Oclusão Intestinal
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Oclusão Intestinal
Oclusão Intestinal Turma M André Ramos André Gonçalves André Dias António Ferreira Carlos Veiga Sumário Introdução Revisão da anatomia Definição Classificação Fisiopatologia História clínica Exame físico Meios complementares de diagnóstico Oclusão não mecânica Oclusão mecânica do intestino delgado Oclusão mecânica do cólon Abordagem ao doente Caso clínico Breve revisão da anatomia Definição Existe oclusão intestinal sempre que há ausência de passagem de gases e fezes. Classificação Oclusão Mecânica Não Mecânica Parcial vs. Completa Simples vs. Estrangulada Intestino Delgado vs. Cólon Classificação Oclusão mecânica: obstrução do lúmen intestinal que compromete a passagem regular do seu conteúdo Parcial: passagem de fezes ou gases num período entre 6 a 12 horas após início da sintomatologia → sub-oclusão Completa: sem passagem de gás ou fluidos Simples: ocorre apenas obstrução do lúmen Estrangulada: obstrução luminal com comprometimento vascular Ansa cega: segmento de intestino ocluído em dois pontos ao longo do seu trajecto pela mesma lesão, aprisionando o mesentério Oclusão não mecânica (funcional): Distúrbio da motilidade intestinal que impede o peristaltismo e bloqueia a passagem do conteúdo intestinal, na ausência de obstrução mecânica Sumário Introdução Fisiopatologia Distensão Estrangulamento Desequilíbrio hidro-electrolítico Vómito Proliferação bacteriana Outras complicações História clínica Exame físico Meios complementares de diagnóstico Oclusão não mecânica Oclusão mecânica do intestino delgado Oclusão mecânica do cólon Abordagem ao doente Caso clínico Fisiopatologia Obstrução Distensão Comprometimento da circulação local estrangulamento Desequilíbrio hidroelectrolítico Vómito Proliferação bacteriana Fisiopatologia - Distensão Proximalmente ao local de obstrução: Distensão por gás Distensão por fluidos Fisiopatologia - Distensão Proximalmente ao local de obstrução: Distensão por gás Ar deglutido Gás proveniente da fermentação bacteriana Distensão por fluidos Fisiopatologia - Distensão Proximalmente ao local de obstrução: Distensão por gás Distensão por fluidos Proliferação bacteriana → Endotoxinas Secreção de fluidos para o lúmen Redução da absorção de água e electrólitos Fisiopatologia - Estrangulamento Comprometimento do aporte sanguíneo (dois mecanismos): Obstrução do vaso pelo mesmo mecanismo que provocou a obstrução intestinal Quando a pressão intraluminal ultrapassa a pressão venosa Fisiopatologia - Estrangulamento Estrangulamento Isquemia Necrose Intestino sangra para o lúmen e peritoneu Risco de perfuração Choque hipovolémico Choque séptico Fisiopatologia – Desequilíbrio hidro-electrolítico Redução da absorção de Na+ e água (12 a 24h) Aumento da secreção de Na+ e água para o lúmen (>24h) Fisiopatologia - Vómito Vómito Agravamento do desequilíbrio hidroelectrolítico Choque hipovolémico Fisiopatologia – Proliferação bacteriana Estase do conteúdo luminal favorece a proliferação bacteriana Acção das endotoxinas: Estimulam a secreção intestinal Despoletam o vómito, agravando ainda mais o desequilíbrio hidro-eletrolítico Bacteriémia Fisiopatologia Outras complicações Complicações pulmonares por elevação diafragmática condicionada pela distensão abdominal Compressão Aspiração Activação venosa do vómito de citocinas pró-inflamatórias pode condicionar falência orgânica → lesões de reperfusão Sumário Introdução Fisiopatologia História clínica Exame físico Meios complementares de diagnóstico Oclusão não mecânica Oclusão mecânica do intestino delgado Oclusão mecânica do cólon Abordagem ao doente Caso clínico História