Oportunidades no - Agriment International

Transcrição

Oportunidades no - Agriment International
Oportunidades no
sector da batata;Brasil
Uma análise das cadeinas de valor
das sementes ao produto final
Associação Brasileira da Batata
Dezembro 2015
Preparado por:
Em cooperação com:
Wageningen UR/PPO, Lelystad, Holanda
Huub Schepers and Romke Wustman
Agriment International BV, Twello, Holanda
Rene Oostewechel
Agrivalue, Buenos Aires, Argentina
Pepijn Verheij
APH-group, Heerenveen, Holanda
Harco Christiaens
Farm Frites BV, Oudenhoorn, Holanda
Jochem Rovers
Associação Brasileira da Batata (ABBA)
Natalino Shimoyama
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
1
Índice
1
2
3
PREFÁCIO ................................................................................................................................................ 5
RESUMO EXECUTIVO ............................................................................................................................. 6
DIMENSÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SETOR DA BATATA-INGLESA .............................. 8
3.1
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 8
3.2
REGIÕES DE PRODUÇÃO NO BRASIL..................................................................................................... 8
3.3
TEMPORADAS DE PRODUÇÃO NO BRASIL.............................................................................................. 9
3.4
CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DAS REGIÕES DE PRODUÇÃO .............................................................. 10
3.4.1 Altitudes e temperaturas ............................................................................................................. 10
3.4.2 Irrigação, precipitação e disponibilidade de água ...................................................................... 11
3.5
ÁREA DE PRODUÇÃO, RENDIMENTOS E PREÇOS DA BATATA-INGLESA,.................................................. 14
3.6
CUSTO DE PRODUÇÃO ...................................................................................................................... 16
3.7
TENDÊNCIAS E EXPECTATIVAS ........................................................................................................... 19
3.8
PREÇOS E CONTRATOS ..................................................................................................................... 20
3.9
VISÃO GERAL DO SETOR DA BATATA-INGLESA .................................................................................... 21
4 PRODUÇÃO PRIMÁRIA ......................................................................................................................... 22
4.1
CAPACIDADE DE PRODUÇÃO POTENCIAL NAS ÁREAS DE PRODUÇÃO SELECIONADAS .............................. 22
4.2
PRODUÇÃO DE BATATA SEMENTE ....................................................................................................... 23
4.2.1 Variedades de batata semente ................................................................................................... 24
4.2.2 Produtores de semente no Brasil ............................................................................................... 25
4.2.3 Categorias brasileiras de batata semente .................................................................................. 26
4.2.4 Mercado brasileiro de batata semente 2013 .............................................................................. 27
4.2.5 Requerimentos fitossanitários .................................................................................................... 27
4.2.6 Condições para a exportação de batatas semente para o Brasil ............................................... 27
4.2.7 Estrutura atual ............................................................................................................................ 29
4.2.8 Legislação ................................................................................................................................... 29
4.2.9 Práticas de plantio ...................................................................................................................... 29
4.2.10
Doenças, pragas e fertilização ............................................................................................... 30
4.2.11
Armazenamento ..................................................................................................................... 30
4.2.12
Qualidade................................................................................................................................ 30
4.2.13
Problemas e obstáculos de acordo com os agricultores ........................................................ 30
4.2.14
Análise econômica / Estrutura de custo da produção de batatas semente ........................... 31
4.2.15
FOFA ...................................................................................................................................... 31
4.3
PRODUÇÃO DE BATATA DE CONSUMO (DE MESA MAIS PROCESSAMENTO) ............................................. 32
4.3.1 Estrutura atual ............................................................................................................................ 33
4.3.2 Práticas de plantio ...................................................................................................................... 34
4.3.3 Doenças, pragas e fertilização ................................................................................................... 34
4.3.4 Armazenamento ......................................................................................................................... 35
4.3.5 Qualidade.................................................................................................................................... 35
4.3.6 Problemas e obstáculos de acordo com os agricultores ............................................................ 35
4.3.7 Análise econômica / Estrutura de custo da produção de batata de consumo ........................... 36
4.3.8 FOFA Sobre a produção primária .............................................................................................. 36
5 INFRAESTRUTURA ............................................................................................................................... 37
5.1
PROTEÇÃO DOS PLANTIOS E FERTILIZANTES ....................................................................................... 37
5.1.1 Sistemas de gestão de plantios .................................................................................................. 37
5.2
MECANIZAÇÃO .................................................................................................................................. 38
5.2.1 História da Mecanização no Brasil ............................................................................................. 38
5.2.2 Disponibilidade e Fornecedores de Tecnologia de Mecanização .............................................. 39
5.2.3 Rede de assistência técnica for maquinaria ............................................................................... 40
5.2.4 Níveis de preço da tecnologia de mecanização ......................................................................... 40
5.2.5 Pedidos especiais – oportunidades ............................................................................................ 41
5.3
ARMAZENAMENTO ............................................................................................................................. 41
5.4
IRRIGAÇÃO........................................................................................................................................ 41
5.5
MÃO-DE-OBRA .................................................................................................................................. 42
5.6
LOGÍSTICAS ...................................................................................................................................... 43
6 CADEIAS DE VALOR ............................................................................................................................. 44
6.1
GERAL.............................................................................................................................................. 44
6.2
MERCADO DE PRODUTOS PARA CONSUMO EM FRESCO ........................................................................ 45
6.2.1 Variedades e tamanho ................................................................................................................ 45
6.2.2 Atacado ....................................................................................................................................... 46
6.2.3 Setor Varejista ............................................................................................................................ 47
6.2.4 As principais restrições neste setor ............................................................................................ 49
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
2
6.2.5 Serviços alimentícios .................................................................................................................. 51
6.3
PROCESSAMENTO INDUSTRIAL ........................................................................................................... 53
6.3.1 Consumo de processados .......................................................................................................... 54
6.3.2 Batatas fritas ............................................................................................................................... 54
6.3.3 Bem Brasil................................................................................................................................... 58
6.3.4 Hortus Agroindustrial .................................................................................................................. 59
6.3.5 Batatas fritas de pacote .............................................................................................................. 59
6.3.6 PepsiCo ...................................................................................................................................... 60
6.3.7 Yoki ............................................................................................................................................. 62
6.3.8 Cooperativa Castrolanda ............................................................................................................ 62
6.3.9 Outras pequenas fábricas de batatas fritas de pacote ............................................................... 62
6.3.10
Outros ..................................................................................................................................... 63
6.3.11
Acordo de livre comércio UE-Mercosul .................................................................................. 67
6.4
FOFA .............................................................................................................................................. 67
7 INFORMAÇÃO PARA O SETOR ........................................................................................................... 69
8 REPRESENTAÇÃO DO SETOR ............................................................................................................ 70
9 EDUCAÇÃO E PESQUISA..................................................................................................................... 71
10 LEGISLAÇÃO GERAL ........................................................................................................................... 72
10.1 CÓDIGO E CLASSIFICAÇÃO DO PRODUTO BRASILEIRO .......................................................................... 72
10.2 TAXAS E IMPOSTOS DE IMPORTAÇÃO BRASILEIRA ................................................................................ 72
10.2.1
Plantas, raízes e tubérculos comestíveis ............................................................................... 72
10.2.2
Batatas fritas Congeladas: Tarifário (Políticas de importação) .............................................. 72
11 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................................................. 73
11.1 CONCLUSÕES GERAIS ....................................................................................................................... 73
11.2 PROBLEMAS PARA RESOLVER E RECOMENDAÇÕES.............................................................................. 74
12 ENTREVISTAS, SEMINÁRIOS E REFERÊNCIAS ................................................................................ 78
12.1 ENTREVISTAS .................................................................................................................................... 78
12.2 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 78
Figuras
Figura 1: Diferentes zonas climáticas no Brasil ........................................................................................... 10
Figura 2: Temperaturas mínimas nas regiões da ......................................................................................... 10
Figura 3: Altitudes das regiões de produção ................................................................................................ 11
Figura 4: Área irrigada (ha) no Brasil de acordo com Censo agrícola ......................................................... 12
Figura 5: Pluviosidade Normal Climatológica 1981-2010 por período do ano ............................................. 13
Figura 6: Visão Geral do Setor da Batata no Brasil 2012-2014 ................................................................... 21
Figura 7: O mapa com todas as regiões que produzem batata no Centro-Sul do Brasil ............................. 22
Figura 8: Armazenamento de sementes em caixas pallet, ventilação forçada ............................................ 30
Figura 9: Quatro tamanhos de batata semente ............................................................................................ 30
Figura 10: 15 kg de batatas por engradado de plástico mais sacos de polipropileno de 50 kg .................... 47
Figura 11: Participação no volume de negócios varejistas por região (2009) e densidade da população .... 48
Figura 12: Empacotadas em bandejas, batatas para cozinhar, batatas para fritar ....................................... 51
Figura 13: Promoção de produto empacotado e produto a granel ................................................................ 51
Figura 14: Instalações de processamento da BEM ........................................................................................ 58
Figura 15: Marcas de batatas fritas de pacote no Brasil ................................................................................ 60
Figura 16: Fábricas de PepsiCo de Processamento de Batata ..................................................................... 61
Figura 17: Produção de Batata-palha............................................................................................................. 64
Figura 18: Batatas vaporizadas inteiras e batatas descascadas e cruas empacotadas a vácuo .................. 64
Figura 19: Batatas empacotadas a vácuo, fritas e mescla de batata-inglesa e cenoura ............................... 64
Figura 20: Purê de batata-inglesa, produtos de batata congelados e pré-fritos em embalagens varejistas . 65
Gráficos
Gráfico 1: As regiões brasileiras de produção de batata ................................................................................. 8
Gráfico 2: Temporadas de Produção de batata (% do total do abastecimento) .............................................. 9
Gráfico 3: Aumento anual de área irrigada no Brasil ..................................................................................... 14
Gráfico 4: Aumento anual de área irrigada por tipo de tecnologia de irrigação ............................................. 14
Gráfico 5: Área da batata no Brasil ................................................................................................................ 19
Gráfico 6: Produção de batata no Brasil......................................................................................................... 19
Gráfico 7: Desenvolvimento do preço das batatas 2002-2012 ...................................................................... 20
Gráfico 8: Crescimento das Classes de alta - (AB) e média renda (C) .......................................................... 44
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
3
Gráfico 9: Composição de vendas dos serviços alimentícios, Brasil ........................................................... 52
Gráfico 10: Composição Anual da Taxa de Crescimento dos Serviços alimentícios Brasileiros: 2006-2016 53
Gráfico 11: Origem de produtos importados de batata congelada no Brasil em % ....................................... 55
Gráfico 12: Níveis de preço na UE e no Mercosul das batatas pré-fritas congeladas (FOB em origem) ...... 56
Gráfico 13: Frequência em que as etiquetas são lidas .................................................................................. 66
Gráfico 14: Informação da Etiqueta mais procurada ...................................................................................... 66
Gráfico 15: Principais Fontes de informação para consumidores sobre os alimentos .................................. 66
Tabelas
Tabela 1 Principais regiões brasileiras de produção e características ......................................................... 8
Tabela 2: Áreas de safra na temporada Seca e Inverno.............................................................................. 15
Tabela 3: Áreas de safra de Temporada Úmida .......................................................................................... 16
Tabela 4: A evolução do custo dos últimos 10 anos em Vargem Grande do Sul (SP) ................................ 17
Tabela 5: A evolução do custo nos últimos 6 anos no Sul de Minas Gerais ............................................... 17
Tabela 6: Rendimentos da Produção de batata por Região em 2014 (veja o anexo 2) .............................. 18
Tabela 7: Custo da produção de batata na temporada chuvosa (Sul MG 12/13- 13/14) ............................ 18
Tabela 8: Custo da produção de batata no inverno (Vargem Gr.do Sul 2013-2014) .................................. 18
Tabela 9: Estatísticas da Produção em 2013 ............................................................................................... 20
Tabela 10: Área plantada com batatas nos estados brasileiros em 2012 ..................................................... 23
Tabela 11: Variedades de Batata e Mercado de destino ............................................................................... 24
Tabela 12: Variedades usadas no Brasil para fins de processamento: ......................................................... 24
Tabela 13: Obstáculos na produção brasileira de batata semente ................................................................ 25
Tabela 14: A proposta atual das categorias para produção da batata-inglesa-semente é como segue: ...... 26
Tabela 15: Normas confirmadas .................................................................................................................... 26
Tabela 16: Referência de Tolerâncias na inspeção de campo nos Países Baixos ....................................... 26
Tabela 17: Referência de Tolerâncias na inspeção Lote nos Países Baixos e UE ....................................... 27
Tabela 18: Requerimentos fitossanitários para Batatas semente no Brasil .................................................. 28
Tabela 19: Outros Requerimentos fitossanitários .......................................................................................... 28
Tabela 20: Fortalezas & Fraquezas dos protagonistas em cadeia da semente (Fatores internos) .............. 31
Tabela 21: Oportunidades e ameaças dos protagonistas na cadeia da semente (Fatores externos) .......... 32
Tabela 22: Áreas plantadas e colhidas e produção brasileira na Temporada 2013-2014 ............................. 32
Tabela 23: Períodos de plantio e colheita em diferentes regiões + indicações rendimento .......................... 34
Tabela 24: Fortalezas & Fraquezas dos protagonistas da cadeia da semente (Fatores internos) ............... 36
Tabela 25: Oportunidades e ameaças dos protagonistas na cadeia da semente (Fatores externos) .......... 36
Tabela 26: Status fitossanitário ...................................................................................................................... 37
Tabela 27: Tecnologia de mecanização disponível no Brasil, origem e fornecedores .................................. 39
Tabela 28: Custo de irrigação sistemas no Brasil por hectare ....................................................................... 42
Tabela 29: Cinco principais redes de supermercado ..................................................................................... 48
Tabela 30: Principais cadeias de comida rápida alimentos no Brasil ............................................................ 52
Tabela 31: Vendas de Batatas processadas no Brasil 2010.......................................................................... 54
Tabela 32: Importação total de batata congelada preparada em US$ e em peso. ....................................... 54
Tabela 33: Da Argentina em US$ e em peso. ................................................................................................ 55
Tabela 34: Características dos produtores de Batata-frita de pacote ............................................................ 59
Tabela 35: Mercado Formal – versus informal ............................................................................................... 60
Tabela 36: Produção da PepsiCo no Brasil ................................................................................................... 61
Tabela 37: Fortalezas & Fraquezas dos protagonistas (Fatores internos) .................................................... 67
Tabela 38: Oportunidades e ameaças dos protagonistas (Fatores externos) ............................................... 68
Tabela 39: Empresas ativa em Mecanização ................................................................................................ 69
Tabela 40: Membros da ABBA ....................................................................................................................... 70
Tabela 41: Visão Geral Fiscal ........................................................................................................................ 72
Anexo 1
Anexo 2:
Anexo 3:
Anexo 4:
Laboratórios para controle da batata semente
Participantes da mesa redonda
Produção Brasil Julho
Pivos Centrais no Brasil em 2013
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
4
1
PREFÁCIO
Este estudo foi realizado dentro do contexto do projeto GITAHpapa, no qual um grupo
de empresas holandesas ativas no setor da batata coopera sobre o mercado latinoamericano com foco na Argentina. Assim sendo, este relatório foi respaldado pela
Agência de Empresas Holandesas (RVO, de acordo com sua sigla em inglês) do
Ministério de Assuntos Econômicos da Holanda (EZ).
O objetivo do estudo foi mapear o setor da batata-inglesa no Brasil e os
desenvolvimentos que estão sendo realizados neste setor. O foco específico estava
sobre a consistência da qualidade e disponibilidade durante o ano.
Este relatório visa substanciar os atuais problemas e obstáculos relativos à qualidade e
à disponibilidade e apresentar as conclusões para os produtores locais, baseando-se em
quais soluções podem ser sugeridas.
O ponto de partida para o estudo do analisar os desenvolvimentos que impulsionam o
mercado, baseado em um amplo conhecimento mundial do setor da batata-inglesa com
os membros da equipe de pesquisa.
Uma versão conceito do presente relatório foi fornecidada á ABBA (Associação Brasileira
da Batata) e discutida entre seus membros. Portanto, esse relatório tem também o
logotipo da ABBA.
No dia 19 de novembro de 2015, uma mesa redonda de 1 dia acorreu em Campinas,
onde uma versão deste estudo foi discutida por representantes do setor brasileiro da
batata (ver participantes no anexo 2). Em 11.2 é possível observer, em resumo, as
conclusões e recomendações resultantes da mesa redonda.
O foco geográfico estava nas regiões Minas Gerais (MG), São Paulo (SP), Paraná (PR)
e Goiás (GO).
Esta pesquisa inclui um estudo teórico, mas acima de tudo está centrado nas entrevistas
realizadas a muitos representantes de vários elos das diferentes cadeias de valor. Estas
entrevistas estavam especificamente focadas em como os diferentes atores em cada elo
da cadeia de valor entendem ‘qualidade’ e ‘consistência na qualidade’ e onde
encontraram problemas e obstáculos neste campo. Os problemas adicionais que fossem
considerados problemáticos pelas pessoas que estavam sendo entrevistadas, também
foram registrados e incluídos na análise.
O estudo cobre o processamento industrial (batatas fritas, batatas fritas de pacote,
batata-palha, e outras formas de processamento), assim como também o mercado de
produtos para consumo em fresco das batatas de mesa e suas cadeias de valor.
O estudo foi realizado no período de Maio a Agosto de 2014 pela Wageningen University
& Centro de Pesquisa/PPO (Capítulos 4, Produção primária e 9, Educação e Pesquisa),
Acordo Internacional (Parágrafo 3.9 Visão Geral do Setor da batata-inglesa e Capítulo 6,
Cadeias de valor) e Valor agrícola (Capítulos 3, Geral, 5, Infraestrutura, 7, Informação, 8
Representação do setor e 10, Legislação) em consulta com as empresas APH-Group e
Farm Frites International e com a ajuda de especialistas locais.
Onde houver menção de preços, especialmente de preços ao consumidor do agricultor,
cabe destacar que são válidos em um momento específico, mas podem diferir
substancialmente em outros períodos ou outros anos.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
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2
RESUMO EXECUTIVO
Geral
O Brasil produz aproximadamente de 3,5 a 3,9 milhões de toneladas de batatas
anualmente em uma área entre 130.000 e 140.000 hectares, divididos em uma
temporada seca- úmida- e o inverno. As principais áreas de produção estão localizadas
em Minas Gerais, Paraná e São Paulo. O estado da Bahia claramente diminuiu em
importância ultimamente e atualmente produz menos de 5% da safra total.
O número de agricultores de batata caiu 30.000 em 1995 para menos de 5.000 em 2014.
Menos, mas maiores produtores e um aumento de rendimento por hectare.
A falta de terreno plano disponível sobre elevações mais altas que sejam adequadas
para um plantio de inverno mecanizado é um fator que limita a extensão de área em
produção. As limitações na disponibilidade de água é uma segunda restrição em várias
áreas e é o principal motivo para uma redução na área na Bahia. Mas também em outras
áreas, a possível falta de disponibilidade de água está sendo considerado um risco para
os produtos, resultando em, por exemplo, plantação mais cedo e abastecimento
desequilibrado.
As principais variedades de cultivo são Agata (mercado de produtos para consumo em
fresco), Atlantic para batata-palha e batatas fritas de pacote (75% da produção de
batatas fritas de pacote), variedades FL (25% da produção de batatas fritas de pacote)
e Asterix e Markies (batatas fritas).
Os níveis médios de rendimento variam de 22 a 45 toneladas por hectare, o que é
razoável para o mercado de produtos para consumo em fresco porque este é puramente
um mercado local, mas muito baixo para um preço competitivo de matéria-prima para
produção de batatas fritas que deve ser competitivo no mercado global.
Semente
O RENASAM (Registro Nacional de Sementes e Mudas) é responsável pela certificação
das batatas semente que são vendidas comercialmente. Quando produzem para seu
próprio uso, os agricultores não são obrigados a usar sementes certificadas. Os grandes
plantadores compram pequeno volume de semente certificada e as multiplicam durante
duas ou três gerações dentro de sua própria empresa.
Existem apenas 2 ou 3 produtores de sementes comerciais no país. Aproximadamente
15% das sementes estão certificadas. O resto é multiplicado pelos próprios agricultores
de batata para consumo.
Os agricultores dizem que gostariam de ter alternativas de variedades de alto rendimento
menos susceptíveis a doenças, especialmente para produção de batatas fritas de pacote.
Algumas vezes, as sementes são vendidas como batatas de consumo em um mercado
de produtos para consumo em fresco e a resultante falta de sementes disponíveis limita
a área que está sendo plantada.
Mecanização
Em geral, o nível de mecanização na produção de batata no Brasil ainda é baixo. Mas
como a mão-de-obra está se tornando mais cara e difícil de obter e porque as
propriedades agrícolas se tornam maiores, o setor está perto de investir
substancialmente em mecanização. Especialmente quando produz para um setor no
qual pequenos danos sobre a pele não é um problema relevante. Mas também os
embaladores de batatas de mesa precisam a flexibilidade e a capacidade para colher
quantidades substanciais de batatas quando as condições climáticas permitem fazê-lo.
Para o mercado de produtos para consumo em fresco, os agricultores precisam limitada
capacidade de armazenamento, principalmente para formar uma reserva para uma
semana, com o objetivo de continuar abastecendo o mercado durante os períodos
quando a colheita não é possível devido a chuvas.
Os produtores para a indústria precisam armazenamento de médio prazo (3 a 4 meses)
e, por essa razão, capacidades maiores com o objetivo de ser capaz de baixar o custo
do preço das batatas através de um rendimento maior na safra de inverno que compense
os custos de armazenamento.
Mercado
Os principais indicadores do mercado são:
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
6
 O aumento do poder aquisitivo das classes alta e média que cresceram entre 2003 e
2013 de 46% para 63%, e a tendência ainda continua, embora em um ritmo um pouco
mais lento ultimamnente.
 O aumento do número de pessoas que moram sozinhas que procuram alimento
preparado.
 A inclusão das mulheres no mercado de mão-de-obra aumenta a demanda de
alimentos preparados.
O resultado é um aumento substancial no consumo de produtos preparados como
batatas fritas congeladas, assim como também produtos de batata descascada e
desidratada, enquanto que, ao mesmo tempo o consumo de batatas de mesa diminuiu
um pouco.
A maioria das batatas no mercado de produtos para consumo em fresco é vendida
avulsa. Também são lavadas e vendidas dentro de apenas dias após a colheita o que
resulta em um produto de bom aspecto (quase nunca) sem pele. Os consumidores estão
muito acostumados a este tipo de frescor. Existem apenas 3 embaladores atualmente,
que empacotam em embalagens de consumo e fornecem os mesmos para os CD das
redes de supermercados. 10% das batatas de mesa empacotadas são da variedade
Asterix (fritas) e 90% são Agata (cozida).
O uso de batatas fritas congeladas começou no Brasil em 1992. Atualmente, em 2014,
o consumo é de aproximadamente 370.000 toneladas e está crescendo 7% por ano.
Com 282.000 toneladas importadas, três quartos de todas as batatas fritas congeladas
consumidas são importadas, e um quarto é produzido localmente.
O principal produtor local é a BEM Brasil, com uma capacidade de produção de 100.000
toneladas (produto pronto) e planos de duplicar esta capacidade durante os próximos
anos (incluindo a capacidade de armazenamento para matéria-prima).
Os principais países exportadores de batatas fritas congeladas para o Brasil são a
Argentina, a Holanda e a Bélgica.
Os principais atores internacionais neste mercado são McCain e Farm Frites e ambos
são abastecidos de suas instalações de produção na Argentina assim como também na
Europa. Parece que ambos também optam por cooperar na produção local de batatas
fritas no forno e outros produtos de batata congelados baseados em flocos e o
abastecimento de batatas fritas congeladas padrão através da importação, devido ao
custo da produção da matéria-prima que não é suficientemente competitivo em um
contexto internacional.
Os serviços alimentícios respondem por 80% das vendas de batata pré-frita congelada,
dos quais 25% é feito nos segmentos de comida rápida e 75% no resto do setor de
serviços alimentícios.
O mercado de batatas fritas de pacote está bem desenvolvido e todas as marcas no
mercado são produzidas localmente. A produção e consumo são aproximadamente
75.000 toneladas para os quais são requeridas 300.000 de matéria-prima. A PepsiCo/
Frito-Lay tem 50% do mercado. A Yoki (General Mills) é o segundo maior produtor com
25.000 toneladas de batatas fritas de pacote.
A Procter & Gamble (Pringles) é o terceiro maior fornecedor neste mercado, mas as
Pringles são feitas de flocos enquanto que as batatas fritas de pacote são feitas de
batatas inteiras.
A batata-palha é um produto tipicamente brasileiro, consumido com um prato de bife a
Stroganoff. Toda é produzida localmente, por muitos produtores diferentes. 80.000
toneladas de matéria-prima são usadas para produzir 20.000 toneladas de batata-palha
anualmente
As batatas inteiras cozidas e empacotadas a vácuo e as batatas cruas descascadas
são as formas de batatas processadas para as quais está sendo se desenvolvendo
rapidamente um mercado.
Atualmente, aproximadamente 17% da safra brasileira está sendo processada (batatas
fritas, batatas fritas de pacote e batata-palha, principalmente).
A expectativa geral é que dentro de 10 anos o consumo de produtos de batatas
processadas tenha superado o consumo de batatas frescas, como já é o caso na maior
parte do mundo desenvolvido. Esta tendência está claramente visível no Brasil.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
7
3
3.1
DIMENSÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SETOR DA BATATA-INGLESA
INTRODUÇÃO
No Brasil, o cultivo intensivo de batatas começou na década de 19201, no cinturão verde
de São Paulo. Hoje, é considerado um legume principal no país.
3.2
REGIÕES DE PRODUÇÃO NO BRASIL
Atualmente a produção de batata está concentrada nas regiões Sul e Sudeste (Paraná,
Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo). Tradicionalmente, estes
estados têm sido os principais produtores, respondendo por aproximadamente 98% da
área plantada no Brasil.
Gráfico 1: As regiões brasileiras de produção de batata
Fonte: Adaptado do IBGE 2014
As regiões de produção brasileiras e suas características são descritas na próxima
tabela, baseada na informação do IBGE, da ABBA e nas entrevistas com referentes do
setor brasileiro de produção de batata.
Tabela 1 Principais regiões brasileiras de produção e características
Região
Características
Goiás
Grande potencial de crescimento e desenvolvimento. Presença de grandes
agricultores que exercem uma marca influência sobre o abastecimento nacional e os
preços. Para levar em conta: Brasília, Cristalina e Mucugê atingem uma média de
rendimentos de 40 t/ha.
Alto do
Uma das regiões mais mecanizadas, mas com uma pequena participação na
Paranaíba
produção nacional. É uma região excelente, graças às boas condições de cultivo
Triângulo Mineiro A média de produtividade é de 40 t/ha
Vargem Grande
do Sul
(São Paulo)
Alto nível de uso de tecnologia. O clima certo para garantir uma produção homogênea
durante o ciclo completo de produção. A média de produtividade é de 30 a 35 t/ha
(principalmente devido às influências climáticas)
Sul de Minas
Gerais
Sudeste de São
Paulo
Uma das principais áreas de produção em quantidade. Muitos pequenos agricultores.
Baixa aplicação de tecnologia. Baixa produtividade.
Tem dois períodos de safra (Mai-Jul e Out-Jan). A produção de Out-Jan também é
para produção de semente. A média de produtividade é de 25-30 t/ha. A busca de
mais produtividade resulta na migração para o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba
Tem um bom nível tecnológico, a produção principal é para fins industriais. Muitos
produtores pequenos e médios
Paraná
Fonte: Agrivalor SA 2014
No Nordeste, o cultivo de batata-inglesa tem se expandido em área nos estados da Bahia
e da Paraíba, baseando-se em determinadas condições climáticas favoráveis. No
1
http://www.abbabatatabrasileira.com.br/2008/revista.asp?id_REVCAT=32&id_REVCON=708
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
8
entanto, em 2008, a produção de batata nestes estados entrou em crise devido às
constantes secas e à competição da produção dos estados do Sul e do Sudeste.
De acordo com o IBGE, existem vários fatores que tem contribuído para isto, entre
outros:
- baixa fertilidade do solo na região produtora, principalmente baixa em matéria orgânica,
nitrogênio e fósforos;
- a depleção do solo através de sucessivas safras ano após ano;
- condições de risco na plantação de acordo com as condições de chuva resultantes das
irregularidades climáticas;
- administração inapropriada do solo, uso reduzido de fertilizantes de nitrogênio e fosfato;
- baixo poder aquisitivo da maioria dos agricultores;
- a qualidade das batatas colhidas ou do produto final não compete com o preço com a
batata-inglesa do Sul e do Sudeste2.
3.3
TEMPORADAS DE PRODUÇÃO NO BRASIL
A produção batata-inglesa do Brasil acontece em três períodos (temporada úmida-,
seca- e inverno). A participação destas safras no abastecimento total é a seguinte:
Temporada úmida 45,0%; Temporada seca 33,0% e Temporada de inverno 22%.
Gráfico 2: Temporadas de Produção de batata (% do total do abastecimento)
Temporada
de Inverno
Temporada
22%
seca 33%
Temporada
Úmida 45%
Fonte: Agrivalor SA baseado no IBGE (2013)
Nas áreas de produção do sudeste, as três safras por ano estão crescendo, embora os
produtores de batata-inglesa em outras regiões optam por duas temporadas de batatas
e na terceira temporada plantam milho ou outros grãos para complementar as atividades
e fazer a rotação de cultivo. Assim algumas regiões tem maior expressão em um cultivo
em particular.
A principal safra no parte Sul e Sudeste do Brasil é o cultivo “Úmido”, o qual é plantado
de Agosto a Dezembro e começa a ser colhido em Novembro. A plantação da safra de
“inverno”, é praticada também nas mesmas regiões, em lugares onde não acontecem
geadas, mas depende da irrigação durante o ciclo. A plantação é realizada de Abril até
Julho e a colheita acontece em Julho-Outubro.
No estado de São Paulo, a safra principal é a de inverno, seguido pela temporada úmida
e em terceiro lugar a temporada seca.
- As batatas de temporada seca são plantadas durante os meses de Janeiro-Março e
são colhidas após 120 dias, em Junho e Julho, para evitar as geadas nas regiões onde
há invernos rigorosos.
- A safra de inverno da batata-inglesa está sendo plantada em Abril e Maio e colhida e
Agosto, Setembro e Outubro.
- As batatas da temporada úmida começam a ser plantadas em Agosto e Setembro e
são colhidas entre Dezembro e Março.
- As regiões não tradicionais de produção de batata, como o Planalto Central e as áreas
de alta altitude no Nordeste, apresentam condições razoáveis de plantação durante o
ano inteiro, caso o excesso de chuvas não complicar o controle de doenças e danos
das batatas. A maior produtividade e a melhor qualidade do produto são obtidas
durante o inverno seco com irrigação.
2
IBGE, 2006
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
9
3.4
CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DAS REGIÕES DE PRODUÇÃO
3.4.1
Altitudes e temperaturas
Figura 1: Diferentes zonas climáticas no Brasil
O cultivo de batata-inglesa requer temperaturas frias, especialmente na noite.
Especialmente, é benéfica uma alta amplitude (diferença entre as temperaturas do dia e
da noite).
Figura 2: Temperaturas mínimas nas regiões da
batata durante o período mais frio do ano (Jun-Jul Ago)
A acumulação de reservas no tubérculo é uma
função da quantia de energia que a planta
assimila durante o dia. Quanto mais a planta
acumula durante o dia como resultado da
fotossíntese, maior a acumulação de
reservas. As temperaturas frias na noite
ajudam a reduzir a respiração da planta e
assim acumula mais reservas. As zonas mais
frias, por essa razão, são melhores para o
cultivo da batata-inglesa. Há diferenças
climáticas entre as regiões, especialmente
referentes à temperatura máxima. As
diferenças na temperatura mínima (que
ocorre na noite) são menores.
As áreas de cultivo estão concentradas nas
regiões tropical de alta altitude e subtropical.
Como um exemplo, Figura 2 mostra as
temperaturas mínimas no período mais frio do
ano, correspondente aos meses de Junho,
Julho e Agosto.
Fonte: Embrapa
O mapa mostra o que ocorre com a temperatura nas regiões que produzem os maiores
rendimentos.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
10
Como este mapa, existem outros sete mapas, que mostram o clima em outras épocas,
e a temperatura máxima durante todo o ano, por períodos de 3 meses. Como se pode
ver no mapa, o sul de Minas Gerais tem condições muito similares ao clima de toda a
região Sudeste do Brasil.
São Paulo também apresenta regiões de alta altitude com climas similares, onde a
batata-inglesa também é cultivada. No entanto, as regiões de produção da Bahia e de
Goiás têm temperaturas altas mínimas e alta produção, usando tecnologia do estado da
técnica. A temperatura mínima nestas regiões está em uma média de cerca de 5 a 6°C
mais alta do que nos estados da região sul do Brasil. O norte do Paraná, o Sudeste e o
Centro Oeste são capazes de produzir apenas no inverno, usando irrigação.
As regiões ao norte do paralelo 24ºS são conhecidas como regiões com clima tropical e
as regiões de alta altitude ao sul do paralelo 24ºS são conhecidas como com clima
temperado. As temperaturas durante o dia são mais altas nas regiões de alta altitude
com um clima tropical durante o trimestre mais frio do ano.
O trabalho também relaciona a altitude das regiões que produzem batatas, já que, na
maioria das regiões, até nas áreas com climas temperados, os cultivos estão
concentrados nas áreas de altitude mais alta.
Figura 3: Altitudes das regiões de produção
Na Figura 3, são apresentadas as altitudes. Os
pontos representam as regiões onde as
batatas estão sendo produzidas. A maioria das
regiões, principalmente no planalto de clima
tropical, está acima de 800 metros. Apenas a
região sul do Rio Grande do Sul e o litoral de
Santa Catarina têm altitudes mais baixas com
produção de batata.
Fonte: Empraba
3.4.2
Irrigação, precipitação e disponibilidade de água
Os padrões de pluviosidade nas áreas de produção de batatas têm mudado durante os
últimos anos. Como resultado, os reservatórios estão muito abaixo de seu nível usual
(SP) e os agricultores consideram a falta de chuva durante a temporada de crescimento
como um risco. Como resultado disto, eles plantam mais cedo e, consequentemente,
colhem mais cedo, o que leva a um abastecimento desequilibrado com efeitos negativos
nos preços.
O Rio Grande do Sul representa a maior área irrigada, representando 20% do total no
país (quase 800 mil hectares em 2006), principalmente devido à produção de arroz nos
sistemas de inundações. Os estados de São Paulo e Minas Gerais são também
destacados e têm 747.000 e 453.000 hectares de terrenos irrigados, respectivamente
(aproximadamente 17 e 10% do total, respectivamente). Na região Nordeste, o estado
da Bahia tem 287.000 hectares de terrenos irrigados (6,5% do total), principalmente
devido a produção de fruta na área mais nortenha do estado.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
11
A região Norte tem menos área irrigada comparada a outras regiões no Brasil,
geralmente devido a menor proporção de terra agrícola e a prevalência de pecuária
extensiva.
Figura 4: Área irrigada (ha) no Brasil de acordo com Censo agrícola
Fonte: IBGE, 2006
O padrão de distribuição espacial de terrenos irrigados na figura acima pode estar
relacionado, entre outros fatores, às características climáticas das regiões. De acordo
com Silva et al. (2010), as regiões geográfica podem ser descritas como segue:
Norte: altas temperaturas durante o ano inteiro e um padrão de pluviosidade bem definido
(tem uma temporada seca de Junho a Novembro e uma temporada úmida de Dezembro
a Maio). O clima cálido e úmido virtualmente elimina a necessidade de irrigação.
Nordeste: caracterizada por altas temperaturas e um padrão de pluviosidade desigual,
com uma média anual que varia de menos de 250 a 750 mm. As condições climáticas
são extremamente favoráveis para agricultura irrigada, especialmente no cultivo de
frutas, horticultura e produção de grãos. Recentemente, esta região tem aumentado a
adoção de sistemas de irrigação, tais como aspersores e gotejamento, especialmente na
produção de fruta.
Sudeste: apresenta altas temperaturas no verão e médias no inverno. Além do mais, tem
uma temporada úmida durante o verão, enquanto que o inverno é moderadamente seco.
Os agricultores usualmente adotam a irrigação apenas de maneira complementar,
especialmente durante o inverno.
Sul: caracterizada por verões cálidos e úmidos e invernos frios e secos. Não existe
nenhuma regularidade ou uniformidade nos padrões de pluviosidade e climáticos. Com
relação à irrigação, esta região tem grandes áreas inundadas, especialmente na
produção de arroz na rotação com pastagens. Nos anos com invernos particularmente
secos, a irrigação pode ser uma garantia adicional para a produção.
Centro Oeste: esta região é cálida e úmida durante o verão e seca durante o inverno. O
padrão de distribuição de pluviosidade no extremo oeste da região pode atingir a 2.500
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
12
mm por ano, chegando a 1.000 mm por ano no este da região, requerendo irrigação tanto
suplementar como contínua, durante os seis meses de temporada seca.
Com relação aos principais cultivos produzidos no Brasil, o cultivo de arroz e outros
grãos, assim como também a cana de açúcar, são os maiores usuários da irrigação, com
1.241.716 e 1.044.936 hectares, respectivamente, correspondendo a 28 e 23% da área
irrigada total no país. A produção de soja, frutas, horticultura, plantas ornamentais e café
também são notáveis para o seu uso de irrigação; em total, respondem por
aproximadamente 26% de terreno irrigado no Brasil.
O tipo de irrigação que está sendo aplicado é como segue: (Superfície de água 95%)
 Irrigação de inundação: 42%
 Irrigação de infiltração por meio de sulcos: 6%
 Irrigação de aspersores: 22%
 Irrigação de pivô central: 23%
 Irrigação localizada: 6%
Com exceção dos estados da região Sul (principalmente Rio Grande do Sul e Santa
Catarina), a produção de batata está totalmente irrigada. A aplicação de irrigação, até
mesmo na temporada de chuvas nas regiões do sul do Brasil, permite que os agricultores
alcancem produtividade mais de 50% mais alta (tubérculo maior e melhor aspecto físico).
Este motivo, em combinação com o risco reduzido da perda de cultivo pela seca, tem
causado o rápido aumento da irrigação da batata-inglesa na região.
Os seguintes gráficos indicam o requerimento para a irrigação por período do ano.
Figura 5: Pluviosidade Normal Climatológica 1981-2010 por período do ano
Chuvas Jan-Fev-Mar
Chuva Jul-Aug-Set
Chuvas Abr-Mai-Jun
Chuva Out-Nov-Dez
Fonte: INMET - Instituto Nacional de Meteorologia, 201
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
13
Gráfico 3: Aumento anual de área irrigada no Brasil
Fonte: ANA – Agência Nacional da Água 2014
Gráfico 4: Aumento anual de área irrigada por tipo de tecnologia de irrigação
Fonte: ANA – Agência Nacional da Água 2014
Um sólido aumento na área irrigada pode ser observado nestes gráficos, principalmente
por conta da irrigação de pivô central.
3.5
ÁREA DE PRODUÇÃO, RENDIMENTOS E PREÇOS DA BATATA-INGLESA,
Em 2011, o Brasil tinha 150 mil hectares de batatas cultivadas com uma produção de
3,89 milhões de toneladas (igual à produtividade de 25,9 t/ha). Os níveis de rendimento
variam, no entanto, de 22 a 40 toneladas dependendo da zona e temporada de colheita.
No entanto, também varia a área plantada. Por exemplo, em 2012 foi de 136.000
hectares e em 2014, 130.000 hectares foram plantados com batata-inglesa e o
rendimento total foi de 3,6 milhões de toneladas.
Em 2012, o estado de Minas Gerais foi o maior produtor, com 35 % da produção nacional,
seguido por São Paulo com 24 %, Paraná com 22 % e Rio Grande do Sul com 11 %. A
produção nos estados de Santa Catarina, Goiás e Bahia totalizaram 8%.
A média mais alta de rendimento de batata-inglesa em 2012 foi obtida em Goiás (40 t/ha)
e Bahia (36 t/ha), enquanto os valores mais baixos foram obtidos em Santa Catarina (19
