Oclusão Intestinal

Transcrição

Oclusão Intestinal
Oclusão Intestinal
Turma M
André Ramos
André Gonçalves
André Dias
António Ferreira
Carlos Veiga
Sumário
Introdução
Revisão da anatomia
Definição
Classificação
Fisiopatologia
História clínica
Exame físico
Meios complementares de diagnóstico
Oclusão não mecânica
Oclusão mecânica do intestino delgado
Oclusão mecânica do cólon
Abordagem ao doente
Caso clínico
Breve revisão da anatomia
Definição
Existe oclusão intestinal sempre que
há ausência de passagem de gases
e fezes.
Classificação
Oclusão
Mecânica
Não Mecânica
Parcial vs. Completa
Simples vs. Estrangulada
Intestino Delgado vs. Cólon
Classificação
Oclusão mecânica: obstrução do lúmen intestinal que compromete
a passagem regular do seu conteúdo
Parcial: passagem de fezes ou gases num período entre 6 a 12 horas
após início da sintomatologia → sub-oclusão
Completa: sem passagem de gás ou fluidos
Simples: ocorre apenas obstrução do lúmen
Estrangulada: obstrução luminal com comprometimento vascular
Ansa cega: segmento de intestino ocluído em dois pontos ao longo do
seu trajecto pela mesma lesão, aprisionando o mesentério
Oclusão não mecânica (funcional):
Distúrbio da motilidade intestinal que impede o peristaltismo
e bloqueia a passagem do conteúdo intestinal, na ausência de
obstrução mecânica
Sumário
Introdução
Fisiopatologia
Distensão
Estrangulamento
Desequilíbrio hidro-electrolítico
Vómito
Proliferação bacteriana
Outras complicações
História clínica
Exame físico
Meios complementares de diagnóstico
Oclusão não mecânica
Oclusão mecânica do intestino delgado
Oclusão mecânica do cólon
Abordagem ao doente
Caso clínico
Fisiopatologia
Obstrução
Distensão
Comprometimento
da circulação local estrangulamento
Desequilíbrio hidroelectrolítico
Vómito
Proliferação
bacteriana
Fisiopatologia - Distensão
Proximalmente ao local de obstrução:
Distensão
por gás
Distensão
por fluidos
Fisiopatologia - Distensão
Proximalmente ao local de obstrução:
Distensão
por gás
Ar deglutido
Gás proveniente da fermentação bacteriana
Distensão
por fluidos
Fisiopatologia - Distensão
Proximalmente ao local de obstrução:
Distensão
por gás
Distensão
por fluidos
Proliferação bacteriana → Endotoxinas
Secreção de fluidos para o lúmen
Redução da absorção de água e electrólitos
Fisiopatologia - Estrangulamento
Comprometimento do aporte
sanguíneo (dois mecanismos):
Obstrução do vaso pelo mesmo
mecanismo
que
provocou
a
obstrução intestinal
Quando a pressão intraluminal
ultrapassa a pressão venosa
Fisiopatologia - Estrangulamento
Estrangulamento
Isquemia
Necrose
Intestino sangra para o lúmen e
peritoneu
Risco de perfuração
Choque hipovolémico
Choque séptico
Fisiopatologia – Desequilíbrio
hidro-electrolítico
Redução da absorção de Na+ e água (12
a 24h)
Aumento da secreção de Na+ e água para
o lúmen (>24h)
Fisiopatologia - Vómito
Vómito
Agravamento do
desequilíbrio hidroelectrolítico
Choque hipovolémico
Fisiopatologia – Proliferação
bacteriana
Estase do conteúdo luminal favorece
a proliferação bacteriana
Acção das endotoxinas:
Estimulam a secreção intestinal
Despoletam o vómito, agravando ainda
mais o desequilíbrio hidro-eletrolítico
Bacteriémia
Fisiopatologia
Outras complicações
Complicações
pulmonares
por
elevação
diafragmática condicionada pela distensão abdominal
Compressão
Aspiração
Activação
venosa
do vómito
de citocinas pró-inflamatórias pode
