Jornal escolar nº 3

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Jornal escolar nº 3
EDIÇÃO 3 - junho 2015 - 1 € http://bibliotecasaevn.blogspot.pt/
Este jornal trata especificamente da temática das Alterações Climáticas no âmbito do projeto Clima@EduMedia, a que a escola aderiu. Inicia-se com um trabalho premiado do concurso literário “ Jogos florais” sobre esta temática. Em
seguida apresenta-se um artigo que contextualiza e informa sobre as alterações climáticas em geral, as suas causas e consequências abordando o que se está a fazer para
responder e minimizar estas alterações. Posteriormente, insere-se um conjunto de artigos que
particularizam as diferentes vertentes deste problema, na agricultura, na saúde, nas zonas costeiras, na biodiversidade, nos
Editorial
recursos hídricos, no turismo, e na industria. As energias renováveis e a energia fantasma são também temas em destaCIima@EduMedia
1
que. Agradecemos à Dr.ª Cláudia Azevedo e à Dr.ª Sara RaO tempo que faz
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mos toda a colaboração prestada nas sessões de formação,
à professora Aurora Costa e aos alunos intervenientes.
As alterações climáticas
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O jornal poderá ser consultado no blogue das Bibliotecas Escolares em http://bibliotecasaevn.blogspot.pt/.
Como as mudanças climá- 8
ticas afetam a agricultura
no Alentejo …
Este é o novo projeto em que o Agrupamento de Escolas de
Vendas Novas está a participar, através do Jornal Escolar,
conjuntamente com mais 30 escolas portuguesas.
Variações de temperatura 10
e a saúde humana
“CIima@EduMedia é um projeto que procura abordagens
inovadoras ao ensino e aprendizagem dos conteúdos ligados às alterações climáticas, mais especificamente nas
áreas da mitigação e da adaptação. Utilizando a rede de jornais, TV e rádios escolares, desenvolve-se uma estratégia
transdisciplinar de aprendizagem através dos média. O objetivo é criar uma comunidade que esteja bem informada sobre mudanças climáticas e, portanto, que seja capaz de fazer escolhas globalmente responsáveis.” O projeto desenvolveu-se em várias fases, salientando a formação para alunos
que decorreu nos dias 5 e 12 de maio. Participaram alunos
do 12ºB e A e do 8º B. A divulgação dos trabalhos será feita
neste jornal, no blogue das Bibliotecas escolares e nas plataformas disponibilizadas pelo projeto. O projeto continuará
no próximo ano letivo com a implementação de um concurso
que divulgaremos logo que surja o seu regulamento.
O impacto do aquecimento 11
global nas zonas costeiras
Sol, o novo petróleo
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A energia fantasma
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A poluição dos recursos
hídricos
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O impacto das Alterações
Climáticas no Turismo
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Os efeitos na saúde
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Biodiversidade
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Estratégia Nacional de
Adaptação às Alterações
Climáticas: Energia e Indústria
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O projeto
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Ficha técnica
20
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Espaço aluno
Este texto surgiu no âmbito do concurso de escrita concelhio “XI Jogos florais” e foi o
1º prémio, do 1º escalão na modalidade de prosa. Devido à temática julgamos pertinente
inseri-lo neste número.
O TEMPO QUE FAZ
A chuva cai lá fora com muita força e as nuvens estão carregadas.
Da janela do meu quarto vejo-a cair e o vento que sopra faz abanar as pequenas folhas que começam agora a aparecer nas árvores.
Estamos na primavera, mas parece mais inverno porque chove bastante e está um
friozinho que até parece furar a camisola.
Eu acho que nem os meteorologistas previam um tempo como o que está agora.
Eu sei que se a chuva for muita pode provocar inundações, queda de árvores e outros problemas. Mas espero bem, que isso não aconteça hoje!
A chuva é uma das fases do Ciclo da Água, ela é fundamental para que existam seres vivos como as plantas, os animais e as pessoas.
Eu já aprendi na escola que estas alterações do tempo não são mais do que o nosso
planeta a mostrar o seu desagrado pelo excesso de poluição provocado pelos seres
humanos ao longo da história.
Um dia de chuva pode ser muito bom, mas também se torna um dia triste porque não
podemos brincar lá fora.
Eu acho que ninguém gosta da chuva, mas se ela cair nas quantidades certas, ela é
tão importante como o sol.
Sem água não havia vida na Terra!
Por isso, vou parar de me lamentar, vestir um casaco mais quente e ler um bocadinho até que a chuva pare.
Pensando bem, não é assim tão aborrecido ouvir a chuva lá fora e tenho a certeza
que não vai chover para sempre.
Miriam Costa Silva 4º B – 1º Ciclo – Campos da Misericordia
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Espaço aluno
As alterações climáticas
Este trabalho apresenta uma retrospetiva da história das alterações climáticas incluindo também a resposta de Portugal e de Vendas Novas. A partir de
uma frase da WWF1, que contextualiza a pesquisa e mostra a atualidade da temática, procuramos identificar o momento de tomada de consciência das alterações climáticas, suas consequências e as medidas que foram tomadas ao longo
do tempo para contrariar os seus efeitos. Mostraremos também que, desde logo,
até pela escolha da designação “alterações climáticas” se pretendeu menosprezar o problema e apresentaremos evidências de que realmente o planeta Terra
está a ficar mais quente e a um ritmo preocupante, essencialmente, por influência antrópica. Por fim, deixaremos algumas pistas para a resolução do problema
e alguns conselhos para todos participarmos ativamente nesse processo.
“As mudanças climáticas são a maior ameaça ambiental do século XXI, com consequências profundas e transversais a várias áreas da sociedade: económica, social e ambiental” (WWF1).
As alterações climáticas são devidas principalmente à libertação dos chamados gases de
efeito de estufa que são consequência direta do uso/queima dos combustíveis fosseis como o
carvão, petróleo e gás natural para a produção de energia necessária à economia global. A
subida de um simples grau Celsius, a nível global, trará impactos a nível das mudanças do clima que poderão levar a situações extremas de secas, ondas de calor, furacões, tempestades… que se intensificarão, se não se travar esta subida de temperatura.
Quando é que se tomou consciência desta relação? Como é que os contra-argumentos dos
principais opositores a esta tese conseguiram, durante algum tempo, travar a informação e
uma tomada de decisão global para a resolução do problema? Quais os principais organismos
que se instituíram e que conferências/protocolos se têm realizado, neste âmbito? Que esforços
se estão a desenvolver? Estas foram algumas questões que orientaram o nosso trabalho e às
quais tentamos dar resposta. Também pretenderemos abanar a atitude apática e indiferente
de todos aqueles que consideram que o problema não é deles/nosso, mas sim dos cientistas,
políticos e governantes, alertando para o risco de sermos expostos a eventos climáticos extremos e imprevisíveis. Devemos ter uma atitude mais ativa e começarmo-nos a envolver cada
vez mais nos diferentes programas e projetos que vão aparecendo, de que o Eco-escolas e o
Clima@edumedia, são exemplos, respetivamente. Nós, consumidores do Séc. XXI, também
temos a responsabilidade e a obrigação de contribuir, a partir das nossas casas, das escolas,
das nossas autarquias… com gestos tão simples como poupar energia, poupar água, reduzir,
reutilizar, recuperar e reciclar.
As alterações climáticas podem ser encaradas como uma séria ameaça ambiental, interferindo com os ritmos naturais do planeta Terra. Têm por base fenómenos naturais, mas são, também, induzidas pela atividade humana com a exploração excessiva dos recursos naturais, que
se vem acentuando progressivamente desde a revolução industrial.
No início do séc. XX, os investigadores usavam preferencialmente as expressões “alteração
climática” ou “alteração do clima” para se referirem a fenómenos/mudanças passadas, presentes ou futuras; naturais ou antrópicas; locais, regionais ou globais.