t/ha) e no Rio Grande do Sul (18 t/ha). Minas Gerais, o principal estado produtor do Brasil,
teve uma média de produtividade de 31 t/ha.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
14
O fator que limita a expansão da área de produção de batata é, especialmente, a falta
de batata semente de boa qualidade e certificada.
Outros fatores que podem ser mencionados são: perdas nos anos prévios, dificuldade
em contratar mão-de-obra e leis trabalhistas muito rigorosas, os altos preços dos
insumos, tais como fertilizantes e praguicidas, devido ao aumento do dólar, aumentando
o valor e a dificuldade no arrendamento de terras em algumas regiões, devido à
concorrência com outros cultivos. Sendo a área prevista praticamente estável,
possivelmente haveria excesso de abastecimento no mercado interno. Os preços
tendem a estar acima do custo de produção.
No Brasil as condições climáticas também tem uma sólida influência sobre preços e
podem aumentar ou diminuir o volume disponível no mercado interno.
Tabela 2: Áreas de safra na temporada Seca e Inverno
Temporada de safra seca e safra de Inverno (Junho a Novembro)
Região
Vargem Grande
do Sul (SP) –
inverno
Sudoeste Paulista
– seco
Sudoeste Paulista
– inverno
Curitiba (PR)
Ponta Grossa
(PR)
São Mateus do
Sul (PR)
Irati (PR)
Brasília (DF)
/Cristalina (GO)
Mucugê e
Chapada
Diamantina (BA)
Sul de Minas
Gerais
(temporada seca
e inverno)
Triângulo
Mineiro/Alto
Paranaíba (MG)
Ibiraiaras (RS)
Área Plantada
Cidade da colheita
2012
2013
Vargem Grande do Sul, São João da Boa
11.450 11.850
Vista, Mogi Guaçu, Aguaí, Casa Branca, Santa
Cruz das Palmeiras, Mococa, Itobi, São José
do Rio Pardo e Porto Ferreira
Capão Bonito, São Miguel Arcanjo,
2.400 2.350
Pilar do Sul, Itapetininga, Tatuí e
Paranapanema
Capão Bonito, São Miguel Arcanjo, Pilar do
2.830 2.830
Sul, Itapetininga, Tatuí e Paranapanema
Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova,
3.207 3.207
Campo Tenente, Campo Largo, Campo Magro,
Contenda, Fazenda Rio Grande, Lapa,
Mandirituba, Piraquara, Quitandinha, Rio
Negro e Tijucas
Arapoti, Castro, Imbaú, Ipiranga, Iraí,
1.800 1,800
Jaguariaíva, Ortigueira, Palmeira, Piraí do Sul,
Ponta Grossa, Porto Amazonas, Reserva, São
João do Triunfo, Telemaco Borba, Tibagi e
Ventania
União da Vitória, Antônio Olímpio, Paulo
1.300 1.300
Freitas e Paulo Frontin
Mallet, Rio Azul, Rebouças, Irati, Fernandes
900
850
Pinheiro, Teixeira Soares, Imbituva,
Guaramiranga e Inácio Martins
Brasília e Cristalina
5.220 5.430
Var. %
3%
-2%
0%
0%
0%
0%
-6%
4%
Mucugê e Ibicoara
5.925
5.100
-14%
Cambuí, Pouso Alegre, Ipuiúna, Poços de
Caldas, Areado, Bom Repouso, Camanducaia,
Senador Amaral, Maria da Fé, Bueno Brandão,
Espírito Santo do Dourado, São João da Mata,
Andradas, Alfenas, Alterosa, Serrania,
Machado, Paraguaçu, Três Corações, São
Gonçalo do Sapucaí, São Bento do Abade,
Santa Rita de Caldas e Congonhal
Araxá, Ibiá, Perdizes, Pedrinópolis,
Sacramento, Tapira, Santa Juliana, Patrocínio,
Iraí de Minas, Uberaba, Uberlândia, Rio
Paranaíba e São Gotardo
9.250
9.100
-2%
3.000
3.000
0%
Ibiraiaras e Santa Maria
1.295
1.250
-3%
Fonte: Cepea, estatísticas divulgadas pelo Cepea não representa o total da área plantada em cada região.
Os dados refletem a opinião dos principais atores do setor e são considerados os principais referentes do
mercado.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
15
Tabela 3: Áreas de safra de Temporada Úmida
Temporada de safra úmida (Dezembro até Maio)
Região
Sul de Minas
Gerais
Triângulo
Mineiro/Alto
Paranaíba (MG)
Guarapuava
(PR) 1º e 2°
safra
Curitiba (PR)
Área Plantada
Cidade de safra
2012
Cambuí, Pouso Alegre, Ipuiúna, Poços de
9.900
Caldas, Áreado, Bom Repouso, Camanducaia,
Senador Amaral, Maria da Fé, Bueno Brandão,
Espírito Santo do Dourado, São João da Mata,
Andradas, Alfenas, Alterosa, Serrania, Machado,
Paraguaçu, Três Corações, São Gonçalo do
Sapucaí, São Bento do Abade, Santa Rita de
Caldas e Congonhal
Araxá, Ibiá, Perdizes, Pedrinópolis, Sacramento, 12.770
Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (MG) Tapira,
Santa Juliana, Patrocínio, Iraí de Minas,
Uberaba, Uberlândia, Rio Paranaíba e São
Gotardo
Guarapuava, Campina do Simão, Cândoi,
4.300
Guarapuava (PR) Foz do Jordão, Pinhão,
Prudentópolis e Reserva do Iguaçu
Agudos do Sul, Almirante Tamandaré, Araucária,
5.590
Balsa Nova, Campo Tenente, Campo Largo,
Campo Magro, Contenda, Fazenda Rio Grande
Lapa, Mandirituba, Piên, Piraquara, Quitandinha,
Rio Negro e Tijucas
2013
9.900
Var. %
0%
12.100
-5%
4.500
5%
5.590
0%
Ponta Grossa
(PR)
Arapoti, Castro, Imbaú, Ipiranga, Iraí,
Jaguariaíva,
Ortigueira, Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa,
Porto Amazonas, Reserva, São João do Triunfo,
Telemaco Borba, Tibagi e Ventania
2.300
2,300
0%
Irati (PR)
Mallet, Rio Azul, Rebouças, Irati, Fernandes
Pinheiro, Teixeira Soares,
Imbituva,Guaramiranga
e Inácio Martins
União da Vitória, São Mateus do Sul, Antônio
Olímpio, Paulo Freitas e Paulo Frontin
Água Doce (SC) e Palmas (PR)
Bom Jesus, São José dos Ausentes Ibiraiaras,
Santa Maria e São Francisco de Paula
1.280
1.280
0%
1.660
1.800
8%
6.680
7.150
6.680
7.285
0%
2%
São Mateus do
Sul (PR)
Santa Catarina
Rio Grande do
Sul
Fonte: Cepea, estatísticas divulgadas pelo Cepea não representa o total de área plantada em cada região.
Os dados refletem a opinião dos principais atores do setor e são considerados os principais referentes do
mercado.
3.6
CUSTO DE PRODUÇÃO
O custo de produção da batata-inglesa é basicamente composto dos seguintes itens3:
semente, cultivo, fertilizantes, praguicidas, colheita e processamento, custos
administrativos e financeiros.
Até o surgimento da variedade Agata, a semente era o item mais caro no Brasil, porque
geralmente representava aproximadamente 25% do custo da produção. Com o
aparecimento da variedade Agata, a maioria (mais de 90%) dos produtores começou a
usar parte da safra da batata-inglesa de consumo como batata semente. Os resultados
desta mudança foram indiscutivelmente a redução do custo da semente e a explosão de
problemas fitossanitários - ferrugem sarna da batata-inglesa, scurf de prata, nemátodos,
vírus, etc.
O gasto nas práticas de cultivo tais como aragem, sulcagem, pulverização, irrigação,
colheita, remessa, etc., aumentou significativamente, principalmente devido ao aumento
no preço do óleo diesel. Os custos de processamento ou lavagem, os custos
administrativos e financeiros também aumentaram devido aos novos requerimentos
criados nas leis tributárias, ambientais e trabalhistas. Os gastos químicos também estão
aumentando. Em média, os produtores fazem 15 aplicações (proteção dos plantios e
3
http://www.abbabatatabrasileira.com.br/2008/midiacon.asp?id_ABM=36&tipo=1
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
16
fertilizantes), mas este número pode variar de menos de 10 a mais de 25 aplicações por
ciclo de cultivo.
Além do alto preço, os fertilizantes também são insuficientes para o abastecimento.
Certamente esta política do preço está relacionada com o aumento da demanda global
de fertilizantes. A tendência está continuamente aumentando.
Com o objetivo de fazer uma comparação de algumas das principais regiões de
produção, a seguir é apresentada uma tabela de evolução de custo publicado na revista
Hortifruti de Outubro de 2014:
Tabela 4: A evolução do custo dos últimos 10 anos em Vargem Grande do Sul (SP)
Variação (%)
2005*
2014
Itens
‘05-‘14
(A) Fertilizante e proteção dos plantios
(B) Semente
(C) Operações mecânicas para preparação do solo
(D) Operações mecânicas de cultivo e sulcagem
(E) Irrigação
(F) Operações para colheita mecânica
(G) Mão-de-obra
5.903
5.704
626
513
1.306
336
620
5.973
4.375
488
655
898
198
1.650
1%
-23 %
-22 %
28 %
-31 %
-41 %
166 %
(H) Escolha de sistema de colheita semi-mecanizada
1.001
1.610
(I) Custos administrativos
412
796
(J) Comercialização/processamento
4.395
4.690
(K) Arrendamento de terras
2.662
2,066
(L) Capital de trabalho
1.319
1.035
(M) Custos Operacionais (OC) = A+B+..+L
24.995
24.433
(N) CARP
938
953
(O) Custo Total (TC) = M + N
25.932
25.386
Produtividade em sacos de 50 kg
600
700
Custo (R$/saco)
43,22
36,27
* o valor real de 2005 foi obtido e corrigido pela inflação pelo IGD-DI Agosto 2014
61 %
93 %
7%
-22 %
-21 %
-2 %
1%
-2,1 %
10,0%
-11,0 %
(Fonte: Cepea 2014 / Revista Hortifruti Outubro 2014)
Tabela 5: A evolução do custo nos últimos 6 anos no Sul de Minas Gerais
Itens
2008/09*
2013/14
Variação (%)
08/09 -13/
(A) Fertilizante e proteção dos plantios
5.290
6.374
21 %
(B) Semente
3.257
3.600
11 %
(C) Operações mecânicas para preparação do solo
643
743
16 %
(D) Operações mecânicas de cultivo e sulcagem
168
322
92 %
(E) Operações para colheita mecânica
265
369
39 %
(F) Mão-de-obra
945
2.834
200 %
(G) Escolha de sistema de colheita semi-mecanizada
1.656
2.130
29 %
(H) Custos administrativos
1.345
1.961
46 %
(I) Comercialização/processamento
4.479
5.280
18 %
(J) Arrendamento de terras
1.402
2.066
47 %
889
1.066
20 %
22.002
26.746
22 %
4.829
2.906
-40 %
27.103
29.652
9,4 %
Produtividade saco de 50 kg
600
660
Custo (R$/saco)
45,17
44,93
* o valor real de 2005 foi obtido e corrigido pela inflação pelo IGD-DI Agosto 2014
10 %
-0,5 %
(K) Capital de trabalho
(L) Custos Operacionais (OC) = A+B+..+L
(M) CARP
(N) Custo Total (TC) = M + N
(Fonte: Cepea 2014 / Revista Hortifruti Outubro 2014)
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
17
Custo por temporada
Cabe destacar que, em geral, no Brasil a safra na temporada chuvosa é menos produtiva
com custos mais altos em comparação com a safra de inverno. Por essa razão, muitos
grandes produtores no Brasil focam cada vez mais em uma safra de inverno.
Tabela 6: Rendimentos da Produção de batata por Região em 2014 (veja o anexo 2)
Região
Período de Safra (área de safra, hectares):
Brasil
Batata-inglesa – inglesa (1a Safra) (68.129)
Batata-inglesa – inglesa (2a Safra) (41.181)
Batata-inglesa – inglesa (3a Safra) (21.420)
Rendimento / hectare (T)
26,52
27,66
34,10
Ao mesmo tempo, há um aumento na demanda interna de batata-inglesa industrializada
que requer abastecimento ao longo de todo o ano. Na temporada de chuva, um declínio
na produção já tem sido observado. O investimento em instalações de armazenamento
de longo prazo pode ser uma solução. Recomenda-se um estudo mais detalhado sobre
a factibilidade comercial, financeira e técnica de soluções de armazenamento.
O Cepea realizou uma análise dos custos da produção de batata no inverno (Vargem
Grande do Sul) e na temporada chuvosa no Sul de Minas Gerais.
Tabela 7: Custo da produção de batata na temporada chuvosa (Sul MG 12/13- 13/14)
2013
Itens
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
(F)
(G)
(H)
(I)
(J)
(K)
(L)
(M)
(N)
Insumos
Fertilizantes
Proteção dos plantios
Sementes
Operações mecânicas para preparação do solo
Operações mecânicas de cultivo e sulcagem
Irrigação
Operações de colheita mecânica
Mão-de-obra
Escolha de sistema de colheita semi-mecanizada
Custos administrativos
Comercialização/processamento
Arrendamento da terra
Capital de Trabalho
Custos Operacionais (OC) = A+B+..+L
Custos Fixos
Custos Totais
Média de produtividade em sacos 50 kg/ha
Custos por saco (50 kg)
R$/ha
5.185
2014
%
4.200
711
273
19,7
13,5
6,2
16,0
2,7
1,0
295
2.952
1.980
1.913
4.380
1.240
1.005
24.135
2.197
26.331
1,1
11,2
7,5
7,3
16,3
4,7
3,8
91,7
8,3
100
3.560
1.626
600 sacos
R$/ha
6.374
%
3.600
744
322
21,5
11,8
9,7
12,1
2,5
1,1
369
2,834
2,130
1.961
5.280
2.066
1.066
26.746
2.906
29.652
1,2
9,6
7,2
6,6
17,9
7,0
3,6
90,2
9,8
100
3.500
2.874
660 sacos
R$ 43,89
R$ 44,93
Tabela 8: Custo da produção de batata no inverno (Vargem Gr.do Sul 2013-2014)
2013
2014
Itens
R$/ha
%
R$/ha
%
(A)
Insumos
27,0
23,5
7,114
5.973
(B)
(C)
(D)
(E)
(F)
(G)
(H)
(I)
(J)
(K)
(L)
(M)
(N)
Fertilizantes
Proteção dos plantios
Sementes
Operações mecânicas para preparação do solo
Operações mecânicas de cultivo e sulcagem
Irrigação
Operações de colheita mecânica
Mão-de-obra
Escolha de sistema de colheita semi-mecanizada
Custos administrativos
Comercialização/processamento
Arrendamento da terra
Capital de Trabalho
Custos Operacionais (OC) = A+B+..+L
Custos Fixos
Custos Totais
Média de produtividade em sacos de 50 kg/ha
Custos por saco (50 kg)
Fonte: Cepea 2014
3.730
3.384
5.000
468
590
638
187
1.661
1.495
791
4.355
2,066
1.114
25.480
919
26.399
650 sacos
R$ 40,61
14,1
12,8
18,9
1,8
2,2
2,4
0,7
6,3
5,7
3,0
16,5
7,8
4,2
96,5
3,5
3.601
2.372
4.375
488
655
997
198
1.650
1.610
796
4.690
2.066
1.035
24.433
953
25.386
14,2
9,0
17,2
1,9
2,6
3,5
0,8
6,5
6,3
3,1
18,5
8,1
4,1
96,2
3,8
100
700 sacos
R$ 36,27
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
18
A conclusão de sua pesquisa é que as três regiões são difíceis de comparar devido à
diferença na escala da produção, ao número de agricultores e à disponibilidade de mãode-obra, a temporada de safra, a tecnologia e as diferenças climatológicas.
O que os números indicam é que as regiões produtoras de São Paulo e Minas Gerais
dificilmente serão administradas para competir com Brasília (DF) / Cristalina (GO) para
abastecer o mercado do Norte e Nordeste, não apenas devido ao custo de produção
mais elevado, mas também devido aos custos da logística.
3.7
TENDÊNCIAS E EXPECTATIVAS4
Em geral, a produtividade tem aumentado significativamente durante as últimas décadas
e continua crescendo. As áreas de produção se tornam mais concentradas nas áreas
mais adequadas climaticamente. A mecanização dos cultivos tem diminuído o total de
mão-de-obra que é requerido. Cada vez menos mão-de-obra será requerida devido aos
investimentos adicionais em mecanização. Estes investimentos estão sendo feitos
devido ao custo da mão-de-obra e (a falta de) disponibilidade e devido ao aumento da
área por agricultor e o aumento do capital intensivo da produção do setor primário.
Gráfico 5: Área da batata no Brasil
Fonte: IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2014
Gráfico 5
Área de batata no Brasil (ha)
Área (hectares)
Área (ha)
Ano
Gráfico 6: Produção de batata no Brasil
Fonte: IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2014
Gráfico 6
Produção de batata inglesa (toneladas)
Produção (toneladas)
Produção (toneladas)
Ano
4
Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada Hortifruti BRASIL - Abril 2013
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
19
3.8
PREÇOS E CONTRATOS
Enfrentando seca desde o início de 2012, os produtores da região da Chapada
Diamantina (BA) reduziram o cultivo em 2013 em 13,9% comparado com o ano anterior.
As cotas positivas durante todo o ano - a maior de todas as áreas pesquisada pelo Cepea
- animaram os produtores, mas o mau inverno evitou a expansão na área. Até mesmo
os meses mais chuvosos como Janeiro e Dezembro foram mais secos que o normal.
Devido ao fato de que os reservatórios estão ainda com o nível baixo, será difícil atingir
o volume considerado ideal em 2014, ao que deve seguir a restrição do cultivo. Embora
a área seja limitada, os agricultores locais continuaram priorizando o cultivo de batatainglesa diante de outros cultivos tais como grãos. Como uma maneira de compensar a
perda de parte da área de plantio, eles migraram para outros lugares, especialmente
Cristalina (GO) e até mesmo Guarapuava (PR).
Outras regiões lucraram com a baixa oferta no mercado do Nordeste, como o Triângulo
Mineiro / Alto Parnaíba. Em certos períodos, os produtores reportaram que o preço de
venda para o Nordeste foi de mais de R $ 30 / mais alto que o comercializado dentro do
Sudeste. Apesar da seca na Chapada Diamantina (BA), asseguraram um bom
rendimento de 40 toneladas / ha em média graças à irrigação. Além disso, houve severos
problemas com pragas ou doenças na região.
De acordo com os agricultores locais, os desafios para os próximos anos são estudar
alternativas que maximizem o uso dos recursos hídricos da região, tais como os projetos
de irrigação e de monitoramento climático e o uso de monitoramento de cultivo- e
sistemas de administração de irrigação para otimizar o uso da água.
Tabela 9: Estatísticas da Produção em 2013
Item
Oferta de Batata-inglesa
Importações de batatas pré-fritas Congeladas
Área de cultivo
Nível de Preço
Recorde de Preço
Importações de sementes certificadas
Fonte: Agrivalor SA baseado nos dados do Cepea (2014)
Características 2013
Baixo
Aumento (até Outubro) 23%
Diminuiu (Bahia devido à seca -14% )
Maior média nominal na história (Maio)
R$ 128.00 / 50 kg saco
Aumentou com 129% (até Outubro)
Registro de preços para produtores de batata-inglesa capitalizados em 2013, já que não
houve falhas agudas na produção. Calcula-se que a área de safra úmida 2013/14 colhido
aumente apenas 1%.
De acordo com a PepsiCo, a alta variação nos preços torna inviável o processamento,
por essa razão, começaram com a introdução de contratos. O estabelecimento de
contratos é uma segurança tanto para o processador como para o agricultor. No entanto,
tem havido problemas graves no não cumprimento das obrigações contratuais pela
indústria.
Gráfico 7: Desenvolvimento do preço das batatas 2002-2012
Fonte: PepsiCo
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
20
3.9
VISÃO GERAL DO SETOR DA BATATA-INGLESA
Uma visão geral atual do setor da batata-inglesa no Brasil é apresentada na Figura 6: Visão Geral do Setor da Batata no Brasil 2012-2014 Mostra que o país é mais ou
menos autossuficiente em sementes e em batatas de mesa. A FAO informa que aumenta a produção 5% ao ano. Ao mesmo tempo, uma significativa mudança do
consumo de batatas frescas de mesa para o de produtos processados pode ser notado, especialmente no grande setor de serviços alimentícios que abrange um
terço de todos os gastos em alimentos no país. Obs.: o total da produção flutua um pouco por ano. Esta flutuação é quase totalmente absorvida pelo mercado de produtos para
consumo em fresco já que as capacidades de processamento são fixas.
Figura 6: Visão Geral do Setor da Batata no Brasil 2012-2014
3%
97%
Import. sementes
Sementes locais
6.000 ton.
324.000 ton
Sementes*
330.000 ton
9%
produção
±3.600.000 ton
17%
(±130.000 ha)
perdas
36.000 ton
1%
Indústria
600.000 ton
15%
* certificadas
50.000 ton
73%
aumento
33%
50%
Batatas fritas de pacote
Matéria-prima
200.000 ton
20%
Comida
rápida
76.000
toneladas
aumento
Pré-fritas
congeladas
382.000 ton
1,9 kg p.capita
Consum em fresco
2628000 ton
17%
Pré-fritas congeladas
Importação
(2013)
282.000 ton
Arg 50%
Bel. 25%
Holanda 18%
diminuição
Prod. Local
100.000 ton
Bem 80.000
Hortus 20.000
60%
20%
Outros Serviços
alimentícios
230.000
toneladas
aumento
Varejo
76.000
toneladas
estável
Outros
Matéria-prima
300.000 ton
Batatas fritas
de pacote
75.000 ton
375 g p capita
Prod. Local
75.000 ton
Frito-Lay 38.000
Yoki 25.000
Outros 12.000
Matéria-prima
100.000 ton
Flocos /
granulado
toneladas
Descascado
toneladas
Importação
Flocos &
gran 9.000 t
Fécula
80%
Matéria-prima
80.000 ton
Batata-palha
20.000 ton
100 g p capita
Matéria-prima
2628000 ton
importação
23.000 ton
90%
1.437 ton
Varejo
76.000
toneladas
aumento
10% por ano
Fonte: Agriment, baseado nos dados da FAOSTAT 2012, IBGE 2014, ABBA e pesquisa de campo
aumento
aumento
Serviços
alimentícios
18.000
toneladas
aumento
Serviços
alimentícios
1000000
toneladas
diminuição
Consumo em
fresco
2.651.000 ton
13,8 kg/ capita
Prod. Local
2.628.000 ton
atacadistas
CD
85%
15%
Pequenas lojas/
bairros
1253550
toneladas
estável
90% sacos de 50kg; 10% 25kg sacos
hipermercados
397.650
toneladas
diminuição
20% embalado
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
21
4
4.1
PRODUÇÃO PRIMÁRIA
CAPACIDADE DE PRODUÇÃO POTENCIAL NAS ÁREAS DE PRODUÇÃO SELECIONADAS
Entre 1976 e 1980, Paraná foi o principal estado produtor de batata-inglesa no Brasil.
Esta área está ao sul de 20° latitude S, a região central do sul caracterizada por um
clima úmido, subtropical, mesotérmico sem uma temporada seca distintiva. O mês mais
cálido tem uma média de temperatura de menos de 22 ºC, e o mês mais frio, uma
temperatura de menos de 18 ºC.
O estado do Rio Grande do Sul tem o clima mais adequado para as batatas, embora
não seja o ideal. A área é classificada como temperada, mas a temperatura irregular e
as chuvas tornam a agricultura em geral uma empresa de risco. Durante os meses mais
cálidos (Janeiro e Fevereiro), a temperatura varia de 19 ºC a 26,9 º C, e nos meses
mais frios (Julho, Agosto) de 8,8 ºC a 14,8 ºC. A neve é rara, mas a geada nas altitudes
mais elevadas é frequente durante o inverno (Agosto-Setembro). A pluviosidade anual
varia de 1.100 a 2.500 mm, e a umidade relativa anual varia de 75-87 %. A batatainglesa é cultivada em altitudes tão altas como 1.100 m acima do nível do mar. As
extremas flutuações da temperatura e a pluviosidade irregular (longas sequias e chuva
excessiva, ambos perigosos) favorecem as variedades de batata-inglesa com curto
período de crescimento.
Enquanto em 1980 as batatas eram produzidas em 30 regiões no Brasil, agora (2014)
isto foi reduzido para 15-20 regiões. As principais áreas de produção são apresentadas
na Figura 7: O mapa com todas as regiões que produzem batata no Centro-Sul do
Brasil e na Tabela 10.
As regiões em Minas Gerais, Paraná e São Paulo respondem por mais de 75 % da
área total de produção no Brasil. Os agricultores adaptaram o planejamento do plantio
e colheita de acordo com as condições climáticas na sua região.
Figura 7: O mapa com todas as regiões que produzem batata no Centro-Sul do Brasil
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
22
Tabela 10: Área plantada com batatas nos estados brasileiros em 2012
Classificação
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
11º
12º
13º
14º
15º
16º
17º
18º
19º
20º
21º
22º
23º
24º
25º
26º
27º
28º
29º
30º
Cidade e Estado
Cristalina – GO ……………
Perdizes – MG …………….
Itapetininga – SP
Casa Branca - SP
Ipuíuna – MG
Castro – PR
Mucugê – Bahia
Paranapanema – SP
Itapeva – SP
Itaí – SP
São Mateus do Sul – PR
São Fr.de Paula – RS
Lapa – Paraná
Araucária – Paraná
Guarapuava – Paraná
S José d Ausentes – RS
Uberaba – MG
Ibicoara – Bahia
Tapira – MG
Sacramento – MG
Campo Largo – PR
Bueno Brandão – MG
Maria da Fé – MG
Bom Jesus – RS
Contenda – PR
Bom Repouso – MG
Ibiraiaras – RS
Campo Alegre de Goiás – GO
Quitandinha – PR
Santa Juliana – MG
Total 30 regiões
Total Brasil
Hectares
6.000
4.960
4.000
3.600
2.900
2.800
2.700
2.700
2.600
2.500
2.500
2.500
2.450
2.090
2.035
2.000
1.900
1.800
1.800
1.750
1.700
1.650
1.556
1.500
1.400
1.240
1.200
1.159
1.100
1.050
69.140 (50,83 %)
136.019 (100 %)
Fonte: FAOSTAT
4.2
PRODUÇÃO DE BATATA SEMENTE
Em média, o Brasil produz aproximadamente 140.000 hectares de batatas anualmente
e por hectare os agricultores usam aproximadamente 80 caixas de 30 kg de semente.
Isto significa que no Brasil 336.000 toneladas de semente por ano estão sendo
plantadas.
Baseado em inúmeras amostras analisadas pelos laboratórios que realizam a análise
fitossanitária em nome do MAPA (Comissão de batata semente do Ministério da
Agricultura) calcula-se que existem 3.000 ha em produção para batata semente,
representando aproximadamente 50.000 toneladas da produção local de semente.
Levando em conta que 6.000 toneladas foram importadas em 2013, isto significa que
apenas 15% do total das sementes que estão sendo usadas são certificadas.
O principal desafio da multiplicação de semente local é a rápida acumulação de vírus
nos lotes de semente de uma geração para outra, se os estoques de sementes livres
de doença são importados ou iniciados do cultivo de tecidos localmente. A pressão dos
afídeos (muitas espécies) e vírus (principalmente PVY e PLRV) é alta durante todo o
ano. O valor da produção de semente livre de doença leva os produtores de semente
a procurar voluntariamente os serviços do ELISA do Instituto Agronômico de Campinas
(IAC) antes de decidir vender sua produção como semente ou para consumo (> 75%).
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
23
4.2.1
Variedades de batata semente
Existe uma grande variedade disponível no mercado que mudou com o passar das
décadas. A variedade mais famosa e que durou mais, a Bintje, é lisa e adequada para
fritar.
- Nas décadas de 1970 e 1980 Bintje prevaleceu acima dos cultivares: Patrones,
Radosa, Delta e Aquila
- Na década de 1990 prevaleceu no mercado além da Bintje; Achat, Baraka e Monalisa
- Na década de 2010, Agata, Cupido, Asterix, Atlantic, Mondial, e Markies5 são as
variedades populares.
Os agricultores de batata-inglesa que produzem para a produção de batatas fritas de
pacote, em geral, importam sementes Atlantic.A produção de batata semente em geral
é realizada por agricultores que têm estufas para a produção de mini tubérculos.
A Atlantic representa uma melhor relação custo-benefício e vai manter sua importância
até que outra variedade possa suplantá-la, para responder às demandas do mercado
brasileiro, que valora majoritariamente o aspecto externo dos tubérculos, demandando
bom tamanho e pele lisa e brilhosa.
As variedades como Agata e Cupido são destinadas ao mercado de consumo em
fresco, já que são muito sólidas e de cor firme, apresentando aptidão culinária para
cozinhar.
As variedades como Atlantic, Lady Roseta e Panda são mais usadas na indústria de
batatas fritas de pacote (ou fatias e batata-palha). Por causa do seu formato redondo,
pele áspera e polpa branca, esta variedade não tem uma boa aceitação no mercado
de produtos para consumo em fresco.
Tabela 11: Variedades de Batata e Mercado de destino
Mercado da
Batata
Consumo
Batatas fritas
de pacote
Batatas fritas
Variedades
1980
2012
Bintje, Achat, Delta, Baronesa,
Baraka, Radosa, etc.
Atlantic
Não na indústria local
Ágata, Monalisa, Cupido,
Mondial, Asterix
Atlantic, FL , Caesar, Lady
roseta, Ágata, Mondial,
Cupido,
Asterix, Markies
Fonte: Agrivalor SA baseado em entrevistas do setor
Tabela 12: Variedades usadas no Brasil para fins de processamento:
Batatas pré-fritas congeladas
Batatas fritas de pacote
Russet Burbank
Ranger Russet
Shepody
Kennebec
Bintje
Asterix
Agria
Lady Olympia
Atlantic
Norchip
Snowden
Kennebec
Lady Rosetta
Lady Claire
Saturna
Panda
Fonte: Agrivalor SA baseado em entrevistas do setor
De acordo com Natalino Shimoyama, da ABBA (Associação Brasileira da Batata) não
existe informação estatística oficial disponível sobre a produção de semente no Brasil.
Ele observa que não muitas variedades novas de batata-inglesa de consumo estão
sendo desenvolvidas ou introduzidas.
As variedades de batatas fritas de pacote mantém o mesmo nível ou piorado, do qual
Atlantic e Lady Roseta são consideradas produto de qualidade.
Os grandes produtores tem sua própria semente, que são de boa qualidade.
Entretanto, ás vezes, a semente livre no mercado é de uma péssima qualidade (quando
Agata é vendida para consume e sobra somente de má qualidade para o plantio).
A partir do final de maio pode haver escassez de sementes (Agata) pela dificuldade de
armazenagem desta variedade.
5
POTATO SHOW (2010)
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
24
4.2.2
Produtores de semente no Brasil
O maior estado produtor de semente é Santa Catarina, que lidera o ranking dos
produtores de batata semente no Brasil. Minas Gerais é o Segundo maior produtor
nacional, mas consideravelmente abaixo de Santa Catarina em termos de produção.
Um referente dentro do setor brasileiro da batata-inglesa, durante uma entrevista
alertou sobre a situação da produção e qualidade de batata semente no Brasil, e
mencionou que, para ele, é da maior importância determinar normas e padrões
uniformes para a produção de sementes para o país inteiro. Mas com o objetivo de
atingir isto, é necessário que a fiscalização oriente os produtores e aplique multas
quando necessário.
Além do mais, os produtores devem agir com muita responsabilidade na administração
e controle fitossanitário. Ele observa que o Brasil está pesquisando por variedades com
melhor aptidão culinária para aumentar o consumo e melhorar a lucratividade dos
produtores, mas duvida onde o Brasil vai plantar para produzir sementes saudáveis. E
ele teme as doenças e pragas que estão espalhadas pelo país. Outro ponto importante
referente a novas variedades é o pagamento de royalties, a obrigação do qual não é,
algumas vezes, entendida pelo agricultor local. Por essa razão, a HZPC por exemplo,
começou a mudra o cálculo de royalty de tonaladas de sementes produzidas para
hectares plantados.
Os produtores culpam dos problemas as impossibilidades financeiras e más condições
do mercado, mas esquecem de que enfrentam problemas como a baixa produtividade
relacionada com a pobre qualidade da semente, solos infectados e baixa tecnologia de
embalagem. Não apenas sementes nacionais, mas também grande quantidade do
material importado é de pobre qualidade.
Todos são responsáveis por mudar esta situação: o governo, os produtores, os
importadores, as associações, os laboratórios, os pesquisadores.
Tabela 13: Obstáculos na produção brasileira de batata semente
Obstáculo
Descrição
Legislação
Falta de legislação, fiscalização e limites
Qualidade
Falta de responsabilidade dos produtores sobre a qualidade da semente
Bactéria
Podridão bacteriana da sarna da batata-inglesa, incrustações prateadas,
sarna pulverulenta, nemátodos e muitos outros estão incapacitando
grandes e importantes áreas da produção nacional, ainda mais sabendo
que os limites para a produção no Brasil quase finalizaram.
Transporte
Problemas com transporte de batatas semente e variedades de
semeadura com curta dormência que se ajusta a todas as regiões que
produzem do país são fatores que disseminam doença e pragas
Fonte: Agrivalor baseado em entrevistas com referentes locais
O mercado da batata semente para processamento de batatas fritas de pacote e
batata-palha é muito dinâmico por causa da presença de muitas fabricantes
independentes de batatas fritas de pacote e dois ou três processadores maiores. O
mercado de semente para essas variedades provavelmente será de muito baixa
geração por causa da pressão da doença localmente.
Entrevistas com agricultores locais e relatórios de visitas de associações estrangeiras
de semente indicam que muitos grandes agricultores usam as instalações para produzir
seus próprios mini tubérculos e cultivar sementes por apenas 1 a 3 gerações. As
variedades resistentes a doenças como Agata pode ser recultivadas por mais anos,
mas variedades como Atlantic são infestadas rapidamente. A Atlantic é a principal
variedade para estoque de batata-frita, mas os campos da G1 Atlantics podem ser
observados cheios de contaminação de vírus, o que impacta negativamente sobre os
rendimentos. Por esse motivo, os agricultores expressam que poderiam ter a alternativa
de variedades de alto rendimento menos susceptíveis à doença.
Os laboratórios in vitro parecem ser poucos e a única maneira de controlar a variedade
parece ser trabalhar com estes laboratórios. O mercado de importação de semente
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
25
parece ser apenas de minis tubérculos e nuclear para semente G1 (para obter
informação adicional sobre as categorias de batata semente veja a seguinte página).
No Brasil, uma variedade precisa superar vários anos de testes em múltiplas áreas
antes de ser registrada. O processo de registro está estabelecido para favorecer as
empresas privadas, assim as organizações reprodutoras públicas entram cada vez
mais problemas burocráticos. Registrar uma variedade é caro e pode ser feito apenas
com variedades com potencial.
Os especialistas locais em plantio de semente vendem a semente em muito baixa
geração, mas a pressão muito alta do vírus da doença local assegura que nova
semente sempre será necessária.
Categorias brasileiras de batata semente6
4.2.3
Tabela 14: A proposta atual das categorias para produção da batata-inglesa-semente é como segue7:
Cat.
Nome
Descrição
material de reprodução sob a responsabilidade e controle
direto de seu adquirente ou introdutor;
Basic G0
semeadura, planta em-vitro e mini tubérculo
2.
Basic G1
Primeira safra no campo
3.
Basic G2
Segunda safra no campo;
4.
Basic G3
Terceira safra no campo
5.
Primeira geração certificada
Quarta safra no campo
6.
Segunda geração certificada
Quinta safra no campo
7.
Fonte: Valmir Duarte, Janine Palma e Aícha Daniela Ribas, UFRGS Cultivar Hortaliças e Frutas (2005)
1.
Genética
A equivalência das categorias de batata semente entre a semente brasileira e a
holandesa é estabelecida pelo EM No. 9 (04/29/14) pelo Ministério da Agricultura,
Pesca e Abastecimento de Alimentos, em exercício dos poderes conferidos pelo artigo
87, parágrafo único, item II, da Constituição, em vista das disposições da Lei 10.711,
do dia 5 de Agosto de 2003, no Decreto 5153 do dia 23 de Julho de 2004, Instrução
Normativa 32, do dia 20 de Novembro de 2012, e as disposições de Procedimento em
21000.009569 / 2013-33. Estas normas confirmaram em Abril de 2014 as equivalências
das categorias das batatas semente produzidas nos Países Baixos e no Brasil, como
segue:
Tabela 15: Normas confirmadas
Artigo
Art. 1
Art. 2
Art. 3
Art. 4
Descrição
Estabelece a equivalência das categorias de batatas semente produzidas nos Países Baixos
e no Brasil:
Batatas semente produzida nos Países Baixos
Semente Produzida no Brasil
Tipos "S", "SE" e "E" semelhantes
Categoria básica G1
Classe "A” semelhantes
Categoria certificada C1
As batatas semente produzida e certificada nos Países Baixos estão isentas de avaliação
prévia por equivalência da categoria e Relatório de Avaliação Equivalência especificado em
§ 3 do art. 6 Instrução Normativa Não. 32, do dia 20 de Novembro de 2012.
Resultados da Análise do Material de Propagação da Batata-inglesa, que se referem à
amostra oficial de material batata-inglesa importada, prevalece ainda a distribuição quando
surge divergências entre estes resultados e a equivalência da categoria estabelecida de
acordo com art 1.
Esta Instrução deve entrar em vigência a partir da data de sua publicação.
Fonte: Min. Agric. & Alimentos, 20
Tabela 16: Referência de Tolerâncias na inspeção de campo nos Países Baixos
Classe
Mosaico /Enrolamento foliar
Pé negro (Erwinia spp)
Fora de tipo
Tolerância na Inspeção do campo (%)
S
SE
E
A
0,025
0,05
0,1
0,25
0
0
0
0,03
0
0
0,025
0,1
C
2
0,1
0,5
Fonte: WUR/PPO
6
7
Ministro De Estado Da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, NERI GELLER, 30/04/2014 N°: 638/14
Valmir Duarte, Janine Palma e Aícha Daniela Ribas,UFRGS Cultivar Hortaliças e Frutas (2005)
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
26
Tabela 17: Referência de Tolerâncias na inspeção Lote nos Países Baixos e UE
Podridão seca
Podridão úmida
Phytophthora
Sarna da batata
Rhizoctonia
Defeitos externos
Aderência da terra
Tolerâncias na inspeção de lote
NAK
EC
Praticamente nenhuma
1% do peso
1 ou 2 tubérculos / 50Kg
1% do peso
1 por 100 kg
1% do peso
Máx. ½ superfície
Máx. 1/3 da superfície e 5% acima
S/SE máx. 10% leve
não especificado
E/A/B máx. 25% leve
não especificado
4-12 por 50 kg
3% do peso
1% do peso
2% do peso
Fonte: WUR/PPO
4.2.4
Mercado brasileiro de batata semente 2013
Desde Junho de 2013, o cultivo da safra de inverno é limitado devido à baixa
disponibilidade de batatas semente nos país. De acordo com os representantes do
setor, isto também terá um impacto sobre a expansão da área para a safra úmida
2013/14. Entretanto, esse é um resultado da falta de disponibilidade de semente de
Agata quando as mesmas são vendidas como batata para consume em anos de bons
preços.
Os produtores das diferentes regiões que cultivam no inverno seco têm tido dificuldades
para encontrar insumos (sementes). Este contexto é devido aos altos preços da batatainglesa desde o começo do ano, já que a maioria da produção teve que ser alocada no
mercado de produtos para consumo em fresco, uma estratégia usada pelos produtores
para aumentar a lucratividade após dois anos de resultados negativos.
Além do mais, as geadas no Sul causaram perdas de área de cultivo de semente, mais
especificamente no Paraná, aumentando a escassez de sementes disponíveis.
Inventários foram abaixo do normal, o que é refletido no aumento importações de
semente certificada.
4.2.5
Requerimentos fitossanitários
As demandas fitossanitárias que são essenciais para a proteção da vida legume são
padrões e medidas estabelecidos pelo Ministério da Agricultura8 e normativas
internacionais, o que protege a cadeia produtiva e evita a contaminação e
disseminação de pragas e doenças no território nacional. Eles contribuem para a
preservação da saúde humana e dos rebanhos. No Ministério da Agricultura, a
vigilância sanitária é feita pelo Departamento de Sanidade Legume (DSV), o qual
também analisa os riscos de transtorno e as regras para o trânsito e a quarentena dos
legumes.
A produção de batata-semente certificada é regulamentada por padrões específicos do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que incluem como principais
objetivos a preservação da identidade genética, a produção de material com baixo nível
de infeção de vírus, bactérias, nemátodos e outros patogênicos capazes de reduzir, de
acordo com as condições brasileiras, seu potencial de produção e / ou multiplicação.
4.2.6
Condições para a exportação de batatas semente para o Brasil
De Janeiro a Outubro de 2013, o Brasil importou 5.782 toneladas, 129% mais que no
mesmo período no ano anterior. O principal exportador de semente para o Brasil é a
União Europeia, principalmente os Países Baixos, responsáveis for 2.389 toneladas.
As principais variedades importadas são: Agatha, Cupido, Asterix, Atlantic e Markies.
O Mercosul exportou para o Brasil nos primeiros dez meses de 2013, 1.175 toneladas
de semente. O baixo volume de batata semente confirma que as batatas não
certificadas ou de qualidade mais baixa também são plantadas, o que pode
comprometer a produtividade de tubérculos que são colhidos na temporada chuvosa
de 2013/14.
8
[email protected]
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
27
Tabela 18: Requerimentos fitossanitários para Batatas semente no Brasil 9
Requerimento
Teste PCN
Tolerância da
cultura
Tolerância do
Tubérculo
Descrição
Tolerância
Uma teste de consignação para nemátodo de quisto da batata-inglesa
(Globodera rostochiensis e G. pallida) é requerido antes da exportação.
Aplicam-se as instruções de Inspetor BZ/2008/0. Aplica-se a tolerância
de Classe, exceto se a tolerância abaixo forem mais rigorosas:
Batata-inglesa mop top vírus (PMTV)
Nula
Vírus do Anel Preto do Tomate (TBRV)
Nula
Aplica-se o mínimo de tolerância à semente de exportação,
exceto for:
Gangrena ( Phoma foveata)
Nula
Podridão rosa ( Phytophthora erythyroseptica)
Nula
Manchas na pele ( Polyscytalum pustulans)
Nula
Spraing (PMTV e TRV)
Nula
Vírus do Anel Preto do Tomate (TBRV)
Nula
Terra aderida
NULA (req. escova)
Sarna pulverulenta ( Spongospo.subterranean)
0%
Tubérculos Murchos ou desidratados
0%
Terra solta
0,2%
Sarna da batata-inglesa (Streptom. scabies) e Scurf preto (Rhizoctonia)
Área de superfície
Tolerância por peso
menos que 1/16th área de superfície afetada
não mais que 30%
1/8th to 1/16th área de superfície afetada
não mais que 20%
mais que 1/8th área de superfície afetada
não mais que 1.5%
incrustações prateadas ( Helminthosporium solani)
Área de superfície
Tolerância por peso
menos que 1/16th área de superfície afetada
não mais que 30%
1/8th to 1/16th área de superfície afetada
não mais que 20%
mais que 1/8th área de superfície afetada
não mais que 2%
dos quais desidratados ou murchos
0%
Fonte: \\scotland.gov.uk\dc2\FS2_Home\u206163\Brasil Adicional Semente Cert - 2014.pdf [PDF, 21.2 kb: 14
Fev 2014]
Tabela 19: Outros Requerimentos fitossanitários
Características
Requerimento
Licença de Importação:
Variedades:
Pureza varietal:
Tamanho:
Tratamento:
Químicos:
Etiquetagem:
Embalagem:
Testes de laboratório:
Requerido.
aceita apenas variedades registradas no Brasil, a menos que
sejam para testes.
Os lotes devem ser 100% puros.
A germinação não deve ser excessiva.
todos os tubérculos devem ser escovados.
Os tubérculos podem ser tratados com um fungicida aprovado para
controle da gangrena, mas nenhum sintoma de gangrena deve
estar presente nos estoque durante a inspeção.
Uma etiqueta em português deve ser anexada a cada saco
declarando toda a informação também baseada em uma etiqueta
escocesa oficial.
Se for usada embalagem de madeira (por ex., caixas, paletes),
estas devem ser tratadas e certificadas. O material de madeira
deve cumprir com Padrões Internacionais para Medidas
Fitossanitárias (ISPM 15) sobre materiais de embalagem de
madeira.
Amostra de cada remessa pode ser testada em laboratório pelas
Autoridades brasileiras por (latente) infeção com vírus, fungos e
nemátodos. As seguintes tolerâncias são aplicadas para infeção
com vírus:
PVA, PMTV, TRV, TBRV
Nula
PVX, PVS e PLRV
2,0% cada
PVY
3,0%
Total PVX, PVY, PVS e PLRV
4,0%
Fonte: \\scotland.gov.uk\dc2\FS2_Home\u206163\Brasil Adicional Semente Cert - 2014.pdf [PDF, 21.2 kb: 14
Feb 2014]
9
\\scotland.gov.uk\dc2\FS2_Home\u206163\Brazil Additional Seed Cert - 2014.pdf [PDF, 21.2 kb: 14 Feb 2014]
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
28
Advertência adicional: As autoridades brasileiras verificam os lotes importados pela
presença de nemátodos viáveis e independentes (Pratylenchus spp.) e outros
organismos comuns que vivem no solo. Todos os lotes para o Brasil devem ser
escovados e estar (praticamente) livres de solo. Nenhuma garantia pode ser dada de
que a remessa que cumpre com a tolerância do Brasil para as incrustações prateadas
na inspeção no país de origem vai aprovar a inspeção de importação no Brasil. A
doença pode se desenvolver muito rapidamente através da superfície do tubérculo de
as condições ambientais forem favoráveis para seu desenvolvimento. Os exportadores
devem estar conscientes dos riscos comerciais quando exportam para o Brasil.
4.2.7 Estrutura atual
Todos os agricultores entrevistados compram pequenos volumes de semente
(certificada) e multiplicam a semente durante duas – três gerações dentro de sua
própria empresa. Todos os agricultores entrevistados plantam mais que 1.500 ha no
seu conjunto e em total plantam quase 35.000 ha (27% da área total nacional).
Possuem laboratório e instalações de seleção e depósito para produzir plântulas e
minis tubérculos livres de doença. Multiplicam no campo para produzir G1 e G2 (e
algumas vezes G3). Ao produzir sementes para seu próprio uso, a certificação pelo
RENASEM não é obrigatória. A empresa que queira vender semente certificada
necessita estar certificada pelo RENASAM e estar registradas como um produtor de
semente. Apenas um pequeno número (2-3) de produtores comerciais de semente está
produzindo semente certificada (por ex., Nascente, Cooperbatata) para vender.
A semente Basic é importada da Europa, Argentina e Chile. IPM (Mercado Irlandês de
Batata-inglesa) está pesquisando sobre as possibilidades para suas variedades no
Brasil. O Embrapa tem um programa de reprodução para desenvolver variedades mais
bem adaptadas às condições brasileiras. Desenvolveram 3 variedades: BRS Clara,
BRS Ana e BRSIPR Bel. Algumas empresas privadas também têm programas de
reprodução.
No Brasil no existem áreas específicas designadas para a produção de semente. A
semente é, por essa razão, produzida nas mesmas áreas onde as batatas de consumo
são produzidas. As datas de plantio e colheita são apresentadas na Tabela 23:
Períodos de plantio e colheita em diferentes regiões + indicações rendimento no
parágrafo 4.3. Do total da produção de batata, 9% é destinado para batatas semente,
e deste montante apenas 15% é certificada.
Atividades de empresas internacionais de batata semente não foram mencionadas
durante as entrevistas.
4.2.8 Legislação
O RENASAM (Registro Nacional de Sementes e Mudas) é responsável pelo processo
de certificação das batatas semente que são vendidas no mercado. Nenhuma área de
produção específica de semente isolada está presente no Brasil. Os testos jurídicos
que regulam a produção de semente estão disponíveis em www.planalto.gov.br
Agata (principal (95%) variedade para consumo em fresco) e Atlantic (principal
variedade para batatas fritas de pacote) podem ser multiplicadas sem pagamento de
royalties. As variedades devem ser oficialmente registradas no Brasil, mas após 10
anos os royalties não devem mais ser pagos.
4.2.9 Práticas de plantio
As plântulas livres de doença são produzidas nos laboratórios, os minis tubérculos (G0)
são produzidos em depósitos de seleção. As gerações G1 e G2 são produzidas no
campo e, algumas vezes, também a geração G3. As batatas semente são classificadas
em 5 categorias e algumas vezes tratadas com tiofanato-metilo para prevenir as
doenças do armazenamento. Os agricultores plantam a semente inteira. Desistiram do
corte da semente há mais que 10 anos atrás após péssimas experiências de
disseminação de bactérias de tubérculos afetados para saudáveis.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
29
Por causa da mudança climática, uma quantidade suficiente de chuvas durante o ciclo
de crescimento não está garantida: por essa razão, a maioria dos agricultores tem a
possibilidade de irrigar.
4.2.10 Doenças, pragas e fertilização
Em todas as áreas a pressão do pulgão (Myzus persicae) é muito alta. Erwinia (perna
preta) e Ralstonia solanacearum (podridão castanha) são mencionadas como
importantes problemas na produção da semente- (e assim da batata-inglesa de
consumo). Os custos de proteção dos plantios e fertilizantes não foram especificado
para a produção de batatas semente.
4.2.11 Armazenamento
Figura 8: Armazenamento de sementes em caixas pallet,
ventilação forçada
A semente é armazenada a 3-4 ºC em pequenos
engradados de plástico (30 kg) ou caixas de pallet de
madeira (> 1.000 kg). A maioria dos depósitos não
tem um sistema de ventilação forçada. A semente é
armazenada até 7 meses. O sistema de
armazenamento não é específico por variedade e
apenas difere por mercado de destino
4.2.12 Qualidade
Figura 9: Quatro tamanhos de batata semente
As batatas semente são classificadas em 5 categorias.
A semente não é cortada para evitar a transmissão de
bactérias. A qualidade da semente não é consistente.
Os campos de cultivo não foram inspecionados
durante esta visita. Baseado nas entrevistas com
agricultores, os principais problemas são as bactérias
(Erwinia, Ralstonia) e os vírus. A administração de
cicatrizante na carga do depósito e a condensação
durante a descarga foram fatores mencionados que
influenciam negativamente na qualidade da semente.
4.2.13
Problemas e obstáculos de acordo com os agricultores
 A semente qualificada pelo RENASEM está disponível apenas em pequenas
quantidades, é cara e a qualidade nem sempre é boa;
 Uma variedade multi-propósito que seja bem adaptada para as condições
brasileiras ainda não está disponível;
 A administração do armazenamento de sementes referente a carga (cicatrizante) e
descarga (condensação) deve ser melhorado;
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
30
4.2.14
Análise econômica / Estrutura de custo da produção de batatas semente
O CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) publica os custos de
produção
de
batata
há
muitos
anos
na
revista
Hortifruti
(http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/). Os custos da batata semente para a
produção de 1 hectare de batata-inglesa de consumo em Minas Gerais e Vargem
Grande do Sul (SP) em 2012/13 foi de R$ 4.200/ha ~ € 1.386 (15,95 % e taxa de câmbio
de maio de 2014) e R$ 5.625/ha ~ € 1.856 (taxa de câmbio de maio de 2014 e 20,9 %),
respectivamente. Estes cálculos de custos são uma média das regiões em que a Agata
é a variedade de cultivo mais importante (75 %). Estes custos estão em linha com os
custos da maioria dos agricultores, embora em alguns estados seus custos sejam mais
baixos.
4.2.15 FOFA
Tabela 20: Fortalezas & Fraquezas dos protagonistas em cadeia da semente (Fatores internos)
Protagonista
Fortalezas
Inspeção
 Agricultores com grandes áreas de
batatas estão bem conscientes da
importância de usar boa semente. Eles
têm
organizado
efetivamente
o
abastecimento de semente
 Os agricultores
reconhecem
as
relativas vantagens da produção de
batata durante a temporada de inverno:
rendimentos
mais
altos,
menor
incidência de doenças e pragas, custos
de produção mais baixos por tonelada.
Os cultivos de verão os enfrentam com
rendimentos baixos demais e aumento
da pressão das doenças e pragas no
campo.
 Os agricultores estão conscientes de
forcar na safra de inverno e investir em
armazenamento refrigerado para o
período de verão
 Os agricultores estão conscientes da
relevância de produzir a baixos custos
no
campo
com
relação
à
competitividade
da
batata-fritas
congeladas importadas.
 Os
agricultores
reconhecem
a
relevância
da
qualidade
do
abastecimento de matéria-prima; mas
necessitam ser pagos pela qualidade
do abastecimento.