condicionar falência orgânica → lesões de reperfusão
Sumário
Introdução
Fisiopatologia
História clínica
Exame físico
Meios complementares de diagnóstico
Oclusão não mecânica
Oclusão mecânica do intestino delgado
Oclusão mecânica do cólon
Abordagem ao doente
Caso clínico
História Clínica
Dor abdominal
Distensão abdominal
Alteração dos hábitos intestinais
Náuseas e vómitos
Estado geral
História Prévia
História Clínica
Dor abdominal
Início
Tipo
Intensidade
Localização
Periodicidade
Distensão abdominal
Alteração dos hábitos intestinais
Náuseas e vómitos
Estado geral
História Prévia
História Clínica
Dor abdominal
Distensão abdominal
Grau
Evolução
Alteração dos hábitos intestinais
Náuseas e vómitos
Estado geral
História Prévia
História Clínica
Dor abdominal
Distensão abdominal
Alteração dos hábitos intestinais
Passagem de fezes e/ou gases
Presença de sangue
Náuseas e vómitos
Estado geral
História Prévia
História Clínica
Dor abdominal
Distensão abdominal
Alteração dos hábitos intestinais
Náuseas
Vómitos
Tipo
Frequência
Presença de sangue
Relação com as refeições
Estado geral
História Prévia
História Clínica
Dor abdominal
Distensão abdominal
Alteração dos hábitos intestinais
Náuseas e vómitos
Estado geral
Perda de peso
Palidez
Astenia
Anorexia
História Prévia
História Clínica
Dor abdominal
Distensão abdominal
Alteração dos hábitos intestinais
Náuseas e vómitos
Estado geral
História Prévia
Episódios anteriores de oclusão
Cirurgias abdominais ou pélvicas
Neoplasias abdominais
Patologia inflamatória intra-abdominal
Alterações Metabólicas
Exposição a Radiação
Medicação
Pesquisar sinais e sintomas de patologias que podem provocar oclusão
intestinal
Sumário
Introdução
Fisiopatologia
História clínica
Exame físico
Meios complementares de diagnóstico
Oclusão não mecânica
Oclusão mecânica do intestino delgado
Oclusão mecânica do cólon
Abordagem ao doente
Caso clínico
Exame Físico
Avaliação do estado geral do doente:
Estado
Sinais
de consciência
vitais
Hidratação
Exame Físico
Inspecção:
Configuração
do abdómen
Cicatrizes
Tumefacções
visíveis
Existência
de eritema
Coloração
da pele e esclerótica
Evidência
de ondas peristálticas
Exame Físico
Auscultação
Percussão
Timpanismo
– distensão intestinal
Macicez
– presença de massa
Irritação
peritoneal
Exame Físico
Palpação
Hérnias
Tumefacções
Dor
Irritação
peritoneal
Toque rectal/ exame de estomas
Sumário
Introdução
Fisiopatologia
História clínica
Exame físico
Meios complementares de diagnóstico
Oclusão não mecânica
Oclusão mecânica do intestino delgado
Oclusão mecânica do cólon
Abordagem ao doente
Caso clínico
Meios complementares de
diagnóstico
Exames laboratoriais
Electrólitos
e creatinina séricos
Hematócrito
Perfil de coagulação
Rx abdominal e torácico
Ecografia abdominal
TAC
Exames contrastados
Colonoscopia
Classificação
Oclusão
Mecânica
Intestino Delgado
Não Mecânica
Cólon
Ílio Paralítico
Ílio Espástico
Pseudo-Oclusão
Sumário
Introdução
Fisiopatologia
História clínica
Exame físico
Meios complementares de diagnóstico
Oclusão não mecânica
Íleo paralítico
Pseudo-oclusão
Íleo espástico
Oclusão mecânica do intestino delgado
Oclusão mecânica do cólon
Abordagem ao doente
Caso clínico
Oclusão não mecânica
Íleo Paralítico (Adinâmico)
Pseudo-Oclusão
Síndrome de Ogilvie
Pseudo-oclusão crónica
Íleo Espástico (Dinâmico)
Íleo Paralítico
Afecta todo o intestino