1
“World Wide Fund For Nature” (ou Fundo Mundial para a Natureza) WWF: Alterações climáticas. Acedido em maio 6, 2015
em http://www.wwf.pt/o_nosso_planeta/alteracoes_climaticas/.
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Espaço aluno
A partir de 1958, com as medições de dióxido de carbono, constatou-se um aumento significativo da sua presença e os primeiros modelos informáticos do clima do planeta (década de 60
e posteriores) sustentaram que a emissão de gases de efeito de estufa (GEE) provocava um
aumento da temperatura. Quando, em 1988 2, os cientistas perceberam o risco global deste aumento, devido essencialmente à concentração destes gases, de origem antrópica, começaram
a utilizar o termo “aquecimento global”. No entanto, os políticos preferiam a expressão
“alterações climáticas, no sentido, de desvalorizar a realidade do aquecimento global, de ser
menos assustadora para os leigos - segundo Frank Luntz, analista político e consultor nos
EUA, e de chamar menos a atenção das pessoas (Henson, 2009). Mesmo assim, em 1988, foi
estabelecido o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climáticas (IPCC), pelas Nações
Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial. Também nesse ano, a revista Time, em
vez da habitual personagem do ano elegeu um Planeta do Ano: “A Terra ameaçada”.
O IPCC no seu relatório mais recente regista que grande parte do aquecimento observado
durante os últimos anos se deve muito ao aumento nas concentrações de gases de efeito de
estufa (produzidos pelo homem) mas também devido a outras alterações, como por exemplo,
uma maior utilização das águas subterrâneas e de solo para a agricultura industrial, a desflorestação/queimadas/incêndios florestais, um maior consumo energético e à poluição.
As alterações climáticas estão a ter impactos a nível global, com consequências diversas, como por exemplo, modificações na biodiversidade, levando à extinção de espécies; interferindo
na saúde humana, contribuindo para a propagação de doenças infetocontagiosas/outras, o aumento de doenças alérgicas, o aumento de doenças e mortes relacionadas com as ondas de
calor e vagas de frio com consequente aumento também do consumo de energia utilizada em
sistemas de aquecimento e arrefecimento, respetivamente; diminuição da precipitação, com
escassez e diminuição da qualidade dos recursos hídricos, ou precipitação excessiva, com riscos de cheias evidenciando a vulnerabilidade de infraestruturas e alertando para as questões
de ordenamento do território e cidades; prejuízos para a atividade turística e, consequentemente, para a economia e para o desenvolvimento da região/país; alteração das flutuações
climáticas anuais, que interferem com a alteração dos solos, a produção agrícola e a produção
animal; para o aumento de incêndios/fogos florestais e para o descongelamento de grandes
massas de gelo com graves repercussões em grandes áreas continentais e insulares.
O efeito de estufa é um mecanismo natural do planeta Terra para possibilitar a manutenção
da temperatura numa média de 15ºC, ideal para o equilíbrio de grande parte das formas de vida no nosso planeta. No entanto, a libertação de gases, como dióxido de carbono (CO 2), metano (CH4), hidrofluorocarbonetos (HFC), hidrocarbonetos perfluorados (PFC), hexafluoreto de
enxofre (SF6) e óxido nitroso (N2O), que aumentam a capacidade de a atmosfera absorver a
radiação infravermelha, favorecendo a retenção de calor, vão ampliar este efeito e participar
no aquecimento global. Estas emissões e o seu aumento constante são, de facto, responsáveis pelo aumento das temperaturas que deverão continuar nas próximas décadas, atingindo
níveis de cerca de +1,4°C a +5,8°C em todo o planeta até 2100, relativamente às temperaturas
de 1990, segundo o Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas.
Com todos estes indícios parece que esta questão está adormecida, pois só são notícias
eventos climáticos extremos e imprevisíveis e o CO2 (principal gás de efeito de estufa) não se
sente, não se vê e não tem cheiro.
Os diferentes grupos ambientalistas/ecologistas têm ajudado a travar, por exemplo, o crescimento da energia nuclear em muitos países (a tragédia de Chernobyl em 1986 contribuiu para
essa causa) e o aumento do buraco de ozono (desde a sua descoberta em 1985, os governos
e políticos em menos de três anos deram resposta, concretizada pela assinatura do Protocolo
de Montreal em 1987, que parece estar a dar resultados).
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Nos EUA acontecia o escaldante Verão de 1988, marcado pela seca, enormes incêndios e muitos troços secos do
rio Mississípi.
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Então porque está a ser tão difícil atuar no caso das alterações climáticas? De acordo com
Henson, 2009, porque a queima dos combustíveis fósseis tem benefícios imediatos para os
indivíduos /populações para as empresas e para as nações, enquanto os danos são esbatidos
sobre o planeta. Por outro lado, um grupo pequeno de notáveis, céticos opositores aos defensores das alterações climáticas, entre os quais se contam, o físico Frederick Seitz (ex. presidente da Academia Nacional de Ciências dos EUA, nos anos 60), Bjorn Lomborg (cientista e
político dinamarquês) e grupos de reflexão sobre o assunto (Global Climate Coalition- GCC e
Competitive Enterprise Institute – CEI) mas patrocinados por grandes grupos económicos
(petrolíferas…) e políticos, têm tido uma estratégia que tem dificultado uma tomada de decisão
ao mais alto nível. Essas estratégias recorrem ao princípio da incerteza, do que realmente irá
acontecer; em atacar as fragilidades dos estudos dos ambientalistas; à seleção discriminatória
(isto é, escolher um caso que pareça comprovar o seu ponto de vista, enquanto omitem os numerosos exemplos em sentido contrário) e críticas de âmbito geral que podem ser resumidas
nos termos seguintes:
“ A atmosfera não está aquecer, e mesmo que esteja, isso deve-se a variações naturais. Se não for devido a varações naturais, o nível de aquecimento é insignificante. Caso
se torne significativo, os benefícios irão compensar os problemas. Mesmo que não compensem a tecnologia virá socorrer-nos. Se isto não acontecer, não devemos arruinar a
economia para resolver o problema, quando sabemos que muitos dos aspetos da ciência
das alterações climáticas não estão devidamente fundamentados.” (Henson, 2009. p. 257)
Torna-se então compreensível a dificuldade em lidar com este assunto, no entanto, em 1992,
no Rio de Janeiro ocorria, a Cimeira da Terra, onde foi assinada a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas por 175 países, que tinha como pano de fundo as
preocupações com o clima e a necessidade de definir uma estratégia global para a sua proteção. Esta conferência e o tratado que daí surgiu, deu início às negociações que conduziram ao
Protocolo de Quioto, em 1997. Este, ficou muito aquém do esperado pois só trinta e nove países industrializados, dos 160 participantes, se comprometeram a limitar durante o período de
2008-2012 as suas emissões de gases com efeito de estufa (GEE), ficando de fora países como os EUA. A partir daqui tem-se realizado várias conferências, em diferentes cidades/países
(Bali, Copenhaga…) tendo como um dos objetivos preparar ações pós-Quioto. A 20.ª Conferência das Partes (COP20) da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas decorreu, no início de dezembro de 2014, em Lima, no Peru, com o objetivo de preparar um novo
acordo global, a assinar na reunião de Paris. Recentemente, na semana de 18 de maio de
2015, representantes de 35 países reuniram-se em Berlim, uma das várias reuniões preparatórias para a grande conferência sobre o clima da ONU, a COP 21 que vai decorrer em Paris, de
30 de novembro a 11 de dezembro, com 125 estados representados. Segundo a página do
“Climate Action”, Al Gore, ambientalista e antigo vice-presidente dos EUA, nessa semana, durante uma reunião com o presidente francês, François Hollande, dizia relativamente à COP 21
que esta é a conferência “onde o mundo vai dizer sim a um acordo para reduzir o aquecimento
global e a poluição”. Angela Merkel, chanceler alemã, num comunicado conjunto com o presidente francês reafirmaram o seu compromisso contra o aquecimento global.
