta o uso de extratos botânicos de plantas de ocorrência na
Amazônia para o controle de pragas em áreas de produção familiar. Tem como inovação a busca de
extratos, nas espécies de plantas disponíveis nas próprias áreas de cultivo dos produtores, bem
como o desenvolvimento de metodologias de baixo custo, que possibilitem a rápida produção e uso
desses produtos. Para a sua realização, será considerado o conhecimento, dos agricultores
familiares, das espécies de plantas de ocorrência comum em suas áreas de cultivo. A partir de testes
de laboratório e campo, extratos das plantas que apresentarem ação inseticida eficiente serão alvo
de recomendação para uso no manejo de pragas em Porto Velho-RO. Espera-se que, com a adoção
do uso de inseticidas botânicos, haja uma redução dos casos de contaminação ambiental em áreas
de cultivo de agricultores familiares com ganhos de qualidade para esses e para os consumidores.
Justificativa
O ataque de pragas é um dos principais fatores de perda de produção em áreas de agricultura
familiar da Amazônia. Apesar do conhecimento dos principais problemas e do possível potencial de
danos, os agricultores de produção familiar, frequentemente, não conseguem realizar
adequadamente o manejo das pragas que ocorrem em seus cultivos. O uso de agrotóxicos químicos,
prática cada vez mais comum mesmo entre pequenos produtores, tem várias características
negativas que vão desde problemas de contaminação ambiental, mortalidade de espécies não alvo,
resistência de pragas, surgimento de novas pragas e ressurgência de antigas pragas, além do alto
custo econômico para sua aquisição e aplicação.
A principal alternativa aos agrotóxicos químicos tem sido a indicação do uso de inimigos
naturais, incluindo bactérias, fungos, insetos parasitóides e predadores para o controle de pragas.
Entretanto, a adoção do controle biológico como prática rotineira de controle esbarra no
desconhecimento das espécies de inimigos naturais que ocorrem nas áreas de cultivo da Amazônia.
Além disso, nos poucos casos em que os inimigos naturais são conhecidos, tem sido extremamente
difícil se conseguir adquirir (ou produzir) o produto biológico a tempo e nas quantidades
necessárias para a efetivação do controle das pragas-alvo. Uma alternativa que começa a ser mais
intensamente avaliada é o uso de extratos de plantas (extratos botânicos) para o controle de pragas.
Esses produtos são considerados de natureza biológica e, como os inimigos naturais, de baixo
impacto ambiental, principalmente, em virtude de sua rápida degradação após o uso.
Diversos trabalhos têm sido desenvolvidos para se conhecer a ação de plantas (ou de seus
órgãos, incluindo folhas, caules, flores e frutos) formuladas, principalmente, em meio líquido para
esse fim. Porém, também essa alternativa apresenta problemas de custos elevados para produção e
dificuldades para a aquisição pelos agricultores. Neste projeto, de modo análogo a outros, propõese o uso de extratos botânicos de plantas de ocorrência na Amazônia para o controle de pragas.
Contudo, diferentemente de outros, propõe-se como inovação: (a) a avaliação de extratos de plantas
de ocorrência nos próprios locais em que a produção familiar é realizada; (b) o desenvolvimento de
metodologias simples e de baixo custo que possibilitem a rápida produção de formulações dos
extratos para atuar como inseticidas botânicos.
Atualmente, as perdas por causa do ataque de pragas em áreas de agricultura familiar de Porto
Velho (como em outras localidades) são altíssimas. Isso se deve às restrições em razão do custo e
das dificuldades de acesso a tecnologias de controle. Mais ainda, quando ocorre o controle, como
os agrotóxicos químicos são os produtos mais frequentemente usados, é comum haver a
contaminação dos produtos vegetais comercializados. Com o uso de extratos de plantas, a
expectativa é a de que os agricultores alcancem um maior nível de remuneração de seus
investimentos em tempo e em força de trabalho e, ainda, ofereçam produtos de boa qualidade para
o consumo.
Objetivo geral
Oferecer aos agricultores de base familiar da Amazônia alternativas de baixo custo e livres de
risco de contaminação ambiental para o controle de pragas.
Objetivos específicos
•
Diminuir as perdas por ataque de pragas em áreas de agricultura familiar.
•
Oferecer produtos de origem natural para o controle de pragas na Amazônia.
•
Possibilitar o aproveitamento de espécies de plantas consideradas marginais ou
daninhas como fonte barata para o controle das pragas nas propriedades de
agricultores familiares.
•
Desenvolver novas tecnologias – de baixo custo – para o controle de pragas.
•
Conhecer novas espécies de plantas com potencial para uso como extratos botânicos
inseticidas.
•
Permitir a agricultores de base familiar uma nova alternativa de renda por meio da
comercialização de produtos naturais para controle de pragas.
•
Disponibilizar, pelo menos, novos produtos inseticidas de extratos botânicos.
•
Reduzir casos de contaminação ambiental em áreas de cultivo de agricultores
familiares com ganhos de qualidade para eles e para os consumidores de Porto Velho.
Principais atividades previstas
1.
Entrevista com agricultores familiares para conhecimento das espécies de plantas de
ocorrência comum em suas áreas de cultivo.
2.
Avaliação de plantas de ocorrência em áreas de cultivo de agricultores familiares.
3.
Coletas de plantas (ou suas partes) para identificação botânica e para a produção de
extratos.
4.
Produção de exsicatas e identificação das espécies de plantas coletadas nas áreas dos
agricultores familiares.
5.
Produção de extratos botânicos para testes de atividade inseticida em laboratório.
6.
Seleção das espécies de plantas que apresentarem potencial inseticida significativo em
laboratório.
7.
Desenvolvimento de testes, em laboratório, de produção de extratos botânicos de baixo
custo usando as espécies de plantas que apresentaram melhor potencial inseticida.
8.
Desenvolvimento de testes de “semicampo” com extratos de baixo custo que apresentarem
os melhores resultados em laboratório.
9.
Testes de campo (em áreas de produtores familiares) com extratos de baixo custo que
apresentarem os melhores resultados em condições de “semicampo”.
Benefícios esperados
Econômicos – Deverá haver ganhos econômicos nas áreas de adoção da tecnologia, uma vez
que haverá redução de perdas na produção em razão do ataque de pragas. O ataque de pragas
compromete a remuneração dos agricultores familiares, chegando, em certos casos, a inviabilizar
seus cultivos. Com o uso de extratos botânicos, a expectativa é a de que os produtores consigam
ganhos por aumento da produção por unidade plantada e, também, pela oferta de produtos de
melhor qualidade fitossanitária.
Tecnológicos – Há a expectativa, neste projeto, de que os agricultores familiares, dentro de
suas próprias áreas de cultivo, sejam capazes de reconhecer plantas com potencial para controle de
pragas. Além disso, tem- se a esperança de que esses mesmos agentes possam produzir, também,
em suas propriedades e com baixo custo, os extratos necessários para realizar o controle efetivo
daquelas pragas que afetam sua produção.
Desenvolvimento social – Este projeto tem um claro direcionamento para os agricultores de
base familiar. Em Rondônia, isso implica em disponibilizar uma tecnologia simples, limpa e de
baixo custo para o controle de pragas em comunidades de características variadas, incluindo aí
populações ribeirinhas, produtores de hortaliças e de mandioca (macaxeira) da periferia de Porto
Velho. Porém, o alcance dessa tecnologia é muito maior e poderá ser extrapolado para os
municípios em que as espécies de plantas testadas em Porto Velho sejam também de ocorrência
comum nas propriedades de agricultores familiares. Como muitas das espécies vegetais de Porto
Velho têm, reconhecidamente, distribuição estadual e muitas vezes regional, admite-se que a
amplitude deste projeto alcance diversas áreas de cultivo familiar na Amazônia.
Fatores críticos
São considerados fatores críticos para o sucesso do projeto a disponibilidade de recursos
financeiros em quantidade e em tempo hábil, principalmente em virtude da sazonalidade da
produção agrícola. Também são críticos para o sucesso a aquisição de equipamentos e de material
de consumo necessários para se realizar os testes de atividade inseticida dos extratos botânicos.
Este projeto conta com pessoal experiente em trabalhos de pesquisa para o controle de pragas.
Experiência do proponente
O proponente é agrônomo e doutor em Entomologia. É pesquisador da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), desde 1989, e colaborador na pós-graduação em Biologia
Experimental da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), desde 2003. Tem experiência de mais
de vinte anos em pesquisa e difusão de tecnologias de controle de pragas. Há mais de três anos vem
desenvolvendo testes com extratos de plantas da Amazônia para o uso como inseticidas botânicos.
Mulheres Empreendedoras na Amazônia: transferência de tecnologia social a grupos de
mulheres no Estado de Roraima 7
Marlene Grade, Cezar Luiz de Mari, Ana Maria Milani
Universidade Federal de Roraima
As estratégias construídas pela classe trabalhadora estão passando pela promoção de novos
padrões de desenvolvimento local e regional na viabilização de processos sustentáveis de
crescimento econômico e distribuição de riqueza. Ganham centralidade formas de desenvolvimento
sustentável e solidária. Esses novos conceitos vêm ocupando a agenda dos setores populares
enquanto caminhos alternativos para a construção de suas vidas e de distribuição de renda.
Assim a Economia Solidária se apresenta como alternativa de milhares de trabalhadores que
buscam alterar suas condições de vida sob a forma de organização coletiva do trabalho nas mais
diversas regiões.
Os empreendimentos solidários contribuem para o desenvolvimento brasileiro e,
principalmente na Amazônia, buscam construir formas alternativas de desenvolvimento que
aproveitem as potencialidades locais, preservando o vasto potencial dos recursos naturais
existentes. Esse novo momento indica condições oportunas para a diversificação da base produtiva
regional, além de estimular a geração de trabalho e melhorar a distribuição de renda, bem como
qualificar profissionais na região amazônica. Sua importância aparece como vital para se contrapor
aos padrões tradicionais de desenvolvimento que se impõem na região. A Universidade Federal de
Roraima (UFRR) tem um papel fundamental ao incentivar, articular, pensar, apoiar e estruturar
outras formas de desenvolvimento que priorizem a sustentabilidade amazônica e, ao mesmo tempo,
gerem possibilidades de vida, reduzindo as desigualdades socioeconómicas, respeitando a
diversidade cultural e viabilizando atividades que gerem emprego e renda.
A ênfase a grupos femininos ocorre em razão de serem essas as organizações coletivas e
solidárias que encontramos no Estado. Os grupos são formados por mulheres migrantes e indígenas
empobrecidas na faixa etária que varia de 30 a 60 anos, todas chefes de família que não encontram
formas de sobrevivência fora desse espaço de trabalho e de geração de renda coletivos. A situação
desses grupos é extremamente frágil, atuam em diversas atividades que envolvem, costura, como
produção de roupas íntimas, de uniformes escolares e profissionais, de panos de prato etc., de
bordados, croché, tricô, de confecção de almofadas, de bichinhos de pelúcia, de bijuterias com
sementes, artesanatos em geral; e também fabricação de produtos de limpeza. Para prosseguirem
7
O artigo está disponível, na íntegra, no portal do Prêmio Professor Samuel Benchimol (http://
www.amazonia.desenvolvimento.gov.br/).
existindo e possibilitarem a sobrevivência de seus membros, os grupos precisam ser apoiados.
Diante de suas necessidades, desde infraestrutura básica até conhecimentos técnicos, é que alguns
professores da UFRR se uniram para contribuir via projeto de ensino, pesquisa e extensão. Desde
maio de 2006 estamos a efetivar esse processo.
Os grupos solidários que participam do projeto são: Centro de Produção Comunitária Santa
Tereza, Grupo de Mulheres São João Batista, Grupo de Mulheres do Bairro Cauamé, Grupo
Aliança e Mulheres Migrantes Solidárias.
O objetivo geral da proposta é promover propostas para o desenvolvimento regional e
sugestões de políticas públicas por meio do processo de formação, de qualificação e de mobilização
dos empreendimentos solidários a partir da organização das mulheres, priorizando a inovação
dessas unidades produtivas no Estado de Roraima na perspectiva de geração de trabalho e renda e
de uma outra forma de desenvolvimento sustentável e solidária. As ações que serão desenvolvidas
buscam criar alternativas concretas de inclusão socioeconómica das trabalhadoras por meio do
acesso à formação e à qualificação. Busca-se ainda desenvolver pesquisas que gerem conhecimento
científico e também a inserção de alunos da Universidade Federal de Roraima para conhecerem
esses processos, possibilitando maior exercício de pesquisa e aproximação com o mundo do
trabalho.
Os objetivos específicos são:
1. Disponibilizar formação e qualificação no âmbito da gestão, da formação e da inovação de
empreendimentos solidários de mulheres no Estado de Roraima (cooperativas e
associações), que possibilitem o fortalecimento dos experimentos coletivos nas áreas
econômica, contábil, de direito, de serviço social, educacional, dentre outras que se fizerem
necessárias.
2. Apoiar e fortalecer a criação de redes de cooperação entre os empreendimentos solidários,
movimentos sociais e instituições de apoio à economia solidária.
3. Estudar os processos de inserção e de comercialização dos produtos oriundos dos
empreendimentos solidários.
4. Realizar ações de capacitação/formação mediante cursos, oficinas, seminários e palestras
para os membros dos empreendimentos solidários e acompanhamento sistemáticos aos
grupos.
5. Compreensão das formas de desenvolvimentos oriundas dessas organizações sociais e seus
impactos sociais, econômicos, ambientais e tecnológicos para a geração de políticas
públicas.
6. Fortalecer o Fórum de Economia Solidária/RR como entidade coletiva desses grupo.
A metodologia deste projeto de ensino, pesquisa e extensão promove uma abordagem
interdisciplinar e interinstitucional da gestão desses grupos, utilizando-se metodologias e técnicas
que articulam componentes de comunicação e de educação para a gestão solidária, planejamento
participativo e construção coletiva do conhecimento, levando em conta a contribuição dos
conhecimentos tradicional e científico. Com a implementação dessas ações, a expectativa é de
promoção da autonomia desses grupos e também de geração de métodos e procedimentos que
possam ser empregados em outros grupos sociais de modo que aumente sua capacidade de
administrar seus recursos, otimizar o processo produtivo e auxiliar no processo de transição para
práticas sustentáveis, que não gerem impactos negativos sobre o meio ambiente e dêem
oportunidade ao acesso a tecnologias sociais, afirmando sua autonomia, e, ainda, elevando sua
auto-estima para efetivar práticas de cidadania.
Mapeamento da organização espacial e dos conflitos entre comunidades ribeirinhas na área
da Reserva de Desenvolvimento Sustentável – AM por meio das ferramentas de SIG
Josimara Martins Dias
Adalene Moreira da Silva
Helder de Lima Queiroz
Isabel Soarez de Sousa
Universidade Estadual de Campinas –
Instituto Geociências, Departamento de Política Científica e Tecnológica
Resumo
Este trabalho propõe discutir uma série de mapas temáticos sobre a organização das
comunidades ribeirinhas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), no
Amazonas, e os conflitos gerados nessa área entre as comunidades ribeirinhas. Os mapas temáticos
serão desenvolvidos com ferramentas de Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) e da
elaboração de um Banco de Dados Geográfico (SBDG), por meio de imagens de satélite Landsat 5
TM+ e SRTM/InSAR (Shuttle Radar Topography Mission). Esse recurso poderá ser atualizado
pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, auxiliando na gestão das atividades de
manejo da reserva e, com isso, a replicação e ampliação de atividades sustentáveis bem- sucedidas.
A área em questão faz parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e é de
enorme relevância estratégica para a conservação da biodiversidade e compreensão das culturas
presentes na Amazônia brasileira. Uma região disputada em todas as esferas de ação, local,
nacional e global, especialmente porque se trata da maior área de floresta alagada do país,
possuindo espécies raras e endêmicas coexistindo com populações ribeirinhas culturalmente
adaptadas às características físicas do lugar para a sobrevivência. A dinâmica hídrica dos períodos
de “seca e cheia”, típica desse local, produz oscilações na paisagem física que provocam
deslocamentos constantes nas atividades das populações ribeirinhas locais. Dessa forma, o uso de
SIGs torna-se uma ferramenta que auxiliará na compreensão da dinâmica socioespacial da RDSM.
Metodologia
Inicialmente, e durante todo o trabalho, serão desenvolvidas leituras referentes à temática de
“desenvolvimento sustentável”, tecnologias de manejo sustentável e os conflitos enfrentados pelas
atuais gestões de áreas de preservação no Brasil, com o propósito de aprofundar a discussão sobre
as atividades e os conflitos enfrentados na RDSM, possibilitando apontar caminhos alternativos
para tais problemas.
Para a elaboração do Banco de Dados Geográfico e dos mapas temáticos, será necessário um
trabalho de campo na RDSM, com duração de no mínimo um mês, onde serão coletados dados
geográficos sobre a área, aplicação de questionários aos representantes das comunidades ribeirinhas
locais e demais agentes que trabalham no IDSM.
Para o mapeamento será necessária a utilização de aparelho GPS, para a coleta de
coordenadas geográficas, e o posterior processamento das informações em software específico
(ArcGis 9.1). O campo se realizará por meio de viagens de barco pelos rios Solimões e Japurá, que
circundam a área central da reserva.
Posteriormente ao trabalho de campo, o Banco de Dados Geográfico e os mapas serão
elaborados em parceria multidisciplinar nos departamentos de pós-graduação do IG-UnB e do
DPCT-UNICAMP, por meio da digitalização dos principais elementos da reserva sobre imagens de
satélites (Radar SRTM/InSAR-Shuttle Radar Topography Mission e imagem Landsat 5 Thematic
Mapper adquiridas pelo IDSM com o auxílio do Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia).
Serão elaborados, prioritariamente, os seguintes mapas:
1. Limites territoriais da RDSM no Estado do Amazonas.
2. Localização das bases de vigilância e pesquisas do IDSM dentro da reserva.
3. Localização atualizada de todas as comunidades ribeirinhas e das comunidades
indígenas da RDSM.
4. Limites das áreas de atuação do manejo comunitário na RDSM.
5. Limites das áreas de preservação permanente.
6. Áreas de conflitos entre ribeirinhos, entre ribeirinhos e pesquisadores e de agentes
internos com agentes externos à reserva.
Melhoria esperada em benefícios econômicos
A identificação mais precisa dos limites das áreas em que são desenvolvidas as atividades de
manejo sustentável. Identificação nos mapas de novas áreas nas quais podem ser desenvolvidas
atividades de manejo sustentável, auxiliando na melhoria da manutenção e na qualidade de vida das
comunidades ribeirinhas locais. Em geral, o trabalho de mapeamento auxiliará na gestão de todas
as atividades econômicas sustentáveis desenvolvidas pelas comunidades em parceria com os
pesquisadores do IDSM.
Melhoria esperada em benefícios tecnológicos
Mapas com maior precisão sobre os elementos naturais, a localização das comunidades
ribeirinhas, das atividades de manejo praticadas e das áreas de conflitos na RDSM. Elaboração de
um Banco de Dados Geográfico em SIG, que poderá ser acessado pelos pesquisadores do IDSM
em rede de computadores interna à instituição ou impressos para as comunidades.
Melhoria esperada em benefícios Sociais
Desenvolvimento de ações que minimizem os conflitos sociais locais e maior conhecimento
sobre a totalidade da reserva, apoiando as atividades de manejo sustentável integrado na reserva
entre todos os agentes.
Melhoria esperada em benefícios ambientais
Maior precisão e agilidade no monitoramento das áreas de preservação permanente e das
áreas de preservação organizadas pelo IDSM em sistema de rodízio (alternância entre preservação
e manejo sustentável).
Atendimento aos planos de governo e prioridades das políticas públicas
Nacional
A reserva do Mamirauá faz parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação e, por
isso, os trabalhos desenvolvidos na RDSM atendem diretamente aos interesses nacionais de
preservação e conservação dos recursos de biodiversidade e no desenvolvimento de atividades
sustentáveis. Além disso, o mapeamento da RDSM possibilita um melhor conhecimento do
território nacional e, dessa forma, auxilia em decisões estratégicas e nas atividades de outros órgãos
nacionais, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
Estadual
A Região Norte do Brasil é uma área que abriga vários conflitos por diversos interesses
ligados ao uso das terras e dos recursos naturais. Dessa forma, esse projeto visa a contribuir para
amenizar os focos de conflitos violentos que ocorrem na região de várzea do Estado do Amazonas
entre comunidades ribeirinhas, comerciantes e extrativistas ilegais.
Municipal
Além da conservação e da preservação, as atividades elaboradas no IDSM visam a auxiliar o
trabalho das prefeituras locais em atividades educativas sobre a problemática ambiental e de saúde
para as comunidades ribeirinhas, principalmente as mais isoladas. Dessa forma, o mapeamento
preciso e atualizado da área da RDSM permitirá às administrações locais um melhor
reconhecimento dos recursos, da organização da população local e melhor direcionamento dos
recursos públicos.
Área ambiental
Projetos concorrentes ao Prêmio em 2006
Projeto A – 01
Desenvolvimento de uma logística para recolhimento e coleta, via fluvial, de óleos
lubrificantes usados, destinados ao rerrefino, no Estado do Amazonas
Abelardo Rodrigues da Costa Júnior
Instituição: Superintendência da Zona Franca de Manaus – Suframa
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Desenvolvimento de uma proposta para a
logística de recolhimento e coleta, utilizando o modal aquaviário, de óleo lubrificante usado, nos
municípios do Estado do Amazonas, destinandos-os ao rerrefino. Partiu-se da hipótese de que não
há serviço de coleta de óleos lubrificantes usados nos sessenta e um municípios do Estado do
Amazonas, distribuídos, principalmente, ao longo dos rios Solimões, Negro, Amazonas, Madeira,
Purus, Juruá e Jutaí, e que os principais geradores de óleos lubrificantes usados são as embarcações
fluviais, os veículos automotores e os grupos geradores da Companhia Energética do Amazonas –
CEAM. Não se considerou a geração de óleos provenientes de aplicações industriais, devido esse
setor estar concentrado na cidade de Manaus. Os municípios de Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva não fizeram parte do escopo deste trabalho, posto que o transporte do óleo lubrificante
usado para Manaus seria utilizando o modal rodoviário. Estimou-se o universo de geradores de óleo
lubrificante usado, com base, dentre outros, no Relatório Final do Estudo de Transporte e Fluxo de
Carga da Hidrovia do Rio Solimões (Manaus – Tefé), de dezembro de 2002, nas estatísticas do
Departamento Nacional de Trânsito, de dezembro de 2005 e no Relatório de Gestão da CEAM,
exercício de 2004. Através dos relatórios da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis – ANP, foram identificadas, no Estado do Amazonas, as empresas de navegação,
autorizadas para o transporte a granel de petróleo, seus derivados e gás natural, por meio
aquaviário; as empresas autorizadas a exercer a atividade de coletor de óleo lubrificante usado ou
contaminado e as empresas autorizadas para a revenda a varejo de combustíveis automotivos em
seu próprio estabelecimento. O recolhimento Verificou-se que as embalagens que apresentaram
melhor relação custo x benefício foram os recipientes metálicos de 200 litros, com tampa. Esses
recipientes deverão ser pintados na cor laranja, codificada pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente – CONAMA, para resíduos perigosos (Resolução . Deverão também ser identificados
com o tipo de resíduo, o nome do município e do posto revendedor ou CEAM, para fins de controle
e rastreabilidade. Considerando que a CEAM possui usinas em todos os municípios do Estado do
Amazonas, poderia ser firmado convênio entre ela e os postos revendedores, para que a etapa de
armazenamento dos recipientes metálicos fosse coordenada por ela. Esses recipientes deverão ser
distribuídos nos postos de revendas terrestres e flutuantes e na CEAM e serão retornáveis. A
quantidade total deles será de cerca de 1.500 unidades, suficiente para reposição dos recipientes
armazenados com óleo usado ou em trânsito no trajeto aquaviário entre os municípios e Manaus.
Quando os recipientes estiverem cheios, os postos revendedores terrestres farão a comunicação aos
escritórios da CEAM nos municípios, para seu recolhimento e substituição, que serão de
responsabilidade dos próprios postos revendedores terrestres. Os usinas da CEAM nos municípios
concentrarão a guarda dos recipientes metálicos cheios, até o embarque desses para Manaus e
vazios quando provenientes de Manaus. Por se tratar de um resíduo perigoso (classe I), devem ser
armazenados em uma área coberta e com sistemas de contenção, para conter o material numa
situação de emergência (vazamento ou tombamento, etc.). Além do que o piso deve ser cimentado e
de preferência impermeável para evitar o contato do resíduo diretamente com o solo (lençol
freático). Os postos de revenda flutuante (“pontões”) deverão efetuar o recolhimento e
armazenagem dos recipientes metálicos cheios, entregando-os diretamente às empresas de
navegação, que por sua vez os entregará a um coletor cadastrado na ANP, para a transposição dos
óleos armazenados nos recipientes metálicos aos caminhões coletores, nos terminais das empresas
de navegação, para posteriormente destiná-los ao refino. De acordo com a ANP existem 625 postos
revendedores regulamentados instalados no Estado do Amazonas, sendo que 339 somente em
Manaus e os outros 286 postos revendedores nos municípios do interior do estado. Esses postos
atuam sob a concessão das seguintes bandeiras: Petro Amazon, Bandeira Branca, ATEM’ S,
Equatorial, BR, CBPI, DNP, Chevron, Sabba e Equador. Muito embora a ANP defina posto
revendedor como responsável pela revenda a varejo de combustíveis automotivos, muitos deles são
postos de revenda flutuantes que atendem embarcações fluviais, conhecidos como “pontões”. O
transporte – as companhias de navegação As Empresas Brasileiras de Navegação – EBN,
autorizadas pela ANP para o transporte a granel de Petróleo, seus derivados e gás natural por meio
aquaviário, como navegação interior, a ser realizada em hidrovias interiores, em percurso nacional
ou internacional, nos rios da Bacia Amazônia estão relacionadas a seguir: ATLANTIS da
Amazônia Comércio Ltda.; Transportes BERTOLINI Ltda.; CIDADE Transportes Ltda.;
Companhia de Navegação da Amazônia -CNA.; Navegação CUNHA Ltda.; E.D. LOPES e Cia
Ltda.; Sociedade FOGÁS Ltda.; FRANCIS José Chehuan e Cia Ltda.; J.A. Leite Navegação Ltda.;
Francisco MADY Nóbrega Ltda.; NAVEZON Linhas Internas da Amazônia S.A.; OZIEL
MUSTAFÁ dos Santos e Cia Ltda.; PETRO AMAZON – Petróleo da Amazônia Ltda.; REBELO –
Indústria, Comércio e Navegação Ltda.; SOCORRO CARVALHO & Cia.; TRANSALE
Transportadora Ale Ltda.; WALDEMIRO P. Lustoza e Cia Ltda. e UNIÃO Transportes Ltda. A
coleta Em Manaus as empresas de coleta autorizada pela ANP farão a transposição dos óleos
armazenados nos tambores provenientes dos municípios para os caminhões coletores, nos terminais
privativos de propriedade das empresas armadoras, localizados fora da área dos portos públicos,
destinando-os ao rerrefino. Com base em relatório da Superintendência de Abastecimento da ANP,
datado de 23 de janeiro de 2006, existem 38 empresas autorizadas a exercer a atividade de coletor
de óleo lubrificante usado ou contaminado. Destas quatro têm sede ou atuam em Manaus, conforme
a seguir: Eternal – Indústria, Comércio, Serviços e Tratamento de resíduos da Amazônia Ltda.
(sede); Nortlub Reciclagem de Óleos Minerais Ltda (sede); Lubrificantes Fênix Ltda (caminhão
coletor) e Lwart Lubrificantes Ltda (caminhão coletor). O rerrefino O rerrefino corresponde ao
método ambientalmente mais seguro para a reciclagem do óleo lubrificante usado ou contaminado,
e, portanto, segundo a legislação ambiental em vigor, a melhor alternativa de gestão ambiental
deste tipo de resíduo, dessa forma, todo óleo lubrificante usado ou contaminado deverá ser
recolhido, coletado e ter destinação final, de modo que não afete negativamente o meio ambiente e
propicie a máxima recuperação dos constituintes nele contidos. A grande maioria do óleo usado
coletado para rerrefino é proveniente do uso em motores à gasolina (carros de passeio) e motores
diesel à (principalmente frotas de caminhões ou ônibus). As fontes geradoras (postos de
combustíveis, super trocas, transportadoras, etc.) são numerosas e dispersas, o que, aliado ao fator
das longas distâncias, acarreta grandes dificuldades para a coleta dos óleos lubrificantes usados. Os
principais fabricantes de óleos lubrificantes do país são: Petrobras, Ipiranga, Shell, Esso, Texaco,
Agip, Repsol, Sabba, Wal, Castrol e Fl Brasil. De acordo com a Superintendência de
Abastecimento da ANP há hoje cerca de quinze empresas de rerrefino em operação, reunidas no
Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais – Sindirrefino. Cerca de 300
caminhões realizam a coleta, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, em postos de serviços,
oficinas e garagens de grandes frotas. A Gestão ambiental Todos os agentes do processo tais como
a CEAM, os postos revendedores de óleo lubrificante, as empresas de transporte fluvial de cargas
perigosas e as empresas de coleta e de rerrefino do óleo lubrificante usado, deverão possuir
Licenças de Operação válidas, emitidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Estado do
Amazonas – IPAAM, conforme estabelece o Decreto Estadual no 10.028, de 04 de fevereiro de
1.987, que dispõe sobre o Sistema Estadual de Licenciamento de Atividades com Potencial de
Impacto no Meio Ambiente. A conscientização A primeira medida a ser adotada deverá ser a
conscientização dos agentes geradores, como CEAM e postos revendedores de óleo lubrificante, da
importância da coleta, utilizando campanhas semelhantes à que o Sindicato Nacional das Empresas
Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes – SINDICOM vem empreendendo na cidade de
Manaus, juntamente com o Governo do Estado do Amazonas e a Promotoria do Meio Ambiente,
para recolhimento do óleo usado, podem auxiliar na conscientização desses geradores de óleos
usados, bem como campanhas promocionais empreendidas pelos postos de revenda, como “Troca
de óleo gratuito”, fará convergir para os mesmos as manutenções para troca de óleo. Conclusões
Uma alternativa factível pode ser a adoção de política ambiental semelhante à adotada pela
Finlândia, onde a coleta é responsabilidade dos órgãos locais, como é a responsabilidade do
Governo Estadual, no caso da CEAM, combinada com política ambiental semelhante à da Áustria,
onde os pontos de revenda são obrigados a ter postos de coleta para óleo usado e embalagens
vazias, quando gerado por veículos ou embarcações.
Projeto A – 02
Peixes de Igarapés da Amazônia
Alberto Akama
Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Uma das principais lacunas no tocante ao
estudo da fauna de peixes amazônicos, é a falta de conhecimento sobre os igarapés, que concentram
grande parte da riqueza e também a maior parte de espécies endêmicas. Nesse sentido, este projeto
visa preencher essa lacuna, realizando a prospecção em igarapés e também coligindo dados em
instituições nacionais e estrangeiras. Este projeto visa complementar o projeto Ygarapés,
coordenado pelo Dr. Jansen Zuanon,
Projeto A – 03 Óleos Vegetais da Amazônia para o mundo
Allex Porto Burger
Instituição: Orsa Florestal
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Estruturar uma cadeia de produção de óleos
vegetais nativos da amazónia, de forma sustentável.
Projeto A – 04
Embriogênese somática em Paullinia cupana (guaranazeiro): propagação massal clonal de
genótipos elite e produção de compostos com potencial biotecnológico
André Luis Wendt dos Santos
Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O cultivo de espécies vegetais nativas tem se
caracterizado como atividade econômica de grande importância para a Região Norte do Brasil. Em
especial as espécies vegetais com fins industriais (farmacêuticos, alimentício, cosmético e
madeireiro) têm apresentado maior potencial em função da abrangência e estruturação de suas
cadeias produtivas. Entretanto, apesar da sua importância econômica, a utilização de produtos
oriundos de espécies vegetais nativas ainda não é tratada com a devida atenção, pois faltam
alternativas tecnológicas e econômicas que os tornem competitivos nos mercados local, regional,
nacional e internacional. Dentre as espécies vegetais nativas da Região Norte do Brasil, o
guaranazeiro (Paullinia cupana, variedade sorbilis (Martius) Duke) destaca-se como uma espécie
com grande potencial econômico. O guaraná é usado na indústria farmacêutica e na fabricação de
refrigerantes, xaropes, sucos e pó. Suas sementes são ricas em cafeína (2,5-5% da massa seca das
sementes), valores estes bem maiores que os encontrados no café (1 a 2%), mate (1 %) e cacau
(0,7%). Além disso, a semente de guaraná apresenta altos teores de substâncias com potencial para
a indústria farmacêutica como a teobromina (vasodilatadora), teofilina (bronco dilatadora) e tanino
(anti-oxidante). Embora esses compostos encontrem-se presentes em baixas concentrações nas
plantas e seu processo de purificação seja oneroso à maioria deles tem encontrado aplicações
comerciais. Contudo, como esses compostos são utilizados em grandes quantidades, a produção
pelas plantas nem sempre é satisfatória. O Brasil é o único produtor do mundo de guaraná com
produção em torno de 4.300 toneladas/ano, sendo que 70% das sementes são direcionadas para as
indústrias de refrigerantes gaseificados sob forma de xarope e apenas 30% são comercializados sob
a forma de pó, bastão e extrato, para consumo interno e exportação. Apesar de a Amazônia ser o
centro de origem do guaranazeiro, a produção de sementes de guaraná no Estado do Amazonas
ainda é inferior aos índices obtidos em regiões onde o guaranazeiro não ocorre naturalmente como
a Bahia e o Mato Grosso. Essa baixa produção na região tem relação estreita com a idade das
plantas que são utilizadas no cultivo, tratos culturais inadequados, falta de conhecimentos da
fisiologia da espécie e também dificuldades na propagação. Muitos agricultores ainda utilizam
sementes, e isso leva a um decréscimo da propagação, devido às características de perda rápida da
viabilidade da semente que não suporta desidratação acentuada nem baixa temperatura
(recalcitrante). Além disso, a constituição genética altamente heterozigótica do guaranazeiro faz
com que as características desejáveis sejam perdidas ao longo dos cruzamentos (propagação
sexuada) devido à segregação dos genes. Dessa forma, as mudas propagadas por sementes devem
ser oriundas de matrizes de alta produtividade e qualidade de frutos, o que nem sempre é possível
para o agricultor. Métodos convencionais para o melhoramento e seleção de espécies vegetais
oferecem possibilidades limitadas para atender as crescentes demandas por matéria- prima.
Portanto, o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e com baixo custo se faz necessária para o
estabelecimento de programas eficientes visando o melhoramento genético do guaranazeiro e a
produção de compostos vegetais biologicamente ativos. Técnicas baseadas na biotecnologia
proporcionam métodos eficientes e de baixo custo para micropropagação e melhoramento genético
de plantas além de serem fontes de material para produção em larga escala de compostos vegetais
biologicamente ativos. Dentre as técnicas de micropropagação vegetal, a embriogênese somática
destaca-se como uma técnica altamente versátil possibilitando tanto estudos de cunho acadêmico
como a elucidação de questões relacionadas à embriologia vegetal bem como aplicação industrial
por possibilitar a propagação massal clonal de plantas. A embriogênese somática envolve o
desenvolvimento de células somáticas em embriões, passando por estágios morfológicos
semelhantes aos observados durante a embriogênese zigótica. O uso da embriogênese somática
associada à criopreservação pode ser integrada a programas de melhoramento genético através do
estabelecimento de bancos in vitro de germoplasma e propagação massal clonal de genótipos de
interesse. Adicionalmente, a técnica pode ser automatizada por meio do estabelecimento de
suspensões celulares e do uso de biorreatores, tendo, portanto o potencial para produção massal de
embriões somáticos geneticamente superiores a baixos custos de produção. O estabelecimento de
suspensões celulares é uma das abordagens disponíveis para obtenção de grandes quantidades de
massa celular e de compostos vegetais biologicamente ativos. Métodos convencionais para
incrementar a indução na produção destes compostos incluem mudanças na composição nutricional
do meio de cultura, condições físicas e composição de reguladores de crescimento. Neste contexto,
o estabelecimento de culturas de suspensões celulares do guaranazeiro pode ser uma opção valiosa
para a produção em larga escala de compostos vegetais de interesse para a indústria farmacêutica
como a cafeína, teobromina, teofilina e tanino. As propriedades fitoterápicas associadas ao fruto do
guaranazeiro, corroboram os conhecimentos tradicionais indígenas. Estes conhecimentos sobre a
espécie, com bases científicas comprovadas, podem direcionar a pesquisa com princípios ativos do
guaranazeiro na região amazônica, auxiliando a manipulação de fitoterápicos e a elaboração de
projetos visando o cultivo desta espécie. O projeto de pesquisa “Embriogênese somática em
Paullinia cupana (guaranazeiro): propagação massal clonal de genótipos elite e produção de
compostos com potencial biotecnológico” faz parte de uma estratégia de pesquisa utilizando
abordagens metodológicas e científicas inovadoras para a região Norte do Brasil. O presente
projeto permitirá o aumento de produtividade no guaranazeiro através da perpetuação do ganho
genético (captura da variação genética aditiva e não aditiva) nos clones com alta produtividade.
Além disso, o estabelecimento de um sistema in vitro permitirá a obtenção de produtos
biotecnológicos que possam ser úteis para estruturar e consolidar a cadeia produtiva do guaraná na
Amazónia.
Projeto A – 05
Meio Ambiente e Cidadania – A Comunidade na Universidade
Antonia Eliane Pereira Bezerra
Instituição: Universidade Federal de Roraima
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: a inserção da comunidade no ambiente
universitário objetivando a inclusão social, conscientização ambiental e sustentabilidade.
Projeto A – 06
Suinocultura em Cama Sobreposta Minimizando os Impactos Ambientais
Argemiro Lima Pedrosa
Instituição: Centro Univ. Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A suinocultura no Brasil é uma atividade
predominante de pequenas propriedades rurais. Os dejetos de suínos não constituíam fator
preocupante antes da década de 70, pois a produção era pequena e os solos das pequenas
propriedades tinham a capacidade de absorvê-los como adubo orgânico. O desenvolvimento da
suinocultura trouxe a produção de grandes quantidades de dejetos, a qual, pela falta de tratamento
adequado, se transformou na maior fonte poluidora dos mananciais de água. O trabalho será
desenvolvido na comunidade do Córrego São João, localizada a 36 km, no município de Palmas –
TO. Com o objetivo de avaliar as possibilidades de recuperação e reutilização dos dejetos de suínos
como adubo orgânico na lavoura, no controle sanitário e ecológico ambiental, pelo processo de
cama sobreposta, com matéria orgânica: casca de arroz e serragem de madeira. Com o uso da cama
de matéria orgânica: casca de arroz e serragem de madeira, pretende-se eliminar a lâmina d’água
em uso vigente, o gasto de água com a lavagem dos suínos, a proliferação de moscas, mosquitos e
outros vetores transmissores de doenças patogênicas. Ou até mesmo, quando do seu lançamento
direto a céu aberto em córregos, rios e lagoas. Sem contar que os dejetos, junto com a matéria
orgânica, transformam-se em composto orgânico, quando da sua fermentação num período de 3
meses e terá fácil uso na lavoura.
Projeto A – 07
Estudo do potencial de implementação de projetos de MDL, Biomassa residual no Estado do
Pará
Breno de Almeida Marques
Instituição: Instituto Esperança de Ensino Superior
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: MDL (Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo) é um dos mecanismos de flexibilização do protocolo de Quioto e consiste em que cada
tonelada de C02 equivalente deixada de ser emitida ou retirada da atmosfera por um país em
desenvolvimento poderá ser negociada no mercado mundial, criando um atrativo para redução das
emissões globais. Alguns estudos foram realizados no contexto de implementação de projetos
MDL, Parkinson et al. (2001), Shrestha e Timilsina (2002), Kartha et al. (2004), Kosugi et al.
(2005), entre outros. Os projetos de MDL visam à redução das emissões de GEE ou aumento na
remoção de C02, através de metodologias como: substituição de fontes de energia fósseis por
fontes renováveis; aumento da eficiência energética na indústria; sistemas de cogeração de energia
utilizando combustíveis fósseis e biomassa; remoção de carbono por reflorestamento; utilização de
combustíveis com emissões mais baixas de C02 equivalente; e manejo de resíduos que geram CH4.
Após a efetiva implementação do Protocolo de Quioto pelos países signatários, entre eles o Brasil,
surgem possibilidades de elaboração de projetos MDL, que visem à mitigação de GEE e o mercado
de carbono (preço médio de US$ 3,51 caso os riscos associados ao registro do projeto forem
assumidos pelos compradores e US$ 4,88 casos os riscos associados ao registro do projeto forem
assumidos pelos vendedores). Portanto, este projeto tem por objetivo avaliar o potencial da
implementação de projetos de MDL no setor da indústria madeireira nos Estados do Pará,
enquadrando-se nas metodologias de utilização de resíduos de biomassa, cogeração de energia e
aumento de eficiência energética na indústria.
Projeto A – 08
Destinação sustentável para o lixo urbano da Vila de Beja, em Abaetetuba (PA)
Bruno Batista da Cunha
Instituição: Universidade Federal do Pará
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O município de Abaetetuba (PA) (ver
MAPA 01) não goza de aterro controlado ou sanitário para a disposição final de seus resíduos
domiciliares e públicos, o que redunda em disposição em lixão a céu aberto. A Vila de Beja (ver
MAPA 01), objeto de interesse, não foge à esta realidade. Os proponentes, entendendo que as ações
localizadas ganham em eficiência e possibilitam custos reduzidos de implantação e, se valendo de
estrutura existente em Unidade de Reciclagem e Compostagem (ver pasta Relatório Fotográfico),
naquele município, subutilizada tecnicamente e socialmente improdutiva posto que “gerenciada”
por “cooperativa” não legalizada, onde “cooperados” não auferem nem um salário mínimo em três
meses, buscam ações reticuladas para o envio do lixo urbano da vila em estudo para tal unidade
produtiva, a partir de um suporte pedagógico em Beja, para a implantação da seletividade do lixo
gerado e na capacitação auto-gestionária da “cooperativa” (e necessária legalização). A Vila de
Beja gera, atualmente, 2,14 t de lixo por dia, o que é perfeitamente assimilável pela Unidade,
podendo, ainda, receber lixo da Sede do Município, já que possui capacidade instalada para 30 t/dia
de lixo urbano. Abaetetuba não possui ações institucionais de coleta seletiva em prol da Unidade,
que trabalha com lixo misturado, levando os “cooperados” a condições insalubres evidentes. Se por
um lado, a distância da Vila de Beja à Colônia Velha (30 km) (ver MAPA 01), onde se situa a
Unidade, não é recomendada operacionalmente pelos mais diversos manuais, há que se ponderar os
efeitos positivos para o 6.013 habitantes de Beja, para os trabalhadores da Unidade (20 homens e
mulheres) que começarão a receber lixo separado oriundo de Beja e poderão exercer cidadania e,
principalmente, para o meio ambiente, na redução do encaminhamento de lixo à área tecnicamente
degradadora. Vale dizer que a coleta pública de lixo alcança a universalidade, na Vila de Beja e que
Abaetetuba NÃO possui legislação ambiental específica, restringindo-se a um único capítulo de sua
Lei Orgânica. O Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal não é referência, pois como as
informações seguintes podem comprovar, não haverá modificações estruturais, funcionais ou
processuais de caráter institucional, o que leva os proponentes a garantir que as diretrizes dos
documentos não serão divergentes, em nenhuma das etapas.
Projeto A – 09
Controle Tecnológico na Recuperação Ambiental, Através da Topobatimetria num Trecho do
rio Coxipó
Bruno Silva Martins
Instituição: Centro Federal de Educação Tecnológica de
Mato Grosso – CEFET/MT
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O trabalho no trecho que será pesquisado terá
como objetivos: levantamento batimétrico, avaliação do estado de conservação das margens, será
feito um acompanhamento e um estudo topobatimétrico para uma operação de dragagem ambiental
com emprego de técnicas que podem causar menos impactos ambientais nos pontos de
assoreamento na da calha do rio Coxipó num trecho urbano de Cuiabá. Esse controle servirá para
diversos fins no que diz a respeito ao controle tecnológico ambiental. Devido aos loteamentos
próximos ao rio, para formação de chácaras e bairros, ocorreu a retirada da cobertura vegetal e
grande movimentação de terra. Isto aumentou a produção de sedimentos que foram transportados
até a calha do rio, vindo a formar bancos assimétricos em vários trechos da área urbana. Estes
bancos provocam mudanças no leito, solapamento das margens e taludes. Estes feitos são mais
intensos após a década de 1990.
Projeto A – 10
Povos dos Manguezais de Soure: a Vida entre a Terra e o Mar (ajó).
Carlos José Esteves Gondim
Instituição: Grupo de Ação Ecológica Novos Curupiras
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Os manguezais são um dos ambientes mais
ricos da Terra. Esses ecossistemas anfíbios de estrutura peculiar, abrigam uma grande variedade de
plantas, animais e microrganismos, que têm de se adaptar a condições ambientais instáveis, como
por exemplo, a mudança constante de marés. Ao mesmo tempo, manguezais são sistemas muito
produtivos. Eles oferecem espaço vital para numerosas espécies de peixes, moluscos e caranguejos,
apresentando alto rendimento pesqueiro e representando assim, a base de existência para grande
parte da população local. Em vastas regiões do planeta, tais ecossistemas vêm sendo
progressivamente perturbados pela industrialização, turismo, crescimento demográfico e construção
de cidades. Em muitos locais, as florestas de manguezal já se encontram totalmente destruídas. O
Brasil detém uma das maiores formações desses ecossistemas. É na costa norte brasileira, na
desembocadura do rio Amazonas, contudo, que se encontram os mais exuberantes manguezais. Há
milhares de anos povos inteiros aprenderam a usar seus diversos recursos e com eles mantém-se,
geram renda e ocupação para si e para outros povos e lugares. No estado do Pará os manguezais
ocupam toda a sua costa atlântica e uma grande parte do arquipélago do Marajó, especialmente a
sua costa oceânica. Diferentemente dos manguezais do nordeste e até do sudeste do Brasil, os
manguezais do Pará apresentam-se, em termos relativos, fracamente impactados. Porém, nas
últimas décadas do século passado, alguns deles sofreram importantes danos causados pela abertura
de estradas (como a PA-458, Bragança-Ajuruteua, onde dos 37 quilômetros totais, 24 deles passam
por áreas de manguezais drasticamente aterrados) e pelo aterro com fins urbanísticos (cidades
turísticas como Salinas, no nordeste paraense). Observou-se também um assustador incremento na
captura de um dos seus principais recursos alimentícios, o caranguejo (Ucides cordatus, Lineu) o
que está provocando a diminuição do tamanho nos crustáceos comercializados em Belém e na
captura criminosa de fêmeas da espécie. Em Soure os manguezais ocupam uma área de cerca de
trinta e um mil hectares. Em 22 de novembro de 2001 esta área foi transformada em Reserva
Extrativista Marinha pelo governo federal, concretizando uma reivindicação de toda a comunidade
de Soure iniciada em 1997. Estes ambientes dão ocupação e geram renda para cerca de 6.000
pessoas e indiretamente beneficiam toda a população residente de Soure, onde a pesca artesanal é
uma das três principais atividades econômicas do município. Este projeto tem como objetivo geral
realizar atividades de fortalecimento institucional e educação ambiental através da: Capacitação
presencial dos povos dos manguezais de Soure; Disseminação de boas práticas para diminuição de
impactos e melhoria da gestão dos ambientes de manguezais de Soure; Campanhas de mobilização
social para a questão da conservação e preservação dos manguezais de Soure; Preservação das
espécies da biodiversidade dos manguezais de Soure. Assim estão previstas as seguintes ações: a)
Ações de Planejamento para auto-sustentabilidade: Planejamento, realização, avaliação e
divulgação de inventário participativo dos recursos naturais, sócioambientais e culturais dos
manguezais e dos povos extrativistas de Soure; Construção, aparelhamento, funcionamento e
manutenção de uma unidade de processamento dos produtos do mangue em Soure; Planejamento,
realização e avaliação de: Cursos de capacitação em processamento, embalagem, armazenamento,
transporte e comercialização dos produtos do mangue; Curso de Culinária dos Produtos do
Mangue; Curso de Alimentação alternativa; Curso de Culinária Alternativa; Curso de Plantas
Medicinais; Curso de Associativismo e Gestão Comunitária Participativa; Curso para Formação de
Guias Comunitários para o Ecoturismo; Curso de Artesanato Marajoara; Geração de produtos e
serviços diretamente ligados aos manguezais de Soure e aos seus recursos naturais, b) Ações de
Educação Ambiental: Planejamento, realização e avaliação de cursos: O que é Ecologia; O que são
Unidades de Conservação Brasileiras; Noções de Direito Ambiental; O que é o Manguezal;
Planejamento, realização e avaliação de oficinas: Lama que não é Lama; Quem é a Condurua;
Como funciona o Manguezal; Reaproveitamento e Reciclagem de Materiais; Embalagens Naturais
e Embalagens Artificiais; Confecção de Brinquedos Ecológicos; Confecção de artesanatos
ecológicos Marajoaras; Planejamento, realização e avaliação de Campanhas: Coleta Seletiva de
Lixo nas Ruas e Praias de Soure; Troque sua Baladeira por um Lápis e um Caderno; S.O.S.
Mangues do Marajó; Prevenção de Queimadas Urbanas e Rurais em Soure; Planejamento,
realização e avaliação de eventos sócioambientais e culturais em Soure e em outros municípios
paraenses detentores de manguezais: Encontro dos Povos Extrativistas de Soure; Piracaia do
Manguezal; Descobrindo o Manguezal; Exposição Ecológica Interativa Frutos do Mangue;
Exposição Ecológica Interativa Começando em Casa; Feira de Produtos dos Povos Extrativistas de
Soure; Encontro das Mulheres Extrativistas de Soure; Planejamento, realização e avaliação de
trilhas e excursões em manguezais de Soure, c) Ações de comunicação: Criação, edição e
distribuição de materiais informacionais como fólderes, panfletos, cartazes, banners, cartilhas, CDROM, CD de músicas temáticas, camisetas, bonés, bottons, e manuais sobre as ações de autosustentação e de educação ambientais previstas no projeto e seus resultados; Criação, manutenção e
desenvolvimento de um site na WEB sobre o projeto, suas ações e resultados alcançados; Criação,
edição e distribuição de releases sobre as ações e resultados do projeto; Participação em eventos
locais, regionais, nacionais e internacionais relacionados com manguezais, seus recursos, seus
povos, sua ciência e sua cultura. Esperam-se como resultados a melhoria da qualidade de vida dos
povos extrativistas através da geração de renda e ocupação, a conservação e preservação dos
manguezais de Soure, a adoção dos resultados alcançados na política ambiental pública local e as
suas reedições em outros municípios paraenses detentores de manguezais.
Projeto A – 11
Acampenas – Acampamento Permanente na Selva
Zygmunt Sulistrowsk
Instituição: ONG- Não Governamental Centro de Pesquisa e da Preservação da Ecologia Amazonense
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: criação de acampenas – acampamento
permanente na selva, com a capacidade de alojamento para o Máximo de 30 pessoas, para todos
que querem conhecer de perto o esplendor da Floresta Amazônica e viver uma aventura na Selva,
harmonizando-se com a natureza inspirados pela sua força, beleza e sua inesgotável fonte de
energia da Grande Reserva Ecológica A FLORESTA DA VIDA. ACAMPENAS, representará um
grande valor ambiental para os estudantes das escolas e faculdades, principalmente para os futuros
biólogos e os estudantes de turismo Ecológico. Com referencia aos estudantes de Turismo torna-se
muito importante para eles terem mais contato pessoal com a natureza, vivendo alguns dias e noites
na Selva. ACAMPENAS, servirá também para base dos pesquisadores da abundante biodiversidade
da FLORESTA DA VIDA . ACAMPENAS, será instalado dentro da Grande Reserva Ecológica A
FLORESTA DA VIDA, nos 25 hectares da propriedade de Zygmunt Sulistrowski , que será doado
por ele a CEPECAM para poder alojar até 30 pessoas serão feitas as seguintes construções: dois
chalet duplos, cada um com dois apartamentos independentes, total de capacidade para dez pessoas.
Também serão construídos dois alojamentos tipo Tapiri para alojar nas redes com mosquiteiros os
visitantes que querem viver uma aventura na Selva . E mais disso uma construção especial para
abranger o lugar de estar, palestras e alimentação, com uma cozinha do lado, uma casa de vigia e
para os guias de selva e os canoeiros. Serão feitas quatro forças ambientalmente corretas, assim que
um poço artesiano de trinta metros um gerador será instalado, somente puxar água do poço para
caixa de água e para carregar as baterias que servirão para iluminação à noite. O gerador funcionará
somente durante os dia quando os visitantes estarão fora, na selva. O custo total do projeto é de R$
99.800 (noventa e nove mil e oitocentos Reais). Temos recursos próprios disponível até R$ 34.800
(Trinta e Quatro Mil e Oitocentos reais). Faltam para financiar o projeto R$ 65.000,- (sessenta e
cinco mil reais), que esperamos conseguir do Prêmio Professor Samuel Bechimol, confiando que os
trinta anos dos comprovados nossos esforços na preservação da ecologia Amazonense poderão
justificar a obtenção do referido premio.
Projeto A – 12
Divulgação do Conhecimento como Forma de Recuperação e Preservação dos Igarapés de
Manaus
Cleusa Suzana Oliveira de Araujo
Instituição: Centro Universitário Nilton Lins
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Na Amazônia, o maior desafio consiste nos
problemas de impactos ambientais versus qualidade de vida nos centros urbanos. Os igarapés de
Manaus têm sido utilizados para construção de palafitas, lixeiras e receptores de esgotos sanitários
e industriais afetando as comunidades que dependem dos recursos hídricos para sobreviverem. No
que se refere à saúde pública a água poluída pode ser fonte de doenças diarreicas como cólera,
salmonelose, shigelose, gastroenterites, e outras como poliomielite, hepatite A, verminoses,
amebíase entre outras. A desvinculação entre pesquisa e a comunidade envolvida tem sido um
fracasso nas tentativas de conscientização e sensibilização quanto as questões ambientais. Esta
pesquisa visa contribuir com informações que possam servir de base para ações direcionadas, não
só visando paralisar o processo de degradação e melhorar a qualidade de vida, mas também
promover a recuperação destas áreas.
Projeto A – 13
Embriogênese somática de pau-rosa: Biotecnologia aplicada à conservação e exploração
sustentável
Dnival Veira de Feitas
Instituição: CENTRO UNIVERSITÁRIO NILTON LINS
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O pau-rosa, Aniba rosaeodora Ducke
(Lauraceae), é uma espécie produtora de óleo essencial, com baixa densidade populacional devido
à intensa exploração principalmente entre as décadas de 1960 e 1980. O pequeno número de
indivíduos remanescentes da espécie limita as fontes de variabilidade genética para serem
utilizadas em programas de seleção e melhoramento genético. O óleo essencial de pau-rosa possui
grande demanda e alcança altos preços no mercado nacional e internacional. É constituído em
grande parte de linalol, um monoterpeno utilizado principalmente como fixador de perfumes finos
na indústria de cosméticos. A espécie é propagada naturalmente por sementes, porém a obtenção de
sementes para produção de mudas é uma tarefa onerosa e difícil devido a baixa densidade
populacional. A obtenção de sementes ainda é limitada pela irregularidade reprodutiva das
matrizes, que apresentam variações conforme a distribuição e localização geográfica. A
embriogênese somática tem se tornado a principal via de regeneração de plantas na cultura de
tecidos de espécies lenhosas, com tempo reduzido de regeneração, minimizando também as
mudanças genéticas induzidas pela cultura in vitro. Em um trabalho recente com ápices caulinares
de pau-rosa foi observada boa resposta morfogênica in vitro, com a formação de um grande
número de brotações, um alto índice de enraizamento in vitro e a presença de calogênese sob
determinadas condições. O sucesso obtido no estabelecimento in vitro de pau-rosa nos permite
agora avançar nos trabalhos com embriogênese somática. Propomos neste projeto a obtenção de
calos friáveis a partir de explantes caulinares de pau-rosa, a obtenção de embriogênese somática e a
regeneração de plântulas a partir destes embriões. Este projeto possui impacto científico,
estratégico e econômico significativos para a região amazônica e para o país, permitindo a criação
de ferramentas biotecnológicas inovadoras para a produção de mudas em larga escala, atendendo
aos projetos de re-implantação da exploração de A. rosaeodora no modelo de reservas extrativistas,
contribuindo concretamente para o desenvolvimento sustentável da região amazônica e para a
conservação das populações nativas de pau-rosa remanescentes.
Projeto A – 14
Aproveitamento de Resíduos de Madeira, Elementos para a Formação de Terra Preta Nova
no Estado do Pará
Dirse Clara Kern
Instituição: Museu Paraense Emílio Goeldi
Descrição resumida da proposta do projeto: O projeto “Aproveitamento Econômico dos
Resíduos de Madeira como Alternativa para Minimizar os Problemas Socioambientais no Estado
do Pará” tem como objetivo central analisar a incorporação dos resíduos da indústria madeireira em
solos cultivados da região de Tailândia, verificando as modificações ocorridas no que se refere às
propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Na Amazônia há ocorrência de solos que foram
formados a partir da ocupação humana pré-histórica. Esses solos são altamente férteis e estáveis,
denominados de Terra Preta Arqueológica. Aparentemente as TPAs formam microecossistemas
próprios que não se exaurem facilmente, mesmo nas condições tropicais em que estão expostos ao
longo do tempo. Esses locais serviram de verdadeiros depósitos de compostagem de material de
origem vegetal e de origem animal resultando em solos férteis. Para formar a TPA, parece que foi
primordial a abundância de matéria orgânica descartada. Para tentar produzir Terra Preta Nova os
resíduos de serraria que são descartados em grande quantidade, resíduos de carvão das carvoeiras,
associados a ossos de gado de abatedouros (que na maioria das vezes também apresentam
problemas de acondicionamento), podem ser perfeitamente aproveitados. Baseado no manejo
sustentado do solo e de seus recursos naturais esta atividade está apoiada em 3 bases: a conservação
dos ecossistemas urbanos, o seu desenvolvimento e a sua difusão de sistemas de manejos que são
sustentáveis em termos ecológicos, sociais e econômicos. O projeto parte da premissa que as
comunidades envolvidas, poderão garantir a comercialização do beneficiamento dos rejeitos
(adubos orgânicos) e poderá oferecer subsídios para a implantação de programas que beneficiem
este tipo de rejeito e garantir o aumento da produção agrícola, gerando emprego e renda para a
população local.
Projeto A – 15
Enchentes na bacia do Rio Acre e seus efeitos catastróficos na cidade de Rio Branco: definição
e implementação de um plano estratégico de defesa de inundações
Edgardo Manuel Latrubesse
Instituição: Universidade Federal de Goiás
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Embora significativos avanços foram
alcançados na Amazônia no que diz respeito a estratégias de identificação e demarcação de áreas de
conservação, desenvolvimento sustentável e melhoras nas condições de vida das populações
ribeirinhas, as grandes cidades amazônicas continuam a sofrer diversos problemas ambientais
relacionados a um planejamento urbano ineficiente e a um crescimento exponencial da sua
população nas ultimas décadas. Na Amazônia, onde se encontra a maior e mais importante rede
fluvial do planeta, a ligação homen- natureza tem como componente principal o sistema fluvial, e
historicamente a ocupação da Amazônia tem se dado através de sua vasta rede de drenagem.
Paradoxalmente, ao contrário do que acontece em outras regiões do planeta onde também existe
uma profunda ligação entre o homem e os rios, como índia, Bangladesht (Rios Ganges e
Bramaputra), Vietnã (Rio Mekong), China (Rio Yang Tse), USA (Rio Mississipi) e em vários
países Europeus (diversas bacias de médio a pequeno porte) onde acontecem verdadeiras
catástrofes geradas pelas cheias, as grandes cidades Amazônicas ficam isentas do efeito devastador
das inundações. Importantes capitais como Manaus, Porto Velho, Macapá e Boa Vista foram
fundadas às margens de grandes sistemas fluviais, mas a única capital de Estado seriamente afetada
pelas inundações em toda a Amazônia é Rio Branco, no Estado do Acre. Localizada na bacia do
Rio Acre, a cidade de Rio Branco sofre episodicamente catastróficas inundações que chegam a
afetar pelo menos um terço de sua população. As perdas que chegam a ser de dezenas de milhões
de reais comprometem economicamente a capital do Acre e, portanto todo o Estado. Devido a
enormes perdas geradas para toda a região, afetam milhares de pessoas (-70.000 pessoas durante a
enchente de 1997), comprometem a saúde pública com a disseminação de doenças, ajudam a
contaminar o lençol freático localizado na planície aluvial, e diminuem a qualidade ambiental da
área urbana. Adicionalmente a este problema, o desenho particular do rio Acre, que apresenta um
padrão sinuoso, na forma de meandros complexos que migram lateralmente produzindo erosão, faz
com que vários setores da cidade sejam também afetados por movimentos de massa gravitacionais
(deslizamentos) que condicionam a vida de quase 20.000 pessoas e que produzem graves
problemas de manutenção na infraestrutura e serviços urbanos, assim como destacadas perdas
econômicas. A bacia do rio Acre é o principal eixo de desenvolvimento do Estado do Acre e de sua
área provém a maior parte da produção econômica do Estado. Mais de 14 % da bacia já foi
desmatada e acalorados debates têm acontecido na sociedade acreana, onde se discutem se estas
taxas de desmatamento e as mudanças no uso da terra têm ou não afetado o regime hidrológico do
rio Acre levando a uma dinâmica mais extrema de enchentes e vazantes. Por exemplo, durante a
grande seca de 2005 as opiniões ficaram divididas entre uma visão catastrofista que pregava uma
posição ambientalmente radical, onde o sistema hidrológico local teria sido totalmente afetado
pelos processos de desmatamento, e outros que sugeriam que nada tinha acontecido diante às
profundas modificações da cobertura vegetal sofridas pela bacia. Embora notáveis e numerosos
avanços foram feitos no Estado do Acre com a finalidade de ordenar seu território de uma forma
mais sustentável, dentre os quais se destaca o Zoneamento Ecológico e Sócio Econômico do Estado
e a implementação de obras de contenção de erosão na cidade de Rio Branco (de duvidosa
efetividade e alto custo), não existe até o momento um diagnóstico detalhado e cientificamente
validado sobre: a) A dinâmica de enchentes na bacia do Rio Acre; b) Os efeitos do desmatamento
sobre o sistema fluvial e o seu regime hidrológico; c) Identificação, na cidade de Rio Branco, dos
mecanismos de transferência das cheias para a planície aluvial, hoje ocupada em grande parte pela
população; d) Geração de um verdadeiro mapa de qualidade ambiental nas áreas urbana de Rio
Branco que tenha em consideração o mapa de risco de enchentes que inclui os conceitos de
periculosidade e vulnerabilidade; e) Organização de um plano de alerta e defesa de inundações para
a zona urbana; f) Proposta concreta e integrada de construção de obras de engenharia de baixo
custo e de baixo impacto para o meio ambiente, e que se adequem às condições particulares da
região e que não sejam simplesmente a “importação” de obras de engenharia tradicionalmente
utilizadas em rios da região sul-sudeste. O nosso projeto propõe gerar todas as informações e
produtos enunciados acima e transferir os mesmos às autoridades e à sociedade como um todo do
Estado do Acre, com o fim de oferecer ferramentas concretas e viáveis que liberem a população
acreana do efeito das perigosas inundações, que ajudem os habitantes a conviver com elas sem que
seja afetado o meio ambiente, respeitando as particularidades naturais desta fascinante região e que
permitam também eliminar as perdas econômicas milionárias que o estado e o município sofrem.
Projeto A – 16
Criação do minhocuçu cuiabano como forma alternativas de atividade econômica para
comunidades de baixa renda
Edilaine Regina de Mattos Theodoro
Instituição: Secretaria de Estado do Meio Ambiente
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A baixada cuiabana é uma região que
necessita de alternativas sócio-econômicas e tecnológicas para o seu desenvolvimento e
ordenamento das atividades existentes. Comunidades tradicionais da baixada cuiabana sobrevivem
até hoje desenvolvendo atividades que seus antepassados lhes ensinaram. Este é o caso dos
catadores de iscas vivas, são pessoas que sustentam suas famílias a mais de trinta anos catando o
minhocuçu cuiabano e vendendo para casas que comercializam iscas vivas para pescadores
amadores. Esta atividade não é reconhecida, portanto não é regulamentada, e é até mesmo
considerada ilegal, pois o IBAMA não permite a exploração da fauna silvestre em ambiente natural
sem autorização. Por isso a necessidade de se criar uma tecnologia que permita o seu
desenvolvimento em cativeiro.