Reversível espontaneamente
Pode ter várias etiologias
pós-operatório (causa mais frequente)
peritonite
síndrome retroperitoneal
lesões da medula espinhal
patologia extra-abdominal
alterações metabólicas
medicamentosa
Íleo Paralítico
Resolução habitual no pós-operatório:
Regresso
da motilidade no intestino delgado
(24h)
Motilidade no estômago (48h)
Motilidade no cólon (3/4 dias)
Íleo Paralítico
Anamnese:
Desconforto
abdominal
(dor
pouco
intensa
generalizada)
Obstipação
(também pode dar diarreia e flatulência)
Náusea
Vómitos
Exame Físico:
Distensão
abdominal sem contractura
Diminuição
dos sons hidro-aéreos
e
Íleo Paralítico
Exames complementares:
Analíticos
Hemoconcentração
Alterações electrolíticas
Imagiológicos
Rx abdominal simples de pé:
Níveis hidroaéreos pouco
proeminentes
Ansas intestinais preenchidas
por gás
Envolvimento generalizado de
todo o intestino delgado e cólon
Gás no recto
Pseudo-oclusão Aguda
Síndrome de Ogilvie
Forma grave de íleo paralítico
Distensão pronunciada e que envolve apenas algumas
ansas de intestino (normalmente o colon).
Pode comprometer o suprimento vascular
Pseudo-oclusão Aguda
Síndrome de Ogilvie
Etiologia
Doença
extra-intestinal:
Renal
Cardíaca
Pulmonar
Trauma:
Fractura vertebral
Pseudo-oclusão Aguda
Síndrome de Ogilvie
Anamnese:
Dor
tipo aperto
Náusea e vómitos
História de patologia extra-abdominal ou trauma
Exame Físico:
Distensão
abdominal
Obstipação
Diarreia
Febre
Pseudo-oclusão Aguda
Síndrome de Ogilvie
Meios complementares de
diagnóstico:
Rx abdominal
Distensão muito proeminente do
cólon
Colonoscopia
Terapêutica
Diagnóstica
Pseudo-oclusão crónica
Semiologia semelhante à de íleo paralítico
Etiologias:
Miopatias
viscerais
Neuropatias
viscerais
Síndrome de Hirshprung
Displasia Neuronal Intestinal
Pode ser necessária biópsia
laparoscópica para o diagnóstico
Íleo Espástico
Fisiopatologia:
Resulta
da extrema e prolongada contracção do
intestino
Raro
Etiologia:
Envenenamento
por metais pesados
Uremia
Porfiria
Ulcerações
intestinais intensas
Sumário
Introdução
Fisiopatologia
História clínica
Exame físico
Meios complementares de diagnóstico
Oclusão não mecânica
Oclusão mecânica do intestino delgado
Manifestações clínicas
Exame físico
Estrangulamento
Etiologia
Dor abdominal
Vómitos
Distensão abdominal
Classificação
Aderências
Hérnias
Neoplasias
Invaginação
Vólvulo
Íleo Biliar
Outros
Oclusão mecânica do cólon
Abordagem ao doente
Caso clínico
Manifestações clínicas
Dor abdominal
Náusea
Vómitos
Obstipação
Distensão abdominal
Dor abdominal
Em cólica
Peri-umbilical
Intensidade moderada
Diminui
distalmente
Pode
tornar-se menos intensa devido a distúrbios da
motilidade (atonia e fadiga)
Periodicidade
3
ou 4 minutos - intestino delgado proximal
15 a 20 minutos – intestino delgado distal
Vómitos
Vómitos contendo bile e muco
Quadro inicial
Evolução do quadro
Vómitos frequentes, profusos e
de conteúdo biliar e mucinoso
Vómitos tornam-se laranja ou
castanhos, com odor fétido
(fecalóides), pouco frequentes e
pouco profusos
Oclusão do intestino
delgado proximal
Oclusão do intestino
delgado distal
Distensão abdominal
Ténue ou ausente – aponta para oclusão
parcial ou para oclusão completa do
intestino delgado proximal. Pode também
apontar para estrangulamento ou ansa
cega
Marcada – aponta para oclusão do
intestino delgado distal
Exame físico
Inspecção
Cicatrizes
Hérnias
Tumefacções