A União Europeia (UE) há vários anos que participa neste combate, sendo uma das suas prioridades, refletida na política climática que tem vindo a seguir para atingir o objetivo de 8% de
redução das emissões de GEE, em relação ao nível de 1990, tal como fixado no Protocolo de
Quioto. A UE, nas ações que se propõe empreender, tem em vista a realização dos seguintes
objetivos: consumo mais eficiente de energias menos poluentes; transportes mais limpos e
mais equilibrados; responsabilização das empresas, sem prejuízo da sua competitividade; ordenamento do território e agricultura ao serviço do ambiente e a criação de um quadro
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Espaço aluno
favorável à investigação e à inovação. São de dois tipos as respostas consideradas: a mitigação e a adaptação. A primeira, consiste em estabilizar a concentração dos GEE por meio da
redução das emissões atuais e futuras e a segunda em minimizar os efeitos negativos dos impactos das alterações climáticas nos diversos sistemas naturais e sociais.
Em termos nacionais, destaca-se a Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC) e que foi adotada como Resolução de Conselho de Ministros nº24/2010 em 1 de
Abril de 2010. Foi estruturada sob quatro objetivos principais: Informação e Conhecimento; Reduzir a Vulnerabilidade e Aumentar a Capacidade de Resposta; Participar, Sensibilizar e Cooperar a Nível Internacional. Logo a seguir, foi criada a Estratégia Nacional para a Energia 2020
(ENE 2020), aprovada através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 29/2010, de 15 de
Abril. Esta estratégia caracteriza-se pela definição de metas ambiciosas de diminuição da dependência energética do exterior, promoção integrada da eficiência energética e a redução de
gases com efeito de estufa. O projeto SIAM I (Climate Change in Portugal, Scenarios, Impacts
and Adaptation Measures), que decorreu de 1999 a 2002, fez a primeira avaliação de impactos
e medidas de adaptação multissetorial e integrada e o projeto SIAM II, que decorreu em 2002
e 2003, alargou o estudo anterior e avaliou os impactos e medidas de adaptação em vários setores socioeconómicos e sistemas biofísicos de Portugal, designadamente, recursos hídricos,
zonas costeiras, agricultura, saúde, energia, florestas, biodiversidade e pescas.
Mais a nível local, Vendas Novas, tem um Plano de Ação para as Energias sustentáveis para
participar no objetivo de reduzir as emissões de CO 2, em 20%, até 2020. Este plano surgiu no
âmbito da adesão do município de Vendas Novas ao movimento europeu “ Pacto de Autarcas”,3 o que implica o compromisso “Mayors Adapt” 4 . Parte do princípio de que a luta contra
as alterações climáticas será ganha ou perdida nas áreas urbanas, quer tenham a dimensão
de Paris, Barcelona ou Vendas Novas, tendo estas de integrar a adaptação às alterações climáticas nos seus planos e avaliar a sua capacidade de resistência aos impactos inevitáveis
das mesmas.
Em contexto escolar, existem algumas disciplinas que trabalham o tema das alterações climáticas, como as Ciências Naturais, Biologia, Geografia, Física e Química... e programas como o Eco escolas e agora o projeto Clima@EduMedia5 que nos fazem pensar/refletir e agir. Na
nossa casa deveremos ter comportamentos economizadores e responsáveis como a utilização
de lâmpadas de menor consumo energético, a utilização de equipamentos económicos, eliminar a energia “fantasma”, proceder a uma melhor gestão da utilização da água e reduzir, reutilizar, recuperar e reciclar…Sabe-se que, não há, no curto prazo, alternativas que permitam
manter o nível de crescimento económico desejado, nomeadamente nos países mais pobres…
mas a solução passa por múltiplos passos, desde a melhoria do rendimento dos equipamentos, à disciplina dos utilizadores e à evolução tecnológica, que permitirão reduzir, significativamente, os aspetos negativos associados à utilização dos combustíveis fosseis, ao mesmo tempo que uma bem dirigida investigação permitirá alterar o balanço energético em favor de fontes
renováveis e menos poluentes.
3
Lançado pela Comissão Europeia (acedido maio 3, 2015 em
http://www.pactodeautarcas.eu/about/signatories_pt.html e http://www.cm-vendasnovas.pt/pt/site-servicos/
ambiente/projetos/Paginas/pacto.aspx
4
http://mayors-adapt.eu/
5
O projeto Clima@EduMedia: Aprender através dos Média Escolares, está integrado no Programa AdaPT, gerido pela Agência Portuguesa do Ambiente, IP (APA, IP), enquanto gestora do Fundo Português de Carbono (FPC), e é cofinanciado a 85%
pelos EEA Grants e a 15% pelo FPC.
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Espaço aluno
Concluindo, o planeta já passou por várias alterações climáticas que se processavam ao
longo de milhões de anos, agora o aquecimento global está a ser contabilizado em décadas e
anos. Apesar de muitas evidências, os ambientalistas tiveram sempre opositores astuciosos
que tudo fizeram para evitar que a opinião pública se preocupasse em demasia com este problema. Entre eles estavam alguns céticos da comunidade científica mas os seus estudos e pareceres eram financiados e iam ao encontro dos grandes interesses empresariais e políticos.
Concretizar soluções de adaptação e mitigação, reduzir os efeitos das alterações climáticas,
tem um custo económico mas a inação poderá trazer ainda custos mais graves. A maior causa
do aquecimento global é, de longe, o dióxido de carbono, resultante da queima dos combustíveis fosseis para a produção de energia, mas também, de uma utilização excessiva de recursos, como as florestas, o solo, a água… com o consequente aumento da poluição. Apesar das
ações desenvolvidas por várias organizações, tentando abranger cada vez mais países, através da assinatura de tratados e compromissos a maioria das discussões sobre como resolver
a crise climática tende a concentrar-se na produção de energia por meios que não criem simultaneamente emissões de gases de efeito de estufa. Neste sentido, esta crise, poderá ser considerada uma oportunidade para a consolidação da eficiência energética, para o investimento
das energias renováveis e em procurar métodos que retirem e armazenem o dióxido de carbono da atmosfera.
Cada um de nós, individualmente, também tem um papel a desempenhar e as atitudes, os
pequenos gestos que tomamos nas nossas vidas, nas nossas casas, nas escolas, nas autarquias…são muito importantes pois devem visar a consolidação de alterações no nosso comportamento consumista. Temos que nos tornar cidadãos ativos na defesa e na luta por novas
leis e tratados que acabem por levar a um desenvolvimento sustentável e às necessárias soluções e compromissos à escala global.
Bibliografia
Agencia Portuguesa do Ambiente. Acedido maio 6, 2015 em
http://www.apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=81&sub2ref=118&sub3ref=391
Bowman, R. (realizador) (2008). Os seis graus que podem mudar o mundo [DVD]. EUA: National Geographic
Covenant of Mayors. Newsletter, julho 2014. Acedido maio 6, 2015 em
http://www.covenantofmayors.eu/What-s-the-Covenant-of-Mayors-all.html
Gore, A. (2009). A nossa escolha: um plano para resolver a crise climática. Lisboa: Esfera do caos.
Henson, R. (2009). Alterações climáticas. Porto: Civilização editores.