reprodutores

Agricultores
processadores 
Fraquezas
 Um sistema similar de estrutura de
custo necessita ser adaptado aos
custos
no
campo
mostra
comparação pobre e variação
imprecisa devido à falta de
estruturação do custo
 Uma
estrutura
de
custo
transparente vai respaldar a
introdução da safra de inverno e a
prática de armazenamento no
verão.
 A produtividade e a qualidade do
RENASEM
tem
que
ser
melhorada;
 As variedades adaptadas às
condições locais brasileiras não
estão disponíveis.
 Um programa brasileiro baseado
na batata-inglesa de reprodução é
um pobre substituto para um
sistema de teste do germoplasma
importado; Um programa de teste
de varietal conjunto ainda está por
ser desenvolvido.
 As empresas de processamento
necessita
compensar
os
investimentos em armazenamento
no nível da lavoura através do
pagamento de parte dos custos de
armazenamento.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
31
cadeia
 As empresas de processamento
estão introduzindo pagamento
sobre a qualidade da matériaprima.
 Um conhecimento sobre a
estrutura de disseminação para a
cadeia da batata-inglesa ainda
está por ser desenvolvida e
mantida.

Tabela 21: Oportunidades e ameaças dos protagonistas na cadeia da semente (Fatores externos)
Protagonista
Oportunidades
Ameaças
agricultores
 Os agricultores que cultivam seu próprio  Baixa prioridade do investimento
abastecimento de semente podem
em melhoramentos do sistema da
aumentar/melhorar sua produção e
semente certificada
vender semente (certificada) para outros
agricultores.
4.3 PRODUÇÃO DE BATATA DE CONSUMO (DE MESA MAIS PROCESSAMENTO)
De acordo com a ABBA, a produção de batata acontece em 7 estados (Bahia, GO,
Minas Gerais, São Pablo, Paraná, SC e R$) em aproximadamente 130.000 hectares
resultando em uma produção de batata total anual brasileira de cerca de 3,6 milhões
de toneladas. 70% destinado para o mercado de produtos para consumo em fresco,
300.000 tonelada para a produção de batatas fritas de pacote e 200.000 para a
produção de batatas fritas e 80.000 toneladas para produção de batata-palha (um 20%
da área total é para fins industriais) e o remanescente (10%) é para produção de
semente e perdas10.
Metade das batatas de processamento vai para processadores de batatas fritas de
pacote, um quarto para as duas fábricas de batata-frita do país e o remanescente para
fábricas que produzem “batata-palha,” um produto frito em palitos11. Atualmente, é de
50%, 33%, 17% respectivamente.
Tabela 22: Áreas plantadas e colhidas e produção brasileira na Temporada 2013-2014
Item
Ano de Safra
Produto
Total
Temporada 2013
Área
Plantada
(Hectares)
Hectares
64.285
Batata-inglesa (2° safra)
41.391
Total
Hectares
68.137
Batata-inglesa (2° safra)
41.181
Total
Produção
(toneladas)
Temporada 2014
22.756
130.738
Batata-inglesa (1° safra)
Batata-inglesa (3° safra)
Temporada 2013
128.432
Batata-inglesa (1° safra)
Batata-inglesa (3° safra)
Temporada 2014
Unidades
Toneladas
21.420
3570351
Batata-inglesa (1° safra )
1683614
Batata-inglesa (2° safra)
1126872
Batata-inglesa (3° safra)
759.865
Total
3675611
Toneladas
Batata-inglesa (1° safra )
1806308
Batata-inglesa (2° safra)
1138905
Batata-inglesa (3° safra)
730.398
Fonte: Cepea, estatísticas
10
11
Natalino Shimoyama, ABBATATA July 2014
Argenpapa. Brasil . 03-05-2010.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
32
De acordo com a publicação “O cultivo da batata-inglesa no Brasil” da Universidade
Federal de Uberlândia (UFU), em parceria com a Associação Brasileira da Batata
(ABBA), no Brasil a variedade Agata representa mais de 70% da produção nacional,
atingindo rendimentos de mais que 50 toneladas por hectare.
4.3.1 Estrutura atual
Consumo em fresco: A principal variedade é a Agata (de 90% a 95% de participação
no Mercado). A Agata é uma variedade de propósito único. Nenhum royalty deve ser
pago. A Agata é popular com os agricultores por ter um período de dormência muito
curto de 20-30 dias. Esta variedade é muito popular entre os consumidores porque
possui uma pele muito lisa após a lavagem. As batatas para consumo em fresco são
sempre lavadas. O mercado do consumo em fresco da batata-inglesa é muito
especulativo e a Agata é a variedade perfeita para abastecer este mercado. Alguns
agricultores plantam Agata à mão para prevenir o rompimento dos germinações quando
o plantio tem que ser adiado por causa das chuvas e para prevenir a entrada em portos
da Erwinia. A maioria dos agricultores colhe a Agata à mão para prevenir pequenas
lesões e entregar uma melhor qualidade de pele. Outras variedades cultivadas para o
mercado de produtos de consumo em fresco são Cupido (Meijer), Caesar (HZPC),
Monalisa (HZPC) e Orchestra (Meijer).
Batatas fritas de pacote: Principal variedade é Atlantic. Nenhum royalty deve ser
pago. A Atlantic tem um baixo fator de multiplicação (4-5x) e é difícil de armazenar. A
vantagem é que não germina muito rapidamente devido a seu longo período de
dormência: é possível deixá-la no campo por 60 dias (armazenamento barato). A
Atlantic sempre frita bem. A Atlantic é uma variedade muito estável com relação a
produzir e fritar. A Atlantic apenas mostra sintomas do Vírus do Bronzeamento do
tomateiro em copa não em tubérculos. Outras variedades (em fase de teste) são Taurus
(HZPC), Royal (Danespo), Megachip, FL 2221, FL 1867 (aumentando) & FL 2027
(diminuindo).
A produção de chips é de cerca de 75.000 toneladas por ano (o que requer cerca de
300.000 toneladas de matéria-prima). 300.000 toneladas de matéria-prima são
equivalentes a 8.500 hectares com uma média de rendimento de 35 toneladas por
hectare.
Batatas fritas: As principais variedades são Asterix (HZPC) e Markies (Agrico). A
variedade Markies produz consistentemente todos os meses. Já a Asterix tem
problemas com clima cálido, produz tubérculos mal formados. Em bom clima, produz
rendimentos mais altos que a Markies. Outras variedades são Innovator (HZPC),
Miranda (Den Hartigh), Russet Burbank, Shepody, Challenger (HZPC) e Ranger
Russet. Innovator é susceptível ao calor, desenvolve manchas marrons internas nos
tubérculos.
As importações de batata-frita profundamente congelada para o Brasil foram de
282.000 toneladas (2013) da Argentina, da Bélgica e dos Países Baixos. 282.000
toneladas representam cerca de 560.000 toneladas de matéria-prima, o que é
equivalente a 16.000 hectares com uma média de rendimento de 35 toneladas por
hectare. O último pode ser um desafio para a indústria brasileira de batata-inglesa:
entrar em a competição com importações.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
33
Tabela 23: Períodos de plantio e colheita em diferentes regiões + indicações rendimento
MG Inverno
pl
c
o
MG Verão
pl
co
Castro
pl
co
N do Paraná
pl
co
São Paulo
pl
co
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Produção ton/ha
Agata
Atlantic
Asterix
Markies
50-53
40-50
40-45
30-38
30-40
30-35
28-30
48
38
40
35
Fonte: entrevistas com agricultores em maio de 2014.
4.3.2 Práticas de plantio
O espaçamento entre linhas é 75- 80 cm. Sem canteiros. A variedade depende da
distância dentro da linha; maior espaçamento em safra de verão versus safra de
inverno (ou seja, Agata: 32 cm versus 24 cm); como um maior espaçamento permite
secagem mais rápida da folhagem. Os cultivos são dessecados após 90 dias e colhidos
25 dias mais tarde para permitir uma boa configuração da pele. Os agricultores
reclamam que mais de 90 dias não é possível devido a problemas de Alternaria no final
da Temporada. A rotação de cultivo é de 1:4. As batatas são cultivadas sobre um
mesmo campo a cada 2 anos, mas isto inclui uma rotação de lavoura que consiste de
quatro cultivos: Batata--Milho-Trigo-Milho-Batata.
Quase todos os campos têm possibilidade de irrigação. A média do nível de rendimento
para o Brasil é de 28,4 toneladas/ha.
Os pequenos agricultores plantam e colhem as batatas à mão. A variedade Agata é
quase sempre plantada à mão para prevenir o rompimento dos germinações quando o
plantio tem que ser adiado por causa de chuvas e para prevenir a entrada em portos
da Erwinia. Todos os agricultores colhem a Agata à mão para prevenir pequenas lesões
e entregar a melhor qualidade de pele. Os grandes agricultores que produzem batatas
para processamento têm mecanizado as operações de plantio e colheita.
As batatas para o mercado de produtos de consumo em fresco são sempre lavadas e
majoritariamente empacotadas em sacos de 50 kg.
4.3.3 Doenças, pragas e fertilização
Os principais problemas de doença que causam dano nos tubérculos são sarna da
batata-inglesa (Streptomyces species) e scurf preto (Rhizoctonia solani). Também os
nemátodos (Melodoigyne incognita, M. japonica e Pratylenchus spp.) podem causar
problemas. Alternaria solani (pinta-preta) é um problema na temporada seca, murcha
bacteriana (Phytophthora infestans), perna preta (Erwinia spp.) e podridão bacteriana
(Ralstonia solanacearum) na temporada úmida. As pragas importantes são a mosca
branca (Bemisia tabaci), o bicho-mineiro (Liriomyza huidobrensis), a traça-da-Batatinha
(Phthorimaea operculella), as lagartas, a Larva-alfinete (Diabrotica speciosa) (causa
pequenos buracos em tubérculos) e tripes (Tripes palmi: vetor do vírus do
bronzeamento do tomateiro Vírus).
A Associação Brasileira da Batata (ABBA) coordena um programa de pesquisa de R$
500.000 sobre a mosca branca. Os cultivos são fumigados com inseticidas e fungicidas
por fumigadores montados em tratores ou avião. Os custos dos produtos de proteção
dos plantios e da operação de fumigação são apresentados no parágrafo 4.3.7.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
34
Alguns agricultores monitoram o número de insetos e então decidem quando fumigar
(IPM-MIP).
A fertilização varia consideravelmente: 64-250 kg/ha N, 450-850 kg/ha P2O5, 240-450
kg/ha K2O. Alguns agricultores indicaram que suas taxas de fertilizantes foram o
resultado de experimentos sobre sua lavoura. Alguns agricultores extraem amostras do
solo antes do plantio e ajustam o valor de N aplicado durante o ciclo de crescimento ao
usar o teste do pecíolo. O Paraná tem dias curtos o que resulta em um ciclo de
crescimento curto. A prolongação do período de crescimento ao aplicar N adicional
(dividir o N durante temporada de safra) no teve muito sucesso. O solo do Paraná
contém grande quantidade de matéria orgânica e com grande quantidade de chuvas e
altas temperaturas resultando na liberação de N durante a temporada de cultivo o que
leva a uma densa copa e muito mais perna preta. Em Minas Gerais, as condições
climáticas durante o ciclo de crescimento são muito mais secas e com pivôs a irrigação
do plantio pode ser regulamentada. Em Minas Gerais, a prolongação do período de
crescimento ao dividir N tem tido sucesso e resultou em rendimentos mais altos. Os
custos dos fertilizantes são apresentados no parágrafo 4.3.7.
Usar sistemas de monitoramento de plantio e administração poderia otimizar o uso de
fertilizantes e proteger os plantios de químicos que resultam na combinação de custos
reduzidos e/ou aumento rendimentos.
4.3.4 Armazenamento
A presente prática de produção de batata consiste de dois ciclos de crescimento; uma
safra ‘fria’ de inverno e uma safra ‘quente’ de verão. Atualmente, a produção para
consumo em fresco é alimentada no mercado de produtos para consumo em fresco e
nas fábricas de processamento. Cada vez mais os agricultores consideram fazer uma
escolha e focar-se na safra fria de inverno período e investir em armazenamento
refrigerado para as restantes partes do ano. A última, recomendada, prática se espera
que leve os custos de campo mais baixos, mas custos adicionais de armazenamento.
A maioria dos agricultores não tem um depósito para batata-inglesa de consumo
embora inúmeros estejam considerando investir em tal depósito no futuro próximo.
Apenas um agricultor armazenou a batata-inglesa de consumo para processamento a
6-8 ºC por 4 meses no máximo. O inibidor da germinação CIPC ainda não está
registrado no Brasil. O procedimento regular para registro vai tomar de 4-5 anos, mas
um rápido procedimento é também possível. A ABBA está discutindo com o governo
para obter um procedimento rápido de registro do CIPC e outros inibidores da
germinação. A hidrazida malêica está registrada como um fumigador do plantio, mas a
eficácia de inibição da germinação é muito pouco confiável. As variedades Lady Clair
e Verdi podem ser armazenada a 4 ºC sem problemas de açúcar (para essas
variedades o CIPC não é necessário para armazenamento de curto prazo).
4.3.5
Qualidade
Consumo em fresco: os tubérculos devem estar sem lesões e lavados antes da
comercialização.
Batatas fritas de pacote: as características da qualidade mudarão quando nem todas
as batatas forem entregues frescas para a fábrica, mas também após armazenamento.
Todas as batatas devem ser lavadas antes do abastecimento para a fábrica de
processamento. Os requerimentos de qualidade estão de acordo com a discussão.
Batatas fritas: Espera-se que as variedades Asterix e Markies tenham problemas com
redução dos açúcares no armazenamento! BEM-Brasil até agora não tem nenhum
requerimento de qualidade da matéria-prima!
4.3.6
Problemas e obstáculos de acordo com os agricultores


A safra de verão é mais problemática devido a temperaturas mais altas, mais
precipitação e aumento da pressão da doença (perna preta, murcha bacteriana,
podridão bacteriana) e pragas (mosca branca, lagartas);
Os inibidores de germinação não estão registrados no Brasil;
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
35


4.3.7
Insuficiente nível de terra disponível em alta altitude para realizar um plantio
mecanizado na temporada de verão (= úmida);
Não existe instituto de pesquisa independente (governo) trabalhando sobre as
batatas;
Análise econômica / Estrutura de custo da produção de batata de consumo
O CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) publica custos de
produção
de
batata
a
cada
ano
na
revista
Hortifruti
(http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/). O custo total de produção para Vargem
Grande do Sol (SP) e Minas Gerais (MG) em 2012/2013 foi de R$ 26.911 ~ € 8.885 e
R$ 26.331 ~ € 8.694 (taxa de câmbio maio de 2014) respectivamente. Estes cálculos
de custos são uma média das regiões em que a variedade Agata é mais importante
das variedades cultivadas (75 %). Estes custos são em linha com os custos da maioria
dos agricultores, embora em alguns estados os seus custos sejam mais baixos.
4.3.8
FOFA Sobre a produção primária
Tabela 24: Fortalezas & Fraquezas dos protagonistas da cadeia da semente (Fatores internos)
Protagonista
Fortalezas
Fraquezas
Agricultores

Processadores
 O processamento vai aumentar
e também a produção na boa =
temporada seca (inverno) e
armazenar para entregar nas
fábricas na difícil = Temporada
úmida (verão). As safras de
invernos
oferecem
mais
garantias de abastecimento,
mais garantia de nível de
qualidade para processamento
e custos mais baixos de
produção por tonelada/ batatas
na porta da fábrica.

Cadeia
 A produção da temporada
úmida é mais difícil de
armazenar principalmente por
causa das bactérias e da
murcha bacteriana;
 Se os agricultores brasileiros
vão manter em crescimento as
batatas vai depender da
situação política;
 Os custos de produção são
mais altos comparados com a
Argentina e a Europa