Clínica Dor abdominal Distensão abdominal Alteração dos hábitos intestinais Náuseas e vómitos Estado geral História Prévia História Clínica Dor abdominal Início Tipo Intensidade Localização Periodicidade Distensão abdominal Alteração dos hábitos intestinais Náuseas e vómitos Estado geral História Prévia História Clínica Dor abdominal Distensão abdominal Grau Evolução Alteração dos hábitos intestinais Náuseas e vómitos Estado geral História Prévia História Clínica Dor abdominal Distensão abdominal Alteração dos hábitos intestinais Passagem de fezes e/ou gases Presença de sangue Náuseas e vómitos Estado geral História Prévia História Clínica Dor abdominal Distensão abdominal Alteração dos hábitos intestinais Náuseas Vómitos Tipo Frequência Presença de sangue Relação com as refeições Estado geral História Prévia História Clínica Dor abdominal Distensão abdominal Alteração dos hábitos intestinais Náuseas e vómitos Estado geral Perda de peso Palidez Astenia Anorexia História Prévia História Clínica Dor abdominal Distensão abdominal Alteração dos hábitos intestinais Náuseas e vómitos Estado geral História Prévia Episódios anteriores de oclusão Cirurgias abdominais ou pélvicas Neoplasias abdominais Patologia inflamatória intra-abdominal Alterações Metabólicas Exposição a Radiação Medicação Pesquisar sinais e sintomas de patologias que podem provocar oclusão intestinal Sumário Introdução Fisiopatologia História clínica Exame físico Meios complementares de diagnóstico Oclusão não mecânica Oclusão mecânica do intestino delgado Oclusão mecânica do cólon Abordagem ao doente Caso clínico Exame Físico Avaliação do estado geral do doente: Estado Sinais de consciência vitais Hidratação Exame Físico Inspecção: Configuração do abdómen Cicatrizes Tumefacções visíveis Existência de eritema Coloração da pele e esclerótica Evidência de ondas peristálticas Exame Físico Auscultação Percussão Timpanismo – distensão intestinal Macicez – presença de massa Irritação peritoneal Exame Físico Palpação Hérnias Tumefacções Dor Irritação peritoneal Toque rectal/ exame de estomas Sumário Introdução Fisiopatologia História clínica Exame físico Meios complementares de diagnóstico Oclusão não mecânica Oclusão mecânica do intestino delgado Oclusão mecânica do cólon Abordagem ao doente Caso clínico Meios complementares de diagnóstico Exames laboratoriais Electrólitos e creatinina séricos Hematócrito Perfil de coagulação Rx abdominal e torácico Ecografia abdominal TAC Exames contrastados Colonoscopia Classificação Oclusão Mecânica Intestino Delgado Não Mecânica Cólon Ílio Paralítico Ílio Espástico Pseudo-Oclusão Sumário Introdução Fisiopatologia História clínica Exame físico Meios complementares de diagnóstico Oclusão não mecânica Íleo paralítico Pseudo-oclusão Íleo espástico Oclusão mecânica do intestino delgado Oclusão mecânica do cólon Abordagem ao doente Caso clínico Oclusão não mecânica Íleo Paralítico (Adinâmico) Pseudo-Oclusão Síndrome de Ogilvie Pseudo-oclusão crónica Íleo Espástico (Dinâmico) Íleo Paralítico Afecta todo o intestino Reversível espontaneamente Pode ter várias etiologias pós-operatório (causa mais frequente) peritonite síndrome retroperitoneal lesões da medula espinhal patologia extra-abdominal alterações metabólicas medicamentosa Íleo Paralítico Resolução habitual no pós-operatório: Regresso da motilidade no intestino delgado (24h) Motilidade no estômago (48h) Motilidade no cólon (3/4 dias) Íleo Paralítico Anamnese: Desconforto abdominal (dor pouco intensa generalizada) Obstipação (também pode dar diarreia e flatulência) Náusea Vómitos Exame Físico: Distensão abdominal sem contractura Diminuição dos sons hidro-aéreos e Íleo