Infopédia: alterações climáticas. Acedido maio 5, 2015 em
http://www.infopedia.pt/$alteracoes-climaticas;jsessionid=xlnaIk0RAkyNDPPRNzkowQ
Jornal de notícias. Acedido maio 24, 2015 em http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4577997
Lacasta, N.,S. & Barata, P.M. (1999). O protocolo de Quioto sobre Alterações Climáticas: análise e
perspetivas. Acedido maio 6, 2015 em
http://www.ecoreporter.abae.pt/docs/apoio/Protocolo_de_Quioto.pdf
Portal Energia. Acedido maio 5, 2015 em http://www.portal-energia.com/alteracoes-climaticas/
Santos, F. D. & Miranda, P. (editores.) (2006). Alterações Climáticas em Portugal cenários,
impactos e medidas de Adaptação-Projeto SIAM II. Lisboa: Gradiva
“World Wide Fund For Nature” WWF: Alterações climáticas. Acedido maio 6, 2015 em
http://www.wwf.pt/o_nosso_planeta/alteracoes_climaticas/
Climate Action. Acedido maio 24, 2015 em http://www.climateactionprogramme.org/news/
al_gore_optimistic_for_global_climate_deal/?utm_source=Feeds&utm_campaign=News&utm_medium=rss
Ricardo Lino, Rafael Costa e Bernardo Ferreira -12ºA
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Espaço aluno
Como as mudanças climáticas afetam a agricultura no Alentejo …
No dia 12 de maio de 2015, na Escola Secundária de Vendas Novas, alguns alunos do
12º ano do Curso de Ciências e Tecnologias entrevistaram, através do skype, o Professor João Andrade Santos, especialista em alterações climáticas e agricultura e investigador da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD), no sentido de obterem
informações sobre o impacto das alterações climáticas na agricultura.
Nas últimas décadas, no nosso país, as alterações climáticas têm sido consideradas uma das
maiores ameaças tanto para a sociedade atual como para gerações futuras. Tal como referiu o
Professor João Santos, “algumas regiões do nosso país vão ficar muito mais secas e quentes
do que hoje.”
Tais alterações podem afetar a agricultura nacional, e mais especificamente a do Alentejo,
uma das zonas mais afetadas pelas mudanças climáticas. Dados do Instituto Português do
Mar e da Atmosfera (IPMA) indicam que a precipitação máxima anual diminuiu de 100-150mm
para 50-100mm entre março de 2001 e abril de 2015, resultando num aumento de sensivelmente 2ºC da temperatura média entre abril de 2001 e abril de 2015.
Segundo o professor João Santos, conjugando esses dois efeitos, vamos ter por um lado um
aumento do stress hídrico das plantas porque vai haver menos disponibilidade de água nos
solos, e isso leva a que as plantas tenham problemas acrescidos de stress hídrico, mas, combinado com o stress hídrico, também vamos ter também o stress térmico. Os dois, em conjunto, irão ter um impacto muito significativo no desenvolvimento fisiológico das plantas, na sua
fenologia, nos seus estados fenológicos, no caso da vinha, na data da floração, na data do
“pintor”, em que as uvas iniciam o processo de maturação ou na própria data da vindima”..
Como explica o nosso entrevistado, “todas essas datas vão ser alteradas e, além disso, também o desenvolvimento fisiológico da planta vai ser muito alterado e isso tem como consequência também a alteração dos compostos químicos que depois vamos encontrar nos frutos.
Assim as alterações climáticas vão fazer-se sentir via stress térmico e stress hídrico, mas também na composição química dos produtos que recolhemos da agricultura nas quantidades e
nas datas da produção”.
De acordo com o Professor é muito difícil dizer qual o impacto destas alterações na economia
nacional, pois os modelos climáticos atuais são muito complicados e dependem de muitas variáveis diferentes, como a atmosfera, os oceanos, a biosfera, a litosfera, a criosfera e por aí fora,
ou seja, envolve todos os sistemas e interações do nosso planeta.
Pode deste modo concluir-se que dependendo do cenário (mais gravoso ou menos gravoso),
o impacto na economia irá ser maior ou menor.
O aumento da temperatura ambiental terá como consequência inevitável a necessidade duma irrigação mais intensa dos solos, que, com a escassez de água, se irá tornar insustentável.
Para que isto não aconteça será necessário adotar culturas provenientes de climas mais quentes, que necessitam de menos água.
O Alentejo é a zona mais quente de Portugal, e já estão a ser produzidas culturas provenientes de climas mais quentes, por exemplo a casta Sirah, proveniente do norte de África, está a
ser cultivada no Alentejo, resultando numa mudança nos tipos de vinho que o Alentejo pode
produzir.
Mas para o Alentejo receber novas culturas provenientes de climas mais quentes é necessário que algumas culturas de clima Mediterrânico se percam. As culturas que se irão perder dependem da disponibilidade de água na altura.
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Espaço aluno
Como as mudanças climáticas afetam a agricultura no Alentejo …
Na opinião do Professor João Santos, “no futuro quase todas as culturas mediterrânicas agora cultivadas no Alentejo serão perdidas e substituídas por culturas mais tropicais, à exceção
do olival, do sobreiro, da azinheira, que são espécies que já estão meio adaptadas ao clima
quente do Alentejo”.
Então, o ideal para o futuro, segundo o Professor João Santos é “continuar a apostar no azeite, na cortiça e no vinho, embora que o último com algumas mudanças. Também um bom investimento para o futuro é na genética, pois por meio da seleção artificial e da modificação genética podemos obter variações de espécies agora cultivadas no Alentejo, mas mais resistentes ao calor e à falta de água. Não é viável apostar em novas culturas pois existe muita competição com países que já têm clima para produzir essas culturas, trazendo prejuízo ao país”.
Bibliografia
https://www.apambiente.pt
https://www.esquerda.net
https://www.ipma.pt
https://tinyurl.com/projClima1
https://tinyurl.com/projClima2
https://tinyurl.com/projClima3
https://tinyurl.com/projClima4
https://tinyurl.com/projClima5
https://tinyurl.com/projClima6
Deste trabalho resultou um vídeo que devido ao seu tamanho não conseguimos publicar no
blogue das Bibliotecas, mas ficará disponível na BE da ESVN.
Daniel Gonçalves
João Pacheco
Miguel Morais
Pedro Remédios
Vasco Saltão
12.º B
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Espaço aluno
Variações de temperatura e a saúde humana
Ao sermos constantemente alertadas para o facto de o aquecimento global ter um impacto negativo na saúde, decidimos investigar acerca das consequências das alterações da temperatura, descontroladas e imprevisíveis, na saúde humana. Para isso contámos com a ajuda da Professora Myriam Lopes, da Universidade de Aveiro, numa entrevista ( via skype) que apresentaremos de seguida.
Rita/ Grupo: De que forma as alterações significativas na temperatura ambiente influenciam a saúde humana?
Prof.ª Myriam: Existem duas formas em que as alterações de temperatura associadas a alterações do clima podem influenciar a saúde humana:
- O aumento excessivo de temperatura, entenda-se o aumento de 5ºC acima da temperatura normal e que se mantém durante vários dias, aliado ao aumento da poluição fotoquímica,
induz a produção de ozono na troposfera. Assim, os mais afetados por este aumento na temperatura são os idosos e as pessoas que sofrem de doenças do foro respiratório e cardiovascular. As consequências deste aumento de temperatura são: desidratação, alterações na pressão cardíaca, paragens cardiorrespiratórias, ataques cardíacos, insolação e bronquites, o que
leva ao aumento da mortalidade.
- Por outro lado, as baixas significativas de temperatura afetam também a faixa etária
mais idosa, uma vez que o seu organismo não tem a mesma capacidade de adaptação que o
organismo de uma pessoa mais jovem. Como consequências desta diminuição de temperatura
são, nomeadamente, as doenças respiratórias, gripes, constipações, pneumonias e doenças
cardiovasculares.
Rita/ Grupo: Como se estuda o impacto das doenças e mortes relacionadas com as ondas de calor e vagas de frio?
Prof. Myriam: O estudo destes impactos é feito através da análise do número de vezes que as
pessoas se deslocam às urgências hospitalares/ centros de saúde, relacionando as variações
de temperatura com o número de admissões hospitalares, registando-se picos de acesso. Por
outro lado, compara-se a taxa de mortalidade que houve num período de temperatura alterada
com o período homólogo do ano anterior, como por exemplo: na onda de calor verificada em
2003 registou-se um acréscimo de cerca de 2000/4000 pessoas na taxa de mortalidade.