Evidência
de ondas peristálticas
Distensão
abdominal
Exame físico
Auscultação
Sons
aumentados síncronos com períodos de
dor mais intensa
A
Podem ser ouvidos borborygmi
inexistência de ruídos
agravamento do quadro
é
sinal
de
Exame físico
Palpação
Dor
Simétrica em 70% dos doentes
Massas
Hérnias
Estrangulamento
Dor abdominal
Achados laboratoriais
Início súbito
Leucocitose
Contínua
Desidrogenase láctica
Muito intensa
Hipercaliémia
Localizada
Febre
Irritação peritoneal
Sangue oculto ou visível
nas fezes
Etiologia - Classificação
Causas extrínsecas à
parede
Causas intrínsecas ou
intramurais
Causas intra-luminais
Bridas / Aderências
Neoplasias
Íleo biliar
Hérnias
Tumores
Neoplasias
Invaginação
(intussusception)
Vólvulo
Estenoses
Parasitas
Abcesso ou hematoma
intra-abdominal
Hematoma
Bezoars
Pseudocisto
pancreático
Enterite por radiação
Drenos intraabdominais
Estomas estenosados
Enterite regional
Corpos estranhos
Etiologia - Classificação
Outras
9%
Neoplasias
10%
Hérnias
25%
Adesões
56%
Aderências / Bridas
60% dos casos de oclusão do
intestino delgado
Secundárias a intervenções
cirúrgicas, ou outras situações
inflamatórias intra-abdominais,
isquemia ou presença de
corpos estranhos
O risco da sua formação é
maior em cirurgias pélvicas ou
abdominais baixas.
Hérnias
Até 25% das obstruções do
intestino delgado
Causa de oclusão em que o
risco de estrangulamento é
maior
75% ocorrem na região
inguino-crural (inguinais e
femurais),
10%
são
incisionais e 3% umbilicais.
Hérnias
Externas
Inguinais
Directas e indirectas
Femorais
Incisionais
Umbilicais
Internas (raras)
Do
buraco obturador
Do
buraco epiplóico
ou de Winslow
Paraduodenais
Hérnias externas
O encarceramento é condição
necessária mas não suficiente
para ocorrer oclusão
Maior
incidência
estrangulamento:
Hérnias inguinais directas
Hérnias femorais
Hérnias umbilicais
de
Hérnias internas
Raras, mas devem ser uma hipótese
em:
Doentes cujo exame físico não revelou a
presença de hérnias externas
Doentes já submetidos a cirurgia
abdominal onde exista a possibilidade
de existência de defeitos mesentéricos
Uma das principais causas pelas quais
as aderências causam oclusão
intestinal
Hérnias do buraco obturador
Mortalidade entre 13 e 40% (as mais
letais)
Hipótese em mulheres idosas com
oclusão do intestino delgado que não
tenham antecedentes cirúrgicos
Neoplasias
10% dos casos de oclusão do intestino delgado
Extrínsecas ou secundárias
Maioria
das neoplasias oclusivas do intestino delgado
Oclusão
por compressão ou invasão
Intrínsecas ou primárias
Menos
de 3% dos casos
Podem
servir de ponto de partida à invaginação
Oclusão
luminal progressiva
Invaginação
Invaginação de um segmento
proximal de intestino num
segmento distal adjacente
Ocorre maioritariamente em
crianças (95%)
Nos adultos estão, em 90% das
vezes, associado a processos
patológicos como:
Pólipos
Processos
inflamatórios
Divertículo de Meckel
Vólvulo
Rotação de um segmento do intestino
sobre um eixo formado pelo seu
mesentério
Causam oclusão intestinal em recémnascidos
Consequência de má-rotação intestinal
90% dos casos são diagnosticados no 1º
ano de vida
Em adultos:
Consequência de aderências
Risco de isquemia e necrose elevados
Íleo biliar
1 a 4% dos casos
Cursa normalmente com a existência de fístula colecistoentérica
Complicação da litiase biliar
Mais comum em mulheres na 7ª década de vida.