Projeto A – 17
Monitoramento de efeitos naturais e antrópicos do Rio Juruá na fragmentação ambiental
Faibemi de Souza Costa; Karen Adami Rodrigues
Instituição: Universidade Federal do Acre, Campus Floresta, Cruzeiro do Sul
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A fragmentação ambiental promovida pelo
caudal (vazão e pressão horizontal) do Rio Juruá em suas encostas, sobretudo nos trechos mais
sinuosos, é um processo natural, que é agravado quando essas encostas têm a mata ciliar retirada
e/ou são utilizadas para atividades agrícolas e pecuárias. O monitoramento desses processos pode
ajudar a identificar medidas mitigatórias, que assegurem estabilidade ambiental, social e econômica
para as comunidades ribeirinhas. O monitoramento será realizado inicialmente em três trechos de
sinuosidade e ângulo de curvatura semelhante, de modo a se garantir a mesma pressão hidráulica,
velocidade de arraste e capacidade erosiva do caudal. Esses trechos serão selecionados da seguinte
forma: 1) trecho sem ocupação antrópica; 2) trecho impactado por ocupação antrópica, e 3) trecho
impactado com estabelecimento de medidas mitigatórias da fragmentação. Os indicadores a serem
utilizados serão: dinâmica do Rio Juruá sobre suas encostas; sistema de deposição de sedimentos
das estações amazônicas de inverno-verão, e características físico-químicas da água do rio e dos
sedimentos carregados. Para a implantação do monitoramento, serão realizadas avaliações
periódicas desses indicadores. Com base em análises, medidas mitigatórias serão aplicadas a partir
do uso de modelagem da dinâmica do Rio Juruá sobre suas encostas. Serão ainda ministrados
minicursos de educação ambiental, visando sensibilizar a população ribeirinha sobre a temática do
projeto. Em especial, o teor de carbono orgânico nos sedimentos será avaliado, como forma de
indicar alterações no estoque de carbono no solo de encostas utilizadas com atividades agrícola e
pecuária. Para instalação do monitoramento, serão identificados pontos estratégicos do Rio Juruá
para sediar estações de apoio ao desenvolvimento do projeto e para ações socioambientais, que
possibilitem geração de renda para a comunidade.
Projeto A – 18
Soluções Ambientais – Tecnologias Limpas
Felipe Romici Zane Lordelo Nogueira
Instituição: Universidade Federal da Bahia – UFBA
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Observar como é realizado o processo
produtivo de cada cliente (comercial) e melhorar o que pode ser corrigido, com o objetivo de
diminuir ou evitar desperdícios, aproveitando melhor a matéria-prima e os insumos de produção
(Produção mais Limpa) estimulando o desenvolvimento e garantindo a qualidade do produto nas
exigências do mercado atual. Lembrando que maneiras erradas de conduzir determinados processos
produtivos, além de causar um desequilíbrio ambiental que põe em risco a saúde humana, resultam
em enorme prejuízo econômico e produtivo.
Projeto A – 19
Trilhas do Amazonas: Planejamento e Gestão de sistema de trilhas ecológicas com base
comunitária para sensibilização e conservação do meio ambiente
Francisco Everardo Girão
Ronisley da Silva Martins
Willer Hermeto Almeida Pinto
Instituição: Universidade Estadual do Amazonas – UEA
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O projeto Trilhas do Amazonas tem como
principal objetivo o ordenamento das atividades em trilhas de três municípios: Manaus, Iranduba e
Presidente Figueiredo. O projeto prevê o mapeamento dos sistemas de trilhas nos empreendimentos
turísticos, nas unidades de conservação e nas pequenas comunidades, qualificar guias e gestores de
trilhas e monitores ambientais para o planejamento e implantação deste sistema. Desta forma, o
projeto deve contribuir para despertar em todos os envolvidos a questão da sustentabilidade e o uso
racional dos recurso naturais e melhorar a qualidade de vida.
Projeto A – 20
Diversificação florestal, gestão comunitária e conservação ambiental: fortalecendo estratégias
extrativistas de desenvolvimento local no Acre
Francisco Kennedy Araújo de Souza
Instituição: Universidade Federal do Acre
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Esta proposta, em colaboração com uma rede
de parceiros governamentais, não governamentais e comunitários, contribuirá para a indicação de
alternativas de desenvolvimento local na Amazônia baseada no aproveitamento sustentável dos
recursos naturais por comunidades extrativistas. O Estado do Acre, com aproximadamente 11 % de
sua área desmatada, durante os últimos 8 anos tem implementado um modelo de política pública
combinando uso sustentável dos recursos naturais e integração regional de mercado. Com 19% da
sua área ocupada por reservas extrativistas (RESEX) e projetos de assentamentos extrativistas
(PAE), a decisão sobre as estratégias econômicas dos moradores tem o potencial de sugerir um
modelo alternativo de desenvolvimento local. Aliando objetivos econômicos e conservação
ambiental, essas comunidades têm criado estratégias inovadoras por meio da combinação de
múltiplas atividades econômicas como produtos madeireiros, não madeireiros, agricultura e criação
de pequenos animais. A RESEX Chico Mendes e o PAE Porto Dias têm sido duas áreas
referenciais nesse contexto. Na primeira, a diversificação florestal com açaí, castanha do brasil,
copaíba e sementes tem contribuído para uma renda média anual variando de US$ 950.00 a
3,500.00. Famílias do Porto Dias, de outro lado, também combinando uma série de opções
econômicas, receberam em 2003, a certificação florestal pelo Forest Stewardship Council (FSC). O
sucesso dessas comunidades poderá contribuir para a melhoria da qualidade de vida de
aproximadamente 3 mil famílias e ao mesmo tempo servir como um modelo referencial para áreas
similares na região amazônica. Todavia, um dos principais estrangulamentos desses comunitários
tem sido a sua capacidade de gestão e planejamento considerando aspectos econômicos, sociais e
ambientais. Essa proposta objetiva fortalecer essas alternativas extrativistas por meio do
oferecimento de opções econômicas integrando capacitação em manejo florestal, planejamento
comunitário e comercialização. Para este fim sob a coordenação da Universidade Federal do Acre
(UFAC), uma rede de parceiros constituída entre outros, pelo SEBRAE/Acre, Centro dos
Trabalhadores da Amazônia (CTA), Secretaria Estadual de Extrativismo e Produção Familiar
(SEPROAF), Prefeituras de Acrelândia e Brasiléia, Banco da Amazônia (BASA) e cooperativas e
associações de moradores das áreas. Os resultados antecipados por esta proposta são: 1) aumento
em 30% na renda média das famílias; 2) consolidação de um centro de gestão comunitário na
UFAC; 3) formação de pelo menos 50 gestores comunitários; 4) uma rede de organizações
assessora em gestão e manejo sustentável dos recursos naturais; 5) um plano estratégico de
negócios para cada uma das áreas. Um grupo de profissionais incluindo economistas, agrônomos,
engenheiros florestais e geógrafos serão envolvidos na proposta. O custo aproximado para a
execução dessas ações será de R$ 195.000,00, do qual aproximadamente 65% serão custos diretos
com os comunitários parceiros dessa proposta.
Projeto A – 21
Fortalecendo a Rede GPFC- Grupo de Produtores Florestais Comunitário do Estado do Acre
enquanto estratégia de desenvolvimento com sustentabilidade
Georgheton Melo Nogueira
Instituição: Centro dos Trabalhadores da Amazônia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Nos últimos anos cresce de forma
significativa as experiências de “REDES” no Brasil. Essas estratégias de articulação surgem, quase
sempre, como uma alternativa de fortalecimento e disseminação de “experiências pilotos”, que se
pautam na solução de problemas colocados para as mais diversas realidades sócio – ambientais
brasileiras. Na região sudoeste da Amazônia, quando o assunto é o Manejo Florestal Comunitário,
podemos citar como uma experiência inovadora e inédita o Grupo de Produtores Florestais
Comunitário – GPFC, que representa uma importante estratégia de articulação em REDE, única na
Amazônia Brasileira, que vem comprovando a viabilidade sócio – econômica, ambiental e cultural
do Manejo Florestal Comunitário. Ao longo dos últimos 04 anos, o Grupo de Produtores Florestais
Comunitários do Acre foi o responsável pelas seguintes ações, corroborando esta afirmação: •
Estruturação de uma política de preços e vendas que atendam as especificidades, o valor ambiental
e social agregado do Manejo Florestal Comunitário, servindo atualmente como referência para o
balizamento de preços de produtos das experiências de manejo comunitário em outras regiões da
Amazônia; • Comercialização de aproximadamente 3.800 m3 de madeira manejada em regime de
pequena produção, o que representou uma circulação adicional em cinco (05) Seringais do Acre, na
ordem de R$ 805.000,00, sendo o acréscimo médio de renda anual nas 44 famílias que efetivamente
comercializaram seus produtos madeireiros certificados, de R$ 3800,00/família. Esta renda foi
obtida para 34 dias trabalhados ao longo de 01 ano; • Discussões que culminaram com a isenção de
100 % do ICMS para produtos madeireiros certificados; • Aumento no número de engenheiros e
técnicos florestais contratados exclusivamente para dar assistência técnica, via Secretaria de
Assistência Técnica e Extensão Agroflorestal – SEATER; • Participação nas discussões para a
criação e estruturação do Conselho Estadual de Desenvolvimento Florestal Sustentável; •
Contribuiu com a adequação da instrução Normativa 004, de 04 de março de 2002, que regulamenta
o Manejo Florestal no Brasil e o do Projeto de Lei de Gestão de Florestas Públicas; • Realização de
estudos de mercado e plano de negócios; • Formação e capacitação de 66 produtores, produtoras e
lideranças em práticas de manejo florestal comunitário de impacto reduzido e gerenciamento de
associações comunitárias; • Estruturação de estratégias de enfrentamento das queimadas que
assolam o estado nos meses de agosto e setembro; • Constituição de uma organização específica
que viabilize a comercialização de produtos florestais oriundos das comunidades, a saber:
Cooperativa dos produtores Florestais Comunitários do Acre – Cooperfloresta; • Contribuição para
a estruturação de uma Cooperativa específica para viabilizar a prestação de serviço em atividades
florestais no estado pelos próprios produtores comunitários a COOTAF – Cooperativa dos
Trabalhadores em atividades Florestais das regiões do Baixo e Alto Acre – Cootaf. Estes fatos
foram de fundamental importância para o fortalecimento do manejo florestal comunitário como
uma alternativa à cooptação pela exploração predatória de madeira, que tem crescido
demasiadamente no Acre ao longo das principais estradas de acesso ao interior do estado, em
função da falta de alternativas econômicas que viabilizem a pequena produção nos seringais e
projetos de assentamento de reforma agrária. Outro aspecto de fundamental relevância é o fato de
que o manejo vem viabilizando a manutenção dos “povos da floresta” em suas comunidades de
origem, diminuindo o êxodo rural/ florestal, aumentando a qualidade de vida destas populações,
gerando emprego e renda e estimulando a economia regional numa base de desenvolvimento atenta
às peculiaridades da Floresta Amazônica. No campo das políticas públicas, podemos destacar o
GPFC como um espaço de aprendizado para técnicos, lideranças e produtores no sentido de como
se qualificar e tornar mais eficiente as intervenções da sociedade civil na articulação de políticas
públicas que dizem respeito ao manejo florestal comunitário. As reuniões do conselho gestor do
Grupo se configuram como um espaço de ligação direta entre os atores que estão vivenciando as
atividades relacionadas ao manejo na prática – os produtores – e as mudanças necessárias ao
fortalecimento dos projetos e nas comunidades. Os assuntos discutidos extrapolam a produção
florestal. São tratados outros temas relacionados ao Desenvolvimento Local Sustentável, tais como:
saúde, educação, relações de gênero, geração de renda, controle de queimadas etc. Passados esses
primeiros anos de funcionamento e em função de: • um crescente aumento do número de
comunidades que vem optando pelo manejo florestal comunitário como um estratégia de geração de
emprego e renda e de desenvolvimento local; • uma estruturação de organizações específicas para
cuidarem de aspectos relevantes relacionados a Produção e a Comercialização; • um novo contexto
de mercado que impulsiona o estabelecimento de parcerias com a iniciativa privada, tanto para o
aprimoramento das etapas de beneficiamento da produção, quanto para a própria comercialização,
Propõe-se, nesta proposta, um conjunto de atividades onde seja possível promover uma avaliação
da trajetória do Grupo até o momento, analisar a conjuntura social em que o mesmo está inserido e
ajustar a sua proposta de funcionamento conforme as dinâmicas atuais. Estas atividades
possibilitarão: • uma maior aproximação da iniciativa privada, da pesquisa, do governo e entidades
de apoio em geral; • a qualificação da entrada de novas associações de produtores florestais no
mercado, de forma organizada, articulada; • o redirecionamento das estratégias de articulação e
representação do GPFC; • o delineamento de um novo desenho de funcionamento que possibilite
um maior envolvimento das famílias que trabalham com atividades relacionadas ao MFC na Rede; •
avaliar o resultado do trabalho da REDE GPFC nos últimos 04 anos com vistas a ajustá-las; •
analisar a conjuntura que a rede GPFC está inserida, fortalecendo assim a interação das associações
que detêm experiências de manejo florestal comunitário com o setor empresarial, acadêmico,
governamental e não governamental no Sudoeste da Amazônia Brasileira; • fortalecer as estratégias
produtivas locais de modo a potencializar novas comunidades a entrar no mercado de produtos
florestais comunitários de uso múltiplo; • estruturação de um novo desenho de funcionamento da
REDE que potencialize suas estratégias de representação, articulação, troca de experiências,
comercialização e envolvimento de novas experiências.
Projeto A – 22
Recursos vegetais não-madeireiros da região de Sinop (MT): as plantas medicinais da floresta
Germano Guarim Neto
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Trata-se de pesquisa relativa às
possibilidades de utilização sustentável de recursos vegetais não-madeireiros de uma região
florestal no norte de Mato Grosso, mais precisamente no município de Sinop. É uma região que se
encontra sob o forte impacto da atividade madeireira, necessitando de ações que possam viabilizar
outras formas de uso da floresta, no contexto da relação que se estabelece entre ser humano e
recursos vegetais. A proposta tem como fundamento básico a busca das plantas medicinais de áreas
florestais, pouco conhecidas nas suas potencialidades. Dela emergirão indicadores da riqueza
florestal, suas plantas medicinais, em uso ou não por populações da região.
Projeto A – 23
Proposta para o Desenvolvimento Sustentável da Comunidade de Quebradeiras de Coco
Babaçu do Município de Sampaio – TO, Programa Agenda 21
Gilda Schmidt
Instituição: Fundação Universidade Federal do Tocantins
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: No Estado do Tocantins os babaçuais da
região do Bico do Papagaio ocupam uma área de cerca de 9.500 hectares, com aproximadamente
2.000 habitantes vivendo em condições de extrema pobreza. O Sistema tradicional de exploração
do coco babaçu através de quebra manual, tem sido responsável pela baixa taxa de aproveitamento
do potencial de coco existente, assim como a diminuição da oferta de amêndoas às indústrias
esmagadoras. Esse sistema apresenta um baixo rendimento da mão de obra e apenas as amêndoas
que correspondem a 7% do peso do coco são aproveitadas, ficando no campo como resíduos, 93 %
restantes, material esse que poderiam ser extraídos o mesocarpo rico em amido e o endocarpo que
pode ser transformado em carvão de alto poder calorífico. Sendo assim é proposto o
aproveitamento integral do coco babaçu como alternativa para resolver tais problemas e dar às
famílias oportunidades de ocupação e rendimento, agregando valor a comunidade e melhorando
assim as condições de vida das famílias envolvidas.
Projeto A – 24
Piraru Ecology Hotel
Hélio Alves Feitosa
Instituição: Nexus Consultoria Múltipla
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Trata-se de um projeto ecológico de um hotel
a ser implantado numa área de preservação particular com 57.000 hectares, local único no mundo
pelas suas riquezas naturais (flora, fauna).é a maior reserva de preservação de pirarucu do brasil, no
local será construído um dos mais modernos hotel flutuante do mundo com 40 a 60 suítes, 2
restaurantes, duas piscinas, quadra de esportes, tudo isso sem nenhuma agressão ao meio ambiente,
o projeto de engenharia e arquitetura já está totalmente concluído.
Projeto A – 25
Diversidade e História Natural das Serpentes da Região de Santarém, PA, Brasil
Hipócrates de Menezes Chalkidis
Instituição: Faculdades Integradas do Tapajós
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A Região Neotropical é a região que abriga a
maior biodiversidade do planeta. Nela estão inseridas as maiores florestas tropicais do mundo com
5.600.000 km2, ou 50% de todas as florestas tropicais do mundo. Essa biodiversidade pode ser
registrada através da riqueza de anfíbios e répteis que ocorrem em uma região. Estas informações
básicas são fundamentais para o delineamento de políticas públicas de conservação e preservação
desta fauna extremamente mal conhecida e diversa. Na região amazônica, a realização de
inventários de longo prazo é dificultada pelas condições regionais logísticas, financeiras e
territoriais. Em geral, os inventários realizados na região são incompletos e fragmentados. O
conhecimento atual sobre a diversidade de serpentes amazônicas está limitado a poucos estudos:
Dixon (1979) lista 63 espécies de serpentes para a região amazônica oriundas de inventários gerais;
Vanzolini (1986) registrou 57 espécies de serpentes em Rondônia; Cunha e Nascimento (1993)
registraram 87 espécies de serpentes do Leste paraense; Martins & Oliveira (1998) listam 66
espécies na Reserva Ducke, região de Manaus; Frota et al. (2005) registraram 85 espécies de
serpentes na região Oeste do Pará. Este projeto propõe o inventário da fauna de serpentes da região
de Santarém, através de metodologia aceita internacionalmente e assim fornecer informações sobre
história natural, distribuição e atividade sazonal das espécies, fornecendo subsídios para planos de
conservação e manejo, assim como informações essenciais para orientar o uso de áreas naturais na
região de Santarém, essenciais após a ampliação das fronteiras agrícolas que aumentam a cada dia o
desmatamento na região.
Projeto A – 26
Microfone Ecológico com Fio e sem Fio e Outros Derivados
Job Cruz de Pinho
Instituição: Alô Som da Amazônia – Microfone Profissional
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Utilização dos resíduos da madeira na
fabricação de microfones e conectores do cabo.
Projeto A – 27
Coleta de Lixo Orgânico e Químico (Lixo Branco)
José Roberto Guedes de Oliveira
Instituição: Associação Preparando Pessoas – APP
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O presente trabalho tem por escopo
demonstrar o quanto é importante a coleta do lixo orgânico e químico, ou seja, do “lixo branco”
para a questão da saúde pública e, consequentemente, da sustentabilidade do meio ambiente em que
vivemos.
Para a região amazônica, particularmente, isto seria de suma importância, na sua
aplicabilidade, já que estamos em busca de todos os meios possíveis para preservar o seu
ecossistema.
É-nos imperativo apresentar trabalhos ou subsídios à região, como contribuição para a
melhoria, preservação do seu meio ambiente e, acima de tudo, a defesa desse complexo amazônico
tão importante não só para o Brasil como para o mundo todo.
É este, pois, o significado do nosso modesto trabalho, na certeza da melhor acolhida possível.
Valemo-nos, nestas primeiras palavras, do artigo 225 da nossa Constituição de 1988: “Todos
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá- lo para as presentes e futuras gerações”.
Pois bem. Em todas as palavras e conceitos que se possa empregar o texto do artigo 225,
poder-se-á também inserir a questão do lixo branco: direto ao meio ambiente salutar, equilíbrio
ecológico, qualidade de vida sadia, responsabilidade do poder público e dos cidadãos, defesa e
preservação do sistema ambiental e, finalmente, a utilização desse modelo para o benefício das
gerações de hoje e as do amanhã..
Vamos, então, pelas considerações gerais: Tem sido muito discutido a questão da
contaminação por parte do lixo branco, isto é, o lixo de origem orgânico e químico.
Quando este lixo é apanhado, transportado e depositado no denominado “lixão”, ocorre um
longo processo de contaminação do ar, das pessoas – do ecossistema, enfim.
A manipulação de tal lixo é sempre algo preocupante, já que se sabe das muitas notícias de
transmissão de doenças, contágios, acidentes, etc.
O coletor do lixo (lixeiro), os seus transportadores e o “lixão” em si, são sempre os mais
afetados. Isto, sem falar dos catadores de lixo que atuam nestes “lixões”. É todo um complexo tal,
que devemos estar constantemente atentos.
Produtos de hospitais, laboratórios, etc. (como seringas, agulhas, frascos de remédios, partes
orgânicas mutiladas ou extraídas), assim como de laboratórios químicos, com composições diversas
e perigosas, exigem, pois, uma disciplina especial para o seu manuseio.
Assim é que o projeto envolve a todos os que estão nestas áreas, visando preveni-los de
qualquer contágio ou acidente.
O invólucro destes produtos, o seu apanho e o seu transporte até o incinerador deve ocorrer
com todo cuidado possível, para que todos estejam perfeitamente isentos de qualquer contágio.
Pessoal qualificado, treinado, utilizando equipamentos adequados, é primordial para o êxito
do projeto e sua praticidade.
Com um custo reduzido, isto é possível realizar, contando com:
•
pessoal treinado para a coleta e transporte até o incinerador,
•
veículo tipo “furgão” fechado,
•
Instalação do incinerador só para este tipo de lixo (orgânico e químico),
•
supervisão da Secretaria Municipal de Meio Ambiente,
•
supervisão da Secretaria Municipal da Saúde,
•
Secretaria Municipal da Fazenda,
•
Secretaria Municipal de Obras e Manutenção Pública.
Eis, pois, em linhas gerais, o que o projeto pode permitir ao município, dentro dos parâmetros
legais de cidade limpa, contribuindo, assim, com o meio ambiente salutar.
Para a efetiva viabilização do projeto, há uma série de órgãos e empresas, numa colaboração
mútua.
Em vista do exposto e em razão do problema de coleta de lixo orgânico e químico, pela
contaminação que isto pode ocorrer, elaboramos este projeto, visando o envolvimento dos
seguintes: como órgão público: Prefeitura Municipal (Serviço de Coleta de Lixo, Pessoa
Especializada e Secretaria da Fazenda do Município). Já na questão da empresas privadas, temos:
Hospitais, Laboratórios de Análises, Clínicas Veterinárias, Consultórios Médicos, Clínicas
Médicas, Farmácias, Farmácias de Manipulação, Drogarias, Consultórios Dentários, Clínicas
Dentárias, Pronto Socorros, Postos de Saúde, Clínicas Radiológicas.
Pela Prefeitura Municipal, teríamos a elaboração de uma lei para a cobrança dessa taxa de
recolhimento, que poderá se efetivar através do carne do IPTU ou carnê distinto, cuja cobrança será
mensal. Além desse dispositivo, é necessário:
•
A construção de um incinerador para que este material coletado seja extinto, com aparelhos
de descontaminador (filtro) do ar, produzido por essa queima.
•
A devida orientação e treinamento do pessoal de coleta, em veículo próprio, sendo que estes
funcionários deverão estar equipados com proteção, principalmente nas mãos.
•
Que o resultado dessa taxa seja exclusivamente direcionado para a manutenção desse
pessoal, renovação de equipamentos, frota de veículos e manutenção destes, aquisição de
material de embalagem, etc.
•
Que a Prefeitura aplicará as devidas multas por não observância do que dispõe a lei.
•
Que terá o envolvimento da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente, para a efetiva
orientação e aplicação desta coleta.
•
Que a Prefeitura Municipal distribuirá um folheto explicativo a todos os envolvidos, a fim
de esclarecê-los dessa necessidade e da importância que este “lixo branco” seja coletado
independentemente do lixo comum.
•
Que a Prefeitura Municipal elabore um cadastro geral de todos os envolvidos, mantendo-o
sempre atualizado.
•
Que a Prefeitura Municipal elabore um cronograma de retirada do material, que deverá
constar os dias da semana e os seus respectivos horários de coleta.
Pelo lado das empresas envolvidas, neste caso a sociedade civil como um todo, teríamos:
•
A plena conscientização do programa de coleta e seus benefícios.
•
A adesão ao programa, em compromisso de não colocar o “lixo branco” junto com o lixo
comum.
•
A disponibilidade de acatar estas diretrizes estabelecidas, visando, acima de tudo, o não
contágio dos coletores de lixo, bem como das prerrogativas de defesa do Meio Ambiente.
•
A manutenção do cadastro junto a Prefeitura Municipal, com o endereço do
estabelecimento, razão social, telefone, etc.
•
A participação efetiva no programa, com sugestões para a elaboração desta lei, em comum
acordo, sempre tendo como objeto o não contágio do pessoal coletor e não poluição do Meio
Ambiente.
Em síntese, é um projeto de alcance geral e podendo contar com recursos financeiros do
próprio município ou de outros órgãos fomentadores da sustentabilidade. O próprio Ministério do
Meio Ambiente, em conjunto com as Secretarias de Meio Ambiente dos Estados e Secretarias ou
Departamentos de Meio Ambiente dos Municípios, poderiam arcar com a locação de valores, num
primeiro plano de instalação ou realização do projeto.
Projeto A – 28
Sistema de Separação de Água em Máquina de Lavar Roupa para Reuso da Água em
Descargas Sanitárias
Josita Correto da Rocha Priante
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O sistema é constituído por uma máquina
de lavar roupa, no qual a água de descarte é conduzida primeiramente, para um reservatório inferior
e posteriormente direcionada para o reservatório superior, por meio de tubulação, utilizando uma
bomba com ligação automática Esse sistema é possível de ser realizado, pelo uso de um dispositivo
acoplado a máquina de lavar roupa, o qual faz automaticamente a separação da água com
amaciante, que será utilizada para diversos usos. Na caixa d’água superior que recebe a água de
reuso, também recebe água potável pela existência de duas bóias, uma que controla a entrada da
água potável, que somente funciona se não houver água de reuso, pois o nível crítico para o
funcionamento é mais profundo do que o nível crítico da água de reuso, como é possível a
utilização de somente uma caixa de descarga. A água de reuso poderá ser direcionada tanto para
descargas sanitárias, como também para rega de jardins, lavagem de pisos e outras atividades. O
consumo da água de reuso para atender a fins não potáveis, como na descarga sanitária é bastante
viável, pois uma boa parcela de água potável é poupada. Contribuindo para uma maior
disponibilidade de água potável para outros fins que exijam água potável, como higiene pessoal e
na alimentação. Nem sempre a economia é significativa em termos financeiros, porém com a
escassez cada vez maior da água, a quantidade economizada passa a ser muito expressiva. Já foi
feita a otimização do sistema automático de separação de água para as máquinas de lavar roupas
automáticas disponíveis no mercado.
Projeto A – 29
Projeto Rota Ecológica Roosevelt-Rondon
Juarez Caesar Malta Sobreira
Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Este projeto pretende realizar uma nova
expedição científica, de caráter multidisciplinar, seguindo o itinerário percorrido pela “Expedição
Científica
Roosevelt-Rondon”,
realizada
emprestaram seu nome à referida expedição.
em
1913/1914,
cujos
protagonistas
principais
Projeto A – 30
Árvores Campeãs
Judibal Carvalho Cabral
Instituição: Universidade do Estado do Amazonas – UEA
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O Projeto de Árvores Campeãs inicia com a
proposta de identificar e dedicar especial proteção para árvores extraordinárias utilizando o Decreto
Lei 25, de 30/11/1937 que organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e a Lei
8.171 de 17/01/ 1991 que coloca a proteção do meio ambiente entre seus objetivos e como um de
seus instrumentos. Até hoje, entretanto, no Estado do Amazonas e possivelmente no Brasil, não
existam dados reunidos de nenhuma árvore individual ou grupo de árvores que tenham sido
declaradas como protegidas com base em seu tamanho, altura, idade, taxa de crescimento, cor,
floração, frutificação, flagrância, e outros atributos biológicos. Todo ano, muitas árvores campeãs
sucumbem por ações naturais ou artificiais. Esta tragédia é verdadeira – e não simplesmente
sentimentalismo. Estas árvores são uma herança ecológica e um tesouro genético a ser
salvaguardado para futuras gerações. Enquanto isso, nenhum esforço específico tem sido feito para
preservar e estudar estes únicos, raros e ameaçados recursos naturais. Então, quando uma árvore
campeã morre, sua memória genética nascida para crescer forte e longeva, é perdida também. Este
projeto visa também coletar material genético das árvores campeãs. Em missão pioneira, amostras
de tecidos celulares e DNA das maiores espécies de centenas de árvores serão coletadas para
aprendermos mais sobre sua longevidade e crescimento e salvá-las para futuras gerações. Projeto
Árvores Campeãs contempla também, a restauração do espírito comunitário replantando dúzias de
sua árvore campeã, pois existem muitas árvores que estão ligadas a nossa diversidade cultural e
histórica, e potencialmente candidatas ao status de Campeã, que são apenas conhecidas por
indivíduos ou comunidades. Definição do conceito de Campeã: Árvores candidatas ao status de
Campeã deverão possuir as seguintes propriedades: • Deve ser um organismo vivo • Pode ser nativa
ou exótica; • Pode estar em áreas protegidas ou jardins botânicos; • Podem estar listadas como
protegidas em outras leis; e Devem ser avaliadas por um sistema de categoria e critérios para
merecer o status de Campeã. SISTEMA DE CATEGORIAS E CRITÉRIOS: Atributos Biológicos
é a categoria exclusiva para garantir o status de Campeã. Uma árvore candidata ao status de
Campeã deverá se enquadrar nesta categoria ou qualquer um de seus critérios para que seja
conferido o status de árvore Campeã. A altura de uma árvore pode ser de um extraordinário valor, o
que a tomaria uma árvore campeã. O tamanho da copa ou o diâmetro do tronco respectivamente,
também servem como exemplos de atributos que podem determinar se uma árvore pode ser
categorizada com o status de Campeã. Mas, a combinação do diâmetro, altura e tamanho da copa
podem também representar o status de Campeã LEGISLAÇÃO: Os conflitos na coordenação do
projeto envolvendo jurisdição, responsabilidade e administração, podem ser manifestados em
diferentes partes da legislação. Deverá existir necessidade da utilização conjunta de Leis e
Decretos, por exemplo, LEI N° 6.513, de 20/12/1977 que dispõe sobre a criação de Áreas Especiais
e de Locais de interesse Turístico com finalidades turísticas dos bens de valor cultural e natural;
LEI N° 7.804, de 18/07/1989, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação; LEI N° 4.132, de 10/09/1962 que define os casos de desapropriação
por interesse social e dispõe sobre a sua aplicação; LEI N° 4.771, de 15/09/1965 que institui o
Novo Código Florestal; Decreto Lei 25, de 30/11/1937 que organiza a Proteção do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, incluindo como patrimônio nacional os bens de valor etnográfico,
arqueológico, os monumentos naturais, além dos sítios e paisagens de valor notável pela natureza e
dá outras providências; Lei 8.171 de 17 de /01/1991 que dispõe sobre Política Agrícola e coloca a
proteção do meio ambiente entre seus objetivos e como um de seus instrumentos e outros atos
protetores dos recursos naturais, pra que esta árvore conste na Lista de Árvores Campeãs.
Projeto A – 31
Recriar o que já foi criado: a Terra Preta dos índios da Amazônia
Leonardo Fernando Cruz Basso
Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O projeto visa obter o comprometimento de
uma instituição nacional (preferivelmente aliada a uma instituição internacional) para recriar a terra
preta dos índios da Amazônia. Estou anexando o projeto completo, para que se possa ter uma ideia
mais clara sobre o mesmo.
Projeto A – 32
Gestão Integrada dos Recursos Hídricos em Áreas de Várzea, Amazônia Central.
Liane Galvão de Lima
Instituição: Organização de Serviço Sócio Ambiental Sustentável- PYRÁ
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Na Amazônia a água é fundamental ao
desenvolvimento e reprodução sociocultural das populações locais, pelos seus valores sociais,
econômicos e ecológicos, tendo em vista os usos para navegação, para a produção de alimento –
agricultura e pesca – aproveitamento hidrelétrico, ecoturismo, recreação, abastecimento domiciliar,
além de sua função no âmbito das representações culturais que norteiam o imaginário coletivo em
torno das lendas e mitos locais. O potencial hídrico da região tem apresentado lugar privilegiado na
visão de desenvolvimento. Considerando o aumento populacional e a redução das fontes hídricas
em nível mundial, a água é vista como uma riqueza futura de valor inestimável. Muitos projetos
idealizados e implementados à distância, sem levar em consideração a biodiversidade e
sociodiversidades locais, tiveram como resultado consequências inestimáveis às suas populações e
recursos, tornando-se necessário o desenvolvimento de ações capazes de reverter esse antigo
quadro. Dentro deste contexto, a presente proposta é norteada pela identificação e entendimento do
uso dos recursos naturais nos ambientes aquáticos e seu entorno, do registro e discussão das formas
intrínsecas de manejo dos recursos adotados pelas comunidades ribeirinhas envolvidas e na
identificação de alternativas econômicas potenciais, desencadeando processos de desenvolvimento
econômico rural compatíveis com as realidades locais e a manutenção dos ambientes aquáticos de
uso direto pelas comunidades ribeirinhas da região. Para que esta proposta concretize-se é
necessário um conjunto de ações: 1. Diagnóstico e planejamento participativos; 2. Revitalização da
institucionalidade multissetorial e participativa local; 3. Formação continuada e integrada para a
gestão local e o desenvolvimento comunitário; 4. Fortalecimento da sociedade civil
(institucionalização e funcionamento efetivo das Associações Comunitárias); 5. Institucionalização
de novos instrumentos legais para a co-gestão integrada dos recursos naturais das áreas de várzeas
(Acordos de Uso Integrado); 6. Definição de alternativas econômicas para o aumento da renda
local, potencializando o capital sociocultural e natural regional. Esses processos devem estar
associados a ações nas áreas de educação, saúde e fortalecimento organizacional da sociedade civil,
além de estudos ecológicos e ações que valorizem as manifestações socioculturais, que de fato
promoverão a sustentabilidade da proposta.
Projeto A – 33
Alternativa para a Recuperação de Áreas Degradadas
Liane Galvão De Lima
Instituição: Universidade Federal do Amazonas
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A controvérsia dos desmatamentos da
Amazônia impacta com a maioria das estratégias para o seu desenvolvimento sustentável. Desta
forma, apenas as atividades que levem em conta o respeito ao meio ambiente é que terão sucesso.
Por outro lado, o aproveitamento da biodiversidade amazônica tem sido, por muitos anos,
exclusivamente extrativista, com os consequentes conflitos fundiários. Considerando-se que o
modelo Zona Franca de Manaus, apesar da sua grande importância para a industrialização regional,
deixou, com os seus projetos agropecuários, imensas áreas degradadas em vários municípios da
Amazônia, além de ter contribuído para o êxodo rural. Considerando-se que o Estado do Amazonas
é um dos maiores produtores de óleo essencial de Pau Rosa, rico em Linalol – substancia utilizada
na manufatura de perfumes finos; trata-se de uma atividade extrativista e predatória, uma vez que o
Pau Rosa (Aniba roseodora) encontra-se ameaçado de extinção. Considerando-se, também, a breve
implantação do CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia), em cujos objetivos se destaca o
incentivo à instalação de empresas que se utilizem da biodiversidade amazônica para a produção de
medicamentos, perfumes e cosméticos, abre uma perspectiva econômica sem precedentes, uma vez
que possibilita a fixação dos ribeirinhos no seu habitat, permitindo-lhes um aumento substancial na
suas rendas familiares e consequentemente uma melhoria na qualidade de vida. Estamos
oferecendo, com este projeto, uma alternativa cujas peculiaridades podem superar todas àqueles
obstáculos, uma vez que a produção de plantas aromáticas, para obtenção de óleos essenciais,
permite um retorno econômico satisfatório. Acrescente-se a isto a existência de grande número de
espécies aromáticas que ocorrem espontaneamente na floresta amazônica e cuja viabilidade
econômica não foi sequer avaliada. O cultivo racional de espécies aromáticas em áreas degradadas
constitui-se numa alternativa ecologicamente correta, que poderá transformar-se na atividade
principal de inúmeras famílias do nosso “Hinterland”. Concomitantemente à produção de biomassa,
será instalada uma unidade de processamento, leia- se: extração de óleo essencial, que atenderá, de
forma centralizada, a micro região onde for instalada. Estrategicamente, este projeto será
implantado de forma escalonada, de modo a ir sendo absorvido aos poucos, como uma alternativa
inovadora na recuperação das áreas degradas da Amazônia.
Projeto A – 34
Recuperação e Proteção das Nascentes e Áreas que Margeiam o Igarapé Caranã
Luciana Surita da Motta Macedo
Instituição: Secretaria Municipal de Gestão Ambiental e Assuntos Indígenas/
Prefeitura Municipal de Boa Vista, RR.
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O município de Boa Vista apresenta uma das
maiores taxas de crescimento do Brasil, tendo quadruplicado nas últimas duas décadas, passando de
51.662 habitantes em 1980, a 200.383 em 2000. O crescimento populacional acelerado e sem
planejamento está entre as principais causas de impactos ambientais. Em Boa Vista, onde a riqueza
hídrica é um aspecto relevante, tais impactos concentram-se intensamente sobre este recurso
natural. Com base nesta realidade, o presente projeto visa recuperar Áreas de Preservação
Permanente degradadas, e reduzir os impactos causados em um dos principais Igarapés da cidade: o
Igarapé Caranã. Para alcançar este objetivo, será construído um viveiro florestal no Centro de
Ciências Agrárias da Universidade Federal de Roraima com capacidade para 150 mil mudas, que
irá constituir um importante centro de produção de mudas de espécies nativas para o Estado de
Roraima. O projeto contará também com um laboratório para tratamento e armazenamento de
sementes, a ser reformado e equipado para suprimento das necessidades do viveiro florestal. Entre
as principais atividades do projeto estão o plantio em Áreas de Preservação Permanente
degradadas; campanha de limpeza do Igarapé com participação da comunidade; monitoramento da
qualidade e quantidade de água; proteção de nascentes; educação ambiental informal em escolas e
creches; mapeamento das áreas a serem trabalhadas com criação de um banco de dados em
ambiente SIG; e ampla divulgação dos resultados e produtos do projeto. Com a realização de tais
atividades espera-se principalmente promover a melhoria da qualidade e quantidade da água, o
maior envolvimento da população e de instituições locais com a conservação dos recursos hídricos,
bem como a recuperação de áreas degradadas. Como produtos finais serão disponibilizados Planos
de Adequação Ambiental a proprietários selecionados dentro da microbacia hidrográfica do Igarapé
Caranã, e o banco de dados ficará disponível em rede on-line como contribuição a projetos de
recuperação de áreas degradadas em outras localidades do Brasil.
Projeto A – 35
Inventário da Avifauna do Município de Boa Vista – RR como subsídio ao Ecoturismo.
Luciana Surita da Motta Macedo
Instituição: Secretaria Municipal de Gestão Ambiental e Assuntos Indígenas/
Prefeitura Municipal de Boa Vista, RR.
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O município de Boa Vista possui uma
diversificada formação de habitats e nichos, dada a sua particularidade de reunir dois importantes
biomas: Cerrado e Floresta Amazônica. Apesar da presença desta biodiversidade, este município
tem sido pouco estudado por especialistas de várias áreas, incluindo os ornitólogos. A divulgação
dos poucos trabalhos realizados nesta região pode ser considerada insuficiente e descontinuados ao
longo dos anos. Pinto (1996) providenciou um histórico das explorações ornitológicas em Roraima,
onde somente três estudos foram reconhecidos entre os anos de 1831 a 1987. Um dos
levantamentos mais recentes sobre a avifauna foi realizado por Douglas F. Stotz no ano de 1987.
Além da pouca pesquisa realizada nesta região, o estado não dispõe deste material bibliográfico,
nem de uma base de dados, nem tão pouco de uma coleção com fins científicos e didáticos. O
objetivo deste projeto é realizar um inventário atualizado da avifauna presente no município de Boa
Vista – Roraima -Brasil, principalmente, em áreas com alto potencial turístico e terras indígenas
com altos níveis de relevância biológica. O projeto visa também, adquirir conhecimentos sobre a
história natural das aves nesta região, monitoramento das comunidades de aves, diagnóstico do
status das espécies, adquirir informações básicas para o manejo de populações de espécies em risco
de extinção local, e detectar as principais causas de pressão sobre a ornitofauna desta região. Este
projeto visa também com estas informações, disponibilizar para a população (comunidades,
escolas, turistas, pesquisadores e instituições) as informações sobre a avifauna da região, através da
publicação de um guia de campo e através da capacitação e incentivo a observação das aves em seu
hábitat natural (birdwatching), como valorização da biodiversidade local e incentivo ao turismo
cultural e educativo no município.
Projeto A – 36
Programa Boa Vista Limpa é Boa Vista Linda!
Luciana Surita da Motta Macedo
Instituição: Secretaria Municipal de Gestão Ambiental e Assuntos Indígenas/
Prefeitura Municipal de Boa Vista, RR.
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O município de Boa Vista, localizado no
Estado de Roraima, na zona urbana é banhado por dois dos principais rios de Roraima: o Rio
Branco e o Rio Cauamé. Juntos, propiciam aos boavistenses várias opções de lazer, tais como: os
balneários da Praia Grande, Caranã, Cauamé, Curupira, Polar e Caçarí. Além disso, o perímetro
urbano é recortado por vários igarapés e lagos que são reféns de práticas humanas que degradam o
ambiente natural, além de interferir na sua paisagem. As praças, jardins, escolas e logradouros
públicos também sofrem esses impactos decorrentes do processo de ocupação da cidade e da falta
de um programa de educação ambiental consistente. No ano de 2005, a Prefeitura Municipal de
Boa Vista, lançou o programa “Boa Vista Limpa é Boa Vista Linda”, que teve início no mês de
novembro, estendendo-se até fevereiro de 2006. O objetivo principal era realizar atividades que
incentivassem o contato harmonioso das pessoas com a natureza, a fim de evitar a degradação
ambiental. Visto que, a principal missão da educação ambiental é conscientizar e sensibilizar as
pessoas sobre a problemática ambiental, objetivando a mudança de hábitos danosos ao meio
ambiente. O programa é a oportunidade de se trabalhar conceitos de preservação ambiental, através
de atividades esportivas, pedagógicas, recreativas, artísticas e culturais, de forma participativa,
democrática e principalmente tornando seus atores, multiplicadores dos conhecimentos adquiridos.
Em vista do sucesso obtido durante as atividades realizadas, resolveu-se transformar o programa
“Boa Vista Limpa é Boa Vista Linda”, como uma atividade permanente da Prefeitura Municipal de
Boa Vista, RR.
Projeto A – 37
Produção mais limpa em Ponta de Pedra
Manoel Expedito Dos Santos
Instituição: Associação Nossa Senhora das Graças
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Implantação das oportunidades de negócios
geradas pelo programa de produção mais limpa que são: Plano Integrado de Gerenciamento dos
Residuos; Horta Comunitária; Granja Comunitária e construção de sumidouro.
Projeto A – 38
Biodigestores, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e Geração de Energia a Partir do
Biogás: Como Meio de Sustentabilidade Econômica Para Região
Maria Auxiliadora Ferreira dos Santos Filha
Instituição: Centro Universitário Luterano de Manaus /ULBRA
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O projeto tem como proposta oferecer para o
Estado e comunidade locais uma outra fonte de energia alternativa, somar conhecimento técnico e
cientifico para capacitação do sistema de geração de energia a partir do biogás, utilizando recursos
que não são usados. Incentivando assim o empreendedorismo com responsabilidade social, por
intermédio da reutilização da biomassa (efluente domestico), contribuir com a diminuição dos
impactos ambientais a partir da construção de biodigestores e do resíduo gerado torna-lo comercial
como biofertilizantes natural. Gerar emprego através da manutenção e funcionamento dos
biodigestores com contribuição para a melhoria da qualidade de vida. Biogás é uma mistura gasosa,
combustível constituída essencialmente por metano (CH4) e dióxido de carbono (C02) resultante da
decomposição da matéria orgânica em meio anaeróbio por bactérias denominadas metanogênicas.
Podendo ser usado na queima direta de aquecedores, fogões e caldeiras, além do que, com sua
conversão permite a produção de energia elétrica e térmica, como combustível tem alto poder
calorífico, que não produz gases tóxicos em altas quantidades durante a sua queima. É uma ótima
alternativa para o aproveitamento do lixo orgânico e na sua obtenção, deixa como resíduo um lodo
que é um excelente biofertilizantes. Um dos sistemas de obtenção do biogás dos mais conhecidos é
o biodigestor, que é indicado para geração de crédito de carbono. Os biodigestores são alternativas
viáveis para empresas que pretendem criar mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL) com
intenção de vender crédito de carbono no mercado internacional. A produção do biogás é possível a
partir de diversos resíduos orgânicos, como estercos animais, Iodos de esgoto, lixo doméstico,
resíduos agrícolas, efluentes industriais e dejetos humanos. O modelo usado para o projeto é o
biodigestor Chinês com uma cúpula fixa de alvenaria, uma câmara cilíndrica para fermentação com
o teto em forma de abóbora, onde o gás fica retido. Para o funcionamento do biodigestor será
utilizado, efluente doméstico (dejetos humanos) com alimentação de sistema contínuo. Visto que a
matéria-prima não tem finalidade econômica e social podendo ser usado para gerar combustível
ecologicamente correto e de fonte renovável, diferente do gás natural. E o mais interessante a
ressaltar: o resíduo do biogás (biofertilizante) é um substituto vantajoso dos adubos e defensivos
industriais. Uma alternativa diferenciada e viável econômica para o estado, que não tem uma
finalidade para seu resíduo humano, no qual pode diminuir significativamente os impactos
ambientais, colaborar com o saneamento básico em vez da construção de estações de tratamentos
de esgotos. O sistema pode ser também construído em comum ao recebimento dos dejetos da
estação, retirando do processo apenas o tratamento do efluente.
Projeto A – 39
Estratégia de Mobilização Comunitária para as Mulheres
Maria do Socorro Teixeira Lima
Instituição: Conselho Nacional dos Seringueiros
Projeto A – 40
Proposta de um Programa de Pagamento por Serviços Ambientais para a Conservação
Florestal no Amazonas: Projeto-Piloto na região de Apuí – AM
Mariano Colini Cenamo
Instituição: IDESAM – Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: As mudanças climáticas globais correntes em
nosso planeta vêem sendo encaradas como o maior problema ambiental de todos os tempos em
escala mundial. O aumento na concentração atmosférica dos Gases de Efeito Estufa (GEE) –
principalmente o dióxido de carbono – poderá desencadear, nos próximos cem anos em um
acréscimo na temperatura média anual do planeta, de 1,4 a 5,8°C (IPCC, 2001). Historicamente os
países industrializados sempre foram os principais responsáveis pelo aumento na concentração de
GEE e são ainda hoje os maiores emissores desses gases. Para conter esse processo foi estabelecido
pela ONU a Convenção do Clima (UNFCCC) e o Protocolo de Quioto (PQ), um acordo
internacional criado para reduzir as emissões de GEE pelos países desenvolvidos. No PQ foram
também estabelecidos mecanismos que incentivam a redução de emissões de GEE nos países em
desenvolvimento, dentre os quais o principal é o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL),
que permite aos países industrializados investirem em projetos de “energia limpa” e
reflorestamento nos países em desenvolvimento, como forma de compensação para suas emissões.
Através deste mecanismo (MDL) diversos projetos já foram implementados no Brasil. Por outro
lado, uma das maiores fontes de emissão de GEE não está efetivamente sendo computada na
“balança” – o desmatamento das florestas tropicais (em sua grande maioria localizadas nos países
em desenvolvimento) contribui com cerca de 25% das emissões globais de C02. Segundo o
Inventário Nacional de GEE (MCT, 2004), 75% das emissões de dióxido de carbono no Brasil são
provenientes de mudanças no uso da terra, caracterizadas principalmente pelo desmatamento da
Amazónia. Além de funcionar como grande “reservatório” mundial de carbono na superfície
terrestre, a Floresta Amazônica provém outros serviços ambientais extremamente importantes para
o equilíbrio ecológico regional, nacional e mundial, como a regulação do regime de chuvas,
manutenção dos níveis dos rios e conservação da biodiversidade. O desmatamento na região tem
atingido níveis alarmantes nos últimos anos e estima-se que 17% de sua vegetação original já foi
consumida. Não existem dúvidas que o desmatamento da Amazônia precisa ser controlado para
evitar danos irreversíveis à natureza e a humanidade em escala nacional e global. O Brasil tem
enfrentado sérias dificuldades em conter esse processo e a cooperação internacional tem se
demonstrado insuficiente, para cobrir a crescente demanda por atividades e programas cada vez
mais estruturados e eficazes. A Convenção do Clima tem se mostrado como o maior acordo
ambiental em nível internacional já estabelecido. Entretanto, não tem encontrado formas eficazes
de conter o desmatamento das florestas tropicais. É clara a necessidade de contenção do
desmatamento da Amazônia como estratégia efetiva para a redução das emissões de GEE. Os
benefícios em escala internacional são indiscutíveis. Entretanto, quem deve ser onerado por esse
processo? Os países desenvolvidos possuem uma “dívida ética” com os países em desenvolvimento
por terem sido os principais responsáveis pelo atual acúmulo de GEE na atmosfera. Cabe ao Brasil
e aos demais países possuidores de florestas tropicais, concentrar esforços para a criação de um
mecanismo que permita cobrar pelos serviços prestados por suas florestas. As negociações
internacionais sobre o assunto tem se demonstrado lentas e complicadas. Banido de discussão em
2001, o assunto só voltou a figurar na pauta da Convenção do Clima durante a décima primeira
Conferência das Partes (COP 11/MOP 1), realizada em Montreal entre os dias 28/11 a 09/12 de
2005. Na ocasião foi apresentada em conjunto pelo IDESAM e a Secretaria de Estado do Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (SDS), uma proposta independente para
criação de um Mecanismo de Compensação por Redução de Emissões de GEE e prestação de
Serviços Ambientais com atividades de Conservação Florestal no Amazonas (o documento
apresentado pode ser solicitado através do e-mail: [email protected]).
Projeto A – 41
Utilizando e conservando a floresta – Manejo florestal comunitário de uso múltiplo
Maristela Resende Resendes
Instituição: Secretaria de Assistência Técnica e Extensão Agroflorestal do Estado do Acre
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O presente projeto é uma proposta para
desenvolver o Manejo florestal comunitário de uso múltiplo em uma comunidade para que essa se
destaque como referência nessa área. A atividade de manejo florestal é relativamente nova no
Brasil, em comparação a agricultura e pecuária. Quando se fala em manejo florestal comunitário é
ainda mais recente. A cultura amazônica, mesmo sendo baseada no extrativismo principalmente da
borracha e castanha foi aos poucos se transformando e hoje, devido às políticas públicas dos
governos passados, que incentivavam a agropecuária como única alternativa de desenvolvimento,
passou de certa forma predominar na Amazônia. Devido a estas políticas, foi esquecido de valorizar
a riqueza natural existente na Amazônia: a floresta. Esse projeto busca ser uma referência real para
o manejo florestal comunitário de uso múltiplo além de ter como diretriz no trabalho de extensão
um processo participativo e educacional. Neste sentido, o presente projeto, tem como característica
fundamental de ser um objeto de interação com a comunidade para que as pessoas se sintam parte
dele, e dessa forma poderá servir de referência para as comunidades que já iniciaram algum tipo de
manejo, bem como para as que pretendem iniciar essa atividade. A perspectiva do Manejo Florestal
Comunitário de Uso Múltiplo é que esta seja uma proposta de uma importante alternativa para
mantermos a floresta em pé, de forma a conservar sua biodiversidade e garantindo-a para as
gerações futuras.
Projeto A – 42
O Mapa das Zonas de Degradação dos Cursos de Água Fluviais de Palmas – TO
Maurino Pereira da Silva
Instituição: Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí – CEFET/PI
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Um dos principais problemas de poluição dos
rios em nosso país, é o consumo de oxigênio dissolvido após lançamento de esgoto sem tratamento.
Projeto A – 43
A Floresta Vale Mais
Marcelo Cesar Peixoto Diniz
Instituição: Conscius – Assessoria de Comunicação Ltda.
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Este ecossistema pretende salvar a floresta
amazônica do “Arco do Desflorestamento”, que a está dizimando à razão aproximada de 2 milhões
de hectares por ano. Este ecossistema vai preservar a soberania brasileira das compras
internacionais – bilionários e empresas que compram largas áreas de florestas com o objetivo
declarado de preservar o meio-ambiente e evitar perdas substanciais com o aquecimento global e
seus efeitos – furacões, por exemplo. Este ecossistema institui um novo sistema de negócios que
beneficia o produtor rural, preserva, conserva ou reconstitui as matas nativas com financiamento
dos investidores nacionais e internacionais, altamente vantajosos para eles, formando novas
reservas florestais – capital natural para o País.
Projeto A – 44
Distribuição e Dinâmica da Hidroquímica nas Águas Subterrâneas em Cidades na Calha
do Rio Negro – Amazonas/Brasil
Márcio Luiz da Silva
Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Os oceanos contém cerca de 97% do total da
água existente na Terra e cobrem cerca de três quartos da superfície terrestre. Desse total, somente
40 milhões de km3 (correspondendo a menos de 3%) são de água doce e 22,4% são de águas
subterrâneas. A reserva de água doce potencialmente explorável, portanto, limita-se em cerca de
2,7 milhões de km3 nos aquíferos subterrâneos e cerca de 140 mil km3 nas águas superficiais,
totalizando aproximadamente 2,8 milhões de km3. Chegando a escoar 1/5 do volume da água doce
de todo o planeta, o potencial médio de água doce nos rios da Amazônia chega a 3.3845,5 km3/
ano, representando cerca de 68% do total nacional e resultando numa disponibilidade social de
374.905 m3/hab./ano. A UNESCO tem registrado um crescimento acelerado na utilização das
águas subterrâneas e, consequentemente, de problemas decorrentes da má utilização dos aquíferos
em várias partes do planeta, problemas estes com tendência de expansão, caso não sejam
implantadas políticas consistentes de uso e conservação dos recursos. No Brasil, da mesma forma
que em outras partes do mundo, a utilização das águas subterrâneas tem crescido de forma
acelerada nas últimas décadas, e as indicações são de que essa tendência deverá continuar. A
comprovar esse fato temos um crescimento contínuo do número de empresas privadas e órgãos
públicos com atuação na pesquisa e captação dos recursos hídricos subterrâneos. Também é
crescente o número de pessoas interessadas pelas águas subterrâneas, tanto nos aspectos técnicocientífico e socioeconômico como no administrativo e legal. As águas subterrâneas, mais do que
uma reserva de água, devem ser consideradas como um meio de acelerar o desenvolvimento
econômico e social de regiões extremamente carentes, e do Brasil como um todo. Essa afirmação é
apoiada na sua distribuição generalizada, na maior proteção às ações antrópicas e nos reduzidos
recursos financeiros exigidos para sua exploração. Conhecer a disponibilidade dos sistemas
aquíferos e a qualidade de suas águas é primordial ao estabelecimento de política de gestão das
águas subterrâneas. Em torno de vinte por cento da água de escoamento global origina-se
exclusivamente na Bacia Amazônica. No Brasil são escassas as informações sobre as demandas dos
principais usos da água, tendo-se somente informações difusas ou estimativas a partir de taxas de
consumo para determinadas atividades. De acordo com dados do IBGE, há no Brasil uma demanda
diária de água distribuída de 43.999.678 m3 sendo 40.843.004 m3 com tratamento diversificado.
Na região norte, essa demanda de água distribuída representa apenas 2.468.238 m3/dia (5,61%) e
1.668.382 m3/dia (4,08%) com tratamento. Para o Estado do Amazonas, essa demanda chega
896.185 m3/dia onde 67,76% desse volume recebem tratamento não convencional e 2,76% com
tratamento por simples cloração. Em muitas cidades do estado do Amazonas, a distribuição de água
feita pelos órgãos competentes não recebe nenhum tratamento, sendo captada por poços tubulares
ou águas fluviais e diretamente distribuída para a população por rede de distribuição. Como
exemplos, temos as cidades de Tefé, Alvarães, Uarini, Barreirinha e até mesmo em Manaus, capital
do Estado. Mundialmente, a poluição da água tem sido um dos problemas mais relevantes. Além da
poluição visível e desagradável, vêm crescendo em importância novos tipos de poluição
envolvendo pequenas quantidades de substâncias químicas sintéticas não-degradáveis que são
invisíveis, persistentes e tóxicas, cujos tratamentos são difíceis e caros. Apesar de nos anos recentes
ter havido melhorias significativas nos níveis de poluição da água nos países desenvolvidos, a
qualidade da água ainda preocupa. Atualmente, dezenas de milhões de pessoas vivem com menos
de cinco litros de água por dia. Pior ainda, mais de 1 bilhão de pessoas não têm acesso à água
potável e mais de 2,9 bilhões não têm acesso a serviços de saneamento. A realidade é que a cada
oito segundos morre uma criança por causa da contaminação da água potável, e o saneamento tende
a ficar cada vez pior, principalmente devido à tendência mundial de deslocamento do homem do
campo para as favelas dos centros urbanos. O rápido crescimento demográfico e a urbanização são
fenômenos geminados, ambos acontecendo em países em desenvolvimento. A água de boa
qualidade pode reduzir a taxa de mortalidade e aumentar a expectativa de vida da população.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 4,6 milhões de crianças de até cinco anos de
idade morrem por ano de diarreia, doença relacionada à ingestão de água não potável agravada pela
fome e resultado da má distribuição econômica de renda. O abastecimento de água potável e o
saneamento ambiental poderiam reduzir em 75% as taxas de mortalidade e enfermidades da
população. Em 1972, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente em Estocolmo já
prenunciava uma crise mundial de água. Na década de 1990, o Comitê de Recursos Naturais das
Nações Unidas confirmou que 80 países (40% da população mundial) padeciam de grave carência
de água e que em muitos casos esta falta era um fator limitante para o desenvolvimento econômico
e social. Já no Brasil há acentuadas diferenças regionais, com áreas densamente urbanizadas,
industrializadas, e outras agrárias ou extrativistas, e também uma grande variabilidade espacial na
disponibilidade hídrica. Isso se reflete na grande variabilidade e especificidade nos problemas
relacionados com a utilização da água. Enquanto na região Sudeste e em centros urbanos e
industriais os problemas principais se referem à poluição hídrica, na região Centro-Oeste se referem
às práticas agropecuárias desordenadas e à mineração; na região Nordeste à escassez de água e no
Norte ao desmatamento e ao avanço das frentes agropecuárias. Em todas as regiões, mesmo nas
capitais da região Norte, os efeitos da urbanização já são sentidos, em graus diferentes. Esses
problemas diferenciados orientam o principal enfoque da gestão em cada região. Os problemas de
quantidade e qualidade dos recursos hídricos obviamente não são fatos isolados; estão inseridos nas
questões globais do meio ambiente. A conscientização desses problemas vem juntamente com uma
preocupação com a qualidade de vida das populações de uma maneira mais abrangente. As
políticas de gestão da água têm de ser articuladas ou integradas com as políticas ambientais que
cuidam dos demais recursos e do meio ambiente como um todo. Pela relevância que os recursos
hídricos têm perante todas as atividades da vida e pelas suas particularidades, em geral, como é o
caso do Brasil, são alvos de uma abordagem específica. Porém, de qualquer maneira, os conceitos
básicos que orientam a gestão ambiental em geral também orientam a gestão da água. Estudos
relacionados aos recursos hídricos de subsuperfície no estado do Amazonas, são poucos e
geralmente enfocando as águas da cidade de Manaus. Em 1999) foi publicado a primeira pesquisa
sobre radioisótopos em águas de subsuperfície em Manaus e em 2005 sobre hidroquímica
elementar e de isótopos de urânio nas águas subterrâneas em diversas cidades distribuídas na calha
do Solimões e Amazonas. Quanto a estudos relacionados às águas subterrâneas em cidades na calha
do rio Negro, não existem.
Projeto A – 45
Dinâmicas socioambientais, desenvolvimento local e sustentabilidade no eixo da CuiabáSantarém (BR-163)
Messias Modesto dos Passos
Instituição: Universidade Estadual Paulista – Pres. Prudente/SP
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Palavras-chave: Amazônia – fronteira
agrícola – impactos socioambientais – teledetecção RESUMO As décadas de 70 e 80 foram
marcadas pelo recuo rápido das superfícies ocupadas pelas florestas tropicais. Este fenômeno é
particularmente espetacular no Brasil onde se estima que 551.000 km2 da floresta amazônica foram
destruídos para uma mise en valeur agrícola (agropecuária). O caso do BR-163 (Norte do Mato
Grosso e Sudoeste do Pará) é muito revelador dessa evolução em razão da extensão das superfícies
conquistadas pela agricultura à custa da floresta e, também, em função da diversidade das paisagens
preexistentes e das formas atuais de ocupação dos chamados “espaços vazios”. Na década de 1970,
o governo brasileiro, tornou projeto de estratégia militar a ocupação territorial da Amazônia,
aplicando como doutrina os slogans: (a) Segurança e Desenvolvimento e (b) Integrar para não
Entregar: temia a influência do modelo Cubano, materializado na América Latina a partir da
presença de Che Guevara, notadamente na Bolívia. Entre 1970 e 1974, o INCRA priorizou o
assentamento de colonos pobres nos estados de Rondônia e Mato Grosso, conforme proposta do
projeto POLONOROESTE, atendendo a três objetivos básicos: 1 – Objetivo Econômico: promover
a agricultura, como meta de aumentar a produção de alimentos para abastecer o mercado interno e
para a exportação; 2 – Objetivo Demográfico: frear o êxodo rural e reorientar, para a Amazônia, o
fluxo que se dirige para as grandes metrópoles do Sudeste; 3 – Objetivo Social: diminuir as tensões
sociais provocadas pelo latifúndio no Nordeste e pelo minifúndio no Sul do país. Partindo do
pressuposto de que essas transformações se operam, raramente de maneira completamente
espontânea e anárquica, é possível identificar as estruturas espaciais suficientemente recorrentes
para que o estudo de toda essa região se preste a uma tentativa de definir as configurações espaciais
típicas, suas lógicas de funcionamento e suas evoluções no tempo. O objetivo maior é diagnosticar
o estágio atual da ocupação do solo, mas, também, prognosticar as mudanças futuras. A
metodologia, adotada para investigarmos como essas ações definem/ redefinem as dinâmicas
territoriais e, evidentemente, se plasmam na paisagem motivando uma série de impactos
socioambientais, consiste em investigações de campo (observações empíricas, entrevistas, tomadas
de fotos e filmagens) e nas análises de imagens LANDSAT TM -. Vamos insistir na análise
integrada da paisagem, a partir do modelo geossistêmico. De inspiração sistêmica, o geossistema se
diferencia claramente do ecossistema pelo fato da sua territorialização e da sua antropização, ou
seja, o geossistema é um conceito não somente espacializado, mas também, territorializado, isto é,
com toda uma carga de história humana. Enfim, para levantar qualquer equívoco, é preciso insistir
sobre o fato de que este conceito antrópico não é em nada um conceito social. Ele não tem por
função explicar a sociedade na sua relação com o território, mas de entender a fisionomia e o
funcionamento do território sob o impacto da sociedade.
Projeto A – 46
Tijolo com PET ecologicamente correto
Newton Silva de Lima
Instituição: ULBRA Manaus
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Tijolo de argamassa (cimento Portland e
areia de quartzo), incluso uma garrafa tipo PET (2L).Proposta de minimização dos impactos
ambientais por garrafas descartadas, dentro dos igarapés da cidade de Manaus.
Projeto A – 47
Educação Ambiental e Apicultura na Amazônia
Nelson Russo de Moraes
Instituição: Social Desenvolvimento Humano e Comunitário
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Implantar na região central do estado do
Tocantins – acesso ao Pará – uma Escola de Apicultura e Educação Ambiental.