Rita/ Grupo: Porque é que o envelhecimento diminui a tolerância ao calor?
Prof.ª Myriam: O organismo de um idoso encontra-se numa curva decrescente do ponto de
vista biológico, com a perda da capacidade de rápida adaptação, perda de massa corporal e
verifica-se a menor eficácia dos mecanismos de regulação, associadas ao aumento da esperança média de vida forçada (pela Medicina), pois estas pessoas normalmente já apresentam
algum tipo de doença tal como: diabetes, hipertensão, etc.
Rita/ Grupo: Quais as previsões para o futuro ao nível do impacto na saúde humana?
Prof.ª Myriam: Em primeiro lugar, prevê-se, em Portugal, um aumento das ondas de calor persistentes associadas a períodos de seca. Por outro lado, espera-se uma diminuição da precipitação, no entanto, quando chove é um “dilúvio autêntico”, como já se verificou no inverno passado. Por outro lado, as inundações de solos contaminados e águas estagnadas propiciam o
desenvolvimento de mais bactérias. Além disso, presume-se a alteração do clima mediterrânico para um clima mais tropical, resultando na migração dos vetores das doenças características das zonas tropicais: mosquitos, carraças, etc.
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Espaço aluno
Rita/ Grupo: Para além dos conselhos já existentes, o que deverá mudar na vida
das populações?
Prof.ª Myriam: Nas populações, é necessária a sensibilização das pessoas, de modo a estarem mais alertas e a mudarem o seu comportamento, tentando inverter a alteração do clima.
Para tal algumas medidas deverão ser tomadas:
- Escolher transportes públicos
- Utilizar eletrodomésticos de classes menos energéticas
- Reutilizar materiais
- Planear as cidades de modo a que estas tenham espaços verdes, sombras e lugares
frescos, bem como piscinas.
Contudo, o que vos quero transmitir é que sejam menos consumistas, uma vez que o consumismo é um dos grandes fatores das alterações climáticas.
Deste trabalho resultou um vídeo que devido ao seu tamanho não conseguimos publicar no
blogue das Bibliotecas, mas ficará disponível na BE da ESVN.
Trabalho realizado por:
Adriana Barrete
Carolina Raimundo
Joana Mendes
Rita Rosa
12º B
Este vídeo poderá ser consultado em http://bibliotecasaevn.blogspot.pt/p/projetoclimaedumedia.html e contém uma entrevista com o Professor Catedrático César Andrade da
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Mafalda Jorge e Tomás Marques 12º B
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Espaço aluno
Sol, o novo petróleo
O aquecimento global, o efeito de estufa, a poluição, o degelo das calotes e o aumento do
nível médio da água dos oceanos, são problemas atuais que afetam o nosso planeta e ameaçam destrui-lo.
No cerne destas mudanças estão os chamados gases de efeito estufa, cujas emissões têm
sofrido um aumento acentuado. É por isso, imprescindível reduzir as emissões deste tipo de
gases.
É evidente que o consumo e os gastos de energia são cada vez maiores no mundo e que
para responder às necessidades da população mundial a procura por energias renováveis se
intensifica a cada dia.
As fontes de energia renováveis são uma possível solução dado que provêm de recursos naturais que se renovam constantemente e de um modo sustentável. Estas fontes impedem que
se importem combustíveis fósseis, como o carvão e o gás natural para gerar eletricidade ou
calor, evitando a emissão de gases com efeito de estufa.
Devido ao avanço da tecnologia e à redução dos custos de produção, a energia solar, principalmente a fotovoltaica, tem-se tornado cada vez mais competitiva face às restantes, pois
acredita-se que com o desenvolvimento e com uma produção em massa e a nível industrial
esta se torne a mais rentável. De facto, nos dias que decorrem podemos afirmar que a energia
solar é a alternativa que mais adesão tem tido por parte da sociedade Europeia.
A produção de eletricidade usando o sol é possível através de painéis solares fotovoltaicos
ou de painéis solares térmicos. No primeiro caso, as células fotovoltaicas ao receberem os raios solares transformam-nos diretamente em eletricidade.
No segundo caso, usam-se espelhos que concentram a luz solar para aquecer um fluido, gerando vapor que faz rodar as pás de uma turbina, criando um movimento de rotação do eixo do
gerador que produz eletricidade.
Já foi referido que a utilização deste tipo de energia reduz significativamente as emissões
dos gases poluentes para a atmosfera. Mas as vantagens não se ficam por aqui, pois ao recorrermos à energia solar evitamos toda uma série de processos associados à produção de energia através dos combustíveis fósseis que são os principais responsáveis pelas alterações das
condições da biodiversidade na Terra, já para não referir o facto de as centrais elétricas necessitarem de uma manutenção mínima.
As únicas desvantagens associadas à produção de energia solar são o facto de a energia
utilizada para o fabrico de um painel solar poder ser superior à por ele gerada e o facto de durante a noite não existir qualquer tipo de produção de energia uma vez que, para que tal aconteça, o painel fotovoltaico precisa de radiação solar direta.
Mas será possível uma residência tornar-se completamente independente da rede elétrica
utilizando apenas energia solar?
É possível, mas como não há sol todos os dias, é preciso ter uma alternativa para acumular
energia, o que pode ser conseguido com a utilização de baterias, embora estas sejam caras e
exijam custos de manutenção elevados. Contudo, é de salientar que os preços das baterias
têm sofrido uma grande redução e que estas acumulam uma maior quantidade de energia e
são muito mais duráveis do que aquilo que eram há uns anos atrás.
Portugal é um país com uma localização geográfica favorável à produção de energia solar,
sendo o Alentejo e o Algarve as zonas do país que mais radiação solar têm, o que se deve ao
facto de estarem mais próximos do Equador.
Comparativamente à Alemanha, que é o maior produtor de energia solar a nível da Europa, o
Alentejo tem em média 70% mais produtibilidade fotovoltaica, por isso se apostássemos mais
na produção deste tipo de energia facilmente conseguiríamos igualar, ou até mesmo ultrapassar, os valores alcançados pelos alemães.
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Espaço aluno
Sol, o novo petróleo
A energia solar reúne todas as condições para ser uma das principais energias do futuro, a
luz ao fundo do túnel desta dependência excessiva de combustíveis fósseis. Mas para que tal
aconteça é necessário que as empresas invistam neste tipo de energia, que já começa a ser
economicamente rentável a médio prazo, e que a ciência desenvolva mais a forma de obtenção da mesma, para que se traduza num aumento significativo do seu rendimento.
Bibliografia
http://www.apren.pt/pt/energias-renovaveis/o-que-sao/, acedido a 26 de maio de 2015.
http://www.prof2000.pt/users/saraqua/Oquesaoenergias%20alternativas/
Oquesaoenergiasalternativas.htm, acedido a 26 de maio de 2015.
http://pt.slideshare.net/AnaSoares16/energia-solar-15020539?related=1, acedido a 26 de maio
de 2015.
Poderão consultar o vídeo resultante deste trabalho em: http://bibliotecasaevn.blogspot.pt/p/
projeto-climaedumedia.html
Ana Rita Bruno, André Tapadas, Carolina Silva e Inês Silva -12º B
Este vídeo poderá ser consultado em http://bibliotecasaevn.blogspot.pt/p/projetoclimaedumedia.html e contém uma entrevista com a Dr.ª Helena Guerra da DECO.
Energia Fantasma.
Rita Menino e Gabriel Orneles - 8º B
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Espaço
Espaçoaluno
aluno
A poluição dos recursos hídricos
A qualidade dos ecossistemas aquáticos tem sido alterada em diferentes escalas nas últimas décadas. Isto
originou uma degradação ambiental significativa e diminuição considerável na disponibilidade de água de qualidade, conduzindo a inúmeros problemas.