Outras
Doença de Crohn
Estenose
Por isquemia, trauma cirúrgico ou lesão de radiação
Fibrose cística
Por fibrose resultante de processos inflamatórios recorrentes
Causa oclusão parcial crónica em adolescentes e adultos
Hematoma
De desenvolvimento espontâneo em doentes sujeitos a terapia
com anticoagulantes
Meios complementares de
diagnóstico
Achados laboratoriais
Hemoconcentração
Anomalias
Aumento
electrolíticas
da
concentração
sérica
creatinina
Alterações
do perfil de coagulação
de
Meios complementares de
diagnóstico
Achados
laboratoriais
estrangulamento:
Leucocitose
Elevação
de:
Amílase sérica
Desidrogenase láctica
Fosfato
Potássio
sugestivos
de
Meios complementares de
diagnóstico
Imagiologia
RX
simples
Ecografia
TC
RX
contrastado
Meios complementares de
diagnóstico
RX abdominal simples
Pode
distinguir obstrução:
Mecânica/não mecânica
Parcial/completa
Pode
revelar o local da
obstrução
Sensibilidade
70 a 80%
Meios complementares de
diagnóstico
RX abdominal simples
Padrão
em escada de ansas dilatadas com níveis ar-
líquido
Cólon
com pouco ou nenhum gás
Cálculos
Ar
biliares opacos
nas vias biliares
Clínica
sugestiva de oclusão intestinal com RX sem
alterações sugere estrangulamento (50% das hérnias
estranguladas não são visíveis no RX simples)
Meios complementares de
diagnóstico
Ecografia e TAC
Muito
sensíveis e específicos
Detectam
estrangulamento e oclusão em ansa cega
Podem
revelar o tipo, causa, localização e gravidade
da oclusão
Diferenças
Ecografia: rápido, com baixo custo, pode ser feito à
cabeceira do doente
TAC: pode utilizar-se contraste entérico ou IV
Meios complementares de
diagnóstico
Estudos contrastados
Detectam
oclusão parcial
Demorados
Podem
TAC
detectar causas de oclusão não visíveis na
Sumário
Introdução
Fisiopatologia
História clínica
Exame físico
Meios complementares de diagnóstico
Oclusão não mecânica
Oclusão mecânica do intestino delgado
Oclusão mecânica do cólon
Manifestações clínicas
Exame físico
Competência da válvula íleo-cecal
Complicações
Etiologia
Dor abdominal
Obstipação
Carcinoma do cólon
Vólvulo
Diverticulite
Abordagem ao doente
Caso clínico
Manifestações clínicas
Diferentes etiologias têm um quadro clínico semelhante
Quadro de aparecimento insidioso:
Dor abdominal
Distensão abdominal
Obstipação
Náuseas
Vómitos (raro)
Dor abdominal
Dor em cólica
Menos intensa do que no intestino delgado
Localizada mais frequentemente no hipogastro
Pode diminuir de intensidade, com a evolução do
quadro, devido à perda de tonicidade do intestino
Obstipação
Estabelece-se progressivamente ou de forma súbita,
antes do aparecimento de dor
Pode levar a ausência de emissão de gases e fezes
Exame físico
Distensão abdominal
Muito
marcada
Aparecimento
súbito ou insidioso – depende da
patologia
Aumento dos ruídos hidroaéreos
Pode haver dor à palpação
Exame físico
O quadro que o doente apresenta depende de
dois factores:
Competência
Tempo
da válvula ileo-cecal
de evolução
Competência da válvula ileo-cecal
Válvula
(15%)
incompetente
ou
obstrução
na
válvula
Desenvolve-se
um
quadro
semelhante à oclusão no
intestino
delgado,
náuseas e vómitos
com
Competência da válvula ileo-cecal