Paralítico Exames complementares: Analíticos Hemoconcentração Alterações electrolíticas Imagiológicos Rx abdominal simples de pé: Níveis hidroaéreos pouco proeminentes Ansas intestinais preenchidas por gás Envolvimento generalizado de todo o intestino delgado e cólon Gás no recto Pseudo-oclusão Aguda Síndrome de Ogilvie Forma grave de íleo paralítico Distensão pronunciada e que envolve apenas algumas ansas de intestino (normalmente o colon). Pode comprometer o suprimento vascular Pseudo-oclusão Aguda Síndrome de Ogilvie Etiologia Doença extra-intestinal: Renal Cardíaca Pulmonar Trauma: Fractura vertebral Pseudo-oclusão Aguda Síndrome de Ogilvie Anamnese: Dor tipo aperto Náusea e vómitos História de patologia extra-abdominal ou trauma Exame Físico: Distensão abdominal Obstipação Diarreia Febre Pseudo-oclusão Aguda Síndrome de Ogilvie Meios complementares de diagnóstico: Rx abdominal Distensão muito proeminente do cólon Colonoscopia Terapêutica Diagnóstica Pseudo-oclusão crónica Semiologia semelhante à de íleo paralítico Etiologias: Miopatias viscerais Neuropatias viscerais Síndrome de Hirshprung Displasia Neuronal Intestinal Pode ser necessária biópsia laparoscópica para o diagnóstico Íleo Espástico Fisiopatologia: Resulta da extrema e prolongada contracção do intestino Raro Etiologia: Envenenamento por metais pesados Uremia Porfiria Ulcerações intestinais intensas Sumário Introdução Fisiopatologia História clínica Exame físico Meios complementares de diagnóstico Oclusão não mecânica Oclusão mecânica do intestino delgado Manifestações clínicas Exame físico Estrangulamento Etiologia Dor abdominal Vómitos Distensão abdominal Classificação Aderências Hérnias Neoplasias Invaginação Vólvulo Íleo Biliar Outros Oclusão mecânica do cólon Abordagem ao doente Caso clínico Manifestações clínicas Dor abdominal Náusea Vómitos Obstipação Distensão abdominal Dor abdominal Em cólica Peri-umbilical Intensidade moderada Diminui distalmente Pode tornar-se menos intensa devido a distúrbios da motilidade (atonia e fadiga) Periodicidade 3 ou 4 minutos - intestino delgado proximal 15 a 20 minutos – intestino delgado distal Vómitos Vómitos contendo bile e muco Quadro inicial Evolução do quadro Vómitos frequentes, profusos e de conteúdo biliar e mucinoso Vómitos tornam-se laranja ou castanhos, com odor fétido (fecalóides), pouco frequentes e pouco profusos Oclusão do intestino delgado proximal Oclusão do intestino delgado distal Distensão abdominal Ténue ou ausente – aponta para oclusão parcial ou para oclusão completa do intestino delgado proximal. Pode também apontar para estrangulamento ou ansa cega Marcada – aponta para oclusão do intestino delgado distal Exame físico Inspecção Cicatrizes Hérnias Tumefacções Evidência de ondas peristálticas Distensão abdominal Exame físico Auscultação Sons aumentados síncronos com períodos de dor mais intensa A Podem ser ouvidos borborygmi inexistência de ruídos agravamento do quadro é sinal de Exame físico Palpação Dor Simétrica em 70% dos doentes Massas Hérnias Estrangulamento Dor abdominal Achados laboratoriais Início súbito Leucocitose Contínua Desidrogenase láctica Muito intensa Hipercaliémia Localizada Febre Irritação peritoneal Sangue oculto ou visível nas fezes Etiologia - Classificação Causas extrínsecas à parede Causas intrínsecas ou intramurais Causas intra-luminais Bridas / Aderências Neoplasias Íleo biliar Hérnias Tumores Neoplasias Invaginação (intussusception) Vólvulo Estenoses Parasitas Abcesso ou hematoma intra-abdominal Hematoma Bezoars Pseudocisto pancreático Enterite por radiação Drenos intraabdominais Estomas estenosados Enterite regional Corpos estranhos Etiologia - Classificação