Projeto A – 48
Compre um Peixe Salve uma Árvore – Salvaguardando a Sustentabilidade da Pescaria de
Peixes Ornamentais Amazônicos
Ning Labbish Chao
Instituição: Universidade Federal do Amazonas
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Peixe ornamental é um dos poucos recursos
oriundos do extrativismo ainda viável no interior da Amazônia. Principalmente pela abundância das
espécies, rápida renovação dos estoques e pela grande área de planície inundável da região. Por
mais de cinco décadas a exportação de peixes ornamentais do rio Negro se manteve em torno de 20
milhões de unidades, gerando mais de 60-80% de renda para ribeirinhos e sustentando as
comunidades rurais da bacia do rio Negro, Amazonas. No entanto, ultimamente, as exportações de
peixes ornamentais estão reduzindo drasticamente por problemas de infraestrutura de transporte
para escoamento do produto, legislação nacional burocrata e restritiva, bem como uma
regulamentação sanitária internacional mais exigente. O quadro tem se agravado com a reprodução
dos peixes amazônicos no exterior, principalmente em países asiáticos. A fim de reduzir mais danos
na estrutura social e cultural das comunidades ribeirinhas, é indispensável desenvolver uma nova
estratégia de mercado para o desenvolvimento de uma política pública no âmbito da globalização
para manter esta atividade extrativista. A meta geral da pesquisa é de aplicar as informações
científicas e socioeconómicas para desenvolver estratégia de incrementar de diversificar o
aproveitamento do recursos peixes ornamentais e ambiente do rio Negro, tanto no mercado
internacional como o rendimento de ribeirinhos. A base de informações científicas e ações
socioeconómicas obtidas desde 1990 pelo Projeto Piaba (www.ufam.edu.br/~piaba) incluíam: (1)
conhecimento sobre a diversidade e abundância da ictiofauna, a variação espacial e temporal dos
habitais, e a biologia pesqueira das espécies alvos que já foram estabelecidas; (2) as tecnologias
utilizadas na exploração e manutenção da qualidade dos peixes vivos foram aperfeiçoadas e os
pontos críticos durante o transporte foram identificados; (3) a organização de pescadores com a
colônia de pesadores (Z-33) foi estabelecida em Barcelos, Rio Negro e a conscientização dos
pescadores foram elevadas, e programas de educação ambiental foram realizados; (4) as
divulgações nas indústrias globais sobre a sustentabilidade de peixes ornamentais amazônicos, e o
slogan de “Compre um peixe, salve uma árvore” são conhecidas pela indústria. Baseado nestes
resultados e análise já realizados, o projeto com objetivos multidisciplinar e dividida em quatro
componentes com objetivo específico, quais são: (1) monitorar os estoques das espécies alvo
atravesse o estudo biologia reprodutiva,e avaliar as variações de produções; (2) desenvolver um
protocolo de “melhor manejo dos peixes” prático para pescadores com conhecimentos tradicionais
e de acordo com as exigências internacionais; (3) organizar e divulgar peixes ornamentais
amazônicos no pódio internacional (AQURAMA, 2007, Cingapura) para atrair mercado; (4)
promover multiuso dos peixes ornamentais e seus habitats para adicionar um valor agregado do
recurso; (5) preparar um “Guia de peixes ornamentais do rio Negro”. Estes objetivos são viáveis em
curto prazo, e vários projetos paralelos de pesquisa e extensão também foram desenvolvidos pela
equipe e colaboradores. Os resultados do projeto serão: (1) gerar multiuso sustentáveis por recursos
peixes ornamentais e meio ambiente; (2) melhorar qualidade dos produtos; (3) incrementar a
exposição de peixes ornamentais amazônicos no pódio internacional como um produto “verde”
para atrair mais mercados. A finalidade é de manter a pesca de peixes ornamentais
socioeconomicamente e ecologicamente viáveis, beneficiando a subsistência dos ribeirinhos.
Projeto A – 49
Desenvolvimento de Agregados e Elementos Construtivos Partir da Reciclagem Integrada de
Entulho de Construção e Demolição
Paulino Eduardo Fernandes Pinto Coelho
Instituição: Universidade Federal do Tocantins
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O objetivo desta pesquisa é o
desenvolvimento de tecnologia de produção de novos materiais de construção e outros a partir de
agregados contidos no entulho de construção e demolição, dentro dos padrões de produção e uso
aceitos pelo mercado, em escala compatível à demanda de consumo e escala de produção e
resultados financeiros atraentes a este segmento empresarial. Assim sendo, serão produzidos
agregado para construção, a exemplo de argamassa, blocos, lajotas, guias, mourões, tubos, tijolos,
agregados e aglomerados de madeira e verificado o potencial de outros componentes para produtos.
Até o momento, não existem no país, ou no exterior, instalações adequadas à reciclagem e
produção de elementos construtivos a partir do entulho de construção e demolição gerados no
Brasil. Estes, pela natureza das construções brasileiras, rica em agregados minerais e vegetais,
favorecem a reciclagem. Entretanto, as plantas existentes não permitem a produção em escala, com
qualidade (adequabilidade ao uso e repetitividade) de elementos construtivos. Além disso, não
permitem o máximo aproveitamento do entulho. Por outro lado, os poucos elementos construtivos,
quando produzidos, exigem do fabricante que este se adapte á matéria prima, alterando processos e
insumos, quer em qualidade, quer em quantidade. Isto tem desencorajado a iniciativa privada de
participar neste processo e tem inviabilizado algumas das plantas abertas há relativamente pouco
tempo e que já estão desativadas. O fabricante privado só vai usar o reciclável se este garantir um
produto de qualidade, que permita a continuidade do negócio, aumente ou mantenha sua margem
de lucro, não implique em alteração de seus parâmetros de produção e permita a
intercambiabilidade ‘instantânea” com a matéria prima que o reciclável substitui. Portanto, o centro
desenvolverá trabalho inédito no desenvolvimento, caracterização e qualificação de novos materiais
e transferência desta tecnologia para a iniciativa privada. O presente projeto visa alcançar tais
objetivos através da introdução de operações unitárias a projetos de plantas de reciclagem de
pavimentos de concreto e asfalto e através de realização de testes de produção de elementos
tradicionais e alternativos fabricados com recicláveis derivados do entulho, apoiados na experiência
de fabricantes e apreciação dos resultados por estes. A pesquisa será desenvolvida a partir de
experiência inicialmente desenvolvida em projeto de pós-doutorado promovido pela FAPESP,
realizada pelo coordenador. Equipamentos e suprimentos para o processamento terão de ser obtidos
para permitir atingir a eficiência e resultados almejados. Para fabricação dos elementos construtivos
deverão ser alocados equipamentos e recursos específicos através da busca de parcerias,
motivando-a para as vantagens desta participação. Os ensaios de caracterização tecnológica de
materiais e produtos, necessários ao controle e garantia da qualidade serão desenvolvidos em
parceria. A pesquisa agregará ainda estudantes de graduação e pós-graduação interessados no
desenvolvimento de pesquisas direta ou indiretamente ligadas ao objetivo principal da pesquisa,
vindo a se constituir em importante instrumento de treinamento e qualificação. A perspectiva de
produzir materiais e produtos de qualidade a partir de custo extrativo zero e contando com
arrecadação para recebimento, indica também a possibilidade de que estes tenham custo de
produção inferiores aos materiais que substituirão. Isto torna esta opção atrativa do ponto de vista
comercial e social, pois barateira o custo da construção, elimina focos de vetores de doenças
decorrentes de disposições desordenadas, reduz os custos de limpeza, gera novos negócios e
consequentemente empregos e permite aumento das margens de rendimento econômico de
produção.
Projeto A – 50
Manejo Sustentável de Quelônios (Podocnemis spp.) por comunidades do Médio Rio
Amazonas – Programa Pé-de-pincha
Paulo Cesar Machado Andrade
Instituição: Universidade Federal do Amazonas
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Em vida livre, devido à caça de adultos e a
coleta de ovos, as populações de quelônios vêm desaparecendo. Adultos e ovos são coletados pelas
comunidades locais para consumo ou venda para Manaus. Em alguns municípios da zona
fisiográfica do Médio-Baixo Amazonas (Parintins, Barreirinha, Nhamundá, Terra Santa,
Oriximiná), todavia, algumas áreas foram protegidas por iniciativa dos próprios ribeirinhos e por
associações comunitárias ambientalistas. Desde 1999, a Universidade Federal do Amazonas
(UFAM) e o IBAMA-AM com o apoio de 76 comunidades do Médio Amazonas, Prefeituras locais,
CNPq, Provárzea e FAPEAM, vêm realizando o manejo participativo de quelônios, conhecido
como “Projeto Pé-de-pincha”, realizando a soltura de, aproximadamente, 418.958 filhotes de
quelônios na região. Visando a conservação e estudo deste recurso e, um possível manejo
sustentado, que virá a beneficiar não só a natureza mas, também, proporcionar uma fonte
alternativa de alimento e, no futuro, renda (venda de carne, ovos e filhotes) para as comunidades
locais, que a UFAM, reuniu-se ao IBAMA, comunidades ribeirinhas e prefeituras locais levantando
a proposta do projeto “PÉ-DE-PINCHA”. Além da conservação de quelônios, este programa de
pesquisa e extensão têm realizado atividades como: seminários sobre manejo sustentável de tracajás
(255 participantes), reuniões (4.612 participantes), capacitação de agentes ambientais (33), cursos
de educação ambiental (183 professores), monitoramento de áreas protegidas e transferência de
ninhos, palestras nas escolas (21.134 ouvintes) sobre meio ambiente e alternativas de
desenvolvimento e mini-cursos (tecnologia do pescado, criação caipira de galinhas, plantas
medicinais, hortas comunitárias, manejo de quelônios, etc., 380 participantes). Através deste
programa de conservação de recursos naturais e extensão, o IBAMA e a UFAM, conscientizaram e
capacitaram essas comunidades do Médio-Baixo Amazonas, para manejo racional de quelônios,
utilizando a metodologia de pesquisa participativa ou pesquisa-ação. De 2004-2006, foram
levantadas informações sobre as principais espécies de quelônios, sua utilização e o desempenho
em diferentes sistemas de criação, em comunidades da zona rural de Parintins, Barreirinha,
Nhamundá , no Amazonas, e Terra Santa, Oriximiná e Juruti, no Pará. Mais estudos sobre o sistema
de criação em tanques-rede ou gaiolas ainda se fazem necessários, principalmente, na avaliação do
desempenho nas fases de crescimento e engorda, na comparação entre ambientes diferenciados de
cultivo em tanques-rede (água preta ou barrenta,rios ou lagos) e entre criação e manejo em vida
livre. Além de levar a professores e aos alunos do ensino fundamental do interior do Amazonas o
conhecimento da metodologia científica e da pesquisa na área de zootecnia e manejo de fauna, o
projeto objetiva, através do treinamento de pessoal nas comunidades (comunitários, professores e
alunos das escolas locais): a)Estudar os efeitos do sistema hídrico (rios ou lagos, água preta ou
barrenta) no crescimento de filhotes de quelônios (Podocnemis spp.) criados em tanques-rede; b)
Avaliar o crescimento de quelônios (Podocnemis spp.)e a taxa de sobrevivência de quelônios em
cativeiro e na natureza durante os três primeiros anos de vida. Para avaliar o desempenho de
filhotes de quelônios em quatro sistemas hídricos diferentes (rio de água preta, rio de água branca,
lago de água preta, lago de água branca) serão utilizadas as unidades demonstrativas de criação em
6 comunidades (12 tanques-rede) montadas em 2006-2007. Continuar-se-á o monitoramento dos
7.960 filhotes soltos em 2004 (36 meses), de 1.291 filhotes soltos em 2005 e de 3.500 soltos em
2006. Todos estes filhotes foram marcados com picos na carapaça em sistema codificado de
numeração. Em 2006 -2007, serão marcados mais 5.000 filhotes/ano e soltos em seis (6) áreas lagos
naturais. O monitoramento será realizado através de recaptura e biometria de filhotes de quelônios
marcados e soltos. Para avaliar os efeitos dos dois sistemas de manejo (criação em lagos e em
tanques-rede) no desempenho de filhotes de tartaruga, tracajás e iaçás manejados pelas
comunidades das áreas estudadas, serão avaliados quelônios criados em 6 áreas naturais e em 12
unidades demonstrativas de criação de comunidades próximas a esses lagos.
Projeto A – 51
Omega-3: aplicação biotecnológica para elevação dos teores médios utilizando a expressão
gênica e nutrição em tambaqui (Colossoma macropomum) e pirarucu (Arapaima gigas)
Paulo Henrique Rocha Aride
Instituição: UniNilton Lins
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Com o passar dos anos, e com os avanços
tecnológicos das ultimas décadas, os seres humanos vem modificando de maneira gradual os seus
hábitos nutricionais. Historicamente, sabemos que os produtos de origem animal e seus diversos
derivados (produtos cárnicos e lácteos) formam a base da alimentação de nossa espécie. Porém,
durante vários anos, tais produtos foram rotulados como sendo maléficos a saúde da espécie
humana. Segundo a FAO (1994), as dietas de algumas comunidades ocidentais possuem uma
porção média de Omega-3 em torno de 25:1. Esta proporção esta muito abaixo do descrito como
necessário dentro das recomendações atuais da FAO, que ficam em torno de 5:1 a 10:1. Na
contramão desta necessidade de suplementação, notamos que a evolução tecnológica e industrial de
nosso tempo tem nos fornecidos alimentos cada vez mais processados, e aliado à hidrogenação dos
óleos vegetais, esta redução dos níveis de Omega-3 foi ainda mais acentuada. Se pensarmos nesta
realidade aplicada a região da Amazônia central, onde a fonte de proteína animal esta relacionada
aos peixes, podemos perceber que esta carência é amplificada, devido ao baixo índice de ômega-3
em peixes de água doce, pois estes ácidos graxos são encontrados em concentrações significativas
principalmente em lipídios de peixes marinhos, especialmente dos procedentes de regiões frias
(Visentainer et al., 2000). Tais compostos são descritos como essenciais ao metabolismo, pois
exercem funções biológicas especificas (HARRIS, 1999). A importância dos ácidos graxos
essenciais (ácido linoléico e ácido ± linolênico) na dieta humana tem sido abordada em vários
estudos. Tais ácidos possuem 2 ou mais instaurações. Os ácidos graxos podem ser divididos em
famílias ou séries, dependendo da localização da última ligação dupla em relação ao seu
grupamento metílico terminal: Família Ômega-6 representada pelo ácido linoléico e a família
Omega-3, pelo ácido linolênico (CARVALHO et al., 2003). A essencialidade de alguns ácidos
graxos reside na incapacidade animal em sintetizar tais ácidos graxos a partir de precursores
estruturais mais simples. A maioria dos vegetais pode sintetizar ácidos graxos a partir de tais
precursores, e os peixes conseguem alongar e dessaturar tais ácidos graxos transformando-os em
ácidos graxos polinsaturados (AGPI). Os mamíferos possuem a capacidade de alongar e dessaturar
tais ácidos graxos, transformando-os em ácidos graxos polinsaturados de cadeia longa a partir de
precursores presentes na dieta, como os pertencentes a serie ômega. Embora os AGPI possam ser
sintetizados no corpo por meio de biotransformação dos ácidos graxos essenciais por reações de
dessaturação e elongação, a ingestão direta de metabólitos ativos tem apresentado grande eficiência
(Innis, 2000). Os principais estudos associados a AGPI estão relacionados à saúde humana,
principalmente a problemas cardiovasculares (Fett et al., 2001; Campos et al., 2002; Carvalho et al.,
2003). Assim, os diversos AGPI presentes no metabolismo das lipoproteínas, na síntese de
eicosanóides e funcionamento de plaquetas, são de extrema importância para a prevenção e
tratamento de diversas patologias cardiovasculares. Em vista do grande potencial representado nos
AGPI, várias pesquisas têm sido desenvolvidas nesta área, visando a aplicação de diferentes
métodos físicos, químicos e enzimáticos que visam a obtenção de concentrados de AGPI, a partir
de substratos vegetais, animais e microbianos.
Projeto A – 52
Estudos de Epidemiologia de Carnívoros Silvestres e de Estruturação da Paisagem na Sua
Área de Vida no Estado de Roraima
Paulo Sergio Ribeiro de Mattos
Instituição: Museu Integrado de Roraima
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Este projeto objetiva realizar um
levantamento da dinâmica epidemiológica de doenças infecto- contagiosas entre animais
domésticos e carnívoros silvestres, assim como avaliar a estrutura da paisagem em que estes
processos ocorrem, através de Sistemas de Informações Geográficas (SIGs).
Projeto A – 53
Emprego de estratégias de controle biológico integrado em frutos tropicais produzidos no
Arranjo Produtivo Local (APL) da Região Central do Tocantins
Raphael Sanzio Pimenta
Instituição: Universidade Federal do Tocantins (UFT)
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: No Tocantins, o mais jovem dos estados
brasileiros, a fruticultura vêm despontando como uma importante atividade econômica.
Atualmente, existem dez (APLs) instalados no estado, sendo que o principal polo frutícola está
localizado na cidade de Porto Nacional, situada a cerca de 70 Km da capital. No ano de 2004 a
produção do APL de frutos tropicais resultou em um volume de vendas de 1.866 toneladas. Estas
vendas geraram um faturamento bruto de aproximadamente 1,5 milhão de reais. Estudos prévios,
realizados pelo SEBRAE/TO por meio da Fundação Franco Brasileira de Pesquisa e
Desenvolvimento (FUBRAS), revelaram que ainda existe um grande potencial para a expansão da
atividade no estado. Segundo os produtores, os principais problemas limitantes da produção são: o
controle de doenças e pragas, deficiência de orientações técnicas, custo dos insumos e dificuldades
de comercialização. Uma análise crítica destes problemas evidencia um efeito cascata, uma vez que
o controle de doenças e pragas carece de um acompanhamento técnico e muitas vezes do emprego
de produtos químicos. Sendo assim o custo de produção aumenta e limita o publico consumidor. O
aumento da demanda por produtos livres de agrotóxicos tem impulsionado a agricultura orgânica
no Brasil e no mundo. Com uma área plantada de 842 mil de hectares, este setor movimentou cerca
de US$ 1 bilhão em 2003. O Brasil, atualmente conta com cerca de 19 mil propriedades orgânicas
certificadas e 174 processadoras espalhadas em diversas regiões. A agricultura orgânica brasileira
cresce a uma taxa anual de 20% e já tem grande participação no mercado interno e em breve, deve
ampliar sua presença no mercado internacional. Com isto, pesquisas envolvendo a redução de
insumos químicos através de implementação de estratégias de controle biológico tem sido
executadas em todo o mundo. Apesar disto, estudos nesta área ainda são raras no Brasil, e
principalmente na região norte. Sendo assim, este projeto visa o estabelecimento de uma
metodologia efetiva de controle das principais doenças que acometem as culturas locais. Para isto,
serão isoladas leveduras e fungos filamentosos nativos diretamente dos principais frutos
produzidos, a saber: abacaxi, caju, melão, manga, mamão, goiaba e tangerina. O potencial de
utilização destes fungos como agentes biocontroladores será avaliado e em seguida serão realizados
testes de controle biológico dos principais patógenos. A viabilidade econômica e social do produto
será calculada levando-se em consideração o custo de produção, a efetividade da proteção, valor
dos frutos isentos de agrotóxicos no mercado e qualidade de vida do pequeno produtor que não
estará mais exposto a substâncias insalubres.
Projeto A – 54
Programa de Gestão de Materiais
Raquel Naves Blumenschein
Instituição: Universidade de Brasília- UnB / SINDUSCON
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Este Plano de Trabalho apresenta uma
proposta para o processo de implantação do Programa de Gestão de Matérias PGM , visa agregar
esforços na busca da melhor qualidade do setor da construção e para o fortalecimento do Sistema
nacional de aprendizagem da indústria da construção – IC, potencializando, portanto, a absorção
ativa de tecnologia que minimize o impacto da IC no meio ambiente. Foi concebido para ser
implantado por meio de três programas: 1. O Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em
Canteiros de Obras, Piloto 1 – PGRS – PGM01 tem como objetivo responder à Resolução 307 do
CONAMA. 2. O Programa de Racionalização e Redução de Perdas, Piloto 2 – PRRP – PGM02,
tem como objetivo elaborar, desenvolver e implantar metodologia para certificação de qualidade
das empresas construtoras para uma futura implantação de um Sistema de Gestão Ambiental, de
acordo com as normas NBR/ISO 14000. 3. Quanto ao Programa de Análise do Ciclo de Vida dos
Materiais, Piloto 3 – PACVM – PGM03, tem como objetivo elaborar, desenvolver e implantar
metodologia de análise de ciclo de vida da cadeia de materiais de construção a fim de consolidar a
tecnologia da reciclagem.
Projeto A – 55
Turismo Ecológico no Acre
Ricardo Wahrendorff Caldas
Instituição: Universidade de Brasília
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O Projeto se propõe a estimular o turismo no
Acre, de modo a preservar o meio-ambiente e explorá-lo de forma sustentável.
Projeto A – 56
Terraquarium – Centro de Convivência e Educação Ambiental
Solange Alves Oliveira
Instituição: Centro Universitário Luterano de Palmas
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Convivência e Educação Ambiental
instalado em uma área de 60.000m2. Possui museu, quiosques, viveiros e uma trilha de 750m todos
abertos ao público, normalmente alunos das escolas públicas e particulares da capital e cidades
vizinhas. Os visitantes são monitorados por estagiários, recebendo informações necessárias para
que participem da visita e caminhada ecológicas. O Centro tem capacidade para receber cerca de
140 crianças/dia distribuídos em 4 horários.. O projeto, pioneiro no Estado, tem possibilitado o
“conhecer para preservar”, interferindo, de forma positiva, na comunidade. A trilha foi construída
entre as árvores e em alguns pontos existem recintos (construídos segundo as normas do IBAMA
para zoológicos) com animais silvestres da região. Esses animais são trazidos pelos órgãos
ambientais, provenientes de apreensões, trafego de animais, atropelamentos, dentre outros. Passam
por triagem e recuperação. Os que estão em condições de soltura são devolvidos ao ambiente e os
demais permanecem para o trabalho de Educação Ambiental, baseado no pressuposto de que é
preciso “conhecer para preservar”. A equipe de trabalho é composta por biólogas, veterinária,
tratadores e funcionários de serviços gerais. Possui ainda uma sala aclimatada, destinada a
exposições temporárias com acervo de animais taxidermizados, preservados em meio líquido,
diafanizados, etc. As visitas são gratuitas.
Projeto A – 57
Rio Itacaiunas
Solange Pereira da Silva
Instituição: Universidade Federal do Pará
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Marabá já foi considerado o polígonos das
castanhais, mas com a expansão dos pecuarista na região, os madeireiros, a própria urbanização os
castanhais foram totalmente destruídos, causado impactos ambientais, como o assoreamento do rio
Itacaiunas que, a cada dia vem aumentado devido as fabricas de tijolos nas proximidades do rio.
Considerando a atual realidade proponho uma reserva de castanhais, que no primeiro momento terá
como objetivo barrar a ação dos oleiros e reconstituir os impactos ambientais, e futuramente ser
utilizada com fins lucrativos, onde se aproveite a matéria prima para produzir qualidade de vida
para as famílias carentes da região.
Projeto A – 58
Implementação de uma Central Termelétrica de até 200 kW a partir do aproveitamento de
Resíduos de Madeira sustentável, dentro de uma reserva extrativista estadual localizada na
Região Norte do País – ENERMAD
Suani Teixeira Coelho
Instituição: CENBIO – Centro Nacional de Referência em Biomassa
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O presente projeto tem por objetivo a
implementação de uma Central Termelétrica de 200 kW que produzirá eletricidade, a partir do
aproveitamento de resíduos de madeira certificada, em uma comunidade localizada na região
amazônica.
Projeto A – 59
Germinação e Predação de sementes da Castanha-do-Pará (bertholletia excelsa) Lecythidaceae
e Fatores que Condicionam Sua Regeneração
Wanderley Rocha da Silva
Instituição: IPAM-Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A castanha-do-pará, também conhecida como
Castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl.) é certamente, uma das mais importantes
árvores da região amazônica, em grande parte, pelo seu papel fundamental na organização
socioeconómica de grandes áreas extrativistas da floresta. Trata-se de uma árvore “intimamente
ligada à cultura das populações tradicionais da Amazônia. Seus produtos e subprodutos são
utilizados há várias gerações, como fonte de alimentação e renda” e é encontrada em vários países
da Amazônia, onde há regiões em que as sementes de castanheira vêm sendo colhidas de forma
intensiva por décadas e, nessas regiões, foram encontradas poucas árvores jovens, segundo estudos
recentes. Isto sugere que o ciclo de renovação da espécie foi interrompido e as práticas atuais de
coleta da castanha-do-pará em vários locais da floresta amazônica não são sustentáveis em longo
prazo. Ou seja, árvores velhas de castanha-do-pará não estão sendo substituídas por exemplares
mais jovens devido à coleta excessiva de seus frutos. Entretanto, em ambientes pouco antropizados
encontramos o mesmo problema, poucos indivíduos jovens na estrutura populacional. Uma das
possíveis explicações para esse fato é que a população de animais como, por exemplo, cutias e
grandes herbívoros estão predando demasiadamente as sementes de castanha-do-pará, onde se
sugere o controle populacional desses animais. Por outro lado, as cutias e esses outros animais,
também agem como agentes dispersores das sementes da castanheira.
Projeto A – 60
Projeto Plante Pinhão Manso
Waldecy de Oliveira
Instituição: Fundação Floresta em Perigo
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Propiciar a geração de tecnologias com
vistas ao uso racional dos recursos florestais; Proporcionar a reabilitação das áreas degradadas,
controlar a erosão, melhorar a fertilidade do solo e realizar o manejo florestal sustentável,
reduzindo a taxa de desmatamento; Realizar o processamento local de matérias-primas de origem
florestal, como meio de gerar emprego no campo e renda na Região.
Área econômica/tecnológica
Projeto E&T – 01
Fitocosmético preparado com nanotecnologia
Admilton Pinheiro Salazar
Instituição: Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação do Polo Industrial de Manaus
Descrição resumida da proposta do projeto: a proposta consiste em transformar um
produto cosmético atual, produzido com extratos naturais, em produtos preparados com tecnologia
das nanopartículas, o que vai resultar em um novo produto com maior poder de penetração e
atividade superior sobre camadas mais profundas da pele, produzindo seu rejuvenescimento. O
extrato natural escolhido foi o mulateiro da várzea que corresponde ao Calycophyllum spruceanum.
As cascas do mulateiro são coletadas por comunidades ribeirinhas sob orientação da Empresa
Pronatus do Amazonas Ind. e Com. e PFC Ltda., contando com pessoa experiente na classificação
botânica para garantir sempre a mesma espécie da várzea, e conta com amplo programa de manejo
florestal com distribuição de sementes. Por processo de maceração a seco as cascas são
pulverizadas e posteriormente secas ao ar ambiente. Para o extrato hidroalcoólico, obtido
previamente pelo processo de percolação, descrito na Farmacopeia Brasileira, será determinado o
percentual de resíduo seco, pelo processo gravimétrico, pela evaporação do solvente em sistema de
infravermelho. Para viabilizar a padronização de quantidade de resíduo solúvel no extrato para
posterior incorporação nos sistemas microemulsionados e/ou lipossomados, o extrato deverá ser
seco, utilizando-se a tecnologia de Spray Drying. Os sistemas de lipossomas e microemulsões serão
desenvolvidos a partir de insumos farmacêuticos biocompatíveis e de custo que proporcione a
agregação de nanotecnologia ao produto acabado de acordo com os objetivos desejados, mas
também contemple uma relação adequada entre custo-benefício. A tecnologia a ser utilizada na
preparação dos nanosistemas será a de homogeneização em alta pressão, para a qual é possível a
transposição entre as escalas de laboratório, semi-industrial e industrial, mantendo-se os parâmetros
de geometria e de eficiência de homogeneização nas diferentes escalas de produção. Além disso,
essa tecnologia permite a obtenção dos dois sistemas planejados para a incorporação do extrato,
microemulsão e/ou lipossoma, para implemento da atividade biológica e controle da liberação. No
processo atual, há controle apenas da quantidade por resíduo a seco do extrato contido na solução
alcoólica. A proposta de trabalho deste projeto será a determinação de um padrão, ou componente
químico do extrato mais representativo, para servir de controle em toda a fase do desenvolvimento
e, posteriormente, para controle de processo. Como referência básica serão utilizados os resultados
de uma tese de doutoramento, que caracterizou o extrato de Mulateiro em varias frações. Em
continuidade, novas técnicas de separação e fracionamento e análise química serão utilizadas para
definir um composto que servirá de padrão, o qual terá uma curva de calibração. Durante o
processo de preparo das emulsões e encapsulamento será repetida esta análise química para
determinar o efeito sobre a composição global, se algum componente foi afetado, volatilizado, ou
sofre reação e decomposição. Uma outra técnica será investigada, e corresponde ao efeito esperado
do extrato como antioxidante, e propõe-se a estabelecer curvas de calibração para reação química
de redução como medida indireta do efeito oxidante. Com essa atividade antioxidante conhecida,
será possível relacionar com efeito repetido em ensaio clínico com animais. Toda a metodologia de
caracterização do extrato de Mulateiro será utilizada durante o projeto nas fases de alteração desse
extrato para transformar uma solução em uma emulsão. Os efeitos pretendidos para a emulsão
serão: a) redução da dimensão das gotículas em solução ou dispersas em um creme a tamanhos
nanométricos, assim como incorporar funcionalidades aos componentes do extrato que os tornem
semelhantes à composição da pele: b) facilite a penetração do creme e de seus componentes ativos.
A funcionalização e o processamento do extrato serão executados em duas fases: uma, em escala de
laboratório e exploratória; outra, de reprodução de casos mais significativos em escala, com
utilização de equipamentos industriais mesmo que com uso de pequenas quantidades do extrato,
mas cujas condições térmicas e reativas possam alterar e danificar alguns dos compostos contidos
no extrato. Nessa fase será tido em conta não somente a função química, mas também, o custo de
cada novo componente químico adicionado à composição. Para cada elemento adicionado à
composição, deverá ser efetuada a caracterização simplificada para comprovar a não-deterioração
do extrato. A caracterização das nanoestruturas serão observadas por microscopia eletrônica. Ao ser
incorporado em um creme, e outros compostos químicos adicionados, os resultados de análise
química, inicialmente realizada com extrato puro, poderão sofrer alterações, que deverão ser
estudadas, para separar efeito que mascare o resultado, ou seja, modificação definitiva nos
compostos do extrato. O efeito dessas alterações deverá ser acompanhado por ensaios, conforme
definido por legislação especifica de cosméticos. A cada transformação em razão do processo,
novas caracterizações serão feitas, como testes de alergia, comedogenicidade, estabilidade,
sensibilidade e outros.
Detalhamento do processo de Padronização e Caracterização e Estabilidade do extrato de
Calycophyllum spruceanum (Mulateiro): procedimento para quantificação do princípio ativo a
partir do produto acabado (produto em creme nanoencapsulado) – tomar uma porção do produto
creme com o encapsulado solubilizar em um solvente apropriado e extrair com acetato de etila ou
outro. O solvente adequado será evaporado sob pressão reduzida. O resíduo seguirá o procedimento
anteriormente descrito. O creme será submetido ao estudo da estabilidade acelerada e prolongada.
As amostras serão armazenadas em câmaras climáticas a 30°C e 75% de umidade para o teste de
longa duração e a 40°C e 75% de umidade para o teste acelerado. As análises serão feitas em
duplicatas nos tempo zero, três e seis meses para o teste de estabilidade acelerado e nos tempos de
zero, três, seis, nove, 12, 18 e 24 meses para o teste de estabilidade prolongado. Esses ensaios
envolverão, além do controle de marcadores, os controles de microorganismos totais. Poderá
eventualmente requerer um ensaio de fototoxicidade do creme. Um método proposto para
transformação dos componentes do extrato será a produção de emulsões do tipo óleo-em-água.
Gotículas de óleo dispersas em meio aquoso serão funcionalizadas com tensoativos e as moléculas
dos componentes do extrato serão atraídas para essas gotículas, inicialmente em dimensão
micrométricas. Para reduzir essas dimensões a tamanho nanométrica, serão aplicadas as técnicas,
dependendo da extensão da experiência, se exploratória ou de comprovação, sendo utilizado
agitação rotacional, agitação por ultrassom, e aplicação de alto cisalhamento e pressão, com
descompressão instantânea. Essas técnicas e equipamentos correspondentes estão descritos em
patentes, e serão utilizadas para obter a melhor eficiência em redução de dimensão, dado que não
haja dano aos compostos por quebra de cadeias longas, separação e por efeito da temperatura. Os
processos serão repetidos para testar a reprodutibilidade, eficácia e produtividade. Com esses
dados, a planta piloto será projetada. Os ensaios em escala serão realizados em planta industrial e
por operários, visando a obter dados de dificuldades de processo, e obter dados para documentação
de execução para treinamento e definição das Normas Técnicas de Operação. Dosagem da
capacidade antioxidante in vitro do extrato ou da formulação. Será realizada pelo método
espectrofotométrico da capacidade antioxidante equivalente ao trolox (TEAC). Caracterização da
atividade antioxidante in vivo do extrato ou da formulação. A caracterização da atividade
antioxidante in vivo será realizada pelo modelo da indução de estresse oxidativo em ratos Wistar ou
camundongos Balbi C. Ensaios de Qualificação / Avaliação / Eficácia / Estabilidade após etapas de
processamento – executor CBA e Firmas especializadas. Ensaios de avaliação serão repetidos
conforme necessidade e diferentes alterações de processo. Caracterização sugerida (conforme
ANVISA ) O CT PIM tem em implantação um Laboratório de Caracterização de Materiais, através
de observação por microscopia ótica e eletrônica, e execução da Análise de Falhas aplicada aos fito
cosméticos. Caracterizar os materiais de encapsulamento, em conjunto com desenvolvimento destes
e os obtidos de óleos vegetais naturais da Amazônia. Emissão de um Diagnóstico.
Projeto E&T – 02
Desenvolvimento de sensor para detectar mutagênicos/carcinogênicos
Alberto dos Santos Marques
Instituição: Universidade do Estado do Amazonas/Escola Superior de Tecnologia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: cozinhar em condições domésticas, carnes
branca e vermelha, bem como peixes, produz grandes quantidades de aminas heterocíclicas
aromáticas (AHA), que são potentes mutagênicos/carcinogênicos em animais e, suspeita-se, são
iniciadores de vários tipos de câncer no ser humano(1-5), dentre eles está a 2-amino-3-metilimidazo[4,5-f]quinolina, IQ, o mais potente mutagênico/carcinogênico conhecido(6). Uma dieta
constituída de carnes, saladas, frutas e sucos naturais torna a incidência de câncer em animais,
como o macaco, nula. Atualmente, há vários tipos de estudos epidemiológicos indicando uma
associação positiva entre o consumo de carnes e peixes cozinhados e o desenvolvimento de câncer
cólon-retal, pancreático, uroterial, e gástrico: [(i) Steinick, G.; Hagman, U.; Gerhardsson, M.;
Norell, S.E.; Int. J. Epidemiol. 1990, 45, 1006. (ii) Gerhardsson de Verdier, M.; Hagman, U.; Petur,
R.K.; Steineck, G.; Overvick, E.; Int. J. Câncer 1991, 49, 520.] A análise do risco de câncer quando
o ser humano está exposto às AHA, mediante a ingestão de carnes, foi feita nos Estados Unidos por
meio do acompanhamento de 3.563 indivíduos, durante três dias (1,6). O risco determinado foi de
1,1x10-4, um nível suficientemente alto para ser o gatilho de um processo carcinogênico e a
potência carcinogênica das AHAs ingeridas durante o experimento foi: IQ > DiMelQx > MelQx >
PhIP > AaC, que foi a ordem inversa das quantidades de AHA produzidas nas carnes cozinhadas
durante o experimento. Uma completa prevenção contra a exposição do ser humano às AHAs é
impossível, o que torna o problema um caso de saúde pública. Ademais, uma multitude de potentes
agentes antimutagênicos (AM) são encontrados em frutas e legumes, por exemplo, as cumarinas,
derivadas da 1,2 benzopirona (cum) e flavonoídes (fia). A inibição da mutagêneses das AHAs,
ativadas em Salmonella typhimurium TA98, com os AM (cum) e (fia) indicaram que os
mecanismos de inibição aparentemente são complexos, de multietapas e não foram esclarecidos
(7,8). Estudos da inibição da mutagêneses do IQ por (cum) e (fia), sugeriram que esses (AM) atuam
de forma distinta (7,8). O processo carcinogênico por causa do consumo de carnes parece ocorrer
na etapa inicial da digestão em razão das propriedades mutagênicas fortes das AHAs e a inibição do
processo também. Em virtude disso, fiz um estudo químico da reatividade entre o IQ e a 4-Hidroxicumarina, 4HC, e observei que o IQ e o 4HC reagem instantaneamente com mudança de cor da
solução reacional (9). O mesmo fenômeno foi observado quando o 4HC está encapsulado em uma
matriz de sol-gel modificada e entra em contato com uma solução contendo IQ (ver figura 1). Não
foi encontrado na literatura nenhum estudo ao nível molecular, dos mecanismos de inibição da
mutagêneses das AHAs e nem sobre o desenvolvimento de tecnologias para detectá-las. Porém,
sabe-se que esses estudos poderão contribuir para o combate ao câncer e para a diminuição da
exposição do ser humano a esses genotóxicos. Os principais carcinogênicos e mutagênicos
encontrados em carnes (branca e vermelha) ingeridas pela população nos Estados Unidos da
América, Europa e Ásia, por meio de vários tipos de preparo, como churrasco, assado, cozido e
fritura, são as (AHA): 2-amino-3-metil imidazo[4,5-f]]quinolina(IQ), 2-amino- 3,4 dimetil imidazo
[4,5-f]quinolina(MelQ), 2-amino-3,8-dimetil imidazo[4,5-f]quinoxalina(MelQx), 2-amino-3-4-8trimetil
imidazo[4,5-f]quinoxalina(4,8-DiMelQx),
2-amino-1-metil-6-fenil
imidazo[4,5-
b]piridina(PhlP), 2-amino-9H-pirido[2,3-b]indol (AaC) e as b-carbolinas: 1 -metil-9H-pirido[3,4b]indol, Harmana e Norharmana(6). Paradoxalmente, não há nenhum estudo feito no Brasil sobre
quais os índices e tipos de AHA produzidas nas carnes cozidas e ingeridas na dieta dos brasileiros.
No Estado do Amazonas, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCECON) –
que atende o Amazonas e outros estados da região, incluindo países vizinhos -, não disponibilizou
nenhum levantamento atual da situação do estado com relação à incidência e tipos de câncer na
população. Estudando a inibição da mutagênese do IQ com cumarinas (9), sintetizei e cristalizei
complexos moleculares formados entre 4-hidroxi-cumarina(1,2-benzopirona), (4HC) e o IQ em
solução, provenientes de uma reação instantânea, com mudança de cor, indo do incolor para o
amarelo canário. Essa reação foi estudada com as espectroscopias de emissão, UV- Visível,
Infravermelho, RMN, modelagem molecular e cálculos teóricos. Conclui que os produtos da reação
são complexos de transferência de carga de multiformas. Sabe-se (10) que as reações com
formação de complexos de transferência de carga têm rendimento aumentado quando elas ocorrem
nos poros de um vidro sol-gel, devidamente tratado. Testei a mesma reação feita em meio
homogêneo, no meio sólido, usando uma matriz de sol-gel, especialmente produzida, e verifiquei
que o 4HC encapsulado em sol-gel detecta o IQ com apenas um contato na solução que contém o
mutagênico, mudando a cor do vidro de incolor para amarelo, como ocorreu na solução, ver figura
1. Essa observação indica a viabilidade da fabricação de sensor sol-gel colorimétrico seletivo,
usando como detector determinadas cumarinas e flavonoides que reajam seletivamente e de forma
instantânea com os mutagênicos/carcinogênicos suscitados. Figura 1: PARTE SUPERIOR: estão
encapsulados em matriz sol-gel (da esquerda para direita) 7-etoxicumarina, 4-hidroxi-cumarina e
DHM-cumarina. Matrizes incolores. NO MEIO: está o IQ encapsulado em sol-gel.Matriz incolor
EMBAIXO: produtos da reação entre o IQ e as cumarinas nos quais se observa mudança de cor.
Esse resultado e a minha experiência em pesquisa nessa área (9,11-18), encoraja-me a propor,
usando matrizes sol-gel, o desenvolvimento de tecnologia para a fabricação de sensores portáteis,
opticamente transparentes, seletivos e não seletivos de AHA, encontradas em carnes cozinhadas em
ambientes domésticos, com extensão aos restaurantes e à indústria de alimentos no Brasil,
buscando obter sensores que terão as seguintes características: uso muito simples com medição em
uma só etapa, leitura dos resultados de fácil interpretação, baixo custo, não poluente, re-usável e
portátil. Serão fabricados inicialmente três sensores onde serão encapsulados: (1) cumarinas, (2)
flavonoides e (3) derivados da ftalocianina. Os dois primeiros tipos de sensores serão usados para
detecção seletiva e não seletiva de carcinogênicos/mutagênicos conforme foi observado
experimentalmente (9). A sensibilidade dos sensores serão comparadas com a sensibilidade do
terceiro sensor, cuja molécula encapsulada será um derivado da ftalocianina e o produto comercial
chamado “blue rayon” que funciona como absorvente e concentrador de policíclicos aromáticos
(19b). Serão estudadas nesta proposta, as seguintes AHAs: 2-amino-3-metil imidazo[4,5f]]quinolina(IQ), 2-amino-3,4 dimetil imidazo [4,5-f]quinolina(MelQ), 2-amino- 3,8-dimetil
imidazo[4,5-f]quinoxalina(MelQx),
2-amino-3-4-8-trimetil
imidazo[4,5-f]quinoxalina(4,8-
DiMelQx), 2-amino-1 -metil-6-fenil imidazo[4,5-bjpiridina(PhlP), e as b-carbolinas: 2-amino-9Hpirido[2,3-b]indol (AaC), 1 -metil- 9H-pirido[3,4-b]indol, Harmana e Norharmana. 7-metoxi-1metil-9H-pirido[3,4- b]-indol , Harmina(H) e numa primeira etapa os seguintes (AM): 7-metilcumarina; 4-metil-7-hidroxi-cumarina e 4-hidroxi-cumarina; 2-fenil-4H-1- benzopirona-4-ona;
3,3’,4,7-tetra-hidroxi-flavona e a 2,3-di-hidro-flavona. Na primeira fase do projeto, serão estudadas
as reatividades dos AM e AHA ao nível molecular considerando: o efeito da vizinhança, a
reatividade entre mutagênicos e AM e com as bases do DNA, em meios homogêneos, tampões e
micelas, usando técnicas espectroscópicas suscitadas e os resultados serão interpretados com ajuda
dos cálculos teóricos (20-22) e modelagem molecular, usando o programa Spartan (23). Na
segunda fase serão sintetizados dois tipos de matrizes sol-gel: a convencional, encontrada na
literatura, e a não convencional, que será produzida neste projeto. Na terceira e quarta fases serão
fabricados e testados o sensor de mutagênicos, aplicando os conhecimentos obtidos nas duas fases
anteriores do projeto. Sabe-se que a tecnologia sol-gel tem sido muito usada para várias aplicações,
por exemplo: sensores químicos e bioquímicos (24), revestimento bioativo (25), biosensores (26) e
detector sol-gel colorimétrico (18). O detector colorimétrico é baseado na formação de um
complexo de transferência de carga(CTC) entre a molécula encapsulada, hospedeira e a visitante.
Ele funciona dando uma resposta rápida por meio da mudança de cor após um único contato com o
sensibilizador. Esse foi o fenômeno que observamos quando estudamos a reação entre 4HC e IQ e
o sensor do gás mostarda (9,18). Foi observado também que a hemina e derivados Cl e o
ftalocianina tri-sulfanato de cobre C2, um pigmento azul, reagem com policíclicos com três ou mais
anéis fundidos, com formação de complexo 1:1. A habilidade do C1 e C2 de formar complexos
com moléculas policíclicas deu origem ao adsorvente e concentrador de moléculas policíclicas,
“blue cotton” e mais tarde o “blue rayon”(19a,b). Esses produtos não têm habilidade de reagir
seletivamente com as AHAs como tem o sensor que estamos propondo aqui, a diferença é que eles
simplesmente adsorvem todo tipo de molécula policíclica, mas eles serão usados como padrão
comparativo para testes com o sensor seletivo de AHA.
Referências
1) Nagao, M.; Honda, M.; Honda, M.; Seino, Y.; Sugimura. T..Cancer Lett. 1977, 2, 221. 2)Kasai,
H.; Yamaizumi, Z.; Wakabayashi, K.; Nagao, M.; Sugimura, T.; Tokoyama, S.; Miyazawa, T.;
Spingarn, N.E.; Weisburger, J.A.; Nishimura, S.; Proc. Jpn. Acad. 1980, 56B, 278. 3) Kasai, H.;
Yamaizumi, Z.; Wakabayashi, K.; Nagao, M.; Sugimura, S.; Miyazawa, T.; Nishimura, S. Chem
Lett. 1980, 1391. 4)Kasai, H.; Yamaizumi, Z.; Yokoyama, S.; Miyazawa, T.; Wakabayashi; K.;
Nagao, M.; Sugimura, T.; Nishimura, S. Chem Lett. 1980, 485. 5)Jagerstad, M.; Olsson, K.;
Grivas, S.; Negishi, C.; Wakabayashi, K.; Tsuda, M.; Sato, S.; Sugimura, T.; Mutation Res. 1984,
126, 239. 6) Layton, D.W.; BOGEN, k.t.; Knizz, M.G.; Hatch, F.T.; Johnson, V.M.; Felton, J.S.;
Carcinogenesis 1995, 16(1), 39. 7)Edenharder, R.; Rausher, R.; Piatt, K.L.; Mutation Res. 1997,
379, 21. 8) Edenharder, R.; Speth, C.; Decker, M.; Kolodziej, H.; Kayser, O.; Piatt, K.L.; Mutation
Res. 1996, 345, 57. 9) Marques, A.D.S.; Lin. C.T.; J. Photochem and Photobiol. B: Biology 2004,
74, 63-71. 10) Fujii, T.; Isowaki, Y.; Namoto, T.; Tanaka, N.; Mishima, S.; Chem. Phys. Lett.
1998, 287, 725. 11)Marques, A.D.S.; Marques, G.S.S.; Photochem. And Photobiol. 1994, 59(2),
153. 12)Souza, J. M.; dos Anjos, P.N.M.; Azevedo, W.M.; Marques, A.D.S.; J. of Luminescence
1999, 81, 225. 13) Souza, J. M.; dos Anjos, P.N.M.; Azevedo, W.M.; de Sa, G.F.; Marques, A.D.S
Advances in Science and Technology. 1999, 27, 291. 14) Marques, A.D.S.; Souza, H.F.; Costa,
I.C.; Azevedo, W.M.; J. Mol. Struct. 2000, 520, 179. 15) Marques, AD.S.; Takahata, Y.; Junior,
J.R.L.; Souza, M.C.; Simões, S.S.; Azevedo, W.M.; de Sa, G.F. J. of Luminescence 2001, 97, 237.
16) Marques, A.D.S., Gutierrez, S.J.C., Barbosa-Filho, J.M., Zheng, C., Lin, C.T., J.Mol. Struct.
2005, 753, 13-25. 17) Marques, A.D.S, Graúdo A.C., Okamoto, A.K., Takahata, Y. J. Mol. Struct.
(THEOCHEM) 2005, 725, 231-238. 18)Brinkley, J.F.; Kirkey, M.L.; Marques, A.D.S.; Lin, C.T.
Chem.. Phys. Lett. 2003, 367, 39. 19a)Hayatsu, H.; Oka, T.; Wakata, A.; Ohara, Y.; Hayatsu, T.;
Koboyashi, H.; Arimoto, S.; Mutation Res. 1983, 1 19, 233. b) Hayatsu, H.; J. Chromatography
1992, 597, 37. 20)Dewar, M.J.S.; Zoebisch, E.G.; Healy, E.F.; Stewart, J.J.P.; J. Am. Chem. Soe.
1985, 107, 3902. 21)Asbrinck, L.; Fridh, C.; LindHolm, E.; Chem. Phys. Lett. 1977, 52, 63. 22)
Zerner, M.C., Reviews of Computational Chemistry, VCH Publishing, New York, 1991, p313.
23)PC Spartan Pro version 2.04 Wavefunction, Inc. 18401 Von Karman Ave. Suite 370, Irvine CA
92612. 24)Tess, M.E.; Cox, J.A.; J. of Phamac. Biomed. Anal. 1999, 19, 55. 25) Bottcher, H. J.
Prakt. Chem. 2000, 342(5), 427. 26) Barreau, S.; Miller, J.N. Analitical Commun. 1996, 33(5H6H).
Projeto E&T – 03
Energia solar fotovoltaica aplicada ao processo de beneficiamento da pele de peixe na
comunidade de Nova Esperança-RR
Aldemurpe Oliveira de Barros
Instituição: SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: este projeto tem como principal proposta
contribuir para a melhoria das condições de vida da população da comunidade de nova esperança,
comunidade essa composta de três etnias indígenas (macuxi, taurepang e wapixana), por meio da
inserção de técnicas de beneficiamento de pele de peixe curtida, utilizando a energia solar
fotovoltaica no processo de curtimento a ser introduzido na comunidade. Essa comunidade tem em
seu tuxaua, o sr. Alfredo Silva, índio macuxi e professor formado em Letras pela Universidade
Federal de Roraima, o grande mentor de um planejamento estratégico voltado para o
desenvolvimento sustentável de diversas atividades produtivas. Com esse pensamento, em 2001,
criou o Programa de Desenvolvimento Sustentável de Nova Esperança (Pronesp), que nasceu com
o propósito de contribuir para a defesa e proteção do meio ambiente, desenvolvimento de políticas
públicas e programas voltados ao desenvolvimento sustentável e a busca do bem-estar
socioeconómico da comunidade indígena Nova Esperança, tendo como principais atividades, o
desenvolvimento de educação ambiental e bilíngue; de projetos de artesanato indígena, de projeto
piloto e demonstrativo de turismo ecológico, de agricultura orgânica, fruticultura, de programas de
capacitação e, por último, de piscicultura. Em razão do potencial hídrico existente, um projeto da
comunidade para criação de tambaquis em lagoas naturais resultou na elaboração de um convênio
com a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República-SEAP/PR no fim do
ano passado. O projeto, que está em fase de execução, tem como objetivo implantar uma unidade
de piscicultura na comunidade que servirá de modelo para irradiar essa experiência para outras
comunidades adjacentes. Porém, em razão de um rápido desenvolvimento da capacidade gerencial
da comunidade, que já possui, desde 2002, um escritório na capital, mantido com recursos próprios,
suas estratégias de organização e de fortalecimento económico preconiza criar uma marca própria
para selar todos os seus produtos, desde a produção agrícola, passando pelo mel até o pescado. Para
esse último, a proposta é trabalhar o potencial piscícola de duas formas: comércio direto mediante
exploração da culinária indígena, bastante apreciada pelos turistas que visitam a localidade,
objetivando o desenvolvimento integrado de um projeto amplo de turismo ecológico e
gastronômico e também por meio de pontos de vendas do produto diretamente ao consumidor, de
forma industrializada, por meio de filés, farinha de peixe, e com aproveitamento de couro para
produção artesanal de bijuterias e outros acessórios. No projeto que vem sendo desenvolvido em
parceria com a SEAP/PR, a comunidade vem aproveitando para ganhar experiência com o manejo
de peixes em sistema semi-intensivo, para depois investir na criação de pescado de forma intensiva.
Pelos estudos feitos à época da capacitação dos indígenas, feito em campo com os instrutores, a
capacidade de vazão do principal riacho da comunidade, apontou a possibilidade de explorar de
forma intensiva, até 720 tanques, de dimensão 20 x 50m . Por esse estudo é possível que a
comunidade no futuro próximo tenha uma produção de mais de dois milhões de pescado por safra.
Como existe uma decisão política da comunidade em investir nesse segmento, sua preocupação
agora é continuar investindo na capacitação da sua mão de obra e na busca da criação de
infraestrutura adequada para suprir tal demanda. Nesse sentido, a comunidade vem buscando
fortalecer suas parcerias institucionais no sentido de garantir um know-how e uma capilaridade
técnica. Por isso, além do convênio de cooperação técnica que possui com o Senai, a comunidade
tem ainda a parceria do Sebrae. Hoje a piscicultura já é realidade na localidade e com a parceria das
instituições Sebrae, Seap-PR e Senai foi realizado, em março de 2006, o primeiro curso de
beneficiamento do pescado, com técnicas de filetamento de tambaqui. Após esse curso, surgiu à
ideia de aproveitar o conhecimento do instrutor e consultor engenheiro Ivan Oliveira, que, por meio
do Senai em 2004-2005 participou de uma capacitação em beneficiamento do couro de peixe no
Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), e aplicá-lo na comunidade, possibilitando,
assim, um adensamento maior da cadeia produtiva do pescado e consequentemente a geração de
maior possibilidade de atividades para os membros da comunidade local. O processo de
beneficiamento de couro de peixe é amplamente dominado por pesquisadores do INPA, porém,
com pouca difusão em nossa região, todavia esbarrávamos em um grave problema, no processo de
curtimento do couro do peixe, assim como no de gado, é necessário depositar esse couro em fulões
(tonéis) com determinados produtos químicos para girar por certo tempo e com rotação predefinida,
a comunidade Nova Esperança não dispõe de energia elétrica, embora esteja sob uma linha de
transmissão de 230 KV que interliga o complexo hidrelétrico de GURI-Venezuela a Boa Vista-RR,
em razão da baixa escala de consumo de energia não há sistema de transformação e distribuição de
energia na comunidade. Realidade essa não muito diferente da de diversas outras comunidades de
nossa região amazônica, que veem passar sobre suas cabeças, a energia tão necessária ao
desenvolvimento econômico e social de qualquer população, e mesmo assim em pleno século 21 se
veem às escuras como na época do descobrimento do Brasil. Problema que pode ser contornado por
meio da implantação deste projeto de Energia Solar Fotovoltaica, aplicada ao processo de
beneficiamento da pele de peixe na comunidade de Nova Esperança, que, por meio da sua
aplicação, permitirá a essa comunidade dar continuidade a seu projeto de desenvolvimento
sustentável. Potencial existe de sobra e não seria nenhuma heresia dizer que este é o País mais rico
do mundo em recursos naturais. A maior parte do território brasileiro se encontra situada no
Cinturão Intertropical, ou seja, entre os trópicos de câncer e capricórnio. É a região com os mais
altos índices de insolação do planeta. Todavia, é a Região Norte uma das menos assistida por rede
elétrica e das que apresentam menor índice de desenvolvimento e alto custo da interiorização dos
sistemas de transmissão elétrico. Há então de se pensar formas outras de energia para atendimento a
uma classe de consumidores desassistidos. Portanto, verificamos na Energia Solar Fotovoltaica a
alternativa imediata para atender às mínimas necessidades dessa população, proporcionando-lhes o
acesso à saúde, à escola e à informação, com uma fonte de energia abundante, grátis e
ecologicamente limpa. Diante do exposto, entendemos como oportuna a implementação deste
projeto na comunidade Nova Esperança, contribuindo dentre tantas coisas para a difusão dessa
nova tecnologia, proporcionando, assim, condições de permitir à comunidade a adoção de atitudes
voltadas para a ecoeficiência, que se traduzem em linhas mestras de produção mais limpa ao
maximizar o uso sustentável dos recursos renováveis. O projeto localiza-se na Comunidade
Indígena da Nova Esperança – CNE, dentro da Terra Indígena (Tl) de São Marcos, município de
Pacaraima, Estado de Roraima, na fronteira com a República Bolivariana da Venezuela. Sua
coordenada geográfica compreende ao N=04° 26’32.2” e W= 061° 07’ 22.7” e altitude de 689
metros acima do nível do mar. Nova Esperança dista 208 km de Boa Vista, capital do Estado de
Roraima. A via de acesso é feita pela BR-174, no sentido Brasil-Venezuela. No início de 2001, a
comunidade, visando a combater a pobreza e os principais problemas sociais, criou o Programa de
Desenvolvimento Sustentável da Nova Esperança (PRONESP). Para tanto definiu linhas
estratégicas de ação para dotar a comunidade de infraestrutura necessária, melhorar a qualidade do
ensino, capacitar à comunidade na área de gestão ambiental, gestão comunitária e melhorar também
a assistência na área de saúde. Como um dos desdobramentos dessa iniciativa, em 2002 foi aberto
um escritório representativo na capital do estado como forma de facilitar o seu contato com
eventuais parceiros públicos e privados. Na escola passou a funcionar uma minienfermaria, foi
construído um centro de artesanato no qual os índios comercializam seus produtos, além de
funcionar também como ponto de encontro para reuniões de trabalho da comunidade. Porém, a
questão energética, um dos pilares do projeto e necessidade básica da comunidade não pôde ainda
ser conquistado. Em razão disso, a comunidade buscou firmar uma parceria técnica com o Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), instituição nacional e com certificação ISO9001/2000, a qual vem desenvolvendo projetos de energias alternativas na Região Norte do País
com o objetivo de auxiliar no dimensionamento, instalação e manutenção do equipamento. Como o
conceito balizador do projeto comunitário tem estrita relação com a preservação do ecossistema,
combate às queimadas, à caça predatória, à poluição do meio ambiente, a escolha da energia limpa
vem se inserir justamente dentro desse contexto fortalecendo sobremodo o conceito de
desenvolvimento sustentável que vem sendo implementado na prática pela comunidade.
Projeto E&T – 04
Monitoramento em escala continental de emissões de carbono de queimadas
Alexandre Lima Correia
Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: o Brasil é o quarto país que mais contribui
com o aumento do efeito estufa quando se consideram as emissões de gases e material particulado
de queimadas na Amazônia. Empresas e governos estaduais comprometidos com o
desenvolvimento sustentável da região amazônica devem procurar preservar o meio ambiente,
reduzindo progressivamente suas emissões, beneficiando também a população local afetada todos
os anos por graves problemas respiratórios decorrentes da poluição. Este projeto propõe-se a
realizar o monitoramento contínuo das emissões de carbono em razão das queimadas na região
amazônica, em alta resolução espacial, utilizando imagens de satélites e modelos computacionais.
Os resultados poderão ser utilizados por empresas que procuram aferir emissões de carbono
decrescentes, decorrentes de práticas ambientalmente e socialmente responsáveis, agregando valor
à sua cadeia produtiva. Esferas governamentais estadual e federal, mediante sua atuação buscando a
redução das emissões de carbono, poderão utilizar os resultados do monitoramento para
negociações internacionais de créditos de carbono, utilizando-se o Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL), representando um aumento da receita do Produto Interno Bruto (PIB) local que
poderá ser empregado na melhoria das condições de vida da população. O resultado do
monitoramento poderá também ser utilizado como instrumento auxiliar na avaliação da eficiência a
médio e a longo prazos de políticas públicas de gestão ambiental na área de manejo sustentável de
recursos florestais.
Projeto E&T – 05
Produção de substâncias bioativas de origem natural e avaliação do seu efeito sobre fungos
fitopatogênicos
Amanda de Souza da Motta
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Descrição Resumida da Proposta do Projeto:
Introdução/Justificativa: nas últimas décadas o Brasil vem se tornando cada vez mais
competitivo nas exportações de frutas, soja, carnes e produtos florestais. Contudo, muito ainda será
preciso fazer para a obtenção de níveis adequados de sanidade em seus produtos. A comercialização
de produtos com níveis fitossanitários elevados, auxilia o País a competir no mercado internacional,
colaborando, por sua vez, na economia interna ao produzir mais empregos, melhoria na qualidade
de vida de seus habitantes e oferecendo mais oportunidades para a agricultura familiar. Entre as
tendências do comércio internacional de produtos agrícolas está a demanda por alimentos saudáveis
e de qualidade. Os reflexos dessas exigências apontam para a importância da produção agrícola no
campo, em conformidade com os padrões fitossanitários considerados ideais. O Brasil se destaca
como o segundo produtor mundial de frutas, onde frutos de mamoeiro (Carica papaya) contribuem
para uma produção de 1.450.000 toneladas métricas/ano e frutos cítricos (Citrus spp.) com
16.923.732 toneladas métricas/ano (FAO, 2002). Apesar dessa elevada produção de frutas tropicais,
ocorre um grande volume de perdas, que corresponde em média a 30% do total produzido
(BENATO, 1999). As perdas pós-colheita podem ter diversas causas, dentre as quais se destacam as
doenças, em que as ocasionadas por fungos ocorrem com maior frequência e atividade, sendo
responsáveis por 80% a 90% do total de perdas causadas por fitopatógenos (GULLINO, 1994). O
impacto da crescente resistência de microrganismos a medicamentos e substâncias específicas, em
razão do uso indiscriminado de drogas, como os antifúngicos, tem movimentado vários grupos de
pesquisa. A indústria tem-se voltado para o desenvolvimento de novas substâncias que sejam
capazes de lidar efetivamente com as estratégias de adaptação que esses microrganismos elaboram
em face do surgimento de situações adversas. Dessa forma, o uso de novas tecnologias para o
desenvolvimento de substâncias bioativas mais eficazes, constitui uma estratégia promissora no
campo da biotecnologia. Isso, pois, possibilitará a prospecção de moléculas naturais, capazes de
neutralizar e/ou eliminar o patógeno-alvo. Atualmente peptídeos antimicrobianos estão sendo
utilizados como modelos para novas drogas com aplicação na área agrícola e na saúde, sendo essas
substâncias identificadas não só em bactérias, mas também em fungos, insetos, moluscos,
crustáceos, aracnídeos, plantas, pássaros, anfíbios, peixes e mamíferos. Em geral são moléculas
pequenas de até 5kDa que exibem um alto teor de aminoácidos hidrofóbicos, sendo compostos
promissores para o desenvolvimento de pesquisas por novas substâncias antimicrobianas,
buscando-se sua aplicação adequada. Essas substâncias constituem um sistema de defesa para os
organismos produtores, com capacidade de promover a síntese de peptídeos de baixa massa
molecular com atividade antimicrobiana de amplo espectro, sendo efetivos contra bactérias e
fungos. Como exemplos tem-se a magainina II, peptídeo proveniente da secreção da pele de um
anfíbio africano, Xenopus laevis, testado com sucesso na inibição da germinação de conídios de
fungos, assim como, na inibição de bactérias patogênicas. Também, a magainina II, já vem sendo
utilizada como princípio ativo na fabricação de drogas como o LOCILEXTM, um creme tópico
com ação microbicida e empregado no tratamento de infecções de úlceras diabéticas, dentre outras
doenças. As defensinas de origem vegetal, peptídeos básicos de baixo peso molecular, têm
demonstrado atividades antibacterianas e antifúngicas importantes, o que tem despertado o seu
estudo e aplicação. Nesse contexto, a pesquisa, a purificação e a caracterização química, biológica e
estrutural de novas substâncias bioativas provenientes da fauna e flora brasileira são valiosas, uma
vez que a própria evolução tratou de selecionar um vastíssimo espectro de substâncias eficientes
que contribuem para as mais diferentes áreas. Como potencial para aplicação dessas substâncias
temos a aplicação farmacológica, na agricultura, na agroindústria e como biopreservativos de
alimentos, na inibição de bactérias patogênicas e deteriorantes, que causam prejuízos tanto na
veiculação de doenças como na alteração dos produtos, inviabilizando seu consumo. Os fungos são
importantes agentes etiológicos de doenças animais e vegetais. Com relação à saúde humana as
infecções fúngicas representam um problema sério para a medicina atual, em parte, em razão da
seleção de espécies resistentes aos antifúngicos atualmente utilizados (JAHAGIRDAR,
MORRISON, 2002). Os fungos patogênicos são um problema importante também, na agricultura,
na qual grande parte das perdas de lavouras, no Brasil e no mundo, são atribuídas aos fungos
fitopatogênicos. E são gastos milhões de dólares para seu controle (OARD st a/. 2004). No Brasil,
as infecções provocadas por patógenos do solo causam perdas de até 100% da produção das
culturas susceptíveis. Os problemas também se repercutem com as perdas no pós-colheita por
infecções por fungos, como Aspergillus flavus, que infectam grãos de milho e amendoim, e
secretam substâncias denominadas aflatoxinas, tóxicas para animais, com efeitos teratogênicos,
carcinonêgicos, nefrotóxicos e hepatotóxicos, o que afeta a qualidade do produto, interferindo no
seu valor econômico e aumentando a incidência de doenças no consumidor. Bactérias do solo,
especificamente bactérias rizosféricas, podem ser eficientes nos controles de doenças causadas por
fungos fitopatogênicos (OEDJIJONO, DRAGAR, 1993; ANDRADE et al. 1998). Na avaliação de
microrganismos da rizosfera de Drosera villosa var. villosa A. St.-Hil, foram encontradas bactérias
que inibiam o crescimento de fungos saprófitos em placa de Petri em meio BDA (batata-dextroseágar). Essa planta ocorre em ambientes pobres em nutrientes, exigindo alto grau de especialização;
isso sugere que essas bactérias possuem um complexo mecanismo de sobrevivência, produzem
compostos que inibem o crescimento de outros microrganismos e se constituem em
biocontroladores de elevado potencial. Bactérias do gênero Bacillus possuem grande potencial para
serem usadas como agentes de controle biológico, pois mantêm sua viabilidade quando estocadas
por longos períodos (PETRAS, CASIDA, 1985). Pesquisas têm explorado a biodiversidade da
região amazônica por meio do potencial que bactérias isoladas do ambiente aquático Amazônico
tem demonstrado na produção de substâncias com atividade antimicrobiana contra microrganismos
patogênicos importantes como Listeria monocytogenes, Bacillus cereus, Bacillus subtilis, Erwinia
carotovora, Pasteurella haemolytica (MOTTA et al 2004). O estudo das propriedades dessas
substâncias tem revelado seu potencial de aplicação na área de biopreservação de alimentos,
auxiliando na manutenção da qualidade microbiológica dos produtos testados. Este projeto propõe a
pesquisa e o estudo das substâncias bioativas produzidas por microrganismos isolados do ambiente
aquático da região amazônica, explorando seu potencial de ação contra fungos fitopatogênicos
visando a buscar antagonistas para essas espécies. A descoberta de novas substâncias com
atividades antimicrobianas, em fontes naturais; paralelo ao surgimento de microrganismos
resistentes, poderá assegurar um melhor controle dessas populações garantindo menos perdas seja
na área da saúde como nas áreas de agricultura e agroindústria. Metodologia -Produção da
substância antimicrobiana pela bactéria produtora: uma espécie de Bacillus sp. P34, isolado do
intestino de um peixe da Bacia Amazônica. – Determinação do seu espectro de ação perante fungos
fitopatogênicos. Ação fungistática ou ação fungicida, através do teste de antagonismo em Placa de
Petri. – Estabilidade da substância antimicrobiana em diferentes condições. – Purificação da
substância antimicrobiana e caracterização química e determinação das suas propriedades. –
Aplicação prática.