Segundo a OMS define-se como água poluída “toda a água cuja composição tenha sido direta ou indiretamente alterada e invalide parcial ou totalmente os fins a que esta inicialmente se
destinava.” Com o avanço da tecnologia aumenta também a poluição. Este tipo de poluição é
gerado usualmente em zonas industriais. Com o avanço da tecnologia e da indústria, o número
de fábricas também aumenta. Muitas dessas trabalham com produtos químicos e nocivos, que
depois de utilizados são despejados pois não permitem uma nova reutilização. O que há de
errado é o facto de os rios e lagos servirem como local de despejo dos mesmos. A principal
fonte de poluição é o homem quer seja através da industria quer seja através de simples gestos como lançar resíduos, nos rios, lagos e mares. O ser humano tem causado todo este prejuízo à natureza, através dos lixos, esgotos, dejetos químicos industriais e mineração sem controlo.
Mas quais são as consequências desta poluição?
A água é um habitat para muitos seres vivos. Com a poluição e contaminação da água, várias
espécies poderão ser afetadas. Além das consequências para as espécies marinhas, são também consideráveis as possíveis consequências para o Homem. Tendo em conta que espécies
de peixes servem de alimento ao Homem, estas ao morrerem irão comprometer a sua cadeia
alimentar. Por outro lado, temos a fonte mais importante para o homem: a água. Ao polui-la
está a comprometer a sua saúde podendo até levar à morte.
A concentração de matéria orgânica, nos rios, lagos e mares proveniente dos esgotos, provoca um aumento dos decompositores que consomem O2 dissolvido na água, acabando por matar os respetivos animais aquáticos. Também o uso de pesticidas e herbicidas matam animais
e plantas devido a serem um veneno. O petróleo também é uma fonte muito poluente que,
quando derramado no mar, mata milhares de seres vivos. Isto pode ser evitado, existem várias
ações que, quando implementadas, reduzem a poluição hídrica. Os governos têm tomado várias medidas nomeadamente quanto à emissão de resíduos para a água por parte da indústria.
Outra medida poderá ser tratar a água dos esgotos ao invés de a lançar diretamente sobre o
mar contendo ainda poluentes. A água tem sido sempre considerada um recurso renovável até
há bem pouco tempo, no entanto, devido à forma como o Homem a polui, este conceito está a
ser alterado.
A poluição nos países muito desenvolvidos é resultado da maneira como a sociedade consumista está organizada para produzir e desfrutar da sua riqueza, efeito do progresso material e
bem-estar. Já nos países pouco desenvolvidos, a poluição é resultado da pouca informação e
das condições de higiene e sanitárias existentes. É necessário então começar a proteger os
nossos recursos para que possamos, desde já, garantir uma gestão sustentável dos mesmos.
Bibliografia:
http://ambiente.maiadigital.pt/cidadania/como_posso_civismo/para-ajudar-proteger-os-recursos-hidricos
-da-poluicao. Acedido em 25-5-2015.
http://www.suapesquisa.com/poluicaodaagua/. Acedido em 25-5-2015
http://www.saneamento.net/a-poluicao-dos-recursos-hidricos-efeitos-e-fontes-de-poluicao/. Acedido em
25-5-2015.
Ana Mendes, Francisco Rolha, Inês Carvalhal e Miguel Teles -12ºA
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Espaço
Espaçoaluno
aluno
O impacto das Alterações Climáticas no Turismo
Com as alterações a que o globo terrestre está a ser sujeito devido ao aquecimento global, estamos a presenciar graves mudanças no clima e nos habitats das espécies que têm consequências
a nível do turismo e com isto também a economia local é prejudicada. Com este trabalho pretendemos clarificar quais as alterações que este problema apresenta e quais são as consequências para
o turismo e para a economia, baseando-nos numa dissertação de Mestrado em Economia e Gestão do Ambiente e apresentando alguns casos como exemplo.
- O que se entende por turismo?
Turismo é o nome dado ao movimento que surgiu no início da idade antiga que tinha como
objetivo o aproveitamento dos tempos livres de modo a intensificar o contacto entre o individuo, o outro, a cultura e o meio envolvente.
- O que procura um turista?
Boa localização geográfica; Clima adequado; Paisagens; Locais a visitar; Novas culturas; Sossego; Relaxamento; etc.
- Alterações Climáticas e Aquecimento Global: Consequências nas áreas de Turismo
As alterações climáticas que estamos a presenciar nos nossos dias têm duas principais
causas: fenómenos internos (causas naturais) e fenómenos externos (causas antropogénicas).
As causas naturais referem-se a fenómenos complexos que afetam o clima terrestre sendo elas períodos de grande atividade vulcânica, mudanças na energia emitida pelo Sol ou ainda variações na órbita e na inclinação do eixo terrestre.
Por sua vez, as causas antropogénicas são por exemplo a emissão de Gases de Efeito de Estufa que o homem lança para a atmosfera.
Estas alterações do clima causam mudanças nos ecossistemas terrestres e por isso levam à extinção de algumas espécies, outras são obrigadas a mudar de habitat e além disso,
em alguns pontos do globo, as condições tornam-se extremas o que torna impossível a permanência do ser humano. São exemplos o Degelo das calotes polares, Migrações forçadas, Aumento das zonas Áridas, Impacto na saúde da população
Estas consequências afetam as áreas turísticas e fazem com que os locais percam as qualidades exigidas pelo turista, trazendo por sua vez consequências para a economia do país em
questão.
- O caso português
A costa portuguesa é bastante extensa, atingindo mais de 900Km. É no litoral português que
encontramos a grande maioria da nossa população. Para além da elevada densidade populacional, é aqui onde se produz grande parte do Produto Interno Bruto (PIB), estimado em 85%
do PIB total.
O litoral português encontra-se ocupado por edifícios urbanos e estruturas industriais e portuárias. A migração para a faixa costeira leva ao aumento da atividade económica, dando origem
a conflitos com os interesses ambientais.
Neste contexto de grande valorização do litoral português, é importante a abordagem à subida
do nível médio do mar.
As alterações climáticas têm, ao longo do tempo, vindo a causar a subida do nível médio das
águas do mar e grandes alterações a nível de temperatura. Em Portugal, e apenas durante o
séc. XX, o mar subiu cerca de 15cm. Mas com todas estas mudanças a que o nosso planeta
está sujeito, as consequências tendem a piorar.
Espera-se que durante os próximos anos o mar continue a sua subida, e tal como já se presencia agora, a temperatura continue a ficar cada vez mais extrema.
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Espaço
Espaçoaluno
aluno
As zonas costeiras vão ser inundadas e provocar o recuo do litoral e haverá um aumento dos
fenómenos trágicos naturais, como chuvas torrenciais, secas extremas, ventos fortes ou até
mesmo tornados. Como somos um país que vive praticamente do turismo, tais alterações trarão graves impactos na nossa economia.
- Consequências das alterações climáticas no turismo noutros locais
- Perú: O Perú é considerado um dos locais mais bonitos do mundo, mas com o progresso
que o aquecimento global tem vindo a mostrar, prevêem-se chuvas torrenciais que levarão a
deslizamento de massas e inundação do espaço, impedindo assim quaisquer visitas turísticas.
- Maldivas: este arquipélago, bastante famoso entre turistas pelas suas praias, vai ser afundado devido à subida no nível médio das águas do mar. Mas não é o único…
- Bangladesh: este é talvez um dos mais afetados devido à sua localização geográfica. Durante as estações frias recebe chuvas intensas, e nas estações secas a água é quase nula.
Com o efeito do aquecimento global tudo se vai intensificar, o que causará cheias, alagamentos, etc. nas estações frias, e secas extremas nas estações secas, o que trará muitas mortes e
afastará possíveis turistas.
