a publicação na íntegra

Transcrição

a publicação na íntegra
Comportamentos
que podem
impulsionar e
bloquear
uma carreira
Março 2012
E
m geral, profissionais tendem a
olhar para suas carreiras sempre
de maneira positiva, focando em
pontos fortes, expectativas e realizações.
Claro que trabalho duro, dedicação e
preparação favorecem um caminho de
sucesso. Mas é preciso lembrar também
que o comportamento é um fator que
influencia muito o desenvolvimento
profissional, podendo impedir o progresso
se não for levado em conta. Para que os
comportamentos não se transformem em
barreiras, é importante prestarmos atenção
na forma como atuamos.
Nesse sentido, realizamos uma
metapesquisa sobre o tema e consolidamos
uma lista com 12 comportamentos
considerados mais efetivos para alavancar
uma carreira e outros 12 que bloqueiam.
Para entender melhor como esses
comportamentos têm sido percebidos na
realidade de empresas no Brasil, aplicamos
a Quick Survey LAB SSJ – Alavancas
e Barreiras com representantes de
companhias multinacionais e brasileiras de
diversos setores da economia.
Realizada em dezembro de 2011 e janeiro
de 2012, a pesquisa contemplava dois
rankings de múltipla escolha por priorização.
Os 159 respondentes em posições de
liderança foram convidados a escolher os
cinco comportamentos que, na opinião e
experiência deles, poderiam alavancar a
carreira de um profissional e outros cinco
que pudessem bloqueá-la.
Comportamentos que
alavancam
a carreira
Saber ouvir
75%
Saber se comunicar
67%
Assumir riscos
55%
Lidar com a diversidade
50%
Saber influenciar
47%
Entender do negócio
43%
Ter bom desempenho
36%
Ter maturidade
35%
Ser inovador
33%
Ter bom humor
29%
cooperar
25%
Aprender rápido
22%
Outros:
Descobertas
A maioria dos respondentes que escolheu o
comportamento “Saber ouvir” (75%) também selecionou
“Saber se comunicar” (67%). Isso mostra como saber
assimilar o que os outros dizem e se posicionar diante
disso são habilidades valorizadas para o trabalho. Ouvir
atentamente, dando atenção suficiente para compreender
a mensagem, suas intenções, emoções e os gestos
transmitidos na comunicação, permite expressar opiniões
e pensamentos que geram conexão e empatia. Afinal,
comportamentos e atitudes não verbais são elementos
tão importantes quanto o discurso em si, pois tornam a
pessoa inseparável da própria mensagem.
55% dos líderes apontaram que assumir riscos pode ser
positivo para a carreira. Isso talvez se deva à percepção
de que assumir riscos é ter uma atitude ousada, de quem
coloca-se à frente e não teme. O cuidado aqui é não deixar
que um risco comprometa algo maior ou fuja do controle.
A ousadia deve vir acompanhada de análise e bom senso.
Se o risco valer a pena, os resultados serão bem-vistos. Se
não der, é preciso recorrer a uma alternativa já pensada.
Exatamente a metade dos respondentes (50%) acredita
que saber lidar com a diversidade é um comportamento
importante para alavancar a carreira. A multiplicidade tem
sido valorizada e estimulada no ambiente de trabalho.
Nesse sentido, as diferenças devem ser encaradas como
oportunidades para complementar ambientes e equipes.
Habilidades
associadas à
comunicação
lideram o ranking.
Saber dosar
ousadia com o pé
no chão é bom
para a carreira.
Como diferenças
podem fazer a
diferença.
A diversidade está presente nas ideias, pontos
de vista, educação, cultura, crenças, atitudes,
gerações, histórias de vida, profissões,
experiências, formas de expressão etc. Uma cultura
organizacional que estimula a diversidade, em
geral, proporciona um ambiente seguro, de respeito
mútuo e aprendizagem social, em que as pessoas
aprendem umas com as outras.
Alertas
47% dos líderes apontam que saber influenciar é
uma importante alavanca para a carreira. Por outro
lado, apenas 25% reconheceram que cooperar é
importante. Na verdade, cooperar também faz parte
de uma estratégia de influência. De alguma forma, as
pessoas esperam receber de volta o que ofereceram
um dia a alguém. É por isso que esse processo de dar
e receber, uma via de mão-dupla, ajuda a progredir no
ambiente de trabalho.
Surpreendentemente, somente 22% dos
respondentes acreditam no potencial de alguém que
é capaz de aprender rápido. Porém, o ritmo acelerado
do cenário atual tem exigido adaptação e resiliência
dos profissionais. E para aprender rápido é preciso
compreender as críticas e estar aberto ao novo.
33% dos líderes da pesquisa julgam que ser inovador
é estar em busca do que ainda pode ser feito, ir além
de conceitos pré-estabelecidos. Por muito tempo,
inovação foi associada somente ao desenvolvimento
de novos produtos e tecnologias. Hoje, tem sido
explorada para renovar serviços e modelos de
negócios inteiros. Esse comportamento ajuda a
responder questionamentos mais amplos, dar conta
de necessidades, preencher lacunas. Toda empresa
deve inovar de acordo com sua realidade e públicoalvo. E não importa quanto as organizações acreditam
ser inovadoras, o cliente é o verdadeiro termômetro.
Dica
É a cultura organizacional que molda e estimula
as habilidades de uma equipe, área, negócio.
Ela influencia diretamente nos comportamentos
necessários (ou mesmo exigidos) para alavancar a
carreira de um profissional em determinada empresa.