Projeto E&T – 06
Produção intensiva de surubins em tanques-rede
Andréa Belém Costa
Instituição: Universidade Federal do Amazonas
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: os estados do Norte do Brasil aparecem nos
dados estatísticos como os menores produtores agropecuários do País, mesmo observando-se que
na última década, estados como Roraima, Amazonas e Rondônia ampliaram sua produção de grãos
(LEVY, 2002). A produção pesqueira mundial vem apresentando declínio acentuado e, segundo
dados da FAO (2002), a captura vai estagnar. Da mesma forma, a produção pesqueira dulciaquícola
da região amazônica vem apresentando diminuição dos estoques disponíveis. Uma das formas de
incentivar a produção de pescados e a produção de alimentos com alto nível protéico ocorre
mediante aquicultura, a produção em cativeiro de animais aquáticos. A Região Norte do Brasil
apresenta grande disponibilidade de água doce e mais de 2.000 mil espécies de peixes, das quais
cerca de 50 espécies são comercializadas, o que causa um profundo impacto sobre as populações
naturais, não contando o pescado capturado que não é fiscalizado, o que faz aumentar ainda mais as
pressões de pesca efetivamente realizadas. A aquicultura na região amazônica, até pouco tempo
atrás, era considerada uma atividade desnecessária, no entanto, a diminuição dos estoques
pesqueiros naturais tem levado os governos, pesquisadores e produtores a pensarem em alternativas
para a geração de alimento, emprego e renda. Uma das melhores alternativas para o aumento da
produção de pescado e a diminuição do impacto causado pela pesca extrativista no ecossistema é a
produção de peixes em cativeiro, a Piscicultura, que vem crescendo velozmente e possui uma
posição no mercado bastante promissora. O estado precisa buscar alternativas que alavanquem a
piscicultura, pois ela é a única forma de manter e/ou aumentar a sua produção de pescado, tendo em
vista que cada vez mais irá se restringir ou diminuir a contribuição da pesca esportiva/comercial na
produção total de peixe (PROCHMANN, 2002). Para que essa mudança ocorra, é necessário
investir tempo, dinheiro e conhecimento na promoção de um sistema de cultivo que se encaixe às
necessidades da sociedade, visando à diminuição da pressão de pesca sobre os estoques naturais de
peixes, à sustentabilidade ambiental no tocante aos dejetos produzidos pela piscicultura, à
manutenção do turismo relacionado à pesca amadora, à produção de empregos nas piscigranjas e ao
aumento da renda do produtor que vier a utilizar esse sistema de cultivo. Na Bacia Amazônica
existem centenas de espécies de peixes e muitas delas apresentam características zootécnicas,
organolépticas e mercadológicas bastante atrativas para a piscicultura, principalmente os bagres
(KUBITZA etal., 1998). Entretanto, mesmo tendo uma grande importância econômica, o sistema
de cultivo desses peixes ainda não havia sido estudado até alguns anos atrás (TAVARES, 1997). O
pintado, Pseudoplatystoma coruscans, e o cachara, Pseudoplatystoma fasciatum, são bagres, mais
conhecidos como surubins, encontrados nas principais bacias sul-americanas, Amazônica, do Prata
e São Francisco (TAVARES, 1997), que possuem grande valor comercial e são bastante apreciados
como espécies para mesa e pesca recreativa. Quase todos os surubins atualmente disponíveis no
mercado são provenientes da pesca em rios e lagos. O declínio dos estoques naturais fez com que
aumentassem os esforços de captura e, consequentemente, o seu custo. A redução na oferta de
pintado e cachara forçou o Brasil a importar esses peixes de países vizinhos, como a Argentina,
Paraguai e Bolívia. Embora os seus preços de mercado venham aumentando ao longo dos anos, a
qualidade e o frescor dos produtos colocados à disposição do consumidor são baixos,
principalmente em razão das péssimas condições de conservação (KUBITZA et al, 1998). O Estado
de Roraima apresenta uma área cultivada maior do que a do Estado do Amazonas para as seguintes
espécies de peixes: tambaqui, pirapitinga, curimatã e aracu (VALENTI, 2000). O consumo de
pescado em Roraima está em torno de 2.300 toneladas de peixes por ano, sendo 1.120 toneladas
provenientes de criações em cativeiro, 880 toneladas importadas de outros estados e 300 toneladas
capturadas nos estoques pesqueiros naturais. Essa demanda nos permite inferir um consumo atual
de aproximadamente 7,7 kg/pessoa/ano, porém, sabe-se que o consumo per capita em condições de
oferta normal é de 8 kg/ano por pessoa (SEBRAE, 2002). O consumo per capita de peixes apenas
na cidade de Boa Vista, capital do estado, é de 80 kg/ano para uma população de 200 mil
habitantes, chegando a 1.600 toneladas de consumo. Existe um déficit de 300 toneladas na oferta de
pescado. As 700 toneladas importadas de outros estados podem ser substituídas por peixes
produzidos em cativeiros no Estado de Roraima. Sabe-se também que a pesca nos estoques
pesqueiros naturais se encontra em decadência, abrindo espaço para produção e para fornecimento
de mais 200 toneladas por ano, necessárias para atender à demanda (SEBRAE, 2001). De acordo
com dados fornecidos pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO
(Food Agriculture Organization), considerando o consumo per capita de peixe ideal de 20 kg/ano
por habitante, chegaremos a um número animador para os futuros investidores, ou seja, 4.000
toneladas/ano ampliando o déficit na oferta para 2.700 toneladas/ano. Considerando que se importa
700 toneladas/ano, poderemos produzir, em Roraima, 3.400 toneladas de peixe, analisando-se tãosomente o mercado de Boa Vista (SEBRAE, 2001). Este projeto visa à produção intensiva de
surubins em tanques-rede em águas públicas do Estado de Roraima, como alternativa de
agronegócio para a região, dentro de viabilidade técnica, econômica e ambiental.
Projeto E&T – 07
A economia doméstica, uma forma de aumentar a renda
André Renato Nascimento Beckman
Instituição: SEDUC
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Ao propor o referido tema, reporto-me ao
fato de que tenho observado nesses anos de docência no Ensino Médio, que tem um dos objetivos
descritos pelos Pen’s, como a preparação para a vida, uma carência de conhecimento sobre
Economia Doméstica, a qual tem influência direta na questão social, econômica e cultural das
famílias, de forma que possa estruturar um planejamento social que evite distorções, possibilitando
o desenvolvimento nos vários segmentos sociais, facilitando, assim, redução de índices de
violência, mortalidade infantil, gravidez na adolescência, delinquência juvenil e outras
problemáticas geradas por falta de planejamento. A grande importância que essa investigação
possui é exatamente buscar a análise e reflexão sobre quais consequências podem surgir ou não em
virtude da adoção da Economia Domestica por meio da Matemática aos concluintes do Ensino
Médio da Escola Estadual de E. F. e M. Aldebaro Klautau, em Belém do Pará, visto que parte deles
já possuem família e a outra planeja formar a sua. Portanto, esta investigação pode servir de base
para estudos na intenção de se buscar uma política pública educacional para o Ensino Médio mais
eficaz do que a atual e possa realmente colaborar com as reduções de problemáticas sociais já
citadas.
Projeto E&T – 08
Valoração e manejo sustentável do cipó-titica como alternativa de desenvolvimento regional
de algumas regiões da Amazônia
Antonio Cláudio Almeida de Carvalho
Instituição: Embrapa Amapá
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Cipó-titica é o nome popular da espécie
vegetal Heteropsis flexuosa, pertencente à família Araceae, a qual ocorre exclusivamente na
amazónia. As fibras naturais extraídas dessa planta são utilizadas na confecção de móveis
artesanais e outros artefatos domésticos. Por ser uma espécie botânica classificada como
hemiepífita (planta que utiliza outra com suporte, mas mantém raízes próprias que coletam
nutrientes diretamente no solo), o Heteropsis flexuosa emite longas raízes aéreas que vão desde a
copa das plantas hospedeiras até o solo, podendo chegar até 30 metros de comprimento. Essas
longas raízes filiformes, quando extraídas e descascadas, formam exatamente a matéria-prima
conhecida na amazónia como cipó-titica. Enquanto na amazónia o cipó-titica é utilizado apenas por
pequenos artesãos na confecção de cestarias e móveis rústicos, em alguns estados das Regiões Sul,
Sudeste e Nordeste, o cipó-titica é matéria-prima de grandes indústrias moveleiras que produzem
móveis artesanais extremamente competitivos, os quais atingem as camadas de maior poder
aquisitivo do mercado nacional e internacional. Esses finos e bem acabados móveis de cipó-titica
são produzidos e comercializados como verdadeiras grifes, ou seja, cada conjunto tem um design e
denominação exclusiva e alguns têm até assinatura de designers famosos que têm seus nomes
consagrados e reconhecidos no setor. Em vários municípios do Estado de São Paulo existem
médias empresas produzindo móveis de cipó-titica para o mercado local e algumas grandes
empresas que, além do mercado local, também exportam para outros estados brasileiros e países da
Europa. Em Curitiba e Rio de Janeiro existem muitas empresas que fabricam móveis artesanais de
cipó-titica, muitas delas mantém além do showroom existente na fábrica, possuem lojas espalhadas
por vários municípios. Como o nome cipó-titica é uma denominação regional, utilizada apenas na
amazónia, os produtos confeccionados com essa matéria-prima nas Regiões Sul, Sudeste e
Nordeste são vendidos como sendo de outras fibras naturais. Em São Paulo e Rio de Janeiro, os
produtos de cipó- titica são oferecidos como sendo de rattan – fibra natural extraída e cultivada nas
florestas da Ásia. Nos Estados de Paraná e Santa Catarina, os móveis de cipó-titica são oferecidos
como sendo de junco – fibra natural extraída de plantas de áreas alagadas (ciperáceas) ou de
espécies da família juncácea, trazida para o Brasil pelos imigrantes japoneses. Nos estados do
Nordeste, os produtos de cipó-titica são vendidos como sendo de vime – salgueiro europeu da
espécie Salix viminali, cultivado em grandes áreas no planalto central de Santa Catarina. Talvez, do
ponto de vista de marketing, o nome cipó-titica não seja de fato muito adequado para os finos e
estilizados moveis artesanais fabricados por grandes do Sul e do Sudeste. Não obstante, é provável
também que uma das principais razões que fazem essas empresas mudarem o nome da matériaprima obtida nas florestas da amazónia é o fato de o cipó-titica ser extraído de forma predatória e a
comercialização ser feita quase que totalmente de forma clandestina e ilegal. Além de não haver
qualquer pagamento de tributos, não se tem qualquer preocupação com as comunidades tradicionais
da Amazônia, que estão esgotando uma das suas potencias fontes de sobrevivência e de
sustentabilidade do ecossistema. Esses problemas relativos à extração e à comercialização do cipótitica na Amazônia, faz com que as grandes empresas usuárias dessa matéria-prima temam sofrer
penalidades oficiais e mercadológicas e, por isso, não fazem nenhum esforço para identificar a
origem e a denominação correta da sua principal matéria-prima. Há muito tempo que existem na
Amazônia a extração de fibras de cipó-titica para comercialização nas indústrias e entre os artesãos
das Regiões Sudeste e Nordeste. Porém, as quantidades exportadas não eram de grande monta. Não
obstante, mesmo em volumes menores que os de hoje, a falta de manejo associado ao
desmatamento da floresta, dizimaram as áreas tradicionalmente fornecedoras de cipó-titica que
eram as regiões de Imperatriz, no Maranhão, e oeste paraense. Com o esgotamento dessas áreas, a
pressão para extração agora ocorre nos Estados do Amapá e do Amazonas. Enquanto no Estado do
Amazonas a extração do cipó-titica é feita basicamente por populações indígenas, no Amapá essa
extração é feita predominantemente por agricultores que migraram exatamente das áreas do
Maranhão, onde havia abundância de cipó-titica. A excelente qualidade das fibras, a elevada
densidade de cipó-titica existente nas florestas do Amapá, aliadas à experiência trazida pelos
agricultores maranhenses na extração e comercialização do produto, fez com que essa atividade
passasse a ser importante fonte de renda de grade número de agroextrativistas que moram nas
regiões rurais do Amapá. . Nos municípios de Calçoene, Serra do Navio e Pedra Branca do
Amapari, as atividades de extração e comercialização de cipó-titica envolvem mais de 2.000
famílias de agricultores, ribeirinhos e extrativistas. Dados estimados indicaram que em 2005 saiu
do Amapá, de forma clandestina, uma média de 50 toneladas mensais de fibras de cipó-titica. No
Estado do Amazonas, segundo os dados da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável do Amazonas, a quantidade registrada oficialmente de fibras de cipó-titica
comercializada em 2005 foi aproximadamente de 300 toneladas. O Amapá, embora seja o estado
que mais fornece fibras de cipó-titica para as indústrias de móveis artesanais do Sudeste, Sul e
Nordeste, não há qualquer exportação que tenha sido feita de forma lega. Isso porque, em 2001, a
Assembleia Legislativa do estado, aprovou a Lei n° 0362, conhecida como lei do cipó-titica, que
obriga o manejo das áreas de extração do cipó-titica para que a produção seja legalmente
comercializada. A necessidade dessa lei ocorreu porque grandes compradores de cipó-titica
organizaram sistemas de aviamento e atraíram pessoas de outros estados que adentravam em áreas
indígenas, áreas preservadas, florestas devolutas e mesmo áreas de produtores à procura das fibras
de cipó-titica e as extraíam de forma bastante predatória. Além da importância econômica e social
que o cipó-titica exerce na vida das populações tradicionais do Amapá, é ainda maior a importância
no que tange às questões ambientais. Isso porque as áreas de maior densidade da referida fibra
ocorre exatamente nas regiões de entorno das seguintes áreas protegidas: Parque Nacional do
Tumucumaque, Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Iratapuru, Terras Indígenas dos
Waiãpi e Floresta Nacional do Amapá. Dessa forma, um programa de desenvolvimento econômico
para essa região de entorno, tendo como base a extração sustentável do cipó-titica, evitará a natural
pressão que as populações locais estão tentando fazer sobre os recursos das referidas áreas
protegidas. No entanto, para implantação de um programa de desenvolvimento local, conforme as
descrições mencionadas, são necessários estudos científicos e tecnológicos sobre a ecologia e
produção econômica das fibras naturais de cipó-titica na Amazônia para que, no curto espaço de
tempo, seja possível definir os procedimento de uma extração sustentável que fará com que as
populações tradicionais possam comercializar de forma legal e diretamente com as empresas
fabricantes de móveis artesanais. Outro ponto relevante dessa proposta é que a própria comunidade
poderá produzir de forma associada, direta ou terceirizada, móveis na própria comunidade para
exportá-los para os grandes centros consumidores.
Projeto E&T – 09
Produção de “caissuma” e derivados energéticos não-alcoólicos a partir de conhecimentos
tradicionais
Antônio José do Nascimento Fernandes
Instituição: Universidade do Estado do Amazonas – Tabatinga
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A caiçúma é uma bebida alcoólica
consumida em festas indígenas e preparada de forma artesanal. Sua produção, apesar de
rudimentar, possui etapas fundamentais distintas: preparação das matérias-primas, mistura e adição
de aditivos, fermentação. Atualmente, vem sendo estudada a obtenção a partir de frutos da região
amazônica.4 O amido, um dos constituintes de maior quantidade na batata de macaxeira, é fonte de
glicose, que apresenta diversas vias metabólicas de degradação. A via glicosídica, apresentado
esquematicamente na figura 1, precede diversos processos catabólicos para a produção de energia
de diversos organismos, assim como nos fungos, podendo levar a formação de álcool. O cultivo e a
extração da macaxeira, Manihot esculenta, é feito durante todo o ano, independentemente do solo e
da estação. Suas batatas in natura são comercializadas nas feiras de todo o Estado do Amazonas.
Trabalhos registram que diferenças na concentração da maioria dos seus constituintes, porém, para
os consumidores, apenas as concentrações de lipídios e carboidratos influem na preferência e
delimitam a finalidade do uso.3 Da batata de macaxeira derivam diversos produtos, tais como:
farinha, beijus e bebidas, como o pajauarú e a caiçúma. A fabricação de bebidas fermentadas
iniciou com a própria humanidade e com a criação da vida ritualizada. Os ingredientes, o modo de
preparar e a maneira de tomar variam entre cada grupo étnico. Entre os índios do sul da América, o
uso ritual e social das bebidas fermentadas está ligada ao sagrado, ao divertimento, e, em certos
casos, à política. 1 Para outros produtos alimentícios, assim como para bebidas fermentadas,
aspectos rigorosos da qualidade podem ser assuntos para mudanças e adaptações durante produção
e a estocagem. A sua meia vida pode ser determinada pela sua estabilidade microbiológica, estado
coloidal, espuma, cor e odor/sabor.2 Em produtos obtidos do processo de fermentação artesanal de
macaxeira em comunidades ticunas do alto Solimões, foram verificados sabores levemente
adocicados, encorpados, com variações de neutros a levemente alcalinos e tom semelhante ao leite,
assim como sua cor e aspecto. Essas características podem ser potencializadas pela adequação dos
procedimentos de produção, definindo-se pontos de controle para a qualidade dos produtos, a partir
das operações unitárias indicadas para a sua adaptação. Na região do alto Solimões, verifica-se a
ascensão dos problemas causados pelo alcoolismo entre diversas comunidades indígenas e não
indígenas. Entre os fatores que contribuem para esse problema está a influência de costumes não
regionais, levando à degradação e à perda de identidade cultural. 1 Considerando-se a formação
etnológica dessa região, torna-se importante a valorização dos conhecimentos regionais na
construção de alternativas de produção e de geração de renda. Dessa forma, neste trabalho se
pretende realizar buscas de alternativas para a valorização de costumes regionais, incentivando a
integração das culturas do alto Solimões. Para isso, será adaptado o processo de produção e
elaboração da caiçúma a partir de conhecimentos tradicionais. Além disso, com a adaptação aos
procedimentos laboratoriais, indicando pontos de controle, tais como a cocção, fermentação
laboratorial, autoclavagem, condicionando a higiene e a manipulação da qualidade por aditivos,
pretende-se ainda elaborar produtos e subprodutos, a partir das operações unitárias encontradas,
como bebidas energéticas, de baixo valor calórico e outras com diferentes teores alcoólicos, nos
quais apresentem aceitação no mercado regional.
Projeto E&T – 10
Desenvolvimento de genótipos superiores de pupunha (Bactris gasipaes Kunth. var. gasipaes
Henderson) para palmito em diferentes regiões brasileiras
Antonio Nascim Kalil Filho
Instituição: Embrapa Florestas
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O projeto consiste na instalação de rede de
testes de progénies de pupunha para palmito nos estados de Rondônia, Acre, Amapá, Roraima,
Pará, Espírito Santo e Paraná, padronizando-se as mesmas progénies e o mesmo delineamento
experimental.O projeto iniciou em 2003 e hoje se encontram instalados todos os experimentos
previstos, dos quais serão instalados dois experimentos no Paraná em setembro-out de 2006 para
completar a Rede de Melhoramento Genético da Pupunha para Palmito.Os resultados deste projeto
não apenas subsidiarão o comportamento da pupunha na Amazônia, Espírito Santo e Paraná, mas
também produzirão sementes melhoradas de pupunha para palmito em todos os estados da
Amazônia, para o Espírito Santo e para o Paraná.
Projeto E&T – 11
Produção de helicônias em assentamentos no Estado do Amazonas: Uma alternativa
socioeconómica para transformar assentamentos em unidades rurais produtivas
Arlem Nascimento de Oliveira
Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A reforma agrária no Brasil, ao longo dos
anos, foi conduzida mais como instrumento de redução de tensões sociais do que como parte de
uma estratégia global de desenvolvimento socioeconómico do campo. Diante desse modelo e na
impossibilidade de rentabilizar suas atividades produtivas, a maioria das famílias assentadas é
obrigada a vender a um preço irrisório, seu pedaço de terra. Dados recentes mostram que, sem o
repasse de verbas federais, hoje, 80% dos quatro mil assentamentos brasileiros deixariam de existir.
A situação de total abandono dos assentamentos aliada à dependência das verbas governamentais
tem contribuído significativamente para o surgimento das chamadas “favelas rurais” em todo o
Brasil. Hoje, existe consenso de que uma política de desenvolvimento rural deve envolver não
apenas o aspecto agrário, mas também o fortalecimento da pequena propriedade e da agricultura
familiar, assim como a geração de mais e melhores postos de trabalho e renda no campo. Portanto,
não é mais o elemento terra o centro das reivindicações atuais, e sim a democratização do acesso
aos meios de produção agrícola e o direito de cultivar, colher, auferir renda e sustentar a família.
Somente nesse contexto agrário será possível promover o desenvolvimento social, ambiental,
técnico e econômico dos assentamentos rurais. Uma alternativa para tornar os assentamentos em
unidades rurais produtivas seria aproveitá-los para cultivar flores e plantas ornamentais.
Anualmente, a floricultura mundial movimenta cerca de US$ 100 bilhões, com uma área plantada
de 380.735 hectares. No Brasil, esse mercado vem crescendo a uma taxa acima de 20% ao ano.
Entretanto, nos últimos anos, as exportações brasileiras não têm ultrapassado os US$ 15 milhões
(0,2% do total mundial), muito abaixo da demanda mundial que é de US$ 9,4 bilhões.
Internamente, a movimentação financeira é de US$ 750 milhões, com uma área cultivada de apenas
5,2 mil hectares. Em termos de importação, a demanda brasileira é da ordem de US$ 8 milhões/ano.
Portanto, dentro do setor floricultura, o agronegócio de flores e plantas ornamentais constitui uma
atividade promissora que tem grande perspectiva de crescimento nos mercados interno e externo.
Nos assentamentos, o cultivo de flores e plantas ornamentais pode ser implantado em
parceria/orientação de instituições de fomento e pesquisa do Estado do Amazonas. Nesse sentido,
parcerias foram firmadas com o CNPq, IAC e Itesp com mais de 100 famílias de sem-terras no
Estado de São Paulo. Dessas parcerias, resultados expressivos foram obtidos, sobretudo, do ponto
de vista socioeconómico, em que assentados que antes não possuíam salário para sustentar suas
famílias, hoje possuem renda anual mínima de R$ 9 mil. Tendo em vista a grande oferta de mãode-obra familiar e/ou comunitária e as condições edafoclimáticas propícias (solos, precipitação,
fotoperíodo etc.) da região para a produção de flores tropicais, as possibilidades de produzir e
auferir renda aos assentamentos do Amazonas são muitas. O conjunto de fatores supracitados
incide, diretamente, na qualidade do produto e possibilita custos de produção mais baixos e preços
competitivos nos mercados nacional e internacional. Dentre as plantas tropicais exuberantes, de
formas inusitadas, destacam-se as helicônias, do gênero Heliconia, sendo as únicas representantes
da família Heliconiaceae. Das 250 espécies descritas, 40 ocorrem naturalmente nas florestas
Atlântica e Amazônica. Embora normalmente utilizadas como plantas de jardim, suas
inflorescências tornaram-se muito populares nos mercados nacional e internacional como flores de
corte, adaptando-se perfeitamente ao uso em vasos ou compondo arranjos florais. As helicônias têm
grande potencial de comercialização por exigirem investimento inicial menor que de outros
agronegócios, por produzirem inflorescências continuamente e em quantidade, pela diversidade de
suas cores e formas, além da rusticidade, boa resistência ao transporte e da longa durabilidade póscolheita. Além disso, ao nível de produtor, o preço pago é bastante atrativo, podendo superar US$
3,0. De acordo com o SEBRAE/AM, mais de 240 floriculturas se encontram instaladas no
Amazonas. Na produção de flores de corte, em Manaus, apenas dois produtores se destacam: a
Amazon Orquídea e a Chácara Flora do Grupo Dona Flor. Esse último produz uma grande
variedade de flores tropicais, com destaque para as helicônias. Todavia, grande parte do comércio
regional ainda depende de flores vindas de outros Estados, principalmente São Paulo e Ceará.
Proporcionalmente, em termos de arranjos e decoração de eventos, Manaus é considerada a maior
consumidora de flores tropicais no País, respondendo por 90% dos lucros das floriculturas.
Portanto, mesmo na capital, existe uma grande demanda por flores tropicais, a qual poderia ser
minimizada pela produção de flores e plantas ornamentais nos milhares de hectares de
assentamentos rurais no Estado do Amazonas. Vale ressaltar que a produção de flores gera vários
empregos, principalmente na etapa da colheita, pois demanda basicamente mão de obra humana,
sendo a utilização mínima de maquinário. Logo, possui importante papel social, em especial na
geração de empregos, por proporcionar maior rentabilidade por área plantada (três a cinco vezes
superior à fruticultura), e ser praticada em pequenas áreas de agricultura familiar. Em razão da
crescente procura por flores exóticas no Brasil e exterior, disponibilidade de terra, condições
edafoclimáticas favoráveis e a proximidade de mercados potenciais nos países Andinos e do
Caribe, são grandes as oportunidades comerciais para as plantas tropicais cultivadas em áreas de
assentamentos rurais no Amazonas.
Projeto E&T – 12
Levantamento, seleção e domesticação de espécies nativas da flora amazônica para introdução
na indústria de produção de plantas ornamentais
Aparecida Donisete de Faria
Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A introdução de novidades na indústria de
plantas ornamentais vai ao encontro das expectativas de produtores e importadores, contribuindo
para o aumento das exportações e, consequentemente, do ganho de todos os envolvidos na cadeia
produtiva desse setor. Novas cultivares podem ser obtidas diretamente de coleções particulares,
jardins botânicos, institutos de pesquisas e produtores ou por meio de cruzamentos de espécies já
conhecidas com plantas selecionadas desses locais, o que tem ocorrido com mais frequência ou,
ainda, a partir de levantamentos de áreas pouco ou totalmente inexploradas, comuns em florestas
tropicais, como a Amazônica. Esse bioma corresponde a cerca de 26% das florestas remanescentes
da Terra, ocupando quase metade do território brasileiro e apresentando valor estratégico para o
País. No entanto, apesar de sua grande extensão e importância, a região permanece praticamente
coberta com matas riquíssimas em espécies, mas em sua maior parte, desconhecidas. Nese
contexto, insere-se o presente projeto que tem como objetivo o levantamento, seleção e estudo de
espécies nativas da Amazônia brasileira com potencial ornamental. Em razão das condições
naturais que apresenta, como a intensa luminosidade, alta temperatura, elevada taxa de umidade e
estabilidade climática, a Região Norte se destaca como uma das mais vantajosas do Brasil para o
desenvolvimento da indústria de produção dessas plantas. Além disso, essa indústria é limpa, não
poluente, exige áreas reduzidas para plantio, ao contrário de culturas extensivas, como a da
pecuária, resulta em baixo impacto para a floresta; o mercado de floricultura nacional e
internacional é ávido por novidades, e a “marca” Amazônia é forte e desejável. Ela também
possibilita produção consorciada com vegetação existente e atua, fortemente, na conservação de
espécies de grande valor econômico em seu habitat natural, já que essas espécies serão
reproduzidas e produzidas em escala industrial. Entretanto, apesar de toda essa “vocação” natural,
atualmente, a indústria de produção de ornamentais no Estado do Amazonas é apenas incipiente, e
o número de espécies nativas da Amazônia brasileira em produção comercial em outras regiões do
Brasil é insignificante. As espécies ornamentais tropicais que vêm sendo produzidas no País são,
principalmente, asiáticas, africanas e centro-americanas, existindo um enorme potencial para a
introdução de novidades no setor. As espécies devem ser selecionadas dentre as ervas, lianas,
epífitas e hemiepífitas da flora Amazônica, cultivadas em área apropriada a ser construída no
Jardim Botânico de Manaus Adolpho Ducke e estudadas quanto a seu desenvolvimento, floração e
reprodução. As pesquisas devem envolver uma equipe multidisciplinar (botânico, fisiologista
vegetal e agrônomo) e deverão contar com apoio de jovens estudantes estagiários selecionados
dentre os moradores do entorno do Jardim Botânico. Os resultados proporcionarão a inserção de
novos produtos na indústria de produção de plantas ornamentais e atuarão como um grande
incentivo para o aumento da produção e consolidação da cadeia produtiva de plantas ornamentais
no Estado do Amazonas, resultando no aumento da oferta de empregos, melhoria do nível de vida
de importante parcela da população e consequente aquecimento da economia regional. O
desenvolvimento do presente projeto irá também inaugurar pesquisas com domesticação de
espécies nativas no Jardim Botânico de Manaus, que tem por principais objetivos, como todos os
jardins botânicos do mundo, atuação nas áreas de conservação, pesquisa, educação e lazer.
Projeto E&T- 13
Criação de dez escolas de informática e cidadania na área metropolitana de Belém do Pará
Bruno Nonato Dias Medeiros Brasil
Instituição: Comitê para Democratização da Informática no Estado do Pará
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Proposta de criação de dez escolas de
informática e cidadania, realizando para isso: capacitação inicial e continuada; formação de
liderança; gestão e sustentação do espaço da escola; capacitação tecnológica (manutenção de
micros, softwares – Software Livre e Software Proprietário, ambiente Cliente Servidor, redes,
banco de dados); metodologia pedagógica na linha Paulo Freire com abordagem dialética,
envolvendo a comunidade por meio do uso da tecnologia nas discussões e busca de soluções para
problemas locais; didática de sala de aula. Todo o trabalho realizado visa a gerar nas comunidades
atendidas autonomia e capacidade de sustentação para que o projeto possa se desenvolver de forma
independente.
Projeto E&T – 14
Turbina hidrocinética para comunidades isoladas na Amazônia. Aperfeiçoamento de produto
e adequação do uso da tecnologia
Cândido Justino de Melo Neto
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A carência de eletricidade é antiga no interior
amazônico. Numa região de dimensão continental, de população rarefeita, é gritante o ainda
existente cenário péssimo de oferta de energia elétrica nas cidasdes, a maioria não dispondo desse
tipo de energia em pelo menos 50% do dia, e de penúria dos ribeirinhos, às voltas com iluminação à
lamparina. A proposta desde projeto é centrada no desenvolvimento sustentável. A única forma de
alcançar a meta autogeração no interior, é o canal real para a solidificação de uma solução para
carência energética. O sucesso da difusão das técnicas de construção necessariamente passa pela
questão de um projeto de inovação e tecnologia desejável para o êxito de qualquer projeto como
inclusão social.
Projeto E&T – 15
Pesquisa e desenvolvimento de turbinas eólicas para regiões remotas no Estado do
Maranhão
Candido Justino de Melo Neto
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A escassez e a distância de determinadas
comunidades da zona de eletrificação do Estado do Maranhão atinge situações críticas para a
sobrevivência humana nos tempos modernos. Surge à preocupação da Universidade Federal do
Maranhão, como gestora de conhecimento e também como criadora e produtora de
desenvolvimento tecnológico, estuda métodos alterrnativos de obtenção de energia, que supra a
deficiência nas regiões que vivem e praticam a pesca em ilhas marítimas isoladas como: Garape
Grande, Sababa, Cunha, Coema, Santa Bárbara, São Romão, Areia Branca, Miramar, Ilha dos
Pássaros e Atim, pertencentes ao município de Turiaçu.
Projeto E&T – 16
Energias renováveis no Estado do Amazonas
Cátia Alves Macedo
Instituição: Instituto Ascende de Políticas Públicas
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: o projeto proposto se destina a estudar e
implantar, conforme a viabilidade específica, o uso de sistemas de produção de energia elétrica por
meio de fontes alternativas no Estado do Amazonas. Por fontes alternativas devem-se entender
aquelas não poluentes, renováveis, de produção e distribuição local e com baixo investimento
inicial em comparação com as fontes tradicionais (hidro e termoelétricas).
Projeto E&T – 17
Difusão homogênea e uniforme de geração e/ou retransmissão radiofônica na Região
Amazônica
David Santana Braz da Silva
Instituição: Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – RJ
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Medição e análise das fontes emissoras de
ondas eletromagnéticas em modulação AM, FM e TV, suas propagações, intensidades e
periodicidade radiofônicos presentes em cidades da Região Amazônica fronteiriças com os países
vizinhos, associado a um estudo e projeto básico sistêmico para a implantação de retransmissores
como fator de hegemonia e integração local, substituindo as ondas invasoras, reavivando nessas
comunidades os sentimentos de brasilidade. Complementarmente disponibilizando um auxílio a
rota dos aviões que estiverem voando nessas regiões.
Projeto E&T – 18
Anjos da Amazônia
Décio Nickel
Instituição: Soluções Metálicas Industria e Comércio Ltda.
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A proposta é criar uma organização para
conectar produtores da Amazônia a consumidores por meio de um website de comércio eletrônico.
Essa organização será uma associação das cooperativas e terá lojas franqueadas ao redor do mundo
que comercializarão os produtos do ecossistema Anjos da Amazônia. Os produtos ecológicos
voltados ao consumidor final na Europa e Oceania já são considerados um dos mercados de maior
potencial deste século, competindo com a informática e a biotecnologia. Fazer chegar a oferta dos
produtos da Amazônia na mão desses consumidores é só uma questão de alinhar as políticas
públicas com programas setoriais e, por fim, os projetos com “Anjos da Amazônia”. Cada vez mais
as pessoas usam a internet como alternativa para comprar produtos, além do preço e da qualidade, o
apelo social e ecológico é um fator que pesa na hora de decidir pela compra, e o fato de que todas
as informações referentes à origem do produto estarão dispostas no website do projeto é um grande
diferencial. O custo de matéria-prima, por ser infinitamente baixo (resíduos industrias, produtos
renováveis da floresta), e a mão-de-obra ser o próprio beneficiário, fazem com que o produto tenha
um custo de fabricação bastante reduzido. A necessidade de a universidade aproximar os alunos da
realidade do mercado faça do projeto uma troca e agrega valor do produto. Além de fomentar o
surgimento de uma cadeia de produtores e artesão, a Associação das Cooperativas também
promoverá o contato de associações locais com as incubadoras tecnológicas das universidades, isso
irá assegurar o nível de inovação e competitividade dos produtos locais. Os mercados consumidores
serão atendidos pelo website e as lojas franqueadas. À medida que a comunidade começa a ter
autonomia para negociar diretamente com as empresas, elas passam a assumir o progresso. As
empresas privadas parceiras do projeto também poderão apresentar em seus produtos o selo “Anjos
da Amazônia”. Com a divulgação desse selo, essas empresas ganharão um diferencial no mercado.
Também farão parte do ecossistema as biofábricas. Seu trabalho será recuperar páreas degradadas,
destinadas ao reflorestamento, desenvolvendo e plantando plantas nativas. Essas biofábricas estarão
conectadas ao negócio principal (comércio eletrônico) de forma inovadora, pois o cliente, ao
comprar um produto do ecossistema “Anjos da Amazônia”, poderá acessar o website do projeto e
ver a foto de sua árvore sendo plantada. E ele poderá acompanhar o crescimento da árvore por meio
de recursos com Google Earth, que serão desenvolvidos em parceria com empresas privadas e
universidades. As biofábricas serão financiadas pelo Fundo Anjos da Amazônia, administradas
pelas cooperativas, fiscalizadas pela Associação de Cooperativas e irão gerar emprego para as
populações locais próximas às áreas a serem reflorestadas, terão aporte tecnológico das incubadoras
e do conhecimento coletivo local. Esse ecossistema acabará por envolver diversas indústrias em
torno da comercialização dos produtos, como, por exemplo: • indústria (alimentos, química,
turismo, farmacêutica), • comércio, • extrativismo e cultivo, • cooperativas, • construção e obras de
engenharia civil, • saúde, • reflorestamento, • artesanato, • reciclagem • educação (universidades,
incubadoras institutos), • publicidade, • tecnologia da informação e telecomunicações, • transportes
e comunicação, • intermediação financeira • e outras que surgirão em razão de novas oportunidades
criadas pelo ecossistema. O projeto conta com um vasto programa de comunicação, utilizando
diversas mídias para chegar aos consumidores e outros públicos. Além da comercialização pelo
website e pelas lojas franqueadas ao redor do mundo, também serão vendidos produtos em
pequenas empresas locais e ateliês. Todos esses canais de distribuição farão parte do ecossistema
de negócios. Numa primeira fase (18 meses), espera-se a conquista da capacidade de governança,
por meio da Associação das Cooperativas, consolidação das parcerias e o fortalecimento do
consenso. Desse modo, os primeiros produtos a entrarem no mercado serão selecionados para
comercialização. Numa segunda fase (36 meses), o projeto já terá alcançado maior escala e o
impacto na geração e distribuição de renda será bastante perceptível. A governança do ecossistema
será liderada pela Associação das Cooperativas, respaldada pelo governo federal nas questões
políticas. Os governos estaduais serão os fiscalizadores da associação e os governos municipais
articularão com os empreendedores conscientes locais. As cooperativas locais farão a gestão local e
estarão ligadas à Associação das Cooperativas, que incentivará as cooperativas a se conectarem às
incubadoras das universidades da região para garantir a constante inovação e o aumento da
competitividade dos produtos. Na fase de implantação o financiamento virá de repasses de multas
ambientais, incentivos fiscais e apoiadores solidários. Posteriormente, com as atividades em
andamento, as fontes de recursos serão: investidores, recursos provenientes do lucro das vendas dos
produtos, fundo de crédito de carbono e vendas de selos para produtos produzidos na Amazônia
Legal.
Projeto E&T – 19
Oportunidades na Amazônia de sequestro de carbono
Denis Minev
Instituição: Sociedade Fogás Ltda.
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Com o advento do Protocolo de Kyoto, em
1997, e subsequentes reuniões de ministros organizadas pelas Nações Unidas, criaram-se
mecanismos para encorajar empresários a investir em oportunidades de sequestro de carbono e
outros gases causadores do efeito estufa. Essa proposta visa a viabilizar o reflorestamento de áreas
degradadas da Amazônia com o intuito de receber em troca certificados de redução de emissões,
negociáveis em mercados internacionais. Esse processo depende da aprovação do projeto como
MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo). Essa aprovação depende de aprovação no
Conselho brasileiro e no UNFCCC da ONU, em geral, requerendo consultoria internacional. Com
essa aprovação, conforme o projeto é executado, são mensuradas as economia de emissão de GHG
(gases do efeito estufa) e proporcionadas ao investidor certificados (CERs) que equivalem à
economia de uma tonelada de GHG por ano. Esses certificados podem ser vendidos em mercados
internacionais. O preço tem flutuado entre US$ 20 e US$ 35 por tonelada economizada no último
ano. Para obter um projeto aprovado como CDM, é necessário comprovar uma economia de GHG,
além do que ocorreria normalmente. Nesse caso, o projeto seria um reflorestamento de área
degradada de cerca de mil hectares. Com essa escala, estima-se a geração de CERs suficientes para
quando vendidas rentabilizar o investimento necessário no processo de reflorestamento. Várias
estimativas científicas põem o total de toneladas de carbono que a floresta retém em cerca de 200 a
250 toneladas por hectare, de uma massa biológica de 700 a 1.000 toneladas por hectare. No caso
de se reflorestar uma área de 1 hectare, obteremos CERs equivalentes a 200 toneladas, ou entre
US$ 4 mil e US$ 7 mil. Estimativas de custos de reflorestamento atual variam entre US$ 1 mil e
US$ 2 mil por hectare, o que permite uma boa margem de rentabilidade.
Projeto E&T – 20
Projeto Paca de Acrelândia
Écio Rodrigues
Instituição: Associação Andiroba
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Há exatos 18 anos um produtor de
Acrelândia, como muitos oriundo do centro-sul do País, fez a opção isolada e ousada de instalar um
consórcio florestal, com duas espécies florestais, que julgou importantes para a economia da região:
cupuaçu (theobroma grandiflorum) e seringueira (hevea brasiliensis). Com esforço próprio
conseguiu a façanha, dadas às condições da região à época, de plantar o equivalente a 3 hectares
nesse que é provavelmente o mais antigo sistema agroflorestal (SAF na nomenclatura atual)
existente no Acre, e talvez na Amazônia. Associado ao Sindicato de Trabalhadores Rurais (STR) de
Acrelândia, esse produtor viu-se no seguinte dilema atual: converter o SAF implantado em pasto,
haja vista o fato de as perspectivas comerciais não terem sido atingidas; ou, o que seria mais
sensato, buscar auxílio, por meio do STR, para que o trabalho realizado fosse, ao menos, registrado,
e os dados pesquisados servissem no auxílio de novas definições de cultivos adequados para a
região. A segunda opção levou o STR a se associar à Associação Andiroba e à Unesp nessa
empreitada. A proposta submetida à avaliação do MDA/MCT incluiu duas vertentes principais,
quais sejam: a de relacionar a necessidade de pesquisa com a realidade vivenciada pelos pequenos
produtores familiares amazônidas, no âmbito do que se convencionou chamar de pesquisa-ação. Ao
tentar solucionar um problema real e concreto do produtor, o projeto concebeu importante
alternativa de produção para que, no universo da agricultura familiar, criasse um diferencial
favorável para que o produtor conseguisse auferir melhores condições de renda. O envolvimento do
STR em todo o projeto foi de profunda importância, na medida em que toda informação e
experiência adquirida pelo produtor nesses 18 anos, e complementada com o aprendizado oriundo
da implantação do próprio projeto, poderá ser multiplicada para realidades semelhantes em
Acrelândia e regiões próximas do vale do baixo Rio Acre. No entanto, a fim de ampliar as
possibilidades comerciais do sistema em tela, optou-se, após discussões com os envolvidos, e
evidentemente com anuência do produtor e do STR, em inserir um elemento no sistema,
transformando-o na primeira e única experiência de sistema agrosilvopastoril existente no Acre e
quiçá na Amazônia, sendo todas as espécies envolvidas no consórcio nativas da região. Com a
introdução da paca (agouti paca), deu-se ao sistema o fortalecimento comercial que parece
requerer. Ocorre que tanto a seringueira quanto o cupuaçu, espécies que há 20 anos apresentavam
algum atrativo comercial, na atualidade passam por dificuldades inúmeras. No caso da borracha é
desnecessário salientar e, no caso do cupuaçu, os custos de coleta, despolpamento e congelamento
da produção, têm sido impraticáveis à realidade da pequena produção familiar. Por outro lado,
ambas as espécies fornecem sub-bosque propício ao pastoreio de roedores e a paca é, atualmente, a
carne de animal silvestre de maior valor de mercado. Todavia, o maior gargalo para o pequeno
produtor se aventurar no manejo semi-intensivo de animais silvestres, qualquer que seja ele, são os
custos inerentes à instalação de infraestrutura. Dessa forma o projeto com o imprescindível
envolvimento do Departamento de Engenharia Civil da Unesp, pode conceber processos
construtivos que empreguem, em sua maior quantidade, matérias-primas existentes na própria
região, em especial no interior da floresta existente na pequena propriedade. Foi testada e analisada
a farta diversidade de espécies florestais com indicadores de trabalhabilidade e de resistência
mecânica, compatíveis com as demandas das obras dos criatórios para animais silvestres, aceitos
pelo Ibama e pela vigilância sanitária, para fins de licenciamento. Aliar a criação de animais
silvestres no local em que as matrizes ainda existem em quantidades satisfatórias, o emprego de
materiais regionais na construção civil e a garantia de manutenção da base genética de espécies
florestais nativas da Amazônia poderá gerar benefícios sociais, ecossistêmicos e comerciais, esse o
maior desafio ao qual se propõe o projeto.
Projeto E&T – 21
Armazém da biodiversidade amazônica
Ederson Augusto Zanetti
Instituição: Universidade de Brasília
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Armazéns florestais, consistem de uma
estruturação do setor rural da Amazônia Legal, por meio de incentivos comerciais. Um sistema
integrado de apoio à produção, colheita, comercialização e ao planejamento florestal, bem como ao
desenvolvimento sustentado regional. Trata-se de um suporte comercial ao estabelecimento de
regiões de cultivo consciente da biodiversidade local, a compra de produtos da biodiversidade
local, o fornecimento de serviços de assistência técnica na área de produção (silvicultura, sanidade
vegetal e animal), procedimento de certificação de Indicação de Origem Regional e a venda de toda
a produção em grandes centros consumidores.
Projeto E&T – 22
Centro Especializado de Recuperação de Resíduos do Agronegócio – CERRA
Ederson Augusto Zanetti
Instituição: Robson Zanetti Advogados Associados
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Criar o Centro Especializado de Recuperação
de Resíduos do Agronegócio (Cerra) tem o objetivo de tornar-se referência para a recuperação de
resíduos sólidos do agronegócio, incluindo a indústria de base florestal.
Projeto E&T – 23
FAMS – Forest Architecture Modelling System (software livre)
Ederson Augusto Zanetti
Instituição: Sociedade Paranaense de Ensino e Tecnologia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O Sistema de Modelagem de Arquitetura
Florestal é uma ferramenta tecnológica voltada para a implantação, adequação e monitoramento de
atividades rurais no seu sentido amplo, e, especialmente, para projetos de Manejo Florestal
Sustentável. A ferramenta possibilita avaliar o desempenho social, ambiental e econômico da
atividade florestal, além de prever uma sinergia entre todas as atividades rurais ou urbanas,
permitindo que, feitos os ajustes menores, possa ser utilizada para estabelecer índices de
sustentabilidade tanto para zonas rurais como para urbanas.
Projeto E&T – 24
Castanha do Brasil – aumento do valor agregado do produto destinado ã exportação
através da melhoria da metodologia para detecção de fungos produtores de aflatoxinas
Edna Maria Morais Oliveira
Instituição: Embrapa Agroindústria de Alimentos
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A castanha-do-brasil é um produto oriundo
das áreas mais úmidas da região amazônica, sendo suscetível à contaminação por fungos
cosmopolitas, como Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, produtores de aflatoxinas. A
produção da castanha-do-brasil é uma atividade com impactos socioeconómicos e ambiental
fundamentais para a região amazônica, no que tange ao sustento de famílias de baixa renda. A
atividade exclusivamente extrativista para a obtenção da castanha-do-brasil contribui ainda mais
para que ocorra a contaminação por aflatoxinas em razão do tempo de coleta, manuseio, transporte
e armazenamento. As aflatoxinas apresentam efeitos agudos e crônicos em animais e humanos. A
cultura da castanha assume uma grande importância em razão da geração de divisas para o Brasil
com as exportações para a União Europeia e os Estados Unidos. Atualmente, as exportações estão
seriamente comprometidas, pois a produção brasileira de castanha tem sido afetada por crescente
contaminação por aflatoxinas. Dentro desse contexto, existe a necessidade de desenvolver
metodologias mais sensíveis e específicas para a detecção e quantificação de aflatoxinas para que
os produtos exportados possam atender às exigências internacionais, cujos limites máximos de
presença de aflatoxinas, estabelecidos pelo regulamento 2001/466/CE, são de 4 ppb (sendo 2 ppb
para a aflatoxina B1). Com isso, novas estratégias de controle poderão ser desenvolvidas para
minimizar ou eliminar a contaminação por aflatoxinas. Diante desse cenário, observou-se a
necessidade de contribuir para a melhoria da qualidade da cadeia agroindustrial de castanha-dobrasil, com a introdução de métodos moleculares para a detecção e quantificação de fungos
aflatoxígenos, verificando a existência de correlação entre a biomassa fúngica e os níveis de
aflatoxinas presente nos frutos.
Projeto E&T – 25
O geoprocessamento no ensino fundamental público
Evandro Brandão Barbosa
Instituição: Centro Universitário Nilton Lins
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: ensino das técnicas de geoprocessamento
com a utilização de computadores, imagens de satélites e instrumentos de GPS de mão para alunos
do Ensino Fundamental público, no bairro da Compensa, em Manaus-AM. Os alunos de 7.a e 8.a
séries constituem os integrantes do desse projeto, com a participação ativa dos professores de
geografia da escola.
Projeto E&T – 26
Desenvolvimento de uma unidade piloto na comunidade Guariba, município de Colniza,
de produção de óleo, de biodiesel via transesterificação etílica, a partir de espécies
oleaginosas do Estado de Mato Grosso – Projeto Biodiesel Guariba
Evandro Luiz Dall’Oglio
Instituição: Universidade Federal Mato Grosso
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O Projeto Biodiesel Guariba – O Projeto
Biodiesel Guariba tem como objetivo principal a promoção do empoderamento da comunidade por
meio da autonomia de geração energética em Guariba. O projeto é pioneiro no Brasil, por associar
aspectos tecnológicos, sociais e ambientais em ações integradas, visando à inclusão social de uma
comunidade geograficamente isolada. O projeto é financiado com Recursos do Programa Luz para
Todos, por meio da Eletronorte, sendo já visíveis algumas de suas consequências de grande
impacto, como: a instalação de rede de energia elétrica para a comunidade pela CEMAT; o
treinamento de professores em sala de aula e de alunos pela equipe de educação ambiental do
projeto; a análise de mais de três mil amostras de solo, e a realização de mais de quatrocentas
entrevistas, ajudando os produtores rurais a identificarem as oleaginosas que podem ser mais
adequadas para o plantio e a colheita em suas propriedades; a identificação, pela equipe de
economia, uma grande quantidade de problemas socioeconómicos, os quais deram origem a
subprojetos transversais integrados para a captação recursos para a saúde, a educação, a habitação,
a comunicação, o transporte (no caso da saúde e educação, com resultados concretos). Um grande
galpão está em reforma e uma área conexa com a geração de energia está consolidada; a usinapiloto para a produção de biodiesel está no local, instalada e testada. Brevemente, ter-se-á a
movimentação de toda a cadeia produtiva do biodiesel, cujas atividades serão realizadas por
pessoas da comunidade, capacitadas pela equipe do projeto. A comunidade terá participação direta
na gestão das atividades por meio da cooperativa que está sendo criada. Diversas parcerias foram
realizadas em razão deste projeto, conforme já mencionado. Por último, mas não menos
importante, este projeto contribui para a redução da dependência do País na importação de óleo
diesel, contribuindo, também, para a redução do efeito estufa por meio da disseminação do uso (e
do desenvolvimento de novas tecnologias de produção) de combustíveis renováveis.
Projeto E&T – 27
Os encauchados de vegetais Kaxinawá e Shanenawa: a ciência e o saber tradicional
transformando o látex nativo em uma borracha amazônica sustentável
Francisco Samonek
Instituição: Universidade Federal do Acre/Departamento de Filosofia e Ciências Sociais
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O saber tradicional dos povos indígenas na
manipulação do látex nativo está sendo recuperado a partir da técnica de fabricação dos
encauchados, segundo a qual o látex não é coagulado, mas concentrado por meio da secagem pela
evaporação na temperatura ambiente. A essa técnica são somados elementos da ciência e da
tecnologia modernas, quando a vulcanização industrial da borracha se transforma em um simples e
acessível processo artesanal de pré-vulcanização acelerada do látex de campo e a complexa
incorporação de cargas à borracha nas indústrias de artefatos vira uma simplificada mistura manual
de fibras vegetais curtas ao látex pré-vulcanizado. A partir daí, surge um composto de borracha,
ainda aquoso, que é desidratado naturalmente e se transforma, no meio da floresta, com o uso de
moldes artesanais, sem a necessidade de energia elétrica, máquinas e estufas, em uma borracha
vegetal sustentável, agregando valor na base produtiva e gerando trabalho, renda e qualidade de
vida aos povos da floresta. Essa é uma opção para os fazedores de políticas públicas para recuperar
e reativar a atividade extrativa da borracha na Amazônia.
Projeto E&T – 28
Emprego de ativos da biodiversidade pré-amazônica para desenvolvimento de cosméticos:
exploração racional e inovação tecnológica
Gilvanda Silva Nunes
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: esta é uma proposta concreta de
aproveitamento dos recursos naturais amazônicos para obtenção de cosméticos voltados para os
cuidados da pele e dos cabelos. Este trabalho está focado em dois poderosos aspectos: o do
sonho/lúdico e o da ecologia/preservação/desenvolvimento sustentado da pré-Amazônia
maranhense. A pesquisa que se pretende fazer será fundamental para que a região não permaneça
na cultura do extrativismo. O surgimento de uma indústria cosmética, de base originalmente
tecnológica, ainda que de pequeno porte, poderá dar origem a um “cluster” produtivo, no Estado do
Maranhão. Isso dará origem a empregos de alto nível, aumentará o valor agregado dos produtos
extraídos de nossa flora e diminuirá a preocupação regional e nacional com a biopirataria. Como o
Maranhão faz parte da pré-amazônia, isso resultará em um sentimento mais profundo de orgulho e
posse de parte da Amazônia brasileira. Inicialmente, serão estudados os processos físicos
envolvidos na obtenção e utilização de óleos (de abacate, açaí, andiroba, babaçu, buriti, castanhado-brasil, copaíba, cupuaçu, maracujá, pequi e ucuuba) e de alguns extratos (de açaí, maracujá,
ucuuba). Uma vez otimizados os processos de extração, pretende-se estabelecer um rol de análises
de rotina para caracterizar as matérias-primas obtidas. Estudos fitoquímcios serão também
realizados, empregando-se técnicas espectroscópicas e cromatográficas, de modo que se possa
identificar e quantificar os componentes químicos que apresentam atividades cosmetológicas. A
etapa principal do projeto prevê o desenvolvimento de cosméticos e produtos de higiene pessoal,
além do estudo da estabilidade e realização de testes de eficácia e de sensibilidade dermatológica
das formulações. Finalmente, pretende-se otimizar todos os procedimentos para o Controle de
Qualidade dos Produtos Acabados e os Procedimentos Padrão Operacionais para uma
microindústria de cosméticos. Na concepção da proposta, foram considerados os fatores naturais
(riqueza de fauna e flora, abundância de produtos naturais no Estado do Maranhão) e os fatores
econômicos (mão-de-obra com experiência extrativista, disponibilidade de matéria-prima,
infraestrutura, como rodovias, hidrovias e ferrovias para transporte de mercadorias e escoamento da
produção, com vistas até mesmo à exportação), favoráveis à exploração dos produtos naturais
amazônicos para o desenvolvimento do setor cosmético na região. A pesquisa que se pretende fazer
será fundamental para o surgimento de um “cluster” produtivo no Maranhão. Estudos de
viabilidade econômica são apresentados para algumas empresas de base tecnológica (microusinas
para extração de óleos e microfábrica de cosméticos), que poderão impulsionar o setor, após a
concretização do presente projeto. Viabilidade técnica e comercial de desenvolvimento como
produto. O crescimento contínuo do setor de cosméticos está diretamente relacionado a três fatores:
geração de novos produtos, inovação e tecnologia. Segundo dados da Assoe. Bras. Ind. Hig.
Pessoal, Perfum. e Cosm. (ABIHPEC), somente em 2005, o setor cresceu cerca de 14% em valor;
segundo a Anvisa, nesse mesmo ano, o Brasil cresceu 8,7% em novas empresas registradas no
setor, enquanto toda a indústria brasileira cresceu 2,1 %. Não obstante a grande quantidade de
recursos naturais existentes (cerca de 260 espécies vegetais de valor mercadológico, segundo dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE), o Estado do Maranhão é um dos poucos
que ainda não possuem nenhuma indústria de cosméticos, o que, infelizmente, vem favorecendo o
mercado informal, reduzindo a capacidade de absorção de mão-de-obra e dificultando a geração de
novos empregos. Contudo, pode-se afirmar que a técnica é economicamente viável à exploração
racional de diferentes recursos naturais, que poderão dar origem a produtos de elevado valor
agregado.
Projeto E&T – 29
Multiplicação Comercial de Seringueira
Heiko Rossmann; Augusto Hauber Gameiro
Instituição: Natural Consultoria S/S Ltda.
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: a empresa pretende multiplicar em larga
escala clones de seringueira resistentes ao mal-das-folhas, doença causada pelo fungo microcyclus
ulei.
Projeto E&T – 30
Recriar o que já foi criado: a terra preta dos índios da Amazônia
Herbert Kimura
Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: “Terra preta de índio” é o nome dado às
terras escuras encontradas na Amazônia brasileira. Porém, essas terras escuras foram descobertas
em vários países na América do Sul. Elas foram criadas provavelmente por índios pré-colombianos
de 500 para 2.500 anos B.P. e abandonadas depois da invasão de europeus. Porém, muitas
perguntas ainda são sem resposta no que diz respeito à origem delas, distribuição, e propriedades.
São essas indagações e a importância que atribuímos ao conhecimento e recriação dessas terras é
que nos levaram a escrever esta proposta.
Projeto E&T – 31
Manejo florestal sustentável e processamento da madeira em três comunidades da
RESEX Tapajós-Arapiuns
Wolfgang Meiel
Instituição: Instituto Amazônico de Manejo Sustentável dos Recursos Ambientais
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: as comunidades da RESEX TapajósArapiuns serão capacitadas para manejar sustentavelmente a suas florestas e processar a madeira
resultante do manejo. A extração será de baixo impacto, sem uso de máquinas grandes. No mesmo
local, a tora será cortada em pranchões e arrastada até o caminho por um boi. A tração animal será
utilizada também no transporte do local de extração até a comunidade. Na comunidade uma oficina
processará os pranchões em produtos mais elaborados, aumentando, assim, o valor agregado ao
produto florestal. As comunidades recebem amplos treinamentos técnicos e administrativos para
poder desenvolver as atividades no futuro sem apoio de fora.
Projeto E&T – 32
Solução de CRM e CCQ
Irismar Silva da Penha
Instituição: Digital Comunicação
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O projeto visa ao desenvolvimento de uma
solução na área de CRM (gerenciamento do relacionamento com o cliente) acoplada a metodologia
de CCQ (Círculo de Controle de Qualidade). Será uma grande ferramenta para atender às empresas
no mercado global e competitivo e que tem a capacidade de gerar novas oportunidades de
negócios, captar, fidelizar clientes e aprimorar o trabalho interno e aumentar a produtividade das
empresas por meio do método que é todo acompanhado, diagnosticado e relatado no módulo CCQ.
Consiste numa “suíte” de aplicativos, isto é, pacote multifuncional de programas independentes
entre si, que será desenvolvida em linguagem Java, que será implementado juntamente com uma
consultoria de marketing e qualidade por meio de empresas parceiras do projeto.
Projeto E&T – 33
Pequena agricultura na Amazônia: sustentabilidade econômica e ambiental
Jair Carvalho dos Santos
Instituição: Embrapa Acre / Universidade Federal de Viçosa
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Introdução – As mudanças climáticas
globais, intensificadas no fim do século XX, suscitaram maior preocupação da sociedade mundial
com as questões ambientais. O desmatamento e queima de florestas tropicais é considerado uma das
principais causas dessas mudanças. A Floresta Amazônica tem sido um dos focos de preocupação
de desmatamento e, o Brasil, o principal alvo de críticas pela magnitude da floresta e pela falta de
ações concretas para reverter o quadro de desflorestamento. A importância da preservação da
floresta está, por exemplo, no fato de, no conjunto, a Amazônia ser a maior reserva de diversidade
biológica do mundo. Contém um quinto da água doce disponível e um terço das florestas
latifoliadas. Estima-se que a região detém pelo menos a metade de todas as espécies vivas do
planeta. Foram identificadas em torno de 60 mil espécies vegetais, 2,5 milhões de espécies de
artrópodes, 2.000 de peixes e mais de trezentas espécies de mamíferos (Diagnóstico Ambiental da
Agricultura Brasileira, 1997). A manutenção dessa biodiversidade tem efeitos significativos para
todo o universo. Os compostos químicos e material genético provenientes desse ecossistema
representam fonte crucial para o desenvolvimento de produtos alimentícios e medicinais. Mas esse
manancial de biodiversidade tem sido alvo de intensa destruição (MMA, 2000). As áreas de floresta
são eliminadas, em geral, para implantação de cultivos agrícolas e pecuários. A expansão da
agricultura amazônica se deu a partir da década de 1960, como resultado de políticas
governamentais de ocupação estratégica de vazios demográficos, incorporação à economia do País
e para solucionar problemas de conflitos de terra em outras regiões brasileiras. Um grande
contingente de pequenos agricultores foi incentivado pelo governo a migrar para a região e a ocupar
projetos de colonização. Atualmente, mais de 600 mil desses produtores residem no meio rural
amazônico, vivendo do sistema agrícola de derruba e queima, também conhecido como agricultura
migratória ou itinerante. O sistema consiste em derrubar e queimar uma porção de dois a três
hectares de mata, plantar culturas de subsistência por dois ou três anos, abandonar essa área pela
queda na fertilidade do solo e invasão de ervas daninhas, e migrar para uma outra parcela dentro da
propriedade, repetindo o processo. As áreas abandonadas ficam em descanso por alguns anos, para
recomposição da vegetação secundária, para depois ser novamente derrubada e repetir o ciclo. Esse
processo é considerado sustentável sob baixa pressão demográfica, mas o rápido crescimento
populacional, por causa da migração e da reprodução das famílias, aliado à restrição à expansão da
fronteira agrícola, visando a reduzir os desmatamentos, tornou insustentável o modelo agrícola.
Com a escassez relativa de terras, os produtores passaram a reduzir cada vez mais o período de
repouso das áreas abandonadas, o que impede a recomposição da biomassa vegetal, levando à
degradação do solo e à insustentabilidade do modelo. Muitos estudiosos consideram esse modelo
agrícola de baixa tecnologia e os respectivos produtores como os principais causadores dos
desmatamentos na Amazônia, em razão da grande quantidade desses produtores, o que resulta em
mais de 600 mil hectares de matas primárias e secundárias derrubadas e queimadas a cada ano.
Dentro desse quadro, a questão que surge é quais as alternativas para desacelerar a expansão dos
desmatamentos na região? Impor essas restrições a médios e grandes produtores se torna
relativamente simples, do ponto de vista social, apesar da dificuldade de fiscalização e jurídica para
efetivação. O problema se agrava quando se consideram os pequenos produtores, na medida que as
repercussões políticas e socioeconómicas se voltam contra o governo por meio do caos social que
pode ser gerado tanto no campo quanto nas áreas urbanas, pelo êxodo rural. A questão de
dificuldade de adaptação a outras atividades produtivas, até mesmo agrícolas, reside no fato de que,
para a maioria desses produtores, os sistemas de cultivo praticado, agricultura migratória de
subsistência, representa uma herança cultural de pais, avós e outros ascendentes e qualquer
mudança mais contundente nos sistemas produtivos é vista com muita restrição por esses
produtores. A herança cultural aliada à baixa capitalização resulta em elevado grau de aversão a
riscos desses produtores em relação a novas atividades produtivas e até mesmo a novos tratos de
cultivo. Por outro lado, ao longo das mais de quatro décadas de expansão da agricultura na
Amazônia, várias alternativas agrícolas têm sido incorporadas com relativo sucesso entre os
pequenos produtores, por iniciativa de programas governamentais específicos, como foram os casos
dos programas de expansão da produção de cacau (Procacau) e de borracha (Probor), pelos serviços
de extensão e pesquisa, e até mesmo por ação de produtores mais inovadores. O grau de sucesso
dessas ações tem sido muito variável. No entanto, as iniciativas de sucesso, especialmente as que
envolvem cultivos de ciclo longo, podem representar possibilidade de melhoria de renda e redução
na velocidade de desmatamento, pela diversificação na produção e maior tempo de uso do solo após
o desmate. Identificar o desempenho socioeconómico e ambiental dessas alternativas
comparativamente aos modelos tradicionais pode subsidiar decisões de produtores e políticas
públicas relacionadas ao meio rural amazônico. Análises dessa natureza devem levar em conta
aspectos de riscos. A análise de risco associado a cada sistema produtivo se deve a diversos fatores,
dentre os quais está a reconhecida aversão dos produtores, em geral, aos riscos e incertezas de
natureza produtiva ou bioclimática, e de natureza econômica. A incerteza bioclimática se refere às
possibilidades de variações na produção agrícola em razão da interação entre a fisologia das
culturas, as condições climáticas e os inimigos naturais (insetos, microorganismos, outros animais e
plantas) causadores de pragas. A incerteza estritamente econômica se reflete nas condições de
demanda e preços para os produtos na ocasião da comercialização dos produtos. No caso de
pequenos produtores, esse nível de aversão se eleva quando se considera a sua descapitalização e os
aspectos culturais de exploração agrícola. Para esses produtores, qualquer insucesso produtivo
representa risco muito elevado à sobrevivência de sua família, pela escassez de reserva de poupança
Nesse contexto, constitui um importante desafio institucional a identificação e a quantificação do
grau de sustentabilidade dos sistemas produtivos utilizados e aqueles potencialmente utilizáveis
pelos pequenos agricultores e extrativistas da região amazônica. De forma concisa, a grande
preocupação que justifica este estudo é a expansão dos desmatamento praticados pelos pequenos
produtores na Amazônia brasileira em razão da insustentabilidade de seus sistemas tradicionais de
produção agrícola, baseado na agricultura migratória de derruba e queima, agravado pelo aumento
da pressão demográfica nas áreas rurais.
Hipótese: Os sistemas agropecuários e extrativistas adotados pela pequena agricultura na
Amazônia não são sustentáveis.
Objetivos: Objetivo Geral: identificar o grau de sustentabilidade de sistemas agrícolas,
pecuários e extrativistas utilizados e propostos na agricultura familiar no estado do Acre.