Válvula competente: forma-se uma ansa cega, e
com a evolução do quadro:
Continua
a haver passagem de gás e fluidos para o
cego, com distensão progressiva do cólon
Pressão
intra-luminal colapsa os vasos da parede
Desenvolve-se
colite isquémica
Complicações
Perfuração e desenvolvimento de peritonite
Aparecem sinais de irritação peritoneal e febre
Mais frequente no cego (Lei de Laplace)
Choque hipovolémico devido a:
Saída de água e electrólitos para o lúmen
Perda de sangue para o lúmen
Dispneia
Oclusão do cólon
15% das oclusões intestinais no adulto ocorrem no cólon
Obstrução mais frequentemente localizada no sigmóide
Causas de obstrução do cólon
Causas comuns
Carcinoma (primário, anastomótico, metastático)
Vólvulo
Diverticulite
Pseudo-obstrução
Hérnia
Estenose anastomótica
Causas incomuns
Intussuspecção
Fecaloma
Estenoses (a partir de umas das seguintes causas)
Doença isntestinal inflamatória
Endometriose
Radioterapia
Isquemia
Corpo estranho
Compressão extrínseca por uma massa
Pseudocisto pancreático
Hematoma
Metástase
Tumores primáios
Oclusão do cólon
Carcinoma
Vólvulo
Diverticulite
Oclusão do cólon
Outas
causas
10%
Estenose
Diverticular
10%
90% das
oclusões do
cólon
Vólvulos
20%
Neoplasias
60%
Carcinoma do cólon
50% dos casos de oclusão do cólon
20% dos pacientes com cancro colorrectal apresentam
sintomas obstrutivos
Obstrução
ocorre
esquerdo (75%)
mais
frequentemente
no
cólon
Carcinoma do cólon esquerdo
Estenose progressiva do lúmen
Alterações nos hábitos intestinais, com alternância entre
obstipação e frequência aumentada de defecação
A obstrução parcial ou completa pode ser o quadro
inicial que motiva a recorrência ao SU
Comum a presença de sangue com as fezes e anemia
por deficiência de ferro
Carcinoma do cólon esquerdo
Raio-X abdominal simples
Radiografia contrastada
Aspecto
de
“caroço
de
maçã”
Perigo
de obstrução aguda
do cólon pelo uso de bário
como meio de contraste
Carcinoma do cólon esquerdo
Colonoscopia
Método
mais indicado para examinar o
cólon
Permite
biópsia
Vólvulo
2ª causa de obstrução mecânica do cólon (10 a 15%)
Origina uma obstrução em ansa cega, que resulta em:
Oclusão intestinal parcial ou completa
Comprometimento circulatório, com estrangulamento, gangrena
e perfuração
Ao exame físico, o doente pode apresentar assimetria
abdominal ou tumefacção visível
Vólvulo
Factores anatómicos necessários para o
desenvolvimento de vólvulo:
Segmento redundante de intestino móvel dentro da cavidade
peritoneal
Aproximação dos pontos de fixação do intestino
O cólon sigmóide e o cego são os locais mais
frequentes de vólvulo do cólon
Vólvulo do cólon sigmóide
75% dos casos de vólvulo do cólon
7ª e 8ª décadas de vida
Pessoas com doenças mentais ou acamadas, que não
eliminam fezes com regularidade
Duração dos sintomas significativamente menor que
aquela dos pacientes com carcinoma ou diverticulite
Vólvulo do cólon sigmóide
Raio-X abdominal simples
Aspecto característico em grão de café, com a concavidade apontada para o QIE
Raio-X abdominal contrastado
Estenose no local do vólvulo, com um aspecto em “bico de pássaro” patognomónico
Vólvulo do cólon sigmóide
Ecografia e TAC
Caso
as radiografias sejam normais mas haja