- Austrália: A grande barreira de recife australiana é local de visita para milhões de turistas
todos os anos, ou era, porque com o aquecimento das águas a vida subaquática deste local,
tanto peixes como plantas, está a morrer aos poucos.
Concluindo, as Alterações Climáticas são um dos grandes problemas da atualidade e do futuro que afetam a sociedade, o ambiente e a economia, pelo que é importante o envolvimento
de todos na resolução deste problema. Existem pois, zonas mais vulneráveis às alterações climáticas e às suas consequências, nomeadamente as regiões que têm, por exemplo, uma vasta zona costeira ou que são desérticas.
Sendo Portugal um país com uma faixa costeira de extensão considerável, é importante focar os problemas que as alterações climáticas nos podem trazer. Mas não somos os únicos,
este trata-se de um problema à escala mundial pelo qual toda a humanidade devia estar alertada, pois somos a grande causa de tudo isto, e apenas os nossos atos podem vencer este
problema.
Bibliografia
- http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/77593/2/106505.pdf
- https://goo.gl/EDA2IA
-http://beforeitsnews.com/alternative/2013/06/top-10-countries-most-affected-by-globalwarming-2682796.html
-http://www.sbt.com.br/jornalismo/noticias/48811/Aquecimento-global-ameaca-o-principalcartao-postal-do-Peru.html#.VW3rBtJViko
(consultados a 20/05/15)
Ana Gastão, Inês Rodrigues, João Sousa e Maria Afonso -12º A
Os efeitos na saúde
Deste trabalho resultou um vídeo que devido ao
seu tamanho não conseguimos publicar no blogue das Bibliotecas, mas ficará disponível na BE da ESVN.
Contém uma entrevista com a
professora Miriam Lopes da
Universidade de Aveiro.
Nuno Bombico, Ricardo Travassos e Pedro Ouro - 12ºB
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Espaço
Espaçoaluno
aluno
Biodiversidade
Perde-se parte vital da Herança Natural do nosso país sempre que uma espécie se encontra em
vias de extinção. As alterações climáticas têm um papel notável nesta ameaça, sendo necessário
adotar medidas que resolvam essas consequências. Alguns exemplos destas espécies são o Lince Ibérico, a Águia Imperial, a Foca Monge e o Saramugo.
"Bio" significa "vida" e diversidade significa "variedade", pelo que biodiversidade ou diversidade biológica compreende a totalidade de variedade de formas de vida que podemos encontrar na Terra (plantas, aves, mamíferos, insetos, microrganismos...). Trata-se de uma das
maiores riquezas do planeta, no entanto, a menos reconhecida como tal. A extinção de espécies de plantas e animais está infelizmente bastante presente em Portugal. Sabe-se que certas
espécies estão a desaparecer 100 vezes mais rapidamente do que seria expectável.
O lince ibérico, por exemplo, é um tipo de espécie carnívora classificada recentemente
pela União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) como “espécie criticamente
ameaçada”. Atualmente só se conhecem cerca de duas populações (uma em Doñana e outa
em Andujár-Cardeña) e em ambas os números apontam para abaixo de 150 indivíduos adultos. Em Portugal os territórios de distribuição histórica da espécie, são: Sítio de Rede Natura
de Monchique; Sítio de Rede Natura do Caldeirão; Parque Natural do Vale do Guadiana; Sítio
de Rede Natura de Moura/Barrancos e Parque Natural Serra da Malcata. Os efetivos atuais
(total de Linces Ibéricos), distribuídos pelas duas populações em Doñana e Andujár-Cardeña,
não são suficientes para a sua sobrevivência a longo prazo, concluindo assim os especialistas
que esta espécie se encontra no limiar da extinção.
O Lince Ibérico é uma espécie num estado de grande vulnerabilidade aos efeitos que
poderão ser provocados pelas alterações climáticas.
Os incêndios florestais que destroem os seus habitats, as doenças que surgem nas presas (que origina escassez de alimento), ou até ambos, contribuem para a desertificação dos
habitats e para a extinção desta espécie.
Outra espécie também bastante ameaçada é a Foca Monge, conhecida por muitos como “o
Lobo do Mar”. É um animal robusto que pode atingir os 400 kg e os 4 metros de comprimento.
A Foca Monge era há já algum tempo uma espécie bastante numerosa distribuída pelo Mediterrâneo e nalgumas zonas atlânticas, embora, atualmente, figure entre as espécies mais protegidas do mundo, com uma presença que não excede os cerca de 450 indivíduos de forma
global. Este tipo de Foca, sofreu bastante com a atividade constante do ser humano. Devido à
perseguição para uso comercial, à atividade piscatória, foi empurrada cada vez mais para fora
das áreas onde era costume habitar. Hoje em dia, os indivíduos sobreviventes desta exposição
ao contacto humano encontram-se no arquipélago português, concentrados nas Desertas, onde se pode constatar cerca dos 23 indivíduos dos 450 existentes. Para além do Lince Ibérico e
da Foca Monge, podemos considerar outra espécie também nas mesmas condições de extinção, a Águia-Imperial Ibérica. Este tipo de ave de rapina encontra-se criticamente em perigo,
ocorrendo, unicamente, como nidificante, em Portugal e Espanha. A diminuição da sua presa
principal – o coelho (nomeadamente devido a doenças) assim como a fragmentação do seu
habitat preferencial – os montados – são os principais fatores de risco para a espécie, que a
levam aos poucos à sua extinção.
Por último, na Bacia do Guadiana em Portugal, encontramos o Saramugo. O “Pequeno
Guerreiro Pela Sobrevivência das Águas do Guadiana”. É uma espécie endémica da Bacia do
Guadiana, não existindo em qualquer outro sistema fluvial; contudo, curiosamente, este peixe
nunca foi detetado no troço principal do rio, mas sim em dez das ribeiras afluentes do Guadiana. O Saramugo tem sofrido uma redução significativa nas últimas duas décadas, particularmente as populações da região central e superior da bacia do Guadiana em território nacional.
Esta situação de declínio deve-se à má gestão dos habitats aquáticos e leito dos rios
(devastados por incêndios há alguns anos).
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Espaço
Espaçoaluno
aluno
Biodiversidade
Embora seja quase impossível assegurar a sobrevivência de todas as espécies à face da terra,
existem medidas que podem ser tomadas. “Há que Investir num maior conhecimento sobre as
espécies existentes numa determinada zona e a interação entre elas. (…) Criar reservas, parques naturais para proteger a biodiversidade. Regular a relação entre as atividades humanas.
Reforçar, implementar e vigiar a aplicação das leis de proteção, implementar práticas ambientais sustentáveis no âmbito das atividades económicas”... (Costa, p. 26 )
Bibliografia:
http://www.wwf.pt/o_nosso_planeta/especies/
top_5_das_especies_de_portugal___as_cinco_especies_mais_ameacadas_e_emblematicas_
de_portugal/lince_iberico___o_felino_mais_ameacado_do_mundo/. Acedido em18 de maio de
2015.
Costa, M. J. Biodiversidade . Acedido em 18 de maio de 2015 de
http://www.cienciaviva.pt/rede/oceanos/materiais/Explorando%20o%20Mar%20na%
20Escola_Biodiversidade_Maria%20Jos%C3%A9%20Costa.pdf
Gabriel Mestrinho e Margarida Pateiro 12º B
Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas: Energia e Indústria
As alterações climáticas são a maior ameaça que o nosso planeta enfrenta no século XXI, com
consequências profundas e transversais a várias áreas da sociedade, quer a nível económico,
social e ambiental.
A nível da energia e da indústria, o Mundo esta a atravessar uma profunda fase de transição
para um sistema energético com baixo nível de emissão de carbono, devido à necessidade de
reduzir os impactos negativos das alterações climáticas e para garantir o acesso generalizado
a energias renováveis.