Objetivos Específicos: determinar a viabilidade e os riscos econômicos de sistemas agrícolas,
pecuários e extrativistas empregados na região amazônica; determinar os efeitos dos diversos
sistemas produtivos sobre a demanda por desmatamento nas propriedades rurais; determinar a
demanda por mão-de-obra pelos diversos sistemas produtivos; avaliar comparativamente os
sistemas produtivos sob os aspectos de sustentabilidade econômica, social e ambiental.
Referencial teórico: a) sustentabilidade: o conceito de desenvolvimento sustentável é um
conceito normativo que surgiu com o nome de ecodesenvolvimento no início da década de 1970,
num contexto de controvérsia sobre as relações entre crescimento econômico e meio ambiente
(ROMEIRO, 2003). Sustentabilidade significa preservação de capital ambiental oferecido pela
natureza, definido como os possíveis usos ou funções de nosso entorno físico. Para as Nações
Unidas, sustentabilidade deve ser entendida como a melhoria na qualidade de vida humana dentro
da capacidade de suporte do ecossistema. Economia da sustentabilidade é vista como um problema
de alocação intertemporal de recursos naturais finitos entre consumo e investimento por agentes
econômicos racionais, cujas motivações são fundamentalmente maximizadoras de utilidade. A
magnitude da punção exercida pelas sociedades humanas sobre o meio ambiente resulta do
tamanho da população multiplicada pelo consumo per capita de recursos naturais, dada a
tecnologia. O progresso técnico pode atenuar relativamente essa pressão, apesar de não eliminá-la
(ROMEIRO, 2003). A ideia de agricultura sustentável indica o desejo social de sistemas produtivos
que, simultaneamente, conservem os recursos naturais e não prejudique a saúde humana. Pressões
decorrentes de manifestações sociais ligadas à conservação dos recursos naturais requerem novos
métodos de produção que venham a reduzir os impactos ambientais adversos. É esse, em última
instância, o desafio social embutido na expressão “agricultura sustentável” (MMA, 2000). Apesar
da evolução do processo de “industrialismo” da agricultura evoluído ao longo dos dois últimos
séculos, especialmente na segunda metade do último século, nas áreas rurais de países não
desenvolvidos, como é o caso da Amazônia, os sistemas agrícolas praticados pelos pequenos
produtores são predominantemente rudimentares. O Consultive Group on International Agricultural
Research – CGIAR lançou o slogan de uma ‘dupla’ ou ‘super-revolução verde’, para referir-se à
necessidade de um aumento ecologicamente correto da produtividade agrícola mundial nos
próximos trinta anos: “uma revolução ainda mais produtiva que a anterior e que consiga preservar
os recursos naturais e o meio ambiente”. Para Rodrigues (1997), a conveniência de novos sistemas
de produção pode ser definida a partir da comparação destes com o sistema tradicional,
quantificando e especificando os efeitos das novas tecnologias em relação à produção e ao meio
ambiente. Então, se um novo sistema de produção possibilita ao produtor rural aumento de
produtividade por área e redução nos custos, este deve contribuir para a sustentabilidade da
atividade agropecuária na região, a) Análise de Custo Benefício (ACB) A ACB tem como
fundamentação lógica a teoria do bem estar social, um ramo da teoria econômica que procura
desenvolver proposições teóricas relacionadas com a eficiência na alocação de recursos (Matos,
2002). A base lógica dos estudos vigentes de custo-benefício é uma melhoria potencial de pareto.
Realiza-se uma melhoria de pareto se um fator de produção for transferido de seu emprego para
outro em que o valor de seu produto seja maior, isto é, a viabilidade de uma nova tecnologia requer
que o valor do produto obtido com a utilização desse sistema exceda o valor do produto obtido no
trato com os sistemas tradicionais (RODRIGUES, 1997). O critério de pareto potencial forma a
base para a parte quantitativa do ACB. A ACB representa uma tentativa de averiguar o benefício
líquido de uma política ou um projeto (SASSONE, SCHAFFER, 1978). Os princípios da análise
econômica de projetos são exatamente os mesmos dos princípios de análise em outras áreas da
economia do bem estar aplicada, como política de comércio e estruturas de impostos. A diferença é
que a análise de projetos carrega maior detalhamento e especificidade e, ainda, envolve processos
sequenciais dentro de um contexto especial de ciclo de projeto. Por mensurar custos e benefícios na
mesma unidade de medida, pode-se indicar na análise de projetos o impacto líquido sobre um
objetivo escolhido. Se o impacto líquido é positivo, ou ao menos não negativo, a indicação é que os
recursos do projeto não podem ser utilizados em melhores alternativas, do ponto de vista daquele
objetivo (RAY, 1984). Os resultados de ACB para diferentes projetos alternativos podem servir
para efeito de comparação, tomados os devidos cuidados (MATOS, 2002). Este estudo se baseia na
análise de cenários para a pequena agricultura na Amazônia como formas de investimentos na
implantação e condução de sistemas agrícolas, sendo necessário a identificação dos benefícios e
dos custos de cada investimento em forma de projeto. O benefício gerado por um projeto de
investimento pode ser representado pela criação de novos recursos (produtos e serviços) e implica
em aumento de bem estar porque aumenta a oferta desses recursos. De outra forma, sendo recursos
preexistentes (insumos) utilizados no processo produtivo de novos recursos, estes insumos
deixaram de gerar ganhos de bem estar em outros projetos alternativos. Isso significa que utilizar os
insumos em um projeto de investimento representa um custo por ter-se deixado de gerar um
benefício em outra atividade alternativa, o que se caracteriza como um custo de oportunidade. Em
sua essência, a ACB avalia e compara os benefícios e os custos de um projeto e a resultante indica
que se os benefícios forem superiores aos custos, o projeto é aceitável e caso contrário, rejeitado.
Metodologia Método Analítico Visando atender aos objetivos propostos, será utilizada uma
combinação de técnicas de análise para avaliar a os caracteres de sustentabilidade socioeconómica
e ambiental da pequena agricultura praticada na Amazônia Brasileira. A sustentabilidade
econômica será avaliada através da análise de rentabilidade e de risco dos modelos de sistemas
produtivos agrícolas, pecuários e extrativistas, em suas versões tradicional, intermediários e
melhorados. A rentabilidade será avaliada considerando a abordagem de avaliação de projetos,
tendo como indicadores (a) a relação benefício-custo (RBC), O valor presente líquido (VPL), o
período de recuperação de capital ou período de payback (PB) e a taxa interna de retorno (TIR). O
risco econômico será avaliado com o uso da técnica Monte Carlo que, segundo Campos (1991) é
um método de simulação probabilístico utilizado para estimar risco em decisão de investimentos,
de grande vantagem, e tem sido usada, em vários estudos, para examinar relações biológicas e
físicas que a muitos algoritmos formais não conseguem descrever realisticamente. O mesmo autor
afirma ainda que, de acordo com Pouliquen (1970), o método é conveniente, por não envolver
metodologia sofisticada; é confiável, em virtude de o empresário tomar suas decisões baseado na
probabilidade de ocorrência de valores num intervalo de cada variável; de baixo custo, por não
exigir amplas pesquisas de campo; tem ainda as vantagens de usar grande quantidade de
informações que em outros métodos seriam desconsideradas, e ser de análise de resultados simples
e rápida, podendo ser feita pelo próprio avaliador, sem necessidade de técnicos especializados A
análise de sustentabilidade ambiental será feita por meio da avaliação dos efeitos da adoção de cada
sistema produtivo na demanda por desmatamento da floresta amazônica. A unidade de análise para
as propriedades agropecuárias, tanto na avaliação econômica, quanto na avaliação ambiental, será
uma propriedade típica de 80 hectares. Dentro desta será avaliada a evolução de receitas, custos,
demanda por mão de obra e desmatamento considerando o uso parcela de 2 hectares, que representa
o tamanho médio e modal que os pequenos produtores utilizam normalmente para o preparo de área
e implantação dos sistemas agrícolas e agropecuários. A frequência de preparo de área e
implantação de sistemas dependerá da longevidade dos sistemas, definidas pela tecnologia adotada.
No caso dos sistemas extrativos de látex de seringueira e castanha-do-brasil (ou castanha-do-pará),
a unidade de análise será uma parcela de floresta de 300 ha, que representa o tamanho médio de
uma “colocação” extrativista nas reservas extrativistas na Resex Chico Mendes, e a parcela
corresponde à área de floresta de seringal e castanhal, que é muito próximo do tamanho da
“colocação”. O horizonte de análise será plurianual, tendo como base o sistema de maior
longevidade. Para os sistemas de menor vida útil, serão consideradas sucessivas implantações do
mesmo, atentando para as estratégias adotadas pelos produtores e a sustentabilidade agronômica do
sistema. Isso objetiva estabelecer as mesmas condições de tempo para os diversos sistemas,
evitando vieses de desempenho socioeconómico e ambiental. Área de Estudo A área objeto do
estudo corresponde à mesorregião Alto Purus, no estado do Acre, onde estão inseridos o Projeto de
Assentamento Dirigido Pedro Peixoto (conhecido como PAD Peixoto) e a Reserva Extrativista
Chico Mendes (Resex Chico Mendes). O Projeto PAD Peixoto abrange áreas dos municípios de
Acrelândia, Capixaba, Plácido de Castro, Rio Branco, Senador Guiomard. A Resex Chico Mendes,
por sua vez, abrange áreas dos municípios Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Sena Madureira e
Xapuri. Sistemas Produtivos Agropecuários e Extrativistas Os modelos agropecuários e
extrativistas serão analisados considerando a abordagem de sistemas, que representam a
combinação de atividades produtivas (agrícolas, pecuárias e extrativistas) exploradas de forma
consorciada ou sequencial numa mesma área, num horizonte de tempo plurianual. Serão
considerados para avaliação as categorias de sistemas agrícolas, sistemas agropecuários e sistemas
extrativistas. Dentro de cada uma dessas categorias, serão consideradas, ainda, as subcategorias: os
sistemas tradicionais, sistemas melhorados tecnologicamente e sistemas intermediários. Os
sistemas agrícolas envolvem somente espécies agrícolas. Os sistemas agropecuários representam a
combinação de cultivos agrícolas e pecuários. Os sistemas extrativistas, resultam somente de
atividades dessa natureza. Os sistemas tradicionais são aqueles que tem como característica o nível
tecnológico mais comumente adotado pelos produtores, em geral de baixo nível tecnológico. Esses
sistemas servem de referência para avaliação das demais categorias. Os sistemas melhorados têm
como base a o nível tecnológico sugerido pelos institutos de pesquisa e assistência agropecuária,
que preconizam o emprego de técnicas modernas de produção. Os sistemas intermediários,
representam modelos adotados por alguns agricultores mais inovadores ou sugeridos por grupos de
produtores e técnicos, em reuniões realizadas com esse objetivo, e que se caracterizam por
apresentar um nível tecnológico intermediário. Os sistemas foram identificados previamente por
estudos realizados, pelo Programa ASB – Alternatives to Slash and Bum (Alternativas a derruba e
Queima) e o projeto de pesquisa Sistemas e Custo de Produção no Norte do Brasil. O Programa
ASB é um programa de pesquisa coordenado pela Embrapa e pelo ICRAF (World Agroforestry
Centre) e executado em parceria com outras instituições brasileiras de pesquisa e extensão rural,
com o objetivo básico de identificar e comparar sistemas alternativos agropecuários e extrativistas à
agricultura de derruba e queima. O projeto de pesquisa Sistemas e Custo de Produção no Norte do
Brasil é executado pela Embrapa, Governo do Estado do Acre e Banco da Amazônia, com o
objetivo básico de avaliar os custos e rentabilidade da agropecuária e do extrativismo na região.
Fonte de Dados Os dados para realização das avaliações serão obtidos dos registros do programas
de pesquisa, “Programa ASB” e “Projeto Sistemas e custos e Produção no Norte do Brasil”. Dados
complementares necessários à avaliação de rentabilidadde e, principalmente, riscos econômicos
serão obtido em levantamento de campo, na região de estudo. Dados sobre série histórica de preços
serão obtidos dos levantamentos de preços pagos e recebidos pelos produtores, junto a Fundação
Getúlio Vargas, que coordena o levantamento sistemático desses preços a vários anos.
Referências
CAMPOS, R.T. Efeitos do ataque do bicudo na cotonicultura do semiárido cearense. Tese de
doutorado. Recife: UFPE, 1991. 160 p.
MATOS, C.M. Viabilidade e análise de risco de projetos de irrigação: estudo de caso do projeto
Jequitaí (MG). Viçosa: UFV, 2002. 142 p. Dissertação de mestrado
RAY, A. Cost-Benefit Analysis: Issues and Methodologies. Washington: World Bank, 1984. 159 p.
RODRIGUES, F. M. Rentabilidade de sistemas de produção agroflorestais e de pecuária para a
região Amazônica – Um estudo de caso. Viçosa: UFV, 1997. 108 p. Tese de Doutorado.
ROMEIRO, A. R. Economia ou Economia da Sustentabilidade. Economia do meio Ambiente –
Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Editora Campos, 2003. p. 1-29.
SASSONE, P.G.; SCHAFFER, W.A. Cost-benefit analysis: A handbook. San Diego: Academic
press, 1978. 182 p.
Projeto E&T – 34
Tecnologia de bebidas alcoólicas fermentadas de frutos da Amazônia para a viabilidade dos
Arranjos Produtivos Locais (APLs) e desenvolvimento sustentável da Amazônia
Jerusa de Souza Andrade
Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Introdução/justificativa – O vinho é uma das
bebidas mais antigas. É praticamente comum em todas as civilizações antigas e modernas. O vinho
é o produto da fermentação do suco de uva, cujos açúcares são transformados em álcool pela ação
das leveduras. Dessa forma, é denominado de vinho o obtido de uva. Porém, de qualquer outro
fruto é possível obter o “vinho” correspondente, e dessa forma, a palavra vinho é usada para
descrever o processo, cujo resultado é a obtenção de um produto natural, fermentado, clarificado e
maturado. Os vinhos elaborados com frutos são denominados de bebida alcoólica fermentada e o de
maçã é denominado de sidra. A produção de bebidas alcoólicas fermentadas de frutos é feita em
vários países, e, geralmente, em pequena escala (RANKINE, 1989; KOLB, 1999). Quanto ao
conteúdo de açúcares, o vinho é classificado em seco, semi-seco e doce ou licoroso e, quanto ao
conteúdo de álcool, situa- se na faixa de 8 a 14 graus, com média de 12 graus. Quanto à qualidade,
os vinhos podem ser classificados em: vinhos ordinários, sem certificação do nível de qualidade;
vinhos de qualidade, que cumprem uma série de normas estabelecidas e geralmente próprias de
uma determinada região de origem; vinhos de qualidade superior, que além de ajustar às normas,
contam com outros atributos especiais. Em razão da grande variedade de frutos e com “flavor”
acentuado, os frutos tropicais são excelentes para a elaboração de bebidas alcoólicas fermentadas.
Porém, a variabilidade quanto ao “flavor” e coloração dificulta a obtenção de bebida com
características padronizadas. Como a elaboração dessas bebidas é feita em âmbito familiar, torna-se
oneroso manter a assistência técnica, essencial para produzir bebidas com características
padronizadas. Os frutos contêm açúcares, amido, pectinas, proteínas, gorduras, minerais,
compostos fenólicos, pigmentos, vitaminas, ácidos, gomas, mucilagens, enzimas, etc. O açúcar é o
componente mais importante para a fermentação alcoólica e, consequentemente, para a produção da
bebida. Os açúcares e os ácidos são os principais elementos do mosto para obter bebida de boa
qualidade. A irregularidade das características físicas e químicas dos frutos tropicais dificulta a
obtenção do mosto. Apresentam variações no tamanho (grandes, pequenos, irregulares) e na
composição (suculência, sabor, pigmentação). Alguns têm casca não comestível (dura ou de sabor
desagradável) e muitas sementes (cuja toxicidade não é conhecida) que precisam ser eliminadas. O
teor de álcool varia de 9% a 15% em volume e outros álcoois também estão presentes. Os ácidos
tartárico, cítrico e málico são provenientes do fruto, enquanto os ácidos succínico, láctico, acético e
pirúvico são produzidos na fermentação. O ácido ascórbico presente em grandes quantidades no
camu-camu, permanece com quantidades elevadas na bebida alcoólica fermentada. Antocianinas e
carotenóides são os pigmentos mais comuns e os compostos fenólicos da semente, casca ou da
polpa também são encontrados em quantidades substanciais nas bebidas alcoólicas desses frutos
tropicais. Os ésteres formam-se por uma combinação dos ácidos com o álcool durante a maturação
e contribuem para dar o “bouquet”, característico dos diferentes tipos de vinhos ou bebidas
alcoólicas fermentadas. Sabores, aromas e cores (qualidades sensoriais), combinados com a
suculência e alta acidez (características tecnológicas desejáveis) e com componentes químicos,
como vitaminas, fibras insolúveis e solúveis e antioxidantes (substâncias com funções
nutracêuticas), fazem dos frutos da Amazônia uma matéria-prima por excelência. Essas
características podem, pela mão dos nativos de diversas etnias ou dos que nela residem, se
instruídos e apoiados, ser aproveitadas na agroindústria pelo interior da Amazônia. Arranjos
Produtivos Locais (APLs) surgem como alternativas para o desenvolvimento sustentado da
Amazônia, tendo por base, nada mais, nada menos do que os seus frutos, quer sejam provenientes
do extrativismo manejado ou do cultivo ecológico. APLs são sistemas apontados para a viabilidade
do setor primário e para a agroindústria na Amazônia. Dessa forma, frutos como o cupuaçu, açaí,
camu-camu, cubiu, araçá-boi, araçá-pera, bacuri, murici, bacaba, patauá, buriti, abacaxi, e muitos
outros, são matérias-primas chaves para a viabilidade em termos de manejo, cultivo e
processamento agroindustrial nos APLs. O Departamento de Tecnologia de Alimentos do Instituto
Nacional de pesquisas da Amazônia conduz desde 1996, atividades sobre a produção de bebidas
alcoólicas fermentadas a partir dos frutos da Amazônia. Essas atividades resumem-se em aulas
práticas ministradas aos alunos de Escolas Agrotécnicas, localizadas em Manaus, cursos de
extensão para técnicos, orientação de monografias, dissertações, teses etc. Nesses anos de
atividades detém patente de produção de bebida alcoólica fermentada a partir de pupunha, prêmios
FUCAPI para produção de bebidas alcoólicas a partir de pupunha e mapati. No entanto, em razão
da grande diversidade de frutos nativos, do interesse pelo produto e pela necessidade de viabilizar
os Arranjos Produtivos Locais e o desenvolvimento interiorano, tem necessidade de aprofundar as
pesquisas e de repassar as tecnologias acerca da produção de bebida alcoólica fermentada a partir
de frutos da Amazônia. Material e métodos para a obtenção de bebida alcoólica fermentada de
frutos tropicais, os materiais são simples. Porém, requer cuidados quanto à qualidade da matériaprima, higiene no processo, tempo requerido para o preparo etc. Serão utilizados garrafões (três
garrafões para cada triplicata) de água mineral (capacidade de 20 litros), como cuba de
fermentação, tacho de inox (capacidade de 150 litros) para o sistema de pasteurização, açúcar
cristal para a chapitalização do mosto, fermento de pão como fonte de Saccharomyces cerevisiae,
água de poço artesiano do campus do INPA, recipientes de vidro para a decantação da bebida,
mangueiras de plástico para a trasfega, sala climatizada para o processo de fermentação, câmara
com temperatura controlada para a decantação durante o processo de clarificação natural e
envelhecimento das bebidas. Para o desenvolvimento e otimização dos processos e análises físicoquímicas e sensoriais serão utilizados frutos da Amazônia com características de suculência, sabor,
aroma e coloração constantes de projetos de pesquisa, tais como: cupuaçu, camu-camu, araçá-boi,
mapati, açaí, bacuri, murici, uxi, taperebá, mangarataia (raiz), maracujá do mato, abacaxi, buriti,
cubiu etc. O processo de obtenção das bebidas (sumarizado na figura 1) passará pelas seguintes
etapas: Recepção – Os frutos são recebidos no local de processamento (usina piloto de
processamento de frutos do Departamento de Tecnologia de Alimentos do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia) e poderão ser estocados por curto tempo (o mínimo possível até o dia
seguinte para o processamento), em condições adequadas de higiene, temperatura e ventilação.
Seleção – Na seleção será feito o descarte levando-se em conta o grau de amadurecimento, a
sanidade e a presença de danos físicos (amassamento dos frutos). Higienização e sanitização – A
lavagem será feita com água corrente de boa qualidade, proveniente do poço artesiano do campus
do INPA. Em seguida passarão pela sanitização por imersão em solução de hipoclorito de sódio a
200 ppm durante 15 minutos, seguida de enxágue em água corrente. Obtenção e correção do mosto
– Essa etapa constituirá na obtenção do suco ou polpa e dependerá do tipo de fruto. De alguns será
necessário retirar as cascas, porém, a agregação delas ao mosto de determinados frutos é essencial.
Dependendo do fruto, poderão ser cortados em pequenos pedaços, esmagados ou triturados ou
despolpados em despolpadeira industrial. Para fazer a correção, a polpa será pesada e analisada
quanto à quantidade de açúcares e ácidos. Por meio do refratômetro será quantificada
(indiretamente) a concentração de açúcar e calculada a quantidade a ser adicionada para obter o
grau alcoólico desejado, considerando-se a conversão (álcool/açúcar) de aproximadamente 0,6109
litro/kg (álcool/açúcar). Com base em experimentos anteriores, será pesquisada a produção de
bebidas com teor alcoólico variando de 6% a 12%. Nas pesquisas serão testadas por meio da
titulação com solução de NaOH 0,1 N será determinado o teor de acidez e, se necessário, feita a
correção com a adição de ácido cítrico. Pasteurização – Antes de inocular as leveduras, será
necessário eliminar a flora contaminante para que o inoculo (leveduras) entre rapidamente em
atividade sem precisar competir. Para esda etapa será realizada a pasteurização da polpa juntamente
com o xarope. Em um recipiente apropriado, será feita a dissolução do açúcar na e fervura por
alguns minutos. Em seguida será adicionada a polpa ao xarope fervente, homogeneizada e
submetida à nova fervura por poucos minutos (menos de cinco minutos). Após o desligamento do
fogo o tacho permanecerá tampado por cerca de 30 minutos. Fermentação – A fermentação é a
etapa mais delicada na elaboração de qualquer bebida de qualidade. Durante a fermentação as
leveduras produzem energia que será usada na reprodução e manutenção celular. Assim, ocorre a
produção do álcool e de diversos subprodutos, como ácido acético, pirúvico e succínico, álcoois
superiores, glicerol etc. As condições operacionais nessa etapa dependem do tipo de levedura
utilizada, das características físicas e químicas do mosto, da temperatura do ambiente, da ausência
de contaminantes e da vigilância rigorosa do processo. Durante a fermentação ocorre produção de
C02. No início, a fermentação é violenta ou tumultuosa, que passa para a fermentação lenta ou de
repouso, ocorrendo-se posteriormente o que se chama de emudecimento do mosto. O rendimento
em bebida depende da quantidade de água presente no mosto, o que caracteriza como uma
fermentação líquida. Para obter a fermentação, assim que o mosto é pasteurizado, será transferido
ainda quente para a cuba de resfriamento, completado com água, resfriado e inoculado com as
leveduras (Sacchromyces cerevisiae) que irão transformar o açúcar em álcool. A transferência e
inoculação serão feitas com o máximo de assepsia e o volume de água desejado será completado.
Após homogeneizar a mistura da cuba, será retirado em um recipiente apropriado, cerca de um a
dois litros da mistura. Nesse volume serão hidratadas as leveduras (fermento de pão) secas e em
seguida transferidas para a cuba. Após a homogeneização, vedação da boca (tampão de algodão
recoberto com gaze) o processo de fermentação ocorrerá por cerca de sete dias com leve
homogeneização diárias nos primeiros dias da fermentação tumultuosa. Clarificação – A bebida
alcoólica tende a clarificar-se com o repouso. A clarificação consiste na sedimentação lenta e
progressiva das partículas em suspensão no fundo da cuba, da qual serão eliminadas por meio da
decantação ou trasfega. Após a fermentação, a bebida será filtrada e o conteúdo livre de sólidos
será transferido para outro garrafão. Pesquisas realizadas no Departamento de Tecnologia de
Alimentos do INPA mostram que as bebidas podem ser clarificadas sem a adição de agentes
clarificantes. O processo de clarificação é acelerado com a manutenção das bebidas em câmara com
baixas temperaturas. A clarificação será obtida por processos intercalados de decantação e trasfega
sem a adição de produtos clarificantes. Durante esse período, a bebida se transforma em razão de
uma série de reações físico-químicas, originando compostos derivados. Dentre esses, destacam-se
os ésteres responsáveis pelo aroma ou “bouquet”, o que irá influenciar na qualidade e aceitabilidade
das bebidas. Acondicionamento e estocagem Parte das bebidas (denominada bebida base, ou seca)
será armazenada em garrafas em temperatura ambiente. O restante da bebida-base será adicionado
de açúcar para aumentar o grau de doçura, mascarar a adstringência (de alguns frutos) e o sabor do
álcool. Como a incorporação de açúcar reinicia o processo de fermentação, essas bebidas serão
acondicionadas em garrafas e submetidas à pasteurização por imersão e banho-maria em
temperatura de cerca de 70°C. Após a pasteurização serão também armazenadas em temperatura
ambiente. Monitoramento do processo fermentativo – O monitoramento do processo fermentativo
será feito pela medida diária do pH (pHmetro), sólidos solúveis (refratômetro), acidez (titulação
com solução de NaOH 0,1 N e fenolftaleína como indicador) e produção de álcool (ADOLFO
LUTZ, 1985). O rendimento do processo será calculado pela conversão do açúcar e volume final
das bebidas. Avaliação das bebidas após a clarificação – As bebidas serão avaliadas pela medida do
pH (pHmetro), sólidos solúveis (refratômetro), acidez (titulação com solução de NaOH 0,1 N e
fenolftaleína como indicador), açúcares redutores pelo método de Somogyi Nelson (SOUTHGATE,
1976), antocianinas (xxxx ) e carotenóides totais (dependendo da matéria-prima) e teor alcoólico
(INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 1985). O rendimento do processo será calculado pela conversão do
açúcar e volume final das bebidas. Análises de flavonóides, ácidos e antioxidantes serão
determinadas por eletroforese capilar na Faculdade de Engenharia de Alimentos na Universidade de
Campinas (Unicamp). A análise sensorial das bebidas será determinada segundo descrição de
Monteiro (1984).
Referências
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, v. 1. São
Paulo, 1985. 317p.
KOLB, E. Vinos de frutas: elaboración artesanal e industrial. Zaragoza. Acribia, 1999. 232p.
MONTEIRO, C. L. B. Técnicas de avaliação sensorial. Curitiba. CE-PPA, 1984. 101p.
RANKINE, B. Manual práctico de enologia. Zaragoza. Acribia, 1989. 394p.
SOUTHGATE, D. A. T. Determination offood carbohydrates. London: Ed. Applied Science
Publishers Ltd., 1976, p. 28-47.
Local de execução – Como local de execução e parceiros o projeto tem como instituições o
INPA, UNINILTON LINS e UFAM em Manaus para otimização dos processos, cursos e
assessorias; Centro de Biotecnologia da Amazônia- CBA (a ser contatado) em Manaus para a
interface pesquisa-indústria; Escola Agrícola Rainha dos Apóstolos (em fase de orientação e
implantação dos projetos piloto) no município de Manaus; SEBRAE-AM (a ser contatado) para
operacionalização dos cursos e apoio aos empreendedores; comunidades e associações que detêm
os APLs e estejam localizadas nos diversos estados inseridos na Amazônia Legal que tiverem
demanda e viabilidade.
Projeto E&T – 35
Projeto piloto para o cultivo e a destilação de plantas aromáticas da Amazônia para a
obtenção de óleos essenciais
Joaquim de Carvalho Bayma
Instituição: Universidade Federal do Pará
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Diversos estudos têm sido realizados, por
instituições de pesquisa e universidades, para conhecer a cadeia produtiva de espécies vegetais
aromáticas com potencial para a indústria de perfumes e cosméticos. Entretanto, como acontece
com estudos realizados em laboratório, as informações não são suficientes para estabelecer uma
tecnologia para a produção em larga escala. O objeto deste projeto é a investigação em escalapiloto das plantas aromáticas – priprioca (Cyperus articulatus L. – Cyperaceae) e estoraque
(Ocimum micranthum Will. – Lamiaceae) – visando à determinação das condições de cultivo e dos
parâmetros físico-químicos da destilação por arraste a vapor. A priprioca é uma planta herbácea
aromática, usada popularmente para preparar os “cheiros cheirosos do Pará”. As raízes secas e
trituradas são colocadas em armários para manter a roupa perfumada e afastar as traças. Dos
rizomas extrai-se o óleo essencial, de aroma amadeirado e agradável, excepcional para a
formulação de fragrâncias inovadoras para perfumes e cosméticos. O estoraque é uma erva ramosa
anual, utilizada na medicina popular no tratamento de gripe, dor de cabeça, catarro no peito,
sinusite, dor de estômago, antisséptico da região ocular, diurética e estimulante. O óleo é obtido das
folhas e flores, como um líquido amarelo claro, que tem como principais componentes: limoneno,
linalol, carvona, (E)-cinamato de metila e b-cariofileno. Neste projeto, pretende-se cultivar as
plantas, produzindo biomassa em quantidade suficiente para obter 5,0 kg de cada óleo essencial e
estudar os parâmetros físico-químicos que controlam o processo de destilação. Os óleos serão
obtidos por destilação por arraste a vapor. Em geral, o rendimento da destilação se situa abaixo de
1%, o que exige grandes quantidades de matéria-prima para uma produção regular. Os óleos
essenciais serão fornecidos, em pequenas amostras, para empresas de perfumes e cosméticos do
País e exterior, visando a difundir e criar um mercado para esses produtos. Também serão
realizadas parcerias com empresas locais, destinadas a desenvolver novos produtos cosméticos e
perfumes. Amostras também serão enviadas para especialistas, para estudos farmacológicos.
Projeto E&T – 36
Aproveitamento das macrofitas aquáticas na produção de adubo orgânico para o cultivo
de plantas medicinais e aromáticas no município de Manaquiri/AM
Juan David Revilla Cardenas
Instituição: Instituto de Pesquisa da Amazônia – INPA
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Cada ano, na comunidade Bom Intento do
município de Manaquiri-AM, os lagos e igarapés ficam cobertos de uma grande quantidade de
mururé e capim, obstruindo a passagem dos barcos e canoas, ocasionando dificuldades aos
moradores da comunidade. No entanto, durante a vazante essa grande quantidade de matéria
orgânica apodrece, deixando o ambiente e as moradias com mau cheiro, gerando dores de cabeça,
diarreias por causa da decomposição do material vegetal. Todos os anos sempre ocorre o mesmo
problema e nada é feito para mudar. Este projeto trata de aproveitar essa fantástica produção de
fitomassa na produção de adubo por decomposição para posteriormente utilizar na produção de
plantas medicinais e aromáticas e, com isso, obter-se uma renda adicional. No mercado de
fitoterápicos a demanda de hortelãzinho em feiras e supermercados equivale a R$ 40,00 reais o
quilo, por ter propriedades na cura de gastrite. No setor de fitocosmético a procura por catinga-demulata, alfavaca e manjericão equivale a R$ 350,00 a 450,00 dólares o quilo de essência. O maior
entrave é o adubo orgânico abundante, por isso foi desenvolvido um modelo de equipamento para a
colheita e trituração do material vegetal, assim como foi desenhado os galpões de fermentação e
curtido da matéria orgânica, podendo produzir até 15 toneladas ao mês a baixo custo e aproveitando
a mão-de-obra ociosa durante a enchente para o cultivo das plantas medicinais e aromáticas na
terra-firme.
Projeto E&T – 37
Tesauro digital do design e da cultura material amazônica
Karine Gomes Queiroz
Instituição: Núcleo de Estudos Estratégicos Pan-Amazônicos
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A perspectiva desse projeto foi originada na
necessidade de identificação de elementos estéticos e instrumentação tecnológica para a produção
de produtos com “expressividade cultural” proveniente da Amazônia sem que essa produção ou
idealização esteja vinculada a esteriótipos estéticos e formais do que seja a Amazônia. Reivindicase, portanto, a necessidade de um acervo de termos, técnicas e métodos de produção que resgate o
que as culturas tradicionais desenvolveram através do tempo como formas diversificadas de
solucionar suas necessidades. O fio do discurso que se traça agora é o design e de todas as suas
contradições e realidades internamente, externamente e de modo particularizado em sua relação
com a Amazônia, em um momento em que exportar seus produtos e objetos de “procedência
amazônica” são discurso e campanha mais corriqueira e cotidiana, até mesmo colocada como eixo
de políticas públicas para o desenvolvimento regional. O que essas campanhas pela exportação de
produtos amazônicos pretendem dizer é da importância de olhar o que e o como está acontecendo
esse processo de empacotamento da Amazônia e de seu envio em pequenos pedaços ao mundo.
Essas campanhas mexem o imaginário coletivo sobre a Amazônia, internamente como a
possibilidade de enriquecimento e ampliação da capacidade de geração de renda, e, externamente,
como um desejo de possuí-la e poder “votar” pela sua importância na atualidade. Sem
desconsiderar a emergência desses pressupostos, a proposta que ora se apresenta parte da noção de
que o processo de desenvolvimento de uma cultura, de produção de identidade regional e de
exportação de produtos não se dará sem um processo educativo do reconhecimento das técnicas de
produção e dos seus imaginários relacionados a essas técnicas especialmente na Amazônia. Com a
emergência do tema e da necessidade de apreensão da identidade amazônica como possibilidade de
melhoria da qualidade de vida das populações a proposta do presente a Tesauro se apresenta como
um primeiro momento desse processo, no qual os acervos de técnicas e sintaxes formais sejam
resgatados. Os Tesauros têm sua função na estruturação de enunciados e conceitos técnicos sobre
áreas do conhecimento diretamente relacionadas a uma práxis. Nesse sentido, o Tesauro é a
elaboração de uma identificação de conceitos relacionada ao processo de representação de uma
determinada área do conhecimento. No presente projeto, essa estruturação pode permitir um
processo de sistematização do conhecimento e das tecnologias desenvolvidas pelas comunidades
tradicionais amazônicas, representando um primeiro passo em um processo de retorno ao
reconhecimento e reapropriação de seu “saber fazer” reelaborado, reconstruindo e redirecionado.
Projeto E&T – 38
Reaproveitamento tecnológico dos resíduos gerados na agroindustrialização familiar do leitede-coco no Estado de Roraima
Leandro Timoni Buchdid Camargo Neves
Instituição: Universidade Federal de Roraima
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O presente projeto tem como foco central, o
desenvolvimento e o fortalecimento das estruturas agroindustriais voltadas para a cultura do coco,
especialmente no que concerne ao apoio e à capacitação tecnológica aos sistemas agrofamiliares e
de pequenas e microagroempresas no sul do Estado de Roraima. A proposta inclui, inicialmente, a
detecção dos principais gargalos tecnológicos encontrados na região estudada que supostamente
poderão comprometer o desenvolvimento do projeto, bem como a efetivação das ações de cunho
prático agroempresarial nas comunidades trabalhadas. Desse modo, poderemos delimitar com
segurança as principais diretrizes tecnológicas-científicas a serem executadas no projeto e,
futuramente, implementá-las no setor agroindustrial local. Na segunda etapa, já delimitado os
gargalos a serem solucionados, e tomando como base representativa a Cooperativa dos Extrativistas
de São João da Baliza/ RR (Coopex), serão propostas a execução de atividades voltadas ao
condicionamento da qualidade sensorial já em pós-colheita, por meio da adequação do espaço físico
e da elaboração de um programa de estruturação instrumental da agroindústria de processamento de
côco no município de São João da Baliza/RR. Para essa ação contamos com recurso da Finep e do
Governo do Estado, por meio do Projeto de Adequação Física-Estrutural e Técnica da Usina de
Leite de São João da Baliza/RR, em um Centro de Vocação Tecnológica para o Setor Frutícola
(CVTF). Paralelamente às tecnologias de processamento, também deverão ser implementados
estudos para a criação de uma logomarca para a Coopex. Na fase final do projeto, serão ministrados
cursos didáticos de extensão e capacitação, propondo a difusão da tecnologia produzida entre as
comunidades participantes do projeto para todo o sistema agroindustrial do Estado de Roraima. A
expectativa é a de que a partir daí, não só a estruturação tecnológica do setor perante as atividades
agroindustriais familiares ou empresariais, mas também a consolidação de uma massa crítica capaz
de gerar e difundir tecnologias. Pelos motivos expostos, enfatiza-se a importância deste projeto que
visa ao posicionamento futuro da agroindústria no Estado de Roraima, ao desenvolvimento das
tecnologias de processamento de frutas, bem como a um estudo mercadológico, relacionando-se a
geração de tecnologia em contraposição à possível colocação dos produtos desenvolvidos em
mercados promissores.
Projeto E&T – 39
Análise microbiológica, físico-químico e monitoramento biológico das água de recursos
hídricos: a educação ambiental por meio dos parâmetros da qualidade de água e da saúde
pública
Lincoln Lima Corrêa
Instituição: Faculdades Integradas do Tapajós – LABIO
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O Projeto tem como finalidade verificar por
meio de diagnóstico fisíco-químico e microbiológico para diagnosticar a qualidade das águas da
zona urbana do município de Santarém, até mesmo aquelas são utilizadas para o uso doméstico,
permitindo subsidiar programas de melhoria das condições ambientais e consequentemente
melhoria da Saúde da população.
Projeto E&T – 40
Obtenção de material genético de mogno (Swietenia macrophylla King) resistente à broca do
ápice (Hypsipylla grandela) visando ao desenvolvimento da atividade madeireira de alta
qualidade na região amazônica
Luis Antônio Serrão Contim
Instituição: Centro Universitário Nilton Lins/ Fundação Nilton Lins
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O pau-rosa, Aniba rosaeodora Ducke var.
amazônica, sinônimo Aniba duckei Kostermans, é um membro da família Lauraceae, intensamente
explorada, principalmente entre as décadas de 1960 e 1980. Contim et ai. (2005) determinaram que
o genoma de pau-rosa é representado por aproximadamente 2.3x109 pares de bases, distribuídos
em 12 pares de cromossomos, número conservado para a maioria das espécies da família
Lauraceae. O óleo essencial de pau-rosa possui grande demanda e alcança altos preços no mercado
nacional e internacional (CLAY, 1992). É constituído em grande parte de linalol, um monoterpeno
utilizado principalmente como fixador de perfumes finos na indústria de cosméticos (ALENCAR,
FERNANDES, 1978). Em plantas, o linalol, associado a outras moléculas voláteis, está relacionado
com a composição do aroma, principalmente de flores e frutos, em diversas espécies
(LEWINSOHN et ai, 2001). A síntese do linalol ocorre por meio de uma reação de único passo,
catalisada pela enzima Sintase do Linalol, a partir de geranil-pirofosfato (GPP), uma molécula
intermediária da biossíntese de várias moléculas de terpenos em plantas (PICHERSKY et a.l,
1995). A enzima Sintase do Linalol foi o primeiro membro isolado da família “Sintase dos
Terpenos” que catalisa a formação de um monoterpeno acíclico (DUDAREVA eia/., 1996). Mais
recentemente foram confirmadas as atividades terapêuticas do linalol como anestésico local
(GHELARDINI et al, 1999), antimicrobiana (INOUYE et ai, 2001; ROSA et ai, 2003; SIMIC et al.
2004) e repelente de insetos (dados não publicados). De modo semelhante, o mogno (Swietenia
macrophylla King), é uma espécie florestal de grande valor comercial e também em franco
processo de extinção (IUCN, 2004). A espécie pertence à família Meliaceae e é encontrada
principalmente na Amazônia (LORENZI, 1996), sendo muito conhecida pelo seu rápido
crescimento, adaptabilidade, forma do tronco ideal e madeira de excelente qualidade (GRIJPMA,
RAMALHO, 1969). Apesar de possuir variabilidade genética significativa em suas populações
naturais remanescentes, o mogno praticamente já desapareceu de muitas áreas reconhecidas como
de ocorrência natural, estando em franco processo de extinção, em virtude principalmente da
exploração desordenada, pelo alto valor da madeira, da sua baixa capacidade de regeneração e ao
ataque da broca do ápice das Meliaceae, Hypsipylla grandela Zeller, Lepidoptera (LEMES et al.,
2002, 2003; NOVICK et a!., 2003). Outro fator que agrava esse quadro é a correspondência da
localização das populações naturais com a frente do desmatamento no sul da Amazônia (LEMES et
al., 2002). Apesar de haver uma extensa área de dispersão, com cerca de 150 milhões de hectares,
existe uma clara tendência para a diminuição do número de árvores de mogno, especialmente de
dimensões comerciais. Alguns países da América Central apresentaram drástica redução das
populações naturais (GERHARDT, 1996). Na Guatemala, a espécie está em perigo de extinção,
assim como no Panamá, onde se encontra completamente exterminada em regiões acessíveis, de
fácil exploração (PATINO, 1996). O governo brasileiro, reconhecendo o risco de extinção de
algumas espécies, dentre elas o mogno, decretou, em 2000, a Lei n° 3.559, proibindo a exploração
e comercialização de madeira dessa espécie proveniente de populações nativas. Os ataques
frequentes da lagarta de H. grandella se constituem a barreira crítica para o sucesso do
estabelecimento da espécie em plantios comerciais. A larva da Lepidoptera alimenta-se da gema
apical, destruindo-a, retardando o crescimento e induzindo a formação de numerosos ápices
secundários, deformando e bifurcando o tronco, chegando ocasionalmente, caso o ataque seja
intenso, a causar a morte da planta (PEDROSA-MACÊDO, 1993). A bifurcação do tronco diminui
seu valor comercial. Em viveiro, a broca do ápice ataca as mudas, tornando-as inviáveis para o
plantio, havendo uma clara preferência pelo ponteiro apical, que exsuda goma e morre. Embora
muitos estudos sobre a silvicultura do mogno tenham sido conduzidos, não há ainda uma tecnologia
eficiente para a implantação e a condução de plantios homogêneos. A aplicação de inseticidas, além
de ter efeito sobre a fauna local e causar contaminação ambiental, não tem eficiência no controle da
praga porque a larva fica protegida em galerias, no interior da árvore (NETO et al., 2004). Para
insetos fitófagos, fatores como cor, forma e odor são importantes para a detecção e predação da
planta pela praga. No caso de H. grandella, muitos autores têm sugerido que compostos do
metabolismo secundários são os principais responsáveis pela seleção do hospedeiro. Estudos
recentes apontam também para o papel fundamental de compostos voláteis na atração e na
ovoposição de H. grandella, principalmente sesquiterpenos, liberados pelos ápices de S.
macrophylla. As antenas das fêmeas de H. grandella são altamente sensibilizadas por 2-cariofileno,
um componente importante do bouquet de óleos voláteis liberados pelo ápice de S. macrophylla, e
esta molécula é considerada o principal composto envolvido no processo de atração e
reconhecimento da planta pelo inseto (SOARES et al., 2003). Levantamentos recentes sobre
genótipos de S. macrophylla em relação à resistência a H. grandela indicam a inexistência de
material resistente e a necessidade urgente do desenvolvimento de plantas resistentes, como uma
forma efetiva de controle da broca e estabelecimento de plantios (NEWTON et al, 1998, 1999).
Ferramentas biotecnológicas podem ser utilizadas para a obtenção de plantas resistentes,
considerando a inexistência de fontes naturais de resistência até o momento. Dois tipos de
estratégias de resistência ao ataque de insetos em plantas podem ser de grande relevância nesse
caso: (i) a não-preferência, quando uma planta não é preferida para a colonização, ovoposição ou
alimentação por insetos pragas (principalmente pela presença de compostos voláteis); (ii) antibiose,
quando insetos em uma planta não conseguem se desenvolver, com alta taxa de mortalidade,
crescimento mais lento e menor progénie, em razão da presença, na planta, de moléculas tóxicas ao
inseto. Todavia, todas essas formas de resistência são causadas por alguma propriedade da planta,
seja ela química, seja morfológica ou fisiológica, e podem ser manipuladas em detrimento dos
insetos pragas (TINGEY, 1981). A FAO possui uma rede que coordena todos os estudos sobre a
distribuição natural do mogno e a considera uma espécie prioritária para o estabelecimento de
plantios comerciais (FAO, 1997). O plantio do mogno, além de ser explorado por grandes empresas
florestais, pode vir a agregar renda a pequenas propriedades. Esses plantios poderiam ser
incorporados ao manejo da reserva legal das propriedades rurais, valorizando-as e levando os seus
proprietários a protegê-las de incêndios e outras agressões em razão da perspectiva de melhor
retorno econômico. O plantio de espécies nativas, mesmo que exsitu, contribui, também, para a
manutenção da diversidade genética de espécies. Desse modo, propõe-se com este projeto o
desenvolvimento de plantas de mogno resistentes à H. grandella, pela utilização de ferramentas
biotecnológicas. Considerando esses aspectos, dois genes, um envolvido com o metabolismo de
linalol em pau-rosa e, outro, que confere resistência de plantas à insetos, serão insertos no genoma
de mogno para a obtenção de plantas resistentes à H. grandela. A inserção do gene para a enzima
Sintase do Linalol se justifica por esse ser o único componente para a rota de síntese de linalol,
competindo por GPP com a rota de síntese de sesquiterpenos, e, pelas características químicas
dessa molécula, que, em plantas de mogno poderá alterar significativamente a constituição dos
óleos voláteis produzidos e liberados pelo ápice, confundindo o inseto quanto à identificação da
planta no campo. Adicionalmente, o linalol em altas concentrações apresenta características
antifitofágicas, inibindo o estabelecimento da larva em tecidos com alta expressão do gene.
Paralelamente será testado o efeito de um gene, com atividade inseticida, quanto à inibição da
colonização dos tecidos de mogno pela praga. Esse é um projeto inovador para espécies nativas da
Amazônia, de importância estratégica, ecológica, social e econômica.
Projeto E&T – 41
Uso de resíduos de peixes para a geração de produtos biotecnológicos
Luiz Antonio de Oliveira Arlem Nascimento de Oliveira
Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O consumo per capita de peixes na capital de
Manaus é de aproximadamente 22 kg ano/1, o que corresponde a quatro vezes o consumo médio
nacional. Apesar disso, todo o mês, estima-se que cerca de 30 toneladas de peixes e seus resíduos
(escamas, barbatanas, cabeças, espinhaços e vísceras) sejam desperdiçados pela população. Em
razão de problemas de processamento e condições de estocagem, peixes inteiros são também
desperdiçados. O acúmulo desses subprodutos no meio ambiente representa um grave problema
não apenas para a indústria do pescado, mas para a sociedade como um todo. Comumente, esse
material tem sido convertido em farinha de peixe, sendo usado na alimentação animal (aves, suínos,
peixes etc.). Porém, estudos capazes de originar outras tecnologias que culminem simultaneamente
na redução da poluição ambiental e a agregação de valor comercial desses subprodutos devem ser
desenvolvidos. O INPA desenvolveu uma tecnologia de aproveitamento do couro dos peixes para a
confecção de carteiras, cintos etc., mas ainda se torna necessário um uso mais adequado dos
resíduos não utilizáveis dos peixes. Com a expansão da biotecnologia, houve um crescente aumento
na demanda por fontes mais baratas de carbono e nitrogênio. A utilização de fontes baratas nos
processos de fermentação reduz significativamente os custos de produção de vários produtos
industriais, como antibióticos, enzimas, pigmentos etc. A ampla disponibilidade de subprodutos de
peixe aliada a seu alto conteúdo protéico (15% a 25%), faz desses resíduos uma fonte em potencial
de substratos baratos para as mais diversas aplicações. Uma dessas seria a obtenção de metabólitos
secundários de grande interesse biotecnológico, caso das enzimas microbianas, omega 3 e,
vitaminas K e A (presentes em grande quantidade no fígado dos peixes). Dentre as enzimas, as
proteases constituem um dos grupos mais importantes, respondendo por 60% das vendas de
enzimas no mundo. Ao lado das indústrias de alimentos, as proteases são extensivamente
empregadas em detergentes, na produção de papel, nas indústrias de couros e na produção de
cerveja, para hidrólise das proteínas responsáveis pela turvação. Portanto, a utilização de fontes
protéicas baratas, como os subprodutos de peixe desperdiçados, pode constituir um promissor
substrato para a obtenção de proteases microbianas de interesse biotecnológico. Além da
possibilidade de se obter proteases dos resíduos dos peixes, esses constituem uma fonte rica em
ácidos graxos poliinsaturados da família ômega 3, fornecendo benefícios para a saúde humana além
da nutrição básica. Por não ser sintetizado pelo organismo humano, o ômega 3 é considerado
essencial. No organismo humano, ele atua na síntese de prostaglandinas (substâncias reguladoras de
processos inflamatórios e da coagulação do sangue), inibe inflamações características da
arterosclerose, bronquite, asma e câncer. O omega 3 abaixa o nível de triglicérides e o colesterol
total. O seu alto consumo pode retardar a coagulação sanguínea. Outra função importante do omega
3 é permitir que as vitaminas lipossolúveis A, D, E e K sejam absorvidas pela comida e regulam o
metabolismo do colesterol. Em adição ao omega 3, o aproveitamento do fígado dos peixes
(descartado junto com as entranhas), pode ser uma fonte de vitaminas A e K para o ser humano,
principalmente na Amazônia, onde uma parte da população apresenta sintomas de avitaminoses
(vitamina A, principalmente).
Projeto E&T – 42
Ecoturismo, pesquisa e produção visual na Amazônia
Marcelo Luiz Perini Tarachuk
Instituição: Millenium Viagens e Turismo
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Projeto para implantação de empreendimento
ecoturístico na Amazônia, com vinculação à pesquisa científica e produção audiovisual.
Projeto E&T – 43
Estudo de genes expressos em frutos de camu-camu: sequenciamento de Expressed
Sequence Tags (ESTs)
Marcicleide Lima da Silva
Instituição: Universidade Federal do Amazonas
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O camu-camu (Myrciaria dubia (H.B.K.)
McVaugh), espécie nativa das margens de rios e lagos da Amazônia e pertencente à família
Myrtaceae, apresenta fruto rico em ácido ascórbico (Vitamina C). O estudo do genoma funcional
(genes expressos) do fruto de camu-camu terá como base o sequenciamento de fragmentos de
sequências expressas – ESTs (Expressed Sequence Tags). O sequenciamento de ESTs é uma
importante ferramenta que vem sendo bastante utilizada para estudar expressões gênicas e poderá
auxiliar na busca dos genes expressos em frutos de camu-camu. As informações poderão contribuir
para um maior conhecimento sobre essa espécie, além de auxiliar na sua domesticação, pela
utilização esses dados em programa de melhoramento genético. Diante do exposto, objetiva-se com
este estudo: analisar e identificar genes expressos em frutos de camu-camu por meio de
sequenciamento de ESTs (Expressed Sequence Tags). Os frutos serão coletados de plantas de
camu-camu, cultivada em terra firme na Fazendo Yurican (Rio Preto da Eva, AM) sob coordenação
do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA. As etapas que se seguem serão realizadas
no Laboratório de Biotecnologia da EMBRAPA/CENARGEM (Brasília, DF). Após coletados, os
frutos, serão congelados inteiros em gelo seco e levados ao laboratório em que será feita a
separação dos componentes: casca-polpa e sementes. A casca-polpa dos frutos em diferentes
estágios iniciais de maturação, serão utilizadas para a construção da biblioteca . Não há descrição
de um protocolo de extração de RNA total dessa espécie, será utilizado o protocolo descrito por
Asif et al. (2000), cuja base é de CTAB, entretanto, foram necessárias algumas modificações para
melhorar a qualidade do RNA obtido, para criar um protocolo específico para a extração de RNA
total de frutos de camu-camu. O mRNA poliadenilado foi purificado utilizando o “Kit Message
Maker mRNA Isolation System (GIBCO)” seguindo as instruções contidas no manual do “Kit”. A
síntese e a clonagem de cDNA serão conduzidas segundo o protocolo do “ Kit SuperScrip Plasmid
System with Gateway Synthesis and Cloning (Invitrogen)”. Os cDNAs obtidos serão separados de
acordo com o tamanho formando três “pools” e ligados ao plasmídio pSPORT 1. O sistema de
ligação utilizará para transformação E. coli XL1-blue por meio de eletroporação, nas seguintes
condições: voltagem 1.900 e resistência 2.500. Na Universidade Federal do Amazonas serão
sequenciadas 1.000 ESTs, no entanto esse número pode ser aumentado ao longo do
desenvolvimento do projeto. A análise da preparação dos plasmídio será feita em eletroforese e gel
de agarose 0,8%, bem como a sua estimativa de concentração. O sequenciamento dos ESTs foi
realizado tanto no Laboratório de Tecnologia do DNA do Centro de Apoio Multidisciplina da
Universidade Federal do Amazonas (UFAM), como na Plataforma de Sequenciamento da
EMBRAPA/CENARGEN. As sequências ESTs obtidas foram submetidas ao Sistema Genoma,
programa de anotação genômica produzido pela Rede de Bioinformática do Centro-Oeste –
BIOFOCO,
da
EMBRAPA
condor.genoma.cenargen.embrapa.br/
Recursos
Genéticos
e
Biotecnologia,
genoma/classes/JFrameGeno-ma.jnlp),
que
(http://
integra
programas de gerenciamento de análise e visualização de sequências nucleotídicas. As sequências
serão analisadas quanto à similaridade por meio do índice estatístico e-value menor/iguais a e-10
pela redundância da biblioteca, para o número de contigs e singletons; além de característica
funcionais das proteínas (categorização) identificadas com grupos órtogos (GO).
Projeto E&T – 44
Centro Integrado de Serviços Socioambientais do Amazonas – CISA
Marcos Hervé Pinheiro Júnior
Instituição: Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Centro Integrado de Serviços Tecnológicos e
Socioambientais do Estado do Amazonas – CISA. Descrição resumida do ecossistema de negócios
do CISA Atualmente, a demanda por projetos tecnicamente bem elaborados e serviços tecnológicos
e ambientais de qualidade na Amazônia vem atraindo a atenção de instituições de outras partes do
País e do mundo como IPES, OSCIPS, ONGs, fundações etc., que ofertam serviços ambientais e
tecnológicos ou recursos para projetos e estudos locais. Visando a atender a demanda interna por
elaboração de projetos, como também externa em políticas públicas compensatórias internacionais.
Nos dias de hoje, na Amazônia, o ecológico e o socialmente justo estão na moda, todos os aspectos
da região Amazônica também, até mesmo os produtos da floresta e a sua diversidade cultural
atraem a atenção do mundo dos negócios e do turismo internacional. Porém, o Amazonas carece de
infraestrutura, pessoal qualificado e logística de transporte, para atender a essa demanda, gerando
assim uma incompatibilidade com a voraz competitividade do mundo globalizado, causado pelo
que se chama de “custo amazônico”, que inviabiliza qualquer tipo de negócio convencional na
região. A inovação em questão tem que partir do princípio de que a vocação do Amazonas é a
conservação e uso sustentável dos recursos naturais, como também, do turismo responsável, que
pode explorar de forma sustentável o potencial cênico, natural e cultural da região. No Amazonas
existe um grande número de caboclos e ribeirinhos com etnoconhecimentos valiosos da natureza
local, conhecimento esse, que se incrementado com tecnologias e metodologias adequadas e
adaptadas para a região, poderão ser muito úteis para o desenvolvimento sustentável. O ecossistema
proposto, neste projeto, trata de uma forma de integrar o primeiro setor, segundo setor e terceiro
setor em um sistema de engenharia com simultaneidade, em que todos os interessados são
envolvidos ao mesmo tempo, a partir da exploração das inquietações dos “clientes” (países ricos),
ensejadas pelas tecnologias disponíveis para soluções ambientais na Amazônia. O envolvimento
dos clientes, desde o início, é importante para conhecer os requisitos de qualidade e as condições de
satisfação que os serviços precisam atender. Por isso foi proposta uma parceria com o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Este projeto apresenta uma proposta de inovação
radical em Arranjos Produtivos locais (APLs) para a Amazônia brasileira, em termos de tipo de
negócio (serviços socioambientais) e, da forma como os atores, integram-se objetivando o
fortalecimento das instituições, fundações, cooperativas, associações, OSCIPs e ONGs, ou seja, das
organizações da sociedade civil do Estado do Amazonas (terceiro setor), por meio de um processo
de engenharia com simultaneidade. Tal processo pode ser compreendido como um sistema,
envolvendo a concepção, produção, marketing e venda de serviços ambientais, além do
monitoramento do processo. O que importa aqui é a visão de processo segundo abordagem de um
conjunto total e sistêmico. No caso proposto, o ramo de negócios será a de prestação de serviços de
conservação ambiental. As “empresas” prestadoras de serviços”, por sua vez, seriam as
Organizações da Sociedade Civil, que empregaram mão-de-obra local treinada para executar algo
que mais conhecem, ou seja, fazer uso dos recursos naturais, porém, de forma sustentável. Os
“empreendimentos” que serão criados na ocasião são: uma Federação das Organizações da
Sociedade Civil do Amazonas – FOSCAM, 61 Associações das Organizações da Sociedade Civil
dos Municípios – AOSCAM, a COIAB -Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia
Brasileira e as cooperativas, associações, ONGs, OSCIPs etc. São essas organizações que prestarão
os serviços locais dos diferentes aspectos. Como produto e serviços, teremos um ecossistema de
negócios em prestação de serviços socioambientais responsáveis, que integrará o primeiro setor,
segundo setor e o terceiro setor em um sistema de engenharia com simultaneidade, em que todos os
interessados são envolvidos ao mesmo tempo. No caso das Organizações da Sociedade Civil os
produtos mais demandados são: manejo florestal, manejo de lagos e rios, produção sustentável,
serviços de saneamento, educação ambiental, gerenciamento de resíduos sólidos, gerenciamento de
ambiental e recuperação de áreas que sofrerão intervenção antrópica etc. Haverá no site
www.seplan.am.gov.br da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do
Amazonas, um link para o Centro Integrado de Serviços Tecnológicos e Socioambientais – CISA, e
nesse existirá uma proposta de negócio para a região Amazônica, um programa de assistência para
as Organizações da Sociedade Civil, aos municípios, às Universidades e centros tecnológicos, às
instituições e empresas, como também uma Incubadora de Projetos pertinentes à região. O objetivo
geral do CISA é elaborar e executar o desenvolvimento de um sistema de engenharia com
simultaneidade de Rede de Gestão Pública, do Capital Intelectual institucional disponível, dos
serviços das Organizações da Sociedade Civil no Estado do Amazonas, e na incubação de projetos
pragmáticos, visando ao desenvolvimento sustentável regional, bem como a indução e a integração
das instituições afins por meio de políticas públicas adequadas para a região. Com essa proposta,
espera-se provocar uma sinergia entre parceiros institucionais, interessados em promover o
desenvolvimento sustentável na Amazônia, criando uma espécie de “clusters institucional” para o
desenvolvimento sustentável da Amazônia. Tendo em vista o exposto, vale ressaltar que é aí que se
encontra uma excelente oportunidade para se efetivar o desenvolvimento socioeconómico de forma
sustentável no Estado do Amazonas, sintonizado com as políticas públicas federais e estaduais,
utilizando recursos existentes e atraindo outros disponíveis. O que falta são projetos tecnicamente
bem
elaborados
e
uma
prospecção
adequada
para
atrair
tais
recursos,
que
não
chegamprincipalmente por incapacidade técnica local. Os principais elementos de governança do
projeto são: a existência de um conselho gestor misto que representará a sociedade, a cooperação
do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD e a formação de uma equipe
técnica operacional que viabilizará a parte técnica e operacional do processo, ou seja, promoção,
prospecção, execução das atividades administrativas etc. A principal estratégia é o fortalecimento
das organizações da sociedade civil existentes por meio da indução e da criação de novas
organizações que sejam capazes de atuar de forma efetiva na prestação de serviços socioambientais
e para o desenvolvimento socioeconómico do interior do Estado do Amazonas, como, por exemplo:
a FOSCAM, as AOSCAMs e outras que se fizerem necessárias. No caso das instituições de
expressão local, possuem profissionais qualificados para a realização dos trabalhos, muitas vezes
ociosos e, com certeza, terão de aumentar seus quadros para atender à demanda. Com isso serão
gerados empregos na capital. Este projeto, teoricamente, é uma proposta da forma como podemos
conduzir a gestão pública, na região Amazônica, em direção à descentralização da economia, da
inclusão social e da conservação ambiental, com a devida participação da sociedade em seus
diferentes setores da economia. Portanto, muitos equívocos e divergências poderão ocorrer, porém,
o conselho gestor e todos os Stakeholders com certeza estarão sabiamente prontos para reagir,
decidir e investir no momento certo no melhor caminho, a seguirmos. Não existe outra forma de
conduzir o desenvolvimento na Amazônia, sem que esse conhecimento seja gerado, adquirido e
absorvido localmente, e efetivamente por meio dos serviços e produtos gerados, haja um benefício
social significante para a população. Isso vai ao encontro do que se chama administração de
“competência essencial”.
Projeto E&T – 45
Melhoramento da tecnologia de produção de produtos derivados de caju na comunidade de
Voadeira, Distrito de Barra do Garças, MT
Maria Cristina Antun Maia
Instituição: Universidade Federal do Rio Janeiro – UFRJ
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A proposta consiste em incrementar o polo
de produção e comercialização de produtos da comunidade de Voadeira, localizado a 20 km do
município de Barra do Garças, região do Vale do Araguaia, no cerrado matogrossense, a 500 km da
capital. A comunidade é produtora de caju e seus derivados, doces em calda e em pasta, além de
geléias, rapaduras, cristalizados e bebidas, como licores e pingas, como entre outras frutas típicas.
Pretende-se melhorar a qualidade do produto final e desenvolver novos produtos a partir das
fruteiras nativas da região. Com início, em 2006, do Curso de Engenharia de Alimentos da UFMT,
Campus Pontal do Araguaia, este projeto torna-se uma grande oportunidade para a prática da
extensão universitária e da aplicação da tecnologia em prol do desenvolvimento de comunidades
carentes.
Projeto E&T – 46
Avaliação preliminar do potencial tecnológico de amiláceas e oleaginosas presentes em Terra
Preta do índio no Estado do Pará
Maria de Lourdes Pinheiro Ruivo
Instituição: Museu Paraense Emílio Goeldi
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Muitas espécies encontradas na Terra Preta
do índio (TPI) ainda não foram avaliadas do ponto de vista de composição, nutrição ou potencial
tecnológico. Várias espécies/ cultivares têm sido catalogadas e identificadas como espécies
oriundas da TPI (LEHMANN et ai, 2003). Tais espécies/cultivares ainda não foram avaliadas
quanto à sua composição ou potencial tecnológico. A obtenção de um banco de dados com
características físico-reológicas de amidos provenientes de raízes e tubérculos e a composição de
óleos extraídos dos frutos oleaginosos seria uma ferramenta importante na avaliação do potencial e
valorização de plantas presentes em TPI. Os amidos provenientes de milho, trigo, batata e mandioca
são os mais conhecidos, em razão de sua importância comercial. Há, porém, diversas raízes e
tubérculos amiláceos de origem tropical que ainda não tiverem seus amidos caracterizados. A
caracterização de amidos provenientes dessas espécies possibilitaria não apenas a obtenção de
dados complementares à sua classificação botânica, mas permitiria avaliar o potencial tecnológico
desses amidos. Da mesma maneira, a avaliação da composição da fração lipídica de alguns frutos
oleaginosos é importante para definição de aplicações nas indústrias alimentícia e cosmética. O
Museu Goeldi, no âmbito do Grupo de Pesquisa CNPQ “Terra Preta Arqueológica (TPA)” sob a
liderança das drs. Dirse Clara Kern e Maria de Lourdes Ruivo, vem desenvolvendo estudos
relacionados à gênese de biodiversidade de solos TPI e adjacentes em diversos locais do estado,
como Caxiaunã, Santarém, Barcarena e Moju. Esses estudos têm indicado altas fertilidade e
biodiversidade desses solos em comparação aos naturais (KERN, 1996, MADARI et ai., 2004;
RUIVO etal., 2003, RUIVO et. ai, 2004 ). No entanto, pouco se sabe cientificamente sobre as
características alimentícias dos cultivares que se desenvolve sobre esses solos, a não ser o que se
consegue distinguir visualmente. Esta proposta tem como meta o estudo e a avaliação do potencial
tecnológico de algumas dessas espécies, visando a sua valorização e a sua consequente preservação
a partir da avaliação do potencial amiláceos e oleaginosos das espécies vegetais (mandioca, milho,
pupunha, castanha-do-pará e outras).