Outras 9% Neoplasias 10% Hérnias 25% Adesões 56% Aderências / Bridas 60% dos casos de oclusão do intestino delgado Secundárias a intervenções cirúrgicas, ou outras situações inflamatórias intra-abdominais, isquemia ou presença de corpos estranhos O risco da sua formação é maior em cirurgias pélvicas ou abdominais baixas. Hérnias Até 25% das obstruções do intestino delgado Causa de oclusão em que o risco de estrangulamento é maior 75% ocorrem na região inguino-crural (inguinais e femurais), 10% são incisionais e 3% umbilicais. Hérnias Externas Inguinais Directas e indirectas Femorais Incisionais Umbilicais Internas (raras) Do buraco obturador Do buraco epiplóico ou de Winslow Paraduodenais Hérnias externas O encarceramento é condição necessária mas não suficiente para ocorrer oclusão Maior incidência estrangulamento: Hérnias inguinais directas Hérnias femorais Hérnias umbilicais de Hérnias internas Raras, mas devem ser uma hipótese em: Doentes cujo exame físico não revelou a presença de hérnias externas Doentes já submetidos a cirurgia abdominal onde exista a possibilidade de existência de defeitos mesentéricos Uma das principais causas pelas quais as aderências causam oclusão intestinal Hérnias do buraco obturador Mortalidade entre 13 e 40% (as mais letais) Hipótese em mulheres idosas com oclusão do intestino delgado que não tenham antecedentes cirúrgicos Neoplasias 10% dos casos de oclusão do intestino delgado Extrínsecas ou secundárias Maioria das neoplasias oclusivas do intestino delgado Oclusão por compressão ou invasão Intrínsecas ou primárias Menos de 3% dos casos Podem servir de ponto de partida à invaginação Oclusão luminal progressiva Invaginação Invaginação de um segmento proximal de intestino num segmento distal adjacente Ocorre maioritariamente em crianças (95%) Nos adultos estão, em 90% das vezes, associado a processos patológicos como: Pólipos Processos inflamatórios Divertículo de Meckel Vólvulo Rotação de um segmento do intestino sobre um eixo formado pelo seu mesentério Causam oclusão intestinal em recémnascidos Consequência de má-rotação intestinal 90% dos casos são diagnosticados no 1º ano de vida Em adultos: Consequência de aderências Risco de isquemia e necrose elevados Íleo biliar 1 a 4% dos casos Cursa normalmente com a existência de fístula colecistoentérica Complicação da litiase biliar Mais comum em mulheres na 7ª década de vida. Outras Doença de Crohn Estenose Por isquemia, trauma cirúrgico ou lesão de radiação Fibrose cística Por fibrose resultante de processos inflamatórios recorrentes Causa oclusão parcial crónica em adolescentes e adultos Hematoma De desenvolvimento espontâneo em doentes sujeitos a terapia com anticoagulantes Meios complementares de diagnóstico Achados laboratoriais Hemoconcentração Anomalias Aumento electrolíticas da concentração sérica creatinina Alterações do perfil de coagulação de Meios complementares de diagnóstico Achados laboratoriais estrangulamento: Leucocitose Elevação de: Amílase sérica Desidrogenase láctica Fosfato Potássio sugestivos de Meios complementares de diagnóstico Imagiologia RX simples Ecografia TC RX contrastado Meios complementares de diagnóstico RX abdominal simples Pode distinguir obstrução: Mecânica/não mecânica Parcial/completa Pode revelar o local da obstrução Sensibilidade 70 a 80% Meios complementares de diagnóstico RX abdominal simples Padrão em escada de ansas dilatadas com níveis ar- líquido Cólon com pouco ou nenhum gás Cálculos Ar biliares opacos nas vias biliares Clínica sugestiva de oclusão intestinal com RX sem alterações sugere estrangulamento (50% das hérnias estranguladas não são visíveis no RX simples) Meios complementares