evidência clínica de vólvulo
Recto-sigmoidoscopia rígida
Método
diagnóstico e terapêutico
Vólvulo do cego
Menos de 20% dos casos de vólvulo do cólon
Idades mais jovens que no cólon sigmóide
Fixação embrionária incompleta do cólon direito
Íleo terminal pode também ser afectado na rotação,
originando sintomas de obstrução do intestino delgado
distal
História prévia de cirurgia abdominal ou obstrução distal
Rotação à volta dos vasos sanguíneos ileocólicos - a
insuficiência vascular ocorre mais precocemente
Vólvulo do cego
Raio-X abdominal simples
Raio-X abdominal contrastado
Estrutura em forma de grão de
café, com a concavidade apontada
para o QID
Permite diagnóstico diferencial com
pseudo-obstrução
Colonoscopia
Método
terapêutico
diagnóstico,
não
Diverticulite
10% das oclusões do cólon
Os divertículos são mais comuns no cólon que em
qualquer outra parte do tubo digestivo
Cólon sigmóide - local mais frequentemente afectado pela
diverticulose (95%)
Diverticulite
A obstrução intestinal é provocada por complicações da
diverticulite:
Fibrose do cólon em resposta a episódios de microperfuração
do divertículo
Adesão aguda do intestino delgado a uma área inflamada
Sintomas obstrutivos ocorrem em 67% dos pacientes
com diverticulite aguda
A oclusão completa ocorre em 10% destes pacientes
Diverticulite
Os pacientes com diverticulite aguda apresentam-se
com:
História de movimentos intestinais alterados
Febre
Leucocitose
Dor localizada
Defesa no QIE
Diverticulite
Radiografia abdominal simples
Ar abdominal livre se o divertículo perfurou
Quadro de íleo paralítico
Oclusão do cólon / intestino delgado
TAC
Melhor método para estudo de diverticulite
Realizada precocemente para verificar a possível presença de inflamação, fleimão ou
abcesso pericólicos
Diverticulite
Radiografia contrastada
Observa-se estenose e deformidades
produzidas pelo abcesso intramural
Contra-indicado o uso de Bário pelo
risco de perfuração e extravasamento
para a cavidade peritoneal
Endoscopia
Contra-indicada
perfuração
pelo
risco
de
Sumário
Introdução
Fisiopatologia
História clínica
Exame físico
Meios complementares de diagnóstico
Oclusão não mecânica
Oclusão mecânica do intestino delgado
Oclusão mecânica do cólon
Abordagem ao doente
Caso clínico
Abordagem ao doente
Quadro oclusivo típico:
Dor abdominal
Náuseas e vómitos
Ausência da passagem/emissão de gases e fezes
Distensão abdominal
No entanto, a manifestação pode ser variável
Pode haver sinais e sintomas da patologia primária
Abordagem ao doente
História clínica e exame físico permitem
determinar se estamos perante uma oclusão:
Mecânica
Parcial
ou completa
Simples
Nível
ou funcional
ou estrangulada
da obstrução
Abordagem ao doente
Oclusão mecânica
Dor abdominal localizada;
Oclusão funcional
Dor abdominal difusa;
intensa ou moderada
pouco intensa
Ruídos normalmente
(desconforto)
audíveis
aéreos
Presença de náuseas e
vómitos
Ausência de ruídos hidro-
Manifestações da patologia
primária
Abordagem ao doente
Mecânica
Funcional
Simples
Estrangulada
Dor
Cólica, progressiva,
peri-umbilical
Contínua, início
súbito, localizada
Difusa, ligeira
(“desconforto”)
Vómito
Variável
Frequente, início
súbito, abundante