 Falta de qualquer estrutura no
programa de R&D.
 Falta de qualquer conhecimento
estruturado sobre programa de
disseminação.
Tabela 25: Oportunidades e ameaças dos protagonistas na cadeia da semente (Fatores externos)
Protagonista
Agricultores
Oportunidades
 Cada vez mais os agricultores
consideram focar na produção de
matéria-prima para batatas fritas
no período de safra fria de inverno
e para investir no armazenamento
refrigerado para a restante parte
do ano. Isto vai levar a custos de
porta de campo mais baixos e a
uma melhor competitividade com
as batatas fritas importadas.
Ameaças
 Se os agricultores brasileiros
vão manter o cultivo da batatainglesa vai depender da
situação política;
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
36
5
INFRAESTRUTURA
5.1 PROTEÇÃO DOS PLANTIOS E FERTILIZANTES
O status fitossanitário do setor brasileiro da batata-inglesa.
A ABBA considera que o setor da batata-inglesa no Brasil tem sérios inconvenientes
com relação a seu status fitossanitário, entre outros motivos devido ao fato de que:
- alguns agricultores usam batata-inglesa de consumo como batata semente
- novas pragas tem aparecido (concomitante com plantas adjacentes - soja, feijões,
algodão, tomate, etc.) tais como mosca branca, tripes, etc.
- o solo está contaminado devido à rotação dos cultivos (Spodoptera, Pratylenchus)
- e rotação dos agricultores (Ralstonia, Spongospora, Phytium )
- e não existe nova área de produção de batatas
Tabela 26: Status fitossanitário
Item
1980
Pragas
Pulgões, Lyriomiza,
Phthorimae, Diabrotica
Fungos
Alternaria, Phytophtora,
Rizoctonia,
Bactérias
Ralstonia, Erwinia,
Vírus
Nemátodos
Outros
Vírus Y, PLRV,
Meloidogyne, Pratylenchus,
2012
Lyriomiza, Phthorimae, Bemisia,
Diabrotica, Pseudoplusia, Trips,
Percevejos,
Alternaria, A. grandis, Phytophtora,
Rizoctonia, Phytium,
Helminthosporium,
Ralstonia, Pectobacterium,
Streptomices, Cilindrocladium,
Vírus Y, Vírus Yntn,
Meloidogyne, Pratylenchus,
Spongospora, Trilha
Fonte: ABBA
O laboratório de diagnóstico fitossanitário oficial da UFRGS, acreditado pelo Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Alimentos, presta serviços para a
comunidade em geral, para diagnosticar doenças e pragas das plantas.
As principais empresas e fabricantes de químicos são apresentados no Brasil e têm
proteção dos plantios químicos disponível.
5.1.1
Sistemas de gestão de plantios
No Brasil, os agricultores usam a informação do governo publicado pelo Inmet (o
Instituto Nacional Meteorológico do Ministério de Agricultura Brasileiro http://www.inmet.gov.br/) para determinar como programar sua estratégia de irrigação.
Os dados sobre melhora de rendimento diretamente ligada ao uso de sistemas de
gestão de plantios não estão disponíveis. Pesquisas adicionais específicas sobre esta
matéria seriam úteis.
Um exemplo de uma empresa privada local que presta apoio é a Irriger, com sede em
Uberaba-MG. A Irriger é especializada em engenharia e administração de irrigação,
monitoramento e customizando todas as etapas do processo. Fundada em 2005, em
Viçosa-MG, atualmente é o líder do mercado nos segmento no qual opera. Em 2011, a
Irriger formou uma joint venture com a Valmont. Atualmente trabalha com mais de 60
consultores entre 20 escritórios localizados nos maiores centros de irrigação no Brasil.
Simultaneamente, atende a mais que 340 empreendimentos agrícolas, totalizando
mais que 240.000 ha e 2.300 Pivôs Centrais monitorados sobre 30 cultivos comerciais.
Outros exemplos de um fornecedor de sistema de administração de plantio é a empresa
holandesa, Dacom. A Dacom é uma empresa inovadora de alta tecnologia que
desenvolve e presta serviços de hardware, software assessoria online especializada
para empreendimentos agrícolas aráveis e agribusiness ao redor do mundo.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
37
O sistema AYM desenvolvido pela Dacom proporciona aos agricultores e às
agribusiness ao redor do mundo com soluções práticas para uma agricultura lucrativa
e sustentável. Ao combinar tecnologia de sensor, internet e conhecimento científico, os
agricultores podem monitorar permanentemente e ajustar seu processo de produção
durante todo o ciclo de crescimento e a informação sobre o plantio é facilmente
compartilhável com os parceiros vizinhos. O agribusiness pode continuamente
antecipar e otimizar o abastecimento de matéria-prima através de consulto da
informação do campo e módulos inteligentes. Estes resultados no máximo rendimento
atingível através do uso confiável e responsável economicamente de insumos agrícolas
como químicos, água e nutrientes.
Recomenda-se pesquisa adicional sobre a otimização da eficiência.
5.2 MECANIZAÇÃO
5.2.1
História da Mecanização no Brasil
Na revista “Batata Show” de 2011, um artigo cerca de Mecanização descreve a
iminente mecanização dentro do setor brasileiro da batata-inglesa. Na década de
setenta12, a mecanização da produção de batata no Brasil incluiu 4 implementos:
marcador, aplicador de adubo, colheitadeiras de esteira e de disco, ambas de 1-linha,
fabricadas pelas empresas locais J. Kobara e Agromec, de Braganca Paulista. Também
existiam os pulverizadores da Hatsuta. No final dos anos setenta, a empresa Perreto e
Cia Ltda. iniciou a produção de plantadoras baseadas na antiga plantadora Cramer de
origem alemã (hoje conhecidas como plantadoras Wifo dos Países Baixos, vendida no
Brasil através do APH Group).
Neste período, as primeiras colheitadeiras de 1-linha (da marca alemã Grimme) foram
importadas pelos produtores de batata semente da região de Canoinhas, em Santa
Catarina. Em 1976, o Sr. Hitoshi Watanabe começou a produção da primeira
colheitadeira de leira de 2-linhas, seguido pelo Sr. J. Kobara no fim da década de
setenta.
Em 1988, Watanabe começou a produção das primeiras plantadoras com aplicação de
fertilizantes químicos e inseticidas incorporada, assim o plantio podia ser feito em uma
única operação.
Em 1992, os cultivadores rotativos para sulcagem entre as linhas após plantio foram
introduzidos no mercado brasileiro. O sulcador rotativo habilitou a fertilização adicional
como nitrogênio e potássio a ser aplicado nesta operação e também o inseticida de
solo podia ser incorporado.
Em 1997, a Watanabe começou representando a empresa Grimme Germany e esta
parceria tem contribuído para a mecanização da batata-inglesa no Brasil, porque a
Grimme tem uma história de 150 anos nesta área e grande quantidade de tecnologia e
experiência incorporadas nos maquinarias que produz.
Em 2003, a Watanabe finalizou esta parceria para produzir sua própria colheitadeira
(2004) e algumas unidades foram vendidas. No entanto, devido à crise nos setor da
batata-inglesa, nos anos seguintes fechou, sendo interrompida a produção desta
colheitadeira.
Atualmente, a mecanização do plantio da batata-inglesa está ganhando importância já
que encontrar mão-de-obra está se tornando difícil e os altos custos da mão-de-obra
são um incentivo para a mecanização. Também os agricultores de batata-inglesa, tanto
para o mercado de produtos para consumo em fresco como também para a indústria,
estão aumentando em tamanho e, por essa razão, necessitam a última tecnologia para
manter baixos os custos operacionais e aceitáveis os riscos calculados. Por causa
disso e da taxa de câmbio favorável, ultimamente, vários importaram maquinaria
principalmente da Grimme, AVR e Dewulf que entraram no Brasil e se desempenham
12
Importância da Mecanização Batatas mostra 2011 por Milton Kaoru Watanabe
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
38
muito bem. A Watanabe atualmente está fabricando colheitadeiras de marcas
nacionais.
Em Outubro 2013, na revista Hortifruti, o Sr. João Paulo Bernardes Deleo escreveu um
artigo sobre a mecanização. Devido ao crescimento da economia brasileira durante os
últimos anos, o custo da mão-de-obra rural aumentou e a disponibilidade de
trabalhadores está se tornando mais escassa no campo. Este panorama levou os
produtores a estudarem alternativas para a atividade focando em mecanização para
reduzir a dependência da mão-de-obra durante a colheita, o período que requer mais
mão-de-obra manual. De momento, a maioria dos produtores escolhem o sistema semimecanizado. Eles usam colheitadeiras de leira, seguido por coleta manual das batatas
e enchimento dos sacos à mão.
A maneira de acondicionamento (sacos ou grandes sacos) difere de um produtor para
outro. Muitos escolhem acondicionar as batatas em sacos de 50 quilos no campo.
Neste sistema, o carregamento no campo e o descarregamento nas máquinas de
lavagem são feitos manualmente.
Entre os agricultores que usam grandes sacos (500 quilos), o carregamento e o
descarregamento das batatas é feito mecanicamente através de guinchos. A mão-deobra demandada para o sistema semi-mecanizado é variável: o acondicionamento em
sacos de 50 quilos demanda mais trabalhadores que o uso de grandes sacos.
Nos regiões da Sul de Minas Gerais e Vargem Grande do Sul (SP), o sistema de
colheita semi-mecanizada é o predominante. A diferença entre estas regiões é o
carregamento no campo e o descarregamento das batatas na linha de lavagem. No Sul
de Minas Gerais é feito à mão, enquanto que em Vargem Grande do Sul é mecanizado.
O uso da mecanização em todas as etapas da safra – de coleta e seleção da batatainglesa no campo, o carregamento no campo e descarregamento na linha de lavagem
– é ainda pouco usado pelos produtores, embora o interesse esteja aumentando.
De acordo com a Terra Viva, a enorme dificuldade para responder às demandas da
legislação da mão-de-obra em combinação com a disponibilidade e o custo da mãode-obra durante a safra estão forçando os produtores a mecanizar cada vez mais.
Enquanto isso, por outro lado, os agricultores temem a safra mecanizada por causa
dos altos custos de investimento envolvidos na aquisição de maquinaria e por causa
do impacto que tem sobre seus sistemas de produção.
5.2.2
Disponibilidade e Fornecedores de Tecnologia de Mecanização
Como foi mencionado acima, durante a última década, muitos fornecedores de
tecnologia de mecanização têm descoberto o mercado brasileiro. Principalmente
graças à instalação da McCain e Farm Frites na Argentina e, mais tarde, da PepsiCo
na Argentina e no Brasil, seguido pela instalação da BEM Brasil, a tecnologia de
mecanização teve um incentivo. Estes processadores solicitam mecanização e
armazenamento de seus fornecedores, e em muitos casos foram os primeiros a
introduzir estes tecnologias (majoritariamente europeias) para seus agricultores
(muitas vezes pagos com batatas).
Na seguinte tabela, uma visão geral sobre os principais fornecedores presentes no
mercado brasileiro (alguns estabelecidos como o APH Group e Pivot, outros
abastecimento no exterior de forma coordenada, como a Mexport).
Tabela 27: Tecnologia de mecanização disponível no Brasil, origem e fornecedores
Tecnologia de
mecanização
 Preparação do
Solo
Fornecedores – Importadores –
Distribuidores (marcas)
-
APH Group (Baselier)
Mexport (Struik)
Hennipman
Wattanabe
Pivot (Grimme)
Canuelas
Origem da
Local
tecnologia presença
NL
NL
BRA
BRA
GER
ARG
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Não
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
39
 Pós-colheita
 Colheitadeiras
 Tecnologia de
embalagem
 Armazenamento
Tecnologia
 Linhas de
lavagem
 Plantadoras
-
APH Group (Bijlsma Hercules)
Mexport (Miedema)
Pivot (Grimme)
Principalmente fornecedores locais
APH Group (Dewulf)
IMAC
Mexport (AVR)
Pivot (Grimme)
Hennipman (colheitadeira de leira)
Wattanabe
APH Group (Manter)
Albion
Prodol
Propak
Pequenos fornecedores locais
APH Group (Omnivent)
Mexport (Tolsma)
IVI
Wemar
Refmar
Coiron
APH Group (Tummers)
Allround
Albion
APH Group (Wifo)
Mexport (AVR)
Pivot (Grimme)
Hennipman
Wattanabe
NL
NL
GER
BRA
NL
ITA
NL
ALE
BRA
BRA
NL
ARG
ARG
NL
BRA
NL
NL
EUA
ARG
ARG
ARG
NL
NL
ARG
NL
BE
GER
BRA
BRA
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Não
Sim
Não
Não
Não
Sim
Sim
Não
Não
Não
Não
Não
Sim
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Fonte: Agrivalor SA (situação que começa em 2014)
5.2.3
Rede de assistência técnica for maquinaria
É muito importante para os fornecedores de tecnologia oferecer uma boa rede de
assistência técnica pós-venda. Tanto a Hennipman como a Wattanabe contam com
suas próprias fábricas e oferecem serviços de pós-vendas no local, enquanto os
fornecedores estrangeiros têm diferentes maneira de prestar assistência técnica para
seus clientes. Algumas usam as instalações de seus clientes ou as instalações de sua
rede de distribuidores, enquanto outros têm contratado diretamente assistência técnica
local. Existem também fornecedores que trabalham em combinação com um mercado
de trabalho local.
5.2.4
Níveis de preço da tecnologia de mecanização
Quando se observa os níveis de preço no Brasil, pode-se dizer que as fábricas locais
estão utilizando uma lista de preços similar que a de seus competidores europeus.
Existem dois motivos para isso, em primeiro lugar, seu mercado de vendas é mais
limitado; onde seus competidores europeus, como Grimme, AVR, e Dewulf fornecem
suas colheitadeiras para o mundo inteiro, os fornecedores locais, tais como a
Wattanabe, está limitado ao mercado brasileiro. Por essa razão, o custo de Pesquisa
e Desenvolvimento é absorvido de uma maneira desvantajosa. Em segundo lugar, os
fornecedores locais especulam com as altas tarifas de importação que devem ser
pagas pela importação de tecnologia estrangeira que tem também fornecedores locais
(podem ser mais que 50% do preço à saída da fábrica da tecnologia envolvida).
Conclusão; os níveis de preço não diferem muito do nível de preço à saída da fábrica,
mas diferem enormemente no nível de campo. Não obstante, os modernos agricultores
de batata-inglesa e quase todos os agricultores para a indústria estão conscientes das
diferenças das tecnologias e, por essa razão, estão dispostos a investir em tecnologia
estrangeira.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
40
5.2.5
Pedidos especiais – oportunidades
Oportunidades para os fornecedores de tecnologia:
 Devido às leis trabalhistas, as atividades onde mão-de-obra podem ser
substituídos pela maquinaria.
 são poucas as alternativas disponíveis nas indústria brasileira, que
proporciona uma grande oportunidade for fornecedores estrangeiros
 É importante pensar na construção ou montagem local no Brasil no lugar de
importar, devido aos altos impostos de importação
 A demanda de mecanização é urgente
 Armazenamento (para semente, consumo em fresco e indústria)
 Colheita (para pequenas áreas de 10 a 100 hectares e produtores de grande
escala)
 Processamento batata-inglesa – lavagem, seleção e pesagem (de 5 a 20 kg)
Fonte: Agrivalor SA baseado em entrevistas com setor referências 2014
5.3
ARMAZENAMENTO
A maioria dos agricultores não tem um depósito para batata-inglesa de consumo,
embora inúmeros estejam considerando investir em tais depósitos no futuro próximo.
Apenas um agricultor armazenava a batata-inglesa de consumo para processamento
a 6-8 ºC por 4 meses no máximo. Veja também 4.3.4.
5.4
IRRIGAÇÃO
O Empraba publicou uma pesquisa sobre a irrigação dentro do setor da batata-inglesa
brasileiro13. Em dezembro de 2013, chegaram à conclusão que a irrigação na produção
de batata no Brasil é quase totalmente levada a cabo pelo sistema de aspersores. O
sistema de irrigação de rego é dificilmente usado pelos produtores brasileiros, já que
isso requer nível de terras, solos que não sejam permeáveis demais e demanda muita
mão-de-obra, são baixos em eficiência do uso da água e favorecem algumas doenças
de solo. As principais limitações para o uso de irrigação de gotejamento são de alto
custo, as dificuldades de sua adaptação e uso em outros cultivos em sucessão e/ou
rotação para a batata-inglesa e a complexidade técnica de sua instalação e
desarmamento de seus componentes para a instalação em novos campos de batatainglesa.
Com exceção dos estados da região Sul, especialmente no Rio Grande do Sul e em
Santa Catarina, o cultivo da batata-inglesa no Brasil é irrigado. A adoção da irrigação,
mesmo em plantios nos período chuvoso na região Sul do país, torna possível
aumentar os rendimentos até 50 %, além de obter tubérculos maiores com melhor
aspecto físico. Tais vantagens, associadas com o risco reduzido de perdas da produção
devido à seca têm sido responsáveis pela rápida adaptação da irrigação no país.
No Brasil tradicionalmente, os métodos mais usados para a irrigação da batata-inglesa
são instalações de aspersores convencionais, canhões autopropulsados e pivôs
centrais (CP). Os convencionais e autopropulsados são principalmente usados nas
regiões do Sul do Brasil, o Estado de São Paulo e região sul de Minas Gerais. Os pivôs
centrais são muito mais usados pelos agricultores de grande escala de batata-inglesa
em Minas Gerais, Goiás e Bahia.
No sistema convencional de aspersores, três tipos estão em uso, um sistema portátil,
semifixo e fixo. No sistema portátil, todos os componentes são movidos manualmente
dentro da área a ser irrigada. O custo inicial de aquisição de um sistema é relativamente
baixo (R$2.000-4.500/ha), mas requer uso intensivo de mão-de-obra para mudar de
posição os componentes. No sistema fixo não é necessário no o reposicionamento de
nenhum dos componentes, o que reduz expressamente o uso de mão-de-obra, mas é
um sistema mais caro (R$7.000- 15.000/ha). No sistema semi-portátil, as linhas laterais
e os aspersores são movidos manualmente, enquanto o resto dos componentes
permanece fixo (R$3.000-5.500/ha).
Embrapa Hortaliças, Circular Técnica, 128 “Irrigação na cultura da batata” por Waldir Aparecido Marouelli, Marcos Brandão
Braga e Tadeu Graciolli Guimarães
13
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
41
Tabela 28: Custo de irrigação sistemas no Brasil por hectare
Irrigação sistema
Sistema convencional de aspersores
- Fixo
- Semifixo
- Portátil
Pivôs centrais
Unidades de irrigação autopropulsadas
Custo por ha (R$)
R$ 7.000-15.000
R$ 3.000 - 5.000
R$ 2.000 - 4.500
R$ 4.500 - 9.000
R$ 4.000 - 6.500
Fonte: Agrivalor SA baseado em Empraba informação (2013) 14
Em algumas regiões são requeridas licenças e os agricultores têm que pagar para usar
água de irrigação.
Para mais informação, nos referimos à ABID, associação para irrigação e drenagem15.
Os fornecedores de Tecnologia de Irrigação no Brasil são, entre outros, a Valley, a
Netafim, a Rainbird e a Lindsay.
5.5
M ÃO-DE-OBRA
Em maio de 2014, o Ministério de Agricultura publicou os Padrões Técnicos específicos
para Produção Integrada no nível de lavoura 16, cobrindo todos os processos realizados
na produção agrícola, colheita, pós-colheita e processamento de tubérculos.
Com a publicação das normativas, o Ministério adotará um plano de ação que vai
depender da administração, da capacitação, da gestão ambiental, da administração
integrada das pragas, da educação ambiental e de políticas públicas para a produção
de batatas. Os produtores, técnicos e auditores, especialmente da zona sul de Minas
Gerais, onde existe a mais elevada concentração da batata-inglesa no Brasil, devem
receber capacitação e desenvolvimento das competências, assim podem ser
certificados.
A Produção Integrada deve promover a rastreabilidade da batata-inglesa, o uso
controlado de praguicida e produção com respeito ao meio ambiente, já que os
produtores devem adotar as Boas Práticas Agrícolas (GAP, de acordo com sua sigla
em inglês). A lei vai beneficiar cerca de 300 pequenos agricultores na região sul de
Minas que vende o produto através dos Ceasas e grandes redes de supermercado.
A Produção Integrada para os produtos e os produtores proporciona credibilidade,
proporcionando mais qualidade ao produto, lucratividade para os produtores,
preferência do mercado e garantindo as leis trabalhistas.
Nas outras regiões na América Latina, a falta de disponibilidade de mão-de-obra, o
poder dos sindicatos, as políticas governamentais e as demandas, assim como também
o custo de mão-de-obra estão causando um aumento na demanda pela mecanização.
Um trabalhador rural custa cerca de 20 a 30 U$S por dia no Brasil.
Um dos problemas a resolver é o peso dos sacos que os trabalhadores devem manejar.
Em Setembro de 2012, os participantes da cadeia da batata-inglesa (agricultores,
fornecedores de embalagem, atacadistas e varejistas, entre outros) se uniram ao
CEAGESP17 para discutir sobre a nova legislação referente às etiquetas da embalagem
e nos pesos máximos (30kg). Mas nenhuma legislação atualmente está em vigência.
A ideia é mudar de sacos de 50 kg para 20 ou 25 kg e melhorar a informação da etiqueta
e sua posição sobre o saco. Os principais fornecedores de material de embalagem
(nylon, clone e juta) são Castanhal, Novaplast, EPT Tatuí, e Procópio. Estas empresas
produzem 40 milhões de sacos por ano; 95% de 50 kg e 5% de 25 kg.
Uma pessoa pode colher aproximadamente 100 sacos de 50 kg por dia no Brasil.
14
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br
http://www.abid.org.br/abid_default.asp
16
http://www.jusbrasil.com.br/diarios/70047381/dou-secao-1-09-05-2014-pg-8
17
Anita de Souza Dias Gutierrez e Cláudio Inforzato Fanale Centro de Qualidade Hortícola CEAGESP
15
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
42
5.6
LOGÍSTICAS
Infraestrutura de Transporte
Em geral, as estradas e rodovias são regulares no Brasil, as estradas são simples e
em geral têm um excesso de veículos. As distâncias são grandes.
Custos por 100km e custos adicionais
O custo de transporte no Brasil é alto, de R$ 1,00 a R$ 1,50 por 100 quilômetros.
Tipo de transporte
Em princípio, o transporte das batatas é feito por caminhões de 15 a 30 toneladas em
sacos de 25 e 50 kg, caixas de plástico ou em grandes sacos (700 kg). Nenhuma
refrigeração é usada já que os compradores não estão dispostos a pagar os custos
adicionais que isso implica. Somente batatas enviadas ao norte do país vão em
caminhões refrigerados.
Confiabilidade do transporte
Além dos congestionamentos de trânsito, o Brasil não sofre muitas paralisações ou
outros inconvenientes em seu sistema de transporte.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
43
6
6.1
CADEIAS DE VALOR
GERAL
A maior parte da população do Brasil de 192 milhões está concentrada nas grandes
cidades ao longo do litoral, especialmente no sudeste. São Paulo (11 milhões) e Rio de
Janeiro (6 milhões) são as maiores cidades, mas existem outras 150 áreas
metropolitanas com mais de 100.000 habitantes.
Gráfico 8: Crescimento das Classes de alta - (AB) e média renda (C)
120%
100%
8%
9%
12%
33%
80%
38%
45%
60%
51%
40%
20%
58%
54%
46%
37%
9%
0%
2003
2006
2013
2023
AB = upper income class
C = middle income class
Na década passada, o Brasil experimentou
uma enorme transformação social, onde
milhões de pessoas saíram da pobreza,
tornando-se parte da emergente classe média
(C). Entre 2003 e 2013 a classe média
cresceu de 38% a 51% da população, a
tendência ainda continua com previsões de
um amplo crescimento da classe de renda
mais elevada (AB) também. A classe média
atualmente abrange perto de 100 milhões de
pessoas com uma renda familiar na escala de
R$ 1.100 a R$ 2.750.
Crescimento da renda das classes alta e
média
Como o crescimento diminuiu em 2014, a cifra
de 2023 pode ser muito otimista. No entanto,
a porcentagem de classe alta e média vai
continuar crescendo.
Fonte: Agriment. Elaborado a partir de dados do www.fgb.br e do Cepea (2014)
O crescimento econômico desacelerou consideravelmente em 2014. O Brasil tem sido
assolado com inflação, depreciação da moeda, alguma instabilidade social e
pessimismo comercial. O Banco Central tem restringido a política monetária com o
objetivo de parar a inflação. Consequentemente, a perspectiva no curto prazo não é
muito boa. No longo prazo, o Brasil tem muitos atributos favoráveis incluindo bom perfil
demográfico (Global Powers of Retailing 2014, Deloite).
Principais Impulsores do Mercado
(1) O crescimento da classe média- e alta e com um aumento do poder aquisitivo, é o
principal impulsor para o crescimento em alimentos processados, incluindo batatas
processadas, que é um segmento muito promissor no Brasil que cresceu
significativamente durante os últimos anos. O crescimento potencial do país em
consumo de alimentos processados é muito grande quando se considera o perfil
demográfico. Em 2030, o nível mais elevado da População Economicamente Ativa
será atingido.
(2) O número de famílias monoparentais aumenta. Especialmente nas áreas
metropolitanas, como São Paulo, onde as famílias monoparentais já respondem por
12 por cento de todas as famílias. Este grupo de consumidores procura a
conveniência no consumo de alimentos e gasta significativamente menos tempo na
preparação das refeições que os agregados familiares. Este tipo de consumidor
procura alimentos pré-preparados em pequenas quantidades, o que explica o alto
crescimento nos números neste segmento do mercado.
(3) Outro impulsor do crescimento é a inclusão das mulheres no mercado de mão-deobra, fazendo que o estilo de vida das famílias brasileiras mude grandemente
durante os últimos anos. Mais famílias necessitam satisfazer a si mesmas e a
demanda de alimentos preparados está aumentando. Este crescimento influencia
tanto o setor varejista como o de serviços alimentícios.
(4) Os Consumidores brasileiros se tornaram mais preocupados com saúde e o bemestar. Um estudo da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
revelou que 23% das pessoas entrevistadas tentam incluir alimentos saudáveis nas
suas dietas.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
44
O consumo anual per capita de batatas de mesa (13,1 kg) e produtos processados de
batata (1,9 kg) no Brasil é relativamente baixo em comparação com a Europa ou a
América do Norte. Consumo de produtos preparados processados como Batatas fritas
assim como também produtos de batatas descascadas e desidratada parece aumentar
substancialmente, enquanto que ao mesmo tempo o consumo de batatas de mesa
diminui. Isto acontece especialmente no caso de serviços alimentícios onde as batatas
de mesa estão sendo substituídas por produtos congelados de batatas pré-fritas,
batatas empacotadas a vácuo descascadas e cortadas e, finalmente, também pelos
produtos à base de flocos como puros.
6.2
MERCADO DE PRODUTOS PARA CONSUMO EM FRESCO
O mercado de produtos para consumo em fresco das batatas de mesa no Brasil é
realmente um mercado de produtos para consumo em fresco. Nenhum armazenamento
é implementado e os consumidores estão acostumados a consumir em batatas frescas
colhidas em oferta, lavadas e quase sem pele. Isso torna o produto não muito durável.
Ao contrário da maioria dos outros mercados, as batatas para consumo em fresco no
mercado brasileiro necessitam ser vendidas e consumidas dentro de dias. O mercado
de produtos para consumo em fresco consiste basicamente de uma cadeia varejista e
uma cadeia de serviços alimentícios, e por isso, algumas vezes, estas cadeias
funcionam paralelas.
Aproximadamente 70% da total produção de batata de 3,4 a 3,7 milhões de toneladas
são destinado para consumo em fresco. Isto corresponde a um consumo per capita
anual de quase 14 kg. Cabe destacar que, como (1) a capacidade de processamento
da indústria é fixa, (2) a produção total de todo o país varia um pouco de ano para ano
e (3) o fato de que dificilmente a importação ou exportação das batatas para consumo
em fresco ocorra, as mudanças na produção anual necessitam ser plenamente
absorvidas pelo mercado de produtos para o consumo em fresco. Isso influencia o
consumo anual per capita e os níveis de preço.
Devido aos hábitos de alimentação tradicionais, o consumo de batatas (de mesa) em
fresco não se espera que aumente. Até mesmo pode diminuir um pouco. Uma pesquisa
de campo mostrou que nos mercados do varejo, o volume de negócios de batatas de
mesa é mais ou menos estável, mas as batatas processadas foram acrescentadas à
gama. Em serviços alimentícios, o uso de batatas de mesa para consumo em fresco
diminuiu significativamente devido à substituição pelos produtos processados de batata
mais convenientes como batatas pré-fritas congeladas e recentemente também de
produtos à base de flocos como purê e croquetes assim como também batatas
descascadas e higienizadas empacotadas a vácuo.
A exportação de batata de mesa é desprezível. A importação foi de 23.000 toneladas
(2013). (Fonte: estatísticas UN Comtrade)
6.2.1
Variedades e tamanho
De acordo com a ABBA (Associação Brasileira da Batata), os consumidores brasileiros
têm a preferência por batatas multi-propósito, de tamanho médio, forma oval, 80% pele
amarela e 20% pele vermelha (por ex., variedade Markies). Além disso, 90% das
batatas de mesa empacotadas são de propósito único, como Agata (para cozinhar),
sendo o restante 10% também de propósito único (Asterix, para fritar).
A pesquisa de campo mostrou que existem significativas diferenças entre os vários
estados, pelo qual as variedades de pele vermelha são apenas aceitas no mercado nos
estados do sul, seguidas pelas de pele branca. Ou se comercializada como uma
variedade para fritar. Geralmente, a grande batata branca é preferida, calibrada como
primeiro grau no tamanho 45-60 mm (algumas vezes existem 2 tamanhos dentro do
primeiro grau de calibração; 45-55 e 55-60 mm como foi exigido pelos supermercados
Pão de Açúcar). No mercado atacadista, até as batatas de 70/80 mm de 250 gramas
são preferida.
Aproximadamente 10% do mercado varejista procuram batatas para fritar, 90% é para
cozinhar. Elas são apresentadas aos consumidores de acordo com seu uso.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
45
As variedades mais vendidas para o mercado de produtos para consumo em fresco
(Ceasa, Campinas) são: Agata (de longe a mais vendida), Monalisa, Asterix, Cupido,
Atlantic e Cesar.
Uma mudança no poder de concentração tem acontecido em um segmento do mercado
onde um número limitado de grandes cadeias/grupos varejistas desempenha um papel
importante. Estes compram principalmente de um limitado número de
produtores/empacotadores que atuam como um parceiro direto da cadeia. A logística
evita aos mercados atacadistas já que os produtos são abastecidos diretamente pelos
Centros de Distribuição (CD’S). No segmento de supermercados de tamanho médio
que são abastecidos através de mercados atacadistas, pode-se notar que pools de
compra estão sendo formados, fortalecendo o poder de negociação deste grupo.
Do lado da produção, o número de agricultores de batata-inglesa diminuiu de 30.000
em 1995 para menos de 5.000 em 2014. Menos produtores, mas mais produção por
agricultor.
Um total de 136.000 hectares de batatas é cultivado no Brasil (FAO 2012), sendo quase
100.000 hectares para o mercado de produtos para consumo em fresco. No entanto,
alguns agricultores produzem para ambos os mercados, de produtos para consumo em
fresco e para processamento, dependendo da calibração. Por exemplo, a variedade
Agata, (Agrico) é muito adequada para a área de Vargem Grande do Sul. Podem ser