de diagnóstico Ecografia e TAC Muito sensíveis e específicos Detectam estrangulamento e oclusão em ansa cega Podem revelar o tipo, causa, localização e gravidade da oclusão Diferenças Ecografia: rápido, com baixo custo, pode ser feito à cabeceira do doente TAC: pode utilizar-se contraste entérico ou IV Meios complementares de diagnóstico Estudos contrastados Detectam oclusão parcial Demorados Podem TAC detectar causas de oclusão não visíveis na Sumário Introdução Fisiopatologia História clínica Exame físico Meios complementares de diagnóstico Oclusão não mecânica Oclusão mecânica do intestino delgado Oclusão mecânica do cólon Manifestações clínicas Exame físico Competência da válvula íleo-cecal Complicações Etiologia Dor abdominal Obstipação Carcinoma do cólon Vólvulo Diverticulite Abordagem ao doente Caso clínico Manifestações clínicas Diferentes etiologias têm um quadro clínico semelhante Quadro de aparecimento insidioso: Dor abdominal Distensão abdominal Obstipação Náuseas Vómitos (raro) Dor abdominal Dor em cólica Menos intensa do que no intestino delgado Localizada mais frequentemente no hipogastro Pode diminuir de intensidade, com a evolução do quadro, devido à perda de tonicidade do intestino Obstipação Estabelece-se progressivamente ou de forma súbita, antes do aparecimento de dor Pode levar a ausência de emissão de gases e fezes Exame físico Distensão abdominal Muito marcada Aparecimento súbito ou insidioso – depende da patologia Aumento dos ruídos hidroaéreos Pode haver dor à palpação Exame físico O quadro que o doente apresenta depende de dois factores: Competência Tempo da válvula ileo-cecal de evolução Competência da válvula ileo-cecal Válvula (15%) incompetente ou obstrução na válvula Desenvolve-se um quadro semelhante à oclusão no intestino delgado, náuseas e vómitos com Competência da válvula ileo-cecal Válvula competente: forma-se uma ansa cega, e com a evolução do quadro: Continua a haver passagem de gás e fluidos para o cego, com distensão progressiva do cólon Pressão intra-luminal colapsa os vasos da parede Desenvolve-se colite isquémica Complicações Perfuração e desenvolvimento de peritonite Aparecem sinais de irritação peritoneal e febre Mais frequente no cego (Lei de Laplace) Choque hipovolémico devido a: Saída de água e electrólitos para o lúmen Perda de sangue para o lúmen Dispneia Oclusão do cólon 15% das oclusões intestinais no adulto ocorrem no cólon Obstrução mais frequentemente localizada no sigmóide Causas de obstrução do cólon Causas comuns Carcinoma (primário, anastomótico, metastático) Vólvulo Diverticulite Pseudo-obstrução Hérnia Estenose anastomótica Causas incomuns Intussuspecção Fecaloma Estenoses (a partir de umas das seguintes causas) Doença isntestinal inflamatória Endometriose Radioterapia Isquemia Corpo estranho Compressão extrínseca por uma massa Pseudocisto pancreático Hematoma Metástase Tumores primáios Oclusão do cólon Carcinoma Vólvulo Diverticulite Oclusão do cólon Outas causas 10% Estenose Diverticular 10% 90% das oclusões do cólon Vólvulos 20% Neoplasias 60% Carcinoma do cólon 50% dos casos de oclusão do cólon 20% dos pacientes com cancro colorrectal apresentam sintomas obstrutivos Obstrução ocorre esquerdo (75%) mais frequentemente no cólon Carcinoma do cólon esquerdo Estenose progressiva do lúmen Alterações nos hábitos intestinais, com alternância entre obstipação e frequência aumentada de defecação A obstrução parcial ou completa pode ser o quadro inicial que motiva a recorrência ao SU Comum a presença de sangue com as fezes e anemia por deficiência de ferro Carcinoma do cólon esquerdo Raio-X abdominal simples Radiografia contrastada Aspecto de “caroço de