Incomum
Estado geral
Bom ou com
deterioração lenta
Deterioração
rápida
Bom
Choque
Raro
Frequente
Raro
Irritação
peritoneal
Não
Sim
Não
Auscultação
Ruídos intestinais
geralmente
aumentados
Sem ruídos
intestinais
Sem ruídos
intestinais
Abordagem ao doente
Oclusão parcial
Instalação progressiva dos
Oclusão completa
sintomas (dor, distensão
abdominal, saciedade
precoce, obstipação, perda
Início súbito e intenso dos
sintomas (dor, vómitos)
Deterioração
rápida
estado geral
ponderal)
Patologia crónica
Pseudo-oclusão intestinal
Patologia aguda
do
Abordagem ao doente
Oclusão do intestino delgado
Alta
Baixa
Oclusão do
cólon
Distensão
Ténue ou ausente
Moderada
Marcada
Vómito
Frequente, biliar
ou mucinoso,
profuso
Moderado,
fecalóide
Tardio ou ausente
Equilíbrio
hídrico
Desidratação
rápida
Desidratação
lenta
Desidratação
lenta
Dor
Tanto mais intensa quanto mais alto o nível da obstrução
Abordagem ao doente
Medidas de suporte iniciais
Descompressão
por sonda nasogástrica
Algaliação com Cateter de Foley
Reposição de fluidos e electrólitos por via
endovenosa
Abordagem ao doente
Abordagem ao doente
Sumário
Introdução
Fisiopatologia
História clínica
Exame físico
Meios complementares de diagnóstico
Oclusão não mecânica
Oclusão mecânica do intestino delgado
Oclusão mecânica do cólon
Abordagem ao doente
Caso clínico
Caso Clínico
Sexo feminino
66 anos
Epigastralgia, sem irradiação, factores de alívio ou
agravamento.
Vómitos, azia, paragem da emissão de gases e fezes
desde há dois dias, anorexia e astenia.
Teve alta no mesmo dia com diagnóstico de ITU,
medicada com ciprofloxacina e omeprazole.
Caso Clínico
Regressa ao SU seis dias mais tarde por agravamento dos
sintomas.
História médica prévia:
Diabetes tipo 2
HTA
Litíase renal esquerda
Insuficiência renal crónica
Cesariana há 34 anos
Hérnia incisional desde há cerca de 30 anos
Caso Clínico
Exame físico
Doente CCO, corada, ligeiramente desidratada
Temperatura 36ºC
Frequência cardíaca 110 bpm
Frequência respiratória 16 ciclos/min
PA 84/50mmHg
Auscultação pulmonar sem alterações
Auscultação cardíaca: Taquicardia
Caso Clínico
Exame físico
Sem ruídos intestinais
Dor à palpação, principalmente nos quadrantes superiores
Hérnia incisional infra-umbilical sem sinais de encarceramento,
redutível, incoercível
Sem sinais de irritação peritoneal
Toque rectal:
Sem massas
Vestígios de fezes na ampola
Luva sem sangue
Caso Clínico
Exames complementares de diagnóstico:
Estudos
analíticos
Hemoconcentração
Desidrogenase láctica aumentada
PCR aumentada
Mioglobina aumentada
Caso Clínico
Exames complementares de diagnóstico:
Raio-X
abdominal simples: Inconclusivo
Ecografia
abdominal:
Aerocolia e distensão das ansas
TAC
abdomino-pélvica:
Oclusão ao nível do íleo
Dilatação a montante do saco herniário, com redução do
calibre a jusante

Documentos relacionados

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA HÉRNIA

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA HÉRNIA joelho e exacerbada por abdução, extensão e rotação medial do quadril, caracterizando o sinal de HowshipRomberg positivo. Devido aos sintomas inespecíficos, hérnia obturatória é de difícil diagnóst...

Leia mais