usadas como batatas de mesa para consumo em fresco, mas também para processo
em produtos Cozidos ao Vapor (Vaporizadas, empacotadas a vácuo) ou para processo
em desidratado/purê. Também na produção de batatas fritas, as variedades de pele
amarela são classificadas. De primeira qualidade, as batatas de boa aparência são
destinadas para o mercado de produtos para consumo em fresco, enquanto que o resto
é para processamento (BEM em Perdizes). Este uso duplo deve apenas ser praticado
quando as batatas são adequadas para uso multi-propósito.
6.2.2
Atacado
Os mercados atacadistas desempenham um papel importante na distribuição das
batatas de mesa no Brasil. Aproximadamente 85% de todas as batatas de mesa
passam através dos mercados atacadistas.
Os mercados atacadistas abastecem o segmento de serviços alimentícios, assim como
também o segmento varejista, mas do último, apenas as lojas menores e os
supermercados de tamanho médio.
No entanto, a posição dos mercados atacadistas está sob alguma pressão. Por um
lado, existe a tendência de aumento participação no mercado para os supermercados
menores de bairro à custa dos hipermercados (veja 6.2.3). Isto é positivo para o volume
de negócios da batata de mesa. No entanto, 15% de batatas de mesa destinado para
as redes de hipermercados já evitam o mercado atacadista e são abastecidos pelos
produtores diretamente para os CD’s das redes/grupos de supermercado.
A segunda tendência é a significativa diminuição na venda de batatas de mesa nos
segmentos importantes de serviços alimentícios. Aqui a competição para os mercados
atacadistas vem das indústrias de processamento que oferecem produtos processados
de batata como batatas fritas, que chegam aos consumidores através de diferentes
canais de distribuição.
Em geral, o volume de negócios nas batatas de mesa diminui. O número de
comerciantes de batatas de mesa (e frutas & legumes em geral) está diminuindo e
existe uma grande competição entre eles. Existem menos comerciantes que antes, mas
seu tamanho é maior. Devido à feroz competição, os comerciantes tentam melhorar
seus serviços e /ou eficiência. Eles têm algumas batatas em armazenamento próprio
para superar os poucos dias de escassez no mercado. Alguns estão integrando cadeias
de remessa pelas quais prestam serviços logísticos aos clientes (distribuição). Alguns
grandes produtores estão integrando as remessas tendo seu próprio ponto de venda
em um mercado atacadista.
Todas as produzidas são lavadas. Os danos podem ser facilmente notados e, por esse
motivo, têm sido classificadas. 90% das batatas são oferecidas em sacos de 50 kg, o
que é um costume difícil de mudar. Estes sacos de 50 kg são considerados como um
obstáculo, além de ser uma carga pesada para os trabalhadores.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
46
Embalagem do Atacado:
A embalagem ocorre quase exclusivamente para o consumo em fresco, dentro de
horas após a colheita. Isto significa que a oferta de batatas difere um pouco e vem de
diferentes áreas em diferentes épocas do ano. Especialmente durante os dias
chuvosos, quando safra não é possível, os empacotadores podem esgotar o produto
quase imediatamente porque eles não têm reservas.
Por causa da demanda do consumidor de batatas brancas, todas são lavadas e então
empacotadas. Para a comercialização através de mercados atacadistas, todas as
batatas são lavadas e 90% são empacotadas em sacos de 50 kg, 10% são
empacotadas em sacos de 25 kg e quase zero é empacotado em embalagens de
consumo. A embalagem é feito à mão onde um saco vazio é colocado em uma balança
no fim de uma esteira e fechado à mão.
Devido ao consumo em fresco das batatas, elas são colhidas demasiado cedo. Os
produtores indicam que estão relutantes sobre colher mecanicamente por causa de
possível possíveis danos mecânicos. No entanto, 10% das batatas de mesa já são
colhidas por máquinas e esta porcentagem em breve vai subir significativamente, com
potencial de chegar em 80% sendo colhidas mecamicamente.
Cerca de 20% das batatas colhidas por máquinas tem a pele danificada, sofrendo uma
redução no preço.
Se os consumidores brasileiros aceitassem batatas para consumo em fresco com alguma pele
como em quase todos os mercados, isso ajudaria o setor significativamente.
Reduziria as flutuações na disponibilidade
-
Tornaria mais fácil a administração logística para todos os parceiros da cadeia.
Reduziria as flutuações de preço
Tornaria mais fácil a exportação
Tornaria mais fácil a mecanização
Teria um efeito positivo sobre a qualidade, especialmente poucos dias após
compra.
Ainda pode levar muitos anos até que os consumidores aceitem.
Figura 10: 15 kg de batatas por engradado de plástico mais sacos de polipropileno de 50 kg
6.2.3
Setor Varejista
A participação das principais regiões vendas varejistas em geral no Brasil é indicada
na Figura 11
 52% do volume de negócios varejista é realizado no sudeste.
 18% no nordeste
 17% no sul
 8% no centro-oeste
 5% no norte
A atual situação não difere muito das cifras de 2009 já que está fortemente conectada
aos habitantes por região.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
47
Figura 11: Participação no volume de negócios varejistas por região (2009) e densidade da população
Norte 5%
Nordeste 18%
Centro Oeste 8%
Sudeste 52%
Sul 17%
Fonte: Deloitte Brasil, www.deloitte.com.br
As três principais redes de supermercado são estrangeiras e tiveram uma participação
conjunta no mercado em vendas varejistas de 43% em 2010 e aumentaram sua
participação a 47% em 2012. O resto do mercado varejista está em mãos de outras
cadeias com menos que 2% de participação e varejistas / pequenos estabelecimentos
comerciais independentes.
Tabela 29: Cinco principais redes de supermercado
empresa
origem
marcas
Sem
depósitos
Participaçã
o no
mercado
Cia
Brasileira
de
Distribuição
(CBD)
(Casino)
Carrefour
França
França
Walmart
EUA
G Barbosa
Chile
Zaffari
Brasil
Receita em
2010
(R$ milhões)
Extra
Pão de Açúcar
Assai
626
18%
36.144
Carrefour
Dia%
Atacadão
Walmart
Sam’s Club
Bom Preço
Big
Mercadorama
Maxxi
G Barbosa
Bretas
Zaffari
Bourbon
500
14,4%
29.000
479
11,1%
22.334
149
1,7%
3.501
24
1,2%
2.490
Fonte: Organização Brasileira de Supermercados (ABRAS) www. Abrasnet.com.br
A venda de batatas de mesa no varejo tem a tendência de diminuir um pouco.
Recentemente aqui tem havido uma clara mudança na forma de hipermercados para
lojas de supermercados menores em áreas residenciais. As grandes redes de
supermercado focam, por essa razão, mais sobre as fórmulas residenciais menores. A
mesma tendência pode ser notada, por exemplo, no Reino Unido onde também a
fórmula de hipermercados está perdendo participação no mercado e os consumidores
compram mais frequentemente e mais perto de suas casas.
O fato é que o volume de negócios em hipermercados em geral está caindo, em
comparação com alguns anos atrás é de grande influência nas vendas de frutas &
legumes, incluindo as batatas. Os consumidores costumavam ir 1 vez a cada 2
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
48
semanas a um hipermercado para compram relativamente mais barato e evitar a
inflação ao fazer grandes compras assim que tinham dinheiro. Hoje em dia existe uma
inflação pequena e muito trânsito. Esta parece ser a principal razão de porque os
consumidores tendem a preferir as lojas de supermercados menores em áreas
residenciais. Os consumidores as frequentam em média duas vezes por semana. Este
padrão de visita diferente tem uma grande influência sobre o volume de negócios em
F&V (incluindo batatas de mesa), os quais são comprados para consumo dentro de
vários dias. Os supermercados de bairro têm uma ampla oferta de frutas & verduras
para consumo em fresco por esse motivo, tanto em metros quadrados como em
variedade.
Os supermercados na Europa e nos EUA consideram seus departamentos de F&V
como um ‘cartão de visitas’. Este é geralmente também o caso no Brasil. Um
departamento de F&V de consumo em fresco, limpo e com boa aparência é importante
para a percepção de qualidade em geral pelos consumidores.
As grandes redes/grupos de supermercados estão sendo abastecidos através de seus
próprios Centros de Distribuição (CD’s) que abastecem todos os depósitos das
diferentes fórmulas que pertencem à cadeia ou ao grupo. Uma equipe do pessoal
verifica a qualidade de todos os produtos para consumo em fresco que chegam no CD,
baseando-se em um sistema de verificação de qualidade reconhecido nacionalmente.
Os resultados são colocados online e os fornecedores têm acesso aos resultados da
verificação dos produtos fornecidos por eles.
Um dos principais critérios de qualidade para as batatas é o tamanho. Algumas vezes
os tamanhos são muito pequenos (devido à seca). Outros critérios se referem a defeitos
ou malformações visíveis.
A maioria das redes de supermercado coopera progressivamente com seus parceiros
da cadeia para desenvolver novos produtos, novos tipos de embalagem, etc. Também
no da batata, os mercados atacadistas são majoritariamente evitados pelas grandes
redes/grupos de supermercados e as cadeias abastecimento são abreviadas.
6.2.4
As principais restrições neste setor
 Existem preocupações sobre a contaminação de bactérias através da lavagem
(notavelmente pelo uso de água suja na lavagem).
 Algumas vezes a disponibilidade é curta e então os preços flutuam.
 Quando o clima é chuvoso, Erwinia e requeima são um problema.
 As batatas que chegam parecendo normais se tornam verdes uma vez nos
depósitos (após vários dias). Alguns depósitos cobrem suas batatas de noite para
limitar a exposição à luz.
Um abastecimento estável durante temporada chuvosa seria bem-vindo. Poderia ser
resolvido através de uma semana de reserva em armazenamento nos
empreendimentos agrícolas. A impressão geral é, no entanto, que os consumidores
não vão aceitar uma pele sobre a batata-inglesa.
Apesar disso, alguns produtores vão investir em um pequeno armazenamento de
reserva (de vários dias). Eles necessitam fazê-lo com o objetivo de poder administrar
de maneira eficiente suas estações de embalagem e usar otimamente a maquinaria de
colheita uma vez que investirem nela. Atualmente apenas 10% das batatas de mesa
estão sendo colhidas mecanicamente, mas a mão-de-obra está se tornando escassa e
cara porque as batatas são frequentemente produzida pelos grandes agricultores, e se
espera que aumente significativamente essa porcentagem de 10%. Quando isso
acontecer, o abastecimento vai melhorar.
Não se espera armazenamento de longo prazo (3 meses) no segmento de batatas de
mesa devido à demanda do consumidor de batatas sem pele. Para as batatas
descascadas e processadas, alguma formação de pele durante armazenamento não é
problema porque o produto é descascado de qualquer maneira. Para este segmento,
se espera investimentos em armazenamento com o objetivo de evitar a produção no
verão a custos de produção relativamente altos, além da alta pressão de doenças e da
qualidade mais baixa.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
49
Mercados atacadistas
Os mercados atacadistas como o CEASA desempenham um papel importante na
distribuição das batatas de mesa. Eles vendem para serviços alimentícios, mercados
de rua, supermercados e pequenos vendedores. Não para as redes de supermercado
e processadores.
Os supermercados menores e independentes são a maioria dos clientes interessados
nos mercados atacadistas por causa do leve aumento de volume de negócios neste
segmento enquanto as vendas no segmento de serviços alimentícios diminuíram.
Em geral o volume de negócios de batatas de mesa diminuiu. O número de
comerciantes em geral está diminuindo também. Existe grande competição entre eles.
Existem menos comerciantes que antes, mas eles são mais fortes. Alguns
comerciantes distribuem os produtos que vendem, mas a maioria dos consumidores
vem pessoalmente ao Sistema de Administração de Depósitos para comprar e levar o
produto com eles.
100% de batatas são lavadas. 90% são empacotadas em sacos de 50 kg. 10% em
sacos de 25 kg. As embalagens de consumo dificilmente passam pelo mercado
atacadista. As batatas estão sendo entregues a entre 150 a 900 km de distância.
Para os produtores de batata-inglesa, o mercado atacadista tem a vantagem de ser
capaz de vender grandes quantidades. Além disso, todos eles despacham o que
vendem. Mas os preços são mais baixos que quando abastecem os CD’s das redes de
supermercado que demandam apenas a melhor qualidade e mandam de volta 1 de
cada 30 caminhões por não cumprir com os padrões de qualidade.
Obstáculos:
 A embalagem de 50 kg é considerada um obstáculo. Além de ser uma carga pesada
para os trabalhadores, danifica desnecessariamente o produto porque os sacos são
difíceis de manejar e são golpeados duramente quando carregados em um
caminhão. Parte das batatas é, por esse motivo, embalada em engradados de
plástico de 20 kg a 30 kg. Mas isso é mais caro em transporte.
 O clima é outro obstáculo. Ou ainda mais a falta de reserva. Quando chove demais,
a colheita não é possível e diretamente isso se pode notar na (falta de)
abastecimento e sua influência no preço.
 Como o consumidor quer batatas colhidas para consumo em fresco, a pele
danificada pela colheita mecânica é um problema.
 A distância de onde batatas estão sendo entregues é de 150 a 900 km. O transporte
refrigerado não está sendo usado exceto para viagens infrequentemente longas
para o Norte e o interior. Ao colher de manhã e transportar de noite, se tenta manter
a temperatura do produto dentro de certos limites. No entanto, a temperatura do
produto algumas vezes é um obstáculo para a qualidade.
A maioria dos comerciantes são comissários, alguns compram e vendem. Também
acontece que grandes produtores tenham seu próprio ponto de venda em um mercado
atacadista. A comissão usualmente varia entre 5% e 10%. Isto depende da
disponibilidade, do preço, das condições de pagamento, e da solidez do comprador e
do tamanho da transação.
Alguns comerciantes têm algumas batatas em estoque no Sistema de Administração
de Depósitos para superar uns poucos dias de escassez no abastecimento.
Alguns comerciantes calibram as batatas eles mesmos no Sistema de Administração
de Depósitos.
A batata preferida é ‘branca’ de 70/80 mm
Embalagem para o Varejo:
Existem apenas poucos empacotadores (3) que embalam em embalagens de
consumo. Isso é feito apenas para as grandes redes/grupos de supermercados.
O mais avançado em disponibilizar ao consumidor batatas empacotadas é a Pão de
Açúcar que vende aproximadamente 20% de suas batatas de mesa em embalagens
de consumo de 2 kg de acordo com uma etiqueta privada (Qualita) e 1½ kg em uma
embalagem de rede mais barata com etiqueta anexada. O Walmart também vende
algumas batatas pré-empacotadas, mas significativamente menos. A maior parte das
batatas está sendo vendida a granel, sejam empilhadas em uma mesa ou em
engradados de plástico.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
50
A embalagem é feita por um empacotador na área do produtor após a calibragem e
classificação das batatas. O material de embalagem que está sendo usado é mais caro
e necessita ser importado da Espanha ou da Itália. Existe, no entanto, uma imensa
diferença de preço entre as batatas de 1° e 2° graus, sendo a de 1° grau duas vezes
mais cara.
Antes os supermercados costumavam embalar as frutas e legumes eles mesmos,
incluindo batatas em embalagens em bandejas com filme plástico. Isso ainda acontece,
por exemplo, nos depósitos do Cenourão de consumo em fresco. No entanto, as
maiores cadeias, como Pão de Açúcar (Casino), preferem ser abastecidas com
produtos já embalados.
A diferenciação em uso específico da batata-inglesa (fritar ou cozinhar) já é
comunicada ao consumidor, seja pelo meio de sinais ou indicada sobre a embalagem.
Figura 12: Empacotadas em bandejas, batatas para cozinhar, batatas para fritar
Figura 13: Promoção de produto empacotado e produto a granel
6.2.5 Serviços alimentícios
Serviços alimentícios é o mercado que envolve a cadeia de produção e distribuição de
alimentos inteira, fornece, equipa e presta assistência orientada para abastecer os
estabelecimentos que preparam e fornecem refeições fora de casa. Os serviços
alimentícios incluem restaurantes normais, comida rápida, lanchonetes, cantinas,
padarias, bares, etc. como é indicado em Gráfico 9. Dentro do grupo ‘outros’ estão
escolas, hospitais, exército, etc.
O tamanho do mercado de serviços alimentícios no Brasil foi R$ 89 bilhões em 2011 e
calcula-se que atinja os R$ 100 bilhões em 2014. (Fonte: Mercado de Alimentos e Bebidas no
Brasil). O setor mostra taxas de crescimento de dois dígitos há vários anos. Os gastos
com serviços alimentícios (comer fora) representam 31% do total de gastos do
consumidor em alimentos.
O setor de serviços alimentícios responde por 80% das vendas batatas pré-fritas
congeladas, dos quais 25% corresponde ao segmento de comida rápida e os 75%
restantes ao setor de serviços alimentícios.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
51
Gráfico 10: Composição de vendas dos serviços alimentícios, Brasil
Catering
Hotéis
Cafeterias
& Cantinas
Outros
Restaurantes
Padarias
Lanchonetes
Comida
Rápida
Bares
Restaurantes 23%
Padarias 15%
Bares 13%
Comida Rápida 12%
Lanchonetes 11%
Cafeterias & Cantinas 7%
Hotéis
4%
Catering 2%
Outros 13%
Fonte: Brasileira Associação de Alimentos Indústrias (Abia)
Em média, o paulistano gasta R$ 27 por dia para comer fora.
As batatas de mesa assim como também outras legumes, são fornecidas ao setor de
serviços alimentícios através de mercados atacadistas. Alguns clientes frequentam o
mercado atacadista eles mesmos, A maioria deles está sendo abastecida pelos
comerciantes / distribuidores. Condições de pagamento de 30 a 45 dias são comuns.
No entanto, como foi dito antes, neste setor, o uso de batatas de mesa está sobre a
pesada pressão dos produtos processados de batata. 100% das batatas são lavadas
e classificadas. 90% é empacotado em sacos de 50 kg, 10% em sacos de 25 kg.
As batatas processadas como batatas fritas congeladas não passam pelo mercado
atacadista, mas são fornecidas através de distribuidores juntamente com outros
produtos. São Paulo, por exemplo, tem 13.000 restaurantes e 15.000 bares. A
eficiência na distribuição é, por essa razão, muito importante.
No setor de comida rápida, que compõe aproximadamente 12% do setor de alimentos,
um pequeno número de empresas domina o setor, respondendo por mais que 50% das
vendas. A maioria deles serve batatas pré-fritas congeladas. Eles estão presentes no
Brasil inteiro, principalmente em cidades com mais de 100.000 habitantes.
As cadeias de franquia de comida rápida são muito demandantes com relação a
qualidade e consistência na qualidade durante todo o ano e em cada restaurante
pertencem o grupo. Eles se comunicam com seus fornecedores e estão ativamente
envolvidos no monitoramento das demandas de qualidade na cadeia de produção.
Tabela 30: Principais cadeias de comida rápida alimentos no Brasil
Empresa / Marca nome
Número de restaurantes
McDonald’s (Arcos Dorados)
677
Subway
600
Bob’s e Pizza Hut (BFFC)
500
Habib’s / Ragazzo (Saraiva)
340
Giraffas
305
Burger King (3G Capital)
140
Intern. Refeições Co (Viena Frango, Assado,
98
Brunella)
Fonte: OSEC, 2012
As taxas de crescimento em serviços alimentícios foram altas no período de 2006 a
2011 (eixo horizontal) (por ex., restaurantes 7% a 8%) e vão continuar substanciais no
período de 2011 – 2016 (eixo vertical) (por ex., restaurantes 4% - 5%).
Gráfico 10 Mostra a diferenciação entre os diferentes subsetores dentro de serviços
alimentícios.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
52
Gráfico 11: Composição Anual da Taxa de Crescimento dos Serviços alimentícios Brasileiros: 2006-2016
Varejo
Restaurantes
Bem-estar e Serviços
Educação
Local de trabalho
Hospedagem
Lazer
Cantinas, Clubes
e Bares
Saúde
Varejista
Defesa Civil e
Militar
Tamanho da bolha: vendas de 2011
Fonte: O futuro dos Serviços alimentícios no Brasil (alimentosmercados.mundopress.com) 2012
Gráfico 10 também mostra o tamanho dos subsetores dentro dos serviços
alimentícios pelo tamanho das bolhas.
6.3
PROCESSAMENTO INDUSTRIAL
Uma estimativa de 20% da produção doméstica de batata-inglesa no Brasil está sendo
usada para processamento em produtos como batatas pré-fritas congeladas, batatas
fritas de pacote, vaporizadas e descascadas, produtos de batata embalados a vácuo e
desidratados como flocos e purê de batata. Isso é consideravelmente mais baixo que
nos EUA onde as empresas alocam 70% de toda a batata produzida para o
processamento, majoritariamente em batatas fritas. No entanto, o aumento do consumo
não significa que também a produção aumenta. Para as batatas fritas de pacote este é
o caso, porque as disponíveis no mercado brasileiro são 100% produzida localmente.
Para as batatas descascadas e vaporizadas provavelmente este também seja o caso.
Para as batatas fritas congeladas, no entanto, a produção local é apenas 25% em
comparação com 75% de importação. É majoritariamente o preço de custo da matériaprima e os custos de transporte dos produtos que determinam a competitividade da
produção local em comparação com a importação. Devido a mudanças nos padrões de
consumo, a porcentagem de produtos processados de batata já está aumentando
rapidamente no Brasil e a tendência é que esta porcentagem aumente ainda mais
significativamente nos próximos anos.
Na maior parte do mundo desenvolvido, o consumo de produtos processados de batata
tem superado o de batatas para consumo em fresco e esta tendência ainda persiste. A
expectativa geral é que dentro de 10 anos, o consumo de batatas processadas supere
o de batatas de mesa em fresco no Brasil.
As tendências para a cadeia industrial da batata no Brasil são as seguintes:
 Maior uso de contratos para reduzir o risco comercial;
 Aumento da profissionalização dos produtores
 Atenção às leis em vigor, em particular trabalhistas e ambientais;
 Constante procura de produtividade e eficiência através de parcerias e uso de novas
tecnologias;
 Armazenamento
 Desenvolvimento de variedades específicas;
 A necessidade de certificação do sistema de produção;
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
53
6.3.1
Consumo de processados
As batatas processadas estão cada vez mais assumindo o lugar das batatas para
consumo em fresco no Brasil, atingindo vendas de mais que R$ 1,4 bilhão por ano.
Baseado em dados publicados pelo IBGE, pode-se observar que o consumo em fresco
de batatas per capita no Brasil em 2009 caiu em 25% em comparação com 2002,
enquanto que, durante o mesmo período, o consumo de batatas processadas
aumentou mais de 40%.
Apesar disso, em peso, o consumo de batatas fritas é cinco vezes mais alto que o de
batatas fritas de pacote e batata-palha (1,9 kg versus 375 gramas e 100 gramas
respectivamente), e em valor as batatas fritas de pacote e batata-palha são mais
importante, como mostra a seguinte tabela.
Tabela 31: Vendas de Batatas processadas no Brasil 2010
Faturamento Milhões R$ (2010) Aumentar 2009-2010 (%)
Produto
Batata chips Onduladas:
Batata chips Lisa:
Batata-palha
Batatas pré-fritas congeladas
551
222
334
338
11%
19%
12%
36%
Fonte: Agrivalor, baseado em informação da revista Hortifrut
6.3.2 Batatas fritas
As instalações de produção local de batatas pré-fritas congeladas são lideradas pelas
BEM Brasil e a Hortus Industrial, as principais variedades sendo a Markies e a Asterix.
Os principais fornecedores da fábrica da BEM é o Grupo Rocheto, dos irmãos Celso,
José Paulo e João Emilio Rochet, que em dezembro de 2007 inauguraram a BEM Brasil
em Araxá. A BEM Brasil tem uma capacidade de processamento de 100.000 toneladas
de produto final e o Grupo Rocheto fornece cerca de 60% da matéria-prima que
necessita a fábrica.
Um dos principais fornecedores da fábrica Hortus é o Grupo Nascente.
O uso de batatas fritas congeladas (Batata Palito Congelada) começou no Brasil em
1992, baseado em importações do Canadá, dos EUA e da Europa. Entre 1992 e 1997,
o consumo per capita de batatas congeladas foi de zero para 0,3 kg.
Desde 1995, a importação da Argentina começou, chegando com custos mais baixos.
Em 2007, o consumo per capita atingiu 0,7 kg e, em 2012, foi de 1,9 kg. Ainda longe
dos 7 kg na Holanda e na Bélgica ou dos 13 a 15 kg no Reino Unido e nos EUA, mas
aumentando. Outros que o consumo em fresco da batata, as batatas pré-fritas
congeladas se ajustam às mudanças nos padrões de estilo de vida de crescimento
classe média já que são alimentos preparados e se ajustam aos padrões de consumo
de comida rápida. Ao mesmo tempo, o resto do segmento de serviços alimentícios
também prefere o uso de batatas pré-fritas congeladas por motivos de conveniência.
Até 2006, uma estimativa de 98% dos produtos de batata congelada consumidos no
Brasil correspondeu a produtos importados. Com o estabelecimento da Bem Brasil em
novembro de 2006, em Araxá (MG), e da Hortus, na Bahia, em 2007, a porcentagem
produzida localmente aumentou. Em 2012, aproximadamente 26% de todos os
produtos de batata congelada consumidos no Brasil tinham sido produzidos localmente,
em grande parte pela Bem Brasil (82.000 toneladas de batatas processadas) e a Hortus
(13.500 toneladas). Em uma taxa de conversão de aproximadamente 2:1, isso significa
que 200.000 toneladas de matéria-prima estão sendo cultivadas localmente para
processamento em batatas fritas.
Tabela 32: Importação total de batata congelada preparada em US$ e em peso.
Período Fluxo de Comércio
Declarante Parceiro
Valor comercial Peso (kg)
$124,414,911
151237796
2009
Importação
Brasil
Mundo
$191,793,389
242503711
2010
Importação
Brasil
Mundo
$215,743,803
232129494
2011
Importação
Brasil
Mundo
$205,822,821
232265613
2012
Importação
Brasil
Mundo
$338,862,957
282094010
2013
Importação
Brasil
Mundo
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
54
Tabela 33: Da Argentina em US$ e em peso.
Período Fluxo de Comércio
Declarante
2009
Importação
Brasil
2010
Importação
Brasil
2011
Importação
Brasil
2012
Importação
Brasil
2013
Importação
Brasil
Parceiro
Argentina
Argentina
Argentina
Argentina
Argentina
Valor comercial
Peso (kg)
$82,075,970
$104,866,894
$130,297,942
$101,611,986
$213,594,265
94108064
117600582
126511108
91949309
142072351
Fonte: UNcomtrade, www, comtrade.un.org
Em 2012, o mercado brasileiro para as batatas pré-fritas congeladas atingiu 320.000
toneladas em vendas, um aumento de perto de 7 % sobre 300.000 toneladas em 2011.
Espera-se que o mercado atinja as 450.000 toneladas em 2017 (Fonte DataMark) (2013:
342.000, 2014: 366.000, 2015: 392.000, 2016: 420.000. 2017: 450.000 um crescimento contínuo de 7%
anual)
Como se pode ver na
Tabela 32 em 2012, a importação total foi 232.000 tonelada. O mercado total foi de
320.000 toneladas. Isso significa uma produção local de 88.000 toneladas em 2012.
Atualmente tem aumentado para 100.000 toneladas.
A Bem Brasil tem anunciado que duplica sua capacidade de produção de 100.000
toneladas para 200.000 toneladas durante os próximos anos.
A Bem tem 2 linhas de produção em Araxá. Eles vão construir uma terceira linha na
plantação de Rocheto em Perdizes, em 2018. Eles já têm 10 armazenamentos próprios
de batata-inglesa de 5.000 toneladas cada um neste arrendamento e planejam
construir um adicional de 60 toneladas, economizando em custos de transporte (57 km
de Perdizes para Araxá).
No entanto, parece que algumas vezes o preço das batatas fritas importadas é mais
baixo que os custos de produção localmente.
Isso coloca a indústria na difícil posição já que o abastecimento de matéria-prima
continua, a fábrica precisa funcionar e os clientes precisam ser atendidos abaixo do
preço de custo. Parte da matéria-prima destinada para o processamento pode ser
vendido sobre um mercado aberto para as batatas de mesa. Mas o principal fator para
administrar este problema está em altos rendimentos, baixo preço de custo e na
produção de matéria-prima durante os difíceis meses de verão.
Gráfico 12: Origem de produtos importados de batata congelada no Brasil em %
ORIGEM DOS PRODUTOS IMPORTADOS DE BATATA
CONGELADA 2012
18%
Holanda
2%
3%
Alemanha Outros
52%
Argentina
25%
Belgica
Folha de S.Paulo, 19.09.2013
O processamento da batata no Brasil em batatas-fritas ainda não é significativo quando
comparado com outros países.
No Brasil, aproximadamente 200.000 toneladas de batatas estão sendo processadas
em 100.000 toneladas de batatas fritas (conversão 2:1). Isso corresponde a 6% do
volume de batatas produzidas. A demanda de batatas pré-fritas congeladas está
crescendo no mercado local, resultando no aumento da importação principalmente da
Argentina, da Bélgica e dos Países Baixos.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
55
Atualmente uma estimativa de 80% das batatas pré-fritas congeladas disponíveis no
mercado, está sendo usada pelo segmento de serviços alimentícios. Ao levar em conta
que os consumidores comem cada vez mais fora de casa, a tendência é que esta
porcentagem pode aumentar ainda mais.
De acordo com uma pesquisa de consumo feita pela empresa Agrobeloni, mostra que
as classes alta e alta média pararam de fritar em casa. Apenas de 5 a 10 % dos
consumidores frita em casa. O resto consume batatas cozidas em casa. Isso explica
porque apenas 10% das batatas de mesa empacotadas no varejo seja da Asterix (para
fritar) e 90% seja da Agata (para cozinhar). Isso também está em linha com as vendas
no varejo de produtos congelados de batatas pré-fritas que são nacionalmente apenas
5% das vendas em varejistas de batata de mesa para consumo em fresco. Porque a
indústria de processamento está em competição pela Asterix como matéria-prima, o
preço dessa variedade é até 30% mais alto que a batata-inglesa para cozinhar, como
a Agata.
O rápido crescimento do segmento do mercado para produtos congelados de batatas
pré-fritas são os serviços alimentícios. Dentro dos serviços alimentícios, 25% é de
comida rápida e 75% de outros.
Em geral, o mercado para produtos congelados de batatas pré-fritas é 20% de comida
rápida, 20% de varejistas, os 60% restantes de serviços alimentícios/ refeições fora de
casa (bares, restaurantes, lanchonetes, cantinas, etc.).
Com relação ao preço, a média de preço para batatas pré-fritas congeladas europeias
importadas para o Brasil foi de R$ 1,43 (FOB em origem). Para importação do Mercosul
(Argentina), o preço foi de R$ 2,15 por kg. Em Outubro 2012, o imposto de importação
para batatas processadas da UE aumentou de 14% para 25%. Esta taxa esteve estável
durante o período de um ano e voltou a 14% no final de 2013.
O aumento nas tarifas de importação são favoráveis para o comércio com o Mercosul
e também estimula a produção local. Cabe também mencionar, no entanto, que as
negociações comerciais gerais entre a UE e o Mercosul estão atualmente em
andamento, sendo que o resultado das quais poderia influenciar os padrões de
comércio.
Além da Bem Brasil e da Hortus, a McCain está considerando a possibilidade de abrir
uma fábrica de processamento no Brasil como foi divulgado na mídia nacional. Por isso,