Projeto E&T – 47
Gerando diversificação florestal, gestão comunitária e conservação: fortalecimento de
comunidades extrativistas no Acre, Brasil
Maria Lucia Rodrigues Santos
Instituição: Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado das
Populações Tradicionais – CNPT/IBAMA
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: As populações extrativistas na Amazônia
historicamente têm sido afetadas pela pobreza e ausência de proposição de alternativas que
contribuam para a sua melhoria de vida. Nas reservas extrativistas (RESEX) que foram concebidas,
no fim da década de 80 do século passado, como um modelo para balancear conservação ambiental
e desenvolvimento comunitário na região, o avanço da pecuária e agricultura tem contribuído para
o aumento do desmatamento. Essa situação tem resultado num processo cíclico de degradação do
solo, redução da produtividade agrícola e da qualidade do pasto e consequentemente maior pressão
de desmatamento. Adicionalmente esse contexto afetou a qualidade de subsistência familiar, na
qual a renda gerada com produtos florestais não- madeireiros (PFNM) não têm sido suficiente para
substituir os bens produzidos na propriedade por produtos comprados no mercado. Apesar desses
dilemas, um estudo recente (NEPSTAD et ai 2006) tem confirmado a importância dessas áreas para
a conservação florestal na Amazônia. A continuidade dessa eficiência para a manutenção da
biodiversidade local, dependerá da definição de estratégias contribuindo para a manutenção do
modo de vida seringueiro, o qual tem se baseado na combinação de várias estratégias de uso da
terra sob o sustentáculo de PFNM. No Estado do Acre, onde foram criadas as primeiras duas
RESEXs no Brasil, nos últimos 7 anos o governo tem buscado consolidar uma estratégia de
crescimento econômico de base florestal aliado a objetivos de conservação ambiental. Populações
extrativistas têm sido uma das prioridades dessa inovadora política pública amazônica. Todavia,
moradores de RESEX e suas organizações dessa região têm sido desafiados a propor mecanismos
que validem a eficácia socioambiental desses modelos fundiários a partir de três ações estratégicas
emergentes: 1) diversificação produtiva priorizando o manejo florestal não-madeireiro; 2)
fortalecimento da capacidade de gestão comunitária; e 3) consolidação do potencial familiar de
comercialização. Sob a coordenação e facilitação da Associação de Seringueiros e Pequenos
Produtores Rurais Vila Nova (ASVL) e apoio do Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado
das Populações Tradicionais (CNPT), um consórcio de organizações parceiras constituído por uma
cooperativa agroextrativista, duas ONGs, uma prefeitura, uma agência federal, uma secretaria
estadual, uma universidade e uma entidade privada de apoio empresarial, contribuirá para que esses
três eixos prioritários sejam consolidados nessa comunidade como um modelo de gestão integrada
para as Reservas Extrativistas. A ASVL foi criada em 2001 e está constituída por 120 famílias do
seringal Vila Nova, localizado na RESEX Chico Mendes. Desde sua criação, em 1990, a Chico
Mendes tem sido desafiada a mostrar sua viabilidade social, econômica, cultural e ambiental. Sua
continuidade como modelo comunitário será medido pela capacidade de seus moradores em
combinar estratégias de gestão, diversificação produtiva e comercialização com conservação
ambiental e melhoria de vida. As famílias da ASVL têm sido protagonistas-chave na proposição de
alternativas econômicas e ao desmatamento na região. Apesar desse fato, estudos da Universidade
Federal do Acre (UFAC) têm estimado que a renda per capita mensal dessa comunidade tem sido
estimada em menos que R$ 50,00, isto é, abaixo de US$ 1.00/dia (SOUZA, 2006; REGO, 2003).
Carência de capacidade gerencial, inexistência de assistência técnica apoiando a diversificação
produtiva e desconhecimento de mercado têm sido as principais barreiras ao aumento da renda
familiar entre os extrativistas (SANTOS, 2004). Objetivando complementar o mapeamento desses
limitantes e identificação de soluções, desde o início de 2005 um diagnóstico tem sido realizado na
comunidade Vila Nova, com apoio do Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentável das
Populações Tradicionais (CNPT) para elaborar um plano operacional com as famílias. Foi nesse
contexto que esta proposta foi elaborada. Após a fase de diagnóstico e planejamento comunitário
participativo, iniciou-se um diálogo com as organizações parceiras objetivando a formação de uma
rede de apoio a essa comunidade. Definiu-se, então, como objetivo geral a ser atingido, a melhoria
da qualidade de vida de 120 famílias por meio do aumento da renda familiar mediante um sistema
integrado de gestão extrativista, incluindo conservação ambiental, diversificação produtiva,
monitoramento e comercialização. Uma combinação de técnicas e metodologias de diversas
disciplinas será utilizada para atingir o objetivo proposto. Para o eixo de gestão comunitário, serão
utilizados resultados de avaliação econômica ex post e ex ante, processamento de imagens de
satélites, diagnósticos e planejamento participativo e elaboração de um programa de capacitação e
intercâmbio de conhecimento entre os comunitários. No eixo de diversificação produtiva serão
realizadas: 1) visitas às áreas de sistemas agroflorestais, manejo florestal e produção de artesanatos
para estimular a formação de redes entre os produtores; 2) capacitação e apoio técnico da secretaria
de assistência técnica do estado em sistemas múltiplos de uso da terra. Para o eixo de
comercialização serão realizadas análises da cadeia produtiva de produtos florestais, agroflorestais
e agrícolas e também realização de acordos de safras com compradores estaduais, nacionais e
internacionais para compra da produção, por meio da Cooperacre. As seguintes são as atividades a
serem realizadas: um encontro de planejamento para execução do projeto; um plano operacional
comunitário estratégico; cinco cursos de capacitação para membros da comunidade; um seminário
de divulgação da rede de gestão, diversificação e comercialização do Vila Nova; formação de um
grupo de produtores florestais e artesãos extrativistas do Estado do Acre; montagem de um stand
da produção do Vila Nova na Feira de Produtores Florestais do Acre; estabelecimento de acordos
de safras para produtos agroflorestais e florestais com a Cooperacre.
Projeto E&T – 48
Quebradeiras de coco do babaçu da Amazônia
Maria da Penha de Faria
Instituição: Sebrae Tocantins
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O desenvolvimento sustentável representa
hoje o grande desafio no início do século XXI, tema bastante discutido no Brasil, no entanto, as
pesquisas sobre temas relacionados a comportamento e atitudes em conexão com o meio ambiente
são ainda pouco conhecidas e divulgadas. É sabido, porém, que no Brasil, desde o seu
descobrimento até o dia de hoje, a exploração dos recursos naturais é exercida por métodos
destrutivos, em absoluto desacordo com as realidades das comunidades locais. As leis vigentes não
são claras porque andam em desacordo, gerando conflitos de interpretação, fincando lacunas que
muitas vezes só servem para punir os pobres e proteger os artistas da malandragem, o que deixa a
Justiça desprestigiada, a qual é vista ainda como inimiga das classes desprotegidas e amiga dos
malfeitores. A maioria dos pesquisadores e ambientalistas confirma que o século XX foi um marco
do esgotamento de estratégias de políticas desenvolvimentistas, pois elas têm se mostrado
politicamente injustas, socialmente perversas e ecologicamente predatórias. Já está bastante claro
que não se pode alcançar um crescimento adequado, seguindo as mesmas trilhas econômicas e
tecnológicas que trouxeram o planeta à situação atual. Estamos vivendo uma nova era, em que os
cenários apontam rumo às novas estratégias com vistas à sobrevivência do planeta. A palavra –
desenvolvimento cultural, social econômica visando à competitividade, ao conhecimento e a
tecnologias forma um ambiente em constante mutação, pois é ferramenta valorosa e necessária para
as instituições e empresas se posicionarem de forma competitiva, ordenada e inteligente. O projeto
visa a trabalhar todos esses contextos, permitindo, assim, que a comunidade se sinta dona desse
processo de construção, valorizando as matérias-primas, os processos de produção, melhorando-os
por meio de intervenções tecnológicas e fortalecendo-os enquanto atores culturais. O isolamento
geográfico que perdurou durante longos anos, até a concretização do Estado do Tocantins, fez com
que as comunidades do Bico do Papagaio ficassem à margem do desenvolvimento e do progresso e
consequentemente engrossando as fileiras de pobreza extrema. Hoje ainda sofrem com a falta de
políticas públicas direcionadas, visando a trabalhar seus contextos culturais, atrelados ainda em
políticas desenvolvimentistas. O SEBRAE tem atuado na região promovendo a sensibilização e
organização de grupos produtivos, procurando resgatar sua cultura e transformá-la em produtos
para o mercado. Ainda assim as ações parecem um grão de areia no universo de suas necessidades.
Não existem modelos nas prateleiras das lojas. Cada região tem o seu diferencial, seus dogmas,
lendas, crenças, ícones que os difere de outros povos e regiões. DESENVOLVIMENTO: O
presente projeto visa ao desenvolvimento de ações produtivas entre órgãos governamentais,
instituições de pesquisas, universidades e comunidades na busca de soluções em que homem e
meio coexistam de forma harmônica e sustentável. Pesquisas vêm mostrando que consumidores do
mundo inteiro prefere produtos associados a uma postura social, ética e responsável com o meio
ambiente. Dessa forma, far-se-á necessária uma mobilização dos governos, instituições de pesquisa
na viabilização de projetos visando à exploração extrativista de aproveitamento racional do babaçu,
na extração do óleo para produção de alimento, de sabão, xampu e cosméticos; produção de
farinhas do mesocarpo, rica em sais minerais e fibras para alimentação de lactentes e idosos,
aproveitamento do endocarpo na produção de artesanato e carvão vegetal. Assim posto, o setor
produtivo integrado ao meio ambiente, com o objetivo de gerar conhecimento, levando informação
às comunidades locais, na geração de soluções dos problemas concretos na busca incessante da
qualidade de vida, bem-estar social, produzindo riquezas e geração de trabalho. A luta das
quebradeiras de côco é histórica e sofrida, vítimas de políticas públicas mal elaboradas que cada
vez mais aumentam as distâncias entre pessoas. Desse modo, urge a necessidade de levar educação
que permita o desenvolvimento das comunidades dentro de uma política de valorização dos seus
saberes empíricos e de outras formas de conhecimento, respeitando suas culturas e
contextualizando-as nesse mundo tecnológico por meio de atitudes e ações inteligentes. Alavancar
esse novo modelo de desenvolvimento científico e tecnológico, implica em acelerar a introdução de
elementos, novas técnicas e posturas na edificação de alicerces para atingir objetivos necessários à
vida humana, permitindo cada vez mais que tenham acesso a outros bens de consumo. Os produtos
oriundos do côco babaçu, como o azeite, o artesanato do endocarpo e da palha, o sabão, sobrevive a
gerações sem nenhuma tecnologia, sendo repassada depois para filhos de forma empírica. A
atividade artesanal caracteriza-se como importante fonte de geração de renda difusora da cultura e
de suas identidades, sendo a única fonte de ocupação e renda que se constitui em força viva do
potencial da região amazônica.
Projeto E&T – 49
Inteligência competitiva no processo de gestão da informação na Embrapa Amazônia
Ocidental
Maria Perpétua Beleza Pereira
Instituição: Embrapa Amazônia Ocidental
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O presente projeto tem como objeto o
desenvolvimento de inovações capazes de tornar a agricultura da mesorregião do Juruá competitiva
no mercado local a partir de uma abordagem ancorada no desenvolvimento regional, uma vez que
problemas e soluções para o agronegócio são, em geral, bastante específicos em cada região do
País, especialmente no Estado do Amazonas, que se caracteriza por apresentar grandes distâncias
entre os centros de inovação tecnológica e seus demandadores. A manutenção de Unidades de
Pesquisa próximas a esses locais é inviável e os custos onerosos de deslocamento e estadia se
tornam um entrave à transferência da informação. Nesse contexto, é proposto um sistema de
disseminação da informação baseado em recursos de mídia eletrônica com ação caracteristicamente
multiinstitucional entre a Embrapa Amazônia Ocidental, o Governo do Estado do Amazonas e os
municípios participantes, visando a estabelecer parcerias que viabilizem a capacitação dos técnicos
e a infraestrutura para a realização dos treinamentos, cursos e conhecimentos outros do agronegócio
a serem transferidos aos produtores rurais com garantia de desempenho e qualidade dos serviços.
Considera-se como objetivo a transferência da informação produzida pela Embrapa Amazônia
Ocidental ao atendimento dos produtores rurais de forma não presencial, e sim por meios de mídia
eletrônica, utilizando-se o recurso de multimídia (Projetor “Data-show”). Por exemplo, palestras
temáticas com determinado padrão transferidas via internet ou CDs (via Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos) ou outro meio disponível será viabilizado cobrindo quatro municípios da
mesorregião do Juruá do Estado do Amazonas. Os produtores rurais deverão ser, de preferência,
organizados em grupos locais, associações ou cooperativas. Os disseminadores da informação serão
os técnicos agrícolas e agrônomos, pertencentes aos quadros do município e do estado. Serão
realizados treinamentos na Embrapa para que eles adquiriram os conhecimentos necessários à
operacionalização do sistema. Os temas a serem trabalhados serão desenvolvidos atendendo à
demanda local. Os produtores rurais e as diferentes organizações desses serão motivados a se
reunirem em local e data predeterminada pela prefeitura local. Em contrapartida, o órgão
responsável pela extensão rural da região atuará como intermediário das informações a serem
repassadas pela Embrapa Amazônia Ocidental.
Projeto E&T – 50
Implantação de uma unidade padrão (piloto) de processamento de carne de caranguejo em
comunidades pesqueiras
Masayoshi Ogawa
Instituição: Laboratório de Recursos Aquáticos – LARAq, Universidade Federal do Ceará
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A introdução de novas tecnologias no
processo produtivo pode incrementar novas oportunidades de negócio e trazer sustentabilidade
econômica nos segmentos produtivos, além de internalizar o conhecimento. Nesse contexto, este
projeto visa a estabelecer padrões tecnológicos para o beneficiamento do caranguejo em
comunidades carentes envolvidas nesse segmento, com utilização do Sistema de Imobilização e
Abate de Crustáceos (SIAC) e pasteurização da carne de caranguejo com auxílio do Serviço de
Inspeção Federal (SIF) do MAA, visando a legalizar uma unidade padrão de beneficiamento e,
consequentemente, o produto final de acordo com as exigências do SIF, visando a agregar uma
melhora na qualidade do produto, garantindo melhores preços de comercialização e eliminado o
comércio clandestino.
Projeto E&T – 51
Trade service especializada em produtos típicos da Amazônia
Natalino Araújo Paiva
Instituição: Universidade Federal de Roraima
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Este projeto visa a prestar soluções em
comércio exterior na Amazônia Legal, contribuindo com o desenvolvimento do País, da região
amazônica brasileira, com a geração de emprego e renda e da qualidade de vida de suas
comunidades por meio de consultorias, assessorias, cursos, treinamentos e comercialização (agência
e representação internacional) de produtos e serviços próprios da região para os mercados do
NAFTA (North América Free Trade Agreement), União Europeia, CAN (Comunidade Andina),
CARICOM (Comunidade do Caribe), Mercosul, Panamá, Países Árabes, Japão e China.
Projeto E&T – 52
Quantificação dos potenciais energéticos a partir de biomassa para produção de carvão
Nelivelton Gomes dos Santos
Instituição: Universidade do Estado do Pará
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: o projeto viabilizará a produção de carvão
para diverso fins, nas regiões da cidade de Abaetetuba- PA e região das ilhas.
Projeto E&T – 53
Rede de colaboração solidária para industrialização e comercialização de produtos oriundos
da pesca artesanal e da fruticultura extrativista e familiar
Nicolau Priante Filho
Instituição: Cooperativa dos Pescadores e Artesãos de Pai André e Bonsucesso
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O projeto Rede de Colaboração Solidária foi
proposto tendo como referência os pequenos resultados obtidos por outros projetos de geração de
trabalho e renda que atuavam isoladamente. Isso ocorreu pelas dificuldades de viabilização de todas
as etapas do processo produtivo e de comercialização, principalmente em razão da inexistência de
relações de confiança entre os diversos atores de diferentes organizações sociais e públicas, somado
aos problemas de baixa qualificação das comunidades a serem atendidas e de logística de transporte
de matéria-prima e de produtos a serem comercializados. Em sua primeira etapa o projeto Rede de
Colaboração Solidária apresentou como principal resultado a consolidação de relações de confiança
integrando políticas públicas no apoio a Economia Solidária com intensa participação da sociedade
civil, com base nas demandas de comunidades de baixa renda da Baixada Cuiabana.
Adicionalmente, o faturamento dos setores produtivos da Coorimbatá foi abaixo do esperado, assim
como a renda e o número de pessoas inseridas nos processos produtivos. Destaca-se, entretanto,
que a Coorimbatá foi equipada para o processamento de doces, passas e fritas de frutas regionais e
estruturada para o processamento de peixes e de húmus de minhoca, além da implantação de cinco
módulos de cultura comunitários em uma comunidade quilombola. A nova etapa do projeto tem
como principal objetivo implantar o Sistema Integrado de Inovação Tecnológica Social (SITECS)
com a participação das entidades parceiras envolvidas, possibilitando a incubação de dez
empreendimentos solidários e dar suporte para todas as outras ações do projeto que atenderá 710
pessoas diretamente durante o período de um ano. A metodologia adotada toma por base um
conjunto articulado de projetos, com uma administração descentralizada, com coordenadores para
cada um desses projetos, sob responsabilidade de profissionais com experiência e/ou formação na
área de administração, marketing, comercialização e contabilidade. Os profissionais atuarão no
Projeto durante um ano e terão a responsabilidade de organizar administrativamente e
comercialmente o SITECS, de maneira que as ações do projeto possam ser difundidas para outras
comunidades. As atividades de incubação e de capacitação previstas serão efetuadas de forma
integrada às atividades de formação e de capacitação dos projetos do CONSAD BC. Dentre as
atividades previstas, destacam-se a reforma de um prédio da Prefeitura Municipal de Cuiabá, no
qual funcionará o Núcleo Gestor de Incubação do SITECS, conjuntamente com a unidade de
processamento de frutas da Coorimbatá; a prestação de consultoria de gestão cooperativista
abrangendo as áreas administrativo-financeiras, produção industrial, comercialização e marketing a
20 cooperativas e associações; construção de uma lancha para capacitar 86 pescadores profissionais
artesanais, em atividades de pesca coletiva e turismo rural; implantar uma piscicultura como forma
de capacitação de 25 pescadores profissionais artesanais cooperados e garantir o fornecimento de
matéria-prima para a unidade de processamento de peixe da Coorimbatá e dar apoio técnico na
produção e comercialização dos produtos oriundos dos cinco módulos de cultivo comunitário nas
comunidades do Quilombo de Mata Cavalo atendendo diretamente a 50 famílias. O orçamento
previsto nessa etapa do projeto, que é de R$ 610.180,00, reafirma a previsão da Coorimbatá de ter
uma estrutura que possibilite alcançar um faturamento bruto advindo de suas atividades produtivas
na ordem de 2 milhões de reais, gerando uma renda média mensal de R$ 600,00 para
aproximadamente 170 pessoas integrantes das cadeias produtivas de frutas, peixe e húmus
atendidos diretamente pelo projeto. Outras duzentas pessoas serão atendidas diretamente pelo
projeto por meio da incubação de dez empreendimentos solidários (cooperativas ou associações)
que dispõem de estrutura para a instalação de pequenas agroindústrias de transformação de
produtos oriundos da agricultura familiar. Além disso, outras 250 pessoas participantes de 20
organizações identificadas pelo CONSAD – BC receberão consultorias para a elaboração de
projetos e na gestão cooperativista, abrangendo as áreas administrativo-financeiras, produção
industrial, comercialização e marketing. Isso será feito por meio de cursos, reuniões, seminários,
oficinas que promovam a inserção desses empreendimentos coletivos nas cadeias produtivas
ancoradas pelas agroindústrias. Aproximadamente 90 pessoas serão atendidas diretamente pelo
projeto por meio de capacitação em piscicultura e turismo rural. Considerando que 50% desses
empreendimentos atendidos pelo projeto se consolidem no primeiro ano, prevê-se um faturamento
bruto adicional de 2,5 milhões de reais atendendo a 250 pessoas com uma renda média mensal de
R$ 600,00.
Projeto E&T – 54
Avaliação e quantificação de selênio e da contaminação por aflatoxinas para a melhoria da
qualidade do produto e recuperação de mercado
Otniel Freitas Silva
Instituição: Embrapa Agroindústria de Alimentos
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Cerca de 10% da castanha-do-brasil
exportada para o mercado Europeu têm sido devolvidas em razão do elevado índice de
contaminação por aflatoxinas. A proposta em questão visa a atender ao segmento de produção,
comercialização e exportação da castanha-do-brasil quanto ao monitoramento da contaminação da
amêndoa e da casca de castanha por fungos aflatoxigênicos e por aflatoxinas produzidas durante o
processo de beneficiamento. O aproveitamento do óleo e a adequação de metodologia para
detecção de aflatoxinas em castanha contaminadas por aflatoxinas serão também enfocados. Será
efetuada a composição química dos óleos e níveis de selênio em castanhas de diferentes regiões
(Oriximiná, no Pará, e Brasiléia, no Acre) com elevados potenciais produtivo de castanha e nível de
organização dos agentes extrativistas. Serão realizadas visitas técnicas às regiões produtoras para
coleta de amostras e um diagnóstico das possíveis causas de contaminação e seu controle e com a
aplicação de checklist, coletas de amostras para realização de análises micológicas e
micotoxicológicas em pontos da cadeia. Os resultados obtidos irão compor um banco de dados e
poderão ser utilizados no estabelecimento de medidas e procedimentos para minimizar o
desenvolvimento dos fungos e a síntese de aflatoxinas na castanha, a fim de atender às demandas
dos mercados.
Projeto E&T – 55
Elaboração e análise de Alimento Alternativo Composto (A.A.C.)
Paulo Afonso Rossignoli
Instituição: Faculdade de Nutrição/Universidade Federal de Mato Grosso
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A consistente perda de alimentos entre a
produção e o consumo agrava de duas maneiras o quadro da fome no País: aumento dos preços e
diminuição da oferta de alimentos. Para os hortigranjeiros a perda chega a 20%. O aproveitamento
do alimento que iria para o lixo ou, subaproveitado, torna-se questão de relevante importância no
contexto socioeconómico do País. Propõe-se neste projeto o aproveitamento de: a) hortigranjeiros
dos supermercados e feiras livres, normalmente descartados ou subutilizados, por apresentarem
defeitos mínimos, como amolecimento e mudanças de coloração, são fonte de sais minerais,
carboidratos e vitaminas; b) ponta de arroz (quirera) das beneficiadoras de cereais utilizados como
ingrediente de ração para animais apresentando valor nutricional idêntico ao grão inteiro, fornecem
carboidratos, sais minerais e proteínas; c) torta de soja resultante do esmagamento do grão, com
teor de proteínas de aproximadamente 65%, rico em fibras e demais ingredientes do grão. Esses
ingredientes reunidos em um alimento único denominado Alimento Alternativo Composto
(A.A.C.). Esse alimento natural tem como objetivo a complementação nutricional de populações
carentes em programas de combate à fome e ao mesmo tempo que contribui para a diminuição do
desperdício de matérias-primas alimentares produzidas extensivamente na região amazônica.
Promoveria a disponibilização a baixo custo para o consumo humano de um composto alimentar
complementar da dieta para grupos de pessoas com baixo poder aquisitivo. O Alimento Alternativo
Composto seria preparado utilizando a apertização (enlatamento) como método de conservação.
Com vida de prateleira de um ano, poderia ser armazenado à temperatura ambiente, dispensando a
refrigeração.
Projeto E&T – 56
Plantas ornamentais tropicais da Amazônia
Paulo Hercilio Viegas Rodrigues
Instituição: Centro de Biotecnologia da Amazônia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A ornamentação tropical, considerada exótica
e de rara beleza, é um produto com mercado garantido principalmente no exterior. No mercado
externo, o perfil do cliente abrange grande parte da população consumidora, uma vez que o
consumo per capita/ ano de flor na Europa ou EUA fica em torno de US$ 120,00, na Argentina o
consumo é de US$ 25,00 e no Brasil apenas USS 3,50. Na floricultura tropical podemos citar como
exemplo as heliconias, alpínias, gengibres ornamentais, folhagens etc., sendo as heliconias com a
maior diversidade de espécies, formas, cores e maior valor agregado. Quando citamos floricultura
tropical, relacionamos naturalmente com regiões de clima tropical, como o da região amazônica.
Essa vantagem inerente a essa região do Brasil, proporciona as condições climáticas ideais para o
cultivo desse gênero de plantas. Somando- se a isso, temos a diversidade natural do rico banco de
germoplasma existente na região amazônica para as diversas espécies de tropicais ornamentais de
grande valor econômico.
Projeto E&T – 57
Amazonas, sinergia e crescimento socioeconômico
Instituição: Instituto de Ecodesenvolvimento da Amazônia – IECAM
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Introdução de uma visão romântica da
potencialidade turística do Amazonas, promovendo a preservação das potencialidades e riquezas
em benefício do fator humano local.
Projeto E&T – 58
Desenvolvimento da agricultura familiar
Ricardo Gomes de Araujo Pereira
Instituição: Embrapa Rondônia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: RESUMO – A Amazônia brasileira
representa dois quintos do território sul-americano, ocupa 7% da superfície do planeta, possui a
maior floresta tropical úmida e se caracteriza por uma bacia hidrográfica de 6.500.000 km2. A
estrutura fundiária da agricultura familiar na Amazônia é caracterizada por assentamentos de
colonos, cujas áreas foram doadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(INCRA). Em Rondônia essas propriedades variam de 25 a 100 ha., pertencendo a pequenos
produtores que praticam agricultura familiar. Esses produtores são responsáveis por quase a
totalidade da produção de feijão, milho, mandioca, arroz, café, cacau, seringueira, frutas regionais,
aves, suínos, bovinos de leite, ovinos, caprinos e hortaliças. A agricultura familiar tem uma
participação muito elevada no processo produtivo brasileiro. A tração animal tem contribuído para
a redução dos desmatamentos, aumentando a produção e produtividade de culturas anuais e
perenes, adoção de novas tecnologias com o uso de insumos modernos, reduzindo a utilização de
mão de obra, os desmatamentos e capitalizando a propriedade. O projeto incorporará 3 mil
produtores no estado de Rondônia, em três anos de programa de tração animal. Espera-se implantar
a tração animal em 3 mil propriedades com o aproveitamento de 30 mil ha, abandonados ou
degradados, implantar 10 mil ha de consórcios agroflorestais, 10.000ha., de culturas perenes e 10
mil ha. de culturas anuais, incorporar a agricultura familiar, 12 mil animais de tração com a
produção de 24 mil arrobas anualmente. Utilizar 6 mil toneladas de adubo anualmente e 90 mil
toneladas de calcáreo. Aumentar a renda da propriedade de menos de R$ 200,00 mês para R$
1.600,00, reduzir o desmatamento em 6 mil ha/ano. Oferta de aproximadamente 25 mil empregos
diretos e indiretos. Oferta de 240 cursos e 60 dias de campo em três anos. O objetivo deste trabalho
é apresentar um projeto para utilização da mecanização a tração animal em propriedades que
praticam agricultura familiar em Rondônia.
Projeto E&T – 59
Análise proteômica do cardinal (paracheirodon axelrodi) com ênfase em biomarcadores de
poluição por metais
Rubens Tomio Ronda
Instituição: Centro Universitário Nilton Lins
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Esta proposta pretende incorporar
ferramentas da proteômica, como expressão diferencial e a seleção de biomarcadores para
diferenciar os animais em face de desafios ambientais (exposição ao cobre e ao cádmio). As
informações obtidas vão subsidiar, de forma mais segura, a conservação dessa importante espécie
de peixe da Amazônia, além de propor novas ferramentas para biomonitoramento ambiental.
Projeto E&T – 60
Mecanismos para a consolidação do encadeamento produtivo do APL Madeira-Móveis na
mesorregião do alto Solimões do Estado do Amazonas
Sérgio Luiz Ferreira Gonçalves
Instituição: Universidade Federal do Amazonas
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O Estado do Amazonas é o maior estado da
Federação com 1,59 milhões de km2 de extensão, dos quais 95% são de florestas naturais (IBGE
2004). Somado a esse patrimônio, o Amazonas também possui um patrimônio sociocultural
inestimável, representado por populações ribeirinhas, extrativistas, indígenas e pescadores com
pouco ou quase nenhum acesso e conhecimento da economia de mercado que regem muitos dos
produtos atualmente comercializados por elas. A conservação dos patrimônios concomitantemente
ao ordenamento do uso da terra necessitam de políticas públicas calcadas nos princípios e conceitos
do desenvolvimento sustentável. Sob essa ótica, projetos governamentais começaram a ser
desenvolvidos com o objetivo de melhoria da qualidade de vida de tais populações, geração de
emprego e renda aliados a conservação da natureza. Pretendia-se buscar recursos e aplicá-los no
benefício das populações envolvidas em atividades extrativistas que indiretamente promovem a
conservação dos recursos naturais, mas se encontra com fndices de Desenvolvimento Humano
(IDH) abaixo do mínimo aceitável. Uma das estratégias adotadas visa à difusão do manejo florestal
de modo que se fomentou um número significativo de Planos de Manejo Florestal Sustentável em
Pequena Escala, dos quais atualmente 544 planos foram elaborados. Desses, 231 estão licenciados e
313 em tramitação no Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAAM (2006) para atingir
um grau de entendimento capaz de desmistificar a distância do estado sobre cadeias produtivas
clandestinas da madeira/móveis e estimular a produção florestal em bases sustentáveis e legais.
Para complementar essa estratégia, um grande esforço vem sendo dispensado nessa mesorregião do
Alto Solimões, com intuído de dinamizar os extremos da cadeia produtiva, em especial o arranjo
produtivo local madeireiro. Assim sendo, algumas iniciativas que geraram parcerias foram
formalizadas de modo que pudesse perseguir e intensificar as ações. Como exemplo, cita-se o
Projeto de Fortalecimento do Arranjo Produtivo da Madeira na Mesorregião do Alto Solimões, na
ordem de R$ 1,2 milhões, apoiado pelo Ministério da Integração, que destacamos em razão de
apresentar como objetivo maior o fortalecimento do arranjo produtivo local madeireiro de forma
integrada, gerando arranjos sistematizados em forma de três polos de desenvolvimento (Polo I –
Tabatinga, Atalaia do Norte e Benjamin Constant; Polo II – Tonantins, Amaturá, São Paulo de
Olivença e Santo Antônio do Iça; e Polo III – Jutaí e Fonte Boa), tendo como alicerce a
capacitação, assistência técnica, aquisição de equipamentos e melhoria na infraestrutura, com vistas
à criação de serrarias escola para a comunidade, sem, contudo, prever a interação necessária dos
atores de cada município dos polos. Em razão dos diferentes níveis de organização e consequentes
entraves na produção, o Polo II é o que apresenta o maior desafio de conjugar as condições locais
(ambientais, sociais e econômicas) com soluções tecnológicas diferenciadas, o que seria considerar
que essas soluções tecnológicas, adaptadas à realidade local, possam significar ganhos de eficiência
e redução de custos, e inserção das externalidades sociais na atividade produtiva existente nos
municípios do Polo. Em situação semelhante, Gonçalves (2001) comenta que tais evidências
permitem assegurar que a produção florestal até a comercialização, e seus potencias gargalos,
devem ser entendidos dentro de uma abordagem mais tecnocientífica, nesse caso específico, por
oportunidade de projetos complementares as iniciativas já em execução na mesorregião do Alto
Solimões. Diante dessas exposições acreditamos ser necessário, um esforço adicional para o
encadeamento produtivo entre os municípios que compõem o Polo II da mesorregião do Alto
Solimões com foco na efetividade da atividade produtiva e a possibilidade de replicação,
justificando a assertiva de referenciar alguns pressupostos do desenvolvimento local integrado, da
construção de identidade das localidades, da promoção do empreendedorismo e da concentração de
esforços em certo objetivo ou missão, logo, o tema o duster surge como fator aglutinador nos
diferentes municípios. Nesse contexto, ressalta-se que as “tecnologias da sustentabilidade” que
propiciam o encadeamento produtivo são tecnologias de processos e produtos, não se configurando
como unidades isoladas, mas como sistemas totais, que incluem conhecimentos técnicos e
científicos, procedimentos, bens e serviços e equipamentos, assim como os procedimentos de
organização e manejo, devendo ser compatíveis com as prioridades socioeconómicas, culturais e
ambientais nacionalmente determinadas. (MMA, 2000).
Projeto E&T – 61
Identificação e aplicabilidade de biossensores de DNA da ictiofauna da Amazônia Ocidental
envolvidos no monitoramento de ambientes impactados e na reprodução
Sérgio Ricardo Nozawa
Instituição: Centro de Ensino Superior Nilton Lins
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O presente projeto foi idealizado com o
objetivo de desenvolver o estudo da expressão diferencial de genes importantes para o
monitoramento ambiental (por biossensores) de peixes da região Amazônica Ocidental. Hoje, as
tecnologias disponíveis permitem a identificação de genes importantes para o desenvolvimento de
uma espécie em ambientes impactados para sua resistência a doenças, para melhoria do
crescimento em diferentes tipos de águas etc. Além disso, genes que estejam ligados ao sexo do
animal, levando à triagem entre machos e fêmeas, antes da diferenciação sexual, podem ser
utilizados para triagens precoces, o que representa uma enorme economia de tempo e recursos para
selecionar reprodutores que requeiram a manutenção de um plantel até a fase adulta.
Projeto E&T – 62
Projeto Agroflorestal Nova Bonal: um jeito de viver e produzir na Amazônia
Sérgio Roberto Lopes
Instituição: Governo do Estado do Acre
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A reconcentração de terras e o desmatamento
nas áreas dos Projetos de Assentamento para a reforma agrária são seguramente fatores que
contribuem para o insucesso do Programa de Reforma Agrária e para o aumento dos problemas
econômicos, sociais e ambientais na Amazônia. Buscando ser uma alternativa para reforma agrária,
tendo como lema “Desaprender para reconstruir uma nova maneira de viver e produzir na
Amazônia” (Jorge Viana), foi criado em parceria pelo Governo do Estado do Acre e governo
federal, o Projeto de Desenvolvimento Sustentável Bonal, carinhosamente apelidado pelas famílias
e técnicos de Assentamento Agroflorestal Nova BONAL. Que propõe: a propriedade e gestão do
Assentamento são coletivas – não há demarcação e entrega de áreas (lotes) para as famílias; a
aplicação e responsabilidade do credito rural (PRONAF, FNO) são feitos de forma coletiva – não
há credito rural individual; todos os assentados são sindicalizados e associados à cooperativa – não
podendo permanecer no assentamento quem não for associado à cooperativa e sindicalizado ao
STR; a floresta é destinada única e exclusivamente ao manejo de base comunitária de modo que
possa resgatar seu valor econômico, ambiental e social – não há desmatamento; toda produção é
realizada em bases agroecológicas; jovens e adultos participam do processo de capacitação técnica
e formação continuada para a florestania; a família é a célula viva de todas as ações do
assentamento; os princípios anteriormente citados também conhecidos como DNA do assentamento
são os norteadores de todo trabalho econômico social e ambiental a ser realizado com e pelas
famílias já assentadas e pelas que virão a ser assentadas. Os desafios para efetivação desta proposta
pioneira na região podem ser resumidos: econômico – como gerar ocupação produtiva e renda para
mais de 150 famílias. Tendo em média três pessoas em idade produtiva por família, teremos o
desafio de gerar renda e ocupação produtiva para 450 pessoas, utilizando a área antropizada de
2.000ha e 8.400ha de floresta. A meta é a de que cada família chegue a média de cinco salários
mínimos por mês. Para isso a renda anual mínima deverá ser superior a R$ 1.890.000,00.
Tecnológico – gerar e implementar uma proposta organizacional que sensibilize e envolva todas as
famílias no novo jeito de caminhar coletivo do PDS BONAL; construir um estatuto e um regimento
para cooperativa Bom Destino, responsável pela gestão produtiva do assentamento; estabelecer e
oficializar as regras que regem o assentamento. Social – construir e implementar uma proposta de
capacitação técnica e formação continuada para a florestania que contemple todas as famílias. Mas
do que fazer o assentamento Agroflorestal Nova BONAL dar certo, temos o desafio de fazer a
sistematização e replicabilidade da proposta para outros assentamentos, contribuindo para o sucesso
do Programa Nacional de Reforma Agrária na Amazônia.
Projeto E&T – 63
Análise genômica do guaranazeiro ( Paullinia cupana) – Fase II - funções e aplicações de
genes que se expressam no frutos
Spartaco Astolfi Filho
Instituição: Universidade Federal do Amazonas
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Descrição Resumida da Proposta – Nos
últimos três anos, a Rede da Amazônia Legal de Pesquisas Genômicas (REALGENE), composta
pelas seguintes instituições: UFAM, Embrapa Amazônia Ocidental, INPA, UFPA, UFMA,
UNIFAP, UFT, IPEPATRORO, UFAC, UFRR, UnB, Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia, desenvolveu diversas pesquisas relacionadas ao genoma de P. cupana, dentre elas: 1.
Foi estimado o tamanho do seu genoma por citometria de fluxo em 2C=22,5 picogramas, ou seja,
cerca de três vezes maior do que o genoma humano. 2. Foi demonstrado um cariograma com 210
cromossomos, um dos maiores descritos até o momento na literatura científica. 3. A partir de
bibliotecas de cDNA de frutos de P. cupana, 15.387 ESTs (Expressed Sequence Tags ou Etiquetas
de Genes Expressos) foram sequenciadas e anotadas via biologia computacional, comparando-se as
sequências geradas com o banco de dados genômico do GenBank e as sequências de aminoácidos
deduzidas com o banco de proteínas COG. As 15.387 ESTs foram agrupadas em 2.628 contigs e
5.969 singlets totalizando 3.587 diferentes sequências únicas (uniques). 4. Sequências relacionadas
com o desenvolvimento da semente, amadurecimento do fruto, resistência a insetos e
microorganismos, síntese de vitaminas e com diversas vias do metabolismo secundário foram
demonstradas serem expressas no fruto do guaranazeiro (guaraná). Até nessa fase o projeto, além
de seus objetivos científicos/técnicos, perseguiu outros dois estruturantes de igual ou maior
importância: formação intensa de recursos humanos e melhoria da infraestrutura de pesquisa de
toda a rede, especialmente dos grupos emergentes (para detalhes, vide o relatório da REALGENE2006 na homepage da REALGENE: www.realgene.ufam.edu.br). Dando continuidade a esses
estudos genômicos com o fruto do guaranazeiro, pretende-se neste projeto realizar pesquisas
adicionais sobre as funções dos genes detectados pela abordagem anteriormente descrita
(transcriptômica) e suas possíveis aplicações biotecnológicas. Atenção especial será dada à
detecção e análise dos genes e seus produtos relacionados com características agronômicas
desejáveis da planta para orientar o programa de melhoramento genético, bem como aos
relacionados com as incríveis propriedades estimulantes e medicinais da planta, descobertas pelos
indígenas e muitas delas comprovadas cientificamente, como: atividade antimutagênica e
antineoplásica; atividade de prevenção à arteriosclerose e enfarte; aumento do poder cognitivo e da
memória; e importante como medicamento complementar para tratamento de retardamento mental
e doença de Alzheimer. Serão realizadas pesquisas de isolamento de proteínas e metabólitos
secundários responsáveis pelas propriedades medicinais e estimulantes assistidas pelas informações
geradas pelas pesquisas genômicas (transcriptômicas) e pelos respectivos bioensaios. Os resultados
servirão de base para a interação com o setor produtivo para o desenvolvimento de novos produtos
farmacêuticos, estimulantes e cosméticos a partir do guaraná; o que sem dúvida aumentará a
demanda pelo guaraná e acarretará melhoria de nível socioeconómico das pessoas que atuam em
toda a cadeia produtiva dessa lendária planta e seus derivados. Local de execução: Laboratórios de
Biologia Molecular / Genética / Bioinformática das Instiutições Associadas à REALGENE : –
Universidade Federal do Amazonas – UFAM; – Embrapa Amazônia Ocidental- CPAA/
EMBRAPA; – Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia- INPA; – Universidade Federal do Pará
– UFPA; – Universidade Federal do Maranhão – UFMA; – Universidade Federal do Amapá –
UNIFAP; -Universidade Federal do Tocantins – UFT; – Universidade Federal de Roraima –
UFRR; – Universidade Federal do Acre – UFAC; – Instituto de Pesquisas em Potologia Tropical de
Rondônia – IPEPATRO; – Universidade de Brasília – UnB; – Universidade de Ribeirão Preto –
UNAERP; – Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia – CENARGEN. Obs.: nesta fase de
atividades da REALGENE, se necessário outras instituições poderão ser integradas à REALGENE.
Projeto E&T – 64
Atividades econômicas rurais e sustentabilidade em três comunidades do município de
Parintins/AM
Valdenei de Melo Parente
Instituição: Universidade Federal do Amazonas
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Não se pode pensar em desenvolvimento
rural dissociado de desenvolvimento sustentável. Isso porque a prática das atividades rurais está
diretamente vinculada com o uso dos recursos naturais. O produtor rural tem como base de sua
sobrevivência os recursos extraídos da natureza, como o peixe, os produtos florestais e os produtos
cultivados. Sabe-se que a expansão do mercado tem estimulado o aumento da produção desses
produtos e, consequentemente, cada vez mais, o uso irracional dos recursos naturais. Por isso essa
realidade merece ser estudada para que, com dados confiáveis, possam ser sugeridas políticas de
desenvolvimento sustentável para a área rural do estado.
Projeto E&T – 65
Óleos de copaíba – estudos transversais de avaliação de seu potencial mercadológico para
elevação de seu valor agregado
Valdir F. Veiga Júnior
Instituição: Departamento de Química – UFAM
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: Um dos principais produtos do extrativismo
da Amazônia, o óleo de copaíba, é muito explorado, mas de forma predatória, com pouco
conhecimento científico de sua qualidade e de metodologias de extração agroecológicas e, por esses
motivos, com retorno financeiro extremamente escasso para a população amazônida. Por meio do
envolvimento de diversas áreas, de forma transversal, com estudos químicos, físico-químicos e
biológicos, óleos de copaíba coletados em diversas cidades da Amazônia serão avaliados de forma
permita a definição de padrões de qualidade para as indústrias de perfumaria, cosmética e produtos
medicinais. A definição desses padrões visa a aumentar o conhecimento científico sobre esse
importante recurso vegetal não madeireiro com o objetivo central de agregar valor a esse óleo
medicinal e trazer um maior retorno financeiro às populações que sobrevivem do extrativismo
vegetal na Amazônia.
Projeto E&T – 66
Agricultura urbana: alternativa para o desenvolvimento sustentável da cidade de Porto
Velho, Rondônia
Vanda Gorete Souza Rodrigues
Instituição: Embrapa Rondônia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O Projeto aborda o tema agricultura urbana
como estratégia para nortear a formulação de políticas públicas que proporcionem reais
possibilidades de produção agropecuária em áreas urbanas e valorização de seu significado como
processo mitigador da complicada situação alimentar, nutricional, de moradia e ordenamento
territorial enfrentada pelas populações. A prática da agricultura nos espaços urbanos tem sido
pouco reconhecida e estudada, e raramente se constitui em objeto de políticas. Seu potencial
econômico tem permanecido pouco aproveitado. A agricultura urbana necessita ser uma atividade
mais “oficial”, ou “formalizada”, tanto dentro como ao redor das cidades, para ser integrada aos
processos de planejamento urbano. A Zona Leste da cidade de Porto Velho, Rondônia – área que
comporta 14 bairros, originários de ocupações e reúne cerca de 30. mil famílias – caracteriza-se por
ser uma região de grande expansão demográfica nos últimos dez anos, a qual se confunde com um
tumultuado contexto de formação de mercado formal e informal no que tange à ocupação da mãode-obra no setor de produção e serviços. Ali vivem sujeitos sociais em condições de risco, miséria,
desemprego e com o mínimo de formação escolar, basicamente por consequência de quatro fatores:
ausência de geração de conhecimento dos Direitos Humanos, Educacionais, Culturais e Ambientais
– DHESCA; ausência de organização popular e consequente participação nos processos de
construção de
políticas
públicas
de
subsistência; degradação
ambiental;
e
falta
de
formação/capacitação que possibilite oportunidades de geração de renda e emprego. Dentro desse
contexto, o projeto tem como objetivos desenvolver e adaptar tecnologias e sistemas de produção
em bases agroecológicas para pequenos espaços domésticos e áreas públicas; promover a
reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos orgânicos locais, como adubo para recuperação do
solo em áreas degradadas no entrono das moradias e construir, coletivamente, conhecimentos sobre
a realidade local para gerar alternativa a questões relacionadas à alimentação e nutrição, aos
aspectos ambientais, tecnológicos e socioeconómicos relacionados à prática da agricultura urbana.
A metodologia de execução incluirá ferramentas de análise e diagnóstico dos problemas locais,
gestão participativa das ações por meio do desenvolvimento participativo de tecnologias e análise
de modos de vida sustentáveis nos espaços urbanos, que respeite diferenças de gênero, etnias,
religiosidade, idade. Com os resultados das experiências desenvolvidas pelo projeto, a expectativa é
a de influenciar os elementos políticos e técnicos do planejamento urbano da cidade de Porto Velho
a conectar a agricultura urbana aos programas de desenvolvimento, como urbanização, mudanças
sociais, cultura, governabilidade, combate à fome, inclusão de jovens, mulheres e idosos. O público
beneficiado diretamente terá oportunidade de desenvolver estratégias de enfrentamento das
necessidades alimentares, de saúde, renda e melhoria do meio ambiente.
Projeto E&T – 67
Portal de Negócio de Rondônia Via Internet
Vasco Pinto da Silva Filho
Instituição: Universidade Federal de Rondônia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: A proposta da criação do Portal de Negócio
de Rondônia Via Internet acompanha uma realidade internacional, que é a comercialização
eletrônica via internet, além de aproximar a demanda de produtos e serviços aos consumidores,
criando com isso condições para venda de seu produto utilizando as facilidades que internet nos
proporciona. Com o funcionamento do Portal de Negócios de Rondônia Via Internet, pode se
ampliar o processo de democratização do acesso à rede mundial de informações, a internet; manter
a classe produtiva do meio rural com perspectiva de eliminação da figura do atravessador no
processo de comercialização dos produtos ali gerados; possibilitar a facilidade na comercialização
dos produtos e serviços a um melhor preço; a fim de possibilitar que a classe produtiva se mantenha
informada sobre novos mercados, bem como dar condições de novos negócios; além de possibilitar
a recolocação no mercado de trabalho de profissionais que dele estejam alijados.
Projeto E&T – 68
Girassol para emprego, renda e energia em Rondônia
Vicente de Paulo Campos Godinho
Instituição: Embrapa Rondônia
Descrição Resumida da Proposta do Projeto: O girassol pode ser utilizado para fabricação de
ração animal e para extração de óleo de alta qualidade para consumo humano ou como matériaprima para produção de biodiesel. As avaliações preliminares em Rondônia indicam ser possível
seu cultivo comercial, como importante alternativa econômica e técnica nos sistemas de rotação, de
consórcio e de sucessão de culturas nas regiões produtoras de grãos da região e do Brasil.
Estimamos ser possível a inserção de pelo menos 30 mil hectares de girassol em Rondônia, ou um
terço da área plantada de soja no estado, onde a estrutura industrial atual tem capacidade de
absorver a produção de 44 mil hectares, mas não está totalmente atendida e a estrutura será
ampliada. O girassol pode ocupar as mesmas áreas e após a colheita de arroz, milho ou soja,
utilizando estrutura e serviços existentes. A produção estimada é suficiente para substituir
totalmente a necessidade de importação de óleo bruto e gerar matéria-prima para o tipo refinado,
que atualmente gera déficit de 4,8 milhões de dólares na balança comercial brasileira. O subproduto
farelo pode ser incremento protéico para suplementação da bovinocultura de leite e produção de
rações, juntamente com o milho ou soja da região, para aves e suínos. Na planta industrial
rondoniense outro subproduto, a casca, pode gerar energia equivalente a 45 mil metros cúbicos de
madeira, em fornalha de indústrias ou em termoelétricas, importante aspecto em razão de o Estado
depender de queima de óleo diesel durante parte do ano. Espera-se a geração de 150 empregos
diretos na produção rural e industrial, com incremento da renda rural de pelo menos 105 mil
dólares/ano. Neste trabalho, pretende-se continuar e expandir a pesquisa iniciada, parte da Rede
Oficial de Ensaios de Avaliação de Genótipos de Girassol, coordenada pela Embrapa Soja, para
disponibilizar materiais genéticos e sistema de produção de girassol no contexto agropecuário
rondoniense, de acordo com as Normas e Critérios para Avaliação de Cultivares de Girassol,
definidas pela Comissão Nacional de Cultivares de Girassol, no prazo de dois anos.
Área social
Projeto S – 01
Agência de Turismo Receptivo Comunitária
Alan Hellyton Silva Pereira
Instituição: Radical Cursos e Turismo
Descrição resumida da proposta do projeto: fazer o uso sustentável dos atrativos turísticos
encontrados em diversas localidades da Amazônia mediante criação de uma agência de turismo
receptivo-comunitária, responsável em operar os roteiros turísticos em sua localidade, fazendo uso
de equipamentos pertencentes aos próprios moradores, como barcos, automóveis, bicicletas, guias
etc. A agência teria o papel de inventariar os recursos existentes na comunidade, planejar os
roteiros turísticos, e dar preço aos serviços oferecidos.
Projeto S – 02
Cantigas de Roda da Floresta – Baixo Madeira
Alba L. Rodrigues da S. Marques de Sá
Instituição: Waku’mã Produções Culturais e Artísticas Ltda.
Descrição resumida da proposta do projeto: produção do primeiro CD de músicas –
Cantigas de Roda da Floresta Amazônica – Baixo Madeira, cujas letras falam da preservação da
floresta, dos bichos, das lendas, dos mitos, em uma linguagem alegre com arranjos feitos em
instrumentos de percussão fabricados pela comunidade, feitos de madeira e cipós, fibras e sementes
da Amazônia. Um registro inédito nesse tipo de produção cultural e musical.
Projeto S – 03
Eficiente Digital
Alessandro Dinelli de Paiva
Instituição: Comitê para Democratização da Informática do Amazonas
Descrição resumida da proposta do projeto: ser portador de algum problema físico já é um
grande obstáculo a ser vencido nas ações cotidianas. Desenvolver uma carreira profissional nessas
condições demanda esforços ainda maiores.
O desenvolvimento dessa carreira vem por meio de estudo, capacitação, treinamento e
inúmeras formas de obter conhecimento, pois o mercado atual é bastante concorrido. Os Portadores
de Necessidades Especiais (PNEs),além desses desafios cotidianos, ainda sofrem a discriminação
da sociedade e até mesmo de sua família pelo fato de serem vistos mais como um problema do que
como uma pessoa que possa gerar renda e ser útil.
Propõe-se, neste projeto, a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs)
como ferramenta e instrumento para capacitação dos PNEs e desenvolver suas habilidades e
potenciais profissionalmente a fim de que possam estar aptos para desempenhar e para assumir
funções dentro das empresas como qualquer outra pessoa, aumentando a sua autoestima e gerando
renda.
A capacitação ocorrerá dentro dos espaços comunitários criados a partir de parceria entre a
comunidade e o Comitê para Democratização da Informática Amazonas, nos que são chamados de
Escolas de Informática e Cidadania (EICs), os quais, atualmente, possuem uma rede de 19 Escolas
no Estado do Amazonas com 70 educadores e mais de 2.000 alunos/ano, que, conforme sua área de
expansão, estão localizados em diversos bairros de Manaus e municípios do Estado.
Portanto, em vez de se criar um único centro de capacitação distante da moradia do PNE,
tal capacitação será promovida dentro da sua comunidade ou próxima a ela. Dessa forma, não haver
necessidade de deslocamento, visto que os grandes desafios dos PNEs são: a utilização dos meios
de transportes e calçadas, por não estarem adequados, conforme lei, à acessibilidade.
Projeto S – 04
Ateliê de Mídia
Analton Alves da Silva
Instituição: Universidade Federal de Rondônia
Descrição resumida da proposta do projeto: o Projeto Ateliê de Mídia compõe-se,
inicialmente, de quatro espaços/oficinas para atender o acadêmico desempregado da Universidade
Federal de Rondônia. O primeiro deles é o Jornal Grau Informativo, utilizado para atração de
patrocinadores dos eventos acadêmicos. O segundo, espaço com impressoras para personalização
de material de eventos realizados pela instituição. O terceiro, a serigrafia que emprega estudantes
para a realização de trabalhos com renda de suficiência. O quarto, o laboratório de multimídia, no
qual se encontram materiais eletrônicos, tais como máquinas fotográficas e filmadores para uso dos
próprios estudantes.
Projeto S – 05
Projeto Burareiro de Educação Integral em Áreas Rurais de Forte Impacto Ambiental e
Social: uma experiência pedagógica no garimpo bom futuro em Ariquemes – Rondônia
Antônio Carlos Maciel
Instituição: Universidade Federal de Rondônia
Descrição resumida da proposta do projeto: a pesquisa tem por objetivo adaptar a
experiência pedagógica em educação integral, já testada e com sucesso, como alternativa aos
diversos processos de exclusão social na periferia da cidade de Ariquemes, a fim de verificar as
possibilidades de contribuir para a reversão dos impactos sociais e ambientais causados, de um
lado, pela exploração de cassiterita no garimpo Bom Futuro e, de outro, pela intensa atividade
agropecuária na região, ao mesmo tempo em que visa a proporcionar formação profissionalizante
para o desenvolvimento de manejo sustentado da terra.
Assim, a relevância dessa pesquisa consiste em desenvolver uma experiência pedagógica de
educação integral, que se coloque como alternativa às propostas oficiais de “jornadas ampliadas”,
“tempo integral” e de “atividades diversificadas”, destinada aos setores mais empobrecidos da
sociedade. Levando em consideração que o objetivo da educação integral, por essa perspectiva, é a
superação dos efeitos causados às faculdades humanas pela divisão social e técnica do trabalho,
desenvolve-se o conceito de politecnia a partir das concepções marxistas de educação elaboradas
para a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e orientadoras da política educacional da
Comuna de Paris, como forma de resgatar as potencialidades das faculdades humanas por meio de
processos pedagógicos integradores da racionalidade enquanto desenvolvimento das dimensões
lógico-cognitivas; de habilidades, enquanto expressão de capacidades psicomotoras e físicas; da
sensibilidade, como potencialização de todos os sentidos; e de sociabilidade, como participação
produtiva e política na sociedade.
Assim, politecnia é o princípio pedagógico que se constitui de processos educativos
integradores das dimensões intelectual, física e tecnológica, transformada, neste estudo, em
racionalidade, habilidade, sensibilidade e sociabilidade, de tal sorte que a reconstituição das
faculdades humanas (particularmente de alunos e professores) seja possível mediante processos de
aprendizagem interdisciplinar com base num currículo multidimensional, tanto integrando
conhecimentos parcelados (disciplinas) quanto integrando áreas (educação, cultura, esporte, saúde,
profissionalização e cidadania) supostamente estanques por meio da interação prática-teoriaprática.
Em razão disso, a pesquisa teórica se concentrará na revisão bibliográfica e documental de
dois períodos históricos: o da era das revoluções europeias, 1848-1871, e o da emergência dos
Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), no Rio de Janeiro. No primeiro período, o foco
da investigação estará centrado na interpretação acerca da unidade entre educação intelectual, física
e tecnológica, cujos desdobramentos podem determinar a noção de educação integral. No segundo
período, a ênfase será na concepção original dos CIEPs. Na pesquisa de campo, será utilizada uma
adaptação do laboratório social às concepções metodológicas da pedagogia histórico-crítica,
surgindo, então, o laboratório social histórico-crítico, constituído por três movimentos
intercomplementares: a preparação, o laboratório e o monitoramento.
A preparação consiste de quatro ações: o levantamento, o diagnóstico, os cenários e o
planejamento estratégico-situacional; o laboratório consiste de outras quatro ações: os cursos de
formação teórica, a demonstração, a avaliação e a experimentação; o monitoramento, de duas
ações, verificação de desempenho por escopo integrado (atividades afins e metas) e a avaliação de
desempenho integral por objetivo.
Desse modo, a expectativa é a de verificar se é possível uma educação integral de caráter
politécnico e, se for, quais as condições para a sua viabilidade em áreas rurais com forte impacto
social e ambiental, como é o caso do entorno ao garimpo Bom Futuro, em Ariquemes.
Projeto S – 06
Construção de casas com resíduos madeireiros das fábricas de compensado
Bazilio Frasco Vianez
Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
Descrição resumida da proposta do projeto: o rolo-resto ou rolete é um tipo de resíduo
madeireira que sobra após o processo de torneamento das toras na confecção das lâminas de
madeira na produção do compensado. Esse resíduo pode representar até 30% do volume da madeira
que entra nas fábricas de compensado do Brasil. Atualmente, esses roletes são usados para produzir
energia, sendo queimados nos fornos das caldeiras das próprias indústrias de compensados em que
são produzidos. Nesta proposta uma alternativa é apresentada para construção de um modelo de
Log Home em que as toras de madeira maciça utilizadas no método tradicional são substituídas por
roletes.
O método de processamento dos roletes deve utilizar equipamentos simples. O baixo custo da
matéria-prima e o processo rápido de montagem da casa são os principais diferenciais que poderão
trazer uma redução significativa dos custos sem comprometer o conforto e a qualidade da moradia.
O objetivo deste estudo é apresentar uma alternativa de construção residencial barata e de boa
qualidade e valorizar o resíduo rolete que atualmente é subutilizado pela indústria madeireira.
Como consequência, a expectativa é a de contribuir com a melhoria de vida das populações
carentes na região Amazônica.
Projeto S – 07
Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP-UFAC) da Universidade Federal
do Acre
Carlos Alberto Franco da Costa
Instituição: Universidade Federal do Acre
Descrição resumida da proposta do projeto: incentivar o surgimento e o fortalecimento de
cooperativas populares por meio da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares – ITCPUFAC, fomentando a geração de postos de trabalho e a inclusão social, com utilização da
metodologia de incubação de empreendimentos solidários, possibilitando a sistematização de apoio
gerencial e tecnológico, cursos, treinamentos, desenvolvimento de pesquisas e novas parcerias
capazes de viabilizar o desenvolvimento de atividades produtivas em regiões de alto risco social no
município de Rio Branco e seu entorno.
Projeto S – 08
Planejamento Ecoturístico na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã
Carlos Gabriel Gonçalves Koury
Instituição: Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (IDESAM)
Descrição resumida da proposta do projeto: implantar o modelo de turismo rural adaptado
às condições agroextrativistas da Amazônia envolvendo os comunitários da Reserva de
Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (RDS do Uatumã), de forma ecologicamente correta e
socialmente equilibrada. O projeto de ecoturismo social na reserva pretende apresentar o modo de
vida dos “povos da floresta”, com sua interação homem-ambiente, ao mesmo tempo simples, mas
de extrema complexidade, em que o conhecimento tradicional é aplicado para sustentabilidade da
família e do meio que provem seu sustento. Com a apresentação dessas relações para o “habitante”
de centros urbanos, pretende-se fomentar um pensamento crítico sobre sua função ambiental no
planeta, questionando o modo de vida urbano, muitas vezes individualista e pautado no consumo
excessivo de bens e produtos capitais.
Dessa forma, a atividade ecoturística, trará benefícios de mão dupla: aos moradores da
comunidade ribeirinha do rio Uatumã – movimentando a economia local e promovendo a interação
entre o ribeirinho e o urbano, apresentando a importância da conservação e manutenção de seu
meio e do turista visitante, que receberá lição de educação ambiental e de participação social no
meio ambiente natural. O projeto visa a identificar com enfoque ambiental e social: a) áreas
naturais protegidas e comunidades nas quais possam ser planejados trajetos turísticos que conciliem
paisagens singulares (cachoeiras, corredeiras, campos naturais, paredões rochosos, praias de rio
etc.); espécies florestais raras (árvores madeireiras de grande diâmetro, bromélias e orquídeas de
beleza única); igarapés e lagos para pesca esportiva; b) locais de contato com as comunidades
tradicionais residentes dentro da RDS, como moradias e áreas de trabalho das comunidades,
atividades e calendário sociocultural festivo, áreas de roça, unidades de exploração madeireira e
não madeireira e pesca de subsistência (tarrafa, espinhei, lança).
O projeto tem por objetivo o planejamento de um roteiro para o desenvolvimento de
atividades de ecoturismo na RDS do Uatumã, como alternativa para geração de renda e melhoria da
qualidade de vida das populações residentes, bem como instrumento de gestão para a preservação
dos recursos naturais dentro da reserva.
Projeto S – 09
Capacitação Turísticas de Comunidades Rurais e Ribeirinhas da Amazônia
Cassiano Figueiredo Ribeiro
Instituição: Agência de Desenvolvimento da Amazônia
Descrição resumida da proposta do projeto: o objetivo deste projeto é o de promover a
inserção de comunidades rurais e ribeirinhas da Amazônia na distribuição da renda promovida pela
atividade turística e, com isso, conseguir alavancar o seu desenvolvimento. Propõe-se, então, a
implantar um projeto piloto, na comunidade de Boa vista do Acará visando à sua capacitação no
atendimento aos turistas de forma que maximize e internalize a renda na própria comunidade.
Projeto S -10
Desenvolvimento de inseticidas botânicos por tecnologias de baixo custo para agricultores
familiares
César Augusto Domingues Teixeria
Instituição: Embrapa Rondônia
Descrição resumida da proposta do projeto: o ataque de pragas é um dos principais fatores
de perda de produção em áreas de agricultura familiar da Amazônia. Apesar do conhecimento dos
principais problemas e do possível potencial de danos, os agricultores de produção familiar,
frequentemente, não conseguem realizar adequadamente o manejo das pragas que ocorrem em seus
cultivos. O uso de agrotóxicos químicos, prática cada vez mais comum mesmo entre pequenos
produtores, tem várias características negativas que vão desde problemas de contaminação
ambiental, mortalidade de espécies não alvo, resistência de pragas, surgimento de novas pragas e
ressurgência de antigas pragas, até o alto custo econômico para sua aquisição e aplicação.
A principal alternativa aos agrotóxicos químicos tem sido a indicação do uso de inimigos
naturais, incluindo bactérias, fungos, insetos parasitóides e predadores para o controle de pragas.
Entretanto, a adoção do controle biológico como prática rotineira de controle esbarra no
desconhecimento das espécies de inimigos naturais que ocorrem nas áreas de cultivo da Amazônia.
Além disso, nos poucos casos em que os inimigos naturais são conhecidos, tem sido extremamente
difícil se conseguir adquirir (ou produzir) o produto biológico a tempo e nas quantidades
necessárias para a efetivação do controle das pragas alvo. Uma alternativa que começa a ser mais
intensamente avaliada é o uso de extratos de plantas (extratos botânicos) para o controle de pragas.
Esses produtos são considerados de natureza biológica e, como os inimigos naturais, de baixo
impacto ambiental, principalmente, em virtude de sua rápida degradação após o uso. Diversos
trabalhos têm sido desenvolvidos a fim de se conhecer a ação de plantas (ou de seus órgãos,
incluindo folhas, caules, flores e frutos) formuladas, principalmente em meio líquido para esse fim.
Porém, essa alternativa também apresenta problemas de custos elevados para produção e
dificuldades para sua aquisição pelos agricultores.
Neste projeto, de modo análogo a outros, propõe-se o uso de extratos botânicos de plantas de
ocorrência na Amazônia para o controle de pragas. Porém, diferentemente de outros, propõe-se
como inovação: (a) a avaliação de extratos de plantas de ocorrência nos próprios locais em que a
produção familiar é realizada; (b) o desenvolvimento de metodologias simples e de baixo custo,
que possibilitem a rápida produção de formulações dos extratos para atuar como inseticidas
botânicos.
Projeto S -11
Projeto Manuel Alves e a comunidade de pequenos agricultores Olho D’água no município de
Dianópolis-To; a luta pela permanência na terra
Dalmo Fernandes Martins
Instituição: Universidade Federal do Tocantins (UFT) – Campus de Porto Nacional
Descrição resumida da proposta do projeto: o Projeto Manuel Alves é uma extensão do
programa de perenização das águas do rio Tocantins-Propertins. Foi idealizado pelo governo do
estado e está sendo implantado por meio da Secretaria de Recursos Hídricos. O projeto localiza-se
no município de Dianópolis, nas proximidades da sede do município de Porto Alegre, em
Tocantins. Destina-se, principalmente, à exploração da agricultura irrigada no setor da fruticultura
tropical. Os recursos destinados ao projeto são provenientes do governo federal, 90%, e do governo
estadual, 10%. O empreendimento foi implantado numa área de latifúndio, porém, nas
extremidades de tais latifúndios existem pequenos agricultores, proprietários e posseiros. Entre
eles, encontra-se a comunidade de pequenos agricultores Olho D’Água, que luta pela permanência
na terra desde 1997. A comunidade de pequenos agricultores Olho D’ Água tem sua história de luta
dividida em dois períodos: no primeiro, organizaram-se e ocuparam-se as terras em que está
localizada. Desencadeou-se, então, a luta pela conquista dessas terras via reforma agrária do
INCRA. No segundo, essas mesmas terras (suas posses) foram cedidas, desapropriadas pelo Estado,
para implantação do projeto de fruticultura irrigada, Projeto Manuel Alves. Acontece que a
comunidade não foi ouvida e, a empresa CMT-Engenharia, construtora e implantadora do
empreendimento, não excluiu as terras de posse da comunidade Olho D’Àgua. Então instalou-se,
no campo de luta para comunidade. Hoje ela encontra-se organizada numa associação, luta para não
sair de suas posses, um direito que a empresa apoiada pelos órgãos estatais (Naturatins, Secretaria
de Recursos Hídricos e Itertins) não quer reconhecer. A comunidade Olho D’Àgua, durante os
quase dez anos de posse, desenvolveu com sucesso o cultivo de produtos agrícolas, tais como:
arroz, feijão, batata-doce, milho, banana, açafrão, mandioca e derivados (farinha, polvilho), canade-açúcar e derivados (rapadura, mel e doce) e hortaliças.