Por isso, é importante compreender o cenário e
investir os esforços sempre na direção que a empresa
julga certa. Um mesmo comportamento pode ser
interpretado e aceito de maneiras diferentes, variando
conforme a cultura de cada organização.
Troca de favores,
reciprocidade e
cooperação são a base
das relações humanas.
Em tempos de mudanças
constantes, aprender
rápido é quase uma
necessidade.
A corrida pela
inovação existe.
Comportamentos que
bloqueiam
a carreira
Falta de comprometimento
73%
Ter arrogância
67%
Individualismo
53%
Pouca habilidade para se comunicar
50%
Ser centralizador
43%
Imaturidade
43%
Ser inconsistente
39%
Indecisão
38%
Insegurança
36%
Excesso de dependência
27%
Limitação técnica
25%
Excesso de ambição
10%
Outros:
Descobertas
A pesquisa mostra que falta de comprometimento é
o comportamento que mais bloqueia a carreira de um
profissional (73%). Comprometimento tem a ver com
confiança, credibilidade e responsabilidade. Por essa
razão, alguns hábitos de trabalho podem ser interpretados
como falta de comprometimento: perda do foco com
facilidade, procrastinação, imprevisibilidade e permanência
na zona de conforto.
A arrogância aparece em 67% das respostas,
demonstrando como esse comportamento é mal visto. Isso
talvez se deva ao fato de que pessoas arrogantes julguemse sempre certas e mantenham distância dos demais. A
arrogância é capaz de arruinar relacionamentos, colocando
em jogo o desempenho de uma equipe inteira, além de
comprometer a reputação do próprio profissional.
53% dos respondentes vêem uma postura individualista
como algo não recomendado para a carreira. Em geral,
deixar o individualismo de lado tem a ver com saber lidar
com as diferenças (que também aparece na pesquisa
como uma alavanca), ser capaz de estabelecer relações
de confiança, trocar com o grupo em que se está inserido,
colaborar com planos e estratégias maiores do que o
trabalho individual. Exercitar habilidades sociais e ter visão
sistêmica podem ajudar a “sair do isolamento”.
Habilidades associadas à comunicação lideram o ranking
de comportamentos que podem alavancar uma carreira
com 67% dos respondentes. Para corroborar este indicador,
metade deles (50%) reforçou que ter pouca habilidade para
se comunicar tende a ser mesmo uma barreira.
Um profissional
comprometido é
aquele com quem se
pode contar.
Arrogância: alto
grau de rejeição
na pesquisa.
Prefira
colaboração
em vez de
individualismo.
Boa
comunicação
sempre.
43% dos líderes reconhecem que ser centralizador pode
comprometer uma carreira. Em geral, esse é o tipo de
comportamento que um profissional com dificuldade
para delegar apresenta. Descentralizar é permitir
que, em alguma medida, outros também estejam no
controle. O que, de certa forma, também tem a ver com
ser capaz de assumir riscos e estabelecer relações de
confiança (uma das alavancas apontadas na pesquisa
por 55% dos respondentes).
Também pode
ser favorável não
estar no controle o
tempo todo.
Alertas
Apenas 10% dos respondentes da pesquisa acreditam que
ambição seja uma forma de bloquear a carreira. Talvez
porque um profissional ambicioso, em geral, apresente
foco em resultado e visão de futuro – que podem ser mais
bem vistos do que mal interpretados. Um profissional com
ambição pode ser capaz de se manter motivado por mais
tempo, desempenhando melhor sua função. O cuidado é
não deixar que esse comportamento alcance seu extremo,
tornando-se algo negativo.
Somente 25% dos líderes encaram a limitação técnica
como um problema. Apesar de um profissional não
qualificado para a função demorar mais tempo do que
o esperado para atingir metas e objetivos, a pesquisa
aponta certa despreocupação nesse sentido. Em geral, o
profissional pode cometer uma série de erros técnicos e,
por falta de conhecimento, tomar decisões equivocadas.
É por isso que esse comportamento costuma estar
associado à inexperiência na função, falta de tempo
para aprender ou receber orientação adequada. Por
outro lado, a aprendizagem pode acontecer na prática,
desempenhando a função no dia a dia.
27% dos respondentes apontam o excesso de
dependência como uma barreira profissional. Há
determinadas situações que podem até mesmo justificar
a dependência. Às vezes, um profissional precisa de
pessoas diferentes para orientá-lo sobre a realização de
uma tarefa. Ou então, ele pode parecer dependente pelo
número de vezes que acessa seu líder ou mentor, quando
sua intenção é aprender mais. Por outro lado, é preciso
observar quando o excesso de dependência se torna
um problema de verdade. Isso pode acontecer quando o
profissional está tão acostumado a contar com os outros
que não consegue mais obter resultados sozinho. Em
geral, isso está associado à comodidade, quando a pessoa
não sai mais de sua zona de conforto.
Dica
Para o bem ou para o mal, o excesso não é aconselhável
e nem deve ser estimulado, pois sempre será
uma armadilha. Até mesmo o excesso de um bom
comportamento. Seu uso além do necessário pode
causar o efeito contrário, tornando-se uma fraqueza
em vez de ponto forte. Por exemplo, quando um
profissional muito focado em resultados deixa de ouvir
conselhos e orientações. Para encontrar o equilíbrio,
é preciso identificar qual é a causa por trás do
comportamento excessivo.
Um comportamento
ambicioso também
pode ser positivo.
Problemas de
performance podem
surgir de várias
razões, não só por
despreparo.
É preciso
compreender um
comportamento
dependente.
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Secrets to successful leadership succession. Sandy Blaha
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________________. The SHL Leadership Report. SHL People
Performance, 2005.
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