já está testando cultivares nas diferentes regiões de Brasil. Também a Farm Frites está
testando o rendimento potencial da matéria-prima no Brasil.
Em Outubro 2012, a McCain anunciou a compra da Lutosa, a divisão de batata do grupo
belga, Pinguin-Lutosa, para US$ 290 milhões. A Lutosa atualmente tem 5% de participação
no mercado no Brasil, mas planeja aumentar para 10% em 2017. Desta maneira, a McCain
tenta fortalecer sua posição no mercado de importação.
Gráfico 13: Níveis de preço na UE e no Mercosul das batatas pré-fritas congeladas (FOB em
origem)
Preços da FOB da batats fritas congeladas em R$ na origem
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
2002
2003
2004
2005
2006
2007
mercosul
2008
2009
2010
2011
2012
UE
Fonte: MDIC/Secex, Hortifriti Brasil 2013
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
56
A produção de batatas pré-fritas congeladas é um negócio muito competitivo. Já que
aproximadamente 45% do custo da batata-frita se refere à batata crua, o preço de custo
dessa matéria-prima é um muito fator significativo. Uma indústria competitiva necessita
custo das batatas relativamente baixo. Idealmente, altos rendimentos são requeridos
na produção primária visando que os produtores sejam capazes de abastecer os
processadores com preços competitivos. Especialmente porque as batatas pré-fritas
congeladas são uma comodidade que necessita competir com fornecedores de
diferentes países e continentes.
Como a indústria de processamento necessita ser abastecida durante todo o ano, a
consistência na qualidade, na disponibilidade e nos preços é obrigatória. Isso está
sendo influenciado pelas temporadas de produção e pelos (diferentes) rendimentos por
temporada, pelas áreas de produção, pelos custos de transporte, pela disponibilidade
de armazenamento, pelos custos e perdas de qualidade durante o armazenamento.
A McCain começou a abastecer o mercado brasileiro com batatas pré-fritas congeladas
em 1992. O primeiro cliente da empresa foi a McDonalds e mais tarde seguiram
varejistas e cadeias de comida rápida. Em 20 anos, de acordo com a McCain, tanto a
cadeia de distribuição como o consumidor mudaram consideravelmente, por essa
razão, as metas da empresa são 5 vezes mais altas que há 10 anos. A McCain estima
que 80% da população consume batatas-fritas pelo menos uma vez por semana.
Em 1992, a McCain abasteceu o mercado brasileiro do Canadá, da Europa e dos EUA.
Em 1995, eles investiram 160 milhões na fábrica em Balcarse, na Argentina, para
abastecer o Mercosul. Em 2000, eles incorporaram a linha de produção de “batatapalha”. Hoje, a capacidade de produção da fábrica de processamento argentina lidera
65% do mercado brasileiro e o resto tem como destino o Paraguai, a Argentina, o
Uruguai, o Chile, a Venezuela, a Colômbia, a Bolívia e o Peru. Sete anos atrás a
McCain também incluiu uma moderna linha para produtos especiais.
A Farm Frites começou em 1971 em Oudenhoorn e hoje é um dos principais
processadores de batata-inglesa no mundo.
Na Argentina, a Farm Frites tem grandes instalações de processamento em Munro, na
província de Buenos Aires. A Farm Frites chegou à Argentina em 1996 comprando 50%
da participação da empresa local "Alimentos Modernos", mais tarde em 2000 eles
compraram a participação completa de embalagem e, em 2014, venderam 60% para
um grupo local de investimento de La Plata.
A empresa abastece a varejistas (super e hipermercados) e a serviços alimentícios
(hotéis, catering, restaurantes, etc.). A Farm Frites fornece também para as principais
cadeias de comida rápida, tais como McDonald’s e Burger King. Sua subsidiária na
Argentina está exportando cerca de 70% de seu produto final para os países vizinhos
do Mercosul.
Os novos desenvolvimentos neste setor são os produtos de fritas no forno e outros
baseados em flocos de batata-inglesa.
As fritas no forno registraram um significativo aumento nas vendas no varejo, que se
ajusta à tendência de consciência de saúde, pela qual as batatas fritas são percebidas
como sendo menos saudáveis que as não fritas.
Croquetes e outros produtos baseados em flocos de batata-inglesa estão há pouco
tempo disponíveis no varejo. As vendas vão bem, de acordo com vários gerentes de
supermercados. Antes, este tipo de produto estava apenas disponível em serviços
alimentícios, um segmento que ainda parece aumentar o uso também.
Até a chegada do primeiro estabelecimento de processamento no Brasil em 2005,
aproximadamente 98% das batatas fritas congeladas eram importadas e os outros 2%
correspondiam ao baixo volume e à baixa qualidade dos produtos nacionais.
De acordo com estudos realizados pela Direção de Agricultura & Desenvolvimento
sobre horticultura, a produtividade média na Bélgica e nos Países Baixos em 2010 foi
de 55 toneladas/ hectare. Com o fim de comparar, o mesmo estudo concluiu que na
França, na Alemanha e na Inglaterra, a produtividade dificilmente superou as 48 t / ha.
No Brasil, de acordo com informação colhida pelo pessoal da Hortifruti / Cepea,
produtores de batata para a indústria raramente colhem mais que 40 t / ha.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
57
Os custos por hectare sem considerar a produtividade e o destino da produção,
também são mais altos no Brasil.
A escala na qual os grandes produtores e os exportadores de batata congelada atuam,
torna seu custo de fabricação mais baixo que para os processadores no Brasil que,
além disso, também enfrentam outros desafios típicos. Assim, para os processadores
brasileiros aumentarem sua participação no mercado, não basta aumentar as barreiras
tarifárias. É preciso maior inovação tecnológica, no campo e na indústria, que permita
a redução dos custos, proporcionando efetivo aumento da competitividade nacional.
6.3.3
Bem Brasil
A BEM Brasil Alimentos é uma empresa de capital 100 % brasileiro, especializada na
produção de batatas pré-fritas congeladas e flocos. A BEM entrou no mercado em
novembro de 2006 com o objetivo de conquistar os consumidores com a qualidade e
os diferenciais de seus produtos.
A BEM Brasil é o resultado de um investimento de R$ 50 milhões pela Montesa e a
Rocheto. Seu objetivo é diferenciar-se pela aparência por uma melhor tecnologia de
produção nos mercados internacionais e pelo uso de matérias-primas de alta
qualidade. A BEM Brasil incorporou tecnologia holandesa e norte-americana em sua
linha de produção, para assegurar a precisão e garantir a qualidade de seus dois
produtos.
Sua fábrica começou a produzir em novembro de 2006, em Araxá, no estado de Minas
Gerais, fornecendo uma mescla de produtos para vários segmentos.
Hoje a empresa opera um único estabelecimento de produção onde processam mais
de 100.000 toneladas de batatas fritas por ano. Em seu moderno estabelecimento de
processamento atingiram até 110 mil toneladas de batatas pré-fritas congeladas e
2.000 toneladas de flocos desidratados por ano, produzidos em uma área de 327.000
m2 com 260 funcionários.
Entre 2011 e 2012, enquanto a economia do Brasil cresceu 0,9%, a BEM reconheceu
uma expansão de 42% e conquistou 25% do mercado local, o qual ainda é dominado
pelos fornecedores internacionais. Em total, a BEM reconheceu vendas por 200
milhões de reais em 2012, e sua meta para 2013 era de 250 milhões reais, ao atingir o
uso de sua capacidade total.
A BEM Brasil embala para seis etiquetas privadas e 80% para sua própria marca A
empresa cresceu abastecendo restaurantes e varejistas e começou em 2012 com, pela
primeira
vez,
o
abastecimento
de
cadeias
de
comida
rápida.
Figura 14: Instalações de processamento da BEM
Fonte: BEM Brasil website
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
58
6.3.4
Hortus Agroindustrial
Em 2007, a Hortus foi inaugurada na Chapada
Diamantina, em pleno coração do estado da Bahia, com
o objetivo de processar e congelar produtos de batata,
tais como batatas fritas e batatas especialmente précozidas (batata-inglesa fatias e noisette). Eles focam nos
gourmets mais exigentes.
A Hortus é um empresa 100% brasileira com
investidores de capital com a Agroinvest Kayatani e o
fundo de investimentos Nordeste I, administrado pela
Rio Bravo Investimentos.
6.3.5
Batatas fritas de pacote
No Brasil a produção de batatas fritas de pacote é dominada pela Elma chips Frito-Lay
(50%) e Yoki (33%). Várias pequenas instalações de processamento juntas são
responsáveis pelo remanescente 17% da produção.
A indústria da batata-frita de pacote no Brasil tem apresentado um sólido crescimento
nos últimos anos. É importante reconhecer que existe um mercado formal e um mais
informal, ambos com suas próprias características:
Os fornecedores de batatas para a indústria de batatas fritas de pacote usam
principalmente as variedades Atlantic, Caruso e Taurus. Também alguns testes com
novos cultivares de batata adequados para processamento industrial foram realizados
(BRS IPR-Bel e BRS Ana), oficialmente apresentados em Castro, no estado do Paraná,
no sul do Brasil, pela Embrapa, empresa de pesquisa agrícola.
Os fornecedores da indústria de batatas fritas de pacote são, entre outros, a
Cooperativa Castrolanda e a Agrosolanum (que fornecem o ano inteiro), Schoenmaker,
Montesa, Nacente e Wehrmann, que fornecem altas quantidades, mas durante um
período mais curto de 4 meses aproximadamente.
Tabela 34: Características dos produtores de Batata-frita de pacote
Características
Escala
Nível de tecnologia no campo
Relação entre produtor e indústria
Carteira de produtos
Tipo de agricultor
Descrição
Operações de médio a grande porte
Alto nível de mecanização
Formal
Diversa
Empresário agrícola
Fonte: Agrivalor SA baseado em entrevistas 2014
Em 2012, o consumo anual per capita de batatas fritas de pacote foi de 375 gramas. O
consumo nacional total foi 75.000 toneladas de batatas fritas de pacote de acordo com
a ABBA (Revista Globo Rural, Outubro 2012)
A conversão de matéria-prima para batatas fritas de pacote nos processo de produção
é de aproximadamente 4:1, o que significa que para produzir 75.000 batatas fritas de
pacote, são necessárias 300.000 toneladas de matéria-prima.
Exatamente todas as batatas fritas de pacote são produzidas localmente. Existem
vários produtores locais, incluindo PepsiCo/Frito-Lay que usa 150.000 toneladas
anualmente e que possui 50% do mercado (marcas: Lays e Ruffles e Elma)
A Yoki Alimentos (comprada pela General Mills, em agosto 2012) usa outras 100.000
toneladas de matéria-prima (25.000 toneladas de batatas fritas de pacote). Outros
produtores locais em conjunto usam aproximadamente 50.000 toneladas (12.500
toneladas de batatas fritas de pacote)
A Procter & Gamble (Pringles) é o terceiro maior fornecedor do mercado. No entanto,
as Pringles são feitas de flocos de batata-inglesa, enquanto que as batatas fritas de
pacote/ chips são feitas de batata inteira.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
59
O setor está preparando os investimentos em armazenamento da matéria-prima por
um período de 3 meses durante o verão com o objetivo de ser capaz de produzir no
inverno a preço de custo mais baixo e com o objetivo de ter suficiente reserva para
garantir o processo de produção nas fábrica. Especialmente importante é prevenir o
germinações sem uso de químicos contra a germinação já que estes não estão
permitidos pela indústria de processamento. Igualmente importante é prevenir que o
amido seja convertido em açúcar dentro das batatas durante o armazenamento porque
isso as torna inapropriadas para o processamento em batatas fritas de pacote.
A Frito-Lay tem uma participação no mercado de 50% em batatas fritas de pacote no
Brasil. Usa sua própria variedade de FL para a metade de sua matéria-prima e ‘Atlantic’
(a variedade livre) para a outra metade.
Os outros 50% do mercado brasileiro de batatas fritas de pacote usa plenamente a
variedade ‘Atlantic’ como matéria-prima para suas atividades de processamento.
A área total plantada com batatas a ser usada para processamento em batatas fritas
de pacote consiste, por essa razão, para aproximadamente 75% da variedade ‘Atlantic’.
As batatas fritas de pacote estão disponíveis em todos os supermercados e ocupa uma
parte importante disponível de espaço nas gôndolas, uma indicação de seu volume de
negócios e lucratividade no varejo.
Tabela 35: Mercado Formal – versus informal
Mercado Formal
- Foca em uma operação anual
-
Indústrias locais ou regionais
Estabelecem acordo de compra
Marcas próprias ou para terceiros
Mercado Informal
- Opera oportunisticamente quando a
matéria-prima está disponível
- Indústrias pequenas e locais
- Não têm acordos de compra
- Marcas próprias ou sem marcas
Fonte: Agrivalor SA baseado em entrevista com a PepsiCo interview e apresentação pelo Sr. Yorinori
Muitas pequenas marcas locais estão presentes nos diferentes estados no Brasil como
mostram as cifras abaixo, apresentadas pelo Sr. Novaton Yorinori, ex agro-diretor na
Elma Chips, durante a ALAP, em 2012.
Figura 15: Marcas de batatas fritas de pacote no Brasil
Fonte: PepsiCo na ALAP 2012
6.3.6
PepsiCo
No Brasil, a PepsiCo, o principal produtor de salgadinhos do mundo de origem
americana, tem uma divisão de salgadinhos, chamada Elma Chips, que produz as
marcas Ruffles e Sensações de salgadinhos de batata.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
60
A Ruffles foi criada em 1958 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil em 1986. No
mercado de salgadinhos, é a preferência nacional. Atualmente, a empresa, que
registrou vendas globais de US$ 114 bilhões em 2010, adquire 5% da produção
brasileira de batatas, 2,5 milhões de toneladas. O Brasil é o quarto maior mercado da
PepsiCo, precedido pelos Estados Unidos, o México e o Reino Unido.
A importância da indústria de processamento para a otimização da produção brasileira
do setor da batata-inglesa é mostrada por um exemplo do principal produtor de batatasfritas de pacote no Brasil, a Elma Chips da PepsiCo. Eles investiram em um período de
14 anos mais de 320 milhões de reais em um Programa Agrícola para melhorar a
produção de seus fornecedores18 da Ruffles, uma marca de salgadinhos que vendem
no Brasil.
Isso lhes permitiu desenvolver uma equipe de especialistas em batatas para
desenvolver um plano de ações para abordar o produto ideal para a empresa. A
PepsiCo queria se livrar dos aventureiros que foram entrando no mercado de batatas
em épocas de preços altos. Em vez disso, a empresa procurou relações de longo prazo.
Aparentemente, isso teve efeito já que em 1997, a PepsiCo comprou de 60 produtores,
que forneceram 55 mil toneladas por ano.
Em 2011, a PepsiCo recebeu um volume de 140 mil toneladas de batatas originadas
em 16 cooperativas de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas
Gerais e Goiás.
Um dos fornecedores é a Montesa, do Sr. Marcelo Balerini. A Montesa está localizada
em Serra do Salitre (MG) e fornece cerca de 50% de sua produção de 45.000 toneladas
para a PepsiCo. O Sr. Montesa indicou que para muitos fornecedores foi difícil manter
uma colheita constante, isso mudou ao tornar-se um fornecedor da PepsiCo.
Com a inclusão de mais tecnologia e melhores variedades de plantio, os agricultores
ganharam mais produtividade, melhor produção e perdas reduzidas para quase zero.
A PepsiCo começou com fornecedores que produziam 18 toneladas por hectare,
enquanto hoje a média de produção é pelo menos 30 toneladas por hectare.
Tabela 36: Produção da PepsiCo no Brasil
PepsiCo
Número de agricultores
Produção em (toneladas de matéria-prima)
Número de fábricas
1997
2011
60
16 cooperativas
55.000
140.000
5 em Itu, Curitiba e Sete Lagoas
Fonte: Agrivalor SA baseado em PepsiCo data
Figura 16: Fábricas de PepsiCo de Processamento de Batata
Fonte: PepsiCo em ALAP 2012
18
Revista Dinheiro Rural de Outubro de 2011 “Vá plantar batatas”, de Alécia Bridges
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
61
De acordo com a PepsiCo, os desafios para a indústria de batatas-fritas de pacote no
Brasil são os seguinte:
 Aumento do uso de contratos para redução de riscos de negócios;
 Promover a profissionalização dos produtores;
 Específica atenção à legislação, especialmente as leis trabalhistas e ambientais
 Constante pesquisa por produtividade e eficiência, através de parcerias e uso de
novas tecnologias;
 Desenvolvimento de específicas variedades
 Precisa a certificação do sistema de produção
6.3.7
Yoki
Fundada em 1960, a Yoki é uma empresa brasileira familiar cujos produtos com as
marcas Yoki e Kitano tem mantido posições de liderança do mercado em vários
categorias de alimentos, incluindo pipoca e salgadinhos de nozes, acompanhamentos,
sopas desidratadas, cereais e feijões, e temperos. A empresa tem mais que 5.000
funcionários e postou vendas de aproximadamente US$ 527 milhões em 2011.
Em 2012, a General Mills, Inc. assinou um acordo para adquirir a Yoki Alimentos S.A.,
uma empresa privada de alimentos com sede em São Bernardo do Campo, Brasil.
Espera-se que a transação seja fechada no Brasil durante a primeira metade do ano
fiscal da General Mills de 2013.
As aquisições da Parampara Alimentos e da Yoki são parte de um rápido crescimento
internacionais dos negócios da General Mills. A empresa tem dito que, no ano fiscal de
2012, o segmento de vendas internacionais líquidas se espera que exceda US$ 4
bilhões, incluindo vendas da Yoplait, empresa internacional de iogurte adquirida no dia
1° de julho de 2011. A adição da Yoki vai mais que duplicar a vendas anuais da General
Mills na América Latina para perto de US$1 bilhão.
6.3.8
Cooperativa Castrolanda
A Castrolanda inaugurou seu próprio estabelecimento de
processamento e é abastecida por 8 associados que
cultivam batatas para a cooperativa. Sua própria marca foi
lançada em 2003. Hoje, a unidade trabalha com grandes
volumes de produção. No entanto, a prioridade permanece
sendo uma produção para terceiros.
A capacidade de produção de batatas-fritas de pacote é de
90 toneladas por mês.
A média de rendimento da batata-inglesa pelos membros
da Castrolanda chega a 27,5 toneladas por hectare. A
produção anual, de acordo com dados da Cooperativa,
atinge 34,5 mil hectares.
6.3.9
Outras pequenas fábricas de batatas fritas de pacote
Como foi mencionado antes, existem muitas fábricas pequenas de batatas fritas de
pacote, tais como; Fhom, com matriz em São Caetano do Sul, que lançou em Agosto
2014 com a marca com o nome de “Bem Orgânico”, as primeiras Batatas fritas / Batatas
fritas de pacote orgânicas do Brasil. Seus clientes estão principalmente concentrados
nas regiões Sul e Sudeste, mas visam aprofundar-se ainda mais no mercado local.
As batatas fritas de pacote são vendidas em três tipos; ondulada, lisa e a versão batatapalha (ou Palito) e são certificada pela SVB, um certificador local de alimentos
orgânicos. Os supermercados tais como GPA (Grupo Pão de Açúcar), Coop –
Cooperativa de Consumo (SP), Angeloni (SC), Zaffari (R$), Verdemar e Super Nosso
(MG), Festival, Casa Viscardi e Casa Fiesta (PR) e Grandes-Lar (MT), além de Santa
Luzia, St Marché e Santa Maria, (SP) estão vendendo este produto orgânico.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
62
6.3.10
Outros
Vários produtores de batatas de mesa estão conscientes do fato de que o mercado
para as batatas de mesa está diminuindo e que o mercado para produtos processados
da batata aumenta. Além disso, existe a consciência de que processamento agrega
valor. A vantagem adicional é o fato de que o processamento torna mais fácil investir
em equipamento de safra e armazenamento já que a pele ou os danos desaparecem
durante o processamento de qualquer maneira. Isso aumenta a eficiência da produção
primária para batatas destinadas para o processamento.
Alguns produtos processados de batata demandam grandes investimentos para iniciar
a empresa, devido à escala mínima que é requerida para uma empresa lucrativa ou
devido ao segmento muito demandado no qual os produtos são vendidos ou devido às
possibilidades de competir com produtos importados. Este é, por exemplo, o caso das
batatas fritas congeladas, dos flocos ou do amido, todos os produtos que estão sendo
produzidos por custo relativamente baixo pelas empresas multinacionais que operam
em países com as circunstâncias mais favoráveis de produção (baixo custo da matériaprima)
Outros produtos têm um grande volume em comparação com seu peso (como as
batatas fritas de pacote), ou têm um prazo de validade curto (como batatas
descascadas empacotadas a vácuo) e o preço de custo da matéria-prima é menos
importante na competição com produtos importados. Neste caso, a produção local pode
competir mais facilmente. Além disso, a escala mínima de operação é menor e, por
essa razão, a entrada no mercado é mais fácil. Isso explica em grande extensão por
que uma grande parte das batatas pré-fritas congeladas está sendo importada e por
que as batatas fritas de pacote estão quase exclusivamente sendo produzidas
localmente. Também explica o número e tamanho das empresas envolvidas no
processamento local de batata-inglesa. Se a demanda do mercado for maior que a
capacidade de produção local, os produtos serão importados abrindo o caminho para
a produção local assumir no caso em que a produção possa ser reconhecida em um
preço de custo competitivo e satisfazer os padrões mínimos de qualidade.
6.3.10.1
Batata-palha
Para a produção da batata-palha é usada principalmente a Atlantic, em geral de baixa
qualidade, mas em caso de existir superávit na produção também uma melhor
qualidade.
‘Batata-palha’ é um produto tipicamente brasileiro (batata-inglesa frita cortada muito
fina, especialmente usada no Brasil com pratos de bife a Stroganoff). A batata-palha é
feita de ‘Atlantic’ e se espera que a produção cresça ainda mais. Existem muitos
pequenos produtores independentes. Mas também a Frito-Lay a produz (Elma).
Hoje batata-palha é encontrada em qualquer gôndola de mercado, mas 20 anos atrás
não era assim. A primeira fábrica, Crac, foi fundada em 1985 em São Gonçalo.
Hoje, têm 130 funcionários e uma produção mensal de batata-palha de
aproximadamente 200 toneladas (12% de participação no mercado)
De acordo com a Associação Brasileira da Batata (ABBA), o consumo per capita de
batata-palha é de 100 gramas (Revista Globo Rural, Outubro 2012). Isso resulta em 20.000
toneladas por ano. Toda é produzida localmente e 1 kg de matéria-prima resulta em
250 gramas de produto pronto. Isso significa que 80.000 toneladas de matéria-prima
são usadas para a produção da batata-palha.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
63
Figura 17: Produção de Batata-palha
Fonte: http://oglobo.globo.com/
6.3.10.2
Batatas descascadas
Batatas para consumo em fresco, cruas, descascadas e empacotadas a vácuo
(higienizadas) estão disponíveis para serviços alimentícios assim como também para
os varejistas. Várias novas empresas estão entrando no mercado com este produto
(Grupo Trevisian em Divinolândia) ou estão preparando-se para isso (Cooperbatata).
Este produto está disponível em grandes embalagens para serviços alimentícios assim
como também em pequenas embalagens de consumo. Batatas em cubos, inteiras ou
para consumo em fresco ou fritas assim como também em mesclas com cenoura. A
Agata é uma variedade que está sendo usada (Asterix para fritar).
‘Cozida a Vapor’ (vaporizadas), seja em cubos ou inteiras, naturais ou aromatizadas,
está sendo produzida localmente (por ex., Vapza) e já estão no mercado. Outras
empresas (Cooperbatata) estão planejando entrar no mercado.
Os grandes produtores notificam a diminuição no consumo em fresco consumo e estão
procurando maneiras de agregar valor a seus produtos pelos produtos relativamente
fáceis. Uma grande vantagem é que desde que os produtos estão sendo descascados,
eles podem produzir no inverno a custo mais baixo e depósito por vários meses.
Importação de produtos de batata preparados/preservados (não congelada) foi de
5.154 toneladas em 2013 (Fonte: UN comtrade)
Figura 18: Batatas vaporizadas inteiras e batatas descascadas e cruas empacotadas a vácuo
Figura 19: Batatas empacotadas a vácuo, fritas e mescla de batata-inglesa e cenoura
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
64
6.3.10.3
Produtos de batata desidratada / flocos/ grânulos
Os flocos de batata-inglesa são um produto intermediário que está sendo usado para
a produção de uma ampla variedade de produtos; como uma base para sopas
instantâneas, purê, croquetes de batata, Pringles ou batatas fritas de forno de pacote,
produtos de pasta de batata como nhoque (publicitado como livre de glúten) e
salgadinhos.
Existe alguma produção local de flocos de batata-inglesa (BEM).
A importação foi 9.236 toneladas em 2013 (estatísticas da UN comtrade), sendo
majoritariamente usadas como um produto intermediário pela indústria local de
processamento.
Antes, o purê de batata e os produtos congelados baseados em flocos estavam apenas
disponíveis em serviços alimentícios. Recentemente, foram disponibilizados também
no varejo.
Figura 20: Purê de batata-inglesa, produtos de batata congelados e pré-fritos em embalagens
varejistas
O Grupo Pão de Açúcar informa que desde a introdução das fritas no forno no varejo,
as vendas vão muito bem e estão aumentando. A explicação deve ser procurada na
preocupação de muitos consumidores brasileiros com os problemas de saúde
relacionados com a obesidade, o colesterol e a pressão sanguínea alta, considerados
os principais problemas. As fritas no forno têm uma melhor imagem que as fritas
convencionais devido ao fato de que não necessitam ser fritas em óleo.
O purê está disponível principalmente no mercado de serviços alimentícios e apenas
recentemente passou a estar disponível no varejo.
A exportação de produtos de batata desidratada foi desprezível, de 10 toneladas, em
2013. A importação foi de 9.236 toneladas em 2013 (Estatísticas da UN comtrade)
6.3.10.4
Informação sobre o Consumidor
As batatas são percebidas por grande parte dos consumidores como um produto que
os faz engordar. À luz disso, é importante conhecer as fontes de informação do
consumidor e seu comportamento.
Aproximadamente metade dos consumidores lê as etiquetas na embalagem (veja o
Gráfico 14: Frequência em que as etiquetas são lidas). Quando fazem isso, eles estão
principalmente interessados em calorias (veja Gráfico 16: Principais Fontes de
informação para consumidores sobre os alimentos). Os grupos de renda mais alta - e
educação, assim como também as mulheres procuram mais que média por informação
sobre as calorias.
No entanto, a média está longe da principal influência sobre a percepção de saúde dos
produtos já que para apenas um por cento de consumidores que leem a etiqueta, a
mesma é a principal fonte de informação sobre os produtos alimentícios.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
65
Gráfico 14: Frequência em que as etiquetas são lidas
Sempre lidas -23%
Algumas vezes lidas – 30%
Raramente lidas – 16%
Nunca lidas – 30%
Não responde – 1%
Fonte: FIESP: Tendências alimentícias do Brasil para 2020
Gráfico 15: Informação da Etiqueta mais procurada
Calorias
Gorduras
Colesterol
Açúcar
Proteínas
Conservantes
Hidratos de carbono
Glúten
Sódio
Fonte: FIESP: Tendências alimentícias do Brasil para 2020
Gráfico 16: Principais Fontes de informação para consumidores sobre os alimentos
Televisão
Médicos e nutricionistas
Internet
Amigos e conhecidos
Jornais
Familiares
Revistas
Publicidade
Rádio
Escola ou universidade
Etiquetas
Livros
Não procuram
Fonte: FIESP: Tendências alimentícias do Brasil para 2020
6.3.10.5 Fécula e farinha
Fécula está sendo usada como um aditivo em muitos produtos alimentícios (macarrão,
alcaçuz, sopas e molhos. Também está sendo usada para a produção industrial (cola,
papel, papelão, etc.)
O Brasil é um grande produtor de fécula, mas isso se refere quase exclusivamente à
fécula da tapioca (mandioca).
A exportação de fécula de batata-inglesa foi desprezível, de 112 toneladas em 2013. A
importação foi de 1.400 toneladas em 2013 (Estatísticas da UN comtrade)
A importação de farinha de batata-inglesa foi desprezível, de 151 toneladas em 2013.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
66
6.3.11
Acordo de livre comércio UE-Mercosul
A UE atualmente está sendo negociado um acordo comercial com o Mercosul. Estas
negociações com o Mercosul foram oficialmente relançadas na reunião UE-Mercosul
em Madrid, no dia 17 maio de 2010. O objetivo é negociar um amplo acordo comercial,
cobrindo não apenas o comércio de bens industriais e agrícolas, mas também serviços,
melhoramento de regras na aquisição governamental, propriedade intelectual,
facilitação aduaneira e comercial, barreiras técnicas ao comércio.
Como está estipulado no parágrafo 6.3.1, as tarifas de importação sobre as batatas
pré-fritas congeladas são de grande importância para a competitividade da produção
brasileira de produtos locais em comparação com as importações da UE. O
desenvolvimento desse assunto dentro das negociações da UE-Mercosul é de
significativa importância neste sentido. O mercado brasileiro está relativamente
altamente protegido com uma tarifa aduaneira aplicada de 13,5%. A UE, por essa
razão, incentiva consistentemente o Brasil a reduzir as barreiras tarifárias e não
tarifárias e manter um meio ambiente regulatório estável para os investidores e os
comerciantes europeus.
Estas negociações e um acordo comercial (embora não se espera que seja
estabelecido em breve) serão de influência para o desenvolvimento de uma indústria
de processamento batata local, já que os custos locais de produção (especialmente os
custos de produção da matéria-prima) precisam poder competir com o produto
importado. Especialmente para a fécula de batata e as batatas fritas e, este é o caso
porque o custo destes produtos está em uma grande extensão determinada pelos
custos da matéria-prima.
6.4
FOFA
Tabela 37: Fortalezas & Fraquezas dos protagonistas (Fatores internos)
Protagonista
Fortalezas
Processamento de
pré-fritas congelada
 Aumento classe média e
do poder aquisitivo
 Conveniência em
serviços alimentícios
 Sólido setor de comida
rápida
Processamento de
Flocos / Grânulos
 Aumento classe média e
poder aquisitivo
 Conveniência em serviços
alimentícios
 Melhor imagem que as
batatas fritas
 Uso como um produto
intermediário
 Mercado estável
Processamento de
Batatas fritas de
pacote
Descascadas /
empacotadas a
vácuo
Fraquezas
 Custos de matéria-prima / nível
de rendimento da produção
primária
 Disponibilidade de suficientes
terras planas em MG
 Disponibilidade de capacidade
de armazenamento
 Depreciação de
armazenamento baseado em
uso por 3 meses ao ano
 Imagem das batatas fritas,
que engordam
 Custos de matéria-prima / nível
de rendimento da produção
primária
 Capacidade de
armazenamento da matériaprima
 Não se espera muito
crescimento neste setor do
mercado.
 O produto pode ser
armazenado = preço de custo
mais baixo para produto
primário
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
67
Batatas de mesa
 Relativamente fácil para
começar o
processamento
 Disponibilidade o ano
inteiro