Projeto S – 12
Geodiversidade – Geoecoturismo na Terra das Cachoeiras
Daniel Borges Nava
Marcus Alberto Stoyanovith Cavalcante
Nelson Reis
Manoel Haroldo Coutinho Torres
Instituição: CPRM – Serviço Geológico do Brasil
Descrição resumida da proposta do projeto: A Organização Mundial do Turismo (OMT)
comemora uma estimativa de crescimento de 7,5% ao ano no setor turístico no Brasil e no mundo
durante os próximos dez anos. Atualmente, a movimentação financeira desse mercado atinge o
valor de U$ 3,4 trilhões, o equivalente a 10,9% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Fabulosa
também é a taxa de empregos gerados: emprega cerca de 204 milhões de pessoas, ou seja, 10% dos
trabalhadores de todo o planeta.
Se o setor turístico apresenta esse cenário fantástico na geração de emprego e renda, é de
imaginar que ele também provoque a criação de nichos mercadológicos com forte valor agregado
dentro dos seus próprios segmentos. O turismo ecológico, ou ecoturismo, é um bom exemplo dessa
conclusão.
O turismo ecológico foi criado em 1987 por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Empresa Brasileira de Turismo
(Embratur). Mas foi em 1995 que o Instituto Ecoturístico Brasileiro (IEB) identificou a real
essência do turismo ecológico, definido-o com o seguinte conceito:
atividade que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua
conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do
ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas.
Essa definição contribui, sobremaneira, para o fortalecimento da marca “Amazônia” como
destino turístico, consolidando-a como uma fonte de conhecimentos que pode facilitar a
compreensão global para a necessidade de um desenvolvimento sustentável, que agrega
crescimento econômico com preservação ambiental.
O status da marca “Amazônia” aos olhos do mundo é simbolizado pela sua fantástica
biodiversidade, representada pelo gigantismo dos seus rios, das suas florestas e da sua fauna. No
foco da mídia mundial, quando o assunto é meio ambiente, a biodiversidade orienta consciências,
de forma solitária, em direção à preservação ambiental. Mas ela não está só.
Nesse mesmo sentido e com essa mesma força, surge um novo olhar sobre a Amazônia: o da
geodiversidade. Esse termo surge na década de 1990, durante discussão sobre o desenvolvimento
da atividade de mineração sustentável e da necessidade de conservação no planeta de sítios
geológicos, paleontológicos, arqueológicos, dentre outros. Entende-se por geodiversidade a
diversidade da natureza geológica (minerais, rochas e fósseis), geomorfológica (paisagens e
processos) e feições dos solos.
O reconhecimento da geodiversidade de uma região traz revelações fantásticas que vão desde
descobertas de um passado geológico, que conta uma história de mudanças ambientais por meio de
minerais e rochas de milhões e até bilhões de anos, a caracterizações de fenômenos geológicos de
um presente “chave do passado” e “chave de um futuro sustentável”, quer seja na atividade de
extração dos recursos, quer seja na conservação dos patrimônios naturais.
Agregada ao ecoturismo, a geodiversidade gera uma força difusora de conhecimento
imprescindível para a formação de uma consciência ecológica. Apesar de guardarem em si
conceitos muito jovens, tanto o ecoturismo quanto a geodiversidade demonstram um enorme
potencial como fontes de atividades que possam gerar bem-estar social, aprimoramento do
conhecimento científico e sensibilidade para preservação ambiental.
Nesse sentido é que o Projeto Geodiversidade – Geoecoturismo na Terra das Cachoeiras
escolheu o jovem município de Presidente Figueiredo, no Amazonas, para desenvolver a sua
missão de sensibilizar, sob a ótica da geodiversidade, as pessoas para a necessidade de preservação
do meio ambiente.
As características naturais desse município o credenciam como um dos principais polos
difusores do geoecoturismo na Amazônia. A região contempla os limites de dois ambientes
tectónicos distintos e singulares pelos seus aspectos da diversidade geológica e da acessibilidade:
um, de rochas mais antigas, conhecidas como embasamento cristalino; e outro, de rochas mais
jovens, que formam a bacia sedimentar do Amazonas.
A presença de um conjunto de corredeiras e cachoeiras, cavernas, fontes de águas minerais,
do lago de Balbina, originado a partir da construção de uma usina hidrelétrica no rio Uatumã e de
uma província mineral onde está instalada a Mineração do Pitinga (sua produção atende 80% do
mercado nacional de cassiterita – minério de estanho), complementa os atributos atrativos à prática
sustentável do geoecoturismo.
O Projeto Geodiversidade – Geoecoturismo na Terra das Cachoeiras é constituído de seis
produtos:
•
Portal Geodiversidade de Presidente Figueiredo.
•
Painéis sinalizando a geodiversidade de Presidente Figueiredo.
•
Sítio na Internet contendo as informações e produtos do projeto.
•
CD-ROM ou DVD sobre a geodiversidade de Presidente Figueiredo.
•
Oficina para fomento de uma política municipal de turismo e qualificação de agentes
multiplicadores do geoecoturismo.
•
Filme documental sobre a geodiversidade de Presidente Figueiredo.
Projeto S -13
Desenvolvimento de jovens talentos da rede pública de ensino
Danilo Benarrós
Instituição: Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
Descrição resumida da proposta do projeto: no Amazonas, em 2006, mais de 419 mil
alunos de mais de 560 escolas de todos os municípios se inscreveram na Segunda Olimpíada de
Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). A OBMEP é um projeto do Ministério da Ciência e
Tecnologia e do Ministério da Educação, realizado pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada
(IMPA) e pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). A OBMEP é apoiada pelo Ministério do
Esporte e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No
Amazonas, o programa conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
(SECT), da Secretaria de Estado da Educação e Qualidade de Ensino (SEDUC) e da Secretaria
Municipal de Educação e Cultura de Manaus. A olimpíada de matemática pode ser definida como
uma competição equivalente às esportivas, como a natação e o futebol ou como os concursos de
literatura e festivais de música. Como qualquer disputa, ela também exige preparação específica.
O treinamento dos “atletas” de matemática consiste na resolução de problemas de matemática,
individualmente ou em grupo. Eles “treinam” com o objetivo de desenvolver a habilidade lógica, a
criatividade e a sociabilidade, bem como métodos adequados de pensamento e de trabalho. Em
2005, mais de 345 mil alunos, de mais de 500 escolas de todos os municípios se inscreveram na
Primeira Olimpíada da Matemática das Escolas Públicas. Houve o envolvimento de centenas de
professores das escolas inscritas. Alunos foram premiados com duas medalhas de ouro, 15 de prata
e 15 de bronze. Dentre os participantes, 17 alunos amazonenses foram contemplados com bolsas de
estudo de Iniciação Científica Jr. do CNPq. Escolas e municípios foram distinguidos com
Certificados de Mérito.
Uma escola de Parintins foi contemplada com um laboratório de computação. Um professor
do interior foi premiado com um estágio no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA). Mais
de mil pessoas, entre coordenadores de Centros de Aplicação, professores corretores, fiscais e
pessoal de apoio, colaboraram na realização do programa nos municípios. Além do impacto
financeiro que o projeto pode ter proporcionado, acredita-se que devam ser destacados: a) a
melhoria da auto-estima de alunos e valorização dos professores; b) a contribuição para a melhoria
do ensino e aprendizado; c) a identificação de jovens talentos que, por meio de programas de
acompanhamento, poderão ingressar em cursos universitários, tornando-se, em seguida,
profissionais de áreas afins à da matemática, professores, pesquisadores, ingressando, assim, no
mercado de trabalho mais bem preparados. A proposta deste projeto é, utilizando o programa das
olimpíadas, identificar os jovens talentos da Amazônia e, por meio de um programa específico de
treinamento, prepará-los para o ingresso na universidade e no mercado de trabalho. Conforme
relatório do IMPA, no Brasil, “a OBMEP contou com a colaboração de diversas secretarias de
ciência e tecnologia (C&T) e educação municipais e estaduais, bem como com o Conselho Nacional
de Secretários Estaduais de Educação (CONSED) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais
de Educação (UNDIME).
A participação desses órgãos e da comunidade universitária foi fundamental para aproximar
as universidades das escolas públicas. Foi marcante o envolvimento de milhares de colaboradores,
que trabalharam voluntariamente (professores das escolas, estudantes universitários, alunos de pós-
graduação, professores universitários e pesquisadores) atendendo à convocação para cooperar nas
diversas etapas do projeto. Vale ressaltar que a OBMEP envolveu diversos segmentos da educação,
da ciência e da tecnologia: alunos e professores do Ensino Básico, órgãos públicos de C&T e
Ensino Básico, a comunidade universitária, MEC, MCT, SBM e IMPA.” Os programas de
olimpíadas de matemática têm mais de 100 anos de existência. A primeira olimpíada de matemática
aconteceu na Hungria, em 1894. Desde 1959, realiza- se, anualmente, a Olimpíada Internacional de
Matemática (IMO), da qual participam alunos do ensino médio de cerca de 100 países.
A Olimpíada Ibero-Americana de Matemática conta com a participação de alunos de mais de
20 países da América Latina, além de Espanha e Portugal. Em 1994, foi criada uma Olimpíada
Internacional de Matemática voltada apenas para estudantes universitários, a IMC, que está em sua
12a edição. No Brasil, a Academia Paulista de Ciências criou, em 1977, a Olimpíada Paulista de
Matemática. Dois anos mais tarde, surgiu a Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM),
organizada pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). Muitos países adotam programas de
olimpíadas como fonte de motivação, de aperfeiçoamento de alunos e de professores e como
instrumento de identificação de jovens talentos para cursos de graduação e pós-graduação de
matemática e ciências afins.
Projeto S -14
Amazônia Forever
Edielson Meireles de Oliveira Santos
Instituição: ING – Indivíduo Não Governamental
Descrição resumida da proposta do projeto: hotéis fazendas temáticos com estrutura
acadêmica, laboratorial, centros de pesquisas e combate à biopirataria.
Projeto S -15
Projeto Assistido de Desenvolvimento Sustentável Comunitário
Eduardo Jorge de Sousa Paiva
Instituição: Idase Instituto de Desenvolvimento Ambiental, Social e Econômico
Descrição resumida da proposta do projeto: o Projeto Assistido de Desenvolvimento
Sustentável Comunitário é uma iniciativa do Instituto de Desenvolvimento Ambiental, Social e
Econômico (Idase), com sede em Belterra-PA, o qual tem como premissa levar o desenvolvimento
econômico e social às comunidades do município, a conservação da biodiversidade e do meio-
ambiente como um todo, com base no conhecimento e na valorização do ser humano. Trata-se de
um projeto assistido, uma vez que será baseado no conhecimento técnico-científico, no repasse de
conhecimento às comunidades e no apoio à implantação e à gestão conjunta de um projeto de
geração de emprego e renda, proporcionando significativos avanços nas condições de vida das
comunidades envolvidas.
Ao longo dos anos, muitos projetos de pequenos agricultores e de criação de gado, em
conjunto com a exploração madeireira, tem provocado grandes focos de erosão, comprometimento
das fontes naturais existentes, desaparecimento ou expressiva diminuição da presença de espécimes
animais, pássaros e árvores nativas, muitas das quais de reconhecido poder econômico e medicinal.
Esse conjunto de atividades tem comprometido seriamente a biodiversidade local provocando
enormes danos ambientais, como registram as enormes áreas devastadas, o assoreamento de
igarapés, o aumento da temperatura e até mesmo o visual paisagístico.
Projeto S – 16
Projeto Porcelana Artesanal
Élcio Noli de Campos
Instituição: Secretaria de Indústria Comércio e Mineração do Amapá
Descrição resumida da proposta do projeto: determinação analítica e ensaios cerâmicos
do kaolin e outros minerais fundentes, objetivando aplicações artesanais principalmente e
possivelmente industriais.
Projeto S – 17
Claridão do Verde: educação com os pés na terra
Eliberto de Souza Barroncas e Bianca Galúcio Pereira
Instituição: Secretaria de Educação do Estado do Amazonas (SEDUC) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(INPA)
Descrição resumida da proposta do projeto: há pessoas que nascem para ser caminho,
outras, para ensinar a caminhar. Construir, na claridão dos passos do poeta Thiago de Mello, uma
escola comprometida com a preservação da vida no planeta é uma alegria para todos nós que
acreditamos na força das flores quebrando os muros do coração do homem. Um país que não pensa
a educação e a cultura como pilares de desenvolvimento nunca será uma grande nação. Esse
pensamento, amplamente discutido nas universidades brasileiras e sociedade como um todo,
estende-se aos estados e municípios, que, em geral, se estruturam, tomando as características do
plano macro como parâmetro de organização sociopolítica. O Brasil, um dos países mais ricos em
expressão cultural, em todos os sentidos, mesmo tendo a cultura como valor de notoriedade
internacional, não proporciona aos seus educandos um contato estreito com essas manifestações,
que nascem do suor e da sabedoria do seu povo.
Ao partir do princípio de que cada região é dotada de especificidades geográficas e culturais
marcantes, é possível desenvolver um sistema educacional localizado, que, ao cumprir o papel de
educador de cidadãos para a sociedade, faça-o “com as cores do seu próprio quintal”. O projeto
“Claridão do Verde: educação com os pés na terra”, com a anuência do poeta Thiago de Mello,
propõe, sobretudo por meio das artes visuais, da música, da literatura, da educação agrícola e da
educação ambiental, elevar a autoestima do povo do município de Rio Preto da Eva, pelo orgulho
de ser amazônida e por ter em sua terra uma escola produzindo arte para o mundo com a essência
verde da floresta.
Sendo a educação e a cultura as bases de uma consciência mais humana e mais politizada, o
projeto Claridão do Verde: educação com os pés na terra, será um parâmetro regional, nacional e
internacional de uma contribuição real com a preservação da vida no planeta, educando o homem,
principal responsável pela agressão a natureza. Essa iniciativa dotará o município de um potencial
turístico, além de despertar o interesse de órgãos e instituições afins para possíveis parcerias.
Projeto S – 18
UNIR nos bairros
Expedita Fátima Gomes de Figueiredo
Instituição: Fundação Universidade Federal de Rondônia
Descrição Resumida da proposta do projeto: levar a universidade aos bairros periféricos
de Porto Velho com o intuito de facilitar o acesso dessa população aos bens e serviços produzidos
pela universidade na forma de extensão universitária, contribuindo para que a mesma possa cumprir
seu papelna sociedade na qual está inserta.
Projeto S - 19
A conquista da Amazônia
Ezequiel Camilo da Silva
Instituição: Secretaria da Educação do Município de São Paulo
Descrição resumida da proposta do projeto: embora seja indicada para a categoria social,
este projeto se enquadra nas três categorias.
Projeto S – 20
Projeto saúde a distância
Fernando Agostinho da Cruz Dourado
Instituição: Secretaria Executiva de Estado de Saúde Pública
Descrição resumida da proposta do projeto: O Projeto Saúde a Distância é uma marca do
Governo do Estado do Pará. Implantado pela Secretaria Espacial de Proteção Social por meio da
Secretaria de Saúde Pública, utiliza os recursos tecnológicos de informática e telecomunicações
como estratégias de acesso à informação em saúde, capacitação permanente em saúde mediante o
uso de webconferência, e também como segunda opinião médica por meio dos recursos de
telediagnóstico e teleconsulta, utilizando as ferramentas de comunicação a distancia,
disponibilizadas pelo portal da Saúde do Pará. Tem o objetivo de romper a barreira das distâncias
geográficas entre os 143 municípios do estado e a exclusão digital na área da saúde pública.
Projeto S – 21
Identidade surda: leitura multicultural por meio do discurso
Francisca Maria Carvalho
Instituição: Universidade Federal do Pará
Descrição resumida da proposta do projeto: pelo fato de os surdos e os ouvintes
encontrarem-se imersos, normalmente, no mesmo espaço físico e partilharem de uma cultura ditada
pela maioria ouvinte, no caso do Brasil, a cultura brasileira, surdos e ouvintes partilham uma série
de hábitos e costumes ou seja, aspectos próprios da cultura surda, misturados a aspectos próprios da
cultura ouvinte, fato que torna os surdos indivíduos multiculturais. Por esse motivo, Skliar (1998)
afirma que é possível aceitar o conceito de cultura surda por meio de uma leitura multicultural, em
sua própria historicidade, em seus próprios processos e produções. Os surdos possuem história de
vida e pensamento diferenciados. Possuem, na essência, uma língua cuja substância gestual, que
gera uma modalidade de visual-espacial, implica uma visão de mundo, não determinística, mas, em
muitos aspectos, diferentes da que compartilha com a comunidade ouvinte, com sua língua de
modalidade oral, cuja substância é o som. Por isso, o trabalho se propõe a mostrar que a identidade
surda é diferente da identidade do ouvinte. A coleta de dados será realizado por meio do discurso da
comunidade surda que se manifesta mediante texto verbal: textos escritos: literários, não literários;
depoimentos de familiares ouvintes. Não verbal: filmagens, atividades físicas, desenho, fotos,
teatro, música.
Projeto S – 22
Desenvolvimento do sistema produtivo das comunidades quilombolas do Tocantins
Francisco Patrício Esteves
Instituição: Universidade Federal do Tocantins
Descrição resumida da proposta do projeto: passado mais de um século da sanção da Lei
Áurea pelo regime imperial, a história e o sistema oficial brasileiro ainda continuam a tratar os
quilombos sempre no passado, como se esses não fizessem mais parte da vida deste País. Mesmo
não assumida devidamente pelo Estado, a situação precária dos descendentes de quilombos é uma
das questões estruturais da sociedade brasileira, uma vez que, além da falta de visibilidade territorial
e social, essa questão é agravada pelo esquecimento verificado na história oficial. A maioria dessas
comunidades quilombolas vive sob condições de pobreza e exclusão, cujos reflexos são
dificuldades e insuficiência de acesso à água potável, ao esgotamento sanitário, à energia elétrica,
ao tratamento de lixo, bem como aos serviços referentes à educação e à saúde.
A falta de fontes de geração de renda causa migração sazonal entre moradores das
comunidades. Uma das mais importantes demanda dessa população é trabalho e renda, já que a
produção agrícola em regime familiar constitui a atividade econômica que predomina nas
comunidades. A produção está baseada na agricultura de subsistência, com unidades primárias de
produção e de consumo. O que é produzido apresenta um baixo valor agregado, já que a tecnologia
utilizada é totalmente rudimentar. A comercialização é feita sem excedentes e realizada geralmente
por motivos emergenciais de conseguir a maioria das mercadorias não produzidas nas suas
comunidades.Todas as comunidades apontam como setores potenciais, a agricultura, a pesca e o
artesanato, como cadeias produtivas que apresentam viabilidade na sua implantação, tendo em conta
a quantidade de mão de obra disponível e a existência abundante de matéria-prima.
O projeto abrangerá ações de visita às comunidades para promover cursos de capacitação e
qualificação profissional; organizar associações por atividade produtiva de acordo com o setor
potencial apresentado em cada comunidade. Em uma segunda etapa, com base na atividade
produtiva e com as associações formadas, pretende colocar à disposição dessas comunidades os
equipamentos, bem como a orientação técnica necessária, para a produção. A última etapa consistirá
no acompanhamento, orientação e fiscalização da produção e da comercialização dos produtos por
meio das parcerias com as prefeituras para facilitar sua venda.
Projeto S – 23
Programa Integrado da Castanha (PIC): apoio ao manejo, coleta, beneficiamento,
armazenamento e comercialização da castanha-do-brasil por povos indígenas, extrativistas e
pequenos produtores do noroeste de Mato Grosso
Gilton Mendes dos Santos
Instituição: Universidade Federal do Amazonas – Museu Amazônico
Descrição resumida da proposta do projeto: a região noroeste da Amazônia matogrossense possui sete municípios com uma área total de 107.571 km2 e uma população de 100 mil
habitantes, e situa-se no Arco do Desmatamento, com um modelo de desenvolvimento que
privilegia a exploração não sustentável e ilegal madeireira, a conversão de florestas em pastagens e
a concentração fundiária, em que, do total de 107.571 km2 da região, 15% foram desmatados até
2005. Neste projeto, pretende-se consolidar ações pautadas no manejo e na comercialização de
castanha-do-brasil para um conjunto de cinco terras indígenas, um assentamento e uma Reserva
Extrativista.
Em contraposição aos “negócios da madeira e da pecuária”, a coleta da castanha-do-brasil
mobiliza não apenas as lideranças ou os grupos de interesses particulares, mas o grosso da
população aldeã, Resex e assentamentos rurais, envolvendo homens, mulheres e crianças,
contribuindo, assim, para a consolidação das formas tradicionais de vida social, econômica e
alimentar das comunidades envolvidas. O projeto promove, prioritariamente, o fortalecimento das
formas de representação e organização social para a consolidação de alternativas econômicas que
levem em consideração os saberes e as condições locais, sendo inovação da proposta o apoio direto
aos movimentos socioambientais presentes na região para que esses grupos sociais passem,
juntamente com o governo estadual e outras instituições de apoio, inaugurar a consolidação de uma
política pública visando ao manejo e à comercialização de produtos florestais não madeireiros no
Estado de Mato Grosso, com perspectivas concretas de geração de emprego e renda, pautadas em
produtos com valor cultural e ambiental agregados.
O Programa Integrado da Castanha (PIC) iniciou suas atividades em 2003 em três terras
indígenas Rikbaktsa. Em 2004, expandiu-se contemplando a sociedade indígena Zoró e, em 2005,
passa a integrar os seringueiros dos rios Guariba e Roosevelt e os agricultores do Vale do
Amanhecer. Durante esse período, o PIC centrou seus esforços no apoio às formas de organização
social para a estruturação do sistema de coleta, de seleção, de armazenamento e de comercialização
de castanha-do-brasil com casca. Como resultado, foram escolhidos e formados 50 coordenadores
da castanha, que, no âmbito de cada aldeia, conjunto de colocações de seringueiros e linhas do
assentamento rural, são os responsáveis em suas comunidades pela organização e pela qualidade do
processo produtivo. Além dessas ações, foram implementados, em regime de mutirão, oito
barracões de armazenamento de castanha nas aldeias, com capacidade total de duzentas toneladas,
um entreposto na cidade de Juina, com capacidade de 50 toneladas, e instaladas 20 mesas de seleção
e secagem da castanha com casca, além da estruturação do sistema de transporte fluvial do produto
para navegação no rio Juruena.
Como resultado desse processo, foram produzidas, entre 2003 e 2006, pelos grupos
mencionados, quatrocentas toneladas de castanha-do-brasil. Apesar dos resultados expressivos, os
preços praticados são ainda muito baixos, ficando essas populações à mercê de cartéis de
compradores da castanha in natura, que ditam os preços e as condições de pagamento, ficando esses
atravessadores com a maior parte do lucro dessa atividade. Para se ter uma dimensão disso, a
castanha in natura com casca, vendida aos atravessadores por R$ 1,20 até R$ 1,60 o quilo, é
revendida em São Paulo para o mercado atacadista a R$ 4,00 até R$ 4,50 o quilo. Se falarmos da
castanha em amêndoa, dependendo da época do ano, o preço do quilo para o mercado atacadista
varia de R$ 8,00 a R$ 12,00. Atualmente, a castanha-do-brasil representa em média 35% dos
ganhos obtidos por essas populações com manejo de recursos naturais, que, juntamente com a
atividade agrícola, produção de artesanato e outras atividades extrativistas (extração de óleo de
copaíba, pesca etc.), compõe parte do conjunto de atividades econômicas dessas comunidades.
A coleta da castanha é uma atividade comum a todas essas populações, com significativa
participação em sua economia, realizada no âmbito das famílias, sendo praticada juntamente com
outras atividades de coleta e caça, garantindo assim bons níveis de segurança alimentar. Com base
nesse cenário é que está se propondo uma maior qualificação desse processo produtivo para que
esses grupos possam tanto agregar valor à produção da castanha in natura com casca, por meio do
aperfeiçoamento de seu processo de secagem e polimento, quanto agregar valor mediante o
beneficiamento da castanha in natura com casca para a castanha em amêndoa. A proposta é que
esse esforço conjunto, envolvendo povos indígenas, seringueiros e agricultores familiares, contribua
para que esses grupos sociais possam propor soluções sustentáveis para os problemas comuns
enfrentados e servir de referência para a articulação de futuras ações entre os demais povos da
Amazônia Meridional, na região noroeste do Estado de Mato Grosso. As parcerias constituídas até o
momento entre a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD), Funai, Universidade Federal do Mato Grosso, associações indígenas,
de agricultores e seringueiros garantem a idoneidade do programa e a exequibilidade da proposta.
Projeto S – 24
Ações afirmativas de cidadania perante questões socioambientais no meio urbano e rural do
Estado do Amazonas
Grupo Interdisciplinar de Pesquisa Socioambiental e de Desenvolvimento de Tecnologias Apropriadas na Amazônia –
Grupo Inter-Ação
Instituição: Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
Descrição resumida da proposta do projeto: diante das problemáticas socioambientais
apresentadas pelas populações amazônicas no acesso a bens e a serviços sociais, urgem
intervenções que as superem e busquem a melhoria das condições de vida das referidas populações.
Essas questões socioambientais apresentam-se tanto no meio urbano como no rural. Na área urbana,
observa- se que tais problemáticas têm suas origens vinculadas à instauração do cenário urbano, que
se redefiniu para atender às demandas de modernização da sociedade capitalista, na qual o processo
de urbanização desde sua gênese é marcado por determinações resultantes das relações
estabelecidas pelos atores sociais entre si e com a natureza, da contradição entre capital e trabalho,
dos interesses inconciliáveis de classes, como fruto do processo de expansão do modo de produção
capitalista (CHAVES, 2005).
A constituição do meio urbano a partir da emergência do sistema capitalista se consolidou
como um espaço de excelência do desenvolvimento do modo de produção do capital, uma vez que
esse processo, na força de suas contradições, fomentou processos de expropriação, migração e o
êxodo rural, caracterizando-se também como um espaço de reprodução de classes sociais, em que o
aglomerado urbano aparece como um fenômeno mundial.
No que se refere à realidade das comunidades ribeirinhas da Amazônia, essa caracteriza-se
por uma modalidade peculiar de organização quanto à relação que os seus grupos sociais
(ribeirinhos) estabelecem entre si e com a natureza. Essa relação se constitui como uma forma
particular de uso e do manejo coletivo dos recursos locais, orientados por seus saberes, em bases
comunicativas e cooperativas. Por sua vez, essa relação fundamenta-se no desenvolvimento de
técnicas simples e apropriadas ao atendimento de as suas necessidades prioritárias, dentre as quais
se destacam: a) o acesso aos recursos naturais locais e de produção agrícola para subsistência; b) o
acesso a bens e a serviços sociais, tais como: saúde, educação, transporte, lazer, dentre outros.
Assim, observa-se que as modalidades de organização sociocultural das comunidades na
Amazônia, em suas singularidades, criam mecanismos e práticas que objetivam a construção
coletiva de alternativas e soluções para atender às suas necessidades básicas. Dessa forma, faz-se
necessário a instrumentalização dessas comunidades, a partir das demandas existentes para uma
atuação mais adequada na busca da melhoria de sua qualidade de vida. Diante disso, apresenta-se a
necessidade de ações que considerem tais questões, valorizando e propiciando a participação dos
agentes sociais envolvidos, no intuito de buscar estratégias de superação das problemáticas
socioambientais. Sob essa perspectiva de ação foi criado o Grupo Interdisciplinar de Estudos
Socioambiental e Desenvolvimento de Tecnologias Apropriadas na Amazônia (Grupo Inter-Ação),
vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), à PróReitoria de Extensão e Interiorização e ao Departamento de Serviço Social da Universidade Federal
do Amazonas.
Esse grupo vem atuando desde janeiro de 2001 na produção de estudos sobre a dinâmica
socioambiental e organizacional nas áreas: socioambiental, comunidade, movimentos sociais
urbanos e rurais. Seu principal objetivo está voltado para a elaboração de subsídios para formulação
de políticas públicas ambientalmente sustentáveis na região. Nesse sentido, destaca-se a relevância
social dos trabalhos que vêm sendo realizados pelo Grupo Inter-Ação no desenvolvimento de um
processo socioeducativo, que abrange ações de investigação e ações afirmativas de cidadania que
resultam numa proposta para: a) produzir novos conhecimentos; b) construir de forma coletiva
respostas visando à superação das condições de exclusão e ao atendimento às demandas existentes;
c) estruturar novas técnicas, habilidades e mecanismos que possibilitem a construção de alternativas
viáveis e apropriadas à realidade local; d) contribuir para os debates em diferentes fóruns em âmbito
regional, nacional e internacional.
Na efetivação de tais ações, o Grupo Inter-Ação adota uma metodologia específica – a
metodologia Inter-Ação – que compreende as especificidades e singularidades das populações
amazônidas, que se constitui em uma modalidade similar a um programa social que busca orientar a
relação entre os participantes, a partir de princípios éticos e políticos para promover a
potencialização, a emancipação e a autonomia das populações locais na construção e na
consolidação de ações que transformem o contexto em que estão insertos, de acordo com seus
interesses, expectativas e necessidades. A metodologia adotada constitui-se na implementação de
um processo socioeducativo. Nesse, as atividades desenvolvidas envolvem diversas áreas do
conhecimento técnico- científico articulado ao saber popular, de modo que todas as atividades
aconteçam por meio de uma interação entre os agentes sociais (técnicos e comunitários), partícipes
na efetivação dos objetivos dos projetos, sobretudo na proposição de atividades.
Nesse processo, faz-se imprescindível o engajamento e apoio dos comunitários no decorrer
de todo o processo, na condição de agentes, inserindo técnicos, pesquisadores e comunitários no
processo investigativo, na proposição e na concretização das ações, articulando o saber popular com
o saber científico. Essa atitude possibilita valorização da história, dos saberes e da realidade dos
amazônidas, bem como a sensibilização para uma análise crítica sobre o seu contexto,
desenvolvendo, assim, o espírito crítico, o posicionamento ético e político. Com isso, busca-se a
emancipação e a autonomia desses agentes na construção de ações transformadoras. A
implementação das atividades socioeducativas objetivam ainda a transferência de tecnologia de
gestão, com o objetivo de subsidiar a elaboração de alternativas de manejo dos recursos locais,
tendo em vista que em momento anterior foram identificadas as potencialidades produtivas para o
fortalecimento dos grupos comunitários e melhoria da qualidade de vida a partir da organização
sociopolítica dos agentes locais. Desse modo, são priorizadas alternativas que busquem a
potencialidade e a sustentabilidade das entidades representativas mediante o processo de
instrumentalização desses comunitários no que diz respeito à sua organização política. Com isso,
busca-se o fortalecimento político desses agentes sociais para o encaminhamento de novas
propostas que visem à melhoria das condições de vida da população local, e assim, estejam aptos a
realizar o monitoramento e avaliação dos resultados.
Projeto S – 25
Prevenção e controle social integrado da malária e das Doenças Sexualmente Transmissíveis
(DST) na Amazônia
István van Deursen Varga
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Descrição resumida da proposta do projeto: o projeto se propõe a organizar e a
desencadear ações integradas de prevenção e de controle da malária e das Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DSTs), entre as redes de garimpeiros e profissionais do sexo na Amazônia.
Projeto S – 26
Valorizando a cultura Paiter
Ivaneide Bandeira Cardozo
Instituição: Kanindé – Associação de Defesa Etnoambiental
Descrição resumida da proposta do projeto: realizar oficina de valorização da cultura
Paiter por meio de apoio a rituais e de oficinas de artesanatos ministradas pelos mestres indígenas
aos jovens indígenas.
Projeto S – 27
Avaliação de aspectos socioeconómicos e ambientais da praia fluvial da Gaivota em
Araguacema – TO: propostas para um turismo sustentável
João Aparecido Bazolli
Instituição: Universidade Federal do Tocantins
Descrição resumida da proposta do projeto: a praia fluvial da Gaivota, no rio Araguaia,
destaca-se por sua importância turística no Estado de Tocantins. Objetiva-se analisar seus impactos
socioeconómicos e ambientais na cidade de Araguacema, aproveitando seu potencial e vocação
turística para propor um turismo sustentável. Por meio de entrevistas e dados secundários, pretendese elaborar cheklist. O resultado esperado é a análise da possibilidade de diminuir os efeitos da
sazonalidade do turismo na economia local, implantando uma gestão eficaz para alcançar a
sustentabilidade turística.
Projeto S – 28
Gestão ambiental e territorial sustentáveis em Gurupá-PA
Jorge Pinto da Silva
Instituição: Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE)
Descrição resumida da proposta do projeto: o projeto aqui proposto se baseia no
fortalecimento das ações da FASE e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gurupá nas
comunidades agroextrativistas da área proposta como Reserva Extrativista denominada GurupáMelgaço. Com recursos solicitados ao Prêmio Samuel Benchimol de R$ 65.000,00. A FASE e o
STR de Gurupá capacitarão lideranças comunitárias para a gestão da reserva a ser criada por
decreto presidencial, ao mesmo tempo em que estará nas atividades de elaboração de planos de uso
comunitário dos recursos naturais. O período de execução do projeto é de doze meses.
Projeto S – 29
Extração sustentável de cipó-titica
José Antonio Leite de Queiroz
Instituição: Centro de Pesquisas Agroflorestais do Amapá (CPAF-AP)
Descrição resumida da proposta do projeto: Demonstrar procedimentos adequados para a
extração de cipó-titica, visando a sua exploração sustentável e capacitar extratores para a confecção
de móveis e peças artesanais.
Projeto S – 30
Bambuzeria Amzônia
José Araújo da Paixão
Instituição: Conselho das Comunidades Afro-Descendentes do Amapá (CCADA)
Descrição resumida da proposta do projeto: fortalecimento da Bambuzeria Amazônia
como centro de formação na produção de ecoprodutos de bambu atualmente instalada no CCADA.
Projeto S – 31
Mapeamento da organização espacial e dos conflitos entre comunidades ribeirinhas na área
da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – AM por meio das ferramentas de
SIG
Josimara Martins Dias
Instituição: Universidade Estadual de Campinas – Instituto de Geociências – Departamento de Política Científica e
Tecnológica
Descrição resumida da proposta do projeto: a proposta deste projeto é a de elaborar e
discutir uma série de mapas temáticos sobre a organização das atividades de manejo sustentável
participativo na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá no Amazonas e das áreas de
conflito entre as comunidades ribeirinhas locais. A área em questão é de enorme relevância
estratégica para a conservação da biodiversidade e compreensão das culturas presentes na
Amazônia brasileira. Especialmente porque se trata da maior área de floresta alagada do País,
possuindo espécies raras e endêmicas que coexistem com populações ribeirinhas culturalmente
adaptadas às características físicas do lugar para a sobrevivência. A dinâmica hídrica dos períodos
de “seca e cheia”, típica desse local, produz oscilações na paisagem física e deslocamentos das
atividades das populações ribeirinhas. Dois dos mais ameaçados ecossistemas do bioma amazônico
são as Florestas Alagadas de Água Branca (as Várzeas) e as Florestas Alagadas de Água Preta (os
Igapós). Nesses ecossistemas se encontram mais de 90% da população do Estado do Amazonas, o
que se desdobra em uma forte pressão ambiental.
Disfarçado pela exuberância da paisagem e por trás de toda a riqueza natural, o espaço da
Amazônia brasileira é marcado por uma realidade dura de miséria e violência, onde habitam
diferentes sujeitos sociais conflitantes, originários do processo histórico de ocupação da região que
desafia a ecologia conservadora a pensar conjuntamente a complexidade das ações sociais. Um
espaço geográfico com a grandeza da Amazônica demanda muitos pressupostos, tais como: um
método bem estruturado, muita reflexão e estratégias particulares. Qualquer ação isolada ou
iniciativa pontual, que não tenha um completo domínio sobre a realidade da diversidade de culturas
no universo Amazônico, está destinada ao fracasso, redundando em lamentáveis cadeias de
conflitos. Partiu-se, neste trabalho, do pressuposto de que o mais importante na evolução de uma
concepção de “sustentabilidade” é a necessidade de consenso entre todos os agentes, com relação à
ideia de que organização sustentável requer e implica a democracia política, equidade social,
diversidade cultural, proteção e conservação do meio ambiente.
Na medida em que alguns dos princípios do desejável novo paradigma socioambiental é a
valorização, a preservação da diversidade ambiental e a qualidade de vida, não há um modelo único
a ser adotado, e sim caminhos múltiplos e específicos às características de cada lugar, o que, de
certa forma, configura o “desenvolvimento sustentável” como um processo, e não como um estado
em si. Em 1999, criou-se o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), uma
organização não governamental sem fins lucrativos, que, posteriormente, em 2001, assinou um
contrato de gestão com o governo federal. Hoje a Reserva de Desenvolvimento Sustentável
Mamirauá (RDSM) faz parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e é um
modelo forte de atividades de manejo sustentável e de proteção dos recursos naturais da Amazônia,
como a prática das atividades de manejo participativo de pesca e madeira.
Pensado com uma proposta que não se pretende unidirecional e vertical, o projeto do IDSM
construiu-se por meio de um sistema representativo, com assembleias e votações entre as
comunidades para que essas possam repassar suas necessidades e participar de todas as decisões
sobre a reserva, numa espécie de “gestão participativa”. Atualmente, o IDSM é um importante
centro de pesquisas voltado para o desenvolvimento de inovações em atividades de manejo
sustentáveis e para a identificação das potencialidades dos recursos naturais locais. Entretanto, a
RDSM ainda abarca diversos conflitos que dificultam os trabalhos de manejo sustentável, como
atitudes competitivas entre as comunidades pelo uso do espaço e a recusa à aceitação de
determinadas cotas de preservação para determinadas espécies em algumas comunidades usuárias
da reserva.
Em outras palavras, as populações tradicionais da maior parte da Amazônia têm sido
levadas, pelas forças de mercado e pelas suas necessidades humanas, a utilizar os recursos naturais
de maneira não sustentada, daí decorrem muitos dos grandes problemas ambientais e sociais
observados hoje na região. A resolução dessas fissuras não é simples, qualquer discussão ou
mapeamento sobre essa região prescinde da compreensão da totalidade do sistema de interesses e
ações presentes no local, para se propor encaminhamentos. Todavia, uma das grandes dificuldades
para análise, gestão e monitoramento dos diversos aspectos presentes nessa região de estudo é a
grande extensão da Reserva Mamirauá, com 2.600 quilômetros. Por isso, dados provenientes de
sensores remotos de satélites e sua incorporação a Sistemas de Informação Geográfica (SiGs) são
ferramentas computacionais de gerenciamento de dados espaciais extremamente importantes para
organizar informações, planejar ações futuras e criar cenários distintos para a análise de diferentes
aspectos. Dessa fora, a proposta básica das técnicas de SIG é fornecer apoio na tomada de decisões
com mais agilidade, dividindo-se em seis fases: organização, visualização, questionamento,
combinação, análise e previsão.
Atualmente os SIGs exercem um papel de destaque como ferramentas multidisciplinares,
visto que o Sensoriamento Remoto Orbital oferece, em primeiro lugar, a abrangência de extensas
áreas em uma mesma imagem ou a inter-relação de várias imagens em mosaicos, organizando uma
visão de conjunto. Além disso, a passagem periódica do satélite sobre um mesmo ponto da
superfície garante a apreensão do processo evolutivo da dinâmica material da paisagem, analisada
pela constatação de mudanças em relação ao imageamento anterior. Mas o ponto crucial dessa nova
tecnologia está na capacidade de extrapolar a percepção visual humana nos vários comprimentos de
onda do espectro eletromagnético em que captam as imagens (por reflexão da luz incidente nos
objetos), possibilitando identificar novos elementos físicos com mais precisão. Essas técnicas são
instrumentos importantes que nos permitem a cognoscibilidade do planeta, mostrando os efeitos
espaciais resultantes dos processos sociais e nos dando inúmeras possibilidades de intervenção no
meio.
O passo inicial é a tomada de consciência, o passo seguinte é a obtenção de uma visão
sistêmica das situações e causas, localizando-as como um todo indissociável. Principalmente em
áreas como a Amazônia, ícone representativo de uma densidade heterogênea de recursos naturais
disputados em todas as escalas de ação, global, nacional e local, mediadas por uma complexa rede
de relações entre diversos sujeitos com concepções de uso do espaço conflitantes. Por isso, faz
extremamente importante o emprego desse recurso na gestão de áreas de conservação, como a
RDSM, auxiliando a replicação e ampliação de atividades sustentáveis bem-sucedidas. Contudo, o
custo dos equipamentos necessários e das imagens de alta resolução ainda é um obstáculo para a
utilização dessas novas tecnologias, o que pode inviabilizar esse trabalho com a falta de recursos
suficientes. O projeto de mapeamento da área da RDSM, por meio de imagens de sensores remotos,
iniciou-se com a premiação do programa Petrobrás Ambiental, em 2004, mas o financiamento desse
projeto está focado exclusivamente na identificação e na extração das características físicas da
reserva, como tipo de solo, vegetação, malha hídrica etc.
Não há verba para dar continuidade a esse projeto e, principalmente, ainda não há nenhum
recurso financeiro ou grupo de pesquisa voltado ao mapeamento da organização social presente na
reserva, fator fundamental para a eficácia da gestão sustentável na área. Dessa forma, a presente
pesquisa adotou essa lacuna nos projetos da RDSM e pretende suprir essa necessidade, mapeando
as comunidades ribeirinhas e a localização das atividades de manejo sustentável desenvolvidas na
reserva e as localidades onde ocorrem os conflitos mais recorrentes que esse modelo de organização
ainda enfrenta.
Projeto S – 32
Vivências tradicionais indígenas
Juliana Mitoso Belota
Instituição: SDS
Descrição resumida da proposta do projeto: O projeto propõe a recuperação de um
calendário de ritos mediante realização de vivências indígenas que contemple saberes sobre
herbanário, cultura e língua.
Projeto S – 33
Técnicas e ofícios: o saber-fazer da Amazônia
Karine Gomes Queiroz
Instituição: Núcleo de Estudos Estratégicos Pan-Amazônicos (Neepa)
Descrição resumida da proposta do projeto: a sociedade hegemônica tem colonizado as
comunidades amazônicas não só na inclusão de modos de vida e consumo, mas também,
paulatinamente, vem suprimindo as técnicas e ofícios especialmente dessas comunidades híbridas
de indígenas e migrantes (geralmente nordestinos). Os antigos “mestres de ofícios”, como
tecedores, extratores de seringa, moqueadores de peixe, trançadores de fibras, são cada vez menos
ouvidos e a cultura oral, pela qual passam suas experiências, são também caladas de forma que em
pouco tempo técnicas e ofícios são perdidos. O resgate dessas técnicas deverá ser desenvolvido por
meio dos recursos audiovisuais e sob a forma de depoimentos, infografias que demonstrem, em
linguagem visual e esquemática, as técnicas, condicionando o pouco uso de textos, uma vez que o
projeto pretende fazer o resgate e ser um veículo para a transposição desses conhecimentos ao
mundo, mas, particularmente, para a mesma comunidade do seu “mestre de ofício”. Assim, a
inclusão tecnológica como um recurso para ser escutado poderá ser, portanto, um dos resultados
complementares do projeto. Com o acervo de técnicas e ofícios sobre o saber- fazer da Amazônia,
algumas comunidades, que já não conhecem mais as tecnologias tradicionais e milenarmente
comunicadas pela cultura oral, poderão ser integradas a um sistema de produção de artefatos,
valendo-se dessas técnicas como veículos de adaptabilidade e identidade regional. O projeto se
insere, portanto, em uma forma de desenvolver acervos de técnicas, imaginários, temáticas,
manifestações estéticas e sintaxes visuais com a floresta, indicando caminhos para a produção de
objetos e geração de renda, não mais pela absorção direta de tecnologias externas, as quais não
desenvolveram uma práxis regional, e sim por meio da reelaboração do conhecimento rizomático e
tradicional que as comunidades ainda podem preservar como forma de ser e de se apropriar da
Amazônia.
Projeto S – 34
Telecentro de capacitação digital e inclusão social
Lúcia Setsuko Ohara Yamada
Nilza Duarte Aleixo de Oliveira
Suzenir Aguiar da Silva
Instituição: Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) – Campus de Cacoal
Descrição resumida da proposta do projeto: o campus de Caçoai da UNIR, em razão da
falta de recursos tecnológicos, vem cumprindo seu papel apenas parcialmente, ou seja, o ensino. A
pesquisa e a extensão sempre ficaram como sonho. Principalmente a extensão, porque a pesquisa
aos poucos vem se tornando realidade entre os docentes e discentes por meio de projetos, incluindo
aí projetos de pesquisa com o Pibic/CNPq. Em 2005, uma equipe de professores e alunos
voluntários implantou o projeto inclusão digital, destinado à capacitação básica em informática,
apenas para os funcionários do campus, visto que o laboratório de informática existente não atende
nem à demanda interna, pois conta com equipamentos obsoletos e em precário funcionamento. Tal
curso proporcionou uma melhoria significante na qualidade dos serviços prestados pelos técnicos
administrativos que prestam serviços na UNIR. As novas tecnologias da informação e comunicação,
apesar de abrirem grandes e positivas oportunidades para a humanidade, também parecem
ameaçadoras para as populações historicamente excluídas. De fato, apesar dos incríveis avanços
tecnológicos, a revolução digital provocou um impacto mínimo no desenvolvimento humano dos
excluídos e não tem sido usada em uma dimensão que permita a solução dos grandes problemas
sociais do nosso tempo.
Essa situação, conhecida como brecha digital, tem gerado tanta preocupação em vários
setores da sociedade, que se tem proposto desenvolver políticas e ações visando a combater o
aprofundamento das diferenças sociais provocado pelas novas tecnologias. Tendo em vista o fato de
a UNIR – Campus de Caçoai, ciente de seu papel na sociedade, levar em consideração as
necessidades e as expectativas da comunidade, surge, então, com base na realidade descrita
anteriormente, o Projeto Telecentro de Capacitação Digital e Inclusão Social, como uma forma não
só de intervenção social, mas também como de colocar em prática, além do ensino e da pesquisa, a
extensão por meio da execução de ações conjuntas numa metodologia de aplicação que seja mais
abrangente possível. Deve-se destacar que, na presente proposta, entende-se a inclusão digital como
um processo mais amplo do que apenas ensinar a utilização da tecnologia. O projeto pretende
identificar, no primeiro contato, as demandas dos participantes selecionados, de forma que subsidie
o desenvolvimento de contextos significativos do uso dos aplicativos. Pretende- se que este projeto
de ação social seja uma contribuição no processo de democratização da informação, formando
cidadãos melhor informados e garantindo uma maior participação na vida da sociedade.
Nesse sentido, estimulando o debate e a avaliação das ações da comunidade e possibilitando
integração contínua com a sociedade por meio de, por exemplo, cursos de ensino a distância em sala
de teleconferência, cursos que possibilitem a ampliação do conhecimento, principalmente para
aqueles que não têm acesso a universidade pública e não possuem recursos financeiros para pagar
cursos superior privado. Pretende-se também como os cursos oferecidos, melhorar a capacitação e
consequentemente oportunizar melhores condições de emprego. Outro fato importante que merece
destaque nos resultados proporcionados por este projeto é a melhoria na qualidade do ensino
oferecido aos acadêmicos, visto que com o telecentro será possível oferecer aulas práticas e aulas
por videoconferência.
Projeto S – 35
Oficinas de extensão e capacitação na reserva extrativista Marinha Mãe Grande, por uma
gestão solidária
Lourdes de Fátima Gonçalves Furtado
Instituição: Museu Paraense Emilio Goeldi
Descrição resumida da proposta do projeto: o estudo ocorre na terceira fase do Projeto
Populações Tradicionais Haliêuticas – aspectos antrópicos, uso e gestão da biodiversidade em
comunidades ribeirinhas e costeiras da Amazônia brasileira – RENAS, como foco nas comunidades
de pesca marinha e ribeirinha do Estado do Pará, visando a sistematizar os conhecimentos já
acumulados e complementá-los com trabalho de campo que permita avaliar os impactos originados
pela criação de Reservas Extrativistas marinhas em áreas de intensa pesca tradicional. Assim,
preente-se promover a gestão participativa nas comunidades envolvidas por meio de ações de
extensão e de capacitação já observadas pelas pesquisas de campo, na área, visando a proporcionar
instrumentos de autonomia dessas comunidades no uso e na gestão de seus recursos naturais,
garantindo, assim, a sustentabilidade das referidas comunidades.
Projeto S – 36
Balata: remodelando a Amazônia
Luciana Gonçalves de Carvalho
Instituição: Associação Hortoflorestal de Monte Alegre
Descrição resumida da proposta do projeto: o projeto beneficiará diretamente 50
balateiros e artesãos de balata e suas famílias, em cinco localidades de baixa renda no município de
Monte Alegre, no oeste do Estado do Pará, e na área urbana da capital, Belém. Dentre os resultados
esperados estão o aumento da renda média dos beneficiários, a valorização do artesanato
tradicional, a recuperação do valor econômico do extrativismo de balata, a conquista de autonomia
por parte dos balateiros em relação a patrões, o estímulo à preservação dos balatais. Em suma, o
projeto pretende apoiar simultaneamente a extração racional e sustentável da matéria-prima e a
produção do artesanato de balata. Nesse sentido, prevê a formação de novos artesãos, que, aliada à
abertura de mercado para o artesanato de balata, contribuirá para a garantia de continuidade do
ofício de balateiro e, ao mesmo tempo, para a geração de renda a partir de um artesanato tradicional
com valor cultural e identitário reconhecido no Estado do Pará.
A expectativa é a de que a intensificação do uso ordenado e sustentável da balata e outras
espécies (castanha, cumaru, copaíba) possa favorecer a preservação de áreas de balatais atualmente
alvos de grileiros, sojeiros, pecuaristas, madeireiros e outros que comprometem a melhor forma de
utilização dos recursos naturais da região.
Projeto S – 37
Capacitação trinacional em desenvolvimento e integração fronteiriça/diploma trinacional en
desarrollo y ingegración fronteriza
Manoel Coracy Sabóia Dias
Instituição: Universidade Federal do Acre (UFAC)
Descrição resumida da proposta do projeto: na concepção predominante em meados do
século XX, a fronteira é concebida como a linha que separa a soberania de um ou mais Estados, e o
tema do desenvolvimento fronteiriço se enfocava a partir de uma perspectiva ligada ao
fortalecimento das regiões de fronteira com olhos para o afiançamento da soberania perante a
influência de países vizinhos. Na atualidade, ao contrário, a fronteira é enfocada como o espaço de
encontro de dois ou mais sociedades, onde a integração fronteiriça é a estratégia conjunta de dois ou
mais países para assegurar o desenvolvimento da população assentada na fronteira comum. Dentro
desde enfoque, que se arraiga de maneira crescente nas legislações e políticas, por exemplo, no
âmbito dos países andinos e do Mercosul, desenvolvimento e integração fronteiriça estão cada vez
mais estreitamente ligados. Entende-se que o desenvolvimento regional tem maiores possibilidades
de êxito se forem aproveitadas as complementariedades, as economias de escala, assim comoo
conjunto de fatores favoráveis que se derivam do fenômeno de fronteiras, como a realidade política
e econômica, social e cultural.
Entende-se que o desenvolvimento e a integração fronteiriça são dois processos que
influenciam e se reforçam. Dentro desse marco, na relação entre Brasil, Bolívia e Peru, existe uma
série de mecanismos para a promoção conjunta do desenvolvimento da fronteira. Um deles é o
MAP (Madre de Dios-Peru, Acre-Brasil, Pando-Bolívia). Trata-se de um movimento originalmente
composto por professores, pesquisadores, profissionais liberais e líderes de movimentos sociais,
atualmente ampliado. Isso posto, este projeto é um primeiro esforço de trabalho conjunto com a
finalidade de capacitar os atores locais da fronteira comum com instrumentos teórico-metodológico
e técnicos para elaboração e gestão de projetos que indicam, de forma direta, no desenvolvimento
da Zona de Integração Fronteiriça (ZIP), entendida não como um limite entre Estados nacionais,
mas como uma realidade viva e cotidiana, como um espaço de contato e convivência no qual
contam de maneira prepoderante as relações humanas e culturais.
Projeto – S 38
Expedição Cinema na Transamazônica
Marcelo Antunes Ferreira
Instituição: Brasil Social Empreendimentos Culturais LTDA.
Descrição resumida da proposta do projeto: em uma iniciativa inédita, a Expedição
Cinema na Transamazônica realizará a travessia do trecho compreendido entre Marabá (PA) e
Lábrea (AM), com o objetivo de difundir a cultura brasileira. A proposta do projeto Expedição
Cinema na Transamazônica é mobilizar pessoas em torno da necessidade de redução da
desigualdade social, levar produções cinematográficas brasileiras às comunidades que não têm
acesso e realizar fóruns de discussão em cerca de 30 localidades, que se desenvolvem ao longo
desse trecho da Rodovia Transamazônica.
Outubro de 2006 marcará o 36° aniversário do início da construção da rodovia. O projeto
idealizado pelo ex-presidente Emílio Garrastazu Médici era ambicioso e pretendia unir o país de
leste a oeste, por meio de uma estrada que partiria de João Pessoa (PB) e encontraria a fronteira
com o Peru. No entanto, o resultado desse audacioso projeto não foi tão bem-sucedido quanto se
imaginava. Cruzar a floresta tropical mais densa do mundo, construindo uma estrada, custou muitas
vidas e, atualmente, o trecho de 2.600 km da BR- 230, entre Marabá e Lábrea, resume-se a uma
estrada que se torna intransponível durante as chuvas e se estende pelos Estados do Pará e do
Amazonas.
Projeto – S 39
Desenvolvimento para os resíduos alimentares, combatendo a desnutrição da região e
capacitando pessoas ao desenvolvimento pessoal
Marcia Callage
Instituição: Eng. Consult Assessoria em Engenharia Ltda.
Descrição resumida da proposta do projeto: este projeto visa a ajudar no combate à
desnutrição da região, utilizando resíduos alimentares, que hoje são descartados pela maioria da
população nacional, com processos tecnológicos simples. Visa também à capacitação da população
nos cuidados alimentares minimizando doenças, bem como formação mais abrangente da utilização
dos insumos alimentares.
Projeto – S 40
Projeto de ampliação de um laboratório de design e fotografia para inclusão social para
adolescentes e jovens de baixa renda
Marcone Duarte Sousa
Instituição: Fucapi
Descrição resumida da proposta do projeto: PROBLEMAS – Atualmente, o mercado de
trabalho tem exigido constante especialização dos profissionais para que possam acompanhar a
dinâmica imposta pela agilidade dos setores produtivos. No Brasil, há uma evidente exclusão social
oriunda das camadas mais populares das comunidades carentes, a qual impede o ingresso de
adolescentes e jovens de baixa renda no mercado de trabalho. Entretanto, para diminuir a lacuna
social em que vivemos, o projeto em questão tem o propósito de ampliar o Laboratório de Design e
Fotografia para Inclusão Social para Adolescentes e Jovens de Baixa Renda, o qual está sendo
desenvolvido pela microempresa Mark Design, empresa associada à Incubadora de Design do
Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica – FUCAPI, com assessoria do escritório de
projetos da referida fundação.
BENEFÍCIOS – O projeto surgiu da necessidade de resgatar o conceito de cidadania, dando
oportunidade a adolescentes e as jovens de baixa renda de se inserir no competitivo mercado de
trabalho, oferecendo capacitação, ferramenta cada vez mais exigida para construção e formação
profissional do cidadão. O Laboratório de Design e Fotografia para Inclusão Social para
Adolescente e Jovens de Baixa Renda, oferece serviços de manipulação de imagens
impressa/digitalmente. A ampliação do Laboratório de Design e Fotografia para inclusão social
discorrerá sob duas ênfases: em Design, que atenderá às necessidades das empresas públicas e
privadas, em geral, e em fotografia, que atenderá às necessidades da sociedade. Um dos maiores
benefícios será o oferecimento do “primeiro emprego” aos adolescentes e jovens de baixa renda. O
Projeto Design e Fotografia para Inclusão Social para Adolescentes e Jovem tem como objetivo
promover a inclusão e construção de plena cidadania de adolescentes e jovens, incentivando-os a
participar do mercado de trabalho.
Projeto – S 41
Remanescentes quilombolas do Vale do Guaporé: identidade, territorialidade e
sustentabilidade
Marco Antônio Domingues Teixeira
Instituição: Universidade Federal de Rondônia
Descrição resumida da proposta do projeto: o projeto em pauta, enquanto proposta de
pesquisa-ação, deverá desempenhar o papel fomentador do debate sobre as duras condições em que
se encontram as comunidades de remanescentes quilombolas do Vale do Guaporé, em Rondônia,
promovendo reflexões, instigando e realizando ações afirmativas capazes de viabilizar a promoção
da igualdade etnorracial a partir dos valores democráticos que regem a sociedade brasileira. A
opção pelo tema referente às populações remanescentes quilombolas do Vale do Guaporé nos
ofereceu uma clara noção das dimensões do estudo e das parcelas de dificuldades que se deve
enfrentar. Quando se passa a refletir sobre as formas de abordagem que permitiriam uma visão mais
completa do tema estudado, percebe-se que seria necessário travar um diálogo com vários ramos
das ciências sociais, humanas e ambientais. Optou-se, assim, por trabalhar a partir de uma visão
interdisciplinar, considerando que essa escolha forneceria um conhecimento mais amplo e
expressivo do objeto de estudo deste projeto. Enquanto sociedades étnica e territorialmente
distintas, as comunidades quilombolas sempre ofereceram aos pesquisadores diversas possibilidades
de interpretação de suas existências, quer seja no campo político, quer seja no social, quer seja no
afetivo, quer seja no cultural, quer seja no geográfico, quer seja no ambiental, que seja em muitos
outros. O contato com essas populações leva à reflexão sobre a dimensão abismal das desigualdades
cristalizadas no contexto da sociedade brasileira, que, secularmente, desprezou, perseguiu ou
ignourou os negros, considerando- os inferiores e necessários apenas como força de trabalho a custo
mínimo. Tais desigualdades provocam, ainda, duras reflexões sobre próprio papel de cada um,
enquanto membros de um segmento avançado no contexto intelectual e cultural da sociedade e
exige que, como educadores e pesquisadores, passem a se preocupar com o combate à exclusão de
que ainda são vítimas e as possibilidades de sua sobrevivência de forma digna e cidadã, tendo
respeitados os seus direitos constitucionais.
Projeto – S 42
Visões de gênero na utilização dos recursos ambientais na Amazônia: uma ponte entre Acre e
Tocantins (1964-2006)
Marcos Fábio Freire Montysuma
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina
Descrição resumida da proposta do projeto: perceber o compartilhamento das
experiências dos sujeitos na construção dos espaços na Amazônia, orientados pelos saberes situados
no etnoconhecimento a partir das experiências das mulheres extrativistas, que habitam as florestas
do Acre e dos cerrados do Tocantins. Por meio da história oral, acompanhar em relatos memoriais,
experiências e modos de vida dos sujeitos que atuam na edificação dos espaços constituídos por
florestas e cerrados. Com este projeto, visa-se a contribuir com outras leituras, proporcionando
entendimentos que visualizem as mulheres como tendo historicamente desenvolvido conhecimentos
relativos a determinado meio ambiente, que se prestam úteis na atualidade.
Projeto – S 43
Viva com atitude
Marcus Alberto Stoyanovitch Cavalcante
Instituição: Jobast Produções Cinematográficas Ltda.
Descrição resumida da proposta do projeto: “prevenir é o melhor remédio”. Na teoria,
essa é a grande conclusão que chegam milhares de pessoas, residentes no Amazonas, quando o
assunto é o cuidado com a saúde. Da mesma forma concluem os moradores de várias metrópoles no
mundo.
Na prática, a Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que a prevenção está longe de
fazer parte do hábito dessas populações. As estatísticas apontam para um crescimento de causa de
mortes por doenças que poderiam ser prevenidas e curadas, caso fossem diagnosticadas em sua fase
inicial.
A OMS também acusa em seus relatórios que as doenças atacam, cada vez mais, pessoas
mais jovens, vítimas de enfermidades que só se desenvolveram em virtude dos maus hábitos
alimentares e da completa ausência de exercícios físicos, só para citar um exemplo.
A combinação da má alimentação com o sedentarismo e aliada ao desprezo por atitudes
preventivas, tornaram-se os aceleradores principais de doenças, como a obesidade, o câncer de
mama, de colo de útero, de próstata e diarreicas, além de outras transmissíveis pela ingestão da água
imprópria para o consumo humano.
Fatores como o aumento do consumo de alimentos ricos em açúcares simples e gordura,
com alta densidade energética, o baixo consumo de verduras, o aumento do tamanho das porções de
carnes, massas e chocolates, que ultrapassam em até 700% o tamanho padrão aconselhado por
organizações de saúde, também fazem parte da evolução global de algumas dessas doenças.
Atualmente, a obesidade é considerada uma epidemia mundial e, associada a ela, estão as
alterações metabólicas, como a dislipidemia, a hipertensão, o diabetes melitus tipo 2 e as doenças
cardiovasculares. Os cânceres de mama, colo de útero e de próstata são recordistas mundiais e são
responsáveis pela morte de homens e mulheres cada vez mais jovens. As doenças hídricas, como o
cólera, a leptospirose, a gastroenterite, a febre tifóide, a giardíase, a esquistossomose, a hepatite tipo
A e a amebíase, podem matar mais de 80 milhões de pessoas até 2015, caso não sejam tomadas
providências para ampliar o saneamento básico e, principalmente, para motivar e orientar as
populações a tomarem atitudes preventivas e a buscarem tratamento em tempo hábil.
Como interpretam os relatórios de várias organizações que acompanham o comportamento
da saúde pública, as doenças que mais matam homens e mulheres não escolhem países ou cidades.
Fatores externos as tornaram globais e acabaram, por fim, revelando um comportamento padrão que
se materializa na ausência de atitudes que possam manter as pessoas saudáveis, porque elas próprias
têm dificuldades para mudar de hábito.
Diante desse contexto, o projeto Viva com Atitude tem como missão motivar as pessoas a
tomarem boas atitudes em benefício da sua própria saúde.
Projeto – S 44
Educação comunitária
Maria da Gloria Souto Maior Nogueira
Viviane Mourão Pereira Cavalvcante
Instituição: Faculdade Atual da Amazónia
Descrição resumida da proposta do projeto: a sociedade contemporânea passa por uma
séria crises urbanas, caracterizada pela violência, pelo desemprego, pela falta de habitação, de
transporte, de saneamento e pela miséria nas grandes cidades, o que vem degradando o meio
ambiente e a qualidade de vida. Essa situação emerge da compreensão de que os problemas urbanos
são consequência do modelo econômico e da falta de um planejamento orientado pelo
desenvolvimento sustentado, mas, inegavelmente, a educação e, em particular, a educação
comunitária, também tem um papel importante como se pode constatar. As deficiências de
infraestrutura das grandes cidades, os índices de pobreza, a insalubridade das casas e dos alimentos
contaminados, tudo isso causam, como se sabe, doenças como diarreia, pneumonia, malária, dengue
e outras transmitidas pela água contaminada. Ao entender que muitas dessas doenças poderiam ser
evitadas por uma educação comunitária para a saúde é que este projeto foi pensado.
Projeto – S 45
Programa piloto para melhoria na qualidade da alimentação de alunos do ensino fundamental
de escolas públicas da Amazônia Legal
Maria das Graças de Assis Bianchini
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Descrição resumida da proposta do projeto: o projeto propõe utilizar a farinha de
amaranto (Amaranthus cruentus), da variedade BRS-Alegria para elaboração de alimentos com
proteínas de alto valor biológico para uso na merenda de alunos do ensino fundamental de escolas
públicas. O amaranto é planta rústica, rica em proteína, de alto valor biológico, ferro, cálcio e zinco,
além de ser isento de glúten. Ele pode ser cultivado por pequenos produtores do interior e seus
grãos transformados em farinha para utilização em alimentos.
Projeto – S 46
Potencialização e valorização do saber do idoso: uma proposta socioeducativa para a terceira
idade
Maria Filomena Fagury Videira Secco
Instituição: Museu Paraense Emilio Goeldi
Descrição resumida da proposta do projeto: ao aliarem-se a pesquisadores, professores e
demais profissionais do Museu Paraense Emílio Goeldi se propõem, por meio deste projeto, criar
uma programação direcionada aos idosos, com vistas a proporcionar-lhes a ampliação de seus
conhecimentos, oportunizando a essa clientela uma reintegração ao convívio social, possibilitandolhes uma melhor qualidade de vida, uma vez que se sentirão úteis à sociedade, podendo contribuir
para o desenvolvimento científico de nossa região. Esta proposta, cujo embrião é o Projeto
Ampliação e Manutenção de Coleções Botânicas com o Auxílio da Terceira Idade, é de natureza
social, científica e tecnológica, mostrando a preocupação dos profissionais de uma instituição
científica em resgatar as potencialidades do saber e aprendizado dos idosos, conferindo-lhes o status
de multiplicadores do conhecimento científico.