maçã” Perigo de obstrução aguda do cólon pelo uso de bário como meio de contraste Carcinoma do cólon esquerdo Colonoscopia Método mais indicado para examinar o cólon Permite biópsia Vólvulo 2ª causa de obstrução mecânica do cólon (10 a 15%) Origina uma obstrução em ansa cega, que resulta em: Oclusão intestinal parcial ou completa Comprometimento circulatório, com estrangulamento, gangrena e perfuração Ao exame físico, o doente pode apresentar assimetria abdominal ou tumefacção visível Vólvulo Factores anatómicos necessários para o desenvolvimento de vólvulo: Segmento redundante de intestino móvel dentro da cavidade peritoneal Aproximação dos pontos de fixação do intestino O cólon sigmóide e o cego são os locais mais frequentes de vólvulo do cólon Vólvulo do cólon sigmóide 75% dos casos de vólvulo do cólon 7ª e 8ª décadas de vida Pessoas com doenças mentais ou acamadas, que não eliminam fezes com regularidade Duração dos sintomas significativamente menor que aquela dos pacientes com carcinoma ou diverticulite Vólvulo do cólon sigmóide Raio-X abdominal simples Aspecto característico em grão de café, com a concavidade apontada para o QIE Raio-X abdominal contrastado Estenose no local do vólvulo, com um aspecto em “bico de pássaro” patognomónico Vólvulo do cólon sigmóide Ecografia e TAC Caso as radiografias sejam normais mas haja evidência clínica de vólvulo Recto-sigmoidoscopia rígida Método diagnóstico e terapêutico Vólvulo do cego Menos de 20% dos casos de vólvulo do cólon Idades mais jovens que no cólon sigmóide Fixação embrionária incompleta do cólon direito Íleo terminal pode também ser afectado na rotação, originando sintomas de obstrução do intestino delgado distal História prévia de cirurgia abdominal ou obstrução distal Rotação à volta dos vasos sanguíneos ileocólicos - a insuficiência vascular ocorre mais precocemente Vólvulo do cego Raio-X abdominal simples Raio-X abdominal contrastado Estrutura em forma de grão de café, com a concavidade apontada para o QID Permite diagnóstico diferencial com pseudo-obstrução Colonoscopia Método terapêutico diagnóstico, não Diverticulite 10% das oclusões do cólon Os divertículos são mais comuns no cólon que em qualquer outra parte do tubo digestivo Cólon sigmóide - local mais frequentemente afectado pela diverticulose (95%) Diverticulite A obstrução intestinal é provocada por complicações da diverticulite: Fibrose do cólon em resposta a episódios de microperfuração do divertículo Adesão aguda do intestino delgado a uma área inflamada Sintomas obstrutivos ocorrem em 67% dos pacientes com diverticulite aguda A oclusão completa ocorre em 10% destes pacientes Diverticulite Os pacientes com diverticulite aguda apresentam-se com: História de movimentos intestinais alterados Febre Leucocitose Dor localizada Defesa no QIE Diverticulite Radiografia abdominal simples Ar abdominal livre se o divertículo perfurou Quadro de íleo paralítico Oclusão do cólon / intestino delgado TAC Melhor método para estudo de diverticulite Realizada precocemente para verificar a possível presença de inflamação, fleimão ou abcesso pericólicos Diverticulite Radiografia contrastada Observa-se estenose e deformidades produzidas pelo abcesso intramural Contra-indicado o uso de Bário pelo risco de perfuração e extravasamento para a cavidade peritoneal Endoscopia Contra-indicada perfuração pelo risco de Sumário Introdução Fisiopatologia História clínica Exame físico Meios complementares de diagnóstico Oclusão não mecânica Oclusão mecânica do intestino delgado Oclusão mecânica do cólon Abordagem ao doente Caso clínico Abordagem ao doente Quadro oclusivo típico: Dor abdominal Náuseas e vómitos Ausência da