O consumidor não aceita
batata de mesa de poucos
meses de idade
Aumento de preço quando
chove dificulta a safra
Alto preço de custo na
temporada de inverno
Distâncias mais longas do
campo até as áreas de
consumo
Sem transporte refrigerado
Pouca mecanização da
colheita (10%)
Os produtores precisam
abastecimento, algumas
vezes até quando o plantio é
jovem demais para dar um
ótimo rendimento.
Tabela 38: Oportunidades e ameaças dos protagonistas (Fatores externos)
Protagonista
Processamento
de pré-fritas
congeladas
Processamento
de Flocos /
Grânulos
Batatas fritas de
pacote
Descascadas /
empacotadas a
vácuo
Batatas de mesa
Oportunidades
Ameaças
 Produção local para substituir a
importação
 Crescimento autônomo dos
serviços alimentícios e do setor
de comida rápida
 Comercialização de novas
formas de produtos
 Produtos congelados prontos
 Purê
 Conveniência em serviços
alimentícios
 Produtos de pasta de batatainglesa livre de glúten

Irrigação disponibilidade
de água
 Mesclas com outros legumes
 Ingredientes para refeições
prontas
 Demanda do consumidor de
embalagem provavelmente vai
aumentar já que esta é
plenamente aceita nos cítricos,
por exemplo,