Projeto – S 47
Fortalecer o APL de frutas e produtos agrícolas do Amapá e promover a sua exportação
Marjolaine Juliard do Canto
Instituição: Centro de Pesquisas de Políticas Públicas, Históricas e Organizações (CEPPHOR)
Descrição resumida da proposta do projeto: o objetivo do projeto é promover o
desenvolvimento do Amapá por meio do fortalecimento dos seus APLs de frutas e produtos
agrícolas a fim de estimular suas exportações.
Projeto – S 48
Mulheres empreendedoras na Amazônia: transferência de tecnologia social a grupos de
mulheres no Estado de Roraima
Marlene Grade
Ana Milani
Cezar Luiz de Mari
Pedro Marcelo Staevie
Ana Lúcia de Sousa
Iana Vasconcelos
Elielma Celho Derzi
Sara Magda O. Simões
Instituição: Universidade Federal de Roraima (UFRR)
Descrição resumida da proposta do projeto: um novo padrão de acumulação capitalista
começa a se esboçar a partir da década de 1970 e transformar profundamente a estrutura dos
sistemas de produção, as relações de trabalho e o papel do Estado em todo o mundo. Ao constituir
um novo patamar de competitividade, esse novo padrão força a reorganização dos sistemas
produtivos. A descentralização da produção, a terceirização e a subcontratação, são estratégias de
adequação à nova reorganização produtiva que daí emerge. No fim dos anos de 1980 e início dos
anos 1990, os trabalhadores, em suas lutas políticas e busca por melhores salários e condições de
trabalho, passaram a se preocupar com a organização da produção, fazendo reemergir a economia
solidária no País.
Essas transformações provocam grandes contradições para os atores sociais, pois, ao mesmo
tempo, geram crises e movimentos que buscam saídas alternativas. Essa reconfiguração da
economia capitalista está criando a necessidade de se pensar novos modelos de produção, de
trabalho e de desenvolvimento que, ao mesmo tempo em que estão integrados a essa economia,
geram embriões de novas formas produtivas. Uma estratégia de ampliação de oportunidades de
trabalho passa por políticas nacionais de expansão e de fortalecimento do emprego, mas, sobretudo,
pela promoção de novos padrões de desenvolvimento local e regional que viabilizem processos
sustentáveis de crescimento econômico e distribuição de riqueza. Ganham centralidade, formas de
desenvolvimento local e regional, de desenvolvimento sustentável e de desenvolvimento solidário.
Esses novos conceitos vêm ocupando a agenda dos setores populares como caminhos alternativos
para a construção de suas vidas e de distribuição de renda. Fica cada vez mais claro que os ativos
econômicos são necessários, mas não são suficientes para o sucesso de um projeto de
desenvolvimento. Este projeto de pesquisa e extensão sugere, então, que os fatores estruturais para a
viabilização de projetos de desenvolvimento local e regional se baseiem nos seguintes vetores: a)
forte capital social local que garanta capacidade endógena de promoção do desenvolvimento; b)
instituições democráticas adequadas ao planejamento, ao gerenciamento e ao controle social dos
projetos de desenvolvimento local; c) existência de fortes laços de cooperação entre os agentes
locais; d) processo contínuo de inovação endógena; e) definição das estratégias produtivas
adequadas às condições locais.
Assim, a economia solidária que vem construindo esses vetores supracitados, apresenta-se
como alternativa de milhares de trabalhadores que buscam alterar suas condições de vida sob a
forma de organização coletiva do trabalho nas mais diversas regiões. Segundo informações da
Secretaria Nacional de Economia Solidária – Senaes, essas organizações têm sido estimuladas por
Organizações Não Governamentais (ONGs), que atuam com projetos produtivos coletivos,
cooperativas populares, redes de produção-consumo-comercialização; por instituições financeiras
voltadas para empreendimentos populares solidários, empresas falidas e recuperadas por
trabalhadores que as organizam sob formas de autogestão; por cooperativas de agricultura familiar,
cooperativas de prestação de serviços, dentre outras.
Assim, surge a economia solidária, como instrumento do governo federal de combate à
pobreza e, simultaneamente, de inclusão social, constituindo-se, portanto, uma política pública de
caráter transversal. Gaiger (2003) mostra que, no Brasil, a expansão da economia solidária é
inquestionável. Seus protagonistas diretos se encontram pressionados, de um lado, pela crise
estrutural do mercado de trabalho e, por outro, veem-se motivados pela ação mobilizadora dos
movimentos sociais, parcelas do sindicalismo e inúmeras entidades civis, que buscam criar
alternativas para a crise estrutural do trabalho assalariado e às formas de precarização.
Ao mesmo tempo, estímulos adicionais decorrem do importante efeito demonstrativo das
experiências existentes, em particular daqueles vinculados aos segmentos populares dotados de
algum substrato comunitário ou de identidade de classe. A conjuntura nacional instaurada em 2003,
nas esferas de governo e nas formas de articulação da sociedade civil, coloca a economia solidária
diante de novos horizontes. Isso se deve, em grande parte, ao ressurgimento do cooperativismo no
Brasil, que hoje mantém seis milhões de cooperados e gera cerca de 160 mil empregos, de acordo
com os números da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB, 2002). A partir da metade da
década de 1990, o cooperativismo vem apresentando acentuado crescimento no número de
organizações, contando hoje com 7.355 cooperativas, 5,762 milhões de cooperados, sendo
responsável por 6% do Produto Interno Bruto (PIB), gerando 182 mil empregos diretos e US$ 1,09
bilhão de exportações diretas (ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS, 2003).
Nada menos que 40% da população mundial, o que significa 2,4 bilhões de pessoas, está
ligada ao cooperativismo. Atualmente, existem 7.549 cooperativas no País, com 5,3 milhões de
associados que empregam 171.549 funcionários em 13 ramos de atividades distintas. De acordo
com os dados, verifica-se que os empreendimentos solidários também estão insertos nesse contexto,
contribuindo para o desenvolvimento brasileiro e, principalmente, buscando construir, na
Amazônia, com formas alternativas de desenvolvimento, com as quais sejam aproveitadas as
potencialidades locais. Nesse sentido, experimentos da economia solidária nessa região podem
contribuir para a construção de novas formas de desenvolvimento que a integrem de forma
sustentável, preservando o vasto potencial dos recursos naturais existentes. Esse novo momento
indica condições oportunas para a diversificação da base produtiva regional, além de estimular a
geração de trabalho e melhorar a distribuição de renda na região e qualificar profissionais. Sua
importância aparece como vital para se contrapor aos padrões tradicionais de desenvolvimento que
buscam se impor nesse estado.
Nesse sentido, a Universidade Federal de Roraima tem um papel fundamental ao incentivar,
articular, pensar, apoiar e estruturar outras formas de desenvolvimento que priorizem a
sustentabilidade amazônica e também que gerem possibilidades de vida, reduzindo as desigualdades
socioeconómicas, respeitando a diversidade cultural e viabilizando atividades que geram emprego e
renda. O Estado de Roraima, situado no extremo norte do País, tem características peculiares com
relação ao trabalho. Características essas que estão articuladas com sua recente constituição
enquanto estado da Federação. Até 1988, Roraima era território federal. Esse aspecto, além de sua
localização geográfica, são elementos para compreender a inexistência de um parque industrial
consolidado, bem como o fato de o maior empregador ser o próprio estado (em âmbitos municipal,
estadual e federal), seguido por um setor de serviços com configuração de pequeno porte. Roraima
apresenta uma das maiores populações indígenas do Brasil, estimada em 45 mil indígenas,
distribuídos em diversas etnias. Desse total, cerca de 12 mil moram na capital. Assim, a população
indígena representa em torno de 13% da população do estado, e suas formas de vida têm variações
fundamentais, até mesmo com processos de trabalho coletivo que precisam ser devidamente
compreendidos.
Portanto, conhecer profundamente a forma com que os trabalhadores estão se organizando
para se reproduzirem como seres sociais se torna uma tarefa essencial, no sentido de compreender
as alternativas criadas pelos grupos sociais, ao mesmo tempo em que se busca estruturá-las,
transmitindo tecnologias sociais por meio de processos multidisciplinares entre universidade e
empreendimentos solidários e/ou grupos sociais que ainda se constituirão, bem como seu
significado para o desenvolvimento regional sustentável. A um só tempo se fará processos de
inclusão social, geração de emprego e renda e pesquisas acadêmicas, gerando conhecimento para
toda a sociedade, ampliando a discussão referente a construção e a consolidação de processos de
desenvolvimentos sustentáveis (alternativos) e também transmitindo saberes, imbricando os saberes
populares/locais com os saberes sociais. Objetiva-se reunir as evidências para a formulação de
alternativas de desenvolvimento regional baseadas nos princípios da sustentabilidade e do
solidarismo.
Considerando as contradições e oportunidades geradas a partir das profundas transformações
na estrutura de produção capitalista, são elencados os princípios básicos de um novo modelo de
desenvolvimento, os seus condicionantes principais, uma proposta de modelo de organização para
as atividades econômicas e as políticas necessárias para o desenvolvimento regional sustentável e
solidário. Ao julgar que a cooperação entre os agentes econômicos é tido como um poderoso fator
de eficiência econômica, tomaram-se como base para a formulação desse projeto, grupos sociais de
mulheres no Estado de Roraima. A ênfase em grupos femininos dá-se em vista de serem essas as
organizações coletivas que se tem encontrado no estado. Enquanto professores da Universidade
Federal de Roraima, encaminhou-se um projeto de pesquisa e extensão, visando à consolidação de
grupos sociais que atuam solidariamente, os grupos que encontrados são todos de mulheres
empobrecidas, com uma faixa etária que varia de 30 a 60 anos, todas chefes de família, que não
encontram formas de sobrevivência fora de seu grupo de trabalho e de geração de renda coletivo. A
situação desses grupos é extremamente frágil, atuam em diversas atividades que envolvem, costura,
como produção de roupas íntimas, de uniformes escolares e profissionais, panos de prato; etc.
bordados, croché, tricô, confecção de almofadas, de bichinhos de pelúcia, bijuterias com sementes,
artesanatos em geral; e fabricação de produtos de limpeza.
Esses grupos, para prosseguirem existindo e possibilitarem a sobrevivência de seus
membros, precisam ser apoiados. Em vista de suas necessidades, desde a infraestrutura básica até
conhecimentos técnicos, é que alguns professores da UFRR se uniram para lhes dar suporte. Desde
maio de 2006, os professores participam da efetivação desse processo. O que se quer é ressaltar que
a estrutura da UFRR é também precária em termos físicos para essas atividades de pesquisa e
extensão. Os membros que vêm atuando nesses empreendimentos solidários de mulheres não
disponibilizam de uma estrutura mínima para atender às demandas desses grupos. É ainda
necessário montá-la, com computadores, impressoras, câmeras fotográficas etc.
Projeto – S 49
Utilização do couro de jacaré-açu (Melanosuchos nigger) procedente de unidades de manejo
sustentável do Estado do Amazonas
Nilson Luiz de Aguiar Carvalho José Jorge Rebello
Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Descrição resumida da proposta do projeto: no início da década de 1970, o jacaré-açu foi
vítima de caça implacável por parte dos denominados coureiros – caçadores clandestinos que só
aproveitavam o couro do bicho. Leis restritivas e protetoras provenientes do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), bem como uma contagem muito
esparsa e de pouca acuidade da quantidade de indivíduos da espécie, tiveram como efeito uma
quase explosão demográfica que, além de desequilibrar as espécies das quais se alimentam, ainda os
fazem atacar e colocar em risco as populações locais. As leis de proteção e restrição foram também
iguais para o País inteiro, e não apenas para os lugares em que o jacaré-açu, a continuar a caça
predatória, estaria em risco de extinção. No Amazonas, desde os anos 1940, o Curtume Crocodilo,
depois Curtume Canadense, iniciou o curtimento de peles de répteis para exportação. Após a
proibição da captura de jacarés pelo então Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal
(IBDF), hoje Ibama, o curtume procurou alternativas, como a pele de peixe, porém, em razão da
falta de demanda, as atividades desse curtume restringiram-se ao curtimento da pele de gado.
Hoje todos os curtumes amazonenses estão desativados, com exceção do curtume Peles do
Norte, que trabalha com peles de dourada, tubarão, jacaré, pirarara, surubim e pescada marinha,
cujo pessoal foi treinado pelos pesquisadores nas dependências dos laboratórios do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), do qual participa José Jorge Rebello que, a partir de
1994, passou a trabalhar na pesquisa e trouxe sua experiência de mais de 40 anos de trabalho no
curtimento de peles de bovinos e de animais silvestres na indústria coureira de Manaus, para o
projeto do Couro de Peixe. Desde novembro de 2004 a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (SDS), em parceria com o INPA vem investido no Projeto de Manejo
do Jacaré, em Mamirauá com aplicação de ações visando ao aproveitamento da pele de jacaré, uma
vez que os pesquisadores detêm a tecnologia de curtimento do couro e no qual se fazem estudos
visando à aplicação dessas e de novas tecnologias para o aproveitamento da cadeia produtiva
completa em relação aos subprodutos do réptil, considerado de grande potencialidade. O projeto de
governo de manejo do jacaré, estabelecido na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de
Mamirauá, situada a 534 quilômetros de Manaus, tem como objetivo aproveitar o potencial de
comercialização da carne e dos subprodutos do réptil, e conta com o interesse de parceiros
comerciais.
O mercado de pele de jacaré está avaliado em cerca de 200 milhões de dólares anuais e a
produção de carne chega a 20 mil quilos por ano. A carne e o couro do jacaré representam lucros
elevados. Hoje é possível ter avaliações científicas para estimar quanto a Amazônia pode render,
num futuro visível, se for feito o chamado aproveitamento racional, que busca tirar riquezas
preservando o ecossistema. As peles obtidas devem ser comercializadas tanto no mercado interno
quanto no externo, uma vez que existe demanda para a comercialização e valor agregado é o que
não falta à pele do réptil, sendo considerada de primeira qualidade pela indústria coureira. Além
disso, o produto resultante atenderá outros mercados interessados no couro. A exemplo, se um
calçado de cromo alemão é cotado a RS 800,00 em média, um dos mais caros quando o assunto é
couro de boi, o mesmo não sairia por menos de R$ 2.700,00 se fosse confeccionado com o couro de
jacaré. Estudos estão sendo feitos nos laboratórios do INPA, nos quais os pesquisadores fazem
estudos visando à invenção de tecnologias para criação e aproveitamento da cadeia produtiva
completa em relação aos subprodutos do réptil, considerado de grande potencialidade. Sendo assim,
o principal objetivo do projeto é a utilização dos conhecimentos científicos e tecnológicos para
fazer uso de manejo sustentável, que equilibre a interação ecológica, preserve o meio ambiente,
gere emprego e renda para a população local e, consequentemente, para o município, estado e País,
tirando proveito do que a natureza pode fornecer, de forma equilibrada e racional, sem agressão
nem destruição do ecossistema.
Projeto – S 50
Utilização de alimentos enriquecidos com castanha-do-brasil e outros produtos regionais na
recuperação de crianças desnutridas no Acre
Pascoal Torres Muniz
Instituição: Universidade Federal do Acre
Descrição resumida da proposta do projeto: o estado nutricional de uma população está
diretamente relacionado à alimentação, educação, saneamento ambiental e acesso aos serviços
básicos de saúde. As condições de saúde e nutrição infantil em países em desenvolvimento estão
diretamente associadas ao consumo alimentar insuficiente ou inadequado e à ocorrência de
infecções diversas, dentre outros fatores (VICTORA et al, 1987). As deficiências nutricionais mais
prevalentes na infância são a desnutrição protéico-calórica e a anemia nutricional. A desnutrição
protéico-calórica é ainda um problema de saúde pública em áreas tropicais em virtude tanto da sua
magnitude como também do efeito catastrófico para a sobrevivência e para o desenvolvimento de
crianças e mães. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de um
terço da população infantil mundial é desnutrida. Nos países em desenvolvimento, cerca de 36% das
crianças menores de cinco anos apresentam baixo peso para idade e 43% têm déficit de altura
(ONÍS et al., 1993). Análises da evolução do estado de saúde da população brasileira nas últimas
décadas demonstraram melhorias substanciais e contínuas em vários indicadores de saúde
associados à pobreza, com redução da mortalidade e desnutrição infantil.
No entanto, essas melhorias foram menos intensas nas Regiões Norte e Nordeste, o que
determinou a exacerbação das desigualdades existentes entre essas regiões e o centro-sul do Brasil
(MONTEIRO; BENÍCIO, 1997). Em 1994, a Universidade Federal do Acre (UFAC), em
colaboração com a Secretaria Municipal da Saúde de Rio Branco e o Fundo das Nações Unidas para
a Infância (UNICEF, 1994), realizou um diagnóstico de saúde em crianças menores de 5 anos de
idade, em Rio Branco, onde foi observado déficit de altura e peso para idade de 10,4% e 4,7%,
respectivamente. Estudos recentes, aplicando a mesma metodologia do anterior, limitado aos
módulos do Programa Saúde da Família (2003) observando-se resultados semelhantes em relação
ao déficit de altura e maiores em relação ao déficit de peso (6%). (Muniz, 2003). Pesquisa realizada
em 2005 pela UFAC e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa-Acre) com o
objetivo de avaliar o impacto da inclusão da castanha- do-brasil e outras matérias-primas regionais
no estado nutricional de crianças desnutridas, desenvolvendo uma intervenção com 288 crianças
menores de cinco anos sob risco de desnutrição (<percentil 10 do peso para idade do padrão de
referência adotado pelo OMS e Ministério da Saúde) em duas áreas cobertas pelo PSF no município
de Rio Branco.
Em uma área, 142 receberam intervenção com alimentos regionais (castanha-do-brasil,
banana, macaxeira, laranja, leite, milho) durante oito meses e, na outra área de controle, 146 foram
encaminhadas para assistência do PSF. Informações sobre condições socioeconómicas, morbidades
e alimentação foram coletadas usando-se questionário. Na análise ajustada para as variáveis que
estiveram associadas (p<0,20), o crescimento infantil, o ganho de peso (p<0,01) e a altura (p=0,13)
foram favoráveis à intervenção com os produtos regionais quando comparados às crianças atendidas
pelo PSF. Esses resultados destacam a importância da suplementação alimentar para recuperação de
crianças desnutridas, independentemente das diferenças socioeconómicas, do Bolsa Família e do
aleitamento materno. O custo da intervenção por criança no período de oito meses foi de R$ 224,00
(duzentos e vinte e quatro reais). Com o sucesso desse estudo-piloto, caberia ampliar a intervenção
para todas as crianças desnutridas vinculadas ao PSF no município de Rio Branco, que, atualmente,
apresenta uma cobertura de 40% da cidade, especialmente nas áreas sociais nas quais predominam
população de baixa renda.
Projeto – S 51
Viver no meio dos menores “Galera de Paz”
Pe. Marcelo Bertolusso
Instituição: Instituto Salesiano Centro do Menor
Descrição resumida da proposta do projeto: visamos, com este projeto, a implementar
estratégias de ação cultural e educativa de prevenção da violência, do problema do consumo e
tráfico de drogas, do problema da prostituição infanto-juvenil, com o objetivo de disseminar um
processo de educação para a paz nas comunidades periféricas de Areal em Rondônia, na perspectiva
da construção de uma “cultura de paz”. “Cultura de paz” é entendida como sendo uma vivência
pessoal e coletiva, uma prática cultural e educativa que “está intrinsecamente relacionada à
prevenção e a resolução não-violenta de conflitos. É uma cultura baseada em tolerância,
solidariedade e compartilhamento em base cotidiana, uma cultura que respeita todos os direitos
individuais – princípio do pluralismo, que assegura e sustenta liberdade de opinião – e que se
empenha em prevenir os conflitos resolvendo-os em suas fontes, que englobam novas ameaças nãomilitares para a segurança como exclusão, pobreza extrema e degradação ambiental. A cultura de
paz procura resolver os problemas por meio do diálogo, da negociação e da meditação, de forma a
tornar a guerra e a violência inviáveis” (WERTHEIN In: UNESCO, 200, p. 6, apud
ABROMOVAY, 2002, p. 324).
Nossas ações culturais e educativas estarão voltadas para a discussão e a divulgação dos
direitos humanos, da ética e da cidadania, enfatizando especialmente os direitos das crianças e
adolescentes, das mulheres, das minorias étnicas, dos trabalhadores urbanos e rurais, dentre outros,
além do respeito à alteridade e a diversidade cultural, disseminando os valores da cultura da paz e
prevenindo, dessa forma, a prática da violência.
Projeto – S 52
Mapeamento de estresse em policiais militares da região amazônica
Pedro Paulo Gastalho de Bicalho
Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro
Descrição resumida da proposta do projeto: levantamento de estressores da prática
policial e da sintomatologia relativa a questões advindas do estresse, a partir da realização de uma
pesquisa-intervenção, que contemple práticas de análise institucional, além de aplicação, correção e
discussão do inventário Lipp de sintomas de estresse, conjugado com algumas questões
institucionais, tais como tempo de serviço e função desempenhada, para que, assim, seja possível o
levantamento de fatores contribuintes do estresse entre policiais que atuam na região amazônica.
Projeto – S 53
Vidas em silêncio – arte, talento e cidadania
Prefeitura de Boa Vista
Instituição: Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura – FETEC
Descrição resumida da proposta do projeto: os surdos possuem uma limitação sonora, o
que gera uma dificuldade na área fono-articulatória. O déficit no processo de sua linguagem ocorre
por não haver uma interação familiar e social, ocasionando diferenciação na sua maneira de se
comunicar com o mundo. Em razão do exposto, detectamos a necessidade de um acompanhamento
específico na área sociocultural da comunidade surda no município de Boa Vista-RR. Assim como
a língua falada, a Libras possui suas especificidades e particularidades provenientes de cada região.
Pensando nisso, o projeto-base, prioriza a valorização e a difusão da cultura popular regional.
Cursos com duração de um ano, divididos em módulos trimestrais, apresentam etapas de
treinamento, apresentação e finalização. Oficinas de teatro, oficina de Libras e apresentações
teatrais itinerantes, além de voltar os olhos da sociedade para a comunidade surda, contribuem com
a formação de plateia e com o desenvolvimento do senso crítico. “Vidas em silêncio – arte, talento e
cidadania” vem, por meio das condições do bilinguismo, evidenciar as oportunidades para
posicionar o surdo em um mundo significativo apoiado nas artes cênicas, integrando-os no contexto
sociocultural.
Projeto – S 54
Adaptabilidade ecológica de população humana migrante para a amazónia: o caso de
Rorainópolis-RR
Silvia Maria Guerra Molina
Instituição: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo
Descrição resumida da proposta do projeto: a proposta deste trabalho originou-se da
experiência de pesquisadores integrantes dessa equipe no município de Rorainópolis, RR, durante o
Projeto Rondon (OPERAÇÃO AMAZÔNIA, 2006). Naquela ocasião foram identificadas demandas
por trabalhos de pesquisa e intervenção nas áreas alimentar e socioambiental.
Projeto – S 55
Projeto – Eu existo
Solange Pereira da Silva
Instituição: Universidade Federal do Pará
Descrição resumida da proposta do projeto: criar uma cooperativa com 20 famílias da
periferia de Marabá que depende da bolsa-escola. A cooperativa de pais será responsável pela
produção de hortas no núcleo urbano para abastecer o mercado. Um dos critérios de participação
das famílias é a manutenção das crianças na escola.
Projeto – S 56
Águas da Inclusão
Stanley Pereira da Silva
Instituição: Movimento Hip Hop de Roraima
Descrição resumida da proposta do projeto: essa iniciativa visa a mobilizar as
comunidade ribeirinhas, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento sociocultural e
ambiental de cada comunidade, permitindo a elas a apropriação sustentável dos processos e ações
desencadeadas por este projeto, para além do seu período de realização. Para tanto, o projeto
resgatará a identidade cultural e histórica dos moradores de cada comunidade, criará condições para
que eles possam utilizar e disseminar práticas de economia solidária, produzir e disseminar cultura e
conhecimentos em diversas atividades (hip hop, cine hip hop artesanato, círculo de leituras e
inclusão digital), além de contribuir para a preservação do meio ambiente por meio da
conscientização coletiva. De forma que, mediante documentário, palestras, seminários, irão
apresentar à sociedade urbana as dificuldades que enfrentam, as soluções que obtiveram, como
moram e também trocar experiências com essa população, pois muitos deles ainda não têm
conhecimento urbano. Uma das proposta do projetos é também demonstrar as dificuldade da vida
na cidade para que não haja ilusão urbana. Mediante essas trocas de experiências, apresentar os
produtos produzidos por eles, dando ênfase à economia solidária, que seria o produtos dos cursos e
oficinas oferecidas pelo projeto.
Projeto – S 57
O dilema florestal
Tatiana Aparecida Balzon
Instituição: Universidade Federal do Acre
Descrição resumida da proposta do projeto: pretende-se realizar uma pesquisa focalizada
em um estudo de caso sobre os planos de manejo florestal comunitário, realizados no Estado do
Acre, e suas consequências ambientais, econômicas, socioculturais e políticas no contexto do
desenvolvimento regional.
Projeto – S 58
As fábricas e os rios: um estudo sobre a produção e a distribuição de insumos para a
construção civil na calha do rio Solimões-Amazonas
Tatiana Schor
Instituição: Universidade Federal do Amazonas
Descrição resumida da proposta do projeto: o processo de urbanização da Amazônia
gerou
um
conjunto
de
aglomerados
humanos
que
a
caracteriza
como
“floresta
urbanizada”(BECKER, B., 2004). O entendimento da circulação dos elementos na superfície adota,
frequentemente uma representação de redes, e vem cada vez mais sendo descrito dessa maneira
(SANTOS, 1996; CORRÊA, 1996). Sendo essa forma de urbanização uma característica específica
da região amazônica, é necessária uma análise sobre os processos produtivos, em especial nas
cidades de Coari, Manacapuru e Iranduba, no que se refere aos produtos para a construção civil, sua
infraestrutura e relações de origem, o transporte e a comercialização até o consumidor final.
Este projeto pretende compreender a rede de distribuição de insumos para construção civil a
partir das empresas, dos portos e das principais casas comerciais nas cidades de Coari, Manacapuru
e Iranduba para o ano de 2006- 2007. Segundo Harvey (1973 apud BECKER, B., 1982), as cidades
são construções geradas pela mobilização, extração e concentração geográficas de quantidades
significativas do produto excedente socialmente designado. Tipificar e analisar os preços dos
materiais para a construção civil, em especial de moradias, caminha no sentido de contribuir para o
estudo de geografia econômica da condição atual das redes geográficas e das redes urbanas, do seu
funcionamento, descrevendo as relações dos agentes envolvidos e a diferenciação desses materiais
nas cidades escolhidas. Com isso, este projeto tem como objetivo analisar as formas de
intermediação da cadeia produtiva dos insumos para a construção civil tendo em vista tanto os
mercados locais quanto regionais e nacionais da produção, identificando a localização e infraestrutura das empresas que produzem tais insumos (telha, cimento e tijolo) e dos locais de retirada
da matéria-prima (madeira, areia e pedra).
Essa análise será realizada a partir de dados secundários coletados nos órgãos especializados
e em práticas de campo nas cidades definidas visando a caracterizar o perfil urbano das cidades na
calha do rio Solimões. Além dessa caracterização será realizada uma abordagem sobre os possíveis
impactos ambientais causados pela extração (da madeira, areia e pedra), e na fabricação (telha,
tijolos e cimentos) na referida região. A rede urbana é também uma condição para a divisão
territorial do trabalho. As cidades, em suas origens, constituem-se não só em uma expressão da
cidade entre trabalho manual e intelectual, mas também em ponto no espaço geográfico (CORRÊA,
1989), caracterizada por uma intensa produção de mercadorias. O presente trabalho está vinculado
ao projeto “As cidades e os rios: tipificação da rede urbana na calha Solimões-Amazonas”,
coordenado pelo Núcleo de Pesquisa e Estudo das Cidades da Amazônia Brasileira (NuPECAB) e
financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Dadas as
características deste projeto, ele se insere nas três categorias propostas para o prêmio:
ambiental/econômica e social.
Projeto – S 59
Projeto Catar – inclusão social e geração de renda de catadores/as
Úrsula Mara Silva de Assis
Instituição: Associação de Catadores de Materiais Recicláveis e Reutilizáveis de Rio Branco
Descrição resumida da proposta do projeto: o Projeto Catar visa a fortalecer a gestão da
Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Município de Rio Branco. Para tanto,
pretende-se realizar processo de incubação, formação continuada e capacitação dos catadores,
estruturação, sensibilização e mobilização da comunidade para a implantação da coleta seletiva e
divulgação das ações do projeto. As atividades serão desenvolvidas por meio de metodologia
participativa, com sensibilização e mobilização dos catadores, parceiros e comunidade por meio de
reuniões, oficinas de sensibilização, cursos com temas relevantes à gestão, distribuição de material
informativo e educativo com microorientação e campanha de divulgação de massa. O projeto
abrangerá o município de Rio Branco, buscando a sua replicabilidade em três municípios
circunvizinhos, atingirá 307 beneficiários diretos e 30 mil indiretos. Este projeto possui algumas
parcerias em articulação. Tais parcerias integram um grupo de agentes sociais e econômicos que
buscam diminuir os bolsões de miséria em que estão insertos os catadores e movimentar a cadeia
produtiva dos resíduos sólidos recicláveis, desde a geração, coleta, reciclagem e/ou reutilização, que
são: Prefeitura Municipal de Rio Branco por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente,
Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, Secretaria Municipal de Planejamento, Secretária
Municipal de Educação, Coordenadoria Municipal do Trabalho e Economia Solidária, Banco do
Brasil, SESI, Associação Vertente, IBAMA e Instituto do Meio Ambiente do Estado do Acre –
IMAC.
Projeto – S 60
Projeto Aquarela
Vivian Susi de Assis Canizares
Instituição: Universidade Federal de Rondônia
Descrição resumida da proposta do projeto: projeto de extensão universitária (pesquisa e
extensão) que tem como base a melhoria das ações desenvolvidas em dois grupos de idosos da
periferia da cidade Porto Velho-RO, visando à qualidade de vida dos idosos, enfatizando a
interdisciplinaridade, com ações psicossociais, jurídicas, biológicas, almejando o alcance do
conceito de saúde em sua amplitude.
Projeto – S 61
Mão Amiga: cidadania e políticas públicas como forma de inclusão social no município de
Tefé
Wanderlan Dimas Barbosa
Instituição: Universidade do Estado do Amazonas
Descrição resumida da proposta do projeto: o Projeto Mão Amiga: Cidadania e Políticas
Públicas como forma de Inclusão Social no Município de Tefé tem uma caracterização solidária e
pretende reunir esforços na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos de Tefé por meio de
práticas pedagógicas, oficinas, palestras e ações específicas na reeducação da população. A primeira
etapa do projeto prevê ações sociais e educativas nos bairros da cidade, estabelecidas pelo
cronograma das atividades e, numa etapa seguinte, pretende-se levar as ações para as comunidades
ribeirinhas próximas do município. Propomos um projeto coletivo em parceria com instituições
governamentais e não governamentais como forma de inclusão social para impulsionar ações
cooperativas que garantam a continuidade das atividades aplicadas nos setores envolvidos.
Comissão Organizadora
Presidente Executivo
Rivaldo Fernando Neves
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier)
Coordenação José Rincon Ferreira
Diretor do Departamento de Articulação Tecnológica
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e
Secretário Técnico do Prêmio Prof. Samuel Benchimol e Fórum Anual sobre a Amazônia
Almecir de Freitas Camara
Superintendente da Federação das Indústrias do Estado de Roraima
Membros
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Antônio Sérgio Martins Mello
Secretário de Desenvolvimento da Produção
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e
Coordenador do Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia
Júlio Augusto Miranda Filho
Presidente da Ação Pró – Amazônia
Flávia Skrobot Barbosa Grosso
Superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa)
Comissão Mobilizadora
Antônio Sérgio Martins Mello
Secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior
Carlos Roberto Rocha Cavalcante
Instituto Euvaldo Lodi
Carmem Eleonora C. Amorim Soares
Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
Cláudia David
Basf para América do Sul
Edinaldo Nelson dos Santos Silva
Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia
Fábio Silva
Caixa Econômica Federal
Fátima Chamma
Chama da Amazônia
Gerson Soares Alves Barreto
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Hélio Graça
Banco da Amazônia
Heraldo Castro
Nokia do Brasil
Isa Assef
Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica
Jaime Benchimol
Grupo Bemol
João César Dotto
Fundação de Tecnologia do Estado do Acre
José Carlos Reston
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas
José Cosmo
Souza Cruz
José Henrique Barreiro
Ministério da Ciência e Tecnologia
José Manuel de Aguiar Martins
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
José Mindlin
Membro da Academia Brasileira de Letras e Medalha do Conhecimento de 2000
Joyce Joppert Leal
Objeto Brasil
Júlio Augusto Miranda Filho
Federação das Indústrias do Estado de Roraima
Leandro Machado
Natura Cosméticos
Lena Vânia Ribeiro Pinheiro
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
Lynaldo Cavalcanti
Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica
Marcos Formiga
Confederação Nacional da Indústria]
Marcos Túlio de Melo
Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
Maria Auxiliadora Tupinambá
Superintendência dg Zona Franca de Manaus
Maria Nazaré de Freitas Pereira
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
Marilene Corrêa
Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas
Maria Oslecy Rocha Garcia
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Pará
Marly Guimarães
Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas
Miguel Milano
Fundação O Boticário de Proteção à Natureza
Milly Teperman
Móveis Teperman
Patrícia Abreu
Banco do Brasil
Paulo Shuiti Takeuchi
Honda South América
Raimundo Moreira
Amazon Sat
Rainer Kraus
Schering do Brasil, Química e Farmacêutica Ltda.
Rivaldo Fernandes Neves
Federação das Indústrias do Estado de Roraima
Reitor Roberto Ramos Santos
Universidade Federal de Roraima
Rui Lima do Nascimento
Serviço Social da Indústria
Saleh Hamdeh
Siemens Ltda.
Sérgio Abreu
Banco Itaú
Sérgio Melo
Federação das Indústrias do Estado do Amazonas
Silvio Crestaria
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Comissão Julgadora
Maria Elizabete Ferreira, da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica
(Abipti)
Pepeu Garcia, da Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA) Hélio Graça, do Banco da
Amazônia (BASA)
Manoel Marcos Formiga, da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Miguel Madeira, do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) Adriano
Remor, da Faculdade Atual
Odenildo Teixeira Sena, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam)
Laurenz Pinder, da Fundação O Boticário Jaime Benchimol, da Grupo Bemol
Jairo Klepacz, da Secretaria de Tecnologia Industrial, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior (STI/MDIC)
José Rincon Ferreira, da Secretaria de Tecnologia Industrial, do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (STI/MDIC)
Carlos Veloso de Melo Júnior, da Secretaria de Tecnologia Industrial, do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (STI/MDIC)
Antonio Sergio Martins Mello, da Secretaria de Desenvolvimento da Produção, do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (SDP/MDIC)
Morvan de Mello Moreira, do Ministério da Defesa (MD)
José Seixas Lourenço, do Ministério da Saúde (MS)
André Luiz Alves Silveira Martins, do Ministério das Minas e Energia (MME)
Maria José Monteiro, do Ministério da Justiça (MJ)
Bárbara Guimarães, do Ministério do Meio Ambiente (MMA)
Jorge Castro, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)
Bernardo Veloso, do Ministério das Relações Exteriores (MRE)
Hildezia Alves de Medeiros, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)
Jorge R. de A. Gonçalves, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
Marilene Corrêa, da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas (SECT/AM)
Roberto Ramos, da Universidade Federal de Roraima (UFRR)
Relação de autores
Abelardo Rodrigues da Costa Júnior
Admilton Pinheiro Salazar
Alan Hellyton Silva Pereira
Alba L. Rodrigues da S. Marques de Sá
Alberto Akama
Alberto dos Santos Marques
Aldemurpe Oliveira de Barros
Alessandro Dinelli de Paiva
Alexandre Lima Correia
Allex Porto Burger
Amanda de Souza da Motta
Ana Lúcia de Sousa
Ana Milani
Analton Alves da Silva
André Luis Wendt dos Santos
André Renato Nascimento Beckman
Andréa Belém Costa
Antônia Eliane Pereira Bezerra
Antônio Carlos Maciel
Antônio Cláudio Almeida de Carvalho
Antônio José do Nascimento Fernandes
Antônio Nascim Kalil Filho
Aparecida Donisete de Faria
Argemiro Lima Pedrosa
Arlem Nascimento de Oliveira
Arlem Nascimento de Oliveira
Augusto Hauber Gameiro
Bazilio Frasco Vianez
Bianca Galúcio Pereira
Breno de Almeida Marques
Bruno Batista da Cunha
Bruno Nonato Dias Medeiros Brasil
Bruno Silva Martins
Cândido Justino de Melo Neto
Carlos Alberto Franco da Costa
Carlos Gabriel Gonçalves Koury
Carlos José Esteves Gondim
Cassiano Figueiredo Ribeiro
Cátia Alves Macedo
César Augusto Domingues Teixeira
Cezar Luiz de Mari
Cleusa Suzana Oliveira de Araujo
Dalmo Fernandes Martins
Daniel Borges Nava
Danilo Benarrós
David Santana Braz da Silva
Décio Nickel
Denis Minev
Dirse Clara Kern
Dnival Veira de Feitas
Ecio Rodrigues
Ederson Augusto Zanetti
Edgardo Manuel Latrubesse
Edielson Meireles de Oliveira Santos
Edilaine Regina de Mattos Theodoro
Edna Maria Morais Oliveira
Eduardo Jorge de Sousa Paiva
Élcio Noli de Campos
Eliberto de Souza Barroncas
Elielma Coelho Derzi
Evandro Brandão Barbosa
Evandro Luiz Dall’Oglio
Expedita Fátima Gomes de Figueiredo
Ezequiel Camilo da Silva
Falberni de Souza Costa
Felipe Romici Zane Lordelo Nogueira
Fernando Agostinho da Cruz Dourado
Francisca Maria Carvalho
Francisco Everardo Girão
Francisco Kennedy Araújo de Souza
Francisco Patrício Esteves
Francisco Samonek
Georgheton Melo Nogueira
Germano Guarim Neto
Gilda Schmidt
Gilton Mendes dos Santos
Gilvanda Silva Nunes
Grupo Interdisciplinar de Pesquisa
Socioambiental e de Desenvolvimento de
Tecnologias Apropriadas na Amazônia Grupo Inter-Ação
Heiko Rossmann
Hélio Alves Feitosa
Herbert Kimura
Hipócrates de Menezes Chalkidis
Iana Vasconcelos
Irismar Silva da Penha
István van Deursen Varga
Ivaneide Bandeira Cardozo
Jair Carvalho dos Santos
Jerusa de Souza Andrade
João Aparecido Bazolli
Joaquim de Carvalho Bayma
Job Cruz de Pinho
Jorge Pinto da Silva
José Antonio Leite de Queiroz
José Araújo da Paixão
José Jorge Rebello
José Roberto Guedes de Oliveira
Josimara Martins Dias
Josita Correto da Rocha Priante
Juan David Revilla Cardenas
Juarez Caesar Malta Sobreira
Judibal Carvalho Cabral
Juliana Mitoso Belota
Karen Adami Rodrigues
Karine Gomes Queiroz
Leandro Timoni Buchdid Camargo Neves
Leonardo Fernando Cruz Basso
Liane Galvão de Lima
Lincoln Lima Corrêa
Lourdes de Fátima Gonçalves Furtado
Lúcia Setsuko Ohara Yamada
Luciana Gonçalves de Carvalho
Luciana Surita da Motta Macedo
Luis Antônio Serrão Contim
Luiz Antonio de Oliveira
Manoel Coracy Sabóia Dias
Manoel Expedito dos Santos
Manoel Haroldo Coutinho Torres
Marcelo Antunes Ferreira
Marcelo Cesar Peixoto Diniz
Marcelo Luiz Perini Tarachuk
Mareia Callage
Marcicleide Lima da Silva
Márcio Luiz da Silva
Marco Antônio Domingues Teixeira
Marcone Duarte Sousa
Marcos Fábio Freire Montysuma
Marcos Hervé Pinheiro Júnior
Marcus Alberto Stoyanovith Cavalcante
Maria Auxiliadora Ferreira dos Santos Filha
Maria Cristina Antun Maia
Maria da Gloria Souto Maior Nogueira
Maria da Penha de Faria
Maria das Graças de Assis Bianchini
Maria de Lourdes Pinheiro Ruivo
Maria do Socorro Teixeira Lima
Maria Filomena Fagury Videira Secco
Maria Lúcia Rodrigues Santos
Maria Perpétua Beleza Pereira
Mariano Colini Cenamo
Maristela Resende Resendes
Marjolaine Juliard do Canto
Marlene Grade
Masayoshi Ogawa
Maurino Pereira da Silva
Messias Modesto dos Passos
Natalino Araújo Paiva
Nelivelton Gomes dos Santos
Nelson Reis
Nelson Russo de Moraes
Newton Silva de Lima
Nicolau Priante Filho
Nilson Luiz de Aguiar Carvalho
Nilza Duarte Aleixo de Oliveira
Ning Labbish Chao
Otniel Freitas Silva
Pascoal Torres Muniz
Paulino Eduardo Fernandes Pinto Coelho
Paulo Afonso Rossignoli
Paulo Cesar Machado Andrade
Paulo Henrique Rocha Aride
Paulo Hercillo Viegas Rodrigues
Paulo Sergio Ribeiro de Mattos
Pe. Marcelo Bertolusso
Pedro Marcelo Staevie
Pedro Paulo Gastalho de Bicalho
Prefeitura de Boa Vista
Raphael Sanzio Pimenta]
Raquel Naves Blumenschein
Ricardo Gomes de Araujo Pereira
Ricardo Wahrendorff Caldas
Ronisley da Silva Martins
Rubens Tomio Ronda
Sara Magda O. Simões
Sérgio Luiz Ferreira Gonçalves
Sérgio Ricardo Nozawa
Sérgio Roberto Lopes
Silvia Maria Guerra Molina
Solange Alves Oliveira
Solange Pereira da Silva
Spartaco Astolfi Filho
Stanley Pereira da Silva
Suani Teixeira Coelho
Suzenir Aguiar da Silva
Tatiana Aparecida Balzon]
Tatiana Schor
Úrsula Mara Silva de Assis
Valdenei de Melo Parente
Valdir F. Veiga Júnior
Vanda Gorete Souza Rodrigues
Vasco Pinto da Silva Filho
Vicente de Paulo Campos Godinho
Vivian Susi de Assis Canizares
Viviane Mourão Pereira Cavalvcante
Waldecy de Oliveira
Wanderlan Dimas Barbosa
Wanderley Rocha da Silva
Willer Hermeto Almeida Pinto
Wolfgang Meiel
Zygmunt Sulistrowsk
Relação de instituições
Agência de Desenvolvimento da Amazônia
Alô Som da Amazônia – Microfone Profissional
Associação Andiroba
Associação de Catadores de Materiais Recicláveis e Reutilizáveis de Rio Branco
Associação Hortoflorestal de Monte Alegre
Associação Nossa Senhora das Graças
Associação Preparando Pessoas
Brasil Social Empreendimentos Culturais LTDA.
Centro de Biotecnologia da Amazônia
Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação do Polo Industrial de Manaus
Centro de Ensino Superior Nilton Lins
Centro de Estudos e Pesquisas Históricas e de Organizações
Centro de Pesquisas Agroflorestais do Amapá
Centro dos Trabalhadores da Amazônia
Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso
Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí
Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado das Populações
Tradicionais – CNPT/IBAMA
Centro Nacional de Referência em Biomassa
Centro Universitário Luterano de Palmas
Centro Universitário Nilton Lins
Centro Universitário Nilton Lins/ Fundação Nilton Lins
Comitê para Democratização da Informática do Amazonas
Comitê para Democratização da Informática no Estado do Pará
Conscius – Assessoria de Comunicação Ltda.
Conselho das Comunidades Afrodescendentes do Amapá
Conselho Nacional dos Seringueiros
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – RJ
Cooperativa dos Pescadores e Artesãos de Pai André e Bonsucesso
CPRM – Serviço Geológico do Brasil
Digital Comunicação
Embrapa Acre
Embrapa Agroindústria de Alimentos
Embrapa Amapá
Embrapa Amazônia Ocidental
Embrapa Florestas
Embrapa Rondônia
Eng. Consult Assessoria em Engenharia Ltda.
Faculdade Atual da Amazônia
Faculdades Integradas do Tapajós
Faculdades Integradas do Tapajós, LABIO
Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional
Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica
Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura
Fundação Floresta em Perigo
Fundação Universidade Federal de Rondônia, Campus de Cacoal
Fundação Universidade Federal do Tocantins
Governo do Estado do Acre
Grupo de Ação Ecológica Novos Curupiras
Idase Instituto de Desenvolvimento Ambiental, Social e Econômico
ING – Indivíduo Não Governamental
Instituto Amazônico de Manejo Sustentável dos Recursos Ambientais
Instituto Ascende de Políticas Públicas
Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas
Instituto de Ecodesenvolvimento da Amazônia
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
Instituto de Pesquisa da Amazônia
Instituto Esperança de Ensino Superior
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Instituto Salesiano Centro do Menor
Jobast Produções Cinematográficas Ltda.
Kanindé – Associação de Defesa Etnoambiental
Laboratório de Recursos Aquáticos, Universidade Federal do Ceará
Millenium Viagens e Turismo
Movimento Hip Hop de Roraima
Museu Integrado de Roraima
Museu Paraense Emilio Goeldi
Natural Consultoria S/S Ltda.
Nexus Consultoria Múltipla
Núcleo de Estudos Estratégicos Pan-Amazônicos
Organização de Serviço Sócio Ambiental Sustentável – PYRÁ
Organização Não Governamental Centro de Pesquisa e da Preservação da Ecologia Amazonense
Orsa Florestal
Radical Cursos e Turismo
Robson Zanetti Advogados Associados
SDS
Sebrae Tocantins
Secretaria da Educação do Município de São Paulo
Secretaria de Assistência Técnica e Extensão Agroflorestal do Estado do Acre
Secretaria de Educação do Estado do Amazonas
Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico
Secretaria de Estado do Meio Ambiente
Secretaria de Indústria Comércio e Mineração do Amapá
Secretaria Executiva de Estado de Saúde Pública
Secretaria Municipal de Gestão Ambiental e Assuntos Indígenas, Prefeitura Municipal de Boa
Vista-RR
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Social Desenvolvimento Humano e Comunitário
Sociedade Fogás Ltda.
Soluções Metálicas Indústria e Comércio Ltda.
Superintendência da Zona Franca de Manaus
ULBRA Manaus
UniNilton Lins
Universidade Federal de Viçosa
Universidade de Brasília
Universidade de Brasília, Sinduscon
Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Universidade do Estado do Amazonas
Universidade do Estado do Amazonas, Escola Superior de Tecnologia
Universidade do Estado do Amazonas, Tabatinga
Universidade do Estado do Pará
Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Departamento de Política Científica
e Tecnológica
Universidade Estadual Paulista, Pres. Prudente/SP
Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal de Goiás
Universidade Federal de Mato Grosso
Universidade Federal de Mato Grosso. Faculdade de Nutrição
Universidade Federal de Rondônia
Universidade Federal de Roraima
Universidade Federal de Santa Catarina
Universidade Federal do Acre
Universidade Federal do Acre, Campus Floresta, Cruzeiro do Sul
Universidade Federal do Acre, Departamento de Filosofia e Ciências Sociais
Universidade Federal do Amazonas
Universidade Federal do Amazonas, Departamento de Química
Universidade Federal do Amazonas, Museu Amazônico
Universidade Federal do Maranhão
Universidade Federal do Pará
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Universidade Federal do Tocantins
Universidade Federal do Tocantins, Campus de Porto Nacional
Universidade Federal Mato Grosso
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Waku’mä Produções Culturais e Artísticas Ltda.
Relação de projetos
Área Ambiental
Desenvolvimento de uma logística para recolhimento e coleta, via fluvial, de óleos lubrificantes
usados, destinados ao rerrefino, no Estado do Amazonas
Peixes de Igarapés da Amazônia
Óleos Vegetais da Amazônia para o mundo
Embriogênese somática em Paullinia cupana (guaranazeiro): propagação massal clonal de genótipos
elite e produção de compostos com potencial biotecnológico.
Meio Ambiente e Cidadania – A Comunidade na Universidade
Suinocultura em Cama Sobreposta Minimizando os Impactos Ambientais
Estudo do potencial de implementação de projetos de MDL, Biomassa residual no Estado do Pará
Destinação sustentável para o lixo urbano da Vila de Beja, em Abaetetuba (PA)
Controle Tecnológico na Recuperação Ambiental, Através da Topobatimetria num Trecho do rio
Coxipó
Povos dos Manguezais de Soure: a Vida entre a Terra e o Mar (ajó).
Acampenas – Acampamento Permanente na Selva
Divulgação do Conhecimento como Forma de Recuperação e Preservação dos Igarapés de Manaus
Embriogênese somática de pau-rosa: Biotecnologia aplicada à conservação e exploração sustentável
Aproveitamento de Resíduos de Madeira, Elementos para a Formação de Terra Preta Nova no
Estado do Pará.
Enchentes na bacia do Rio Acre e seus efeitos catastróficos na cidade de Rio Branco: definição e
implementação de um plano estratégico de defesa de inundações
Criação do minhocuçu cuiabano como forma alternativas de atividade econômica para comunidades
de baixa renda.
Monitoramento de efeitos naturais e antrópicos do Rio Juruá na fragmentação ambiental
Soluções Ambientais – Tecnologias Limpas
Trilhas do Amazonas: Planejamento e Gestão de sistema de trilhas ecológicas com base comunitária
para sensibilização e conservação do meio ambiente
Diversificação florestal, gestão comunitária e conservação ambiental: fortalecendo estratégias
extrativistas de desenvolvimento local no Acre
Fortalecendo a Rede GPFC – Grupo de Produtores Florestais Comunitário do Estado do Acre
enquanto estratégia de desenvolvimento com sustentabilidade
Recursos vegetais não-madeireiros da região de Sinop (MT): as plantas medicinais da floresta
Proposta para o Desenvolvimento Sustentável da Comunidade de Quebradeiras de Coco Babaçu do
Município de Sampaio – TO, Programa Agenda 21
Piraru Ecology Hotel
Diversidade e História Natural das Serpentes da Região de Santarém, PA, Brasil
Microfone Ecológico com Fio e sem Fio e Outros Derivados
Coleta de Lixo Orgânico e Químico (Lixo Branco)
Sistema de Separação de Água em Máquina de Lavar Roupa para Reuso da Água em Descargas
Sanitárias
Projeto Rota Ecológica Roosevelt-Rondon
A Floresta Vale Mais
Alternativa para a Recuperação de Áreas Degradadas
Árvores Campeãs
Biodigestores, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e Geração de Energia a Partir do Biogás:
Como Meio de Sustentabilidade Econômica Para Região.
Compre um Peixe Salve uma Árvore – Salvaguardando a Sustentabilidade da Pescaria de Peixes
Ornamentais Amazônicos
Desenvolvimento de Agregados e Elementos Construtivos Partir da Reciclagem Integrada de
Entulho de Construção e Demolição
Dinâmicas socioambientais, desenvolvimento local e sustentabilidade no eixo da Cuiabá-Santarém
(BR-163)
Distribuição e Dinâmica da Hidroquimica nas Águas Subterrâneas em Cidades na Calha do Rio
Negro – Amazonas/Brasil
Educação Ambiental e Apicultura na Amazônia
Emprego de estratégias de controle biológico integrado em frutos tropicais produzidos no Arranjo
Produtivo Local (APL) da Região Central do Tocantins.
Estratégia de Mobilização Comunitária para as Mulheres
Estudos de Epidemiologia de Carnívoros Silvestres e de Estruturação da Paisagem na Sua Área de
Vida no Estado de Roraima.
Germinação e Predação de sementes da Castanha-do-Pará (Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl.)
Lecythidaceae e Fatores que Condicionam sua Regeneração
Gestão Integrada dos Recursos Hídricos em Áreas de Várzea, Amazônia Central
Implementação de uma Central Termelétrica de até 200 kW a partir do aproveitamento de Resíduos
de Madeira sustentável, dentro de uma reserva extrativista estadual localizada na Região Norte do
País – ENERMAD
Inventário da Avifauna do Município de Boa Vista – RR como subsídio ao Ecoturismo.
Manejo Sustentável de Quelônios (Podocnemis spp.) por comunidades do Médio Rio Amazonas –
Programa Pé-de-pincha
O Mapa das Zonas de Degradação dos Cursos de Água Fluviais de Palmas – TO
Omega-3: aplicação biotecnológica para elevação dos teores médios utilizando a expressão gênica e
nutrição em tambaqui (Colossoma macropomum) e pirarucu (Arapaima gigas)
Produção mais limpa em Ponta de Pedra
Programa de Gestão de Materiais
Projeto Plante Pinhão Manso
Proposta de um Programa de Pagamento por Serviços Ambientais para a Conservação Florestal no
Amazonas: Projeto-Piloto na região de Apuí – AM
Recriar o que já foi criado: a Terra Preta dos índios da Amazônia
Recuperação e Proteção das Nascentes e Áreas que Margeiam o Igarapé Caranã.
Rio Itacaiunas
TERRAQUARIUM – Centro de Convivência e Educação Ambiental Rio Itacaiunas
Tijolo com PET ecologicamente correto
Turismo Ecológico no Acre
Utilizando e conservando a floresta – Manejo florestal comunitário de uso múltiplo
Área Econômica/Tecnológica
Fitocosmético preparado com nanotecnologia
Desenvolvimento de sensor para detectar mutagênicos/carcinogênicos
Energia solar fotovoltaica aplicada ao processo de beneficiamento da pele de peixe na comunidade
de Nova Esperança-RR
Monitoramento em escala continental de emissões de carbono de queimadas
Produção de substâncias bioativas de origem natural e avaliação do seu efeito sobre fungos
fitopatogênicos
Produção intensiva de surubins em tanques-rede
A economia doméstica, uma forma de aumentar a renda
Valoração e manejo sustentável do cipó-titica como alternativa de desenvolvimento regional de
algumas regiões da Amazônia
Produção de “caissuma” e derivados energéticos não-alcoólicos a partir de conhecimentos
tradicionais
Desenvolvimento de genótipos superiores de pupunha (Bactris gasipaes Kunth. var. gasipaes
Henderson) para palmito em diferentes regiões brasileiras
Produção de helicônias em assentamentos no Estado do Amazonas: uma alternativa socioeconómica
para transformar assentamentos em unidades rurais produtivas
Levantamento, seleção e domesticação de espécies nativas da flora amazônica para introdução na
indústria de produção de plantas ornamentais
Criação de dez escolas de informática e cidadania na área metropolitana de Belém do Pará
Turbina hidrocinética para comunidades isoladas na Amazônia. Aperfeiçoamento de produto e
adequação do uso da tecnologia
Pesquisa e desenvolvimento de turbinas eólicas para regiões remotas no Estado do Maranhão
Energias renováveis no Estado do Amazonas
Difusão homogénea e uniforme de geração e/ou retransmissão radiofônica na Região Amazônica
Anjos da Amazônia
Oportunidades na Amazônia de sequestro de carbono
Projeto Paca de Acrelândia
Armazém da biodiversidade amazônica
Centro Especializado de Recuperação de Resíduos do Agronegócio – CERRA
FAMS – Forest Architecture Modelling System (software livre)
Castanha do Brasil – aumento do valor agregado do produto destinado à exportação através da
melhoria da metodologia para detecção de fungos produtores de aflatoxinas
O geoprocessamento no ensino fundamental público
Desenvolvimento de uma unidade piloto na comunidade Guariba, município de Colniza, de
produção de óleo, de biodiesel via transesterificação etílica, a partir de espécies oleaginosas do
Estado de Mato Grosso – Projeto Biodiesel Guariba
Os encauchados de vegetais Kaxinawá e Shanenawa: a ciência e o saber tradicional transformando
o látex nativo em uma borracha amazônica sustentável
Emprego de ativos da biodiversidade pré-amazônica para desenvolvimento de cosméticos:
exploração racional e inovação tecnológica
Multiplicação Comercial de Seringueira
Recriar o que já foi criado: a terra preta dos índios da Amazônia
Manejo florestal sustentável e processamento da madeira em três comunidades da RESEX TapajósArapiuns
Solução de CRM e CCQ
Pequena agricultura na Amazônia: sustentabilidade econômica e ambiental
Tecnologia de bebidas alcoólicas fermentadas de frutos da Amazônia para a viabilidade dos
Arranjos Produtivos Locais (APLs) e desenvolvimento sustentável da Amazônia
Projeto piloto para o cultivo e a destilação de plantas aromáticas da Amazônia para a obtenção de
óleos essenciais
Aproveitamento das macrofitas aquáticas na produção de adubo orgânico para o cultivo de plantas
medicinais e aromáticas no município de Manaquiri/AM
Tesauro digital do design e da cultura material amazônica
Reaproveitamento tecnológico dos resíduos gerados na agroindustrialização familiar do leite-decoco no Estado de Roraima
Análise microbiológica, físico-químico e monitoramento biológico das água de recursos hídricos: a
educação ambiental por meio dos parâmetros da qualidade de água e da saúde pública
Obtenção de material genético de mogno (Swietenia macrophylla King) resistente à broca do ápice
(Hypsipylla grandela) visando ao desenvolvimento da atividade madeireira de alta qualidade na
região amazônica
Uso de resíduos de peixes para a geração de produtos biotecnológicos
Ecoturismo, pesquisa e produção visual na Amazônia
Estudo de genes expressos em frutos de camu-camu: sequenciamento de Expressed Sequence Tags
(ESTs)
Centro Integrado de Serviços Socioambientais do Amazonas
Melhoramento da tecnologia de produção de produtos derivados de caju na comunidade de
Voadeira, Distrito de Barra do Garças, MT
Avaliação preliminar do potencial tecnológico de amiláceas e oleaginosas presentes em Terra Preta
do (ndio no Estado do Pará
Gerando diversificação florestal, gestão comunitária e conservação: fortalecimento de comunidades
extrativistas no Acre, Brasil
Quebradeiras de Coco do Babaçú da Amazônia
Inteligência competitiva no processo de gestão da informação na Embrapa Amazônia Ocidental
Implantação de uma unidade padrão (piloto) de processamento de carne de caranguejo em
comunidades pesqueiras
Trade service especializada em produtos típicos da Amazônia
Quantificação dos potenciais energéticos a partir de biomassa para produção de carvão
Rede de colaboração solidária para industrialização e comercialização de produtos oriundos da
pesca artesanal e da fruticultura extrativista e familiar
Avaliação e quantificação de selênio e da contaminação por aflatoxinas para a melhoria da
qualidade do produto e recuperação de mercado
Elaboração e análise de Alimento Alternativo Composto (A.A.C.)
Plantas ornamentais tropicais da Amazônia
Amazonas, sinergia e crescimento socioeconômico
Desenvolvimento da agricultura familiar
Análise proteômica do cardinal (Paracheirodon axelrodi) com ênfase em biomarcadores de
poluição por metais
Mecanismos para a consolidação do encadeamento produtivo do APL Madeira- Móveis na
mesorregião do alto Solimões do Estado do Amazonas
Identificação e aplicabilidade de biossensores de DNA da ictiofauna da Amazônia Ocidental
envolvidos no monitoramento de ambientes impactados e na reprodução
Projeto Agroflorestal Nova Bonal: um jeito de viver e produzir na Amazônia
Análise genômica do guaranazeiro (Paullinia cupana) – Fase II – funções e aplicações de genes que
se expressam nos frutos
Atividades econômicas rurais e sustentabilidade em três comunidades do município de
Parintins/AM
Óleos de copaíba – estudos transversais de avaliação de seu potencial mercadológico para elevação
de seu valor agregado
Agricultura urbana: alternativa para o desenvolvimento sustentável da cidade de Porto Velho,
Rondônia
Portal de Negócio de Rondônia Via Internet
Girassol para emprego, renda e energia em Rondônia
Área Social
Agência de Turismo Receptivo Comunitária
Cantigas de Roda da Floresta – Baixo Madeira
Eficiente Digital Ateliê de Midia
Projeto Burareiro de Educação Integral em Áreas Rurais de Forte Impacto Ambiental e Social: uma
experiência pedagógica no garimpo bom futuro em Ariquemes – Rondônia
Construção de casas com resíduos madeireiros das fábricas de compensado
Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP-UFAC) da Universidade Federal do Acre
Planejamento Ecoturístico na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã
Capacitação Turísticas de Comunidades Rurais e Ribeirinhas da Amazônia
Desenvolvimento de inseticidas botânicos por tecnologias de baixo custo para agricultores
familiares
Projeto Manuel Alves e a comunidade de pequenos agricultores Olho D’água no município de
Dianópolis-To; a luta pela permanência na terra Geodiversidade – Geoecoturismo na Terra das
Cachoeiras
Desenvolvimento de jovens talentos da rede pública de ensino
Amazónia Forever
Projeto Assistido de Desenvolvimento Sustentável Comunitário
Projeto Porcelana Artesanal
Claridão do Verde: educação com os pés na terra
UNIR nos bairros
A conquista da Amazônia
Projeto saúde a distância
Identidade surda: leitura multicultural por meio do discurso
Desenvolvimento do sistema produtivo das comunidades quilombolas do Tocantins
Programa Integrado da Castanha (PIC): apoio ao manejo, coleta, beneficiamento, armazenamento e
comercialização da castanha-do-brasil por povos indígenas, extrativistas e pequenos produtores do
noroeste de Mato Grosso
Ações afirmativas de cidadania perante questões socioambientais no meio urbano e rural do Estado
do Amazonas
Prevenção e controle social integrado da malária e das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)
na Amazônia
Valorizando a cultura Paiter
Avaliação de aspectos socioeconómicos e ambientais da praia fluvial da Gaivota em Araguacema –
TO: propostas para um turismo sustentável
Gestão ambiental e territorial sustentáveis em Gurupá-PA
Extração sustentável de cipó-titica
Bambuzeria Amazônia
Mapeamento da organização espacial e dos conflitos entre comunidades ribeirinhas na área da
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – AM por meio das ferramentas de SIG
Vivências tradicionais indígenas
Técnicas e ofícios: o saber-fazer da Amazônia
Telecentro de capacitação digital e inclusão social
Oficinas de extensão e capacitação na reserva extrativista Marinha Mãe Grande, por uma gestão
solidária
Balata: remodelando a Amazônia
Capacitação trinacional em desenvolvimento e integração fronteiriça/diploma trinacional en
desarrollo y ingegración fronteriza
Expedição Cinema na Transamazônica
Desenvolvimento para os resíduos alimentares, combatendo a desnutrição da região e capacitando
pessoas ao desenvolvimento pessoal
Projeto de ampliação de um laboratório de design e fotografia para inclusão social para adolescentes
e jovens de baixa renda
Remanescentes quilombolas do Vale do Guaporé: identidade, territorialidade e sustentabilidade
Visões de gênero na utilização dos recursos ambientais na Amazônia: uma ponte entre Acre e
Tocantins (1964-2006)
Viva com atitude
Educação comunitária
Programa piloto para melhoria na qualidade da alimentação de alunos do ensino fundamental de
escolas públicas da Amazônia Legal
Potencialização e valorização do saber do idoso: uma proposta socioeducativa para a terceira idade
Fortalecer o APL de frutas e produtos agrícolas do Amapá e promover a sua exportação
Mulheres empreendedoras na Amazônia: transferência de tecnologia social a grupos de mulheres no
Estado de Roraima
Utilização do couro de jacaré-açu (Melanosuchos nigger) procedente de unidades de manejo
sustentável do Estado do Amazonas
Utilização de alimentos enriquecidos com castanha-do-brasil e outros produtos regionais na
recuperação de crianças desnutridas no Acre
Viver no meio dos menores “Galera de Paz”
Mapeamento de estresse em policiais militares da região amazônica
Vidas em silêncio – arte, talento e cidadania
Adaptabilidade ecológica de população humana migrante para a amazónia: o caso de RorainópolisRR
Projeto – Eu existo
Águas da Inclusão
O dilema florestal
As fábricas e os rios: um estudo sobre a produção e a distribuição de insumos para a construção
civil na calha do rio Solimões-Amazonas
Projeto Catar – inclusão social e geração de renda de catadores/as
Projeto Aquarela
Mão Amiga: cidadania e políticas públicas como forma de inclusão social no município de Tefé
Coordenação
José Rincon Ferreira
Diretor do Departamento de Articulação Tecnológica, Secretaria de Tecnologia Industrial,
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Secretário Técnico do Prêmio
Professor Samuel Benchimol 2006
Almecir de Freitas Câmara
Superintendente da Federação das Indústrias do Estado de Roraima
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Comitê editorial
Admilson Bispo dos Santos
Alberto Fernandes de Sousa
Carlos Fenley Dourado Botelho
Carlos Veloso de Melo Jr.
Juliana Costa Araujo
Lillian Alvares
Márcia Antunes Caputo
Rafael Romero Cardoso Machado
Sara Oliveira
Normalização bibliográfica
Venáuria da Silva Batista
Projeto gráfico e editoração eletrônica
Júlio César da Silva Delfino