Toda a atividade humana tem efeitos ambientais sendo que as indústrias são apontadas como
os principais agentes poluidores. A questão ambiental emergiu após a segunda guerra mundial
promovendo importantes mudanças na visão do mundo. Tomou-se consciência de que os recursos naturais são finitos e que a sua utilização incorreta pode trazer grandes problemas para
a humanidade e houve, por isso, uma maior preocupação para prevenir e prever estas situações.
Grandes empresas passaram então a incluir a questão do ambientalismo nos seus métodos de
produção, nomeadamente as empresas relacionadas com a produção de energia elétrica visto
que a sua atividade acarreta riscos quer pela utilização de recursos naturais quer pelas emissões e resíduos produzidos. Estas empresas têm vindo a adaptar progressivamente medidas
de incorporação de aspetos ambientais. A Galp Energia é uma empresa que fornece energia
diariamente a milhões de pessoas, tendo plena consciência da sua responsabilidade em fornecer energia ao país de uma forma segura e sustentável, esforçando-se continuamente na criação de soluções integradas que contribuam para assegurar o bem-estar e a prosperidade da
economia nacional.
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Espaço
Espaçoaluno
aluno
A estratégia de combate às alterações climáticas da Galp Energia consiste em quatro áreas: Exploração e Produção Responsável; Refinação e Distribuição Eficiente; Inovação, Investigação e
Desenvolvimento e Promoção de Tecnologias Eficientes; Antecipação de Tendências e Expectativas no âmbito da Energia e Clima. No campo da Inovação, Investigação e Desenvolvimento existe
uma forte aposta em fontes de energia Renováveis, por exemplo por parte da Galp Energia na última década. Como é exemplo o parque eólico de Vale Grande onde a Galp Energia tem uma participação de 34%. A exploração da Energia Eólica é apenas um dos processos de produção de
energia renovável. Entende-se por energias renováveis todas aquelas cuja taxa de utilização é inferior à taxa de renovação. Estas fontes energéticas podem ser terrestres, gravitacionais ou solares.
Portugal é um país com grande dependência energética, visto que não explora qualquer produto energético de origem fóssil. Na década de 90, Portugal importou cerca de 80% da energia
que consumiu, pelo que a produção de energia renovável representa um papel importante uma
vez que é a única fonte de produção de energia nacional. No que diz respeito à energia elétrica,
cerca de 60% do consumo bruto provém de fontes renováveis, de acordo com o Engenheiro José
Medeiros Pinto que entrevistámos.
Por isso, Portugal tem investido cada vez mais nas energias renováveis, nomeadamente na
energia solar, eólica e hidroelétrica. A energia solar é aquela que é obtida através da luz solar e
pode ser captada por painéis fotovoltaicos. Esta forma de produção energia tem tido uma forte
aposta na região de Évora uma vez que é uma das zonas do país com mais índice de incidência
solar. A energia eólica é aquela que é obtida pela ação do vento, ou seja, através da utilização da
energia cinética gerada pelas correntes atmosféricas. Segundo o Engenheiro José Medeiros Pinto,
esta é uma das formas de produção de energia mais rentáveis e que há mais tempo é utilizada em
Portugal, contudo devido ao investimento na energia solar, esta tornou-se uma forte concorrente
em relação à energia eólica. A energia hidroelétrica é a energia que se produz em barragens construídas em cursos de água. O movimento da água faz girar turbinas produzindo-se assim energia
elétrica. Portugal também fez um grande investimento nesta forma de produção de energia elétrica
através da construção de grandes barragens como a Barragem do Alqueva.
Portugal é um país com poucas condições para a produção de energia, quer a nível da energia de origem fóssil, uma vez que não possui recursos fósseis em quantidade suficiente para a sua
utilização rentável, quer a nível das energias renováveis, pois ainda não foi feito um investimento
suficiente nesta forma de produção de energia, nomeadamente devido ao seu elevado custo. Contudo, prevê-se que até 2030 Portugal produza cerca 80% da sua energia através de fontes renováveis, o que demonstra a crescente aposta nesta área por parte do nosso país e uma preocupação
em tentar reduzir os impactos das alterações climáticas.
Referências bibliográficas:
http://www.wwf.pt/o_nosso_planeta/alteracoes_climaticas/, Acedido a 26 de Maio
http://www.galpenergia.com/PT/investidor/ConhecerGalpEnergia/Os-nossos-negocios/Gas-Power/Power/Renovaveis/
Paginas/Definicao-energias-renovaveis.aspx, Acedido a 26 de Maio
http://www.consulgal.pt/pt/portefolio/energia-e-industria.html, Acedido a 28 de Maio
http://www.adene.pt/consumo-energetico-na-industria, Acedido a 28 de Maio
Joana Silva; Luís Lopes; Miguel Gézaro 12º B
19
Vida na escola
O projeto “Clima@EduMedia”, desenvolvido ao abrigo do Programa “AdaPT” pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), pretende educar os estudantes
de 30 escolas do país para o tema das mudanças do clima, através do uso dos média.
José Azevedo, docente da FLUP, investigador do CETAC.MEDIA e coordenador do
projeto, refere que “a generalização do acesso às tecnologias digitais abriu um vasto leque de possibilidades de inovação no que toca a relação dos média com a aprendizagem.”
O desafio do “Clima@EduMedia” “não é apenas produzir conteúdos mediáticos estimulantes sobre as
alterações climáticas, mas também possibilitar estratégias onde os alunos possam aprender através do
próprio processo de produção. A investigação mostra que proporcionar aos estudantes um espaço onde possam adicionar a sua voz à discussão pública sobre as alterações climáticas tem um impacto positivo no envolvimento dos mesmos com o conhecimento científico sobre o tema, e ajuda a criar uma
consciência crítica sobre essas alterações fora do contexto de sala de aula”, refere.
O projeto “Clima@EduMedia” é multidisciplinar, nele colaborando as Faculdades de Letras e de Ciências da U.Porto, bem como a sua Unidade de Novas Tecnologias na Educação. De ressaltar a participação de 30 escolas portuguesas de todo o país e ainda uma parceria com a Universidade da Islândia.
O Programa “AdaPT” foi criado com o objetivo de apoiar financeiramente a atuação em matéria
de “Adaptação às Alterações Climáticas” em Portugal, e o seu desenvolvimento foi guiado pelos termos estabelecidos no “Memorando de Entendimento” assinado entre Portugal, Noruega, Islândia e Liechtenstein, no âmbito do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (MFEEE/EEAGrants).
Ficha Técnica
Equipa
Adelina Fonseca
Aurora Costa
Dulce Garcia
Colaboradores
Escola Campos da Misericórdia:
Miriam Costa Silva 4º B
EB nº1 :
Rita Menino e Gabriel Orneles - 8º B
Escola Secundária:
12º A
Ricardo Lino, Rafael Costa, Bernardo Ferreira,
Ana Mendes, Francisco Rolha, Inês Carvalhal,
Miguel Teles, Ana Gastão, Inês Rodrigues,
João Sousa e Maria Afonso
Responsáveis pelo Projeto
12ºB:
Daniel Gonçalves, João Pacheco, Miguel Morais, Pedro Remédios, Vasco Saltão
Adriana Barrete, Carolina Raimundo ,
Joana Mendes, Rita Rosa , Ana Rita Bruno,
André Tapadas, Carolina Silva, Inês Silva
Mafalda Jorge, Tomás Marques ,Gabriel Mestrinho, Margarida Pateiro, Joana Silva; Luís Lopes e Miguel Gézaro, Nuno Bombico, Ricardo
Travassos e Pedro Ouro
Design gráfico : Adelina Fonseca
Edição: Biblioteca Escolar
Agrupamento de Escolas de Vendas Novas
http://bibliotecasaevn.blogspot.pt/
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