Competição de mesclas
de legumes congeladas

O consumo em geral da
batata de mesa está
diminuindo
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
68
7 INFORMAÇÃO PARA O SETOR
No Brasil não existem muitas fontes de informação que visem especificamente a
produção e o processamento de batata-inglesa. No entanto, existem algumas feiras
que chamam a atenção do setor, tais como, entre outras, a Hortitec, a ALAP, a Agria,
maioria destes eventos organizada pela ABBATA. Em 2012, as seguintes empresas
ativas no setor brasileiro da batata-inglesa participaram do evento da ALAP:
Tabela 39: Empresas ativa em Mecanização
Atividade
Empresa
Tecnologia de mecanização
APH Group, Hennipman, Juma Agro, Mexport, Pivot
(Grimme), Via Agrícola, Double L, Watanabe
Zimmatic pelos Lindsay, Pivot (Valley), Netafim, Rainbird
Arysta Life Science, Basf, Bayer Crop Science , Dow Agro
Sciences, Du Pont, Fertilizantes Heringer,
Syngenta,Crosslink, Dioxide/Supra, FMC, Força Agrícola,
Green Mix, Ihara, Inquima, Juma Agro, Via Agricola,
Procópio, Timac
Manter, Embalagens Tatuí, Castanhal (embalagem)
HZPC, Margossian Sementes, Batatas Canada
Bem Brasil Alimentos
Omnivent, Tolsma, IVI, Tecnofrio
Tecnologia de irrigação
Fornecedores de
fertilizantes, inseticidas,
herbicidas e outros químicos
Tecnologia de embalagem
Fornecedores de semente
Indústria
Tecnologia de
armazenamento
Ensino / Institutos
governamentais / Centros de
Pesquisa / Associações
Revistas / Informação
Fornecedores
Transporte
ABBATATA, Febrpdp (organização de não lavoura)
EMBRAPA, ABH (Assoc .Brasileira de Horticultura),
CIP (Centro Internacionais de Batata-inglesa),
UFU (Universidade Federal de Uberlândia,
EUAPB (S]Direção dos EUA da Batata-inglesa),
IPM (Irish Batata-inglesa Comercialização Limitado),
ABBVGS (Assoc. de Agricultores de batata-inglesa)
Hortifruti Brasil
Grupo Cultivar
Batata Show (Abba revista)
Minaseg
Fonte: Agrivalor SA
A Abba tem sua própria revista chamada Batata Show, na qual representantes do setor
publicam informação sobre investigações e técnicas. Até 2013, a Abba publicou os
meses de plantio e as quantidades colhidas, mas atualmente isso não é mais feito.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
69
8 REPRESENTAÇÃO DO SETOR
Grupos de Estudo / Grupos de Lobby
Ao entrevistar vários atores no setor parece ser que as iniciativas do grupo de estudo
foram tomadas no passado. Em 2013, um grupo de agricultores, incluindo o Sr.
Balarini e o Sr. Schoenmaker, iniciou um grupo de estudos focado na indústria de
batatas-fritas de pacote.
A Abba é uma associação que congrega agricultores de batata-inglesa que, em
conjunto, representam cerca de 40.000 hectares de produção de batata:
Tabela 40: Membros da ABBA
Destino
Mercado de produtos para consumo em fresco
Indústria
Semente
Total
Área (hectares)
23.000
12.000
5.000
40.000
Fonte: Agrivalor SA
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
70
9 EDUCAÇÃO E PESQUISA
A EMBRAPA é uma empresa de inovação tecnológica ligada ao Ministério de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Alimentos (Mapa). O nosso foco está em
gerar conhecimento e tecnologia para a agricultura brasileira. Eles fornecem soluções
para pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura para
o benefício da sociedade brasileira. A EMBRAPA tem um programa de reprodução de
batata. Este programa produziu as variedades BRSIPR Bel, BRS Clara, BRS Ana.
Também o Instituto de Pesquisa Agrícola do Paraná (IAPAR) tem um programa de
pesquisa sobre o desenvolvimento de novas variedades de batata-inglesa.
No Brasil, 17 universidades possuem uma faculdade agrícola. Um curriculum específico
sobre a batata não está presente. Alguns pesquisadores investigam tópicos específicos
sobre a batata-inglesa (doenças, vírus).
- Universidade de São Paulo em Piracicaba, São Paulo
- Universidade Estadual de Santa Catarina, em Lages, Santa Catarina
- Universidade Estadual do Norte Fluminense, em Campos dos Goytacazes, (RJ)
- Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" em Botucatu, São Paulo
- Universidade Federal de Lavras em Lavras, Minas Gerais
- Universidade Federal de Minas Gerais em Montes Claros, Minas Gerais
- Universidade Federal de Pelotas, em Pelotas, Rio Grande do Sul
- Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, Santa Catarina
- Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria, Rio Grande do Sul
- Universidade Federal de São Carlos, em Araras, São Paulo
- Universidade Federal de Viçosa em Florestal, Minas Gerais
- Universidade Federal de Viçosa em Rio Paranaíba, Minas Gerais
- Universidade Federal de Viçosa em Viçosa, Minas Gerais
- Universidade Federal do Paraná em Curitiba, Paraná
- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul
- Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro em Seropédica, Rio de Janeiro
- Universidade Federal Rural de Pernambuco em Recife, Pernambuco
Nas escolas agrícolas (vocacionais), a batata também está ausente do curriculum.
A missão da Associação Brasileira da Batata (ABBA) é defender a Cadeia Brasileira da
batata e visam a produção de alimentos saudáveis, preservar o meio ambiente, garantir
a continuidade para futuras gerações de produtores, parceiros comerciais e
funcionários. O objetivo da ABBA é adaptar e modernizar e aumentar a competitividade
da Cadeia Brasileira da batata. 120 agricultores são membros e estes estão produzindo
50% da produção brasileira. A ABBA coordena atividades, inicias pesquisa, publica
uma revista “Batata Show”, e é membro da ALAP. Em 2012, organizaram duas
conferências anuais da ALAP no Brasil.
Um website www.batatas.com.br fornece informação sobre todos os aspectos do
cultivo da batata-inglesa. A preparação do solo, a irrigação, as variedades, a
fumigação, a safra, o transporte, etc.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
71
10
10.1
LEGISLAÇÃO GERAL
CÓDIGO E CLASSIFICAÇÃO DO PRODUTO BRASILEIRO
O Brasil usa um sistema chamado "Nomenclatura Comum do Mercosul" conhecido
como NCM para classificar os impostos taxas de importação e sobre os produtos
importados para o país. O NCM 0701.10.00 está relacionado com a "Comodidade de
Descrição Harmonizada e Sistema de Codificação", conhecida como HS como segue:
10.2
TAXAS E IMPOSTOS DE IMPORTAÇÃO BRASILEIRA
Os impostos e taxas de importação são atualizados a cada dia da semana pelo
Ministério Brasileiro de Desenvolvimento, Indústria, e Comércio Exterior. A última
atualização das taxas de importação foi feita no dia 10 de fevereiro de 2014. Os dados
atuais nesta base de dados foram publicados pelo Ministério Brasileiro de
Desenvolvimento, Indústria, e Comércio Exterior no dia 30 de janeiro de 2014.
A taxa de ICMS varia dependendo do destino, do estado no Brasil do produto
importado, neste caso o estado de São Paulo para o ICMS.
Tabela 41: Visão Geral Fiscal
Nome do Imposto
Taxa
Imposto de Importação
IPI
ICMS1
PIS
COFINS
0,00 %
0,00 %
18,00 %
1,65 %
7,60 %
1: Devido à falta de isenções de ICMS deste produto, usamos a taxa base para o estado
de São Paulo. No entanto, as taxas de ICMS não seguem exatamente o sistema de
classificação do NCM. Para calcular a carga fiscal total, não se pode somar os impostos
e as taxas de importação para obter o custo agregado de importação "legumes e certas
raízes e tubérculos comestíveis" para o Brasil. Estas taxas são apenas para "legumes
e certas raízes e tubérculos comestíveis", para obter os impostos e taxas de importação
para outros produtos, por favor, visite o nosso índice Fiscal.
Existem estabelecida isenções especiais do ICMS para parceiros e fornecedores da
FIFA e IOC relacionados à Copa do Mundo da FIFA de 2014 e os Jogos Olímpicos de
2016.
10.2.1
Plantas, raízes e tubérculos comestíveis
As raízes e Tubérculos são categorizados de acordo com a "Nomenclatura Comum do
Mercosul", conhecida como NCM código 0700.00.00.
Batatas, para consumo em fresco ou refrigeradas:
- 0701.10.00 - Semente
- 0701.90.00 - Outros
- 0710.10.00 - Batatas
10.2.2
Batatas fritas Congeladas: Tarifário (Políticas de importação)
No dia 1° de outubro de 2012, o Brasil unilateralmente aumentou seu tarifário aplicado
sobre as batatas fritas congeladas para 25%, o que está abaixo da taxa consolidada
do país de 35%. A nova taxa se supõe que seja válida por um ano, mas poderia ser
eliminada no final de 2014. O Brasil foi o único país do MERCOSUL a aumentar o
tarifário. Batatas fritas Congeladas dos outros países do MERCOSUL (Argentina,
Paraguai, Uruguai e Venezuela) ainda entram no Brasil livre de impostos.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
72
11
11.1
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
CONCLUSÕES GERAIS
O número de produtores de batata-inglesa está caindo significativamente, e o número
de hectares com produção de batata também diminui. No entanto, a produção em
toneladas aumenta. Isso significa que menos agricultores cultivam mais hectares e
obtêm rendimentos mais altos.
Os empreendimentos agrícolas se tornaram maiores, e a mão-de-obra mais difícil de
conseguir, a mecanização da produção primária (que recentemente começou), está
obrigada a continuar em um ritmo ainda maior.
Produzir o ano inteiro é possível, mas existem significativas diferenças em rendimentos
e custos de produção entre as safras de verão e de inverno. Especialmente para os
produtores de batatas destinadas para o processamento industrial parecem viável
produzir na temporada de inverno e armazenar durante 3 meses para cobrir a
temporada de verão. Os custos adicionais de armazenamento são compensados pelos
custos ex-campo mais baixos de produção da batata. A formação de uma pele sobre
os tubérculos não é problema neste segmento, mas as germinações devem ser
prevenidas, assim como também a transformação de amido no açúcar. São requeridos
testes adicionais por variedade sobre esses problemas.
Para o mercado de produtos para consumo em fresco, o armazenamento é mais difícil,
já que os consumidores estão acostumados a batatas sem (ou quase sem nenhuma)
pele. As fortes flutuações de preço podem ocorrer neste segmento quando chove, o
que evita que os agricultores colham. Especialmente os empacotadores necessitam ter
um contínuo abastecimento de batatas com o objetivo de manter sua empresa
funcionando. Isso pode ser obtido ao investir em armazenamento de curto prazo (uma
semana) e em maquinaria de colheita com o objetivo de aumentar a capacidade de
colher quando o clima o permite.
As classes alta e média brasileiras estão crescendo rapidamente, assim como seu
poder aquisitivo. Além disso, aumentou o número de famílias monoparentais e o
número de mulheres que trabalham. Estes desenvolvimentos são impulsores
fundamentais do mercado para o crescimento em alimentos processados e preparados.
O consumo de batatas de mesa para consumo em fresco diminui um pouco,
especialmente no segmento de serviços alimentícios, enquanto que no varejo, as
vendas ao consumidor de batatas empacotadas superaram 20% nos depósitos das
grandes cadeias varejistas.
As batatas processadas se tornaram mais populares. Mas a possibilidade de produção
local difere por produto. O mercado para as batatas fritas congeladas continua
aumentando significativamente. Também a produção local aumenta, mas tem
dificuldades de competir com o produto importado devido ao relativamente alto preço
de custo da produção de matéria-prima no Brasil. Para o setor de comida rápida e de
outros setores de serviços alimentícios, a tradicional batata-frita continua sendo
popular. No setor varejista, que vende 20% das batatas pré-fritas congeladas, as fritas
no forno e outros produtos de batata baseados em flocos estão ganhando participação
no mercado, já que são percebidos como mais saudáveis.
As batatas fritas de pacote são todas produzidas localmente, mas a produção está
concentrada em apenas uns poucos referentes. O mercado continua crescendo e o
setor sofre a competição da importação devido aos altos custos de transporte do
produto pronto.
A batata-palha é um típico produto brasileiro, produzido localmente por muitos
produtores relativamente pequenos.
As batatas descascadas, inteiras ou cortadas em cubos, ou com forma de fritas,
algumas vezes mescladas com outros legumes e empacotadas a vácuo ou mesmo précozidas, são um segmento do mercado que esta crescendo e oferece oportunidades
para a produção local. Tem possibilidades de mercado como uma produto conveniente
no varejo assim como também nos segmento de serviços alimentícios.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
73
A mecanização da produção primária começou e vai continuar. Especialmente os
agricultores para a indústria necessitam se mecanizar. Mas também os agricultores
para o mercado de produtos para consumo em fresco vão necessitar se mecanizar.
Os produtores para a indústria necessitam investir em capacidade de armazenamento
para 3 a 3½ meses. A um menor alcance, os produtores para o mercado de produtos
para o consumo em fresco necessitam investir em armazenamento de curto prazo
(algumas semanas)
As embalagem de batatas de mesa para consumo em fresco em 25 kg e as pequenas
embalagens de consumo continuam aumentando.
11.2
PROBLEMAS PARA RESOLVER E RECOMENDAÇÕES
Os problemas para resolver visando que os agricultores brasileiros melhorarem sua
eficiência e lucratividade podem ser classificados de acordo com 4 temas principais:
-
Sementes;
Irrigação e melhoria da eficiência;
Armazenamento e disponibilidade sazonal;
Qualidade;
No dia 19 de novembro de 2015, uma mesa redonda de 1 dia acorreu em Campinas onde
uma versão deste estudo foi discutida. Nos próximos parágrafos, as principais observações
resultantes da mesa redonda são descritos.
Sementes
o Não existe somente uma falta de batata semente, mas sim uma falta de sementes de
boa qualidade e certificadas. Se o preço da batata é boa no momento, as sementes são
vendidas como batata para consumo, resultando em falta de sementes (Agata) na
próxima safra. Somente 5% das sementes utilizadas são certificadas. As grandes
empresas produzem suas próprias sementes. Pequenas empresas não conseguem
produzir sua própria semente e dependem do mercado. Este problema afeta
principalmente os pequenos produtores. Enquanto Agata for uma variedade
amplamente utilizada esse problema continuará existindo, uma vez que pode ser
vendida tanto como batata para consumo como semente.
A falta de batata semente é um problema somente para o mercado fresco de batatas,
uma vez que os produtores de batata para indústria produzem sua própria semente na
quantidade necessária. Além do que sementes de variedades para indústria não podem
ser vendidas como batatas para consumo.
2. A semente que os grandes produtores utilizam é de boa qualidade. Quando há
sementes de má qualidade no mercado é devido ao bom preço da batata de consumo.
São as batatas de má qualidade, que não conseguem ser vendidas para consumo, que
sobram para serem utilizadas como semente (ocasionando também uma falta nesse
caso).
3. Não são somente as sementes locais que tem má qualidade, as sementes
importadas (de todos os países) também tem qualidade duvidosa. De acordo com os
membros participantes da mesa redonda, esse problema não está relacionado
somente com uma região específica do país.
4. O período de dezembro a março (águas) é a temporada mais difícil de se produzir
sementes, resultando em escassez de sementes (Agata) a partir do fim de maio. O
maior problema encontrado com a variedade Agata é a dificuldade em armazenar
(somente 3 meses) devido ao curto período de dormência que ela possui. Agata
possui 80% do mercado fresco. Asterix e Cupido os 20% restantes. Os
supermercados no geral gostam da variedade Agata devido a sua boa aparência.
Por esse motivo espera-se que esta variedade continue tendo uma grande
participação no mercado de produtos frescos.
5. Os participantes da mesa redonda concordam que a certificação deve ser
estritamente organizada. A certificação é de extrema importância para determinar
normas e padrões unificados para a produção de sementes no país. A fim de
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
74
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
alcançar este objetivo, é necessário que haja fiscalização para orientar os produtores
e penalizar quando necessário.
Além disso, os produtores devem agir com responsabilidade na gestão e controle
fitossanitários.
O Brasil precisa de novas variedades de batata, mas a introdução é parcialmente
bloqueada pelos atuais importadores de batata de semente, uma vez que estes não
ganham dinheiro na multiplicação local de novas variedades. Existem relações
internacionais com a Irlanda (IPM) e com a França, mas com a Holanda essas
relações não estão ativas (NIVAP e NAO)
Há 25 anos existiam regiões específicas para a produção de batata semente no
Brasil, mas atualmente não é o caso. Os produtores de batata semente verificam o
histórico do campo em relação a patógenos de solo quando buscam um campo para
produzir sementes. Algumas áreas específicas se tornaram inviáveis para a
produção de sementes devido a presença de mosca branca, que vem da soja e
transmite vírus de culturas como soja, tomate, etc. Seria possível produzir sementes
em algumas áreas especiais nos Estados do Sul do país e somente em alguns
períodos durante o ano.
Novas variedades: HZPC enviou recentemente um e-mail (novembro de 2015)
informando a mudança do cálculo de royalties de toneladas de sementes produzidas
para hectares plantados. Isto está sendo feito a fim de controlar mais facilmente o
pagamento dos royalties.
O baixo cultivo da safra de inverno é devido aos ciclos de disponibilidade de
sementes de Agata (mercado em fresco da batata) como descrito em 1, e não um
fenômeno estrutural ocorrendo a cada ano.
Muitas vezes os produtores tem dificuldade em encontrar sementes na safra de
inverno. Isso pode ser visto no contexto dos ciclos de disponibilidade de Agata, como
descrito em 1.
O principal desafio na produção de sementes é a rápida acumulação de vírus nos
lotes de sementes em cada geração, onde as sementes básicas livres de doenças
são importadas ou iniciadas a partir de cultura de tecidos. As pressões de pulgões
(diferentes espécies) e vírus (principalmente PVY e PLRV) são muito altas durante
o ano. O valor das sementes livres de doenças para a produção de sementes levam
os produtores a procurar voluntariamente o Instituto Agronômico de Campinas (IAC)
para realizar testes ELISA e decidir se a produção será vendida para sementes ou
consumo (> 75%). Pequenos produtores não verificam a presença de vírus antes de
plantarem as sementes e reclamam somente depois, quando já existe o problema
no campo e foi claramente causado pela má qualidade da semente utilizada. No
entanto, quando a semente foi comprada sem documentação, não existe a
possibilidade de reclamar.
Irrigação e melhoria da eficiência
Secas e potenciais faltas de chuva durante o período de crescimento da planta são
considerados um risco pelos produtores. Existe uma tendência entre os produtores de
batata de migrarem para áreas onde existe irrigação disponível. Somente no verão é
possível cultivar batatas sem irrigação e sem riscos de perdas por secas.
Para conseguir uma autorização de utilização de água para irrigação pode demorar
até 5 anos. Em caso de secas, até mesmo com autorização, a restrição de utilização
pode ser imposta.
1.
A quantidade de água utilizada deve ser reduzida (sistemas de manejo de cultura são
necessários). Em algumas áreas, existe uma diversidade de solo e um maior número
de sensores por pivôs é necessário. Investir em tecnologia para redução do uso da
água é uma alternativa melhor que ter que mover-se para outras áreas. Só
investimento em tecnologia não é suficiente, também é necessário que exista
transferência de conhecimento. Há uma falta de operadores (pessoas que sabem
como operar sistemas de gestão de água, sistemas de GPS, ajustes de máquina, etc.).
Não há formação prática suficiente disponível nesse campo. A execução técnica do
equipamento de irrigação também é importante (tamanho de gota, duração da
irrigação, etc.). Variedades de batata que precisam de menor quantidade de água
também seriam bem vindas. O uso da água nas lavadeiras é significante. Existem
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
75
cerca de 200 lavadeiras no Brasil que utilizam muita água. O Governo começou a
desenvolver legislação sobre reciclagem da água de lavagem. Existem dois tipos de
contaminação: (1) uso de água contaminada pelas lavadeiras e (2) as lavadeiras
contaminam as águas superficiais. A disponibilidade de água é ruim na Bahia,
Triangulo Mineiro e Sul de Minas Gerais. Alguns produtores acabaram mudando o
local de cultivo devido a disponibilidade de água para irrigação (Ex. Agrosolanum).
Uma melhor maneira de definir a utilização da água seria o uso por toneladas de
batatas produzidas em vez do uso por hectare (incluindo fatores de nível de
rendimento, prevenção de doenças, etc.)
2. O custo da mão de obra não é considerado um grande problema.
3. O problema relacionado a mão de obra é duplo: (1) leis trabalhistas muito rigorosas
(horas de trabalho, idade do trabalhador, trabalhar fora do horário comercial, etc.).
Esse fator limita a flexibilidade dos produtores em trabalhar em horário irregulares ou
atender ás expectativas de clientes em fornecer produtos a curto prazo, e (2) Não
existem número de trabalhadores suficientes ou não no momento que precisam deles.
4. Fertilizantes e agroquímicos são caros por serem cotados em dólar. Além disso, são
caros devido aos altos impostos.
5. Em geral não é difícil arrendar terra, mas pode ocorrer competição com outras culturas.
O arrendamento é baseado no preço do saco de soja. Existe uma grande
disponibilidade de terras para serem arrendadas, mas ás vezes o preço é muito alto.
Mais de 50% dos campos de batata estão arrendados.
6. Doenças e pragas estão muito disseminadas. Existe uma rotação de agricultores
arrendando determinados campos, e não uma rotação de cultura. O esquema de
rotação para batatas nem sempre é bem utilizado, causando uma pressão extra de
doenças pelos solos contaminados. O fator principal é a ausência de inverno, fazendo
com que as pragas permaneçam sempre nos campos. Ao arrendar campos, os
agricultores olham o histórico de sarna comum e murcha bacteriana, pressão de
plantas daninhas e nematoides.
7. Existem campos limitados pela altitude.
8. Em média, existe um nível baixo de tecnologia. No entanto, um grupo de produtores
profissionais utilizam um alto nível de tecnologia.
9. Devido à frescura necessária para o mercado em fresco, a safra é colhida diretamente
após matar a cultura. O mesmo não ocorre em outros países, onde a batata é deixada
no solo por várias semanas após as folhas morrerem para que a pele se desenvolva.
Isso não tem nenhuma influencia no rendimento. No Brasil, 20% das batatas são
colhida mecanicamente, mas existe um potencial que pode chegar a 80%.
10. Dificilmente a batata é embalada em embalagens de 20Kg (praticamente 99% é
embalada em sacos de 50Kg). Dois dias após ser colhida a batata chega ao
supermercado. Os danos no produtos ficam visíveis após 1 semana, quando o produto
já foi vendido ao consumidor, e muitas vezes já foi consumido.
11. As regras para a certificação são difíceis devido á legislação ser muito rigorosa,
tornando a certificação difícil. Para a próxima década, espera-se que esse tema não
seja um problema para o mercado local.
12. A profissionalização dos produtores é necessária.
Armazenamento e disponibilidade sazonal
1.
2.
3.
4.
No Brasil, o clima têm uma forte influência nos preços e pode aumentar ou diminuir
o volume disponível no mercado doméstico. A indústria paga menos por batatas
armazenadas, mas por outro lado eles precisam de consistência na oferta e se
interessam pelas mesmas. Para o mercado fresco, não é necessário
armazenamento, mas para a indústria é necessário 3 a 4 meses de
armazenamento. Há uma necessidade de melhores variedades que suportem
armazenamento ('Asterix' máximo 3 meses e "Markies" máximo 4 meses).
Ás vezes, a disponibilidade de batatas frescas do mercado é pequena e os preços
flutuam em seguida.
Existe uma falta de estoque. Quando chove muito, não é possível colher, isso pode
ser diretamente notado na (falta de) oferta e sua influência no preço. O mesmo
acontece quando o tempo está quente demais para a colheita.
A falta de produtos químicos antibrotantes no mercado é um fator limitante para o
armazenamento de batatas para uso industrial, uma vez que estes produtos não
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
76
5.
6.
7.
são registrados e consequentemente não são permitidos pela legislação local. Os
antibrotantes não são restritos á indústria de processamento. A indústria de
agroquímicos não está interessada em registrar esse tipo de produtos já que o
custo de registro seria alto e o mercado pequeno.
A conversão de amido em açúcar é um problema com as atuais variedades de
batata e instalações de armazenamento. O desenvolvimento de armazenamento
para batatas está sendo dificultado pela falta de variedades que aguentem ser
armazenadas.
Durante os últimos 2 anos têm havido problemas graves quanto ás obrigações
contratuais que não foram respeitadas pela indústria. Como consequência, esse
ano são esperados menos contratos e contratos sendo assinados mais tarde que
o habitual.
Antecipar o plantio para diminuir riscos relacionados a falta de chuvas não é um
grande problema. Na maioria das casos isso não é possível e dificilmente é feito.
Portanto não resulta em colheitas antecipadas e desequilíbrio do fornecimento.
Qualidade
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Embalagens menores que 50Kg não serão manuseadas com mais cuidado. São
uma carga muito pesada para o trabalhador.
Batatas para o mercado fresco são colhidas muito cedo, antes de desenvolver a
pele.
Uma semana é o tempo necessário para que a batata se torne verde, mas nos
supermercados o produto não é coberto para evitar o esverdeamento, exceto
alguns poucos que cobrem durante a noite. A utilização de luz verde (LED) pode
prevenir o esverdeamento.
Erwinia e requeima são problemas quando o tempo está chuvoso. Este fato é
observado pelos gestores de qualidade que inspecionam as batatas fornecidas na
chegada ao Centro de distribuição. A água de lavagem pode ser também um fator
de risco a este respeito.
Os danos de pele como resultado direto da colheita mecânica são estimados em
cerca de 20% (estas batatas estão sendo vendidas com preço reduzido). A
umidade do solo é um fator importante na redução dos danos pela colheita
mecânica.
A distância de onde as batatas estão sendo fornecidas é de 150 a 900 km.
Transporte refrigerado não tem sido utilizado, exceto para viagens longas para o
Norte ou para o interior do país. Para o Norte do Brasil o transporte refrigerado é
utilizado, mas para o Sul não é necessário.
A melhoria da qualidade é responsabilidade de todos os elos da cadeia de valor.
Observações:
Se Consumidores brasileiros aceitassem batatas para consumo em fresco com alguma pele
como em quase todos os mercados, isso ajudaria o setor significativamente.
Reduziria as flutuações na disponibilidade
-
Tornaria mais fácil a administração logística para todos os parceiros da cadeia.
Reduziria as flutuações de preço
Tornaria a exportação mais fácil
Tornaria a mecanização mais fácil
Teria um efeito positivo sobre a qualidade, especialmente poucos dias após a
compra.
No entanto, introduzir batata com pele no mercado consumidor pode funcionar, mas
levaria cerca de 25 anos.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
77
12 ENTREVISTAS, SEMINÁRIOS E REFERÊNCIAS
12.1
-
12.2
-
ENTREVISTAS
CEASA, Campinas: Fransico Homero Marcondes, assessor de mercado hortícola de
empreendimentos agrícolas (RO)
Campo Vitória Campinas: Ronaldo Rodrigues Vale, comerciante no Ceasa (RO)
CR. Campinas: Marcos D. Rossi, comerciante no Ceasa (RO)
Cooperbatata, Vargem Grande do Sul: Rene Garcia Duarte, gerente geral (RO)
Trevisan Grupo, Divinolândia: José Carlos Trevisan, agricultor/ empacotador / processador
(RO)
Bergamasco, Perdizes: Eduardo Bergamasco, agricultor/ empacotador (RO)
Rocheto, Perdizes: Cristiano, gerente de estação de embalagem (RO)
Agro Beloni, Patrocínio: Fernando Nogues Beloni, agricultor/empacotador (RO)
Cenourão, Ribeirão Preto: José Izaias, gerente de depósito (RO)
Cepea, Piracicaba: João Paulo B. Deleo, analista de mercado (RO)
Cepea, Piracicaba: Renata Pozelli Sabiao, analista de mercado (RO)
Grupo Pão de Açúcar: Juliana Brito, chefe de controle de qualidade em CD (RO)
Grupo Pão de Açúcar: Crys Rodrigues Ribeiro, gerente de desenvolvimento comercial (RO)
Diniscor Agribusiness, Ribeirão Preto: Sr. Robison Scorselini, consultor agrícola (RO)
Wehrmann, Cristalina: Rodrigo Ribeiro, agrônomo (RW, HS, JvdR)
Igarashi, Cristalina: Mario Munaro, agrônomo (RW, HS, JvdR)
Rocheto, BEM-Brasil, Jean Paulo Rocheto, agrônomo (RW, HS)
Montesa, Marcello Ballerini e Edu Marcello Spinace, agricultor & agrônomo (RW, HS)
Terra Viva, Sacromento, Klaas Schoenmaker e Patrick de Block, agricultores (RW, HS)
Associação Brasileira da Batata, Natalino Shimoyama, Gerente Geral (RW, HS, JvdR)
ABVGS, Paulo Martins e Marcelo Cazarotto: secretária & presidente/agricultor (RW, HS,
JvdR)
Pedro Hayashi, Sola Vita: reprodutor (RW, HS, JvdR)
Castrolanda, Bernard van de Riet e Cleudiney Iank: agricultor (RW, HS)
AgroSolanum BV. Richard Borg: agricultor (RW, HS)
REFERÊNCIAS
Brazil food trends 2020; FIESP/ITAL 2010 (RO)
Brazil’s Food and Beverage Market, May 2012, OSEC (RO)
The future of Foodservice in Brazil (foodmarkets.worldpress.com) 2012 (RO)
ALAP; Brasil Cadena da batata, 2012 (RO)
PepsiCo; Newton Yorinori: panorama de industria de batata chips no Brasil e no mundo
(RO)
Deloitte Brazil, www, deloitte.com.br (RO) Global powers of retailing 2014
Brazilian Supermarket Organisation (ABRAS) www. Abrasnet.com.br (RO)
UNcomtrade, www.comtrade.un.org (import/export statistics) (RO)
Folha de S.Paulo, 19.09.2013; (RO)
Faostat International year of the potato (RO)
Hortifruti Brasil: Cepea –ESALQ/USP Abril 2013, potencial para expander an industria
Nacional (RO)
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (Adapted, 2012)
www.planalto.gov.br
CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) publishes costs of potato
production every year in the magazine Hortifruti (http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/).
http://www.abbabatatabrasileira.com.br/2008/revista.asp?id_REVCAT=32&id_REVCON=708
IBGE, 2006
WREGE, M.S.; HERTER, F.G.; PEREIRA, A. da S.; CARAMORI, P.H.; GONÇALVES, S.L.;
BRAGA, H.J.; PANDOLFO, C.; MATZENAUER, R.; CAMARGO, M.B.P. de; BRUNINI, O.;
STEINMETZ, S.; REISSER JUNIOR, C.; FERREIRA, J.S. de A.; SANS, L.M. de AGUIAR.
Caracterização climática das regiões produtoras de batata no Brasil. Pelotas: Embrapa Clima
Temperado, 2004. 35 p. (Embrapa Clima Temperado. Documentos, 133). Jan Engwerda
August 2013
Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economía Aplicada Hortifruti BRAZIL - April 2013
http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/edicoes/130/batata.pdf by Izabela da Silveira
Cardoso, Rodrigo Moreira Ramos e Amanda Rodrigues da Silva são analistas do mercado de
batata. HORTIFRUTI BRASIL – January 2014)
Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economía Aplicada Hortifruti BRAZIL - April 2013
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
78
http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/edicoes/130/batata.pdf by Izabela da Silveira Cardoso,
Rodrigo Moreira Ramos e Amanda Rodrigues da Silva são analistas do mercado de batata.
HORTIFRUTI BRASIL – January 2014)
POTATO SHOW (2010)
Ministro De Estado Da Agricultura, Pecuária E Abastecimento, NERI GELLER, 30/04/2014 N°:
638/14
Valmir Duarte, Janine Palma e Aícha Daniela Ribas,UFRGS Cultivar Hortaliças e Frutas
(2005)
[email protected] \\scotland.gov.uk\dc2\FS2_Home\u206163\Brazil Additional Seed
Cert - 2014.pdf [PDF, 21.2 kb: 14 Feb 2014]
Natalino Shimoyama, ABBATATA July 2014
Argenpapa. Brasil . 03-05-2010.
Importância da Mecanização Batatashow 2011 by Milton Kaoru Watanabe
Embrapa Hortaliças, Circular Técnica, 128 “Irrigação na cultura da batata” by Waldir Aparecido
Marouelli , Marcos Brandão Braga and Tadeu Graciolli Guimarães
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br
http://www.abid.org.br/abid_default.asp
http://www.jusbrasil.com.br/diarios/70047381/dou-secao-1-09-05-2014-pg-8
Anita de Souza Dias Gutierrez and Cláudio Inforzato Fanale Horticultural Quality Center of
CEAGESP
Magazine Dinheiro Rural October 2011 “Va plantar batatas” by Alécia Bridges
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
79
Anexo 1:
Laboratórios para controle da batata semente:
LASO/UFC
Universidade Federal do Ceará
Centro de Ciências Agrárias - Departamento de Fitotecnia
Campus Boci
Fone: (85) 3288-9500
CEP: 60056-001 - Fortaleza/CE
LASO/DF
EMBRAPA
Fone: (61) 3218-2482 Fax: (61) 3225-5528
CEP: 70043-900 - Brasília/DF
LASO/LANAGRO/GO
End.: Rua da Divisa, s/nº, Setor Jaó
Phone/Fax: (62) 3232-7204 Fax: (62) 3232-7203
CEP.: 74674-025 - Goiânia/GO
LASO/Secretaria de Agricultura/GO
Rodovia GO 05, Km 02, Jardim Bela Vista Caixa Postal: 77
Fone: (62) 3249-1519
CEP: 74000-000 - Goiânia/GO
LASO “Guilherme de Abreu Lima”/INDEA/MT
Avenida “B” – Edifício Ceres – 2º andar – CPA
Fone/Fax: (65) 3653-2600
CEP: 78050-970 – Cuiabá/MT
LASO/IAGRO
Avenida Senador Filinto Muller, 1146 – Bairro Universitário
Fone: (67) 3346-2788 Fax: (67) 3346-4420
CEP: 79074-902 – Campo Grande/MS
LASO/IAGRO
Núcleo Experimental de Ciências Agrárias – NCA
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, BR 463, Km 10
Fone: (67) 3422-3888 Fax: (67) 3421-4910
CEP: 79800- - Dourados/MS
LASO/LANAGRO/MG
Avenida Raja Gabaglia, 245, Cidade Jardim
Fone: (31) 3250-0370 Fax: (31) 3250-0377
CEP: 30380-090 – Belo Horizonte/MG
LASO/IMA
BR 040, Km 527 Caixa Postal 1279
Fone: (31) 3394-2466 Fax: (31) 3394-1902
CEP: 32145-900 – Contagem/MG
LASO/LANAGRO/PA
Avenida Almirante Barroso, 5384 – Souza
Fone: (91) 3214-8649
CEP: 66610-000 – Belém/PA
LASO/PB
BR 230, Km 14 – Cabedelo
Fone: (83) 3246-1235 Fax: (83) 3246-2535
CEP: 58310-000 – João Pessoa/PB
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
80
LASO/CLASPAR/Curitiba
Rua João Américo de Oliveira, nº 330
Anexo ao TECPAR – Bairro Cabral
Fone/Fax: (41) 3254-6444
CEP: 80035-060 – Curitiba/PR
LASO/CLASPAR/Maringá
Avenida Colombo, 1346
Fone: (44) 3228-5040 Fax: (44) 3223-6321
CEP: 87045-000 Maringá/PR
LASO/CLASPAR/Francisco Beltrão
Rua Tenente Camargo, 1312
Fone: (46) 523-3510
CEP: 85605-090 – Francisco Beltrão/PR
LASO/LANAGRO/PE
Avenida Geral San Martín, 1000 – Bonji
Fone: (81) 3236-8592 Fax: (81) 3441-6477
CEP: 50630-060 – Recife/PE
LASO/SFA/PI
Rua Taumaturgo de Azevedo, 2315
Fone: (86) 3222-4326
CEP: 64001-340 – Terezina/PI
LASO/SFA/RN
Avenida Duque de Caxias, 101 – Ribeira
Fone: (84) 3221-1741
CEP: 59010-200 – Natal/RN
LASO/LANAGRO/R$
Avenida Farrapos, 285 - 8º andar
Fone/Fax: (51) 3286-6399
CEP: 90220-004 – Porto Alegre/R$
LASO/CPACT/EMBRAPA
Centro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado
Avenida Eliseu Maciel – Campus Universitário Caixa Postal 403
Fone: (53) 3221-0933 Ramal 130 Fax: (53) 3221-1248
CEP: 96001-970 - Pelotas/R$
LASO/CNPT/EMBRAPA
Centro Nacional de Pesquisa de Trigo
BR 285, Km 174 - Caixa Postal: 569
Fone: (54) 3312-3111
CEP: 99100-000 – Passo Fundo/RS
LASO/IRGA
Avenida Bonifácio Carvalhos Bernardes, 1494
Fone: (51) 3270-1577
CEP: 94900-000 -Cachoeirinha/RS
LASO/FEPAGRO
Rua Gonçalves Dias, 570 - Bairro Menino Deus
Fone: (51) 3233-5411 Fax: (51) 3 233-7607
CEP: 90130-060 – Porto Alegre/RS
LASO/CATI/Campinas
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
81
Avenida Brasil, 2340 – Jardim Chapadão - Caixa Postal: 1291
Fone: (19) 3241-3900 Ramal 451 Fax: (19) 3242-2158
CEP: 13073-001 – Campinas/SP
LASO/CATI/Presidente Prudente
Avenida Brasil, 1339 – Vila São Jorge - Caixa Postal: 268
Fone: (18) 3222-4177 Fax: (18) 3222-4099
CEP: 19013-000 – Presidente Prudente/SP
LASO/CATI/Araçatuba
Rua Regente Feijó, 10 – Bairro Industrial - Caixa Postal: 228
Fone: (18) 3623-7378 Fax: (18) 3623-8280
CEP: 16010-540 – Araçatuba/SP
LASO/CATI/Taubaté
Avenida Monteiro Lobato, 15 - Caixa Postal 266
Fone: (12) 3232-0622 Fax: (12) 3232-0867
CEP: 12050-730 – Taubaté/SP
LASO/CATI/Avaré
Rua Anápolis, 901 – Parque Jurumirim - Caixa Postal 28
Fone: (14) 3721-1052 Fax: (14) 3721-1962
CEP: 18704-000 – Avaré/SP
LASO/CATI/São José do Rio Preto
Avenida Dr. Cenobelino de Barros Serra, 1480 - Parque Industrial - Caixa Postal
278
Fone: (17) 3232-5611 Fax: (17) 3232- 5997
CEP: 15030-000 – São José do Rio Preto/SP
LASO/CATI/Bauru
Praça Lavagemton Luiz, 450 – Centro - Caixa Postal 323
Fone: (14) 3222-3850 Fax: (14) 3232-2555
CEP: 17010-210 – Bauru/SP
LASO/CATI/Ribeirão Preto
Rua Peru, 1472 – Vila Carvalho - Caixa Postal: 162
Fone: (16) 3626-0235 Fax: (16) 3626-2659
CEP: 14075-310 – Ribeirão Preto/SP
LASO/CATI/Marília
Avenida Nelson Spielmann, 1175 Caixa Postal: 252
Fone: (14) 3433-4188 Fax: (14) 3433-4118
CEP: 17509-002 – Marília/SP
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
82
ANEXO
2 : PARTICIPANTES DA MESA REDONDA
Participantes da mesa redonda na reunião do dia 19 de novembro em Campinas:
Setor
Batata-inglesa de consumo
prod.
Batata-inglesa de consumo
prod. e Produção de
semente
Inspeção semente
Traduções
Representante produtores
Nome
Edu Marcelo Spinacé
Empresa
Montesa (Minas Gerais)
Shizuo Hayashi
Hayasi batatas (Goiás and Bahia)
Satoru Ogawa
Gabriela Ribeiro Teresani
Mr. Natalino Shimoyama
Abastecimento maquinaria
Abastecimento maquinaria
Pesquisa
Educação
Pesquisa
Pesquisa
Produção batata semente
Consultor
Harco Christiaens
Marcelo Takeshi Matsubara
Lillian Pereira
Sicko de Vries
Huub Schepers
Samanta Zanotta
Edson Asano
Rene Oostewechel
AGROSEM
GT
Associação Brasileira
(ABBA)
APH-group Netherlands
APH-group Brazil
IAC
Aeres
WUR PPO
Instituto Biologico
‘Marijke’
Agriment
da
Batata
As questões também foram discutidas separadamente com o Sr. Peter Elshof da empresa
Agrosolanum uma vez que ele só esteve presente pela atrde, depois da mesa redonda.
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
83
ANEXO
3 : PRODUÇÃO BRASIL JULHO 2014
Tabela 1618 - Área plantada, área colhida e produção, por ano da safra e produto
Mês = julho 2014
Brasil,
Grande
Região e
Unidade da
Federação
Ano da
safra
Variável
Produto
Total
Safra 2013
Batata-inglesa (1ª Safra)
64.285
Batata-inglesa (2ª Safra)
41.391
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
Total
Safra 2014
Área colhida
(Hectares)
68.137
Batata-inglesa (2ª Safra)
41.181
Batata-inglesa (3ª Safra)
21.420
64.285
Batata-inglesa (2ª Safra)
41.391
Batata-inglesa (3ª Safra)
22.756
Produção
68.129
Batata-inglesa (2ª Safra)
41.181
Batata-inglesa (3ª Safra)
21.420
Safra 2013
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
1126872
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
759.865
1806308
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
1138905
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
730.398
Total
3204199
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Safra 2013
Safra 2014
3305356
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Área colhida
(Hectares)
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
Total
Safra 2014
Norte
1683614
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
Total
Safra 2014
73600066
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
70131052
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2014
Brasil
22.756
76076271
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
73212198
2700354
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
2812479
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
84
Safra 2013
Produção
Safra 2014
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
Safra 2013
Batata-inglesa (1ª Safra)
2.360
Batata-inglesa (2ª Safra)
2.215
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
Total
Safra 2014
1.720
Batata-inglesa (2ª Safra)
1.570
Total
2.360
Batata-inglesa (2ª Safra)
2.215
Total
Safra 2014
Nordeste
Produção
1.720
Batata-inglesa (2ª Safra)
1.570
Batata-inglesa (3ª Safra)
1.200
94.400
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
82.259
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
68.520
Sudeste
Área plantada
(Hectares)
71.240
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
54.202
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
48.000
14873866
Batata-inglesa (1ª Safra)
26.680
Batata-inglesa (2ª Safra)
22.286
Batata-inglesa (3ª Safra)
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
Total
Safra 2013
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
Total
Safra 2014
1.743
12020896
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
1.200
10437559
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
1.743
12788298
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
11494776
15.792
14664215
Batata-inglesa (1ª Safra)
30.679
Batata-inglesa (2ª Safra)
21.658
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
85
Batata-inglesa (3ª Safra)
Total
Safra 2013
Área colhida
(Hectares)
Batata-inglesa (1ª Safra)
26.680
Batata-inglesa (2ª Safra)
22.286
Batata-inglesa (3ª Safra)
15.792
Total
Safra 2014
Produção
30.679
Batata-inglesa (2ª Safra)
21.658
Batata-inglesa (3ª Safra)
15.020
761.133
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
662.505
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
489.130
848.605
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
642.365
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
474.398
35.245
Batata-inglesa (2ª Safra)
16.819
Total
Safra 2014
35.738
Batata-inglesa (2ª Safra)
17.882
Total
Área colhida
(Hectares)
Safra 2013
Produção
Safra 2014
Safra 2013
20605648
Batata-inglesa (1ª Safra)
35.245
Batata-inglesa (2ª Safra)
16.819
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Sul
21143717
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
20661964
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
Total
Safra 2013
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
Total
Safra 2014
13663095
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
15.020
13607865
21123614
Batata-inglesa (1ª Safra)
35.730
Batata-inglesa (2ª Safra)
17.882
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
828.081
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
379.344
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
886.463
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
439.574
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
22977393
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
86
Área plantada
(Hectares)
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
71
Batata-inglesa (3ª Safra)
5.221
Total
Safra 2014
Batata-inglesa (1ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
71
Batata-inglesa (3ª Safra)
5.200
Batata-inglesa (1ª Safra)
Safra 2013
Produção
Safra 2014
Safra 2013
71
5.221
Batata-inglesa (1ª Safra)
Rondônia
Área colhida
(Hectares)
71
5.200
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
2.764
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
202.215
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
2.764
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
208.000
Total
619.001
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Produção
Safra 2013
Safra 2014
471.541
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
559.454
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
Total
Safra 2013
23979982
Batata-inglesa (2ª Safra)
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
22779626
Batata-inglesa (2ª Safra)
Total
Safra 2014
CentroOeste
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
Total
Safra 2013
24174685
453.341
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
87
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
Safra 2013
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Área colhida
(Hectares)
Safra 2013
Produção
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2013
Produção
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Safra 2013
144.215
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
170.309
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Amazonas
164.270
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
121.984
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
121.856
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2014
Acre
123.805
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
124.776
155.953
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
88
Safra 2014
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
Safra 2013
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Roraima
Safra 2013
Produção
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Pará
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2013
1547311
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
1453107
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
45.483
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
48.302
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
48.756
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
52.554
1059686
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
89
Batata-inglesa (3ª Safra)
Total
Safra 2014
Safra 2013
Produção
Safra 2014
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
Safra 2013
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Amapá
Safra 2013
Produção
Safra 2014
Área plantada
(Hectares)
Safra 2013
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
767.007
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2014
25.126
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Tocantins
22.305
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
25.126
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
23.484
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
1111480
Total
918.508
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
90
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Safra 2013
Área colhida
(Hectares)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Safra 2013
Produção
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Área colhida
(Hectares)
Maranhão
Safra 2013
Produção
Safra 2014
1856132
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Safra 2014
2003150
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
1856132
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
899.112
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
744.536
Batata-inglesa (1ª Safra)
2003150
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
91
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
Total
Safra 2013
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Piauí
Safra 2013
Produção
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2013
Produção
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Safra 2013
1317487
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
1625826
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Ceará
1391050
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
1492056
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
1306241
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
1574024
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
1535832
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
-
1552027
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
92
Safra 2014
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
Safra 2013
Área plantada
(Hectares)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Rio Grande
do Norte
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Safra 2013
Produção
Safra 2014
Área plantada
(Hectares)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Paraíba
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
121
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
264
Total
Área colhida
(Hectares)
277.430
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
121
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2014
435.297
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
327.982
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2014
313.849
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
249.112
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
336.459
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
320.605
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Batata-inglesa (1ª Safra)
399.512
-
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
93
Safra 2013
Produção
Safra 2014
Batata-inglesa (2ª Safra)
264
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
1.009
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
2.112
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
Safra 2013
Área plantada
(Hectares)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Área colhida
(Hectares)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Safra 2013
Produção
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Alagoas
Área plantada
(Hectares)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
646.297
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Safra 2014
725.789
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
514.999
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2014
Pernambuco
833.182
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
585.785
Batata-inglesa (1ª Safra)
635.645
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
94
Total
Safra 2013
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
Total
Safra 2014
Safra 2013
Produção
Safra 2014
Área plantada
(Hectares)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Área colhida
(Hectares)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Safra 2013
Produção
Safra 2014
Bahia
Área plantada
(Hectares)
Safra 2013
350.607
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Sergipe
420.454
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
408.599
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2014
567.487
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
547.818
Batata-inglesa (1ª Safra)
384.653
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
Batata-inglesa (1ª Safra)
4422494
2.360
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
95
Batata-inglesa (2ª Safra)
2.094
Batata-inglesa (3ª Safra)
1.743
Total
Safra 2014
Batata-inglesa (1ª Safra)
1.720
Batata-inglesa (2ª Safra)
1.306
Batata-inglesa (3ª Safra)
Total
Safra 2013
2.360
Batata-inglesa (2ª Safra)
2.094
Total
Safra 2014
Produção
1.720
Batata-inglesa (2ª Safra)
1.306
Batata-inglesa (3ª Safra)
1.200
94.400
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
81.250
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
68.520
Área plantada
(Hectares)
71.240
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
52.090
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
48.000
17.848
Batata-inglesa (2ª Safra)
13.362
Batata-inglesa (3ª Safra)
8.785
16.729
Batata-inglesa (2ª Safra)
12.746
Total
17.848
Batata-inglesa (2ª Safra)
13.362
Total
Safra 2014
Safra 2013
Safra 2014
8.785
5338366
Batata-inglesa (1ª Safra)
16.729
Batata-inglesa (2ª Safra)
12.746
Batata-inglesa (3ª Safra)
8.653
Total
Produção
8.653
5141955
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Minas Gerais Área colhida
(Hectares)
5846741
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
5578818
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
Total
Safra 2013
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
Total
Safra 2014
1.743
4582373
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
1.200
4017733
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
4924261
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
540.572
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
419.843
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
297.047
Total
-
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
96
Safra 2013
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
493.839
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
399.832
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
289.588
Total
732.100
Batata-inglesa (1ª Safra)
279
Batata-inglesa (2ª Safra)
184
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
Total
Safra 2014
Batata-inglesa (1ª Safra)
320
Batata-inglesa (2ª Safra)
172
Batata-inglesa (3ª Safra)
Total
Safra 2013
Área colhida
(Hectares)
Espírito
Santo
Safra 2013
Produção
Safra 2014
279
Batata-inglesa (2ª Safra)
184
Batata-inglesa (3ª Safra)
320
Batata-inglesa (2ª Safra)
172
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
5.128
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
3.612
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
5.920
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
3.485
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2013
Produção
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Safra 2013
181.681
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
178.166
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Rio de
Janeiro
189.119
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
634.675
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
651.596
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2014
717.638
169.999
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
97
Safra 2014
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
Safra 2013
Batata-inglesa (1ª Safra)
8.553
Batata-inglesa (2ª Safra)
8.740
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
Total
Safra 2014
13.630
Batata-inglesa (2ª Safra)
8.740
Total
8.553
Batata-inglesa (2ª Safra)
8.740
Total
Safra 2014
São Paulo
Produção
13.630
Batata-inglesa (2ª Safra)
8.740
Batata-inglesa (3ª Safra)
6.367
215.433
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
239.050
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
192.083
348.846
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
239.048
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
184.810
Paraná
15.576
Batata-inglesa (2ª Safra)
12.164
Total
Safra 2014
16.869
Batata-inglesa (2ª Safra)
13.170
Total
Safra 2013
10658726
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
10469329
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
Total
Safra 2013
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
Total
Safra 2014
7.007
7520055
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
6.367
7632633
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
7.007
7921670
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
8373829
10469329
Batata-inglesa (1ª Safra)
15.576
Batata-inglesa (2ª Safra)
12.164
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
98
Batata-inglesa (3ª Safra)
Total
Safra 2014
Safra 2013
Produção
Safra 2014
Batata-inglesa (1ª Safra)
16.869
Batata-inglesa (2ª Safra)
13.170
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
432.738
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
301.120
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
496.464
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
355.425
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
Safra 2013
4.340
Batata-inglesa (2ª Safra)
984
Total
Safra 2014
4.361
Batata-inglesa (2ª Safra)
987
Total
Santa
Catarina
4.340
Batata-inglesa (2ª Safra)
984
Total
Safra 2014
Safra 2013
Produção
Safra 2014
Área plantada
(Hectares)
Safra 2013
4.361
Batata-inglesa (2ª Safra)
987
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
94.768
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
21.156
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
94.552
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
21.232
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
8632523
Batata-inglesa (1ª Safra)
15.329
Batata-inglesa (2ª Safra)
3.671
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2014
1555713
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Rio Grande
do Sul
1543175
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
1567098
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
1560112
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
10658726
Total
8917893
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
99
Batata-inglesa (1ª Safra)
14.508
Batata-inglesa (2ª Safra)
3.725
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Safra 2013
Área colhida
(Hectares)
15.329
Batata-inglesa (2ª Safra)
3.671
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Safra 2013
Produção
Safra 2014
14.500
Batata-inglesa (2ª Safra)
3.725
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
300.575
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
57.068
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
295.447
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
62.917
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Mato Grosso
do Sul
Área colhida
(Hectares)
Safra 2013
Produção
Safra 2014
4303501
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Safra 2014
4455577
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
4311662
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
8909175
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
8593144
Batata-inglesa (1ª Safra)
4454212
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
100
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
Total
Safra 2013
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Mato Grosso
Safra 2013
Produção
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2013
Produção
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Total
Safra 2014
Safra 2013
5.200
5610292
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
5.221
5969669
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Goiás
5760743
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
13507343
Batata-inglesa (1ª Safra)
Total
Safra 2013
12730883
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
13559804
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
12769701
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área plantada
(Hectares)
-
5.221
5828794
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
5.200
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
101
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
Safra 2014
Safra 2013
Área plantada
(Hectares)
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
208.000
Total
135.287
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
71
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
Safra 2014
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
71
Total
Distrito
Federal
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
71
Total
Safra 2014
Safra 2013
Produção
Safra 2014
134.950
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Área colhida
(Hectares)
189.635
Batata-inglesa (1ª Safra)
Batata-inglesa (3ª Safra)
Safra 2013
202.215
189.633
Batata-inglesa (1ª Safra)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
71
Batata-inglesa (3ª Safra)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
2.764
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Total
-
Batata-inglesa (1ª Safra)
(Toneladas)
-
Batata-inglesa (2ª Safra)
(Toneladas)
2.764
Batata-inglesa (3ª Safra)
(Toneladas)
-
Fonte: IBGE - Levantamento Sistemático da Produção Agrícola Nota:
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
102
ANNEX
4 : Pivos centrais no Brasil em 2013
Oportunidades no sector da batata no Brasil 2015
103

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