passagem/emissão de gases e fezes Distensão abdominal No entanto, a manifestação pode ser variável Pode haver sinais e sintomas da patologia primária Abordagem ao doente História clínica e exame físico permitem determinar se estamos perante uma oclusão: Mecânica Parcial ou completa Simples Nível ou funcional ou estrangulada da obstrução Abordagem ao doente Oclusão mecânica Dor abdominal localizada; Oclusão funcional Dor abdominal difusa; intensa ou moderada pouco intensa Ruídos normalmente (desconforto) audíveis aéreos Presença de náuseas e vómitos Ausência de ruídos hidro- Manifestações da patologia primária Abordagem ao doente Mecânica Funcional Simples Estrangulada Dor Cólica, progressiva, peri-umbilical Contínua, início súbito, localizada Difusa, ligeira (“desconforto”) Vómito Variável Frequente, início súbito, abundante Incomum Estado geral Bom ou com deterioração lenta Deterioração rápida Bom Choque Raro Frequente Raro Irritação peritoneal Não Sim Não Auscultação Ruídos intestinais geralmente aumentados Sem ruídos intestinais Sem ruídos intestinais Abordagem ao doente Oclusão parcial Instalação progressiva dos Oclusão completa sintomas (dor, distensão abdominal, saciedade precoce, obstipação, perda Início súbito e intenso dos sintomas (dor, vómitos) Deterioração rápida estado geral ponderal) Patologia crónica Pseudo-oclusão intestinal Patologia aguda do Abordagem ao doente Oclusão do intestino delgado Alta Baixa Oclusão do cólon Distensão Ténue ou ausente Moderada Marcada Vómito Frequente, biliar ou mucinoso, profuso Moderado, fecalóide Tardio ou ausente Equilíbrio hídrico Desidratação rápida Desidratação lenta Desidratação lenta Dor Tanto mais intensa quanto mais alto o nível da obstrução Abordagem ao doente Medidas de suporte iniciais Descompressão por sonda nasogástrica Algaliação com Cateter de Foley Reposição de fluidos e electrólitos por via endovenosa Abordagem ao doente Abordagem ao doente Sumário Introdução Fisiopatologia História clínica Exame físico Meios complementares de diagnóstico Oclusão não mecânica Oclusão mecânica do intestino delgado Oclusão mecânica do cólon Abordagem ao doente Caso clínico Caso Clínico Sexo feminino 66 anos Epigastralgia, sem irradiação, factores de alívio ou agravamento. Vómitos, azia, paragem da emissão de gases e fezes desde há dois dias, anorexia e astenia. Teve alta no mesmo dia com diagnóstico de ITU, medicada com ciprofloxacina e omeprazole. Caso Clínico Regressa ao SU seis dias mais tarde por agravamento dos sintomas. História médica prévia: Diabetes tipo 2 HTA Litíase renal esquerda Insuficiência renal crónica Cesariana há 34 anos Hérnia incisional desde há cerca de 30 anos Caso Clínico Exame físico Doente CCO, corada, ligeiramente desidratada Temperatura 36ºC Frequência cardíaca 110 bpm Frequência respiratória 16 ciclos/min PA 84/50mmHg Auscultação pulmonar sem alterações Auscultação cardíaca: Taquicardia Caso Clínico Exame físico Sem ruídos intestinais Dor à palpação, principalmente nos quadrantes superiores Hérnia incisional infra-umbilical sem sinais de encarceramento, redutível, incoercível Sem sinais de irritação peritoneal Toque rectal: Sem massas Vestígios de fezes na ampola Luva sem sangue Caso Clínico Exames complementares de diagnóstico: Estudos analíticos Hemoconcentração Desidrogenase láctica aumentada PCR aumentada Mioglobina aumentada Caso Clínico Exames complementares de diagnóstico: Raio-X abdominal simples: Inconclusivo Ecografia abdominal: Aerocolia e distensão das ansas TAC abdomino-pélvica: Oclusão ao nível do íleo Dilatação a montante do saco herniário, com redução do calibre a jusante
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